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1 Introdução

Com o passar dos tempos, o homem assistiu a população mundial crescer


progressivamente até atingir o impensado número de sete bilhões de habitantes. Esse
crescimento populacional em grande escala passou a apresentar inúmeros problemas, um
deles é a má qualidade ambiental, sendo esta um elemento fundamental para a melhoria da
qualidade de vida do homem urbano. Segundo o Glossary of Environment Statistics (1997),
qualidade ambiental é o estado das condições do meio ambiente, expressas em termos de
indicadores ou índices relacionados com os padrões de qualidade ambiental.
Para entender a qualidade ambiental, deve-se primeiramente analisar o processo de
urbanização, sendo que quando a ocupação do espaço urbano é desordenada, a qualidade
ambiental é comprometida. Segundo Lombardo (1985), quando as cidades avançam, elas
apresentam um crescimento rápido e sem planejamento adequado, o que podem resultar em
um saneamento básico precário, acúmulo de resíduos sólidos, poluição sonora e visual,
retirada de área verde para construção de habitações irregulares, ocasionando assim, na
degradação ambiental e na má qualidade de vida.
De acordo com notas de aula do professor Dr. Hiram Sartori, o meio ambiente é uma
interação entre componentes biológicos (bióticos), físicos (abióticos) e socioeconômicos
(noóticos). Portanto, para análise da qualidade ambiental é necessário a avaliação desta
interação.
2 Objetivo

Esse trabalho tem como objetivo a caracterização e a análise da qualidade ambiental


urbana e a percepção dos instrumentos utilizados para se fazer uma avaliação sobre o tema. O
trabalho será baseado em artigos que exploram metodologias de como se fazer para avaliar
qualitativamente e quantitativamente a qualidade ambiental. Além disso, é um forma de se
fazer uma associação com a disciplina cursada e com isso ampliar o conhecimento sobre o
tema abordado.
3 Justificativa

A falta de planejamento e controle na ocupação dos espaços urbanos, tem resultado no


comprometimento do ambiente e da qualidade de vida da população. Diante dessas situações
de descontrole do processo de urbanização faz-se necessária a regulação do uso do espaço
nas cidades através de leis que sejam desenvolvidas, negociadas e aprovadas pelos poderes
constituídos e por técnicos planejadores, que vise estabelecer diretrizes e parâmetros para o
uso e ocupação do solo urbano, entre outros aspectos (LIMA FILHO e HELLER, 2004).
Este trabalho se faz necessário para que nós como alunos tenhamos a capacidade de
compreender e avaliar indicadores, nos possibilitando criá-los. É justo a realização deste
trabalho para que possamos enriquecer o conteúdo dado em sala de aula em outras fontes de
pesquisa.
4 Aspectos ambientais do meio urbano

De acordo com notas de aula do professor Dr. Hiram Sartori, aspectos ambientais são
elementos das atividades, produtos ou serviços de uma organização, que podem interagir com
o meio ambiente (ISO 14.000, 2004). Podem ser: as emissões, os rejeitos, os resíduos,
consumo de recursos, o consumo de energia.
Para a identificação dos aspectos e avaliação dos impactos ambientais associados a
determinado empreendimento, deve-se procurar, inicialmente, selecionar todas as atividades,
produtos e serviços relacionados à atividade produtiva, de modo a separar o maior número
possível de impactos ambientais gerados, reais e potenciais, benéficos e adversos,
decorrentes de cada aspecto identificado, considerando, sempre, se são significativos ou não.
(BACCI, 2006). Para atender às expectativas de uma melhoria no desempenho ambiental
deve-se haver o conhecimento e divulgação dos aspectos ambientais de um empreendimento.
(VALLE, 2007).

4.1 Meio socioeconômico

Alguns dos aspectos que podem ser considerados quanto ao meio socioeconômico são:
o consumo de energia e de recursos de uma indústria por exemplo, a quantidade de resíduos,
as emissões de gases, os ruídos produzidos por ela, a geração de empregos, entre outros.
Durante sua implantação ocorrerá impactos no trânsito, devido a movimentação de operários e
matérias. Pós implantação, os impactos no trânsito podem continuar devido a entrada e saída
de veículos para transporte dos produtos e devido ao provável aumento da utilização da via por
funcionários e diversos usuários. A construção de rodovias e ferrovias também podem ser
considerados atividades que produze aspectos ambientais, isto porque durante a construção
destas ocorrerá um elevado crescimento de geração de emprego, as atividades necessárias
para implantação da rodovia e da ferrovia exigirão a movimentação de veículos leves e
pesados bem como o transporte de máquinas e equipamentos geralmente necessários à
execução de obras civis de tal porte. A intensificação do tráfego de veículos lentos e máquinas
de grande porte representa um aumento do fluxo, um impacto adverso e temporário que
prejudicará a qualidade de vida dos usuários das rodovias e estradas vicinais próximas ao
empreendimento.

