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Língua Portuguesa

Componente curricular

6
O
-
ano

CLAUDIA BERGAMINI
ELENICE RODRIGUES SOUZA E SILVA
FLÁVIA CRISTINA BANDECA BIAZETTO
GABRIELA MARIA LISBOA PINHEIRO
RENAN LUIS SALERMO

Manual do
Professor
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998
Língua Portuguesa
Componente curricular

6
O
-
Claudia Bergamini ano
Bacharela em Letras – Português e Linguística (FFLCH-USP).
Licenciada em Português e Linguística (FE-USP). Mestra em Letras –
Filologia e Língua Portuguesa (FFLCH-USP). Professora de Língua
Portuguesa na Educação Básica da rede particular de São Paulo-SP.

Elenice Rodrigues Souza e Silva


Bacharela e licenciada em Língua e Literatura Portuguesas (PUC-SP).
Especialista em Língua Portuguesa (PUC-SP). Assessora de Língua
Portuguesa das redes pública e particular de São Paulo-SP.
Formadora de professores das redes pública e particular de São Paulo-SP.

Flávia Bandeca Biazetto


Bacharela em Letras – Português e Alemão (FFLCH-USP). Licenciada em Português (FE-USP).
Doutora em Letras – Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa (FFLCH-USP).
Professora de Língua Portuguesa na Educação Básica da rede particular de São Paulo-SP.
Professora de Letras e Pedagogia no Ensino Superior da rede particular de São Paulo-SP.

Gabriela Lisboa Pinheiro


Bacharela e licenciada em Letras (FFLCH-USP). Mestra e doutora em Letras –
Literatura Brasileira (FFLCH-USP). Professora de Língua Portuguesa na Educação
Básica das redes pública e particular de São Paulo-SP.

Renan Luis Salermo


Licenciado em Letras – Português (CCH-UEL). Mestre em Estudos de Linguagem (CCH-UEL).
Doutor em Estudos de Linguagem (CCH-UEL). Professor de Língua Portuguesa na Educação
Básica da rede particular de São Paulo-SP.

Manual do
Professor
São Paulo • 1a edição • 2022
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa I
Coordenação editorial Selma Corrêa Segue a trilha - 6o ano
(Ensino Fundamental – Anos Finais)
Secretaria editorial Michele Vasconcelos (coordenação),
© Claudia Bergamini, Elenice Rodrigues
Stephani Reis Souza e Silva, Flávia Bandeca Biazetto,
Edição Diana Brito, Eduardo Passos, Michele Gabriela Lisboa Pinheiro, Renan Luis Salermo,
Vasconcelos (Manual do Professor), Monika 2022
Kratzer, Vanessa Rodrigues
Assistência editorial Bruna Nascimento, Daniel Carvalho (Manual © Para esta edição:
do Professor), Bruna Marques (Manual do Palavras Projetos Editoriais Ltda.
Professor) Todos os direitos reservados
Edição de texto Beto Furquim, Christina Binato, Donalia M.
Jakimiu Fernandes, Fabiana Marsaro Pavan, Todas as imagens e os textos citados neste
Giovana Casagrande, Luana Satiko Hirata, livro têm o fim exclusivo de contribuir com
Thaís Nascimento Pettinari a aprendizagem dos estudantes. Foram
tomadas todas as ações necessárias para
Revisão Simone Garcia (coordenação), Sheila obter a autorização de uso e publicação, bem
Folgueral (assistência), Ana Paula Felippe, como para fazer a correta citação dos devidos
Débora de Oliveira, Elis Beletti, Flávia créditos. Porém, caso alguma alteração seja
Gonçalves, Gloria Cunha, Olivia Zambone, necessária, colocamo-nos prontamente à
Renata Brabo, Santiago Produções Editoriais, disposição.
Tatiana Martins, Vera Rodrigues
Projeto gráfico Simone Scaglione, Walmir dos Santos Todos os direitos reservados:
Edição de arte Simone Scaglione
Assistência de arte Cláudia Carminati, Denis Domingues, Teresa
Lucinda Ferreira de Andrade São Paulo • 1a edição • 2022
Diagramação Estudo Gráfico Design
Capa Walmir Santos, Simone Scaglione, Cirlene Contato e correspondência
Alexandrino (projeto gráfico); fotos: Jose Rua Padre Bento Dias Pacheco, 62, Pinheiros
Miguel Sanchez; Rachel Torres/Alamy/ CEP 05427-070 São Paulo – SP
Fotoarena palavraseducacao.com.br
Cartografia Allmaps Tel.: +55 11 2362-5109
Ilustrações Paula Radi, Pedro Hamdan, Pedro Nogueira
Em respeito ao meio ambiente, as folhas
Pesquisa iconográfica e Tempo Composto deste livro foram produzidas com fibras
licenciamento de textos Monica de Souza (coordenação), Andréia obtidas de árvores de florestas plantadas,
Miranda, Bárbara Pinardi, Daniela Ribeiro, com origem certificada.
Maria Favoretto, Victoria Lopes
Livro Digital Coordenação Booknando
Edição de arte Márcia Romero
Diagramação Cláudia Carminati, Teresa Lucinda Ferreira
de Andrade
Descrição de imagens Bruna Nascimento, Gustavo Nazário,
Priscila Bunduki

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com o ISBD


S456 Segue a trilha: Língua Portuguesa – 6º ano / Claudia Bergamini ... [et al.]. - São Paulo : Palavras
Projetos Editoriais, 2022.
424 p. : il. ; 22cm x 27,5cm. – (Segue a trilha ; v.1)
Inclui bibliografia, índice e apêndice.
ISBN: 978-65-84633-23-0 (Livro do Estudante)
ISBN: 978-65-84633-24-7 (Manual do Professor)
1. Língua Portuguesa. I. Bergamini, Claudia. II. Biazetto, Flávia Cristina Bandeca. III. Pinheiro, Gabriela
Maria Lisboa. IV. Salermo, Renan Luis. V. Silva, Elenice Rodrigues Souza e. VI. Título. VII. Série.
CDD 469
2022-2073 CDU 81

Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410


Índice para catálogo sistemático:
1. Língua Portuguesa 469
2. Língua Portuguesa 81
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998
Apresentação
Prezada professora,
prezado professor,

A obra que você tem em mãos é resultado de um estudo minucioso


das competências e habilidades que compõem a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) empreendido para que pudéssemos desenvolver, nes-
te material, propostas que proporcionem uma aprendizagem significativa
aos estudantes. Nossa intenção é que a coleção permita a eles interagir
com diferentes textos, de modo que possam reconhecer a função social,
o estilo e as estruturas linguísticas e/ou multissemióticas de gêneros di-
versos. Valorizar o texto, oral e escrito, contextualizando-o como um ins-
trumento de interação social é não apenas diretriz da BNCC, mas também
uma convicção nossa: ao adotar uma postura ativa como leitor e produtor
de textos pertencentes a diferentes campos de atuação, os jovens se re-
conhecem no papel de membros da sociedade em que vivem, de forma
a considerar a leitura, a interpretação e a produção textual práticas que
possibilitam a eles organizar e compartilhar suas ideias e projetos.
Procuramos, nesta coleção, manter um diálogo constante com os es-
tudantes sobre a realidade que os cerca, apontando situações que evi-
denciam como a língua permeia e, mais do que isso, constrói a vida
social. Nesse contexto, também tivemos você, educadora e educador,
como nosso interlocutor. Por isso, buscamos apresentar propostas que
viabilizassem a flexibilização de encaminhamento das atividades de acor-
do com as diferentes realidades escolares de nosso país e propusemos
um suporte teórico para alicerçar o uso desse material conforme sua ne-
cessidade e com o perfil da comunidade escolar em que você se insere.
Desejamos que você aproveite esta obra e que ela sirva de ponte
entre as práticas pedagógicas consolidadas e as novas demandas co-
locadas não apenas ao estudante, mas também ao professor, como as
relacionadas ao domínio das tecnologias digitais da informação e comu-
nicação (TDIC), ao pensamento computacional e a práticas de pesquisa,
as quais têm um papel importante no desenvolvimento da atitude inves-
tigativa dos estudantes.
Por fim, desejamos também que a coleção incite discussões em sala
de aula que colaborem para a formação de cidadãos críticos e conscien-
tes, tal como o mundo contemporâneo exige.
Bom trabalho!
As autoras e o autor

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Língua Portuguesa III


Sumário

Estrutura e organização da coleção................................................................ V


Livro digital interativo: novas possibilidades.........................................................................XI
Proposta teórico-metodológica..................................................................... XII
Aspectos gerais...........................................................................................................................XII
Premissas estruturantes em diálogo com a BNCC.............................................................. XIV
Perspectiva discursiva do gênero e os campos de atuação.................................................... XV
Temas Contemporâneos Transversais....................................................................................... XVI
Competências, habilidades e objetos de conhecimento.. ...................................................... XVIII
As competências socioemocionais.............................................................................................................. XIX
Empatia e cooperação na escola.................................................................................................................. XX
Combate ao bullying................................................................................................................................... XXIII
Ar ticulação entre competências gerais, específicas e habilidades. . ..................................... XXIII
Objetos de conhecimento......................................................................................................... XXV
O papel do professor.................................................................................. XXXI
Práticas de linguagens.............................................................................. XXXIII
O eixo da leitura................................................................................................................... XXXIII
Ampliação dos processos de leitura: inferência.. .................................................................XXXIV
O eixo da análise linguística/semiótica............................................................................. XXXV
O eixo da produção textual................................................................................................ XXXV
O eixo da oralidade............................................................................................................ XXXVII
Análise crítica e argumentação (oral e escrita).............................................................. XXXVII
O trabalho por projetos..........................................................................XXXVIII
Práticas de estudo e metodologias de pesquisa.......................................... XLI
Diálogo com outras disciplinas.................................................................... XLII
Multiletramentos......................................................................................... XLIV
Desenvolvimento da criatividade.......................................................................................... XLV
Pensamento computacional......................................................................... XLVI
Culturas juvenis na escola.......................................................................... XLVII
Avaliação................................................................................................... XLVIII
Avaliação diagnóstica........................................................................................................... XLVIII
Avaliação formativa................................................................................................................ XLIX
Avaliação somativa....................................................................................................................... L
Considerações gerais sobre a avaliação................................................................................... L
Exames de larga escala.............................................................................................................. LII
Planejamento..................................................................................................LIII
Proposta para trabalhar com grupos grandes..................................................................... LIV
O planejamento didático.........................................................................................................LVII
Competências e habilidades da BNCC........................................................... CV
Obras para pesquisa e consulta................................................................ CXVIII
Referências bibliográficas comentadas....................................................... CXIX
Manual específico do Livro do Estudante do 6o ano....................................... 1
Links encurtados do Manual do Professor ............................................ CXXVII
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IV Língua Portuguesa
Estrutura e organização da coleção
Esta coleção é formada por quatro volumes, cada um composto de oito Unidades que
foram elaboradas tendo em vista os meses que compõem cada ano letivo dos anos finais do
Ensino Fundamental. As Unidades se organizam em torno dos campos de atuação previstos
na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – campo artístico-literário, das práticas de estu-
do e pesquisa, jornalístico-midiático e de atuação na vida pública – e dos eixos correspon-
dentes às práticas de linguagem: leitura/escuta, oralidade, produção e análise linguística/
semiótica. Elas estão estruturadas da seguinte maneira:

Seção 1 – Estudo
e pesquisa

Leitura 1 – Gênero 1

Seção 2 – Leitura de textos Leitura 2 – Gênero 2

Comparação entre textos

Conceitos da língua

Seção 3 – Análise e reflexão


Unidade
sobre linguagens

A linguagem na prática

Planejamento e
produção

Seção 4 – Produção textual Revisão e avaliação

Publicação

Retomar e avançar

Fechamento da Unidade

Projeto

Estrutura das Unidades que compõem cada volume desta coleção.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa V
A seguir, descrevemos as seções e boxes das Unidades.

Abertura da unidade
Está organizada em quatro páginas, divididas em duas duplas.
UNIDADE
Para que serve a
em
p orâ n e o
A primeira dupla de páginas tem como objetivo instigar re-

Tr
Te m o nt

ans
6
Educação

aC

ve rs a
Ambiental

l
educação ambiental?
flexões e ativar conhecimentos prévios dos estudantes sobre o
tema da Unidade. Ela contém o título – geralmente uma pergunta –,
Você já deve ter ouvido falar que a biodiversi-
Alexsandro Almeida/Instituto Cerrado

dade brasileira é uma das mais ricas do planeta.


O Brasil preserva grande parte da biodiversidade
mundial. Além de apresentar muito potencial eco-
nômico, a conservação da biodiversidade é neces-
sária para a estabilidade do equilíbrio dos ecos-
sistemas.
Entretanto, atualmente, a biodiversidade brasi-
leira é alvo de várias ameaças, resultado de ativi-
dades humanas que nem sempre são conscientes.
Para ajudar em sua preservação, é preciso desen-
volver a educação ambiental e pesquisar sobre o
uma imagem, um texto introdutório, questões sobre a imagem ou o
assunto.
Assim, nesta Unidade, você vai aprender for-
mas significativas de articular estudos e pesquisas,
construir mapas mentais e elaborar parágrafos de
forma coesa para escrever textos dissertativos, fa-
zendo uso das conjunções subordinativas, a fim de
tema e um selo que indica qual é o Tema Contemporâneo Transver-
sal trabalhado na Unidade. Espera-se que o questionamento trazi-
apresentar os dados encontrados de maneira clara.

1. Na imagem de abertura da Unidade, há elementos


presentes em biomas brasileiros. Que elementos
são esses? Descreva-os.
2. Quais são as cores que se destacam na obra? Que

do pelo título, que perpassa toda a Unidade, possa ser respondido


símbolo brasileiro se relaciona à maioria das cores
usadas?
3. Qual é a cor utilizada para representar o rio? Que
sentido pode ser atribuído a essa cor no conjunto
da obra?
4. Você acredita que a convivência harmônica e susten-

pelos estudantes ao final dela. Para que isso ocorra com êxito, eles
tável entre os seres humanos e a natureza é possível?

Cerrado 01, de Aleksandro Almeida. Acrílica sobre


tela, 768 cm × 765 cm. Obra do artista para a
exposição virtual Elos do Cerrado, promovida pelo
Instituto Cerrados, em 2020.

226 227
terão acesso a textos e discussões, ao longo das seções, que lhes
darão repertório e criticidade.
Caminhos „
Os objetivos de aprendizagem desta Unidade são:
estudar um poema de Manoel de Barros;
identificar marcas linguísticas que compõem
Marcos Amend/

„
Pulsar Imagens

o gênero textual poema para contribuir para a


Syda Productions/Shutterstock
leitura e compreensão de textos;

A segunda dupla de páginas, denominada Caminhos, apre-


„ trabalhar a literatura de cordel;
„ conhecer algumas manifestações artísticas
envolvidas na produção de um folheto de cordel; Para esta Unidade, você vai precisar de
alguns recursos:
„ comparar a linguagem usada na literatura de
cordel e a usada na norma-padrão da língua,
„ dicionário impresso ou on-line;

senta alguns procedimentos que a turma vai pôr em prática ao


identificando variedades linguísticas; „ canetas hidrográficas coloridas;
O poema move-se ao sabor da beleza dos caneta esferográfica preta;
„ trabalhar o poema visual; detalhes, que se torna o ponto central das
„

„ conhecer alguns recursos estéticos de um poema criações, como a grandeza de uma paisagem „ papel sulfite A4;
combinada com a sutileza de borboletas às
visual; margens de um rio. Rio Cristalino, em Alta „ dispositivo digital de fotografia;
Floresta (MT), 2019.
„ criar um poema visual; „ impressora;

longo da Unidade; os materiais ou equipamentos que serão ne-


„ planejar e realizar, coletivamente, uma exposição „ caderno.
Garoto escrevendo em caderno. de poemas visuais criados pela turma.
A expressão da poesia pode surgir
de registros escritos quaisquer.

Rubens Chaves/Pulsar Imagens


A finalidade desta Unidade é despertar em você

cessários; os principais objetivos de ensino-aprendizagem e a fi-


o interesse por cordéis, poemas visuais e poemas-objeto.
A intenção é mostrar que nosso olhar para o mundo pode
ser mais profundo e divertido se enriquecido por textos
Nesta Unidade, você vai pôr em prática al- que talvez promovam algum estranhamento inicial.
guns procedimentos relacionados à leitura e à

nalidade do estudo proposto nas seções, procurando deixar claro


produção de textos literários.
© Fundación Joan Brossa/AUTVIS,

Tarefas propostas ao longo da Unidade: Literatura de Cordel em


„ realizar atividades de leitura, análise e exposição no Museu Pai Chico,
em Afrânio (PE), 2019.
interpretação de diferentes modalidades
de poema: cordel, poema-objeto e
Brasil, 2022

poema visual;

por que esse estudo é importante para a vida real dos estudantes.
Painel que intitula a 34a Bienal
„ analisar um cartaz; Internacional de Arte de São Paulo,
com verso do poeta Thiago de Mello.
„ analisar um cartum; São Paulo (SP), 2021. Joan Brossa. Poema Objeto, 1967.

„ analisar uma figurinha de aplicativo de mensagens;


Adriano Kirihara/Pulsar Imagens

„ realizar atividades individualmente, em duplas ou de maneira coletiva sobre


variação linguística;
„ discutir com colegas diferentes aspectos sobre diversidade cultural;
„ produzir, revisar e publicar poema visual;
„ elaborar agenda cultural.

76 77

Seção 1 – Estudo e pesquisa

1 Estudo e pesquisa
Observe as imagens a seguir:

Essa seção instrumentaliza os estudantes em relação a métodos


Keith Barnes/Shutterstock

Com base na observação das


Reprodução/Fundação Beyeler, Riehen, Suiça

imagens, responda às pergun-


tas a seguir.
5. O que as imagens mostram?

de estudo e pesquisa, que podem ser retomados ao longo da Unida-


6. Como você explicaria as
diferenças entre as duas
imagens?
A relação entre textos literários Claude Monet (1840-1926)
Observe a tirinha a seguir. foi um pintor francês e o princi-
pal representante do movimento

de e que também podem ser aplicados por eles em outros momentos


artístico chamado Impressionis-
André Farias - livro.page/11V7U116L

mo. Ele costumava pintar uma


mesma paisagem em diferentes
momentos do dia, ou em dife-
Fotografia da catedral de Rouen, Catedral de Rouen pintada por Claude rentes condições atmosféricas,
na França. Monet (1840-1926).
com o objetivo de captar cores

do cotidiano escolar, nas diversas disciplinas. O principal objetivo é


e impressões diferentes de um mesmo lugar. Existem cerca de 30 pinturas da catedral de Rouen
feitas por Monet.
Veja que, ao observar as imagens da Catedral de Rouen, percebemos como a realidade foi rein-
ventada na pintura. Para chegar a essa conclusão, tivemos primeiro de observar e, depois, relacionar
diferentes elementos nas duas imagens, percebendo as semelhanças e diferenças entre a realida-

colaborar no desenvolvimento de habilidades que permitam aos es-


de e a obra artística. Esse movimento de relacionar constrói pontes importantes para os leitores.
OFF-TOPIC: Arte. Vida de suporte, [S.l.], 13 ago. 2015.
Disponível em: livro.page/1V7U116L.
Acesso em: 12 fev. 2022. Literatura comparada
Agora chegou sua vez de observar e comparar.
Não escreva Agora, faça o que se pede. „ Faça uma lista de cinco obras artísticas de que você mais gosta, preferencialmente da mesma
neste livro linguagem artística. Vale escolher filmes, músicas, peças, pinturas, livros, contos, entre outros.

tudantes estudar e pesquisar, de modo que possam mais facilmente


Use seu
caderno 1. Descreva o que está representado na tirinha. „ Em seguida, observe as características dos itens de sua lista. Veja quais são os temas, os
estilos, os autores etc. Essa observação deve ajudá-lo a compor os itens a serem observados
2. O que causa o efeito de humor na tirinha? em todos os itens escolhidos para que a comparação seja adequada.
3. Em sua opinião, por que muitos leitores dessa tira podem se identificar „ Faça a observação de cada item da lista em todas as obras escolhidas, destacando o que
com a representação? elas têm em comum e quais são as diferenças.

exercer o protagonismo em seu processo de aprendizagem.


4. Qual é o tema dessa tirinha? „ Dentre o rol de itens a serem analisados, acrescente a maneira como cada obra retrata a
realidade: ela faz o registro fiel ou faz uma releitura mais livre?
Assim como os ar tistas precisam, em primeiro lugar, observar a realidade „ Após essa observação artística, elabore uma síntese com comentários sobre as semelhan-
para depois recriá-la e fazer comparações, as pessoas que apreciam ar te de- ças e as diferenças entre os materiais analisados. Em seguida, compartilhe com os colegas
vem seguir o caminho da observação, da mesma maneira como você fez para quais obras de arte mais impressionaram você, destacando os aspectos analisados que mais
ler a tirinha: primeiramente, observar a obra ar tística até compreender como e lhe chamaram a atenção.
por que ela foi criada. Lembre-se de que é importante observar para depois comparar. Vamos lá?
Você já sabe da importância de observar a realidade, tanto para criar diferen-
tes tipos de arte como para apreciá-las. Agora, vamos refletir sobre a importância „ Considerando o que estudou até aqui, o que você pensa sobre a ideia de que a arte
imita a vida?
de não somente observar, mas também fazer comparações.

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Seção 2 – Leitura de textos


Essa seção é dedicada à leitura e à interpretação de textos, rela-
2 Leitura de textos
Faça a leitura silenciosa do poema da escritora portuguesa Florbela Espanca.

cionando sempre dois gêneros discursivos pertencentes ao campo


EU
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Nesta seção você vai fazer a apreciação de dois poemas, um clássico e outro
contemporâneo, e vai conhecer, conversar e refletir sobre o estilo de determinados
textos literários. Vai, também, ler o fragmento de uma narrativa autobiográfica e
explorar como esse gênero registra as lembranças de seu autor.
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
de atuação privilegiado na Unidade.
Sou aquela que passa e ninguém vê...

Para compor as atividades da seção, consideramos a complexida-


Leitura 1 Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Poema autobiográfico e poesia concreta; miniconto e haicai Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
KIMASA/Shutterstock

Na linguagem poética pode predominar a expressão de sentimen- Alguém que veio ao mundo pra me ver
tos e o trabalho ar tístico com a linguagem, bem como o registro E que nunca na vida me encontrou!

de dos processos de leitura e buscamos elaborar questões que con-


de diferentes visões de mundo. Ao longo dos tempos, os poetas
manifestam, em seus poemas, preocupações filosóficas ou de ESPANCA, Florbela. Sonetos. 3.ed.
São Paulo: Martin Claret, 2014. p. 23.
cunho social, sentimentos de diferentes naturezas ou mesmo a
maneira como veem seu fazer poético. Especialmente nesta BRUNIEWSKA-GIERCZAK, Kasia. Sem título, sem data. Aquarela sobre papel.
Unidade, vamos conversar sobre um poema
sentimental, em que a autora expressa

templassem localização de informações, levantamento de hipóteses,


subjetividade, isto é, o eu lírico ou Florbela de Alma Conceição Espanca Tênue: fina,
pouco espessa,
(1894-1930) estudou advocacia na
Biserko/ livro.page/4V9U122L

a voz que se manifesta no poema ex- A subjetividade é o recurso fraca.


Faculdade de Direito da Universidade Esvaecida:
pressa sentimentos íntimos e sua indivi- expressivo que deriva da palavra desfeita,
de Lisboa (1918), e por esta época
dualidade. Além disso, vamos refletir sobre sujeito, portanto, refere-se à enfraquecida.
começou a escrever mais intensamente.
o caráter literário da linguagem poética, es- exposição do que ocorre internamente
Ela expressa uma literatura em que
em um indivíduo, como: sensações,

checagem das hipóteses levantadas, inferência, compreensão e inter-


tudando o jogo sonoro do texto, a disposição dá voz a sentimentos femininos
sentimentos, impressões pessoais,
artística de palavras na página, enfim, aspectos com grande intensidade emocional, conclusões.
do fazer poético. inaugurando uma voz única na literatura O eu lírico é a voz que se expressa
portuguesa. Seu talento foi reconhecido no poema. Essa voz não corresponde,
apenas após a sua morte. necessariamente, à voz do poeta, ou
seja, é possível um autor apresentar
Wikimedia Foundation

um eu lírico pouco ou muito distante

pretação daquilo que foi lido. O objetivo é conscientizar os estudantes


daquilo que esse sujeito sente ou
pensa. Se na prosa, um autor se
manifesta por meio de um narrador; em
poesia, manifesta-se por meio do eu
lírico. Desse modo, um autor homem
pode, por exemplo, criar um poema

acerca dos processos envolvidos na leitura e na interpretação textual.


Detalhe da escultura da musa Érato, que,
com a voz feminina, ou, ainda, uma
de acordo com a mitologia grega, inspirava poeta adulta pode apresentar a voz
poetas e músicos. Museu Albertina, Viena, infantil de um menino em seus versos.
Áustria, escultor desconhecido.

22 23

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

VI Língua Portuguesa
Para tornar a leitura significativa para os estudantes, fizemos uma curadoria que dialogou
com a cultura juvenil, fazendo pontes com repertórios canonizados e reconhecidos socialmen-
te. Além disso, priorizamos atividades que permitem a fruição e a troca intersubjetiva entre os
estudantes, aqui considerados membros de uma comunidade leitora.

Seção 3 – Análise e reflexão sobre linguagens


Essa seção é dedicada aos conceitos linguísticos, à sua problematização e à análise de
Análise e reflexão
sobre linguagens 3
usos linguísticos em textos pertencentes a gêneros diversos, incluindo os multissemióticos.
Nesta seção, vamos aprofundar o estudo de alguns conteúdos importantes

O objetivo é ampliar os conhecimentos dos estudantes acerca dos usos que, em textos que
relacionados à língua portuguesa, como o uso de alguns tipos de pronomes, os
verbos irregulares e a presença de homônimos e parônimos em nosso idioma.
Alguns desses assuntos – pronomes e verbos –, por serem muito extensos, você
já os estudou ao longo deste volume ou em outros anos escolares, e seguirá es‑
tudando nos anos seguintes.

circulam nos diferentes campos de atuação, são responsáveis pela produção de efeitos de
Conceitos da língua

Pronomes
Você se lembra da função dos pronomes em nossa língua? Observe as palavras
em destaque no trecho da fala da atleta Vitória Reis, que usa sua experiência de

sentido, pela coesão, pela coerência e pela progressão temática. Procurou-se, também, pos-
vida para ajudar pessoas com transtornos alimentares.
Jacob Lund/Shutterstock

[...]

sibilitar aos estudantes conhecer os conceitos apresentados nas gramáticas normativas, para
“Cada1 dia que acordo e olho
para minhas2 medalhas e troféus,
eles me motivam e me inspiram”,
diz a jovem, que ainda completa
lembrando-se de quando não parecia
suficiente receber uma medalha em
corrida: “Hoje eu recebo uma medalha

que possam seguir a norma-padrão quando necessário, e problematizar as diferenças entre


de uma simples caminhada de 3
km e é uma conquista absurda,
pois já senti o que é não con-
seguir nem levantar da cama!”.
[...]

a norma-padrão e outras variedades.


FORT MARQUEZ, Adriana L. A história
da atleta Vitória Reis, que supera a
anorexia e ajuda pessoas com transtornos
alimentares. Corre Brasil, Camboriú,
25 maio 2020. Disponível em: livro.
page/7V7U8263L. Acesso em: 22 abr. 2022.

Atleta treinando
corrida.

265

Seção 4 – Produção textual


Nessa seção, um dos gêneros textuais vistos na seção 2 é re-
4 Produção textual Planejamento e produção

tomado, destacando-se sua estrutura, sua linguagem e seu estilo,


Para a composição de seu rap, siga estas etapas de trabalho abaixo.
1. A atividade pode ser realizada individualmente ou em grupos de três ou
quatro integrantes.
2. Cada estudante ou grupo deve escolher um tema para a canção: um pro-
blema social de nossa realidade, que pode ter relação ou não com a letra
da canção de Emicida e Gilberto Gil. Lembre-se de que os raps não apenas

com orientações precisas para a produção, revisão e publicação de


denunciam os problemas; eles também propõem soluções e convidam a so-
Letra de rap ciedade a se unir pela causa.
3. Construa versos curtos, lembrando-se de que eles costumam ser dividi-
Agora é a sua vez de compor uma letra de rap! Para isso, leia novamente um trecho
dos ao meio por sinal de pontuação. Isso dá ao rap seu ritmo caracterís-
do rap de MC Kunumi para lembrar-se de sua estrutura, preparando-se para a escrita. tico. Insira rimas internas e externas, escolhendo palavras que o ajudem
[...] Pensando numa ação, pensando na nação a construir uma sonoridade interessante para sua canção. Para se inspirar

um texto desse mesmo gênero. Produções escritas e orais se alter-


e compreender melhor o ritmo característico do rap, ouça outras canções
Junto com os irmão, não será em vão
do gênero.
Está no coração, junto com a razão
4. Lembre-se de que a linguagem a ser usada é informal.
Pela demarcação, agora eu vou falar
Falando pra você e é pra você crer, nunca mais esquecer 5. Pense no público que escutará seu rap: colegas de turma e da escola, fami-
liares, comunidade escolar. A letra, portanto, deve ser compreensível para
Que a luta pela demarcação é uma meta a cumprir
esse público no que diz respeito à linguagem e à temática. Tenha em mente

nam nessa seção, ao longo das Unidades. O objetivo é proporcio-


Estaremos sempre aqui, o que será, será a necessidade de ser respeitoso em relação ao que você vai apresentar a
Vamo até o fim essas pessoas.
Todo mundo está contra a PEC
O que será, será [...]

“PEME’en Jevy”. Composição: Kunumi MC e DJ Meio Kilo. CD Todo dia é dia de índio, Beatbox

nar situações reais em que os estudantes possam ser autores de


São Paulo, 2018. Disponível em: livro.page/17V7U262L. Acesso em: 2 mar. 2022.
O termo beatbox (“caixa de batida”, em inglês) faz referência à percussão vocal
1. Com base nesse trecho, lembre-se das discussões já realizadas e responda: própria do rap. É a arte de reproduzir com a voz, a boca e o nariz sons de bateria,
cornetas, cordas e outros instrumentos musicais, além dos efeitos produzidos por DJs.
a) De que forma devo estruturar os versos do rap que irei compor?
b) Como posso trabalhar a sonoridade do meu texto?
c) Que tema devo abordar no rap que irei compor? Revisão e avaliação

diferentes gêneros e incorporar em suas produções os recursos lin-


d) Que tipo de linguagem devo utilizar?
Para a revisão e a avaliação do rap, verifique se foram contempladas todas
as exigências na elaboração de sua canção:
Deixar fluir „ tema adequado;
Organize-se
TalipovaSabina/Shutterstock

As redes sociais geralmente são espaços utilizados „ versos elaborados de modo a construir o ritmo próprio
Para esta última etapa, você
para o compartilhamento dos gostos e preferências dos do rap;
precisará de dispositivos

guísticos estudados, de acordo com os objetivos comunicacionais.


usuários em relação a todas as áreas da vida e da arte. sonoridade expressiva baseada na escolha de palavras
„ de gravação que captem
Assista ao clipe “É tudo pra ontem”, do rapper Emicida
apropriadas; imagem e som.
em alguma plataforma digital e escreva um breve texto
comentando o que achou da música e do clipe, assinalan- „ linguagem coloquial;
do seus aspectos relevantes. Procure postar seu comentário „ adequação ao público que escutará seu rap.
e acompanhar as trocas que podem ocorrer entre os usuários
da plataforma. Se preferir, procure também a letra da canção

Aqui cabe comentar o papel da publicação de textos em am-


Escute a canção duas ou
para acompanhá-la e sentir o ritmo, a sonoridade e o canto mais vezes. Sinta a música. Publicação
característicos do rap. Somente depois disso
comece a escrever. Depois que seu rap estiver pronto, apresente-o à turma e grave-o.

66 67

biente escolar. Sabe-se que propor apenas produções textuais


destinadas à circulação no âmbito da escola, para leitores que pertencem à comunidade escolar, pode artificializar
o papel social do texto e reduzir as produções de texto a uma função avaliativa. Diante disso, apresentamos algu-
mas propostas que, por sua finalidade e/ou pela forma de compartilhamento/publicação, aproximam os textos de
seu real papel na sociedade e permitem aos estudantes interagir com leitores diversos.

Fechamento da unidade
Fechamento da Unidade
Retomar e avançar
Retomar e avançar
Nesta Unidade, você ampliou seu conhecimento sobre recursos para ler e estudar usando tomada
de notas à margem dos textos, apreciou poemas, fragmentos de biografia romanceada e de auto-
biografia. Também explorou a formação de palavras e fez composição de biografia de um colega.
Agora, em duplas, faça uma revisão do que foi visto.
Na subseção Retomar e avançar, os estudantes sintetizam os principais conceitos
vistos ao longo da Unidade e refletem sobre quais deles significaram um avanço em seu
1. Organize seu aprendizado por meio de um quadro de conteúdo. Copie-o no caderno ou em
uma folha maior, para facilitar a consulta em outro momento.

a) Quanto à forma, o que você já sabe sobre soneto, haicai e poesia concreta? MODELO

b) Além da rima, quais outros dois recursos sonoros você conheceu nesta
MODELO
unidade? Conceitue-os.

processo de aprendizagem e quais precisam ser retomados antes que possam dar con-
c) Qual é a característica de um texto subjetivo? MODELO

d) Quais são as marcas típicas de uma paródia? MODELO

e) Qual é o propósito comunicativo de uma narrativa autobiográfica? MODELO

f) O que é o presente histórico? Que efeito de sentido ele provoca na narrativa?

tinuidade aos estudos. A intenção é que assumam uma postura de protagonistas de sua
MODELO

g) Você estudou o processo de formação de novas palavras: neologismo, es-


trangeirismo, sigla e abreviação. Qual desses processos permite recriação MODELO
de uma nova palavra usando outra já existente?
h) A pergunta inicial desta unidade é “Como a arte representa você?”. De

aprendizagem por meio de uma autoavaliação. Nessa etapa, eles retomam a pergunta
que forma os trabalhos desta Unidade ajudam na elaboração da resposta MODELO
a esse questionamento?

2. Com base em suas respostas, faça uma lista dos assuntos que ainda não estão claros para você.

Não escreva
Projeto Documentário: etapa 1 neste livro

feita na abertura e avaliam se seu conhecimento foi ampliado e aprofundado depois das
Use seu
caderno

Compreendendo o gênero documentário


Neste ano, o projeto propõe a elaboração de um documentário sobre sua trajetória escolar e
seus projetos de vida. Você e seu grupo terão o grande desafio de planejar, produzir, gravar e editar
um documentário, que deve ser inspirado pelas narrativas biográficas e autobiográficas. O objeti-

atividades e leituras propostas na Unidade.


vo do projeto é que você possa olhar para a sua trajetória escolar e, com base nela, refletir sobre
caminhos para construir em sua vida. Nesse sentido, o projeto se orienta pela seguinte questão.

De que modo meu percurso escolar colabora com o meu projeto de vida?

53

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa VII


Projeto E-zine: etapa 2

Projeto anual – etapas


Lambe-lambe fotográfico
Nesta segunda etapa do projeto anual, você deverá fazer um ensaio fotográfico
inspirado nas experiências estéticas do lambe-lambe. Esse trabalho fará parte da
seção “Curiosidades artísticas” do e-zine. Para isso, reúna-se com seu grupo do
projeto e sigam o roteiro.

Planejamento e produção
1. Para começar, escolham o tema que vocês querem fotografar. É importante
fazer um recorte sobre o tema antes de começar o registro fotográfico.
Vocês poderão escolher a escola, o bairro, o mobiliário da escola etc.
Cada volume oferece uma sugestão de projeto anual, que será realizado em eta-
pas. As etapas acontecem no fim de cada Unidade, em que se propõe uma produção
2. O grupo deverá fotografar o contexto escolar ou local (escola, bairro ou
paisagem). Atenção: como vocês estão fotografando para uma publicação,
evitem retratar pessoas sem a prévia autorização.
3. Com os membros do seu grupo, explore os espaços da escola, como o
pátio, as salas de aula, banheiros, o refeitório, a biblioteca, entre outros,
e registre imagens que mostrem como é a vida em sua escola ou comu-

textual que dialoga com a Unidade e, ao mesmo tempo, com o projeto. A produção em
nidade.
4. Após os registros, vocês deverão editar as imagens.
5. Durante a edição, aproveitem para explorar as frases e os efeitos visuais
que foram estudados anteriormente com o lambe-lambe. Como essa é
uma seção de curiosidades artísticas, explorem esse conceito e façam

etapas e a diversidade de gêneros permitirão aos estudantes compreender o processo


experiências estéticas para atrair e provocar o leitor do e-zine.
6. Elejam cinco imagens para compor a seção do e-zine.
7. Vocês poderão explorar os recursos visuais e verbais que ajudam nessa
experiência estética e reforcem o design do lambe-lambe.
8. Por fim, façam as legendas das imagens

Revisão e avaliação
Após a produção das imagens e das legendas, revisem esse material. Revejam
as imagens, analisando os efeitos visuais que vocês aplicaram. Vejam se as
de composição de gêneros multissemióticos de maior complexidade. O encerramento
escolhas foram as melhores e se vocês trabalharam a par tir da estética do

do projeto poderá marcar o final do ano letivo e de uma etapa de aprendizagem.


lambe-lambe.
Façam uma revisão do texto, observando as palavras e a estrutura sintática.

Publicação
Após a revisão, arquivem esses materiais no portfólio do projeto. Essas produções
serão utilizadas no projeto anual.

69

Projeto E-zine: para concluir

Retomando
Ao longo do ano, você produziu diferentes materiais que geraram a publicação
do e-zine de seu grupo. Nesse percurso, vocês vivenciaram a produção editorial
independente, respondendo à pergunta do projeto: Como se faz um e-zine?
Na primeira Unidade, vocês elaboraram um comentário de um gibi eletrônico,
dando sugestões de leitura para o público do e-zine. Nas etapas seguintes, res‑
gataram a origem do e-zine e produziram uma seção de descobertas artísticas
com fotos inspiradas em lambe‑lambe; desenvolveram uma notícia, divulgando as

Projeto anual – para concluir


entrevistas com dicas de economia; definiram o nome e como seria a publicação;
formularam um resumo de curiosidades científicas; produziram uma audiodescrição;
gravaram em vídeo a leitura de um trecho de carta aberta; e, por fim, organizaram
a publicação do e-zine.

Síntese

Ainda no fechamento da Unidade é proposta uma nova produção textual que, além
Não escreva
Com base nessa retomada, considere estes questionamentos. neste livro
Use seu
1. Conforme as etapas do projeto foram se desenvolvendo, você foi compreen- caderno
dendo melhor a produção de um e-zine? As produções foram se tornando
mais fáceis de serem realizadas?
2. Agora que você já conhece a situação comu- ni-
cativa de um e-zine, você considera que a

de dialogar com a Unidade quanto ao tema e ao gênero, também está de acordo com o
organização textual estimula uma cultura
de fãs? Como você justifica a relação?
3. Responda às questões, resgatando as ca-
racterísticas do e-zine.
a) Identifique os recursos digi‑

eixo orientador do projeto, o qual é proposto transversalmente ao longo de todo o livro.


tais que você e seu grupo uti‑ li‑
zaram para produção do e-zine. Eles
representaram um desafio?
b) Que desafio você apontaria como mais
expressivo durante as etapas de
produção do e-zine?
c) Em sua opinião, qual foi a maior
inovação que o e-zine de seu gru‑
po propôs?
d) Você passou a compreender melhor ou
Pensee Sauvage/Shutterstock

a se interessar mais por e-zines depois


da experiência deste projeto?
4. Reúna-se com o grupo do projeto e compartilhe as
suas respostas.

O trabalho em grupo

287

Boxes temáticos
Ao longo das Unidades, há boxes que tratam de temas relacionados aos conteúdos principais e auxiliam no
desenvolvimento da sequência de trabalho.

Diálogos com Geografia


O Estatuto das Cidades prevê que todo município com mais de 20 mil habitantes deve ter um plano
diretor. Trata-se de um projeto desenvolvido por um arquiteto urbanista em parceria com uma equipe
que contém integrantes de várias áreas do conhecimento, além da participação da comunidade para
pensar na transformação do espaço.

Diálogos com...: tem o objetivo de promover o estudo


Leia a seguir um trecho do plano diretor da cidade de Juiz de Fora (MG) e veja os mapas com as

„
ciclovias que fazem parte desse plano.
O Plano de Mobilidade tem como diretriz priorizar de modo efetivo o transporte cicloviário
de Juiz de Fora.
[...]
Está prevista a instalação de 8 (oito) bicicletários na Área Central, em locais a serem defini-

de um conteúdo pela lógica de outros componentes cur-


dos junto a praças e jardins, para acomodar as bicicletas dos ciclistas oriundos da Zona Norte,
e propiciar sua integração com a rede de transporte coletivo por ônibus. [...]
SECRETARIA DE TRANSPORTE E TRÂNSITO – SETTRA. Plano de Mobilidade Urbana de Juiz de Fora. Juiz
de Fora: SETTRA, 2016. p. 165. Disponível em: livro.page/11V7U7224L. Acesso em: 28 fev. 2022.
Reprodução/Prefeitura Municipal de Juiz de Fora/

A
Secretaria de Transportes e Trânsito – SETTRA

riculares, favorecendo o diálogo entre Língua Portugue-


sa e demais componentes da mesma área ou de outras
­áreas, mostrando a complexidade do conhecimento.
Reprodução/Prefeitura Municipal de Juiz de Fora/

B
Secretaria de Transportes e Trânsito – SETTRA

Figuras A e B foram produzidas


para execução do Plano de
Mobilidade Urbana de Juiz de Fora.
Secretaria de Transporte e Trânsito,
julho de 2016.

Nosso mundo
Nós vai versus a gente fomos: hipercorreção
É comum, no dia a dia, ouvir “A gente vamos” ou mesmo “Nós vai”. Esse emprego é considerado
um desvio normativo e não deve ser usado em situações formais de comunicação.
Mas você já pensou na lógica linguística por trás desse desvio?
Vamos analisar.
1. Leia este quadrinho Teo e o Mini Mundo.
Caetano Cury/Acervo do Cartunista

226

„ Nosso mundo: aproxima o conteúdo estudado na Uni-


dade do mundo dos estudantes e os convida a se po- a) A gente, no contexto do quadrinho, corresponde a que pessoas?
b) Com que sintagma nominal o verbo faz concorda em número e pessoa?
CURY, Caetano. E agora, o que a gente faz? Teo
e Mini Mundo, [S.l.], 30 out. 2019. Disponível em:
livro.page/11V8U270L. Acesso em: 23 jun. 2022.

sicionar, a apropriar-se de sua voz e a marcar presença


c) Caso fosse empregado o pronome pessoal do caso reto para substituir a gente, como
ficaria o texto?
d) A mudança solicitada na questão anterior (troca pelo pronome) permitiria manter o efei-
to de sentido da versão da tirinha?
e) Como você interpreta a resposta da borboleta ao garoto?
O pronome nós corresponde, em seu significado, à locução pronominal a gente, mas cada um

em seu cotidiano.
deles, em seu contexto de uso, confere um efeito de sentido ao texto.
Agora observe esta correspondência:
„ No caso de nós, temos eu + você e a conjugação ocorre com o verbo na 1a pessoa do plural.
„ No caso de a gente, também temos eu + você, mas a conjugação ocorre com o verbo na

3a pessoa do singular.
Ora, se ambas as formas identificam um eu + você, é comum que o falante faça confusão ao bus-
car seguir a norma-padrão. Por isso, “Nós (eu + você) se entende (nesse caso, conjugado com a 3a
pessoa do singular)” ou “A gente (eu + você) se entendemos (conjugado com a 1a pessoa do plural)”.
Trata-se de uma tentativa de se corrigir, chamada hipercorreção.
A norma-padrão é um registro que requer estudo e convívio com pessoas que a usem e no dia a
Deixar fluir dia é comum que não seja seguida de forma tão precisa. Discuta com os colegas esse assunto, res-
pondendo às questões.
Arte no lixo 2. Há preconceito quando alguém não usa a norma gramatical, mesmo em situações in‑
Observe com atenção uma cena do documentário Lixo extraordinário, do artista visual Vik Muniz, formais? Explique e, caso tenha vivenciado isso, divida com a turma.
lançado em 2011.
3. Explique a compreensão que se deve ter nos casos de desvio da norma‑padrão.
© Muniz, Vik/ AUTVIS, Brasil, 2022

Vik Muniz e o
documentário 70
Para realizar o
documentário Lixo
extraordinário,
dirigido por Lucy
Walker, João Jardim
e Karen Harley

Deixar fluir: explora a relação entre o conteúdo estu-


(2011), o artista

„
Vik Muniz esteve
com catadores de
lixo que ocupam
um grande
aterro sanitário
localizado no Jardim

dado e linguagens artísticas variadas que podem apoiar


Gramacho, em
Duque de Caxias,
Rio de Janeiro. Ao
longo do filme, o
lixo se transforma
em material para a

a compreensão e a análise dos conceitos.


produção de obras
de arte e podemos
conhecer a visão
de mundo de sete
catadores que
atuam no lixão a
céu aberto.

Vik Muniz. Marat (Sebastião), da série Pictures of Garbage, 2008. Instalação artística
em Jardim Gramacho, Rio de Janeiro.

1. Descreva o que você vê nessa obra.

2. Há uma figura em primeiro plano. Que sentimentos ela expressa?

3. Discuta com os colegas as interpretações possíveis para essa imagem, considerando


o material com que ela é feita.
4. Você conhece obras de arte que tenham sido feitas com o mesmo material? Compar-
tilhe com os colegas.

97

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

VIII Língua Portuguesa


Múltiplas leituras
As narrativas orais tradicionais no continente africano
Narrativas populares estão presentes em todo o mundo como forma de transmitir a cultura de um
povo de geração em geração. Sua origem é a oralidade, ou seja, as histórias são contadas por membros
importantes das comunidades, de modo envolvente, imaginativo, com mímicas e variações na intensida-
de e na altura da voz para conseguir o efeito de encantamento. Essa forma de contar histórias permite
uma grande interação entre os membros de uma comunidade, sobretudo entre os mais velhos e os mais
novos, ampliando relações baseadas em respeito e valorização da cultura, além de desenvolver a for-
mação ética e a identidade das comunidades.
Leia, a seguir, um trecho de um conto popular africano contado por um francês – o autor e cineasta
Michel Ocelot – que viveu dos seis aos doze anos em Guiné, na África, onde ouviu essa história. A tra-
dução da versão brasileira é de Regis L. A. Rosa.

Marlon Thor
Kiriku e a feiticeira

Múltiplas leituras: tem o objetivo de trabalhar a fluên­


Em uma cabana africana, uma mulher está grávida. De repente,
uma pequena voz sai de sua barriga redonda:

„ – Mãe, me ajuda a nascer!


A mãe responde calmamente:
– Uma criança que fala na barriga de sua mãe sabe nascer sozinha.
Surge um pequeno bebê.

cia leitora dos estudantes ao ler diferentes tipos de


– Eu me chamo Kiriku! Mãe, me lave!
– Uma criança que nasce sozinha se lava sozinha.
Kiriku salta em uma bacia e respinga água alegremente ao redor
dele.
– Não esbanje água. Karaba, a feiticeira, secou nossa fonte. Ela
devorou seu pai e todos os homens da aldeia. Só restou seu tio. Ele está

texto, priorizando-se os digitais.


a caminho dos flamboyants, indo combater a feiticeira.
– Então devo ir ajudá-lo! – grita Kiriku.
Sobre suas pequenas pernas, Kiriku dispara na estrada dos Kiriku nasceu sozinho e pulou no
flamboyants. Ele encontra seu tio e o encara: colo de sua mãe.

– Bom dia, meu tio! Eu sou Kiriku, seu sobrinho. Eu vim ajudar a combater Karaba, a feiticeira.
O tio não quer acreditar que aquele pequenino é seu sobrinho e não aceita que um bebê o ajude. Então,
Kiriku volta para a aldeia. O tio fica satisfeito.
[...]
Kiriku vai enfim conhecer as respostas a todas as questões que o atormentam:
[...]
– Vovô, por que Karaba devora os homens?
– É uma lenda. Ela nunca comeu um homem.
– Vovô, por que Karaba é malvada?
– Porque fizeram mal a ela. Ela sofre todo dia por causa de um espinho envenenado que alguns homens
enfiaram na sua coluna vertebral. É esse espinho que dá poderes de feiticeira a ela.
– Eu arrancarei o espinho das costas de Karaba ou morrerei.

OCELOT, M. Kiriku e a feiticeira. Tradução: Regis L. A. Rosa. Rio de Janeiro: Viajante do Tempo, 2016. p. 5, 7 e 34.

Outros boxes e estruturas didáticas 128

Ao longo das Unidades, aparecem também os seguintes boxes:

Não escreva
“A criança vai aprender a investir com o exemplo dos pais”, diz neste livro
Rejane Tamoto Use seu
caderno

a) Qual é a diferença entre o primeiro e o segundo título?


b) Qual título contém verbo?
c) Qual é o tempo verbal desse título?
d) Qual é o efeito de sentido que esse tempo verbal promove na manchete,
isto é, que informação ele agrega?

O modo verbal diz respeito à forma como o verbo é enunciado e à maneira como
nos posicionamos no mundo. Por exemplo, podemos usar o verbo para dar a ideia de
certeza, dúvida, ordem ou sugestão. Com ele, igualmente, podemos indicar o que já
aconteceu no passado, o que acontece no presente e o que ainda poderá acontecer

Ideias & Conceitos: procura sistematizar e evidenciar


no futuro. Essas variações referem-se ao tempo verbal, ou seja, ao passado, ao

„
presente e ao futuro.

3. Com base nesse estudo, identifique na entrevista ou na reportagem um


exemplo de cada um dos modos verbais.

conceitos essenciais estudados ao longo da Unidade.


a) Modo indicativo.
b) Modo subjuntivo.
4. Os tempos e os modos verbais estabelecem relação entre si em diferentes
enunciados, com intencionalidades comunicativas distintas. Para ilustrar como
ocorrem essas combinações, leia o trecho de três entrevistas e, depois, faça
o que se pede.
I. Entrevista do historiador Leandro Karnal ao jornal digital GZH, de Porto
Alegre (RS).

Não escreva 2. Ainda sobre a história contada pela avó, identifique:


neste livro
[...] Use seu
a) o conflito da história, momento em que um acontecimento
caderno começa a desenrolar a narrativa;
Como se tornar melhor no dia a dia?
b) por que a história ganha o rumo inusitado do fim do mundo;
Primeiro, entender que a dimensão trágica da existência é fundamental
para qualquer coisa. A vida comporta dimensão trágica, não importa o que c) o trecho do texto que demonstra o motivo desse rumo inu-
você faça. [...] Se tem uma origem para sua tristeza, que seja passageira sitado da história;
Ana Maria Machado nasceu
como uma temperatura elevada, isso faz parte da existência e é inviolável. d) o desfecho da história.
em Santa Teresa, no Rio de
Se não tem origem, pode ser depressão. Tristeza com uma origem passa. Janeiro. Aos 23 anos formou-se 3. Releia o final da história.
[...] Mas estar trancado em um quarto por muito tempo, isso é depressão. em Letras Neolatinas e estudou Quem apavorado some bem depressa se consome.
Não é natural que uma causa de tristeza se estenda por muito tempo. Mas no Museu de Arte Moderna do
não existe vida sem problema. Imaginar isso é infantilidade. Ser adulto é Rio de Janeiro e no MoMA, em 4. Os contos nasceram da tradição oral e era comum que fos-
lidar com isso. A criança pensa em presente, o adulto pensa: “Em quanto Nova York. Em sua carreira, deu sem usados para ensinar algo a quem os ouvia. Nesse conto
tempo vou pagar por esse presente?”. Isso é ser adulto. [...] aulas em escolas particulares popular, que ensinamento você identifica?
FELICIDADE, sentimento de culpa e desigualdade social: Leandro Karnal e em universidades, inclusive
propõe reflexões sobre 2020. GZH Comportamento, Porto Alegre, 26 dez. na Sorbonne, na França, e em

Para saber +: procura ampliar o repertório literário, ar-


2020. Disponível em: livro.page/8V7U391L. Acesso em: 8 mar. 2022. Berkeley, na Califórnia. Ficou
exilada em Paris, onde escreveu

„ para revistas e para a BBC de O livro A África recontada para crianças


Londres e cursou o doutorado. é uma antologia de contos populares e
91 fábulas contadas ou escritas em países

Claret
De volta ao Brasil, seguiu
carreira no jornalismo, deixou africanos falantes de língua portuguesa:

Reprodução/Martin
a profissão para se dedicar à Angola, Moçambique, Guiné-Bissau,

tístico e cultural dos estudantes por meio de sugestões


escrita e, em 1977, ganhou Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Ao
seu primeiro prêmio. Desde ler a obra, você terá a oportunidade de
então, já recebeu muitos outros, conhecer como se caracteriza o conto
popular em diferentes culturas com um Capa da obra A África
inclusive o Hans Christian recontada para crianças,
Andersen e o Jabuti, duas das ponto em comum: a língua portuguesa.
de Avani Souza Silva.
mais importantes premiações
literárias que existem. Seu

de livros, filmes, séries, sites, músicas etc.


5. Agora, em seu caderno, transcreva as afirmações com ca-
mais recente reconhecimento, racterísticas do gênero conto.
o Prêmio FNLIJ (Fundação
Nacional do Livro Infantil e „ Narrativa curta e com conflito narrativo.
Juvenil), foi recebido em 2016, „ É um texto com rimas.
na categoria Reconto, com o „ Apresenta espaço, tempo, personagem, ambientação e falas.
livro Histórias russas. A autora é
„ É um texto que tem apenas personagens e tempo.
membro da Academia Brasileira
de Letras. 6. O que mais chamou a sua atenção na história?

Thomas SAMSON/AFP
Ao contar uma história, seja oralmente, seja por escrito, exis-
2. Durante as discussões, façam anotações de falas suas e dos colegas que tem alguns elementos que estruturam seu enredo. Você já apren-
Cinegrafista:
considerem marcantes para inserir no documentário, pois isso facilitará o profissional deu que o enredo contém uma situação inicial, um conflito, do
processo de decupagem a ser feito na etapa de revisão e avaliação. que opera as
câmeras nas qual a história começa a ganhar uma tensão; um clímax, que é
„ O cinegrafista do grupo deve estar em constante diálogo com o cenogra- filmagens.
o ponto de maior tensão da história; e o desfecho, que é a fi-
fista, para decidirem os planos e ângulos de cena e as formas de movimen- Cenografista:
profissional nalização da história. Outros elementos que ajudam a estruturar
tação da câmera, para captação das imagens da discussão. Pensem no efeito que cuida da
que desejam causar no expectador e escolham também a concepção de o enredo são os personagens; o tempo em que a narrativa se
objetividade ou subjetividade da câmera. cenários. desenrola; o espaço, que é todo o ambiente onde a história se
„ Dessa vez, o sonoplasta deve estar mais atento tam- passa; o  narrador, seja um personagem da história, ou apenas
bém à forma de captação do som das falas, buscando Ana Maria Machado. um observador dela, que pode ser um importante modificador do
minimizar ruídos ambientes e garantir um resultado enredo; e a linguagem da história.
audível das discussões.
a) No trecho, o poeta associa o tempo a um rio. Ex-
120
plique essa associação.
b) Segundo o poeta, você estaria na estação do ano
Smokovski/Shutterstock

correspondente ao verão: “Entra, então, a qua-

Glossário: dá o significado de palavras ou expressões


dra mais forte e vigorosa, o verão: é a robusta

„
mocidade, fecunda e ardente.”. Que experiên-
cias escolares você considera que tenham sido
representativas do verão que você vive?
c) Você concorda com o poeta quando ele diz que
o inverno é tristonho? Considere a época em que

destacadas no texto, visando auxiliar os estudantes na


ele viveu e a época em que você vive para refletir
sobre essa questão e respondê-la.
d) Em seu percurso escolar, o que você considera
que modificou seu jeito de ser e de agir?
e) Que metáfora você poderia fazer sobre seu
percurso escolar, com outros elementos da
natureza?

compreensão dos conteúdos.


3. Agora, individualmente, você escreverá
uma carta para seu “eu do futuro”, para
criar uma cápsula do tempo que fica-
rá na escola. Leia as orientações para
desenvolver a correspondência:
a) Com a turma, escolham uma música
13. Releia o penúltimo parágrafo.
para ambientar o espaço da sala
de aula e torná-lo agradável para Nestes setenta anos da Declaração de 1948 muitos estudos, pesquisas, documen-
essa reflexão. tos, declarações contribuíram para melhor entender, ampliar e ressignificar os
b) Pense sobre as questões que en- direitos humanos. Hoje, porém, vivemos no Brasil uma contradição surrealista.
volvem a escrita de uma carta: De um lado temos acesso fácil a todo esse conhecimento acumulado sobre o
„ Como você vai saudar a assunto, a memória das dores da ditadura e as imagens dos novos holocaustos;
si mesmo? de outro, uma parcela da população, capaz de decidir os rumos do país, insiste
„ O que deseja que te- em distorcer e desdenhar os direitos humanos.
nha acontecido daqui
a dez anos com você? a) Nesse parágrafo, o articulista expõe duas visões diversas sobre a Declaração
„ O que gostaria de Universal dos Direitos Humanos na sociedade brasileira. Explique essas visões.
ter mudado em você b) Crie uma hipótese que explique o propósito do autor em construir essa re-
e no mundo? lação de oposição marcada pelas expressões “De um lado” e “de outro”.
14. Ao concluir um artigo de opinião, é comum o articulista apresentar um ques- Não escreva
neste livro
tionamento ao leitor, provocando-o a refletir sobre o assunto. Identifique
265 uma questão retórica apresentada pelo autor no final do texto e explique Use seu
caderno
qual foi a sua intenção ao fazer esse questionamento ao leitor.
15. Conhecer informações sobre o articulista, no boxe do autor, influenciou na

Boxe do autor: apresenta o(a) autor(a) do texto lido –


credibilidade dele em relação ao conteúdo do texto? Explique.

„ 16. Ao terminar a leitura e o estudo do texto, você considera que a abordagem ar-
gumentativa e as estratégias de persuasão usadas pelo articulista foram efica-
zes? Você se sente provocado em relação à opinião por ele exposta? Explique.

Thiago de Mello nasceu


Deixar fluir

sobretudo os literários –, suas principais obras e prêmios.


em 30 de março de 1926,
no município de Barreirinha
A promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(AM). Além de ser um
ocorreu quando o mundo passava por um período de recuperação
influente poeta regional,
foi também jornalista, da importância da vida. Já em 1964, o poeta amazonense Thiago de
tradutor e ensaísta. Ficou Mello (1926-2022), escreveu um poema em formato semelhante
conhecido como o “poeta ao de um decreto, em artigos: “Estatutos do Homem”.
da liberdade”, devido ao Estatutos do Homem
seu comprometimento com
a liberdade e a democracia. ARTIGO 1
Faleceu em 14 de janeiro Fica decretado que agora vale a verdade,
de 2022, em Manaus, aos que agora vale a vida,
95 anos. e que de mãos dadas,
trabalharemos todos pela vida verdadeira.
Suamy Beydoun/Futura Press

ARTIGO 2
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de [domingo.

ARTIGO 3
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,

146

2 Leitura de textos
Durante a entrevista, lembre-se da importância de estar
atento a práticas de gêneros orais. Outro ponto de atenção Prepare-se
consiste em ler as questões antes e definir um membro do Organize a gravação. Garanta Carta aberta
grupo que será o responsável por fazê-las ao entrevistado. que seu aparelho esteja A carta aberta tem o objetivo de defender um ponto de vista, uma opinião. Para isso, em seu
desenvolvimento, reivindica-se um direito ou questionam-se algumas atitudes de ordem pública que
Se o entrevistado não souber responder a uma pergunta, funcionando adequadamente,
com fios e bateria em ordem. geram problemas sociais. Visando a mudanças, a carta aberta usa argumentos que ajudam na defesa do
pule para a próxima questão. ponto de vista. Assim, além de ter características de uma carta pessoal (remetente, destinatário, assunto),

Organize-se!, Prepare-se! e Lembre-


Não se esqueça de fazer uma
ela apresenta argumentos que buscam convencer os leitores da opinião apresentada na carta.
Revisão e avaliação saudação de abertura e de

„
Sua estrutura contém cabeçalho com data e saudação (vocativo e pronome de tratamento adequado ao
encerramento, agradecendo a
Nesta seção, seguiremos nosso percurso estudando dois tipos destinatário), apresentação, desenvolvimento e conclusão.
Agora que vocês já gravaram a entrevista, é hora do que disponibilidade do entrevistado.
Organize-se de texto importantes na divulgação do conhecimento científico. chamamos de revisão.
Nesta seção, usaremos Observaremos de que maneira eles se estruturam, a linguagem Para começar, ouçam o áudio que foi gravado e avaliem o resultado da entrevista. Planejamento e produção
dicionário impresso ou on-line. e a função deles.

-se!: têm finalidade instrucional, orien-


Durante a audição, observem os tópicos a seguir. Essa será uma produção colaborativa. Assim, toda a turma vai
„ Como está o ritmo das falas? Lembre-se produzir uma única carta aberta que corresponderá à voz de todos
Leitura 1 „ Existe alguma cacofonia, isto é, combinação de sons de palavras que geram Carregue a bateria do celular os estudantes. Para organizar esse processo, antes de começar a
palavras com som ou sentido desagradável? e não se esqueça de levá-lo produção da carta, vocês farão um levantamento dos problemas
Verbete „ Há elementos que não foram respondidos? Quais? na sua observação de campo do entorno da escola relacionados ao trânsito e à mobilidade. De-
para fotografar o que será pois, em uma roda de conversa, vão compartilhar os problemas.
A escrita, tão presente em nossas vidas, é uma invenção humana e desempe- Existe algum trecho repetitivo?

tando os estudantes a se organizarem


„
denunciado na carta aberta. Para começar, vocês vão observar o entorno escolar e tomar nota
nha vários papéis, como comunicação, expressão de pensamentos e sentimentos, „ Alguma parte está confusa? dos problemas que identificarem. Durante essa observação, façam
documentação e registro de descobertas científicas. As descobertas científicas
„ A entrevista ficou muito longa, com temas desinteressantes? registros fotográficos da realidade que estão presenciando.
podem ser divulgadas por meio de artigos científicos, notícias de jornais, verbetes
e revistas ou blogues especializados em ciência. Você já leu um verbete? Prova- „ Existe alguma coisa que parece estranha? O quê? Considerem, para tanto:
velmente você já consultou alguns! Com base nesse levantamento, se a sinalização de trânsito nas ruas;
wavebreakmedia/Shutterstock

possível, façam a edição do áudio.

para o estudo e indicando o que de-


„ a qualidade da pavimentação;
„ O que é um verbete? Onde achamos verbetes? Para que servem? Cortem trechos que estejam inadequa-
„ a existência de ciclovias e ciclofaixas;
dos e que tenham deixado a gravação
Para entender um pouco mais esse gênero textual, vamos consultar dois ver- pouco atraente. Essa edição poderá „ a sinalização para os pedestres e as condições das calçadas;
betes. O verbete a seguir foi retirado de um dicionário on-line. ser feita com o apoio de diferentes
Fernando Favoretto/Criar Imagem

Verbete 1 plataformas digitais que ajudem nos

vem providenciar, consultar, anotar ou


ajustes de áudio.
Dicionário on-line
sanitário
sanitário
Peter Gudella/Shutterstock

A edição do áudio gravado pode ser feita


sa·ni·tá·ri·o de forma coletiva na escola.
adj
Publicação
relacionar.
1 Relativo à saúde ou à higiene.
2 Relativo a banheiro e a tudo que dele faz parte.
sm Com a entrevista finalizada, é hora de publicar esse material. Para isso, reúnam
1 V vaso sanitário. todos os arquivos em um mesmo local. Pode ser em um dispositivo da escola ou Garoto
2 POR EXT Aposento onde está instalado o vaso fotografando rua
em uma página de blogue da turma, por exemplo. em São Caetano
sanitário; banheiro, mictório, toalete.
Após a integração dos materiais, organizem um momento para a turma ouvir do Sul (SP), 2022.
ETIMOLOGIA A falta de faixa
der da alt do lat sanĭtas, -atis+ário, como fr sanitaire.
todas as entrevistas que foram realizadas. Isso pode ser feito na rádio da escola, de pedestre e
SANITÁRIO. In: Michaelis: Dicionário Brasileiro
durante o intervalo, ou nos momentos finais das aulas. de sinalização
de trânsito são
da Língua Portuguesa. Disponível em: livro. Prestem muita atenção nas respostas sobre como a educação financeira pode problemas comuns
page/3V6U5156L. Acesso em: 31 jan. 2022.
fazer parte do nosso dia a dia. em muitos locais.

162 101 242

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa IX
„ Ícones: Os pequenos símbolos aplicados ao longo da Unidade têm o objetivo de chamar a aten-
ção do estudante e do professor para algum aspecto ou função didática própria daquele mo-
mento de estudo. São estes os ícones usados nesta coleção, com seus respectivos significados:
Atividade oral

Atividade oral em dupla

Atividade oral em grupo

Atividade em grupo
Atividade em dupla
Atividade para casa
Atividade ou Tema Interdisciplinar

Atividade ou conteúdo que envolve uso de tecnologia


Prática de pesquisa ou investigação
Prática envolvendo pais ou responsáveis
Prática de interdisciplinaridade
Relação com projeto anual
Conteúdo interativo (pode ser acessado por meio do livro digital)

„ Selos – Trazem alguma informação escrita junto a eles. Nesta coleção, há dois tipos de selos.
Não escreva Este selo foi aplicado principalmente junto às atividades e serve para lem-
neste livro
Use seu
brar aos estudantes que este livro poderá ser utilizado posteriormente por ou-
caderno tro estudante e que, por isso, não se deve escrever nele.

Os selos a seguir indicam o TCT enfatizado no volume ou relacionado a algum elemento


didático da página (explicação de conteúdo, imagem, atividade etc.) e representam os TCTs
indicados na BNCC:

p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o


em em em em em em em
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Educação
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ans

ans
ans

ans

ans

Educação Educação Educação Diversidade


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aC

aC

aC
aC

aC

aC

para o Trabalho Saúde


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ve rs a

ve rs a

ve rs a
ve rs a

ve rs a

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Ambiental Financeira Fiscal Cultural


Consumo p orâ n e o
em
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Ciência e
aC

ve rs a
Tecnologia
p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o
em em em em em em em
l
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Educação para
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Te m o nt

Te m o nt

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Vida Educação Educação Processo de


ans

ans

ans
ans

ans

ans

ans

Educação Direitos da Envelhecimento,


Valorização do
aC

aC

aC
aC

aC

aC

aC

Multiculturalismo
Alimentar e Familiar e para o em Direitos Criança e do
ve rs a

ve rs a

ve rs a
ve rs a

ve rs a

ve rs a

Respeito e
ve rs a

nas Matrizes
Adolescente Valorização do Históricas
Nutricional Social Trânsito Humanos Idoso e Culturais
l

l
l

Brasileiras

Destacamos que, por se tratar de temas para abordagem transversal junto ao conteúdo,
não houve a intenção de que todos os TCTs fossem abordados sistematicamente na cole-
ção. Privilegiamos, sim, as relações contextualizadas entre os conteúdos e os TCTs. Por essa
razão, a presença ou a ausência de determinado selo na coleção não deve ser considerada
determinante para a abordagem do TCT.
Para o estudante, a lista de ícones e selos, com seus significados, está aplicada na seção
Conheça seu livro (página 7).
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X Língua Portuguesa
Livro digital interativo: novas possibilidades
Esta coleção dispõe de acesso a seus conteúdos em versão digital, tanto dos livros destinados
aos estudantes como aos professores. Na prática, esses livros digitais podem ser abertos e lidos com
computadores, tablets ou smartphones e reúnem o mesmo conteúdo da versão impressa, com acrés-
cimo de recursos de interatividade, como hiperlinks ligando o sumário a cada parte do livro, objetos
digitais que ampliam a abordagem do tema, infográficos animados e rolamento contínuo das páginas.
Ainda que apresentem rolamento contínuo, os volumes digitais trazem um número referencial
para a paginação do impresso, de forma a garantir ao professor e ao estudante uma comunicação
ágil com as versões tradicionais. Nos livros digitais, foram incluídos carrosséis de imagens e infográ-
ficos interativos.
O carrossel pode ser definido como uma galeria de imagens que amplia a abordagem do tema
trabalhado, com possibilidade de aprofundar os conteúdos com a leitura das cenas, do contexto em
que foram produzidas, assim como interpretações em relação a sua composição.
O infográfico interativo apresenta o conteúdo representado no livro impresso associando múltiplas
linguagens. Em outras palavras, o infográfico inserido nas páginas do impresso recebe tratamento e
ampliações possíveis graças ao formato digital, tais como imagens e textos complementares. Esses
recursos se apresentam no livro digital como hipertextos, que podem ser compreendidos com base no
que Pierre Lévy conceitua no livro Cibercultura, como “uma matriz de textos potenciais realizados na
interação com o usuário”.
O livro digital interativo se justifica pela necessidade de atender à incursão tecnológica atual, mar-
cada por transformações, o que torna as relações sociais dos estudantes bem mais complexas. Com
esse recurso, é ofertado ao estudante reconhecer, interagir, analisar e interpretar essas linguagens – fa-
miliarizar-se ainda mais com essas novas formas de expressão, de organizações cognitivas de análise
e compreensão.
A seguir, uma lista dos conteúdos interativos desta coleção:
Conteúdo interativo
Volume 6 Volume 7
Unidade Página Tipo Tema/título Unidade Página Tipo Tema/título
Carrossel de Carrossel de Olhares de Monet sobre a
1 22 Consumo consciente 1 17
imagens imagens Catedral de Rouen, França
Carrossel de Carrossel de
2 52 Storyboard 4 117 Frutas no Brasil
imagens imagens
Carrossel de Bienal Internacional de Arte Infográfico Dez dicas para o atleta
3 76 6 204
imagens de São Paulo interativo iniciante
Infográfico Carrossel de
3 95 Enredo/sequência narrativa 7 222 Arte urbana
interativo imagens
Carrossel de Carrossel de Novas modalidades olím-
6 215 Mulheres na Ciência 8 280
imagens imagens picas
Volume 8 Volume 9
Unidade Página Tipo Tema/título Unidade Página Tipo Tema/título
Carrossel de Carrossel de
1 27 Paródia em imagens 1 19 Cultura imaterial
imagens imagens
Carrossel de Carrossel de
3 97 Arte de lixo 2 78 Clube de leitura
imagens imagens
Carrossel de Infográfico
4 133 História dos v­ ideogames 5 191 Mapa mental
imagens interativo
Infográfico Carrossel de
6 218 Refugiados no Brasil 6 236 Biodiversidade
interativo imagens
Carrossel de Carrossel de Conquistas importantes de
8 283 Produção de um logotipo 7 281
imagens imagens atletas negros
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Língua Portuguesa XI
Proposta teórico-metodológica
Aspectos gerais
Esta coleção foi pensada de modo a conciliar as diretrizes normativas da Base Nacional Co-
mum Curricular (BNCC) com as teorias consolidadas que sustentam o ensino da Língua Portu-
guesa nos anos finais do Ensino Fundamental.
Entre tais teorias, destaca-se a teoria dos gêneros, proposta por Bakhtin (2003) e abor-
dada, nesta coleção, na perspectiva dos multiletramentos, conforme Rojo e Moura (2012).
Essa perspectiva subsidiou a escolha dos textos a serem apresentados aos estudantes, os quais
propiciam o desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas a recursos multis-
semióticos, como as habilidades EF67LP08, EF67LP13, EF67LP29, EF69LP05, EF69LP17,
EF69LP33, EF69LP37, EF69LP38, EF69LP47, EF69LP48, EF89LP07, EF89LP34 e EF07LP02,
as competências gerais 4 e 5 da Educação Básica, as competências específicas 3 e 6 de Lingua-
gens e as competências específicas 3 e 10 de Língua Portuguesa.
A adaptação das teorias enunciativo-discursivas para o trabalho em sequências didáticas
na sala de aula, com gêneros orais e escritos, apresentada por Schneuwly e Dolz (2004)
orientou o desenvolvimento das propostas de produção textual das Unidades (seção 4), com
vistas, por exemplo, ao desenvolvimento das habilidades EF69LP06, EF69LP07, EF69LP08,
EF69LP12, EF69LP22, EF69LP35, EF69LP36, EF69LP41, EF69LP50 e EF69LP51, da com-
petência geral 4 da Educação Básica, das competências específicas 3 e 4 de Linguagens e da
competência específica 3 de Língua Portuguesa.
O desenvolvimento das habilidades EF69LP11, EF69LP12, EF69LP19, EF69LP24,
EF69LP52, EF69LP53, EF69LP54 e EF69LP55, da competência geral 4 da Educação Básica,
da competência específica 3 de Linguagens e da competência específica 3 de Língua Portugue-
sa, que se relacionam à oralidade, apoiou-se nos artigos organizados por Jubran et al. (2019)
e por Leite (2020) e é trabalhado de forma mais sistematizada nas seções 1, de leitura, e 4, de
produção textual, em que propostas orais se alternam com propostas escritas.
Em relação à leitura, pautamo-nos nas reflexões propostas por: Solé (1998), sobre o de-
senvolvimento da leitura e da compreensão leitora, que envolve a preparação para a leitura, o
processo de leitura propriamente dito e as compreensões globais e específicas; Petit (1999),
sobre o universo juvenil a partir do qual se dá o interesse pela leitura na atualidade; e Carva-
lho (2018), sobre estratégias de ensino e avaliação de leitura. As atividades da seção dedica-
da à leitura, embasadas por essas reflexões, buscam desenvolver, entre outras, as habilidades
EF69LP01, EF69LP02, EF69LP20, EF69LP29, EF69LP33, EF69LP42, EF69LP44, EF69LP46,
EF69LP47 e EF69LP49 e as competências específicas 1, 2, 3, 7, 8 e 9 de Língua Portuguesa.
Preocupamo-nos em apresentar ao longo de toda a coleção atividades para o desenvolvi-
mento gradativo das habilidades de argumentação dos estudantes, relacionadas às habilidades
EF69LP01, EF69LP11, EF69LP13, EF69LP14, EF69LP15, EF69LP18, EF69LP19, EF69LP21,
EF69LP25, EF69LP45 e EF07LP14, à competência geral 7 da Educação Básica e à competência
específica 6 de Língua Portuguesa. Essas atividades foram construídas à luz das teorias de Koch
e Elias (2017) e de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2014), que propõem uma estrutura para a
construção do argumento e do contra-argumento, bem como a escolha das estratégias argumen-
tativas para persuadir o interlocutor.
Em relação à análise linguística/semiótica, presente sobretudo nas atividades da seção 3,
o embasamento teórico se dá nos preceitos da linguística textual elucidados por Koch (2002;
2009; 2015) e Neves (2014), que subsidiam o desenvolvimento das habilidades EF69LP27,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

XII Língua Portuguesa


EF69LP28, EF67LP36, EF67LP37, EF69LP38, EF89LP37, EF06LP03, EF06LP04, EF06LP05,
EF06LP11, EF06LP12, EF07LP04, EF07LP05, EF07LP10, EF07LP13, EF08LP09, EF08LP10,
EF08LP13, EF08LP14, EF08LP15, EF08LP16, EF09LP09, EF09LP11 e das competências espe-
cíficas 2, 4 e 5 de Língua Portuguesa. Ressaltamos que algumas dessas habilidades não podem
ser dissociadas da análise argumentativa, relacionando-se, portanto, às habilidades e competên-
cias citadas no parágrafo anterior. E, considerando o espaço reservado à normatividade na esco-
larização, a abordagem dos preceitos da norma-padrão necessários para o desenvolvimento das
habilidades EF67LP32, EF67LP33, EF67LP34, EF67LP35, EF69LP56, EF06LP06, EF06LP07,
EF06LP08, EF06LP09, EF07LP03, EF07LP06, EF07LP07, EF07LP08, EF07LP09, EF07LP11,
EF07LP12, EF08LP06, EF08LP07, EF08LP08, EF08LP11, EF08LP12, EF09LP05, EF09LP06,
EF09LP07, EF09LP08, EF09LP10 e EF09LP12 foi subsidiada pela gramática funcionalista proble-
matizada por Bechara (2004) e por Cunha e Cintra (2014).
As estratégias de estudo propostas na seção 1 estão fundamentadas nas reflexões de Castro
(2015) e Severino (2000); e as metodologias de pesquisa dessa mesma seção e, eventualmen-
te, de outras seções estão amparadas nos métodos propostos também por Severino (2000), Mar-
tins (2001) e Marconi e Lakatos (2011), visando ao desenvolvimento das habilidades EF69LP26,
EF69LP32, EF69LP34 e EF69LP43, das competências gerais 1, 2 e 6 da Educação Básica e das
competências específicas 8 e 10 de Língua Portuguesa.
Por sua vez, a metodologia de projetos que subsidia a proposta de projeto anual, na seção
Fechamento, está pautada na abordagem do Buck Institute for Education (2008). Conforme esse
método de ensino, os estudantes constroem conhecimentos e desenvolvem habilidades quando se
envolvem na investigação e na busca de resposta a uma questão ou trabalham na solução de um
problema ou desafio autênticos. O trabalho com projetos também contribui para o desenvolvimen-
to de competências, particularmente as competências gerais 1, 2, 5, 7 e 9 da Educação Básica.
Além desses embasamentos teóricos, que contribuem para o desenvolvimento dos objetos
de estudo da Língua Portuguesa, destacamos os subsídios didáticos e avaliativos da coleção.
As estratégias de ensino e aprendizagem se baseiam na teoria da solução de problemas,
de Bordenave (2008), e nas metodologias ativas, de Filatro e Cavalcanti (2018).
Para as propostas de avaliação formativas e somativas, pautamo-nos nas premissas de Za-
bala (1998) e Russell e Airasian (2014). E, por fim, para o desenvolvimento do planejamento de
trabalhos em grupo, o norte foram as concepções e estratégias apresentadas por Cohen e Lotan
(2017), assim como a metodologia de projetos, do já citado Buck Institute for Education (2008).
Com base nas diretrizes trazidas pela BNCC e na abordagem teórico-metodológica citada, a co-
leção buscou o desenvolvimento progressivo de habilidades de leitura, oralidade, análise linguística e
produção textual. Como mencionado anteriormente, as Unidades são organizadas por campo de atua-
ção, conforme definidos na BNCC para os anos finais do Ensino Fundamental, uma escolha que per-
mite tanto uma interação mais próxima dos estudantes com os gêneros que circulam em cada campo
como uma reflexão mais aprofundada a respeito dos temas e das práticas próprios de cada um deles.
Além da organização das Unidades por campo de atuação, é ponto fundamental, nesta coleção,
a sistematização de práticas de pesquisa e métodos de estudo, pois compreendemos que os anos
finais do Ensino Fundamental são o momento ideal para a consolidação de estratégias por meio das
quais os estudantes poderão se organizar para aprender – e continuar aprendendo. Dessa maneira,
esta obra oferece, além dos conteúdos imprescindíveis ao segmento, de acordo com a BNCC, recur-
sos que visam promover o engajamento autônomo dos estudantes ao longo de sua formação, para
que possam avançar em sua vida escolar/acadêmica e, mais adiante, profissional, além de se apro-
priar dos saberes aos quais todo cidadão tem direito.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa XIII


Para cumprir tal objetivo, as sequências de atividades presentes nas Unidades foram elabo-
radas com base em perguntas que orientam o trabalho desenvolvido nas seções. Essas perguntas
colaboram com você, professora e professor, na formulação e no desenvolvimento de ações peda-
gógicas que permitam aos estudantes a apropriação e o compartilhamento de meios, procedimen-
tos, estratégias e técnicas que os ajudem tanto a responder às perguntas iniciais como a resolver
os desafios mais complexos trazidos pelos projetos anuais.
Coerentemente com a proposta de municiar os estudantes com recursos para estudar e pesqui-
sar, os projetos anuais jogam luz na pergunta disparadora das Unidades de cada volume, nos objetos
de conhecimento, nos conteúdos estudados e nas estratégias de estudo, solicitando a produção de
gêneros multissemióticos que refletirão o conhecimento construído durante o ano. Nos projetos, os
estudantes são desafiados a colocar em prática não apenas conteúdos e conceitos estudados, mas
também conhecimentos adquiridos na convivência com os seus, com sua comunidade.

Premissas estruturantes em diálogo com a BNCC


O ponto de partida da concepção metodológica desta coleção é a premissa que fundamenta
a BNCC, segundo a qual:
[...] as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento de competências. Por meio
da indicação clara do que os alunos devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos, habili-
dades, atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização desses co-
nhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação das competências oferece referências para o
fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas na BNCC (BRASIL, 2018, p. 13).
Além do “saber” e do “saber fazer” previstos na BNCC, apoiamos a concepção da coleção no
“saber ser”, proposto por Zabala (1999) como conteúdo atitudinal que engloba valores, normas
e atitude. Por valores, podemos entender os princípios e ideias éticas que moldam as opiniões e
condutas dos cidadãos. Por normas compreendem-se os padrões e as regras de comportamento
de um grupo social. Por fim, atitude é a forma como as pessoas atuam ou interferem na realidade,
de acordo com seus valores.
Ao abordar conteúdos que proponham uma reflexão sobre o “saber ser”, buscamos possi-
bilitar momentos de análise sobre as relações individuais e coletivas em sociedade, pois acre-
ditamos que a plena formação dos estudantes no mundo contemporâneo, no exercício de seus
direitos e deveres, passa pela compreensão de seu papel e de sua corresponsabilidade em re-
lação ao outro e ao bem comum.
A inclusão do “saber ser” na coleção se relaciona à importância desse saber para o desenvol-
vimento cognitivo e emocional do adolescente que cursa os anos finais do Ensino Fundamental,
conforme explicitado na BNCC:
Os estudantes dessa fase inserem-se em uma faixa etária que corresponde à transição entre infância e
adolescência, marcada por intensas mudanças decorrentes de transformações biológicas, psicológicas, so-
ciais e emocionais. Nesse período de vida, como bem aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/2010, ampliam-se os
vínculos sociais e os laços afetivos, as possibilidades intelectuais e a capacidade de raciocínios mais abstra-
tos. Os estudantes tornam-se mais capazes de ver e avaliar os fatos pelo ponto de vista do outro, exercendo
a capacidade de descentração [...] (BRASIL, 2018, p. 60).
Dessa maneira, em consonância com a proposta da BNCC para os anos finais do Ensino Fun-
damental, esta obra buscou associar a transitoriedade do estágio escolar ao objetivo de desen-
volver a autonomia estudantil em diferentes contextos comunicativos. A intenção foi criar desafios
adequadamente complexos, que ressignificassem e aprofundassem os conhecimentos prévios
dos estudantes, adquiridos ao longo da Educação Infantil e do Ensino Fundamental – Anos Ini-
ciais, e que lhes permitissem, também, estar em constante interação com os conhecimentos e
informações que permeiam as práticas sociais de linguagem.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

XIV Língua Portuguesa


Perspectiva discursiva do gênero e os campos de atuação
Considerando essas premissas, sempre nos inquietou, em nossa prática em sala de aula, o
fato de que os gêneros são muitas vezes apresentados aos estudantes como estruturas fecha-
das, o que os leva à compreensão de que só é possível entender e produzir um texto se ele es-
tiver de acordo com tais estruturas.
Com essa inquietação, nos debruçarmos sobre as teorias enunciativo-discursivas, que com-
preendem uma linguística da enunciação – a qual contém em si tanto a descrição das regras or-
ganizadoras da gramática quanto a enunciação como objeto de estudo – e se fundamentam em
Benveniste (1989), Bakhtin (2003) e Possenti (2012), e, ao mesmo tempo, nos aprofundamos
na própria BNCC. O intuito era elaborar uma coleção didática que atendesse às demandas esco-
lares e sociais do mundo contemporâneo, mas que também pudesse engajar professores e es-
tudantes em propostas que se aproximassem das diferentes realidades contextuais e linguísticas
brasileiras. Sobre o conceito de enunciação, Benveniste esclarece:
A enunciação é este colocar em funcionamento a língua por um ato individual de utilização. O discur-
so, dir-se-á, que é produzido cada vez que se fala, esta manifestação da enunciação, não é simplesmente
a “fala”? – É preciso ter cuidado com a condição específica da enunciação: é o ato mesmo de produzir um
enunciado, e não o texto do enunciado, que é nosso objeto. Este ato é o fato do locutor que mobiliza a língua
por sua conta. A relação do locutor com a língua determina os caracteres linguísticos da enunciação. Deve-
-se considerá-la como o fato do locutor, que toma a língua por instrumento, e nos caracteres linguísticos que
marcam esta relação (BENVENISTE, 1989, p. 82).

Partindo desses conceitos, adotamos a concepção de língua bakhtiniana: a língua como pro-
duto da interação verbal, portanto viva e constituída por meio do discurso. Para Bakhtin (2003),
a atividade verbal se organiza fora do indivíduo: ela é organizada pela atividade mental no mo-
mento da interação.
Foi com base nessas premissas que elaboramos esta coleção didática: com base em nossas
práticas docentes e das vivências com os estudantes, na busca por apresentar propostas que
estreitem o diálogo com a comunidade escolar e considerem a linguagem como parte ativa e es-
tratégica da participação social, construída nos textos orais e escritos a partir das interações nos
campos de atuação. Adotamos, portanto, uma perspectiva discursiva de gênero, tal como pro-
posto por Bakhtin (2003), que define gêneros como tipos de enunciado relativamente estáveis,
os quais cumprem uma função comunicativa em um momento histórico e social.
Seguindo essa definição, compreendemos que os gêneros apresentam um dinamismo, mo-
dificando-se de acordo com o momento histórico e a situação social em que são produzidos.
Eles são peças fundamentais para organizar a vida em sociedade, visto que as interações ocor-
rem por meio dos gêneros que circulam nos diferentes campos de atuação. Segundo Bronckart
(1999, p. 103), “a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de
inserção prática nas atividades comunicativas humanas”. Essa ideia reforça a decisão – que abor-
daremos mais adiante – de organizar a coleção por campos de atuação, em busca de favorecer
interações diversas promovidas por gêneros diferentes tanto da oralidade quanto da escrita,
mostrando que ambas as modalidades estão presentes em todos os campos de atuação.
Para o trabalho com os gêneros, destacamos nas Unidades, tanto nas atividades de leitura
quanto nas de produção textual, os três aspectos apontados por Bakhtin (2003): composição,
tema e estilo. Em uma apropriação progressiva desses aspectos, os estudantes devem iden-
tificar e analisar suas relações nas seções 2 e 3 de cada Unidade (respectivamente, Leitura
de textos e Análise e reflexão sobre linguagens), para fazer a proposta da seção 4 (Pro-
dução textual).
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Língua Portuguesa XV
A opção por organizar as Unidades desta coleção por campos de atuação tem também a fun-
ção de promover um trabalho consistente e gradual com os gêneros. Ao longo dos quatro volu-
mes, são apresentados aos estudantes os diversos gêneros que circulam em cada campo, já que
é das interações enunciativo-discursivas vividas em cada um deles que emergem as situações
que requerem o domínio de certas habilidades linguísticas orais e escritas.
Com base no campo de atuação central de cada Unidade, propusemos diversas situações
que favorecem a observação e o estudo da materialidade linguística e da linguagem, mesclando
práticas consagradas pela escola com as vivências sociais dos estudantes dentro das culturas
juvenis. Destacamos que a materialidade linguística é justamente o texto construído linguistica-
mente para materializar o discurso, tal como proposto por Possenti (2012).
Nesse contexto, o texto, em sua dimensão enunciativo-discursiva, se configura como a unidade
de trabalho dentro dos campos de atuação, de forma a poder “relacionar os textos a seus contex-
tos de produção e o desenvolvimento de habilidades ao uso significativo da linguagem em ativida-
des de leitura, escuta e produção de textos em várias mídias e semioses” (BRASIL, 2018, p. 67).
Em cada volume, os quatro campos de atuação propostos na BNCC – artístico-literário, das
práticas de estudo e pesquisa, jornalístico-midiático e de atuação na vida pública – estrutu-
ram duas Unidades em sequência, para contemplar os múltiplos gêneros mobilizados nessas esferas.
[...] esses campos [...] criam condições para uma formação para a atuação em atividades do dia a dia, no es-
paço familiar e escolar, uma formação que contempla a produção do conhecimento e a pesquisa; o exercício da
cidadania, que envolve, por exemplo, a condição de se inteirar dos fatos do mundo e opinar sobre eles, de poder
propor pautas de discussão e soluções de problemas, como forma de vislumbrar formas de atuação na vida
pública; uma formação estética, vinculada à experiência de leitura e escrita do texto literário e à compreensão
e produção de textos artísticos multissemióticos (BRASIL, 2018, p. 84).
Destaca-se, então, a variedade dos gêneros apresentados aos estudantes em cada uma das
Unidades e, tal como a proposta de Bakhtin (2003, p. 262) de que “cada campo de utilização
da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais se denominam gê-
neros do discurso”, entendemos que os gêneros não são exclusivos de determinados campos
de atuação, embora possam ser mais frequentes em um deles.
Com essa escolha, além de estarmos de acordo com o que preconiza a BNCC, nos pautamos
na observação do uso da língua em diferentes contextos para o estudo da teoria dos gêneros
proposta por Bakhtin:
[...] a riqueza e a diversidade dos gêneros do discurso são infinitas porque são inesgotáveis as possibili-
dades da multiforme atividade humana e porque em cada campo dessa atividade é integral o repertório de
gêneros do discurso, que cresce e se diferencia à medida que se desenvolve e se complexifica em determinado
campo (BAKHTIN, 2003, p. 262).
Portanto, estruturar as Unidades desta coleção de Língua Portuguesa nos campos de atuação
demarca nosso posicionamento didático de “possibilitar a compreensão de que os textos circulam
dinamicamente na prática escolar e na vida social, contribuindo para a necessária articulação dos sa-
beres sobre a língua e as outras linguagens, nos tempos e espaços escolares” (BRASIL, 2018, p. 85).

Temas Contemporâneos Transversais


Para dar sentido ao trabalho por campo de atuação, cada Unidade se desenvolve em tor-
no de um dos Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) previstos na BNCC.
Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) buscam uma contextualização do que é ensinado, tra-
zendo temas que sejam de interesse dos estudantes e de relevância para seu desenvolvimento como cida-
dão. O grande objetivo é que o estudante não termine sua educação formal tendo visto apenas conteúdos
abstratos e descontextualizados, mas que também reconheça e aprenda sobre os temas que são relevantes
para sua atuação na sociedade (BRASIL, 2019, p. 7).
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XVI Língua Portuguesa


Historicamente, a preocupação em proporcionar estudos contextualizados em aborda-
gens temáticas que fossem significativas na vida dos estudantes já estava presente nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), documentos de 1998 que sugeriam temas trans-
versais, isto é, temas que atravessariam todas as áreas. Com a homologação da BNCC, em
2018, duas mudanças em relação a esses temas representam marcos importantes:
„ a inclusão do termo contemporâneo para “atender às novas demandas sociais e garantir
que o espaço escolar seja um espaço cidadão” (BRASIL, 2019, p. 12), sobretudo no con-
texto das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC); e
„ a subdivisão em seis temas principais, com uma subdivisão em 15 microtemas derivados
deles, consoantes com o contexto contemporâneo.
São estes os temas:

MEIO AMBIENTE
Educação Ambiental
Educação para o Consumo
ECONOMIA

Paula Radi
CIÊNCIA E TECNOLOGIA Trabalho
Ciência e Tecnologia Educação Financeira
Educação Fiscal
Temas
Contemporâneos
Transversais
na BNCC
MULTICULTURALISMO
SAÚDE
Diversidade Cultural
Saúde
Educação para Valorização
CIDADANIA Educação Alimentar
do Multiculturalismo nas
E CIVISMO e Nutricional
Matrizes Históricas e
Culturais Brasileiras Vida Familiar e Social
Educação para o Trânsito
Educação em Direitos Humanos
Direitos da Criança e do Adolescente
Processo de Envelhecimento,
Respeito e Valorização
do Idoso

Esquema mostrando os 15 Temas Contemporâneos Transversais na BNCC, distribuídos em seis macroáreas


temáticas.
BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na BNCC. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2019. p. 13.

Destacamos que a escolha dos TCTs como eixo organizador de cada Unidade, ao lado
dos campos de atuação, tem também uma finalidade didático-metodológica, mas não se
efetiva nas atividades apenas o tema principal: outros assuntos perpassam o tema em foco,
constituindo-se como mesclas, hibridizações e derivações dele.
Tendo isso em vista, a proposta da BNCC é que esse aparato de assuntos transversais abor-
dados em sala de aula proporcione o desenvolvimento cidadão do estudante por meio de práticas
que permitam a ele compreender a sociedade em que vive e seus direitos e deveres em relação
à coletividade e ao meio ambiente. O desenvolvimento gradativo dessa consciência permitirá
que esse adolescente atue de maneira autônoma e consciente, em prol de uma sociedade mais
justa, democrática e inclusiva.
Na prática, a abordagem dos TCTs ocorre por meio da pergunta disparadora que abre a Uni-
dade, a qual é retomada no fechamento, a fim de que seja elaborada uma resposta para ela ou
haja a ampliação da reflexão sobre o assunto proposto. Os temas abordados são destacados por
selos nas páginas de abertura da Unidade e estão assim distribuídos ao longo da coleção:
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Língua Portuguesa XVII


VOLUME
6 ano
o
7 ano
o
8o ano 9o ano
Educação para o
1 Vida Familiar e Social Vida Familiar e Social Diversidade Cultural
Consumo
Processo de Envelhe-
2 cimento, Respeito e Diversidade Cultural Ciência e Tecnologia Vida Familiar e Social

UNIDADE
Valorização do Idoso
Educação para o
3 Diversidade Cultural Educação Financeira Ciência e Tecnologia
Consumo
Educação para Valoriza-
ção do Multiculturalismo Educação Alimentar e Educação em Direitos
4 Ciência e Tecnologia
nas Matrizes Históricas Nutricional Humanos
e Culturais Brasileiras
Processo de Envelhe-
5 Saúde Educação Ambiental cimento, Respeito e Educação Fiscal
Valorização do Idoso
Saúde Educação em Direitos
UNIDADE

6 Ciência e Tecnologia Educação Ambiental


Vida Familiar e Social Humanos
Educação para Valoriza-
Educação para o ção do Multiculturalismo
7 Vida Familiar e Social Diversidade Cultural
Trânsito nas Matrizes Históricas
e Culturais Brasileiras
8 Vida Familiar e Social Saúde Vida Familiar e Social Trabalho

É preciso chamar a atenção para o fato de que os TCTs não são restritos ao componente
curricular de Língua Portuguesa, mas, por sua importância e abrangência, atravessam todos os
componentes curriculares, evidenciando, assim, sua complexidade, integrando saberes e indi-
cando diferentes maneiras de atuar diante das problemáticas que expõem. Acreditamos que é
dessa forma que esses temas poderão extrapolar uma abordagem meramente escolar para ga-
nhar sentido na vida dos estudantes.

Competências, habilidades e objetos de conhecimento


As competências da BNCC também nortearam a definição das partes estruturantes dos li-
vros. (Ver mais adiante, neste Manual do Professor, a relação de todas as competências e habi-
lidades previstas na BNCC para os anos finais do Ensino Fundamental.)
Sobre essa articulação, vale destacar os objetivos pedagógicos dos boxes e do projeto anual,
planejados de maneira a trabalhar as competências gerais da BNCC.
Em todas as Unidades, algumas competências gerais, específicas de Linguagens e/ou de Lín-
gua Portuguesa são abordadas por meio do trabalho com as habilidades relacionadas, que são
distribuídas entre as seções e os boxes. Entretanto, buscamos assegurar que as propostas da
coleção abarcassem todas as competências gerais e que elas estivessem trabalhadas em todas
as Unidades, e não somente naquelas em que são o objetivo pedagógico norteador.
Para isso, fixamos os objetivos pedagógicos associados às competências gerais nos boxes pre-
sentes nas Unidades, objetivos esses que podem ser ampliados nas diferentes abordagens de ensino.

Boxe Competência geral associada


2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluin-
do a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar
Diálogos com...
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclu-
sive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
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XVIII Língua Portuguesa


Boxe Competência geral associada
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, nego-
ciar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam
Nosso mundo os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo,
dos outros e do planeta.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais,
Deixar fluir
e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico,
Ideias & Conceitos social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e cola-
borar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita),
corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, ma-
temática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sen-
timentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Múltiplas leituras
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

O quadro a seguir mostra a distribuição das competências gerais de acordo com o projeto.

Competências gerais da Educação Básica: 1, 4 e 5.


Projeto 6o ano Competências específicas de Linguagens: 2, 3 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa: 3, 5 e 10.

Competências gerais da Educação Básica: 4, 5 e 9.


Projeto 7o ano Competências específicas de Linguagens: 1, 3, 5 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa: 2, 3, 5 e 10.

Competências gerais da Educação Básica: 2, 4 e 5.


Projeto 8o ano Competências específicas de Linguagens: 3, 5 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa: 3, 5, 9 e 10.

Competências gerais da Educação Básica: 3, 4, 5, 6, 9 e 10.


Projeto 9o ano Competências específicas de Linguagens: 1, 3 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa: 2, 3, 5, 8, 9 e 10.

As competências socioemocionais
A discussão sobre a saúde física e mental dos estudantes já estava presente nos Parâme-
tros Curriculares Nacionais (PCN) e em seus Temas Transversais. Pautados pela definição de
saúde elaborada pela Organização Mundial de Saúde em 1948 (“Saúde é o estado de com-
pleto bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”), os PCN pro-
punham a conscientização quanto ao direito à saúde e apontavam a necessidade de educar
para a saúde de maneira explícita e sistemática, como forma de contribuir para a formação
de cidadãos capazes de atuar em favor da melhoria da saúde tanto em âmbito pessoal como
coletivo. Dando continuidade a esse processo educacional, a BNCC retoma o tema em uma
das competências gerais da Educação Básica:
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas
(BRASIL, 2018, p. 10).
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Língua Portuguesa XIX


Essa diretriz para todos os componentes curriculares é reforçada pela inclusão do tema
Saúde (que se desdobra nos subtemas Saúde e Educação Alimentar e Nutricional) entre os
Temas Contemporâneos Transversais a serem desenvolvidos na Educação Básica.
Tendo essas diretrizes em vista, desenvolvemos Unidades cujo tema central é a saúde.
Por exemplo, na Unidade 6 do volume 7, a pergunta-título é “Que práticas garantem nossa
saúde emocional?” e, a partir dela, os estudantes vão:
„ ler um infográfico sobre a violência nas escolas;
„ ler um artigo de divulgação científica com uma proposta sobre saúde mental na escola;
„ em grupo, produzir um infográfico com audiodescrição;
„ em grupo, investigar a realidade da saúde mental na escola onde estudam;
„ analisar cartazes de campanha de conscientização sobre saúde mental;
analisar títulos de jornal com dados sobre bullying e saúde mental de professores e estudantes.
„

Cabe destacar o trabalho aqui desenvolvido, o qual associa as


UNIDADE em
p orâ n e o
em
p orâ n e o

Que práticas garantem práticas de agressão no espaço escolar, o bullying, ao comprometi-


Tr

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Te m o nt

Te m o nt

Vida
ans

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6
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Familiar e Saúde
ve rs a

ve rs a

Social
Rick Wilking/REUTERS/Fotoarena
l

nossa saúde emocional?


Lily Sroboda, de 11 anos, quando ficou internada no
Hospital Infantil Colorado, recebeu a visita de Brownie,
que participava do programa de apoio emocional a
pacientes. Colorado (EUA), abril de 2013.
mento da saúde mental do estudante agredido. A divulgação de in-
formações sobre o tema é uma maneira de conscientizar os jovens
sobre as consequências do bullying e de possibilitar a identificação de
situações em que ele ocorre, em especial aquelas em que a agressão
Existem situações na vida das pessoas em que elas precisam de bastante amparo emocional. Mudar
para um novo lugar, perder alguém querido, enfrentar uma doença, por exemplo. Não por acaso, existem
programas de terapia com animais.
A terapia com cães e outros animais de estimação não promete a cura de doenças, mas resulta em
benefícios físicos e mentais para os pacientes que recebem visitas dos animais. Isso demonstra um com-
ponente emocional bastante necessário: o afeto.

é menos evidente – caso das agressões verbais, por exemplo.


Mas há outros desafios para o nosso emocional, e eles estão no nosso dia a dia.
Crescer, por exemplo, é um processo difícil que envolve desafios das mais diversas ordens, como tirar
notas boas, lidar com as frustrações e com as mudanças do corpo, pertencer a um grupo e reconhecer-se
como indivíduo.
Para manter a saúde emocional diante desses desafios é fundamental compreender as emoções e os

Outra Unidade que converge para as propostas das BNCC quan-


sentimentos comuns a todos nós. Com essa compreensão, podemos pensar em ações para fortalecer a
cultura da paz, com base na mediação de conflitos, na empatia, no respeito e na confiança.

1. Você já ouviu falar em saúde emocional? Que temas supõe que esse assunto envolva?

to à saúde é a Unidade 4 do volume 7. Nela, os estudantes são in-


2. Que relação pode ser feita entre uma cultura voltada para a paz e a saúde emocional?
3. Você já prestou atenção em suas próprias emoções quando está na escola? Em que momentos você
sente satisfação, curiosidade, empolgação? E em que momentos sente raiva, frustração, tristeza?

174 175

citados a pensar: “Tudo começa pela alimentação?”. Para responder


a essa questão, eles vão se envolver nas seguintes atividades, entre outras:
„ ler tabela nutricional de alimentos;
„ refletir sobre o que é publicidade e propaganda e onde as encontramos;
„ comparar campanhas publicitárias e propagandas divulgadas em diferentes meios;
„ em grupo, produzir uma campanha publicitária sobre alimentação consciente.
Vale ressaltar que, conforme as diretrizes dos PCN, considera-se que a promoção da
saúde ocorre:
[...] quando são asseguradas as condições para a vida digna dos cidadãos, e, especificamente, por
meio da educação, da adoção de estilos de vida saudáveis, do desenvolvimento de aptidões e capacida-
des individuais, da produção de um ambiente saudável, da eficácia da sociedade na garantia de implanta-
ção de políticas públicas voltadas para a qualidade da vida e dos serviços de saúde (BRASIL, 1998, p. 255).
Com essa definição em mente, procuramos abordar essa temática não apenas nas Uni-
dades cujo tema central é a saúde, mas também em Unidades que destacam a importância
do meio ambiente ou os direitos dos cidadãos – por exemplo, as Unidades que trabalham o
Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso –, mostrando que práticas vio-
lentas e preconceituosas podem gerar danos e adoecimento às vítimas.

Empatia e cooperação na escola


O desenvolvimento de habilidades socioemocionais relacionadas à empatia e à coope-
ração, as chamadas habilidades de relacionamento, é propiciado, na coleção, pelas diversas
situações em que os estudantes são solicitados a colocar essas habilidades em prática e a
exercitá-las. Conforme o documento “Competências socioemocionais como fator de prote-
ção à saúde mental e ao bullying”, as habilidades de relacionamento:
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XX Língua Portuguesa
Relacionam-se com as habilidades de ouvir com empatia, falar clara e objetivamente, cooperar com os
demais, resistir à pressão social inadequada (ao bullying, por exemplo), solucionar conflitos de modo cons-
trutivo e respeitoso, bem como auxiliar o outro quando for o caso (BRASIL, [2019?]).

Desse modo, não se trata de habilidades que espontaneamente vão ser desenvolvidas à
medida que os estudantes realizam as atividades propostas na coleção, mas de um tipo de
habilidade que precisa ser trabalhado na escola de forma consciente e explícita.
As situações coletivas vivenciadas no ambiente escolar são oportunidades para esse
trabalho; no entanto, sua regulação deve ser construída juntamente com os estudantes, de
modo que todos pratiquem as regras estabelecidas.
É importante propor situações em que os estudantes observem que, em uma vivência
de grupo, eles não são responsáveis apenas pelo próprio comportamento, mas também pelo
comportamento do grupo, com vistas ao bem comum, conforme deixa claro a competência
geral 9 da Educação Básica:
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e pro-
movendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos
de qualquer natureza.

Essa corresponsabilização passa pela escuta atenta do outro, em um movimento que ga-
rante a autorregulação, de modo que os estudantes aprendam a opinar, a ouvir a opinião dos
colegas e a refletir sobre ela, chegando, com o grupo, a um consenso.
Cohen e Lotan (2017, p. 40) afirmam que os estudantes “raramente aprendem novos com-
portamentos ou convicções sobre como devem se comportar apenas por meio de palestras ou
de discussões”. As autoras afirmam que, para a internalização desses comportamentos, é neces-
sário ensinar as regras e habilidades por meio de jogos, exercícios e habilidades construtoras:
[...] um quebra-cabeça não podia ser satisfatoriamente resolvido até que os membros do grupo se
tornassem conscientes dos problemas vivenciados pelos demais e desejassem abrir mão de suas peças
do quebra-cabeça para alcançar o objetivo do grupo. Cada membro recebe um envelope contendo peças do
círculo. A tarefa do grupo é a de formar círculos de igual tamanho. A tarefa não é concluída até que cada indi-
víduo tenha diante de si um círculo perfeito de mesmo tamanho em relação àquele formado pelos outros no
grupo. Existem limitações específicas na interação: não é permitido que os alunos falem. Os membros não
podem pedir ou pegar as peças das outras pessoas. Eles podem apenas dar aos colegas do grupo as peças
de que eles podem precisar. [...] O desafio se encontra no fato de que a troca de peças ocorre entre os mem-
bros antes que o objetivo seja alcançado. Para todas, exceto para a versão mais fácil, alguns dos envelopes
fornecidos a cada grupo contêm peças que produzirão um círculo sem necessidade de trocas. Entretanto, se
a pessoa que recebe tal envelope não quiser quebrar seu círculo completo e compartilhar com os outros, o
grupo não será capaz de completar a tarefa. O que frequentemente acontece é que um dos membros mais
competitivos rapidamente termina uma forma completa e então de modo impaciente espera que os outros re-
solvam os seus problemas, olhando em volta da sala indiferente aos esforços dos outros membros do grupo –
inconsciente de que ele é a causa do insucesso da equipe (COHEN; LOTAN, 2017, p. 42).

As autoras ressaltam que as discussões sobre a vivência, que elas sugerem fazer após a
montagem do quebra-cabeça, devem contemplar os pontos de sucesso e fracasso da coope-
ração. Com base nelas, o professor pode ajudar os estudantes a perceberem as necessidades
dos outros e a refletirem sobre o ato de compartilhar, não doutrinando para uma resposta espe-
rada, mas possibilitando que cheguem a conclusões levando em conta as próprias perguntas.
As atividades para trabalhar a cooperação, nesta coleção, são variadas. Entre outras, há
as discussões coletivas – em especial no boxe Nosso mundo, mas também em outros bo-
xes e seções – e as tarefas em grupo, particularmente na seção de produção textual e nos
encaminhamentos do projeto anual. Por isso, realizar atividades de preparação para a coo-
peração, como a anteriormente mencionada, e criar coletivamente regras para o trabalho em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa XXI


grupo são práticas importantes, pois proporcionam maior adesão às propostas e facilitam a
autorregulação do grupo.
Um comportamento cooperativo que vale destacar e precisa ser explicitamente trabalha-
do com os estudantes é o auxílio ao outro. Eles precisam se reconhecer como importantes
e necessários dentro do grupo, bem como ter seus saberes validados. Nesse sentido, ensi-
nar o outro é uma troca produtiva e uma estratégia de valorização dos saberes. Solicitar e
pedir ajuda, portanto, são comportamentos que devem ser estimulados entre os estudantes.
Ajudar os outros não é tão simples quanto parece. A maneira mais comum é fazer a tarefa pela outra
pessoa. Os alunos precisam ser encorajados a perguntar uns para os outros. Eles precisam reconhecer que
esse é um comportamento legítimo [...]. Em vez de dizer a “resposta certa”, os alunos precisam fornecer uma
explicação completa (COHEN; LOTAN, 2017, p. 43).

Assim, ao propor aos estudantes as tarefas em grupo apresentadas na coleção, é impor-


tante estimular os comportamentos cooperativos, em que se validam saberes, em que se
pede e se oferece ajuda.
Crianças mais jovens precisam praticar o falar como e o mostrar como as coisas podem ser feitas. Elas
também precisam aprender novas maneiras de agir educadamente em uma situação de aprendizagem.
Quando alguém lhe oferece ajuda, você agradece ou demonstra seu apreço de alguma maneira (COHEN;
LOTAN, 2017, p. 44).

Quando são continuamente estimulados a ter comportamentos de agradecimento e de


valorização de saberes, os estudantes incorporam à sua rotina e à sua vida práticas saudá-
veis de relação com o outro e exercitam a empatia.
As atividades que promovem discussões e debates, ao longo da coleção, são também
possibilidades para o desenvolvimento das habilidades de cooperação e empatia. Nessas
atividades, a habilidade de escuta atenta e de consideração à fala do outro, em um movi-
mento empático, mescla-se às habilidades de argumentar, promovendo-se uma troca verbal
em que há respeito a opiniões diversas e aos turnos de fala.
O sucesso desse tipo de atividade depende, em boa parte, da adesão dos estudantes
à regra de que todos podem contribuir com sua opinião e ser ouvidos e considerados, tal
como explicam Cohen e Lotan (2017, p. 44):
Existe uma tendência de alguns membros estarem tão preocupados em dizer a sua parte que não es-
cutam o que a outra pessoa acabou de dizer. As pessoas devem não apenas escutar umas às outras, mas
precisam aprender a pensar sobre o que a outra pessoa acabou de dizer. A ausência de escuta e reflexão
sobre o que os outros disseram resultará em uma discussão desconectada e frequentemente em incapaci-
dade de alcançar o consenso.

Para uma efetiva participação, com escuta atenta como caminho de construção da em-
patia, Morris (1977, p. 63) apud Cohen e Lotan (2017, p. 50) propõe “comportamentos
cooperativos de solução de problemas”:
1. Informe suas próprias ideias.
2. Escute os outros; dê a cada um a chance de falar.
3. Peça aos outros suas ideias.
4. Forneça argumentos para validar suas ideias e discuta muitas ideias diferentes.
Em meio ao trabalho, como momento de regulação do coletivo, o autor sugere que seja feita uma inter-
venção a partir das seguintes perguntas:
1. Todos estão falando?
2. Vocês estão ouvindo uns aos outros?
3. Vocês estão fazendo perguntas? O que você poderia perguntar para descobrir as ideias de alguém?
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XXII Língua Portuguesa


4. Vocês estão fornecendo razões para suas ideias e descobrindo ideias diferentes? O que você poderia
perguntar se você quisesse descobrir o argumento de uma pessoa para uma sugestão? (MORRIS, 1977, p.
157 apud COHEN; LOTAN, 2017, p. 51).

A habilidade de escuta atenta está diretamente ligada à empatia. Rosenberg (2006) ex-
plica que é possível praticar a empatia por meio da comunicação não violenta, que pressu-
põe quatro premissas:
As ações concretas que estamos observando e que afetam nosso bem-estar;
Como nos sentimos em relação ao que estamos observando;
As necessidades, valores, desejos etc. que estão gerando nossos sentimentos;
As ações concretas que pedimos para enriquecer nossa vida (ROSENBERG, 2006, p. 588).

Assim, buscar a conexão com os estudantes para compreendê-los, escutar suas neces-
sidades, ajudá-los a refletir sobre seus próprios valores e ações, ajudá-los a desenvolver
diálogos pautados na honestidade de sentimentos e emoções em relação a si e ao outro vi-
sando à resolução pacífica de conflitos é um caminho para o desenvolvimento da empatia,
é possibilitar que eles ajam também dessa forma em corresponsabilidade na sala de aula.
E a escuta atenta, entre professor e estudantes e entre os estudantes, é o ponto de partida
para essa possibilidade.

Combate ao bullying
As ações que promovem cooperação, empatia e comunicação não violenta têm papel
importante no combate ao bullying. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
(PeNSE) 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –
que entrevistou quase 188 mil estudantes, com idade  entre 13 e 17 anos, em 4 361
escolas de 1 288 municípios de todo o país – apontam que 23% dos estudantes dizem
ter sofrido  bullying entre os 30 dias que antecederam a pesquisa e afirmam como causa
a aparência do corpo (16,5%), do rosto (11,6%) e a cor ou raça (4,6%). (A matéria de
Mariana Tokarnia para a Agência Brasil a respeito dos resultados da pesquisa pode ser lida
em livro.page/60V6MPG36LP; acesso em: 16 ago. 2022).
Diante desse contexto, as atividades relacionadas à promoção da saúde mental dos es-
tudantes e ao combate ao bullying devem ser recorrentes na escola. Nesta coleção, a Unida-
de 6 do volume 7, por exemplo, é destinada ao desenvolvimento do Tema Contemporâneo
Transversal Saúde, com foco no desenvolvimento da saúde emocional. Organizada dentro do
campo de atuação das práticas de estudo e pesquisa, essa Unidade oferece aos estudantes
a oportunidade de protagonizar investigações sobre o assunto em seu entorno e de partici-
par de ações práticas para promover a saúde emocional na escola.
Sugerimos que as ações de cooperação, desenvolvimento da empatia e combate ao
bullying permeiem todas as atividades e discussões em sala de aula, para que se consolidem
como formativas de valores e se tornem orgânicas na prática dos estudantes.

Articulação entre competências gerais, específicas e habilidades


As competências gerais, em diálogo com as competências específicas de cada compo-
nente curricular, desdobram-se em habilidades. Dessa maneira, para o desenvolvimento das
competências é necessário um trabalho de progressão de aprendizagens.
Tomemos como exemplo a competência geral 7 da Educação Básica para ilustrar o tra-
balho progressivo da BNCC:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa XXIII


Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender
ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Para o desenvolvimento dessa competência de maneira integral, é preciso que diferentes
habilidades sejam exploradas ao longo do Ensino Básico de maneira a promover a progres-
são de aprendizagens. Note, por exemplo, como a argumentação é referida na competência
específica 4 da área de Linguagens:
Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os di-
reitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global,
atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo.
Na comparação entre a competência geral 7 e a específica 4 de Linguagens, notamos
que a primeira se refere às formas de argumentação, como o uso de dados estatísticos, fatos
históricos ou científicos, entre outros. Já na competência específica da área busca-se explo-
rar a argumentação elaborada com recursos das diferentes linguagens, o que nos levou a
sugerir, por exemplo, a leitura e análise de diferentes infográficos, tanto no livro impresso
quanto no livro digital.
Essas leituras colaboram para o desenvolvimento da competência geral 7 relacio-
4 Produção textual
nada à argumentação também no âmbito das competências específicas de Língua Por-
Nesta Unidade, você conheceu algumas formas de divulgação de dados resul-
tantes de estudos e pesquisas. Analisou também critérios e refletiu sobre a impor-
tância das fontes oficiais de informação para que esses dados sejam representati-
tuguesa que preveem uma análise do texto oral ou escrito de maneira mais completa
vos da realidade. Agora, chegou o momento de elaborar um infográfico, em grupo,

e complexa.
sobre a saúde emocional em sua escola. Mãos à obra!

Infográfico
Infográficos traduzem informações complexas em esquemas e representações
visuais para tornar a informação mais acessível. É possível criar infográficos com

O trabalho progressivo com a argumentação tem início nos primeiros anos do Ensi-
ilustrações, gráficos, números, textos, desde que façam sentido em relação ao pro-
pósito da informação que será veiculada.
Montagem sobre foto de StockSmartStart/Shutterstock

1 10 dicas para o atleta iniciante

Não se preocupe tanto


6

no Fundamental, com a habilidade relacionada à ordenação e adequação da fala, e vai


com perder ou ganhar
peso. Mantenha o foco
Tenha alimentação saudável na busca pela saúde.

2
e beba bastante água.

Faça ativida-
des ao ar livre.
7 Crie um
cronograma
Se possível, de exercícios,
chame os semanal ou
amigos. mensal.

3 Use roupas e calçados


adequados ao clima
e à prática esportiva
escolhida.
8
até os anos finais do segmento, quando o estudante já deve ser capaz de identificar
9
e selecionar fatos da mídia e, ainda, ler ou ouvir respeitando diferentes opiniões. Nos
Frequentar academia de ginástica Ouvir músicas empol-
possibilita o acompanhamento de gantes pode te motivar
um profissional de Educação Física. na execução dos
exercícios.

A atividade física
proporciona bem-estar
4 5
físico, mental e
emocional. O infográfico Tente ter um horário 10

anos finais do Ensino Fundamental, são várias as habilidades que sustentam o traba-
Durma a quantidade
relaciona textos e fixo para treinar. Ajuda a de horas necessárias
manter a disciplina.
imagens para conseguir para descansar seu
comunicação mais Além dos exercícios aeróbicos corpo e sua mente.
(corrida, ciclismo etc.) inclua Somente assim exer-
eficiente de incentivo ao cícios físicos surtem
levantamento de pesos. Seus
exercício. músculos agradecem! efeito.

lho com as competências citadas. Elencamos algumas de diferentes eixos para que a
204

compreensão da progressão fique evidente e para exemplificar como isso está concretizado
nesta coleção:
„ (EF67LP05) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e argumentos
em textos argumentativos (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica
etc.), manifestando concordância ou discordância.
„ (EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores,
tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos relativos ao objeto de discussão para
análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam
analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma.
„ (EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os tur-
nos de fala, na participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos.
„ (EF89LP04) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos,
argumentos e contra-argumentos em textos argumentativos do campo (carta de leitor,
comentário, artigo de opinião, resenha crítica etc.), posicionando-se frente à questão con-
troversa de forma sustentada.
„ (EF09LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado,
assumindo posição diante de tema polêmico, argumentando de acordo com a estrutura
própria desse tipo de texto e utilizando diferentes tipos de argumentos – de autoridade,
comprovação, exemplificação princípio etc.
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XXIV Língua Portuguesa


Objetos de conhecimento
As práticas propostas em cada uma das seções que compõem as Unidades foram elabo-
radas considerando a organização apresentada pela BNCC (2018, p. 28) para as habilidades
vinculadas aos objetos de conhecimento, entendidos como “conteúdos, conceitos e proces-
sos” que se relacionam às habilidades de cada competência específica de Língua Portuguesa.
Assim, a partir da escolha das habilidades a serem desenvolvidas em cada Unidade,
orientamo-nos pelos objetos de conhecimento que as organizam, garantindo, desse modo,
abordagens que possibilitem a progressão das aprendizagens.
Nas atividades propostas na coleção, observa-se também a presença de verbos ativos
que demandam ações cognitivas específicas do estudante, explícitos nas habilidades. Ao
longo dos anos, esses verbos tornam-se mais complexos, incentivando no estudante o al-
cance de esferas cognitivas de conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e
avaliação mais autônomas.
Desse modo, o percurso didático-metodológico que orienta a criação de cada Unidade
pode ser assim esquematizado:

Distribuição Escolha Propostas


Pergunta inicial Ativação dos
Escolha Escolha das das dos textos considerando
que mobiliza o verbos em
do TCT habilidades habilidades multissemióticos objetos do
TCT em foco progressão
nas seções conhecimento

Representação esquemática do percurso didático-metodológico que orientou a elaboração de cada Unidade da


coleção.
Considerando a estruturação da coleção, a seção 1 – Estudo e pesquisa tem como
objetivo proporcionar ao estudante propostas que permitam a ele reconhecer a atividade
de estudar como método e prática e, assim, escolher em outros momentos de necessidade
aquele que melhor esteja adequado ao objeto de estudo, ao momento de aprendizagem e à
sua personalidade de estudante.
A escolha de iniciar a Unidade com uma seção destinada ao Estudo e à Pesquisa é mo-
tivada pelo entendimento de que o estudante é o centro do processo de aprendizagem e
que, durante a Educação Básica, ele deve ter o contato com diversas práticas de estudo
e metodologias de pesquisa para poder escolher a forma de organização e o método que
melhor atenda às necessidades demandadas pela busca do conhecimento em cada etapa
da vida.
Vale destacar que, apesar de a seção 1 pretender desenvolver conteúdos procedimen-
tais, também são trabalhados alguns gêneros discursivos, indicados pelas habilidades do
campo de estudo e pesquisa. Segundo Zabala (1999), ao estudarmos algo novo, sempre
aprendemos as três naturezas de conhecimentos simultaneamente.
Apoiados pelas teorias deste pesquisador, buscamos abarcar as etapas didáticas que
contemplam o ensino de um conteúdo procedimental, a saber:
1. Realização de ações;
2. Prática;
3. Reflexão sobre a própria atividade;
4. Aplicação em contextos diferenciados;
5. Aprendizagem significativa;
6. Apresentação de modelo e prática orientada.
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Língua Portuguesa XXV


Podemos citar, como um exemplo deste trabalho, a Unidade 5 do volume 7, na qual
tivemos como objetivo pedagógico a seguinte habilidade:
„ (EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas,
digitais, orais etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esque-
maticamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com
ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.
Como se pode ver, nessa passagem propusemos a leitura de texto de uma expo-
1 Estudo e pesquisa
sição virtual sobre expedições científicas. Em seguida, a identificação de palavras e
Desvendando pistas em um texto
Imagine a cena: Você está lendo um texto pela primeira vez e o professor pede
a você que grife as partes importantes durante a leitura. Como saber e definir o
que é realmente importante no texto? Será que todos os estudantes vão identifi-
ideias-chave – devidamente conceituadas – e a relação entre os termos do texto. Apre-
sentamos uma estrutura gráfica, a qual deve ser completada com as palavras e ideias
car as mesmas partes como importantes?
Leia o texto publicado em uma exposição virtual e tente compreender quais
partes poderiam ser grifadas.

centrais da leitura, com o objetivo de construir um esquema visual de leitura. Por fim,
Bilstock/Shutterstock

Imagem ilustrativa da flora nativa brasileira.

NATUREZA, CIÊNCIA E ARTE NA VIAGEM PELO BRASIL DE SPIX


sugerimos uma discussão comparativa dos modelos construídos.
E MARTIUS, 1817-1820

Tal trabalho pode ser utilizado como uma metodologia de estudo em diferentes
Uma única viagem, três anos, um mar, um 1817 e assim iniciaram uma fantástica viagem
oceano, um país com dimensões continentais, em terras brasilis.
florestas soberbas e densas, árvores e flores [...]
desconhecidas para a ciência, montanhas e pai- Das muitas publicações que resultaram des-
sagens espetaculares, mulas, canoas, rios, cor- sas expedições pelo Brasil e Alto Amazonas en-
redeiras, lagoas e cachoeiras, animais exóticos tre 1817 e 1820, destaca-se a Flora Brasiliensis,

áreas, auxiliando os estudantes a alcançar melhores desempenhos acadêmicos e esco-


e inusitados, calor, chuvas torrenciais, doenças, editada por Carl Friedrich Philipp von Martius.
inúmeros dialetos e línguas, bússolas, cadernos Uma das maiores floras do mundo, a obra con-
de campo e de desenho. Uma comitiva, dois tém a descrição de mais de 20 mil espécies, em
homens, um novo e vasto universo para ser in- 40 volumes, ilustradas em mais de 3 000 gra-
vestigado. vuras, e levou 66 anos para ser concluída. [...]
O zoólogo Johann Baptist von Spix e o jo- ORMINDO, Paulo. Spix e Martius: uma

lar e, também, a compreender que as práticas de estudo apresentam diferentes estra-


viagem pelo Brasil 1817-1820. Expo Digital
vem botânico Carl Friedrich Philipp von Martius Spix e Martius, [S.l.], 2021. Disponível em: livro.
aportaram no Rio de Janeiro em 14 de julho de page/1V7U5140L. Acesso em: 27 fev. 2022.

140

tégias, as quais podem ser aplicadas nos diferentes componentes curriculares.


Essa opção demarca nosso compromisso com a proposta de uma coleção que não
se baseie no ensino transmissivo, mas que alcance uma perspectiva problematizadora e
transformadora, e está amparada nos estudos de Bordenave (1985), que indicam a ne-
cessidade de revisar os processos de ensino e aprendizagem, buscando relações menos
hierarquizadas entre professor e estudante e priorizando a postura ativa dos estudantes
diante do conhecimento.
A seção 2 – Leitura de textos coloca em foco o estudo de gêneros que se relacio-
nam ao campo de atuação em foco na Unidade, proporcionando ao estudante a experiência
de leitura de fruição, de compreensão e interpretação, e de análise estilística, linguística e
multissemiótica.
Após a leitura de dois gêneros diversos, a seção Comparação entre textos questiona
os estudantes sobre pontos de intersecção entre os gêneros, buscando pontos comparativos
entre eles, seja em seu conteúdo composicional, no estilo ou através do tema.
Como dito anteriormente, os campos de atuação em foco orientam a escolha dos
Comparação entre textos

Não escreva
neste livro
Use seu
Releia os poemas “Com licença poética” e “De Adélias e prados”.
1. É possível dizer que os poemas expressam um universo intimista. O que in-
dica que eles fazem uma análise do eu lírico que se expressa em cada um?
gêneros nas Unidades, mas, considerando a tênue fronteira entre eles – visto que a de-
caderno
2. Releia o verso: “uma paz que é tua”. Você concorda com a afirmação de

limitação de campos de atuação tem a finalidade didática –, gêneros de outros campos


Ondajaki sobre a obra de Adélia Prado?
3. Compare a organização dos poemas. Há estrofes? Os versos apresentam rimas?

4. Escreva no caderno a alternativa correta.


a) A organização da estrofe do poema “Com licença poética” dá um tom de
raiva ao eu lírico.
b) A organização das estrofes no poema “De Adélias e prados” constrói um
jogo em que o eu lírico olha ora para si, ora para a obra de Adélia Prado.
c) A organização das estrofes não interfere na compreensão do poema. também estarão presentes quando necessário para mobilizar práticas de linguagens
emergentes das situações de interação propostas. A esse respeito, destaca-se o que
O Observatório da Literatura Digital Brasileira, da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), contém um acervo de ciberpoemas, entre os quais, “Chá”, que estudaremos
no boxe Diálogos com Arte.
„ Disponível em: livro.page/5V8U128L. Acesso em: 4 maio 2022.

Diálogos com Arte


Você já ouviu falar em ciberpoema? Observe estas imagens que compõem
o ciberpoema “Chá”, de Ana Gruszynski (1966-) e Sérgio Capparelli (1947-).
Em seguida, faça as atividades.
preconiza a BNCC:
[...] As fronteiras entre eles são tênues, ou seja, reconhece-se que alguns gêneros incluídos em
Reprodução

um determinado campo estão também referenciados a outros, existindo trânsito entre esses campos.
Práticas de leitura e produção escrita ou oral do campo jornalístico-midiático se conectam com as de
28
atuação na vida pública. Uma reportagem científica transita tanto pelo campo jornalístico-midiático
quanto pelo campo de divulgação científica; uma resenha crítica pode pertencer tanto ao campo
jornalístico quanto ao literário ou de investigação. [...] É preciso considerar, então, que os campos se inter-
seccionam de diferentes maneiras (BRASIL, 2018, p. 85).
Dispomos, a seguir, os objetos de conhecimento que orientam as propostas de ativida-
des e estudos da seção Leitura de textos:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

XXVI Língua Portuguesa


Leitura de textos

Campo de Objetos de conhecimento


atuação 6 a 9 anos
o o
6o e 7o anos 8o e 9o anos
Jornalístico- Apreciação e réplica Reconstrução do contexto de produ- Reconstrução do contexto de produ-
-midiático Relação entre gêneros e mídias ção, circulação e recepção de textos ção, circulação e recepção de textos
Estratégia de leitura: apreender os Caracterização do campo jornalístico e Caracterização do campo jornalístico e
sentidos globais do texto relação entre os gêneros em circula- relação entre os gêneros em circula-
Efeitos de sentido ção, mídias e práticas da cultura digital ção, mídias e práticas da cultura digital
Apreciação e réplica Estratégia de leitura: apreender os
Relação entre textos sentidos globais do texto
Estratégia de leitura Apreciação e réplica
Distinção de fato e opinião Relação entre textos
Estratégia de leitura: identificação de Efeitos de sentido
teses e argumentos Exploração da multissemiose
Efeitos de sentido
Exploração da multissemiose
De atuação na Reconstrução das condições de Estratégias e procedimentos de leitura Reconstrução do contexto de produ-
vida pública produção e circulação e adequação em textos legais e normativos ção, circulação e recepção de textos
do texto à construção composi- Contexto de produção, circulação legais e normativos
cional e ao estilo de gênero (lei, e recepção de textos e práticas Contexto de produção, circulação
código, estatuto, regimento etc.) relacionadas à defesa de direitos e à e recepção de textos e práticas
Apreciação e réplica participação social relacionadas à defesa de direitos e à
Textualização, revisão e edição Relação entre contexto de produção participação social
e características composicionais e Relação entre contexto de produção
estilísticas dos gêneros (carta de so- e características composicionais e
licitação, carta de reclamação, petição estilísticas dos gêneros
on-line, carta aberta, abaixo-assinado, Apreciação e réplica
proposta etc.) Estratégias e procedimentos de
Apreciação e réplica leitura em textos reivindicatórios ou
Estratégias, procedimentos de propositivos
leitura em textos reivindicatórios ou
propositivos
Das práticas Reconstrução das condições de Curadoria de informação Curadoria de informação
de estudo e produção e recepção dos textos
pesquisa e adequação do texto à constru-
ção composicional e ao estilo de
gênero
Relação entre textos
Apreciação e réplica
Estratégias e procedimentos de
leitura
Relação do verbal com outras
semioses
Procedimentos e gêneros de apoio
à compreensão
Artístico- Reconstrução das condições de Relação entre textos Relação entre textos
-literário produção, circulação e recepção Estratégias de leitura Estratégias de leitura
Apreciação e réplica Apreciação e réplica Apreciação e réplica
Reconstrução da textualida- Reconstrução da textualidade Reconstrução da textualidade e
de e compreensão dos efeitos Efeitos de sentidos provocados compreensão dos efeitos de sentidos
de sentidos provocados pelos pelos usos de recursos linguísticos e provocados pelos usos de recursos
usos de recursos linguísticos e multissemióticos linguísticos e multissemióticos
multissemióticos
Adesão às práticas de leitura
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Língua Portuguesa XXVII


O objetivo de demarcar a seção 3 – Análise e reflexão sobre as linguagens é colocar
em evidência os estudos linguísticos emergentes da composição dos textos estudados e de
outros, ligados ao campo de atuação ou ao tema, que possibilitem ao estudante perceber os
sentidos das diferentes linguagens presentes nesses textos.
Assim, os estudos de análise linguística dos conteúdos consagrados pela escola se fazem
presentes não como fim em si mesmos, mas como possibilidades de os estudantes amplia-
rem sua compreensão sobre fenômenos linguísticos que se manifestam na composição de
textos orais e escritos e que influenciam na elaboração e na compreensão de seu propósito
comunicativo.
Tal proposta tem embasamento nos estudos funcionalistas da língua, cujo objetivo é es-
tudar as relações entre essas estruturas gramaticais canônicas e o contexto enunciativo em
que elas realmente ocorrem. Maria Helena de Moura Neves aponta que são lições básicas
dos estudos funcionalistas:
A linguagem não é um fenômeno isolado, mas, pelo contrário, serve a uma variedade de propósitos
(Prideaux, 1987), e, portanto, tem motivações: há uma competição de forças (externas e internas à língua),
que, vindas de diferentes direções e possuindo natureza diferente, buscam equilibrar a forma da gramática.

A língua (e sua gramática) não pode ser descrita nem explicada como um sistema autônomo (Givón,
1995), imune a uma relação com fatores externos de avaliação: embora o sistema linguístico exiba algum
grau de arbitrariedade, ele se ativa motivado por fatores externos (e de mais de um tipo).

As formas e os processos da língua (a gramática) são meios para um fim, não um fim em si mesmos
Correlato: (Halliday, 1994): na atividade bem-sucedida, os fins são os correlatos das motivações (NEVES, 2012, p. 51).
que apresenta
correlação. Sendo assim, algumas abordagens desses fenômenos linguísticos são propostas não
No contexto,
os fins serem exatamente sistematizadas em destaque na seção 3, mas também nas atividades de análise
correlatos das
motivações pode dos textos lidos, na seção de leitura, tal como proposto pela BNCC, por meio de “procedi-
ser compreendido
como a existência
mentos e estratégias (meta) cognitivas de análise e avaliação consciente, durante os pro-
de uma relação cessos de leitura e de produção de textos, das materialidades dos textos, responsáveis por
entre a finalidade
de uso de seus efeitos de sentido [...]” (BRASIL, 2018, p. 80).
determinada forma
linguística e a Prezamos, também, por proporcionar ao estudante propostas de aprofundamento sobre
motivação de seu o sistema de escrita, ora partindo dos textos lidos, ora propondo outras situações enuncia-
uso.
tivas para análise.
Dispomos, a seguir, os objetos do conhecimento que orientam as propostas de atividades
e estudos da seção 3 – Análise e reflexão sobre as linguagens. Ressaltamos que alguns
desses objetos são também encontrados nas outras seções, considerando que esse eixo de
Língua Portuguesa perpassa a compreensão leitora e é mobilizado na produção textual.

Análise linguística / semiótica

Campo de Objetos de conhecimento


atuação 6 a 9 anos
o o
6o e 7o anos 8o e 9o anos
Jornalístico- Construção composicional —— Argumentação: movimentos argumen-
-midiático Estilo tativos, tipos de argumento e força
Efeito de sentido argumentativa
Estilo
Modalização

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

XXVIII Língua Portuguesa


Análise linguística / semiótica

Campo de Objetos de conhecimento


atuação 6 a 9 anos
o o
6o e 7o anos 8o e 9o anos
De atuação na Análise de textos legais/normativos, —— Movimentos argumentativos e força
vida pública propositivos e reivindicatórios dos argumentos
Modalização

Das práticas Construção composicional Textualização Textualização


de estudo e Elementos paralinguísticos e Progressão temática Progressão temática
pesquisa cinésicos Modalização
Apresentações orais
Uso adequado de ferramentas de
apoio a apresentações orais
Construção composicional e estilo
Gêneros de divulgação científica
Marcas linguísticas
Intertextualidade
Artístico- Recursos linguísticos e semióticos —— ——
-literário que operam nos textos pertencen-
tes aos gêneros literários

Na seção 3, são contemplados, ainda, os objetos de conhecimento comuns a todos os


campos de atuação que os perpassam. Esses objetos apresentam habilidades específicas
para cada ano do ciclo final, separadamente. São eles:

Campo de Objetos de conhecimento


atuação 6 a 9 anos
o o
6o e 7o anos 8o e 9o anos
Todos os Variação linguística Fono-ortografia Morfossintaxe
campos de Elementos notacionais da escrita Elementos notacionais da escrita/
atuação Léxico/morfologia morfossintaxe
Morfossintaxe Semântica
Sintaxe Coesão
Elementos notacionais da escrita/ Modalização
morfossintaxe Figuras de linguagem
Semântica Variação linguística
Coesão
Sequências textuais
Modalização
Figuras de linguagem

Vale observar que, no que se refere à análise e à reflexão sobre a língua, especifica-
mente, muitos desses objetos de conhecimento abrangem explicitamente conteúdos pre-
ceituados pela BNCC, tais como variação linguística e figuras de linguagem, e que foram
contemplados em destaque como objetos de estudo nas seções – não exclusivamente nesta
seção 3 – e em outros estudos dos textos, de forma transversal.
A seção 4 – Produção textual apresenta propostas com diversas finalidades e propó-
sitos enunciativos, convergentes com os estudos de todas as seções anteriormente traba-
lhadas na Unidade.
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Língua Portuguesa XXIX


Primeiramente, apresentam-se a proposta, os interlocutores e sua contextualização
geral e sistematizam-se as orientações sobre o gênero em foco, já estudado em seu con-
teúdo composicional, estilo e tema nas seções pregressas. Em seguida, inicia-se a etapa
de planejamento da produção, com estudos, pesquisas e outras sistematizações feitas
pelo aluno já na prática de elaboração do texto. Neste momento, as práticas linguísticas
estudadas são também correlacionadas à proposta de produção, para reforçar a aplicação
funcionalista dos conceitos.
Revisão e avaliação
A revisão é uma etapa muito importante na produção de texto. Ao revisá-lo,
faça uma leitura atenta dos pontos que não podem faltar no gênero estudado e dos
aspectos da linguagem adotada. Veja as sugestões de pontos a serem revisados.
Caso você tenha dificuldades em outro item, acrescente-o nesta lista.
Após esse planejamento, o estudante é orientado a realizar a revisão e a avaliação
O que está O que precisa

do processo antes da escrita final do texto e da organização de sua publicação.


Critérios
bom? ser reescrito?
1. Título
a) Apresenta o tema a ser debatido? MODELO MODELO
b) Provoca a curiosidade do leitor?
2. Contexto de produção e linguagem adotada

Entre os volumes, as propostas são apresentadas de modo a garantir um estudo


a) A linguagem adotada segue a norma-padrão? Há gírias,
abreviações ou marcas de oralidade (“tá”, “tão”, em vez de
está, estão)?
MODELO MODELO
b) O tamanho do texto é adequado ao formato das redes sociais?
c) A contextualização e os exemplos adotados na introdução/
apresentação da questão são do interesse do público leitor
das redes sociais?
3. Estrutura do texto
a) Há contextualização?
b) A tese está clara?
c) Há argumentos que sustente a tese e tragam informações
novas para o leitor?
MODELO MODELO
espiralado em que o estudante tenha contato recorrente com os diversos gêneros em
campos de atuação diversos nos quais se manifestem, mas com graus de complexida-
d) Há um contra-argumento?
e) A conclusão retoma e reforça a argumentação?
4. Marcas linguísticas
a) O texto apresenta concordância entre os termos?
b) Os modalizadores argumentativos foram utilizados?
c) Há termos que criam coesão sequencial?

de gradativamente aumentados, o que exige desse estudante a mobilização de seus


d) Há termos que organizam os argumentos (primeiro, segun- MODELO MODELO
do, mas, no entanto)?
e) Foram evitadas repetições de palavras?
f) A ortografia está adequada?
g) A pontuação está adequada?

Publicação
Após fazer uma revisão e, se necessário, reescrever o que julgou que necessita
ser melhorado, digite o texto e escolha duas redes sociais para publicação. Nesta
etapa, você pode fazer parceria com a direção da escola, pois caso tenham pági-
nas nas redes, os textos podem ser publicados pela própria escola.
conhecimentos prévios e a adequação aos novos projetos enunciativos.
Para chamar a atenção dos leitores, crie um parágrafo de chamada convidando-

Além disso, conforme pressuposto pela BNCC, essas propostas são ofertadas ora
-os a ler, comentar e compartilhar seu texto, promovendo assim um debate on-line.
Selecione uma imagem para acompanhar o texto da chamada, que pode ser da
internet (dê os créditos a quem a criou) ou produzida por você. Verifique se essa
imagem não propaga estereótipos ou preconceitos contra os idosos.

194

como produção individual, ora em dupla, ora coletivamente, abrangendo textos orais, es-
critos e multissemióticos.
Produção textual
4 E, para proporcionar essa multiplicidade de propostas, apresentamos a alternância
História em quadrinhos
No início desta Unidade, você explorou a re-
lação entre arte e realidade, percebendo como
certas manifestações artísticas foram inspiradas
Organize-se
de produções orais e escritas entre as Unidades, com vistas a garantir ocorrências
Para produzir sua história em quadrinhos,

equitativas de estudos dessas modalidades, o que demarca nossa compreensão de


no real ou foram inventadas de maneira mais li- separe alguns materiais: lápis, papel, caneta e
vre e criativa. régua. Se preferir seu trabalho colorido, separe
Agora será o momento de você ser o artista. também tintas e lápis de cor.
Chegou a sua vez de criar uma história em qua-
drinhos curta com, no máximo, uma página, sobre algum aspecto da sua realidade,
aquele que você considera merecedor de se tornar inspiração para uma obra artística.

que são igualmente importantes no processo formativo.


Antes de começar a produção, revisite as páginas anteriores e perceba como
as linguagens verbal e visual são trabalhadas nas histórias em quadrinhos. Observe
os diferentes recursos usados e suas funções. Durante essa retomada, fique atento
principalmente ao tamanho dos textos nos balões, à organização dos enquadra-
mentos e à sequência dos quadros.

Múltiplas leituras
Você sabia que existem gibitecas digitais? Há uma série de iniciativas que disponibilizam gibis e
outros formatos de quadrinhos para serem explorados on-line. Em duplas, leiam um exemplar para ob-
servar as características desse formato.
Essas práticas de produção textual oral e escrita contemplam objetos de conheci-
mento que se inter-relacionam ao uso e à reflexão sobre as linguagens.
1. Em sites de busca da internet, pesquisem a página da POCCON Em casa, Gibiteca Digi-
tal (livro.page/8V7U135L). Nela, escolham uma história em quadrinhos e façam a leitu-
ra. Exemplo: As aventuras de Kubbo ou Fractal, de Yuri Amaral, e Maré Alta, de Flávia
Borges.
2. Em roda de conversa, compartilhe a experiência de leitura com os colegas, comentando
a relação entre texto e imagem, isto é, contando como o ilustrador organizou as ima-

Dispomos, a seguir, esses objetos que orientam as propostas e os estudos da se-


gens em relação ao texto escrito, como se deu a navegabilidade ou a maneira como o
texto de desenrola no ato da leitura e, ainda, como são as tonalidades das cores. Não
se esqueça de anotar tudo, pois esse material vai fazer parte do Projeto E-zine.
3. Por fim, compartilhe as impressões que a história causou em você.

ção 4 – Produção textual – escrita e oral:


Na sua investigação, você deve ter notado como os quadrinhos organi-
zam a história sequencialmente. Por isso, também são chamados de ar te
sequencial. A grande originalidade dos quadrinhos vem da escolha dos

35

Produção textual

Campo de Objetos de conhecimento


atuação 6 a 9 anos
o o
6o e 7o anos 8o e 9o anos
Jornalístico- Relação do texto com o contexto Efeitos de sentido Estratégia de produção: planejamento
-midiático de produção e experimentação de Exploração da multissemiose de textos informativos
papéis sociais Estratégias de produção: planejamento Estratégia de produção: textualização
Textualização de textos informativos de textos informativos
Revisão/edição de texto informativo Textualização, tendo em vista suas Estratégia de produção: planeja-
e opinativo condições de produção, as característi- mento de textos argumentativos e
Planejamento de textos de peças cas do gênero em questão, o esta- apreciativos
publicitárias de campanhas sociais belecimento de coesão, adequação à Textualização de textos argumentativos
norma-padrão e o uso adequado de e apreciativos
ferramentas de edição Estratégias de produção: planejamen-
Estratégias de produção: planeja- to, textualização, revisão e edição de
mento de textos argumentativos e textos publicitários
apreciativos
Textualização de textos argumentativos
e apreciativos
Produção e edição de textos
publicitários
De atuação na Textualização, revisão e edição Estratégia de produção: planeja- Estratégia de produção: planeja-
vida pública mento de textos reivindicatórios ou mento de textos reivindicatórios ou
propositivos propositivos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

XXX Língua Portuguesa


Produção textual

Campo de Objetos de conhecimento


atuação 6 a 9 anos
o o
6o e 7o anos 8o e 9o anos
Das práticas Consideração das condições de Estratégias de escrita: textualização, Estratégias de escrita: textualização,
de estudo e produção de textos de divulgação revisão e edição revisão e edição
pesquisa científica
Estratégias de escrita: textualiza-
ção, revisão e edição
Estratégias de produção

Artístico- Relação entre textos Construção da textualidade Construção da textualidade


-literário Consideração das condições de Relação entre textos Relação entre textos
produção
Estratégias de produção: plane-
jamento, textualização e revisão/
edição

Oralidade

Campo de Objetos de conhecimento


atuação 6o a 9o anos 6o e 7o anos 8o e 9o anos
Jornalístico- Produção de textos jornalísticos Planejamento e produção de entrevis- Estratégias de produção: planejamento
-midiático orais tas orais e participação em debates regrados
Planejamento e produção de textos Estratégias de produção: planejamen-
jornalísticos orais to, realização e edição de entrevistas
Oralidade orais
Participação em discussões orais
de temas controversos de interesse
da turma e/ou de relevância social
De atuação na Discussão oral —— Escuta
vida pública Registro Apreensão do sentido geral dos textos
Apreciação e réplica
Produção/Proposta
Das práticas Estratégias de produção: planeja- Conversação espontânea Conversação espontânea
de estudo e mento e produção de apresenta- Procedimentos de apoio à Procedimentos de apoio à
pesquisa ções orais compreensão compreensão
Estratégias de produção Tomada de nota Tomada de nota

Artístico- Produção de textos orais —— ——


-literário Oralização

O papel do professor
As reflexões sobre a ação docente na escola do século XXI são muitas e englobam as
ideias de mediação, assimilação das tecnologias ligadas à prática educativa, sintonia com as
culturas juvenis, entre outras. Ao pensar no papel do professor dos anos finais do Ensino Fun-
damental, consideramos importante, no entanto, delimitar os valores e princípios que acre-
ditamos reger a educação e nos quais pautamos o desenvolvimento das propostas didáticas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa XXXI


apresentadas nesta coleção, em consonância com o que expõe Perrenoud (2007, p. 15), ou
seja, acreditamos em uma escola que “visa democratizar acesso aos saberes, desenvolver a
autonomia dos sujeitos, seu senso crítico, suas competências de atores sociais, sua capacida-
de de construir e defender um determinado ponto de vista”.
E, para tornar real essa escola, o professor precisa ser reconhecido em sua autonomia e
responsabilidade individual e coletiva, o que procuramos valorizar nas propostas desta cole-
ção, que abarcam as necessárias transformações das práticas em sala de aula. Tais práticas
se baseiam em um referencial de competências e habilidades que insere a relação ensino-
-aprendizagem em uma perspectiva dialógica e de resolução de problemas, que articula a
teoria e a prática, que avalia com base em análise e autoanálise, que estabelece parcerias
entre áreas do conhecimento e que propõe uma divisão de saberes que visa tanto à forma-
ção multidisciplinar quanto à formação procedimental.
Compreendemos que o papel do corpo docente nesse modelo de escola e de didática
envolve a gestão de saberes e a formação continuada do professor – em consonância com
o que propõe Perrenoud (2007) –, em que ele busca:
„ desenvolver competências e habilidades para gestão socioemocional da sala de aula e
para a explicitação dos saberes e das orientações;
„ manter uma prática reflexiva sobre a própria atuação, com preocupação em relação a
sua formação cultural, histórica, econômica e sociológica para subsidiar essas reflexões;
„ criar uma identidade profissional que reflita seus saberes teóricos e metodológicos;
„ planejar programas com objetivos claros em relação às aprendizagens e ao desenvolvi-
mento cognitivo dos estudantes;
„ transcender o ensino meramente disciplinar e hermético da área do conhecimento de
formação;
„ auxiliar os estudantes na construção de um olhar não fragmentado e sistêmico para o
mundo;
„ promover a articulação entre a teoria e a prática;
„ manter a coerência na proposta formativa apresentada aos estudantes, em consonância
com os valores democráticos;
„ conceber práticas com graus de dificuldade progressivamente desafiadores, de modo a
encorajar os estudantes a avançarem nas aprendizagens;
„ ser um mediador entre a cultura dita erudita e a cultura popular, valorizando-as igualmente;
„ promover avaliações contextualizadas, que levem os estudantes a refletir sobre proble-
mas complexos, de modo a mobilizarem competências e habilidades diversas, e apresen-
tar a eles com antecedência as exigências e os objetivos formativos;
„ mediar situações recorrentes de colaboração entre pares e grupos;
„ fazer a transposição didática dos objetos do conhecimento aos estudantes de acordo
com as realidades vivenciadas.
Ao longo da coleção, procuramos apresentar propostas que auxiliam você no desenvolvi-
mento dessas práticas. Por isso, as sugestões de respostas e as orientações didáticas abrem
espaço para que você incorpore a eles seus saberes e dialogue com os temas e trabalhos
sugeridos, tornando-se coautor da coleção.
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XXXII Língua Portuguesa


Práticas de linguagens
O eixo da leitura
O trabalho proposto para o eixo da leitura teve como base o pensamento de Isabel Solé,
que destaca a necessidade de o professor planejar momentos antes, durante e após a lei-
tura em que sejam ensinadas estratégias, isto é, “procedimentos de caráter elevado, que
envolvem a presença de objetivos a serem realizados, o planejamento das ações que se de-
sencadeiam para atingi-los, assim como sua avaliação e possível mudança” (SOLÉ, 1998,
p. 69-70). Assim, para Solé, prever informações, checá-las, questionar o texto, fazer novas
formulações e resumir são estratégias feitas durante o ato da leitura que devem ser ensina-
das. Para a autora:
A aprendizagem da leitura [...] requer uma intervenção explicitamente dirigida a essa aquisição. O
aprendiz leitor [...] precisa da informação, do apoio, do incentivo e dos desafios proporcionados pelo profes-
sor ou pelo especialista na matéria em questão (SOLÉ, 1998, p. 18).

Em outras palavras, a presença de um professor-mediador é fundamental para conscientizar


os estudantes acerca dos processos que permitem formar um leitor eficiente. Assim, ao sugerir
questões de interpretação textual, procuramos abordar as estratégias de leitura mencionadas, a
fim de promover interações entre leitor-texto-autor que facilitem a compreensão textual.
Além disso, consideramos o texto literário dentro de sua especificidade de letramento:
[...] devemos compreender que o letramento literário é uma prática social e, como tal, responsabilidade da
escola. A questão a ser enfrentada não é se a escola deve ou não escolarizar a literatura, como bem nos alerta
Magda Soares, mas sim como fazer essa escolarização sem descaracterizá-la, sem transformá-la em um simu-
lacro de si mesma que mais nega do que confirma seu poder de humanização (COSSON, 2009, p. 23).

Com o cuidado de valorizar o texto literário em seu potencial humanizador, alinhamos as


propostas de Cosson às de Petit (2010), de Rouxel (2013) e de Dalvi (2013). Tanto Petit
quanto Rouxel apresentam em seus estudos um ponto em comum sobre a leitura literária,
que consideram um instrumento de trocas subjetivas e de compreensão da realidade ao re-
dor, por meio de um aparato simbólico que pode e deve ser elaborado pela mediação. Já
Dalvi (2013) valoriza a leitura literária como experiência e propõe, como exemplo, um pla-
no de leitura que pode ser desenvolvido nos diferentes segmentos do âmbito escolar. Para
a pesquisadora, o Ensino Fundamental é o momento em que os estudantes devem formar
comunidades leitoras, as quais aproximam as práticas escolares das de leitura social.
Sobre o conceito de comunidade leitora, podemos citar:
[...] consiste num grupo de pessoas que se reúne periodicamente para debater obras previamente acor-
dadas, sugeridas ou não por um coordenador [...]
Nos fundamentos dessa modalidade coletiva de leitura, alimentada pela cumplicidade, os participantes
nem sempre detêm todos o mesmo conhecimento sobre o tema ou a obra. Nesse processo, encontram-se
duas perspectivas: a natureza dos processos de construção de sentidos e a aprendizagem. Quanto à cons-
trução de sentidos, as comunidades de leitores são devedoras da noção de que os sentidos que construímos
sobre os textos são partilhados por comunidades interpretativas: entidades públicas e coletivas compostas
por todos aqueles que detêm uma mesma estratégia de interpretação ou um mesmo modelo de produção
de textos (DIONÍSIO, [2014?]).

A ideia, aparentemente, é bem simples: unir pessoas que possam falar sobre leituras e
ouvi-las. Por trás dessa iniciativa, há mudanças de paradigmas: o deslocamento de uma re-
cepção individual de uma obra para o âmbito coletivo, acarretando uma negociação a res-
peito dos sentidos que a leitura suscitou a cada um dos membros da comunidade; as trocas
subjetivas e o compartilhamento de sensações e vivências leitoras.
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Língua Portuguesa XXXIII


Para ampliar essa discussão, podemos citar Colomer:
Compartilhar as obras com outras pessoas é importante porque torna possível beneficiar-se da com-
petência dos outros para construir o sentido e obter o prazer de entender mais e melhor os livros. Também
permite experimentar a leitura em sua dimensão socializadora, fazendo com que a pessoa se sinta parte de
uma comunidade de leitores com referências e cumplicidade mútua (COLOMER, 2007, p.143).
Colomer ainda explicita que a participação em comunidades leitoras extrapola a interpre-
tação textual, pois abrange compartilhar entusiasmo, compartilhar argumentos e comparti-
lhar referências intertextuais. Sendo assim, podemos inferir, quando pensamos no “Para que
ensinar literatura?”, que a participação em comunidades leitoras possibilita atingir diferentes
objetivos pedagógicos, entre eles: compartilhar repertório cultural e linguístico, aproximar a
comunidade escolar, momentos de falas e de escuta em grupo. Todos esses objetivos con-
vergem para a formação de um leitor crítico e consciente do papel da leitura como atividade
social. Gostaríamos de pontuar que formar uma comunidade leitora não é sinônimo de fazer
leitura compartilhada, sendo esta última uma estratégia válida, mas não a única. Formar uma
comunidade leitora implica envolver um grupo de pessoas para conversar e fruir das leituras.
Nesta coleção, propusemos algumas estratégias para incitar discussões e práticas inter-
subjetivas sobre as leituras literárias. Destacamos a Unidade 2 do volume 9, em que se pro-
põe a criação de um clube de leitura. A ideia principal é que os estudantes participem
ativamente da criação de regras e combinados para viabilizar uma rotina de encontros e
partilhas. Também se colocam para os estudantes alguns problemas relativos à organização,
como quem será o mediador e qual a periodicidade dos encontros.

Ampliação dos processos de leitura: inferência


a) Como estão identificados os personagens?
b) Que relação poderia haver entre os personagens, considerando a maneira como são
Comparação entre textos Conforme pontuado anteriormente, o pensamento de Solé
Após o estudo da crônica “A revolução pela alegria” e do fragmento do roman- Não escreva

(1998) norteou a construção das atividades de leitura desta co-


apresentados na cena? neste livro
ce Frankenstein, você vai ampliar seu conhecimento das temáticas abordadas neles.
c) Como são conhecidas as observações entre parênteses e o que elas indicam? Use seu
caderno
d) Explique a função do texto em itálico, inicial, no contexto do texto teatral. 1. Você já sabe que o narrador é a voz que conta a história em textos narrati-
e) Você consegue imaginar a cena ao ler o trecho? vos. Compare o foco narrativo dos dois textos lidos estabelecendo a seme-
lhança e a diferença entre eles.
Produção e revisão

leção. Além dessa teoria, nos pautamos também nas propostas


4. Decidam cenário, figurino, sonoplastia e iluminação. 2. O espaço é um elemento que colabora com o desenvolvimento da narrativa.
5. Escrevam o texto, utilizando elementos do trecho lido e elementos da referência cultural Identifique o espaço da crônica lida. Justifique sua importância.
escolhida. A esquete final deve ter, no máximo, 5 minutos e, embora pequena, deve ter
um começo, um meio e um fim. Vocês podem escolher o tom do texto (humor, drama, 3. Considerando que os dois textos recorrem à linguagem literária, escreva um
suspense, entre outros). possível significado para as afirmações a seguir.
6. Componham as rubricas conforme desejam que a história se desenrole e considerando a) “conseguimos dar ao mundo uma lição de sol” (“A revolução pela alegria”).

de trabalho de Koch, que, em consonância com Solé, define a


as decisões do item 4.
b) “para lançar uma torrente de luz em nosso mundo de trevas.” (Frankenstein).
7. Componham as falas com proximidade à linguagem falada, inserindo nelas elementos
que possam levar o espectador a reconhecer a referência utilizada. 4. Os dois textos trazem preocupações da época em que foram produzidos.

8. Releiam o texto e verifiquem se as rubricas e a linguagem estão adequadas. Façam uma


Identifique-as.
leitura em voz alta para garantir essa adequação.
5. Em cada um dos textos lidos, há predominância de um tipo de sequência:
9. Ensaiem o texto e decorem as falas, pois isso é imprescindível para uma boa apresen-

leitura como:
a reflexiva (crônica) e a narrativa (romance). Qual delas atende mais a seu
tação da esquete. Durante esses ensaios, fique atentos aos itens:
perfil de leitor? Justifique.
„ Intensidade vocal: o volume de sua fala deve ser audível a todos do espaço onde a es-
quete será apresentada. 6. Uma das acepções para o substantivo “revolução” é:
„ Entonação: treine o modo de dizer cada palavra, buscando a ênfase pedida na rubrica

e que a própria palavra proporciona.


3. fig. transformação súbita <r. econômica> <r. dos costumes>
„ Gestos: verifiquem se a rubrica está clara quanto aos gestos que devem ser encenados

[…] uma atividade interativa altamente complexa de produção de senti-


e, caso não esteja, façam as adequações necessárias no texto.
„ Figurino e maquiagem: procurem compor esses elementos de acordo com as referên- HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss
cias culturais escolhidas, porém, fiquem atentos para não elaborar figurinos, acessórios, da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
penteados ou maquiagens que sejam complicados e demorados de vestir ou produzir. „ Você diria que o doutor Victor Frankenstein queria fazer uma revolução na
„ Expressividade no espaço cênico: verifiquem se há ocupação adequada do espaço e se
época em que vivia? Justifique sua resposta.

do que se realiza evidentemente com base nos elementos linguísticos pre-


todos os integrantes têm papéis definidos na esquete, mesmo que sejam de bastidores.
„ Trilha sonora: é interessante haver música de fundo em algumas cenas, principalmente

se não há falas, e alguns efeitos sonoros. Deixar fluir


Encenação Clube de leitura

sentes na superfície do textual e na sua forma de organização, mas requer


10. No dia combinado com a turma, apresentem as esquetes. Caso se esqueçam das falas, Imagine a cena: você assiste a um filme ou a uma série ou lê algo de que gostou muito. Você
usem o improviso. Embora não seja o recurso mais indicado, ele é importante para que contaria a história para alguém? Com quem você costuma compartilhar seus gostos culturais –
a cena continue sem que a plateia perceba. música, livros, filmes...?
11. Organizem-se no tempo estipulado: deixem pronta a maquiagem, a playlist com a trilha Em situações fora da escola, comentamos se gostamos ou não de nossas leituras com naturali-
a ser utilizada e os objetos cênicos na coxia. É muito importante que, ao iniciar as es- dade e sem o receio de ter compreendido algo errado, pois vamos construindo o sentido do texto

a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do evento comu-


quetes, todos os grupos estejam prontos para a apresentação, assim, poderão assistir na conversa com colegas. Trocar experiências de leitura não é só um mote para conversas interes-
aos demais grupos. santes, mas também uma possibilidade de exercitar a criticidade. Para experimentar a oportunidade
de conversar sobre algo que leu, monte um clube de leitura de sua turma.
12. Anotem pontos de aprimoramento que vejam nas esquetes apresentadas. Ao final das
Para isso, siga o passo a passo.
apresentações, compartilhem essas anotações com a turma.

76 77
nicativo (KOCH, 2010, p. 11).
Diante da complexidade dos processos de leitura e da necessidade de mobilização de di-
ferentes conhecimentos, buscamos estruturar o trabalho com leitura por meio de práticas de
antecipação e inferência de informações, criação de hipóteses e checagem. Segundo Koch,
a construção de sentido de um texto ocorre, principalmente, nas atividades de inferência.
Para o desenvolvimento dessas atividades, é de suma importância que os leitores/estu-
dantes mobilizem conhecimentos de diferentes ordens, a saber: linguístico, de mundo e in-
teracional. Tendo isso em vista, buscamos não só na seção 2, mas também na 3, mobilizar
esses conhecimentos e promover momentos em que os estudantes façam inferências e as
justifiquem valendo-se de seus conhecimentos prévios.
Um exemplo é a atividade com a interpretação do poema “Com licença poética”, de Adé-
lia Prado, desenvolvido na Unidade 1 do volume 8. A atividade inicial convoca os estudantes
a associar, por meio de inferência, a imagem poética dos primeiros versos aos conhecimen-
tos de mundo deles sobre contos de fadas para, em seguida, levá-los a compreender a tra-
jetória do eu lírico. Outro exemplo de trabalho com inferência, agora em âmbito multimodal,
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XXXIV Língua Portuguesa


aparece no boxe Nosso mundo da Unidade 4 do volume 6, no qual se chama a atenção dos
estudantes para o papel da classificação por estrelas em resenhas culturais.

O eixo da análise linguística/semiótica


Com relação ao trabalho com análise linguística/semiótica, buscamos apresentar
aos estudantes gêneros diversos para que possam, com base neles, investigar, anali- 2 Leitura de textos

sar, refletir e ampliar a compreensão que já possuem sobre os usos da língua. A seção As leituras desta Unidade proporcionarão a você ter contato com diferentes
formas de inter textualidade, além de conhecer um pouco mais sobre poetas
da língua por tuguesa de diferentes nacionalidades: do Brasil, a poeta Adélia
Prado e, de Angola, Ondjaki.

de análise linguística tem como fio condutor uma reflexão por meio da qual os estu- Leitura 1

Poemas autobiográficos
Você lerá o poema “Com licença poética”, publicado na primeira obra de Adé-

dantes podem apreender regularidades, criar hipóteses e verificá-las em diferentes


lia Prado, intitulada Bagagem, de 1976. Neste poema, a autora estabelece uma
intertextualidade com o famoso poeta Carlos Drummond de Andrade e seu texto
“Poema de sete faces”. Ambos tematizam a biografia dos poetas, contada por eles
mesmos em forma de versos. Leia o poema de Adélia Prado (1935-) para perce-
ber sua força e atualidade.

contextos de uso.
Com licença poética

Pedro Hamdan
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,

As atividades foram elaboradas com base em diferentes gêneros e variedades


esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
Esbelto:
elegante. sem precisar mentir.
Subterfúgio: Não sou tão feia que não possa casar,
meio para sair
de dificuldades, acho o Rio de Janeiro uma beleza e
escapatória.
Coxo: que
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

linguísticas. E, apesar de a coleção trabalhar variedades do português do Brasil, ten-


manca. Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.

cionamos também sistematizar a norma-padrão, seguindo a linha de pensamento de


Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

PRADO, Adélia. Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015. p. 17.

20

Possenti (1996) e Soares (1993). Compreendemos que, para as camadas menos fa-
vorecidas da população, a escola é o espaço prioritário de contato com a norma-padrão, e
não apresentá-la ou sistematizá-la seria uma maneira de excluir muitos estudantes. Dentro dessa
perspectiva, podemos citar:
Um ensino da língua materna comprometido com a luta contra as desigualdades sociais e econômicas
reconhece, no quadro dessas relações entre a escola e a sociedade, o direito que têm as camadas popula-
res de apropriar-se do dialeto de prestígio, e fixa-se com o objetivo de levar os alunos pertencentes a essas
camadas a dominá-lo, não para que se adaptem às exigências de uma sociedade que divide e discrimina,
mas para que adquiram um instrumento fundamental para a participação política e a luta contra as desi-
gualdades sociais.
Um ensino de língua materna que pretenda caminhar na direção desse objetivo tem de partir da
compreensão das condições sociais e econômicas que explicam o prestígio atribuído a uma variedade
linguística em detrimento de outras, tem de levar o aluno a perceber o lugar que ocupa o seu dialeto na
estrutura de relações sociais, econômicas e linguísticas, e a compreender as razões por que esse dialeto é
socialmente estigmatizado; tem de apresentar as razões para levar o aluno a aprender um dialeto que não
é o do seu grupo social e propor-lhe um bidialetismo não para sua adaptação, mas para a transformação de
suas condições de marginalidade (SOARES, 1993, p. 78).
Assim, a coleção, ao longo dos volumes, sistematiza a gramática normativa e problematiza
seus usos em diferentes contextos. Para exemplificar esse trabalho, citamos a progressão ela-
borada sobre o tópico regência. No volume 8, Unidade 1, há a sistematização dos conceitos
de regência verbal e nominal e a apresentação de algumas regras básicas. Já no volume 9, o
foco é identificar como as regras de regência aparecem no cotidiano dos falantes.

O eixo da produção textual


As concepções de Bakhtin, expostas anteriormente, acerca dos gêneros e seus
desmembramentos com estudos de Dolz e Schneuwly (2004) e Brandão (2011) es- 3 Análise e reflexão
sobre linguagens

tão presentes no trabalho desenvolvido com o eixo da produção textual. Muito mais Conceitos da língua
Nas diferentes situações em que produzimos textos, sejam orais, sejam escri-
tos, podem surgir dúvidas em relação a que preposição deve ser usada naque-

que apenas apresentar para os estudantes a forma composicional, o estilo e o tema


le contexto. Será que alterar a preposição em um texto é somente um desvio da
norma-padrão ou altera o sentido da mensagem? Vamos entender como os com-
plementos de nomes e verbos podem alterar seu sentido original.

Regência verbal

característicos de cada gênero estudado, apresentamos atividades para esclarecer o


A regência verbal é fundamental para compreender como o verbo se relaciona
com seus complementos e como tais relações constroem sentidos. Vamos analisar
alguns textos para perceber como o verbo pode se ligar de diferentes maneiras a
outros termos da oração.
1. Leia estes memes e responda às questões.

papel dos gêneros textuais como ferramentas de interação social. Isso significa que,
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AGORA UM POEMA: I QUANDO MINHA MÃE COMPRA ALGO II


A BORRACHA ACABA E PARA MIM E FALA PARA EU NÃO DIZER
O LÁPIS A GENTE APONTA. NADA PARA OS MEUS IRMÃOS.
O POVO FALA DA MINHA VIDA,
MAS NÃO PAGA AS
MINHAS CONTAS.

ao didatizar os gêneros, um de nossos objetivos é mostrar seu dinamismo em situa-


ções comunicacionais, esclarecendo que saber criar textos é mais do que atender a Não escreva
neste livro
Use seu
FC, Bruna. Pinterest, [S.l.], [s.d.]. Disponível em:
livro.page/7V8U130L. Acesso em: 18 jul. 2022.

a) Aponte as preposições que acompanham o verbo falar.


b) Explique a diferença de sentido que a preposição traz para o texto.
FC, Bruna. Pinterest, [S.l.], [s.d.]. Disponível em:
livro.page/8V8U130L. Acesso em: 18 jul. 2022.

caderno
c) No texto I, qual é o sentido da postura corporal do personagem do meme?

um conjunto de regras gramaticais e construir frases dentro de um formato estanque: Qual efeito a postura corporal provoca no meme?
d) No texto II, o que podemos inferir da cara do cachorro ao relacionarmos
com o texto verbal?

30

é, sim, instrumentalizar-se para uma comunicação eficiente.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa XXXV


Para compreender um pouco melhor nossa proposta, vamos entender a distinção entre
produção textual e redação:
Qualquer proposta metodológica é a articulação de uma concepção de mundo e de educação – e por
isso uma concepção de ato político – e uma concepção epistemológica do objeto de reflexão – no nosso caso,
a linguagem – com as atividades desenvolvidas em sala de aula. O primeiro deslocamento a fazer, de um
lado, é o da função-aluno que escreve uma redação para uma função-professor que a avalia e, de outro lado,
o próprio ato de produção escolar de textos [...] Na redação, não há um sujeito que diz, mas um aluno que de-
volve ao professor a palavra que lhe foi dita pela escola [...]. O caráter artificial desta situação dominará todo
o processo de produção da redação, sendo fator determinante de todo o seu resultado final. Para mantermos
uma coerência entre uma concepção de linguagem como interação e uma concepção de educação, esta
nos conduz a uma mudança de atitude – enquanto professores – ante o aluno (GERALDI, 1996, p. 127-128).

Essa diferenciação traz uma reflexão importante acerca da artificialidade da escrita no es-
paço escolar, onde as práticas de produção textual, muitas vezes, são substituídas por uma es-
crita sem propósito comunicativo claro e destinada a um único interlocutor: o professor. Dessa
forma, nesta coleção, procuramos propor situações, para a produção textual, que se aproxi-
mam das práticas sociais de interação verbal autênticas.
O objetivo é que os estudantes possam ter contato com letramentos múltiplos, utilizar com
fluidez os mecanismos linguísticos nas diferentes situações e esferas comunicativas e, também,
compreender a importância de valorizar práticas plurais, significativas e diversas culturalmente.
Para alcançar esse objetivo pedagógico, é necessário explicitar inicialmente para os jovens
escritores algumas questões que envolvem o contexto de produção:
„ o gênero textual a ser produzido;
„ o objetivo da produção textual;
„ o meio de divulgação e circulação;
„ o perfil dos interlocutores.
Diante de nossa proposta de incitar o estudante à reflexão de práticas sociais, é neces-
sária uma metodologia de ensino que permita conciliar os objetivos de reflexão comunica-
cional, de uso da língua e de composição. Para isso, optamos por seguir uma sequência
didática que é construída ao longo das seções 2, 3 e 4, estruturada da seguinte maneira:
Etapa 1 – O estudo do gênero se inicia na seção 2, com a leitura de um texto pertencen-
te ao gênero que será produzido na Unidade. Por meio de um trabalho de análise textual e
comparação entre gêneros de uma mesma esfera de circulação, espera-se que os estudan-
tes atinjam os seguintes objetivos:
„ recordar as experiências com o gênero e expor conhecimentos prévios;
„ identificar as principais características do gênero no que diz respeito ao conteúdo temático,
à forma composicional e ao estilo;
„ comparar gêneros da mesma esfera de circulação;
„ examinar contextos de produção e de circulação dos gêneros estudados.
Etapa 2 – Na seção 3, o foco é a reflexão acerca dos recursos linguísticos que podem ser
utilizados na produção. Para isso, foram selecionados diferentes gêneros textuais, com o in-
tuito de ampliar as práticas de letramento e a compreensão de que um mesmo recurso pode
suscitar sentidos diferentes de acordo com o objetivo comunicativo e o contexto de produção.
Etapa 3 – Na seção 4, os estudantes são apresentados à proposta de produção textual
propriamente dita. Nessa etapa, eles devem:
„ buscar e articular informações para compor a alimentação temática, seguindo as diretrizes;
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XXXVI Língua Portuguesa


„ planejar globalmente o texto;
„ avaliar, revisar e reformular o texto;
„ publicar o texto no suporte indicado.
As três etapas estão presentes em todas as Unidades. Eventualmente, caso o gênero não
tenha sido analisado como leitura central da Unidade, ele será estudado por meio de pro-
postas desenvolvidas em boxe.

O eixo da oralidade
É inquestionável o papel da oralidade, não só nas práticas sociais, mas também nos pro-
cessos de ensino e aprendizagem. Apesar disso e das orientações dos PCN (1997) para
que a oralidade, sobretudo os gêneros orais formais, fosse foco de estudo ao longo de toda
a escolarização, sabemos que maior ênfase a essa modalidade tem espaço nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, embora venha crescendo gradativamente a partir da abordagem de
ensino através de habilidades, proposta pela BNCC.
Para contemplar as orientações da BNCC em relação ao trabalho com as habilidades de
oralidade, partimos da definição de Marcuschi:
A oralidade seria uma prática social que se apresenta sob variadas formas ou gêneros textuais que vão
desde o mais informal ao mais formal e no mais variado contexto de uso (MARCUSCHI, 1997, p. 126).

Marcuschi demonstra que não há diferença de hierarquia entre oralidade e escrita; estas
são modalidades igualmente complexas que estudantes devem analisar e estudar para que
possam usá-las de maneira eficiente em diferentes contextos. Para um trabalho adequado
com a oralidade, o autor sugere uma base teórica interacionista.

Análise crítica e argumentação (oral e escrita)


Ao estruturar propostas que abarcam a análise crítica e a argumentação, partimos de
duas competências gerais da BNCC, a saber:
„ 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares)
para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver pro-
blemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
„ 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Há pontos de contato entre essas competências, já que é possível pensar que saber argu-
mentar permite o protagonismo e a atuação social, indicados na competência geral 5. Apresen-
tamos aos estudantes a análise de textos tirados de diferentes contextos, destacando neles as
escolhas linguísticas e os valores sociais e/ou individuais expressos. Após o trabalho de reco-
nhecimento de tais aspectos, os estudantes são convidados a se posicionar, por meio de ar-
gumentos, diante do texto e do tema apresentados, respeitando a progressão e os objetos de
conhecimentos indicados pela BNCC.
Para exemplificar o trabalho com argumentação, citamos a Unidade 5 do volume 8, na
qual os estudantes analisam memes e comentários das redes sociais sobre a imagem da
­rainha Elizabeth II, da Inglaterra. Ao longo das atividades, os estudantes analisam os recursos
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Língua Portuguesa XXXVII


multissemióticos usados nos textos da cultura digital e avaliam como diferentes linguagens fo-
ram utilizadas para divulgar ideias preconceituosas sobre o envelhecimento. Após as ativida-
des, os estudantes debatem a questão: “Quando fazemos humor com uma pessoa socialmente
desvalorizada, como os idosos, estamos propagando o discurso de ódio de alguma maneira?”.
O trabalho se desenvolve nas seções posteriores, tanto no eixo da leitura quanto no da
produção textual, destacando a argumentação em um artigo de opinião e em um editorial
sobre o etarismo. No boxe Deixar fluir, os estudantes são solicitados a compor uma história
em quadrinhos que tenha como tema o combate aos preconceitos identificados nas refle-
xões incitadas pela Unidade. Por fim, eles devem compor, na seção 4, um artigo de opinião
sobre o etarismo e divulgá-lo em redes sociais, com o objetivo de suscitar um debate on-line.
Essa produção ilustra a preocupação com pautas como a ética, a autonomia juvenil e o
pensamento crítico. Para desenvolver esse tipo de atividade, temos como referência Camps
(1995) e sua proposta de uma pedagogia ética, a qual tende a “formar uma razão autôno-
ma que assume responsabilidade de deliberar, argumentar e justificar seus pontos de vista”
(CAMPS, 1995, p. 52 apud CARVALHO, 2009, p. 147).
Com base nas reflexões de Camps, podemos pensar no papel da escola na socialização
dos estudantes, pois ela é o espaço onde eles vão confrontar ideias e valores. Assim, cabe
à escola promover o debate e a troca de opiniões, instrumentalizando os estudantes para ar-
gumentar e defender suas posições e para respeitar posições diferentes das suas, servindo
como uma espécie de ensaio para as práticas sociais extramuros.
Tendo isso em vista, destacamos que os boxes Nosso mundo e Múltiplas leituras tam-
bém trabalham o desenvolvimento das competências gerais 5 e 7. Este último boxe explora a
fluência leitora, promovendo a criticidade dos estudantes diante dos diferentes usos da língua.
Já o boxe Nosso mundo promove a aproximação do tema estudado ao cotidiano do estudante.
Tendo em vista a concepção de que oralidade e escrita são igualmente complexas, orga-
nizamos nosso trabalho, por Unidade, da seguinte maneira:
• apresentação de gêneros orais formais – como o seminário – e informais – como a
roda de discussão;
• práticas constantes de fala e escuta;
• produção de diferentes gêneros orais.
Para exemplificar o trabalho com a oralidade, destacamos a abertura das Unidades, que
propicia discussões espontâneas. Já um exemplo de prática de fala e escuta ocorre na seção
1 da Unidade 8, no volume 6, em que um estudante deve se expressar oralmente por 3 mi-
nutos diante de seus colegas de grupo, enquanto esses colegas tomam nota das principais
ideias expostas e elaboram questões para checar e esclarecer dúvidas.
Quanto às produções orais, a seção 4 da Unidade 2, no volume 7, propõe a produção e
a leitura de um rap, enquanto a mesma seção, na Unidade 2 do volume 6, solicita uma entre-
vista para podcast. É válido ressaltar que o ponto estruturante para desenvolver as propostas
citadas são os objetos de conhecimentos destacados na BNCC.

O trabalho por projetos


Na seção de fechamento da Unidade, os estudantes poderão retomar as aprendiza-
gens de forma autônoma, respondendo a questionamentos que os conduzem a elaborar
sínteses de principais pontos estudados, identificando conteúdos a serem revisados e apro-
fundados para que seja possível avançar para a próxima Unidade.
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XXXVIII Língua Portuguesa


Em seguida às atividades de retomada e síntese, propomos uma das etapas do Projeto
anual, que se consolida como uma atividade contínua e colaborativa realizada em grupos – de
preferência os mesmos grupos ao longo de todo o ano – e que mobiliza habilidades e compe-
tências as quais extrapolam o componente Língua Portuguesa e alcançam competências socioe-
mocionais e valores éticos.
Na prática, o Projeto anual está dividido em etapas a serem desenvolvidas no fim de
cada Unidade. Assim, ao longo do volume, todas as etapas do projeto são realizadas.
Destacamos o trabalho com projetos nesta coleção como um incentivo à pesquisa cien-
tífica. Os estudantes realizam etapas relacionadas à reflexão sobre o problema e, em cada
uma das etapas, é proposta uma ação que visa responder a uma parte da pergunta nortea-
dora que exige dos estudantes uma postura colaborativa, integradora e de disposição para
vencer desafios. Os estudantes são convidados a pesquisar, conhecer, criar textos, dialogar e
tomar decisões sobre o processo, colocando em prática o conhecimento que foi construído
ao longo da Unidade. As posições assumidas pelos estudantes vão apontar um caminho de
protagonismo científico, de posição ativa na busca pelo conhecimento e no convívio social
com os pares.
Acreditamos que o trabalho por projetos não se resume ao produto final: o processo em
que os estudantes estarão imersos durante todo o ano, com as decisões tomadas e os
aprendizados conquistados, é muito importante.
Os projetos apresentam gradação de complexidade, considerando que a BNCC pre-
Fechamento da Unidade
coniza progressão de dificuldade das aprendizagens. Para construir os graus de dificul-
Retomar e avançar

dade de forma crescente, há algumas diferenças na estrutura dos quatro projetos. Chegamos ao fim desta Unidade! Agora é importante lembrar de tudo que es-
tudamos. Você consegue, em tópicos, indicar os assuntos abordados ao longo das
seções? Faça um quadro de duas colunas em seu caderno, seguindo o modelo,
de forma que complete as colunas com os tópicos estudados e seus conteúdos
correspondentes, descrevendo-os de forma resumida.

A apresentação do projeto aos estudantes ocorre por meio de uma questão orientado- Não escreva
neste livro
Use seu
caderno
Conceito

Palavra-chave
Explicação

MODELO

Verbete MODELO

ra que recebe mais elementos e abrangências em sua composição a cada ano. No volume Gráfico

Sinônimos

Concordância nominal
MODELO

MODELO

MODELO

6, essas questões são apresentadas de modo menos sistematizado, de forma a propor


Modo indicativo MODELO

1. Você estudou muitos conteúdos nesta Unidade. Qual deles achou mais comple-
xo? O que exatamente você acredita que ainda não fixou sobre esse conteúdo?
2. Qual dos assuntos você acredita que poderá aproveitar em outros momen-

discussões sobre o tema e sobre a natureza do projeto – a produção de um telejornal.


tos de estudo, escrita, realização de trabalhos? Por quê?
3. Você acredita que termina essa Unidade sabendo mais do tema tratado: in-
toxicação alimentar? O que, por exemplo, você não sabia e agora sabe?
4. Você concorda que verbetes e gráficos são importantes para a divulgação
da ciência? Você acredita que eles chamarão mais sua atenção quando apa-

No volume 7, a questão que orienta a elaboração do e-zine é “Como se faz um e-­zine?”,


recerem para trazer alguma informação?
5. Como você observa que foi a sua participação ao produzir um texto de
pesquisa? Esse tema desperta o seu interesse e a sua vontade de atuar
nessa área?
Por fim, compartilhe suas respostas e aproveite para conversar com toda a
sua turma sobre as opiniões de seus colegas. Observe quais foram as im-

estruturada com a finalidade de proporcionar um estudo estrutural e estilístico desse gê-


pressões deles sobre esta Unidade.

186

nero. A cada etapa, os estudantes desenvolvem pequenas produções de gêneros variados,


que são arquivadas no portfólio do grupo para posterior publicação no e-zine, o que se sistema-
tiza nas Unidades 6 e 7 do volume. Com isso, os estudantes podem perceber os encontros e as
possibilidades de mescla entre os gêneros.
No volume 8, a produção de um canal de podcast orienta-se pela pergunta “Como comunicar
à comunidade escolar produções realizadas ao longo do ano por meio de uma mídia digital con-
temporânea?”. O objetivo é que os estudantes ampliem o domínio do podcast enquanto recurso
midiático e, para isso, a publicação dos episódios ocorre a cada etapa do projeto, não apenas ao
final dele. Na última etapa, os estudantes são convidados a realizar uma retrospectiva das publi-
cações, acionando outras formas de divulgação desses conteúdos no mesmo canal.
No volume 9, a questão orientadora do projeto é “De que modo meu percurso escolar co-
labora com o meu projeto de vida?”, com a proposta de elaboração de um documentário sobre
esse tema. A complexidade da pergunta está na relação estabelecida entre dois momentos da
vida do estudante: o de memórias do passado e o das projeções de futuro. Para que reflitam
sobre essa relação e a representem em um documentário, em cada etapa eles discutem cole-
tivamente a questão, após a leitura de um texto motivador, e conhecem questões estruturais e
técnicas relativas ao desenvolvimento e à produção do documentário. Nas duas últimas etapas,
os estudantes fazem a edição do documentário, orientados por roteiros. Vale destacar que a
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Língua Portuguesa XXXIX


abordagem das técnicas de gravação – tais como a movimentação das câmeras, os cortes, as
transições, a trilha sonora, recursos para a captação das cenas etc. – ocorre ao longo das Uni-
dades; portanto, folhear com os estudantes as páginas que têm esses conteúdos pode ser pro-
dutivo para que conheçam as técnicas logo no início dos trabalhos. O objetivo da proposta do
volume 9 é que os estudantes pratiquem o que aprenderam sobre o trabalho em grupo tendo
clareza das funções que lhes cabem e, ao mesmo tempo, reflitam sobre o próprio percurso na
escola, já que se trata do ano de fechamento do Ensino Fundamental.
O trabalho com projetos, nesta coleção, tem o objetivo de reforçar a aprendizagem como
uma atividade social que ocorre na prática investigativa, exploratória, interpretativa e criado-
ra. Por meio das atividades propostas nas etapas, os estudantes desenvolvem as habilidades
de planejar, trabalhar em equipe e comunicar-se adequadamente, além das habilidades so-
cioemocionais que esses processos mobilizam.
Em relatos de professores sobre as experiências com a Aprendizagem Baseada em Pro-
jetos, encontram-se algumas características dessa metodologia:
• Supera a dicotomia entre conhecimento e pensamento, ajudando os alunos a “saber” e “fazer”.
• Apoia os alunos no aprendizado e na prática de habilidades, na resolução de problemas, na comuni-
cação e na autogestão.
• Incentiva o desenvolvimento de hábitos mentais associados com aprendizagem contínua, a responsa-
bilidade cívica e o êxito pessoal ou profissional.
• Integra áreas curriculares, instrução temática e questões comunitárias.
• Avalia o desempenho no conteúdo e nas habilidades, utilizando critérios semelhantes àqueles exis-
tentes no mundo do trabalho, encorajando a aprendizagem bem-sucedida, a fixação de metas e a melhor
realização delas.
• Cria comunicação positiva e relações cooperativas entre diferentes grupos de estudantes.
• Atende às necessidades de aprendizes com diferentes níveis de habilidade e estilos de aprendizagem.
Envolve e motiva estudantes entediados e indiferentes (BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION, 2008, p. 20).

