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SOCIOLOGIA

2ª SÉRIE

RACISMO NO BRASIL: REFLEXÕES


SOCIOLÓGICAS
Aula 40
Objetivo da aula

Conhecer os primeiros estudos sociológicos sobre as questões


étnico-raciais no Brasil.

Importante: você está preparado


para a Prova Paraná? O conteúdo
desta aula aborda os descritores
que serão avaliados!!! Fique
ligado!
Para início de conversa
https://l1nk.dev/rR18H

Estudante! Nesta aula você irá perceber que o


tema da escravidão e das relações
étnico-raciais foi pauta de importantes
pesquisas sociológicas durante o século XX.

Vamos conhecer as teorias raciais e eugênicas do século XIX e início


do XX, bem como a perspectiva racial do sociólogo Florestan
Fernandes.
Vamos compreender melhor esse debate sociológico tão
relevante?
Teorias raciais e eugênicas
Estudante! Para entender os debates sociológicos do século XX sobre a
questão racial, é necessário olhar para o período anterior.
No final do século XIX e início do XX,

Disponível: https://bityli.com/qRwpY
relacionou-se a ideia de superioridade entre os
grupos étnicos e raciais com aspectos
intelectuais e morais. Acreditava-se que isso
devia-se a características físicas herdadas
geneticamente.
Na imagem, quadro de Modesto Brocos y Gómez intitulado “A Redenção de Cam”,
1895, representa a teoria do branqueamento. Nesse período, o termo “raça”
determinava um grupo humano com características físicas, psicológicas e culturais
próprias, herdadas pelos ancestrais.
Racismo “científico”
Muito difundido no século XIX, associou a noção
de raça ao aspecto biológico.

Arthur de Gobineau (1816-1882) e o médico


italiano Cesare Lombroso (1835-1909)
https://encr.pw/Ibk3H

defenderam essas perspectivas.

Suas ideias influenciaram políticas de “branqueamento” da


população brasileira.
Racismo “científico” e eugenia
O que é Eugenia? Conjunto de ideias

https://curtlink.com/2KZ
desenvolvido por Francis Galton que
significa “bem-nascido”. Essa teoria
defende o “melhoramento” da espécie
humana por meio da reprodução de
indivíduos com “características
"Eugenia é a autodireção da evolução humana": logo da
desejáveis”. Segunda Conferência Internacional de Eugenia, de 1921.

Para Galton, ciência que trata daquelas agências sociais que


influenciam, mental ou fisicamente, as qualidades raciais das futuras
gerações. Essas ideias fundamentam a noção de racismo que
conhecemos hoje.
Afinal, o que é o racismo?
De acordo com Silvio Luiz de Almeida (2020), há 3 concepções de
racismo: individualista, institucional e estrutural.
Racismo individualista: entendido como “patologia” ou

https://curtlink.com/F9C
anormalidade atribuído a grupos isolados.
Racismo Institucional: resultado do funcionamento das
instituições que conferem desvantagens e privilégios
com base na raça aos grupos. Vai além da ação
individual.
Racismo estrutural: é resultado da própria estrutura É professor
universitário,
social, ou seja, das relações políticas, econômicas, advogado, filósofo,
jurídicas e familiares. É regra e não exceção. doutor e pós-doutor
em Direito pela USP.
ATIVIDADE 5 min

Atenção, estudante! Reflita e responda em seu caderno a pergunta a


seguir. Sua resposta deve ser bem elaborada. Preocupe-se em escrever
de forma objetiva e organizada.

O que é o racismo? Quais são os fundamentos


dessa prática? Por que ele persiste na sociedade
brasileira?

Ao final do tempo estipulado, o(a) professor(a) escolherá


estudantes para compartilharem o que responderam.
A Sociologia brasileira do século XX
Estudante! Você certamente aprendeu nas aulas anteriores que a
Sociologia brasileira se desenvolveu a partir de estudos sociológicos de
autores como Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de
Holanda. Além desses, figura-se Florestan Fernandes, que vamos
conhecer melhor a partir de agora.
https://encr.pw/DlYQk

Os temas presentes em suas pesquisas


sociológicas giravam em torno do
subdesenvolvimento e dependência econômica
do Brasil, herança escravista e questão racial.
Vamos conhecer suas contribuições?
Florestan Fernandes (1920 - 1995)
Sociólogo muito importante para as Ciências Sociais do Brasil.

Suas obras abordam diferentes temas, dentre eles a questão da


escravidão e das relações étnico-raciais.
https://l1nq.com/5iaZD

Para Fernandes, a escravidão no país tomou


formas diferentes e se relaciona com os ciclos
econômicos do período colonial. O Brasil
colônia se estruturou como uma economia
exportadora de produtos tropicais e isso foi
imposto pela metrópole Portugal.
Escravidão e desigualdade social em Fernandes
Florestan Fernandes considera que a estrutura

https://l1nq.com/sjttr
de dominação social colonial persistiu na
modernização capitalista no Brasil.
Para Fernandes, a desigualdade social se
relaciona com a escravidão e como os negros e
negras foram inseridos na sociedade de classes
após a abolição de 1888.
Você já ouviu sobre o mito da democracia racial?
Obra principal: A integração do negro na sociedade de classes (1978).
Vamos entender as principais ideias expressas nesta obra?
O mito da democracia racial
Freepik

Para Florestan, a democracia racial serviu para


propagar a noção de que não há desigualdades
entre negros e brancos e existe uma convivência
pacífica e harmônica entre eles.

Essa ideia reproduz racismo, preconceitos e discriminações até hoje no


Brasil.

De acordo com Florestan Fernandes, a democracia racial consiste em


um mito, pois após a abolição a população negra não foi integrada à
sociedade, a partir de oportunidades dignas de trabalho e educação.
ATIVIDADE 5 min

Estudante! Considerando o que vimos nesta aula, junte-se com o(a)


colega ao lado, reflitam e debatam:

Segundo a Constituição brasileira, todos os indivíduos são iguais


perante a lei. Considerando as reflexões de Florestan Fernandes
sobre o mito da democracia racial, como as desigualdades se
expressam e como combatê-las?

Ao final do tempo, o(a) professor(a) irá selecionar alguns de vocês


para compartilharem o que debateram.
RETOMADA

Nesta aula, conhecemos os primeiros debates a respeito das


relações étnico-raciais no Brasil. Vimos aspectos das teorias
raciais, do racismo científico e da eugenia. Além disso,
identificamos as principais contribuições sociológicas de
Florestan Fernandes para o debate racial no país.

Professor(a), caso tenha alguma sugestão ou elogio para esta aula, acesse:
https://forms.gle/ZuC8G4UPYMEdztJy5
REFERÊNCIAS
Sociologia em movimento. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2016.
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Editora Jandaíra, 2020.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d3/Reden%C3%A7%C3%A3o.jpg
/800px-Reden%C3%A7%C3%A3o.jpg
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/tese-branqueamento.htm
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/05/ciencia/1454696080_059342.html

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