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PORTUGUÊS

INSTRUMENTAL
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
Reflexões
Preconceito Linguístico - Marcos Bagno
1. Por que estudar a Língua Portuguesa?
2. O brasileiro sabe português?
3. Só em Portugal se fala bem português?
4. Português é muito difícil?
5. As pessoas sem instrução falam tudo errado?
6. O certo é falar assim porque se escreve assim
7. É preciso saber gramática para falar e escrever
bem
8. O domínio da norma culta é um instrumento de
ascensão social
Reflexões
“Achar que basta ensinar a norma culta a uma criança pobre para
que ela “suba na vida” é o mesmo que achar que é preciso
aumentar o número de policiais na rua e de vagas nas
penitenciárias para resolver o problema da violência urbana.”
“É preciso garantir, sim, a todos os brasileiros o reconhecimento
(sem o tradicional julgamento de valor) da variação lingüística,
porque o mero domínio da norma culta não é uma fórmula
mágica que, de um momento para outro, vai resolver todos os
problemas de um indivíduo carente. É preciso favorecer esse
reconhecimento, mas também garantir o acesso à educação em
seu sentido mais amplo, aos bens culturais, à saúde e à
habitação, ao transporte de boa qualidade, à vida digna de
cidadão merecedor de todo respeito.” (BAGNO, Marcos, p.70)
Comunicação
Conceito

• Comunicação é o processo de transmitir a


informação e compreensão de uma pessoa para
outra; se não houver esta compreensão, não ocorre
a comunicação.
• Se uma pessoa transmitir uma mensagem e esta
não for compreendida pela outra pessoa, a
comunicação não se efetivou.
O Processo de Comunicação

Emissor

A pessoa que envia a mensagem. Pode ser chamada de


fonte ou de origem.
Apresenta:
• significado que corresponde à ideia, ao conceito
que o emissor deseja comunicar;
• codificador que é constituído pelo mecanismo vocal
para decifrar a mensagem.
O Processo de Comunicação
Mensagem
A ideia que o emissor deseja comunicar.
Contém o:
• canal também chamado de veículo, que é o espaço
situado entre o emissor e o receptor;
• ruído que se refere à perturbação dentro do
processo de comunicação.
Comunicação
Receptor

É aquele que recebe a mensagem, a quem esta é destinada.


Apresenta:
• decodificador que é estabelecido pelo mecanismo
auditivo para decifrar a mensagem, para que o receptor a
compreenda;
• compreensão que é o entendimento da mensagem pelo
receptor;
• regulamentação que é quando o receptor confirma a
mensagem recebida pelo emissor. É o retorno da
mensagem enviada.
Linguagem e Língua
• Linguagem escrita e oral apresentam
diferenças exclusivas.
– Escrita: reedição e apagamento de texto;
– Oral: gesticulaçao e entonação.
• Ninguém escreve como fala, são processos
diferentes.
• Contexto, intenção do usuário e temática são
fatores na diferença na linguagem.
Linguagem e Língua
Linguagem
1. LINGUÍSTICA
qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou
sentimentos através de signos convencionais,
sonoros, gráficos, gestuais etc.
"linguagem humana"
2.
qualquer sistema de símbolos ou sinais ou objetos
instituídos como signos; código.
"linguagem da dança"
Linguagem e Língua
A linguagem se compõe de:
– Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade
a palavra.
– Linguagem não verbal: tem outros tipos de
unidade, como gestos, o movimento, a imagem,
emoji, etc.
– Linguagem mista: como as histórias em
quadrinhos, o cinema e a TV, que utilizam a
imagem e a palavra.
Linguagem e Língua
Língua

1. LINGUÍSTICA
sistema de representação constituído por palavras e por
regras que as combinam em frases que os indivíduos de
uma comunidade linguística usam como principal meio
de comunicação e de expressão, falado ou escrito.
o idioma nacional.
Linguagem e Língua
Variações Linguísticas
– Norma culta (língua padrão): a variedade linguística
de maior prestígio social. É padronizada em função
da comunicação pública e da educação;
– Dialetos: variações faladas por comunidades
geograficamente definidas, originadas das
diferentes entre região, idade, sexo, classes ou
grupos sociais, incluindo a própria evolução
histórica da língua;
– Socioletos: variações faladas por comunidades
socialmente definidas;
Linguagem e Língua
– Idioletos: variação linguística particular de uma
pessoa;
– Registros: o vocabulário especializado e/ou a
gramática de certas atividades ou profissões;
– Etnoletos: variações linguísticas adotadas por um
grupo étnico; e,
– Ecoletos: idioleto adotado por uma casa.

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8889399045382?is_copy_url=1&is_from_webapp=v1&
q=dialeto%20mineiro&t=1664940385485
Linguagem e Língua
Algumas definições são importantes para entender
um pouco sobre comunicação, segundo Monteiro &
Monteiro (2009):
– linguagem é a representação do pensamento por
meio de sinais que permitem a comunicação e a
interação entre as pessoas;
– língua é um sistema abstrato de regras, não só
gramaticais, mas também semânticas e
fonológicas, por meio das quais a linguagem (ou
fala) se revela;
Linguagem e Língua
Variações Linguísticas
– Variedades linguísticas são as variações que uma
língua apresenta, de acordo com as condições
sociais, culturais, regionais e históricas em que é
utilizada;
– Norma culta é a língua padrão, a variedade
linguística de maior prestígio social;
– Norma popular são todas as variedades
linguísticas diferentes da língua padrão.
Linguagem e Língua
A gramática da Língua Portuguesa está dividida em
grandes campos de estudo: a fonética, a morfologia, a
semântica e a sintaxe. A fonética estuda os sons da
fala. A morfologia estuda a forma das palavras e a
representação gráfica. A semântica preocupa-se não só
com a representação gráfica do vocábulo, mas com seu
significado. A sintaxe estuda os termos que compõem
uma oração. A oração pode apresentar um sujeito,
terá sempre um predicado, e pode ter ou não
complementos. (MONTEIRO & MONTEIRO, 2009)
Língua Oral e Língua Escrita
Definição