4.2 Meio físico

Alguns dos aspectos que podem ser considerados quanto ao meio físico são: o consumo
de água, pois seu uso excessivo pode levar ao comprometimento da disponibilidade de água;
consumo de energia elétrica, pois sua utilização causa a redução da disponibilidade de
energia. Devido a esta redução, ocorrerá a necessidade de aumentar a produção de energia,
sendo que para gerar a energia em usinas hidrelétricas, um dos grandes problemas ambientais
é o represamento dos rios (FRASAO, BARRA e MENICONI, 2011). Também são aspectos
ambientais o lançamento de esgoto, pois causa a contaminação das águas atingidas; a
emissão de gases produzido pela decomposição do lixo, pois segundo informações
encontradas no site Reciclando o Planeta (2010), mesmo que os resíduos sólidos não sejam
queimados, o material orgânico em decomposição gera gás metano (CH4) e outros gases
(como o gás sulfídrico), que causam odores desagradáveis, escurece a pintura dos edifícios
vizinhos e se torna explosivo quando colocado em um depósito próximo ou outro espaço
fechado.
4.3 Meio biótico

Alguns dos aspectos que podem ser considerados quanto ao meio biótico são: redução
das emissões de oxigênio que ocorrem através da fotossíntese, resultante da retirada de área
verde, além da redução da diversidade de espécies da fauna e da flora. De acordo com
informações encontradas no site TERA (2014), o lançamento de esgoto sem tratamento nos
rios e lagos, ocasiona um aumento da matéria orgânica na água, o que faz com que o
equilíbrio local seja afetado, ocorrendo o aumento de determinados microrganismos e a
dificuldade de desenvolvimento de outros. Esse processo, conhecido como eutrofização, pode
levar ao surgimento de microalgas e ao sufocamento de peixes e outras espécies, além da
transmissão de doenças presentes nas fezes humanas para outros consumidores da água.
Também é um aspecto ambiental a lixiviação ocasionada pela deposição inadequada do lixo,
pois segundo informações encontradas no site Reciclando o planeta (2010), quando chove, o
solo se torna mais permeável e os líquidos que saem do lixo podem chegar até as águas
subterrâneas (processo conhecido como lixiviação), poluindo águas de rios que servem de
habitat para inúmeras espécies e fonte de água para muitas outras.
5 Indicadores de qualidade ambiental

Os indicadores são uma importante ferramenta para planejamento e avaliação da


qualidade ambiental. Para análise, podemos usar indicadores como o de infraestrutura,
saneamento e cobertura vegetal. De acordo com OECD citado por Dias (2011), um indicador
pode ser definido como um parâmetro ou um valor derivado de parâmetros que fornece
informações sobre fenômenos.
Os indicadores ambientais são usados para se ter um retrato da qualidade ambiental e
dos recursos naturais, além de avaliar as condições e as tendências ambientais rumo ao
desenvolvimento sustentável. Para tanto, os indicadores ambinetais deverão possuir
capacidade de síntese, estando então, baseados em informações confiáveia possíveis de
serem comparadas e acessíveis a população (MERICO apud DIAS, 2011)
Segundo o Portal Educação, um indicador ambiental pode ser entendido como a
representação de um conjunto de dados, informações e conhecimentos acerca de determinado
fenômeno urbano/ambiental capaz de expressar e comunicar, de maneira simples e objetiva,
as características essenciais e o significado desse fenômeno aos tomadores de decisão e à
sociedade em geral.
Através de pesquisa realizada no Portal do Meio Ambiente, foi possível conhecer alguns
indicadores como: ar, água, solo e biodiversidade. O ar tem o indicador AR-1 que é calculado,
anualmente, pela porcentagem do número de amostras em atendimento ao padrão de 50
mg/m³ de ar, em relação ao número total de amostras para o parâmetro PM10 (partículas
inaláveis). A metodologia adotada para o Estado considera a qualidade do ar boa, quando as
concentrações médias durante um período de 24 horas, não ultrapassam o padrão
estabelecido para a média anual, que é de 50 mg/m³ de ar. A água tem o indicador AG-1 que é
calculado pela porcentagem do número de amostras de DBO em atendimento aos padrões
estabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM / CERH n.º 1, de 05 de Maio de
2008, em função da classe do trecho do curso de água amostrado, em relação ao número total
de amostras, ponderado pelo coeficiente 0,047. O solo tem o indicador SL-2 que é calculado,
anualmente, pela porcentagem da população urbana com disposição adequada de lixo em
relação à população urbana total, ponderado pelo coeficiente 0,1291, valor do peso relativo
desse indicador. E tem também o indicador SL-5 que é calculado pela razão entre a quantidade
de agrotóxico comercializado, pela área plantada no Estado de Minas Gerais. E por último, a
biodiversidade tem o indicador BD-1 que é calculado, anualmente, pela porcentagem de área
com cobertura vegetal nativa em relação à área total da região avaliada, no caso o Estado de
Minas Gerais, ponderado pelo coeficiente 0,093, valor do peso relativo desse indicador. Tem o
indicador que é calculado anualmente pela expressão BD-2 = X/10, obtida pela linearização
dos pontos (10; 1) e (0; 0), sendo X o valor em % de áreas protegidas em relação à área total.
O indicador deve ser ponderado pelo coeficiente 0,077, valor do peso relativo desse indicador.
E tem também o indicador que é calculado anualmente pela expressão BD-6 = (1 – X), obtida
pela linearização dos pontos (0; 1) e (1; 0), sendo X o valor em % de áreas desmatadas em
relação à área total do Estado. O indicador deve ser ponderado pelo coeficiente 0,055.
Sendo assim é possível perceber que a escolha do indicador depende do aspecto que
será analisado, podendo nos dizer se a qualidade ambiental é boa ou ruim.
Referências

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