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Gestão ambiental

e responsabilidade
social
LICENCIAMENTO AMBIENTAL E
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL

Para que atividades potencialmente poluidoras sejam autorizadas, estudos são necessários. O
conjunto desses estudos é denominado licenciamento ambiental, e sua principal etapa é a avaliação
de impacto ambiental.

A gestão ambiental e a responsabilidade social têm conceitos muito importantes, responsáveis por
analisar e controlar as atividades humanas. Cabe destacar que essas atividades podem ser nocivas
para o meio ambiente, porém também podem ser implementadas sem causar impactos ambientais.

Nesta unidade, você vai compreender o processo de licenciamento ambiental de atividades


poluidoras. Além disso, diferenciar entre impacto e aspecto ambiental. Por fim, você vai conferir as
principais metodologias de avaliação de impacto.
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COM O
PÉ DIREITO

Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse o link a seguir ou


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Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar


suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo.

Licenciamento ambiental
A avaliação e a priorização de projetos tiveram
início em 1970, estando relacionadas com
fatores econômicos como exigências de órgãos
financeiros internacionais para a aprovação de
empréstimos para projetos governamentais. A
Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2020)
estabeleceu como direito fundamental da
população tanto o meio ambiente equilibrado
como o desenvolvimento econômico e social.
Nesse contexto, o licenciamento ambiental Figura 1. Relação entre proteção ambiental
e desenvolvimento econômico
desempenha um papel determinante na procura
pelo equilíbrio entre a proteção ambiental e o
desenvolvimento econômico e social, podendo
ser definido como:

O procedimento administrativo destinado a permitir atividades


ou quaisquer empreendimentos utilizadores de recursos
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes,
sob qualquer forma, de causar a degradação ambiental. Trata-se,
portanto, de um instrumento essencial para conciliar o meio
ambiente e o desenvolvimento econômico e social – por meio do
qual o órgão competente verifica a adequação de um projeto ou
atividade ao meio ambiente, licenciando, em diferentes etapas,
a sua implantação”.
(MOTTA; PÊGO, 2013, p. 12)
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No Brasil, a instituição do licenciamento ambiental foi feita a partir da Política Nacional do Meio
Ambiente (PNMA), em 1981, que o traz como um de seus instrumentos (BRASIL, 1981). O poder
de limitar o direito individual em benefício da coletividade é uma das manifestações do poder de
polícia do Estado, ou seja, a autorização implica um julgamento de valor por parte do agente público
para a análise do projeto e aplica-se aos casos em que não existe um direito preexistente por parte
do administrado para o exercício daquela atividade (SÁNCHEZ, 2013).

Você sabia que, atualmente, o Brasil tem extensos mecanismos para gestão ambiental, que é
administrada por amplo aparato legal? A seguir, saiba mais sobre os principais instrumentos legais
que regem o licenciamento ambiental.

Lei nº 6.938/1981 Resolução Conama nº 1/1986

Figura 2. Planejamento Figura 3. Implantação

Institui a Política Nacional do Meio A Resolução Conama nº 1 (BRASIL, 1986)


Ambiente (PNMA). A Lei nº 6.938/1981 estabelece definições, responsabilidades,
estabelece o licenciamento e a revisão critérios básicos e diretrizes gerais para uso
de atividades efetiva ou potencialmente e implementação da avaliação de impacto
poluidoras como um dos seus princípios ambiental (AIA) como um dos instrumentos
e a avaliação de impacto ambiental como da PNMA e estabelece uma lista de atividades
um de seus instrumentos (BRASIL, 1981). modificadoras do meio ambiente.

Glossário

Licenciamento ambiental: De acordo com a Resolução Conama nº 237 (BRASIL, 1997), o licenciamento ambiental
é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental licencia a localização, a instalação, a ampliação e a
operação de empreendimentos, bem como as atividades utilizadoras de recursos ambientais, vistas como efetivas
ou altamente poluidoras. Além disso, essas atividades podem ser compreendidas como causadoras de degradação
ambiental, considerando-se as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis a cada caso.
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Resolução Conama nº 237/1997 Lei complementar federal nº 140/2011

Figura 4. Planejamento Figura 5. Implantação

Complementa a Resolução Conama nº 1, Institui instrumentos de cooperação


de 1981, a fim de revisar procedimentos, entre entes federativos para
critérios e definições acerca do licenciamento licenciamento ambiental.
ambiental, bem como as etapas a serem
desenvolvidas, conforme o fluxograma.
Aponta, ainda, o licenciamento como
passível de ser disciplinado pelos três
níveis de governo e busca demarcar as
competências, inclusive dos Municípios, que
também concedem licenças ambientais.

