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28/08/2023 19:59 Estudos Ambientais

Estudos Ambientais
Prof.ª Rosangela Amado, Prof.ª Vânia Valéria Ferreira

Descrição

A compreensão e o entendimento do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) por meio da legislação


brasileira ambiental vigente.

Propósito

Apresentar os fundamentos do EIA, sua natureza jurídica, principais características e sua


importância como instrumento de promoção e preservação do meio ambiente ecologicamente
equilibrado, expresso na Constituição Federal de 1988 (CF/1988).

Preparação

Para estudar este conteúdo e realizar as tarefas da aula, tenha em mãos: papel, caneta e seu
smartphone.

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Objetivos

Módulo 1

Estudo de Impacto Ambiental


Reconhecer o Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

Módulo 2

Relatório de Impacto Ambiental

Reconhecer o relatório de impacto ambiental (RIMA).

Módulo 3

Auditoria Ambiental Compulsória


Descrever a auditoria ambiental compulsória.

meeting_room
Introdução
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Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo e entenda sobre os estudos ambientais.

1 - Estudo de Impacto Ambiental


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o estudo de impacto ambiental
(EIA).

Sobre o estudo do impacto ambiental

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Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre o estudo do impacto ambiental.

Política Nacional ao meio ambiente – PNMA


Para a realização de atividades econômicas que necessariamente envolvem a utilização de
recursos ambientais, a legislação brasileira impõe aos empreendedores a apresentação da
Avaliação de Impacto Ambiental – AIA e Estudo do Impacto Ambiental – EIA, causados pelas
atividades que desejam realizar. Essa exigência de apresentação de estudos ambientais e do RIMA
destina-se a verificar a viabilidade ambiental do empreendimento a ser instalado ou operado, com o
objetivo de prevenir danos ambientais e mitigar os impactos ambientais, que são naturalmente
inevitáveis quando se exercem determinadas atividades econômicas.

O Brasil publicou, no ano 1981, a primeira lei (Lei nº 6.938/1981) de âmbito federal, que trata da
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e questões relacionadas com o meio ambiente. As
principais orientações relacionadas com as questões ambientais no país estão contidas no art. 9º
dessa lei.

Por meio da PNMA, foram inseridos no contexto legislativo do país dois instrumentos de extrema
importância: a avaliação de impacto ambiental (AIA) e o licenciamento ambiental. Ambos foram
criados com os objetivos de preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental propícia à vida,
visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade humana, segundo a própria lei.

Contudo, foi somente após cerca de cinco anos da publicação da PNMA – período no qual foram
vivenciadas inúmeras experiências em que se enfrentaram grandes dificuldades em relação ao
licenciamento ambiental, pela falta de prática na avaliação de impactos ambientais e no próprio
processo de licenciamento – que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) definiu de que
modo deveria ser realizada a avaliação de impactos ambientais, criando duas novas exigências, o
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente (RIMA).
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valiação de Impacto Ambiental (AIA)


A AIA é um estudo que apresenta caráter não somente qualitativo, mas também quantitativo. É feita
objetivando avaliar de que maneira os recursos naturais serão utilizados pelas atividades consideradas
modificadoras do meio ambiente. É um instrumento de decisão para a aprovação de atividades,
projetos e até mesmo de leis, programas e planos, sendo amplamente utilizado não só no Brasil, mas
também em todo o mundo.

onama
Órgão criado pela Lei nº 6.938/1981, por meio da Resolução Conama nº 001/1986.

Resumindo

A Resolução Conama nº 001/1986 não só definiu em que consistia cada um deles, mas também
estabeleceu a relação das atividades para as quais sua exigência tornou-se obrigatória. Em outras
palavras, definiu as diretrizes que guiariam a elaboração do EIA, estabelecendo quem precisaria
realizar o estudo, assim como o que deveria ser abordado nele. A partir de então, passou a
depender da autorização prévia a aprovação do EIA/RIMA pela autoridade ambiental local,
mediante procedimentos regulamentados para a concessão da licença ambiental.

Mas o que é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)?


O EIA é um dos principais instrumentos utilizados para o planejamento, a avaliação do impacto e a
delimitação de área de influência no que se refere às questões ambientais. Ele não só determina os
possíveis impactos ao meio ambiente, como também os mecanismos de compensação e
mitigação dos possíveis danos resultantes da implantação de atividades ou empreendimentos que
tenham potencial para poluir e degradar o meio ambiente.

IA
Segundo a Resolução Conama nº 001/1986, o EIA é um documento que contém um estudo bem
aprofundado e detalhado, relatando todos os possíveis impactos ambientais que possam vir a ser
causados ao meio ambiente por atividades ou serviços, provocando sua degradação.

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No sistema de licenciamento brasileiro, os principais tipos de licença são:

Licença prévia (LP) expand_more

Cuja concessão ocorre na fase inicial do empreendimento.

Licença de instalação (LI) expand_more

Autoriza a instalação do empreendimento, atividade ou obra.

Licença de operação (LO) expand_more

Autoriza a operação da atividade, obra ou empreendimento.

O EIA está vinculado diretamente à LP, visto que se trata de um estudo prévio dos impactos que
poderão vir a ocorrer com a operação e/ou instalação de dado empreendimento.

Conforme determina a resolução citada, o EIA deve atender aos princípios e objetivos da Lei nº
6.938/1981 (PNMA), assim como às diretrizes gerais, apresentadas a seguir:

Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com


a hipótese de sua não execução.

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Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação


e operação da atividade.

Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos,
denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica
na qual se localiza.

Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de


influência do projeto, e sua compatibilidade.

Elaboração do EIA
Na elaboração do EIA, são necessários alguns requisitos mínimos, que giram em torno da
caracterização ambiental, econômica e social do empreendimento e daquilo que se encontrar ao
redor dele. Esses requisitos são apresentados a seguir.

Informações gerais expand_more

São descritas todas as informações gerais do empreendimento, como CNPJ da empresa,


tipo de atividades executadas, objetivos e justificativas para a implantação, entre outras.

Caracterização do empreendimento expand_more

Devem ser informadas a localização, a infraestrutura e a descrição dos processos


industriais a serem realizados, entre outras informações relacionadas com as
características específicas do empreendimento.

Área de influência expand_more

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Considera-se área de influência o mapeamento das áreas que estarão sujeitas, direta ou
indiretamente, aos possíveis impactos ambientais. Em outras palavras, é a área passível de
sofrer alterações em seus meios físico, biológico e/ou socioeconômico, como resultado da
implantação de uma atividade e/ou operação. São consideradas áreas de influência direta
(AID) todas as que poderão sofrer impacto direto, ou seja, ser diretamente afetadas. Já as
áreas de influência indireta (AII) são as que não serão diretamente afetadas, ou quando os
efeitos decorrentes do empreendimento são considerados menos significativos do que os
provocados nos territórios da AID.

Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto expand_more

São realizadas a descrição e a análise de todos os recursos ambientais e de suas interações


antes da implantação do projeto, levando-se em consideração:

O meio físico: devem ser avaliados a qualidade do ar, o clima, o subsolo, a topografia, os
recursos minerais, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as
correntes atmosféricas etc.

O meio biológico e os ecossistemas naturais: devem ser avaliadas a fauna e a flora, dando
sempre destaque às espécies que indicam a qualidade ambiental da área, as de valor
econômico e científico, as consideradas raras e as que estejam ameaçadas de extinção,
as áreas de preservação permanente etc.

