Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
www.mcmaricardoso.com.br
INFO RMAÇÕ ES
Esta é uma obra de ficção que não deve ser reproduzida sem
direitos autorais.
O DESEJO DO MAGNATA
Praticava esportes, saía quase todas as tardes com sua melhor amiga,
frequentava festas badaladas e fazia compras. Ela sabia que seu pai, dono de
comuns. Sua vida estava indo tão bem quanto possível até que o destino
cruzou seu caminho com uma jovem desaparecida que precisava da sua
proteção.
Contudo, precisavam lutar contra aqueles que não queriam que eles
ficassem vivos.
Comece aqui:
Em primeiro lugar, obrigada por você ter acompanhado minhas
histórias até aqui e para quem está chegando, seja bem-vindo! O Desejo do
Magnata faz parte da série Elite de Nova Iorque, mas assim como os outros
livros, pode ser lido independente dos demais livros. Esse livro conta a
história de como Ava, uma jovem garota quase comum, encontrou um homem
Elite, se você não leu os outros livros, não tem problema. A história se passa
anos antes de Perigoso Amor, que é o livro 3 e pouco depois de Curvas do
contendo algumas cenas que podem causar angústia, mas tudo moderado.
Com carinho,
Mari Cardoso
Prólogo - Levi
Nova Iorque
menino.
Um monstro.
Ele pensava que eu o temia… sem saber que um dia, morreria pelas
estava fazendo ali, parada, no meio de uma noite fria, olhando o fogo
deixando as chamas altas para trás e corri pela grama molhada de sereno,
choro ficava cada vez mais alto. Uma urgência crescia em meu peito, me
fazendo correr cada vez mais até chegar à última porta. Havia um bebê
deparando com um homem que não conseguia ver o rosto. Por algum
motivo, sorri. Eu o amava muito. Ele me puxou para seus braços, era
lado da cama, pegando minha garrafa de água e esfreguei meu rosto. Era a
décima noite que sonhava com o bebê e o homem misterioso que era dono do
passaria por mudanças, que eu parecia uma boneca e era por isso que
apesar de gostar das duas coisas, eu podia ficar apenas com bebida
alcoólica. Eu sabia o que drogas faziam a longo prazo com uma pessoa e não
queria aquilo para minha vida. Meu pai sempre ficava violento quando
cheirava cocaína e meus irmãos quase quebravam a casa quando usavam
Uma das meninas mais populares disse que eu era esnobe e me sentia melhor
grupo. Melissa foi a única que ficou. Ela era muito leal, nos conhecíamos
desde novas, nossas casas eram lado a lado. Nossos pais eram amigos, o que
facilitava a convivência.
atividade esportiva extra e era mais tempo fora de casa. Treinava quase
todos os dias e eu amava. Antes, era natação, tive que escolher entre as duas
O disparo foi dado para começar a corrida e mesmo que meu treinador
particular não estivesse presente, podia ouvir sua voz sobre minha postura, a
vencedor”. Meu pai me dava uma gorda mesada só para fingir que se
importava comigo, ele nunca verificava com o que estava gastando. Comprei
costas. Pagava o treinador e meu pai provavelmente nem sabia que praticava
corrida.
construir minha vida bem longe da minha família. Minha mãe morreu no meu
parto e segundo histórias, ela era o pilar da nossa casa. Eu acreditava que a
morte dela, por causa do meu nascimento, fazia com que meu pai e irmãos
eles.
— Você foi muito bem, Ava. Está melhorando a cada novo treino,
daqui a pouco irei te indicar para uma equipe profissional. — O professor
ergueu a mão para dar um cumprimento e eu bati, com um sorriso. Passei por
— Você pode não ganhar a corrida, mas está ficando uma grande
muito bem!
O pai dela, apesar de ser um senador figurão, não deu a ela um carro
por causa de suas notas. Meu pai nunca olhava meu boletim para me castigar,
mas eu tinha o interesse em ser a melhor aluna possível para ter boas
aplicações e estudar fora do país. Não havia decidido que curso fazer, qual
meus alunos.
Parei em frente ao chafariz, acenando para sua mãe que estava na porta,
Entrei em casa e vi que meu irmão mais velho estava ali. Johnny
morava fora, tinha uma namorada nojenta, uma patricinha intragável que se
achava a mulher mais gostosa do mundo. Leela era um nojo. Peguei minhas
coisas ao perceber que ele estava com ela e entrei pelos fundos, sem falar
banana.
— Oi, pai. — Acenei, indo direto para a escada. Ele acenou de volta,
videogame. Ele gritou que pegou meu xampu e revirei os olhos. Ele nunca
fazia as próprias compras. Quase trinta anos e ainda agia como um idiota
adolescente dentro de casa. Ele já havia morado sozinho e depois, com uma
namorada, mas ela o pegou na cama com sua melhor amiga. Quebrou tudo
dentro do apartamento deles e quase o jogou pela sacada. Ele voltou para
Depois dele, tinha o Carter. Ele tinha vinte e dois anos e trabalhava
com nosso pai também. Todos eles viviam dos negócios, agiam como um
porque eles podiam agir como reis da noite. Não tinham controle.
suficiente para ouvir apenas ali dentro. Peguei outro vidro de xampu e fui
raramente saía do meu quarto, fui acostumada a ficar ali dentro quando mais
nova para que não atrapalhasse meu pai e depois, aquilo se tornou o meu
mundinho.
tinha mais prazo para entregar meus trabalhos e nem desculpas para enrolar
que meus colegas. Minha dupla era que me salvava nas notas gerais, as
À noite, desci para pegar meu jantar. Minha família não tinha o hábito
deixava na cozinha.
adultas. Dinheiro não era necessariamente nosso problema e meu pai pouco
se importava se eu estava em casa ou não.
Apenas quando voltei que questionou onde eu estava e porque carregava uma
mala. Ele nunca foi em uma competição ou apresentação para os pais. Antes,
ainda convidava, me dava o trabalho de avisar, depois, ficou mais fácil não
dizer nada, assim eu não gerava a expectativa de que ele iria aparecer.
sobre sua ida ao cinema com o seu novo ficante. Ela estava louca para
perder a virgindade, não querendo ir para a faculdade sem ter a experiência
Meu último quase namorado quase me fez chegar até o sexo, mas a
coisa esfriou um pouco quando ele se mudou para Nova Jérsei, treinando
muito no time de sua nova escola e como era natural, fez novos amigos por lá
minha casa, morrendo de calor, com o peito doendo por ter respirado errado
nos últimos minutos. Meu treinador, Scott, gritou que eu fiz em menos tempo,
— Hoje você vai refletir sobre o que te levou a errar no final e amanhã
lentamente, com os vidros escuros e dei o dedo médio porque ele estava na
faixa errada.
porque estou com muita raiva dele. Simplesmente não entendo como meus
corrida.
por ter negócios com meu pai, eu podia jurar que não era boa pessoa. Até o
pai da Melissa eu não colocava minha mão no fogo sobre ser honesto…
vida bem longe dali e sem me sentir a garota que matou a mulher que todos
amavam. Era horrível o sentimento que minha mãe morreu por dar à luz a
mim.
Minha governanta dizia que os médicos avisaram a ela que não deveria
engravidar novamente, que já tinha passado dos quarenta e sua vida estava
em risco. Ela insistiu em seguir com a gestação, mesmo que meu pai tivesse
implorado para que não. Ela aguentou até o oitavo mês, tendo eclâmpsia e
saúde.
— Você ficou muito quieta. Como foi seu treino? — Melissa estalou os
dedos.
— O que aconteceu?
mim está tomando uma proporção tão grande que está me distraindo na vida
meu pai ou irmãos, teria que contar o que está acontecendo e eles vão achar
que é palhaçada.
— Vou pegar um da minha mãe, ela não vai sentir falta, tem aos
montes.
pouco óbvio o quanto eles fingiam por causa da carreira dele. Ela ficava
Melissa amava a mãe, elas tinham uma amizade linda, se ajudavam em tudo e
ela queria ver a mãe solteira, feliz e tendo um amor que merecia.
não sabia quando iria usar. Andamos por todo lugar com os braços cheios de
bolsas, torrando o dinheiro dos nossos pais sem culpa e encerramos o dia
— Eu não sei, não aparentamos ser mais velhas do que somos, mas
talvez ele goste de novinhas. — Soltei uma risada, o que fez com que ele
— Puta merda! Ele deve ter mais de trinta, isso é certo — Melissa
falou apressadamente.
homem do bar. Eu não bebi. Cansei de ouvir meu irmão se gabando por
sexo sem que elas estivessem lúcidas. Eu que nunca seria uma mulher
sair com ele dali, porque não seria responsável por seu desaparecimento.
Era quase meia noite quando chegamos em casa, bem pertinho da hora
de dormir dela. Sua mãe meio que brigou, mas não muito. Entrei em casa, fui
Meu telefone estava sem bateria, coloquei para carregar e deitei. Todo vinho
cama e parecia como passos pesados no corredor. Confusa, com tanto sono,
Vá agora, Ava.
ali. Cobri minha boca ao ouvir sons de disparo e fechei os olhos, chorando.
Agarrei meus joelhos, tremendo tanto que meus dentes batiam uns nos
outros.
Pensei em correr até meu quarto e chamar a polícia, mas eu não tinha
eu engoli seco. Quando a porta foi aberta, me mantive parada, como se ele
não pudesse me ver na escuridão. Ele agachou e a ponta do cigarro brilhou,
seu olhar intenso encontrou o meu. Senti uma urgência de sair correndo.
— Olá, menina.
Não respondi.
pela casa. Usei toda minha força para lutar contra ele, enfiando minhas unhas
onde conseguia, arranhando para machucar. Sua mão estava firme contra
minha boca e dei uma mordida, ele soltou, me xingando e jogou-me contra o
carro. Gritei a plenos pulmões, pedindo socorro, me debatendo. O
sonhos? Por que não estava me matando na minha casa, junto com a minha
família?
— Seu nome é Ava e tem dezessete anos — ele falou enquanto dirigia.
— Sei que está assustada. Entendo que os eventos dessa noite vão te marcar
para sempre, mas, seu pai cometeu um erro ao permitir que seus irmãos
acreditassem que podiam me roubar. Seu pai foi estúpido ao dar o dinheiro
Meu padrinho? Eu não o via há meses, desde que ele e meu pai
tiveram um desentendimento feio. Nunca fui próxima a ele de qualquer jeito.
— Cuidar de mim?
— Se quiser ficar viva e ter uma chance de ter uma vida, será nesses
termos.
— Não. A não ser que você faça por onde. Quer que eu te mate, Ava?
— Não.
— Isso significa que vai ser uma boa garota para mim?
— Eu não fiz nada. Você pode me deixar ir, eu não vi nada. — Voltei a
chorar.
— Você é uma garota, não pode ficar sozinha. Além do mais, seu
Ele dirigiu até a casa do meu padrinho e parou na frente. Não resisti
quando fui puxada para fora. Queria desmoronar. A sensação era que meu
corpo inteiro iria se quebrar em milhares de pedaços.
algum momento, tudo ficaria bem. Queria me beliscar para ter certeza de que
tudo que aconteceu era real e não uma ilusão da minha cabeça.
— Claro que Ava terá uma boa vida e saberá que deve ficar quieta. —
Meu padrinho garantiu. Fui empurrada para frente e tropecei ao seu lado.
O homem que me trouxe ali foi embora, ele matou meu pai e me
despejou nos pés de outra pessoa como se eu não fosse nada. Destruiu minha
vida e ainda parecia ter poder de controlá-la para sempre. Minha existência
estavam sujos de sangue. Devo ter pisado no sangue do meu irmão e marquei
meu caminho até onde estava escondida.
Sem falar muito, ele serviu um copo de água de costas para mim e
girou lentamente, esticando a mão. Minha garganta parecia que tinha um nó.
— Ele mantinha negócios com esse homem que te trouxe, mas há algum
tempo, ele e outra pessoa, decidiram que poderiam investir na concorrência.
lágrimas.
— Dei a minha palavra que iria te proteger e garantir que nunca falaria
sobre isso. Entenda, estar viva é uma benevolência, porque ele não gosta de
matar mulheres. O que não significa que ele não fará se precisar proteger seu
pensar.
LEVI
Fogo.
Era lindo.
Quem compraria?
Eu não me importava.
Desde novo aprendi que os fortes vencem e quem brinca com fogo, ficará
queimado.
Cedo ou tarde.
Capítulo 3 | Ava.
Nova Iorque…
entregaram o dinheiro dele para os inimigos. Meu padrinho, Cesar, não sabia
explicar nada além de que meu pai estava com planos muito ambiciosos e
Eu não entendi nada. Tinha a ver com o homem que me trouxe até aqui
ter derrubado o próprio pai do comando e com isso, ele não estava tolerando
de drogas e estabelecimentos com sua proteção. Meu pai fazia parte desse
jogo. Eu sabia que ele não era santo e fazia coisas ilícitas, mas ele colocou
todos nós em risco… todos os filhos.
O soluço escapou dos meus lábios e a dor no peito era dilacerante.
camiseta que foram deixados ali. Eu não tinha nada. Tudo ficou para trás.
poderia voltar à minha casa. Deveria me esconder por um tempo, até tudo se
acalmar. Eu lembrava muito pouco da irmã dele, devo ter encontrado em uma
Será que ela viu ou ouviu alguma coisa? Será que aqueles homens
pouparam sua família? Sua mãe tomava remédios para dormir, não acordaria
em casa. Às vezes, ele dormia fora. As opções variavam entre estar com
amante fixa.
queria chorar pela minha família, mesmo que eles mal se importassem
ele não desafiar Enzo Rafaelli, não nesse momento, mas ele pensou apenas
comigo. Irei tirá-la do país o mais rápido possível. Devo isso à mãe dela,
que sempre foi uma sobrinha amável, que nunca permitiria que o marido
fosse tão ambicioso. Ele condenou a vida dos filhos por ser um egoísta.
a chamada seja lá com quem estava falando e me chamou. Passei a mão nas
Ali tinha meus documentos pessoais, até os que ficavam no escritório do meu
pai e roupas.
Amsterdã. É muito importante que não procure sua melhor amiga, Ava. Se
qualquer um pensar que você contou a ela o que aconteceu essa noite, a vida
dela estará em risco. Infelizmente, sua amiga precisará pensar que você foi
— Entendi.
Não significava que parecia fácil de aceitar. Como eu ficaria sem falar
coisas.
por outro lado, um portão discreto que deveria ser entrada e saída de
Meu padrinho estava tenso. Ele era o único parente vivo por parte de
fazia sentido.
pai me ligou ontem à noite, já ciente que havia sido descoberto, ele até disse
que te faria dormir na casa de uma amiga e se reuniria com seus irmãos em
casa.
E eu ignorei a mensagem.
ia recuar, o que, no meu ponto de vista, foi uma tremenda besteira. Deveria
Por que meu pai se envolveu com pessoas tão perigosas? Eu sabia que
ele vivia em risco, até porque, ninguém faz coisas ilícitas e sai ileso. Nunca
Todos eles morreram. Eles nem sabiam onde eu estava e o que fazia,
própria vida, seus amigos, não éramos unidos ou tínhamos qualquer afeto,
mas porra, estava doendo muito por tudo. Pelo que vi e pelo que descobri
que faziam.
Meus irmãos mataram pessoas! Eles levaram a dor que sentia em meu
— Foi como uma limpeza? — A pergunta soou sem sentido, mas ele
entendeu.
funciona, eles eliminam qualquer um que ofereça riscos. Eu sei que está
triste e é uma situação fodida, Ava. Você sempre foi uma boa menina, muito
parecida com sua mãe, tudo que te peço é que não busque vingança. Quando
andar na linha.
Eu estava prestes a negar e dizer que não iria me vingar, que só queria
me sentir segura novamente quando o carro sofreu um solavanco e gritei.
Agarrei o cinto, sendo jogada por todo lado sem sair do lugar e de repente, o
carro girou várias vezes com vidros voando por todo lado. Fechei meus
olhos, batendo bem forte com a cabeça em algo duro e tudo parou.
lado foi aberta e a luz forte do sol, somada com minha tontura, me impediu
de ver o rosto de quem estava ali.
Fiquei gritando e chutando com toda força que tinha, o carro estava se
tinha.
Melissa alega que Ava jamais seguiria sua família e não iria embora no meio
da noite sem se despedir.
O movimento ganhou muita potência nas redes sociais porque todos querem
saber onde Ava Moore foi parar. Testemunhas alegam que viram uma garota
com as características dela sendo levada à força no quintal de sua casa. Uma
funcionária, que retornou mais cedo da folga coletiva, ligou para a polícia
dizendo ter sido presa no porão e que a “menina" havia sido levada. No
entanto, em seu depoimento, ela alega que foi um engano e nada aconteceu,
ficar com todas. — Devolveu a arma para a caixa e sinalizei para meus
homens começarem o carregamento. — Obrigado por atender a esse pedido
bem rápido.
Alex deu um aceno e foi conferir as novas cargas. Sem precisar fazer
mais nada ali, junto com Lucas, meu primo e irmão da vida, retornei para o
carro. Ele me deu um olhar, preocupado com meu humor, ciente que estar em
Nova Iorque deixava meus nervos à flor da pele e me conhecendo como
ninguém conhecia, sabia que era melhor não me encher com suas perguntas
inúteis. Eu estava ali a negócios diversos e infelizmente, para encontrar com
meu pai.
queda para dar meu golpe final. Esperei por muitos anos e adorava ver a sua
ruína… que significava muito para mim. Moralmente, ele pensava que eu
estava ao seu lado, que suportei toda desgraça apenas pelo prazer de sua
Seria burrice confiar, mas eu era seu único filho e por consequência,
ainda assim, tinha poder de executar algumas ações que fodiam com a minha
chama nascer e morrer. Lucas soltou um estalo, ele odiava o fogo e metade
carnes fritando enquanto tudo ao nosso redor era apenas calor e medo.
E eu gostava dele.
gerações.
fogo, uniu-se ao meu avô materno, que atuava como especialista em defesas
internacionais. Juntos, fundaram uma empresa que com o passar dos anos,
pessoas no meu caminho, mas eu sabia até onde queria ir no jogo confuso de
poder. Eu tinha um objetivo e esse, não era me afundar sem ter como sair.
Era ambicioso, mas tinha controle. Dominar tudo e todos ao meu redor
facilitava não cair em armadilhas.
escritório.
queimaria tudo que ele conhecia. O que ofereci a ele era tudo que daria:
armas e munições. Ele balançava seu negócio como se fosse um oásis no
— Sim e eles pagam bem. Dessa vez, por ter atendido a um pedido
inesperado tão em cima da hora, não vou cobrar nenhuma porcentagem por
era exigia muita astúcia, inteligência e um dom nato para manipulação, mas
ele não era um monstro. Faltavam escrúpulos e talvez um pouco de caráter,
mas não havia escuridão em sua vida. Era apenas um moleque rico que
vencer, eu tinha que permitir que a parte ruim do meu DNA falasse mais alto.
Daria tudo para ser apenas um irresponsável com dinheiro no bolso tocando
um só.
maior parte do tempo, mas não hesitava quando se tratava de nos proteger de
interessado em fazer parte de sua cúpula. — Fui até o bar e me servi com
Lucas não falou mais nada, foi para o outro lado, mexendo em seu
eram cansativos.
Meu pai chegou uma hora depois do combinado, usando preto e com
encarando como se eu fosse seu inimigo. E eu era. Ele me fez ser assim e
não te passei o controle dessas coisas e talvez nunca passe. Um homem como
eu jamais abandona o jogo por uma aposentadoria…
— Sei que tem seu acordo com os ucranianos, pai. Acha que não
rastreio meus equipamentos?
— Seus equipamentos?
caso, não vim até Nova Iorque para discutir sobre quem está alimentando.
Estou aqui para controlar os danos. Seus gastos exorbitantes com um certo
E como…
morrer.
— E o que mais?
Sua expressão contrariada me revelou que ele faria o que pedi por um
tempo, exatamente como previ. Ele saiu sem falar nada, batendo a porta.
Enviei uma mensagem em meu telefone, assim conseguiria o que planejava.
Estava me saindo muito mais fácil do que havia imaginado, porém, parecia
para a casa que estávamos. Eu ainda tinha trabalho a fazer, mas evitaria ficar
exposto.
— Eu sei.
homens saíram dos carros, estavam armados, mas não apontando para nós.
Seu líder saiu de dentro deles e abri minha porta.
lado.
quer?
Está disposto?
— Bom… vai ter que entrar na fila. Não posso te ajudar. — Ninguém
além de mim o mataria. Virei para voltar para o carro. — Mas posso te
entregar outra cabeça que tanto deseja.
não uma sede por territórios e controle de pontos de drogas. Aquilo não era
para mim. Eu os alimentaria com armas e munições, mas ficaria fora dessa
disputa.
— Ainda nada.
— Em primeiro lugar, foi o merda do seu pai que fez negócios com o
meu.
— E em segundo lugar…
— Não, não está morta — Enzo retrucou. — Estou procurando por ela.
sabe que os matou com um golpe armado pelo meu pai. Ele também deveria
— Eu sei, mas como você vai matar o seu pai, gastarei meu tempo
minha vida, uma dor começou a incendiar minhas veias com uma saudade
E iria encontrá-la.
Capítulo 5 | Ava.
Nova Iorque
de dia, permitiam que passeasse pelo jardim, pegasse sol e fizesse uma
refeição completa na varanda. Outras, eles me pegavam à noite e me
padrinho?
Eu não sabia.
Não havia ninguém para procurar por mim. Melissa deveria pensar que
estava morta ou fui embora sem me despedir. E ali… eu ficaria para sempre.
Presa em um quarto pequeno, todo escuro, com móveis de madeira como
queria que ficasse parada. Meus pés ficavam presos com correntes para que
eu não pudesse correr como tentei nas primeiras semanas. Eles, seja lá quem
fossem, nunca bateram em mim porque uma boneca não tinha hematomas.
Não podia dizer o mesmo da minha cabeça, que fodida, já não era mais
a mesma. Todos os dias repetia o mantra que não importasse o que fosse
acontecer, eles não podiam me quebrar. Eu estava viva, um dia após o outro,
tentava me apegar ao fio de esperança de que haveria uma vida além do
Eu fui pega e acordei ali, não sabia quanto tempo fiquei desacordada,
nunca respondia minhas perguntas, mesmo com toque gentil e fala suave, ela
momento, depois, que me venderiam e por fim, que seria estuprada. Eles
Movi meu braço e o barulho das correntes, minha punição por não ter
ficado quieta durante as horas intermináveis que o meu captor tocava piano,
me fez arrepiar. Além dos pés, estava com os braços presos. Sempre que
desagradava, o castigo era silencioso. Nenhuma dor física era imposta.
conforme o humor de quem mandava na casa. Tinha dias que era um mingau
com aveia sem gosto e dias que era um filé mais macio que manteiga. Talvez
tivesse a ver com meu comportamento durante o momento que precisava
Ouvi os sons da chave na porta e ergui meu rosto, fechando meus olhos
deixada na mesa, com comida e minhas mãos foram soltas. Ele também
roupas, saindo novamente sem falar nada. A luz ficou meio acesa, eu sabia
escuridão.
qualquer navalha perto de mim, não que eu fosse me matar e sim, atacá-los.
Certamente eu iria.
gostoso. Não lembrava quando havia comido antes. O tempo no ócio era
abrissem a porta.
liberdade tomada.
além da agonia que me sucumbia. Bati até começar a doer. Minha cabeça
girava.
água estava fria. Meu vestido foi substituído por um maiô rosa escuro e eu
emergi, esticando os braços, sorrindo, fazendo sinal para alguém vir até mim
e então, ouvi a risadinha do bebê. Era tão feliz e amoroso. Tão cheio de
Abracei o travesseiro com meu coração doendo. Aquilo era pior que
E do que adiantava?
seguindo o homem alto sem questionar. Estava dia, era manhã, aquele
Ele me deixou sozinha ali sem falar nada. Meu café foi servido na
mesa do lado de fora, torrada, ovos e café preto puro, sem açúcar. Caminhei
sem pressa pelos arbustos, olhando as flores, sentindo meus pés na grama
Podia sentir o cheiro do mar e às vezes, pensava que ouvia o som das
acordar à noite.