A língua oral e a língua escrita têm propriedades


distintas, que variam de acordo com o indivíduo que a
utiliza, levando-se em conta a influência da cultura e do
meio social em que este vive. Porém, ambas se
completam em determinados aspectos. No momento
em que cada indivíduo consegue se comunicar,
conforme suas particularidades, a linguagem tem,
então, a sua função exercida.
Língua Oral
Definição
• O falante não escreve do mesmo modo que fala.
• Enquanto fala, a linguagem apresenta maior liberdade no
discurso, uma vez que não exige planejamento, podendo ser
enfática, redundante, com variados timbres e entonações.
• O falante não se prende à norma culta.
• São elementos exclusivos: gesticulação, fluidez das ideias
expostas, eficácia na correção da informação, dado que o falante
tem o controle da comunicação no momento de sua fala.
• As falas podem se apresentar fragmentadas, desordenadas,
incompletas.
Língua Escrita
Definição
• Mantém contato indireto entre escritor e leitor.
• A linguagem escrita é mais objetiva, portanto, necessita de
grande atenção e obediência às normas gramaticais,
• Apresenta frases completas, bem elaboradas e revisadas,
explícitas; vocabulário distinto e variado; clareza no diálogo e
uso de sinônimos.
• É uma linguagem conservadora aos padrões estabelecidos pelas
regras gramaticais.
• O vocabulário é muito variado e essencialmente conservador e
dependente do grau do nível de formalismo.
Funções da Linguagem
Definição

Por meio da linguagem, também se realizam diferentes ações:


transmitem-se informações, tenta-se convencer o outro a fazer (ou
dizer) algo, assumem-se compromissos, ordena-se, pede-se,
demonstram-se sentimentos, constroem-se representações mentais
sobre o mundo. Enfim, pela linguagem organiza-se a vida em
diferentes aspectos.
Diferenciar que objetivo predomina em cada situação de
comunicação auxilia a compreender melhor o que foi dito.
Funções da Linguagem
Definição
Cada ato de comunicação formalizado em textos dos mais
diversos gêneros (carta, notícia, romance, poema, debate, entre
outros) tem objetivos diferentes um do outro. Assim, utilizamos
recursos diferentes (por exemplo, pronomes e verbos em 1ª ou
3ª pessoa, verbos no imperativo, mais adjetivos, mais dados etc.)
que acabam por evidenciar um ou outro elemento da
comunicação.
As funções da linguagem estão centradas nos elementos da
comunicação. Toda comunicação apresenta uma variedade de
funções.
Função Emotiva (ou expressiva)
• Centra-se no sujeito emissor;
• suscita a impressão de um sentimento verdadeiro
ou simulado;
• Uso de verbos na 1ª pessoa.

“Sei que despertei e que ainda durmo. O meu corpo


antigo, moído de eu viver, diz-me que é muito cedo
ainda... Sinto-me febril de longe. Peso-me não sei por
quê...”
Função Emotiva (ou expressiva)
Observe-se o texto a seguir:
Não só baseado na avaliação do Guia da Folha, mas
também por iniciativa própria, assisti cinco vezes a “Um
filme falado”. Temia que a crítica brasileira condenasse o
filme por não ser convencional, mas tive uma satisfação
imensa quando li críticas unânimes da imprensa. Isso
mostra que, apesar de tantos enlatados, a nossa crítica é
antenada com o passado e o presente da humanidade e
com as coisas que acontecem no mundo. Fantástico!
Parabéns, Sérgio Rizzo, seus textos nunca me
decepcionam”.
Luciano Duarte. Guia da Folha, 10 a 16 de junho 2005.
Função Emotiva (ou expressiva)
Nota-se no texto que o emissor emprega a primeira
pessoa (eu - assisti, temia, tive, li...), aponta qualidades
subjetivas utilizando adjetivos (satisfação imensa,
críticas unânimes, fantástico...); advérbios (nunca me
decepcionam); além de recursos gráficos que indicam
ênfase, ao utilizar ponto de exclamação (fantástico!).
Destaca-se aqui o ponto de vista do emissor, a sua
percepção dos acontecimentos, característica da
função emotiva da linguagem.
Função Referencial
(ou denotativa ou cognitiva)

• Esta é a função da linguagem que aponta para o


sentimento real das coisas;
• Destaque para o referente, o assunto a ser
veiculado;
• Prioriza-se 3ª pessoa do discurso, dados.
Função Referencial
(ou denotativa ou cognitiva)

“Desprezível e nociva durante o dia, a venda é esquálida,


medonha, criminosa e atroz durante a noite: os escravos,
que aí então se reúnem, embebedam-se, espancam-se.
(...) Inspirados pelo ódio, pelo horror, pelos sofrimentos
inseparáveis da escravidão, se expandem em calúnias
terríveis (...) contando histórias lúgubres de castigos
exagerados e de cruelíssimas vinganças, a cuja ideia se
habituam (...).”
MACEDO, Joaquim Manuel de. As vítimas-algozes. (fragmento). Texto
proveniente de: Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro.
http://www.bibvirt.futuro.usp.br. Acesso em: 26 fev. 2012.
Função Referencial
(ou denotativa ou cognitiva)
O texto ilustrado abaixo revelará as nuances
características da função referencial.

**** UM FILME FALADO – Idem. França/Itália/Portugal,


2003.

Direção: Manoel de Oliveira. Com: Leonor Silveira, John


Malkovich, Catherine Deneuve, Stefania Sandrelli e Irene
Papas. Jovem professora de história embarca com a filha
em um cruzeiro que vai de Lisboa a Bombaim. 96 min. 12
anos. Cinearte 1, desde 14. Frei Caneca Unibanco
Arteplex 7, 13h, 15h10, 17h20, 19h30 e 21h50.
Função Referencial
(ou denotativa ou cognitiva)
Observam-se neste segundo texto outros procedimentos colocados
em destaque, tais como: o uso da terceira pessoa, explicitado no
trecho: ‘jovem professora de história (ela)’; ausência de adjetivos,
dado que a indicação de que o filme é bom aparece ilustrado com 4
estrelinhas; ausência de expressões que indiquem a opinião do
emissor (tais como, ‘eu acho, eu desejo,...’); emprego de um
conjunto de informações que dizem respeito a coisas do mundo
real, tais como a exatidão dos horários, o endereço, os nomes
próprios. Este conjunto de procedimentos dá ao emissor a
impressão de objetividade, como se a informação traduzisse
verdadeiramente o que acontece no mundo real, caracterizando a
função referencial ou informativa da linguagem.
Função Conativa
(ou apelativa ou imperativa)
• Este tipo de função centra-se no sujeito receptor e é
eminentemente persuasória;
• Destaque no uso de verbos no imperativo;
• Muito usada em textos publicitários em geral.
Função Conativa
(ou apelativa ou imperativa)
Observe-se o texto a seguir:

RESERVA CULTURAL

Você nunca viu cinema assim.


