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ANÁLISE DE IMPACTO
AMBIENTAL
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processo administrativo no órgão ambiental competente (Brasil, 2016, Brasil,
2002; Sánchez, 2013). Nos casos de menor complexidade e não se enquadrar
como licença ambiental, existe o procedimento administrativo nomeado
Autorização Ambiental (AA) (Brasil, 2016). Para a supressão de vegetação, por
exemplo, seja para a extração de recursos naturais ou para construção de uma
obra, é necessário a solicitação de uma AA (Brasil, 2006; Sánchez, 2013; Brasil,
2016). A autorização de outorga do uso de recursos hídricos é outro exemplo
(Brasil, 2006, Brasil, 2016). Esses documentos ambientais podem ou não fazer
parte do processo de licenciamento ambiental, conforme as particularidades de
cada projeto (Brasil, 2006, Brasil, 2016).
Na Resolução Conama n. 237/77, está presente uma lista de atividades ou
empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, dentre elas: extração e
tratamento de minerais; atividades agropecuárias; indústrias; obras civis;
transporte e depósitos de produtos químicos; turismo, dentre outros (Brasil, 2012).
No caso de licenciamento, é necessário o preenchimento de uma ficha de
caracterização, a qual solicita informações como: dados da empresa, tipo e
descrição das atividades que serão desenvolvidas e finalidade da licença (Brasil,
2002; Brasil, 2009, Brasil, 2016).
Com o documento, o órgão ambiental realiza uma triagem do processo
administrativo para determinar se há necessidade de estudos ambientais e quais
dos documentos e projetos o empreendedor precisa providenciar para a
solicitação da licença a ser requerida (Sánchez, 2013; Brasil, 2016).
Segundo Sánchez (2013), existem três possibilidades de resultado da
etapa de triagem; a solicitação de um EIA/RIMA; realização de uma avaliação
ambiental ou são utilizados normativas e regras gerais para o processo de decisão
a respeito do licenciamento ambiental, conforme a Figura 1:
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Figura 1 – Possíveis resultados da etapa de triagem em um processo de
licenciamento ambiental
1. SIGNIFICATIVOS EIA/RIMA
PROPOSTA
Impactos AVALIAÇÃO
negativos 2. DÚVIDA AMBIENTAL
INICIAL
3. MITIGAÇÃO CONHECIDA
REGRAS
REGRAS
GERAIS
GERAIS
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A liberação da licença pode ocorrer de duas maneiras: aprovação
incondicional ou aprovação com condições, mediante apresentação de estudos
complementares (Sánchez, 2013). Mas atenção: no caso de solicitação da primeira
licença, a prévia, a avaliação de impactos ambientais e o processo de licenciamento
ambiental não acabam aqui. Com a licença prévia, o empreendedor precisa cumprir
as exigências do órgão licenciador e solicitar a licença de instalação (Brasil, 2009).
Com a LI em mãos, é possível iniciar a obra de construção, sempre com o
acompanhamento dos impactos (Sánchez, 2013). Terminada a obra, é possível dar
entrada no pedido da licença de operação, pois apenas com LO é que o
empreendedor é autorizado a exercer a atividade proposta no projeto, desde que
realizado um monitoramento e gestão ambiental (Brasil, 2009; Sánchez, 2013). Na
solicitação de cada licença ambiental, ocorrem as etapas descritas anteriormente,
desde a solicitação até a aprovação ou não da licença (Brasil, 2016).
Nos casos em que impactos negativos possuem mitigação conhecida e
apresentam legislação ambiental, não é necessária a elaboração de um EIA/RIMA
(Sánchez, 2013). Nessas situações, o órgão ambiental solicita outros tipos de
estudos, como veremos agora.
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A designação do tipo de estudo ambiental a ser concedido pelo
empreendedor decorre do tipo de projeto a ser licenciado e das condutas e
critérios adotados por cada órgão ambiental (Brasil, 2016). Além do EIA/RIMA,
que é um estudo mais completo, existem outros estudos ambientais. Vamos
estudá-los.
O Estudo Ambiental Simplificado é um exemplo. Esse estudo é solicitado
nos casos em que o projeto não se encaixa no caso de elaboração de um
EIA/RIMA, contudo a sua área de implantação apresenta fragilidades (Brasil,
2016).