— Quando será que irei sair daqui? — questionei para o nada. Olhei
para o alto, chorando. Eu nunca pensei em Deus. Não fui criada para
rapidamente, ficando de pé. Ergui meu vestido e corri o mais rápido que
Ele apertava minha boca tão forte que estava doendo meu maxilar e fui
arrastada contra minha vontade para um quarto que não era o que costumava
ficar. Ele me jogou dentro e fechou a porta. Bati meu punho, frustrada e me
redor, assegurando a segurança. Ele ajeitou o terno, era bonito, com o cabelo
grisalho cuidadosamente arrumado. Parecia letal e a vontade de pedir ajuda,
socorro, morreu com o medo que borbulhou no meu estômago. Ele olhou
para cima, como se sentisse que estava sendo observado. Me escondi,
Eu não queria ser vendida. Queria liberdade. Ter minha vida ou que
restou dela de volta.
sotaque muito carregado. Tentei entender através dos ruídos e não consegui
muito além de “irei levá-la agora”. Palavras como presente, procurada e
revogado chegaram aos meus ouvidos e sem fazer nenhum sentido, eu sabia
que era sobre mim.
quase desmaiei.
Para onde?
estava em Nova Iorque ainda, mas longe da cidade. Perto da praia. A viagem
seguiu por quase uma hora, fazia tanto tempo que eu não via carros ou
jogada no sofá. Eles saíram sem falar nada. Corri até um telefone, tentei
pegar como pude e estava mudo. Fui até a televisão, buscando o controle e
fui contemplada com uma tela azul.
— Que bom que lembra de mim. — Foi até o bar. — Gostou da sua
estadia com meu velho amigo?
seu pai escondeu meu dinheiro, você vai ficar bem aqui. Acredite em mim,
amorzinho. O velho já estava de saco cheio de você, precisando de outra
foi usada contra mim. Não era uma cela e sim um quarto normal, cama, mesa,
banheiro e armário, mas eu estava igualmente trancada. Fui até a janela,
Fiquei horas no quarto ainda com as roupas de boneca até que dois
homens entraram. Eles soltaram minhas mãos, deixaram água, biscoito, frutas
e um conjunto de roupas que parecia que foram aleatoriamente escolhidas em
correntes que prendiam meus pés. Tomei banho e na frente do espelho, mal
ninguém deveria saber. O que ele quis dizer sobre encontrar o dinheiro que
meu pai escondeu? E melhor… o que eu tinha a ver com isso? O que
raras que podia participar e em uma delas, fui apresentada. Não sabia o que
todos os sócios do meu pai faziam, mas sabia que não eram todos que
quebrar. Eu queria ficar forte, pelo menos dentro de mim mesma. Seria uma
boa menina, como ele pediu. Ele poderia não ser como o velho, que me
queria sentada e bonita como uma boneca para que pudesse tocar.
arriscar. Por mais que houvesse momentos que eu quisesse desistir, eu tinha
que aprender a ser fria para lutar por mim mesma quando fosse o momento
certo. Eu tinha que tirar forças do meu interior. Sempre fui uma menina forte,
Dentro daquele quarto, eu não sabia quanto tempo havia passado. Dias
ficava apenas ali. Sem voltas no jardim, sem sentir a grama entre meus
dentro da minha própria mente, confusa com minhas memórias e perdida, não
tinha onde anotar. Podiam ser apenas semanas… mas podiam ser meses ao
momento, meu pai me levou em um banco ou para qualquer país. Ele parecia
meu pai e irmãos. Eu vivia na mesma casa, convivia pouco e não era
Cada dia que passava, me sentia mais nervosa sobre o que ele poderia
fazer por não dar a ele uma resposta satisfatória e ao mesmo tempo, enquanto
ele acreditasse que poderia ajudá-lo, que tinha algo a dar, eu ficaria viva.
Sem conseguir escapar do quarto e sem quaisquer vislumbres da vida lá
que me via escorregando demais para dentro do mundo dos sonhos. Era
infinitamente mais fácil criar um universo feliz em que a minha vida era
perfeita, que eu podia correr por aí e sentir o vento no rosto com gosto de
liberdade. Era delicioso fechar meus olhos e me ver tendo uma vida normal,
E era muito necessário abrir meus olhos e ver que estava presa.
ajudar a calcular o tempo, eu percebia que ele estava passando a cada nova
noite, mesmo que houvesse dias que eu dormisse o tempo todo. Eu nunca
esconder as pontas feias. Não havia muito que fazer com a minha aparência.
portas, o corredor e tentei absorver tudo que vi. Desci a escada, procurando
onde poderia ser a porta da frente, o caminho para uma saída e fui levada
— Ela pode ser sim, mas estou dizendo que ela não é a menina
desenhada nas barras de ouro. Ouvi dizer que era uma criança loira. Essa aí
tem cabelos negros como a noite. — Ele bebeu seu uísque. — No entanto,
não nego que tem um tesouro em mãos. Soube que Moore tem muito dinheiro
nisso.
Que ouro? Ele queria me exibir para quê? Meu pai tinha dinheiro por
aí?
Meu prato era igual ao deles, sofisticado, bonito e eu estava com fome. Comi
devagar, me sentindo um animal sendo observado. A maneira que um deles
me olhou me fez sentir nojo. Ele queria que as pessoas de seu meio
do bolso. Era muito moderno e tentei de tudo espiar a data, mas ele logo
apagou a tela.
porta da frente foi bruscamente aberta e três homens entraram na casa. O que
Maligno.
Tentador.
Havia algo sombrio em seu olhar que o fazia parecer um anjo do mal.
Meu olhar atraiu para a porta da frente. Não era uma rua movimentada
ou pelo menos não parecia. Fui puxada para a escada e não vi mais os novos
porta, trancando.
Não consegui ouvir nada no andar inferior. Colei meu ouvido na porta
Fui para a cama com os livros, querendo chorar, oprimida com minhas
emoções e um bom tempo depois a porta foi aberta. O de sempre entrou com
uma bandeja.
saiu.
com Melissa na varanda dos fundos da minha casa. Nós duas sugávamos até
sentir dor na testa e ríamos como duas bobas.
— Por favor, por favor… que não seja uma brincadeira — falei
baixinho, segurando o bilhete contra meu peito. — Por favor, que seja real.
Fechei meus olhos e pedi muito que fosse verdade. Implorei que a
ligue para o pediatra. Ele tem dois meses, precisa se alimentar bem. Como
está Daisy?
Enfiei meu telefone no bolso, sentindo minha cabeça doer por estar
com uma rotina muito agitada em minha curta viagem para Nova Iorque e ter
alguns negócios. Verificar meu pai era um dos motivos, ele andava muito
quieto, o que não era do seu feitio. Depois que Enzo Rafaelli eliminou os
chefes dos ucranianos que estava relacionado, ele se encolheu, ciente que
troca de ele não matar meu pai. Esse prazer não podia ser roubado.
novo e equipado avião repleto de segurança para suas viagens. Ao longo dos
anos, foi uma parceria muito lucrativa. Eu era o tipo de parceiro silencioso,
mesmo quando ele agia como uma besta por aí, e nosso acordo era nunca
revelar nossa ligação. Ele sabia que eu não participaria do interesse público
de sua vida.
Abri minha carteira e sem querer, a foto de Ava caiu. Lucas estava
Rafaelli. Foi em uma reunião que ele pediu para aumentar a televisão e ver a
reportagem sobre o desaparecimento de Ava Moore.
Eu achava que ela estava morta até que Enzo disse que não a matou.
Ele a levou para seu padrinho, que havia desaparecido no dia seguinte. Seus
homens encontraram o corpo e nenhum sinal de Ava. Dias depois, ele achou
imagens que ele supunha ser de homens que a levaram, mas nunca chegou a
um reconhecimento.
ficaria segura, independente das ações do pai e irmãos. César deveria ter
para que Ava vivesse bem até que a corrida em relação ao dinheiro de sua
família encerrasse — ele falou e então, a imagem dela apareceu na tela. Foi
mente antes de conhecê-la. Foi ali que começou a porra da obsessão doentia
ao ponto de manter uma foto dela comigo por todo lugar. Esperava que ela
campanha “Me ajude a encontrar Ava Moore”, que a melhor amiga dela
Eu me casei com Ava em minha mente. Meu casamento não foi por
amor e sim porque eu a engravidei, minha esposa nunca ocupou o lugar que
Ava tomou para si. Me perguntava como era possível sentir uma pessoa sem
nunca a ter visto. Era irreal no meu mundo e acreditava que no de qualquer
um, porque essa porra me fazia pensar que me tornei um homem doente.
Lucas parou o carro com uma freada brusca e isso atraiu atenção do
saquinho e saiu correndo pelo beco, os demais fugiram para o outro lado.
Emerson me deu um olhar alterado, erguendo os punhos. Ele era grande para
sua idade, forte, provavelmente Enzo o colocou para treinar desde as
ignorei. Sua teoria que estava me tornando um coração mole desde que as
crianças chegaram em minha vida era besteira. Eu me tornei um marido, em
responsabilidade.
levamos o sexo para fora dali e ela engravidou. Eu não sabia nada sobre ela
ou sua vida, era foda dura e pervertida até que um bebê estourou a bolha do
mistério. Ela tinha uma filha de dois anos de um relacionamento que havia
inesperada foi um baque para nós dois, principalmente porque aos quatro
mantinham na cama para não perder o bebê e não morrer. Ela me pediu para
Nós nos casamos. Não havia amor, isso era impossível para alguém
tão dominante como eu, não nos conhecíamos, mas por Daisy e o bebê, eu
deixava minha vida perigosa para fora dos muros da minha casa e dava a
eles o meu melhor. Eu nunca permiti que meu pai soubesse da existência
deles. Ninguém além dos meus funcionários mais íntimos sabiam da minha
esposa e filhos.
Vivianne não resistiu ao parto do nosso filho. Ela morreu duas horas
depois que Milo Zachary Blackwood nasceu e assim, eu tinha duas crianças
dependendo de mim. Daisy Joan era uma menininha alegre, carregando toda
inocência do mundo e uma tagarelice sem fim. Ela cheirava a talco e tinha o
sorriso mais bobo do mundo. Milo era parecido comigo. Cabelos escuros,
meio da rua e levaria de volta para casa. Talvez, antes de me sentir ligado a
fiz o meu nome além do dele. Pessoas me temiam por ser quem eu era e não
por ser o filho do Blackwood. Quando esse sobrenome era dito, o medo era
por mim e não por meu pai. A existência dele estava cada dia menos
incêndio.
Puxei Emerson em frente ao prédio que sabia que seu irmão estava e
— Porra, eu não sou seu pai, caralho! — Enzo passou por mim,
— De nada.
nenhuma da sua vida, mas que é um lunático por fogo, você é. — Ele brincou
com a corrente da maleta.
— Tocante.
Lucas sempre ficava quieto. Ele nunca dizia mais que o necessário na
presença de qualquer um porque era o jeito dele. Enquanto eu gostava (e
precisava) dominar tudo ao meu redor, ele seguia o ritmo da vida sem
reclamações. Se nós dois fossemos controladores, já teríamos nos matado há
muito tempo.
seguranças ficaram tensos com a minha presença, mas não fizeram nada.
Havia mais carros ali, o que significava que Jackson não era o único
convidado da noite.
um infantil vestido lilás, na verdade, era a mulher que estava na minha mente
há anos. Ela levantou, mesmo assustada, com os olhos arregalados, e me
encarou com desafio. Não importava o que fosse acontecer, ela lutaria.
Ava estava bem ali. O tempo todo debaixo da porra do meu nariz.
Por um tempo, só ouvi as batidas do meu coração. Era ela. Real. Carne
e osso. Não como meu sonho, apenas… ela. Viva.
Eu sabia o que ele era capaz de fazer, torturar e machucar seu próprio
filho era seu hobby favorito quando eu era criança. Ela não aparentava estar
ferida, apenas assustada e as correntes em seus pés mostravam que não era
uma convidada.
Olhei para Lucas e ele soube o que eu queria. Indo para um lado da
Se não fosse por Ava no andar de cima e os motivos pelos quais ela
estava ali, ele estaria morto, com o rosto afundado em seu prato de
— Pode ficar calmo, pai. Eu não vim brigar. — Sorri e puxei uma
cadeira.
Não ainda.
— Deveria ter avisado, Levi. Essa não é sua casa e estou ocupado.
sabiam que eu não jogava o mesmo jogo que meu pai. Eles já ouviram o que
era capaz de fazer com quem entrava no meu caminho. Para vencer um
monstro, muitas vezes, você precisa se tornar um. Para derrubar meu pai nos
negócios, eu soube exatamente quem trazer para o meu lado e como. Não era
a sua promessa.
Cada fim do dia, com medo dominando meu coração, eu relia o bilhete
que escondi nas coisas do quarto para não ser pega. Sonhei com Melissa me
aparecia, entrou no quarto com um saco de roupas. Foi ele quem me deu o
primeiro livro surrado. Era o único que trazia livros bons. Os demais
ficavam irritados e pegavam qualquer um. Teve um imbecil que trouxe um
livro de medicina.
Ele me encarou.
aproximava.
tempo.
sentada olhando fixamente para a janela, sons começaram a chegar até mim,
luzes no jardim que vivia escuro, música clássica e vozes. Pessoas
importante que siga o plano, entendeu? Não tente sair antes do horário, a
perigoso. Eles querem o ouro a todo custo e acreditam que você é a chave
— Não temos tempo, eu te falei isso para seguir o plano ou tudo dará
errado.
escondidas no meu sutiã. Ele estava um pouco frouxo e esperava que não
prêmio.
sabia quem era o líder. Ele estava sentado no meio, relaxado como se fosse
um rei.
mencionou que ela era bonita, Beauchamp. — ele falou com um sotaque
muito estranho. Ucraniano, talvez. Quem estava ao lado dele, riu. Porra, ele
Sinalizando para o segurança atrás de mim, fui levada para longe, mas
eu sabia que eles estavam me observando o tempo todo. A festa foi passando
maioria ficava.
Beauchamp e o estrangeiro falavam o tempo todo, bebiam e pareciam
não estava olhando para mim e sim para o segurança ao meu lado. Com um
sutil aceno, meu braço foi agarrado e com horror, vi a festa ser invadida. As
estava com ele, naquele momento, sua traição foi descoberta. Fui jogada no
chão, peguei as chaves e com dificuldade, soltei meus pés. Ele estava
o jardim.
Havia pessoas correndo do lado de fora, feridas, não dava para ouvir
fui.
Havia outra pessoa correndo, porque eu podia ouvir seus passos
pesados massacrando os galhos além dos meus. Ele estava cada vez mais
perto, fazendo meu pânico aumentar e minha respiração falhar. Sem preparo,
— Meu chefe não vai ficar sem sua prometida. — Ele soou ofegante
com o sotaque forte.
dor explodiu de tal maneira que o mundo inteiro girou. Senti meus dentes
moles.
Sem aviso, ele caiu para o lado. O homem do pescoço com cicatrizes
luzes apagadas. Fui levada para dentro de um, o tempo todo rezando que não
fosse outra armadilha. Meu corpo inteiro tremia pelo esforço repentino
— Sim, eu enviei antes. Não daria para sair com tudo, com sorte, ele
velocidade e com mais atrás de nós. Tirei a máscara do meu rosto, com o
Sua voz era rouca, carregando uma intensidade feroz, mesmo com a
fala calma.
— Não.
— Por quê?
jogar em sua direção, mas a porta lateral foi aberta e o culpado por tudo que
estava acontecendo na minha vida passou por ela. Joguei o vaso nele! —
Você! Maldito, miserável, infeliz, filho da puta! — Avancei nele, batendo
com meus punhos em seu peito, rosto, arranhando o pescoço. Ele tentou me
— Não se ela for me atacar de novo. Parece uma maldita gata, porra
fundo, Ava.
Senti meu peito livre da pressão que o vestido causava e olhei para
baixo.
olhei em seus olhos. Enzo sorriu de lado, deliciado com as minhas reações.
Eu queria enfiar meus dedos em seus olhos e arrancá-los fora. — Fui levada
para uma cela! Vestida feito boneca todos os malditos dias! Eu fiquei com
fome e no escuro por sua causa!
— Por causa do seu pai e dos seus irmãos. Entendo que não queira me
agradecer por isso, minha intenção era que seu padrinho a levasse para fora
e assim pudesse continuar viva. Eu não tenho culpa que ele confiou no
— Já chega. Não temos tempo para isso, temos que sair. — Levi olhou
em seu relógio.
da sala, sem se abalar comigo ou que havia feito. Ele não se importava.
— Não tem. — Levi foi frio. — Fiz a minha parte em tirá-la de lá. Ir
comigo significa ficar segura enquanto descobrimos o que o ouro tem a ver
com você e seu pai. Ficar, significa que estará à própria sorte, dependendo
Agarrei sua mão, com medo, tão confusa que apenas o segui. O que eu
iria fazer? Nos fundos, os homens estavam reunidos, mas havia um heliporto
e ali, as pás do helicóptero começaram a girar. Marcel e o da cicatriz
cercaram Marcel.
— Ele me ajudou!
cabeça.
— Será morto?
sem óculos, o cabelo maior, mais liso e ela parecia mais alta. Adulta. —
Meu Deus, é você! Eu te procurei tanto! — Ela me abraçou e eu só chorava,
— Eu sei, eu não sabia, mas eu sentia que não estava morta. Eu lutei
contra todos! Não sabe o quanto te procurei, Ava! — Ela segurou meu rosto.
— Estou tão feliz! Eu sinto muito por tudo que passou! — Chorou junto
encontrado e contando o que sabia. — Ela secou meu rosto. — Eu não posso
ir com você porque tenho que continuar fingindo que você está desaparecida.
Você ficou em cativeiro por anos e essas pessoas precisam pagar por isso.
— Seu pai?
— Não entendo.
Ele fez parecer que seu pai traiu o italiano, mas foi um jogo. Eu só descobri
isso esses dias, através do Sr. Blackwood, que me trouxe provas. Áudios,
vídeos e caramba, é uma teia suja. Meus pais se divorciaram há dois anos e
esse tempo todo mamãe estava dizendo que ele sabia do seu paradeiro, ela
chegou a acusá-lo publicamente e ele fez com que ela fosse internada! Minha
para nos proteger, em troca, eu vou pegar o máximo de informação que puder
você ser a chave para esse ouro, não sei se é para abrir um cofre ou se tem
algo em você que possa levar até isso que faz com que queiram esse ouro
meu pai foram as contas no banco do seu pai, com dinheiro que deveria te
Não entendi, mas por algum motivo balancei a cabeça que sim.
— Irei te ver assim que puder. Minha vida tem que ficar normal para
que ninguém desconfie que sei do seu paradeiro. Vamos nos falar, ok? Todo
dia! — Ela ficou de pé e me puxou para cima. — Sei que parece egoísmo
nos olhos.
— Um dia, nós vamos fazer uma nova viagem como sonhamos antes de
tudo.
tudo acontecer e agora, parecia bobo pensar que um dia fui tão… inocente.
— Paris.
ele possa ser, ele me deu a palavra que cuidaria de você, mas irei caçá-lo
seu olhar era como uma ordem para entrar no avião, eu tive vontade de
concreto.
— Canadá?
mas eu não sabia onde ele morava para dizer que estávamos realmente
perto.
Nunca estive no Canadá antes. Fiquei quieta no lugar e quando o piloto
mala que foi colocada ao meu lado. Fui ao banheiro, apertado como de
Vesti a calça de moletom, feliz por ter algo cobrindo minhas pernas,
ainda escorriam sobre o quanto eu não me enxergava mais. Não era a Ava
Levi não falou nada o voo inteiro. Os outros dois muito menos.
Chegamos ao Canadá e havia dois carros esperando, que seguiram
viagem por estradas por um bom tempo, eu já não tinha noção de nada que
Levi esperou que olhasse tudo e eu o segui para dentro. Uma senhora
nos aguardava.
minha convidada. Ela está cansada e com fome, leve-a até seu quarto.
outra coisa, eu posso preparar ou mandar que algum dos meninos busque na
cidade. — Ela soou carinhosa. Parecia uma avó que dava vontade de
abraçar.
— Sopa e pão está ótimo, obrigada. — Enfiei minhas mãos nos bolsos.
— Amanhã você irá ao médico, precisa saber como está sua saúde e
— Meu nome é Davina. Você pode me chamar a hora que precisar, tem
Agora vem, vamos para seu quarto. Eu escolhi o que tem uma linda entrada
de luz solar, dá para ver a piscina e tem uma varanda onde eu vou te servir
seu café. — Ela segurou meu braço e me levou confortavelmente para uma
precisa e no final do dia, poderá se conectar com sua amiga e fazer o que
quiser.
Ela foi falando até me levar para um quarto de princesa. A cama era de
dossel, branca, com um véu bege claro ao redor, arrumada com móveis
antigos em tons claros. Mostrou onde era o banheiro, que tinha uma banheira
de pontas redondas e um espaço para o chuveiro com mármore branco.
— Eu? Não! Se você sentir medo, não tem problema trancar, mas
nenhum homem é permitido no segundo andar da casa. Apenas Lucas e Levi
Canadá
Ava não saía de seu quarto. Ela foi levada a médicos, fez exames,
curto. Quando a encontrei, estava no quadril, depois, ela cortou abaixo dos
ombros. Sempre que estava em casa, ela nunca colocava o pé fora do
quarto.
ainda assim, ela nunca saía do quarto para nada. Davina levava as refeições
quando ela não aparecia para comer e sempre pedia livros. Ela lia um por
noite, normalmente, ação, mistério, suspense e raramente, romances. Eu
mandei comprar novos livros do estilo que gostasse para que sempre tivesse
minha mente.
Meu escritório ficava virado para a varanda de seu quarto e parado
Estava sol, um dia lindo para explorar nas áreas que estavam liberadas para
— Ela precisa de um convite para sair. Apenas Davina tem falado com
ela e não é a dona da casa. Talvez precise que vá até lá. — Ele se jogou no
sofá e colocou as pernas em cima da mesa. Virei meu rosto e ele tirou
desconfortável.
— Não vai saber se não tentar falar… eu não irei. Não conte comigo
para essa missão, eu não vou chegar perto dela além do que já fiz. — Cruzou
os braços.
Lucas sabia que não adiantava nada me impedir de fazer o que eu
queria. Ele podia dar sua opinião porque éramos irmãos, parceiros, mas eu
ainda era dono da minha própria vida e de todos ao meu redor. Entendia sua
eu sequer podia explicar o que Ava significava para mim sem parecer um
louco.
Eu não sonhei com ela ou já a tinha visto antes. Senti que a conhecia
em toda minha vida quando bati meus olhos nela na televisão. Era uma
emoção nova. Eu odiava não entender minhas emoções, porque eu não era
adorava.
boca.
— Comi todo meu macarrão. Dadá disse que para ter sôvete tinha que
pedir.
— Estará mais tarde e vai dormir fora do seu horário. Eu não preciso
coloquei no chão novamente, ela saiu correndo e avisei à babá que ela podia
Lucas saiu do meu escritório e pensei sobre o que disse, sem debruçar
nos meus pensamentos, fui em direção à ala onde Ava estava hospedada.
a porta do seu quarto. Parei em frente e dei duas batidas bem firmes, não
havia nenhum som dela. Duvidava que ela ligasse a televisão. Fora as
chamadas com a amiga, Ava seguia como se estivesse presa e essa não era
minha intenção.
— Pode entrar. — Ouvi sua voz baixa.
entrar.
uma blusa larga e short jeans. Em suas antigas fotos, ela era uma garota com
atraente. Ela estava visivelmente mais magra e seu rosto também aparentava
suplementos.
quarto.
não me sinto mais a mesma e não sei mais o que gosto. Apesar de falar com
quando me deparei com matérias sobre mim. Eu não quero ver nada sobre
isso.
Ava franziu o cenho para meu tom, não acostumada, mas pegou seus
chinelos. Decidi dar a ela um tour adequado pelos lugares que ela poderia
circular tranquilamente.
ela dará um jeito. — Mostrei a ampla sala com sofás confortáveis, uma
Ava parou no meio, olhando para o alto e rodopiando. Ela abriu os braços
para a quantidade de livros e sorriu pela primeira vez desde que nos
— As escadas são firmes, pode subir nelas, mas aconselho a não ficar
Controle-se Levi.
— Eu não posso correr. O médico disse que tenho que engordar, pelo
menos, uns seis quilos antes de voltar a fazer atividades físicas no ritmo de
antes.
toda manhã. — Podemos treinar juntos, no seu ritmo, não sou um instrutor,
mas sei como…
eu quero.
— Entendi.
Daisy, ele ainda vivia no ciclo de mamar, cagar e dormir. Me acordava mais
vezes durante a noite do que um dia achei possível. Ele era bem determinado
todos os detalhes. Assim que a reunião encerrou, Lucas entrou na minha sala.
— Algo novo?
sorriu.
querendo matá-lo. Ele estava com sorte quando o único querendo dar um tiro
no meio de sua testa era eu. — Sorri de lado.
