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ESTADO DO ACRE

POLÍCIA MILITAR
DIRETORIA DE ENSINO
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - CFS 2023

LINGUAGEM, ESCRITURAÇÃO E
COMUNICAÇÃO POLICIAL
MILITAR

CAP QOMEC PM NILTON


EMENTA
I. Comunicação humana: Linguagem; Funções da
linguagem; Expressão oral; Expressão escrita; Leitura.
II. Tipos de discursos: Características dos discursos direto,
indireto; Procedimentos para a transformação do discurso
direto em indireto e indireto em direto; Pontuação do
discurso direto.
III. Estrutura do texto: Interpretação do texto; Vocabulário;
Frase e parágrafo.
IV. Tipologia textual: Características dos textos narrativo,
descritivo e dissertativo; Estrutura dos textos narrativo,
descritivo e dissertativo; Elementos essenciais dos textos
narrativo, descritivo e dissertativo.
EMENTA
V. Qualidades dos textos: clareza, coerência,
concisão, coesão e harmonia.
VI. Defeitos do texto: obscuridade, ambiguidade,
prolixidade, incoerência, e vícios de linguagem; Mídia
e público: Comunicação oral operacionalizada.
VII. Boletim de Ocorrência e documentos
correlatos a atividade policial militar.
VIII. Visita ao CICC.
I. Comunicação humana

• Linguagem;
• Funções da linguagem;
• Expressão oral;
• Expressão escrita;
• Leitura.
Iniciando...

Linguagem, Comunicação e
Adequação Vocabular
A comunicação
 A comunicação pode ser considerada um processo
social básico e primário, porque é ela que torna
possível a própria vida em sociedade.

 Vida em sociedade significa intercâmbio. E todo


intercâmbio entre os seres humanos só se realiza
por meio da comunicação.

 A comunicação rege todas as relações humanas.


“herros de puliça”

 “Senhor delegado, deu entrada no Pronto-Socorro


Municipal o cidadão, vítima de gargalhada.
Gargalhada no peito, no rosto e nas costas. Segue
anexo um gargalho de garrafa”.

 “O condutor foi preso em flagrante por estar


dirigindo em velocidade incombatível com o local”.
• “Chegando ao local, encontramos a vítima caída ao
solo, aparentando ter cometido um homicídio
contra si mesmo”.

• “O cadáver apresentava sinais de estar morto”.

• “Após discutir com a vítima, o autor desferiu um


forte soco no rosto da mesma, que de tão violento,
soltou a tampa de seu nariz”.
• “Informo-vos a Vossa Senhoria que com o indivíduo
foi apreendida uma faca da marca stainless steel”.

• “A vítima, aparentava um corte profundo no couro


cabeludo e estava com o cabelo emudecido de
sangue”.

• “Com o meliente foi apreendido um bone, um livro


de São Cipriano e um crucifixo da marca INRI”.
Momento cultural
• INRI é o acrônimo da frase em latim:
Iēsus Nazarēnus Rēx Iūdaeōrum, cuja
tradução é Jesus Nazareno (ou de
Nazaré), Rei dos Judeus.
Elementos da comunicação
 EMISSOR – qualquer ser capaz de produzir e transmitir uma
mensagem.
 MENSAGEM – qualquer coisa que o emissor envie com a
finalidade de passar informações. A mensagem prescinde de
um CÓDIGO (Língua).
 RECEPTOR – qualquer ser capaz de receber e interpretar essa
mensagem.
 CANAL – meio através do qual a mensagem é transmitida.
 REFERENTE - é a relação entre o texto e a situação em que ele
ocorre, considerando inclusive a relação de intertexto. É o
conjunto de circunstâncias em que se produz a mensagem que
se deseja emitir - lugar e tempo, emissor e receptor etc - e que
permitem sua correta compreensão.
Elementos da comunicação
 Toda comunicação contém esses elementos.

 Se falta qualquer deles, pode-se pelo menos


questionar se estamos diante de um legítimo
processo de comunicação.

 Na ausência de um deles, o processo de


comunicação pode ocorrer de forma truncada,
gerando problemas no campo semântico.
O Ruído na Comunicação
Tipo de Ruídos
• Os estudiosos de comunicação classificam quatro
tipos de ruídos: físico, psicológico, fisiológico e
semântico.
• Ruído físico: é externo ao falante e ao ouvinte.
São os sons estranhos a conversação que
tornam difícil ouvir o que está sendo dito.

