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Introdução
Mensagem de veto
Seu efeito é tão forte que, segundo Henrique Cunha Junior, as pes-
soas quando colocadas em frente a uma nova informação sobre a África têm
dificuldade em articular outros raciocínios sobre a história deste continente.
LE GOFF, Jacques. Memória. In: Enciclopédia Einaudi – Vol 1. Lisboa: Império Na-
cional – Casa da Moeda: 1984, p. 11- 50.
TEIXEIRA, Dante Martins (Org.). A arte nos mapas na Casa Fiat de Cultura.
Nova Lima: Casa Fiat de Cultura, 2008.
Figura 2 - Carta de Lázaro Luís de1563, vendo-se a África Ocidental e uma representação
do Castelo da Mina, no Golfo da Guiné. In: http:// www.arqnet.pt/portal/artigos/jss_expan-
sao1.html 06/10/2012.
1º - Documentos escritos:
HAMPATÉ BÁ, A
4
tradição viva. In: “Entre as nações modernas, onde a escrita tem precedência
KI-ZERBO, Joseph
(org.). História Ge-
sobre a oralidade, onde o livro constitui o principal veículo da
ral da África – vol herança cultural, durante muito tempo julgou-se que os povos
1. São Paulo: Ática/ sem escrita eram povos sem cultura. Felizmente esse conceito
UNESCO, 1982. infundado começou a desmoronar. [...] Os primeiros arquivos
P.181 ou bibliotecas do mundo foram o cérebro do homem”4.
Outro grupo social que também trabalha com a palavra são os dielis
– chamados pelos franceses de griots. Estes são menestréis, trovadores, res-
ponsáveis por entreterem o público. A poesia lírica, os contos e as histórias
são privilégio dos dielis e são classificados em três categorias: os músicos,
que tocam instrumentos, cantam, compõem e transmitem as músicas anti-
gas; os embaixadores, que mediam as negociações entre grandes famílias; os
genealogistas, que contam as histórias e genealogia das famílias e transmi-
tem as notícias da sociedade.
“(...) Sou griot. Meu nome é Djeli Mamadu Kuiyatê, flho e Bintu Kuyatê e de Djeli
Kedian Kuyatê, mestre na arte de falar. Desde tempos imemoriais estão os Kuyatês a
serviço dos príncipes de Keita do Mandinga [o mesmo que Império do Mali]: somos
os sacos de palavras, somos o repositório que conserva segredos mulPsseculares. A
arte da palavra não apresenta qualquer segredo para nós, sem nós, os nomes dos reis
cairiam no esquecimento; nós somos a memória dos homens; através da palavra, damos
vida aos fatos e às façanhas dos reis perante as novas gerações.
Recebi minha ciência de meu pai Djeli Kedian, que a recebeu igualmente de seu pai; a
História não tem mistério algum para nós; ensinamos ao vulgo tudo o que aceitamos
transmir-lhe; somos nós que detemos as chaves das doze portas do Mandinga.
(...) Os griots conhecem a história dos reis e dos reinos, motivo porque são os me-
lhores conselheiros dos reis. Todo grande rei quer ter um chantre para perpetuar
sua memória, visto que é o griot quem salva a glória dos reis, pois os homens têm a
memória muito curta.
Os reinos têm o seu destino traçado, tal como os homens; só o conhecem os advinhos,
que investigam o futuro, cuja ciência dominam.
Nós outros, griots reais, somos os depositários da ciência do passado; mas quem co-
nhece a história de um país poderá ler o seu futuro.
Há povos que se servem da linguagem escrita para fixar o passado; mas acontece
que essa invenção matou a memória dos homens: eles já não sentem mais o passado,
visto que a língua escrita não pode ter o valor da voz humana. Todo mundo acredita
conhecer, ao passo que o saber deve ser algo secreto [os griots tradicionais são muito
criteriosos ao transmitir seu saber por considerá-lo um segredo]. Os profetas não
escreveram, e sua palavra nem por isso é menos viva. Pobre conhecimento, esse que se
encontra imutavelmente fixado nos livros mudos...
Eu, Djeli Mamadu Kuyatê, sou o elo final de uma longa tradição: desde muitas gerações
nós transmitimos de pai para filho as histórias dos reis.
