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ANÁLISE DE IMPACTO
AMBIENTAL
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Por exemplo, os espaços naturais pertencem ao meio físico e biótico, e os
espaços urbanos-industriais, ao meio antrópico; contudo, os espaços rurais estão
entre o meio ambiente natural e o meio antrópico (Sánchez, 2013).
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poluentes, como por exemplo a alteração da paisagem causada pela extração de
minérios e a suspensão de vegetação para a extração de madeira.
Portanto, a degradação ambiental é uma conotação negativa a respeito de
uma perda da qualidade ambiental ocasionada por atividades humanas. De
acordo com Sánchez, “o agente causador da degradação ambiental é sempre o
ser humano: processos naturais não degradam o meio ambiente, apenas causam
mudanças” (Sánchez, 2013, p. 27).
Mas como saber em que nível atividades humanas estão degradando o
meio ambiente? A partir de qual grau de poluição pode haver problemas na saúde
pública? Quanto as atividades humanas estão interferindo na qualidade
ambiental? Segundo Tayrai e Ribeiro (2006), existe uma dificuldade de se
estabelecer tais parâmetros. Segundo Sánchez (2013), a qualidade ambiental é
um “conceito controverso e difícil de definir” (Sánchez, 2013, p. 27).
Ambos os autores expõem que essa é uma questão difícil e complexa, e
também que o uso de indicadores é uma ferramenta que auxilia a responder tais
questionamento (Sánchez, 2013; Tayrai; Ribeiro, 2006). Vamos ver a seguir a
definição de indicador pelo Ministério do Meio Ambiente:
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desenvolvimento industrial e urbano, o aumento de emissões atmosféricas é
crescente (Braga et al., 2001, Leal; Farias; Araujo, 2008).
Com o intuito de reduzir os níveis de poluição, é realizada uma gestão da
qualidade do ar, que de acordo com Leal, Farias e Araujo (2008), engloba a
“definição de limites de concentração dos poluentes na atmosfera, a limitação de
emissão dos mesmos, bem como a intervenção no processo de licenciamento, na
criação de estruturas de controle da poluição em áreas especiais e apoios na
implementação e tecnologias menos poluentes”. No Brasil, o Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA), define padrão de qualidade do ar como:
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O IQA é calculado por meio de nove parâmetros de qualidade para a água
bruta, visando o abastecimento público (Ibama, 2013). O resultado é um número
entre 0 e 100, correlacionado com uma escala que vai de péssima, ruim, regular,
boa e ótima (Ibama, 2013). Com esse indicador, é possível mostrar o nível de
qualidade dos rios e das principais bacias brasileiras, pois a água de baixa
qualidade traz prejuízo à saúde humana, ecossistemas e limita a produtividade
econômica (ANA, 2013; Ibama, 2013).
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usados para avaliar a condição do ambiente, para monitorizar as tendências,
mostrar alterações ou para diagnosticar a causa de um problema ambiental”
(Parron et al., 2015).
Se você ler com atenção, irá perceber que a definição de impacto ambiental
é: “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente”; assim sendo, um impacto ambiental pode ter natureza adversa,
negativa, ou benéfica, positiva (CONAMA, 1981; Sánchez, 2013).
Lembra que há pouco conversamos sobre degradação ambiental? Então,
a degradação ambiental da qualidade do ar, da água, do solo, a redução ou
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destruição da fauna e da flora são exemplos de impactos ambientais negativos. O
mesmo vale para a situação inversa: a recuperação de um ambiente degradado e
a preservação da fauna e da flora também são alterações das propriedades do
meio ambiente, mas alterações positivas; portanto, são impactos ambientais
positivos.
Segundo Sánchez (2013), um impacto ambiental pode ser gerado por meio
de ações de supressão ou inserção de elementos do ambiente e de introdução de
fatores que causem sobrecarga no ambiente; como exemplo, supressão da
vegetação, introdução de espécie exótica e sobrecarga de um poluente. Além da
natureza do impacto, positiva ou negativa, o impacto é classificado de acordo com
a origem ou fonte dos danos causados: impacto direto ou indireto (Barbosa, 2014;
Sánchez, 2013).
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impactos a uma coletividade (Barbosa, 2014). Continuando com o exemplo de
emissões gasosas, a degradação da qualidade do ar em uma área além das
instalações de uma indústria siderúrgica e ocasionada em decorrência de suas
atividades é um exemplo de impacto regional, pois traz ameaça à saúde pública
e aos ecossistemas locais (Barbosa, 2014).
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3.7 Cumulatividade e sinergismos dos impactos
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alternativas para eliminar ou reduzi-los (Sánchez, 2013). Desta maneira, a AIA irá
produzir um conteúdo capaz de auxiliar a prática de resolução de eventuais
problemas e de adaptações do projeto (Barbosa, 2014).
