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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA PITÁGORAS - AMPLI


CURSO DE PEDAGOGIA

WILDELANE DA SILVA MENDES

RELATÓRIO SÍNTESE EM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM PEDAGOGIA: PRÁTICAS
DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

GOIÂNIA
2023
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WILDELANE DA SILVA MENDES

RELATÓRIO SÍNTESE EM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM PEDAGOGIA: PRÁTICAS
DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Relatório Síntese apresentado ao Centro


Universitário Anhanguera Pitágoras – Ampli,
como requisito parcial para o aproveitamento
da disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM
PEDAGOGIA: PRÁTICAS DE
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO do Curso
de Pedagogia.

GOIÂNIA
2023
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 6
1 O QUE É PRECISO APRENDER SOBRE LEITURA NO PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO...............................................................................................7
2 O QUE É PRECISO APRENDER SOBRE ORALIDADE NO PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO.............................................................................................10
3 O QUE É PRECISO APRENDER SOBRE ESCRITA NO PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO.............................................................................................14
4 ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS..................................................18
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................22
REFERÊNCIAS.......................................................................................................23
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INTRODUÇÃO

No presente texto será discutido o que é preciso que os alunos aprendam


sobre leitura durante o processo de alfabetização e letramento. Será apresentado
diante das unidades de leitura uma situação-problema em torno dos temas de leitura
e letramento do ponto de vista do trabalho prático do professor.
A leitura e o letramento na escola desempenham um papel fundamental na
formação dos estudantes como leitores competentes e críticos. Através da
aproximação com situações vivenciadas em sala de aula, é possível explorar uma
série de conhecimentos essenciais que contribuem para o desenvolvimento das
habilidades de leitura.
Uma das abordagens mais eficazes é trabalhar com os estudantes a leitura
de diferentes gêneros textuais. Ao expor os alunos a uma variedade de gêneros,
como narrativas, poemas, textos informativos, artigos, entre outros, eles têm a
oportunidade de ampliar sua compreensão de diferentes tipos de textos e
desenvolver estratégias de leitura específicas para cada um deles. Além disso, a
diversidade de gêneros textuais proporciona uma visão mais ampla do mundo e
enriquece o repertório cultural dos alunos.
No processo de leitura, é fundamental fornecer estratégias que colaborem na
aprendizagem e compreensão dos textos, por permitem os estudantes a se tornarem
leitores mais autônomos e eficientes.
Além disso, é importante que as intervenções realizadas em sala de aula
sejam potentes na formação de leitores. Isso significa que os professores devem
criar um ambiente estimulante para a leitura, fornecer suporte individualizado aos
estudantes com dificuldades, promover discussões e reflexões sobre os textos lidos,
incentivar a produção de textos pelos alunos e estabelecer uma conexão entre a
leitura e o contexto de vida dos estudantes. Essas intervenções têm o objetivo de
despertar o interesse dos alunos pela leitura, desenvolver sua capacidade de análise
e interpretação de textos e promover o prazer pela leitura.
Para promover o letramento na escola, é importante também explorar as
diferentes linguagens presentes nos textos, como a visual, a oral e a digital. Isso
envolve o trabalho com imagens, vídeos, áudios e o uso de recursos tecnológicos,
como computadores e tablets, que podem enriquecer a experiência de leitura e
ampliar as possibilidades de interação com os textos.
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1 O QUE É PRECISO APRENDER SOBRE LEITURA NO PROCESSO DE