O meio socioeconômico: deve ser avaliada a forma como são feitos o uso e a ocupação
do solo, bem como o uso da água, dando destaque aos sítios e monumentos
arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, além das relações de dependência
entre a comunidade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses
recursos. Também devem ser avaliados o número populacional e a descrição das vias de
transporte da região.

Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas expand_more

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Devem ser realizadas a identificação e a previsão da amplitude dos prováveis impactos


relevantes, classificando-se esses possíveis impactos em benéficos e adversos, indiretos e
diretos, imediatos e a médio e longo prazos, permanentes e temporários. É preciso avaliar
também se existe a possibilidade de reversibilidade do impacto, bem como a distribuição
dos ônus e benefícios sociais.

Medidas mitigatórias expand_more

Devem ser definidas todas as medidas mitigatórias dos impactos negativos, entre elas os
equipamentos de controle a serem utilizados e os sistemas de tratamento de despejos,
avaliando a eficiência de cada uma das medidas apresentadas. Vale a pena destacar que
uma das medidas mitigatórias fixadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é a destinação do valor mínimo de 0,5% dos custos
totais de instalação para que sejam aplicados em unidades de conservação (UC) ambiental.
Na verdade, essa medida é uma ação de compensação ambiental do impacto causado,
podendo ser substituída por outras alternativas que apresentem o mesmo caráter
compensatório.

Quem é responsável pela elaboração do EIA?


Em razão da grande complexidade do EIA, torna-se inviável que uma única pessoa realize o estudo.
São diferentes parâmetros que precisam ser avaliados e em diferentes áreas do conhecimento.
Assim, de acordo com o art. 7º da Resolução Conama nº 001/1986:

O EIA deve ser elaborado por equipe multidisciplinar, altamente qualificada e


devidamente habilitada, formada por profissionais que tenham cadastro
técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental, disposto

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pelo Ibama, sendo capaz de abordar os pontos mais importantes da atuação


da empresa ou serviço.

A equipe responsável pela elaboração do EIA não pode ser dependente direta ou indiretamente de
quem for o proponente do projeto, sendo responsável tecnicamente pelos resultados apresentados.
Sua definição depende das características do empreendimento, devendo também ser levado em
consideração o ambiente no qual a empresa ou o serviço será implantado. De maneira geral, é
comum que a equipe multidisciplinar seja formada por um engenheiro ambiental, um geólogo, um
biólogo e outros técnicos, dependendo sempre da natureza e do local da empresa ou serviço.

Comentário

É importante destacar que o acesso a esse estudo é limitado, respeitando o sigilo industrial.
Atualmente, existem várias empresas que trabalham especificamente na elaboração do EIA,
facilitando bastante todo o processo.

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Quais atividades necessitam elaborar o EIA?


De acordo com o art. 225, § 1º, inciso IV, da CF/1988, o EIA — a que se dará publicidade — é exigido
EIA na forma da lei para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente. A seguir, são relacionadas as atividades que necessitam realizar o
EIA:

Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento.

Aeroportos e ferrovias.

Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos.

Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão).

Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, como barragem para fins hidrelétricos
acima de 10MW, saneamento, irrigação.

Obras para abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos
d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias.

Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230kV.

Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW.

Extração de minério; oleodutos, gasodutos e esgotos sanitários.

Aterros sanitários, processamento e “destino final” de resíduos tóxicos ou perigosos.

Complexo, unidades industriais e agroindustriais (siderúrgicos, cloroquímicos, petroquímicos,


destilarias de álcool, extração e cultivo de recursos hídricos).

Distritos industriais e zonas estritamente industriais (ZEI).

Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100ha ou menores.

Atividades que utilizam carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade superior a
dez toneladas por dia.

Projetos agropecuários com áreas acima de 1.000ha ou menores.

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Projetos urbanísticos acima de 100ha ou em áreas consideradas de relevante interesse


ambiental, a critério da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e dos órgãos municipais e estaduais
competentes.
Atenção!
Vale a pena ressaltar que existem atividades que não necessitam realizar o EIA. De qualquer
maneira, o órgão competente para a liberação do licenciamento ambiental é que julgará, a partir de
uma triagem, se existe ou não a necessidade do estudo. Poderá ocorrer a solicitação de um estudo
de menor proporção, no formato básico do EIA, no qual constarão informações gerais, descrição do
empreendimento, área de influência, diagnóstico ambiental da área de influência, fatores
ambientais, qualidade ambiental, análise dos impactos ambientais, proposição das medidas
mitigadoras e programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais,
basicamente.

Quem é responsável pela fiscalização do


cumprimento do EIA?
A fiscalização do EIA está associada ao licenciamento ambiental em três esferas.

Primeira esfera expand_more

A primeira esfera é a federal, que é de responsabilidade do Ibama. Nesse caso, o


empreendimento em questão deverá influenciar para além das fronteiras do estado onde
ocorrerá sua implantação, envolvendo o licenciamento de grandes projetos. Como exemplos
de atividades de responsabilidade do Ibama, podemos citar as do setor petrolífero e gás
natural na plataforma continental e as que envolvem radioatividade.

Segunda esfera expand_more

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A segunda esfera é a estadual, que está relacionada com as atividades cujos impactos
possam ultrapassar mais de um município do mesmo estado. São controladas por órgãos
estaduais, sendo também da competência estadual a fiscalização de atividades ou
empreendimentos localizados ou desenvolvidos em UC instituídas pelo estado, com
exceção daquelas em áreas de proteção ambiental (APA). No estado do Rio de Janeiro, por
exemplo, é o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Terceira esfera expand_more

A terceira esfera é a municipal. Nesse caso, só poderá haver atuação sobre as atividades se
os impactos se restringirem a seu território e se os municípios tiverem um conselho
municipal de meio ambiente e profissionais habilitados. A inexistência de órgão ambiental
capacitado ou de conselho municipal de meio ambiente ativo levará à instauração da
competência supletiva do estado para o desempenho das ações administrativas municipais,
até sua criação e pleno funcionamento. No município do Rio de Janeiro, por exemplo, é a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smac).

Vale a pena ressaltar que, embora possam existir exceções, o processo de licenciamento
não pode ser conduzido por mais de um órgão. Nenhum empreendimento está sujeito a se
licenciar em mais de uma instância.

A imagem a seguir apresenta as diretrizes gerais para a elaboração do EIA, que dará origem
ao RIMA, a ser estudado no próximo módulo.

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Diretrizes gerais para a elaboração do EIA/RIMA.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Em relação ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA), está correto afirmar que:

O EIA deverá ser elaborado por equipe multidisciplinar contratada por quem
A
estiver solicitando a licença ambiental.

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B O EIA é um estudo exigido para toda e qualquer atividade ou serviço.

O EIA não precisa apresentar programa de acompanhamento e monitoramento


C
dos impactos.

D O EIA desenvolverá medidas mitigatórias dos impactos negativos.

O EIA será desenvolvido por equipe multidisciplinar de responsabilidade do


E
órgão ambiental competente.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Alguns requisitos mínimos, que dizem respeito à caracterização ambiental, econômica e social
do empreendimento, são exigidos na elaboração do EIA, entre os quais estão as medidas
mitigatórias dos impactos negativos.