Todas as etapas do processo de avaliação dos impactos precisam ser
apresentadas de maneira clara e transparente, com linguagem apropriada e de
fácil compreensão ao público afetado, além de oportunizar o seu envolvimento no
processo avaliativo (Barbosa, 2014).
A AIA possibilita que sejam realizadas ações para evitar impactos
inaceitáveis e diminuir impactos ambientais adversos fora dos padrões
estabelecidos pela legislação vigente (Seiffert, 2007). Além de analisar a
viabilidade ambiental dos projetos, o processo de AIA estimula os
empreendedores a realizarem projetos que gerem menos danos ambientais
(Sánchez, 2013). Dessa maneira, as responsabilidades ambientais do empresário
ficam claras, e, sempre que necessário, é exigido uma recuperação ambiental,
assunto do próximo tema.
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chaminé purificadora de ar de 60 metros de altura, com capacidade de limpar
diariamente entre 5 e 16 milhões de metros cúbicos de ar (IstoÉ, 2018).
Se tratando da recuperação da qualidade da água, Esteves (1998),
apresenta técnicas para recuperação de lagos com elevada carga de matéria
orgânica, especialmente de fósforo e nitrogênio. Quando os nutrientes são de
origem antrópica, como por exemplo de despejo de efluentes industriais, o
processo é denominado de “eutrofização artificial” e é considerado um tipo de
poluição (Esteves, 1998, p. 204). Segundo o autor, a recuperação de
ecossistemas lacustres pode ser realizada por meio da aplicação de diversas
técnicas, como por exemplo pela retirada da camada superficial do corpo hídrico,
de modo a reduzir a concentração de fósforo e nitrogênio; aeração e retirada do
sedimento por sucção, de modo a retirar o principal reservatório de nutrientes do
ecossistema (Esteves, 1998). Para situações de degradação da qualidade da
água ocasionada pela presença de líquidos insolúveis em água, como por
exemplo óleos, podem ser aplicadas as técnicas de remoção manual, remoção
mecânica e utilização de materiais absorventes, como por exemplo polímeros,
espuma de poliuretano e cortiça (Niime, 2013).
Para situações de áreas terrestres, utiliza-se o termo “recuperação de
áreas degradadas” (Sánchez, 2013). Para a situação de supressão ou
degradação de florestas, Martins (2010) aponta as atividades de mineração,
extração de areia e expansão de áreas urbanas e rurais como algumas das
principais causas de desmatamento. Para a recuperação dessas áreas é
importante conhecer a intensidade de degradação, se há vegetação presente e
em qual grau de sucessão, podendo ser primária, com vegetais de pequeno porte,
ou secundária, com vegetação mais desenvolvida (Martins, 2010). No caso de
presença de fragmentos florestais remanescentes, uma possibilidade de
recuperação é a regeneração natural, em que é monitorada a recuperação da área
por meio da recuperação natural do ecossistema (Martins, 2010; Sánchez, 2013).
Quando a degradação ambiental foi mais intensa, é necessária a intervenção
humana por meio da seleção de espécies, produção de mudas e plantio de
espécies nativas (Martins, 2010).
Outra maneira de degradação de uma área é por meio da presença de
poluentes ou contaminantes, a qual recebe a denominação de “área contaminada”
(Fernandes et al., 2014). De acordo com Fernandes et al. (2014), a definição de
área contaminada é:
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área, terreno, local, instalação ou edificação onde há comprovadamente
quantidades ou concentrações de matérias provenientes da deposição,
acumulação, armazenamento de produtos, materiais, resíduos ou
infiltração dessas substâncias que tenham ocorrido de forma planejada,
acidental ou até mesmo natural, podendo causar danos à saúde
humana, ao meio ambiente ou a outro bem a proteger.
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REFERÊNCIAS
ANA – Agência Nacional de Águas. Cuidando das águas: soluções para melhorar
a qualidade dos recursos hídricos. Brasília, 2013. Disponível em:
<https://www.ana.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/publicacoes>. Acesso
em: 17 nov. 2019.
BRAGA, A. et al. Poluição atmosférica e saúde humana. Revista USP. n. 51, p. 58-
71, 2001.
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<https://www.ibama.gov.br/phocadownload/qualidadeambiental/relatorios/RQMA_
2013.pdf>. Acesso: 17 nov. 2019.
ISO 14001. Sistemas da gestão ambiental: requisitos com orientação para uso.
Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
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OLIVEIRA, V. R. S. de. Impactos cumulativos na avaliação de impactos
ambientais: fundamentação, metodologia, legislação, análise de experiências e
formas de abordagem. Dissertação (Mestrado). São Carlos: UFSCar, 2008.
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