— Eu sei.
como ele assistiu meu pai morrer, mas isso? É muito melhor. A ruína de um
homem orgulhoso e poderoso. Ver seus pedaços se desfalecendo perante a
sociedade que ele trocou a própria família por dinheiro e status é ainda
melhor que…
— Nada é melhor que o fogo. Ele ainda vai queimar, sentir o cheiro de
sua carne fritando e lutar por ar. Mas talvez, só precisamos assistir. Ava está
conosco e os ucranianos não têm nada. O ouro pode ser apenas uma fantasia
delirante que ele se manteve entre os seus e agora, não tem nada. — Girei
minha cadeira para a janela. — Quero descobrir a fundo essa história, por
de volta. — O fogo já começou. Ele não precisa ser visível aos nossos
olhos. Sua ruína é o incêndio mais doloroso que poderia causar em sua vida.
Eu sempre quis que ele morresse sentindo a dor que me causou e finalmente
estou conseguindo.
— Pelo seu pai, pela minha mãe e por nós… chegamos até aqui.
Lucas olhou em meus olhos. Eu prometi a ele que teria vingança. Por
um segundo, ele teve medo que eu desistisse de tudo, principalmente depois
que as crianças chegaram em nossas vidas e muitas das nossas atitudes
precisaram mudar. Depois deles, precisava estar vivo. Voltar para casa e
segurá-los para sentir que havia mais na minha vida.
minha vida, pontos de luz na escuridão sombria do meu peito, tentava não me
deixar sucumbir. Foi depois deles, que eu entendi que não era um homem
— Tenho que dar uma volta. — Lucas falou à beira de sua confusão
mental. Ele ainda era conflituoso sobre a morte, que, diferente de mim, nem
— Não suma.
Ele parou na porta, pensando sobre e assentiu. Ele não iria muito
longe.
Precisando sair daquela névoa, levantei e fui até a ala que ficava os
que eu não sabia que precisava ser preenchida e depois deles, o sentimento
de que necessitava de mais não parava de crescer em meu peito.
Capítulo 11 | Ava.
Em algum lugar em Quebec.
Canadá
escuro. Era simples, bonito, não revelava muito do meu corpo além do
comum. Minhas pernas estavam felizmente depiladas, brilhantes de tanto
hidratante e os cuidados que estava tomando comigo mesma desde que tive
oportunidade. Ainda estava abaixo do peso, o que me incomodava. Eu estava
Ganhei três quilos e ainda faltavam seis. Esperava que fosse em breve
para poder me exercitar, me sentir eu mesma o máximo possível. A ideia de
nadar com Levi era péssima. Eu não podia ter outro colapso nervoso na sua
frente, me debater feito um pato dentro da água porque havia algo errado na
minha mente.
Ficar dentro do quarto era onde me sentia segura, por mais que Davina
possível.
Quase três anos da minha vida… e contando. Eu ainda não estava livre
apesar de não ser mais uma prisioneira.
prendendo meu cabelo e desci as escadas até a piscina aquecida. Eram oito
em ponto. Levi já estava lá dentro. Ele usava um calção de banho e uma
masculinas, estavam de fora. Por mais que não devesse, eu não conseguia
arrepiada.
— Eu não quis ser ofensiva, sei que é jovem, mas também não quero
— Você não deve me chamar de senhor. Levi está bom. — Ele ficou
esquisito.
bordas. — Ele foi entrando sem tirar a camisa, provavelmente para não me
deixar constrangida. Tirei meu roupão e evitei olhar em seus olhos, era um
maiô comportado, mesmo assim, ele era um homem e eu uma garota que não
lugar e senti o movimento da água. Levi tocou minhas mãos, soltando meus
— Vamos tentar boiar aqui até que sinta segurança de ficar sozinha,
não tenha pressa, nós podemos avançar um pouco a cada dia — ele falou
eu ficasse boiando.
segurou.
— Não vou te soltar, meus braços estão logo abaixo, você chegou a
braços com calma. Ele nunca se afastou, o que me dava extrema confiança
borda, eu estava me sentindo leve. Era esquisito ter medo de algo que eu
fazia muito, tinha confiança e até competia. Era como se estivesse colando
meus pedacinhos que foram quebrados e espalhados por todo lado. Sentei na
escada e ele afundou, tirou a camisa e foi nadar. Eu deveria ir, mas não
Levi tinha muitas cicatrizes nas costas e não tirava a beleza dos seus
pausas e quando parou, saiu pela borda, ignorando a escada. Engoli seco
com as gotas escorrendo por seu corpo e com as mãos tremendo, eu peguei
uma toalha enrolada que estava na cadeira e estiquei. Ele aceitou, secando o
correndo.
No meu quarto, tomei banho e hidratei meu cabelo por causa do cloro.
Ao sair, vestida para o dia, Davina estava servindo meu café na varanda. Eu
peguei as receitas das vitaminas e remédios que estava tomando, ainda sem
era de confiança, trabalhava para Levi por fora. Meus exames eram todos
marcados como paciente X, para que meu nome não fosse revelado a
absolutamente ninguém.
queria ter coragem de explorar ao redor, parecia ter trilhas para correr e eu
vencer minha própria mente e tudo que havia acontecido, porque eu tinha o
no jardim com alguns livros, para matar o tempo. Tentei me empolgar com
filmes e séries, Melissa fez uma lista com tudo que era novidade e que eu
poderia gostar… mas eu não conseguia passar mais de cinco minutos com os
olhos na tela.
Usando uma bolsa para carregar tudo, forrei um cobertor perto de uma
árvore e comecei a ler. Davina trouxe uma cesta de frutas e água, sentando
lendo porque tenho muito que fazer ainda. Se precisar me chamar ou se tiver
distraindo por um bom tempo. Pensei ter ouvido risadas infantis, com a voz
de uma mulher falando para a menina não correr tão longe, mas eu não
conseguia ver. Me estiquei, procurando entre as árvores e fui contemplada
— Devo estar maluca. Além de sonhar com uma criança, agora estou
tanto ao sonho que estava tornando-o real. Ela estudava psicologia, seria
falta de ética tentar me analisar ou fazer qualquer tipo de sessão, mas era
Estava longe, parei no meio dos degraus, olhando para trás. Parecia
dentro da casa, ecoando pelos corredores vazios como o vento, que fazia um
sussurro baixo. Saltei de susto quando uma porta bateu e decidi voltar para a
segurança do meu quarto. Deixei os livros na biblioteca rapidamente e fiquei
— Alguma novidade?
— Ainda não, só a mesma coisa de ontem. — Ela suspirou, parecendo
exausta.
— É difícil acreditar que seu pai sabia que eu fui sequestrada e não fez
— Ele não se importa, porra. Depois de tudo que fez, ele tem que
pagar. Não quero que morra, quero que seja preso, exposto e passe por
toda humilhação — ela vociferou e eu comecei a chorar. — Não, Ava. Não
se culpe. Nós duas éramos crianças inocentes. Nossos pais têm culpa. Eu
sei que sofre pela sua família…
— Sempre foi para mim, é isso que importa. Como está indo aí? Sua
aparência está melhor… aos poucos, está voltando a ser a Ava linda com
quem eu cresci.
e correr, tudo que consigo é ler. Acho que vai demorar para me encontrar
dentro da minha cabeça. — Me apoiei na escrivaninha.
— Não tem problema ser outra pessoa, ter novos sonhos e novos
gostos. Você pode ter a tela em branco e pintar tudo novo do jeito que
quiser. Não seja derrubada pelo medo, ok? Nosso tempo está acabando…
não podemos ser pegas. Eu te amo!
pelo quarto, rindo sozinha, lembrando de todas as vezes que pulei na minha
cama de calcinha, camiseta e fones de ouvido.
Agarrei o dossel, tomando impulso e pulei no meio da cama.
Não era mais uma menina de dezessete anos inocente, era uma mulher
e aceitar as mudanças que perdi, as que ainda viriam e sem perder o quanto
eu era sonhadora e gostava de me divertir. Eu podia ter mais do que um dia
tive.
minha família não me amava, deixar de lado que eles buscaram o que
levaram e focar em mim. Eu não permitiria que ninguém mais roubasse meio
Mesmo com a música alta, ouvi uma batida na porta. Eu parei de pular
e peguei o controle, me sentindo cansada. Desliguei a música e desci,
usual, que era fechada e enigmática. Eu podia dizer que aquilo era o mais
perto de um olhar divertido que ele poderia dar.
assunto.
parecia o céu à noite. Era simples, apenas longo, com um lascado até o
joelho e ficaria um pouco justo quando ganhasse um pouco mais de peso.
adega, que estava com a porta aberta e era lindo lá dentro. Admirada com o
— Não tanto ou não ficaria tão cheio. — Ele colocou uma garrafa de
analisando. — Ela queria uma vida tranquila com os filhos sem deixar a
cozinha.
— Imagino que você invadiu a cozinha do lugar e ditou o que ela tinha
que fazer. — Cruzei meus braços e encostei na soleira. Levi ergueu o olhar
— Não entendo nada. Sempre que saía para jantar, pedia que o garçom
ou o sommelier fizessem a combinação para mim. Eu acho que prefiro mais
suave.
Levi selecionou uma garrafa e eu saí da porta para que pudesse passar.
Ele foi até a mesa, colocando a garrafa no aparador e gentilmente puxou uma
cadeira para mim. Seria apenas nós dois. Eu não sabia se o da cicatriz ficava
por perto sempre ou era apenas um funcionário. Fazia tempo que eu não
compartilhava o jantar com outra pessoa e estava curiosa sobre o motivo que
molho, provando. Uma delícia. Ele fez o mesmo, com mais sutileza e modos
que eu.
do quarto.
— Nunca fui muito tímida. Não era meu estilo ser a garota que se
— Todos eles irão pagar por isso — falou baixo, com raiva. — Todos.
arrepende sobre seu pai e irmãos, mas ele nunca planejou que você ficasse
ferida. Ele nunca quis que pagasse por erros que não cometeu.
— Ele é um homem cruel. — Voltei a olhar para o meu prato.
— É sim, todos somos, mas a diferença é que sabemos quem tem que
pagar pelo que deve e quem não. Se você fosse como seus irmãos, estaria
morta naquela noite. Seu padrinho foi tolo em confiar em quem Enzo já havia
avisado para não fazer. O pai da Melissa, segundo nossas desconfianças, foi
— Meu padrinho falou com uma pessoa minutos antes de sairmos. Ele
culpou meu pai pela ambição e disse que estava me tirando do país. Fomos
minhas unhas na palma, meu punho estava tão firme que chegou doer.
— Não precisamos falar sobre isso agora. Se você não tem como
reconhecer quem estava na linha, não temos porque voltar a isso. — Ele
aproximou a mão, como se fosse tocar meu braço e recuou. Desviei meu
pela mata seca, porque não cuidava do jardim e pegou na ala leste,
Fogo em um gazebo?
— Gazebo?!
verão.
— Eu posso ir lá?
sua taça próximo à boca. Foi inevitável não sorrir de volta. Furei meu
tomate, espalhando no molho e comi. — Amanhã iremos lá. — Ele
escada.
sala.
Entrei em meu quarto, tomei meu remédio para dormir e troquei de
manhã seguinte.
dando boas braçadas. Ele era do tipo pontual e começou sem mim, afinal,
quem se atrasou fui eu.
devagar, estava quente, agradável e eu não soltei a barra porque era fundo e
eu não me sentia segura. Levi voltou, emergiu e passou a mão no rosto.
Dessa vez, ele estava sem camisa, apenas com seu calção que eu podia ver
meio borrado através da água.
— Você se atrasou.
Desculpe.
— Não pode tomar a medicação quando beber. É por isso que está
letárgica. — Ele se aproximou. — Vou tocar nos seus braços e cintura para
piscina. Eu não conseguia saber se era normal ou se minha cabeça estava tão
bagunçada que não sabia do que realmente tinha medo.
— Não é escuro aqui, só focar que tem uma claraboia enorme acima
de nós e apesar da piscina oferecer riscos, porque sim, pode se afogar, estou
lado.
— Eu vou tentar.
— Está tudo bem, você pode segurar em mim. — Ele me levou para a
escada. — Foi assustador?
pouco mais e vai conseguir voltar a nadar como antes. E depois, corrida.
pesado hoje.
Parei para analisar seu rosto e mordi o lábio. Ele era bonito demais
para não admirar. Eu podia passar o dia inteiro apenas decorando cada traço
de seu rosto. Dei mais alguns mergulhos, voltei para a escada e esperei que
ele terminasse de fazer seu treino. Combinamos de nos encontrarmos no final
Davina. Eu me pesei, como fazia todo dia. Ansiosa para chegar logo no peso
ideal. Faltava pouco.
Decidi passar o dia na biblioteca, olhando os livros e filmes que tinha
ali dentro. Separei um monte para ler e alguns filmes deixei no cinema, para
assistir mais tarde. Davina me ensinou a como fazer pipoca e eu comi
com um casaco leve. Desci as escadas e o encontrei do lado de fora. Ele não
estava usando roupas formais, apenas uma calça de moletom, tênis e casaco.
Parei ao seu lado e esperei que terminasse de digitar sua mensagem, olhei
para o alto ao ouvir uma risadinha infantil e ele ignorou, seguindo em frente.
verdadeira. Logo meus associados farão com que esteja livre do interesse.
— Enfiou o telefone no bolso. — E então, meu pai poderá ser morto.
— Sim.
— E está tudo bem com a possível morte dele?
— Com toda certeza. Até pouco tempo atrás, eu decidi que iria matá-
lo. Eu mesmo, com as minhas próprias mãos e cheguei bem perto de fazer
matar o próprio pai? — Há alguns meses eu decidi que era mais satisfatório
assistir sua ruína, matando-o em vida.
— Ele te machucou? As cicatrizes nas suas costas foram ele quem fez?
aqui porque a morte não o faria sentir tudo que eu senti conforme crescia.
Horas de tortura também não seria o suficiente. Ele sentiria dor física e não
se importaria com o passar do tempo. — Esticou a mão e me ajudou a passar
por algumas pedras. Nós andamos por uma trilha até chegarmos em um
gazebo.
Era lindo.
Havia folhas que se entrelaçavam nas madeiras, com flores e canteiros
ao redor e um balanço bem no meio. Era ali. O fogo consumia tudo em meu
sonho. Eu observava bem ali, onde estava, mas a realidade era que aquele
lugar lindo foi construído para ser um pedacinho de um conto de fadas.
Deixei Levi parado na grama e subi no gazebo, sentando no balanço. Eu
O vento em meu rosto e toda beleza me fez sentir livre como não me
sentia há anos.
Capítulo 13 | Levi.
Ava estava andando na minha frente, usando um galho como bengala,
que diabos estava fazendo passando tanto tempo com ela, se eu havia dito
que era apenas para cuidar dela enquanto sua vida estava em perigo por
causa do meu pai. Era uma desculpa plausível para tê-la por perto, mas eu
longe.
jogando no chão.
A irritação lhe deu forças para passar direto por mim, batendo o pé e
com calor, tirou a camisa, ficando só com um top branco curto. Ela enrolou o
gotas descendo por suas costas, se perdendo na calça justa. Ela estava muito
magra quando nos encontramos e aos poucos, podia ver seu corpo ganhando
forma novamente. Ela não parecia ser uma mulher de curvas sutis.
andando com rapidez. Ela tentou me puxar de volta, para andar com mais
ficou deitada.
— Eu não sei! — gritou e sorri. Era uma reação, pelo menos. Nada de
timidez e apatia.
inclinando para frente. Agarrei sua cintura para não perder o equilíbrio e
cair no rio.
— Vamos levá-los para o jantar?
— Não, quer dizer, eles parecem felizes ali. — Me deu um olhar sobre
seu ombro.
Puxei-a de volta para seu lugar e ensinei como colocar as iscas na vara. Ela
camisa.
— Acho que entendo porque quis trocar Nova Iorque por isso aqui. —
Ela olhou ao redor, respirando fundo. — É mais belo que muitos sonhos. É
pacífico.
não sei porque me tirou de lá. Quer dizer… eu entendo que seja algo moral,
ver uma garota presa e salvá-la, ou espero que seja. Ainda assim, você me
insistir ou não. Desistindo, ficou brincando com a caixa de iscas sem falar
comigo. Eu poderia dizer a ela todos os motivos pelos quais ela estava em
minha casa, mas isso poderia assustá-la e fazê-la sentir-se refém novamente.
Havia uma diferença entre nós que nunca poderia ser suprida. Falar
tudo.
— Seja quais forem seus motivos, eu sou grata. Não queria ficar em
Nova Iorque agora, por mais que eu ame Melissa. Eu não sei se um dia vou
sentir segura.
origem de tudo isso é que esse ouro foi roubado na Inglaterra e quem o
roubou, marcou com o desenho de uma menina. Sua filha. Até meu pai
delirar com essa merda, eu achava que era uma lenda. Acho que todos
pensavam que era um mito que corria nas ruas. — Puxei a vara com mais um
peixe. — No entanto, o que não é mentira, é que seu pai desapareceu com
muito dinheiro que deveria ser do meu pai e do pai de Melissa. Ele decidiu
que se saiu ileso traindo os italianos, por que não sairia livre ao roubar os
dois?
— Foi assim que seu pai achou que poderia negociar com os
ucranianos?
mesmo andando ao lado dele. Depois que descobriu que eu estava tendo
— Não sei. Não lido com mulheres e me envolvo até certo ponto.
— Você nunca vai me contar o que realmente faz?
atrás de nós. Ela se moveu tão bruscamente que quase caiu no rio,
crescer.
— É Lucas.
Olhei para trás e Lucas saiu da mata. — Senti seu cheiro de longe. Não
tomou banho?
— Sim. Sua presença fez com que ela jogasse as iscas na água e agora
não tem peixes o suficiente.
transferindo o que havia pescado não muito tempo e pelo tamanho, ele estava
mais acima no rio, na parte perigosa. Quis ficar sozinho e saiu por vários
Lucas não falou com Ava e isso fez com que ela se retraísse
Ava não foi uma vítima sexual por sorte, meu pai tinha muitos defeitos,
mas ele não sentia prazer em machucar suas vítimas sexualmente e o velho,
que a prendeu em uma cela, queria uma boneca viva para ter inspiração e
Poderia ter sido pior. Muito pior. Eu imaginava que ela tivesse sido
confio, então, você não precisa ter medo que ele irá te trancar em qualquer
lugar.
— Não gosto de chaves tanto quanto você — Lucas falou baixo. Ele
Lucas deu a ela um raro sorriso com o único intento de fazê-la relaxar.
Ele não se aproximava de mulheres há anos. Ao contrário de mim, não
encontrou no sexo um escape, mesmo que tivesse tentado. Ele escondia seu
corpo marcado por cicatrizes. Eu busquei novas. Nós reagimos de maneiras
diferentes aos nossos traumas…
a gritar. Sua reação foi muito engraçada. Eu não cheguei a rir, embora tenha
achado divertido, Lucas gargalhou, o que valeu a pena. Fazia anos que eu
no meu peito e foi andando. Abaixei e peguei o peixe, assobiei, ela virou,
pronta para brigar sobre ter feito um barulho para chamar um cachorro.
risadinha da minha filha. Ela estava brincando com suas bonecas, falando
sem parar enquanto a babá olhava Milo acordado no carrinho.
apaixonante que o destino quis que fosse minha para criar. Um presente que
eu negaria se não fosse Vivianne grávida de Milo e a paternidade chutando a
minha porta.
Meu pai deveria agradecer a eles. Daisy e Milo me fizeram ver que
matá-lo não mudaria nada, só me faria ser um pai que eu não queria ser para
os dois.
— Diga à sua irmã que esse chá está muito doce — falei com Milo,
que acordado, segurava meu dedo. Ele estava babando, tentando chupar a
cabeça do meu dedão a todo custo.
— Vou te devorar todinha! — Fingi morder seu braço gordinho, ela riu
e gritou, querendo escapar. Sua farra fez com que Milo gritasse também.
sempre se comportava quando Milo estava junto, sozinha, era uma bagunça
bem molhada. Coloquei-a em sua cama e a cobri enquanto a babá terminava
com Milo. Daisy dormia depois da leitura, enquanto estivesse falando, ela
raramente relaxava logo. Esperei que entrasse no sono profundo para
Milo mamou tudo, ele dormiu ainda com o bico na boca e por
necessidade, fiquei com ele em meus braços. Ele era perfeito. Beijei sua
cabecinha e coloquei no berço, apagando a luz e deixando a do abajur aceso.
Encostei a porta e fui para o meu quarto, me preparar para o jantar. Eu mal
sorriso no rosto. Era bobo. Causado por borboletas estúpidas que assumiram
uma paixonite sem noção por Levi, que não me olhava como mulher, apenas
como… uma pessoa. Eu mal me identificava como uma mulher, para começo
Era mais que uma simples atenção. Quando ele olhava para mim, era
como se o mundo inteiro parasse e só existissem nós dois. Era tão idiota que
Quando era apenas Levi e eu, falávamos sobre tudo, qualquer coisa,
ainda assim, éramos completos desconhecidos. Ter qualquer vislumbre
sobre quem Levi era de verdade demandava esforço. Ele não se abria e eu
sequer sabia quem era. Como Melissa uma vez me disse, minha vida era uma
tela em branco e eu estava colorindo novamente. Me descobrir era um
processo.
Nem sempre era bom.
mesa.
por causa de um toque. Culpava a solidão e ele ser o único homem com
Nunca fui a garota que ficava apaixonada, como Melissa. Ela via
passei, me encantar com Levi era burrice. Meu cérebro precisava ser
estudado. Eu estava encantada com o quê? Beleza? Sim, ele tinha. Proteção?
— Ele chora toda noite — retrucou como se não fosse nada demais,
horrível. Acho que combina. — Passou por mim para o corredor e eu não
conseguia desviar os olhos do bebê. Era um menininho lindo, cabeludo, com
susto.
— Quem é você? — Ela virou para mim, usando um pijama roxo, com
— Eu sou Ava.
— Eu sou Daisy.
— Daisy Joan, vá para sua cama. Está na hora de dormir ainda — Levi
falou de dentro de outro cômodo. Ela foi atrás dele e eu também. Ele estava
parando ao lado dele, que com uma só mão fazia a mamadeira para o
só puxar — ele orientou e ela, como uma boa irmã, ficou inclinada,
Daisy desceu na frente e foi correndo para seu quarto. Ela subiu na
para mim.
boca.
Fiquei surpresa que Daisy ainda usasse fraldas, ela parecia grandinha
tentativa.
não quis me afastar. Levi vestiu a filha novamente, cobrindo e apagou a luz
lavou tudo.
— Eu ia viver aqui sabe-se lá quanto tempo sem nunca saber que tem
filhos?
colocando em potes.
garganta. Eu estava brava com ele, não queria seus olhares apreciativos.
— Eu pensaria que o choro era coisa da minha cabeça até implorar por
— Você foi sequestrada e teve quase três anos da vida roubados, ainda
não está totalmente livre para viver do jeito que quer e por mais que
— É isso que todo pai tem que fazer. — Relaxei minha postura e
encostei na porta. — Nossos pais não fizeram isso.
— Não.
— Está bastante curiosa essa noite, Ava. — Ele pegou a água quente e
— Não sou um livro aberto e se, por algum acaso, conseguir folhear
Me movi sutilmente, para não entornar meu chá e fiquei bem à sua
— Eu quero te conhecer.
— Você não vai gostar de tudo que tem aqui. Eu não sou como os
coisas perigosas, que não é fácil de lidar e eu gosto de dominar tudo e todos
ao meu redor. É assim que eu funciono.
— E o que tudo isso tem a ver com o fato de que quero te conhecer?
meus. Franzi o cenho, fazendo as contas. Então, Daisy era filha dele com
outra mulher que também havia morrido? — Daisy não é minha filha
biológica.
engravidou e era de risco, então nos casamos para que Daisy pudesse ficar
comigo se algo acontecesse durante o nascimento do Milo. Infelizmente,
— Foi bonito vê-lo com eles. Não estou acostumada com homens
sendo amorosos com seus filhos e é por isso que fiquei tão surpresa.
— Não quero que tenha medo de mim apenas porque não sou fácil de
lidar. Se você quiser me conhecer, precisará de paciência porque eu não sei
chegar e desvendar tudo. Sou complexo até para mim mesmo. — Seu polegar
arrastou pelo meu pulso, ele se inclinou e beijou.
saiba.
saindo do meu lugar e indo para o meu quarto, ter minha noite de sono. Ele
falou que me esperava na piscina no dia seguinte cedo e bufei, estava quase
treinar aqui e ver como vai se sair em um ambiente comum. — Apontou para
meu roupão. — Tire.