ALFABETIZAÇÃO

Situação-problema

Leitura e Letramento na Alfabetização

O trabalho com leitura durante a alfabetização oferece múltiplas


possibilidades de abordagem e se define segundo os propósitos didáticos
estabelecidos pelo professor, baseados nas competências a serem alcançadas
pelos alunos, no conhecimento que tem do grupo e nos pressupostos teóricos que
dispõe.
Entender a leitura como uma prática social que requer conhecimentos
específicos por parte dos alunos e que tais conhecimentos precisam ser construídos
e ampliados também na escola, torna o planejamento do professor uma tarefa
complexa.
A situação-problema que apresentaremos a seguir faz a aproximação
necessária entre os desafios encontrados pelos professores e os conhecimentos
teóricos disponíveis e essenciais.
Em uma sala de 2º ano do Ensino Fundamental, com aproximadamente 30
alunos, um professor decide pensar mais criteriosamente sobre o acervo da sala,
que será a base de seu trabalho naquele ano. Ele precisa organizar uma lista de
livros para colocar na biblioteca de classe. Ele fez um levantamento dos
conhecimentos prévios sobre leitura e já conhece algumas características da turma.
Sabe que a maioria se interessa por ouvir histórias e leituras de notícias do
jornal local. Cinco alunos conseguem ler textos simples e curtos, como títulos de
livros, manchetes de jornais e revistas, adivinhas e poemas. Os demais gostam de
folhear livros com imagens e comentá-las. De modo geral, preferem histórias de
livros ilustrados. Cinco alunos não demonstraram muito interesse pelas atividades
de leituras das quais participaram, ficando muitas vezes, dispersos.
Decidido a envolver todo o grupo, heterogêneo como é, o professor pensou
em usar os diferentes gêneros textuais, assim os alunos poderiam descobrir suas
preferências e ainda ampliar o seu repertório. Mas quais livros usar? Quais os
gêneros mais adequados? Será que deve considerar somente os gêneros ou
existem outros critérios? Quais? Aprender a ler é o mesmo que decodificar o texto?
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Que aspectos da leitura se pode enfatizar? A leitura feita pelo professor entra neste
trabalho?

Resolução da situação-problema

Ao buscar envolver todo o grupo heterogêneo de alunos, o professor pode


considerar uma variedade de gêneros textuais para ampliar o repertório dos
estudantes e permitir que descubram suas preferências de leitura. É importante
selecionar livros que sejam adequados para a faixa etária e nível de leitura dos
alunos, além de considerar suas necessidades, interesses e contexto cultural.
Ao escolher os gêneros textuais, o professor pode considerar uma
combinação de gêneros literários, como contos, romances, poesias, e gêneros não
literários, como textos informativos, artigos de opinião, cartas, entre outros. Dessa
forma, os alunos terão a oportunidade de se familiarizar com diferentes formas de
expressão e diferentes propósitos comunicativos presentes nos textos.
No entanto, a seleção dos livros não deve se limitar apenas aos gêneros.
Outros critérios importantes a serem considerados incluem a qualidade literária da
obra, a relevância do tema abordado para os alunos, a diversidade de perspectivas
e experiências representadas nos livros, a acessibilidade do texto em termos de
vocabulário e estrutura, entre outros. É importante que os livros escolhidos sejam
desafiadores o suficiente para promover o desenvolvimento das habilidades de
leitura, mas também acessíveis o bastante para que os alunos possam compreender
e se engajar com a leitura.
Aprender a ler vai além da simples decodificação do texto. Embora a
decodificação seja uma parte essencial do processo de leitura, compreender um
texto envolve também a interpretação, análise, inferência e reflexão crítica. A leitura
é um processo complexo que envolve a construção de significado a partir das
palavras e estruturas do texto, a conexão com conhecimentos prévios, a
compreensão do contexto e dos propósitos do autor, e a capacidade de fazer
inferências e tirar conclusões. Assim também,

A leitura terá de se tornar algo que possibilite a criação ou a (re) criação de


novas janelas por parte do leitor, janelas que darão rumo ao mundo que ele
deseja descortinar à sua frente. A leitura deverá ser parte do processo de
libertação e de identificação do homem. Qualquer homem deverá saber que
com a leitura o seu universo pode sofrer transformações incomensuráveis,
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sejam elas físicas e/ou psíquicas. É possível descortinar um mundo oculto


pelo ato de ler, e isso é imprescindível que todos saibam. (ALMEIDA, 2006,
p. 149)

Dessa forma, ao trabalhar a leitura na escola, é possível enfatizar diversos


aspectos, tais como:

 Compreensão de texto: desenvolver habilidades de compreensão literal,


inferencial e crítica, garantindo que os alunos entendam as informações explícitas
e façam inferências sobre o que está implícito no texto.
 Análise e interpretação: explorar os elementos do texto, como personagens,
enredo, tema, estilo de escrita, estrutura narrativa, e ajudar os alunos a analisar e
interpretar esses elementos de forma crítica.
 Reflexão crítica: incentivar os alunos a refletir sobre os textos que leem,
questionando e analisando os pontos de vista, os valores, as mensagens e as
intenções dos autores.
 Conexão com experiências pessoais: permitir que os alunos relacionem a leitura
com suas próprias vivências, ideias e emoções, estabelecendo uma conexão
significativa entre o texto e suas vidas.

Quanto à leitura feita pelo professor, ela pode desempenhar um papel


importante nesse trabalho. Ao ler em voz alta para os alunos, o professor pode
modelar habilidades de leitura, como a fluência, a entonação, a expressividade e a
pausa para reflexão. Além disso, o professor pode compartilhar suas experiências e
emoções ao ler determinados trechos, despertando o interesse e a curiosidade dos
alunos. A leitura feita pelo professor também pode servir como ponto de partida para
discussões e atividades relacionadas ao texto, enriquecendo a compreensão e a
apreciação dos alunos.
No entanto, é importante garantir que os alunos também tenham a
oportunidade de desenvolver sua própria autonomia como leitores, lendo
independentemente e fazendo suas próprias interpretações dos textos. O professor
pode oferecer suporte, orientação e feedback durante esse processo, mas é
essencial incentivar a leitura ativa e autônoma dos alunos.
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2 O QUE É PRECISO APRENDER SOBRE ORALIDADE NO PROCESSO DE


ALFABETIZAÇÃO

Situação-problema

Textos que se sabe de memória na alfabetização

O processo de alfabetização e letramento é marcado por muitos desafios. Os


alunos envolvidos mobilizam conhecimentos, fazem relações entre o que lhes é
apresentado e tudo aquilo que já sabem, levantam hipóteses, arriscam-se em
tentativas e aproximações para compreender o sistema alfabético. Conhecem e
fazem uso de práticas sociais de escrita e leitura, mesmo não sendo escritores e
leitores convencionais. Assim, se tornam cada vez mais competentes no uso da
língua.
Os professores também são mobilizados por variados desafios: precisam
planejar situações que ajudem seus alunos e que eles atinjam os objetivos
pedagógicos, possibilidades e condições de trabalho em sala de aula. Portanto,
além de amplo conhecimento acerca do objeto de estudo, os professores precisam
conhecer muito bem seus alunos, compreender o que sabem, o que precisam
aprender e como aprendem.
A situação-problema que apresentamos a seguir contribui para você enfrentar
questões cotidianas na sala de aula de professores do 1º ano, como: que tipo de
textos ajudam mais as crianças no início da alfabetização? Conheça, a seguir, o
desafio desta unidade. Em uma sala de aula de 1º ano, o professor deseja trabalhar
com textos da tradição oral na alfabetização. Porém, tem dúvidas sobre como
proceder para selecionar os textos: quais são mais adequados? Que tipo de apoio
eles oferecem? Que propostas podem ser desenvolvidas com base nesses textos?

Resolução da situação-problema

Trabalhar com textos da tradição oral na alfabetização de alunos do 1º ano é


uma abordagem interessante, pois esses textos possuem características próprias
que podem apoiar o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita.
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Dentre os textos mais adequados para esta turma, podemos destacar os


