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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIA


CAMPUS XVIII – EUNÁPOLIS/BA
COLEGIADO DE LETRAS

HILDERLANE ARAUJO DOS SANTOS

PROJETO DE ESTÁGIO IV - NAS LINHAS E ENTRELINHAS: CONSTRUINDO O


SENTIDO DO TEXTO

EUNÁPOLIS – BA

2011
HILDERLANE ARAUJO DOS SANTOS

PROJETO DE ESTÁGIO IV - NAS LINHAS E ENTRELINHAS: CONSTRUINDO O


SENTIDO DO TEXTO

Projeto apresentado à disciplina Estágio Supervisionado


IV do 8º semestre do curso de Licenciatura Plena em
Letras Vernáculas, sob orientação da professora Vânia
Rita Donadio.

EUNÁPOLIS – BA

2011
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO......................................................................................................4

2 CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO.........................................................................6

3 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................7

4 OBJETIVOS............................................................................................................... 9

4.1 Objetivo geral..................................................................................................... 9

4.2 Objetivos específicos........................................................................................ 9

5 METODOLOGIA.......................................................................................................10

6 CRONOGRAMA.......................................................................................................11

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 12
PROJETO DE ESTÁGIO IV - NAS LINHAS E ENTRELINHAS:
CONSTRUINDO O SENTIDO DO TEXTO

1 APRESENTAÇÃO

Um dos aspectos de competência discursiva é o sujeito ser capaz de


utilizar a língua de modo variado, produzindo diferentes efeitos discursivos,
adequando-se a diferentes situações de interlocução oral e escrita, pois a
linguagem perpassa cada uma das atividades humanas, individuais ou
coletivas, verbais ou não verbais; se completam, se cruzam, se modificam
incessantemente, acompanhando a transformação do homem e suas formas
de organização social.
A importância e o valor dos usos da linguagem são determinados
historicamente segundo as demandas sociais de cada momento. Atualmente,
num mundo caracterizado pela circulação social de um grande e diversificado
volume de informações, a capacidade de ler e interpretar as múltiplas
linguagens é imprescindível, ou seja, o sujeito capaz de ler e interpretar
adequadamente um texto torna-se mais capaz ao exercício da cidadania, mais
crítico, mais reflexivo e consequentemente mais preparado para intervir na
sociedade.
Segundo os PCNs (1998), nas inúmeras situações sociais do exercício
da cidadania – a busca de serviços, as tarefas profissionais, concursos,
vestibulares e provas em geral, os sujeitos serão avaliados (em outros termos
aceitos ou discriminados) à medida que forem capazes de responder a
diferentes exigências das modalidades orais ou escritas.
Nessa perspectiva não é possível atender a essa demanda social sem
as práticas que possibilitem ao aluno ampliar a sua competência discursiva. E é
na leitura e através da prática da leitura que acontece a construção do
conhecimento, a troca de informações, o confronto de opiniões, a apropriação
do mundo exterior, não apenas como condição de comunicabilidade, mas da
apreensão pragmática dos significados culturais e com eles entender e
significar o mundo.
Nessa concepção, Orlandi (2001) considera que a leitura do texto não é
apenas a decodificação e apreensão de um sentido (informação) que já está
dado nele, mas a observação do processo de sua produção e logo de sua
significação.
Correspondentemente, considera que o leitor não apreende meramente
um sentido que está no texto, mas atribui sentidos a ele. Daí pode-se dizer, a
leitura é o momento crítico da constituição do texto, o momento privilegiado do
processo de interação verbal, uma vez que é no texto que se dá o processo da
leitura.
Ser letrado é escapar da literalidade dos textos; interpretá-los,
colocando-os em relação com outros textos e discursos de maneira situada na
realidade social; é discutir com os textos, replicando e avaliando posições e
ideologias que constituem seus sentidos; é enfim, trazer o texto para a vida e
colocá-lo em relação a ela.

