Você está na página 1de 47

IMPACTOS AMBIENTAIS

(AIA/EIA/RIMA)

LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
Abordaremos as seguintes questões:

 O que é impacto ambiental?


 O que é o EIA?
 Segundo a Resolução n.º 1/1986 do CONAMA, quais são
as quatro etapas que compõem o EIA?
 O que é o RIMA?
 Quais são as três modalidades de licença ambiental?
 Que atividades precisam se submeter ao processo de
licenciamento?
Impacto Ambiental?
Mudanças na natureza causadas por atividades
econômicas.

Mas será que é só isso mesmo???

O impacto ambiental ultrapassa as fronteiras do


meio ambiente físico e biótico, abrange também a
esfera social.

*** Desenvolvimento sustentável:

Preservação ambiental
X
Responsabilidade social
Impacto Ambiental
De acordo com o Artigo 1º da Resolução no 1 do
CONAMA:

Impacto Ambiental: qualquer alteração das propriedades


físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I.a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


II.as atividades sociais e econômicas;
III.a biota;
IV.as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e
V.a qualidade dos recursos ambientais.
Mas não foi o poder público o único a se preocupar com a
definição de impacto ambiental.

De acordo com a norma ISO 14000, o impacto ambiental


compreende todas as mudanças no meio ambiente —
adversas ou benéficas — que resultem da realização de
atividades econômicas.

*** Nem todo impacto é negativo: inúmeras atividades


econômicas produzem efeitos benéficos no ambiente
onde atuam.
Estudo do Impacto Ambiental (EIA)
O EIA é um dos instrumentos mais importantes de um SGA.

• revela os efeitos do empreendimento;


• mostra ao gestor que aspectos devem ser aperfeiçoados,
evitando o desgaste da imagem da empresa perante o
público ou mesmo problemas com as autoridades.

Mas em que momento o EIA deve ser executado???

No ato de solicitação do licenciamento?

O estudo precisa ser desenvolvido para obter licença,


porém sua aplicação vai muito além desse processo.
Para que se desenvolva um empreendimento
ambientalmente correto, é preciso que o EIA oriente todas
as etapas de planejamento administrativo e operacional do
projeto.

Ou seja, antes de colocar “a mão na massa”, as


equipes de gestão financeira e técnica precisam se sentar à
mesa para discutir o rumo dos negócios sem perder de
vista seu impacto ambiental.

Fazer escolhas sem o EIA pode inviabilizar a implantação


de um empreendimento!

Ex: Se a área escolhida para a construção de um porto ficar


dentro de uma região destinada à preservação de uma espécie
marinha em extinção ... Se a empresa já tiver comprado as
instalações ... E o licenciamento for negado ...
Para entender a função do EIA nas organizações é preciso
entender as etapas que compõem um projeto:
A Lei 6.938/81 consolidou a Política Nacional do
Meio Ambiente:

Estabeleceu a elaboração de EIA/RIMA como pré-


requisito para concessão de licença no caso de obras ou
atividades com elevado potencial de degradação
ambiental.

A regulamentação do EIA ficou a cargo da União,


responsável por estabelecer seu conteúdo mínimo. Os
governos estaduais foram autorizados a adicionar normas
que atendam às peculiaridades da gestão ambiental em
seu território. Municípios não gozam da mesma liberdade
para legislar sobre o EIA. O máximo que as autoridades
municipais podem fazer é pressionar o governo estadual a
favor da criação de normas com exigências que também
contemplem suas necessidades.
• EUA, país conhecido pela fama de “vilão ambiental” foram
os primeiros a tornar esse tipo de estudo obrigatório.

• Em 1969, qualquer ação ou proposta federal deveria


apresentar uma declaração de impacto ambiental.

• Três anos depois, o Banco Mundial pegou o Brasil de


surpresa: o financiamento para a hidrelétrica de
Sobradinho só seria aprovado após a avaliação de um
estudo de impacto ambiental do projeto.

• Na ocasião, o EIA nem sequer integrava a legislação


brasileira.

• Aos poucos, o EIA deixou de ser um “bicho de sete


cabeças” para se popularizar como uma importante
ferramenta da gestão ambiental.
AIA ou EIA?
(As duas siglas existem e designam coisas diferentes)

Há, no entanto, uma certa confusão em relação à


nomenclatura de Estudo de Impacto Ambiental (EIA,
Constituição 1988 artigo 225) e Avaliação de Impacto
Ambiental (AIA, Lei 6938/1981).