Questão 2

Na elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), são necessários alguns requisitos


mínimos que giram em torno da caracterização ambiental, econômica e social do
empreendimento e daquilo que se encontra ao redor dele. Em relação a esses requisitos,
analise as afirmativas:

I) A área de influência corresponde ao mapeamento das áreas que estarão sujeitas, direta e
indiretamente, aos possíveis impactos ambientais.

II) No diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, serão considerados somente os


meios físicos e biológicos, não sendo relevantes os aspectos sociais.

III) No item relativo às informações gerais, devem constar CNPJ da empresa, tipo de atividades
executadas, objetivos e justificativas para a implantação, entre outras.

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IV) Na etapa correspondente à caracterização do empreendimento, devem ser informadas a


localização, a infraestrutura e a descrição dos processos industriais a serem realizados, entre
outras informações relacionadas com as características específicas do empreendimento.

Estão corretas:

A I, II e IV

B I, II e III

C II, III e IV

D I, III e IV

E Todas as afirmativas

Parabéns! A alternativa D está correta.

No diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, serão considerados os meios físicos


e biológicos, bem como os aspectos socioeconômicos.

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2 - Relatório de Impacto Ambiental


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o relatório de impacto
ambiental (RIMA).

Sobre o relatório de impacto do meio ambiental


(RIMA)
Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre o relatório de impacto do meio ambiental (RIMA).

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Conceituação e importância
O relatório de impacto ambiental (RIMA) é um documento de caráter público (acessível ao público
em geral), elaborado a partir do EIA (do qual pode ser considerado) que possui extrema
importância, pois confere transparência ao Estudo de Impacto Ambiental.

Deve ser enviado ao órgão ambiental competente, junto ao EIA, para análise e liberação do
licenciamento ambiental.

O RIMA precisa, obrigatoriamente, refletir as conclusões estabelecidas por meio do EIA, porém, ao
contrário deste, que utiliza uma linguagem altamente técnica, o RIMA deve ser escrito e
apresentado em linguagem simples, clara e objetiva.

Resumindo
Em outras palavras, o RIMA é um resumo em linguagem didática, clara e objetiva, que permite que
qualquer interessado tenha acesso às informações e possa exercer controle social.

Todas as informações contidas no EIA devem ser traduzidas para uma linguagem acessível,
devendo ser ilustradas por quadros, cartas, gráficos, mapas e outras formas de comunicação
visual, de maneira que se possam entender, com clareza, as vantagens e as desvantagens do
projeto, assim como as consequências ambientais decorrentes de sua implementação.

Apesar da diferença na forma de linguagem utilizada, uma vez que o RIMA é o reflexo do EIA, de
acordo com a Resolução Conama nº 001/1986, ele precisa ter um conteúdo mínimo. Veja a seguir:

Objetivos e justificativas do projeto e sua relação e compatibilidade com as políticas


setoriais, planos e programas governamentais.

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Descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando


para cada um deles, nas fases de construção e operação, a área de influência, as
matérias-primas, a mão de obra, as fontes de energia, os processos e as técnicas
operacionais, os prováveis efluentes, as emissões, os resíduos de energia, os
empregos diretos e indiretos a serem gerados.

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Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da


atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de
incidência dos impactos e indicando os métodos, as técnicas e os critérios adotados
para sua identificação, quantificação e interpretação.

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Descrição do efeito esperado das medidas mitigatórias previstas para os impactos


negativos, mencionando aqueles que não poderão ser evitados e o grau de alteração
esperado.

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Síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência


do projeto.

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Caracterização da qualidade ambiental futura, comparando as diferentes situações


da adoção do projeto e suas alternativas, bem como a hipótese de sua não
realização.

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Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos.

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Recomendação quanto à alternativa mais favorável.

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As atividades que precisam elaborar o RIMA são exatamente as mesmas que necessitam elaborar
o EIA. São elas:

Estradas de rodagem.

Ferrovias.

Portos e terminais de petróleo, minério e produtos químicos.

Aeroportos.

Oleodutos e gasodutos.

Troncos de esgotos sanitários.

Linhas de transmissão elétrica, acima de 230kV.


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Hidrelétricas, canais de navegação, drenagem e saneamento.

Extração de combustível fóssil.

Extração de minério.

Aterros sanitários.

Destinação de resíduos tóxicos.

Usinas de geração de eletricidade, acima de 10MW.

Indústrias.

Exploração florestal, acima de 100ha.

Projetos urbanísticos, acima de 100ha.

Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, acima de 10t.


Comentário
Após o órgão ambiental competente ter se pronunciado de forma conclusiva sobre seu conteúdo, o
RIMA deve ficar disponível para a análise por parte do público interessado, razão pela qual a
linguagem utilizada em sua elaboração precisa ser mais acessível. Os interessados têm um prazo
para se manifestarem, existindo a possibilidade de ser promovida uma audiência pública.

Audiência pública ambiental


A legislação ambiental determina que grandes projetos potencialmente causadores de impactos
socioambientais sejam precedidos de muitos estudos e de audiências públicas. A população a ser
impactada tem o direito de ser ouvida e de manifestar sua opinião contrária ao projeto, podendo
inclusive apresentar fatos e dados, que podem até mesmo vir a impedir a instalação do
empreendimento.

Segundo a Resolução Conama nº 09/1987, a audiência pública tem:

udiências públicas

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É uma das etapas do licenciamento ambiental que é extremamente importante, pois é nela que fica
garantida a participação popular no processo de aprovação de atividades que possam causar
impactos ao meio ambiente e que, consequentemente, estão sujeitas à elaboração do EIA/RIMA.

por finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise


(EIA) e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos
presentes as críticas e sugestões a respeito.

Veja, a seguir, o que é necessário para que ocorra uma audiência pública e quais são seus
resultados:

Consulta aos cidadãos afetados

Pode-se dizer, então, que se trata de uma oportunidade para que os cidadãos, direta e
indiretamente afetados pelo empreendimento, ou mesmo a comunidade possam
expor suas opiniões acerca do projeto. Porém, é preciso deixar claro que a audiência
pública tem caráter meramente consultivo, embora as críticas, os questionamentos e
até as sugestões sejam considerados na análise da equipe técnica responsável.

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Resultados da audiência pública

Na verdade, o resultado da audiência pública ambiental não pode ser desconsiderado


pelo órgão ambiental responsável por conceder a licença, que deverá levá-lo em
consideração nos motivos da decisão, rejeitando ou acolhendo os argumentos e os
documentos que forem nela produzidos, sob pena de invalidação judicial ou
administrativa.

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O que prevê a legislação

A legislação ambiental brasileira determina que o órgão ambiental competente pode


promover audiência pública quando for solicitada por alguma entidade civil, pelo
Ministério Público, por 50 ou mais cidadãos interessados ou quando julgar
necessário fazê-lo.

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O que é necessário para solicitar uma audiência pública

Existem algumas regras para a ocorrência da audiência pública, podendo-se destacar


aqui: o prazo para sua solicitação, que deve ser com antecedência mínima de 45
dias, e o fato de dever ser realizada em local que seja acessível a todos os
interessados. Além disso, deve ser dirigida pelo representante do órgão ambiental
responsável pelo licenciamento.