Segundo a Resolução Conama n. 23 de 1994, para a exploração e lavra de
jazidas de combustíveis líquidos e gás natural, são necessárias quatro licenças
ambientais, primeiro a Licença Prévia Para Perfuração - LPper; Licença Prévia De
Produção Para Pesquisa - LPpro; a Licença De Instalação - LI e Licença De
Operação - LO (Brasil, 2012). Após a perfuração, o empreendedor precisa realizar
um Estudo de Viabilidade Ambiental – EVA, contendo o plano de desenvolvimento
da produção para a pesquisa pretendida, com avaliação ambiental e indicação
das ações de controle a serem adotadas para então solicitar a licença de produção
para pesquisa (Brasil, 2002; Brasil, 2012). A etapa de viabilidade possui uma
característica técnico-econômica, com o propósito de obter conhecimentos
apresentar a viabilidade do empreendimento (Brasil, 2002).
No Rio Grande do Norte, o empreendedor deve apresentar um EVA nos
casos de solicitação de LPpro viabilidade econômica de jazida no mar ou em terra
(Brasil, 2016). No estado no Ceará, o EVA e o Estudo Ambiental Simplificado
(EAS) são solicitados pelo órgão responsável em casos de menor complexidade,
em que não há a necessidade da elaboração de um EIA/RIMA (Brasil, 2016).
Outro tipo de estudo ambiental é o Viabilidade de Queima (EVQ), no qual
é realizado um “estudo teórico que visa avaliar a compatibilidade do resíduo a ser
coprocessado com as características operacionais do processo e os impactos
ambientais decorrentes desta prática” (Brasil, 2012). Além de ser um dos pré-
requisitos para solicitação do licenciamento ambiental, o EVQ é um estudo
necessário no monitoramento ambiental de das emissões provenientes dos fornos
(Brasil, 2012).
Você deve estar se perguntando: mas não existem situações em que, se
acontecerem, vão resultar em impactos ambientais negativos? “Se”. Por mais que
a probabilidade de ocorrer seja baixa e que não seja uma certeza que irá
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acontecer, é de extrema importância levantar essas situações, analisá-las e
planejar as ações a serem realizadas, de modo a reduzir os danos ambientais,
econômicos e à saúde humana.
Com base nos princípios da precaução e da prevenção presente na
Constituição Federação de 1988, atividades e empreendimentos que apresentam
risco de gerar danos ambientais precisam elaborar um Estudo de Análise de Risco
- EAR (Brasil, 1988; Brasil, 2016). Por se tratar de uma situação diferenciada,
vamos estudá-la no próximo tema.
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ferroviárias e hidroviárias” (Brasil, 2016) e para o órgão ambiental do estado de
Tocantins, possui validade de um ano
Risco, por sua vez, é definido como a “possibilidade de materialização do
perigo ou de um evento indesejado ocorrer” (Sánchez, 2013, p. 362). Sánchez
(2013) classifica os riscos ambientais de acordo com os tipos, categorizando-os,
de acordo com a origem, em riscos naturais e riscos tecnológicos. Vamos estudar
cada um.
Os riscos naturais são aqueles oriundos de fenômenos naturais, sejam eles
atmosféricos, hidrológicos, geológicos, biológicos ou siderais. O autor observa
que as situações de risco natural não são resultantes da ação direta do homem,
porém alguns riscos podem ser intensificados pela ação humana.
Os riscos tecnológicos estão diretamente relacionados com a ação
humana, classificados conforme o modo de ocorrência de seus efeitos em agudos
(imediatos) e crônicos (efeitos se manifestam a médio e longo prazo) (Sánchez,
2013). Por exemplo, um pequeno vazamento de combustível (quantidade inferior
a 100 litros) é uma situação de perigo que pode ter como causa uma ruptura na
tubulação ou tanque de armazenamento e que possui uma consequência
imediata, um risco tecnológico agudo (Sánchez, 2013). Já no caso de pequenas
e contínuas emissões gasosas de poluentes proveniente da atividade de
coprocessamento de resíduos possui uma relação de causa e efeito incerta e com
efeitos crônicos, a longo prazo (Brasil, 2002; Brasil, 2012; Sánchez, 2013).