Autoavaliação
No final do livro, há um momento de autoavaliação dos estudantes quanto à par-
ticipação no projeto no qual eles podem avaliar o processo e o envolvimento com os
Agora, faça uma autoavaliação, analisando o seu envolvimento no projeto e a
sua postura de cooperação e a participação na equipe. Este é um bom momento
para avaliar como tem sido o seu trabalho em grupo e quais são as habilidades
que você ainda pode desenvolver.
1. Reproduza este quadro no caderno e registre a sua posição.

colegas. Com esse material, colocamos em evidência as competências emocionais e


Em Desenvolvido Desenvolvido
desenvolvimento suficientemente plenamente

Estabeleço boas relações com o grupo. MODELO MODELO MODELO

sociais junto das competências cognitivas. Com base nesse material, os professores
Aceito argumentos dos colegas, pensando
MODELO MODELO MODELO
no melhor andamento do projeto.

Coopero com as entregas e entrego minhas


atividades no prazo para não atrapalhar o MODELO MODELO MODELO
andamento do grupo.

Sei expor minhas ideias e opiniões.

Colaboro com o objetivo do grupo.


MODELO

MODELO
MODELO

MODELO
MODELO

MODELO
poderão desdobrar esses processos em suas aulas em diferentes momentos, incorpo-
rando em sua prática o valor dessas competências.
Sei lidar com desafios e com mudanças ines-
MODELO MODELO MODELO
peradas no projeto.

2. Com base em suas respostas anteriores, faça o que


se pede.
a) Aponte as suas habilidades que você considera

O projeto como um todo também poderá colaborar com o desenvolvimento das


plenamente desenvolvidas e pense em como pode
colaborar com colegas que enfrentam dificuldades
nessas habilidades.
GoodStudio/Shutterstock

b) Agora, liste as habilidades que você considera que


estão em desenvolvimento e pense em formas de
avançar nelas.

habilidades que são preconizadas pela Organização para a Cooperação e o Desenvol-


O trabalho com projetos é fundamental para o seu
aprendizado, colaborando para auxiliar no seu autoco-
nhecimento e no desenvolvimento de habilidades com-
Autoavaliar-se traz benefícios portamentais que ajudam na relação com outras pessoas.
para si e para o grupo de trabalho,
desenvolvendo habilidades
Certamente, a publicação do seu podcast foi um sucesso
cognitivas e psicológicas. e você viveu grandes experiências no projeto deste ano.

306
vimento Econômico (OECD).
O documento Fostering and measuring skills: improving cognitive and non-cognitive skills
to promote lifetime success (KAUTZ et al., 2014) dessa entidade enfatiza o investimento que
famílias, escolas e a sociedade como um todo devem dedicar ao desenvolvimento de habi-
lidades socioemocionais, uma vez que se trata de um processo dinâmico. Segundo o docu-
mento, os primeiros anos são essenciais para solidificar as bases das habilidades, cognitivas
e não cognitivas, considerando que as habilidades não cognitivas são aquelas com maior
maleabilidade, mesmo na adolescência ou na vida adulta. [...]
Abertura ao novo: curiosidade para aprender, imaginação criativa e interesse artístico.
Consciência ou autogestão: determinação, organização, foco, persistência e responsabilidade.
Extroversão ou engajamento com os outros: iniciativa social, assertividade e entusiasmo.
Amabilidade: empatia, respeito e confiança.
Estabilidade ou resiliência emocional: autoconfiança, tolerância ao estresse e à frustração.
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XL Língua Portuguesa
Abertura ao novo

Estabilidade ou resiliência
Consciência ou autogestão
emocional

Extroversão ou engajamento
Amabilidade
com os outros

(BACICH; GAROFALO, 2020, p. 177.)

Destacamos que os projetos dos quatro volumes apresentam conteúdos de diversas na-
turezas – conceituais, atitudinais, factuais e procedimentais –, com abordagem apropriada
para a idade, realizada por meio de questões contemporâneas que promovem a reflexão e
se inserem no mundo físico, social, cultural e digital dos jovens estudantes, envolvendo-os
nas aprendizagens.
A consolidação desses conteúdos é de extrema importância ao longo dos anos finais
do Ensino Fundamental, pois prepara os estudantes para a etapa seguinte, o Ensino Médio,
quando vivenciarão uma formação que amplia e aprofunda esses conteúdos de forma con-
textualizada para o segmento.

Práticas de estudo e metodologias de pesquisa


As práticas de estudo e pesquisa são trabalhadas na coleção levando-se em considera-
ção a progressão da complexidade na abordagem das habilidades e competências que elas
mobilizam. Assim, para os estudantes chegarem à elaboração de um resumo, por exemplo,
passarão antes pelo processo de identificação de palavras-chave, de compreensão textual e
de comparação de dados.
O trabalho com noções de práticas de pesquisa proposto na coleção não perde de vis-
ta o momento escolar dos estudantes; por isso, em todas as propostas, além do passo a
passo detalhado, buscamos fazer uma curadoria de fontes de pesquisa para promover uma
discussão sobre o que são fontes confiáveis. Para a elaboração das sugestões de pesquisa
apresentadas, foram utilizados os seguintes referenciais teóricos: Severino (2000), Martins
(2001), Bagno (2010), Marconi e Lakatos (2011).
A seguir, caracterizamos brevemente as práticas de pesquisa destacadas na coleção.
„ Revisão bibliográfica: levantamento e seleção de fontes de pesquisa relevantes sobre um
tema estudado.
„ Análise documental: leitura e interpretação de documentos utilizados como fontes de
pesquisa.
„ Construção e uso de questionários: elaboração de instrumentos de coleta de informa-
ções sobre um tema pesquisado.
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Língua Portuguesa XLI


„ Estudo de recepção (de obras de arte e de produtos da indústria cultural): com­preensão
de como as produções artísticas e intelectuais são recebidas por determinado público.
„ Observação, tomada de nota e construção de relatórios: observação da realidade com
tomada de notas para análise de determinada situação e elaboração de relatório de síntese,
de conclusão ou de propostas de soluções.
„ Entrevistas: coleta de informações por meio de entrevistas.
„ Análise de mídias sociais: análise de como os discursos são construídos nas mídias digi-
tais e como interferem na realidade social.
O quadro a seguir resume a ocorrência de trabalho com noções de práticas de pesquisa
na coleção.

Prática de pesquisa Volume 6 Volume 7 Volume 8 Volume 9

Revisão bibliográfica (estado da arte) Unidade 5 Unidade 4 Unidade 7 Unidade 7


Unidade 7
Análise documental (sensibilização para análise de discurso) Unidade 6 Unidade 3 Unidade 6 Unidade 4
Unidade 7 Unidade 5
Construção e uso de questionários Unidade 2 Unidade 6 Unidade 7

Estudo de recepção (de obras de arte e de produtos da Unidade 2 Unidade 1 Unidade 2 Unidade 6
indústria cultural) Unidade 4 Unidade 2 Unidade 7 Unidade 7
Unidade 8
Observação, tomada de nota e construção de relatórios Unidade 2 Unidade 5 Unidade 3 Unidade 1
Unidade 7 Unidade 7 Unidade 5 Unidade 4
Unidade 5
Unidade 6
Unidade 7
Entrevistas Unidade 1 Unidade 3

Análise de mídias sociais (análise das métricas das mídias Unidade 2 Unidade 5
e sensibilização para análise de discurso multimodal) Unidade 4

5. Leia a frase presente em várias postagens da internet e faça o que se pede. Não escreva
neste livro
Diálogo com outras disciplinas
Montagem sobre fotos: David Vilensky/Shutterstock/tngqwh/Shutterstock

Use seu
caderno

Ainda que As discussões teóricas sobre a interdisciplinaridade estão pre-


acabe a
infância, preserve
sua alma
de criança.
sentes no Brasil desde os anos 1970 e ganharam força com a publi-
cação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):
Fonte: AINDA que acabe a infância, preserve sua alma de criança. Mensagens10, [S.l.],
c.2014-2022. Disponível em: livro.page/11V9U531L. Acesso em: 3 de jun. 2022. Na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar
a) Explique como o elemento visual reforça a mensagem que aparece no trecho

novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias disci-


escrito.
b) Quais são os elementos verbais da postagem que pertencem ao mesmo
campo semântico, isto é, ao mesmo campo dos significados? Justifique sua
resposta.

plinas para resolver um problema concreto ou compreender um fenômeno sob


c) Localize a oração subordinada adverbial da mensagem, copie-a no caderno
e classifique-a.
d) Agora, localize a conjunção e escreva-a.
e) Explique a importância da conjunção para o sentido da mensagem.
6. Em grupos de até cinco pessoas, pesquisem em jornais e revistas on-line
ou impressas pelo menos cinco textos – manchetes, olho ou linha fina da
reportagem e nos próprios textos das notícias – orações subordinadas ad-
verbiais nas formas reduzidas e desenvolvidas.
a) Observem como as orações são usadas nesses textos e quais efeitos de
diferentes pontos de vista. Em suma, a interdisciplinaridade tem uma função
instrumental. Trata-se de recorrer a um saber útil e utilizável para responder às
sentido elas provocam.
b) Após essas análises, vocês vão criar, com base nesses exemplos, atividades
para compartilhar com os colegas. Será uma forma de se autoavaliar e de
estudar esse conteúdo!
Caprichem nos textos escolhidos e nas atividades.

215
questões e aos problemas sociais contemporâneos (BRASIL, 2002, p. 21).
O termo interdisciplinaridade é comumente associado às relações entre os componentes
curriculares e/ou as áreas de conhecimento. No entanto, Japiassu (1976) explica que tais rela-
ções ocorrem de forma mais ou menos complexa, o que levou à criação de novos termos para
designar conceitos “vizinhos” do conceito de interdisciplinaridade. Veja na tabela a seguir:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

XLII Língua Portuguesa


Ocorrem cooperação e diálogo entre os componentes curriculares, coordenados em
Interdisciplinaridade nome de uma finalidade. Dito de outro modo, vários saberes são mobilizados e inter-
-relacionados em prol de um objetivo pedagógico de uma área específica.
A interação entre os saberes ocorre por via temática. Em outras palavras, os compo-
Multidisciplinaridade nentes curriculares desenvolvem trabalhos em que um tema previamente escolhido
vai ser abordado, mas sem aprofundar as relações entre as diferentes áreas do saber.
Refere-se também ao estabelecimento de relações entre os saberes por via temática;
Pluridisciplinaridade entretanto, apresenta-se aqui a integração entre diferentes áreas, evidenciando diálo-
gos possíveis em torno de um mesmo tema ou objeto de estudo.
Trata-se de um grau mais complexo de interação entre diferentes práticas interdisci-
Transdisciplinaridade plinares, pois apagam-se as fronteiras entre disciplinas, e o estudo é feito de maneira
integrada.

Essas definições do autor são as bases para o início das reflexões sobre interdisciplina-
ridade porque impulsionaram os estudos sobre o tema no Brasil.
Na coleção, a prática da interdisciplinaridade é proposta no boxe Diálogos com [compo-
nente curricular], cujo objetivo é proporcionar um diálogo, propiciado por relações temáti-
cas e/ou conceituais, entre componentes curriculares dos anos finais do Ensino Fundamental.
Para alcançar esse objetivo, a coleção propõe diferentes atividades que incentivam os
estudantes a buscar o conhecimento de forma ativa e integrada, no encontro com outras
áreas, podendo, então, reconhecer que o conhecimento não é segmentado, como eles veem
na escola, entre os diferentes componentes curriculares.
O quadro abaixo mostra as atividades sugeridas no boxe Diálogos com [componente
curricular] nos quatro volumes da coleção, bem como os componentes curriculares envolvidos.

VOLUME
6o ano 7o ano 8o ano 9o ano
Ciências Humanas: Arte: Realizar uma Arte: Produzir Arte: Analisar a intertex-
Discutir ética, liberdade leitura dramatizada de ciberpoema tualidade entre obras
1
de expressão e discurso texto teatral
de ódio
Geografia e Mate- Arte: Realizar pesquisas Ciências: Compreender Ciências: Compreender
mática: Ler gráficos e apresentações sobre o funcionamento de o que é bioética
2
demográficos e calcular grafite uma câmera fotográfica
porcentagens
Geografia: Discutir Matemática: Esclarecer Matemática: Investigar Matemática: Compre-
UNIDADE

variações linguísticas dúvidas sobre finanças porcentagens e elaborar ender o que é e como
3
um gráfico com resulta- funciona um algoritmo
dos da pesquisa
História: Pesquisar mi- Ciências da Natureza: Ciências: Produzir Geografia: Identificar
tos e lendas regionais Criar anúncio sobre reportagem científica fatos geopolíticos no
4 frutas típicas da região texto
e suas propriedades
nutricionais
Ciências: Discutir intoxi- Geografia: Ler mapas e Matemática: Pro- Geografia: Pesquisar
cação alimentar produzir uma audiodes- duzir gráficos sobre a oferta de serviços
5
crição para deficientes envelhecimento estatais
visuais

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa XLIII


VOLUME
6o ano 7o ano 8o ano 9o ano
Ciências: Produzir Educação Física: Dis- Geografia: Compreen- Ciências: Compreender
entrevista para conhecer cutir atividade física e der a Lei do Refúgio a importância do pai-
6
métodos de pesquisa saúde emocional sagismo urbano e seus
efeitos sobre o clima

UNIDADE
História: Produzir linha Geografia: Analisar Matemática: Tabular da- História: Discutir as
7 do tempo sobre o ECA mapas, de acordo com dos de um questionário várias versões de um
um plano diretor fato histórico
História: Realizar leitura Educação Física: Ela- História: Debater o Matemática: Ler gráfico
direcionada de fragmen- borar regulamento sobre movimento estudantil no sobre jovens no merca-
8
tos do Projeto Político competições esportivas Brasil do de trabalho
Pedagógico

Embora tais atividades estejam detalhadas no Livro do Estudante e acompanhadas de sugestão


ao professor neste manual, elas podem ser enriquecidas se for feito um trabalho conjunto com os
professores especialistas dos componentes curriculares envolvidos em cada proposta. Para exem-
plificar, citamos a Unidade 4 do volume 7, em que se propõe a análise das possibilidades de ali-
mentação saudável no local onde os estudantes residem. Para que eles possam se conscientizar
do valor nutricional dos alimentos que consomem, está indicada uma pesquisa sobre as proprieda-
des nutricionais de frutas típicas das cinco regiões brasileiras para compor um anúncio publicitário.
Esse trabalho pode ser ampliado se for proposto em parceria com o professor de Ciências, pois
V – políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado
no cumprimento de suas atribuições institucionais;
ele aprofundará o estudo das propriedades e dos efeitos dos nutrientes no corpo humano.
VI – ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e

Outro exemplo está na Unidade 7 do volume 9, em que os estudantes, a partir de um


pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção
da igualdade de oportunidades.
Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades,
reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da
pele, o direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políti-
cas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua

texto literário, são convidados a discutir as diferentes formas de registro de um fato histó-
dignidade e seus valores religiosos e culturais. [...]
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políticas
públicas destinadas a reparar as distorções e desigualdades sociais e demais práti-
cas discriminatórias adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de
formação social do País. [...]
TÍTULO II

rico, isto é, as diferentes versões do fato. Para valorizar a presença negra no movimento
Dos Direitos Fundamentais
CAPÍTULO I
Do Direito à Saúde
Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido pelo poder público
mediante políticas universais, sociais e econômicas destinadas à redução do risco

abolicionista brasileiro, eles devem pesquisar biografias de pessoas negras que lutaram
de doenças e de outros agravos.
§ 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde (SUS) para promo-
ção, proteção e recuperação da saúde da população negra será de responsabilidade
dos órgãos e instituições públicas federais, estaduais, distritais e municipais, da
administração direta e indireta. [...]

contra a escravidão.
Blacqbook/Shutterstock

É válido mencionar que a opção por organizar as Unidades por Temas Contemporâ-
Garotos brincando em um rio. As leis somente são eficazes se somam-se em defesa da população.
neos Transversais permite que o estudo de temas interdisciplinares seja trazido para a
realidade dos estudantes e se baseie nas questões e demandas reais de sua comunidade.
O direito à educação, ao cuidado, ao atendimento em saúde e ao lazer que é previsto no Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) deve aliar-se ao Estatuto da Igualdade Racial para garantir às
crianças não brancas seus plenos direitos como cidadãs.

283

Multiletramentos
Na área de Linguagens e, especificamente, no componente Língua Portuguesa, o desafio de
trabalhar com gêneros do universo digital, que se caracteriza pelas constantes mudanças e trans-
formações, é enfrentado por meio de uma imersão nessa realidade, de maneira sistematizada,
através de propostas elaboradas com base nas teorias desenvolvidas pelo Grupo de Nova Londres
(GNL) desde 1994. O GNL é composto de dez pesquisadores de diferentes áreas relacionadas à
educação linguística que, em seus estudos, investigam o impacto das mudanças do mundo contem-
porâneo e suas implicações nos processos de ensino e aprendizagem, consolidando uma proposta
metodológica que denominaram Pedagogia dos Multiletramentos.
No Brasil, diversos linguistas estudam o envolvimento da Pedagogia dos Multiletramentos
nas práticas escolares. Em Língua Portuguesa, o pressuposto para o desenvolvimento de um
indivíduo multiletrado é que ele tenha acesso às múltiplas linguagens e semioses por meio da
oferta de leitura e produção de textos multimodais. A professora Roxane Rojo, do Departa-
mento de Linguística Aplicada da Universidade Estadual de Campinas, define o contexto dos
textos multimodais e sua implicação no ensino e na aprendizagem de Língua Portuguesa:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

XLIV Língua Portuguesa


[...] hoje dispomos de novas tecnologias e ferramentas de “leitura-escrita”, que, convocando novos le-
tramentos, configuram os enunciados/textos em sua multissemiose (multiplicidade de semioses ou lin-
guagens), ou multimodalidade. São modos de significar e configurações que se valem das possibilidades
hipertextuais, multimidiáticas e hipermidiáticas do texto eletrônico e que trazem novas feições para o ato de
leitura: já não basta mais a leitura do texto verbal escrito – é preciso colocá-lo em relação com um conjunto
de signos de outras modalidades de linguagem (imagem estática, imagem em movimento, som, fala) que o
cercam, ou intercalam ou impregnam. Esses textos multissemióticos extrapolaram os limites dos ambientes
digitais e invadiram, hoje, também os impressos (jornais, revistas, livros didáticos) (ROJO, [2014?]).

Nesta coleção, é ampla a oferta de textos multimodais e de propostas que se amparam na Pe-
dagogia dos Multiletramentos, o que se justifica pela compreensão de que esse aparato contribui
para que os estudantes desenvolvam as habilidades necessárias para a leitura de textos contempo-
râneos e permite que eles se insiram efetivamente na sociedade multicultural. Como explica Rojo:
Trabalhar com Multiletramentos pode ou não envolver (normalmente envolverá) o uso de novas tecno-
logias de comunicação e de informação (“novos letramentos”), mas caracteriza-se como um trabalho que
parte das culturas de referência do alunado (popular, local, de massa) e de gêneros, mídias e linguagens por
eles conhecidos, para buscar um enfoque crítico, pluralista, ético e democrático – que envolva agência – de
textos/discursos que ampliem o repertório cultural, na direção de outros letramentos [...] (ROJO, 2012, p. 8).

Diante da realidade multicultural e multiletrada que se impõe na contemporaneidade, con-


comitantemente às diferentes realidades das escolas brasileiras, o professor de Língua Portu-
guesa tem o desafio de aprimorar constantemente seus conhecimentos linguísticos, literários,
didáticos e pedagógicos para promover a inclusão das diferentes linguagens e saberes coleti-
vos em suas aulas, criando espaço para a inserção das práticas dos diferentes grupos sociais.
O ensino de Língua Portuguesa deve estar mais próximo das interações sociais de diferentes
espaços de uso da língua; consequentemente, é importante que o professor seja multiletrado,
para poder orientar os estudantes em situações comunicacionais diversas.
Tomando por base essa realidade, esta obra tem o objetivo de trabalhar o multiletramen-
to de maneira a instrumentalizar os estudantes para múltiplas leituras que os levem a uma
atuação crítica em sua realidade. A utilização consciente e adequada de recursos multimo-
dais viabiliza atuações sociais diversas e facilita projetos de vida, na medida em que pos-
sibilita o diálogo entre segmentos distintos de nossa sociedade. Essa proposta se alinha às
contidas na BNCC:
Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral com o qual a BNCC
está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendiza-
gens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com
os desafios da sociedade contemporânea. Isso supõe considerar as diferentes infâncias e juventudes, as
diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas de existir.
Assim, a BNCC propõe a superação da fragmentação radicalmente disciplinar do conhecimento, o estí-
mulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protago-
nismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida (BRASIL, 2018, p. 14-15).

De forma geral, os textos multimodais são de interesse dos estudantes, portanto têm po-
tencial para envolvê-los nas atividades propostas. Como sugerido por Rojo, buscamos partir
das culturas juvenil, popular, de massa, digital, que permitem maior aproximação e interação
com os estudantes. Não deixamos de lado as culturas acadêmicas, eruditas, entre outras, às
quais entendemos ser papel primordial da escola promover o acesso amplo e democrático.

Desenvolvimento da criatividade
Ao propor o desenvolvimento de atividades que envolvam a criatividade, buscamos nos
pautar nas teorias de multiletramento, apresentadas anteriormente, nas quais os leitores
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa XLV


passam a ter um papel ativo não só porque fazem uma leitura crítica dos textos, mas também
pela possibilidade de serem autores por meio das Tecnologias Digitais de Informação e Co-
municação (TDIC). Além do papel comunicacional dos textos multissemióticos, as teorias de
multiletramentos destacam o multiculturalismo e o fato de os textos multissemióticos poderem
promover a interação entre os diferentes grupos culturais que convivem no mesmo território.
Com essa perspectiva, e considerando a variedade de culturas escolares, a seção 4
apresenta atividades em que os estudantes empregam diferentes linguagens e usam, quan-
do possível, as TDIC para fazer a publicação ou a divulgação de suas produções. Ao esti-
mular os estudantes a utilizar os meios digitais e valer-se de suas linguagens, tem-se como
objetivo pedagógico mostrar a possibilidade de utilizar as TDIC para fomentar discussões e
atuar socialmente, articulando linguagens de maneira criativa e propositiva.
A criatividade também é necessária para que os estudantes desenvolvam a competên-
cia geral 3 da Educação Básica, que diz respeito à valorização e à fruição de manifestações
artísticas e culturais e à participação em práticas da produção artístico-cultural. Para isso, a
coleção apresenta propostas em que os estudantes podem experimentar a posição de auto-
ria, especialmente de gêneros do campo artístico-literário. Um exemplo desse trabalho é a
produção de uma fanfic teatral baseada em lendas, em que os estudantes podem vivenciar
diferentes papéis e etapas da criação teatral.
Cientes da importância da fruição e experimentação artística e, consequentemente, da
criatividade, compusemos o boxe Deixar fluir, presente em todas as Unidades, com a fina-
lidade de desenvolver habilidades e competências que se pautem na criatividade e na apre-
ciação de diferentes linguagens.

Pensamento computacional
Para a exploração do pensamento computacional, partimos do pensamento de Jeannete
Wings, professora de Ciência da Computação e chefe do Departamento de Ciência da Com-
putação na Universidade de Carnegie Mellon, Pittsburgh, PA:
Uma forma que humanos, não computadores, pensam. Pensamento computacional é uma forma para
seres humanos resolverem problemas; não é tentar fazer com que seres humanos pensem como compu-
tadores. Computadores são tediosos e enfadonhos; humanos são espertos e imaginativos. Nós humanos
tornamos a computação empolgante. Equipados com aparelhos computacionais, usamos nossa inteligência
para resolver problemas que não ousaríamos sequer tentar antes da era da computação e construir sistemas
com funcionalidades limitadas apenas pela nossa imaginação (Wings, 2016, p. 4).

Segundo a autora, o pensamento computacional vai muito além de limitar-se a uma lingua-
gem de programação. Trata-se de uma maneira de pensar útil para resolver problemas de forma
eficaz e com auxílio da tecnologia. O pensamento computacional se organiza em quatro etapas:
1. decomposição: dividir o problema em partes menores, mais fáceis de resolver;
2. padrões: reconhecer padrões e regularidades que auxiliem na resolução do problema;
3. abstração: identificar o que é central na resolução do problema e o que não interfere de
forma significativa nas decisões;
4. algoritmo: sistematização e passo a passo para resolver o problema.
Buscamos desenvolver essas etapas de maneira progressiva e constante. Ou seja, elas
aparecem em toda a coleção, levando em conta a especificidade das habilidades trabalha-
das, e vão ganhando complexidade a cada volume.
Como exemplo, podemos citar o trabalho com textos multimodais, presente de maneira
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XLVI Língua Portuguesa


mais regular e estruturada na seção 3, em que os estudantes são levados a decompor as
linguagens presentes no objeto de estudo para compreender suas articulações na composi-
ção e na construção de sentido. A decomposição também aparece no trabalho com os pro-
jetos: o “problema” (chegar ao objetivo do projeto) é decomposto em etapas ao longo das
Unidades; por meio delas se chega à construção de um produto final.
O reconhecimento de padrões é feito tanto pela observação de gêneros textuais – pro-
curando reconhecer a estrutura, o estilo e a linguagem comum aos textos pertencentes ao
mesmo gênero – quanto pela busca de regularidades na estrutura da língua.
A ideia de abstração perpassa os quatro volumes da coleção, já que os estudantes são
colocados diante de questões em que se espera que reconheçam a ideia central de um texto.
Por fim, destacamos o trabalho com algoritmos, entendendo algoritmo como “[...] a de-
composição de um procedimento complexo em suas partes mais simples, relacionando-as e
ordenando-as, e pode ser representado graficamente por um fluxograma”, conforme expli-
citado nas Normas sobre computação na Educação Básica – Complemento à BNCC (BRASIL,
2022). Tendo essa definição em vista, buscamos, na seção 1, mostrar aos estudantes que
os métodos de estudo podem resultar na síntese e sistematização de textos complexos, se-
guindo assim uma lógica próxima à da linguagem computacional.
Ao propor atividades que envolvem o pensamento computacional, esperamos contribuir
para que os estudantes desenvolvam: a criatividade, visto que, diante de um problema,
cada um deles pode valorizar seus conhecimentos prévios, ou seja, utilizar de maneira única
e criativa as ferramentas do conhecimento que possui; a autonomia, já que eles são con-
vidados a pensar em estratégias para solucionar problemas e a, de fato, tomar decisões; a
interdisciplinaridade, uma vez que, para resolver um problema, é importante acessar e co-
nectar saberes de diferentes áreas.

Culturas juvenis na escola


Definir juventude não é uma tarefa fácil, afinal são muitas as formas de conceituá-la, seja
pelo senso comum, seja por teorias acadêmicas. Para desenvolver a coleção que você tem
em mãos, partimos de dois pontos: 1. Todo jovem tem direito a identidade, autonomia e par-
ticipação social e política, prescritos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA; 2.
Não há uma forma única de ser jovem, mas, apesar da multiplicidade de juventudes, existe
um ponto em comum: trata-se de uma fase de variadas experiências.
Tendo isso em vista e cientes do papel da escola como uma instituição central na vida
dos jovens, procuramos, em nossas propostas, trazer uma diversidade de manifestações cul-
turais que possibilitem aos estudantes interagir entre si e com o conhecimento proposto,
valorizando suas experiências como seres participantes da vida social e não somente como
membros da comunidade escolar. Assim, as Unidades trazem rap, grafite, elementos da cul-
tura digital, slam e propõem a criação de agremiações em que eles podem debater proble-
mas do cotidiano e estabelecer um diálogo coletivo com a instituição escolar.
O projeto anual do volume 9 – produção de um documentário – exemplifica a atenção
que a coleção procura dar às culturas juvenis, pois os estudantes são convidados a pensar
em sua trajetória escolar e, ao mesmo tempo, a traçar planos para a nova etapa de sua vida
escolar. Além dessa reflexão, que diz respeito à construção de sua autonomia e identidade,
os estudantes aprendem a importância da linguagem audiovisual, tão presente em diferen-
tes realidades juvenis.
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Língua Portuguesa XLVII


Avaliação
A avaliação é uma etapa do trabalho docente que permite a estruturação e a revisão de
práticas pedagógicas. Em outras palavras, os processos avaliativos são necessários para que o
professor analise como os estudantes se apropriam de novos conhecimentos, ao mesmo tempo
que representam para ele uma ferramenta de reflexão sobre o próprio trabalho, possibilitando a
revisão das práticas de ensino. Essa concepção de avaliação vai ao encontro da Lei de Diretri-
zes e Bases da Educação Nacional (LDB). Sobre isso, podemos citar o artigo 24, que explicita:
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguin-
tes regras comuns:
V – a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos so-
bre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais [...] (BRASIL, 1996).
Tal diretriz rompe com a antiga concepção de avaliação como forma de classificar os es-
tudantes e hierarquizá-los e, em vez disso, destaca a prática da avaliação como gestão da
aprendizagem – conforme Perrenoud (1998) –, a qual permite verificar de quais conheci-
mentos os estudantes se apropriaram e dimensionar as possíveis intervenções do educador
para auxiliar na aquisição de novos conhecimentos.
A BNCC, em consonância com a LDB, prioriza uma avaliação em que se verifique como
os estudantes realizam seus aprendizados, seja no âmbito dos conhecimentos, seja no das
habilidades e competências. Tendo isso em vista, buscamos elaborar a coleção com ativida-
des que permitem avaliações antes, durante e após uma nova aprendizagem. Para organizar
o trabalho, destacamos três etapas, indicadas nas Unidades:
1. explicitação dos objetivos da Unidade;
2. desenvolvimento de atividades variadas que possam promover verificações constantes;
3. autoavaliação.
Os estudantes podem encontrar os objetivos da Unidade na seção Caminhos. Esses ob-
jetivos podem ser compreendidos como critérios de verificação que, quando acompanhados
do desenvolvimento de descritivos em níveis de desempenho, geram uma rubrica, impor-
tante ferramenta de avaliação. O objetivo dela é explicitar os critérios de avaliação aos es-
tudantes para que possam buscá-los, além de tornar esses critérios mensuráveis de forma
qualitativa e, se necessário, quantitativa.
Para contemplar o segundo ponto da proposta avaliativa (desenvolvimento de atividades
variadas que possam promover verificações constantes), planejamos para a coleção ativida-
des que progressivamente sistematizam e checam os temas tratados de diferentes formas:
por meio de atividades de múltipla escolha, de atividades de respostas construídas, de ob-
servação e registro de aula, de projeto.
Para contemplar o terceiro ponto (autoavaliação), no fechamento da Unidade os estudan-
tes têm a possibilidade de se autoavaliar. A intenção é que tenham autonomia e percebam a
importância de adotar uma postura ativa nos processos de ensino-aprendizagem.

Avaliação diagnóstica
Ao iniciar o ano letivo, é importante proceder a uma atividade diagnóstica para investigar
e mapear as aprendizagens dos estudantes e verificar necessidades coletivas e individuais.
A atividade diagnóstica tem como objetivo a avaliação dos parâmetros de aprendizagem
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XLVIII Língua Portuguesa


pelo docente – tanto dos pontos fortes quanto dos pontos a aprimorar –, mas não a atribui-
ção de uma nota ou conceito (valor) aos dados obtidos.
Luckesi (2013, p. 137-138) explica que um instrumento adequado para a realização de
avaliação diagnóstica deve:
• medir resultados de aprendizagem claramente definidos, que estejam em harmonia com os objetivos
instrucionais;
• medir uma amostra adequada dos resultados de aprendizagem e o conteúdo da matéria incluída na
instrução;
• conter os tipos de itens que são mais adequados para medir os resultados de aprendizagem desejados;
• ser planejado para se ajustar aos usos particulares a serem feitos dos resultados;
• ser construído tão fidedignos quanto possível e, em consequência, ser interpretado com cautela;
• ser utilizado para melhorar a aprendizagem do estudante e do sistema de ensino.
Em uma atividade diagnóstica, a rubrica pode ser elaborada de acordo com a habilidade
que se espera que os estudantes desenvolvam em determinada situação. A título de exem-
plo, apresentamos uma rubrica desenvolvida com base em uma atividade diagnóstica fictícia
cujo objetivo seria verificar o nível de proficiência oral dos estudantes. Observe:

Nível
Habilidade Critério Em desenvolvimento
Básico Proficiente Avançado
inicial
EF69LP11 Identificar e analisar posi- Não identifica Identifica posicio- Identifica Identifica posiciona-
cionamentos defendidos posicionamentos namentos, mas posicionamentos mentos e consegue
e refutados na escuta de e/ou: não consegue se e: se posicionar com
interações polêmicas em Não consegue se posi- posicionar Consegue se defesa ou refuta-
entrevistas, discussões e de- cionar na discussão ou: posicionar ção desses outros
bates (televisivo, em sala de Não identifica posicionamentos
aula, em redes sociais etc.), posicionamentos,
entre outros, e se posicionar mas consegue se
frente a eles. posicionar

As habilidades são apresentadas na rubrica como os critérios a serem mapeados; a descrição


dos níveis propõe uma análise que avalia se o estudante está em processo de desenvolvimento
inicial da habilidade, se apresenta domínio básico, proficiente ou avançado dela. O descritivo de
cada valor deve levar em consideração os itens-chave da habilidade que se deseja avaliar, atri-
buindo soma ou alternância (e/ou; somente e; somente ou) na possibilidade de alcance, confor-
me a expectativa de aprendizagem. Essa atribuição fica, portanto, a critério do professor.
Ao se estabelecer esse instrumento como diagnóstico, tira-se de foco o conteúdo para con-
siderar o desenvolvimento da habilidade. Caso seja necessário, a cada nível de desenvolvimento
poderá ser atribuído um valor, para mensurar em nota o diagnóstico. De todo modo, optamos
pelo valor qualitativo, que permite aos estudantes também buscar o nível de desenvolvimento
avançado da habilidade, desconsiderando a nota como fator de sucesso.

Avaliação formativa
As atividades para avaliação formativa são realizadas ao longo do processo de aprendiza-
gem. Destacaremos alguns pontos das Unidades que podem estruturar os processos avaliativos:
„ A seção Comparação entre textos possibilita, por meio de questões variadas e de pe-
quenas produções textuais, verificar a compreensão dos estudantes acerca dos gêneros
discursivos estudados nas seções de leitura.
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Língua Portuguesa XLIX


„ O boxe Nosso mundo promove discussões contemporâneas e a reflexão dos estudantes so-
bre o próprio discurso. Representa, assim, um bom instrumento para uma avalição atitudinal
e de práticas de oralidade.
„ A seção Linguagem na prática é um instrumento útil para verificar se os conceitos linguísticos
foram compreendidos. Ela é constituída de textos pertencentes a gêneros variados, incluindo
gêneros próprios da cultura digital. Focaliza o uso dos conteúdos linguísticos trabalhados,
propiciando, assim, uma reflexão e uma aproximação dos estudantes com o objeto de estudo.
„ A seção Produção textual, por meio de uma retomada de conteúdos trabalhados nas se-
ções e nos boxes anteriores, leva os estudantes a se tornarem autores de textos escritos
e orais. Dessa maneira, permite avaliar em que medida se apropriaram dos gêneros e dos
recursos linguísticos estudados.

Avaliação somativa
Esse tipo de avaliação é feito, normalmente, como conclusão de um trabalho, com o objetivo de
verificar de quais habilidades e competências os estudantes se apropriaram e em que medida. Aqui,
podemos destacar o trabalho proposto com o Projeto anual, que permite trabalhar as habilidades e
competências selecionadas em cada Unidade de maneira integrada, prática e com diferentes possibi-
lidades de uso das linguagens. Assim, o produto de cada etapa pode compor uma espécie de port-
fólio que permitirá avaliar não só o produto final, mas também o processo de execução.
Cabe ainda destacar o boxe Deixar fluir, que tem como objetivo explorar práticas de lingua-
gens diversas por meio de pequenas produções. Por seu caráter múltiplo, tanto pelos resultados
esperados das produções quanto pelas propostas, pode ser um bom instrumento avaliativo, pois
permite aos estudantes se expressarem para além do verbal, de acordo com as habilidades sele-
cionadas para o trabalho proposto, em qualquer momento das etapas de aprendizagem.

Considerações gerais sobre a avaliação


Qualquer que seja o tipo de avaliação – diagnóstica, formativa ou somativa – e o mo-
mento em que ocorre, o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem dá aos
estudantes as devolutivas que apontam os avanços e a necessidade de retomada de conteú-
dos antes de seguir adiante.
E, para qualquer das formas de avaliação, a rubrica é um instrumento útil de medição da
aprendizagem, seja, por exemplo, pela instituição de valores qualitativos para uma avaliação
formativa que acompanhe sazonalmente o processo, seja pelo estabelecimento de notas nu-
méricas para avaliação somativa.
Ressaltamos que a atribuição dos valores pode receber outros rótulos, a depender do
objetivo pretendido com a atividade. Assim, inserções como “exemplar” ou “insatisfatório”
podem ser incluídas, bem como outros valores que sejam mais representativos da realidade
e da cultura de sua escola.
No caso de uma rubrica desenvolvida para avaliação somativa, em que valores numéricos
sejam atribuídos aos níveis de desenvolvimento, deve ser feita uma divisão de pesos para
que a coluna “avançado”, ao ser somada em linha (critérios), totalize 10 pontos.
As rubricas podem ser desenvolvidas para a verificação de cinco domínios comuns de
habilidades, conforme Russell e Airasian (2014): de comunicação, psicomotoras, atléticas,
de conceito e afetivas. Em consenso com a instituição de ensino, pode-se estabelecer, para
cada um desses domínios, os critérios que se deseja avaliar.
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L Língua Portuguesa
Na BNCC, as habilidades socioemocionais são sugeridas nas competências gerais da Edu-
cação Básica, nas específicas de Linguagens e nas específicas de Língua Portuguesa, a saber:

Competências gerais Competências específicas Competências específicas


da Educação Básica de Linguagens de Língua Portuguesa

Competência 6. Valorizar a diversidade de Competência 3. Utilizar diferentes lingua- Competência 2. Apropriar-se da linguagem
saberes e vivências culturais e apropriar-se gens – verbal (oral ou visual-motora, como escrita, reconhecendo-a como forma de in-
de conhecimentos e experiências que lhe Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e teração nos diferentes campos de atuação
possibilitem entender as relações próprias digital –, para se expressar e partilhar infor- da vida social e utilizando-a para ampliar
do mundo do trabalho e fazer escolhas ali- mações, experiências, ideias e sentimentos suas possibilidades de participar da cultura
nhadas ao exercício da cidadania e ao seu em diferentes contextos e produzir sentidos letrada, de construir conhecimentos (inclu-
projeto de vida, com liberdade, autonomia, que levem ao diálogo, à resolução de confli- sive escolares) e de se envolver com maior
consciência crítica e responsabilidade. tos e à cooperação. autonomia e protagonismo na vida social.
Valores: Valores: Valores:
• Cidadania • Partilhar sentimentos • Autonomia
• Liberdade • Diálogo • Protagonismo na vida social
• Autonomia • Resolução de conflitos
• Consciência crítica • Cooperação
• Responsabilidade

Competência 8. Conhecer-se, apreciar-se Competência 4. Utilizar diferentes lingua- Competência 3. Ler, escutar e produzir
e cuidar de sua saúde física e emocional, gens para defender pontos de vista que textos orais, escritos e multissemióticos
compreendendo-se na diversidade humana respeitem o outro e promovam os direitos que circulam em diferentes campos de
e reconhecendo suas emoções e as dos ou- humanos, a consciência socioambiental e o atuação e mídias, com compreensão, au-
tros, com autocrítica e capacidade para lidar consumo responsável em âmbito local, regio- tonomia, fluência e criticidade, de modo a
com elas. nal e global, atuando criticamente frente a se expressar e partilhar informações, expe-
Valores: questões do mundo contemporâneo. riências, ideias e sentimentos, e continuar
• Conhecimento de si Valor: aprendendo.
• Cuidado com a saúde física e emocional • Respeito ao outro Valores:
• Autocrítica • Autonomia, fluência e criticidade na
• Reconhecimento de emoções partilha de informações

Competência 9. Exercitar a empatia, o diá­ Competência 5. Desenvolver o senso es- Competência 4. Compreender o fenômeno
logo, a resolução de conflitos e a coopera- tético para reconhecer, fruir e respeitar as da variação linguística, demonstrando atitu-
ção, fazendo-se respeitar e promovendo o diversas manifestações artísticas e culturais, de respeitosa diante de variedades linguís-
respeito ao outro e aos direitos humanos, das locais às mundiais, inclusive aquelas ticas e rejeitando preconceitos linguísticos.
com acolhimento e valorização da diversida- pertencentes ao patrimônio cultural da hu- Valores:
de de indivíduos e de grupos sociais, seus manidade, bem como participar de práticas • Respeito às variedades linguísticas
saberes, identidades, culturas e potencialida- diversificadas, individuais e coletivas, da pro- • Rejeição ao preconceito linguístico
des, sem preconceitos de qualquer natureza. dução artístico-cultural, com respeito à di-
Valores: versidade de saberes, identidades e culturas.
• Empatia Valores:
• Diálogo • Respeito a manifestações artísticas
• Resolução de conflitos • Respeito à diversidade de saberes, identi-
• Cooperação dades e culturas

Competência 10. Agir pessoal e coletiva- Competência 6. Compreender e utilizar tec- Competência 6. Analisar informações,
mente com autonomia, responsabilidade, nologias digitais de informação e comunica- argumentos e opiniões manifestados em
flexibilidade, resiliência e determinação, to- ção de forma crítica, significativa, reflexiva e interações sociais e nos meios de comuni-
mando decisões com base em princípios éti- ética nas diversas práticas sociais (incluindo cação, posicionando-se ética e criticamen-
cos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e as escolares), para se comunicar por meio te em relação a conteúdos discriminatórios
solidários. das diferentes linguagens e mídias, produzir que ferem direitos humanos e ambientais.
Valores: conhecimentos, resolver problemas e desen- Valor:
• Flexibilidade volver projetos autorais e coletivos. • Posicionamento ético
• Resiliência Valor:
• Ética no uso da tecnologia
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Língua Portuguesa LI
Cada um desses valores pode se tornar um critério de investigação. A escolha dos critérios
de diagnóstico deve ser realizada em consonância com o projeto político-pedagógico da escola.
Em relação às possibilidades de abordagem avaliativa, veja a seguir um exemplo de quadro
de abordagem de avaliação apresentado por Russell e Airasian (2014, p. 186):

Exemplo de quadro de abordagem de avaliação


Seleção Resposta construída Produto Desempenho
Múltipla escolha Compreensão Dissertação, história ou poema Desempenho musical,
Verdadeiro ou falso Atribuição de nome a um Relatório de pesquisa dramático ou de dança
Associação diagrama Portfólio de escrita Demonstração do
Mapa conceitual Resposta curta Competição atlética laboratório
Diário ou jornal Debate Prova de digitação
Projeto de feira de ciências Apresentação oral
Portfólio de artes Cooperação em grupos

O próximo quadro é um exemplo de comparação entre vários tipos de avaliação (RUSSELL;


AIRASIAN, 2014, p. 188):

Avaliação de
Prova objetiva Prova dissertativa Questão oral
desempenho
Propósito Avaliar uma amos- Avaliar habilidades Avaliar conheci- Avaliar a habilida-
tragem do co- de raciocínio e/ou mentos durante a de de traduzir o
nhecimento com domínio de como um instrução conhecimento e a
máxima eficiência e corpo de conheci- compreensão em
confiabilidade mento é estruturado ações
Resposta do Ler, avaliar, Organizar, compor Resposta oral Planejar, construir
aluno selecionar e dar uma resposta
original
Principal Eficiência – pode Pode avaliar resul- Une avaliação e Fornece evidências
vantagem aplicar muitas ques- tados cognitivos instrução ricas de habilidades
tões por unidade de complexos de desempenho
tempo da prova
Influência Ênfase excessiva na Encoraja o pen- Estimula participa- Enfatiza o uso
sobre a recordação encora- samento e o ção na instrução, de habilidade e
aprendizagem ja a memorização; desenvolvimento fornece feedback conhecimento à
pode encorajar de habilidades de imediato ao profes- disposição em
habilidades de racio- escrita sor sobre a efetivi- contextos-problema
cínio se construídas dade do ensino relevantes
adequadamente

Exames de larga escala


No Brasil, as avaliações de larga escala se tornaram uma ferramenta importante tanto para
medir os parâmetros atuais da Educação como para traçar novas metas. Para cumprir esse papel,
o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é aplicado periodicamente pelo Instituto Na-
cional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), para o 2o, o 5o e o 9o anos do
Ensino Fundamental – além da aplicação para outros segmentos educacionais – e busca avaliar
a qualidade das redes de ensino do país, fazendo um mapeamento da desigualdade e da quali-
dade do ensino nacional. Esse mapeamento pode resultar em novas políticas públicas nacionais
e/ou em novas metas educacionais no âmbito da gestão de cada escola.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

LII Língua Portuguesa


A prova de Língua Portuguesa do Saeb tem foco em competências e habilidades de leitura.
Os dados são interpretados cruzando-os com outras informações, obtidas por meio de ques-
tionários aplicados em estudantes, professores, diretores e secretários municipais de Educação.
Esses resultados, juntamente com o Censo Escolar, formam o Índice de Desenvolvimento da Edu-
cação Básica (Ideb). Trata-se de uma avaliação que tem grande importância, não só por ser a
maior realizada em território nacional, mas por seu papel em elucidar o cenário da educação e
permitir compreender algumas especificidades regionais.
Tendo por base o documento Matrizes de Referência de Língua Portuguesa e Matemática do
Saeb (2020), mostramos a seguir em que seções os tópicos da matriz de Língua Portuguesa
são trabalhados nesta coleção.

Tópicos da matriz de referência de


Seção nesta coleção
Língua Portuguesa do Saeb
I. Procedimentos de leitura Seção 2 (Leitura 1 e Leitura 2); localização de informações
e inferência.
II. Implicações do suporte, do gênero e/ou do Seções 2 e 3; papel dos elementos verbais e não verbais nos
enunciador na compreensão do texto textos estudados.
III. Relação entre textos Seção 2; comparação entre textos, com destaque para gê-
neros distintos que circulam na mesma esfera/campo de
atuação.
IV. Coerência e coesão no processamento do texto Seção 2; reconhecimento dos recursos de coerência e coe-
são como criadores de sentido.
Seção 3; análise e aplicação de recursos linguísticos que per-
mitem a construção da coerência e da coesão textuais.
V. Relações entre recursos expressivos e efeitos Seção 2; ênfase em recursos lexicais e figuras de linguagem.
de sentido Seção 3; ênfase em recursos morfossintáticos, pontuação e
ortografia.
VI. Variação linguística Seção 3; variações linguísticas.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Matrizes de referência de Língua
Portuguesa e Matemática do Saeb. Brasília, DF: Inep, 2020. Disponível em: livro.page/61V6MPG84LP. Acesso em: 16 ago. 2022.

Nas seções indicadas, os tópicos são trabalhados tanto por meio de questões abertas, em
que os estudantes podem expor e/ou justificar seu raciocínio, permitindo ao professor com-
preender em que patamar dos processos de leitura sua turma se encontra, quanto por questões
de múltipla escolha, seguindo o formato do Saeb. A opção por trabalhar estes tópicos desde o
início dos anos finais do Ensino Fundamental se justifica, pois acreditamos em uma educação
progressiva e em espiral, sendo essa uma estratégia pedagógica que implica que assuntos sejam
retomados, em complexidade crescente, durante o período escolar.

Planejamento
Planejar é um ato recorrente nas atividades humanas, pois permite que, intencionalmente,
se atinjam metas e objetivos. O planejamento educacional segue a mesma linha: trata-se de um
caminho para atingir objetivos com êxito, como também refletir e modificar processos para oti-
mizá-los. Esses processos envolvem: meios, estratégias e recursos disponíveis; prazos deter-
minados e etapas definidas, com base nos resultados das avaliações (PADILHA, 2001). Tendo
isso em vista, elaboramos a seção Caminhos, na qual tais questões estão indicadas para melhor
desenvolvimento de seu trabalho. Nessa seção, procuramos responder às questões básicas que
norteiam um planejamento educacional: O que será aprendido? Como? Por quê? Para quê?
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Língua Portuguesa LIII


Ao compor as Unidades que estruturam os volumes, tivemos em mente o planejamento,
por isso desenvolvemos oito Unidades, para serem trabalhadas uma a cada mês do ano letivo.
Essa divisão em oito Unidades visa atender à organização do ano letivo em bimestres, ou seja,
em cada bimestre podem ser trabalhadas duas Unidades. No entanto, se a escola organiza o
planejamento em trimestres ou semestres, o trabalho com as oito Unidades pode ser dividido
de outras formas, conforme o exemplo a seguir:
Trimestral

1o trimestre 2o trimestre 3o trimestre


1-2 3-4-5 6-7-8
Unidades 1-2-3 4-5 6-7-8
1-2-3 4-5-6 7-8

Semestral

1o semestre 2o semestre
Unidades 1-2-3-4 5-6-7-8

Ainda sobre a noção de planejamento, devemos esclarecer que ele tem dois importantes
papéis: representa para o professor uma oportunidade de exercer seu lado investigativo, verifi-
cando que objetivos de aprendizagem foram atingidos e que ferramentas facilitaram (ou não)
o atingimento das metas desejadas; seu foco são os estudantes e as ações que eles devem
efetuar para se desenvolverem plenamente.
Podemos notar que o planejamento promove uma aprendizagem consciente e intencional ar-
quitetada pelo educador, por isso reforçamos que organizamos, na seção Caminhos, sugestões
de planejamento para serem desenvolvidas em um mês, mas que podem e devem ser revistas à
medida que são diagnosticadas outras necessidades, de acordo com sua realidade escolar.
Sendo assim, diante da necessidade de replanejamento, as seguintes etapas devem ser
contempladas:
„ elaboração: definição dos objetivos e de estratégias de aprendizagem;
„ desenvolvimento: ações dos estudantes para atingir as metas e as expectativas de aprendizagem;
„ reflexão/avaliação: a ser realizada de forma sistemática e constante pelo professor, com a
finalidade de verificar quais objetivos e expectativas foram contemplados e quais precisam
de replanejamento;
„ habilidades e competências: verificação da abordagem para o desenvolvimento em pro-
gressão das habilidades em foco;
„ redimensionamento das práticas: ação do professor que permite não só verificar os obje-
tivos alcançados, mas avaliar outras habilidades desenvolvidas que não foram previstas no
planejamento inicial.

Proposta para trabalhar com grupos grandes


Em sala de aula, pode ser difícil fazer uma abordagem dialógica com o grupo que permi-
ta a todos os estudantes se manifestar. A dificuldade pode ser causada tanto por introspec-
ção, timidez ou vergonha de alguns estudantes perante o grupo como por impossibilidade
de tempo para que todos se manifestem. Eis algumas possibilidades de trabalho com a tur-
ma para garantir que todos os estudantes se pronunciem:
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LIV Língua Portuguesa


1. Criar com os estudantes regras coletivas – Os trabalhos com grandes grupos precisam de
regulação coletiva e, quando os estudantes participam da elaboração dessas regras, tendem
a se autorregular para seu cumprimento. É importante que estejam presentes itens relacio-
nados à ética, à convivência dialogada, à responsabilidade, à participação e ao diálogo não
violento e assertivo, entre outros que sejam adequados à realidade da turma.
2. Deixar claro o critério de seleção – A escolha dos integrantes dos grupos pode ser feita por
sorteio, por afinidade, por habilidades (procurando variar integrantes com habilidades diver-
sas nos grupos), entre outras. É importante variar esses critérios de acordo com os objetivos
das atividades, para que os estudantes possam desenvolver habilidades de trabalho com
diversos grupos e em variadas situações, até mesmo situações que possam gerar conflitos,
já que o gerenciamento deles é também uma habilidade importante a ser desenvolvida.
3. Compartilhar saberes e fazeres – Todos os estudantes têm gostos e habilidades extraclasse;
por isso, antes de iniciar trabalhos em grupo é importante fazer um mapeamento de sabe-
res e fazeres. Pergunte aos estudantes que conhecimentos gerais eles têm e que poderiam
compartilhar com os colegas, tais como os ligados a tecnologia, artes, design, esportes,
estratégias de estudo, entre outros, de acordo com os gostos pessoais deles, e organize
uma lista em que todos possam inserir seus conhecimentos de forma voluntária. Esse quadro
pode ser usado para orientar a divisão dos grupos ou mesmo para auxiliar na identificação
de possibilidades de ação dentro dos grupos.
4. Dividir os grupos em subgrupos de discussão – Ao subdividir os grupos de discussão em
agrupamentos menores, o professor permite que os integrantes compartilhem opiniões e
reflexões com mais confiança. Nesses agrupamentos, é importante propor que um integrante
seja o mediador – a escolha do mediador pode ser do grupo –, e que ele seja orientado a
dar oportunidade de fala a todos os que participam da atividade, fazendo perguntas e incen-
tivando a discussão de acordo com o tema proposto.
5. Atribuir papéis e funções claros dentro do grupo – Em grupos de trabalho numerosos, é
importante que todos os integrantes tenham papéis claros que orientem responsabilidades.
Considerando a atividade proposta e o mapeamento de saberes e fazeres, pode-se pedir aos
próprios estudantes que definam os papéis que desempenharão na atividade.
6. Criar estratégias de autorregulação – Os grupos podem estabelecer guardiões do tempo,
das tarefas, da memória, das regras coletivas. Para além dos papéis que desenvolverão na
atividade em si, esses guardiões terão a função de garantir que a atividade ocorra no tempo
determinado, que haja um registro escrito dos combinados e que as regras coletivas sejam
cumpridas no grupo. É interessante que os guardiões não sejam fixos; diferentes estudantes
devem exercer a função a cada atividade e, de preferência, de forma voluntária.
7. Refletir coletivamente após os trabalhos em grupo – As propostas de trabalho em grupo são
muitas ao longo da coleção; por isso, a cada atividade em grupo, é importante propor um
momento de reflexão coletiva sobre as experiências vividas para que os estudantes desen-
volvam a resiliência, o senso de responsabilidade, a escuta atenta, a comunicação assertiva
e não violenta, entre outras habilidades socioemocionais. Esses momentos podem também
ser propostos como reflexão individual, com vistas à autoavaliação, desde que orientada por
critérios que sejam claros para os estudantes.
Para aprofundar estratégias de trabalho em grupo, sugerimos a seguinte leitura: Plane-
jando o trabalho em grupo, de Elizabeth G. Cohen e Rachel A. Lotan, presente nas referências
bibliográficas comentadas.
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Língua Portuguesa LV
Atualmente, a educação básica enfrenta desafios em relação à evasão escolar agravada
pelo cenário pandêmico da Covid-19, em que o ensino remoto não se configurou como ampla
realidade no Brasil, bem como às defasagens de aprendizagem gerados por esse contexto.
Diversas estratégias didáticas podem ser mobilizadas como possibilidades de aborda-
gem para mitigar defasagens e para lidar com as turmas em momentos desiguais de apren-
dizagem. Citamos algumas, a seguir:
„ Aplicação de atividade diagnóstica: é importante mapear os saberes dos estudantes antes
de propor estratégias de mitigação das defasagens. Sobre estratégias de avaliação diagnóstica,
consultar item Avaliação deste manual. De todo modo, é importante mapear as habilidades que
se configuram como pré-requisitos do trabalho do ano, para, então, elaborar a atividade diag-
nóstica e verificar o alcance real das aprendizagens dos estudantes.
„ Oficinas temáticas extraclasse: em horários oportunos fora da sala de aula, algumas oficinas
sobre temas específicos, anteriormente diagnosticados como defasagens da turma, podem ser
organizadas e oferecidas aos estudantes. Engajar os estudantes mais avançados na elaboração
dessas oficinas pode ser uma estratégia eficiente para o envolvimento da turma nessas propostas.
„ Monitoria de estudantes em sala: a partir também do diagnóstico dos momentos de apren-
dizagem de cada estudante, podem ser organizados rodízios de monitores, de modo que os
estudantes possam, em duplas, apoiar-se nas aprendizagens defasadas. Dessa forma, um estu-
dante auxilia o outro em sua aprendizagem.
„ Plantão de dúvidas: de acordo com a disponibilidade docente, pode ser proposto um mo-
mento de plantão de dúvidas orientado para determinados assuntos, na sala, de modo que
estudantes com aprendizagens mais avançadas, e professores, possam tirar dúvidas dos
estudantes que precisem de auxílio para seu desenvolvimento.
„ Grupos temáticos de estudos: com base na metodologia da sala de aula invertida, em que
os estudantes pesquisam temas antes de iniciar a atividade, podem ser organizados grupos
de estudo temáticos em que, orientados pelo professor, os estudantes pesquisem os temas
e, posteriormente, realizem atividades relacionadas a eles.
Na tentativa de mitigar os efeitos dessas defasagens, diversas políticas públicas têm sido
propostas nos âmbitos municipais e estaduais, além de materiais elaborados por organiza-
ções da sociedade civil, fundações e institutos culturais que se dedicam ao estudo e à pes-
quisa na área educacional. Destacamos, a seguir, algumas dessas iniciativas:
„ Mapas de aprendizagens focais da BNCC: elaborado pelo Instituto Reúna, tem como
objetivo mapear os principais conhecimentos e habilidades que possibilitam a progressão dos
estudantes em cada ano do Ensino Fundamental. Disponível em: livro.page/62V6MPG89LP.
Acesso em: 20 ago. 2022.
„ Plataforma de apoio à aprendizagem: iniciativa do Conselho Nacional de Secretários de
Educação (Consed) e da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), com apoio
do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de
Fora (CAEd/UFJF), do Instituto Reúna, da Fundação Lemann, da Fundação Itaú Social, da
Fundação Roberto Marinho, do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Instituto Ayr-
ton Senna, tem como foco propor diversas ferramentas e atividades para apoiar o professor
nas propostas de apoio e recuperação das defasagens dos estudantes. Disponível em: livro.
page/63V6MPG90LP. Acesso em: 20 ago. 2022.
„ Plataforma Aprendendo Sempre: idealizada pela união de mais de 20 organizações so-
ciais, a plataforma apresenta recursos de aprendizagem, atividades e outros projetos que
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LVI Língua Portuguesa


apoiam professores, gestores e a família na busca por compensar as defasagens de aprendi-
zagem dos estudantes. Disponível em: livro.page/64V6MPG90LP. Acesso em: 20 ago. 2022.
„ Recomposição de aprendizagem: elaborado por Nova Escola, apresenta uma série de
reportagens que apoiam os professores na construção de estratégias para trabalhar habili-
dades e competências importantes para os anos finais da Educação Básica. Disponível em:
livro.page/65V6MPG90LP. Acesso em: 20 ago. 2022.

O planejamento didático
Para se ter uma avaliação ampla dos resultados do planejamento, é necessário considerar
conteúdos para além do conceitual, que são os conteúdos procedimental, factual e atitudinal.
Em nosso planejamento bimestral, buscamos contemplar essas quatro naturezas de conhe-
cimento focalizando na seção 1 o procedimental; nas seções 2, 3 e 4 o conceitual e o ­factual;
e no desenvolvimento do projeto e nos boxes fixos o atitudinal. Assim, disponibilizamos di-
ferentes recursos para a realização de sua avalição, sempre considerando a diversidade nos
processos de ensino e aprendizagem.
Propomos a elaboração de um plano de ensino adaptado da proposta dos pedagogos es-
tadunidenses Wiggins e McTighe (2019), que apresentam a ideia de planejamento reverso
como uma alternativa para profissionais e educadores que queiram utilizar essa ferramenta como
guia para relacionar aprendizagens, e não como instrumento meramente burocrático.
Segundo esses autores, a ideia central no planejamento reverso é que, antes de delimitar
um compêndio de conteúdos, se tenha claro que aprendizagens se pretende que o estudante
desenvolva e que habilidades e competências estarão em foco, para, somente então, realizar
o planejamento da ação pedagógica.
Assim, o objetivo do planejamento que propomos é engajar os estudantes na investigação
que, conforme se espera, promoverá o desenvolvimento de tais habilidades e competências –
o que, na coleção, ocorre já na pergunta que abre a Unidade, passa pelas propostas de ati-
vidades que conduzem os estudantes nos estudos e pesquisas e termina no fechamento da
Unidade, em que eles refletem sobre suas aprendizagens.
Chamamos a atenção, no entanto, para o fato de que esse modelo de planejamento é ape-
nas um entre tantos outros possíveis e consolidados. Ele foi nossa escolha porque quisemos
apresentar uma possibilidade de método que dialogue com a aprendizagem a partir de habili-
dades e competências – que são as aprendizagens desejadas. De todo modo, reconhecemos
que qualquer método de planejamento em cuja aplicação se tenha clareza em relação aos re-
sultados de aprendizagem desejados será efetivo.
A seguir apresentamos uma sugestão de planejamento adaptada de Wiggins e McTighe (2019):

Planejamento didático com cronograma – 6o ano


Sugestão de cronograma bimestral (Volume 6 – Unidades 1 e 2)
Competências gerais
Unidade 1: 1 e 4. Unidade 2: 4, 8 e 9.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 1: 3 e 4. Unidade 2: 1, 2 e 5.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 1: 1, 2, 5, 6 e 7. Unidade 2: 2, 5 e 6.

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Língua Portuguesa LVII


Objetivos de aprendizagem
Unidade 1: Unidade 2:
Planejar e produzir notícia escrita e oral; apreender sen- Conversar, expor suas ideias e ouvir as dos colegas
tidos globais de notícia; reconhecer efeito de sentido sobre o processo de envelhecimento
de palavras ou frases Ouvir podcasts de resenha e de entrevista
Produzir e revisar textos escritos e orais; participar de Ler resenhas
discussões orais sobre consumo consciente Reconhecer palavras-chave
Elaborar e publicar, de acordo com o contexto indicado, Conhecer as regras de acentuação
notícia sobre a comunidade Reconhecer as estruturas das palavras em língua
Reconhecer os termos essenciais da oração, concor- portuguesa
dância verbal Identificar a formação de palavras com prefixos indicati-
Distinguir fato e opinião vos de negação
Relacionar textos Produzir uma entrevista para um podcast
Campo de atuação
Unidade 1: jornalístico-midiático Unidade 2: jornalístico-midiático
Habilidades
Unidade 1: EF06LP01, EF06LP06, EF06LP07, Unidade 2: EF06LP01, EF06LP02, EF06LP11,
EF06LP08, EF06LP09, EF06LP10, EF06LP11, EF67LP03, EF67LP05, EF67LP07, EF67LP08,
EF67LP01, EF67LP02, EF67LP03, EF67LP04, EF67LP11, EF67LP12, EF67LP13, EF67LP14,
EF67LP05, EF67LP06, EF67LP09, EF67LP10, EF67LP23, EF67LP27, EF67LP32, EF67LP33,
EF67LP32, EF67LP33, EF67LP37, EF67LP38, EF67LP34, EF67LP35, EF67LP37, EF69LP02,
EF69LP01, EF69LP03, EF69LP04, EF69LP05, EF69LP04, EF69LP05, EF69LP06, EF69LP07,
EF69LP06, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP10, EF69LP08, EF69LP09, EF69LP10, EF69LP11,
EF69LP12, EF69LP13, EF69LP16, EF69LP17. EF69LP12, EF69LP13, EF69LP14, EF69LP15,
EF69LP18, EF69LP19, EF69LP32, EF69LP34,
EF69LP36 e EF69LP37.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 2: Processo de Envelhecimento, Respeito e
Unidade 1: Educação para o Consumo
­Valorização do Idoso.
Pergunta orientadora
Unidade 1: Notícias podem mudar nossas opiniões? Unidade 2: O que é ser feliz na velhice?
Tempo didático Tempo didático
Unidade 1 destinado ao traba- Unidade 2 destinado ao tra-
lho da seção balho da seção
Seção 1 4 aulas Seção 1 3 aulas
Comparação Encontrando palavras-chave
Objetos do conhecimento Objetos do conhecimento
Reconstrução do contexto de produção, circulação e Estratégias de produção: planejamento de textos argu-
recepção de textos mentativos e apreciativos
Relação entre textos Conversação espontânea
Efeitos de sentido Estratégias e procedimentos de leitura
Estilo Relação do verbal com outras semioses
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Seção 2 10 aulas Seção 2 10 aulas
Notícia Podcast
Comentário de leitor Resenha

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LVIII Língua Portuguesa


Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Reconstrução do contexto de produção, circulação e Reconstrução do contexto de produção, circulação e
recepção de textos recepção de textos
Relação entre textos Relação entre textos
Efeitos de sentido Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe
Estilo Estratégia de leitura: identificação de teses e
Caracterização do campo jornalístico e relação entre os argumentos
gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital Apreciação e réplica
Apreciação e réplica Efeitos de sentido
Estratégia de leitura Exploração da multissemiose
Distinção de fato e opinião Relação entre gêneros e mídias
Estratégia de leitura: identificação de teses e argumentos Textualização
Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do Revisão/edição de texto informativo e opinativo
texto Estilo
Participação em discussões orais de temas controversos Estratégias e procedimentos de leitura
de interesse da turma e/ou de relevância social Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
Seção 3 7 aulas Seção 3 8 aulas
Frase, oração e período Aspas
Termos essenciais da oração e Acentuação gráfica
concordância verbal Estrutura e processo de for-
A pontuação e o período mação de palavras: sufixos de
composto negação
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Efeitos de sentido Estilo
Estilo Estratégias e procedimentos de leitura
Morfossintaxe Elementos notacionais da escrita
Sintaxe Sequências textuais
Elementos notacionais da escrita Fono-ortografia
Sequências textuais Léxico/morfologia
Figuras de linguagem Efeitos de sentido
Seção 4 3 aulas Seção 4 4 aulas
Notícia Podcast
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe Estratégias de produção: planejamento de textos argu-
Textualização mentativos e apreciativos
Revisão/edição de texto informativo e opinativo Participação em discussões orais de temas controver-
Fono-ortografia sos de interesse da turma e/ou de relevância social
Estratégias de produção: planejamento de textos Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe
informativos Textualização
Textualização, tendo em vista suas condições de Revisão/edição de texto informativo e opinativo
produção, as características do gênero em questão, o Fono-ortografia
estabelecimento de coesão, adequação à norma-padrão Produção e edição de textos publicitários
e o uso adequado de ferramentas de edição Planejamento e produção de entrevistas orais
Relação do texto com o contexto de produção e experi- Relação do texto com o contexto de produção e experi-
mentação de papéis sociais mentação de papéis sociais
Planejamento e produção de textos jornalísticos orais Planejamento de textos de peças publicitárias de cam-
Construção composicional panhas sociais
Produção de textos jornalísticos orais
Planejamento e produção de textos jornalísticos orais
Estratégias de produção
Projeto Telejornal 4 aulas Projeto Telejornal 3 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Produção de textos jornalísticos orais Estratégias de produção: planejamento de textos argu-
Planejamento e produção de textos jornalísticos orais mentativos e apreciativos
Relação do texto com o contexto de produção e experi-
mentação de papéis sociais

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Língua Portuguesa LIX


Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Unidade 1: aprendizagem
Organização de fichas de estudos que sintetizem as Unidade 1:
principais ideias e conceitos da unidade Cada estudante pode escolher uma manchete e elabo-
rar outras, ressaltando outros aspectos da notícia.
Unidade 2:
Oriente os estudantes para que desenhem, no caderno, Unidade 2:
uma tabela de duas colunas. Na primeira, peça que Em grupos, os estudantes podem refazer todo o
anotem os tópicos mais importantes estudados na percurso orientado na seção 4 para a gravação de
Unidade; e, na segunda, peça que coloquem uma um ­podcast, com especial atenção à linguagem, mas
definição sucinta, com exemplos sempre que possível. agora sobre um tema de livre escolha. O conjunto
Essa tabela pode compor a ficha de estudos iniciada na de podcasts da turma pode ser compartilhado com a
Unidade 1. comunidade escolar.
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 1
Antes de iniciar o trabalho da seção 1, escolha manchetes de uma mesma notícia recente que possa interessar aos
estudantes. Inicie o trabalho expondo estas manchetes aos estudantes e pergunte-lhes o que eles percebem de
diferente, em relação à notícia, embora todas tratem do mesmo assunto. Anote no quadro as diferentes percepções.
Assim, ao iniciarem a Unidade, os estudantes já terão vivenciado a experiência de comparar manchetes e o conteú­
do da seção ficará mais compreensível.
Na seção 2, explore o gênero “comentário de leitor”, para que os estudantes percebam como notícias influenciam
nas opiniões dos leitores e em suas formas de expressão, mostrando o impacto que elas podem causar em nossa
forma de ver o mundo. Escolha comentários de leitores de notícias recentes e exponha-os. Em roda de conversa,
será possível avaliar o grau de cordialidade e contribuição ao debate de cada comentário.
Verifique a possibilidade de a escola fornecer aos estudantes fichas para que eles criem um glossário sobre os
conceitos estudados na seção 3. Avise-os que as fichas serão úteis na preparação para as provas e ao longo dos
anos escolares. Oriente-os de forma sucinta a escreverem os conceitos e a trazerem exemplos.
Para a seção 4, verifique a possibilidade de um entrevistado comparecer a uma aula para uma entrevista coletiva.
Assim, cada grupo pode elaborar uma ou duas perguntas para serem feitas. Posteriormente, ajude-os a planejar
em tópicos uma notícia a partir das respostas colhidas, considerando a importância do lide. Posteriormente, essa
notícia pode ou não ser escrita. Essa atividade seria um “ensaio” para a produção final de cada grupo, a partir das
entrevistas de seus respectivos convidados.
Projeto anual: é importante que, ao iniciar o trabalho anual, todas as etapas de trabalho, assim como as orientações
finais presentes na última Unidade do volume, sejam conhecidas pelo professor. Aproveite a primeira etapa para dar
um panorama do projeto, explique seus objetivos e desafios. Comente que, com o passar do tempo e o cumprimen-
to das etapas, os desafios se tornarão mais fáceis de serem enfrentados. Ressalte a importância e necessidade do
trabalho colaborativo e amigável para o sucesso do projeto.
Unidade 2
Antes de iniciar a seção 1, convide alguns estudantes a falar sobre seu filme preferido e por que ele foi escolhido.
Depois de uma rodada de conversa, convide novamente outros estudantes a falar sobre os filmes de que menos
gostaram. Ao final da seção, pergunte aos mesmos estudantes se eles seriam capazes de elaborar, para as suas
falas, argumentos mais consistentes que aqueles com que iniciaram a discussão proposta pela Unidade.
Para iniciar a seção 2, peça aos estudantes que pesquisem resenhas de seus filmes preferidos e destaquem os
argumentos com os quais concordam com o(a) autor(a), e os argumentos dos quais descordam. Ao final da seção,
pergunte se eles se sentem mais seguros em avaliar e produzir uma resenha e se eles consideram a resenha pes-
quisada um bom exemplar desse gênero textual.
Para a seção 3, para iniciar a discussão em relação à pontuação gráfica, liste palavras que podem ser ou não
acentuadas, como e e é, e apresente situações em que a ausência de acentuação gráfica pode comprometer a co-
municação. Já em relação à formação de palavras, selecione aquelas com sentido desconhecido para os estudantes
e treine com eles a interpretação delas a partir de outras palavras conhecidas que carregam os mesmos morfemas.
Para que os estudantes se sintam seguros em relação ao gênero podcast, na seção 4, verifique a possibilidade
de transmitir a eles um episódio que tenha sido também gravado em vídeo. A escolha do episódio pode ser uma
decisão coletiva.
Projeto anual: ajude de maneira especial os estudantes nessa etapa, já que ela envolve a compreensão e o trabalho
com diferentes gêneros: resenha, podcast e texto para ser lido no telejornal. Garanta a compreensão da articulação
entre os três gêneros.

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LX Língua Portuguesa
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Unidade 1:
Na Unidade 1, é possível convidar o professor de História para uma aula, ou propor um trabalho conjunto, a respeito
da história da imprensa. É possível formular e expor, em painel da escola (para que outras turmas possam ver), uma
linha do tempo com os marcos mais importantes da história da imprensa, destacando que ela sempre influenciou
a forma de pensar das sociedades.

Unidade 2:
Com o professor de Artes, é possível marcar uma roda de conversa para que um obra de arte (um quadro, uma
pintura, uma canção) possa ser avaliada esteticamente, de forma que os estudantes sejam estimulados a oferecer
argumentos consistentes, como aqueles desenvolvidos nas seções 1 e 2.

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 6 – Unidades 3 e 4)


Competências gerais
Unidade 3: 2 e 3. Unidade 4: 7.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 3: 2, 3 e 5. Unidade 4: 2 e 5.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 3: 1, 2, 3, 4 e 5. Unidade 4: 9.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 3: Unidade 4:
Estudar um poema de Manoel de Barros Reconhecer os elementos necessários para a constru-
Identificar marcas linguísticas que compõem o gênero ção de uma narrativa
textual poema a fim de contribuir para a leitura e a Identificar os tipos de discurso e vozes em narrativas
com­preensão de textos Compreender a importância de narrativas tradicionais
Trabalhar a literatura de cordel orais para a transmissão da cultura e dos ensinamentos
Conhecer algumas manifestações artísticas envolvidas de uma comunidade
na produção de um folheto de cordel Reconhecer a estrutura de um texto teatral
Comparar a linguagem usada na literatura de cordel Produzir textos teatrais
e a usada na norma-padrão da língua, identificando Estabelecer práticas para desenvolver o hábito de ler
variedades linguísticas
Trabalhar o poema visual
Conhecer alguns recursos estéticos de um poema
visual
Criar um poema visual
Planejar e realizar, coletivamente, uma exposição
Campo de atuação
Unidade 3: artístico-literário Unidade 4: artístico-literário
Habilidades
Unidade 3: EF67LP08, EF67LP11, EF67LP27, Unidade 4: EF06LP11, EF67LP20, EF67LP27,
EF67LP28, EF67LP31, EF67LP32, EF67LP37, EF67LP28, EF67LP29, EF67LP30, EF67LP32,
EF69LP05, EF69LP06, EF69LP48, EF69LP49, EF67LP33, EF67LP37, EF67LP38, EF69LP06,
EF69LP51, EF69LP53, EF69LP54, EF69LP55, EF69LP44, EF69LP45, EF69LP46, EF69LP47,
EF69LP56. EF69LP48, EF69LP49, EF69LP50, EF69LP51,
EF69LP52, EF69LP53 e EF69LP54.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 4: Educação para a Valorização do Multicultura-
Unidade 3: Diversidade Cultural
lismo nas Matrizes Históricas e Culturais Brasileiras
Pergunta orientadora
Unidade 3: Existe arte com palavras, imagens e objetos? Unidade 4: O que é multiculturalismo?

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Língua Portuguesa LXI


Tempo didático des- Tempo didático desti-
Unidade 3 tinado ao trabalho Unidade 4 nado ao trabalho da
da seção seção
Seção 1 5 aulas Seção 1 3 aulas
Leitura da linguagem poética A leitura como um hábito
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias de leitura Estratégias de leitura
Apreciação e réplica Apreciação e réplica
Adesão às práticas de leitura Adesão às práticas de leitura
Seção 2 9 aulas Seção 2 9 aulas
Cordel Conto popular
Poema visual Texto teatral
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Efeitos de sentido Estratégias de leitura
Exploração da multissemiose Apreciação e réplica
Fono-ortografia Curadoria de informação
Sequências textuais Relação entre textos
Variação linguística Reconstrução da textualidade
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos Efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos
textos pertencentes aos gêneros literários linguísticos e multissemióticos
Reconstrução das condições de produção, circulação e
recepção
Reconstrução da textualidade e compreensão dos
efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos
linguísticos e multissemióticos
Seção 3 8 aulas Seção 3 8 aulas
Variação linguística Linguagem denotativa e
Ortografia: uso do g e j conotativa
Figuras de linguagem
Discurso direto, indireto e
indireto livre
Interjeição e a construção
dos sentidos
Aposto e vocativo
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Fono-ortografia Fono-ortografia
Sequências textuais Elementos notacionais da escrita
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos Sequências textuais
textos pertencentes aos gêneros literários Recursos linguísticos e semióticos que operam nos
Variação linguística textos pertencentes aos gêneros literários
Figuras de linguagem
Reconstrução da textualidade e compreensão dos
efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos
linguísticos e multissemióticos
Relação entre textos
Seção 4 3 aulas Seção 4 4 aulas
Poema visual Fanfic teatral
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Consideração das condições de produção Fono-ortografia
Estratégias de produção: planejamento, textualização e Consideração das condições de produção
revisão/edição Estratégias de produção: planejamento, textualização e
Construção da textualidade revisão/edição
Relação entre textos Relação entre textos
Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe
Construção da textualidade
Produção de textos orais
Oralização
Projeto Telejornal 3 aulas Projeto Telejornal 4 aulas

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LXII Língua Portuguesa


Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Relação do texto com o contexto de produção e experi- Produção de textos orais
mentação de papéis sociais Oralização
Estratégias de produção: planejamento de textos argu- Recursos linguísticos e semióticos que operam nos
mentativos e apreciativos textos pertencentes aos gêneros literários
Relação do texto com o contexto de produção e experi-
mentação de papéis sociais
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Unidade 3: aprendizagem
Atividade avaliativa individual que contemple as ca- Unidade 3
racterísticas de poemas visuais e de formas fixas, na Atividade, individual ou em grupo, que contemple
perspectiva comparativa. interpretação de texto que possa resgatar conceitos da
Unidade, com foco em variação linguística.
Unidade 4:
A partir da produção da seção 4, proponha aos grupos Unidade 4:
que troquem os roteiros produzidos, de forma que cada Proponha a leitura de um livro de contos, ou de um
grupo avalie a produção do outro. Peça que busquem conto específico, ou ainda um livro de livre escolha
fazer uma avaliação crítica, semelhante àquela traba- pelos estudantes. Em data(s) previamente marcada(s),
lhada no boxe Nosso mundo. Coloque como critério o cada estudante pode apresentar seu livro, mostrando
respeito às produções avaliadas. as partes que o formam (conforme indicado na seção
1); apresente para a turma a história do livro e as
impressões pessoais que tiveram.
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 3
Antes de começar a seção 1, peça aos estudantes que levem poemas para a sala de aula. Em aula previamente
marcada, promova um pequeno sarau de leituras de poemas. Estudantes que não levaram poemas podem ler
aqueles levados por colegas. Quando for conveniente, comente aspectos do texto, para que os estudantes sejam
despertados para características da poesia. É importante não esquecer o nome do(a) autor(a) do poema.
Exponha para a turma, antes de iniciar a seção 2, um poema visual e um poema de forma fixa, como o soneto.
Proponha perguntas que possam resultar em uma avaliação dos estudantes quanto às formas e aos sentidos de
cada poema, bem como suas diferenças.
Na seção 4, aprofunde a discussão sobre variação linguística, comentando com os estudantes a respeito das varia-
ções mais facilmente identificáveis, como a geográfica e a histórica.
Projeto anual: essa etapa também merece atenção, já que envolve a produção de cartazes e a elaboração de texto.
Ajude os estudantes a encontrarem as melhores fontes de pesquisa para as agendas culturais e a descobrirem que
materiais a escola tem disponíveis para a confecção dos cartazes.
Unidade 4
Para a seção 1, sugira, como hábito de leitura, que cada estudante adote um livro. Se achar conveniente, reserve
10 minutos de cada aula, por um tempo determinado, para que os estudantes os leiam em sala de aula, indivi-
dualmente. Proponha a eles uma leitura acompanhada por anotações das impressões sobre a história (é possível
estabelecer alguns critérios para as anotações).
Para a seção 2, em roda de conversa, proponha uma discussão (algumas questões podem ser estabelecidas para
mediar a discussão) sobre o prazer de se escutar histórias em nosso cotidiano. Peça aos estudantes que relatem
histórias interessantes e “causos” que ocorreram em sua cidade, com sua família ou conhecidos. Se conveniente,
peça-lhes que colham essas histórias previamente.
Para a seção 3, é possível escolher uma pequena narrativa para que a turma leia, e ao final do estudo da seção, po-
de-se relacionar à narrativa lida, em atividade coletiva, todos os conceitos estudados na seção.
Para a seção 4, explore inicialmente produções de fanfics feitas pelos estudantes. Caso ninguém nunca as tenha produ-
zido, peça a eles que pesquisem esse gênero na internet e verifique a possibilidade de uma apresentação para a turma.
Projeto anual: essa etapa requer tempo de ensaio e execução. Ajude os estudantes a estabelecerem um cronograma
para que a etapa seja executada ao longo de um determinado tempo, de forma a transcorrer com tranquilidade.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Unidade 3:
Verifique a possibilidade de o professor de Artes dedicar uma aula à produção de xilogravuras, mesmo que com
técnica adaptada, com a turma. Um cordel deve servir de inspiração para os desenhos. Promova uma exposição em
sala ou nos espaços da escola, juntamente com o texto do cordel.

Unidade 4:
Verifique a possibilidade de o professor de Artes auxiliar os grupos nos ensaios e na apresentação de suas fanfics
teatrais.

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Língua Portuguesa LXIII


Sugestão de cronograma bimestral (Volume 6 – Unidades 5 e 6)
Competências gerais
Unidade 5: 1, 2, 4 e 8. Unidade 6: 2, 4 e 5.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 5: 2 e 3. Unidade 6: 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 5: 2 e 5. Unidade 6: 8 e 10.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 5: Unidade 6:
Identificar palavras-chave para elaboração de resumo Compreender a linguagem do campo científico
Conhecer as características dos verbetes Conhecer os gêneros entrevista, reportagem científica e
Identificar e compreender a composição de gráficos que artigo de divulgação científica
podem apoiar gêneros textuais, como os infográficos Interpretar a relação entre texto e imagem; reconhecer
Relacionar textos a função coesiva de pronomes e outras expressões
Aplicar a concordância nominal conforme a Conhecer o efeito de sentido do modo subjuntivo
norma-padrão Aprofundar o estudo sobre a ortografia das palavras
Conhecer o uso de sinônimos para não repetir palavras com o som /s/
em textos
Compreender os modos verbais e os efeitos de sentido
do modo indicativo
Produzir gráficos com base em textos escritos
Campo de atuação
Unidade 5: Práticas de estudo e pesquisa Unidade 6: Práticas de estudo e pesquisa
Habilidades
Unidade 5: EF06LP03, EF06LP04, EF06LP05, Unidade 6: EF06LP04, EF06LP05, EF06LP12,
EF06LP06, EF67LP21, EF67LP22, EF67LP25, EF67LP23, EF67LP24, EF67LP26, EF67LP32,
EF67LP26, EF67LP36, EF69LP10, EF69LP29, EF67LP36, EF67LP37, EF69LP29, EF69LP30,
EF69LP30, EF69LP33, EF69LP34, EF69LP35 e EF69LP31, EF69LP32, EF69LP33, EF69LP35,
EF69LP36. EF69LP36, EF69LP37, EF69LP38, EF69LP39,
EF69LP40, EF69LP41, EF69LP42 e EF69LP43.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 5: Saúde Unidade 6: Ciência e Tecnologia
Pergunta orientadora
Unidade 5: A ciência colabora com nossa saúde? Unidade 6: Onde estão as descobertas científicas?
Tempo didático des- Tempo didático desti-
Unidade 5 tinado ao trabalho Unidade 6 nado ao trabalho da
da seção seção
Seção 1 4 aulas Seção 1 4 aulas
Anotar palavras-chave para Palavras-chave e tema
produção de resumos
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias e procedimentos de leitura Estratégias e procedimentos de leitura
Relação do verbal com outras semioses
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
Seção 2 8 aulas Seção 2 7 aulas
Verbete Reportagem científica
Gráficos Artigo de divulgação
científica

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LXIV Língua Portuguesa


Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias e procedimentos de leitura Textualização
Relação do verbal com outras semioses Reconstrução das condições de produção e recepção
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão dos textos e adequação do texto à construção compo-
Reconstrução das condições de produção e recepção sicional e ao estilo de gênero
dos textos e adequação do texto à construção compo- Relação entre textos
sicional e ao estilo de gênero Apreciação e réplica
Relação do verbal com outras semioses
Estratégias de produção
Seção 3 8 aulas Seção 3 10 aulas
Concordância nominal A linguagem em textos
Sinônimos informativos
Modos verbais: efeitos de Os efeitos de sentido do
sentido do modo indicativo modo subjuntivo
Referências e retomadas
textuais
Emprego de sc, xc, ç, ss
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Morfossintaxe Morfossintaxe
Semântica
Coesão
Fono-ortografia
Construção composicional
Elementos paralinguísticos e cinésicos
Apresentações orais
Uso adequado de ferramentas de apoio a apresenta-
ções orais
Construção composicional e estilo
Gêneros de divulgação científica
Marcas linguísticas
Intertextualidade
Seção 4 4 aulas Seção 4 4 aulas
Gráfico Apresentação oral de divul-
gação científica
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Consideração das condições de produção de textos de Fono-ortografia
divulgação científica Conversação espontânea
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição Procedimentos de apoio à compreensão
Tomada de nota
Consideração das condições de produção de textos de
divulgação científica
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
Estratégias de produção: planejamento e produção de
apresentações orais
Uso adequado de ferramentas de apoio a apresenta-
ções orais
Projeto Telejornal 4 aulas Projeto Telejornal 3 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Reconstrução das condições de produção e recepção Estratégias de produção
dos textos e adequação do texto à construção compo-
sicional e ao estilo de gênero
Produção de textos jornalísticos orais

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Língua Portuguesa LXV


Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Unidade 5: aprendizagem
Elaborar lista de exercícios, cujo cumprimento por parte Unidade 5:
do estudante possa servir para compor a nota bimes- A partir de um comentário de rede social – preferen-
tral, focando na regra geral de concordância nominal e cialmente anônimo ou que permaneça anônimo –, em
em outros conceitos que achar conveniente. grupos, os estudantes devem ajustá-lo a uma linguagem
que siga a norma-padrão, aproveitando os conceitos
Unidade 6: estudados na seção 3.
Oriente os estudantes a perguntarem aos demais
professores da escola: Qual é o problema ambiental da Unidade 6:
nossa região que você gostaria de ver solucionado? Em relação ao estudo das retomadas textuais na seção
Com as respostas em mãos, os estudantes deverão, 3, os estudantes podem reescrever um texto de autoria
em grupos, buscar artigos de divulgação científica e deles mesmos fazendo uma autoavaliação com foco na
reportagens que abordem soluções para um ou mais utilização de termos distintos para se referir a um mes-
dos problemas listados. mo termo, tornando, assim, o texto menos repetitivo.
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 5
Para a seção 1, peça aos estudantes, ao longo da leitura e do estudo da seção, que anotem palavras-chave impor-
tantes, formando um glossário daquilo que foi aprendido. Se conveniente, estenda o exercício para as demais seções.
Recupere, antes de iniciar os trabalhos com os estudantes na seção 2, como eles, até a etapa escolar em que se
encontram, fizeram uso de verbetes e gráficos. Chame a atenção para o apoio que ambos os gêneros oferecem
nas diversas matérias escolares. Ao longo do estudo da seção, peça-lhes que prestem atenção aos conteúdos de
outras matérias em que esses gêneros aparecem.
Na seção 3, é possível problematizar com os estudantes as diferenças e focos de análise das chamadas gramáticas
descritivas, em comparação com as normativas, ou prescritivas, estudadas na escola. Aproveite os exemplos usados
na seção para compará-los com possíveis usos cotidianos que fujam das normas gramaticais.
Na seção 4, ao ler com atenção seu conteúdo com os estudantes, instigue-os a observar o que o gráfico proposto
tem de diferente ou semelhante em relação a gráficos elaborados ou vistos em outros matérias escolares.
Projeto anual: nessa etapa, é importante que o gráfico esteja atraente para o espectador do telejornal, bem visível
e enquadrado para a gravação.
Unidade 6
Para a seção 1, recupere com os estudantes o que eles já aprenderam sobre palavras-chave, seus usos, e chame
a atenção para os diversos contextos e formas em que elas podem ser aplicadas, tanto no estudo quanto no uso
cotidiano.
Para a seção 2, busque outras reportagens ou artigos de divulgação científica e distribua-os para grupos de estu-
dantes. Estabeleça um roteiro de observação dessas reportagens, de forma que os estudantes fiquem ainda mais
familiarizados com esses dois gêneros. Ao final dessa atividade, que pode ocorrer antes do início da seção, cada
grupo pode apresentar para a turma o assunto e as informações lidas.
Chame a atenção, ao longo do estudo da seção 3, para como os conceitos de linguagens estudados são aplicáveis
e muito importantes em todos os componentes curriculares, e que a atenção a esses aspectos da língua deve ser
levada em consideração nas provas e trabalhos realizados para outras matérias.
Na seção 4, dê atenção especial a orientações para uma boa apresentação oral, já que elas serão muito úteis em
diversas e frequentes situações do contexto escolar.
Projeto anual: ajude os estudantes a recuperar os pontos fortes da apresentação da seção 4, assim como aqueles
que devem ser aprimorados.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Unidade 5:
Peça aos estudantes, com o auxílio do professor de História ou Geografia, que elaborem resumos para a matéria (com
a finalidade de arquivamento para estudo para provas) seguindo as etapas propostas na seção 1 dessa Unidade.

Unidade 6:
É possível pedir aos estudantes que convidem professores de História ou Geografia a explorarem com o grupo
alguma inovação tecnológica que pode ter servido para apoiar os estudos em suas respectivas áreas de conheci-
mento, de forma a mostrar que todas as áreas de estudo e pesquisa são beneficiadas com a tecnologia.

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 6 – Unidades 7 e 8)


Competências gerais
Unidade 7: 1 e 7. Unidade 8: 1, 4, 7, 9 e 10.

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LXVI Língua Portuguesa


Competências específicas de Linguagens
Unidade 7: 4. Unidade 8: 1, 2, 3 e 4.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 7: 2, 3, 6 e 7. Unidade 8: 2, 3, 5 e 6.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 7: Unidade 8:
Compreender a estruturação e as condições de produ- Identificar a linguagem e a forma como se organiza um
ção de textos legais regimento escolar
Identificar as partes que compõem as leis; analisar o Compreender o contexto de produção e a função social
vocabulário técnico das leis de um regimento escolar
Interpretar o objetivo do ECA Conhecer a forma como se organizam cartas de
Reconhecer o que são direitos e deveres diante de uma solicitação
legislação específica Reconhecer as cartas de solicitação como possibilidade
Planejar, elaborar, revisar e avaliar uma reivindicação de exercer a cidadania, defendendo direitos da comuni-
escrita e oralizada dade e proporcionando transformações sociais
Reconhecer usos do modo imperativo dos verbos Analisar o uso de verbos em textos normativos e com-
preender suas intencionalidades
Campo de atuação
Unidade 7: Campo de atuação na vida pública Unidade 8: Campo de atuação na vida pública
Habilidades
Unidade 7: EF06LP04, EF06LP05, EF06LP11, Unidade 8: EF06LP04, EF06LP05, EF67LP15,
EF69LP13, EF67LP15, EF67LP16, EF67LP19, EF67LP16, EF67LP17, EF67LP18, EF67LP19,
EF67LP32, EF67LP37, EF69LP13, EF69LP20, EF67LP27, EF67LP32, EF67LP37, EF69LP14,
EF69LP21, EF69LP22, EF69LP24, EF69LP25, EF69LP20, EF69LP21, EF69LP22, EF69LP23,
EF69LP26, EF69LP27, EF69LP28 e EF69LP33. EF69LP25, EF69LP26, EF69LP27 e EF69LP28.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 7: Vida Familiar e Social Unidade 8: Vida Familiar e Social
Pergunta orientadora
Unidade 7: Que ações garantem nossos direitos? Unidade 8: Como posso agir para melhorar minha
comunidade?
Tempo didático Tempo didático
Unidade 7 destinado ao traba- Unidade 8 destinado ao traba-
lho da seção lho da seção
Seção 1 3 aulas Seção 1 3 aulas
Hierarquização Escutar e tomar notas ao mes-
mo tempo
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Reconstrução das condições de produção e circulação Registro
e adequação do texto à construção composicional e ao
estilo de gênero (lei, código, estatuto, regimento etc.)
Seção 2 8 aulas Seção 2 7 aulas
Estatuto da criança e do ado- Regimento escolar
lescente (adaptado) Carta de solicitação
Lei no 8.069/1990 – Estatuto
da Criança e do Adolescente

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Língua Portuguesa LXVII


Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Reconstrução das condições de produção e circulação Estratégias e procedimentos de leitura em textos legais
e adequação do texto à construção composicional e ao e normativos
estilo de gênero (lei, código, estatuto, regimento etc.) Apreciação e réplica
Estratégias e procedimentos de leitura em textos legais Contexto de produção, circulação e recepção de textos
e normativos e práticas relacionadas à defesa de direitos e à partici-
Apreciação e réplica pação social
Discussão oral Relação entre contexto de produção e características
Relação do verbal com outras semioses composicionais e estilísticas dos gêneros (carta de
solicitação, carta de reclamação, petição on-line, carta
aberta, abaixo-assinado, proposta etc.)
Estratégias e procedimentos de leitura em textos reivin-
dicatórios ou propositivos
Relação entre textos
Reconstrução das condições de produção e circulação
e adequação do texto à construção composicional e ao
estilo de gênero (lei, código, estatuto, regimento etc.)
Discussão oral
Seção 3 6 aulas Seção 3 6 aulas
Modo imperativo A linguagem e seus sentidos
Outras formas de dar ordem O sentido das palavras
Pronomes de tratamento
Ortografia: s, z e x
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Morfossintaxe Morfossintaxe
Sequências textuais Análise de textos legais/normativos, propositivos e
Análise de textos legais/normativos, propositivos e reivindicatórios
reivindicatórios Modalização
Modalização Fono-ortografia
Reconstrução das condições de produção e circulação
e adequação do texto à construção composicional e ao
estilo de gênero (lei, código, estatuto, regimento etc.)
Seção 4 6 aulas Seção 4 4 aulas
Esquina do orador Carta de solicitação
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Fono-ortografia Estratégia de produção: planejamento de textos reivin-
Estratégia de produção: planejamento de textos reivin- dicatórios ou propositivos
dicatórios ou propositivos Textualização, revisão e edição
Textualização, revisão e edição Fono-ortografia
Discussão oral
Projeto Telejornal 5 aulas Projeto Telejornal 8 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Participação em discussões orais de temas controver- Participação em discussões orais de temas controver-
sos de interesse da turma e/ou de relevância social sos de interesse da turma e/ou de relevância social
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Unidade 7: aprendizagem
É possível avaliar quantitativamente a linha do tempo Unidade 7:
produzida a partir do trabalho no boxe Diálogos com Proponha aos estudantes que elaborem um texto nor-
História, na seção 2. mativo, seguindo (mesmo que de forma mais simpli-
ficada) o modelo do ECA, estabelecendo “Os direitos
Unidade 8: dos alunos do sexto ano”. Chame atenção para o fato
Organize uma roda de conversa com os estudantes de que textos normativos não têm a intenção de ser
e resgatem juntos os elementos estudados sobre as humorísticos, embora essa produção textual possa ter
possibilidades comunicativas, tendo como base o exer- alguns traços de humor.
cício da cidadania, de modo a reconstruir oralmente
o que foi desenvolvido em cada seção, para efeito de Unidade 8:
avaliação. As atividades propostas na seção 2 podem ser apli-
cadas, para efeitos de avaliação, em um regimento da
própria escola, ou em trecho dele.

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LXVIII Língua Portuguesa


Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 7
A seção 1, que trabalha a hierarquização em textos normativos, pode ser exemplificada com textos normativos
mais simples, como forma de preparar os estudantes para esse estudo. Verifique a possibilidade de trabalhar sobre
algum documento escolar entregue aos alunos, que explique, por exemplo, as normas da escola, do uso de suas
dependências, para fazer uma primeira avaliação sobre as informações hierarquizadas nesse documento.
Para a seção 2, faça uma roda de conversa e pergunte aos estudantes se eles já ouviram falar no ECA, se sabem
qual é a sua importância e se há uma percepção de que ele é um documento conhecido/valorizado pelos adultos
no seu entorno. Converse também sobre a importância de as próprias crianças conhecerem esse documento, como
será sugerido na Leitura 1.
Na seção 3, dê atenção especial ao uso de variadas maneiras de dar ordens, e quais são os recursos linguísticos
disponíveis para isso, assunto da seção. Chame atenção e peça exemplos de contextos em que uma ou outra forma
seria mais recomendada, e de como essas práticas podem estar ligadas a questões subjetivas ou mesmo culturais.
Para a seção 4, busque vídeos que possam mostrar aos estudantes situações de reinvindicações públicas conta-
giantes. Instigue-os a lembrar se já viram algo semelhante ao vivo ou pelas mídias sociais.
Projeto anual: verifique a possibilidade de exibir a cobertura de um ou mais eventos em telejornais, para que os
alunos tenham parâmetros para essa etapa do trabalho.
Unidade 8
A discussão da seção 1 pode se basear na experiência da produção textual da Unidade anterior, de forma que a
reflexão e a argumentação que serão realizadas partam de uma situação concreta.
Na seção 2, instigue os estudantes a refletirem sobre a legitimidade dos regramentos para o bom convívio escolar,
de forma que eles já desenvolvam ideias que possam ser aproveitadas na seção 4.
Ao longo da seção 3, recorde com os estudantes situações comunicativas, vistas ao longo da Unidade, que exempli-
fiquem a discussão proposta na seção.
Promova uma roda de conversa e anote no quadro ideias que os estudantes apresentarem na etapa 1 de “Planejamento
e produção” da seção 4. A escolha do tema para a carta de solicitação pode ser individual ou decidida de forma coletiva.
Projeto anual: é chegada a hora de reunir todas as etapas do trabalho. Ajude os estudantes a avaliar os materiais
disponíveis, quais podem ser aproveitados ou quais devem ser reelaborados, caso necessário. Se possível, reserve
algumas aulas para a montagem do cenário e a gravação dos textos de apresentação do Telejornal.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Unidade 7:
É possível propor ao professor de Educação Física que apresente um texto normativo relativo às regras de alguma
confederação esportiva, para que os estudantes percebam que em todas as áreas estamos sujeitos a regras, de-
veres e também direitos.

Unidade 8:
Proponha aos estudantes que tomem nota de uma aula de outra matéria, a ser escolhida de forma coletiva entre
a turma e informada ao outro professor. Posteriormente, em aula previamente combinada, pode ser realizado um
compartilhamento oral das anotações individuais, para verificar quais informações apareceram de forma mais fre-
quente nas anotações. Eles devem seguir o que aprenderam na seção 1.

Planejamento didático com cronograma – 7o ano

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 7 – Unidades 1 e 2)


Competências gerais
Unidade 1: 1, 3 e 6. Unidade 2: 1, 3, 4 e 9.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 1: 1, 2, 3 e 5. Unidade 2: 1, 2, 5 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 1: 2, 4 e 5. Unidade 2: 1, 2, 3, 4 e 5.

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Língua Portuguesa LXIX


Objetivos de aprendizagem
Unidade 1: Unidade 2:
Analisar textos literários e artísticos, evidenciando sua Analisar as características do gênero textual letra de
relação com a realidade canção
Compreender a comparação como um recurso de estu- Reconhecer as características do gênero musical rap
do dos textos literários Conhecer outras expressões artísticas que dialogam
Estudar o verbo, a transitividade verbal e a preposição com o rap
Revisar tempos e modos verbais Estudar os advérbios, além dos objetos direto e indireto,
Conhecer a estrutura das histórias em quadrinhos assim como suas características e sua aplicação
Participar de uma produção artística Pontuar textos adequadamente
Criar um rap com base nos conhecimentos adquiridos
na Unidade
Campo de atuação
Unidade 1: artístico-literário Unidade 2: artístico-literário
Habilidades
Unidade 1: EF07LP04, EF07LP05, EF67LP11, Unidade 2: EF07LP07, EF07LP09,, EF67LP12,
EF67LP12, EF67LP27, EF67LP28, EF67LP29, EF67LP27, EF67LP28, EF67LP31, EF67LP33,
EF67LP30, EF67LP32, EF67LP33, EF69LP15, EF67LP38, EF69LP07, EF69LP44, EF69LP45,
EF69LP44, EF69LP47, EF69LP49, EF69LP50 e EF69LP46, EF69LP48, EF69LP49, EF69LP51,
EF69LP52. EF69LP53, EF69LP54 e EF69LP55.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 1: Vida Familiar e Social Unidade 2: Diversidade Cultural
Pergunta orientadora
Unidade 1: A arte imita a vida ou a vida imita a arte? Unidade 2: Você já reparou em quanta arte há nas ruas?
Unidade 1 Tempo didático Unidade 2 Tempo didático
Seção 1 3 aulas Seção 1 2 aulas
Relação entre textos literários Leitura de poesia
Leitura autônoma
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Adesão às práticas de leitura Estratégias de leitura, apreciação e réplica
Relação entre textos
Seção 2 9 aulas Seção 2 8 aulas
Texto dramático Rap
História em Quadrinhos (Adap- Estudo de recepção sobre o
tação de peça teatral) rap
Escrita de texto teatral A musicalidade no rap
Leitura dramatizada O grafite e o rap
Discussão oral Lambe-lambe
Comparação entre texto A poesia nas redes sociais
dramático e História em Comparação entre rap e
Quadrinhos lambe-lambe
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias de leitura Estratégias de leitura
Apreciação e réplica Adesão às práticas de leitura
Relação entre textos Relação entre textos
Reconstrução da textualidade e compreensão dos Construção da textualidade
efeitos de sentido provocados pelos usos de recursos Reconstrução da textualidade e compreensão dos
linguísticos e multissemióticos efeitos de sentido provocados pelos usos de recursos
Reconstrução das condições de produção, circulação e linguísticos e multissemióticos
recepção Reconstrução das condições de produção, circulação e
Produção de textos orais. recepção
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos
textos pertencentes aos gêneros literários
Figuras de linguagem

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LXX Língua Portuguesa


Seção 3 6 aulas Seção 3 7 aulas
Verbos como núcleo da oração Advérbios
Transitividade verbal Objeto direto e objeto indireto
Lambe-lambe na comunidade
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Morfossintaxe Recursos linguísticos e semióticos que operam nos
Fono-ortografia textos pertencentes aos gêne ros literários
Elementos notacionais da escrita Elementos notacionais da escrita
Morfossintaxe
Variação linguística
Seção 4 6 aulas Seção 4 6 aulas
Leitura de gibiteca digital Postagem de comentário em
Planejamento, produção, rede social sobre o rap
revisão, avaliação e publicação Planejamento, produção, revi-
de HQ são, avaliação e publicação de
letra de rap
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Construção da textualidade Relação entre textos
Apreciação e réplica
Consideração das condições de produção
Estratégias de produção: planejamento, textualização e
revisão/edição
Construção da textualidade
Reconstrução das condições de produção, circulação e
recepção
Projeto 4 aulas Projeto 4 aulas
Estudo do gênero e-zine Olhar para escola para produ-
Discussão sobre e-zine ção fotográfica
Recomendação e leitura com Planejamento, produção, revi-
comentário crítico são, avaliação e publicação de
cinco fotografias, explorando
recursos visuais e verbais, na
estética do lambe-lambe
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Participação em discussões orais de temas controver- Textualização
sos de interesse da turma e/ou de relevância social Textualização de textos argumentativos e apreciativos
Textualização de textos argumentativos e apreciativos Estratégias de produção: planejamento de textos argu-
Reconstrução das condições de produção, circulação e mentativos e apreciativos
recepção | Apreciação e réplica
Estratégias de produção: planejamento de textos argu-
mentativos e apreciativos

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Língua Portuguesa LXXI


Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Unidade 1: aprendizagem
A produção escrita da HQ pode ser uma oportunidade Unidade 1:
de checar a aprendizagem, na medida em que preza As atividades propostas na subseção A linguagem na
pelo domínio de habilidades ligadas às linguagens prática também podem orientar correções de rota em
escrita, oral e artística. Os itens de revisão e avaliação relação aos conhecimentos linguísticos dos estudan-
podem receber pontuação ou conceitos valorativos, tes, portanto, podem ser utilizadas como avaliação
estabelecendo-se como ferramenta de avaliação formativa.
somativa. • Propor autoavaliação em relação à participação no
• A avaliação da oralidade pode ser realizada a partir projeto da série, na seção 5, pode ser também um
da leitura dramatizada proposta no boxe Diálogos com instrumento para compor evidências de aprendizagem.
Arte. Com o estabelecimento de critérios de observação Nesse caso, é importante estabelecer critérios claros
da oralidade – recursos cinésicos – pode-se estabelecer para o estudante refletir sobre a própria atuação, o que
a avaliação somativa. pode ser realizado com base nas ideias sobre o trabalho
com grandes grupos. Essa atividade também pode fazer
Unidade 2: parte da avaliação formativa.
A avaliação de escrita pode ser feita tanto por meio da
proposta de produção da letra de rap, na seção 4 (Pro- Unidade 2:
dução textual), quanto por meio da produção de um As atividades propostas na seção 3 – Análise e reflexão
poema em versos livres, proposta no boxe Deixar fluir. sobre a linguagem, podem fazer parte da verificação
Ambos podem ser utilizados como avaliação somativa. de aprendizagem linguística. A partir delas, é possível
• A avaliação da oralidade pode ser realizada a partir elaborar uma proposta de produção textual que peça
da leitura de poesia proposta na seção 1, que, a partir aos estudantes que usem objetos diretos e indiretos ou
de critérios previamente definidos e comunicados mesmo advérbios para alcançarem determinados efeitos
aos estudantes, pode ser instrumento de avaliação de sentido. A presença desses recursos com os efeitos de
somativa. sentido adequados pode ser avaliada de forma somativa –
se orientada por critérios – ou formativa.
• Outra possibilidade é os estudantes realizarem a leitu-
ra das produções textuais dos colegas, buscando des-
vios normativos relacionados aos conteúdos abordados
na seção 3, estratégia que também pode fazer parte da
avaliação formativa.
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 1
As duas Unidades que compõem o primeiro bimestre são do campo de atuação artístico-literário e têm a linguagem
artística como foco.
A Unidade 1, que tem a Vida Familiar e Social como tema orientador, busca na literatura de Shakespeare – em sua adap-
tação para teatro contemporâneo e para HQ – o diálogo com os conflitos familiares e a questão da vida em sociedade.
Durante a leitura dos textos, por meio de estratégias de compreensão e interpretação, sugerimos apresentar aos
estudantes um dos objetos de estudo da seção 3 – Análise e reflexão sobre as linguagens – observando nos textos
a transitividade e seus efeitos de sentido. Desse modo, a análise torna-se também instrumento de compreensão e a
seção pode ser utilizada como apoio teórico e exercitação. A abordagem das duas seções está indicada para duração
de 13 aulas, em média.
Destacamos a importância do desenvolvimento da oralidade a partir dos boxes Nosso Mundo e Diálogos com Arte,
que propõem a produção de uma adaptação de obra de Shakespeare – à escolha do estudante – para a realidade em
que ele vive, seguida de leitura dramatizada dessa adaptação, quando é possível explorar os recursos cinésicos pre-
sentes nessa linguagem artística. A aplicação desses dois boxes está prevista para acontecer em quatro a cinco aulas,
dentre as nove propostas, já que envolve todas as etapas de produção textual oral e escrita.

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LXXII Língua Portuguesa


Unidade 2
Na Unidade 2, o foco artístico da seção 2 está em manifestações da cultura urbana de rua, o que permite a aborda-
gem da arte em contraposição ao cânone, em um contexto democrático e mais acessível. Com abordagem prevista
para oito aulas, os estudantes poderão praticar o estudo de recepção do rap, conhecer seu contexto de produção
e publicação, sua musicalidade e abrangência como arte modificadora da realidade e representativa de determinado
grupo social. Para completar linguisticamente esse estudo, propomos que os advérbios – assunto da seção 3 – sejam
também identificados ao longo da leitura, para que os estudantes possam perceber os sentidos de sua utilização e os
efeitos estilísticos no texto.
Ainda na abordagem dessa seção, os estudantes poderão comparar o rap a outras manifestações artísticas de rua, como
o lambe-lambe e o grafite, com foco, portanto, no olhar para a diversidade cultural, proposta do tema da Unidade.
Os estudos da seção 3, que abordam os complementos oracionais – objeto direto e indireto – relacionam-se ao assun-
to transitividade, visto na Unidade 1. Por isso, retome esses conceitos com os estudantes para que eles avancem na
compreensão sobre os sentidos que esses recursos conferem aos textos.
Dentre as seis aulas previstas para a abordagem da seção 4, sugerimos de duas a três para planejamento e produ-
ção, e a mesma quantidade para revisão e avaliação, com a possibilidade de reescrita; assim, os estudantes poderão
aprimorar o uso dos recursos estilísticos e de musicalidade do gênero. A apresentação do rap à turma pode ser
realizada com a organização de um sarau específico de culturas de rua, em que os estudantes possam também
expressar outros conhecimentos artísticos.
Para o projeto, verifique a possibilidade de os estudantes poderem produzir os lambe-lambe e espalhá-los pela
escola, como forma de intervenção no espaço.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
A proposta de trabalho interdisciplinar na Unidade 1 é apresentada em Diálogos com Arte, no formato de leitura
dramatizada. Esse tipo de leitura é uma atividade cênica e demanda transmitir, por meio da voz, a emoção das per-
sonagens envolvidas no texto teatral para os ouvintes. Por isso, se possível, promova uma conversa com o professor
de Arte ou com algum profissional dessa área, para envolver os estudantes no ato da leitura. Por meio de exemplos
de entonação, oscilação de velocidade, tom, expressões faciais e outros recursos dramáticos, os estudantes poderão
reconhecer as possibilidades da leitura dramática.
Como indicação de aprofundamento no assunto, indicamos a leitura do artigo a seguir, que descreve a prática de
leitura dramatizada do texto “As formigas”, de Lygia Fagundes Telles:
CONSIDERA, Anabelle L. Contar e ouvir Lygia – oralidade, leitura dramatizada e criação ficcional. Revista Fórum de
Identidades. Dossiê: Ensino de literatura e diversidade cultural. Itabaiana: GEPIADDE, Ano 9, v. 19, n. 19, set. – dez.
2015. Disponível em: livro.page/66V6MPG114LP. Aceso em: 28 jul. 2022.
Na Unidade 2, a proposta também dialoga com Arte, mas dessa vez trata-se de uma pesquisa sobre artistas que criam
grafites. A presença do professor de Arte é importante para mediar as discussões sobre o grafite como intervenção
artística, o que pode também ser feito por meio da presença de um artista local que tenha essa prática. Para variar a
possibilidade de abordagem interdisciplinar entre arte e leitura, indicamos o livro O menino invisível, de Hugo Barros, que
faz parte da coleção “Livro de Rua”, projeto criado por grafiteiros para levar a literatura aos muros por meio de grafites.

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 7 - Unidades 3 e 4)


Competências gerais
Unidade 3: 4, 5 e 6. Unidade 4: 1, 4, 6 e 8.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 3: 4 e 6. Unidade 4: 1, 2 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 3: 2, 3, 5 e 6. Unidade 4: 1, 5, 7 e 10.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 3: Unidade 4:
Estudar textos midiáticos (reportagem, entrevista e Ler tabela
notícia) Reconhecer diferenças entre peças publicitárias e pro-
Analisar textos jornalísticos, observando a sua estrutura pagandas veiculadas em diferentes meios
e o seu funcionamento social Dominar as características dos textos publicitários
Conhecer a estrutura linguística que torna um texto obje- impressos e virtuais
tivo e coerente para veicular as informações desejadas Reconhecer o uso de -eza e -esa
Compreender como os modos verbais e os operadores Identificar a pontuação em enumerações
textuais atuam nos textos jornalísticos Perceber como a publicidade trabalha as figuras de
Compreender as características da entrevista; produzir linguagem
uma entrevista sobre educação financeira

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Língua Portuguesa LXXIII


Campo de atuação
Unidade 3: jornalístico-midiático Unidade 4: jornalístico-midiático
Habilidades
Unidade 3: EF07LP01, EF07LP02, EF07LP06, Unidade 4: EF07LP03; EF07LP10, EF67LP03,
EF07LP10, EF07LP13, EF67LP01, EF67LP02, EF67LP05, EF67LP06, EF67LP07, EF67LP08,
EF67LP03, EF67LP04, EF67LP05, EF67LP06, EF67LP11, EF67LP12, EF67LP13, EF67LP23,
EF67LP07, EF67LP08, EF67LP09, EF67LP10, EF67LP35, EF67LP36, EF67LP38, EF69LP02,
EF67LP11, EF67LP12, EF67LP14, EF67LP32, EF69LP04, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP09,
EF67LP36, EF69LP01, EF69LP03, EF69LP05, EF69LP17, EF69LP26, EF69LP33, EF69LP42 e
EF69LP06, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP10, EF69LP44.
EF69LP11, EF69LP12, EF69LP13, EF69LP14,
EF69LP15, EF69LP16, EF69LP17, EF69LP19 e
EF69LP56.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 3: Educação Financeira Unidade 4: Educação Alimentar e Nutricional
Pergunta orientadora
Unidade 3: Vamos falar de educação financeira? Unidade 4: Tudo começa pela alimentação?
Unidade 3 Tempo didático Unidade 4 Tempo didático
Seção 1 3 aulas Seção 1 2 aulas
A importância da educação Leitura de tabelas
financeira
A formulação de perguntas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Planejamento e produção de entrevistas orais Estratégias e procedimentos de leitura
Relação do verbal com outras semioses
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Registro
Seção 2 8 aulas Seção 2 8 aulas
Reportagem Cartazes de campanha
Papel das imagens nos publicitária
textos jornalísticos (leitura de Figuras de linguagem em
imagens) publicidade e propaganda.
Compreensão de notícia Análise dos aspectos com-
Adaptação de reportagem em posicionais dos anúncios de
notícia alimentos
Análise de comentários de Anúncio publicitário on-line
leitores Comparação entre campanhas
Entrevista publicitárias e anúncios de
Discussão sobre Matemática internet
aplicada às finanças Criação de um anúncio pu-
Comparação entre reportagem blicitário, com slogan, sobre
e entrevista frutas típicas da região e suas
propriedades nutricionais

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LXXIV Língua Portuguesa


Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégia de leitura Efeitos de sentido
Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do Relação entre textos
texto Exploração da multissemiose
Distinção de fato e opinião Figuras de linguagem
Reconstrução do contexto de produção, circulação e Apreciação e réplica
recepção de textos Relação entre gêneros e mídias
Estratégia de leitura: identificação de teses e Planejamento de textos de peças publicitárias de cam-
argumentos panhas sociais
Efeitos de sentido Estilo
Caracterização do campo jornalístico e relação entre os
gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital
Exploração da multissemiose
Relação entre gêneros e mídias
Apreciação e réplica
Relação entre textos
Estratégias de produção: planejamento de textos
informativos
Textualização, tendo em vista suas condições de
produção, as características do gênero em questão, o
estabelecimento de coesão, adequação à norma-padrão
e o uso adequado de ferramentas de edição
Seção 3 6 aulas Seção 3 6 aulas
Coesão referencial (léxica e Figuras de linguagem: hipérbo-
pronominal) le e metonímia
Relação entre tempos e modos Leitura de imagens e relação
verbais figura × fundo
Coesão textual Formação de palavras com
Análise de cédulas como arte- afixos: -eza e -esa
fato cultural Pontuação em enumerações
Elaboração de argumentação
com base em leitura e interpre-
tação de imagem
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Morfossintaxe Léxico/morfologia
Coesão Estratégia de leitura: identificação de teses e
Construção composicional argumentos
Estilo Conversação espontânea
Efeito de sentido Coesão
Variação linguística Figuras de linguagem
Efeitos de sentido
Estilo
Reconstrução das condições de produção, circulação e
recepção
Apreciação e réplica
Seção 4 6 aulas Seção 4 6 aulas
Planejamento, produção, revi- Planejamento, produção, revi-
são, avaliação e publicação de são, avaliação e publicação de
entrevista campanha publicitária
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Participação em discussões orais de temas controver- Morfossintaxe
sos de interesse da turma e/ou de relevância social Produção e edição de textos publicitários
Planejamento e produção de entrevistas orais Textualização
Produção de textos jornalísticos orais Revisão/edição de texto informativo e opinativo
Textualização Planejamento de textos de peças publicitárias de cam-
Relação do texto com o contexto de produção e experi- panhas sociais
mentação de papéis sociais
Revisão/edição de texto informativo e opinativo
Morfossintaxe
Coesão
Fono-ortografia

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Língua Portuguesa LXXV


Projeto 5 aulas Projeto 6 aulas
Começar a pensar em um Planejamento, produção, revi-
nome para o e-zine são, avaliação e publicação de
Planejamento, produção, peça publicitária para divulga-
revisão, avaliação e publicação ção de um produto produzido
de notícia para divulgação por alguém da comunidade
das entrevistas realizadas na
Produção textual
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Efeitos de sentido Estratégias de produção: planejamento de textos argu-
Estratégias de produção: planejamento de textos mentativos e apreciativos
informativos Textualização de textos argumentativos e apreciativos
Textualização, tendo em vista suas condições de Produção e edição de textos publicitários
produção, as características do gênero em questão, o
estabelecimento de coesão, adequação à norma-padrão
e o uso adequado de ferramentas de edição
Textualização de textos argumentativos e apreciativos
Estratégias de produção: planejamento de textos argu-
mentativos e apreciativos
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Unidade 3: aprendizagem
A verificação da aprendizagem dos recursos linguísticos Unidade 3:
estudados na seção 3, Análise e reflexão sobre lingua- A participação nas aulas pode ser também uma possibi-
gens, pode ser realizada juntamente com a avaliação lidade avaliativa. Nesse caso, sugerimos o trabalho com
da produção textual da Entrevista, já que os estudantes o desenvolvimento de rubricas, comum como forma de
poderão colocar em prática os elementos coesivos avaliação da aprendizagem baseada em projetos. Trata-
estudados. Essas práticas podem ser utilizadas como -se de uma tabela que estabelece critérios e, para cada
avaliação somativa. um deles, descrição de níveis de aprendizagem, que
• A atividade de formulação de perguntas proposta na podem ser conceitos ou notas. Para compreensão do
seção 1, Estudo e pesquisa, pode ser utilizada como método, recomendamos a leitura da seção 1.4 (Proje-
avaliação formativa, para a correção de rota antes da tos) deste manual
produção textual, ou como parte dos critérios de avalia-
ção somativa. Unidade 4:
A produção dos anúncios do boxe Diálogos com
Unidade 4: Ciências da Natureza e da seção 4, Produção textual,
Na seção 2, o boxe Nosso mundo sugere a análise pode ser organizada em uma exposição presencial ou
de um anúncio e, mais adiante, o boxe Diálogos com virtual. Esse processo pode ser utilizado também para
Ciências da Natureza propõe a criação de um anúncio avaliar a qualidade do trabalho em grupo, como proces-
publicitário. Com essa sequência, é possível estabele- so formativo, desde que orientado pela verificação de
cer uma avaliação formativa em que se possa obser- critérios apresentados anteriormente aos estudantes.
var a compreensão do gênero em foco e os recursos
linguísticos e estilísticos que o constituem.
• Os assuntos abordados na seção 3, Análise e reflexão
sobre as linguagens, podem ser incluídos na elabora-
ção dos anúncios publicitários. A formação de palavras
e as figuras de linguagem são recursos que colaboram
para a criatividade e o efeito de sentido desejado no
anúncio. A inclusão desses itens nos critérios avaliati-
vos e a verificação de sua ocorrência e uso produtivo
nos textos podem fazer parte da avaliação somativa.

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LXXVI Língua Portuguesa


Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 3
As Unidades 3 e 4 têm em comum o estudo do campo de atuação jornalístico-midiático, em propostas que abordam
gêneros diversos mobilizados nesses campos, a partir de temas bastante cotidianos para os estudantes, que são a
educação financeira e a alimentação saudável.
Na Unidade 3, a proposta de estudo que desenvolve a formulação de perguntas, na seção 1, pode ser utilizada
como preparação para a elaboração da Entrevista sugerida na seção 4, Produção textual e, portanto, a abordagem
dessas seções pode ser encadeada. Antes dessa abordagem, no entanto, sugere-se a leitura da entrevista proposta
na seção 2.
A coesão textual é o assunto principal da seção 4, Análise e reflexão sobre linguagens e, por se tratar de um as-
sunto que perpassa a construção de textos orais e escritos, sugere-se que ela seja abordada antes da produção
textual da seção 4, de modo que os estudantes possam atentar aos recursos coesivos estudados, quando estiverem
criando suas entrevistas.
A etapa do projeto propõe a elaboração de uma notícia para divulgar as entrevistas realizadas, então, sugerimos a
retomada do contexto de produção e circulação desse gênero, por meio do levantamento de conhecimentos prévios
dos estudantes sobre ele, seguido de discussões que insiram a circulação desse gênero no contexto do e-zine,
evitando, dessa forma, a abordagem meramente estrutural na retomada do gênero notícia.
Unidade 4
O trabalho com os anúncios publicitários é abrangente, pois envolve a leitura de imagens, a relação entre elas e o
texto verbal, o conhecimento das figuras de linguagem e seus efeitos de sentido no texto, além da identificação do
apelo argumentativo.
Nessa Unidade, a abordagem desses temas perpassa pela análise de anúncios publicitários e das propagandas, por isso
sugerimos que os objetos de estudo da seção 3, Análise e reflexão sobre as linguagens, sejam abordados em paralelo à
leitura da seção 2, em que se apresentam cartazes de campanha publicitária e anúncios publicitários on-line. Assim, será
possível aos estudantes compreender esses recursos e formular intepretações mais complexas das peças.
A seção 1, Estudo e pesquisa, pode ser apresentada aos estudantes em paralelo à abordagem do tema Pontuação
em enumerações, da seção 4, Análise e reflexão sobre linguagens, para que os estudantes possam desenvolver fer-
ramentas de análise de tabelas e, posteriormente, aplicar esse conhecimento em atividades que simulam situações
do cotidiano.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Na Unidade 3, a proposta interdisciplinar tem diálogo com a Matemática. Para essa atividade, sugerimos o diálogo
com o professor de Matemática para a preparação prévia de uma aula conjunta, já que os assuntos Matemática
Financeira e lucratividade podem ser explorados com ênfases diversas por cada um dos docentes, permeados pela
linguagem. Na Língua Portuguesa, a compreensão do vocabulário financeiro é uma possibilidade de abordagem so-
bre o assunto, assim, interpretar a entrevista buscando esse diálogo entre os significantes e significados relaciona-
dos à Matemática Financeira pode ser uma atividade complementar ao que é solicitado no boxe. Já na Matemática, a
linguagem de registro matemático tem especificidades que podem ser discutidas com os estudantes pelo professor
da área, de forma relacionada à compreensão sobre o conceito de linguagem expresso pela Linguística. Além disso,
a compreensão da linguagem matemática em diálogo com a Língua Portuguesa é essencial para a resolução de
problemas, já que envolve a interpretação de enunciados e seus significados.
Portanto, buscar coerência, coesão e adequação para expressar uma ideia não é uma atividade exclusiva à Língua
Portuguesa, mas a outras muitas linguagens existentes, inclusive a matemática.
Para saber mais sobre o assunto, indicamos este artigo:
LORENSATTI, Edi J. C. Linguagem matemática e Língua Portuguesa: diálogo necessário na resolução de problemas
matemáticos. Conjectura, Caxias do Sul, v. 14, n. 2, p. 89-99, maio/ago. 2009. Disponível em: livro.page/67V6M-
PG118LP. Acesso em: 28 jul. 2022.

Na Unidade 4, os estudantes são convidados a conhecer com mais profundidade as frutas típicas da região onde
vivem, por meio de uma pesquisa orientada em diálogo com Ciências da Natureza. A atividade está orientada para
a produção de um anúncio publicitário com slogan sobre essas frutas, portanto, é uma oportunidade de retomada e
aplicação das figuras de linguagem, bem como dos conhecimentos estilísticos, gráficos e textuais sobre o gênero.
Sugerimos o apoio do professor de Ciências para a parte botânica da atividade, para que os estudantes possam ter
interlocução para indicação de fontes de pesquisa, experimentos e outras descobertas ligadas à Botânica que pos-
sam emergir desse trabalho. Por exemplo, o estudo dos nomes científicos das partes da fruta pode ser inspirador
da criatividade dos estudantes para a elaboração dos anúncios.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa LXXVII


Sugestão de cronograma bimestral (Volume 7 - Unidades 5 e 6)
Competências gerais
Unidade 5: 1, 2, 4 e 9. Unidade 6: 2, 4, 8 e 9.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 5: 2, 3 e 4. Unidade 6: 3, 4 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 5: 2, 3 e 5. Unidade 6: 2, 3 e 8.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 5: Unidade 6:
Empregar a observação como estratégia científica Conhecer a estrutura do infográfico
Aplicar estratégias de estudo como grifar, esquematizar Planejar e produzir um infográfico
e resumir Aprofundar o conhecimento sobre os artigos de divul-
Reconhecer a descrição como um recurso de pesquisa gação científica
e estudo Aprender a diferença entre mas e mais
Analisar efeitos de sentido da escolha dos sujeitos de Analisar os usos linguísticos e os efeitos de sentido de
uma oração mais
Relacionar textos Aprender as diferenças de uso dos porquês
Empregar recursos audiovisuais em apresentações Analisar os usos linguísticos da concordância verbal em
orais casos de porcentagem, expressões partitivas e expres-
Compreender contextos de produção de um texto de sões com valor aproximado
divulgação científica
Campo de atuação
Unidade 5: Práticas de estudo e pesquisa Unidade 6: Práticas de estudo e pesquisa
Habilidades
Unidade 5: EF07LP01, EF07LP07, EF67LP11, Unidade 6: EF07LP06, EF07LP11, EF67LP12,
EF67LP12, EF67LP22, EF67LP23, EF67LP25, EF67LP20, EF67LP21, EF67LP22, EF67LP24,
EF67LP26, EF67LP32, EF67LP37, EF69LP29, EF67LP25, EF67LP26, EF67LP32, EF69LP06,
EF69LP30, EF69LP31, EF69LP32, EF69LP33, EF69LP29, EF69LP32, EF69LP33, EF69LP35,
EF69LP34, EF69LP37, EF69LP41, EF69LP43, EF69LP36, EF69LP37, EF69LP38, EF69LP39,
EF69LP46 e EF69LP56. EF69LP40, EF69LP42, EF69LP43 e EF69LP56.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 5: Educação Ambiental Unidade 6: Saúde
Pergunta orientadora
Unidade 5: Quais são as formas de estudar o meio Unidade 6: Que práticas garantem a nossa saúde
ambiente? emocional?
Unidade 5 Tempo didático Unidade 6 Tempo didático
Seção 1 2 aulas Seção 1 3 aulas
Identificação de palavras-chave Vozes do texto
e ideias-chave de um texto Citação direta, paráfrase e
Reconhecimento de ciclos plágio
sustentáveis de consumo
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Conversação espontânea Textualização
Estratégias e procedimentos de leitura Progressão temática
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão Marcas linguísticas
Relação do verbal com outras semioses Intertextualidade

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LXXVIII Língua Portuguesa


Seção 2 8 aulas Seção 2 7 aulas
Caderneta de campo Infográfico
Reconhecimento de informações Leitura e inferência sobre
científicas no registro de campo bullying na escola
Leitura de mapa por meio de Reflexão sobre ações
audiodescrição antibullying
Linguagem verbo-visual em Análise de mídias digitais sobre
infográfico o uso de emojis
Reportagem de divulgação Artigo de divulgação científica
científica Discussão sobre Arteterapia
Comparação entre Caderneta de Debate sobre a importância da
campo e reportagem de divulga- atividade física para a saúde
ção científica física e emocional
Hábitos de estudo: identificação Discussão sobre campanha
da adequação linguística em Janeiro Branco
textos de divulgação científica Comparação entre infográfico e
artigo de divulgação científica
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias e procedimentos de leitura Estratégias e procedimentos de leitura
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Apreciação e réplica Reconstrução das condições de produção e recepção
Conversação espontânea dos textos e adequação do texto à construção compo-
Textualização sicional e ao estilo de gênero
Sequências textuais Relação do verbal com outras semioses
Reconstrução das condições de produção e recepção Textualização
dos textos e adequação do texto à construção compo- Construção composicional
sicional e ao estilo de gênero Elementos paralinguísticos e cinésicos
Relação entre textos Apresentações orais
Relação do verbal com outras semioses Estilo
Estratégias de produção Gêneros de divulgação científica
Marcas linguísticas
Intertextualidade
Variação linguística
Seção 3 8 aulas Seção 3 6 aulas
Estrutura básica da oração: Concordância verbal
sujeitos Concordância com expressões
Tipos de sujeito de quantidade aproximada
Estrutura básica da oração: Concordância com
predicado porcen­tagem
Tipos de predicado Concordância com expressões
partitivas
Uso de mas e porém
Uso de mas como conectivo
Diferença entre mas e mais
Uso dos porquês
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Reconstrução do contexto de produção, circulação e Morfossintaxe
recepção de textos Estratégias e procedimentos de leitura
Morfossintaxe Relação do verbal com outras semioses
Fono-ortografia Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Variação linguística Variação linguística
Seção 4 6 aulas Seção 4 6 aulas
Planejamento, produção, revi- Planejamento, produção, revi-
são, avaliação e publicação de são, avaliação e publicação de
Caderneta de campo infográfico
Apresentação oral sobre obser- Tabulação de dados sobre
vação de campo saúde emocional
Seleção de dados para elabo-
ração de infográfico
Apresentação oral do infográfi-
co à turma

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Língua Portuguesa LXXIX


Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Fono-ortografia Gêneros de divulgação científica
Sequências textuais Curadoria de informação
Estratégias e procedimentos de leitura Estratégias e procedimentos de leitura
Relação do verbal com outras semioses Procedimentos de apoio à compreensão
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Uso adequado de ferramentas de apoio a apresenta- Relação do texto com o contexto de produção e experi-
ções orais mentação de papéis sociais
Variação linguística Consideração das condições de produção de textos de
divulgação científica
Reconstrução das condições de produção e recepção
dos textos e adequação do texto à construção compo-
sicional e ao estilo de gênero
Construção composicional
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
Fono-ortografia
Relação do verbal com outras semioses
Estratégias de produção: planejamento e produção de
apresentações orais
Apresentações orais
Elementos paralinguísticos e cinésicos
Tomada de nota
Estilo
Projeto 4 aulas Projeto 6 aulas
Planejamento, produção, Planejamento, produção, revi-
revisão, avaliação e publicação são, avaliação e publicação de
de resumo de texto sobre meio audiodescrição
ambiente, com vistas à divulga- Início da organização do e-zine
ção científica
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Textualização de textos argumentativos e apreciativos Textualização de textos argumentativos e apreciativos
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição Estratégias de produção: planejamento de textos argu-
Estratégias de produção: planejamento de textos argu- mentativos e apreciativos
mentativos e apreciativos Reconstrução das condições de produção, circulação e
Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção
recepção Apreciação e réplica
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Unidade 5: aprendizagem
Todo o processo de compreensão de leitura da Cader- Unidade 5:
neta de campo, proposto na seção 2, Leituras de texto, As atividades da subseção A linguagem na prática, na
bem como a produção de uma Caderneta, na seção 4, seção 4, podem ser evidências sobre a aprendizagem
Produção textual, pode ser avaliado. Na seção 2, como dos recursos linguísticos.
formativo e, na 4, como somativo. Pedir aos estudantes que identifiquem, na reportagem
A avaliação da oralidade pode ser realizada por meio de divulgação científica, a existência de certos tipos
das apresentações orais da Caderneta de campo. de sujeito, predicações e os efeitos de sentido de suas
posições na frase pode também ser evidência sobre a
Unidade 6: compreensão desses conceitos.
A oralidade pode ser avaliada por meio da produção de
Audiodescrição proposta na seção 4, Produção textual. Unidade 6:
O trabalho processual de elaboração de infográfico Os diálogos sobre as interpretações da leitura de inferên-
pode ser associado aos conteúdos de análise linguís- cia sobre o bullying podem ser indicativos do progresso
tica e usado como avaliação somativa. Cada assunto dos estudantes quanto às estratégias de leitura.
usado de forma correta pode ser utilizado com uma As atividades que envolvem o uso de mas e porém; de
atribuição de pontuação, enquanto os erros são traba- mas como conectivo; a diferença entre mas e mais; e o
lhados em pares, com a identificação e a correção. uso dos porquês, na seção 4, Análise e reflexão sobre
as linguagens, podem ser utilizadas como avaliação
formativa em um trabalho de pares na sala de aula.

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LXXX Língua Portuguesa


Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 5
Neste bimestre, o foco está no campo de atuação das práticas de estudo e pesquisa e os estudantes ficarão mais
próximos da ciência por meio de temas relacionados ao meio ambiente e à saúde, com destaque para a emocional.
As práticas envolvem investigação de campo e registro escrito, além da análise de produções de divulgação desses
conhecimentos de estudo e pesquisa, por meio de artigos científicos, infográficos e reportagens.
A partir da leitura da reportagem de divulgação científica, na seção 2, Leitura de textos, é possível fazer a identifica-
ção de sujeitos e predicações, conteúdo abordado na seção 3. Esta seção pode ser apoio teórico e também prático
nessa abordagem, já que apresenta também outros contextos que abordam os assuntos mencionados.
A leitura 1 da seção 2, Leitura de textos, que traz o estudo da Caderneta de campo, pode ser abordada anteceden-
temente à seção 4, já que apresenta um texto análogo ao que se espera na produção. Nesse trabalho, sugerimos
que a abordagem da seção 4 leve em consideração o contexto de produção, para que o estudo mantenha o foco
no campo de atuação de ensino e pesquisa a partir da contextualização da proposta, evitando priorizar apenas o
aspecto estrutural do gênero.
O trabalho da seção 1, Estudo e pesquisa, pode ser realizado como prévia de todo o trabalho da Unidade, pois traz
o reconhecimento de palavras-chave para a compreensão de ideias-chave em uma conceituação. Essa habilidade
poderá ser usada em diversos momentos de estudo ao longo das leituras e produções da Unidade.
Por fim, a etapa 5 do projeto da série tem o objetivo de produzir um resumo com vistas à produção científica, o que
pode ser encaminhado como uma atividade de síntese do que foi abordado ao longo da Unidade, prezando pelo
uso do conteúdo linguístico e das estratégias de divulgação da ciência, vistas tanto no estudo da Caderneta de
campo, quanto na Reportagem de divulgação científica. A estruturação desse resumo pode ser orientada a partir da
identificação das ideias-chave, seguida do reconhecimento das sínteses apresentadas nos textos lidos para, então,
ser utilizada estruturação semelhante como parte da composição do resumo.
Unidade 6
Uma possibilidade de iniciar os estudos da Unidade 6 é a partir da segunda leitura proposta na seção 2, Leitura
de textos, com o Artigo de divulgação científica. A partir de seu estudo criam-se contextualizações importantes
relacionadas à divulgação da ciências que podem elucidar o assunto da seção 1, Estudo e pesquisa: a introdução
de vozes no texto, como citação direta e indireta, e o reconhecimento do plágio.
A seção 3 traz o estudo da concordância verbal em contextos específicos, como é o caso das porcentagens, das
expressões de quantidade e das expressões partitivas, o que pode ser abordado em paralelo à leitura dos textos,
de modo que os estudantes compreendam com mais clareza os impactos dessas regras na compreensão das men-
sagens e para o contexto de publicação científica.
Analogamente, o estudo de mas e porém; de mas como conectivo; a diferença entre mas e mais; e o uso dos por-
quês podem ser abordados também como apoio à leitura; assim, a divisão de aulas proposta pode ser remanejada
para que o trabalho com a linguística do texto seja ainda mais abrangente.
A leitura 1 da seção 2 traz um infográfico com dados científicos, o que poderá ser aproveitado como modelo para
a produção textual da seção 4. Nesta seção, os estudantes farão tabulação de dados sobre saúde emocional e,
considerando essa temática, será também um momento adequado para o trabalho com o boxe Nosso mundo,
que aborda o bullying nas escolas, apresenta legislação referente ao tema e ações importantes para combatê-lo. O
apoio a essa temática é de extrema importância e pode suscitar intervenções de orientação pedagógica ou mesmo
a criação de programas que combatam essa prática na escola.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Os diálogos interdisciplinares propostos neste bimestre têm interlocução com a inclusão e com a saúde e o bem-
-estar físico e emocional.
Na Unidade 5, o diálogo é proposto com a área de Geografia, por meio da leitura de mapas e da audiodescrição.
A educação cartográfica é uma frente de suma importância para o desenvolvimento espacial do estudante e sua
localização no espaço. Para pessoas cegas ou com baixa visão, o apoio em áudio garante também a possibilidade
de aprendizagem dessa cartografia, a partir da escuta descritiva do que se vê. Portanto, para a elaboração da au-
diodescrição, recomendamos primeiro o desenvolvimento da observação e da descrição da paisagem, que podem
ser orientadas tecnicamente pelo professor de Geografia. Assim, a audiodescrição será a síntese das aprendizagens
e garantirá acesso ao conhecimento de pessoas com essas necessidades especiais.
Na Unidade 6, o foco no bem-estar emocional se mostra presente também nesse diálogo com a área de Educação
Física, em uma proposta em que a atividade e o exercício físico são colocados em debate. O texto motivador apre-
senta a diferença entre atividade e exercício, e as perguntas orientadoras da discussão promovem um aquecimento
sobre o tema a partir da interpretação do texto e as inferências possíveis. Sugerimos a presença do professor de
Educação Física nesse debate pode promover questionamentos mais técnicos que ampliem o interesse dos estu-
dantes na busca por informações relacionadas ao tema e na ação para aumentar a atividade física cotidiana.

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Língua Portuguesa LXXXI


Sugestão de cronograma bimestral (Volume 7 – Unidades 7 e 8)
Competências gerais
Unidade 7: 1, 7 e 10. Unidade 8: 4, 5 e 8.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 7: 2 e 4. Unidade 8: 2 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 7: 2, 3, 5 e 7. Unidade 8: 2, 3, 5 e 10.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 7: Unidade 8:
Conhecer o Código de Trânsito Brasileiro Conhecer maneiras de tomar notas por meio da escuta
Reconhecer a estrutura do texto normativo atenta
Aprender as características de linguagem de um texto Compreender a função e interpretar o gênero textual
normativo regulamento
Analisar o trânsito da sua comunidade Reconhecer as características do gênero podcast
Analisar os usos linguísticos e os efeitos de sentido dos Perceber as diferenças entre textos escritos e orais
modalizadores argumentativos Aprender os usos dos pronomes possessivos, indefini-
Analisar os usos linguísticos e os efeitos de sentido dos dos e demonstrativos
adjetivos junto dos substantivos Compreender verbos irregulares
Reconhecer os recursos linguísticos que trazem intensi- Aprender o que são homônimos e parônimos
dade para as manchetes de jornais Produzir podcast esportivo
Analisar, planejar e produzir uma carta aberta
Campo de atuação
Unidade 7: atuação na vida pública Unidade 8: atuação na vida pública
Habilidades
Unidade 7: EF07LP01, EF07LP08, EF07LP10, Unidade 8: EF07LP12, EF07LP13, EF67LP11,
EF07LP14, EF67LP15, EF67LP16, EF67LP17, EF67LP12, EF67LP15, EF67LP20, EF67LP36,
EF67LP18, EF67LP19, EF69LP18, EF69LP20, EF69LP06, EF69LP07, EF69LP10, EF69LP15,
EF69LP21, EF69LP22, EF69LP24, EF69LP25, EF69LP20, EF69LP23, EF69LP26, EF69LP28 e
EF69LP27 e EF69LP56. EF69LP46.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 7: Educação para o Trânsito Unidade 8: Saúde
Pergunta orientadora
Unidade 7: Quais são os direitos e os deveres dos Unidade 8: Como o esporte está presente em sua
ciclistas? vida?
Unidade 7 Tempo didático Unidade 8 Tempo didático
Seção 1 3 aulas Seção 1 2 aulas
Hierarquia das leis: organiza- Tomada de notas em debates
ção do conteúdo do texto e discussões
Registros escritos com base
em textos orais
O uso de notas para desta-
ques, dúvidas e perguntas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias e procedimentos de leitura em textos Oralidade
legais e normativos Participação em discussões orais de temas controver-
Reconstrução das condições de produção e circulação sos de interesse da turma e/ou de relevância social
e adequação do texto à construção composicional e ao Registro
estilo de gênero (lei, código, estatuto, regimento etc.)

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LXXXII Língua Portuguesa


Seção 2 6 aulas Seção 2 6 aulas
Código de Trânsito Brasileiro Regulamento
(CTB) Estudo do objetivo da elabora-
Estudo do vocabulário e do ção de normas e regulamentos
conteúdo do texto legislativo Discussão sobre a impor-
Discussão sobre intervenção tância da criação de leis que
artística na faixa de pedestres incentivem financeiramente o
Carta aberta esporte
Reflexão e discussão coletiva Podcast esportivo
sobre a geografia urbana Estudo da linguagem oral nos
Comparação entre Código de podcasts
Trânsito Brasileiro (CTB) e Comparação entre linguagem
Carta aberta oral e escrita
Leitura de gráfico sobre com- Comparação entre regulamen-
partilhamento de bicicletas to e podcast esportivo
Discussão sobre o espaço Elaboração de regulamento
dos ciclistas nas cidades e a esportivo de competição
violência que eles sofrem esportiva na escola
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias e procedimentos de leitura em textos Estratégias e procedimentos de leitura em textos
legais e normativos legais e normativos
Contexto de produção, circulação e recepção de textos Reconstrução das condições de produção e circulação
e práticas relacionadas à defesa de direitos e à partici- e adequação do texto à construção composicional e ao
pação social estilo de gênero (lei, código, estatuto, regimento etc.)
Relação entre contexto de produção e características Textualização, revisão e edição
composicionais e estilísticas dos gêneros (carta de Reconstrução das condições de produção, circulação
solicitação, carta de reclamação, petição on-line, carta e recepção
aberta, abaixo-assinado, proposta etc.) Apreciação e réplica
Apreciação e réplica
Estratégias, procedimentos de leitura em textos reivin-
dicatórios ou propositivos
Reconstrução das condições de produção e circulação
e adequação do texto à construção composicional e ao
estilo de gênero (lei, código, estatuto, regimento etc.)
Análise de textos legais/normativos, propositivos e
reivindicatórios
Discussão oral
Seção 3 8 aulas Seção 3 9 aulas
Coesão: modalizadores e ope- Pronomes
radores argumentativos Pronomes possessivos
Adjetivo Pronomes indefinidos
Formas nominais do verbo Efeitos de sentido do uso
Recursos linguísticos para de pronomes possessivos e
impactar o leitor indefinidos em textos
Verbos irregulares e seus usos
Homônimos e parônimos e
seus efeitos de sentido
Elaboração de arte naïf para
representação de esportes
presentes na comunidade
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Reconstrução do contexto de produção, circulação e Semântica
recepção de textos Coesão
Morfossintaxe
Modalização
Estilo
Variação linguística
Seção 4 6 aulas Seção 4 6 aulas
Planejamento, produção, revi- Planejamento, produção, revi-
são, avaliação e publicação de são, avaliação e publicação de
carta aberta podcast sobre regulamentos
Desenvolvimento de campeonatos
argumentativo
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Língua Portuguesa LXXXIII


Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias, procedimentos de leitura em textos reivin- Produção de textos
dicatórios ou propositivos Relação do texto com o contexto de produção e expe-
Textualização, revisão e edição rimentação de papéis sociais
Discussão oral Produção de textos jornalísticos orais
Modalização
Projeto 5 aulas Projeto 5 aulas
Planejamento, produção, revi- Retrospectiva sobre as melho-
são, avaliação e publicação de res publicações do e-zine e
vídeo com leitura expressiva análise de engajamento
da Carta aberta produzida na
seção 4
Organização dos materiais
que comporão o e-zine
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias de produção: planejamento de textos argu- Textualização
mentativos e apreciativos Estratégias de produção: planejamento de textos argu-
Revisão/edição de texto informativo e opinativo mentativos e apreciativos
Reconstrução das condições de produção, circulação Textualização de textos argumentativos e apreciativos
e recepção Curadoria de informação
Apreciação e réplica Reconstrução das condições de produção, circulação
e recepção
Apreciação e réplica
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Unidade 7: aprendizagem
A avaliação da oralidade pode ser realizada por meio Unidade 7:
do estabelecimento de critérios de observação e par- A revisão de pares na produção textual da carta aberta
ticipação no debate proposto no boxe Nosso mundo, pode ser instrumento para investigação de aprendi-
sobre o espaço destinado aos ciclistas nas cidades, zagens e correção de rota. A partir dessa revisão, os
configurando-se como forma somativa de avaliar. estudantes podem realizar uma segunda escrita dos
Outra possibilidade avaliativa da oralidade está na textos.
produção textual da etapa 7 do projeto, na seção 5,
com o vídeo que apresenta a leitura da carta aberta Unidade 8:
produzida na seção 4. Os critérios de revisão e avalia- O boxe Diálogos com Educação Física, em que os
ção podem receber pontuação ou conceituação para estudantes produzirão um regulamento de prática
avaliação somativa. esportiva da escola, pode ser um momento para
A escrita pode ser avaliada por meio da carta aberta avaliação formativa e correção de rota em relação ao
produzida na seção 4, também por meio da utilização que os estudantes compreenderam sobre o gênero
dos critérios apresentados na revisão e avaliação como regulamento e sua função social.
forma de pontuação ou conceituação para somativa.
A atribuição de pontuação ou conceituação à seção de
análise e reflexão sobre as linguagens pode também
ser um instrumento de avaliação somativa.

Unidade 8:
Os registros escritos deste mês de trabalho podem
ser avaliados como nota de participação, a partir do
estabelecimento coletivo de critérios para avaliação
desses registros, com base nos estudos propostos na
seção 1.
O uso dos pronomes, por estar diretamente ligado
à coesão textual, pode ser avaliado na atividade de
produção textual da seção 4, por meio da atribuição
de pontos ou conceitos ao seu uso. A partir do pedido
de uso desses pronomes com determinado sentido
previamente orientado, os estudantes pontuam quando
o empregam de forma adequada no texto.
A produção textual do podcast com regulamento es-
portivo pode receber também pontuação ou conceitua-
ção a partir de critérios previamente estabelecidos, ou
utilizando como critério de avaliação os itens propos-
tos em revisão e avaliação da seção 4. O foco dessa
avaliação é a oralidade.
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LXXXIV Língua Portuguesa


Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 7
Neste bimestre, o estudante atuará na vida pública por meio de reflexões e práticas que o colocarão imerso em re-
gras coletivas como o Código de Trânsito Brasileiro e, depois, nos regulamentos esportivos. Os textos normativos,
portanto, são orientadores das propostas.
A Unidade 7 começa com o estudo da hierarquia legislativa em relação à organização do conteúdo do texto, quer
dizer, os conteúdos que são comuns a cada parte que compõe o texto normativo. Vale começar a abordagem por
essa seção, já que ela é bastante ferramental para a compreensão dos textos que serão lidos na Unidade.
Em seguida, sugere-se a abordagem da seção 2, pois ela apresenta o trecho sobre a regulamentação do tráfego de
bicicletas, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), por isso a abordagem por meio da demanda de leitura silenciosa
e interpretação das questões pode auxiliar os estudantes a colocar em prática as ferramentas vistas na seção 1.
Como o foco de produção textual será a carta aberta, a leitura 2 e a seção 4 podem ser trabalhadas de forma sub-
sequente, o que permitirá uma abordagem mais completa dos objetos de conhecimento dessas seções. Também
os conteúdos argumentativos propostos na seção 3 podem ser abordados concomitantemente a esse trabalho de
leitura e produção, já que auxiliarão os estudantes na escrita da carta aberta.
Por fim, o projeto pode ser a última etapa a ser abordada na Unidade, sobretudo porque solicita a leitura expressiva
da carta aberta e, em seguida, a organização do e-zine. Por isso, embora tenhamos sugerido uma média de 5 aulas
para essa abordagem, caso haja necessidade, verifique a possibilidade de disponibilizar aulas adicionais para a
tarefa de fechamento do projeto.
Unidade 8
A Unidade 8 foca o desenvolvimento da oralidade, por isso explorar os recursos cinésicos e, sobretudo, do uso da
voz com os estudantes garante colocar como processo consciente essa variedade falada da língua. Sugerimos a
abordagem inicial com a apresentação do regulamento esportivo proposto na leitura 1 da seção 2, pois, a partir dela,
é possível retomar os conhecimentos sobre textos normativos, vistos na Unidade 7, bem como comparar o texto
legislativo com o regulamento esportivo.
Concomitantemente a essa leitura, sugerimos apresentar os pronomes possessivos e indefinidos abordados na seção
3, já que se constituem como elementos coesivos importantes e podem ser reconhecidos na leitura do regulamento.
Em seguida, a abordagem da leitura 2, com a leitura de um trecho de transcrição de podcast esportivo auxilia os
estudantes a compreenderem as diferenças entre a escrita, a fala e a transcrição, bem como entre a fala planejada e
a espontânea, criando bases para a elaboração da produção textual.
Após essa leitura, sugerimos a abordagem da proposta de produção textual da seção 4, finalizando o trabalho com
a abordagem dos verbos irregulares, homônimos e parônimos, para verificar possibilidades também de uso desses
conceitos na elaboração da fala planejada.
O projeto entra em sua etapa de retrospectiva, portanto permita aos estudantes que exercitem o diálogo entre a
capacidade apreciativa e o estudo das métricas de engajamento das publicações, para que vejam que nem sempre
o assunto de maior interesse pessoal é também o interesse do público leitor.
Para compreender a abrangência dos estudos de métrica em redes sociais, sugerimos a leitura desta reportagem:
AS 8 PRINCIPAIS métricas de redes sociais que você precisa analisar. Agência Tupiniquim, [s.d.]. Disponível em:
livro.page/68V6MPG128LP. Acesso em: 30 jul. 2022.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
A interdisciplinaridade, na Unidade 7, tem interlocução com a área de Geografia, por meio da leitura cartográfica e
sua relação com o plano diretor da cidade. As questões propostas são interpretativas dos mapas, o que envolve a
leitura de imagens e conhecimentos prévios sobre cartografia, por isso, uma abordagem conjunta com o professor
da área de Geografia ou mesmo o estudo em paralelo do boxe Diálogos com Geografia nas aulas desse compo-
nente possibilitam que os estudantes compreendam melhor essas questões.
Para ampliar o estudo com cartografia e possibilitar outras representações de dados em cartas geográficas, suge-
rimos este livro:
SILVEIRA, Ricardo M. Cartografia temática. Curitiba: InterSaberes, 2020.

Na Unidade 8, o diálogo é com a área de Educação Física, e os estudantes são orientados a produzir um regulamento
para competições esportivas que estejam acontecendo na escola. Para essa abordagem, é importante um diálogo
prévio com a área mencionada, para estabelecer diretrizes que viabilizem o registro das regras, o que pode ser reali-
zado na aula de Educação Física. Caso não haja um campeonato em andamento, ele pode ser organizado interclasses.
Como uma linguagem do corpo, a Educação Física tem interlocução direta com a linguagem oral e escrita, então, essa
abordagem interdisciplinar pode também evidenciar essa ligação aos estudantes por meio da prática dos diálogos
entre os jogos e mesmo do registro das expressões corporais, para verificar progressos.

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Língua Portuguesa LXXXV


Planejamento didático com cronograma – 8o ano

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 8 – Unidades 1 e 2)


Competências gerais
Unidade 1: 1, 3, 4 e 8. Unidade 2: 3, 4 e 5.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 1: 1, 2 e 5. Unidade 2: 3 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 1: 1, 3, 9 e 10. Unidade 2: 2, 3, 5, 9 e 10.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 1: Unidade 2:
Empregar síntese e representação gráfica para elaborar Ler, compreender, planejar, revisar e publicar conto de
esquemas ficção científica
Reconhecer a linguagem poética e seus recursos ver- Formular perguntas sobre um tema específico e entre-
bais e visuais vistar um especialista
Compreender intertextualidade; Ler um roteiro de cinema e compreender as caracterís-
produzir paródias ticas desse gênero
Ler e compartilhar interpretações, participando de leitu- Reconhecer os sentidos do adjunto adnominal nos
ra coletiva e da formação de comunidade leitora sintagmas em que ele está presente
Compreender a estrutura e a formação de palavras na Comentar, amparado em critérios, uma playlist sobre
língua portuguesa ficção científica
Relacionar regência e transitividade verbal
Compreender regência nominal
Campo de atuação
Unidade 1: artístico-literário Unidade 2: artístico-literário
Habilidades
Unidade 1: EF08LP04, EF08LP05, EF08LP07, Unidade 2: EF08LP04, EF08LP06, EF08LP09,
EF69LP33, EF69LP44, EF69LP45, EF69LP46, EF69LP06, EF69LP44, EF69LP45, EF69LP46,
EF69LP48, EF69LP49, EF69LP51, EF69LP53, EF69LP47, EF69LP50, EF69LP51, EF69LP52,
EF69LP54, EF89LP32, EF89LP33, EF89LP36 e EF89LP01, EF89LP04, EF89LP32, EF89LP33,
EF89LP37. EF89LP34 e EF89LP35.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 1: Vida Familiar e Social Unidade 2: Ciência e Tecnologia
Pergunta orientadora
Unidade 1: Que inspiração traz uma amizade? Unidade 2: É ciência ou ficção?
Tempo didático Tempo didático
Unidade 1 destinado ao traba- Unidade 2 destinado ao traba-
lho da seção lho da seção
Seção 1 3 aulas Seção 1 2 aulas
Quadro sinóptico Paratextos
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Leitura de resenha Identificação dos paratextos
Identificação de quadro sinóptico
Produção de quadro sinóptico
Seção 2 9 aulas Seção 2 10 aulas
Poemas autobiográficos Conto de ficção científica
Poemas contemporâneos Roteiro de cinema
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Adesão às práticas de leitura Adesão às práticas de leitura
Reconstrução da textualidade e compreensão dos Reconstrução da textualidade e compreensão dos
efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos
linguísticos e multissemióticos linguísticos e multissemióticos
Estratégia de leitura de poemas Estratégia de leitura de textos narrativos;
Identificação dos efeitos de sentido dos poemas Identificação dos efeitos de sentido dos textos literários
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

LXXXVI Língua Portuguesa


Seção 3 9 aulas Seção 3 9 aulas
Regência verbal Sujeito e seus modificadores
Regência nominal Qualificadores no sintagma
Processos de formação de nominal: o adjunto adnominal
palavras A gente versus agente
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Leitura e análise linguística Leitura e análise linguística
Identificação dos elementos linguísticos Identificação dos elementos linguísticos
Seção 4 5 aulas Seção 4 5 aulas
Paródia Conto de ficção científica
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Consideração das condições de produção Consideração das condições de produção
Estratégias de produção: planejamento, textualização e Estratégias de produção: planejamento, textualização e
revisão/edição revisão/edição
Projeto podcast 2 aulas Projeto podcast 2 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Planejamento e produção do podcast Planejamento e produção de podcast
Leitura expressiva da paródia Elaboração de uma playlist comentada
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Parodiar outros textos da literatura brasileira aprendizagem
Analisar textos de ficção científica Criar textos multimodais (memes, figurinhas etc.) sobre
Produzir de um conto de ficção científica os textos literários que foram lidos
Analisar outros textos de ficção científica (filmes, episó-
dios de séries etc.)
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 1
Na seção 1, é possível propor primeiro um trabalho de análise da imagem inspirada no quadro O touro, de Pablo
Picasso (1881-1973), e depois trabalhar com o conceito de quadro sinóptico que aparece no início da Unidade,
assim os estudantes poderão primeiramente construir o conceito com a interpretação da imagem.
Na seção 2, uma sugestão é ler o poema “Com licença poética”, seguido do “Poema de sete faces” e explorar a
intertextualidade já na interpretação inicial, antes de explorar o primeiro poema.
Na seção 3, forme grupos para resolução das atividades, assim os estudantes poderão trocar conhecimentos, ha-
bilidades, atitudes e valores. Use essa prática principalmente se a turma for numerosa.
Na seção 4, estimule os estudantes a fazer a curadoria de poemas e preparar uma aula para todos os colegas,
usando a metodologia de sala de aula invertida antes de fazerem a paródia dos poemas.
Na etapa do projeto também é possível gravar um episódio de apresentação do podcast com vinheta e apresenta-
ção do grupo contando o objetivo desse projeto.
Procure realizar correções coletivas; essa pode ser uma estratégia de troca entre os estudantes que possuam dife-
renças significativas de conhecimentos e ampliação do repertório de toda a turma.
Unidade 2
Na seção 1, é possível começar explorando a ficha catalográfica do livro para depois explorar os outros elementos
paratextuais (cinta, orelha, guarda, capa, folha de rosto etc.).
Na seção 2, existe a possibilidade de trabalhar com o roteiro de cinema e com o conto de ficção científica. Essa
alteração pode ser feita respeitando a organização sequencial do currículo escolar.
Na seção 3, é possível começar um trabalho de estudo de hipercorreção que aparece no boxe Nosso mundo e
introduzir o assunto dos conceitos da língua.
Antes de iniciar a seção 4, uma sugestão é fazer uma rodada de leitura de outros contos de ficção científica ou assistir
a filmes com esse tema para resgatar a ambientação e provocar a criatividade. Use as dicas do Para saber mais.

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Língua Portuguesa LXXXVII


Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Ao longo do bimestre é possível preparar um trabalho interdisciplinar com os professores de Arte e Ciências.
Nessa proposta, o ponto de partida pode ser a leitura dos poemas da Unidade 1. Leia o poema com os estudantes
e discuta sobre a imaginação e o potencial da arte para construir mundos. Aproveite esse diálogo e, junto do pro-
fessor de Arte, construa ciberpoemas sugeridos no boxe Diálogos, ampliando a discussão sobre a importância da
imaginação para a construção e a inovação científica.

Na Unidade 2, proponha que, junto do professor de Ciências, seja explorado o boxe Diálogos que aparece na Unidade
2, sobre a diferença entre a fotografia analógica e a digital. Nessa atividade, impulsione os estudantes a comentarem
sobre a importância da imaginação para a criação de descobertas científicas. A partir dessa atividade, convide o pro-
fessor de Ciências para entrar no diálogo e mostrar as intersecções entre a imaginação e o avanço científico.

Sugestão de aprofundamento: Para delimitar teoricamente os dois trabalhos, sugerimos que seja usada a meto-
dologia STEAM que integra Arte, Ciência e Tecnologia, com propósito de construir uma educação ativa.
Sugestão de leitura: BACICH, Lilian; HOLANDA, Leandro. STEAM em sala de aula: A aprendizagem baseada em
projetos integrando conhecimentos na Educação Básica. Porto Alegre: Penso, 2020.

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 8 – Unidades 3 e 4)


Competências gerais
Unidade 3: 1, 2, 4 e 7. Unidade 4: 2, 4 e 5.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 3: 2, 4 e 6. Unidade 4: 3 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 3: 2, 3 e 10. Unidade 4: 2, 3, 5 e 10.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 3: Unidade 4:
Compreender a importância de estudos e pesquisas Ler, compreender, planejar, revisar e publicar conto de
Ler e interpretar dados estatísticos ficção científica
Reconhecer a importância de pontos de vista Formular perguntas sobre um tema específico e entre-
especializados vistar um especialista
Identificar o uso estratégico de recursos linguísticos Ler um roteiro de cinema e compreender as caracterís-
para a finalidade desejada ticas desse gênero
Planejar e produzir uma entrevista Reconhecer os sentidos do adjunto adnominal nos
Compor textos com coerência sintagmas em que ele está presente
Apresentar-se com consciência vocal e corporal Comentar, amparado em critérios, uma playlist sobre
ficção científica
Campo de atuação
Unidade 3: Estudo e pesquisa Unidade 4: Estudo e pesquisa
Habilidades
Unidade 3: Unidade 4: EF08LP04, EF08LP06, EF08LP09,
EF08LP06, EF08LP07, EF08LP09, EF08LP16, EF69LP05, EF69LP06, EF69LP10, EF69LP17,
EF69LP29, EF69LP30, EF69LP31, EF69LP33, EF69LP29, EF69LP30, EF69LP31, EF69LP34,
EF69LP35, EF69LP36, EF69LP38, EF69LP39, EF69LP36, EF69LP37, EF69LP40, EF69LP42,
EF69LP41, EF69LP42, EF69LP43, EF89LP13, EF69LP43, EF69LP55, EF69LP56, EF89LP08,
EF89LP25, EF89LP27, EF89LP28, EF89LP30 e EF89LP09, EF89LP24, EF89LP25, EF89LP26,
EF89LP31. EF89LP27, EF89LP28, EF89LP29. EF89LP31 e
EF89LP32.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 3: Educação para o Consumo Unidade 4: Ciência e Tecnologia
Pergunta orientadora
Unidade 3: Consumir para viver ou viver para Unidade 4: Onde estão as tecnologias digitais?
consumir?
Tempo didático Tempo didático
Unidade 3 destinado ao tra- Unidade 4 destinado ao tra-
balho da seção balho da seção
Seção 1 2 aulas Seção 1 2 aulas
Leitura de gráfico Esquema
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LXXXVIII Língua Portuguesa


Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Leitura de gráficos Identificação de esquemas
Interpretação de dados Produção de esquemas
Produção de gráfico poético
Seção 2 8 aulas Seção 2 10 aulas
Resultado de pesquisa Reportagem de divulgação
Entrevista científica
Transcrição de vlog
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Adesão às práticas de leitura Adesão às práticas de leitura
Procedimentos de apoio à compreensão Procedimentos de apoio à compreensão
Curadoria de informação Curadoria de informação
Reconstrução da textualidade e compreensão dos Reconstrução da textualidade e compreensão dos
efeitos de sentido provocados pelos usos de recursos efeitos de sentido provocados pelos usos de recursos
linguísticos e multissemióticos linguísticos e multissemióticos
Estratégia de leitura de textos de divulgação científica Estratégia de leitura de textos de divulgação científica
Seção 3 10 aulas Seção 3 8 aulas
Predicado e transitividade verbal Complemento nominal
Complementos verbais: objeto Nomes e complementos
direto e objeto indireto nominais
Complementos verbais e seus Objeto indireto
modificadores Adjunto adnominal
Uso das aspas Ortografia: uso de xc, sc e sç
Crase: regras básicas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Leitura e análise linguística Leitura e análise linguística
Identificação dos elementos linguísticos Identificação dos elementos linguísticos
Seção 4 6 aulas Seção 4 6 aulas
Entrevista oral Vlog científico
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Consideração das condições de produção Consideração das condições de produção
Estratégias de produção: planejamento, textualização e Estratégias de produção: planejamento, textualização e
revisão/edição revisão/edição
Projeto podcast 2 aulas Projeto podcast 2 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Planejamento e produção do podcast Planejamento e produção de podcast
Leitura expressiva da paródia Elaboração de uma playlist comentada
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Produção de um vlog científico aprendizagem
Produção de uma entrevista Produção e tabulação de uma pesquisa sobre hábitos
Análise de textos de ficção científica de consumo (boxe Diálogos – Unidade 3)
Produção de mais dois episódios de podcasts Produção de um detonado (boxe Deixar fluir – Unida-
de 4)
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 3
Na seção 1, é possível trabalhar com a ideia de criar um gráfico poético, fazendo uma relação com as poesias que
os estudantes leram e analisaram na Unidade 1. Na seção 2, se você perceber que os estudantes estão envolvidos
com a temática da arte com a ciência, após produzir o gráfico poético, é possível utilizar o boxe Deixar fluir, que
discute a ideia de consumo e arte. Após essa conversa, você pode retornar para a leitura 1.
Na seção 3, durante a realização das atividades da seção A linguagem na prática, estimule os estudantes a consul-
tar os boxes Ideias & Conceitos e a criarem o hábito de consulta. Além disso, essa é uma estratégia pedagógica
para autonomia de estudo.
Na seção 4, para a retomada das características da entrevista, procure grupos. Esse momento pode garantir a re-
visão do que foi estudado por meio de trocas entre os estudantes. Essa é uma estratégia pedagógica colaborativa
que desenvolve habilidades cognitivas e socioemocionais.
Na seção 4, oriente os estudantes a como convidar os entrevistados. É importante que eles tenham essa orientação
para o contato com os convidados.

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Língua Portuguesa LXXXIX


Unidade 4
Na seção 1, é possível fazer um momento inicial com uma dinâmica na qual os estudantes deverão dizer o que é
estudar. Cada estudante pode resumir em uma palavra, que não pode se repetir, o que eles entendem por estudar.
Na seção 2, existe a possibilidade de finalizar a discussão sobre jogos com a resenha de games. Assim, os estudan-
tes já terão passado por um aprofundamento e poderão ter domínio maior para produzir a resenha.
Na seção 3, é possível ampliar a atividade de ortografia dos usos de xc, sc e sç de acordo com as dificuldades
dos estudantes. Faça uma seleção de palavras a partir daquelas em que os estudantes apresentam dificuldades
em seus textos.
Antes de iniciar a seção 4, uma sugestão é fazer um momento para assistir a alguns vlogs. Faça esse momento de
retomada do gênero com os estudantes.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Ao longo do bimestre é possível preparar um trabalho interdisciplinar com os professores de Matemática e Ciências.
O tema dessa atividade interdisciplinar pode ser a investigação e a divulgação das pesquisas.
Na Unidade 3, no boxe Diálogos, os estudantes poderão ler os textos e levantar questões sobre os hábitos de
consumo que fazem parte da nossa sociedade. Com base nesse levantamento, convide o professor de Matemática
para colaborar com as reflexões dos dados matemáticos e ampliar a observação de como numericamente podemos
perceber os índices de consumo, principalmente entre os jovens. Nessa proposta, o ponto de partida pode ser o
estudo dos dados.

Na Unidade 4, os estudantes poderão fazer um desdobramento dessa primeira pesquisa e produzir uma repor-
tagem científica, como orienta o boxe Diálogos. Nessa proposta, os estudantes deverão acessar páginas de
divulgação científica em vídeo, escolher um tema e produzir uma reportagem de divulgação científica. Junte-se ao
professor de Ciências e proponha que os estudantes possam experimentar o exercício de divulgação de pesquisa
nesse formato.

Sugestão de aprofundamento: Para delimitar teoricamente esse trabalho do segundo bimestre, sugerimos que
sejam usadas práticas e dispositivos tecnológicos que estejam envolvidos com pesquisas quantitativas (Unidade 3)
e materiais sobre divulgação de conhecimento.
Sugestão de material: Typeform pode ser uma ferramenta de pesquisa (Unidade 3). Disponível em: livro.page/
69V6MPG136LP. Acesso em: 28 jul. 2022.

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 8 – Unidades 5 e 6)


Competências gerais
Unidade 5: 4, 7 e 9. Unidade 6: 9 e 10.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 5: 3. Unidade 6: 1, 3 e 4.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 5: 2, 5, 6 e 7. Unidade 6: 3, 7 e 10.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 5: Unidade 6:
Utilizar recursos da Língua Portuguesa de acordo com Planejar e produzir uma propaganda de conscientiza-
a intenção comunicativa ção para um problema do bairro
Diferenciar os tipos de argumentos Identificar os efeitos que os usos de imagens nas
Produzir textos argumentativos mídias podem provocar no público
Reconhecer os diferentes movimentos argumentativos e Reconhecer os recursos midiáticos para a construção
os tipos de argumentos presentes da imagem dos refugiados
Posicionar-se de maneira respeitosa e contribuir para
combater o discurso de ódio
Argumentar de maneira eficiente diante dos diferentes
interlocutores
Campo de atuação
Unidade 5: jornalístico-midiático Unidade 6: jornalístico-midiático

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XC Língua Portuguesa
Habilidades
Unidade 5: EF08LP01, EF08LP03, EF08LP04, Unidade 6: EF08LP02, EF08LP10, EF08LP11,
EF08LP08, EF08LP14, EF69LP01, EF69LP03, EF08LP13, EF69LP02, EF69LP03, EF69LP04,
EF69LP05, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP11, EF69LP06, EF69LP07, EF69LP09, EF69LP10,
EF69LP13, EF69LP15, EF69LP16, EF69LP17, EF69LP12, EF69LP14, EF69LP15, EF69LP17,
EF69LP18, EF69LP32, EF89LP02, EF89LP03, EF69LP18, EF69LP19, EF69LP55, EF69LP56,
EF89LP04, EF89LP05, EF89LP06, EF89LP10, EF89LP06, EF89LP07, EF89LP11, EF89LP14,
EF89LP12, EF89LP14, EF89LP16, EF89LP22 e EF89LP15, EF89LP16 e EF89LP27.
EF89LP27.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 3: Processo de Envelhecimento, Respeito e Unidade 4: Educação em Direitos Humanos
Valorização do Idoso
Pergunta orientadora
Unidade 5: Como combater o etarismo? Unidade 6: É possível minimizar o sofrimento de
refugiados?
Tempo didático Tempo didático
Unidade 3 destinado ao traba- Unidade 4 destinado ao traba-
lho da seção lho da seção
Seção 1 3 aulas Seção 1 3 aulas
Preparando-se para argumentar Leitura de imagens
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Leitura de postagens de redes sociais Identificação dos elementos da visualidade
Debate em grupos Leitura de imagens.
Orientação argumentativa
Seção 2 9 aulas Seção 2 9 aulas
Editorial Fotorreportagem
Artigo de opinião Propaganda pública na TV
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Adesão às práticas de leitura Adesão às práticas de leitura
Procedimentos de apoio à compreensão Procedimentos de apoio à compreensão
Reconstrução das condições de produção e circulação Reconstrução da textualidade e compreensão dos
e adequação do texto à construção composicional e ao efeitos de sentido provocados pelos usos de recur-
estilo de gênero sos linguísticos e multissemióticos em campanhas
Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do publicitárias
texto Estratégia de leitura de textos de fotorreportagens e de
Localizar os efeitos de sentido do artigo de opinião propagandas de TV
Estratégia de leitura de textos de editorial
Seção 3 9 aulas Seção 3 9 aulas
Vozes verbais Adjunto adverbial
Agente da passiva Período composto por
Voz passiva: analítica e coordenação − oração
sintética coordenada assindética e sin-
Transformação de vozes ver- dética (aditivas, adversativas e
bais: ativa e passiva alternativas)
Verbos abundantes: particípio Conjunções coordenativas −
regular e particípio irregular coesão
Modalizadores argumentativos
Coesão sequencial
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Leitura e análise linguística Leitura e análise linguística
Identificação dos elementos linguísticos Identificação dos elementos linguísticos
Seção 4 5 aulas Seção 4 6 aulas
Artigo de opinião Propaganda em vídeo
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Consideração das condições de produção Estratégias de produção: planejamento, textualização,
Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão e edição de textos publicitários
revisão/edição
Projeto podcast 2 aulas Projeto podcast 1 aula

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Língua Portuguesa XCI


Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Planejamento e produção de um debate em podcast Planejamento e produção da propaganda no formato de
podcast
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Produção de um artigo de opinião aprendizagem
Produção de uma campanha em vídeo Leitura de imagens e identificação da representação de
Debate e posicionamento com argumentos refugiados nas artes (boxe Deixar fluir – Unidade 6)
fundamentados Discussão sobre as diferenças entre o jornalismo e a
Realização de leitura de imagens publicidade (boxe Nosso mundo – Unidade 5)
Produção de mais dois episódios de podcasts
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 5
Na seção 1, como é uma atividade de debate, também é possível fazer um trabalho segmentado, propondo aos estu-
dantes que se preparem previamente em casa. Nessa organização, pode-se começar o trabalho em sala e sugerir aos
estudantes que façam uma pesquisa em jornais e outros materiais que ajudem na fundamentação da argumentação.
O boxe Diálogos também poderá ajudar os estudantes a discutirem sobre o tema do etarismo, trazendo alguns
dados numéricos que ajudam na defesa do ponto de vista sobre o tema. É possível resgatar esses textos para a
conversa entre os grupos proposta na seção 1.
Na seção 3, durante a realização das atividades da seção Conceitos da Língua é possível realizar sistematizações
conceituais na lousa e solicitar aos estudantes que registrem esses conceitos no caderno.
Se a turma for numerosa, na seção 4, forme pares e proponha aos estudantes que revisem o texto do colega.
Oriente-os a seguir o checklist que aparece na seção e a produzir comentários adequados.
Unidade 6
Na seção 1, além das imagens dos refugiados, é possível fazer uma discussão sobre o hábito de consumir imagens
de redes sociais versus o hábito de leitura de imagens em redes sociais. Considerando a cultura juvenil, converse
com os estudantes sobre a observação dessas imagens do ponto de vista da leitura e da visualidade que foi estu-
dado nesta seção.
É possível começar o trabalho da seção 2 pelo tema da xenofobia e promover esse tema em toda a escola.
Aproveite o debate do boxe Nosso mundo e convide os estudantes a promover uma campanha de conscientização
na escola, criando um mês para isso.
Na seção 3, aproveite a ideia de coesão e sistematize esses conceitos para os estudantes usarem em suas produ-
ções escritas. Essa sistematização pode ser feita no quadro com todos os estudantes. É possível fazer essa siste-
matização usando um método de estudo que já tenha sido estudado em alguma das Unidades anteriores.
Na seção 4, uma sugestão é fazer o brainstorming em um espaço fora da sala de aula. Pode ser no pátio da escola
ou em uma sala mais aberta, assim os estudantes poderão explorar ainda mais a criatividade.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Ao longo do bimestre é possível preparar um trabalho interdisciplinar com os professores de Matemática e Geogra-
fia, estudando como os dados refletem a nossa realidade social.
Nessa proposta, o ponto de partida pode ser o estudo realizado na Unidade 5. Os estudantes podem começar
essa reflexão no boxe Diálogos da Unidade 5, quando vão discutir o tema da gerontofobia e, com base em alguns
textos midiáticos, tabular dados.
Convide o professor de Matemática para acompanhar esse momento e para conduzir a troca com toda a turma.

Após tabular os dados, na Unidade 6, abra uma discussão sobre os dados e o retrato social. Para isso, o boxe Diá-
logos, da Unidade 6, servirá de base para esse momento do projeto. Nesta etapa, convide o professor de Geografia
e discuta os dados sobre os refugiados, provocando os estudantes a pensar na importância desses números para
as decisões geopolíticas e de políticas públicas.
Esse trabalho interdisciplinar oferecerá ao estudante uma compreensão do texto jornalístico em sua profundidade
e detalhamento.

Sugestão de aprofundamento: Para delimitar teoricamente o trabalho, sugerimos que seja usado referencial
teórico em diálogo com a Geografia e os dados como representação da realidade social.
Sugestão de leitura: GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 2019.

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 8 – Unidades 7 e 8)


Competências gerais
Unidade 7: 3 e 6. Unidade 8: 1, 6, 9 e 10.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 7: 1, 2 e 5. Unidade 8: 1 e 4.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

XCII Língua Portuguesa


Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 7: 3, 7 e 10. Unidade 8: 1, 2, 5 e 7.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 7: Unidade 8:
Empregar estratégias de anotação Conhecer a organização de um grêmio estudantil
Reconhecer a linguagem e composição de textos Participar de uma assembleia estudantil
normativos Reconhecer a importância de documentos oficiais de
Identificar diferentes manifestações culturais registro de decisões coletivas
Aplicar e analisar resultados de questionários de pes- Compreender a importância das conjunções subordina-
quisa de opinião tivas adverbiais para a coerência e a coesão do texto,
Compreender as relações entre as orações de um de acordo com o projeto de dizer do enunciador
período composto Finalizar um projeto
Conhecer elementos coesivos
Campo de atuação
Unidade 7: Atuação na vida pública Unidade 8: Atuação na vida pública
Habilidades
Unidade 7: EF08LP10, EF08LP11, EF08LP12, Unidade 8: EF08LP13, EF08LP16, EF69LP20,
EF08LP13, EF08LP14, EF08LP15, EF69LP03, EF69LP21, EF69LP23, EF69LP24, EF69LP25,
EF69LP13, EF69LP15, EF69LP20, EF69LP21, EF69LP26, EF69LP27, EF69LP28, EF69LP34,
EF69LP22, EF69LP27, EF69LP28, EF69LP32, EF69LP55, EF69LP56, EF89LP12, EF89LP14,
EF69LP33, EF69LP34, EF69LP55, EF69LP56, EF89LP17, EF89LP18, EF89LP20, EF89LP22,
EF89LP16, EF89LP17, EF89LP18, EF89LP21, EF89LP23 e EF89LP27.
EF89LP27, EF89LP29 e EF89LP32.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 7: Diversidade Cultural Unidade 8: Vida Familiar e Social
Pergunta orientadora
Unidade 7: Como as leis favorecem a cultura? Unidade 8: Qual é a minha voz no mundo?
Tempo didático Tempo didático
Unidade 7 destinado ao tra- Unidade 8 destinado ao tra-
balho da seção balho da seção
Seção 1 3 aulas Seção 1 4 aulas
Método Cornell Organogramas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Tomada de notas Identificação de organogramas
Leitura de texto Produção de organogramas
Aplicação do Método Cornell
Seção 2 8 aulas Seção 2 9 aulas
Lei Federal de Incentivo à Grêmio passo a passo
Cultura Ata de assembleia geral
Notícia
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Adesão às práticas de leitura Adesão às práticas de leitura
Procedimentos de apoio à compreensão Procedimentos de apoio à compreensão
Estratégias e procedimentos de leitura em textos legais Estratégias e procedimentos de leitura em textos legais
e normativos e normativos
Contexto de produção, circulação e recepção de textos Contexto de produção, circulação e recepção de textos
e práticas relacionadas à defesa de direitos e à partici- e práticas relacionadas à defesa de direitos e à partici-
pação social pação social
Seção 3 10 aulas Seção 3 9 aulas
Orações subordinadas Conjunções subordinativas
Coesão por substituição Conjunções subordinativas
Pronomes relativos adverbiais
A fim × afim Estratégias de modalização e
argumentatividade
Mas × embora
Ortografia: Se não × senão

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa XCIII


Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Leitura e análise linguística Leitura e análise linguística
Identificação dos elementos linguísticos Identificação dos elementos linguísticos
Seção 4 5 aulas Seção 4 4 aulas
Questionário de pesquisa de Assembleia
opinião
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégia de produção: planejamento de textos reivin- Estratégia de produção: planejamento de textos reivin-
dicatórios ou propositivos dicatórios ou propositivos
Projeto podcast 2 aulas Projeto podcast 2 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Planejamento e produção de podcast Planejamento e produção de podcast
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Produção e aplicação de um questionário sobre a aprendizagem
cultura local Produção do logotipo para o grêmio da escola (boxe
Organização de uma assembleia estudantil Deixar fluir – Unidade 8)
Análise de textos da esfera da vida pública Escrita de um regulamento sobre a preservação do patri-
Produção de mais dois episódios de podcasts mônio escolar (boxe Nosso mundo – Unidade 8)
Aplicação de uma pesquisa (boxe Diálogos – Unidade 7)
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 7
Na seção 1, também é possível ampliar o trabalho com o Método Cornell e propor que os estudantes exercitem
esse método em textos de outros componentes curriculares; com isso, os estudantes poderão praticar o método
de estudo.
Na seção 2, é possível começar o trabalho com o boxe Nosso mundo e explorar a ideia de ONG com os estudan-
tes. Nesse boxe, eles vão entender a importância da cultura para uma sociedade e, com isso, podem ficar ainda
mais motivados para discutir as leis sobre cultura do país.
Se possível, organize um momento para assistir com os estudantes ao documentário Slam: voz de levante, direção
de Roberta Estrela D’Alva e Tatiana Lohmann. Esse também é um material que está próximo da cultura juvenil e
reforça o espaço da lei de incentivo à cultura.
Na seção 4, oriente os estudantes a escolher o tema para a pesquisa. É fundamental que o questionário esteja
próximo da realidade cultural da comunidade escolar. Se possível, convide um integrante de organizações culturais
para acompanhar essa pesquisa.
Unidade 8
Na seção 1, é possível convidar o grêmio para participar das aulas. Após o desenho do organograma, sugira aos
estudantes que o apresentem.
Na seção 2, existe a possibilidade de selecionar uma ata do grêmio da escola e ampliar a discussão. Com esse
material, os estudantes poderão também ter mais contato com esse tipo de texto.
Na seção 3, principalmente se a sala for numerosa, forme grupos para que os estudantes possam trabalhar em
grupos de ajuda, de forma cooperativa, ajudando os colegas.
Na seção 4, organize a assembleia a partir de um tema que faça sentido para os estudantes. A presença do grêmio
estudantil pode ajudar nessa produção.
Sistematize o projeto anual com os estudantes. Se possível, estimule a turma a continuar com o projeto do podcast
de forma autônoma e com a orientação de um professor.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Ao longo do bimestre, é possível preparar um trabalho interdisciplinar que considere o protagonismo dos estudan-
tes na vida escolar e cultural.
Na Unidade 7, esse movimento pode começar com a aplicação da pesquisa que aparece no boxe Diálogos. Convi-
de os estudantes a realizar essa pesquisa com toda a comunidade escolar e envolvendo os setores da cultura local.
Na Unidade 8, o protagonismo dos estudantes fica ainda mais evidente no espaço escolar, por isso, é possível usar
o trabalho de pesquisa proposto no boxe Diálogos interdisciplinares e, ao longo da toda a Unidade, convidar os pro-
fessores e o grêmio para um trabalho interdisciplinar. Dessa forma, junto dessas outras figuras, será possível colocar
os estudantes como protagonistas da escola e da cultura local e gerar um engajamento deles, que vão reconhecer
que o campo da vida pública começa na escola e pode ser estendido para toda a sociedade.