O que você acha de entender um pouco mais sobre o LICENCIAMENTO AMBIENTAL e suas etapas?
Então, acesse o AVA e conheça brevemente sobre o Sisnama e como ele é formado.

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Ainda dentro do cenário ambiental brasileiro, o país tem meios específicos para tratar dos assuntos
relacionados com o meio ambiente. Ficou curioso? Então confira o material a seguir.

No Brasil, há três esferas de governo (União, Estado e Municípios), e cada esfera tem legislações e
competências específicas. Entende-se que a competência legal para licenciar, quando definida em
função da abrangência dos impactos diretos que a atividade pode gerar, pode ser: “(i) do município
– se os impactos diretos forem locais; (ii) do estado – se os impactos diretos atingirem dois ou mais
municípios; e (iii) do IBAMA – se os impactos diretos se derem em dois ou mais estados” (BRASIL,
2009, p. 23). É importante citar, aqui, que nem todos os Municípios podem licenciar.
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Além disso, nos casos de empreendimentos que


possam causar impactos em terras indígenas,
regiões quilombola, bens acautelados de
interesse cultural e áreas endêmicas para
malária, pode haver participação no processo
de licenciamento ambiental da Fundação
Nacional do Índio (Funai), da Fundação Cultural
Palmares (FCA), do Instituto do Patrimônio
Artístico e Cultural (Iphan) e do Ministério da
Saúde, denominados órgãos intervenientes, Figura 6. Índio representando os povos indígenas
conforme a Portaria Interministerial nº 419, de
26 de outubro de 2011 (BRASIL, 2016, p. 49).

Como resultado do processo de licenciamento,


tem-se a licença ambiental, uma autorização
emitida pelo órgão público competente e
concedida ao empreendedor para que exerça
seu direito à livre iniciativa. Entretanto, a
licença é válida desde que sejam “atendidas
as precauções requeridas, a fim de resguardar
o direito coletivo ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado” (BRASIL, 2007, p.
10). A licença é, portanto, o ato administrativo Figura 7. Licença ambiental
unilateral e vinculado (à legislação e aos
regulamentos) pelo qual a administração
faculta àquele que preencha os requisitos legais
o exercício de uma atividade (SÁNCHEZ, 2013).

Não existe um documento contendo as informações sobre os procedimentos de licenciamento


ambiental no Brasil que permita identificar e avaliar a metodologia utilizada pelos diferentes órgãos
licenciadores (SÁNCHEZ, 2013). Assim, é possível constatar que, apesar de haver instrumentos
legais norteadores do processo de licenciamento ambiental no Brasil, os órgãos licenciadores têm
autonomia para decidir quais procedimentos e discernimentos serão seguidos durante o processo.

Glossário

Licença ambiental: É a autorização emitida pelo órgão público competente e concedida ao empreendedor para que
exerça seu direito à livre iniciativa, desde que, de acordo com a Cartilha de licenciamento ambiental (BRASIL, 2007, p. 10),
“atendidas as precauções requeridas, a fim de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 7

PENSO,
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O licenciamento ambiental tem particularidades em cada estado e município, de modo que é indicado
que as informações sobre estados/cidades específicos sejam consultadas em seus respectivos órgãos
ambientais (estaduais e/ou municipais, quando houver). Você já parou para pensar como o órgão da
sua cidade atua diante do licenciamento ambiental?

Já que foi falado sobre a autonomia nas decisões sobre os procedimentos adotados durante o
licenciamento ambiental, é importante entender que existem tipos diferentes de licença. Vamos lá?