— Você tem que mandar até mesmo em uma coisa que eu já irei fazer?
que passou a significar que meu maiô comum estava fazendo com que meus
peitos pulassem para fora. Tive que escolher outro enquanto não saía para
comprar um novo.
cavado, com a parte de trás menor e com um decote. — Vermelho fica bem
em você.
— Em você também, quer dizer, você está de azul e tanto faz —
nuca.
— Levi.
— Tem certeza?
Eu tinha que conseguir vencer meus medos. Precisava. Não podia mais
ficar refém da minha própria mente sem dormir, tendo um ataque de pânico a
cada vez que o quarto ficava escuro ou se por um acaso, ouvisse sons de
escura.
era uma boneca, me prendendo em um quarto como se fosse uma caixa meio
casinha e me vestindo.
O idiota do pai dele só foi a cereja do bolo da humilhação.
maçaneta escorregava.
afundando. Eu sabia o que fazer porque ele me ensinou como sair daquele
escuro, com frio, sentindo fome. O aperto de Levi era como as correntes. Eu
olhos e por impulso, o abracei. O choro brotou em meu peito. Ele esfregou
inicialmente que era mais que um treino para voltar a nadar. Ele queria me
ensinar a como não temer minha própria mente. Um dia fui uma garota forte.
lá embaixo. Não feche os olhos. Não pense em nada, deixe sua mente
engatadas na cintura dele e suas mãos nas minhas costas, me segurando. Era
difícil silenciar minha mente, mas olhando nos olhos dele, eu consegui. Tudo
que pensava era nele. Seus cabelos flutuando de um jeito engraçado, a boca
delineada. Eu comecei a ficar sem ar, sem perceber e ele segurou meu rosto,
ar que precisava.
— PAPAI! Eu quero!
Levi virou para ver Daisy sair correndo de maiô roxo e boias,
sorrindo com uma expressão adorável. Ajeitei minha própria roupa, tentando
esconder meus mamilos atiçados. A babá saiu mais devagar com Milo no
— Não tem problema, Allie. Eu vou ficar com eles aqui — ele
sereia!
— Muito maduro.
Levi pegou Milo e ficou na borda, apenas brincando com ele, sem
entrar na piscina. Ele resmungou um pouco de estar no sol, mas riu para as
pega-pega.
Entre os arbustos, ela gritava de alegria, tentando se esconder de mim.
Eu a peguei e ergui no alto, ela gargalhou e pensei que nunca me senti tão
feliz. Era algo diferente explodindo no meu coração. Beijei sua bochecha e a
Ele percebeu meu olhar, porque porra, era sexy demais vê-lo todo
forte com um bebê nos braços. Meus ovários faziam danças malucas dentro
de mim.
— Por que está me olhando assim, Ava? Já me viu sem camisa antes…
cadeira.
— Talvez.
— Ela vai sim. Vou colocar seu irmão no carrinho e irei te dar a
comida. — Ele foi firme com ela, que fez um biquinho adorável.
meu lado e pegou seu prato. Daisy fez uma dancinha em sua cadeira alta
quando ganhou a primeira colherada na boca. Ela mastigou, animada e logo
Quando ela acabou, comi meu sanduíche e toda a salada. Levi colocou
corpo, mas segui Daisy até seu quarto, porque ela queria me mostrar suas
bonecas.
— Quem está cagando é seu irmão — Levi brincou e ela foi para o
a barriga do Milo, que agarrou as orelhas dele. — Significa que vai vir uma
bomba de deixar a casa inteira fedendo.
Milo sorriu para o pai e eu pensei que iria derreter ali mesmo.
Ajoelhei ao lado, me aproximando e acariciei a cabecinha dele. Milo me
— Lá vem a bomba.
— Ele dormiu.
— Quero saber por que estava me olhando diferente, Ava. Não seja
covarde, querida.
— Estou esperando.
— É sexy te ver segurando as crianças… agindo como pai. Muito
atraente — falei baixo, um pouco tímida. Ele sorriu, segurando minha cintura
e me puxou para si.
mas acho que você entende bem o que está sentindo. — Ele agarrou meu
cabelo, beijando meu pescoço e agarrei seu braço, deliciada. Soltei um
— É um convite?
em meus lábios, mas sem línguas. Excitante o suficiente. — Até mais tarde.
Ele saiu andando e me deixou parada com o cérebro feito uma gosma,
no meio do corredor. Me abanei, completamente desorientada. Fui para o
Eu estava viva.
Capítulo 16 | Levi.
amarrada na minha cama, com a bunda empinada usando uma bela joia
decorando entre suas nádegas e implorando pelo meu pau.
Depois de sentir seu corpo tão perto, de afundar e ter toda sua
confiança e ser seu porto seguro, porra, tudo que pensava era em mil formas
Eu queria tudo. Queria ter sua pele marcada com meus dedos, estapeá-la até
juntar as mãos e pedir que a comesse até passar a vontade que provocaria
em sua boceta.
Toda minha.
— Vai se foder.
— Saia da minha sala. Já enchi o saco de olhar para sua cara feia hoje.
— Sei. — Lucas saiu e voltou para a porta. — Ela já sabe que carrega
porque ele desapareceu antes que conseguisse acertá-lo, como queria muito.
finalmente encontrou meus filhos e usava uma camisola justa, sem sutiã, que
puta que pariu. Eu não queria olhar, mas precisei de um banho frio para
dormir.
que chegou a hora do jantar das crianças, eu avisei à babá que eles deveriam
dormir cedo. Daisy fez uma zona, agitada, queria brincar comigo e com Ava,
colaborar, ele entendia que o pai estava tendo um encontro pela primeira vez
em meses. Assim que eles dormiram, eu fui me arrumar. Era ridículo estar
ansioso por um encontro em minha própria casa, com alguém que certamente
janela. De longe, podia sentir seu perfume e seus cabelos estavam soltos,
fluídos nas costas. Ela usava um vestido rosa longo, delineando seu corpo e
eu parei meu olhar no quadril que acomodava uma bela bunda redonda. Seu
falsamente ofendida.
vestido.
divertida.
— Você é um dominante?
que me corroeu em pensar nela com um idiota tocando seu corpo. — Está
tudo bem?
ninguém te tocou.
vivas.
tateando e passou a mão pela minha barriga. Eu gostava que ela não fosse
tímida sobre o que queria. — Eu sei que não sou uma mulher submissa.
— Será que não? — Juntei seu cabelo e segurei bem firme. — Será
que você não vai ficar toda arrepiada quando eu der uma ordem? Será que
seu corpo não vai ficar implorando por mim quando ouvir meu tom de
comando?
mas eu sabia que por ela, eu seria capaz de qualquer coisa. Até ir bem
devagar.
Beijei seu queixo, provocando e cheguei bem perto dos lábios carnudos. Ela
lambeu o lábio, peguei sua língua e chupei. Ava agarrou meu rosto, me
beijando com vontade, quase me escalando, sua inexperiência fazia com que
vestido e acariciei sua pele macia. Agarrei sua bunda, levando-a para a
mesa e a coloquei sentada ali. Ava me segurou pela cintura, com o vestido
dela.
minha boca.
— Inocente, senhor?
— Ava, eu vou te colocar de joelhos… ou vou esquentar sua bunda
Ou eu iria comê-la.
Servi nossos pratos e o vinho nas taças, Ava não tinha um apetite
excepcional, o que me deixava maluco. Ela comia mais vezes ao dia do que
— Eu passei um pouco do que deveria e está tudo bem, até porque, não
— Ava…
chocolate.
restante de sua taça. Com as pernas em cima das minhas, nós conversamos
sobre o que ela gostava de fazer antes do sequestro. Ela ainda estava confusa
sobre quem era e o que queria fazer da vida, acreditava que era normal,
considerando que foram três anos em um completo hiato.
Percebi que seus olhos estavam pesando. Ela não tinha tomado mais
que duas taças para estar com sono e deixei que fosse dormir, apoiando sua
cabeça na almofada. Cobri com a colcha e fui até seu quarto, olhando os
Voltei para minha sala, irritado que ela bebeu depois de se medicar.
Era uma condição terrível. Peguei-a no colo, levando para minha cama.
todas que Allie ficava para dormir porque eu não gostava muito, mas eu
precisava dormir uma noite completa de vez em quando.
Tirei minhas roupas e deitei ao seu lado, com o quarto todo escuro. Me
perguntei se ela acordaria para perceber que não havia nenhuma luz e que a
porta estava trancada. Ava parecia ter um sono profundo demais para
acordar de madrugada. Peguei no sono tranquilamente, estranhando estar
com outra pessoa em minha cama e acordei ao senti-la chegar mais perto.
— Já é de manhã cedo?
definitivo.
dormir são viciantes. Elas vão te condicionar a só dormir depois que tomá-
las, causam dependência de verdade. — Toquei sua cintura e a puxei para
perto. Não ia adiantar porra nenhuma ficar com raiva. Ela foi avisada como
eu era.
desesperador para mim ver o quanto ele grita precisando dos meus braços.
Quando consigo alcançá-lo, ele está no berço como se fosse um anjo e é
casa e Milo.
— O fogo não é tão assustador se você souber como lidar com ele. No
entanto, entendo porque é estressante. Podemos conversar com o médico e
— Porra nenhuma. Você não vai tomar remédio algum a partir de hoje.
Ava revirou os olhos e minhas mãos coçaram para bater em sua bunda.
Eu não resisti e dei um tapa e nem foi tão forte quanto queria. A safada riu e
eu não prestava, não soltei mais a carne macia bem gostosa. Coloquei sua
— Ela é tão fofa! — Ava suspirou. — Ela não pode me ver aqui. Por
que você não vai até lá e eu vou escapar para meu quarto?
Daisy estava sorrindo como uma sapeca assim que abri a porta e
esticou os braços, querendo colo e o beijo de bom dia. Levei-a para seu
quarto, para trocar de roupa, prepará-la para o dia e aproveitei que Milo
ainda dormia. Ela escolheu sua própria roupa e quis ficar de cabelo solto,
com uma tiara vermelha e tênis.
brilho no olhar. Eu não fui uma criança como ela. Não tive a inocência de
simplesmente perguntar com alegria o que meu pai me proporcionaria de
diversão no dia.
— Não sei ainda, mas sei que iremos nos divertir o dia inteiro. Vamos
acordar seu irmão.
— Tudo bem, papai. — Ela sorriu e foi correndo na frente, fazendo
uma dancinha engraçada e entrou no quarto do irmão, cantarolando. — Bom
outro que as crianças teriam a vida mais incrível do mundo. Muito diferente
da nossa. Era uma promessa que pretendia cumprir por todos os dias da
minha vida.
Capítulo 17 | Ava.
— Tenho tudo sob controle. — Davina pegou umas frutas e levou para
a cesta. — Tem certeza que está satisfeita? Comeu pouco.
pano. — Nada de misturar bebida com seu remédio para dormir. O que
estava pensando?
— Em dormir.
Davina terminou a cesta e como estava pesada, disse que era para
deixar que Lucas ou Levi carregassem. Depois que passei a andar mais
Subi para trocar de roupa, o vestido que usava não era muito adequado
um short confortável, uma camiseta justa sem sutiã porque ainda não havia
que teria todo mundo no piquenique que não parava de pular no lugar.
Abaixei para amarrar seu tênis e ajeitar o laço no cabelo. Virei para ver
Levi descer a escada com o moisés e Milo em seu peito. Ele carregava uma
que eles precisam. — Levi bufou. Daisy saiu pulando na frente, serelepe.
nós.
Quando chegamos, entendi porque ele queria só para ele. Era lindo.
as flores.
— O jardineiro daqui é Deus. — Lucas pegou a colcha grande e
começou a desdobrar, para forrar. Daisy agarrou uma flor e colocou em seu
cabelo, rodopiando ao redor, cantando uma música que, pelo ritmo, sabia
que era de um desenho de princesa… a letra, no entanto, era coisa da cabeça
dela.
Milo no cobertor. — Por que não olhou na minha direção até agora? — ele
falou bem baixinho no meu ouvido, com sua mão na base das minhas costas.
porque ela conseguia tudo que queria deixando qualquer um ao redor maluco
com seu falatório. Lucas jogou conosco um pouco e depois, trocou com Levi.
momento me fez admirar Levi como pai. Ele não media esforços em deixar
Daisy feliz. Pensei no quão triste era para ela, que perdeu a mãe cedo.
O quão doloroso foi para a esposa do Levi, que implorou para que
ele cuidasse da filha como se fosse dele, independente de ele ser apenas pai
do Milo. Imaginei os meses de angústia que ela viveu ao saber que poderia
não resistir ao parto do filho com a mesma doença que levou minha mãe
dessa vida.
Olhei para Levi, ele sustentou meu olhar antes de assentir, me inclinei e
peguei o bebê.
contrário disso, ele sorriu, fazendo charme. Ah, que lindinho! Agarrou meu
soprava um beijo e ele sorria, o que fazia com que um pouco de leite
escorresse por seu queixo perfeito. Agarrado ao meu cabelo, foi pegando no
sono.
Lucas levou Daisy para ver os ninhos de passarinhos, me deixando
sozinha com Levi e o bebê. Olhei para o lado, encontrando um olhar intenso
em mim.
em meu peito, com a cabeça no meu outro lado. Virei meu rosto e
automaticamente me inclinei, mas recuei, porque não era certo querer beijá-
lo com Daisy por perto. Levi olhou ao redor, segurou meu rosto e roubou um
beijo rápido, voltando para seu lugar a tempo de sua filha voltar correndo
casa. Davina nos recebeu cheia de alarde, dizendo que já ia mandar alguém
nos buscar porque ia chover a qualquer momento.
poderia ter me avisado que ela não parava nem mesmo dentro da banheira.
Jogando água por todo lado, fiquei ensopada. Meu cabelo ficou todo
estava quase dormindo. Saí do quarto de fininho e topei com Levi, também
encostando a porta do quarto do Milo. Ele parou e desceu o olhar sobre
mim.
— Tem roupa no meu quarto e terei o imenso prazer em tirar essa aí…
posso? — Me puxou pela cintura e ofeguei, agarrando seus braços. Ele
Eu queria tudo. Até aquilo que nunca fiz. Minha mente correu para todo
lado, pensando ainda como uma adolescente, que deveria frear meus desejos
pensando em um romance, em não ficar mal falada na escola, com medo do
garoto espalhar tudo que fez ou deixou de fazer. Parei minha própria cabeça.
Não era mais uma criança. Meu corpo não era mais de uma
adolescente. Eu tinha vontades de uma mulher. Por mais que tivessem
— Eu sei e acho que não irei. — Mordi o lábio. Ele não estava
achando divertido.
por alguns segundos, segurando na ponta da cama. Eu achei que o pare fosse
sair da minha boca no terceiro tapa, mas foi diferente. Ardia, doía, mas ele
segurava minha nádega e dava um aperto fazendo com que seu dedo
Cada novo tapa, eu queria que seu dedo escorregasse um pouco mais e
o desesperada.
rosto.
— O que foi?
— Pare de se segurar. Não estou chateada ou assustada com os tapas…
rosto e me beijou.
— Eu vou acordar livre, como tenho acordado todos os dias desde que você
foi me tirar do cativeiro. Me tornei dona de mim mesma de novo e eu quero
Milo acordou primeiro. Ele soltou um resmungo baixo que soou quase
bebê, sentindo a coisa maluca no meu peito em querer ficar com ele.
noite. Não que Milo fosse passar por mais tempo, porém, Daisy não podia
dormir muito. Toquei a barriguinha dele, ganhei um sorriso de volta e soltou
bochecha e com habilidade, abriu a roupa do Milo para ver a fralda. Estava
com xixi.
modo que ele não conseguisse fazer xixi em nós. Milo não sossegava as
parecia fazer de propósito. Segurei suas pernas e agarrei firme, mas sem
machucá-lo.
nova roupinha.
experiência.
pouco, mas saiu da cama com a promessa de lanchar bolo com um copo de
um pouco.
Fui até meu quarto para trocar de roupa, sem querer que ninguém me
chá para você. — Ele tocou minhas costas e percebi que Davina nos olhou
— Deixa que eu fico com esse menininho para que possam comer. —
Davina agarrou Milo e lhe deu um beijo no cabelo. — Você vai mamar agora
Ele ficou sério, digitando com um pouco mais de força. Daisy causou uma
pequena zona, ela ainda bagunçava um pouco na hora da comida. Era cedo e
ela estava cheia de energia, com o tempo ruim, seria preciso ter criatividade
brinquedos e uma criança que parecia ter engolido uma bateria de caminhão.
Levi estava com Milo em seu colo, enquanto digitava em seu computador,
sério e o deixei quieto. Lucas apareceu e sumiu de novo, talvez tenha visto o
caos e não quis fazer parte.
A televisão estava com um desenho infantil com uma música muito
irritante.
fazê-la parar de subir no encosto do sofá e querer se jogar. Quem foi que
disse que meninas eram mais calmas? Era uma completa mentira. Daisy era
— Eu já tirei a soneca.
Levi levou uma eternidade para retornar. Ele ainda estava sério, com
dentinhos e fomos para cama. Eu não tinha experiência com crianças. Ela
sono, mas ainda podia ouvir o choro do Milo no quarto ao lado. Levi estava
Em meus braços, Milo continuou reclamando, não era fome, sua fralda
estava limpa e talvez ele estivesse com prisão de ventre. Levi saberia se
minha babá cantava quando era pequena sempre que eu tinha dificuldade de
dormir.
mãozinha e beijei os dedinhos. Milo era difícil de dobrar como o pai, apesar
berço, com uma satisfação enorme que ele dormiu em meus braços.
com calma contra minha, a língua gostosa, fiquei na ponta dos pés,
— Vinho?
— O quê? — Ele virou, segurando a garrafa. Seu olhar era puro gelo.
— Eu entendi direito?
— Sim. Vou tomar minha medicação e não vou misturar com bebida.
— Abracei minhas pernas, olhando-o atentamente.
— Eu não falei que não queria que tomasse mais o remédio?
— Sim.
estava irritado antes, aquilo foi só a cereja do bolo. Ele virou e encheu seu
copo de bourbon.
olhar furioso e não falou nada. — Entendi seu ponto de vista. Sei que o
remédio causa dependência a longo prazo. Não pretendo tomar para sempre,
— Você…
— Levi! Vem aqui! — Cortei, falando mais alto. — Senta aqui do meu
lado.
Ele só grunhiu, tentando não rir. Eu estava certa que Milo era apenas
uma pequena versão irritada do pai. No sofá, montei em seu colo e segurei
seu rosto.
tempo todo, não sei o que espera de mim, mas não sou o tipo que vai aceitar
tudo quieta. Não vou me importar que tome uma série de decisões, que cuide
— Continue.
— Tive minha vida roubada e eu preciso sentir que tenho controle das
minhas decisões.
— E Daisy?
— A não ser que esteja pretendendo ir embora, ela não vai ficar
confusa. — Seu tom parecia de uma criança enfezada. Oh, pobre homem que
nunca foi contrariado…
de coisas no dia a dia. Não quero que ela fique magoada. — Ele me abraçou
apertado, beijando meu pescoço e ficamos agarradinhos.
levantar mais cedo. Aos poucos, ela vai se acostumar conosco juntos e
nós… vamos lidar com o que for. — Beijou minha boca. — Sabia que estou
— Sempre foi algo que eu odiei. É muita boca para o meu rosto…
minha cintura tanto quanto quero enterrar meu rosto na sua boceta. Talvez as
duas coisas ao mesmo tempo? Ou… eu acho que vou ficar muito tempo te
lambendo.
— Levi…
— Tudo bem e por mais excitante que seja querer pular na sua cama,
com um homem era a última coisa que passava na minha mente. Eu estava me
sentindo mulher, desejável, sexy e pronta para explorar ainda mais minha
sexualidade.
Capítulo 19 | Levi.
— Posso entrar? — Ava bateu na porta, me fazendo rir.
entrou, usando um roupão, com as pernas cobertas por uma calça. — Estava
quase indo te buscar.
quarto essa hora, porém, a camisola que ela usava fez com que minha língua
enrolasse dentro da boca. — O que foi?
sedução, era simples, clara e curta, mas nela, ficou sexy. Talvez tudo ficasse
incrivelmente sexy naquele corpo tentador. Sinalizei para se aproximar com
meu indicador.
— Se a luz do quarto ficar acesa, eu acho que tudo bem. — Ela uniu as
agora?
— Vá para o meio da cama e vou te instruir como deve sentar sempre
aperto. Estar confortável ao redor dela parecia uma realidade que nunca
sabia como contar a ela tudo que senti, porque parecia idiota, irreal e mesmo
quando contou seu sonho, ainda não fazia o mínimo sentido para mim.
— Basta dizer não. Você tem todo direito de dizer o que não quer
fazer, mesmo aquilo que aguce sua curiosidade. Temos tempo para descobrir
estique suas mãos à frente — pedi e ela fez, me olhando atentamente a todo
de prazer.
Peguei o frasco do óleo e pinguei algumas gotas em seu decote. Ela saltou,
— Quieta.
Ela franziu o cenho com um bico contrariado que me fez ter vontade de
beijar sua boca e não o fiz apenas porque queria naquele momento. Repeti o
mesmo processo do outro lado, só para aumentar sua agonia e desejo por
mim. Parei em seu pescoço, ela jogou a cabeça para trás, me dando espaço
para explorar a área e empinando ainda mais os seios. Pinguei mais óleo,
toque nos seios que eu sabia que seria uma experiência diferente de tudo que
havia experimentado a dois. Com minhas duas mãos, mostrei o quanto era
prazeroso o toque, levando-a a se contorcer e buscar atrito.
— Sim, eu quero!
Tomei seu mamilo com minha boca. Ela gemeu alto, puxando um pouco
ordem, chupando o outro peito em seguida. Ava estava perdida nas emoções
Desci minha mão por sua barriga e segurei sua boceta com toda minha
mão, apertando suavemente. Ela tremeu, querendo mais.
minha boca para me beijar. Provoquei seu lábio com minha língua, dando um
para provocar.
Maldita.
estava úmida e observei o arrepio que se alastrou por seu corpo. Beijei seu
ombro, empurrando o tecido para o lado. Ela estava tão molhada e quente
que gemi, pensando na delícia que seria empurrar meu pau naquelas dobras.
Eu estava tão duro que pulsava na cueca, implorando para ser liberto e
Seu corpo inteiro tremeu, ela se perdeu, caindo um pouco sobre mim e
ouvido.
indo para o laço da minha calça. Ava poupou tempo puxando junto com a
cueca, o que me fez rir. Em muitos momentos, ela agia timidamente,
preocupada, em outros, era como uma fera. Meu pau saltou livre, a cabeça
brilhando, veias salientes, eu estava tão excitado que chegava a doer. Ela
sentou nas minhas coxas, a visão mais linda do mundo, me encarando com
satisfação e prazer.
Ela corou um pouco, inclinando-se para frente e fez. Sua punheta era tímida,
meu pau na sua boca. — Ela abriu um pouco a boca com a aspereza,
Sorrindo para meu estado, levou meu pau à boca, dando uma deliciosa
chupada. Agarrei seus cabelos para não perder a beleza na minha frente. Eu
a deixei saber que estava gostando muito, trinquei meus dentes, querendo
Ava me encarou com ele quase todo na boca. Eu ia infartar ali mesmo.
Me deixei levar, gozando com tudo dentro de sua boca quente, ela
segurou tudo sem desviar o olhar do meu e engoliu.
Era a primeira vez que tinha uma mulher na minha cama, naquele
quarto. Vivianne passou a maior parte do nosso casamento no hospital ou no
quarto no primeiro andar porque não podia subir as escadas. Antes disso, ela
nunca pisou na minha casa porque era sexo casual. Com Ava, já era muito
vazio que sentia. Nunca soube o que era. Com Ava, eu descobri. Era ela.
Uma companheira. Deveria ter pensado nisso quando a vi e nunca soube
como esquecer. Deveria ter deduzido quando não pensei duas vezes antes de
trazê-la para o lugar onde ninguém pisava.
— Estou perfeito.