Segundo Barbieri (2007), a AIA é apenas um


componente do estudo. A AlA corresponde à etapa em
que os impactos são identificados e mensurados. O EIA,
por sua vez, não fica restrito à avaliação; ele abrange
também o estudo de tecnologias alternativas e outras
medidas para o controle e prevenção dos efeitos
negativos sobre o meio ambiente.
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Para padronizar o conteúdo do estudo do impacto
ambiental, o artigo 6º da Resolução no 1/1986 do
CONAMA estabelece quatro atividades técnicas
indispensáveis:

1) o diagnóstico ambiental;

2) análise dos impactos ambientais do projeto;

3) discriminar as ações mitigadoras dos impactos


negativos; e

4) plano de monitoramento.
1) Diagnóstico Ambiental:

• Descrição da área com detalhamento de recursos


ambientais existentes.

• A aprovação do EIA requer um diagnóstico completo do


meio ambiente, envolvendo o meio físico, biológico e o
socioeconômico.
2) Análise dos impactos:

Prever a magnitude dos prováveis efeitos decorrentes


das atividades, sejam eles positivos ou negativos, diretos ou
indiretos, de curto, médio ou longo prazo, se provisórios ou
permanentes, grau de reversibilidade.

3) Ações mitigadoras dos impactos negativos:

Nessa etapa, é comum citar as tecnologias de controle


e prevenção, bem como o nível de eficiência de cada uma
delas.

Os responsáveis pelo empreendimento devem


arquitetar um plano de monitoramento capaz de acompanhar
de perto os impactos.
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
• O RIMA está incluído no EIA;
• Funciona como a conclusão do EIA;
• Todos os componentes do EIA são levados em conta para
redigir uma avaliação final.
É no RIMA que a equipe expressa sua decisão final,
declarando se o projeto é ou não um risco para o meio
ambiente.

A linguagem do documento deve ser acessível e objetiva,


afinal de contas, umas das características do RIMA é a sua
publicidade, ou seja, seu caráter público.
Ao contrário dos documentos sigilosos, guardados a sete
chaves, o relatório ambiental precisa estar acessível a todos.
• O RIMA deve estar acessível nas Secretarias de Meio Ambiente,
bibliotecas ou outros centros de documentação, lembrando que só é
possível restringir o acesso a partes que contenham segredos
industriais.

• Deve ser anunciada a sua existência (divulgação)

• Fase de comentários: esse período deve ser informado em veículos


de comunicação público (Diário Oficial) e os stakeholders tem o prazo
de 30 dias para se pronunciarem. Qualquer interessado, pessoa física
ou jurídica, pode escrever suas opiniões, queixas ou reivindicações e
anexá-las ao processo.

• Quando o projeto gera muita polêmica, as autoridades realizam


audiência pública (proponente e as demais partes interessadas
discutem o RIMA).

• A sociedade civil pode articular uma audiência com um abaixo-


assinado.

• Localização audiência: fácil acesso!


Apesar das contribuições benéficas do debate
democrático, o governo precisa ficar de olhos abertos.
Muitas vezes, adversários políticos ou empresas
concorrentes usam as audiências públicas como arena
para outras lutas.

Felizmente, nem toda participação nas audiências


públicas é movida por objetivos escusos. Em muitos casos,
as atas das audiências refletem preocupações genuínas da
sociedade civil em relação aos impactos das atividades
econômicas, ajudando o órgão licenciador a expedir seu
veredito.
Quem deve conduzir o EIA?
O empreendedor?
ou

O órgão público?
De acordo com a Resolução CONAMA n.º237/1997,
tanto o EIA quanto o RIMA deveriam ser preparados por
uma equipe multidisciplinar habilitada, sem vínculos com o
proponente do projeto, a fim de garantir a imparcialidade
dos seus resultados.

Infelizmente, o artigo que exigia a independência foi


revogado. Hoje, os únicos requisitos dizem respeito à:

habilitação e ao caráter multidisciplinar da equipe.