Tipos de licença
O tipo de licença necessária é definido a partir das características do empreendimento, do potencial
poluidor e do porte. Além disso, depende do local onde será instalado o empreendimento, tendo-se
em vista que o licenciamento varia de acordo com o estado/município. A seguir, você vai conferir os
três principais tipos de licenças ambientais, conforme o artigo 19 da PNMA (BRASIL, 1981).

Licença prévia (LP) Licença de instalação (LI) Licença de operação (LO)

Figura 8. Planejamento Figura 9. Implantação Figura 10. Início da atividade licenciada

Na fase preliminar do Autoriza o início da Autoriza o início da atividade


planejamento da atividade, implantação, de acordo com licenciada e o funcionamento
há requisitos básicos a as especificações constantes de seus equipamentos de
serem atendidos nas fases do projeto executivo aprovado. controle de poluição, segundo as
de localização, instalação A licença de instalação tem licenças prévia e de instalação.
e operação, observados os validade máxima de 6 anos A licença de operação tem
planos estaduais ou federais e é passível de renovação validade mínima de 5 anos e
de uso do solo. A licença prévia desde que não ultrapasse o máxima de 10 anos. Para a
tem validade máxima de 5 prazo máximo de validade. sua renovação, é necessário
anos e é passível de renovação dar entrada ao processo
desde que não ultrapasse o de renovação de licenças
prazo máximo de validade. ambientais com antecedência
mínima de 120 dias antes de o
prazo de validade ser encerrado.
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Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e confira
seu desafio.

O exercício de atividades potencialmente


poluidoras sem licenciamento é crime
ambiental segundo o artigo 60 da Lei nº
9.605 (BRASIL, 1998). Para adequação, é
necessária a regularização do licenciamento de
empreendimentos no âmbito federal (Ibama),
e é possível que seja feito um Termo de
Compromisso, conforme o artigo 79-A da Lei
de crimes ambientais.
Figura 11. A evolução histórica do contexto mundial

Em alguns casos, as seguintes licenças podem ser definidas pelos órgãos ambientais licenciadores
estaduais: “Licença de Instalação Corretiva (LIC), Licença de Operação Corretiva (LOC), Licenciamento
Simplificado (LS), Licença Prévia simultânea à Licença de Instalação (LP + LI) e Licença de Instalação
e Operação (LIO)” (BRASIL, 2016, p. 49).

A seguir, saiba mais sobre essas licenças e suas características.

Licença de A LIC é emitida quando a licença do empreendimento ou da atividade é


instalação requerida na fase de instalação. Ela tem validade mínima de acordo com o
corretiva (LIC) estabelecido no cronograma do empreendimento e máxima de 6 anos.

Licença de A LOC é emitida quando a licença do empreendimento ou da atividade é


operação
requerida na fase de operação, e sua duração é de 4 a 10 anos (BRASIL, 2016).
corretiva (LOC)

O LS pode ser solicitado quando há utilização de recursos, como,


por exemplo, licenciamento ambiental simplificado (LAS) – quando
Licenciamento o empreendimento ou atividade tiver baixo potencial impactante; e
simplificado (LS) autorização ambiental (AA) – que aprova a instalação e a operação de
empreendimentos temporários ou de obras que não se enquadrem no
processo de licenciamento ambiental convencional.
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Licença prévia
simultânea A LP + LI é emitida para empreendimentos enquadrados na classe 3 ou 4, que
à licença de
podem requerer concomitantemente a LP e a LI, com validade de até 6 anos.
instalação
(LP + LI)

A LIO é concedida para empreendimentos cuja instalação e operação


Licença de ocorram simultaneamente, e sua duração é no mínimo de 1 ano e máximo
instalação e
de 10 anos, quando as características da obra ou da atividade licenciada
operação (LIO)
indicarem a necessidade de sua renovação periódica (BRASIL, 2016).

Lembre-se de que, durante o planejamento de novos empreendimentos, deve-se levar em


consideração o licenciamento ambiental. Conseguir fazer um projeto já prevendo problemas
ambientais durante o processo é um dos passos iniciais para termos um ambiente mais equilibrado.

Nesse sentido, compreende-se que existem métodos de avaliação que focam nos impactos que são
causados no meio ambiente, assunto do próximo tópico.