Não perca a retrospectiva especial de inauguração,
com 50% de desconto, apresentando cinco filmes que
foram sucesso de público. E, claro, de crítica também.
Função Conativa
(ou apelativa ou imperativa)
Neste texto, o destaque está no destinatário. Para tanto, o
emissor se valeu de procedimentos, tais como: o uso da
segunda pessoa (você); o uso do imperativo (Não perca!). O
resultado é a interação com o destinatário, procurando
convencê-lo a realizar uma ação (ir ao espaço cultural). Este tipo
de função é característico dos textos publicitários, que, em
geral, procuram convencer ou persuadir o destinatário a dar
uma resposta, que pode ser a mudança de comportamento, de
hábitos, como abrir conta em banco, frequentar determinados
tipos de lugares ou consumir determinado produto.
Função Fática (ou de contato)
A função fática da linguagem visa estabelecer, prolongar ou
interromper a comunicação e serve para verificar a eficiência
do canal. É muito comum em conversações cotidianas. Aqui o
emissor usa procedimentos para manter o contato físico ou
psicológico com o interlocutor, como, por exemplo, ao iniciar
uma conversa telefônica (‘Alô!’) ou ainda utilizando fórmulas
prontas para dar continuidade à conversa, como no caso de:
‘aham, hum, bem, como?, pois é’.
Destaca o canal de comunicação, através da tentativa de
estabelecimento, manutenção ou encerramento do contato
entre emissor e receptor.
Função Metalinguística
• Este tipo de função consiste numa recodificação e passa
a existir quando a linguagem (o código) fala dela
mesma, explicar e descrever o próprio código
linguístico.
• Exemplo 1: Um filme que conte a história do cinema
• Exemplo 2: Um dicionário – uso de palavras para
explicar outras palavras.
Função Metalinguística
Como exemplo um texto poético em que o poeta fala
sobre o processo de se fazer poesia, como escreveu
Carlos Drummond de Andrade:
Poesia
Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Função Poética
• É aquela em que o emissor valoriza o texto na sua
elaboração, utilizando a combinação de palavras, figuras de
linguagem, exploração dos sentidos e sentimentos,
• Expressões com sentido conotativo também a caracteriza.
• Embora mais comum nos textos literários, especialmente
nos poemas, dada a sua subjetividade, é bastante utilizada
em anúncios publicitários, além de aliar-se também aos
demais tipos de função, sobretudo a emotiva.

Função Poética
• A função poética ocupa-se mais em como dizer o que se
deseja do que o que dizer.
• Destaque na mensagem, explorando recursos estilísticos
para criar imagens, ritmo, sonoridade. Em geral, é usada em
poemas ou prosas poéticas.
Função Poética
Subi a porta e fechei a escada.
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.
Desliguei a cama e deitei-me na luz
Tudo porque ele me deu um beijo de boa noite...

[Autor anônimo]

Observa-se a falta de lógica no texto, a tentativa de o autor fugir


das formas habituais, dando ênfase a sua forma de expressão, não
levando em conta apenas ‘o que’, mas ‘como’ ele queria dizer.
Com licença poética - Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto, Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a


desses que tocam trombeta, sina.
anunciou: Inauguro linhagens, fundo reinos
vai carregar bandeira. — dor não é amargura.
Cargo muito pesado pra mulher, Minha tristeza não tem pedigree,
esta espécie ainda envergonhada. já a minha vontade de alegria,
Aceito os subterfúgios que me sua raiz vai ao meu mil avô.
cabem, Vai ser coxo na vida, é maldição pra
sem precisar mentir. homem.
Não tão feia que não possa casar, Mulher é desdobrável. Eu sou.
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto
sem dor.
(Tensão - Augusto de Campos, 1956. Disponível em
<http://www2.uol.com.br/augustodecampos/poemas.htm>.
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Definição

• Tipologia é a ciência que estuda os tipos. É muito utilizada para


definir diferentes categorias.
• No que diz respeito ao texto, a tipologia busca estudar as suas
características, sua composição, como ele vai ser apresentado
no seu processo de criação, se por uma narração, descrição,
argumentação ou exposição, por exemplo.
• Quanto ao gênero textual, este se refere às mais variadas
formas de expressão de um texto.
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Tipos Textuais
O texto é uma unidade linguística concreta, percebida tanto pela
audição, a fala, quanto pela visão, a escrita, composto por unidade
de sentido e intencionalidade comunicativa.
Há dois elementos essenciais que devem ser observados na
produção textual:

Coesão – que diz respeito às articulações gramaticais existentes


entre palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um
texto, que garantem sua conexão sequencial;
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Tipos Textuais

Coerência – que é o resultado da articulação das ideias de um texto,


a sua estruturação lógica semântica, que permite que numa
situação discursiva palavras e frases componham um todo
significativo para os interlocutores.

Quando se fala em tipologia textual, normalmente atenta-se para a


divisão tradicional dos textos: a descrição, a narração e a
dissertação. Entretanto, os tipos de textos extrapolam esta tríade.
Prescritivo
(Injuntivo)

Argumentativo

Descritivo

TIPOS
TEXTUAIS

Dissertativo Narrativo
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Texto Descritivo

• A descrição está presente em textos com detalhes sobre uma


pessoa, animal, objeto ou lugar.
• A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela
sua função caracterizadora, dando ao leitor uma grande riqueza de
detalhes.
• A descrição, ao contrário da narração, não supõe ação. É uma
estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam.
• Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior em suas
telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens, conforme
permita sua sensibilidade.
• Ex.: classificados, folhetos turísticos, cardápios, anúncios e, ainda,
descrição de personagens dentro de textos narrativos.
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Texto Narrativo

• Esta é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício


ou real, ocorrido num determinado tempo e lugar, envolvendo
certos personagens.
• Há uma relação de anterioridade e posterioridade.
• O tempo verbal predominante é o passado.
• Em geral, a narrativa se desenvolve em prosa.
• O narrar surge da busca de transmitir, de comunicar qualquer
acontecimento ou situação.
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Texto Narrativo