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XCIV Língua Portuguesa


Planejamento didático com cronograma – 9o ano

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 9 – Unidades 1 e 2)


Competências gerais
Unidade 1: 3. Unidade 2: 1, 3 e 4.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 1: 1 e 5. Unidade 2: 1, 2, 3 e 5.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 1: 1, 5 e 9. Unidade 2: 4, 5, 7, 8 e 9.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 1: Unidade 2:
Estruturar e produzir um texto autobiográfico Discutir sobre ética na literatura
Caracterizar os usos de linguagem no campo Refletir sobre ética e cidadania
artístico-literário Compreender a importância da ética na vida social
Estudar poema autobiográfico e poesia concreta; mini- Conhecer a estrutura de um romance
conto e haicai Analisar uma crônica
Compreender a paródia como releitura particular de Relacionar a ética à ciência
uma produção artística Reconhecer e usar figuras de linguagem na construção
Reconhecer os efeitos de sentido dos usos de estran- dos sentidos de um texto
geirismos na língua portuguesa Revisar o uso das aspas
Compreender a formação de abreviaturas e siglas
Estudar a introdução de neologismos em nosso idioma
Reconhecer a difusão do uso de gerúndio na comunica-
ção do dia a dia
Campo de atuação
Unidade 1: artístico-literário Unidade 2: artístico-literário
Habilidades
Unidade 1: EF09LP12, EF69LP34, EF69LP44 Unidade 2: EF69LP42, EF69LP44, EF69LP46,
EF69LP45, EF69LP48, EF69LP49, EF69LP54, EF69LP47, EF69LP49, EF69LP50, EF69LP51,
EF89LP32, EF89LP33, EF89LP36 e EF89LP37. EF69LP52, EF69LP53, EF69LP54, EF69LP55,
EF89LP33, EF89LP34, EF89LP35 e EF89LP37.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 1:Diversidade Cultural Unidade 2: Vida Familiar e Social
Pergunta orientadora
Unidade 1: Como a arte representa você? Unidade 2: Ética e cidadania se relacionam?
Tempo didático Tempo didático
Unidade 1 destinado ao traba- Unidade 2 destinado ao traba-
lho da seção lho da seção
Seção 1 3 aulas Seção 1 3 aulas
Produção de marginálias Método Pomodoro
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias e procedimentos de leitura Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Relação do verbal com outras semioses
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Seção 2 8 aulas Seção 2 9 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Reconstrução das condições de produção, circulação e Reconstrução das condições de produção, circulação e
recepção recepção
Apreciação e réplica Apreciação e réplica
Reconstrução da textualidade e compreensão dos Reconstrução da textualidade e compreensão dos
efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos efeitos de sentido provocados pelos usos de recursos
linguísticos e multissemióticos linguísticos e multissemióticos
Adesão às práticas de leitura Adesão às práticas de leitura
Figuras de linguagem Figuras de linguagem
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Língua Portuguesa XCV


Seção 3 9 aulas Seção 3 7 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Consideração das condições de produção Variação linguística
Relação entre textos: Léxico/morfologia Figuras de linguagem
Seção 4 6 Aulas Seção 4 6 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento:
Relação entre textos Relação entre textos
Estratégias de produção: planejamento, textualização e Consideração das condições de produção
revisão/edição Estratégias de produção: planejamento, textualização e
revisão/edição
Projeto 2 aulas Projeto 3 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Conversação espontânea Conversação espontânea
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Diagnóstica: seção 1 aprendizagem
Produção de marginálias Por se tratar do início e do planejamento do projeto
Formativa: seções 2 e 3 anual, a seção projeto das Unidades 1 e 2, é um ótimo
Comparação entre textos e Linguagem na prática momento para avaliar conteúdos atitudinais.
Avaliação somativa: seção 4
Produção textual
Autoavaliação
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 1
Na seção 1, busque iniciar as atividades com uma conversa sobre as práticas de estudo adotadas pelos estudantes.
Já na seção 2, para análise dos objetos de conhecimento e desenvolvimento adequado das habilidades seleciona-
das, é fundamental que os seguintes procedimentos sejam seguidos:
• ler e analisar poemas;
• ler textos autobiográficos;
• interpretar textos literários;
• analisar a construção artística da linguagem.
Para isso, promova momentos de leitura individual e coletiva. Já na seção 3, a análise de diferentes textos promo-
vem o reconhecimento de estrangeirismos. Busque realizar correções coletivas, as quais promovem a troca e a
ampliação dos repertórios dos estudantes. Já na produção final, na seção 4, é interessante enfatizar a importância
do planejamento e da revisão textual. Para isso, planeje momentos em que os alunos possam trocar seus planeja-
mentos e produções finais
Uma estratégia interessante que pode ser adotada é organizar a sala em grupos para o desenvolvimento das dis-
cussões e das produções sugeridas, ao longo da Unidade. Peça-lhes que, nas discussões orais, façam pequenos re-
gistros que sintetizem o que foi debatido para ser exposto para a sala toda. Nas produções escritas, é interessante
que os pequenos grupos possam servir de interlocutores e realizar revisões textuais entre os pares.
Unidade 2
Na seção 1, inicie a aula questionando os métodos de estudo que os estudantes conhecem. Esclareça que para
cada perfil de estudante, há um método adequado.
Na seção 2, é possível organizar os estudantes em pequenos grupos de leitura, caso a turma seja numerosa, e depois
promover uma correção coletiva na lousa. Na seção 3, é interessante que os estudantes possam ter momentos, ao
menos em duplas, para trocarem suas experiências leitoras acerca das figuras de linguagem. Por fim, na seção 4, é
possível adotar procedimentos semelhantes aos indicados na Unidade 1.
Vale destacar aqui o objeto de conhecimento adesão às práticas de leitura, o qual é contemplado por meio da proposta
de um clube de leitura, que pode ser desenvolvido ao longo do ano letivo, a depender da adesão dos estudantes.

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XCVI Língua Portuguesa


Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Unidade 1
Boxe Diálogos com Arte: O objetivo da atividade é analisar os efeitos da intertextualidade, notadamente a paródia
em diferentes linguagens artísticas. Os alunos devem analisar paródias e compor uma, por meio de diferentes re-
cursos. Esta atividade pode ser desenvolvida juntamente com o professor de Artes, o qual pode explorar os efeitos
das diferentes linguagens ou até mesmo materiais utilizados para realizar a atividade.

Unidade 2
Boxe Diálogos com Ciências: Apresentar e discutir o conceito de bioética. Para isso, há um texto e questões
que podem auxiliar a compreender tal conceito. Esse primeiro momento seria uma discussão inicial, a qual pode
ser aprofundada com debates regrados de casos noticiados, por exemplo, decisões locais durante a pandemia da
covid-19, ou outros casos que façam sentido para realidade local. A curadoria de temas e as pesquisas para de-
senvolver o debate podem ser desenvolvidas em conjunto com o professor de Biologia.

Bibliografia complementar:
DINIZ, Débora; GUILHEM, Dirce. O que é bioética. Brasiliense: São Paulo, 2002.
JUNQUEIRA, Cilene Rennó. Bioética: conceito, fundamentação e princípios. [S.l.], [s.d.]. Disponível em: livro.page/
70V6MPG146LP. Acesso em: 25 jul. 2022.

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 9 – Unidades 3 e 4)


Competências gerais
Unidade 3: 4, 5 e 7. Unidade 4: 4, 7 e 9.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 3: 1, 2, 3 e 4. Unidade 4: 2, 3 e 4.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 3: 1, 2, 3,5 e 6. Unidade 4: 3, 5, 6 e 7.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 3: Unidade 4:
Conhecer formas de organizar informações e conteú- Conhecer estratégias argumentativas e organizá-las
dos utilizando a representação de fluxograma com autonomia
Compreender a função de uma reportagem e interpretá-la Reconhecer a relação de subordinação como comple-
Reconhecer as características linguístico-discursivas do mento da oração principal
gênero reportagem Participar de um debate sobre um tema de relevância
Compreender a função de uma fake news e interpretá-la social escolhido pela turma
Reconhecer as características linguístico-discursivas e Desenvolver autonomia de pesquisa em fontes confiá­veis
semióticas do gênero fake news Posicionar-se diante de assuntos polêmicos de forma
Identificar a estrutura e conhecer a função de verbo de oral, considerando opiniões divergentes por meio de
ligação, predicado nominal e predicativo do sujeito concordância ou refutação
Comparar o predicativo do sujeito ao predicativo do Posicionar-se por escrito diante de assuntos polêmicos,
objeto, abordando os efeitos de sentido pretendidos propondo argumentação consistente e fundamentada,
em sua escolha para a língua em uso contra-argumentação e síntese
Identificar as orações subordinadas substantivas e
predicativas, reconhecendo o efeito de sentido de
impessoalização da subjetiva e a diferença entre as
duas orações
Reconhecer, identificar conjunções e articuladores
como recursos de coesão
Conhecer as orações subordinadas reduzidas, identifi-
cando o seu uso
Produzir uma reportagem multissemiótica baseada em
pesquisa e em entrevista

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Língua Portuguesa XCVII


Campo de atuação
Unidade 3: jornalístico-midiático Unidade 4: jornalístico-midiático
Habilidades
Unidade 3: EF09LP01, EF09LP02, EF09LP04, Unidade 4: EF09LP04, EF09LP07, EF09LP08,
EF09LP05, EF09LP06, EF09LP08, EF09LP11, EF09LP11, EF89LP03, EF89LP04, EF89LP05,
EF69LP03, EF69LP06, EF69LP07, EF69LP16, EF89LP06, EF89LP12, EF89LP14, EF89LP15,
EF69LP17, EF89LP01, EF89LP05, EF89LP06, EF89LP16, EF69LP01, EF69LP07, EF69LP11,
EF89LP08, EF89LP09, EF89LP13 e EF89LP16. EF69LP12, EF69LP13, EF69LP14, EF69LP15,
EF69LP16, EF69LP17, EF69LP18, EF69LP19,
EF89LP03, EF89LP04, EF89LP05, EF89LP06,
EF89LP12, EF89LP14, EF89LP15 e EF89LP16.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 3: Educação para o Consumo Unidade 4: Ciência e Tecnologia
Pergunta orientadora
Unidade 3: Como as tecnologias podem cortar as fake Unidade 4: Por que direitos humanos?
news?
Tempo didático Tempo didático
Unidade 3 destinado ao traba- Unidade 4 destinado ao traba-
lho da seção lho da seção
Seção 1 4 aulas Seção 1 3 aulas
Produção de fluxograma Linguagem não verbal, lingua-
gem corporal
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Estratégias e procedimentos de leitura Elementos paralinguísticos e cinésicos
Relação do verbal com outras semioses
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Seção 2 5 aulas Seção 2 6 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Reconstrução do contexto de produção, circulação e Estratégia de leitura: apreensão dos sentidos globais
recepção de textos do texto
Caracterização do campo jornalístico e relação entre Apreciação e réplica
os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura Efeitos de sentido
digital Participação em discussões orais de temas controver-
Estratégia de leitura: apreensão dos sentidos globais sos de interesse da turma e/ou de relevância social
do texto Construção composicional
Construção composicional Estilo
Estilo
Efeito de sentido
Exploração de multissemiose
Modalização
Seção 3 8 aulas Seção 3 9 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Fono-ortográfico Morfossintaxe
Léxico Coesão
Morfologia Fono-ortográfico
Morfossintaxe
Seção 4 8 Aulas Seção 4 6 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Relação do texto com o contexto de produção e experi- Estratégias de produção: planejamento e participação
mentação de papéis sociais em debates regrados
Textualização Estratégias de produção: planejamento, realização e
Revisão/edição de texto informativo e opinativo edição de entrevistas orais
Estratégias de produção: planejamento, realização e
edição de entrevistas orais

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XCVIII Língua Portuguesa


Projeto 3 aulas Projeto 4 aulas
Objetos de conhecimento Objetos de conhecimento
Relação do texto com o contexto de produção e experi- Relação do verbal com outras semioses
mentação de papéis sociais
Textualização
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Diagnóstica: seção 1 aprendizagem
Produção fluxograma/ análise de linguagem não verbal Na Unidade 4, há a proposta de um debate regrado, o
Formativa: Seções 2 e 3 qual pode ser um instrumento avaliativo que possibilita
Comparação entre textos e Linguagem na prática aos estudantes mostrar outras habilidades, em uma
Avaliação Somativa: seção 4 situação comunicativa do campo da oralidade, como a
Produção textual escuta, a tomada de nota e a elaboração de perguntas
Autoavaliação ao final, se houver tempo previsto para isso.
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 3
Para iniciar a seção 1, verifique a familiaridade dos estudantes com o gênero fluxograma. Se julgar pertinente, peça
que realizem uma atividade de pesquisa como tarefa sobre o gênero. Na seção 2, é possível organizar os estudan-
tes em pequenos grupos de leitura, caso a turma seja numerosa, e depois promover uma correção coletiva na lousa.
É importante solicitar que as discussões orais sejam registradas. Uma maneira de registro interessante é o brainwrit-
ting, que busca promover a discussão e o posicionamento do estudante. Na seção 3, busque fazer uma revisão
na lousa sobre aspectos morfossintáticos que possam garantir uma aprendizagem efetiva dos objetos abordados.
Por fim, na seção 4, se julgar pertinente, ajude os estudantes a fazer um cronograma na etapa de planejamento.
Bibliografia complementar: “O que é brainwritting”. Disponível em: livro.page/71V6MPG149LP. Acesso em:
25 jul. 2022
Unidade 4
Note que, nesta Unidade, buscou-se destacar estratégias que viabilizem o estudo de objetos de conhecimento da
oralidade, em uma tentativa de aprofundar aqueles já estudados na Unidade anterior e de dar um novo enfoque ao
campo em destaque. Para iniciar, na seção 1, é possível relatar um episódio da sua vida ou solicitar que os estudan-
tes o façam, enquanto os outros tomam notas dos movimentos corporais, das expressões faciais e da tonalidade
da voz. É possível, a partir desta atividade inicial, introduzir o tema. Já na seção 2, são analisados e comparados
dois textos de gêneros distintos; faça uma sondagem oral da familiaridade com os gêneros estudados, destacando
reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos; caracterização do campo jornalístico e
relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital. Isso pode ser feito com questões orais
que aproximem os estudantes dos gêneros: Por exemplo: Quem já assistiu a um debate regrado em campanha
eleitoral? Quais são as regras mais comuns? Quem participa dele?
Na seção 3, antes de iniciar os estudos, é importante fazer uma revisão dos verbos e seus complementos para o
aprofundamento do objeto de conhecimento da morfossintaxe. Por fim, a produção textual, na seção 4, requer pla-
nejamento e cronograma, em especial ao que tange à escolha do tema e à seleção dos argumentos para realização
do debate.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Unidade 3:
Nessa etapa, é possível ler um texto explicativo sobre algoritmos, seguido de um trabalho interpretativo e de amplia-
ção do tema em conjunto com o professor de Matemática, que pode ampliar essa discussão, mostrando situações
práticas do cotidiano em que os algoritmos são utilizados.
Bibliografia complementar: KARLA, Ana. Algoritmos na educação: um conceito fascinante e presente. Blog Singula-
ridades, 22 ago. 2019. Disponível em: livro.page/72V6MPG150LP. Acesso em: 24 jul. 2020.

Unidade 4:
Boxe Diálogos com Geografia: A proposta é que os estudantes se envolvam em um jogo de perguntas e respostas
sobre questões geopolíticas, presentes na leitura da seção. As questões podem ser ampliadas com a colaboração
do professor de Geografia, o qual pode ajudar a fazer uma curadoria de temas e fontes de pesquisa para a elabo-
ração de questões pertinentes a essa etapa do ciclo educacional.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa XCIX


Sugestão de cronograma bimestral (Volume 9 – Unidades 5 e 6)
Competências gerais
Unidade 5: 4, 5, 7 e 8. Unidade 6: 4, 5 e 7.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 5: 1, 2, 3 e 4. Unidade 6: 2, 3, 4, 5 e 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 5: 1, 2, 3, 5 e 6. Unidade 6: 2, 3, 5, 6, 7, 8 e 10.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 5: Unidade 6:
Conhecer formas de organizar informações e conteú- Planejar e produzir mapa conceitual
dos utilizando o mapa mental como estratégia Sintetizar de forma organizada conteúdos relevantes de
Compreender a função e interpretar um ensaio palestras
Reconhecer as características linguístico-discursivas do Apreender sentidos globais de textos expositivos
gênero ensaio Reconhecer efeito de sentido de conjunções adverbiais
Compreender a função e saber organizar um seminário em textos
Reconhecer as características linguístico-discursivas e
semióticas do gênero seminário
Identificar a estrutura e conhecer a função das orações
subordinadas adverbiais reduzidas e desenvolvidas no
texto
Campo de atuação
Unidade 5: Estudo e pesquisa Unidade 6: Estudo e pesquisa
Habilidades
Unidade 5: EF69LP40, EF69LP29, EF69LP30, Unidade 6: EF69LP34, EF89LP24, EF89LP25,
EF89LP30, EF89LP31, EF69LP43, EF89LP29, EF89LP36, EF69LP40, EF89LP28, EF69LP43,
EF89LP25, EF69LP35, EF69LP37, EF69LP39, EF89LP29, EF69LP29, EF69LP33, EF09LP08,
EF69LP42, EF89LP24, EF89LP27, EF69LP28, EF09LP11, EF09LP04, EF69LP31, EF69LP36,
EF69LP32, EF69LP33, EF69LP36, EF69LP38, EF89LP24.
EF09LP08, EF09LP11, EF09LP04 e EF89LP31.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 5 : Educação fiscal Unidade 6: Educação Ambiental
Pergunta orientadora
Unidade 5: Como as finanças garantem a cidadania? Unidade 6: Para que serve a Educação ambiental?
Tempo didático Tempo didático
Unidade 5 destinado ao traba- Unidade 6 destinado ao traba-
lho da seção lho da seção
Seção 1 4 aulas Seção 1 4 aulas
Produção de mapa mental Mapa conceitual
Objetos do conhecimento Objetos do conhecimento
Estratégias e procedimentos de leitura Estratégias e procedimentos de leitura
Relação do verbal com outras semioses Relação do verbal com outras semioses
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

C Língua Portuguesa
Seção 2 8 aulas Seção 2 7 aulas
Objetos do conhecimento Objetos do conhecimento
Construção composicional Curadoria de informação
Elementos paralinguísticos e cinésicos Produção de textos
Apresentações orais Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
Reconstrução das condições de produção e recepção Oralidade
dos textos e adequação do texto à construção compo- Procedimentos de apoio à compreensão
sicional e ao estilo de gênero Tomada de nota
Relação entre os textos Análise linguística/semiótica
Textualização Textualização
Modalização Progressão temática
Progressão temática Textualização
Marcas linguísticas Modalização
Intertextualidade
Construção composicional e estilo
Gêneros de divulgação científica
Seção 3 8 aulas Seção 3 7 aulas
Objetos do conhecimento Objetos do conhecimento
Morfossintaxe Morfossintaxe
Léxico – morfologia Coesão
Coesão Léxico – morfologia
Seção 4 4 Aulas Seção 4 6 aulas
Objetos do conhecimento Objetos do conhecimento
Apresentação oral Apreciação e réplica
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
Textualização Curadoria de informações
Progressão temática
Modalização
Projeto Documentário 4 aulas Projeto Documentário 4 aulas
Objetos do conhecimento Objetos do conhecimento
Reconstrução das condições de produção e recepção Reconstrução das condições de produção e recepção
dos textos e adequação do texto à construção compo- dos textos e adequação do texto à construção compo-
sicional e ao estilo de gênero sicional e ao estilo de gênero
Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Diagnóstica: seção 1 aprendizagem
Produção de um mapa mental Na Unidade 5, os boxes Múltiplas leituras e Diálogos
Formativa: Seções 2 e 3: Comparação entre textos e com Geografia permitem uma avaliação parcial sobre
Linguagem na prática o gênero seminário e sobre técnicas de pesquisa, res-
Avaliação Somativa: Seção 4 pectivamente. Avaliar estas etapas é fundamental para
Produção textual o bom desempenho dos estudantes na produção final
Autoavaliação do seminário.
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 5
Na seção 1, retome os procedimentos estudados para produção de fluxograma, já estudados anteriormente. É
possível que os estudantes tenham dúvidas quanto às diferenças entre fluxograma e mapa mental. Pontue que o
primeiro busca sintetizar as ideias de um texto, seguindo um fluxo de organização. Já o segundo, se vale demais
recursos e linguagens e não fica preso ao fluxo. Já na seção 2, os estudos propostos promovem reflexões acerca da
reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e adequação do texto à construção composicional
e ao estilo de gênero para, posteriormente, ser sintetizado nas relações entre os textos. Para atingir a este objetivo,
é possível solicitar que os estudantes façam registros parciais em seus cadernos, ao logo das atividades. Para tentar
garantir que isso ocorra, pare as atividades sugeridas no livro e peça que façam um registro direcionado. Ex.: Agora,
vamos registrar o que entendemos sobre ensaio. Peça que redijam um parágrafo síntese. Na seção 3, os boxes
ideias e conceitos podem ser ampliados por meio de pesquisas. Selecione um texto do próprio livro didático e
peça que os estudantes identifiquem os recursos coesivos estudados em outro corpus de estudo. Por fim, antes de
inicial a produção textual do gênero seminário, identifique os conhecimentos prévios dos estudantes sobre recursos
cinestésicos em apresentações orais.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa CI
Unidade 6
Antes da seção 1, retome a importância dos recursos gráficos como elementos sintetizadores de ideia. Ao final da
produção do mapa conceitual, faça uma comparação entre os resultados e as relações estabelecidas pelas diferen-
tes produções e enfatize que em textos como infográficos, mapas mentais ou conceituais não há um único modelo.
Na seção 2, solicite um mapa conceitual sobre características de textos orais, estudados anteriormente. Relembre a
importância do corpo, da voz e reforce o quanto os textos orais são planejados. Na seção 3, retome oralmente os
conceitos de oração principal e oração subordinada para desenvolver habilidades referentes à morfossintaxe. Já o
trabalho com coesão pode ser aprofundado na seção 4, solicite que os estudantes grifem em seus próprios textos
os recursos utilizados que promovem a coesão. Na seção 4, caso a turma seja numerosa, crie grupos de avaliação
entre pares para a produção textual. Apresente a tabela de autoavaliação e peça para cada integrante do grupo
ler a produção do colega, tendo em vista os itens da tabela e, ao final, produzirem um comentário respeitoso dos
pontos positivos e aqueles que devem melhorar.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Unidade 5:
A proposta de analisar dados de bem estar social e tributação de diferentes países pode ser desenvolvida juntamen-
te com o professor de Geografia, que pode ampliar e contestar os dados apresentando outros índices. Sobre este
ponto, é interessante apresentar o papel dos índices e como eles são medidos. Este boxe terá um desdobramento
na produção textual, portanto, é fundamental que as pesquisas sugeridas sejam acompanhadas e problematizadas
no que se refere a qualidade de dados e informações coletadas.

Unidade 6:
A proposta é discutir a importância do paisagismo urbano para o meio ambiente. Para isso, foi selecionado um
texto para ser ponto de partida da discussão. Para ampliar este trabalho de maneira interdisciplinar, planeje com o
professor de Biologia um dia de observação dos arredores da escola e registros em um caderno de campo das es-
pécies observadas. A construção de um caderno de campo é importante como uma etapa de registro de pesquisa
que pode ser ampliada em diálogo com o professor de Ciências.

Sugestão de cronograma bimestral (Volume 9 – Unidades 7 e 8)


Competências gerais
Unidade 7: 4, 8 e 9. Unidade 8: 4, 8 e 9.
Competências específicas de Linguagens
Unidade 7: 2. Unidade 8: 2, 8 e 9.
Competências específicas de Língua Portuguesa
Unidade 7: 2, 5 e 6. Unidade 8: 2, 5 e 6.
Objetivos de aprendizagem
Unidade 7: Unidade 8:
Conhecer e saber usar índice, sumário e índice Conhecer formas de organizar hierarquicamente e orga-
remissivo nizar documentos físicos e digitais
Compreender a função e interpretar o gênero textual Compreender a função do gênero textual discurso de
carta aberta formatura
Perceber como se constroem os argumentos no gênero Reconhecer características linguístico-discursivas do
carta aberta gênero lei
Reconhecer as características do gênero texto legal Compreender a função do gênero textual lei e interpretá-lo
Compreender a função e interpretar o gênero texto Identificar as orações intercaladas, reconhecendo a im-
legal portância da pontuação para a construção de sentidos
Identificar e perceber a função de orações subordina- Reconhecer, identificar e fazer uso de recursos de
das adjetivas e restritivas em textos progressão de um tema
Estudar a pontuação relacionada a esses casos e a Refletir sobre a colocação pronominal no português
regência dos pronomes relativos brasileiro, no âmbito da norma-padrão
Produzir uma carta aberta Produzir um discurso de formatura.
Campo de atuação
Unidade 7: Campo da vida pública Unidade 8: Campo da vida pública

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

CII Língua Portuguesa


Habilidades
Unidade 7: EF69LP32, EF89LP23, EF69LP13, Unidade 8: EF89LP17, EF69LP20, EF69LP27,
EF69LP15, EF69LP20, EF89LP20, EF69LP23, EF89LP20, EF69LP28, EF69LP09, EF09LP04,
EF69LP25, EF09LP09, EF09LP04, EF09LP11, EF89LP29, EF09LP10, EF89LP23 e EF69LP22.
EF89LP21 e EF69LP26.
Etapa 1 – Organização geral
Tema Contemporâneo Transversal (TCT)
Unidade 7: Multiculturalismo Unidade 8 : Mundo do trabalho
Pergunta orientadora
Unidade 7: Como construir um mundo mais justo e Unidade 8: Qual o futuro das profissões?
igualitário?
Tempo didático Tempo didático
Unidade 7 destinado ao traba- Unidade 8 destinado ao traba-
lho da seção lho da seção
Seção 1 4 aulas Seção 1 2 aulas
Diferenciar índice, sumário e Métodos de armazenamento
índice remissivo de informação
Objetos do conhecimento Objetos do conhecimento
Estratégias e procedimentos de leitura Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Relação do verbal com outras semioses
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Seção 2 10 aulas Seção 2 6 aulas
Objetos do conhecimento Objetos de conhecimento
Movimentos argumentativos e força dos argumentos Reconstrução do contexto de produção, circulação e
Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos legais e normativos
recepção de textos legais e normativos Estratégias e procedimentos de leitura em textos reivin-
Contexto de produção, circulação e recepção de textos dicatórios ou propositivos
e práticas relacionadas à defesa de direitos e à partici- Planejamento de textos de peças publicitárias de cam-
pação social panhas sociais
Relação entre contexto de produção e características Análise de textos legais/normativos, propositivos e
composicionais e estilísticas dos gêneros reivindicatórios
Apreciação e réplica
Estratégias e procedimentos de leitura em textos reivin-
dicatórios ou propositivos
Textualização, revisão e edição
Discussão oral
Seção 3 5 Aulas Seção 3 7 aulas
Objetos do conhecimento Objetos do conhecimento
Coesão Léxico – morfologia
Léxico – morfologia Coesão
Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe Textualização
Progressão temática
Seção 4 5 Aulas Seção 4 6 aulas
Objetos do conhecimento Objetos do conhecimento
Registro Movimentos argumentativos e força dos argumentos
Estratégia de produção: planejamento de textos reivin- Textualização, revisão e edição
dicatórios ou propositivos
Projeto Documentário 4 aulas Projeto Documentário 7 aulas
Objeto do conhecimento Objeto do conhecimento
Estratégias de produção: planejamento, textualização e Textualização, revisão e edição
revisão/edição

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Língua Portuguesa CIII


Etapa 2 – Avaliação
Avaliação Outras evidências possíveis de avaliação da
Diagnóstica: seção 1 aprendizagem
Registro de observação do material analisado na uni- O boxe Diálogos com História, presente na unidade
dade 7 7, pode resultar em um texto oral ou escrito, o qual
Formativa: seções 2 e 3 pode ser um instrumento avaliativo de práticas de
Comparação entre textos e Linguagem na prática pesquisa e produção textual.
Avaliação Somativa: seção 4
Produção textual Na unidade 8, o boxe Múltiplas leituras permite a
Autoavaliação avaliação de conteúdos atitudinais, por meio do envolvi-
Na unidade 8, é interessante avaliar as competências mento com a organização com Feira de Profissões.
argumentativas orais, explorando a atividade 6 da se-
ção 2. Durante as apresentações dos estudantes, faça
anotações sobre pontos de práticas de oralidade que
podem ser explorados na produção final.
Etapa 3 – Plano de trabalho
Unidade 7
Na seção 1, o procedimento elegido para compreender como a organização de um livro pode expor informações
relevantes que guiam uma leitura foi comparar a estrutura de índice, sumário e índice remissivo, destacando sua
importância como uma estratégia de leitura.
Tanto na seção 2, quanto na 4, para analisar os diferentes contextos de produção e circulação de gêneros distintos,
propomos uma comparação entre uma carta aberta e um texto legal, com a finalidade não só de estudar os objetos
mencionados, mas também para um estudo aprofundado dos gêneros. Sobre o texto jurídico é possível fazer um
levantamento prévio sobre a familiaridade da hierarquização do texto. Já sobre a carta aberta é fundamental chamar
atenção dos estudantes para os movimentos argumentativos.
Já na seção 3, a análise de recursos coesivos ganha destaque. Busque destacar a importância da coesão na cons-
trução da textualidade e solicite que os estudantes usem os recursos estudados em sua produção textual. Para o
desenvolvimento da seção 4, inicie retomando os aspectos estudados sobre o gênero carta aberta, na seção 2, e
recursos coesivos. Se julgar necessário, apoie-se nos itens da seção Retomar e Avançar ou Comparação entre textos.
Unidade 8
Na seção 1, o enfoque é analisar procedimentos de armazenamento de informações, prática importante para estu-
dos e para a finalização do projeto.
Na seção 2, para promover práticas de estudo dos objetos de conhecimento analisados, elegemos o trabalho
comparativo entre textos de diferentes gêneros para analisar a reconstrução do contexto de produção, circulação
e recepção de textos legais e normativos. Durante a comparação, é importante destacar as estratégias e procedi-
mentos de leitura em textos reivindicatórios ou propositivos, e contrastá-los com a precisão e impessoalidade de
textos legais.
Na seção 3, os recursos coesivos e a progressão temática ganham destaque nas análises linguísticas propostas. Para
isso, peça que os estudantes anotem em seus cadernos em destaque estratégias para utilizar em suas produções.
Na seção 4, o objetivo é produzir um discurso de formatura. Faça adaptações na proposta, de acordo com sua
realidade escolar. Para as turmas numerosas, uma estratégia para revisão textual é promover a leitura do discurso
entre os pares, ou seja, planejar uma aula em que o orador do grupo de trabalho passe ao menos em 3 grupos
distintos, realizando a leitura do discurso redigido. Enquanto isso ocorre, o restante dos integrantes estará ouvindo
e tomando notas da produção de outros colegas. Oriente que, ao escutar o discurso, façam registros, seguindo as
instruções do livro, e entregue ao orador antes de ele realizar a gravação.
Etapa 4 – Possibilidades de trabalho interdisciplinar
Unidade 7:
Boxe Diálogos com História: A proposta é realizar uma pesquisa bibliográfica sobre personalidades históricas
negras. Este trabalho pode ser ampliado juntamente com o professor de História, criando uma página online com
relatos de personalidades negras locais.
Bibliografia complementar: site Museu da Pessoa.

Unidade 8:
Boxe Diálogos com Matemática: Propõe a interpretação da leitura de gráficos, por meio de estratégias. Para
ampliar este trabalho, é interessante fazer uma curadoria de outros gráficos e propor uma leitura comparada, com
o objetivo de identificar as especificidades de cada formato de gráfico e sua eficiência para apresentar dados aos
leitores. Juntamente com o professor de Matemática, essa leitura pode ser aprofundada, despertando a criticidade
dos estudantes para variáveis presentes ou que se podem inferir dos dados.

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CIV Língua Portuguesa


Competências e habilidades da BNCC
Competências gerais da Educação Básica
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital
para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a
reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses,
formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das
diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar
de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora
e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que
levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que
lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício
da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias,
pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioam-
biental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana
e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o
respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, to-
mando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino


Fundamental
1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, re-
conhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e
identidades sociais e culturais.
2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos
da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e
colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
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Língua Portuguesa CV
3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e
digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos
e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.
4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando
criticamente frente a questões do mundo contemporâneo.
5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e cultu-
rais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como
participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à
diversidade de saberes, identidades e culturas.
6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, refle-
xiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes
linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino


Fundamental
1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contex-
tos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a
que pertencem.
2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atua-
ção da vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir
conhecimentos (inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social.
3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação
e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações,
experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.
4. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades lin-
guísticas e rejeitando preconceitos linguísticos.
5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequados à situação comunicativa,
ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual.
6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunica-
ção, posicionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos huma-
nos e ambientais.
7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos, valores e ideologias.
8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos pessoais (estu-
do, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.).
9. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição,
valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdi-
cas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência
com a literatura.
10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais para expandir as for-
mas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo e
realizar diferentes projetos autorais.

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CVI Língua Portuguesa


Habilidades de Língua „ (EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, con-
siderando sua adequação ao contexto produção e circula-
Portuguesa ção – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o
suporte, a circulação –, ao modo (escrito ou oral; imagem
„ (EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de dis-
estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou
cursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textu-
tipo de discurso e vislumbrando possibilidades de denún- alidade relacionada às propriedades textuais e do gênero),
cia quando for o caso. utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão,
„ (EF69LP02) Analisar e comparar peças publicitárias va- edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a
riadas (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e propagan- ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e
das em diferentes mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acrésci-
forma a perceber a articulação entre elas em campanhas, mos, reformulações, correções de concordância, ortografia,
as especificidades das várias semioses e mídias, a ade- pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros,
quação dessas peças ao público-alvo, aos objetivos do fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/ alte-
anunciante e/ou da campanha e à construção composi- rando efeitos, ordenamentos etc.
cional e estilo dos gêneros em questão, como forma de „ (EF69LP08) Revisar/editar o texto produzido – notícia,
ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –,
de textos pertencentes a esses gêneros. tendo em vista sua adequação ao contexto de produção,
„ (EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas a mídia em questão, características do gênero, aspectos
principais circunstâncias e eventuais decorrências; em relativos à textualidade, a relação entre as diferentes se-
reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática re- mioses, a formatação e uso adequado das ferramentas
tratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do
principais temas/subtemas abordados, explicações dadas caso) e adequação à norma culta.
ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em ti- „ (EF69LP09) Planejar uma campanha publicitária so-
rinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente. bre questões/problemas, temas, causas significati-
„ (EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que vas para a escola e/ou comunidade, a partir de um
fortalecem a persuasão nos textos publicitários, relacionan- levantamento de material sobre o tema ou evento, da defi-
do as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os nição do público-alvo, do texto ou peça a ser produzido –
recursos linguístico-discursivos utilizados, como imagens, cartaz, banner, folheto, panfleto, anúncio impresso e para
tempo verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etc., internet, spot, propaganda de rádio, TV etc. –, da ferramen-
com vistas a fomentar práticas de consumo conscientes. ta de edição de texto, áudio ou vídeo que será utilizada, do
„ (EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos recorte e enfoque a ser dado, das estratégias de persuasão
– tirinhas, charges, memes, gifs etc. –, o efeito de humor, que serão utilizadas etc.
ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de palavras, expres- „ (EF69LP10) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos,
sões ou imagens ambíguas, de clichês, de recursos icono- podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários,
gráficos, de pontuação etc. vlogs, jornais radiofônicos e televisivos, dentre outros pos-
„ (EF69LP06) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, síveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local
fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, ou global e textos orais de apreciação e opinião – podcasts
infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de lei- e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se
tor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção
global, textos de apresentação e apreciação de produção e demonstrando domínio dos gêneros.
cultural – resenhas e outros próprios das formas de ex- „ (EF69LP11) Identificar e analisar posicionamentos defendi-
pressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts dos e refutados na escuta de interações polêmicas em entre-
culturais, gameplay, detonado etc.– e cartazes, anúncios, vistas, discussões e debates (televisivo, em sala de aula, em
propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre redes sociais etc.), entre outros, e se posicionar frente a eles.
outros em várias mídias, vivenciando de forma significativa „ (EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento,
o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, elaboração, revisão, edição, reescrita/ redesign (esses três
de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vloguei- últimos quando não for situação ao vivo) e avaliação de
ro) etc., como forma de compreender as condições de pro- textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação
dução que envolvem a circulação desses textos e poder aos contextos em que foram produzidos, à forma composi-
participar e vislumbrar possibilidades de participação nas cional e estilo de gêneros, a clareza, progressão temática e
práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo variedade linguística empregada, os elementos relacionados
midiático de forma ética e responsável, levando-se em con- à fala, tais como modulação de voz, entonação, ritmo, altura
sideração o contexto da Web 2.0, que amplia a possibilida- e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos, tais
de de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor como postura corporal, movimentos e gestualidade signi-
e autor, de consumidor e produtor. ficativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.
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Língua Portuguesa CVII


„ (EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de con- pertinentes à sua implementação) e analisar efeitos de sen-
clusões comuns relativas a problemas, temas ou questões tido causados pelo uso de vocabulário técnico, pelo uso do
polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social. imperativo, de palavras e expressões que indicam circunstân-
„ (EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a aju- cias, como advérbios e locuções adverbiais, de palavras que
da dos colegas e dos professores, tema/questão polêmi- indicam generalidade, como alguns pronomes indefinidos, de
ca, explicações e ou argumentos relativos ao objeto de forma a poder compreender o caráter imperativo, coercitivo
discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes e generalista das leis e de outras formas de regulamentação.
diversas informações ou dados que permitam analisar par- „ (EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos vei-
tes da questão e compartilhá-los com a turma. culados em práticas não institucionalizadas de participa-
„ (EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos ção social, sobretudo àquelas vinculadas a manifestações
coerentes, respeitando os turnos de fala, na participação artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e
em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos. práticas próprias das culturas juvenis que pretendam de-
nunciar, expor uma problemática ou “convocar” para uma
„ (EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição
reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu
dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como
contexto de produção e relacionando as partes e semioses
notícias (pirâmide invertida no impresso X blocos noticiosos
presentes para a construção de sentidos.
hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também pode
contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações de „ (EF69LP22) Produzir, revisar e editar textos reivindica-
áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como artigos de tórios ou propositivos sobre problemas que afetam a vida
opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião escolar ou da comunidade, justificando pontos de vista, rei-
e uso de argumentos) e das entrevistas: apresentação e vindicações e detalhando propostas (justificativa, objetivos,
contextualização do entrevistado e do tema, estrutura per- ações previstas etc.), levando em conta seu contexto de
gunta e resposta etc. produção e as características dos gêneros em questão.
„ (EF69LP17) Perceber e analisar os recursos estilísticos e „ (EF69LP23) Contribuir com a escrita de textos normativos,
semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os aspec- quando houver esse tipo de demanda na escola – regimentos
tos relativos ao tratamento da informação em notícias, como e estatutos de organizações da sociedade civil do âmbito da
a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de atuação das crianças e jovens (grêmio livre, clubes de leitura,
imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em textos no- associações culturais etc.) – e de regras e regulamentos nos
ticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa, vários âmbitos da escola – campeonatos, festivais, regras de
número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêne- convivência etc., levando em conta o contexto de produção e
ros textuais (por exemplo, as formas de pretérito em relatos; as características dos gêneros em questão.
as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; „ (EF69LP24) Discutir casos, reais ou simulações, submeti-
as formas de imperativo em gêneros publicitários), o uso dos a juízo, que envolvam (supostos) desrespeitos a artigos,
de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos do ECA, do Código de Defesa do Consumidor, do Código
(como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções Nacional de Trânsito, de regulamentações do mercado pu-
metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de infor- blicitário etc., como forma de criar familiaridade com textos
mação) e as estratégias de persuasão e apelo ao consumo legais – seu vocabulário, formas de organização, marcas de
com os recursos linguístico-discursivos utilizados (tempo ver- estilo etc. –, de maneira a facilitar a compreensão de leis,
bal, jogos de palavras, metáforas, imagens). fortalecer a defesa de direitos, fomentar a escrita de textos
„ (EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argu- normativos (se e quando isso for necessário) e possibilitar
mentativos, recursos linguísticos que marquem as relações a compreensão do caráter interpretativo das leis e as várias
de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e opera- perspectivas que podem estar em jogo.
dores de conexão adequados aos tipos de argumento e à „ (EF69LP25) Posicionar-se de forma consistente e susten-
forma de composição de textos argumentativos, de maneira tada em uma discussão, assembleia, reuniões de colegiados
a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática da escola, de agremiações e outras situações de apresen-
nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primei- tação de propostas e defesas de opiniões, respeitando as
ro/segundo/terceiro lugar, finalmente, em conclusão” etc.). opiniões contrárias e propostas alternativas e fundamentan-
„ (EF69LP19) Analisar, em gêneros orais que envolvam ar- do seus posicionamentos, no tempo de fala previsto, valen-
gumentação, os efeitos de sentido de elementos típicos da do-se de sínteses e propostas claras e justificadas.
modalidade falada, como a pausa, a entonação, o ritmo, a „ (EF69LP26) Tomar nota em discussões, debates, palestras,
gestualidade e expressão facial, as hesitações etc. apresentação de propostas, reuniões, como forma de docu-
„ (EF69LP20) Identificar, tendo em vista o contexto de produ- mentar o evento e apoiar a própria fala (que pode se dar no
ção, a forma de organização dos textos normativos e legais, momento do evento ou posteriormente, quando, por exem-
a lógica de hierarquização de seus itens e subitens e suas plo, for necessária a retomada dos assuntos tratados em
partes: parte inicial (título – nome e data – e ementa), blo- outros contextos públicos, como diante dos representados).
cos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção), arti- „ (EF69LP27) Analisar a forma composicional de textos
gos (caput e parágrafos e incisos) e parte final (disposições pertencentes a gêneros normativos/ jurídicos e a gêneros
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CVIII Língua Portuguesa


da esfera política, tais como propostas, programas políticos gráfico, ilustração etc. – e, ao contrário, transformar o conte-
(posicionamento quanto a diferentes ações a serem pro- údo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etc. em
postas, objetivos, ações previstas etc.), propaganda políti- texto discursivo, como forma de ampliar as possibilidades
ca (propostas e sua sustentação, posicionamento quanto de compreensão desses textos e analisar as características
a temas em discussão) e textos reivindicatórios: cartas de das multissemioses e dos gêneros em questão.
reclamação, petição (proposta, suas justificativas e ações „ (EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em
a serem adotadas) e suas marcas linguísticas, de forma a vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar
incrementar a compreensão de textos pertencentes a esses notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens,
gêneros e a possibilitar a produção de textos mais adequa- quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo
dos e/ou fundamentados quando isso for requerido. ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise),
„ (EF69LP28) Observar os mecanismos de modalização mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado,
adequados aos textos jurídicos, as modalidades deônticas, como forma de possibilitar uma maior compreensão do tex-
que se referem ao eixo da conduta (obrigatoriedade/per- to, a sistematização de conteúdos e informações e um posi-
missibilidade) como, por exemplo: Proibição: “Não se deve cionamento frente aos textos, se esse for o caso.
fumar em recintos fechados.”; Obrigatoriedade: “A vida „ (EF69LP35) Planejar textos de divulgação científica, a
tem que valer a pena.”; Possibilidade: “É permitido a entra- partir da elaboração de esquema que considere as pes-
da de menores acompanhados de adultos responsáveis”, e quisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras
os mecanismos de modalização adequados aos textos po- ou de registros de experimentos ou de estudo de campo,
líticos e propositivos, as modalidades apreciativas, em que produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação
o locutor exprime um juízo de valor (positivo ou negativo) do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas,
acerca do que enuncia. Por exemplo: “Que belo discurso!”, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião,
“Discordo das escolhas de Antônio.”, “Felizmente, o bura- reportagem científica, verbete de enciclopédia, verbete de
co ainda não causou acidentes mais graves.”. enciclopédia digital colaborativa , infográfico, relatório, re-
„ (EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos lato de experimento científico, relato (multimidiático) de
de produção dos gêneros de divulgação científica – tex- campo, tendo em vista seus contextos de produção, que
to didático, artigo de divulgação científica, reportagem de podem envolver a disponibilização de informações e co-
divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e nhecimentos em circulação em um formato mais acessível
digital), esquema, infográfico (estático e animado), rela- para um público específico ou a divulgação de conheci-
tório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos mentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimen-
variados de divulgação científica etc. – e os aspectos re- tos científicos e estudos de campo realizados.
lativos à construção composicional e às marcas linguística „ (EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para
características desses gêneros, de forma a ampliar suas a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de
possibilidades de compreensão (e produção) de textos pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbe-
pertencentes a esses gêneros. te de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast
„ (EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteú- ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relató-
dos, dados e informações de diferentes fontes, levando em rio multimidiático de campo, dentre outros, considerando o
conta seus contextos de produção e referências, identifi- contexto de produção e as regularidades dos gêneros em
cando coincidências, complementaridades e contradições, termos de suas construções composicionais e estilos.
de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, „ (EF69LP37) Produzir roteiros para elaboração de vídeos
compreender e posicionar-se criticamente sobre os conte- de diferentes tipos (vlog científico, vídeo-minuto, progra-
údos e informações em questão. ma de rádio, podcasts) para divulgação de conhecimentos
„ (EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas – tais como “em científicos e resultados de pesquisa, tendo em vista seu
primeiro/segundo/terceiro lugar”, “por outro lado”, “dito contexto de produção, os elementos e a construção com-
de outro modo”, isto é”, “por exemplo” – para compre- posicional dos roteiros.
ender a hierarquização das proposições, sintetizando o „ (EF69LP38) Organizar os dados e informações pesqui-
conteúdo dos textos. sados em painéis ou slides de apresentação, levando em
„ (EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes conta o contexto de produção, o tempo disponível, as ca-
de fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.), avalian- racterísticas do gênero apresentação oral, a multissemiose,
do a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apre-
esquematicamente, com ajuda do professor, as informa- sentação, considerando também elementos paralinguísticos
ções necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de
ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos. estudos e pesquisas, no tempo determinado, a partir do
„ (EF69LP33) Articular o verbal com os esquemas, infográ- planejamento e da definição de diferentes formas de uso da
ficos, imagens variadas etc. na (re)construção dos sentidos fala – memorizada, com apoio da leitura ou fala espontânea.
dos textos de divulgação científica e retextualizar do dis- „ (EF69LP39) Definir o recorte temático da entrevista e o
cursivo para o esquemático – infográfico, esquema, tabela, entrevistado, levantar informações sobre o entrevistado e
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Língua Portuguesa CIX


sobre o tema da entrevista, elaborar roteiro de perguntas, regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de
realizar entrevista, a partir do roteiro, abrindo possibilidades organização de referências bibliográficas) em textos científi-
para fazer perguntas a partir da resposta, se o contexto cos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextu-
permitir, tomar nota, gravar ou salvar a entrevista e usar alidade e a retextualização ocorrem nesses textos.
adequadamente as informações obtidas, de acordo com os „ (EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, cul-
objetivos estabelecidos. turais e humanos e de diferentes visões de mundo, em
„ (EF69LP40) Analisar, em gravações de seminários, con- textos literários, reconhecendo nesses textos formas de
ferências rápidas, trechos de palestras, dentre outros, a estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, socie-
construção composicional dos gêneros de apresentação – dades e culturas e considerando a autoria e o contexto
abertura/saudação, introdução ao tema, apresentação do pla- social e histórico de sua produção.
no de exposição, desenvolvimento dos conteúdos, por meio „ (EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos
do encadeamento de temas e subtemas (coesão temática), pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de te-
síntese final e/ou conclusão, encerramento –, os elementos atro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comen-
paralinguísticos (tais como: tom e volume da voz, pausas e tário em blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias
hesitações – que, em geral, devem ser minimizadas –, modu- e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições,
lação de voz e entonação, ritmo, respiração etc.) e cinésicos espetáculos, CD’s, DVD’s etc.), diferenciando as sequências
(tais como: postura corporal, movimentos e gestualidade sig- descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros
nificativa, expressão facial, contato de olho com plateia, mo- que apoiam a escolha do livro ou produção cultural e consul-
dulação de voz e entonação, sincronia da fala com ferramenta tando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.
de apoio etc.), para melhor performar apresentações orais no „ (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento
campo da divulgação do conhecimento. de leitura/recepção de obras literárias/ manifestações ar-
„ (EF69LP41) Usar adequadamente ferramentas de apoio a tísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de
apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresenta-
de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ ções teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de
ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de forma vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais
adequada imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre
gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem
por slide, usando progressivamente e de forma harmônica estética e afetiva e justificando suas apreciações, escreven-
recursos mais sofisticados como efeitos de transição, slides do comentários e resenhas para jornais, blogs e redes so-
mestres, layouts personalizados etc. ciais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis,
„ (EF69LP42) Analisar a construção composicional dos tex- tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, tea-
tos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação de tro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines,
conhecimentos: título, (olho), introdução, divisão do texto fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto,
em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos, relações, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de
ou resultados complexos (fotos, ilustrações, esquemas, grá- apreciação e de manifestação da cultura de fãs.
ficos, infográficos, diagramas, figuras, tabelas, mapas) etc., „ (EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as
exposição, contendo definições, descrições, comparações, diferentes formas de composição próprias de cada gêne-
enumerações, exemplificações e remissões a conceitos e ro, os recursos coesivos que constroem a passagem do
relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de
título, contextualização do campo, ordenação temporal ou cada gênero para a caracterização dos cenários e dos per-
temática por tema ou subtema, intercalação de trechos ver- sonagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos
bais com fotos, ilustrações, áudios, vídeos etc. e reconhecer verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação
traços da linguagem dos textos de divulgação científica, fa- e das variedades linguísticas (no discurso direto, se hou-
zendo uso consciente das estratégias de impessoalização ver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo
da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferen-
e objetivos assim o demandarem, como em alguns pod- tes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco
casts e vídeos de divulgação científica), 3a pessoa, presente narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos
atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/ espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e
especializado etc., como forma de ampliar suas capacida- psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador,
des de compreensão e produção de textos nesses gêneros. de personagens em discurso direto e indireto), do uso de
„ (EF69LP43) Identificar e utilizar os modos de introdução de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e
outras vozes no texto – citação literal e sua formatação e pa- processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gra-
ráfrase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no maticais próprios a cada gênero narrativo.
texto a posição do autor e dos outros autores citados (“Se- „ (EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos
gundo X; De acordo com Y; De minha/nossa parte, penso/ pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, ri-
amos que”...) e os elementos de normatização (tais como as mas, aliterações etc.), semânticos (figuras de linguagem,
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por exemplo), gráfico- espacial (distribuição da mancha de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem
gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal. como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que
„ (EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela lei- convenham ao gênero poético e à situação de compartilha-
tura de livros de literatura e por outras produções cultu- mento em questão.
rais do campo e receptivo a textos que rompam com seu „ (EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da
universo de expectativas, que representem um desafio em interação entre os elementos linguísticos e os recursos pa-
relação às suas possibilidades atuais e suas experiências ralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as
anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do
em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estro-
orientações dadas pelo professor. fação, das rimas e de figuras de linguagem como as alite-
„ (EF69LP50) Elaborar texto teatral, a partir da adaptação de rações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a
romances, contos, mitos, narrativas de enigma e de aventura, postura corporal e a gestualidade, na declamação de poe-
novelas, biografias romanceadas, crônicas, dentre outros, indi- mas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros
cando as rubricas para caracterização do cenário, do espaço, em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sen-
do tempo; explicitando a caracterização física e psicológica tido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais
dos personagens e dos seus modos de ação; reconfigurando como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hi-
a inserção do discurso direto e dos tipos de narrador; explici- pérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos
tando as marcas de variação linguística (dialetos, registros e de sentido decorrentes do emprego de palavras e expres-
jargões) e retextualizando o tratamento da temática. sões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjeti-
vas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam
„ (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de plane-
como modificadores, percebendo sua função na caracteri-
jamento, textualização, revisão/ edição e reescrita, tendo em
zação dos espaços, tempos, personagens e ações próprios
vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos
de cada gênero narrativo.
textos pretendidos e as configurações da situação de produ-
ção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação „ (EF69LP55) Reconhecer as variedades da língua falada,
do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.
estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário. „ (EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de regras
„ (EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, con- e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita
siderando, na caracterização dos personagens, os aspectos nas quais ela deve ser usada.
linguísticos e paralinguísticos das falas (timbre e tom de voz, „ (EF67LP01) Analisar a estrutura e funcionamento dos hi-
pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades perlinks em textos noticiosos publicados na Web e vislum-
e registros linguísticos), os gestos e os deslocamentos no brar possibilidades de uma escrita hipertextual.
espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as „ (EF67LP02) Explorar o espaço reservado ao leitor nos
rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha jornais, revistas, impressos e on-­line, sites noticiosos etc.,
sonora e da exploração dos modos de interpretação. destacando notícias, fotorreportagens, entrevistas, charges,
„ (EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como assuntos, temas, debates em foco, posicionando-se de ma-
contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas neira ética e respeitosa frente a esses textos e opiniões a
líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capitu- eles relacionadas, e publicar notícias, notas jornalísticas, fo-
ladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de torreportagem de interesse geral nesses espaços do leitor.
maior extensão, como romances, narrativas de enigma, nar- „ (EF67LP03) Comparar informações sobre um mesmo fato
rativas de aventura, literatura infantojuvenil, – contar/recontar divulgadas em diferentes veículos e mídias, analisando e
histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, avaliando a confiabilidade.
contos de animais, contos de amor, contos de encantamento, „ (EF67LP04) Distinguir, em segmentos descontínuos de tex-
piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, ex- tos, fato da opinião enunciada em relação a esse mesmo fato.
pressando a compreensão e interpretação do texto por meio
„ (EF67LP05) Identificar e avaliar teses/opiniões/posiciona-
de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o
mentos explícitos e argumentos em textos argumentativos
ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto
(carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha críti-
pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais,
ca etc.), manifestando concordância ou discordância.
como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando
essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise poste- „ (EF67LP06) Identificar os efeitos de sentido provocados
rior, seja para produção de audiobooks de textos literários pela seleção lexical, topicalização de elementos e seleção
diversos ou de podcasts de leituras dramáticas com ou sem e hierarquização de informações, uso de 3a pessoa etc.
efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto „ (EF67LP07) Identificar o uso de recursos persuasivos
de forma livre quanto de forma fixa (como quadras, sone- em textos argumentativos diversos (como a elaboração do
tos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos, título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explici-
paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sen- tação ou a ocultação de fontes de informação) e perceber
tido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego seus efeitos de sentido.
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„ (EF67LP08) Identificar os efeitos de sentido devidos à es- persuasão e/ou convencimento e criando título ou slogan que
colha de imagens estáticas, sequenciação ou sobreposição façam o leitor motivar-se a interagir com o texto produzido
de imagens, definição de figura/fundo, ângulo, profundida- e se sinta atraído pelo serviço, ideia ou produto em questão.
de e foco, cores/tonalidades, relação com o escrito (rela- „ (EF67LP14) Definir o contexto de produção da entrevista
ções de reiteração, complementação ou oposição) etc. em (objetivos, o que se pretende conseguir, porque aquele entre-
notícias, reportagens, fotorreportagens, foto-denúncias, me- vistado etc.), levantar informações sobre o entrevistado e so-
mes, gifs, anúncios publicitários e propagandas publicados bre o acontecimento ou tema em questão, preparar o roteiro
em jornais, revistas, sites na internet etc. de perguntar e realizar entrevista oral com envolvidos ou es-
„ (EF67LP09) Planejar notícia impressa e para circulação em pecialistas relacionados com o fato noticiado ou com o tema
outras mídias (rádio ou TV/vídeo), tendo em vista as condi- em pauta, usando roteiro previamente elaborado e formulando
ções de produção, do texto – objetivo, leitores/espectadores, outras perguntas a partir das respostas dadas e, quando for o
veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do caso, selecionar partes, transcrever e proceder a uma edição
fato a ser noticiado (de relevância para a turma, escola ou escrita do texto, adequando-o a seu contexto de publicação, à
comunidade), do levantamento de dados e informações so- construção composicional do gênero e garantindo a relevância
bre o fato – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou das informações mantidas e a continuidade temática.
com especialistas, consultas a fontes, análise de documentos, „ (EF67LP15) Identificar a proibição imposta ou o direito ga-
cobertura de eventos etc.–, do registro dessas informações e rantido, bem como as circunstâncias de sua aplicação, em
dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar artigos relativos a normas, regimentos escolares, regimen-
etc. e a previsão de uma estrutura hipertextual (no caso de tos e estatutos da sociedade civil, regulamentações para o
publicação em sites ou blogs noticiosos). mercado publicitário, Código de Defesa do Consumidor, Có-
„ (EF67LP10) Produzir notícia impressa tendo em vista ca- digo Nacional de Trânsito, ECA, Constituição, dentre outros.
racterísticas do gênero – título ou manchete com verbo no „ (EF67LP16) Explorar e analisar espaços de reclamação de
tempo presente, linha fina (opcional), lide, progressão dada direitos e de envio de solicitações (tais como ouvidorias,
pela ordem decrescente de importância dos fatos, uso de 3a SAC, canais ligados a órgãos públicos, plataformas do con-
pessoa, de palavras que indicam precisão –, e o estabeleci- sumidor, plataformas de reclamação), bem como de textos
mento adequado de coesão e produzir notícia para TV, rádio pertencentes a gêneros que circulam nesses espaços, re-
e internet, tendo em vista, além das características do gênero, clamação ou carta de reclamação, solicitação ou carta de
os recursos de mídias disponíveis e o manejo de recursos de solicitação, como forma de ampliar as possibilidades de
captação e edição de áudio e imagem. produção desses textos em casos que remetam a reivin-
„ (EF67LP11) Planejar resenhas, vlogs, vídeos e podcasts va- dicações que envolvam a escola, a comunidade ou algum
riados, e textos e vídeos de apresentação e apreciação pró- de seus membros como forma de se engajar na busca de
prios das culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, solução de problemas pessoais, dos outros e coletivos.
fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), dentre outros, „ (EF67LP17) Analisar, a partir do contexto de produção, a
tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, forma de organização das cartas de solicitação e de reclama-
leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, ção (datação, forma de início, apresentação contextualizada
a partir da escolha de uma produção ou evento cultural para do pedido ou da reclamação, em geral, acompanhada de ex-
analisar – livro, filme, série, game, canção, videoclipe, fancli- plicações, argumentos e/ou relatos do problema, fórmula de
pe, show, saraus, slams etc. – da busca de informação sobre finalização mais ou menos cordata, dependendo do tipo de
a produção ou evento escolhido, da síntese de informações carta e subscrição) e algumas das marcas linguísticas relacio-
sobre a obra/evento e do elenco/seleção de aspectos, ele- nadas à argumentação, explicação ou relato de fatos, como
mentos ou recursos que possam ser destacados positiva ou forma de possibilitar a escrita fundamentada de cartas como
negativamente ou da roteirização do passo a passo do game essas ou de postagens em canais próprios de reclamações e
para posterior gravação dos vídeos. solicitações em situações que envolvam questões relativas à
escola, à comunidade ou a algum dos seus membros.
„ (EF67LP12) Produzir resenhas críticas, vlogs, vídeos, pod-
casts variados e produções e gêneros próprios das culturas „ (EF67LP18) Identificar o objeto da reclamação e/ou da soli-
juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, citação e sua sustentação, explicação ou justificativa, de forma
gameplay, detonado etc.), que apresentem/descrevam e/ou a poder analisar a pertinência da solicitação ou justificação.
avaliem produções culturais (livro, filme, série, game, can- „ (EF67LP19) Realizar levantamento de questões, proble-
ção, disco, videoclipe etc.) ou evento (show, sarau, slam mas que requeiram a denúncia de desrespeito a direitos,
etc.), tendo em vista o contexto de produção dado, as ca- reivindicações, reclamações, solicitações que contemplem a
racterísticas do gênero, os recursos das mídias envolvidas e comunidade escolar ou algum de seus membros e examinar
a textualização adequada dos textos e/ou produções. normas e legislações.
„ (EF67LP13) Produzir, revisar e editar textos publicitários, „ (EF67LP20) Realizar pesquisa, a partir de recortes e
levando em conta o contexto de produção dado, explorando questões definidos previamente, usando fontes indicadas
recursos multissemióticos, relacionando elementos verbais e e abertas.
visuais, utilizando adequadamente estratégias discursivas de „ (EF67LP21) Divulgar resultados de pesquisas por meio de
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apresentações orais, painéis, artigos de divulgação científi- de forma fixa (como quadras e sonetos), utilizando recur-
ca, verbetes de enciclopédia, podcasts científicos etc. sos visuais, semânticos e sonoros, tais como cadências,
„ (EF67LP22) Produzir resumos, a partir das notas e/ou es- ritmos e rimas, e poemas visuais e vídeo-poemas, explo-
quemas feitos, com o uso adequado de paráfrases e citações. rando as relações entre imagem e texto verbal, a distribui-
ção da mancha gráfica (poema visual) e outros recursos
„ (EF67LP23) Respeitar os turnos de fala, na participação
visuais e sonoros.
em conversações e em discussões ou atividades coletivas,
na sala de aula e na escola e formular perguntas coerentes e „ (EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica,
adequadas em momentos oportunos em situações de aulas, obedecendo as convenções da língua escrita.
apresentação oral, seminário etc. „ (EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.
„ (EF67LP24) Tomar nota de aulas, apresentações orais, „ (EF67LP34) Formar antônimos com acréscimo de prefi-
entrevistas (ao vivo, áudio, TV, vídeo), identificando e xos que expressam noção de negação.
hierarquizando as informações principais, tendo em vista „ (EF67LP35) Distinguir palavras derivadas por acréscimo
apoiar o estudo e a produção de sínteses e reflexões pes- de afixos e palavras compostas.
soais ou outros objetivos em questão.
„ (EF67LP36) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coe-
„ (EF67LP25) Reconhecer e utilizar os critérios de orga- são referencial (léxica e pronominal) e sequencial e outros
nização tópica (do geral para o específico, do específico recursos expressivos adequados ao gênero textual.
para o geral etc.), as marcas linguísticas dessa organização
„ (EF67LP37) Analisar, em diferentes textos, os efeitos de
(marcadores de ordenação e enumeração, de explicação,
definição e exemplificação, por exemplo) e os mecanismos sentido decorrentes do uso de recursos linguístico-discur-
de paráfrase, de maneira a organizar mais adequadamente sivos de prescrição, causalidade, sequências descritivas e
a coesão e a progressão temática de seus textos. expositivas e ordenação de eventos.
„ (EF67LP26) Reconhecer a estrutura de hipertexto em tex-
„ (EF67LP38) Analisar os efeitos de sentido do uso de fi-
tos de divulgação científica e proceder à remissão a concei- guras de linguagem, como comparação, metáfora, metoní-
tos e relações por meio de notas de rodapés ou boxes. mia, personificação, hipérbole, dentre outras.
„ (EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre es-
„ (EF06LP01) Reconhecer a impossibilidade de uma neu-
tes e outras manifestações artísticas (como cinema, teatro, tralidade absoluta no relato de fatos e identificar diferentes
música, artes visuais e midiáticas), referências explícitas graus de parcialidade/ imparcialidade dados pelo recorte
ou implícitas a outros textos, quanto aos temas, persona- feito e pelos efeitos de sentido advindos de escolhas fei-
gens e recursos literários e semióticos. tas pelo autor, de forma a poder desenvolver uma atitude
crítica frente aos textos jornalísticos e tornar-se consciente
„ (EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – se-
das escolhas feitas enquanto produtor de textos.
lecionando procedimentos e estratégias de leitura adequa-
dos a diferentes objetivos e levando em conta características „ (EF06LP02) Estabelecer relação entre os diferentes gêne-
dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos ros jornalísticos, compreendendo a centralidade da notícia.
populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e „ (EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre palavras
africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mi- de uma série sinonímica.
tos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, man- „ (EF06LP04) Analisar a função e as flexões de substantivos
gás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), e adjetivos e de verbos nos modos Indicativo, Subjuntivo e
vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando Imperativo: afirmativo e negativo.
avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências „ (EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos ver-
por gêneros, temas, autores.
bais, considerando o gênero textual e a intenção comunicativa.
„ (EF67LP29) Identificar, em texto dramático, personagem, „ (EF06LP06) Empregar, adequadamente, as regras de con-
ato, cena, fala e indicações cênicas e a organização do
cordância nominal (relações entre os substantivos e seus
texto: enredo, conflitos, ideias principais, pontos de vista,
determinantes) e as regras de concordância verbal (rela-
universos de referência.
ções entre o verbo e o sujeito simples e composto).
„ (EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos „ (EF06LP07) Identificar, em textos, períodos compostos por
populares, contos de suspense, mistério, terror, humor, nar-
orações separadas por vírgula sem a utilização de conectivos,
rativas de enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre
nomeando-os como períodos compostos por coordenação.
outros, que utilizem cenários e personagens realistas ou de
fantasia, observando os elementos da estrutura narrativa „ (EF06LP08) Identificar, em texto ou sequência textual, ora-
próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, perso- ções como unidades constituídas em torno de um núcleo
nagens, tempo, espaço e narrador, utilizando tempos ver- verbal e períodos como conjunto de orações conectadas.
bais adequados à narração de fatos passados, empregando „ (EF06LP09) Classificar, em texto ou sequência textual, os
conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma períodos simples compostos.
história e de inserir os discursos direto e indireto. „ (EF06LP10) Identificar sintagmas nominais e verbais
„ (EF67LP31) Criar poemas compostos por versos livres e como constituintes imediatos da oração.
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Língua Portuguesa CXIII


„ (EF06LP11) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos „ (EF07LP14) Identificar, em textos, os efeitos de sentido
linguísticos e gramaticais: tempos verbais, concordância do uso de estratégias de modalização e argumentatividade.
nominal e verbal, regras ortográficas, pontuação etc. „ (EF89LP01) Analisar os interesses que movem o campo
„ (EF06LP12) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão jornalístico, os efeitos das novas tecnologias no campo e
referencial (nome e pronomes), recursos semânticos de si- as condições que fazem da informação uma mercadoria,
nonímia, antonímia e homonímia e mecanismos de repre- de forma a poder desenvolver uma atitude crítica frente aos
sentação de diferentes vozes (discurso direto e indireto). textos jornalísticos.
„ (EF07LP01) Distinguir diferentes propostas editoriais – „ (EF89LP02) Analisar diferentes práticas (curtir, comparti-
sensacionalismo, jornalismo investigativo etc. –, de forma lhar, comentar, curar etc.) e textos pertencentes a diferentes
a identificar os recursos utilizados para impactar/chocar gêneros da cultura digital (meme, gif, comentário, charge
o leitor que podem comprometer uma análise crítica da digital etc.) envolvidos no trato com a informação e opinião,
notícia e do fato noticiado. de forma a possibilitar uma presença mais crítica e ética
„ (EF07LP02) Comparar notícias e reportagens sobre um nas redes.
mesmo fato divulgadas em diferentes mídias, analisando „ (EF89LP03) Analisar textos de opinião (artigos de opinião,
as especificidades das mídias, os processos de (re)elabo- editoriais, cartas de leitores, comentários, posts de blog e de
ração dos textos e a convergência das mídias em notícias redes sociais, charges, memes, gifs etc.) e posicionar-se de
ou reportagens multissemióticas. forma crítica e fundamentada, ética e respeitosa frente a fatos
„ (EF07LP03) Formar, com base em palavras primitivas, e opiniões relacionados a esses textos.
palavras derivadas com os prefixos e sufixos mais produ- „ (EF89LP04) Identificar e avaliar teses/opiniões/posiciona-
tivos no português. mentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-argu-
„ (EF07LP04) Reconhecer, em textos, o verbo como o nú- mentos em textos argumentativos do campo (carta de leitor,
cleo das orações. comentário, artigo de opinião, resenha crítica etc.), posicio-
„ (EF07LP05) Identificar, em orações de textos lidos ou nando-se frente à questão controversa de forma sustentada.
de produção própria, verbos de predicação completa e in- „ (EF89LP05) Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso,
completa: intransitivos e transitivos. em textos, de recurso a formas de apropriação textual (pa-
„ (EF07LP06) Empregar as regras básicas de concordância ráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).
nominal e verbal em situações comunicativas e na produ- „ (EF89LP06) Analisar o uso de recursos persuasivos em tex-
ção de textos. tos argumentativos diversos (como a elaboração do título,
„ (EF07LP07) Identificar, em textos lidos ou de produção escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a
própria, a estrutura básica da oração: sujeito, predicado, ocultação de fontes de informação) e seus efeitos de sentido.
complemento (objetos direto e indireto). „ (EF89LP07) Analisar, em notícias, reportagens e peças pu-
„ (EF07LP08) Identificar, em textos lidos ou de produção blicitárias em várias mídias, os efeitos de sentido devidos ao
própria, adjetivos que ampliam o sentido do substantivo tratamento e à composição dos elementos nas imagens em
sujeito ou complemento verbal. movimento, à performance, à montagem feita (ritmo, dura-
ção e sincronização entre as linguagens – complementari-
„ (EF07LP09) Identificar, em textos lidos ou de produção dades, interferências etc.) e ao ritmo, melodia, instrumentos
própria, advérbios e locuções adverbiais que ampliam o e sampleamentos das músicas e efeitos sonoros.
sentido do verbo núcleo da oração.
„ (EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras
„ (EF07LP10) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos lin-
mídias (rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as con-
guísticos e gramaticais: modos e tempos verbais, concor-
dições de produção do texto – objetivo, leitores/espec-
dância nominal e verbal, pontuação etc.
tadores, veículos e mídia de circulação etc. – a partir da
„ (EF07LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser foca-
própria, períodos compostos nos quais duas orações são do (de relevância para a turma, escola ou comunidade),
conectadas por vírgula, ou por conjunções que expressem do levantamento de dados e informações sobre o fato ou
soma de sentido (conjunção “e”) ou oposição de sentidos tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou
(conjunções “mas”, “porém”). com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de
„ (EF07LP12) Reconhecer recursos de coesão referencial: documentos, cobertura de eventos etc. –, do registro des-
substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou sas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens
pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, pos- a produzir ou a utilizar etc., da produção de infográficos,
sessivos, demonstrativos). quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso
„ (EF07LP13) Estabelecer relações entre partes do texto, a publicação em sites ou blogs noticiosos ou mesmo de
identificando substituições lexicais (de substantivos por sinô- jornais impressos, por meio de boxes variados).
nimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pes- „ (EF89LP09) Produzir reportagem impressa, com título,
soais, possessivos, demonstrativos), que contribuem para a linha fina (optativa), organização composicional (exposi-
continuidade do texto. tiva, interpretativa e/ou opinativa), progressão temática e
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CXIV Língua Portuguesa


uso de recursos linguísticos compatíveis com as escolhas e uma fala de encerramento para publicação da entrevis-
feitas e reportagens multimidiáticas, tendo em vista as ta isoladamente ou como parte integrante de reportagem
condições de produção, as características do gênero, os multimidiática, adequando-a a seu contexto de publicação
recursos e mídias disponíveis, sua organização hipertextu- e garantindo a relevância das informações mantidas e a
al e o manejo adequado de recursos de captação e edição continuidade temática.
de áudio e imagem e adequação à norma-padrão. „ (EF89LP14) Analisar, em textos argumentativos e propo-
„ (EF89LP10) Planejar artigos de opinião, tendo em vis- sitivos, os movimentos argumentativos de sustentação, re-
ta as condições de produção do texto – objetivo, leito- futação e negociação e os tipos de argumentos, avaliando
res/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a a força/tipo dos argumentos utilizados.
partir da escolha do tema ou questão a ser discutido(a), „ (EF89LP15) Utilizar, nos debates, operadores argumen-
da relevância para a turma, escola ou comunidade, do le- tativos que marcam a defesa de ideia e de diálogo com a
vantamento de dados e informações sobre a questão, de tese do outro: concordo, discordo, concordo parcialmente,
argumentos relacionados a diferentes posicionamentos do meu ponto de vista, na perspectiva aqui assumida etc.
em jogo, da definição – o que pode envolver consultas a „ (EF89LP16) Analisar a modalização realizada em textos
fontes diversas, entrevistas com especialistas, análise de noticiosos e argumentativos, por meio das modalidades
textos, organização esquemática das informações e argu- apreciativas, viabilizadas por classes e estruturas grama-
mentos – dos (tipos de) argumentos e estratégias que ticais como adjetivos, locuções adjetivas, advérbios, locu-
pretende utilizar para convencer os leitores. ções adverbiais, orações adjetivas e adverbiais, orações
„ (EF89LP11) Produzir, revisar e editar peças e campanhas relativas restritivas e explicativas etc., de maneira a perce-
publicitárias, envolvendo o uso articulado e complementar ber a apreciação ideológica sobre os fatos noticiados ou
de diferentes peças publicitárias: cartaz, banner, indoor, as posições implícitas ou assumidas.
folheto, panfleto, anúncio de jornal/revista, para internet, „ (EF89LP17) Relacionar textos e documentos legais e
spot, propaganda de rádio, TV, a partir da escolha da normativos de importância universal, nacional ou local que
questão/problema/causa significativa para a escola e/ou envolvam direitos, em especial, de crianças, adolescentes
a comunidade escolar, da definição do público-alvo, das e jovens – tais como a Declaração dos Direitos Humanos,
peças que serão produzidas, das estratégias de persuasão a Constituição Brasileira, o ECA –, e a regulamentação da
e convencimento que serão utilizadas. organização escolar – por exemplo, regimento escolar –, a
„ (EF89LP12) Planejar coletivamente a realização de um seus contextos de produção, reconhecendo e analisando
debate sobre tema previamente definido, de interes- possíveis motivações, finalidades e sua vinculação com ex-
se coletivo, com regras acordadas e planejar, em grupo, periências humanas e fatos históricos e sociais, como forma
participação em debate a partir do levantamento de infor- de ampliar a compreensão dos direitos e deveres, de fomen-
mações e argumentos que possam sustentar o posiciona- tar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela
mento a ser defendido (o que pode envolver entrevistas ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida
com especialistas, consultas a fontes diversas, o registro digna tanto quanto eu tenho).
das informações e dados obtidos etc.), tendo em vista as „ (EF89LP18) Explorar e analisar instâncias e canais de par-
condições de produção do debate – perfil dos ouvintes ticipação disponíveis na escola (conselho de escola, outros
e demais participantes, objetivos do debate, motivações colegiados, grêmio livre), na comunidade (associações,
para sua realização, argumentos e estratégias de con- coletivos, movimentos, etc.), no munícipio ou no país, in-
vencimento mais eficazes etc. e participar de debates cluindo formas de participação digital, como canais e plata-
regrados, na condição de membro de uma equipe de de- formas de participação (como portal e-cidadania), serviços,
batedor, apresentador/mediador, espectador (com ou sem portais e ferramentas de acompanhamentos do trabalho de
direito a perguntas), e/ou de juiz/avaliador, como forma políticos e de tramitação de leis, canais de educação polí-
de compreender o funcionamento do debate, e poder par- tica, bem como de propostas e proposições que circulam
ticipar de forma convincente, ética, respeitosa e crítica e nesses canais, de forma a participar do debate de ideias e
desenvolver uma atitude de respeito e diálogo para com propostas na esfera social e a engajar-se com a busca de
as ideias divergentes. soluções para problemas ou questões que envolvam a vida
„ (EF89LP13) Planejar entrevistas orais com pessoas liga- da escola e da comunidade.
das ao fato noticiado, especialistas etc., como forma de „ (EF89LP19) Analisar, a partir do contexto de produção, a
obter dados e informações sobre os fatos cobertos sobre o forma de organização das cartas abertas, abaixo-assinados
tema ou questão discutida ou temáticas em estudo, levan- e petições on-line (identificação dos signatários, explicita-
do em conta o gênero e seu contexto de produção, partin- ção da reivindicação feita, acompanhada ou não de uma
do do levantamento de informações sobre o entrevistado e breve apresentação da problemática e/ou de justificativas
sobre a temática e da elaboração de um roteiro de pergun- que visam sustentar a reivindicação) e a proposição, discus-
tas, garantindo a relevância das informações mantidas e a são e aprovação de propostas políticas ou de soluções para
continuidade temática, realizar entrevista e fazer edição problemas de interesse público, apresentadas ou lidas nos
em áudio ou vídeo, incluindo uma contextualização inicial canais digitais de participação, identificando suas marcas
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Língua Portuguesa CXV


linguísticas, como forma de possibilitar a escrita ou subscri- objetivos, informações principais para apoio ao estudo e
ção consciente de abaixo-assinados e textos dessa nature- realizando, quando necessário, uma síntese final que des-
za e poder se posicionar de forma crítica e fundamentada taque e reorganize os pontos ou conceitos centrais e suas
frente às propostas. relações e que, em alguns casos, seja acompanhada de
„ (EF89LP20) Comparar propostas políticas e de solução de reflexões pessoais, que podem conter dúvidas, questiona-
problemas, identificando o que se pretende fazer/implemen- mentos, considerações etc.
tar, por que (motivações, justificativas), para que (objetivos, „ (EF89LP29) Utilizar e perceber mecanismos de progres-
benefícios e consequências esperados), como (ações e pas- são temática, tais como retomadas anafóricas (“que, cujo,
sos), quando etc. e a forma de avaliar a eficácia da propos- onde”, pronomes do caso reto e oblíquos, pronomes de-
ta/solução, contrastando dados e informações de diferentes monstrativos, nomes correferentes etc.), catáforas (reme-
fontes, identificando coincidências, complementaridades e tendo para adiante ao invés de retomar o já dito), uso de
contradições, de forma a poder compreender e posicionar- organizadores textuais, de coesivos etc., e analisar os me-
-se criticamente sobre os dados e informações usados em canismos de reformulação e paráfrase utilizados nos textos
fundamentação de propostas e analisar a coerência entre os de divulgação do conhecimento.
elementos, de forma a tomar decisões fundamentadas. „ (EF89LP30) Analisar a estrutura de hipertexto e hiperlinks
„ (EF89LP21) Realizar enquetes e pesquisas de opinião, de em textos de divulgação científica que circulam na Web e
forma a levantar prioridades, problemas a resolver ou pro- proceder à remissão a conceitos e relações por meio de links.
postas que possam contribuir para melhoria da escola ou „ (EF89LP31) Analisar e utilizar modalização epistêmica,
da comunidade, caracterizar demanda/necessidade, docu- isto é, modos de indicar uma avaliação sobre o valor de
mentando-a de diferentes maneiras por meio de diferen- verdade e as condições de verdade de uma proposição,
tes procedimentos, gêneros e mídias e, quando for o caso, tais como os asseverativos – quando se concorda com (“re-
selecionar informações e dados relevantes de fontes perti- almente, evidentemente, naturalmente, efetivamente, claro,
nentes diversas (sites, impressos, vídeos etc.), avaliando a certo, lógico, sem dúvida” etc.) ou discorda de (“de jeito
qualidade e a utilidade dessas fontes, que possam servir de nenhum, de forma alguma”) uma ideia; e os quase-asse-
contextualização e fundamentação de propostas, de forma verativos, que indicam que se considera o conteúdo como
a justificar a proposição de propostas, projetos culturais e quase certo (“talvez, assim, possivelmente, provavelmente,
ações de intervenção. eventualmente”).
„ (EF89LP22) Compreender e comparar as diferentes po- „ (EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes
sições e interesses em jogo em uma discussão ou apre- do uso de mecanismos de intertextualidade (referências,
sentação de propostas, avaliando a validade e força dos alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses
argumentos e as consequências do que está sendo pro- textos literários e outras manifestações artísticas (cine-
posto e, quando for o caso, formular e negociar propostas ma, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos
de diferentes naturezas relativas a interesses coletivos en- temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o texto
volvendo a escola ou comunidade escolar. original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto,
„ (EF89LP23) Analisar, em textos argumentativos, reivindi- vídeos-minuto, vidding, dentre outros.
catórios e propositivos, os movimentos argumentativos uti- „ (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender
lizados (sustentação, refutação e negociação), avaliando a – selecionando procedimentos e estratégias de leitura
força dos argumentos utilizados. adequados a diferentes objetivos e levando em conta ca-
„ (EF89LP24) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte racterísticas dos gêneros e suportes – romances, contos
das questões, usando fontes abertas e confiáveis. contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, ro-
mances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas
„ (EF89LP25) Divulgar o resultado de pesquisas por meio visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de sus-
de apresentações orais, verbetes de enciclopédias colabo- pense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema
rativas, reportagens de divulgação científica, vlogs científi- concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avalia-
cos, vídeos de diferentes tipos etc. ção sobre o texto lido e estabelecendo preferências por
„ (EF89LP26) Produzir resenhas, a partir das notas e/ou gêneros, temas, autores.
esquemas feitos, com o manejo adequado das vozes envol- „ (EF89LP34) Analisar a organização de texto dramático
vidas (do resenhador, do autor da obra e, se for o caso, tam- apresentado em teatro, televisão, cinema, identificando
bém dos autores citados na obra resenhada), por meio do e percebendo os sentidos decorrentes dos recursos lin-
uso de paráfrases, marcas do discurso reportado e citações. guísticos e semióticos que sustentam sua realização como
„ (EF89LP27) Tecer considerações e formular problema- peça teatral, novela, filme etc.
tizações pertinentes, em momentos oportunos, em situa- „ (EF89LP35) Criar contos ou crônicas (em especial, líri-
ções de aulas, apresentação oral, seminário etc. cas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e
„ (EF89LP28) Tomar nota de videoaulas, aulas digitais, de ficção científica, dentre outros, com temáticas próprias
apresentações multimídias, vídeos de divulgação científi- ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituin-
ca, documentários e afins, identificando, em função dos tes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros
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CXVI Língua Portuguesa


narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, diferenciando coordenação de subordinação.
ferramentas de escrita colaborativa. „ (EF08LP12) Identificar, em textos lidos, orações subordi-
„ (EF89LP36) Parodiar poemas conhecidos da literatura e nadas com conjunções de uso frequente, incorporando-as
criar textos em versos (como poemas concretos, ciberpo- às suas próprias produções.
emas, haicais, liras, microrroteiros, lambe-lambes e outros „ (EF08LP13) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso
tipos de poemas), explorando o uso de recursos sonoros de recursos de coesão sequencial: conjunções e articula-
e semânticos (como figuras de linguagem e jogos de pala- dores textuais.
vras) e visuais (como relações entre imagem e texto verbal „ (EF08LP14) Utilizar, ao produzir texto, recursos de co-
e distribuição da mancha gráfica), de forma a propiciar esão sequencial (articuladores) e referencial (léxica e
diferentes efeitos de sentido. pronominal), construções passivas e impessoais, discurso
„ (EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de fi- direto e indireto e outros recursos expressivos adequados
guras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, ali- ao gênero textual.
teração, assonância, dentre outras. „ (EF08LP15) Estabelecer relações entre partes do texto,
„ (EF08LP01) Identificar e comparar as várias editorias de identificando o antecedente de um pronome relativo ou o
jornais impressos e digitais e de sites noticiosos, de forma a referente comum de uma cadeia de substituições lexicais.
refletir sobre os tipos de fato que são noticiados e comenta- „ (EF08LP16) Explicar os efeitos de sentido do uso, em
dos, as escolhas sobre o que noticiar e o que não noticiar e textos, de estratégias de modalização e argumentatividade
o destaque/enfoque dado e a fidedignidade da informação. (sinais de pontuação, adjetivos, substantivos, expressões
„ (EF08LP02) Justificar diferenças ou semelhanças no tra- de grau, verbos e perífrases verbais, advérbios etc.).
tamento dado a uma mesma informação veiculada em tex- „ (EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de
tos diferentes, consultando sites e serviços de checadores notícias falsas nas redes sociais e desenvolver estraté-
de fatos. gias para reconhecê-las, a partir da verificação/avaliação
„ (EF08LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista do veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL,
o contexto de produção dado, a defesa de um ponto de da análise da formatação, da comparação de diferentes
vista, utilizando argumentos e contra-argumentos e arti- fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a fi-
culadores de coesão que marquem relações de oposição, dedignidade do relato dos fatos e denunciam boatos etc.
contraste, exemplificação, ênfase. „ (EF09LP02) Analisar e comentar a cobertura da imprensa
„ (EF08LP04) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos lin- sobre fatos de relevância social, comparando diferentes
guísticos e gramaticais: ortografia, regências e concordâncias enfoques por meio do uso de ferramentas de curadoria.
nominal e verbal, modos e tempos verbais, pontuação etc. „ (EF09LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o
„ (EF08LP05) Analisar processos de formação de palavras contexto de produção dado, assumindo posição diante de
por composição (aglutinação e justaposição), apropriando-se tema polêmico, argumentando de acordo com a estrutura
de regras básicas de uso do hífen em palavras compostas. própria desse tipo de texto e utilizando diferentes tipos
„ (EF08LP06) Identificar, em textos lidos ou de produção pró- de argumentos – de autoridade, comprovação, exemplifi-
pria, os termos constitutivos da oração (sujeito e seus mo- cação, princípio etc.
dificadores, verbo e seus complementos e modificadores). „ (EF09LP04) Escrever textos corretamente, de acordo
„ (EF08LP07) Diferenciar, em textos lidos ou de produção com a norma-padrão, com estruturas sintáticas complexas
própria, complementos diretos e indiretos de verbos transiti- no nível da oração e do período.
vos, apropriando-se da regência de verbos de uso frequente. „ (EF09LP05) Identificar, em textos lidos e em produ-
„ (EF08LP08) Identificar, em textos lidos ou de produção ções próprias, orações com a estrutura sujeito-verbo de
própria, verbos na voz ativa e na voz passiva, interpretan- ligação-predicativo.
do os efeitos de sentido de sujeito ativo e passivo (agente „ (EF09LP06) Diferenciar, em textos lidos e em produções
da passiva). próprias, o efeito de sentido do uso dos verbos de ligação
„ (EF08LP09) Interpretar efeitos de sentido de modificado- “ser”, “estar”, “ficar”, “parecer” e “permanecer”.
res (adjuntos adnominais – artigos definido ou indefinido, „ (EF09LP07) Comparar o uso de regência verbal e regên-
adjetivos, expressões adjetivas) em substantivos com fun- cia nominal na norma-padrão com seu uso no português
ção de sujeito ou de complemento verbal, usando-os para brasileiro coloquial oral.
enriquecer seus próprios textos. „ (EF09LP08) Identificar, em textos lidos e em produções
„ (EF08LP10) Interpretar, em textos lidos ou de produção próprias, a relação que conjunções (e locuções conjunti-
própria, efeitos de sentido de modificadores do verbo (ad- vas) coordenativas e subordinativas estabelecem entre as
juntos adverbiais – advérbios e expressões adverbiais), orações que conectam.
usando-os para enriquecer seus próprios textos. „ (EF09LP09) Identificar efeitos de sentido do uso de orações
„ (EF08LP11) Identificar, em textos lidos ou de produ- adjetivas restritivas e explicativas em um período composto.
ção própria, agrupamento de orações em períodos, „ (EF09LP10) Comparar as regras de colocação pronominal
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Língua Portuguesa CXVII


na norma-padrão com o seu uso no português brasileiro Uma obra para escritores que desejam usar a pontuação
coloquial. a serviço de suas criações. Para isso, o autor apresenta
„ (EF09LP11) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso a pontuação como uma forma de arte e, com analogias e
de recursos de coesão sequencial (conjunções e articula- metáforas, mostra um instrumento alternativo para o ensi-
dores textuais). no de pontuação na escrita.
„ (EF09LP12) Identificar estrangeirismos, caracterizando- „ MOREIRA, Marco A.; MASINI, Elcie F. S. Aprendizagem
-os segundo a conservação, ou não, de sua forma gráfica significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Cen-
de origem, avaliando a pertinência, ou não, de seu uso. tauro, 2001.
Os autores explicam a teoria cognitiva da aprendizagem
Obras para pesquisa significativa, preconizada pelo psicólogo da educação es-
tadunidense David Ausubel (1968), apresentando exem-
e consulta plos de utilização da teoria e modelos de planejamento.
„ NONATO, Symaira et al. Juventude(s), escola e políticas
„ BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se
públicas: módulo 2. UFMG, 2014. Disponível em: livro.
faz. São Paulo: Loyola, 2010.
page/75V6MPG184LP. Acesso em: 16 ago. 2022.
O autor contextualiza as etapas da pesquisa escolar, des-
Curso de atualização a distância elaborado para professores
de o projeto até o produto final, e demonstra como é pos-
da rede pública e ministrado por pesquisadores da UFMG.
sível, em Língua Portuguesa, propor pesquisas para a
explicação de fenômenos linguísticos. „ POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na es-
cola. Campinas, SP: Mercado de Letras/Associação de
„ BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Normas
Leitura do Brasil, 1996.
sobre computação na Educação Básica: complemento
à BNCC. Brasília, DF: CNE, 2022. Disponível em: livro. Partindo da polêmica em torno de se ensinar ou não a nor-
page/73V6MPG183LP. Acesso em: 14 ago. 2022. ma-padrão na escola, o autor defende que não há dúvidas
a respeito da necessidade de se ensinar, sobretudo para as
A normativa, publicada em fevereiro de 2022, é uma
classes menos favorecidas. Partindo dessa premissa, o au-
complementação à BNCC e abarca habilidades específicas
tor questiona o como se ensina, e não o objeto de ensino.
para serem desenvolvidas na Educação Básica ligadas à
computação. „ ROSENBERG, Marshal. Comunicação não violenta. São
Paulo: Ágora, 2006.
„ COMPETÊNCIAS socioemocionais como fator de
O livro propõe as bases para estabelecer relações interpes-
„ proteção à saúde mental e ao bullying. Base Nacional soais de forma não violenta, com empatia e cooperação.
Comum Curricular, [2019?]. Disponível em: livro.
page/74V6MPG183LP. Acesso em: 11 ago. 2022. „ WOLF, Maryanne. O cérebro no mundo digital: os desa-
fios da leitura na nossa era. São Paulo: Contexto, 2019.
A página aborda de forma detalhada as habilidades so-
cioemocionais dispostas nas competências da BNCC a Em forma de cartas ao leitor, a neurocientista estaduni-
serem desenvolvidas ao longo da Educação Básica, em dense aborda as transformações que o processo de leitu-
todas as áreas de conhecimento, de modo transdisciplinar. ra está sofrendo na era digital e mostra perspectivas de
trabalho nesse contexto, sem descartar o livro.
„ LUKERMAN, Noah. A arte da pontuação. São Paulo:
Martins Fontes, 2011.

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CXVIII Língua Portuguesa


Referências Bibliográficas Comentadas

„ ABDALA JUNIOR, Benjamin. Introdução à análise de despertar a reflexão para fenômenos linguísticos
da narrativa. São Paulo: Scipione, 1995. reais e atividades epilinguísticas, que permitem a
O autor analisa a composição do texto narrativo com inferência intuitiva dos padrões para a construção
base no estabelecimento de categorias, tais como das normas.
tensão narrativa, projeções da história no discurso „ BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: BA-
narrativo, pessoa e personagem, espaço e ambiente KHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Pau-
e tempos da narrativa. lo: Martins Fontes, 2003.
„ ABE, Stephanie K. Conheça a história e a impor- A origem da teoria dos gêneros do discurso é apre-
tância do Estatuto da Criança e do Adolescente. sentada pelo filósofo russo como adendo do livro Es-
Cenpec, 1 jul. 2020. Disponível em: livro.page/ tética da criação verbal, em 1979, e se disseminou
76V6MPG185LP. Acesso em: 25 ago. 2022 entre os linguistas, fundamentando a abordagem de
Nessa série comemorativa dos 30 anos do ECA, ensino de produção textual.
publicada em 2020, são apresentados dados que „ BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portugue-
comprovam a importância desse estatuto para a ga- sa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
rantia dos direitos das crianças e dos adolescentes Um dos mais renomados gramaticistas brasileiros,
no Brasil. Bechara expõe nessa gramática a abordagem das
„ ALCALDE, Emerson (org.). Negritude. São Paulo: regras à luz da teoria funcionalista, ou seja, do uso
Autonomia Literária, 2019. (Coleção Slam). que os falantes fazem da língua.
Dez autores de poesia para slam, de diversos locais „ BENVENISTE, Émile. Problemas de linguística geral
do Brasil, publicam seus poemas sobre a temática do II. Campinas, SP: Pontes, 1989.
racismo, a partir de suas vivências. Um dos precursores dos estudos linguísticos na pers-
„ ARAÚJO, Ulisses F. Autogestão na sala de aula: as pectiva enunciativa, o francês Émile Benveniste apre-
assembleias escolares. São Paulo: Summus, 2015. senta, nessa obra, reflexões sobre o papel do ser
No processo de construção de uma escola demo- humano na linguagem, problematizando a linguística
crática, as assembleias escolares são instrumentos em sua vertente formalista.
que permitem a participação dos estudantes e fa- „ BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de
zem valer sua voz. Esse livro aborda o processo e ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1985.
os procedimentos de funcionamento de fóruns e as- O livro abarca uma série de estratégias práticas
sembleias escolares. para planejar o ensino-aprendizagem, organizar
„ AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss. São aprendizagens, incentivar a participação da turma
Paulo: Publifolha, 2014. e melhorar a comunicação em sala de aula, desen-
Essa gramática enfatiza o funcionamento da língua volver atitudes científicas nos estudantes e avaliar
em suas diferentes formas de realização, destacando as aprendizagens.
a variação e as mudanças como elementos constitu- „ BRANDÃO, Helena N. (org.). Gêneros do discurso
tivos do fenômeno linguístico. na escola. São Paulo: Cortez, 2011.
„ BACICH, Lilian; GAROFALO, Débora. Um olhar para Diversos autores contextualizam os gêneros conto
a aprendizagem socioemocional no STEAM. In: BA- popular, mito indígena, romance de cordel, textos
CICH, Lilian; HOLANDA, Leandro (org.). STEAM em políticos e de divulgação científica e, por meio de
sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2020. p. 177. exemplos, os analisam quanto a construção compo-
STEAM é a abreviação de Science, Technology, Engi- sicional, estilo e repertório.
neering, Art and Mathematics. Trata-se de uma abor- „ BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
dagem que integra essas áreas de conhecimento Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Matrizes de refe-
para propor uma aprendizagem que valorize o pen- rência de língua portuguesa e matemática do Saeb:
samento crítico, a criatividade, a colaboração e a documento de referência do ano de 2001. Brasília,
comunicação. DF: Inep, 2020.
„ BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do portu- O documento apresenta os descritores de Língua
guês brasileiro. São Paulo: Parábola, 2012. Portuguesa e Matemática que orientam a prova do
A obra se propõe a analisar a gramática por meio Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
dos usos do português brasileiro, com o objetivo (Saeb).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa CXIX


„ BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na- „ BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION. Aprendizagem ba-
cional, LDB. 9394/1996. Disponível em: livro.pa- seada em projetos: guia para professores de Ensino
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Marco importante na legislação educacional brasileira, Desenvolvido de forma clara e prática, o guia aborda
a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) regulamenta a orga- as etapas para a criação e o planejamento de proje-
nização da Educação Básica no Brasil à luz dos direi- tos de sucesso, desde o estabelecimento do propó-
tos constitucionais. sito, passando pela definição da questão orientadora,
„ BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional co- pelo mapeamento e pela gestão do projeto, finalizan-
mum curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponí- do em formas de avaliação com base no desenvolvi-
vel em: livro.page/78V6MPG187LP. Acesso em: 11 mento de rubricas.
ago. 2022. „ CANDIDO, Antonio. O estudo analítico do poema.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apre- São Paulo: Humanitas, 2006.
senta um conjunto de habilidades e competências O livro traz a teoria apresentada em um curso de Teo-
a serem desenvolvidas nas diversas áreas de conhe- ria Literária ministrado pelo consagrado autor brasi-
cimento ao longo de cada ano da Educação Bási- leiro em 1963, com base na análise de poemas de
ca. O documento tem como objetivo orientar, como Manuel Bandeira, que apresenta versos fixos e livres.
uma base comum, o desenvolvimento dos currículos „ CARVALHO, Robson dos S. Ensinar a ler, aprender
regionais, para proporcionar qualidade igualitária da a avaliar: avaliação diagnóstica das habilidades de
educação no Brasil. leitura. São Paulo: Parábola, 2018.
„ BRASIL. Ministério da Educação. Temas Por meio da análise das habilidades da Base Nacional
contemporâneos transversais na BNCC: Comum Curricular (BNCC) à luz da linguística textual,
contexto histórico e pressupostos pedagógicos. o autor propõe uma forma de realizar a avaliação
Brasília, DF: MEC, 2019. Disponível em: livro. diagnóstica dessas habilidades dos estudantes.
page/79V6MPG188LP. Acesso em: 1 jul. 2022. „ CASTILHO, Ataliba T. Nova gramática do português
O documento apresenta um histórico da abordagem brasileiro. São Paulo: Contexto, 2012.
e da definição dos temas transversais que orientam o Essa gramática tem seus fundamentos na teoria mul-
desenvolvimento dos currículos ao longo do tempo, tissistêmica proposta pelo autor, de cunho funcionalis-
para, em seguida, apresentar os Temas Contempo- ta-cognitivista, que defende que, ao falar ou escrever,
râneos Transversais (TCT) vigentes atualmente, que o indivíduo aciona uma série de enredamentos com-
abarcam as modificações sociais e tecnológicas do plexos que não podem ser dissociados nos estudos
mundo contemporâneo. gramaticais: são articulados. Assim, léxico, semântica,
„ BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Edu- gramática e discurso devem ser analisados de forma
cação Fundamental. Parâmetros curriculares nacio- conjunta nos fenômenos linguísticos.
nais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamen- „ CASTRO, Claudio de M. Você sabe estudar? Quem
tal: língua portuguesa. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. sabe, estuda menos e aprende mais. Porto Alegre:
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são Penso, 2015.
uma coleção de documentos lançados pelo Ministé- Segundo o autor, o livro é um compêndio de estratégias
rio da Educação a partir do final da década de 1990. de estudo que envolvem a preparação do ambiente, a
Eles indicavam a grade curricular das instituições de organização do tempo, bons hábitos de estudo, técnicas
ensino, assim como norteavam as atividades em sala para entender a matéria e não a esquecer e estratégias
de aula. O volume destinado ao terceiro e ao quarto para a realização de avaliações sem nervosismo. Ao final
ciclo do Ensino Fundamental tratava da etapa hoje do guia, o autor apresenta referências de pesquisas me-
chamada de anos finais do Ensino Fundamental. todologicamente sólidas sobre o assunto, que embasam
„ BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. a elaboração de seu texto.
Estatuto do idoso: lei federal no 10.741, de 1 de ou- „ CASTRO, Tamara. Vamos criar podcasts? Cenpec,
tubro de 2003. Brasília, DF: SEDH, 2004. 7 jul. 2021. Disponível em: livro.page/80V6MP-
O Estatuto do Idoso assegura os direitos de pessoas G190LP. Acesso em: 17 maio 2022.
com idade igual ou superior a 60 anos. A sequência didática apresenta diversos recursos
„ BRONCKART, Jean-Paul.  Atividade de linguagem, para a abordagem e a produção de um podcast com
textos e discursos: por um interacionismo sociodis- a turma.
cursivo. São Paulo: Editora da PUC-SP, EDUC, 1999. „ COHEN, Elizabeth G.; LOTAN, Rachel. Planejando o
Para esse autor, a atividade de linguagem tem relação trabalho em grupo: estratégias para salas de aula
com o funcionamento psíquico do indivíduo e orienta heterogêneas. Porto Alegre: Penso, 2017.
suas ações. A obra apresenta textos que evidenciam As autoras apresentam o trabalho em grupo
essa teoria. como estratégia pedagógica de preparação dos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

CXX Língua Portuguesa


estudantes para a cooperação e o desenvolvi- „ DISCINI, Norma. Comunicação nos textos. São Pau-
mento da linguagem. Para tanto, aborda questões lo: Contexto, 2005.
socioemocionais e ferramentais envolvidas no pla- Partindo de análise de textos diversos, a obra se pro-
nejamento e na realização de uma proposta de tra- põe a descrever mecanismos de construção de senti-
balho em grupo, bem como seu acompanhamento do nos textos. O ensaio analítico é priorizado ao longo
e avaliação. da obra.
„ COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literá- „ DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros orais
ria na escola. São Paulo: Global, 2007. e escritos na escola. Campinas, SP: Mercado de Le-
A partir de suas experiências como pesquisadora tras, 2004.
em Barcelona, a autora faz uma reflexão sobre o pa- Nesse livro são abordadas propostas de planejamento
pel da literatura hoje, no espaço escolar. Um ponto e prática de produções textuais orais e escritas emba-
importante da discussão é quanto a literatura deve sadas na teoria dos gêneros.
ser vinculada ao prazer durante o processo de for- „ DOLZ-MESTRE, Joaquim; BUENO, Luzia. Gêneros
mação de leitor. orais e gêneros produzidos na interface escrito-o-
„ COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e práti- ral: o discurso de formatura no ensino fundamen-
ca. São Paulo: Contexto, 2009. tal e sua contribuição para o letramento escolar. In:
A partir das especificidades do letramento literário, BUENO, L. Bueno; COSTA-HÜBES, Terezinha da C.
o autor propõe diferentes sequências para aproximar Gêneros orais no ensino. Campinas, SP: Mercado
os jovens estudantes das práticas de leitura. de Letras, 2015. p. 117-137.
„ COSTA, Sérgio R. Dicionário de gêneros textuais. Os autores abordam o discurso de formatura en-
Belo Horizonte: Autêntica: 2008. quanto gênero oral planejado e estruturado, para
O autor dá explicações sobre a abrangência de diver- o qual poderiam ser organizadas sequências di-
sos gêneros textuais, de A a Z. dáticas destinadas ao desenvolvimento de suas
„ CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do partes, contribuindo assim para o letramento dos
português contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, estudantes.
2014. „ DUTRA, Lenise R.; COELHO, Marcos A. P.; CAMPOS,
Nessa gramática, os autores buscaram descrever o Eleonora T. Crônica: nos limites da literatura. In: Cír-
português contemporâneo com o objetivo de levar culo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísti-
em conta as normas vigentes dentro de seu vasto cos, 16, 2012, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro:
domínio geográfico. Além disso, a obra é um guia CiFEFiL, 2012. Disponível em: livro.page/82V6MP-
para a expressão oral e escrita, dentro da noção de G192LP. Acesso em: 13 ago. 2022.
que o português “correto” seria aquele em que o fa- Nesse artigo, os autores apresentam uma breve histó-
lante se exprime com a maior simplicidade possível ria da crônica e discutem a abrangência desse gênero
e com a necessária inteligibilidade. na literatura.
„ CUNHA, Maria A. F. da; SOUZA, Maria M. de. Tran- „ EVARISTO, Marcela C. O cordel em sala de aula. In:
sitividade e seus contextos de uso. São Paulo: Cor- BRANDÃO, Helena N. (org.). Gêneros do discurso na
tez, 2011. escola. São Paulo: Cortez, 2011.
As autoras apresentam análises e reflexões sobre a A autora mostra um panorama da história do cor-
transitividade no português brasileiro por meio de del, as características do gênero e seu contexto de
exemplos práticos, à luz da teoria funcionalista. produção.
„ DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Neide Luzia; JO- „ FÁVERO, Leonor Lopes. A entrevista na fala e na
VER-FALEIROS, Rita. Leitura e literatura na escola. escrita. In: PRETI, D. (org.). Fala e escrita em ques-
São Paulo, Parábola, 2013. tão. Projetos Paralelos NURC/SP. São Paulo: Huma-
Trata-se de uma coletânea de textos de diferentes nitas/FFLCH/USP, 2000. p. 79-97.
autores que buscam tematizar propostas metodoló- A autora aborda as características interacionais da
gicas e sequências didáticas acerca da leitura literá- entrevista escrita e falada, com discussão teórica e
ria na escola. exemplos de entrevistas orais reais.
„ DIONÍSIO, Maria de Lourdes. Comunidades de leito- „ FELTRAN, Regina C. de S.; FILHO, Antônio F. Estudo
res. Glossário Ceale, [2014?]. Disponível em: livro. do meio. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.).
page/81V6MPG191LP. Acesso em: 11 ago. 2022. Técnicas de ensino: por que não? Campinas, SP:
Esse verbete escrito em linguagem simples e direta Papirus, 1991. p. 115-129.
faz parte de um glossário com foco em termos de al- Nesse capítulo do livro, os autores discutem o papel
fabetização e leitura redigido por importantes pesqui- do estudo do meio para a formação dos estudantes
sadores brasileiros. da Educação Básica, como método de pesquisa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa CXXI


„ FERRAREZI JUNIOR, Celso. O estudo dos verbos na „ INSTITUTO CHOQUE CULTURAL. Ferramentas
Educação Básica. São Paulo: Contexto, 2014. pedagógicas. Disponível em: livro.
O livro apresenta métodos para abordar os verbos a page/83V6MPG194LP. Acesso em: 13 ago. 2022.
partir de seu uso no cotidiano. O site da ONG apresenta diversas ferramentas peda-
„ FILATRO, Andrea; CAVALCANTI, Carolina C. Meto- gógicas para o trabalho com a arte na escola, em uma
dologias inovativas na educação presencial, a dis- perspectiva interativa e próxima dos estudantes.
tância e corporativa. São Paulo: Saraiva, 2018. „ JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do
As autoras abordam conceitos de diversas metodo- saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
logias de aprendizagem – ativas, imersivas, analíticas Essa obra é uma das pioneiras nos estudos sobre
e ágeis – e apresentam estudos de caso sobre cada interdisciplinaridade. Baseado no método científico,
uma delas, com comentários técnicos sobre sua apli- o autor cria categorias como: disciplinaridade, mul-
cabilidade nas aulas. tidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisci-
plinaridade e transdisciplinaridade. Apesar de suas
„ FIORIN, José L. Figuras de retórica. São Paulo: Con- colocações ainda serem pertinentes, elas vêm sendo
texto, 2014. atualizadas.
O autor aborda as figuras de linguagem em uma „ JOSÉ MORAN – EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA.
perspectiva enunciativa, apoiado nos estudos mais Disponível em: livro.page/84V6MPG194LP. Acesso
recentes sobre retórica. em: 10 fev. 2022.
„ GANCHO, Cândida V. Como analisar narrativas. São O site traz textos, workshop, vídeos e palestras de José
Paulo: Ática, 2006. Moran, professor, pesquisador, conferencista e mentor
A análise da narrativa literária é realizada através da de projetos de transformação na educação, com ênfase
definição de elementos – enredo, personagem, tem- em metodologias ativas, modelos híbridos e tecnolo-
po, espaço, ambiente e narrador – inseridos em um gias digitais.
tipo de discurso. „ JUBRAN, Clélia S. (org.). A construção do texto fala-
„ GARCIA, Marilene S. dos S.; CZESZAK, Wanderlucy. do. São Paulo: Contexto, 2019.
Curadoria educacional: práticas pedagógicas para Diversos autores contribuem para esclarecer o que
tratar (o excesso de) informação e fake news em é texto falado, os processos comuns a esse tipo de
sala de aula. São Paulo: Editora Senac São Paulo, texto – como repetição, correção, parafraseamento,
2020. parentetização, tematização, rematização e referen-
As autoras explicam o termo curadoria e o inserem ciação – e os marcadores discursivos.
no contexto educacional para, então, apresentar me- „ KOCH, Ingedore G. V. A coesão textual. São Paulo:
todologias ativas e curadoria para trabalhar com os Contexto, 2013.
estudantes temáticas diversas relacionadas a fake A autora aborda os elementos que constituem a coe-
news e ao excesso de informação. são textual e desvela nos textos os conectivos, os
processos de ordenação e de retomada do tema, os
„ GERALDI, João Wanderley. Linguagem e ensino:
tempos verbais, entre outros.
exercícios de militância e divulgação. Campinas,
SP: Mercado de Letras/Associação de Leitura do „ KOCH, Ingedore G. V. Argumentação e linguagem.
Brasil, 1996. São Paulo: Cortez, 2006.
Dividido em três partes, o livro aborda questões A autora apresenta a relação entre discurso e ar-
gumentação, expõe a complexidade das relações
teóricas e práticas ligadas ao trabalho com leitura,
textuais e reflete sobre ensino e leitura de textos
linguagem e produção textual na sala de aula. Desta-
argumentativos.
camos a última parte, que apresenta análises basea-
das em produções de estudantes. „ KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do
texto. São Paulo: Cortez, 2018.
„ GRANERO, Vic V. Como usar o teatro na sala de
Por meio do aparato teórico da linguística textual, a
aula. São Paulo: Contexto, 2011.
autora expõe estudos desenvolvidos no Instituto de
A obra apresenta um aparato teórico e prático sobre Estudos da Linguagem da Unicamp sobre os proces-
como o teatro pode ser utilizado na sala de aula. sos e as estratégias de produção de sentidos ativa-
„ GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons e ritmos. São dos pelos interlocutores nas situações de produção
Paulo: Ática, 2006. (Série Princípios). e compreensão de textos.
A obra aborda o estudo do poema desde sua leitura, „ KOCH, Ingedore G. V. Introdução à linguística tex-
passando pelo ritmo, sistema de metrificação, regula- tual: trajetória e grandes temas. São Paulo: Con-
ridade dos versos, estrofação, rimas, figuras de lingua- texto, 2015.
gem de efeito sonoro, níveis de interpretação, entre O livro aborda as premissas dos estudos de lin-
outros recursos. guística textual, definindo, assim, seu surgimento,
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CXXII Língua Portuguesa


principais objetos de estudo, formas de articulação no universo didático, apontando caminhos para o en-
textual, estratégias textual-discursivas de construção sino e a abordagem gramatical da língua falada.
de sentido, as marcas de articulação na progressão „ LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Iri-
textual, a intertextualidade e os gêneros do discurso. neu da Costa. São Paulo: Editora 34, 1999.
No final da obra, a autora reflete sobre o futuro da
O filósofo apresenta, de forma clara e didática, defi-
linguística textual.
nições e reflexões sobre o tema da cibercultura – li-
„ KOCH, Ingedore G. V.; BENTES, Anna C.; CAVAL- gada ao surgimento da internet – e suas implicações
CANTE, Mônica M. Intertextualidade: diálogos pos- nos campos político, educacional, social, legal, entre
síveis. São Paulo: Cortez, 2012. outros.
As autoras constroem o conceito de intertextualidade
em seu senso estrito e amplo, abordando sua inter- „ LUFT, Celso P. Dicionário prático de regência verbal.
secção com a polifonia, a meta e a hipertextualidade. São Paulo: Ática, 2010.
O autor abre a obra com explicações sobre o con-
„ KOCH, Ingedore G. V.; ELIAS, Vanda M. Escrever e
argumentar. São Paulo: Contexto, 2017. ceito de regência verbal e seus padrões básicos e,
na sequência, dicionariza os usos de diversos verbos
Nessa obra, as autoras definem texto e exploram os
para a consulta de suas regências.
elementos relacionados à argumentação: operadores
argumentativos, progressão temática e articulado- „ LUFT, Celso P. Dicionário prático de regência nomi-
res argumentativos. Além disso, expõem estratégias nal. São Paulo: Ática, 2010.
para iniciar, desenvolver e concluir uma argumenta- O autor abre a obra com explicações sobre o con-
ção, com atenção para o estabelecimento de coerên- ceito de regência nominal e seus padrões básicos e,
cia entre essas partes. na sequência, dicionariza os usos de diversos nomes
„ KOCH, Ingedore G. V.; ELIAS, Vanda M. Ler e com- para a consulta de suas regências.
preender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, „ MACEDO, Bianca R. B. et al. O gênero carta de so-
2014. licitação no âmbito educacional para o âmbito so-
O livro apresenta estudos e reflexões das autoras so- cial. SynThesis – Revista Digital FAPAM, Pará de
bre os processos de leitura e produção textual, pro- Minas, v. 8, n. 8, 163-177, dez. 2017. Disponí-
pondo estratégias para a prática docente. vel em: livro.page/85V6MPG197LP. Acesso em: 17
„ KOCH, Ingedore G. V.; ELIAS, Vanda M. Ler e es- maio 2022.
crever: estratégias de produção textual. São Paulo: Nesse artigo, os autores apresentam uma discussão
Contexto, 2009. sobre a função social das cartas de solicitação e a
Em uma abordagem teórica voltada para os pressu- importância de seu ensino significativo na escola.
postos da linguística textual, as autoras propõem di- „ MACHADO, Anna R. Resumo. São Paulo: Parábola,
versas práticas de análise e produção de textos orais 2004. 
e escritos, com desafios de coerência, coesão refe-
rencial e intertextualidade, levando a uma reflexão A obra busca apresentar o gênero e suas caracte-
sobre a progressão textual. rísticas  principais, por meio de exemplos e ques-
tões reflexivas que servem de guia na produção de
„ KOCH, Ingedore G. V.; TRAVAGLIA, Luiz C. A coe-
resumos.
rência textual. São Paulo: Contexto, 2013.
Os autores exploram os fatores que definem a coe- „ MARCO HAURÉLIO [Marco Haurélio Fernandes Fa-
rência em um texto; entre eles, o repertório e o co- rias]. Antologia do cordel brasileiro. São Paulo: Glo-
nhecimento linguístico. bal, 2012.
„ LEIBRUDER, Ana P. O discurso de divulgação cien- Uma seleção de cordéis de cordelistas de diferentes
tífica. In: BRANDÃO, Helena Nagamine (org.). Gê- gerações que mostra a diversidade dessa literatura
neros do discurso na escola. São Paulo: Cortez, no Brasil. Ilustrado por Erivaldo, artista consagrado
2011. p. 231-256. da xilogravura.
Nesse texto, a autora destrincha a linguagem comum „ MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Ma-
aos textos de divulgação científica: sua nem sempre ria. Metodologia do trabalho científico: procedi-
formalidade, objetividade factual, proximidade com o mentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e
leitor e recursos linguísticos mais utilizados. relatório, publicações e trabalhos científicos. São
„ LEITE, Marli Q. (org.). Oralidade e ensino. São Pau- Paulo: Atlas, 2011.
lo: FFLCH-USP, 2020. (Projetos Paralelos – NURC/ O livro orienta a função social e a estruturação de
SP, v. 14). gêneros ligados à produção do conhecimento cientí-
O volume 14 da coleção ligada ao projeto Nurc/SP, fico, como projetos de pesquisa, resumos científicos,
que investiga a língua falada, apresenta reflexões de trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses
diversos linguistas sobre o tratamento da oralidade e relatórios de campo, entre outros.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa CXXIII


„ MARCUSCHI, Luiz A. Oralidade e escrita. Signótica, gráficos e explica como essa forma de representa-
Goiânia, v. 9, p. 119-145, 1997. ção se configura no Brasil, discutindo metodologia,
O autor reflete sobre a importância de considerar a aplicações, sintaxe e morfologia dos infográficos.
prática discursiva como uma prática social, confir- „ NEVES, Maria H. de M. A gramática do português re-
mando a premissa de que é impossível realizar aná- velada em textos. São Paulo: Editora Unesp, 2018.
lises comparativas entre língua oral e língua escrita A obra traz exemplos textuais diversos que são analisa-
apenas com base no código linguístico. dos pela autora, com a finalidade de destacar recursos
„ MARCUSCHI, Luiz A. Produção textual, análise de linguísticos que constroem sentido em diferentes situa-
gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. ções comunicativas.
Essa obra de Marcuschi sugere um amplo e profun- „ NEVES, Maria H. de M. O funcionamento da lingua-
do trabalho com a referenciação. Ao longo do livro, gem e a gramática da língua: uma visão funcional
o autor discute o conceito de texto e mostra como a da gramática. In: NEVES, Maria H. de M. A gramática
referenciação garante um dos fatores de textualida- passada a limpo: conceitos, análises e parâmetros.
de, a coesão textual. São Paulo: Parábola, 2012.
„ MARINHO, Ana C.; PINHEIRO, Hélder. O cordel no Esse capítulo do livro apresenta conceitos e com-
cotidiano escolar. São Paulo: Cortez, 2012. preensões sobre a gramática emergente dos usos
A obra apresenta metodologias para um trabalho en- linguísticos – portanto, de vertente funcionalista.
volvente para despertar o gosto dos jovens estudan- „ NEVES, Maria H. de M. Que gramática estudar na
tes pela leitura de cordéis. escola? São Paulo: Contexto, 2015.
„ MARTINS, Jorge Santos. O trabalho com projetos A obra promove uma reflexão sobre a necessidade
de pesquisa: do Ensino Fundamental ao Ensino de uma gramática escolar que contemple não ape-
Médio. Campinas, SP: Papirus, 2001. nas a taxonomia, mas também legitime o uso efetivo
Uma proposta prática de trabalho com projetos de da língua.
pesquisa, detalhando uma forma de propor pesquisa „ PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como cons-
aos estudantes e buscar seu engajamento. truir o projeto político pedagógico da escola. São
„ MEDINA, Jorge L. B. Gêneros jornalísticos: repen- Paulo: ­Cortez/Instituto Paulo Freire, 2001.
sando a questão. SymposiuMI, Recife, ano 5, n. 1, O autor parte das teorias de Paulo Freire para pro-
jan./jun. 2001. Disponível em: livro.page/86V6MP- por que os planejamentos presentes em uma escola,
G199LP. Acesso em: 13 ago. 2021. seja no nível institucional, seja no da sala de aula,
Nesse artigo, o jornalista discute a dificuldade de reafirmem suas práticas culturais e políticas, crian-
tipificar e classificar os gêneros jornalísticos por se- do espaços de interlocução e construção de metas
rem manifestações culturais dinâmicas, sempre em educacionais.
transformação. O autor se embasa em teorias que „ PERELMAN, Chaïm; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie.
vão de Platão a Mikhail Bakhtin, Derrida e José Mar- Tratado de argumentação: a nova retórica. São
ques de Melo. Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.
„ MENDONÇA, Márcia R. de S. Um gênero quadro a O livro é considerado o prógono da Nova Retóri-
quadro: a história em quadrinhos. In: DIONÍSIO, A. P.; ca, que aborda o tratamento da argumentação na
BEZERRA, M. A.; MACHADO, A. R. Gêneros textuais modernidade.
e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. „ PEROBELLI, Roberto; CORREIA, Bianca da Silva. A
A autora apresenta abordagens de ensino de histó- pressuposição em manchete e a leitura crítica em
rias em quadrinhos e mostra sua abrangência para foco. Disponível em: livro.page/87V6MPG200LP.
a aprendizagem da oralidade e da escrita, passando Acesso em: 31 jan. 2022.
também pelo processo de desenvolvimento das HQs O artigo apresenta uma problematização em rela-
na mídia escrita. ção às manchetes de notícias: embora ainda não haja
„ MORAES, Ary. Design de notícias: a acessibilidade consenso, as características estáveis de sua estrutura
do cotidiano. São Paulo: Blucher, 2015. discursiva sugerem que ela seja um gênero textual
A obra apresenta a história, conceitos e processos do independente.
design na produção de discursos jornalísticos, volta- „ PERRENOUD, Philippe. A formação dos professores
dos para o engajamento do público leitor. Trata-se, no século XXI. In: PERRENOUD, Philippe; THURLER,
portanto, de um olhar semiótico para os gêneros jor- ­Monica Gather. As competências para ensinar no
nalísticos contemporâneos. século XXI. Porto Alegre: Artmed, 2007. p. 11-33.
„ MORAES, Ary. Infografia: história e projeto. São Nesse capítulo, Perrenoud retoma as reflexões sobre
Paulo: Blucher, 2013. o papel do professor no contexto atual e expõe os
Escrito por um titulado mestre no assunto, o livro desafios para a manutenção de uma educação pauta-
aborda a história do registro de informações em da em valores de democracia e autonomia.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

CXXIV Língua Portuguesa


„ PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à com análises de práticas multiletradas para serem
regularização das aprendizagens – entre duas ló- aplicadas em sala de aula.
gicas. Porto Alegre, Artmed, 1998. „ ROSSATO, Luciano A.; LÉPORE, Paulo E. Estatuto
A obra traz uma discussão essencial para as práticas da Criança e do Adolescente: comentado artigo
de ensino e aprendizagem, destacando o papel da por artigo. São Paulo: Saraiva, 2017.
avaliação nesses processos. Os autores comentam os artigos do ECA pela pers-
„ PETIT, Michèle. Os jovens e a leitura: uma nova pers- pectiva dos direitos humanos, abordando também
pectiva. São Paulo: Editora 34, 2009. assuntos polêmicos que circundam os direitos das
A autora analisa a realidade francesa e propõe a re- crianças e dos adolescentes.
flexão de que a leitura é uma habilidade que adquire „ ROUXEL, Annie et al. (org.). Leitura subjetiva e ensi-
diferentes sentidos em locais diversos. Por meio de no de literatura. São Paulo: Alameda, 2013.
depoimentos de professores, bibliotecários e jovens, Trata-se de uma coletânea de textos que foram apre-
é possível reconhecer nos tempos atuais a importân- sentados no colóquio “Sujeitos leitores e ensino
cia dos livros para a construção da subjetividade e da literatura”, na cidade de Rennes, na França, em
da consciência coletiva. 2004. A seleção dos textos na versão brasileira bus-
„ PINTO, Maria Rosário de Fátima. Catalogação de ca trazer exemplos de práticas de leitura e, também,
folhetos de cordel. Rio de Janeiro: Funarte, 2002. teorias que destacam a subjetividade leitora, nas in-
Disponível em: livro.page/88V6MPG201LP. Acesso terações leitor-obra.
em: 17 maio 2022. „ RUSSELL, Michael K.; AIRASIAN, Peter W. Avaliação
A publicação cataloga a literatura de cordel por meio em sala de aula: conceitos e aplicações. Tradução
de folhetos coletados em pesquisas de campo e de Marcelo de Abreu Almeida. 7. ed. Porto Alegre:
doados pelos próprios cordelistas. No acervo há cor- AMGH, 2014.
déis raros e antigos, datados de 1908. Escrito por professores do Boston College, o livro apre-
„ POSSENTI, Sírio. Notas sobre língua, texto e discur- senta conceitos e práticas de avaliação em sala de aula,
so. In: BRAIT, Beth; SOUZA-E-SILVA, Maria C. (org.). considerando diagnóstico, processo, formação, desem-
Texto ou discurso? São Paulo: Contexto, 2012. penho e nota.
Diversos autores refletem sobre as diferenças e pro- „ SAMAIN, Etienne (org.). Como pensam as imagens.
ximidades entre os conceitos de texto e de discurso. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2012.
„ POUND, Ezra. Abc da literatura. São Paulo: Cultrix, Diversos autores discutem as representações e os
2014. sentidos das imagens em sua essência e na perspec-
O poeta discute o conceito de literatura e formas tiva do leitor.
para desenvolver a sensibilidade interpretativa para „ SANT’ANNA, Affonso R. Paródia, paráfrase & cia.
a captação do que é essencial nos textos literários. São Paulo: Ática, 1998.
„ RAMA, Angela; VERGUEIRO, Waldomiro. Como usar O autor explica de forma concisa os conceitos de pa-
as histórias em quadrinhos na sala de aula. São ródia e de paráfrase, apontando a intertextualidade
Paulo: Contexto, 2012. presente nesses fenômenos.
O livro propõe diversas estratégias para uma abor- „ SANTOS, Leonor W.; RICHE, Rosa C.; TEIXEIRA, Cláu-
dagem interdisciplinar das histórias em quadrinhos, dia S. Análise e produção de textos. São Paulo: Con-
além de apresentar a história do desenvolvimento texto, 2015.
das HQs. As autoras propõem uma reflexão sobre a prática tex-
„ ROJO, Roxane. Textos multimodais. Glossário Ceale, tual em Língua Portuguesa no Ensino Fundamental,
[s.d.]. Disponível em: livro.page/89V6MPG202LP. abordando tipologias e gêneros textuais, leitura de tex-
Acesso em: 24 maio 2022. tos escritos e orais e atenção para a análise linguística.
O Glossário Ceale, elaborado pelo Centro de Alfa- „ SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho cien-
betização, Leitura e Escrita da Universidade Fede- tífico. São Paulo: Cortez, 2013.
ral de Minas Gerais, foi idealizado para professores O livro apresenta um compêndio de métodos de estu-
da Educação Básica e tem como objetivo apresentar do que precedem a investigação científica e prepara
verbetes ligados a esses campos de atuação, de for- os estudantes para o rigor requerido por ela. A obra
ma didática e referenciada, escritos por professores também dispõe de um guia estrutural e composicional
universitários e outros estudiosos e pesquisadores dos gêneros científicos mais recorrentes.
de todo o Brasil, referências nos temas.
„ SILVEIRA, Cláudio de Carvalho et al. Fundamentos
„ ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo (org.). Multiletra- da Educação 4. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ,
mentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012. 2009. v. 1.
A professora Roxane Rojo contextualiza a Pedagogia Diversos autores discorrem sobre a cultura e o coti-
dos Multiletramentos, e diversos autores contribuem diano escolar, a sala de aula e a ética na educação.
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Língua Portuguesa CXXV


„ SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma pers- „ VEIGA, Ilma P. A. In: VEIGA, Ilma P. A. (org.). Técni-
pectiva social. São Paulo: Ática, 1993. cas de ensino: por que não? Campinas, SP: Papirus,
A autora discute a linguagem em uma perspectiva in- 1991. p. 103-113.
clusiva, que reflete sobre as necessidades do ensino Nesse capítulo, o seminário é abordado não como
diante das diferentes realidades socioeconômicas. suporte, mas como gênero contextualizado com ob-
„ SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: jetivos investigativos e de resolução de problemas.
Artmed, 1998. „ VIEIRA, Miguel H. B. Origens do miniconto brasilei-
A autora espanhola apresenta nesse livro diversas ro contemporâneo. Língua & Literatura, Frederico
estratégias para o trabalho com a leitura na sala de ­Westphalen, v. 17, n. 28, p. 66-80, ago. 2015. Dis-
aula, para os estudantes desenvolverem a compreen- ponível em: livro.page/90V6MPG205LP. Acesso em:
são e a interpretação de textos de forma autônoma. 13 ago. 2022.
„ SQUARISI, Dad. 50 dicas para uso da pontuação. Nesse artigo, o professor de teoria literária apresen-
São Paulo: Saraiva, 2021. ta os marcos do miniconto no Brasil e infere indí-
A professora e escritora aborda diversos contex- cios de seu surgimento no país, passando por sua
tos que causam dúvidas quanto ao uso da pontua- caracterização.
ção e que podem ser usados como desafios aos „ WIGGINS, Grant; MCTIGHE, Jay. Planejamento para a
estudantes. compreensão: alinhando currículo, avaliação e ensi-
„ SQUARISI, Dad. 50 dicas para o uso da crase. São no por meio do planejamento reverso. Porto Alegre:
Paulo: Saraiva, 2021. Penso, 2019.
Nesse livro, a autora apresenta a regra básica da cra- Os autores explicam a lógica do planejamento rever-
se, com exemplos, e esclarece dúvidas comuns so- so, apresentando um caminho claro para a criação de
bre o tema. um currículo que garanta uma aprendizagem melhor
„ TEPERMAN, Ricardo. Se liga no som: as transfor- e uma experiência mais estimulante para estudantes
mações do rap no Brasil. São Paulo: Claro Enigma, e professores.
2015. „ WINGS, Jeannette. Pensamento computacional. Re-
A história do rap, desde seu surgimento até a che- vista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia,
gada ao Brasil, com ênfase nas transformações pelas Ponta Grossa, v. 9, n. 2, maio/ago. 2016. Disponível
quais o gênero passou no país. São abordados tam- em: livro.page/91V6MPG205LP. Acesso em: 6 jun.
bém aspectos estruturais do gênero e a linguagem 2022.
poética. O artigo apresenta as premissas do pensamento
„ VALENTE, Mariana G. V. et al. A liberdade de ex- computacional, como a habilidade analítica tanto no
pressão e as novas mídias. São Paulo: Perspectiva, desenvolvimento de programas de máquinas quanto
2020. na resolução de problemas reais.
O livro aborda os desafios de estabelecer um limi- „ ZABALA, A. Como trabalhar os conteúdos procedi-
te entre a liberdade de expressão e os discursos de mentais em aula. Porto Alegre: Artmed, 1999.
ódio no contexto das redes sociais. Nessa obra, o autor analisa a prática educativa em
„ VARGAS, Maria V. Verbo e práticas discursivas. São seu viés didático e metodológico, buscando refletir
Paulo: Contexto, 2011. sobre a função social do ensino e os processos de
O livro apresenta um novo olhar para o ensino dos aprendizagem, abordando a sequência didática, as
verbos, a partir das teorias de texto e discurso, para interações em sala de aula, o papel social da classe,
mostrar que o domínio dos diversos tempos e mo- a organização dos conteúdos, os recursos didáticos
dos transcende o ensino da conjugação. e a avaliação.

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CXXVI Língua Portuguesa


Língua Portuguesa
Componente curricular

6
O
-
Claudia Bergamini ano
Bacharela em Letras – Português e Linguística (FFLCH-USP).
Licenciada em Português e Linguística (FE-USP). Mestra em Letras –
Filologia e Língua Portuguesa (FFLCH-USP). Professora de Língua
Portuguesa na Educação Básica da rede particular de São Paulo-SP.

Elenice Rodrigues Souza e Silva


Bacharela e licenciada em Língua e Literatura Portuguesas (PUC-SP).
Especialista em Língua Portuguesa (PUC-SP). Assessora de Língua
Portuguesa das redes pública e particular de São Paulo-SP.
Formadora de professores das redes pública e particular de São Paulo-SP.

Flávia Bandeca Biazetto


Bacharela em Letras – Português e Alemão (FFLCH-USP). Licenciada em Português (FE-USP).
Doutora em Letras – Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa (FFLCH-USP).
Professora de Língua Portuguesa na Educação Básica da rede particular de São Paulo-SP.
Professora de Letras e Pedagogia no Ensino Superior da rede particular de São Paulo-SP.

Gabriela Lisboa Pinheiro


Bacharela e licenciada em Letras (FFLCH-USP). Mestra e doutora em Letras –
Literatura Brasileira (FFLCH-USP). Professora de Língua Portuguesa na Educação
Básica das redes pública e particular de São Paulo-SP.

Renan Luis Salermo


Licenciado em Letras – Português (CCH-UEL). Mestre em Estudos de Linguagem (CCH-UEL).
Doutor em Estudos de Linguagem (CCH-UEL). Professor de Língua Portuguesa na Educação
Básica da rede particular de São Paulo-SP.

São Paulo • 1a edição • 2022

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 1
Coordenação editorial Selma Corrêa Segue a trilha - 6o ano
(Ensino Fundamental – Anos Finais)
Secretaria editorial Michele Vasconcelos (coordenação),
© Claudia Bergamini, Elenice Rodrigues
Stephani Reis Souza e Silva, Flávia Bandeca Biazetto,
Edição Diana Brito, Eduardo Passos, Michele Gabriela Lisboa Pinheiro, Renan Luis Salermo,
Vasconcelos (Manual do Professor), Monika 2022
Kratzer, Vanessa Rodrigues
Assistência editorial Bruna Nascimento, Daniel Carvalho (Manual © Para esta edição:
do Professor), Bruna Marques (Manual do Palavras Projetos Editoriais Ltda.
Professor) Todos os direitos reservados
Edição de texto Beto Furquim, Christina Binato, Donalia M.
Jakimiu Fernandes, Fabiana Marsaro Pavan, Todas as imagens e os textos citados neste
Giovana Casagrande, Luana Satiko Hirata, livro têm o fim exclusivo de contribuir com
Thaís Nascimento Pettinari a aprendizagem dos estudantes. Foram
tomadas todas as ações necessárias para
Revisão Simone Garcia (coordenação), Sheila obter a autorização de uso e publicação, bem
Folgueral (assistência), Ana Paula Felippe, como para fazer a correta citação dos devidos
Débora de Oliveira, Elis Beletti, Flávia créditos. Porém, caso alguma alteração seja
Gonçalves, Gloria Cunha, Olivia Zambone, necessária, colocamo-nos prontamente à
Renata Brabo, Santiago Produções disposição.
Editoriais, Tatiana Martins, Vera Rodrigues
Projeto gráfico Simone Scaglione, Walmir dos Santos Todos os direitos reservados:
Edição de arte Simone Scaglione
Assistência de arte Cláudia Carminati, Denis Domingues, Teresa
Lucinda Ferreira de Andrade São Paulo • 1a edição • 2022
Diagramação Estudo Gráfico Design
Capa Walmir Santos, Simone Scaglione, Cirlene Contato e correspondência
Alexandrino (projeto gráfico); fotos: Jose Rua Padre Bento Dias Pacheco, 62, Pinheiros
Miguel Sanchez; Rachel Torres/Alamy/ CEP 05427-070 São Paulo – SP
Fotoarena palavraseducacao.com.br
Cartografia Allmaps Tel.: +55 11 2362-5109
Ilustrações Paula Radi, Pedro Hamdan, Pedro Nogueira
Em respeito ao meio ambiente, as folhas
Pesquisa iconográfica e Tempo Composto deste livro foram produzidas com fibras
licenciamento de textos Monica de Souza (coordenação), Andréia obtidas de árvores de florestas plantadas,
Miranda, Bárbara Pinardi, Daniela Ribeiro, com origem certificada.
Maria Favoretto, Victoria Lopes
Livro Digital Coordenação Booknando
Edição de arte Márcia Romero
Diagramação Cláudia Carminati, Teresa Lucinda Ferreira
de Andrade
Descrição de imagens Bruna Nascimento, Gustavo Nazário,
Priscila Bunduki

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com o ISBD


S456 Segue a trilha: Língua Portuguesa – 6º ano / Claudia Bergamini ... [et al.]. - São Paulo : Palavras
Projetos Editoriais, 2022.
296 p. : il. ; 20,5cm x 27,5cm. – (Segue a trilha ; v.1)
Inclui bibliografia, índice e apêndice.
ISBN: 978-65-84633-23-0 (Livro do Estudante)
ISBN: 978-65-84633-24-7 (Manual do Professor)
1. Língua Portuguesa. I. Bergamini, Claudia. II. Biazetto, Flávia Cristina Bandeca. III. Pinheiro, Gabriela
Maria Lisboa. IV. Salermo, Renan Luis. V. Silva, Elenice Rodrigues Souza e. VI. Título. VII. Série.
CDD 469
2022-2073 CDU 81

Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410


Índice para catálogo sistemático:
1. Língua Portuguesa 469
2. Língua Portuguesa 81

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2 Língua Portuguesa
Apresentação

Cara estudante,
Caro estudante,
Essa coleção de Língua Portuguesa foi elaborada para você, que gosta de
aprender e de se divertir, que dá atenção a tudo o que é novo e se interessa por
descobertas e invenções. As vivências do dia a dia provocam novas aprendizagens
e permitem ampliar o olhar sobre o mundo para enxergar de outra maneira o que
você já conhece e é habitual.
Estudar Língua Portuguesa vai ajudar você a compreender que há muitas e
múltiplas maneiras de ler, interpretar, ver e compreender o mundo. Com essa cole-
ção, desejamos que você mantenha e amplie sua curiosidade durante os estudos,
esteja ciente de sua importância como cidadã ou cidadão e perceba o quanto o
conhecimento está presente em sua vida, muito além do que acontece na escola.
Os livros da coleção propõem reflexões sobre situações do cotidiano e mos-
tram que a Língua Portuguesa se combina a diversos outros campos de conhe-
cimento. Isso vai ajudar você a construir a realidade a seu redor, interferindo nos
acontecimentos, agindo para garantir direitos, analisando e resolvendo problemas,
planejando soluções e criando o mundo que você deseja.
Para aproveitar este livro, participe das dinâmicas propostas, ajude e respeite
os colegas e as colegas, tire dúvidas com o professor ou a professora e cuide bem
de seu material!
Bons estudos!
As autoras, o autor e toda a equipe dessa coleção.
Fernando Favoretto/Criar Imagem

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Língua Portuguesa 3
Conheça seu livro
Para começar, saiba quais são os objetivos coragem para não desistir diante das dificulda-
e as propostas de estudo de Língua Portuguesa des. Aprender a estudar depende também de
nesta coleção e conheça a organização e a es- você se sentir estimulado a novas descobertas
trutura deste livro. e às redescobertas. Assim é que se aprende a
consultar outros livros no papel ou na tela, inter-
OBJETIVOS E PROPOSTAS pretar textos e ações, compreender conceitos,
A conquista de uma vida digna e tranquila pesquisar a fonte das ideias e comunicar, para as
passa, necessariamente, pelos bancos de uma outras pessoas, o conhecimento que você cons-
escola. Em um mundo cada dia mais tecnológi- truiu e como construiu.
co, o ambiente escolar favorece que se aprenda Como o caminho do aprendizado é coleti-
o que é preciso para, por exemplo, participar vo e múltiplo, percorrido junto aos colegas e
dos fenômenos sociais que impactam nosso aos professores, pois eles também aprendem
modo de vida, escolher uma profissão e partici- e ensinam o tempo todo. Este livro tem a pre-
par do mundo do trabalho, para, enfim, construir tensão de ser um guia para quem está percor-
o futuro como desejamos que ele aconteça! rendo esse caminho da aprendizagem. Use e
Este livro foi pensado para auxiliar você a aproveite!
percorrer – bem! – esse caminho da aprendiza-
Como participar da sociedade ativamente?
gem. Acompanhe algumas das escolhas feitas
O direito à vida constitui a base da cidadania.
para a elaboração desta coleção e conheça nos-
Entre tantas outras atitudes, isso quer dizer que to-
sas propostas e objetivos.
dos devemos proteger as crianças e os idosos, res-
O que aprender? peitar a diversidade cultural, preservar a natureza,
A Base Nacional Comum Curri- combater o racismo, o machismo e a homofobia.

Pedro Hamdan
cular, a BNCC, é o documen- É uma obrigação da escola ensinar aos estudantes
to nacional que determina esse processo de cuidar das outras pessoas, de si
o conjunto de conheci- próprio e do mundo que nos cerca. Essas propos-
mentos, habilidades e tas estão expressas nos Temas Contemporâneos
competências que todo Transversais (TCTs), outro documento que guia a
brasileiro deve desen- educação no Brasil e que foi muito importante para
volver na escola. Este a elaboração deste livro. p orâ n e
livro foi elaborado de em
o

Tr
Te m o nt
Vida

ans
acordo com esse do-

aC
Familiar e

ve rs a
UNIDADE
Como posso agir Social
p orâ n e o

cumento. Sempre que A BNCC contempla o


em

Tr
Te m o nt
Vida

ans
8

aC
Familiar e

ve rs a
para melhorar minha

l
Social

l
desenvolvimento de comunidade?
possível, pergunte a seu competências relacionadas
professor qual a habili- ao uso das tecnologias.
dade ou a competência está em desenvolvimento
naquele momento do estudo. Viver em sociedade implica compreender os direitos e os deveres de cada cidadão.
Cada um de nós pode modificar a própria realidade, sendo um agente transformador. Para
isso, é importante conhecer leis e normas não só para reivindicar melhorias, mas também
para dialogar, de maneira convincente, com autoridades ou com colegas, também enga-
jados em provocar mudanças ao nosso redor. Mas como fazer isso? Para convencer nos-

Montagem entre fotos: Prostock-studio/Shutterstock; johavel/Shutterstock;


sos interlocutores sobre a nossa opinião, podemos usar vários recursos: verbais e não

Como estudar?
verbais. Nas interações sociais, aprendemos a convencer, escutar, respeitar e, sobretudo,
conviver. Observe a imagem e reflita sobre a manifestação:

Estudar é uma prática que também preci- 1. Qual é o tema da manifestação? Ele é relevante para a
prática da cidadania? Explique.

petovarga/Shutterstock
2. Quais os recursos não verbais utilizados para convenci-
Estudantes, pais mento?
e professores

sa ser aprendida! Esse é um aprendizado lon-


realizam 3. Em sua opinião, as manifestações trazem temas impor-
manifestação
em via pública.
tantes para a vida em sociedade? Justifique.

256 257

go, que depende não só de disciplina, mas de Nas aberturas das unidades, foram aplicados selos que
curiosidade, de certo “espírito investigativo”, de indicam o TCT relacionado ao conteúdo que será visto.

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4 Língua Portuguesa
Como conhecer e dominar o mundo digital? Caminhos
Toda a tecnologia que a humanidade tem cons- Na seção Caminhos, após a Abertura, você
truído nos anos recentes veio para ficar e precisamos é apresentado a alguns aspectos importantes da
aprender a utilizá-la. Estamos falando de internet, Unidade: os objetivos principais, os procedimen-
robótica, aplicativos, inteligência artificial etc. É ne- tos que serão colocados em prática, os recursos
cessário, então, desenvolver habilidades para tirar ou instrumentos a serem utilizados, a finalidade
o melhor proveito de todos esses instrumentos, ou a importância de se estudar tal conteúdo.
tornando-se um letrado digital, e exercitar o cha-
mado pensamento computacional: selecionar, se- Caminhos

Kiselev Andrey Valerevich/Shutterstock


parar, organizar, comparar e produzir conhecimento

Irene Abdou/Alamy/Fotoarena
Nesta Unidade, você vai pôr em
prática alguns procedimentos:
„ realizar uma discussão sobre a

com as muitas informações ao redor. Esse é um de-


recepção de uma peça teatral;
„ comparar a estrutura narrativa Para esta Unidade, você preci-
de textos de diferentes gêneros; sará de alguns recursos: A magia do teatro
„ escrever o clímax e o desfecho também depende dos
„ roupas e acessórios para figurinos certos.
de um conto popular; compor figurino;

safio e tanto! Com


„ ler um conto popular à seme- „ instrumentos musicais;
lhança do que fazem os griôs
Griôs, tradicionais contadores de „ aparelhos celulares ou câme-
Shutterstock
Milan Ilic Photographer/

histórias do continente africano. africanos;


ras para foto e vídeo;
„ comparar personagens da fan-
„ lápis coloridos.
tasia em diferentes produções

a ajuda do profes- Os objetivos de aprendizagem desta artísticas;


Unidade são: „ identificar figuras de linguagem
„ reconhecer os elementos neces- em textos;
sários para a construção de uma „ produzir e encenar um texto A finalidade desta Unidade é conduzir
narrativa; teatral em grupo.

sor, vasculhe, en-


você aos universos de fantasia que compõem
„ identificar os tipos de discurso e o imaginário dos povos em suas histórias e
vozes em narrativas; que se traduzem em representações artís-
compreender a importância de ticas das mais diversas linguagens: teatro,

Digital Arts/Shutterstock
„

narrativas tradicionais orais para a literatura e cinema. Espera-se direcionar sua


atenção para os elementos multiculturais em

contre e selecione,
transmissão da cultura e dos ensi-
namentos de uma comunidade; nossa forma de ver o mundo.
„ reconhecer a estrutura de um texto
teatral;
„ produzir textos teatrais;

ao longo des-
„ estabelecer práticas para desenvol-
ver o hábito de ler. Vamos
conhecer
personagens

LightField Studios/Shutterstock
do mundo
da fantasia.

te livro, as ferra-
Vamos criar
hábitos de
leitura!

mentas para essa 112 113

Garoto em aula de robótica. aprendizagem.


Seções
ESTRUTURA DO LIVRO As Seções reúnem os conhecimentos a respei-
Agora, conheça a estrutura deste livro que faz to do tema ou conteúdo importantes da Unidade e
parte da coleção de Língua Portuguesa, formada representam uma etapa da sequência de estudo.
por quatro volumes, um para cada ano do Ensino 1. Estudo e pesquisa: Além de levantar conheci-
Fundamental – Anos Finais. mentos prévios, essa seção apresenta um mé-
todo de estudo relevante par sua vida escolar.
Unidades
2. Leitura de textos: Divide-se em Leitura 1 e
Todo o conteúdo do livro se encontra organi-
Leitura 2 para o trabalho com textos e dois
zado em oito unidades. São textos, imagens e
gêneros textuais. Ao final, a relação entre eles é
atividades, organizados e distribuídos de maneira
explorada em Comparação entre textos.
a auxiliar você no estudo e na aprendizagem. Tudo
3. Análise e reflexão sobre linguagens: Com-
começa na Abertura, que introduz o tema da Uni-
preende Conceitos da língua, com atividades
dade e o conteúdo de Língua Portuguesa que
para o entendimento de usos e termos do es-
será estudado na Unidade.
tudo de língua portuguesa; e A linguagem na
UNIDADE em
p orâ n e o
prática, que propõe atividades de aplicação
Onde estão as
Tr
Te m o nt

ans

6
Ciência e
aC

ve rs a

Tecnologia

dos conteúdos abordados.


l

descobertas científicas?

4. Produção textual: É proposta, nessa seção,


GK films/Infinitum Nihil/A.F. ARCHIVE/Alamy/Fotoarena

uma produção individual ou coletiva relaciona-


da ao contexto estudado na Unidade.
As descobertas científicas fazem parte da nossa realidade
há muito tempo. Quando você pensa em uma descoberta cien-
tífica, pode pensar apenas em tecnologias digitais e on-line,
mas, além desses recursos, por meio da curiosidade, a hu-
manidade faz descobertas em vários campos da vida, conse-
guindo respostas inovadoras com bases científicas.
É importante destacar que uma das partes fundamentais
do desenvolvimento científico é a sua forma de divulgação.
Esta é a etapa em que o cientista conta para o mundo qual
é a descoberta ou a inovação e como foi esse processo. É
isso que vemos na reprodução da cena do filme A invenção
de Hugo Cabret.

1. Você já assistiu ao filme A invenção de Hugo Cabret?


2. Se você já assistiu ao filme, como a imagem se relaciona
com a história? Em caso negativo, qual você imagina ser o
assunto principal tratado nessa história?
3. Se você pudesse resumir a expressão do menino em uma
palavra, qual seria?
4. Você se vê como um inventor ou inventora? Se sim, qual seria
o seu invento e quais os passos para essa invenção?
5. Qual seria a melhor forma de divulgar a sua descoberta cien- A invenção de Hugo Cabret. Direção: Martin Scorsese.
Produção: Martin Scorsese. Estados Unidos:
tífica? Um relatório, um vídeo? Paramount Pictures, 2011.

188 189

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 5
Boxes

Diálogos com Geografia Díalogos com


Estabelece
„ Como o Brasil tem um território muito extenso, é comum que um mesmo objeto ou ele-
mento seja designado de maneira diferente por habitantes de regiões distintas. E, em-
bora na maioria das vezes isso seja tratado de maneira natural, muitas vezes esse fato

Curta-metragem é a
torna-se motivo para disputas linguísticas. Você já ouviu, por exemplo, a discussão sobre
os termos “biscoito” ou “bolacha”? Sabe que há pessoas preocupadas em encontrar um
termo “correto” para designar o alimento? Observe o mapa a seguir, que apresenta os
resultados de uma enquete realizada por uma revista de divulgação científica voltada
para o público jovem.
relação entre os
classificação que recebem os Um país dividido: como se fala em cada estado do país

conteúdos da

Allmaps
50° O

filmes com menos de


Equador

Unidade com
20 minutos de duração. OCEANO outras disciplinas.
ATLÂNTICO

OCEANO
PACÍFICO

Trópico de Capricórnio

Este mapa foi


feito com base
numa enquete
realizada na rede social
da Mundo Estranho, Biscoito
com a participação Bolacha
de mais de 8 mil
leitores. Ambos 0 410 820 km

BIANCHIN, Victor. O certo é “biscoito” ou “bolacha”? Revista Mundo Estranho, São


Paulo, 30 jan. 2015. Disponível em: livro.page/5V6U399L. Acesso em: 17 mar. 2022.

Ideias & conceitos a) Você considera essa discussão relevante? Em sua opinião, há somente um termo correto
para designar o alimento?
b) Que atitude você acha que se deve ter ao interagir com alguém que usa um vocabulário
diferente do seu?

Sistematiza os conteúdos fundamentais estudados Ortografia: uso de g e j

na etapa ou ao longo da Unidade ou da seção.


1. Leia as palavras a seguir.

jaula gato jarra garrafa gelo jeito jiboia girafa

a) Copie apenas as palavras em que as letras g e j têm o mesmo som.


b) Escreva as vogais que acompanham as letras g e j nas palavras em que elas
têm o mesmo som.

97

Organize-se!
Prepare-se! Organize-se
Lembre-se! Nosso mundo
Apresenta dicas Nesta seção, usaremos dis- Relaciona
Nosso mundo
Saúde e alimentação na escola

e lembretes positivo digital de fotografia,

Monkey Business Images/Shutterstock


o conteúdo
para ajudar impressora, papel sulfite ou estudado com o
você a realizar tampas de caixas de papelão dia a dia e, assim, Estudantes
consumindo

e caneta.
comida

seus estudos.
saudável no
refeitório da

instiga você a Leia um trecho de uma notícia de rádio.


escola.

Englobam, por fazer reflexões,


Venda de alimentos ultraprocessados nas escolas poderá
ser proibida
O senador Jaques Wagner (PT-BA) apresentou projeto de lei (PL 4.501/2020)
dispondo sobre a proibição da venda de alimentos ultraprocessados nas canti-

exemplo, o que você deve providenciar, debater ideias e


nas das escolas. A proposta do senador é para que sejam disponibilizados apenas
lanches livres de fritura e gordura hidrogenada, priorizando produtos orgânicos,
frutas, verduras e legumes. Jaques Wagner disse que a escola deve orientar as
crianças para a vida, e isso inclui uma alimentação saudável.

consultar e anotar. emitir opiniões a


TORRES, Lívia. Venda de alimentos ultraprocessados nas
escolas poderá ser proibida. Rádio Senado, 17 set. 2020.
Disponível em: livro.page/10V6U827L.
Acesso em: 10 fev. 2022.

Após ler o texto, em grupos de até quatro estudantes, discutam sobre a

respeito de um seguinte pergunta:


Comportamentos saudáveis praticados na escola podem se estender
para a nossa casa?

assunto relevante.
a) Durante a discussão, lembre-se de:
„ introduzir opiniões dizendo “eu acho”, “para mim”, “eu acredito”;
„ discordar da opinião de um colega dizendo educadamente “eu não
concordo”, “eu concordo em parte”, “eu não estou de acordo”;
„ respeitar os colegas e não interrompê-los durante suas falas;
„ elaborar ao menos três argumentos para defender sua posição;
„ fundamentar sua opinião com exemplos e dados.
b) Crie uma síntese escrita do que foi discutido e compartilhe com os colegas.

273

Deixar fluir
Deixar fluir
O cordel e a xilogravura Mostra a relação

Eduardo Knapp/Folhapress
do conteúdo
estudado com
Para saber mais diferentes
Traz indicações de leituras, filmes e músicas, entre
O artista Fernando Vilela
imprimindo uma xilogravura em
seu ateliê no bairro da Lapa,

Tradicionalmente, as capas dos folhetos de cordel são ilustradas com xilogravuras.


em São Paulo (SP), 2018.

linguagens
outros, para você conhecer mais sobre o tema em Parecida com o carimbo, a xilogravura é uma técnica de impressão bastante antiga,
em que o artista esculpe na madeira o desenho ou o texto que vai ser reproduzido.
Essa madeira esculpida chama-se matriz, e é sobre ela que a tinta é espalhada para
se imprimirem as cópias. artísticas.
estudo.
Quando ainda não existiam as tecnologias de reprodução de imagens como as
que estão disponíveis hoje, as ilustrações de livros eram sempre feitas com alguma
técnica de gravura. A xilogravura, por depender de materiais mais acessíveis, acabou
se popularizando, principalmente entre os poetas de cordel.
Com o tempo, as ilustrações de cordel acabaram adquirindo um estilo próprio e,
mesmo quando são produzidas por meio de outras técnicas, seguem algumas carac-
terísticas, como linhas grossas, cores sólidas e traços mais simples, já que o desenho
todo precisa ser esculpido na madeira antes de ser transferido para o papel.
Outra característica das xilogravuras é que o desenho é traçado em negativo na
matriz, pois, durante a impressão, são as partes não esculpidas da madeira que en-
tram em contato com a tinta. Por isso, em geral, as linhas que contornam os dese-

Glossário Desenvoltura: agilidade, destreza.


nhos ficam em branco.
„ Um dos artistas mais importantes da xilogravura de cordel é o pernambu-
cano J. Borges. Você e os colegas vão fazer, em conjunto, uma pesquisa
para saber mais a respeito desse artista. A pesquisa deve contemplar:

Sarau: encontro com apresentações


Indica o significado
I. ano e local de nascimento do artista;
II. quando começou a fazer xilogravuras;

artísticas. III. em que lugares já expôs;


IV. exemplos de suas obras;

de palavra ou Controvérsia: polêmica.


V. análise de uma de suas xilogravuras.
Na sequência, em roda de conversa, compartilhem uns com os outros
o que mais lhes chamou a atenção na pesquisa. Depois, organizem um
quadro com as informações sobre o artista para expor no mural da sala.

expressão do 83

texto lido.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

6 Língua Portuguesa
Múltiplas leituras
7. Escolha a afirmação que você considerar mais adequada, de acordo com o que
Ícones e selos
Amplia o ponto de
Não escreva

Ao lado de textos, imagens e atividades, apare-


neste livro respondeu nas duas últimas atividades, e elabore uma justificativa para sua escolha.
Use seu
caderno I. As palavras selecionadas para compor um texto ou discurso revelam, em
maior ou menor grau, a opinião ou o ponto de vista do autor.

vista sobre tema ou


II. As palavras que compõem o texto não interferem em seu sentido geral.

Texto é um conjunto organizado de elementos orais ou escritos usados para compor uma mensagem. Já cem ícones e selos para indicar alguma prática ou
assunto estudado, discurso é a reunião de textos visuais, orais ou escritos (ou a mistura deles) em que está presente uma
visão de mundo, um ponto de vista particular sobre algo.

procedimento a ser realizado. Fique atento!


mostrando outras Múltiplas leituras
1. Leia o infográfico a seguir sobre mudanças em hábitos de consumo e responda.

visões sobre o

Montagem entre fotos: Kolonko/Shutterstock; GzP_Design/Shutterstock; mayrum/Shutterstock;


assunto. Atividade oral
42% dos consumidores brasileiros estão 30% dos entrevistados estão atentos aos
mudando seus hábitos de consumo para ingredientes que compõem os produtos.
reduzir seu impacto no meio ambiente.

Atividade oral em dupla

Palau/Shutterstock
58% não compram de empresas que
fazem testes em animais.
65% não compram de empresas
associadas ao trabalho escravo.
Atividade oral em grupo
Fonte: TRUCHETTI, Aline. Como o consumo consciente pode
afetar a saúde do seu negócio. Netzee, 5 nov. 2019. Disponível
em: livro.page/5V6U118L. Acesso em: 13 fev. 2022.

a) Em que medida os números percentuais sobre hábitos de consumo afetam a produção


das indústrias?
b) Segundo o infográfico, que aspecto relacionado à produção de produtos mais impactou
Atividade em grupo ou dupla
o comportamento de consumidores?
c) Ao comprar diferentes produtos, você ou sua família busca informações sobre como são
produzidos? Por quê?

22 Atividade para casa

Fechamento da Unidade Atividade ou Tema Interdisciplinar

Atividade ou conteúdo que envolve uso


Fechamento da Unidade 3. Agora, liste dois assuntos que você estudou nesta Unidade sobre os quais
você gostaria de saber ainda mais. Podem ser conteúdos que você tenha
gostado de estudar ou temas que você conheça pouco e sobre os quais
queira saber mais.
de tecnologia
4. Conversem em grupos sobre os dois temas listados anteriormente. Durante
essa troca, procurem discutir e aprofundar o conhecimento nos temas de
todos os colegas. O objetivo dessa discussão coletiva é ampliar o conheci-
Retomar e avançar mento e colaborar com o interesse dos colegas sobre temas trazidos para

Nesta Unidade, você conheceu


a roda de conversa.

Prática de pesquisa ou investigação


MB Images/Shutterstock

como as descober tas científicas en- Projeto Telejornal: etapa 6


volvem trabalhar com hipóteses. Além
disso, os cientistas precisam esta-
Vídeo de divulgação científica Organize-se
belecer suas condições, organizar
seus experimentos e desenvolver suas Agora que você domina a linguagem no campo científico, é Para essa atividade, você vai
hora de gravar um vídeo de divulgação para o projeto anual, o usar um dispositivo digital

Prática envolvendo pais ou responsáveis


ideias de pesquisas, divulgando-as
nosso telejornal. com acesso à internet e um
para a comunidade científica e o pú-
dispositivo digital para a
blico geral por meio dos textos de
divulgação científica.
Planejamento e produção gravação.

Você estudou também como as pes- Reúna-se com o grupo e recuperem a apresentação oral feita na seção Pro-
quisas sobre os outros planetas têm dução textual. Com base nessa apresentação e a partir dos comentários que o
despertado a curiosidade das pessoas, professor fez, vocês deverão gravar um vídeo de divulgação científica.
que ficam sabendo das novidades do Produzam um vídeo considerando as escolhas que deram certo e que foram

Prática de Intertextualidade
tema pelas reportagens e pelos artigos Apresentações orais, quanto mais praticadas, maior a desenvoltura reconhecidas durante a apresentação. Vocês também podem usar estratégias dos
de divulgação científica. dos participantes. outros grupos que deram certo e ajudaram na compreensão do conteúdo.
Agora, faça uma revisão da sua aprendizagem, considerando as suas impressões e o seu per- Durante essa produção, pesquisem formatos de vídeos de divulgação científi-
curso de conhecimento. Vamos lá? ca. Observem as características e sigam a orientação para a produção do material.
1. Quais foram as suas descobertas sobre as formas de divulgação científica nesta Unidade?
Revisão e avaliação
2. Com o propósito de resgatar o seu conhecimento e organizar o que você aprendeu, recons- Assistam à apresentação que foi gravada, convide seus colegas para assistirem
trua em seu caderno o quadro a seguir e preencha-o com os conteúdos estudados.

Relação com Projeto anual


também. Façam uma avaliação do(s) vídeo(s), respeitando sempre os trabalhos dos
colegas, e verifiquem se há melhorias
Jacob Lund/Shutterstock

a) Identifique as formas de divulgação científica relevantes a serem feitas. Anotem as


MODELO
estudados nesta Unidade. sugestões e gravem novamente o ví-
deo, se houver necessidade.
b) O que eu aprendi sobre reportagem de di-
MODELO
vulgação científica? Publicação

c) Em quais momentos dos estudos científicos


o modo verbal subjuntivo é usado? MODELO
Após a gravação final do vídeo,
deixem-no guardado no por tfólio do
projeto. Ele será usado nos próximos
meses, quando vocês apresentarão
Conteúdo Interativo (você acessa esse
d) Quais são os pronomes do caso reto e quais

conteúdo no livro digital)


MODELO o telejornal.
são os pronomes do caso oblíquo?

e) Como eu me vejo enquanto produtor de texto Celulares inteligentes


MODELO
do campo científico? (smartphones) podem ser usados
para gravar a apresentação.

222 223

Selo do Tema Transversal


Essa seção de fechamento é tão importante Contemporâneo (TCT)
quanto a abertura da Unidade. É o momento em em
p orâ n e o
em
p orâ n e o
em
p orâ n e o
Tr

Tr
Tr
Te m o nt

Te m o nt
Te m o nt

que você terá oportunidade de rever sua aprendi- Educação Processo de


ans

ans
ans

Envelhecimento,
aC

aC
aC

para o Saúde
ve rs a

ve rs a
ve rs a

Respeito e

zagem e cumprirá uma etapa do projeto que deve Consumo Valorização do


Idoso
l

l
l

ser realizado ao longo do ano.


p orâ n e o p orâ n e o p orâ n e o
em em em
Retomar e avançar
Tr
Tr

Tr

Educação para
Te m o nt
Te m o nt

Te m o nt
ans
ans

ans

Valorização do
Diversidade Ciência e
aC
aC

aC

Multiculturalismo
São atividades que permitem a você relembrar
ve rs a
ve rs a

ve rs a

nas Matrizes
Históricas Cultural Tecnologia
e Culturais

o que estudou, de modo a resgatar e complemen-


l
l

Brasileiras

tar o conhecimento sobre o conteúdo estudado ao


p orâ n e o
longo da Unidade. em
Tr
Te m o nt

Vida
ans
aC

Familiar e
ve rs a

Projeto Social
l

Ao fim de cada Unidade, deve ser realizada a


etapa do projeto de longo prazo, que será concluído Não escreva neste livro. Use seu caderno
no encerramento do ano letivo. As atividades pro-
Não escreva
postas vão instigar você e seu grupo de projeto a neste livro

aplicar conhecimentos adquiridos ao longo da Uni- Use seu


caderno
dade, bem como incentivá-los a novas pesquisas.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 7
Sumário

Notícias podem mudar O que é ser feliz


1 nossas opiniões? ..................12 2 na velhice? ......................... 44
Caminhos ........................................... 14 Caminhos ........................................... 46
1 Estudo e pesquisa ........................ 16 1 Estudo e pesquisa ........................ 48
Comparação ................................................. 16 Os velhos e novos estilos de vida ........... 48
As notícias e a educação Encontrando palavras-chave ..................... 48
para o consumo .......................................... 16
2 Leitura de textos ............................. 50
2 Leitura de textos .......................... 19 Leitura 1 – Podcast ..................................... 51
Leitura 1 – Notícia ...................................... 19 Múltiplas leituras .................................. 52
Múltiplas leituras .................................. 22 Leitura 2 – Resenha.................................... 56
Nosso mundo ........................................ 26 Deixar fluir ............................................ 58
Leitura 2 – Comentário de leitor.............. 27 Comparação entre textos........................... 59
Diálogos com Ciências Humanas .......... 29 Nosso mundo ........................................ 60
Comparação entre textos........................... 30

Danielala/Shutterstock
3 Análise e reflexão sobre
linguagens .................................... 31
Conceitos da língua .................................... 31
Frase, oração e período ............................... 31
Termos essenciais da oração e
concordância verbal ...................................... 34
A pontuação e o período composto ........... 35
A linguagem na prática .............................. 36
3 Análise e reflexão sobre
Acervo do Programa Cuca Ambiental

linguagens .................................... 61
Conceitos da língua .................................... 61
Aspas ............................................................. 61
Acentuação gráfica ....................................... 62
Diálogos com Geografia e
Matemática ............................................ 65
Estrutura das palavras e
processo de formação de palavras:
sufixos de negação ....................................... 66
A linguagem na prática .............................. 68

4 Produção textual: Notícia ............. 40 4 Produção textual: Podcast ............ 70


Fechamento da Unidade .............. 42 Fechamento de Unidade ................... 72
Retomar e avançar ..................................... 42 Retomar e avançar ..................................... 72
Projeto Telejornal: etapa 1 – Projeto Telejornal: etapa 2 –
A locução de notícias ................................. 43 Resenha de podcast .................................... 72

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

8 Língua Portuguesa
Existe arte com palavras, O que é
3 imagens e objetos? ..............74 4 multiculturalismo? ............. 110
Caminhos ........................................... 76 Caminhos ......................................... 112
1 Estudo e pesquisa ........................ 78 1 Estudo e pesquisa ...................... 114
Leitura da linguagem poética ................... 78 A leitura como um hábito ........................114
A linguagem poética e a Práticas de leitura .....................................115
diversidade cultural .................................... 80
2 Leitura de textos ........................ 117
DeepGreen/Shutterstock

Leitura 1 – Conto popular .......................117


Deixar fluir .......................................... 121
Leitura 2 – Texto teatral ..........................122
Nosso mundo ...................................... 126
Comparação entre textos.........................127
Diálogos com História ........................ 127
Múltiplas leituras ................................ 128
Deixar fluir .......................................... 130

3 Análise e reflexão sobre


linguagens .................................. 132
Conceitos da língua ..................................132
Linguagem denotativa e conotativa .......... 132
Figuras de linguagem ................................. 133
2 Leitura de textos .......................... 82 Discurso direto, discurso indireto
Leitura 1 – Cordel ....................................... 82 e discurso indireto livre ............................. 135
Deixar fluir ............................................ 83 Interjeição e a construção de sentidos ..... 139
Múltiplas leituras .................................. 87 Aposto e vocativo ....................................... 141
Leitura 2 – Poema visual ........................... 89 A linguagem na prática ............................143
Comparação entre textos........................... 92
4 Produção textual:
3 Análise e reflexão sobre Fanfic teatral ............................... 145
linguagens .................................... 93 Fechamento da Unidade ................. 150
Conceitos da língua ...................................... 93
Retomar e avançar ................................... 150
Variação linguística ...................................... 93
Diálogos com Geografia ....................... 97 Projeto Telejornal: etapa 4 –
Or tografia: uso de g e j ............................... 97 Leitura expressiva de cena teatral ........... 151
A linguagem na prática .............................. 99
Nosso mundo ...................................... 103

4 Produção textual:
Poema visual............................... 105
Fechamento de Unidade ................. 108
Retomar e avançar ................................... 108
Projeto Telejornal: etapa 3 –
Agenda cultural ........................................ 108
Marlon Thor

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 9
A ciência colabora Onde estão as
5 com nossa saúde? .............. 154 6 descobertas científicas? .....188
Caminhos ......................................... 156 Caminhos ......................................... 190
1 Estudo e pesquisa ...................... 158 1 Estudo e pesquisa ...................... 192
Intoxicação alimentar................................158 Inovação e tecnologia ..............................192
Anotar palavras-chave para Palavras-chave e temas ............................192
a produção de resumos ...........................159
2 Leitura de textos ........................ 195

Starover Sibiriak/Shutterstock
Diálogo com Ciências.......................... 195
Leitura 1 – Reportagem científica:
conhecendo uma forma de
divulgar a ciência, .....................................197
Múltiplas leituras ................................ 200
Leitura 2 – Artigo de
divulgação científica .................................201
Comparação entre textos.........................203
2 Leitura de textos ........................ 162 Deixar fluir .......................................... 204
Leitura 1 – Verbete...................................162 3 Análise e reflexão sobre
Nosso mundo ...................................... 164 linguagens .................................. 205
Múltiplas leituras ................................ 165 Conceitos da língua ..................................205
Múltiplas leituras ................................ 168 A linguagem em textos informativos ........ 205
Leitura 2 – Gráficos ..................................168 Nosso mundo ...................................... 208
Comparação entre textos.........................172 Os efeitos de sentido do
modo subjuntivo ......................................... 208
3 Análise e reflexão sobre Referências e retomadas textuais .............. 212
linguagens .................................. 173 Emprego de sc, xc, ç, ss ............................. 214
Conceitos da língua ..................................173 A linguagem na prática ............................215
Concordância nominal ................................ 173
Sinônimos .................................................... 175 4 Produção textual:
Modos verbais: efeitos de sentido Apresentação oral de
do modo indicativo ..................................... 177 divulgação científica ................... 220
A linguagem na prática ............................180
Fechamento da Unidade ................. 222
Deixar fluir .......................................... 182
Retomar e avançar ................................... 222
4 Produção textual: Gráfico ........... 184 Projeto Telejornal: etapa 6 –
Diálogos com Ciências ........................ 185 Vídeo de divulgação científica ................. 223
Fechamento da Unidade ................. 186

Alex Mit/Shutterstock
Retomar e avançar ................................... 186
Projeto Telejornal: etapa 5 –
Roteiro para explicação de gráfico .......... 187

10

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

10 Língua Portuguesa
Que ações garantem Como posso agir para
7 nossos direitos? .................224 8 melhorar minha
comunidade? .....................256
Caminhos ......................................... 226
Caminhos ......................................... 258
1 Estudo e pesquisa ...................... 228
Cidadãos de direitos e deveres ..............228 1 Estudo e pesquisa ...................... 260
Hierarquização ...........................................228 Escutar e tomar notas ao
mesmo tempo? E agora? .........................260
Reprodução/GRUPO JCPM/IFAN

2 Leitura de textos ........................ 262


Leitura 1 – Regimento escolar ...............263
Leitura 2 – Carta de solicitação .............266
Deixar fluir .......................................... 268
Comparação entre textos.........................270
Nosso mundo ...................................... 273

3 Análise e reflexão sobre


linguagens .................................. 274
Conceitos da língua ..................................274
A linguagem e seus sentidos ..................... 274
2 Leitura de textos ........................ 231 Diálogos com História ........................ 276
O sentido das palavras ............................... 276
Leitura 1 – Estatuto da Criança
Pronomes de tratamento ............................ 278
e do Adolescente (ECA) ...........................231
Or tografia: S, Z e X .................................... 279
Nosso mundo ...................................... 233
Emprego de x com som de z e s ............... 280
Leitura 2 – Lei no 8.069/1990 –
Estatuto da Criança e do Adolescente ..235 A linguagem na prática ............................281
Diálogos com História ........................ 236 4 Produção textual:
Múltiplas leituras ................................ 239
Carta de solicitação .................... 282
Comparação entre textos.........................240
Deixar fluir .......................................... 240 Fechamento da Unidade ................. 284
Retomar e avançar ................................... 284
3 Análise e reflexão sobre
Projeto Telejornal: etapa 8 –
linguagens .................................. 241
Produzindo um telejornal ........................ 285
Conceitos da língua ..................................241
O modo imperativo ..................................... 241 Projeto Telejornal – Para concluir ............ 287
Outras formas de dar ordens ..................... 244
Anexos ........................................ 290
A linguagem na prática ............................245
Bibliografia comentada .............. 292
4 Produção textual:
Nossa esquina do Orador ........... 250 Links encurtados ......................... 294

Fechamento de Unidade ................. 254


Ronnachai Palas/Shutterstock

Retomar e avançar ................................... 254


Projeto Telejornal: etapa 7 –
Cobertura da Esquina do Orador ............. 255

11

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 11
CONTEÚDOS E OBJETIVOS DA
UNIDADE
Notícias podem mudar
1
UNIDADE 1

A Unidade 1 deste volume discute o


consumo consciente (dentro do TCT Educa-
ção para o Consumo) por meio do campo
nossas opiniões?
de atuação jornalístico-midiático. A notí-
cia é o gênero central nessa abordagem.
Compreendendo como principais objetos
de conhecimento a discussão de assunto
de relevância social, as estratégias de lei-
tura que focam no sentido global do texto,
a caracterização do campo jornalístico e a
compreensão da estrutura básica da língua
por meio de conceitos da morfossintaxe,
os estudantes aprenderão: a identificar os
sentidos globais de uma notícia; a planejar
e a produzir notícia sobre a comunidade; a
distinguir fato de opinião; os conceitos de
frase, oração e período, sujeito e predica-
do; a noção básica de concordância verbal.
As atividades desenvolvidas ao longo da
Unidade incluem pesquisa, comparação de
manchetes, discussões em grupo, produção
e locução de notícias. Os principais obje-
tivos pedagógicos são a compreensão da
função social do gênero notícia, que deve
colaborar na capacidade interpretativa e
crítica de temas atuais e relevantes para a
sociedade; e, também, desenvolver a com-
petência linguística ao estudar a estrutura
básica da língua portuguesa e o princípio
da concordância verbal, desenvolvendo a
habilidade de construir frases de maneira
mais consciente e com correção.
metamorworks/Shutterstock

O acesso a notícias ocorre muitas vezes de maneira


instantânea aos fatos acontecidos devido às facilidades
tecnológicas de transmissão da informação.

12

COMPETÊNCIAS, HABILIDADES1 E TEMA CONTEMPORÂNEO


TRANSVERSAL DA BNCC
Competências gerais: 1 e 4.
Competências específicas de Linguagens: 3 e 4.
Competências específicas de Língua Portuguesa: 1, 2, 5, 6 e 7.
Habilidades: EF06LP01, EF06LP06, EF06LP07, EF06LP08, EF06LP09, EF06LP10,
EF06LP11, EF67LP01, EF67LP02, EF67LP03, EF67LP04, EF67LP05, EF67LP06,
EF67LP09, EF67LP10, EF67LP32, EF67LP33, EF67LP37, EF67LP38, EF69LP01,
EF69LP03, EF69LP04, EF69LP05, EF69LP06, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP10,
EF69LP12, EF69LP13, EF69LP16, EF69LP17.
Tema Contemporâneo Transversal: Educação para o Consumo.

1
  Consulte a descrição completa das competências e habilidades na BNCC (BRASIL. Mi­
nistério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. Disponível em: livro.
page/32V6U112LP. Acesso em: 27 jun. 2022.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

12 Língua Portuguesa
p orâ n e o
em
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Tr
Te m o nt
Educação

ans
aC
para o

ve rs a
Consumo
A abertura tem o propósito de intro-

l
duzir algumas discussões que serão im-
portantes ao longo da Unidade: a relação
entre o consumo e a degradação do meio
ambiente; o impacto que as informações
têm sobre os nossos hábitos, modos de
vida e as formas como buscamos e con-
sumimos informação. A abertura também
estabelece uma importante relação entre
imagem e texto, explorando a conexão
entre eles. Ressalte aos estudantes a im-
Hoje em dia, recebemos notícias o tempo todo, de maneiras muito portância de se observar as imagens que
distintas e por diversos meios, como televisão, rádio, internet, redes so- acompanham os textos escritos e, no caso
ciais, entre outros. A cada avanço tecnológico surgem novas maneiras de desta Unidade, as informações que pas-
recebê-las. Antes da internet, por exemplo, para ler notícias acessávamos sarão a ler. As imagens não apenas ilus-
jornais, revistas, TV e rádio. Com o advento do mundo digital, temos à tram um texto, elas ajudam a explicá-lo e
mão smartphones, computadores, tablets, enfim, aparelhos que nos fa-
a chamar a atenção do leitor, que pode ser
vorecem a leitura de notícias publicadas no mundo inteiro.
até mais impactado por elas do que pelas
Um aspecto das notícias que merece destaque é o impacto de al-
informações lidas.
gumas delas em nosso comportamento ou opinião sobre diferentes
assuntos. Para refletir sobre isso, considere as perguntas a seguir e
converse com a turma. CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Em uma roda de conversa, comente so-
bre a função social do gênero notícia. Per-
1. A imagem que você acabou de ver representa a relação impactante mita que os estudantes comentem como
entre nosso planeta e o excesso de notícias e informações. costumam se informar sobre diferentes as-
a) Que elementos visuais compõem a imagem? suntos e que relatem como se relacionam
b) Como se estabelece na imagem a relação de sentido entre esses com as informações coletadas. Ao longo
elementos visuais? da conversa, explore o tema do consumo,
2. Saber, por exemplo, que o consumo desenfreado de produtos in- instigue-os a refletir sobre a maneira como
dustrializados prejudica a saúde e o meio ambiente faz você mudar consomem informações ou outros produ-
seus hábitos? tos que impactam diretamente a vida pes-
3. Notícias sobre o aumento da poluição nos mares levam você a re- soal dos estudantes, sua comunidade ou
fletir sobre o descarte inadequado de embalagens de plásticos ou o meio ambiente.
outros materiais não reutilizáveis?
4. As notícias que você costuma ler modificam seu estilo de vida ou
sua maneira de interpretar o mundo? Por quê?
5. Em sua opinião, qual é a importância das notícias? Você busca in-
formação sobre a maneira como consumimos ideias e produtos nos
dias de hoje?

13

ATIVIDADES: RESPOSTAS E planeta e descarte de plástico ou produ­ 5. Resposta pessoal. Estimule os estudantes
ORIENTAÇÕES tos industrializados, entre saúde e consu­ a refletirem sobre a importância das notí­
1. a) A imagem do planeta ao lado de uma mo de produtos livres de agrotóxicos. cias para a formação de opinião e para a
série de imagens em supostas telas de TV, 3. Para apoiar a discussão, apresente ima­ ampliação de repertório sobre diferentes
celulares ou computadores. gens de lixo encontrado no mar ou de contextos e acontecimentos.
1. b) O planeta está à esquerda, recebendo materiais que causaram a morte de ani­
massivamente imagens que supostamen­ mais marinhos.
te indicam informações, representações 4. Resposta pessoal. Estimule os estudantes
ou notícias. a pensarem de que maneira eles conso­
2. Apoie os estudantes na discussão sobre mem notícias e se buscam pensar na rea­
consumo consciente. Comente, por exem­ lidade local, em caso de notícias sobre
plo, a relação entre poluição crescente no meio ambiente, por exemplo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 13
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Caminhos
A seção Caminhos tem como finalida-

Emilija Miljkovic/Shutterstock
de preparar o estudante para o estudo da
Nesta Unidade, você vai pôr em práti-
Unidade, a fim de que ele possa ter mais ca alguns procedimentos: ler e escrever
consciência do caminho que será percorri- notícias; produzir conteúdo para um tele-
do e, com isso, ter uma relação ativa com a jornal; comparar informações em textos
construção de seus conhecimentos. Dessa de diferentes gêneros do campo jorna-
forma, sugerimos que esta seção seja lida lístico-midiático; realizar entrevista; e ler Sacolas plásticas usadas para
e discutida de forma coletiva, para que se- carregar compras de mercado.
um infográfico.
jam levantadas eventuais dúvidas, curio- Tarefas propostas para o estudante ao longo da Unidade:
sidades e impressões acerca do que será „ procurar em casa notícias sobre meio ambiente;
trabalhado. Solicite que os estudantes se „ comparar manchetes de diferentes notícias;
voluntariem para ler em voz alta os boxes
„ conhecer em grupo conteúdos de hiperlinks em notícias;
e, após a leitura de cada um, peça que a
„ discutir em grupo como se manifesta o discurso de ódio em comentários de leitor;
turma faça um comentário sobre os tex-
tos. Aproveite esse momento para explicar „ analisar e discutir em grupo memes ou cartazes de campanha a favor do consumo
que estudar o gênero notícia, além de nos consciente;
informar em relação a temas relevantes e „ produzir em dupla uma notícia sobre hábitos de consumo na pandemia;
ajudar a entender aspectos gramaticais da „ produzir em dupla a locução da notícia produzida.
nossa língua, contribui para uma forma-
ção humana crítica, ética e reflexiva, pois Alf Ribeiro/Shutterstock

somos levados a analisar informações,


argumentos e opiniões de forma mais
criteriosa. Com isso, estamos um passo à
frente de simplesmente ter uma opinião
Os objetivos de aprendizagem desta Unidade são:
sobre algo, trata-se de conseguir expressar
uma argumentação com base em dados, „ planejar e produzir notícia escrita e oral;
fatos, estudos e de formular e defender „ apreender sentidos globais de notícia;
ideias a partir de um posicionamento ético „ reconhecer efeito de sentido de palavras ou
e responsável. frases;
„ produzir e revisar textos escritos e orais;
„ participar de discussões orais sobre consumo
consciente;
„ elaborar e publicar, de acordo com o contexto
Separação de lixo em cooperativa da indicado, notícia sobre a comunidade;
cidade de São Paulo.
„ reconhecer os termos essenciais da oração, con-
cordância verbal;
„ distinguir fato e opinião;
„ relacionar textos.

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14 Língua Portuguesa
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Andrey_Popov/Shutterstock
Avançando pelos boxes da seção
­ aminhos, fale sobre as atividades e os
C
recursos necessários para que seja possível
realizá-las. Além de caderno e caneta, o
Para esta Unidade, você vai precisar de uso do celular com câmera será importan-
alguns recursos: te, sobretudo para a produção em dupla de
„ caderno e caneta para a realização uma notícia e a locução do texto produzido
da entrevista; para essa atividade. No momento determi-
„ celular com câmera para a gravação nado, busque uma forma de estabelecer
da notícia. as duplas sem constranger estudantes que
não tenham o aparelho e/ou que o tenham
de diferentes marcas e modelos. Caso haja
Jornalista revê anotações dificuldades para a captação do áudio por
antes de entrar no ar. conta de quaisquer obstáculos, confira se
a escola oferece tablets, câmeras fotográ-
ficas, gravadores de áudio ou, ainda, um
laboratório de informática. Converse com
os estudantes sobre formas adequadas

Gorodenkoff/Shutterstock
de abordar pessoas para uma entrevista
e sobre a necessidade de autorização de
uso de imagem, voz e texto de quem é
entrevistado. A partir dessa atividade, se
possível, converse também com os respon-
sáveis dos estudantes, tanto para fortalecer
os laços entre escola e comunidade escolar
como para que eles compreendam a im-
portância da utilização das tecnologias de
forma crítica para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conheci-
A finalidade de estudar o gênero notícia mentos e exercer autoria.
é saber mais sobre a função social desse gê-
Mulher lê notícia
nero e como ele nos ajuda a ser mais atentos pelo smartphone.
e críticos em relação a temas relevantes em
nossa sociedade.
Estudar como se estrutura nossa língua, es-
pecialmente os termos essenciais da oração
e a concordância verbal, pode colaborar para
que você saiba ler e interpretar textos, além
de escrevê-los mais conscientemente.

15

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Língua Portuguesa 15
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

O objetivo da Seção 1 é oferecer aos


estudantes ferramentas que possam dar
autonomia e eficiência aos estudos e à
1 Estudo e pesquisa

análise de textos. A seção aborda a relação


entre manchete e notícia, trabalhando com
a comparação entre textos que tratam de Comparação
um mesmo assunto. O objetivo, ao final, é
que os estudantes percebam que, mesmo Quando desejamos conhecer um assunto que nos interessa, buscamos muitas
em textos informativos, é possível notar fontes de informação, afinal, queremos saber tudo que já foi estudado sobre o
posicionamentos pessoais que podem va- tema. Você já passou pela experiência de se interessar por algo e ficar procuran-
riar de um autor para outro, por exemplo, do, por longo tempo, links em sites de busca ou mesmo em livros na biblioteca ou
por meio das informações que aparecem na sala de leitura da escola? Quando realmente desejamos saber mais sobre algo,
primeiro em um título ou em uma man- não nos cansamos de buscar novas fontes de informação até que nossa curiosi-
chete de notícia. O autor, ao noticiar a dade fique saciada.
aprovação de uma lei que proíbe o uso de
sacolas plásticas em supermercados, pode 1. Quando estuda um tema específico, você busca informações em platafor-
começar a manchete dando destaque ao mas diferentes, isto é, em livros, revistas, jornais, sites ou blogs?
problema do uso de sacolas plásticas, ou
2. Ao encontrar diferentes textos sobre o tema pesquisado, você verifica se
à lei que foi aprovada, ou, ainda, à câmara
as informações coletadas se complementam ou são divergentes? Se elas
de vereadores que aprovou a lei. O des- atendem ao que procura?
taque de um início de manchete ou título
coloca em evidência aquilo que o autor do 3. No ato da leitura de diferentes textos, faz anotações das principais infor-
texto julga mais importante. mações coletadas para depois compará-las?

4. Ao encontrar textos que trazem informações semelhantes, compara-as


ATIVIDADES: RESPOSTAS E de maneira a perceber o enfoque dado pelo autor? Verifica se o autor foi
ORIENTAÇÕES imparcial, ou seja, não deixou transparecer a opinião dele na transmissão
1. Resposta pessoal. Explore os hábitos da informação?
dos estudantes na busca por informa­
5. O ato de comparar informações exige que o leitor fique atento aos dados
ção. Verifique também se eles recebem
coletados, mas também à maneira como elas são comunicadas no texto.
ajuda de familiares, amigos ou colegas Você costuma ficar atento ao sentido das palavras usadas e à maneira
para realizar pesquisas. como o texto está organizado?
2. Reforce a importância da atenção que se
deve dar às informações recebidas, que
podem ser divergentes em diferentes As notícias e a educação para o consumo
buscas e que devemos sempre priorizar Ao buscar notícias sobre um mesmo acontecimento, muitas vezes o leitor se
fontes de pesquisa confiáveis. depara com manchetes semelhantes, o que pode fazê-lo acreditar que tudo tem o
3. Estimule os estudantes a sempre pesqui­ mesmo sentido. Entretanto, nem sempre é assim.
sar informações em mais de uma fonte „ Você sabe o que é manchete e linha fina de uma notícia ou reportagem?
e a anotar aquelas que julgarem mais
importantes, para que seja possível es­
tabelecer uma comparação e assim ve­ 16
rificar possíveis divergências.
4. Reflita com os estudantes que tanto a
parcialidade quanto a imparcialidade são HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 1
permitidas, a depender do gênero tex­
EF06LP01, EF67LP03, EF67LP06 e EF69LP17.
tual praticado ou mesmo das intenções
do autor do texto. O mais importante é
perceber a presença de opiniões e ter
uma atitude crítica diante delas.
5. Ressalte que a escolha de palavras é
muito importante em um texto e, nelas,
é possível perceber o posicionamento
do autor em relação ao assunto aborda­
do. A organização de um texto também
é importante, pois a ordem em que apa­
recem as informações pode conduzir o
leitor a uma determinada interpretação.