Em uma avaliação de impactos ambientais de uma atividade que possui
perigos e riscos, normalmente são priorizados os riscos tecnológicos, pois
acidentes e disfunções em dispositivos tecnológicos fazem parte do cotidiano das
indústrias, ainda que se trate de eventos esporádicos (Sánchez, 2013). Sendo
assim, atividades e empresas que possuem riscos e perigos à saúde humana e
ao meio ambiente estão sujeitas à elaboração de uma análise de risco (Brasil,
2002; Brasil, 2009).
No processo de licenciamento ambiental, é realizada, após a
caracterização do empreendimento, a identificação de perigos e o levantamento
dos possíveis cenários acidentais (Brasil, 2009). No caso de substâncias
perigosas, alguns aspectos que influenciam os estudos são: quantidade e
periculosidade das substâncias e vulnerabilidade da região, pois a AR
fundamenta-se no princípio de que o risco está diretamente associado às
características das substâncias químicas manipuladas (Brasil, 2002). Após
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identificar os riscos e perigos, são estimados e avaliados os riscos de todas as
atividades e equipamentos de um projeto (Sánchez, 2013). São avaliadas a
probabilidade de ocorrência e quais serão as consequências caso um certo evento
venha a ocorrer (Sánchez, 2013). Com a determinação dos riscos finalizada, é
realizada uma análise dos resultados de acordo com a aceitabilidade de cada
risco, classificando-os em aceitáveis e não aceitáveis (Brasil, 2009). Nos casos
em que o risco é considerado como não aceitável, seja pela legislação ou critérios
estabelecidos pelos profissionais que estão elaborando o estudo, é necessário
realizar mudanças no projeto (Brasil, 2009). Para os riscos classificados como
aceitáveis, o próximo passo é planejar o gerenciamento dos riscos e elaborar um
plano de ação para situações de emergência, de modo a minimizar os impactos
(Brasil, 2009).
Um exemplo em que é necessário realizar uma avaliação de risco é para
as atividades de coprocessamento de resíduos, regulamentada por meio da
Resolução Conama n. 264 de 1999, que determina que as avaliações de risco
devem estar integradas no processo de licenciamento e devem contemplar “os
riscos decorrentes tanto de emissões acidentais como de emissões não
acidentais” (Brasil, 2012, p. 290; Brasil, 2016).
Portanto, a análise de risco é importante tanto na implementação quanto
na operação de uma atividade ou empreendimento, abordando tanto o manejo de
produtos e resíduos perigosos quanto a emissão de poluentes (Brasil, 2002). Com
o estudo de análise de risco, é possível avaliar as situações de perigo e as
respectivas consequências em relação à saúde humana e ao meio ambiente em
caso de acidentes (Brasil, 2002).
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resíduos, entre outros. Para atender a essa demanda diversificada, existem
diferentes tipos de planos ambientais. Vamos ver os mais comuns.
Como já vimos no início da aula, muitas vezes, para dar início às obras de
instalação, é preciso que haja a supressão de vegetação local, sendo necessário
solicitar uma autorização ambiental. Para o caso de extração para uso comercial
ou produção agrícola, pode ser solicitada a elaboração de um Plano de Manejo
Florestal (PMF), um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) ou um Plano
de Manejo Integrado Agrossilvipastoril Sustentável (PMIAS), de acordo com a
atividade a ser desenvolvida e o processo administrativo do órgão ambiental
competente (Brasil, 2002; Brasil, 2016).
Por exemplo, no estado do Acre, a autorização para exploração (Autex) é
um documento emitido pelo órgão competente e que permite a exploração pelo
período de dois anos (Brasil, 2016). Outro documento que pode ser solicitado no
processo de licenciamento deste estado é o Plano de Manejo Florestal
Sustentável (PMFS) (Brasil, 2016), que consiste em um conjunto de técnicas de
exploração florestal cujo objetivo é conciliar o aproveitamento dos recursos com o
desenvolvimento econômico com redução dos impactos da exploração (Pereira,
2015).