textos de Relevância cultural, textos significativos para a cultura e para o contexto
dos alunos, como lendas, fábulas, contos populares, adivinhas, parlendas, cantigas
de roda, entre outros. Textos que de modo geral apresentem uma linguagem
simples e adequada à faixa etária dos alunos, com vocabulário e estrutura
gramatical adequados ao nível de alfabetização. É importante selecionar diferentes
tipos de textos da tradição oral, para que os alunos possam experimentar e
conhecer diversos formatos, como narrativas, poesias, canções, provérbios, entre
outros. Por fim escolher textos que despertem o interesse e a curiosidade dos
alunos, com histórias cativantes, personagens interessantes e situações
envolventes.
Nesse contexto os textos da tradição oral oferecem diversos apoios para a
alfabetização dos alunos, muitos textos da tradição oral possuem uma estrutura
repetitiva, como refrões, repetição de palavras ou frases, o que auxilia na
memorização e na familiarização com a escrita, outro fator é a oralidade presente
nesses textos permite trabalhar aspectos de ritmo, entonação e musicalidade da
linguagem, contribuindo para a fluência e a expressividade na leitura em voz alta.
Os textos da tradição oral trazem consigo elementos culturais e valores
transmitidos pela comunidade, permitindo que os alunos conheçam e se identifiquem
com aspectos da cultura local e ampliem seu repertório cultural.
Sendo assim, com base nos textos da tradição oral selecionados, o professor
pode desenvolver diversas propostas de atividades para trabalhar a leitura e a
escrita: Por exemplo; a leitura em voz alta; o reconto oral; a identificação de
elementos textuais; a criação coletiva de histórias; a escrita de trechos dos textos; a
encenação e dramatização; a produção de textos.
O importante é proporcionar aos alunos uma experiência rica e significativa,
que estimule o gosto pela leitura e a apropriação da linguagem escrita de forma
prazerosa.

PLANEJAMENTO DA ATIVIDADE

Plano de Aula: Parlenda "Corre Cutia" - 1º ano do Ensino Fundamental


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Objetivos:
 Introduzir a parlenda "Corre Cutia" para os alunos do 1º ano do Ensino
Fundamental.
 Estimular a memória, a criatividade e a coordenação motora das crianças.
 Promover a socialização e o trabalho em equipe.

Recursos necessários:

 Livro ou cartaz com a parlenda "Corre Cutia".


 Música da parlenda "Corre Cutia" (opcional).
 Papéis e lápis de cor.

Duração: Aproximadamente 50 minutos.

Metodologia/ Atividades:

 Introdução (10 minutos):


Apresente a parlenda "Corre Cutia" aos alunos, mostrando o livro ou o cartaz com o
texto da parlenda. Leia ou cante a parlenda em voz alta, enfatizando o ritmo e a
entonação. Explique o significado de algumas palavras ou expressões que possam
ser desconhecidas pelos alunos.

 Memorização da parlenda (15 minutos):


Divida a parlenda em partes e repita cada parte, pedindo aos alunos para repetirem
em coro. À medida que as partes forem sendo memorizadas, vá aumentando o ritmo
e pedindo para os alunos repetirem mais rápido.

 Representação visual da parlenda (15 minutos):


Distribua papéis e lápis de cor para os alunos. Peça para cada aluno desenhar uma
cena da parlenda "Corre Cutia" que mais gostaram. Incentive a criatividade e a
imaginação das crianças na representação dos personagens e da história.

 Apresentação e socialização (10 minutos):


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Convide cada aluno a mostrar o seu desenho para a turma, explicando qual cena da
parlenda representa. Após cada apresentação, os demais alunos podem fazer
perguntas ou comentários sobre o desenho.

 Encerramento (5 minutos):
Finalize a aula reforçando a importância da memorização e da expressão oral da
parlenda "Corre Cutia". Caso disponível, reproduza a música da parlenda para que
os alunos possam cantar juntos.
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3 O QUE É PRECISO APRENDER SOBRE ESCRITA NO PROCESSO DE


