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NORMAS

DA LÍNGUA
PORTUGUESA
OBJETIVO DE
APRENDIZAGEM
Reconhecer os princípios normativos da Língua
Portuguesa que orientam e definem os padrões cultos
da comunicação e os distinguem das demais formas e
níveis de linguagem (técnica ou profissional; literária ou
artística; coloquial/informal/popular, regional, gírias,
vulgar).
CONTEXTO

Os jargões são formas específicas de comunicação de


profissionais de uma área. Gustavo está programando
um transmissor e ligou para Luciana, responsável pela
assistência técnica do instrumento.
PROBLEMATIZANDO
O uso de jargões pode prejudicar alguns processos de
trabalho quando há necessidade de comunicação entre
profissionais de setores diferentes em uma empresa.
Como essa dificuldade de comunicação pode ser
resolvida?
CONHECIMENTO EM PAUTA
A LINGUAGEM É VIVA

Em ambientes de trabalho e nas mais diversas situações,


convivemos com as pessoas que exercem diferentes papéis e
funções. Para cada situação, precisamos nos comunicar de
forma adequada para que as pessoas nos entendam. Há
momentos em que você pode utilizar um vocabulário mais
simples e informal. Porém, em determinadas situações, é
necessário elaborar os discursos orais e escritos.
Em uma entrevista de emprego, por exemplo, é fundamental
que você faça uso da linguagem culta ou formal para causar
melhor impressão a quem estiver lhe entrevistando. Já em
conversas com amigos, podemos falar de forma mais simples e
coloquial. A figura mostra algumas características das
linguagens culta e coloquial.
Segue a norma culta.
É usada em situações formais.
Culta Há seleção cuidadosa das palavras.
É ensinada nas escolas.

Linguagem

É empregada no cotidiano.
Não obedece, necessariamente, à norma
Coloquial culta.
Tem construções mais simples.
Permite abreviações, diminutivos, gírias etc.

A linguagem é o conjunto de signos e sinais que utilizamos


para nos comunicar não apenas verbalmente, mas também de
forma não verbal. A linguagem corporal é uma forma de
linguagem não verbal, como podemos observar na figura.

Você Sabia?
Além da linguagem verbal (escrita e falada), a linguagem
corporal é analisada em diversas situações, como em
entrevistas de emprego. Suas formas de sentar, olhar, andar,
gesticular, mexer as mãos e as pernas são observadas, pois são
as maneiras pelas quais você expressa seus sentimentos e suas
atitudes com o seu corpo.
Utilizamos uma língua fornecida, que é o conjunto de
palavras, significados e especialidades específicas por
determinado grupo social, mas fazemos uso de diferentes
linguagens. Nossa língua é a portuguesa, formada por
específicos, compartilhada por milhões de pessoas, não
apenas no Brasil.

De acordo com a Comunidade dos Países de Língua


Portuguesa (CPLP), a língua portuguesa é a sexta língua
mais falada no mundo, com mais de 255 milhões de
falantes. O mapa mostra os países membros da CPLP, os
países associados e os interessados em fazer parte da
Comunidade.
AS CULTURAS DAS EMPRESAS

A linguagem está diretamente relacionada à cultura e


aos processos de comunicação. Como alguns filósofos
dizem, a linguagem é o solo da cultura, pois é por meio
da linguagem que expomos e transmitimos nossos
sentimentos e nossas formas de pensar e agir.
Nesse processo de interação, uma cultura de um país
ou de um grupo social, por exemplo, pode originar
outras culturas e vice-versa. Percebemos essa influência
recíproca nas maneiras de vestir, na culinária, nas
diversas formas de arte e no comportamento.

Nas empresas acontecem um


fenômeno semelhante. A cultura
de uma empresa é o conjunto de
valores e de normas que
orientam as formas de pensar e
agir das pessoas na instituição,
como mostra a figura.

Você Sabia?
A cultura de uma empresa é tão importante que pode até
mesmo exercer influência sobre outras empresas. Por isso,
dizemos que há diversas culturas empresariais, e não apenas
uma cultura empresarial.
A cultura também exerce influência sobre uma língua.
No caso da língua portuguesa, novas palavras e palavras
emprestadas de outras línguas são por vezes
aportuguesadas. Vamos conhecer algumas influências
culturais na língua portuguesa e alguns níveis de
linguagem, que são os usos da língua de acordo com os
múltiplos contextos de comunicação.