— Sabe de uma coisa? Você pode ser o mandão que for, eu vou lidar
com isso da maneira que achar melhor, mas uma coisa que precisa mudar é
achar que vou sair correndo apenas porque sua mente é confusa. Eu já
entendi que tem sérios problemas, nenhum homem que ganhou cicatrizes
quando criança é normal. Não se esqueça que seu pai me sequestrou e pelo
pouco que já disse, sua infância não foi uma viagem para a Disney. — Ela
respirou fundo, tentando se acalmar. — Não vou entrar nessa para me sentir
como as crianças. Quero parceria, Levi. Quero me sentir fazendo parte, isso
sentir apaixonado. Fazendo planos que nunca fiz, sentindo coisas diferentes
que fazem meu peito queimar. Antes das crianças, eu nunca senti o amor e a
amando meus filhos, não sou um homem bom. — Desfiz o cruzar dos seus
braços e a puxei para meu colo. — Eu tenho desejo de morte e destruição
desde novo, porque eu fui criado no fogo, mas quando estou com você, eu
sinto o que eu só senti com meus filhos. É como se eu pudesse fechar meus
olhos e ter paz. As batidas do meu coração não aceleram porque minha
mente está planejando algo ruim. Elas aceleram porque estou vendo você.
— Não. Não vamos falar sobre isso. — Encostei minha testa na dela.
— Quero que saiba, você estará segura comigo, eu nunca vou te machucar ou
te prender. Você é um pássaro livre que espero que voe alto nos seus sonhos,
em meio ao choro. — Eu achei que era coisa da minha cabeça e que por tudo
que passei, eu estava carente e me apegando a você. Acho que somos
intensos.
— Eu sei, baby.
entrada e fechei meus olhos, respirando fundo. Ava me fazia crer que era
impossível controlar meu desejo por ela quando estávamos daquela maneira
na cama.
Inclinei seu corpo para trás, esticando suas pernas e me mantive entre
elas, sem jogar meu peso em cima. Ela soltou uma risadinha com meus
beijos em suas costelas, agarrando meu cabelo enquanto chupava seus peitos
e espalhava sua umidade. Ainda lubrificada, ansiando, necessitou de pouco
Com uma das minhas mãos, uni seus pulsos acima de sua cabeça e com
a outra, pressionei meu pau em sua entrada. Ela abriu mais as pernas,
relaxando e me aceitando, me engolindo mesmo com a barreira. A maneira
como era apertada quase estrangulava. Sentindo um pouco de dor, ficou
tensa, me olhando.
— Demais?
Foi torturante ir até o fundo, usei suas expressões para ditar o ritmo e
descobrir de que maneira ficava confortável o suficiente, já que não havia
contraste com nossos corações tão acelerados que dava para sentir. Em dado
momento, parecia que estavam batendo juntos, ao mesmo tempo, como se
fôssemos um só.
como se ela tivesse jogado uma pedra em uma parede de vidro, tudo ruiu e
só havia nós. Eu, ela e as batidas dos nossos corações. Seria assim para
fossem a coisa mais importante que ele ouvia na vida. Estávamos nus, de
frente ao outro, não parecia que estive amarrada, besuntada em óleo, com a
boca cheia de esperma e ainda tive meu selo rompido com direito à minha
bunda ardendo pelos tapas e meu outro buraco sendo estimulado porque eu
era maluca e queria tudo.
que estava cruzando seus limites imaginários (afinal, eu não era adivinha).
Ganhei tapas na bunda por ser insolente, mas bem… eu não podia controlar
minha boca. Ele podia tentar controlar a palma da mão nervosinha de vez em
quando.
comercial francês minúsculo mais próximo daqui, que tem uma galeria
meus pulsos, amarrou para trás e fiquei meio sem jeito de me apoiar.
rosada, linda. — Beijou cada uma. — E mesmo assim, não aprendeu a porra
da lição. — Deu um tapão que me fez saltar e gemer. — Você é tão safada
que fica excitada com uma punição leve, mas ainda não está pronta para uma
soltou.
— Sabe que corre o sério o risco de ter sido a única vez? — Trinquei
meus dentes.
usando a mente.
Filho da mãe! Levei minha mão para entre minhas pernas, ele tirou e
Eu precisava gozar.
— Não vai, não. — Levi pontuou com sua voz rouca.
invadiu meu espaço e cruel como era, me fez assisti-lo tocar a si mesmo e
gozar. Cretino. Me vesti com raiva e deitei na cama mais irritada ainda,
seriam horas cruéis de sono e ainda havia esquecido minhas pílulas no outro
Foi difícil pegar no sono. Meu centro latejava. Virei de lado, ele
quando a porta do quarto foi aberta. Levi deve ter destrancado quando fomos
tomar banho. Ouvi sons de passinhos até perto da cama e gelei. Daisy.
— Oi, filha! Vamos lá! — Ele saiu da cama rapidamente com ela e
novamente, ela bocejou e pediu colo. Ele sinalizou que a faria dormir e
voltei para cama, me cobrindo, por mais que a interrupção de Daisy tenha
tirado meu sono, não tirou minha libido. Ele voltou e deitou, voltando a
dormir, como se meu ventre não estivesse piscando mais que pisca-pisca em
Milo acordou para mamar, ficando no meu colo até pegar no sono
novamente. Ele era tão gostoso que eu não queria colocar no berço.
Eventualmente, peguei no sono e o dia amanheceu tão rápido que meus olhos
estavam doendo.
bem?
ali.
Você me quer?
entre minhas pernas. — Você só quer alívio, meus dedos ou meu pau?
rosto e beijei sua boca, desesperada. Soltei um gemido com seus dedos me
começar o dia.
— Quem diria que foi você quem provocou isso? — rebati, rindo.
— Muito dolorida?
— Não muito, mas acho que quero um remedinho.
E uma caneca enorme de café bem forte. Nós nos arrumamos para sair
do quarto, eu tirei o lençol, morrendo que qualquer funcionária visse as
escondendo.
— Não, Allie!
— Vamos comer para sair. Daisy ainda vai dificultar porque ela acordou
com energia de sobra.
— Vou ver se Allie precisa de ajuda, vai na frente.
sua cadeira alta, onde seu café estava servido e fui para o meu lugar.
— Bom dia, família. — Lucas entrou com sua cadela. — Sem dar
pedaços da sua comida para ela, Daisy — ele avisou a pequena, que apenas
sorriu.
— Não vou dar nada, titio. Estou com fome — ela respondeu com um
sorriso sapeca.
dela.
Levi e eu, abriu um sorriso e começou a comer com cara de quem ia falar
alguma besteira.
— Seja o que for, cale a sua boca — avisei antes de dar uma mordida
na minha torrada.
— Eu não ia falar nada. — Ele ergueu as mãos em rendição. —
Apenas elogiar que a pele de vocês está brilhando…
Davina soltou uma risada e disfarçou com uma tosse, saindo da sala de
jantar para a cozinha. Chutei Lucas por baixo da mesa, ele se encolheu,
de trabalhar, porque havia momentos que ele sequer tocava seu aparelho,
mas quando estava no modo trabalho, era apenas aquilo e nada mais.
ficou interagindo comigo. Levi estava no banco da frente com Lucas, eu entre
as duas cadeirinhas, mas o carro era extremamente espaçoso.
era um senhor e conhecia Levi, fiquei pasma, desde o nascimento. Ele foi
residente no parto da mãe de Levi e desde então, eles eram próximos. Todo
Em breve teremos outros. Que tal ver os blocos de montar enquanto termino
com seu irmão? — o médico explicou com a maior paciência.
por estar com eles. Incluída. Era como se eles fossem minha família e isso se
intensificou ao sair do consultório, segurando Milo em meus braços, com a
outra mão segurando Daisy e ela segurando o pai. Lucas parou e nos
encarou, sério e de repente, ele abriu um sorriso, abrindo a porta para mim.
— O que foi?
até Allie, que ria no canto, esperando-a para levar para cima e dar um
banho.
— Até mais tarde. — Levi me deu um beijo e foi para seu escritório.
bolo em casa!
Eu não soube quando foi meu aniversário nos últimos anos. Perdi vários
momentos incríveis da minha vida sem nem perceber o tempo passando e
ano de vida.
pediu que eu fosse informada que estava sendo aguardada. Nunca pisei em
seu local de trabalho, ficava em um lado da casa que eu pouco acessava,
qualquer reação dele. No entanto, assim que abriu a porta com o telefone no
ouvido, ele desceu o olhar pelo meu corpo lentamente e deu um sorriso
safado.
— Pode entrar, baby. — Sinalizou para que passasse por ele, enquanto
ouvia a pessoa falando em francês do outro lado. Ele deu um tapa na minha
tomamos um susto. Ela riu e disse que era ninja, mas já estava de dia e
deveríamos sair da cama. Foi a primeira vez que ela, acordada e lúcida, me
viu na cama do pai e não fez nenhum alarde sobre. Simplesmente subiu em
pedindo para tirar o pijama e queria que prendesse o cabelo dela em duas
partes.
crianças e ajudei Davina na cozinha, uma das funcionárias estava com o neto
doente e até fui lá, levar uma sopa para que pudessem almoçar e ver se eles
precisavam de algo. Ao retornar, fui chamada e ali estava, encarando o
— Infelizmente, não só para isso. — Ele foi para o outro lado da mesa.
de aniversário. Não é bonito, mas necessário. Eu sei que você não quer
comemorar.
sobre isso?
— Sim. — Era seu tom definitivo. — Aqui. — Me entregou um
envelope.
arrepio subindo pelas minhas pernas, com vontade de vomitar. Joguei a pasta
Ele deu a volta e ajoelhou à minha frente. —No quintal da casa que ficou
você. Quando cansava, ele mandava eliminar para que ninguém soubesse da
maneira que ele se inspirava para criar músicas. Segundo minhas fontes,
Aleksei mantinha esse terrível hábito há anos. — Levi me puxou para seu
colo. — Ele foi morto há algumas semanas junto com toda sua equipe que
— Você o matou?
— Não com as minhas próprias mãos, mas sim, garanti que nenhuma
garota passasse pelo que você passou lá. — Segurou meu queixo. — Ainda
não sei como ou quando você foi parar lá, imaginamos que realmente tenha
velho brincasse com você. Agora, ele não irá brincar com mais ninguém.
— Ele está morto? Ele não vai pegar nenhuma jovem garota e roubar a
vida dela? — Segurei a camisa dele. — Nunca mais vai chegar perto de
mim?
Escondi meu rosto em seu pescoço. Eu não deveria ficar aliviada com
— Eu te vi na televisão.
matéria. E aí, eu disse que era besteira, porque você provavelmente estava
morta. Foi quando descobri que ele não te matou, mas entregou para seu
padrinho com dinheiro o suficiente para sair do país. Havia outras pessoas
que duvidavam da sua morte porque sabiam que ele não executa mulheres
inocentes. — Ele acariciou meu cabelo. — Desde esse dia, nunca consegui
do outro.
em Nova Iorque?
— Não. Eu não vou negar que sim, a atração surgiu porque havia um
relacionamento.
alguém que queria me usar para se vingar do pai! — Bati nele de novo. —
Teria sido muito menos confuso para mim saber que existia uma ligação
entre nós!
de outra pessoa diante das suas atitudes! Sim, estou furiosa que, no fundo,
você mentiu para mim! Com boa ou má intenção, mentiu! Você financiava a
minha família. Ele é o chefe de uma organização e tem que fazer o que
precisa para proteger os dele, mas ele… — Fechei meus olhos, tentando me
acalmar. — Eu não entendo o que deu errado entre ele e o meu padrinho,
sabe? Eu lembro que meu padrinho falou com alguém no telefone, mesmo
que Rafaelli tenha dito para me tirar do país o mais rápido possível. Levi…
minha vida simplesmente sumiu. É por isso que estou com medo de
comemorar.
que eu nunca tive. É uma família. — Sequei meu rosto, ele limpou meu nariz,
o que nos fez rir. — Tenho medo de fechar os olhos para assoprar as velas e
cair novamente na cela escura com meus pés presos em correntes. Agora que
ele está morto, é um peso diferente.
— Sim.
— Mesmo quando tudo ficar escuro, sempre estarei com você. — Ele
entrelaçou nossos dedos e abri os olhos. — Você será para sempre minha.
Feliz aniversário, minha doce Ava.
costas e depois, me levantou do chão. Sem falar nada, fui ao banheiro lavar
meu rosto e voltei para o escritório, sentando em seu colo. Ele mostrou a
foto que carregava em sua carteira e eu lembrava do dia que foi tirada. Foi
um dia feliz com Melissa.
— Chicote e algemas?
— Mais tarde, baby. — Tirou meu cabelo do rosto. — Quem sabe não
te dê um pouco de spanking mais tarde. — Abri um sorriso, arrepiada. —
Eu simplesmente amo o quanto você gosta de tudo.
saguão.
— Já estava aqui no Canadá, mas queríamos ter certeza que não fomos
seguidos — ela respondeu, ainda grudada em mim e olhei para Lucas,
preocupada.
— Tudo limpo — ele garantiu com um sorriso. — Vamos começar as
Daisy estava jogando suas peças de blocos para o alto, cantando e dançando
uma música alta que explodia nos altos falantes do som. Allie estava
beicinho. — Você vai acordar seu irmão, a hora da soneca dele começou
depois e ainda precisa descansar. Vem aqui, quero que conheça minha amiga.
— Estiquei a mão.
frente dela.
— Sou Daisy Joan Blackwood, meu papai é Levi e minha mamãe é
— Eu não sei.
— Vou falar com meu pai, ele resolve tudo. — Ela suspirou, me
fazendo rir.
É aniversário da Ava!
Daisy voltou a brincar e Levi me avisou que precisava sair por um
instante e logo voltaria. Eu não perguntei o que faria na rua porque,
fui seguida. Eu sabia, em parte, que estava segura aqui, mas sentia medo que
ele te afundasse. — Ela segurou minha mão. — É a casa que nunca teve. Ele
tem uma filha com brinquedos coloridos que diz que o papai resolve tudo.
— Tem um bebê.
mais.
Segurando sua mão, levei-a para fora novamente e fiz o caminho até o
gazebo.
Capítulo 22 | Levi.
cima. Eu estava parado na sala para o “baile das princesas”, como Daisy
nomeou o aniversário de Ava. Tecnicamente, seria no dia seguinte, mas nós
Seu cabelo estava solto, escovado, fluido com cachos nas pontas,
usando maquiagem que evidenciava seus olhos e a boca estava livre, o que
era ótimo: eu queria beijá-la muito. Segurando o corrimão, começou a
— Eu estou sem palavras. Você está linda, baby. — Beijei sua mão,
ouvido.
— Espere só até ver a calcinha que estou usando.
De mãos dadas, fomos até onde Daisy pulava no lugar com seu vestido
roxo bufante, uma tiara na cabeça, querendo desejar feliz aniversário para
Ava.
e ajoelhou. Daisy se jogou nela com tudo, feliz e gritou parabéns tão
estridente que se fosse um pouco mais alto, quebraria os cristais do lustre.
beijando sua cabeça, agarrando minha orelha e ele gritou de prazer ao ter
atenção de Ava.
— Adoro bolo!
Minha filha foi para o chão e correu até a mesa. Allie foi atrás dela
para administrar a bagunça. Aquela noite, era sobre comemorar. Ava queria
Davina e Allie em seu jantar de aniversário, porque era com quem ela
passava a maior parte do tempo quando eu estava trabalhando e acabou
estreitando laços.
Ava agarrou Milo, fazendo gracinha e meu filho parecia no céu com um
— Já reparou que ele não pode ouvir a voz dela? — Lucas parou ao
meu lado. — Seus filhos estão tão loucos por Ava quanto você. Ainda não
acredita no destino?
— Não.
— Por que o destino quis que passássemos por tudo que passamos? —
— Que tal não termos essa conversa nunca? — Bufei e me afastei até o
bar, preparando uma bebida. Eu não queria saber se o destino se achava bom
o suficiente para ditar minha vida, porque ele me fodeu muito antes que eu
Ava estava dançando com Milo no colo, junto com Daisy e Melissa. A
música, provavelmente, era alguma boyband dos anos noventa que ela
gostava. Vê-la feliz era o meu presente. Ela ainda não se sentia no direito de
comemorar a vida, ainda existia medo e algo extremamente sombrio em seu
O jantar foi servido e toda comida foi escolha dela, afinal, era sua
noite.
azul escuro com várias estrelas, uma vela de sol e outras pequenas velas
brancas. Lucas pegou com cuidado e colocou na frente de Ava, que com as
quando deitava para dormir. Eu queria que ela levasse suas coisas para o
absolutamente tudo.
velas. Foi o que manteve Ava sã no escuro. Ela chegou a agarrar minha mão,
mas soltou para segurar Daisy e bater palmas. Milo estava em pé no colo de
tinha um dia feliz e desde que expliquei isso a ela, volta e meia me
conosco.
— Quero uma foto com eles. — Ava segurou Milo e teve Daisy do
outro lado. Tirei em meu telefone e ficou tão bonita que coloquei como plano
Meia noite, já estávamos no quarto. Milo foi o último a dormir, quanto mais
tirando os brincos.
presente.
Ela sabia que não era algo que aproveitaria sozinha. Seria para meu
tecido e puxou pela cabeça. Ainda de frente para o espelho, admirei seu
corpo, voltando a olhar em seus olhos. — Comprei três joias essa noite.
Uma quero que use agora, outra quando estiver pronta e a última, quando nós
com as asas abertas. Coloquei em seu pescoço, adorando o quanto ficou belo
contra sua pele. Ava tocou a pedra e me encarou, emocionada. Ela virou
— Meu pássaro.
— Não é tão simples assim e você precisa estar pronta para ficar
seu rosto. Ela sorriu apaixonada, esfreguei suas costas e desci minhas mãos
para sua bunda, dando um belo aperto. — Quero você. Te quero muito.
sua bunda.
rosto próximo ao meu braço e a mão no meu peito. Até seus dedos eram
bonitos. Como isso era possível?
sabia que eu odiava descer para qualquer nível abaixo do solo, mesmo que a
casa inteira fosse equipada com um porão enorme.
— Parece ser apenas uma festa. Nada relevante além da presença dela,
que não estava com o nome na lista.
— Jackson se apresentou? Ele não perderia a oportunidade.
cansativo essa porra. Por que não matamos todo mundo e seguimos em
frente?
eu não posso arriscar que exista mais nenhum segredo que venha nos colocar
em problemas no futuro. Não sabemos com quem o pai dela mexeu no
certo na última informação que obteve, Ava é a chave que abre a porra do
cofre. Você tem noção quanto dinheiro pode estar lá dentro?
— Tem algo mais que dinheiro para que todas essas pessoas estejam
desesperadas.
— Informações sigilosas?
— Se o pai dela ainda tinha neurônios não comidos pela cocaína, ele
fez sua cama de uma maneira que pode foder todas as pessoas com quem se
relacionou. Se são informações, provas ou apenas um dossiê, é o suficiente
— Eu sei. Vou pedir para Ava conversar com ela. — Enfiei minhas
— Não.
machuque. Ela parece como nós dois no passado, cega de ódio, sedenta por
vingança e sabe o que aconteceu?
fogo.
— Um dia uma mulher vai te amar sem se importar com suas marcas.
Entre nós dois, ele era quem merecia ter uma mulher na cama e filhos
dormindo ao lado. Ele era quem tinha um lar feliz, pai e mãe amorosos,
amigos na escola e um futuro brilhante. Foi a minha família que destruiu a
dele.
— Diga. Se eu puder…
— Quero que foda Leela Rollins e se aproxime do pai dela. Ele tem
informações importantes sobre o pai da Melissa e pode te ajudar a cobrir
algumas bases se sentir que faz parte do jogo. Ela foi namorada do irmão da
Ava e pode saber algo sobre o dinheiro.
— Eu sei quem são. O que te faz pensar que sou seu prostituto
particular?
— Como se foder uma boceta fácil para conseguir o que quer fosse um
— Esse vai ser um favor que eu irei retribuir com um novo produto.
— Quero que use suas conexões para tirar uma mulher de uma clínica
— Eu não vou pedir a ele porque não negocio com Jackson Bernard,
você sim.
depois de ter ido ao banheiro. Ela ergueu os polegares, feliz por ter
acordado e eu já podia imaginar que daríamos adeus às fraldas da
Milo dormiu sem dar a última mamada e sabíamos que ele acordaria
com fome. Preparei o leite ouvindo Ava conversar com Daisy e se despedir,
encostando a porta. Ela era natural com as crianças como se elas fizessem
parte de sua vida desde sempre. Milo ficava confortável nos braços dela,
apaixonado, sempre querendo um chamego. Daisy dizia para todo mundo que
Ava era sua melhor amiga.
coloco no berço.
Meu filho não parecia muito disposto a dormir. Depois de mamar, ele
ele em seu colo, sorrindo. Ela não estava reclamando ou fugindo. Eles
faziam parte de sua felicidade.
doendo um pouco por não ter dormido muito, com Milo fazendo a festa da
madrugada e por não ter tomado pílulas para dormir. Ele dormiu mais cedo e
sem mamar, o que fez com que acordasse no meio da madrugada, com fome e
com muita energia para brincar. Nós nos divertimos com suas gracinhas.
Cada dia que passava, notava seu crescimento, seu jeitinho fofo de
conquistar cada um com seu sorrisinho banguela. Ele estava ágil, subindo em
cima de mim, indo para o pai, gritando e querendo que a gente fizesse coisas
para que ele pudesse gargalhar. Virei de lado e olhei para seu rostinho
ter um aparelho. O computador que me cedeu para falar com Melissa, usei
intensamente.
— O que foi?
filhos.
milhares de garotos e vivendo aventuras, mas elas não passaram por tudo
que eu passei. — Me inclinei sobre ele e beijei sua boca, para falar bem
olhos. — Depois de tudo que eu vivi, eu quero exatamente isso. Não trocaria
nada disso por ter uma vida normal agora, porque essa é a vida que eu quero
ter.
que Daisy deitou conosco. Ela ficou falando baixinho com o pai, pediu leite
Ele nunca deitava apenas no intuito de descansar sem fazer nada. Assim que
acordei de verdade, tomei banho e fiquei com preguiça de ir até meu quarto
coisas para meu armário. — Levi parou atrás de mim e brincou com a minha
toalha.
meio sem jeito. Levi tinha uma pistola que ficava ao lado da cama e outra
abaixo do travesseiro. Eu sabia que ele não vendia terços e muito menos,
bíblias. Não sabia a complexidade dos seus negócios, apenas tinha noção
bruscamente aberta, nós nos assustamos e era ninguém menos que o pequeno
furacão de cabelos em pé. Fiquei tensa, porque eu estava enrolada em uma
toalha longa, com o roupão aberto e os cabelos molhados. O pai dela sem
tranquilo na frente dela, mas nunca fomos pegos em nenhuma situação tão
íntima.
a pia com uma velocidade impressionante. Olhei para Levi com horror.
banheiros — ele murmurou. Não era por sermos pegos. Ela simplesmente
conseguia subir em tudo e podia cair sem que víssemos. — Daisy, não quero
— Você pode cair da pia e se machucar. Isso pode até acontecer sem
um adulto por perto. — Ele se inclinou e olhou nos olhos dela. — Entendeu?
Quase bufei. Ela tinha o dom da aranha, capaz de subir em todo lugar.
— Banho primeiro! Você está cheirando a leite com suor. Isso não é
— Está linda, sim. — Beijei sua bochecha. — Eu amo ser sua melhor
amiga.
Eu queria ter tido momentos com minha mãe, que ela penteasse meu
cabelo e me desse bons beijos. Daisy perdeu a mãe como eu perdi. Talvez eu
nunca pudesse ser para ela o que a mãe seria se estivesse viva, porém, me
tivesse uma boa vida, implorou para que Levi a amasse como se fosse dele.
Eu também a amaria. Por toda minha existência quis ser amada e ninguém se
importou.
Daisy saberia que por mais que sua mãe tivesse morrido no parto do
corresse no gramado.
destino… talvez, nós duas até poderíamos ter seguido nossos planos, mas, o
que teria acontecido com minha mãe? Estaria morta ou ainda completamente
— Não posso ir embora sem minha mãe. Eu não posso sair de Nova
— Nós não somos como eles. — Apontei para a casa, para que
ficado com meu sequestro, você é doce, bondosa e sonhadora. Admiro sua
força, seu comprometimento em tudo e como sua amiga, a pessoa que te ama
muito, te prometo que vamos lutar para libertar sua mãe. — Entrelaçamos
nossos dedos. — Vamos conseguir e você vai terminar sua faculdade e vai
abraço apertado. Milo agarrou o cabelo dela, puxando com força, irritado e
nós rimos. Ela secou seu rosto e voltou a beber o chá. Não havia melhor
presente de aniversário que ter um dia de paz e calmaria com minha melhor
amiga, apreciando a boa paisagem, comendo coisas gostosas e tendo a
alegria das crianças ao redor.
No final do dia, decidimos jogar pôquer. Lucas era muito competitivo
para ser amistoso. Melissa não entendia porcaria nenhuma e eu estava ali
— Vocês dois lembram que tem duas crianças na casa, certo? — Lucas
brincou ao me ver ficar um pouco alterada com o vinho rosé delicioso.