‘’pode-se assim, conceituar o texto como uma manifestação verbal


constituída de elementos lingüísticos selecionados e ordenados pelos
falantes, durante a atividade verbal, de modo a permitir aos parceiros
na interação, não apenas a depreensão de conteúdos semânticos,
em decorrência da ativação de processos e estratégias de ordem
cognitiva como também na interação ou atuação de acordo com as
práticas sociais.’’ (Koch, 2002, p. 22)

Nesta vertente teórica, as capacidades discursivas e linguísticas estão


crucialmente envolvidas, dependentes do lugar social da interação das
condições de comunicação em que o ato da leitura se dá.
Sendo assim, os conceitos aqui descritos, configuram em um dos
principais objetivos da elaboração do presente projeto: “Nas linhas e
entrelinhas: construindo o sentido do texto” que implica na realização
experimental das práticas cotidianas do ensino e aprendizagem de Língua
Portuguesa, para discentes dos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio, no intuito de
amenizar as dificuldades na construção da leitura e interpretação textual,
buscando soluções práticas para que os alunos envolvidos nesse processo de
ensino aprendizagem dominem os caminhos da linguagem e se tornem leitores
críticos, autônomos e proficientes, aptos para atender aos diferentes propósitos
de comunicação.
2 CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO

Título: “Nas linhas e entrelinhas: construindo o sentido do texto”.

Unidade responsável: Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Campus


XVIII.

Curso: Letras Vernáculas – VIII Semestre.

Natureza da proposta: Estágio em forma de oficina.

Coordenação: Profª. Vânia Rita Donadio Araújo.

Realização: Hilderlane Araujo dos Santos.

Público alvo: Discentes dos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio.

Carga horária: 40 horas/aula.

Dias de aula: Dias a serem definidos a partir do primeiro encontro que


acontecerá em 16 de novembro de 2011.

Local de realização: Universidade do Estado da Bahia, situada na Av. Jonas


David Fadini, 300 – Estela Reis – Eunápolis-BA.
3 JUSTIFICATIVA

É consenso entre os estudiosos, que um dos maiores fracassos da


educação atual são as dificuldades das capacidades para a interpretação. Isso
acaba repercutindo não só no desempenho do aluno em Língua Portuguesa,
como também nas outras disciplinas e, consequentemente na vida do indivíduo
fora da escola, já que este constantemente se encontra em situações que
exigem a interpretação e compreensão textual.
A falta do hábito da leitura, de metodologias incentivadoras, são fatores
contribuintes para o fracasso escolar. Uma das preocupações básicas do
ensino de Língua Portuguesa é levar o aluno não apenas ao conhecimento da
gramática de sua língua, mas, sobretudo ao desenvolvimento da capacidade
de refletir, de maneira crítica sobre o mundo que o cerca, e em especial sobre
a utilização da língua como instrumento de interação social.
Para os PCNs,

‘’Um leitor competente sabe selecionar, dentre os textos que circulam


socialmente, aqueles que podem atender as suas necessidades,
conseguindo estabelecer as estratégias adequadas para abordar tais
textos. O leitor competente é capaz de ler as entrelinhas, identificando
a partir do que está escrito, elementos implícitos, estabelecendo
relações entre o texto e seus conhecimentos prévios ou entre o texto
e outros textos já lidos’’. (PCNs, 1998, p. 70)

Ler implica em estratégias de seleção, antecipação, inferência e


verificação, sem as quais não é possível proficiência. Encarar o texto como
centro do sistema tem sua justificativa, pois é nele que a linguagem se
materializa, adquire diversas configurações, que devem permitir por meio da
análise e reflexão sobre os múltiplos aspectos envolvidos na leitura, ampliar
aos alunos, progressivamente sua competência discursiva.
Nesse sentido Koch considera:

‘’[...] o texto é um construto histórico e social, extremamente complexo


e multifacetado, com segredos (quase ia dizendo mistérios) é preciso
desvendar para compreender melhor esse milagre que se repete a
cada nova interlocução – a interação pela linguagem – linguagem
como dizia Carlos Franchi, é atividade constitutiva.
(KOCK, 2003, p. 17)
A concepção do texto aqui apresentada, subjaz o postulado básico de
que o sentido não está no texto, mas o que se constrói a partir dele, no curso
de uma interação.
Nessa perspectiva, as atividades relacionadas à leitura tendem a
proporcionar aos alunos oportunidades de explorar a compreensão (tanto na
esfera lexical, quanto gramatical); a interpretação e expansão do sentido
atribuído ao texto.
Interagir pela e na linguagem é contribuir para a formação de alunos que
criam e não só repetem, que fazem analogias, comparam informações,
analisam dados, movimentando assim, suas redes de relações cognitivas no
processo de construção do conhecimento.
Esses posicionamentos comportam, no entanto, alguns problemas de
identificação, que se revelam na didatização ou transformação do eixo análise
linguística (aqui entendida como interpretação e atribuição do sentido ao texto
falado ou escrito) em objeto de conhecimento na sala de aula. O termo
interpretação por si só, já nos traz a ideia de multiplicidade, já que cada pessoa
interpreta de variadas maneiras um mesmo signo linguístico. A interpretação se
dá quando transferimos para o texto o que é nosso; nossas experiências,
opiniões, visões de mundo e passamos a explicá-lo de maneira que
entendemos, sem nos importarmos se o que interpretamos foi o que de fato
significa.

