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Existem muitas linguagens e cada uma delas é composta de diversos elementos. Alguns exemplos: letras e palavras são elementos
da linguagem escrita; cores e formas são elementos da linguagem visual; timbre e ritmo são alguns dos elementos da linguagem sonora.
A linguagem expressa, cria, produz ou comunica algo. Há linguagens verbais e não verbais. Cada uma delas é composta por diversos
elementos. Alguns exemplos: letras e palavras são elementos da linguagem verbal; cores e formas são elementos da linguagem visual;
timbre e ritmo são alguns dos elementos da linguagem sonora.
Linguagem verbal
A linguagem verbal é caracterizada pela comunicação através do uso de palavras. Essas palavras podem ser faladas ou escritas. O
conjunto das palavras utilizadas em uma língua é chamado de léxico.
Exemplos:
PLACAS
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CHARGES
TIRINHAS
GRÁFICOS
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NÍVEIS DE LINGUAGEM Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de
Definição de linguagem comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo de pequenos grupos ou cair em desuso.
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti- Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”,
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa “mina”, “tipo assim”.
linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com Linguagem vulgar
o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
e caem em desuso. comida”.
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fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos • Desenvolvimento: o desenvolvimento é a parte mais extensa
de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resu- da carta, em que o autor apresenta os argumentos que sustentam a
mos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como tese defendida. Esses argumentos devem ser organizados de forma
todo texto jornalístico. lógica e coerente, seguindo uma ordem que ajude a reforçar a tese.
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias • Conclusão: a conclusão é a parte em que o autor retoma a
versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contri- tese defendida e apresenta uma síntese dos principais argumentos.
buindo para formar sua opinião. É importante que essa parte seja persuasiva, reforçando a impor-
A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmi- tância da tese defendida e convencendo o leitor.
ca e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de • Despedida: a despedida é a forma de encerrar a carta e deve
comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem ser adequada ao contexto. É comum utilizar expressões como
acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais “Atenciosamente” ou “Cordialmente”.
informal dependendo do público a que se destina. Embora seja im- • Assinatura: a assinatura é o nome do autor da carta e pode
pessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os ser seguida de informações adicionais, como o cargo ou a institui-
fatos ou sua interpretação. ção em que trabalha.
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Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que
as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo,
entender bem como eles funcionam. as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de
Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos.
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos
auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as
fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas frases carentes de qualquer base científica.
crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas Argumento de Existência
que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o
Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito, argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na
porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil. mão do que dois voando”.
O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais
valorizado ou desvalorizado numa dada cultura. (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica.
Tipos de Argumento Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano.
a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia
argumento. ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de
Argumento de Autoridade navios, etc., ganhava credibilidade.
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, Argumento quase lógico
para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa
recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios
produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios
texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias
texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis,
e verdadeira. plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade
Exemplo: lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade
provável.
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
conhecimento. Nunca o inverso. concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir
Alex José Periscinoto. do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais indevidas.
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Argumento do Atributo
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
acreditar que é verdade. daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
Argumento de Quantidade que é mais grosseiro, etc.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
largo uso do argumento de quantidade. da celebridade.
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
Argumento do Consenso competência linguística. A utilização da variante culta e formal
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
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Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de Convém ainda alertar que não se convence ninguém com
saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo
maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas
adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é
certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer,
médico: em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
por bem determinar o internamento do governador pelo período A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001. verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
hospital por três dias. ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações
argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é
para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de um processo de convencimento, por meio da argumentação, no
comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu
pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa. pensamento e seu comportamento.
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão
traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia
homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo
ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares,
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a
episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e inflexão de voz, a mímica e até o choro.
não outras, etc. Veja: Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor
trocavam abraços afetuosos.” e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras “tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação,
e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até, ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão,
que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada. debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento,
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, vista.
pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
meio ambiente, injustiça, corrupção). Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
o argumento. essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e desenvolver as seguintes habilidades:
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, totalmente contrária;
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
outros à sua dependência política e econômica”. argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria
contra a argumentação proposta;
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos oposta.
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o
assunto, etc).
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o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas, introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para
seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara
relógio estaria reconstruído. e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e
por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também
conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a os pontos de vista sobre ele.
análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias
partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento
ser assim relacionadas: conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências.
A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às
a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
dos elementos que farão parte do texto. tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou - o termo a ser definido;
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental; - o gênero ou espécie;
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e - a diferença específica.
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos O que distingue o termo definido de outros elementos da
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou mesma espécie. Exemplo:
fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
análise é decomposição e classificação é hierarquisação. Elemento especiediferença
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos a ser definidoespecífica
por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em
são empregados de modo mais ou menos convencional. A partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando
classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante
características comuns e diferenciadoras. A classificação dos é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973,
variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
artificial. Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
sabiá, torradeira. ou instalação”;
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
Os elementos desta lista foram classificados por ordem - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto expandida;d
do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem diferenças).
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
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As definições dos dicionários de língua são feitas por meio mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente.
de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que,
que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a menos que, melhor que, pior que.
palavra e seus significados. Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a
do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais
fundamentação coerente e adequada. no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos
clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para
julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento
clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas tem mais caráter confirmatório que comprobatório.
relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam
de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso, explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido
é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural.
argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar Nesse caso, incluem-se
se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e mortal, aspira à imortalidade);
adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos
é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por postulados e axiomas);
indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de
o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria
a conclusão. razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação: que parece absurdo).