• Ruído psicológico: é a interferência mental que


o impede de ouvir. Se sua mente está vagando
quando alguém está falando com você, o ruído
em sua cabeça está impedindo a comunicação.
• Ruído fisiológico: é qualquer questão
fisiológica que interfira na comunicação. Por
exemplo, se você tem enxaqueca, pode ser
difícil de falar com os outros ou ouvi-los
quando eles falam com você.
• Ruído semântico: ocorre quando não há
nenhum significado compartilhado em uma
comunicação. Isso ocorre geralmente quando
alguém, por exemplo, está lidando com
profissionais médicos, advogados, cientistas e
outros que usam a terminologia que os leigos
não entendam.
O que é linguagem
 É o uso da língua como forma de expressão e
comunicação entre as pessoas.

 A linguagem não é somente um conjunto de palavras


faladas ou escritas, mas também de gestos e imagens
(signos), formando um todo sistematicamente
organizado.

 A linguagem pode ser verbal ou não verbal.


Linguagem verbal

• É aquela que se utiliza de palavras (signo linguístico).

• Todo texto, falado ou escrito, é considerado liguagem


verbal.
Linguagem não verbal
• Não se utiliza das palavras.
• O objetivo não é de expor verbalmente o que se quer
dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar de
outros meios comunicativos, como placas, figuras,
gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais
(semiologia).
Linguagem – texto e intenção
• O homem produz linguagens, transforma outros homens
com ela e transforma também a si mesmo por meio da
interação com o mundo através da comunicação.

• A linguagem não é um objeto que pode ser aprisionado e


controlado, pois está em constante transformação.

• Uma palavra ou um símbolo pode ter um significado


unívoco, quando tomados isoladamente, fora do espaço
sócio-interativo, mas seu sentido só se revela a partir do
contexto ou situação na qual estão inseridos (campo
lexical, sintagmático e semântico, sem prescindir da
pragmática).
Campo lexical (vocábulo, palavra isolada, termo
dicionarizado)
Campo sintagmático (organizacional, estrutural,
funcional)
Campo semântico (sentido, significado)
Pragmática (Ramo da linguística que estuda o uso
concreto da linguagem através da análise dos enunciados dos
falantes. Analisa também a linguagem considerando a influência
do contexto comunicacional, extrapolando assim a visão da
Sintaxe e da Semântica).
Decisor linguístico
• Estudaremos sobre a importância de desenvolver uma atitude decisiva
ao redigir um texto, salientando quais os aspectos favoráves a uma boa
decisão linguística.
• Ser um bom decisor linguístico implica bom senso, capacidade crítica e
conhecimento da língua.
• Mas não é a única decisão a ser tomada quando se vai redigir um texto.
• Tomar decisão sob o ponto de vista linguístico é, acima de tudo, tornar-
se capaz de fazer as melhores escolhas ao produzir um texto, qualquer
que seja ele.

Pra quem vou escrever?


Qual o meu objetivo?
Que canal de comunicação utilizarei?
Qual a melhor forma de comunicar o que quero?
Níveis de linguagem
(Adequação Vocabular e Variações Linguísticas)

• A língua e os níveis da linguagem pertencem a todos os


membros de uma comunidade e é uma entidade viva em
constante mutação.
• Novas palavras são criadas ou assimiladas de outras línguas, à
medida que surgem novos hábitos, objetos e conhecimentos,
determinando as transformações linguísticas e os níveis de
linguagem, independentemente de quem sejam os usuários,
estejam escrevendo ou falando, uma vez que tanto a língua
escrita quanto a língua falada apresentam variações
condicionadas por diversos fatores: regionais, sociais,
intelectuais etc.
Linguagem formal
• É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em
que se apresenta com terminologia especial.
• É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais
e caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais.
• Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete
prestígio social e cultural.
• É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está
presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos,
comunicações científicas, noticiários de TV, programas
culturais etc.
Linguagem coloquial

• É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-


se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de
vícios de linguagem, expressões vulgares, gírias e preferência
pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da
língua.
• A linguagem popular está presente nas mais diversas
situações: conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
irradiação de esportes, programas de TV (sobretudo os de
auditório), novelas, expressão dos estados emocionais etc.
Função da Linguagem
II. Tipos de discursos

• Características dos discursos direto,


indireto;

• Procedimentos para a transformação do


discurso direto em indireto e indireto em
direto;

• Pontuação do discurso direto;


III. Estrutura do texto

• Interpretação do texto;