— Estou sóbrio. Ela vai desmaiar assim que tombar na cama. — Levi
juntou as cartas e me deu um olhar. — É melhor que não passe mal.
Merda.
— Ah, merda. Sem essa coisa de vocês aqui na frente das crianças! —
cadela conosco. Ela deitou a cabeça no meu pé, querendo ficar por perto.
não? — Ela parecia um pouco irritada. Peguei meu chá e tentei não rir. — O
que foi?
— Tais como?
Melissa falou mais alto e a silenciei, sem querer que Levi ouvisse nossa
conversa. Só ia dar mais combustível para o seu falatório.
Nem mesmo se estiver exausta. Essa noite não vou tomar e não vou relaxar
completamente porque os pensamentos vêm na minha cabeça, me
— Eu tirei fotos do seu olhar quando está com eles. Estava com medo
que a sua felicidade fosse toda focada em Levi e sim, está bem óbvio que
sorriu. Não era de seu feitio chegar sorrindo, todo simpático e acenando.
Sentou na mesinha de café na nossa frente, com um olhar sério e virei,
— Tenho que falar uma coisa para vocês. — Ele virou para Melissa.
— Amanhã, a polícia de Nova Iorque irá anunciar que Ava foi encontrada.
Sairá uma nota oficial que foi resgatada de um cativeiro como se ainda
estivesse no primeiro local que ficou aprisionada. Farão um apanhado de
motivo.
— Por que isso? Combinamos que Ava seria encontrada quando meu
pai fosse pego! Quando houvesse provas de que ele estava por trás e minha
mãe não estava mentindo! — Ela levou a mão para o cabelo. — Não faça
isso comigo!
— Acalme-se agora mesmo. — Levi foi firme com ela e apertei seus
dedos.
— Nada vai mudar em relação a isso. Seu pai continua muito bem no
centro da minha mira, mas o que vai mudar é que você vai sair desse jogo.
— Ele foi bem firme. — Acabou para você, Melissa. Se continuar, sua vida
vai mudar de uma maneira que não será boa.
— Eu não posso sair… tenho que ficar pela minha mãe. Ava está
salva, mas ela não. Não terminei. — Melissa começou a chorar. — Por
favor, Levi. Você prometeu que iria me ajudar.
— Eu irei. Não disse que estava deixando minha promessa de lado.
lugar seguro nesse exato momento e estará te esperando chegar. Essa tarde,
consegui que ela fosse liberada da clínica através de uma alta médica para
— Foi simples e não foi. Saiba que seu pai está furioso, ele já
começou a movimentar seus contatos para interná-la novamente... ou matá-
— Sim.
Levi não nos deu muitas explicações e saiu logo que as lágrimas dela
não sei quem ele usou ou quais meios, mas sei que não vai ficar no
anonimato. Em todo esse tempo que esteve fora, eu descobri que existe um
Levi bateu na porta e estava com Lucas. Era hora dela ir. Mesmo
sabendo que não perderíamos o contato, que continuaríamos nos vendo por
vídeo, eu estava preocupada. Lucas pegou a mala e saiu rapidamente, para
levar ao carro. Melissa e eu andamos de mãos dadas até a porta da frente e
nos despedimos mais uma vez. Eles saíram rapidamente para a escuridão da
noite.
— É hora do mundo saber que você está viva e para quem importa,
saberão que está comigo e que estou pronto para dar fim nessa história.
— Obrigada por tirar a mãe da Melissa de lá. Não sei o quanto isso te
custou…
fui enviada para viver com minha família que saiu do país há muitos anos.
Nada era dito sobre meu pai e irmãos, como se eles não existissem ou não se
importassem.
o que estivesse na internet com meu nome para não causar mais interesse em
qualquer um que pudesse querer saber mais. As informações que o público
reconstruir a vida no tempo que tinham. Estavam tristes que tiveram que
fugir, sair do lugar que nasceram e foram criadas, longe de pessoas que
gostavam delas e que estavam acostumadas a conviver, justamente por causa
de um único homem. Não podia mensurar a sensação de não poder voltar
Ele enfiou no bolso e não disse nada. Me apoiei para sentar na janela e
olhou nos olhos. Fiquei arrepiada com a escuridão ali, engoli seco, sentindo
a boca do meu estômago torcer. — Vou matar meu pai. Ele acaba de se tornar
uma peça inútil no jogo.
Puta merda.
Não podia dizer sinto muito porque as marcas no corpo de Levi eram a
tempo, não tinha coração para simplesmente incentivar. Também não iria
impedir. Nada o impediria. Antes de me conhecer, Levi já havia começado o
plano em matar o pai dele em vida e aquilo era só o capítulo final entre os
dois.
— Pensei que não o mataria de fato, não depois das crianças… e elas
como quis, do jeito que planejei. Fraco, fodido, sem orgulho, torturado,
maltratado… sem apoio e sem recursos. Talvez eu deixe que Lucas faça isso,
já que foi meu pai que matou o dele. Talvez eu o entregue para o Rafaelli
fazer o que tanto quer. — Levi me segurou. — Eu não serei como ele para
sua cabeça.
jantar na noite que te encontrei e viu meu rosto, apenas dois estão vivos. O
no meu lugar, que administram, negociam dentro dos termos que estabeleço e
nos outros negócios, a mesma coisa. São poucos clientes que realmente me
têm presente, que conhecem meu rosto. Um deles é o italiano, porque temos
— Não. Seria tolo da minha parte confiar em Jackson Bernard. Ele não
é o vilão, mas é aquele tipo de homem que faz aquilo que é pago. Não
deixo de fazer, escolho quem vou pedir favor e irei favorecer. Ninguém vai
agir de intermediário porque não preciso.
Dominante demais para permitir que qualquer pessoa, seja quem fosse
na vida, tivesse um mísero controle sobre suas ações. Aquilo resumia bem o
meu Levi. Ele percebeu que estava apenas parada, encarando-o e parou de
conhece e ensinar a usar algumas coisas. É a primeira vez que vou te deixar
depois desse tempo e preciso ter certeza que terá controle de tudo. —
Segurou minhas mãos e nos afastamos da janela. — Essa casa foi construída
percebi que existia. Ali era possível chegar ao quarto do pânico, que tinha
uma escada para o porão. Travei com um pouco de medo, pensando que era
iluminado com várias coisas, incluindo três carros equipados para fuga
— Tudo bem. Eu até sei usar muito bem o dinheiro, mas nunca segurei
aprender.
alguns treinos importantes para preparar seu físico. — Ele digitou o código e
me pediu para memorizar. Fiquei repetindo na minha mente sem parar.
parede inteira com armas e facas. — Você não tem preparo e nenhum tipo de
treinamento, atire, eu vou lidar com qualquer coisa que vier depois. Apenas
— Não quero te assustar, não acho que vá, apenas quero que esteja
academia. Raramente pisava ali, era onde ele e Lucas treinavam e não
gostava de invadir o espaço deles. Lucas nunca ficava sem camisa ou sem
camisa de manga longa na minha frente, porque não se sentia confortável que
Olhei para o aparelho e não falei nada, não faria nenhuma promessa
que não tinha intenção de cumprir. Levi percebeu meu silêncio e por um
tempo, considerou se iria me empurrar à beira do limite, mas decidiu não
vários dias.
a retornar com o ano letivo e enquanto ela contava tudo que fez no colo do
pai, tentei ler e impedir Milo de agarrar as páginas e rasgar.
— Você está um polvo. Mãos em todo lugar. — Joguei meu livro longe
Levi não quis ficar longe dos filhos e Davina me disse que era normal
antes de viajar. Deixei que ficasse bastante tempo agarrado às crianças e que
fizesse a rotina deles sozinho. Fui deitar mais cedo, com meu livro. Ele
entrou mais tarde, tirou a camisa e ficou com a calça do pijama caída nos
quadris. Sem falar nada, se aproximou e esticou a mão. Fechei meu livro e
meu polegar em seu lábio, fiquei na ponta dos pés e o beijei. Levi me
abraçou, segurando minha cintura e com um aperto delicioso na minha bunda,
lugar certo, afinal, ele não havia dito que podia erguer meus olhos ou falar
qualquer coisa. Eu sabia bem quando a dinâmica do nosso relacionamento
mudava para o comando completo de sua parte. Ele abaixou a calça, tirando
completamente e seu pau estava na reta do meu rosto. Mordi o lábio,
como gostava. Era simplesmente delicioso ver o quanto ele sentia prazer.
Seus gemidos me enchiam de tesão. Gozando era melhor ainda. Fiz um show
ao engolir e lamber meus lábios só porque ele gostava. Sorrindo para mim,
entregou minha garrafa de água e bebi rapidamente.
ou falar até que eu permita. Vai ser mais forte que antes… você entendeu?
cama e repetiu o processo para o outro lado. Não era uma faixa de roupão,
assim como também não eram correntes. Cordas não me assustavam tanto e
olhos, soltando um gemido para extravasar tudo que sentia. — Você gosta
disso, safada?
— Sim!
— Sim, eu quero!
Colocando o vibrador na minha entrada sem penetrar, era difícil não
me mover, sentir tudo aquilo e ficar parada. Levi sorriu perversamente para
meu estado caótico e sem aviso prévio, chupou meu clitóris, me olhando
intensamente. Sua boca em mim era sinônimo de pecado. A cama rangia com
o aperto do meu punho, eu não sabia qual seria a punição se me movesse,
me chupar enquanto ainda tremia. Ele empurrou dois dedos dentro de mim,
curvando e tocando um ponto que fez tudo aumentar. Por um segundo, minha
Levi nunca prometia algo que não iria cumprir, porque foi intenso e
muito mais forte que qualquer outra vez. Nós fazíamos sexo sempre que
preocupava e cuidava de mim sempre que achava que ia além. Sua paciência
em seguir meu ritmo era admirável.
ele, o ritmo gostoso de seu coração, o calor de seu corpo, nossas pernas
entrelaçadas... podia ficar daquela maneira para sempre. Não existia nada
mais que me completasse além de Levi. Ele estava colando meus pedacinhos
— Estou me sentindo ansiosa. Já tem uns dias que não estou tomando
pouco bagunçado agora que você está indo. É confuso a maior parte do
tempo porque me sinto bem, sinto felicidade e eu sei que é tolice sentir
— Você terá muito tempo para me amar, Ava. Eu voltarei para casa,
para você e para meus filhos. Não tenho nenhuma pretensão em não viver
com vocês.
Nova Iorque.
não estivesse tão irritado por ter que sair e deixar minha família em um
momento que eu não queria. Com pijama e enrolada em um roupão, ela me
descoberto.
— Aqui estão umas tarefas que quero que faça todos os dias enquanto estiver
fora. Acredite em mim, irei saber se não fizer. Lembra todas as senhas?
— Lembro de tudo.
para ir. Ava chamou Gwen para ficar ao seu lado, ela passou por mim,
fungando na minha mão e cocei atrás de sua orelha, me despedindo. Dei mais
um beijo na minha mulher e fui para o carro. Se ouvisse Milo chorar, talvez
— Você quer falar sobre isso antes de começar a me atentar com seu
isqueiro?
— Não.
— Sabe, eu fico feliz pra caralho que tenha uma família agora, mas
que estou sem limites novamente. Tal como foi na época da minha mãe.
porque ele gostava de fazer uma verificação e eu fiquei com meu telefone,
mensagens para Ava e saber como estava. Esse era o problema sempre que
que entrava e saía sem ser detectado. Meu voo era registrado, a equipe
banco de trás.
assumiu a direção.
Enzo adiantou os termos do encontro, usando um paspalho para fingir
que trabalhava comigo para encontrar com o ucraniano que negou renunciar a
Ava. Quem ele pensava que era? Eu estava indo pessoalmente apenas para
estar por perto e ouvir a conversa com clareza. Lucas entrou no prédio
falaram por telefone. Levi Blackwood. — Sinalizou entre nós. Nicola era um
— Sim. Aqui está tudo. — Ele me entregou uma pasta. — O cofre foi
encomendado pelo pai de Ava mais ou menos dois anos antes, é israelense e
ele pediu algumas alterações. Ele matou quem prestou o serviço logo em
seguida, portanto, apenas quando encontrar que será possível saber quais. O
modelo é esse.
— Acha que seu dinheiro está lá dentro? — Olhei para Enzo, que
acendia um cigarro.
dinheiro. Eu quero saber o que ele tinha de tão importante que achou que
costas quentes o suficiente para fazer qualquer merda pela cidade. Duvido
muito que estivesse se assegurando apenas no relacionamento com seu pai ou
— Não quero ser o advogado do diabo, mas ele manteve muito contato
com Jackson Bernard — Lucas falou atrás de nós. — Sabe-se lá o que ele
vendeu.
com uma pessoa que eu não gosto muito e não posso matar por causa da
King[6].
Enzo não fez perguntas diretas ao associado porque nós dois sabíamos
que seria como anunciar a Jackson que estávamos de olho. Era melhor ele
pensar que não estava na mira. Já Oliver King, mudava tudo. Ele era o líder
asseguravam que toda lavagem de dinheiro fosse perfeita. Esse era o negócio
que Jackson Bernard administrava: juntava ações diversas e fazia com que
Enzo não concordava muito, ele continuou o acordo que o pai dele fez,
anos. Era por isso que a nossa sociedade dava certo. Ele agia como um
dele, curioso e pelo olhar, reconheceu a mesma coisa que eu. A intenção
daquele encontro era fingir que negociei com eles apenas para livrar Ava e
Reinald.
Para Enzo, aquilo seria bom, porque iria favorecer um associado dele.
sei que é mais. Não me importo, isso é honrado pra caralho. — Ele apagou a
Oliver está no meio, significa que ele pode estar traindo o acordo e essa
se você caísse.
Não era nada difícil. Sempre soubemos que havia alguém grande por
trás de todas as ações dúbias e eu não duvidava que Oliver tinha manipulado
a situação, aproveitando o jeito explosivo de Enzo. Ele usou a todos como se
fossem bonecos de corda. A única pessoa que se fodeu nessa história toda
foi Ava, que não tinha nada a ver com os negócios.
olhe isso aqui. — Ele arremessou seu telefone e Enzo pegou, me mostrando a
imagem. O negociador estava entrando no prédio com a maleta de dinheiro.
mentindo e ele não estava interessado em um problema maior. Até que não
era tão burro. Rafaelli riu ao meu lado ao ouvi-lo dizer que queria entrar no
pela cidade, nos levando para o mais longe possível do caos. Nicola estava
atento, fazendo a segurança, enquanto eu analisava as informações que me
Ava nos disse que ele estava com alguém no telefone. Segundo os registros,
a ligação de Oliver não foi a que Ava ouviu, foi muito curta. Havia outro
— Ela era sobrinha do Cesar também. Não tem nada incomum nisso.
— Enzo voltou a fumar. Ele se transformava em uma chaminé quando seu
humor alterava.
— Foi ela que contou ao meu pai que Ava estava saindo do país e ele
Melissa estava certa. O pai dela sabia o tempo todo porque ele e meu pai
seguiram trabalhando juntos. — Michele pode ter feito meu pai acreditar que
Ava é a garota do ouro para proteger a própria filha. Ela sabia que a notícia
do roubo havia se espalhado, que era uma mulher, que marcou o rosto da
filha para dominar as barras.
— Faz sentido, se já havia a informação de que o cofre só abriria com
nenhum deles vivos. Ava não era a garota do ouro, o que Michele iria fazer
para seguir protegendo a própria filha não era um problema meu. Eu tinha
que proteger minha mulher e livrá-la de vez disso tudo. Era hora de matar
quem causou a confusão, limpar a bagunça e seguir procurando a porra do
cofre.
com sangue. Era mais fácil fazer com que outros executassem o serviço sujo.
— Você vai precisar preparar seus homens para invadir as antigas boates do
pai de Ava. Assim que o senador cair, Oliver vai recuar. Ele vai saber que
foi descoberto e vai querer negociar.
— Pelo acordo? Se ele traiu, você tem todo direito de fazer as honras.
nisso, vai querer fazer as honras ali? — Apontou para trás com o polegar.
livros.
Ninguém sentiu falta dele pelo tempo que ficou preso. Eu fiz com que
sua existência fosse inútil. Ninguém lembrava que ele existia. Levou anos
para chegar ali, minando seu poder e conhecimento, tomando seu dinheiro,
dominando seus sócios. Ele sempre pensou que eu queria a empresa que
tudo.
parte da minha vida para sua morte. Acovardei e tive medo em vários
momentos, afinal, era uma criança que apanhava diariamente porque ele era
ruim. Não havia nenhum motivo além disso.
Ele foi mais forte que eu, até mesmo quando reagi e custou a vida dos
pais do Lucas, que eram os únicos que nos amavam e se importavam
conosco. Não fomos suas únicas vítimas. Além da minha mãe, teve as
amantes e pessoas aleatórias que escolhia para machucar. Várias vezes ele
que meu avô abusou sexualmente de todos os filhos. Era doloroso, mas não
justificava. Meu tio não era um pai como ele. Eu nunca seria um pai como
ele. Não fazia sentido para mim buscar uma compreensão por ele ser quem
era.
Ele me espancou diversas vezes, uma delas, até quebrar meu braço,
para voltar e pedir desculpas. Ele fez novamente e novamente até que eu
parei de sentir dor. Parei de me importar. Eu tinha a obrigação de me vingar,
pelos meus tios, por minha mãe, por Lucas e por mim.
Levi não havia saído por uma hora e eu já estava me sentindo solitária.
Era muito estranho ficar sem ele. Não tive oportunidade de abrir o envelope,
Milo acordou, ficou tossindo e eu dei a atenção que precisava, ajudei Daisy
em sua ida ao banheiro da madrugada e fiquei deitada com os dois. Ela até
do outro lado, que estava livre. Eu amava ficar aconchegada com os dois.
acostumada, fui para o quarto dele, ela ficou na pia escovando os dentes
enquanto eu trocava Milo.
Nós três descemos para a cozinha. Rick estava dentro, a casa fechada
com funcionários reduzidos, era protocolo quando Levi não estava. Ele me
— Não dê sua comida para Gwen. Seu tio vai brigar conosco se ela
passar mal. — Segurei sua mãozinha, que estava prestes a dar mais um
pedaço.
— Ela que pede. Olha! — Daisy apontou para a pata de Gwen em seu
joelho.
— Não sei o que faço com essas duas. — Davina colocou a mão na
cintura.
sol matinal e deixei que Daisy corresse ao redor, ficando suada, suja e
coisas e se frustrando por não conseguir. Ele puxou meu cabelo com tanta
força que levei vários minutos para conseguir desembaraçar seus dedos dos
meus fios.
substituta.
ele sabia que não havia passado do item número dois quando me ligou na
alerta, mas ele apenas queria me ouvir, falar sobre as crianças e que eu
continuasse falando aleatoriamente tudo que tinha vontade porque precisava
Não tive coragem de perguntar se ele havia feito ou não, apenas sentia
as ondas de ódio e escuridão através do telefone. Era violência crua. Ele me
Levi informou que voltaria mais cedo que o previsto, parte porque
alguns dos seus compromissos haviam dado certo, parte porque ele deveria
e muito preocupada com ele. Quem retornaria para casa? O homem que me
Pedi a Davina para ficar com as crianças, troquei de roupa e fui para a
para um ritmo tranquilo. Estava sem preparo físico para simplesmente voltar
para o nível de maratonista que eu tinha três anos antes. Segurei as laterais,
quase trincando os dentes com minha mente me pregando peças. Lentamente,
fui voltando para todas as vezes que eu corri no jardim cheio de rosas para
fugir da casa de bonecas, dos meus pés se enroscando nas correntes, de cair
de rosto no chão e ser arrastada pelas pernas novamente para dentro da casa
ser interrompida.
— Quero ficar com você. — Sua voz soou tão fofa que eu me derreti
Daisy estava ali para me lembrar que não estava correndo para fugir.
Comecei a rir e cantar com ela, nós fizemos um coro bem alto, que
ecoava por todo espaço. Ela ergueu os braços, fazendo suas dancinhas
fonte inesgotável de alegria. Eu não tive fôlego para continuar, mas fiquei
Está suada!
— Vem! Vamos voltar! — Coloquei-a no chão e segurei sua mão. —
Eu vou te colocar na cama para a soneca que fugiu e eu vou tomar banho
sozinha.
— Vá dormir.
— Quer dizer que quando o papai não está, a rotina pode ser
quebrada?
Ela tinha quantos anos para perceber que o pai dela era o rei da rotina
perfeita e regras? Senti vontade de rir, mas não podia deixar que acreditasse
que estava tudo bem desobedecer ao papai quando ele estivesse viajando.
Coloquei-a na cama e para quem não queria dormir, mal levou três minutos
de conversa baixinho para cair no sono.
palmadas levaria?
tenha ganhado estrias na bunda e na lateral, celulite nas pernas, mas não era
exatamente um problema que me tirava o sono. Antes, eu era firme e
que era normal. Gostaria de ter menos boca e um pouco mais de bochecha.
arregalaram ao ler o que ele queria que fizesse. O telefone tocou e atendi.
— O que você quer com essa foto, Ava? — ele soou rouco, sedutor.
— Te provocar.
— Sim.
uma hora estabelecida porque no final, fazia sentido. A casa inteira parecia
funcionar melhor.
estavam em busca do cofre. Não sabia o que havia sido decidido sobre o pai
de Melissa e esperava ter notícias sobre em breve.
fininho no quarto de Daisy, puxei sua colcha e com muito cuidado, deitei
atrás dela em sua cama de princesas.
Pelos dias seguintes, Levi estava no limite e falando cada vez menos.
Suas mensagens eram curtas e secas, eu tentei não levar para o lado pessoal,
porque sabia que em Nova Iorque estavam acontecendo coisas maiores que
estupidez da minha parte não assumir que davam um trabalho danado. Milo
queria ficar no colo ou perto de mim o tempo todo.
Sem Levi, era muito difícil não deixar que eles dormissem comigo. Eu
Seu olhar era tão devastador que eu paralisei sem saber o que dizer.
agindo, dei as costas e fui para o quarto de Milo. Para minha sorte, ele
estava acordando, o relógio dele nunca mudava. Tão filho do pai…
chegou em casa? O papai! Não sou louca de acordar sua irmã, mas você vai
dar um oi para ele.
Peguei-o, quentinho e com cheirinho de talco e cama. Ele agarrou
minha blusa, com sono, e deitou a cabeça no meu ombro. Voltei para o quarto
feliz.
balançou a cabeça e passou o braço por minha cintura, me puxando para seu
colo. Milo agarrou o nariz do pai, se sacudindo. Sua alegria era linda. Levi o
Era amor para sentir quem era de verdade. Um homem que tinha meu
coração e dos filhos.
— Sei que tem que fazer o que deve para manter os negócios, mas
saiba que aqui dentro, você sempre terá espaço para felicidade em sua
deitados frente a frente. Ele me olhou e, por um tempo fiquei quieta, depois,
comecei a rir de seus olhos indo de um lado ao outro, como se estivesse
memorizando cada detalhe do meu rosto. Meu riso fez com que seu olhar
vergonha, rebolei contra sua coxa, que estava entre minhas pernas. Lambi
sua boca, ele gemeu, fechando os olhos e enfiou a mão dentro da calça do
rapidinha gostosa bem aleatória no meio do dia. Rolei para cima dele,
montando na sua cintura.
Levi me deu um olhar apreciativo, erguendo minha blusa para olhar
Soltei um gemido com a língua no meu mamilo. Ele chupou com desejo
e saudade, pelo menos, eu não era a única ardendo. Levi saboreou o outro
seio, cheio de tesão e levou as mãos para minha bunda. Ele estava me
deixando comandar, o que era bem raro. Eu só queria uma coisa. Tirei minha
— Quero sua boca bem aqui… — Apontei para baixo. Levi sorriu.
com Levi. Eu perdi toda minha vergonha. Virei e empinei minha bunda para
ignorando seu protesto. Talvez, mesmo dando uma ordem, era possível que
Segurando seu pau, foi a primeira vez que encaixei sozinha e com
rebolei.
cabelo para o lado, olhando por cima do ombro. Sua expressão crua de
Fechei meus olhos, jogando a cabeça para trás, buscando meu prazer. Levi
Arranhei sua coxa, gozando. Ele não perdeu tempo em mudar nossas
posições.
— Minha vez.
Oh, porra!
Estocando com ambas as mãos agarrando minhas nádegas, ele
revezava com os tapas precisos que me deixavam maluca. Minha bunda não
ficaria tão vermelha quanto ficava depois de uma sessão de palmadas, mas
seria o suficiente para ficar bem pertinho, do jeito que ele gostava.
a apertar contra seu pau. Nós gozamos juntos, matando a saudade de todos os
cima dele.
