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RESUMO
O conceito de identidade ainda não tem uma resposta satisfatória, por conta de seu
significado ser cada vez mais difuso e se aproximar de clichês. A identidade está ligada a
um sentido de igualdade, ou seja, se apresenta no “nós”, sendo ligada ao nível cultural,
sócio-político e histórico em cada sociedade. A ênfase na identidade revela a ênfase na
diferença, pois esse processo pode ser notado em grupos socialmente segregados. A
identidade é traduzida, também, através do outro, pois ela pressupõe uma interação para se
constituir como realidade.
O termo “raça” também gerou muita discussão no âmbito das Ciências Sociais. A
reação diversa em relação ao usar este termo se dá pelo fato de “raça” nos remeter ao
racismo, à escravidão e à construção do que é “ser negro” e “ser branco” no Brasil. A raça é
um termo muito usado nas relações cotidianas porque consegue dar dimensão próxima do
que é racismo. A autora explicita que não se refere ao conceito biológico de raças humanas,
como foi no caso do nazismo. O Movimento Negro e alguns sociólogos usam o termo raça
com uma interpretação que se baseia na dimesão social e política. O racismo em nossa
sociedade se afirma através de sua própria negação, fazendo com que o racismo existente
no país se propague cada vez mais. A atribuição política se dá pelo tipo de racismo
existente no contexto brasileiro, considerando a dimensão histórico-cultural. Outros
estudiosos usam o termo raça social, pois a raça denota como uma forma de classificação
social. O uso do termo “etnia” seria mais abrangente aqui no Brasil, porém na prática a
discriminação recai sobre o negro. Se raça não tivesse um peso tão significativo na
sociedade brasileira, as características físicas não seriam usadas para identificar uma
pessoa negra e uma pessoa branca. No Brasil, o preconceito se dá pelas características
físicas. As raças são construções sociais, políticas e culturais, produzidas ao longo da
história através das relações de poder.
Muitos estudiosos preferem usar o termo etnia para se referir a negros e outro
grupos sociais, pois discordem do termo raça por acreditarem estar ligado ao determinismo
biológico. Por muito tempo, o termo “raça” esteve ligado à dominação político-cultural de um
povo em detrimento de outro, porém após a Segunda Guerra Mundial, a ideia de raça no
sentido biológico foi considerada inaceitável e o termo “etnia” ganhou força. Sendo um outro
termo usado para se referir ao pertencimento ancestral e étnico-racial, que tem relação
com origens e interesses em comum, a etnia é um grupo social que se identifica pela língua,
cultura, tradições, monumentos históricos e territórios. A diversidade cultural é a construção
social, política, histórica e cultural das diferenças.
A ideia de “paraíso racial”, tão reforçada em nosso país, foi forjada ideologicamente
para esconder todos os traços do racismo oriundo da carga histórica que trazemos. A
atuação do Movimento Negro é muito importante apar quebrar essa falácia, trazendo
debates políticos sobre a população negra no Brasil. A escola tem um papel importante
nesse debate, para superar e romper com o mito da democracia racial, atuando juntamente
com as diretrizes curriculares para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino
de história e cultura afro-brasileira e africana.