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UNIVERSIDADE LICUNGO
Quelimane
2022
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Quelimane
2022
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Índice
I. Introdução................................................................................................................................4
2.3.1. A leitura.....................................................................................................................7
2.3.2. A Escrita....................................................................................................................9
2.5. Ações dos professores com objetivo de facilitar o aprendizado da leitura e escrita......11
III. Conclusão............................................................................................................................19
IV. Bibliografia.........................................................................................................................20
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I. Introdução
O trabalho de pesquisa realizado tem por objetivo refletir em torno da educação pra a
literacia, os desafios que os alunos tem no desenvolvimento da leitura e da escrita, como
também, verificar discorrer em torno das perspectivas para a consecução da literacia no
contexto escolar. Dado este facto, nota-se, que é também fulcral refletir de forma abrangente
sobre como adequar as práticas pedagógicas ás necessidades educacionais dos alunos, visto
que existem entre os alunos diferenças individuais e cada pratica deve ser modificada,
diferenciada, e diversificada de tal maneira que o professor possa ajudar, mediar e auxiliar
seus alunos a superar problemas de leitura e escrita, e consequentemente desenvolver novos
métodos e estratégias que possam ajudar a o aluno a superar tais problemas. No entanto, há
que se verificar soluções pedagógicas para os desafios encontradosas dificuldades encontradas
no processo de educação para a literacia no contexto escolar. A abordagem metodológica
deste trabalho é de natureza qualitativa, sendo desenvolvida através de pesquisa bibliográfica
exploratória (livros, dicionários, pesquisa em obras de diversos autores, revistas e jornais).
Portanto, o processo ensino-aprendizagem tem como fito o aprimoramento das
competências linguísticas do aluno, enquanto indivíduos inseridos em uma sociedade letrada
de modo a desenvolver suas capacidades no acto da leitura e da escrita.
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possibilitam o aluno se comunicar de forma efectiva e com convicção do que ouve, fala e
raciocina de forma crítica tendo em vista a leitura e a escrita.
No entanto, o facto acima apresentado revela-nos que a língua materna, além de sua
função comunicativa na sociedade, é também uma ferramenta heurística relevante e
determinam te na potencialização da performance e atuação no contexto social. Com efeito,
permitindo partilhar, investigar, descobrir e criar ideias, assegurando aos falantes a
possibilidade de se poderem emancipar de eventuais limitações, pois a língua constitui nesta
instancia, o suporte e o instrumento fundamental para o desenvolvimento sociocultural e para
a descoberta e reinvenção do mundo.
enriquecedoras, sob a pena de não conseguir responder adequadamente aos desafios de uma
efectiva e adequada preparação para a vida.
2.3.1. A leitura
Um dos principais desafios a ser enfrentado pela escola é o de fazer com que os alunos
aprendam a ler corretamente, pois a aquisição da leitura é essencial para agir com autonomia
nas sociedades letradas. O desafio da leitura é um desafio de democracia e de cidadania, da
formação do aluno cidadão leitor, e isso vai além das paredes da escola. Porém, a leitura é
também instrumento para a participação do aluno, nas discussões da comunidade política. Ler
é condição necessária para a conquista da cidadania e participação social, para o acesso a
informações que circulam das mais diversas maneiras, assim como para ingressar no mundo
do trabalho. No entanto, mesmo diante de sua relevância, a leitura ainda é praticada por um
número muito pequeno de alunos. Portanto, a necessidade que se coloca para a escola, família
e demais espaços envolvidos no ensino da leitura e formação de leitores é a de possibilitar ao
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indivíduo sua constituição como leitor, pois ela lhe permite entender criticamente a sociedade
e nela interferir. Essa leitura deve ir além da simples decifração de símbolos.
