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Comunidade étnica:
A adjetivo “étnico” deriva do termo grego “ethnos” e era usado pelos gregos
para se referir aos “outros”, ou seja, aos grupos humanos não-gregos.
Portanto, etnia, grupo étnico ou comunidade étnica referem-se a populações
que são culturalmente distintas entre si.
A comunidade étnica define-se a partir da cultura, mas também, a partir da
identidade étnica, que é a produção de um discurso de alteridade, através de uma
dinâmica de processos de pertença de exclusão, aos quais se identifica o “nós” por
oposição ao “outro”, estabelecendo assim, as fronteiras limites da comunidade
perante as demais.
O estudo da etnicidade, enquanto fenómeno social cada vez mais relevante nas
sociedades contemporâneas pluriculturais e pluriétnicas, quer por razoes que se
prendem com a ocorrência de conflitos étnicos, quer pela necessidade de integração
das comunidades étnicas de migrantes nas sociedades de acolhimento, a par doutras
temáticas como o género, tem preenchido uma parte significativa da agenda da
antropologia produzida atualmente.
Os paradigmas da etnicidade
Paradigma primordialista coloca o enfoque na inclusão na cultura de origem. Os
indivíduos pertencentes a uma dada comunidade étnica são o que são porque aí
nasceram e cresceram, portanto, a identidade pré-existe ao indivíduo e determina a
sua pertença ao grupo.
Paradigma instrumentalista, circunstancialista ou situacionista coloca o
enfoque não na inclusão na cultura de origem, mas na identidade definida por
exclusão.
Paradigma construvista, obrigam os conflitos interétnicos da sobre
modernidade, a repensar estes dois paradigmas como mutuamente exclusivos.
Atualmente, a teorização em torno da etnicidade permite conciliar e sintetizar os
principais contributos dos paradigmas primordialista e circunstancialista. Temos,
então, um novo paradigma da etnicidade: o paradigma construvista.