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Lélia Gonzalez

Historiadora, antropóloga, filósofa e professora; Lélia Gonzales foi uma


das primeiras intelectuais a pensar a relação entre racismo e sexismo na
sociedade brasileira.

Nascida em Belo Horizonte, no dia 1° de fevereiro de 1935, mudou-se para


o Rio de Janeiro, onde graduou-se em História e Geografia, fez mestrado
em Comunicação e doutorado em Antropologia Política. Atuou como
professora em escolas de nível médio, faculdades e universidades.
Lélia de Almeida Gonzalez nasceu no dia 1º de fevereiro de 1935 na capital
de Minas Gerais, Belo Horizonte, e faleceu em 10 de julho de 1994, na
cidade do Rio de Janeiro. Seu nome de nascimento é Lélia de Almeida e ela
é a décima-sétima de uma família com dezoito filhos. Criada em um lar
operário, seu pai, Accacio Serafim d’ Almeida, era ferroviário e sua mãe,
Orcinda Serafim d’ Almeida, foi responsável pela criação e educação dos
filhos, além de trabalhar como empregada doméstica e de tornar-se mãe de
leite para famílias mineiras. Em seus depoimentos, Lélia Gonzalez gostava
de sublinhar o seu lado paterno era de origem negra e o materno, indígena.
Migrante, sua família mudou-se, em 1942, para o Rio de Janeiro visando
melhores condições de vida, o que foi possível graças ao talentoso irmão
mais velho, Jaime de Almeida, jogador de futebol do Flamengo.
Iniciou o primeiro curso de Cultura Negra na Escola de Artes Visuais do
Parque Lage (EAV). Para Lélia Gonzalez, o conceito de cultura deveria ser
pensado em pluralidade e servir como elemento de conscientização
política. Neste sentido, por meio do curso de Cultura Negra, propunha uma
análise da contribuição africana na formação histórica e cultural brasileira,
tendo incorporado ao currículo aulas práticas de dança afro-brasileira,
capoeira e o conhecimento das religiões de matriz africana.
Foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado contra
Discriminação e o Racismo (MNUCDR), em 1978, atualmente Movimento
Negro Unificado (MNU), principal organização na luta do povo negro no
Brasil e, integrou a Assessoria Política do Instituto de Pesquisa das
Culturas Negras.
Lélia também ajudou a fundar o Grupo Nzinga, um coletivo de mulheres
negras e integrou o conselho consultivo da Diretoria do Departamento
Feminino do Granes Quilombo.
Uma das primeiras obras publicadas pela ativista foi o artigo “Mulher
negra: um retrato” e, na década de 80, publicou seu primeiro livro “Lugar
de negro” em parceria com o sociólogo Carlos Hasenbalg. A obra trouxe
um panorama histórico do modelo econômico de 1964, a inserção da
população negra neste cenário e o resgate histórico dos movimentos sociais
negros. Publicou em 1987 o livro “Festas Populares no Brasil”, onde
registra as festas populares espalhadas pelo Brasil, traduzindo a diversidade
das manifestações culturais de cunho religioso ou não. Além da festividade
a obra mostra os laços indissociáveis entre Brasil e África.

Lélia faleceu em 10 de julho de 1994, seu legado através de sua obra


acadêmica e militância contribuíram para impulsionar não apenas a
problemática racial no Brasil, mas também o papel da mulher negra na
sociedade.
Atuou ativamente na articulação das lutas do movimento negro e
feminista e no combate a diredura militar nos anos 70 e 80.
Além disso, Lélia ajudou a fundar junto com outras lideranças negras
movimentos de base, como o Movimento Negro Unificado e o Nizinga,
coletivo de mulheres negras, no Rio de Janeiro. Nesse período realizou
vários encontros com lideranças nacionais, sendo a primeira mulher
negra a sair do país como representante do movimento negro.
Buscava desconstruir o mito da democracia racional no Brasil