A palavra me foi transmitida sem alteração e eu a passarei sem que qualquer mudança,
visto que a recebi isenta de qualquer mentira. (...)”
Fonte: NIANE, Djibril. Sundjata ou a epopeia mandinga. São Paulo: Ática, 1982. P.11 e 66.
Referências
Campinas: Cia da Escola, 2005. HAMPATÉ BÁ, A tradição viva. In: KIZERBO, Joseph
(Org.). História Geral da África – vol 1. São Paulo: Ática/UNESCO, 1982.
Oceano Atlântico
Mar Mediterrâneo
Tópico de Câncer
Golfo do Áden
Golfo da Guiné
Equador 0º
Oceano Índico
Oceano Atlântico
FLORESTA TROPICAL
FLORESTA COSTEIRA DO LESTE DA ÁFRICA
FLORESTA DECIDUAL - SAVANA DE ÁRVORES
Tópico de Capricórnio
FLORESTA DECIDUAL - SAVANA DE GRAMÍNEAS
ESTEPE - GRAMÍNEAS E VEGETAÇAO RASTEIRA
SEMI DESERTO
DESERTO
MEDITERRÂNEA
GRAMÍNEAS DE MONTANHAS
FLORESTA DE MONTANHAS - TUNDRA
Judeu Chenoua
Kabila Árabe
Marroquino Tarifit Tunisiano
Árabe Marroquino
Árabe
Tamazight Nefusa Greek
Argelino Siwa
Guanche
Tachelhit Árabe Árabe Egípcio
*Azenegue Líbio Awjila
Tuat Árabe Coopta1
Saariano Árabe
Árabe Tamaha
Tamasheg Tuaregue Egípcio
Mabang
Hassanlyya Fulfulde Árabe Núbio Bedawi
Dazaga Masalit
Árabe
Zenaga Saariano Árabe Sudanês Dongolo
Cabo Fula Tadaksahak Chádico Chádico
Tucolore Coyra Chiin Kanurl *Katia
Verdiano Maba Tigre
Jalofo Koyraboro Senni Tasawaq Fur *Talodi *Helbon
Bijage Bambara Dogon Haussa Bilen
Susa Soninguê Fulo Zarma Masa Gaam Temein Tigiína
Surere Fulfulde Lamang Berta Saho
Mocolê Tusia Senufo Bariba Bagimi Barein Daju
Beafada Fula Sara Bongu Amhara
Bwamu Fon Afar
Banhum Mandinga Acuamu i Itsequíri Mandará Homa Nitótco Oromo
Krio Acã Edo enOió Nobandi Teteta Moru Wolaytta
Samali
Kuwaa Doameano B Ibibio Fula Ubangi Komuz
Evé Iorubá Ibo Igala Mpiemo Gono
Bandi Bossa Gbaya Sango Konama
Klao Wee Fante Madi
Defako llo Ecóide Fali Aori Omo-tana
Zandi Nubi Samali
Banda Logo Borani
Sãotomense Bafia Gueve Komo Acholi Turkana Maay
Mongo
Angolar
n gaFang Bemitapa Ganda Somali
ta LENGOLA Nande SWAHILI
Ba Mbosi
Kamba
Sira Kota Kasai RUANDA Choni
Kituba Maasai
Lumbu Sonde Tembo RUNDI
Somali Kamba
CONGO Tio LUNDA Bembe Sandawe Cutchi_Swahili
Kongo
São Salvador Luba Sukuma SWAHILI
Luanda Jiriga Bemba Fipo Hehe Seychelles
Dembo LUNDA Lengola Crioulo
Iaô
Umbundu
Konzo Tumbuka
Imbangala Enia Comoro
Cassanje
Luvale Malave Makaonde Betsimisaraka
Inglês Ovimbundo Bemba Norte
Niemba Kaonde NYANJA
Ambundo Subia MAKUA Tsimihety Malagásio
Hereno Xoe XONA
Ndonga Anguni Sena Platô
Tsao Francês*
Kwanga Ju|’hoan Shua NEBELE
Malagásio
Ndau
Afrikaans Yeye ZULU Bara Malagásio
Diriku Naro Chopi
Venda Maurício
Hua afr afr Betsimisaraka Reunião Crioulo
Nama Inglês Suati Sul Crilouro
Kiwi Tsonga
Trópico de Cap