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Para que se possa destacar a importância da audiência pública no contexto do processo de


licenciamento ambiental, podemos citar um caso muito “famoso” de demora no processo de
licenciamento ambiental, ocorrido aqui no Brasil, que é a trajetória histórica da hidrelétrica de Belo
Monte, no rio Xingu, no Pará.

Desde o princípio, no ano 1975, esse empreendimento manteve-se sob uma ampla resistência, feita
por ambientalistas, movimentos sociais e representantes de populações atingidas pela obra,
principalmente a comunidade indígena da região. Somente em março de 2009, o EIA foi entregue
ao Ibama, porém, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), sem considerações sobre o
componente indígena.

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Ainda no ano 2009, ocorreram quatro audiências públicas, nas quais foram destacados obstáculos
como:

O fato de o local disponibilizado para as audiências ser distante das aldeias indígenas e de outras
comunidades envolvidas no processo.

O fato de a linguagem utilizada nas reuniões não ter sido previamente apropriada, tornando
impossíveis o entendimento do projeto e a devida compreensão do conteúdo relacionado com os
impactos ambientais e sociais que seriam causados pela da usina.

A existência de problemas na condução e na maneira de assegurar a participação e os direitos da


população atingida pelo empreendimento.

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Fato é que, de acordo com informações da Norte Energia, embora, no final de 2014, Belo Monte já
estivesse com 70% das obras concluídas, até meados de 2015 a empresa ainda não havia obtido a
LO.

Exemplo
Circunstâncias, como a apresentada, servem de exemplo para destacar a complexidade da
elaboração do EIA/RIMA. Porém, não se pode deixar de destacar aqui que a elaboração dos
estudos é condição essencial para que se cumpra a legislação e se consiga obter o licenciamento.

Roteiro para elaboração do EIA/RIMA


Veja a seguir o passo a passo elaborar o EIA/RIMA (BRAGA et al., 2005, p. 257).

1. Informações gerais expand_more

Identificar o empreendimento, incluindo:

✓ nome e razão social;

✓ endereço para correspondência; e

✓ inscrição estadual e CGC;

Apresentar o histórico do empreendimento.

Informar a nacionalidade de origem das tecnologias a serem empregadas.

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Apresentar informações gerais que identifiquem o porte do empreendimento.

Descrever os tipos de atividades a serem desenvolvidas, incluindo as principais e as


secundárias.

Fazer uma síntese dos objetivos do empreendimento e sua justificativa em termos de


importância no contexto econômico e social do país, da região, do estado e do município.

Informar a localização geográfica proposta para o empreendimento, apresentada em


mapa ou croqui, incluindo as vias de acesso e a bacia hidrográfica.

Prever das etapas de implantação do empreendimento.

Informar empreendimento(s) associado(s) e decorrente(s).

Compartilhar nome e endereço para contatos relativos ao EIA/RIMA.

2. Caracterização do empreendimento expand_more

Deve-se caracterizar o empreendimento, com suas fases de planejamento, implantação e


operação, com indicação detalhada de etapas e expansões, quando houver.

3. Área de influência expand_more

Apresentar a área de influência, com delimitação das áreas geográficas direta e


indiretamente afetadas pelos impactos, devidamente justificadas e mapeadas.

4. Diagnóstico ambiental da área de influência expand_more

Realizar o diagnóstico com a descrição e análise dos fatores ambientais e de suas


interações, por meio das variáveis que descrevem o estado ambiental, caracterizando a
qualidade ambiental — em um quadro sintético, no qual se expõem os fatores ambientais
físicos, biológicos e socioeconômicos, indicando os métodos adotados para sua análise,
com o objetivo de descrever as inter-relações entre os componentes bióticos, abióticos e

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antrópicos do sistema a ser afetado pelo empreendimento. Além desses fatores, deverão
ser identificadas as tendências evolutivas dos fatores importantes para caracterizar a
interferência do empreendimento — fatores ambientais —, como:

Meio físico

Clima e condições meteorológicas da área potencialmente atingida pelo empreendimento.

Qualidade do ar na região.

Níveis de ruído na região.

Formação geológica da área potencialmente atingida pelo empreendimento.

Formação geomorfológica da área potencialmente atingida pelo empreendimento.

Solos da região que serão potencialmente atingidos pelo empreendimento.

Recursos hídricos, sendo abordados hidrologia superficial, hidrologia, oceanografia física,


qualidade das águas e usos da água.

Meio Biológico

Os ecossistemas terrestres existentes na área de influência do empreendimento.

Os ecossistemas aquáticos existentes na área de influência do empreendimento.

Os ecossistemas de transição existentes na área de influência do empreendimento.

Meio Antrópico

Dinâmica populacional na área de influência do empreendimento.

Uso e ocupação do solo, com informações, em mapa, da área de influência do


empreendimento.

Nível de vida na área de influência do empreendimento.

Estrutura produtiva e de serviços.

Organização social na área de influência.

5. Análise dos impactos ambientais expand_more


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Identificação, valorização e interpretação dos prováveis impactos nas diferentes fases do


empreendimento, apresentadas sob as formas de “síntese conclusiva” e “descrição
detalhada” e analisadas segundo os impactos sejam:

Impactos benéficos e adversos.

Impactos diretos e indiretos.

Impactos benéficos e adversos.

Impactos temporários, permanentes e cíclicos.

Impactos imediatos e a médio e longo prazos.

Impactos reversíveis e irreversíveis.

Impactos locais, regionais e estratégicos.

6. Proposição de medidas mitigatórias expand_more

Classificadas quanto:

À natureza preventiva ou corretiva, avaliando inclusive a eficiência dos equipamentos de


controle de poluição em relação aos critérios de qualidade ambiental e aos padrões de
disposição de efluentes líquidos, emissões atmosféricas e resíduos sólidos.

À fase do empreendimento em que deverão ser adotadas.

Ao planejamento, à implantação, à operação e à desativação, bem como ao caso de


acidentes.

Ao fator ambiental a que se destinam: físico, biológico e socioeconômico.

Ao prazo de permanência de suas aplicações: curto, médio ou longo.

À responsabilidade pela implementação: empreendedor, Poder Público ou outros.

A seu custo.

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7. Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos expand_more

Incluindo-se, conforme o caso:

Indicação e justificativa dos parâmetros selecionados para a avaliação dos impactos


sobre cada um dos fatores ambientais considerados.

Indicação e justificativa da rede de amostragem, incluindo seu dimensionamento e


distribuição espacial.

Indicação e justificativa dos métodos de coleta e análise de amostras.

Indicação e justificativa da periodicidade de amostragem para cada parâmetro, segundo


os diversos fatores ambientais.

Indicação e justificativa dos métodos a serem empregados no processamento das


informações levantadas, visando retratar o quadro da evolução dos impactos ambientais
causados pelo empreendimento.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Em relação à audiência pública ambiental, é correto afirmar:

Tem caráter meramente consultivo, e as críticas, os questionamentos e as


A
sugestões não são considerados na análise da equipe técnica responsável.

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O órgão ambiental competente pode promover a audiência pública somente


B
quando for solicitado pelo Ministério Público.

O órgão ambiental competente pode promover a audiência pública somente


C
quando for solicitado com antecedência mínima de 60 dias.

O local no qual for realizada não precisa necessariamente ser acessível a todos
D
os interessados.

