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INTRODUÇÃO À

SOCIOLINGUÍSTICA
DOCENTE: ANDREZA MARCIAO DOS SANTOS
DISCENTE: APOLIANA SANTOS, LUIZA , LÍVINE
CONTEÚDO ABORDADO
• A língua de Eulália – Novela sociolinguística (Marcos Bagno)

I. Verbo, pra que te quero? (Simplificação das conjugações verbais)

II. E agora, com vocês, a assimilação! ( Transformação de –ND em N e de –MB em –M)

III. Sodade, meu bem, sodade (redução do ditongo -OU em –O)


SIMPLICAÇÃO DAS

VERBO, PRA QUE TE QUERO?


CONJUGAÇÕES VERBAIS

•"A Nara canta "as onda se espaia", "as garça dá meia


volta, brinca na bera da praia","os óio se enche d'água".
• A simplificação das conjugações verbais
• Eliminação de concordâncias redundantes;
• PNP - redução de 6 formas do verbo para 2;
• "(...) basta a presença do pronome-sujeito (eu, tu, ele,
nós) para indicar a pessoa verbal, ou seja:
Se a pessoa já está indicada, a forma do verbo não
precisa variar tanto para que o ouvinte compreenda de
quem se está falando e qual é o tempo DE NOVO O ENXUGAMENTO
verbal em questão."
O PNP é uma língua “enxuta”, que evita as redundâncias, o
excesso de marcas para indicar um único fenômeno.
EU & O OUTRO
Dois tipos de conjugação: eu e o coletivo;
• Distinção entre eu e o outro;
• Motivo de natureza psicológica;
• "Limite que separa o que diz respeito a mim e o que diz respeito ao resto da humanidade...
• Exemplos:
•Black English;
• Finlandês moderno;
• Africâner;
CLÁSSICO E O COLOQUIAL
• A redução de seis formas verbais do PP para duas no PNP só nos surpreende porque estamos acostumadas demais (eu diria
até “viciadas”) com o esquema tradicional de conjugação do português-padrão, que é um retrato fiel do quadro de
conjugação latina.

Quadro 7
PASSADO, PRESENTE OU
FUTURO?
• Distanciamento entre a gramática e da língua viva dos falantes do português
• Ausencia do ensino de fenômenos realmente vivos na língua. Ex:
“Na gramática padrão você é um pronome de tratamento de terceira pessoa, sendo que você é um pronome sujeito do caso
reto
• Revisão das definições tradicionais dadas aos tempos verbais

• Se eu passo é “presente”, como explicar seu uso na frase: “depois de amanhã eu passo na sua casa”, que tem uma
mensagem definitivamente voltada para o futuro?

• Se andará é “futuro”, como explicar seu uso em: “Onde andará agora aquele nosso amigo?” que comporta uma dúvida
relativa ao presente, indicada inclusive pela presença do adverbio agora?

• Se podia é “imperfeito”, ou seja, “ação incompleta ou continuada no passado”, como explicar seu uso em: “você bem
que podia passar lá em casa amanha”?
PASSADO, PRESENTE OU
FUTURO?
• CONJUGAÇÃO DE TEMPOS VERBAIS QUE NÃO SÃO MOSTRADOS NOS LIVROS DIDÁTICOS E QUE USAMOS NA
LÍNGUA FALADA:

• GRAMÁTICA PADRÃO (QUASE NUNCA UTILIZADA) • LÍNGUA FALADA (USADA COM FREQUÊNCIA
 Futuro: “Amanhã sairei com você”  Futuro: “Amanhã vou sair com você”
 Pretérito mais que perfeito: “quando você telefonou,  Pretérito mais que perfeito: “ quando você
eu já saira” telefonou, eu já tinha saído”
QUEM NÃO SABE PORTUGUÊS

I. NOVO OLHAR PARA O ENSINO II. ENSINAR O QUE É UTILIZADO NA REALIDADE

III. DESPERTAR O INTERESSE PELO VERDADEIRO PORTUGUÊS-PADRÃO FALADO E ESCRITO


E AGORA, COM VOCÊS, A
ASSIMILAÇÃO -ND

–M
-N
-MB

“Irene, por que é tão comum a gente ouvir as pessoas dizerem falano, comeno, cantano em vez
de falando, comendo, cantando?”
Pronuncia o verbo no gerúndio com a terminação –no no lugar de –ndo, às vezes ocorre com
adverbio quando quano.
A língua toca levemente a parte do ceu da boca onde se encaixam os dentes de cima, por serem
produzidas na mesma zona de articulação, ou seja, no mesmo lugar dentro da boca, essas
consoantes vão sofrer o ataque de uma força muito viva na língua: a assimilação, é uma força que
tenta fazer com que dois sons diferentes, mas com algum parentesco, se tornem iguais,
semelhantes. Às vezes ela consegue fazer isso, Outras vezes, só consegue pela metade.
E AGORA, COM VOCÊS, A
ASSIMILAÇÃO
• falando falano, ocorre a assimilação do D pelo N. Primeiro, falando passou a falanno, com um N duplo, depois
esse N duplo se simplificou.

Também tamém
Bocado mucado

A explicação é a mesma, só difere as consoantes que são de outra família, o M e o B são chamados bilabiais,
porque para pronunciá-los nós precisamos movimentar os dois lábios.
Aproveitando que as duas consoantes tem a mesma zona de articulação, resulta a passagem de mb- mm
–m- simplificado
SODADE, MEU BEM, SODADE
“Verba... Volant... scripta ma... manent...”
As palavras voam, os escritos permanece.

A língua voa, a mão se arrasta

TEMPO LEVADO PARA DIZER ALGUMA COISA x TEMPO PARA ESCREVER A MESMA COISA
O DITONGO QUE JÁ ERA
• “Os livros didáticos e a gramática insistem em dizer, até hoje, que nas palavras pouco,
roupa e louro existem ditongos”

•Mas o que seria o ditongo?

• “O que a língua ainda registra como OU é resultado de uma transformação histórica


que aconteceu enquanto a língua portuguesa se formava”
O DITONGO QUE JÁ ERA
•“E por que essa transformação aconteceu?”

•“E como é que a assimilação atacou as vogais?”


NO MEIO DO CAMINHO TINHA O
PORTUGUÊS
• “Essa diferença entre a língua escrita e língua falada existe em outras línguas?”
PARA QUE SERVE A LÍNGUA
ESCRITA?
•A língua escrita serve como registro permanente... é usada para a transmissão do
saber e da cultura, e muitas vezes é até interessante que ela permaneça sem muitas
mudanças, para que a gente possa ler com facilidade documentos antigos e livros
impressos há muito tempo.
REFERÊNCIAS
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: Novela sociolinguística. São Paulo, SP: Contexto, 2006.

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