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Estudos da

Linguagem
O que determina os níveis de fala?
Os dois grandes níveis de fala, o coloquial e o culto,
são determinados pela cultura e formação escolar dos
falantes, pelo grupo social a que eles pertencem e pela
situação concreta em que a língua é utilizada. Um falante
adota modos diferentes de falar dependendo das
circunstâncias em que se encontra: conversando com
amigos, expondo um tema histórico na sala de aula ou
dialogando com colegas de trabalho.

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1. Língua e fala
A língua, segundo o lingüista Ferdinand de
Saussure, 'é a parte social da linguagem', isto é, ela pertence
a uma comunidade, a um grupo social – a língua portuguesa,
a língua chinesa. A fala é individual, diz respeito ao uso que
cada falante faz da língua. Nem a língua nem a fala são
imutáveis. Uma língua evolui, transformando-se
foneticamente, adquirindo novas palavras, rejeitando outras.
A fala do indivíduo modifica-se de acordo com sua história
pessoal, suas intenções e sua maior ou menor aquisição de
conhecimentos.
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1. Nível culto
O nível culto é utilizado em ocasiões formais. É uma
linguagem mais obediente às regras gramaticais da norma culta. O
nível culto segue a língua padrão, também chamada norma culta ou
norma padrão. A linguagem culta, tida ideologicamente como
“certa”, é conceituada por Faraco (2008) como “o conjunto de
fenômenos linguísticos que ocorrem habitualmente no uso dos
falantes letrados em situações mais monitoradas de fala e escrita”,
isto é, conforme uma sociedade atribui determinados valores à
linguagem, esta será utilizada como divisora de águas, em que
quem conseguir dominar ou, ao mínimo, conhecer suas regras terá
o nível de indivíduo letrado e capacitado para discernir entre certo e
errado da língua. De certa forma, o senso comum estabelece, em
suas mais variadas situações sociais, quais as funções práticas do
idioma.
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2. Nível coloquial

O nível coloquial ou popular é utilizado na


conversação diária, em situações informais, descontraídas.
É o nível acessível a qualquer falante e se caracteriza por:
Expressividade afetiva, conseguida pelo emprego de diminutivos,
aumentativos, interjeições e expressões populares:
É só uma mentirinha, vai!
Você me deu um trabalhão, nem te conto!
•Tendência a transgredir a norma culta:
Você viu ele por aí? Você me empresta teu carro?
•Repetição de palavras e uso de expressões de apoio:
Né? Você está me entendendo? Falou!

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2. Nível coloquial
É no seio familiar que os indivíduos realizam seus primeiros
contatos sensitivos e produzem suas primeiras expressões de linguagem.
Tendo em vista o grande tempo que passam compartilhando informações
entre si, muitas são as formas e expressões desenvolvidas sobre a
linguagem. Conforme expresso em Vasconcelos (2012, p. 22), a linguagem
familiar é “utilizada pelas pessoas que, apesar de conhecerem a língua,
fazem uso de um nível menos formal, mais cotidiano. O vocabulário é
comum e a obediência às normas gramaticais é relativa, admitindo-se
algumas construções típicas da linguagem oral e até mesmo o uso
consciente de gírias.” A linguagem familiar varia conforme a composição dos
grupos familiares. No entanto, ela não pode ser subestimada, haja vista sua
função primordial de apresentar ao indivíduo os primeiros estímulos
comunicativos, bem como a dedicação por uma formação comunicativa
compreensível e sadia.

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2. Nível Popular
A linguagem popular surge diante das múltiplas relações
comunicativas entre os indivíduos de diferentes espaços e núcleos sociais.
Essa comunicação compõe o senso comum, tende a ser coloquial e, muitas
vezes, impulsiona o surgimento de termos comuns que descrevem
situações pertinentes às relações estabelecidas, como gírias, jargões e
figuras de linguagem, dentre outras manifestações e expressões
linguísticas. Vasconcelos (2012, p. 23) sugere que a linguagem informal é
“utilizada pelas pessoas de baixa escolaridade ou mesmo analfabetas, mais
frequentemente na forma oral e raramente na escrita. O vocabulário é
restrito, com larga penetração da gíria, onomatopeias e formas deturpadas.
Não há preocupação com as regras gramaticais de flexão, concordância
etc.” Diante do excerto, observa-se que a mutação de termos originais é
fruto da má formação acadêmica e não uma mera opção de comunicação

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4. Gíria

É uma variante da língua, falada por um grupo


social ou etário. É a fala mais variável de todas, pois as
expressões entram e saem 'da moda' com muita freqüência,
sendo substituídas por outras. Algumas se incorporam ao
léxico, dando origem a palavras derivadas. É o caso de
dedo-duro que deu origem a dedurar.

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5. Variedades geográficas ou diatópicas
São as variantes de uma mesma língua que identificam o falante com sua
origem tradicional. Podemos distinguir entre elas:

Dialetos: variantes da língua comum utilizadas num


espaço geográfico delimitado. O dialeto é o resultado da
transformação regional de uma língua nacional (o idioma). O
açoriano e o madeirense, por exemplo, são dialetos do
português. Algumas línguas têm uma origem histórica
comum, mas por razões políticas ou econômicas uma delas
ganhou status de língua, enquanto outras permaneceram
como dialetos. As línguas românicas eram dialetos do latim.