Segundo a Resolução Conama nº 09/1987, tem por finalidade expor aos


interessados o conteúdo do produto em análise (Estudo de Impacto Ambiental
E – EIA) e de seu referido Relatório de Impacto do Meio Ambiente (Rima),
dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a
respeito.

Parabéns! A alternativa E está correta.

A audiência pública é uma das etapas do licenciamento ambiental que é extremamente


importante, pois é nela que fica garantida a participação popular no processo de aprovação de
atividades que possam causar impactos ao meio ambiente e que, consequentemente, estão
sujeitas à elaboração do EIA/Rima.

Questão 2

O Relatório de Impacto do Meio Ambiente (Rima) é um documento elaborado a partir do


Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que deve ser enviado ao órgão ambiental competente,
juntamente com o EIA, para análise e liberação do licenciamento ambiental. Em relação ao
Rima, avalie as afirmativas:

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I) É um documento de caráter público, ou seja, acessível ao público em geral, sendo um resumo


do EIA.

II) Utiliza uma linguagem técnica, para dar conhecimento ao público de todas as informações
constantes no EIA.

III) As atividades que precisam elaborar o Rima são as mesmas que necessitam elaborar o EIA.

IV) Tem que, obrigatoriamente, refletir as conclusões estabelecidas por meio do EIA.

Estão corretas as afirmativas:

A I, II e III

B I, II e IV

C I, III e IV

D II, III e IV

E I, II, III e IV

Parabéns! A alternativa C está correta.

Trata-se de um documento público e de fácil acesso, por conta disso, deve ser escrito em
linguagem simples, buscando atingir o máximo possível de público. Em relação às atividades,
não há com o que se preocupar, pois as atividades que compõem o Rima são algumas das que
compõem o EIA. Além disso, o Rima é projetado para refletir as conclusões acerca do EIA.

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3 - Auditoria ambiental compulsória


Ao final deste módulo, você será capaz de descrever a auditoria ambiental
compulsória.

Sobre a auditoria ambiental compulsória


Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre a auditoria ambiental compulsória.

A relação entre o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente nunca foi fácil. A


necessidade do crescimento econômico vem servindo de justificativa para a poluição e a
degradação ambiental dos recursos naturais. Entretanto, a preocupação com os impactos
negativos resultantes da produção de bens de consumo e/ou serviços vem crescendo. A sociedade
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hoje, protagonista na defesa do meio ambiente, está atuando em prol dos efeitos ambientais
proporcionados por essa produção.

Por essa razão e porque, atualmente, a legislação ambiental está a cada dia
mais uniforme e exigente, o ambiente empresarial vem passando por
mudanças. A sobrevivência das organizações no cenário atual depende de
sua competitividade, assim como da relação entre meio ambiente e
desenvolvimento, que constituem fatores que conduzem as empresas a
investir em auditoria ambiental, com o objetivo de saber se a atividade está
sendo desenvolvida de maneira adequada ou não.

Origem da auditoria ambiental


A auditoria ambiental surgiu no final da década de 1970 nos Estados Unidos com a realização de
auditorias voluntárias e tinha como objetivo principal verificar o cumprimento da legislação.
Contudo, como descreve Sales (2001, p. 25):

Apesar de haver alguma controvérsia na literatura norte-americana a respeito do início dos


primeiros programas de auditoria ambiental, alguns trabalhos indicam que a auditoria ambiental já
estava sendo praticada voluntariamente naquele país por alguma grande corporação.

1989

Em Paris, na França, o UN Environmental Programme/Industry and Environment


Office (Unep/IEO) realiza conferência para debater o conceito e a prática da auditoria
ambiental. Entre os assuntos abordados, enfatizou-se a importância da defesa da
voluntariedade da auditoria ambiental, sob três argumentos.

Três argumentos

A auditoria ambiental compulsória poderia perturbar o relacionamento entre auditores e auditados,


e informações importantes seriam omitidas.

A dit i bi t l i lé d d
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A auditoria ambiental vai além da adequação a leis e regulamentos, e dessa forma envolve

informações estratégicas sobre as operações das empresas.

A regulamentação da auditoria ambiental poderia inibir seu desenvolvimento (adaptado de SALES,

2001, p. 36-37).

1991

Ocorre a criação do Strategic Advisory Group on Environment (SEGA), e, a partir daí, a


auditoria ambiental começou a ser discutida internacionalmente.

1994

A auditoria ambiental ganha força em todo o planeta, quando foram divulgados os


projetos de norma dentro da série ISO 14000.

No Brasil, o tema surgiu com a publicação da Lei nº 1.898/1991, no estado do Rio de Janeiro, que
estabeleceu que os órgãos governamentais estaduais encarregados da implementação das
políticas de proteção ao meio ambiente poderiam estabelecer a realização de auditorias periódicas
ou ocasionais. Já em 1996, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) apresentou as
NBR ISO 14010, 14011 e 14012, todas relacionadas com a auditoria ambiental. O fato é que, desde
1980, as auditorias ambientais são utilizadas como ferramenta gerencial no ambiente empresarial,
na busca da sobrevivência das organizações no mercado atual.

Definição de auditoria
Muito confundida com algo que “busca culpados”, a palavra auditoria vem do latim auditore, que
tem como significado “aquele que ouve”. Na área ambiental, a auditoria tem como objetivo verificar

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se determinado empreendimento ou atividade está de acordo com o estabelecido pela legislação


ambiental.

Segundo La Rovere et al. (2003), auditoria ambiental é definida como uma ferramenta que
possibilita um “retrato” instantâneo do processo produtivo. Kuhre (1996) conceitua auditoria
ambiental como “um processo sistemático para obter, avaliar e reportar fatos de conformidades ou
não conformidades ambientais de acordo com algum critério definido previamente”.

Para a norma ISO 14.010, auditoria ambiental é

[…] um processo sistemático e documentado de verificação, realizado


para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências de auditorias para
determinar se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições
ambientais especificados, ou as informações relacionadas a estes estão
em conformidade com os critérios de auditoria, e para comunicar os
resultados deste processo ao cliente (KUHRE, 1996).

O fato é que auditorias bem-conduzidas tornam-se uma excelente ferramenta gerencial, pois
permitem aos gestores a constatação efetiva do nível de conformidade da atividade, ou ainda a
identificação dos pontos fortes e fracos de determinado processo ou organização em relação ao
meio ambiente.

Resumindo
Pode-se concluir que a auditoria é uma ferramenta de gestão que, por meio de um processo
sistemático, documentado e periódico, visa analisar evidências encontradas com o objetivo de
atestar a conformidade ou a não conformidade de um padrão adotado como referência. É
importante destacar que a auditoria não é punitiva, não podendo ser interpretada como uma forma
de fiscalização.

O que é importante saber sobre auditoria ambiental?

Principais benefícios da auditoria ambiental expand_more

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Redução de conflitos com órgãos ambientais.

Redução de conflitos com stakeholders e stockholders.

Redução de custos de multas.

Priorização de investimentos.

Desvantagens (D’AVIGNON; LA ROVERE, 2001) expand_more

Necessidade de recursos adicionais para financiar o programa de auditoria.

Possibilidade de gastos inesperados com a correção de não conformidades detectadas


pela auditoria ambiental.

Indicação de falsa segurança quanto aos riscos ambientais, no caso de auditorias


realizadas por auditores inexperientes e/ou não concluídas.

