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CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS – EAD

O GÊNERO CONTO NA SALA DE AULA: UMA ABORDAGEM DE LEITURA E DE


ESCRITA1

Catiurcia Ferreira da Silva2


Núbia Pereira Gomes3
Reginaldo Aparecido Cândido4
RESUMO:

O presente trabalho foi desenvolvido a partir da necessidade de estimular os estudantes a


terem um contato mais próximo com a leitura, pois acredita-se que é lendo que se
desenvolve o gosto pela leitura e é a partir da leitura que se amplia o vocabulário e
consequentemente melhora a escrita. Para atingir o objetivo esperado, dentre outras
ações, foi elaborada uma sequência didática de leitura a partir do gênero textual conto, na
qual o aluno estará em contato com variados tipos de contos e realizando suas próprias
produções. A presente pesquisa possui caráter qualitativo, e para esse fim, foram
utilizados os teóricos João Wanderley Geraldi (1984, 2015) e Luiz Antônio Marcurshi
(2005), além de BNCC e PCN’s sobre a importância da leitura na sala de aula e a
produção textual. Espera- se que a partir desse trabalho, o aluno seja estimulado à leitura
desenvolvendo assim o seu pensamento crítico, a imaginação e a criatividade.

Palavras-chave: Leitura; Escrita; Gênero Textual

ABSTRACT:

The present work was developed from the need to encourage students to have a closer
contact with reading, because it is believed that it is reading that the taste for reading
develops and it is through reading that the vocabulary and, consequently, the writing are
improve. To achieve the expected objective, among other actions, a didactic sequence of
reading and writing was created, based on the short story text genre, in which the student
will be in contact with the reading of various short stories and making their own
productions. This research has a qualitative character, and for this purpose, the theorists
João Wanderley Geraldi (1984, 2015) and Luiz Antônio Marcurshi (2005) were used, as
well as BNCC and PCN's about the importance of reading and textual production in the
classroom. It is expected that from this work, the student will be encouraged to read, thus
developing their critical thinking, imagination and creativity.

Keywords: Reading; Writing; Textual Genre.

1
Trabalho Final de curso de Letras-Português-EaD, do IFES Campus Vitória.
2
Catiurcia Ferreira da Silva, aluna do curso de Letras-EaD do Instituto Federal do Espirito Santo-
IFES, e-mail: Cathy_silver@hotmail.com.
3
Núbia Pereira Gomes, aluna do curso de Letras-EaD do Instituto Federal do Espirito Santo-IFES, e-
mail: nubinha-gomes@hotmail.com.
4
Reginaldo Aparecido Cândido; Mestre em Letras, professor do Instituto Federal do Espirito Santo, e-
mail: reginaldo.letrasead@gmail.com.
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1 INTRODUÇÃO
Para iniciar essa pesquisa parte-se do pressuposto de que há uma defasagem
nas habilidades e competências dos estudantes da educação básica no país. De
acordo com a revista VEJA (2018), muitos alunos chegam ao ensino médio sem ler
fluentemente, sem compreender o que é lido (esses indivíduos denominados
analfabetos funcionais) e cometendo erros primários de escrita. Acredita-se que é
necessário investir na oferta de gêneros textuais diversificados, para que o
aluno/leitor possa desfrutar de diferentes textos e se identificar com algum ou vários
gêneros. A partir desse estímulo à leitura, o aluno também será desafiado a escrever
e produzir seus próprios textos, valendo-se do aprendizado sobre as características
que cada gênero possui. Um aluno que exercita a leitura tem mais facilidade com a
escrita e, consequentemente, se aproxima da linguagem formal, que é um pré-
requisito para a formação acadêmicado aluno.
Com essa abordagem, um dos caminhos de reflexão nesse texto é: de que
maneira o uso do gênero textual e a produção de texto podem auxiliar na construção
do conhecimento linguístico dos alunos do ensino fundamental? Já que, no Brasil,
muitos estudantes possuem dificuldades na utilização da língua seja de forma oral,
seja na forma escrita. Talvez esse trabalho, por meio de uma sequência didática
possa ajudar o estudante a aprender e a se comportar linguisticamente em diversas
situações de interação social, desenvolvendo sua competência
comunicativa.
Dessa forma, para que haja a evolução da competência comunicativa e o
desenvolvimento da escrita do aluno, é necessário que o ensino da Língua
Portuguesa esteja alinhado com as competências e habilidades da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). Sendo fundamental que as habilidades sejam
desenvolvidas por meio de situações efetivas de produção de textos, pertencentes a
gêneros que circulam nos diversos campos de atividade humana, dentre ele, o
conto, objeto de estudo na sequência didática.
A partir das apresentações acima, como forma de organizar o trabalho, no
capítulo 2 - referencial teórico - traz uma discussão sobre a língua como um produtor
de discurso e a centralidade do texto para o ensino da língua portuguesa. Em
seguida, há uma breve abordagem sobre a importância dos gêneros textuais, como
uma forma de melhorar a competência linguística dos alunos. No terceiro capítulo,
Metodologia, tem uma breve explanação sobre a metodologia utilizada e sobre a
escolha do gênero conto, adotado para o trabalho com a sequência didática. Ainda
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nessa discussão, a metodologia traz uma sequência didática, direcionada para os