• Vocabulário;

• Frase e parágrafo.
Os patos de Rui Barbosa
Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho
estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão
tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do
indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados
patos, disse-lhe:
- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos
bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o
recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa.
Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha
elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha
bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que
te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz:
- Dotô, eu levo ou deixo os pato?
Frase
• Frase é todo enunciado suficiente por si
mesmo para estabelecer comunicação. Pode
expressar um juízo, indicar uma ação, estado
ou fenômeno, transmitir um apelo, uma
ordem ou exteriorizar emoções. As frases,
geralmente, integram dois termos, o sujeito
e o predicado.
Dicas essenciais
✔ Escreva sempre obedecendo a um raciocínio lógico.
✔ Não faça muitas alterações na ordem das palavras dentro do
período. A inversão muito forte provoca desentendimento e gera
incompreensão.
✔ Não acumule numa só frase pensamentos que não tem muita
relação entre si e com os quais se possam formar algumas frases
separadas.
✔ As ideias de um texto devem ser amarradas de tal jeito que o
leitor não possa fugir delas, abandoná-las, encontrar buracos ou
redundâncias
Parágrafo
O parágrafo é “uma unidade de composição, constituída
por um ou mais de um período, em que se desenvolve ou se
explana determinada ideia central a que geralmente se
agregam outras secundárias, intimamente relacionadas
pelo sentido e logicamente decorrentes dela”.
A cada parágrafo do texto deve corresponder uma ideia
central a ser desenvolvida. O texto, portanto deverá conter,
em princípio, tantos parágrafos quantas forem as ideias
centrais. O parágrafo comporta, no seu desenvolvimento,
ideias secundárias, que deverão estar intimamente
relacionadas entre si e com a ideia central.
Estrutura do Parágrafo
• O parágrafo apresenta três partes:

a) tópico frasal – consiste, geralmente, na frase inicial,


que expressa, de maneira sucinta, a ideia central do
parágrafo;
b) desenvolvimento – é formado pelas frases que
esclarecem essa ideia central, discutindo-a em detalhes;
c) conclusão – esta contida em uma frase final. Que
enuncia a parte mais interessante ou o clímax do
parágrafo, ou ainda, que sintetiza o conteúdo.
Exemplos
• Tópico frasal
A eletricidade, desde o início da civilização industrial,
esteve associada ao progresso.
• Desenvolvimento
O cidadão medianamente informado percebe a conexão
entre a atividade econômica de uma comunidade ou país
e a disponibilidade de energia.
• Conclusão
Todavia, a eletricidade sempre mereceu um destaque
especial, pois está, objetivamente ou não, ligada a uma
aspiração de modernidade e de poder.
IV. Tipologia textual

• Características dos textos narrativo,


descritivo e dissertativo;

• Estrutura dos textos narrativo, descritivo


e dissertativo;

• Elementos essenciais dos textos


narrativo, descritivo e dissertativo.
Tipologia Textual
• Texto Narrativo;

• Texto Descritivo;

• Texto Dissertativo.
Narração
• É a modalidade de redação na qual contamos um ou
mais fatos que ocorreram em determinado tempo e
lugar, envolvendo certas personagens.

Exemplo:
Numa noite chuvosa do mês de Agosto, Paulo e o irmão
caminhavam pela rua mal iluminada que conduzia à sua
residência. Subitamente foram abordados por um homem
estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o
homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto.
Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar,
com dificuldade, o caminho de casa.
Narração (elementos da narração)
• Os fatos (O QUÊ): são os acontecimentos, a história
em si.
• Sequência dos fatos ou enredo (COMO): é a trama
dos acontecimentos e das ações dos personagens. No
enredo podemos distinguir, com maior ou menor
nitidez, três ou quatro estágios progressivos: a
exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o
clímax, o desenlace ou desfecho.
• As personagens (QUEM): são as pessoas, ou seres,
viventes ou não, forças naturais ou fatores
ambientais, que desempenham papel no desenrolar
dos fatos.
Narração (elementos da narração)

• Espaço (ONDE): os acontecimentos narrados


acontecem em diversos lugares, ou mesmo em um só
lugar. O texto narrativo precisa conter informações
sobre o espaço onde os fatos acontecem.
• Tempo (QUANDO): os fatos que compõem a narrativa
desenvolvem-se num determinado tempo, que
consiste na identificação do momento, dia, mês, ano
ou época em que ocorre o fato.
Narração (elementos da narração)
• Narrador (QUEM CONTA A HISTÓRIA): observador e
personagem: O narrador, como já dissemos, é a
personagem que está a contar a história.

