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Resumo:
O presente artigo tem a finalidade de realizar um breve histórico sobre o início do
feminismo no Brasil e suas conquistas, trazendo a mudança para a realidade das
mulheres de diferentes épocas, relatando sobre a resistência do movimento negro
contra o racismo e o mito da democracia racial. Uma dessas mudanças é a
participação ativa da professora, intelectual, feminista, antropóloga e militante Lélia
González. Tentaremos divulgar sua importante trajetória nessa luta e seu legado para
os dias atuais. Somado a essas questões, o artigo trará como foco principal a ligação
das disciplinas ministradas no curso da turma 2017 da Licenciatura em Estudos
Africanos e Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Maranhão com a participação
do feminismo de Lélia González.
Palavras-chave: Feminismo; mulher negra; resistência; movimento
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Acadêmico Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros/UFMA
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A partir deste ponto, o artigo irá fazer a ligação do legado que Lélia deixou para
o feminismo brasileiro com as disciplinas que foram ministradas na turma de 2017 do
curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da Universidade
Federal do Maranhão.
Situação, como inúmeras vezes são retratadas, Como se fosse possível conviver com
todas as formas de dor e humilhação, infelizmente muitas chegavam a tirar sua própria
vida, principalmente quando estavam grávidas, pois não queriam que seus filhos
passassem pelas péssimas condições em que viviam incapazes darem um mínimo de
conforto possível.
2.1Lélia Gonzalez: resistência contra o racismo
No século XVI, os negros foram trazidos do continente africano para serem
escravizados pelo português no território brasileiro. Ao longo do tempo, o Brasil foi se
modernizando, e o racismo institucional foi se criando. O negro não era reconhecido
como ser humano. A história africana foi abafada pelos europeus, pois se acreditava
que os negros eram um povo inferior.
Com a oficialização do fim do período da escravidão, o Brasil iniciou uma nova
fase que estabelecia padrões brancos, ou seja, mesmo os negros conquistando sua
liberdade no parâmetro jurídico, no social, contudo, viviam em uma falsa liberdade,
pois a abolição foi declarada sem a devida preocupação de como seria a
sobrevivência destes. Eram homens livres, porém desempregados e sem
propriedade, mesmo depois de anos de serviços prestados.
Aproveitando o fluxo de imigrações, no período pós-escravidão, a elite republicana
introduziu no seio da sociedade brasileira um novo processo que ficou conhecido
como branqueamento da população, que tinha como objetivo arrancar toda marca que
os negros deixaram no país. Essa tese foi sustentada com os argumentos de que
trazia avanço para o Brasil.
Com a adesão a essa política, a população brasileira, foi crescendo negando suas
raízes africanas, foi implantado que tudo que se remete ao indivíduo negro é negativo,
não possui valor ou não merece prestígio pela sociedade. A cultura negra foi ocultada
por diversas formas, criou-se um aparelho ideológico, que marginalizava as diversas
expressões culturais, tal como aconteceu com a proibição das rodas de capoeira, a
liberdade de professar sua fé etc.
Em 1890 a capoeira foi colocada fora da lei pelo Código Penal da República, que
dizia:
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O racismo velado ainda é uma das maiores barreiras, pois impossibilita a abertura
de debates sobre o tema, ou seja, inviabiliza sua extinção, por não ter culpados.
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Muitos foram e são os argumentos usados na tentativa de ocultar fatos, tal como essas
expressões que está sendo difundida, a saber: que o preconceito e o racismo estão
na cabeça de quem os vê; que e o racismo é uma invenção do próprio negro.
Pensamentos como esses ajudam no processo de esquecimento da história dos afro-
descendentes, que durante anos tiveram a sua humanidade negada pelo homem
branco. A negação da humanidade dos homens negros foi a justificativa para os anos
de escravidão.