ricórnio
Nguni
Soto
Afrikaans
XOSA Inglês
Berberes
Fez
Marrocos BARBARIA
Teiza
Berberes EGITO
ALMORÁVIDAS TRIPOU
Tuaregue Cirenaica
El Aalum
Burbus Deserto do Saara Berdoa
Guenziga Nobacia
Fezan
Terga
Kaarca
Tibeste
NÚBIA Dongola
Adever Taganet
Air Kawar
Macúria
PEULES Baria
TERRUR Liptako Alódia Eritréia
Macina KANEM-BORNU
SONGAI Daura Funje Tigre
GANA Katsena Bomu Kanem Wadaf Uagara Interta
Gunme Gobir DARFUR
Gabu HAÚSSAS Bulala Uagara Dancália
MALI
Rano Tibue Lasta
JALOFOS Casa MOSSI Bongu Kano Zegzeg Dar CORDOFÃ Semiem
Futa Jalom DIARA Uagadugu Biram Runga Gojam
Amara Angote
Mandinga Nanumba Nupê Adamawa Fatagar Fate
Sapes
Fante Akam Gonja Dahomé Kororofa
Dar Damote ABISSÍNIA Adial e Mora
Ovo
GU
LIBERIA Denkyra Benin Imarya Dauaro
Danda
T I Ewe OR B AS Ibo Hadia Galla
Bali
S Iaundô
N RU
HA
Biafra Mujaco Buganda Jubo Xarca
IO Bunioro-Kitara
AC Toro
Busoga
Maracatos Mogadiscio
Bolia Budu
Loango Ancolê
Kuba Caranguê Kyamutwara Nalinde
Kagongo Tio Kiziba
Ngoyo Mpangu
Inhangiro Mombasse IMPÉRIO
Macoco Pemba
Mbata
Luda Nimeamay COMERCIAL
Mbamba Pemba
Mpangu Lunda DE KILWA
Kazembe
Mpemba CONGO Mongalo Kilwa
Matamba Maraw Kisiwani
Ndongo Mpangu Zimbas
Sonyo Macuas
Cibolo Bororo COMORES
Mabunda Mocaranga Macuas
Cimbebas Dande
Urungue Rundo
Cimbebas MONOMOTAPA Tonga Sofaia
Barué
Butua IMERLINA
Macasis Teve TANALA
Manica LALAGINA
Damara Sabia
Chamgamira Sono Madagáscar MANDRA
BARA ARINDRANO
Biri Inhambane MAHAFALI
Namaqua Covanas
Hambounas
Zulu
Fumos
Bosquimanos
Kosa
Hotetontes
3.1.1 A Etiópia
3.1.2 O Egito
3.1.5 Zimbábue
3.2.5 O Congo
O reino de Congo ocupava uma grande área onde hoje estão o Con-
go e a Angola. A capital era a cidade de Mbanza Congo que, no século XVIII,
tinha mais de trinta mil habitantes.
da África. 1087. Com isso, Gana tornou-se o primeiro Estado islamizado da costa
(Al-Bakri’s online
guide to Ghana ocidental africana. Apesar da adesão ao islamismo dos grupos dirigentes,
Empire). Disponível a maior parte da população continua adepta às suas religiões tradicionais
em:< http://www. animistas11, mesmo o imperador continua exercendo a justiça e sendo eleito
casadasafricas.org.
br/wp/wp-content/ a partir de práticas ligadas a essas religiões.
uploads/2011/09/A-
-expansao-arabe-
-na-Africa-e-os-
-Imperios-negros- “A gente local, devota de divindades ligadas à terra, às águas, às
-de-Gana-Mali-e- árvores, temia e respeitava este misto de comerciantes e sacer-
-Songai-secs.-VII- dotes, que perambulavam com talismãs ao pescoço – saquinhos
-XVI-Segunda-Parte. de couro contendo um trecho do Corão capazes de protegê-los
pdf>. Acesso em: 06
out. 2012. de feitiçarias e inimigos”12.