Possibilidade de pressão de órgãos governamentais e grupos ambientais para


apresentação dos resultados da auditoria.

As motivações para a auditoria ambiental expand_more

Conformidade legal: cumprimento da lei e das decisões de entidades regulamentadoras


em relação ao arcabouço legal.

Responsabilidade ambiental: identificação dos perigos e dos riscos ambientais que


resultam em responsabilidade civil, administrativa e criminal.

Desenvolvimento de política ambiental corporativa: mapeamento dos aspectos e dos


impactos para a elaboração de uma política orientada para ações.

Vantagens competitivas: auxílio ao planejamento por meio do benchmarking para as


melhores práticas do setor.

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Utilização dos recursos: racionalização dos custos por meio de atividades de redução,
reaproveitamento e reciclagem de insumos e matéria-prima.

Classificação das auditorias


Há alguns tipos de auditorias ambientais que variam de acordo com as técnicas e as metodologias
adotadas, em função do escopo definido pela empresa que será auditada. Entretanto, a
classificação mais utilizada está relacionada com os objetivos da auditoria, ou seja, auditoria de
primeira, de segunda ou de terceira parte.

Auditoria de primeira parte expand_more

Geralmente requisitadas pela alta administração, as auditorias de primeira parte são


realizadas pelo fabricante ou pelo fornecedor. É uma iniciativa da própria empresa, com o
objetivo de melhorar a eficiência. Por envolver os colaboradores, familiarizados com a
cultura e os processos da empresa, a auditoria de primeira parte é um importante processo
de gestão ambiental nas organizações. É importante destacar que os colaboradores que
vão auditar devem ser independentes das funções que estiverem auditando, diferentes da
área de atuação, para não proporcionar uma análise equivocada, sanções ou até mesmo
punições.

Auditoria de segunda parte expand_more

Realizada por organizações externas, mas que tenham interesse na empresa, a auditoria
ambiental de segunda parte é realizada por uma equipe com membros ou representantes de
partes interessadas nos aspectos ambientais da organização auditada. Tem como objetivo
exercer pressão para melhorar o desempenho ambiental em relação à cadeia produtiva.

Auditoria de terceira parte expand_more

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É realizada por meio de uma instituição independente, empresa de auditoria ou auditor


especialista, que não tem interesse na comercialização do produto. Comumente, ela
acontece quando existem as auditorias de certificação dos sistemas de gestão ambiental
pela norma NBR ISO 14.001.

Existem outros tipos de auditoria, como:

Auditoria de desempenho ambiental

Analisa os indicadores de desempenho dos aspectos ambientais da atividade.

Auditoria de Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

São utilizadas para verificar se as atividades de gestão ambiental estão em conformidade ou não
conformidade com a documentação pertinente e se estão de acordo com a política da empresa.

Auditoria de certificação

Conduzida por uma organização independente e credenciada, a auditoria de certificação ocorre


quando a organização é auditada com base nos princípios estabelecidos pelas normas nas quais
ela deseja se certificar. Como exemplo, a auditoria de certificação ambiental pela série de normas
NBR ISO 14.000.

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Auditoria de descomissionamento

Ocorre quando determinada atividade com alto potencial poluidor é encerrada. Tem como
principal objetivo verificar se o local não apresenta riscos futuros tanto ao meio ambiente quanto
à população.

Auditoria de responsabilidade

Também conhecida como due diligence, é utilizada em operações de fusão ou de aquisição. A


referida auditoria tem como motivação evitar que se assuma a responsabilidade por riscos
ambientais em potencial ou por algum passivo ambiental.

Contudo, o principal objetivo deste módulo é estudar a auditoria compulsória, já que no anterior
foram abordados os conceitos do EIA/RIMA.

Auditoria ambiental compulsória


Por auditoria ambiental compulsória, entende-se aquela que é obrigatória por força de leis ou
normas. A Resolução nº 21/2010 do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Conema) define
auditoria ambiental como:

[…] processo sistemático de verificação, documentado e independente,


nas modalidades Auditoria Ambiental de Controle e Auditoria Ambiental
de Acompanhamento, executado para obter evidências e avaliá-las
objetivamente, para determinar a extensão na qual os critérios de

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auditoria estabelecidos nesta Diretriz são atendidos e os resultados


comunicados.

Essa diretriz, determinada como DZ-056-R.3, Diretriz para Realização de Auditoria Ambiental, no
estado do Rio de Janeiro, estabelece as responsabilidades, os procedimentos e os critérios
técnicos para a realização de auditorias ambientais, como instrumento do sistema de
licenciamento ambiental. Também conceitua a auditoria ambiental de controle como aquela
“realizada normalmente a cada requerimento ou renovação de licença ambiental, para verificação
detalhada do desempenho ambiental da organização em operação, com base em conformidade
legal e em suas políticas e práticas de controle”.

Já por auditoria ambiental de acompanhamento, segundo a diretriz citada, entende-se a

[…] realizada a cada ano, com ênfase no acompanhamento do Plano de


Ação da última auditoria ambiental, complementando-o com novas
medidas advindas de eventuais exigências do órgão ambiental,
alterações significativas nos aspectos e impactos ambientais e
mudanças em processo, entre outros.

(RESOLUÇÃO Nº 21/2010)

Sintetizando, segundo a Diretriz DZ-056-R-3, a auditoria de controle é realizada a cada requerimento


ou renovação de licença ambiental e tem como propósito verificar minuciosamente o desempenho
ambiental da empresa, enquanto a auditoria de acompanhamento é realizada anualmente, com
base no plano de ação elaborado na última auditoria ambiental.

Resumindo
A auditoria compulsória avalia se a organização está adequada às leis e às normas ambientais
aplicáveis à sua atividade. Geralmente, é um processo utilizado como preparativo para o
requerimento de licenças ambientais ou para prevenir penalidades pelo não atendimento à
legislação ambiental, em âmbito federal, estadual ou municipal, ou ainda pelo não atendimento a
padrões corporativos, normas e outros. Como exemplo, podemos citar o processo de licenciamento
que pode decorrer de normas federais, como a Resolução Conama nº 306/2002, que trata de
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auditorias para portos organizados e instalações portuárias, plataformas e suas instalações de


apoio e refinarias, estaduais ou municipais.

O que é necessário para a realização de uma


auditoria ambiental compulsória?
O Conama, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938/1981,
regulamentada pelo Decreto nº 99.274/1990, alterado pelo Decreto nº 3.942/2001 , tendo em vista
o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº 168/2006, resolve: “Art. 4º As auditorias
ambientais devem envolver análise das evidências objetivas que permitam determinar se a
instalação do empreendedor auditado atende aos critérios estabelecidos nesta Resolução, na
legislação ambiental vigente e no licenciamento ambiental.”

Ainda dispõe sobre os requisitos mínimos para a realização de auditoria ambiental, que são:

Quanto ao cumprimento da legislação ambiental aplicável expand_more

I. a identificação da legislação ambiental federal, estadual e municipal, bem como das


normas ambientais vigentes aplicáveis à instalação da organização auditada.

II. a verificação da conformidade da instalação da organização auditada com as leis e


normas ambientais vigentes.