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de concretos, estatísticos ou documentais.
maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação
acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões
por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de. pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada,
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação. evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-
melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, argumentação:
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
assim, desse ponto de vista. cordeiro”;
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são verdadeira;
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento
depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a
depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, universalidade da afirmação;
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
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meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois redação: é um dos possíveis.
baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
desenvolvimento é que gera o controle demográfico”. criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem
ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em
seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados que ela é inserida.
para a elaboração de um Plano de Redação. O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
tecnológica a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
resposta, justificar, criando um argumento básico; textos caracterizada por um citar o outro.
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira,
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos
(rever tipos de argumentação); – a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias diferentes. Assim, como você constatou, uma história em
podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como
consequência); um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o opinião pode mencionar um provérbio conhecido.
argumento básico; Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao
em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao
argumento básico; ironizá-lo ou ao compará-lo com outros.
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos,
às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos
menos a seguinte:
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los
Introdução
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos
- função social da ciência e da tecnologia;
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou
- definições de ciência e tecnologia;
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
ou lido.
Desenvolvimento
- apresentação de aspectos positivos e negativos do Tipos de Intertextualidade
desenvolvimento tecnológico; A intertextualidade acontece quando há uma referência
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
condições de vida no mundo atual; ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos intertextualidade.
países subdesenvolvidos; Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
passado; apontar semelhanças e diferenças; as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros
urbanos; Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
mais a sociedade. reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
com outras palavras o que já foi dito.
Conclusão A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
consequências maléficas; é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
apresentados. é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
21
LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las, dificultando a linha de compreensão do leitor.
Conclusão
Ponto final de todas as argumentações discorridas no desenvolvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamentos
levantados pelo autor.
Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como: “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
Parágrafo
Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve conter
introdução, desenvolvimento e conclusão.
- Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira sintética de acordo com os objetivos do autor.
- Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução), atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibilidade
na discussão.
- Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupostos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
“Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá
o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura
suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o caos. ”
(Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
Coerência e a coesão
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.
Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:
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LÍNGUA PORTUGUESA
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EDUCAÇÃO FÍSICA
AS TRANSFORMAÇÕES DO MOVIMENTO
Introdução
Movimento é a mudança de um corpo baseado em um ponto
referencial. Portanto percebemos que este ponto referencial é im-
portante. Um corpo pode estar em movimento para um observa-
dor, e parado para outro observador.
Por exemplo: Para um passageiro que está sentado dentro de
um ônibus. Esse passageiro em relação ao ônibus está parado, já
em relação ao planeta Terra está em movimento.
Dentro da física temos a mecânica que é a área estática que
trata os corpos sem movimento, temos a área da cinemática que
descreve os movimentos e área da cinética que trata das suas cau-
sas.
Causas do Movimento
Para que um movimento ocorra, deve-se sair do seu estado
inicial de Inércia, com a aplicação de uma força. Basta pensarmos
eu um treino, é necessária uma força para que ocorra o movimento
necessário.
• Força: é o agente da dinâmica, responsável por alterar o es-
tado de repouso do movimento de um corpo.
• Inércia: é a tendência de um corpo em se manter em seu
estado inicial, onde só pode ser alterada por meio da aplicação de • O Movimento é Angular quando o corpo gira em torno de um
uma força. determinado centro.
Pelas imagens acima verificamos que corpo pode executar am-
As forças podem ser classificadas como internas ou externas. bos os movimentos simultaneamente. Por exemplo: Temos movi-
As forças externas causam o deslocamento enquanto as internas mento lineares (troca de posição) e temos movimentos angulares
são as musculares que atuam internamente no corpo. internos no corpo do atleta em relação a sua musculatura; temos
Dentro do contexto da educação física temos a biomecânica, também movimentos angulares ao redor de um determinado eixo
que é uma disciplina que integra a parte biológica e a mecânica e temos movimento angulares em torno do próprio centro de gra-
como o próprio nome diz. A biomecânica é importantíssima para vidade.
os esportes de forma geral, tem trazido um grande melhoria na O corpo humano executa movimentos angulares por isso con-
análise e técnica desportiva, desenvolvimento de equipamentos segue executar a maioria dos movimentos pelas suas articulações.
adequados e parâmetros para análise e aplicação do movimento. Conforme estudado, sabemos que a força é um fator que de-
termina e modifica o movimento, um movimento pode ser modifi-
Tipos de Movimentos cado também pelo atrito.
Dentro do nosso estudo vamos resumir apenas em dois movi- Estes fatores são utilizados pelos atletas para aproveitarem
mentos: linear e angular, apesar de existirem outros tipos de mo- oportunidades em seu desempenho.
vimentos.
As Transformações do Movimento
• O Movimento é Linear quando o corpo pode se mover por As transformações do movimento humano estão relacionadas
completo de um lugar para o outro. Este movimento pode ser re- ao desenvolvimento psicomotor em harmonia com o aperfeiçoa-
tilíneo ou curvilíneo. mento social e cognitivo.
– Movimento Linear Retilíneo: Movimento em Linha Reta.
– Movimento Linear Curvilíneo: Movimento em Curva.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Desenvolvimento Humano e período evolutivos As atividades psicomotoras são aquelas em que existe a in-
teração entre o movimento muscular e o sistema nervoso. Como
relatado, elas são importantíssimas em qualquer fase da vida. São
exemplos: andar, correr, andar de bicicleta, etc.