alunos do 9º ano, visando o desenvolvimento da leitura e da escrita. Por fim, as
considerações finais trarão as expectativas sobre esse relevante trabalho.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1- PCNs: o texto, o discurso pedagógico e a competência linguística

A língua é um código desenvolvido com o intuito de se transmitir pensamentos


e ideias através da comunicação com os indivíduos, e é por meio da linguagem que
se perpetua a cultura através da escrita. Antes mesmo de o indivíduo desenvolver a
habilidade de ler e escrever, já se produzia o discurso.

Segundo os PCNs:

O discurso, quando produzido, manifesta-se linguisticamente por meio de


textos. O produto da atividade discursiva oral ou escrita que forma um todo
significativo, qualquer que seja sua extensão, é o texto, uma sequência
verbal constituída por um conjunto de relações que se estabelecem a partir
da coesão e da coerência. Em outras palavras, um texto só é um texto
quando pode ser compreendido como unidade significativa global. Caso
contrário, não passa de um amontoado aleatório de enunciados. (BRASIL,
1998, p.20)

O texto é o produto da atividade discursiva. Todo discurso é uma construção


social que reflete uma visão de mundo associada à de seus autores e à sociedade
em que estão inseridos e só pode ser analisado considerando seu contexto histórico-
social e suas condições de produção. A capacidade que o indivíduo possui de
produzir e compreender um número infinito de enunciados a partir de um número
finito de regras e estruturas, que de acordo com alguns, já se encontra internalizada
em nossas mentes, permitindo assim que seja possível julgar se estão ou não bem
formadas.

A definição de competência discursiva, de acordo com PCNs, é ser capaz de


utilizar a língua de diferentes maneiras dando a ela efeitos e sentidos, adequando o
texto a situações orais e escritas é o que se chama de competência linguística. A
educação que está pautada com a formação de cidadãos críticos, precisa criar
condições para o desenvolvimento da competência discursiva. A sociedade atual
exige do interlocutor níveis de leitura e escrita cada vez mais bem elaborados, de
acordo com as demandas sociais. Nesse sentido, a importância da língua
portuguesa para que se aperfeiçoe a sua capacidade linguística e produzir texto em
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nossa língua, ao lado de outras competências como a textual, a comunicativa e a


discursiva. A palavra texto vem em destaque na BNCC (2017), orientando como
leitores a importância do ensino de habilidades e uso da linguagem significativa em
leitura e na produção de texto, tanto no contexto escolar quanto na vida em
sociedade.
Tal proposta assume a centralidade do texto como unidade de trabalho e as
perspectivas enunciativo-discursivas na abordagem, de forma a sempre
relacionar os textos a seus contextos de produção e o desenvolvimento de
habilidades ao uso significativo da linguagem em atividades de leitura,
escuta e produção de textos em várias mídias e semioses. (BRASIL, 2017,
p. 64).