Porém, o governo ainda conta com uma “carta na


manga” para resguardar o interesse público: tanto o
empreendedor quanto os integrantes da equipe são
responsáveis pelo conteúdo do EIA. Ou seja, qualquer
mentira ou irregularidade no documento pode sujeitá-los a
sanções administrativas, civis e penais cabíveis.
Custo EIA?
Além de ser um processo demorado,
costumam ser caros, pois exigem a contratação
de profissionais especializados.

Todas as despesas são pagas pela parte


interessada.
ESTRUTURA DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA)

ÓRGÃO SUPERIOR
Conselho do Governo
A sua função é auxiliar o Presidente da República na formulação da Política Nacional do Meio Ambiente.

ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO


CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
A finalidade do CONAMA é estudar e propor diretrizes e políticas governamentais para o meio ambiente e deliberar, no
âmbito de sua competência, sobre normas, padrões e critérios de controle ambiental. O CONAMA assim procede através de
suas resoluções.

ÓRGÃO CENTRAL
Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal
Encarregado de planejar, coordenar e supervisionar as ações relativas à Política Nacional do Meio Ambiente. Como órgão
federal implementa os acordos internacionais na área ambiental.

ÓRGÃO EXECUTOR
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Entidade autárquica, dotada de personalidade jurídica de direito público e autonomia administrativa, é a encarregada da
execução da Política Nacional para o Meio Ambiente e sua fiscalização.

ÓRGÃOS SECCIONAIS
São entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos de controle e fiscalização das atividades
potencialmente poluidoras (Secretarias Estaduais de Meio Ambiente e entidades supervisionadas como a Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental-CETESB, no estado de São Paulo, e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente-FEEMA, do Rio de Janeiro).

ÓRGÃOS LOCAIS
Entidades ou Órgãos Municipais
São órgãos ou entidades municipais voltadas para o meio ambiente, responsáveis por avaliar e estabelecer normas, critérios
e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional de seus recursos,
supletivamente ao Estado e à União.
DISPOSITIVOS LEGAIS DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE

Constituição Federal de 1988, artigo 225, parágrafo terceiro (Machado, 1995)


"As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas
ou jurídicas, às sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados"

1999: Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 - "Lei de Crimes Ambientais" "dispõe sobre as
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e
dá outras providências

Dispositivos legais, à disposição da sociedade, para interferir nas atividades de empreendimentos


causadores de problemas ambientais (Barros & Monticelli, 1998):

Ação Civil Pública: ação de responsabilidade por danos ao meio ambiente


Lei nº 7.347/85: criou instrumento processual permitindo que as pessoas (mesmo aquelas que não
sofreram um dano ambiental direto), possam propor uma Ação Civil Pública contra causadores de
dano ambiental. Podem mover uma Ação Civil Pública o Ministério Público, a União, Estados,
Municípios, autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista ou
associações legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos 1 ano, que apresentam
em suas finalidades a proteção ao meio ambiente.

Ação Popular: (Lei nº 4.717/65), estabelece que qualquer cidadão pode ser parte legítima em uma
ação judicial para conseguir a invalidação de atos administrativos lesivos ao meio ambiente.

Mandado de Segurança: regulamentado pela Lei nº1.533/51, que permite que pessoas físicas ou
jurídicas, ou entidades com capacidade processual, entrem com ações para proteger o direito
individual ou coletivo.
ABORDAGEM DO MEIO FÍSICO NAS ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE EIA/RIMA
PROCESSOS TECNOLÓGICOS

Conjunto de técnicas utilizadas na implantação, no funcionamento, na ampliação e na


desativação de uma atividade modificadora do meio ambiente (Fornasari Filho et al.,
1992 apud Fornasari Filho & Bitar, 1995).
O entendimento dos processos tecnológicos como agentes de alteração ambiental e seu
potencial modificador dos processos do meio ambiente é de fundamental importância
para a realização do EIA, isso porque deve-se conhecer em detalhes os processos
tecnológicos de um empreendimento, para analisar a interação destes com os meios
físico, biológico e sócio-econômico.
A intervenção do PROCESSO TECNOLÓGICO sobre PROCESSO DO MEIO FÍSICO
acarreta, na maioria das vezes, em um PROCESSO ALTERADO. As figuras a seguir
esquematizam e exemplificam como o processo tecnológico pode modificar os
processos físicos, levando muitas vezes a sérios problemas ambientais, com prejuízos
econômicos associados.

