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Comunicação Pessoal e

Empresarial
ARTUR OSVALDO DOS SANTOS
Barreiras na
comunicação
As barreiras na comunicação consistem
naquelas situações que fazem com que as
mensagens sejam mal repassadas, distorcidas
ou interrompidas, dificultando que a
a comunicação se efectiva e os receptores não
conseguem interpretar as mensagens na sua
totalidade. As barreiras da comunicação impedem ou
dificultam que duas ou mais pessoas se entendam.
São os problemas que interferem na
comunicação e a dificultam. Portanto, são “ruídos”
que prejudicam a eficácia comunicativa.
As barreiras gerais ou comuns podem ser de
natureza mecânica, fisiológica, semântica ou
psicológica.
Norma
Uma variedade linguística, normalmente associada à variedade das
classes sociais mais altas e aos centros urbanos de maior influência,
que se impõe como variedade de prestígio e que é instituída como
modelo a seguir em situações de uso mais institucional da língua.

A norma é uma convenção social e abrange:

 A ortoépia;  A ortografia;
 A selecção vocabular;  Os princípios de interacção
 Questões sintácticas; conversacional;
 A atribuição de significados;  Os princípios de cortesia;
 Os conectores;  Outras convenções de escrita.
COMO SE DEFINE
UMA NORMA
 A norma é uma convenção social;

 A norma estabelece-se por força do

hábito;

 A norma segue geralmente a tradição

culta.
Obs.: Há muita
arbitrariedade da norma.
Nem sempre a justificação é
óbvia.
POR QUE RAZÃO É
NECESSÁRIO UMA NORMA
A norma é uma variedade  A norma é um veículo de
unificadora da língua;
integração social;

 A norma é a variedade consagrada A norma garante alguma


nos instrumentos associados à estabilidade na comunicação;
institucionalização de uma língua,
A norma tem
ao seu ensino e à sua difusão:
fundamentalmente uma função
dicionários, gramáticas, manuais
escolares, etc. social:
 Língua oficial;
 Paradoxalmente, a norma é a
 Língua de escolaridade;
variedade que permite igualdade de
 Língua de cultura;
oportunidades a todos,
independentemente da sua origem;  Língua de prestígio.
NORMAS DA LÍNGUA
PORTUGUESA
1. Variedade europeia: 2. Variedade brasileira:
Variedade falada pelas camadas cultas
Variedade falada pelas camadas
dos centros urbanos de Rio de Janeiro e
cultas dos centros urbanos de
São Paulo (mas também Recife,
Lisboa e Coimbra.
Salvador, Porto Alegre, etc.)

Exemplos: Exemplos:
 Vocabular: telefone, autocarro, casa
 Vocabular: celular, ônibus,
de banho;
banheiro;
 Semântico: sumo, fotocópia.
 Semântico: suco, xerox.
 Fonético: António, económico, etc.
 Fonético: Antônio, econômico, etc.
 Sintáctico: Ela deu-me um livro.
 Sintáctico: Ela me deu um livro.
VARIEDADES AFRICANAS
Os países de língua oficial
ainda não têm uma norma.
Seguem, portanto, a norma
europeia.
Há, portanto, uma tendência para a
formação dessas variedades,
sobretudo a de Português de
Angola e de Moçambique que já
tem merecido alguns estudos por
parte dos especialistas.
A LÍNGUA PORTUGUESA
EM ANGOLA
Em Angola, a Língua Portuguesa é:

 É língua oficial;

 Língua de ensino;

 Língua da Administração.
Apesar disso, a Língua Portuguesa
coabita com:

Kimbundu, Umbundu, Kikongo,

Chokwe, Nyaneca, Nganguela,

Fiote, Kwanhama, etc.


NÍVEIS DE LÍNGUA
Os níveis de língua são variedades de realizações
da língua e dependem, assim, quer do nível cultural,
do meio social ou da situação em que se encontra o
emissor e do recePtor a quem se dirige, quer dos
estados de evolução da língua através dos tempos.
TIPOS DE NÍVEIS DE LÍNGUA
1. Língua cuidada 2. Língua familiar

Nível de língua que recorre às Nível usado entre amigos e


expressões bem elaboradas, tem
caracterizado pelo emprego
perfeição estrutural e precisão
vocabular, de cunho erudito. de vocabulário e frases não
cuidados.
Ex.: Considero que aquele sotaque
tem uma musicalidade claramente Ex.: Que sotaque giro! É mesmo
harmoniosa! Melhor, fascinante! fixe!
3. Língua popular

Variedade da língua que, de um modo


geral, reflecte um nível de
escolarização pouco elevado, podendo
incluir:
Calão – nível de língua que Gíria – nível de língua usado por grupos
implica a utilização de termos socioprofissionais restritos.
sentidos como grosseiros.
Ex.: O gajo não apareceu Ex.: O Manuel é um gato.

O João é um chavalo. O assaltante abriu o jogo ao polícia.

Regionalismos – termos e outras Língua literária – implica o uso de recursos


especiais a nível do significante, da estrutura
características da língua usados
frásica e apresenta predomínio da linguagem
numa determinada região
conotativa a nível do significado.
restritos.
Ex.: Gosto de ouvir o português do Brasil
Ex.: Cê está bem? Onde as palavras recuperam sua
substância total…
Prossora, espera inda. Sophia de Mello Andresen
Competências do falante
Competência linguística – é a
capacidade intuitiva que o falante tem
de usar a sua língua materna, de acordo
com as regras que presidem ao seu
funcionamento, o seu conhecimento da
língua. Competência comunicativa – é a capacidade
que o falante tem de usar a língua de forma
adequada às situações de comunicação em que
se encontra. Para além da competência
linguística, o falante tem que dominar

conhecimentos extralinguísticos e contextuais.