Nesse sentido, a língua tem a finalidade de permitir o desenvolvimento crítico e


reflexivo da criança e do adolescente como agentes da linguagem, capazes de usar
a língua falada e escrita, bem como as diferentes linguagens em diversificadas
atividades humanas. A BNCC apresenta vários gêneros que devem ser trabalhados
em sala de aula e as habilidades de produção sejam trabalhadas de forma
contextualizada, considerando as suas especificidades.

2.2 - Uma breve definição de gêneros textuais

Conforme Marcuschi (2005), os gêneros textuais não são estanques e nem


estáveis, são textos materializados no dia a dia e tem natureza comunicativa. Os
gêneros textuais são muitos e se adequam ao uso que se faz deles para o objetivo
do texto o qual o autor requer. Refere-se a atividades sociais de natureza
comunicativa, aquela em que vivenciamos todos os dias sem intenção de avaliar seu
aspecto formal, e sim uma ação sociointeracionista, ou seja, a língua se modifica de
acordo com a situação. Sendo assim, acredita-se que se pode ampliar a
competência linguística dos alunos possibilitando a eles a interação com gêneros
textuais diversos, de modo a lhes permitir o conhecimento de novos signos e suas
possíveis formas, sua possibilidade de combinação e de sentido em diferentes
textos e contextos, conforme afirma Marcuschi (2005, p. 29): “Os gêneros textuais
não se caracterizam como formas estruturais estáticas e definitivas de uma vez por
todas. São muito mais famílias de textos com uma série de semelhanças”.
Diante disso, os gêneros textuais possuem a capacidade de se adaptar às
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mudanças que ocorrem na sociedade no decorrer dos anos. Um novo gênero textual
surge à medida que surge a necessidade. Um exemplo de fácil compreensão é o
gênero textual e-mail, tão comum para a maioria das pessoas na atualidade, porém,
há alguns anos ele não existia, as pessoas utilizavam outras formas para se
comunicar, como cartas e telegramas, que caíram em desuso com a chegada da
tecnologia e as facilidades que ela traz. Outro ponto importante, são as observações
a partir das perspectivas de Bakhtin (1895-1975), nas quais, os gêneros começam a
ganhar uma relação social. Para ele o signo linguístico é um signo social e
ideológico, passando a considerar que os textos não são independentes e nem livres
de significados.

A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema


abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada,
nem pelo ato fisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da
interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A
interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua
(BAKTIN//VOLOCHINOV, 2006, p. 123 apud ROSA, 2012).

Outro destaque para se discutir a escrita está no livro “O texto na sala de aula” ,
no qual, Geraldi (1984) fala sobre o martírio no exercício de redação, não somente
para alunos, mas também para os professores, pois com temas propostos repetidos
ano a ano como: minhas férias, o dia das mães, minha pátria etc. E que não fazem
sentido para os alunos e não os leva a uma reflexão sobre o tema e muito menos
sobre a correção realizada pelo professor na sua redação.

Antes de mais nada, é preciso lembrar que a produção de textos na escola


foge totalmente ao sentido de uso da língua: os alunos escrevem para o
professor (único leitor, quando lê os textos). A situação de emprego da
língua é, pois, artificial. Afinal, qual é a graça em escrever um texto que não
será lido por ninguém ou que será lido apenas por uma pessoa (que por
sinal corrigirá o texto e dará uma nota para o texto)? (GERALDI, 1984,
p.30).