III. a identificação da existência e da validade das licenças ambientais.

IV. a verificação do cumprimento das condições estabelecidas nas licenças ambientais.

V. a identificação da existência dos acordos e compromissos, tais como termos de


compromisso ambiental e/ou termos de ajustamento de conduta ambiental e eventuais
planos de ação definidos na resolução.

VI. a verificação do cumprimento das obrigações assumidas no que se refere ao item V.

Quanto à avaliação do desempenho da gestão ambiental expand_more


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I. a verificação da existência de uma política ambiental documentada, implementada,


mantida e difundida a todas as pessoas que estejam trabalhando na instalação auditada,
incluindo funcionários de empresas terceirizadas.

II. a verificação da adequabilidade da política ambiental com relação à natureza, à escala e


aos impactos ambientais da instalação auditada, bem como quanto ao comprometimento
desta com a prevenção da poluição, com a melhoria contínua e com o atendimento da
legislação ambiental aplicável.

III. a verificação da existência e da implementação de procedimentos que propiciem a


identificação e o acesso à legislação ambiental e outros requisitos aplicáveis.

IV. a identificação e o atendimento dos objetivos e das metas ambientais das instalações e
a verificação se eles levam em conta a legislação ambiental e o princípio da prevenção da
poluição, quando aplicável.

V. a verificação da existência e da implementação de procedimentos para identificar os


aspectos ambientais significativos de atividades, produtos e serviços, bem como sua
adequação.

VI. a verificação da existência e da implementação de procedimentos e registros da


operação e da manutenção de atividades/equipamentos relacionados com os aspectos
ambientais significativos.

VII. a identificação e a implementação de planos de inspeções técnicas para avaliação das


condições de operação e manutenção das instalações e dos equipamentos relacionados
com os aspectos ambientais significativos.

VIII. a identificação e a implementação dos procedimentos para comunicação interna e


externa com as partes interessadas.

IX. a verificação dos registros de monitoramento e medições das fontes de emissões para o
meio ambiente ou para os sistemas de coleta e tratamento de efluentes sólidos, líquidos e
gasosos.

X. a existência de análises de risco atualizadas da instalação.

XI. a existência de planos de gerenciamento de riscos.

XII. a existência de plano de emergência individual e registro dos treinamentos e simulações


por ele previstos.

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XIII. a verificação dos registros de ocorrência de acidentes.

XIV. a verificação da existência e da implementação de mecanismos e registros para a


análise crítica periódica do desempenho ambiental e do sistema de auditorias internas.

XV. a verificação da existência de definição de responsabilidades relativas aos aspectos


ambientais significativos.

XVI. a existência de registros da capacitação do pessoal, cujas tarefas possam resultar em


impacto significativo sobre o meio ambiente.

XVII. a existência de mecanismos de controle de documentos.

XVIII. a existência de procedimentos e registros na ocorrência de não conformidades


ambientais.

XIX. a verificação das condições de manipulação, estocagem e transporte de produtos que


possam causar danos ao meio ambiente.

Nesta parte do estudo, você pode estar se perguntando: quem deverá realizar a auditoria ambiental
compulsória?

Em linhas gerais, deve ser feita pelas empresas que, ao realizarem suas atividades, podem causar
um considerável impacto negativo no meio ambiente. O estabelecido na Diretriz DZ-056-R-3 é que,
obrigatoriamente, elas deverão realizar auditorias ambientais periódicas anuais as organizações de
classes 4, 5, 6, de acordo com a tabela de classificação dos empreendimentos/atividades do
Decreto Estadual nº 42.159/2009, das seguintes tipologias, entre outras:

I. refinarias, dutos e terminais de petróleo e seus derivados.

II. instalações portuárias.

III. instalações aeroviárias (aeroportos, aeródromos, aeroclubes).

IV. instalações destinadas à estocagem de substâncias tóxicas e perigosas.

V. instalações de processamento e disposição final de resíduos tóxicos e perigosos.

VI. unidades de geração de energia elétrica a partir de fontes térmicas.

VII. instalações de tratamento e sistemas de disposição final de esgotos domésticos.

VIII. indústrias petroquímicas e siderúrgicas.


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IX. indústrias químicas e metalúrgicas.

X. instalações de processamento, recuperação e sistemas de destinação final de resíduos urbanos


radioativos.

XI. atividades de extração mineral, exceto dos bens minerais de aplicação direta na construção civil.

XII. atividades de beneficiamento de bem mineral.

XIII. instalações de tratamento de efluentes líquidos de terceiros.

XIV. instalações hoteleiras de grande porte.

XV. indústrias farmacêuticas e de produtos veterinários.

XVI. indústrias têxteis com tingimento.

XVII. produção de álcool e açúcar.

XVIII. estaleiros.

XIX. demais atividades com potencial poluidor alto, a critério do órgão ambiental.

Ainda seguindo a diretriz, os empreendimentos que desejarem abrir requerimento de renovação e


prorrogação da LO e da licença de operação e recuperação (LOR) e de averbação decorrente de sua
ampliação devem realizar auditorias ambientais, além de possuir um PPRA implementado. Cabe
ressaltar que é de suma importância que os empreendedores verifiquem se sua atividade está
sujeita à exigência de realização da auditoria ambiental compulsória, com base na legislação
vigente da área do empreendimento, bem como na periodicidade exigida.

A fim de complementar os estudos, é válido apresentar aqui alguns conceitos que envolvem a área
da auditoria ambiental.

Auditor ambiental

É a figura principal no processo de condução de uma auditoria. É o profissional qualificado, com


registro regular em seu respectivo conselho, responsável por assegurar a eficácia da execução da
auditoria ambiental, de acordo com o escopo e o plano de auditoria.

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Evidências de auditoria

Informações verificáveis, registros, constatações ou declarações que comprovam conformidades e


não conformidades identificadas no processo de auditoria (Diretriz DZ-056-R-3).

Relatório de auditoria

Documento destinado ao órgão ambiental, elaborado pela equipe de auditoria, que consolida os
resultados da auditoria ambiental de controle ou de acompanhamento (Diretriz DZ-056-R-3).

Plano de ação

Parte integrante do relatório de auditoria ambiental que contempla as ações corretivas e


preventivas associadas às não conformidades, com respectivo cronograma de execução e
identificação dos responsáveis, assim como as oportunidades de melhoria verificadas na auditoria.
O plano de ação é de responsabilidade da organização auditada, e sua adequação técnica deve ser
atestada pela equipe de auditoria.

Como realizar um plano de auditoria?


Veja, a seguir, as determinações da Resolução Conama no 306/2002 para a elaboração de um
plano de auditoria.

Plano de escopo e preparação da auditoria expand_more

O plano de auditoria deve conter, no mínimo, o escopo e a preparação da auditoria:

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I. definição e análise da documentação.

II. visita prévia à instalação auditada.

III. formação da equipe de auditores.

IV. definição das atribuições dos auditores.

V. definição da programação e dos planos de trabalho para a execução da auditoria.

VI. consulta prévia aos órgãos ambientais competentes, a fim de verificar o histórico
de incidentes ambientais, inclusive de seus desdobramentos jurídico-administrativos e
dos cadastros ambientais.

Etapas de execução da auditoria expand_more

A execução da auditoria é constituída por seis etapas distintas:

I. entrevistas com os gerentes e os responsáveis pelas atividades e pelas funções da


instalação.