— Viajar me fez pensar que sou o tipo de homem egoísta que quer a
testa suada.
meus filhos…
— Não posso dizer que é estranho o amor que dá aos meus filhos. É
uma benção. — Ele passou o polegar no meu lábio. — Sei que nunca pediria
para escolher entre eles e você, assim como eu jamais teria o direito de fazer
o mesmo. Mesmo que eu possa simplesmente mandar você e essa sua bunda
— Não pense nem por um segundo que esqueci da foto que me enviou
e muito menos que não executou suas tarefas. Nem metade delas. — Agarrou
minha coxa e com um movimento rápido me puxou para cima. Soltei um grito
— Ainda bem que dessa vez não foi com frustração sexual. — Me
movi sugestivamente.
de usar, não só por mim, que nunca fiquei só com uma mulher. E você
minhas mãos para cima da minha cabeça, metendo com uma estocada dura.
Eu pedi tanto que ganhei com tudo. Levi não poupou, a cama era fixa na
Perto de gozar, ele parou e saiu de dentro de mim com um sorriso. Não
precisava dizer o que queria. Tocando a si mesmo, gozou entre meus seios e
— Você pediu por isso! — Ele sorriu sem nenhuma vergonha. — Vem,
eu vou te limpar.
voltamos para a cama. Estava perto de amanhecer e era inútil tentar dormir,
com Daisy podendo acordar a qualquer momento. Levi não queria ficar
longe, me mantendo em seus braços, aproveitei para fazer uma pergunta que
lugar?
porque foi pensado nas crianças. Vivianne me irritou muito porque ela só
queria garantir que Milo nascesse, não lutou por si, era jovem e eu odiei o
fato de que ela morreu com vinte e seis anos. — Ele balançou a cabeça,
frustrado. Eu sabia que não era porque ele a amava, mas porque queria que
seus filhos tivessem a mãe.
— Ela nunca quis fazer um aborto, mesmo sabendo que não podia ter
— Levi, ela amava o bebê. Você queria que ela tivesse abortado?
— Amando Milo como eu amo, não. Claro que não, mas antes… não
era assim. Me sinto culpado em chegar a falar sobre isso, para Vivianne
nunca foi uma opção. Ela estava disposta a enfrentar o que fosse para ter o
bebê. — Ele me abraçou ainda mais apertado. — Amo meu filho e o assumi
desde o primeiro segundo que ela me contou. Estávamos sendo exclusivos
em jogos fora do clube, porque queria alguém fixo e ela estava sem um
dominante.
sentido na minha cabeça seguir em frente tão rápido. Quer dizer, estando no
lugar da esposa amada, eu voltaria para infernizar sua vida. Que desse um
ano de distância… — confessei e ele riu alto. — Entendi as razões do seu
que os filhos ficassem seguros e amados. É isso que toda mãe quer.
— Eu vou te matar se passarmos por isso, Ava. Juro por Deus, eu não
— Não vai. Está falando isso porque ainda ressente o que aconteceu
com Vivianne, mas, me amando como sei que ama, sabendo tudo que passei,
— Vivianne não queria que eles tivessem uma madrasta e sim, uma
— Ser sua e ser deles, já se tornou minha vida — falei e ouvi sons de
pés pequenos correndo no corredor. — Lá vem um pequeno furacão de
cabelos em pé e pijama rosa — avisei e o cobri rapidamente. A porta foi
aberta. Daisy estava segurando a maçaneta na pontinha dos pés e olhou para
o quarto sonolenta, porém, já com a expressão sapeca.
— Ava, acordei!
arregalou os olhos e gritou. Nós nos encolhemos, rindo e com um salto, subiu
na cama em cima dele. — Papaizinho, você voltou!
— Oi, princesa! — Ele a abraçou apertado. — Senti sua falta! Você
ficou bem?
ganhei um sorriso, soltou seu papai amado para me dar o beijo e o abraço de
bom dia mais incrível do mundo inteiro. A farra na cama ficou ainda pior
sozinho. — Lucas abriu os braços para Daisy subir nele. Ela era a única que
ele permitia toques. — Oi, gatinha do titio! Você cuidou bem da Gwen?
Lucas ficou implicando com Daisy, fazendo-a gritar e reagindo sem querer,
ela jogou um pedaço de seu pão com geleia bem no rosto dele. Ficamos
ou era grosseiro com nenhum dos dois. Tudo era resolvido no diálogo.
Meu pai apenas gritava quando percebia minha presença. Se ele
Percebi a troca de olhar entre Lucas e Levi. Eles faziam muito aquilo,
conversar silenciosamente, lembrar um ao outro coisas, faziam sinais e se
lado sem falar com o outro por dias. Davina quase pegava os dois pela
orelha para juntar novamente e até me vi obrigando-os a fazer as pazes.
tirei a pomada do meu bolso e peguei seus pulsos, passando para aliviar as
marcas das cordas. Ela estava puta, porém, sem discutir comigo. Eu avisei
que iria castigá-la e não era uma brincadeira.
trocava a fralda dele melhor do que eu e já tinha pleno controle, pulso firme
Pedir que ela fizesse qualquer coisa além disso era um sacrilégio. Ava
não conseguia parar para cuidar de si mesma, fazer qualquer coisa sozinha e
enquanto não ser independente não era um problema para mim, porque eu
podia cuidar dela em todos os aspectos de sua vida, para o nosso
com fervor. Fora disso, se deixava levar pelo vento. E aí, do nada, ficava
só nos fazia brigar porque eu não tinha uma bola de cristal no meu bolso
completa dela, Ava era submissa em muitas coisas. Era dela. Também era
matar só pelo olhar irado que me dava, outras, chorava sem saber porque
pessoa, ao mesmo tempo, eu sabia que conseguia atingir esse nível porque
tínhamos um elo.
Para dar certo, era preciso tentar. Ava não tinha culpa que perdeu três
não reclamou. Não soltou um pio. Nenhum resmungo. Ficou quieta, com o
olhar treinado para baixo, a postura ereta e as mãos unidas, ouvindo muito
Mostrar o quanto fiquei satisfeito por ser uma boa menina. Eu adorava
surpreendia.
— Estou bem.
motivo além de jogar para amarrá-la, mas eu queria que ela superasse o
que ajudassem a voltar com a corrida, com seu condicionamento. Sugeri que
estava presa.
lado para o outro. — Pensei que seria um treino com aparelhos. Reclamei
que minha bunda estava mole, não que queria entrar para o exército.
Não falei nada, dei apenas um olhar. Mesmo com beicinho, deu um
— Você deu uma arma carregada na mão dela? — Lucas riu atrás de
mim.
— Cale a boca.
Sinalizei para Lucas sair. Ela não iria chorar na frente dele e ficaria
com vergonha de falhar novamente. Parei atrás dela, prendendo seu cabelo
Deixei que desse alguns poucos goles de água, só para matar a sede, mas não
mim. Vamos treinar todos os dias com a mesma calma e concentração que
fazer as tarefas, eu não percebi que era sobre mim, sobre melhorar e me
libertar do que me mantém acordada à noite. Fiquei tão focada no medo que
— Nunca mais diga isso. Você se manteve sã… por três anos, você
venceu seu pior inimigo. Sua mente não sucumbiu no momento mais crítico,
atrás dela, não permitindo que se curvasse para frente, querendo se encolher
e chorar no chão.
A segunda vez foi melhor que a primeira. Ainda teve cones derrubados
pouco.
— Você não disse que sua bunda estava mole? — Cutuquei seu pé com
Arqueei minha sobrancelha para deixar claro que se ela fosse provocar, ia
Quero tomar banho e você vai comigo — ordenei. Gostei da maneira que ela
engatinhou até encontrar um lugar para levantar. É claro que olhei para sua
Ava não tinha vergonha de sua nudez, era bem desinibida, mas no
mas eu nunca tive intimidade com ninguém antes de Ava. Banho se tornou
nosso momento, seja para conversar, transar ou só provocar um ao outro.
— Se isso não é uma recompensa, eu não sei mais o que pode ser. —
Suspirou, relaxando contra mim. Belisquei seus mamilos só para ouvir o
aninhando meu pau entre suas bochechas. Era uma deliciosa visão. Caí de
joelhos, colocando a mão no meio de suas costas, inclinando-a para frente e
seu clitóris, alimentado por seus gemidos. Eu amava sentir seu gosto, vê-la
explodindo de prazer e batendo a palma contra a parede, rebolando contra
meu rosto. Preparada para me receber, pedi que segurasse nas barras de
— Estou pronta.
Nós dois gememos gostoso quando meti devagar. Era tão bom estar
dentro dela, sentindo seu calor que me engolia, que estava se tornando a
porra de um vício. O chuveiro exalava os sons da minha pélvis batendo
contra sua bunda, nossos gemidos altos, a água caindo atrás de nós e agarrei
seu cabelo molhado, puxando para arquear ainda mais suas costas e ter sua
— Você é um adolescente?
— Alguma notícia?
— Não quero saber o que fez para conseguir isso. — Sequei meu
cabelo. Ava estava passando seus cremes e prestando atenção na minha
conversa.
— Custou menos do que imaginei e não foi tão ruim. — Ele soou
arrogante como sempre.
logo.
— Não dá para abrir essa porra sem ela — Enzo falou baixo,
irritado. — Estou olhando para ele nesse minuto. Nicola trouxe uma
pessoa para olhar e sim, foi modificado ao ponto que não dá para abrir
sem Ava.
— O quê?
— Não dá para abrir e transportar esta merda sem ela. Tem uma
merda de uma explicação que não estou a fim de repetir, caralho.
espelho.
parece que não dá para abri-lo sem você. Leela finalmente contou aonde seu
irmão ia. — Deixei meu telefone no balcão e a puxei para meus braços. —
Sei que você não quer voltar à Nova Iorque.
— Não podemos porque não quero que ela te veja. Pessoas como ela,
cedo ou tarde, irão pagar por tudo que fazem porque são estúpidas. —
Segurei seu rosto e obriguei que olhasse em meus olhos. — Tudo bem se eu
organizar tudo para irmos?
— E as crianças?
— Vão ficar bem. — Beijei sua testa. Ava não me soltou. — Ei, nós
iremos até Nova Iorque e vamos voltar para casa. Nada vai acontecer com
sangue para que ela retornasse para casa sem um fio de cabelo fora do lugar
e em paz novamente para seguirmos nossas vidas.
Capítulo 29 | Levi.
Nova Iorque.
O prédio comercial que paramos em frente não era dos melhores e não
parecia ser bem frequentado. O típico lugar que alguém com a fama do pai
de Ava teria e ninguém desconfiaria, porque não fazia o mínimo sentido. Ele
zelador.
Ava nunca tinha pisado ali. Ela analisou ao redor pela janela,
desconfortável por estar em Nova Iorque e nervosa por ter que abrir o cofre.
Lucas saiu do carro, abriu a porta para ela e saí em seguida. Rick estava
perto do elevador, entrou primeiro para fazer uma verificação e entramos
andar, a porta da sala estava fechada, mesmo que o corredor estivesse com
os homens de Enzo vigiando a rua.
levou a fazer o que fez naquela noite. Ela não se ressentia pela morte de sua
— Olá, Ava — Enzo provocou. Dei a ele um olhar e ele apenas piscou
estava lutando com tudo que tinha para não demonstrar o quanto estava
assustada.
costas e a empurrei para frente, parando próximo ao cofre, que era grande o
— E se não abrir?
— Então, seu pai tem outra filha — Enzo resmungou atrás de nós. Ela
— Vou calar a minha boca. — Enzo fez sinal de zíper nos lábios.
rissem, mas ela não estava brincando e não tinha medo de enfrentá-lo.
Respirando fundo, colocou o indicador e ouvimos um apito soar, assim como
alterações.
— Eu não fazia parte da vida deles — ela concluiu por mim e segurou
a maçaneta, abrindo a porta e sim, havia muito dinheiro ali dentro, assim
como outras coisas. Ava entrou devagar, uma pequena luz acendeu acima de
sua cabeça. — Pequenas barras de ouro. Deve ser por isso que pensaram
que eu era a garota do ouro. Tem muito dinheiro aqui dentro, não sei nem
contar isso.
— Tem duas caixas e essas pastas aqui. — Ava foi passando os itens
para mim. Ela segurou uma pequena barra de ouro, não havia marcas nele,
nada que indicasse a origem. — Ele estava transformando o dinheiro que
roubou em ouro.
Ela virou e olhou para um ponto atrás de mim, depois em meus olhos e
Dei um curto aceno, mostrando que entendi e ela esticou a mão, pedindo
ajuda para sair. Ordenei que o cofre fosse esvaziado. Lucas e Rick pegaram
as malas com Nicola, pegando o ouro e o dinheiro. Não podíamos levar mais
tempo ali.
— Vamos sair.
Ava ficou entre Lucas e eu, puxei seu capuz para a cabeça e seu cabelo
ficou preso dentro do casaco. Mal dava para ver seu queixo. Entramos no
carro e saímos dali bem rápido. O dinheiro e o ouro estavam conosco, assim
como as caixas e pastas. Ela abriu a tampa de uma, encontrando fotos de sua
mãe grávida com os irmãos dela ao redor. Outras fotos de sua família sem
diziam que era maravilhosa. Meu pai não queria a gravidez e era por isso
que, por ele, não fazia diferença se eu estava viva ou morta. Ele não
— Não entendi. São fotos dos pais de Melissa, dela comigo, festas que
eles frequentaram lá em casa e tem mais fotos de pessoas que não conheço.
— Não. Tem mais. Pode apostar que tem mais. — Puxei as pastas e
cidade e tinha certeza que não estávamos sendo seguidos por ninguém além
acontecia na boate. Sendo que ele não podia vender qualquer outro tipo de
— Sim. Ele viu que com a transição das cadeiras dos italianos, não
Rafaelli enviou uma mensagem que viria me encontrar à noite, ele tinha
supostamente oficial, em Nova Iorque. Era apenas uma casa que eu mantinha
que usávamos no local não era adequado para damas e eu não queria ficar
Em casa, Lucas foi direto para seu computador. Enfiei a mão no bolso
tenho interesse.
Ele foi clicando sem parar em tudo e seus olhos corriam para todo lado, a
boca cerrada. Ava largou a caixa e parou ao meu lado, segurando meu braço
que ele tem de envolvimento ilegal está listado aqui como uma denúncia. —
primeiro o que tinha no cofre. A sentença dele foi dada há muito tempo. —
Toquei suas costas, precisando lembrá-la que no nosso jogo, não havia a
orgulho, entende? Elas foram dadas como loucas, rejeitadas em todo lugar,
renunciaram à própria vida porque estavam procurando por mim e sofreram
consequências porque ele é um bastardo mentiroso. — Ela apontou para a
tela. — E assassino! Enzo Rafaelli matou minha família porque esse maldito
ali e seu pai fizeram parecer que a traição era uma via de mão única. Foi
uma conspiração que me fez ser sequestrada por três malditos anos! Tudo
porque eles sabiam que existia algo que os afundaria e eu era a chave. Seu
sua vida secreta exposta. Eu quero que ele tenha a vida perfeita destruída
antes de morrer! Quero que toda Nova Iorque saiba o rato que ele é para que
minha melhor amiga e a mãe possam voltar para casa!
— Muito bonito seu discurso, porém, tem mais coisa nas pastas. —
Lucas nos chamou atenção. — Vídeos de entrega de drogas, os pontos de
— Por que meu pai teria isso? É como colocar um alvo na própria
testa.
Ava, ela me seguiu meio relutante, curiosa com o conteúdo, mas teria que
esperar.
Lucas não mentiu quando disse que levaria horas para nos dar
respostas. Ele ficou quieto, mal comeu. Ava ficou andando atrás de mim
como uma sombra, ela cozinhou a maior parte do dia, usando quase toda
comida que tinha disponível. Sua boca ansiosa estava sempre ocupada.
Mastigar na mente dela fazia parecer que o tempo passava mais rápido.
— Você quase não bebe café. — Peguei minha caneca. Ela encheu.
Lucas ergueu a dele, precisando de mais. Ele era o único viciado em cafeína
na nossa casa. Particularmente, preferia um bourbon, combinava com
qualquer horário do dia, mas eu não podia ficar minimamente alterado ali.
para a máquina e sentou ao meu lado. — Ainda vai levar muito tempo? Está
anoitecendo e daqui a pouco aquele imbecil estará aqui.
quente e forte.
— Sei que não, mas se não precisasse do meu perdão, não teria
procurado por mim e ainda não estaria aqui desvendando todo esse mistério.
Meu olhar foi gelado. Costumava fazer massagens nela depois dos
jogos, para aliviar qualquer tensão de ficar presa, algumas vezes
— Ele tem uma irmã mais nova e pelo pouco que sei, parece ser o
Acabei a varredura.
não era do seu pai. Ele pegou de alguém. Pode ter comprado como
garantia…
a primeira geração.
— Lucas foi dado como morto no incêndio e até onde todos sabem, eu
vivo uma vidinha medíocre como contador. Meu pai morreu sozinho em sua
casa há uma semana e não sobrou mais ninguém. — Enfiei minhas mãos no
bolso. — A empresa que o mundo conhecia, eu dissolvi lentamente e fui
vendendo partes para várias outras empresas que também me pertenciam.
Poucos dias antes de te buscar, a General Beauchamp não existia mais e não
tinha mais nenhum contrato com o governo americano. Assim eu dei fim a
qualquer interesse no sobrenome dessa minha família.
detalhes ainda.
— O quê?
nenhum deles assim como você cortou qualquer ligação com seu pai.
— Não preciso ser uma Blackwood agora, eu só não quero não ser
uma Moore.
meus lábios.
Na lua de mel… usarei algo cheio de tiras para poder ser amarrada em
qualquer lugar.
— Lucas, eu oro para o dia que seu coração será tomado por uma bela
mulher. — Ava o cutucou com a ponta da unha. Ele saltou para longe, rindo,
fazendo o sinal da cruz.
— E o pai de Melissa?
Ava não era do tipo má, ela não carregava maldade em seu coração,
mas ela podia ser fria e vingativa quando se tratava das pessoas que amava.
Era protetora, com instinto de sobrevivência e um sexto sentido muito
aguçado. Sua habilidade em perceber absolutamente tudo ao redor era
intrinsecamente ligado aos sonhos, porque era sensitiva. Treinada e refinada,
Nova Iorque.
fumava. Ele tinha sorte que aquela casa não era oficial, ou eu o mataria por
impregnar cheiro de cigarro nas minhas coisas. — Principalmente a parte do
cartel. Foi daí que Beauchamp achou que Ava era a garota do ouro, porque o
— Não deu. Isso foi parte do acordo que Jackson fez com Oliver. Ele
o alimenta de informações de determinadas pessoas que a família King tem o
interesse de passar por cima. Alguma empresa que queiram comprar. É como
demais. Huum, Levi não confiava em Jackson e não queria fazer negócios
com ele. — Ele faz o mesmo serviço para mim e é louco em te ter na carteira
dele.
modo.
sócio e isso não é problema meu e nem seu. É entre ele e a Michelle. —
fora da jogada, ela está oficialmente livre para viver a vida da maneira que
desejar. O cofre foi encontrado e não havia nada além de dinheiro e ouro
que pode aceitar essas informações e fazer um show. Ele é alguém nosso que
além do Reinald Banks que tem óbvio interesse nisso, sabe que elas existem
filha da prima para proteger a dela. Acha que vai desistir de manter seu
segredo a salvo?
— A filha que ela está tentando proteger não é a que todos sabem e
sim outra, fora do casamento, que eu ainda não sei quem é ou onde está. Não
me interessa também, mas aguçou a curiosidade de alguém que não vai parar
lavam dinheiro. Isso tudo chega a não ter um preço — Enzo me respondeu.
Fazia sentido, só era terrível. Essa menina estava em perigo por existir. Ela
não pediu para nascer. Estava fadada a ser uma peça de um jogo contra a
própria mãe.
minha interrupção e fui para o quarto. Levi disse que nós voltaríamos para
casa antes do amanhecer, para estar no café da manhã das crianças. Mal via
a hora de voltar para casa, ficar com meus pequenos, dormir na minha cama
e mesmo que Levi tivesse todo suporte de segurança, eu me sentia exposta
fora da propriedade.
avisando que estava tudo pronto para ir embora. Vesti meu casaco, me
cobrindo e calcei minhas botas. Para me sentir segura, Levi me deu uma
italiano se foder.
Enzo Rafaelli era uma incógnita sentimental para mim. Ainda não sabia
redimir à sua maneira. Não o culpava por matar minha família. Talvez
sentisse raiva se fosse minimamente ligada a qualquer um deles, mas
sabendo como era uma família de verdade depois que passei a viver com
Levi, Lucas e as crianças, eu apenas cresci como uma planta mal regada na
minha casa.
Melissa me deu mais amor e carinho que meus irmãos. A mãe dela se
importava mais que meu pai. Minha raiva e ressentimento era porque paguei
por pecados que não cometi e estava cansada de me debruçar sobre isso.
Não era possível deletar os últimos três anos, ainda estava no processo de
superação, mas tive sorte: fui abençoada em me envolver com alguém que,
milkshake bem gelado de doer a testa, falando sobre qualquer besteira que
querermos.
irmão assim, que seria capaz de passar por tudo ao meu lado, inclusive,
atravessar o fogo para me salvar. Pelas cicatrizes em ambos, era Lucas que
estava no fogo e Levi entrou nele. Eu não tinha coragem de perguntar, aos
arquitetura que refletia bem a região. Tinha muito do barroco francês com o
toque das torres como dos palácios britânicos, misturando alguns detalhes
Era coisa de Levi, ele quem mandou colocar, assim como o leão em uma
Rick parou na frente da casa para que pudéssemos sair e seguiu para a
fungando.
Levi esfregou as costas do Milo, falando com ele baixinho, que mal-
humorado, não queria nem se mover. Allie explicou que ele estava ranzinza,
chorando por tudo e parecia que não havia nada de errado. Comemos com
eles, matando a saudade. Meu dia não era o mesmo se não tivesse a loucura
estava se movendo com rapidez e eu achava que ele iria engatinhar rápido.
sentado ali, encostado em suas coxas e eles brincavam de lutinha. Milo ria
com queixo molhado de tanto babar. — Essa gengiva pelada dele é
simplesmente fofa!
com os filhos que enchia meu coração de amor. Ele era um pai exemplar.
Quando teve medo de que corresse ao descobrir as partes obscuras de seu
coração, estava certo. Era assustador. As coisas que ele era capaz de fazer
com frieza era de deixar qualquer um arrepiado de medo e um tanto receoso,
porém, esqueceu de dizer que suas partes boas eram simplesmente incríveis.
Mais tarde, Allie levou os dois para a sala e nós ficamos sozinhos no
quarto.
Quer me ocupar?
— É estranho te ver sem fazer nada. Acho que só tirou folga no meu
confuso. Seu olhar intenso sempre me tiraria o fôlego. — Com a nossa vida?
Comigo? Quer dizer, supostamente, estou livre.
— Nós vamos viajar. Sair a dois, sair com as crianças, namorar muito,
colo, montando nele. Ele sorriu e subiu as mãos pela minha cintura, parando
nos meus seios e ergueu a blusa. — Vamos praticar vários tipos de trepada
sacana, foder com putaria e eu vou bater nessa bunda antes de te comer. Já
parou para pensar o que quer fazer?
diploma… eu fui levada antes de concluir o ano. Ainda não sei se quero
fazer alguma faculdade porque eu perdi meus interesses de antes e quero me
dar um tempo para descobrir isso. Eu quero viver aqui com você e com as
crianças… ter noites de encontros, namorar, conhecer o que puder do mundo
alguns anos, ficar com a minha barriga bem grande e parir um bebê. E você?
olhar que me fazia sentir todo amor. — Você chegou para melhorar tudo e
completar minha família. Eu te amo, Ava.
— Eu te amo.
ele queria, brincando de casinha com Daisy e Lucas chamou Levi para
treinar. Anoiteceu em um piscar de olhos, as crianças dormiram e eu me dei
meu doce. — Esse é um pedido de desculpas que posso aceitar! Ele já foi
preso?
aquele homem, não será solto e a partir daí, não verá mais nenhum tipo de
luz. — Levi abaixou o volume e virou-se para mim. — Melissa já pode
comemorar.
— Um dia de cada vez. O que ensinei sobre paciência esse tempo todo
entrou por um ouvido e saiu pelo outro?
seguindo para nosso quarto, pronta para adorar o que ele tinha em mente
para nós.
Capítulo 31 | Ava.