• A narração em primeira pessoa pressupõe a participação do


narrador (narrador enquanto personagem) e em terceira pessoa
mostra o que ele viu ou ouviu (narrador enquanto observador).
• Na narração encontram-se, ainda, os personagens (principais ou
secundários), o espaço (cenário) e o tempo da narrativa.
• Enredo: o que é e como as coisas aconteceram.
• Espaço/ Tempo: onde e quando se passam as ações.
• Ex.: Romances, contos, fábulas, depoimentos, relatos, crônicas,
novelas, piadas.
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Texto Dissertativo

• Neste tipo de texto há posicionamentos pessoais e exposição de


ideias.
• Tem por base a argumentação, apresentada de forma lógica e
coerente, a fim de defender um ponto de vista.
• É a modalidade mais exigida nos concursos, já que requer dos
candidatos um conhecimento de leitura do mundo, como
também um bom domínio da norma culta.
• Não é permitida a utilização da primeira pessoa do singular.
Salvo em alguns casos, a primeira pessoa do plural aparece no
texto, porém recomenda-se o uso da impessoalidade no texto
de uma forma geral.
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Texto Dissertativo

• É classificado em dissertativo-argumentativo e
dissertativo-expositivo.
• Possui uma ideia central a ser trabalhada, a
fundamentação do tema e o fechamento da ideia
desenvolvida no decorrer do texto.
• O texto dissertativo-argumentativo apresenta um ponto
de vista e tem como objetivo persuadir e convencer o
leitor a concordar com a ideia defendida.
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Texto Dissertativo

• Já um texto dissertativo-expositivo busca expor um ponto de


vista sem a necessidade de convencer o leitor.
• Ex.: ensaios, as cartas argumentativas, a
dissertação-argumentativa e o editorial.
• O texto dissertativo estrutura-se basicamente em: ideia
principal (introdução), desenvolvimento (argumentos e
aspectos que o tema envolve) e conclusão (síntese da posição
assumida).
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Texto Expositivo
● Tem a finalidade de informar e esclarecer o leitor através da
exposição de um determinado assunto ou tema, expondo ideias,
explicando e avaliando
● É impessoal.
● Esse tipo de texto não tem a pretensão de convencer o leitor,
apenas de expor conhecimentos, ideias e pontos de vista.
● Linguagem clara e concisa.
● Ex.: reportagem, resumo, fichamento, artigo científico e seminário.
Também, as exposições orais ou escritas entre professores e alunos
numa sala de aula, os livros e as fontes de consulta.
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Texto Injuntivo

• Este tipo de texto tem como finalidade a instrução e orientação


do leitor. Indica como realizar uma determinada ação.
• Ele normalmente pede, manda ou aconselha.
• Utiliza linguagem direta, objetiva e simples.
• Se caracterizam por utilizar verbos no imperativo, no infinitivo
ou presente do indicativo, sempre indeterminando o sujeito.
• Ex.: manuais de instruções, receitas culinárias, bulas,
regulamentos, editais, códigos e leis.
Tipologia Textual e Gênero Textuais
Gêneros Textuais

• Muitos confundem os tipos de texto com os gêneros.


• No primeiro, eles funcionam como modos de organização,
sendo limitados.
• No segundo, são os chamados textos materializados,
encontrados no cotidiano. Eles são muitos, apresentando
características sociocomunicativas definidas por seu estilo,
função, composição, conteúdo e canal.
Bula HQ
Fábula
Receita ou Relato
Relato de histórico
Novela Prescrição Crônica
viagem

Notícia Resenha
Regra, Norma Música
Guia ou Regulação
turístico

Currículo

Texto Folheto GÊNEROS Conto


editorial TEXTUAIS Diário

Lenda Piada
Lista de
compras
Autobiografia
Ensaio
Carta
Carta
Entrevista ou
Texto
Menu Biografia
publicitário Editorial
HQ