ALFABETIZAÇÃO

Situação-problema

Diversidade e aprendizagem na alfabetização

O trabalho com a alfabetização exige do professor conhecimentos específicos


tanto sobre o processo de aprendizagem de seus alunos, como também sobre o
objeto de estudo, no caso, a linguagem escrita. Isso implica compreender a língua
escrita, tanto no aspecto das práticas de comunicação e interação presentes na
sociedade quanto nos aspectos estruturais do sistema alfabético. Os alfabetizadores
também precisam investigar as formas como seus alunos pensam, como aprendem,
o que já sabem e os saberes e habilidades que ainda precisam desenvolver para
dominar a leitura e a escrita.
Esse tem sido um desafio para as instituições escolares, pois a escrita,
reconhecida como uma construção histórica, torna-se um objeto de ensino-
aprendizagem que não se limita à aquisição de um código, a um conjunto de
elementos gráficos e suas variantes tipográficas, como por muito tempo foi
compreendida.
A escrita deve ser entendida como um sistema de representação da
linguagem e não como um código de transcrição da oralidade. Ela ocorre por meio
de diferentes gêneros, com finalidades específicas relacionadas a cada evento
comunicativo.
No início do ano letivo, o professor de uma turma de 2º ano deseja trabalhar a
escrita coletiva de um conto. O grupo de alunos é bastante heterogêneo, tendo
conhecimentos bem variados sobre a língua escrita, de modo que ele precisa criar
estratégias para que essa proposta atenda às necessidades da classe e que
possibilite aprendizagens a todos.
Para isso, o professor fez uma avaliação preliminar e constatou que 20% de
seus alunos são alfabetizados, 50% possuem algumas noções dos símbolos da
escrita e 30% parecem não perceber a relação entre o que é dito e o que está
escrito. Diante desse quadro:

 Qual texto escolher e como planejar as situações de aprendizagem?


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 Como considerar todas essas variantes ao propor a escrita de um texto coletivo?


 Para atingir seus objetivos, o professor precisará tomar algumas decisões e
realizar uma lista de tarefas que o ajudarão nesse percurso.

Imagine-se no lugar desse professor e planeje suas ações. Considere os seguintes


itens necessários à realização do trabalho:

Ler diversos contos e escolher aqueles que considere mais interessantes e com
possibilidades de envolver o grupo;
Listar os conhecimentos que seus alunos já possuem sobre o gênero escolhido;
Definir o tempo disponível para as leituras que serão feitas em sala de aula e antes
da escolha do texto que será escrito coletivamente;
Fazer registros sobre comentários e sugestões que as crianças venham a fazer;
Definir e listar os conteúdos que deseja trabalhar em relação ao sistema de escrita;
Definir e listar os conteúdos que deseja trabalhar em relação à linguagem escrita;
Estabelecer o objetivo de aprendizagem para cada grupo de crianças de acordo com
suas possibilidades e necessidades.

Resolução da situação-problema

Diante do quadro apresentado, o professor pode optar por trabalhar com um


texto narrativo simples, como um conto de fadas ou uma história do cotidiano, que
seja acessível para todos os alunos. Esse tipo de texto oferece possibilidades de
explorar elementos como personagens, cenários e eventos, estimulando a
criatividade e a participação ativa dos alunos. Para desenvolver esta aprendizagem
nesta turma de 2o ano, será escolhido o conto de fadas “Os três porquinhos”.
Diante da heterogeneidade da turma e considerando os diferentes níveis de
conhecimento sobre a língua escrita, uma estratégia adequada seria escolher um
texto que ofereça desafios acessíveis a todos os alunos, permitindo que cada um
contribua de acordo com seu nível de habilidade.
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PLANEJAMENTO DA ATIVIDADE

Plano de Aula: Conto de Fadas "Os Três Porquinhos" - 2º ano do Ensino


Fundamental

Objetivos:
 Apresentar o conto de fadas "Os Três Porquinhos" aos alunos do 2º ano do
Ensino Fundamental.
 Estimular a compreensão do texto, o desenvolvimento da imaginação e a
criatividade das crianças.
 Promover a discussão sobre valores como o trabalho em equipe, a
perseverança e a importância da tomada de decisões.

Recursos necessários:
 Livro com o conto de fadas "Os Três Porquinhos".
 Papéis e lápis de cor.
 Materiais para construção de casinhas (papel cartão, palitos de sorvete, cola,
algodão etc.).

Duração: Aproximadamente 50 minutos.

Metodologia/Atividades:
 Introdução (10 minutos): Apresente o conto de fadas "Os Três Porquinhos"
aos alunos, mostrando o livro e explicando brevemente a história. Explore a capa e
as ilustrações, incentivando os alunos a fazerem previsões sobre a história.