• Foco narrativo (QUAL O PONTO DE VISTA): Todo texto


narrativo necessariamente tem de apresentar um
foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual
a história está sendo contada. Como já vimos, a
narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.
Narração
(principais características deste tipo de texto)

•Abundância de verbos fortes, assim


chamados verbos de ação,
normalmente no passado;

•Ordenação dos tempos verbais.


Descrição
• É o tipo de redação na qual se apontam as
características que compõem um determinado
objeto, pessoa, ambiente ou paisagem.

Exemplo:
A sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele
morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e
amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver
e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma
fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.
Descrição
(principais características deste tipo de texto)

• Abundância de verbos fracos, ou seja,


verbos de ligação, quase sempre no
presente e que não denotam ação
alguma, apenas caracterizam;

• O texto é sempre estático.


Dissertação
• É o tipo de composição na qual expomos ideias gerais,
seguidas da apresentação de argumentos que as
comprovem.

Exemplo:
Tem havido muitos debates sobre a eficiência do
sistema educacional. Argumentam alguns que ele deve
ter por objetivo despertar no estudante a capacidade
de absorver informações dos mais diferentes tipos e
relacioná-las com a realidade circundante. Outros
porém já sustentam que...
Dissertação

• Introdução: afirmação do tema e apresentação do


argumentos;

• Desenvolvimento: exposição dos argumentos ou


formulações;

• Conclusão: reafirmação do tema e apresentação de


propostas.
Dissertação
(principais características deste tipo de texto)
• Os textos dissertativos se dedicam a convencer o
interlocutor.

• Possuem, portanto, TESE (opinião) e ARGUMENTOS.

• O que é TESE? É a opinião do autor do texto. É aquilo


do qual ele pretende convencer, fazer crer o leitor.

• O que é ARGUMENTO? É qualquer recurso linguístico


capaz de convencer o interlocutor, o leitor.
Resumo
• A descrição aponta os elementos que caracterizam
os seres, objetos, ambientes e paisagens. Abundam
os verbos de ligação. O texto é estático.
• A narração implica uma ideia de ação, movimento
empreendido pelos personagens da história. Texto
com abundância de verbos no passado.
• A dissertação assume um caráter totalmente
diferenciado, na medida em que não fala de pessoas
ou fatos específicos, mas analisa certos assuntos que
são abordados de modo impessoal,
preferencialmente, visando o convencimento do
interlocutor.
Feedback
• O Boletim de Ocorrência é totalmente Narrativo?
• Em qual parte do Boletim de Ocorrência se é Descritivo?
• Em qual parte do Boletim de Ocorrência se é Dissertativo?
• Qual a importância de fundamentar os procedimentos
adotados?
• Fundamentar procedimento é narrativo, descritivo ou
dissertativo?
• Argumentar para persuadir sobre um procedimento que
poderia gerar a prisão do policial está em qual tipologia
textual?
V. Qualidades dos textos

• Clareza;
• Coerência;
• Concisão;
• Coesão;
• Harmonia.
• A clareza deve ser a qualidade básica de todo
texto oficial. Claro é aquele texto que
possibilita imediata compreensão pelo leitor. A
clareza não é algo que se atinja por si só: ela
depende estritamente das demais características
da redação oficial. Para ela concorrem:
A clareza

a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de


interpretações que poderia decorrer de um tratamento
personalista dado ao texto;
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio,
de entendimento geral e por definição avesso a
vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a
imprescindível uniformidade dos textos;
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
linguísticos que nada lhe acrescentam.
• Texto técnico é aquele mais relativo às profissões. É
fundamental nas atividades institucionais, é representado por
documentos como atas, memorandos, circulares, requerimentos,
relatórios, avisos dentre tantos outros.