‘’nessa perspectiva, a língua é um sistema de signos específicos,


histórico e social, que possibilita a homens e mulheres significar o
mundo e a sociedade. Aprendê-la é aprender não somente palavras,
e saber combiná-las em expressões complexas, mas aprender
pragmaticamente seus significados culturais e com eles os modos
pelos quais as pessoas entendem a realidade e a si mesmas.’’
(PCNs, p. 20)

A compreensão de um texto abrange o entendimento, a percepção do


conteúdo global da mensagem que se pretende transmitir e da opinião do autor
confundida quase sempre por professores e alunos, como mera captação da
mensagem.
Para Koch (2003), cada enunciação pode ter uma multiplicidade de
significações, visto que, as intenções do falante, ao produzir um enunciado,
podem ser as mais variadas e não teria sentido atribuir-lhes uma única
interpretação.
Identificar ideias centrais, secundárias, implícitas e intertextuais;
estabelecer comparações entre essas ideias; fazer inferências; diferenciar
linguagem real de linguagem figurada; captar o que de fato pretende mostrar
determinado autor ou até mesmo compreender o que se pede em uma
questão, são tarefas que se constituem em uma enorme dificuldade para
alunos de variados níveis desde o fundamental até o superior.
Na tentativa de desenvolver um trabalho capaz de estimular a integração
da leitura e amenizar as dificuldades inerentes à compreensão e interpretação
do texto, é que este projeto foi organizado, buscando soluções práticas que
alcancem e superem essa problemática.
E conscientes das escolhas da temática, nós, organizadoras e
aplicadoras do projeto, ao aliarmos a teoria à prática, além de uma excelente
estratégia na construção do conhecimento, pois permite a troca de
informações, opiniões, construções e apreensão da realidade circundante,
possibilita-nos a contribuição na busca de ferramentas para uma educação de
qualidade.
4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

 Desenvolver a competência discursiva e interpretativa,


adequando esse processo ao grau de dificuldade dos textos e das
situações diversas de comunicação.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar a ideia central e/ou os dados principais de um texto,


entendendo relações e construindo significados;
 Interpretar o significado de nuances da linguagem, construindo
sentidos a partir de considerações sobre o texto;
 Reconhecer dados explícitos e implícitos sugeridos pelas
situações comunicativas e demais pistas presentes no contexto
da aprendizagem.
5 METODOLOGIA

Apoiados na necessidade de aplicação de metodologias para amenizar a


problemática em questão, dificuldades quanto a interpretação e produção
textual, buscaremos utilizar variadas atividades, assim como exposição de
textos em suas diversas formas para uma maior apreensão da construção dos
significados, como também das habilidades escritas, originando assim a
compreensão das ideias expostas.
Serão seguidas as seguintes metodologias:
 Exposição de textos literários;
 Realização de atividades de leitura e interpretação oral e escrita de
variados textos;
 Discussões e debates;
 Produção textual;
 Encerramento do projeto e confraternização.
6 CRONOGRAMA

PERÍODO
ATIVIDADES
SET OUT NOV DEZ FEV MAR
1 1 2 3 4 5 1 2 8 10 16 1 2 3 4 19 1 2 3 4 5 1 2

Definição do local para a X X


realização do estágio

Estudos teóricos para a X


elaboração do projeto

Elaboração do projeto de X
estágio

Revisão e reescrita do X
projeto

Entrega do projeto

Elaboração das planilhas X X X X X X X


das aulas e preparação
do material

Aplicação do projeto X X X X X X

Elaboração do relatório X X X X X X X X X
do estágio

Entrega do relatório (1ª X


versão)

Seminário de Prática X
Pedagógica

Entrega da versão final X


do relatório
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 KOCH, Ingedore G. Villaça – Argumentação e linguagem – 7ª Ed. São


Paulo: Cortez, 2002.
__________. – Desvendando os segredos do texto – 2ª Ed. São Paulo:
Cortez, 2003.
 ORLANDI, Eni Pulcinelli - Discurso e leitura – São Paulo: Cortez, 2001.
 Parâmetros Curriculares Nacionais – Terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental – Língua Portuguesa. Secretaria de Educação
Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998.

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