A CULTURA DO ESPORTE
A CULTURA DO ESPORTE
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EDUCAÇÃO FÍSICA
A INFLUÊNCIA DO ESPORTE
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
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EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
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EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
Celebração das diferenças: esse é o grande intuito dos indí- Teatro: forma de arte que consiste na interpretação de uma
genas ao realizarem seus rituais. E quais são essas diferenças? Pri- história por um ou mais atores. Essa arte é realizada para um de-
meiramente, a existente entre os serem que habitam o universo. terminado público em um local determinado. Com situações im-
Os povos indígenas têm consciência que toda a sua cultura não foi provisadas ou com o suporte de enredos escritos por dramaturgos
simplesmente criada por eles próprios; pelo contrário, acreditam e performance de diretores, o espetáculo tem a finalidade de re-
que todo o conhecimento foi adquirido de outras espécies há muito presentar um episódio e despertar os mais diversos sentimentos e
não vistas. Obviamente, celebram-se as diferenças entre a própria emoções nos espectadores.
espécie humana, pois, sem elas, não existiriam cooperação e re-
ciprocidade. Essas celebrações são realizadas mediante bebidas e Carnaval: está relacionado às artes visuais, às criações que re-
comidas, cantos e artefatos. correm à visão para serem apreciadas. O carnaval apresenta uma
guinada na customização e na moda, além de alegorias, figurinos
Principais rituais pelo Brasil específicos para atores, cantores, dançarinos; escolas de samba,
• Tribo Kanela: é realizada uma série de rituais de iniciação concursos de melhor fantasia, bailes, etc. Nas ruas das cidades, a
na introdução de meninos na sua classe de idade. O objetivo des- decoração exibe as mais belas artes plásticas. O Carnaval abrange
sas cerimônias é capacitar os iniciados para que ingressem como todos os órgãos dos sentidos humanos, o corpo e a mente. Trata-se
guerreiros na vida adulta. Quanto às meninas, resume-se no rece- de um íntegro desarranjar do ser humano.
bimento dos chamados cintos de maturidade, para que possam se
tornar esposas.
• Tribo Bororo: a socialização dos jovens dessa tribo é promo- TRANSFORMAÇÕES NA ARTE
vida sempre que há um ritual funerário, pois, nessas ocasiões, eles
participam com danças, cantos, pescarias e caçadas coletivas, per- No decorrer dos anos, a forma de classificação e de visão das
cebendo e aprendendo sobre a riqueza de sua cultura. Além disso, artes visuais passaram por muitas transformações:
muitos jovens são formalmente iniciados. • 10artes liberais e artes mecânicas, na Idade Média
• Tribo Karajá: aos sete ou oito anos, os meninos dessa tribo • 20 artes aplicadas e belas artes, conforme classificação da mo-
passam pela primeira iniciação, que se resume na utilização da cla- dernidade
vícula de um macaco para perfurar a parte inferior dos lábios, onde • 30 na contemporaneidade, as diversas determinações que de-
será transpassado um ornamento. Toda a cerimônia se realiza na claram quaisquer expressões humanas como arte
presença dos pais.
• Tribo Yanomami: essa tribo tem um local chamado maloca Renascimento comercial e urbano: na Europa do século XI, foi
Toototobi, onde os homens recebem um presente de iniciação da um período de grandes modificações urbanas e sociais.
parte dos pajés, que consiste no usufruto do yãkuãna, um pó alu-
cinógeno. Transformações culturais: no século XII, especialmente na Itá-
• Tribo Kadiwéu: essa tribo reproduz a Festa no navio, onde lia, teve início um prologando e lento processo na cultura
os bobotegi (bobos) são personagens que interpretam e figuram. É
uma longa cerimônia que resgata a Guerra do Paraguai, nos tempos Retorno à Antiguidade Clássica: no século XVIII houve uma
em que os kadiwéu lutaram pelo Brasil. modificação na sensibilidade e na percepção de arte, resultado de
• Tribo Pankararu: antes assentados na capital do estado de uma revalorização das culturas grega e romana. Os aspectos mais
São Paulo, os pankararu migraram para o Nordeste, onde prosse- valorizados eram:
guem com seus rituais, danças e cantos. • Espírito crítico
• Naturalismo (apreciação da natureza)
• Racionalismo (o Homem sendo capaz de refletir sobre o mun-
MÚSICA, DANÇA TEATRO E CARNAVAL do)
• Renascimento cultural e artístico: teve início na Itália, no sé-
culo XVI, e espalhou-se, rapidamente, por toda a Europa. Principais
Música: expressão artística que consiste na combinação de características:
sons e ritmos, acompanhando um pré-arranjo conforme a marca- • Modificação das formas de criação artística
ção do tempo. Para especialista, é uma atividade humana e cul- • Fundamentação nas noções de perspectiva (fundo), equilí-
tural. Não se tem conhecimento de qualquer sociedade que não brio e harmonia (princípios racionais e matemáticos)
conte com típicas manifestações musicais. Apesar de nem sempre
sua realização estar relacionada à expressão artística, a música é Século XX
tida por muitos como arte, tendo nela a sua principal motivação. Como vimos anteriormente, na Antiguidade, as três principais
artes cênicas eram teatro, dança e música. Saltando para o século
Dança: ao lado do teatro e da música, a dança, arte de movi- XX, notamos que houve uma expansão no quadro das formas de
mentação corporal conforme ritmo determinado, compõe das três arte principais, considerando modalidades a mais:
principais artes cênicas da Antigüidade. Nos povos primitivos, os • escultura
rituais religiosos eram realizados com sessões de dança em grupo. • arquitetura
Essa arte foi se aperfeiçoando até conquistar determinados ritmos, • pintura
vestuários e passos. Ainda na Antiguidade, em meados do ano 2000 • poesia (aqui definida em sentido lato como forma de litera-
a.C, a dança era praticada, no Egito, para cultuar os deuses. Tam- tura com um propósito ou função estética, o que inclui também o
bém foi associada aos jogos olímpicos, na Grécia antiga. teatro e a narrativa literária)
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EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
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EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
• cinema
• fotografia
• banda desenhada
• design (artes plásticas)
• artes gráficas (artes visuais)
• gastronomia e moda (além das tradicionais formas de mani-festação artística)
• arte digital, performance, vídeo, animação, publicidade, jo-gos de computador e televisão (novos meios de expressão artística)
Uma das vanguardas artísticas europeias adotadas pelos inte- lectuais nacionais na Semana de Arte Moderna, em 1922, foi o Sur-
realismo. Sobre este movimento, podemos afirmar:
• ruptura com a compreensão racional
• não distinção entre realizada e sonho
• não distinção entre delírio e lucidez
• ruptura com a intuito de dar sentido às representações
• prioridade para o que está além do real
• concepção de que aquilo que não é real ultrapassa o entendi- mento racional e associa-se com o absurdo e a imaginação, enfim, com
o inconsciente mental
• tendo surgido no momento de recuperação pós Primeira Guerra Mundial, o Surrealismo rompia com a realidade, pois o con-
siderado “mundo real” e a chamada “ordenação lógica” permitiam,de certa forma, a desventura desmedida e difundida.