Fonte: modificado de Fornasari Filho et al. (1992)


EXEMPLO

• Área de antiga mineração em zona urbana. A remoção da cobertura vegetal realizada pela
mineração, a impermeabilização do solo e a concentração do fluxo d´água no loteamento (Processo
Tecnológico) causaram a intensificação dos processos físicos, resultando no aparecimento de sulcos
e ravinas, que podem evoluir para voçorocas (Processos Alterados). Também como conseqüência, o
material erodido se acumula nas porções mais baixas (Processo Alterado)
• Muitas vezes os processos físicos são acelerados, como no caso do exemplo acima, os processos
de erosão pela água e a deposição de sedimentos e partículas foram intensificados, acarretando em
prejuízo econômico pela necessidade de obras de correção para a implantação de futuros
empreendimentos na área alterada.
• Em geral, a área de expansão urbana apresenta muitos problemas ambientais devido a intervenção
brusca na dinâmica do meio físico pelos processos tecnológicos, produzindo os processos alterados.
Como pode ser observado na tabela, os empreendimentos
devem ser tratados de forma diferente de acordo com a sua
situação, se já instalados ou ainda a instalar.
Outros estudos e relatórios ambientais
Para ganhar licença no território paulista não basta apresentar o EIA/RIMA.
Antes de elaborar esses documentos, é necessário apresentar o Relatório
Ambiental Preliminar (RAP).

O Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) é mais uma inovação


para a fórmula tradicional de licenciamento. Vale lembrar, porém, que o
EIV não substitui o EIA quando a legislação obriga a apresentação deste
último.

Em junho de 2001, o CONAMA lançou a Resolução no 279/2001 para


facilitar o licenciamento de empreendimentos do setor energético com
impacto ambiental de pequeno porte. Na ocasião, o órgão ambiental criou
o Relatório Ambiental Simplificado (RAS), que, como o próprio nome
indica, exige procedimentos mais simples para o licenciamento ambiental.

Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD) para o setor


minerador, conhecido por profundos impactos ambientais.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Instrumento de política pública para


regular as atividades com elevado
potencial de poluição.
Licenciamento Ambiental

O licenciamento ambiental é um procedimento


administrativo pelo qual os órgãos ambientais, em sua
área de competência, autorizam (OU NÃO): a localização,
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e
atividades utilizadores de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou
aquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental (Resolução CONAMA 237/97).

É preciso lembrar que só as atividades com


potencial poluidor elevado precisam se submeter ao
processo de licenciamento.
Dependendo da natureza do empreendimento, as
autoridades podem solicitar a substituição do EIA/RIMA
por estudos mais compatíveis com o licenciamento das
atividades em questão. Aliás, até a escolha do órgão
competente varia de acordo com o empreendimento.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais renováveis (IBAMA) é responsável pela
concessão de licenças de projetos com impacto ambiental
de nível nacional ou regional.

Antes de conceder a licença ambiental, o IBAMA


consulta o parecer técnico de órgãos ambientais dos
estados e municípios onde o empreendimento será
desenvolvido.
Etapas do licenciamento ambiental

De acordo com o artigo 10 da Resolução n.º


237/1997 do CONAMA, o licenciamento ambiental ocorre
em oito etapas.

Em primeiro lugar, o órgão público competente


define em conjunto com o empreendedor os documentos,
estudos e relatórios necessários.

• as autoridades podem abrir mão do EIA/RIMA e solicitar


um relatório simplificado; ou no caso de mineradoras ou
outros empreendimentos com elevado potencial de
degradação ambiental, o EIA/RIMA não é suficiente:
estudos complementares podem ser exigidos.
• A partir de 1994, no Estado de São Paulo, a Resolução SMA 42/94, da
Secretaria do Meio Ambiente, normatizou os procedimentos para
Licenciamento Ambiental, instituindo 02 instrumentos preliminares ao
EIA/RIMA: o RAP e o TR
• RAP = Relatório Ambiental Preliminar
• Primeiro documento para o Licenciamento Ambiental;
• Objetiva instrumentalizar a decisão do órgão ambiental quanto à exigência
ou dispensa do EIA/RIMA, para obtenção de Licença Prévia (LP);
• TR = Termo de Referência
• Nos casos de exigência de EIA/RIMA, o Relatório Ambiental Preliminar
(RAP), junto com outros instrumentos, subsidia a elaboração do Termo de
Referência (TR) para o EIA/RIMA a ser realizado.
• Assim, a elaboração do EIA/RIMA segue a seguinte seqüência:

• Nos casos em que há dispensa de elaboração do EIA/RIMA, a partir do


Relatório Ambiental Preliminar (RAP), parte-se diretamente para o
Licenciamento Ambiental.
• A partir de 1994, no Estado de São Paulo, a Resolução SMA 42/94, da
Secretaria do Meio Ambiente, normatizou os procedimentos para
Licenciamento Ambiental, instituindo 02 instrumentos preliminares ao
EIA/RIMA: o RAP e o TR
• RAP = Relatório Ambiental Preliminar
• Primeiro documento para o Licenciamento Ambiental;
• Objetiva instrumentalizar a decisão do órgão ambiental quanto à exigência
ou dispensa do EIA/RIMA, para obtenção de Licença Prévia (LP);
• TR = Termo de Referência
• Nos casos de exigência de EIA/RIMA, o Relatório Ambiental Preliminar
(RAP), junto com outros instrumentos, subsidia a elaboração do Termo de
Referência (TR) para o EIA/RIMA a ser realizado.
• Assim, a elaboração do EIA/RIMA segue a seguinte seqüência:

• Nos casos em que há dispensa de elaboração do EIA/RIMA, a partir do


Relatório Ambiental Preliminar (RAP), parte-se diretamente para o
Licenciamento Ambiental.
O próximo passo é requerer a licença ambiental mediante a
apresentação dos documentos requeridos, dando-lhes a
publicidade exigida por lei.

Em seguida, é a vez do órgão ambiental analisar os


projetos, estudos e relatórios entregues, bem como
realizar vistorias técnicas quando necessário. Depois da
análise, a comissão pode pedir esclarecimentos ou
documentos complementares, se julgar insatisfatório o
conteúdo encaminhado.
*** para os casos mais polêmicos, é preciso realizar
audiências públicas (proponentes responderão dúvidas das
partes interessadas e do órgão ambiental)

Conforme o andamento do processo, o poder público


poderá expedir três modalidades de licença ambiental,
como mostra a Figura 3.
• Nos casos em que o licenciamento está bem
encaminhado, o órgão ambiental pode conceder a licença
prévia (LP): documento que aprova a localização e a
concepção do planejamento ainda em sua fase preliminar.

Em outras palavras, liberar a LP significa atestar a viabilidade


ambiental do projeto. O proponente não pode se acomodar: o órgão
costuma emitir uma série de ajustes e requisitos mínimos para o bom
andamento das fases seguintes.
• Se tudo correr bem, o empreendedor receberá a licença
de instalação (LI).

Essa licença autoriza a instalação das atividades,


desde que contempladas as especificações previstas nos
estudos, relatórios e projetos aprovados.

• Após verificar o cumprimento das exigências, o órgão


ambiental pode deferir o pedido, liberando a licença de
operação (LO).

Com esse documento em mãos, o empresário já


pode “colocar a mão na massa” e dar início ao
funcionamento das atividades.
• A partir do EIA/RIMA (exigido pelo órgão ambiental com base no RAP) ou
do RAP (quando o órgão ambiental dispensou a elaboração do EIA/RIMA),
busca-se a obtenção das Licenças Ambientais.
• Desta forma, no Estado de São Paulo, para a obtenção das licenças
ambientais (LP, LI e LO), o empreendedor deverá seguir a seguinte
seqüência de elaboração de documentos.

• No Estado de São Paulo foram definidas 3 etapas para o Licenciamento


Ambiental (Resolução SMA 42/94). Outros estados também utilizam
procedimento semelhante, como por exemplo o Rio de Janeiro.

• 1ª ETAPA
• Licença Prévia = LP
• 2ª ETAPA
• Licença de Instalação = LI
• 3ª ETAPA
• Licença de Operação = LF ou LO
• A Licença Prévia (LP) no Decreto 88.351/83 é conceituada como a licença
obtida "na fase preliminar do planejamento da atividade, contendo
requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização,
instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais e
federais do uso do solo" (Machado, 1995). Portanto, a obtenção de LP
assume o significado de viabilidade do empreendimento na área
pretendida.

