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POR ACASO

NÃO SOU EU UMA...


MULHER NEGRA?

AULA 2 – Identidade Racial


CONVIDA

 Profa Ma Daiana Andrade  Profª Ma Carine Passos


Historiadora com graduação e mestrado pela Cientista Social pela Universidade Federal
Universidade Federal Fluminense. Fluminense, mestre e doutoranda em Sociologia
Política pela Universidade Estadual do Norte
Professora principalmente em redes públicas de
Fluminense Darcy Ribeiro.
ensino, escritora e roteirista comprometida em
refletir sobre a sociedade que temos e a que Militante do movimento negro e engajada em
lutamos para ter. projetos de justiça social.
Fabiana
Cozza
Mulher Negra
1976 (45 anos)
SP/Brasil
Afinal quem é negro no Brasil?
Projeto Humanae – Angelica Dass
Do começo...

 Diáspora africana em tumbeiros


 Brasil indígena
 Europeu colonizador
Todo escravizado é negro, mas nem todo negro é escravizado.

Escravizado
Boçal Livre
Ladino Liberto
Criolo Alforriado

 “Defeito de cor” – hierarquia racial


entre livres
Racismo Científico e Imperialismo (1870-1930)

 Imperialismo – exploração dos


africanos em seu próprio
continente pelos europeus.
 Racismo científico = civilizados
e primitivos
 Monogenia (Darwin) e
Poligenia
 Eugenia = boa + raça
Typos de Pretos

Coleção Fotográfica Louis Agassiz. Série Pure Race. Álbum da África. Tríptico somatológico, identificado como
Mina Aouni. Fotógrafo: Augusto Stahl. Rio de Janeiro, 1865. Cortesia do Museu Peabody de Arqueologia e
Etnologia da Universidade de Harvard.
A redenção de Cam
1895 Modesto Brocos
Há várias formas de definir o
conceito de ideologia, mas
vamos aqui assumir o
conceito enquanto um
conjunto de valores
A ideologia do compartilhados por diversos
branqueamento grupos sociais de uma
formação social que reúne
ideias que irão sustentar
defesas políticas e
econômicas de um
determinado tempo.
Teóricos do Racialismo

 Conde de Gobineau (1816-1882)


 Cessare Lombroso (1835 - 1909)
 Silvio Romero (1851 –1914)
 Raimundo Nina-Rodrigues (1862 – 1906)
 Oliveira Vianna (1883 -1951)
Gilberto Freyre, valorização da
mestiçagem e democracia racial

A clássica obra de Gilberto Freyre, Casa Grande e


Senzala, escrita em 1933, não menciona
claramente a proposta de uma democracia racial
no Brasil, mas inaugura suas bases teóricas. Há
uma defesa cultural de um Brasil mestiço fruto da
mistura de negros, indígenas e brancos que
formariam características tipicamente brasileiras.
A condução do pensamento freyreano romantiza
relações violentas entre senhores e escravos
colocando em perspectiva que essa interação
tende a criar laços frutíferos.
O Projeto Unesco

Entre 1951 e 1952 a Organização das Nações


Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO) patrocinou pesquisas no Brasil com o
intuito de explicar ao mundo a experiência de um
modelo bem sucedido de interações raciais que
havia conseguido resolver o problema das
diferenciações raciais. A ideia de uma nação que
superou a diferença está ligada ao entendimento
de que no Brasil haviam apenas manifestações de
preconceitos individuais e não a existência de
racismo enquanto fenômeno social.
Identidade Racial

PRETO NEGRO AFRODESCENDENTE


Colorismo

 O dilema da certidão
 A identidade racial pelo racismo
 Preconceito de marca e preconceito de origem
“Uma das características do racismo é a maneira pela qual ele
aprisiona o outro em imagens fixas e estereotipadas, enquanto reserva
para os racialmente hegemônicos o privilégio de serem representados
em sua diversidade. Assim, para os publicitários, por exemplo, basta
enfiar um negro no meio de uma multidão de brancos em um comercial
para assegurar suposto respeito e valorização da diversidade étnica e
racial e livrar-se de possíveis acusações de exclusão racial das
minorias. Um negro ou japonês solitários em uma propaganda
povoada de brancos representam o conjunto de suas coletividades.
Afinal, negro e japonês são todos iguais, não é?”

Sueli Carneiro
Como o tom da pele e os traços
fenotípicos mobilizam diferentes
redes de sentido sobre os corpos de
mulheres negras. O processo de
formação do sentido se inscreve nas
relações sócio-históricas do sujeito.

Os sentidos e as formações discursivas


Tornar-se negro

“Nas sociedades de classes multirraciais e


racistas como o Brasil, a raça exerce funções PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO
simbólicas (valorativas e extratificadoras) A
categoria racial possibilita a distribuição dos
indivíduos em diferentes posições na
estrutura de classe, conforme pertençam ou
estejam mais próximos dos padrões raciais da
classe/raça dominante”
Neusa Santos
IDEAL DO
EGO BRANCO
Bibliografia

 O projeto UNESCO e a agenda das ciências sociais no Brasil – Marcos Chor Maio
 Sujeito, História e Linguagem. In: Análise de Discurso – Eni Orlandi
 Tornar-se negro – Neusa Santos
 Brasil nação como ideologia – Fabrício Maciel
 Colorismo – Alessandra Devusky
 Negros de pele clara – Sueli Carneiro
 Defeito de Cor – Ana Maria Gonçalves (literatura)

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