QUESTÕES
1. FEPESE - Professor (Pref São José)/Artesanato/Artes Aplica- das/2022/Edital 08.2022 (e mais 12 concursos)
Conforme as pesquisas na área do artesanato, existem diferen-tes categorias de acordo com a finalidade do objeto produzido.
Nesse contexto, os artefatos cuja principal motivação é a busca da beleza, com a finalidade de harmonizar os espaços de convívio, são
considerado:
(A) Lúdicos.
(B) Utilitários.
(C) Litúrgicos.
(D) Conceituais.
(E) Decorativos.
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EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
3.FEPESE - Professor (Pref São José)/Artesanato/Artes Aplica-das/2022/Edital 08.2022 (e mais 12 concursos)
Conceitualmente, o artesanato popular tradicional é majorita-riamente baseado na:
(A) Produção exclusiva das tribos indígenas.
(B) Produção em oficinas profissionalizantes.
(C) Produção realizada nas unidades de educação básica.
(D) Produção familiar ou de pequenos grupos vizinhos.
(E) Organização do trabalho através de programas governa-mentais.
4.FEPESE - Professor (Pref São José)/Artesanato/Artes Aplica- das/2022/Edital 08.2022 (e mais 12 concursos)
A técnica de artesanato com tecidos, que pode ser descrita como “justaposição, através de costura, de pedaços de tecido em cores e
estampas diversas, obtendo-se assim um trabalho artesanaldo tipo “colchas de retalhos”, é reconhecida como:
(A) Patchwork.
(B) Composè.
(C) Fuxico.
(D) Macramê.
(E) Customização.
5.FEPESE - Professor (Pref São José)/Artesanato/Artes Aplica- das/2022/Edital 08.2022 (e mais 12 concursos)
O tipo de artesanato em renda, bastante produzido no sul do Brasil, que é produzido com a técnica que utiliza linha, agulha e o lacê
(espécie de fita) que é costurado por todo o desenho, e que os espaços são preenchidos entre os lacês, com pontos diversificados, é
conhecido como:
(A) Bilro.
(B) Crivo.
(C) Frivolitê.
(D) Jaguapitã.
(E) Renascença.
6.FEPESE - Professor (Pref São José)/Artesanato/Artes Aplica- das/2022/Edital 08.2022 (e mais 12 concursos)
No artesanato, a técnica que consiste na alteração da cor pri- mitiva de um objeto, e que para transformar o colorido é realizada a
imersão em tinta ou corante, é reconhecida como:
(A) Selaria.
(B) Tingimento.
(C) Batique.
(D) Estamparia.
(E) Pátina.
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MATEMÁTICA
Fórmulas Trigonométricas
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MATEMÁTICA
cateto oposto a 𝐴 𝑎
sen α = =
hipotenusa 𝑐
cateto adjacente a 𝐴 𝑏
cos 𝛼 = =
hipotenusa 𝑐
cateto oposto a 𝐴 𝑎
tg α = =
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑j𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎 𝐴 𝑏
1 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑j𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎 𝐴 𝑏
𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼 = = =
𝑡𝑔 𝛼 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑎 𝐴 𝑎
1 ℎi𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 𝑐
sec 𝛼 = = = Redução ao Primeiro quadrante
cos 𝛼 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑j𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎 𝐴 𝑏
Sen (π - x) = senx
1 ℎi𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 𝑐 Cos (π - x) = -cos x
𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐 𝛼 = = = Tg (π - x) = -tg x
𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑎 𝐴 𝑎
Sen (π + x) = -sen x
Cos (π + x) = -cos x
Teorema de Pitágoras Tg (π + x) = tg x
Sen (2π - x) = -sen x
c² = a² + b² Cos (2π - x) = cos x
Tg (2π - x) = -tg x
Considere um arco , contido numa circunferência de raio r,
tal que o comprimento do arco seja igual a r. Funções Trigonométricas
Função seno
A função seno é uma função ƒ: 𝑅 → 𝑅 que a todo arco
de medida x ϵ R associa a ordenada y’ do ponto M.
ƒ 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥
D=R e Im=[-1,1]
𝜋𝑟𝑎𝑑 = 180°
π ---- 180
Exemplo
X ---- 120 Sem construir o gráfico, determine o conjunto imagem da fun-
ção f(x)=2sen x.
120𝜋 2𝜋
𝑥= = 𝑟𝑎𝑑 Solução
180 3 -1 ≤ sen x ≤ 1
-2 ≤ 2 sen x ≤ 2
-2 ≤ f (x) ≤ 2
Im = [-2,2]
36
MATEMÁTICA
NÚMEROS COMPLEXOS
D=R
Im = [-1,1] Dada uma equação:
x2 + 1 = 0 ⇒ x2 = -1 ⇒ x = ± √-1
Exemplo Para que equações como essa tivessem solução, os matemá-
Determine o conjunto imagem da função f (x) = 2 + cos x. ticos ampliaram o campo dos números, criando um novo número,
não-real, chamado de unidade imaginária (i).