 Leitura compartilhada (15 minutos): Realize a leitura do conto em voz alta


para a turma, enfatizando a entonação e a expressividade. Durante a leitura, faça
pausas estratégicas para perguntar sobre o enredo, personagens e suas ações.

 Discussão e reflexão (10 minutos):


Conduza uma discussão sobre a história, explorando os temas abordados e os
valores presentes, como o trabalho em equipe, a importância de tomar decisões, a
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perseverança etc. Incentive os alunos a compartilhar suas opiniões e a expressar o


que aprenderam com a história.

 Construção de casinhas (15 minutos): Divida os alunos em grupos pequenos.


Distribua os materiais para a construção das casinhas (papel cartão, palitos de
sorvete, cola, algodão etc.). Peça para cada grupo construir uma casinha para um
dos porquinhos, utilizando a criatividade.

 Apresentação e dramatização (10 minutos):


Convide cada grupo a apresentar sua casinha para a turma, explicando como seria a
casa do porquinho escolhido. Incentive-os a justificar as escolhas de materiais e a
relacionar as características das casinhas com as dos porquinhos no conto.

 Encerramento (5 minutos):
Finalize a aula reforçando os valores presentes no conto e ressaltando a importância
de trabalhar em equipe, tomar decisões e persistir diante de desafios.
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4 ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Situação-problema

Ao analisar um projeto de produção de texto planejado para um grupo de


jovens e adultos, observa-se que algumas propostas estão norteadas pelo
conhecimento que se tem desse grupo de alunos. Assim como quando lemos um
projeto planejado para crianças, podemos perceber propostas que se encaixam
perfeitamente para elas. Muitas vezes, vemos o uso de textos de literatura infantil,
propostas de brincadeiras típicas da infância etc.
Levar em consideração as características do grupo que se propõe a trabalhar,
no caso, de jovens e adultos é uma premissa para o desenvolvimento do trabalho.
Certamente, será diferenciado o envolvimento do grupo em uma proposta cujo
assunto seja de seu interesse, faça parte do seu contexto e de suas necessidades.
Na leitura do projeto “Aids: educação de jovens e adultos”, é possível
constatar que aquilo que se espera que os alunos aprendam são admissíveis para
ambos os grupos, por exemplo, aprender procedimentos de pesquisa por meio de
leitura de textos informativos e vídeo e fazer uso da escrita como registro dos
conhecimentos construídos ao longo do processo.
Porém, é importante que o professor tenha clareza de que se trata de grupos
distintos, com experiências diversas e que poderão exigir estratégias e propostas
também diferentes.
Agora chegou o momento de elaborar a proposta final para responder o
desafio desta unidade.
A professora Janaína trabalhou alguns anos com a alfabetização de crianças
e sempre gostou muito dos desafios que essa experiência traz. Acompanhar e
promover as aprendizagens das crianças, que aos poucos conseguiam ler e
escrever, construindo seus conhecimentos e ganhando cada vez mais possibilidades
para participar de práticas sociais de letramento, realmente foi muito importante em
sua trajetória profissional.
Em razão dessa experiência, a professora foi convidada a alfabetizar um
grupo de jovens e adultos. Assim que o conheceu, percebeu que as propostas que
desenvolvia com as crianças não poderiam ser simplesmente transpostas ao novo
grupo.
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Muitas questões foram surgindo e mobilizando-a a pensar nas diferenças entre


alfabetizar crianças e alfabetizar jovens e adultos.

 O que diferencia o trabalho com esses dois públicos?


 Que aspectos teórico-metodológicos da sua ação com as crianças podem
colaborar na alfabetização de jovens e adultos?
 Quais outros aspectos específicos precisam ser levados em consideração?
 Seu desafio é responder essas questões em forma de texto, projeto didático
pré-formatado ou sequência didática (de uma a duas páginas). Além de
apresentar as ideias e ações, é necessário explicitar seus propósitos e
justificar suas escolhas.

RESOLUÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

A alfabetização de crianças e a de jovens e adultos apresentam algumas


diferenças devido ao estágio de desenvolvimento, experiências de vida e
necessidades específicas de cada grupo. Ambos os processos se diferenciam no
contexto de aprendizagem pois, as crianças geralmente estão em um contexto
formal de aprendizagem, frequentando a escola, onde a alfabetização faz parte do
currículo regular. Elas são guiadas por professores e motivadas por meio de
atividades lúdicas e interativas, relacionadas ao universo infantil. No entanto os
jovens e adultos podem estar em diferentes contextos de aprendizagem, como
escolas, centros comunitários ou programas de alfabetização de adultos. A
motivação deles pode variar, incluindo a necessidade de adquirir habilidades básicas
de leitura e escrita para melhorar a empregabilidade ou participar plenamente da
sociedade.
Sobre a experiência prévia encontrada no ambiente de aulas em integração
com o desenvolvimento das habilidades cognitivas, compreende-se que as crianças
estão em uma fase de aprendizado inicial, em que estão construindo as bases do
conhecimento linguístico e o público discente de jovens e adultos geralmente
apresentam experiências de vida mais amplas e podem ter uma base de
conhecimento mais rica. Além disso, podem ter tido exposição limitada ou
inexistente à leitura e escrita, enfrentando desafios adicionais na aprendizagem
Por meio das leituras e pesquisas entende-se com o apoio do referencial
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bibliográfico que na alfabetização infantil, é comum usar abordagens mais lúdicas e


interativas, com foco na leitura de palavras e histórias simples, desenvolvimento de
habilidades fonéticas e reconhecimento de letras e sons. Enquanto que, a
alfabetização de jovens e adultos pode envolver métodos que sejam mais adaptados
às suas necessidades específicas, como aulas flexíveis, que combinam atividades
práticas, contextos reais de uso da escrita e materiais relevantes para suas vidas.
Embora haja diferenças entre a alfabetização de crianças e a de jovens e
adultos, é importante destacar que ambos os grupos podem se beneficiar de uma
abordagem personalizada, adaptada às suas características individuais, interesses e
necessidades. O apoio de professores qualificados e o acesso a recursos
adequados são fundamentais para garantir um processo de alfabetização eficaz em
ambos os casos.
Nesse sentido, para um grupo de jovens e adultos em processo de
alfabetização, existem diversas atividades que podem ser realizadas para alcançar a
aprendizagem. É importante considerar a diversidade de experiências e habilidades
presentes no grupo, adaptando as atividades para atender às necessidades
individuais. A seguir, estão algumas propostas de atividades que podem ser efetivas
e favoráveis nesse contexto:
 Leitura e escrita de textos funcionais:
Propor a leitura e escrita de textos do cotidiano, como bilhetes, listas de compras,
formulários simples, mensagens de celular, entre outros.
 Jogos e atividades lúdicas:
Utilizar jogos de tabuleiro, caça-palavras, palavras-cruzadas, dominó de palavras,
quebra-cabeças com letras, entre outros.
 Leitura compartilhada:
Realizar leituras compartilhadas de textos simples e interessantes para o grupo,
como contos curtos, histórias em quadrinhos ou artigos de jornal.
 Produção de textos:
Propor a escrita de pequenos textos narrativos, descritivos ou argumentativos sobre
temas relevantes para os alunos.
 Atividades de reforço e revisão:
Realizar atividades de reforço e revisão, como exercícios de identificação de letras,
formação de palavras, leitura e escrita de sílabas, construção de frases simples,
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entre outros.
 Uso de tecnologia:
Utilizar recursos tecnológicos, como aplicativos educacionais, sites interativos ou
programas de aprendizagem online, que ofereçam atividades e jogos para reforçar o
processo de alfabetização.
É importante lembrar que as propostas mais efetivas e favoráveis podem
variar de acordo com as características individuais dos alunos e suas necessidades
específicas. Portanto, é fundamental realizar uma avaliação contínua do progresso
dos alunos e ajustar as atividades de acordo com suas demandas, garantindo uma
abordagem personalizada e inclusiva. Além disso, o apoio e o estímulo constantes
do professor são essenciais para promover um ambiente de aprendizagem
acolhedor e motivador. De acordo com SILVA,