JARGÃO
Quando um grupo restrito de profissionais faz uso de
expressões, termos e especificações específicas de sua
área de atuação temos o jargão. Grupos sociais também
podem utilizar jargões, mas normalmente este tipo de
linguagem técnica é mais conhecida nas áreas
profissionais, como na medicina, no direito, na
engenharia, entre outras.
Preste atenção ao contexto em que você está inserido
para adaptar a sua linguagem à situação de fala (culta ou
informal). Essa adaptação é importante, porque nem
sempre as pessoas reconhecem o vocabulário de
determinadas áreas e esse desconhecimento pode
causar problemas de comunicação.
Na indústria, normalmente, os jargões são restritos a uma
área específica. Em alguns casos, no entanto, há jargões que
são conhecidos apenas pelos profissionais de uma
determinada empresa. Esse tipo de jargão é mais raro e
normalmente ocorre quando a empresa é líder de um setor
industrial. No entanto, os jargões mais comuns são
compartilhados por uma área da indústria, como a
eletroeletrônica, por exemplo.

NA INDÚSTRIA Por exemplo, jampear vem de


jumper, que é um pequeno
condutor que conecta pontos de
circuitos eletrônicos. Então,
quando alguém quer fazer uma
“ponte”, uma ligação entre dois
elementos, diz-se: “vamos
jampear esses circuitos?”.

O termo baipassar, por sua vez, vem de bypass, que


significa contornar, desviar. Então, quando alguém pretende
fazer um desvio de um fluxo em um processo industrial, diz:
“vou baipassar o fluxo da tubulação para outro”. Baipassar
também é muito utilizado em outras áreas. Por isso, preste
atenção quando houver a necessidade de se comunicar com
fornecedores, colegas de outras empresas e até mesmo com
profissionais de outros setores industriais – tente ser o mais
claro e objetivo possível. Mesmo que você use um jargão,
explique-o, para que sua comunicação seja clara e objetiva.

Importante
A cultura de uma empresa é tão importante que pode até
mesmo exercer influência sobre outras empresas. Por isso,
dizemos que há diversas culturas empresariais, e não apenas
uma cultura empresarial.
POPULAR E VULGAR SÃO COISAS
DIFERENTES

Já conhecemos algumas diferenças básicas entre


linguagem culta e coloquial, esta última conhecida
também como popular. No entanto, não podemos
confundir linguagem vulgar com linguagem popular.
Vamos ver algumas diferenças entre elas.
A linguagem popular é uma forma coloquial e
espontânea com a qual as pessoas falam
cotidianamente. Muitas vezes, essa linguagem não segue
regras gramaticais e apresenta alguns vícios e gírias. Em
ambientes familiares, círculos de amigos e espaços
descontraídos, uma linguagem popular é muito comum.

Vou pra galera ...

Diferentemente da linguagem popular, uma linguagem


vulgar quase nunca segue regras gramaticais. Expressões
como “nós vai”, “pra mim fazer”, “disco avoador”,
“mortandela”, “me ferrei”, “vámu ir”, “pra mim comê”, “é
nóis”, entre outras, são comuns neste tipo de linguagem.
Outra diferença é que além de utilizar vícios de
linguagem e gírias, uma linguagem vulgar faz uso de
termos obscenos e grosseiros e muitas vezes
intencionalmente para agredir o outro.
Por isso, uma linguagem popular e a linguagem vulgar
são inapropriadas em ambientes de trabalho. No
entanto, se podemos empregar a linguagem popular com
alguma tolerância em determinadas condições, como no
horário do almoço ou em algumas reuniões, uma
linguagem vulgar é totalmente determinada e
inadequada no mundo do trabalho.
GÍRIAS
A gíria é um estilo linguístico
que está integrado à linguagem
popular. Alguns grupos sociais e
regiões do país utilizam gírias
específicas, mas muitas vezes
elas não ficam restritas apenas a
esses grupos, algumas delas
tornam-se comuns no dia a dia
das pessoas.

Como fenômeno social, as gírias mudam de acordo com


as transformações sócio-históricas e culturais. Por
exemplo, a expressão “é uma brasa mora” passou a ser
“chocante”, depois virou “show de bola” e, atualmente,
ouvimos mais expressões como “show”, “curti” e “top”.
Como linguagem coloquial, as gírias são muito comuns,
mas não fazem parte da linguagem formal. Por isso,
devemos evitá-las em ambientes de trabalho, pois são
locais em que preferencialmente devemos usar a
linguagem culta na comunicação.

REGIONALISMOS
Cada região do país tem formas típicas de nomear
objetos, elogiar, criticar, fazer referência a situações
cotidianas, expressar surpresa, entre outras. Por exemplo,
“cacetinho” e “bergamota”, no Rio Grande do Sul,
significam, no Rio de Janeiro, “pão francês e “tangerina”.
“Daora”, em São Paulo, tem sentido semelhante a “bão pá
daná” ou a “bom prá dedéu”, em Minas Gerais. “Maneiro”,
no Rio de Janeiro, é parecido com “tri”, no Rio Grande do
Sul. Esses são apenas alguns exemplos, mas a lista é muito
maior, pois mesmo em uma região específica há
diferenças marcantes de expressões e em formas de falar.
Como ocorre com as gírias, novos regionalismos são
constantemente criados ou eliminados de acordo com as
mudanças sócio-históricas e culturais. Essa riqueza
cultural é muito interessante. O mundo do trabalho
promove cada vez mais o intercâmbio de profissionais
de diferentes estados do país entre as empresas. Em sua
empresa, provavelmente você terá a oportunidade de
encontrar colegas de outras regiões do país com os
quais aprenderá novas formas de expressão.