Da notoriedade aos fatos é mecanismo de resistência. O negro não pode se calar
nunca, pois ainda vivemos sobre as repercussões do período da escravidão. Ainda é
muito comum na sociedade, de modo especial no âmbito escolar, o menosprezo pelo
negro e sua história. Um dos ensinamentos que a Lélia Gonzalez nos deixou foi à
resistência, a militância, que não deve se limitar apenas em passeata e cartazes, deve
se fazer resistência com a própria vida, ultrapassar os limites que o sistema social
impõe. É preciso dominar o campo acadêmico, a política, é preciso trabalhar para se
alcançar a liberdade real. Fazer memória à nossa origem é uma forma de resistência.
[..]Destacamos que se toda experiência social produz conhecimento
uma das funções do tempo de escola será educar a sensibilidade
dos(das) educadores(as) e dos(das) educando ao longo do percurso
de formação para captar e conhecer a rica pluralidade de experiências
sociais que tornam dinâmica e tensa a sociedade. Mostrar as relações
sociais, políticas, culturais em que essa riqueza de experiência vão
conformando nossa história[...]. (ARROYO.2013. p.124)
Porém, seja qual for a conexão entre fazer e aprender, qualquer que seja a validez
da fórmula pragmática, sua aplicação à educação, ou seja, o modo de aprendizagem
da educação tende a tomar absoluto o mundo da infância, exatamente da maneira
como observamos, no caso do primeiro pressuposto básico, também sendo o pretexto
de respeitar a independência da criança, ela é excluída do mundo dos adultos e
mantida artificialmente no seu próprio mundo, essa retenção é artificial, porque
extingue o relacionamento natural, entre adultos e crianças, no qual outras coisa
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Nos anos 70 e 80, Lélia produziu livros como: Festas populares no Brasil. Rio de
Janeiro,1987, e Lugar de negro (com Carlos Hasenbalg). Rio de Janeiro, 1982, e
ensaios e artigos como: Mulher negra, esse quilombola. ”( Folha de S.Paulo, Folhetim.
Domingo 22 de novembro de 1981). “A mulher negra na sociedade brasileira. ” In:
LUZ, Madel, T., org. O lugar da mulher; estudos sobre a condição feminina na
sociedade atual. Rio de Janeiro, Graal, 1982. 146p. p. 87-106. (Coleção Tendências,
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1.). “Racismo e sexismo na cultura brasileira. ” In: SILVA, Luiz Antônio Machado et
alii. Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos. Brasília,
ANPOCS, 1983. 303p. p. 223-44. (Ciências Sociais Hoje, 2.
Ministrou palestras, e em todas as vias de comunicação, fazia questão de utilizar
uma linguagem informal, com algumas gírias, trazia consigo uma maneira
descontraída de dialogar, nas diversas entrevistas, rodas de conversas… em que fora
requisitada para palestras. A partir dessa sua atitude, fazia com que o “Pretuguês”,
expressão que utilizou para se contrapor as costumeiras falas elitizadas, mas do que
isso para que estes (as) indivíduos pudessem não fazer, ao menos sentir-se parte do
processo em alusão ao nosso português afro-brasileiro, para que assim fosse
respeitado e divulgado a aqueles que por não deterem uma educação privilegiada
pudessem ter acesso as suas obras, criando uma nova forma humana de linguagem.
Para elencar aqui, a mídia é um propagador voraz desse segmento, certo que hoje
as coisas não são como antes, mas ainda há muito que se conquistar, o negro como
um agente da história, e não como um objeto como os marxistas propuseram, e nem
tão pouco um sujeito histórico mais recentemente com os neomarxistas.
Uma questão muito forte também que a mídia perpetua é essa perspectiva
eurocêntrica da família ideal, muito disseminada nas novelas, onde as famílias
brancas ricas são o núcleo principal e as famílias negras são o núcleo pobre. “No
Brasil não existe racismo porque os negros reconhecem o seu lugar”. (Millor
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6. Conclusões Provisórias
Referências Bibliográficas
GONZALEZ, Lélia, Lugar de Negro n03, rio de janeiro; Marco zero limitado,1982
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ARROYO,MIGUEL.Currículo:território em disputa.5.ed.Petrópolis,Rio de
Janeiro:Vozes.p.124