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5. Variedades geográficas ou diatópicas

Dialeto é a linguagem peculiar de alguma região, a


variação regional de determinada língua. Devido a alguns
fatos históricos e ao vasto território do nosso país, o
português brasileiro possui diversas diferenças dialetais,
inclusive no léxico, porém, surpreendentemente mantém uma
norma unificada proporcionando a manutenção de uma
mesma língua em todo o país.

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5. Variedades geográficas ou diatópicas
São as variantes de uma mesma língua que identificam o falante com sua
origem tradicional. Podemos distinguir entre elas:

Falares: modalidades regionais de uma língua cujas


variações não são suficientes para caracterizar um dialeto.
Às vezes, são apenas algumas palavras ou expressões ou
mesmo certos tipos de construção de frases. A esse uso
regional da língua também dá-se o nome de regionalismo.

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6. A fala popular na literatura

O registro da fala popular na literatura tem sido


largamente empregado como forma de atribuir
expressividade e veracidade ao texto. Na década de 30, por
exemplo, quando os escritores propunham uma literatura
engajada e realista, o aproveitamento do nível coloquial, pela
transcrição dos falares regionais, foi elemento fundamental
para o sucesso do romance brasileiro.

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6. A fala popular na literatura

O registro da fala popular na literatura tem sido


largamente empregado como forma de atribuir
expressividade e veracidade ao texto. Na década de 30, por
exemplo, quando os escritores propunham uma literatura
engajada e realista, o aproveitamento do nível coloquial, pela
transcrição dos falares regionais, foi elemento fundamental
para o sucesso do romance brasileiro.

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PRECONCEITO LINGUÍSTICO

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PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Assim, o preconceito linguístico se manifesta diante da desconsideração de toda


a trajetória de vida de um indivíduo que não expressa adequadamente os termos propostos
de maneira padrão no idioma, isto é, ele é alvo de críticas por não ter tido a oportunidade de
aprimorar suas habilidades comunicativas em tempo e espaço adequados.
Para Bagno (2007), o preconceito linguístico se forma diante da dicotomia entre indivíduos
com acesso aos meios escolares e os que estão à margem deles:
Como a educação ainda é privilégio de muito pouca gente em nosso país, uma quantidade
gigantesca de brasileiros permanece à margem do domínio de uma norma culta. Assim, da
mesma forma como existem milhões de brasileiros sem terra, sem escola, sem teto, sem
trabalho, sem saúde, também existem milhões de brasileiros sem língua. Afinal, se formos
acreditar no mito da língua única, existem milhões de pessoas neste país que não têm
acesso a essa língua, que é a norma literária, culta, empregada pelos escritores e jornalistas,
pelas instituições oficiais, pelos órgãos do poder — são os sem-língua (Bagno, 2007, p. 16).

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1
Sudestino – Porta dos Fundos
https://www.youtube.com/watch?v=1E9gAWSxjx4

O preconceito LINGUÍSTICO e suas consequências | Jana Rabelo


https://www.youtube.com/watch?v=Ljnc_FscZyM

TRECHOS DO FILME "LÍNGUA: VIDAS EM PORTUGUÊS"


https://www.youtube.com/watch?v=LvaLxw-Y-NY

Preconceito Linguístico - Brasil Escola


https://www.youtube.com/watch?v=TDCcSKl5maI
PRECONCEITO LINGUÍSTICO

• Preconceito Socioeconômico;
• Preconceito Regional;
• Preconceito Cultural;
• Racismo;
• Homofobia

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PRECONCEITO LINGUÍSTICO

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REGIONALISMOS

Ao tratar as formas com que a língua portuguesa se manifesta


em solo brasileiro, faz-se necessário levar em consideração a magnitude
geodemográfica da nação e a miscigenação ocorrida ao longo dos
séculos, em eventos abruptos e naturais que marcaram a história.
A difusão de todas as variações linguísticas de um idioma acerca de um
mesmo aspecto comunicativo culmina nos regionalismos, em que os
indivíduos atribuem diferentes formas de expressar a elementos existentes
comumente acessíveis a todos. O regionalismo pertence ao nacionalismo,
mesmo que se apresentem comumente como elementos distintos.

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REGIONALISMOS

Para Werlen (2000, p. 7), “o nacionalismo e o regionalismo são


duas dessas formas extraordinariamente importantes. Ambos são
expressões de uma combinação específica de “sociedade” e “espaço”. Ao
mesmo tempo, ambos são parte dos mais problemáticos fenômenos do
presente.”
De fato, o regionalismo é parte constituinte de um idioma, suas
peculiaridades evidenciam a diversidade da comunicação de um mesmo
idioma; não deve ser ignorado ou sobreposto a conceitos comunicativos
do próprio idioma; deve, sim, compartilhado pela unidade linguística.

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12 dialetos brasileiros
que enriquecem a língua
portuguesa
https://pt.babbel.com/pt/magazine/dialetos-brasileiros

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Dialetos do Português Brasileiro
https://www.youtube.com/watch?v=fxdAAZy5tIQ

O que é um dialeto?
https://www.youtube.com/watch?v=nUUeik0sNZE

Dialeto Nordestino - Uma resposta ao preconceito.


https://www.youtube.com/watch?v=npErliDE1xg&t=359s

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