2.3 – O gênero conto

Com o surgimento da escrita, as histórias contadas passam a ter várias formas


literárias e uma delas é o conto.
“Um conto é uma narrativa curta. Não faz rodeios: vai direto ao assunto. No
conto tudo importa: cada palavra é uma pista. Em uma descrição,
informações valiosas; cada adjetivo é insubstituível; cada vírgula, cada
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ponto, cada espaço – tudo está cheio de significado. [...]. (FIORUSSI, 2003.
p.103).

O conto possui elementos e estruturas bem marcadas, sendo que o tipo de


história pode indicar o tipo de conto que se lê. Alguns dos maiores contistas
brasileiros são Machado de Assis, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade,
Clarice Lispector e Luiz Fernando Veríssimo. Esse gênero possui sua estrutura
fechada e objetiva, formada por apenas uma história e um conflito. Sua estrutura
está dividida em quatro partes: Introdução, que é o início da narrativa, onde
podemos descobrir quem são os personagens, qual é o espaço e o tempo no qual a
história é narrada e quais são os principais acontecimentos dela; desenvolvimento,
onde surgem os conflitos e ações que modificam o estado inicial da narrativa,
fazendo com que os personagens tomem iniciativas para resolvê-los; clímax, que é o
momento de maior tensão da história, quando o problema está no auge e as ações
dos personagens definem o rumo da história; e a conclusão, que é a solução do
conflito, o final da história, que é bem diferente do início. Na conclusão, o problema
da história pode ser resolvido ou não, dependendo do tipo de conto que se lê.

A estrutura do conto é baseada em elementos fundamentais da narrativa,


devendo conter: espaço, tempo, personagens, diálogo, foco narrativo e epílogo. O
espaço é o local onde se desenvolve a narrativa (rua, casa, praça, etc.); o tempo é
quando acontece à narrativa, podendo ser cronológico (o que acontece no
momento) ou psicológico (memórias, lembranças, etc.); o foco narrativo é o ato de
narrar, onde o narrador observador conhece as ações mas não participa sendo um
narrador observador ou participa das ações, sendo um narrador personagem; o
diálogo é elemento essencial do conto e caracterizam a base expressiva do texto,
desenvolvendo os conflitos da trama através da fala dos personagens; epílogo é o
clímax da narrativa, determinado pelo desfecho surpreendente, imprevisível ou
enigmático da ação, onde o conflito pode ter solução ou não.

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 - Uma breve explanação da metodologia adotada no desenvolvimento do


trabalho
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O presente estudo é realizado por meio de uma pesquisa qualitativa, sendo


utilizada uma revisão de literatura (pesquisa bibliográfica). Nesse tipo de
abordagem é importante pensar que se “tem o ambiente natural como fonte direta
dos dados e o pesquisador como instrumento‐chave” (TRIVIÑOS, 2009, p. 128).

Segundo Triviños (1987) a pesquisa exige do investigador uma série de


informações em relação ao seu objeto de pesquisa. A finalidade desse tipo de
pesquisa é que sejam descritos fatos e fenômenos que compõem uma realidade
determinada. Diante disso, uma outra definição de pesquisa bibliográfica é tratada
por FONSECA (2002):

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como
livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica,
procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher
informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual
se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).

Outra concepção de pesquisa é compreendida por Gil (2005, p.76) como “Uma
modalidade de estudo e análise de documento de domínio científico tais como livro,
enciclopédias, periódicos, ensaios críticos, dicionários e artigos científicos”. Ainda,
corroborando com a definição de Gil, os autores Cervo; Bervian; da Silva (2007),
caracterizam a pesquisa bibliográfica como sendo fundamental, visto que, permite
que seja adquirido conhecimento em relação aos temas que são investigados,
devido ao fato de que a pesquisa bibliográfica é meio de formação por excelência e
constitui o procedimento básico para os estudos monográficos” (CERVO; BERVIAN;
DA SILVA, 2007, p. 61).