A leitura é concebida como sendo um processo cognitivo complexo, que requer
esforço e aprendizagem, uma actividade que implica a extração e construção de significados
a partir de um texto, ela envolve o exercício de raciocínios complexos e será tanto mais
facilitada quanto, por um lado, esteja garantida a automatização dos processos de decifração
dos sinais gráficos (a qual inclui, entre outros, aspectos físico-cognitivos como a velocidade
de processamento visual da informação), e, por outro, haja uma motivação forte para o seu
exercício (Braunger & Lewis (2006: 8). Estes autores enumeram uma série de princípios
facilitadores para processo de aprendizagem para a sua concretização:
Os horizontes de expectativas e os pré-conceitos são decisivos no processo da leitura.
As interações sociais são essenciais em todos os estádios de desenvolvimento da
leitura.
A relevância social concedida aos materiais escritos é, em conjunto com as interações
sociais, determinante nos processos de literacia emergente.
A leitura e a escrita são processos que se desenvolvem reciprocamente.
Os contextos ricos em experiências de literacia que facilitem a aquisição e o
desenvolvimento da leitura.
O compromisso com a leitura é uma chave importante para a aprendizagem e a
formação de leitores.
As concepções das crianças e dos adultos acerca dos materiais escritos não são
idênticas.
A consciência fonológica desenvolve-se através de uma variedade de oportunidades de
contacto com a literacia.
Os leitores adquirem e desenvolvem estratégias produtivas de leitura em contextos de
leitura efectiva.
Os alunos aprendem melhor quando os professores empregam uma variedade de
estratégias para desenvolver o conhecimento leitor.
Os alunos necessitam de oportunidades para ler.
A literacia adquire-se nos usos sociais da língua.
A monitorização dos processos de desenvolvimento da leitura é vital para o sucesso
dos alunos.
Para Matos e Silva,
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Ler é muito mais que simplesmente decifrar símbolos. É um ato que requer um
intercâmbio constante entre texto e leitor e envolve um trabalho ativo de compreensão
e interpretação do texto quer seja ele verbal ou não verbal – a partir dos objetivos do
leitor, do seu conhecimento sobre o assunto, de tudo o que sabe sobre a linguagem.
(MATOS e SANTOS,2006, p.62).
Na obra “Estratégias de Leitura”, Solé tem a leitura numa perspectiva interativa,
segundo a qual escreve:
A leitura é o processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita. Nesta
compreensão intervêm tanto o texto, sua forma e conteúdo, como o leitor, suas
expectativas e conhecimentos prévios. Para ler necessitamos, simultaneamente,
manejar com destreza as habilidades de decodificação e aportar ao texto nossos
objetivos, ideias e experiências prévias (SOLÉ, 1998, p.23).
Como foi abordado ao longo deste texto, educar para a literacia implica ter em
consideração o uso de materiais escritos como um meio para a promoção do pensamento
crítico, como um meio para o processamento de informação, e importa ter presente que, sendo
uma prática social e cultural, a literacia não se adquire de forma espontânea, mas requer um
trabalho de planificação consciente, de práticas intencionais e sistemáticas, com processos de
monitorização constantes, e de avaliação, com um espírito de abertura à inovação e à
criatividade.
2.3.2. A Escrita
Escrever é uma actividade cultural que requer uma aprendizagem específica e que
supõe um treino consistente e sistemático. Não se escreve espontaneamente. Como a
investigação já demonstrou, a escrita pode ser feita com objectivos diversificados e com
formatos textuais plurais, requerendo actividades cuidadosas de planificação, de textualização
e de revisão (Sim-Sim, Duarte e Ferraz, 1997; Pereira, 2000; Barbeiro, 2003). O
conhecimento que o aluno tem dos textos e a sua familiarização com determinados
formatos/géneros textuais pode auxiliá-lo na organização e disposição estratégica da
informação num texto.
Escrever é basicamente treinar competências. Neste sentido, a aula, como enfatiza
Pereira (2000: 85), baseada nos trabalhos de Grabe & Kaplan (1997: 261), deve ajudar
os alunos a treinar a escrita, a partir dos modelos dos professores, ensinando-os a escolher
entre opções linguísticas formais e transferindo estas competências para outros contextos.