Figura 12 - Manuscrito Catalão de 1375. Mansa Musa segura na mão direita um globo de ouro e logo em baixo
está a representação da cidade de Tumbuctu. In: DAVIDSON, Basil. Os Impérios Africanos. História em Revista
(1300-1400). A Era da Calamidade. Rio de Janeiro: Abril
Songai século XV
Tombuctu tinha posição privilegiada, pois tinha um cais sobre o rio niger a cidade
despontou no século XII, quando servia de ponto de chegada das caravanas que atra-
vessavam o Saara vindas do Oriente. Inicialmente era habitada apenas pelos nômades
do deserto, os tuaregues. Mas, aos poucos, os malienses passaram a ser maioria, e
Tombuctu transformou-se em uma cidade negra, passando no século seguinte a ser
governada pelos senhores de Mali.
No final do século XV a cidade possuía cerca de 150 escolas, com milhares de estu-
dantes vindos de vários lugares. Tombuctu possuía também uma universidade, com
unidades de ensino independentes, entre os quais estava a mesquita de Sankoré.
Bibliografia:
MAESTRI, Mário. História da África negra pré-colonial. P.29)
BOULOS JUNIOR,Alfredo. Coleção História: sociedade e cidadania. São Paulo. FTD, 2004.
3.2.7 Iorubás
Figura 14 - NIANE, Djibril Tamsir (0rg).História Geral da África – Vol. IV – África do século XII ao XVI.
São Paulo: Ática, 1982.
Figura 16 - Palácio de Oyo no final de 1890 que mostra portais com magníficas entradas.
Disponível em:<http://csweb.bournemouth.ac.uk/africanlegacy/old_oyo.htm>.
Acesso em: 07 out. 2012.
Essa escultura tinha caráter essencialmente religioso. Eram utilizadas
nos rituais e nos sepultamentos dos reis de Ifé. Mas o que representavam es-
sas cabeças? Segundo Ryder, na maior parte das vezes, o oni, chefe religioso
de Ifé. Elaboradas após a sua morte, eram colocadas na sepultura. Também
representavam os ancestrais da comunidade, pois o culto a estes era funda-
mento da religião tradicional. Ifé criou uma arte para perpetuar a lembrança
à Ifé; outras cidades requisitaram junto ao oni escultores, que iniciaram os Frederick Charles,
Do Rio Volta aos
seus artesãos na técnica de moldagem de metais e na arte com a qual se pres- Camarões. São
tava homenagem aos ancestrais. Paulo: Ática/Unes-
co,1985, p. 373)
COSTA E SILVA,
24
2006, p. 486.
COSTA E SILVA,
25
2006, p. 487.
Referências
COSTA E SILVA, Alberto da. A Enxada e a Lança: a África antes dos portu-
gueses. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
PRANDI, Reginaldo. Segredos Guardados. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
RYDER, Allan Frederick Charles. Do Rio Volta aos Camarões. São Paulo: Ática/
Unesco, 1985, p. 353-384.
SOUZA, Marina de Mello. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2006.
Internet
Al- Bakri. Disponível em: <www.ricardocosta.com>.
Dicas
Infográfico: Infográfico produzido por Alexandre Jubran e Luiz Iria na Revista Nova Es-
cola. Disponível em:< http://revistaescola.abril.com.br/swf/animacoes/exibi-animacao.
shtml?187_africa_info.swf>.
Livros: Coleção História Geral da África – UNESCO (em PDF). Disponível em:<
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_his-
tory_of_africa_collection_in_portuguese-1/>.
Filmes: Atlântico Negro: na rota dos Orixás, de Renato Barbieri. Disponível em:< http://
www.youtube.com/watch?v=JYp6dM0dNxM>.
SILVA,Vagner Gon-
27
Os bantos reúnem as populações oriundas das regiões localizadas
çalves da. Confusão nos atuais Congo, Angola e Moçambique. São os angolas, caçanjes e ben-
sobre a Origem. In:
História Viva: Gran- guelas, entre outros. Deste grupo, calcula-se que tenha vindo o maior nú-
des Religiões Cultos mero de escravos. Os bantos se espalharam por quase todo o litoral e pelo
Afro. São Paulo, v.6. interior, principalmente em Minas Gerais e Goiás. Sua vinda começou em
n. 1, p. 8 - 9, 2007.
fins do século XVI e não cessou até o século XIX27.