Já a pesquisa qualitativa, por sua vez, é defendida por Lakatos e Marconi


(2004, p. 271) como aquela que cria um posicionamento que é natural, sendo
produtivo nas informações descritivas, possuindo um objetivo que é claro e flexível,
e tem seu foco na realidade de maneira profunda e contextualizada. Também
Portela (2004) defende que os pesquisadores, ao trabalharem com a pesquisa
qualitativa, estão inclinados a esclarecer o porquê das coisas, indicando o que
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precisa ser feito, no entanto, os dispositivos adotados nem sempre são qualitativos,
contando com abordagens diversas, sendo necessário tornar evidente que o
observado pode ser, ao mesmo tempo, o sujeito e o objeto de sua pesquisa.

Assim, com o olhar voltado para essa forma de pesquisa, a seguir será feita a
descrição de uma sequência didática, a partir de uma discussão a respeito do
gênero conto. Pois, a literatura faz parte da história, mesmo antes do surgimento da
escrita, pois os ancestrais já tinham o hábito de contar histórias, assim surgiram as
várias lendas que compõem o folclore brasileiro e tantos outros “causos” que são
passados de geração em geração.

3.2 – O gênero conto em uma Sequência Didática

Tabela 1 - Sequência Didática


Sequência Didática (SD)
Título: Literatura, leitura e produção de texto (conto)
Público Alvo: Alunos do 9ª ano do ensino fundamental

Problematização: A sequência didática é um importante meio para o ensino-aprendizagem, o professor


tem a possibilidade de ajustar atividades de acordo com o conhecimento de sua turma,
avaliando a capacidade de cada um e ajustando conforme necessidade. A estrutura da
sequência didática capacita o aluno a dominar o gênero em questão, sendo capaz de
produzir e de ser avaliado durante todo o processo de ensino aprendizagem.

Partindo deste pressuposto, escolhemos o gênero Conto, por se tratar de uma


narrativa curta e ser o gênero mais comum da literatura brasileira, facilitando a leitura
e compreensão do estudante. Sendo assim, as necessidades imediatas dos alunos são
sanadas. Por estarem ligados a redes sociais, seus hábitos são de uma leitura breve. O
conto se torna uma leitura mais interessante, com elementos e estruturas textuais de
fácil domínio sem causar desinteresse no leitor.

Objetivos Gerais: Fazer com que os alunos conheçam o gênero conto, as características do gênero e
que consigam produzir e interpretar, e produzir contos, bem como retextualizá-las
para as plataformas digitais.
Conteúdos e Métodos
Aula Objetivos Específicos Conteúdos Dinâmicas
Conceito de gênero textual; Aula expositiva sobre o gênero
1º Analisar a situação comunicativa da Conceito de conto conto. Apresentação do livro “Os
encontro leitura; trabalhar a intertextualidade; (características); cem melhores contos brasileiros
duas aulas desenvolver o pensamento crítico Exemplos de contos. do século”. Mostrar o conto
de 50 escolhido e fazermos leitura
minutos
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através da leitura; aprimorar a juntos. Explicações referentes às


oralidade e a compreensão textual; características estruturais do
gênero conto (espaço, tempo,
personagem), à maneira como o
texto é organizado, linguagem
utilizada, se os personagens do
conto escolhido são reais ou
fictícios, etc.
Proposta de atividade: Após
realizar a leitura do conto “A
partida de Osmar Lins”, solicitar
aos alunos que realizem a
produção de um texto (conto).