Solução Onde i = √-1
-1 ≤ cos x ≤ 1 E esse número, elevado ao quadrado: i2 = -1
-1 + 2 ≤ 2 + cos x ≤ 1 + 2 Assim, todas as raízes quadradas de números negativos podem
1 ≤ f (x) ≤ 3 ser escritas a partir de i:
Logo, Im = [1,3]
Função Tangente
A todo arco de medida x associa a ordenada yT do pontoT.
O ponto T é a interseção da reta com o eixo das tangentes.
ƒ 𝑥 = 𝑡𝑔 𝑥
Conjunto dos números complexos
Com a criação da unidade imaginária (i), surgiram novos nú-
meros, formando um novo conjunto numérico. A este conjunto
chamamos conjunto dos números complexos, denotado por C. Os
números complexos apresentam a forma genérica z = a + bi, onde a
e b são números reais. Assim, podemos definir o conjunto C como:
𝜋
𝐷= 𝑥∈𝑅𝑥≠ + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
2 O número complexo
Im = R Sendo z = a + bi um número complexo, temos:
37
MATEMÁTICA
38
MATEMÁTICA
(D)
Resolução:
O conjugado de um nº complexo z = x + yi é = x – yi (troca-se o sinal somente da parte imaginária. Neste exercício, primeiro precisamos
efetuar a divisão multiplicando o numerador e o denominador pelo conjugado do denominador. (lembrando sempre que i2 = - 1)
- o conjugado de 7 – i é 7 + i
Resposta: A
• Adição: para somarmos dois ou mais números complexos, basta somarmos suas partes reais e imaginárias separadamente.
Exemplo:
(PETROBRAS - TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE JÚNIOR – CESGRANRIO) Sendo i a unidade imaginária e escrevendo o
complexo z = ((3+i)²)/(1+i) na forma z = a + bi tem-se que a + b é igual a
(A) −1.
(B) 1.
(C) 2.
(D) 6.
(E) 8.
Resolução:
Nos números complexos temos que i2 = - 1. E o conjugado do complexo z = a + bi é o complexo = a – bi, pois na divisão de complexos
temos que multiplicar o numerador e o denominador pelo conjugado do denominador. Então:
39
MATEMÁTICA
z=7–i
a=7eb=-1
a+b=7–1=6
Resposta: D
• Multiplicação: usaremos a regra da multiplicação de binômios para multiplicar dois números complexos, lembrando que i2 = -1.
Sendo z = a + bi e w = c + di dois números complexos, temos que:
• Divisão: dois números complexos z por w, com w ≠ 0, é obtida utilizando-se a representação fracionária e, em seguida, racionalizan-
do essa fração, utilizando o conceito de conjugado de w.
Exemplo:
(UFPA) A divisão dá como resultado
(A)
(B)
(C)
(D)
Resolução:
Temos q a = 1; b = 2 ; c = 1; d = - 1
Através da fórmula já vista vamos efetuar a divisão:
Resposta: C
Equações de grau 1 e 2 em C
Resolvemos as equações em C de maneira análoga a em R.
40
MATEMÁTICA
Exemplos:
(PROFESSOR/PREF ITABORAÍ) O inverso do número complexo é:
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Resolução:
O inverso de z é 1/z :
Resposta: E
(TRANSPETRO - TÉCNICO DE CONTABILIDADE – CESGRANRIO) As raízes da equação 2x2 - 4x + 15 = 0 são números complexos que,
representados no Plano de Argand-Gauss, localizam-se nos quadrantes
(A) 1o e 2o.
(B) 1o e 3o.
(C) 1o e 4o.
(D) 2o e 3o.
(E) 2o e 4o.
Resolução:
Temos que lembrar que na definição de número complexos
.
2x2 – 4x + 15 = 0, onde a = 2, b = - 4 e c = 15
∆ = b2 – 4.a.c
∆ = (- 4)2 – 4.2.15
∆ = 16 – 120
∆ = - 104
Resposta: C
41
MATEMÁTICA
Portanto, podemos concluir que o módulo de z é a distância p de P à origem dos eixos. O módulo de z é indicado por |z|, |a+ bi| ou p.
Exemplo:
(CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA) O valor do módulo do número complexo (i62+i123) é:
(A) Um número natural.
(B) Um número irracional maior que 5.
(C) Um número racional menor que 2.
(D) Um número irracional maior que 3.
(E) Um número irracional menor que 2.
Resolução:
Resposta: E
Por meio do seno e cosseno de θ, podemos determinar o ângulo θ usando os valores da tabela trigonométrica.
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MATEMÁTICA
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MATEMÁTICA
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MATEMÁTICA
Propriedades
1) Em qualquer P.G., cada termo, exceto os extremos, é a média geométrica entre o precedente e o consequente.
2) Em toda P.G. finita, o produto dos termos equidistantes dos extremos é igual ao produto dos extremos.
3) Em uma P.G. de número ímpar de termos, o termo médio é a média geométrica entre os extremos.
Em síntese temos:
4) Em uma PG, tomando-se três termos consecutivos, o termo central é a média geométrica dos seus vizinhos.
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MATEMÁTICA
Exemplo:
A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3; 0,9; 0,09; 0,009; …) é
(A) 3,1
(B) 3,9
(C) 3,99
(D) 3, 999
(E) 4
Resolução:
Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1 a soma da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 0,09/0,9 = 0,1. Assim:
S = 3 + S1
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma PG infinita para obter S1:
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
Resposta: E
N C Z (N está contido em Z)
Subconjuntos:
46
MATEMÁTICA
Operações
• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.
ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser
dispensado.
• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos saber
quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quantidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a outra. A
subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre será do maior número.
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal invertido,
ou seja, é dado o seu oposto.
Exemplo:
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso adequado
dos materiais em geral e dos recursos utilizados em atividades educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma dinâmica
elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um classificasse
suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo (+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. Se um jovem classi-
ficou como positiva apenas 20 das 50 atitudes anotadas, o total de pontos atribuídos foi
(A) 50.
(B) 45.
(C) 42.
(D) 36.