Competência metalinguística – consiste


na reflexão sobre os mecanismos de
funcionamento de língua e no
conhecimento das regras que a regem.
EXERCÍCIOS
1. O que difere a comunicação unilateral da
bilateral?
2. Em contexto formal, que nível de linguagem
devemos utilizar?
3. É necessário a existência de uma norma?
Justifique.
4. Quando devem ser usados outros níveis de
linguagem?
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
São formas de utilização da De salientar que, a partir
linguagem segundo a intenção da definição dos
do falante. elementos da
Os elementos presentes na comunicação, Roman
comunicação estão Jakobson definiu as
intimamente relacionados funções da linguagem,
com as funções da linguagem, elementos que estão
pois determinam o objectivo relacionados com as
e/ou finalidade dos actos intenções comunicativas
comunicativos.
dos falantes.
Função referencial ou denotativa Função emotiva ou expressiva

Relacionada com o “emissor da


Fundamentada no “contexto da mensagem”, a linguagem
comunicação”, a função referencial emotiva, apresentada em primeira
tem como objectivo informar sobre pessoa, tem como objectivo
algo. Normalmente, esse tipo de texto é principal transmitir suas emoções,
escrito na 3.ª pessoa (singular ou
sentimentos, subjectividades por
plural).
meio da própria opinião.

Ex.: Materiais didácticos, textos Ex.: Os textos poéticos, cartas

jornalísticos, científicos, etc. informais (de pais para filhos e vice-


versa), os diários, etc.
Função poética Função fática

Associada à “mensagem da Relacionada com o “contacto da


comunicação”, a linguagem comunicação”, tem como objetivo
poética objetiva preocupa-se com estabelecer ou interromper a
a escolha das palavras para comunicação de modo que o mais

transmitir emoções, por exemplo, importante é a relação entre o

na linguagem literária. emissor e o receptor da mensagem.


Aqui, o foco reside no canal de
comunicação.

Ex.: Textos literários, nas publicidades,


provérbios, anedotas (em que há uso Ex.: Diálogos.
frequente da metáfora).
Função apelativa Função metalinguística
Relacionada com o “receptor da Relacionada ao “código da
comunicação”, a função conativa ou
comunicação”, a linguagem que
apelativa é caracterizada por uma
refere-se à ela mesma. Dessa forma,
linguagem persuasiva que tem o intuito
o emissor explica um código
de convencer o leitor. Por isso, o grande
utilizando o próprio código.
foco é no receptor da mensagem.

Ex.: Publicidades, propagandas, discursos políticos, Ex.: Um texto que descreva sobre a linguagem
textual ou um documentário cinematográfico que fala
etc..
sobre a linguagem do cinema são alguns exemplos.
Vote em mim!
Nessa categoria, os textos metalinguísticos que
Entre. Não vai se arrepender!
merecem destaque são as gramáticas e os
É só até amanhã. Não perca!
dicionários.
EXERCÍCIOS
Identifique as funções da linguagem nas frases:

1. E nunca mais chega o dia 18 de Setembro… Estou em


pulgas! É a primeira vez que vou entrar na cidade do Rock!

2. “Há menos de um mês para a realização de mais um Rock in


Rio, a organização do super-festival carioca divulgou uma lista
de itens considerados proibidos - e que serão bloqueados na
revista realizada por seguranças em cada pessoa que quiser
entrar na Cidade do Rock.” (26 de Agosto de 2015, in Estadão)

3. Rock in Rio 2013. Eu vou.


Solução

1. Função emotiva ou expressiva

2. Função referencial ou denotativa

3. Função conativa ou apelativa


- Alô!
O vento varria as folhas,
- Bom dia!
O vento varria os frutos, - Bom dia!
O vento varria as flores... - Quero falar com o João, por favor!
BANDEIRA, Manuel. Canção do vento e da minha terra - Só um minuto!

Eu
a) Não deixe para depois.
Fico pensando em nós dois
O vento varria as folhas,
Cada um na sua O vento
O vento varria as flores...
Compre já seu carro novo!
varria os frutos,

Perdidos na cidade nua BANDEIRA, Manuel. Canção do vento e da minha terra


Empapuçados de amor
Numa noite de verão O sujeito das orações da língua
Ai! Que coisa boa
portuguesa pode ser classificado
À meia-luz, a sós, à toa

LEE, Rita. Caso Sério em simples ou composto.


“A maior parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) rejeita a volta de doações empresariais para
campanhas eleitorais de 2018. A proposta já estava em
discussão no Congresso Nacional mesmo antes da polêmica
da criação de um fundo público bilionário para bancar os
candidatos. Mas, dos 11 integrantes da Corte, pelo menos
a)
seis são O contrários
ventoao financiamento
varria feito
as por folhas,
pessoas
O vento varria os frutos,
jurídicas. Em 2015, o Tribunal julgou inconstitucional esse
O vento varria as flores...
BANDEIRA, Manuel. Canção do vento e da minha terra
modelo de doação e hoje manteria o entendimento, caso
fosse provocado.”
a)
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
BANDEIRA, Manuel. Canção do vento e da minha terra
a)
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
BANDEIRA, Manuel. Canção do vento e da minha terra
a)
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
BANDEIRA, Manuel. Canção do vento e da minha terra

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