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16 Língua Portuguesa
Leia as manchetes a seguir.
Manchete I, publicada no jornal Folha de S.Paulo: ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Espera-se que os estudantes saibam


Projeto de lei quer proibir venda e distribuição de sacolas que a manchete é o título da notícia, com
plásticas em SP as informações principais sobre o que o
ZYLBERKAN, Mariana. Projeto de lei quer proibir venda e distribuição texto trata. Já a linha fina é o texto que
de sacolas plásticas em SP. Folha de S.Paulo, 10 jan. 2022. Disponível aparece abaixo da manchete ampliando as
em: livro.page/1V6U113L. Acesso em: 27 jan. 2022.
informações fornecidas pelo próprio título.
Reforce que a manchete é um título
principal, publicado com grande desta-
Manchete II, publicada no site G1:
que, geralmente no alto da primeira pá-
gina de jornal ou revista e que assinala o
fato jornalístico de maior relevância entre
Câmara de SP aprova em 1o turno projeto que proíbe as notícias da edição. É chamativa, impac-
distribuição e venda de sacolas plásticas em comércios tante, com frases mais curtas, para chamar
CÂMARA de SP aprova em 1o turno projeto que proíbe distribuição e a atenção do leitor. Quando não está em
venda de sacolas plásticas em comércios. G1, 8 dez. 2021. Disponível
em: livro.page/2V6U113L. Acesso em: 13 fev. 2022. destaque, chamamos apenas de título. Nos
sites de notícias, é possível reconhecer as

Rido/Shutterstock
manchetes em tamanhos maiores e, por
vezes, cores diversas na página.

ATIVIDADE: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÃO
1. As alternativas a) e d) são falsas. A man­
chete I não comunica de forma clara a
aprovação do projeto, pois a construção
"quer proibir" demonstra que se trata
apenas de uma intenção. Já a manchete
II trata da aprovação do projeto na Câ­
mara de SP como um fato que já ocor­
reu, portanto, algo definido.
Uma opção mais sustentável é o consumidor levar
sua própria sacola para carregar as mercadorias.

1. Selecione duas afirmações falsas em relação ao sentido dos textos.


Não escreva
a) A manchete I comunica claramente a aprovação do citado projeto de lei. neste livro
b) A manchete II esclarece que o projeto de lei já foi aprovado em sessão da Use seu
caderno
Câmara.
c) A manchete I anuncia que há a intenção de se proibir a venda e a distribuição
de sacolas plásticas em São Paulo, mas que isso ainda é somente um projeto.
d) A manchete II indica que há um projeto na Câmara de São Paulo, mas que
sua aprovação ainda não está definida.

17

REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
ƒ PEROBELLI, Roberto; CORREIA, Bianca da Silva. A pressuposição em manchete e a
leitura crítica em foco. Revista Gatilho, v. 20, n.1, 2021. Disponível em: livro.page/
1V6U117LP. Acesso em: 31 jan. 2022.
O artigo em questão apresenta um problema em relação à manchete. Segundo os
autores, embora não haja consenso, já que muitos pesquisadores ainda classificam a
manchete somente como parte do gênero notícia, é possível classificá-la como gênero
textual definido, dadas as características estáveis de sua estrutura discursiva.

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Língua Portuguesa 17
2. Agora leia a notícia publicada em um site de notícias e faça o que se pede.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E Estabelecimentos comerciais, como bares, hotéis e

LunaKate/Shutterstock
ORIENTAÇÕES restaurantes, de São Paulo estão proibidos de fornecer
2. a) Sugestão de resposta: copos, pratos, talheres e outros utensílios feitos de plás-
tico descartável. A determinação é de lei municipal que
ƒ Copos, pratos, talheres e outros entrou em vigor no último dia 1o.
utensílios feitos de plástico descar- Quem descumprir pode ficar sujeito a multas que
tável serão proibidos por nova lei variam de R$ 1.000 a R$ 8 mil, e o estabelecimento pode
municipal em São Paulo. até ser fechado, caso seja reincidente pela sexta vez.

ƒ Lei municipal aprovada proíbe uso A partir de agora, esses talheres e demais objetos
utilizados nas refeições devem ser feitos de materiais
de copos, pratos, talheres e outros biodegradáveis, compostáveis ou reutilizáveis.
utensílios feitos de plástico descar- Utensílios feitos A lei que estabelece a proibição foi sancionada em 13 de janeiro de 2020. Ou seja,
tável em bares, hotéis e restauran- de plástico os estabelecimentos comerciais tiveram um ano para se adequarem a essa norma.
descartável estão
tes em São Paulo. proibidos em O objetivo da implementação da norma foi incentivar a reciclagem de materiais
2. b) Espera-se que o estudante perceba estabelecimentos
comerciais de
e impulsionar a transição para uma economia circular.
que a ordem intensifica o sentido que se São Paulo. MAZENOTTI, Priscilla. Copos, pratos e talheres de plástico estão proibidos em São Paulo.
deseja ressaltar na frase, nesse caso, na Agência Brasil, 3 jan. 2021. Disponível em: livro.page/3V6U114L. Acesso em: 22 fev. 2022.

manchete.
a) Leia o primeiro parágrafo da notícia e elabore duas manchetes, conforme
3. a) Em “quer proibir”, da manchete I, Não escreva
as indicações a seguir.
neste livro
tem-se a impressão de que o projeto Use seu „ A manchete deve começar pela indicação do que será proibido pela
tem a intenção de proibir, mas que ainda caderno
lei a ser aprovada.
é somente uma intenção, não um fato. Já „ A manchete deve começar pela palavra “lei”.

na manchete II, o verbo “aprova” é mais b) Leia as duas manchetes que você elaborou e reflita: a ordem das informações
assertivo, indicando que já é um projeto altera a maneira como o leitor recebe ou interpreta a mensagem?
aprovado pelo poder público.
3. b) A manchete II, pois o verbo “aprova”,
modo indicativo e tempo presente, in­
dica uma ação ocorrida efetivamente e A manchete resume o que virá no texto que a acompanha, por isso deve ser sintética e objetiva.
não somente um desejo, uma intenção. Pode ou não conter verbo. Em textos informativos, em geral, são usados tempos verbais simples,
4. a) Permita que os estudantes elaborem preferencialmente no indicativo, para evitar dúvida ou imprecisão na mensagem. Podem também estar
acompanhados da linha fina ou olho: frase curta, mas maior que a manchete, que expande um pouco
hipóteses para responder à questão. Ex­ mais as informações da notícia.
plore o fato de que em outras ocasiões
já se tentou instituir a proibição, mas que
não deu certo. Assim, o autor da man­
3. Com base nas suas escolhas, responda.
chete pode ter considerado a possibilida­
de de novamente a lei não se realizar na a) Qual é a diferença de sentido nas flexões verbais quer proibir e aprova?

prática. O autor pode, ainda, considerar b) Qual das manchetes indica um fato ocorrido efetivamente? Explique.

que há fases para a efetiva implementa­ 4. Agora, elabore hipóteses para as questões a seguir.
ção da lei, por isso ele apresentou o fato a) Por que o autor de uma das manchetes foi menos assertivo ao noticiar o fato?
somente como possibilidade. b) Qual das duas manchetes lhe parece mais confiável? Justifique.
4. b) Espera-se que os estudantes comen­ 5. Quanto ao procedimento de leitura das manchetes, comente o que se pode
tem o caráter mais preciso da manchete aprender na comparação entre os textos.
II, com o uso do verbo aprovar, o que dá
tom mais confiável à notícia. 18
5. Espera-se que os estudantes comentem
que a comparação colabora para a per­
cepção de nuances de sentido de pala­
vras e estruturas linguísticas distintas. INFERÊNCIA E ARGUMENTAÇÃO
Na atividade 4, os estudantes precisarão levantar hipóteses, além de analisar,
HABILIDADES DA BNCC comparar e relacionar as duas manchetes. Dessa forma, a inferência é um ponto
As atividades de leitura das duas de destaque, uma vez que eles farão deduções observando o contexto semântico
manchetes desenvolvem as habilidades e linguístico das notícias, bem como os sentidos que não se encontram nelas de
EF67LP06 e EF69LP17, já que traba- forma explícita. Esse exercício de leitura contribui para outra habilidade também
lham a análise de textos jornalísticos, de trabalhada na atividade: a argumentação, já que eles precisarão elaborar algumas
modo a pensar a ordenação dos eventos, proposições para mostrar, de forma convincente, que a segunda manchete apresenta
as escolhas lexicais, a parcialidade e a mais confiabilidade por conta dos recursos linguísticos que dispõe (por exemplo: o
imparcialidade, identificando, assim, os verbo “aprovar” no presente do indicativo demonstrando mais certeza do fato se
efeitos de sentido provocados pela cons- comparado à construção de “quer proibir”, ou ainda o uso de “Câmara de SP” e “1o
trução, seleção e hierarquização das infor- turno” trazendo mais detalhes que “Projeto de Lei”, que deixa, na primeira manchete,
mações presentes nos títulos. a informação um tanto vaga se comparada com a segunda.

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18 Língua Portuguesa
Leitura de textos
2 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A Seção 2 aborda os gêneros notícia e


cartaz publicitário. Trata da estrutura da
notícia e de comentário de leitor, além das
características do discurso de ódio, assun-
tos pertinentes ao tema da Unidade que
Nesta seção, você vai ler notícias e estudar características desse gênero de permite aos estudantes tecerem variadas
texto. Na sequência, verá uma maneira que os leitores têm de manisfestar e divul- reflexões a respeito deles.
gar sua impressão sobre notícia lida na internet: o comentário de leitor.
Oriente-os a respeitarem os turnos de
Leitura 1 falas dos colegas, as opiniões divergen-
tes e estimule-os, ao final, a comentarem
o que pareceu mais relevante em relação
Notícia
ao que foi aprendido e debatido durante
Agora, você terá a oportunidade de ler uma notícia que apresenta um problema as atividades. Os boxes desta seção tra-
importante decorrente do consumo desenfreado e descontrolado de um produto. zem, particularmente, assuntos de grande
Leia o texto com atenção e, depois, responda ao que se pede. importância social, além de estarem pau-
tados em questões contemporâneas de
importância destacada.
Projeto de lei quer proibir venda e distribuição de sacolas
plásticas em SP HABILIDADES DA BNCC
Mudança foi aprovada em 1o turno na Câmara, mas ainda precisa passar por DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 2
uma 2a votação
EF06LP01, EF67LP01, EF67LP02,
10 jan. 2022 às 4h00 EF67LP03, EF67LP04, EF67LP05,
Mariana Zylberkan EF67LP06, EF69LP01, EF69LP03,
São Paulo Projeto de lei que tramita na Câmara Muni-
EF69LP13, EF69LP17.

Ulia
cipal de São Paulo quer proibir a venda e distribuição

So
de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais
lovieva/Shutter
na capital paulista.
Aprovado em primeira votação, o texto ainda vai ser
stoc

analisado em audiências públicas e, se aprovado em


k

segundo turno, tem previsão de entrar em vigor a partir


do segundo semestre de 2022.
[...]
“Atualmente, está em vigor uma regulamentação de 2011,
que foi malfeita porque se acreditou que as sacolas seriam recicladas, mas de lá
para cá só aumentou o descarte de plástico na cidade”, diz o parlamentar sobre o
projeto de lei que passou a exigir o fornecimento de embalagens biodegradáveis
ou de papel no comércio.

Na época, São Paulo foi a segunda capital brasileira a extinguir a distribuição


das sacolas plásticas e exigir versões biodegradáveis, após Belo Horizonte (MG).

19

 LEITURA COMPLEMENTAR 
Na Leitura 1 desta seção, fala-se a respeito da hierarquia de informações da notícia ao apresentar ao estudante o conceito de lide.
A seguir, apresenta-se um esquema, a partir de proposta de Van Dijk (1986, p. 168), que mostra a hierarquia completa do que uma
notícia pode trazer:
Discurso da notícia
Sumário ou Resumo Relato noticioso
Paula Radi

Manchete Texto introdutório (“Lead”) Episódio Comentários


Eventos ou Acontecimentos Consequências/Reações Expectativas Avaliação
Evento(s) ou Acontecimento(s) principal(pais) “Background” Eventos/Atos Reações Verbais
Circunstâncias História
Contexto Eventos ou Acontecimentos prévios
Fonte: TRAVAGLIA, L.C. Um estudo textual-discursivo do verbo no português do Brasil. 1991. Tese (Doutorado) – Instituto de Estudos da Lingua-
gem, Universidade de Campinas, 1991. p. 306. In: SILVA, Pollyanna Honorata. Os gêneros jornalísticos e as várias faces da notícia. 2007. Dissertação
(­Mestrado em Linguística) – Universidade Federal de Uberlândia, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. p. 47.
Disponível em: livro.page/2V6U119LP. Acesso em: 17 maio 2022.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 19
ATIVIDADES: RESPOSTAS E A mudança, porém, foi envolta em polêmicas. A Apas (Associação Paulista
ORIENTAÇÕES de Supermercados) e três redes de supermercados (Carrefour, Pão de Açúcar
e Sonda) entraram com recurso no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) e
1. Embora o projeto tenha sido aprovado
conseguiram liminar que barrou a exigência de distribuir os itens nas lojas.
em primeira votação, só terá validade
se for aprovado na segunda. Por isso, o A cobrança pelas sacolas passou a valer em setembro de 2012, após decisão da
projeto ainda está no plano da intenção Câmara Reservada ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça do Estado de São
de seu autor. Paulo, que isentou os estabelecimentos de fornecer os sacos gratuitamente e
fixou um valor por unidade.
2. a) Projeto de lei quer proibir a venda e
a distribuição de sacolas plásticas em De acordo com Felipe Seffrin, coordenador de comunicação do Instituto Akatu,
as atuais sacolas plásticas têm apenas 51% de sua composição de material bio-
estabelecimentos comerciais na capital
degradável, e os outros 49% vêm de derivados do petróleo. “O uso indiscriminado
paulista.
causa impacto na crise climática”, diz.
2. b) Onde tramita o projeto: na Câma­
Outro dado fornecido pelo instituto é que um terço de todo lixo doméstico é
ra Municipal de São Paulo. Onde será
formado por embalagens que foram usadas uma única vez. “Não é apenas re-
aplicado o regulamento: em estabeleci­ duzir os sacos plásticos que vai salvar o planeta, mas a medida tem um papel
mentos comerciais na capital paulista. importante em repensar nossa relação com as embalagens”, diz Seffrin.
Quando a lei, se aprovada, entrará em
vigor: segundo semestre de 2022. O vereador Trípoli diz que a mudança de comportamento deve ser inspirada por
gerações anteriores que usavam sacolas de lona ou de tecido para carregar as
compras. “São Paulo gera 7 toneladas diárias de resíduos, e muita gente acha
que a reciclagem vai resolver tudo, mas apenas 2% do plástico é reaproveitado
em todo país”, diz.

De acordo com o gerente institucional da Apas, Rodrigo Marinheiro, ainda não


é possível dimensionar o impacto do fim da venda das sacolas plásticas nos
supermercados. “O tema ainda precisa ser amplamente discutido”, diz.

Em nota, a Apas afirmou que o fim da distribuição gratuita reduziu em 84,4% o


volume de sacolas plásticas na capital paulista, o que representou 27,4 mil tone-
ladas de plástico que deixou de ir para os lixões e aterros. “A adesão de outros
atores à lei municipal faria com que a mitigação fosse ainda mais expressiva”,
informou a entidade.

ZYLBERKAN, Mariana. Projeto de lei quer proibir venda e distribuição


de sacolas plásticas em SP. Folha de S.Paulo, 10 jan. 2022. Disponível
em: livro.page/4V6U116L. Acesso em: 27 jan. 2022.

Não escreva 1. Relacione a informação da linha fina ao sentido da manchete. Depois, co-
neste livro
mente o sentido provocado pelo tempo composto quer proibir do título.
Use seu
caderno
2. Leia o primeiro parágrafo da notícia e identifique:

a) o fato central do texto.


b) as seguintes circunstâncias: onde tramita o projeto; onde será aplicado o
regulamento e quando a lei, se aprovada, entrará em vigor.

20

HABILIDADES DA BNCC
As habilidades aqui trabalhadas (EF69LP03 e EF69LP17) visam a compreensão do
sentido geral do texto, as escolhas lexicais e os seus efeitos de sentido, a hierarquização
de informações e as sequências expositivas, o funcionamento de hiperlinks e a percep-
ção de que não é possível uma neutralidade absoluta, mesmo em textos informativos. A
abordagem desses temas é feita de modo que o estudante possa chegar, por meio das
próprias questões, a tais conhecimentos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

20 Língua Portuguesa
3. De acordo com as respostas anteriores, pode-se dizer que Não escreva
a notícia traz em seu primeiro parágrafo o chamado lide, neste livro ATIVIDADES: RESPOSTAS E
as principais informações sobre o fato. Use seu
caderno
ORIENTAÇÕES
„ Elabore uma hipótese: Por que os textos do gênero notícia 3. Espera-se que os estudantes comentem
apresentam as principais informações no parágrafo inicial? o caráter informativo da notícia e per­
4. Pesquise em sites de jornais diários de seu estado duas cebam que esses textos pretendem ser
notícias sobre meio ambiente. Depois, anote no caderno as objetivos e claros, apoiando o leitor a
Gênero refere-se à maneira
informações que caracterizam o lide: o quê, quem, onde, ter as informações principais de maneira
como textos ou discursos
quando, como, por quê. breve.
são organizados com o
Conforme orientações do professor, compartilhe com os propósito de comunicar
colegas as informações coletadas. 4. Oriente os estudantes a compartilharem
algo. Essa comunicação
deve também considerar
com colegas as informações coletadas.
Lembre-se a situação comunicativa, Para antecipar eventuais dúvidas que
os interlocutores e o possam surgir durante a realização da
Anote no caderno o nome do jornal, o dia da publicação da suporte usado para o
notícia e o nome do autor, caso haja esse registro.
atividade, escolha uma notícia, de pre­
compartilhamento da
ferência de sua região, e destaque junto
mensagem (jornal impresso,
blog na internet etc.). com os estudantes as informações que
5. Releia o último parágrafo da notícia da página 18 e com- caracterizam o lide.
Os gêneros apresentam
pare-o com a sua versão alterada.
características definidas pelo 5. a) Espera-se que os estudantes notem
conteúdo da mensagem, pelo
estilo do texto e por ter uma
que a palavra “ainda” reforça os diver­
O objetivo da implementação da norma foi incentivar a re- sos benefícios da lei, já que, além de
estrutura característica.
ciclagem de materiais e impulsionar a transição para uma
Lide é o termo usado para incentivar a reciclagem, a lei ainda im­
economia circular.
se referir às informações pulsiona a transição para a economia
mais importantes da notícia –
circular.
o quê, quem, onde, quando,
O objetivo da implementação da norma foi incentivar a re- como, por quê – presentes 5. b) Espera-se que o estudante note a
ciclagem de materiais e ainda impulsionar a transição para geralmente no primeiro intensificação do sentido, o que sugere
uma economia circular. parágrafo do texto. que o autor defende a proposta da lei.
5. c) Há uma intencionalidade no uso do
a) Comente a alteração de sentido que o acréscimo da palavra ainda provocou. termo, já que, ao usar “ainda”, reforça­
b) Você considera que o uso da palavra ainda afeta a impressão do leitor -se um sentido positivo da lei, indicando
sobre a maneira como os projetos tramitam na Câmara dos Vereadores? certa parcialidade do autor.
c) Pode-se dizer que há uma intencionalidade comunicativa no uso do ter- 6. A palavra “única” intensifica o aspecto
mo ainda? Justifique sua resposta.
negativo de se usar a embalagem
6. Releia o trecho a seguir. plástica uma vez só.

Outro dado fornecido pelo instituto é que um terço de todo lixo


doméstico é formado por embalagens que foram usadas uma
única vez. “Não é apenas reduzir os sacos plásticos que vai salvar
o planeta, mas a medida tem um papel importante em repensar
nossa relação com as embalagens”, diz Seffrin.

„ O uso da palavra única sugere um ponto de vista sobre a utilização de em-


balagens. Que sentido essa palavra reforça ou intensifica?

21

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 21
Não escreva 7. Escolha a afirmação que você considerar mais adequada, de acordo com o que
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro respondeu nas duas últimas atividades, e elabore uma justificativa para sua escolha.
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno I. As palavras selecionadas para compor um texto ou discurso revelam, em
7. Espera-se que os estudantes percebam maior ou menor grau, a opinião ou o ponto de vista do autor.
que a seleção lexical é um importante II. As palavras que compõem o texto não interferem em seu sentido geral.
recurso para a construção de ideias e
pontos de vista, já que indiciam sentidos
que nem sempre estão explícitos nos Texto é um conjunto organizado de elementos orais ou escritos usados para compor uma mensagem. Já
textos. discurso é a reunião de textos visuais, orais ou escritos (ou a mistura deles) em que está presente uma
visão de mundo, um ponto de vista particular sobre algo.
MÚLTIPLAS LEITURAS:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
1. a) Ao saber desses números, as indús­
Múltiplas leituras
trias passam a produzir conforme as 1. Leia o infográfico a seguir sobre mudanças em hábitos de consumo e responda.
demandas dos consumidores.
1. b) O que mais impactou o comporta­

Montagem entre fotos: Kolonko/Shutterstock; GzP_Design/Shutterstock; mayrum/Shutterstock;


mento dos consumidores, segundo o
infográfico, foi saber que produtos são
resultado de trabalho escravo.
1. c) Resposta pessoal. Incentive os es­
tudantes a refletirem sobre os hábitos
42% dos consumidores brasileiros estão 30% dos entrevistados estão atentos aos
de consumo e sobre a importância de mudando seus hábitos de consumo para ingredientes que compõem os produtos.
se buscar informações sobre os meios reduzir seu impacto no meio ambiente.
de produção de diferentes produtos e
ingredientes.

CONTEÚDO INTERATIVO
Em roda de conversa, discuta com os
estudantes as práticas de consumo cons-

Palau/Shutterstock
ciente que eles já adotam. Caso não haja
adesão a nenhuma delas, converse sobre
ações possíveis dentro da comunidade es- 58% não compram de empresas que 65% não compram de empresas
fazem testes em animais. associadas ao trabalho escravo.
colar ou na família. Você pode organizar
um mural para que eles compartilhem as Fonte: TRUCHETTI, Aline. Como o consumo consciente pode
ações escolhidas. afetar a saúde do seu negócio. Netzee, 5 nov. 2019. Disponível
em: livro.page/5V6U118L. Acesso em: 13 fev. 2022.

a) Em que medida os números percentuais sobre hábitos de consumo afetam a produção


das indústrias?
b) Segundo o infográfico, que aspecto relacionado à produção de produtos mais impactou
o comportamento de consumidores?
c) Ao comprar diferentes produtos, você ou sua família busca informações sobre como são
produzidos? Por quê?

22

TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL


O boxe Múltiplas leituras aborda um tema bastante importante: a presença de tra-
balho escravo, ou análogo à escravidão, ainda nos dias atuais. Esse é um tema também
relacionado às discussões a respeito do consumo consciente, ou da Educação para
o Consumo. Nossos hábitos de consumo não apenas afetam o meio ambiente, mas
também a sociedade e a dignidade dos indivíduos, e ambos os temas (meio ambiente e
dignidade humana) estão na esfera dos Direitos Humanos. Por isso, é preciso chamar a
atenção dos estudantes para que eles fiquem atentos às informações sobre empresas que
usam trabalho escravo para que elas sejam relevantes em nossas tomadas de decisões
a respeito dos produtos que consumimos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

22 Língua Portuguesa
O uso de hiperlinks
 ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
Você já pensou em todos os aspectos que envolvem a produção de uma notí-
cia? Para fazê-la, o autor deve coletar dados e informações e organizá-los em um A análise de manchetes, exercitada nes-
texto oral ou escrito. Leia a notícia a seguir e responda ao que se pede para com- ta seção, merece ser aprofundada. Para
preender mais sobre as informações coletadas e para entender o recurso digital isso, propõe-se a seguinte atividade de
que o autor da notícia utilizou. pesquisa e reflexão:
1. Peça para os estudantes citarem exem-
plos de degradação do meio ambien-
São Tomé de Paripe receberá campanha “O mar não está para plástico” te a partir de hábitos de consumo.
Exemplos: a compra excessiva de de-
A campanha visa sensibilizar os diversos atores que frequentam as praias, seja para lazer, terminados produtos, como roupas, e
prática esportiva ou atividade comercial, sobre a responsabilidade individual e coletiva com o
o desperdício de alimentos, de água e
correto descarte do lixo produzido.
de energia. Anote no quadro algumas
14/09/2021 15h50 sugestões.
Por: Bahia Jornal Fonte: Secom Bahia (Luana Marinho)
2. Divida a turma em grupos de quatro
integrantes e peça para que cada gru-
po pesquise e anote manchetes de
notícias a respeito destes temas (cada
grupo deve trabalhar com um tema di-
ferente).
3. Em aula previamente marcada, peça
para que os grupos apresentem suas
manchetes e comentem o que seus au-
Reprodução/Redemar

tores destacaram, primeiramente, em


cada uma delas.
4. Toda a turma deve exercitar a reflexão
sobre como elas revelam os pontos
de vista de seus autores e avaliar qual
manchete chama atenção para a ques-
tão mais relevante de cada tema.

Cartaz de campanha de conscientização “O mar não


está para plástico”, da Redemar.

Para marcar o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, será realizada neste sábado (18), às
8h, em São Tomé de Paripe, a ação de coleta de lixo da campanha “O mar não está para plástico”,
idealizada pela ONG Rede Viva Mar Vivo e que tem o apoio da Secretaria do Meio Ambiente do
Estado (Sema).
Em frente ao Cerimonial Villa do Mar, ponto de encontro da campanha, serão montados toldos
com infraestrutura para suporte aos voluntários, com água e equipamentos para a coleta (luvas,
coletes e baldes). Serão seguidos todos os protocolos de saúde, limpeza, higiene e segurança para
prevenção ao novo coronavírus. Os participantes devem levar garrafa ou caneca para beber água.

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Língua Portuguesa 23
ATIVIDADES: RESPOSTAS E Os guardiões da praia, como são chamados os voluntários cadastrados para a campanha,
ORIENTAÇÕES participaram de uma capacitação no dia 11 de setembro. Os interessados em se voluntariar para
a ação devem se inscrever, preenchendo o formulário on-line ou indo diretamente ao local.
1. “A campanha visa sensibilizar os diver­
A campanha visa sensibilizar os diversos atores que frequentam as praias, seja para lazer,
sos atores que frequentam as praias, seja prática esportiva ou atividade comercial, sobre a responsabilidade individual e coletiva com o
para lazer, prática esportiva ou atividade correto descarte do lixo produzido. Uma das principais preocupações é o microlixo, pois mesmo
comercial, sobre a responsabilidade indi­ com a coleta dos resíduos sólidos efetuada pelo poder público, fragmentos de plástico e lixos
vidual e coletiva com o correto descarte difíceis de serem coletados, como bituca de cigarro, palitos de picolé e sacolas plásticas, vão
direto para os oceanos, causando um imenso dano ao ecossistema marinho.
do lixo produzido. Uma das principais
A ação tem parceria da Marinha do Brasil, Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resi-
preocupações é o microlixo, pois, mes­
liência (Secis), Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB) e Mahalo.
mo com a coleta dos resíduos sólidos
efetuada pelo poder público, fragmentos MARINHO, Luana. São Tomé de Paripe receberá campanha
“O mar não está para plástico”. Bahia Jornal, 14 set. 2021.
de plástico e lixos difíceis de serem co­ Disponível em: livro.page/6V6U120L. Acesso em: 22 fev. 2022.
letados, como bituca de cigarro, palitos
de picolé e sacolas plásticas, vão direto
para os oceanos, causando um imenso 1. Localize no texto a passagem em que se pode saber sobre o objetivo da Não escreva
campanha “O mar não está para plástico”. neste livro
dano ao ecossistema marinho”. Use seu
2. Como são chamados os voluntários? Por que recebem esse nome? caderno
2. São chamados “guardiões da praia” e
recebem esse nome porque protegem 3. Por que o microlixo é uma das maiores preocupações dos organizadores?
a praia e o ambiente marinho. 4. Releia o trecho e responda: Por que o termo formulário on-line está destacado?
3. O microlixo é uma das maiores preocu­
pações, pois, mesmo com a coleta dos Os guardiões da praia, como são chamados os voluntários cadastrados para
a campanha, participaram de uma capacitação no dia 11 de setembro. Os in-
resíduos sólidos efetuada pelo poder
teressados em se voluntariar para a ação devem se inscrever, preenchendo o
público, fragmentos de plástico e lixos formulário on-line ou indo diretamente ao local.
difíceis de serem coletados, como bituca
de cigarro, palitos de picolé e sacolas 5. Essa notícia apresenta um hiperlink.
plásticas, vão direto para os oceanos, a) Você sabe o que são hiperlinks?
causando um imenso dano ao ecossis­ b) Para que servem os hiperlinks?
tema marinho. c) Como se caracteriza sua estrutura nos meios digitais?
4. Para indicar que se pode clicar sobre o d) Você tem o hábito de acessar hiperlinks em leitura de textos digitais?
termo e abrir o formulário. 6. Leia os títulos dos textos que se abrem nos hiperlinks a seguir e analise
5. a) Hiperlinks são um destaque em tex­ como eles contribuem com a leitura.
tos em meios digitais que, ao clicar ou I. proibir a venda e distribuição de sacolas plásticas [...].
passar o cursor sobre eles, levam-nos a
outros textos. Explore os conhecimentos
prévios dos estudantes sobre a manei­ Chega de sacolinha: veja dicas para reduzir o consumo
ra como os textos são organizados em de plástico
meios digitais. Discuta a maneira como Mudança de cultura tem de passar por governos, empresas e consumidores
as plataformas digitais estabelecem re­
GAMA, Mara. Chega de sacolinha: veja dicas para reduzir o
lação entre textos. consumo de plástico. Folha de S.Paulo, 11 ago. 2019. Disponível
5. b) Para trazer outras informações rele­ em: livro.page/7V6U121L. Acesso em: 22 fev. 2022.

vantes à leitura do texto principal.


5. c) Os trechos do texto que formam os
24
hiperlinks aparecem sublinhados, em
negrito ou coloridos, em geral, em azul.
São textos clicáveis que levam o leitor a
outra página na internet.
5. d) Explore o sentido do hiperlink anali­
sando os aspectos visuais do texto em
questão. Permita que eles manifestem
livremente que procedimentos de leitura
costumam usar mais frequentemente.

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24 Língua Portuguesa
II. segunda capital brasileira a extinguir a distribuição das sacolas plásticas e exigir versões
biodegradáveis [...]. ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
6. Destaque a importância dos hiperlinks,
SP será 2a capital a banir sacola plástica pois eles possibilitam o acesso rápido
Câmara proíbe uso de embalagem que polui água e causa enchentes; medida de informações complementares ao tex­
entra em vigor em 1o de janeiro to que está sendo lido. Ajude os estu­
Projeto segue para a sanção do prefeito, que disse ser favorável à medida; multa dantes a perceberem as relações e as
prevista vai de R$ 50 a R$ 50 mi complementariedades que as manchetes
SCIARRETTA, Toni. SP será 2a capital a banir sacola
abertas pelos hiperlinks acrescentam à
plástica. Folha de S.Paulo, 18 maio 2011. Disponível em: notícia lida.
livro.page/8V6U121L. Acesso em: 22 fev. 2022.

III. A cobrança pelas sacolas passou a valer em setembro de 2012 [...].

Sacolas gratuitas em supermercados acabam no domingo


em SP

SACOLAS gratuitas em supermercados acabam no


domingo em SP. Folha de S.Paulo, 11 fev. 2012. Disponível
em: livro.page/9V6U121L. Acesso em: 24 fev. 2022.

IV. apenas 2% do plástico é reaproveitado em todo país [...].

Brasil é um dos maiores consumidores de plástico, mas só


recicla 2% do total
Entre os entraves para melhorar o índice estão a falta de incentivos e de infraes-
trutura, além da baixa qualidade dos produtos reciclados

WATANABE, Phillippe. Brasil é um dos maiores consumidores de


plástico, mas só recicla 2% do total. Folha de S.Paulo, 4 mar. 2019.
Disponível em: livro.page/10V6U121L. Acesso em: 4 mar. 2019.

Hiperlink é um recurso utilizado pelo autor para fazer referências a conteúdos


relacionados ao próprio texto ou a outros textos que ampliam o tema abordado. São
palavras ou termos em destaque que, se acessados, levam o leitor a outros conteúdos.

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Língua Portuguesa 25
NOSSO MUNDO: ORIENTAÇÕES Nosso mundo
A atividade desenvolvida no boxe abor- Agora é a sua vez de refletir sobre a maneira como consome notícias ou produtos. No caso das
da uma circunstância importante pela qual notícias, podemos ser ativos e críticos ou passivos, isto é, podemos lê-las ou ouvi-las sem mesmo pa-
todos os países passaram: a pandemia do rar para pensar em seu conteúdo, na relação que há entre as informações contidas no texto e a nossa
vida ou a vida de nosso grupo social.
novo coronavírus e suas consequências
No que se refere ao consumo de bens ou produtos, muitas vezes não nos damos conta de que,
para o meio ambiente. A atividade visa no ato de consumir, podemos impactar nossa saúde ou o meio ambiente. Entretanto, há outra possi-
trabalhar questões de nossa realidade, pro- bilidade, já que podemos avaliar o impacto que certos produtos podem promover em nosso corpo ou
mover a reflexão e incentivar os estudantes no meio em que vivemos.
a buscar soluções para os problemas, par- Leia a notícia a seguir.
tindo de suas próprias experiências e de
maneira que seja possível uma mudança
positiva e substancial no mundo.
Mais de 120 bilhões de máscaras são descartadas por mês nos
oceanos

Tempo de decomposição desses materiais ainda é indeterminado


Juliana Faddul, colaboração para a CNN Brasil

29/12/2020 às 19:36

Stely Nikolova/Shutterstock

Máscara facial
encontrada em
mar da Espanha.

No começo da pandemia do novo coronavírus, quando uma foto de um golfinho


nadando nos canais de Veneza viralizou, a internet comemorou. Em abril, quando a
ONS (Operador Nacional de Sistema) divulgou que o consumo de energia elétrica foi
o menor desde abril de 2012, ambientalistas ficaram contentes. Neste mês, o Projeto
Carbono Global, organizado pelas Nações Unidas, divulgou uma baixa de 7% na
emissão de dióxido de carbono. E, assim, mais comemoração.
Daqui, da terra, as notícias de um possível triunfo da natureza sobre o homem
pareceram bastante otimistas. Mas, debaixo d’água, a história tem sido outra.
Segundo um levantamento divulgado pela ONG Ocean Conservancy estão sendo
jogadas nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico 129 bilhões de máscaras descartáveis

26

HABILIDADE DA BNCC
Esse boxe se relaciona com a habilidade EF69LP13, uma vez que estimula os estu-
dantes a refletirem sobre um tema de interesse e relevância social.

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26 Língua Portuguesa
e 65 bilhões de luvas plásticas por mês. Como se a quantidade não fosse alarmante o NOSSO MUNDO:
suficiente, o tempo de decomposição desses materiais ainda é indeterminado. RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Vale lembrar que, além das luvas e máscaras, são descartados nos mares 8 1. Uma grande quantidade de máscaras,
milhões de toneladas de plástico por ano, segundo a organização WWF. Considerando
este aumento, a estimativa é de que até 2050 haja mais lixo do que peixes.
luvas plásticas e materiais hospitalares
O problema do descarte irregular de material plástico nas águas é muito maior
foram parar no oceano.
do que tartarugas morrendo engasgadas com canudinhos. Segundo ambas as 2. Há o risco de a vida marinha se tornar
organizações, a maior preocupação são os fragmentos de microplásticos encontrados escassa. Isso pode provocar falta de
nos sistemas digestivos de animais. Isso é um primeiro passo para que o plástico
alimento.
entre de vez na cadeia alimentar — sim, isso inclui a alimentação humana.
Muitos materiais são de uso hospitalar, então cabe às autoridades a 3. Fazer o descarte adequado do lixo e
responsabilidade de descarte correto. Vale lembrar que a poluição marinha é um usar máscaras de pano.
problema de todos os países. Os objetos viajam nas correntes oceânicas, ou seja,
nenhum estado tem o poder de resolver o problema sozinho. Do ponto de vista de
4. Organize grupos de até cinco estudan­
pessoa física, a alternativa é optar pelo uso de máscaras de pano — parece pouco, tes e peça para eles discutirem o tema e
mas uma máscara descartável que deixa de ser usada é um lixo a menos para poluir cumprir a tarefa em tempo previamente
os oceanos. combinado. Em seguida, em uma roda
FADDUL, Juliana. Mais de 120 bilhões de máscaras são descartadas de conversa, permita que eles compar­
por mês nos oceanos. CNN Brasil, 29 dez. 2020. Disponível em: tilhem as propostas e registrem-nas em
livro.page/11V6U123L. Acesso em: 13 fev. 2022.
cartazes para, depois, apresentarem à
comunidade escolar.
1. Segundo a notícia, qual impacto a pandemia do coronavírus causou nos 5. Espera-se que os estudantes comen­
Não escreva
oceanos? neste livro
tem que houve reflexão, troca de ideias
Use seu
2. Qual é a consequência disso para a vida no planeta Terra? caderno e proposição de solução para o tema
3. Que ações podem ser adotadas para evitar que a situação se agrave? apresentado na notícia. Por isso, a pos­
4. Em grupos, listem cinco ações que vocês podem adotar na comunidade escolar para
tura dos leitores foi ativa.
combater a poluição do mar e do ar.
5. Para finalizar, considerando a discussão com os colegas sobre ações para o combate à
poluição do mar e do ar, avalie sua postura diante da leitura da notícia. Ao lê-la, você
pensou em seu comportamento ou no comportamento de sua comunidade para o pro-
blema apresentado? Escreva no caderno a conclusão a que chegou.

Leitura 2

Comentário de leitor
Geralmente, jornais e revistas, impressos ou digitais, disponibilizam um espa-
ço em que o leitor pode manifestar suas opiniões. Isso também ocorre em sites
de notícias, blogs ou redes sociais, já que há clara intenção dos produtores de
conteúdo de estabelecer comunicação com o seu público. Afinal, vivemos em uma
sociedade democrática, cujo traço predominante é o direito à participação cidadã.
Entretanto, esses comentários devem ser escritos de maneira respeitosa, clara e
objetiva para que não se tornem discursos sem sentido ou mesmo que expressem
ideias contrárias ao objetivo desejado.

27

COMPETÊNCIAS DA BNCC
As propostas das atividades 4 e 5 favorecem a reflexão, a discussão e a expressão de
argumentos e valores acerca de problemas relativos aos direitos humanos e à preservação
do meio ambiente, situações presentes em nossa realidade. Portanto, se relacionam com
as competências específicas de Língua Portuguesa 6 e 7.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 27
Não escreva 1. Leia o texto que acompanha a seção de cartas ou comentários de leitores
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro do  jornal Folha de S.Paulo. É importante destacar que esse texto foi pu-
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno
blicado junto aos comentários ou cartas de leitores que você lerá a seguir.
1. a) Espera-se que os estudantes perce­ Depois, em roda de conversa, façam as atividades a seguir.
bam que os comentários dos leitores po­
dem expressar opiniões contrárias à linha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade
é do autor da mensagem.
editorial do jornal, além de manifestar
COMENTÁRIOS para: Projeto de lei [...]. Folha de S.Paulo, 10 jan. 2022.
ideias polêmicas ou comprometedoras. Disponível em: livro.page/12V6U124L. Acesso em: 13 fev. 2022.

1. b) Os comentários são variados e po­


dem estar relacionados tanto ao conteú­ a) Converse com os colegas de grupo e levante hipóteses sobre o motivo de
do como a outros aspectos. Às vezes haver essa mensagem inicial na seção de comentários.
são engraçados, críticos, elogiosos, tris­ b) Você já leu comentários de leitores em notícias, reportagens, vídeos etc.?
tes ou, ainda, raivosos. Em caso positivo, em geral, como se caracterizam?

2. a) Texto II: “alguns países, como EUA, 2. Leia as cartas de leitor relacionadas à notícia “Projeto de lei quer proibir
venda e distribuição de sacolas plásticas em SP”.
têm tratamento do lixo, chegando até
mesmo a gerar tipos de adubos, e não
I. Leitor: A.B. 10 jan. 2022 às 15h04
fazem esses lixões a céu aberto”.
De novo esta novela? Os nobres vereadores e deputados deveriam propor
2. b) Texto I: “deveriam propor maior rigor maior rigor nos lixões espalhados pela cidade e estado de SP. Deveriam se
nos lixões espalhados pela cidade e es­ preocupar em dotar verba para construções de usinas de compostagem;
tado de SP. Deveriam se preocupar em deveriam se preocupar em fazer valer a lei de resíduos sólidos.
dotar verba para construções de usinas
de compostagem; deveriam se preo­
II. Leitor: G.S. 10 jan. 2022 às 9h02
cupar em fazer valer a lei de resíduos
Esse vereador está corretíssimo, um dos grandes problemas da
sólidos”.
humanidade é a água potável e o lixo que fatalmente acaba indo para a
2. c) Texto III: “O plástico pagando a conta natureza. Alguns países, como EUA, têm tratamento do lixo, chegando
da ignorância do povo...”. até mesmo a gerar tipos de adubos, e não fazem esses lixões a céu aberto
como aqui. O que acontece aqui é que simplesmente transferem os
problemas de lugares e nada se faz, observem o Tietê, que há muitos anos
se fala em despoluir e nada foi feito até agora, tem que se conservar a
natureza para o futuro.

III. Leitor: W.M. 10 jan. 2022 às 7h33


O plástico pagando a conta da ignorância do povo...

COMENTÁRIOS para: Projeto de lei [...]. Folha de S.Paulo,


10 jan. 2022. Disponível em: livro.page/12V6U124L. Acesso
em: 27 jan. 2022. (Adaptado para fins didáticos.)

Identifique nos comentários um trecho:


a) em que o autor usa um argumento baseado em exemplo.
b) em que o autor expressa sua opinião, e não fatos.
c) em que há somente expressão de revolta.

28

COMPETÊNCIA DA BNCC
As questões 1 e 2 promovem a interpretação de pontos de vistas distintos acerca dos
chamados lixões, nos quais também é possível observar gradações em relação à expressão
de respeito a opiniões divergentes. Já a questão 5, proposta mais adiante, promove o
exercício de produzir comentários que também devem levar em consideração o respeito
ao próximo. Dessa forma, se relacionam com a competência específica de Linguagens 4.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

28 Língua Portuguesa
3. Qual dos três comentários manifesta ironia em relação aos argumentos em Ironia:
defesa do projeto noticiado? Justifique sua resposta. expressão ATIVIDADES: RESPOSTAS E
„ Esse trecho indica que seu autor confia no fato noticiado?
usada para
transmitir uma
ORIENTAÇÕES
4. Que efeito emotivo provoca em você e seus colegas o trecho em que não se
mensagem
contrária ao
3. O trecho III manifesta ironia ao dizer que
usam argumentos, somente ironia? que se diz para o plástico vai pagar a conta que seria do
a obtenção de
dose de humor, povo mesmo, já que ele paga sacolas
5. Em duplas, escrevam um comentário de leitor em resposta à mesma notícia
lida nesta Unidade. Sigam as instruções a seguir.
em maior ou
menor grau.
plásticas, impostos etc. O uso da ironia
indica que o autor parece manifestar
„ Sejam breves, pois não há muito espaço nas seções destinadas à carta do leitor.
Não escreva
descaso em relação ao fato noticiado.
„ Usem linguagem formal. neste livro
„ Evitem ironia, gírias ou vocabulário inadequado ao contexto. Use seu
4. Espera-se que os estudantes cheguem à
„ Usem argumentos para apoiar suas opiniões.
caderno conclusão de que o comentário estimula
descrédito e desconfiança, que ele não
agrega valor para a discussão sobre o
tema.
Linguagem formal refere-se à variante mais próxima da norma-padrão. A
norma-padrão é a variante ensinada na escola. 5. Em dia e hora previamente combinados,
Linguagem informal é aquela em que o sujeito se expressa de maneira peça que as duplas leiam para os cole­
coloquial, sem a preocupação com a norma-padrão da língua.
gas a notícia disparadora para a escrita
Norma-padrão é um conjunto de normas da gramática que tem como base estudos
em diversos campos da linguagem. Essas normas foram definidas por pesquisadores e os comentários. Explore oralmente
da língua que consideram os aspectos históricos, o uso e a busca de uma o tipo de argumentos ou exemplos ci­
padronização para que todos se entendam durante a comunicação. tados, a adequação da linguagem e a
pertinência da mensagem. Para apoiar
a produção dos estudantes, peça que
Diálogos com Ciências Humanas façam também uma pesquisa de comen­
No Dia da Liberdade de Expressão, 28 de setembro, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lem- tários de leitor em que se pode notar
brou a data, em 2021, com a postagem a seguir em uma rede social. A publicação abordou questões tom adequado ao contexto de produção.
como liberdade de expressão e discurso de ódio. Depois, mencione como esses comentá­
rios menos adequados desestimulam a
Reprodução/Instagram/Cnj_oficial

discussão séria sobre o tema abordado


e incentivam violência verbal.

DIÁLOGOS COM DIREITO: ORIENTAÇÕES


Apesar de o Direito não ser um compo-
nente curricular do ensino básico, a opção
pelo título deste boxe visa dar visibilidade
à discussão que abrange questões éticas
comuns a várias áreas do conhecimen-
CONSELHO to e cujo estudo está previsto em todos
NACIONAL
DE JUSTIÇA.
os componentes curriculares, de acordo
Disponível em: livro. com a Competência geral 5 da BNCC:
page/13V6U125L.
Acesso em: 2
"Compreender, utilizar e criar tecnologias
fev. 2022. digitais de informação e comunicação de
forma crítica, significativa, reflexiva e éti-
ca nas diversas práticas sociais (incluindo
29 as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhe-
cimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal
e coletiva".

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 29
DIÁLOGOS COM DIREITO: Em roda de conversa, discuta com os colegas de grupo as perguntas
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES a seguir.
Não escreva
neste livro 1. De acordo com a postagem do Conselho Nacional de Justiça, qual é o
A discussão sobre discurso de ódio Use seu limite entre liberdade de expressão e discurso de ódio?
pode suscitar opiniões contundentes. caderno

Oriente os estudantes a realizarem uma 2. Você já leu algum comentário na internet que considerou ofensivo a si
ou a outra pessoa? Em caso positivo, como se sentiu?
discussão que respeite os colegas e seus
turnos de fala, e que opiniões divergen- 3. Converse com os colegas sobre a atitude que devemos ter ao estabele-
cer comunicação com outras pessoas em espaço público.
tes possam ser debatidas de forma cor-
a) Que palavras ou expressões podem revelar atitude ética e educada?
dial. Ajude-os a perceber que discursos
b) Que atitudes cordiais são adequadas para o bom convívio social?
de ódio, em geral, estão ligados a valores
sociais, religiosos, políticos – assuntos que
devem, de saída, gerar uma postura mode- Comparação entre textos
rada, já que são delicados e passam por
questões subjetivas.

GaudiLab/Shutterstock
1. O discurso não pode afetar os outros,
não pode promover ou manifestar dis­
criminação, hostilidade e violência.
2. Permita aos estudantes contar expe­
riências pessoais ou de pessoas de seu
grupo. Acolha os que relatarem expe­
riências negativas e os ajude a pensar
em como se deve agir nesses casos.
3. a) Bom dia, boa tarde, obrigado(a), com Jornalistas
licença, por favor etc. discutem conteúdo
para produção de
3. b) No transporte público, oferecer as­ artigo em redação
de jornal.
sento para idosos, gestantes ou pessoas
com dificuldades de mobilidade. Dar pas­ Nesta Unidade, ao ler notícias e comentários de leitores, você pôde perceber
sagem a pessoas com alguma urgência que textos desses gêneros manifestam, em maior ou menor grau, a opinião de
em diferentes situações, oferecer a mão seus autores. Considerando a parcialidade ou imparcialidade dos textos dos gê-
para cumprimento, entre outros. neros citados, responda:
1. Você acha possível a um profissional da área de comunicação escrever um
COMPARAÇÃO ENTRE TEXTOS: texto completamente imparcial?
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES 2. Em que medida a escolha das palavras e a ordem das informações interfe-
1. Espera-se que os estudantes perce­ rem na maneira como algo é comunicado?
bam que a imparcialidade total é algo 3. Em qual dos dois gêneros, notícia e comentário de leitor, há mais liberda-
difícil de se atingir, visto que a visão de para a manifestação de opinião de seu autor? Justifique sua resposta.
do autor sobre o tema perpassa a pró­ 4. Considerando o que estudou até aqui, comente o que acredita ser impor-
pria produção. tante ter em um comentário de leitor.

2. Por meio do sentido das palavras utili­ 5. De que maneira podemos perceber que o autor de um comentário de leitor
zadas e da maneira como hierarquiza respeitou seu interlocutor, isto é, outros leitores?
as informações, o autor transmite seu
ponto de vista sobre o tema. 30
3. No comentário de leitor é permitido
expressar livremente uma opinião. Já
na notícia, o autor deve ficar atento ao COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA perceberem que escolhas linguísticas são
objetivo comunicativo, que é transmitir a BNCC importantes para a preservação do respeito
informação. e da cordialidade. Uma única palavra pode
Os chamados “discursos de ódio” têm
4. Espera-se que os estudantes percebam levar todo o texto a ser interpretado como
sido muito debatidos pela sociedade, e
que é importante que o comentário se discurso de ódio.
promovem um bom entendimento da im-
refira a trechos da notícia e que comente portância da competência específica de Além da competência mencionada,
assuntos pertinentes ao tema discutido Língua Portuguesa 5. Entretanto, chame as atividades dessa página evidenciam
no texto a que se refere. a atenção para o fato de que qualquer as habilidades EF69LP13, EF67LP02,
5. Pode-se perceber respeito ao interlocu­ debate precisa ter como parâmetro o res- EF69LP01, EF67LP05 e EF67LP06.
tor quando o autor do comentário usa peito ao próximo. Ajude os estudantes a
linguagem adequada, ou seja, usa pala­
vras e termos respeitosos, além do uso
de argumentos adequados, tendo como
foco o que é discutido no tema central
do texto publicado.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

30 Língua Portuguesa
Análise e reflexão
sobre linguagens 3 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A Seção 3 desta Unidade aborda os gê-


neros notícia e cartaz. Trata, também, de
termos essenciais da oração, concordância
verbal, metáfora e personificação. A seção
apresenta atividades que conduzem o es-
Desde muito pequenos aprendemos a nos comunicar em nossa língua portuguesa. tudante a construir os conceitos linguísti-
Ela, que é um sistema organizado, nos possibilita travar conversação e escrever sem cos abordados, que são introdutórios para
que nos preocupemos com regras ou com o funcionamento da linguagem. Nós a progressão que se verificará nas Unida-
simplesmente nos comunicamos com os outros e, na maioria das vezes, entende- des seguintes. Retome com os estudantes
mos o que eles comunicam e somos entendidos. o que são as classes de palavras, já que
Nesta seção, você vai refletir sobre a língua que usa em diferentes contextos. as noções de substantivo e verbo serão
Para tanto, serão apresentadas situações de leitura e produção de textos orais e necessárias para a compreensão de sintag-
escritos para que, ao mesmo tempo que estabelece diálogo com diferentes inter-
mas nominais e verbais. Faça uma verifica-
locutores, aprenda especialmente sobre o que é frase, oração e período, termos
ção, que pode ser em forma de atividade,
essenciais da oração, concordância verbal e pontuação nos períodos compostos.
de ativação dos conhecimentos prévios a
respeito de sujeito e predicado, de concor-
Conceitos da língua dância entre sujeito e verbo da oração e
das pontuações que encerram frases.
Frase, oração e período
1. Para exemplificar o que foi dito, em grupo, leiam as manchetes de jornais e
façam o que se pede.
Texto 1

A questão do consumo entre jovens

A QUESTÃO do consumo entre jovens. Conselho


Federal de Psicologia, 16 fev. 2018. Disponível em: livro.
page/14V6U127L. Acesso em: 13 fev. 2022.

Texto 2

Pesquisa da Fiocruz aponta os impactos da pandemia na


rotina dos adolescentes brasileiros
PESQUISA da Fiocruz aponta os impactos da pandemia na rotina
dos adolescentes brasileiros. Fiocruz, 2 dez. 2020. Disponível
em: livro.page/15V6U127L. Acesso em: 13 fev. 2022.

31

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 3


EF06LP06, EF06LP07, EF06LP08, EF06LP09, EF06LP10, EF67LP33, EF67LP37,
EF67LP38, EF69LP04, EF69LP05, EF69LP17.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 31
Texto 3
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
1. a) Espera-se que os estudantes perce­

Professional/Shutterstock
Jovens mudam hábitos sobre
bam que, no caso I, não há verbo, no consumo e buscam compartilhar bens
caso II, há um verbo e, no III, três verbos. BOLZANI, Isabela. Jovens mudam hábitos
sobre consumo e buscam compartilhar bens.
1. b) Espera-se que os estudantes che­ Amazonas Atual, 16 ago. 2021. Disponível em
guem à resposta de que frase é uma Não escreva
livro.page/16V6U128L. Acesso em: 14 fev. 2022.

ideia completa, que termina com um neste livro


Use seu Rapaz escolhendo
sinal de pontuação (mas não no caso caderno roupa em uma loja.
de títulos ou manchetes), e que pode
não ter verbo, ou ter um ou mais verbos.
a) Embora as manchetes tenham sentido completo, há diferen-
Chame atenção para o fato de que “fra­ ças entre elas. Observe a seleção de palavras e a estrutura
se”, muitas vezes, é chamada de enun­ dos três enunciados e, depois, converse com os colegas
ciado (embora o enunciado possa ser Enunciado é formado a
de grupo sobre o que os diferencia.
formado por uma ou mais frases). Essa partir de uma enunciação. b) De acordo com a resposta anterior, elabore uma hipótese
informação é importante porque nas A enunciação ocorre pela sobre a forma como se estruturam os enunciados em lín-
questões que vêm a seguir, as frases interação entre: gua portuguesa.
„ um enunciador – aquele que Como você pode notar, há duas formas de compor os enun-
são chamadas de enunciado.
fala ou escreve; e ciados e elas estão relacionadas à presença ou não de um ele-
2. a) A palavra “pesquisa”. Classifica-se „ um enunciatário – aquele para
mento linguístico importante, o verbo. Dessa maneira, podemos
como substantivo. quem se fala ou escreve.
dizer que há frases nominais e frases verbais.
O enunciado pode ser,
2. b) Os termos “da Fiocruz”. por exemplo, por meio 2. No texto 2, há outros aspectos importantes sobre a estrutura de
2. c) A palavra “aponta”. A classificação de comunicação oral ou enunciados que podem ser estudados. Note que ele é com-
escrita. De forma resumida, posto de dois blocos:
dela é verbo.
o enunciado é caracterizado
2. d) A palavra não tem sentido completo como algo que se deseja dizer I. Pesquisa da Fiocruz II. aponta os impactos da
e, por isso, gera curiosidade para saber e a forma como algo é dito.
pandemia na rotina dos
Frase é um enunciado
o que a pesquisa aponta. adolescentes brasileiros
de sentido completo,
2. e) Os impactos da pandemia. expressando uma ideia.
Na escrita, normalmente a) Qual é a palavra mais importante, do ponto de significado,
3. As alternativas verdadeiras são: a), c) e e). ela começa com uma letra do bloco I? Como ela se classifica morfologicamente, ou
maiúscula e termina com um seja, a que classe de palavras pertence?
ponto. Quando uma frase
que compõe um enunciado
b) Que termos completam seu sentido?
apresenta um ou mais c) E qual é a palavra mais importante, do ponto de significado,
verbos, é chamada de frase do bloco II? Qual sua classificação morfológica?
verbal. Quando a frase não d) Essa palavra tem sentido completo? Se você fizer a leitura
possui verbo, é chamada de somente até a primeira palavra do bloco II, saberá de que
frase nominal.  trata a mensagem?
Língua é o sistema
e) Que termos completam seu sentido?
que organiza as regras
de comunicação entre 3. Escolha as alternativas verdadeiras, conforme o que já sabe.
interlocutores, ou seja, a) Os enunciados são formados por blocos estruturados.
pessoas que participam dessa
situação de comunicação. b) Os enunciados são formados sempre por um único bloco
organizado em torno de um substantivo.

32

PENSAMENTO COMPUTACIONAL
As atividades 1 e 2 dessa seção proporcionam o desenvolvimento de noções de
pensamento computacional ao trabalhar com a decomposição de enunciados para que
se chegue a um modelo de estrutura da língua.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

32 Língua Portuguesa
c) Os enunciados são formados por blocos que se organizam em torno de Não escreva
neste livro
um substantivo e de um verbo.
Use seu
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
d) As palavras organizadoras do enunciado nunca precisam de outras para com- caderno
pletar seu sentido.
ƒ ARAÚJO, Annyelle de Santana. As no-
e) As palavras organizadoras de enunciados podem ou não precisar de outras para completar
ções de enunciado para Bakhtin, Fou-
seu sentido. cault e Pêcheux. Linguagem: Estudos e
Pesquisas, Goiânia, v. 18, n. 1, 2014.
Em síntese: Disponível em: livro.page/3V6U133LP.
1. Há enunciados ou frases que contêm um ou mais verbos. A frase que contém um verbo é Acesso em: 6 maio 2022.
chamada de oração. Se houver uma frase com dois ou mais verbos conjugados, teremos duas
O artigo tem por objetivo apre-
ou mais orações.
sentar as noções de enunciados para
2. Uma frase que seja formada por uma oração também é chamada de período. Um período Mikhail Bakhtin, Michel Pêcheux e
com uma única frase é chamado de período simples. Um período com duas ou mais frases é ­Michel Foucault, destacando os pontos
chamado de período composto.
de aproximação e de distanciamento
3. As orações são compostas de partes organizadas por substantivos ou verbos. A parte cuja entre eles, e a relevância de cada um
palavra principal, isto é, o núcleo, é um substantivo é chamada de sintagma nominal. Aquela para a área de Análise do Discurso.
que tem como núcleo um verbo é chamada de sintagma verbal. Para isso, foi realizado um levantamen-
Exemplos: to bibliográfico de cada autor, a fim de
recolher as concepções de enunciado
uma oração adotadas por eles.

[...] infelizmente muitas delas / morrem desnescessariamente no caminho

dois blocos, chamados de sintagmas

Período simples

Uma oração, um verbo

A oração contém um verbo.

Período composto

Duas ou mais orações, dois ou mais verbos

Eu gosto de períodos longos,/ pois entendo o encadeamento das ideias/ e reflito sobre os
pensamentos do autor.

Oração e período
No nível da estrutura, isto é, no nível sintático, uma oração é estruturada em torno
de um verbo. O período é composto de uma ou mais orações. Quando um período
é formado por uma única oração, é um período simples, e quando ele é formado
por duas ou mais orações é um período composto.

33

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 33
Termos essenciais da oração e concordância verbal Não escreva

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS neste livro


Use seu
1. Observe como se caracterizam os termos essenciais que compõem a oração. caderno
Para tanto, releia a manchete e depois reflita.
As atividades relativas à concordância
verbal relacionam-se apenas à regra geral, Sujeito Predicado
considerando a faixa etária e o ano escolar. Pesquisa da Fiocruz aponta os impactos da pandemia na rotina dos adolescentes brasileiros
Explique aos estudantes que essa matéria
a) Que modificações são necessárias, caso a expressão “Pesquisa da Fiocruz” seja substituída
é extensa e estudada ao longo de todo o por “Os cientistas”?
percurso escolar, durante o Ensino Funda- b) Nesse caso, destaque quem teria apontado os impactos da pandemia.
mental e o Ensino Médio. c) Na frase a seguir, quem aponta os impactos da pandemia?

ATIVIDADES: RESPOSTAS E aponta os impactos da pandemia na rotina dos adolescentes brasileiros o Ministro da Educação.
ORIENTAÇÕES 2. Leia a manchete a seguir e responda.
1. a) O verbo “apontar” deve ficar no plu­
Pandemia afetou a América Latina de forma desigual
ral: “Os cientistas apontam os impactos “PANDEMIA afetou a América Latina de forma desigual”. Fiocruz 13 maio 2021.
da pandemia na rotina dos adolescentes Disponível em: livro.page/17V6U130L. Acesso em: 14 fev. 2022.

brasileiros”. a) O que afetou a América Latina

Ink Drop/Shutterstock
1. b) Os cientistas. de forma desigual?
b) Substitua o termo “pandemia”
1. c) O Ministro da Educação. por “as doenças” e explique as
2. a) A pandemia foi o que afetou a Amé­ mudanças realizadas.
rica Latina de forma desigual. c) Você se preocupa, na produção
de textos orais ou escritos, em
2. b) “As doenças afetaram a América combinar os verbos, em sua fle-
Latina de forma desigual.” Foi preciso xão de número, com os termos
passar o verbo para o plural, pois o ter­ a que se ligam?
mo que concorda com ele está no plural América Latina é a denominação comum dada ao conjunto de países da
também. América do Sul (em destaque na imagem) e América Central, exceto Belize,
Jamaica, Guiana e Suriname. Faz parte também o México, na América do Norte.
2. c) Resposta pessoal. Aproveite a oportu­
nidade para explorar o conteúdo de con­
cordância verbal. Comente a regra geral Concordância verbal
Regra geral: o verbo deve concordar com o substantivo a que se refere em número
e destaque que esse conteúdo deve ser
– singular e plural – e pessoa: 1a, 2a ou 3a.
conhecido e visitado sempre que for pre­
ciso fazer autocorreção. 3. Até aqui já se pode notar que há uma relação direta entre o sintagma nominal e o sintagma
verbal, isto é, eles estão interligados. Para compreendê-los, copie o quadro no caderno e
preencha-o com as informações retiradas das frases estudadas nas atividades 1 e 2.

O ser de quem se diz algo Aquilo que se diz a respeito do ser citado
MODELO aponta os impactos da pandemia na rotina dos adolescentes brasileiros.
Os cientistas MODELO
O Ministro da Educação MODELO
MODELO afetou a América Latina de forma desigual.
As doenças MODELO

34

3. Linha 1: Pesquisa da Fiocruz aponta os impactos da pandemia na rotina dos adoles­


centes brasileiros.
Linha 2: Os cientistas apontam os impactos da pandemia na rotina dos adolescentes
brasileiros.
Linha 3: O Ministro da Educação aponta os impactos da pandemia na rotina dos
adolescentes brasileiros.
Linha 4: Pandemia afetou a América Latina de forma desigual.
Linha 5: As doenças afetaram a América Latina de forma desigual.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

34 Língua Portuguesa
Ao preencher o quadro, você pode perceber mais claramente
a relação entre os termos. Eles se combinam para estabelecer ATIVIDADES: RESPOSTAS E
uma relação de sentido. Os termos essenciais da oração são O sujeito e o predicado ORIENTAÇÕES
chamados de sujeito e predicado. são os termos essenciais da 1. a) “Revisar e trocar as descargas” se
oração.
Para reconhecer o sujeito, pode-se perguntar ao verbo “quem?”
Sujeito: o ser sobre o qual se
trata de um período composto.
ou “o quê?”. Dessa maneira, descobrimos sobre quem ou o que diz algo. Aquele que combina 1. b) Há três períodos simples: “Individua­
se declara algo. Para identificar o predicado, é preciso verificar o em número com o verbo. lizar hidrômetros”; “Reaproveitar água
que se fala sobre o sujeito. Exemplo: Predicado: o que se diz
da chuva” e “Trocar os aquecedores
Quem aponta os impactos da pandemia na rotina dos ado- sobre o sujeito.
„
centrais”.
lescentes brasileiros? Pesquisa da Fiocruz – sujeito.
1. c) A forma infinitiva do verbo intensifi­
„ O que se declara sobre a Pesquisa da Fiocruz? Que ela aponta os impactos
ca o tom imperativo do texto, indicando
da pandemia na rotina dos adolescentes brasileiros – predicado.
que é um comando a ser seguido pelo
A pontuação e o período composto leitor.
Já vimos que o período composto reúne mais de uma oração. Nesses casos,
1. d) “Revisar, trocar as descargas, indivi­
as orações podem se combinar de maneiras muito diferentes. Vejamos agora so- dualizar hidrômetros, reaproveitar água
mente uma das possibilidades. da chuva e trocar os aquecedores cen­
trais.” Regra: em período composto por
1. Leia o cartaz e faça o que se pede.
coordenação, usa-se vírgula para separar
a) Identifique um período composto. Não escreva
as orações independentes e o conectivo
Reprodução/Banca dos Síndicos

neste livro
b) Quantos períodos simples há no cartaz?
Use seu “e” antes da última oração. Apoie os es­
c) Comente o uso dos verbos no infinitivo. caderno
Como essa forma verbal contribui para in- tudantes na formulação da regra. Ouça as
tensificar o tom argumentativo do cartaz? sugestões e depois faça com eles a reda­
d) Reúna as orações em um único período ção final da regra para garantir que todos
composto, usando vírgulas e o conectivo e. tenham o registro adequado para estudo.
Depois, formule uma regra para a pontua-
ção do período composto por orações in-
1. e) Espera-se que os estudantes perce­
dependentes. bam que o objetivo é reforçar a mensa­
e) O cartaz associa orações curtas e inde- gem e convencer as pessoas a agirem
pendentes a figuras. Em que medida essa de maneira a economizar água.
combinação reforça o objetivo comunica-
tivo do cartaz?

Período composto por


coordenação
O período composto que apresenta
orações independentes é chamado de
período composto por coordenação.

Material produzido pela instituição


Banca dos Síndicos para promover
conscientização em relação à
economia de água em prédios.

BANCA DOS SÍNDICOS. Consumo consciente de água, 21 mar. 2019.


Disponível em: livro.page/18V6U131L. Acesso em: 14 fev. 2022.

35

HABILIDADES DA BNCC
As atividades desta página mobilizam as habilidades EF69LP04 e EF69LP17, uma
vez que lidam com a análise dos efeitos de sentido de um texto publicitário, buscando
identificar como o tempo verbal e a estrutura oracional curta fortalecem a persuasão no
cartaz. Além dessas habilidades que enfatizam o trabalho com gênero textual, as ativida-
des em questão abrangem as habilidades EF06LP07 e EF67LP33, ligadas a questões de
língua, já que tratam de períodos compostos por coordenação e da pontuação adequada
de textos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 35
2. Leia a imagem e responda às questões.

©Erasmo Spadotto/Acervo do cartunista


ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES Não escreva
neste livro
2. a) Os estudantes podem dizer que o Use seu
caderno
primeiro personagem transparece um
sentimento de sufoco ou de desespero
(as gotas de suor desenhadas colabo­
ram para essa leitura) e de desânimo e
conformismo nos demais (olhar e om­ SPADOTTO, Erasmo. Dia
bros caídos dos personagens). das crianças. Piracicaba
Hoje, 2022. Disponível em:
2. b) O ponto de exclamação. livro.page/19V6U132L.
Acesso em: 25 mar. 2022.
2. c) Na relação do fim da brincadeira com
o smartphone. A bola, ao cair dentro a) Que sentimentos a expressão dos personagens deixa transparecer?
do que seria um smartphone, sugere a b) Um recurso linguístico foi usado nos balões de fala para reforçar o senti-
mento dos personagens. Que recurso é esse?
ideia de que é inevitável que as crian­
c) Como se constitui o humor na imagem?
ças parem de brincar de maneira saudá­
d) Se não fosse a expressão dos personagens, a frase “Acabou o jogo!” poderia
vel quando têm acesso a esse tipo de
ser dita por alguém contente? Explique.
dispositivo.
e) Agora, leia as frases e comente o sentido que a pontuação promove:
2. d) Sim, a exclamação na frase reforça I. A bola caiu? II. O jogo acabou...
o sentimento do emissor. Caso quem
ganhasse a partida de futebol gritas­
se “Acabou o jogo!”, seria em tom de
Sinais de pontuação
comemoração. Ponto-final: Indica declaração do emissor.
2. e) No caso I, o ponto de interrogação Ponto de exclamação: exprime diferentes emoções, como alegria ou tristeza.
Ponto de interrogação: indica pergunta ou questionamento.
coloca em dúvida o fato de a bola ter Reticências: usadas para interromper ideia, sugerir sentido oculto ou mesmo indicar dúvida ou
caído. No caso II, imprime interrupção incerteza do emissor.
de pensamento, que, no caso da char­
ge, poderia ser completado por: agora
A linguagem na prática
não vamos mais conseguir brincar de
maneira saudável, porque vamos ficar 1. Leia a tirinha de Macanudo e faça o que se pede.
compenetrados no smartphone.

Liniers/Fotoarena
A LINGUAGEM NA PRÁTICA:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
1. a) O personagem é o gato. Se achar
conveniente, informe aos estudantes
que o recurso de atribuir características
humanas a animais ou objetos é chama­ LINIERS. Macanudo. Trad. Claudio R. Martini. São Paulo: Zarabatana Books, 2014. n. 7, p. 28.

do de “personificação”. O tema figuras a) Identifique um personagem que tenha característica humana, mas que não
de linguagem será estudado em outra é humano.
Unidade deste volume. b) Ao olhar para o céu, esse personagem estabelece uma relação de igualdade
entre elementos distintos. Explique essa relação de igualdade.
1. b) O gato vê na nuvem a própria ima­
gem, a imagem da nuvem lhe parece
36
igual a sua própria imagem. Se achar
conveniente, informe aos estudantes
que o recurso de usar uma palavra ou
expressão em lugar de outra, conside­ HABILIDADES DA BNCC
rando entre elas um ponto de seme­ Analisar a imagem e a tirinha propicia o desenvolvimento da habilidade EF69LP05,
lhança (estabelecido mentalmente), é já que os estudantes precisarão inferir e justificar os efeitos de humor em dois textos
chamado de “metáfora”. multissemióticos. No caso da tirinha, por citar a figura de linguagem “personificação”, é
trabalhada também a habilidade EF67LP38. Além disso, a atividade 2. e), por tratar de
pontuação, ajuda a desenvolver a habilidade EF67LP33.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

36 Língua Portuguesa
c) O segundo quadrinho não apresenta texto verbal. Como você interpretaria Não escreva
a troca de olhares entre os dois personagens? Que tipo de mensagem é neste livro A LINGUAGEM NA PRÁTICA:
trocada? Use seu
caderno
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
d) Comente o sentido da palavra insuportável no texto. Há ironia no uso des- 1. c) Resposta pessoal. É possível que a
se termo? garotinha tenha realmente percebido a
e) Você gosta do tom poético da tirinha? Como se pode perceber lirismo na obra? semelhança entre a nuvem e o gato, e
f) O primeiro quadrinho apresenta texto curto e conciso. Classifique o período
Devaneio:
relativo a
seu olhar tenha sido uma confirmação
presente na imagem. devanear. dessa percepção. Já o gato olhava para
Devanear:
g) Em que medida a frase curta reforça a impressão de devaneio e imagina- imaginar, a garotinha esperando sua resposta.
ção? Você já devaneou ao olhar nuvens no céu? sonhar, divagar.
1. d) Ao usar o termo, ela sugere que
2. Leia o lide de uma notícia sobre jovens cientistas do Nordeste brasileiro. ele está vaidoso, sentindo-se especial.
Há ironia, pois ela acha que ele estará
exagerado.
1. e) Resposta pessoal. Espera-se que os
Cuca Ambiental aproxima jovens de Fortaleza da natureza estudantes percebam que há expres­
Fortaleza – CE. Voltado para ações de educação, inclusão e temas socioam- são de beleza e afeto. As imagens e os
bientais, o Programa Cuca Ambiental, da Rede Cuca, iniciativa da Prefei- textos são imaginativos e estimulam o
tura Municipal de Fortaleza (PMF), já beneficia 115 jovens de forma direta leitor a criar imagens para o contexto
e indireta. O programa objetiva promover a conservação do meio ambiente e
estimular a participação dos jovens em temas ambientais. O Projeto trabalha
narrativo. Explore com os estudantes o
a Educação Ambiental como um direito e melhoria para a qualidade de vida. objetivo comunicativo da notícia e da ti­
[...] rinha. Comente que a primeira pretende
comunicar, informar, por isso a lingua­
Acervo do Programa Cuca Ambiental

gem precisa ser referencial e objetiva.


Já a tirinha tem o objetivo de cultivar a
imaginação e o encantamento.
1. f) Período simples.
1. g) A frase curta reforça o sentido de
que o personagem está distraído e di­
vagando, olhando o céu e se deixan­
do levar pela imaginação. Aproveite a
oportunidade para explorar estratégias
de busca de sentido das palavras. Convi­
de os estudantes a interpretar o sentido
Professor Marcelo Moro, coordenador do projeto Trilhas Ecobotânicas, durante de devaneio explorando o sentido em
aula sobre importância da arborização, no Parque Adahil Barreto, em Fortaleza seu contexto ou apoie-os na busca da
(CE). Essa iniciativa é parceira do projeto Cuca Ambiental.
palavra em dicionário físico ou virtual.
SALES, Alice. Cuca Ambiental aproxima jovens de Fortaleza
da natureza. Eco Nordeste 17 nov. 2021. Disponível em: 2. a) O projeto forma os jovens para uma
livro.page/20V6U133L. Acesso em: 4 fev. 2022.
atuação cidadã e colabora para ações
de preservação da natureza.
a) Em sua opinião, qual é a contribuição do programa para a formação dos jovens?
2. b) Resposta pessoal. Segundo o Projeto,
b) Qual é a visão do Projeto sobre a educação ambiental? Você concorda com
essa visão? a educação ambiental é um direito que
promove melhoria para a qualidade de
vida.
37

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Língua Portuguesa 37
Não escreva c) Quantas orações há no título? Justifique sua resposta.
A LINGUAGEM NA PRÁTICA: neste livro
d) É período simples ou composto?
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES Use seu
caderno e) Quem já beneficia 115 jovens de forma direta e indireta?
2. c) Uma oração, pois só há um verbo, f) Conforme o que você aprendeu nesta Unidade, como a expressão Cuca
“aproxima”. Ambiental, da manchete, pode ser classificada, de acordo com os estudos
sobre o funcionamento da língua?
2. d) Período simples. g) Qual é o predicado do último período do lide?
2. e) O Programa Cuca Ambiental. 3. Leia a legenda da foto publicada em reportagem de jornal diário e faça o
2. f) A expressão pode ser classificada que se pede.
como sujeito.

Kaspars Grinvalds/Shutterstock
2. g) O predicado é “a Educação Ambien­
tal como um direito e melhoria para a
qualidade de vida”.
3. a) Explore com os estudantes a maneira
como consomem cultura. O que assis­
tem? Quanto tempo se dedicam a essa
experiência? Que critérios usam para Plataformas de
streaming contribuem
escolher filmes ou séries? Caso não as­ para o fortalecimento
sistam, por que não o fazem? Procure do hábito de
maratonar séries.
ressaltar que essa prática deve estar em
equilíbrio com as demais tarefas que to­ SOUZA, Roberta. O que estimula o hábito de maratonar séries?: “Já
passei 14h seguidas assistindo episódios”. Diário do Nordeste, 31 jan. 2022.
dos devemos cumprir. Disponível em: livro.page/21V6U134L. Acesso em: 4 fev. 2022.
3. b) O sujeito da oração é “Plataformas de
a) Você assiste a séries? Em caso positivo, de qual mais gostou?
streaming”. b) Qual é o sujeito da oração?
3. c) Porque o sujeito está no plural. c) Por que o verbo contribuem está no plural?
3. d) Plataforma de streaming contribui d) Passe o verbo para o singular e faça as modificações necessárias.
para o fortalecimento do hábito de ma­ 4. O meme a seguir pretende levar o leitor a pensar sobre hábitos de consumo.
ratonar séries. Releia-o e reflita sobre os elementos que o compõem.

Galeria Nacional de Praga, Praga, República Checa


RECICLE SUAS IDEIAS.
Disponível em: livro.
page/22V6U134L. Acesso
em: 27 jan. 2022.

38

HABILIDADES DA BNCC
As atividades 2 e 3 envolvem a classificação de períodos simples e compostos e o
emprego adequado de regras de concordâncias nominal e verbal. Portanto, dialogam com
as habilidades EF06LP06 e EF06LP09.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

38 Língua Portuguesa
a) Por meio da imagem, pode-se inferir a relação que se estabelece entre os per- Não escreva
sonagens. O que se pode imaginar sobre a relação entre eles? neste livro A LINGUAGEM NA PRÁTICA:
b) As expressões ainda bem e né revelam uma certeza do emissor da mensa-
Use seu
caderno
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
gem. Qual é essa certeza? 4. a) Segundo a imagem, há uma relação
c) A expressão do jovem sentado parece contrariar essa certeza. Que marcas revelam isso? terna e amorosa entre os dois. Tem-se
d) Considere que o interlocutor seja você. Como responderia a essa pergunta? a impressão de que são familiares, pos­
5. Em duplas, comparem as duas imagens abaixo e identifiquem semelhanças e diferenças, sivelmente mãe e filho.
conforme:
4. b) De que o interlocutor usa sacolas
a) o assunto; b) o objetivo comunicativo.
para separar lixo para reciclagem.
Cartaz de 4. c) No primeiro quadro, a expressão dele
Reprodução/ASBRAN

A campanha de
conscientização parece tensa. No segundo quadro, o
sobre o consumo
de açúcar, da
efeito de zoom confere mais tensão ao
Associação olhar do rapaz.
Brasileira de
Nutrição (Asbran). 4. d) Resposta pessoal. Converse com os
estudantes sobre a intenção comunicati­
va do meme. Ele problematiza a questão
do descarte de resíduos e busca provo­
car o leitor a pensar em seus hábitos de
consumo.
5. a) As duas imagens abordam os malefí­
CAMPANHA da Asbran alerta sobre consumo de cios do consumo de açúcar.
açúcar. Asbran, 31 out. 2014. Disponível em: livro.
5. b) O cartaz pretende sensibilizar o leitor
Reprodução/Editora L&PM

B page/23V6U135L. Acesso em: 13 fev. 2022.

para a redução do consumo de açúcar.


A capa do livro pretende relatar os ma­
6. Qual delas apresenta a mensagem de forma mais direta
sobre as consequências do consumo do açúcar? Por quê?
lefícios do consumo do açúcar.
„ Qual lhe parece mais confiável? 6. O cartaz, pois afirma que o consumo
7. Sobre a imagem A, comente a relação de sentido existente
de açúcar provoca obesidade, diabetes
entre a palavra metade e a imagem do alimento. Que su- e problemas cardiovasculares.
gestão está implícita nesse conjunto? Resposta pessoal. Explore as infor­
8. Sobre a imagem B, comente o efeito de sentido que a ima- mações sobre o enunciador das men­
gem do açúcar em relação ao título do livro promove no ato sagens. O cartaz foi produzido pela
da leitura.
associação de nutricionistas, o que dá
Capa do livro Açúcar: culpado ou inocente?, de Gary Taubes, tradução
credibilidade à informação.
de Caroline Chang. São Paulo: L&PM, 2018.
7. A sugestão implícita é que seja consumi­
da somente a metade do que está dispo­
nível. Somente um doce e não os dois.
Efeito de sentido: refere-se à maneira como uma palavra ou expressão é compreendida em 8. A foto mostra uma grande quantidade
determinado contexto comunicativo. Assim, o uso dessa palavra em determinado contexto causa um
de açúcar, o que pode sugerir que o
efeito específico no texto. Por exemplo, alguém grita: “Socorro!”. Em um contexto de alguém na janela
com apartamento em chamas tem um sentido; no contexto de uma pessoa acenar sorrindo para outra consumo elevado torna o açúcar culpa­
na rua tem outro sentido, pois foi chamado o nome dela. do de algo.

39

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 39
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A Seção 4 desenvolve a produção de


notícia escrita e oral. Auxilie os estudan-
tes na organização para a atividade. Não
4 Produção textual

permita que o entrevistado seja da dupla.


Para isso, combine coletivamente quem
serão os entrevistados para que as no- Agora é a sua vez de produzir uma notícia.
tícias dos estudantes ilustrem comporta-
mentos de toda a comunidade escolar. No Notícia
que se refere ao planejamento, é impor- Em duplas, vocês vão produzir uma notícia sobre mudança de hábitos alimen-
tante orientá-los nas divisões de tarefas, tares no período da pandemia de uma pessoa da família ou da comunidade es-
aproveitando as habilidades específicas colar. Você e o colega devem escolher uma pessoa da comunidade escolar para
de cada estudante e fazendo com que entrevistar e coletar dados. Pode ser um amigo de classe, um professor ou um
todos participem da escrita do rascunho funcionário da escola. Preparem-se para perguntar sobre os elementos que fazem
do texto. Oriente os estudantes a usar parte do lide de uma notícia:
termos como: “Segundo (nome do en-
trevistado),”; “De acordo com (nome do O quê – quem – onde – quando – como – por quê
entrevistado),” etc.
Planejamento e produção
1. Elaborem as perguntas que serão feitas aos entrevistados. Considerem as
informações que devem aparecer no lide.

2. Escolham os entrevistados e façam o convite a cada um deles. Expliquem


claramente o objetivo da entrevista.

3. Em dia e hora previamente combinados, realizem a entrevista.

4. Selecionem as informações e organizem a ordem como elas vão aparecer


no lide e ao longo do texto. Em seguida, de acordo com o roteiro de escrita
produzido, elaborem a primeira versão da notícia.

Prepare-se
Não se esqueçam de levar caderno e caneta para anotar as respostas dos
entrevistados. Você e o colega devem combinar a ordem das perguntas e quem fará
cada uma delas. Dessa maneira, os dois perguntam e anotam, de maneira alternada.

5. Ao escrever, considerem o contexto de produção e circulação de texto: ele


será escrito para ser lido pelos colegas e pela comunidade escolar. Assim,
tenham em mente que a notícia é do interesse da comunidade e que a lin-
guagem deve ser compreensível a todos.
6. Escolham uma manchete curta, objetiva, que já indique o fato a ser noticiado.

40

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 4


EF06LP11, EF67LP09, EF67LP10, EF67LP32, EF69LP06, EF69LP07, EF69LP08,
EF69LP12, EF69LP16.

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40 Língua Portuguesa
7. Escrevam uma linha fina ampliando um pouco mais as informações do título,
de modo a despertar o interesse pela leitura do texto. PRÁTICA DE PESQUISA
8. No canto esquerdo da margem, após a linha fina, coloquem seus nomes A atividade proposta nesta seção
completos (autores do texto) e a data de publicação do texto. possibilita que os estudantes desen-
9. Escrevam um primeiro parágrafo com as principais informações coletadas, volvam noções de prática de pesquisa,
ou seja, o lide da notícia. Escolham em que ordem as informações da tabela nesse caso, a coleta de dados a partir
do lide devem aparecer. de entrevistas. Se julgar pertinente,
10. Escrevam mais dois parágrafos que contenham algumas informações extras converse com os estudantes sobre as
e um pequeno trecho de entrevista para exemplificar o que foi dito sobre o características desse método de coleta
tema (não esqueçam o uso das aspas, caso vocês reproduzam literalmente de dados. Oriente-os sobre as etapas de
a fala de algum participante). execução, por exemplo, elaboração do
11. A linguagem utilizada deve ser objetiva e adequada do ponto de vista or- roteiro de perguntas, contato com os
tográfico, gramatical e de pontuação. Aproveitem o que estudaram na Se- entrevistados, registro dos dados cole-
ção 3 e construam frases bem estruturadas, coerentes entre si, e evitem que tados e apresentação dos resultados.
sejam grandes demais.
12. Evitem inserir opiniões pessoais. Elas aparecem apenas nos trechos das fa-
las de pessoas entrevistadas.
13. Vocês poderão usar uma ou duas expressões regionais que diferenciem o
falar de sua comunidade em relação a outras.
14. Selecionem uma imagem (fotografia ou ilustração) para a notícia. A imagem
deve vir acompanhada de uma legenda explicativa.

Revisão e avaliação
1. Realizado o rascunho, façam uma autoavaliação do texto, observando se to-
dos os tópicos mencionados anteriormente foram bem realizados.
2. Em seguida, passem o texto a limpo e troquem com outras duplas, para que
os textos passem por uma segunda revisão. Você e o colega também devem
verificar se, no texto recebido, todos os itens mencionados na etapa anterior
foram bem executados.
3. A correção pode conter: reformulações, cortes, acréscimos, correções orto-
gráficas, gramaticais e de pontuação.
4. Após a apreciação e a avaliação da revisão feita pelos colegas (vocês podem
concordar ou não com a revisão realizada por eles), passem o texto a limpo
novamente (ou digitem-no) e entreguem ao professor.

Publicação
Os textos devem ser publicados em mídia que circule na comunidade escolar:
jornal, site ou rede social da escola, blog da turma etc.
Combine com o professor a divulgação da notícia. Afinal, todos ficarão curio-
sos para saber como a pandemia impactou os hábitos das famílias da comunidade
da escola.

41

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Língua Portuguesa 41
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Fechamento da Unidade
O Fechamento tem o objetivo de re-
tomar os principais conceitos vistos na
Unidade, já que eles são importantes para
a progressão da aprendizagem. Aproveite Retomar e avançar
Não escreva
neste livro
para recuperar também o tema estudado
Nesta Unidade, você leu notícias e pôde verificar como os leitores estabelecem Use seu
e os objetos de conhecimento apresenta- caderno
relação de sentido com esses textos e como essa resposta pode ser realizada de
dos. Caso algum ponto permaneça pouco
maneira ativa e ética por meio dos comentários de leitores.
compreendido pelos estudantes, recomen- Para auxiliar o estudo, foram trabalhados alguns recursos linguísticos que caracterizam a lin-
da-se a elaboração de atividades extras guagem utilizada nesses textos.
ou a própria retomada das atividades Agora, em duplas, façam uma revisão do que foi visto para seguirem adiante.
realizadas.
1. De que você gostou mais de estudar? O que você já sabia? E o que foi novidade?
Aproveite este momento para comentar
2. Organize seu aprendizado preenchendo um quadro de conteúdos. Copie o modelo no seu
a proposta de Projeto Anual. Mencione as
caderno ou em uma folha maior, para facilitar a consulta em outro momento.
principais informações, que são do inte-
resse dos estudantes, apresentadas neste a) Quais são as características do gênero no-
MODELO
Manual, relativas ao projeto. tícia e do comentário do leitor?
b) Como se caracteriza a linguagem da notícia
RETOMAR E AVANÇAR: e do comentário do leitor?
MODELO
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
c) Quais são as características de fato e opi-
1. Alguns estudantes podem dizer que já MODELO
nião em notícias e em comentários do leitor?
conheciam notícia e comentário de lei­
d) O que entendi sobre os termos essenciais
tor. Mesmo assim, tente fazê-los lembrar MODELO
da oração e a concordância verbal?
de algum detalhe ou alguma informação
e) O que entendi sobre os procedimentos para
que ainda não conheciam ou peça que a elaboração de uma notícia?
MODELO
ressaltem algo que tenha chamado mais
a atenção. 3. Como o lide pode confirmar a confiabilidade de uma notícia?
2. A sugestão de desenhar o quadro numa 4. Converse com o colega so-

stockfour/Shutterstock
folha maior é para tornar familiar aos bre o que você teve facilida-
estudantes métodos de estudo. A elabo­ de e o que restou de dúvidas
ração de tabelas simples contribui para ao procurar responder as ati-
vidades desta seção. Peça a
a produção posterior de mapas mentais.
ajuda dele para responder o
2. a) A notícia apresenta o lide e, depois, que falta e ajude-o também Ainda tenho uma
dúvida sobre o
nos parágrafos seguintes, desenvolve o com as dúvidas dele. gênero notícia.
texto. O comentário do leitor deve regis­
trar informações, impressões ou mesmo
opinião sobre o conteúdo do texto lido.
2. b) A notícia deve ter linguagem clara e
Aproveite esse momento para
direta, estar de acordo com a norma-pa­ trocar ideias com seus colegas e
sanar dúvidas.
drão, ser escrita em 3a pessoa e manter
a imparcialidade. Já o comentário do lei­
tor pode ter linguagem coloquial e ser 42
escrito em 1a pessoa.
2. c) O registro dos fatos está pautado
na checagem de informações, realizada 2. e) Espera-se que os estudantes percebam que a notícia possui uma estrutura bem de­
por meio de entrevistas, investigação ou finida, ainda que apresente variações de acordo com o suporte em que é publicada. Em
pesquisa. Já a opinião baseia-se em re­ resumo, compreender os processos de elaboração desse gênero é entender que a escrita
pertório de informações ou valores do da manchete, do lide e do corpo textual é feita a partir de uma linguagem mais objetiva,
leitor. cuja principal intenção é informar.
2. d) Espera-se que os estudantes tenham 3. As informações oferecidas pelo lide podem ser confirmadas em outras fontes de
compreendido que os termos essenciais informação.
da oração são sujeito e predicado. A re­ 4. Ao final de Retomar e avançar, verifique se os estudantes tiveram suas dúvidas solu­
gra geral da concordância verbal se re­ cionadas com os colegas. Recupere conceitos que ainda permaneçam incompreendidos.
fere à combinação em número e pessoa
entre o verbo e o termo a que se liga,
isto é, ao sujeito.

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42 Língua Portuguesa
Projeto Telejornal: etapa 1 PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 1
Oriente os estudantes a pedirem que os
A locução de notícias pais escrevam uma permissão no caderno
para a publicação da imagem em vídeo
Você já assistiu a telejornais? Percebe como os locutores usam o tom de voz? Como eles se
dos estudantes. Arquive as autorizações
comportam ao ler o título das notícias? Para encerrar esta Unidade, você e sua dupla deverão adap-
tar a notícia escrita para uma notícia de telejornal.
na secretaria da escola e compartilhe as
autorizações com o coordenador e com
Planejamento e produção o diretor.
Para a realização do trabalho, sigam as etapas a seguir. Prepare-se Para a promoção de aprendizagem co-
1. Leiam a notícia em voz alta e ensaiem a leitura. Vocês podem
laborativa, essa atividade pode ser execu-
No dia da gravação,
dividir o texto e cada um lê uma parte, assim como ocorre em tada por algum integrante do grupo que
lembrem-se de carregar
grande parte dos telejornais. a bateria do celular, de tenha conhecimento ou facilidade no uso
2. Evitem risos. O locutor do telejornal deve manter a seriedade. organizar o espaço para de computador e aplicativos. Estimule os
3. Leiam o texto diversas vezes para colegas ou para um adulto e a gravação, garantindo estudantes a compartilharem com os co-
peçam que avaliem se algo precisa ser alterado, antes de gravar que a luminosidade legas os aplicativos que eles conhecem ou
a locução. e o cenário sejam
auxilie-os a pesquisar em sites de busca
adequados e que não
4. Em dia e hora previamente combinados, gravem a notícia em um
haja ruídos externos que por aplicativos gratuitos para gravação e
celular ou computador. atrapalhem a audição edição de vídeos.
das falas.
Revisão e avaliação
HABILIDADES DA BNCC
1. Avaliem se a leitura ficou clara, bem audível, sem pausas ou hesitações.
A primeira etapa do projeto desenvolve
2. Observem também se não apareceram ruídos externos, como barulho de pessoas, automó- a habilidade EF69LP10, já que os estu-
veis, animais etc.
dantes produzirão, em dupla, uma notícia
3. Se necessário, realizem novamente a gravação. para um telejornal, tendo como orientação
Publicação uma notícia antes escrita. Esse movimento
de adaptação envolve, por conseguinte, a
1. Conforme orientação do professor, publiquem o trabalho em site ou rede social da escola,
ou blog da turma. compreensão do contexto de produção e
domínio desse gênero pertencente à es-
2. Essa etapa de trabalho irá compor, posteriormente, o pro-
jeto anual de criação de um telejornal.
fera jornalística. Além disso, esse traba-
lho requer estratégias de planejamento e
elaboração do texto oral em vídeo, além
Reprodução/Editora Moderna

da compreensão de diversos elementos


Para saber mais sobre práticas de consumo, leia o livro Você relacionados à fala (modulação de voz,
precisa de quê?, de Silmara Franco.
entonação, ritmo, altura, intensidade, res-
„ FRANCO, Silmara. Você precisa de quê? A diferença entre consu-
mo e consumismo. São Paulo: Moderna, 2016.
piração etc.), considerando a adequação
Há também o documentário A história das coisas. Para assisti-lo da notícia escrita ao contexto de produção
com áudio original e legendas, busque em plataformas de vídeo do telejornal (o que envolve até elementos
digitando o título em inglês “The story of stuff”. Há também uma cinésicos, como postura corporal e gestua-
versão dublada, com o título “A história das coisas (dublado)”.
lidade). Dessa forma, também é desenvol-
THE STORY OF STUFF. Direção: Louis Fox. 2007. 1 vídeo (21 min).
„
vida a habilidade EF69LP12.
Publicado por The Story of Stuff Project.
Capa do livro Você precisa de quê?

43

SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO e, ao mesmo tempo, como uma avaliação Unidade do livro: 1


formativa e de resultados. Pensando nis-
Proponha aos estudantes que organi- Tópicos importantes:
so, acompanhe os estudantes durante a
zem fichas de estudo que contemplem
escrita das sínteses e observe se adqui- ƒ Manchete: (síntese)
as principais ideias desta Unidade. Para
riram domínio – gradativo e hierárquico –
isso, peça para que eles elaborem sínte- dos pontos principais vistos durante o ƒ Lide: (síntese)
ses e as escrevam em folhas de um fichá- trajeto percorrido até aqui. Se notar que
rio, a fim de, posteriormente, guardá-las tiveram alguma dificuldade, ajude-os a ƒ Oração: (síntese)
em uma pasta. Essa atividade, além de recuperar os boxes Ideias e Conceitos ƒ Período simples: (síntese)
garantir que os estudantes preservem e e oriente-os a reescrevê-los com as pró-
recordem o que foi estudado em cada prias palavras e a usar exemplos forne- ƒ Período composto: (síntese)
seção, ajudará na consolidação e na veri- cidos na própria Unidade. Nesse sentido,
ficação do aprendizado, configurando-se, proponha um modelo de organização ƒ Concordância verbal – regra geral:
portanto, como um exercício de síntese para as fichas como este: (síntese)

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Língua Portuguesa 43
CONTEÚDOS E OBJETIVOS DA
UNIDADE
O que é ser feliz
2
UNIDADE 2

A Unidade 2 deste volume aborda o


Tema Contemporâneo Transversal Pro-
cesso de envelhecimento, respeito e
na velhice?
valorização do idoso por meio do campo
de atuação jornalístico-midiático, tendo
podcast e resenha como gêneros cen-
trais nos trabalhos de leitura e produção
textual. No que se refere aos objetos de
conhecimento, a Seção 1 é dedicada a es-
tratégias de planejamento e produção de
textos argumentativos e apreciativos; a Se-
ção 2 trata da circulação, caracterização e
recepção de textos do campo jornalístico,
estabelecendo relações entre os gêneros
podcast, entrevista e resenha; a Seção 3
aborda a fono-ortografia, alguns elemen-
tos notacionais da escrita e ainda perpassa
o léxico e a morfologia ao tratar de estru-
tura das palavras e processos de formação
(sufixo de negação); a Seção 4, por meio
da produção de entrevista para um epi­
sódio de podcast, trabalha planejamento
e pro­dução de entrevistas orais, revisão e
edição de texto, bem como a participação
em discussões orais de temas de relevân-
cia social.
Os objetivos pedagógicos são trazer
para o ambiente de sala de aula práticas
sociais importantes da contemporaneida-
de, como compreender o gênero podcast
e como ele pode estar associado a dis-
cussões de relevância social. O gênero
resenha é trabalhado de forma a fazer o
estudante perceber a importância da emis-
são de opiniões e argumentos baseados
em critérios de observação e informações
de credibilidade. Esse trabalho será impor-
tante como uma introdução a demais gê-
neros argumentativos que serão vistos ao
longo da trajetória escolar dos estudantes.
44

COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL


DA BNCC
Competências gerais: 4, 8 e 9.
Competências específicas de Linguagens: 1, 2 e 5.
Competências específicas de Língua Portuguesa: 2, 5 e 6.
Habilidades: EF06LP01, EF06LP02, EF06LP11, EF67LP03, EF67LP05, EF67LP07,
EF67LP08, EF67LP11, EF67LP12, EF67LP13, EF67LP14, EF67LP23, EF67LP27,
EF67LP32, EF67LP33, EF67LP34, EF67LP35, EF67LP37, EF69LP02, EF69LP04,
EF69LP05, EF69LP06, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP09, EF69LP10, EF69LP11,
EF69LP12, EF69LP13, EF69LP14, EF69LP15, EF69LP18, EF69LP19, EF69LP32,
EF69LP34, EF69LP36 e EF69LP37.
Tema Contemporâneo Transversal: Processo de Envelhecimento, Respeito e Valori-
zação do Idoso.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

44 Língua Portuguesa
p orâ n e o
em
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Tr
Te m o nt
Processo de

ans
Envelhecimento,

aC

ve rs a
Respeito e
Valorização do
Idoso
A abertura da Unidade apresenta uma

l
sequência da rotina de pensamento ver–
sentir–refletir. As rotinas de pensamento
Quando você ouve a palavra idoso, que imagem vem à cabeça? são sequências simples, de três ou quatro
Segundo pesquisas recentes, quase um quinto da população brasileira é composta de passos, que estruturam o pensamento do
pessoas com 60 anos ou mais, ou seja, dos aproximadamente 210 milhões de habitantes
estudante, a fim de desenvolver a com-
do país, quase 38 milhões são oficialmente idosos. Esse dado revela que, com o avanço da
tecnologia e com melhores condições de saúde e bem-estar, as pessoas estão vivendo mais
preensão. São estratégias potentes para
tempo e com mais qualidade. motivar a curiosidade, interesse e para
A velhice é a fase mais longa da vida, iniciando aos 60 anos (de acordo com docu-
resgatar conhecimentos prévios, por isso,
mentos reguladores oficiais) e sem previsão de quando acaba. E é por isso que podemos geralmente, são aplicadas na introdução
encontrar idosos com estilos de vida muito diversos, dependendo de seus hábitos desde de um tema. Elas ativam ações específicas
a infância. O que se sabe hoje é que alimentação saudável, prática regular de atividades de pensamento que, ao serem realizadas
físicas e mentais e manutenção do convívio social podem ajudar a desfrutar a velhice de com frequência, estimulam padrões que
um jeito agradável. se expandem para diferentes contextos.
Quantos anos tem a pessoa mais velha que você conhece? E até quantos anos você Os benefícios pedagógicos atingidos com
gostaria de viver? Você já se imaginou na velhice? essas rotinas são o desenvolvimento das
capacidades cognitivas de descrever, inter-

Perfect Wave/Shutterstock
1. Observe com atenção a imagem. Que situação ela retrata? Cite elementos da imagem pretar e refletir.
que comprovam sua hipótese.
2. Que sensações a fotografia provoca em você? CONHECIMENTOS PRÉVIOS
3. Escreva uma breve narrativa sob o ponto de vista de um dos personagens retratados: Nesta Unidade, alguns conteúdos já vi-
Seria você no futuro? Seria seu avô ou avó? Por que seu personagem desejou participar sitados pelos estudantes nos Anos Finais
dessa atividade? do Ensino Fundamental I serão recupera-
dos para que possam ser aprofundados e
dar sequência aos estudos. Dessa forma,
atividades diagnósticas podem ser apli-
cadas para recuperar tais conhecimentos
e verificar se precisam ser aprofundados
para o bom andamento dos trabalhos. Su-
gerimos, também, uma abordagem inicial
em relação ao tema transversal tratado
na Unidade. Para isso, faça uma roda de
conversa e convide os estudantes a com-
partilharem opiniões e experiências em
relação ao que eles pensam sobre o tema
Respeito e valorização do idoso. Pergun-
te a eles se consideram um tema impor-
A prática de esportes é uma ótima maneira
de se manter saudável e motivado em tante de ser discutido em sala de aula e
qualquer idade, inclusive na velhice. se acreditam que abordar conteúdos de
relevância social em disciplinas escolares é
importante. A intenção é propiciar o deba-
45
te para que eles percebam como os conhe-
cimentos apreendidos existem para serem
aplicados na vida cotidiana e como nossa
ATIVIDADES: RESPOSTAS E 3. Peça que escrevam uma pequena nar- vida envolve uma infinidade de situações
ORIENTAÇÕES rativa livre no caderno e compartilhem que devem ser regidas por valores éticos.
1. Espera-se que os estudantes observem com os colegas. No momento de troca,
que a imagem mostra idosos praticando incentive-os a comentar sobre as pesso-
surfe, o que é confirmado pela dispo- as idosas do convívio deles e apresente
sição das pessoas em uma praia, com outros exemplos que os ajudem a desfa-
trajes apropriados para o esporte e pran- zer estereótipos.
chas de surfe.
2. Deixe os estudantes à vontade para ex-
pressarem oralmente os sentimentos que
a fotografia evoca neles. Esses momentos
de leitura, análise e reflexão lhes permitirão
criar uma pequena narrativa com um dos
personagens do retrato como protagonista.

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Língua Portuguesa 45
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Caminhos
A Seção Caminhos tem como proposta
preparar os estudantes para conteúdos e
atividades que serão trabalhados ao lon- Há relacionamentos que
go da Unidade. Dessa forma, sugerimos iniciam na juventude
e podem durar a vida
que essa Seção seja lida e discutida de toda; mas há também
forma coletiva, para que eles tenham mais relacionamentos que já
começam na velhice.

Rob Marmion/Shutterstock
consciência do caminho a ser percorrido
e, assim, possam construir uma relação
ativa no processo de ensino e aprendi-
zagem. Converse com eles, no início e
durante os estudos desta Unidade, sobre
a importância de exercitar a empatia, o
diálogo e o respeito com base nos pro- Os principais objetivos de aprendizagem para esta Unidade são:
cessos de envelhecimento – isso propor- „ conversar, expor suas ideias e ouvir „ conhecer as regras de acentuação;
cionará mais espaço para a abertura, o as dos colegas sobre o processo de „ reconhecer as estruturas das palavras em
acolhimento e a valorização da diversi- envelhecimento; língua portuguesa;
dade de indivíduos e de grupos sociais. „ ouvir podcasts de resenha e de entrevista; „ identificar a formação de palavras com
Além disso, sobretudo nos momentos de „ ler resenhas; prefixos indicativos de negação;
atividades voltadas para a apropriação „ reconhecer palavras-chave; „ produzir uma entrevista para um podcast.
da linguagem escrita, b­ usque­formas de
mostrar aos estudantes de que modo tais
atividades contribuem para exercitar uma
boa argumentação com base em fatos,
dados e informações confiáveis e como Para que esses objetivos sejam atingidos,

DC Studio/Shutterstock
isso contribui para formular, negociar e você praticará alguns procedimentos:
defender ideias e pontos de vista. „ fará atividades individuais, em duplas
e em grupos, debatendo questões
relevantes relacionadas ao convívio em
espaços coletivos;
„ vai analisar a transcrição de um
podcast com uma apreciação de
animação, compreendendo a finalidade
comunicativa desse texto oral e suas O desenvolvimento de animações
é um trabalho minucioso que
características; busca comunicar ideias.
„ lerá uma resenha, publicada em sites especializados;
„ terá contato com o gênero entrevista;
„ vai ter oportunidade de estudar algumas convenções da língua escrita, como pontuação e
acentos gráficos;
„ e, ao final desta Unidade, produzirá uma entrevista para ser veiculada em um podcast.

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46 Língua Portuguesa
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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Para esta Unidade, você vai preci-
sar de alguns recursos:
Com relação aos recursos necessários,
„ dicionário impresso ou on-line;
será importante o uso de aparelhos que
„ dispositivo digital com acesso à tenham gravador de áudio e que acessem
internet; a internet, principalmente para a realiza-
„ gravadores de áudio (pode ser o ção de atividades que trabalham podcast e
aparelho de telefone celular). entrevista. Embora muitas pessoas utilizem
celular diariamente, recurso indicado para
o trabalho em questão, tenha cuidado para
que nenhum estudante fique constrangido
por não conseguir realizar a atividade por
causa de alguma dificuldade tecnológica
ou por não possuir determinado aparelho.
Se possível, converse também com os res-
As relações entre pessoas de gerações
ponsáveis dos estudantes, para que eles
diferentes contribuem para o crescimento estejam cientes da possibilidade do uso
pessoal e da humanidade.
do celular dentro da rotina de estudos, de
modo que compreendam a importância da
utilização das tecnologias de forma crítica
para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos e
exercer autoria. Por fim, é possível ampliar
os conteúdos e realizar projetos escola-
res baseados nessas propostas, como um
podcast mensal na escola, uma imprensa
estudantil, um jornal ou uma rádio escolar
O conteúdo desta Unida- com entrevistas e outras atividades.
de tem, sobretudo, a finali-
dade de ajudá-lo a expressar
opiniões e impressões sobre
produtos culturais usando
bons argumentos, de modo
a incentivar outras pessoas a
stockfour/Shutterstock

conhecê-los e a opinar sobre


eles. Tudo isso com base na
reflexão do tema envelheci-
mento.

Entrevistas acerca de assuntos diversos


são comumente veiculadas em podcasts.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 47
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

O principal objetivo desta Seção é pla-


nejar um guia para apreciação de filmes, a
fim de que os estudantes ampliem o olhar
1 Estudo e pesquisa

crítico e façam uso de elementos do pró-


prio filme para justificar uma avaliação po-
sitiva ou negativa. Estimule-os a listar seus
filmes prediletos e a montar uma lista do
Os velhos e os novos estilos de vida
que consideram os cinco melhores filmes Com o aumento da longevidade humana, a indústria cinematográfica tem se dedica-
do a produzir filmes sobre velhice ou, ainda, com personagens marcantes que retratam
a serem indicados aos leitores.
experiências de pessoas idosas em nossa sociedade. Você já assistiu a algum filme des-
ses? A maneira como a velhice é retratada na mídia em geral faz você refletir sobre o pa-
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
pel do idoso em nossa sociedade ou como você concebe a imagem de pessoas velhas?
ORIENTAÇÕES Ao assistir a um filme, saberia explicar por que ele é bom ou
1. Disponibilize dicionários físicos ou on-line ruim? Ou por que gostou ou não de uma série, por exemplo?
Organize-se
para que os estudantes pesquisem. An- Existem pessoas que se dedicam a produzir críticas e resenhas
tes, ouça os que queiram compartilhar o Lembre-se de que, para esta
de filmes e outras obras de arte. Esses profissionais estabelecem
atividade, você vai precisar
significado dessa palavra. Sem corrigir, alguns critérios, que são considerados durante a análise. Tal proce-
consultar um dicionário
peça para procurarem o verbete “apre- impresso ou on-line. dimento evita que as resenhas e as críticas sejam baseadas apenas
ciação” no dicionário e anotarem o signi- no gosto pessoal do autor e proporciona textos mais consistentes.
ficado no caderno. Segundo o Dicionário
Houaiss da Língua Portuguesa, aprecia- Não escreva 1. Você já ouviu falar em apreciação? Procure no dicionário o significado da palavra.
neste livro
ção é “o ato ou efeito de apreciar, de Use seu 2. Agora, explique o que você entende por critérios e como eles podem aju-
atribuir valor a (alguém ou algo)”. caderno
dar a apreciar um filme.
2. Se necessário, peça aos estudantes
que procurem a palavra “critério” no Encontrando palavras-chave
dicionário, ajudando-os a escolher a
O guia a seguir foi elaborado para ajudar quem pretende escrever resenhas e críti-
definição que melhor corresponde à
cas de filmes ou apenas fazer uma apreciação mais aprofundada de obras desse tipo.
norma para fazer avaliação, confrontar,
escolher. Nesse momento, peça que ci- 5 passos para analisar um filme
tem exemplos de critérios para avaliar
Olá, pessoal!
um filme. Caso se limitem a dizer que o Roteiro: texto Você gosta muito de cinema e gosta muito de escrever? Se o seu sonho é se tor-
filme precisa ser “legal”, incentive-os a que conta a
nar um crítico de cinema, vai gostar destas dicas que trazemos aqui. São 5 passos
história de
desdobrar essa explicação: O que torna um filme com para analisar um filme e escrever um texto respeitado e aprofundado sobre o tema.
um filme legal? A escolha dos perso- as indicações
necessárias
[...] você verá informações que precisa considerar quando estiver analisando
nagens? O enredo criativo? O fato de para que seja uma produção cinematográfica e o que deve incluir em sua resenha ou crítica.
produzido.
ser fantasioso ou de ser mais próximo à Trama:
Como analisar um filme
realidade? Ouça seus comentários e sucessão de Analisando a história
acontecimentos
avalie se entendem que critérios como de uma • Pense no roteiro do filme: Qual é a história, a trama, e como são os diálogos?
narrativa. Você se manteve interessado o tempo todo? A trama era crível? Você teve todas as
roteiro, personagens e cenários podem Crível: que se
informações de que precisava para seguir a história? [...]
ajudar a fazer uma apreciação mais pode acreditar.

detalhada, abordando vários aspectos


da obra. 48

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 1


EF67LP11, EF67LP23 e EF69LP34.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

48 Língua Portuguesa
Analisando as atuações
• Identifique se as atuações funcionaram bem ou não: Você acreditou nos personagens? Isso não
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
é a mesma coisa que gostar dos personagens, mas acreditar que eles eram reais. [...]
Analisando os elementos Em roda de conversa, faça uma leitura
• Examine o cenário e o ambiente: O cenário se encaixa na cena? As ações do ambiente distraem acompanhada do guia. Ao longo da ativi-
ou roubam sua atenção da cena principal? O ambiente é crível ou fantasioso demais? dade, explore o sentido das palavras e das
• Analise o figurino e os objetos de cena: O que os personagens estão vestindo? De que maneira o expressões e garanta que todos os estu-
figurino compõe o clima da cena? [...] dantes se apropriem do conteúdo do texto.
• Os figurinos são adequados? Ou são muito chamativos? (Use esse item apenas quando neces-
sário, como em um drama de época, por exemplo.)
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
• Observe como a música se encaixa: Ela rouba a atenção ou é bem suave na cena? De que ma-
neira a música ajuda na evolução da história? ORIENTAÇÕES
Analisando as técnicas de filmagem 1. Destacar as palavras-chave não é uma
• [...] Examine o ritmo e a organização: O filme flui bem ou é muito instável? Muito rápido? Muito atividade simples. Para auxiliar os estu-
lento? O filme segue alguma ordem ou é confuso? [...] dantes, proponha que as palavras-cha-
• Comece com a introdução: Fale sobre o histórico do filme, sobre as expectativas, sobre os atores ve do primeiro item sejam escolhidas
e cineastas envolvidos, etc.
coletivamente.
• Inclua um breve, porém útil, resumo da trama: só tome cuidado para não contar o final. Não
conte partes importantes e não dê muitos detalhes. 2. Neste momento, é importante valorizar
• Discorra sobre as diferentes partes destacadas [...]. o que os estudantes julgam interessante
• Tente ligar sua conclusão com sua introdução: O filme atingiu as expectativas? Qual é a sua saber do filme. Talvez, descobrir se os
opinião geral? Use sua opinião baseada em uma boa análise e fatos. atores passaram por alguma mudança
Obviamente, trata-se da sua crítica, portanto deixe claro seu ponto
de vista, intelectualmente falando. Você pode dar uma nota, em
corporal seja interessante para uma tur-
uma escala de 1 a 10. Deixe tudo bem claro.
Cada tipo de leitura pede ma e não para outra.
um procedimento específico.
[...]
Estudar para uma avaliação 3. Estabeleça uma maneira para que todos
Nem é tão difícil assim, não é mesmo? Comece a fazer esse ou preparar um seminário possam participar, por exemplo, levan-
exercício de análise de filmes que em pouco tempo você verá o ci- são situações que demandam tando a mão e estipulando uma ordem
nema com outros olhos. leituras diferentes daquelas
Até mais!
para as falas. É muito importante, nesta
feitas para se distrair ou
buscar uma palavra no
atividade, orientar os estudantes a res-
PIGNATARI, Carolina. 5 passos para analisar um filme. Canal do ensino: guia de
educação, [S.l.]; [20--]. Disponível em: livro.page/1V6U249L. dicionário, não é mesmo? peitarem os turnos de fala de cada um.
Acesso em: 3 fev. 2022. Na leitura de estudo, por
exemplo, é sempre útil
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA
destacar os termos e as
1. Em trio, destaquem as palavras-chave de cada item que, se-
ideias centrais de cada BNCC
gundo o texto, precisa ser observado para se fazer uma boa
análise de filme. parágrafo. Essa é uma As atividades desta página ajudam
maneira de garantir que o
a desenvolver a Competência geral 4
2. Releiam as palavras-chave selecionadas. Com base nelas, conteúdo será apreendido.
elaborem um guia próprio de apreciação, isto é, um planeja- Chamamos de palavras-chave
e a Competência específica de Lingua-
mento daquilo que precisa ser observado com mais atenção aquelas que representam a gens 5, já que levam o estudante a usar
enquanto assistem a um filme. Se preferirem, vocês podem ideia central de determinado da linguagem para expressar e partilhar
acrescentar pontos ou desconsiderar outros, dependendo texto. Elas também servem experiências e a desenvolver um senso
do gênero de filme a que vão assistir. de referência para pesquisa.
estético com base na conversa sobre fil-
Quando se conhece as palavras-
3. Em roda de conversa, compartilhem o guia e, depois, publiquem- -chave de um assunto, fica mais mes. De igual modo, a roda de conversa
-no em redes sociais ou no site da escola. Para aprimorar o traba- simples fazer buscas precisas e propicia que os estudantes respeitem os
lho, conversem sobre filmes a que já tenham assistido e gostado eficientes. turnos de fala, o que envolve a habilidade
e façam uma lista de cinco deles para sugerir aos leitores.
EF67LP23.
49

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
ƒ VIVA: a vida é uma festa. Direção: Lee Unkrich, Adrian Molina. EUA: Walt Disney Pic-
tures, 2018. (95 min.)
A animação conta a história de Miguel, um garoto cujo sonho é se tornar um músico
de sucesso, mas sua família não aprova sua escolha. Com a ajuda de Héctor, parte em
uma jornada que desvendará a história de sua família, que baniu a música por gerações.
A história, que se desenrola no México, explora a cultura e os valores mexicanos, dando
destaque positivo à valorização da diversidade.
ƒ MINHAS tardes com Margueritte. Direção: Jean Becker. França: 2010. (82 min.)
História de uma amizade que surge quando Germaine se senta ao lado de Margueritte
em um banco de praça e descobre sua paixão pela literatura. Margueritte, que tem 95
anos, revela a Germaine que está perdendo a visão. Ele percebe que poderá ajudá-la
nessa nova fase de sua vida. O filme destaca os valores da amizade e da solidariedade.

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Língua Portuguesa 49
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A primeira leitura da Seção trabalha


com podcast, gênero textual oral que tem
estado cada vez mais presente no coti-
2 Leitura de textos

diano dos estudantes e no trabalho em


sala de aula. Ao tratar dos mais diversos
assuntos, ele pode, entre outras funcio- Observe este cartaz, que mostra um idoso e uma criança, e responda às perguntas.
nalidades, ser fonte de pesquisa para a

Reprodução/Pixar Animation Studios


escolha de textos e para a observação das
oralidades próprias da língua falada, mes-
mo em textos planejados. As atividades da
Leitura 1 desta Seção podem ser feitas na
sala de informática da escola ou em outro
espaço em que seja possível pesquisar co-
letivamente na internet. O acesso a esses
recursos também facilitará a audição do
episódio do podcast trabalhado. De toda
forma, o trecho foi transcrito na Seção.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
1. Oriente uma leitura mais detalhada do
cartaz, tanto dos textos verbais quanto
dos não verbais. A dedução de que se
trata de um cartaz de filme pode ser
feita com base na informação “Breve nos
cinemas”, na indicação da tecnologia 1. O que o cartaz divulga? Que elementos comprovam a sua hipótese?
3D ou pelos nomes dos estúdios que o Não escreva
neste livro 2. Você conhece essa história? Converse com a turma sobre o que sabe a respeito dela.
produziram. Use seu

2. Aproveite esse momento para investigar


caderno 3. Vamos analisar como os personagens principais foram representados no
cartaz. Transcreva o quadro no caderno e complete os espaços de acordo
o conhecimento dos estudantes a res- com sua interpretação da imagem do cartaz.
peito do filme Up: Altas aventuras. Essa
investigação pode ser feita em uma roda Características físicas Características psicológicas
de conversa, em que eles se sintam à Personagem 1 MODELO MODELO
vontade para expressar opiniões e im- Personagem 2 MODELO MODELO
pressões pessoais sobre a animação.
Lançado nos cinemas em 2009, o filme Up: Altas aventuras fez bastante sucesso e foi
3. Para responder à atividade 3, é impor- assunto de inúmeras resenhas e comentários críticos. Nesta seção, vamos ler e analisar
tante que os estudantes se baseiem dois exemplos. Na primeira leitura, trabalharemos com uma crítica feita para um podcast
sempre no que está expresso no cartaz. produzido pelo laboratório de áudio LabAudio, da Universidade de Brasília. Na segunda lei-
Mesmo quem não viu o filme consegue tura, vamos comparar duas críticas ao filme que foram publicadas em sites especializados.
pressupor, se fizer uma leitura mais
atenta das expressões faciais dos per- 50
sonagens, do modelo e das cores das
roupas, da disposição que ocupam na
cena retratada etc., que o Sr. Carl pare-
ce rabugento ou mal-humorado e que o HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 2
menino Russell gosta de aventuras. EF06LP01, EF06LP02, EF06LP11, EF67LP03, EF67LP05, EF67LP07, EF67LP08,
EF67LP27, EF69LP02, EF69LP04, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP18, EF69LP32 e
EF69LP36.

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50 Língua Portuguesa
Leitura 1 PODCAST: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
Podcast 1 a 4. Esses questionamentos podem ser
Antes de iniciarmos, converse com os colegas sobre as questões a seguir. trabalhados usando uma estratégia
de aprendizagem ativa conhecida
1. Você sabe o que é podcast? como “conversa de papel”. Cada
2. Você ou alguém do seu convívio costuma ouvir programas de rádio?
pergunta deve ser escrita em uma
folha de cartolina. Em turmas gran-
3. Para você, qual é a principal diferença entre podcast e um programa de rádio? des, deve-se usar mais de uma
cartolina com a mesma pergunta.
4. Você gostaria de indicar algum podcast aos colegas?
Essas folhas são distribuídas em di-
ferentes locais da sala de aula, e os
O texto a seguir é a transcrição de um episódio de podcast sobre o filme Up: Altas aventuras. estudantes devem se organizar em
UP: ALTAS AVENTURAS
grupos, de acordo com o número de
cartolinas. Eles devem circular pela
Começa agora mais uma edição da série "Pauta Musical – Especial Cinema: Um passeio pela magia sala para responder às questões
da música no universo sonoro cinematográfico". propostas nos cartazes. É importan-
Depois de muito sonhar em viajar pelo mundo, um velhinho embarca em uma incrível aventura e te que todos respondam às quatro
acidentalmente leva com ele um menino. Essa é a história de Carl Fredricksen e de seu improvável amigo questões. Instrua-os a usar um sinal
Russell, um jovem escoteiro. previamente combinado para indicar
Após uma vida ao lado de sua esposa Ellen, o viúvo Carl resolve realizar a empreitada dos sonhos do se a resposta que dariam é igual à
casal em mudar dos Estados Unidos para o paraíso das cachoeiras, em meio às montanhas da Venezuela. de algum colega. A vantagem dessa
Up: Altas Aventuras é um longa de animação da Pixar, de 2009, dirigido por Pete Docter e Bob Peterson, estratégia é ouvir todos os estudan-
que narra uma história delicada e profunda, construída pelos detalhes. O universo sonoro do filme é funda- tes e não apenas aqueles que são
mental nesta construção, contando com uma trilha sonora ganhadora de diversos prêmios, tais como Oscar
mais ativos nos momentos coletivos.
e Globo de Ouro de melhor trilha original, Grammy de melhor compilação de trilha sonora para mídia visual
Estipule um tempo de 3 a 5 minu-
e de melhor composição instrumental pela canção "Married Life".
tos para a realização da atividade.
A trilha assinada por Michael Giac-

Danielala/Shutterstock
Por fim, as cartolinas são afixadas
chino exerce um papel fundamental para
o contexto narrativo, dando tons que vão
no mural da sala. Esses questiona-
de melodias poéticas até passagens som-
mentos serão retomados conforme
brias e de mais ação. Dentro da constru- os estudos forem avançando. Fique
ção sonora do filme, a música "Married atento para verificar quando eles po-
Life" é utilizada como tema principal dem potencializar a conversa desta
e transita entre a leveza e a melancolia Unidade. Ao final da aula, retome as
construídas pelo piano de Giacchino, con- respostas e verifique se os estudan-
forme se desenvolve a sequência fílmica tes querem acrescentar, oralmente,
e reaparecendo em algumas variações. novas informações.
Podcast e rádio, apesar de suas semelhanças, têm modelos de
[...] consumo e transmissão distintos.
Se possível, antes de fazer a leitura
Up: Altas aventuras. Produção: Musicabile e Laboratório de Áudio da Faculdade de Comunicação da UnB. da transcrição, apresente o áudio do
Direção: Elton Bruno Pinheiro. Apresentação: Ana Lucia Andrade. (Áudio, 15 min).
Disponível em: livro.page/2V6U251L. Acesso em: 2 maio 2022. episódio:
ƒ Podcast sobre o filme Up: Altas
1. Como se chama o criador de Up: Altas aventuras?
Aventuras. Locução de Gabriel
2. Um dos diretores criou outros filmes para crianças. Pesquise as outras produções do diretor. Melo. 6 out. 2021. Disponível em:
3. Quem é o autor da trilha sonora? livro.page/4V6U251LP. Acesso
em: 25 abr. 2022.

51 ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
1. O longa de animação é da Pixar (um es-
túdio de animação por computador) e foi
dirigido por Pete Docter e Bob Peterson.
2. Bob Peterson é o responsável pela criação
de filmes como Toy Story, Monstros S.A.,
Procurando Nemo, Os incríveis, Ratatouille,
entre outros.
3. Michael Giacchino.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 51
Não escreva 4. Leia esta explicação.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro
Storyboard é como se chama a sequência de desenhos usada para planejar uma
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno animação ou a gravação de um filme.
4. a) Espera-se que os estudantes citem

Tutatamafilm/Shutterstock
o fato de a casa voar com os balões
presos nela.
4. b) Nesta atividade, ressalte que o im-
portante é representar, nos desenhos, a
cena do filme, independentemente das
habilidades de cada estudante em criar
ilustrações. Combine quantos quadros Artista
trabalhando na
deve ter o storyboard. Convide-os a finalização de
compartilharem seus desenhos. um storyboard.

4. c) O tempo presente ajuda a dar dina- a) A transcrição do podcast cita o evento que une os dois personagens centrais
mismo às ações, transmitindo uma ideia do filme. Que evento foi esse?
de que as ações estão acontecendo e b) Desenhe, em seu caderno, um storyboard da cena que você mencionou na
não se sabe, ainda, o final da história. atividade anterior, ressaltando a expressão de surpresa do velhinho.
Considerando que o texto é uma trans- c) O texto do podcast, ao reportar os eventos que compõe a animação, apre-
crição de um podcast, percebemos que senta predominantemente o tempo presente do modo indicativo: “começa”,
“embarca”, “é”, “resolve” etc. Considerando o gênero textual, que efeito de
essa escolha pode ser acertada para sentido essa forma verbal promove no ato da leitura? Como ela contribui
atrair a atenção do leitor. Acolha as para atrair a atenção do leitor?
demais impressões que os estudantes 5. Releia este trecho.
podem trazer acerca do uso do presente
em ações que já ocorreram.
Up: Altas Aventuras é um longa de animação da Pixar, de 2009, dirigido por
5. a) Profunda, neste contexto, quer di- Pete Docter e Bob Peterson, que narra uma história delicada e profunda, cons-
zer com muito significados, intensa, truída pelos detalhes.
relevante.
a) Considerando o contexto, qual é o sentido da palavra profunda?
5. b) Sua trilha sonora.
b) Que detalhe da obra é destacado nesse podcast?
6. a) Leveza e melancolia.
6. Com base nas informações apresentadas sobre os eventos do filme, reflita:
6. b) A trilha sonora acompanha os acon- a) Que substantivos são usados para indicar o tom da trilha sonora?
tecimentos da história conforme eles b) Em que medida a trilha sonora reforça os conflitos vividos pelo protagonista?
se desenvolvem, ajudando a reforçar os
sentidos das cenas e os sentimentos
dos personagens.
Múltiplas leituras
CONTEÚDO INTERATIVO Durante a pandemia provocada pelo coronavírus, muito se falou do papel essencial de filmes e séries
para equilibrar as emoções. Com a necessidade do isolamento social, uma alternativa que as pessoas en-
Leia as orientações sobre storyboard contraram foi assistir a filmes e séries em casa. Por causa disso, o setor de plataformas digitais de exibi-
com os estudantes e certifique-se de que ção desses produtos cresceu 26% em 2020.
eles entenderam todo o vocabulário e a O infográfico a seguir, de 2021, apresenta o número recente de assinantes das principais plataformas
explicação sobre a sequência de com- digitais de distribuição de filmes do mundo (também conhecidas como serviços de streaming).
posição. Para apoiá-los na compreensão
do assunto, faça uma roda de conversa
e discuta como se configura visualmente 52
a coesão entre os quadros do storyboard
sobre a transmissão do coronavírus.
 LEITURA COMPLEMENTAR 
[...] Ao produzir um podcast, o aluno vivencia situações de uso da língua, de modo
mais reflexivo, considerando o contexto enunciativo, promovendo, assim, a relação
primeira entre língua e constituição do sujeito. O aluno é demandado a analisar os
recursos linguísticos e discursivos a serem utilizados para a construção do projeto de
dizer. Assim, se o podcast for produzido no formato de áudio, os gestos e as expressões
faciais (recursos visuais da modalidade oral) e os sinais de pontuação e recursos de
destaque (negritos e espaçamentos próprios da modalidade escrita) terão que ser
substituídos por outra forma de apresentação, que poderá ser por meio da entonação,
pausas, prolongamento de vogais, repetições etc. [...]
FERREIRA, H. M.; VILLARTA-NEDER, M. A. O podcast como gênero discursivo: oralidade e
multissemiose aquém e além da sala de aula. In: Oralidade e ensino: discussões teórico-metodo-
lógicas. Revista de Pós-graduação em Letras, UFLA, n. 1, 2020, p. 52-53. Disponível em: livro.page/
5V6U252LP.Acesso em: 25 maio 2022.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

52 Língua Portuguesa
MÚLTIPLAS LEITURAS:
Ranking de assinaturas em plataformas digitais de serviços streaming, em 2021
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES

Paula Radi
O infográfico é um texto multimodal
Segundo serviço de streaming de vídeo mais popular,
com um crescimento de 100% em 12 meses, contra 34% muito comum em reportagens e em tex-
da Netflix no mesmo período, e ainda inclui a assinatura tos expositivos de várias áreas do conhe-
do Amazon Prime.
cimento. O procedimento de leitura desse
texto precisa ser orientado para o estu-
O Tencent Video ocupa a terceira posição geral, sendo o maior
streaming da China com120 milhões de assinantes. Sua dante aprender a localizar informações
versão internacional é conhecida como WETV. nele. Para tanto, explore o significado
O
DE das colunas e a nuance de cores e, ainda,
LIX

VI
E
TF

IM

Em pouco mais de um ano de seu lançamento, com 95 milhões o texto relacionado às colunas. Explore o
NE

PR

203,7 de assinantes, o Disney+ superou sua meta inicial de


ON

sentido de valor atribuído a cada um dos


O
DE
85 milhões estimada para 2024.
AZ

MI
VI
AM

dados analisados.
T
EN

150
NC

MI 1. A plataforma Netflix.
TE

O Hulu pertence à Disney e só está


+

120
EY

disponível nos EUA e no Japão. Teve seu 2. Está disponível nos Estados Unidos e no
SN

MI
crescimento em 39% em 12 meses, aumentando
DI

Japão.
X
MA

94,9 sua base em 11 milhões de assinantes.


O

MI
3. Superou a meta inicial, de 85 milhões,
HB

44
em 10 milhões de usuários.
LU

MI
HU

W
NO
38,8 4. Os dados foram organizados em barras

+
OS

NT
MI
ER

comparativas, decrescentes. Há também


36,2 OU
AM
MI uma diversidade de tipografia, de modo
R

Y
PA

LA
que os textos verbais são claramente or-
ZP
17,9 AR

+
MI
ganizados pelo tipo de informação que
ST

TV
13,7
E
PL oferecem.
AP
MI

10 5. Peça aos estudantes que estabeleçam,


MI
previamente, algumas emoções para
citar como exemplos aos entrevistados,
Fonte: WALLACH, Omri. Which Streaming Service Has the Most Subscriptions? Visual Capitalist. Vancouver,
como medo, graça, esperança, tensão,
3 mar. 2021. Disponível em: livro.page/3V6U253L. leveza, entre outras.
Acesso em: 4 maio 2022.

1. De acordo com o infográfico, qual plataforma tem o maior número de assinantes?


HABILIDADES DA BNCC
2. Em quais países o Hulu está disponível? O trabalho com infográficos favorece
3. Em quantos assinantes a Disney+ superou sua meta inicial para 2024? a habilidade de leitura, por exemplo, de
gráficos, que organizam as informações
4. Nos infográficos, as informações são organizadas de maneira a facilitar a leitura. Como as
informações foram organizadas nesse infográfico? de maneira clara e objetiva, facilitando a
seleção dos dados pesquisados. Para esta
5. Faça uma enquete com pessoas de sua escola para saber que emoção procuram quando atividade, trabalhou-se com o método de
assistem a filmes. Com o resultado da pesquisa, elabore um infográfico com base no mo-
delo apresentado. Crie emojis para simbolizar cada emoção. Não se esqueça de anotar a
pesquisa quantitativa, com foco na obser-
quantidade de pessoas ouvidas e o dia da consulta. vação e leitura de números e gráficos para
chegar a um resultado. Ela recorre, neces-
sariamente, à matemática, para descrever
53 fenômenos e analisar informações. Por
isso, o boxe dialoga com as habilidades
EF69LP32 e EF69LP36.

PRÁTICA DE PESQUISA
A elaboração da enquete e a publicação de seus resultados em um infográfico apro-
xima o estudante do exercício de práticas de pesquisa como construção e uso de
questionários e construção de relatórios.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 53
O gênero entrevista
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Podcasts são programas veiculados em plataformas digitais que apresentam ou
discutem temas variados. Eles também podem contar histórias inventadas ou reais,
O objetivo de aprendizagem com a lei- o que faz os produtores dos programas coletarem dados ou realizarem entrevistas.
tura da entrevista é tornar visível para os As entrevistas são um gênero de texto muito comum no mundo jornalístico, tan-
estudantes os caminhos seguidos pelos to na mídia impressa, como na mídia digital. Elas podem ser pensadas para serem
entrevistadores no planejamento de uma lidas ou ouvidas. Leia, por exemplo, a entrevista com o escritor Pedro Bandeira pu-
entrevista, assim como levantar o contexto blicada no Portal do Envelhecimento, em 4 de fevereiro de 2022.
de produção. No entanto, se julgar neces-
Entrevista com Pedro Bandeira
sário, é possível promover uma conversa
sobre a compreensão da leitura, antes Amadureçamos com os livros! Usemos a Literatura como alívio para nossas do-
res e aflições! Sejamos mais felizes com os sonhos e as esperanças que a Literatura
de instruir os estudantes a realizarem os nos oferece!
questionamentos propostos.
Pedro Bandeira é um dos maiores nomes da  literatura  infantil e infantojuve-
nil. Vovô Pedro nasceu em 1942, em Santos; mudou-se para São Paulo em 1961. Além
de atuar na área da publicidade, trabalhou em teatro como ator, diretor e cenógrafo.
Suas primeiras histórias foram publicadas em 1972. A partir de 1983, foi exclusiva-
mente escritor. Em 2020, aos 78 anos, ingressou no mundo digital [...].

Karime Xavier/Folhapress
Escritor Pedro Bandeira em seu apartamento, em São Paulo (SP), 2019.

Pedro, o senhor escreve e conta histórias há quase quatro décadas. O seu proces-
so criativo permaneceu o mesmo? Como ele é hoje?
O tempo e a prática ensinam demais. Desde o início, como não sou pedagogo nem
psicólogo, pois o que cursei foram as Ciências Sociais e sempre trabalhei como jorna-
lista e redator, tive de estudar, pesquisar muito, errar e corrigir o tempo todo. Tudo tem
de evoluir, não é, querida? Hoje acabei me tornando um especialista em Psicologia do
Desenvolvimento.
A Turma dos Karas compõe as melhores lembranças da minha infância. Foi um
presente da minha mãe, que por sua vez leu na escola. Hoje, indico para as crian-
ças da família. E esse é o caso de muito mais leitores. Como é saber que três
gerações já são marcadas por suas narrativas, e ainda muitas outras o serão?
Esse é um prazer indescritível! Até hoje tenho amigas que me escreveram em 1984
e que continuam comigo até hoje. Já dediquei livros aos filhos de minhas leitoras

54

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

54 Língua Portuguesa
e recebo fotos deles, para acompanhar-lhes o crescimento. Essas crianças são mi-
nhas netinhas do coração. Uma delas, a Júlia, uma linda Julinha, já é bailarina do ATIVIDADES: RESPOSTAS E
Municipal do Rio com apenas 15 anos! Tenho um antigo leitor que é um importante ORIENTAÇÕES
cientista que é chamado para fazer trabalhos na França e nos Estados Unidos. Meus
filhotes-leitores e meus netinhos me enchem de orgulho!
1. Resposta pessoal. Estimule os estudan-
O senhor percebeu mudanças no mercado de livros, nas escolas e nas conversas
tes a compartilharem com os colegas
com seus leitores ao longo destes anos? experiências pessoais em que a litera-
Talvez eu tenha mudado mais do que eles, mas continuo lutando para conseguir me- tura serviu de aprendizagem ou de con-
lhoras na educação brasileira. Hoje todos têm vagas nas escolas, mas os resultados forto em momentos difíceis. Peça que
são ruins, pois continuamos mal colocados nas pesquisas sobre educação no mundo eles expliquem como foi possível alcan-
todo. Temos ainda muito trabalho pela frente! çar esse amadurecimento, ou alívio, por
[...] meio da literatura. Para isso, peça que
Sou espectadora do seu canal [...], amo suas postagens! Como foi a decisão usem conectivos como “porque”, “por-
de produzir conteúdo digital? Quais são os prazeres e as dificuldades deste
trabalho?
tanto” e “assim”, de forma a estabelecer
Eu sempre tive dificuldades em usar as mídias sociais. Só agora, depois de tanto tempo,
coerência em seus textos e argumentos.
ajudado (muito ajudado!) pelo meu filho, comecei a entrar nesse mundo digital. Meu 2. Foi publicada no Portal do Envelhecimento.
filho e a equipe preparam tudo, eu só participo das gravações. Está sendo bem legal,
porque isso aumentou meu contato com os leitores, cujo exemplo é este contato consigo.
3. Duas hipóteses que podem ser levan-
[...]
tadas: Pedro Bandeira demonstra que
Por fim, queria que o senhor deixasse um recado a leitores e escritores jovens! 
continua ativo e atuante mesmo sendo
Queridos, é preciso alimentar nossa sensibilidade como alimentamos nosso corpo.
uma pessoa idosa; Pedro Bandeira indi-
Precisamos ler e compreender bem o que lemos. Sonhemos junto com os autores, so- ca livros para os avós lerem com seus
framos os problemas das personagens como se fôssemos elas, sem termos de passar netos.
verdadeiramente por suas confusões! Amadureçamos com os livros! Usemos a Lite-
4. A finalidade é apresentar brevemente
ratura como alívio para nossas dores e aflições! Sejamos mais felizes com os sonhos
e as esperanças que a Literatura nos oferece! o entrevistado aos leitores, oferecendo
informações pessoais.
AKKARI, Paula. Entrevista com Pedro Bandeira. Portal do Envelhecimento, São Paulo, 4 fev. 2021.
Disponível em: livro.page/4V6U255L. Acesso em: 7 fev. 2022. 5. As perguntas tematizam o fazer literá-
1. Em certo ponto da entrevista, Pedro Bandeira diz: rio do escritor e a permanência de suas
obras durante quatro décadas, passando
Amadureçamos com os livros! Usemos a Literatura como alívio para nossas de geração em geração.
dores e aflições! Sejamos mais felizes com os sonhos e as esperanças que a Lite-
ratura nos oferece!
6. Nem todas as perguntas partem de um
questionamento direto, algumas delas
„ Você concorda com essa afirmação? Converse com os colegas sobre o as- iniciam-se com um comentário ou com
sunto e formule argumentos para sustentar sua opinião. uma afirmação antes de o questiona-
2. Onde a entrevista foi publicada? mento ser apresentado.
3. Pedro Bandeira é reconhecido por suas obras destinadas ao público infantoju-
venil. Levante uma hipótese sobre o motivo pelo qual uma entrevista com esse
autor é de interesse dos leitores desse portal.
4. Releia o texto que antecede a entrevista. Qual é a finalidade dessa introdução?

5. As perguntas feitas ao escritor são norteadas por um tema comum. Escreva


qual é o tema que a entrevistadora usou para elaborar suas perguntas.
6. Observe como as perguntas foram elaboradas. O que você nota na formula-
ção delas?

55

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Língua Portuguesa 55
Leitura 2
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Resenha
O gênero textual resenha tem sido
Resenha é um gênero textual cuja função é apresentar um produto cultural
bastante frequente em vídeos e canais de
(como livros, filmes, jogos, álbuns musicais etc.) e comentá-lo, sempre baseando-
divulgação de obras literárias na internet.
-se em argumentos coerentes. Você vai ler uma resenha do filme Up: Altas aventuras,
Dessa forma, embora os estudantes es-
em seu lançamento nos cinemas. Mas antes da leitura, responda:
tejam sistematizando o conhecimento do
gênero em sala de aula somente agora, „ Em que situações alguém procura ler uma resenha?
é possível que alguns já o conheçam por
meio das plataformas de compartilhamen- A redenção de um tremendo rabugento
to de vídeos. Pergunte se eles já leram
Por: Mary Ellen Farias dos Santos / Em setembro de 2009
textos ou assistiram a vídeos em que um
livro, um filme ou outra obra de arte tenha Um velhinho que sempre está de mal com o mundo e um garoto curioso rumo
ao desconhecido. Saiba mais de Up: Altas Aventuras!
sido apresentada e comentada. Verifique
se esses textos ou vídeos exercem influên- Um senhor rabugento que gosta de se isolar e viver no asilo. Na tentativa desesperada de salvar
cia sobre seus leitores ou espectadores e em casa e um garotinho que está em busca da sua casa e todas as lembranças de sua finada es-
por quais razões: pela apresentação da sua derradeira medalha de escoteiro. Ao brincar posa, Carl enche milhares de balões em sua casa,
com os contrastes e semelhanças entre Carl Fre- fazendo com que ela levante voo.
obra e sua apreciação, pelo fato de o au- dricksen (Edward Asner) e Russell (Jordan Nagai), Ao obter total sucesso na execução de seu plano,
tor da resenha ser conhecido ou confiável, a Disney-Pixar dá o seu recado e convence mais ele segue rumo a uma floresta na América do Sul,
em razão do prévio conhecimento da obra, uma vez. “Up: Altas Aventuras” é simplesmente per- local em que Carl e Ellie sempre desejaram morar.
entre outras. Todas essas percepções são feito e com grande folga garante o seu espaço entre Contudo, já no início do trajeto o senhor descobre não
importantes para a apreciação da própria os melhores filmes exibidos na telona em 2009. estar sozinho, mas ter a companhia do escoteiro de 8
resenha. Como encantar-se com um senhor sem paciência anos, Russel. Ao tentar resolver este “probleminha” de
e, por muitas vezes, grosseiro? Eis que a animação percurso, o vendedor de balões chega até a imaginar
cheia de detalhes e um colorido de dar inveja nos ou- o que fazer para se livrar do garotinho (cena hilária).
ATIVIDADE: RESPOSTA E tros estúdios, consegue tal proeza. Embora Carl seja a “Up: Altas Aventuras” não só proporciona mi-
ORIENTAÇÃO antipatia ambulante do desenho, fica fácil aceitá-lo e nutos agradáveis em família. O longa de animação
até estabelecer alguma identificação com ele. Resul- aborda com maestria alguns dilemas da vida, como
ƒ Com maior frequência, as pessoas bus-
tado: protagonista e público criam um elo emocional. por exemplo, a dor da perda, a inevitável passagem
cam por resenhas quando querem sa-
Consequentemente fica fácil embarcar, lite- do tempo e a busca pela renovação. Sem deixar de
ber qual é o tema e como determinada ralmente, na história do vendedor de balões de 78 comentar a redenção do protagonista, esta que
obra de arte foi avaliada. Assim, o leitor anos. Afinal, Carl está prestes a perder a casa em acontece de modo envolvente e eletrizante, tornan-
da resenha poderá decidir, com mais que sempre viveu com sua esposa, a falecida Ellie. do “Up: Altas Aventuras” simplesmente imperdível!
consciência, se lerá um livro, assistirá a Tudo porque a casa dele está no lugar errado, ou me- Filme: Up: Altas Aventuras (Up, EUA)
lhor, está “atrapalhando” um empresário na constru- Ano: 2009
um filme ou a uma série, visitará uma ção de um moderno edifício. Fato muito corriqueiro Gênero: Aventura/Animação
exposição etc. Outras pessoas também nos dias atuais, isto é, mais um ponto positivo para Duração: 96 minutos
se interessam por ler uma resenha de- o protagonista de “Up: Altas Aventuras”. De fato, Direção: Pete Docter, Bob Peterson
pois de conhecer uma obra, para com- envolver-se com a história de Carl é somente uma Roteiro: Pete Docter, Bob Peterson, Thomas McCarthy
preendê-la de maneira mais abrangente questão de alguns minutinhos de película. Elenco: Edward Asner, Christopher Plummer,
Para piorar toda a situação, ao defender a sua Jordan Nagai, Bob Peterson, Delroy Lindo, John
e conhecer outros pontos de vista. Ratzenberger
moradia, o senhor Carl perde o controle de sua ben-
gala, arruma uma grande confusão (que inclui um SANTOS, Mary Ellen Faria dos. A redenção de um
tremendo rabugento. Resenhando, [S.l.], 9 set. 2009.
homem ferido) e, ao ser considerado ameaça pública, Disponível em: livro.page/5V6U256L.
acaba não tendo escolha: terá que deixar sua casa Acesso em: 11 maio 2022.

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56 Língua Portuguesa
1. Escolha cinco palavras-chave que sintetizem

Pixar Animation Studios A.F. ARCHIVE/Alamy/Fotoarena


o conteúdo do texto lido. ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
2. Resenhas de filmes sempre apresentam um
resumo da história contada neles. Qual é a 1. Orientar os estudantes na escolha de
história contada em Up: Altas aventuras? palavras-chave que possam ser signi-
3. Que fato motiva Carl a embarcar nessa
ficativas, como: Up, senhor, garotinho,
aventura? filme, dilemas, redenção. Convide os es-
tudantes a compartilharem sua respos-
4. Escreva o fato que cria um obstáculo inicial
à decisão de Carl.
ta para que a turma possa fazer uma
apreciação, observando se as palavras
5. Apesar de ser um senhor rabugento e antipá- citadas são significativas ou representam
tico, Carl consegue criar laços afetivos com o
informações secundárias do texto.
público. Que fatos motivam essa empatia?
Carl Fredricksen 2. A animação conta a história de Carl
6. Copie, do primeiro parágrafo, a frase que evidencia a opinião da resenhista. sentado à porta
de sua casa Fredricksen, um viúvo solitário e ranzin-
7. Releia os trechos abaixo. em Up: Altas za de 78 anos que parte em uma aven-
aventuras.
tura para realizar um sonho que tinha
I. Contudo, já no início do trajeto o senhor descobre não estar sozinho, mas
ter a companhia do escoteiro de 8 anos, Russel.
com a esposa, Ellie: os dois queriam co-
Não escreva
nhecer o Paraíso das Cachoeiras, situa-
II. Consequentemente fica fácil embarcar, literalmente, na história do vende- neste livro do na América do Sul. Quem acompanha
dor de balões de 78 anos. Use seu
caderno Carl nessa jornada é o menino Russell,
Em seu caderno, classifique-os entre as duas possibilidades a seguir. um escoteiro de 8 anos que, sem que-
a) Anuncia o resultado de um acontecimento anterior.
rer, embarca na casa voadora de Carl.
b) Contrapõe a ideia apresentada anteriormente. 3. Carl está prestes a perder a casa em que
8. Releia com atenção este trecho. Os dois-pontos podem ser sempre viveu com sua esposa, porque a
substituídos pelo travessão residência estaria atrapalhando a cons-
Resultado: protagonista e público criam um elo emocional. interno (–). Veja um exemplo: trução de um edifício.
A área da saúde que atende
Nessa frase, os dois-pontos foram usados para: aos idosos deve trabalhar
4. No início da aventura, ele descobre não
de forma integrada – saúde estar sozinho, mas ter a companhia do
a) introduzir uma nova informação.
física, mental e afetiva. escoteiro de 8 anos, Russell.
b) esclarecer/explicar a informação anterior aos leitores.
c) introduzir a fala de um personagem. 5. O fato de Carl estar prestes a perder sua
casa e, com ela, as lembranças de sua
9. Agora, leia com cuidado mais um trecho, dessa vez prestando atenção ao
uso das vírgulas. falecida esposa, Ellie.
6. “Up: Altas aventuras é simplesmente
Consequentemente fica fácil embarcar, literalmente, na história do vendedor perfeito e com grande folga garante o
de balões de 78 anos.
seu espaço entre os melhores filmes exi-
bidos na telona em 2009.”
Nessa oração, as vírgulas foram usadas para:
7. a) Trecho II.
a) isolar termos e expressões que aparecem no meio da oração.
b) interromper orações longas. 7. b) Trecho I.
c) indicar os termos que podem ser eliminados da oração sem prejuízo de sentido. 8. Alternativa b).
10. Além do uso dos dois-pontos para indicar explicação, que outro uso desse 9. Alternativa a).
sinal você conhece?
10. Espera-se que os estudantes citem o
uso para indicar o início de um diálo-
57
go em um texto narrativo. Eles poderão
mencionar, ainda, o uso dos dois-pon-
tos antes do início de uma citação ou
enumeração.

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Língua Portuguesa 57
11. Leia o trecho de outra resenha da animação Up: Altas aventuras.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
Não escreva
11. a) As palavras “encarando” e “buscan- neste livro
[...] Passo a tarde encarando o monitor, buscando alguma inspiração para escre-
do” são verbos. Use seu
ver sobre um dos filmes mais geniais do ano e uma das melhores animações de todos
caderno
11. b) Elas indicam ações em andamento, os tempos, Up: Altas aventuras. [...]
ou seja, em processo de execução. BORGO, Érico. Up: Altas aventuras: a nova animação da Pixar. Omelete, [S.l.], 3 set. 2009.
Disponível em: livro.page/6V6U258L. Acesso em: 4 fev. 2022.
11. c) Alternativa I.
a) As palavras “encarando” e “buscando” indicam duas ações realizadas pelo au-
DEIXAR FLUIR: tor da resenha. Gramaticalmente, elas pertencem a qual classe de palavras?
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES b) Essas palavras indicam ações finalizadas ou que estão em andamento, ou
1. a) Provavelmente, a juventude está re- seja, em processo de execução?
presentada no lado esquerdo da tela, c) Observando as vírgulas entre as duas orações organizadas em torno desses
verbos, pode-se concluir que elas são usadas para:
pois a imagem não apresenta distorção,
I. separar orações em um período composto.
as formas são mais arredondadas e as
II. intercalar termos explicativos.
cores predominantes são mais quentes,
III. explicar a informação anterior.
como o amarelo e o laranja. Além disso,
a expressão do rosto da personagem
demonstra serenidade. Deixar fluir
1. b) Provavelmente, o envelhecimento
está representado no lado direito da Segundo a autora da resenha, Carl era um “tre-

Bridgeman Images/Easypix Brasil © Succession Pablo Picasso / AUTVIS, Brasil, 2022


mendo rabugento”. A visão da velhice como um
tela, pois a imagem é mais distorcida, momento triste ou mal-humorado por vezes apa-
as formas são mais frouxas e as cores rece em manifestações artísticas, como a pintura.
predominantes são frias, como azul e Observe com muita atenção a tela Garota
violeta. em frente ao espelho, do pintor espanhol Pablo
Picasso.
2. Resposta pessoal. Espera-se que o estu-
1. Uma das leituras possíveis dessa pin-
dante dê um título que represente a pas-
tura é a oposição entre a juventude e
sagem do tempo, natural para todos nós. o envelhecimento. Com isso em mente,
3. Resposta pessoal. É esperado que o analise:
estudante faça uso do que já sabe de a) Em que lado da tela está represen-
apreciação com opinião fundamentada. tada a imagem da juventude? Como
você reconheceu isso?
b) Em que lado da tela está represen-
HABILIDADES DA BNCC tada a imagem do envelhecimento?
No parágrafo de apreciação da tela, o Como você reconheceu isso?
estudante poderá colocar em prática uma 2. Que título você daria a essa obra, con-
opinião fundamentada em argumentos siderando a interpretação sugerida an-
(com base em critérios de apreciação já teriormente?
vistos e elaborados), percebendo a consis- 3. Escreva um parágrafo de apreciação Pablo Picasso. Garota em frente ao espelho. 1932.
Óleo sobre tela, 162,3 cm × 130,2 cm. Museu de
tência e a persuasão que os argumentos dessa tela do pintor espanhol. Arte Moderna, Nova York.
desempenham no convencimento do leitor.
E, ao produzir esse pequeno texto, ele po-
derá adequá-lo conforme seus objetivos,
utilizando recursos linguísticos como tem- 58
po verbal, escolhas lexicais e pontuação
pertinentes, aspectos já vistos em ativida-
des anteriores. Para potencializar a ativi-
dade, o estudante pode compartilhar seu REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
texto e receber, de colegas e do professor, ƒ ABREU-TARDELLI, L. S.; LOUSADA, E.; MACHADO, A. R. Resenha. São Paulo: Parábola,
sugestões para revisá-lo e melhorá-lo em 2004.
relação a esses aspectos. Nesse sentido, O livro faz parte de uma coleção que trata da leitura e produção de textos acadêmicos,
as atividades envolvem as habilidades orientando o trabalho em sala de aula acerca de gêneros frequentemente solicitados
EF67LP27, EF69LP07 e EF69LP08. pelos professores.

PRÁTICA DE PESQUISA
Os textos de apreciação de obras
artísticas, como a resenha, aproximam
o estudante do exercício de práticas de
pesquisa como o estudo de recepção.

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58 Língua Portuguesa
Comparação entre textos ATIVIDADES: RESPOSTAS E
Nesta seção, estudamos podcasts e resenhas. Agora, vamos aproximar os dois ORIENTAÇÕES
gêneros refletindo sobre o que eles têm de semelhante. 1. a) 4o e 5o parágrafos.
Para começar, releia o guia "5 passos para analisar um filme" e a transcrição do 1. b) 2o e 3o parágrafos.
podcast (Leitura 1desta unidade). Não escreva
neste livro 2. Informações a respeito da trilha sonora
1. Indique em que parágrafos da transcrição do podcast aparece cada uma das
informações a seguir:
Use seu do filme. Se necessário, retome a leitura
caderno
do texto “Como analisar um filme” e o
a) avaliação pessoal sobre o filme;
trabalho em conjunto feito pelos estu-
b) breve resumo sobre o enredo do filme.
dantes com base nesse texto.
2. O autor do podcast apresenta informações sugeridas no guia “5 passos para
analisar um filme”. Que informações são essas? 3. Resposta pessoal. É muito importante in-
centivar os estudantes a voltarem para
3. Imagine que você seja um ouvinte desse podcast. Com base no planejamen- o planejamento a fim de identificarem o
to elaborado por seu trio no início do estudo desta Unidade, como o autor
poderia incrementar o podcast? Que informações ele poderia acrescentar no
que gostariam de acrescentar.
episódio? 4. Caso a maioria dos estudantes não te-
4. Caso você tenha assistido a essa animação, o que você gostaria de destacar nha assistido à animação, seria interes-
como recurso para emocionar o espectador? sante promover uma sessão de cinema
na escola. Na impossibilidade desse
5. Agora, releia as atividades da Leitura 2 e responda:
momento, pode-se generalizar a reflexão
a) O conteúdo da resenha se assemelha ao conteúdo do podcast? Explique sua
para outros filmes a que eles tenham
resposta.
assistido.
b) Compare a linguagem do podcast com a da resenha. Em qual caso ela é mais
formal? Levante uma hipótese e responda: por que isso acontece? 5. a) Sim. Os dois analisam os elementos
6. Discuta com os colegas: Entre uma resenha escrita e um podcast, em sua opinião, constitutivos de uma mesma obra de
qual dos dois formatos atrai mais jovens leitores iniciantes? Por quê? arte.
7. Para concluir o estudo desta seção, você e seus colegas produzirão um texto 5. b) A resenha apresenta linguagem mais
apreciativo de curta-metragem. Para isso, sigam os passos. formal porque se trata de um texto es-
„ Procurem em sites de compar tilhamento de vídeo o fil- crito e publicado em site especializado.
me A solidão dos avós, dirigido pela canadense Laura 6. Resposta pessoal. É possível que os
Stewart. Curta-metragem é a estudantes apontem o podcast como
Utilizem o planejamento de apreciação que vocês produ- classificação que recebem os
„
gênero mais atrativo que a resenha, em
ziram e organizem as informações desse filme. filmes com menos de
20 minutos de duração. razão de ser um texto oralizado, mais
„ Atenção: o filme tem apenas 2 minutos de duração, portan-
to fiquem atentos a cada segundo. informal e disponível por meio de plata-
formas digitais.
Reprodução/Vimeo/Laura Stewart

7. Oriente os estudantes a seguir o rotei-


ro de “Como analisar um filme”, lido na
Seção 1 da Unidade.

Cena do curta-metragem
A solidão dos avós.

59

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC


Ao abordar o Tema Contemporâneo Transversal escolhido para esta Unidade, passa-se
pelas Competências gerais 8 e 9, que tratam da compreensão da diversidade humana,
do respeito ao outro e da afirmação dos direitos humanos. Ao realizar essas atividades em
uma roda de conversa, há o desenvolvimento da habilidade EF69LP32, que se relaciona
a características do debate: respeitar o turno de fala, negociar opiniões, valorizar a fala e
a posição dos colegas.

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Língua Portuguesa 59
NOSSO MUNDO: Nosso mundo
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Leia este cartaz publicitário, promovido pela Ordem dos Advogados do
1. O anúncio faz referência a “Chapeuzi- Brasil (OAB) de São Paulo, que trata de violência contra o idoso.
nho Vermelho”. As pistas são o lobo que
aparece na porta, a senhora, represen-

Reprodução/OAB-SP
tando a Vovozinha da história, a citação
dos versos da canção que faz parte des-
se conto, e a tipografia. Além disso, as Infelizmente, milhões de idosos
brasileiros são abandonados
cores e o fundo imitando uma página de pela família em asilos ou na
própria casa. E o pior: muitos
livro ajudam a compor a mensagem. ainda sofrem maus-tratos, abuso
2. Espera-se que o leitor denuncie casos de sexual, negligência no uso de
medicamentos e exploração
maus-tratos ou violência contra idosos. financeira. Não se cale diante
disso. Vamos mudar hoje e
3. O anúncio representa uma velhice solitá- construir uma nova história pela
frente. Desta vez com final feliz.
ria, de abandono. O ambiente é sombrio, VIOLÊNCIA CONTRA IDOSO É
a idosa está cabisbaixa, com expressão CRIME. DENUNCIE: 181.
facial de tristeza. A figura do lobo refor-
ça a sensação de perigo. Na fotografia,
no entanto, o envelhecimento é repre-
sentado por um momento feliz, agradá-
OAB. OAB-SP
vel e divertido. O cenário praiano em divulga disque-
denúncia contra
um dia de céu limpo e as cores claras violência a idosos.
das roupas das pessoas que compõem Comunica que muda,
[S.l.], 8 out. 2008.
a fotografia colaboram para a leitura. Disponível em: livro.
page/7V6U260L.
4. Espera-se que os estudantes insiram Acesso em:
ações de lazer coletivas, incentivo à 13 maio 2022.

amizade com outros idosos, visitas fre-


1. O cartaz faz referência a um conto infantil. Qual é o nome desse conto?
quentes, entre outras. Que pistas textuais você usou para identificá-lo?
2. Anúncios e outros textos publicitários têm o objetivo de induzir o pú-
blico a realizar determinada ação. No caso desse cartaz, qual é a ação
esperada do leitor?
Rawpixel.com/Shutterstock

3. Observe a imagem com atenção e


compare-a com o cartaz. Escreva
a ideia de envelhecimento repre-
sentada em cada uma delas. Jus-
tifique sua resposta com elemen-
tos das duas imagens.
4. Converse com os colegas e citem
três atitudes que os familiares
podem tomar para evitar que os
Grupo de amigos se diverte na praia. idosos se sintam solitários.

60

HABILIDADES DA BNCC
Ao analisar uma peça publicitária que faz referência a um conto de fadas, o estudante
aprende a identificar e analisar referências explícitas entre textos artísticos e gêneros liga-
dos ao campo de atuação jornalístico-midiático. Ao comparar uma peça publicitária com
uma fotografia, também pode exercitar a identificação de efeitos de sentido e mecanismos
de persuasão. Em consequência disso, são envolvidas, nessa proposta, as habilidades
EF67LP08, EF67LP27, EF69LP02 e EF69LP04.

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60 Língua Portuguesa
Análise e reflexão
sobre linguagens 3 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A Seção 3 aborda o uso das aspas,


as regras de acentuação e a formação de
palavras por meio da derivação, dando
destaque aos prefixos. As regras de acen-
tuação são todas apresentadas na Unida-
Conceitos da língua de e devem servir como fonte de consulta
Organize-se para os estudantes sempre que necessário.
Aspas Para esta atividade, você vai
Em relação à importância do tema forma-
precisar de um dicionário. ção de palavras, os estudantes podem, ao
Leia esta tira do Armandinho.
longo do estudo dessa matéria, desenvol-
ver autonomia para compreender o sen-

© Armandinho, de Alexandre Beck/


tido de palavras desconhecidas. Por isso,
estimule-os sempre a pensar na formação
de palavras por meio da comparação com

Acervo do cartunista
outras que tenham os mesmos morfemas,
para compreender seus sentidos.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
BECK, Alexandre. Armandinho, [S.l.], 16 mar. 2017. Disponível em:
livro.page/8V6U261L. Acesso em: 7 mar. 2022. 1. Ironia é uma figura de linguagem por
1. O que é ironia? Se necessário, consulte um dicionário para responder.
meio da qual se diz o contrário do que
se quer dar a entender.
2. Explique a diferença de sentido da palavra amigos nas duas ocorrências do
primeiro quadrinho. 2. A diferença de sentido é que entre aspas
a palavra se refere a pessoas que não
3. No segundo quadrinho, o adulto confirma que o uso das aspas pode indicar
são sinceras e leais, ou seja, não são
que o termo destacado está sendo usado em um sentido diferente do literal.
Mas, afinal, o que seria um “bode com aspas”? amigas de verdade. O uso das aspas
imprime um sentido irônico ao termo.
4. Analise o terceiro quadrinho para explicar o efeito de humor dessa tira.
3. Espera-se que os estudantes entendam
5. Agora, leia com atenção a tirinha da Turma da Mônica. que “bode” pode significar, por exemplo,
estar cabisbaixo ou sem energia. Por se
© Mauricio de Sousa/Mauricio de

tratar de uma gíria um pouco antiga,


auxilie os estudantes a chegar a essa
resposta.
Sousa Editora Ltda.

4. O efeito de humor da tirinha está no fato


de Armandinho confrontar um bode de
verdade para saber se ele é real ou uma
ironia, isto é, um bode entre aspas.
5. Se julgar necessário, aproveite a leitura
SOUSA, Mauricio de. Revista Mônica Especial de Natal n. 9, Porto Alegre: Ed. Globo. out. 2006.
da tirinha para tratar da relação entre
verbal e não verbal nesse gênero.
61

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 3


EF67LP32, EF67LP33, EF67LP34, EF67LP35, EF67LP37, EF69LP05, EF69LP18,
EF69LP19 e EF69LP32.

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Língua Portuguesa 61
6. Assinale a opção que apresenta a justificativa para o uso das aspas na fala
ATIVIDADES: RESPOSTAS E do Papai Noel.
ORIENTAÇÕES
a) As aspas indicam que a Mônica não quis agradecer ao Papai Noel em sua carta.
6. Alternativa b).
b) As aspas indicam que o Papai Noel está citando as palavras que aparecem
7. O esperado é que a Mônica tivesse es- Não escreva
na carta que a Mônica lhe enviou.
neste livro
crito ao Papai Noel pedindo um presen- Use seu
c) As aspas indicam as palavras que a Mônica gostaria que fossem pronuncia-
te de Natal, não apenas agradecendo o caderno
das em um tom de voz mais alto.
que ela já tem.
7. O último quadrinho da tirinha quebra a expectativa do leitor. De que maneira?
8. Mônica agradece ao Papai Noel porque
já tem vários brinquedos, o que fica evi- 8. Por que Mônica resolve agradecer ao Papai Noel? Que elementos do texto o
dente no segundo quadrinho da tirinha. ajudaram a chegar a essa hipótese?
9. Resposta pessoal. Espera-se que o es- 9. O que você diria à Mônica sobre a atitude dela?
tudante se posicione a favor da atitude
da Mônica e reconheça que ela pareceu Acentuação gráfica
desapegada e consciente.
Uma convenção importante da língua escrita é a acentuação gráfica. Ela é es-
ACENTUAÇÃO GRÁFICA: sencial porque, em alguns casos, um acento (ou a falta dele) pode mudar totalmen-
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES te o sentido da palavra e prejudicar a comunicação.
1. Apenas na alternativa b) a palavra não Quer ver como isso ocorre na prática?
leva acento agudo. 1. Observe os termos grifados em cada frase. Apenas em um caso o termo não
2. Instrua os estudantes a ler em voz alta leva acento agudo. Você saberia dizer em qual?
os termos destacados. Considerando o a) Sabia é a pessoa que potencializa a independência e a qualidade de vida ao
contexto em que ocorrem, fica mais fácil longo da vida.
deduzir a sílaba tônica em cada um dos b) Você sabia que no dia 1o de outubro comemora-se o Dia Internacional dos
casos. Idosos?
c) “Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabia”
(Canção do exílio, Gonçalves Dias)

2. Como você chegou a essa resposta? Converse com o professor e os colegas


a respeito.

Você já percebeu que em todas as palavras da língua portuguesa há sempre


uma sílaba que é pronunciada com mais força? E que, às vezes, essas sílabas for-
tes – também chamadas de sílabas tônicas – são marcadas por acentos gráficos,
como o acento agudo (´) e acento circunflexo (^)?
A acentuação gráfica das palavras segue algumas regras que, para serem bem
compreendidas, dependem de outros conhecimentos, como a correta separação
em sílabas e a posição que a sílaba tônica ocupa na palavra. Na sequência, vamos
relembrar esses conhecimentos antes de passarmos ao estudo das regras de acen-
tuação e da estrutura e formação de palavras.

62

PENSAMENTO COMPUTACIONAL
Tanto no trabalho com acentuação gráfica quanto com derivação de palavras, o estu-
dante aproxima-se do pensamento computacional ao percorrer um raciocínio que passa
por decomposição de palavras, análise de suas partes, reconhecimento, comparação com
outras palavras e solução (entendimento da necessidade do acento gráfico ou do sentido
das palavras). Por essa razão, ressalta-se a conveniência de que, mesmo quando não
solicitado, esse percurso seja exercitado frequentemente com os estudantes.

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62 Língua Portuguesa
Leia o cartaz em comemo-

Aleutie/Shutterstock
ração ao Dia Internacional da ACENTUAÇÃO GRÁFICA:
Pessoa Idosa, em 1o de outu- RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
bro, divulgado pelo Instituto de 3. de / ou-tu-bro / di-a / in-ter-na-ci-o-nal
Previdência Municipal de Uba- / da / pes-so-a / i-do-sa / res-pei-to /
tuba (SP). em / pri-mei-ro / lu-gar.
4. a) Grupo 1: hiatos acentuados – saída,
saúde, egoísmo, ciúme. Grupo 2: hiatos
não acentuados – coelho, piada, curioso.
4. b) Acentuam-se i e u tônicos que for-
mam hiato com outra vogal anterior,
desde que estejam sozinhos ou com
Fonte: IPMU. Dia
s, e que não sejam seguidos por nh.
Internacional do Idoso, Exemplos: sa-ú-de, sa-í-da, pa-ís. Não se
Ubatuba, 1o out. 2020.
Disponível em: livro. acentua, por exemplo, ra-i-nha.
page/9V6U263L.
Acesso em: 6 mar. 2022. 5. a) Coronéis, chapéu, céus, corrói.
5. b) Espera-se que os estudantes perce-
3. Copie em seu caderno as palavras que aparecem no cartaz. Depois, separe
cada uma delas em sílabas. bam que os ditongos acentuados são ei,
eu e oi, seguidos ou não de s.

 ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
A separação silábica em língua portuguesa segue algumas regras. Confira.
„ As vogais dos ditongos ficam na mesma sílaba. Como esta Unidade trabalha regras de
„ As vogais dos hiatos ficam em sílabas diferentes. acentuação gráfica, é importante que os
„ No encontro de duas consoantes, separam-se as letras SS, RR, SC, SÇ, XC. estudantes compreendam divisão silábica,
„ No encontro de duas consonantes, ficam separadas as consoantes que forem sílaba tônica, e recordem as noções de en-
pronunciadas isoladamente. contro consonantal, ditongo e hiato. Desse
modo, propomos a seguinte atividade:
4. Agora observe as palavras do quadro e faça o que se pede. a) Faça a divisão silábica das palavras a se-
guir e grife ou circule a sílaba mais forte:
saída coelho saúde piada egoísmo curioso ciúme envelhecimento - en-ve-lhe-ci-men-to
respeito - res-pei-to
a) Agrupe os hiatos acentuados e os não acentuados em dois grupos distintos. lazer - la-zer
b) Observe a presença das vogais que formam o hiato acentuado e formule saúde - sa-ú-de
uma regra que justifique o uso do acento gráfico. mar - mar
5. As palavras deste outro grupo apresentam ditongos. alegria - a-le-gri-a
ritmo - rit-mo
coronéis jiboia chapéu plateia céus corrói touro papai acessibilidade - a-ces-si-bi-li-da-de
b) Agora, identifique, entre as mesmas pa-
a) Copie, no caderno, as palavras que apresentam ditongo acentuado.
lavras, aquelas que:
b) Analise as palavras que você copiou e elabore uma regra para justificar a
acentuação de ditongos. ƒ Apresentam encontros vocálicos em
uma mesma sílaba.
63 res-pei-to
ƒ Apresentam encontros vocálicos re-
partidos em sílabas diferentes.
Comente com os estudantes que, ao se pronunciar uma palavra, o som ou os sons sa-ú-de / a-le-gri-a
pertencentes a uma sílaba são pronunciados por meio de uma única articulação da boca ƒ Apresentam encontros consonantais
ou um único impulso de voz, tanto que, ao se pronunciar lentamente uma palavra, pode- em uma mesma sílaba.
mos perceber quantas vezes articulamos a boca até que ela seja pronunciada. Faça esse a-le-gri-a
exercício com os estudantes, articulando lentamente cada palavra. Sobre a identificação da ƒ Apresentam encontros consonantais
sílaba tônica, peça para que imaginem que cada palavra representa o nome de uma pessoa repartidos em sílabas diferentes.
e, se precisássemos chamar essa pessoa elevando o volume da voz, pronunciaríamos a res-pei-to / rit-mo
sílaba tônica com mais lentidão e força do que as demais. Exemplo: “EnvelheciMEEEENto!”.
ƒ Apresentam letras que representam
Chame atenção para o fato de que, na sílaba tônica, a vogal que é pronunciada de maneira
um mesmo som.
mais nítida. Observe também os sons vocálicos e consonantais que são mantidos juntos
en-ve-lhe-ci-men-to
ou separados nas articulações de cada sílaba.

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Língua Portuguesa 63
6. Considerando as regularidades que você observou nas atividades anterio-
ACENTUAÇÃO GRÁFICA: res, acentue quando necessário:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES a) bau e) atraiu
6. a) baú. b) heroi f) lençois
6. b) herói. Não escreva c) papeis g) Piaui
neste livro
d) areia
6. c) papéis. Use seu
caderno
7. Circule as sílabas tônicas das palavras que você separou na atividade 3.
6. d) areia.
Formule hipóteses para responder à seguinte pergunta: Por que nenhuma
6. e) atraiu. dessas palavras recebeu acento?
6. f) lençóis.
6. g) Piauí.
7. ou-tu-bro /di-a / in-ter-na-ci-o-nal / pes- Dependendo da posição que a sílaba tônica ocupa, uma palavra pode ser classificada
-so-a / i-do-sa / res-pei-to / pri-mei-ro de acordo com as regras a seguir.
/ lu-gar. As sílabas tônicas das palavras „ Oxítona quando a última sílaba for a tônica.
listadas não se enquadram nas regras Exemplos: internacional, lugar, fubá, giló.
de acentuação: as monossílabas são „ Paroxítona quando a penúltima sílaba for a tônica.
palavras átonas, as paroxítonas têm ter- Exemplos: idosa, respeito, primeiro, pessoa, vitória, sensível.
minações que não exigem acentuação „ Proparoxítona quando a antepenúltima sílaba for a tônica.
Exemplos: oxítona, paroxítona, proparoxítona, antepenúltima, sílaba, tônica.
em suas sílabas tônicas e as oxítonas
também não têm as terminações que
se encaixam nas regras de acentuação 8. Copie no caderno o esquema a seguir e organize as palavras do quadro nas
colunas correspondentes.
dessas palavras.
Oxítona Paroxítona Proparoxítona
8. Oxítona: animação – especial – inova-
MODELO MODELO MODELO
dor – crucial.
Paroxítona: agradável – eletrizante –
imperdível – maravilhoso – entediante. animação esplêndido especial agradável eletrizante
Proparoxítona: esplêndido – fantástico imperdível maravilhoso entediante fantástico básico
– básico – dinâmico – ótimo.
inovador dinâmico crucial ótimo
IDEIAS & CONCEITOS: ORIENTAÇÕES
Você já sabe que:
É possível ampliar a atividade separan-
„ pronunciar as palavras em voz alta e conhecer algumas regras ajudam na divisão
do em sílabas palavras indicadas pelos
silábica delas;
estudantes. Outra variação é pedir que,
„ todas as palavras apresentam sílaba tônica (sílaba forte), no entanto nem todas
em pequenos grupos, os estudantes cons-
são acentuadas;
truam um jogo de cartas com sílabas para
montarem palavras com elas. Se precisar, „ a posição da sílaba tônica determina se a palavra é oxítona, paroxítona ou
proparoxítona.
retome os conceitos de ditongo, tritongo
e hiato e sistematize as regras indicadas,
Esse conhecimento vai facilitar o entendimento das regras de acentuação gráfi-
dando exemplos de cada caso.
ca que indicamos nas páginas do anexo. Durante a leitura, anote suas dúvidas, faça
sugestões de novas palavras que podem fazer parte dos exemplos e compartilhe
seus apontamentos com a turma.

64

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A intenção de organizar as regras em um quadro é mobilizar o estudo autônomo


dos estudantes, favorecer que apresentem suas dúvidas e incentivá-los a completar os
exemplos com palavras de seu vocabulário. Outra possibilidade é apresentar um banco
de palavras que eles geralmente não acentuam, com a proposta de que usem as regras
para acentuá-las. Socialize as dúvidas e amplie os exemplos. Após a compreensão, pode-se
estipular um novo tempo para as outras regras. Outra possibilidade é orientar que iniciem
os estudos pelas regras mais simples e sugerir que lancem mão da palavra mnemônica
RouXiNoL para fixarem a regra da acentuação das paroxítonas (basta eliminar as vogais).
Nesse momento, é possível explicar, em relação às regras relacionadas aos ditongos, que
esses encontros vocálicos são formados por vogais e semivogais, ou seja, por vogais cujos
sons são sonoros, fortes; e as semivogais i e u, cujos sons são mais fracos e pronunciados
junto das vogais. Para melhor compreensão, compare os ditongos com os hiatos, formados
por duas vogais, ou seja, dois sons sonoros, fortes.

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64 Língua Portuguesa
9. Analise, agora, as situações a seguir e use seus conhecimentos sobre acen-
tuação gráfica para resolvê-las. ACENTUAÇÃO GRÁFICA:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Situação 1
9. Situação 1: a palavra “herói” leva acen-
Um colega ainda não compreendeu por que a palavra herói recebe o acento
to porque se trata de uma oxítona ter-
agudo e a palavra heroico não é acentuada. Como você explicaria isso a ele?
minada em ditongo aberto. Já a palavra
Situação 2 “heroico” não é acentuada porque se
O professor pediu para você revisar a acentuação das palavras a seguir. Es- trata de uma paroxítona cuja sílaba tô-
creva, no caderno, as palavras corrigidas. nica apresenta um ditongo.
Situação 2: conteúdo, ciências, mate-
conteudo ciencias matematica distraido prospero mática, distraído, próspero, inglês, famí-
ingles familia buque epoca ecologico lia, buquê, época, ecológico.
ƒ Espera-se que os estudantes perce-
„ Que conhecimentos você utilizou para realizar a tarefa pedida pelo professor? bam a importância de saber realizar
a divisão silábica e de identificar a
Diálogos com Geografia e Matemática posição da sílaba tônica para con-
sultar as regras de acordo com esse
O fragmento a seguir foi publicado na revista Retratos: a Revista do IBGE, em 2019. conhecimento.
Segundo a demógrafa do IBGE, Izabel Marri, a partir de 2047 a população deverá parar de cres- DIÁLOGOS COM GEOGRAFIA E MATE-
cer, contribuindo para o processo de envelhecimento populacional – quando os grupos mais velhos
ficam em uma proporção maior comparados aos grupos mais jovens da população. A relação entre
MÁTICA: RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
a porcentagem de idosos e de jovens é chamada de “índice de envelhecimento”, que deve aumentar 1. É o profissional que estuda a demogra-
de 43,19%, em 2018, para 173,47%, em 2060.
fia: população, condições de vida, movi-
Esse processo pode ser observado graficamente pelas mudanças no formato da pirâmide etá-
mentação, densidade populacional.
ria ao longo dos anos, que segue a tendência mundial de estreitamento da base (menos crianças
e jovens) e alargamento do corpo 2. A porcentagem é 130,28% de aumento.

Reprodução/IBGE
(adultos) e topo (idosos).
3. Segundo o gráfico, as faixas etárias
com mais de 60 anos sofrerão o maior
aumento. Espera-se que os estudantes
citem que isso se deve ao avanço da
tecnologia (farmacêutica, por exemplo),
RETRATOS a revista do IBGE. à mudança do tipo de trabalho, ao maior
Pirâmides etárias de distribuição
populacional por sexo. p. 23, Rio de
acesso à saúde básica e aos bens es-
Janeiro, fev. 2019. Disponível em: senciais – razões que foram comentadas
livro.page/10V6U265L.
Acesso em: 18 mai. 2022. na abertura da Unidade.

1. Você sabe o que faz um demógrafo? Converse com o professor de Geografia e registre
no caderno as atribuições dessa profissão.
2. Calcule qual é a porcentagem de aumento do índice de envelhecimento projetado pela
demógrafa entre 2018 e 2060.
3. Segundo a projeção exposta no gráfico, que faixas etárias sofrerão o maior aumento em
2060? Segundo sua análise, qual seria o motivo dessa mudança?

65

HABILIDADE DA BNCC
A atividade possibilita ao estudante observar um dado importante da realidade brasileira,
que entrará em um processo de envelhecimento e, por isso, precisa estar preparada para as
demandas dessa faixa etária da população. Os dados observados são provenientes, também,
de fonte de informação confiável, o que fortalece a consciência de que informações como
essas necessitam de credibilidade, desenvolvendo, assim, a habilidade EF69LP32.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 65
Estrutura das palavras e processo de formação de palavras:
 LEITURA COMPLEMENTAR 
sufixos de negação
No texto a seguir, Evanildo Bechara co-
Releia o título do cartaz.
menta as motivações das mudanças que
ocorreram, no que se refere à acentuação
gráfica, no último acordo ortográfico, esta-
belecido em 1990 e oficializado em 2016.
[...] Todas estas alterações, vale a pena
dizer, vieram não só para aliviar o siste-
ma ortográfico de emprego de acentos 1. Considere a palavra internacional e responda: Que palavras fazem parte
diacríticos desnecessários, mas também dessa mesma família? Complete a lista a seguir no seu caderno.
oferecem soluções mais de acordo com o
rigor histórico. Eliminar o circunflexo de internacional
“Voo” representa eliminar uma acentua- nacional
ção desnecessária, uma vez que não há
nacionalmente
outra maneira de ler a palavra. A elimi-
nação do circunflexo de “creem” corrige
um fato histórico. Até o século XVIII e
XIX, a 3a pessoa do singular era “crê”, “lê”
e a 3a do plural era “crem”; “lem”. A partir Para saber mais sobre os As palavras que fazem parte da mesma família são chamadas de
direitos da pessoa idosa, cognatas.
do século XVIII para XIX aparecem as
consulte estes links:
formas reforçadas “creem”, “leem”, em
„ Estatuto do Idoso. Para compreender como se formam as palavras é preciso reco-
que a duplicação dos “ee” já é a marca Disponível em: livro.
de plural, o que dispensa o circunflexo. nhecer os elementos que fazem parte de sua estrutura. Observe.
page/11V6U266L. Acesso
Assim, procedeu o novo Acordo. Quanto em: 13 maio 2022.
ao trema, é um diacrítico de uso muito „ Política Nacional do Idoso.
internacional
recente, o que evidencia sua pouca uti- Disponível em: livro.
page/12V6U266L. Acesso
lidade. Os portugueses não o empregam
em: 13 maio 2022.
de há muito, e não sentiram necessidade internacionalmente nacionalmente
de reavivá-lo. [...]
nacional
BECHARA, Evanildo. Acordo por dentro e por
fora (V). O Dia, Rio de Janeiro, 25 set. 2011.
internacionalidade nacionalidade
In: ABL, 2011. Disponível em: livro.page/
6V6U266LP. Acesso em: 26 maio 2022.
transnacional
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
2. Que parte da palavra se mantém em todos esses cognatos?
1. Internacionalmente, nacionalizado etc.
2. Nacional. 3. Copie, em seu caderno, as partes da palavra que aparecem antes de nacional.

3. Inter, trans. 4. Agora, copie as partes que aparecem depois de nacional.

4. Mente, (i)dade. 5. Copie os cognatos formados com o acréscimo de partes de palavras tanto
antes quanto depois de nacional.
5. Internacionalmente, internacionalidade.

66

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66 Língua Portuguesa
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
As palavras da língua portuguesa apresentam a seguinte estrutura:
ORIENTAÇÕES
„ Radical – a parte da palavra que indica seu sentido principal. 6. Há várias possibilidades de resposta;
„ Morfemas – unidades mínimas carregadas de sentido que são inseridas no radical para a criação de contudo, o importante é que os estu-
outras palavras. dantes percebam que a substituição
„ Afixos – morfemas que são inseridos no radical para alterar seu significado. Os prefixos são aqueles pelo antônimo sugerido inverte o sen-
colocados antes do radical. Os sufixos, depois do radical. tido da frase, de modo que ela só vai
„ Vogal ou consoante de ligação – são letras que aparecem para ligar partes. Exemplo: nacionalidade. manter a mesma ideia se o complemen-
Há, ainda, as desinências nominais e verbais. to for também negativo, como advérbios
„ Desinência nominal: os morfemas que indicam gênero e número. Exemplo: menina/menino, garotas, de negação. Exemplo: Desrespeito não
garotos.
tem lugar!
„ Desinência verbal: os morfemas que indicam tempo e modo verbal: Exemplo: gostava, falaria, partirá.
7. a) A palavra primitiva de que “envelhe-
cimento” se origina é “velho”. Os afixos
6. O cartaz do Dia Internacional da Pessoa Idosa apresenta um importante aviso:
acrescidos são: -en (prefixo) e -mento
(sufixo).
7. b) A palavra é populacional. Deve-se ser
circulado o sulfixo -al. Compare esse sufi-
„ Reescreva a frase, substituindo a palavra respeito pela palavra desrespeito.
xo com os de outras palavras, como “ba-
Mas atenção: não pode mudar o sentido do conselho. Faça as adaptações
que julgar necessárias. nanal”, “laranjal”, “medicinal”, “matinal”.

Note que o prefixo des- passa uma ideia de negação – desrespeito é o mesmo que
não ter respeito. Veja outros exemplos de prefixos que invertem o sentido da palavra
primitiva, criando assim palavras derivadas.
„ agradável – desagradável.
„ prudente – imprudente.
„ sossego – desassossego.
„ possível – impossível.
„ imaginável – inimaginável.

7. Leia a manchete.

Envelhecimento populacional é tema de série de


reportagens especiais da TV Câmara

ENVELHECIMENTO populacional é tema de série de reportagens especiais da TV Câmara.


Câmara Municipal de São José dos Campos, 27 de setembro de 2021. Disponível em: livro.
page/13V6U267L. Acesso em: 14 mar. 2022.

a) Considerando que envelhecimento é uma palavra derivada, indique:


a palavra primitiva de que ela se origina;
„

os afixos acrescidos nela.


„

b) Há na manchete outra palavra derivada formada por acréscimo de sufixo.


Copie-a no seu caderno e circule o sufixo.