(E) 32.
Resolução:
50-20=30 atitudes negativas
20.4=80
30.(-1)=-30
80-30=50
Resposta: A
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado por
a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras.
• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo pelo
módulo do divisor.
ATENÇÃO:
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa e não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual a
zero.
47
MATEMÁTICA
Exemplo:
(PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)
possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
espessura de 3cm, o número de livros na pilha é: Subconjuntos:
(A) 10
(B) 15
(C) 18 SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO
(D) 20 Conjunto dos números
* Q*
(E) 22 racionais não nulos
Conjunto dos números
+ Q+
racionais não negativos
Resolução:
São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm Conjunto dos números
*e+ Q*+
Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm, racionais positivos
temos: Conjunto dos números
- Q_
52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm racionais não positivos
36 : 3 = 12 livros de 3 cm
Conjunto dos números
O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo. *e- Q*_
racionais negativos
Resposta: D
Representação decimal
• Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
Podemos representar um número racional, escrito na forma de
como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possí-
base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
veis:
plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um núme-
– Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
ro finito de algarismos. Decimais Exatos:
– Toda potência de base negativa e expoente par é um número
inteiro positivo. 2
= 0,4
– Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú- 5
mero inteiro negativo.
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos
Propriedades da Potenciação
algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Deci-
1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
mais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a 1
= 0,333...
base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2 3
3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
Representação Fracionária
4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
1 É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras
(+a) = +a
possíveis:
5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1
1) Transformando o número decimal em uma fração numera-
Conjunto dos números racionais – Q dor é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto
m
pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas de-
Um número racional é o que pode ser escrito na forma n ,
cimais do número decimal dado.
onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente
Ex.:
de zero. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de
m por n. 0,035 = 35/1000
48
2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente.
Exemplos:
Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.
a)
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
Impulso e quantidade de movimento toda a energia foi conservada. A colisão perfeitamente elástica é
O impulso e a quantidade de movimento aparecem em ques- uma situação idealizada, sendo impossível a sua ocorrência no co-
tões que tratam de colisões e pelo Teorema do impulso (I = ΔQ). tidiano, pois sempre haverá perca de energia.
Uma dos modos em que a temática foi cobrada pelo exame foi em
um problema que enunciava uma colisão entre carrinhos num trilho • Colisão parcialmente elástica
de ar, em um experimento feito em laboratório, conta o professor. Quando ocorre perda parcial de energia cinética do sistema,
a colisão é classificada como parcialmente elástica. Desse modo, a
Choques ou colisões mecânicas velocidade relativa de afastamento será ligeiramente menor que a
No estudo das colisões entre dois corpos, a preocupação está velocidade relativa de aproximação, fazendo com que o coeficiente
relacionada com o que acontece com a energia cinética e a quanti- de restituição assuma valores compreendidos entre 0 e 1.
dade de movimento (momento linear) imediatamente antes e após
a colisão. As possíveis variações dessas grandezas classificam os ti- • Colisão inelástica
pos de colisões. Quando há perda máxima da energia cinética do sistema, a
colisão é classificada como inelástica. Após a ocorrência desse tipo
Definição de sistema de colisão, os objetos participantes permanecem grudados e exe-
Um sistema é o conjunto de corpos que são objetos de estudo, cutam o movimento como um único corpo. Como após a colisão
de modo que qualquer outro corpo que não esteja sendo estudado não haverá afastamento entre os objetos, a velocidade relativa de
é considerado como agente externo ao sistema. As forças exercidas afastamento será nula, fazendo com que o coeficiente de restitui-
entre os corpos que compõem o sistema são denominadas de for- ção seja zero.
ças internas, e aquelas exercidas sobre os corpos do sistema por
um agente externo são denominadas de forças externas. A tabela a seguir pode ajudar na memorização das relações en-
tre os diferentes tipos de colisões:
Quantidade de movimento e as colisões
As forças externas são capazes de gerar variação da quantida-
de de movimento do sistema por completo. Já as forças internas
podem apenas gerar mudanças na quantidade de movimento in-
dividual dos corpos que compõem o sistema. Uma colisão leva em
consideração apenas as forças internas existentes entre os objetos
que constituem o sistema, portanto, a quantidade de movimento
sempre será a mesma para qualquer tipo de colisão.
Coeficiente de restituição Para construir um gráfico devemos estar de posse de uma ta-
O coeficiente de restituição (e) é definido como a razão entre bela. A cada par de valores correspondentes dessa tabela existe um
as velocidades imediatamente antes e depois da colisão. Elas são ponto no plano definido pelas variáveis independente e dependen-
denominadas de velocidades relativas de aproximação e de afasta- te.
mento dos corpos. Vamos mostrar exemplos de tabelas e gráficos típicos de vários
tipos de movimento: movimento retilíneo e uniforme, movimento
retilíneo uniformemente variado.
Exemplo 1
51
CIÊNCIAS DA NATUREZA
E o espaço inicial:
so = 5km
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
A aceleração:
ao = -4m/s2 (a < 0)
e o espaço inicial:
so = 2km
Para desenharmos o gráfico s x t da equação acima, construímos a tabela de s x t (atribuindo valores a t).
s(m) t(s)
2,0 0
3,0 0,5
3,125 0,75
3,0 1
2,0 1,5
0 2,0
-3,0 2,5
-7,0 3
Para o caso da velocidade, temos a equação v = vo + at. Assim, para o movimento observado temos:
v = 3 - 4t
v(m/s) t(s)
3 0
-1 0,5
5 0,75
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
Obtendo o gráfico v x t:
Exemplo 3
Como exemplo de gráfico representando dados experimentais vamos usar os dados da tabela:
Tabela
Gráfico referente à tabela
Dados de um indivíduo andando
t(min) s(m)
0 0
1 62
2 158
3 220
4 283
5 335
Note:
• Até o instante t = 4min pode-se dizer que os pontos podem ser representados por
• uma reta.
