Você está na página 1de 6

CEEP PROFESSOR NEWTON FREIRE MAIA

CURSO TÉCNICO DE SISTEMA DE ENERGIA RENOVAVEL

KAYLAN GABRIEL GROBE DOS SANTOS

FLORESTAN FERNANDES
A Integração do Negro na Sociedade de Classes

PINHAIS
2023
INTRODUÇÃO

Florestan Fernandes foi um influente sociólogo brasileiro (1920-1995) que escreveu


sobre as desigualdades raciais. Sua obra principal, “A Integração do Negro na
Sociedade de Classes” (1965), aborda a exclusão histórica dos negros no Brasil,
destacando como o racismo e as estruturas sociais dificultam sua ascensão. Fernandes
também foi um ativista pelos direitos civis e sua obra continua relevante para entender
as desigualdades raciais e sociais no país.
CONCEITOS

1.1 INTEGRAÇÃO DO NEGRO NA SOCIEDADE DE CLASSES

Florestan Fernandes, um conhecido sociólogo brasileiro, é autor de uma peça


significativa chamada “A integração dos negros na sociedade de classes”. Lançado
em 1965, o livro investiga as graves desigualdades raciais existentes no Brasil.
Chama a atenção para os efeitos do racismo estrutural na comunidade negra.
Segundo Fernandes, o racismo no Brasil vai além das ações individuais e constitui
uma questão sistêmica que reforça a marginalização do negro. Fernandes investiga as
maneiras pelas quais as hierarquias de classes sociais perpetuam essas desigualdades,
criando obstáculos significativos para os negros que buscam superar barreiras
econômicas e sociais.
Através de uma lente histórica, o trabalho investiga a exclusão dos negros nos
Estados Unidos, começando na era colonial e continuando até os dias atuais. Fernandes
disseca o impacto de políticas e práticas discriminatórias na trajetória do povo negro e
como essas influências históricas persistem e moldam a sociedade na
contemporaneidade.
Além de sua pesquisa teórica, Fernandes foi um participante dedicado na luta pelos
direitos civis e pela igualdade. Ele utilizou sua posição como acadêmico para aumentar
a conscientização sobre questões raciais, além de contribuir para discussões sobre
políticas inclusivas e a busca pela justiça social.
Em essência, o escrito “A Integração do Negro na Sociedade de Classes” é uma
peça crucial que aborda as discrepâncias raciais existentes no Brasil. Enfatiza como a
interseção do racismo estrutural e da estratificação de classe reforça a exclusão e a
marginalização do negro. O impacto do trabalho de Florestan Fernandes é duradouro,
permitindo uma maior compreensão das desigualdades raciais e avançando na busca
contínua por igualdade de oportunidades e representatividade no Brasil.

1.2 O MITO DA DEMOCRACIA RACIAL


O sociólogo brasileiro Florestan Fernandes cunhou o termo “Mito da Democracia
Racial” para criticar a noção de que o Brasil era uma nação marcada pela
coexistência pacífica entre vários grupos raciais, especificamente brancos e negros.
Fernandes refutou a ideia de que o Brasil era uma sociedade racialmente
harmoniosa, afirmando que era uma crença errônea que escondia as profundas
disparidades raciais e preconceitos que assolavam o país.
Em suas extensas pesquisas e estudos sobre o tema da realidade racial no Brasil,
Florestan Fernandes observou que a estrutura social do país foi construída sobre uma
base de desigualdades estruturais que impactaram desproporcionalmente a população
negra. Ele argumentou que o racismo estava profundamente enraizado nas instituições e
nas relações sociais, levando a obstáculos substanciais em termos de progresso e
mobilidade ascendente para os afrodescendentes.
O conceito do “Mito da Democracia Racial” também sugere que a sociedade
brasileira frequentemente negava a existência do racismo, usando a suposta harmonia
racial como uma forma de evitar discussões sobre o problema. Fernandes acreditava que
essa negação do racismo efetivamente perpetuava a discriminação e impedia a
implementação de políticas eficazes para combater a desigualdade racial.
O trabalho de Florestan Fernandes desempenhou um papel importante na
conscientização sobre as questões raciais no Brasil e influenciou o desenvolvimento de
estudos acadêmicos e políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade racial e
a superação das desigualdades raciais arraigadas na sociedade.
CONCLUSÃO

O tema da “democracia racial” no Brasil tem sido abordado com pontos de vista
contrastantes por dois distintos sociólogos: Gilberto Freyre e Florestan Fernandes.
Freyre inicialmente propôs esse conceito em seu livro “Casa-Grande & Senzala” (1933),
postulando que a mistura cultural e racial do Brasil criou uma sociedade mais coesa em
comparação com outras nações colonizadas. Freyre enfatizou as relações amigáveis
entre indivíduos de diferentes etnias e acreditava que a intersecção de raças levava a
uma “democracia racial” distinta, caracterizada por uma coexistência fluida de várias
culturas.
Florestan Fernandes tinha uma visão oposta à de Freyre, pois a considerava um
mito. Em vez disso, ele argumentou que a sociedade brasileira escondia extensa
discriminação e desigualdades raciais por trás da fachada de aparente harmonia racial.
Fernandes afirmou que a “democracia racial” era um dispositivo usado para racionalizar
o estado de coisas existente, negligenciando assim as questões raciais e impedindo o
progresso em direção a políticas anti-discriminatórias. Ele identificou o racismo
estrutural e a exclusão social como problemas significativos que afetam os afro-
brasileiros, enfatizando os obstáculos sistêmicos que esses grupos enfrentam para
alcançar a mobilidade social e econômica.
Em resumo, a posição de Freyre sobre a mistura racial e a coabitação Inter étnica
como fundamento da igualdade no Brasil foi muito elogiada, enquanto Fernandes a
considerou uma recusa em reconhecer as disparidades raciais e um método de perpetuar
estruturas preconceituosas. A abordagem analítica e observadora de Fernandes teve um
efeito notável no diálogo sobre temas raciais no Brasil, iluminando as profundas
disparidades raciais que exigiam confronto direto.
REFERÊNCIAS

BUENO, Wallace dos Santos Santana; ROCHA, John Rudega; PINTO, Renan Barbosa.
Uma cartografia de “A integração do negro na sociedade de classes”, de Florestan
Fernandes. PDF. Disponível em: <file:///C:/Users/Kaylan/Downloads/37202-Texto
%20submetido-124160-1-10-20160413.pdf >. Acesso em: 17 ago. 2023

Florestan Fernandes. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo,


Contracorrente, 2021, 888 págs.

SILVA, Mário Augusto Medeiros Da; JUNIOR, Antônio Brasil. A integração do negro
na sociedade de classes. A terra é redonda. 2022. Disponível em:
<https://aterraeredonda.com.br/a-integracao-do-negro-na-sociedade-de-classes/>.
Acesso em: 17 ago. 2023

Você também pode gostar