Como conversamos no tema anterior, de análise de risco, quando um risco
é classificado como aceitável, é necessário realizar um plano para gerenciá-lo
(Brasil, 2009). Para a elaboração desse plano são planejados ações e
procedimentos com a finalidade de evitar eventos indesejáveis, constituindo um
plano denominado de Plano de Gerenciamento de Risco – PGR (Brasil, 2009).
Tanto o EAR quanto o PGR são documentos ambientais requisitados no
processo de licenciamento ambiental de projetos que apresentam riscos em suas
fases de instalação e/ou operação (Brasil, 2016).
A materialização de um risco, por meio da ocorrência de uma situação
indesejada, é denominada crise, que pode ser definida como “uma situação
inerentemente anormal, instável e complexa que representa uma ameaça aos
objetivos estratégicos, à reputação ou a existência de uma organização” (Cicco,
2012, p. 10; Sánchez, 2013). Uma ferramenta para instruir uma conduta adequada
em situações de crise é o Plano de Gerenciamento de Crises – PGC, constituído
por um “conjunto de cenários de crises previamente definidos e de respectivos
procedimentos de gestão para administrar, neutralizar ou eliminar impactos até a
superação da crise” (Moreira, 2012).
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No processo de licenciamento ambiental, os órgãos competentes solicitam
planos para situações de crises, dentre eles o Plano de Ação de Emergência –
PAE (Brasil, 2009; Brasil, 2002). O conjunto de documentos composto pelo estudo
de análise de risco, plano de emergência e plano de contingência compõem o
Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR (Brasil, 2002; Sánchez, 2013).
Vamos estudar cada um deles.
O Plano de Ação de Emergência (PAE) ou Plano de Emergência é definido
como
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Um documento que reúne todas as medidas de controle e os programas
ambientais apresentados para obtenção da Licença Prévia é o Projeto Básico
Ambiental – PBA (Brasil, 2009; Brasil, 2002). O Projeto Básico Ambiental é o
documento com todas as medidas de controle e os programas ambientais de
maneira detalhada (Brasil, 2002; Estudos..., S.d.).
Dois planos específicos para determinados empreendimentos são o Plano
de Encerramento e o Plano de Desativação (Brasil, 2012). Um exemplo de
solicitação de plano de encerramento é no caso de desativação de postos de
combustíveis, o qual é regulamentado por meio da Resolução Conama n. 273 de
2000 (Brasil, 2012). Para o encerramento de unidades de tratamento térmico de
resíduos, a Resolução Conama 316, de 2002 determina a obrigatoriedade de
submeter ao órgão ambiental competente o Plano de Desativação do sistema
(Brasil, 2012, Sánchez, 2013).
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Outro estudo ambiental solicitado para empreendimentos ou atividades que
não gerem impactos ambientais significativos é o Relatório de Controle Ambiental
– RCA, um estudo simplificado e cujo conteúdo é determinado caso a caso pelo
órgão ambiental (Brasil, 2016; Estudos..., S.d.). O RCA apresenta informações
quanto à localização, à caracterização da região de instalação e plano de controle
ambiental, às fontes de poluição ou degradação e às respectivas medidas de
controle (Brasil, 2002).
Como exemplo, nos estados da Paraíba e Sergipe, para os casos em que
não há a necessidade de um EIA/RIMA, “os estudos ambientais a serem
apresentados pelo empreendedor correspondem ao Relatório de Controle
Ambiental (RCA) ou outro a ser solicitado” pelo órgão ambiental (Brasil, 2016, p.
289).
Já no estado de Minas Gerais, o RCA é sempre obrigatório para
empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, independentemente de
quais outros estudos ambientais necessários para a solicitação da LA (Brasil,
2016). No estado de Roraima, estudos ambientais para PCA e RCA são
solicitados para o licenciamento ambiental de empreendimentos agropecuários
(Brasil, 2016).
Outro tipo de relatório que pode ser solicitado pelos órgãos ambientais é o
Relatório Ambiental Preliminar – RAP (Brasil, 2016). De acordo com a CETESB,
o RAP é definido como:
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REFERÊNCIAS
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CURITIBA. Decreto n. 838. Palácio 29 de Março, 18 de agosto de 1997.
Disponível em: <https://mid.curitiba.pr.gov.br/2010/00086362.pdf>. Acesso em:
16 nov. 2019.
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