• Entre t = 4 e t = 5 houve uma alteração de comportamento.
• Não ligue os pontos em ziguezague utilizando segmentos de reta. Trace curvas
• médias lisas ou retas que representam comportamentos médios.
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
Observação: A reta traçada deixa dois pontos para baixo e dois Caso 3 – Forças com mesma direção e sentidos opostos
para cima. A origem é um ponto experimental.
DINÂMICA
A terceira área da mecânica que mais aparece no exame é a
dinâmica, com as Leis de Newton. Ela vem em exercícios que pedem
elementos como atrito e componentes da resultante, com a força
centrípeta e a aceleração centrípeta.
A prova pode pedir, por exemplo, para o candidato associar a
aceleração confortável para os passageiros de um trem com dimen-
sões curvas, que faz um caminho curvo. Isso está completamente Caso 4 – Caso Geral – Com base na lei dos Cossenos
ligado à aceleração centrípeta.
As leis de Newton
A cinemática é o ramo da ciência que propõe um estudo so-
bre movimento, sem, necessariamente se preocupar com as suas
causas.
Quando partimos para o estudo das causas de um movimento,
aí sim, falamos sobre a dinâmica. Da dinâmica, temos três leis em
que todo o estudo do movimento pode ser resumido. São as cha-
madas leis de Newton:
Primeira lei de Newton – a lei da inércia, que descreve o que A Segunda lei de Newton
ocorre com corpos que estão em equilíbrio. Quando há uma força resultante, caímos na segunda lei de
Segunda lei de Newton – o princípio fundamental da dinâmica, Newton que diz que, nestas situações, o corpo irá sofrer uma ace-
que descreve o que ocorrer com corpos que não estão em equilí- leração. Força resultante e aceleração são duas grandezas físicas
brio. intimamente ligadas e diretamente proporcionais, ou seja, se au-
Terceira lei de Newton – a lei da ação e reação, que explica o mentarmos a força, aumentamos a aceleração na mesma propor-
comportamento de dois corpos interagindo entre si. ção. Essa constante é a massa do corpo em que é aplicada a força
resultante. Por isso, a segunda lei de Newton é representada mate-
Força Resultante maticamente pela fórmula:
A determinação de uma força resultante é definida pela inten-
sidade, direção e sentido que atuam sobre o objeto. Veja diferentes
cálculos da força resultante:
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
ESTÁTICA
A Estática é o capítulo da Mecânica que estuda corpos que não
se movem, estáticos. A ausência de movimento é um caso especial
de aceleração nula, ou seja, pelas Leis de Newton, uma situação em
que todas as forças que atuam sobre um corpo se equilibram. Por-
tanto, a soma vetorial de todas as forças que agem sobre o corpo
deve ser nula.
Por exemplo, um edifício de apartamentos ou de escritórios
está sujeito à força peso de sua massa e dos móveis e utensílios
em seu interior, além da força peso da massa de todos os seus ocu-
pantes.
Sendo as forças de mesmo módulo, a resultante seria nula, mas
Existem também outras forças: a carga do vento, da chuva e isto seria insuficiente para o equilíbrio, pois existe uma tendência
eventualmente, em países frios, a carga da neve acumulada em seu de giro que pode ser representado por:
teto. Todas essas forças devem ser absorvidas pelo solo e pelas fun-
dações do prédio, que exercem reações sobre ele de modo a sus-
tentá-lo, mantê-lo de pé e parado. A soma vetorial de todas essas
forças deverá ser nula.
Ou:
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
2. Pressão
A pressão é definida como a aplicação de uma força distribuída
sobre uma área:
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
4. Pressão atmosférica
No planeta Terra em qualquer parte de sua superfície os corpos
estão envoltos em um fluído gasoso, o ar. Como todo fluído ele cau-
sa uma pressão nos corpos nele imersos.
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
Quando ganha elétrons dizemos que ele está negativamente carregado. Quando o número de elétrons em um corpo é igual ao número
de prótons, dizemos que o corpo está neutro.
Um experimento relacionado aos primórdios do estudo da eletricidade pode ser realizado com um bastão de vidro pendurado por um
barbante. Se atritarmos esse bastão em um pedaço de lã, notaremos que ambos se atrairão mutuamente.
Agora se atritarmos o bastão de vidro no tecido de lã e o deixarmos pendurado, aproximando dele outro bastão de vidro que tenha
sido friccionado em outro pedaço de lã, notaremos que os bastões se repelem.
Essas observações demonstraram a ocorrência de fenômenos elétricos. Os cientistas consideram que, ao atritarmos os materiais vidro
e lã, o bastão de vidro passa a ser portador de carga elétrica positiva e o pedaço de lã passa a ser portador de carga elétrica negativa. Os
sinais de positivo e negativo atribuídos a essas cargas são uma convenção científica.
Se os dois corpos apresentam cargas de sinais opostos, as forças tendem a fazê-los de aproximar. Por outro lado, se os dois corpos
possuem carga de mesmo sinal, as forças tendem a fazê-los se afastar.
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
Se você conseguisse contar a quantidade de elétrons (n) que Esta lei é consequência da conservação da carga elétrica, cuja
atravessa uma região plana de um fio em 1 segundo poderia afirmar soma algébrica das cargas existentes em um sistema fechado per-
que a intensidade da corrente elétrica é: manece constante.
Exemplo
Na figura abaixo, representamos um trecho de um circuito per-
corrido pelas correntes i1, i2, i3 e i4.
Indicamos ainda o ponto onde os condutores se encontram
Se contasse por um período qualquer, e representando a (nó):
carga do elétron (1,6.10- 19 C) pela letra e, poderia afirmar:
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
Solução
Primeiro, vamos definir um sentido arbitrário para as correntes
e também o sentido que iremos seguir na malha.