No contexto escolar, o objetivo é criar condições para que os alunos


possam confiar no professor, pois, para propor atividades significativas em
um processo de ensino e aprendizagem voltado à alfabetização de jovens e
adultos, é necessária uma busca constante de métodos e práticas
educativas adequadas à realidade cultural discente, a fim de que os
resultados dessas práticas e concepções metodológicos alcancem os
objetivos almejados. (p. 2, 2012)

Sendo assim a alfabetização e letramento de crianças e adultos são


processos complexos que requerem atenção a diversos aspectos específicos para
garantir uma aprendizagem significativa e eficaz. Tanto para crianças quanto para
adultos, é essencial que a aprendizagem esteja inserida em contextos significativos
e relevantes para suas vidas. Os materiais e atividades de leitura e escrita devem
refletir suas experiências, culturas e interesses, tornando o aprendizado mais
envolvente e aplicável.
Vale ressaltar que, no caso dos adultos, é comum que já tragam consigo uma
língua materna, o que pode influenciar o processo de aprendizagem da língua
escrita. A prática de valorizar e respeitar a diversidade linguística é fundamental para
promover a inclusão e evitar a exclusão cultural.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após analisar a temática "Práticas Pedagógicas em Pedagogia: Práticas de


Alfabetização e Letramento", fica evidente a importância dessas abordagens para o
desenvolvimento educacional das crianças em seus anos iniciais de aprendizado. As
práticas de alfabetização e letramento são fundamentais para que os indivíduos
adquiram habilidades essenciais de leitura, escrita e compreensão textual, que são a
base para o sucesso acadêmico e social ao longo da vida.
Nesse contexto, fica claro que os educadores têm um papel central na
promoção dessas práticas pedagógicas eficazes. Ao compreender as necessidades
individuais dos alunos, utilizar metodologias adequadas e recursos diversificados,
eles podem criar ambientes de aprendizagem mais significativos e atrativos. Além
disso, é crucial que esses profissionais se atualizem constantemente, buscando
aperfeiçoamento e conhecimento sobre as mais recentes pesquisas e teorias
educacionais.
Haja visto que enfrentar desafios em relação a práticas de alfabetização e
letramento é inevitável. Questões como a falta de recursos adequados, turmas com
grande número de alunos e a diversidade de contextos socioeconômicos podem
impactar o processo de ensino-aprendizagem. Assim, é fundamental que haja apoio
e investimentos por parte das instituições educacionais e dos governos para que
essas práticas sejam devidamente implementadas e aprimoradas.
Portanto, as práticas de alfabetização e letramento desempenham um papel
essencial na formação dos indivíduos e no desenvolvimento de sociedades mais
inclusivas e igualitárias. Com educadores engajados e metodologias adequadas, é
possível proporcionar uma educação de qualidade, preparando os alunos para
enfrentarem os desafios do mundo contemporâneo de forma mais crítica,
participativa e bem-sucedida. O investimento contínuo em pesquisa, formação
docente e políticas educacionais adequadas é fundamental para garantir o sucesso
dessas práticas pedagógicas e, assim, construir um futuro promissor para as novas
gerações.
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, G. A Produção de Textos nas séries iniciais: Desenvolvendo as


competências de escrita. 2 ed. Rio de Janeiro: Wak, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade


Certa. Cadernos do Pnaic, [s.d]. Disponível em: <http://pacto.mec.gov.br/materiais-
listagem/itemlist/category/3-cadernos-do-pnaic>. Acesso em: 12. JUL. 2018.

CARDOSO, C. J. Da oralidade à escrita: a produção do texto narrativo no


contexto escolar. Cuiabá: EdUFMT, 2000.

FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 2011.

DE SOUSA CUNHA, Úrsula Nascimento. Leitura e escrita no ensino fundamental,


(res) significando o trabalho com gêneros textuais. Práxis Educacional, v. 6, n. 8, p.
123-138, 2010.

SILVA, AF da et al. Educação de jovens e adultos. Aracaju: UNIT, v. 1, 2012.

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