Métodos de avaliação de impacto ambiental


A avaliação de impacto ambiental (AIA) tem por objetivo levar em consideração os impactos
ambientais prévios à tomada de decisão sobre o processo de licenciamento de empreendimento
que potencialmente resulte em significativa degradação ambiental. Segundo a Resolução Conama
nº 1, de 1986, impacto ambiental é:

[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e


biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta
ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar
da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e, a qualidade
dos recursos ambientais”.
(BRASIL, 1986, on-line)
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Entretanto, essa definição pode causar


confusão, pois impacto ambiental abrange
também conotação positiva, ou seja,
ao analisar os impactos decorrentes de
determinada atividade, é importante considerar
consequências negativas e positivas (RINCÃO;
TRIGUEIRO, 2018).

Figura 12. A evolução histórica do contexto mundial.

Pense neste exemplo: uma construtora vai implantar um novo empreendimento em um bairro.
Em consequência, tem-se como impacto negativo a poluição sonora decorrente das obras e como
impacto positivo a geração de empregos.

Portanto, é importante analisar os aspectos e impactos do empreendimento. Por isso, acesse o AVA
e veja, no infográfico, outros aspectos e impactos ambientais importantes.

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PAUSA PARA
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UM CAFÉ

Até o momento, foram apresentados vários pontos essenciais sobre o licenciamento ambiental.
Contudo, chegou a hora de se aprofundar ainda mais nesse tema, e nada como uma “Pausa para um
café” para debater o assunto, não é mesmo? Então, acesse o AVA, aperte o play e ouça o podcast
com a professora Ana Carla Fernandes Gasques e o convidado, José Eduardo Matheus Evora, que é
analista ambiental. Está imperdível!

Agora que você voltou de sua pausa, vamos seguir com maiores informações sobre a AIA. Ela é
vinculada ao processo de licenciamento ambiental, sendo o mecanismo responsável por dar subsídio
à tomada de decisão do órgão licenciador no que diz respeito à viabilidade ambiental da atividade
ou do empreendimento. No fluxograma a seguir, você vai conferir como funciona a sistematização
de um processo de licenciamento ambiental com foco na posição da AIA.
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DE OLHO
NO PROFESSOR
Esse sequenciamento de atividades pode variar em função do
órgão ambiental e do local de aplicação (assim como ocorre
com o licenciamento ambiental). Observe que os componentes
básicos são formados pelas etapas a serem desenvolvidas. Por
isso, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e confira no
“De olho no professor” as atividades poluidoras que passam pelo
licenciamento ambiental.

Um dos pontos principais das etapas do licenciamento é a elaboração de estudo de impacto ambiental
e relatório de impacto ambiental (EIA/Rima), necessários para empreendimentos específicos e
estabelecidos em legislação. Saiba mais sobre esse assunto diretamente no AVA.

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Para que a AIA seja capaz de garantir seu papel de auxiliar a tomada de decisão de forma
ambientalmente adequada, ela é estruturada por um conjunto de etapas sequenciais, encadeadas
logicamente sob a forma de um sistema. Um sistema de AIA é o “mecanismo legal e institucional
que torna operacional o processo de AIA em uma determinada jurisdição (um país, um território,
um Estado, um município ou qualquer outra entidade territorial administrativa)” (SÁNCHEZ, 2013,
p. 29). Já o processo de AIA é entendido como as etapas necessárias para uma análise ambiental
preventiva suficiente e útil (SÁNCHEZ, 2013).

A AIA pode ser estabelecida sob duas perspectivas


metodológicas: como um instrumento técnico
ou como procedimento legal e institucional,
ambos relacionados com o contexto de análise
dos efeitos de determinada atividade. Para atingir
seus objetivos, a AIA baseia-se em avaliações
científicas rigorosas de todos os caminhos causais
potenciais pelos quais os desenvolvimentos em
grande escala podem impactar os ativos avaliados
em uma região. Apesar de sua importância para a Figura 14. Amplitude da avaliação de impactos ambientais (AIA)
tomada de decisão informada, muitas avaliações
são prejudicadas por análise incompleta das
vias causais, avaliação espacial limitada e falta
de transparência sobre como os riscos foram
avaliados em toda a região (PEETERS et al., 2022).
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PENSO,
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A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED, World Commission on
Environment and Development), no relatório “Our common future” (Nosso futuro comum), definiu
o desenvolvimento sustentável como a busca por “atender às necessidades da geração atual
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”
(BRUNDTLAND, 1987, p. 39). O que você vem fazendo para reduzir os impactos da sua rotina?

