INTRODUÇÃO À

FILOSOFIA
DOCENTE: JOSÉ ROBERTO GOMES
DISCENTE: APOLIANA DOS SANTOS
 CONTEÚDO ABORDADO E
OBJETIVO
• Por um feminismo afro-latino-americano (LÉLIA GONZALEZ ) – página 126 a 143

I. Refletir sobre as contradições internas do feminismo latino-americano;

II. Destacar a ênfase colocada na dimensão racial, mostrando a situação das mulheres no continente,
e tentando mostrar que, dentro do movimento de mulheres, as negras e indígenas são
testemunhos vivos de exclusão;

III. Destacar as iniciativas de aproximação, solidariedade e respeito à diferença no movimento

feminista.
 A QUESTÃO RACIAL NA
AMÉRICA LATINA
 REFLEXÃO HISTÓRICA - Países de colonização ibérica (Espanha e Portugal)

 Luta da Reconquista: Mouros x Cristãos que invadiram a península ibérica em 771

• Questão religiosa
• Questão racial

 Sociedades hierárquicas
 COMO O RACISMO SE MANTÉM

1 Ideologia do branqueamento 3 Mito da Democracia racial

Neurose cultural brasileira
Categoria freudiana de denegação: “processo
pelo qual o individuo, embora formulando um
2 Sumiço de indicadores raciais nos censos de seus desejos, pensamentos ou sentimentos,
até aí recalcado, continua a defender-se dele,
• Questão indígena • Questão racial negando que lhe pertença”
Fonte: https://vm.tiktok.com/ZMYJ1uqSt/
 FEMINISMO E RACISMO
• FEMINISMO – Se baseia na “Resistencia de
mulheres em aceitar papéis, situações sociais,
econômicas, políticas, ideológicas e
características psicológicas baseadas na
existência de uma hierarquia entre homens e
mulheres, a partir da qual a mulher é
discriminada.”
• O movimento desencadeou debates públicos no
qual emergiu a tematização de questões
complementares novas: Direitos reprodutivos,
violência, sexualidade, etc
• Ao por a discussão sobre sexualidade, por exemplo, o
feminismo estimulou a conquista de espaços por
homossexuais de ambos os sexos, discriminados por
sua orientação sexual.
• Mas, apesar de suas inúmeras contribuições, o mesmo
não aconteceu diante de outro tipo de discriminação,
tão grave quanto a sofrida pela mulher: a de caráter
racial.
• O que geralmente se encontra ao ler textos e prática
feminista são referencias formais que denotam um tipo
de esquecimento da questão racial.
 COMO EXPLICAR ESSE
“ESQUECIMENTO”?
A resposta está no que alguns cientistas sociais caracterizam como: RACISMO POR OMISSÃO
Duas Categorias do pensamento lacaniano:

1. Categoria de infans 2. Categoria sujeito suposto saber

O conceito de infans é constituído a partir da análise Identificações imaginárias com determinadas
da formação psíquica da criança, que, quando falada figuras, às quais é atribuído um conhecimento que
por adultos na 3ª pessoa, é consequentemente, elas não possuem (mãe, pai, psicanalista, professor,
excluída, ignorada e ausente, apesar de sua presença. etc.)
 POR UM FEMINISMO AFRO-LATINO-
AMERICANO – DISCRIMINAÇÕES
3 tipos de modalidade de participação:
I. Popular
II. Politico partidário
III. Feminista
2 Discriminações dentro do movimento feminista
Buscam pelo movimento de mulheres,
acreditando encontrar ali uma solidariedade tao
cara à questão racial: a irmandade
1 Discriminações dentro do movimento negro
Mas o que realmente se encontra são práticas de
Os parceiros de movimento reproduzem as exclusão e dominação racistas.
práticas sexistas do patriarcado dominante e
tentam excluí-las da esfera de decisão do As manifestações muitas vezes são caracterizadas
movimento; como antifeministas e até como “racismo às
avessas”
A alternativa em termos de movimento de mulheres, foi se organizar como grupos étnicos, e na medida em que
lutam em duas frentes, contribuem para o avanço dos movimentos étnicos e do movimento das mulheres.
 POR UM FEMINISMO AFRO-
LATINO AMERICANO
1975 – No brasil, encontro das latinas que marcaria
o movimento de mulheres negras no Rio de
Janeiro
Manifesto que evidenciava a exploração econômica-
racial sexual e consequente tratamento “degradante,
sujo e sem respeito” do qual as negras são objetos
1987 – Manifesto da Mulher Negra Peruana no Dia
Internacional da Mulher
Denunciando sua situação de discriminadas entre os
discriminados elas afirmam:
Fomos moldadas como uma imagem perfeita em tudo que se
refere a atividades domesticas artísticas e servis; fomos
consideradas “especialistas em sexo”
É dessa maneira que foi se alimentando o preconceito de que a
mulher negra apenas atende a essas necessidades
 POR UM FEMINISMO AFRO-
LATINO AMERICANO
• A situação dessas mulheres em 2 países • Atribuir às mulheres amefricanas (pardas e
diferentes é praticamente a mesma sob todos mulatas) tais papéis é abolir sua humanidade, e
os pontos de vista. seus corpos são vistos como corpos
animalizados: de certa forma, são os “burros de
• Um ditado “popular” brasileiro resume essa carga” do sexo (dos quais as mulatas brasileiras
situação afirmando: são um modelo)