Conteúdos e Métodos
Aula Objetivos Específicos Conteúdos Dinâmicas
2º encontro Desenvolver e avaliar a Aula expositiva, – Aula expositiva com uma breve
2 aulas de habilidade de pesquisa crítica e fichamento e Leitura apresentação do autor. Realizar
50 autônoma do aluno; Instigar a novamente a leitura do conto “A
minutos coletiva oral.
habilidade tecnológica e partida e outros dois contos à
capacidade de organizar escolha da turma”.
informações; Apresentar aos Proposta de atividade: Uso do
alunos a ficha descritiva espaço com computadores na
escola e pedir que o aluno realize
a produção de uma ficha
biográfica sobre o autor (Quem
foi? Como foi sua vida? Qual
período escreveu? Onde nasceu?
Que tipo de literatura escreveu? e
etc.)
Conteúdos e Métodos
Aula Objetivos Específicos Conteúdo Dinâmicas
s
5º Revisão das Aula expositiva via slide em
Culminância dos processos percorridos
encontro
durante a sequência. características estruturais PowerPoint, com todas as 10
2 aulas características estudadas sobre
do gênero conto e
de 50 o gênero. Propor questões com
minuto produção textual. Praticar o intuito de revisar, sobre o
s
a escrita e trabalhar título, desfecho do conto,
referentes ao tempo e ao
questões referentes às
espaço da história, a
competências quantidade de personagens,
linguísticas, como características do narrador, etc.
ortografia, acentuação Proposta de atividade:
Culminância; Café Literário para
gráfica, concordância, mostra das produções dos alunos.
entre outros. Os alunos se reunen na biblioteca
com convidados que terão a
oportunidade de apreciar os
contos dos alunos.
Avaliação: Quando a sequência didática for finalizada, serão avaliadas a progressão e
construção de conhecimentos sobre o gênero estudado. Além disso, serão
avaliadas as participações dos alunos no decorrer das atividades propostas.
Avaliação Processual.
Fonte: Elaborado pelas autoras
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4. RESULTADOS ESPERADOS DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA


4.1- O desenvolvimento da escrita

Para que o desenvolvimento da escrita seja um processo apreciado pelo aluno,


sem que ele se sinta desmotivado, este precisa ser um momento lúdico e os contos
podem lhes proporcionar momentos de prazer, trazer memórias afetivas da infância
ou mesmo atual. Dentro dos momentos de escrita espera-se despertar o desejo e a
fome de ler, como se esse fosse uma necessidade física do estudante. Mesmo que
não se atinja este objetivo, ao menos que este momento desenvolva a criticidade,
criatividade, imaginação, ampliando seu vocabulário e dando-lhe a capacidade
comunicativa em diferentes ocasiões sociais.
Dessa maneira, despertar no aluno o prazer pela leitura através do conto,
possibilitando-lhe o desenvolvimento de competências que visem aperfeiçoar as
habilidades necessárias, conforme a BNCC, para o desenvolvimento da escrita. Os
professores podem estimular a produção de textos em sala de aula com o uso de
contos variados, explorando o acervo disponível. Com isso, promover o
desenvolvimento do vocabulário, favorecendo a estabilidade de formas ortográficas
que é bastante importante dentro do processo de ensino-aprendizagem.

4.2- Quanto ao desenvolvimento da leitura


O desenvolvimento da leitura e da escrita do aluno é um processo sistemático.
Para que haja êxito na construção do conhecimento o uso das ferramentas
disponíveis é muito importante. A partir da aplicação da sequência didática, espera-
se que o aluno adquira o conhecimento em relação ao conceito do gênero e suas
características, identificando-o e diferenciando de outros gêneros.

A prática da leitura literária, assim como de outras linguagens, deve ser


capaz também de resgatar a historicidade dos textos: produção, circulação
e recepção das obras literárias, em um entrecruzamento de diálogos (entre
obras, leitores, tempos históricos) e em seus movimentos de manutenção
da tradição e de ruptura, suas tensões entre códigos estéticos e seus
modos de apreensão da realidade. (BRASIL, p.523)

