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LINGUAGEM, LÍNGUA, MARGARIDA PETTER

LINGUISTICA
1. Uma breve história do estudo da
linguagem
2. O que é a linguagem?

langage

lingua Linguagem
Lingua e Linguagem

LINGUAGEM

❖ Saussure: "heteróclica e multifacetada"


Lingua e Linguagem
3. Existe linguagem animal?
Lorem Ipsum Dolor

Karl Von Frisch - 1959


(Comunicação das abelhas)
Existe linguagem animal?
❖ As abelhas são capazes de: Diferenças entre o sistema de comunicação
das abelhas e a linguagem humana:

❖ 1. compreender na memoria uma 1. A mensagem se traduz exclusivamente


informação com muitos dados e reter na pela dança, sem intervenção de um
aparelho vocal;
memória informações sobre posição e
2. a mensagem da abelha não provoca uma
distância.
resposta, mas uma conduta;
❖ 2. Produzir uma mensagem mediante 3. a comunicação se refere a um dado
simbolização. objetivo, fruto da experiência.
4.O conteúdo da mensagem é único
(alimento);
5.A mensagem da abelha não se deixa
analisar, decompor em elementos menores.
4. O que é linguística?
5. Gramática: o ponto de vista normativo/
descritivo
INTRODUÇÃO À
SOCIOLINGUÍSTICA

Português Padrão e Não Padrão: Dialetos e registros


INICIANDO A DISCUSSÃO...
Sociolinguística
“A sociolinguística tem como tarefa revelar, na medida do possível, a covariação entre os
fenômenos linguísticos e sociais e, eventualmente, estabelecer uma relação de causa e efeito.
Contrariamente a uma prática afirmada ou implícita, a sociolinguística não tem por escopo
fazer resultarem repercussões linguísticas das distinções sociais. Ela deve proceder a
descrições paralelas, independente uma da outra: de um lado temos as estruturas
sociológicas, de outro, as estruturas linguísticas, e só depois de concluirmos tais descrições
prévias, é que poderemos confrontar os fatos de cada uma dessas ordens”.

DUBOIS et ali. Dicionário de linguística. São Paulo: Cultrix, 2001.


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BAGNO, Marcos. Língua de Eulália. 12 ed. São Paulo:


Contexto, 2003.
Willian Labov, The Logic of Nonstandart English, 1969.

“O serviço mais útil que os linguistas podem prestar hoje é varrer a


ilusão da ‘deficiência verbal’ e oferecer uma noção mais adequada das
relações entre dialetos-padrão e não padrão”.
Língua de Eulália: novela sociolinguística
Nesta obra o autor argumenta que falar diferente não é falar errado e o que pode
parecer erro, no português não-padrão, tem uma explicação lógica. Para explicar
essa problemática, ele reúne então na obra "A Língua de Eulália" as universitárias
Vera, Sílvia e Emília, que vão passar as férias no sítio da professora de língua
portuguesa e linguística Irene. Dedicada, Irene se reúne todos os dias com as três
educadoras do ensino fundamental, transformando suas férias numa espécie de
atualização pedagógica, em que as universitárias reciclam e ampliam seus
conhecimentos e saberes linguísticos. Sendo assim, Irene acaba dando subsídios
para que as universitárias passem a encarar, com um novo olhar, as variedades
não-padrão da língua portuguesa. A novela acontece em diálogos deliciosamente
informativos. A obra "A Língua de Eulália" trata a sociolinguística como ela deve
ser tratada: com seriedade, mas sem sisudez.
Quem ri do quê

“ [...] - Para dizer a verdade – prossegue Irene - , a Eulália é um poço sem


fundo de conhecimento e sabedoria. Todo dia aprendo uma coisa nova com
ela. Só de remédios caseiros, feitos com ervas medicinais, dava para encher
uma enciclopédia. E como conselheira para momentos de angústia e
depressão não conheço melhor psicólogo do que ela.
- Pode até ser – comenta Emília [...]. Mas ela fala tudo errado. Isso pra mim
estraga qualquer sabedoria”. (BAGNO, 2006, p. 13-14).
“-Eu tive de me segurar para não rir quando ela disse aquelas coisas na mesa – acresenta Sílvia.
- Que coisas? – quer saber Vera.
- [...]
- Eu me lembro – adianta-se Emília. - Ela disse ‘os probrema’, ‘os fosfro’, ‘moio ingrês”...
[...] percurá os hôme”...

O que há de engraçado na fala de Eulália?


Divina Comédia - Dante

“quem você, tão presunçoso, pensa que é para julgar de


coisas tão elevadas com a curta visão de que dispõe”?
Algumas considerações sobre o “falar” de Eulália

❖ Uma língua diferente...

“Estou-me nas tintas se não te apetece uma bola de Berlim”.


“Estou pouco ligando se você não gosta de comer sonho”.

“A fala de Eulália não é errada: é diferente. É o português de uma classe social diferente da nossa”.
[...]
“É errado dentro das regras da gramática que se aplicam ao português que você fala” [...] “Mas na
variedade não-padrão falada pela Eulália essas regras não funcionam” (p. 15).
O CONCEITO DE ERRO
ORALIDADE E ESCRITA
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Evocação do Recife – Manuel Bandeira
‘”[...] Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada [...]’’.
Vício na fala
Oswald de Andrade

Vício na fala

Para dizerem milho dizem mio


Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados
NORMA CULTA E LÍNGUA
COLOQUIAL
E suas polêmicas...
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POLÊMICA...

“POR UMA VIDA MELHOR” - 2011


6. Linguística: o ponto de vista
descritivo/explicativo
BIBLIOGRAFIA

❖ BENVENISTE, EMILE. LINGUAGEM HUMANA E COMUNICAÇÃO


ANIMAL. PROBLEMAS DE LINGUÍSTICA GERAL. SÃO PAULO:
Nacional/Edusp, 1976.

❖ PETTER, Margarida. Linguagem, língua, linguística. In. Introdução à


linguística I. objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2003.

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