Essas e outras experiências com o racismo seriam muito decisivas nas suas
escolhas intelectuais e políticas nas décadas seguintes. Como intelectual e
ativista, Gonzalez participou de numerosas formas de resistência política ao
Regime Militar, por isso foi vigiada pelo Departamento de Ordem Política e
Social, o DOPS. Ela foi fundadora do Movimento Negro Unificado, esteve na
formação do Partido dos Trabalhadores (PT), participou ativamente das
eleições de 1982 e 1986. Nesta última eleição, já integrava os quadros do
Partido Trabalhista Brasileiro, o PDT. Ela atuou nas mobilizações civis
brasileiras contra o Apartheid na África do Sul, fundou a organização Nzinga –
Coletivo de Mulheres Negras, em 1983, e participou de inúmeros encontros
feministas e de mulheres negras no Brasil e em outras partes do mundo. Lélia
Gonzalez esteve nas mobilizações pela constituinte e colaborou ativamente
com as comissões parlamentares entre 1986 e 1988, integrou o Conselho
Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), em 1985, e envolveu-se em vários
protestos e mobilizações de rua que denunciavam as desigualdades raciais e
de gênero.
Lélia Gonzalez não hierarquizava ações políticas e culturais. Segundo ela,
ambas eram relevantes para a transformação social. Em sua trajetória são
fartas as experiências e colaborações com grupos culturais, artísticos e
intelectuais. Em meados dos anos setenta, ela colaborou com o Grêmio
Recreativo de Arte Negra e com a Escola de Samba Quilombo ao lado do
mestre Candeia. Gonzalez participou também da formação do Colégio
Freudiano no Rio de Janeiro, criado em 1975 por Magno Machado Dias e Betty
Milan, instituição fundamental para a difusão do pensamento de Lacan no
Brasil. Mais tarde, ela assessorou o cineasta Cacá Diegues em seu filme
Quilombo (1984). Nas artes performáticas, teve papel importante na produção
dramatúrgica de Hilton Cobra, especialmente para a construção da peça teatral
Candaces. Ela pertenceu a um terreiro de Candomblé no Rio de Janeiro e
festejou o fortalecimento dos blocos afros e afoxés em Salvador, na Bahia.
Afinal, para Lélia Gonzalez, a linguagem cultural precisava ser subvertida, já
que o sexismo e o racismo eram as marcas profundas da cultura de dominação
brasileira e latino-americana. 

Ajudou a fundar instituições como o Movimento Negro Unificado (MNU), o Instituto de


Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), o Coletivo de Mulheres Negras N'Zinga e
o Olodum. Sua militância em defesa da mulher negra levou-a ao Conselho Nacional dos
Direitos da Mulher (CNDM), no qual atuou de 1985 a 1989. Foi candidata a deputada
federal pelo PT, não se elegendo, mas ficando como primeira suplente. Nas eleições
seguintes, em 1986, candidatou-se a deputada estadual pelo PDT, novamente não se
elegendo e ficando como suplente.

Historiadora, antropóloga, filósofa e professora; Lélia Gonzales


foi uma das primeiras intelectuais a pensar a relação entre
racismo e sexismo na sociedade brasileira.
Atuou ativamente na articulação das lutas do movimento negro
e feminista e no combate a diredura militar nos anos 70 e 80.
Ajudou a fundar instituições como o Movimento Negro
Unificado (MNU), o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras
(IPCN), o Coletivo de Mulheres Negras N'Zinga e o Olodum.
Sua militância em defesa da mulher negra levou-a ao Conselho
Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), no qual atuou de 1985
a 1989.
Foi candidata a deputada federal pelo PT, não se elegendo,
mas ficando como primeira suplente. Nas eleições seguintes,
em 1986, candidatou-se a deputada estadual pelo PDT,
novamente não se elegendo e ficando como suplente. Nasceu
em Belo Horizonte, no dia 1° de fevereiro de 1935, mudou-se
para o Rio de Janeiro, onde graduou-se em História e
Geografia, fez mestrado em Comunicação e doutorado em
Antropologia Política.

Nasceu em Belo Horizonte em 1º de fevereiro de 1935 e mudou-se para o Rio de


Janeiro, onde se graduou em história e geografia, com mestrado em comunicação e
doutorado em antropologia política.

Iniciou o primeiro curso de Cultura Negra na Escola de Artes


Visuais do Parque Lage (EAV). Para Lélia Gonzalez, o conceito
de cultura deveria ser pensado em pluralidade e servir como
elemento de conscientização política. Neste sentido, por meio
do curso de Cultura Negra, visava uma análise da contribuição
africana na formação histórica e cultural brasileira, tendo
incorporado ao currículo aulas práticas de dança afro-
brasileira, capoeira e o conhecimento das religiões de matriz
africana.

Uma das primeiras obras publicadas pela ativista foi o artigo


“Mulher negra: um retrato” e, na década de 80, publicou seu
primeiro livro “Lugar de negro”. A obra trouxe um panorama
histórico do modelo econômico de 1964, a inserção da
população negra neste cenário e o resgate histórico dos
movimentos sociais negros. Publicou em 1987 o livro “Festas
Populares no Brasil”, onde registra as festas populares do
país, traduzindo a diversidade das manifestações culturais de
cunho religioso ou não.

Lélia faleceu em 10 de julho de 1994, seu legado através de sua


obra acadêmica e militância contribuíram para impulsionar não
apenas a problemática racial no Brasil, mas também o papel da
mulher negra na sociedade.

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