• A redação técnica apresenta características que são regidas


pelos mesmos princípios que norteiam a estruturação de
qualquer texto escrito: clareza – coesão e coerência –
correção, obediência às normas gramaticais e objetividade.
• Redação oficial é todo ato normativo e toda comunicação do
Poder Público. Deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso
do padrão culto de linguagem, clareza, concisão,
formalidade e uniformidade.
• Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição,
que dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta,
indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a
impessoalidade princípios fundamentais de toda administração
pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração
dos atos e comunicações oficiais.
O texto oficial
• O texto oficial requer o uso do padrão culto da língua.
Padrão culto é aquele em que:
a) se observam as regras da gramática formal,
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos
usuários do idioma.
A obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial
procede do fato de que ele está acima das diferenças lexicais,
morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos
os cidadãos.
Impessoalidade
• A redação oficial deve ser isenta da interferência da
individualidade. O tratamento impessoal que deve ser
dado aos assuntos que constam das comunicações
oficiais decorre:
a) da ausência de impressões individuais de quem
comunica;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação; e
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado.
Concisão
• A concisão é uma qualidade do texto, principalmente o do
oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo
de informações com um mínimo de palavras. A concisão é,
basicamente, economia linguística. Isso não quer dizer
economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar
passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em
tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis,
redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi
dito.
• Deve-se perceber a hierarquia de ideias que existe em todo
texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias
secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido
daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também
ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao
texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo,
por isso, ser dispensadas.
Considerações gerais
• As noções de coesão e coerência costumam ser
abordadas pelo campo da lingüística como fatores
que garantem a textualidade – aquilo que diferencia
um texto de uma mera seqüência de palavras.
• A distinção entre os dois conceitos não é unânime na
área – há um intenso debate sobre as interrelações
que conectam esses dois termos, havendo inclusive
quem defenda se tratar de um só fator da
textualidade.
Considerações gerais
• Para Leonor Fávero, a coesão e a coerência textuais
constituem níveis diferentes de análise. Isso porque,
segundo a autora, pode "haver um seqüenciamento
coesivo de fatos isolados que não têm condição de
formar um texto".
• Também pode poder haver textos destituídos de coesão
mas cuja textualidade se dá [no âmbito] da coerência"
(2003, p.11).
Coerência
 No nosso dia-a-dia, são comuns comentários do
tipo:
Isto não tem coerência.
Esta frase não tem coerência.
O seu texto está incoerente.

 O que leva as pessoas a fazerem tais observações,


provavelmente, é o fato de perceberem que, por algum
motivo, escapa a elas o entendimento de uma frase ou
de todo o texto.
Coerência
• Coerência está ligada à compreensão, à possibilidade
de interpretação daquilo que se diz ou escreve.
• A coerência é decorrente do sentido contido no texto,
para quem ouve ou lê. Uma simples frase, um texto
de jornal, uma obra literária (romance, novela,
poema...), uma conversa animada, o discurso de um
político ou do operário, um livro, uma canção ...,
enfim, qualquer comunicação, independente de sua
extensão, precisa ter sentido, isto é, precisa ter
coerência.
Coerência
• A coerência depende de uma série de fatores, entre
os quais vale ressaltar:
• o conhecimento do mundo e o grau em que esse
conhecimento deve ser ou é compartilhado pelos
interlocutores;
• o domínio das regras que norteiam a língua - isto vai
possibilitar as várias combinações dos elementos
lingüísticos;
• os próprios interlocutores, considerando a situação em que
se encontram, as suas intenções de comunicação, suas
crenças, a função comunicativa do texto.
Coerência
• É a responsável pelo sentido que um texto deve ter
quando partilhado por esses usuários, entre os quais
existe um acordo pré-estabelecido, que pressupõe
limites partilhados por eles e um domínio comum da
língua.
Coerência
• Vejamos alguns exemplos de falta de coerência textual:
• “No verão passado, quando estivemos na capital do Ceará
Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era
tanto que chegou a nevar” “Estão derrubando muitas árvores
e por isso a floresta consegue sobreviver.”
• “Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não ouvi o sabiá
cantar”
• “Todo mundo destrói a natureza menos todo mundo”
Coerência
• Fundamental para a coerência do texto é, também, a
pontuação.
• Um texto mal pontuado é difícil de perceber ou torna-
se mesmo incompreensível.
• O universo textual é determinado por uma
continuidade de sentido, isto é, uma expressão
linguística pode ter vários significados, mas um texto
tem apenas um sentido. É esta continuidade de sentido
que constitui a base para a coerência.
Coerência
• Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu
papel e caneta. Escreveu assim:

• “Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais


será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres”.

• Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a


fortuna? Eram quatro concorrentes.
Coerência
• 1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
• Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais
será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

• 2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:


• Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais
será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
Coerência
• 3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra
sardinha dele:
• Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

• 4) Aí, chegaram os descamisados da cidade.. Um deles,


sabido, fez esta interpretação:
• Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Coesão
• Coesão é o modo como os componentes superficiais do
texto (palavras/frases) se encontram ligados entre si.
• A Coesão é um mecanismo linguístico que consiste na
retoma, no interior do texto, de elementos,
contribuindo deste modo para a sua unidade.
• Há vários mecanismos de coesão: a substituição lexical,
a repetição, a pronominalização, a definitivização , a
articulação interfrásica, o tempo verbal, a anáfora, a
catáfora e a elipse.
Coesão
 A substituição lexical consiste na substituição de uma
palavra por um termo equivalente (funciona como um
sinónimo). Ex: De súbito, começa a gritar e a correr,
pondo em pânico as galinhas. Cacarejando, a bicharia
foge, sacudindo as asas.
 A repetição consiste na retoma de palavras já
existentes no texto.
 A pronominalização ocorre quando um nome pode ser
representado por um pronome. Ex: Estendeu a mão e
afagou o lombo do cão. Também este escapara.
Coesão
• A definitivização consegue-se na recuperação de
informação graças ao artigo definido. Ex: Um
camionista surpreendeu um meliante a tentar abrir a
janela de um camião. (...) O camionista, de
nacionalidade espanhola, conseguiu deter o indivíduo.
• A coesão interfrásica refere-se às palavras (conjunções,
locuções conjuntivas, advérbios, locuções adverbiais)
que servem para ligar frases entre si.
VI. Defeitos do texto

• obscuridade, ambiguidade, prolixidade,


incoerência, e vícios de linguagem;

• Mídia e público: Comunicação oral


operacionalizada.
Obscuridade
Obscuridade significa falta de clareza. Vários motivos
podem determinar a obscuridade de um texto: períodos
excessivamente longos, linguagem rebuscada, má
pontuação.

Observe:
“ Encontrar a mesma ideia vertida em expressões antigas
mais claras, expressiva e elegantemente tem-me acontecido
inúmeras vezes na minha prática longa, aturada e contínua
do escrever depois de considerar necessária e insuprível
uma locução nova por muito tempo.”
Ambiguidade
Um menino chega em casa com um enorme peixe na
mão.
Sua mãe exclama, admirada:
— Que peixe enorme que você pegou, Joãozinho!
— Isso não é nada, mamãe. Precisa ver aquele que
pegou o papai.
Ambiguidade
Ocorre geralmente por má pontuação ou mau
emprego de palavras ou expressões. É
considerada um defeito da prosa, porque atenta
contra a clareza. Veja alguns exemplos:
O professor protestou contra a sua falta de
atenção.
A falta de atenção é de quem? Da pessoa com
quem se fala ou de quem se fala?

Saíram a passear: a mãe e a sua filha.


De quem? Da mãe ou da pessoa com quem se
fala?
Prolixidade
A prolixidade consiste em utilizar mais palavras
do que o necessário para exprimir uma ideia,
portanto, é o oposto da concisão. Ser prolixo é
ficar “enrolando”, “enchendo linguiça”, não ir
direto ao assunto.
O uso de cacoetes, expressões que não
acrescentam nada ao texto, servindo tão-
somente para prolongar o discurso, também
pode torná-lo prolixo. São expressões do
tipo antes de mais nada, pelo contrário, por
outro lado, por sua vez.
exemplo de texto prolixo:
Resposta da seguinte pergunta: Os jovens têm
algo a transmitir aos mais velhos?

“Não saberia responder com exatidão. Há


sempre uma eterna divergência entre as
gerações. Os jovens pensam de um jeito, às
vezes estranho que chega a escandalizar os
mais velhos… Já os mais velhos, por outro lado,
costumam, na maioria das vezes, achar que os
mais jovens, em alguns casos, não têm nada a
transmitir aos mais velhos.”
Vícios de Linguagem
• Barbarismo: é o nome que se dá aos erros de grafia,
morfologia, semântica ou de pronúncia.
Ex.: adevogado, gratuíto, mendingo.

• Estrangeirismo: espécie de barbarismo que consiste em dar


preferência ao uso de palavras ou expressões de língua
estrangeira, mesmo quando a vocábulo equivalente em
português.
Ex.: Upgrade (anglicismo) em vez de “atualização”.

• Hiato: é o som desagradável formado pela sucessão de


fonemas vocálicos..
Ex.: ou eu o ouvia ali, ou não o ouvia mais..
Vícios de Linguagem
• Solecismo: é o vício de linguagem que consiste no
desrespeito às regras de colocação, concordância e
regência.
Ex.: fazem dois anos que ela morreu ( Faz – erro de
concordância);
Vou no correio agora. ( Vou ao – erro de
regência );
Me veja no café. ( Veja-me – erro de colocação
pronominal).