Além de conhecer o gênero conto, os estudantes terão a oportunidade de


conhecer o Word Cloud, visitando sites que mostram as diferentes possibilidades de
construção. O aprendizado proposto durante a Sequência Didática será dentro da
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leitura e produção de texto. A utilização de diferentes meios para que o estudante


melhore sua leitura, oralidade e conhecimento de mundo, pois a leitura é capaz de
aumentar a criticidade daquele que lê. Através das leituras, produção e reprodução
dos contos, os adolescentes aprendam a produzir textos coesos e coerentes.
Com isso, naturalmente dentro do processo, a partir da leitura de textos com
temas diversificados, explorando suas informações, o aluno poderá ser capaz de
produzir, adquirir o conhecimento esperado para esta etapa de sua vida escolar.
Enfim, espera-se um desenvolvimento da sua competência discursiva e o
aperfeiçoamento da sua capacidade linguística, conforme suas demandas sociais.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta de trabalharmos sobre o gênero conto consiste em oportunizar


leituras variadas aos alunos, a fim de desenvolver suas habilidades de compreensão
e interpretação de textos; também tem como objetivo trazer-lhes novos
conhecimentos para que tenham um amplo repertório de conhecimentos linguístico,
para serem utilizados em suas produções escritas.

Sabe-se que o aluno já possui esses conhecimentos advindos de sua vivência


em sociedade e da própria escolarização. Desse modo, cumpre ao professor propor
atividades que estimulem os discentes a usarem os seus conhecimentos prévios,
bem como precisa oferecer-lhes um rico repertório de conhecimentos ainda não
dominados por eles a fim de que sejam capazes de realizar com êxito as atividades
propostas.

Dessa forma, a sequência didática aqui abordada visa o contato e a


compreensão do gênero textual conto, mostrando suas características como:
finalidade, suporte, interlocutores, estrutura, linguagem, de modo que esses
elementos ajudem o aluno tanto a conhecer, quanto a reconhecer o gênero,
compreendendo efetivamente sua forma e conteúdo. Assim, nossa missão como
professores, é utilizar tudo que esta ao nosso alcance para levar o educando a
adquirir competência comunicativa, aperfeiçoando suas habilidades para o
desenvolvimento da leitura e da escrita.
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REFERÊNCIAS

BAKTHIN, M. (1953). Estética da criação verbal: São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BRASIL, Base Nacional Comum Curricular, Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível


em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc
20dezsite.pdf Acesso em 22/01/2018.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares


Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa/
Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf. Acesso em 10/03/2021.

GERALDI, João Wanderley (Org.). O texto na sala de aula: leitura e produção:


Cascavel: Assoeste, 1984.

GERALDI, João Wanderley. O ensino da Língua Portuguesa e a BNCC: Revista


Retratos da Escola, Brasília, v. 9, n. 17, p. 381-396, jul. /dez. 2015. Disponível em:
<http//www.esforce.org.br>

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade: In:


DIONISIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora.
Gêneros Textuais & Ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 19-36.

Ação educativa ONG e Montenegro Paulo Instituto - três em cada dez são analfabetos
funcionais no país, mostrestudo.Veja.abril.com.br, 2018, Disponível em:<
https://veja.abril.com.br/educacao/tres-em-cada-dez-sao-analfabetos-funcionais-no-
pais-mostra-estudo/>. Acesso em: 10/12/2021.
FOLHA DE APROVAÇÃO

Catiurcia Ferreira da Silva

GÊNERO CONTO NA SALA DE AULA: UMA ABORDAGEM DE LEITURA


E DE ESCRITA

Trabalho de Conclusão de Curso, no


formato de ARTIGO, apresentado à
Coordenadoria do Curso Superior de
Licenciatura em Letras-Português, na
modalidade EAD – do Instituto Federal
do ES – IFES -Campus Vitória – ES,
como requisito parcial para obtenção
do título de Licenciado em Letras-
Português.

Aprovado em 20 de dezembro 2021

COMISSÃO EXAMINADORA

Nome do orientador
Reginaldo Aparecido CândidoNome

Nome do Membro da banca 1


Maria de castro Atallah

Nome do Membro da banca 2


Patrina Moreira Nunes

Observação: As assinaturas da Comissão Examinadora estão na ATA FINAL,


anexada ao ARTIGO, abaixo desta Folha de Aprovação. No Curso de Letras
EAD, partir de 2020.1 (Covid), o orientador assina por todos os membros da
banca.

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