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ESCOLA ______________________________________________________________________

LOCALIDADE:__________________________________________________________________
COMPONENTE CURRICULAR : LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSOR: _________________________________________________________________
ALUNO:__________________________________________________________SÉRIE:9º ANO
DATA:______/______/______
Variação Linguística
*Você já prestou atenção no modo como as pessoas a sua volta falam?
*Todas as pessoas falam do mesmo jeito?
*E a escrita ela acontece igual a fala ou diferente dela?

CONCEITUANDO

•Não existe um único jeito de falar a língua


portuguesa.

VARIEDADES LINGUÍSTICAS: são as


variações que uma língua apresenta em razão
das condições sociais, regionais (geográfico)
e histórico nas quais é utilizada.

Como a sociedade é marcada por diferenças sociais, culturais, regionais, etc., a língua
apresenta muitas variações, que refletem essas diferenças e constituem as variedades linguísticas.

FORMALIDADE E INFORMALIDADE
Às vezes, mesmo sem perceber, falamos em determinadas situações de modo diferente do
habitual. Quando falamos em público ou quando conversamos com pessoas mais instruídas do que
nós ou com pessoas que ocupam cargo ou posição elevado, monitoramos mais o que dizemos,
evitando gírias, expressões grosseiras e palavras ou expressões que demonstrem intimidade com
o interlocutor. Assim, a língua apresenta maior grau de formalidade.
Quando falamos com amigos, por exemplo, a língua apresenta menor monitoramento, dizemos que
a língua é informal.

A língua está sempre em mudança, em renovação. Novas palavras surgem a todo momento
e formas antes valorizadas caem em desuso com o tempo.
Para evitar que cada um use a língua à sua maneira, temos a NORMA-PADRÃO: É uma
referência, uma espécie de modelo ou “iei” que normatiza o uso da língua, falada ou escrita.

VARIEDADES URBANAS DE PRESTÍGIO


As variedades do português que mais se aproximam da norma-padrão são prestigiadas
socialmente. São as VARIEDADES URBANAS DE PRESTÍGIO, também conhecidas como
NORMA CULTA, empregadas pelos falantes urbanos, mais escolarizados e de renda mais alta.
Outras variedades, faladas em lugares distantes dos grandes centros, ou faladas por pessoas
analfabetas ou de baixa escolaridade, ou por pessoas de baixa renda, são menos prestigiadas e,
por isso, frequentemente aqueles que as falam são vítimas de preconceito.
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Do ponto de vista linguístico, não existe variedade linguística melhor ou mais correta do que
outra. Pessoas de baixa escolaridade, ou vindas do interior, ou vindas de regiões distantes dos
grandes centros urbanos podem ser ridicularizadas ou inferiorizadas por falarem uma variedade
diferente daquelas prestigiadas socialmente.
Você deve ficar atento(a) para perceber qual variedade linguística é mais adequada à situação.

Observações: Aprofundar seus conhecimentos acompanhando no livro didático de Língua


Portuguesa: Se Liga na Língua Leitura, Produção de Texto e Linguagem. Sugere-se que faça
leituras atentas dos assuntos e exercícios que devem ser estudados e resolvidos.

Faça a Leitura abaixo e resolva as questões.

VARIEDADES LINGUÍSTICAS
A língua é o meio mais comum de interação entre os indivíduos nas relações diárias –
comunicação com familiares, contato com amigos, atuação no trabalho –, além de ser fundamental
no desenvolvimento de atividades políticas, culturais e científicas.
A língua portuguesa usada no Brasil difere daquela empregada em Portugal, pois notamos
particularidades quanto ao vocabulário e às construções sintáticas. Notamos diferenças na forma
como as palavras são pronunciadas. Essas particularidades estão relacionadas ao percurso da
língua portuguesa nos dois países. Apesar de os colonizadores portugueses terem trazido sua língua
para o Brasil, o português falado aqui e aquele falado em Portugal foram influenciados por fatores
diferentes.
Como você sabe, o português não é a língua original do Brasil. Quando os europeus aqui
chegaram, encontraram vários povos indígenas, que falavam, segundo os pesquisadores, mais de
trezentas línguas. Da mistura do português com as línguas desses grupos surgiram “línguas gerais”,
que foram empregadas pelos habitantes do Brasil – indígenas, colonizadores e seus descendentes,
assim como povos escravizados trazidos do continente africano – nos primeiros séculos desde a
chegada dos portugueses.
Além disso, a língua continua sendo modificada conforme o uso e pelo contato com a cultura
estrangeira. Por meio da música, do cinema, das relações comerciais, das comunicações pela
internet etc., algumas palavras e construções de outras línguas acabam sendo incorporadas ao uso
cotidiano, como shopping, delivery, self-service, selfie, playground, gourmet.
A língua de Portugal, por sua vez, também se modificou. Ao longo do tempo, sofreu influência
de outras culturas e se afastou daquela língua que chegou ao Brasil. Como resultado, brasileiros e
portugueses falam duas variedades distintas de português.