Além disso, a aula deve permitir aos alunos reconhecer que a escrita é um processo recursivo
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2.5. Ações dos professores com objetivo de facilitar o aprendizado da leitura e escrita
Santos (2012) destacou uma série de estratégias que podem ser utilizadas pelo
professor de modo vencer a dificuldade de aprendizagem. Desta forma, para que o aluno
possa, de facto, aprender o conteúdo passado pelo professor, é preciso que o mesmo realize
um trabalho constante, utilizando-se de estratégias diversificadas dentro da sala de aula,
através do material disponibilizado pela própria escola, e também com textos trazidos pelos
alunos, ou extraídos da convivência do meio social em que os professores e alunos estão
inseridos. Assim, é de grande importância que o professor ensine certas estratégias de leitura a
sua turma, de forma com que ela desenvolva sua leitura de maneira mais fácil e eficaz.
De acordo com Solé (1998, p. 68), uma técnica é frequentemente “chamada também de
regra, método, destreza ou habilidade, é um conjunto de ações ordenadas e finalizadas, isto é,
dirigidas à consecução de uma meta”.
No que diz respeito ao modelo de ensino direto, este é caracterizado pela necessidade
de ser ensinado de maneira sistemática, oferecendo uma proposta bastante rígida para o
ensino, mesmo que este deva ser adequado a cada caso ou contexto, através de flexibilizações.
Ou seja, é preciso analisar o cenário da sala de aula, para garantir ao aluno um aprendizado de
qualidade, efetivo, cooperando através do ensino e do aprendizado para a formação de uma
visão geral acerca do que é o processo de leitura. Assim, o professor deve fazer uso de todos
os recursos disponíveis para fazer de seus alunos leitores ativos e independentes que, de fato,
conseguiram aprender estratégias e técnicas para realizarem uma leitura eficiente.
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O professor não deve ser o responsável por transmitir ao aluno um conhecimento engessado,
mas deve ensiná-lo a pensar por si mesmo, a ser capaz de resolver os problemas de forma autônoma.
Com isso, incentivar a práticas das estratégias de leitura e escrita ensinadas é muito importante, pois o
ato de escrever ou ler textos contribui de maneira impactante no processo de aprendizagem. Assim, os
alunos devem fazer uso dos textos na escola de maneira constante, tendo em vista que estes devem ser
trabalhados para que aprendam a ler, e leiam para compreender, o que, consequentemente, auxiliará na
escrita. (Santos, 2012)
Por isso é tão importante que o professor transmita as estratégias de leitura e escrita
durante o desenvolvimento das atividades. Através dessas estratégias, os alunos realizarão as
atividades de maneira espontânea e prazerosa, pois estarão cientes do que estão fazendo,
sendo mais fácil motivá-los a avançarem cada vez mais no aprendizado. Vale destacar que o
professor deve desassociar a leitura e a escrita à competição, para que todos os alunos se
sintam à vontade com a atividade, facilitando a identificação de alunos com dificuldades e
outros com determinadas aptidões.
O professor deve optar por utilizar textos que incentivem a reflexão, que instiguem os
alunos a opinarem e demonstrarem o que compreenderam da leitura, através de abordagens
que se relacionam com a realidade vivenciada pelos discentes, o que pode incentivar ainda
mais a leitura. Além disso, é dever do professor valorizar o conhecimento que o aluno já
possuía antes de trabalhar o texto, tendo em vista que o conhecimento surge através da leitura
de textos, e também do mundo em que vivemos. (Santos, 2012)
Podemos identificar um bom leitor quanto este é crítico quanto ao conteúdo lido, e não
somente reproduz o que foi escrito pelo autor, mas sim relaciona as informações obtidas pela
leitura com as situações fáticas vivenciadas, construindo uma compreensão ampla do que foi
lido, o que acaba por facilitar a escrita também.
