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linguística
Margarida Petter
"Uma das grandes escolas de iniciação da
savana sudanesa, o Komo, diz que a Palavra
(kuma) era um atributo reservado a Deus, que por
ela criava as coisas: “o que Maa Ngala (Deus)
diz é”. No começo, só havia um vazio vivo,
vivendo da vida do Ser. Um que se chama a si
mesmo Maa Ngala. Então ele criou Fan, o ovo
primordial, que nos seus nove compartimentos
alojava nove estados fundamentais da existência.
Quando esse ovo abriu, as criaturas que daí
saíram eram mudas. Então para se dar um
interlocutor, Maa Ngala tirou uma parcela de
cada uma das criaturas, misturou-as e por um
sopro de fogo que emanava dele mesmo,
constituiu um ser à parte: o home, ao qual deu
uma parte de seu próprio nome, Maa (home)."
Hampâté Bâ
"No princípio, Deus criou o céu e a terra. A
terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas
cobriam a face doa bismo, e o Espírito de Deus
movia-se sobre as águas. E Deus disse: Exista a
luz. E a luz existiu. E Deus viu que a luz era boa;
e separou a luz das trevas. E chamou à luz dia, e
às trevas noite. E fez-se tarde e manhã, (e foi) o
primeiro dia. "
Gênesis, 1, 1-5
LINGUAGEM: Matéria do pensamento e veículo da
comunicação social. Epígrafes: embora formuladas em épocas e
sociedades diversas associam a PALAVRA
(Linguagem verbal) ao poder mágico de criar.
LINGUAGE
LINGUAGE
M
M
Linguagem
Expressão
Expressão de
de
Realidade
Realidade emoções
emoções
material
material
(visão
(visão de
de
(Autônoma)
(Autônoma) mundo)
mundo)
Da explicação da linguagem
Conhecer a
Dominação do
linguagem implica
mundo pelo O próprio homem;
explica querer
conhecimento;
entender:
Grécia antiga:
As palavras imitam as coisas;
Os nomes são dados por pura convenção;
Linguagem, um Enunciação: eu, aqui, agora. "A regra é clara,
interesse antigo doce ontem e amanhã e nunca doce hoje". Alice,
através do espelho.
Redescoberta do sânscrito (língua sagrada na
Índia antiga), no séc. 19;
Verbais:
Não verbais:
Signos
Semiologia
Linguística
signos verbais
Precursores da linguística
Indo-europeu:
reconstrução teórica,
conceitual (não havia
documentos que
comprovassem sua
existência);
Séc. 19: gramáticas comparadas
Maior contribuição:
mostrar que as Ex.: “voltei” >>
“l” > “r”
mudanças são “vortei”;
regulares;
Neogramáticos: leis
Mas nunca, neste
fonéticas que
contexto, “l” > “p”, por Latim: PLUVIAM;
explicavam a evolução
exemplo.
das línguas;
Cada elemento da língua só adquire valor quando está em relação com outro
elemento, de modo a formar um todo.
Ex. Jogo de xadrez (a identidade do cavalo, por exemplo, depende tão
somente de sua posição no tabuleiro, ou seja, de seu valor no jogo).
A unidade linguística se Língua: rede de relações;
define pela posição que
ocupa numa rede de relações
que constitui do sistema total
da língua;
Saussure e o
Estruturalismo
MENSAGE
M
Canal
Código
Referente
Funções da linguagem
(ou expressiva)
Outra forma de estruturalismo;
EUA;
Leonard Bloomfield;
Explicação comportamental (behaviorista) dos
fatos linguísticos: esquema estímulo/resposta;
Distribucionalismo Descrição (exclusão do historicismo e
qualquer aspecto semântico da linguagem);
Conjunto de enunciados efetivamente emitidos
pelos falantes (corpus);
Busca pela organização, regularidade >>
análise da distribuição nos contextos
linguísticos em que aparecem.
Todos os níveis da linguagem;
Ex.: tomar sopa vs. *tomar carne assada (análise se
baseia apenas nos contextos em que a palavra aparece,
sem referência ao significado);
Críticos: sempre haverá um apelo ao significado:
Ex.: tomar sopa vs. tomar banho / tomar uma surra etc.
>> os contextos podem ser os mesmos.
Distribucionalismo
Método: segmentação da frase por técnica binária de
subdivisão;
Ex. a menina come >> a menina / come >> a/menina
Quando unidades linguísticas ocorrem no mesmo
contexto, pertencem às mesmas classes;
Desejo de mecanização >> linguagem /máquinas.
Círculo Linguístico de Moscou - CLM (1915);
Roman Jakobson;
Estudo científico da língua e leis da produção poética;
Objetivo: desvelar a obscuridade místico-literária da
linguagem, tratando-a com rigor científico;
Análise de contos populares, poemas, narrativas;
Os círculos Contexto sociopolítico da Rússia (então URSS;
revolução de 1917) >> extinção do círculo >> Mudança
linguísticos para Praga
Círculo Linguístico de Praga - CLP (1925 – 2ª
Guerra)
Trubetzkoy, Jakobson e Karcevsky;
Domínio da poética e da fonologia;
Comunicação como objeto científico / cruzamento entre
linguística e literatura;
Círculo Linguístico de Copenhague –
Os círculos CLC;
linguísticos Iniciado em 1931;
Exclui-se qualquer referência à literatura;
Principal nome: L. Hjelmslev;
Continuação do pensamento de F. de
Saussure;
Oposição entre denotação e conotação;
PE / PC; forma/substância, etc.
Círculo Linguístico de Viena – CLV
Os círculos 1922 a 1936;
linguísticos Objetivo: livrar a linguagem da irracionalidade >>
língua/razão
Língua universal (tal como nas gram. gerais do séc.
19);
Contra as aberrações intelectuais e afetivas do
nazismo;
Divisão entre os enunciados com e sem sentido;
Exclusão de inúmeros fenômenos dignos de atenção:
equívoco, nonsense, ambiguidade, atos falhos, etc.
Formação da conjuntura para o desenvolvimento do
gerativismo de N. Chomsky.
Gerativismo
Os carros vermelhos /
Ex. De variante:
os carro vermelho.
Sociolinguística
Émile Benveniste
Exterioridade:
Exterioridade: condições
condições de
de
produção
produção do discurso (o
do discurso (o falante,
falante, oo
Relação
Relação entre
entre linguagem
linguagem ee Da
Da frase
frase para
para o
o texto:
texto: uma
uma ruptura
ruptura
ouvinte, o contexto de
exterioridade;
exterioridade; metodológica;
metodológica;
comunicação e o contexto sócio-
histórico e ideológico);
Discurso:
Discurso: não
não éé transmissão
transmissão de
de
Discurso
Discurso como
como prática
prática social;
social; Sujeito,
Sujeito, ideologia,
ideologia, situação
situação social;
social; informação
informação mas um
mas um efeito
efeito de
de
sentido;
sentido;
Relação
Relação de
de sentidos
sentidos estabelecida
estabelecida Deslocamento
Deslocamento em
em direção
direção às
às
num
num contexto
contexto social
social ee histórico;
histórico; ciências
ciências sociais;
sociais;
Análise do discurso (AD)
Michel Pêcheux;
Semiótica
Análise Crítica do
discursiva
Discurso (Norman
(Algirdas Julien
Fairclough).
Greimas);
Linguagem e
tecnologia