• Colisão: consiste em som desagradável formado


pela sucessão de fonemas consonantais.
Ex.: Pedro Paulo Pereira Pinto, primoroso pintor
português, pinta portas e paredes por preços
populares.
Vícios de Linguagem
• Cacofonia: São sons desagradáveis ao ouvido formados,
muitas vezes, pelo encontro do final de um vocábulo e
começo de outro, que se encontra a seguir. Isso acontece
porque o encontro de certos fonemas pode produzir
efeito diferente do esperado, criando novas palavras com
sentido inadequado, muitas vezes engraçadas.
Ex.: Respondi às perguntas por escrito, já que tinha
as recebido por e-mail. (Já + que + tinha = jaquetinha).
(O correto é: Respondi às perguntas por escrito, uma
vez que as recebi por e-mail.
Ontem, eu vi ela. (vi + ela = viela)
(O correto é: Ontem, eu a vi)
Vícios de Linguagem
• Eco: som desagradável provocado pela repetição de
palavras com finais sonoros idênticos ou parecidos.
Ex.: mais adiante os policiais deram flagrante num
meliante.
• Pleonasmo: é o reforço desnecessário.
Ex.: todos foram unânimes quanto a esse assunto.
(“Unanimidade” traz implícita a ideia de “totalidade”.)
Há três anos atrás, esse problema não existia. (“Há”,
no exemplo, é sinônimo de “faz”, em referência a tempo
passado.)
Devemos evitar os pleonasmos. Conheça alguns deles:
(há … atrás; encarar de frente; monopólio exclusivo;
elo de ligação; surpresa inesperada; todos unânimes).
VI. Boletim de Ocorrência
• O Boletim de Ocorrência (BO) é, sem dúvida, o documento mais
importante produzido pela Polícia Militar. As informações nele
contidas são de suma importância, podendo ser cruciais no
desfecho de um processo judicial, visto terem sido colhidas ou
observadas ainda no calor dos acontecimentos.

• É através do BO que se leva à autoridade policial ou judiciária a


notícia crime, fornecendo-lhes uma série de dados (nomes de
agentes, vítimas, testemunhas, vestígios, instrumentos e produtos
de crime, etc.). É também um precioso meio de resguardo da
legalidade em que se pautou a ação ou operação policial.
VI. Boletim de Ocorrência
• O boletim de ocorrência pode ser conceituado como sendo o
registro ordenado e minucioso das ocorrências que exigem a
intervenção policial. Ocorrência policial, por sua vez, é todo fato
que, de qualquer forma, afete ou possa afetar a ordem pública e
que exija a intervenção policial por meio de ações ou operações.

• O boletim de ocorrência é um documento oficial. Portanto, deve


seguir os princípios expressos e reconhecidos da Administração
Pública (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
eficiência e motivação).
VI. Boletim de Ocorrência
• A redação do BO deve caracterizar-se pela
impessoalidade, uso do padrão culto da língua, clareza,
concisão, coerência e objetividade. Na redação oficial,
não há lugar para impressões pessoais, como as que,
por exemplo, constam de uma carta a um amigo, de
uma postagem de um blog ou mesmo de um texto
literário. O BO deve ser isento da interferência da
individualidade da pessoa que o elabora.
VI. Boletim de Ocorrência
• Geralmente o BO é constituído de vários campos, principalmente descritivos,
a fim de serem relacionados dados como qualificação dos envolvidos,
materiais apreendidos, integrantes da equipe policial, entre outros. O
preenchimento desses campos é intuitivo, sem muita dificuldade. A coisa
começa a se complicar no campo do histórico da ocorrência, onde o policial
narra os fatos. É nesse ponto, em especial, que queremos lhe ajudar. Como em
toda narração, o histórico de ocorrência deve conter:
• Quem? Personagens.
• Quê? Atos, enredo.
• Quando? Dia, hora, momento.
• Onde? O lugar da ocorrência.
• Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos.
• Por quê? A causa dos acontecimentos se for conhecida.
VI. Boletim de Ocorrência
Recomenda-se que os fatos sejam narrados na seguinte
ordem:
1. O acontecimento que gerou a ocorrência ou como
ocorreu o empenho.
2. Circunstâncias com as quais o policial se deparou ao
chegar ao local da ocorrência.
3. Providências policiais, devidamente fundamentadas e
motivadas.
4. Desfecho da ocorrência.
.
VI. Boletim de Ocorrência
No histórico do BO, deve-se relatar apenas o que é
significativo, selecionar fatos relevantes e evitar que os
acontecimentos se amontoem sem nenhum significado. Os
dados que forem lançados em campos específicos não precisam
ser repetidos no histórico, exceto se forem importantes para a
narrativa.