Para ter uma maior organização dos métodos, a AIA dispõe de uma metodologia própria, visando a
desenvolver uma pesquisa minuciosa sobre os impactos gerados no meio ambiente. Você tem um
palpite sobre como é essa metodologia?

Metodologias de AIA
Para que seja possível analisar os impactos ambientais das atividades potencialmente poluidoras
em um processo de AIA, foram criados métodos ou metodologias que permitem analisar
detalhadamente os impactos. Não existe um método aplicável a qualquer contexto, por isso, é
importante que você saiba que todos os métodos têm limitações e potenciais. Sendo assim, a
definição do método de análise depende e relaciona-se com os recursos existentes (STEIN et al.,
2018). Entre os métodos disponíveis, os mais comuns são: método Ad hoc, checklist, matrizes de
interação, redes de interação, métodos de simulação e a combinação de mais de um método. Acesse
o AVA e conheça cada um deles!

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Como visto, os métodos de AIA são fundamentais para a identificação dos impactos das atividades.
Entretanto, além de identificar os impactos, é importante que eles sejam analisados e, segundo seus
atributos, classificados de acordo com a sua importância. O quadro a seguir apresenta exemplos de
atributos subdivididos em três categorias: magnitude, relevância e complementares.

Glossário

Processo de AIA: O processo de AIA é definido como um conjunto de procedimentos conectados de maneira lógica,
com a finalidade de analisar a viabilidade ambiental de projetos e fundamentar uma decisão a respeito (SÁNCHEZ, 2013).
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Portanto, a AIA é formada por um conjunto de


ferramentas que ajudam na identificação dos
impactos e, consequentemente, para que a
decisão mais ambientalmente adequada seja
tomada. Além disso, percebe-se que a análise e
a classificação dos impactos são fundamentais
para que a AIA possa cumprir seu papel de forma
efetiva e para que sejam definidas as medidas
adequadas para os impactos negativos, podendo
ser, em ordem de prioridade: prevenção, Figura 15. Identificação dos impactos
mitigação e recuperação, também denominada
hierarquia de mitigação.

Os impactos que requerem mitigação podem ser identificados ao longo de todo o processo.
Entende-se, então, que o resultado do EIA de um projeto é geralmente sugestões para medidas de
prevenção (controle) e atenuação ou mitigação, em vez de mudanças em decisões fundamentais,
como os tipos de ações consideradas ou o tamanho ou a localização de um projeto proposto. No
infográfico no AVA, você vai saber mais sobre esse assunto.

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Pronto para mais um teste dos seus conhecimentos até aqui? Acesse o AVA e confira.

As condições e recomendações precisam


ser monitoradas e aplicadas para garantir a
implementação e, portanto, a mitigação eficazes.
Dessa forma, o conhecimento acerca dos tipos
de medidas é fundamental, pois, após a tomada
de decisão positiva para a emissão de licença de
atividade ou empreendimento poluidor, deve-se
fazer o acompanhamento da implementação de
todas as medidas propostas, visando à redução
ou à compensação dos impactos negativos e à Figura 16. Tomada de decisão positiva na implementação sustentável
valorização dos impactos positivos.
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Diante do que foi visto até aqui, é possível concluir que a identificação e a avaliação dos impactos
ambientais e dos estudos envolvendo licenciamento ambiental nas diferentes esferas são etapas
fundamentais para comunicar as partes interessadas sobre as consequências daquilo que está
sendo proposto. Ademais, com essa informação, é possível propor alternativas para que o meio
ambiente seja levado em consideração na tomada de decisão de atividades poluidoras.

Com esse conhecimento, você terá condições, a partir de agora, de aplicar as ferramentas de AIA
e correlacionar medidas que visem a prevenir, potencializar ou mitigar os impactos ambientais
das atividades.