Novela Crônica

Notícia Resenha
Música

GÊNEROS
TEXTUAIS
Texto Folheto
mais Conto
editorial recorrentes
no ENEM

Texto
publicitário
Estudo do texto
Tanto andam agora preocupados em definir o conto que não sei bem se o que
vou contar é conto ou não, sei que é verdade. Minha impressão é que tenho
amado sempre... Depois do amor grande por mim que brotou aos três anos e
durou até os cinco mais ou menos, logo o meu amor se dirigiu para uma
espécie de prima longínqua que freqüentava a nossa casa. Como se vê, jamais
sofri do complexo de Édipo, graças a Deus. Toda a minha vida, mamãe e eu
fomos muito bons amigos, sem nada de amores perigosos.
Maria foi meu primeiro amor. Não havia nada entre nós, está claro, ela como
eu nos seus cinco anos apenas, mas não sei que melancolia nos tomava, se
acaso nos achávamos juntos e sozinhos. A voz baixava de tom, e
principalmente as palavras é que se tornavam mais raras, muito simples. Uma
ternura imensa, fi rme e reconhecida, não exigindo nenhum gesto. Aquilo
aliás durava pouco, porque logo a criançada chegava. Mas tínhamos então
uma raiva impensada dos manos e dos primos, sempre exteriorizada em
palavras ou modos de irritação. Amor apenas sensível naquele instinto de
estarmos sós.
Estudo do texto
1. Descrever, em poucos itens (não mais que cinco), algumas
características do texto que lhe tenham chamado a atenção.
2. Qual é a posição do narrador? Ele está em primeira, segunda
ou terceira pessoa? Ele é isento – ou seja, conta uma
história a partir de uma posição imparcial – ou tem relação
direta com o conteúdo da história?
3. De que tipo de linguagem ele se utiliza para narrar a
história?
4. Você é capaz de dizer a “idade” do texto? Ou seja, você
poderia supor quando ele foi escrito?
5. Que tipo de texto é este? Parece um texto literário ou um
texto acadêmico? Justifique sua resposta usando elementos
textuais que a confirmem.
Classe de Palavras
Variáveis
• Artigo.
• Substantivo (comum e próprio, simples e composto, concreto e
abstrato).
• Verbo (tempo e modo, regular e irregular)
• Adjetivo (simples, composto, primitivo, derivado, uniforme,
biforme).
• Numeral.
• Pronome.
Classe de Palavras
Invariáveis
• Advérbio.
• Proposição.
• Conjunção.
• Interjeição.
Pontuação
Uso da vírgula entre os termos da oração:
– para separar os núcleos de um termo. Ex.: O milharal, a horta,
o pasto e a mata ficaram mais verdes com as chuvas.
– para isolar o aposto. Ex.: Rubem Braga, o maior cronista
brasileiro, nasceu no Espírito Santo.
– para isolar o vocativo. Ex.: Joel, você acompanhou o processo?
– para isolar adjuntos adverbiais deslocados. Ex.: O advogado
analisou o documento com muito cuidado. Com muito
cuidado, o advogado analisou o documento.
– para indicar a elipse do verbo. Ex.: A igreja era grande e pobre.
Os altares, humildes.
– para isolar determinadas expressões explicativas. Ex.: Os
bombeiros salvaram toda a família, isto é, o casal e os dois
filhos.
Pontuação
Uso da vírgula entre os termos da oração:
Em alguns casos, a vírgula é proibida. São eles:
– entre o sujeito e o predicado. Ex.: A irmã de Maria não tinha
interesse pelo padeiro;
– ente o verbo e o objeto (direto ou indireto);
– ente o nome e seus adjuntos adnominais;
– entre o nome e seu complemento nominal.
Pontuação
Ponto e vírgula :
O ponto e vírgula indica uma pausa um pouco mais longa que a
vírgula e um pouco mais breve que um ponto no texto (FERREIRA,
2007). É usado em 3 casos, conforme descrito e exemplificado a
seguir:
– entre orações coordenadas que já apresentam vírgulas. Ex.: A
juíza atribuiu ao réu, depois de analisadas as provas
constantes dos autos, a responsabilidade pelo crime; as
testemunhas foram ouvidas em separado para confrontar as
informações.
Pontuação
Ponto e vírgula :
– entre orações coordenadas longas. Ex.: Os velhos cronistas
são unânimes em dizer que o marido consolou grandemente
a esposa do boticário; e notam com perspicácia...;
– entre os itens de leis, decretos, regulamentos, etc. Ex.: Art.
153. Compete à União instituir impostos sobre: I. Importação
de produtos estrangeiros; II. Exportação de produtos
nacionais;...
Pontuação
Dois Pontos:
Em relação a dois pontos, estes são usados para iniciar citações,
explicações, esclarecimentos; para iniciar sequência de elementos
discriminativos (enumerativos); no discurso direto, caracterizando
um diálogo (SIMÕES, 2012).
Pontuação
Dois Pontos:
Em relação a dois pontos, estes são usados para iniciar citações,
explicações, esclarecimentos; para iniciar sequência de elementos
discriminativos (enumerativos); no discurso direto, caracterizando
um diálogo (SIMÕES, 2012).
Pontuação
Reticências (...)
As reticências indicam uma interrupção na sequência
normal da frase e são empregadas para: indicar indecisão,
surpresa ou dúvida na fala de uma pessoa; indicar em
diálogo a interrupção de uma fala; sugerir ao leitor que
complete um raciocínio; indicar a exclusão de trechos de um
texto (FERREIRA, 2007).
Pontuação
Parênteses:
Os parênteses são utilizados para marcar a intercalação de
palavras, expressões ou orações explicativas que se queira
destacar; na transcrição de siglas após o nome da entidade
ou órgão em extenso; para indicar referências e datas
(SIMÕES, 2012).

Ponto:
O ponto é usado para indicar o fim de um período; em
abreviaturas; na separação de casas decimais; em leis,
decretos e artigos (SIMÕES, 2012).
Crase
Uso da crase, segundo Zambeli (2014):
– preposição A + artigo A. Ex.: Eles foram à praia no fim de
semana;
– preposição A + pronome relativo A QUAL. Ex.: A aluna à qual
me refiro é estudiosa;
– preposição A + pronome demonstrativo. Ex.: A minha blusa é
semelhante à de Maria (no sentido de àquela).
– preposição A + pronome demonstrativo AQUELE. Ex.: Ele fez
referência àquele aluno
Crase
Dicas sobre o emprego da crase:
– antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo
VOLTAR; se disser VOLTO DA, haverá acento indicativo de
crase; se disser VOLTO DE, não ocorrerá o acento. Ex.: Vou à
Bahia (volto da). Vou a São Paulo (volto de). Se o nome do
lugar estiver acompanhado de uma característica (adjunto
adnominal), o acento será obrigatório. Ex.: Vou a Portugal.
Vou à Portugal das grandes navegações;
Crase
Dicas sobre o emprego da crase:
– substitua a palavra feminina por outra masculina correlata.
Surgindo a combinação AO, haverá crase. Ex.: Nunca fui
indiferente às professoras (AOS PROFESSORES);
– substitua o demonstrativo Aquele(s), Aquela(s), Aquilo por ‘a
este(s)’, ‘a esta(s)’, ‘a isto’. Mantendo-se a lógica, haverá
crase. Ex.: Ele fez referência àquele aluno. Não entregarei isso
àquelas turmas;
Crase
Dicas sobre o emprego da crase:
– nas locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais. Ex.: à
frente de; à espera de; à procura de; à noite; à tarde; à
esquerda; à direita; às vezes; às pressas; à medida que; à
proporção que; à toa; à vontade, etc.;
– na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a
hora pela expressão “meio-dia”; se aparecer AO antes de
“meio-dia”, deve colocar o acento, indicativo de crase no A.
Ex.: Ele saiu às duas horas e vinte minutos (ao meio dia). Ele
está aqui desde as duas horas (o meio-dia).
Crase
Uso opcional da crase:
– antes de nomes próprios femininos. Ex.: Entreguei o presente
a Ana (ou à Ana);
– antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no
singular. Ex.: Fiz alusão a minha amiga (ou à minha amiga).
Mas não fiz à sua;
– depois da preposição ATÉ. Ex.: Fui até a escola (ou até à
escola).
Crase
Não ocorre crase:
– antes de palavras masculinas. Ex.: Ele saiu a pé. Só
vendem a prazo nesta loja;
– antes de verbos no infinitivo. Ex.: Estou disposto a
colaborar com ele. Começou a chover agora;
– antes de artigo indefinido. Ex.: Fomos a uma lanchonete
no centro. Encaminhou o documento a uma gerente;
– antes de pronomes pessoais, indefinidos e
demonstrativos. Ex.: Passamos os dados do projeto a
ela. Eles podem ir a qualquer restaurante. Refiro-me a
esta aluna;
– antes de QUEM e CUJA. Ex.: A pessoa a quem me dirigi
estava atrapalhada. O restaurante a cuja dona me referi
é ótimo;
Acentuação Gráfica
Apresentação:
As regras de acentuação devem ser respeitadas na elaboração de
um texto (ZAMBELI, 2014), bem como deve ser dada atenção ao
Novo Acordo Ortográfico, que acrescentou ao alfabeto as letras,
K, Y e W, aboliu o uso do trema, além alguns acentos em casos
específicos, e também modificou o uso do trema.
Acentuação Gráfica
Palavras proparoxítonas:
Todas as palavras proparoxítonas recebem acento. Ex.: lâmpada –
rápido – córrego – rígido – pânico.