67

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Língua Portuguesa 67
8. Forme novas palavras derivadas de acordo com o que for solicitado.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
a) Uma palavra derivada da palavra primitiva feliz, acrescentando um prefixo.
ORIENTAÇÕES
b) Uma palavra derivada da palavra primitiva feliz, acrescentando um sufixo.
8. a) Infeliz. c) Uma palavra derivada da palavra feliz, acrescentando um prefixo e um sufixo.
8. b) Felizmente.
8. c) Infelizmente. A linguagem na prática
1. Leia a tira para responder às questões.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Peanuts, Charles Schulz © 1989 Peanuts


Worldwide LLC/Dist. by Andrews McMeel
As atividades da subseção A lingua-
gem na prática treinam os estudantes nos
conhecimentos construídos na Seção 3,
em situações variadas de uso da língua.
Os estudos relativos à acentuação gráfica
e derivação de palavras podem ser com-

Syndication
plementados com exemplificações extras,
que podem partir dos próprios estudan- SCHULZ, Charles Schulz. Peanuts (A Turma do Charlie Brown). 1989.
tes. Estimule-os a exemplificar as regras de
acentuação e os processos de formação de a) O que os personagens da tira estão fazendo?
palavras ao longo dos exercícios. Se neces- b) A qual conclusão Charles Brown chega após conhecer a seção do jornal pre-
sário, faça junto com eles a divisão silábica ferida de cada um de seus amigos?
das palavras e a identificação de sílabas c) Que assunto interessa a Snoopy?
tônicas, conhecimentos que antecedem a d) O que o uso das aspas indica no último balão?
compreensão das regras de acentuação. e) Encontre a única palavra que aparece, na tira, com acento gráfico marcando
a sílaba tônica. Justifique essa acentuação com a regra adequada.
A LINGUAGEM NA PRÁTICA: 2. Copie a tabela a seguir no seu caderno. Depois, complete-a com a justifica-
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES tiva do uso das aspas em cada caso.
1. a) Estão lendo jornal.
Caso Justificativa para o emprego das aspas
1. b) A conclusão é que o interesse deter- “A maioria relaciona a velhice à doença”, diz
MODELO
mina aquilo que gostamos de ler. o médico Drauzio Varella.

1. c) A notícia de que um cachorro mordeu Ao tentar resolver este “probleminha” de


percurso, o vendedor de balões chega até
um instrutor. MODELO
a imaginar o que fazer para se livrar do
1. d) O uso das aspas indica a reprodu- garotinho.
ção da manchete/título da notícia que o
3. A palavra desobrigar significa “liberar de uma obrigação”. Explique o pro-
Snoppy está lendo.
cesso de formação dessa palavra.
1. e) A palavra é “páginas”. A regra que
4. Copie as palavras derivadas no caderno. Em seguida, pinte de azul os prefi-
justifica o acento gráfico é a das propa-
xos e de verde os sufixos.
roxítonas: todas devem ser acentuadas.
Chamar atenção para a palavra “não”: o
desfazer suavidade inseguro brasileiro calmamente
til não é acento, mas sinal de nasalização
da vogal.
2. Em “A maioria relaciona a velhice à
68
doença”, as aspas reproduzem a fala do
médico. Já em “probleminha”, marcam a
ironia no uso da palavra, pois, na verda-
de, é um grande problema.
3. A palavra desobrigar foi criada pelo
acréscimo do prefixo des-, indicativo
de negação.
4. Prefixo des- / sufixo -idade / prefixo in-/
sufixo -eiro / sufixo -mente.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

68 Língua Portuguesa
5. Leia o cartaz publicado pelo governo do estado do Paraná para responder
às questões. A LINGUAGEM NA PRÁTICA:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES

Conselho Estadual dos Direitos do Idoso/Governo do Estado do Paraná


5. a) O cartaz refere-se ao Dia Mundial da
Conscientização da Violência contra a
Pessoa Idosa.
5. b) Espera-se que os estudantes comen-
tem que a imagem ajuda a chamar a
atenção dos leitores, além de reforçar o
ponto principal da mensagem: a atenção
aos idosos.
6. a) Imperdoável.
6. b) Infeliz.
6. c) Desamparado.
6. d) Insensível.
6. e) Indiscutível.
6. f) Incapaz.
6. g) Incompleto.
6. h) Impaciente.
6. i) Incompreensível.
6. j) Indelicado.
6. k) Imperfeito.
GOVERNO DO PARANÁ. Evento celebra o Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra a
Pessoa Idosa. Conselho Estadual dos Direitos do Idoso, Curitiba, jun. 2019. 6. l) Infinito.
Disponível em: livro.page/14V6U269L. Acesso em: 15 maio 2022.
7. a) A palavra é “violência” e se trata de
a) Qual é o assunto de que trata o cartaz? uma paroxítona.
b) Na sua opinião, qual é a função da imagem escolhida para esse anúncio?
7. b) A palavra é acentuada por ser uma
6. Os adjetivos são bastante recorrentes em textos nos quais se deseja emitir Não escreva paroxítona terminada em ditongo cres-
opinião. Forme novos adjetivos acrescentando, nas palavras a seguir, os pre- neste livro

fixos de negação: des-, in- ou im-. Use seu cente (aquele em que a semivogal vem
caderno
antes da vogal, ou seja, o som “cresce”
a) perdoável g) completo
do menos para o mais forte).
b) feliz h) paciente
c) amparado i) compreensível 7. c) Consequência, pertinência, ausência
d) sensível j) delicado etc.
e) discutível k) perfeito
f) capaz l) finito
7. A frase do cartaz possui uma palavra acentuada.
a) Identifique a palavra e classifique-a como oxítona, paroxítona ou proparoxítona.
b) Que regra de acentuação aplica-se a esse caso?
c) Dê um exemplo de outra palavra na qual se usa a mesma regra de acentuação.

69

 ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
A atividade a seguir contribui para o entendimento de formação de palavras por derivação.
A partir deste exercício, se achar conveniente, mencione os conceitos de morfemas e afixos.
1. Compare estas três palavras: velho – envelhecimento – envelhecer
a) Anote-as em seu caderno e grife ou circule a parte que elas têm em comum.
Resposta: velho – envelhecimento – envelhecer
b) A parte destacada representa uma sílaba? Justifique.
Resposta: não, porque é possível observar que articulamos a boca mais de uma vez (ou
produzimos mais de um impulso de voz) para pronunciar essa parte.
c) Que tipo de relação as três palavras têm entre si?
Resposta: elas têm uma relação de sentido que podemos observar por meio da parte que
têm em comum.
d) E o que essas palavras têm de diferente?
Resposta: elas são formadas por partes que são colocadas antes ou depois da parte em
comum, formando novas palavras.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 69
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Se considerar adequado, busque o


episódio e programe a audição em sala.
Explique que todos vão ouvir o programa
4 Produção textual

juntos e que devem ter caderno e caneta


ou lápis para fazer os registros, conforme
tabela de orientações. Para isso, acesse: Podcast
ƒ LIVRO Falado #5: “O fantástico misté-
Podcast, como vimos, é uma série de programas falados, muitas vezes com te-
rio de Feiurinha”, de Pedro Bandeira.
mas específicos, e que são disponibilizados como arquivos de áudio digital.
Entrevistado: Pedro Bandeira. Entre- Iniciamos esta Unidade conversando sobre a possibilidade de envelhecer de
vistador: Ardilhes Moreira. [S.l.]. G1, forma saudável, mantendo a autoestima e uma vida ativa. A proposta é que você
2 jun. 2019. Podcast. Disponível em: e os colegas produzam um podcast de entrevista com sugestões de lazer para as
livro.page/7V6U270LP. Acesso em: 15 pessoas mais velhas.
mar. 2022. Você vai, portanto, trabalhar com dois gêneros textuais: a entrevista e o podcast.
A entrevista tem mais de 30 minu-
tos, portanto, selecione alguns trechos Planejamento e produção
do início, do meio e do fim para serem Usando aparelho celular ou computador, busque em plataformas de podcasts
analisados pelos estudantes. É impor- o episódio do podcast Livro falado, em que Pedro Bandeira relata o processo de
tante antecipar a eles que essa obser- criação do livro O fantástico mistério de Feiurinha.
vação será uma etapa importante para Durante a audição, fique atento aos seguintes momentos da entrevista e anote
o planejamento do podcast que eles vão suas observações no caderno.
produzir. Comunique aos estudantes que „ Abertura – Como é feita a abertura do podcast: Há música? O locutor apresenta
eles vão ouvir apenas alguns trechos do o tema da conversa? O locutor apresenta o entrevistado?
áudio e incentive-os a ouvir o programa „ Desenvolvimento – Como são conduzidas as falas do entrevistado: O locutor

na íntegra em outro momento. Após a au- faz perguntas? O locutor interrompe a fala para mudar de assunto ou questionar
dição, promova uma conversa sobre suas alguma colocação do entrevistado?
impressões. „ Encerramento – Como é feito o encerramento: O entrevistado se despede? O

Antes de os estudantes realizarem a locutor faz uma fala de agradecimento?


„ Linguagem da cinversa – O locutor e o entrevistado parecem estar conversan-
entrevista final, organize uma aula em que
você possa fazer um atendimento com os do de forma espontânea ou o texto narrado parece ser lido? Na conversa, eles
grupos para checar as perguntas, assim usam palavras que marcam oralidade?
„ Provável público do podcast – A quem o podcast pode interessar? A jovens
como os textos de abertura. Por fim, é pos-
sível fazer um concurso para as escolhas leitores? A pais e professores?
da imagem e do título geral do podcast da Agora que você já analisou um podcast e uma entrevista escrita com Pedro
turma. Bandeira, na seção de Leitura, passemos para a proposta. Você e seus colegas de
equipe vão produzir um podcast com as seguintes características:
HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVI- GÊNERO PARA QUEM? FINALIDADE COMUNICATIVA PUBLICAÇÃO
DAS NA SEÇÃO 4 Apresentar ideias de lazer possíveis
Adolescentes e Podcast com 3 minutos de
Entrevista oral de serem realizadas por idosos e
EF06LP11, EF67LP11, EF67LP12, familiares duração.
adolescentes.
EF67LP13, EF67LP14, EF67LP32,
EF69LP06, EF69LP07, EF69LP08,
70
EF69LP09, EF69LP10, EF69LP11,
EF69LP12, EF69LP13, EF69LP14,
EF69LP15 e EF69LP37.
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
ƒ FERREIRO, Emilia. Sobre as não previstas, porém lamentáveis, consequências de pensar
apenas na leitura e esquecer a escrita quando se pretende formar o leitor. In: 30 olhares
para o futuro: Escola da Vila 30 anos. São Paulo: Centro de Formação Escola da Vila, 2010.
Neste artigo, a pesquisadora problematiza a arraigada dicotomia entre leitura e escrita.
Ela defende a tese de que as atividades efetivamente realizadas com textos são uma
interface entre ler e escrever.
ƒ MORAN, José. Educação transformadora. São Paulo: ECA/USP, 2018. Disponível em:
livro.page/8V6U270LP. Acesso em: 26 maio 2022.
Este site contempla textos, workshops, vídeos e palestras de José Moran, professor,
pesquisador, conferencista e mentor de projetos de transformação na educação, com
ênfase em metodologias ativas, modelos híbridos, tecnologias digitais e projeto de vida.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

70 Língua Portuguesa
Leiam, a seguir, uma sugestão de roteiro para conduzir a entrevista que será o conteúdo
do podcast.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
„ Escolham um entrevistado. Lembrem-se de que o tema é o lazer para pessoas mais
velhas, por isso escolham alguém que tenha conhecimento ou experiência no assunto. Sobre o preenchimento do quadro, se
„ Debatam e providenciem uma lista de perguntas ao entrevistado.
notar dificuldades da parte dos estudan-
tes, faça essa atividade de forma coleti-
„ Criem um nome para o podcast da turma e outro para o do grupo.
va tomando como base algum episódio
de podcast que julgar pertinente. Assim,
Revisão e avaliação quando fizerem a atividade em grupo, eles
A revisão é um momento para verificar se os ajustes sugeridos pelos integran- terão mais experiência em analisar os as-
tes do grupo foram realizados e se há necessidade de outras adaptações. Para fa- pectos apontados no quadro.
zer essa análise, respondam às questões do quadro a seguir. A criação do anúncio publicitário é um
Critérios Adequado Precisa de aprimoramento
bom momento para listar com os estu-
dantes elementos essenciais do contexto
O texto de apresentação reflete a finalidade
da entrevista?
MODELO MODELO de produção: onde será publicado, públi-
co-alvo, nome do entrevistado, assunto
As perguntas estão bem formuladas? central da entrevista, endereço de aces-
Algumas iniciam-se por uma afirmação ou
comentário, para depois serem seguidas
MODELO MODELO so do podcast. Reforce a necessidade de
pelo questionamento? a campanha apresentar letras grandes e
bem distribuídas na folha sulfite. Instrua-os
Há uma pergunta para o entrevistado se
despedir no final?
MODELO MODELO a fazer o layout na folha antes de iniciar
a versão final do anúncio. Se preferir, al-
O texto final de agradecimento está
MODELO MODELO guns anúncios podem ser divulgados nas
simpático e objetivo?
redes sociais da escola e outros em mu-
A linguagem está adequada, com rais externos à sala de aula. Nesse caso,
MODELO MODELO
predomínio do tom conversacional? promova uma votação com os estudantes.
O caminho para o compartilhamento do
Com tudo revisado, chegou o momento de fazer as gravações de áudio. Lem-
podcast deve ser comunicado a eles antes
brem-se de que o episódio do podcast deve ser organizado da seguinte maneira:
da criação do anúncio publicitário, uma vez
„ fala de abertura com o tema do podcast;
que essa informação é importante para ser
„ breve apresentação dos componentes do grupo: nomes e ano de estudo; inserida no anúncio. Caso conheça algu-
„ perguntas e respostas para apresentação do entrevistado; ma ferramenta própria para criar podcasts,
„ perguntas e respostas sobre o tema do podcast; organize a publicação dos áudios nela.
„ fala de agradecimento. Também é possível organizar uma roda
dentro da sala de aula para a audição das
Publicação entrevistas. Nesse caso, agende com os
Chegou o momento da divulgação para a comunidade escolar e familiares. Para
estudantes os dias da audição em forma
isso, você e seu grupo vão criar um anúncio publicitário. Lembrem-se de inserir de rodízio.
imagens atrativas e informações que orientem os ouvintes.
O compartilhamento do anúncio publicitário e do áudio para os familiares e
para a comunidade escolar pode ser realizado por redes sociais e blog da escola
ou de sua turma.

71

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC


A proposta de realizar uma entrevista a ser veiculada em um podcast, cujo tema é
“apresentar ideias de lazer para serem praticadas por idosos e adolescentes”, destaca a
Competência geral 9, por “Exercitar a empatia, [...] fazendo-se respeitar e promovendo o
respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza”, reconhecendo as linguagens como “expressão de sub-
jetividades e identidades sociais e culturais” (Competência específica de Linguagens 1),
empregando-as de forma adequada “à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao
gênero do discurso/gênero textual” (Competência específica de Língua Portuguesa 5).
Destacamos também aqui a habilidade EF69LP06, no que diz respeito à publicação
de produtos próprios da cultura juvenil, vivenciando de forma significativa práticas de
linguagem do campo jornalístico-midiático de forma ética e responsável.

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Língua Portuguesa 71
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Fechamento da Unidade
Aproveite a oportunidade para fazer
uma retomada com a síntese de aprendi-
zagens propostas na Unidade. Este fecha- Retomar e avançar Projeto Telejornal: etapa 2
mento pode ser uma chance para resolver
Ao longo desta Unidade, você aprendeu sobre Resenha de podca
podcast
st
dúvidas que porventura ainda persistam.
estrutura e objetivos comunicativos de podcasts,
leu resenha e entrevista para compreender como Para encerrar esta Unidade, você deve produ-
RETOMAR E AVANÇAR:
se produz textos para serem ouvidos como pro- zir, em dupla com um colega, uma resenha sobre
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
gramas de rádio. Conheceu também as regras de o podcast Livro falado, em que Pedro Bandeira
1. Alguns estudantes podem ter um reper-
acentuação e os prefixos formadores de negação. relata o processo de criação do livro O fantástico
tório sobre podcasts ou resenhas. Esti-
Agora, em duplas, façam uma revisão do que mistério de Feiurinha. Essa produção vai compor o
mule-os a compartilhar suas experiên- foi visto para seguirem adiante. projeto anual da turma.
cias de usuários desses programas e a
1. O que você gostou mais de estudar? O que
comentar o que aprenderam na Unidade. você já sabia? E o que foi novidade? Planejamento e produção
2. Os quadros ajudam os estudantes a re- Fase 1
2. Organize seu aprendizado fazendo um
fletir sobre seu processo de aprendiza- quadro de conteúdos. Copie as perguntas Para a criação da resenha, você precisará re-
gem. Estimule-os a produzir um quadro, a seguir e componha o quadro no seu ca- visitar alguns conhecimentos que adquiriu nesta
de maneira crítica, sobre seu processo derno ou em uma folha maior, para facilitar
a consulta em outro momento. Unidade. Consulte suas anotações pessoais e con-
de aprendizagem.
verse com o colega de dupla sobre as questões
– São programas gravados que podem Quais são as características do a seguir.
trazer informações pesquisadas ou dis- MODELO
podcast?
1. O que é uma resenha?
cussão sobre assuntos pertinentes a
certo público. Qual o objetivo comunicativo da
MODELO 2. O que deve constar necessariamente em
resenha?
– Registrar e comentar as principais uma resenha?
informações contidas em livro, filme etc. Como a entrevista pode colaborar
MODELO 3. Qual é a linguagem adequada para uma re-
para a criação de um podcast?
– A entrevista pode fazer parte do senha?
podcast ou ajudar o autor do programa O que devo saber sobre sílabas
a coletar e organizar informações que tônicas para compreender as regras MODELO Em seguida, produza uma resenha. Leve em
serão veiculadas. de acentuação? consideração os aspectos listados a seguir.

– Para reconhecer as regras de acen- O que entendi sobre palavra-chave? MODELO 1. A linguagem a ser utilizada deve estar de
acordo com o público a quem se destina a
tuação, é preciso saber a posição da
mensagem, que será a comunidade escolar.
sílaba tônica, além da terminação da 3. Onde são publicados os podcasts?
palavra para compreender a obrigato- 4. O autor de uma resenha pode emitir sua 2. O texto deve conter as palavras-chave re-
riedade do uso de acentos. opinião ou deve ser imparcial? lacionadas ao podcast comentado, garan-
tindo que o conteúdo mais importante do
– As palavras-chave sintetizam o as- 5. Converse com um colega sobre as dúvidas podcast seja mencionado na resenha.
sunto tratado no texto. que restaram a respeito dos assuntos desta
Unidade. Peça a ajuda dele para responder 3. A resenha deve ser clara e objetiva. O ta-
3. Em plataformas virtuais para publicação ao que falta e ajude-o também com as dú- manho do texto deve ser adequado ao seu
do gênero. vidas dele. propósito comunicativo. Converse com seu
4. O resenhista pode manifestar opinião
sobre o texto ou filme sobre o qual está
resenhando. 72

5. Durante a realização desta atividade,


auxilie os estudantes verificando que
dúvidas surgiram e como elas foram es- PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 2
clarecidas pelos colegas. O objetivo dessa etapa do projeto anual é noticiar o trabalho realizado pela turma com
os gêneros podcast e resenhas, e a realização de um convite ao telespectador para que
ele conheça as produções realizadas pelos estudantes. Lembre-os de que, especialmen-
te em telejornais regionais, as atividades de relevância desenvolvidas pela comunidade
costumam ter espaço. Dessa forma, é importante retomar a pergunta inicial da abertura:
O que é ser feliz na velhice? Estimule os estudantes a responder a essa questão, agora
aproveitando as aprendizagens e discussões estabelecidas ao longo das atividades rea-
lizadas. É importante que noções de valorização da diversidade e do respeito ao outro
e a seus direitos sejam mencionadas de forma a amparar todas as demais possibilidades
de resposta à pergunta.

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72 Língua Portuguesa
professor para estabelecer o número ne- 4. Se a linguagem está adequada e se des-
cessário de parágrafos e de linhas. perta a curiosidade do espectador em co- SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO
nhecer o material resenhado.
4. A resenha deve enfatizar aspectos relevan-
Como esta Unidade trabalha com um
tes do podcast a fim de despertar o inte- 5. Verificar se o texto criado para a leitura no conteúdo que será retomado e desdobra-
resse do público. telejornal é objetivo, claro e breve. do em Unidades posteriores, ou que será
útil para retomadas futuras, propomos
Fase 2 6. Observar se a leitura ficou clara, bem audí-
vel, sem pausas desnecessárias ou hesita-
uma atividade de avaliação que possa sin-
Com a resenha pronta, crie um pequeno tex- tetizar as aprendizagens e, após sua corre-
ções, e se não apareceram ruídos externos,
to convidando os telespectadores a conhecer o como barulho de pessoas, automóveis, ani- ção, também servir como fonte de consulta
episódio do podcast Livro falado e as resenhas mais etc. Se necessário, refaça a gravação. para os estudantes. A atividade pode ser
produzidas. Esse texto deverá ser breve (alguns desenvolvida por meio de uma tabela que
segundos), pois será lido pelos apresentadores Publicação o estudante deverá preencher. Auxilie-os
do telejornal. Para a produção desse texto, siga
1. A publicação da resenha deve ser feita no
na estruturação da tabela e, posteriormen-
os passos a seguir.
site da escola ou em blog da turma, junta- te, no refino das respostas, de forma que
1. Deverá mencionar o estudo de podcasts e mente com a indicação do link do podcast sejam precisas e sucintas.
resenhas realizado pela turma. a que ela se refere.
Oriente os estudantes para que dese-
2. Um convite para os telespectadores conhe- 2. O texto destinado ao telejornal deve ser nhem, no caderno, uma tabela de duas
cerem uma parte deste trabalho. Por exem- arquivado para a etapa final do projeto. colunas. Na primeira, peça que anotem os
plo: A turma X, do 6o ano da escola X, rea- tópicos listados a seguir e, na segunda,
lizou um estudo sobre podcasts e resenhas.
As atividades realizadas foram: (citá-las). que coloquem uma definição sucinta, com
Você pode conferir as resenhas dos estudan- exemplos sempre que possível.
tes em: (indicar site onde foram publicadas). ƒ Uso das aspas.
Texto pronto, hora de gravar! Em dia e hora ƒ O que é ironia.

Pedro Hamdan
previamente combinados, gravem o texto em um
ƒ Regra de acentuação das proparoxítonas.
celular ou computador.
ƒ Regras de acentuação das paroxítonas.
Revisão e avaliação ƒ Regras de acentuação das oxítonas.
Antes de finalizar seu trabalho, observe ƒ Regra de acentuação dos hiatos.
atentamente se sua resenha segue os ele- ƒ O que são palavras cognatas.
mentos indicados.
ƒ O que é radical.
1. Está adequada ao objetivo pro-
ƒ O que são afixos.
posto.
ƒ Exemplos de prefixos de negação.
2. Se há informações que expli-
quem o tema do podcast.

3. Conferir se as observações
feitas a respeito do podcast
estão justificadas.

Neste fechamento, você terá de se reunir


com seus colegas – mesmo que seja de
forma virtual – para produzir mais uma
etapa do Projeto Telejornal.

73

HABILIDADES DA BNCC
Essa etapa de trabalho com o telejornal leva em conta as habilidades de planejar, pro-
duzir e publicar resenhas que avaliem produções culturais, levando em consideração seu
contexto de produção e as características do gênero. Portanto, dialoga com as habilidades
EF67LP12, EF69LP06 e EF67LP11.

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Língua Portuguesa 73
CONTEÚDOS E OBJETIVOS DA
UNIDADE
Existe arte com palavras,
3
UNIDADE 3

A Unidade apresenta, dentro do campo


de atuação artístico-literário, a lingua-
gem poética em sua diversidade, obje-
imagens e objetos?
tivando a ampliação do repertório dos
estudantes, a identificação e comparação
entre variedades linguísticas e a explora-
ção de estratégias de leitura, apreciação e
compreensão dos textos. O trabalho des-
ta Unidade inicia-se com a sensibilização
acerca do poema-objeto "Poema sobre
pregador de roupa de madeira", de Gab
Marcondes, propondo reflexão sobre o ofí-
cio do poeta, sua capacidade criativa e o
impacto da obra poética em seus leitores.
Para evidenciar o Tema Contemporâneo
Transversal da Diversidade Cultural, te-
mos a apresentação de poemas diversos,
conectando a poesia ao contexto de vida
dos estudantes. O cordel, representando a
literatura popular, propõe a expansão do
olhar sobre a arte e a literatura na Seção 2,
acrescentando ainda a xilografia que ca-
racteriza os folhetos de cordel. A atividade
proposta a partir de ditados populares é
uma oportunidade de reconhecimento e
valorização da cultura popular e de desen-
volvimento da criatividade e cooperação
no trabalho em pequenos grupos. A poe-
sia visual também será explorada. A or-
tografia, que contribui com a apropriação
da linguagem escrita e suas convenções,
deve permear todo o planejamento de
Língua Portuguesa, sendo enfatizada na
Seção 3. A proposta de produção textual,
na Seção 4, será a elaboração de poemas
visuais com os estudantes divididos em
Gab Marcondes

Gab Marcondes
trios. A experiência abrange estratégias de
escrita, criatividade, elaboração, revisão e
avaliação das produções dos estudantes
para que se organize uma exposição à co-
74
munidade escolar.

CONHECIMENTOS PRÉVIOS
COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL DA BNCC
Elabore um plano de ação que mapeie
o que os estudantes já conhecem sobre a Competências gerais: 2 e 3.
linguagem poética, seus gostos e interes- Competências específicas de Linguagens: 2, 3 e 5.
ses acerca dela. Verifique a familiaridade Competências específicas de Língua Portuguesa: 1, 2, 3, 4 e 5.
deles com a leitura de poemas e proponha
Habilidades: EF67LP08, EF67LP11, EF67LP27, EF67LP28, EF67LP31, EF67LP32,
o trabalho com a oralidade. É importante
EF67LP37, EF69LP05, EF69LP06, EF69LP48, EF69LP49, EF69LP51, EF69LP53,
que encontre estratégias que demonstrem
EF69LP54, EF69LP55, EF69LP56.
o quanto a língua escrita e a literatura são
parte da cultura e da própria identidade Tema Contemporâneo Transversal: Diversidade Cultural.
de cada um.

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74 Língua Portuguesa
p orâ n e o
em
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Tr
Te m o nt

ans
Diversidade

aC

ve rs a
Cultural

l
Antes de propor aos estudantes que res-
pondam às perguntas, convide-os a fazer a
leitura do poema-objeto. Levantem juntos
hipóteses sobre o uso comum do prega-
dor de roupas e como a artista consegue
A imagem de abertura da Unidade apresenta um
ressignificar a utilidade dele na obra. Se for
poema-objeto de Gab Marcondes, poeta e artista vi-
sual brasileira que, em seus trabalhos, costuma utili-
conveniente, mostre aos estudantes outros
zar utensílios do cotidiano de modo não convencional, poemas-objeto de Gab Marcondes, desta-
fazendo deles suportes para breves poemas. Sua pro- cando o sentido lúdico que ela imprime a
posta é criar obras de arte ao ressignificar um ele- suas criações. Os poemas da artista podem
mento do dia a dia e transformá-lo em objeto poético, ser encontrados no site oficial:
causando estranhamento e surpresa no público.
ƒ MARCONDES, Gab. Inutensílios poéticos.
Ver o mundo de maneira criativa, observá-lo com Disponível em: livro.page/9V6U375LP.
curiosidade – e, às vezes, bom humor – e traduzi-lo
Acesso em: 15 mar. 2022.
de maneira inesperada, produzindo impacto, é o que
fazem os artistas em suas obras, entre eles, os poetas.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
1. Que objeto do dia a dia foi usado pela artista para criar
1. Um pregador de roupa de madeira.
o poema-objeto?
2. A escolha do objeto usado pela artista não foi aleatória. 2. a) Ao criar o poema-objeto, a artista
a) Qual é a relação entre o objeto portador do poema aproxima a função original do objeto,
e o poema grafado nele? que é pregar/segurar, à escolha das
b) Que alteração de função recai sobre o objeto ao ser palavras do poema, principalmente dos
deslocado de seu lugar original? verbos “segurar” e “prender”.
c) Observe a posição em que o objeto e as palavras
estão dispostos. Que sensação essa escolha feita 2. b) Uma interpretação possível é que,
pela poeta causa no espectador? com o poema-objeto, ela modifica a fun-
3. Essa obra surpreendeu você? Converse com os colegas ção do pregador: se antes ele segurava
e o professor sobre as impressões que você teve dela. roupas no varal, agora não segura mais
4. Você conhece outros artistas que criam obras de arte nada, nem mesmo prende palavras, já
com objetos do cotidiano? Em caso positivo, cite algu- que a natureza da palavra na poesia não
ma obra que tenha chamado a sua atenção. permite que fiquem fixas ou presas ao
sentido original. Na poesia, o significado
das palavras se modifica, “desprende-
-se” do sentido original.
2. c) Espera-se que os estudantes asso-
ciem a posição vertical com a posição
em que o pregador fica nos varais ao
Gab Marcondes

Poema sobre pregador de roupa de madeira, de Gab prender uma roupa. Outra percepção
Marcondes. Medidas: 6,40 × 3,45 cm; 6,40 × 4,26 cm;
6,40 × 4,67 cm.
esperada é o efeito de expectativa cau-
sado pela palavra "prende" estar isolada
do restante do poema.
75
3. Na atividade proposta, convocam-se a per-
cepção e a leitura estética dos estudantes,
o que será essencial para o trabalho com
o gênero poema, em foco nesta Unidade.
TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL
4. Resgate conhecimentos prévios acerca
Explorar a Diversidade Cultural significa, entre outras coisas, conhecer as formas de
de poemas-objeto, verificando se eles
expressão poética, que é o foco nesta Unidade. Conhecer, investigar e estudar poemas-
conhecem essa modalidade. Para agre-
-objeto contribui, então, com o reconhecimento da diversidade nas formas de expressão
gar saberes, traga exemplos, por meio de
humanas e na literatura. Conviver com o multiculturalismo na rotina escolar estimula a
imagens, de outros poemas-objeto. No
formação de cidadãos críticos, respeitosos e abertos ao novo e ao diferente, num movi-
vídeo O que é poema-objeto, com Franklin
mento de construção de uma realidade mais inclusiva.
Valverde, produzido pela Casa das Rosas,
há alguns exemplos de autores como Joan
Brossa, Chema Madoz e Guto Lacaz:
ƒ VALVERDE, Franklin. Oficina online: o
que é poema-objeto. Casa das Rosas,
2014. 1 vídeo (50 min.) Disponível
em: livro.page/10V6U375LP. Acesso
em: 26 maio 2022.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 75
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Caminhos „
Os objetivos de aprendizagem desta Unidade são:
estudar um poema de Manoel de Barros;
Para uma participação ativa em sua „ identificar marcas linguísticas que compõem
aprendizagem e a tomada de consciência o gênero textual poema para contribuir para a
Syda Productions/Shutterstock

sobre esse processo pelos estudantes, a leitura e compreensão de textos;


seção Caminhos traz um panorama geral „ trabalhar a literatura de cordel;
dos trajetos propostos na Unidade 3, com „ conhecer algumas manifestações artísticas
variadas práticas de linguagem presentes envolvidas na produção de um folheto de cordel;
na BNCC, referentes ao ensino no 6o ano. „ comparar a linguagem usada na literatura de
Assim, sugerimos que seja feita a lei- cordel e a usada na norma-padrão da língua,
tura desta seção de maneira coletiva, es- identificando variedades linguísticas;
timulando a discussão acerca do gênero „ trabalhar o poema visual;
poético. Momento também para que se „ conhecer alguns recursos estéticos de um poema
levantem dúvidas, questionamentos e co- visual;
nhecimentos que contribuam com o de- „ criar um poema visual;
senvolvimento do trabalho. A leitura pode „ planejar e realizar, coletivamente, uma exposição
ser feita em voz alta, pelos próprios estu- Garoto escrevendo em caderno. de poemas visuais criados pela turma.
dantes. Nesse exercício, assim como em A expressão da poesia pode surgir
de registros escritos quaisquer.
outras atividades de expressão oral e ciné-
sica, estimule o engajamento daqueles que
forem mais tímidos para que se sintam in- Rubens Chaves/Pulsar Imagens

tegrantes da turma nessas situações, mas


com o cuidado de evitar sua exposição.

CONTEÚDO INTERATIVO Nesta Unidade, você vai pôr em prática al-


Oriente previamente os estudantes para guns procedimentos relacionados à leitura e à
que observem a arquitetura presente nas produção de textos literários.
imagens. Peça que notem linhas retas e Tarefas propostas ao longo da Unidade:
arredondadas, a maneira como a arquite- „ realizar atividades de leitura, análise e
tura privilegia a luz natural em diferentes interpretação de diferentes modalidades
espaços e que comentem de que maneira de poema: cordel, poema-objeto e
esses traços tornam o projeto arquitetô- poema visual;
Painel que intitula a 34a Bienal
nico único em relação a outros edifícios. „ analisar um cartaz; Internacional de Arte de São Paulo,
com verso do poeta Thiago de Mello.
„ analisar um cartum; São Paulo (SP), 2021.
„ analisar uma figurinha de aplicativo de mensagens;
„ realizar atividades individualmente, em duplas ou de maneira coletiva sobre
variação linguística;
„ discutir com colegas diferentes aspectos sobre diversidade cultural;
„ produzir, revisar e publicar poema visual;
„ elaborar agenda cultural.

76

 ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
Se julgar pertinente, em sequência à atividade de abertura da Unidade, apresente neste
momento outros poemas-objeto aos estudantes por meio de imagens. Navegue virtual-
mente, por exemplo, no site da Casa das Rosas, um espaço cultural dedicado à poesia:
ƒ CASA DAS ROSAS. Dobradura poética. Disponível em: livro.page/14V6U385LP. Acesso
em: 26 maio 2022.
A atividade disponível no material de apoio ao professor, a "Dobradura poética", amplia
o olhar sobre a poesia, aproximando-a das dimensões físicas e visuais, além de literária.
Na atividade prática, cada estudante terá a oportunidade de elaborar um poema-objeto
trabalhando com materiais simples como papel e tesoura, trazendo à tona a discussão
acerca da diversidade no campo poético.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

76 Língua Portuguesa
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Marcos Amend/
Para que a turma se organize para os

Pulsar Imagens
estudos, fale sobre os recursos necessários
para realizar as atividades propostas nesta
Unidade.
Para esta Unidade, você vai precisar de Na Seção de leitura de textos, traba-
alguns recursos: lharemos com cordel e será proposta uma
„ dicionário impresso ou on-line;
pesquisa sobre o xilogravurista J. Borges.
Para o ensaio fotográfico sobre ditados
„ canetas hidrográficas coloridas;
O poema move-se ao sabor da beleza dos
populares serão necessários: dispositivo
„ caneta esferográfica preta; digital de fotografia, impressora, papel
detalhes, que se torna o ponto central das
criações, como a grandeza de uma paisagem papel sulfite A4;
combinada com a sutileza de borboletas às
„
sulfite, papelão e caneta.
margens de um rio. Rio Cristalino, em Alta „ dispositivo digital de fotografia; A seção produção textual envolverá a
Floresta (MT), 2019.
„ impressora; elaboração de um poema visual, em um
„ caderno. trabalho cooperativo em trios, em que se-
rão utilizados materiais como dicionário
(impresso ou digital), canetas hidrográficas
coloridas e folhas de papel sulfite para a
produção dos poemas e sua exposição à
A finalidade desta Unidade é despertar em você comunidade escolar.
o interesse por cordéis, poemas visuais e poemas-objeto.
Verifique a possibilidade de realizar as ati-
A intenção é mostrar que nosso olhar para o mundo pode
vidades que necessitam de pesquisa on-line
ser mais profundo e divertido se enriquecido por textos
e/ou impressora em um laboratório de in-
que talvez promovam algum estranhamento inicial.
formática, caso a escola ofereça.
Auxilie os estudantes a se organizarem
em grupo. Estimule-os a compartilhar os
© Fundación Joan Brossa/AUTVIS,

Literatura de Cordel em
exposição no Museu Pai Chico,
recursos necessários para a realização
em Afrânio (PE), 2019. das atividades com o cuidado de evitar
constrangimentos àqueles que não tenham
material ou por diferença de marcas e mo-
Brasil, 2022

delos de aparelho, por exemplo.


Joan Brossa. Poema Objeto, 1967.
Adriano Kirihara/Pulsar Imagens

77

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Língua Portuguesa 77
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Organize uma roda de conversa para


levantar a experiência dos estudantes com
textos de diferentes gêneros do campo
1 Estudo e pesquisa

artístico-literário.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E Leitura da linguagem poética


ORIENTAÇÕES
Utilizamos linguagem o tempo todo, seja na matemática, seja nas artes, mes-
1. Respostas pessoais. Abra espaço para
mo com sinais e símbolos. Com ela, nos comunicamos e aprendemos, traduzimos
que os estudantes se sintam à vontade
e construímos o mundo. É também com ela que podemos nos expressar artistica-
para expressar suas lembranças em re-
mente. Gab Marcondes, na obra apresentada na abertura da Unidade, transformou
lação a leituras pregressas. Relacionar um pregador de roupa em poema-objeto, dando um novo signifi-
textos e experiências linguísticas com cado à peça que aparentemente não faria parte da esfera artística.
Gab Marcondes é musicista,
afetividade enriquece o desenvolvimento poeta e artista visual carioca. Do mesmo modo, os escritores e os poetas também veem o mundo
do hábito e do gosto pela leitura. Lançou pela editora 7Letras de maneira sensível e, na composição de seus textos, aproximam
2. Resposta pessoal. Provavelmente, em os livros: Videoverso: poesia palavras, ideias ou expressões que, em situações corriqueiras,
que se lê vendo, que se vê
algum momento da escolaridade, os não se aproximariam. Ao fazer isso nos poemas, nos contos e
lendo (2006) e Depois do
estudantes par ticiparam de saraus vértice da noite (2010). nas histórias mais longas, como os romances, os autores causam
poéticos. Espera-se que eles troquem estranhamento e produzem efeitos de sentido inesperados, pró-
impressões e sensações sobre a leitura prios do universo artístico.
ou a audição de poemas em um even- 1. Você se lembra de algum poema, conto ou romance que tenha despertado
to específico para isso, como também sua emoção e sensibilidade? Se sim, qual é o nome da obra? Que tipo de
instiguem a curiosidade daqueles que emoção suscitou em você? Converse com os colegas a respeito.
não vivenciaram essa situação nem em 2. Você já participou de algum sarau de leitura de poemas? Em caso afirmativo,
ambiente escolar. você foi ouvinte ou leitor? Lembra-se das sensações que sentiu? Em caso
negativo, formule uma pergunta que responda à sua curiosidade sobre esse
evento poético.

3. Leia os dois textos a seguir.

Texto 1
A beleza das cores da poluição

Entenda por que o céu fica alaranjado, avermelhado, azul ou com muitas outras
cores que formam as maravilhosas pinturas naturais do entardecer poluído.

A falta de chuva é comum nesta época na maior parte do Brasil. Sem chuva e
com pouco vento, o ar fica mais poluído. A poluição existe em todo lugar e não
é apenas a fumaça dos carros e indústrias. A poeira que fica suspensa nos campos
também é poluição.
A BELEZA das cores da poluição. Terra , São Paulo, 6 jul. 2018.
Disponível em: livro.page/1V6U380L.
Acesso em: 5 abr. 2022.

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HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 1


EF67LP28 e EF69LP49.

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78 Língua Portuguesa
Dasayev Diogo/Shutterstock
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
3. a) A poluição nas cidades.
3. b) No texto 2. Pode-se perceber a crítica
pela pergunta no final do poema, que
apenas promove uma reflexão.
3. c) O texto 2 apresenta linguagem pes-
soal, com o propósito de provocar sen-
timentos e emoções no leitor. O texto 1
Lago do Parque das Nações
apresenta linguagem impessoal, com
Texto 2 Indígenas, Campo Grande (MS), 2020. o propósito de explicar um fenômeno
amanhece a cidade meteorológico.
em colorida cerração.
3. d) O texto 1 dispõe as palavras respei-
ou será bonita
tando e aproveitando integralmente o
a poluição?
TAVARES, Ulisses. Viva a poesia viva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 70. espaço entre as margens e o parágrafo.
Já o texto 2 realiza uma distribuição es-
a) Qual é o assunto central abordado nos dois textos?
b) Em qual dos textos há um tratamento mais crítico ao assunto? Justifique sua
Não escreva pecial das palavras: faz uso de versos e
neste livro
resposta. Use seu
estrofes.
c) A diferença central entre os textos está na linguagem e no propósito comu- caderno
4. a) Mudança na ordem das palavras no
nicativo. Qual deles apresenta:
1o e 3o versos e eliminação do 4o verso.
„ linguagem pessoal, com o propósito de provocar sentimentos e emo-

ções no leitor? 4. b) Sim. A rima entre cerração e poluição


„ linguagem impessoal, com o propósito de explicar um fenômeno desaparece.
meteorológico? 5. Resposta pessoal. Espera-se que os es-
d) Observe com atenção a forma como as palavras estão dispostas nos dois
tudantes reconheçam que a linguagem
textos. Escreva o que você notou sobre o aspecto formal deles.
poética pode usar um assunto do coti-
4. Compare o poema original de Ulisses Tavares (texto 2) com a reescrita dele
a seguir.
diano, mas o apresenta de forma pouco
usual no dia a dia, uma vez que utiliza a
a cidade amanhece
linguagem de forma pessoal e criativa,
em colorida cerração.
com o propósito de emocionar e sensi-
ou a poluição será bonita?
bilizar os leitores.
a) Qual foi a alteração realizada?
b) Essa alteração traz mudança na sonoridade do poema? Justifique sua resposta.
COMPETÊNCIAS DA BNCC
5. Tendo como base as respostas anteriores, como você explica a lingua-
gem poética? Em relação à Competência Geral 2, en-
fatizamos o exercício da curiosidade inte-
lectual desenvolvida por meio de reflexão,
análise crítica, imaginação e criatividade
Linguagem literária: produz efeitos estéticos para criar arte literária. As palavras com relação aos textos poéticos trabalha-
podem adquirir sentidos novos, carregados de valor afetivo ou social. dos nesta seção.
Linguagem não literária: produz informação ou explicação. As palavras procuram
ser claras e diretas para evitar duplo sentido do que se quer informar ou explicar. Para a elaboração do planejamento,
leve em conta as Competências Especí-
ficas de Língua Portuguesa 1, 2 e 3,
79 no que se refere à compreensão da língua
como fenômeno cultural, histórico e social;
à apropriação da linguagem escrita que
 ATIVIDADE COMPLEMENTAR  instrumentaliza os sujeitos para a atuação
social; e ao fato de que ler e escutar textos
Para trabalhar os sentidos conotativo e denotativo, uma sugestão é apresentar aos com fluência, compreensão, autonomia e
estudantes uma manchete de jornal, por exemplo, e um poema curto, de poucos versos criticidade é fundamental ao desenvolvi-
(como um haicai), para que percebam a diferença do trato da linguagem. Destaque pala- mento do processo de aprendizagem.
vras do texto jornalístico (sentido denotativo), encontre-as em um poema (sentido cono-
tativo) e faça a comparação. Os autores Paulo Leminski, Millôr Fernandes, Guilherme de
Almeida, Alice Ruiz e Paulo Franchetti são exemplos de haicaístas brasileiros que podem
ser explorados nessa atividade, assim como as origens do haicai na cultura japonesa, no
século XVI. Explorar modalidades literárias diversas sempre é uma contribuição significativa
à ampliação repertorial dos estudantes.

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Língua Portuguesa 79
Você percebeu que a linguagem poética faz uso de recursos como: linguagem
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS artística pessoal e criativa, disposição especial das palavras no texto, propósito de
promover emoções e sensibilização nos leitores. Dessa forma, a apreciação de um
texto poético é o trabalho cuidadoso de conhecer os recursos utilizados pelo poeta,
Aproveite este momento para retomar
a fim de vivenciar a experiência poética com mais possibilidades de interpretação.
com os estudantes alguns aspectos formais
dos poemas, como a organização em versos
e estrofes e os demais recursos estéticos co- A linguagem poética e a diversidade cultural
muns ao gênero. Neste momento, não é ne- Como toda produção artística, a literatura exprime a visão de mundo do artista,
cessário aprofundar os conceitos teóricos. O ou seja, o modo como encara a sociedade, sua época e as mais variadas questões
objetivo é dar subsídios aos estudantes para da existência. Isso significa que os textos literários são baseados nas experiências,
que consigam selecionar procedimentos e nos conhecimentos e nas leituras acumuladas durante a vida de quem os produziu.
estratégias de leitura adequados. Uma suges- O poema a seguir trata de como o autor Manoel de Barros concebia o mundo
tão é mostrar outros poemas para que sejam e sobre seu fazer poético. Leia o texto para responder às questões.
explorados com eles os aspectos formais e
procedimentais da composição estética da O apanhador de desperdícios
linguagem. Selecione poemas de diversas Manoel Wenceslau Leite de
Barros, ou simplesmente Uso a palavra para compor meus silêncios.
formas, como sonetos (em que há uma
Manoel de Barros, nasceu em Não gosto das palavras
maneira fixa de disposição dos versos, ri- Cuiabá (MT) em 19 de dezembro fatigadas de informar. Fatigado:
mas e métrica), haicais, poemas em verso de 1916. Passou a infância em cansado,
Dou mais respeito exausto.
livre (como o de Manoel de Barros inseri- Campo Grande (MS) e depois se Prezar: preferir,
às que vivem de barriga no chão
do no livro do estudante), entre outros. mudou para o Rio de Janeiro (RJ), querer para si.
tipo água pedra sapo. Desperdício:
É importante que os estudantes percebam a onde se formou em Direito.
Entendo bem o sotaque das águas. resto, sobra.
Embora escrevesse desde a
diversidade estética dos poemas e tenham Dou respeito às coisas desimportantes
infância, seu primeiro livro de
contato com os recursos linguísticos utiliza- poemas foi publicado apenas em e aos seres desimportantes.
dos para produzir a polissemia no texto.

Tanya Syrytsyna/Shutterstock
1937. Começou a ser conhecido Prezo insetos mais que aviões.
Sugere-se que a atividade 7 seja fei- pelo grande público na década Prezo a velocidade
de 1980 e hoje é considerado
ta coletivamente. Durante sua realização, das tartarugas mais que a dos mísseis.
um dos maiores poetas do país.
questione os estudantes sobre qual seria a Faleceu em 13 de novembro de Tenho em mim um atraso de nascença.
palavra inventada e em que verso ela está. 2014, aos 97 anos. Eu fui aparelhado
Leve-os a perceber que o eu lírico opõe a para gostar de passarinhos.
Jonne Roriz/Estadão Conteúdo

palavra inventada, “invencionática”, à pala- Tenho abundância de ser feliz por isso.
vra “informática”, mostrando sua rejeição Meu quintal é maior do que o mundo.
ao que esta última significa. Então, copie Sou um apanhador de desperdícios:
na lousa os versos em que ambas apare- Amo os restos
cem, auxiliando os estudantes a identificar como as boas moscas.
semelhanças na composição das duas pa- Queria que a minha voz tivesse um formato de
lavras. Em seguida, questione-os sobre o canto.
significado da palavra “informática”. Se ne- Poeta Manoel de Barros em Campo Porque eu não sou da informática:
Grande (MS), fevereiro de 2008. eu sou da invencionática.
cessário, peça que utilizem um dicionário.
Na lousa, escreva a origem dessa palavra: Só uso a palavra para compor meus
Shutterstock
PurpleBird/

criada na década de 1970 pelos italianos, [silêncios.


é uma combinação de informazione com BARROS, Manoel. Memórias inventadas:
a infância. São Paulo: Planeta, 2003. p. 47.
“matemática” (do grego máthema, que
Ilustrações representativas
corresponde a compreensão, explicação, do texto.
ciência, conhecimento; e thike, arte, téc-
80
nica). Indique aos estudantes que o poeta
cria a palavra pelo mesmo processo de
composição: invenção + -tica (thike). Em
seguida, pergunte a eles por que a palavra
“informática” teria sido escolhida para for-
mar a palavra nova que aparece no texto,
sempre considerando o jogo de ideias que
foi construído em todo o poema. Orien-
te-os a associar a palavra “informática”
às ideias de racionalidade e organização
de informações comprováveis. Na sequên-
cia, destaque a palavra “invencionática” e
questione-os sobre qual seria o seu sig-
nificado. Chame a atenção para as cama-
das de significado que um texto poético
pode ter: para falar que prefere invenções
a informações, no poema é utilizada uma
palavra inventada. É essa a operação de
leitura que os estudantes deverão ter em
mente durante o estudo desta Unidade.
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80 Língua Portuguesa
1. O título do poema sugere ao leitor o assunto tematizado nele. Levante uma Não escreva
hipótese sobre o assunto que o poeta vai discorrer. neste livro
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
Use seu
2. Releia estes versos do poema de Manoel de Barros.
caderno ORIENTAÇÕES
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estu-
Entendo bem o sotaque das águas dantes reconheçam que o assunto será re-
Dou respeito às coisas desimportantes lacionado a coisas/situações consideradas
e aos seres desimportantes. sem importância, que são desprezadas.
2. a) Elementos que rodeiam ou fazem
a) Que sentido podemos atribuir à palavra coisas nesse trecho? parte da vida do eu lírico, da pessoa
b) Você já sabe que é possível criar palavras partindo de outras. A palavra de- que fala no poema.
simportante é criada com base em outra palavra? O prefixo -des atribui a
ela que sentido? 2. b) Ela é criada a partir da palavra “im-
c) Qual é o sentido que essa palavra adquire nesse contexto? portante”. O prefixo atribui a ela o sen-
tido de negação.
3. Releia os 2o e 3o versos.
2. c) A palavra “desimportante”, no poema,
Não gosto das palavras
refere-se a elementos que não se desta-
fatigadas de informar.
cam na urgência do mundo cotidiano.
3. a) Espera-se que os estudantes associem
a) O que você entende que são “palavras fatigadas de informar”?
às palavras que aparecem em notícias ou
b) Como esses versos se relacionam com o fazer poético presente no poema?
textos de estudo, cujo objetivo é transmi-
4. Releia este outro verso. tir informações reais, e não inventadas.

DeepGreen/Shutterstock
Meu quintal é maior que o mundo.
3. b) Espera-se que os estudantes relacio-
nem à invenção, à criação no uso das
„ É possível que um quintal seja maior
palavras em poemas.
que o mundo? Explique o sentido 4. Espera-se que os estudantes percebam
desse verso no contexto do poema. que esse verso está relacionado àquele
5. Qual é a visão de mundo do eu lírico que diz “Tenho a abundância de ser fe-
no poema? Dê exemplos com trechos liz”: o quintal é do “tamanho” da felici-
do texto. dade do eu lírico. Portanto, “maior que o
6. Releia a hipótese que você apresen- mundo” não se refere às dimensões do
tou na questão 1. “Meu quintal é maior que o mundo”. (Manoel de Barros) mundo, mas a algo que o ultrapassa: o
a) Ela se confirmou após a leitura? Justifique.
quintal fornece ao eu lírico o material de
b) No poema, qual sentido é possível atribuir à palavra
sua poesia. A comparação metafórica no
Eu lírico, ou eu poético, é verso mostra que o eu lírico valoriza o
desperdício?
a voz que fala no poema. espaço comum, familiar, “insignificante”
c) Qual é o significado que “apanhador de desperdício” Essa voz é inventada e pode
adquire no fazer do poeta? do quintal de casa: as coisas do cotidia-
representar uma criança,
7. Também é comum escritores e poetas inventarem palavras. um adulto, uma mulher, uma no são mais importantes que o mundo.
Copie, no caderno, o verso em que Manoel de Barros uti- planta ou um animal e até 5. Resposta pessoal. Espera-se que os es-
liza uma palavra inventada e elabore uma hipótese para um objeto. É importante não tudantes percebam que, no poema, o eu
seu significado. confundir o eu lírico com o
lírico declara sua proximidade à natureza
autor do poema, pois nem
8. Considerando o que você estudou até aqui, o que se deve sempre a voz que fala no e às coisas insignificantes para a maioria
considerar ao ler um texto literário, em que predomina a texto corresponde à de quem das pessoas. Vemos isso, por exemplo, no
linguagem poética? o escreveu. verso “Prezo insetos mais que aviões”.
6. a) Resposta pessoal. Espera-se que os es-
81
tudantes consigam relacionar as hipóteses
iniciais com a interpretação que foi sendo
construída ao longo da leitura do poema.
6. b) No poema, “desperdício” imprime o
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR sentido de valorizar palavras e situações
do dia a dia.
ƒ BARROS, Manoel de. Memórias inventadas: a infância de Manoel de Barros. São Paulo:
Alfaguara, 2018. 6. c) O poeta diz colher, capturar palavras
de seu universo para seu fazer poético.
Nesse livro, ou melhor, nessa caixa, com três livros, o poeta fala de sua infância, reinventando-a
pelo olhar criativo e inventivo que possui. São contos que fazem uso da linguagem poética para 7. “Eu sou da invencionática”. Resposta
relembrar o tempo em que construía brinquedos, como via o mundo de forma diferente, a relação pessoal. O poeta faz uma analogia com a
com os pais, os avós e os amigos. Os contos são acompanhados de iluminuras (pinturas decorativas palavra “informática”; no entanto, inverte
seu sentido, atribuindo à palavra recriada
comuns na Idade Média) criadas por sua filha, Martha Barros.
o sentido de “invenção”, “criação”.
8. Espera-se que os estudantes percebam
que a linguagem poética exige que o leitor
aceite o caráter criativo e inventivo, que ele
busque entender os diferentes sentidos
que uma palavra ou um termo podem
assumir e que explore a forma do texto,
mesmo que ela provoque estranhamento.
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Língua Portuguesa 81
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Em se tratando de cultura popular, o


cordel e a xilogravura são importantes re-
presentantes. Trabalhar com a diversidade
2 Leitura de textos

artística e linguística está previsto pela


BNCC e deve compor a rotina em sala de
aula. Dando continuidade ao nosso estudo da linguagem poética, você vai ler, nesta
seção, um trecho de um poema feito com ditados populares em forma de poesia
Ao estudar o cordel, como patrimônio
de cordel, e relembrar, ou conhecer, esse gênero literário que valoriza a cultura
cultural brasileiro, e suas origens, resgate popular brasileira.
com os estudantes saberes acerca de seu Na segunda parte desta seção, você vai estudar poemas visuais de diferentes
conhecimento sobre cultura popular. Crie poetas, que mostram que fazer poesia é uma brincadeira, não só com as palavras,
uma situação de resgate e troca de co- mas também com a disposição delas.
nhecimentos sobre o assunto, procurando
envolver a todos. Lembre-se de que o TCT Leitura 1
Diversidade Cultural é foco de trabalho em
toda a Unidade. Exemplifique com imagens Cordel
e textos o cordel e a xilogravura para que Literatura de cordel, ou apenas cordel, é um tipo de literatura popular que surgiu
os estudantes compreendam, na concretu- na região Nordeste do Brasil. Originalmente, são poemas longos, narrativos, que,
de, o que realmente são esses elementos por tradição, contam as aventuras de um personagem reconhecido pelos leitores
artístico-culturais. Enfatize a importância (políticos, autoridades, figuras famosas da região) ou de personagens comuns,
da oralidade para o cordel, sua produção principalmente em histórias satíricas.
e divulgação e, se possível, apresente um Acredita-se que a literatura de cordel guarde os princípios dos poemas que
vídeo do cordelista Braulio Bessa, bastan- eram declamados e cantados em apresentações públicas na Europa, durante a Idade
Média. Essa tradição teria chegado ao Brasil com os portugueses. Em terras bra-
te conhecido na atualidade. Busque, por
sileiras, esse modo de fazer poesia foi se mesclando à cultura local de tal maneira
exemplo, pelo texto “Recomeço” em pla-
que, hoje, a literatura de cordel é considerada um patrimônio cultural brasileiro.
taformas de compartilhamento de vídeos.
O cordel recebe esse nome porque, desde quando começou a ser publicado, no
Explore também, se possível, o site da final do século XIX, os poemas eram impressos em pequenos folhetos que ficavam
ABLC, Academia Brasileira de Literatura de expostos nas feiras, pendurados em varais – ou cordéis. Geralmente, os próprios
Cordel. Lá estão pequenas biografias e alguns poetas vendiam os livretos, que eram (e são até hoje, em muitos casos) produzi-
cordéis de grandes cordelistas brasileiros: dos de maneira artesanal.
Ismar Ingber/Pulsar Imagens
ƒ ABLC. Grandes cordelistas. Disponível
em: livro.page/11V6U382LP. Acesso em: Literatura de cordel à venda na
Nova Feira de São Cristóvão, Rio
26 maio 2022. de Janeiro (RJ), 2014.
Retome os conhecimentos prévios sobre
rimas com os estudantes e nos exercícios
propostos na seção relacione a presença
de rimas com o ritmo e a musicalidade dos
cordéis. A partir dos cordéis apresentados
no livro do estudante e, se oportuno, na-
queles observados e ouvidos por meio de
mídia, estimule essa reflexão acerca da ora-
lidade e seu valor na leitura de um cordel. 82

No boxe Múltiplas leituras, na proposi-


ção da atividade fotográfica, além da pes-
quisa sobre os ditados populares e suas HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 2
interpretações, procure aproveitar o uso EF67LP08, EF67LP32, EF67LP37, EF69LP05, EF69LP48, EF69LP53, EF69LP54,
de dispositivo digital para reforçar o va- EF69LP55 e EF69LP56.
lor da fotografia como forma artística de
expressão e elencar orientações para os
estudantes perceberem as peculiaridades
do ofício do fotógrafo.
Ao explorar os poemas visuais, selecione
outras imagens de poemas disponíveis em
sites na internet, como os do poeta e músico
Arnaldo Antunes. Faça a aproximação entre
esses poemas, os autores e os estudantes.
Reconhecer-se na cultura é passo fundamen-
tal na caminhada rumo à aquisição e produ-
ção de conhecimentos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

82 Língua Portuguesa
Deixar fluir DEIXAR FLUIR:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
O cordel e a xilogravura
A proposta desta atividade é engajar
Eduardo Knapp/Folhapress

o grupo todo para fazer a pesquisa. Caso


sua escola tenha uma sala de informática,
coordene o trabalho de pesquisa dando
autonomia aos estudantes. Essa é uma boa
oportunidade de aprenderem a fazer pes-
quisas em fontes confiáveis e a trabalhar
em equipe. Se preferir, organize a turma
em grupos menores, de maneira que cada
um seja responsável pela pesquisa de um
dos tópicos solicitados. Na sequência, or-
O artista Fernando Vilela
imprimindo uma xilogravura em ganize uma roda de conversa para que
seu ateliê no bairro da Lapa, compartilhem as informações que desco-
em São Paulo (SP), 2018.
briram na pesquisa com o grupo maior e
Tradicionalmente, as capas dos folhetos de cordel são ilustradas com xilogravuras. dê oportunidade para que se expressem
Parecida com o carimbo, a xilogravura é uma técnica de impressão bastante antiga, a respeito do trabalho.
em que o artista esculpe na madeira o desenho ou o texto que vai ser reproduzido.
Essa madeira esculpida chama-se matriz, e é sobre ela que a tinta é espalhada para Recomendamos, contudo, que a análi-
se imprimirem as cópias. se da xilogravura seja feita coletivamente.
Quando ainda não existiam as tecnologias de reprodução de imagens como as
Solicite aos estudantes que escolham uma
que estão disponíveis hoje, as ilustrações de livros eram sempre feitas com alguma
técnica de gravura. A xilogravura, por depender de materiais mais acessíveis, acabou imagem para ser analisada. Isso pode ser
se popularizando, principalmente entre os poetas de cordel. feito organizando uma votação com base
Com o tempo, as ilustrações de cordel acabaram adquirindo um estilo próprio e, em algumas opções. Se possível, projete a
mesmo quando são produzidas por meio de outras técnicas, seguem algumas carac- imagem escolhida na sala e oriente a leitu-
terísticas, como linhas grossas, cores sólidas e traços mais simples, já que o desenho
todo precisa ser esculpido na madeira antes de ser transferido para o papel.
ra. É importante que percebam as cores e
Outra característica das xilogravuras é que o desenho é traçado em negativo na os traços típicos do artista, as característi-
matriz, pois, durante a impressão, são as partes não esculpidas da madeira que en- cas de estilo da xilogravura que podem ser
tram em contato com a tinta. Por isso, em geral, as linhas que contornam os dese- observadas na imagem, que cena foi re-
nhos ficam em branco.
tratada, que história a imagem pode estar
„ Um dos artistas mais importantes da xilogravura de cordel é o pernambu-
cano J. Borges. Você e os colegas vão fazer, em conjunto, uma pesquisa
contando. Neste momento, o importante
para saber mais a respeito desse artista. A pesquisa deve contemplar: é exercitar a fruição estética. Portanto dê
I. ano e local de nascimento do artista; espaço para que compartilhem suas im-
II. quando começou a fazer xilogravuras; pressões e expressem a imaginação.
III. em que lugares já expôs; A fim de ampliar o repertório cultural
IV. exemplos de suas obras; acerca dessa arte, sugerimos acessar uma
V. análise de uma de suas xilogravuras. breve reportagem que apresenta o xilogra-
Na sequência, em roda de conversa, compartilhem uns com os outros vurista J. Borges:
o que mais lhes chamou a atenção na pesquisa. Depois, organizem um
ƒ J. BORGES - Xilogravura e Literatura
quadro com as informações sobre o artista para expor no mural da sala.
de cordel. Jornal Hoje, [2021]. 1 vídeo
(5 min.) Disponível em: livro.page/
12V6U383MP. Acesso em: 9 jun. 2022.
83 As imagens, o cenário e a narração
podem ilustrar o trabalho com o boxe
Deixar fluir. Referências trazidas por di-
versos meios são sempre complementares
e significativas ao processo de ensino e
aprendizagem.

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Língua Portuguesa 83
Para conhecer um pouco mais a literatura de cordel e a cultura popular brasileira,
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS leia o trecho de um poema de César Obeid, publicado no livro Minhas rimas de cordel.

Ditados populares
Uma sugestão é coordenar uma leitura
Quando eu brinco com palavras Desenvoltura: agilidade, destreza.
coletiva em voz alta do poema. Peça que Sarau: encontro com apresentações
Com cordel, literatura
estudantes voluntários leiam uma estrofe artísticas.
Dos ditados populares Controvérsia: polêmica.
por vez. É essencial pedir que treinem a
Eu tenho desenvoltura
leitura oralmente antes da apresentação
Água mole em pedra dura
final. Pode-se orientá-los também a bus-
Tanto bate até que fura.
car vídeos de cordelistas recitando suas
produções, a fim de que observem os Vou contar outro ditado
recursos de voz e gestuais. Desse modo, No meu verso meio louco
eles exercitam a leitura expressiva e fluen- Atenção meu pessoal
te considerando os recursos linguísticos e Quero ouvir refrão de troco
cinésicos demandados pelo gênero. Que a alegria de um pobre
Sempre dura muito pouco.

Pedro Nogueira
Outro dito popular
Onde afirmo o que sei
Sendo na boca do povo
Todo dito já é lei
Em terra onde vive cego
Quem tem um olho é rei.

[...]

Esse aqui é engraçado


Subo já nesse degrau
Todo mundo já ouviu
E eu repico em sarau
Lá na casa do ferreiro
Todo espeto é de pau.

Esse aqui tem controvérsias


Mas mantenho a minha fé
Pois o povo o mantém
Sempre firme e de pé
Dizem que filho de um peixe
Sempre um peixinho é.

Pra dizer outro ditado


Juro que eu não escapo
Nesse verso brincalhão
Não permito nenhum trapo
Bicando de grão em grão
Ilustração representativa do texto, especialmente criada
A galinha enche o papo. para esta obra.

84

HABILIDADES DA BNCC
A experiência com a leitura em voz alta promove o desenvolvimento de habilidades
específicas que vão além da tradição escrita, como a fala expressiva, fluente e ritmada.
A literatura de cordel se encaixa muito bem nesse contexto, pois é composta de textos
repletos de recursos expressivos sonoros, como rimas e ritmo. Portanto, realizar a leitura
do poema de César Obeid com os estudantes contribui para o desenvolvimento das ha-
bilidades EF69LP48 e EF69LP53.

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84 Língua Portuguesa
A cultura do cordel
Nunca fecha a sua soma REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
Eu percebo nos sorrisos
ƒ ABREU, Márcia A. Cordel Português/
O mais variado aroma
Folhetos Nordestinos: confron-
Escutando esse ditado
tos. 1993. Tese de Doutorado –
Quem tem boca vai a Roma.
Unicamp/DTL, Campinas, 1993.
Mas que grande brincadeira Repente: verso improvisado e Nesta tese, a autora defende que,
É ouvir os meus repentes musicado típico da região Nordeste no
Brasil.
apesar de haver cruzamentos entre a
Rimas são como ganhar Errante: pessoa que anda sem destino. tradição portuguesa e a nordestina de
Versejar: criar versos.
De alguém lindos presentes produção de cordel, é um equívoco con-
Quando o cavalo é dado siderar que elas tenham uma origem em
Não dá para olhar os dentes. comum.
Esse aqui, caros ouvintes ƒ CURRAN, Mark. O retrato do Brasil em
Vai falar sobre a união cordel. Cotia: Ateliê Editorial, 2011.
Que com ela nunca vamos Nesta obra, são exploradas as inter-
Errantes em contramão secções entre os temas do cordel e a

Pedro Nogueira
Só com uma andorinha moral e os valores cristãos. Para isso, na
Não dá pra fazer verão. introdução da obra, há a retomada his-
tórica do gênero e seu papel na cultura
Brincadeiras de cordel
popular.
Têm o brilho do tesouro
Outro dito, o poeta Ilustração representativa do texto, especialmente criada para esta obra. ƒ MORAIS, R. A. O cordel e suas pos-
O verseja sem estouro sibilidades no ensino da linguagem:
A palavra é de prata formação humana, diversidade e cul-
O silêncio é de ouro. tura. Cadernos CESPUC de Pesquisa,
César Obeid nasceu em
Série Ensaios, n. 29, p. 126-149,
Esse aqui todos conhecem São Paulo (SP), em 1974.
É escritor e contador de 20 mar. 2017. Disponível em:
É famoso esse ditado
histórias e já publicou mais livro.page/13V6U385LP. Acesso em:
Que está vivo até hoje
de 30 livros para crianças 17 mar. 2021.
Porque é do nosso agrado e jovens. Várias de suas
Eu prefiro andar só obras foram premiadas pela
Trata-se de um relato de experiência
Do que mal acompanhado. Fundação Nacional do Livro em que a autora analisa duas sequências
Infantil e Juvenil (FNLIJ). didáticas produzidas com base nos cor-
[...] déis "O romance do pavão misterioso",
Acervo pessoal do autor

de João Melquíades Ferreira, e "Lei Maria


E vocês, caros ouvintes
da Penha", produzido por Tião Simpatia.
Lembram-se de outro ditado?
A fundamentação teórica está baseada
Então o coloquem em verso
nos estudos de gênero de Bakhtin, por
Mas que seja bem-rimado
isso a análise enfoca os aspectos com-
Sejam brincalhões também.
posicional e temático e a linguagem dos
Desse cordel encantado.
cordéis.
OBEID, César. Ditados populares. In: OBEID, César. Minhas rimas de cordel. César Obeid, 2022. ƒ NASCIMENTO, João Bosco D.; SAN-
2. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 18, 21-23, 29.
TOS, Francisca P. A literatura de cordel
como fonte de informação: um olhar
85
historiográfico e conceitual. Revista
Folha de Rosto em Biblioteconomia
e Ciência da Informação. v. 1, n. 1,
p. 101-112, jan./jun., 2015.
Neste artigo, os autores destacam os
preconceitos sobre o gênero literatura
de cordel. Para isso, reafirmam a tese
de uma desvinculação entre a produção
em cordel portuguesa e a nordestina e
problematizam os estigmas do termo
“cultura popular”.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 85
Não escreva 1. Qual é o assunto motivador do cordel?
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS neste livro
Use seu 2. Sobre a estrutura do trecho de cordel lido, responda às perguntas.
caderno
a) Quantas estrofes foram apresentadas?
Aproveite esse momento para conver-
b) Quantos versos tem cada estrofe?
sar com a turma sobre a cultura oral e a
c) Releia a 2a e a 7a estrofes do cordel. Quais versos rimam?
sabedoria popular. Pergunte se os estu-
d) A estrutura do cordel confere ritmo e musicalidade ao poema. Que efeito
dantes conhecem os ditados populares isso produz no ato da leitura?
que aparecem no cordel, se costumam
3. Será que você é bom em reconhecer ditados populares? Para descobrir, res-
ouvir algum deles em sua convivência, se ponda às questões.
entendem o que eles significam e em que
a) Escreva o ditado popular que está representado nesta imagem.
situações discursivas eles aparecem.

LooksLikeLisa/Shutterstock
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
1. O cordel trata de ditados populares.
2. a) Doze estrofes.
2. b) As estrofes do cordel são compostas
de seis versos cada.
2. c) As rimas ocorrem no 2o, 4o e 6o ver-
sos de cada estrofe, como em: louco/
Ações corriqueiras, como lavar as mãos, costumam ser tema de ditados
troco/pouco; soma/aroma/Roma. populares.
2. d) O jogo sonoro criado durante a leitu-
b) Converse com os colegas sobre que significado esse ditado pode ter.
ra confirma a musicalidade do poema e
ainda favorece a memorização.
3. a) Uma mão lava a outra.
3. b) Refere-se a ajuda recíproca, em que Em geral, os poemas são escritos em versos, que são
um ajuda o outro. as linhas que compõem o texto. O conjunto de versos é
chamado de estrofe.
Os poemas podem ou não ter rimas, que é a repetição
de sons iguais ou semelhantes nas últimas palavras dos
versos. Observe o exemplo.

Verso Outro dito popular


Verso Onde afirmo o que sei
Verso Sendo na boca do povo
Estrofe
Verso Todo dito já é lei

Andrew Derr/Shutterstock
Verso Em terra onde vive cego
Verso Quem tem um olho é rei.

As palavras em destaque nesses versos do cordel de


César Obeid apresentam a mesma terminação, isto é, O poema de Obeid trabalha o
formam rimas. seguinte ditado: “Em terra de
cego, quem tem um olho é rei”.

86

COMPETÊNCIA DA BNCC
A Competência específica de Língua Portuguesa 1 orienta sobre a importância de
“Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e
sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades
de seus usuários e da comunidade a que pertencem”. Nesse sentido, trabalhar em sala
de aula com elementos linguísticos e literários populares, como a literatura de cordel,
exercita a capacidade de identificação da língua como formadora de identidades indivi-
duais e coletivas.

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86 Língua Portuguesa
MÚLTIPLAS LEITURAS:
Múltiplas leituras RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Na última estrofe do cordel, há um convite do poeta cordelista
A atividade pode ser explorada, no
para a escrita de uma estrofe de cordel. Que tal aceitar esse con- Organize-se
vite e criar uma estrofe do cordel representada com fotografias? sentido da ampliação de conhecimentos
Os ditados populares ou provérbios são frases breves com o Nesta seção, usaremos acerca da fotografia artística. Formas de
dispositivo digital de
propósito de alertar ou aconselhar alguém, usando o sentido figu- expressão artística enriquecem o trabalho
rado, ou seja, diferente do usual. Eles nasceram da tradição oral fotografia, impressora, papel
sulfite ou tampas de caixas com outros conteúdos na medida em que
e, geralmente, são passados de geração em geração, por isso a
autoria deles é desconhecida. de papelão e caneta. estimulam a expressão dos estudantes de
Observe e identifique o ditado representado nesta fotografia. maneiras variadas.
Organize com a turma o local para a
Troscha/EasyFotostock/Easypix Brasil

exposição do ensaio fotográfico. Se possí-


vel, organizem-na em uma biblioteca e na
sala de leitura da escola. É interessante
incentivar os estudantes a convidar outras
turmas para apreciar o ensaio fotográfico
que criaram.

O sentido figurado
para o ditado que REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
representa essa
imagem é estar apto
ƒ ESCANDAR, Nizar. Fotografia artística:
para realizar algo ou dicas e truques para melhorar suas fo-
as condições estarem
favoráveis para o que tos. Blog eMania, 16 out. 2015. Dis-
se quer realizar. ponível em: livro.page/15V6U387LP.
„ Agora, você e a turma vão desenvolver um ensaio Acesso em: 26 maio 2022.
fotográfico e poético de ditados populares.
Para enriquecer a experiência com fo-
Sentido figurado: Junte-se a dois colegas para realizar a atividade pro-
posta a seguir.
tografia, pesquise dicas que auxiliem os
explora a significação da
palavra ampliando suas estudantes a compreenderem a noção
a) Entrevistem familiares para descobrir pelo menos dois di-
possibilidades fora do uso tados populares que eles conheçam. Anote-os no caderno.
de fotografia artística, que é um gêne-
básico, comum, dicionarizado.
b) Reúnam-se para selecionar apenas um dos ditados coleta-
ro de foto que não se compromete em
Sentido literal: a palavra mostrar a realidade e sim a apresentar
dos com os familiares, que podem render boas fotografias.
é usada no sentido básico,
c) Conversem sobre o conselho ou a lição que o ditado o que o fotógrafo quer expressar. Uma
comum, dicionarizado.
transmite. Essa compreensão é essencial para a criação sugestão são as dicas disponíveis nesse
da estrofe do cordel. blog de fotografia, vídeo e cinema, cha-
d) Organizem os objetos para a montagem das fotografias de forma que representem o mado eMania.
ditado escolhido.
e) Preparem um suporte para colar as fotografias. Se quiserem, podem usar tampa de
caixas ou folhas de papel sulfite. Lembrem-se de que o ensaio fotográfico e poético
será exposto.
f) Colem as fotografias e, abaixo delas, escrevam uma estrofe de seis versos rimados con-
tendo o ditado escolhido. Use como estímulo o cordel lido anteriormente.
g) Trabalho pronto! Hora de apresentá-lo aos colegas. Aguarde as orientações do professor.

87

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Língua Portuguesa 87
Não escreva 4. Em muitos momentos do poema, o eu lírico compara a arte de fazer cordel
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro ao brincar. Localize os versos que comprovam essa afirmação. Em seguida,
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno
transcreva o quadro para o caderno e complete-o, seguindo o modelo.
4. O preenchimento da tabela deve ficar
1a estrofe “Quando eu brinco com as palavras”
assim: 6a estrofe: “nesse verso brinca-
lhão”. 8a estrofe: “mas que grande brin- (?) estrofe MODELO
cadeira”. 10a estrofe: “brincadeiras de
cordel”. (?) estrofe MODELO

4. a) Espera-se que os estudantes perce- (?) estrofe MODELO


bam o humor, o jogo de rimas, o tom e
a cadência do poema, mesmo que não a) Quais características do cordel permitem a comparação entre essa arte e o
brincar?
saibam nomear esses conceitos.
b) Você se divertiu lendo e escutando o cordel de Obeid? Comente com os
4. b) Espera-se que os estudantes expres- colegas e o professor, destacando passagens que provocaram humor no ato
sem suas opiniões, sabendo identificar o da leitura.
que lhes agradou ou desagradou, exem- 5. Uma das características do cordel é estabelecer um diálogo com seu leitor
plificando com passagens do texto. ou ouvinte.
5. a) 2 estrofe: “Meu pessoal”; 9 estrofe:
a a
a) Localize nos versos a maneira como o eu lírico se refere a seus interlocutores.
“Caros ouvintes”. b) Transcreva no caderno versos em que se pode identificar a voz do eu lírico.

5. b) Espera-se que os estudantes reco- 6. Em duplas, releiam algumas estrofes do poema. Enquanto um integrante da
nheçam as marcas da voz do eu lírico, dupla faz a leitura em voz alta, o outro marca o ritmo, batendo palmas nas
sílabas pronunciadas com mais força.
com a presença da palavra “eu”. Exem-
plos: “Quando eu brinco”, “eu tenho 7. Vamos jogar! O objetivo da brincadeira é adivinhar qual ditado popular ci-
desenvoltura”. tado no cordel está sendo encenado. Siga as instruções.
a) Em trios, escolham um dos ditados apresentados no cordel de César Obeid.
6. O objetivo é que os estudantes se aten-
b) Discutam para identificar uma situação na qual o ditado se encaixe.
tem ao ritmo do poema e brinquem com
c) Preparem uma cena para representar a situação na qual o grupo pensou. Criem
sua sonoridade. Convide-os a apresentar diálogos, mas tomem cuidado para que eles não revelem qual é o ditado popular.
à turma a cadência percebida. Também d) Apresentem a cena à turma. Vocês podem ler ou encenar a situação.
é possível fazer a atividade com a tur- e) Após a apresentação, verifiquem se os colegas adivinharam qual ditado po-
ma toda, escolhendo algumas estrofes pular foi encenado.
para serem analisadas coletivamente.
Neste momento, o importante é dar aos
estudantes a oportunidade de sentir,
durante a leitura, a estrutura rítmica do

Reprodução/Editora DBA
poema. Uma possibilidade de ampliar a
Leia o livro Pequeno dicionário ilustrado de
atividade é combinar algum modo de fa- expressões idiomáticas, de Marcelo Zoochio e
zer a notação desse ritmo, por exemplo, Everton Ballardin. Os autores criaram fotografias
usando um traço para marcar as síla- que exploram o sentido literal de ditados
bas fortes. Nesse caso, transcreva uma populares. O divertimento é tentar descobrir qual
ditado está representado nas fotografias.
ou duas estrofes na lousa e convide os
ZOOCHIO, Marcelo; BALLARDIN, Everton. Peque-
estudantes a bater palmas todos juntos „

no dicionário ilustrado de expressões idiomáticas.


no momento de pronúncia das sílabas São Paulo: DBA, 2001.
fortes. Faça a notação embaixo de cada
sílaba forte.
88
7. A atividade favorece uma interpretação
coletiva dos ditados citados no cordel.
O objetivo é levar os estudantes a re-
fletir sobre os contextos de produção e
recepção dos ditados, bem como sobre
os sentidos atrelados a eles.

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88 Língua Portuguesa
Leitura 2  LEITURA COMPLEMENTAR 
O site “poesia concreta: o projeto ver-
Poema visual
bivocovisual” traz a história da poesia
Nos poemas lidos até aqui, foi possível perceber a musicalidade criada pelo concreta no Brasil, seus principais re-
emprego de rimas e o ritmo construído no arranjo das palavras. Foram analisados presentantes, suas produções poéticas e
também os efeitos de sentido da criação de jogos de ideias e do emprego de pa- entrevistas.
lavras com sentido figurado, que fogem da linguagem comum do dia a dia.
Agora, você vai conhecer poemas criados para serem vistos, não apenas lidos Ao trabalhar de forma integrada o som,
ou ouvidos. Neles, as palavras são distribuídas na página de uma maneira não ha- a visualidade e o sentido das palavras,
bitual, formando imagens e significados. São os chamados poemas visuais. a poesia concreta propõe novos modos
Leia, a seguir, dois poemas visuais de Guto Lacaz. No livro em que foram de fazer poesia, visando a uma ‘arte ge-
publicados originalmente, eles aparecem dispostos lado a lado, cada um em ral da palavra’. A expressão joyceana
uma página. verbivocovisual sintetiza essa proposta
que, desde 1950, foi colocada em práti-
ca pelos poetas Augusto de Campos, Dé-
cio Pignatari, Haroldo de Campos, José
Lino Grünewald e Ronaldo Azeredo, des-
dobrando-se até hoje [...] em suportes e
Fotografias: Guto Lacaz

meios técnicos diversos [...].


Concebida no calor do empreendimento
mais geral de construção de um Brasil
moderno, [...] esta poesia coloca em jogo
formas renovadas de sensibilidade e de
experiência. Alarga, ao mesmo tempo,
os parâmetros de discussão de poesia,
ultrapassando o âmbito literário.
Os poetas concretos estabeleceram, des-
de o início, ligações entre sua produção, a
Guto Lacaz música contemporânea, as artes visuais
Guto Lacaz

e o design de linhagem construtivista.


LACAZ, Guto. Cheio. In: LACAZ, Guto. Inveja. LACAZ, Guto. Vazio. In: LACAZ, Guto. Inveja.
Reprocessaram elementos dessas artes
2. ed. São Paulo: edição do autor, 2015. p. 333. 2. ed. São Paulo: edição do autor, 2015. p. 334. em seus poemas e mantiveram extensa
colaboração com artistas e designers,
Carlos Augusto Martins Lacaz, conhecido como Guto compositores e intérpretes, [...] sem falar
Edson Kumasaka

Lacaz, é um designer e poeta paulistano. Nasceu em de outros poetas e críticos, tanto do Bra-
1948 e formou-se em Arquitetura em 1974, pela sil quanto do exterior.
Faculdade de Arquitetura de São José dos Campos.
Hoje, dedica-se à produção de arte multimídia, Além de sua própria produção e da ati-
ilustração, desenhos e cenografia. vidade teórica, empenharam-se ainda
na constituição de um amplo repertório
Guto Lacaz, São de formas poéticas, por meio da revisão
Paulo (SP), 2018.
crítica de autores e da tradução de uma
grande variedade de obras de outros
89
idiomas para o português, sob o parâ-
metro da invenção estética.
POESIA CONCRETA. O projeto verbivocovi-
sual. Disponível em: livro.page/16V6U389LP.
HABILIDADE DA BNCC Acesso em: 26 maio 2022.
Interpretar efeitos expressivos sonoros e gráfico-espaciais em um poema faz parte de
uma habilidade a ser desenvolvida do 6o ao 9o ano nas práticas de linguagem no campo
artístico-literário da BNCC, assim como identificar, em textos literários, a presença de va-
lores sociais, culturais e humanos. Os poemas concretos de Guto Lacaz e de Fábio Bahia
apresentados são objeto de análise para o desenvolvimento da habilidade EF69LP48.

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Língua Portuguesa 89
1. Que palavras você identifica em cada poema?
ATIVIDADES: RESPOSTAS E Não escreva
neste livro 2. Por que é possível dizer que os dois textos são poemas visuais?
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno 3. De que maneira o sentido das palavras foi reforçado em cada poema?
1. As palavr as “cheio” e “v azio”, 4. Que aspectos visuais estabelecem uma relação entre os dois poemas?
respectivamente. 5. Em sua opinião, os efeitos de sentido seriam os mesmos se os poemas fos-
2. Espera-se que os estudantes percebam sem lidos separadamente? Explique.
que nos dois textos as palavras foram 6. Agora, observe um poema

Fábio Bahia
visual criado pelo autor Fá-
dispostas de modo não usual na página
bio Bahia para celebrar o Dia
a fim de reforçar, visualmente, o sentido Mundial da Não Violência e
das palavras “cheio” e “vazio”. Cultura de Paz, comemorado
em 30 de janeiro. PPE_G24_OB1_LPT_LE_V6U3_F019
3. O sentido da palavra “cheio” foi refor-
a) Leia o poema. Que procedi-
çado com o preenchimento do espaço
mento você usou para fazer
com a reprodução da vogal “o”. Já o a leitura dele?
sentido da palavra “vazio” foi reforçado b) Copie a palavra que o poeta
visualmente com a reprodução da vogal Fábio Bahia relaciona à paz,
“o” apenas uma vez, dando destaque ao reforçando sua importância
para nossa convivência.
espaço em branco da página.
c) Os dois dedos maiores for-
4. Espera-se que os estudantes perce- mam a letra V. Copie a pa-
bam que nos dois poemas foi utilizado lavra que traduz o símbolo
o mesmo tipo de letra para compor as que essa letra representa.
d) Considerando o contex-
palavras e que elas estão na mesma to histórico e social atual,
posição na página, mas enquanto no que posição é expressa
poema “Cheio” o espaço foi preenchido pelo eu lírico em relação
com repetições da letra “o”, no poema aos conflitos enfrentados
pela humanidade?
“Vazio” ele ficou em branco.
e) No poema, o eu lírico opõe
5. Resposta pessoal. Espera-se que os as palavras “vitória” e “paz”. BAHIA, Fábio. Este sinal. [S.l.], 30 jan. 2022.
Que sentido é possível in- Facebook: poema.concreto. Disponível em: livro.
estudantes percebam que não, pois é page/2V6U392L. Acesso em: 15 mar. 2022.
justamente a relação estabelecida entre ferir sobre essa oposição
no texto?
os poemas e a comparação entre eles f) Observe novamente o modo como o autor dispôs as palavras no papel para
que permite criar os efeitos de sentido compor o poema. O que essa forma gráfica comunica? Como ela pode ser re-
de oposição, contraste. lacionada aos sentidos do texto? Troque ideias com os colegas e o professor.
6. a) Espera-se que os estudantes digam
que foi preciso virar e revirar a página
para efetivar a leitura.
6. b) A palavra “amor”.

Acervo pessoal do autor


Fábio Bahia de Oliveira, ou simplesmente Fábio
6. c) Vitória. Bahia, é um poeta baiano nascido em 1976.
Formado em Letras pela Universidade do Estado
6. d) O eu lírico defende a paz. da Bahia (Uneb), é autor de contos, poemas e
6. e) O eu lírico indica que não há vitória romances, tendo trabalhos premiados no Brasil e
em Portugal.
que não seja acompanhada de paz. Que
Fábio Bahia, Caldas de Cipó (BA),
a vitória conquistada por meio de violên- 2022.
cia não tem valor.
6. f) O texto do poema está disposto na for-
90
ma de um V feito com os dedos da mão,
gesto usado para simbolizar a vitória e, de
acordo com o movimento hippie de 1960,
“paz e amor”. A forma gráfica utilizada
se relaciona diretamente aos sentidos do
texto, que defende a paz, mas a coloca
em oposição à ideia de vitória.

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90 Língua Portuguesa
7. Veja como o poeta Sérgio Capparelli faz uma brincadeira com a bandeira
do Japão e o imaginário de que, para quem está no Brasil, o Japão deveria ATIVIDADES: RESPOSTAS E
estar de cabeça para baixo. ORIENTAÇÕES
7. a) Tudo está caindo de sua mão.
Reprodução/Sérgio Caparelli

ONU
7. b) A imagem de uma pessoa.
7. c) A bandeira do Japão está represen-
tada na cabeça e no fundo branco do
papel.

A bandeira do Japão serviu de inspiração para o


poema "Falta de sorte", de Sérgio Capparelli.

CAPPARELLI, Sérgio. Falta de sorte.


In: CAPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal.
Porto Alegre: Kuarup, 1989. p. 58.

a) O que acontece ao eu lírico que o faz querer fugir para o Japão?


b) Qual é a imagem formada na combinação entre palavras e imagens?
c) Como a bandeira do Japão está representada?

Com a leitura e a análise dos poemas visuais, você pôde perceber que a re-
lação entre a imagem e as palavras não é aleatória ou casual; ao contrário, ela
é planejada para que um elemento complete o significado e o sentido do outro.
Esse tipo de poema é uma manifestação artística que se caracteriza pela com-
binação de palavra e imagem. Assim, é preciso ficar atento a alguns recursos: a
disposição gráfica de palavras e imagens associadas a elas, o uso de palavras
no sentido figurado e a utilização de símbolos conhecidos, como o “V da vitória”
ou a pomba da paz.

Sérgio Capparelli é um premiado autor de prosa


Acervo do Autor

e poesia, jornalista e professor. Nasceu em 11 de


junho de 1947, em Uberlândia, Minas Gerais.
Seu primeiro livro infantojuvenil, Os meninos da Rua
da Praia, teve mais de trinta reimpressões.

Sérgio Capparelli em
Porto Alegre (RS).

91

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 91
Forma e conteúdo se completam, uma vez
ATIVIDADES: RESPOSTAS E que a mensagem do poema tem relação direta
ORIENTAÇÕES A poesia visual é caracterizada pela junção de com a visualização da forma. Os poetas usam a
1. Os ditados populares. texto e imagem. Em sua composição, busca-se
imagem para enriquecer o sentido de seu dizer.
relacionar os sentidos do texto à sua forma
2. A estrutura fixa, o uso de rimas e a mu- O poema visual pode explorar aspectos sonoros
gráfica. Dessa maneira, texto e imagem se
sicalidade acentuada ao longo do texto. unem para expressar os sentidos do poema. e visuais divertidos.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os es-


tudantes imprimam ritmo e musicalidade Comparação entre textos
no decorrer da leitura. Incentive-os a ler
os versos alternadamente, o que pode Não escreva Ao ler o cordel de César Obeid e os poemas visuais de Guto Lacaz e de Fábio
neste livro
Bahia, é possível perceber que há semelhanças e diferenças entre os textos. Sobre
reforçar a sonoridade do texto. Um con- Use seu
caderno isso, responda:
junto de rimas que pode ser selecionado
1. O cordel de César Obeid faz referência a outra manifestação da cultura po-
é, por exemplo: “Brincadeiras de cordel/ pular. Qual é ela?
Têm o brilho do tesouro/Outro dito, o
2. Que características há nesse texto que indicam que ele é um cordel?
poeta/O verseja sem estouro/A palavra
3. Com os colegas, releia o cordel em voz alta, prestando atenção ao ritmo do
é de prata/O silêncio é de ouro”. Nesse texto. Juntos, identifiquem pelo menos um conjunto de rimas e, depois, co-
conjunto, observa-se que o uso de rimas mentem o sentido das palavras que o uso desse recurso reforça.
intensifica o valor dado ao cordel, já que 4. No caderno, identifique a alternativa correta em relação aos poemas visuais
destaca sua associação a termos como de Guto Lacaz e Fábio Bahia.
“ouro” e “tesouro”. a) Embora o texto seja importante, para sua compreensão é preciso que o lei-
4. Alternativa a), pois a qualidade do poema tor leve em conta também a visualidade dos poemas.
visual está na combinação entre texto b) A qualidade estética dos poemas é garantida pelo texto e não depende de
sua forma gráfica.
e imagem.
5. De que modo a disposição das palavras nos poemas visuais impactou na
5. Resposta pessoal. Espera-se que os leitura? Algum dos textos foi mais fácil ou mais difícil de ler?
estudantes comentem que a disposição 6. Ao comparar o cordel e os poemas visuais, é possível perceber aspectos
das palavras nos poemas visuais pode fundamentais para caracterizar cada um e que devem ser considerados em
representar um desafio para a leitura, seu processo de construção. Quais são eles?
que não ocorre de modo convencional.
6. No cordel, um aspecto fundamental é

Reprodução/usp.br/portaldocordel
explorar a musicalidade das palavras e Para conhecer mais
do texto. Nos poemas visuais, a forma sobre cordel e outras
gráfica ou a visualidade. manifestações culturais
ligadas a essa forma de
literatura, visite o Portal de
Literatura de Cordel, uma
iniciativa do Instituto de
Estudos Brasileiros (IEB) da
Universidade de São Paulo
(USP). Disponível em: livro.
page/3V6U394L. Acesso
em: 17 mar. 2022.

Imagem de abertura do Portal de Literatura de Cordel, que reúne dados de coleções


de literatura de cordel do Brasil e do mundo.

92

HABILIDADES DA BNCC
A atividade evidencia o desenvolvimento das habilidades EF67LP27 e EF67LP28,
na medida em que propõe a reflexão acerca das diferentes modalidades poéticas apre-
sentadas na seção e a comparação analítica entre elas. Para isso, a leitura prévia, em voz
alta, desses textos agrega saberes que enriquecem a compreensão e a análise para o
estabelecimento de comparação.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

92 Língua Portuguesa
Análise e reflexão
sobre linguagens 3 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Faça uma leitura em voz alta do cor-


del “Ai! Se sêsse!...”, de Zé da Luz. Após
a leitura, promova uma conversa sobre o
que causou estranhamento nos estudan-
tes. Provavelmente, eles vão destacar a
Você já deve ter percebido que, embora seja a língua oficial grafia de algumas palavras e as marcas
de nosso país, não existe uma única forma de falar a língua por- Organize-se de oralidade presentes no texto. Desta-
tuguesa. Alguns fatores como a região de origem, a idade e o Nesta seção, usaremos que a adequação da escolha linguística à
contexto influenciam nas escolhas linguísticas. Na literatura de dicionário impresso ou situação comunicativa e às marcas típicas
cordel, por exemplo, é comum a presença de marcas de oralidade on-line.
da literatura de cordel. Depois, é possível
e da linguagem falada no dia a dia.
convidar alguns estudantes a fazerem uma
nova leitura em voz alta do cordel.
Conceitos da língua
Variação linguística
Acompanhe a leitura que o professor vai fazer do cordel a seguir, prestando
Emparear:
atenção à pronúncia das palavras e ao modo como foram escritas. igualar, pôr lado
a lado.
Ai! Se sêsse!... Arreminar-se:
enfurecer-se,
ficar injuriado e
Se um dia nós se gostásse; fazer ameaças.
Se um dia nós se querêsse; Arriar: pôr
abaixo, descer
Se nós dois se impariásse; ao chão.
Se juntinho nós dois vivêsse!
Se juntinho nós dois morásse;

bproject7/Shutterstock
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pró céu nós assubisse!?
Mas porém, se acontecêsse,
Qui São Pêdo não abrisse
As portas do Céu e fôsse,
Te dizê quarquê toulíce?
E se eu me arriminásse
E tu cum eu insistisse,
Prá qui eu me arrezorvêsse
E a minha faca puchásse,
E o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficásse
Tarvez qui nós dois caísse,
E o céu furado arriásse
Ilustração representativa do texto.
[...]
DA LUZ, Zé. Ai! Se Sêsse! In: DA LUZ, Zé. Brasi cabôco e sertão em carne e osso. Recife: Litoral, 1999. p. 167.

93

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 3


EF67LP32, EF67LP37, EF69LP54 e EF69LP55.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 93
Severino de Andrade Silva, mais conhecido como

Reprodução/Coleção particular
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Zé da Luz, nasceu em Itabaiana, na Paraíba, em
1904. Além de cordelista, era alfaiate. Embora
Após a leitura em voz alta, mostre aos tenha publicado um único livro, ficou conhecido em
todo o país, pois seus poemas foram declamados
estudantes, se possível, buscando em
por cordelistas de diversos estados brasileiros.
plataformas de vídeos, o poema “Ai! Se Faleceu no Rio de Janeiro em 1965.
sêsse!...” declamado por um poeta corde-
lista. Assistindo ao vídeo poderão perce- Capa da 2a edição de Brasil
Caboclo, de Zé da Luz, 1949.
ber o sotaque, as variações no ritmo, a
impostação da voz, além da gestualidade.
O poema ficou bastante conhecido na voz
de José Paes de Lira, o vocalista da banda
Cordel do Fogo Encantado. A indicação da

Junior Careca/Fotoarena
Os integrantes da banda Cordel
declamação desse poema pela banda, em do Fogo Encantado são de
áudio, está no boxe Para saber +. Pernambuco e procuram valorizar
em sua música elementos da
cultura do Nordeste do Brasil. O
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
cordel “Ai! Se sêsse!...” ganhou
ORIENTAÇÕES grande popularidade quando
1. Resposta pessoal. Organize os estudan- a banda passou a recitá-lo em
tes em círculo para uma roda de conver- seus shows, que misturam teatro,
poemas e ritmos afroindígenas.
sa. Eles podem destacar a linguagem do
O áudio da declamação desse
poema, assunto explorado ao longo da poema pela banda Cordel do Fogo
seção. Aproveite a oportunidade para Encantado está disponível em:
perguntar o que sabem sobre varieda- livro.page/4V6U396L. Acesso em:
de linguística ou preconceito linguístico. 17 mar. 2022.
Explore também as situações cômicas Banda Cordel do Fogo Encantado durante show em
Porto Alegre (RS), 2018.
que assemelham o poema a gêneros hu-
morísticos, como a piada. Comente que
“furar o bucho do céu” é algo surreal.
Não escreva 1. Do que você mais gostou nesse poema de cordel? Troque ideias com os
Como alguém conseguiria rasgar o céu? neste livro colegas e o professor.
Use seu
2. Peça aos estudantes que façam uma re- caderno
2. No enredo do cordel, o eu lírico narra uma história partindo de acontecimen-
leitura do texto, agora individualmente. tos pressupostos, ou seja, que não estão ocorrendo de fato. Copie o qua-
Em seguida, pergunte se há passagens dro a seguir no caderno e relacione os acontecimentos narrados no cordel,
ou palavras que eles não entenderam. imaginando que as situações se concretizaram.
Oriente-os a consultar o glossário ou
mesmo um dicionário para as palavras Sequência de acontecimentos
desconhecidas e aborde detidamente 1. Situação inicial ( ) Morrem e São Pedro não as deixa entrar no céu.
expressões ou segmentos do texto que
possam provocar dúvidas. O poema “Ai! 2. Conflito ( ) O céu cai.

Se sêsse!...” narra, a princípio, uma his- 3. Clímax ( ) Furam o céu.


tória de amor hipotética. Os primeiros
4. Desfecho ( ) As duas pessoas se gostam e vão morar juntas.
sete versos falam de uma relação entre
duas pessoas que, caso se gostassem,
passariam a viver juntas e fariam tudo
94
juntas, até morrer. Ao chegarem ao céu,
se São Pedro não os deixasse entrar, um
deles convenceria o outro a tomar uma
atitude. Com relação ao preenchimento COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC
do quadro, deve ser feito da seguinte Conhecer, explorar e valorizar as manifestações artísticas e culturais locais é essencial à
maneira: desmistificação da soberania de uma norma culta, que esteja acima de qualquer outra for-
( 2 ) Morrem e São Pedro não as deixa ma de expressão linguística. Essa visão sobre a língua que destaca a Competência geral 3
entrar no céu. transparece no trabalho da Seção 3, em que se fortalecem a reflexão e a discussão acerca
das variações linguísticas e do preconceito linguístico. Com a leitura do cordel, é possível
( 4 ) O céu cai. desenvolver a habilidade EF69LP55, tratando da importância e do reconhecimento das
( 3 ) Furam o céu. variedades da língua falada e do conceito de preconceito linguístico, que deve ser des-
( 1 ) As duas pessoas se gostam e vão vendado e reconhecido para ser superado.
morar juntas.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

94 Língua Portuguesa
3. Qual é o clímax, o momento de maior tensão, da história hipotética contada Não escreva
no cordel? Escolha a alternativa correta e copie-a no caderno. neste livro ATIVIDADES: RESPOSTAS E
a) O casal morre e vai para o céu.
Use seu
caderno ORIENTAÇÕES
b) O eu lírico fura o céu. 3. Alternativa b). Reforce que, no momento
c) O casal passa a morar junto. em que o eu lírico puxa a faca e golpeia
o céu, quem lê ou ouve esse poema
fica com grande expectativa para o que
vai acontecer em seguida. Portanto,
Elementos da narrativa
esse é o ponto alto da história narrada
Enredo é a sequência de ações ou acontecimentos que se desenrolam na história narrada. Ele se no cordel.
estabelece com uma situação inicial, um conflito que altera essa situação, um clímax que é o ponto de 4. A alternativa a), pois o título traz uma
maior tensão da história, e a resolução e o desfecho, que solucionam o conflito e dão fim à narrativa. Veja
expressão no pretérito imperfeito do
o esquema a seguir.
subjuntivo, forma verbal que expressa

Paula Radi
Sequência narrativa hipótese, pressuposto.
5. “Tarvez qui nós dois ficasse”; “Tarvez
Clímax qui nós dois caísse”.
Ponto de maior
tensão da história. 6. a) Resposta pessoal. Possibilidades de
resposta: “drumisse”, “Pêdo”, “arrezor-
Resolução vêsse”, “quarquê” etc.
Conflito Soluciona o conflito.
Problema que desenrola 6. b) Resposta pessoal. Leve os estudantes
toda a história. Surge no
começo e aumenta a concluírem que no cordel predomina
até chegar ao clímax.
uma variedade regional da língua e que
o texto busca reproduzir, na escrita, o
Situação inicial modo como essas palavras são faladas.
São apresentados os
personagens, o tempo e o
Desfecho
espaço; situação tranquila.
Fim da história. IDEIA & CONCEITOS: ORIENTAÇÕES
Este infográfico apresenta interativida-
COMEÇO MEIO FIM de na versão digital do livro do estudan-
te. Oriente os estudantes a clicarem nos
hiperlinks para ter acesso ao conteúdo
4. Copie no caderno a opção correta sobre o título do poema “Ai! Se sêsse!...”.
adicional.
a) Antecipa ao ouvinte/leitor a ideia de hipótese, pressuposto. Peça aos estudantes que leiam, em
b) Indica ao ouvinte/leitor a ideia de certeza. casa, os textos da autora Nelcima de Mo-
rais em:
5. Releia o cordel e, no caderno, copie dois versos que expressam a ideia de
dúvida, caso o eu lírico “furasse o bucho do céu”. ƒ BLOG DE CORDEL. Disponível em:
livro.page/12V6U395LP. Acesso em: 4
6. No cordel, há vários exemplos de palavras que não obedecem às regras e
normas da língua, como “puchásse” e “toulíce”. jul. 2022.
a) No caderno, copie pelo menos mais dois exemplos que ilustrem essa carac- Oriente que observem especialmente
terística do poema. as rimas que imprimem musicalidade ao
b) Por que você acha que esses termos foram escritos desse modo? Troque texto. Como tarefa de casa, peça que ela-
ideias com os colegas e o professor. borem comentários a serem publicados no
blog da autora. Para tanto, em dia e hora
95 previamente combinados, faça uma roda
de conversa para que leiam seus comen-
tários e façam sugestões para o aprimo-
ramento do texto, tanto do ponto de vista
do conteúdo quanto da forma.
Em sala de aula, façam a leitura do tex-
to A peleja de Toim com o camaleão no
chiqueiro das galinhas. Para isso, divida
a turma em grupos de quatro estudantes.
Eles deverão escolher a ordem da leitura
dos versos e quais serão lidos por dois
ou mais estudantes, de maneira a criar um
jogo de vozes ao longo da leitura.

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Língua Portuguesa 95
7. Agora, releia uma estrofe do cordel de César Obeid.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES Brincadeiras de cordel
7. a) Espera-se que os estudantes perce- Têm o brilho do tesouro
bam que o termo não é usado frequen- Outro dito, o poeta

RHJPhtotos/Shutterstock
O verseja sem estouro
temente na linguagem coloquial.
A palavra é de prata
7. b) Espera-se que os estudantes perce- O silêncio é de ouro.
bam que não. O cordel de Zé da Luz
não obedece à norma-padrão da língua,
enquanto o cordel de César Obeid, sim. Ouro e prata são metais preciosos
bastante valiosos.

 LEITURA COMPLEMENTAR  Não escreva


a) Você considera que a palavra “verseja” faz parte do linguajar popular?
neste livro b) A linguagem usada nesses versos mantém o padrão do cordel de Zé da Luz?
Norma culta: um preconceito Use seu Explique.
milenar caderno

O primeiro desses conceitos é o que


poderíamos chamar de senso comum,
tradicional ou ideológico, e é aquele que
tem mais ampla circulação na socieda-
de. Na verdade, trata-se muito mais de
um preconceito do que de um conceito
propriamente dito. É o preconceito de
que existe uma única maneira “certa”
de falar a língua, e que seria aquele con-

Pedro Nogueira
junto de regras e preceitos que aparece
estampado nos livros chamados gra-
máticas. Por sua vez, essas gramáticas
se baseariam, supostamente, num tipo
peculiar de atividade linguística – exclu-
sivamente escrita – de um grupo muito
Variação linguística
especial e seleto de cidadãos, os gran-
Refere-se às variações que uma língua pode sofrer, a depender das circunstâncias
des estilistas da língua, que também em que se encontra seu usuário. Acontecem em decorrência da passagem do
costumam ser chamados de “os clássi- tempo, de condições culturais ou sociais e, ainda, geográficas ou situacionais.
cos”. Inspirados nos usos que aparecem Norma-padrão
nas grandes obras literárias, sobretudo É a língua estudada na escola e segue as regras e normas de funcionamento
do passado, os gramáticos tentam pre- prescritas na gramática e no dicionário. Embora ela não corresponda a todos os
servar esses usos compondo com eles usos que os falantes fazem da língua, é importante conhecê-la para poder utilizá-la
nas situações em que é exigida. Por exemplo:
um modelo de língua, um padrão a ser
em um concurso, se o candidato trocar letras (como r no lugar de l) e não usar os
observado por todo e qualquer falante „

plurais na prova de Redação, pode perder pontos e não ser aprovado.


que deseje usar a língua de maneira “cor-
„ em uma entrevista de emprego, se o candidato usar muitas gírias, passa a ideia
reta”, “civilizada”, “elegante” etc. É esse de que não está apto a se comunicar com todas as pessoas e pode não conseguir
modelo que recebe, tradicionalmente, o a vaga.
nome de norma culta.
BAGNO, Marcos. Norma linguística, hibridismo
96
e tradução. Traduzires, UnB, Brasília, 2012. p. 21.
Disponível em: livro.page/17V6U396LP.
Acesso em: 26 maio 2022.

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96 Língua Portuguesa
Diálogos com Geografia DIÁLOGOS COM GEOGRAFIA:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
„ Como o Brasil tem um território muito extenso, é comum que um mesmo objeto ou ele-
mento seja designado de maneira diferente por habitantes de regiões distintas. E, em- A matéria completa, com explicações
bora na maioria das vezes isso seja tratado de maneira natural, muitas vezes esse fato sobre a etimologia dos dois vocábulos e
torna-se motivo para disputas linguísticas. Você já ouviu, por exemplo, a discussão sobre
outras ponderações, pode ser lida em:
os termos “biscoito” ou “bolacha”? Sabe que há pessoas preocupadas em encontrar um
termo “correto” para designar o alimento? Observe o mapa a seguir, que apresenta os ƒ BIANCHIN, Victor. O certo é “biscoi-
resultados de uma enquete realizada por uma revista de divulgação científica voltada to” ou “bolacha”? SuperInteressante,
para o público jovem. 30 jan. 2015. Disponível em: livro.pa-
Um país dividido: como se fala em cada estado do país ge/18V6U397LP. Acesso em: 26 maio
2022.

Allmaps
50° O

O Atlas Linguístico do Brasil (ALiB)


Equador

pode ser um material de consulta e de re-
ferência para o tratamento pedagógico de
dados quantitativos para o ensino-apren-
dizagem de Língua Portuguesa. Mais in-
formações podem ser encontradas no site
do projeto:
OCEANO
ATLÂNTICO ƒ ALIB. Atlas Linguístico do Brasil. Dis-
OCEANO
ponível em: livro.page/19V6U397LP.
PACÍFICO
Acesso em: 17 mar. 2022.
Trópico de Capricórnio

Este mapa foi a) Resposta pessoal. Retome a reflexão


feito com base
numa enquete sobre variações linguísticas e procure
realizada na rede social
da Mundo Estranho, Biscoito fortalecer uma perspectiva respeitosa
com a participação
de mais de 8 mil
Bolacha
Ambos
com relação às regionalidades no uso
leitores. 0 410 820 km

da língua portuguesa brasileira. Promo-


BIANCHIN, Victor. O certo é “biscoito” ou “bolacha”? Revista Mundo Estranho, São va a discussão de maneira a valorizar
Paulo, 30 jan. 2015. Disponível em: livro.page/5V6U399L. Acesso em: 17 mar. 2022.
a riqueza que as variações linguísticas
a) Você considera essa discussão relevante? Em sua opinião, há somente um termo correto geram a uma língua, ampliando vocabu-
para designar o alimento? lário e formas de expressão.
b) Que atitude você acha que se deve ter ao interagir com alguém que usa um vocabulário
diferente do seu?
b) Resposta pessoal. Incentive os estudan-
tes a manifestarem opiniões ou relata-
rem situações que envolvam o uso de
Ortografia: uso de g e j termos diferentes ou desconhecidos.
Permita que comentem o estranhamen-
1. Leia as palavras a seguir.
to ou mesmo opiniões sobre a maneira
como lidam com situações relaciona-
jaula gato jarra garrafa gelo jeito jiboia girafa das ao tema do preconceito linguístico.
Aproveite a oportunidade para discutir
a) Copie apenas as palavras em que as letras g e j têm o mesmo som. a relação entre usos linguísticos e pre-
b) Escreva as vogais que acompanham as letras g e j nas palavras em que elas conceito e formas de combatê-lo. Leia
têm o mesmo som.
o mapa com eles, orientando-os a re-
conhecer os estados e o modo de falar
97
apresentado na legenda. Chame a aten-
ção para os encontros entre ambos os
termos e problematize o que se pode
ATIVIDADES: RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES entender sobre preconceito linguístico
1. a) Gelo, jeito, jiboia, girafa. com base na busca de uma forma con-
1. b) As vogais e e i. siderada correta de falar.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 97
Você notou que as letras g e j, quando acompanhadas pelas vogais e e i, têm
ATIVIDADES: RESPOSTAS E o mesmo som. Essa ocorrência sonora pode causar dúvidas no momento da grafia
ORIENTAÇÕES de algumas palavras com essas letras. Reflita sobre alguns fatores que ajudam no
2. a) Elas parecem impactadas pela ba- momento de decisão da grafia adequada.
gunça aparente dos brinquedos e dos 2. Leia a tirinha a seguir e responda.
animais.

© Fernando Gonsales/Acervo do cartunista


2. b) Os animais parecem mais felizes
que as crianças; elas parecem paradas,
observando, enquanto os animais es-
tão felizes com a bagunça do parque.
A graça da tirinha está no fato de que,
geralmente, são as crianças que fazem
bagunça nos ambientes.
3. As palavras são “bagunça” e “gente”.
4. Palavras terminadas em -agem, -igem GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de S.Paulo, São Paulo, 4 fev. 2022.
Disponível em: livro.page/6V6U3100L. Acesso em: 22 mar. 2022.
ou -ugem devem ser grafadas com g.
5. Palavras derivadas de outras já grafadas Não escreva a) Embora o diálogo aconteça entre os animais, o silêncio das crianças parece
neste livro
com a letra j devem ser grafadas com j. transmitir também uma mensagem. O que elas devem ter pensado ao ver a
Use seu
cena no jardim da infância?
6. a) mensagem: mensageiro. caderno
b) Como se manifesta o humor nessa tira? Qual é a graça nela?
6. b) selvagem: selvageria. 3. Essa tirinha apresenta duas palavras que têm, em sua grafia, a letra g, mas
6. c) lisonja: lisonjeiro. há diferença sonora na pronúncia de seu som. Quais são essas palavras?
6. d) laranja: laranjeiro. 4. Observe agora a grafia das palavras a seguir.
6. � A
 s palavras derivadas daquelas que
são grafadas com g também são gra- lavagem miragem fuligem vertigem ferrugem
fadas com g. De igual modo, as pala-
vras derivadas das que são grafadas
„ Considerando as terminações das palavras, elabore uma regra que justifique
com j também são grafadas com j. o uso do g na grafia delas.
5. Leia as palavras a seguir e elabore uma regra que justifique o uso da letra
j na grafia delas.

laranja laranjal laranjeira lisonja lisonjeiro loja


lojista granja granjeiro

6. Agora escreva uma palavra cognata, isto é, palavra da mesma família, para
cada palavra a seguir:
a) mensagem. c) lisonja.
b) selvagem. d) laranja.
„ Considerando as respostas anteriores, que regra podemos elaborar para
justificar o uso do j ou g?

98

HABILIDADES DA BNCC
Os exercícios fortalecem a capacidade de inferir e justificar, em charges e tirinhas,
efeitos de humor, ironia ou crítica, prevista na habilidade EF69LP05, e compreender
sentidos nas imagens que as acompanham, assim como evidenciam a importância do
reconhecimento das variedades linguísticas da língua falada e sua valorização.

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98 Língua Portuguesa
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
Usa-se o g em:
„ palavras terminadas em -agem, -igem, -ugem. Exemplos: garagem, fuligem, rugem. Exceção: pajem e
ƒ BAGNO, Marcos. A língua de Eulália:
lambujem. uma novela sociolinguística. São Paulo:
„ palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Exemplos: pedágio, colégio, vestígio, epitógio, Contexto, 1997.
transfúgio. O linguista Marcos Bagno desvenda
„ palavras derivadas de palavras primitivas grafadas com g. Exemplos: engessar (de gesso), massagista
a sociolinguística usando como pano de
(de massagem), vertiginoso (de vertigem).
fundo acontecimentos vivenciados pela
„ nas seguintes palavras: algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, he-

rege, megera, monge, rabugento, vagem. professora Irene, sua sobrinha Vera e
suas duas amigas e Eulália, a empregada
Usa-se o j em:
da casa. Na obra, a pluralidade da nossa
„ formas verbais terminadas em -jar ou -jear. Exemplos:
língua é apontada usando a história e
velejar: velejo, veleje, velejem.
sujar: sujo, suje, sujem. a origem de algumas construções lin-
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando. guísticas, com o propósito de negar o
azulejar: azulejo, azuleje, azulejem. conceito de “certo” e “errado” no uso
viajar: viajo, viaje, viajem (3a pessoa do plural do presente do subjuntivo). da língua.
„ palavras de origens tupi, africana, árabe ou exótica. Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, man-

jericão, Moji.
„ palavras derivadas de outras primitivas grafadas com j. Exemplos: queijo-queijeira, arranjo-arranjista,

lisonja-lisonjeador, caranguejo-caranguejeira, toranja-toranjeira, varejo-varejista, rijo-enrijecer, jeito-ajeitar.


„ nas palavras: berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento.

A linguagem na prática
1. Leia o cartaz divulgado pelo Poder Judiciário do Rio Grande do Sul.

Justiça Federal de Porto Alegre/Governo Federal


Organize-se
Para estas atividades,
usaremos dicionário
impresso ou on-line.

JUSTIÇA Federal da
4a Região se prepara para
a XVI Semana Nacional
da Conciliação. Justiça
Federal – Seção Judiciária
do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, 3 nov. 2021.
Disponível em: livro.
page/7V6U3101L. Acesso
em: 17 mar. 2022.

99

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 99
Não escreva a) A linguagem usada no cartaz é formal ou informal? Ela obedece à norma-
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro -padrão? Justifique sua resposta.
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno b) Discuta com os colegas o sentido de “conciliação” e de “consensual” no
1. a) A linguagem é formal, pois o vocabu- contexto comunicativo do cartaz.
lário é composto de palavras que não c) O cartaz pretende convencer o leitor de algo. Qual é o objetivo do texto?
são usadas, em geral, no cotidiano. O d) Considerando o órgão que divulgou o cartaz e seu objetivo, explique o uso
uso da ênclise, isto é, do pronome de- da norma-padrão da língua.
pois do verbo em “Informe-se” indica 2. Agora, leia outro cartaz que trata do mesmo tema.
obediência à norma-padrão da língua.

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul/Governo Estadual do Rio Grande do Sul


1. b) Conciliação: maneira de solucionar
conflitos, com a participação de uma
pessoa neutra, o conciliador, que faz a
mediação da discussão para que as par-
tes cheguem a um acordo. Consensual:
em que há consenso, quando as partes
concordam com uma ideia ou solução
para o caso.
1. c) Convencer as pessoas de que é mais
rápido e adequado participar de reuni-
ões para conciliação em caso de confli-
tos entre partes a vivenciar processos
judiciais.
1. d) Um tribunal de justiça, em que os
juízes desempenham papel essencial,
deve obedecer à norma-padrão da lín-
gua a fim de dar exemplo de seriedade
e compromisso por meio do idioma.
2. a) Nesse cartaz, a linguagem é informal,
pois a linguagem se aproxima daque-
la usada em conversas presenciais ou
mesmo em redes sociais, como indica o
desenho. O texto sugere uma frase usa-
da frequentemente em conversas infor-
mais. O texto obedece à norma-padrão.
2. b) Nesse cartaz, as ideias de consenso CRIANÇAS e adolescentes conversam sobre formas de
prevenir a violência e cultivar a paz, em Pelotas, RS. Blog
e conciliação estão presentes na relação Conciliação Pelotas. Pelotas, 29 nov. 2012. Disponível em:
livro.page/8V6U3102L. Acesso em: 22 mar. 2022.
entre texto e imagem. Os desenhos dos
rostos felizes associados à frase “Con-
versando a gente se entende” indicam a) Nesse cartaz, a linguagem é formal ou informal? Ela obedece à norma-pa-
que houve interação entre as partes, drão? Justifique sua resposta.
b) Você identifica as ideias de consenso e conciliação nesse cartaz? Que as-
houve diálogo conciliatório. pectos linguísticos e visuais colaboram para a construção dessa mensagem?

100

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100 Língua Portuguesa


c) Considerando os dois cartazes sobre conciliação, qual é o público-alvo a
que cada um se destina? Justifique sua resposta com exemplos retirados ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
dos cartazes.
d) Agora, em duplas, elaborem um cartaz a ser publicado em mural de sua sala
de aula ou escola convidando os estudantes a conversarem sobre situações de
Ao realizar a atividade 3, é importante
conflito. Para tanto, vocês podem usar emojis, imagens positivas de jovens em conversar com os estudantes sobre o precon-
diálogo, palavras ou expressões próprias da língua informal, dentro da norma- ceito linguístico. Todo juízo de valor negativo,
-padrão. Depois, conforme orientação do professor, divulguem-no aos colegas. isto é, o prejulgamento às variedades linguís-
3. Agora, observe o cartum e responda. ticas de menor prestígio social, não pode ser
aceito. Normalmente, ele está relacionado a

Guilherme Guatan/guinanet/Flickr/CC BY 2.0


preconceitos socioeconômicos, regionais e
culturais. A principal consequência negativa
é a proliferação de outros preconceitos asso-
ciados a ele. A intervenção da escola, da famí-
lia e das mídias é essencial para incentivar a
reflexão e auxiliar a eliminação do preconceito
linguístico que fixa os usos da língua entre
certo e errado, deixando de lado a adequação
GUATAN, Guilherme. Caipiras. Flickr. [S.l.], 14 jan. 2008. Disponível em: linguística ao contexto de uso.
livro.page/9V6U3103L. Acesso em: 17 mar. 2022.

a) No contexto representado no cartum, dois sentidos podem ser atribuídos à ATIVIDADES: RESPOSTAS E
palavra “firme”. Quais são eles?
ORIENTAÇÕES
b) Considerando que o cartum traz uma variedade linguística diferente da nor-
ma-padrão, explique como ela se caracteriza nesse contexto. 2. c) O primeiro se destina ao público adul-
c) O que provoca humor no cartum?
to, pois usa imagens e linguagem mais
formal. O segundo usa cores vibrantes,
4. Hoje é comum o uso de figurinhas engraçadas na troca instantânea de men-
sagens em aplicativos. Leia uma que circulou no período da pandemia de
imagens relacionadas à cultura juvenil e
covid-19. linguagem informal.

Surachet Jo/Shutterstock
a) As mensagens trocadas em aplicativos de 2. d) Essa atividade pode ser orientada
celular costumam ser breves e resumidas, como tarefa de casa. Na orientação pré-
isto é, buscam expressar o máximo de infor- via, discuta com os estudantes a impor-
mação em pouco texto e imagem. O que se
tância de promover o uso da norma-pa-
pode saber ao analisar essa figurinha? Que
informações ela expressa? drão, mesmo em situações informais.
b) Que termo do texto indica que a norma-pa- 3. a) “Firme” de firmeza e “filme”, produ-
drão não foi seguida? Esse uso é aceitável ção cinematográfica. Neste último caso,
nesse contexto? Explique. a palavra “firme” representa o modo
c) Copie e acentue uma palavra que não está
como a palavra é falada em uma varie-
escrita de acordo com a norma ortográfica
da língua portuguesa. Justifique a acentua- dade específica da língua.
ção gráfica dessa palavra. 3. b) O cartum busca representar uma va-
d) Que elementos geram humor na figurinha? riedade regional, o dialeto caipira, no
As figurinhas de mensagens instantâneas,
qual a variação se dá pela modificação
ou stickers, são baixadas nos aplicativos ou sonora da palavra que tem em sua es-
criadas pelos próprios usuários.
FC, Bruna. Pinterest, [S.l.], [s.d.]. Disponível em: livro.
trutura o som da consoante l.
page/12V6U3101L. Acesso em: 22 mar. 2022.
3. c) O duplo sentido da palavra “firme”.

101
4. a) Pelo traje, é possível saber que o
contexto é pandêmico, pois a pessoa
está com roupas de proteção contra ví-
rus e bactérias. A linguagem utilizada é
informal, o que sugere que o contexto
comunicativo não exige rigor formal.
4. b) A palavra “tô”. Espera-se que os es-
tudantes percebam que no contexto de
troca de mensagens em aplicativos de
celular, a depender do interlocutor, esse
uso é aceitável.
4. c) Já. É um monossílabo tônico termina-
do com a letra a.
4. d) Em geral, usa-se a frase “já estou
com roupa de ir” para situações festi-
vas, em que o traje, em geral, é inusual
para o dia a dia. Nesse caso, o traje de
proteção assume um valor diferenciado
para o contexto que sugere um passeio.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 101


Não escreva 5. Leia o cartum a seguir e faça o que se pede.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro

ORIENTAÇÕES Use seu

Mauricio Rett
caderno
5. a) Os dois adultos são os pais ou cuida-
dores do personagem mais jovem.
5. b) Os adultos estão com a boca para
baixo, chateados, tristes, preocupados. O
garoto parece estar zangado, contrariado.
5. c) Eles estão preocupados com o tempo
que o garoto bate papo na internet.
5. d) O modo como o garoto responde
denuncia que ele passa muito tempo na
internet, pois sua fala é representada
em um balão com uma grafia comum da
comunicação em meio digital. Comente
RETT, Mauricio. Muito bate-papo na internet. Disponível em:
com os estudantes que a variedade lin- livro.page/10V6U3104L. Acesso em: 17 mar. 2022.
guística que o cartum busca representar
refere-se a uma situação específica: a a) É possível identificar, por meio da imagem, a relação entre os personagens
escrita de jovens na internet, que ficou na cena. Qual é ela?
conhecida como “internetês”. b) Qual é a expressão no rosto dos personagens?
c) Qual é o motivo da preocupação dos adultos no cartum?
5. e) Não, pois na leitura em voz alta não
d) Que elemento do cartum justifica a preocupação dos adultos? Explique.
seria possível reproduzir o modo como
a fala do garoto está grafada, que é o e) Se em vez de ler o cartum você ouvisse alguém lendo o texto dos balões
em voz alta, o efeito de humor seria o mesmo? Por quê?
que gera o humor no cartum.
6. Leia a imagem a seguir.
6. a) Poder feminino.
Perron Ramos

6. b) Resposta pessoal. Sugestões de res- a) A expressão “girl power”


está na língua inglesa. Es-
posta: mulher poderosa, mulher com
creva uma tradução para
coragem, mulher decidida. ela em língua portuguesa.
b) O humor da obra em xilo-
gravura consiste em subs-
tituir a expressão da língua
inglesa por uma variante
regional, típica da região
Nordeste do nosso país. Es-
creva o que você entende
dessa expressão.

Tradução, de Perron
Ramos, com a técnica
da xilogravura.

102

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

102 Língua Portuguesa


Nosso mundo NOSSO MUNDO:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Como combater o preconceito linguístico
Após refletir por meio das atividades anteriores, discuta com os colegas Tendo em vista as discussões de varia-
e se posicione sobre as seguintes questões: ção linguística desenvolvidas ao longo da
a) Você já presenciou uma situação em que alguém tenha sido ridiculari-
Unidade, os estudantes notarão que a com-
zado ou julgado com preconceito pelo modo de falar? Em caso positivo, petência linguística ultrapassa os limites da
conte como foi. norma-padrão e envolve outros aspectos,
b) Que atitude você acha que se deve ter diante de uma situação assim? como fatores sociais e geográficos. Diante
c) Em sua opinião, o que a escola pode fazer para colaborar com o com-
dessa reflexão, promova uma discussão,
bate ao preconceito linguístico? acolhendo os diferentes pontos de vista,
considerando que os estudantes precisam
se sentir à vontade para mencionar se já pre-
7. Releia as regras ortográficas que você e os colegas escreveram sobre o uso Não escreva
das letras g e j para realizar as atividades a seguir. neste livro senciaram situações em que eles ou pessoas
Use seu de seu círculo foram alvo de preconceito
a) Escreva duas palavras derivadas da palavra “nojo”. caderno
linguístico. Construa colaborativamente ar-
b) Observe as palavras a seguir e identifique três delas cuja grafia não está de
gumentos pautados no respeito mútuo, na
acordo com a ortografia vigente. Em seguida, reescreva-as com a adequa-
ção ortográfica. condição socioeconômica dos diferentes
usuários da língua e também na análise dos
molecagem tatuajem pajem penugem contextos de produção da linguagem.
garajem imagem origem corajem a) Estimule o exercício da empatia nos de-
poimentos dos estudantes, retomando
c) Escreva a regra que você usou para identificar e reescrever adequadamente as reflexões já feitas acerca das varieda-
as palavras da atividade anterior. des linguísticas e do conceito de norma-
8. Complete os enunciados com palavras derivadas daquelas que aparecem -padrão. Reforce a ideia de que o uso da
no quadro. linguagem é diferente dependendo da
situação e, portanto, apresenta varia-
agitar privilégio cereja granja ções. Numa perspectiva em que a língua
é percebida como ativa, não se concebe
a) A (?) do show foi contagiante. uma linguagem fixa e imutável.
b) Alguns (?) conseguiram o ingresso mais barato. b) Espera-se que os estudantes mencio-
c) Entre final de março e começo de abril, as (?) florescem no Japão. nem que não devem participar de ne-
d) O (?) é meu tio Alberto. Você o conhece? nhuma atitude que menospreze o outro,
9. Leia as informações a seguir e complete as frases com as palavras adequadas. por qualquer que seja o motivo; pelo
„ Viagem – substantivo. contrário, devem combatê-la.
Exemplo: A viagem a Goiás foi incrível! c) Espera-se que os estudantes reconheçam
que, a partir do momento em que a escola
„ Viaje, viajem – verbo viajar.
estimula a reflexão, a discussão e traz mais
Exemplo: Márcia e Paulo, viajem em paz e com segurança. informação sobre as variedades linguísticas,
a) Na minha (?) ao Ceará, quero conhecer o Parque Nacional de Jericoacoara. auxilia no combate ao preconceito.
b) (?) com nossa agência, você vai ter o conforto que merece.
c) Que vocês (?) neste verão e aproveitem todas as diversões da nossa cidade! ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
103
7. a) Nojento e nojeira.
7. b) Tatuagem, garagem, coragem.
7. c) Palavras terminadas em -agem de-
vem ser escritas com g.
8. a) A agitação do show foi contagiante.
8. b) Alguns privilegiados conseguiram o
ingresso mais barato.
8. c) Entre final de março e começo de
abril, as cerejeiras florescem no Japão.
8. d) O granjeiro é meu tio Alberto. Você
o conhece?
9. a) Na minha viagem ao Ceará, quero co-
nhecer o Parque Nacional de Jericoacoara.
9. b) Viaje com nossa agência, você vai ter
o conforto que merece.
9. c) Que vocês viajem neste verão e aprovei-
tem todas as diversões da nossa cidade!
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 103


Não escreva 10. Leia o anúncio publicitário a seguir.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro

ORIENTAÇÕES Use seu

Reprodução/Antonio Júnior - Comunicação Criativa


caderno
10. a) Com a gente.
10. b) Saia de férias e faça sua viagem
com a gente.
11. a) O humor está presente na dúvida se
um sabonete pode ou não ficar sujo ao
ter contato com a sujeira.
11. b) O desenho de um dinossauro com
expressão de dúvida. Os elementos não
verbais do meme, em geral, reforçam o
humor.
11. c) Ambas as palavras derivam de “sujar” Anúncio publicitário para redes
sociais de uma agência de viagens,
e são escritas com “j”, formas verbais veiculado em 2013.
terminadas em -jar ou -jear.
a) Com o objetivo de ficar mais próximo do público, o texto do anúncio optou
11. d) Arranjar: trata-se de um verbo ter-
por usar uma expressão típica da língua informal. Copie a expressão que
minado em -jar no infinitivo. Tragava ou marca a informalidade.
trajava: as duas formas são possíveis, b) Reescreva o texto principal do anúncio, substituindo o verbo “viajar” pelo
porém uma deriva do verbo “tragar” e a substantivo correspondente a ele. Faça as alterações necessárias.
outra do verbo “trajar”. Pajeavam: usa- 11. Observe o meme a seguir.
-se “j” nos verbos terminados em -jear.

Reprodução/pt.memedroid.com

Kickmaho. Memedroid.
[S.l.], 7 fev. 2013. Disponível
em: livro.page/11V6U3106L.
Acesso em: 27 abr. 2022.

a) Explique o humor presente no texto.


b) Que elementos não verbais reforçam a dúvida?
c) Imagine que um colega estivesse criando esse meme e ficasse em dúvida
se “sujeira” e “sujo” se escrevem com j ou com g. Escreva como você ex-
plicaria a regra adequada a esse caso para ajudá-lo com a dúvida.
d) Escreva, no caderno, as seguintes palavras, completando os espaços com j
ou g. Em seguida, explique sua escolha.
„ arran ar „ tra ava „ pa eavam

104

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

104 Língua Portuguesa


Produção textual
4 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Nesta produção textual, organize a


turma em trios. Oriente os estudantes na
formação de agrupamentos, considerando
as diferentes potencialidades de cada um,
de forma que a atividade favoreça o com-
Poema visual partilhamento de aprendizagens.
Nesta Unidade, além de um poema de Manoel de Barros e dois Organize-se
Durante todas as etapas da produção,
exemplos de cordel, conhecemos alguns poemas visuais. Agora, acompanhe o trabalho dos grupos cami-
Nesta seção, usaremos nhando pela sala de aula, orientando-os
em trios, você e os colegas vão criar o próprio poema visual. Si-
dicionário impresso ou
gam as orientações e soltem a criatividade. no que for necessário. Verifique se preci-
on-line, canetas hidrográficas
coloridas, caneta sam de mais exemplos de poemas visuais
Planejamento e produção esferográfica preta e folhas para se inspirar. Seria interessante deixar à
de papel sulfite A4. disposição da turma alguns livros de poe-
Etapa 1
mas visuais, ou permitir que pesquisem na
Reúna-se com seu trio e escolha uma das imagens a seguir para ser a base da internet, caso haja essa possibilidade. In-
produção do poema visual. O objetivo é que ela sirva como inspiração. O impor- centive-os a realizar releituras de poemas
tante é que o nome da imagem escolhida se relacione com as palavras do poema,
já existentes. Uma sugestão é apresentar a
assim como nos poemas visuais estudados nesta Unidade.
eles outros poemas visuais de Guto Lacaz
ou de Fábio Bahia:
oleskalashnik/Shutterstock
Galyna Andrushko/

ƒ LACAZ, Guto. Inveja. São Paulo: Edição


Shutterstock

do Autor, 2015. Disponível em: livro.


page/20V6U3105LP. Acesso em: 18
mar. 2022.
Pôr do sol. Olho.
ƒ A POESIA visual de Fábio Bahia. Revista
Arara – Arte e Literatura na América Latina.
Disponível em: livro.page/21V6U3105LP.
Maggy Meyer/Shutterstock
Alfonso de Tomas/

Acesso em: 18 mar. 2022.


Shutterstock

Guarda-chuva. Leão.
Valadzionak Volha/
Fast Speeds Imagery/

Shutterstock
Shutterstock

Clipe. Sorriso.

105

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 4


EF67LP31 e EF69LP51.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 105


Etapa 2
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
DA BNCC Com a imagem escolhida:
a) pensem no aspecto que querem valorizar no poema visual: o humor, a sonori-
Na proposta de produção textual des-
dade das palavras, a mensagem.
ta seção, evidenciam-se as Competên-
cias específicas de Língua Portuguesa: b) criem alguns versos associados ao nome da imagem e ao aspecto que pretendem
1, que se refere ao reconhecimento da valorizar. Lembrem-se de que, para o poema estar impregnado de linguagem poética,
vocês podem usar uma ou várias palavras de sentido figurado, além de explorar
língua como fenômeno heterogêneo e
recursos sonoros e, principalmente, planejar como as palavras estarão dispostas
elemento fundamental na construção iden-
a fim de que imagem e texto se complementem na construção de sentido.
titária de sujeitos e comunidades; 3, que
destaca a importância do desenvolvimento Etapa 3
da capacidade de ler, escutar e produzir
Verifiquem a melhor forma para a disposição das palavras ou das letras na pá-
textos com autonomia e compreensão; e
gina, considerando que a forma gráfica é fundamental em um poema visual e ajuda
5, que relaciona as variedades linguísticas
a construir os sentidos do texto, pois vai sugerir uma imagem.
aos seus usos sociais.
Neste momento, testem várias possibilidades, discutam bastante, reflitam so-
A habilidade EF67LP31 completa a bre a mensagem, o aspecto, a forma de leitura, a seleção das palavras e a rela-
descrição do trabalho a ser desenvolvido ção delas com a imagem. Elaborem alguns rascunhos e esquemas dos poemas. A
nesta seção, ressaltando o valor da produ- imagem visual vai ajudá-los na decisão. Escrevam e desenhem livremente para as
ção autônoma de poemas, incluindo os vi- ideias se multiplicarem.
suais, que é o caso da atividade proposta,
acompanhada da habilidade EF69LP51,

Fernando Favoretto/Criar Imagem


que destaca a necessidade da participa-
ção ativa dos estudantes no processo de
planejamento, elaboração e revisão de
seus textos.

Elaborar esquemas e rascunhos facilita a organização das ideias e a decisão em grupo.

Revisão e avaliação
Agora, vocês passarão a limpo o poema visual produzido pelo trio. Releiam o
poema e façam os ajustes necessários na forma como ele está disposto na pági-
na, de maneira a criar a imagem desejada. Avaliem se as letras ou palavras estão
posicionadas adequadamente na página e se a presença delas no poema reforça
sentidos. É possível que algumas letras sejam maiores ou menores, como também
em cores diferentes, caso esses recursos valorizem a mensagem poética.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

106 Língua Portuguesa


No dia da exposição, a identificação do nome dos autores será realizada em
uma placa anexa. Essa orientação está mais detalhada a seguir. No entanto, ao fi- ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
nalizar o poema, anotem no verso o nome completo de cada autor.
Se necessário, consultem um dicionário impresso ou on-line para revisar a or- Auxilie os estudantes a elaborarem o
tografia das palavras. Se a escrita das palavras for propositalmente modificada, título da exposição, que pode ser feito re-
ou houver repetição de algumas letras ou palavras, chequem se cada ocorrência cortando as letras uma a uma em papéis
no texto soma sentido ao poema visual produzido.
coloridos, ou escrevendo diretamente em
Conversem entre si para avaliarem se o poema visual está pronto para publi-
cartolina ou papel pardo, a depender do
cação ou se ainda precisa de alguma revisão.
local da exposição. O espaço da mostra
Organizem-se em círculo para que todos os grupos possam mostrar os poemas
deve ser confirmado com o coordenador
visuais à turma. Conversem sobre as produções. O que funcionou bem? Por quê?
ou diretor da escola, para que não concor-
O que precisaria ser alterado? Por qual motivo? Apontem melhorias nos poemas
dos colegas e ouçam com atenção as críticas, os elogios e as sugestões que os
ra com trabalhos de outras turmas.
outros trios fizerem ao poema que você produziu com seu grupo.
Em seguida, façam uma segunda e definitiva versão, com as sugestões dos
colegas incorporadas, e assinem o poema. Essa versão será exposta a todos da
escola, por isso caprichem!

Publicação
Com o professor, você e os colegas vão organizar uma exposição dos poemas
visuais para a comunidade escolar.
Elaborem plaquinhas, em papel sulfite, com o nome completo de cada integrante
do trio e o título do poema para afixar ao lado do poema criado.
Juntos, criem um título chamativo para a exposição, compondo-o com letras
grandes e colocando-o em lugar de destaque para atrair a atenção do público.
Verifiquem com antecedência o melhor local para a exposição e como será feita:
com as folhas de papel penduradas em um varal, afixadas a um painel ou, ainda,
nas paredes do pátio ou corredores.
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens

Mural em corredor de pátio


de escola brasileira, São
Paulo (SP), 2015.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 107


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Fechamento da Unidade
No Fechamento da Unidade, promova
o resgate de conhecimentos. Para o regis-
tro dos conteúdos aprendidos, elabore um
roteiro que passe pelas discussões mais Retomar e avançar
significativas estimulando a memória de
situações de aprendizagem. Você estudou, nesta Unidade, como se configura a linguagem poética no cordel
e em poemas visuais, poemas-objetos e no poema de Manoel de Barros. Estudou
RETOMAR E AVANÇAR: ainda sobre o fenômeno da variação linguística, a grafia de palavras com as letras
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES j e g e produziu poema visual.
1. Resposta pessoal. É importante estimular 1. Esta Unidade colaborou para sua reflexão sobre diversidade cultural?
Não escreva
neste livro
os estudantes a pensarem sobre o que já 2. Cite três aprendizagens que você considera ter incorporado a seu repertório
Use seu
sabiam do assunto e a respeito do que caderno
cultural.
aprenderam ao final deste estudo. 3. Organize seu aprendizado por meio de um quadro de conteúdos. Copie-o no
caderno ou em uma folha maior, para facilitar a consulta em outro momento.
2. Resposta pessoal. Estimule os estu-
dantes a compartilhar experiências de a) Sobre os aspectos sonoros e visuais, iden-
aprendizagem e a conversar sobre pos- tifique qual predomina no poema de cordel MODELO
e qual tem destaque no poema visual.
síveis curiosidades desencadeadas com
base nas leituras realizadas ao longo da b) Como se pode reconhecer traços de orali-
MODELO
Unidade. dade em cordéis?
3. a) O cordel explora a sonoridade das
palavras e o poema visual, a imagética c) E quanto aos poemas visuais? Que elemen-
MODELO
do texto. tos o definem?

3. b) Quando escrito, por meio da grafia


d) De acordo com o que você estudou, por que
das palavras, das marcas do discurso MODELO
se deve combater o preconceito linguístico?
oral e das rimas. Quando falado, no
uso de palavras regionais, na escolha 4. Por que os poemas-objeto revelam o poder criativo de seu autor?
da modalidade informal, pelas rimas e,
5. Converse com um colega sobre o que você teve facilidade e o que restou
geralmente, pelo acompanhamento de de dúvidas ao responder às atividades desta seção. Peça a ajuda dele para
um instrumento musical. responder ao que falta e ajude-o também com as dúvidas dele.
3. c) A relação entre texto e imagem. A
forma imagética do texto, que colabora
para a compreensão da mensagem. Projeto Telejornal: etapa 3
3. d) Porque as variedades linguísticas re-
velam a riqueza da nossa cultura. Além
Agenda cultural
disso, porque com ele aparecem outros
preconceitos, de ordem socioeconômi- Para encerrar esta unidade, dedicada ao campo artístico-literário, você deve criar,
ca, cultural e regional. em grupos de quatro ou cinco integrantes, uma agenda cultural de sua cidade ou re-
gião para ser veiculada no telejornal do projeto anual da turma. Em jornais regionais,
4. Porque revelam que o artista teve olhar é comum a divulgação de eventos culturais como shows, festas típicas, programação
estético para objetos do dia a dia.
5. Resposta pessoal. É importante esse 108
momento de autoavaliação e de com-
partilhamento das dúvidas com um co-
lega. Caso alguma dupla continue com
dificuldade em responder a alguma ati-
vidade, peça àquelas que souberem a
resposta que auxiliem na explicação.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

108 Língua Portuguesa


de cinema e peças teatrais etc. Esse é o momento em que os apresentadores dão as principais infor-
mações sobre os eventos, enquanto na tela da TV aparecem os respectivos cartazes de cada um deles. PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 3
Aproveite a oportunidade para discu-
Planejamento e produção tir a função social de agendas culturais, a
Etapa 1 maneira como cartazes de divulgação são
planejados e como se pode usar a tec-
1. Pesquisem em sites e redes sociais de editoras, museus, centros culturais, secretaria de cul- nologia para a produção e divulgação de
tura ou da própria prefeitura de sua cidade ou estado, eventos culturais que vão ocorrer nos eventos culturais.
próximos seis meses. Verifiquem a pertinência do evento cultural: ele deve se relacionar a
artes visuais, dança, música, teatro ou literatura e, preferencialmente, ser voltado ao públi-
co juvenil. Os eventos podem ser os de sua própria escola, como festa junina, feira cultural, HABILIDADES DA BNCC
festival de talentos, feira de ciências, excursões, formaturas. Esta etapa do projeto dialoga com as
2. Listem o nome dos eventos pesquisados, dos artistas que vão participar deles, o local e a data habilidades EF67LP11 e EF69LP06,
de sua realização. Em seguida, produzam cartazes a serem expostos nos murais da escola uma vez que, para produzir uma agenda
para divulgar as informações. Organizem as informações de maneira clara e coesa e procurem cultural, os estudantes precisam buscar
produzir textos atrativos, com o uso de canetas coloridas ou colagens. informações de eventos culturais, plane-
3. Digitalizem o cartaz em impressora ou escâner da escola, conforme orientações do professor, e jar, elaborar e publicar informações de di-
arquivem essas cópias digitalizadas para posterior uso no Projeto Telejornal. vulgação, considerando os interesses do
público leitor/espectador.
Etapa 2
Redijam um pequeno texto que será lido pelos apresentadores do telejornal, a respeito da agenda
cultural selecionada por seu grupo. Ele deve ser bastante objetivo e ter, basicamente, duas partes:
1. Uma apresentação do assunto, como: “Agora, nossa agenda cultural”.

2. Uma sequência de informações a respeito de cada um dos eventos da agenda.

3. Com o texto em mãos, escolham um membro do grupo para fazer a leitura. Gravem-na em dis-
positivo eletrônico e arquivem as gravações para o Projeto Telejornal.

Revisão e avaliação
Os cartazes, antes de serem finalizados, devem ser corrigidos ortográfica e gramaticalmente,
pois não podem ser expostos com erros. Todos os membros do grupo devem participar da revi-
são dos cartazes. Peça ajuda ao professor. Verifiquem se ficaram bonitos e se chamam a atenção.
O texto elaborado deve também ser revisado pelos membros do grupo. Atenção à pontuação,
que ajuda no momento da leitura. Assistam às gravações realizadas e verifiquem se o tom de voz
está adequado e se não há pausas ou hesitações por parte do apresentador, ou seja, se a leitura
flui com naturalidade. Se necessário, realizem uma nova gravação.

Publicação
1. Os cartazes devem ser expostos em murais da escola. Fiquem atentos para retirá-los após
as realizações dos eventos. Converse com a direção da escola, pois se a agenda for da pró-
pria instituição, eles podem se tornar os cartazes oficiais dos eventos.

2. O texto da agenda cultural, a ser lido no telejornal, e a gravação realizada devem ser arqui-
vados para a etapa final do projeto.

109

SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO
Na perspectiva da avaliação formativa, considere o engajamento de cada estudante
em seu processo de aprendizagem na Unidade, incluindo a verificação da execução de
atividades e a participação nas discussões.
Elabore atividade avaliativa que contemple o gênero literário poético e seus variados
textos trabalhados na Unidade – poema, poema-objeto, cordel e poema visual –, com
suas principais características, estilos e linguagem. Aborde também, nesta atividade, a
questão das variedades linguísticas, relacionando-as aos diferentes usos da língua, retome
o que foi estudado sobre a norma-padrão e o preconceito linguístico e use a ortografia
já conhecida para elaborar situações-problema.
Recomenda-se variar os tipos de verificação e registro de aprendizagem como uma ma-
neira de alcançar a todos, respeitando individualidades. Durante a realização da atividade
proposta, verifique a apreensão dos conteúdos pelos estudantes. Se sentir necessidade,
relembre atividades e discussões realizadas ao longo da Unidade.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 109


CONTEÚDOS E OBJETIVOS DA
UNIDADE
O que é
4
UNIDADE 4

A Unidade 4 deste volume se insere no


campo artístico-literário e visa, dentro do
TCT, à valorização do multiculturalismo
multiculturalismo?
nas matrizes históricas e culturais brasi-
leiras a partir de um trabalho que favore-
ce a fantasia e o imaginário presentes em
histórias de diferentes povos e tradições.
Assim, o objetivo principal desta Unidade
é levar os estudantes a reconhecerem a
estrutura e os elementos necessários para
a produção de textos narrativos e teatrais
e, ao mesmo tempo, compreender a im-
portância das narrativas orais para a for-
mação e afirmação de nossa cultura. Esse
trabalho com elementos multiculturais é
relevante e configura-se como uma política
social de reconhecimento da identidade de
minorias sociais. Desse modo, evidenciar
como a diversidade cultural no Brasil é in- Você já ouviu falar de multiculturalismo? Conhece o sentido dessa
tensa não se trata apenas de um conteúdo palavra?
listado em determinada disciplina, é antes Embora no dia a dia usemos pouco esse termo, estamos muitas ve-
uma forma de desenvolver um posiciona- zes em contato com sua manifestação, afinal, ele faz parte da cultura
mento ético e político de defesa da matriz do nosso país.
multiétnica de todo o país. O multiculturalismo caracteriza nossa sociedade tal qual a conhe-
Na Seção 1, são apresentados protocolos cemos hoje. No Brasil, vivem pessoas das mais diversas origens, como
europeia, africana, asiática, ou seja, pessoas que vieram de diferentes
de leitura como forma de desenvolver a ha-
lugares do mundo e que trouxeram aspectos das suas culturas de ori-
bilidade leitora dos estudantes. Na Seção 2,
gem. Em diversos lugares do território brasileiro, podem-se encontrar
os gêneros conto popular e texto teatral comunidades que se inter-relacionam e convivem com hábitos e cren-
recebem enfoque e são trabalhados os dis- ças distintas.
cursos direto, indireto e indireto livre. Na
Seção 3, fazem parte dos conteúdos abor-
dados linguagens denotativa e conotativa, 1. Que tipo de cultura está retratado na imagem? Que elementos vi-
figuras de linguagem, aposto e vocativo, in- suais representam essa cultura?
terjeição e construção de sentidos por meio
2. Você conhece alguma história ou conto popular que represente a
de recursos que conferem expressividade cultura da região onde você vive? Qual?
de sentimentos, sensações e emoções.
3. Você conhece alguém que mantém tradições diferentes das suas?
Por fim, na Seção 4, a proposta é a cria-
ção de uma fanfic no gênero texto teatral; 4. Em sua opinião, o que significa multiculturalismo?
há, ainda, o desenvolvimento da oralidade,
expressão, corporeidade e do uso de tecno-
110
logias na produção e encenação em grupo.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES


Em roda de conversa, comente com os estudantes que os processos migratórios ocor-
ridos no Brasil, de imigrantes, emigrantes e refugiados, aceleraram o fenômeno do mul-
ticulturalismo no país.
1. Os acessórios usados na representação da mulher negra sugerem elementos da cultura
afrodescendente.
2. Incentive os estudantes a compartilharem suas experiências de modo a diagnosticar e
contextualizar o repertório de histórias e contos populares deles.
3. Leve os estudantes a compartilharem e refletirem sobre as experiências com diferentes
tradições de modo que percebam a multiculturalidade em suas vivências cotidianas.
4. Ouça e acolha as opiniões dos estudantes. Verifique se citam que multiculturalismo se
refere à coexistência de diferentes culturas em um mesmo ambiente, território etc.

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110 Língua Portuguesa


p orâ n e o
em CONHECIMENTOS PRÉVIOS

Tr
Educação para

Te m o nt

ans
Valorização do

aC
Multiculturalismo
Sugerimos que os conhecimentos

ve rs a
nas Matrizes
Históricas
e Culturais
prévios sejam levantados a partir de te-

l
Brasileiras

mas que perpassam o imaginário, uma


vez que ele será a ponte para trabalhar
tanto aspectos da língua como do mul-
ticulturalismo. Para isso, promova uma
roda de conversa para observar o que os
estudantes já conhecem sobre histórias
de diferentes povos que se traduzem em
representações artísticas das mais varia-
das linguagens. Conduza uma conversa na
qual eles se sintam à vontade, construin-
do uma situação menos “formal” em sala
de aula. Pergunte sobre as histórias que
conhecem, de quais mais gostam, onde
as leram ou assistiram, peça que contem
as narrativas que lhes vêm à mente. Faça
perguntas de modo que eles comecem a
refletir sobre as semelhanças e diferenças
entre essas histórias e como isso revela a
riqueza da diversidade cultural que existe
em nosso país. Além de ser uma forma de
mapear os conhecimentos dos estudan-
tes, essa conversa revelará um pouco de
suas preferências, o que pode ajudar não
somente no planejamento da Unidade 4,
como também no fortalecimento de laços
entre professor e estudantes.
Da mesma forma que os estudantes
podem, nessa conversa, citar obras que
valorizam e ressignificam a identidade de
determinada cultura, há a possibilidade de
comentarem sobre narrativas que fazem
parte de uma cultura dominante, ou de
Renata Felinto

uma cultura de massa. Observe se, durante


os estudos desta Unidade, será possível
encontrar ou criar momentos para fazê-los
refletir sobre como a linguagem artística
pode ser usada para criar estereótipos
Renata Felinto. Sem título, 2011. Pintura
em técnica mista, 100 cm x 72 cm. e favorecer uma cultura dominante, bem
como para afirmação, reconhecimento e
resistência de costumes, crenças, culturas
111
e identidades de minorias sociais.

COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL DA BNCC


Competência geral: 7.
Competências específicas de Linguagens: 2 e 5.
Competências específicas de Língua Portuguesa: 9.
Habilidades: EF06LP11, EF67LP20, EF67LP27, EF67LP28, EF67LP29, EF67LP30,
EF67LP32, EF67LP33, EF67LP37, EF67LP38, EF69LP06, EF69LP44, EF69LP45,
EF69LP46, EF69LP47, EF69LP48, EF69LP49, EF69LP50, EF69LP51, EF69LP52,
EF69LP53 e EF69LP54.
Tema Contemporâneo Transversal: Educação para Valorização do Multiculturalismo
nas Matrizes Históricas e Culturais Brasileiras.

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Língua Portuguesa 111


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Caminhos
A seção Caminhos tem como finalidade
trazer para os estudantes um panorama
geral dos trajetos propostos na Unidade.

Irene Abdou/Alamy/Fotoarena
Assim, para que eles construam uma re- Nesta Unidade, você vai pôr em
lação mais consciente acerca dos conhe- prática alguns procedimentos:
cimentos que serão trabalhados, leia os „ realizar uma discussão sobre a
boxes desta seção de forma coletiva, pro- recepção de uma peça teatral;
porcionando o diálogo e a participação „ comparar a estrutura narrativa
ativa. Aproveite esse momento para que de textos de diferentes gêneros;
compartilhem dúvidas, questionamentos e „ escrever o clímax e o desfecho
façam contribuições. de um conto popular;
Para estimular a conversa, comente so- „ ler um conto popular à seme-
bre os universos de fantasia construídos lhança do que fazem os griôs
Griôs, tradicionais contadores de
nas mais diversas manifestações artísticas. histórias do continente africano. africanos;
Nesse momento, peça que citem obras (li- „ comparar personagens da fan-
vros, animes, filmes etc.) que retratam o tasia em diferentes produções
imaginário e a história de determinado Os objetivos de aprendizagem desta artísticas;
povo. A partir disso, converse sobre como Unidade são: „ identificar figuras de linguagem
uma expressão artística carrega valores, „ reconhecer os elementos neces- em textos;
sentimentos, crenças, vivências, normas e sários para a construção de uma „ produzir e encenar um texto
impulsos de uma comunidade. Essa ati- narrativa; teatral em grupo.
vidade criará uma abertura para a valo- „ identificar os tipos de discurso e
rização do multiculturalismo, tema desta vozes em narrativas;
Unidade. „ compreender a importância de
narrativas tradicionais orais para a
transmissão da cultura e dos ensi-
namentos de uma comunidade;
„ reconhecer a estrutura de um texto
teatral;
„ produzir textos teatrais;
„ estabelecer práticas para desenvol-
ver o hábito de ler.

Vamos criar
hábitos de
leitura!

112

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112 Língua Portuguesa


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Kiselev Andrey Valerevich/Shutterstock


Referente aos recursos para a realiza-
ção das atividades, além de caderno, ca-
neta e lápis coloridos, serão necessários
roupas e acessórios para compor figurinos,
uma vez que a proposta é trabalhar o tex-
to teatral a partir de uma situação real.
Isso fará com que os estudantes se apro-
Para esta Unidade, você preci- priem do gênero e exerçam protagonismo
sará de alguns recursos: A magia do teatro e autoria. Veja a possibilidade de trabalhar
roupas e acessórios para
também depende dos também com instrumentos musicais e de
„ figurinos certos.
compor figurino; usar aparelhos celulares ou câmeras para a
realização de fotografias e vídeos durante
„ instrumentos musicais;
o processo, o que ajudará a garantir um
„ aparelhos celulares ou câme-
ensino multimodal que leve em conta a va-
ras para foto e vídeo;
riedade dos modos de comunicação. Para
„ lápis coloridos. isso, sugerimos, se possível, conversar com
os responsáveis dos estudantes sobre os
recursos necessários e com a coordenação
ou direção escolar. Esse diálogo pode faci-
litar a obtenção desses recursos, evitando
A finalidade desta Unidade é conduzir
que estudantes deixem de participar por
você aos universos de fantasia que compõem
o imaginário dos povos em suas histórias e
não ter figurino ou celular, por exemplo.
que se traduzem em representações artís- Por fim, as propostas de atividades que
ticas das mais diversas linguagens: teatro, visam à produção e à encenação de um

Digital Arts/Shutterstock
literatura e cinema. Espera-se direcionar sua texto teatral em grupo podem se tornar
atenção para os elementos multiculturais em ponto de partida para a realização de pro-
nossa forma de ver o mundo. jetos artísticos na escola, o que contribui,
de certo modo, para a valorização do mul-
ticulturalismo não apenas entre os sextos
anos, mas em toda a escola. Se a escola já
possuir um projeto de teatro, por exemplo,
busque parcerias com os professores e/ou
Vamos
conhecer estudantes do projeto para a realização
personagens das atividades propostas nesta Unidade.
LightField Studios/Shutterstock

do mundo
da fantasia.

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Língua Portuguesa 113


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Com base nas atividades, é possível


estabelecer um panorama das práticas
de leitura da turma. Acolha e valorize as
1 Estudo e pesquisa

práticas de leitura on-line, os gêneros de


que gostam e outras preferências, pois
elas serão úteis para o desenvolvimento A leitura como um hábito
de atividades complementares. Além dis-
so, o universo dos estudantes traz práticas Muito se diz da importância da leitura, especialmente a literária. Sabemos que,
por meio dela, temos acesso a universos desconhecidos e a visões de mundo di-
de leitura muitas vezes desconhecidas ao
ferentes da nossa, o que amplia o conhecimento do leitor. Entretanto, nem sempre
professor, mas que podem ser estímulos e
é fácil adotar o hábito da leitura, já que a literatura apresenta muitos desafios ao
porta de entrada para a inclusão da prática
leitor: concentração, tempo etc.
da leitura literária.
Nesta seção, você conhecerá algumas práticas de leitura para ajudar seu pro-
cesso de desenvolvimento dessa habilidade.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
Antes de conhecer novas práticas de leitura, é necessário refletir sobre aque-
ORIENTAÇÕES las que você já tem, além de pensar em como você se relaciona com a literatura.
1. Resposta pessoal. Aproveite a oportuni- Primeiro, pense individualmente nas questões a seguir e registre suas respostas
dade para discutir com os estudantes o no caderno. Depois, compartilhe-as com a turma.
caráter inédito dos textos literários, o as- Não escreva 1. Você já leu textos que lhe causaram estranhamento, seja pelo tema desco-
pecto criativo da linguagem e dos temas. neste livro
nhecido, seja pela linguagem diferente daquela que costuma usar?
Use seu
2. Resposta pessoal. Discuta com os es- caderno
2. Você tem o hábito de ler textos literários com frequência? Explique.
tudantes o valor da fruição da leitura
literária. 3. Quando busca um livro, que tipo de histórias gosta de ler? Para você, o que
é uma boa história a ser lida ou contada?
3. Resposta pessoal. Incentive os estudan-
tes a comentar as características dos

tairome/Shutterstock
textos que gostam de ler de maneira
livre e espontânea.

O início do hábito da leitura ocorre com a escolha de gêneros que nos dão prazer. Pode ser fantasia,
histórias em quadrinhos, terror, poesia e tantos outros.

114

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 1


EF67LP28 e EF69LP49.

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114 Língua Portuguesa


Práticas de leitura ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Para refletir sobre diferentes práticas de leitura, leia o texto a seguir e faça o
que se pede. Auxilie os estudantes a construir a se-
quenciação de leitura por meio da prática
de leitura coletiva de textos. Ao final de
O cágado e a festa no céu cada parágrafo, promova um momento
Uma vez houve três dias de festa no céu; todos os bichos lá foram; mas nos para análise e interpretação oral, com per-
dois primeiros dias o cágado não pôde ir, por andar muito devagar. Quando os guntas estruturadas anteriormente sobre
outros vinham de volta, ele ia no meio do caminho. No último dia, mostrando
ele grande vontade de ir, a garça se ofereceu para levá-lo nas costas. O cágado
o texto.
aceitou, e montou-se; mas a malvada ia sempre perguntando se ele ainda via a
terra, e quando o cágado disse que não avistava mais a terra, ela o largou no ar Cágado: jabuti, ATIVIDADES: RESPOSTAS E
e o pobre veio rolando e dizendo: réptil que
tem carapaça
ORIENTAÇÕES
“Léu, léu, léu, se eu desta escapar, nunca mais bodas ao céu...” dividida em 1. O animal cágado é descrito com carac-
E também: “Arredem-se, pedras, paus, senão vos quebrareis.” As pedras e cores preta e
amarela. terísticas físicas reais, mas é retratado
paus se afastaram, e ele caiu; porém todo arrebentado. Deus teve pena e juntou Bodas: festa
os pedacinhos e deu-lhe de novo a vida em paga da grande vontade que ele teve de casamento,
com comportamento humano.
de ir ao céu. Por isso é que o cágado tem o casco em forma de remendos. celebração de
casamento. 2. a) A garça manifestou maldade ao ofe-
FUKS, Rebeca. 11 contos populares comentados. Cultura Genial.
Disponível em: livro.page/1V6U417L. Acesso em: 5 mar. 2022.
Arredar: afastar, recer carona ao cágado e soltá-lo ao
desviar.
chegar no céu. O cágado demonstrou
1. O conto popular que você leu mistura realidade e imaginação. Identifique
inocência e confiança na garça.
Não escreva
elementos relacionados a cada um deles. neste livro
2. b) Deus juntou os pedaços da carapaça
Use seu
2. Ao longo dessa história, o conto popular explora perfis humanos personifi- caderno do cágado que havia se quebrado ao
cando animais. cair no chão.
a) Que traços positivos e negativos estão expressos nessas representações?
b) Como a empatia se manifesta na história? 3. No contexto da história, vê-se que o cá-
gado se encontra em uma situação difícil
3. Ao ser lançado no ar pela garça, o cágado começa a cantar. Como essa brin-
cadeira colabora para o efeito de humor na história? e não se desespera, canta uma canção
que parece uma promessa para o futuro.
4. Agora, releia os trechos a seguir.
4. a) Não se pode precisar quando a histó-
I. Uma vez houve três dias de festa no céu. ria acontece, sabe-se que é um passado
II. Por isso é que o cágado tem o casco em forma de remendos. remoto. É um tempo incerto, como se
a) É possível precisar o tempo em que ocorre a história? Justifique sua resposta.
fosse um tempo inaugural.
b) O termo por isso colabora para reforçar o objetivo comu- 4. b) “Por isso” introduz uma explicação,
nicativo do conto. Qual é ele? E o sapo indica que o conto tem o objetivo de
admirava o céu,
c) Considerando as respostas anteriores, comente duas das na esperança explicar a aparência do cágado.
características do gênero conto popular. de participar da
5. Você gosta de contos populares? Já leu algum livro desse
festança. 4. c) O gênero conto popular, por vezes,
gênero? Compartilhe sua experiência de leitura. apresenta um tempo narrativo que se
6. Durante a leitura do texto, você usou alguma estratégia para refere a um passado remoto e uma ex-
compreendê-lo? Qual foi? plicação sobre algo; nesse caso, o obje-
7. As perguntas de interpretação o ajudaram a compreender tivo é de explicar a aparência de um ser.
Jerry Morse/
Shutterstock

a história, os recursos linguísticos usados e o gênero? 5. Resposta pessoal. Estimule os estudan-


Explique.
tes a comentarem leituras que já fize-
ram, suas preferências e seus gostos.
115
6. Resposta pessoal. Verifique como os
estudantes identificam pontos de com-
preensão do texto, pois é comum que
relatem dificuldades na interpretação
textual, necessitando voltar muitas ve-
zes ao parágrafo para acompanhar o
sequenciamento das ideias.
7. Resposta pessoal. Verifique se os estu-
dantes compreenderam os elementos
textuais discutidos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 115


A compreensão de um texto tem muitas
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS etapas. É importante experimentar cada uma
delas para, aos poucos, desenvolver a habili-
Explore estes métodos para iniciar a dade da leitura.

Pagina/Shutterstock
leitura de textos narrativos com os estu- A seguir, você conhecerá alguns métodos
dantes e pergunte a eles quais métodos para iniciar a leitura de textos narrativos.
já utilizavam e se têm outros. Leve alguns
livros para exemplificar os tópicos, mos-
1
trando e discutindo sobre como e onde Sobrevoar o livro
aparecem o título, o nome do autor, as Faça uma leitura da capa, da contraca-
ilustrações, o texto da quarta capa, o pre- pa, das orelhas e das páginas iniciais para
fácio etc. Se puder, mostre também a eles conhecer o título, o autor, as ilustrações e a
um diário de leitura. sinopse da história. Assim, você poderá criar
expectativas sobre o que vai acontecer.

Lembre-se
Ler é uma
habilidade,
por isso, seu 2 Leia o prefácio, quando houver
hábito precisa O prefácio, geralmente, não é escrito pelo autor do livro,
ser cultivado de
mas por alguém que leu a obra e fornecerá informações im-
forma gradativa.
portantes sobre ela, além de expor uma apreciação que pode
despertar sua curiosidade para a leitura.

3 Tenha um diário de leitura


Nele, você pode anotar impressões,
interpretações e apreciações sobre o li- 4 Escolha um momento do dia para ler
vro que estiver lendo e até mesmo copiar
Nosso dia tem uma rotina e, nela, é im-
trechos de que você gostou.
portante organizar o que precisamos fazer.
Assim como tomar banho é um hábito que,
geralmente, tem um horário, a leitura pode
seguir esse método.

5 Deixe dispositivos
eletrônicos longe de você
A leitura literária é um momento de calma, pois o processo de ler
não é rápido como você está acostumado no mundo virtual. Para con-
seguir essa concentração, durante o tempo de leitura, deixe os dis-
positivos eletrônicos no modo silencioso e bem longe de você, afinal,
sabemos que é difícil resistir a uma notificação.

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116 Língua Portuguesa


Leitura de textos
2 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A Seção 2 tem como enfoque o tra-


balho com dois gêneros: conto popular e
texto teatral. Nas atividades que os en-
volvem, sugerimos que evidencie para os
estudantes os elementos narrativos de
Nesta seção, você lerá um conto popular e um texto teatral que mostram a cada gênero e como esse trabalho com a
diversidade da cultura brasileira. Ambos os textos foram escritos por mulheres: o linguagem revela aspectos da diversidade
conto popular, por Ana Maria Machado, traz uma história contada oralmente por da cultura brasileira.
sua família e que ela registrou, portanto, faz parte de uma cultura popular; e o
Em um primeiro momento, indicamos
texto teatral, escrito por Maria Clara Machado.
que as Leituras 1 e 2 – texto “Pimenta no
cocuruto” e trecho de A bruxinha que era
Leitura 1 boa – sejam oralizadas, uma vez que es-
ses gêneros remetem à tradição oral. Veja
Conto popular a possibilidade de, em outro momento,
oportunizar aos estudantes uma expe-
Ana Maria Machado é uma importante colecionadora de histórias. Em
riência de leitura, buscando realizá-las em
sua carreira de escritora, ela ouviu muitos relatos de sua família e de outras
outros espaços da escola (no pátio, no jar-
pessoas com quem conviveu em diferentes lugares. Depois, ela registrou
dim, na sala de leitura, na biblioteca etc.).
várias dessas histórias em livros que encantam leitores de todas as idades.

RJC Cartoons/Shutterstock
Assim, eles podem se entregar mais aos
Pimenta no cocuruto textos por se sentirem mais à vontade e
Esta é uma história que eu conto, mas não sei quem inventou. Quem até lerem em voz um pouco mais alta para
me contava era minha avó, quando eu era bem pequena. E, antes, quem si mesmos, percebendo e sentindo a im-
contava para ela era a avó dela. E eu passo adiante para ninguém esquecer, portância da palavra vocal nesses gêneros.
porque isso ia ser uma pena.
A protagonista
Era uma vez uma galinha que estava ciscando no terreiro, catando no chão deste conto! TEMA CONTEMPORÂNEO
alguma minhoca perdida ou qualquer coisa para comer. Não era muito esperta, e se
assustava à toa, como você logo vai ver.
TRANSVERSAL
Pois bem. Um dia ela estava ciscando debaixo da pimenteira, e, de repente, caiu O Tema Contemporâneo Transversal
uma pimenta bem no alto da cabeça dela, bem no cocuruto. Ela levou um susto Educação para Valorização do Multi-
danado e saiu correndo. culturalismo nas Matrizes Históricas e
Quase esbarrou no galo e foi logo gritando: Culturais Brasileiras perpassa diferentes
— Corre, corre, compadre galo, que o mundo vai se acabar! páginas desta Unidade; contudo aqui há um
— Quem foi que lhe disse, comadre galinha? destaque, por se tratar da apresentação de
— Quem me disse foi meu cocuruto, que tudo adivinha. dois textos escritos por mulheres brasileiras,
illMad/Shutterstock

O galo saiu correndo. Logo adiante encontrou o pato e cujos trabalhos retomam o imaginário e a
avisou: cultura popular.
— Corre, corre, compadre pato, que o mundo vai se acabar!
— Quem foi que lhe disse, compadre galo?
Muitas vezes são os adultos da
— Quem me disse foi comadre galinha, quem disse a comadre família que colocam as crianças em
galinha foi seu cocuruto, que tudo adivinha. contato com o mundo da fantasia.

117

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 2


EF67LP20, EF67LP27, EF67LP28, EF67LP29, EF69LP44, EF69LP45, EF69LP46 e
EF69LP47.

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Língua Portuguesa 117


O pato saiu correndo. Logo adiante encontrou o marreco e avisou:
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR — Corre, corre, compadre marreco, que o mundo vai se acabar!
— Quem foi que lhe disse, compadre pato?
ƒ FREYRE, Gilberto. Casa-Grande &
— Quem me disse foi compadre galo, quem disse a compadre galo foi comadre
senzala. 42. ed. Rio de Janeiro: Re- galinha, quem disse a comadre galinha foi seu cocuruto, que tudo adivinha.
cord, 2001. O marreco saiu correndo. Logo adiante encontrou o peru e avisou:
Nesta obra, Freyre faz uma análise — Corre, corre, compadre peru, que o mundo vai se acabar!
sobre a constituição do Brasil, conside- — Quem foi que lhe disse, compadre marreco?
rando-o um país formado por uma ma- O MUNDO — Quem me disse foi compadre pato, quem disse a compadre pato foi
triz multiétnica, ou seja, formado por uma compadre galo, quem disse a compadre galo foi comadre galinha, quem
disse a comadre galinha foi seu cocuruto, que tudo adivinha.
diversidade cultural muito intensa. Esse
O peru saiu correndo. Logo adiante encontrou o porco e
estudo ajuda a entender o multicultura-
avisou:
lismo sob o ponto de vista político e so-
— Corre, corre, compadre porco, que o mundo vai se acabar!

ALEXEY GRIGOREV/
Shutterstock
ciológico, a partir de um posicionamento — Quem foi que lhe disse, compadre peru?
ético vinculado às reivindicações e con- — Quem me disse foi compadre marreco, quem disse a
quistas das chamadas minorias sociais. compadre marreco foi compadre pato, quem disse a compa-
Ilustrações dre pato foi compadre galo, quem disse a compadre galo foi
representativas
do texto.
comadre galinha, quem disse a comadre galinha foi seu cocuruto, que tudo adivinha.
O porco saiu correndo. Logo adiante encontrou a cabra e avisou:
— Corre, corre, comadre cabra, que o mundo vai se acabar!
— Quem foi que lhe disse, compadre porco?
— Quem me disse foi compadre peru, quem disse a compadre peru foi compadre
marreco, quem disse a compadre marreco foi compadre pato, quem disse a compadre
pato foi compadre galo, quem disse a compadre galo foi comadre galinha, quem disse
a comadre galinha foi seu cocuruto, que tudo adivinha.
A cabra saiu correndo. Logo adiante encontrou o
cachorro e passou o aviso para ele, que passou para
VAI o gato, que passou para o papagaio, que passou para
a vaca, que passou para o cavalo, que passou para a
pomba, que passou para a andorinha. A andorinha viu
um homem descansando embaixo de uma árvore e tratou de avisar:
schwarzhana/
Shutterstock

— Corre, corre, compadre homem, que o mundo vai se acabar!


— Quem foi que lhe disse, comadre andorinha?
— Quem me disse foi comadre pomba, quem disse a comadre
pomba foi compadre cavalo, quem disse a compadre cavalo foi co-
madre vaca, quem disse a comadre vaca foi compadre papagaio,
quem disse a compadre papagaio foi compadre gato, quem disse
a compadre gato foi compadre cachorro, quem disse a compa-
dre cachorro foi comadre cabra, quem disse a comadre cabra
foi compadre porco, quem disse a compadre porco foi compadre
Liusa/
Shutterstock

peru, quem disse a compadre peru foi compadre marreco, quem disse a
compadre marreco foi compadre pato, quem disse a compadre pato foi
compadre galo, quem disse a compadre galo foi comadre galinha, quem
disse a comadre galinha foi seu cocuruto, que tudo adivinha...
ACABAR!!!
Quando chegava esse pedaço da história, era difícil lembrar de todos os
bichos na ordem certa.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

118 Língua Portuguesa


Cada vez que a vovó contava, ela inventava uns bichos diferentes. Às vezes
falava em coelho, em rato, em jumento, ficava complicado... Mas aí já estava ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES

Memo Angeles/Shutterstock
chegando o final, e ficava mais fácil.
E o final era mais ou menos assim: 1. a) A protagonista é a galinha.
Então o homem olhou e viu aquele monte de bichos correndo, um
atrás do outro. E achou que o mundo estava mesmo se acabando e 1. b) Avó, galo, peru, pato, porco, cabra,
que o melhor era correr atrás da bicharada, mesmo sem saber para cachorro, papagaio, gato, vaca, marreco,
onde. E saiu correndo. Aí tiveram que atravessar uma velha ponte pomba, cavalo, andorinha, coelho, rato,
de tábuas em cima de um córrego. Uma tábua estava meio solta, jumento e o homem.
o homem pisou de mau jeito, caiu e quebrou a perna.
Os bichos todos pararam em volta, com pena dele, e co- 1. c) O grande número de animais ajuda
meçaram a discutir: a história a ficar mais longa e tornar-se
— Viu só? Você é que foi o culpado... Se não tivesse vindo com mais interessante e cômica por causa da
essa correria apavorada... repetição e da adição gradativa desses
— Eu, não. Eu só disse para você que o compadre me disse... personagens. Quanto mais animais, mais
— Não, a culpa é dela... repetição e maior o ritmo da história.
E se dividiram em dois grupos: um acusava a galinha, porque tinha come-
çado tudo, outro apontava a andorinha, que tinha ido assustar o homem, coitadinho 1. d) Não. Existe uma situação de improvi-
dele. Quando chegava nesse ponto da história, vovó olhava para a criançada toda so e de adaptação da história pela avó.
reunida e perguntava: Isso pode ser comprovado no trecho:
— E vocês? De quem acham que é a culpa?
ENTÃO, É “Cada vez que a vovó contava, ela in-
Aí a gente aprendia que a história pode ter muitos VERDADE??? ventava uns bichos diferentes. Às vezes
finais diferentes.
falava em coelho, em rato, em jumen-
Se alguém dizia que a culpa era da andorinha, logo
to, ficava complicado... Mas aí já estava
ouvia de volta:

Memo Angeles/Shutterstock
— Cabeça-de-vento é quem assim tão mal adivinha...
chegando o final, e ficava mais fácil.”.
Se alguém dizia que a culpa era da galinha, logo ouvia
de volta:
— Titica na cabeça tem quem assim tão mal adivinha...
E só depois de ouvir a história muitas vezes, sem nunca adi-
vinhar bem, é que um dia um de nós teve a ideia de dizer que Ilustrações
a culpa era do homem, que não tinha nada que sair por aí feito representativas
do texto.
um bobo correndo atrás de uma fileira de bichos, com medo
do mundo se acabar.
— A culpa é do homem!
— Isso mesmo! Quem apavorado some bem depressa se
consome.

MACHADO, Ana Maria. Pimenta no cocuruto. In: Histórias à brasileira,


vol. 1. São Paulo: Cia. das Letrinhas, 2002. p. 71-75.

1. Após a leitura do conto popular “Pimenta no cocuruto”, responda às ques- Não escreva
tões a seguir. neste livro
Use seu
a) Quem é a protagonista da história contada pela avó? caderno
b) Quais são os outros personagens que aparecem nessa história?
c) Qual é a importância desse número de personagens para a contação da
história?
d) Esses mesmos animais aparecem todas as vezes que a avó conta essa his-
tória? Justifique sua resposta.

119

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 119


Não escreva 2. Ainda sobre a história contada pela avó, identifique:
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro
a) o conflito da história, momento em que um acontecimento
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno começa a desenrolar a narrativa;
2. a) É quando a pimenta cai na cabeça da b) por que a história ganha o rumo inusitado do fim do mundo;
galinha. c) o trecho do texto que demonstra o motivo desse rumo inu-
2. b) Por causa da interpretação da galinha. sitado da história;
Ana Maria Machado nasceu
Ela entende que a pimenta é um pedaci- d) o desfecho da história.
em Santa Teresa, no Rio de
nho do mundo e, então, que ele está se Janeiro. Aos 23 anos formou-se 3. Releia o final da história.
despedaçando e caindo. em Letras Neolatinas e estudou Quem apavorado some bem depressa se consome.
no Museu de Arte Moderna do
2. c) “— Quem me disse foi meu cocuruto, Rio de Janeiro e no MoMA, em 4. Os contos nasceram da tradição oral e era comum que fos-
que tudo adivinha.” Nova York. Em sua carreira, deu sem usados para ensinar algo a quem os ouvia. Nesse conto
aulas em escolas particulares popular, que ensinamento você identifica?
2. d) Na versão contada, a culpa é do ho- e em universidades, inclusive
mem. Mas já sabemos que o final da his- na Sorbonne, na França, e em
tória fica em aberto para o leitor, porque Berkeley, na Califórnia. Ficou
ninguém quer julgar a culpa, já que seria exilada em Paris, onde escreveu
O livro A África recontada para crianças
chamado de cabeça de vento ou teria para revistas e para a BBC de
Londres e cursou o doutorado. é uma antologia de contos populares e
titica na cabeça. A avó deixa os ouvintes fábulas contadas ou escritas em países

artin Claret
De volta ao Brasil, seguiu
decidirem, mas coloca essa condição. carreira no jornalismo, deixou africanos falantes de língua portuguesa:
a profissão para se dedicar à Angola, Moçambique, Guiné-Bissau,
3. Se possível, releia com os estudantes

Reprodução/M
escrita e, em 1977, ganhou Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Ao
e em voz alta o final da história, para seu primeiro prêmio. Desde ler a obra, você terá a oportunidade de
valorizar o aspecto oral do texto. Auxi- então, já recebeu muitos outros, conhecer como se caracteriza o conto
popular em diferentes culturas com um Capa da obra A África
lie-os a identificar a relação sonora entre inclusive o Hans Christian recontada para crianças,
ponto em comum: a língua portuguesa.
“some” e “consome”. Comente que a Andersen e o Jabuti, duas das de Avani Souza Silva.
rima é um recurso frequentemente usa- mais importantes premiações
literárias que existem. Seu 5. Agora, em seu caderno, transcreva as afirmações com ca-
do em ditados populares, que seguem mais recente reconhecimento,
um modelo muito parecido com a frase racterísticas do gênero conto.
o Prêmio FNLIJ (Fundação
que encerra o conto. Nacional do Livro Infantil e „ Narrativa curta e com conflito narrativo.
Juvenil), foi recebido em 2016, É um texto com rimas.
4. Resposta pessoal. Alguns ensinamentos „

na categoria Reconto, com o „ Apresenta espaço, tempo, personagem, ambientação e falas.


presentes são: histórias falsas podem se livro Histórias russas. A autora é
„ É um texto que tem apenas personagens e tempo.
propagar de forma muito rápida se a es- membro da Academia Brasileira
palharmos sem checar se são verdadei- de Letras. 6. O que mais chamou a sua atenção na história?
ras; é errado julgar alguém conhecendo
Thomas SAMSON/AFP

Ao contar uma história, seja oralmente, seja por escrito, exis-


apenas uma parte da história; quando tem alguns elementos que estruturam seu enredo. Você já apren-
espalhamos histórias falsas também deu que o enredo contém uma situação inicial, um conflito, do
somos culpados pelo desfecho que ela qual a história começa a ganhar uma tensão; um clímax, que é
pode ter. Neste ponto, faça um paralelo o ponto de maior tensão da história; e o desfecho, que é a fi-
com acontecimentos da realidade dos nalização da história. Outros elementos que ajudam a estruturar
estudantes, como fofocas e mesmo al- o enredo são os personagens; o tempo em que a narrativa se
gumas fake news que chegam via redes desenrola; o espaço, que é todo o ambiente onde a história se
sociais e aplicativos de mensagens e passa; o  narrador, seja um personagem da história, ou apenas
que são espalhadas sem se confirmar, Ana Maria Machado. um observador dela, que pode ser um importante modificador do
antes, se são verdadeiras. Ou destaque enredo; e a linguagem da história.
a frase final: “Quem apavorado some
bem depressa se consome”. Nela, há a 120
sugestão de que as pessoas que não
são vistas, que seguem as outras ou que
seguem modas saem da cena e não são
lembradas, desaparecem rapidamente.
5. Narrativa curta e com conflito narrativo.
Apresenta espaço, tempo, personagens,
ambientação, falas. Explique aos estu-
dantes que nem todo conto precisa de
falas; por isso, não se trata de uma fór-
mula ou de uma regra sobre a estrutura-
ção de um conto, mas de características
comuns a esse tipo de história.
6. Resposta pessoal. Apoie os estudantes
no diálogo com a história e incentive-os
a refletirem sobre o que acharam mais
interessante (personagens, estilo, estru-
tura etc.).
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120 Língua Portuguesa


Esses elementos também são importantes para a construção da tensão e do
desfecho da história, e, claro, você os dominará aos poucos, com a prática da DEIXAR FLUIR:
criação de histórias ao longo de sua vida escolar. Leia o esquema a seguir, que RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
apresenta cada um deles.
Seria interessante se os estudantes pu-
principais dessem assumir o papel de contadores de
personagens
espaço cenário e ambiente histórias. É possível organizar o mês da
secundários
contação de histórias, com uma ou duas
histórias contadas em cada final de aula.
narrador-personagem Elementos narrativos enredo sequência narrativa Assim, todos os estudantes, que queiram e
1a pessoa se sintam à vontade, poderão contar suas
narrador-observador
narrador
cronológico do relógio histórias para a turma. Estimule a oralização
tempo e a interpretação das histórias. Sugerimos
gêneros
narrador onisciente 3a pessoa psicológico da mente dos usar como inspiração o vídeo com versão
personagens
sabe tudo sobre o
um pouco diferente da história “Pimenta no
enredo, inclusive os cocuruto”, mas igualmente divertida:
pensamentos dos
personagens
terror drama suspense ficção científica fantasia ƒ O CÉU está caindo. Brasil: Era Uma; Fo-
toPipo, [s.d]. 1 vídeo (5 min.). Dispo-
nível em: livro.page/33V6U4121LP.
Acesso em: 30 mar. 2022.
Deixar fluir
1. a) e b) Se fizer parte da mesma comu-
Histórias de tradição de família nidade dos estudantes, ajude-os a re-
Você conhece pessoas que são contadoras de histórias?
cuperar e/ou descobrir histórias de sua
Os contadores de histórias são responsáveis por manter viva
a memória cultural das comunidades por meio de suas narrativas. região e pessoas que as contam. Esse
Essas pessoas assumem a posição de propagadoras de histórias movimento pode ser importante para
que divertem, ensinam e trazem reflexões para toda a sociedade. que professor e estudantes construam
No conto “Pimenta no cocuruto”, a avó da narradora é uma conhecimentos a partir da realidade em
contadora de histórias. Em um momento do texto, vemos a nar-
radora dizer que essa história lhe foi contada por sua avó e, com
que vivem.
base nela, a reconta para nós, os leitores. Elementos narrativos 2. Com relação aos recursos sonoros,
É importante destacar os
1. Você consegue se recordar de histórias que são con- busque dar exemplos a partir das histó-
três elementos narrativos a
tadas na sua comunidade? Pode ser uma história con- seguir. rias trabalhadas na Unidade ou mesmo
tada por familiares ou amigos. outras que considerar pertinentes para
„ O narrador é quem conta a
a) Quem são as pessoas que contam essas histórias? história. Ele pode somente esse trabalho com os estudantes.
b) Escolha uma dessas histórias que você ouviu e pes- observar os acontecimen-
quise sua origem. tos ou também comentar as
situações que estão sendo
2. Em seguida, recupere essas narrativas e faça um mo-
narradas.
mento de contação de histórias com os colegas. No
momento de contação, informe quem é a pessoa que „ O personagem participa
lhe contou essa história. da história.
„ Narrador e personagem fa-
„ Durante a contação da história, procure interpretar
zem parte de um discurso,
os personagens. Use recursos sonoros para deixar
que é o processo de comu-
sua história envolvente (timbre, entonação da voz,
nicação capaz de construir
velocidade da fala).
sentido.

121

HABILIDADES DA BNCC
O boxe Deixar fluir se relaciona com as habilidades EF69LP46 e EF69LP52 por propiciar
tanto a prática de compartilhamento de leitura e recepção de manifestações artísticas como
a representação de textos dramáticos levando em consideração aspectos da palavra vocal
(timbre, tom, entonação, expressividade etc.). Há relação também com a habilidade EF69LP53,
por privilegiar a leitura em voz alta de textos literários a partir da realização de uma pesquisa
de histórias contadas na comunidade, dialogando também com a habilidade EF67LP20.