O QUE
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EU PENSO
Por isso, chegou o momento de refletir sobre tudo o que você viu durante esta unidade. Acesse o
AVA e vamos lá!

SE LIGA!
A seguir, confira algumas dicas que complementarão os seus estudos e tudo o que você viu
nesta unidade.

(In)eficácia do O ensino da Princípios da


princípio de avaliação de melhor prática
precaução no Brasil impacto ambiental em avaliação do
no brasil: será só impacto ambiental
um “faz de conta”?
Neste artigo, os autores Este artigo traz reflexões Este guia norteador
buscam revisar o princípio de acerca do ensino da AIA e sua sobre prática de AIA foi
precaução no ordenamento importância na eficácia desse desenvolvido a partir da
nacional ante os acordos instrumento. Para tanto, XVI Conferência Anual da
internacionais assumidos são analisados os planos de IAIA, em que se constatou a
pelo Brasil. A leitura e o ensino de disciplinas que necessidade de especificar
entendimento dessa temática abordam AIA em cursos de princípios e orientações para
permitem fazer uma conexão engenharia ambiental, tendo a avaliação de impactos
entre os conhecimentos como referência princípios como resposta a um
sobre legislação aprendidos de boas práticas. Além disso, interesse emergente em
na unidade 1 e os aspectos propõe-se um protocolo normas internacionais.
de licenciamento ambiental de análise, categorizando o
aprendidos nesta Unidade. ensino da AIA em nove perfis.

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GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 17

Você concluiu mais uma unidade! Nesta unidade, você


Acesse o conteúdo no AVA
conferiu que, dentro da gestão ambiental e responsabilidade
social, existem mecanismos reguladores e controladores das atividades nocivas ao meio ambiente.

Agora, não deixe de praticar. O próximo passo é acessar o seu ambiente virtual de aprendizagem
(AVA) e responder as questões de estudo.

Até a próxima etapa!

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2004. Sistemas de gestão


ambiental: requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável.


2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 ago. 2022.

BRASIL. Lei complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos
III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do
exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção
do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas,
da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Brasília, DF: Presidência da
República, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp140.htm. Acesso
em: 19 set. 2022.
BRASIL. Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência
da República, 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso
em: 19 set. 2022.

BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.
htm. Acesso em: 19 set. 2022.

BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição
Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/
l10257.htm. Acesso em: 19 set. 2022.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 18

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Procedimentos de Licenciamento Ambiental do Brasil.


Brasília: MMA, 2016. Disponível em: http://pnla.mma.gov.br/images/2018/08/VERS%C3%83O-
FINAL-E-BOOK-Procedimentos-do-Lincenciamento-Ambiental-WEB.pdf. Acesso em: 19 set. 2022.

BRASIL. Resolução Conama n° 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes
gerais para a avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 17 fev.
1986. Disponível em: https://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/legislacao/MMA/RE0001-230186.
PDF. Acesso em: 19 set. 2022.

BRASIL. Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e


complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Diário
Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 247, 22 dez. 1997. Disponível em: https://www.legisweb.
com.br/legislacao/?id=95982. Acesso em: 19 set. 2022.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental. 2. ed. Brasília: TCU,
2007.

BRUNDTLAND, G. H. Our common future: report of the World Commission on Environment and
Development. Oxford, Oxford University Press, 1987.

MOTTA, D. M; PÊGO, B. Licenciamento ambiental para o desenvolvimento urbano: avaliação de


instrumentos e procedimentos. Rio de Janeiro: Ipea, 2013.

PEETERS, L. J. M. et al. A spatial causal network approach for multi-stressor risk analysis and mapping
for environmental impact assessments. Science Of The Total Environment, v. 802, p. 149845, jan.
2022.

RINCÃO, V. P.; TRIGUEIRO, R. M. Avaliação do impacto ambiental e licenciamento. Londrina:


Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.

SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficia
de Textos, 2013.

SILVA, C. A. Estudo de impactos ambientais. Curitiba: E-Tec Brasil, 2011.


STEIN, R. et al. Avaliação de impactos ambientais. Porto Alegre: Sagah, 2018.

Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock.

SAGAH, 2022

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