Palavras paroxítonas:
São acentuadas as palavras paroxítonas, de acordo com as
seguintes regras:
– palavras terminadas em ditongo crescente (seguidas ou não
de “s”). Ex.: sábio – régua – farmácia – espontâneo – mágoa;
– palavras terminadas em: Ã, ÃS, ÃO, ÃOS. Ex.: ímã – órfãs –
órgão – bênçãos;
Acentuação Gráfica
Palavras paroxítonas:
– palavras terminadas em: EI, EIS. Ex.: jóquei – pônei – fósseis – úteis;
– palavras terminadas em: I, IS. Ex.: táxi – biquíni – lápis – júri – íris;
– palavras terminadas em: ON, OM, NOS. Ex.: Nélson – rádom – próton
– nêutrons;
– palavras terminadas em: L, N, R, X, PS. Ex.: sensível – hífen – caráter –
tórax – bíceps;
– palavras terminadas em: UM, UNS, US. Ex.: Ônus, álbum, médiuns
Atenção: é importante observar que não se acentuam os vocábulos
paroxítonos terminados em EM, ENS. Ex.: item, homem, itens, hifens,
homens.
Acentuação Gráfica
Palavras oxítonas :
– São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em: A, E, O
(seguidas ou não de “s”), EM, ENS. Ex.: sofá – café – cipó – você –
porém – parabéns.

Hiato:
– Acentuam-se o I e o U tônicos, quando formam sílabas sozinhos ou
com “s” e vêm precedidos de vogal. Ex.: saída – faísca – uísque –
influí – reúne – egoísta – destruí-lo – baú – juízes – saúde.
Acentuação Gráfica
Hiato:
Atenção: é importante observar que não se acentuam o I e U quando
seguidos de NH: rainha, bainha, ladainha; não se acentuam o I e U quando
formarem sílabas com outra letra que não seja “s”: cairmos, juiz, ruim,
defini-lo; não se acentuam o I e U quando formarem ditongo: gratuito, fluido,
fortuito, intuito. De acordo com a nova regra, as palavras paroxítonas que têm
i ou u tônicos precedidos por ditongos não serão mais acentuadas. Assim,
escreve-se feiura, baiuca. Esta regra não vale quando se trata de palavras
oxítonas. Nestes casos, o acento permanece. Assim, continua correto Piauí,
teiús, tuiuiú. Observa-se ainda que foram eliminados os acentos circunflexos
nos hiatos OO/EE: enjoo, perdoo, magoo, voo, abençoo; creem, deem, leem,
releem, veem, preveem
Acentuação Gráfica
Ditongos abertos:
– Acentuam-se os ditongos tônicos e abertos ÉI, ÓI, ÉU. Ex.: anzóis –
chapéu – troféu – lençóis – pincéis. De acordo com a nova regra, o
acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos "ei" e "oi" de
palavras paroxítonas, tais como assembleia, boleia, epopeia, ideia,
jiboia, paleozoico, paranoia, onomatopeia.