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Língua Portuguesa 121


Leitura 2
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Comente com os estudantes que, no Texto teatral


trecho do texto, não estão presentes todos Bruxas e bruxos fazem parte do imaginário popular em muitas partes do mundo.
os personagens apontados. Em geral, há Nesta leitura, você conhecerá um trecho da história do texto teatral A bruxinha que
essa apresentação e os personagens vão era boa, de Maria Clara Machado. Escrita em 1954, a protagonista dessa história
aparecendo ao longo do texto. é a bruxinha Ângela, que tem um comportamento diferente das outras bruxas da
sua escola e sofre muito nas mãos delas. No trecho, você conhecerá alguns perso-
HABILIDADES DA BNCC nagens e a parte inicial dessa história infantojuvenil clássica, que já teve diversas
montagens teatrais desde 1958 e foi apresentada em mais de cinco países, en-
A atividade de leitura do trecho de
cantando pessoas de todas as idades. Conheça os personagens da peça a seguir.
A bruxinha que era boa envolve as ha-
bilidades EF67LP29 e EF69LP44, pois BRUXINHA ÂNGELA, a Bruxinha que era boa
os estudantes, além de serem levados a BRUXINHA CAOLHA, a pior de todas
identificar personagens do texto dramático BRUXINHA FREDEGUNDA
e a perceber sua organização textual, po- BRUXINHA FEDOROSA
derão reconhecer, em um texto de caráter BRUXINHA FEDELHA
literário, formas de estabelecer diferentes BRUXA-INSTRUTORA ou BRUXA-CHEFE
olhares sobre determinada cultura. BRUXO BELZEBU, Sua Ruindade Suprema
VICE-BRUXO
PEDRINHO, o lenhador

(Cenário único)
(Uma floresta)
Marlon Thor

Veem-se as cinco bruxinhas em fila, e a Bruxa-Instrutora de costas. Todas estão montadas


em vassouras. A de costas, que é a Bruxa-Chefe, apita, e as bruxinhas dão direita-volver. A
Bruna-Instrutora dá outro apito. As bruxinhas começam a cavalgar em torno da cena, sempre
montadas em suas vassouras. A Bruxa-Instrutora torna a apitar; elas param.
A última bruxinha da fila é diferente das outras. Debaixo da roupa preta de bruxa,
emoldurado por cabelos estranhamente louros (as outras têm cabelos pretos e roxos des-
grenhados), surge um rostinho angélico: é a Bruxinha Ângela. Voa com grande prazer
na sua vassoura e monta com elegância, enquanto suas irmãs voam como verdadeiras
bruxas; gargalhadas e movimentos bruscos.
BRUXA-CHEFE – Muito bem! Muito bem! Quase todas...
Bruxinha Ângela, você é um fracasso. Seu
riso não era um riso de bruxa e muito me-
nos de feiticeira. Assim você não passará
no exame. Agora vamos praticar o segundo
ponto: Gargalhada de bruxa. (A instrutora
apita de novo.)
(Todas gargalham com espalhafato. Bruxinha Ângela
sorri apenas.)

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122 Língua Portuguesa


BRUXA-CHEFE – Uma de cada vez! (Apita.)
(Caolha, Fredegunda e suas irmãs, todas querendo mostrar grande maestria, gargalham, até chegar a vez  ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
de Bruxinha Ângela, que ri... sem maldade alguma.)
BRUXA-CHEFE – Bruxinha Ângela, você é a única que não estava bem. A partir deste trecho de texto teatral,
Aprenda a gargalhar com suas irmãs. Bruxinha Caolha, é possível pedir, como atividade comple-
ria de novo. mentar, que os estudantes tentem realizar
(Bruxa Caolha ri horrivelmente feio.) performances, de modo a interpretar os
BRUXA-CHEFE – Muito bem. Muito bem, Bruxinha Caolha continua a personagens que aparecem na história,
primeira da classe... Passemos ao terceiro ponto: Feiti-
çarias antigas e modernas. Peguem seus caldeirões e o
seja reproduzindo suas falas, risadas ou
livro de receitas e vamos ver se vocês aprenderam as gestos para representar as cenas. Além
principais bruxarias. de oferecer um momento lúdico para
(As cinco bruxinhas saem e voltam com enormes caldeirões e pás, onde misturam folhas enormes num eles, essa atividade trabalha a habilida-
mesmo ritmo agitado. Só Bruxinha Ângela pica sua verdurinha devagar, completamente fora do ritmo. de EF69LP53, relacionada à produção
Notando isto, Bruxa-Chefe apita nervosamente. O ritmo para. Todas olham Bruxinha Ângela, que continua
calmamente a picar.)
de textos orais, já que serão mobilizados,
BRUXA-CHEFE – Bruxinha Ângela, você vai muito mal mesmo. Se con-
para sua realização, recursos paralinguísti-
tinuar assim, terá que ser mandada, presa, para a Torre cos e cinésicos (ritmo, entonação, emprego
de Piche. Você quer ir para lá?!... de pausas e de prolongamentos, tom e
BRUXINHA ÂNGELA – Não!!... timbre vocais, gestos e outras ações que
BRUXA-CHEFE – Então trate de aprender as bruxarias direitinho para envolvem a oralidade e a corporeidade).
ser uma bruxa ruim de verdade. Conduza a atividade de forma descontraí-
(Ouve-se uma correria. Todas escutam por um instante. Outra corneta mais perto.) da, de modo que os estudantes a vejam
TODAS – O Bruxo! como uma brincadeira ou um jogo. Como
BRUXA-CHEFE (emocionada) – Bruxinhas, alerta! O nosso Bruxo se aproxima se trata de uma turma que ainda sente a
para o exame. Peço a todas que não me envergonhem. É
preciso mostrar à Sua Ruindade Suprema que vocês transição do Ensino Fundamental I para o
estão em forma. E todas já sabem que aquela que Fundamental II, esses momentos são im-
passar em primeiro lugar ganhará como prêmio uma portantes para que os estudantes vejam o

or
vassourinha a jato! processo de aprendizagem de modo mais

Marlon Th
TODAS – Oh!
leve e divertido.
(Elas começam a conversar e a comentar a novidade, enquanto recordam os pontos de exame. Al-
gumas arrumam os chapéus, lustram as vassourinhas, limpam o lugar. Só Bruxinha Ângela, num
canto, alheia a tudo, suspira.)
BRUXA-CHEFE (notando a aproximação do Bruxo) – Silêncio!
(As bruxinhas perfilam-se. O Bruxo entra solenemente com o Vice-Bruxo segurando-lhe
a saia. Em silêncio, o Vice-Bruxo pousa a saia do Bruxo no meio da cena. O Bruxo
espera e o Vice-Bruxo sai de cena, voltando logo em seguida com uma cadeira-trono,
que coloca no meio da cena. O Bruxo se instala tomando ares de sacerdote supremo.
Depois dá um bruto espirro, que é saudado com palmas pelas bruxinhas.)
BRUXA-CHEFE – Podemos começar, Sua Ruindade?
(O Bruxo faz sinal para o Vice-Bruxo, que se chega a ele. O Bruxo fala-lhe qualquer
coisa ao ouvido. O Vice transmite à Bruxa-Chefe um sinal de assentimento.)
[...]

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Língua Portuguesa 123


BRUXO – Vamos começar o exame. Venha você. (O Bruxo aponta
COMPETÊNCIAS DA BNCC para a Caolha.) Tire o ponto.
Essa atividade de leitura se relaciona (Caolha enfia a mão num caldeirão que o Vice-Bruxo toma das mãos da Bruxa-Instrutora, tira o ponto,
entrega-o à Bruxa-Chefe, que passa ao Vice, e este ao Bruxo. O Bruxo lê, passa-o ao Vice, que torna a
com a Competência geral 7 e com a Compe- entregá-lo à Bruxa-Chefe.)
tência específica de Língua Portuguesa 9, BRUXA-CHEFE – Quinto ponto: adormecer moços.
pois favorece, respectivamente, o reco- (Bruxa Caolha, com muita desenvoltura, faz uma espécie de dança, dizendo palavras em bruxês, que é
nhecimento do texto como lugar de ma- língua de bruxas. A sonoplastia acompanha-a com um ritmo.)
nifestação e negociação de sentidos e o BRUXO – Muito bem. Agora algumas perguntas: Quem descobriu
envolvimento de uma prática de leitura li- a receita do remédio de fazer adormecer?
terária que possibilita o desenvolvimento BRUXINHA CAOLHA – Foi o senhor.
do senso estético, da dimensão lúdica, do BRUXO – Muito bem. Quem foi o primeiro bruxo do mundo a
imaginário e do encantamento. atravessar a floresta em vassoura a jato?
BRUXINHA CAOLHA – Foi o senhor.
BRUXO – Muito bem! Esta bruxinha é muito sabida.
BRUXA-CHEFE – É a primeira da classe, Sua Ruindade.
BRUXO – Está se vendo. Agora a última pergunta: Quem foi o
primeiro bruxo a comer asas de fadas cruas com suco
de coqueiro verde?
BRUXINHA CAOLHA – Foi o senhor.
BRUXO – Quem é o único protetor e amigo de todas as maldades?
BRUXINHA CAOLHA – É o senhor.
BRUXO – Muito bem! Muitíssimo bem! E ainda uma pergunta
para ver se você é mesmo sabida: Quais as duas coisas
melhores do mundo?
BRUXINHA CAOLHA – Fazer maldades e obedecer ao senhor!
BRUXO – Esplêndido! Colossal! Quanta inteligência! Com bruxi-
nhas como você a maldade está salva no mundo... Vamos
a outra. Você aí. (O Bruxo aponta para Bruxinha Ângela, que
se aproxima muito encabulada.) Por que os cabelos desta
bruxa são tão esquisitos?
BRUXA-CHEFE – Ela nasceu assim, Sua Ruindade.
BRUXO – Muito estranho isso. É preciso pintá-los com
suco de asas de urubu cansado.

Marlon Thor
BRUXA-CHEFE (tomando nota) – Sim, Sua Ruindade.
BRUXO – Tire o ponto.

MACHADO, Maria Clara. A bruxinha que era boa. In: A bruxinha que era boa e outras
histórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. Livro digital não paginado.

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124 Língua Portuguesa


1. Sobre os elementos narrativos que aparecem na peça, iden- Não escreva
tifique o que se pede. neste livro ATIVIDADES: RESPOSTAS E
a) Quem são os personagens que aparecem no trecho? Qual
Use seu
caderno ORIENTAÇÕES
é a relação entre eles? 1. a) Bruxa-Chefe, Bruxinha Ângela, bru-
b) Em que espaço acontece essa cena? Como você o identificou? xinha Caolha e Bruxo. A Bruxa-Chefe
2. O trecho narra os momentos de aprendizagem da Bruxinha é professora da Bruxinha Ângela e da
Ângela. Com base nisso, faça o que se pede. Bruxinha Caolha. O Bruxo avalia como
Maria Clara Machado estão os aprendizes.
a) Identifique a primeira dificuldade da Bruxinha Ângela apon-
(1921-2001) foi atriz,
tada no trecho. 1. b) Na floresta. Lemos isso no início da
roteirista e diretora. Nascida
b) Qual será a consequência se a Bruxinha Ângela não melho- em Belo Horizonte (MG), ela peça “Cenário único – Uma floresta”.
rar seu desempenho? foi para o Rio de Janeiro
2. a) De acordo com o trecho, a Bruxinha
3. Releia os trechos. com quatro anos e, desde
pequena, participou de Ângela não consegue dar risada de bruxa.
(A instrutora apita de novo) muitos eventos culturais 2. b) De acordo com a Bruxa-Chefe, se a
[...] promovidos por seus pais.
Bruxinha Ângela não melhorar nas ati-
(Todas gargalham com espalhafato. Bruxinha Ângela sorri apenas.) Ela idealizou o reconhecido
[...] teatro O Tablado e escreveu vidades de bruxaria, o castigo será a
(Bruxa Caolha ri horrivelmente feio.) 12 livros, 29 peças prisão na Torre de Piche.
infantojuvenis – a primeira 3. Os trechos são orientações para os
„ O que existe em comum nesses trechos? publicada em 1953 e a
última, em 2004 (3 anos
atores. Eles não fazem parte das falas,
após seu falecimento) – e apenas sinalizam o que deve ser feito
cinco peças para adultos. em cena. São as rubricas.
As rubricas, de modo geral, são orientações que indicam como a
4. a) Falas: “Bruxinha Caolha – Fazer mal-

André Durão/Estadão Conteúdo


fala deve ser dita ou direcionam o que deve acontecer em cena.
Ou seja, são partes do texto de teatro e cinema que servem para dades e obedecer ao senhor!”.
situar o leitor no espaço da cena e indicar aos atores ações, 4. b) Rubricas com orientações para os
estados ou emoções.
personagens: “(Tomando nota.)”.
4. Copie em seu caderno os elementos que aparecem em um 4. c) Nesta atividade, os estudantes devem
texto teatral e busque em A bruxinha que era boa um exem- copiar apenas os elementos que têm a
plo para ilustrar essas características. ver com o texto teatral. Assim, este item
a) Falas. não deve ser copiado, já que, no texto,
b) Rubricas com orientações para os personagens. não há presença de rimas.
c) Rimas. 4. d) Atos e cenas: “[Cenário Único – Uma
Maria Clara Machado.
d) Atos e cenas. floresta]”.
5. Em A bruxinha que era boa, vemos diversos momentos de 5. Resposta pessoal. Auxilie os estudantes
práticas inusitadas de formação da Bruxinha Ângela, um dos
na análise de diferentes elementos cô-
Marlon Thor

elementos que deixa a peça com a característica cômica. Sele-


cione um trecho que, na sua opinião, justifique essa definição. micos do trecho: a risada mais horripi-
lante, o caldeirão e o livro de receitas e
feitiçarias. É interessante os estudantes
observarem a inversão entre a "ordem"
Rubricas fazem a e a "desordem''. O que parece ordem
magia do teatro
acontecer! Elas dão no mundo natural, uma risada não hor-
orientações para a ripilante, é uma desordem para o mundo
encenação.
da bruxaria.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 125


NOSSO MUNDO: Nosso mundo
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Leia, a seguir, uma avaliação escrita pela jornalista Laís Botelho para a revista Veja Rio, em 2014,
1. a) A jornalista demonstra que apreciou a ano de uma remontagem da peça A bruxinha que era boa no teatro O Tablado, no Rio de Janeiro.
montagem da peça. Podemos perceber
sua opinião a partir dos trechos: “pre-
serva a saborosa combinação de inge-
nuidade e inteligência que é a marca re-
gistrada da autora” e “o ótimo trabalho Exemplar antigo na coleção de clássicos de Maria Clara Machado (1921-2001) – a lista
do jovem elenco ganha inspirado apoio inclui, entre outros, O Rapto das Cebolinhas, Pluft, o Fantasminha e O Cavalinho Azul –, a peça
foi escrita em 1955 e estreou três anos depois, no Tablado. De volta ao mesmo palco pela
ao vivo de uma banda”. terceira vez, ganhou produção com toques atuais, mas preserva a saborosa combinação de
1. b) Destaca os caldeirões fumegantes, ingenuidade e inteligência que é a marca registrada da autora. No cenário assinado por Lídia
os divertidos bambolês iluminados por Kosovski há caldeirões fumegantes, além dos divertidos bambolês iluminados por lâmpadas de
LED, usados na criação da floresta onde a história se desenvolve. Na trama dirigida por Cacá
lâmpadas de LED e a criação de uma
Mourthé, a bruxinha Ângela (Diana Herzog) é aprisionada em uma torre depois de apresentar
floresta onde a história se desenvolve. mau desempenho na Escola de Maldades. Além das cobranças do Vice-Bruxo (Ricardo Mon-
1. c) e d) Respostas pessoais. Converse teiro), ela enfrenta a chacota das hilárias colegas Fedorosa (Manuela Llerena), Fedelha (Lilia
Wodraschka), Fredegunda (Carol Repetto) e Caolha (Joana Castro). O ótimo trabalho do jovem
com os estudantes sobre a crítica à
elenco ganha inspirado apoio ao vivo de uma banda, encarregada da trilha sonora original
peça. É importante que eles observem e dos animados efeitos sonoros (55min). Rec. a partir de 3 anos. Reestreou em 22/3/2014.
como os críticos situam a obra na his- BOTELHO, Lais. A bruxinha que era boa. Veja Rio. 4 abr. 2014.
tória do teatro e fundamentam o ponto Disponível em: livro.page/2V6U428L. Acesso em: 2 abr. 2022.

de vista deles com argumentos sólidos.


Acervo Memória O Tablado/Guga Melgar

Muitas vezes, essa posição da crítica in-


terfere na leitura das peças e em como
o leitor considera a obra. Promova uma
roda de conversa com os estudantes
mostrando como o discurso crítico in-
Elenco da
terfere na compreensão artística. montagem de 2014
da peça A bruxinha
2. Trata-se de um ícone de classificação que era boa, no
da peça; em uma escala de 0 a 5 es- teatro O Tablado.
trelas, a peça recebeu da jornalista a
classificação 4. 1. Com base nessa crítica cultural, discuta com os colegas as questões a seguir.
3. Oriente os estudantes na composição do a) Qual é a opinião da jornalista sobre a montagem da peça A bruxinha que era boa? Explique
texto, sem exigir que tenha a mesma pro- os elementos do texto que usou para identificar essa resposta.
fundidade de olhar que teria um crítico, b) Quais foram os destaques do cenário na avaliação da jornalista?
mas que consigam colocar em prática os c) Esse posicionamento da jornalista influencia a sua vontade de ler a obra?
tópicos apresentados na Seção 1. d) Qual é sua opinião sobre a crítica feita?
2. Explique o significado dos símbolos ao lado da palavra que abre o texto que avalia
PRÁTICA DE PESQUISA a peça.
A atividade proposta no boxe Nos- 3. Escreva, agora, uma avaliação sobre o trecho do texto lido, fazendo uma apresentação
so mundo possibilita que os estudantes de seus elementos principais e uma apreciação da experiência de leitura. Para construir
seu texto, aplique o que você aprendeu com as práticas de leitura, na seção 1.
desenvolvam noções de prática de pes-
quisa, nesse caso, o estudo de recep-
ção. Se julgar pertinente, converse com 126
os estudantes sobre o que é "estudo de
recepção". Explique que toda obra de
arte, ao ser lançada e também ao longo
do tempo, recebe atenção da crítica, e o HABILIDADE DA BNCC
conjunto de apreciações geradas pelos O boxe Nosso mundo dialoga com a habilidade EF69LP45 por levar os estudantes
críticos mostra a "recepção" da obra em a criarem um posicionamento em relação a uma avaliação crítica escrita sobre uma mani-
determinado momento histórico. Dessa festação artística que nasce de uma obra literária.
forma, é possível estudar a literatura e as
obras de arte em geral observando como
elas foram interpretadas e apreciadas ao
longo do tempo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

126 Língua Portuguesa


Comparação entre textos ATIVIDADES: RESPOSTAS E
Pensando no aspecto cultural nas temáticas dos textos, responda às questões ORIENTAÇÕES
Não escreva
a seguir, que os comparam. neste livro 1. a) O conto é mais geral. No conto “Pi-
1. Retome as características gerais dos dois textos lidos e responda.
Use seu
caderno
menta no cocuruto”, conhecemos as his-
tórias dos animais que são tratados pelo
a) Que texto tem espaços mais genéricos e nomes coletivos? Selecione um
aspecto que demonstra essa perspectiva mais geral.
substantivo comum “galinha”, “pato”,
b) Em que elementos do texto há dados mais específicos, que apresentam para
“cabra” etc. A moral da história também
os leitores informações que facilitam a identificação de tempo, espaço, gos- pode ser aplicada a qualquer situação.
tos dos personagens? O conto também diz “o homem”, mas
2. Agora, transcreva para o caderno a alternativa que estabelece uma relação não sabemos com exatidão quem é esse
entre os textos. homem.
a) O conto “Pimenta no cocuruto” e a peça A bruxinha que era boa retratam a 1. b) As rubricas ajudam na determinação
cultura popular. Sabemos disso por causa dos temas abordados. do tempo e do espaço, bem como a fala
b) As duas histórias contam sobre o desejo de ter alguma coisa. A galinha do dos personagens e o uso de algumas
conto “Pimenta no cocuruto” deseja o fim do mundo e a bruxinha boa da
expressões deixam o texto mais espe-
peça deseja ser aceita.
cífico quanto à caracterização.
c) Nas duas histórias temos um homem mais bravo. No conto “Pimenta no
cocuruto”, o homem que aparece no final segue os animais por estar bra- 2. As alternativas a e d estão corretas. Es-
vo. Na peça A bruxinha que era boa, esse homem é a figura do Bruxo. pera-se que os estudantes reconheçam
d) As duas histórias acontecem em um tempo não identificado, contado por os temas da cultura popular nos dois
meio das narrativas dos personagens. textos.
3. Qual dos dois textos chamou mais sua atenção? Justifique sua resposta.
3. Resposta pessoal. Converse com os es-
tudantes sobre os temas no conto e na
peça. Geralmente, os temas envolvem os
Diálogos com História leitores.
As nossas lendas DIÁLOGOS COM HISTÓRIA:
Para explicar a origem do mundo ou das pessoas, ou, ainda, das forças da natu-
ORIENTAÇÕES
reza, cada povo tem um conjunto de narrativas que chamamos de mitos. Além dessas
histórias, as diferentes culturas possuem outro tipo de narrativa que são as lendas. As Neste tipo de atividade em que se co-
lendas estão relacionadas ao folclore de uma região específica e seus personagens
loca em prática uma comunidade leitora,
são seres imaginários, muitas vezes com poderes mágicos.
Pesquise na biblioteca da escola livros que contenham lendas brasileiras ou da é fundamental que os estudantes tenham
região onde você vive. Além de livros, você pode buscar na internet lendas de diver- espaço para expor seus gostos como leito-
sas regiões do país. res e compará-los com os de seus colegas.
Seguem alguns exemplos.
Lendas do Rio Grande do Norte. Site Papo Cultura traz seleção de lendas típicas
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
„

desse estado. Disponível em: livro.page/3V6U429L. Acesso em: 29 abr. 2022.


„ Lendas do Mato Grosso do Sul. Site Visita Pantanal traz seleção de lendas co- ƒ COELHO, N. N. Literatura infantil:
nhecidas dessa região. Disponivel em: livro.page/4V6U429L. Acesso em: 13 jun. gênero ou forma? In: COELHO, N. N.
2022. Literatura infantil: teoria, análise,
Ao finalizar sua pesquisa, selecione uma lenda para partilhar com os colegas. Com didática. São Paulo: Moderna, 2000.
dia previamente combinado, em uma roda de conversa, comente por que a história p. 163-183.
chamou sua atenção e descreva os poderes dos personagens.
Neste capítulo, a pesquisadora faz
uma análise dos gêneros oriundos da
127 tradição oral: mitos, lendas, fábulas, con-
tos de fadas e maravilhosos. Além disso,
ela explica o conceito de maravilhoso,
que permeia os gêneros mencionados.
HABILIDADES DA BNCC
Na atividade de Comparação entre textos, os estudantes são levados a analisar recursos
literários e semióticos de textos literários que fazem referências explícitas ou implícitas a
outros textos, trabalhando, assim, a habilidade EF67LP27. No boxe Diálogos com His-
tória, a atividade favorece que os estudantes leiam de forma autônoma lendas brasileiras,
de modo a expressar avaliações sobre o texto lido e estabelecer suas preferências (seja
por gêneros, temas ou autores), o que dialoga, portanto, com a competência EF67LP28.

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Língua Portuguesa 127


MÚLTIPLAS LEITURAS: ORIENTAÇÕES
Múltiplas leituras
A partir do boxe Múltiplas leituras, é
possível perpassar o Tema Contemporâneo As narrativas orais tradicionais no continente africano
Narrativas populares estão presentes em todo o mundo como forma de transmitir a cultura de um
Transversal evidenciado nesta Unidade,
povo de geração em geração. Sua origem é a oralidade, ou seja, as histórias são contadas por membros
que é a Educação para Valorização do importantes das comunidades, de modo envolvente, imaginativo, com mímicas e variações na intensida-
Multiculturalismo nas Matrizes Históricas de e na altura da voz para conseguir o efeito de encantamento. Essa forma de contar histórias permite
e Culturais Brasileiras. Para isso, busque uma grande interação entre os membros de uma comunidade, sobretudo entre os mais velhos e os mais
novos, ampliando relações baseadas em respeito e valorização da cultura, além de desenvolver a for-
mostrar aos estudantes a importância da
mação ética e a identidade das comunidades.
matriz africana para a formação da cultura Leia, a seguir, um trecho de um conto popular africano contado por um francês – o autor e cineasta
do nosso país, estabelecendo uma relação Michel Ocelot – que viveu dos seis aos doze anos em Guiné, na África, onde ouviu essa história. A tra-
dialética entre narrativas populares brasi- dução da versão brasileira é de Regis L. A. Rosa.
leiras e aquelas que herdamos da cultura

Marlon Thor
Kiriku e a feiticeira
africana. Além disso, o boxe dialoga com
Em uma cabana africana, uma mulher está grávida. De repente,
a habilidade EF69LP44, uma vez que as uma pequena voz sai de sua barriga redonda:
questões que envolvem a feiticeira Karaba – Mãe, me ajuda a nascer!
na história podem levar os estudantes a A mãe responde calmamente:
inferir a presença de valores sociais e re-
– Uma criança que fala na barriga de sua mãe sabe nascer sozinha.
conhecer, no texto, formas de estabelecer
Surge um pequeno bebê.
olhares múltiplos sobre a cultura africana,
– Eu me chamo Kiriku! Mãe, me lave!
sobretudo da Guiné.
– Uma criança que nasce sozinha se lava sozinha.
Kiriku salta em uma bacia e respinga água alegremente ao redor
dele.
– Não esbanje água. Karaba, a feiticeira, secou nossa fonte. Ela
devorou seu pai e todos os homens da aldeia. Só restou seu tio. Ele está
a caminho dos flamboyants, indo combater a feiticeira.
– Então devo ir ajudá-lo! – grita Kiriku.
Sobre suas pequenas pernas, Kiriku dispara na estrada dos Kiriku nasceu sozinho e pulou no
flamboyants. Ele encontra seu tio e o encara: colo de sua mãe.

– Bom dia, meu tio! Eu sou Kiriku, seu sobrinho. Eu vim ajudar a combater Karaba, a feiticeira.
O tio não quer acreditar que aquele pequenino é seu sobrinho e não aceita que um bebê o ajude. Então,
Kiriku volta para a aldeia. O tio fica satisfeito.
[...]
Kiriku vai enfim conhecer as respostas a todas as questões que o atormentam:
[...]
– Vovô, por que Karaba devora os homens?
– É uma lenda. Ela nunca comeu um homem.
– Vovô, por que Karaba é malvada?
– Porque fizeram mal a ela. Ela sofre todo dia por causa de um espinho envenenado que alguns homens
enfiaram na sua coluna vertebral. É esse espinho que dá poderes de feiticeira a ela.
– Eu arrancarei o espinho das costas de Karaba ou morrerei.

OCELOT, M. Kiriku e a feiticeira. Tradução: Regis L. A. Rosa. Rio de Janeiro: Viajante do Tempo, 2016. p. 5, 7 e 34.

128

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128 Língua Portuguesa


MÚLTIPLAS LEITURAS:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES

/Mac Guff
Assista ao filme Kiriku, os homens e as mulheres. Nessa história,
1. Enredo: situação inicial – apresentação

Ligne/Fra ão/Les Ar mateurs


um menino muito pequeno deve enfrentar uma feiticeira
dos personagens Kiriku, a mãe, o tio, o

ma
malvada para livrar muitas pessoas de seu domínio. Dir. Michel

nce 3 Ciné
Ocelot, França, 2012. avô e a feiticeira. Conflito: a feiticeira
que come os homens da aldeia e o fato

Reproduç
Capa do DVD do filme
Kiriku – os homens e de Kiriku querer arrancar o espinho das
as mulheres.
costas dela para tirar seu poder. Não há
clímax nem desfecho. Espaço: cabana
1. Identifique os elementos narrativos no trecho do conto. Se necessário, retome o esque- africana (e na comunidade).
ma apresentado na seção 2.
2. Todos são parentes de Kiriku, o persona-
2. O que os personagens apresentados, exceto Karaba, têm em comum?
gem principal. Explique aos estudantes
3. O desfecho da história não é apresentado. Crie uma hipótese de como a história termi- que a escolha por pessoas da família
na, considerando os elementos mostrados.
reforça o caráter comunitário e tradicio-
4. Em uma narrativa popular, geralmente não se sabe a data em que foi criada e ela é pas- nal da narrativa.
sada de geração para geração. Em sua opinião, é possível a narrativa ser contada da
mesma forma? Explique sua resposta. 3. Resposta pessoal. Verifique se os estu-
Conforme as narrativas orais tradicionais são contadas, elas ganham registros da memória da co-
dantes conseguem elaborar um desfe-
munidade. E o contador dessas histórias é muito importante. Esses membros de uma comunidade são cho que dê continuidade aos elementos
chamados de griôs. narrativos do trecho.
Muito antes de conhecermos a definição de literatura, os griôs, excelentes oradores, contavam tanto
narrativas épicas longas e cheias de detalhes quanto histórias curtas, acompanhadas de cantos, palmas,
4. Resposta pessoal. Lembre os estudantes
danças, gestos, riso e vozes diversas para cada personagem, encantando os ouvintes por horas seguidas. da capacidade de modificações da lin-
As histórias tinham diversas funções sociais, entre elas, explicar fenômenos desconhecidos (como a guagem e de detalhes das histórias na
origem do mundo) por meio de elementos sobrenaturais e crenças, o que conhecemos hoje como mitos; transmissão de narrativas orais ao longo
e explicar fenômenos da realidade, com uma mescla entre fatos e fantasia e a presença de elementos
do mundo natural, o que conhecemos hoje como lendas.
do tempo.
Mas atenção: essa divisão entre mito e lenda é originária do mundo moderno, ocidental. Para os
griôs, essas narrativas são histórias contadas com a função de ensinar suas tradições aos mais novos e INFERÊNCIA
perpetuar a cultura da comunidade.
Na atividade em que os estudantes
devem criar uma hipótese de como a
Irene Abdou/Alamy/Fotoarena

Lembre-se história termina, trabalha-se a inferên-


Você deverá decorar a cia, uma vez que eles precisam partir de
história para contá-la percepções e da análise do fragmento
sem ler. do conto para pensar possíveis desfe-
chos da narrativa.

Griôs,
tradicionais
contadores
de histórias
do continente
africano.

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Língua Portuguesa 129


MÚLTIPLAS LEITURAS: 5. Que tal contar a história de Kiriku à semelhança do que fazem os griôs?
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES a) Considerando a hipótese que você criou para a história na atividade 3, escreva um clímax
5. a) e b) Ajude os estudantes a construir para essa narrativa.
b) Capriche no detalhamento dos elementos narrativos, pois você vai contar essa história
suas histórias com verbos que possibili-
à turma.
tem gestos ou encenações; substantivos c) Lembre-se de que essas narrativas trazem elementos da cultura do povo que a conta.
que indiquem objetos e elementos sim- Nesse caso, ao pensar no desfecho, você pode usar elementos da cultura brasileira.
ples de serem apresentados à turma du- d) Antes de escrever o texto final, verifique se a escrita está oralizada, ou seja, com ele-
rante a contação; e sentimentos simples mentos da fala no texto. Faça as adaptações necessárias.
de serem interpretados nas expressões e) Treine a leitura em voz alta, de preferência, em frente ao espelho, para verificar se seus
faciais do contador. gestos e sua voz estão adequados ao sentido que deseja transmitir.
f) Prepare o ambiente para contar à turma o clímax e o desfecho que você criou. Use ins-
5. c) e d) É importante proporcionar um trumentos musicais, sons, alteração na altura e na intensidade da voz e gestos que re-
momento de conversa com os estu- presentem o que deseja transmitir. E encante a plateia.
dantes sobre as narrativas tradicionais
orais brasileiras que eles conheçam. No
folclore, as figuras do Saci, do Curupira Deixar fluir
e da Cuca (a bruxa) podem estar no
repertório dos estudantes. Saci: travessuras em muitas linguagens
5. e) Instrua os estudantes a decorarem O saci é um ser mágico bem conhecido em nosso país. São tantas
travessuras que contá-las e recontá-las não as esgota, e sim mostra o
pequenos trechos, pensando em uma quanto esse serzinho ainda povoa a imaginação de muitos brasileiros.
palavra que ancore a sequência da me- Vamos ler alguns trechos sobre esse personagem.
morização (prática mnemônica). Pitinho: Conteúdo 1: trecho de narrativa literária
diminutivo de A cena mostra um saci mostrando outro saci, aprisionado, para
5. f) Auxilie os estudantes a pensar como pito, forma
um garoto.
representar esses sons e compartilhe antiga de se
denominar o — Posso espiar? — perguntou.
com eles algumas técnicas de movi- cachimbo.
Carapucinha: — Espie, mas com um olho só — respondeu o saci. — Se espiar com
mento do corpo e gesticulação para a diminutivo de os dois, o sacizinho acorda e joga nos seus olhos a brasa do pitinho.
história ser contada do modo mais ex- carapuça, gorro.
O menino assim fez. Espiou com um olho só e viu um sacizinho do
Gomo: aqui está
pressivo possível. no sentido de tamanho de um camundongo já de pitinho aceso na boca e carapucinha
algo que está na cabeça. Estava todo encolhido no fundo do gomo.
envolvendo o
saci. LOBATO, Monteiro. Saci. São Paulo: Brasiliense,
2005. (Coleção Sítio do Picapau Amarelo.)

Conteúdo 2: trecho de letra de música


O trecho destaca características do saci.
[...]
Muleque tão levado
Azeda o leite e o feijão
Troca tudo de lugar
Mistura vaca com leitão
Troca os ovos da galinha
Por ovos de gavião
Trança a crina de cavalo
Tudo vira confusão

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130 Língua Portuguesa


Pererê Pererê cadê você Pererê? [4 vezes] DEIXAR FLUIR:
Um dia alguém te pega
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Quero ver o que vai dar Se possível, oriente os estudantes a
Não adianta a desculpa ouvirem a música e assistirem à animação.
Não adianta espernear Peça que comparem os recursos das duas
Mas enquanto não acontece linguagens para descrever o personagem.
Continua a bagunçar Entre outros elementos comparativos, des-
Se esconde lá na mata
taque: Em qual ele é mostrado de forma
É criança a brincar
positiva ou negativa? Qual leva a melhor
[...] compreensão da lenda?
SILVA, Valter. Pererê. Valter Silva, DVD Tempo de Brincar.
Disponível em: livro.page/5V6U433L. Acesso em: 29 abr. 2022. 1. O conteúdo 1 mostra um trecho de nar-
rativa literária; o conteúdo 2 traz uma
Conteúdo 3: cena de filme de animação
letra de música; o conteúdo 3 mostra
A cena mostra o saci aprisionado por um homem.
uma cena de filme de animação.

Reprodução/Youtube/MultiRio
2. Resposta pessoal. Incentive que cada
estudante compartilhe qual dessas lin-
guagens desperta mais seu interesse.
3. É mostrado no conteúdo 1, pois o saci
está aprisionado em algum recipiente
em que ele está pequeno, pois é com-
parado com um camundongo. E no con-
teúdo 3, no qual ele é mostrado aprisio-
nado em uma garrafa.
4. A canção descreve peripécias do saci,
portanto, os estudantes podem escolher
palavras como: traquina, levado, bagun-
Cena da animação Saci: Juro que vi. Direção: Humberto Avelar e Sérgio Glenes, 2008.
Plataforma Multirio, da Secretaria de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro. Disponível em:
ceiro, inquieto etc.
livro.page/6V6U433L. Acesso em: 29 abr. 2022.
5. Não poderia ser confundido com um
1. Os três conteúdos estão abordando um mesmo personagem, contudo poema. Há indicação de um refrão que
em linguagens diferentes. Que linguagens são essas? se repete quatro vezes, indicando como
2. Qual dessas linguagens você acha mais atraente? Explique. a música deve ser cantada, o que não é
3. A lenda conta que o saci não é um ser pequeno, mas, se for capturado,
comum em poemas.
ele encolhe e pode ser aprisionado. Em quais dos três exemplos isso
é mostrado?
4. As características do saci mostradas no trecho de letra da música levam
a compreender características importantes do personagem. Se fosse
para descrevê-lo em uma palavra, que palavra você escolheria?
5. O trecho de letra da música poderia ser confundido com um poema?
Justifique sua resposta.

131

HABILIDADE DA BNCC
A habilidade EF67LP27 é desenvolvida, uma vez que os estudantes são levados a
analisar referências que três manifestações artísticas (um trecho de narrativa literária, um
trecho de letra de música e uma cena de filme de animação) fazem entre si, sobretudo
quanto ao personagem e aos recursos literários e semióticos que envolvem os textos
apresentados no boxe Deixar fluir.

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Língua Portuguesa 131


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A escolha metodológica em que as ati-


vidades e a conceituação se apoiam tem
o propósito de incentivar os estudantes
3 Análise e reflexão
sobre linguagens
a observar e analisar as ocorrências es-
tilísticas da língua em textos reais, a fim
de que deduzam o efeito de sentido Conceitos da língua
produzido, como também construam de-
finições com base nesses procedimentos Nesta seção, você conhecerá alguns recursos que conferem expressividade
cognitivos. É possível ampliar os exemplos aos textos de forma não literal, portanto, da linguagem conotativa: as figuras de
apresentados com outros da vivência dos linguagem. Para compreendê-las, aprenderá a diferença entre linguagem conota-
tiva e linguagem denotativa.
estudantes. O importante é incentivá-los
Também estudará outro importante recurso da língua, que tem como função
a desenvolver as capacidades cognitivas
expressar sentimentos e sensações de quem fala: a interjeição.
de observar, analisar e sistematizar para
Vamos, então, analisar os diversos contextos em que esses recursos linguísti-
aplicar o conhecimento em novas situa-
cos estão presentes.
ções de uso.
Para melhor compreensão do conceito Linguagem denotativa e conotativa
de comunidade de fala, faça um paralelo
1. Leia o anúncio publicitário, publicado em uma rede social.
com a língua inglesa. Dizer “o cachorro
está um gato”, no sentido figurado em

Reprodução/Facebook/Spa-Cão
português, não pode ser traduzido como
“the dog is a cat”, porque não faz sen-
tido para a comunidade que fala inglês.
O sentido figurado dessa expressão só é
possível em língua portuguesa.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
1. a) Um pet shop ou outro local apropriado
que ofereça banho e tosa para cachorros.
1. b) A tutores de cães que usem serviços
de banho no animal.
1. c) Para chamar a atenção do leitor e re-
presentar que ele está bonito. Disponível em: livro.
page/7V6U434L. Acesso
1. d) O sentido é que o cachorro sai boni- Não escreva em: 9 mar. 2022.
neste livro
to, após ter passado por banho e tosa.
Use seu a) Explique quem é o provável produtor do texto.
Explique aos estudantes que a palavra caderno
b) A quem se destina o anúncio?
“cão” está empregada no sentido lite-
c) Por que, na imagem, o cachorro está de óculos escuros?
ral, enquanto “gato” está empregada no
d) Explique o sentido da frase “Aqui seu cão sai um gato!!”.
sentido figurado, metafórico, indicando
beleza. Nesse caso, é usado o sentido
132
conotativo da linguagem.

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 3


EF67LP32, EF67LP33, EF67LP37, EF67LP38, EF69LP48, EF69LP50 e EF69LP54.

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132 Língua Portuguesa


2. Leia o título da matéria, acompanhado de uma imagem.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
Reprodução/www.granvitapet.com.br

2. a) Espera-se que haja dicas no artigo


sobre comportamento animal, para au-
xiliar que a convivência entre um gato e
um cachorro seja pacífica.
2. b) São animais. Explique aos estudantes
que as palavras são usadas em seu sen-
tido literal e significam, respectivamente,
o animal cachorro e o animal gato. Nes-
Disponível em: livro.
se caso, utiliza-se o sentido denotativo
page/8V6U435L. da linguagem.
Acesso em:
9 mar. 2022.

a) Explique o conteúdo sugerido por essa matéria. FIGURAS DE LINGUAGEM:


b) Nesse contexto, qual é o significado de gato e de cachorro? RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
1. a) Pato: sair correndo; e avisar o marreco;
Em textos escritos e orais, há dois planos de sentido em que marreco: perguntar; galo e galinha: fala-
a linguagem pode ser utilizada. Um desses planos é o do sentido rem; galinha: ter uma cabeça que adivinha.
Na linguagem denotativa, as
literal das palavras e expressões, em que elas têm o significado palavras são usadas no sentido 1. b) O pato correr é a única ação possível.
principal do dicionário, como ocorre na primeira imagem. Esse literal, como aparecem na pri-
sentido literal é chamado de denotativo. meira explicação do dicionário. 1. c) Essa associação causa um efeito de
O segundo plano de sentido é o da linguagem conotativa, que Na linguagem conotativa, as humanização dos bichos.
palavras são usadas no sentido
se refere ao sentido não literal dessas palavras e expressões, como figurado, ou seja, inovador e
“gato” na segunda imagem. Vale observar que como esse sentido criativo, com outras significa-
não literal é compreendido depende da comunidade falante de ções além da primeira diciona-
uma determinada língua. rizada e que são compreendi-
das pela comunidade de fala.

Figuras de linguagem
1. Releia o trecho a seguir, de “Pimenta no cocuruto”.

O pato saiu correndo. Logo adiante encontrou o marreco e avisou:


— Corre, corre, compadre marreco, que o mundo vai se acabar!
— Quem foi que lhe disse, compadre pato?
— Quem me disse foi compadre galo, quem disse a compadre galo foi coma-
dre galinha, quem disse a comadre galinha foi seu cocuruto, que tudo adivinha.

a) Identifique as principais ações dos animais.

b) Das ações identificadas, quais são possíveis de serem feitas por animais e
quais delas não o são?

c) Explique o efeito de sentido que a associação entre esses animais e ações


confere ao texto.

133

HABILIDADES DA BNCC
Nas atividades 1 a 3 do tópico Figuras de linguagem, são trabalhadas as habilidades
EF67LP38, EF69LP48 e EF69LP54, pois promovem interpretação e análise dos efeitos
de sentido produzidos pelas figuras de linguagem personificação, comparação e metáfora.

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Língua Portuguesa 133


Quando estamos conversando ou escrevendo, usamos a língua de diversas
FIGURAS DE LINGUAGEM: maneiras e, como usuários fluentes, criamos combinações com sentidos que nem
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES sempre são literais, porque esses significados não dão conta daquilo que quere-
2. a) Resposta pessoal. Espera-se que os mos expressar. Então, usamos a linguagem figurada, pois ela nos ajuda a formar
estudantes retomem seus conhecimen- imagens em nossa mente.
tos das representações de bruxas e dos Essas figuras são expressas no discurso, em sons, nas palavras ou em frases in-
modos como elas voam nas vassouras. teiras, e podem se completar em nosso pensamento. Na atividade 1, os animais rece-
Além disso, chame a atenção deles para bem características humanas, o que se identifica por meio das ações deles. Ora, não
a oposição feita na rubrica: a Bruxinha é possível a um pato avisar a outro animal, por meio da fala, que ele precisa correr.
Ângela voa com grande prazer e monta Atribuir linguagem, sentimentos e ações humanas a seres inanimados, como
com elegância, mas as irmãs são com- animais, objetos, elementos da natureza etc., é utilizar uma figura de pensamento,
porque o sentido só se completa se pensarmos e concordamos, como leitores, que
paradas a bruxas de verdade, então o
é possível aos animais serem assim, como uma verdade construída pela história.
voo seria diverso do de Ângela, com-
posto de movimentos bruscos.
2. b) Trecho 1: o voo da Bruxinha Ângela é
Figura de linguagem é um recurso expressivo que usa a linguagem figurada, ou
comparado ao voo de bruxas de verda- seja, empregada de uma forma diferente da literal, para imprimir expressividade
de. Trecho 2: o Bruxo compara a Bruxi- ao discurso.
nha Caolha a todas as outras bruxinhas. Personificação é a figura de linguagem que atribui características humanas
(linguagem, sentimentos, ações) a seres inanimados (animais, objetos, elementos
2. c) A pista é de que ela é uma bruxinha da natureza).
diferente das bruxas comuns, porque
tem prazer em voar em sua vassoura e 2. Leia, agora, estes dois trechos do texto teatral A bruxinha
faz isso bem. que era boa.
Comparação é a figura de Trecho 1:
linguagem que descreve
as características de um Voa com grande prazer na sua vassoura e monta com ele-
elemento por meio de uma gância, enquanto suas irmãs voam como verdadeiras bruxas;
ligação com as características gargalhadas e movimentos bruscos.
de outro elemento. Os dois
elementos são relacionados, Trecho 2:
portanto, por suas
características comuns. — Esplêndido! Colossal! Quanta inteligência! Com bruxi-
nhas como você a maldade está salva no mundo...

a) Explique de que forma você encenaria o comando de “voar


como verdadeiras bruxas”.
Liron Peer/Shutterstock

b) A palavra em destaque nos dois trechos estabelece uma


comparação. Indique os elementos comparados em cada
um desses trechos.
c) Essa comparação feita no trecho 1 dá uma pista importante
sobre a bruxinha Ângela. Explique essa pista.
Ao parabenizar as pessoas ao fim de Para descrever os personagens dessa história, a autora usa
apresentações, é muito comum que
o público faça comparações, como o uma figura de linguagem que procura estabelecer uma relação
personagem da história. Exemplos: entre dois elementos, para possibilitar ao leitor compreender essa
“Canta como um pássaro”; “Dança
como uma ninfa”; “Corre tal qual o caracterização o mais próximo do que ela deseja. Essa relação é
vento” etc. estabelecida por uma comparação.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

134 Língua Portuguesa


3. Leia a tira do cartunista Fernando Gonsales.
FIGURAS DE LINGUAGEM:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES

© Fernando Gonsales/Acervo do cartunista


3. a) Figurado, pois colírios são remédios e
não pessoas. Aqui, há uma comparação
implícita entre a pessoa e o remédio.
3. b) Resposta II.
3. c) Espera-se que os alunos cheguem à
conclusão de que é uma expressão usa-
da com ambiguidade de sentidos, o que
Tirinha do cartunista Fernando Gonsales. pode causar a tomada de um sentido
por outro.
a) No primeiro quadrinho, o ratinho Níquel fala no sentido literal ou figurado? Não escreva
Como você chegou a essa conclusão? neste livro 3. d) Personificação: ratos que falam. Ve-
b) Copie, em seu caderno, a resposta correta no que se refere à fala da ratinha
Use seu
caderno
rifique se os estudantes conseguem re-
no último quadrinho. tomar as figuras de linguagem que já
I. Ela, possivelmente, não estava entendendo a linguagem adotada por
conhecem.
Níquel.
II. Apesar de entender a linguagem adotada por Níquel, ela se cansou do ATIVIDADES: RESPOSTAS E
estilo usado por ele para passar a mensagem. ORIENTAÇÕES
c) Considerando os três quadrinhos da tira, tente explicar o que poderia sig- 1. a) O sinal que marca as falas é o travessão.
nificar uma metáfora.
1. b) No conto, expressa um discurso di-
d) Que outras figuras de linguagem, estudadas anteriormente, você encontra reto, uma fala do personagem para o
na tira?
leitor do texto; no teatro, os leitores das
falas são os atores, então, além de de-
marcá-las, os travessões indicam o que
Metáfora é uma figura de linguagem que se manifesta no uso de
é necessário decorar e interpretar.
uma palavra ou expressão no lugar de outra, identificando entre
elas um ponto de semelhança (que estabelecemos mentalmente)
e, com isso, criando uma relação entre os dois sentidos. É o uso
de uma palavra ou termo por outro.

Discurso direto, discurso indireto


e discurso indireto livre
Você vai estudar três formas de inserir a fala de personagens em textos narra-
tivos: discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre.
1. Sobre as falas do conto “Pimenta no cocuruto” e da peça teatral A bruxinha
que era boa, responda às questões.
a) Em ambos, há um sinal que marca as falas. Identifique-o no caderno.
b) Embora esse sinal marque as falas dos enunciadores nos textos, ele tem
uma função diversa em relação ao leitor do texto. Identifique esses leitores
e explique a diferença de função da marca de fala.

135

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 135


Não escreva 2. Releia o trecho a seguir extraído da história “Pimenta no cocuruto”.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro

ORIENTAÇÕES Use seu


caderno
[...]
Pois bem. Um dia ela estava ciscando debaixo da pimenteira, e, de repente,
2. Falas do narrador: Pois bem. Um dia caiu uma pimenta bem no alto da cabeça dela, bem no cocuruto. Ela levou um
ela estava ciscando debaixo da pimen- susto danado e saiu correndo.
teira, e, de repente, caiu uma pimenta Quase esbarrou no galo e foi logo gritando:
bem no alto da cabeça dela, bem no — Corre, corre, compadre galo, que o mundo vai se acabar!
cocuruto. Ela levou um susto danado e — Quem foi que lhe disse, comadre galinha?
saiu correndo. / O galo saiu correndo. — Quem me disse foi meu cocuruto, que tudo adivinha.
O galo saiu correndo. [...]
Falas de personagens: – Corre, cor-
re, compadre galo, que o mundo vai se „ Construa uma tabela para identificar quais das falas a seguir são do narra-
acabar! / – Quem me disse foi meu co- dor e quais são de personagens. Siga o modelo.
curuto, que tudo adivinha.
Falas do narrador Falas de personagens
3. As aspas marcam a fala do sapo.
4. Sentido de anunciar algo que vem em MODELO MODELO

seguida, nesse caso, a fala da galinha.


3. Releia este outro trecho de O cágado e a festa no céu e escreva o sinal de
5. a) O nome de cada personagem, em le- pontuação que marca a fala do sapo.
tras maiúsculas, antes de sua fala e, em
[...] ela o largou no ar e o pobre veio rolando e dizendo:
seguida, o travessão.
“Léu, léu, léu, se eu desta escapar, nunca mais bodas ao céu...”
5. b) Indica a ação que deve ser realizada
pelo personagem, chamada rubrica. 4. Agora, leia este trecho e explique qual é o sentido do uso dos dois-pontos
na voz do narrador.

Quase esbarrou no galo e foi logo gritando:


— Corre, corre, compadre galo, que o mundo vai se acabar!

5. Os textos dramáticos (peças teatrais) apresentam as falas dos personagens por


meio de outros recursos. Releia um trecho da peça A bruxinha que era boa.

BRUXO – Está se vendo. Agora a última pergunta: Quem


foi o primeiro bruxo a comer asas de fadas cruas
com suco de coqueiro verde?
BRUXINHA CAOLHA – Foi o senhor.
BRUXO – Quem é o único protetor e amigo de todas as
maldades?
BRUXINHA CAOLHA – É o senhor.
[...]
BRUXO – Esplêndido! Colossal! Quanta inteligência! Com
bruxinhas como você a maldade está salva no mun-
do... Vamos a outra. Você aí. (O Bruxo aponta para
Bruxinha Ângela, que se aproxima muito encabulada.)
Por que os cabelos desta bruxa são tão esquisitos?

a) Qual é a marca utilizada para indicar a fala dos personagens?


b) O que indicam os textos entre parênteses?

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

136 Língua Portuguesa


No texto “Pimenta no cocuruto”, as falas dos personagens são marcadas
por travessões, que indicam que é o próprio personagem quem está dizendo, ATIVIDADES: RESPOSTAS E
sem a mediação do narrador, em um discurso direto. Ao elaborar um texto, ORIENTAÇÕES
a opção pelo discurso direto é motivada por alguns fatores, como o grau de 6. a) Falas dos personagens.
verdade que se quer dar ao discurso, já que o personagem é quem diz, não 6. b) As palavras são: se e que.
é alguém contando; bem como expor uma interação mais direta entre dois ou
mais personagens.
6. c) Os verbos são: perguntando e disse.
O travessão ou as aspas são sinais necessários para marcar a fala dos perso- 7. – Você ainda vê a terra? (garça) / – Não
nagens em contos, crônicas e fábulas. Para anunciar essas falas, o narrador faz a vejo mais (cágado).
uma introdução que identifica o personagem que vai falar e utiliza os dois-pontos
para indicar que, daquele ponto, virá a fala.
Em textos teatrais, também chamados de dramáticos, as falas de cada perso-
nagem são marcadas pelo nome de cada um deles antecedendo à fala. As ações
que devem realizar antes, durante ou após as falas são indicadas entre parênteses
ou em destaque no formato itálico.

No discurso direto, as falas dos personagens são apresentadas por travessão


ou aspas duplas, indicando que são ditas pelos próprios personagens, sem
intermediação do narrador no diálogo.

6. Observe o trecho em destaque, extraído da fábula O cágado e a festa no céu.

O cágado aceitou, e montou-se; mas a malvada ia sempre perguntando


se ele ainda via a terra, e quando o cágado disse que não avistava mais a
terra, ela o largou no ar [...]

a) Os trechos destacados são falas dos personagens ou do narrador?


b) Você notou que as falas não são introduzidas por sinais de pontuação e
não estão antecedidas pelo nome dos personagens? Copie as palavras que
fazem a ligação entre a fala do narrador e a fala do personagem.
c) As falas dos personagens são introduzidas por verbos que indicam as ações
realizadas por eles. Copie os dois verbos do trecho.
A fala do personagem também pode ser introduzida de forma indireta, ou seja,
reproduzida pelo narrador por meio de alguns marcadores que indicam a ação dos
personagens. No trecho, por exemplo, o cágado não fala diretamente com a garça,
é o narrador que conta esse diálogo ao leitor.

No discurso indireto, a fala é apresentada pela voz do narrador, então, o


personagem não se expressa diretamente. É marcado pelas palavras de ligação “que”
ou “se”, antecedidas pelos verbos que indicam a ação realizada pelos personagens.

7. Como ficariam as falas entre o cágado e a garça no trecho se elas ocorressem


de forma direta? Escreva-as no caderno.

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Língua Portuguesa 137


8. Há, ainda, outra forma de discurso usada na narração. Leia o conto do autor
ATIVIDADES: RESPOSTAS E Luis Fernando Verissimo a seguir.
ORIENTAÇÕES Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete
8. a) Não participa, ele apenas narra a his- anos de idade. Está com quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele mes-
mo chutando uma bola perto de um banco onde está a sua babá fazendo tricô. Não

OlyaOK/Shutterstock
tória, não é um personagem dela. tem a menor dúvida de que é ele mesmo. Reconhece a sua própria cara, reconhece
8. b) Narrador: “O homem aproxima-se o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena. Um dia ele estava jo-
dele mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos gando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e... O homem
aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos
nos seus ombros e olha nos seus olhos.
seus olhos. Seus olhos se enchem de lágrimas. Sente uma coisa no peito. Que
Seus olhos se enchem de lágrimas. Sen- coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo. Como eu era inocente.
te uma coisa no peito. [...] O homem Como meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas
tenta dizer alguma coisa, mas não en- não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente. Depois
contra o que dizer.”. Personagem: “Que sai caminhando, chorando, sem olhar para trás.
E o menino O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Também se reconhe-
coisa é a vida. Que coisa pior ainda é aborreceu-se de que ceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos
o tempo. Como eu era inocente. Como seria um adulto tão
sentimental... anos, como eu vou ser sentimental!
meus olhos eram limpos.”.
VERISSIMO, L. F. História estranha. In: Comédias para se ler na escola.
8. c) Não há marcas de discurso direto. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010. Livro digital não paginado.

8. d) Em meio à narração em terceira pes-


soa (voz do narrador), o autor inclui um Luis Fernando Verissimo (1936-)é autor,

Fábio Guinalz/Fotoarena
pensamento do personagem como se roteirista, tradutor, jornalista, músico de
jazz e escreve contos e crônicas de humor
ele estivesse dizendo aquilo, mas sem para todas as idades. Nascido em Porto
uma marca que identifique o discurso Alegre (RS), é filho de outro grande autor
direto (travessão ou aspas). brasileiro, Érico Verissimo. Já escreveu mais
de 40 livros, além das outras atividades
8. e) Resposta pessoal. Comente com os
profissionais, e recebeu diversos prêmios
estudantes o recurso de síntese usado ao longo da carreira. Atualmente, mora em
pelo autor, que coloca na palavra “senti- Porto Alegre com a esposa. O autor Luis Fernando Verissimo durante
mental” todas as reações do homem ao o Prêmio Scopus, São Paulo (SP), 2011.
encontrar o menino.
8. f) Resposta pessoal. É possível ampliar Não escreva a) O narrador do texto participa da história? Justifique sua resposta.
neste livro
essa atividade para dar-lhe um sentido b) No trecho em destaque, há duas vozes no texto: do narrador e do persona-
Use seu
caderno gem. No caderno, identifique onde começa e onde termina cada uma dessas
de cápsula do tempo: os estudantes po- vozes.
dem escrever para si mesmos um texto c) Há marcas de discurso direto no texto?
para ser aberto no 9o ano, em que co- d) Explique os recursos usados pelo autor para construir a diferença de vozes
loquem expectativas de vivências, com- entre o narrador e o personagem.
portamentos e outros itens que desejem e) Em sua opinião, a conclusão a que chega o menino de 7 anos no final do
experimentar até concluir o Ensino Fun- texto representa as reações do homem ao longo do texto? Explique sua
damental. Os textos podem ser guarda- resposta.
dos na escola e recuperados no 9o ano f) Se você se encontrasse consigo mesmo aos quarenta, quarenta e poucos
para os estudantes lerem. anos, que conselho daria a esse “eu” do futuro, considerando o que está
vivendo hoje?
Observe que, no trecho em destaque no conto, há duas vozes: a do narrador
e a do personagem, que percebemos mais claramente quando os sentimentos do
homem (personagem) são ditos pelo narrador como se ele realmente fosse o ho-

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138 Língua Portuguesa


mem, usando, inclusive, pronomes que indicam a 1a pessoa, como
“eu” e “meus”, em contraposição a “o homem (ele)” e “seus”, ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES

iadams/Shutterstock
no mesmo trecho.
1. a) Para a Bruxa-Chefe, passar vergonha
seria as bruxinhas fazerem algo que
mostrasse para a Sua Ruindade Su-
O discurso indireto livre ocorre quando em uma mesma
construção há a junção entre o discurso direto (falas de prema que não estão em forma, o que,
personagens) e o discurso indireto (voz do narrador), mas não há portanto, recairia sobre ela, que está à
marcas para identificar o discurso direto, ele é incluído na voz do frente do grupo.
narrador, formando uma só unidade discursiva.
1. b) O Bruxo avaliador.
No discurso 1. c) Ganhar a vassourinha a jato.
Interjeição e a construção de sentidos indireto livre, as
vozes se misturam. 1. d) Não é esperado, pois elas soltam,
Em textos orais e escritos, precisamos de recursos que nos ajudem a expressar conjuntamente, uma expressão de es-
sentimentos, sensações e emoções em palavras para além da pontuação. Vamos panto: “Oh!”.
observar como eles estão presentes nos textos lidos.
1. Releia este trecho do texto teatral A bruxinha que era boa.

BRUXA-CHEFE (emocionada) – Bruxinha, alerta! O nosso Bruxo se apro-


xima para o exame. Peço a todas que não
me envergonhem. É preciso mostrar à
Sua Ruindade Suprema que vocês estão
em forma.
E todas já sabem que aquela que passar
em primeiro lugar ganhará como prêmio
uma vassourinha a jato!
TODAS – Oh!

a) Explique o que a Bruxa-Chefe considera passar vergonha e por que ela tem
esse medo.
b) Quem é a Sua Ruindade Suprema?
c) Qual é a premiação para quem passar no exame?
d) Esse prêmio é esperado pelas bruxinhas? Explique sua resposta com ele-
mentos do texto.
2. Leia a tira e responda ao que se pede.
© Custódio/Acervo da cartunista

Tirinha do cartunista Custódio.

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Língua Portuguesa 139


Não escreva „ As frases mostradas na tira são muito usadas durante uma partida de fute-
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro bol. Analise os quatro quadrinhos e tente identificar quais são os possíveis
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno
sentimentos mostrados em cada um durante o jogo.
2. Quadrinho 1: incentivo, empolgação; 3. Veja a reprodução de uma conversa de um aplicativo de mensagens, em que
quadrinho 2: surpresa; quadrinho uma mãe fala com seu filho sobre os estragos causados pela chuva.
3: raiva, surpresa; quadrinho 4: cansaço,
medo.

Artem Mashchenko/Shutterstock
3. a) A representação do som do barulho
dos telhados caindo que a mãe faz por
escrito.
3. b) O sentimento é de espanto e medo.
A palavra é “Cruzes”.

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

No momento de apresentação do qua-


dro com exemplo de interjeições, pergunte
aos estudantes quais delas eles costumam
usar e faça uma tabela na lousa. Assim,
eles poderão validar as expressões inter-
jetivas que usam, compreendendo que elas
variam conforme gênero, classe social, gru-
po, entre outros. a) Identifique o elemento que dá humor à mensagem.
b) Qual é o sentimento expresso pelo filho diante da afirmação da mãe na primeira
mensagem? Transcreva a palavra que ele usou para expressar esse sentimento.
Em diversos contextos discursivos somos levados a manifestar
nossos sentimentos com palavras que expressem nossas reações.
Interjeição é uma palavra Nos textos literários, a representação do mundo real também per-
ou sintagma usado para mite essas expressões, que, inclusive, são bastante utilizadas como
expressar sensações, recurso para mostrar o sentimento, as sensações ou as reações
emoções, sentimentos, com clareza e provocar identificação no leitor durante a história.
ordens ou mesmo sons Essas palavras são as interjeições.
vocálicos no momento em
Escolhemos as interjeições de acordo com o sentimento que
que acontecem. O sentido
depende do contexto e desejamos expressar em determinada situação. Elas têm diversos
da entonação usados pelo sentidos. Observe a tabela com alguns de seus sentidos comuns.
enunciador para expressá-la,
por isso, na escrita, ela está, Sentimento Interjeições possíveis
geralmente, acompanhada Alegria Oh! Viva! Eba!
do ponto de exclamação Alívio Ufa!
(!). As interjeições são
invariáveis, ou seja, não Admiração, espanto e surpresa Nossa! Puxa! Que coisa! Oh!
se modificam em gênero, Compreensão Certo! Claro! Ótimo! Perfeito! Sim!
número, grau ou pessoa. Medo Cruzes! Credo! Que horror!

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140 Língua Portuguesa


Aposto e vocativo
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
Você já pensou nos usos linguísticos que faze- ORIENTAÇÕES

© Pedro Leite/Acervo do cartunista


mos para chamar as pessoas? Ou então naquelas
1. a) A menina precisa vencer a vontade de
expressões que usamos para determinar, explicar
ver televisão e usar a internet no compu-
ou especificar de quem falamos? Esses são termos
tador, no tablet ou no celular para con-
conhecidos como aposto e vocativo.
seguir se concentrar na leitura do livro.
1. Acompanhe a história em quadrinhos. Depois,
responda ao que se pede. 1. b) Ao livro que ela quer ler.
a) Aponte os desafios que a menina precisa 1. c) Sim, a menina parece conversar com
vencer para ficar com o “amigo”? o livro que está em suas mãos, dizen-
b) Agora, observe a expressão “meu amigo”. do que venceu os obstáculos para estar
Identifique a quem ela se refere. com ele.
c) No trecho da frase, a expressão “meu ami-
go” pode ser considerada um chamamento?
2. a) O humor no meme é causado pela
Justifique sua resposta. roupinha da cachorrinha, com modelito
O vocativo é um termo que tem a função de humano e refinado, soando desproposi-
chamar, evocar ou nomear alguém. Na fala, geral- tada para um animal. A estranheza é re-
mente o vocativo é reconhecido pela entonação, forçada pela expressão da cachorrinha.
pelo modo como chamamos as pessoas. Na escri- 2. b) A cachorrinha. Ela fala com a dona ao
ta, o vocativo aparece entre sinais de pontuação, reclamar da roupa.
geralmente por vírgulas.
Exemplos: Tira do cartunista Pedro Leite. 2. c) O vocativo é “Márcia".

Pai, sábado tem festa na escola.


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Vamos, Maria, precisamos chegar antes de cantarem os parabéns!
Apoie os estudantes na conceituação
de vocativo. Procure conceituar o vocativo
como um recurso linguístico que, na fala, é
reconhecido pela entonação e pelos recur-
O vocativo é um termo da oração com a função de chamar, convocar,
evocar alguém. sos expressivos da oralidade. Na escrita,
os sinais gráficos marcam o chamamento
da pessoa.
2. A imagem da cachorrinha representa uma
Arte sobre foto/Eric Isselee/Shutterstock

postagem de humor bastante comum nas NOSSA, MÁRCIA,


redes sociais da internet.
a) Identifique o humor do meme.
b) Quem é o locutor do meme?
c) Encontre o vocativo que aparece no meme.

Conteúdo produzido
para esta obra.

FC, Bruna. Pinterest, [S.l.], [s.d.].


Disponível em: livro.page/10V6U4141L.
Acesso em: 21 jul. 2022.
DESNECESSÁRIA ESSA ROUPINHA

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 141


3. Agora leia a tira da cartunista Clara Gomes.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E

© Clara Gomes - bichinhosdejardim.com


ORIENTAÇÕES
3. a) O efeito inesperado é causado pelo
tatuzinho incluir na lista de estudos em
casa apenas assuntos relacionados a
games, ou seja, ao que lhe dá prazer.
3. b) “Tia”, no primeiro quadrinho.
3. c) “Introdução aos games”. Tira da cartunista Clara Gomes.

3. d) “Fundamentos dos games”. Não escreva a) O que acontece de inesperado na tira?


neste livro
4. a) Resposta pessoal. Apoie os estudan- Use seu
b) Identifique o vocativo que aparece na tira.
tes a observarem que os tons de azul caderno c) Releia o balão do último quadrinho. Selecione o trecho que especifica o as-
usados ajudam a reforçar a ideia de in- sunto que será estudado no Módulo I.
verno e o aperto de mãos em formato d) Com base no último quadrinho, selecione o trecho que especifica o assunto
que será estudado no Módulo II.
de coração pode construir uma ideia de
acolhimento e aconchego. O aposto é um termo que tem a função de especificar, expli-
car, desenvolver, resumir ou enumerar o termo que já foi falado
b) É o texto introduzido por dois-pontos: anteriormente. Desse modo, o aposto é um termo que retoma o
Aposto é um termo
Paço Municipal “Francisco Vidotti”/Es- que resgata o anterior anterior e complementa seu sentido dando um desenvolvimento.
cola Estadual Coronel Ernesto Shimidt. especificando, exemplificando Na escrita, o aposto é marcado pelos sinais gráficos, geralmente
ou definindo-o melhor. dois-pontos, ou vem entre vírgulas.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Exemplos:

Na mochila cabe tudo: caderno, estojo, livros e dicionários.


Ao sistematizar o aposto com os es-
A irmã, a preferida da mãe, sempre tirava notas boas.
tudantes, procure colocar em evidência o
fato de que esse é um recurso de retoma-
Prefeitura Municipal de Suzanápolis-SP

4. Veja o cartaz da campanha do agasalho


da do que apareceu anteriormente. Nesse
da cidade de Suzanápolis, no estado de
momento, é importante que os estudantes São Paulo. Analise-o e depois responda às
conheçam o aposto como esse elemento questões.
que amplia o sentido do termo anterior,
a) Na sua opinião, como os elementos vi-
explicando, enumerando, resumindo, espe- suais colaboram como mensagem da
cificando ou comparando. campanha?
b) Localize o aposto que aparece na
campanha.

Cartaz da campanha do
agasalho de 2021 da
cidade de Suzanápolis, no
estado de São Paulo.

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142 Língua Portuguesa


A linguagem na prática ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
1. Leia a charge do artista Will.
1. a) “Tá chegando o Natal!!!”; “EBAAA!”;
“OH MEU DEUS!!!”.

© Will Leite/Acervo do Cartunista


1. b) Espera-se que os estudantes perce-
bam, no primeiro quadrinho, o sentido
de animação com a aproximação do Na-
tal; no segundo quadrinho, o sentido é
de alerta.
1. c) A oposição dos sentimentos dos per-
sonagens ao ouvirem a mesma expres-
são (Tá chegando o Natal!!!).
2. a) “Comigo!” (localização); “Ah, que
pena!” (frustração); “Oba, que bom!”
Charge do artista Will.
(felicidade); “Psiu, fique quieto!” (aten-
ção); “Oh, meu amor!” (admiração); “Xô,
a) Identifique as interjeições na charge. passarinho!” (afugentamento); “Chi, que
b) Explique o sentido delas considerando o contexto da charge. horror!” (espanto); “Ui, ui, que susto!”
c) Explique o efeito de humor na charge. (medo); “Ai, ai, que dor!” (dor); “Ei,
2. Agora, leia o poema da educadora e escritora Ruth Salles. venha cá!” (chamado); “Olá, já vou!”
(saudação).
Qual a palavrinha Com a interjeição!

ra2 studio/Shutterstock
que salta, que exclama, Escreva-me, então: XÔ! 2. b) Interjeição é uma palavra que exclama
CHI
que se agita e grita, UI!
EI! um sentimento.
Ah, que pena! Á!
que chora e que chama? OL 2. c) Resposta pessoal. Verifique se os
Oba, que bom!
Você acha lindo? estudantes conseguem contextualizar o
Psiu, fique quieto!
Você sente tanto?
Oh, meu amor! conceito de interjeição.
Você quer chamar-me?
Xô, passarinho!
Você está chorando?
Chi, que horror!
Qualquer sentimento Ui, ui, que susto!
se torna mais claro Ai, ai, que dor!
e mais definido Ei, venha cá!
assim como eu digo. Olá, já vou!
Comigo! Comigo!

SALLES, Ruth. Interjeição. Instituto Ruth Salles. Disponível


em: livro.page/9V6U445L. Acesso em: 2 abr. 2022.

a) Que interjeições estão no poema e quais são os sentimentos que elas ex-
pressam?
b) Nas palavras da autora, o que é interjeição? Reescreva o conceito.
c) Escolha quatro interjeições que você usa em seu cotidiano e escreva um
pequeno diálogo que as contemple. Não se esqueça de utilizar a sinalização
própria do discurso direto e indireto.

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Língua Portuguesa 143


3. Leia o anúncio publicitário a seguir.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E

Reprodução/MP Publicidade
ORIENTAÇÕES
3. a) Um legume (a batata) e o persona-
gem dos quadrinhos (Batman).
3. b) Estão relacionados por meio de um
trocadilho com seus nomes, que com-
para a proximidade de suas formas
Bat(at)man.
3. c) A figura de linguagem é a comparação.
4. a) Tomo banho de lua (a expressão to-
mar banho de lua significa estar sob o Campanha publicitária de loja de hortifrúti.

luar); Quando olho as estrelas do céu /


Não escreva a) Há dois elementos na imagem que estabelecem uma relação entre si. Iden-
Lembro teus olhos de cristal (olhos de neste livro
tifique esses elementos.
cristal são, provavelmente, olhos claros Use seu
caderno b) Explique como esses elementos se relacionam.
ou luminosos); Hoje de manhã, atraves-
c) Identifique qual é a figura de linguagem predominante nesse anúncio.
sando o mar (a expressão “atravessando
o mar” é usada no sentido de olhar para 4. Leia os trechos das letras de canção a seguir.
o horizonte de frente para o mar). „ Tomo um banho de lua / Fico branca como
a neve (Banho de lua, gravada por Celly
4. b) Fico branca como a neve (compa-
Campello).
ração); O vento beija meus cabelos /
„ O vento beija meus cabelos / As on-
As ondas lambem minhas pernas / O

Joeprachatree/Shutterstock
das lambem minhas pernas / O sol
sol abraça o meu corpo / Meu coração abraça o meu corpo / Meu coração
canta feliz (personificação). canta feliz (De repente, Califórnia,
4. c) Resposta pessoal. Leve os estudan- gravada por Lulu Santos).
„ Quando olho as estrelas do céu /
tes a expressarem suas preferências e
Lembro teus olhos de cristal (Você do
verifique se conseguem contextualizar
meu lado, gravada por Luan Santana).
o conceito de metáfora.
„ E olha onde a gente chegou / Eu sou,
5. a) Exemplos: “Bruxinha Ângela”, “Bruxinha país do futebol (País do futebol, gravada
Caolha”, “Bruxinhas”, “Sua Ruindade”. por Mc Guimê e Emicida).
O que você entende
5. b) Exemplo: “Passemos ao terceiro pon- „ Hoje de manhã, atravessando o mar / Vou me
pela expressão “tomo
to: feitiçarias antigas e modernas.”. perder, vou me encontrar, a cada vento que soprar um banho de lua” ?
(A cada vento, de Emicida).

a) Em seu caderno, copie os trechos das músicas que contenham metáforas e


explique a relação entre os elementos.
b) Indique outras figuras de linguagem nos trechos.
c) Escolha uma música de que você goste e que tenha uma metáfora.
5. Agora, volte para o texto A bruxinha que era boa, de Maria Clara Machado,
que você leu na seção 2 e faça o que se pede.
a) Liste pelo menos três vocativos que são usados ao longo do texto.
b) Liste pelo menos um aposto que aparece no texto.

144

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
ƒ GUIMARÃES. Hélio de Seixas; LESSA Ana Cecília. Figuras de linguagem: Teoria e Prá-
tica. São Paulo: Atual, 1988.
O livro faz parte da série Tópicos da linguagem. Apoiando-se em conteúdo teórico
consistente e acessível, a obra possibilita subsidiar o trabalho em sala de aula.
ƒ DISCINI. Norma. Comunicação nos textos. São Paulo: Contexto, 2005.
Partindo de análise de textos diversos, a obra se propõe a descrever mecanismos de
construção de sentido. O ensaio analítico é priorizado ao longo da obra.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

144 Língua Portuguesa


Produção textual
4 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A Seção 4 desenvolve a produção, em


grupo, de uma fanfic teatral, que levará os
estudantes a estabelecerem relações entre
diferentes culturas, já que a atividade per-
mite que eles recriem a história de um per-
Produção em contexto: fanfic teatral sonagem das lendas brasileiras, de modo
que haja um encontro entre esse persona-
Nesta unidade, você leu um trecho de texto teatral em que a protagonista, a gem e outro pertencente ao universo dos
bruxinha Ângela, tinha um jeito diferente das outras bruxas, porque via alegria em
videogames, livros, animes etc. Durante a
tudo o que aprendia: era curiosa, gostava de voar, entre outras características.
publicação da fanfic, que é a encenação da
Além disso, você leu e pesquisou narrativas da tradição oral e analisou um conto
trama criada pelos estudantes, as cenas
popular, em que há a presença de personificações e seres mágicos.
devem ser gravadas, pois poderão ser exi-
Considerando que você também está imerso em diversas experiências cultu-
bidas no projeto do telejornal, conforme
rais, como o universo K-pop, os animes, os jogos de videogame, livros de que você
gosta, músicas (rap e funk, por exemplo), cosplay, entre outros, recrie uma lenda
explicado no Fechamento da Unidade.
brasileira, já pesquisada e discutida na seção Diálogos interdisciplinares. Você Quanto ao planejamento, é importante
deve escolher um personagem lendário brasileiro e inventar uma aventura diferen- orientá-los nas divisões de tarefas e ter
te. Ou seja, você criará um encontro entre um ser fantástico de nossas lendas e atenção para que nenhum estudante se
outro personagem, que pode ser de game ou livro preferido. Você pode mudar o sinta excluído do trabalho ou tenha difi-
espaço da narrativa, incluir outros personagens, enfim, use sua criatividade para culdade para se inserir nos grupos. Assim,
criar uma fanfic. mostre que todos podem participar da
O texto da peça será encenado e, por isso, a produção será em grupo. escrita do roteiro e busque aproveitar as
Mar
yna
Sta
ma
habilidades específicas de cada estudante,
tov
Cosplay: é uma prática em que uma pessoa se
a /S ajudando a encontrar aqueles que mais se
identificam com a função de cenografista,

hu
fantasia de um personagem do universo pop, com

tte
réplicas de roupas, maquiagem, acessórios e até

r st
figurinista, maquiador, sonoplasta, ator,

oc
mesmo cenário, com o objetivo de torná-la realista.

k
Para os adeptos da prática, no entanto, não basta
se fantasiar como um personagem de sucesso, é
diretor ou documentador.
preciso escolher um que tenha a ver com a própria
personalidade e se comportar como ele.

Fanfic é uma abreviação da palavra em inglês fanfiction, que


denomina uma história fictícia criada por um leitor ou espectador
fã de uma obra literária, de um desenho, de uma peça teatral,
entre diversos outros gêneros. O fã cria uma continuidade para
a história que já existe ou recria essa história com outro enredo,
mantendo os personagens da história original, mas podendo
adicionar outros personagens e outros elementos narrativos que
Hora de realizar a
façam sentido para a história. Também é comum que as fanfics mágica do teatro!
apresentem um cruzamento de histórias, com elementos de duas
ou mais narrativas.

145

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 4


EF06LP11, EF67LP30, EF67LP32, EF69LP50, EF69LP51, EF69LP52 e EF69LP53.

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Língua Portuguesa 145


Vamos relembrar alguns pontos importantes do texto teatral.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Ele é composto de uma apresentação que contém uma lista dos
Drama: o texto teatral personagens e, em seguida, uma descrição do cenário, para orien-
Caso não seja possível usar um editor O texto teatral, também tar os interlocutores. É dessas rubricas – geralmente escritas em
conhecido como drama
de texto colaborativo, sugira que o grupo ou texto dramático,
fonte diversa do restante do texto ou com destaque mais escuro
escolha um redator para escrever as ideias apresenta elementos que – que os artistas vão criar as personalidades dos personagens,
e, depois, o texto. Ajude a turma a orga- orientam a elaboração de pensar em suas vozes; os cinegrafistas vão compor o cenário; os
nizar os grupos. Deve-se contar o número uma peça: personagens, diretores vão orientar a produção da cena; os atores saberão o
de personagens e considerar também dois cenário, figurino,
sonoplastia, maquiagem
momento de suas falas, o que devem fazer em cena e com quem
ou três estudantes para as funções de figu- e posicionamentos dos vão interagir; os figurinistas criarão as roupas; os maquiadores,
rino e cenário, que são mais trabalhosas, atores em cena. Esses as feições; o sonoplasta, os sons da ambientação; o iluminador,
mas que os atores podem ajudar. elementos estão em textos o aumento, a diminuição ou troca da cor da luz para criar o cli-
chamados rubricas, com
letras diferentes das falas
ma da cena.
ou destacados em cor mais Veja, portanto, a importância do texto teatral para um espetá-
forte. culo acontecer. Não se trata, no entanto, de ser uma fórmula que
precisa ser aplicada literalmente. Ela recebe elementos culturais
diversos, referências de outros textos e experiências de todas es-
sas vozes, que são interlocutoras da produção.
Falas no texto teatral
As falas dos personagens são identificadas no roteiro por meio
No texto teatral, as falas
dos personagens estão em do discurso direto, ou seja, como elas devem ser reproduzidas.
discurso direto e, além do Essas falas são identificadas pelos nomes dos personagens se-
travessão para identificá-las, guidos de um travessão para identificar o discurso.
há também o nome dos Para organizar a produção da fanfic do texto teatral, o roteiro
personagens.
será elaborado na subseção de planejamento e produção; depois,
na subseção de revisão e publicação, você e seu grupo farão um
ensaio, já com a marcação das posições e a leitura expressiva
das falas, para realizar modificações com o objetivo de aprimorar
as rubricas e falas; e, na publicação, farão a encenação da peça
para a turma.

Planejamento e produção
Vamos, então, às etapas do planejamento e da produção do
roteiro de teatro. Lembrem-se de que vocês devem inventar uma
história para um personagem lendário, com a inclusão de elemen-
tos culturais a sua escolha. Comecem com a divisão dos grupos.
1. Organizem-se em grupos e definam as funções de cada membro
na peça. Será necessário: cenografista, figurinista, maquiador,
sonoplasta, atores, diretor (apenas um) e documentador (para
registrar a produção e a encenação). Todos devem ajudar a
escrever o roteiro e, se possível, usem um editor de texto
colaborativo, assim cada um poderá dar a sua contribuição.

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146 Língua Portuguesa


2. Compartilhem ideias sobre a nova trama.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Cenário
„ Onde se passará a história? Discuta com os estudantes o que é re-
„ Que referências da história original e da nova história não poderão faltar?
textualizar: produzir um texto novo com
base em outro texto. Explique que não se
Personagens trata de uma atividade mecânica de copiar
partes do que já existe, mas, sim, de fazer
„ Haverá novos personagens da cultura jovem? modificações profundas em um texto para
„ Se forem personagens de uma nova história, como entrarão nesse desfecho ajustá-lo a um novo propósito que, nesse
de modo coerente? caso, é a fanfic.
„ Como esses novos personagens contribuem para o desfecho que desejam?
Para saber mais sobre retextualização,
„ Quais são as características psicológicas e físicas desses personagens? indicamos a leitura do verbete no Glossá-
3. Com os personagens definidos, os maquiadores podem pensar na composi- rio Ceale:
ção dessas máscaras faciais. Para isso, usem folhas com o rosto desenhado e ƒ BENFICA, M. F. M. B. Retextualização.
criem maquiagens com o auxílio de lápis de cor. Lembrem-se de que as cores
Glossário Ceale. Disponível em: livro.page/
devem dialogar com o cenário e com o figurino, para se conseguir o impacto
34V6U5147LP. Acesso em: 7 abr. 2022.
desejado.
4. Escrevam o roteiro no modelo apresentado no texto A bruxinha que era boa
Quanto ao tópico d, sugira aos estu-
e pensem como vão retextualizá-lo para incluir os novos personagens e para dantes que a personificação pode ser mais
terem outros elementos narrativos, conforme os itens a seguir. fácil na criação de um personagem, en-
quanto a comparação e a metáfora podem
ser incluídas nas falas.
a) Criem as rubricas para a história imaginando como ela será. Descrevam
as cenas e os elementos que devem estar nela para evidenciar a relação Quanto ao tópico e, instrua-os a pensar
com a nova história. em figurinos que possam trazer de casa,
b) Indiquem as posições de entrada e de saída de cada personagem em cena. ou, ainda, sugira a confecção de objetos
simbólicos para representar cada um dos
c) Identifiquem as falas dos personagens com o nome deles e não se
personagens.
esqueçam de colocar o travessão para caracterizar o discurso direto.
Quanto ao tópico f, oriente-os a pen-
d) Na composição do roteiro, incluam as três figuras de linguagem vistas
sar o cenário conforme as possibilidades
nesta Unidade: personificação, comparação e metáfora. Usem expressões
que tenham sentido conotativo.
da escola e usando o mobiliário existente,
caso não haja um auditório. Na sala de
e) Descrevam o figurino de cada personagem, para demarcar a relação
aula, a lousa pode servir de suporte para
com a nova história e manter as referências da antiga. Componham
desenhos ou cartazes que componham as
esse figurino com o cenário e a maquiagem, para que as cores e estilos
cenas, e a cortina pode ser improvisada
dialoguem entre si e ajudem a dar a coerência à cena.
com corda e lençóis.
f) Verifiquem os espaços da escola adequados à apresentação. Pensem
como o cenário pode ser composto nesse espaço e não se esqueçam
Quanto ao tópico g, comente que a
de providenciar uma cortina para abertura e fechamento do espetáculo.
sonoplastia pode ser realizada por meio
de um aparelho celular conectado a uma
g) O sonoplasta deve estar atento ao texto, fazendo sugestões de entrada
caixa de som, com uma playlist elaborada
e saída de músicas que contribuam para despertar no leitor/espectador
pelos eles mesmos para a peça. Oriente-os
a emoção desejada: suspense, comédia, drama, terror, entre outras.
quanto à escolha de letras adequadas ao
ambiente escolar. Os sons e as músicas
147
também podem ser feitos com instrumen-
tos musicais, conforme a habilidade dos
estudantes.

HABILIDADES DA BNCC
A etapa de planejamento e produção envolve as habilidades EF67LP30, EF69LP50
e EF69LP52, pois privilegia a criação de uma narrativa ficcional e sua elaboração e
representação em cena teatral, observando tanto os elementos da estrutura narrativa
estudados na Unidade e os aspectos linguísticos e paralinguísticos para a caracterização
dos personagens, como também os recursos necessários para a montagem do cenário,
do espaço, do tempo e até dos efeitos sonoros.

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Língua Portuguesa 147


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS h) Elaborem as falas dos personagens, colocando no texto recursos lin-
guísticos que representem a personalidade deles. As interjeições, por
exemplo, são muito importantes para as reações, além das marcas de
Caso a escola tenha um teatro ou es-
fala, como contrações (Ex.: “pra” em vez de “para”), letras maiúsculas
paço coletivo para apresentações, podem
para gritos, reticências para pausas e hesitações.
ser organizados turnos para as peças, com
convite a outras turmas. Do contrário, as i) Delimitem o início e o final de cada cena.
cenas podem ser representadas na sala de
5. Providenciem a reprodução do texto para cada integrante do grupo.
aula. De todo modo, é importante adaptar
o espaço para configurá-lo o mais próximo
possível da estrutura de um teatro.
Revisão e avaliação
Com o roteiro em mãos, façam a leitura expressiva do texto, em voz alta, já
com a divisão de cada personagem com o estudante/ator que vai representá-la.
1. Escolham um integrante do grupo, que não esteja atuando, para realizar alte-
rações no texto durante a leitura.
2. O documentador pode registrar, em vídeo ou fotografia, trechos da leitura.
3. Nesse momento, o diretor entra em ação, com a função de ajudar os estudantes
a atuarem de forma convincente, com uma boa altura vocal e desinibição, além
de pensarem no todo do espetáculo. Por isso, durante a leitura em voz alta, o
diretor deve estar atento aos seguintes itens:
„ As falas estão claras?
„ Os papéis foram distribuídos considerando as habilidades de atuação
dos estudantes?
„ As rubricas deixam as características da cena e as movimentações
dos atores evidentes?
„ Quando entra e para a música das cenas?
4. Façam a leitura em voz alta imaginando a atuação em cena. Juntos, verifiquem
pontos que possam ser aprimorados. O redator escolhido deve fazer as alte-
rações no roteiro.
5. Nesse momento, as tarefas relacionadas ao cenário, ao figurino, à maquiagem e
à sonoplastia devem ser organizadas e distribuídas, com a participação de todos
e com a coordenação do diretor.
6. Decidam o local de apresentação da peça, organizem as datas das apresentações
e combinem momentos para ensaios. Neles, incluam os elementos conforme
ficam prontos, como o cenário, o figurino e a sonoplastia.
7. Nos ensaios, construam as ações dos personagens pensando na personalidade
deles. Tentem apresentar essa personalidade na movimentação corporal, nas
expressões do rosto e gesticulações para caracterizar, com mais ou menos ênfa-
se, momentos de tensão e emoções. Atentem-se também para a escolha de um
timbre vocal coerente com a proposta do personagem e suas características.
8. Façam um ensaio final já com todos os elementos finalizados, em um dia pró-
ximo à apresentação.

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148 Língua Portuguesa


Publicação
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
A publicação é a encenação da peça.
1. Cada responsável deve estar com sua tarefa finalizada – os atores, com o tex- Valorize o trabalho de registro dos do-
to decorado; o cenografista, com o cenário pronto; o sonoplasta ou músicos, cumentaristas e possibilite um momento
com os equipamentos revisados; o figurinista, com os itens selecionados ou para todos assistirem aos registros feitos
confeccionados; o diretor, com a peça memorizada. em vídeo e verem as imagens. Ajude-os a
2. Organizem a plateia em formato de U, de modo que todos tenham a visão do estabelecer critérios para avaliação das en-
palco ou do espaço destinado à apresentação. cenações, levando em conta o processo de
3. Façam um exercício para treinar a articulação: prendam uma caneta entre os
elaboração, preparação e atuação na peça,
dentes, o mais para trás que conseguirem, e declamem em voz alta trechos bem como de organização e limpeza do
de suas falas. Depois, retirem a caneta e repitam a fala. Observem como a espaço. É importante que os estudantes
articulação das palavras ficará mais fluida. sejam orientados na elaboração de crité-
rios objetivos, para compreenderem tam-
4. Concentrem-se antes de entrar e mantenham a postura corporal.
bém o caráter prático da avaliação.
5. No momento da encenação, o documentarista deve gravar um trecho que será
usado em reportagem cultural para o Telejornal, o projeto da série.
6. Ao final da apresentação, organizem e limpem o espaço, para deixá-lo apto a
outras atividades.
7. Em um momento após as apresentações, façam uma avaliação do processo,
pensando nas etapas e na participação e no envolvimento dos grupos.

Yui Mok/PA Images/Alamy/Fotoarena

Pessoas realizando apresentação de cosplay em encontro de fãs de narrativas de fantasia e ficção


científica em Londres, 2017.

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Língua Portuguesa 149


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Fechamento da unidade
Oriente os estudantes a retomar o con-
teúdo da Unidade para fazer as atividades
a seguir.
Retomar e avançar
RETOMAR E AVANÇAR:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES Nesta Unidade, você conheceu alguns protocolos de leitura para ajudá-lo a de-
1. A proposta é de que os estudantes fa- senvolver o hábito de leitura; leu contos populares e outros originários de narrativas
çam o quadro em uma folha do tipo A4. tradicionais orais; leu também um texto teatral e estudou sua estrutura; comparou
Isso visa tornar familiar aos estudantes a textos para compreender os elementos narrativos que constroem as histórias; ana-
composição de um olhar em perspectiva lisou a estrutura deles olhando tanto para os elementos narrativos quanto para as
para a própria aprendizagem. vozes presentes; ampliou seus conhecimentos de narrativas que envolvem bruxas
1. a) Os elementos narrativos planejados e feiticeiras e o papel delas na história; reconheceu as figuras de linguagem em
para construir uma história são: espaço, textos de gêneros diversos; e produziu e encenou um texto teatral.
tempo, personagens, sequência narra- Agora, em duplas, revisem o que foi visto para identificar lacunas de aprendiza-
tiva (situação inicial, conflito, clímax e gem, pois elas podem interferir no seu progresso nas próximas unidades. Recorram
desfecho) e linguagem. ao professor para que vocês possam sanar essas dúvidas.
Não escreva 1. Organizem seu aprendizado por meio de um quadro de conteúdos. Para isso,
1. b) São narrativas que nasceram da orali- neste livro
componham, no caderno, um quadro de duas colunas: na coluna da direita
dade e têm como finalidade transmitir a Use seu
coloquem os tópicos a seguir e na coluna da esquerda as respostas para
caderno
cultura de uma comunidade de geração cada tópico.
a geração. Explicam eventos sobrenatu-
rais e desconhecidos. a) Que elementos são fundamentais para se construir
MODELO
um texto narrativo?
1. c) Organiza-se com rubricas que indi-
b) Quais são as principais características dos contos
cam a movimentação dos personagens, MODELO
populares e das narrativas tradicionais orais?
reações e outros itens necessários para
a cena, com falas em discurso direto. c) Como se organiza um texto teatral? MODELO
1. d) Discurso direto, discurso indireto e
d) Quais são os tipos de discurso presentes nas
discurso indireto livre. MODELO
narrativas?
1. e) São recursos de uso da linguagem e) O que são figuras de linguagem? Defina um
MODELO
de forma não literal. Verifique se nos pequeno conceito sobre as três que você aprendeu.
conceitos elaborados pelos estudantes
eles conseguem inserir a ideia central de 2. Com base em suas respostas, faça uma lista dos assuntos que ainda não es-
tão claros para você. Depois, converse com sua dupla para saber quais são
cada figura vista nesta Unidade: perso-
as dúvidas dela. Assim, você poderá ajudar seu colega a resolver as dúvidas
nificação, comparação e metáfora. dele e vice-versa. As dúvidas que forem comuns a vocês devem ser esclare-
2. Proponha uma retomada dos conteúdos cidas com o professor.
levantados pelos estudantes e verifique 3. Que assuntos foram mais prazerosos de estudar e analisar em cada uma das
as habilidades em foco em cada um seções? Por quê?
deles, indicadas no início da Unidade,
4. Considerando os textos e conteúdos vistos nesta Unidade, procure respon-
pois elas são o cerne da aprendiza- der à questão que a abre: “O que é multiculturalismo?”
gem. Ainda que uma habilidade de 6o a
9o ano (LP69) não esteja plenamente 150
desenvolvida, certamente os estudantes
poderão revê-la em outro contexto de
trabalho neste volume, porém, habilida-
des que sejam específicas do 6o ano e
do campo artístico-literário que não es-
tejam claras no trabalho desta Unidade
devem receber atenção especial para
garantir a compreensão dos estudantes
em atividades complementares.
3. Resposta pessoal. Verifique se os estu-
dantes elencaram o que aprenderam na
Unidade para formar suas respostas.
4. Resposta pessoal. Verifique se os estu-
dantes são capazes de retomar o que
aprenderam na Unidade e se articulam
com o conceito de multiculturalidade.

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150 Língua Portuguesa


Projeto Telejornal: etapa 4 PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 4
O trabalho com o texto para teleprompter
Leitura expressiva de cena teatral será desenvolvido detalhadamente na Uni-
dade 7, etapa de finalização do projeto.
Nesta etapa do projeto, você e seu grupo apresentarão um trecho de cena e
imagens registradas pelo documentarista da equipe feitas nas atividades da se-
ção 4, que vão ilustrar uma notícia que explique o trabalho desenvolvido desde a
escrita até a encenação da fanfic. Para isso, o grupo deve elaborar um texto para
ser exibido no Telejornal – acompanhado do vídeo e imagens –, além de narração
organizada por um teleprompter.

Teleprompter é um equipamento com tela acoplável à câmera que


exibe, em letras grandes, o texto a ser lido pelos apresentadores
de telejornais e até atores, especialmente quando os textos
são longos. O modelo digital é construído para a imagem ser
espelhada de tal forma que a luz da cena é captada para ficar
adequada na câmera. Há também um modelo feito com um rolo
de papel rotativo onde é preciso escrever o texto da cena ou da
notícia que será lida.

withGod/Shutterstock

Teleprompter é um equipamento muito comum nos jornais televisivos.

151

HABILIDADES DA BNCC
Nesta etapa do projeto, os estudantes trabalharão a leitura em voz alta de uma apresentação
de um trecho de cena, expressando suas compreensões e interpretações da fanfic teatral por
meio de uma fala expressiva e fluente, respeitando o ritmo, as pausas, as hesitações, a ento-
nação, que podem ser indicados tanto pela pontuação quanto pelo recurso do teleprompter.
Essa atividade de produção de notícia, que se configura aqui como uma forma de apre-
sentação e apreciação de uma produção cultural, propicia aos estudantes uma vivência
significativa no papel de repórter e de comentador, o que permitirá que compreendam
as condições de produção e de circulação desse gênero nas práticas de linguagem do
campo jornalístico-midiático em diálogo com o artístico-literário. Dessa forma, a etapa 4
do projeto engloba as habilidades EF69LP06, EF69LP53 e EF69LP54.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 151


PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 4
Quanto ao uso de aplicativos de edi-
ção de vídeos, os estudantes têm várias Planejamento e Produção
opções que são gratuitas e podem ser Nos grupos do projeto, dividam as tarefas. Será preciso: selecionar as cenas
baixadas em celulares. Após a escolha do que serão reproduzidas, as fotos dos bastidores e da apresentação, escrever o
aplicativo, oriente-os a pesquisar tutoriais texto para a apresentação no teleprompter e escrever o texto que será a narração
de uso. Seria interessante nesta etapa ve- do vídeo e das imagens.
rificar a familiaridade deles com os apli- Para elaborar o texto de apresentação para o teleprompter, com a contextuali-
cativos e organizar um planejamento de zação da peça, considere o roteiro a seguir.
trabalho, adequado ao perfil de sua turma 1. Apresente a proposta do texto.
e ao grau de desafio que a atividade repre-
2. Cite o nome da peça original, uma breve sinopse da história e mostre como
senta. Diante disso, avalie a necessidade ela ganhou novos elementos para o desfecho.
de solicitar que um profissional da área
3. Explique o que é fanfic e qual foi a história que atravessou a retextua-
de informática – se houver um na escola
lização feita.
– auxilie na elaboração de um tutorial do
aplicativo escolhido, ou organizar monito- 4. Conte o objetivo da produção.
res para auxiliar na edição do vídeo dos
5. Anuncie os vídeos e as imagens.
estudantes menos experientes.
Para elaborar o vídeo com a narração, considere os itens a seguir.
1. Selecionem um trecho curto (máximo de 30 segundos) do vídeo para ser
apresentado e façam o recorte desse trecho por meio de um aplicativo de
edição de vídeos.

2. Selecionem as imagens que serão mostradas.

3. Usem um suporte de slides para juntar esses itens.

4. Após inserir o vídeo e as imagens, escrevam o texto considerando o tempo


de narração alinhado com a imagem sendo projetada. Usem o modelo da
tabela para organizar esses tempos.
„ Após escrever o texto de acompanhamento, leiam-no em voz alta e crono-
metrem o tempo, para verificar se está próximo do tempo de exibição. Para
ajustar esse tempo, é possível fazer pausas mais longas ou até mesmo in-
serir mais texto.
„ O conteúdo do texto de acompanhamento é o aprofundamento dos ele-

mentos do texto de apresentação. Distribuam esse conteúdo para não fi-


car repetitivo.
„ Procurem sincronizar o conteúdo do texto narrado com o exibido na imagem.

Imagem Tempo de exibição Texto de acompanhamento

O palco foi montado na sala de aula e os


Vídeo 15 segundos
estudantes realizaram suas apresentações...

Imagem 1 4 segundos MODELO

152

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

152 Língua Portuguesa


5. Caso tenham facilidade com aplicativos de edição de vídeos e imagens, é
possível incluir a narração diretamente na edição. Do contrário, insiram o PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 4
texto no teleprompter. Se possível, monte uma pasta compar-
tilhada da sala em um computador da es-
Revisão e avaliação cola para arquivar os trabalhos e faça um
1. Com a tabela finalizada, façam uma leitura em voz alta e marquem os des- backup na nuvem. Assim, os estudantes te-
taques para auxiliar a leitura: rão tudo armazenado em local seguro para
„ caixa-alta para ênfases; recuperarem na última etapa do projeto.
„ reticências para pausas longas;
„ pular linha para mudança de assunto;

„ parênteses para lembretes.

2. Durante a leitura, verifiquem se a naturalidade da fala formal está mantida


ou se é necessário fazer adaptações. Articule as palavras com calma e pro-
nuncie todos os fonemas, até o final de cada palavra, sem omitir “r” final
ou fazer contrações desnecessárias (por exemplo, dizer “falano” em vez de
“falando”).

Publicação
Após finalizados, arquive os textos em seu por tfólio para que possam ser
retomados no momento da apresentação do Telejornal, na Unidade 8. Arqui-
vem também, com cautela e organização, os slides que organizam o vídeo e
as imagens.

Maria Symchych/Shutterstock

Estudantes fazendo gravação para um telejornal.

153

SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO
Para garantir que os estudantes recordem e revisitem algumas aprendizagens desta
Unidade, proponha que troquem os roteiros produzidos entre os grupos, de modo que cada
grupo avalie a produção do outro. Com os roteiros trocados, peça que busquem fazer uma
avaliação crítica, semelhante àquela trabalhada no boxe Nosso mundo. Ainda que sejam
encontradas inadequações, instigue o diálogo entre os estudantes, para que concebam a
palavra “crítica” de forma positiva e não pejorativa, isto é, ao apontar problemas no roteiro,
o grupo deve fazer isso de um modo educativo, para que seus colegas possam melhorá-lo;
já o grupo que receber a crítica, deve interpretá-la como mais um aprendizado. Diga para os
estudantes não se preocuparem com as avaliações, mostrando que essas trocas enriquecem
o processo artístico de uma manifestação cultural.
Essas avaliações serão também uma forma de cada estudante se autoavaliar, uma vez que
precisará refletir sobre conteúdos e procedimentos presentes na Unidade. Para isso, peça que
foquem, em sua avaliação crítica (e autoformativa), na identificação do personagem lendário
escolhido pelo outro grupo e na sua possível relação com outra cultura. Peça também que
identifiquem as figuras de linguagem presentes no texto. Se julgar pertinente, essa movi-
mentação, em vez de texto escrito, pode ocorrer a partir de uma roda de conversa entre os
grupos após as encenações. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 153


CONTEÚDOS E OBJETIVOS DA
UNIDADE
A ciência colabora com
5
UNIDADE 5

Os objetivos pedagógicos da Unidade 5


são conhecer as estratégias para produzir
resumos de texto, reconhecer palavras-
nossa saúde?
-chave, compreender o conceito de verbete
e trabalhar com gráficos, dentro do campo
das práticas de estudo e pesquisa. Além
disso, conceitos como concordância nomi-
nal, sinônimos e modo indicativo verbal
serão abordados visando à construção de
saberes acerca da nossa língua materna e
sua norma-padrão.
Para apropriar-se da linguagem escrita,
os estudantes entrarão em contato com
textos para ler, compreender e identificar
palavras-chave, analisar verbetes e traba-
lhar com modelos variados de gráficos. Es-
ses conteúdos e as estratégias de ensino
darão ênfase ao campo de práticas inves-
tigativas; assim, refletir sobre a dialogia
entre textos, estabelecer conexões e de-
senvolver habilidades para a textualização
escrita de informações de gráficos serão
as bases para o trabalho morfossintático
com a concordância nominal e o modo
indicativo.
Na Seção 1, os objetivos de aprendiza-
gem estão relacionados à compreensão de
textos e à capacidade de resumir e elencar
palavras-chave nesses meios. A leitura e
a interpretação de gráficos também têm
papel fundamental no desenvolvimento
da capacidade de sintetização de informa-
ções, o que será trabalhado na Seção 2,
Savelov Maksim/Shutterstock

tendo como enfoque os gêneros verbete e


gráfico; serão ainda estudadas nessa seção
a relação do verbal com outras semioses Fotografia de estruturas de um fungo sobre alimento.
e a relação entre textos. As atividades da Este fungo é conhecido como bolor-preto-do-pão e, se
ingerido, pode causar doenças.
Seção 3, voltadas para concordância no-
minal, sinonímia, coesão referencial léxica,
modos verbais, encontro consonantal e 154
dígrafo, contribuem com a aprendizagem
da língua, suas possibilidades e normas-
-padrão, a fim de instrumentalizar o es-
tudante em suas produções textuais. Por
COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL DA BNCC
fim, na Seção 4, o objeto de conhecimento Competências gerais: 1, 2, 4 e 8.
é a criação de gráficos (para composição Competências específicas de Linguagens: 2 e 3.
de infográfico), com base em uma prática Competências específicas de Língua Portuguesa: 2 e 5.
de pesquisa de dados realizada em grupo
pelos estudantes. Habilidades: EF06LP03, EF06LP04, EF06LP05, EF06LP06, EF67LP21, EF67LP22,
EF67LP25, EF67LP26, EF67LP36, EF69LP10, EF69LP29, EF69LP30, EF69LP33,
EF69LP34, EF69LP35 e EF69LP36.
Tema Contemporâneo Transversal: Saúde.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

154 Língua Portuguesa


p orâ n e o
em
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Tr
Te m o nt

ans
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Saúde

ve rs a
Proponha aos estudantes que façam

l
uma observação atenta da imagem de
abertura da Unidade 5 e de sua legenda.
Antes da leitura do texto e da discussão
das questões apresentadas, faça um levan-
tamento oral de conhecimentos que contri-
buam com a compreensão e a análise do
que está sendo observado. O interesse e
a curiosidade pelas ciências naturais po-
dem promover o engajamento dos estu-
dantes no desenvolvimento do conteúdo.
Se possível, para a atividade 3, acrescente
referências de fontes de pesquisa para as-
suntos científicos, como o site da revista
Ciência Hoje das Crianças, que aproxima a
ciência da vida cotidiana e procura mostrar
que a ciência pode ser divertida.
ƒ CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS. Dispo-
Você percebeu que a ciência está em todos os lu- nível em: livro.page/22V6U5149LP.
gares? Ela está na escola, em tarefas do cotidiano, nas
Acesso em: 14 jun. 2022.
mais diversas profissões, nos livros, na internet, na
TV e em jornais, que ajudam na divulgação de desco-
bertas e no desenvolvimento das ciências em todas as CONHECIMENTOS PRÉVIOS
áreas. A ciência também está na manutenção de nossa Para planejar o trabalho com a identifi-
saúde, com inovações tecnológicas, avanços medici- cação de palavras-chave e a elaboração de
nais, evidenciação de teorias, confirmação de hipóte-
resumo, investigue a capacidade de sinteti-
ses ou protocolamento de boas práticas.
zar informações tanto oralmente como em
texto escrito. Prepare uma situação peda-
gógica que leve os estudantes a precisa-
1. A ciência te deixa curioso? Você gosta de estudar as rem recorrer ao resumo para expressar-se.
plantas, os planetas, o corpo humano, a matemática, o Você pode, por exemplo, elencar termos
nosso passado histórico ou a nossa geografia? Cite os científicos para que cada um pesquise
temas que mais lhe despertam a curiosidade e conte
seus significados e depois os expliquem
por que os acha interessantes.
2. A imagem que abre esta Unidade foi captada para um
para a turma em poucas palavras. Dessa
estudo científico. Você sabe que doença essa substân- forma, podem-se mapear conhecimentos
cia pode causar? Crie hipóteses e compartilhe-as com prévios e elaborar planos de trabalho mais
os colegas. consistentes, que contemplem as necessi-
3. Você tem o hábito de investigar temas que não fazem dades dos estudantes.
parte de seu repertório de conhecimento? Como faz para
aprofundar o conhecimento de diferentes assuntos?

155

ATIVIDADES: RESPOSTAS E 2. Resposta pessoal. Instigue os estudantes


ORIENTAÇÕES a criarem hipóteses sobre as doenças de-
1. Respostas pessoais. As perguntas são um correntes da ingestão dessa substância. Po-
ponto de partida para o tema da Unidade. de-se fazer perguntas como: Que sintomas
Incentive os estudantes a comentarem li- pode causar? Que consequência a ingestão
vremente se as ciências lhes despertam de algum organismo vivo pode ter?
curiosidade. Lembre-os de que todas as 3. Resposta pessoal. Estimule os estudantes
áreas do conhecimento envolvem o saber a conversarem sobre os temas que mais
científico: as ciências físicas (matemática, lhes agradam e a revelarem que estra-
física, química etc.), as ciências naturais tégias usam para obter informações ou
(biologia, medicina, farmácia etc.) e as conhecimento de diferentes assuntos.
ciências sociais (história, geografia, so-
ciologia, linguística etc.).

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Língua Portuguesa 155


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Caminhos

Starover Sibiriak/Shutterstock
A seção Caminhos tem a função de
orientar a trajetória de aprendizagem
proposta na Unidade, assim como os re- Os principais objetivos de aprendizagem
cursos necessários ao desenvolvimento desta Unidade são:
das atividades. Sugerimos realizar com os „ identificar palavras-chave para

estudantes uma leitura dos principais ob- elaboração de resumo;


jetivos elencados para que tomem ciência „ conhecer as características dos verbetes;

dos conteúdos a serem explorados e apro- „ identificar e compreender a composição

fundados. Lembre-se de que eles estão de gráficos que podem apoiar gêneros Alguns tipos de fungo, como o
Schizophyllum commune, podem ser
pautados na BNCC, como na habilidade textuais, como os infográficos; usados na fabricação de medicamentos.
EF69LP34, que trata do desenvolvimen- „ relacionar textos;

to da capacidade de destacar as partes „ aplicar a concordância nominal conforme

essenciais em um texto resumido, assim a norma-padrão; Para que esses objetivos sejam atingidos,
como designar palavras-chave. „ conhecer o uso de sinônimos para não você precisa adotar alguns procedimentos.
Os procedimentos a serem praticados repetir palavras em textos; Para escrever resumos, você vai aprender a
envolvem um plano de trabalho que con- „ compreender os modos verbais e os identificar as partes importantes de um texto por
sidere as tarefas propostas, como a leitura efeitos de sentido do modo indicativo; meio de palavras-chave. Vai investigar maneiras
do texto “Intoxicação alimentar”, que deve „ produzir gráficos com base em textos de divulgar a ciência utilizando gêneros como
ser feita coletivamente e seu tema discu- escritos. verbete e gráficos, além de comparar fontes de
tido para gerar interesse e curiosidade na informação. Vai também analisar os princípios da
investigação textual a ser desenvolvida. concordância nominal, distinguir as diferenças
de sentido entre as palavras, compreender o
Esse texto fará a introdução aos objetivos
que são os modos verbais e seus usos.
de aprendizagem relacionados aos conteú-
As tarefas propostas ao longo da Unidade são:
dos de resumo e palavra-chave.
„ ler um texto, identificar e selecionar

palavras-chave para elaboração de


encierro/Shutterstock

resumo sobre intoxicação alimentar;


„ ler e analisar verbetes que tratam do

tema da Unidade;
„ conhecer modelos diversos de gráficos por

meio da leitura de um infográfico;


„ transformar em gráficos informações

vindas de textos escritos;


„ relacionar tempos e modos verbais com o

contexto de produção de um texto;


„ trabalhar individualmente e em grupo;

„ fazer atividades escritas e orais;

O uso de defensivos agrícolas tem o intuito de „ realizar pesquisas.


evitar que seres vivos prejudiquem plantações,
mas o excesso pode causar intoxicação em
animais e seres humanos.

156

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

156 Língua Portuguesa


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Nesta Unidade, você vai precisar dos seguin- Para que os estudantes se organizem
tes recursos: para os estudos, fale sobre os recursos
„ dispositivos digitais para realizar pesqui- necessários para as atividades a serem
sas e produzir gráficos; realizadas ao longo da Unidade. Para tra-
dicionário impresso ou on-line;
balhar com o gênero textual verbete, será

margouillat photo/Shutterstock
„
necessário o acesso a dicionário impresso
„ caderno;
ou on-line e caderno para a resolução de
„ papel sulfite; atividades e estudo.
„ canetas e lápis coloridos;
A proposta final será a elaboração de
„ régua, tesoura e cola. um gráfico com base nos conhecimentos
adquiridos no decorrer do trabalho desta
Muitos produtos à base de leite,
Unidade. Nesta atividade, os estudantes
como queijos e iogurtes, passam poderão utilizar recursos digitais. Auxilie-os
por processos de fermentação por
bactérias. na busca por ferramentas gratuitas em sites
ou aplicativos para celulares.
Os estudantes deverão planejar e pro-
A ciência é fundamentada na duzir um gráfico que acrescente informa-
observação, na experimentação e no ções acerca da temática da intoxicação
desenvolvimento de teorias.
alimentar. A pesquisa, o planejamento de
ações e a elaboração dos gráficos serão
alimentados pelos conhecimentos e pelas
habilidades desenvolvidas, para uma pro-
onsuda/Shutterstock

dução que contemple imagens e lingua-


gem objetiva e clara.

O conteúdo desta Unidade tem, sobretudo, a finalidade de


colaborar para você compreender a função de alguns textos
na importante missão de transmitir conhecimentos científi-
cos, aprendendo a ler e a fazer uso deles. Você vai perceber
como a linguagem verbal e a não verbal desempenham um
importante papel no compartilhamento de informações de
todas as áreas do conhecimento.
© Henfil/Acervo Ivan Cosenza

Os profissionais da
área da saúde precisam
estar constantemente
atualizados com as
mais novas descobertas
da ciência.

157

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Língua Portuguesa 157


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Nesta seção, os estudantes serão le-


vados a utilizar a língua para expressar
conhecimentos, informações e análises
1 Estudo e pesquisa

da realidade empregando as variações


de estilo de linguagem correspondentes
ao meio social em que estão inseridos, a Intoxicação alimentar
fim de apropriar-se de saberes acerca do
emprego diversificado da linguagem, ativi- Ao longo da história, estudos científicos possibilitaram à humanidade grandes
descobertas na área da saúde, como identificar sintomas e causas de doenças,
dade fundamental ao desenvolvimento do
encontrar tratamentos eficazes para elas e estabelecer medidas de prevenção ade-
componente de Língua Portuguesa.
quadas. Uma descoberta muito importante é a de que hábitos alimentares e estilo
As habilidades de produzir resumos e de vida interferem significativamente em nossa saúde, podendo colaborar para o
ser capaz de grifar partes fundamentais aparecimento de doenças ou mesmo evitá-las. Um exemplo de doença que pode
em textos, encontrando palavras-chave, ser evitada por hábitos preventivos cotidianos é a intoxicação alimentar, que pode
serão trabalhadas nas atividades propos- acometer qualquer pessoa.
tas, favorecendo as aprendizagens espera- Você já pensou sobre a qualidade dos alimentos que consome? Tem o hábito
das para essa faixa etária. de ler rótulos para saber que ingredientes eles contêm? Procura saber se estão
Sobre as questões desta página, elas no prazo de validade ou se estão em condições ideais para consumo?
podem ser respondidas oralmente, de ma- 1. Você sabe o que causa intoxicação alimentar? Crie hipóteses e compare-as
neira espontânea. Adiante, os estudantes com as dos colegas.
vão ler um texto que explica o processo 2. Você sabe prevenir a intoxicação alimentar? Cite algumas maneiras de evitar
de intoxicação alimentar. esse problema.
3. Como você aprendeu a se prevenir da intoxicação alimentar?
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
4. Ao ler textos que tratam de temas ligados às ciências, é comum aparece-
ORIENTAÇÕES rem palavras que não conhecemos. Como podemos descobrir o sentido
1. Resposta pessoal. As causas mais fre- dessas palavras?
quentes de intoxicação alimentar são:
5. Por fim, quando estudamos
bernatets photo/Shutterstock

água e alimentos contaminados, ali- um assunto, é importante en-


mentos malconservados ou manipulados tender o que lemos e memo-
sem higiene, alimentos crus ou que já rizar essas informações. De
passaram da data de validade. que maneira você costuma
memorizar as informações
2. Resposta pessoal. Alguns procedimentos de um texto?
são: verificar se os alimentos estão es-
tragados ou deteriorados, manipulá-los
e guardá-los com higiene, não consu-
mir determinados alimentos crus (como
ovos e carne), consumir água potável ou
mineral etc. Grifar partes do texto, elaborar resumos
e fazer anotações são estratégias que
3. Resposta pessoal. Os estudantes podem auxiliam no estudo e na memorização
de informações.
mencionar que aprenderam com familia-
res, na escola (por meio de livros, aulas
158
e pesquisas escolares), em campanhas
publicitárias etc.
4. Espera-se que os estudantes respondam
que devemos consultar dicionários (físi- HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 1
cos e virtuais), pois é a maneira mais EF67LP22 e EF69LP34.
prática e confiável de pesquisar o senti-
do de palavras desconhecidas.
5. Resposta pessoal. Os estudantes po-
derão apontar, entre outras estratégias,
grifar partes do texto e elaborar resumos
para memorizar os conteúdos estudados.

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158 Língua Portuguesa


Anotar palavras-chave para a produção de resumos ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Leia este texto que fala sobre a intoxicação alimentar.
Esse texto servirá como fonte de infor-
mação para a produção textual do fim da
Intoxicação alimentar Unidade. Para conhecer metodologias de
A intoxicação alimentar é um problema de saúde causado pela ingestão de água
procedimentos de estudo, consulte a se-
ou alimentos contaminados. Nas crianças e idosos, pode ser uma doença grave. guinte matéria:
Intoxicação alimentar, ou gastrintestinal [...], é um problema de saúde ƒ SALLA, Fernanda. Como ensinar 5 pro-
causado pela ingestão de água ou alimentos contaminados por bactérias cedimentos de estudo. Nova Escola, 1o
(Salmonella, Shigella, E. coli, Staphilococus, Clostridium), vírus (Rotavírus), ou
nov. 2011. Disponível em: livro.page/
por suas respectivas toxinas, ou ainda por fungos ou por componentes tóxicos
encontrados em certos vegetais (comigo-ninguém-pode, mandioca-brava) e 23V6U5153LP. Acesso em: 1o jun. 2022.
produtos químicos. A contaminação pode ocorrer durante a manipulação, A intoxicação alimentar é um tema am-
preparo, conservação e/ou armazenamento dos alimentos. plo e, para expandir horizontes dentro
[...] dele, pode-se acrescentar um olhar atual,
Independentemente do micro-organismo determinante, os efeitos da intoxi- Náusea: enjoo. abordando a questão dos agrotóxicos.
cação alimentar aguda são todos parecidos: náuseas, vômitos, diarreia, febre, Saneamento
dor abdominal, cólicas, mal-estar. Nos quadros mais graves, podem ocorrer básico: conjunto Para saber mais sobre o assunto, indica-
desidratação, perda de peso e queda da pressão arterial.
de serviços mos a entrevista com a pesquisadora da
fundamentais
[...] para a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) Karen
população, como
A prevenção das intoxicações alimentares está diretamente associada ao fornecimento de Friedrich:
saneamento básico, aos cuidados no preparo dos alimentos e a medidas água potável,
rede de esgoto e ƒ FRIEDRICH, Karen. Consumo de agrotó-
básicas de higiene, como lavar as mãos antes das refeições e depois de usar limpeza urbana. xicos pode causar intoxicação alimen-
o banheiro.
tar. Entrevista concedida ao Jornal do
[...]
Senado, 23 mar. 2012. Disponível em:
Como os alimentos contaminados por certos parasitas são os grandes res-
ponsáveis das intoxicações alimentares, é indispensável estar atento na hora
livro.page/24V6U5153LP. Acesso em:
da compra, transporte, armazenamento e preparo das refeições. [...] 1o jun. 2022.
BRUNA, Maria Helena Varella. Intoxicação alimentar.
UOL, [S.l.], 2 fev. 2012. Disponível em: livro.
page/1V6U5153L. Acesso em: 3 mar. 2022.
Olivia Lunar/Shutterstock

Tomar
cuidado com
os alimentos
ingeridos é uma
forma de evitar
a contaminação
por bactérias.

159

TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL


Propor a ampliação de conhecimentos acerca de boa alimentação, alimentos saudáveis, orgânicos e agrotóxicos contribui com o
desenvolvimento do Tema Contemporâneo Transversal Saúde, proporcionando aos estudantes a diversificação do trabalho em Língua
Portuguesa. Se possível, entre em contato com professores de outros componentes curriculares, como Ciências, Geografia e Matemática,
inserindo seu trabalho pedagógico em uma perspectiva inter ou transdisciplinar.
A interdisciplinaridade “implica um diálogo entre os campos dos saberes, em que cada componente acolhe as contribuições dos
outros, ou seja, há uma interação entre eles”. Já a abordagem transdisciplinar contribui para que o conhecimento construído
extrapole o conteúdo escolar, uma vez que favorece a flexibilização das barreiras que possam existir entre as diversas áreas do
conhecimento, possibilitando a abertura para a articulação entre elas. Essa abordagem contribui para reduzir a fragmentação
do conhecimento, ao mesmo tempo em que busca compreender os múltiplos e complexos elementos da realidade que afetam
a vida em sociedade.
BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na BNCC. Brasília: MEC, 2019, p. 18-19.
Disponível em: livro.page/25V6U5153LP. Acesso em: 26 maio 2022.

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Língua Portuguesa 159


Não escreva 1. Após a leitura atenta e completa do texto, você ficou com alguma dúvida a
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro respeito das informações fornecidas por ele? Se sim, quais?
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno 2. Como você elaboraria um resumo desse texto? Descreva o passo a passo
1. Resposta pessoal. Peça à turma que aju- de como faria.
de a explicar as dúvidas que surgirem. 3. Anote o que cada um dos parágrafos do texto nos informa a respeito da
Em relação a palavras desconhecidas, os intoxicação alimentar.
estudantes podem recorrer a dicionários. 4. Anote as palavras mais importantes de cada parágrafo.
2. Resposta pessoal. Verifique quais estu-
dantes costumam fazer resumos e como
eles os elaboram. É provável que os pro- Palavras-chave são as palavras mais importantes de um texto, ou seja, aquelas que remetem às
duzam conforme leem o texto, ou que informações fundamentais do texto. Elas são úteis, por exemplo, para pesquisar na internet. Quando
transcrevam trechos previamente sele- você digita a palavra-chave “intoxicação” em um site de buscas, ele apresenta conteúdos que tratam
cionados. Esse não é um método ade- justamente desse tema. Se você informar mais de uma palavra-chave, como “intoxicação alimentar” ou
“intoxicação por bactéria salmonela”, o site buscará textos que apresentem todas as palavras-chave
quado, já que um resumo não deve re-
indicadas.
petir literalmente frases do texto original Elas também ajudam a relembrar as informações importantes de um texto que lemos. Nesse caso, as
ou ser escrito conforme é lido, porque palavras-chave desempenham a função de sintetizar, já que, quando você as lê, lembra-se do que o
corre-se o risco de anotar informações texto trazia de informação.
não essenciais.
3. 1o parágrafo: o que é e como se contrai

Dr Gary Gaugler/Science Photo Library/Fotoarena


uma intoxicação alimentar. 2o parágra-
fo: efeitos da intoxicação alimentar no
organismo. 3o parágrafo: como prevenir
intoxicação alimentar. 4o parágrafo: o
que se deve fazer para que não ocorra
intoxicação alimentar. Bactéria Salmonella
enteritidis. Imagem obtida
o
4. Sugestão: 1 parágrafo: gastrointestinal, por microscópio eletrônico
de varredura e colorida
contaminados, bactérias, vírus, toxinas, artificialmente. Ampliação
fungos, produtos químicos, preparo, de aproximadamente
60.000 vezes.
armazenamento; 2o parágrafo: efeitos,
náuseas, vômitos, dor, queda da pres- 5. Agora, faça um resumo de um parágrafo do texto com base nas palavras-
são; 3o parágrafo: saneamento básico, -chave escolhidas por você. Observe o exemplo.
higiene; 4o parágrafo: preparo, arma-
[...] O grego Hipócrates é considerado um dos pais da medicina. Isso porque ele
zenamento. Embora a seleção de pala-
tentava entender como o organismo humano funciona e, a partir disso, buscava
vras-chave de um texto não seja exata, curar as pessoas ao redor, enquanto os pensadores gregos tinham explicações
é importante que, na correção da ati- baseadas na moral e em mitos – ou seja, acreditavam que as pessoas doentes
vidade, os estudantes possam compar- tinham cometido algum erro e estavam sendo punidas por isso. [...]
tilhar as palavras escolhidas, comparar DIA Mundial da Saúde – Como essa área evoluiu ao longo do tempo. Jornal Joca, [S.l.],
as respostas e refletir se as palavras 7 abr. 2021. Disponível em: livro.page/2V6U5154L. Acesso em: 5 mar. 2022.

selecionadas são mesmo importantes e Palavras-chave: Hipócrates; organismo; curar; pensadores gregos; mitos; doenças; punidas.
apontam para o assunto abordado. Ob- Resumo: Hipócrates estudou o organismo humano para poder curar as pessoas, diferentemente
serve que todas elas (ou a maioria) se dos pensadores gregos, que naquela época acreditavam em mitos, como o de que as doenças
referem a nomes (substantivos). eram uma punição aos erros cometidos pelas pessoas.

5. Sugestão: A intoxicação alimentar é um


problema gastrointestinal provocado por 160
água e alimentos contaminados por bac-
térias, vírus, toxinas, fungos ou produtos
químicos. Seus efeitos são náuseas, vô-
mitos, dores e até queda de pressão.
Para evitá-la, é necessário saneamento
básico e higiene no preparo e armaze-
namento de alimentos.

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160 Língua Portuguesa


ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
6. As etapas para produzir o resumo são:
1. Antes de tudo, o texto deve ser lido
Para mais informações sobre a pessoa que até
hoje é considerada o mestre de todos os médicos, integralmente e compreendido. Caso
visite o texto “Hoje na História: 370 a.C. – Morre haja dúvidas sobre conceitos ou pala-
Hipócrates, considerado o ‘pai da Medicina’”. vras, é preciso buscá-las em dicioná-
„ ALTMAN, Max. Hoje na História: 370 a.C. – Morre rios físicos ou virtuais. 2. Observar a

mizy/Shutterstock
Hipócrates, considerado o “pai da Medicina”. História organização de informações do texto.
Ciências Saúde Manguinhos, out. 2014. Disponível Por exemplo: normalmente cada pa-
em: livro.page/3V6U5155L. Acesso em: 5 mar. 2022.
rágrafo discorre sobre um ponto do
assunto, ou seja, representa um bloco
de informações relacionadas entre si.
Busto de bronze de Hipócrates. 3. Anotar as palavras mais importan-
tes que se referem a cada conjunto de
informações do texto. Por exemplo: as
palavras essenciais de cada parágrafo.
6. Quais foram as etapas percorridas até aqui para você produzir seu resumo? 4. Escrever o resumo retomando os
pontos principais do texto, guiado pelas
palavras-chave selecionadas. O texto
Resumos recuperam as informações mais importantes de um texto, dispensando as deve ser menor que o original, seguindo
secundárias. Para isso, é importante ler, compreender, selecionar informações para, a mesma organização de informações e
então, escrever o resumo, que deve ser mais curto que o texto original. Não se deve sem cópias. Convide alguns estudantes
copiar trechos, pois eles serão mais longos que o necessário, ou seja, eles podem a compartilharem seus textos lendo-os
ser resumidos com menos palavras.
para a turma, para eles mesmos avalia-
rem se seus resumos estão suficientes.
Para a escrita do resumo, atente-se para alguns elementos da linguagem que
ajudam na coesão desse texto. Veja o quadro.
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
Elementos de linguagem para escrita do resumo ƒ RACHEL, Anna. Resumo. São Paulo:
Parábola, 2004.
Ocorrências Recursos linguísticos
A obra busca apresentar o gênero e
Explicação mais detalhada de uma informação
Ou seja, isto é.
suas principais características por meio de
anterior.
exemplos e questões reflexivas, que servem
Inserir uma explicação à ideia anterior. Porque, pois, já que. como uma espécie de guia na produção de
resumos.
Inserir a fala de um especialista. De acordo com, segundo.

Marcar passagem de tempo. Em, logo, após, enquanto isso.

Avanço na ideia anterior. Assim também, como também, além disso.

Desta forma, diante do exposto, sendo assim,


Iniciar um parágrafo de conclusão final.
concluindo.

161

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Língua Portuguesa 161


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Explique aos estudantes que o manu-


seio de dicionários, impressos ou on-line,
é importante na ampliação vocabular, para
2 Leitura de textos

uma escrita mais rica e diversificada. Re-


correr a esse instrumento é fundamental e
está diretamente relacionado à ampliação Nesta seção, seguiremos nosso percurso estudando dois tipos
de conhecimento e não à falta dele. A Aca- Organize-se de texto importantes na divulgação do conhecimento científico.
demia Brasileira de Letras (ABL) disponi- Nesta seção, usaremos Observaremos de que maneira eles se estruturam, a linguagem
dicionário impresso ou on-line. e a função deles.
biliza em seu site o Dicionário da Língua
Portuguesa, com atualização constante da
lexicografia: Leitura 1
ƒ DICIONÁRIO da Língua Portuguesa. Dis-
ponível em: livro.page/26V6U5156LP.
Verbete
Acesso em: 26 maio 2022. A escrita, tão presente em nossas vidas, é uma invenção humana e desempe-
nha vários papéis, como comunicação, expressão de pensamentos e sentimentos,
O uso de dicionários variados é fun-
documentação e registro de descobertas científicas. As descobertas científicas
damental no processo de ensino e apren-
podem ser divulgadas por meio de artigos científicos, notícias de jornais, verbetes
dizagem e conhecer esse instrumento
e revistas ou blogues especializados em ciência. Você já leu um verbete? Prova-
disponibilizado pela ABL é interessante velmente você já consultou alguns!
para todo falante de língua portuguesa
no Brasil. „ O que é um verbete? Onde achamos verbetes? Para que servem?
Na leitura 2 desta seção, voltada à
Para entender um pouco mais esse gênero textual, vamos consultar dois ver-
abordagem dos gráficos, procure verificar
betes. O verbete a seguir foi retirado de um dicionário on-line.
outras experiências dos estudantes com
esse tipo de representação, acrescentando Verbete 1
reflexão acerca da habilidade de reelabora-
Dicionário on-line
ção de conhecimentos por meio de gráfi-
cos e infográficos, habilidade que contribui sanitário
com a plena apropriação da língua e suas sanitário

Peter Gudella/Shutterstock
formas de representação. Na construção sa·ni·tá·ri·o
de gráficos, oriente o uso de lápis colori- adj
do e régua para a elaboração no caderno, 1 Relativo à saúde ou à higiene.
2 Relativo a banheiro e a tudo que dele faz parte.
lembrando que a imagem precisa ser ob-
sm
jetiva e clara para conseguir cumprir sua 1 V vaso sanitário.
função informativa. 2 POR EXT Aposento onde está instalado o vaso
sanitário; banheiro, mictório, toalete.
ATIVIDADE: RESPOSTA E ETIMOLOGIA
der da alt do lat sanĭtas, -atis+ário, como fr sanitaire.
ORIENTAÇÕES
SANITÁRIO. In: Michaelis: Dicionário Brasileiro
ƒ Verbetes são textos escritos, de cará- da Língua Portuguesa. Disponível em: livro.
page/3V6U5156L. Acesso em: 31 jan. 2022.
ter informativo, que explicam conceitos.
Geralmente, nós os procuramos em di-
cionários (que podem ser temáticos), 162
glossários e enciclopédias. Eles servem
para explicar, apresentar sinônimos e
informações variadas a respeito do con- HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 2
ceito ou da palavra pesquisada.
EF67LP25, EF67LP26, EF69LP29, EF69LP30, EF69LP33 e EF69LP34.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

162 Língua Portuguesa


Agora, observe o verbete que explica o que é um estromatólito, retirado de
uma enciclopédia para crianças. ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Verbete 2 Comente com os estudantes que há
também enciclopédias voltadas para adul-
Dicionário on-line
Estromatólito – BACTÉRIA tos, que explicam conceitos de maneira
Por volta de 4 bilhões de anos atrás, começou a surgir a vida que deu origem às Estromatólito: detalhada e com linguagem adequada
bactérias [...]. Eram seres microscópicos, que não conseguimos enxergar, mas dei- estrutura
xaram registros visíveis e ganharam o nome de estromatólitos [...], e eram formados construída para esse público. As enciclopédias, tanto
pela atividade biológica desses microrganismos, como a respiração. Os mais antigos
por ação de
bactérias em
para adultos como para crianças, são boas
têm 3,7 bilhões de anos. mares rasos fontes de estudo e muito usadas para tra-
e quentes.
EDUAR, Gilles; GUIMARÃES, Maria. A história da terra 100 palavras. balhos, inclusive podendo ter trechos ci-
1. ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2018. p. 13.
tados, indo além de uma mera fonte de
consulta como os dicionários.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E
Consulte as seguintes enciclopédias para ver a definição de outros verbetes. ORIENTAÇÕES
„ EDUAR, Gilles; GUIMARÃES, Maria. A história da terra 100 palavras. 1. ed. São Paulo: 1. a) As informações são: separação silá-
Companhia das Letrinhas, 2018. bica, classe gramatical da palavra e, de
„ O grande livro de ciências do Manual do Mundo: anotações incríveis e divertidas para acordo com o contexto de uso, os diver-
você aprender sobre a vida, o Universo e tudo mais. Trad. Cláudio Biasi. Rio de Ja-
sos sentidos da palavra e sua etimologia
neiro: Sextante, 2019.
(origem e formação da palavra).
1. b) A ordem, geralmente a mesma nos
Reprodução/Companhia das Letrinhas

Reprodução/Editora Sextante

dicionários, ajuda o leitor a identificar


rapidamente as informações sobre a
palavra e segue uma lógica de importân-
cia (chamar a atenção dos estudantes
para o fato de que a classe gramatical
da palavra pode ser fundamental para
organizar os sentidos dela). Outro as-
pecto é que as informações podem vir
com determinados formatos de letra e
cores diferentes, o que ajuda a diferen-
ciar rapidamente as informações, além
de serem hierarquizadas em diferentes
1. Observe o verbete 1, retirado de um dicionário on-line. Não escreva
linhas.
neste livro
a) Que informações ele contém? Use seu
2. a) O texto do primeiro verbete está
b) As informações apresentadas por esse verbete seguem uma ordem. Por que caderno topicalizado, enquanto o segundo é
essa ordem foi estabelecida? um texto corrido. As informações são
2. Em relação ao segundo verbete, responda: apresentadas de formas diferentes: no
a) O que ele apresenta de diferente em relação ao primeiro? Para responder, primeiro, elas aparecem de maneira
observe: objetiva, sucinta; no segundo, de forma
„ como o texto é organizado; mais explicada, desenvolvidas no tex-
to. A linguagem do primeiro verbete é
163 mais complexa, está mais reduzida às
informações técnicas, e é formal. No
segundo verbete, a linguagem é mais
simplificada e informal.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 163


„ como as informações são apresentadas ou explicadas;
ATIVIDADES: RESPOSTAS E „ como se caracteriza a linguagem (simples ou complexa, formal ou
ORIENTAÇÕES informal).
2. b) Elas são adequadas ao público leitor: b) Qual é a relação entre as características de cada verbete e seu público
o primeiro é voltado a um público leitor leitor?
mais amplo, em sua maioria adulto, que Não escreva 3. Vamos praticar!
neste livro
precisa consultar de maneira objetiva o Use seu a) Releia o verbete 2 e localize suas palavras-chave.
sentido das palavras. Já o segundo é para caderno
b) As palavras-chave selecionadas são todas conhecidas por você? Caso não
o público infantil e necessita de um texto sejam, busque seus sentidos em dicionários impressos ou on-line.
que explique conceitos e processos. c) Agora, resuma o texto do verbete, como feito na seção 1, com base nas
palavras-chave selecionadas.
3. a) Estromatólito, 4 bilhões de anos, bac-
térias, seres microscópicos, atividade
biológica, microrganismos.
Nosso mundo
3. b) Resposta pessoal. Comente a impor-
tância de compreender todas as pala- Enciclopédias colaborativas
vras importantes de um texto. As enciclopédias virtuais colaborativas são muito populares, escritas por qualquer pessoa que tenha
interesse em contribuir adicionando-lhes um verbete ou editando conteúdo existente. Porém, há um
3. c) Por volta de 4 bilhões de anos atrás, ponto polêmico: Elas são confiáveis?
os estromatólitos, seres microscópicos

Reprodução/pt.wikipedia.org
formados por atividade biológica, deram
origem às bactérias.

NOSSO MUNDO:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
1. Verifique se os estudantes conhecem
enciclopédias desse tipo; se não, cite
exemplos. A Wikipédia, marca comercial,
é citada com fins didáticos nesse boxe
ENCICLOPÉDIA colaborativa Wikipédia em português.
por ser a mais conhecida enciclopédia Disponível em: livro.page/4V6U5158L. Acesso em: 6 abr. 2022.
colaborativa. Pergunte-lhes se já se sen-
tiram inseguros consultando esse tipo 1. Você já consultou este tipo de enciclopédia? Se sim, chegou a refletir se os textos eram
de fonte. Por um lado, as enciclopédias confiáveis? Você sabe quais são os mecanismos que garantem certa confiabilidade a
colaborativas têm alguns mecanismos esses espaços na internet?
que asseguram certo grau de confiabi- 2. Consulte em uma enciclopédia colaborativa virtual um verbete de qualquer assunto de
lidade aos textos, como a indicação de seu interesse. Pode ser sobre uma banda, um filme, um jogo, uma comida, um lugar...
fontes e a possibilidade de revisar os Em seguida, faça uma nova pesquisa em sites especializados, oficiais ou governamentais.
Compare as informações da enciclopédia colaborativa com as dos sites especializados
verbetes; por outro, o fato de poderem
e verifique:
ser editadas livremente por todas as
„ se há informações divergentes;
pessoas pode prejudicar a qualidade e
„ se as informações coincidem;
a confiabilidade de seu conteúdo.
„ se há informações complementares; e
2. Resposta pessoal. Caso a escola não te- „ se textos da enciclopédia colaborativa foram copiados de outros sites.
nha um espaço de consulta à internet,
esta atividade pode ficar como tarefa de
casa. Convide os estudantes a compar-
tilharem o resultado de suas pesquisas. 164

HABILIDADE DA BNCC
As enciclopédias colaborativas são PRÁTICA DE PESQUISA
parte integrante do mundo atual, por isso A atividade proposta no boxe Nosso mundo possibilita que os estudantes desenvol-
desenvolver a habilidade EF69LP30, re- vam noções de prática de pesquisa, nesse caso, a revisão bibliográfica. Se julgar pertinen-
lacionada à análise crítica de conteúdos te, converse com os estudantes sobre as características desse método de coleta de dados.
disponíveis, é peça-chave na formação de A revisão bibliográfica, muito comum como prática no ensino superior, é a realização de
cidadãos conscientes. uma ampla pesquisa que investiga o que variados autores disseram a respeito de um mes-
mo tema, observando justamente complementaridades, discordâncias e concordâncias.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

164 Língua Portuguesa


3. Anote o resultado de seu trabalho e todas as fontes de pesquisa que utilizou. NOSSO MUNDO:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
4. Agora, voltemos à pergunta inicial: Essas enciclopédias colaborativas virtuais são con-
fiáveis? Reveja sua resposta inicial e justifique se houve mudanças. 3 e 4. Respostas pessoais. É importan-
te que os estudantes cheguem à
conclusão de que o conteúdo de
4. Agora, elabore verbetes para a palavra bactéria.
enciclopédias colaborativas virtuais
5. Caso o leitor não saiba o sentido de bactéria, como deve proceder? pode não ser confiável e que é re-
comendável compará-lo com o de
sites especializados, caso necessi-
Múltiplas leituras tem de informações rigorosamen-
te seguras (por exemplo, para um
Enciclopédias temáticas trabalho escolar). Chame a atenção
Você sabia que enciclopédias também podem ser temáticas? Veja alguns exemplos.
dos estudantes para os mecanis-
mos que as próprias enciclopédias
Essa enciclopédia Enciclopédia
Reprodução/Editora L&PM

Reprodução/Editora Queen Books


é o resultado de um ilustrada sobre colaborativas costumam criar para
dos mais completos animais do planeta garantir a qualidade das informa-
estudos da área dos inteiro, com fichas ções: os verbetes podem ser revisa-
quadrinhos e traz in- explicativas e fo- dos e trazem um aviso caso ainda
formações desde o tografias, além de
não tenham sido; ao final do texto,
surgimento dessa explicações sobre
arte, ainda no sécu- as características há indicação de fontes que servi-
lo XIX, além de refe- físicas e compor- ram de consulta (e elas podem ser
rências de artistas, tamentais de mui- aproveitadas pelos estudantes).
roteiristas e fanzinei- tas espécies.
ros que se dedicaram
às HQs.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
A obra é indica- Os historia-
Reprodução/Editora Senac São Paulo

Reprodução/Companhia das Letras


da não apenas aos dores Flávio dos 4. Oriente a realização da tarefa com o
profissionais que Santos Gomes, Jai- auxílio dos conhecimentos prévios e, se
trabalham com cho- me Lauriano e Lilia necessário, o uso de dicionário.
colate, mas a todos Moritz Schwarcz or-
aqueles interessados ganizaram essa en-
5. Buscar o sentido da palavra em um di-
nessa iguaria famo- ciclopédia sobre as cionário seria a maneira mais rápida e
sa no mundo todo. mais importantes fi- confiável.
O livro traz mais de guras históricas do
100 técnicas de con- Brasil, com o intuito
feitaria relacionadas de restabelecer o
aos chocolates e se- protagonismo ne-
gredos dos grandes chefs especializados no in- gro brasileiro.
grediente.
1. Quais dessas enciclopédias você gostaria de consultar? Por quê?
2. O que você esperaria encontrar pesquisando nessas enciclopédias?
3. Em sua opinião, qual é a importância dessas organizações específicas de enciclo-
pédias de acordo com os temas?

165

MÚLTIPLAS LEITURAS: RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES


1. Resposta pessoal. Converse com os estudantes de modo que eles revelem à turma suas
impressões acerca das enciclopédias.
2. Resposta pessoal. Leve os estudantes a estabelecer relações entre a imagem de capa das
enciclopédias e seus respectivos textos de apresentação. A partir disso, ouça e converse
sobre as hipóteses que eles podem levantar.
3. Resposta pessoal. Conduza uma conversa de modo que os estudantes percebam que as
enciclopédias, criadas com base em um tema, nos ajudam a entender e a perceber fatos
históricos, como a organização de países, o funcionamento das plantas, ou as características
dos animais, ou seja, sua importância se dá por disponibilizar para um público geral conhe-
cimento artístico, filosófico, biológico, entre outros. Além do mais, ao tratar da enciclopédia
intitulada Negra, a última do boxe, sugerimos ressaltar sua relevância associando-a com o
que foi estudado anteriormente: a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas
e culturais brasileiras.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 165


REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
Os verbetes são textos feitos para organizar e registrar o conhecimento científico. Podem ser
ƒ BEZERRA, M. A. (org.) Gêneros tex- encontrados em enciclopédias, dicionários ou ainda em glossários ao final de outro texto. Para facilitar
tuais e ensino. 4. ed. Rio de Janeiro: a busca, geralmente, os verbetes em obra impressa são ordenados alfabeticamente. Já no mundo
Lucerna, 2005. virtual não há o trabalho de localizá-lo dentro de um livro, basta um clique na lupa de busca e pronto:
o verbete aparece. Confira, na linha do tempo a seguir, momentos importantes da publicação de obras
A obra nos ajuda a compreender organizadas em verbetes.
como se constituem e funcionam os gê-
neros textuais, apresentando-se como História dos verbetes

valoroso manual de ensino na perspec-


tiva textual-discursiva, partindo de uma
concepção de língua como atividade

Biblioteca Real da Bélgica, Bruxelas, Bélgica


interativa de caráter social, histórico e Século VII Século X
cognitivo. Recomendamos, em especial, Por volta do ano 630 É publicada a primeira
o artigo “Verbetes: um gênero além do é publicada a obra obra em ordem alfabética,
Etimologias, do bispo o Suda, uma compilação
dicionário”, escrito por Angela Dionísio Isidoro de Sevilha. de textos gregos.
(p. 125-137).
ƒ SILVA, Fablinne Marani Pereira. Glos-
sário escolar: uma construção do
aluno. Dissertação (Mestrado) – UFU/
ProfLetras, 2015. Disponível em:
livro.page/27V6U5160LP. Acesso
em: 2 jun. 2022.
A pesquisa trata da aplicação de uma
proposta de intervenção didática que le-
vou estudantes do 9o ano de uma escola 1594 1613 1712-1718
pública a elaborar glossários de termos É publicado o primeiro É publicado o primeiro dicionário É publicado o Vocabulário
dicionário da língua tupi, de anatomia, do jesuíta Pero de português e latino, de Raphael
de diferentes disciplinas e a soletrar por José de Anchieta. Castilho. Essa obra tem duas Bluteau, considerado o primeiro
itens lexicais trabalhados. partes: 257 verbetes em tupi e dicionário em português.
181 em português.
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ

Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin-USP, São Paulo


166

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

166 Língua Portuguesa


 ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
Para exercitar o conceito de palavra-
1772 1964 -chave prepare, se possível, a atividade
complementar como sugerida na proposta
Primeira enciclopédia é publicada Primeira enciclopédia é publicada disponibilizada pelo Colégio de Aplicação
na França, elaborada pelos no Brasil, a Barsa. Idealizada pelo
estudiosos Jean d’Alembert e casal Dorita Barret e Alfredo de da Universidade Federal do Rio Grande do
Denis Diderot. Almeida Sá.
Sul (UFRGS):
ƒ VERBETES. Por to Alegre: UFRGS,
Biblioteca da Universidade de Chicago,

2020. (Componente curricular: Inicia-


ção Científica Pixel 80). Disponível em:

Hugo Martins Oliveira/Shutterstock


livro.page/28V6U5161LP. Acesso em:
26 maio 2022.
Chicago, EUA

 LEITURA COMPLEMENTAR 
A primeira enciclopédia foi idealizada e
editada na França, no século XVIII, organi-
zada pelo filósofo e escritor Denis Diderot.
Leia o texto da revista Superinteressante
para mais informações e compartilhe-o
com os estudantes:
1975 2001
É publicada a primeira É lançada a Wikipédia,
Enciclopédia
edição do Dicionário enciclopédia virtual colaborativa.
Aurélio, de Aurélio A Enciclopédia (que chegou a ser cha-
Buarque de Holanda. mada de “o livro dos livros”) permitiu
que, pela primeira vez, o conhecimento
Reprodução/Editora Nova Fronteira

Reprodução/pt.wikipedia.org
científico, artístico e filosófico da época
estivesse à disposição do público em ge-
ral [...]. Seu caráter de divulgação univer-
sal do conhecimento inspirou a criação
de outras enciclopédias, entre elas a Bri-
tânica. A obra organizada por Diderot é
apontada como uma das mais importan-
tes bases teóricas para a Independência
Americana, em 1776, e para a Revolução
Francesa, em 1789.
Por meio de verbetes, os conceitos científicos de diferentes áreas são transmitidos a um público ENCICLOPÉDIA. Superinteressante,
leitor amplo e diverso. Para atingir o objetivo comunicacional de reunir e divulgar a ciência 31 out. 2016. Disponível em: livro.page/
para leigos – os não especialistas –, a linguagem do verbete precisa ser simples e de fácil 29V6U5161LP. Acesso em: 2 jun. 2022.
entendimento. Apesar de os verbetes publicados em enciclopédias e dicionários terem uma
estrutura e uma função de divulgação científica semelhantes, eles podem apresentar diferenças,
como pudemos observar nas atividades.

167

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 167


MÚLTIPLAS LEITURAS: Múltiplas leituras
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Hipertexto é um texto cujas informações o leitor tem liberdade de ler em diferen-
O conceito de hiperlink foi apresentado tes ordens, pois estão organizadas em blocos que podem ser lidos separadamente. A
na Unidade 1 e é resgatado neste boxe página de um site é um bom exemplo de hipertexto, pois nela costuma haver blocos
para consolidar as semelhanças e diferen- de informações que podem ser lidos na ordem que o leitor escolher. Outro exemplo
ças entre hiperlink e hipertexto. são os infográficos, que estudaremos mais adiante.
Hyperlinks são parecidos com hipertextos. Em textos na internet, é comum que
1. Sugestão de resposta para a ativida- algumas palavras sejam destacadas e, ao acessá-las, percebemos que nos direcionam
de sugerida no boxe: A febre ocorre para outras páginas da internet, às vezes do próprio site, com o objetivo de apresen-
quando a temperatura do corpo se ele- tar informações complementares ao sentido daquele termo.
va acima de 37° C. Ela é uma reação Observe novamente o trecho a seguir do texto da seção 1 e repare que ele apre-
senta palavras destacadas, como se representassem hyperlinks, ou seja, no computa-
do organismo a algum agente externo
dor, no celular ou no tablet, ao clicar ou tocar sobre uma palavra em destaque, o leitor
(como vírus, bactéria, fungo ou parasita) seria direcionado a outro texto, exatamente sobre o assunto da palavra destacada.
ou a alguma doença. Nas infecções, ela
ajuda no sistema de defesa do corpo.
Independentemente do micro-organismo determinante, os efeitos da intoxi-
A febre é apenas um sintoma, portanto, cação alimentar aguda são todos parecidos: náuseas, vômitos, diarreia, febre,
o tratamento deve ser direcionado à en- dor abdominal, cólicas, mal-estar. Nos quadros mais graves, podem ocorrer
fermidade que deu origem a ela. desidratação, perda de peso e queda da pressão arterial.

GRÁFICOS: ORIENTAÇÕES Agora, suponha que o texto foi publicado somente em livro ou revista impressa.
Nesse caso, para ampliar ou acrescentar sentidos, precisaria haver um glossário ou
Verifique qual é a experiência dos es- quadros com explicações e novas informações. Como no hyperlink, o leitor tem a li-
tudantes como leitores ou produtores de berdade de ler ou não essas informações extras. Esses textos agregados ao texto
gráficos na escola. Lembre-os de livros de principal são chamados de hipertexto.
outras disciplinas em que é possível en- Não escreva 1. Agora, crie um hipertexto para o trecho que você acabou de ler. Escolha
neste livro
contrar gráficos sobre diversos assuntos. Use seu
uma das palavras destacadas, pesquise seu sentido e escreva – com as
Fora da escola, é possível que eles tenham caderno próprias palavras – uma definição.
visto gráficos na mídia ou em campanhas
publicitárias, como as voltadas a saúde e
alimentação. Leitura 2
Os gráficos são importantes porque
apoiam dados e textos escritos, ou seja, Gráficos
essa linguagem visual matemática costu- O próximo texto que vamos ler é um infográfico. Você já leu ou produziu um in-
ma estar em gêneros textuais estudados fográfico na escola? E fora do ambiente escolar, você se lembra de ter visto algum?
na disciplina de Língua Portuguesa, daí a Os infográficos são textos multimodais, ou seja, usam linguagem verbal e não
importância de saber interpretá-los e asso- verbal (ou visual). Eles têm ilustrações, gráficos, dados numéricos e estatísticos,
ciá-los a outras linguagens. Nesse sentido, texto escrito e uma variedade de cores e formas que os organizam e chamam a aten-
com o estudo de modelos de gráficos que ção do leitor. Este tipo de texto possibilita que muitas informações sejam dadas ao
transmitem informações de textos escri- mesmo tempo e, por isso, são importantes ferramentas para a divulgação científica
tos, os estudantes estarão mais prepara- e de pesquisas. Neste momento, vamos usar um infográfico para perceber, espe-
dos para, em outro momento do percurso cificamente, um dos elementos que geralmente estão presente neles: os gráficos.
escolar, compreenderem, estudarem e pro- Observe o infográfico, produzido pela Agência IBGE, sobre a alimentação
duzirem, por exemplo, infográficos. do brasileiro.

168

HABILIDADES DA BNCC
Nas atividades com gráficos, proponha uma reflexão sobre o uso dos gráficos e infográ-
ficos como meio de divulgação de informação. Elenque suas principais características e o
quanto são facilitadores na explicitação de dados. Além do trabalho escrito nas atividades,
estimule a expressão oral das impressões, questionamentos e conhecimentos dos estu-
dantes. Tais ações se relacionam com as habilidades EF69LP29 e EF69LP33 da BNCC.
O boxe Múltiplas leituras trabalha a habilidade EF67LP26, pois leva o estudante a
reconhecer a estrutura de hipertexto em textos de divulgação científica.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

168 Língua Portuguesa


IBGE
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Esta atividade pode ser feita em grupo,


para os estudantes trocarem informações
e escreverem respostas completas. Desta-
que especialmente a presença do gráfico.
Estimule os estudantes a recordarem se
já o viram nas aulas e em livros de outras
disciplinas e ressalte a importância do diá-
logo entre os gráficos e a linguagem verbal
nos infográficos.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
1. a) Aparecem ilustrações relativas ao
tema: alimentos como arroz, feijão, ma-
carrão; um garfo e uma faca; um gráfico
do modelo rosca; ícones que destacam
as informações, como barras e tópicos.
1. b) Apresentam as porcentagens dos ali-
mentos mais consumidos pelos brasi-
leiros e as porcentagens de quem sofre
e de quem não sofre com a falta de
alimentos.
1. c) A linguagem é objetiva, compreensível
e formal. Chame atenção para os dife-
rentes tamanhos e destaques das letras.
Isso ajuda a segmentar o infográfico em
partes e a deixá-lo mais organizado e
atrativo.

PARADELLA, Rodrigo. Incerteza sobre alimentação diminui,


mas qualidade ainda preocupa. Agência IBGE, [S.l.], 13 nov. 2018.
Disponível em: livro.page/5V6U5163L. Acesso em: 6 abr. 2022.

1. Observe novamente as informações no infográfico, considerando os textos


verbais e não verbais. Não escreva
neste livro
a) Que elementos não verbais aparecem no infográfico? Use seu
caderno
b) Que informações os dados numéricos apresentam?
c) Como você caracterizaria a linguagem dos textos verbais? Objetiva ou de-
senvolvida? Complexa ou compreensível? Formal ou informal?

169

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 169


2. Agora, observe especificamente o gráfico em forma de rosca que aparece no
ATIVIDADES: RESPOSTAS E infográfico.
ORIENTAÇÕES

IBGE
2. a) Ele apresenta as porcentagens de
brasileiros que estão em segurança
alimentar, ou seja, que têm certeza de
que terão alimentos para consumir; e
daqueles que não estão com segurança
alimentar, ou seja, correm o risco de não
comer, indo de uma situação de insegu-
rança leve, passando pela moderada e
chegando à grave.
2. b) O gráfico, em forma de círculo, está
proporcionalmente dividido em partes,
de acordo com a porcentagem represen-
tada por cada uma delas, além de cada
parte apresentar uma cor diferente. Não escreva a) Que dados ele apresenta?
neste livro
2. c) O verde significa a ausência de pe- b) Como o gráfico apoia visualmente os dados numéricos apresentados?
Use seu

rigo em relação à falta de alimentos; o caderno c) As cores escolhidas para indicar as porcentagens do gráfico não são alea-
tórias. Que ideia elas transmitem?
amarelo é um sinal de alerta de risco
d) O gráfico está relacionado a que outra parte do infográfico?
possível; o laranja de uma situação de
e) Como você descreveria esse modelo de gráfico?
risco maior; o vermelho de uma situa-
ção crítica, certa em relação à falta de 3. Desenhe um gráfico de modelo funil (observe o exemplo) que reproduza as
alimentos. Ou seja, há uma gradação porcentagens dos alimentos mais presentes na mesa dos brasileiros, indica-
dos no infográfico. Para isso, fique atento a:
de risco e de cores do verde para o
vermelho. „ indicar as barras de maneira proporcional e aproximada das porcentagens;
„ usar cores diferentes para representar cada barra;
2. d) Aos tópicos que aparecem no lado
„ dentro de cada barra, indicar a porcentagem e o nome do alimento.
esquerdo, relativos também à falta de
alimentos. Os tópicos usam as mes- Modelo do gráfico de funil
mas cores do gráfico, seguindo a mes-

Paula Radi
ma lógica.
2. e) É um gráfico circular dividido em par-
tes correspondentes, proporcionalmente,
às porcentagens indicadas.
3. Espera-se que os estudantes façam um
gráfico com um funil aproximado de:
84% arroz, 72,8% feijão; 48,7% car-
ne bovina; 27% aves; 18,8% macarrão.
Devem inserir dentro de cada barra a
porcentagem e o nome do alimento.
Peça aos estudantes que compartilhem
seus desenhos e observem se a divisão
ficou aproximada.
170

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

170 Língua Portuguesa


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Os gráficos representam uma importante forma de comunicação. São bastante
úteis para apresentar dados numéricos e estatísticos de forma lógica e visualmente
atraente, permitindo uma leitura rápida. Existe uma grande variedade de modelos O uso de gráficos no processo de
de gráficos. Conheça alguns. aprendizagem é bastante importante e
Pizza: pode aparecer em diversas situações. Para
complementar seus conhecimentos sobre
eles e ampliar ideias para seu trabalho,
acesse o site IBGEeduca, que disponibi-
liza textos informativos direcionados ao
ensino:
ƒ IBGEeduca. Tipos de gráficos no ensino.
Disponível em: livro.page/30V6U5165LP.
Acesso em: 2 jun. 2022.
Nessa seção do site, apresentam-se os
Colunas: Barras:
principais tipos de gráficos ilustrados. Se
possível, mostre as imagens em sala, so-
cializando as impressões dos estudantes
sobre o conteúdo.

Pirâmide:
Gráficos: Paula Radi

Visite o site do Conselho Regional de Estatística, disponível em: livro.


page/14V6U5166L. (acesso em: 19 abr. 2022) para ler um texto sobre gráficos.
Em “Gráficos: você sabe como utilizá-los e interpretá-los?”, há explicação para
o surgimento de gráficos, leitura de dados e, ainda, como e quando usar essa
ferramenta que organiza informações.

171

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 171


Comparação entre textos
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Agora que você estudou dois gêneros textuais muito usados na divulgação
Durante esta atividade, circule pela sala de conhecimentos científicos, é hora de chegar a algumas conclusões. Em grupo,
e converse com os estudantes sobre suas respondam às questões. Ao final da atividade, cada grupo deve ler suas respostas
reflexões, auxiliando-os caso tenham algu- para a turma e, juntos, observarão se as conclusões foram semelhantes.
ma dificuldade. 1. Em que situações cotidianas os verbetes e os gráficos são úteis?
2. Tanto verbetes como gráficos são muito utilizados, como visto, na divulgação
ATIVIDADES: RESPOSTAS E científica. Comparando os dois gêneros, que diferenças essenciais é possível
ORIENTAÇÕES identificar entre eles?
1. Espera-se que os estudantes digam que 3. Como os textos verbais devem ser escritos para estarem adequados a esses
ambos são úteis para a divulgação de dois gêneros textuais?
dados científicos (caso dos gráficos) 4. É sempre importante observarmos quais são as fontes de conteúdo dos
e na pesquisa cotidiana, em diferentes verbetes e infográficos. Que tipos de fonte transmitem confiabilidade nas
informações veiculadas?
contextos (caso dos verbetes).

Natee K Jindakum/Shutterstock
2. Os gráficos usam o recurso da lingua-
gem visual, enquanto os verbetes utili-
zam a linguagem verbal.
3. Quando direcionados ao grande público,
os textos verbais nos verbetes devem
ser objetivos, claros e de fácil compreen-
são, ou seja, sem vocabulário complexo
(exceto no caso de termos técnicos) ou
frases longas. No caso dos gráficos, a
linguagem verbal se resume a poucas
palavras.
4. Fontes especializadas e de instituições
reconhecidas, escritas com correção
conceitual e com base em estudos cien-
tíficos e pesquisas estatísticas.
O uso de gráficos para divulgar informações quantitativas é um recurso objetivo e visual
bastante expressivo.

Conheça os gráficos animados!


Fazendo uso dos recursos de animação, alguns gráficos que circulam na internet
ganharam movimento. Nesse tipo de gráfico, barras, cores e volumes são animados
e deixam mais claras as informações que se quer divulgar.
Para ver a evolução desse gênero, consulte estes endereços.
„ Para assistir a um videotutorial sobre como fazer um gráfico animado, consulte: livro.
page/14V6U5172L. (acesso em: 17 maio 2022).
„ Para baixar um programa que possibilita fazer gráficos animados, consulte: livro.
page/15V6U5166L. (acesso em: 17 maio 2022).

172

HABILIDADE DA BNCC
Desenvolva situação de aprendizagem, baseada no item Comparação entre textos,
que corresponde à habilidade EF69LP30, propondo comparações entre os dados e as
informações dos gráficos para facilitar a compreensão dos elementos trabalhados.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

172 Língua Portuguesa


Análise e reflexão
sobre linguagens 3 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Oriente os estudantes na resolução das


atividades de maneira a resgatar saberes
desenvolvidos e promover sua autonomia.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E
No início desta Unidade, nos ORIENTAÇÕES

DisobeyArt/Shutterstock
referimos a muitos nomes. Fa- 1. Verifique os conhecimentos prévios dos
lamos em intoxicação (o nome estudantes a respeito das classes de
de um problema de saúde); bac- palavras. Se necessário, faça uma breve
térias, vírus, fungos (nomes de revisão.
microrganismos); citamos termos
como manipulação, preparo, con-
servação e armazenamento (no-
CONCEITOS DA LÍNGUA
mes dados a determinadas ações). 1. a) Seres, registros, nome e estromatólitos.
Praticamente todas as palavras- Caso os estudantes apontem outras pa-
-chave com que trabalhamos eram lavras, lembre-os de que um substantivo
nomes, o que mostra que eles ocu- sempre vem, ou pode vir, acompanha-
pam um lugar muito impor tante do de um artigo ou outro determinante
em nossa língua. (como alguns pronomes): “os cientis-
Tudo o que
1. Você lembra como classificamos os nomes de acordo com a gramática? podemos tas”, “uma explicação”, “a parte”, “as
O nome dado às palavras que nomeiam os seres, as coisas, os sentimentos, as
nomear é coisas”. Faça, com eles, esse exercício
substantivo: a
emoções é substantivo. Vamos estudar, a seguir, alguns assuntos relacionados a criança, a mãe, de tentar colocar um artigo antes das
o parque, a
essa classe de palavras. felicidade.
demais palavras para perceberem que
não é possível. Mencione que outras
Conceitos da língua classes gramaticais, como verbos, adje-
tivos e advérbios, podem ser substanti-
Concordância nominal vados a depender do contexto em que
são usados colocando-se um artigo an-
Não escreva
1. Observe esta frase, tirada do verbete estromatólito, em Leitura 1: neste livro tes do termo. Exemplo: “O andar dele é
Use seu
caderno
muito elegante” (o verbo se transformou
Eram seres microscópicos, que não conseguimos enxergar, mas deixaram re-
em substantivo). “O bem sempre deve
gistros visíveis e ganharam o nome de estromatólitos [...]
prevalecer” (o advérbio se transformou
em substantivo). “O amarelo é minha
Edição de Arte

a) Que substantivos aparecem na frase?


cor favorita” (o adjetivo se transformou
b) Agora, escreva os substantivos identificados na Substantivo
em substantivo).
questão anterior, no centro de uma página de ca-
derno e circule-os, formando um balão em torno 1. b) Seres (substantivo): microscópicos
de cada um deles. Em seguida, puxe outros ba- (adjetivo associado); registros (substan-
lões e escreva dentro as palavras que você acha tivo): visíveis (adjetivo associado); nome
que se associam diretamente a ele em gênero
(masculino ou feminino) e número (singular ou (substantivo): o (artigo associado); es-
plural). Siga o modelo. tromatólitos (substantivo): sem palavra
associada.
173

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 3


EF06LP03, EF06LP04, EF06LP05, EF06LP06, EF67LP25 e EF67LP36.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 173


Não escreva 2. Reescreva em seu caderno o subtítulo do texto da seção 1:
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro

ORIENTAÇÕES Use seu


caderno A intoxicação alimentar é um problema de saúde causado pela ingestão de água
2. a) A intoxicação alimentar é um pro- ou alimentos contaminados. Nas crianças e idosos, pode ser uma doença grave.
blema de saúde causado pela inges-
a) Agora, em seu caderno, grife os substantivos desse subtítulo.
tão de água ou alimentos contamina-
b) Circule as palavras que se ligam aos substantivos grifados.
dos. Nas crianças e idosos, pode ser
c) Justifique o fato de o adjetivo contaminados estar no masculino plural.
uma doença grave.
d) Agora, justifique o fato de nas estar no feminino plural.
2. b) A intoxicação alimentar é um proble- e) Que adjetivos estão concordando com os substantivos grifados e não teriam
ma de saúde causado pela ingestão de variação de gênero independentemente de o substantivo a que se ligam ser
água ou alimentos contaminados. Nas masculino ou feminino?
crianças e idosos, pode ser uma doença
grave.
2. c) O adjetivo está concordando com os Concordância nominal é o nome que se dá para a combinação entre substantivos,
substantivos “água” e “alimentos”, que artigos, adjetivos, numerais e pronomes em relação ao gênero (masculino ou
fazem parte de locuções ligadas à pala- feminino) e ao número (singular e plural).
vra “ingestão”, portanto, deve estar no
plural porque há mais de um substantivo Exemplo: Os meus primeiros anos escolares foram muito bons!
sendo determinado pelo adjetivo (além
do plural do segundo substantivo). Em- Observe que as palavras destacadas combinam em gênero e número. Todas essas
bora “água” seja um substantivo femi- palavras estão relacionadas entre si na oração, tendo o substantivo anos como núcleo
nino, quando o adjetivo vem após dois (palavra cujo sentido é o principal), que determina a concordância no masculino
substantivos de gêneros diferentes, ele plural. As palavras que combinaram com o substantivo, neste exemplo, foram: artigo,
pronome possessivo, numeral, adjetivo e outro adjetivo ao final da oração.
deve concordar com ambos no mascu-
A regra geral para a concordância nominal é: os adjetivos, pronomes, artigos e
lino plural ou com o substantivo mais numerais concordam em gênero e número com os substantivos a que se referem.
próximo. Regra especial: quando o adjetivo concorda com dois ou mais substantivos de
2. d) O artigo (aglutinado à preposição gêneros e números diferentes, e quando posposto aos substantivos, ele poderá
concordar com todos no masculino plural ou com o mais próximo. Quando
“em”) está concordando com o subs-
anteposto aos substantivos, preferencialmente, o adjetivo concordará com o
tantivo “crianças”, portanto, deve estar substantivo mais próximo.
no plural feminino.
Exemplo: Visitei museus e igrejas históricos. Ou: Visitei museus e igrejas históricas.
2. e) Os adjetivos: alimentar e grave. Dê
exemplos aplicando os adjetivos de- Velhas revistas e livros enchiam a estante. Ou: Velhos livros e revistas
enchiam a estante.
terminando substantivos de gêneros
Fred S. Pinheiro/Shutterstock

diferentes, por exemplo: a intoxicação


alimentar × o déficit alimentar; a doença
grave × o problema grave.

Tiradentes, em Minas Gerais, é


uma cidade com museus e igrejas
históricas, fotografia de 2019.

174

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

174 Língua Portuguesa


Sinônimos
HABILIDADES DA BNCC
Vamos continuar a conversa sobre substantivos.
A habilidade de analisar o sentido das
Ao estudar os verbetes de dicionário, também trabalhamos com sinônimos, já
palavras e o conceito de sinônimo é con-
que é o melhor lugar para se encontrar os sentidos e possíveis sinônimos para as
templada nesta seção com conteúdo tra-
palavras. Você sabe o que é um sinônimo, não é?
Mas já reparou que determinado sinônimo de uma palavra pode não ser o
balhado em forma de textos explicativos
mais adequado para substituí-la? Ou seja, uma palavra pode ser substituída por e atividade a ser realizada pelos estudan-
determinados sinônimos, mas não por outros. Observe o verbete a seguir de um tes, dialogando, assim, com as habilidades
dicionário virtual de sinônimos e veja quantos são possíveis para a palavra vírus. EF06LP03 e EF67LP25 da BNCC.

Dicionário on-line ATIVIDADE COMPLEMENTAR


Se possível, elabore uma lista de pala-
vírus
vras que contenham pares de sinônimos
32 sinônimos de vírus para 4 sentidos da palavra vírus:
e peça aos estudantes que encontrem
Micro-organismo causador de doenças:
esses pares. Disponibilize também o uso
1 germe, gérmen, micro-organismo, microrganismo, micróbio, patógeno,
de dicionários, se necessário, para faci-
micro-organismo patogênico, agente patogênico, micro-organismo infeccio- litar o trabalho. Use recursos criativos,
so, agente infeccioso. como palavras em tabelas que possam
Exemplo: Este vírus é muito contagioso. ser coloridas e/ou recortadas para que os
Programa informático que causa danos e anomalias: pares corretos sejam identificados.
2 malware, software malicioso, software maligno, software daninho, programa
malicioso, programa maligno, programa daninho.
Exemplo: Como faço para remover um vírus do meu computador?
Mal de caráter moral que consegue contagiar:
3 mal, maldade, malignidade, perversidade, nocividade, perniciosidade,
malevolência, ruindade.
Exemplo: É urgente combater o vírus da homofobia!
Gosto intenso e acentuado por algo:
4 obsessão, compulsão, fixação, vício, doença, mania, obcecação.
Exemplo: O vírus do gourmet anda por todos os restaurantes!
SINÔNIMO de vírus. Sinônimos.com.br. Disponível em:
livro.page/6V6U5169L. Acesso em: 31 jan. 2022.
Andrii Vodolazhskyi/Shutterstock

Representação artística
do coronavírus SARS-CoV-2,
causador da covid-19.

175

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 175


Não escreva 1. Você observou que o dicionário virtual de sinônimos atribui quatro sentidos
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro diferentes para a palavra vírus e, para cada sentido, ele sugere várias op-
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno
ções de sinônimos. Pensando nisso, escreva quatro frases usando a palavra
vírus, com um sentido diferente em cada uma delas.
1. Resposta pessoal. Sugestão de resposta:
2. Agora, reescreva as mesmas quatro frases substituindo vírus por um sinô-
Esta ala do hospital é destinada a pa- nimo adequado ao sentido que você deu à palavra.
cientes com vírus contagiosos. 3. Dê um exemplo de outro substantivo e seus diferentes sentidos. Tente se lembrar
Meu computador está com vírus. de um que tenha muitos sentidos a depender do contexto em que aparecem.

O racismo é um vírus em nossa 4. Observe a organização do verbete. O sinônimo da palavra vírus foi ordena-
do de 1 a 4. Crie hipóteses para a lógica dessa enumeração.
sociedade.
Os sinônimos podem ser usados para subs-
É um vírus essa mania de dar likes! tituir palavras que precisariam aparecer muitas
2. Esta ala do hospital é destinada a pacien- Sinônimos são palavras de sentido igual ou vezes em um texto, de forma que ele não fique
tes com microrganismos contagiosos. aproximado. Os sinônimos, entretanto, não repetitivo nem dê a impressão de ter sido mal
podem ser trocados indiferentemente, ou seja, formulado. Agora, você lerá um pequeno parágra-
Meu computador está com malware.
alguns são mais adequados para serem usados fo de uma notícia sobre resíduos de agrotóxicos
O racismo é uma perversidade em nos- em determinados contextos do que outros.
em alimentos. Neste parágrafo, há problemas de
sa sociedade. repetição de ideias e de palavras. Observe:
É um vício essa mania de dar likes!
3. Exemplo: “ponto” (de agulha, de luz, de
ônibus, relativo à pontuação gráfica, rela- [...] O estudo Tem Veneno neste Pacote, feito pelo Instituto de Defesa do
tivo a tópicos, com sentido de “questão”). Consumidor (IDEC) em 2021, verificou se havia resíduos de agrotóxicos em
27 alimentos ultraprocessados, divididos em oito categorias: refrigerantes, sucos
4. A ordem segue a do sentido mais frequen- de caixinha, bebidas de soja, cereais matinais, salgadinhos, biscoitos de água
te da palavra para o sentido menos usual. e sal, biscoitos recheados e pães de trigo. Seis categorias continham resíduos
de agrotóxicos; 14 (51,8%) possuíam resíduos de glifosato; e 16 produtos (59,3%)
apresentavam pelo menos um tipo de agrotóxico – em um biscoito de água e
HABILIDADE DA BNCC sal foram achados resíduos de até sete agrotóxicos. [...]
A reescrita de pequenos trechos pro- NABUCO, Cristina. Agrotóxicos: é possível desviar do veneno? UOL, Gama Revista, [S.l.],
1 maio 2022. Disponível em: livro.page/16V6U5170L. Acesso em: 17 maio 2022.
pondo modificações de palavras e/ou sen-
tidos contextualiza o trabalho especificado

Fotokostic/Shutterstock
pela habilidade EF67LP36, que orienta
o exercício da utilização de recursos de
coesão na elaboração dos variados gêne-
ros textuais.

Os defensivos agrícolas devem ser usados de modo consciente e seguindo as orientações


dos órgãos reguladores para não causarem danos à vida dos seres humanos.

176

INFERÊNCIA
A atividade 4 trabalha a inferência, uma vez que os estudantes precisam, após a
organização do verbete, fazer deduções para chegar a uma conclusão referente à lógica
da enumeração.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

176 Língua Portuguesa


5. Vamos fazer o exercício de substituir as palavras repetidas por sinônimos,
para melhorar esse aspecto do texto. Então, em seu caderno, reescreva o ATIVIDADES: RESPOSTAS E
parágrafo fazendo pequenas adaptações para evitar as repetições. Você tam- ORIENTAÇÕES
bém pode apenas cortar alguma palavra que se repete desnecessariamente.
5. Sugestão de resposta: O estudo Tem Ve-
Modos verbais: efeitos de sentido do modo indicativo neno Neste Pacote, feito pelo Instituto de
Por fim, vejamos mais um aspecto interessante da língua, agora envolvendo
Defesa do Consumidor (Idec) em 2021,
os verbos. Junto dos substantivos, os verbos ocupam um lugar central em nosso
verificou se havia resíduos de agrotóxi-
idioma. Nossa possibilidade de conjugação verbal, ou seja, de variar as formas cos em 27 alimentos ultraprocessados,
verbais, flexionando-as em tempos e modos, é bastante rica. O mais interessante divididos em oito categorias: refrigeran-
é que não pensamos muito para fazer isso, o que não significa que seja simples tes, sucos de caixinha, bebidas de soja,
compreender o que fazemos quase automaticamente! cereais matinais, salgadinhos, biscoitos
Vejamos como o trabalho de tempos e modos verbais ocorre nesta narrativa. de água e sal, biscoitos recheados e
pães de trigo. Seis delas continham
No começo, cada dia que passava era exatamente igual para substâncias tóxicas, 14 (51,8%) pos-

Reprodução/Salamandra
Mary Lennox. Toda manhã, acordava em seu quarto atapetado e
suíam resíduos de glifosato, e 16 produ-
via Marta ajoelhada junto à lareira acendendo o fogo. Toda ma-
nhã, tomava o café no quarto ao lado, sem nada para se divertir. tos (59,3%) apresentavam pelo menos
E depois do café, olhava pela janela para a charneca enorme, que um tipo de agrotóxico – em um biscoito
parecia se espalhar para todo lado e subir até o céu. Depois de de água e sal foram achados resquícios
olhar um tempão, lembrava que se não saísse ia ficar dentro de de até sete agrotóxicos.
casa o dia todo, sem fazer nada. Então saía.
Ela não sabia que isso era justamente o que devia fazer e
que, se começasse a andar depressa ou correr pelos caminhos ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
lá fora, estava ajudando seu sangue a circular melhor e ficando
mais forte, na luta contra o vento que vinha da charneca. Corria
só para se aquecer, e odiava o vento que lhe batia no rosto, rugia
O conteúdo relativo a verbos está dis-
e dificultava seu avanço como se fosse um gigante invisível. Mas tribuído ao longo das unidades deste livro.
respirava fundo as grandes lufadas de ar fresco que vinham por Estudaremos, nesta Unidade, os modos
cima dos arbustos espinhentos. Isso fazia muito bem a seus pul- verbais, suas características essenciais com
mões e a todo seu corpo magrinho, trazia uma cor rosada a suas O jardim secreto, foco no modo indicativo e seus efeitos de
bochechas e fazia seus olhos ficarem brilhantes. Mesmo sem ela de Frances
saber de nada disso. Hodgson sentido, além de diferenças entre alguns
Depois de passar alguns dias inteiros lá fora, acordou uma manhã com muita
Burnett. de seus respectivos tempos.
fome. Quando se sentou diante do mingau, não o olhou com desprezo nem o afastou
como costumava fazer. Pegou a colher e comeu tudo até esvaziar a tigela. ATIVIDADES: RESPOSTAS E
[...] ORIENTAÇÕES
BURNETT, Frances Hodgson. O jardim secreto. Tradução de Ana Maria 1. a) A história é contada no passado, já
Machado. São Paulo: Salamandra, 2013. p. 45-46.
que a maior parte dos verbos está no
1. Na conjugação verbal há três tempos básicos: presente, passado (também tempo pretérito.
chamado de pretérito) e futuro. A respeito deles, responda às questões.
1. b) Ambos estão no passado.
a) O texto se passa em qual desses três tempos?
b) Observe os verbos pintados de verde e compare-os aos pintados de azul.
1. c) Embora todos estejam no pretérito,
Em que tempo eles estão? há dois tempos diferentes: os verbos
c) Considerando as ações que ocorrem na história, que diferença de sentido pintados de verde mostram ações do
você observa entre os verbos pintados de verde e os pintados de azul? passado que ocorreram ao longo de
d) Além da diferença de sentido, o que mais você observa em relação à forma um período, e os verbos pintados de
como eles são escritos? O que as palavras têm em comum? azul mostram ações que ocorreram em
momentos pontuais do passado.
177
1. d) As terminações são semelhantes.
Os verbos pintados de verde, em sua
maioria, terminam em -va e em -ia, os
HABILIDADES DA BNCC pintados em azul terminam em -ou.
Conhecer as classes das palavras e analisar suas possíveis flexões é dominar, gra-
dativamente com mais propriedade, a norma-padrão da língua. Identificar os efeitos de
sentido do emprego de determinados modos verbais considerando diferentes intenções
comunicativas é, inclusive, avançar na consciência sobre os usos da língua, afastando a
possibilidade de preconceitos linguísticos. Por isso, garantir o desenvolvimento dos co-
nhecimentos sobre a norma-padrão é fundamental no processo de aprendizagem, o que
está sendo garantido com as atividades propostas nesta Unidade, que se relacionam com
as habilidades EF06LP04 e EF06LP05.

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Língua Portuguesa 177


Não escreva 2. Agora, observe esta frase:
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro

ORIENTAÇÕES Use seu


caderno
Ela não sabia que isso era justamente o que devia fazer e que, // se come-
çasse a andar depressa ou correr pelos caminhos lá fora, // estava ajudando
2. a) A expressão transmite dúvida, refor- seu sangue a circular melhor e ficando mais forte, na luta contra o vento que
çada pelo termo “se”. Relembre o que vinha da charneca.
é período composto, visto na Unidade 1
deste volume. a) Essa frase é formada por um longo período composto. Contudo, vamos prestar
2. b) A presença do termo “se” e a termi- atenção no trecho entre barras. Ele começa com a expressão “se começasse
a andar”. Essa expressão transmite a ideia de certeza da ação do verbo ou
nação dos verbos, -sse. há uma dúvida, uma hesitação?
2. c) Os dois verbos destacados no trecho b) Compare o trecho indicado na questão anterior com esta frase:
transmitem a ideia de certeza, ou seja,
Se eu fosse você, leria o livro O jardim secreto.
era certo que ela "não sabia" e que "es-
„ O que há em comum entre elas?
tava ajudando seu sangue a circular".
c) Nos trechos: “Ela não sabia” e “estava ajudando seu sangue a circular”, o
3. a) a d) Por meio do primeiro verbo, que que podemos perceber em relação à ideia de se transmitir certeza ou dúvida
transmite a ideia de passado. em relação ao fato apontado pelo verbo?
3. Observe as seguintes ocorrências que aparecem no
texto:

Anatoliy Karlyuk/Shutterstock
a) ia ficar;
b) devia fazer;
c) parecia se espalhar;
d) estava ajudando.
„ Por meio de que palavras podemos

perceber o tempo verbal dessas


expressões formadas por mais de
um verbo?
Em uma frase, o verbo pode transmitir
a ideia de dúvida ou certeza.

Modos verbais
Todos os verbos da língua portuguesa são conjugados em três modos: indicativo,
subjuntivo e imperativo. Cada um transmite uma ideia diferente em relação à
realização do fato expresso pelo verbo. Observe o quadro.

Modo indicativo Transmite uma certeza em relação ao fato expresso pelo verbo.

Transmite uma dúvida, uma possibilidade em relação ao fato


Modo subjuntivo
expresso pelo verbo.

Modo imperativo Transmite uma ordem, um conselho, um pedido.

Exemplos:
„ Eu vou a sua casa depois do almoço. (Modo indicativo.)
„ Se você viesse, eu ficaria muito feliz! (Modo subjuntivo.)
„ Vá a minha casa depois do almoço! (Modo imperativo.)

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178 Língua Portuguesa


IDEIAS & CONCEITOS: ORIENTAÇÕES
Observe que o contexto da frase ou do texto ajuda a perceber se o fato expresso
pelo verbo transmite ideia de certeza, dúvida ou pedido/ordem. Chame a atenção dos estudantes para o
Tempos verbais fato de que o pretérito mais-que-perfeito é
Exceto o modo imperativo, todos os demais tempos verbais são divididos em
hoje pouco usado, assim como a 2a pessoa
presente, passado (ou pretérito) e futuro. No caso do modo indicativo, há um tempo do plural. Além disso, explique aos estu-
presente, três tempos passados (ou pretéritos) e dois tempos futuros. Cada um dantes que, no dia a dia, usamos muitas
deles transmite uma noção temporal distinta. Observe o quadro relativo ao modo locuções verbais no lugar de apenas um
indicativo do verbo amar disponível no anexo deste volume. verbo flexionado. Exemplo:
Agora, veja a diferença de sentido de cada tempo verbal do modo indicativo:
Ele tinha ajudado o pai quando a fa-
mília precisou.
Presente Pretérito imperfeito Pretérito perfeito
Em vez de:
Fato atual, permanente. Fato passado, mas não con- Ação concluída, ocorre em de- Ele ajudou o pai quando a família
Exemplo: Eu sou feliz. cluído, transmite ideia de terminado tempo do passado.
precisou.
continuidade, de duração, Exemplo: Eu joguei futebol
repetição. semana passada. Embora pareça sutil a diferença, a locu-
Exemplo: Eu jogava futebol ção tem uma natureza mais informal.
quando era criança.

Pretérito
Futuro do presente Futuro do pretérito
mais-que-perfeito

Ação ocorrida no passado Fato certo que irá ocorrer. Para afirmações condiciona-
antes de outra que também Exemplo: Ela viajará amanhã. das, ou seja, que dependem,
ocorreu no passado. ou dependeriam de algo para
Exemplo: Ele fora embora se concretizar no futuro.
quando você chegou. (A Exemplo: Nós viajaríamos se
ação do fora ocorreu antes pudéssemos tirar férias.
de chegar.)

Desinência verbal
Todos os verbos da língua por tuguesa se dividem em três conjugações: verbos
terminados em -ar, em -er e em -ir. No caso dos verbos com conjugação
regular, ou seja, padronizada, é possível perceber que a terminação que indica
tempo, modo, pessoa e número – chamada desinência verbal – costuma se
repetir.

Exemplo: Toda manhã, (ela) acordava em seu quarto atapetado [...].

Locução verbal
Locução verbal é a expressão formada por mais de um verbo. Nesse caso, o primeiro
(verbo auxiliar) sempre se flexiona em tempo, modo, pessoa e número e o
segundo (verbo principal) permanece em uma forma nominal – infinitivo, gerúndio
ou particípio. São os casos das expressões:
„ ia ficar (auxiliar + infinitivo);
„ estava ajudando (auxiliar + gerúndio);
„ tinha ajudado (auxiliar + particípio).

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Língua Portuguesa 179


A linguagem na prática
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Você já ouviu falar em superalimentos? Leia um trecho de uma matéria sobre
Valorizar a aprendizagem da língua eles. Em seguida, responda às questões.
na prática, contextualizando o trabalho
pedagógico, é a melhor maneira de com-
preender o uso da linguagem e sua ca-
racterística ativa. A língua não pode ser
tratada como objeto de estudo estático, Existem mesmo superalimentos? Entenda por que eles
não são tão milagrosos
mas como função comunicativa que está
em constante movimento e modificação.

alicja neumiler/Shutterstock
Prepare uma discussão acerca do tema
do texto para enriquecer essa perspecti-
va ativa do uso da linguagem, permitindo
que os estudantes se expressem por meio
dela e possam se tornar sujeitos de sua
produção também.

Frutas e alimentos frescos ajudam na manutenção da saúde, mas é preciso


cautela para analisar a divulgação que se faz sobre eles.

Açaí, gojiberry, chia, linhaça, suco de romã, mirtilo, água de coco. Esses
são apenas alguns exemplos de alimentos que, nos últimos anos, alçaram à
categoria de superalimentos.
Em outras palavras, itens considerados portadores de superpoderes, capazes
de operar verdadeiros milagres quando se fala, sobretudo, em emagrecimento,
longevidade, beleza e prevenção de doenças. Mas será que um alimento tem
mesmo tanto poder?
De acordo com os especialistas, não é bem assim... Segundo o nutrólogo
Durval Ribas Filho, presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia),
esses produtos não têm propriedades extraordinárias comprovadas, embora
tenham sim nutrientes dos quais podemos nos beneficiar. “Alguns podem ser
incluídos em uma dieta balanceada, mas a pessoa precisa saber que ele não
faz milagre sozinho, isso não existe”, frisa.
[...]
MARANHÃO, Wivian. Existem mesmo superalimentos? Entenda
por que eles não são tão milagrosos. UOL VivaBem, [S.l.], 1 abr. 2019.
Disponível em: livro.page/8V6U5174L. Acesso em: 11 abr. 2022.