O histórico de BO deve ser fiel à realidade, dando noção do


lugar, circunstâncias e participação dos envolvidos. Deve
narrar, de forma concisa e objetiva, todas as informações
colhidas no local da intervenção policial, as quais terão valor
inestimável nas investigações posteriores.
.
VI. Boletim de Ocorrência
Em observância aos princípios da legalidade e motivação, o
relator da ocorrência deve fundamentar as ações e providências
que adotar, principalmente coercitivas, como uso da força,
prisões, apreensões e multas. Deve expor, de forma lógica e
objetiva, os motivos de fato e de direito que o levaram a adotar
tais medidas. Por exemplo, quando o policial apreende um
objeto/instrumento que tem relação com o crime, ele deve
indicar o motivo de ter tomado essa providência. O ato
administrativo não tem eficácia nem validade se não estiver
alicerçado no Direito e na Lei. Quando o policial motiva suas
ações, ele afasta possíveis suspeitas e resistências.
VI. Boletim de Ocorrência
É importante salientar que o policial não pode fazer afirmações
sobre as quais se exige um laudo pericial. Por exemplo, num
acidente de trânsito, ele não pode concluir qual dos condutores
deu causa ao acidente. Não pode afirmar que uma substância
encontrada é um entorpecente. Nesse caso, deve descrevê-la de
maneira genérica. Exemplos:

Substância esverdeada semelhante à maconha. Pó branco


semelhante à cocaína.
VI. Boletim de Ocorrência
Enfim, um BO bem confeccionado é aquele que narra os
acontecimentos de maneira ordenada, coerente, clara, concisa,
precisa, objetiva e que resguarda as ações e providências
adotadas pelos policiais explicitando os fundamentos de fato e
de direito, estabelecendo uma lógica entre estes.
Para ajudar os nobres companheiros, principalmente os
policiais em formação, selecionamos um exemplo de histórico
de boletins de ocorrência para serem trabalhados e corrigidos,
isso é, o texto não está dentro do desejado.
1. De acordo com o relato das testemunhas arroladas neste documento, a
vítima desentendeu-se com o autor em razão de apostas num jogo de cartas que
acontecia no endereço da ocorrência (Bar Copo Sujo). Fato seguinte, o autor
desferiu três facadas na vítima e fugiu. Esta guarnição foi acionada pela Central
de Comunicações e compareceu ao local onde se deram os fatos, sendo
constatado que a vítima já se encontrava sem sinais vitais. Foram adotadas as
providências de isolamento e preservação do local do crime até a chegada da
perícia técnica, representada pelos peritos João e Maria. Simultaneamente à
preservação do local, a viatura L-200, de posse das características do autor do
delito, efetuou diligências no intuito de localizá-lo, conseguindo prendê-lo em
flagrante no Beco do Além, de posse de uma faca suja com substância vermelha
semelhante a sangue. Segundo o comandante da viatura L-200, Sargento
Esperto, foi dada voz de prisão ao autor e lidos seus direitos constitucionais na
presença das testemunhas arroladas como envolvidos 03 e 04, sendo apreendida
a mencionada faca, conforme descrito no campo anteriormente. O corpo da
vítima foi removido pelo rabecão de prefixo 88, sob o comando do agente
Moisés. Autor, testemunhas e o material apreendido foram encaminhados a esta
delegacia.
Chave de Correção, sequência
1. Como foi acionado? Para qual tipo de ocorrência?
2. Quando chegou ao local o que encontrou? O tipo penal
corresponde ao acionamento?
3. Quando se deparou com a vítima ligou para o socorro?
Primeira atividade é ligar para o SAMU, antes mesmo de
isolar ou ligar para perícia ou ir em busca do autor.
4. Ligou para o socorro ou foi buscar informações com
testemunhas? Verificar a sequência lógica no texto.
5. Isolou a área ou abandonou o local do crime para ir atrás do
autor?
6. Pediu apoio para essa equipe fazer buscas atrás do autor ou
abandou o local de preservação?

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