POR QUE A LÍNGUA SOFRE VARIAÇÕES


As particularidades percebidas no português falado em cada país da Comunidade Lusófona
exemplificam o fenômeno da variação linguística.
As línguas variam em função de inúmeros fatores. O fator geográfico é um deles e não
distingue apenas os falares de países diferentes. No Brasil, por exemplo, percebemos diferenças na
maneira como falam gaúchos, baianos, cariocas, paulistas, mineiros, paraenses etc.
O fator social também é responsável por distinguir variedades linguísticas. A língua varia
conforme a idade do falante, o gênero, o nível de escolaridade, a profissão, os interesses etc.
Existe, ainda, um terceiro aspecto responsável pela variação da língua, o fator histórico. Ao
longo do tempo, a língua se transforma, palavras e construções são abandonadas e outras são
introduzidas no vocabulário ou modificadas. Os falantes brasileiros, por exemplo, praticamente já
abandonaram o uso da segunda pessoa do plural (vós). Algumas gírias entraram e saíram de moda,
como o adjetivo supimpa, que indica algo muito bom.

A variação linguística é um fenômeno que ocorre em todas as línguas. As características de


cada falante, como idade, origem geográfica, nível de escolaridade e atividades profissionais e de
lazer, fazem com que a língua não seja sempre a mesma. Além disso, ela se altera conforme o tempo
passa e os falantes vão tendo novas necessidades expressivas.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
A linguagem formal é usada em situações mais cerimoniosas, como uma aula universitária ou
um noticiário de TV. Já a linguagem informal é utilizada em situações mais descontraídas, como
programas de auditório ou debates esportivos. O emprego desses níveis de linguagem é flexível,
dependendo do contexto e do objetivo do falante. Um político pode, por exemplo, preferir o uso da
linguagem informal em um discurso para se aproximar do eleitor. Além disso, há graus de
formalidade, que vão de nada formal a muito formal.
Um falante competente é quem consegue transitar entre esses níveis de linguagem,
reconhecendo o que é adequado a cada situação de comunicação. Para isso, precisa se apropriar
das formas socialmente mais valorizadas, as chamadas variedades urbanas de prestígio. Elas estão
associadas, em geral, aos moradores dos grandes centros urbanos que têm acesso a mais atividades
educacionais, culturais e científicas e atuam em esferas profissionais prestigiadas.
O modo de falar desse grupo urbano varia conforme as situações de comunicação. Apesar
disso, observa-se que, em geral, as variedades urbanas de prestígio estão mais próximas da
chamada norma-padrão, o modelo de uso da língua descrito nas gramáticas e nos dicionários.
Nenhum falante – mesmo aquele que é muito culto – obedece à norma-padrão todo o tempo, mas
essa norma é uma referência.

ATIVIDADES
As mariposa
Adoniram Barbosa

As mariposa quando chega o frio


Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá
Elas roda, roda, roda e dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra descansá metáfora: é uma figura de linguagem que
produz sentidos figurados por meio de
Eu sou a lâmpida comparações.
E as muié é as mariposa Ex: Aquele homem tem um coração de pedra.
Que fica dando volta em vorta de mim
Todas noite só pra me beijá
[...]

Entendendo a canção:
01- Localize o verso em que há uma metáfora e transcreva-o.
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02- Diga quais palavras ou expressões estão escritas do modo como são faladas por alguns grupos
em algumas regiões do país.
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03- No texto, a concordância nominal do artigo no plural com os substantivos no singular em “as
mariposa” e “as muié”:

a)( ) provocam um estranhamento por reproduzir a fala de um grupo social.


b)( ) Atribuem um sentido diferenciado aos substantivos “mariposa” e “muié”.
c)( ) Obrigam o leitor a corrigir o erro gramatical cometido pelo poeta.
d)( ) Denotam o pouco cuidado do autor na composição da letra da música.

04-No verso: “As mariposa quando chega o frio / Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si
isquentá”, o que quer dizer?
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05 - Que variedade linguística ( padrão ou informal ) podemos ou devemos usar nas seguintes
situações sociais:

a) Falando sobre política num canal de televisão. (__________________________)


b) Em uma pequena mensagem de celular para um amigo próximo. (____________________)
c) Em uma carta de reclamação para uma operadora de celular. (_______________________)
d) Em uma conversa na praça entre amigos. (______________________________)
e) Em um debate numa conferência nacional sobre meio ambiente. (_____________________)
f) Uma mensagem de Whatsapp para irmã explicando que você foi à padaria. (_____________)
g) Um artigo de opinião solicitado pelo professor de português. (_______________________)
h) Na redação do ENEM. (_____________________)

06- Reescreva o texto abaixo utilizando a norma padrão da Língua Portuguesa:

“Iscute o que to dizeno, ______________________________________________


Seu dotor, seu coroné: ______________________________________________
De fome tão padeceno ______________________________________________
Meus fio e minha muiér. ______________________________________________
Sem briga, questão nem guerra, ______________________________________________
Meça desta grande terra ______________________________________________
Umas tarefas pra eu! ______________________________________________
Tenha pena do agregado ______________________________________________
Não me dexe deserdado ______________________________________________
Daquilo que Deus me deu”. ______________________________________________
(Patativa do Assaré)

07- O falante do texto da questão anterior é identificável como:


a) ( ) Escolarizado proveniente de uma metrópole.
b) ( ) Sertanejo de uma área rural.
c) ( ) Idoso que habita uma comunidade urbana.
d) ( ) Escolarizado que habita uma comunidade no interior do país.
e) ( ) Estrangeiro que imigrou para uma comunidade do Sul do país.

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

1- Conheça agora um poema do escritor cearense Patativa do Assaré.


O BOI ZEBU E AS FORMIGAS
Um boi zebu certa vez nas pernas do boi subindo,
moiadinho de suó, constantemente a subir.
quer sabê o que ele fez? Mas tão devagá andava,
Temendo o calor do só, que no começo não dava
5 entendeu de demorá 30 pra ele nada sentir.
e uns minutos cochilá Mas porém como a formiga
na sombra de um juazeiro em todo canto se soca,
que havia dentro da mata. dos casco até na barriga
E firmou as quatro pata começou a frivioca.
10 em riba de um formigueiro. 35 E no corpo se espaiando,
Já se sabe que a formiga o zebu foi se zangando,
cumpre a sua obrigação, e os casco no chão batia.
Uma com outra não briga Mas porém não meiorava,
vive em perfeita união, quanto mais coice ele dava
15 paciente, trabaiando, 40 mais formiga aparecia.
suas fôia carregando, [...]
um grande exemplo revela Com o lombo todo ardendo
naquele seu vai e vem. daquele grande aperreio,
E não mexe com ninguém o zebu saiu correndo
20 se ninguém mexê com elas. fungando e berrando feio.
Por isto com a chegada 45 E as formiguinha inocente
daquele grande animá, mostraram pra toda gente
todas ficaram zangadas, esta lição de morá:
começaram a se assanhá. contra a falta de respeito
25 E foram se reunindo, cada um tem seu direito
50 até nas lei naturá. quanto pode a união.
As formiga a defendê Neste meu poema novo
sua casa, o formigueiro, o boi zebu qué dizê
botando o boi pra corrê que é os mandão do pudê,
da sombra do juazeiro, 60 e estas formiga é o povo.
55 mostraram nessa lição

In: CláuDio henrique salles anDraDe; nilson JoaquiM Da


silVa (Sel. e Org.). Feira de versos: poesia de cordel. São
Paulo: Ática, 2005. p. 108-111. (Para Gostar de Ler, 36).
Questões:
a) O poema de Patativa do Assaré lembra bastante uma fábula. Quais são os elementos comuns
entre esses dois gêneros textuais?
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b) Esse poema não pretende apenas entreter. Qual é sua mensagem para os leitores?
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c) Esse texto é um exemplo de poema matuto, um gênero criado com marcas de duas variedades
linguísticas. Uma delas está ligada a um fator histórico, porque o poema procura imitar um uso mais
antigo da língua. Qual seria o outro fator determinante das formas usadas pelo poeta?
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d) A forma de escrever algumas palavras nesse poema não está de acordo com o que se registra
nos dicionários. Anote quatro exemplos e a forma indicada pela convenção ortográfica.
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e) Em sua opinião, qual foi o objetivo do poeta com as alterações da ortografia?
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f) Releia.
“Mas tão devagá andava” (verso 28)
Quem faz a ação citada? Qual seria a forma de fazer a concordância do verbo com esse sujeito
segundo a norma-padrão?
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g) Quanto à concordância, o que se observa em “E firmou as quatro pata” (verso 9)?
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2- Leia a seguinte notícia, divulgada em uma revista de curiosidades lida predominantemente por
jovens.
Isso aqui não é bomba
Ahmed Mohamed, 14 anos, fez um relógio para um trabalho escolar, nos Estados Unidos, e acabou
preso. Tudo porque o colégio suspeitou que fosse uma bomba (e porque, claro, Ahmed é
muçulmano). O mico gerou comoção mundial e o menino foi alçado a herói nerd, cumprimentado
nas redes sociais até por Barack Obama.
FeliPe Van Deursen. Mundo Estranho, ed. 174, p. 26, dez. 2015

Questões:
a) Explique por que o fato noticiado é um caso de preconceito.
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b) Como você leria, em voz alta, o trecho entre parênteses para deixar ainda mais evidente a
denúncia do preconceito?
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c) Que palavra empregada no último período sugere que um cumprimento de Barack Obama (então
presidente dos Estados Unidos) é algo especial?
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d) Comprove que o artigo foi escrito com linguagem informal.
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e) O uso desse nível de linguagem no artigo é adequado? Por quê?
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