180

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC


A apropriação sobre a língua é alimentada pelo desenvolvimento do conhecimento
sobre ela e pelo reconhecimento de suas variações e formas de interação. Trabalhar para
que os estudantes se sintam capazes de participar da cultura letrada, como orienta a
Competência 2 específica de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental, é essencial
para envolvê-los “com maior autonomia e protagonismo na vida social”.
Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe são objeto de conhecimento essencial
elencado na BNCC, que será trabalhado por meio do desenvolvimento de habilidades
como a EF06LP11, que propõe a utilização de “conhecimentos linguísticos e gramaticais:
tempos verbais, concordância nominal e verbal, regras ortográficas, pontuação etc.” para
o enriquecimento do conhecimento acerca da norma-padrão da língua e seus diferentes
usos sociais.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

180 Língua Portuguesa


1. Nos dois primeiros parágrafos, para evitar repetição, há três palavras que Não escreva
foram usadas, uma em substituição da outra. neste livro ATIVIDADES: RESPOSTAS E
a) Que palavras são essas?
Use seu
caderno
ORIENTAÇÕES
b) Podemos afirmar que uma é sinônimo da outra? 1. a) “Alimentos”, “superalimentos” e
2. No terceiro parágrafo, explique as concordâncias nominais que foram esta- “itens”.
belecidas no trecho: “esses produtos não têm propriedades extraordinárias 1. b) Superalimentos são alimentos mais
comprovadas”. poderosos em termos nutricionais, toda-
3. No texto foram destacados alguns verbos. Sobre eles, responda: via podem ser considerados sinônimos
a) Qual é o tempo e o modo verbal predominante? nesse contexto. Já a palavra “itens” não
b) Considerando o conteúdo informativo do texto, por que esse tempo e esse pode ser considerada sinônimo de ali-
modo foram predominantes? mentos ou superalimentos, porque pode
c) Quais verbos estão em tempos diferentes do predominante? E por quê? se referir a qualquer coisa.
d) Qual é o único verbo que aparece em um modo diferente do predominante?
2. Concordância nominal: “esses produ-
Por quê?
tos”, pronome demonstrativo masculino
4. Localize no texto dois exemplos de encontro consonantal (um em sílabas
no plural concordando com substantivo
diferentes e outro em mesma sílaba) e dois dígrafos (um representado por
consoantes e outro por vogal nasal). masculino no plural; e “propriedades
extraordinárias comprovadas”, adjetivos
5. Observe a tirinha a seguir.
femininos no plural (extraordinárias e
comprovadas) concordando com subs-

© Mauricio de Sousa/Mauricio de
tantivo feminino no plural.
3. a) Tempo presente do modo indicativo.

Sousa Editora Ltda.


3. b) Por ser um texto de natureza infor-
mativa e as informações se referirem a
conhecimentos válidos nos dias de hoje,
é necessário usar o tempo presente do
modo indicativo para expressar a cer-
SOUSA, Mauricio de. Tira Turma da Mônica no 5122 – Banco de Imagens MSE. teza que se tem, hoje, de tais conheci-
„ Crie um diálogo para os personagens com pelo menos duas falas por qua-
mentos a respeito dos superalimentos.
drinho. Elas devem privilegiar o tempo presente e o modo indicativo. Grife 3. c) O verbo “alcançaram” está no pas-
os verbos que estejam no presente do indicativo. sado porque os superalimentos con-
6. Observe o título da notícia a seguir. quistaram essa classificação há alguns
anos, segundo o texto. O outro verbo é
Paraquedista joga mais de 100 mil sementes na “será”, no futuro, pois a pergunta lança
Amazônia um questionamento que será respondi-
PARAQUEDISTA joga mais de 100 mil sementes na
Amazônia. Jornal Joca, [S.l.], 30 mar. 2022. Disponível
do no parágrafo seguinte.
em: livro.page/9V6U5175L. Acesso em: 11 abr. 2022.
3. d) O verbo “tenham”, que está no sub-
juntivo. O subjuntivo denota dúvida e,
a) Qual é o verbo presente no título? nesse contexto, uma aposta: indica que
b) O tempo verbal usado nesse verbo corresponde ao tempo real em que acon- esses alimentos, embora não sejam ex-
teceu o fato exposto na notícia? traordinários, podem ter uma carga su-
c) Que efeito de sentido provoca o uso do verbo no tempo escolhido pelo au-
perior de nutrientes.
tor da notícia?

181

4. Encontros consonantais: milagrosos, espe- Cebolinha: Poxa vida, é muito pesado, não provocando o efeito de sentido como se o
cialistas. Dígrafos: chia. consigo levantá-lo. fato ocorrido estivesse acontecendo nesse
5. Convide os estudantes a lerem seus diálo- Cascão: Calma, Cebolinha! Tive uma ideia! exato momento ou acabado de acontecer.
Cascão: Diga Xis! Os tempos verbais nem sempre são usa-
gos. Eles podem formar duplas para que
dos com seu valor exato. Narrativas histó-
cada um interprete um personagem. Cebolinha: Xiiiiiisss.
ricas podem ser contadas utilizando-se o
Sugestão de resposta: 6. a) O verbo é “joga”. tempo presente, e o futuro também pode
6. b) Não, pois o verbo está no presente, ser anunciado com verbos no presente. No
Cascão: Cebolinha, vou tirar uma foto sua
mas o fato expresso pelo verbo já acon- caso dos relatos históricos, essas escolhas
enquanto você levanta peso!
teceu, ou seja, é passado. chamam atenção e não confundem o leitor/
Cebolinha: Combinado! 6. c) No caso do jornalismo, o uso do presen- ouvinte, já que o contexto torna a mensa-
Cascão: Você está bem, Cebolinha? te aproxima o passado recente do leitor, gem compreensível.

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Língua Portuguesa 181


DEIXAR FLUIR: Deixar fluir
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
As charges, gênero artístico bastante presente em
O tom coloquial da fala do personagem jornais e revistas, físicos ou virtuais, costumam
justifica o uso do artigo masculino “um” na abordar temas relevantes da atualidade. Em relação
charge, diferentemente da norma-padrão, a essa charge e às características mencionadas,
responda às questões.
que indica o uso do artigo feminino “uma”
antes do substantivo feminino alface. 1. O autor dessa charge, Henfil, foi um jornalis-
1. a) Deduzimos que o excesso de uso de ta e quadrinista mineiro nascido em 1944 e
agrotóxicos em nossos alimentos é um falecido em 1988.
problema antigo, que permanece atual. a) Levando em conta o período em que o autor

© Henfil/Acervo Ivan Cosenza


viveu, o que podemos deduzir a respeito
1. b) A troca de posição entre as palavras do problema social abordado por ele?
“alface” e “agrotóxico”, revelando, de b) O que provoca humor nessa charge?
forma exagerada, o problema mencio- c) Comente os aspectos gráficos da charge:
nado na questão anterior. Você gostou? O que parece mais interes-
1. c) Resposta pessoal. Os estudantes sante no desenho?
podem citar as linhas desenhadas sem
realismo, o colorido verde que chama 2. Leia um trecho do texto publicado no site de notícias Redes da Maré.
atenção em um desenho composto só
Entrevista # VACINA MARÉ: UNIÃO DA
de traços pretos, a expressão facial exa- CIÊNCIA, SAÚDE E MOBILIZAÇÃO
gerada do personagem, o texto verbal
Por Julia Bruce
escrito em letras que ilustram a surpresa
Com edição de Andréa Blum e revisão de Luiz Assumpção
do personagem.
A Campanha vacinou em seis dias cerca de 37 mil moradores acima de 18 anos.
Segunda dose está marcada para 14 a 16.10!
Veja mais no site do Vacina Maré.
“É uma dose de esperança! Graças a Deus
Reprodução/Twitter/Redesdamare

a gente não perdeu ninguém da família, tenta-


mos ficar o máximo possível dentro de casa,
mas conhecemos muitas pessoas que perde-
ram mãe, filhos, e é muito triste. É um medo
diário!”, conta Luana Ricardo, 29 anos, nascida
e criada na Vila dos Pinheiros. Ela faz parte
dos 36.926 mareenses vacinados nos seis dias
de vacinação em massa contra a Covid-19, a
campanha Vacina Maré, a primeira em uma
favela do Brasil a imunizar todos os morado-
res entre 18 e 33 anos. A ação aconteceu de
29/07 a 01/08 e ganhou ainda mais três dias
de repescagem, de 02 a 04/08, com direito a
um mutirão de busca ativa pelo território, de
porta em porta, por moradores que ainda não
tinham tomado a primeira dose.

182

 LEITURA COMPLEMENTAR 
Para complementar informações à questão do sistema de vacinação no Brasil, navegue no site do Conselho Nacional de Secretários
da Saúde (Conass), onde poderá encontrar textos com informações acerca das ações pró-saúde no Brasil.
A sugestão é discutir a queda da imunização no Brasil e a importância das vacinas para a saúde coletiva.
Redução da cobertura vacinal no país é preocupante
O Programa Nacional de Imunização (PNI) é referência mundial. O Brasil foi pioneiro na incorporação de diversas vacinas no calendário
do Sistema Único do Saúde (SUS) e é um dos poucos países no mundo que ofertam de maneira universal um rol extenso e abrangente
de imunobiológicos. Porém, a alta taxa de cobertura, que sempre foi sua principal característica, vem caindo nos últimos anos.
A coordenadora do PNI, do Ministério da Saúde, Carla Domingues, pondera uma possível dicotomia: o sucesso do programa pode
ser uma das causas da queda da cobertura. Isso porque o PNI imunizou amplamente a população que hoje está com 30, 40 e 50
anos de idade, devidamente vacinada na infância, quando doenças como o sarampo ou a poliomielite eram visíveis e a preocupação
em vacinar as crianças era maior. “Hoje, como a doença desapareceu, os pais que foram beneficiados pela vacina e que por isso
não conviveram com a doença, muitas vezes não percebem a importância da imunização. Por isso, é imprescindível mostrar que,
apesar de raros os casos, as doenças ainda existem e que, portanto, é primordial vacinar as crianças”, analisa. [...]
BRASIL. Ministério da Saúde. A queda da imunização no Brasil. Revista Consensus, ed. 25, out./dez. 2017.
Disponível em: livro.page/31V6U5176LP. Acesso em: 27 maio 2022.
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182 Língua Portuguesa


A meta da campanha era vacinar 31% da população adulta (31 mil), e acabou sendo DEIXAR FLUIR:
atingida já no terceiro dia, representando 99,14% do público-alvo atendido, segundo a Se- RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
cretaria Municipal de Saúde (SMS). [Esta] decidiu estender por mais três dias o calendário
praticado neste mutirão e alargou o grupo vacinado para quase 37 mil pessoas. A iniciativa, 2. a) Mareense: originário da Maré. Repes-
inédita, foi realizada pela Redes da Maré com a FioCruz e Secretaria Municipal de Saúde e cagem: aplicação de vacina em quem
faz parte de um estudo liderado pela FioCruz, que vai avaliar o efeito da vacinação, moni- não a recebeu ainda. Letalidade: morte.
torar a circulação de novas variantes, além de promover um acompanhamento em saúde
2. b) Após a aplicação da vacina, a porcen-
de 2 mil famílias, durante seis meses, para estudar e mapear a transmissão do vírus no
tagem da taxa de letalidade caiu 88%.
ambiente familiar.
Este estudo vai auxiliar ainda na avaliação da proteção das crianças, pois trata-se de um 2. c) Sim, pois o texto trata da vacinação
grupo ainda não vacinado. “Queremos entender o quanto a proteção dos adultos preservam as nos moradores da comunidade da Maré.
crianças ou o quanto as crianças ainda vão estar suscetíveis à Covid-19”, comenta o coordenador 2. d) Fizeram um mutirão para avisar as
do estudo, Fernando Bozza. O conjunto de 16 favelas da Maré tem cerca de 140 mil moradores,
pessoas sobre a campanha de vacinação.
com maioria jovem (51,9% têm menos de 30 anos), de acordo com o Censo Populacional da
Maré. Durante esse último ano, com os esforços também do projeto Conexão Saúde, a taxa de 2. e) “A meta da campanha era vacinar
letalidade caiu [...] 88%. 31% da população adulta (31 mil), e
[...] acabou sendo atingida já no terceiro
BRUCE, Julia. Entrevista # Vacina Maré: união da ciência, saúde e
dia, representando 99,14% do públi-
mobilização. Redes da Maré, Rio de Janeiro, 31 ago. 2021. Disponível co-alvo atendido, segundo a Secretaria
em: livro.page/10V6U5177L. Acesso em: 11 abr. 2022.
Municipal de Saúde (SMS).” Os termos
a) Considerando o contexto em que estão inseridas, qual é o sentido das palavras ma- destacados concordam em número e
reense, repescagem e letalidade? gênero.
b) Comente a relação entre saúde e vacina apresentada no texto. 3. a) A iniciativa, inédita, foi realizada pela
c) Releia o primeiro parágrafo. Você considera que, naquele contexto, mareenses é si- Redes da Maré com a FioCruz e Secre-
nônimo de “moradores”? Justifique sua resposta. taria Municipal de Saúde e faz parte de
d) Qual foi a ação da comunidade para garantir a vacinação da população da Maré? um estudo liderado pela FioCruz, que
e) Copie da primeira frase do segundo parágrafo um exemplo de ocorrência de concor- vai avaliar o efeito da vacinação, monito-
dância nominal e explique-o. rar a circulação de novos vírus, além de
3. Releia este trecho.
promover um acompanhamento em saú-
de de 2 mil famílias, durante seis meses,
A iniciativa, inédita, foi realizada pela Redes da Maré com a FioCruz e Secretaria Muni- para estudar e mapear a transmissão do
cipal de Saúde e faz parte de um estudo liderado pela FioCruz, que vai avaliar o efeito vírus no ambiente familiar.
da vacinação, monitorar a circulação de novas variantes, além de promover um acom-
3. b) Faz e vai.
panhamento em saúde de 2 mil famílias, durante seis meses, para estudar e mapear a
transmissão do vírus no ambiente familiar. 4. Porque concordam em número com o
numeral anterior.
a) Substitua a palavra variante por vírus e faça as adaptações necessárias ao texto.
b) Identifique no trecho dois verbos no modo indicativo.

4. Neste trecho, por que as palavras favelas, moradores e anos estão no plural?

O conjunto de 16 favelas da Maré tem cerca de 140 mil moradores, com maioria jovem
(51,9% têm menos de 30 anos), de acordo com o Censo Populacional da Maré.

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Língua Portuguesa 183


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Lembre-se de que nesta etapa do traba-


lho os estudantes precisarão de materiais
para pesquisa (virtuais ou físicos), canetas
4 Produção textual

coloridas, lápis de cor, régua, tesoura, pa-


péis e dispositivos eletrônicos. Por isso,
se possível, prepare-se com antecedência. Gráfico
Estimule a curiosidade e a capacida- Na última seção, você criará um gráfico com base em uma pesquisa de dados
de investigativa dos estudantes para um a respeito de intoxicação alimentar. Em grupos com até quatro integrantes, vocês
trabalho mais criativo e favorecedor de seguirão um passo a passo para, ao final, montarem um mural com os gráficos
aprendizagens. Organize a atividade em produzidos pela turma. Esse é o momento de usar a criatividade, escolher infor-
etapas para que cada estudante gerencie mações científicas relevantes e passar adiante o conhecimento adquirido.
sua atuação. Reforce a necessidade de
uma pesquisa completa e do planejamento
Organize-se
do trabalho para sua execução. Disponibi-
lize, se possível, materiais diversos para Nesta etapa você vai precisar pesquisar – na internet ou em materiais físicos –,
usar canetas coloridas, lápis de cor, réguas, tesouras, papéis de tamanho A3 e, se
que a elaboração dos gráficos e de seus
preferir, dispositivos eletrônicos para elaborar virtualmente seu gráfico.
textos seja uma experiência construtiva,
que agregue saberes aos conteúdos tra-
balhados anteriormente. Planejamento e produção
Forneça, também, instrumentos e co- 1. Pesquisem mais sobre o tema da Unidade em revistas ou sites especializados e
nhecimentos para a revisão e avaliação do anotem pelo menos um dado numérico: por exemplo; o número registrado de
trabalho final. Elenque com os estudantes intoxicações alimentares por ano; quais são os alimentos que mais intoxicam
itens para que possam avaliar a tarefa de em termos de porcentagem; se há dados sobre mortes por intoxicação por ano
no Brasil; qual é o público mais afetado por intoxicações; quantos agrotóxicos
maneira autônoma. podemos consumir em uma única refeição; qual é o número de agrotóxicos
liberados hoje no Brasil, em comparação com outros países etc. Esses dados
ATIVIDADES: RESPOSTAS E numéricos deverão ser apresentados aos integrantes do grupo para, em con-
ORIENTAÇÕES junto, escolherem que dado o grupo desejará transformar em gráfico.
1. Explique aos estudantes que nem sem-
pre encontramos informações atuali-
zadas; por isso, deve-se indicar o ano Veja algumas sugestões de fontes de pesquisa (acessos em: 11 abr. 2022):
ou o período que os dados abarcam. „ Revista científica Núcleo do conhecimento: livro.page/11V6U5178L.
Se achar interessante, a turma pode, „ Reportagem da Agência Brasil: livro.page/12V6U5178L.

„ Artigo da Associação de Gastroenterologia do Rio de Janeiro: livro.page/13V6U5178L.


em aula previamente marcada, levar
dados (sempre indicando as fontes de
consulta) e anotá-los na lousa. Se fo-
rem encontrados dados consistentes e 2. Planejem o modelo de gráfico que vocês pretendem fazer (voltem à seção 2
para ver os modelos, mas em buscas na internet é possível achar outros)
abrangentes, os grupos podem optar
e que outros materiais poderão utilizar: papéis coloridos, canetinhas, lápis
por utilizar as mesmas informações, pro- de cor, régua, folhas de cartolina... O gráfico precisa ser criativo e explorar
duzindo modelos de gráficos distintos. cores e letras em diferentes formatos.
Lembre-os de que os gráficos, embora
estejam relacionados à disciplina de Ma- 184
temática, aparecem frequentemente em
textos multimodais destinados ao gran-
de público, daí a importância de saber
HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 4
lê-los e produzi-los.
EF67LP21, EF69LP35 e EF69LP36.
2. Use os exemplos de construção de grá-
ficos disponíveis nesta Unidade para
nortear o planejamento de trabalho dos
estudantes.

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184 Língua Portuguesa


3. Reúnam todas as informações e ilustrações que pretendem colocar no
gráfico e elaborem rascunhos, assinalando onde cada informação e cada ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
ilustração deve ficar. Ilustrações podem ser um diferencial em cada tra-
balho: deem uma cara nova e criativa ao gráfico de seu grupo. Por exem-
plo, se o gráfico envolve dados sobre pessoas, vocês podem encontrar Podem ser utilizados aplicativos para a
uma maneira de ilustrar um conjunto de indivíduos para representar os elaboração de gráficos. Há versões gratui-
números. Escolham as tonalidades que usarão, modelos de letras etc. tas e de fácil compreensão disponíveis na
4. Planejem os textos do gráfico. Não se esqueçam de incluir: título, infor- internet. Sugerimos buscar por “criador de
mação sobre fontes de pesquisa, nome dos integrantes do grupo, dados gráficos” em sites de busca.
numéricos das pesquisas. Usem o que vocês aprenderam na seção anterior

ck
e explorem o modo indicativo, transmitindo certeza nas informações. Seu
ATIVIDADES: RESPOSTAS E

to
Shutters
gráfico poderá ser um espaço para vocês escreverem mensagens curtas
de conscientização sobre a intoxicação alimentar: como evitá-la, quais ORIENTAÇÕES

filkusto/
são seus sintomas etc. Convide as pessoas a refletirem, com perguntas 3. Abra espaço, se possível, para pesqui-
ou frases de impacto, sobre os dados que vocês estão apresentando. sa virtual que exemplifique modelos de
5. O planejamento de todo o trabalho deve ser coletivo, mas aproveitem as apresentação que complementem as
habilidades pessoais de cada integrante do grupo na elaboração do gráfico. informações disponíveis nos gráficos
elaborados pelos estudantes.
Diálogos com Ciências 4. Oriente a elaboração de textos para o
gráfico resgatando os conceitos já traba-
Escolham um representante de classe para ficar responsável em marcar uma aula com o professor de lhados na Unidade. Retomar conhecimen-
Ciências para falar mais sobre intoxicação alimentar. Anotem as informações que forem dadas na aula,
tos adquiridos reforça a aprendizagem.
façam perguntas, tirem dúvidas e aproveitem para enriquecer o gráfico com novos conhecimentos!
5. Promova a troca de informações e sabe-
res entre os estudantes, estimulando a
Revisão e avaliação interação entre os pares.
Vocês podem produzir duas versões de seu Caso vocês achem as sugestões pertinentes, fa-
trabalho. Após o rascunho, elaborem o gráfico çam a segunda versão do trabalho, a definitiva.
DIÁLOGOS COM CIÊNCIAS:
“passado a limpo”. Avaliem se nele estão todos O gráfico poderá ser feito em folha de pa-
ORIENTAÇÕES
os itens necessários e de forma adequada. pel (verifiquem a disponibilidade de folhas em Estimule os estudantes a cumprirem
„ Texto verbal objetivo, claro, de fácil tamanho A3 na escola e de gramaturas maiores, essa sugestão de atividade, que pode ser
compreensão e sem erros ortográficos ou ou seja, mais firmes, como papel-cartão) ou vir- muito enriquecedora.
gramaticais. tualmente. Há aplicativos gratuitos que podem
ser utilizados para montar o gráfico.
„ Presença de:
1. título;
Publicação
2. um modelo de gráfico feito de maneira
adequada, com proporções corretas; Se o gráfico foi feito em folha de papel, tirem
uma fotografia, tomando cuidado para enquadrá-lo
3. dados numéricos;
corretamente. Se tiverem um editor de fotografia
4. ilustrações com desenhos, símbolos, em seu dispositivo eletrônico, passem a imagem
fotografias; pelo programa para melhorá-la. Ela poderá ser
5. indicação de fontes de pesquisa; compartilhada com a turma em grupos de men-
6. nome dos integrantes do grupo. sagens ou em site ou blogue da escola.
Convidem os colegas de outros grupos a verem Os gráficos podem ser expostos na sala de
seu gráfico e peçam sugestões de como melhorá-lo. aula ou em espaços coletivos da escola.

185

TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL


A criação do gráfico leva os estudantes a se envolverem de forma direta em uma pes-
quisa de dados, uma vez que sua produção requer leituras e análises de dados numéricos
em torno do tema da intoxicação alimentar. Assim, ao mesmo tempo que realizam uma
pesquisa, estudam o Tema Contemporâneo Transversal Saúde.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 185


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Fechamento da Unidade
Oriente os estudantes a retomar os con-
teúdos da Unidade para realizar as ativida-
des. Elas podem ser feitas individualmente.
Retomar e avançar
RETOMAR E AVANÇAR:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES Chegamos ao fim desta Unidade! Agora é importante lembrar de tudo que es-
tudamos. Você consegue, em tópicos, indicar os assuntos abordados ao longo das
Com relação ao quadro, seu preenchi-
seções? Faça um quadro de duas colunas em seu caderno, seguindo o modelo,
mento deve ser feito da seguinte forma:
de forma que complete as colunas com os tópicos estudados e seus conteúdos
Palavra-chave: Um método de selecio- correspondentes, descrevendo-os de forma resumida.
nar as palavras mais importantes do texto,
aquelas pelas quais podemos nos guiar e Não escreva
neste livro Conceito Explicação
assim recuperar de forma resumida o con- Use seu
caderno
teúdo do texto estudado. Palavra-chave MODELO

Verbete: Gênero de divulgação cientí- Verbete MODELO


fica que esclarece os sentidos de termos
e conceitos de todas as áreas. Podem ser Gráfico MODELO
mais, ou menos, detalhados.
Sinônimos MODELO
Gráfico: Elemento muito usado para
divulgação de informações e dados cien- Concordância nominal MODELO
tíficos e que, por sua estrutura visual, con-
Modo indicativo MODELO
segue transmitir variadas informações de
forma condensada, organizada e objetiva.
Muito presente no estudo da matemática 1. Você estudou muitos conteúdos nesta Unidade. Qual deles achou mais comple-
xo? O que exatamente você acredita que ainda não fixou sobre esse conteúdo?
e na composição de infográficos.
2. Qual dos assuntos você acredita que poderá aproveitar em outros momen-
Sinônimos: Palavras de sentidos equi-
tos de estudo, escrita, realização de trabalhos? Por quê?
valentes ou aproximados, não necessaria-
mente apropriados a todos os contextos. 3. Você acredita que termina essa Unidade sabendo mais do tema tratado: in-
toxicação alimentar? O que, por exemplo, você não sabia e agora sabe?
Concordância nominal: Combinação
entre substantivos, adjetivos, pronomes, 4. Você concorda que verbetes e gráficos são importantes para a divulgação
da ciência? Você acredita que eles chamarão mais sua atenção quando apa-
numerais e artigos, levando em conta gê-
recerem para trazer alguma informação?
nero e número.
5. Como você observa que foi a sua participação ao produzir um texto de
Modo indicativo: Modo verbal que pesquisa? Esse tema desperta o seu interesse e a sua vontade de atuar
transmite certeza nas ações e nos fatos nessa área?
revelados pelos verbos. Por fim, compartilhe suas respostas e aproveite para conversar com toda a
1. Resposta pessoal. É possível que os sua turma sobre as opiniões de seus colegas. Observe quais foram as im-
estudantes mencionem os verbos. Ex- pressões deles sobre esta Unidade.
plique que o estudo do verbo continua
ao longo dos anos e que eles sempre
terão a oportunidade de retomar con-
ceitos vistos. 186
2. Resposta pessoal. É possível que os es-
tudantes mencionem os gráficos, mas
chame atenção para a importância da 4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes digam que sim e que se recordem de que
concordância nominal, um assunto não os gráficos são hoje muito presentes em telejornais e canais da internet cujo objetivo é
muito complexo e que será útil em qual- divulgar dados científicos sobre os mais diversos assuntos.
quer contexto em que seja necessário o 5. Investigue quais são os interesses dos estudantes, quem gostaria de seguir os estudos na
uso da norma-padrão da língua. área da saúde, ou quem gostaria de ser pesquisador nas diversas áreas do conhecimento.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os es- Deixe-os expressar como foi transformar uma pesquisa e um texto em forma de gráfico,
tudantes digam que sim. Estimule-os a ação comum entre pesquisadores das diversas áreas.
explicar o que aprenderam de novo a
respeito do tema.

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186 Língua Portuguesa


Projeto Telejornal: etapa 5 PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 5
Busque formas para que todos os estu-
Roteiro para explicação de gráfico dantes participem da elaboração do rotei-
ro e, se possível, mostre a eles um trecho
Como parte de nosso projeto anual, em grupo, vocês vão elaborar um roteiro
de vídeo curto (de preferência exibido em
de vídeo curto que entrará no telejornal da turma. O tema desse vídeo será a ex-
plicação para o gráfico que foi elaborado na seção 4.
algum telejornal), cuja proposta seja se-
melhante à que sugerimos nesta etapa 5.
Planejamento e produção Faça intervenções, se necessário, de modo
que garanta que todos os grupos tenham
Para o desenvolvimento do roteiro do vídeo, redijam um texto curto, com lin-
condições para a realização da tarefa,
guagem simples, que contemple:
sobretudo no que se refere ao uso dos
1. uma saudação para os telespectadores do telejornal;
dispositivos digitais, uma vez que nossas
2. um parágrafo sobre a importância de conhecer os processos de intoxicação salas apresentam diversidades sociais e
alimentar; econômicas e não podemos partir do pres-
3. uma explicação sobre o gráfico produzido por seu grupo, dando ênfase para os suposto de que todos os estudantes pos-
dados apresentados (definam uma hierarquia para leitura dos itens do gráfico, suem celulares ou computadores. Verifique
começando pelo título, percorrendo todas as informações disponíveis, seguin- se a escola possui equipamentos de gra-
do para as fontes de pesquisa e terminando pelos elaboradores do trabalho); vação disponíveis. Além disso, oriente-os
4. uma despedida de seus telespectadores. a estabelecer relações entre a atividade
Com o texto pronto, será o momento da revisão. Antes de realizar a gravação desenvolvida nesta etapa do telejornal
do texto, façam uma correção coletiva, certificando-se de que não há problemas com a pergunta “A ciência colabora com
gramaticais no texto. Peça ajuda do professor. nossa saúde?”, feita no início da Unidade,
Então, combinem um dia para a gravação, que pode ser realizada com uso para que eles compreendam a importância
de dispositivos digitais como aparelhos de telefone celular ou computador. Esco-
social da tarefa que realizarão.
lham um integrante do grupo para realizar a leitura do texto. Tomem os cuidados
já mencionados em etapas anteriores: a postura de um apresentador de telejornal
deve ser formal, com fala firme e sem hesitações, pausas ou repetições, além de
HABILIDADES DA BNCC
entonação clara para os telespectadores. Durante a gravação, o gráfico deve ficar A elaboração do roteiro de vídeo re-
exposto e bem visível para o público, e o apresentador pode apontar para as in- ferente à explicação do gráfico criado
formações contidas nele durante sua explicação. na Seção 4 dialoga com as habilidades
Pixel-Shot/Shutterstock
EF69LP10 e EF69LP29, pois envolve
Revisão e avaliação reflexão, relação entre os contextos de
Cumprida a etapa de gravação, assistam juntos ao vídeo produção dos gêneros de divulgação
e verifiquem o resultado: a fala do apresentador está clara, científica e aspectos relativos à construção
fluida e sem erros e sua postura adequada a um telejornal? composicional e às marcas linguísticas ca-
Caso seja necessário, realizem nova gravação. racterísticas desses gêneros, tendo como
objetivo a produção de uma notícia para
Publicação um telejornal.
A gravação pode ser compartilhada com colegas de
classe por meio de redes sociais da escola ou blogue da Colocar-se no papel de um repórter ou
turma. Além disso, deve ser arquivada para compor a etapa âncora de telejornal auxilia a validar a
transmissão de informações verídicas do
final do projeto anual. gráfico elaborado.

187

SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO
Avaliar o processo de aprendizagem é tarefa contínua para o educador, no entanto, a
observação das peculiaridades de aquisição de conhecimentos por cada estudante pode
ir além. Verificar aquisição de conhecimentos em situações formais como atividades es-
pecificamente avaliativas pode ser uma alternativa que estimule a preparação cognitiva
e emocional do estudante para situações posteriores em sua vida escolar. Se possível,
elabore um instrumento avaliativo específico, que contemple os conteúdos trabalhados
na Unidade, e faça a verificação.
O registro desses resultados deve ser feito quantitativa e qualitativamente, de maneira
que facilite novas condutas em seu planejamento.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 187


CONTEÚDOS E OBJETIVOS DA
UNIDADE
Onde estão as
6
UNIDADE 6

A Unidade 6 deste volume discute o


campo de atuação estudo e pesquisa,
aliado ao Tema Contemporâneo Transver-
descobertas científicas?
sal Ciência e Tecnologia, por meio do es-
tudo dos gêneros entrevista, reportagem
científica e artigo de divulgação científica.
As atividades desenvolvidas ao longo
da Unidade incluem pesquisa, elaboração
de entrevista, comparação entre repor-
tagem científica e artigo de divulgação
científica, discussões em grupo, produção
e apresentação oral de divulgação cientí-
fica. O principal objetivo pedagógico é a
compreensão da estrutura e da linguagem
do campo científico, como a organização
das informações, a escolha das imagens As descobertas científicas fazem parte da nossa realidade
que acompanham o texto, a linguagem há muito tempo. Quando você pensa em uma descoberta cien-
informativa, o uso do modo subjuntivo tífica, pode pensar apenas em tecnologias digitais e on-line,
e de expressões sinônimas para evitar a mas, além desses recursos, por meio da curiosidade, a hu-
repetição. Tudo isso deve colaborar com manidade faz descobertas em vários campos da vida, conse-
guindo respostas inovadoras com bases científicas.
a capacidade interpretativa e crítica de te-
mas científicos e, também, na competência É importante destacar que uma das partes fundamentais
do desenvolvimento científico é a sua forma de divulgação.
linguística, desenvolvendo a habilidade de
Esta é a etapa em que o cientista conta para o mundo qual
construir frases de maneira mais conscien- é a descoberta ou a inovação e como foi esse processo. É
te e com correção. isso que vemos na reprodução da cena do filme A invenção
de Hugo Cabret.
CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Propomos ativar os conhecimentos
prévios dos estudantes sobre descobertas 1. Você já assistiu ao filme A invenção de Hugo Cabret?
científicas e invenções por meio da men- 2. Se você já assistiu ao filme, como a imagem se relaciona
ção ao filme A invenção de Hugo Cabret. com a história? Em caso negativo, qual você imagina ser o
Com base na imagem desta abertura, per- assunto principal tratado nessa história?
gunte aos estudantes: 1. Quando estão 3. Se você pudesse resumir a expressão do menino em uma
curiosos para conhecer mais sobre uma palavra, qual seria?
4. Você se vê como um inventor ou inventora? Se sim, qual seria
produção científica ou pesquisar um tema,
o seu invento e quais os passos para essa invenção?
onde procuram essas informações? 2. Vo- 5. Qual seria a melhor forma de divulgar a sua descoberta cien-
cês já leram artigos de divulgação científi- tífica? Um relatório, um vídeo?
ca? Converse sobre descobertas científicas
conhecidas por eles, quais são as mais in-
teressantes e como ficaram sabendo so- 188
bre elas. Mapeie possíveis dúvidas sobre
o que são artigos de divulgação científica
e comente que, no decorrer da Unidade,
COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL DA BNCC
eles aprenderão a reconhecer a estrutura
desses textos e descobrir estratégias de Competências gerais: 2, 4 e 5.
leitura. Competência específica de Linguagens: 6.
Competências específicas de Língua Portuguesa: 8 e 10.
Habilidades: EF06LP04, EF06LP05, EF06LP12, EF67LP23, EF67LP24, EF67LP26,
EF67LP32, EF67LP36, EF67LP37, EF69LP29, EF69LP30, EF69LP31, EF69LP32,
EF69LP33, EF69LP35, EF69LP36, EF69LP37, EF69LP38, EF69LP39, EF69LP40,
EF69LP41, EF69LP42 e EF69LP43.
Tema Contemporâneo Transversal: Ciência e Tecnologia.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

188 Língua Portuguesa


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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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ma C on

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Ciência
Ciência ee

ve
Tecnologia
Tecnologia

Te
Se surgir curiosidade, leia esta sinopse
do filme com os estudantes:
Paris, anos [19]30. Hugo Cabret (Asa Bu-
tterfield) é um órfão que vive escondi-
do nas paredes da estação de trem. Ele
guarda consigo um robô quebrado, dei-
xado por seu pai (Jude Law). Um dia, ao

GK films/Infinitum Nihil/A.F. ARCHIVE/Alamy/Fotoarena


fugir do inspetor (Sacha Baron Cohen),
ele conhece Isabelle (Chloe Moretz),
uma jovem com quem faz amizade. Logo
Hugo descobre que ela tem uma chave
com o fecho em forma de coração, exata-
mente do mesmo tamanho da fechadura
existente no robô. O robô volta então a
funcionar, levando a dupla a tentar resol-
ver um mistério mágico.
A INVENÇÃO de Hugo Cabaret [sinopse].
AdoroCinema, [s.d.]. Disponível em: livro.page/
35V6U6183LP. Acesso em: 3 jun. 2022.
Após a leitura, sugerimos propor uma
conversa com os estudantes, perguntando-
-lhes: 1. Você ficou curioso para assistir ao
filme ou com vontade de revê-lo, se já o
viu? 2. Quais elementos da sinopse e do
cartaz despertaram seu interesse?
Combine um momento com toda a tur-
ma para assistir ao filme e, depois, discutir
como as aventuras de Hugo Cabret des-
pertam o interesse para as descobertas
científicas.

A invenção de Hugo Cabret. Direção: Martin Scorsese.


Produção: Martin Scorsese. Estados Unidos:
Paramount Pictures, 2011.

189

ATIVIDADES: RESPOSTAS E 3. Resposta pessoal. Os estudantes poderão


ORIENTAÇÕES responder: concentração, atenção, foco etc.
1. Resposta pessoal. Espera-se que alguns 4. Resposta pessoal. Espera-se que os es-
estudantes já tenham assistido ao filme ou tudantes se sintam instigados a imaginar
saibam algo sobre ele e que a turma tenha que tipo de invenção fariam, como ela
vontade de vê-lo. No entanto, se acontecer seria produzida e para quê.
de nenhum estudante ter tido contato com 5. Resposta pessoal. Os estudantes deve-
o filme, você deve instigá-los a querer vê-lo. rão expor hipóteses sobre a divulgação
Para isso, promova uma conversa partindo das descobertas científicas. Esse é um
das perguntas sugeridas no tópico Conhe- momento para levantar conhecimentos
cimentos prévios. prévios sobre como as descobertas cien-
2. Resposta pessoal. Os estudantes poderão tíficas são divulgadas para o mundo.
responder que se trata de alguma inven-
ção, máquina, criação, inovação etc.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 189


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Caminhos E SA
-A

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Es
Sugerimos iniciar esta seção fazendo,

pa
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com a turma, uma leitura dos objetivos

lE
uro
pei
a serem desenvolvidos na Unidade. Este

a
Nesta Unidade temos o objetivo de compreender
pode ser um momento de estímulo à curio-
a linguagem do campo científico e como ela faz o
sidade intelectual dos estudantes para a
leitor se atentar às informações que estão sendo
compreensão das inovações tecnológicas
transmitidas. Essa compreensão será importante
a partir de temas de interesse deles. no momento de participar de uma prática de divul-
Ao ler os textos dos boxes nesta seção, gação científica.
comente que aperfeiçoar as habilidades Os objetivos principais desta Unidade são:
de leitura e pesquisa, como propõem as „ compreender a linguagem do campo científico;
atividades desta Unidade, assim como o „ conhecer o gênero entrevista, reportagem científica
exercício da autonomia, são aspectos que e artigo de divulgação científica;
favorecem as descobertas científicas e ino- „ interpretar a relação entre texto e imagem; Imagem de Marte feita
vações tecnológicas. pelo instrumento OSIRIS,
„ reconhecer a função coesiva de pronomes e outras expressões; da sonda espacial Rosetta,
„ conhecer o efeito de sentido do modo subjuntivo; em 2007.

„ aprofundar o estudo sobre a ortografia das palavras com o som de S.

Para que esses objetivos sejam atingidos, você realizará os seguintes procedimentos: sis-
tematizar conhecimentos com a ajuda de recursos como tabelas, produzir apresentação oral em
grupo e gravar essa apresentação, analisar humor em tirinhas e memes, ler sobre missões em
Marte, vida em Marte, cultura maker. Também terá momentos de pesquisas on-line e de análise
da prática de pesquisa na esfera digital.
Tarefas propostas para o estudante ao longo da Unidade:
„ selecionar palavras-chave e identificar tema em textos;
„ roteirizar e realizar entrevista;

Milan Ilic Photographer/Shutterstock


„ listar características dos gêneros reportagem
científica e artigo de divulgação científica;
„ organizar informações em textos;
„ identificar e fazer citações em textos;
„ analisar relação entre imagem e texto;
„ usar outras expressões e pronomes para não
repetir nomes;
„ aplicar modo subjuntivo para criar efeito de
hipótese;
„ reunir palavras que apresentam o som de “S”,
embora sejam grafadas de diferentes maneiras. A robótica é uma área que vem despertando grande
interesse de crianças e adolescentes.

190

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

190 Língua Portuguesa


Para esta Unidade, você vai precisar de alguns
recursos:
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
„ caderno, lápis, canetas;
Para que os estudantes se organizem
„ régua para desenhar tabelas; para os estudos, fale sobre os recursos
„ dispositivo digital para a produção dos slides necessários: a turma precisará de cader-
na produção de texto; no, lápis e canetas; livros didáticos de
„ dispositivo digital com acesso à internet e outros componentes (História, Geografia,
para a gravação da apresentação Matemática, Ciências) e computador com
para o Projeto Telejornal: etapa 6. acesso à internet. Caso não haja disponi-
bilidade dos recursos digitais, sugere-se

AstroStar/Shutterstock
disponibilizar alguns artigos científicos e
distribuir entre grupos de estudantes, con-
forme as atividades propostas.

Homem observa o céu


com telescópio.

PopTika/Shutterstock
A finalidade desta Unidade é compreender
melhor as estratégias de leitura de textos de
divulgação científica e manter-se atualizado
em relação às inovações tecnológicas.

A humanidade, por meio da


ciência e da tecnologia, busca
melhorar a vida das pessoas.

191

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 191


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

O objetivo da Seção 1 é oferecer aos


estudantes ferramentas que possam dar
autonomia e eficiência aos estudos e à
1 Estudo e pesquisa

análise de textos. Nela, será trabalhada a


relação entre as palavras-chave e os temas
dos textos. Para dar início a esse trabalho,
converse com os estudantes sobre o uso
Inovação e tecnologia
de palavras-chave em pesquisas de temas Quando surge a vontade de saber mais sobre um assunto ou
de interesse do dia a dia, como uma per- Organize-se uma novidade, sempre buscamos informações e começamos a
sonalidade televisiva, uma notícia ou algo estudar diferentes materiais para que seja possível desvendar os
Nesta seção você vai
relacionado à saúde, por exemplo. Utilize as aprender um método para conhecimentos envolvidos naquele assunto.
primeiras três perguntas apresentadas no organizar os conhecimentos. Você já deve ter vivenciado essa curiosidade por alguma coi-
O que você imagina que sa, seja por conhecer mais sobre um artista, seja por saber sobre
Livro do Estudante para mobilizá-los a fa-
poderá ajudar a aproveitar um desenvolvimento tecnológico novo, ou mesmo descobrir uma
lar sobre o assunto, identificando em quais mais os textos científicos
momentos já estiveram envolvidos no uso solução ambiental para o futuro. Essa é uma prática que faz parte
durante os seus estudos?
de palavras-chave. Para ajudar nessa resposta, da rotina dos pesquisadores e estudiosos.
usaremos caderno, lápis, 1. Em geral, como você busca informações sobre inovações
Oriente-os a refletir sobre a noção de canetas e régua para a tecnológicas?
tema, colha suas opiniões e certifique-se construção das tabelas.
de que compreendem que tema é o assun- 2. Se vemos uma pessoa buscando pelas palavras xarope, cáp-
to sobre o qual as informações de deter- sulas, soro, bactérias, vírus, dores, sobre qual tema podemos
minado texto ou conjunto de textos trata. supor que ela está querendo saber?
Pergunte-lhes que palavras imaginam en- 3. E se fizermos o movimento contrário, ou seja, se quisermos saber mais so-
volver o tema “vida em Marte”. Escreva bre os desenvolvimentos da astronomia, por exemplo, quais palavras podem
algumas respostas na lousa e, em seguida, nos ajudar?
peça que um estudante voluntário leia o
texto “Invasão Marciana”. Retome as pala- Palavras-chave e temas
vras na lousa e verifique com os estudan-
Você já deve estar notando que a relação entre as palavras e os temas é o
tes se elas fazem parte do texto.
recurso que nos guia na busca por informação e na compreensão dos dados nos
textos. Os temas são formas de agrupar, categorizar ou ordenar as informações.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
Basta observar que, para encontrar o tema, reunimos um grupo de palavras que
ORIENTAÇÕES
ordenam esse tema.
1. Observe se os estudantes citam o uso de Quando falamos em textos científicos e de busca por informações sobre esse
palavras-chave para fazer buscas. Este é assunto, os temas organizam esse conhecimento e possibilitam que as pessoas
um momento para concentrar a reflexão o encontrem.
nos recursos de linguagem que ajudem
Não escreva 4. Agora, pense nas pesquisas sobre a vida em Marte. Quais palavras você
na busca, e não efetivamente nas ferra- neste livro
imagina que envolvam esse tema?
mentas de buscas (sites de busca, dis- Use seu
caderno Leia os dois primeiros parágrafos da reportagem científica “Invasão Marcia-
positivos digitais, entre outros). Mesmo na” e veja se as palavras apontadas por você foram contempladas em um
que a resposta seja “Procuro na internet”, texto com essa temática.
abra a discussão de como é esse proces-
so de pesquisa, por exemplo, perguntan- 192
do-lhes: “Vocês abrem o navegador de
internet e fazem o quê?”.
2. Resposta pessoal. É importante que os
HABILIDADE DA BNCC DESENVOLVIDA NA SEÇÃO 1
estudantes percebam que as figuras que
aparecem na questão são do campo te- EF69LP32.
mático dos medicamentos. Sugestões:
medicamentos, saúde, remédios. Esse é
um movimento importante para a concei-
tuação de tema que faremos em seguida.
3. Resposta pessoal. Neste segundo mo-
mento, é importante que os estudantes
notem uma relação de dependência en-
tre o tema e as palavras envolvidas a ele.
Sugestões: Universo, planetas, estrelas,
telescópio, Sistema Solar.
4. Resposta pessoal. Sugestões: planeta
vermelho, marcianos, invasão, missões,
viagem espacial.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

192 Língua Portuguesa


INVASÃO MARCIANA ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
Agências aproveitam alinhamento com Marte, que acontece entre julho e
agosto, para enviar missões não tripuladas
5. Resposta pessoal. Chame a atenção dos
estudantes para como as tabelas ajudam
Maria Clara Cabral
na organização das informações e na
O ANO DE 2020 é extremamente importante para os amantes do espaço: a hierarquização desses dados. É impor-
agenda de missões está cheia, sendo Marte um dos alvos principais. Estados
Unidos, China e Emirados Árabes enviarão robôs para o Planeta Vermelho en-
tante também que os estudantes notem
tre o final de julho e começo de agosto. A Europa, que também planejava uma que, mesmo para uma tabela simples,
missão, teve que adiá-la para 2022 por conta de problemas técnicos. precisamos primeiro levantar o tema e
O período dos lançamentos não será uma coincidência. Marte e a Terra os subtemas, para depois sistematizar
estarão alinhados, algo que só acontece a cada 26 meses. as informações.
CABRAL, Maria Clara. Invasão Marciana. Qualé, São Paulo, ed. 8, maio 2020. p. 6.

NASA/JPL-Caltech/MSSS

Mars rovers são os robôs motorizados e automatizados que estudam clima, solo e presença
de água em Marte. Na imagem, robô da Nasa, Curiosity, em 2015.

Agora que você já sabe que as palavras dos textos são as responsáveis por
categorizar o tema e que, por sua vez, o tema ajuda na classificação dos textos
científicos, é sua vez de ser um pesquisador e buscar o tema dos textos.
5. Para começar, pense em um tema científico do seu interesse e aponte quais
palavras se relacionam com esse tema. Justifique sua escolha.
Uma forma de deixar essas informações textuais mais organizadas é sistema-
tizar todos esses dados em uma tabela ou um quadro. O quadro é um instrumento
que ajuda a sintetizar as principais informações do texto, de um vídeo, uma aula
etc. e, para isso, você só precisa elencar as informações e ordená-las em critérios
que são construídos durante a sua interpretação do texto.

193

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC


Nesta seção, por tratar de habilidades de pesquisa relacionadas ao uso de palavras-
-chave para buscar temas de interesse e expressar o conhecimento adquirido, são con-
templadas a Competência geral 2, referente ao exercício da curiosidade intelectual; a
Competência geral 4, sobre o uso de diversas linguagens para partilhar conhecimento
e, com destaque, a Competência geral 5, no tocante à compreensão e à utilidade de
tecnologias digitais de informação.
A busca por informações por meio de palavras-chave também é parte do conhecimento
a ser desenvolvido na habilidade EF69LP32, já que, com o domínio desta ferramenta, os
estudantes podem selecionar textos diversos para avaliar e analisar.

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Língua Portuguesa 193


Veja um exemplo de quadro construído com base nos dois primeiros parágra-
ATIVIDADES: RESPOSTAS E fos da reportagem científica “Invasão Marciana”.
ORIENTAÇÕES
6. Durante esta atividade, os estudantes “Invasão Marciana” – reportagem científica
deverão ler o material e, em seguida,
preencher as tabelas. Esse movimento O que vai acontecer e
Quando e por quê? Quais são os desafios?
quem está envolvido?
pede um olhar para os tópicos e para
26 meses para alinhar Terra e
os subtópicos do texto. Uma nova missão para MARTE Alinhamento da Terra e Marte
Marte
EUA, China e Emirados Árabes
 ATIVIDADE COMPLEMENTAR  estão envolvidos
Entre julho e agosto de 2020 Europa adiou a sua missão

Sugerimos um trabalho utilizando a 6. Agora é com você! Pesquise histórias de cientistas brasileiras, suas pes-
mesma proposta da atividade 6, com a quisas e descobertas. Você poderá pesquisar em livros, revistas ou na
seguinte matéria: internet. Leia com atenção essas histórias e, depois, siga os passos a
seguir.
ƒ OSATO, Tiemi. Conheça as jovens cien-
tistas brasileiras destaques do Prêmio a) Acesse a pesquisa dessas cientistas.
Carolina Bori. Galileu, 11 fev. 2021. Dis- b) Leia com atenção os materiais sobre as cientistas escolhidas.
ponível em: livro.page/36V6U6188LP. c) Anote as palavras que determinem o tema que envolve a vida de uma des-
sas cientistas.
Acesso em: 3 jun. 2022.
d) Por fim, organize essas informações em um quadro e apresente-o aos
Com esse material, o tema pode ser a colegas.
biografia de uma das jovens pesquisado-
ras. Em seguida, para a produção das co-
lunas, os estudantes poderão pensar nos
subtemas que aparecem (Qual a área da No filme A chegada, lançado em

Reprodução/FilmNation Entertainment/Lava Bear Films/21 Laps Entertainment


pesquisa?; Quais foram as descobertas?; 2016 e dirigido por Denis Villeneuve,
Como isso impacta a vida das pessoas?). uma linguista é convocada por
militares americanos para estabelecer
Essas tabelas podem ser mais simples.
comunicação com alienígenas que
Seria interessante também os estudantes chegaram em diferentes lugares da
exercitarem essa prática com temas de in- Terra. Para cumprir sua missão, a
teresse pessoal. Isso ajudaria ainda mais pesquisadora desenvolve códigos
na compreensão pedagógica e metodoló- baseados em mecanismos das línguas
que conhecemos. Assim, o filme de
gica da tabela. ficção traz à tona diferentes pesquisas
acadêmicas sobre língua e linguagem
de maneira que leigos possam
entender. Baseado no conto Story of
Your Life (1999), de Ted Chiang, o
filme fez sucesso entre os apreciadores
de ficção científica.
„ A chegada. Direção: Denis
Villeneuve. Produção: Shawn Levy,
Dan Levine, Aaron Ryder e David
Linde. Estados Unidos: Paramount
Pictures, 2016. 1 DVD (116 min).

194

PRÁTICA DE PESQUISA
A atividade 6 possibilita que os estudantes desenvolvam noções de prática de pesquisa,
nesse caso, a análise documental. Se julgar pertinente, converse com eles sobre as ca-
racterísticas desse método, que trata do recolhimento de dados sobre o assunto que está
em pesquisa. Oriente-os sobre a necessária confiabilidade que se deve ter em relação às
fontes de pesquisa acessadas. Essa é uma condição necessária para a análise documental.
Além disso, essa prática considera a pesquisa em variadas fontes de consulta e, no caso dos
estudantes, ela pode ocorrer, por exemplo, em livros, revistas especializadas e na internet.

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194 Língua Portuguesa


Leitura de textos
2 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Antes de efetivamente entrar na leitura


da reportagem científica, converse com
os estudantes sobre a importância des-
se formato para a aprendizagem. Aqui, é
interessante que eles notem este material
como uma ferramenta de divulgação de
Prepare-se
conhecimento e, por sua vez, de aprendi-
Nesta seção, você vai ler uma reportagem científica e um artigo científico. zagem, que serve para consultas. Durante
Mas, antes, o que você acha de exercitar os conhecimentos da seção anterior? Use
a conversa, veja como os estudantes dia-
o seu caderno para formular as respostas e não deixe de usar a estratégia para
encontrar o tema e as palavras importantes. logam com essas ideias de ciência, estu-
do e pesquisa e qual é o imaginário dos
estudantes para a reportagem científica.
Até aqui, você viu que métodos e práticas de estudos fazem parte da ciência
e que, por sua vez, podem resultar em inventos inovadores e criação de novas
Os estereótipos negativos poderão ser ex-
tecnologias. As estratégias para a busca de conhecimento acompanham os pesqui-
cluídos com a exploração a seguir.
sadores em suas rotinas de laboratórios e nas trocas de informações com colegas.
DIÁLOGOS COM CIÊNCIAS: ORIENTAÇÕES
Dessa maneira, todo desenvolvimento científico e tecnológico precisa de materiais
que mostrem aos inventores o que já foi pesquisado dentro daquele tema, como Proponha aos estudantes o diálogo
é o caso de livros, revistas, artigos científicos etc. com outros professores e oriente-os a
realizarem uma entrevista estruturada em
Diálogos com Ciências pesquisa. Esse movimento pode ajudá-los
na busca pelo conhecimento e, princi-
Que tal entrevistar professores da sua escola que também sejam cientistas? Essa palmente, pelo uso de outras formas de
é uma ótima oportunidade para conhecer outras formas de pesquisar, observar os
pesquisar/estudar e documentar essa pes-
desafios das pesquisas e notar como os cientistas criam hipóteses.
Procure, para entrevistar, professores da quisa. Nesse sentido, é sempre um ganho
Mauro Pimentel/AFP

sua escola que tenham interesse em pes- conhecer as práticas de outros pesquisa-
quisa, como, por exemplo, os de Ciências dores. Se possível, faça uma síntese visual
da Natureza. Você pode conversar também e deixe afixada na sala.
com algum pesquisador que conheça em
sua cidade.
Faça um roteiro para essa entrevista e PRÁTICA DE PESQUISA
não deixe de contemplar alguns pontos im- A atividade proposta no boxe pos-
portantes para elaborar as perguntas:
sibilita que os estudantes desenvolvam
„ A formação do entrevistado.
noções de prática de pesquisa, nesse
„ Sua descoberta enquanto cientista.

„ Sua vivência na área da ciência.


caso, a coleta de dados a partir de en-
trevistas. Se julgar pertinente, converse
A pesquisa científica está presente em todas com os estudantes sobre as caracterís-
as áreas do conhecimento. Na fotografia, a
Margareth Dalcolmo, pesquisadora na Fundação
ticas desse método. Oriente-os sobre
Oswaldo Cruz (Fiocruz), em março de 2021 no as etapas de execução, por exemplo,
Rio de Janeiro (RJ).
elaboração do roteiro de perguntas,
contato com os entrevistados, registro
dos dados coletados e apresentação
195 dos resultados.

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 2


EF67LP26, EF69LP29, EF69LP30, EF69LP31, EF69LP33, EF69LP37 e EF69LP39.

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Língua Portuguesa 195


HABILIDADES DA BNCC „ Seus instrumentos de ciência.
Como é sua atuação com os outros cientistas.
A entrevista com professores pesquisa- „

„ Seus maiores desafios.


dores abre espaço para o desenvolvimento
„ Quais são os estímulos para ser cientista.
de reflexões relacionadas aos contextos de
„ Uma mensagem para todos os que desejam ser cientistas.
produção de artigos de divulgação cien- Formule perguntas que ajudem a trazer informações importantes para toda a turma.
tífica e abarca, portanto, a habilidade Sugestão de perguntas:
EF69LP29. A prática dos recursos de „ O que despertou seu interesse pela ciência?

produção de uma entrevista, por sua vez, „ Qual seu campo de estudos?

contempla a habilidade EF69LP39, sobre „ Quais foram as suas hipóteses de pesquisa?

definição de recorte temático de entrevis- „ Como você divulga as suas pesquisas?

tas, levantamento de informações, elabo- „ De que maneira você costuma compartilhar os conhecimentos que adquire com

ração de roteiros, linguagem utilizada e sua equipe?


Grave ou anote a entrevista.
armazenamento do conteúdo.
Socialize o resultado da entrevista com toda a turma e destaque os métodos
de pesquisa que o entrevistado informou. Mostre como esse pode ser um recurso de
PARA SABER + estudo para você e os colegas.
Neste momento, você pode explorar
as informações do boxe Para saber +,
aproveitando a proximidade de estudan-
tes dessa faixa etária com esse formato de O canal Nerdologia é um espaço de aprendizagem que nasceu com o intuito de fazer
uma análise científica e histórica da cultura nerd e cultura pop por meio de vídeos
vídeo veiculado no YouTube. Se possível, compartilhados em plataformas de vídeos. É produzido por Filipe Figueiredo, Átila
acessem, juntos, a página em questão e Iamarino, Ana Arantes, Caio Gomes, Sérgio Sacani, André Souza, Pirula, Altay de
observem os títulos dos vídeos veiculados. Souza, Mila Laranjeira. A direção dos vídeos conta com Alexandre Ottoni e Deive
Você pode separar a turma em grupos pe- Pazos. A formação dos integrantes do canal, que vai de biólogos a historiadores,
permite que o canal aborde diferentes temas, como microbiologia, filmes,
quenos para que eles escolham o vídeo
comportamento humano e origem da vida.
com o qual querem trabalhar e façam um

Reprodução/Youtube/Nerdologia
resumo do que aprenderam para apresen-
tar ao restante da turma.
Os vídeos são curtos, em geral, com me-
nos de 10 minutos. Por isso, o resumo e a
apresentação oral não devem passar de me-
tade disso, para que a atividade seja dinâmi-
ca e haja espaço para conversas e debates.
A intenção é que os estudantes tenham
contato com temas científicos e analisem
a organização proposta em cada um dos
vídeos selecionados. Essa assimilação e a
posterior reorganização para a apresenta-
ção são importantes para a proximidade
com o gênero e uma construção para a O biólogo Átila Iamarino apresentando o episódio “Por que perdemos o medo
atividade final da Unidade. do perigo?”, de 11 de outubro de 2018, no canal Nerdologia, disponível em
plataformas de compartilhamento de vídeos.
É importante que eles observem quem
está falando (autoridade sobre o assunto)
e as referências que são usadas ao longo 196
do vídeo. Discuta com estudantes o anco-
ramento em fontes confiáveis e fidedignas
sobre o tema e a importância disso na
construção de textos científicos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

196 Língua Portuguesa


Leitura 1 ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
Reportagem científica: conhecendo uma
1. Resposta pessoal. Espera-se que os
forma de divulgar a ciência estudantes entendam, a partir das refe-
Os textos de divulgação científica, como as reportagens científicas, além de rências anteriores, o que são textos de
atualizarem o público geral sobre as novidades da ciência e da tecnologia, são divulgação científica, dialogando com os
instrumentos de trabalho dos pesquisadores, que acompanham essas publicações temas discutidos nas leituras. E, a partir
com o propósito de saberem os rumos das ciências nos diferentes laboratórios do daí, tragam seu ponto de vista.
mundo. Por isso, a organização dos dados e as imagens que os acompanham pre-
2. Resposta pessoal. Converse com os
cisam ser cuidadas para divulgar essas informações da melhor forma.
estudantes sobre as possíveis práticas
1. Você tem o hábito de ler muitos textos de divulgação científica?
de leitura desses textos, que tendem a
2. Quais são as suas estratégias para aproveitar ao máximo as informações ser mais técnicos (leitura e releitura, por
desses textos?
exemplo).
3. Converse com os colegas e veja como as estratégias de cada um durante a
3. Resposta pessoal. Os estudantes pode-
leitura podem ajudar você a melhorar seu aproveitamento das reportagens
científicas. rão compartilhar as estratégias de es-
tudo. É um momento de aprendizagem
4. Você vai ler uma reportagem intitulada “Invasão Marciana”. Antes de lê-la,
escolha uma das imagens a seguir para ilustrar o texto, tendo como refe- coletiva. Oriente-os a respeitar o turno
rência apenas o título. Justifique a escolha. de fala dos colegas e estimule-os a dis-
cutir cada uma delas.
Marko Aliaksandr/Shutterstock

A 4. Resposta pessoal. O importante é que os


estudantes tragam argumentos razoáveis
sobre a relação entre a imagem escolhida
e o título. Por exemplo, na primeira ima-
gem, há um objeto circular que aparenta
uma nave espacial e a segunda mostra
um robô em Marte.
NASA/JPL-Caltech

Agora, leia a reportagem científica “Invasão Marciana”.

197

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 197


TEMA CONTEMPORÂNEO
TRANSVERSAL
A reportagem sobre as missões para
Marte dialoga diretamente com o Tema
Contemporâneo Transversal Ciência e
Tecnologia, assim como os demais tex-
tos e atividades desta Unidade. Nesses
momentos em que o tema aparece de
forma mais evidente, procure conduzir
conversas em sala de modo que seja va-
lorizado o método científico (bem como
a tomada de decisão a partir do conhe-
cimento científico), para que, assim, os
estudantes comecem a criar mais cons-
ciência sobre os conceitos de evidência
e de metodologia científica.

198

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

198 Língua Portuguesa


REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
ƒ WEI-HAAS, Maya. À espera da missão
mais importante jipe-robô avança li-
geiro em Marte. National Geographic,
21 fev. 2022. Disponível em: livro.
page/37V6U6193LP. Acesso em: 3
jun. 2022.
Para ampliar o olhar pedagógico so-
bre o tema, propomos a leitura desta
reportagem que fala sobre o jipe-robô
que chegou a Marte em 2021. São 57
imagens em um texto detalhado sobre
os procedimentos da Nasa para manter
o robô no planeta vermelho e resgatar
informações importantes sobre ele. Os
estudantes podem se interessar pela

Revista Qualé
imagem do robô que analisa as condi-
ções de Marte.

199

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 199


ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES

Revista Qualé
5. A reportagem científica apresenta muitos
dados e informações, partindo de uma
linguagem objetiva e direta. Está organi-
zada em tópicos com títulos e subtítulos
em destaque (negrito), que ajudam na
identificação do tema e dos subtemas.
CABRAL, Maria Clara. Invasão
Há também recursos gráficos que aju- Marciana. Qualé, São Paulo, Não escreva
ed. 8, maio 2020. p. 6 e 7.
dam a compreender o sentido do texto. neste livro
Use seu
6. Não. Para conseguir cumprir o obje- caderno

tivo de divulgar a pesquisa, é preciso


5. Com base na leitura da reportagem cientí-
que os textos se organizem de forma
fica, liste algumas características principais
sequencial. Primeiro, os assuntos intro- desse texto.

NASA/JPL-Caltech
dutórios; em seguida, os subtópicos
6. Todas as informações são transmitidas ao
que se desdobram do tema principal.
mesmo tempo?
É uma estratégia para compartilhar a
informação de forma objetiva e precisa. 7. Releia o terceiro parágrafo após o subtítulo
“Missões anteriores” e considere como ele
7. No início da reportagem, são apresen- está relacionado com o resto do texto. Quais
tadas tentativas de aterrissar em Marte palavras ajudam a firmar essa relação?
que deram certo. Como anteriormente
8. Verifique que na segunda página da repor-
o texto trata de dificuldades desse pro- tagem temos um infográfico com o título
cesso, o começo do parágrafo é mar- “Curiosidades sobre Marte”. Qual é a im-
cado pelo operador argumentativo “no portância desse enfoque ainda no início do
entanto”, que sugere uma contradição texto?
do que foi apresentado antes. 9. Observe com atenção as ilustrações que
8. Com esse enfoque, é possível construir compõem a reportagem científica lida. Que
hipótese é possível levantar sobre sua im-
o conceito introdutório do assunto e portância nesse gênero de texto?
contextualizar o leitor. Promova uma
discussão considerando o aspecto 10. Retome a atividade 4. Que imagem você
escolheu, A ou B? Após ler a reportagem,
hipertextual dos textos do campo de você mudaria sua resposta? Por quê?
pesquisa – esse elemento é importante
para que os estudantes desenvolvam
as habilidades de reconhecimento de Múltiplas leituras
hipertextos.
Planetário on-line
9. Neste texto, os estudantes poderão no- Você já imaginou estar em um planetário sem sair de casa? Isso já é possível! Aproveite essa opor-
tar que as imagens ajudam a compre- tunidade para conhecer Marte usando a tela dos dispositivos digitais. Alguns sites já oferecem essa ex-
ender o conteúdo do texto verbal. No periência, como é o caso do Stellarium.
Pesquise por planetários on-line. Faça um passeio virtual pelo Sistema Solar, observe a sua posição
caso das ilustrações da reportagem, o
em relação aos planetas e às estrelas e reflita: O que muda na sua compreensão do Universo após essa
leitor conseguirá visualizar mais sobre experiência? Existe outra compreensão das distâncias?
as máquinas que vão para Marte e di-
mensionar o tamanho desse planeta em
relação ao tamanho da Terra. 200
10. Leve os estudantes a pensar não ape-
nas no título, mas a perceber qual ima-
gem tem mais relação com a reporta- MÚLTIPLAS LEITURAS: ORIENTAÇÕES
gem como um todo.
Verifique a possibilidade de projetar as imagens dos sites em sala de aula. Nesta ati-
vidade, é interessante que haja diálogo com professores de outros componentes, como
Biologia e Matemática. Caso seja possível, convide-os para uma conversa com os estudan-
tes enquanto vocês realizam a visita on-line. Sobre as reflexões propostas no boxe, elas
requerem respostas pessoais; é importante destacar que o ponto de vista se modifica e
que os estudantes terão, a um só tempo, uma visão macro e micro do espaço.

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200 Língua Portuguesa


Leitura 2
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Artigo de divulgação científica
A leitura do texto sobre microrganismos
Agora que começamos a explorar a possibilidade da existência de vida em Mar- cria possibilidades de diálogos interessan-
te, vamos conhecer uma pesquisa que também discute esse tema. Leia o artigo de tes com as áreas de Ciências e Geografia.
divulgação científica do pesquisador Vinícius São Pedro. Veja a possibilidade de desenvolver uma
atividade ou mesmo uma aula em conjunto
Vinícius São Pedro é biólogo e professor da Universidade Federal de São Carlos. Ele com os professores dessas disciplinas em
atua nas áreas de zoologia e ecologia com pesquisas e cursos e desde criança é um
sua escola. Há, ainda, no texto, referência a
apaixonado pela natureza. Seu passatempo favorito é observar plantas e animais.
determinadas regiões, tais como desertos
de sal, águas congeladas e, em especial,
a Antártida. Pensando nisso, mostre aos
estudantes, se possível, essas regiões a
Será que existe vida em todos os lugares do planeta Terra? partir de um mapa ou usando o Google
Um dos maiores desafios da ciência é a busca por vida fora do nosso planeta. Earth na sala de informática.
Ainda que poucos cientistas – e eu sou um deles – esperem encontrar vida inteli-
gente fora da Terra, muitos acreditam que outros corpos celestes possam abrigar,
ou já abrigaram, apenas formas de vida mais simples, como microrganismos.
Mas, curiosamente, tão difícil quanto encontrar vida fora da Terra é encontrar
algum lugar na superfície do nosso planeta que não tenha vida. Mesmo lugares
com condições ambientais extremas, que à primeira vista parecem desabitados,
geralmente abrigam toda uma comunidade microbiana. Essas bactérias e fun-
gos microscópicos, capazes de sobreviver em ambientes como os arredores de
um vulcão, desertos de sal e águas congeladas, são chamados de extremófilos.
Wallentine/Shutterstock

Microrganismos extremófilos são capazes de viver até em águas ácidas e ferventes de


algumas fontes termais. E são eles os responsáveis por esse show de cores!

Cientistas já analisaram amostras de solo dos desertos mais áridos, das


montanhas mais altas e das regiões mais profundas dos oceanos e em todas
elas encontraram micróbios vivendo numa boa. Mas, em 2018, um grupo de
pesquisadores dos Estados Unidos e do Canadá resolveu explorar o solo ao
longo de uma cadeia de montanhas na Antártida e encontraram os primeiros
pontos conhecidos da superfície terrestre sem qualquer sinal de vida.

201

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 201


ATIVIDADES: RESPOSTAS E Na verdade, os microrganismos extremófilos estavam presentes na maior
ORIENTAÇÕES parte das mais de 200 amostras de solo investigadas. Mas, em algumas porções,
1. O artigo tem a função de informar sobre das regiões mais altas, onde o frio é ainda mais severo, o solo é mais seco e com
maior concentração de sais, nenhum sinal de vida microbiana foi detectado,
as pesquisas a respeito de microrganis-
mesmo com o uso de diferentes e modernas técnicas de procura por micror-
mos. Vemos isso na qualidade dos da- ganismos. Parece que a combinação dessas diferentes condições extremas,
dos e na defesa de um ponto de vista persistindo por tantos anos naquele local, impediu que os microrganismos que
fundamentado em dados científicos. eventualmente chegassem ali pelo vento sobrevivessem.

2. a) “Mas, em algumas porções, das regiões

Pataporn Kuanui/Shutterstock
mais altas, onde o frio é ainda mais se-
vero, o solo é mais seco e com maior
concentração de sais, nenhum sinal de
vida microbiana foi detectado”.
2. b) “Mesmo lugares com condições am-
bientais extremas, que à primeira vista
parecem desabitados, geralmente abri-
gam toda uma comunidade microbiana.
Essas bactérias e fungos microscópicos,
O solo gelado, seco e com muitos sais de montanhas na Antártida é o primeiro lugar
capazes de sobreviver em ambientes conhecido na Terra onde até mesmo os microrganismos são incapazes de sobreviver.
como os arredores de um vulcão”.
Uma das conclusões dessa pesquisa é que é improvável que haja vida micro-
3. a) “Uma das conclusões dessa pesquisa biana em Marte. Isso porque as condições do solo na Antártida são parecidas,
é que é improvável que haja vida micro- ou até um pouco menos extremas que o solo do planeta vermelho. Mas como
biana em Marte”. estamos falando de micróbios com superpoderes, quem sabe eles não surpreen-
dem os cientistas mais uma vez, né?!
3. b) Uma ideia de conclusão, de fecha-
SÃO PEDRO, Vinícius. Será que existe vida em todos os lugares
mento do que foi defendido ao longo do planeta Terra? Ciência Hoje das Crianças, 26 nov. 2021.
do texto. Disponível em: livro.page/1V6U6196L. Acesso em: 22 fev. 2022.

3. c) Resposta pessoal. Esse recurso é im-


portante porque traz uma ideia de con-
clusão. Sabemos das pesquisas, vemos É hora de avaliar outras características da divulgação científica que reconhe-
o ponto de vista e concluímos a ideia. cemos no texto do pesquisador.
1. Com base na leitura, qual a função desse texto? Justifique sua resposta.
4. Resposta pessoal. Por ser um texto
científico, tem alta informatividade. Por 2. Agora, observe as duas imagens que acompanham o artigo de divulgação
isso, é preciso contar com recursos de científica.
explicação e exemplificação com as ima- a) Qual trecho do texto verbal tem relação com a primeira imagem?
gens que aparecem ao longo do texto. Não escreva
b) Qual trecho do texto verbal tem relação com a segunda imagem?
Essas estratégias de intercalação entre neste livro
3. Faça uma segunda leitura do último parágrafo.
Use seu
o verbal e o visual possibilitam ao leitor caderno
a) Como o parágrafo começa?
uma melhor compreensão do conteúdo.
b) Observando esse início, qual ideia é transmitida?
Estratégias: exemplificação, legenda que
c) Em sua opinião, por que esse recurso é importante para o texto?
contextualiza a imagem, intercalação en-
4. Enumere algumas estratégias verbais e visuais do texto para informar os
tre texto e imagem.
leitores.

202

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202 Língua Portuguesa


Comparação entre textos ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
1. Após examinar os dois textos, a reportagem da revista científica e o artigo 1. a) Os dois textos são de divulgação
de divulgação científica, considere:
científica. Tanto a reportagem científica
a) Qual é o objetivo desses textos? como artigo de divulgação científica têm
b) Para que o leitor consiga compreender todas as informações do texto, como como objetivo informar sobre a viagem a
deve realizar a leitura?
Marte e a chance de vida nesse planeta.
c) Com base nas estratégias de estudos que já vimos, qual você usaria para
O objetivo geral dos dois textos é in-
ler a reportagem científica?
formar. Neles, o propósito comunicativo
d) Qual seria a melhor sequência de leitura dos textos? Justifique sua resposta.
também é apresentar a leitores leigos
2. Faça um relato oral do que foi lido.
determinado assunto científico de seu
Para isso, escolha um dos dois textos (reportagem ou artigo de divulgação interesse.
científica) e faça uma nova leitura desse texto. Em seguida, conte o que você
leu para um colega. 1. b) É fundamental que os leitores este-
Durante esse exercício, observe como você está organizando as ideias, ex- jam atentos durante as leituras para que
plicando as informações e conceitos e desenvolvendo a explicação científica. consigam entender o texto em sua inte-
gridade. Por serem textos científicos, com
alto índice de informação, exigem uma
Apresentação oral interação mais concentrada e atenção
Em congressos, conferências e simpósios, os pesquisadores se encontram para durante toda a leitura. Aqui vale ressaltar
trocar informações, avanços em pesquisas e até descobertas científicas. Essa troca que essa é uma leitura informativa.
entre os pesquisadores acontece de forma oral, geralmente com tempo marcado.
Durante uma apresentação oral são importantes alguns cuidados, como: 1. c) Os estudantes poderão responder:
„ Manter um ritmo adequado de fala. grifar trechos, encontrar palavras-chave,
„ Fazer frases mais curtas e com sentido objetivo. fazer uma síntese visual. Este pode ser
„ Explicar o conteúdo de forma objetiva, direta e clara. um ótimo momento para a retomada dos
„ Se estiver apresentando uma imagem, pensar na relação entre o que está sendo conteúdos de estudos.
falado e o que está sendo mostrado. 1. d) Resposta pessoal. Idealmente, a se-
quência seria a mesma feita nesta Uni-
dade: primeiro a reportagem científica e
Ricardo Fonseca/Ministério da Ciência e Tecnologia/Governo Federal

depois o artigo de opinião. É interessan-


te que os estudantes observem como
a reportagem científica traz os dados
mais detalhados e constrói visualmente
A epidemiologista Celina Turchi algumas informações que o artigo de
explicando as ações brasileiras
no surto de microcefalia em divulgação científica não faz. Com base
bebês provocado pelo zika nisso, converse com os estudantes so-
vírus durante o 1o Simpósio
Cabbio de Temas Atuais em bre a importância de encontrar o texto
Biotecnologia, no Ministério da adequado para o nível de estudo.
Ciência, Tecnologia, Inovações
e Comunicações, em junho 2. Este é um momento de preparação para
de 2017. Celina Turchi foi
considerada uma das 10 a seção Produção textual. Por isso,
cientistas mais importantes
pela revista Nature devido aos
após a leitura e a exposição oral, siste-
resultados dessa pesquisa. matize essa experiência com os estudan-
tes, organizando uma tabela de tudo o
203 que constar em um texto científico oral.
Liste as características textuais que os
estudantes viveram durante o processo
HABILIDADE DA BNCC de contar oralmente. Por exemplo: Fize-
ram paráfrase do que estava nos textos?
A habilidade EF69LP30 é desenvolvida na comparação entre o artigo de divulgação Tomaram cuidado com a combinação
científica e a reportagem. de palavras que gera sons desagradá-
veis (cacofonia)? Usaram frases mais
curtas? Trouxeram as ideias claras, ou
ficaram confusos na hora de explicar?
Souberam modular o ritmo de fala? Para
a organização da tabela, coloque o título
de “Texto oral”, separe-a em duas colu-
nas e, nas cinco linhas da primeira colu-
na, escreva os tópicos: “Evitar cacofonia”,
“Aplicar ritmo e tom de voz adequados”,
“Dar preferência para períodos curtos”,
“Explicar o conteúdo de forma objetiva e
clara” e “Relacionar palavras e imagens.”
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Língua Portuguesa 203


DEIXAR FLUIR: Deixar fluir
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Via Láctea virou música
Pesquise em plataformas de vídeo por

Alex Mit/Shutterstock
“som da Via Láctea”. Faça uma sessão
de escuta compartilhada e converse com
os estudantes sobre o processo de cria-
ção desses sons. Para saber mais, veja a
notícia:
ƒ NASA transforma dados da Via Láctea
em música e viraliza: prece dos céus.
Só notícia boa, 26 set. 2020. Dispo-
nível em: livro.page/38V6U6198LP.
Acesso em: 3 jun. 2022.
1. Resposta pessoal. Como no áudio há
sons mais calmos, os estudantes po-
dem dizer que sentiram tranquilidade,
sensação de envolvimento cósmico, de
fazer parte do Universo.
É possível transformar dados, como a distância de objetos celestes, em sinais acústicos, e
2. Resposta pessoal. É possível que alguns organizá-los para criar uma música.
estudantes associem a músicas religio-
Você já pensou na possibilidade de ouvir a Via Láctea?
sas, sons angelicais etc. Com base em dados coletados de imagens da Via Láctea, considerando lumi-
nosidade e posição dos corpos celestes, a Nasa produziu escalas harmônicas, por
meio de um processo chamado sonificação.
Ou seja, foi possível transformar dados da Via Láctea em música!
O que você acha de viver a experiência de “ouvir” a Via Láctea?
Para isso, faça uma busca na internet procurando pelo vídeo com o som da Via
Láctea.
Após ouvi-lo, considere:

Não escreva 1. Quais foram as sensações durante essa experiência?


neste livro
Use seu 2. Esses sons remetem a outros sons que você conhece ou imagina?
caderno Quais?

Reportagem de divulgação científica


É um texto com o objetivo de informar os leitores em profundidade, oferecendo fatos
ou dados de divulgação. Para isso, esse texto precisa de uma linguagem objetiva,
clara e de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
Artigo de divulgação científica
É um texto produzido com a finalidade de divulgar a ciência e, geralmente, expressar
a opinião dos autores. Para isso, também é fundamental o emprego de uma
linguagem objetiva e direta, além do uso de fatos e dados científicos.

204

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

204 Língua Portuguesa


Análise e reflexão
sobre linguagens 3 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Converse com os estudantes sobre


o que já estudaram sobre a relação en-
tre linguagem verbal e visual em textos
de divulgação científica e pergunte que
outras estratégias eles entendem como
necessárias para a propagação desse tipo
Prepare-se
de texto. Comente que, além da informati-
Nesta seção, você usará o seu caderno para anotar as informações que lhe ajudarão vidade, outros elementos linguísticos se-
a ganhar mais propriedade para usar a linguagem em textos de divulgação científica.
rão explicitados nesta seção. Sempre que
Isso ajudará você a produzir o texto na seção 4.
houver imagens, procure dialogar com os
Nesta Unidade, você vem observando como são os usos da linguagem em textos
estudantes sobre características específi-
do campo científico. Já vimos que esses textos têm alto índice de informatividade cas, como cor, tamanho e traço. Utilizan-
e, por isso, exigem leitores atentos aos detalhes de como os dados científicos es- do a imagem de abertura como exemplo,
tão sendo ditos. pergunte: Como diferenciar, na primeira
Chegou a hora de você desvendar quais são os recursos da linguagem que aju- imagem, a Terra de Marte? Os estudantes
dam a transmitir as informações de forma mais direta e objetiva. devem entender que, para isso, é neces-
sário ter conhecimentos prévios a respeito
Conceitos da língua das características de cada planeta.

A linguagem em textos informativos


1. Releia o trecho a seguir da reportagem científica “Invasão Marciana”.
NASA/Apollo 17 crew ESA/MPS/UPD

Marte e Terra são


semelhantes na evolução,
características essas que
vão se alterando com o
passar do tempo.

[...]
“Você deve estar se perguntando por que todos esses países resolveram enviar missões para
Marte e não para outro planeta do Sistema Solar. Em primeiro lugar, porque a Terra e Marte apre-
sentam condições semelhantes. No início da formação dos planetas, por exemplo, os dois tiveram
evoluções parecidas, e a gravidade também é relativamente próxima.”
[...]

205

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 3


EF06LP04, EF06LP05, EF06LP12, EF67LP32, EF67LP36, EF67LP37, EF69LP40,
EF69LP41, EF69LP42 e EF69LP43.

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Língua Portuguesa 205


Não escreva a) Qual é a relação do título da reportagem científica com o trecho destacado
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro anteriormente?
ORIENTAÇÕES Use seu
caderno b) Como você relaciona o título com as imagens de abertura?
1. a) O trecho pode ser entendido como c) Esse texto é impessoal ou podemos perceber a opinião e as impressões do
a explicação do título “Invasão Marcia- autor? Explique.
na”. Esse trecho mostra a justificativa 2. Releia o texto “Será que existe vida em todos os lugares do planeta Terra?”.
do motivo de os pesquisadores terem o a) De que forma o texto começa?
interesse de conhecer mais Marte. b) Após esse início do texto, o que é possível conhecer? O pesquisador vai
1. b) A imagem pode ser vista como uma direto para o assunto principal que aparece no título?
exemplificação/ilustração do nome “pla- c) Como o pesquisador finaliza o texto?

neta vermelho”, como Marte também é 3. Releia estes trechos.


conhecido. Trecho I
1. c) O texto é impessoal. Em textos infor- Outras missões, no entanto, tiveram muito sucesso. A mais
mativos, é usada a terceira pessoa para famosa delas foi a dos robôs “gêmeos” da Nasa, Opportunity
criar um distanciamento. Não aparece e Spirit, que aterrissaram em 2004.
um “eu” do autor explicitamente. Esse
é um exemplo de recurso que ajuda a Trecho II
garantir alta informatividade do texto. Mas, em 2018, um grupo de pesquisadores dos Estados
2. a) Falando sobre o interesse em desco- Unidos e do Canadá resolveu explorar o solo ao longo de uma
brir vida em outros planetas, que acom- cadeia de montanhas na Antártida e encontraram os primei-
ros pontos conhecidos da superfície terrestre sem qualquer
panha a humanidade: “Um dos maiores
sinal de vida.
desafios da ciência é a busca por vida
fora do nosso planeta.”. É uma abertura

Pataporn Kuanui/Shutterstock
que busca situar a discussão de todo o
texto dentro desses estudos.
2. b) Sim. Após a abertura e apresenta-
ção (contextualização), o pesquisador As pesquisas para encontrar
formas de vida nos solos
comenta sobre a relação entre os micró- congelados, com sais tóxicos e
sem água em estado líquido da
bios e a vida, apresentando pesquisas Antártida contribuem para a busca
sobre os micróbios em situações extre- por vida em Marte, cujo solo tem
essas características.
mas (vento, ambiente gelado e proximi-
dade de vulcões). a) Nos trechos lidos, os autores citam outras missões ou pesquisadores?

2. c) Retomando a abertura. No final do b) Com base na sua leitura e análise, você considera que essa prática é comum
em textos científicos? Justifique a resposta.
texto, o pesquisador comenta sobre a
c) Faça a ordenação dos eventos apresentados nesses trechos de acordo com
possibilidade de vida em outro plane- as perguntas: Quem fez? O que fez? Qual é a importância disso?
ta. Após investigar a vida em situações
extremas, ele mostra qual pode ser a
chance de vida em outros planetas. Quem fez? O que fez? Importância

3. a) Sim, nos dois textos, os autores citam Trecho I MODELO MODELO MODELO
outras pesquisas e mostram os resulta-
dos conseguidos por outras pessoas. Trecho II MODELO MODELO MODELO

3. b) Sim. O uso de citação é uma prá-


tica comum em textos científicos, pois 206
dá destaque para outras pesquisas, co-
mentando suas descobertas e evitando
atribuir somente ao autor do texto em
O que fez: Outra missão: aterrissaram [em O que fez: Exploraram o solo em uma ca-
questão o conhecimento mencionado
Marte] em 2004. deia de montanhas na Antártida.
sobre o tema, o que, em alguns casos,
configura plágio. É interessante verificar Importância: Não mencionada no trecho. Importância: Encontraram os primeiros
se conhecem o termo plágio. Caso des- Trecho II: pontos conhecidos da superfície terrestre
conheçam, incentive-os a olhar a defini- sem vida.
Quem fez: Pesquisadores dos Estados Uni-
ção no dicionário. dos e do Canadá.
3. c) É importante que os estudantes re-
conheçam a ordenação dos eventos, o
antes e o depois da pesquisa, para que
compreendam as formas de contá-la/
descrevê-la.
Trecho I:
Quem fez: Robôs Opportunity e Spirit,
da Nasa.

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206 Língua Portuguesa


4. Agora leia um trecho da reportagem científica publicada na revista científica
ComCiência: ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
4. a) A linguagem é formal, o que pode ser
Zoonoses
Olhar para os animais e para o meio ambiente pode evitar emergentes:
compreendido pela ausência de recursos
novos coronavírus são doenças típicos da conversação e de pronomes na
transmitidas
11 DE MAIO DE 2021 COMCIÊNCIA de animais primeira pessoa do singular. O trecho a
Por Rafael Revadam para seres
humanos, sejam
seguir pode servir de exemplo: “Criado
Saúde única, como é chamada a integração entre os estudos humanos,
recentemente no século XX, o conceito de saúde úni-
identificadas,
animais e de ecossistemas, pode auxiliar no controle de futuras doenças sejam já ca (one health, em inglês) defende que
reconhecidas, políticas efetivas para a prevenção e o
Criado no século XX, o conceito de saúde única (one health, em inglês) defende mas que
que políticas efetivas para a prevenção e controle de doenças só surgirão com a
mostram controle de doenças só surgirão com a
alterações no
integração entre a saúde humana, a saúde animal e o ambiente. Quando surge comportamento integração entre a saúde humana, a saú-
um vírus como a covid-19 essa integração fica mais evidente. do vetor ou de animal e o ambiente. Quando surge
hospedeiro, ou
“O conceito de saúde única não é novo e foi proposto por órgãos como a Or- aumento da um vírus como a covid-19, essa integra-
ganização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial da Saúde Animal incidência, da
área geográfica ção fica mais evidente.”.
(OIE) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em que ocorre.
que reconhecem existir um vínculo muito próximo entre o meio ambiente, em 4. b) “O conceito de saúde única não é
todos os seus aspectos, a saúde animal e a saúde humana”, explica Paulo Abílio, novo e foi proposto por órgãos como a
pesquisador do Instituto de Comunicação e In- Organização Mundial da Saúde (OMS),

Conselho Federal de Medicina Veterinária/Ministério da Agricultura


formação em Saúde da Fiocruz. “As interações a Organização Mundial da Saúde Ani-
entre humanos, animais e ambiente ocorrem
em diferentes maneiras e podem ser respon-
mal (OIE) e a Organização das Nações
sáveis por mudanças e impactos com efeitos Unidas para Alimentação e Agricultura
em cascata, criando problemas no equilíbrio (FAO), que reconhecem existir um vín-
sustentável do planeta. Um exemplo é a trans- culo muito próximo entre o meio am-
missão de agentes infecciosos entre animais e
biente, em todos os seus aspectos, a
seres humanos, muitas vezes ocasionada por
mudanças ambientais, como o desmatamento saúde animal e a saúde humana”, expli-
ou o crescimento desorganizado e urbanização ca Paulo Abílio, pesquisador do Instituto
de áreas. Tais mudanças podem levar à ocorrên- de Comunicação e Informação em Saúde
cia de zoonoses emergentes, reemergentes da Fiocruz.
ou novas, bem como o surgimento de vírus com
potenciais de causar doenças em seres huma- 4. c) Tanto as aspas como o uso do verbo
nos”, completa. “explicar” no presente do indicativo si-
[...] nalizam a inserção da fala de alguém.
Cartaz do Conselho Federal de
REVADAM, Rafael. Olhar para os animais e para
Medicina Veterinária divulgando
o meio ambiente pode evitar novos coronavírus.
o Dia Mundial das Zoonoses,
ComCiência, 11 maio 2021. Disponível em: livro.
instituído pela Organização Mundial
page/2V6U6201L. Acesso em: 4 abr. 2022.
da Saúde (OMS).

a) Como se caracteriza a linguagem presente no texto? Ela é formal ou infor-


mal? Justifique sua resposta com uma passagem do texto.
b) Essa reportagem apresenta a fala de um pesquisador sobre o assunto. Copie
uma passagem que comprova isso.
c) Que recurso linguístico foi utilizado para sinalizar o que o pesquisador disse?

207

PENSAMENTO COMPUTACIONAL
A atividade 3c leva em conta importantes etapas que podem ser relacionadas ao
pensamento computacional: 1) a decomposição do texto em partes que podem ser
identificadas; 2) a identificação de um padrão, ou seja, das partes que devem compor
as informações transmitidas por um texto. Com base nessas observações, os estudantes
podem ser instruídos a repetir esse padrão quando precisarem transmitir informações
em textos escritos e orais, de modo especial informações de natureza científica.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 207


d) Leia as alternativas a seguir e depois escreva um pequeno parágrafo con-
ATIVIDADES: RESPOSTAS E cordando com elas ou discordando delas.
ORIENTAÇÕES I. A presença da fala do pesquisador torna o texto mais confiável.
4. d) Resposta pessoal. Espera-se que os II. A presença da fala do pesquisador indica que o autor da reportagem não
estudantes concordem que a inserção tem segurança para discutir o tema.
de uma fala que pertence a um estu- e) O que é saúde única?
dioso sobre o assunto do texto é um
recurso que transmite confiabilidade ao Nosso mundo
leitor; e que discordem da segunda pro-
Um dos problemas que podem ocorrer nos textos do campo científico é o plágio. Reproduzir obra
posição, já que utilizar outras fontes não
de alguém como se fosse sua é considerado crime. Por isso, é importante fazer o exercício de citação,
significa inabilidade do autor, mas sim como o que foi feito nos textos lidos. Os autores dos textos devem contar quais são as pesquisas reali-
enriquece a informação. zadas ou em andamento sobre o assunto e quem são os responsáveis por elas.
A citação pode ser feita com o auxílio da paráfrase, que consiste em recontar do seu jeito aquilo que
4. e) Trata-se da integração entre os estu-
outra pessoa disse. Por exemplo, veja o trecho do artigo de divulgação científica de Vinícius São Pedro:
dos humanos, animais e de ecossistemas.
Parece que a combinação dessas diferentes condições extremas, persistindo por tantos
NOSSO MUNDO: anos naquele local, impediu que os microrganismos que eventualmente chegassem ali pelo
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES vento sobrevivessem.
1. Resposta pessoal. Certifique-se de que
Agora veja como poderia ser feita a citação do que o pesquisador disse, parafraseando a afirmação dele:
os estudantes entendem a diferença
entre plágio, citação e paráfrase e tra- Vinícius São Pedro acredita que os micror-

Vadym Pastukh/Shutterstock
balhe o reconhecimento da necessidade ganismos que possivelmente chegaram pelo
de responsabilidade com o trabalho de vento não teriam suportado as condições
outros profissionais, mencionando de extremas daquele local.
onde as informações vieram.
1. Você já viveu alguma situação de plágio?
2. Resposta pessoal. Espera-se que os es-
tudantes, ao contar a descoberta cien- 2. Faça um exercício de citação e paráfrase.
Conte para um amigo, com as suas palavras,
tífica para os colegas, procurem citar a uma descoberta científica de alguém. Por
fonte completa, além de explicar do que exemplo, você ficou sabendo de alguma
se trata. novidade científica? Em que lugar você
leu? Quem disse sobre essa inovação? O
que é essa inovação?

Apesar de a internet disponibilizar muito conteúdo


para pesquisa, nem sempre os estudantes se
preocupam em fazer a citação devida, o que pode ser
identificado pelos professores por meio de programas
que detectam plágio ou fonte duvidosa.

Os efeitos de sentido do modo subjuntivo


Nos textos de divulgação científica, é possível observar a ideia de certeza ao
transmitir informações e relatar as descobertas dos cientistas com o uso dos ver-
bos no modo indicativo, visto na Unidade anterior.
Mas, além das certezas, você já observou que as pesquisas também se desen-
volvem com hipóteses?

208

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208 Língua Portuguesa


1. Leia os dois trechos da reportagem científica “Invasão Marciana”. Não escreva
neste livro ATIVIDADES: RESPOSTAS E
I. Um dos seus marcos foi o achado de evidências de que, um dia, Marte
Use seu
caderno
ORIENTAÇÕES
teve abundância de água em sua superfície. Mais de 10 mil imagens em alta 1. a) Trecho I. Comente com os estudantes
resolução foram tiradas.
que o trecho trata de algo que aconte-
ceu de fato.
II. A previsão inicial dos cientistas para os famosos robôs era de que eles
1. b) Trecho II. Esse trecho traz uma hi-
“sobrevivessem” em solo marciano por 90 dias.
pótese: a sobrevivência dos robôs em
a) Selecione o trecho que traz uma ideia de certeza. Marte não é uma certeza.
b) Selecione o trecho que traz uma ideia de hipótese. 1. c) Uma das suas maiores hipóteses é a
c) Reescreva os trechos, invertendo a ideia de cada trecho. Faça as reformula- de que, um dia, Marte possa ter abun-
ções necessárias. dância de água em sua superfície. A
2. Leia o meme e responda. certeza inicial dos cientistas para os fa-
mosos robôs é de que eles sobreviverão

Vadim Sadovski/Shutterstock
em solo marciano por 90 dias.
2. a) A de que terráqueos ocuparão Marte.
2. b) Resposta pessoal. Procure conversar
com os estudantes sobre as recentes
mobilizações de empresários estadu-
nidenses para descobrir possibilidades
de habitar outros planetas. Você pode
sugerir, também, que pesquisem sobre
o que seria necessário para que terrá-
queos sobrevivessem lá.
2. c) A dependência do advérbio “quando”
do verbo “nascer” no modo subjuntivo,
indicando hipótese.

IFUNNY. Disponível em: livro.page/3V6U6203L.


Acesso em: 4 abr. 2022.

a) O texto do meme apresenta uma hipótese. Qual é ela?


b) Você considera essa hipótese provável? Por quê?
c) Qual recurso linguístico presente em “Quando a primeira criança nascer”
indica a presença do modo subjuntivo?

Modo verbal subjuntivo: os tempos verbais deste modo expressam possibilidade, dúvida hipótese.
Nós o usamos para nos referir a ações que são incertas. Observe alguns exemplos: “É possível que
chova.” (presente do subjuntivo); “Se você me escutasse, tomaria melhores decisões.” (pretérito do
subjuntivo); “Quando você voltar de viagem, venha até minha casa.” (futuro do subjuntivo).

209

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 209


3. Leia o “Manifesto maker”, que apoia a invenção como uma prática de produzir conhecimento.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

O texto “Manifesto maker” faz menção Em inglês, maker significa


a um novo conceito de “Faça você mes- a pessoa que faz as coisas,
mo” (ou DIY, de “Do It Yourself”). A “cultura por isso a cultura maker
pressupõe criar, fazer
maker” pode ser descrita como uma filoso-
com as próprias mãos. A
fia em que indivíduos – ou grupos de indi- cultura maker é inspirada
víduos – criam artefatos que são recriados no movimento punk, cujas
e montados com o auxílio de softwares e/ bandas faziam seus próprios
ou objetos físicos. Para o aprofundamento discos e até os fãs faziam as
revistas sobre o movimento,
pedagógico, sugerimos este vídeo:
as chamadas fanzines.
ƒ DEBATE III: BNCC, cultura maker e educo- O pontapé inicial da cultura
municação. Brasil: Educom Floripa, 2021. maker foi a criação da revista
1 vídeo (118 min.). Disponível em: livro. Make, por Dale Dougherty,
em 2005, nos Estados
page/39V6U6204LP. Acesso em: 6 jun. Unidos. No ano seguinte, ele
2022. realizou a feira Maker Faire
A partir do conceito de “pedagogia (Feira dos “Fazedores”),
reunindo centenas de
de projetos”, a educomunicação tem por criadores e divulgando essa
meta capacitar professores para mediar nova maneira de produzir.
a relação entre tecnologia e estudantes, Na cultura maker, qualquer
para que estes se tornem sujeitos sociais pessoa, seja estudante,
e possam não apenas ser afetados por seja profissional, trabalha
com o protagonismo ao
essa tecnologia, especialmente a digital, gerenciar e realizar seus
mas também possam produzir, eles mes- próprios projetos, com
mos, seus artefatos e conteúdos, em uma a cooperatividade ao
relação menos passiva e mais ativa. A pro- compartilhar ideias, e
com a sustentabilidade e
posta desse vídeo são as abordagens da
criatividade, aproveitando
cultura maker ancoradas pela BNCC. materiais e ferramentas que
tem ao seu dispor.

Manifesto maker, inspirado


no livro The maker
movement manifesto, de
Mark Hatch, fundador
do TechShop, o maior
makerspace do mundo.
Maker, o movimento mão na massa. Qualé, ed. 7, abril de 2020. p. 8.

210

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

210 Língua Portuguesa


ATIVIDADES: RESPOSTAS E

Reprodução/Quarto Editora
Os seres humanos criam coisas impressionantes, como os robôs que os ORIENTAÇÕES
substituem nas missões de exploração em Marte. Construir robôs é algo que 3. a) A cultura maker incentiva a constru-
fascina crianças e adultos. E pode ser divertido e descomplicado com a ajuda do ção e a reinvenção de coisas a partir
livro Construa seu robô, que oferece aos leitores uma visão geral da história da
dos problemas do cotidiano. Segundo
robótica e ainda traz materiais e instruções para a construção de três tipos de
robôs motorizados. o manifesto maker, é importante testar,
„ PARKER, Steve. Construa seu robô. Londres: Quarto Editora, 2020. ter hipóteses, errar e não desistir. Essas
práticas são hábitos que também fazem
Após a leitura, considere: parte da cultura científica.
a) O Manifesto maker é uma inspiração para os futuros pesquisadores. Por qual 3. b) Sugestão: “Mas os especialistas pro-
motivo você acha que a cultura maker é importante para a inovação e para põem alguns princípios, que podem aju-
a ciência? dar a guiar quem está começando”.
b) Selecione um trecho do Manifesto maker que traz uma ideia de certeza, de Não escreva
algo que já está acontecendo. neste livro 3. c) Sugestão: “Se o maker fosse um su-
c) Selecione um trecho que traz ideia de hipótese. Use seu per-herói, seu poder estaria em uma
caderno
d) Por qual motivo você acha que foi usada a ideia de hipótese neste momento? tesoura, na cola e na caixa de papelão”.
4. Agora, leia a tirinha a seguir e observe o emprego dos verbos. 3. d) Resposta pessoal. Sugestão: Para
criar uma característica lúdica ao texto
Cientirinhas

e mostrar que o movimento maker não


é um super-herói.
4. a) Modo subjuntivo. Até o terceiro qua-
drinho é uma hipótese científica, narra
algo que pode acontecer ou não.
4. b) Modo verbal: Ficasse.
4. c) A transformação da hipótese em
realidade no último quadrinho. O homem
que vai para o espaço volta mais jovem
que seu irmão gêmeo, já que, para ele,
o tempo passaria mais devagar.

COHEN, Tabata. Cientirinhas 225,


20 fev. 2021. Disponível em: livro.
page/4V6U6205L. Acesso em:
25 fev. 2022.

a) Qual é o modo verbal presente nos três primeiros quadrinhos?


b) Selecione uma forma verbal que esteja nesse modo.
c) O que causa o humor nessa tirinha?

211

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 211


Referências e retomadas textuais
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Para que o leitor compreenda os dados científicos, é preciso que os textos de
divulgação científica estejam organizados e tenham informações claras e objetivas.
Converse com os estudantes sobre a A substituição de termos por sinônimos é um recurso que garante a objetividade
referenciação como recurso textual. É váli- da linguagem.
do destacar que este é um recurso muito
1. Observe o quadrinho a seguir.
importante para a clareza das ideias no
texto e, como estamos trabalhando com

Cientirinhas
os recursos que garantem objetividade
e clareza na transmissão da informação,
precisa fazer parte das produções desse
campo, mas não ficar restrito a ele.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
1. a) Estão comentando de Betelgeuse,
estrela da constelação de Órion.
1. b) São usadas as expressões “aquela
estrela” e “ela”.

MERLIN, Marcos. Cientirinhas 25, 14 jul. 2016. Disponível


em: livro.page/5V6U6206L. Acesso em: 24 fev. 2022.

a) De quem os personagens da tirinha estão comentando?


b) Que outras expressões são usadas para chamá-la?

O uso de outras expressões para designar um mesmo termo permite que o texto
mantenha uma relação de sentido entre as palavras sem se tornar repetitivo. Além
disso, esse mecanismo de substituição ajuda a organizar as ideias do texto, tornando-o
mais bem estruturado, claro e objetivo para o leitor.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

212 Língua Portuguesa


2. Leia a notícia e responda às questões a seguir.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
Brasileiro tem foto publicada pela Nasa mostrando Vênus e Marte 2. a) Kiko Fairbairn usou também um
software específico para “limpar” a
Kiko Fairbairn

imagem.
2. b) O substantivo “brasileiro” e o prono-
me “ele”.

Fotografia de Kiko
Fairbairn foi selecionada
pela Nasa.

O brasileiro Kiko Fairbairn fez um registro incrível e raro neste mês: a conjunção entre Vênus
e Marte. A imagem foi tão marcante que o fotógrafo de astronomia chegou a emplacar a imagem
na agência espacial americana (Nasa) nesta terça-feira (29).
Kiko disse que a imagem foi feita no dia 4 de março em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Os dois
planetas foram avistados da perspectiva da Terra próximos um do outro no início deste mês, no
feriado do Carnaval. Na região serrana do estado, é possível ver Vênus, à esquerda, e Marte, à direita.
“Quando dois planetas passam pelo céu à noite, eles podem ser vistos geralmente próximos
um do outro por uma semana ou mais. Nesta conjunção planetária, Vênus e Marte passaram a
uma distância de 4 graus no início deste mês”, disse a publicação da agência americana.
O registro
Kiko fez questão de explicar que as fotos não são montagens, nem têm partes acrescentadas
por edição.
Ele usa apenas um software específico para “limpar” a imagem e mostrar todos os elementos
do espaço.
“A imagem em destaque foi tirada alguns dias antes [da publicação da Nasa], quando Vênus
estava subindo lentamente no céu antes do amanhecer, noite após noite, enquanto Marte estava
se pondo lentamente”, complementou.
“Eu sabia que essa conjunção de Vênus com Marte estava acontecendo. Eu dei muita sorte
que o tempo na região serrana do Rio durante o Carnaval foi excelente. Foram noites limpíssimas,
sem nuvens. Além disso, era um local livre de poluição luminosa”, contou o fotógrafo.
[...]
CARVALHO, Monique. Brasileiro tem foto publicada pela NASA mostrando Vênus e Marte.
SóNotíciaBoa, 30 mar. 2022. Disponível em: livro.page/6V6U6207L. Acesso em: 3 abr. 2022.

a) De acordo com a notícia, Kiko Fairbairn não contou apenas com recursos Não escreva
tecnológicos para a fotografia ter precisão e o registro ficar incrível. Qual neste livro
outro fator foi determinante? Use seu
caderno
b) Quais outros termos são usados para referir-se a Kiko Fairbairn no texto?

213

REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
ƒ MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo:
Parábola Editorial, 2008.
Esta obra traz um amplo e profundo trabalho com a referenciação. Ao longo do livro, o
autor discute o conceito de texto e mostra como a referenciação garante um dos fatores
de textualidade, como no caso da coesão textual.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 213


Não escreva c) Releia o trecho a seguir.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E neste livro

ORIENTAÇÕES Use seu


caderno
Quando dois planetas passam pelo céu à noite, eles po-
dem ser vistos geralmente próximos um do outro por uma
2. c) Retoma o substantivo “planetas”.
semana ou mais.

EMPREGO DE SC, XC, Ç, SS: O pronome em destaque retoma qual expressão?


RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
a) As palavras têm som de s, mas são gra-
fadas com sc (acrescentadas), ç (edi- Pronomes pessoais
ção), ç (conjunção), xc (excelente) e ss Os pronomes pessoais são os recursos linguísticos que indicam as pessoas do discurso.
(limpíssimas). Observe a tabela a seguir.

Pronomes pessoais
Pronomes pessoais
Pronomes pessoais do caso oblíquo
do caso reto
Átonos Tônicos
1 pessoa do singular
a
eu me mim, comigo

2a pessoa do singular tu te ti, contigo

3 pessoa do singular
a
ele, ela o, a, se, lhe ele, ela, si, consigo

1a pessoa do plural nós nos nós, conosco

2 pessoa do plural
a
vós vos vós, convosco

3a pessoa do plural eles, elas os, as, se, lhes eles, elas, si

Por indicarem as pessoas, os pronomes ajudam na coesão sequencial e na articulação do texto, evitando
a repetição de nomes. Observe que os pronomes do caso reto, como os pronomes do caso oblíquo, estão
relacionados às pessoas do discurso. Sendo assim, seus usos estão vinculados sempre à marca de pessoa.

Emprego de sc, xc, ç, ss


„ Agora, releia os trechos da notícia “Brasileiro tem foto publicada pela Nasa
mostrando Vênus e Marte” em voz alta.

Kiko fez questão de explicar que as fotos não são montagens, nem
têm partes acrescentadas por edição.

“Eu sabia que essa conjunção de Vênus com Marte estava aconte-
cendo. Eu dei muita sorte que o tempo na região serrana do Rio durante
o Carnaval foi excelente. Foram noites limpíssimas, sem nuvens. Além
disso, era um local livre de poluição luminosa”, contou o fotógrafo.

a) Identifique o que as palavras em destaque têm em comum na sonoridade


linguística e o que elas têm de diferente na grafia.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

214 Língua Portuguesa


b) Agora, organize um quadro reunindo outras palavras que apresentam a mes-
ma grafia e a mesma sonoridade das palavras em destaque. EMPREGO DE SC, XC, Ç, SS:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
b) sc: descer, rejuvenescer, florescer, incan-
Prepare-se descente; xc: exceção, excedente, exces-
Atenção: para a confecção desse quadro, faça uma pesquisa em dicionários so, excêntrico; ç: locução, ficção, benção,
e sites. adoção; ss: limpíssimas, lindíssimas, be-
O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) pode ajudar nessa líssimas, caríssimas, importantíssimas.
busca. Disponível em: livro.page/6V6U6215L. Acesso em: 22 abr. 2022.

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
SC XC Ç SS
As respostas para as perguntas escritas
acrescentadas excelente edição limpíssimas no começo da subseção A linguagem na
prática são pessoais. Assim, leia com os
MODELO MODELO conjunção MODELO
estudantes e permita que exponham livre-
MODELO MODELO MODELO MODELO mente o conhecimento sobre essa profis-
são e verifique se conhecem algumas ações
MODELO MODELO MODELO MODELO
que os cientistas desempenham, menciona-
das no trecho que abre a subseção.
Sobre os passos para se tornar um
A linguagem na prática cientista, deixe que façam hipóteses, des-
Depois de todo esse contato com textos sobre descobertas científicas, você tacando a importância dos estudos.
já imagina a rotina de um cientista? E saberia dizer quais são os passos para ser
um cientista? Leia uma definição sobre o trabalho de cientistas. CONTEÚDO INTERATIVO
Este conteúdo apresenta interatividade
Arquivo pessoal
[...] ciência é aquele tipo de conhe-
cimento que busca compreender ver- na versão digital do livro do estudante.
dades ou leis naturais para explicar o Oriente os estudantes a clicar no hiperlink
funcionamento das coisas e do univer-
para ter acesso ao conteúdo adicional.
so em geral. É por isso que cientistas
fazem observações, verificações, me- Leia com os estudantes as breves bio-
dições, análises e classificações, pro- grafias das cientistas brasileiras em desta-
curando entender os fatos e traduzi-los que. Depois, convide-os a refletir sobre o
para uma linguagem estatística. E é aí
que entra o método científico.
porquê de ainda haver estranhamento, por
parte de alguns setores da sociedade, fren-
GNIPPER, Patrícia. O que é ciência,
método científico e divulgação científica?
te à presença feminina na área da pesquisa
Canaltech, 19 nov. 2019. Disponível em: livro. científica. Reforce a necessidade de haver
page/7V6U6209L. Acesso em: 3 mar. 2022.
igualdade de oportunidades entre gêneros.
Agora, leia a entrevista com Jaque-
line Goes de Jesus, a cientista brasilei-
ra que liderou o sequenciamento do
genoma do coronavírus.
A cientista Jaqueline Goes de Jesus trabalhando
no laboratório.

215

HABILIDADES DA BNCC
A aprendizagem dos recursos de coesão referencial, promovida por meio da interpreta-
ção de tirinhas e textos, corresponde à habilidade EF67LP36. Já a habilidade EF06LP05
é trabalhada a partir da compreensão dos efeitos de sentido gerados pelos modos verbais
nos textos. Ao praticar o uso de coesão referencial e os modos verbais na produção de
escrita sugerida, os estudantes mobilizarão a habilidade EF06LP12.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 215


REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
ƒ ESTRELAS além do tempo. Direção: Jaqueline Goes mostra que lugar de
menina também é na ciência
Theodore Melfi. Intérprete: Taraji P.
Henson, Octavia Spenser, Janelle Mo- [...]

náe. Roteiro: Margot Lee Shetterly, Se Jaqueline pudesse encontrar a Jaqueline de 10 anos de idade hoje, diria
para ela não desistir dos estudos, porque a educação é transformadora. Filha
Allison Schroeder. EUA: [s. n.], 2016. de pai engenheiro civil e mãe auxiliar de enfermagem e pedagoga, a baiana
(127 min.) aprendeu desde cedo a valorizar o conhecimento. Foi na cidade de Salvador,
A partir do tema “mulheres na ciên- ainda na década de 1990, que ela e o irmão despertaram para o mundo ainda
crianças, com brinquedos educativos, música e muita leitura.
cia”, abordado pela entrevista a Jaqueli-
Nesta entrevista ao Lunetas, ela fala sobre a sua infância, vida acadêmica,
ne Goes, propomos o filme Estrelas além
o atual momento da ciência e a representatividade feminina ali dentro, saúde
do tempo. A seguir, a sinopse: mental e planos futuros. [...]
1961. Em plena Guerra Fria, Estados Lunetas – Como foi a sua infância e qual o papel que a educação teve
Unidos e União Soviética disputam em sua formação, desde pequena?

a supremacia na corrida espacial ao Jaqueline Goes – A educação tem papel central na minha formação,
principalmente porque meus pais vieram de famílias humildes. Por meio da
mesmo tempo em que a sociedade educação, eles conseguiram melhorar a nossa vida, investindo para propor-
norte-americana lida com uma profun- cionar uma educação de qualidade para mim e para o meu irmão. Desde a
da cisão racial, entre brancos e negros. infância nós frequentamos escolas boas [...] e sempre nos incentivaram não
Tal situação é refletida também na só através da educação formal, mas também através da educação dentro de
NASA, onde um grupo de funcionárias casa. Minha mãe, pedagoga, acompanhava os nossos estudos de perto. Meu
pai, engenheiro civil, apesar de não ter essa veia didática, entende que a edu-
negras é obrigada a trabalhar a parte. cação é realmente o que transforma e por isso nos ofereceu a possibilidade
É lá que estão Katherine Johnson (Ta- de fazermos cursos, como o de inglês [...]. A educação é nossa prioridade
raji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octa- desde a infância.
via Spencer) e Mary Jackson (Janelle

Pedro Nogueira
Monáe), grandes amigas que, além de
provar sua competência dia após dia,
precisam lidar com o preconceito ar-
raigado para que consigam ascender
na hierarquia da NASA.
ESTRELAS além do tempo [sinopse]. Ado-
roCinema, [s.d]. Disponível em: livro.page/
41V6U6210LP. Acesso em: 21 maio 2022.

Ambiente
acadêmico:
Lunetas – Como veio a decisão de se tornar cientista? Você conseguia
universidades
e espaços de se visualizar desde nova num espaço ocupado majoritariamente pelo pú-
pesquisas. blico masculino?
Analista
clínico: Jaqueline Goes – A decisão de me tornar cientista veio na fase adulta,
profissional que durante a graduação. Conheci a profissão de cientista dentro do ambiente
realiza exames
laboratoriais
acadêmico. Eu entrei no curso de biomedicina na expectativa de ser analis-
para análises e ta clínica, mas comecei a ver possibilidades de me tornar cientista, porque
observações.

216

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

216 Língua Portuguesa


os professores falavam sobre isso e traziam vivências do trabalho que estavam ATIVIDADES: RESPOSTAS E
desenvolvendo nas instituições de pesquisa (Fiocruz e UFBA). Com isso, eu fui ORIENTAÇÕES
despertando para esse outro lado que eu não conhecia, não sabia ser possível,
1. Resposta pessoal. Aqui vale abrir a dis-
nem imaginava como alguém se tornava cientista. Quando eu comecei a pen-
sar em atuar na área da pesquisa, não me veio a ideia de que eu entraria numa cussão sobre como a educação é uma
área cujo público era majoritariamente masculino. Eu só tomei consciência disso oportunidade de transformar realidades.
quando entrei num grupo de pesquisa e comecei a perceber ao redor como as O exemplo da pesquisadora pode aju-
coisas se desenvolviam, a partir de uma visão masculina, pois, naquela época, a dar os estudantes a atribuírem sentido
maioria dos pesquisadores renomados dentro dos seus campos de estudo e dos
professores considerados cientistas eram homens.
à prática escolar e a observarem que as
[...]
experiências de ensino e de aprendiza-
MIRANDA, Júlia de. Jaqueline Goes mostra que lugar de
gem contribuem para a formação dos
menina também é na ciência. Lunetas, 1 set. 2021. Disponível estudantes.
em: livro.page/8V6U6211L. Acesso em: 24 de fev. 2022.
2. Modo indicativo. Isso ocorre porque a
entrevista conta coisas que já aconte-
1. Com base nos estudos desta Unidade, você concorda com a opinião da Ja- Não escreva ceram com a pesquisadora, ou seja,
queline sobre a importância dos estudos para a formação do cientista? Jus- neste livro

tifique sua resposta. Use seu a trajetória de Jaqueline para ser uma
caderno
cientista, e não apresenta hipóteses ou
2. Pensando na linguagem, você observa uma predominância de qual modo possibilidades para o futuro.
verbal? Por qual motivo você imagina que aconteça essa predominância?
3. a) “Se Jaqueline pudesse encontrar a
3. Considerando o uso do modo verbal subjuntivo: Jaqueline de 10 anos de idade hoje”.
a) selecione um trecho que use o subjuntivo.
3. b) O uso do subjuntivo ajuda na compre-
b) justifique o motivo do uso desse modo para o trecho selecionado.
ensão de que a conversa entre a Jaqueli-
4. Releia o trecho a seguir. ne criança e a Jaqueline adulta é apenas
uma hipótese.
“A decisão de me tornar cientista veio na fase adulta, durante a graduação. 4. Sugestão de resposta: “A decisão de
Conheci a profissão de cientista dentro do ambiente acadêmico. Eu entrei Jaqueline de se tornar cientista veio na
no curso de biomedicina na expectativa de ser analista clínica, mas comecei
a ver possibilidades de me tornar cientista, porque os professores falavam
fase adulta, durante a graduação. Ela
sobre isso e traziam vivências do trabalho que estavam desenvolvendo nas conheceu a profissão de cientista den-
instituições de pesquisa (Fiocruz e UFBA). Com isso, eu fui despertando para tro do ambiente acadêmico. Entrou no
esse outro lado que eu não conhecia, não sabia ser possível, nem imaginava curso de biomedicina na expectativa de
como alguém se tornava cientista.” ser analista clínica, mas começou a ver
possibilidades de se tornar cientista,
„ Agora, escreva uma mensagem para um colega sobre porque os professores falavam sobre
esse trecho. Faça os ajustes necessários no texto para Lembre-se
isso e traziam vivências do trabalho que
corresponder a você contando a história de Jaqueline. Faça uso dos termos de eles estavam desenvolvendo nas insti-
5. Veja algumas dicas para jovens cientistas, preparadas substituição. Eles ajudam o texto
a ficar mais coerente.
tuições de pesquisa (Fiocruz e UFBA).
pela Febrace, e observe os modos verbais.
Com isso, ela foi despertando para esse
Dicas para Jovens Cientistas outro lado que não conhecia, não sa-
[...] bia ser possível, nem imaginava como
1) Uma parte importante da atividade do cientista é saber observar e identifi- alguém se tornava cientista.” Explore
car os problemas e necessidades. Um bom cientista deve estar atento à realidade com os estudantes outras possibilida-
que o cerca. des para não repetir o pronome “ela”:
a cientista, a entrevistada ou deixar o
217 sujeito oculto, como foi feito em alguns
momentos dessa sugestão de resposta.
Essa atividade pode ser também uma
oportunidade para retomar a diferença
entre discurso direto (resposta da entre-
vistada) e discurso indireto (reformula-
ção dos estudantes).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 217


2) Nenhum pesquisador trabalha intei-
ATIVIDADES: RESPOSTAS E ramente sozinho, e nenhum aprende so-
ORIENTAÇÕES zinho a pesquisar. A ajuda de colegas e a
orientação de alguém mais experiente são
5. é: indicativo.
fundamentais para a pesquisa e a formação
aprende: indicativo. do pesquisador.
3) Os cientistas também enfrentam di-
possam: subjuntivo.
ficuldades financeiras. Porém, em algumas
serve: indicativo. situações, quando você não possui ou não
6. Estimule os estudantes a criar esse qua- pode adquirir todos os materiais para con-
duzir a pesquisa, tente procurar materiais

SeventyFour/Shutterstock
dro extra com o propósito de continuar
alternativos que possam substituí-los. Essa
com a narração do jogo de futebol. O solução pode ser inovadora.
objetivo da atividade é trabalhar com a 4) O interesse pelo tema escolhido é im-
progressão textual da narração, usando portante. Tente usar a sua experiência e a
pronomes para substituir alguns nomes. criatividade não apenas na realização do tra-
Sugestão de legenda para o quadro: ... balho de pesquisa, mas também na escolha
de volta para a Ameba. Ela sai do meio do que pesquisar.
de campo em direção ao gol. É gol! É 5) Não desanime se ao desenvolver seu
Estudantes realizando experiência em laboratório de escola.
projeto você chegar à conclusão de que a
gol! É gol!
hipótese que você formulou não é válida. Mostrar que uma hipótese não é válida,
ou que uma determinada estratégia não serve para validar ou não uma hipótese,
é também um resultado importante.

HO, Johny. Dicas para Jovens Cientistas. Febrace, 4 set. 2008. Disponível
em: livro.page/9V6U6212L. Acesso em: 24 fev. 2022.

„ Classifique o modo verbal dos verbos grifados.


© Fernando Gonsales/ 6. Leia a tirinha a seguir.
Acervo do cartunista

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea.


Disponível em: livro.page/10V6U6212L. Acesso em: 18 mar. 2022.

Não escreva Em seu caderno, crie um quadro que consiga ser encaixado entre o primeiro
neste livro
e o segundo quadro da tirinha.
Use seu
caderno Nesse quadro, você deverá continuar a história, considerando:
„ É preciso continuar com a partida de futebol, antes de o pesquisador gritar
“Goool”.
„ O quadro precisa ter um balão de fala ou balão de narração, como no primeiro.

„ No texto escrito, substitua um dos nomes do primeiro quadro por outro termo.

218

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

218 Língua Portuguesa


7. Leia a tirinha dos Bichinhos de Jardim e responda.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES

© Clara Gomes/Acervo da cartunista


7. a) Como sociedade que se compõe
entendendo que os seres humanos
ocupam um lugar de hierarquia frente
aos animais, o humor vem da resposta
improvável de que a comparação com
gafanhotos é uma ofensa a eles e não
GOMES, Clara. Tristeza humana. Bichinhos de Jardim, 24 fev, 2022. aos seres humanos.
Disponível em: livro.page/11V6U6213L. Acesso em: 3 abr. 2022.
7. b) A expressão é de espanto, ou curiosi-
a) O que causa efeito de humor na tirinha? dade, e podemos percebê-la na expres-
b) Qual é a expressão do caramujo para a fala da joaninha? Onde vemos isso? são facial do caramujo, especialmente
c) Qual pronome aparece no segundo quadrinho? Classifique-o. em seus lábios comprimidos.
d) O pronome anteriormente destacado retoma qual expressão?
7. c) “Eles” é um pronome pessoal reto na
8. Leia a tirinha a seguir e responda às questões. terceira pessoa do plural.
7. d) Retoma o substantivo “humanos”.
© Fabio Coala/Acervo do cartunista

8. a) Resposta pessoal. Espera-se que os


estudantes compreendam que a tirinha
se refere à Terra, já que são usados os
adjetivos autossuficiente e poluído.
8. b) “Ele” é um pronome pessoal reto da
primeira pessoa do singular.
8. c) O pronome faz referência à expres-
são “planeta”.

COALA, Fábio. Mentirinhas, 16 nov. 2020. Disponível em:


livro.page/12V6U6213L. Acesso em 3 abr. 2022.

a) Considerando o tom crítico dos extraterrestres na tirinha, sobre qual planeta


podemos entender que eles estão falando? Justifique sua resposta.
b) Encontre o pronome que aparece nessa tirinha e classifique-o.
c) Esse pronome faz referência a qual expressão no texto?

219

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 219


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Para a produção textual, use essa re-


tomada para que os estudantes façam um
momento de revisão do material. Você
4 Produção textual

também pode promover uma prática de


revisão conceitual. Uma sugestão é os
estudantes produzirem uma tabela (tema
da Seção 1) com o que foi estudado até
Apresentação oral de divulgação científica
aqui. No que se refere à produção textual, Anteriormente, você viu como os estudos científicos podem
converse com a turma sobre os temas de Organize-se ser divulgados de diferentes formas, como é o caso da reporta-
interesse e estimule-os a estudar com os É a sua vez de usar gem científica e do artigo de divulgação científica. Agora é a sua
recursos disponíveis. Os livros didáticos, o conhecimento da vez de produzir uma apresentação oral de divulgação científica,
como os de Ciências, História, Geografia linguagem para divulgar um a partir de um tema de inovação e tecnologia do seu interesse.
conhecimento científico. A apresentação oral é um momento de socialização do co-
ou Matemática, por exemplo, poderão ser
Aqui, você vai usar suas nhecimento entre os apresentadores e os ouvintes. Quando
uma fonte de busca. Lembre-os de que to- anotações anteriores e um
das as áreas do conhecimento envolvem o estudamos algum assunto, tema ou produzimos uma inova-
dispositivo digital para a
saber científico: as ciências físicas – Mate- produção dos slides. ção, podemos convidar um grupo de pessoas para par ticipa-
rem dessa troca e relatar a elas as descober tas, e quais são
mática, Física, Química etc. –, as ciências
as teorias que as embasaram. Enfim, é um momento de troca de informações
naturais – Biologia, Medicina, Farmácia
e de conhecimentos.
etc. – e as ciências sociais – História, Geo-
Por isso, antes de começar a produção, faça um aquecimento revisando a Uni-
grafia, Sociologia, Linguística etc. Converse
dade e retomando os estudos de como o texto científico é construído.
com os estudantes sobre esses temas. Se

metamorworks/Shutterstock
possível, convide outros educadores para
auxiliarem os estudantes nesta preparação.

Com os meios digitais, fica mais fácil


para os jovens o acesso a temas de
ciência e tecnologia.

Planejamento e produção
Para essa produção, você poderá escolher um tema de inovação e tecnologia
do seu interesse, buscando em livros, revistas, páginas da internet etc. Como já
sabemos, a apresentação oral de divulgação científica envolve a socialização de
conhecimentos com o apoio de algumas estratégias para os textos orais, como
vimos no quadro Ideias & Conceitos, na seção 2.

220

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 4


EF67LP23, EF67LP24, EF67LP32, EF69LP35, EF69LP36, EF69LP38 e EF69LP41.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

220 Língua Portuguesa


Portanto, no momento de produzir a apresen-

ZouZou/Shutterstock
tação oral de uma pesquisa ou conhecimento cien- ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
tífico, é importante ter cuidado com os ouvintes e
traçar estratégias que deixem a compreensão mais Oriente os estudantes durante a etapa
fácil para os receptores. Ou seja, atentar para o de planejamento. Eles podem usar os mé-
ritmo de fala, o conteúdo adequado ao público, a todos que foram estudados nesta Unidade.
clareza das informações, o tempo de apresentação. Reforce a importância de uma linguagem
Vários assuntos de tecnologia são do interesse dos jovens, objetiva, do uso verbal mais indicativo e
mas a busca deve prezar sempre pelo cuidado de verificar se da possibilidade de trabalhar o subjuntivo
a informação é verdadeira, especialmente na internet.
como hipótese. Esta etapa da produção
Siga os passos a seguir. é também um momento de retomada do
1. Antes de começar a produção, organizem-se em grupos com interesses no mesmo tema.
conteúdo estudado.
Se possível, participe do ensaio do
2. Façam uma pesquisa atenta sobre o tema escolhido. Procu-
rem informações detalhadas e anotem os principais dados.
grupo, sugerindo melhorias para a apre-
Lembre-se
Essas informações vão ajudá-los a preparar a apresentação sentação. Observe como o grupo está en-
oral e a síntese visual. Vocês poderão usar um dos volvido com o campo de pesquisa e com
métodos de estudos vistos o desenvolvimento do trabalho. Oriente
3. Após a seleção e o estudo do tema de interesse, recuperem ao longo do ano.
os estudantes na revisão do material vi-
as estratégias de divulgação científica oral que foram orga-
nizadas na atividade 2 de Comparação entre textos (seção 2) e revejam o que é necessário
sual da apresentação. Eles poderão usar
haver na apresentação. Se possível, pesquisem vídeos de divulgação científica. Eles poderão recursos digitais (slides) ou físicos (carta-
ajudar a perceber as características da oralização dos textos. zes, banners).
4. Em seguida, preparem alguns slides ou cartazes para a síntese visual. Nesta etapa, vocês
Organize um momento para a sociali-
poderão usar imagens e ilustrações que ajudem na explicação do conteúdo para a plateia. zação das apresentações. Aproveite essa
troca para que os estudantes sejam es-
timulados a compartilhar conhecimentos.
Revisão e avaliação
Uma estratégia é elaborar questões sobre
Antes da apresentação oral, verifiquem se o conteúdo está organizado para que o leitor com- os temas para incentivá-los a refletir e para
preenda da melhor forma. Antes de ensaiarem, façam uma revisão textual dos slides, observando que sintam que estão participando de uma
a grafia das palavras. situação de divulgação científica.
Após revisarem os slides, revejam a apresentação a partir de alguns critérios:
Sugerimos que os grupos recebam
„ Vocês se apresentaram? feedbacks sobre a apresentação. As de-
„ Introduziram o assunto antes de entrar no tema? volutivas poderão abordar temas como:
„ Contextualizaram o tema com o apoio de ilustrações? conteúdo, atratividade, estrutura da apre-
sentação, clareza e objetividade na fala,
„ A fala de vocês está sincronizada com a apresentação visual?
domínio do tema e comunicabilidade, ade-
Façam um ensaio da apresentação, observando o ritmo de fala e a interação com o público.
quação linguística (slides e apresentação
oral), originalidade, coerência entre a fala e
Publicação os slides, adequação do tempo disponível,
Façam a apresentação oral do tema escolhido para toda a turma. Aproveitem esse momento de so- entre outros.
cialização para conhecer outros conteúdos científicos que serão expostos pelos colegas, e tomem nota.
Enquanto estiver assistindo às demais apresentações, identifique e hierarquize as informações
que forem passadas por eles. Antes de finalizar, anote também as sugestões do seu professor.

221

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Língua Portuguesa 221


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Fechamento da Unidade
Oriente os estudantes a retomar o con-
teúdo da Unidade para que realizem as
atividades.
Retomar e avançar
RETOMAR E AVANÇAR:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES Nesta Unidade, você conheceu

MB Images/Shutterstock
1. Resposta pessoal. Espera-se que os es- como as descober tas científicas en-
tudantes citem a reportagem e o artigo volvem trabalhar com hipóteses. Além
disso, os cientistas precisam esta-
de divulgação científica como maiores
belecer suas condições, organizar
descobertas durante a Unidade.
seus experimentos e desenvolver suas
2. a) a e) Resposta pessoal. Espera-se que ideias de pesquisas, divulgando-as
os estudantes preencham o quadro com para a comunidade científica e o pú-
o conteúdo estudado durante a Unidade, blico geral por meio dos textos de
de maneira a sintetizarem os aprendiza- divulgação científica.
dos para que seja possível avaliar o seu Você estudou também como as pes-
desempenho, bem como o desenvolvi- quisas sobre os outros planetas têm
mento das aulas. despertado a curiosidade das pessoas,
3. Resposta pessoal. Espera-se que os es- que ficam sabendo das novidades do
tema pelas reportagens e pelos artigos Apresentações orais, quanto mais praticadas, maior a desenvoltura
tudantes apontem para os temas que dos participantes.
de divulgação científica.
mais geraram interesse durante o tra-
Agora, faça uma revisão da sua aprendizagem, considerando as suas impressões e o seu per-
balho na Unidade.
curso de conhecimento. Vamos lá?
4. Observe as conversas sobre os temas
1. Quais foram as suas descobertas sobre as formas de divulgação científica nesta Unidade?
abordados nos grupos, e intervenha
com perguntas disparadoras, se julgar 2. Com o propósito de resgatar o seu conhecimento e organizar o que você aprendeu, recons-
trua em seu caderno o quadro a seguir e preencha-o com os conteúdos estudados.
necessário.

a) Identifique as formas de divulgação científica


MODELO
estudados nesta Unidade.

b) O que eu aprendi sobre reportagem de di-


MODELO
vulgação científica?

c) Em quais momentos dos estudos científicos


MODELO
o modo verbal subjuntivo é usado?

d) Quais são os pronomes do caso reto e quais


MODELO
são os pronomes do caso oblíquo?

e) Como eu me vejo enquanto produtor de texto


MODELO
do campo científico?

222

SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO
Para avaliar os estudantes, é importante realizar, durante todo o estudo da Unidade,
anotações sobre a participação e as dificuldades de cada um. Como estratégia de avaliação
ampla, sugerimos a aplicação de uma atividade extraclasse. Para tanto, oriente os estu-
dantes a fazerem a seguinte pergunta para os professores da escola: Qual é o problema
ambiental da nossa região que você gostaria de ver solucionado?
Com as respostas em mãos, os estudantes deverão, em grupos, buscar artigos de divulga-
ção científica e reportagens que abordem soluções para um ou mais dos problemas listados.
Depois, devem escrever um texto comentando se há ou não soluções científicas já
divulgadas e quais estratégias poderiam ser adotadas, segundo os pesquisadores, para
a melhoria de situações como as vividas na região.
Com a entrega do texto, avalie se os estudantes utilizaram os tempos verbais de ma-
neira proveitosa, se há coesão referencial, bom uso de citações e ausência de plágio. Esta
análise das produções mostrará a autonomia dos estudantes e o que deve ser retomado
antes de iniciar a próxima Unidade.
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222 Língua Portuguesa


3. Agora, liste dois assuntos que você estudou nesta Unidade sobre os quais
você gostaria de saber ainda mais. Podem ser conteúdos que você tenha PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 6
gostado de estudar ou temas que você conheça pouco e sobre os quais Nesta etapa, os estudantes poderão ter
queira saber mais.
mais autonomia e pesquisar o formato de
4. Conversem em grupos sobre os dois temas listados anteriormente. Durante vídeo. O importante é que compreendam
essa troca, procurem discutir e aprofundar o conhecimento nos temas de
que este é um texto para ser oralizado,
todos os colegas. O objetivo dessa discussão coletiva é ampliar o conheci-
mento e colaborar com o interesse dos colegas sobre temas trazidos para com características já estudadas nas Se-
a roda de conversa. ções 2 e 4. Se julgar necessário, você po-
derá apresentar o formato de vídeo para
Projeto Telejornal: etapa 6 eles. Em seguida, oriente a turma a gravar
com os recursos disponíveis. Se possível,
Vídeo de divulgação científica Organize-se estimule os grupos a editarem os vídeos.
Neste momento, eles poderão usar a lin-
Agora que você domina a linguagem no campo científico, é Para essa atividade, você vai
usar um dispositivo digital guagem digital como recurso de apoio
hora de gravar um vídeo de divulgação para o projeto anual, o
nosso telejornal. com acesso à internet e um para a divulgação científica e explorar as
dispositivo digital para a ferramentas de edição digital.
Planejamento e produção gravação.
O projeto de construção de um telejor-
Reúna-se com o grupo e recuperem a apresentação oral feita na seção Pro- nal para a divulgação científica possibilita
dução textual. Com base nessa apresentação e a partir dos comentários que o o desenvolvimento de autonomia e criati-
professor fez, vocês deverão gravar um vídeo de divulgação científica. vidade dos estudantes, que, agora conhe-
Produzam um vídeo considerando as escolhas que deram certo e que foram cendo os artigos de divulgação científica
reconhecidas durante a apresentação. Vocês também podem usar estratégias dos e as reportagens, podem responder à per-
outros grupos que deram certo e ajudaram na compreensão do conteúdo. gunta inicial da Unidade, “Onde estão as
Durante essa produção, pesquisem formatos de vídeos de divulgação científi- descobertas científicas?”, e, também, com-
ca. Observem as características e sigam a orientação para a produção do material. preender que eles podem ser agentes de
Revisão e avaliação divulgação dessas descobertas, bem como
dos recursos para encontrá-las.
Assistam à apresentação que foi gravada, convide seus colegas para assistirem
também. Façam uma avaliação do(s) vídeo(s), respeitando sempre os trabalhos dos
No momento de retomada dos con-
colegas, e verifiquem se há melhorias teúdos da apresentação oral realizada na
Jacob Lund/Shutterstock
relevantes a serem feitas. Anotem as seção Produção textual, certifique-se de
sugestões e gravem novamente o ví- que os estudantes coletaram os comentá-
deo, se houver necessidade. rios feitos por você e procure esclarecer
quaisquer dúvidas.
Publicação Se julgar necessário, converse com eles
Após a gravação final do vídeo, sobre o passo a passo para uma gravação,
deixem-no guardado no por tfólio do ou seja, a retomada de um planejamento,
projeto. Ele será usado nos próximos um roteiro, a verificação do funcionamen-
meses, quando vocês apresentarão to de aparelhos e a designação de papéis
o telejornal. para cada integrante do grupo: quem fica-
rá responsável por gravar, montar o cená-
Celulares inteligentes rio, apresentar-se etc.
(smartphones) podem ser usados
para gravar a apresentação. Certifique-se também de que o portfó-
lio da turma está organizado, da maneira
223 como for possível em sua escola, e oriente-
-os sobre a melhor forma de armazenar o
vídeo, que será reutilizado no futuro.
HABILIDADE DA BNCC
A produção de vídeo para a criação de um telejornal contempla a habilidade EF69LP37,
já que considera a composição de roteiros e o contexto de produção de mídia específica.

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Língua Portuguesa 223


CONTEÚDOS E OBJETIVOS DA
UNIDADE
Que ações garantem
7
UNIDADE 7

Os objetivos que norteiam os conteú-


dos desenvolvidos na Unidade 7 envolvem
habilidades propostas na BNCC relaciona-
nossos direitos?
das ao estudo e à análise de textos legais,
para uma formação que valorize a partici-
pação ativa na vida pública, respeitando Já imaginou se não existissem regras na escola ou em um hospital?
direitos e deveres cidadãos. O planejamen- Para viver em sociedade é preciso regras e leis. Elas são diretrizes para guiar
as ações das pessoas, visando garantir o desenvolvimento da sociedade. As leis
to, a elaboração, a revisão e a avaliação
são elaboradas por representantes eleitos pelo povo: vereadores, deputados
de textos de reinvindicação, escrito e oral,
e senadores, que, entre outras funções, devem elaborar projetos, votar leis e
complementam a trajetória do trabalho no aprová-las.
campo de atuação na vida pública. Nesta Unidade, você conhecerá um pouco mais as formas de organização dos
Os objetos de conhecimento morfossin- textos das leis e, por meio de estudos e análises de seu conteúdo e linguagem,
táticos que fortalecem o alcance dos obje- compreenderá melhor seus direitos e deveres, além de aprender como participar
tivos pedagógicos estarão relacionados aos ativamente da sociedade, para garantir o bem comum. Isso é ser cidadão.
usos do modo imperativo na elaboração de
texto de reinvindicação. Explorar a leitura
expressiva e os recursos cinésicos que cola-
boram com uma expressão clara e objetiva
também serão foco nas atividades.
A pertinência desses objetivos está
nítida na contextualização de atividades
e textos disponíveis para estudo, em que
os estudantes terão oportunidade de
aprender sobre estrutura, interpretação e
vocabulário usados em textos legais, como
no Estatuto da Criança e do Adolescente,
assim como do trabalho com conceitos da
língua direcionados aos usos da lingua-
gem para a ação cidadã.

CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Os estudantes são parte de um gru-
po social e, por isso, têm experiências de
convívio. Verifique se trazem conhecimen-
tos acerca dos direitos e deveres da co-
letividade e se estão familiarizados com
discussões a respeito desse tema. Busque
planejar de acordo com suas demandas.
Para iniciar, promova uma discussão
224
significativa, com base na imagem de aber-
tura, na qual cada estudante possa se po-
sicionar e colocar suas impressões. Use as
questões para alimentar posicionamentos. COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL DA BNCC
Conhecer os estudantes e seus saberes Competências gerais: 1 e 7.
é essencial na elaboração de ações que Competência específica de Linguagens: 4.
contemplem suas necessidades para avan-
Competências específicas de Língua Portuguesa: 2, 3, 6 e 7.
ço na aprendizagem. Trabalhe no campo
do conhecimento, das atitudes e dos va- Habilidades: EF06LP04, EF06LP05, EF06LP11, EF67LP15, EF67LP16, EF67LP19,
lores, pois esses elementos, em conjunto, EF67LP32, EF67LP37, EF69LP13, EF69LP20, EF69LP21, EF69LP22, EF69LP24,
são fundamentais no campo de atuação EF69LP25, EF69LP26, EF69LP27, EF69LP28 e EF69LP33.
da vida pública. Tema Contemporâneo Transversal: Direitos da Criança e do Adolescente.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

224 Língua Portuguesa


p orâ n e o
em
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Tr
ma C o nt
Vidada

a n s rrssaall
Direitos
Familiar e
Criança e do

ve
TTeem
Adolescente
Social
Ao discutir questões de garantia de
direitos, é preciso instrumentalizar os es-
tudantes para que tenham fundamenta-
ção em suas proposições ou na defesa de
suas opiniões, assim como pressupõem as
habilidades da BNCC sobre identificação,
exploração e análise de legislação e textos
de reinvindicação de direitos.
A formação para a cidadania está pre-
sente na obra, aprofundando discussões
no campo de atuação na vida pública, que
pretende ampliar e qualificar a participa-
ção político-social dos jovens promovendo
o conhecimento acerca dos gêneros legais,

Rubens Chaves/Pulsar Imagens


das formas e canais de participação, da
leitura e escrita desses gêneros, dominan-
do-se vocabulário, estrutura textual e dis-
cutindo repertório.
Atente-se às necessidades dos estu-
dantes com relação ao conhecimento de
atividades práticas na vida social buscan-
do exemplos e experimentações concretas
com o auxílio das propostas da Unidade.
A aprendizagem ativa deve ser foco em
seu trabalho.
A Vida Familiar e Social, como Tema
Contemporâneo Transversal, estará pre-
sente em todas as seções tanto na ora-
lidade quanto na leitura e escrita. Nesta
abertura, explore essas discussões com a
1. A imagem mostra estudantes e demais participantes da observação na imagem inicial, resgatando
comunidade escolar discutindo um assunto. Há algumas saberes prévios, e, nas questões, amplian-
pessoas em pé e outras sentadas. Por que você acha do visões e antecipando temáticas a serem
que está ocorrendo essa divisão? trabalhadas na Unidade.
2. Você acha importante que um grupo se reúna para
discutir assuntos ou seria melhor apenas uma única
pessoa decidir e mandar?
Estudantes no pátio da Escola Estadual
Alfredo Paulino durante debate com
3. Você já participou de reuniões em que foi votada algu-
professores, em São Paulo (SP), 2017. ma deliberação a favor de sua comunidade?

225

ATIVIDADES: RESPOSTAS E 3. Resposta pessoal. Aproveite a oportuni-


ORIENTAÇÕES dade para discutir o caráter democrático
1. Espera-se que os estudantes comentem das assembleias. Comente que elas co-
que os participantes em pé devem ter a laboram para a tomada de decisão de
função de dirigir a reunião ou de apresentar maneira coletiva e democrática.
argumentos relevantes para sua realização.
2. Espera-se que comentem o caráter de-
mocrático da reunião, em que os parti-
cipantes têm um tempo para manifestar
sua opinião e, se necessário, votar as
deliberações. Aproveite para discutir a
importância da assembleia de sala, si-
tuação em que se pode resolver even-
tuais problemas ou tomar decisões em
favor do grupo de maneira democrática
e compartilhada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 225


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Caminhos Os objetivos de aprendizagem desta Unidade
Cabe ao educador planejar caminhos são:
educativos significativos de acordo com „ compreender a estruturação e as condi-
as necessidades das turmas. Dessa forma, ções de produção de textos legais;
sugerimos a leitura dos boxes da Seção „ identificar as partes que compõem as leis;
Caminhos com os estudantes a fim de le- „ analisar o vocabulário técnico das leis;
vantar dúvidas, curiosidades e impressões „ interpretar o objetivo do ECA;
nesse primeiro momento.
„ reconhecer o que são direitos e deveres
Durante a leitura, procure identificar se diante de uma legislação específica;
os estudantes sabem do que se trata o „ planejar, elaborar, revisar e avaliar uma
Estatuto da Criança e do Adolescente e reivindicação escrita e oralizada;
contextualize esse documento dentro do
„ reconhecer usos do modo imperativo dos
âmbito dos textos legais.
verbos.

Uma atitude cidadã tem início no


Mas
ter1
conhecimento de textos jurídicos,
305
/Sh pois nos tornamos mais críticos e
utte participativos da vida social.
rsto
ck

Nesta Unidade, você vai pôr em prática alguns procedi-


mentos, como escrever reivindicações para serem lidas oral-
mente de forma expressiva; comparar a linguagem de textos
sobre um mesmo assunto – o ECA – que circulam no campo
jornalístico-midiático e no campo de atuação na vida pública;
e investigar os contextos de uso do modo imperativo em tex-
tos de diferentes gêneros.
Tarefas propostas para o estudante
ao longo da Unidade:

plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados


„ esquematizar partes que com-
põem a hierarquia legislativa;
„ propor ações de participação
cidadã que respeitem o ECA;
„ em grupo, interpretar e discutir
dados sobre a violência infantil
no Brasil;
„ elaborar uma reivindicação de direi-
tos previstos no ECA;
„ organizar um palanque para reivin-
dicações e críticas.

226

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

226 Língua Portuguesa


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Wojciech Bobrowicz/Shutterstock
Para que os estudantes se organizem
para os estudos, fale sobre os recursos
que serão utilizados nas atividades, espe-
cialmente da necessidade de dispositivo
eletrônico com câmera na gravação da
Para esta Unidade, você vai pre- Esquina do Orador. As atividades em sala
cisar de alguns recursos: podem ser pensadas de maneira a modi-
„ caderno e caneta para tomar ficar a estrutura cotidiana, como a distri-
nota das discussões; buição das carteiras em U ou círculo; para
„ dispositivo eletrônico com momentos de discussão e, se necessário,
câmera para a gravação da para a gravação da Esquina do Orador,
Esquina do Orador. Pessoas discursando ocupe outro ambiente escolar que seja
na Speaker’s Corner em
Londres, Inglaterra, 2016. reservado e silencioso.

A finalidade de estudar textos da esfera jurídica é co-


nhecer a função social do gênero, como ele nos ajuda a ser
mais atentos, críticos e participativos como cidadãos, na
vida social.
Estudar os modos verbais, especialmente os sentidos do
modo imperativo, vai colaborar para a compreensão de que
as escolhas que fazemos mostra a posição que assumimos
com determinados interlocutores e constrói a nossa imagem
discursiva.
Elaborar uma reivindicação vai ajudá-lo a refletir sobre as
formas de participação social para a garantia de seus direitos.

Para que os direitos de crianças e


adolescentes sejam garantidos, é
importante a cooperação de todos.

227

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 227


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Permita que os estudantes falem li-


vremente o que sabem sobre cidadania.
Garanta que a ideia de direitos e deve-
1 Estudo e pesquisa

res para viver em sociedade apareça nas


exposições. Problematize: Se os cidadãos
têm direitos, como acessá-los? Mostre que Cidadãos de direitos e deveres
ser cidadão abrange a noção de ser ativo,
Para agir em sociedade, somos orientados por direitos e deveres previstos nas
pois implica atuar em prol da sociedade e,
leis para todos os cidadãos, até mesmo as crianças e os adolescentes. Você já pa-
para isso, é preciso conhecer seus direitos
rou para pensar quais são seus direitos e deveres? Com os colegas e o professor,
e exigir que eles sejam cumpridos. façam uma lista de direitos e deveres na lousa e observem quantas coisas vocês
Caso os estudantes não tenham reper- têm o direito de exigir às autoridades e quantas outras vocês devem fazer, no co-
tório sobre o assunto, sugira uma pesquisa tidiano, para o desenvolvimento e o bem-estar de todos.
e que compartilhem os resultados. Caso Você conhece o termo cidadania? Já pensou na importância de ser um cidadão
julgue pertinente, selecione trechos da ativo? Compartilhe com os colegas o que sabe sobre esses assuntos.
revista:
ƒ TURMA DA MÔNICA. Somos todos ci- Hierarquização
dadãos. São Paulo: Maurício de Sou- Leis são textos bastante específicos, porque são escritos por autoridades do
sa Editora, n. 3, 2019. Disponível em: governo para regular as ações de uma sociedade, estabelecendo também conse-
livro.page/42V6U6222LP. Acesso em: quências para o não cumprimento dessas regras.
9 fev. 2022. Por descreverem direitos, obrigações e normas, as leis são desenvolvidas com
uma ordenação comum, de modo que todos possam compreender as relações en-
tre suas partes. É a hierarquia de organização da lei.
Ao longo desta Unidade, vamos estudar um assunto muito importante: seus di-
Hierarquia:
ordenação de reitos e deveres como criança ou adolescente. Você sabia que existe um conjunto
classificação
por ordem de
de regras que garante seus direitos e apresenta os deveres que você deve cumprir
importância, em para viver em sociedade? Esse conjunto de regras chama-se estatuto.
que um item
depende de Para compreender como se organiza um estatuto – e as leis em geral –, ob-
outro. serve, na página seguinte, a organização das partes de alguns trechos do Estatuto
Estatuto: para
o meio jurídico da Criança e do Adolescente (ECA).
(aquele que
estuda e ajuda
a aplicar tudo o
que tem relação
com o meio
legal – das leis),
O Estatuto da Criança e do Adolescente é

tos Humano lher,


um estatuto

s
é uma lei que a lei que criou condições de exigibilidade para

Mu
estabelece os

da Família deral/Ministério da
princípios de os direitos da criança e do adolescente, que
funcionamento estão definidos no artigo 227 da Constitui-

e dos Direi
de uma ção Federal.
instituição,
empresa,
Capa da versão do ECA, de

Governo Fe
entidade,
associação, 2021, disponibilizada pelo
entre outros. governo federal.

228

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 1


EF69LP20 e EF69LP24.

REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
ƒ ESTATUTO da Criança e do Adolescente (ECA): Saiba o que é. Brasil: Fundação Abrinq,
2019. 1 vídeo (4 min) Disponível em: livro.page/43V6U7222LP. Acesso em: 3 jun. 2022.
O vídeo traz uma síntese da lei de maneira didática e crítica. É importante disponibi-
lizar aos estudantes maneiras diversas de entrar em contato com os conteúdos a serem
desenvolvidos. Nesse sentido, as mídias podem ser boa alternativa, uma vez que fazem
parte da rotina dos jovens, dentro e fora do ambiente escolar.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

228 Língua Portuguesa


Órgão responsável Presidência da República
pela sanção da Lei. ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos A ação de análise indicada nesta leitu-
ra é o estabelecimento de relações entre
Número da lei e data
de publicação.
LEI No 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. o conteúdo de cada parte da lei – neste
caso, o ECA – e as funções dessas partes
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente na hierarquia legislativa. Auxilie os estu-
Ementa: é a frase
que expõe o assunto
e dá outras providências dantes a estabelecer essa relação entre
de que a lei trata. forma e conteúdo e de subordinação entre
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional as partes, para que compreendam como
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: uma depende da outra.
Títulos: são
agrupamentos Título I Os conceitos da hierarquia legislativa,
de temas. fonte para este texto, podem ser aprofun-
Representam-se com dados por meio da leitura do artigo:
numeração romana. Das Disposições Preliminares
ƒ DALLE, Nathalie. Qual é a estrutura for-
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
Artigos: compõem mal de uma lei? Jusbrasil, 2021. Dis-
o corpo da Lei. É Art. 2o Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
a unidade de cada ponível em: livro.page/44V6U7223LP.
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
norma, representada Acesso em: 3 jun. 2022.
com número ordinal, de idade.
então lemos “artigo A seguir, são apresentados alguns de-
primeiro”. Pode Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente
se desdobrar em veres e direitos das crianças e dos ado-
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
parágrafos; os lescentes. Pontue que os deveres estão
parágrafos, em Art. 3o A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamen-
incisos; os incisos,
relacionados ao aproveitamento de seus
em alíneas; e as tais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que direitos e aos deveres de qualquer cidadão
alíneas, em itens. trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as que preze pelo bem-estar comum.
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
Parágrafos: são
Deveres:
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
os primeiros ƒ conviver de maneira respeitosa com
desdobramentos [...]
dos artigos. Caso pais, responsáveis e adultos da comu-
haja somente um Art. 9o O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão nidade escolar;
parágrafo, entra condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
como “parágrafo ƒ frequentar a escola e engajar-se nas
único”. submetidas a medida privativa de liberdade.
atividades;
§ 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações
ƒ respeitar e tolerar as diferenças de gê-
sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implemen-
Caso haja mais de neros, credo e crenças;
um parágrafo, eles tação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
serão representados ƒ engajar-se em atividades da comunidade;
pelo símbolo § materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua. (Incluído
seguido de um pela Lei no 13.257, de 2016) ƒ conhecer regras de convivência em es-
número ordinal. paços públicos e privados;
Assim, lemos § 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor
“parágrafo primeiro”. de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano. (Incluído ƒ respeitar a si mesmo;
pela Lei no 13.257, de 2016) ƒ participar de atividades culturais, es-
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de portivas, educacionais e de lazer;
gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: ƒ para esclarecer dúvidas sobre seus di-
I – manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários
reitos e deveres, procurar o responsável
individuais, pelo prazo de dezoito anos;
legal ou o conselho tutelar;
ƒ cuidar do meio ambiente.
Direitos:
229
ƒ à vida e à saúde;
ƒ à liberdade, ao respeito e à dignidade;
ƒ à convivência familiar e comunitária;
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR ƒ à educação, à cultura, ao esporte e ao
ƒ EQUIDADE 48: ECA – O Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Entrevis- lazer;
tada: Anna Paula Jacob Gimenez. 8 fev. 2022. Podcast. Disponível em: livro.page/ ƒ à profissionalização e à proteção no
46V6U7223LP. Acesso em: 3 jun. 2022. trabalho.
Esse podcast traz um panorama histórico sobre as condições de crianças e adoles- (Fonte: BRASIL. Lei nO 8.069, de 13 de julho de
centes no país, antes e depois do ECA, que trouxe à tona a discussão sobre os direitos 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
fundamentais da infância e da adolescência. Adolescente e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, 13 jul. 1990.
Disponível em: livro.page/45V6U7223LP.
Acesso em: 25 mar. 2022.)
Por fim, saliente que, no caso dos números
dos artigos, são apresentados como ordinais
até o artigo 9o (artigo nono). Depois, os pa-
rágrafos são expressos em números cardinais:
artigo 10 (artigo dez); e assim por diante.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 229


[...]
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e
cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante,
O objetivo desta atividade é que o es- como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto,
tudantes identifiquem a hierarquização e pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos
analisem o sentido que ela provoca no agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (In-
texto, podendo, assim, estabelecer relação cluído pela Lei no 13.010, de 2014)
entre forma e conteúdo. Incisos: são os Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei
desdobramentos no 13.010, de 2014)
dos artigos ou
ATIVIDADES: RESPOSTAS E dos parágrafos. I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o
ORIENTAÇÕES Representam-se uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído
por números
1. a) § 2O Os serviços de unidades de terapia romanos e os lemos pela Lei no 13.010, de 2014)
“inciso um”. a) sofrimento físico; ou (Incluída pela Lei no 13.010, de 2014)
intensiva neonatal deverão dispor
de banco de leite humano ou unidade de b) lesão; (Incluída pela Lei no 13.010, de 2014)
coleta de leite humano. II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamen-
Alíneas: são to em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluída pela Lei no 13.010,
1. b) “Sofrimento físico”. subdivisões de 2014)
dos parágrafos
2. Orientações para preenchimento da e dos incisos, a) humilhe; ou (Incluída pela Lei no 13.010, de 2014)
representadas por
coluna sobre o Art. 9o, § 2o: letras minúsculas, b) ameace gravemente; ou (Incluída pela Lei no 13.010, de 2014)
que lemos “alínea a”. c) ridicularize. (Incluída pela Lei no 13.010, de 2014)
Quem é a autoridade responsável
pela garantia do direito? O poder pú- BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República,
blico, as instituições e os empregadores. 16 jul. 1990. Disponível em: livro.page/2V6U7224L. Acesso em: 14 mar. 2022.

Quais são os direitos garantidos no


Não escreva 1. Após analisar as partes que compõem a hierarquia do ECA, localize no texto
artigo e seus complementos? Condi- neste livro os itens a seguir e transcreva-os no caderno.
ções adequadas ao aleitamento mater- Use seu
caderno a) O parágrafo segundo do artigo nono.
no, inclusive para filhos de mulheres que
estejam encarceradas, com garantia de b) A alínea a, do inciso um, do parágrafo único do artigo 18-A.
bancos de leite nas UTIs de hospitais 2. Considerando que os itens fazem parte do Título II, “Dos Direitos Funda-
para recém-nascidos. mentais”, Capítulo 1, “Do Direito à Vida e à Saúde”, e Capítulo 2, “Do Direi-
Para quem esse direito é garantido? A to à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade”, analise a hierarquia da lei para
compreender o assunto de que ela trata. Para isso, copie em seu caderno
todas as crianças, inclusive aos filhos de o quadro a seguir e complete-o com o que se pede para cada um dos itens
mães submetidas à medida privativa de da atividade 1.
liberdade.
Escreva uma interpretação para o Escreva uma
Quem é a Quais são
artigo, considerando todo o caminho autoridade os direitos Para quem
interpretação
para o artigo,
hierárquico. A ideia é que o estudante responsável garantidos no esse direito é
considerando
pela garantia do artigo e em seus garantido?
perceba que entre os direitos fundamen- direito? complementos?
todo o caminho
tais das crianças e dos adolescentes (Tí- hierárquico.

tulo II) está o direito à vida (Capítulo I) Art. 9o, § 2o MODELO MODELO MODELO MODELO
e, nele, há um artigo que garante o di-
reito ao aleitamento materno a todas as Art. 18-A, parágrafo
MODELO MODELO MODELO MODELO
único, inciso I, alínea a
crianças, bem como garante a existência
de alimentação aos recém-nascidos por
meio de um banco de leite. 230
Orientações para preenchimento da
coluna sobre a Alínea a, do inciso I,
do Art. 18-A: Para quem esse direito é garantido? Todas as crianças e adolescentes.
Quem é a autoridade responsável Escreva uma interpretação para o artigo, considerando todo o caminho hierárquico.
pela garantia do direito? Pais, inte- A ideia é que o estudante perceba que entre os direitos fundamentais das crianças e dos
grantes da família ampliada, responsá- adolescentes (Título II) está o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade (Capítulo II), que
veis, agentes públicos executores de garante a eles serem educados sem castigos que envolvam força física.
medidas socioeducativas ou pessoa
encarregada de cuidar deles.
Quais são os direitos garantidos no
artigo e seus complementos? Direito
de serem educados e cuidados sem o
uso de castigo físico ou tratamento cruel
ou degradante, sendo que, para castigo
físico, considera-se ação punitiva pelo
uso de força física (texto do inciso I)
que resulte em sofrimento físico (texto
da alínea a).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

230 Língua Portuguesa


Leitura de textos
2 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A seção tratará desse estatuto para que


sejam explorados sua estrutura e conteú-
do de diferentes formas. Além disso, serão
trabalhados tirinhas, trecho de notícia e
infográfico, todos acerca das temáticas re-
Para garantir nossos direitos e cumprir nossos deveres, temos que ser ativos ferentes ao ECA. Use esses outros meios
socialmente. Você deve estar se perguntando como fazer isso. Podemos ser ativos para explorar o assunto de maneiras varia-
com atitudes simples, como ensinar o colega a separar o lixo reciclável ou preser-
das, aproximando-o da realidade em que os
var as árvores do bairro.
estudantes estão inseridos. Nas discussões
Para saber mais sobre seus direitos e deveres, vamos conhecer um pouco mais
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Trata-se da Lei no 8.069, de 13 de
propostas nas atividades, problematize si-
julho de 1990, elaborada com base na Constituição da República Federativa do tuações cotidianas que possam enriquecer
Brasil de 1988, com a participação do governo e de vários movimentos populares, Constituição as aprendizagens e contextualizá-las.
da República
para garantir a proteção integral das crianças e dos adolescentes nos mais diversos Federativa
âmbitos: direito à vida, à saúde, à convivência familiar e à educação.
do Brasil de
1988: é a HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVI-
Para iniciar seu contato com o ECA, na Leitura 1 você conhecerá uma versão legislação mais
importante do
DAS NA SEÇÃO 2
adaptada e ilustrada de alguns itens do Título I da lei e, depois, do Capítulo IV do Brasil, porque
EF67LP15, EF69LP20, EF69LP21,
Título II, que trata “Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer”. Essa define o papel

adaptação foi feita pela Secretaria de Comunicação Social, órgão que pertence à
dos poderes EF69LP24, EF69LP25, EF69LP26 e
públicos do
Câmara dos Deputados, por meio do programa Plenarinho, que tem como objetivo país, além de EF69LP33.
estabelecer os
alcançar as crianças e os adolescentes para que conheçam seus direitos e ajudem direitos e os
a fiscalizar os adultos no cumprimento de seus deveres. Já na Leitura 2 você lerá deveres dos
cidadãos (e
o texto original do Capítulo IV do Título II do ECA e fará um estudo mais detalhado até mesmo das
da leitura e da compreensão de uma legislação. Vamos lá! crianças).

Leitura 1
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
livro.page/15V6U7245L - Câmara dos Deputados

231

REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
ƒ TEIXEIRA, Larissa. Constituição Federal: muito falada, pouco conhecida. Nova Escola,
2 out. 2018. Disponível em: livro.page/47V6U7225LP. Acesso em: 3 jun. 2022.
A Constituição Federal Brasileira de 1988, base para a elaboração do Estatuto da
Criança e do Adolescente e importante marco na discussão do tema da garantia dos
direitos fundamentais, é sintetizada no artigo. Acesse para ampliar saberes e olhares
sobre nossas leis que respeitam a cidadania e a dignidade do ser humano.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 231


livro.page/15V6U7245L – Câmara dos Deputados
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Explore com os estudantes a leitura e


a interpretação das imagens, buscando
os sentidos dos signos nelas: tachados
(uma formatação que faz um risco sobre a
imagem), destaques, onomatopeias, cores,
expressões faciais, entre outros. Promova
um momento para a leitura silenciosa do
texto e, depois, sugira a leitura em voz
alta, com escolha aleatória dos estudantes
como estratégia de atenção.
Após a leitura, incentive um momento
de livre interpretação do texto e sobre as
situações apresentadas nele. Comente que
agressões contra crianças e adolescentes
podem ocorrer entre todas as etnias e
classes sociais.

BRASIL. Câmara dos


Deputados. Secretaria
de Comunicação Social.
Plenarinho. ECA –
Estatuto da criança e do
adolescente em tirinhas
para crianças. 4. ed.
Brasília, DF: Edições
Câmara, 2015. p. 10, 12,
23 e 24. Disponível em:
livro.page/3V6U7226L.
Acesso em: 8 fev. 2022.

232

TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL


O Tema Contemporâneo Transversal Vida Familiar e Social, que norteia a Unidade,
aparece aqui em destaque ao tratar da garantia dos direitos da criança e do adolescente
com base nas relações entre família, sociedade e Estado.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

232 Língua Portuguesa


1. Considerando as explicações de como o ECA foi idealizado e a leitura do
primeiro item do texto, explique por que o título dado foi “A criança em pri- ATIVIDADES: RESPOSTAS E
meiro lugar”. ORIENTAÇÕES
2. Ao ler a tirinha “A criança em primeiro lugar”, que direitos você identifica? 1. O título apresenta a ideia principal do
Não escreva
neste livro
ECA, que é garantir os direitos da criança
3. Após a leitura da tirinha “Proteção total”, justifique o sentido do contorno
e do traço vermelho atravessando os dois primeiros quadrinhos. Use seu e do adolescente por meio da proteção
caderno
deles por parte do Estado, da sociedade
e da família.
2. Direito à convivência familiar, direito à
Nosso mundo escola e direito à saúde.
O mundo em defesa dos direitos da criança e do adolescente 3. O sentido é destacar a proibição de maus-
O Unicef é um órgão internacional vinculado à Organização das Nações Unidas -tratos, nesse caso, representados pelo
(ONU) que trabalha para garantir os direitos das crianças e dos adolescentes em todo
o mundo. Essa organização concentra esforços nos países mais afetados por proble-
menino triste. Pode ser compreendido
mas sociais como a fome ou a violência extrema. como discriminação (preconceito) ou
Em outubro de 2021, o Unicef, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança mesmo humilhação e, no segundo qua-
Pública, publicou os Dados do Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e drinho, como violência doméstica.
Adolescentes no Brasil, relatório que analisou os boletins de ocorrência relacionados
a esse tema nos 27 estados brasileiros.
NOSSO MUNDO:
1. Leia a seguir um trecho da notícia publicada pelo Unicef, com dados so- RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
bre violência contra crianças e adolescentes, e registre em seu caderno
o que mais chamou a sua atenção. 1. Faça a leitura dos dados coletivamen-
[...] te e depois peça aos estudantes que
Entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes de 0 a 19 anos foram registrem suas impressões. Leve em
mortos de forma violenta no Brasil – uma média de 7 mil por ano. Além disso, consideração a realização de uma breve
de 2017 a 2020, 180 mil sofreram violência sexual – uma média de 45 mil por discussão acerca do contexto de cada
ano. [...]
dado apresentado no texto.
A violência se dá de forma diferente de acordo com a idade da vítima.
Crianças morrem, com frequência, em decorrência da violência doméstica, 2. a) Entre as respostas, considere ponde-
perpetrada por um agressor conhecido. O mesmo vale para a violência sexual rar com os estudantes as implicações da
contra elas, cometida dentro de casa, por pessoas próximas. Já os adolescentes fome, da pobreza e outras vulnerabilida-
morrem, majoritariamente, fora de casa, vítimas da violência armada urbana
des decorrentes das diferenças socioeco-
e do racismo. [...]
nômicas. Contudo, a violência doméstica
Das 35 mil mortes violentas de pessoas até 19 anos identificadas entre 2016
e 2020, mais de 31 mil tinham entre 15 e 19 anos. também acontece em lares mais abasta-
[...] dos. Portanto, ocorre especialmente em
famílias desestruturadas, nas quais exis-
NOS últimos 5 anos, 35 mil crianças e adolescentes foram mortos de forma violenta no
Brasil, alertam Unicef e Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Unicef Brasil, Brasília,
tem, por exemplo, problemas envolvendo
DF, 22 out. 2021. Disponível em: livro.page/4V6U7227L. Acesso em: 12 fev. 2022. alcoolismo ou outros vícios, intolerância e
2. Em grupo, com suas anotações em mãos, discutam as questões propos- agressividade por parte de adultos.
tas a seguir. Registrem no caderno as conclusões a que chegaram nessas
discussões, pois elas serão importantes para o momento de apresenta-
ção dos grupos para a turma.
a) Que fatores poderiam explicar tanta violência contra crianças e adoles-
centes em um país como o Brasil?

233

PRÁTICA DE PESQUISA
A atividade proposta no boxe possibilita que os estudantes desenvolvam noções de
prática de pesquisa: nesse caso, observação e tomada de notas. Se julgar pertinente,
converse com eles sobre as características desse método de coleta de dados. A tomada
de notas, presente nesta Unidade e em outras do volume, é parte importante no pro-
cesso de pesquisa e em sua conclusão, que deve ser baseada nos dados e conceitos
apresentados pelas fontes pesquisadas.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 233


NOSSO MUNDO: b) Por que as crianças são as maiores vítimas de violência dentro de suas
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES casas, em sua vida familiar?
c) Considerando que o Estado, a sociedade e a família são os responsá-
2. b) Quando há ocorrência de problemas veis pela proteção das crianças, o que poderia ser feito para impedir a
envolvendo alcoolismo ou outros vícios, violência contra elas dentro de casa?
intolerância e agressividade em lares d) Considerando que o Estado, a sociedade e a família são também os
desestruturados, as crianças são mais responsáveis pela proteção dos adolescentes, o que poderia ser feito
vulneráveis à violência por serem mais para impedir a violência contra eles fora de casa?
frágeis. 3. Apresentem as conclusões do grupo e discutam-nas coletivamente. Usem
suas anotações como apoio para a fala.
2. c) e d) Pondere com os estudantes a ne-
cessidade de todos terem a consciência 4. Proponham uma ação coletiva, dentro do âmbito da lei, para denunciar
de seus deveres de proteção às crian- na escola casos de maus-tratos a crianças e adolescentes.
ças e aos adolescentes, denunciando e
impedindo atos de violência quando os 4. Releia as duas tirinhas “Toda criança na escola” e os textos que as acom-
Não escreva
assistirem ou ouvirem. Chame a atenção neste livro
panham e, em seu caderno, faça um quadro que identifique as expressões
também para a importância da atua- Use seu apresentadas a seguir como direitos ou deveres das crianças e dos adoles-
caderno centes, conforme o modelo.
ção dos agentes de segurança pública
na proteção dessas crianças e desses
adolescentes. Da discussão deste boxe Direitos Deveres
podem emergir relatos de violência do-
educação inclusiva ir à escola
méstica e experiências traumáticas aos
estudantes. Antes de propor o trabalho MODELO MODELO
do tema, procure auxílio da escola ou da
comunidade escolar para amparar os es-
tudantes, para que eles saibam a quem educação inclusiva alimentação ser respeitado ir à escola
denunciar ou recorrer. denúncia em caso de violência empenhar-se em suas atividades
3. Auxilie-os a reconhecer a importância ter responsáveis que acompanhem o seu desenvolvimento na escola
das anotações do caderno como supor-
acompanhamento do órgão responsável em caso
te para a fala.
de faltas excessivas ou maus-tratos
4. Acolha as sugestões dos estudantes e
estar matriculado na escola
procure ordenar uma ou mais propostas
de ação, de acordo com as possibilida- 5. Observe as imagens da primeira tirinha com título “Toda criança na escola”,
des da escola. As ações para o combate atentando para a sequência.
à violência podem ser embasadas pelas a) Explique o trecho a seguir com base nas imagens analisadas.
técnicas da cartilha:
É por isso que o ECA assegura a todo brasileirinho as mesmas condições
ƒ BUTCHART, Alexander et al. (coord.). para se matricular e permanecer numa escola pública e gratuita.
Tradução: B&C Textos. Inspire: sete
estratégias para pôr fim à violência b) Discuta com a turma se o espaço de sua escola é adequado para a circula-
contra crianças. São Paulo: Núcleo de ção e o bem-estar de todos.
Estudos da Violência, 2018. Dispo- 6. Releia a segunda tirinha com título “Toda criança na escola” e faça o que se pede.
nível em: livro.page/48V6U7228LP.
a) Quem é, possivelmente, o senhor no primeiro quadrinho? Justifique.
Acesso em: 4 jun. 2022.

234

ATIVIDADES: RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES


4. Direitos: educação inclusiva, alimentação, ser respeitado, denúncia em caso de violência,
ter responsáveis que acompanhem seu desenvolvimento na escola, acompanhamento do
conselho tutelar em caso de faltas excessivas ou maus-tratos, estar matriculado na escola.
Deveres: ir à escola, empenhar-se em suas atividades.
5. a) É esperado que os estudantes percebam que o personagem cadeirante tem acesso aos
espaços da escola, indicando que há acessibilidade no lugar. O desempenho do estudante
também deve ser destacado em aula, mostrando que toda criança pode se desenvolver,
desde que tenha condições para isso.
5. b) Chame a atenção para a presença de rampas de acessibilidade, se há pessoas com defi-
ciência visual e se eles conseguem se locomover sozinhos pela escola, com piso específico.
6. a) Uma autoridade que fiscaliza as faltas das crianças na escola. Os estudantes podem
usar como justificativa os elementos da imagem, como a roupa do personagem, o texto
que o acompanha etc. Explique aos estudantes que interpretar um texto requer associar
o próprio conhecimento de mundo aos recursos linguísticos e imagéticos presentes nele.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

234 Língua Portuguesa


b) Como você imagina o tom usado na fala do balão do segundo quadrinho?
Justifique. ATIVIDADES: RESPOSTAS E
c) No último quadrinho, a palavra “ECA” foi usada com duplo sentido. Explique ORIENTAÇÕES
cada um deles. 6. b) Possibilidades: provavelmente, um
tom ameaçador ou bravo, pela situação
Leitura 2 de maus-tratos que podemos inferir por
meio do braço machucado do menino e
Lei no 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente pela expressão facial dele, que demons-
tra tristeza; além das gotinhas de suor
Capítulo IV que saem de seu rosto, que podem in-
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer dicar uma situação de sufoco, medo.
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desen- 6. c) Ela pode ser interpretada como algo
volvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação ruim, absurdo, que causa espanto, e
para o trabalho, assegurando-se-lhes:
como uma referência ao Estatuto da
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
Criança e do Adolescente.
II – direito de ser respeitado por seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores;
IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;
V – acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se
vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou
ciclo de ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei no 13.845, de 2019) 
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo peda-
gógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Art. 53-A.  É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recreativas e
de estabelecimentos congêneres assegurar medidas de conscientização, preven-
ção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei
no 13.840, de 2019)
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria;
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, pre-
ferencialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de
idade; (Redação dada pela Lei no 13.306, de 2016)
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente
trabalhador;
VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares
de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1o O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2o O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente.

235

HABILIDADE DA BNCC
Estudar o ECA, sua estrutura, analisar seu vocabulário e seus efeitos de sentido é o
foco da atividade, como previsto na habilidade EF69LP20. O desenvolvimento dessa
capacidade possibilita uma melhor compreensão sobre o conteúdo estimulando a análise
acerca dos direitos e deveres envolvidos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 235


§ 3o Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental,
DIÁLOGOS COM HISTÓRIA: fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou
As questões servem como uma ativi- pupilos na rede regular de ensino.
dade diagnóstica sobre o tema. Verifique Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão
Conselho
se os estudantes conhecem o recurso de Tutelar: órgão ao Conselho Tutelar os casos de:
linha do tempo e onde costumam encon- público formado
I – maus-tratos envolvendo seus alunos;
por pessoas
trá-lo. É provável que tenham visto em li- da comunidade
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos
cujo objetivo
vros didáticos de História ou em alguma é proteger escolares;
revista. Explique que o objetivo de uma crianças e
III – elevados níveis de repetência.
adolescentes
linha do tempo é marcar a linearidade de que vivem em Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas
fatos, destacando momentos importantes. situação de
risco. relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação,
Ela pode abordar, por exemplo, milhões com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino funda-
de anos ou um período curto. Construa mental obrigatório.
na lousa a linha do tempo de algum fato Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores cultu-
particular. Você pode, por exemplo, sugerir Prepare-se rais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança
que cada estudante faça uma linha do tem- e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o
Para algumas atividades a se-
acesso às fontes de cultura.
po relativa a ele, a história dele, ou usar guir, tenha em mãos:
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimu-
sua biografia, contar para eles sua história „ seu caderno;
larão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para progra-
como estudante etc. „ um dicionário.
mações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e
1. “Uma definição resumida de História diria a juventude.
que linha do tempo é a ação humana no
BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o
desenrolar dos tempos. [...] A origem da Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
Brasília, DF: Presidência da República, 16 jul. 1990. Disponível
linha do tempo é antiga. Ela nasce dos em: livro.page/5V6U7230L. Acesso em: 11 fev. 2022.
iluministas do século 18, que dividiram a
história da humanidade em quatro: Idade
Antiga, Média, Moderna e Contemporâ-
nea. A partir daí, construiu-se a ideia de Diálogos com História
tempo histórico muito ligada a sucessão
de grandes fatos”. Você sabe o que é uma linha do tempo? Em sua opinião, ela ajuda a compreender
a ordem em que os fatos aconteceram? Será que existe um período limite para
ANNUNCIATO, P.; VASCONCELLOS, construir uma linha do tempo?
A.; CAMILO, C. Sua linha do tempo precisa
1. Discuta essas questões com os colegas e compartilhe seus conhecimen-
melhorar. Nova Escola, 11 maio 2017. Não escreva
Disponível em: livro.page/49V6U7230LP.
neste livro tos de linha do tempo.
Use seu
Acesso em: 4 jun. 2022. caderno 2. Em dupla, produzam uma linha do tempo sobre a história do ECA. Pri-
2. a) Oriente a leitura do texto “ECA – da meiro, leiam o texto a seguir. Depois, sigam as instruções.
concepção à promulgação” para que a) Grifem as datas e os acontecimentos principais.
os estudantes possam identificar com b) No caderno, anotem nomes ou dados que considerem importantes para
mais facilidade datas e acontecimentos compreender a sequência dos fatos.
principais. c) Organizem cronologicamente os dados.

2. b) Oriente o registro das informações d) Elaborem uma linha do tempo em que os dados ganhem destaque.

selecionadas dentro da ordem crono- e) Façam desenhos para ilustrar a linha do tempo.

lógica de forma que se compreenda a


sequência dos fatos.
236
2. c) Estimule a troca entre os pares na
realização dessa atividade.
2. d) Retome conhecimentos prévios so-
bre linha do tempo e, se necessário,
exemplifique.
2. e) Promova com os estudantes uma
seleção coletiva das linhas que corres-
ponderam aos objetivos da atividade e
que tenham sido criadas com empenho,
para valorizar as produções deles. No
entanto, é importante considerar estu-
dantes que tiveram dificuldade na ativi-
dade, valorizando também as produções
destes na exposição. Evite expor apenas
as linhas do tempo que foram feitas com
displicência.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

236 Língua Portuguesa


3. Exponham a linha do tempo que produziram em algum espaço da sala DIÁLOGOS COM HISTÓRIA:
de aula. RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
4. Comparem os dados em sua produção com os de seus colegas. Verifi- 3. Pode ser difícil para os estudantes re-
quem se esqueceram alguma data importante.
organizar a linha do tempo pronta; por
[...]
isso, antes da realização final da linha,
ECA – da concepção à promulgação faça com eles uma revisão dos aconte-
A situação começou a mudar no início da década de 1980, período da cimentos inseridos.
Assembleia:
reabertura democrática. Alguns movimentos sociais pela infância brasileira grupo de 4. Promova com os estudantes uma sele-
começaram a ganhar espaço, trazendo conceitos inovadores às discussões pessoas de uma
na Assembleia Constituinte. comunidade ção coletiva das linhas que correspon-
E quais conceitos foram esses?
que se reúnem
para debater
deram aos objetivos da atividade e que
– Prioridade absoluta: o bem-estar da criança e do adolescente deve estar em
assuntos e tenham sido criadas com empenho.
tomar decisões
primeiro lugar nas decisões tomadas pela família, pelo Estado e pela sociedade. de forma
– Proteção integral: toda criança deve ser protegida da barriga da mãe até
democrática.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
a maioridade, tendo asseguradas plenas condições para o seu desenvolvimento ORIENTAÇÕES
físico, mental, psicológico e espiritual.
1. a) Oriente os estudantes a se organizar
– Sujeito de direitos: crianças e adolescentes são cidadãos (em formação),
que têm direitos e deveres e que devem ser ouvidos e respeitados.
em duplas para a realização da atividade,
Assim, em 1988, foi promulgada a Constituição Cidadã, com seu revolucio-
para troca de ideias e conhecimentos.
nário artigo 227: Resposta pessoal.
“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao ado- 1. b) Estimule o uso do dicionário duran-
lescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à ali- te toda a atividade de interpretação: os
mentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
estudantes podem compor um glossário
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los
a salvo de toda forma de  negligência, discriminação, exploração, violência, coletivo, escrevendo em folhas à parte
crueldade e opressão.” o significado das palavras e dispondo-
Esse artigo foi a base para elaboração do Estatuto da Criança e do Adoles- -as na sala de aula, nas paredes ou em
cente (ECA), promulgado em 13 de julho de 1990. [...] murais. Se houver possibilidade, esse
LINHA do tempo dos direitos da infância e da adolescência
estudo de vocabulário pode ser realiza-
no Brasil. Plenarinho, Brasília, DF, 17 ago. 2020. Disponível do por meio de ferramentas on-line de
em: livro.page/6V6U7231L. Acesso em: 13 fev. 2022.
construção de glossário, em um arquivo
Monkey Business Images/Shutterstock de edição de texto compartilhado entre
1. Compreender a escrita de legislações requer o a turma.
estudo de seu vocabulário. Vamos investigar um 1. c) Promova o compartilhamento de re-
pouco as palavras do Capítulo IV do Título  II
sultados de maneira organizada, para
do ECA.
que todos possam expressar suas
a) Com um colega, façam um levantamento de descobertas e ampliar seu repertório
cinco palavras cujo significado vocês desco- vocabular por meio dos trabalhos dos
nheçam, registrem-nas no caderno e busquem colegas.
o significado delas no dicionário. O ECA estabelece
que a educação
b) Ao lado de cada palavra, anotem o significado que, na interpretação de vo- é um direito de
cês, explica com mais clareza o sentido dela no texto. todas as crianças.

c) Compartilhem as palavras com a turma e anotem outras que vocês não te-
nham compreendido.

237

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
ƒ PENA, Guimarães. A simplificação da linguagem jurídica como fator de democra-
tização do direito e inclusão social. Consultor Jurídico, [s. d.]. Disponível em: livro.
page/50V6U7231LP. Acesso em: 26 fev. 2022.
O texto aborda a importância da democratização da linguagem jurídica, de maneira
que toda a população seja capaz de compreendê-la e reconhecer-se nela. Considera-se
também que as leis devam ser redigidas de forma compreensível tanto para seus desti-
natários quanto para os operadores do Direito.
ƒ SOUZA, Renata M. A elitização da linguagem jurídica como obstáculo ao acesso à Justiça.
Consultor Jurídico, 29 set. 2020. Disponível em: livro.page/51V6U7231LP. Acesso
em: 26 fev. 2022.
No texto, apresenta-se a problemática acerca da dificuldade de acesso à justiça devido à
pouca compreensão que grande parte da população tem sobre ela. Sua linguagem rebus-
cada, erudita e o uso de formalidades excessivas nos ritos judiciais a distanciam do cidadão
comum. Dessa forma, considera-se a necessidade de aproximação entre Justiça e cidadão,
que não pode exercer papel de mero espectador do direito em uma sociedade democrática.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 237


2. Releia o caput dos artigos do Capítulo IV do ECA e, no caderno, faça um
ATIVIDADES: RESPOSTAS E Caput: é uma
palavra em quadro para organizar os direitos e os deveres que estão neles, bem como
ORIENTAÇÕES latim que pode
ser traduzida
quem são os responsáveis por eles. Na última coluna, identifique o que existe
2. Art. 53 como “cabeça”.
em sua escola ou bairro, promovido pelo poder público, que atenda a esses
Trata-se do direitos e deveres. Siga o modelo e procure registrar com suas palavras.
Ações na escola: Comente que a parti- enunciado em
cada artigo, ao Capítulo IV
cipação das famílias na vida escolar dos qual se referem
seus parágrafos,
filhos é um direito. incisos e Ações na
Artigo Direitos Deveres Responsáveis
alíneas. escola
Art. 53-A
Direito à educação para o desenvolvi-
Dever: Propor medidas que cons- Art. 53 mento de sua pessoa, para exercer a MODELO Governo MODELO
cientizem, previnam e enfrentem o Não escreva
neste livro
cidadania e para o mundo do trabalho.
uso de drogas ilícitas por crianças e Use seu
caderno
Art. 53-A MODELO MODELO MODELO MODELO
adolescentes.
Art. 54 MODELO MODELO MODELO MODELO
Responsáveis: Instituições de ensino,
clubes e agremiações. Art. 55 MODELO MODELO MODELO MODELO

Ações na escola: Espera-se que os es- Art. 56 MODELO MODELO MODELO MODELO

tudantes percebam que a responsabi- Art. 57 MODELO MODELO MODELO MODELO


lidade sobre a formação cidadã passa Art. 58 MODELO MODELO MODELO MODELO
também pelas questões de conscienti-
Art. 59 MODELO MODELO MODELO MODELO
zação, informação e prevenção.
Art. 54 3. Releia os seguintes parágrafos e incisos do artigo 54:
Deveres: Assegurar ensino fundamen-
tal gratuito; progressão para o Ensino Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
Médio; atendimento especializado aos I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele
não tiveram acesso na idade própria;
portadores de deficiência; atendimentos
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
em creches e pré-escolas; entre outros
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
incisos.
preferencialmente na rede regular de ensino;
Responsável: Estado. IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos
Ações na escola: Destaque o inciso III, de idade (Redação dada pela Lei no 13.306, de 2016);
que determina a inclusão de portadores V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
de necessidades especiais na rede re- artística, segundo a capacidade de cada um;
gular de ensino. VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adoles-
cente trabalhador;
Art. 55
VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suplemen-
Dever: Matricular os filhos na escola. tares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência
Responsáveis: Pais ou responsáveis. à saúde.
§ 1o O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
Ações na escola: Estimule a reflexão so-
§ 2o O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua
bre ações que estimulem a frequência oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
escolar e propostas de socialização das § 3o Compete ao poder público recensear os educandos no ensino funda-
quantidades de faltas, para que estu- mental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela fre-
dantes e famílias tenham ciência desse quência à escola.
controle e se responsabilizem por ele.
Art. 56
238
Dever: Comunicar o conselho tutelar nos
casos de maus-tratos, de faltas sem jus-
tificativa ou abandono da escola e de Ações na escola: Garanta que a reflexão local para construir alternativa de ação na
muita repetência na escola. procure alternativas didáticas que envol- escola.
Responsáveis: Dirigentes de ensino. vam estudantes em situação vulnerável Art. 59
Ações na escola: Reflita com os estu- socialmente.
Deveres: Estimular e facilitar o destino de
dantes sobre alternativas para a cons- Art. 58 recursos para programações culturais,
trução de um ambiente seguro, para que Deveres: Respeito aos valores culturais, ar- esportivas e de lazer para a infância e a
denúncias de maus-tratos possam ser tísticos e históricos próprios do contexto juventude.
feitas por aqueles que se sentem amea- em que eles vivem. Garantia de liberdade
çados e que a equipe gestora acompa- Responsáveis: Os municípios, com apoio
de criação e de acesso à cultura. dos estados e da União.
nhe a frequência escolar.
Responsáveis: Todos os envolvidos no pro- Ações na escola: Espera-se que tragam
Art. 57 cesso educacional. sugestões que garantam acesso à cultura,
Dever: Estimular pesquisas e outras for- Ações na escola: Espera-se que os estu- ao esporte e ao lazer à sua comunidade.
mas de didática para reinserir as crian- dantes tragam elementos da sua cultura
ças no ensino fundamental.
Responsável: Poder público.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

238 Língua Portuguesa


a) As palavras destacadas expressam uma ideia genérica (mais geral) sobre
algo específico. De acordo com seus conhecimentos, explique a que elas se ATIVIDADES: RESPOSTAS E
referem, de modo mais específico. ORIENTAÇÕES
b) Identifique no trecho e copie em seu caderno as palavras que correspondem 3. a) Para evitar a contribuição com estere-
aos sentidos apresentados a seguir. Copie as que estão junto delas também, ótipos, ajude os estudantes a compreen-
pois assim será possível compreender a ideia completa.
der os sentidos corretos dos termos. Para
I. Duas palavras que negam uma ação.
isso, promova a utilização de dicionário.
II. Uma palavra que expressa uma condição em que algo é preferencial.
III. Uma palavra que expressa uma condição de intensidade para algo.
3. b) � I. Duas palavras que negam uma
ação: Não tiveram acesso (ao Ensino
Fundamental) na idade certa; o não ofe-
recimento do ensino obrigatório.
Múltiplas leituras
� II. Uma palavra que expressa uma
1. Leia atentamente o infográfico.