Figura 19 - Projeto Abá, Uniafro, MEC/SECAD/UEG e Projeto para Estudar História da África - CiAA/ UFG/UEG/
FAPEG/CAPES, 2008-2011.
Figura 20 - Bolsa em couro proveniente da Figura 21- Sandália em couro sudanesa, fabricada na
região de Tombuctu. Fonte: H. Barth,Travels and região de Kano. Mercadorias desse tipo eram exporta-
discoveries in Northern and Central Africa, Nova das em grandes quantidades para a África do Norte.
Iorque, Harper and Brothers, 1857. © Royal Fonte: H. Barth,Travels and discoveries in Northern
Commonwealth Society Library, Londres. and Central Africa, Nova Iorque, Harper and Brothers,
1857. © Royal Commonwealth Society Library, Londres.
Revista BR&Jóias – Brasil Relógios & Jóias. São Paulo: Dimep Gráfi-
ca, Editora e Publicidade Ltda, janeiro de 2005. p. 52.
29
CUNHA Jr., Hen- Já no século XV, a difusão da manufatura têxtil já estava muito difun-
rique / MENEZES, dida em todo território do continente africano. Então, os africanos introduzi-
Marizilda dos San-
tos. Tear e o Saber ram no Brasil uma forma de tecelagem para fabricar panos para roupas, assim
Africano na Área como para outras utilidades, entre elas, redes de dormir, velas de embarcações
Têxtil. III Congresso e sacaria para embalagem de produtos agrícolas e alimentícios diversos. Boa
Brasileiro de Pesqui-
sadores negros. São parte do vestuário utilizado pelos africanos e seus descendentes no Brasil Co-
Luís: Universidade lônia e Império é de fabricação artesanal própria. A tradição da confecção de
Federal do Mara-
redes de dormir no nordeste brasileiro permanece até hoje, utilizando a forma
nhão – Ma. 2004.
têxtil de tear vinda da África29, da mesma forma que a produção de pano da
costa para as atividades religiosas do Povo de Santo nos candomblés do Brasil.
madamente 1780 era o sabão africano. A técnica de fazer sabão era relativa-
mente simples se compararmos com os conhecimentos de química da atu-
alidade. Os sabões eram produzidos com uma mistura de gordura animal e
vegetal, como uma soda do tipo cáustica. A produção da soda era realizada
tomando as cinzas resultantes da queima de algumas madeiras específicas e
colocadas molhadas em um pano, deixando gotejar lentamente. O resultado
é uma soda que, no interior do Brasil, algumas pessoas antigas ainda a reali-
zam e consideram adequada.
30
APENA, Adeli- Nesse campo da química e dos óleos vegetais, o óleo de palma é ou-
ne. Colonization, tro que foi importado da África de início e depois produzido no Brasil. As
Commerce, and
entrepreneurship produções e exportações de óleo de palma eram um importante negócio da
in Nigéria. New região delta do Rio Níger30. Este óleo é proveniente do coco de dendê e é
York: Peter Lang conhecido no Brasil como óleo de dendê. Este óleo tem diversas utilidades,
Publishing. 1997.
sendo o mais conhecido o de uso doméstico do óleo comestível. O uso de
gordura vegetal é mais um exemplo interessante da influência africana na
sociedade brasileira.
CUNHA Jr., Henrique / MENEZES, Marizilda dos Santos. Tear e o Saber Africano
na Área Têxtil. III Congresso Brasileiro de Pesquisadores negros. São Luís: Univer-
sidade Federal do Maranhão – Ma. 2004.
SILVA, Adriana Maria. Aprender com Perfeição e sem Coação: Uma Escola para
Meninos Pretos e Pardos na Corte. Brasília: editora Plano, 2000.
SILVA,Vagner Gonçalves da. Confusão sobre a Origem. In: História Viva: Grandes
Religiões Cultos Afro. São Paulo, v.6. n. 1, p. 8 - 9, 2007.