Para este autor, o professor deve propor atividades ao longo do período letivo com
diferentes níveis de dificuldade, para que os alunos desenvolvam a capacidade de resolver
problemas cada vez mais complexos. Por exemplo, a leitura realizada pelo professor não
exige nenhuma ação do aluno, devendo este apenas assimilar o texto lido, e por isso, o
professor deve fazer a leitura de vários textos dos mais variados gêneros, para que o aluno se
aproprie das características individuais de cada tipo textual. O professor pode oferecer esse
tipo de leitura diariamente, ou em determinados dias da semana, mas o importante é que o
aluno tenha contato contínuo com os textos, para se familiarizarem com os mesmos.
A pesquisa de outros textos deve ser utilizada para que os alunos tenham mais
facilidade em identificar qual o tipo de texto está sendo trabalhado, uma vez que o professor
pode exigir que os alunos pesquisem outros textos do mesmo tipo em livros, revistas, jornais,
etc. Numa atividade desse tipo, pode ser interessante incluir algumas atividades extras de
escrita como:
Durante a atividade de escrita, é muito importante que o professor argumente com seus
alunos a maneira de escrever as palavras, tendo em vista que isto pode ajudar no aprendizado
de novas regras da língua escrita. A reflexão sobre a escrita pode ser feita com mais
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frequência, sempre que o processor achar necessário que os alunos realizem uma reflexão
acerca do texto lido ou escrito.
Para este autor, este princípio trata de garantir com que todos os alunos estejam
envolvidos na aprendizagem, seja pela definicao colectiva e auto-responsabilizante das tarefas
a realizar, de forma a desenvolver determinado tipo de competências atraves:
Efectivamente usar um motor de busca para procurar informação precisa sobre algo.
Ao autores acima citados apontam que as novas literacias mudam regularmente, já que as
tecnologias que as sustentam se encontram em processo contínuo de aperfeiçoamento.
Aprender o como fazer ou, dito por outras palavras, aprender a pensar, constituem, desta
forma, enfoques muitíssimo relevantes quando nos referimos ao conceito de literacia digital.
(Leu, Mallette, Karchmer & Kara-Soteriu, 2005: 4).
conexões interculturais com outras pessoas e poder vivenciar a actividade dos alunos
como sujeitos críticos, solucionadores de problemas e ciber navegadores.
O que pensam acerca do poder que elas, enquanto crianças, possuem para poder
mudar as coisas.
III. Conclusão
O tema abordado neste trabalho tinha como fito refletir em torno de educar para a
literacia, os desafios e perspectivas desta educação para a literacia. No entanto, observou-se
que existem dificuldades de leitura e escrita nos alunos. Em adição, observou-se também que
há de facto muitas dificuldades enfrentadas pelos professores no que se refere ao uso de
estratégias e métodos para a formação para a literacia, desde então, a escola juntamente com a
comunidade envolvente, tem que trabalhar para a promoção de estratégias concretas e
significativas no desenvolvimento da leitura e da escrita no processo de ensino e
aprendizagem. Porém, a família, educadores ou professores, a sociedade em geral
desempenham um papel preponderante diante das desafios apresentados pelos alunos.
Neste contexto, consideramos igualmente relevante que os diversos actores e intervenientes
contribuam para a criação de actividades de leitura e escrita nas escolas de modo a aprimorar
no aluno om pensamento crítico do mundo em geral. Portanto, educar para a literacia implica
igualmente exercitar, em todos os contextos possíveis, actividades que incentivem o aluno a
aprendizagem e uso da língua em variadas situações e contextos, olhando para a sociedade
como um todo.
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IV. Bibliografia
Azevedo, F. (2009) Literacias: Contextos e Práticas. In F. Azevedo & M. G. Sardinha (Eds.)
Modelos e Práticas em Literacia. Lisboa: Lidel, pp. 1-16.
Bronckart, Jean Paul. Le fonctionnement des discours: um modèle psychologique et une
méthode danalyse. Lausenne: Delachaux & Niestlé, 1984.
Ross, Alan Otto, 1921. Aspectos psicológicos dos distúrbios da aprendizagem e dificuldades
na leitura. Tradução de Alexandra Fares. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1921.
Silva, E. T. da. Conhecimento e cidadania: quando a leitura se impõe como mais necessária
ainda? Campinas: Autores Associados, 2003.