ECA
condição em que algo é preferencial:
Shutterstock/Editoria de arte

ESTATUTO DA a) Quais são as principais características da Preferencialmente.


CRIANÇA E DO linguagem verbal utilizada no infográfico?
ADOLESCENTE � III. Uma palavra que expressa uma con-
b) Que recursos visuais são utilizados para
facilitar a leitura?
dição de intensidade para algo: Níveis
mais elevados do ensino.
DESAFIOS 2. Agora que você conhece alguns desafios que
o ECA ainda tem, em trios, discutam o item
“escola”.
MÚLTIPLAS LEITURAS:
86.837 CRIANÇAS E
ADOLESCENTES „ Vocês conhecem crianças que reprovaram
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Os dados são do Disque 100 em
2019: COM DIREITOS ou abandonaram a escola? 1. a) Frases curtas, informações precisas e
negligência (38%), VIOLADOS „ Segundo os artigos do Capítulo IV do ECA, números.
violência psicológica (23%),
presentes na Leitura 2, qual seria a respon-
violência física (21%) e
1. b) Cores e tamanhos de fontes variados
violência sexual (11%) sabilidade dos governantes para evitar isso?
são algumas das denúncias. e ilustrações.
„ Na opinião de vocês, é possível a escola

2. Instrua a turma a reler o documento ofi-


1,7 FORA DA ESCOLA
Os dados são de 2018 (Unicef).
contribuir para diminuir esses índices?
„ Anotem as opiniões e os argumentos apre- cial para buscar dados e informações
MILHÃO Além destes, 3,5 milhões dos
estudantes de escolas estaduais
sentados pelos integrantes do grupo. para a resolução das atividades. Incenti-
e municipais foram reprovados „ Se necessário, retomem os artigos do ECA ve-os a fazer anotações e sínteses e, no
ou abandonaram a escola. lidos, para fortalecer sua argumentação. momento da apresentação oral, cuidar
„ Respeitem o momento de fala de cada in-
do tom e do volume da voz e, ainda,
tegrante. Para isso, é possível estipular um
manter postura corporal adequada.
2,4 CRIANÇAS E tempo, assim cada um fala durante minutos
ADOLESCENTES EM predeterminados. Posicionem-se de manei- ƒ Promova um momento de expressão
MILHÕES SITUAÇÃO DE ra respeitosa e sem ofensas. oral em que os estudantes possam
TRABALHO „ Compartilhem com a turma a conclusão a
INFANTIL EM 2016
relatar experiências e/ou histórias
que o grupo chegou.
sobre reprovação ou evasão escolar.
9.781 MORTES POR
HOMICÍDIO
ƒ Estimule a reflexão de que o direito
Dentre as crianças e
DE MENINOS E
ao ensino regular às pessoas com
os adolescentes Dados de 2020 da associação A
assassinados, MENINAS EM 2018 Rádio Margarida, Belém (PA). Grupo deficiência, com atendimento es-
81% eram negros. realiza projetos, campanhas, eventos pecializado, é uma alternativa. Aos
e pesquisas voltados à promoção da
www.radiomargarida.org.br
cidadania. demais estudantes, a disponibilidade
ao ensino noturno, para aqueles que
já trabalham como jovem aprendiz,
239 por exemplo, a disponibilização de
programas suplementares de mate-
rial escolar e didático, transporte,
HABILIDADE DA BNCC alimentação e assistência à saúde. A
denúncia de maus-tratos e o acom-
Explicita-se na atividade o desenvolvimento da habilidade EF69LP24, que propõe a
panhamento de faltas. O respeito à
discussão de casos de desrespeito ao ECA, facilitando a compreensão da lei, trazendo
diversidade linguística e cultural e
para a realidade dos estudantes a aplicação do texto/lei, com a intenção de fortalecer a
aos valores históricos e artísticos de
participação cidadã na defesa de direitos.
cada um.

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Língua Portuguesa 239


Comparação entre textos
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
1. Releia os trechos a seguir.
Comente com os estudantes o efeito de
ECA em tirinhas mento de sua pessoa, preparo para o exercício
sentido do diminutivo como depreciativo
Toda criança na escola da cidadania e qualificação para o trabalho,
em alguns casos e provoque-os se, por
Educação é assunto importantíssimo! É por assegurando-se-lhes:
analogia, nesse contexto o termo “brasilei-
isso que o ECA assegura a todo brasileirinho
rinhos” poderia ter esse efeito de sentido. I – igualdade de condições para o acesso
as mesmas condições para se matricular e
É importante que os estudantes percebam e permanência na escola; [...]
permanecer numa escola pública e gratuita.
que a compreensão do efeito de sentido Lei no 8.069 (ECA) Art. 55. Os pais ou responsável têm a obri-
depende do contexto em que o termo está Art. 53. A criança e o adolescente têm di- gação de matricular seus filhos ou pupilos na
inserido. reito à educação, visando ao pleno desenvolvi- rede regular de ensino.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E a) Ambos os textos trazem o verbo assegurar, porém em formatos diferentes. Descreva cada um.
ORIENTAÇÕES b) Considerando o contexto de circulação de cada texto, explique a diferença, para a compreen-
são da mensagem, no uso desses dois formatos que você descreveu no item a.
1. a) No ECA em Tirinhas, o formato do
c) A frase que abre o texto “Toda criança na escola” contém um adjetivo que está no grau su-
verbo é o modo indicativo, no tempo
perlativo. Identifique-o e explique o efeito de sentido no texto.
presente. Já na lei, o verbo está em sua
d) No texto da lei há adjetivos? Proponha uma hipótese para explicar o porquê de sua resposta.
forma nominal (gerúndio) e acompanha-
e) No primeiro trecho, emprega-se o termo brasileirinho. Identifique a quem esse termo se
da de dois pronomes. refere no texto da lei e explique o efeito de sentido do diminutivo nesse trecho.
1. b) O texto “Toda criança na escola” foi 2. Em sua opinião, a linguagem da lei é clara para qualquer cidadão? Explique.
escrito em quadrinhos para facilitar a
compreensão do ECA às crianças; por-
tanto, usar o tempo presente do modo Deixar fluir
indicativo torna o texto direto e próximo Emendas para garantia dos direitos
à realidade delas. Já a lei é escrita em Quando um direito não é garantido, a população tem o direito de se manifestar
termos jurídicos, com a variedade es- e reivindicá-lo das autoridades competentes. Isso faz parte da democracia.
crita formal da língua e, portanto, preza Após ler e interpretar a história em quadrinhos e o Capítulo IV do ECA, você
identifica algum direito que não vem sendo cumprido? Vamos discutir um pouco a
pela colocação pronominal como a gra-
esse respeito.
mática prescritiva prevê. O órgão responsável pelo cumprimento do ECA no Governo Federal é a Frente
Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Trata-se Emenda: no
1. c) O adjetivo é “importantíssimo” e traz vocabulário
de um grupo de deputados e senadores do Congresso Nacional, a instituição pú-
um efeito de intensificar a importância blica que representa o Poder Legislativo Federal, que elabora as leis do nosso país.
usado nas
leis, emenda é
do assunto educação. Essa frente parlamentar tem como objetivo ouvir a sociedade sobre as dificuldades, uma alteração
proposta para
1. d) Não há adjetivos. O estudante precisa dúvidas ou falhas que possam existir no estatuto e, se necessário, propor emendas modificar um
para aperfeiçoá-lo, de modo a garantir os direitos. projeto de lei.
reconhecer os adjetivos, no contexto do
trecho 1, como juízos de valor, o que
não cabe no texto legislativo, por ser 3. Em grupos com até quatro pessoas, retomem o quadro da atividade 2 da Leitura 2 e verifiquem
objetivo e direto para não deixar dúvidas se os deveres estão sendo cumpridos para a garantia dos direitos das crianças e dos adolescen-
tes, seja pela escola, seja pelos órgãos competentes. Se não estiverem sendo cumpridos, pensem
sobre sua aplicabilidade. nos motivos que podem levar a esse não cumprimento e registrem-nos no caderno.
1. e) Refere-se às crianças e aos adoles-
4. Com as anotações em mãos, compartilhem as reflexões com a turma e proponham como apri-
centes. No trecho, o sentido do diminu- morar as ações para reivindicar o cumprimento desses direitos.
tivo é considerar a idade do interlocutor
a que a lei se refere: 0 a 12 anos, con-
240
siderando-os, portanto, pequenos.
2. É importante que os estudantes per-
cebam que o texto da lei requer uma
3. Ajude os estudantes a reconhecer de forma prática as autoridades responsáveis e per-
compreensão complexa das estruturas
ceber, no contexto em que vivem, as ações em prol do atendimento aos direitos do ECA
linguísticas formais e que, portanto,
ou a negligência dos responsáveis.
acaba se restringindo à interpretação de
advogados e autoridades que tenham 4. Instrua os estudantes a fazer as anotações no caderno, pois elas serão usadas na Seção
facilidade com o texto jurídico, não ao 4 para embasar a proposta de produção de um discurso oral.
cidadão comum. Se julgar pertinente,
comente com os estudantes que há in-
tenção da magistratura em modificar a
linguagem jurídica para que seja mais
simplificada e alcance a compreensão
de todos os cidadãos, pois ela, atual-
mente, é considerada elitizada e se tor-
nou um entrave para a democratização
e para a inclusão social.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

240 Língua Portuguesa


Análise e reflexão
sobre linguagens 3 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Retome com os estudantes seus sabe-


res sobre verbos antes de iniciar o traba-
lho com o modo imperativo. É importante
resgatar saberes e contextualizar aprendi-
zagens novas.
Conceitos da língua A sugestão para o trabalho com o qua-
dro Ideias & conceitos – modo imperativo
Nesta seção, você fará a análise dos sentidos que os verbos no imperativo con- é que se faça a comparação da conjugação
ferem a diversos textos. Primeiramente, veremos como esse modo verbal aparece
do imperativo afirmativo e negativo com
no ECA e, depois, compararemos com os sentidos em textos de outras esferas de
outro verbo, de maneira coletiva, para fixar
comunicação.
o conceito trabalhado.
Ainda analisando os usos do modo imperativo, você perceberá como os subs-
tantivos e adjetivos se flexionam quando estão próximos a esses verbos. A seção traz, além de tirinhas e car-
Veremos também alguns recursos da língua comumente usados nos textos le- tazes, um texto de receita culinária. Se
gislativos e os sentidos que eles conferem a esses textos. Vamos lá! possível, explore essa modalidade textual
propondo a socialização de receitas que
O modo imperativo os estudantes já fizeram sem muito auxí-
lio de um adulto. Falar em protagonismo
1. Leia a tirinha a seguir para responder às questões.
social pode levar ao debate sobre a auto-

livro.page/15V6U7245L - Câmara dos Deputados


nomia na própria rotina dos estudantes.
Na abordagem da ortografia, abra dis-
cussão acerca das variedades linguísticas
e do padrão ortográfico. Estudar a norma-
-padrão não impede o trabalho com base
no respeito aos usos sociais e regionais
da linguagem, que tornam a língua ativa
e rica.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Secretaria de Comunicação Social. Plenarinho. ECA – ATIVIDADES: RESPOSTAS E
Estatuto da criança e do adolescente em tirinhas para crianças. 4. ed. Brasília, DF: Edições
Câmara, 2015. p. 9. Disponível em: livro.page/7V6U7235L. Acesso em: 15 mar. 2022.
ORIENTAÇÕES
1. a) A autoridade poderia ser um depu-
tado da Câmara. Os deputados são os
a) Explique quem poderia ser o homem do primeiro quadrinho e o que ele es- Não escreva
neste livro responsáveis pela aprovação ou repro-
taria fazendo.
Use seu vação dos projetos de lei (que incluem
caderno
b) Por que ele propõe a aprovação de uma emenda a ser feita no ECA? emendas) em assembleia.
c) Encontre a locução verbal presente na fala do segundo quadrinho. Escreva 1. b) Porque analisou a lei e verificou que
no caderno que sentido ela expressa, entre estes que estão no quadro.
a emenda se referia a alguma atualiza-
ção referente à garantia dos direitos e
vontade ordem conselho sugestão dúvida deveres das crianças e adolescentes.
1. c) O sentido é “ordem”. Observe que na
241
locução verbal não há verbo no modo im-
perativo, mas por meio do contexto da
tirinha (em que o personagem poderia
estar se dirigindo aos seus pares, acon-
HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 3 selhando-os ou pedindo que a emenda
EF06LP04, EF06LP05, EF67LP37 EF69LP27 e EF69LP28. seja aprovada), o sentido é de pedido,
conselho. Sugira aos estudantes que tro-
quem a locução por um verbo que indi-
que pedido ou conselho, por exemplo:
“Aprovem essa emenda”. O pedido ou
conselho expresso na frase do persona-
gem está modalizada de uma maneira
mais educada, menos autoritária.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 241


2. Agora, leia este material de campanha produzido na cidade de Picuí, Paraíba.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES

Secretaria de Assistência Social/Prefeitura Municipal de Picuí – PB


2. a) Foi publicada em ocasião do Dia
Mundial Contra o Trabalho Infantil.
2. b) O objetivo é chamar a atenção das
pessoas para a necessidade de com-
bater o trabalho infantil, que é ilegal,
e a importância de denunciar casos
dessa natureza.
2. c) O sentido é de ordem.
2. d) O vermelho é uma cor usada, ge-
ralmente, para chamar a atenção. Na
imagem, ela está associada à ordem de
denúncia, expressa pelo verbo no impe-
rativo, e às informações sobre os canais
de denúncia. O efeito de sentido é des- Cartaz da campanha de
tacar a informação e reforçar o caráter combate ao trabalho
infantil da Prefeitura
de ordem. Municipal de Picuí (PB),
2020.
PICUÍ. 12 de junho: Dia da campanha de combate ao trabalho infantil.
Picuí: Secretaria de Assistência Social, 12 jun. 2020. Disponível
em: livro.page/8V6U7236L. Acesso em: 18 fev. 2022.

a) Identifique e escreva em seu caderno a ocasião que levou a prefeitura de


Não escreva
neste livro Picuí a publicar essa campanha.
Use seu b) Explique o objetivo da campanha.
caderno
c) Releia as frases da campanha: “Não leve na brincadeira”, “Denuncie!”.
Identifique o sentido que os verbos em destaque expressam nesse contexto.
d) Observe as cores da campanha e explique o contexto de uso do vermelho
na mensagem, bem como seu efeito de sentido.

Você leu textos de gêneros diferentes, que apresentam verbos no modo impe-
rativo e locução verbal que denota sentido também imperativo. Esse modo confere
às mensagens uma ideia de comando, ordem, pedido ou conselho, a depender do
contexto em que é usado.
Dos três modos verbais que você aprendeu – indicativo, subjuntivo e imperati-
vo –, este último é o único sem marca de tempo. Isso porque os sentidos de ordem,
comando, conselho, entre outros dessa natureza, são atemporais, ou seja, ocorrem
no presente, no passado (pretérito) ou no futuro da mesma forma.
As leis regulamentam a vida em sociedade e, portanto, não podem deixar dú-
vidas quanto à ação a ser realizada pelas pessoas envolvidas nela. Assim, o uso
dos verbos nesse tipo de texto tem a intenção de torná-lo impessoal e objetivo.
Portanto, é comum que textos que tenham esse objetivo apresentem verbos no
imperativo. Vamos analisar outro tipo de texto.

242

HABILIDADES DA BNCC
O foco, aqui, está nas intenções do cartaz da campanha. Estimule a análise dos efei-
tos de sentido que a linguagem usada provoca (habilidade EF67LP37) e explore os
usos do modo verbal imperativo e seu impacto na mensagem (habilidades EF06LP04 e
EF06LP05).

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242 Língua Portuguesa


3. Leia este trecho do Pequeno manual para lidar com o mundo pós-pandemia
da covid-19, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
de Pernambuco.
[...]
Destaque para os estudantes os verbos
Cuide do seu sono antes e depois do isolamento no modo imperativo afirmativo e negativo
Gerenciar o sono permite termos uma mente mais tranquila e saudável, pois isso traz
presentes logo no início do texto do ma-
um equilíbrio para o nosso dia. Especialistas do sono oferecem algumas sugestões:
nual de instruções. Chame a atenção deles
1. Fixe um horário regular para dormir e acordar.

LightField Studios/Shutterstock
2. Planeje usar ao menos 15 minutos do seu dia para
também para o paralelismo, ou seja, como
refletir sobre situações estressantes. Pensar sobre os verbos estão paralelamente dispostos,
essas situações em horários previamente estabe- sempre iniciando os trechos, o que destaca
lecidos reduz as chances de o estresse atrapalhar a importância da ação (uma vez que ver-
o sono noturno.
bos expressam ações) como ordem (modo
3. Não transforme sua cama em um local de tra-
balho.
imperativo), deixando claro no manual o
4. Evite acompanhar nas mídias notícias nega-
que deve ser feito.
tivas por longos períodos do dia. A ideia não é
se alienar da situação, mas manter o equilíbrio. ATIVIDADES: RESPOSTAS E
5. Antes de dormir, pratique atividades relaxantes, como ler um livro ou fazer Um sono
tranquilo e
ORIENTAÇÕES
carinho no seu pet. relaxante nos 3. a) Os verbos são: fixe, planeje, não
[...] auxilia a ter
disposição para transforme, evite, pratique. O único que
PEQUENO manual para lidar com o mundo pós-pandemia as tarefas do dia.
da covid-19. Recife: UFPE, jun. 2020. p. 8. Disponível em: expressa negação é “não transforme”.
livro.page/9V6U7237L. Acesso em: 15 mar. 2022.
3. b) Expressam o sentido de sugestão de
a) Identifique os verbos do modo imperativo nos itens relacionados ao sono e organização e objetividade de como os
escreva se eles apresentam uma afirmação ou uma negação da ação.
itens devem ser feitos. Se possível, peça
b) Considerando que esses verbos estão em um manual de instrução, que sen-
tido eles expressam? aos estudantes que tragam para a aula
um manual de instruções de uso de um
dispositivo eletrônico e analise com eles
a diferença de ordenação presente nes-
Modo imperativo
Os verbos e as locuções verbais no imperativo expressam comandos, ordens, pedidos ou conselhos,
ses dois tipos de manuais (instruções
dependendo do contexto em que são usados. No modo imperativo, os verbos não têm marcas de para dormir e instruções de uso de um
tempo, apenas de pessoa e número. Eles também podem ser apresentados de forma afirmativa e de telefone celular, por exemplo). É impor-
forma negativa. O que identifica a forma negativa é a presença do não antecedendo o verbo. tante que eles comparem o contexto de
Exemplo da conjugação do verbo dever: circulação desses dois modelos para
perceber que, no caso dos dispositivos
IMPERATIVO eletrônicos, o atendimento do usuário à
Afirmativo Negativo ordenação pedida é indispensável para
deve (tu) não devas (tu) garantir a segurança, a durabilidade e
deva (ele/ela/você) não deva (ele/ela/você)
devamos (nós) não devamos (nós) o pleno uso das funções do aparelho, o
devei (vós) não devais (vós) que difere em relação à ordenação dos
devam (eles/elas/vocês) não devam (eles/elas/vocês) cuidados com o sono, que apresenta
sentido mais próximo a conselhos, que
Nesse modo verbal não há conjugação de primeira pessoa do singular (eu), porque não é possível dar podem ser seguidos em qualquer ordem.
uma ordem a si mesmo.
IDEIAS & CONCEITOS: ORIENTAÇÕES
243 Geralmente, os estudantes exemplifi-
cam que é possível dar uma ordem a si
mesmo, mas chame a atenção deles para
o fato de que, nesse caso, o “eu” se torna
um “você”, como se estivéssemos falando
com outra pessoa.

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Língua Portuguesa 243


Outras formas de dar ordens
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Existem outros recursos e formatos para garantir a ideia de ordem. Faça as
atividades a seguir para compreendê-los.
Sistematize com os estudantes como as
1. Releia este artigo do ECA.
ordens foram dadas além do modo impe-
rativo, colocando enfoque para o objetivo Capítulo II
da escolha de um modo verbal em detri-
mento de outro. Chame a atenção deles Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
para o fato de que o imperativo, por in- [...]
dicar uma ordenação, quando usado em Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente,
pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante,
excesso por um interlocutor, pode causar
vexatório ou constrangedor.
a impressão de que este é autoritário. Por
BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
isso, é importante conhecer formas alter- do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República,
nativas de indicar a realização de uma 16 jul. 1990.Disponível em: livro.page/10V6U7238L. Acesso em: 11 fev. 2022.

ordem, não a deixando tão impositiva. A Não escreva a) Reflita sobre quem são os possíveis interlocutores desse trecho da lei e re-
modalização dependerá da necessidade neste livro
gistre suas hipóteses no caderno.
Use seu
imposta pela situação comunicativa. caderno b) Considerando que está escrita em uma lei, explique o sentido que a locução
destacada no texto expressa aos interlocutores.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E c) A locução verbal está no formato do modo imperativo? Explique como fez
ORIENTAÇÕES essa análise do formato.
1. a) Possivelmente, são todos os cidadãos
e cidadãs, adultos, crianças e autorida-
des. É importante que os estudantes Locuções verbais que expressam ordem
percebam que se trata de um assunto Ordens podem ser expressas por locuções verbais como “é dever”, “é preciso”,
pertinente a qualquer pessoa que con- entre outras, que conferem o sentido de impessoalidade e, ao mesmo tempo, dão a
viva com crianças. ideia de ordem de um jeito mais polido e delicado.

1. b) A locução expressa uma ordem,


que esclarece os deveres como algo 2. Leia a tirinha do rato Níquel Náusea, de Fernando Gonsales.
inquestionável.

© Fernando Gonsales/Acervo do cartunista


1. c) Prevalece uma intencionalidade impe-
rativa na locução verbal. Comente com os
estudantes que isso pode ocorrer em fra-
ses que apresentam outros modos, como
em: “Você poderia falar mais baixo?”.
Observe que ela tem uma clara intencio-
nalidade imperativa, pois corresponde
a dizer: “Fale mais baixo!”. No primeiro
exemplo, podemos dizer que o pedido é
mais polido e delicado.
GONSALES, Fernando. Nem tudo que balança cai. São Paulo: Devir, 2003. p. 16.
2. a) 1o quadrinho: abaixa, enrola, puxa,
torce. 2o quadrinho: vira, remexe e pula. a) Identifique e transcreva em seu caderno os verbos que expressam ordem.
b) Esclareça quem é o interlocutor que dá as ordens na televisão.
2. b) Um professor de aeróbica, prova-
velmente em uma aula de ginástica na
244
televisão.

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244 Língua Portuguesa


c) Observe a conjugação do verbo “puxar” no modo impe-
rativo afirmativo e responda: O rato assistindo à televi- ATIVIDADES: RESPOSTAS E
são corresponde a que pronome pessoal na conjugação Informalidade da língua ORIENTAÇÕES
verbal? falada 2. c) Corresponde ao pronome “tu”.
Em alguns contextos de fala
Imperativo afirmativo mais informais, os verbos no 2. d) Sim. Na linguagem coloquial, é comum
puxa imperativo são usados em ocorrer essa troca, porém, isso depen-
sua forma mais recorrente, derá sempre de como os falantes de
puxe sem que haja adequação à
puxemos determinada região referem-se à pessoa
pessoa do discurso prevista
puxai como norma na conjugação. com quem se fala. Se a região utiliza o
puxem
pronome “tu”, a conjugação no modo im-
perativo pode aparecer tanto relacionada
d) Agora, reflita: É comum a troca das conjugações verbais a “tu” como a “você”, podendo, portanto,
de “tu” e “você”, ou seja, usar a conjugação relativa a “tu” estar adequada ou inadequada de acordo
combinada a “você” e vice-versa? com as normas gramaticais. O mesmo
ocorrerá com o pronome “você”.
A linguagem na prática
A LINGUAGEM NA PRÁTICA:
1. Leia o material de campanha produzido contra o trabalho infantil. RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
1. a) O objetivo da campanha é combater
a) Explique o objetivo da campanha. o trabalho infantil por meio da cons-
Reprodução/GRUPO JCPM/IFAN

b) Identifique os verbos no modo imperativo cientização do respeito aos direitos das


presentes na campanha. crianças e dos adolescentes de estarem
c) Observe os indivíduos e instituições lis- na escola em vez de trabalhar.
tados nos tópicos a seguir. Indique quais
desses interlocutores poderiam estar en- 1. b) Os verbos respeite e diga.
volvidos na campanha. Justifique a seleção 1. c) Todos os cidadãos são interlocuto-
que fez. res da campanha, porque todo cidadão
„ Pessoas que circulam no shopping
tem responsabilidade na fiscalização do
center.
cumprimento dos direitos da criança e
„ Crianças e adolescentes.
do adolescente. No entanto, pessoas
„ Pais e responsáveis. que circulam em shopping centers esta-
„ Governo. rão mais propensas a ver a campanha.
d) Explique os sentidos expressos pelos ver-
bos no modo imperativo nesse contexto
1. d) O sentido de respeitar é de ordem,
porque o respeito está previsto na lei. Já
o sentido de dizer é uma solicitação a
todos, por meio da conscientização da
Cartaz da campanha de combate ao trabalho infantil: importância de agir diante do testemu-
“Respeite o futuro de uma criança” (2021) promovida nho de trabalho infantil.
pelo Instituto da Infância (Ifan) em parceria com shopping
centers de Fortaleza (CE).

IFAN apoia shoppings de Fortaleza em campanha pelo


combate ao trabalho infantil. Portal Ifan. Disponível em:
livro.page/16V6U7239L. Acesso em: 16 maio 2022.

245

REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
ƒ ROCHA, Lúcia Helena P.; OLIVEIRA, Aline Moraes. Morfossintaxe: ensino a partir de
gêneros textuais. Cadernos do CNLF, v. XIV, n. 4, t. 3, 2010. Disponível em: livro.
page/52V6U7239LP. Acesso em: 4 jun. 2022.
O texto discorre sobre o valor de trabalhar a morfossintaxe de maneira contextualizada,
por meio de textos. Pressupondo que a língua é uma forma de expressão e ação social e
histórica, seu estudo deve, da mesma maneira, se apresentar ativamente aos estudantes.

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Língua Portuguesa 245


2. Você gosta de brigadeiro? Leia esta receita publicada em um site.
A LINGUAGEM NA PRÁTICA:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
2. a) Uma receita culinária tem a função de
instruir como preparar um alimento.

DihandraPinheiro/Shutterstock
2. b) Acrescente, cozinhe, deixe, faça.
2. c) Expressam ordem, no sentido de
organização.

 ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
A participação na vida pública é muito
importante ao exercício da cidadania, as-
sim como o engajamento na vida familiar,
como pressupõe o Tema Contemporâneo
Transversal Vida Familiar e Social que Exemplo de brigadeiros prontos.
Brigadeiro
norteia as propostas desta Unidade.
A sugestão para a exploração do tra- Ingredientes:
balho com a temática culinária é que se - 1 caixa de leite condensado;
proponha, considerando a perspectiva de - 1 colher (sopa) de margarina sem sal;
abordagem da participação ativa na vida - 7 colheres (sopa) de achocolatado em pó;
pública e familiar, o questionamento acer- - chocolate granulado.
ca da participação dos estudantes na vida Modo de preparo
familiar, incluindo as tarefas domésticas, 1. Em uma panela funda, acrescente o leite condensado, a mar-
garina e o chocolate em pó.
como a alimentação. Peça que redijam, em
2. Cozinhe em fogo médio e mexa até que o brigadeiro comece a
casa, uma receita que já tenham feito sozi-
desgrudar da panela.
nhos ou com o auxílio de um adulto para
3. Deixe esfriar e faça pequenas bolas com a mão, passando a
que possam socializar e possivelmente massa no chocolate granulado.
trocar com os colegas.
BRIGADEIRO. In: TUDOGOSTOSO. [S.l.], c2005-2022. Disponível
em: livro.page/11V6U7240L. Acesso em: 25 fev. 2022.

Não escreva a) Explique a função de uma receita culinária.


neste livro
b) Identifique em “Modo de preparo” os verbos que estão no imperativo e
Use seu
caderno transcreva-os no caderno.
c) Entre as opções do quadro, copie no caderno aquela(s) que expressa(m) o
sentido dos verbos empregados no imperativo na receita.

vontade ordem conselho sugestão dúvida

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246 Língua Portuguesa


3. A cada dois anos, o portal Escrevendo o Futuro promove a Olimpíada de
Língua Portuguesa, que reconhece as produções de texto de estudantes do A LINGUAGEM NA PRÁTICA:
5o ano do Ensino Fundamental à 3a série do Ensino Médio de escolas públi- RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
cas brasileiras. Veja o banner da 7a edição, ocorrida em 2021.
3. a) O objetivo é chamar a atenção ao
prazo de inscrição para participar da

Reprodução/Programa Escrevendo o Futuro/


7a Olimpíada de Língua Portuguesa.
3. b) Inscreva-se.

Olimpíada de Língua Portuguesa


3. c) É uma sugestão/um convite. Pondere
com os estudantes que não é exatamen-
te uma ordem, porque não é obrigatório
inscrever-se nesse concurso.
3. d) O uso do imperativo, por estar muito
associado ao sentido de dar ordens, é
usado como uma forma de persuasão,
porque destaca uma ação concreta que,
embora seja uma sugestão, dá impres-
7a OLIMPÍADA de Língua Portuguesa. Escrevendo o Futuro. Disponível são a quem lê de que deve ser feita.
em: livro.page/12V6U7241L. Acesso em: 18 abr. 2022.
a) Explique o objetivo do banner.
b) Localize o verbo e transcreva-o no caderno.
c) Que efeito de sentido o emprego desse modo verbal confere ao texto, no
contexto apresentado?
Outdoor: é
d) Analise o contexto e avalie por que se optou pelo uso do imperativo nesse um cartaz de
propaganda
banner. de grandes
4. Leia esta campanha exposta em forma de outdoor em rodovias do estado dimensões,
exposto ao ar
de São Paulo. livre e ao longo
de vias públicas.
Embora seja
Reprodução/Kwarup Agência de Ideias

um termo
proveniente da
língua inglesa, a
palavra já está
nos dicionários
de língua
portuguesa
e, portanto,
incorporada
a ela.

Campanha de
prevenção de
acidentes no
trânsito, promovida
pelo Governo do
Estado de São
Paulo, 2015.

GOVERNO do Estado de São Paulo. Evite acidentes. Não


use celular ao volante. Acontecendo aqui, [s.d]. Disponível
em: livro.page/13V6U7241L. Acesso em: 25 fev. 2022.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 247


a) Identifique os verbos no imperativo e transcreva-os no caderno.
A LINGUAGEM NA PRÁTICA: b) Explique o sentido de cada um deles, no contexto da campanha.
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES c) Em sua opinião, o contexto de circulação dessa campanha é adequado?
4. a) Evite; não use. Chame a atenção para Discuta com seus colegas a respeito.
a forma negativa do verbo. Não escreva 5. Leia, agora, a frase motivacional, de autoria desconhecida, publicada em um
neste livro
4. b) Evite é usado no sentido de orienta- site com diversas citações.
Use seu
ção. Já não use é usado como ordem. caderno

4. c) Resposta pessoal. Pondere com os es-


tudantes que o próprio outdoor, por suas Não coloque limites
dimensões, pode distrair o condutor e
acabar causando acidentes. Não se trata em seus sonhos.
de uma placa de sinalização de trânsito,
mas de uma configuração diferente, que
necessita, inclusive, de leitura de ima-
Coloque determinação.
gem, o que induz à distração do foco.
5. � Não, é de conselho, pois colocar ou „ Os verbos no imperativo “não coloque” e “coloque” têm o sentido de uma
não colocar limites nos sonhos envolve ordem? Explique sua resposta considerando o contexto da mensagem.
muitas questões pessoais, que precisam Ao longo das unidades você está aprendendo ou revendo algumas noções im-
ser analisadas por cada um dos indivídu- portantes de ortografia. Na oralidade, é comum trocas, supressões ou acréscimos
os que leem a mensagem. no padrão sonoro, ou seja, na pronúncia de determinadas palavras, e isso pode
6. a) Moleque. acarretar um desvio no padrão ortográfico dessas mesmas palavras.

6. b) Arroz. 6. Escreva em seu caderno as formas corretas destas palavras.


a) “muleque” / “moleque”
6. c) Falar.
b) “arroz” / “arroiz”
6. d) Meteorologia. c) “falar” / “falá”
7. “Muleque”: troca do “o” pelo “u”. “Ar- d) “meterologia” / “meteorologia”
roiz”: acréscimo do “i”. “Falá”: supres- 7. Agora, indique que desvios ocorreram (troca, supressão ou
são do r final. “Meterologia”: supressão acréscimo de letras que representam sons) nas formas ina-
do o no meio da palavra. Ortoepia x ortografia dequadas de escrita das palavras da atividade anterior.
Ortoepia, palavra originada
Nesta Unidade, vamos observar a troca de “e” e “o” por “i” e
do grego orthós, “correto”,
mais hepós, “fala”, é a parte “u” na escrita. As trocas, supressões ou adições de sons às pa-
da gramática que trata da lavras podem estar ligadas, entre outras razões, à variedade de
correção da pronúncia das pronúncia, que, por sua vez, também se liga a variações linguís-
palavras. Já a ortografia (do
ticas regionais. Existem algumas regras que determinam se uma
grego orthographia, “escrita
correta”) trata da adequação palavra será escrita com “e” ou “i”, mas o emprego do “e” e do
escrita das palavras, de acordo “i”, e do “o” e do “u”, é determinado, principalmente, pela etimo-
com a convenção da língua. A logia das palavras (estudo da origem e da evolução das palavras).
não correspondência entre a
Vejamos as regras.
pronúncia e a respectiva grafia
de uma palavra é um dos 1. Escreve-se com a letra “e”:
fatores que pode gerar certas
„ a sílaba final de verbos terminados em -uar e -oar: conti-
inadequações ortográficas.
nue, pontue, abençoe;

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

248 Língua Portuguesa


„ palavras com prefixo ante- (anterior): antebraço, antecipar;
„ outras ocorrências: cadeado, confete, indígena, quase, senão, seriema, ume- ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
decer, creolina etc.
2. Escreve-se com a letra “i”:
Antes de continuar as atividades, peça
aos estudantes que pronunciem em voz
„ a sílaba final de verbos terminados em -uir: diminui, possui, influi;
alta os exemplos dados e verifiquem se a
„ palavras com prefixo anti- (contra): antiaéreo, antitetânico, anti-inflamatório; pronúncia de cada um corresponde à gra-
„ outras ocorrências: inclinar, lampião, pátio, gavião, invés etc. fia correta dessas palavras. Em seguida,
3. Escreve-se com a letra “o”: pergunte se eles saberiam diferenciar a
„ boate, bússola, bolacha, goela, mágoa, nódoa, moleque, mosquito,
pronúncia da ortografia em uma situação
de comunicação escrita.
névoa etc.
4. Escreve-se com a letra “u”:
Durante a atividade 9, informe aos es-
tudantes que o último acordo ortográfico
„ chuviscar, Manuel, tábua, entupir, guloseima, vesícula, supetão etc.
envolvendo os países cuja língua oficial
Vamos praticar? é o português ocorreu em 1990, mas só
entrou em vigor em 2009 e passou a ser
8. Em seu caderno, complete as palavras com “e”, “i”, “o” ou “u”.
obrigatório a partir de 2016.
confet trég a dis nteria habitu
nclinar c stume s petão conclu
A LINGUAGEM NA PRÁTICA:
m ela ncinerar art fício perdo
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
cut car mex rico b ato dilu
8. Confete, trégua, disenteria, habitue.
9. Leia a tirinha que fala do “acordo ortográfico”, ou seja, de mudanças oficiais
Inclinar, costume, supetão, conclui.
no modo de se escrever palavras de uma determinada língua.
Moela, incinerar, artifício, perdoe.
Cutucar, mexerico, boato, dilui.

Orlandeli
Comente com os estudantes que a últi-
ma coluna pode apresentar mais de uma
resposta correta para cada palavra.
9. a) Sobrinho, molecada, vícios.
9. b) Nas conversas que ocorrem em
meios virtuais, como em redes sociais
e aplicativos de mensagens.
9. c) Sim, pois é justamente nesse tex-
ORLANDELI. Grump: Acordo ortográfico. [S.l.], 30 mar. 2017. Disponível
em: livro.page/14V6U7243L. Acesso em: 7 maio 2022. to que reside o humor da tirinha: o tio
acredita que o sobrinho, por ser mais
a) No primeiro quadrinho, há três palavras escritas com “o”, mas que, às ve-
jovem e estudar a língua com base no
zes, aparecem inadequadamente escritas com “u”. Quais são elas? Novo Acordo Ortográfico, saberá redigir
as palavras de forma correta e, assim,
b) No último quadrinho, as palavras estão quase todas escritas de forma ina-
auxiliá-lo. Mas o tio se assusta ao ver as
dequada. Em que contexto essa forma de escrita é frequente?
palavras escritas pelo sobrinho de for-
c) A forma com que as palavras foram escritas no último quadrinho é impor-
mas completamente diferentes e passa
tante para o sentido geral da tirinha? Explique.
a achar que sua ideia não foi boa.
249

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 249


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

O objetivo da atividade sugerida nesta


seção é colocar os estudantes em contato
com um formato de discurso oral que tem
4 Produção textual

reconhecimento internacional e garante a


expressividade dos cidadãos de uma na-
ção. Pergunte se eles já ouviram falar ou Nossa Esquina do Orador
conhecem o espaço mencionado e como
Nesta Unidade, você estudou formas de regulamentação da vida em sociedade
interpretam os objetivos dessa prática,
e compreendeu o papel do Estado, da sociedade em geral e das famílias na ga-
bem como se ela funcionaria no Brasil. rantia de direitos e deveres das crianças e dos adolescentes.
Explore as respostas e mostre que, no Quando não há o cumprimento pelas autoridades governamentais dos direitos
universo escolar, há espaço de fala para básicos garantidos em lei, os cidadãos têm o dever de reivindicar que isso seja
essas reivindicações. Trace um paralelo feito. E há diversas formas para fazer essa reivindicação: por meio de cartas ou
sobre outras formas oficiais de se fazer e-mails, por meio de canais de denúncia etc.
escutar, como manifestações, entrevistas, A proposta é que você e sua turma reflitam sobre possíveis reivindicações que
comícios, entre outras. queiram fazer para ver garantidos os direitos das crianças e dos adolescentes da
comunidade escolar. Essas reivindicações serão feitas em uma Esquina do Ora-
dor, que vocês organizarão na escola ou em uma praça pública perto dela.
A Esquina do Orador que apresentamos aqui foi inspirada no Speaker’s
Corner, literalmente uma esquina da Inglaterra, dentro de um parque público,
que dá voz a críticas, reivindicações e protestos dos cidadãos ingleses. É um
marco democrático.

Speaker’s Corner
Denomina-se Speaker’s Corner a um local situado no parque Hyde Park, em Londres, Inglaterra. A história
do Speaker’s Corner, que podemos chamar em português de Esquina do Orador, está relacionada às
pessoas mortas na guilhotina que havia próximo ao local, instalada em 1196 e desmontada em 1783,
onde mais de 50 mil pessoas tiveram o direito a um último discurso antes de serem executadas.
No local, passou a ocorrer a série de protestos contra o governo britânico em 1866. Os manifestantes
continuaram indo ao local para garantir sua liberdade e o direito de se reunir, o que acabou sendo
regulamentado por lei.
Qualquer cidadão pode fazer um discurso no Speaker’s Corner, criticando pessoas ou temas, com
exceção da família real britânica e do governo inglês.

O site Plenarinho busca explicar, por meio de uma linguagem jovem e acessível, conceitos básicos de ci-
dadania e instigar crianças e adolescentes a questionar e a se inserir nas questões políticas.
„ Site Plenarinho: ECA para crianças. Disponível em: livro.page/15V6U7245L (acesso em: 15 mar. 2022).

250

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 4


EF06LP11, EF67LP16, EF67LP19, EF67LP32, EF69LP22, EF69LP24 e EF69LP25.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

250 Língua Portuguesa


ogo
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Azul Filme Cinematográficas/F


O documentário Pro dia nascer feliz busca retratar as diferentes realidades

Produções o/Flávio Tambellini


escolares de algumas regiões brasileiras.

mes
1. A depender do item que os estudantes

s/Globo Fil
„ PRO dia nascer feliz. Direção: João Jardim.
Brasil: Tambellini Filmes e Fogo Azul Fil- decidam investigar, eles precisarão de

Reproduçã
mes, 2006. apoio para buscar comprovações rela-
No livro O paraíso são os outros, uma meni- cionadas ao cumprimento. Ajude-os a
na traz doçura nas observações e reflexões
verificar formas seguras e oficiais de
sobre a importância do amor e de olhar com

Azul
afeto para as pessoas próximas e para os in- obter esses dados, como sites especiali-

iblioteca
divíduos da comunidade. zados, documentação pública da escola,
diálogo com a direção, entre outras.

ução/B
„ MÃE, Valter H. O paraíso são os outros. Rio
de Janeiro: Biblioteca Azul, 2018.

Reprod
Tabela:
Autoridade a que a reivindicação se
destina: Secretário de Educação da sua
Para começar a planejar essas reivindicações, leia atentamente as etapas de cidade ou estado;
planejamento, revisão e publicação. Primeiro, você preparará a reivindicação; de-
Item do ECA que não está sendo
pois, organizará o espaço na escola e, por fim, fará o discurso.
cumprido: art. 54 inciso VI – oferta de
Planejamento e produção ensino noturno regular, adequado às
condições do adolescente trabalhador;
Em Nosso mundo da Seção 2, você discutiu com os colegas alguns dos di- Não escreva

reitos do ECA que não estão sendo plenamente garantidos. Agora, com esse le-
neste livro Dado que comprova o não cum-
Use seu
vantamento em mãos, você irá anotar os itens de sua reivindicação para, poste- caderno primento: entrevista com morador do
riormente, escrevê-la com características da oralidade. Por fim, fará a leitura dessa bairro que tem filho adolescente que
reivindicação de forma expressiva na Esquina do Orador. trabalha no período diurno;
1. Para organizar o conteúdo da reivindicação, copie o esquema a seguir em O que precisa ser feito: disponibiliza-
seu caderno e preencha-o. ção de vaga noturna ao estudante em
questão.
Autoridade a que
Item do ECA que não Dado que comprova o O que precisa ser 2. a) Explore com os estudantes as mar-
a reivindicação se
destina
está sendo cumprido não cumprimento feito cas da oralidade que contribuem com a
intensificação de informações na men-
Comunicação das faltas Diários dos Comunicação ao
Diretor(a) da escola sagem a ser passada. Proponha a expe-
recorrentes professores conselho tutelar
rimentação oral para orientar a escrita.
MODELO MODELO MODELO MODELO

2. Escreva um pequeno texto como se estivesse falando com essa autoridade


competente para solucionar o caso. Ele deve se aproximar, o máximo possí-
vel, de uma fala real, por isso poderá ser escrito com marcas da oralidade.
a) Para orientá-lo na escrita do texto, fale em voz alta o discurso que deseja
fazer, abordando os itens que organizou no quadro, e registre no caderno
exatamente o que estiver ouvindo. Algumas das marcas de oralidade que
podem aparecer são:
„ repetições de palavras, para dar ênfase ao tema;

„ contração de preposições, como “pra” em vez de “para”;

251

HABILIDADE DA BNCC
Discutir caso real ou simulação que envolva desrespeito ao artigo do ECA envolve a
habilidade EF69LP24 e será trabalhado nesta etapa da atividade, assim como a elabo-
ração de texto reivindicatório.

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Língua Portuguesa 251


Não escreva „ saudações e pausas em locais estratégicos para dar ênfase;
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS neste livro
Use seu
„ grafia em CAIXA-ALTA das palavras a que se deseja dar ênfase.
caderno b) Cuide do grau de formalidade desse texto, pois, ainda que as marcas de
2. b) Lembre aos estudantes que a fala oralidade estejam presentes, isso não quer dizer que seja informal. Lembre-
precisa ser elaborada dentro da norma- -se de que seu interlocutor é uma autoridade.
-padrão, uma vez que estarão se dirigin- c) No momento de escrever as ações, use os verbos no imperativo, para refor-
do a uma autoridade. çar o caráter de ordem e de importância.
d) Use o pronome de tratamento adequado para se dirigir à autoridade com-
2. c) Retome os conhecimentos adquiridos petente: “senhor” ou “senhora”.
sobre o uso do modo verbal imperativo
3. Treine a leitura do texto em voz alta. Se possível, grave-a para ouvir sua pró-
para a elaboração de um texto enfático, pria voz e verificar se as ênfases e a altura estão adequadas ao conteúdo da
impactante, convincente. reivindicação.
2. d) Resgate o uso de pronomes de trata- 4. Leia o discurso para um colega e peça que ele faça anotações sobre sua
mento em situação de maior formalidade. postura corporal, que deve ser firme, com ombros para trás e mãos soltas
para gesticular, de modo que seu corpo represente também a clareza e a
3. Estimule o treino e, se possível, use dis- importância da reivindicação.
positivos eletrônicos para a gravação
das falas para que os grupos possam Revisão e avaliação
avaliar suas produções e revisá-las.
Após escrever o texto, releia-o atentamente e analise os critérios expostos no
4. O foco aqui é a comunicação cinésica. quadro, anotando no caderno o que precisa ser melhorado. Siga o modelo.
Lembre aos estudantes que para acom-
panhar uma fala enfática e legitimá-la é
Critério O que precisa melhorar
importante postura de seriedade e en-
gajamento com a questão proposta. Escrita
Contemplou no texto escrito todos os itens do esquema (autoridade, item do ECA,
REVISÃO E AVALIAÇÃO: ORIENTAÇÕES MODELO
dados e ações)?
Defina se cada estudante fará a revi- Escreveu com marcas de oralidade, para deixar o texto o mais próximo possível da
MODELO
são do próprio texto ou se haverá revisão língua falada?

de pares. Ajude-os a inserir as marcas de Manteve o grau de formalidade adequado para a situação de comunicação? MODELO
oralidade, que geralmente causam estra-
Usou verbos no modo imperativo para expressar as ações necessárias? MODELO
nhamento aos estudantes na elaboração
de um texto escrito. Oralidade

Leu o texto em voz alta para verificar se a linguagem se aproxima da fala? MODELO

Usou a modulação de voz adequada para dar ênfase aos pontos mais adequados? MODELO

O volume da voz pode ser ouvido em um ambiente aberto? MODELO

A postura corporal está adequada ao conteúdo e à importância do discurso criado? MODELO

Com as anotações em mãos, faça a edição de seu texto, reelaborando e com-


pletando as partes que precisam ser aprimoradas.
Escreva a versão final e prepare-se para a leitura expressiva, que será orien-
tada na publicação.

252

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252 Língua Portuguesa


Publicação
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Agora que você já preparou o discurso, irá planejar a leitura dele na Esquina
do Orador por meio destas etapas. 1. A depender da localidade, pode ser pre-
1. Com a turma, escolham um local adequado da escola ou do entorno para ciso autorização especial da Prefeitura
ser definido como Esquina do Orador.
Municipal para a realização de eventos.
„ Lembrem-se de que o objetivo é que, com o tempo, o local se torne uma Verifique também a segurança do local
referência para discursos de crítica ou reivindicação, portanto considerem
a possibilidade de uso recorrente dele.
para levar os estudantes e certifique-se
„ Verifiquem com a direção da escola ou, se for local público, com a prefeitura mu-
de que ele tem uma boa acústica para a
nicipal a possibilidade de uso do espaço para uma atividade escolar recorrente. atividade, caso não seja possível provi-
2. Providenciem uma identificação para o local. denciar microfone e caixas de som para
„ Façam placas com o nome Esquina do Orador e afixem-nas em locais de
amplificação da voz.
fácil visualização. 2. Aproveite para trabalhar a sintaxe visual
„ Elaborem, coletivamente, um car taz de regras para uso do local. É im- dos cartazes com os estudantes, de
por tante constar itens como adequação da linguagem para o contexto modo que a identificação do local seja
escolar, tempo de fala, permissão de assuntos, entre outros que consi-
derarem per tinentes.
clara e vista a certa distância. Organize
tempo em aula para elaboração coletiva
3. Verifiquem a necessidade de microfone e caixa de som para garantir o al-
cance da voz a todos no momento da leitura. das regras, para levar em consideração
as sugestões dos estudantes e apresen-
4. Definam, com a ajuda do professor, uma data para a inauguração da Esquina
do Orador e divulguem amplamente para a comunidade escolar.
tar também os códigos de ética e res-
peito da escola como instituição.
5. Na data combinada, levem seu texto final ensaiado e caprichem na leitura
expressiva. 3. Caso não haja essa possibilidade, bus-
„ Durante as leituras das reivindicações dos colegas, façam registros para que que um local com acústica mais favorá-
eles possam aprimorar a oralidade na Esquina do Orador. Vocês podem vel à atividade.
usar o quadro do item de oralidade da seção Revisão e avaliação para
4. Analise o tempo ainda necessário para
embasar seus registros.
a organização da turma e lembre-se de
„ Em um momento organizado pelo professor, façam o compartilhamento das

anotações. (Registre as observações feitas a você, para aprimorar sua ora- verificar disponibilidade das outras tur-
lidade em uma próxima situação de comunicação oral.) mas para que o público seja garantido.
6. Providenciem a gravação das falas, em áudio e vídeo, pois elas serão usadas, 5. Preveja uma aula, em seu planejamen-
no projeto anual, para ilustrar, com imagens e trechos das reivindicações, a to, para uma devolutiva aos estudantes
cobertura jornalística do evento da Esquina do Orador, a ser apresentada
no telejornal.
sobre a desenvoltura deles na Esquina
do Orador. A tabela apresentada no
„ Garantam dois dispositivos diferentes para a captação
de cada mídia (som e imagem). Prepare-se
tópico Revisão e Avaliação pode ser
„ Elejam responsáveis por essa captação, para haver reve-
um parâmetro avaliativo para atribuição
No dia da gravação, lembre- de conceitos ou notas: os estudantes
zamento e para que esses estudantes também possam
-se de carregar a bateria do
fazer suas reivindicações. Além disso, quando há várias podem compartilhar seus registros e
dispositivo eletrônico de gra-
pessoas captando imagens, é possível ter ângulos diver- você pode também compartilhar suas
vação, de organizar o espaço,
sos do acontecimento.
garantindo que a luminosidade observações segundo os critérios apre-
„ Observem se há espaço suficiente de armazenamento

dos áudios e vídeos nos dispositivos, para evitar perde-


e o cenário sejam adequados sentados da tabela.
e que não haja ruídos exter-
rem momentos importantes. nos que atrapalhem a audição 6. Ajude os estudantes a escolher esses
„ Captem imagens do público em plano amplo (de longe, das falas. responsáveis considerando duas pessoas
em perspectiva), para compor as imagens do todo. por grupo, já pensando no projeto, pois
os grupos precisarão ter um registro
253 em áudio e outro em vídeo para poder
trabalhar na organização da notícia de
cobertura do evento.
HABILIDADE DA BNCC
Para desenvolvimento da habilidade EF69LP25, referente ao posicionamento funda-
mentado para a defesa de opinião, é necessária a participação ativa dos estudantes para
sua concretização. A atividade proposta promove essa ação de forma significativa, assim
como a habilidade de tomar nota nesse tipo de situação tanto para documentação como
para apoio à própria fala.

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Língua Portuguesa 253


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Fechamento da Unidade
Oriente os estudantes a retomar o con-
teúdo da Unidade para realizar as atividades.

RETOMAR E AVANÇAR: Retomar e avançar


RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Aproveite o compartilhamento para fa- Nesta Unidade você conheceu aspectos formais de organização das leis que
zer um levantamento dos pontos comuns regulam a vida em sociedade. Estudou mais profundamente o ECA e reconheceu
que falharam na aprendizagem desse cam- seus direitos e deveres como criança ou adolescente, inclusive experimentando
po de atuação. O objetivo dessa atividade ações para reivindicá-los.
é que cada estudante consiga recuperar Também investigou os aspectos linguísticos das leis, como o modo verbal im-
de forma espontânea partes significativas perativo, além de ser capaz de identificá-lo e compreender seu sentido em diver-
dos conteúdos estudados, recorrendo aos sos contextos em que está presente.
registros em último caso. Não escreva 1. Organize seu aprendizado por meio de um quadro de conteúdo. Copie-o
neste livro
1. a) Organizam-se em título, ementa, capítu- Use seu
no seu caderno ou em uma folha maior, para facilitar a consulta em outro
los, artigos, incisos, alíneas e parágrafos. caderno momento.
1. b) É uma lei que obriga os cidadãos
a proteger os direitos das crianças e a) Como se organizam os itens que com-
MODELO
dos adolescentes, colocando-os como põem uma lei, hierarquicamente?
cidadãos ativos que têm deveres pe-
rante ambos. b) Qual é a importância do ECA? MODELO
1. c) Conhecer os canais oficiais de denún-
cia, saber quais são os deveres e não
c) Qual é o meu papel na participação social
ser conivente com situações de desa- para garantir o cumprimento do ECA?
MODELO
cato ao ECA.
1. d) Resposta pessoal. Para ajudar os es- d) Quais são os sentidos dos usos do modo
imperativo nos contextos vistos? De quais MODELO
tudantes a responder a essa questão, eu me lembro?
peça que retomem os contextos vistos
e) Considerando o contexto formal, quais
na Seção 3. aspectos da língua falada aprendi que MODELO
1. e) É preciso conhecer a história, os au- são diferentes da língua escrita?
tores e o contexto de produção, para
elaborar critérios apreciativos claros, não 2. Que ações pensadas nos trabalhos desta Unidade você considera realmente
apenas pautados em gosto ou palpite. significativas para cooperar com a garantia desses direitos?
2. Resposta pessoal. Relembre com os es- 3. Para sintetizar esse conhecimento, escreva um texto que recupere seu cami-
tudantes o papel deles como cidadãos nho de aprendizado. Procure recuperar as informações mentalmente, con-
ativos, que pensam em ações que visem sultando seu caderno apenas para relembrar o percurso, se necessário.
ao bem comum, e não apenas aos direi-
4. Compartilhe seu texto com a turma. Ao ouvir os textos dos colegas, faça ano-
tos individuais.
tações que possam contribuir para o aprofundamento dos estudos que você
3. Oriente os estudantes em sua tomada tenha interesse em fazer.
de consciência de seu trajeto de apren-
dizagem na Unidade e resgate, coletiva- 254
mente, conteúdos trabalhados.
4. Verifique as dúvidas recorrentes dos es-
tudantes para retomar algum item que
considerar necessário.

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254 Língua Portuguesa


4. Após a escrita do texto, sincronize-o com as
Projeto Telejornal: etapa 7 imagens e os trechos selecionados. Para isso,
PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 7
vocês podem fazer uma roteirização seme- Relembre com os estudantes a estrutu-
lhante a este modelo. ra da notícia, com título, olho, lide e desen-
Cobertura da Esquina do Orador
volvimento em pirâmide invertida.
Na produção textual, vocês planejaram um Minuto da
local para se tornar a Esquina do Orador da Texto da narração imagem ou do
Para o teleprompter, se houver possi-
turma. Nele, foram feitas diversas reivindicações áudio bilidade do uso digital, existem aplicati-
de cumprimento do ECA, com fundamentação vos gratuitos que permitem a inserção de
Esta semana ocorreu na es-
e exemplos, para as autoridades competentes. cola X um evento chamado
textos copiados e colados dos editores
Com as gravações de imagem e som em mãos, Esquina do Orador. Nesse utilizados pelos estudantes. Se não for
vocês irão organizar uma das notícias do tele- evento, os estudantes rei- Imagem do minuto possível, a folha rotativa pode ser usada
vindicaram ações de autori- 0:00 do vídeo do
jornal, que é a cobertura do acontecimento da dades para o cumprimento estudante X.
ou, ainda, os estudantes podem memori-
Esquina do Orador. do ECA... (continuar descre- zar os textos, revezando a apresentação
vendo o evento, usando a do jornal.
Planejamento e produção estrutura da notícia).
Orientações mais específicas sobre a
A notícia que seu grupo irá organizar é a oralização das notícias no momento da
cobertura do evento Esquina do Orador. “Co-
Revisão e avaliação
apresentação do telejornal serão forne-
brir” um evento quer dizer mostrar a ordem dos Com o texto finalizado, revisem a composição cidas na última Unidade, que encerra o
acontecimentos, sua importância e ilustrar com do quadro para verificar se texto e imagem estão projeto de série.
imagens e trechos do que foi dito. corretos, conforme o projeto.
É essencial destacar diferentes ângulos do 1. Acertem os desvios da norma-padrão no HABILIDADE DA BNCC
acontecimento, explicar os objetivos dele, mos- texto que irá para o teleprompter. Embora
trar a recepção do público e apresentar uma seja um texto oralizado, a falta de acen-
Nesta etapa do projeto, é mobilizada
boa narração, além de falas dos participantes, tos, as inversões de letras, a ausência de a habilidade EF69LP13, uma vez que se
para, assim, inserir o espectador indiretamente pontuação e a falta de coerência podem trata de uma atividade que promove o en-
no evento. atrapalhar a leitura, com gaguejos, risadas, gajamento dos estudantes em um tema de
Com o áudio e o vídeo em mãos, sigam as ênfases em locais inapropriados, entre ou- relevância social.
tros problemas.
etapas a seguir.
1. Ouçam o áudio e selecionem trechos rele- 2. Leiam em voz alta e coloquem as imagens
vantes das reivindicações, anotando a mi- em sincronia com o texto para ver se a se-
nutagem em que elas aparecem. quenciação está adequada. Façam as adap-
tações necessárias.
2. Façam o mesmo com os vídeos: selecionem
trechos que ilustrem o evento, mostrando par- 3. Usem CAIXA-ALTA nas palavras que preci-
tes das reivindicações e o público presente. sem de ênfase, e reticências para pausas
mais longas.
3. Escrevam o texto que será a narração da
notícia. Ele deve ser objetivo e poderá ser
inserido no teleprompter para ser lido no Publicação
momento do telejornal. Deve ter uma es-
trutura de notícia. Com o texto pronto, abasteçam o teleprompter
ou o transcrevam para o rolo rotativo. No mo-
mento da apresentação, não se esqueçam de
Teleprompter: é um equipamento com tela acoplável à
câmera que exibe, em letras grandes, o texto a ser lido pelos manter a expressividade desejada no rosto e
apresentadores de telejornais e até atores, especialmente
quando os textos são longos.
não movimentar muito as mãos, pois gera ruí-
dos na notícia.

255

SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO
Sugerimos que avalie quantitativamente a linha do tempo produzida com base no
trabalho no quadro “Diálogos com História”, na Seção 2, e a produção da Esquina do
Orador. Prepare também, se possível, atividade avaliativa que contemple os conceitos da
língua trabalhados na Seção 3. Lembre-se de que o preparo do estudante para exames
em larga escala é um objetivo avaliativo. Tenha os objetivos de aprendizagem da Unidade
delineados para nortear suas observações, verificações e avaliações. Certifique-se de que
os estudantes compreenderam a estruturação e elaboração de textos legais, se ampliaram
seu conhecimento vocabular na temática das leis, se conseguem compreender a leitura e
a interpretação do ECA, se reconhecem direitos e deveres nesse texto, se são capazes de
planejar, elaborar, revisar e avaliar reivindicação escrita, se aprenderam os usos dos verbos
no modo imperativo e se leem de forma expressiva utilizando-se de recursos cinésicos
(considere nessa expressividade cinésica o respeito às individualidades).

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Língua Portuguesa 255


CONTEÚDOS E OBJETIVOS DA
UNIDADE
Como posso agir
8
UNIDADE 8

A formação integral dos estudantes para melhorar minha


comunidade?
depende de uma postura ativa diante das
suas próprias aprendizagens e da observa-
ção e participação da realidade cotidiana;
portanto, valorizar a aquisição de conhe-
cimentos atrelada às capacidades argu-
mentativas de defesa de ideias é parte
importante na construção de consciências
críticas e de cidadãos engajados.
Nessa perspectiva, a Unidade 8 tem
objetivos claros relacionados à inclusão
do tema social no desenvolvimento de ca-
pacidades como empatia, diálogo, partici-
pação social, ética e respeito aos direitos
humanos e à diversidade. Estimular os es-
tudantes a uma postura ativa e autônoma
diante das demandas de uma coletividade
será a tarefa essencial a ser trabalhada,
baseando-se nas competências gerais a
serem desenvolvidas na Educação Básica,
como sugere a BNCC.
Desse modo, a Unidade se insere no
campo de atuação na vida pública e
está dividida da seguinte forma: na Seção
1, as atividades se voltam para o regis-
tro de apresentação oral; na Seção 2, es-
tratégias e procedimentos de leitura são
desenvolvidos em textos reivindicatórios
ou propositivos, tendo como destaque os
gêneros regimento escolar e carta de so-
licitação; na Seção 3, é trabalhada a análi-
se de textos legais e normativos, além da
morfossintaxe; na Seção 4, textos reivin-
dicatórios ou propositivos são retomados
para trabalhar estratégia de produção e Estudantes, pais
planejamento textual. e professores
realizam
manifestação
CONHECIMENTOS PRÉVIOS em via pública.

Uma sugestão para verificar os conhe-


cimentos prévios dos estudantes é a pro- 256
posta de uma roda de conversa acerca dos
temas a serem trabalhados, promovendo
situações de reflexão e discussão coleti- COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL DA BNCC
va. A observação e o registro do que foi
Competências gerais: 1, 4, 7, 9 e 10.
percebido colaboram com a elaboração,
posterior, do planejamento. Competências específicas de Linguagens: 1, 2, 3 e 4.
A estrutura de escrita de uma carta, Competências específicas de Língua Portuguesa: 2, 3, 5 e 6.
por exemplo, pode ser retomada, enume- Habilidades: EF06LP04, EF06LP05, EF67LP15, EF67LP16, EF67LP17, EF67LP18,
rando-se suas principais características EF67LP19, EF67LP27, EF67LP32, EF67LP37, EF69LP14, EF69LP20, EF69LP21,
e fazendo-se uma atividade de troca de EF69LP22, EF69LP23, EF69LP25, EF69LP26, EF69LP27 e EF69LP28.
cartas entre os pares, na própria sala de Tema Contemporâneo Transversal: Vida Familiar e Social.
aula. Experimentar a escrita em seus usos
sociais é parte do trabalho com a língua.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

256 Língua Portuguesa


p orâ n e o
em
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Tr
Te m o nt
Vida

a n s r s al
aC
Familiar e

ve
Social
A Unidade aborda o campo de atua-
ção na vida pública em vários aspectos,
promovendo aprendizagens em torno da
expressão oral, produção, revisão e edição
de textos reivindicatórios ou propositivos
sobre problemas que afetam a vida escolar
ou da comunidade, como pede a habilida-
de EF69LP22, produzindo uma realidade
educativa comprometida com a formação
para a atuação significativa, respeitosa e
inclusiva na vida coletiva social.
Na abertura da Unidade, apresenta-se a
imagem de uma manifestação pública para
iniciar a sensibilização acerca do Tema
Contemporâneo Transversal Vida Fami-
liar e Social. Comece o trabalho fazendo
a observação da imagem e uma discussão
em que os estudantes possam expor suas
ideias sobre a participação cidadã ativa,
e suas experiências e olhares sobre essas
ações, bem como seu valor na vida em
Viver em sociedade implica compreender os direitos e os deveres de cada cidadão. sociedade. Posteriormente, leia o texto
Cada um de nós pode modificar a própria realidade, sendo um agente transformador. Para e incentive a reflexão sobre as questões
isso, é importante conhecer leis e normas não só para reivindicar melhorias, mas também propostas.
para dialogar, de maneira convincente, com autoridades ou com colegas, também enga-
jados em provocar mudanças ao nosso redor. Mas como fazer isso? Para convencer nos- ATIVIDADES: RESPOSTAS E
Montagem entre fotos: Prostock-studio/Shutterstock; johavel/Shutterstock;
sos interlocutores sobre a nossa opinião, podemos usar vários recursos: verbais e não
ORIENTAÇÕES
verbais. Nas interações sociais, aprendemos a convencer, escutar, respeitar e, sobretudo,
conviver. Observe a imagem e reflita sobre a manifestação: 1. Possivelmente o tema é o meio ambiente,
já que na imagem aparece o planeta Ter-
ra. O tema é importante, pois conservá-lo
é um dos deveres dos cidadãos e sua
preservação é do interesse de todos.
1. Qual é o tema da manifestação? Ele é relevante para a 2. Cartaz com um globo, representando a
prática da cidadania? Explique. Terra, no qual é possível observar prin-
cipalmente o continente americano, e os
petovarga/Shutterstock

2. Quais os recursos não verbais utilizados para convenci-


mento? braços levantados de manifestantes.
3. Em sua opinião, as manifestações trazem temas impor- 3. Incentive os estudantes a se expressa-
tantes para a vida em sociedade? Justifique. rem. Destaque que as manifestações
trazem reivindicações de grupos sociais
que, ao se articularem, desejam opinar e
257 problematizar uma situação que não está
adequada para o exercício da cidadania.

TEMA CONTEMPORÂNEO TRANSVERSAL


O Tema Contemporâneo Transversal em destaque no trabalho desenvolvido na Uni-
dade se refere à Vida Familiar e Social. Ele traz ao componente de Língua Portuguesa
a oportunidade de contextualização da aprendizagem, relacionando os conhecimentos à
vida social. O foco é uma formação integral para o exercício da cidadania, promovendo a
explicitação da ligação entre os componentes curriculares e mostrando sua relação com
a realidade. Pode-se destacar a palavra “transversalidade” para relembrar seu valor na
elaboração de um planejamento mais ativo, que ultrapasse as fronteiras dos conheci-
mentos fixos e teoricamente sistematizados. Utilize a possibilidade da transversalidade
para ampliar horizontes e perspectivas sobre os conteúdos a serem desenvolvidos,
tornando-os mais significativos e próximos da vida dos estudantes.

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Língua Portuguesa 257


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Caminhos

Liderina/Shutterstock
Aproveite esse momento de conversa
inicial para tratar da importância de ter
uma participação efetiva em nossa socie-
dade e de exercer a cidadania para que
nossos direitos civis, políticos e sociais se-
jam garantidos. Ademais, estudar o gênero Para esta Unidade, você vai
regimento escolar privilegiando sua função precisar de alguns recursos:
social é uma forma de levar os estudantes „ gramática ou dispositivo com
a praticarem a cidadania dentro da escola. acesso à internet para realiza-
Escrever carta de solicitação
Dessa forma, entendendo seu espaço local ção de pesquisas prévias; é uma forma de praticar a
como espaço de referência para o aprendi- „ dicionários; argumentação e a cidadania.

zado, os estudantes terão mais condições „ agendar um dia com a direção


de apreender o contexto em que vivem da escola para a entrega de
e interpretar a realidade do país, estado, cartas de solicitação elaboradas

Syda Productions/Shutterstock
cidade e região a partir da apropriação da por vocês;
realidade que os cerca. „ caderno, lápis e canetas;
„ folhas de papel sulfite e material
para desenhar.

Defender direitos da
comunidade é exercer a
cidadania e proporcionar
transformações sociais.

Você vai conhecer alguns tipos de textos que fazem parte do nosso
cotidiano de cidadãos, como regimento e carta de solicitação.
Os principais objetivos de aprendizagem para esta Unidade são:
„ identificar a linguagem e a forma como se organiza um regimento
escolar;
„ compreender o contexto de produção e a função social de um regi-
mento escolar;
„ conhecer a forma como se organizam cartas de solicitação;
„ reconhecer as cartas de solicitação como possibilidade de exercer
a cidadania, defendendo direitos da comunidade e proporcionando
transformações sociais;
„ analisar o uso de verbos em textos normativos e compreender suas
intencionalidades.

258

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

258 Língua Portuguesa


Sidney de Almeida/Shutterstock

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

No que se refere aos recursos necessá-


rios para a realização das atividades, além
de caderno, lápis e caneta, será importan-
As placas de trânsito
te o uso de gramáticas para consulta, uma
contribuem para organizar vez que a proposta é levar cada estudante
a vida em sociedade.
a se apropriar da linguagem escrita, para
que ele encontre meios de dialogar de
Para que esses objetivos sejam atingidos, você praticará alguns procedimentos: forma mais convincente quando estiver
ler e escrever cartas de solicitação e regimentos escolares, ler artigos de lei, refletir e exercendo seu protagonismo e provocan-
discutir sobre hábitos saudáveis, refletir e escrever sobre bom convívio na escola, com- do mudanças em sua comunidade. Na au-
partilhar suas produções com a turma e argumentar sobre as produções dos colegas. sência de gramáticas, as consultas podem
Tarefas propostas para o estudante ao longo da Unidade: ser feitas em sites confiáveis e, para isso,
„ opinar sobre a importância de se manifestar e tomar notas da opinião dos colegas; será necessário dispositivos com acesso à
„ identificar formas de tratamento; internet. Além disso, se possível, busque
„ identificar recursos não verbais em placas; estabelecer parcerias com outros profes-
„ praticar ortografia de palavras com z, x e s; sores e, sobretudo, com a coordenação
„ produzir resposta a carta de solicitação.
e/ou direção escolar, especialmente para
a atividade final, que envolve a produção
de uma carta de solicitação. Por fim, as

Rawpixel.com/Shutterstock
propostas de atividades desta Unidade
podem ainda ser ampliadas e servir como
ponto de partida para projetos que envol-
vem a organização da escola, bem como
para criar, rever ou reforçar regras, combi-
nados, acordos e outros aspectos e situa-
ções relacionados ao convívio em espaços
coletivos, como a sala de aula.

As leis e os regimentos
são importantes para a
vida em comunidade.
Os conteúdos desta Unidade têm, so-
bretudo, a finalidade de colaborar para
que você compreenda que tem direitos
e deveres como cidadão e reconheça a
importância de textos normativos e car-
tas de solicitação para o exercício de
sua cidadania.

259

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 259


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Permita que os estudantes reflitam e


identifiquem as experiências já vivenciadas
de estudo. O objetivo é que reconheçam
1 Estudo e pesquisa

que o tempo utilizado para a compreen-


são de leitura e para a audição de uma
fala são bem distintos, pois no primeiro
é possível reler, enquanto no segundo é
Escutar e tomar notas ao mesmo tempo?
necessário tomar nota para não perder as E agora?
ideias. É importante reforçar que participar A leitura e a escuta de textos sempre nos trazem informações novas e conheci-
de práticas escritas requer um trabalho de mento. Mas já reparou como as estratégias de memorização ou de destaque para
reconhecimento do sistema da língua, en- cada uma das duas situações são diferentes? Vamos pensar em nossa rotina, na
quanto a oralidade exige atenção e foco. escola, e preencher a tabela em seu caderno:
Contudo, na escrita, dependemos somente
Explicação oral do(a)
de nosso conhecimento de mundo e da Situação Leitura de livro didático
professor(a)
língua para compreensão; em algumas si- Como faço para registrar a
tuações de oralidade, como uma aula ou MODELO MODELO
informação nova aprendida?
uma assembleia, podemos interagir dire- Como faço para tirar minhas
MODELO MODELO
tamente com os interlocutores. dúvidas?
Se eu perder a atenção na
MODELO MODELO
ATIVIDADE: ORIENTAÇÕES explicação, o que faço?
Quais são as minhas dificuldades
Espera-se que os estudantes, após a de compreensão?
MODELO MODELO
reflexão sobre sua maneira de estudar,
tracem um caminho para a tomada de Quais são as minhas facilidades? MODELO MODELO

consciência de si e de seus processos de


Bem, agora que você já apontou as diferenças de aprender por meio de leitu-
aprendizagem, para que possam ter ele-
ra e exposições orais em uma tabela, vamos praticar fazer notas em situações de
mentos que facilitem a elaboração da ta-
oralidade.
bela. Proporcione um momento acolhedor,
em que cada um se sinta à vontade para
expor questões pessoais e dúvidas.
Estudante
realizando leitura
para o grupo em
sala de aula.

260

HABILIDADE DA BNCC DESENVOLVIDA NA SEÇÃO 1


EF69LP26.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

260 Língua Portuguesa


Para isso é importante se atentar a algumas dicas:
„ focar a atenção no que está sendo explicado; ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
„ reconhecer os temas e os assuntos principais;
„ anotar palavras-chave e frases curtas para não perder as explicações enquanto
Durante a atividade, circule pelos gru-
escreve; pos para verificar se as opiniões estão
sendo respeitadas e se os estudantes es-
„ se perder algo que foi dito, anotar a palavra-chave e pular linhas para mais tarde
tão tendo alguma dificuldade em fazer as
completar essa parte com algum colega ou questionar o seu interlocutor.
Para praticar um pouco essas dicas, vocês vão discutir em grupos a questão
anotações para que possa auxiliá-los.
seguinte, de acordo com as instruções:
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
„ Manifestar-se publicamente é um dever do cidadão? ORIENTAÇÕES
A questão referente ao ato de se ma-
1. Faça anotações pessoais para utilizar durante sua exposição oral. nifestar publicamente busca promover o
2. Durante 3 minutos, sem interrupções, você deve apresentar e justificar sua
debate de maneira respeitosa, não tendo
posição. Não se esqueça de cronometrar o tempo. uma resposta correta única. Espera-se que
os estudantes reflitam que todo cidadão
3. Durante a exposição, os demais integrantes devem fazer breves registros:
tem o direito de se expressar e, para ser
„ Meu colega concorda ou discorda da questão polêmica? um agente de transformação, ou seja, exer-
„ Qual argumento principal ele usou? cer sua cidadania plenamente, ele tem o
„ Caso não tenha ficado clara a posição do colega, elabore perguntas para fa- dever de opinar e/ou argumentar da ma-
zer a ele ao final das exposições.
neira que preferir: manifestação pública,
4. Após a exposição de todos os integrantes do grupo, cada um deve tentar ouvidoria, abaixo-assinado, enfim, estabe-
recontar o que entendeu da opinião do colega, que por sua vez vai dizer se
lecer comunicação com os governantes de
eles compreenderam bem ou parcialmente a sua fala.
diferentes formas.
1. Espera-se que, após as discussões e
a análise acerca de suas experiências
Fernando Favoretto/Criar Imagem

de estudo, os estudantes encontrem


elementos para registrar suas anota-
ções. Caso perceba alguma dificuldade,
retome o que foi conversado e, caso
necessário, indique o uso dos registros
anteriores.
2. Dê um tempo para que todos possam
se preparar e, como sugestão, proponha
uma disposição diferente na sala (como
as carteiras em forma de círculo, por
exemplo), para que o ambiente pareça
seguro para a exposição das ideias.
3. Espera-se que todos estejam engajados
na proposta, mas é necessário que ve-
rifique a participação oral e escrita dos
estudantes. Lembre-lhes de que, ao re-
gistrar críticas, perguntas ou sugestões
261 sobre as posições dos colegas, é preci-
so demonstrar respeito e empatia nas
falas e nos textos escritos.
PRÁTICA DE PESQUISA 4. Permita a expressão de posições de
maneira dinâmica, para que a atividade
A atividade proposta nesta seção possibilita que os estudantes desenvolvam noções seja um momento de aprendizagem pra-
de prática de pesquisa, nesse caso, a observação e tomada de notas. Se julgar pertinen- zerosa. Destaque pontos interessantes
te, converse com os estudantes sobre as características desse método de coleta de dados. e mostre também a preocupação com a
A tomada de notas é parte importante no processo de aquisição de conhecimento a repetição exagerada de temas e olhares
partir de exposições orais, e é imprescindível para que possamos, em momento posterior, sobre o que está sendo discutido.
argumentar sobre o conteúdo exposto por outros indivíduos.

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Língua Portuguesa 261


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Permita que os estudantes opinem


oralmente sobre a necessidade de haver
regras para organização e segurança de
2 Leitura de textos

motoristas e pedestres. Medeie a discus-


são, evidenciando que as regras fazem
parte da vida em sociedade. Observe as placas a seguir.

ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
As placas transmitem informações ne-
cessárias para manter o trânsito em ordem
e garantir a segurança dos condutores e
pedestres.
Espera-se que os estudantes concluam
que, sem sinalização, os motoristas não
conseguiriam conduzir um veículo adequa-
damente no trânsito e poderiam ocorrer
acidentes.

alecrespo/Shutterstock
Placas de trânsito
com diferentes
funções.

Você já deve ter visto essas placas em ruas, avenidas ou estradas.

„ Qual é a função de placas como essas?


„ Como você acha que seria o trânsito se elas não existissem?

Além das placas de trânsito, há muitos outros elementos e regras que organi-
zam a nossa vida em sociedade. Existem, por exemplo, leis nacionais que visam
garantir direitos para os cidadãos, assim como também existem regras praticadas
por membros de uma escola, de um clube, de um bairro; ou, ainda, acordos que
podem ser feitos entre duas pessoas, como o aluguel de uma casa.
Para formalizar as regras de convivência, os direitos e os deveres de cada um
que está inserido em uma sociedade são elaborados textos normativos, ou seja,
documentos que circulam em diferentes ambientes, buscando regular as relações
humanas por um período. As normas podem ser mudadas com o passar do tempo,
de acordo com as necessidades dos grupos que as seguem.

262

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 2


EF67LP15, EF67LP16, EF67LP17, EF67LP18, EF67LP27, EF69LP20, EF69LP21 e
EF69LP25.

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262 Língua Portuguesa


Leitura 1
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Regimento escolar
Proporcionar aprendizagens que pro-
Leia, a seguir, um trecho de regimento escolar, que se configura como um texto movam a apropriação da língua escrita
normativo e apresenta normas e regulamentos de uma escola técnica. para o convívio em diferentes campos de
atuação da vida social envolve ampliar co-
3 – Alimentação nhecimentos acerca das variações da lin-
3.1. Refeitório dos alunos guagem, do repertório de saberes sobre
A Escola Técnica recomenda que os alunos consumam especificamente as refei- normas que gerem a vida pública e desen-
ções oferecidas no refeitório a eles destinado, localizado no piso térreo. Essas refeições volver um olhar crítico sobre a realidade.
são fornecidas pela prefeitura local e preparadas por suas merendeiras, as quais con- As Leituras 1 e 2 exercerão esse papel,
tam com a supervisão de uma nutricionista. no sentido de estimular aprendizagem lin-
[...] guística e ampliar visões de mundo sobre
3.2. Fila do almoço a ação cidadã.

Ilustrações: Happy Art/Shutterstock


Dado ao grande número de alunos que estudam período inte- Faça a leitura coletiva e a discussão
gral e tarde, no intervalo do almoço, forma-se uma fila próxima ao dos textos, acompanhadas de reflexão,
refeitório sob controle de um integrante da equipe de funcioná-
rios da Etec. A ordem dessa fila deve ser respeitada por alunos
mas também programe um momento de
e visitantes. Quem “furar” a fila poderá receber ocorrência disci- estudo e leitura individual, pensando em
plinar e, em caso de reincidência, advertência e seus desdobra- favorecer as descobertas sobre si e sobre
mentos. o próprio percurso nas aprendizagens de
3.2.1. Quem não precisa entrar na fila cada estudante. Autoconhecimento e res-
Apenas alunas gestantes e alunos com dificuldades de locomoção peito aos limites individuais fortalecem o
não precisarão entrar na fila para se servir do almoço oferecido. Ilustração desenvolvimento da empatia e do respeito
representativa ao próximo e às coletividades.
3.3. Marmita do texto, em
alusão ao que é
A Etec não recomenda que os alunos tragam marmitas, pois não há refrigeração permitido.
disponível ou micro-ondas suficientes para todos os alunos. Caso o aluno tenha alguma
restrição, deverá trazer o respectivo laudo médico e tomar as devidas providências
para seguir suas prescrições.

3.3.1. Marmita e o micro-ondas


No refeitório dos alunos, são disponibilizados dois micro-
-ondas para quem necessitar aquecer algum alimento. Se dian-
te dos micro-ondas formar fila, os alunos deverão seguir as se-
guintes prescrições:
a) Cada um deverá esquentar sua própria marmita, não sen-
do permitido ao aluno aquecer as marmitas dos colegas. Lem-
brando que dois minutos são suficientes para aquecê-la em tem-
peratura ambiente;
b) É proibido colocar alimentos congelados nos micro-ondas
do refeitório dos alunos, pois prejudicaria outros usuários do apa-
relho; Ilustração
representativa
c) É proibido também sair mais cedo da aula que precede o do texto, em
almoço para fazer uso do micro-ondas; alusão ao que é
proibido.

263

LEITURA COMPLEMENTAR
Regimento escolar
Documento legal, de caráter obrigatório, elaborado pela instituição escolar que fixa a organização administrativa, didática, peda-
gógica e disciplinar do estabelecimento que regula as suas relações com o público interno e externo. Com origem na Proposta
Pedagógica, o regimento escolar a ela se volta para conferir-lhe embasamento legal, incorporando no processo de sua elaboração
os aspectos legais pertinentes e as inovações propostas para o sistema de ensino, assim como as decisões exclusivas da escola
no que concerne a sua estrutura e funcionamento. Por tratar-se de um texto legal, para a elaboração do regimento escolar devem
ser observadas as normas sobre elaboração e redação de atos normativos.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) prevê que o regimento escolar deve disciplinar os seguintes assuntos: a quem
cabe elaborar e executar a Proposta Pedagógica e quem tem autonomia para sua revisão; incumbência dos docentes; estudos de
recuperação; reclassificação, considerando a normatização do sistema de ensino; dias letivos e carga horária anual equivalente;
classificação; sistema de controle e de apuração de frequência; expedição de documentos escolares; e jornada de trabalho escolar.
MENEZES, Ebenezer T. Verbete regimento escolar. Dicionário Interativo da Educação Brasileira – EducaBrasil.
São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: livro.page/53V6U8257LP. Acesso em: 27 maio 2022.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 263


d) O aluno que desrespeitar tais prescrições poderá receber uma ocorrência disci-
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR plinar e, em caso de reincidência, receberá advertência, submetendo-se, portanto, às
penalidades previstas no regimento comum das Etecs.
ƒ REYES, Marlei B. Regimento escolar: 3.4. Não será permitida aquisição de salgados ou qualquer outro tipo de alimento
uma construção coletiva e democrá- tipo delivery em qualquer turno letivo.
tica. Curitiba: Seed-PR, 2014. (Ca-
dernos PDE, v. 2). Disponível em: 4 – Troca de aula
livro.page/54V6U8258LP. Acesso
em: 8 fev. 2022. A cada aula em que houver troca de professor, o aluno deverá

Ilustrações: Happy Art/Shutterstock


permanecer dentro da sala de aula, aguardando o início da próxima
O material aborda a importância dos aula e a chegada do próximo professor. É dever do professor aler-
regimentos escolares e apresenta uma tar os alunos para isso, chamando-os se esses [sic] estiverem fora de
proposta de discussão do documento seus lugares, dando início a sua aula no horário previsto. O aluno que
com a comunidade escolar, com o intuito se ausentar da sala de aula sem permissão do professor, ou de seu
de possibilitar sugestões e aperfeiçoa- substituto, deverá ficar com falta naquela aula e responderá a ocor-
mento do documento. rência disciplinar.

5 – Atividades dos professores propostas aos


Ilustração
representativa alunos
do texto, em
alusão ao A aula daquele professor que faltar poderá ser substituída por
que não é outro professor e os alunos devem respeitar esse substituto e realizar
esperado que o
estudante faça. as atividades propostas.
a) Se os alunos saírem da sala de aula ou “cabularem” a aula subs-
tituída, receberão advertência disciplinar.
b) Se não houver professor substituto, a aula deverá ser reposta
em data e hora a ser agendada.
c) O professor deverá deixar disponível atividade extra – ade-
quada ao PTD e interessante para os alunos – para que o professor
substituto possa aplicá-la.
5.1. Respeito ao professor e ao professor substituto
O professor, mesmo quando substitui outro colega, é o líder da
sala de aula, portanto, as atividades propostas por ele devem ser se-
guidas e respeitadas pelo aluno.
5.2. Respeito ao aluno
O aluno tem o dever de respeitar e seguir todas as orientações do
professor, bem como da equipe de gestão. No entanto, nem o profes-
Ilustração sor nem qualquer gestor ou funcionário poderá faltar com respeito
representativa em relação ao aluno.
do texto, em
alusão ao que 5.2.1. Missão de todos os profissionais
é considerado
correto. Tanto os professores quanto os funcionários, bem como a equi-
pe gestora, têm como missão comum contribuir para a formação
moral, acadêmica e profissional do aluno.

ETEC Prof. Alcídio de Souza Prado. Normas de convivência e orientações gerais.


Disponível em: livro.page/1V6U818L. Acesso em: 9 fev. 2022.

264

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

264 Língua Portuguesa


1. Observe e registre aspectos da organização do texto lido.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
a) Descreva a organização textual, citando características que podem ser ob-
servadas em uma primeira olhada no texto. ORIENTAÇÕES
b) A organização descrita do Regimento é importante para compreender o tex- 1. a) As seções ou temas estão em ne-
to? Justifique. grito, enumeradas tanto no tema geral
2. A linguagem deste texto é formal ou informal? Copie no caderno passagens quanto em seus subitens, e ordenação
que justifiquem sua resposta. de regras em itens alfabéticos.
3. Releia o item 3.3.1. 1. b) Espera-se que os estudantes perce-
Não escreva
a) Destaque os termos que possibilitem compreender: neste livro bam que a organização gráfica contribui
„ uma proibição;
Use seu
caderno
para a clareza textual e auxilia os leito-
„ uma possibilidade.
res a encontrar com facilidade o tópico
b) Imagine-se mais velho e estudante dessa escola técnica. Sua mãe decide
que desejem consultar.
enviar marmitas para o seu almoço na escola, por não conhecer o regimen- 2. Os textos normativos são formais. Isso
to. Elabore um diálogo em que você explica as regras da escola para ela. é marcado tanto pelas formas verbais
4. Em sua opinião, as regras e normas do documento garantem a boa convi- que obedecem às regras de conjugação
vência em espaço escolar? Elabore um parágrafo organizando suas ideias e, quanto pela escolha vocabular. Chame
depois, compartilhe-o com a turma.
a atenção, no item 3.1, para a palavra
“consumir” em vez de “comer” ou “be-
Renato Soares/Pulsar Imagens

ber” e, no item 3.4, para a expressão


“aquisição de alimentos do tipo delivery”.
Questione os estudantes sobre como
eles diriam as mesmas coisas aos co-
legas, de maneira informal, sem usar
as palavras aquisição, alimento e
turno letivo (exemplo: não podemos
pedir comida delivery para entregar na
escola no horário de aula). O uso do
pronome relativo “as quais”, em vez de
“que”, forma mais recorrente, também
indica maior formalidade. Contudo, há a
presença das gírias “furar a fila” e “ca-
bular aula”, mas são usadas entre aspas
para destacar seu uso coloquial.
3. a) Proibição: “não sendo permitido”,
“é proibido”; possibilidade: “poderá
receber”.
Indígenas de etnia Pataxó comendo
merenda na escola da Aldeia Barra 3. b) É importante que nesse diálogo pre-
Velha em Porto Seguro (BA), abril
de 2014. valeça a linguagem informal, apesar da
liberdade criativa do estudante. Chame
5. Em grupos, releiam no texto o item 4, “Troca de aula”, e apontem temas que
não foram abordados no texto, mas que seriam importantes para a realidade a atenção para as diferenças entre as
da sua escola. Registrem no caderno os temas identificados e os motivos da linguagens adotadas, de acordo com os
sua importância. interlocutores. Busque avaliar se todos
compreenderam as regras para o uso do
265 micro-ondas.
4. Os textos normativos não garantem a
boa convivência, mas têm papel impor-
5. O objetivo da atividade é fazer com que os estudantes reflitam sobre a realidade local e tante na vida social, pois indicam con-
se posicionem de maneira crítica diante de um texto. Questione quais poderiam ser as dutas que auxiliam a vida em sociedade,
normas apresentadas formalmente para pais ou responsáveis e estudantes, enfatizando além de sinalizar as possíveis punições
que elas devem ser gerais e não pautadas em opiniões pessoais. para quem age de maneira diferente.
Portanto, se todos seguirem as normas
e regras escolares que buscam proteger
o espaço de aprendizagem e os estu-
dantes, todos são beneficiados. Ressal-
te que as regras podem ser revistas e
reescritas ao longo do tempo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 265


ATIVIDADES: RESPOSTAS E Leitura 2
ORIENTAÇÕES
As respostas dos estudantes vão de- Carta de solicitação
pender da realidade escolar. Pode ser que Viver em sociedade implica não somente seguir regras, mas também saber rei-
falem com algum professor de confiança, vindicar direitos para a comunidade e argumentar sobre essas necessidades.
coordenador ou diretamente com a dire- „ Quando você precisa apontar algo que é necessário melhorar na escola, com
ção da escola. quem fala?
É possível que os estudantes nunca „ Existe algum canal de comunicação na escola para isso? Se sim, é possível enviar
tenham escrito uma carta de solicitação uma solicitação por escrito?
formal, mas essas perguntas podem ser
utilizadas como um diagnóstico a respeito Há muitas empresas e órgãos públicos que possuem canais de comunicação
do conhecimento deles sobre esse gênero ou seções responsáveis por avaliar as sugestões e as reclamações dos usuários.
textual. „ Converse com seus familiares e busque saber se eles já usaram algum canal de
comunicação para fazer uma reclamação, uma sugestão ou solicitação. Questione
Resposta pessoal. Peça que comen-
como foi o atendimento e se ele foi feito via internet, telefone ou pessoalmente.
tem o contexto da reclamação, sugestão
Depois, compartilhe com seus colegas.
ou solicitação e chame a atenção para os
sites de reclamação para compras, se eles
Em Sidrolândia, cidade do interior do Mato Grosso do Sul, estudantes de uma
conhecem algum e se costumam checar escola escreveram cartas de solicitação para os vereadores, apontando alguns pro-
neles a empresa antes de comprar pela in- blemas da cidade. Leia.
ternet. Pergunte se acham que reclamar ou
elogiar realmente pode ajudar a melhorar Carta 1
serviços públicos e privados.
Sidrolândia, 17 de novembro de 2015.
À senhora vereadora V. F.

Eu, G. V. S., tenho 12 anos, estudo na Escola Municipal Valério Carlos da Costa, faço o 7º ano do Ensino Funda-
mental, eu gostaria de pedir à senhora vereadora V. F. a construção de uma escola no Bairro Jardim Petrópolis,
pois quando chove, não tem como vir para a escola por causa do barro. Também gostaria de um asfaltamento
no bairro Jardim Petrópolis e no Bairro Morada da Serra, já que não moro mais no bairro Jardim Petrópolis e
sim na fazenda, mas eu frequento lá. E gostaria de um policiamento na cidade.
No Bairro São Bento, onde minha madrinha mora, queria uma iluminação pública melhor, porque está muito
perigoso.
Já que nas escolas estaduais tem ar-condicionado, eu gostaria de melhoria nos ventiladores das salas de aula
da Escola Valério. Na minha sala, dos 4 ventiladores de teto, só 2 estão prestando, e os outros estão para cair. A
Diretora L. R. improvisou 2 ventiladores de parede. Se a senhora não conseguir arrumar, pelo menos nos faça
uma visita.
Atenciosamente.

ASSESSORIA da Câmara Municipal de Sidrolândia. Confira as cartas que os vereadores receberam dos alunos da escola
Valério. 11 jun. 2017. Disponível em: livro.page/2V6U820L. Acesso em: 15 fev. 2022. (Adaptado para fins didáticos).

266

HABILIDADES DA BNCC
Conhecer espaços para reclamação de direitos e envio de solicitações é habilidade
a ser desenvolvida, reforçando uma educação que fortaleça cidadão e sociedade para
um convívio digno e justo. Estudar os meios de participação na vida coletiva transforma
sujeitos e seus entornos de maneira positiva. Saber explicar suas posições, elaborar justi-
ficativas e sustentá-las exigem domínio sobre linguagem e estrutura das normas coletivas.
Nessa direção, as atividades da Leitura 2 se relacionam com as habilidades EF67LP16,
EF67LP17, EF67LP18 e EF69LP21.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

266 Língua Portuguesa


Carta 2
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES
Sidrolândia, 17 de novembro de 2015. 1. I–A, II–C, III–F, IV–B, V–D, VI–E.
2. Carta 1: “senhora”; Carta 2: “nobre ve-
Ao nobre vereador D. M. O. e demais vereadores. reador”. Ambas as formas são formais,
pois, na primeira, há o uso do pronome
Eu, M. P. C., que estudo na Escola Valério Carlos da Costa, venho pedir ao D. M. O. e aos de tratamento “senhora” e, na segunda,
outros vereadores que terminem de arrumar a quadra da escola Valério, que estava sendo a expressão “nobre vereador”.
construída e parou; por isso, aqui na escola, todos não têm mais Educação Física. É que a 3. Resposta pessoal. Espera-se que os es-
gente não sai para fora da sala de aula e agora também não saímos mais para o recreio tudantes percebam que essa é, sim, uma
[...]. boa forma de fazer solicitações, mesmo
Eu tenho 12 anos e estudo na 7a Série B. Quero falar também que, quando eu e minha não sendo a única. Há outras maneiras,
irmã vamos sair com a cadeira de rodas, não dá para sair porque tem ruas que são muito como escrita de abaixo-assinado e uso
esburacadas [...]. de canais como ouvidoria, se houver na
E tem uns bueiros perto de casa que, quando chove, enchem de água. Ela chega a pegar nos prefeitura, por exemplo. Se julgar neces-
sário, apresente exemplos de abaixo-as-
joelhos. E é isso que eu peço, nobre vereador.
sinados, que podem ser encontrados na
Atenciosamente. internet. O objetivo é discutir e checar
os conhecimentos dos estudantes acer-
ASSESSORIA da Câmara Municipal de Sidrolândia. Confira as cartas ca dos gêneros que podem também ser
que os vereadores receberam dos alunos da escola Valério.
11 jun. 2017. Disponível em:livro.page/3V6U821L.
utilizados nas situações de solicitação
Acesso em: 15 fev. 2022. (Adaptado para fins didáticos). e reivindicações sociais. Destaque que,
1. Observe a estrutura da Carta 1 e relacione as colunas a seguir no seu cader-
em uma carta de solicitação, o destina-
Não escreva
no, copiando os trechos. neste livro tário deve ser uma autoridade compe-
I. Cabeçalho A. Sidrolândia, 17 de novembro de
Use seu
caderno
tente para resolver determinado proble-
II. Destinatário 2015. ma e o remetente pode ser uma pessoa
III. Apresentação do remetente B. [...] a construção de uma escola ou um grupo.
no Bairro Jardim Petrópolis
IV. Solicitação
C. À senhora vereadora V. F.
V. Argumento
D. [...] quando chove, não tem como vir
VI. Saudação final
para a escola por causa do barro.
E. Atenciosamente.
F. Eu, G. V. S., tenho 12 anos, es-
tudo na Escola Municipal Valério
Carlos da Costa, faço o 7o ano do
Ensino Fundamental [...]
2. Transcreva as formas de tratamento que os autores das duas cartas usam
para se dirigir aos destinatários.
„ Essas formas de tratamento são formais ou informais? Justifique.
3. Na sua opinião, os estudantes terem escrito suas solicitações diretamente
para os vereadores, que são autoridades, foi uma boa maneira de solicitar
que seus pedidos fossem atendidos? Por quê?

267

REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
ƒ SILVA, Regina M. M. Gênero “Carta de Reclamação”: uma proposta de intervenção a partir
da metodologia das sequências didáticas. Curitiba: Seed-PR, 2016. (Cadernos PDE, v. 2).
Disponível em: livro.page/55V6U8261LP. Acesso em: 2 maio 2022.
Estudo sobre o gênero carta de reclamação, apresentando também uma proposta de
sequência didática para os Anos Finais do Ensino Fundamental.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 267


4. Releia a Carta 2.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
a) Quais solicitações o estudante faz na carta?
ORIENTAÇÕES
b) Transcreva os trechos em que o remetente usa argumentos para convencer
4. a) O estudante pede ao vereador que o vereador das necessidades de seus pedidos.
termine de arrumar as quadras da esco- 5. Releia o trecho da Carta 2 a seguir.
la e que resolva os problemas de bura-
cos nas ruas e bueiros que enchem de [...] quando eu e minha irmã vamos sair com a cadeira de rodas, não dá para
água quando chove. sair porque tem ruas que são muito esburacadas [...]

4. b) Para arrumar as quadras da escola:


a) Se o termo destacado fosse retirado, isso prejudicaria o sentido da oração?
“por isso, aqui na escola, todos não têm Discuta com os colegas.
mais Educação Física. É que a gente não b) Registre as conclusões da discussão em um parágrafo e compartilhe com os
sai para fora da sala de aula e agora colegas.
também não saímos mais nem para o 6. Imagine que os vereadores responderam às cartas dos estudantes.
recreio [...]”. Para arrumar os buracos
nas ruas: “quando eu e minha irmã va- „ Em duplas, escolham a Carta 1 ou a Carta 2 e elaborem uma breve respos-
ta para ela, como se vocês fossem um dos vereadores. Sigam as instruções.
mos sair com a cadeira de rodas, não
a) Escolham uma forma adequada e formal de se referir ao estudante;
dá para sair porque tem ruas que são
b) Reflitam se os argumentos do estudante podem ser rejeitados;
muito esburacadas”. Para arrumar os
c) Expliquem os motivos para aceitar ou não a argumentação apresentada;
bueiros: “tem uns bueiros perto de casa
d) Verifiquem se todas as partes que compõem uma carta de solicitação es-
que, quando chove, enchem de água. tão presentes;
Ela chega a pegar nos joelhos”. e) Escrevam a resposta e compartilhem oralmente com a turma.
5. a) Espera-se que os estudantes perce-
bam que o sentido global permaneceria,
porém seria comprometido. O uso do Deixar fluir
termo “porque” contribui para a coesão
e coerência, estabelecendo relações Prepare-se Da legalidade aos quadrinhos
entre as ideias expostas. Nesse caso, Você conhece alguma norma da Constituição Brasileira de 1988?
Você vai precisar de folhas Vamos ler um trecho de um de seus artigos.
cria uma relação de causalidade: não dá para desenhar, canetas ou Título II
para sair com cadeira de rodas porque lápis coloridos. Dos direitos e garantias fundamentais
as ruas são muito esburacadas. Capítulo I
5. b) Verifique se é preciso promover uma Dos direitos e deveres individuais e coletivos
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ga-
reflexão para a realização da elaboração
rantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
proposta. Se necessário, retome as for- direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos se-
mas de estudo discutidas na Seção 1. guintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
6. Nesta atividade, os estudantes devem
Constituição;
analisar as argumentações das cartas II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
originais, verificando sua pertinência virtude de lei;
para elaborar uma resposta. Proporcio- III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degra-
ne um tempo para que todas as duplas dante;
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
possam ler suas respostas e, assim, am-
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indeni-
pliar suas reflexões acerca de práticas zação por dano material, moral ou à imagem;
argumentativas.

268

DEIXAR FLUIR: ORIENTAÇÕES


Antes de iniciar as atividades, cheque se os estudantes conhecem o Menino Maluqui-
nho, personagem criado por Ziraldo, que foi protagonista de um livro dos anos 1980,
que resultou em filme, série e tirinhas. Uma de suas características é a maneira criativa e
imaginativa com que age diante das situações adversas.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

268 Língua Portuguesa


VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre DEIXAR FLUIR:
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
culto e a suas liturgias;
[...] 1. Todos os cidadãos e estrangeiros que
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: moram no Brasil têm os mesmos direitos
Presidência da República. Disponível em: livro.page/4V6U823L. perante a lei, tendo o direito à vida, à
Acesso em: 9 fev. 2022.
Veja esta obra produzida por Ziraldo. Observe que, antes da imagem, há a citação
liberdade, de manifestar seu pensamen-
do trecho lido da Constituição Brasileira. to e de praticar sua religião. De acordo
com o artigo 5o “Todos são iguais pe-
rante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à li-

© Ziraldo Alves Pinto/Acervo do cartunista


berdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade [...]”.
2. A palavra “iguais”, que no artigo da
Constituição tem o sentido de “igual-
dade”, expressa na lei, foi ilustrada por
Ziraldo transparecendo outro sentido, o
sentido de “idênticos” (por isso, ele re-
produziu a mesma imagem do Menino
Maluquinho várias vezes).
3. O efeito é de humor, pois o artista joga
com os sentidos da palavra “iguais”
para a criação da imagem, promovendo
assim uma reflexão crítica sobre o que
é igualdade.
4. Distribua folhas sulfite e material para
desenhar. Instigue as duplas a discutir
e a refletir sobre a realidade da cidade
Cartilha do Menino Maluquinho produzida por Ziraldo e Unesco Brasil.
em que a escola está inserida. Pergunte
SECRETARIA Especial dos Direitos Humanos; Ministério da Educação; Unesco Brasil; Ziraldo;
se acham que todas as pessoas têm as
Estúdio Megatério. Os Direitos Humanos. 2008. Disponível em: livro.page/5V6U823L.
Acesso em: 17 fev. 2022. mesmas condições de vida e os mesmos
direitos garantidos. Deixe-os expressar
1. Qual a ideia principal do artigo da Constituição? Explique e justifique
em seus desenhos o que compreendem
sua compreensão mencionando um trecho do texto.
por diferenças sociais. Depois, exponha
2. Qual é a relação entre o trecho do artigo da Constituição e a imagem? as produções e peça que observem
3. Qual é o efeito de sentido que essa obra busca provocar? Explique.
como cada dupla manifestou a questão
de diferenças sociais.
4. Em dupla, recriem essa obra de Ziraldo que dialoga com o artigo 5o da
Constituição Brasileira, mas com base na realidade observada onde vo-
cês vivem. Publiquem em um mural da escola.

269

HABILIDADE DA BNCC
A habilidade EF67LP27 de analisar e comparar textos e diferentes manifestações
artísticas, identificando referências, é explorada no boxe Deixar fluir, que apresenta um
trecho da Constituição de 1988 e uma obra visual de Ziraldo. Estimule a reflexão para
enriquecer o momento da aprendizagem.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 269


Comparação entre textos
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
1. O regimento escolar, lido anteriormente, cita outra norma.
Não escreva
Explore os textos ampliando o repertó- neste livro a) Leia o texto e destaque outra norma mencionada.
rio acerca desses documentos, bem como Use seu b) Ao citar outro texto normativo, o autor tinha uma intenção. Crie hipóteses
caderno
as imagens disponíveis, estimulando a re- sobre quais sentidos se buscava dar às regras contidas no regimento e ar-
flexão, pois ambos apresentam a oportu- gumente, justificando suas ideias.
nidade de ilustrar as realidades discutidas c) Usar citação de documentos legais em regimentos e em cartas de solicita-
ção é uma estratégia de escrita que provoca os mesmos efeitos de sentido
nos textos.
no texto? Justifique.
2. Relembre as solicitações a seguir, que foram feitas ao vereador na Carta 2.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES I. Arrumar a quadra da escola

Ranieri Eduardo de Souza/Shutterstock


1. a) O regimento comum das ETECs. II. Arrumar as ruas
III. Arrumar os bueiros
1. b) Espera-se que os estudantes indi-
„ Essas solicitações poderiam ter
quem que, ao citar um regimento mais como argumentos trechos de
amplo, que atinge todas as Escolas Téc- textos legais e normativos bra-
nicas do Centro Paula Souza, o autor sileiros, como os indicados a
não dá margem para negociar as nor- seguir. Relacione cada texto
normativo a uma dessas solici-
mas expressas. A regra mencionada
tações da carta.
serve como argumento para fortalecer
as proibições dentro do espaço escolar.
1. c) Podemos considerar uma estratégia
similar, na medida em que as citações Equipamentos
de leis, independentemente do gênero de pavimentação Texto 1
asfáltica em
textual, servem como argumentos de operação.
uma ideia. Trecho do artigo 217 da Constituição Federal
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais,
2. Texto 1-I, Texto 2-I, Texto 3-III, Texto 4-II. como direito de cada um, observados:
Desportivo: I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua
esportivo. organização e funcionamento;
Desporto:
esporte. II – a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto edu-
cacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
[...]

Master1305/Shutterstock
BRASIL. Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência
da República. Disponível em: livro.
page/6V6U824L. Acesso em: 9 fev. 2022.

Adolescentes em prática de
esportes: boxe, futebol, arte marcial.

270

INFERÊNCIA
Na atividade 1b, ao pedir para os estudantes criarem hipóteses interpretativas sobre
a intencionalidade de um texto, ou seja, encontrar sentidos não expressos literalmente,
trabalha-se a inferência.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

270 Língua Portuguesa


Texto 2
 ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
Artigo 27 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Proponha o estudo do regimento da
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguin-
sua escola. Muitas vezes os estudantes
tes diretrizes:
têm pouco acesso a esse documento; por
I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos
cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; isso, é interessante que tenham a oportu-
II – consideração das condições de escolaridade dos estudantes em cada estabe- nidade de manuseá-lo e lê-lo. Selecione
lecimento; trechos que correspondam às questões já
III – orientação para o trabalho; discutidas na Unidade, faça sua leitura e
IV – promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não formais. promova uma discussão coletiva. Depois,
organize os estudantes em pequenos gru-
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Disponível em: livro.page/7V6U825L. Acesso em: 5 fev. 2022. pos para que elaborem placas informati-
vas, a serem fixadas pela escola, contendo
regras fundamentais para o convívio e
Master1305/Shutterstock

que sejam parte do regimento. Lembre os


estudantes de que as placas devem ser
objetivas e ter textos curtos. Explore o uso
de cores e imagens que facilitem a trans-
missão das informações.

Adolescentes
em prática
de esportes:
kickboxing, tênis e
basquete.

Texto 3

Fernando Favoretto/Criar Imagem


Artigo 1o da Lei n. 10.098, de 19 de
dezembro de 2000
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais e cri-
térios básicos para a promoção da acessibilidade
das pessoas portadoras de deficiência ou com mo-
bilidade reduzida, mediante a supressão de barrei-
ras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no
mobiliário urbano, na construção e reforma de edi-
fícios e nos meios de transporte e de comunicação.

BRASIL. Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000.


Disponível em: livro.page/8V6U825L.
Acesso em: 5 fev. 2022.

Em espaços públicos é importante


que haja rebaixamento de guias e
rampas para garantir a acessibilidade.

271

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 271


Texto 4
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES Trecho do artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos
3. Espera-se que os estudantes percebam Humanos
que haveria um aprofundamento na ar- Artigo 25o
gumentação, valorizando a gravidade da 1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à
situação ao expor direitos que não estão sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário,
sendo exercidos. ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e
tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice
4. Espera-se que os estudantes percebam ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes
que a formalidade dá seriedade ao tex- da sua vontade.
to, o que é importante, por exemplo, na ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos.
comunicação entre pessoas ao se impor Disponível em: livro.page/9V6U826L. Acesso em: 5 fev. 2022.
regras e normas.

Rocketclips, Inc./Shutterstock
5. Não. O trecho “...não precisarão entrar
na fila” expressa uma possibilidade de
escolha de conduta dentro do regimen-
to. É esperado que o estudante perceba
que a escolha do tempo e do modo ver-
bal altera o sentido das normas.
6. Espera-se que os estudantes percebam
que não se alterou a mensagem do tex-
to, mas o tom entre os interlocutores.
Questione: qual parece mais educado? Saúde e bem-estar
é um direito de
Em que situação a forma mais direta todos.
do imperativo se faz necessária? Mos-
3. Na sua opinião, se a Carta 2 trouxesse trechos de textos normativos e legais,
tre que, em alguns casos, o imperativo
isso faria diferença na argumentação? Justifique.
é um modo direto de impor as regras,
como em placas. A forma utilizada no 4. Os textos que você leu nesta Unidade são escritos em linguagem formal.
regimento, apesar de também expres- „ Por que textos normativos e cartas de solicitação são formais? Em trios, dis-
sar regras, dá um tom mais explicativo, cutam e registrem suas conclusões.
diferente do imperativo, que dá um tom 5. Releia o trecho a seguir e responda à questão.
mais prescritivo. 3.2.1. Quem não precisa entrar na fila
Apenas alunas gestantes e alunos com dificuldades de locomoção não precisarão
entrar na fila para se servir do almoço oferecido.
„ Podemos afirmar que os textos normativos, entre eles os regimentos, utili-
zam apenas verbos que apontam proibições? Justifique sua resposta, expli-
cando o sentido dos verbos presentes nesse item do regimento.
6. Leia o trecho do item 3.3.1 do Regimento e uma possível reescrita dele.
Cada um deverá esquentar sua própria marmita, não sendo permitido ao
aluno aquecer as marmitas dos colegas.
Esquente sua própria marmita e não aqueça a de seus colegas.
„ As alterações modificaram o sentido do texto? Explique.

272

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

272 Língua Portuguesa


Nosso mundo NOSSO MUNDO:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
Saúde e alimentação na escola
Pergunte aos estudantes se eles consi-
deram que os comportamentos saudáveis
Monkey Business Images/Shutterstock

praticados na escola se estendem para a


vida deles fora do ambiente escolar – isso
pode ser uma forma de avaliar o quanto
as situações de aprendizagem na escola
possuem influência na vida deles. Se as
respostas que surgirem revelarem que os
comportamentos não se estendem, reflita
Estudantes
sobre meios de reforçar o diálogo entre o
consumindo que se vive na escola e a realidade social
comida
saudável no dos estudantes. Contudo, se as respostas
refeitório da revelarem que os comportamentos sau-
escola.
dáveis se estendem, amplie a discussão e
Leia um trecho de uma notícia de rádio. pergunte se os aprendizados acerca desse
Venda de alimentos ultraprocessados nas escolas poderá
assunto também atingem as práticas das
ser proibida pessoas com as quais eles convivem no
dia a dia.
O senador Jaques Wagner (PT-BA) apresentou projeto de lei (PL 4.501/2020)
dispondo sobre a proibição da venda de alimentos ultraprocessados nas canti- Se necessário, acrescente informações
nas das escolas. A proposta do senador é para que sejam disponibilizados apenas que fortaleçam a discussão e os argumen-
lanches livres de fritura e gordura hidrogenada, priorizando produtos orgânicos, tos dos estudantes com dados e textos
frutas, verduras e legumes. Jaques Wagner disse que a escola deve orientar as
crianças para a vida, e isso inclui uma alimentação saudável.
sobre alimentação saudável e alimentos
ultraprocessados. A produção escrita que
TORRES, Lívia. Venda de alimentos ultraprocessados nas
escolas poderá ser proibida. Rádio Senado, 17 set. 2020.
finalizará o trabalho nesta seção exigirá
Disponível em: livro.page/10V6U827L. conhecimentos que a fundamentem.
Acesso em: 10 fev. 2022.
a) Reforce com os estudantes a importância
Após ler o texto, em grupos de até quatro estudantes, discutam sobre a de ouvir de maneira respeitosa a opinião
seguinte pergunta:
dos colegas e oriente-os a elaborar con-
Comportamentos saudáveis praticados na escola podem se estender tra-argumentos, caso não concordem em
para a nossa casa? algum ponto, para que a discussão seja
a) Durante a discussão, lembre-se de: ampliada. Circule pelos grupos e faça
„ introduzir opiniões dizendo “eu acho”, “para mim”, “eu acredito”; as mediações necessárias. O objetivo é
„ discordar da opinião de um colega dizendo educadamente “eu não ampliar a capacidade dos estudantes de
concordo”, “eu concordo em parte”, “eu não estou de acordo”; analisar intervenções na rotina escolar e
„ respeitar os colegas e não interrompê-los durante suas falas;
suas possíveis consequências na vida ex-
„ elaborar ao menos três argumentos para defender sua posição;
traescolar, exercitando suas capacidades
„ fundamentar sua opinião com exemplos e dados.
argumentativas.
b) Crie uma síntese escrita do que foi discutido e compartilhe com os colegas.
b) Oriente os estudantes sobre a elaboração
da síntese antes da discussão, para que
possam registrar algumas informações
273 que considerem mais importantes. Lem-
bre-os de que o texto sintetizado des-
taca as ideias principais, conectando-as
coerentemente.
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
ƒ BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: livro.page/56V6U8267LP. Aces-
so em: 27 maio 2022.
Este guia alimentar oficial traz informações e recomendações para a boa alimentação,
como sugerido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), destacando a importância da
boa alimentação para uma vida saudável. Nele, os alimentos são explorados em diversos
aspectos: há a comparação entre a sustentabilidade do sistema alimentar e a saúde,
proposta sobre a escolha dos alimentos, com as nomenclaturas in natura, processados e
ultraprocessados, orientações para a elaboração de refeições, informações sobre prazer
na boa alimentação e discussão e recomendações sobre os fatores dificultadores para
a sua adesão.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 273


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Leia com os estudantes as perguntas


feitas no início desta seção e incentive-
-os a opinar sem ter como objetivo uma
3 Análise e reflexão
sobre linguagens
resposta certa ou errada. Anote as colo-
cações mais interessantes na lousa e ex-
plique que realizarão algumas atividades Na seção anterior, compreendemos como os textos norma-
(de análise linguística) e que, em seguida, tivos e cartas de solicitação ou reclamação podem interferir nas
retomarão a questão para verificar se as relações de uma comunidade. Mas será que regras significam so-
respostas podem ser alteradas. É espera- mente permitir e proibir algo? Qual é a sua opinião?
do, ao final da sequência de atividades,
que os estudantes reconheçam que, na Conceitos da língua
elaboração de um texto, os interlocutores
usam modalizadores para dar sentido e
recursos linguísticos variados para orga- A linguagem e seus sentidos
nizar um texto. 1. Leia o trecho do item 3.1 “Refeitório dos alunos”:

ATIVIDADES: RESPOSTAS E A Escola Técnica recomenda que os alunos consumam es-


ORIENTAÇÕES pecificamente as refeições oferecidas no refeitório a eles desti-
nado, localizado no piso térreo.
1. Espera-se que os estudantes percebam
que, no item I, o consumo das refeições
oferecidas no refeitório é uma obrigato- Veja agora as possibilidades de reescrita do trecho, aplican-
riedade. Já no item II, trata-se de uma do o modo imperativo:
opção, o que se aproxima mais do regi- I. Consuma especificamente as refeições oferecidas no refei-
mento, pois a escola “recomenda” esse tório destinado aos alunos.
consumo.
II. Consuma preferencialmente as refeições oferecidas no re-
2. Espera-se que os estudantes percebam feitório destinado aos alunos.
as seguintes diferenças: I – indica que
Qual das duas reescritas mais se aproxima do sentido do
o consumo de alimentos no refeitório é
Quando estamos em uma texto original? Justifique sua resposta.
uma opção dos alunos, que podem con-
situação comunicativa, te-
sumi-los em outros espaços; II – indica 2. Observe os termos destacados nas normas escolares a seguir.
mos sempre um objetivo em
uma restrição de consumo de alimentos nossas interações: proibir, I. Consuma preferencialmente alimentos e bebidas no refeitório.
nos espaços escolares, sendo permitido convencer, apresentar proba-
somente no refeitório; III – indica uma bilidades e dúvidas, reco- II. Somente consuma alimentos e bebidas no refeitório.
circunstancialidade temporal; IV – indica mendar... Para atingi-los, ou III. Hoje, consuma alimentos e bebidas fora do refeitório.
nos aproximar deles, usamos
uma proibição. IV. Não consuma alimentos e bebidas fora do refeitório.
vários recursos da língua:
modos verbais, a entonação „ Todas essas orações apresentam termos que acompanham
de nossa voz, verbos modais e modificam o verbo. Discuta com seus colegas quais di-
(como "dever" e "poder") e di-
ferenças de sentido essas palavras geram nas normas es-
ferentes classes de palavras.
colares lidas.

274

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 3


EF06LP04, EF06LP05, EF67LP32, EF67LP37, EF69LP20, EF69LP23, EF69LP27
e EF69LP28.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

274 Língua Portuguesa


3. O regimento escolar, lido anteriormente, determina:
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
É proibido colocar alimentos congelados nos micro-ondas do refeitório dos ORIENTAÇÕES
alunos, pois prejudicaria outros usuários do aparelho; 3. a) Não coloque (você) / Não coloca
(tu) alimentos congelados nos micro-
a) Reescreva a norma, utilizando o imperativo negativo.
-ondas do refeitório dos alunos, pois
b) Identifique o termo que dá o sentido de negação e explique sua importância
prejudicaria outros usuários do aparelho.
para a construção do sentido da norma.
4. Observe estas placas, cuja finalidade é expressar normas de uso de celular.
3. b) O termo é a palavra “não”. Se a ti-
rarmos do trecho reescrito, seu sentido
Placa 1 Placa 2 muda totalmente.
4. a) Nas duas placas, há a imagem de um
Arte sobre foto de Vilnis Karklins/Shutterstock

NÃO USE celular e o símbolo vermelho de proibi-


Arte sobre foto de Dmitry Kovalchuk/ ATENÇÃO do sobre ele. Além disso, na segunda
placa, há o fundo amarelo, que chama a
É PROIBIDO O atenção do observador.
Placa bastante USO DE CELULAR Placa ƒ Sim, os recursos não verbais são
Shutterstock

encontrada
NO POSTO DE encontrada suficientes para transmitir a men-
em postos de em indústrias
combustível e TRABALHO e outros sagem.
CELULAR consultórios
médicos.
ambientes de
trabalho. 4. b) Na placa 1, “Não use celular”; na
placa 2, “Atenção – é proibido o uso de
a) Descreva os recursos não verbais utilizados para a transmissão da mensa-
celular no posto de trabalho”.
gem nas duas placas.
„ Esses recursos não verbais são suficientes para transmitir a mensagem? 4. c) Espera-se que os estudantes percebam
b) Registre os recursos verbais utilizados nas placas. que o uso do imperativo na placa 1
c) Em qual das placas os recursos verbais expressam ordem de maneira mais estabelece uma relação direta entre os
direta entre os interlocutores? interlocutores. Já o uso do particípio na
5. Releia o trecho do Regimento Escolar (tópico 3.2.1): placa 2 provoca impessoalização à re-
Não escreva
neste livro gra, ou seja, há a omissão dos agentes
Apenas alunas gestantes e alunos com dificuldades de locomoção não pre- Use seu
caderno
do discurso. Oriente os estudantes a dis-
cisarão entrar na fila para se servir do almoço oferecido. cutir a questão coletivamente e, depois,
AS photostudio/Shutterstock
elaborar individualmente a justificativa
a) Escolha no quadro a conduta esperada que sugere o termo no caderno. Provavelmente, não utiliza-
em destaque no trecho.
rão o conceito de impessoalização na
elaboração de suas respostas; contudo,
Conduta esperada acolha suas respostas sem considerar
proibitiva possibilidade a utilização do conceito, propriamente,
permissibilidade restritiva apenas verificando se compreenderam
a diferença de uso das formas verbais.
b) Faça uma leitura em voz alta desse trecho e busque dar o 5. a) Restritiva. Foque no significado das pa-
tom da conduta esperada. lavras. A exceção à regra geral da necessi-
c) Se o trecho fosse: "Alunas gestantes e alunos com dificul- dade de se entrar na fila para se servir do
dades de locomoção poderão passar na frente", qual é a
almoço só inclui gestantes e estudantes
conduta que se espera com o termo em destaque? Estudante em cadeira de rodas.
com dificuldades de locomoção.
275
5. b) O objetivo é que os estudantes per-
cebam que, ao enfatizar, seja falando
mais pausadamente ou em um tom
diferente os modalizadores de textos
normativos, facilita-se a compreensão
dos sentidos e das intencionalidades
pretendidas pelo texto.
5. c) A conduta esperada é possibilidade,
por conta do verbo “poderão”, demons-
trando que se trata de uma escolha.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 275


DIÁLOGOS COM HISTÓRIA: ORIENTAÇÕES Diálogos com História
Faça cópias, se possível, de trechos Projeto político-pedagógico É político por considerar a escola como um
do projeto político-pedagógico da esco- Você sabe o que é um projeto político-peda- espaço de formação de cidadãos conscientes,
la. Você pode ler os trechos dele para os gógico? Conhece o projeto político-pedagógico de responsáveis e críticos, que atuarão individual e
estudantes. Nesse caso, é interessante, a onde você estuda? Sabe o que ele fala sobre o uso coletivamente na sociedade, modificando os ru-
cada informação importante, fazer uma da quadra pela comunidade? O professor vai apre- mos que ela vai seguir.
sentar um trecho do projeto político-pedagógico da É pedagógico porque define e organiza as
pausa para que os estudantes tomem escola. Acompanhe.
nota. O objetivo é praticar o método de atividades e os projetos educativos necessários
Toda escola tem objetivos que deseja alcan- ao processo de ensino e aprendizagem.
estudo apresentado no início da Unidade. çar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O con-
ƒ Forme grupos de até 5 integrantes. junto dessas aspirações, bem como os meios LOPES, Noêmia. O que é projeto político-pedagógico
(PPP). Nova escola, 1o dez. 2010. Disponível em: livro.
Faça uma revisão na lousa do uso dos para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao
page/11V6U830L. Acesso em: 16 fev. 2022.
verbos e de advérbios como modaliza- chamado projeto político-pedagógico – o famoso
PPP. Se você prestar atenção, as próprias pala-
dores das intencionalidades (possibili- vras que compõem o nome do documento dizem „ Após conhecer as diretrizes dessa escola, ela-
dade, proibição, permissão). Para isso, muito sobre ele: bore um trecho de um regimento escolar que
proponha as seguintes questões: 1. O É projeto porque reúne propostas de ação con- apresente as normas de uso da quadra espor-
que é modo verbal? Indica a atitude do creta a executar durante determinado período. tiva por estudantes e pela comunidade escolar.
enunciador diante do fato enunciado. 2.
Quais são os modos verbais da língua O sentido das palavras
portuguesa? Imperativo, indicativo e
subjuntivo. 3. O que cada um indica? 1. Leia a tirinha.

Imperativo: ordem, conselho, pedido;


© Armandinho, de Alexandre

subjuntivo: desejo ou possibilidade;


Beck/Acervo do cartunista

indicativo: aponta para a realidade. Re-


force a organização dos tópicos e os
ARMANDINHO. 1o maio
destaques em negrito que ajudam na 2017. Disponível em:
visualização textual. Ao final, reflita com livro.page/12V6U830L.
Acesso em: 6 fev. 2022.
os estudantes sobre o papel da escola
a) Converse com os colegas sobre o que gera humor nessa tirinha.
como espaço de cultura e lazer para Não escreva
neste livro b) O termo público pertence à mesma classe de palavras nos dois quadrinhos
toda a comunidade. Use seu da tirinha?
caderno
2. Leia os textos a seguir.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Texto 1

Antes da leitura da tirinha, discuta com Estampa feia e camisetas tamanhos muito pequenos
ck São Paulo – SP
sto
os estudantes a noção de público e pri- Sh
utt
er

oto
/ 12/02/2021 às 13:26
vado. Explique que, na esfera pública, os sripf
Comprei uma camiseta preta com a minha estampa vetorizada em alta qua-
interesses do público em geral são geridos lidade, gastei cerca de R$ 55 reais e quando recebi, odiei... Estampa apagada,
pelo Estado, que regula as relações entre de má qualidade e está na cara que vai ficar horrível com 2 lavagens, ela já vem
ele e a população. Já na esfera privada, parecendo que está usada. A camiseta pedi tamanho M, ela parece um 16 infantil...
são os interesses individuais que prevale- horrível... se eu lavar, vira tamanho 12... Enfim, gastos 55 reais à toa.
Camiseta geralmente
cem. Problematize que o papel do cidadão usada por Estampa feia e camisetas tamanhos muito pequenos. Reclame aqui, 12 fev. 2021.
diante dessas duas esferas se distingue estamparias. Disponível em: livro.page/14V6U831L. Acesso em: 9 fev. 2022.

um pouco: na primeira, os cidadãos po-


dem questionar e exigir mudanças, e na 276
segunda, há mais uma fiscalização de que
as leis estão sendo cumpridas.
ATIVIDADES: RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
1. a) O pai de Armandinho usa, no primeiro quadrinho, o adjetivo “público” com o sentido
de “destinado à coletividade” e o adjetivo “privadas” referindo-se a empresas que não
pertencem ao Estado. Já no segundo quadrinho, faz outra afirmação em que usa essas
palavras de forma diferente: “público” como substantivo, com o sentido de conjunto de
pessoas a quem algo de destina, e privado, novamente como adjetivo, mas com o sentido
de estar desprovido de algo. Deixe os estudantes comentarem livremente, sem a preocu-
pação de interpretar corretamente os trocadilhos feitos com os recursos linguísticos. O
objetivo é mapear a compreensão global da tirinha.
1. b) O termo “público” não pertence à mesma classe de palavras nos dois quadrinhos. No
primeiro, trata-se de um adjetivo que se liga ao substantivo “transporte”; já no segundo,
“público” é um substantivo, precedido por um artigo (“o”).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

276 Língua Portuguesa


Texto 2
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
ORIENTAÇÕES

© Instituto Mauricio de Sousa


2. a) Eles devem brigar muito.
2. b) Elas devem brigar feio.
2. c) Estampas feias.
2. d) Em “Eles devem brigar feio”, alterou o
verbo e em “Estampa feia”, o substantivo.

SOUSA, Mauricio. Ministério da Educação. Programa Um por todos e todos por um! Pela ética e
cidadania. Disponível em: livro.page/13V6U830L.
IDEIAS & CONCEITOS:
Acesso em: 17 fev. 2022. RESPOSTA E ORIENTAÇÕES
a) Explique o sentido da oração “Eles devem brigar feio”. Não escreva
neste livro Se possível, elabore o aprofundamen-
b) Passe a oração “Eles devem brigar feio” para o feminino.
Use seu to do conteúdo sobre a classe gramatical
c) Passe a expressão “Estampa feia” para o plural. caderno
dos artigos, discutindo suas funções gra-
d) Analise o plural e o feminino nos itens anteriores e responda: A palavra feio
maticais, classificações (artigos definidos e
altera o sentido de quais classes gramaticais nos textos lidos?
indefinidos) e flexões.
ƒ Trata-se de um verbo, pois indica uma
ação.

Para saber a que classe gramatical uma palavra pertence, é necessário avaliar a relação que ela estabe- HABILIDADES DA BNCC
lece com outras palavras e compreender seu sentido dentro do contexto. Apropriar-se da norma-padrão da lín-
O artigo, por exemplo, é um termo acessório que sempre precede um substantivo. Se, ao ler um texto, gua introduz os sujeitos no mundo le-
houver dúvida sobre a classe gramatical de uma palavra, observe a palavra que a antecede. Se o ante- trado e fortalece a formação cidadã. Nas
cedente for um artigo, então ela é um substantivo.
atividades, promova a aprendizagem das
Por exemplo, a palavra “olhar” pode ser tanto um verbo quanto um substantivo. Agora, leia o ditado po- convenções da ortografia da língua e es-
pular a seguir:
timule o desenvolvimento dos objetos de
O olhar do dono engorda o boi. conhecimento relacionados a Léxico/mor-
Nessa oração, o sentido de olhar é “o cuidado ou a maneira como se olha”. Quanto à classe gramatical, fologia, como proposto nas habilidades
observe que o artigo nos ajuda a descobrir que olhar é um substantivo: EF06LP04 e EF67LP32 da BNCC.
O olhar

artigo substantivo

termo acessório que sempre precede um nome

Agora, observe o uso da palavra olhar a seguir:

Costumo olhar para os dois lados da razão antes de atravessar a via de emoção.
HERMES, Ivenio. Disponível em: livro.page/18V6U8271L. Acesso em: 16 fev. 2022.
„ A palavra olhar pertence a qual classe de palavras? Explique.
Os textos mostram como não existe uma regra única para classificar as palavras e que devemos sempre
analisar os termos que as antecedem ou sucedem, ou seja, verificar o uso da palavra em seu contexto.

277

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
ƒ LOPES, Noêmia. O que é projeto político-pedagógico (PPP). Nova Escola, 1o dez.
2010. Disponível em: livro.page/57V6U8271LP. Acesso em: 16 fev. 2022.
O texto busca definir o que é o projeto político-pedagógico e mostrar como se dá
sua elaboração, enfatizando a importância de seu compartilhamento para uma gestão
democrática e informando quais erros mais comuns ocorrem em seu processo de escrita.
ƒ VIEIRA, Lúcia M. O. Os modais “dever” e “poder” e o uso de verbos na forma im-
perativa na construção da argumentação da campanha “amigos da escola”. Letras
& Letras, Uberlândia, v. 18, n. 2, p. 111-113, jul./dez. 2002. Disponível em: livro.
page/58V6U8271LP. Acesso em: 11 jul. 2022.
O texto analisa a campanha “amigos da escola” e os efeitos de modalização dos
verbos “dever” e “poder”. Para isso, foi feito um estudo bibliográfico sobre modalização,
tabulação dos usos dos verbos “poder” e “dever” na campanha citada e uma interpre-
tação de seu valor semântico, destacando uma maior presença do verbo “poder”, pelo
seu valor menos impositivo. A partir dessa hipótese, a autora nos mostra as estratégias
de argumentação utilizadas pelo enunciador para convencimento em textos publicitários.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 277


3. Vamos analisar a palavra má nos seguintes trechos:
ATIVIDADES: RESPOSTAS E
I. “Estampa apagada, de má qualidade”.
ORIENTAÇÕES
II. Estampa mal desenhada, de má qualidade.
3. a) Má – adjetivo – modifica o substanti- a) Classifique a classe de palavras de mal e de má. Justifique.
vo “qualidade”. Mal – advérbio – modi- b) Reescreva o trecho II, substituindo a palavra qualidade por gosto.
fica o adjetivo “desenhada”. c) Leia a tira, observe os usos de mau, mal, bem e bom e quais palavras eles
3. b) Estampa mal desenhada, de mau estão modificando.
gosto. Problematize se o masculino é

Rato de Sebo, de Custódio


mal ou mau. Verifique se eles sabem a
diferença entre as palavras. ROSA, Custódio.
Usos corretos
3. c) Estão corretas as alternativas I, II e de bem, mal,
IV. Não há feminino para a palavra “mal”, bom, mau – 1.
Disponível
mas sim para a palavra “mau”, adjetivo. em: livro.
page/15V6U832L.
Acesso em:
PRONOMES DE TRATAMENTO: 17 fev. 2022.

RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES „ Com base na sua leitura e nas reflexões propostas nos itens anteriores, co-
1. Não está adequada, pois os persona- pie em seu caderno as alternativas corretas quanto às regras ortográficas
gens têm uma relação íntima, e Arman- das palavras mau e mal.
dinho fala com seu pai como se estives- I. Mau exerce a função de adjetivo, relacionando-se com o substantivo.
se em uma situação formal, conversando II. Mal exerce a função de advérbio, ligando-se ao verbo, adjetivo ou outro ad-
Não escreva
vérbio.
com autoridades. neste livro
Use seu III. O feminino de mal é má.
2. No item I, há uma oração imperativa caderno
IV. Mal é uma palavra invariável.
cujo interlocutor é “Vossa Majestade”.
Já na segunda, possivelmente, a ordem Pronomes de tratamento
é destinada a outra pessoa para que ela
Leia a tirinha.
imagine Vossa Majestade, isso é, o rei.

© Armandinho, de Alexandre Beck/


Chame a atenção dos estudantes para
o fato de que a pontuação modifica o
sentido das orações e reforce que sem-

Acervo do cartunista
pre que vamos nos dirigir a alguém em
um texto escrito usamos vírgula após o
nome, inclusive em cartas. Retome as
cartas lidas na Seção 2 e peça aos es-
ARMANDINHO. 19 jun. 2016. Disponível em: livro.page/16V6U832L.
tudantes que criem hipóteses do porquê Acesso em: 7 fev. 2022.
de naquelas cartas não haver a presença 1. A formalidade com a qual Armandinho se dirige a seu pai está
de vírgulas. Destaque que a preposição adequada ao contexto da conversa? Justifique sua resposta.
a que antecede o destinatário significa Organize-se 2. Leia as orações a seguir, observando o uso da vírgula.
“para”, indicando que se trata de uma
Lembre-se de levar uma gra- I. Imagine, Vossa Majestade.
informação da carta e não de um “diá-
mática ou uma pesquisa prévia II. Imagine Vossa Majestade.
logo” direto com os interlocutores, como impressa sobre pronomes de
ocorre na tirinha ou na frase “Imagine, „ Qual é a diferença de sentido entre as orações?
tratamento.
Vossa Majestade”. 3. Explique como o humor da tirinha é construído.

3. Pelo jogo sonoro entre o adjetivo usado


para qualificar a aula e o pronome de 278
tratamento utilizado pelo personagem
para se referir ao pai.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

278 Língua Portuguesa


PRONOMES DE TRATAMENTO:
Na tirinha de Armandinho, observe as formas que ele usa para se referir ao pai em cada RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
quadrinho: “Vossa Excelência”, “Vossa Magnificência”, “Vossa Majestade”. Você já ouviu 4. Caso não haja gramáticas suficientes
essas expressões em alguma situação? São pronomes de tratamento utilizados para se
dirigir a autoridades, tanto em situações de comunicação oral quanto escrita.
para a pesquisa ser feita em sala, so-
licite aos estudantes que busquem em
Em cartas, geralmente usamos os pronomes de tratamento seguidos de vírgula para
sites de confiança.
nos referirmos ao destinatário. Em situações informais, costumamos inicialmente citar
o nome ou o apelido do interlocutor e, no decorrer do texto, usar você. Em situações
formais, quando estamos nos dirigindo a autoridades, usamos pronomes de tratamen-
to específicos, a depender de quem é essa autoridade.

4. Faça uma pesquisa sobre os pronomes de tratamento mais usados e registre o


resultado em seu caderno. Consulte gramáticas na biblioteca da sua escola.

Ortografia: S, Z e X
Você já teve dúvidas ao escrever uma palavra se o correto seria com s ou com
z? É bastante comum essas consoantes gerarem dúvidas. Isso acontece porque a
ortografia leva em consideração não apenas o som, mas a história da palavra para
estabelecer as regras ortográficas.
Leia as palavras a seguir e preste atenção em seus sons:

casa asa azar azedo

Podemos perceber que as letras s e z, nessas palavras, têm o mesmo som, não
é mesmo? Isso acontece porque a regra indica que quando a consoante s está en-
tre duas vogais, seu som passa a ser igual ao da consoante z. Essa regra foi criada
com base no som, mas há regras que consideram a origem da palavra para indicar
o modo de escrevê-la. A dúvida ainda fica: Quando usamos uma letra ou outra?
Vamos ver a seguir alguns usos e as regras que os regem.

Emprego de S
1. Diminutivos de palavras grafadas com s. Exemplos: mesa – mesinha, asa
– asinha.
2. Adjetivos com a terminação -ense e -oso(a). Exemplos: cearense, cana-
dense, gostoso, amoroso.
3. Adjetivos com a terminação -ês ou -esa. Exemplos: chinês, chinesa, fin-
landês, finlandesa.
4. Substantivos que se referem à nobreza. Exemplos: baronesa, princesa,
duquesa.
5. Substantivos que são originários de verbos terminados em -ender. Exemplos:
compreender – compreensão, suspender – suspensão, prender – presa.
6. Substantivos com a terminação -ese, -isa, -ose. Exemplos: virose, fibrose,
catequese.
7. Formas dos verbos pôr e querer. Exemplos: pus, puser, quis, quiser, quisesse.

279

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 279


ATIVIDADE: RESPOSTAS E
Emprego de Z
ORIENTAÇÕES
a) Leia enfatizando o som e peça que re- 1. Palavras terminadas com -zal, -zito, -zinho. Exemplo: filezinho, manguezal.
2. Palavras derivadas de outras que são grafadas com z. Exemplo: juiz – jui-
pitam. Chame a atenção para o fato de zado, ajuizado.
que alguns falantes da língua portuguesa 3. Terminações -eza e -ez de substantivos que se originam de adjetivos.
costumam pronunciar um “i” na palavra Exemplos: mudo – mudez, rico – riqueza.
arroz. Verifique se é dessa maneira que a
turma fala e comente sobre as variações
na pronúncia. Passa, som /s/. Lembre os
estudantes que os dois “s” sempre têm Você deve se atentar para as palavras homófonas, ou seja, aquelas de
mesmo som. Algumas palavras têm o sentido modificado se forem grafadas
este som. Maionese, som /z/. com s ou z. Exemplos: traz (trazer) e trás (atrás); cozer (cozinhar) e coser
b) Permita que os estudantes comentem (costurar).
suas interpretações e as justifiquem.
Possibilidade: haveria alteração no sen-
tido do texto, pois a palavra “pior” pode- Emprego de x com som de z e s
ria estar sendo empregada com ironia, Já reparou que a letra x tem vários sons? Exemplo: táxi, xícara, xarope, mexer,
trazendo a ideia de comer muito. exceção, exame. O x ora tem som de s, ora de z, ora de ch. Vamos ler algumas re-
gras que ajudam a escrever palavras com esses sons adequadamente.

Com som de Z Com som de S


Ocorre no início de palavras com exo- ou ex-, seguido de Ocorre no final de sílaba.
vogal. Exemplos: exótico, exagero, exato, exausto, exibir. Exemplos: contexto, fênix, pretextar, sexto, textual.

„ Leia o meme a seguir.

Reprodução/pt.memedroid.com

Disponível em:
livro.page/19V6U8274L.
Acesso em: 28 abr. 2022.

a) Leia as palavras passa, arroz e maionese, atentando para o som das con-
soantes z e s.
b) Imagine que a foto do cachorro fosse a de um animal aparentando estar sorrin-
do e animado com a mão na barriga. O sentido do texto mudaria? Justifique.

280

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

280 Língua Portuguesa


A linguagem na prática ATIVIDADES: RESPOSTAS E
1. Observe o cartaz a seguir.
ORIENTAÇÕES
1. a) Maus-tratos a animais.
Reprodução/Senado Federal

1. b) Que os leitores denunciem maus-tra-


tos a animais.
1. c) Verbais: a elaboração de uma per-
gunta e o uso do imperativo para apro-
ximar os interlocutores. Não verbais:
imagem do cachorro, uso de moldura
para destacar a explicação, tamanho e
cores diferentes de letra (por exemplo,
em “Denuncie!”, com letras amarelas e
maiores).
1. d) Chamar a atenção do leitor para
a ação de denunciar, caso presencie
maus-tratos a animais.
SENADO Federal. Proteção
à vida animal. 11 jan. 2019. 1. e) Denuncie: uma ordem; devem ser
Disponível em:
livro.page/17V6U833L.
denunciadas: obrigação.
Acesso em: 6 fev. 2022.
2. a) Retome a questão das variantes
a) Qual é o assunto tratado na campanha? linguísticas, já desenvolvida em outros
b) Qual é a reivindicação do anúncio? momentos do percurso. Proponha uma
c) Quais recursos verbais e não verbais foram utilizados para chamar a atenção do leitor? reflexão sobre as características da pala-
d) Qual é o efeito de sentido que se busca ao usar o verbo denunciar no imperativo, com mais vra em destaque e uma pesquisa sobre
destaque que as demais palavras? a origem do autor que a propõe. Discu-
e) Explique a diferença de sentido entre as formas verbais denuncie e devem ser denunciados. tam as regionalidades.
2. Leia com atenção o título da obra na imagem a seguir. 2. b) Terminações -eza e -ez de substan-
a) Em sua região, a forma boniteza é usada? tivos que se originam de adjetivos.
Reprodução/Editora Paz & Terra

b) Qual regra de ortografia justifica o uso de z em boniteza?

Capa do livro Boniteza: A


palavra boniteza na leitura
de mundo de Paulo Freire,
de Ana Maria Araújo Freire.

281

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 281


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Antes de iniciar a produção, retome


com a turma alguns pontos importantes
sobre as cartas de solicitação, como a es-
4 Produção textual

trutura e a linguagem mais adequada. Re-


tome com os estudantes a estrutura desse
gênero, separando na lousa cada um dos
itens e sua descrição:
Carta de solicitação
Nesta Unidade, você leu exemplos de textos que fazem parte do nosso cotidia-
     I. Cabeçalho: data e local.
no como cidadãos, como regimento e carta de solicitação. No regimento escolar
   II. Destinatário: menção à pessoa a quem lido, há normas que esclarecem ações que são permitidas ou proibidas na escola.
a carta é destinada. Já nas cartas de solicitação, crianças relataram suas realidades e apresentaram ar-
 III. Apresentação do remetente: informa- gumentos para pedir a vereadores melhorias na escola e na cidade.
ções breves sobre quem escreve a carta, Nessas cartas, os estudantes apresentaram motivos e explicações que justifi-
que devem aparecer logo depois de se cavam os pedidos, de forma a convencer os vereadores da importância de suas
referir ao destinatário e antes de fazer a solicitações. Essa estratégia é chamada de argumentação. Podemos argumentar
solicitação. para esclarecer nossas posições, defender nossas ideias, reivindicar nossos direi-
tos, reclamar ou elogiar algo, fazer solicitações, entre outros.
 IV. Solicitação: pedido feito ao destinatário.
Nesta seção, você vai escrever uma carta de solicitação para a direção da sua
   V. Argumento: motivos e explicações que escola, na qual pedirá uma melhoria para o próximo ano.
embasam o pedido; nesse momento,
podem ser citadas leis, por exemplo. Planejamento e produção
VI. Saudação final: despedida formal. Agora, você vai produzir uma carta de solicitação para a direção de sua escola.
Leia as orientações a seguir.
1. Reflita sobre as condições de sua escola: estrutura das
salas de aula, biblioteca, quadras, espaço para lazer nos
intervalos, espaço para brincar, refeitório, banheiros, bi-
blioteca etc.
2. Escolha um desses aspectos que você considera que
precisaria de mudanças para ser o foco de uma soli-
citação para a direção da escola.
3. Selecione as situações vividas relacionadas a esse
aspecto, a fim de que sirvam de exemplo para mos-
trar que são necessárias melhorias.
4. Além de argumentar citando as situações vi-
vidas, você pode também mencionar leis fe-
k
stoc

derais e/ou normas da escola. Para isso, faça


utter

uma pesquisa prévia.


s/Sh
i Pala
acha

Pense no seu dia a dia escolar


Ronn

para criar argumentações.

282

HABILIDADES DA BNCC DESENVOLVIDAS NA SEÇÃO 4


EF67LP19, EF67LP32 e EF69LP22.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

282 Língua Portuguesa


5. Organize a ordem dos argumentos.

6. Escolha o pronome de tratamento mais adequado para se comunicar com a direção.


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
7. Elabore um rascunho da carta, usando linguagem formal e polida.
As produções sugeridas nesta seção se-
rão retomadas no Fechamento da Unidade.
Revisão e avaliação
Para a revisão de seu texto, siga algumas dicas: Organize-se LEITURA COMPLEMENTAR
1. Retome as partes de uma carta de solicitação e cheque se Não se esqueça de levar um Para refletir um pouco mais sobre a
todas estão presentes. dicionário para fazer a revi- importância de trabalhar com o cam-
2. Verifique se, quando se refere diretamente à diretoria, há o são textual.
po de atuação na vida pública, leia o
uso adequado de vírgulas.
seguinte trecho da BNCC, que procura
3. Cheque se a linguagem está formal e polida, observando a escolha de pala-
vras e de verbos adequados para solicitar as mudanças.
esclarecer o valor do desenvolvimento
4. Peça a um colega que leia a carta e circule as palavras que precisam de cor-
de práticas educativas que contemplem
reção ortográfica. o debate, a criticidade e a atuação polí-
5. Pergunte ao colega se os argumentos utilizados o convenceriam a tentar im- tica e social dos estudantes.
plementar as melhorias na escola. Trata-se, neste Campo, de ampliar e
6. Cheque em dicionários como corrigir possíveis problemas ortográficos que qualificar a participação dos jovens
seu colega encontrou.
nas práticas relativas ao debate de
7. Reescreva o texto levando em consideração sua autoavaliação e os aponta-
mentos de seu colega. ideias e à atuação política e social, por
meio do(a):
Publicação • compreensão dos interesses que
Chegou a hora de publicar sua carta, ou melhor, de entregá-la para a direção. Para
movem a esfera política em seus
isso, você e os colegas vão compartilhar suas produções textuais com a turma, por diferentes níveis e instâncias, das
meio de leituras individuais. Depois, escolherão quatro cartas que poderiam ser lidas formas e canais de participação ins-
para a diretoria. Para decidir quais cartas serão selecionadas, pensem em critérios, titucionalizados, incluindo os digitais,
como a viabilidade da realização do que está sendo pedido nas cartas. e das formas de participação não ins-
Combinem previamente com titucionalizadas, incluindo aqui ma-
a direção e com o professor um nifestações artísticas e intervenções
Szasz-Fabian Ilka Erika/Shutterstock
dia em que a direção possa ir até urbanas;
a sala de aula. Leiam as cartas se-
[...]
lecionadas e entreguem todas as
produções para que as solicita- • desenvolvimento de habilidades e
ções sejam avaliadas pela gestão aprendizagem de procedimentos en-
escolar. Se possível, peçam uma volvidos na leitura/escuta e produção
resposta coletiva para as cartas. de textos pertencentes a gêneros re-
lacionados à discussão e implementa-
ção de propostas, à defesa de direitos
e a projetos culturais e de interesse
público de diferentes naturezas.
Entregue a carta de Envolvem o domínio de gêneros le-
solicitação à professora gais e o conhecimento dos canais
ou diretora da escola.
competentes para questionamentos,
reclamação de direitos e denúncias
283
de desrespeitos a legislações e regu-
lamentações e a direitos; de discussão
de propostas e programas de interesse
público no contexto de agremiações,
coletivos, movimentos e outras instân-
cias e fóruns de discussão da escola,
da comunidade e da cidade.
BRASIL. Ministério da Educação. Governo
Federal. Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). Brasília: MEC, 2018. p. 146.
Disponível em: livro.page/32V6U112LP.
Acesso em: 27 jun. 2022.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 283


ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Fechamento da Unidade
Oriente os estudantes a retomar o con-
teúdo da Unidade para realizar as atividades.
Retomar e avançar
RETOMAR E AVANÇAR:
RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
1. Característica: Importância da organi- Nesta Unidade, estudamos possibilidades de comunicação para exercer nossa
zação textual. cidadania. Para retomar alguns pontos, reveja as atividades realizadas, as anota-
ções do seu caderno e verifique se ainda há dúvidas.
Normativo: Facilidade de encontrar
1. Em duplas, discuta os itens e preencha a tabela em seu caderno.
itens.
Carta de solicitação: Facilidade de Gêneros textuais
compreender o contexto da solicitação: Características
quando, onde, qual a solicitação, por Normativos Carta de solicitação
que e por quem foi feita. Importância da organização
textual MODELO MODELO
Característica: Linguagem adotada.
Linguagem adotada MODELO MODELO
Normativo: Formal.
Carta de solicitação: Formal. Intenção geral comunicativa MODELO MODELO

Estratégias de
C a ra c t e r í s t i c a : I n t e n ç ã o ge r a l MODELO MODELO
convencimento usadas
comunicativa.
Normativo: Estabelecer normas de con- Interlocutores MODELO MODELO

vivência por meio de proibição, permis- Conteúdo: privado ou


são, recomendação, entre outras. MODELO MODELO
público?

Carta de solicitação: Solicitar modifi-


2. Sobre o estudo de verbos no modo imperativo, reflita e registre no caderno:
cações em alguma situação. Não escreva
neste livro
a) Em que avancei?
Use seu
Característica: Estratégias de conven- caderno b) Em que ainda tenho dúvidas?
cimento usadas. 3. Com a ajuda de um colega, expliquem os usos dos conteúdos a seguir, vis-
Normativo: Citação de leis e decretos. tos nesta Unidade, dando pelo menos um exemplo para cada:
Carta de solicitação: Variadas: relato a) artigo;
de situações, citação de normas e de- b) verbo;
cretos, entre outras. c) pronomes de tratamento.
4. Retome as regras ortográficas estudadas, reflita e registre no caderno:
Característica: Interlocutores.
a) Quais pontos ainda tenho dificuldades?
Normativo: De uma autoridade para a
b) O que explicou minhas dúvidas anteriores?
população.
5. Em dupla, retome a questão título da Unidade e a responda oralmente ao
Carta de solicitação: Da população seu colega, que deve tomar notas da sua resposta. Depois, troquem de pa-
para uma autoridade. péis. Por fim, chequem se algo importante foi esquecido.

Característica: Conteúdo: privado ou 284


público?
Normativo: Sempre público.
Carta de solicitação: Explique para os 3. a) O artigo é um termo acessório que antecede o substantivo, sendo o para acompanhar
estudantes que, se a carta é endereçada substantivos masculinos, a para acompanhar substantivos femininos. Exemplo: O livro é
a uma autoridade específica, é direito novo. Há outros artigos, além desses, mas esse assunto não foi trabalhado nesta Unidade.
do destinatário manter privacidade, mas, 3. b) O verbo é uma palavra de forma variável que exprime o que se passa representado
se for uma carta aberta endereçada aos no tempo. É usado de acordo com diferentes funções e pode provocar diversos efeitos
vereadores de modo geral, pode ser de sentido na elaboração dos textos.
pública.
3. c) Pronomes de tratamento são usados para se dirigir a autoridades. Exemplo: Espero
2. a) Explique para os estudantes que uma
que Vossa Excelência possa me atender.
autoavaliação no aprendizado é impor-
tante para que possam reconhecer seus 4. a) e b) Verifique as respostas dos estudantes para refletir se as regras ortográficas pre-
avanços e pontos que ainda não estão cisam ser retomadas para reforçar o aprendizado.
claros. 5. Se considerar interessante, peça aos estudantes que compartilhem as notas que
2. b) Peça que compartilhem as dúvidas elaboraram.
oralmente na sala e que aqueles que
souberem as respostas para as dúvidas
compartilhadas auxiliem na explicação.
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284 Língua Portuguesa


Projeto Telejornal: etapa 8 PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 8
É importante que seja feita uma leitura
Produzindo um telejornal coletiva, com a mediação do professor, de
toda a etapa final de produção do telejor-
Chegou o momento de finalizar o projeto do telejornal! nal, para que não restem dúvidas. Sempre
Nesta última etapa, você reunirá todas as produções das etapas anteriores e
que necessário, retome a leitura de partes
fará os ajustes finais. Mas, antes, vamos conversar um pouco sobre os telejornais.
desta orientação com os estudantes.
Você costuma assistir a telejornais com sua família? Esse conhecimento prévio foi
útil para orientar seu trabalho ao longo das etapas? Sugerimos promover uma conversa in-
Vocês já devem ter notado que os jornais televisivos é uma forma de comunicação formal com a turma a respeito do hábito
bastante comum em nossa sociedade. Veiculado pela televisão e com horários fixos na de assistir a telejornais e sobre como eles
programação, o telejornal faz parte da rotina de muitas pessoas e ganha espaço na orga- estão progressivamente perdendo espaço
nização do dia a dia. para as notícias que são veiculadas pela
Para a produção de um telejornal, é preciso uma equipe que esteja envolvida internet (muitos telejornais são transmiti-
com muito empenho em sua construção. Além dos âncoras, que são os apresen- dos via plataformas de compartilhamento
tadores que aparecem em frente às câmeras quase o tempo todo, temos também de vídeos, podendo ser assistidos poste-
os operadores de equipamentos, os jornalistas que entram para falar do tempo, os riormente ao momento em que são vei-
repórteres espalhados pelos diferentes lugares que entram ao vivo, as pessoas que culados). De toda forma, eles ainda são,
colocam para rodar as reportagens gravadas previamente, os editores que pegam certamente, a principal fonte de informa-
as imagens dos cinegrafistas, as entrevistas feitas pelos repórteres... Ufa, é muita ção das pessoas.
gente, não é mesmo?
ƒ Se possível, veja um telejornal com
Assim como a notícia, o telejornal apresenta um formato que tem o objetivo de le-
toda a turma. Nesta atividade, vocês
var a informação para a sociedade usando o meio audiovisual transmitido pela televi-
são. A informação do jornal televisivo tem a tendência de ser mais dinâmica por contar
poderão estabelecer outra dinâmica
com o texto falado pelos apresentadores e repórteres. Outra especificidade do telejor- de observação, com pausas e comen-
nal é a imagem que ajuda os espectadores a criarem maior proximidade com a notícia. tários sobre a estrutura do telejornal.
Agora que você destacou as principais características, vamos olhar em detalhes Essa atividade de observação e análise
alguns elementos de composição do telejornal. Além da quantidade de pessoas pode ser enriquecida com o conteúdo
envolvidas na produção, todo telejornal conta com a presença de um ou mais ânco- sobre o gênero textual, que pode dar
ras, que são aquelas pessoas que conduzem o programa de dentro dos estúdios, melhor sustentação para essa obser-
e dos repórteres, que são as pessoas que vão até as informações e normalmente vação de um telejornal, destacando
as suas características composicionais
„ Que outras características do telejornal você destacaria? e linguísticas. Algumas características
que podem ser observadas: transmi-
estão na rua. Essas são as figuras responsáveis pela veiculação das informações de tido pela televisão; informação ágil e
maneira direta, objetiva e precisa, garantindo o envolvimento do público com esse atraente; conta com recursos verbais e
texto. Para que essas pessoas tenham mais segurança em seu trabalho, é neces- visuais; conduzido por apresentadores
sária a elaboração antecipada do telejornal, o que normalmente acontece antes de e repórteres; adequação da linguagem
o programa começar a transmissão ao vivo. pensando no público-alvo; ligado ao
Assim, para o telejornal acontecer de modo mais organizado, é importante cotidiano; informações do dia a dia.
construir um roteiro. Chamado de espelho, esse roteiro antecipa toda a sequência
da edição do dia para que os âncoras saibam o que vão falar, o momento de en-
HABILIDADE DA BNCC
trada das reportagens, quando eles devem anunciar a pausa para a entrada dos
comerciais e quando vão finalizar o programa do dia. Ao trabalhar com o desenvolvimento da
habilidade EF69LP14, que propõe a for-
285 mulação de perguntas acerca de questões
polêmicas, argumentando e explicando so-
bre o objeto de discussão e seus pontos
de vista, contribui-se com a formação dos
estudantes, preparando-os para o exercí-
cio da cidadania.

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Língua Portuguesa 285


PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 8
Um ensaio ajudará os grupos a notarem
pontos que ainda precisam de ajustes para
a socialização do telejornal. Aproveite esse Agora que você já está mais seguro a respeito do gênero telejornal, vamos à con-
momento para intervenções que ainda jul- clusão do projeto!
gar necessárias.
Planejamento e produção
Comente com os estudantes que al-
gumas notícias e a agenda cultural fica- Você viu, anteriormente, que todo telejornal precisa de um roteiro que deter-
ram datadas, ou seja, não representam mine, entre outras coisas, a ordem de notícias, reportagens e demais informações
informações recentes, que acabaram de que serão apresentadas. Antes da elaboração do roteiro, os produtores do telejor-
ocorrer ou que estão por acontecer. Não nal fazem a seleção das pautas do dia, que são os assuntos a serem abordados
há problema, o objetivo é experienciar a na edição do telejornal. Você e sua turma já têm em mãos a pauta do telejornal,
composta pelas produções das etapas anteriores. Agora, é preciso desarquivá-las
produção de um telejornal, e para isso era
e estabelecer em que ordem essas etapas serão apresentadas. Vamos recordar
necessário realizá-lo em etapas.
tudo que já foi produzido?
„ Etapa 1: A locução de notícias „ Etapa 5: Roteiro para explicação de
„ Etapa 2: Resenha de podcast gráfico
„ Etapa 3: Agenda cultural „ Etapa 6: Vídeo de divulgação científica
„ Etapa 4: Leitura expressiva de cena „ Etapa 7: Cobertura da Esquina do
teatral orador

Agora, observe as seguintes orientações:


1. Toda a turma deve ser dividida em quatro grandes grupos, e cada grupo
produzirá um telejornal. O grupo pode dividir as funções para cada inte-
grante, aproveitando as habilidades de cada um. Pode-se, também, eleger
um líder de grupo, ou melhor, o diretor do telejornal, que acompanhará mais
de perto o trabalho de todos, além de cumprir sua própria função.
2. Cada telejornal vai transmitir um trabalho realizado em cada uma das etapas
anteriores; portanto, quatro trabalhos de cada etapa devem ser escolhidos pela
turma. A turma pode assistir coletivamente a todos os trabalhos e escolher os
quatro melhores, organizando uma votação. Posteriormente, por meio de sor-
teio, cada grupo definirá que trabalho vai utilizar em seu telejornal.
3. Importante: os grupos que realizaram os trabalhos selecionados devem dis-
ponibilizar para a turma todo o material arquivado.
4. Cada grupo deve decidir se usará as gravações já prontas e arquivadas, reunin-
do-as para compor o telejornal, ou se realizará novas gravações baseadas nos
trabalhos disponíveis para o grupo.
5. Lembrem-se de que, em algumas etapas, textos foram produzidos para a
leitura dos apresentadores do telejornal, os chamados âncoras, e ainda pre-
cisam ser gravados! Pode-se utilizar, se desejarem, o teleprompter.
6. Além das partes que ainda precisam ser gravadas, há a abertura do telejor-
nal e a despedida, que também devem ser gravadas.

286

SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO De certa forma, situações de avaliação


Os objetivos contemplados na avaliação aparecem na Unidade, na elaboração dos
devem percorrer os conteúdos trabalhados, textos nas respostas da carta de solicita-
desde as discussões iniciais da Unidade, ção, na produção artística relacionada à
passando pela tomada de consciência so- obra do Ziraldo no boxe Deixar fluir, na
bre como se estuda, pelas experiências produção de carta de solicitação e Projeto
com a oralidade, pelas variadas formas Telejornal: etapa 8. No entanto, há a pos-
comunicativas, entre elas placas e textos, sibilidade de elaboração de avaliação final
como regimentos, leis e cartas de solicita- relacionada aos conceitos desenvolvidos.
ção, pela leitura de imagens, pelo estudo Assim, faça uma roda de conversa com os
da linguagem e seus sentidos, pelas classes estudantes e resgatem juntos os elementos
de palavras, com os verbos, artigos e pro- estudados sobre as possibilidades comu-
nomes de tratamento, e pela ortografia, no nicativas, tendo como base o exercício da
uso de s, z e x. cidadania, de modo a reconstruir oralmente
o que foi desenvolvido em cada seção.

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286 Língua Portuguesa


7. O grupo deve definir que ordem será apresentada, no telejornal, cada uma
das sete produções anteriores (ou seja, a pauta do telejornal). PROJETO TELEJORNAL: ETAPA 8
8. Realizem as novas gravações que forem necessárias. Caprichem nessa etapa
ƒ Resposta pessoal. O momento da
final! Lembrem-se de todas as recomendações a respeito da seriedade e for- avaliação pode ser mais positivo, es-
malidade que a situação exige. timulando os estudantes a irem para a
9. Para finalizar, todas as gravações devem ser editadas, de modo que uma possa
apresentação do telejornal com mais
suceder as demais. A turma deve receber auxílio dos estudantes com mais fami- segurança e domínio.
liaridade no assunto e que conhecem ferramentas de edição de vídeo.

Revisão e avaliação
Na etapa anterior, o telejornal foi preparado. Agora, individualmente, cada inte-
grante ficará responsável pela revisão de uma parte do telejornal.
Para realizar esta atividade, o grupo todo poderá seguir o modelo de checklist a seguir.

Atividade Responsável(eis) A etapa foi cumprida? Não escreva


neste livro
Abertura do jornal MODELO MODELO Use seu
caderno
Roteiro do jornal MODELO MODELO
Ensaio dos(as) apresentadores(as) MODELO MODELO
Edição do telejornal MODELO MODELO
Outras partes MODELO MODELO

„ Por fim, na sua opinião, qual será o índice de aceitação que vocês vão alcan-
çar com esse telejornal? Por qual motivo?

Publicação
É hora de o telejornal ir ao ar! Combinem um dia para a exibição dos telejornais,
que poderão ser apresentados um seguido do outro. Será um momento de descontra-
ção da turma, e não se esqueça: seja sempre respeitoso com o trabalho dos colegas!

Projeto Telejornal – Para concluir

Retomando
Ao longo do ano, você produziu diferentes materiais que, ao final, puderam
integrar o projeto de criação de um telejornal. Nesse percurso, você pôde experi-
mentar um pouco de como é atuar no campo jornalístico-midiático, muito presente
em todas as etapas da nossa vida.
Na primeira Unidade, você produziu uma notícia a respeito de hábitos alimentares
de pessoas que vivem no seu entorno. Na etapa seguinte, escreveu uma resenha e
sugeriu a leitura para a sua comunidade. Na sequência, você organizou uma agenda
cultural de sua cidade e região; leu de forma expressiva uma cena teatral criada pela
turma; escreveu um roteiro para explicação de gráfico sobre saúde; fez uma divulgação
científica e uma cobertura de evento na Esquina do Orador. Por fim, reuniu todo o
material produzido para compor um telejornal bastante rico em informações.

287

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 287


SÍNTESE: RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
1. Resposta pessoal. Espera-se que os es-
tudantes respondam que sim, pois é a
partir do jornalismo e das mídias que Síntese
podemos ter acesso a maior parte das Com base nessa retomada, considere:
informações, descobertas científicas e
Não escreva 1. A importância do jornalismo e das mídias na vida social, em comunidade,
acontecimentos que nos rodeiam. Esse neste livro
ficou mais clara para você? Como você explica essa importância?
acesso é importante para que sejamos Use seu
caderno
parte integrante e ativa na vida em so- 2. Conforme as etapas do projeto foram se desenvolvendo, você foi compreen-
dendo melhor o fazer jornalístico? As produções foram se tornando mais
ciedade, pautando nossas ações e nos-
fáceis de serem realizadas?
so desenvolvimento a partir também
daquilo que nos rodeia. 3. Responda às questões, resgatando aspectos relacionados à criação do telejornal.

2. Resposta pessoal. É importante acolher a) Identifique os recursos digitais que você e seu grupo utilizaram para a pro-
as impressões dos estudantes a esse dução do telejornal. Eles representaram um desafio?
respeito, levando em conta que as pri- b) Que desafio você apontaria como mais expressivo durante as etapas de pro-
dução do telejornal?
meiras etapas, ou algumas delas, podem
ter se revelado mais desafiadoras. De c) Embora o telejornal seja um gênero veiculado quase completamente por
meio da oralidade, que importância você percebe no roteiro escrito ou na
todo modo, espera-se que os estudan-
esquematização preparados previamente?
tes tenham chegado à etapa final mais
d) Você passou a compreender melhor e a se interessar mais por telejornais
confortáveis e confiantes. depois da experiência deste projeto?
3. a) Foram necessários, em praticamente 4. Reúna-se com o grupo do projeto e compartilhe as suas respostas. Faça
todas as etapas, recursos de gravação essa troca com o objetivo de levantar as impressões e revisar as aprendiza-
de som e imagem. Verificar o quão de- gens sobre o telejornal para cada integrante.
safiadora ainda pode ser a utilização de
equipamentos dessa natureza em sala O trabalho em grupo
de aula, embora eles sejam tão comuns Considerando todo o percurso até a composição final do telejornal, você e seu
em nosso cotidiano. grupo deverão fazer uma avaliação de como foi o trabalho coletivo. Analisem como
3. b) Resposta pessoal. Estimule os es- resolveram os desafios e como conseguiram atingir os objetivos que foram pro-
tudantes a justificarem, claramente, as postos neste projeto.
razões desse desafio maior. 1. Reproduzam o quadro a seguir em uma folha onde todos do grupo possam
3. c) Espera-se que os estudantes vejam anotar. Esse pode ser um quadro colaborativo entre os membros do grupo.
que a preparação por meio da escrita
Desenvolvido Desenvolvido
para veiculação de textos orais é essen- Em desenvolvimento
suficientemente plenamente
cial para que a mensagem seja passada O grupo soube aproveitar a criatividade e as
MODELO MODELO MODELO
de forma adequada – em relação à lin- habilidades de todos os integrantes.
O grupo conseguiu agir de modo adequado
guagem que deve ser utilizada –, assim aos desafios que surgiram no processo.
MODELO MODELO MODELO
como permite maior conforto e asserti- O grupo soube traçar os caminhos para atingir
MODELO MODELO MODELO
vidade dos apresentadores. o objetivo do projeto.
O grupo soube acolher os desafios pessoais
3. d) Resposta pessoal. Estimule os estu- MODELO MODELO MODELO
de seus integrantes.
dantes a continuar em contato com o O grupo cooperou com outros grupos,
MODELO MODELO MODELO
estabelecendo trocas de ideias.
universo jornalístico, desenvolvendo seu
espírito crítico em relação a tudo o que
é veiculado pelas mídias. 288

4. Estimule os estudantes a compartilhar


suas impressões com os colegas.
O TRABALHO EM GRUPO: RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
1. Leia com os estudantes cada tópico do quadro, destacando a importância dessas ações
em todo tipo de trabalho colaborativo entre as pessoas, e de maneira destacada na escola
e em ambientes de trabalho. Estimule-os a sempre ter esses ideais ao se reunirem em
grupos para realizar trabalhos escolares. Sugira que a primeira coluna desse quadro seja
escrita em um cartaz por algum estudante bastante habilidoso e fixe-o em um mural da
sala. Em relação à atividade proposta, peça para que cada integrante marque um x sobre
o nível de habilidade que acredita que seu grupo teve em cada tópico. Ao final, peça que
cada grupo compartilhe seu quadro com a turma, de forma a avaliarem o que parece
ser a maior dificuldade encontrada pelos estudantes. Estabeleça como meta a superação
progressiva dessa(s) dificuldade(s).

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288 Língua Portuguesa


2. Levando em conta as respostas an-

Fernando Favoretto/Criar Imagem


teriores, façam o que se pede. O TRABALHO EM GRUPO:
a) Listem os pontos em desenvol- RESPOSTAS E ORIENTAÇÕES
vimento e os pontos plenamente 2. a) Resposta pessoal. Apoie os grupos a
desenvolvidos do grupo. listarem as suas características.
b) Identifiquem como o grupo deve
2. b) Resposta pessoal. Os grupos podem
agir para avançar nas característi-
cas em desenvolvimento.
estabelecer metas para os próximos
c) Apontem as possibilidades de o
trabalhos.
grupo inspirar outros grupos na- 2. c) Resposta pessoal. Os grupos podem
quilo que vocês atingiram pleno estabelecer um protagonismo que gere
O trabalho em grupo é uma forma de cooperação importante
desenvolvimento. de se desenvolver. inspiração e ajude outros grupos a tra-
balhar melhor.
Autoavaliação
Agora, faça uma autoavaliação, analisando o seu envolvimento no projeto e a AUTOAVALIAÇÃO: RESPOSTAS E
sua postura de cooperação e participação na equipe. Este é o momento de refle- ORIENTAÇÕES
tir como tem sido o trabalho em grupo e quais são as habilidades que você ainda 1. Oriente os estudantes a serem honestos
pode desenvolver para um trabalho conjunto. nas respostas, pois as dificuldades não
1. Reproduza o quadro a seguir no seu caderno e registre a sua posição na tabela. representam desméritos. Caso um es-
tudante não consiga se autoavaliar em
Desenvolvido Desenvolvido
Em desenvolvimento algum dos itens indicados, oriente-o a
suficientemente plenamente
pedir a opinião de algum estudante em
Estabeleço boas relações com o grupo. MODELO MODELO MODELO
quem confie.
Aceito argumentos dos colegas, pensando no melhor
MODELO MODELO MODELO 2. a) Resposta pessoal. Apoie os estudan-
andamento do projeto.
tes nesse levantamento. É importante
Coopero com as entregas e entrego minhas atividades
MODELO MODELO MODELO
que os estudantes avaliem suas habili-
no prazo para não atrapalhar o andamento do grupo.
dades e descubram formas de colaborar
Sei expor minhas ideias e opiniões. MODELO MODELO MODELO com os outros colegas que ainda este-
jam desenvolvendo essas habilidades.
Colaboro com o objetivo do grupo. MODELO MODELO MODELO
2. b) Resposta pessoal. Converse com
Sei lidar com desafios e mudanças inesperadas no projeto. MODELO MODELO MODELO os estudantes, pensando em caminhos
para um trabalho em grupo mais efetivo
2. Com base nas respostas anteriores, faça o que se pede.
e formativo. Esse também é um espa-
a) Aponte habilidades suas que considera plenamente desenvolvidas e pense ço para os estudantes perceberem as
em como pode colaborar com colegas que enfrentam dificuldades nessas
aprendizagens que o trabalho em pro-
habilidades.
jeto oferece.
b) Agora, liste as habilidades que você considera que estão em desenvolvi-
mento e pense em formas de avançar nelas.

O trabalho em projeto é fundamental para o nosso aprendizado, colaborando


para o autoconhecimento e trazendo o desenvolvimento de habilidades comporta-
mentais que ajudam na relação com outras pessoas.
Certamente, a publicação do seu telejornal foi um sucesso e você viveu gran-
des experiências no projeto deste ano.

289

COMPETÊNCIAS DA BNCC
O projeto Telejornal, desenvolvido ao longo do volume, evidencia o trabalho com as
Competências gerais 1, 4 e 10, a Competência específica 2 da área de Linguagens e as
Competências específicas de Língua Portuguesa 2, 3 e 5.

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Língua Portuguesa 289


REGRAS DE ACENTUAÇÃO
Oxítona – última sílaba tônica
REGRA: acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em -a(s), -e(s), -o(s) e -em(-ns).
EXEMPLOS: fubá, café, avô, avós, também, parabéns.
REGRA: acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em ditongos abertos – encontro de dois sons vocálicos na mesma sílaba.
EXEMPLOS: anéis, lençóis, troféu, herói.
Paroxítona – penúltima sílaba tônica
REGRA: acentuam-se as paroxítonas terminadas em -i(s), -us e -um(ns).
EXEMPLOS: júri, vírus, álbum.
REGRA: acentuam-se as paroxítonas terminadas em -ã(s), -ão(s).
EXEMPLOS: ímã, sótão.
REGRA: acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongo.
EXEMPLOS: aquário, tábua, jóquei.
REGRA: acentuam-se as paroxítonas terminadas em -l, -n, -r e -x.
EXEMPLOS: admirável, caráter, pólen, tórax.
REGRA: acentuam-se as paroxítonas terminadas em -ps e -ons.
EXEMPLOS: bíceps, nêutrons.
Proparoxítona – antepenúltima sílaba tônica
REGRA: todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.
EXEMPLOS: sólido, límpido, trânsito, lógico, magnífico.
Monossílabo tônico – vocábulo formado por uma única sílaba
REGRA: acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em -a(s), -e(s), -o(s), -eu(s) e -oi(s).
EXEMPLOS: gás, fé, nós, céu, dói.
Hiato – encontro de duas vogais em sílabas diferentes
REGRAS
Caso 1: acentuam-se as vogais i e u dos hiatos quando aparecem sozinhas na sílaba ou seguidas pela letra s.
EXEMPLOS: raízes, Taís, saúde, baús.
Caso 2: não se acentua a vogal i de hiatos quando for seguida por uma sílaba iniciada por -nh.
EXEMPLOS: rainha, campainha.
REGRAS COMPLEMENTARES

VERBOS
Caso 1: são acentuados os verbos terminados em -a e -e quando acompanhados de pronomes lo(s) ou la(s).
EXEMPLOS: comprá-lo, vendê-las.
Caso 2: são acentuados os verbos ter e vir e seus derivados quando estiverem conjugados na
3a pessoa do plural.
EXEMPLOS: Ela tem muitas mágoas de você. / Elas têm muitas mágoas de você.
Ele vem cantando. / Eles vêm cantando.
Você mantém sua palavra até o fim? / Vocês mantêm suas palavras até o fim?
Caso 3: são acentuados os verbos ler e crer quando estiverem conjugados na 3a pessoa do singular.
EXEMPLOS: Você lê com empolgação livros de aventura.
Ele crê que seus desejos serão realizados em breve.
Caso 4: acentuam-se o verbo pôr, para diferenciar da preposição “por”; e pôde, para diferenciar o pretérito perfeito do
presente do indicativo “pode”.
EXEMPLOS: Você poderia pôr o livro na estante?
Ela não pôde ir à festa.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

290 Língua Portuguesa


CONJUGAÇÃO DO VERBO AMAR

Modo indicativo

Presente Pretérito imperfeito Pretérito perfeito

Eu amo Eu amava Eu amei


Tu amas Tu amavas Tu amaste
Ele ama Ele amava Ele amou
Nós amamos Nós amávamos Nós amamos
Vós amais Vós amáveis Vós amastes
Eles amam Eles amavam Eles amaram
Pretérito mais-que-
Futuro do presente Futuro do pretérito
-perfeito
Eu amara Eu amarei Eu amaria
Tu amaras Tu amarás Tu amarias
Ele amara Ele amará Ele amaria
Nós amáramos Nós amaremos Nós amaríamos
Vós amáreis Vós amareis Vós amaríeis
Eles amaram Eles amarão Eles amariam

Modo subjuntivo

Presente Pretérito imperfeito Futuro

Que eu ame Se eu amasse Quando eu amar


Que tu ames Se tu amasses Quando tu amares
Que ele ame Se ele amasse Quando ele amar
Que nós amemos Se nós amássemos Quando nós amarmos
Que vós ameis Se vós amásseis Quando vós amardes
Que eles amem Se eles amassem Quando eles amarem

Modo imperativo

Imperativo afirmativo Imperativo negativo

ama tu Não ames tu Gerúndio: amando


Particípio
ame você Não ame você amado
passado:
amemos nós Não amemos nós Infinitivo: amar
Tipo de
amai vós Não ameis vós regular
verbo:
amem vocês Não amem vocês

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Língua Portuguesa 291


Bibliografia comentada

„ ANTUNES, I. Aula de Português – encontro e in- Documento que norteia a elaboração dos currícu-
teração. São Paulo: Parábola, 2003. los de referência nas escolas das redes públicas e
O livro traz uma importante discussão sobre apren- privadas de ensino, no âmbito nacional, com os co-
dizagens do idioma por meio de leitura e escrita. nhecimentos essenciais a serem desenvolvidos pe-
las crianças e pelos jovens em cada etapa escolar,
„ AS COISAS que moram nas coisas. Direção: Bel com base em competências e habilidades.
Bechara e Sandro Serpa. São Paulo: Macondo Fil-
mes, 2006. Documentário, (14 min). „ CONSELHO REGIONAL de Estatística (CONRE-3).
Neste documentário, crianças de uma família de Homepage. Disponível em: livro.page/2V6BC292L.
catadores de lixo mostram outros pontos de vista Acesso em: 19 abr. 2022.
para os materiais coletados, transformando-os em O site apresenta explicações sobre o surgimento de
brincadeiras. gráficos, leitura de dados e, ainda, como e quando
usar essa ferramenta que organiza informações.
„ AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos da
gramática do por tuguês. 2. ed. Rio de Janei- „ CORTINA, Arnaldo. Textos de divulgação cientí-
ro: Zahar, 2010. fica: análise de duas reportagens sobre agrotó-
A obra apresenta um estudo aprofundado de aspec- xicos. Alfa: Revista de linguística, São José do
tos da língua portuguesa, especialmente no que se Rio Preto, n. 64, 2020. Disponível em: livro.
refere à morfologia e aos conteúdos relacionados à page/3V6BC292L. Acesso em: 18 maio 2022.
formação de palavras, com exemplos de afixos em Artigo publicado em revista científica que analisa
diferentes palavras. dois textos de divulgação científica para observar
os recursos de linguagem utilizados para a cons-
„ BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: trução de sentidos no gênero em questão.
por uma pedagogia da variação linguística. São
Paulo: Parábola, 2007. „ CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramáti-
A obra apresenta uma importante reflexão sobre ca do português contemporâneo. Rio de Janeiro:
norma-padrão e diferentes usos linguísticos den- Lexikon, 2009.
tro do contexto escolar. A obra é considerada referência para os estudos
sobre o sistema da língua portuguesa. Apresenta
„ BARBOSA, Jacqueline P. Carta de solicitação e conceitos e exemplos de maneira contextualizada.
Carta de reclamação. São Paulo: FTD, 2005.
(Trabalhando com os Gêneros do Discurso.) „ DIONÍSIO, Angela P.; MACHADO, Anna R.; BE-
O livro da coleção apresenta as caraterísticas do gê- ZERRA, Maria A. Gêneros textuais & Ensino. 4.
nero e contextualiza o estudo em situações escolares. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
O conjunto de artigos presente nessa obra expli-
„ BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. cita o trabalho com diferentes gêneros textuais,
37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. especialmente os do campo jornalístico-midiático.
Nesta obra clássica dos estudos sobre a língua portu-
guesa, Bechara esclarece diferentes aspectos do nos- „ FRANCO, Silmara. Você precisa de quê? A dife-
so idioma, inclusive sobre os tempos e modos verbais rença entre consumo e consumismo. São Paulo:
presentes nesta Unidade. Moderna, 2016.
Neste livro, a autora aborda diversos aspectos
„ BIASI, Cláudio (tradutor); PEARCE, Chris (ilustra- do mundo do consumo, tais como os desejos de
dor). O grande livro de ciências do manual do compra, a influência da propaganda e se o consu-
mundo. São Paulo: Sextante, 2019. mo traz felicidade.
Este livro apresenta com humor diversos verbetes
ligados à ciência. „ KIRIKU, os homens e as mulheres. Direção: Michel
Ocelot. França: France 3 Cinéma, 2012.
„ BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional O filme conta a história de um menino muito pe-
Comum Curricular. Brasília, 2018. Disponível em: queno que deve enfrentar uma feiticeira malvada
livro.page/1V6BC292L. Acesso em: 15 jun. 2022. para livrar muitas pessoas de seu domínio.

292

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

292 Língua Portuguesa


„ LOYOLA, Juliana. O conto popular na literatura in- e instigar crianças e adolescentes a questionar e
fantil contemporânea: a inscrição do leitor. Letras a se inserir nas questões políticas.
de hoje, Porto Alegre, v. 43, n. 2, p. 23-25, abr./
„ PORTAL DO Envelhecimento e Longeviver.
jun. 2008. Disponível em: livro.page/4V6BC293L.
Homepage. Disponível em: livro.page/7V6BC293L.
Acesso em: 17 maio 2022.
Acesso em: 17 maio. 2022.
O artigo científico apresenta, de maneira clara e
O portal, criado por profissionais de diversas áreas
objetiva, as características do conto popular e co-
menta a pertinência do gênero para a formação do conhecimento, visa promover uma cultura da lon-
do leitor infantil e juvenil. gevidade e do envelhecer de forma saudável.
„ QUEIRÓS, Bartolomeu C. O olho de vidro do meu
„ MÃE, Valter H. O paraíso são os outros. Rio de
avô. São Paulo: Global, 2021.
Janeiro: Biblioteca Azul, 2018.
Nessa história, um menino criativo tenta desven-
Por meio do olhar de uma menina, o autor faz ob-
dar os mistérios que imagina por trás do olho de
servações e reflexões pueris sobre a importância
do amor. vidro de seu avô.
„ SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros
„ MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários.
orais e escritos na escola. Tradução e organização
12. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cultrix, 2004.
de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas:
Nesta obra clássica, o pesquisador da área da lite-
Mercado de Letras, 2010.
ratura apresenta, por meio de verbetes, diferentes
A obra explora gêneros orais e escritos de manei-
figuras de linguagem.
ra clara e didática, com exemplos de contextos
„ NEVES, Maria Helena de M. A gramática do portu- comunicativos atuais.
guês revelada em textos. São Paulo: Unesp, 2018.
„ SILVA, Avani S. A África recontada para crianças.
A pesquisadora explicita nesta obra diferentes
São Paulo: Martin Claret, 2020.
usos de recursos linguísticos com exemplos cla-
O livro traz uma antologia de contos populares e
ros e objetivos, favorecendo a reflexão sobre o
fábulas contadas ou escritas em países africanos fa-
ensino e a aprendizagem de língua portuguesa.
lantes de língua portuguesa: Angola, Moçambique,
„ NEVES, Maria Helena de M. Que gramática es- Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
tudar na escola? Norma e uso na Língua Portu-
„ SILVA, Gonçalo F. Dicionário brasileiro de literatura
guesa. São Paulo: Contexto, 2003.
de cordel. Rio de Janeiro: Rovelli, 2013.
A importante obra contextualiza o estudo da língua
A obra apresenta, de maneira simples e didática,
portuguesa, considerando aspectos da gramática
as principais características do cordel e seus prin-
do idioma, da norma-padrão e de diferentes usos.
cipais representantes.
„ ONU Mulheres Brasil. Direitos Humanos. Dispo-
„ VIANA, Luana. Estudos sobre podcast: um pano-
nível em: livro.page/5V6BC293L. Acesso em: 17
rama do estado da arte em pesquisas brasileiras
maio 2022.
de rádio e mídia sonora. Contracampo, v. 39, n.
O vídeo apresenta o contexto de criação da Decla-
3, 2020. Disponível em: livro.page/8V6BC293L.
ração Universal dos Direitos Humanos e explica a
Acesso em: 17 maio 2022.
importância de respeitar esses direitos.
Neste artigo, a autora explora a função comunica-
„ PERINI, Mário A. Gramática do português brasilei- tiva do podcast ao realizar levantamento bibliográ-
ro. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. fico sobre o tema e comenta o que é dito sobre o
Neste livro, o autor contextualiza o estudo da nor- assunto em diferentes artigos.
ma-padrão em diferentes contextos comunicativos,
„ ZOOCHIO, Marcelo; BALLARDIN, Everton. Pe-
explicitando relações entre morfologia, sintaxe e se-
queno dicionário ilustrado de expressões idio-
mântica da língua portuguesa usada no Brasil.
máticas. São Paulo: DBA, 1999.
„ Plenarinho: ECA para crianças. Disponível em: livro. Os autores apresentam fotografias que exploram
page/6V6BC293L. Acesso em: 15 mar. 2022. o sentido literal de ditados populares, criando
O site busca explicar, por meio de uma linguagem para o leitor o divertido desafio de descobrir qual
jovem e acessível, conceitos básicos de cidadania ditado está representado na fotografia.

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brasileiros#:~:text=Pesquisa%20da%20Fiocruz%20aponta%20os%20impactos%20da%20pandemia%20na%20
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rotina%20dos%20adolescentes%20brasileiros,-01%2F12%2F2020&text=Compartilhar%3A,maioria%20das%20
vezes%20ou%20sempre
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