II. inspeções e vistorias nas instalações.

III. análise de informações e documentos.

IV. análise das observações e constatações.

V. definição das conclusões da auditoria.

VI. elaboração de relatório final.

Relatório de auditoria expand_more

O relatório de auditoria deverá conter, no mínimo:

I. composição da equipe auditora e respectivas atribuições.

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II. identificação da organização e da instalação auditada.

III. descrição das atividades da instalação.

IV. objetivos, escopo e plano de auditoria estabelecidos.

V. período coberto pela auditoria.

VI. Isumário e metodologia do processo de auditoria.

VII. lista de documentos legais, normas e regulamentos de referência.

VIII. lista de documentos analisados e unidades auditadas.

IX. lista das pessoas contactadas durante a auditoria e respectivas atribuições.

X. constatações da auditoria.

XI. conclusões da auditoria, incluindo as constatações de conformidades e não


conformidades em relação aos critérios estabelecidos e avaliação da capacidade da
organização de assegurar a contínua adequação aos critérios estabelecidos.

Plano de ação pós-relatório final expand_more

A conclusão do processo de auditoria ocorrerá quando o relatório final estiver finalizado.


Contudo, dependendo do escopo do empreendimento, a auditoria ambiental realizada pode
incluir o acompanhamento de ações corretivas por parte da equipe de auditoria. Nesses
casos, a auditada deverá adotar um plano de ação para corrigir as não conformidades
identificadas, também determinado pela resolução Conama, que deverá conter, no mínimo:

I. ações corretivas e preventivas associadas às não conformidades e deficiências


identificadas na auditoria ambiental.

II. cronograma físico para implementação das ações previstas.

III. indicação da área da organização responsável pelo cumprimento do cronograma


estabelecido.

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IV. cronograma físico das avaliações do cumprimento das ações do plano e seus
respectivos relatórios.

Após o conteúdo estudado, podemos observar que a auditoria ambiental é um importante


instrumento de avaliação do desempenho e da gestão ambiental relativos aos impactos negativos
gerados ou que poderão ser gerados pelas atividades potencialmente poluidoras dos
empreendimentos.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A auditoria ambiental é o retrato do desempenho ambiental do empreendimento em


determinado período. Em relação à avaliação do desempenho da gestão ambiental, a auditoria
ambiental deverá envolver:

A Objetivos, escopo e plano de auditoria estabelecidos.

B Constatações da auditoria.

A verificação da existência e da implementação de procedimentos que


C propiciem a identificação e o acesso à legislação ambiental e a outros
requisitos aplicáveis.

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Conclusões da auditoria, incluindo as constatações de conformidades e não


D
conformidades em relação aos critérios estabelecidos.

Avaliação da capacidade da organização de assegurar a contínua adequação


E
aos critérios estabelecidos.

Parabéns! A alternativa C está correta.

As alternativas A, B, E e D são referentes ao relatório de auditoria da Resolução Conama nº


306/2002.

Questão 2

Por auditoria de primeira parte, podemos destacar:

A É realizada por organizações externas.

B É realizada pelo fabricante ou pelo fornecedor.

É realizada por representantes de partes interessadas nos aspectos ambientais


C
da organização.

D Exerce pressão para melhorar o desempenho ambiental da empresa.

E É realizada por meio de uma instituição credenciada e independente.

Parabéns! A alternativa B está correta.


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Para as alternativas A, C e D, a resposta correta é auditoria de segunda parte; já para a


alternativa E, auditoria de terceira parte.

Considerações finais
Em terras brasileiras, a avaliação de impacto ambiental — matéria constitucional prevista no art.
225, § 1º, inciso IV, da CF/1988 — e o licenciamento ambiental de atividades constituem um
poderoso instrumento para a execução da PNMA (Lei nº 6.938/1981), a qual instituiu o Conama,
que submeteu o licenciamento ambiental à elaboração do EIA e de seu respectivo RIMA.

A relevância do EIA/RIMA e das auditorias compulsórias está relacionada com as informações


sobre o empreendimento e/ou atividades que, de alguma maneira, possam acarretar a degradação
ambiental.

É de suma importância que os empreendedores verifiquem a legislação vigente à qual está sujeita
sua atividade e a exigência de realização de auditoria ambiental compulsória, conforme a
legislação ambiental aplicável, observando os critérios a serem seguidos, bem como a
periodicidade exigida, com o objetivo de uma relação de parceria entre o meio ambiente e o
desenvolvimento econômico.

O desafio do desenvolvimento sustentável e a necessidade de prevenção dos impactos ambientais


negativos possivelmente gerados por atividades e serviços que possam causar danos ao meio
ambiente levam-nos à necessidade de refletir sobre a forma como a população e os órgãos
governamentais e empresariais se comportam em relação ao meio ambiente. Com base nesse
argumento, mudanças e ações têm sido pensadas, desenvolvidas e implementadas, por meio de
legislações ambientais que estão cada vez mais exigentes e uniformes em relação à avaliação dos
impactos ambientais.

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Podcast
Agora, a especialista Thalita Negreiros finaliza falando sobre o Estudo de Impacto Ambiental e o
responsável por sua realização, além de explicar como o relatório de impacto ambiental é
elaborado e, por fim, o que é a auditoria compulsória e seu detalhamento.

Explore +
Acesse os sites do Ibama, do Inea e do Portal Nacional de Licenciamento Ambiental (PNLA) do
Ministério do Meio Ambiente, para saber mais detalhes sobre os licenciamentos ambientais e as
legislações que os regem.

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 14001: Sistema de Gestão
Ambiental. Rio de Janeiro, 2015.

BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 4. ed. São


Paulo: Saraiva, 2016.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988.


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28/08/2023 19:59 Estudos Ambientais

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF, 1981.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de 1986.


Brasília, DF, 1986.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 306, de 5 de julho de 2002.


Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.
Brasília, DF, 2002.

D’AVIGNON, A. L. A.; LA ROVERE, E. L. Manual de auditoria ambiental. Rio de Janeiro: Qualitymark,


2001.

FIORILLO, C. A. P. Curso de Direito Ambiental brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2013.

KUHRE, W. L. ISO 14010 environmental auditing. PTR-PH, 1996.

LA ROVERE, E. L. et al. Manual da auditoria ambiental. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.

LEGISLAÇÃO de direito ambiental. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

MACHADO, A. de Q. Licenciamento ambiental: atuação preventiva do Estado à luz da Constituição


da República Federativa do Brasil. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.

RIO DE JANEIRO (Estado). Decreto Estadual nº 42.159, de 2 de dezembro de 2009. Dispõe sobre o
Sistema de Licenciamento Ambiental – SLAM e dá outras providências. Rio de Janeiro, 2009.

RIO DE JANEIRO (Estado). Lei Estadual nº 3.471, de 4 de outubro de 2000. Altera o artigo 5º da Lei
Estadual nº 1.898, de 26 de novembro de 1991, que dispõe sobre a realização de auditorias
ambientais. Rio de Janeiro, 2000.

RIO DE JANEIRO (Estado). Resolução Conema nº 21. Diretriz para Realização de Auditoria
Ambiental, Rio de Janeiro, 2010. Consultado na internet em: 25 out. 2021.

RODRIGUES, M. A. Direito Ambiental esquematizado. Coordenação: Pedro Lenza. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2016.

SALES, R. Auditoria ambiental: aspectos jurídicos. São Paulo: LTR, 2001.

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