Neste exemplo, escolhemos o sentido conforme esquema abai-
xo:
Aplicando a lei das malhas para esse trecho do circuito, teremos:
UAB + UBE + UEF + UFA = 0
Considerando o sinal da tensão em cada componente, pode- Resolvendo o sistema por soma, temos:
mos escrever a equação desta malha como: Agora vamos encontrar o valor de i1, substituindo na segunda
ε1+ R 1.i 1- R .i2 -2 ε +2 R .i3 +1R .i 4= 10 equação o valor encontrado para i2:
Finalmente, vamos substituir esses valores encontrados na pri-
Passo a Passo meira equação, para encontrar o valor de i3:
Para aplicar as Leis de Kirchhoff devemos seguir os seguintes
passos: Assim, os valores das correntes que percorrem o circuito são:
1º Passo: Definir o sentido da corrente em cada ramo e esco- 3A, 8A e 5A.
lher o sentido em que iremos percorrer as malhas do circuito. Es-
sas definições são arbitrárias, contudo, devemos analisar o circuito Diferença de potencial
para escolher de forma coerente esses sentidos. Ao abandonarmos um corpo a certa altura, ele sempre cai. Isso
• 2º Passo: Escrever as equações relativas a Lei dos Nós e ocorre porque existe uma diferença de energia potencial entre o
Lei das Malhas. local em que o corpo estava e o solo.
• 3º Passo: Juntar as equações obtidas pela Lei dos Nós e Em uma pilha comum ocorre algo semelhante. A pilha assim
das Malhas em um sistema de equações e calcular os valores des- como a tomada de nossa casa, a bateria do carro ou do celular, en-
conhecidos. O número de equações do sistema deve ser igual ao fim, qualquer gerador de energia elétrica, é um dispositivo no qual
número de incógnitas. se conseguiu estabelecer dois de seus pontos: um que precisa de
elétrons e o outro que os tem sobrando.
Ao resolver o sistema, encontraremos todas as correntes que Em uma pilha, no ponto denominado pólo negativo há elé-
percorrem os diferentes ramos do circuito. trons sobrando, e no pólo positivo há falta de elétrons. Se ligásse-
Se algum dos valores encontrados for negativo, significa que a mos esses pontos por meio de um fio condutor, os elétrons entra-
sentido da corrente escolhido para o ramo tem, na verdade, sentido riam em movimento e uma corrente surgiria no fio.
contrário.
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
Por isso, nessa situação há energia potencial armazenada napilha, de modo muito parecido com o que possui um objeto situadoa uma
altura h do chão: é só soltá-lo, que ele entra em movimento.Da mesma forma, ao ligar um fio à pilha, uma corrente surge no fio.A unidade de
tensão no Sistema Internacional é indicada pelo volt (V).
A pilha mais usada é a de 1,5 V. Uma bateria de carro fornece 12 V.O computador trabalha com uma fonte de 5 V. As tomadas de nossa
casa fornecem tensão de 110V ou 220 V, dependendo da re-gião do País. É muito prudente observar a tensão local antes de ligaros
aparelhos às tomadas. Se ligarmos aparelhos programados para funcionar a 110 V em uma tomada de 220V, eles podem queimar e
até provocar acidentes graves.
Em geral, basta ajustar nos aparelhos uma chave para que essa situação se resolva; mas nem sempre essa chave existe, por isso
tome cuidado!
Devido a diferença de potencial, podemos levar choques. Como o nosso corpo é bom condutor de eletricidade, se tocarmos em dois
pontos que existe diferença de potencial, uma corrente atravessará o nosso corpo. Dependendo da intensidade dessa cor- rente e do
caminho que ela percorrer no corpo um choque pode atémesmo levar à morte.
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
Devemos tomar muito cuidado com fios de alta tensão. A ten- são nesses cabos chega a milhares de volts! Por isso, não brinque
próximo a postes de energia elétrica.
E por que, você deve se perguntar, os pássaros que pousam nesses cabos não são eletrocutados?
Isso não ocorre porque suas patinhas são muito próximas uma das outras, sendo muito pequena a diferença de potencial entre elas.
Com as pessoas, a situação é diferente. Nunca toque em fios de alta tensão, pois se tocar em um cabo e, ao mesmo tempo, tocar em outro
ponto do cabo ou em outro objeto, você poderá levar um choque elétrico intenso, possivelmente fatal, se houver diferença de potencial
significativa entre os pontos tocados.
Resistência elétrica
Sabemos que os materiais apresentam graus de dificuldade para a passagem da corrente elétrica. Esse grau de dificuldade é de-
nominado resistência elétrica. Mesmo os metais, que em geral são bons condutores, apresentam resistência. A unidade de medida da
resistência é o ohm ( ).
Os dispositivos que são usados em um circuito elétrico são denominados resistores. Os resistores são usados em um circuito para
aumentar ou diminuir a intensidade da corrente elétrica queo percorre.
Podemos comparara a resistência elétrica àquelas barreiras que encontramos nas pistas de atletismo para a corrida com obstá- culos.
Quanto mais obstáculos mais lenta é a velocidade média dos corredores. Em um circuito acontece da mesma forma: quanto mais resistência
elétrica, menor é a corrente que atravessa o fio condutor.
A aplicação mais comum dos resistores é converter energia elé- trica em energia térmica. Isso ocorre porque os elétrons que se mo-
vem no resistor colidem com a rede cristalina que o forma, gerandocalor. Esse fenômeno é denominado efeito joule em nosso dia-a-
-dia: em chuveiros elétricos, ferros de passar roupa, em fogões elé-tricos, etc. Observem que todos esses aparelhos “fornecem calor”.
A própria lâmpada incandescente converte mais energia elé-trica em energia térmica do que em energia luminosa, sendo essa
última a sua grande finalidade: 85 % da energia que consome é transformada em calor.
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