“Branca para casar, mulata para fornicar,

negra para trabalhar”
POR UM FEMINISMO AFRO-
LATINO-AMERICANO
Um novo olhar: A criação de novas redes:
• Taller de Mujeres de las Americas
Em 1970, algumas se aproximaram, ajudaram
• Dawn/Mudar
e aprenderam umas com as outras.
O entendimento e a solidariedade se São exemplos de uma nova maneira de olhar

expandiram na década de 1980, graças às feminista, brilhante e iluminada por ser inclusiva, por

próprias mudanças ideológicas e estar aberta à participação de mulheres étnicas e

comportamentais dentro do movimento de culturalmente diferentes.

mulheres;
 A AMEFRICANIDADE
O Brasil por razões de ordem geográfica, histórico-cultural e, sobretudo, da ordem do insconsciente é uma
América Africana;

• América Latina (remete a Europa) Améfrica (Raízes americanas e africanas) Ladina (sinônimo de
esperteza, termo atribuído a pessoas escravizadas que eram chamados de Ladinos).

“Todos os brasileiros (não apenas os pretos e pardos do IBGE), são ladino-amefricanos.”

 A AMEFRICANIDADE
América
Para além de seu caráter geográfico, ela
designa todo um processso histórico de
intensa dinâmica cultural(resistência, e
criação de novas formas de luta)
Dandara dos
Palmares
Na época colonial escravista, ela se manifestava nas revoltas, na
elaboração de estratégias de resistência cultural, no desenvolvimeno
de formas alternativas de organização social livre, cuja expressão
concreta está nos quilombos, cimarrones, cumbes, palenques,
marronagens. Que surgiram nas mais diversas áreas da América.
Identificamos a importância das mulheres nas lutas das comunidades
amefricanas
Aqualtune Maria Felipa
NANNY: PILAR DA
AMEFRICANIDADE
Nasceu na Gana
Foi a líder dos Maroons Jamaicanos no sec. XVIII, que viviam no Leste da Jamaica , nas Blue Mountains
em uma comunidade Rural, a maior da ilha chamada Moore Town.
Sob sua liderança os Maroons travaram uma guerra de anos contra os colonizadores britânicos,
lideraram diversas rebeliões de escravos, invadindo plantações, destruindo terrenos, e libertando
cativos que eram anexados à comunidade.
1728 a 1734 primeira guerra Maroon
1740 (primeiro tratado de paz com os britânicos) – uma das condições foi um território ficou conhecido
como Nanny Town
1775 – o governo jamaicano declarou Nanny como única heroína nacional
A imagem de Nanny está estampada na nota de 500 dólares Jamaicano
 NANNY: PILAR DA
AMEFRICANIDADE
Nany é exaltada por sua liderança militar, que se impõe na questão da paz com os ingleses. Tendo-lhe proposto a
paz, num primeiro encontro com os bakras tiveram suas condições rejeitadas por nany. Mas, numa segunda vez,
ela aceitou um tratado de paz. Que se pense na decisão de Nanny como uma crítica ao militarismo extremado
que acaba por ameaçar a existência do próprio grupo. E só poderia ter partido de uma mulher a significativa
atitude de aceitar a paz, sobretudo num momento em que a comunidade corria sério risco em face do avanço
bakra , como sugere a história.

Nanny está para a Jamaica assim como Zumbi está para o Brasil.
REFERÊNCIAS
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: Ensaios, intervenções e diálogos. Rio de
Janeiro, RJ: Zahar, 2020.
https://www.facebook.com/watch/?v=789770818886514
https://todosnegrosdomundo.com.br/a-forca-de-dandara-dos-palmares/
https://observatorio3setor.org.br/carrossel/a-princesa-escravizada-no-brasil-que-lutou-pela-liberdade-de-
seu-povo/
https://www.pressenza.com/pt-pt/2022/07/mulher-preta-e-heroina-da-independencia-maria-felipa-de-
oliveira-foi-fundamental-para-a-expulsao-do-portugueses-no-2-de-julho/
https://www.leftovercurrency.com/exchange/jamaican-dollars/current-jamaican-dollar-banknotes/500-
jamaican-dollars-banknote-nanny-of-the-maroons/
http://historyheroines.com/2018/10/24/queen-nanny/
https://vm.tiktok.com/ZMYJ1uqSt/