Trema:
– O trema foi abolido de todas as palavras da língua portuguesa.
Porém, o trema é mantido em nomes próprios estrangeiros e suas
derivações, tais como Bündchen, Schönberg, Müller e mülleriano.
Acentuação Gráfica
Acento diferencial:
– O acento diferencial, conforme o próprio nome diz, diferencia a
intensidade de alguns vocábulos com relação a seus homógrafos
átonos. De acordo com a nova regras, permanecem apenas
aqueles relativos ao vocábulo ‘por’ para diferenciar o verbo
(pôr) da preposição (por), bem como na flexão verbal ‘pode’
(presente do indicativo) e ‘pôde’ (pretérito perfeito do
indicativo.
Acentuação Gráfica
Acento diferencial:
Deixaram de existir nos seguintes casos:
– para (verbo), que se diferenciava da preposição para;
– pelo (substantivo), que se diferenciava da preposição pelo;
– polo (substantivo), que se diferenciava da preposição polo
(grafia antiga, em desuso);
– pera (substantivo), que se diferenciava da preposição pera
(grafia antiga, em desuso).
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Cessão/Sessão/Seção (ou Secção):
Cessão é o ato de ceder. Ex.: A cessão do terreno para a
construção de uma creche agradou a todos. Ele fez a cessão de
seus direitos autorais àquela instituição; sessão é o intervalo de
tempo que dura uma reunião, uma assembleia. Ex.: A Câmara
reuniu-se em sessão extraordinária. Assistimos a uma sessão de
cinema; e seção (ou secção) significa parte de um todo, corte,
subdivisão. Ex.: Compramos os presentes na seção de brinquedos.
Lemos na seção de Economia que a gasolina vai aumentar.
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Porquê/Porque/Por quê/Por que:
Porquê: quando for um substantivo, equivale à causa, motivo,
razão, e vem precedido dos artigos o(os), um(uns). Ex.: Não me
interessa o porquê de sua ausência. Porque: quando se introduz
uma explicação. Equivale a ‘pois’. Ex.: Carlos, venha porque
preciso de você! Por quê: no final de perguntas. Ex.: Ademar não
veio, por quê?
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Porquê/Porque/Por quê/Por que:
Por que: a) na frase interrogativa direta. Ex.: Por que você não
veio?; b) quando equivale a ‘pelo qual’ e suas flexões. Ex.: Esta é a
rua por que meu filho e eu passamos; c) na construção igual à
anterior, no entanto, fica subentendido o antecedente do
pronome relativo (razão, motivo, causa). Ex.: Eis (a razão, o
motivo) por que não te amo mais. Obs.: Lembre-se de que a
palavra QUE, em final de frase, deve ser acentuada por ser um
monossílabo tônico terminado em E. Ex.: Você vive de quê?
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Onde/Aonde:
Emprega-se aonde com os verbos que dão ideia de movimento.
Equivale sempre a ‘para onde’. Ex.: Aonde você nos leva com tal
rapidez? Aonde você vai com tanta pressa? Caso o verbo não dê
ideia de movimento, emprega-se onde. Ex.: Onde você mora?
Não sei onde encontrá-lo.
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Mau/Mal:
Mau é sempre um adjetivo (seu antônimo é bom). Refere-se a um
substantivo. O seu plural é ‘maus’, e a forma feminina é ‘má’. Ex.:
Escolheu um mau momento para sair. O senhor não é mau aluno.
Mal pode ser: a) advérbio de modo (seu antônimo é bem). Ex.:
Essa carta está mal redigida. Na festa, ele se comportou mal; b)
conjunção temporal (equivale a assim que). Ex.: Mal começou a
cantar, todos vaiaram. Mal ela chegou, o casal foi embora; c)
substantivo (nesse caso, virá precedido de artigo ou outro
determinante); o seu plural é ‘males’. Ex.: Era um mal para o qual
não havia remédio. Estava acometida de um mal incurável.
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Há/A/Ah:
Na indicação de tempo, emprega-se ‘Há’ para significar tempo
transcorrido (equivale a faz). Ex.: Há dois anos que ela não aparece
por aqui. Luciana formou-se em Psicologia há quatro anos. ‘A’ é
empregado para indicar futuro. Ex: A formatura será daqui a duas
semanas. Daqui a um mês devo tirar férias. Embora menos usual,
emprega-se ‘Ah’ em frases exclamativas ou que demonstrem
espanto, surpresa. Ex.: Ah, que lindo dia amanheceu!
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Senão/Se não:
Senão equivale a ‘caso contrário’. Ex.: Devemos entregar o
trabalho no prazo, senão o contrato será cancelado. Espero que
faça bom tempo amanhã, senão não poderemos ir à praia. Existe
também o substantivo ‘senão’, que significa mácula, defeito.
Nesse caso, vem precedido de artigo ou outro determinante. Ex.:
Ele só tem um senão: não gosta de trabalhar. Em relação a ‘se
não’, equivale a caso não, se por acaso não: inicia orações
adverbiais condicionais. Ex.: A festa será amanhã à noite, se não
ocorrer nenhum imprevisto. Se não chover amanhã, poderemos ir
à praia.
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Ao invés de/Em vez de:
Ao invés de significa ‘ao contrário de’. Ex.: Ao invés do que previu
a meteorologia, choveu muito ontem. Em vez de significa ‘no
lugar de’. Ex.: Em vez de jogar futebol, preferimos ir ao cinema.
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Ao encontro de/De encontro a:
Ao encontro rege a preposição de e significa estar ‘a favor
de’, ‘caminhar para’. Ex.: Aquelas atitudes iam ao encontro
do que eles pregavam. De encontro rege a preposição a e
significa ‘em sentido oposto’, ‘contra’. Ex.: Sua atitude veio
de encontro ao que eu desejava: meus planos foram por
‘água abaixo’.
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Acerca de/Há cerca de:
Acerca de é uma locução prepositiva, que equivale a ‘a
respeito de’. Ex.: Discutimos acerca da melhor saída para o
caso. Há cerca de é uma expressão em que o verbo haver
indica tempo transcorrido; equivale a ‘faz’. Ex.: Há cerca de
uma semana, discutíamos a melhor decisão a tomar’.
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
A fim de/Afim:
A fim de é uma locução prepositiva que indica finalidade.
Ex.: Ele saiu cedo, a fim de não perder a carona. Afim é
adjetivo e significa ‘semelhante’, que apresenta ‘afinidade’.
Ex.: O genro é um parente afim. Tratava-se de ideias afins.
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Demais/De mais:
Demais é advérbio de intensidade e equivale a ‘muito’. Ex.: Elas
falam demais. Demais também pode ser usado como substantivo
(neste caso, virá precedido de artigo ou outro determinante),
significando os restantes. Ex.: Chamaram onze jogadores para
jogar; os demais ficaram no banco. De mais é locução prepositiva
e possui sentido oposto a ‘de menos’. Ex.: Não haviam feito nada
de mais.
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
À-toa/À toa:
À-toa é um adjetivo (refere-se, pois, a um substantivo) e significa
‘impensado’, ‘inútil’, ‘desprezível’. Ex.: Ninguém lhe dava valor, era
considerada uma pessoa à-toa. À toa é um advérbio de modo,
significa ‘a esmo’, ‘sem razão’, ‘inutilmente’. Ex.: Andavam à toa
pelas ruas.
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
A par/Ao par:
A par é usado, normalmente, com o sentido de estar bem
informado, ter conhecimento. Ex.: Após a confissão, ficamos a par
de tudo. Ao par é usado para indicar equivalência cambial. Ex.: O
dólar e o marco estão ao par (isto é, têm o mesmo valor).
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Tampouco/Tão pouco:
Tampouco é advérbio e significa ‘também não’. Ex.: Não
realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer
justificativa. Em Tão pouco, temos o advérbio de intensidade
‘tão’ modificando ‘pouco’, que pode ser advérbio ou
pronome indefinido. Ex.: Estudamos tão pouco esta semana!
(tão modifica o advérbio pouco). Ex.: Tenho tão pouco
Ortografia e Emprego de Algumas
Palavras e Expressões
Ter de/Ter que:
Ter de indica obrigatoriedade. Ex.: Para ser aprovado, tenho de
fazer o teste.
Ter que indica permissividade. Ex.: Tenho que ser eleito para ser
respeitado (é uma probabilidade, não uma imposição).
Concordância e Regência
Concordância Nominal:
Refere-se à concordância nominal o princípio no qual toda
palavra variável referente ao substantivo deve se flexionar para
se adaptar a ele. Como regra geral, toda palavra variável
associada a um substantivo concorda com ele. Ex.: Ganhei de
presente estes dois antigos livros italianos.

