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e Diálogo
Intercultural
1.º Semestre (2023/24)
Internacionalismo
Diferença
Identidade nacional
Diálogo intercultural
Imperialismo
Apropriação cultural Legado histórico Género
Racismo
Minorias
Colonialismo
Cultura local
Interculturalidade Migrações
Nacionalismo Globalização
Multiculturalidade
Secularização
Refugiados
Cultura
Crise Multiculturalismo
Religião
Humanitarismo
Direitos humanos
Modernidade
Três conceitos essenciais:
Compreender:
a organização e constituição da ‘nossa sociedade’
Sociedade
– como podemos definir a ‘nossa sociedade’?
a matriz e os elementos constitutivos do mundo
que nos rodeia – uma ideia mais abrangente de
Multiculturalidade
sociedade
Cultura
Implica assumir a existência de diferentes
níveis de interacção do indivíduo ou do
grupo de pertença.
Compreender conceitos:
É necessário definir ‘sociedade’ – Como nos definimos? Onde nos enquadramos? Falamos
da sociedade portuguesa? Da sociedade europeia ocidental? Da sociedade ocidental? Foco
nos aspectos que nos ajudam a compreender a génese da nossa sociedade que não se
restringem a processos internos (históricos e sociais); reflectem também dinâmicas
externas que potenciam diferentes expressões socioculturais.
Crenças
Valores Atitudes
religiosas
Interculturalidade: pressupõe a ideia de interacção, de diálogo entre João Maria André distingue entre a
diferentes expressões culturais, misturando-se, adaptando, assimilando dimensão descritiva e a dimensão
práticas e valores de matrizes diferentes; implica a aceitação de uma certa normativa do multiculturalismo, optando
igualdade entre culturas (v. análise apresentada por Weissmann). pelo termo multiculturalidade para a
primeira (p. 30).
Multiculturalismo: outro conceito em análise
O termo ‘multiculturalismo’ tem sido central nos debates sobre as sociedades modernas, a
Modernidade, o progresso humano, a diversidade sociocultural daquelas sociedades, as relações
entre grupos populacionais distintos.
O ‘multiculturalismo’ é, pois, um facto e uma teoria política e social para definir a relação ou o
plano de interacção entre grupos distintos no mesmo espaço social – a comunidade, o estado, o
mundo. O seu apelo – e consequentemente crítica – tornou-se evidente nas últimas décadas em
resultado de diferentes fenómenos humanos, a começar pelos crescentes e rápidos processos de
globalização contemporâneos. Pessoas diferentes em circulação, em constante contacto com
culturas diferentes, adquirindo, assimilando, adaptando, e/ou rejeitando práticas e valores
culturais diferentes.
Multiculturalismo: da génese anglófona à dimensão global
O mundo académico norte-americano alimentou a emergência de diversos debates
sobre a diversidade cultural do país – autores como Charles Taylor e Will Kymlicka
focaram-se nas experiências de países como os Estados Unidos e o Canadá.
Analisam o contacto entre grupos populacionais distintos, cuja interacção foi (e é)
fortemente marcada por processos de confronto, repúdio, segregação. O factor
colonial assumiu especial preponderância, sobretudo, quando vários teóricos
olharam para os contextos sul-americanos, onde a colonização e a mestiçagem
produziram dinâmicas particulares.
O ”elemento colonial” e os crescentes apelos a processos de descolonização
sociais e culturais – em grande medida, bastante posteriores aos processos de
independência política – alargaram os debates dos antigos espaços coloniais às
antigas potências coloniais, com destaque para o contexto britânico – não só por
influência da academia americana, mas também derivado aos fenómenos
migratórios (sobretudo de ex-territórios coloniais) e aos impactos da globalização.
A globalização e as migrações entre antigos domínios e antigas metrópoles
imperiais contribuíram para o desenvolvimento de sociedades multiculturais onde
emergiram discussões sobre legados históricos, culpa, restituição, compensação,
choque cultural, processos de adaptação cultural...
O que é uma sociedade
multicultural?
O que caracteriza uma sociedade
multicultural?
CRISE DE IDENTIDADE
Amplo processo de mudança e transformação de
deslocamento das estruturais centrais das sociedades
modernas, “abalando os quadros de referência que
davam aos indivíduos uma ancoragem estável no
mundo social”
«Identidade cultural», uma análise a partir de Stuart Hall
Divisão e contestação no seio dos estudos sociais e culturais sobre essa transformação:
Para alguns autores, as identidades modernas “estão entrando em colapso” – fragmentação
das “paisagens culturais” de classe, género, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade
Concepções de “identidade”:
Sujeito do Iluminismo
• Indivíduo centrado, dotado de capacidade de razão, consciência e de acção; o seu centro era
contínuo e estável ao longo da sua existência.
Sujeito Sociológico
• Reflectia a nova complexidade do mundo moderno; o seu núcleo já não era visto como
autónomo e autossuficiente, mas formado a partir da relação com os outros que lhe
transmitiam os valores do seu meio cultural – “preenche o espaço entre o ‘interior’ e o ‘exterior’
– entre o mundo pessoal e o mundo público” (p. 11).
Sujeito Pós-moderno
• Transformação das paisagens culturais exteriores ao indivíduo; o processo de identificação
tornou-se ‘provisório, variável e problemático’. O indivíduo pós-moderno não tem uma
‘identidade fixa, essencial ou permanente”. Historicamente definida, e não biologicamente, a
identidade tornou-se um processo em contínua transformação.
«Identidade cultural», uma análise a partir de Stuart Hall
Na Pós-Modernidade os sistemas de significação e representação cultural multiplicaram-se:
“A identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é uma fantasia” (p. 13)
Multiplicidade de identidades possíveis, passíveis do indivíduo se identificar.
As sociedades modernas não têm nenhum “princípio articulador ou organizador único”
(Laclau); a sociedade não é um todo unificado e delimitado, “produzindo-se através de
mudanças evolucionárias a partir de si mesmas” (p. 17)
As sociedades modernas são marcadas pela diferença; marcadas por divisões e
antagonismos sociais