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1. Explanação do caso
O crime ocorrido contra a jovem Eloá Cristina Pimentel ficou famoso em setembro de
2008, quando seu ex-namorado, Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos,
invadiu armado o apartamento no qual a adolescente vivia, na periferia de Santo André,
região metropolitana de São Paulo. Na ocasião, Eloá tinha 15 anos e estava reunida em
casa com mais três colegas de escola, com os quais faria um trabalho escolar. O ex-
namorado não aceitava o fim do relacionamento.
O caso de Eloá se refere ao mais longo sequestro em cárcere privado, registrado pela
policia do estado de São Paulo( quase 100 horas), em 13 de outubro de 2008, com a
morte da adolescente em 18 de outubro de 2008, adquirindo grande repercussão tanto na
mídia nacional como internacional.
Alegando ter ouvido tiros no local, policiais militares invadiram o apartamento para
tentar libertar as duas jovens. O criminoso deu, então, mais tiros, dois dos quais
atingiram Eloá, um na virilha e outro na cabeça, matando a jovem. A amiga de Eloá
também foi atingida por um tiro no rosto, conforme dito acima.
2. Psicologia
Vê-se que a psicologia é a ciência que tem grande importância na interação do indivíduo
com a sociedade, estudando seus comportamentos sociais e individuais, buscando
compreender a mente humana e trazer melhoria aos convívios. Dessa forma, ela possui
grande vínculo com o direito, devido aos atos que são praticados, buscando verificar se
o indivíduo sofre de algum trauma, o porquê dos seus atos, causas e seu percurso até
obter o resultado. Uma das áreas com mais ênfase seria a da psicologia criminal, que
tem o papel de auxiliar o jurista a verificar se a pessoa que cometeu o ato, normalmente
ilícito, tem algum tipo de doença mental ou transtorno, verificando se tem a capacidade
de responder ou não pelos seus atos.
Num caso tão repleto de nuances e tão repercutido como o da jovem Eloá, é evidente
que o papel de um eventual psicólogo forense é fundamental para compreender as
motivações do crime, analisando os motivos do réu Lindemberg Fernandes Alves ter
cometido o crime, se foi decorrente de paixão, que pode causar depressão, irritabilidade,
agressividade e outros tipos de comportamentos que não convêm e que ele possuía.
Existindo algumas opiniões dizendo que a falta de compreensão da vítima, por não ter
idade suficiente para responder por seus atos e se expor a um relacionamento sendo tão
nova, poderiam ser caracterizados como falta de capacidade, que é prevista pelo direito.
Segundo o Ministério Público, o crime foi passional, que é definido como aquele que
tem como causalidade a paixão; o homicida passional é aquele que dá fim à vida de
alguém, a quem se está vinculado por uma relação afetiva que pode ser sexual ou não,
embasado no sentimento da paixão. O termo originado do latim passionalis, de passio
(paixão), é utilizada na terminologia jurídica para referenciar o ato criminal que se
comete por paixão, e de acordo com Eluf (2002), todo crime é, de certa forma,
passional, por resultar de um estado de paixão, isto é, uma espécie de afeto ampliado
que o motiva. Na linguagem jurídica, usa-se termo “passional” apenas para os crime
A paixão (do verbo latino, patior, que significa sofrer ou suportar uma situação difícil, é
caracterizada por um estado de prazer exarcebado, misturado com um intenso
sofrimento por insatisfação, ansiedade, e necessidade de estar com a pessoa amada, por
vezes com sinais psicossomáticos como febre, falta de apetite e irritabilidade, quando se
é privado da pessoa amada, cometidos em razão de relacionamento sexual ou amoroso e
pode ocorrer de forma bem intensa como aconteceu com o namorado da Eloá, que não
aceitava o fim do relacionamento.
Também importante enfatizar sobre a terapia, que é usada com frequência para ajudar as
vítimas de crimes como abuso sexual e certamente se aplica de forma concreta a
situação da Nayara Rodrigues da Silva, era a amiga de Eloá, que participou do
sequestro, sendo mantida em cárcere por duas vezes e ainda sofrendo ferimentos
decorridos da situação. E ainda a família, que certamente sofreu muito com o ocorrido,
necessitando de ajuda.
BIBLIOGRAFIA
UOL, 2012. ‘Lindemberg: "Quando a polícia invadiu, a Eloá fez menção de levantar e
eu, sem pensar, atirei". Disponível em <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2012/02/15/no-terceiro-dia-de-julgamento-lindemberg-da-sua-versao-do-caso-
eloa-e-assume-disparo.htm>. Acesso em 2 de junho de 2019.