• A Licença de Instalação (LI) autoriza a implantação do empreendimento e


dispõe sobre as especificações que devem ser seguidas, de acordo com o
projeto apresentado, ou seja, nessa fase o requerente pode construir as
instalações do empreendimento e as obras de contenção de impactos
ambientais, adotando as medidas iniciais de recuperação.

• A Licença de Funcionamento (LF) ou Operação (LO), como o própria


nome indica, autoriza a operação do empreendimento, sendo somente
fornecida após vistoria do órgão fiscalizador responsável, dependendo
se todas a exigências do referido órgão descritas na LI foram cumpridas
pelo empreendedor.
• Mesmo com a LO o empreendimento fica sujeito a fiscalização e a
possíveis sanções, caso não forem cumpridas as especificações técnicas
do projeto e as exigências do órgão público responsável.
• CERTOS CASOS DE EXTRAÇÃO DE MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO DISPENSAM O EIA/RIMA E PREVÊEM A
APRESENTAÇÃO DE:
• RCA (Relatório de Controle Ambiental);
• PCA (Plano de Controle Ambiental),
• PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas).
• Tais documentos atendem às necessidades de empreendimentos
mineiros de pequeno e médio portes, dados que não necessitam de
um trabalho tão denso e detalhado como o EIA/RIMA.
• O RCA e o PCA são documentos que caracterizam o
empreendimento desde o meio físico, biológico e sócio-econômico
em termos regionais até em termos locais, além de detalhar as
atividades que serão desenvolvidas pelo empreendedor.
• Já o PRAD é o plano que vai qualificar os impactos ambientais
causados pelo empreendimento e indicar quais atividades devem
ser desenvolvidas para a recuperação da área, mostrando as
medidas mitigadoras que devem ser realizadas para a diminuição
desses impactos.
Validade do Licenciamento
Resolução CONAMA n.º 237/1997 estabeleceu prazos
de validade para o licenciamento, o que, na prática, tornou
compulsória a avaliação contínua do empreendimento. De
acordo com o artigo 18 da norma, cabe ao órgão ambiental
estabelecer a vida útil da licença, desde que respeitados os
prazos mínimos e máximos.

Antes que faltem 120 dias para a expiração da


licença, o empresário deve procurar novamente o órgão
ambiental e solicitar a sua renovação.
Se julgar necessário, o órgão público pode fazer novas
exigências no ato de renovação, cobrando outros ajustes por parte
dos proponentes. Aliás, de acordo com o artigo 19 da Resolução do
CONAMA n.º 237/1997, a licença pode ser suspensa ou até cancelada
quando forem identificados os seguintes cenários:

 violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas


legais;
 omissão ou falsa descrição de informações relevantes que
subsidiaram a expedição da licença;
 superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.
Pontos importantes
 Entende-se por impacto ambiental qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas.

 O EIA é composto por um conjunto de mecanismos que ajudam a


monitorar os efeitos das atividades humanas sobre o meio ambiente.
Em geral, a elaboração do EIA antecede a execução do projeto,
estimando as possíveis implicações imediatas ou futuras da
realização de empreendimentos com elevado potencial de degradação
ambiental.

 De acordo com a Resolução n.º 1/1986 do CONAMA, o EIA deve se


dividir em quatro etapas principais: 1) avaliação das alternativas
tecnológicas e de localização; 2) identificação dos impactos
ambientais durante as fases de implantação e operação; 3) delimitação
da área de influência; e 4) análise dos programas governamentais para
a região, de modo que o projeto se compatibilize com os planos
públicos.
 O RIMA é um dos instrumentos do EIA: a equipe responsável por
sua elaboração deve considerar todos os componentes do estudo de
impacto ambiental para emitir seu parecer final sobre a viabilidade do
projeto.

 Existem três modalidades de licença ambiental: licença prévia, de


instalação e de operação.

 Só as atividades com potencial poluidor elevado precisam se


submeter ao processo de licenciamento. A Resolução do CONAMA
n.º 1/1986 oferece alguns exemplos de tais atividades.

Você também pode gostar