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Florestan Fernandes, nascido em 22 de julho de 1920, em São Paulo, foi um

político, sociólogo e ensaísta brasileiro, considerado Patrono da sociologia brasileira e


fundador da Sociologia Crítica no Brasil. Foi deputado federal pelo Partido dos
Trabalhadores, tendo participado da Assembleia Nacional Constituinte. Filho único da
imigrante portuguesa Maria Fernandes, não chegou a conhecer o seu pai Foi criado por sua
madrinha Hermínia Bresser de Lima, que lhe despertou o interesse pelos estudos. Cresceu em
uma realidade entre a casa de sua marinha e os cortiços que haviam na cidade naquela época.
Largou os estudos quando estava no terceiro ano do ensino fundamental, para ajudar sua mãe,
trabalhou como engraxate, ajudante de padeiro e em um restaurante. Aos dezessete anos,
retornou aos estudos e começou um curso de sete anos.
Formou-se na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de
São Paulo (USP), e foi bacharel em Ciências Sociais no ano de 1943. Ainda em 43 com a
ditadura do Estado Novo, ele começou a contribuir para jornais contemporâneos. Foi na
Folha da Manhã que conheceu Hermínio Sacchetta que levou-o ao Partido Socialista
Revolucionário. Em 46 se formou na pós-graduação de Sociologia e antropologia, conseguiu
em suma, muitos títulos como pesquisador e professor, mestre também foi um destes, em
Ciências Sociais na Escola Livre, recebeu o Prêmio Fábio Prado em 48, e em 51 conseguiu
um título de doutor em Sociologia pela Faculdade de Filosofia. Ao longo de sua vida
escreveu alguns livros, sendo eles Organização Social dos Tupinambá (1949), A Função
Social da Guerra na Sociedade Tupinambá (1952), A Etnologia e a Sociedade Brasileira
(1959), Fundamentos Empíricos da Explicação Sociológica (1959), Mudanças Sociais no
Brasil (1960), Capitalismo Dependente e Classes Sociais na América Latina (1973), A
Revolução Burguesa no Brasil (1975), A integração do Negro na Sociedade de Classes
(1978), O Que é Revolução (1981), Poder e Contra Poder na América Latina (1981), e A
Ditadura em Questão (1982).
Em seus ideais podemos citar seu foco. Foi estudioso das relações étnico-raciais no
Brasil, estudou a respeito tanto da comunidade indígena tupinambá quanto da comunidade
negra. Tendo em si um âmbito de visão que havia a dificuldade de integração democrática
desses povos não brancos na cultura do “Brasil branco”. Na época o país tinha como meta a
industrialização e modernidade, deixando para trás o capitalismo e a escravidão. Fazia-se
então de suma importância buscar algum jeito de entender essas exclusões e o que na
sociedade as permitia acontecer em maioria com pobres e negros, para achar soluções.
Um conceitos que tinha era a desigualdade social entre brancos e negros, a
desigualdade quanto oportunidades de vida para pobres e ricos. Podemos tirar isso da vida do
próprio Florestan, que vivia a desigualdade contra os pobres e moradores de periferias.
Inclusive ele mesmo conta que os empregos que conseguiu quando mais novo era o melhor
que ele poderia conseguir, ninguém empregava pobres do gueto de São Paulo. Não os
achavam confiáveis. Daí vem a situação que marcou sua infância, e que formou essa
complicada visão realista em relação à desigualdade.
Outro conceito, relacionado ao da desigualdade, é o da educação. Ao ver de Florestan
a forma de corrigir a sociedade, para que aprendam a forma correta de se portar, e acabar com
os privilégios ridículos, é investir em uma educação pública de qualidade. Inclusive,
Fernandes e seu amigo e colega, o sociólogo Darcy Ribeiro, chegaram a elaborar uma
pesquisa e projeto para valorizar a educação básica, assim iniciaram a tentativa de formulação
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira.
Também era defendida a democracia, um ensino democrático, ou seja, o acesso aos
serviços básicos garantidos a todos os cidadãos, isso demonstra o lado democrata de
Fernades. Foi defensor de relações democráticasentre negros e brancos. Florestan, ao
contrário de outros sociologos, tinha a visão de que “mito da democracia racial” nunca existiu
no brasil, afinal o país não introduziu o negro no modelo novo de sociedade capitalista
nacional.
Como esperado, as teorias são válidas e aplicáveis, como podemos ver no nosso dia a
dia, os preconceitos e mesmos problemas relatados por ele, desigualdades sociais por conta
da cor da pele, desrespeitos, quebra de direitos, é isso que acontecia e acontece até hoje,
porque a educação falha em fazer sua parte e os indivíduos falham em contribuir.

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