Em relação ao adjetivo, quando este vier depois de dois ou mais


substantivos, concorda com o último ou vai facultativamente
para o plural, no masculino, se pelo menos um deles for
masculino, ou para o plural feminino, se todos eles estiveres no
feminino. Ex.: Ternura e amor humano; Amor e ternura humana;
Ternura e amor humanos.
Concordância e Regência
Concordância Nominal:
Quando o adjetivo vier antes de dois ou mais substantivos, concorda
com o mais próximo. Ex.: Mau lugar e hora; Má hora e lugar.

Quando dois ou mais adjetivos se referirem a um substantivo, este


vai para o singular ou plural. Ex: O poder temporal e o espiritual. Os
poderes temporal e espiritual.

Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um substantivo e o


determinando, este vai para o plural. Ex.: Encerraram-se as aulas das
séries terceira, quarta e quinta.

As expressões ‘um e outro’, ‘nem um nem outro’ são seguidas de um


substantivo que não varia, permanecendo no singular. Ex.: Um e
outro aspecto. Nem um nem outro dia.
Concordância e Regência
Concordância Nominal:
No caso da expressão ‘um e outro’ vir antes de um substantivo e de
um adjetivo, o substantivo vai para o singular e o adjetivo vai para o
plural. Ex.: Um e outro processo arquivados.

Em relação ao particípio, este concorda com o substantivo. Ex.:


Feitas as análises, seguimos com o processo. Estabelecidas as regras,
prosseguimos com o jogo.
Concordância e Regência
Concordância Verbal:
Em relação ao sujeito composto, anteposto ao verbo,
observam-se as regras mais comuns:
– como regra geral, com elementos coordenados de
terceira pessoa, o verbo vai para o plural (Água, luz e
telefone terão aumento de tarifa no próximo semestre);
– se formado por palavras sinônimas, o verbo vai para o
plural ou concorda com o núcleo mais próximo (Desânimo
e tristeza caracteriza/caracterizam aquele paciente);
– se formado por palavras em gradação ou numeração,
idem alínea b) (Um mês, um ano, uma década de ditadura
não calou/calaram o povo brasileiro);
.
Concordância e Regência
Concordância Verbal:
– quando formado por pessoas gramaticais diferentes:
eu+tu+ele, o verbo vai para a 1ª pessoa do plural (Eu, tu e ele
chegaremos primeiro à escola); eu+tu ou eu+ele, o verbo vai
para a 1ª pessoa do plural (Eu e tu vamos ao cinema; Eu e ele
vamos ao cinema); tu+ele, o verbo vai para a 2ª ou 3ª pessoa
do plural (Tu e ele voltareis logo a São Paulo; Tu e ele
voltarão logo a São Paulo);
– quando seguido de ‘tudo’, ‘nada’, ‘ninguém’, ‘nenhum’, ‘cada
um’, significa um aposto resumidor, com o verbo colocado no
singular (Desvios, fraudes, roubos, tudo acontecia naquela
repartição).
.
Concordância e Regência
Concordância Verbal:
Em relação ao sujeito composto, posposto ao verbo,
observam-se as principais regras:
– como regra geral, o verbo vai para o plural ou concorda com o
núcleo mais próximo (Acertaram-lhe a alma a lança e a
espada; Acertou-lhe a alma a lança e a espada);
– quando a ação for reflexiva, o verbo vai para o plural
(Deram-se as mãos a tristeza e a saudade);
Concordância e Regência
Regência Nominal:
– Relação de interdependência entre o nome e o termo que lhe
serve de complemento (FERREIRA, 2007). Exemplos: adepto
de; alheio a; ansioso por, para; apto a, para; aversão a, por;
contente com, por, de; relativo a; residente em; simpatia a,
por.
Concordância e Regência
Regência Verbal:
Relação de interdependência entre o verbo e seu complemento
(geralmente o objeto). As principais regras de regência, segundo
Ferreira (2007), são:
– ir e chegar: exigem preposição a;
– obedecer/desobedecer: exigem preposição a;
– esquecer/lembrar: com pronome oblíquo, exigem de
(Esqueci-me de você/Lembrei-me de você); sem o pronome
oblíquo, não exigem preposição (Esqueci você/Lembrei você);
Leitura, Interpretação e Correção de Texto
Roteiro para Elaboração de Texto:
Dez mandamentos para que sua redação surpreenda o leitor
(CORREIA, 2013):
– não escreva difícil. Prefira uma linguagem mais simples;
– críticas sem fundamento devem ser evitadas. A análise sobre
algo deve ser realizada baseada em fatos, acontecimentos
reais, apontando soluções coerentes para os problemas
levantados;
– uso de palavrões, jargões, gírias e coloquialismo é proibido;
– a linguagem do MSN ou Facebook, por exemplo, deve ficar
em casa;
– nunca abrevie palavras, como por exemplo: vc, qdo, msm,
dentre outras;
Leitura, Interpretação e Correção de Texto
Roteiro para Elaboração de Texto:
– seja objetivo, claro. Melhor qualidade do que quantidade;
– faça um parágrafo para introdução, um para o
desenvolvimento e um para a conclusão, pelo menos.
– não esqueça a cedilha no “c”, o cortado do “t”, o pingo do
“i”, as letras maiúsculas em nomes próprios;
– se começou um novo argumento, coloque ponto final e não
vírgula.
– faça a concordância verbal. Se o sujeito está no plural, o
verbo também deverá estar.
– releia o texto. É impossível tentar organizar melhor o texto e
corrigir os erros sem reler o que se escreveu. Coloque-se no
lugar do leitor.
Leitura, Interpretação e Correção de Texto
Coerência Textual:
– Ocorre com o emprego de diferentes procedimentos, sejam
lexicais (repetição, substituição, associação), sejam
gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais,
elipses), quando se constroem frases, orações, períodos, que
irão apresentar o contexto. A coerência resulta da relação
harmoniosa entre os pensamentos ou ideias apresentadas
num texto sobre um determinado assunto. Refere-se à
sequência ordenada das opiniões ou fatos expostos. Não
havendo o emprego correto dos elementos de ligação
(conectivos), faltará a coesão e, logicamente, a coerência ao
texto será afetada (CORREIA, 2013).
Referências
http://www.ceepcuritiba.com.br/wp-content/u
ploads/2017/08/MANUAL_RELATORIO_VISITA_T
ECNICA.pdf
https://fieldcontrol.com.br/blog/relatorio-de-vis
ita-tecnica/

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