AS “ARMADILHAS” DA LINGUAGEM
Muitas vezes, uma situação aparentemente engraçada
pode trazer confusões e equívocos em ambientes de
trabalho. Por isso, sugerimos que você preste atenção
para não cair nas “armadilhas” da linguagem, que podem
acontecer em discursos escritos e orais. Veja alguns
exemplos.
Jargão Técnico
O jargão técnico é formado por um conjunto de
termos comuns e expressões utilizadas apenas por
um grupo restrito de profissionais.

Redundância
A redundância é o uso de palavras diferentes
que expressam a mesma ideia.

Ambiguidade
A ambiguidade ocorre quando um trecho de texto,
uma sentença ou uma expressão linguística
apresentam mais de uma interpretação possível,
podendo causar confusões na comunicação.

Clichê ou Chavões
Os clichês ou chavões são expressões banais e sem
originalidade que estão desgastadas por seu uso
excessivo.

Gerundismo
O gerundismo é o uso inadequado e exagerado do
tempo verbal conhecido como gerúndio que é
utilizado para situações que se prolongam ou que
estão acontecendo ao longo do tempo.
PARA ESCREVER CORRETAMENTE
Em 2012, passou a valer no Brasil o Acordo Ortográfico, que
unifica a ortografia em todos os países de língua portuguesa.
Há diversas mudanças que você pode encontrar em qualquer
boa gramática atualizada. Neste quadro, ressaltamos algumas
das alterações para evitar equívocos.

Se ainda assim você tiver dúvidas sobre se deve usar ou não o


hífen em determinado vocábulo, consulte o site da Academia
Brasileira de Letras, especificamente, o Vocabulário Ortográfico da
Língua Portuguesa:
WWW.ACADEMIA.ORG.BR/NOSSA-LINGUA / BUSCA-NO-VOCABULARIO
DÚVIDAS FREQUENTES
Ao conversar com colegas de trabalho, amigos ou
familiares podem surgir algumas dúvidas em relação ao
uso de certos termos. Na hora de escrevermos e-mails,
textos ou documentos essas dúvidas podem até provocar
mal-entendidos. Vamos aprender a resolver algumas
dessas dúvidas.

CUIDADO COM A PONTUAÇÃO!


Quando utilizamos corretamente
a pontuação, nossos textos
tornam-se coerentes, claros,
objetivos e sem ambiguidades.
Observe os personagens que
fazem parte da história e analise
as mudanças de sentido do texto,
dependendo dos diferentes usos
da pontuação.
Um homem rico agonizava em seu leito de morte.
Pressentindo que o fim estava próximo, pediu papel e
caneta, e escreveu:
"Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho
jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres."
Mas morreu antes de fazer a pontuação. Para quem o
falecido deixou a sua fortuna? Veja a mudança de cada
um dos personagens em relação ao destino da origem.
Observe como a pontuação altera o sentido da
mensagem nos ícones abaixo:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao


meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
padeiro. Nada dou aos pobres.

Deixo meus bens à minha irmã. Não ao


meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
padeiro. Nada dou aos pobres.

Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao


meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta
do padeiro. Nada dou aos pobres.

Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao


meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta
do padeiro? Nada! Dou aos pobres.
SOLUÇÃO DO PROBLEMATIZANDO
Aprendemos que o uso de jargões é uma prática
comum em profissões. Entre os colegas de uma área
específica, o uso do jargão não produz muitos embaraços,
pois os significados dos termos são compartilhados pelos
profissionais de uma mesma área. No entanto, quando há
necessidade de comunicação entre colegas de diferentes
áreas de uma empresa ou com profissionais de outras
empresas, a solução é evitar os jargões.

Deste modo, substitui os jargões por palavras comuns


que possuem o mesmo significado do jargão. Assim, pense
no jargão, mas tente explicar com palavras comuns da
língua portuguesa o que você pretende dizer ou escrever.
Assim, sua comunicação será clara e objetiva e você
evitará problemas de compreensão.
REFERENCIANDO
MUNDO EDUCAÇÃO. Países que falam português.
http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/paises-
que-falam-portugues.htm >. Acesso em: 20 out. 2009

SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática. 15. ed. São


Paulo: Atual Editora, 1999.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM


INDUSTRIAL. Série automação industrial: fundamentos da
comunicação. Brasília: SENAI/DN, 2012.

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