Eu queria sexo, nada melhor para acordar, mas Levi olhou a hora e me
meu corpo de todo exercício diário era incrível. Vesti uma calça, tênis, uma
blusa térmica, outro casaco por cima e prendi meu cabelo em um rabo bem
apertado.
Aprendi a minha lição em não pedir ajuda para Levi. Desejei que
mais que reclamasse, entendi seu ponto de vista. Eu era submissa em muitas
coisas, aprendi a não ver isso como algo ruim, mas, ele estava me ensinando
e Milo ainda dormiam como dois anjinhos que não eram quando acordados.
Quanto mais ele crescia, mais aprontava, dando sinais que o bebê que
me libertava. Aos poucos, foi como sentir as correntes dos meus pés
Foram muitas noites que Levi passou acordado quando eu parei totalmente
com as pílulas. Ele sentava horas segurando minha mão, esfregando minhas
mesmo amando-o muito e não sabendo como viver sem as crianças. Eu tinha
sorte em tê-lo, sem nunca desistir de estar ao meu lado. Minha melhor amiga
ombros, depois que o pai dela morreu e elas puderam transitar livremente,
Achei que acordaria leve, feliz, dançando por aí, mas a verdade é que
vítimas possuem um tempo diferente para reagir e por mais que eu odiasse a
palavra, eu fui uma vítima e não era mais uma. Era nisso que me apegava
sempre que corria, no exemplo de mulher forte e corajosa que Daisy tinha
em mim, no sorriso de Milo sempre que me via pela manhã, no amor que
Levi me dava de bandeja todos os dias, na amizade que crescia com Lucas a
Levi me pegou pela cintura, naquele momento, não era o homem que eu
firme e com tudo que aprendi nos últimos meses, no chão molhado da geada
e muito gelado, as folhas eram como pedra de gelo no meu rosto. Entorpecer
Consegui soltar meu braço e girar o corpo, dobrei meu joelho e chutei
sua coxa. Ele tentou me colocar com mais força pressionada no chão, liberei
meu outro braço, puxando sua orelha e mordi seu ombro. Agarrando seu
que me dei conta que eu havia conseguido. Levei minha mão ao rosto,
tirando as folhas e comecei a tremer. A adrenalina foi tão forte que comecei
treinar minha mente e corpo para conseguir. Não havia nada prendendo meus
pés.
Chorei contra seu peito, ele segurou meu rosto e beijou meus lábios.
amo.
No quarto, pensei que o homem iria me atacar, mas ele tomou banho
trocamos um olhar e eu soube que a noite seria longa. Meu ventre quase
Era dia de montar a árvore de natal e decorar a casa. Daisy não iria à escola
estava muito doente e eles não tiveram uma ceia, sem clima para comemorar.
Fiquei sem graça por insistir em ter um natal até que lembrei que tudo que
ela mais queria era que seus filhos tivessem todas as experiências felizes de
uma família.
sonho ter um natal como nos filmes e nas casas de qualquer família normal.
Melissa e a mãe estariam conosco. Elas ainda viviam na Europa, estavam
Reinald antes de ele morrer, elas optaram por ficarem distantes. Elas não
muita especulação, meu nome voltou a circular em todo lugar, foi um pouco
difícil, mesmo sabendo que fazia parte do plano. Quando soubemos que ele
havia morrido foi o alívio que tudo aquilo estava no fim. Para o mundo,
suicidou-se na prisão e para nós, a verdade é que foi eliminado. Aos poucos,
mamando até deixar que o pai trocasse a fralda e a roupa. Durante o dia,
minha vida era voltada para eles. Tomamos café e começamos a arrumar a
ter uma árvore linda e várias decorações brilhantes espalhadas pela casa.
perfeito. Ele não disse que não queria o natal, mas também não pareceu fazer
esforço das coisas além que pedi, mas percebi que, na verdade, ele apenas
não sabia como se expressar.
Sozinha com as crianças, criei um obstáculo para Milo não fugir. Ele
seus brinquedos do lugar, estava sendo um desafio. Milo era ativo. Brincava
muito e gostava de conversar em sua língua de bebê. Era um menino feliz e
genioso, tudo tinha que ser do jeito dele, e brigava por isso.
O dia inteiro com eles era mais que uma maratona. No final da tarde,
propriedade, mas não era perto. Ele abriu o galpão, acendendo as luzes e
fechou a porta pesada atrás dele. Tirei meu casaco para ter mobilidade nos
seu nome era conhecido como Magnata das Armas. Financeiramente falando,
ele era um magnata sim, porque sua fortuna era quase incalculável.
— Eu amo quando usa essa calça, principalmente quando sei que está
com uma calcinha linda enterrada na bunda. — Segurou minha cintura e
colocou uma pistola à minha frente. Ele se moveu contra mim. — Será que
conseguirá se sair tão bem estando distraída?
— Eu quero que fique quieta — Levi falou baixo, abrindo minha blusa.
Eu ia gritar e dizer que não mandava em mim, só no sexo, mas ele tinha um
estranho e intenso poder sobre meu corpo. Louca para gemer em troca de
seus dedos provocando delícias no meu mamilo, eu fiquei quieta. Caladinha.
— Se acertar o alvo e for uma boa menina, hoje à noite, terá uma surpresa.
disparo. Ele mordeu no lugar. Meu corpo estava em chamas, mas eu queria
mesmo que a noite fosse incrível, portanto, coloquei o desejo e seus toques
Parecia até que não fazia sexo há dias. Transamos antes de dormir,
como quase todos os dias, mas com Milo meio doente, nós não mergulhamos
em outras atividades. Eu sentia tanta necessidade dos jogos quanto ele. Sexo
E eu precisava.
Ele segurou meu queixo, dominando meu rosto e chupou meu lábio de
forma rude.
— Sou sua. Por que não seria pervertida? Gosto de ser sua safada.
Levi agarrou meu cabelo e mordeu meu pescoço mais forte. Ele estava
duro contra minha bunda, movendo um pouco desesperado, mas era dono de
um controle do próprio tesão que me deixava maluca. Em muitas vezes,
todo sempre.
Capítulo 32 | Levi.
Ava estava andando serelepe, pulando nas poças, soltando risada cada
vez que os espirros de água suja iam longe. Eu ia reclamar, porque era uma
bobeira, mas ela estava feliz e eu deixei que se divertisse no caminho de
alto da colina, praticando tiro à distância. No começo, era só para ela não
ter medo e domínio de armas, que tinha espalhado pela casa inteira e para
saber como se defender.
Depois, se tornou uma paixão para nós dois. Era sexy pra cacete vê-la
colina ou, lutando, suada, puxando a arma da cintura sempre que conseguia
me derrubar no chão.
Eu tinha que admitir que Ava era dona de tudo em mim porque ela
fazia coisas que antes, me faria ter um ataque e com ela, eu apenas esperava
o momento certo de conversar. Se ela me encarasse e sorrisse, minha mente
entrava em pausa e esquecia minha fúria. Era bom, porque me dava tempo
para pensar em um castigo adequado. Agir de sangue quente nem sempre era
certo. Ava aprendia com frieza.
Ela me ensinava a ser diferente todos os dias. Lucas e Davina
brincavam sobre o quanto a nossa casa e a vida de modo geral mudou depois
que Ava chegou. Ela foi transformando nossos dias lentamente conforme
desabrochava na vida.
sua mão, beijei e com calma, voltamos para casa. Já estava bem escuro, com
circulando na propriedade.
Ava tirou a roupa de chuva, que estava suja de lama, ficou com calça
estar descansada para mais tarde. Pouco tempo depois, reinou o silêncio.
Consegui trabalhar um pouco melhor. Mudei meu escritório para mais perto
do lado que as crianças ficavam, assim eu poderia estar inserido na rotina
deles o tempo todo. Minha filha toda hora entrava e quando Milo começou a
nunca colocaria a vida dos meus filhos em risco, mas isso não era o
suficiente para calar a paranoia de Ava. Depois que viu que era difícil Daisy
minha sala. — King parece ter sossegado em relação a nós. Você deu um
depois que entregou Ava para meu pai. Mas eu não sou ela. Se tiver que
fodê-la, farei isso sem envolver a filha. Por mim, a garota estará sempre
— Nada demais. Ela andou perguntando por aí sobre quem era você de
verdade.
— Se ela pagar o preço certo, saberá quem sou com facilidade, mas eu
causou me fez largar o trabalho mais cedo. Sem a babá, era foda gerenciar as
dois era um caos. Ava ficava com ele, porque o garoto achava que ela tinha
pendurado a lua e se comportava. Toda vez que lhe dava comida, nós dois
terminávamos sujos.
Daisy estava tentando comer sozinha, mas ainda era preciso alguém
sozinha no banheiro de noite ou não ia, porque havia parado de tomar leite
no ballet, cheia de compromissos, que Ava levava com prazer. Fomos à duas
trabalhos, danças, eu estava em tudo. Ava era o tipo que conversava com a
teriam tudo que não tivemos. Não estava falando de dinheiro e sim de amor,
meus filhos. Eles me faziam de tapete, passavam por cima, puxavam meu
brinquedos. — Daisy, guarde suas bonecas que seu pai irá te colocar na
cama e eu vou fazer seu irmão dormir. Vou te dar um beijo depois.
Daisy foi dançando na minha frente. Ela era alegre a todo minuto. Não
precisamos ler história para nenhum dos dois, essa era a parte boa de deixá-
los correr pela casa sem restrição. Cansavam fácil. Milo já havia dormido,
Para dar-lhe um tempo, fui até meu bar, servi um copo de bourbon só
para saborear e me acalmar. Aquela noite seria mais que especial. Ava
estava pronta para ser completamente amarrada. Nós avançamos muito nos
jogos, eu a tive presa na parede, sempre parcialmente amarrada. Apenas nas
meus desejos. Apesar dos meus impulsos, eu era capaz de controlar meus
durante os jogos seria a maior estupidez da minha vida. Ava não era uma
submissa fazendo uma cena em uma única noite, uma troca consensual em
clubes específicos para isso. Ela era minha futura esposa, a mulher disposta
Aquela noite era sobre ela e seus avanços, o orgulho que sentia de sua
— Muito bem, Ava. — Fui até ela, passando meu indicador em seus
mamilos e subi pelo colo dos seios, passando pelo pescoço e parando no
queixo para erguer seu rosto. — Enrole seu cabelo e prenda-o ainda mais
firme no topo.
Obedecendo sem soar afobada, subiu as mãos lentamente, consciente
prendeu tudo e voltou com as mãos para o lugar. Tirei a venda do meu bolso,
amarrando firme em seus olhos e beijei sua boca. Pedi por sua língua,
Seus lábios separaram e sem aviso, bati em sua nádega. Ela não saltou,
apenas sentiu o ardor, aceitando mais uma sem falar nada. Sua expressão era
quase de alívio depois de vários dias sem conseguirmos jogar. Parei à sua
frente, provocando seu corpo com a ponta do chicote até entre suas pernas.
Ela lutou para não abrir mais os joelhos, necessitada por mim.
Ava era uma mulher que gostava de ser mimada, ter seu prato favorito,
ganhar flores, presentes fora de uma data especial e bilhetes sem motivo. Ela
amava ser beijada, ouvir frases picantes no pé do ouvido e ser pega de
Até ela.
Com toda calma do mundo e atento às suas reações, passei a corda por
corpo. Ava ficou quieta, apenas sentindo e ela soube exatamente o momento
em que iria subi-la. Suas sobrancelhas franziram um pouco e foi tudo.
Parecia uma obra de arte. Tão linda que me senti emocionado. Quando
los com pequenos grampos. Eles não causavam muita pressão porque ela não
tolerava dor ali. Decidimos o nível e a intensidade, escolhendo juntos o que
sempre seria usado. Ela ofegou com a pressão. Beijei sua boca. Minha
Bati com o chicote nela, seus lábios e clitóris quase gritavam. Ava gemeu
baixo, deliciada e caprichei nas batidas em suas nádegas. Ela apertou a
barra, gemendo. Completamente vendada, sua única opção era sentir tudo.
ela ter estímulo anal, nós dois adorávamos usar o plug junto com sexo,
porém, eu a conhecia como a palma da minha mão e sabia todos os seus
limites.
minha frente, com as mãos apoiadas em meus ombros. Soltei sua venda e
seus lindos olhos azuis encontraram os meus, cheios de tesão.
— Você está bem? — Mantive meu olhar no dela para não perder
nada.
cima. Ela ficou com os braços esticados, os mamilos atiçados e tentando não
pressionar as coxas juntas para ter um pouco de fricção. Peguei a
— Você vai ter seus tornozelos presos com essas faixas de couro, as
correntes permitirão que dobre os joelhos e não muito mais. Suas pernas
ficarão afastadas e bem abertas para mim. Você quer isso? Responda.
— Sim, eu quero. — Ela soou firme. Orgulho, porra.
Com seu consentimento, prendi cada uma das pernas. Ela estava com
os braços esticados acima e as pernas torneadas abertas. Depois de estar
pendurada com seus sentidos no limite, não conseguiria segurar o gozo. Tirar
sua venda foi para que ficasse um pouco mais dispersa. Antes, até poderia
esfriá-la um pouco, atualmente, sabia que seu foco havia evoluído muito e
ela estava concentrada em mim.
espalhei lentamente por suas pernas. Passei pelo seu quadril, levando a
massagem até os seios, pressionando minha ereção em sua boceta. Ava
gemeu, puxando as cordas, querendo minha boca e lhe dei um beijo porque
ela era a mulher mais incrível do mundo inteiro.
— Quer gozar como, amor? — Arrastei minha boca até seu ouvido.
Voltei para baixo, dobrando seus joelhos e dei o que ela queria. A
chupada que a fazia gozar, explorando cada nervo sensível, principalmente
minha boca. Empurrei meu dedo suavemente por suas dobras, curvando, e
ela tremeu ainda mais.
meus braços por baixo de seus joelhos, estocando sem fazer amor. Era sexo,
bruto, cru. Era eu e ela, juntos.
Gozei dentro dela, ainda metendo, porque era impossível parar. Puxei
fora para ver meu esperma e a soltei rapidamente. Ava me abraçou apertado,
movendo contra meu ouvido, querendo me acordar com carinho. Ele beijou
atrás da minha orelha, pressionando contra mim e suspirei, soltando um
Meu estômago tinha outros planos. Ele roncou alto. Levi começou a rir
e me cutucou, me estiquei e virei de lado, abraçando-o.
sair da cama. Peguei no sono novamente, aquele tipo de cochilo gostoso que
com o café surpresa na cama com direito a flores e meu chocolate favorito.
uma briga.
— Isso significa que está pronta para fazer com que Ava Moore
desapareça?
— Prontíssima.
beijinho e voltei para meu lugar. Ele riu e me ofereceu um pote com frutas,
pedir e eu ia dizer sim, mas depois de tudo, merecia o pedido mais incrível
vinte e um, mas a vida não era previsível. Podíamos planejar e lutar pelos
nossos sonhos, correr atrás daquilo que desejávamos, porém, o destino era
quem controlava tudo. Meu destino era ser uma Blackwood. Aos dezessete
Existia uma lenda antiga que dizia que nossa alma vive momentos antes
de nós, que quando eles acontecem, temos a sensação de já ter vivido aquilo.
coração se acalentava por segurar meu menininho e ter seu olhar de amor em
branco.
em seu colo. Ele passou o dedo por minha panturrilha e beijou meu joelho.
segundo, lembrei que era você, nosso quarto e nossa cama, não havia motivo
para ter medo porque você me ama. Não senti nada além de tesão depois
disso.
contra a porta.
viva em Daisy. Milo ainda era muito pequeno, ele ficou de chupeta e
chorando porque queria estar no chão e mexendo nas flores ao invés de ouvir
sua irmã relatar sua vida para sua mãe, que ela chamava de estrela no céu.
A escola sinalizou que Daisy enxergava muito bem a nova dinâmica da
do irmão. Por mais que eu não fosse sua mãe, ela me via como a figura
relatórios, era apresentada como uma menina gentil, muito educada e que
exalava alegria.
mostrar a ele que era impossível protegê-la de todas as dores da vida. Essas
acreditar que não podia impedir que seu coraçãozinho fosse partido um dia.
Esse era um dos muitos motivos que Levi era o homem da minha vida.
sequestro. Alguém com sonhos mais claros, objetivos mais lindos e com
Seria mentira se eu dissesse que passaria por tudo de novo para estar
ali. Doeu muito e era uma dor difícil de superar, porém, eu estava bem por
ter vencido e feliz com a família que tinha. Eles eram mais que qualquer
conto de fadas.
No final do dia, reparei que Levi parecia um pouco tenso. Ele estava
que não pudesse ouvir. Lucas entrou e saiu diversas vezes, aguçando minha
queria mais saber de mais conspiração. Queria seguir com a nossa vida em
paz.
nariz.
— Só me diz se é ruim.
Estava frio, quase nevando, mal dava para passar cinco minutos do lado de
fora.
— Eu vou acampar com Lucas. Nós fazemos isso todo ano nessa
— Ava, sério? Você vai ficar puta por que eu vou sair?
— Ava! Venha aqui! — ele comandou. Levou tudo de mim para não
voltar. Eu não sabia exatamente porque fiquei irritada, talvez porque ele
Quase bufei, mas ainda não estava pronta para receber um castigo
como frustração sexual quando o clima implorava para rolar na cama. Ou
algo pior. Levi era muito criativo quando se tratava de me "punir" por ser
insolente ou dar-lhe respostas ácidas que o deixava sem reação na hora.
— Vai ficar bem? Vocês não vão aprontar para provar que são super
machos e dominantes, certo? — Olhei em seus olhos, querendo ter certeza
se cuidar?
— Claro que sim! Está frio e o tempo está esquisito! — Apontei para a
janela.
— Se cuida. Te amo.
— Eu também te amo muito, hoje e sempre. — Esfregou o nariz no meu
e pegou sua mochila. Ele deu um tapa na minha bunda e foi embora.
sua tagarelice sobre ser ano novo. Levi já deveria estar conversando com ela
sobre as festas de fim de ano, principalmente porque estaríamos com mais
as crianças.
— Quer tomar seu banho? Eu vou ficar com eles para você — Davina
ofereceu.
em cima da cama com um bilhete de Levi para vestir. O que o maluco estava
aprontando? Vesti a roupa, me agasalhando e ao sair do quarto, topei com
até que reparei nas luzes entre as árvores, iluminando quase todas elas ao
redor da casa e uma frase formada no gramado. Parecia velas ou pequenas
caixas quadradas com luzes amarelas dentro. Parei, levando minha mão à
boca, completamente chocada.
dois.
— Será que poderei ter minha resposta? — Levi falou atrás de mim.
curvado à minha frente e da nossa família, por amor e por desejar passar o
resto da vida dele ao meu lado.
esposa?
abraçou apertado.
— Aqui está sua aliança e ela vai ficar no seu dedo para todo sempre.
— Deslizou o lindo anel no meu dedo. — Combinou. Acho que tenho um
bom gosto.
que era ano novo. Milo apontou para o céu, sorrindo. Eu amei o quanto Levi
preparou um espetáculo para nosso noivado e tornou ainda mais memorável.
Abraçados, assistimos tudo, junto com as pessoas que faziam parte da vida
dele e que se abriram completamente para mim.
vida.
O amor dele me libertou. Nosso destino foi traçado muito antes que
gritando em seu pijama azul claro. Ela pulou na cama, atropelando o pai e
saltou em cima de mim. — Vamos ser felizes para sempre!
— O amor é o mais importante de tudo! — ela falou com sua voz fofa
e algumas palavras enroladas, mas já entendia seu vocabulário por inteiro.
teve dificuldade para dormir depois do noivado, pulando no lugar que seria
a menina da flor. Não tinha certeza se ela sabia o que realmente era, pareceu
atraente aos seus ouvidos, como no dia que disse que precisava ir ao dentista
Tanto eu quanto Levi não faríamos uma festa, não só porque não havia
horas.
— Eu quero!
atenção, mas ela nem deu confiança. Levi foi atrás, querendo ganhar seu
— Antes eu era tudo na vida dela, aí você chegou e eu… — Ele voltou
— Dolorida?
vindo.
— Vamos dar uma pausa para recuperação. Acho que deveríamos nos
aliança.
— É uma boa ideia. Será uma ótima lua de mel. — Ele fez uma
arrumada.
única coisa que seguia estranha em tudo. Enfiei meu telefone na bolsa,
verifiquei minha carteira. Assim que apareci na sala, Milo esticou os braços,
— Não está com seu colar? — ele questionou ao ver meu pescoço nu.
minha mão, orgulhosa da aliança brilhando em meu dedo. — Aqui. Seu filho
completamente no período em que ele não podia me punir por não obedecer
cintura.
Com a presença de Allie e das crianças, ele apenas parecia que ia sair
fumaça das orelhas. Tentei não rir e falhei miseravelmente. Daisy reclamou
que não estávamos saindo e fui para a garagem, onde Rick já me aguardava.
Ela foi correndo na frente para ser colocada na cadeirinha e eu fui para o
lado do motorista. Não era a primeira vez que dirigia por ali, até saí com
Levi, ele queria ver minhas habilidades e como fiquei anos sem prática,
Levei e busquei Daisy na escola mais de uma vez, com Allie no banco
de trás, com Milo e Rick ao lado. Meu futuro marido tinha medo porque eu
alguém, por acaso, surgisse nos seguindo, ele achava que não saberia como
filha.
Levi parecia satisfeito segurando Milo, que esmagava uma banana nos
dedos, enfiando na boca. Dei a ele um olhar irado e fui para o banco de trás.
Daisy me entregou uma boneca para me deixar feliz. Lucas nos levou para a
cidade, o tempo todo verificando seu telefone, me deixou na loja com Daisy
e Rick e saiu. A cidade mais próxima era pequena, bucólica, linda e com
Era um centro comercial sustentado por Levi. Ele era dono da maior
parte das lojas e prédios, ajudava muitas pessoas, em troca, elas nunca
deveriam falar sobre ele. Suas empresas comandavam a região com o único
propósito de assegurar sua inexistência. Sua mãe havia nascido ali, ele tinha
parentes que não era próximo, mas que trabalhavam para ele.
roupas ali e Daisy ficou reconhecendo as palavras. Ela tinha duas línguas na
escola, inglês, que falávamos em casa e francês, como boa parte da região.
pessoalmente e separou alguns modelos para mim, fui para o provador com
na cintura.
vir e pedi que Lucas me ajudasse. Ele levou minha mãe para casa, ela ficou
exausta com o voo longo.
ter com minha própria mãe. Levi estava quase indo atrás, ele não gostava de
compromissos não controlados, mas ao chegarmos, assim que nos viu
— É lindo e sexy.
— Então, ele combina com você. — Me beijou apaixonadamente. —
Senti sua falta. Parecia que nunca iria voltar.
— Saudade, é?
— Vamos casar agora, já tem o vestido, por que esperar a noite de ano
novo?
— Eu deveria ter saído antes, sempre tive medo em não poder dar à
Melissa a vida que o pai dela podia bancar. No final, era um dinheiro sujo.
Lamento muito. Se tivesse rompido com ele, talvez não conseguisse sustentar
aquele circo de vida perfeita e não teria machucado tantas pessoas… — ela
lamentou.
— Se eu digo algo assim, você brigaria comigo por ser tão bruto. —
Lucas passou por mim e puxou a cadeira para Sky sentar.
ficou brincando com Milo como se Lucas não tivesse deixado escapar que
eles se falavam. Ela não me contou nada. Só não xinguei novamente porque
Daisy iria repetir e era complicado explicar para ela sobre não chamar as
Melissa fugiu para seu quarto antes que pudesse perguntar. Lucas ainda
estava dando comida para Gwen depois que coloquei as crianças na cama.
Aproveitando que Levi foi tomar banho, sentei na ponta da escada que dava
para a ala que Lucas ficava. Ele ergueu o rosto, me olhando com a
sobrancelha arqueada.
— Eu sei que você vai dizer sim para sempre e será uma Blackwood,
mas eu ainda sou o cara irritado e recluso. Saia daqui. — Bufou e voltou a
acariciar sua cadela.
Dei de ombros. Ele riu sem me encarar. — Eu sei que você não se envolve
com ninguém e por mais que a ame muito, Melissa é do tipo que não desiste
de alguém.
alguém que sabia sobre tudo. Eu não sou o tipo de homem que faz parte da
vida de alguém como ela.
— Lucas…
façam tudo da maneira que acharem melhor, mas eu acho que deveria se
olhar como um homem que tem todo direito de amar e ser amado. — Fiquei
de pé e ajeitei meu vestido. — Não seja o tipo de pessoa que deixa a
felicidade escapar entre seus dedos por medo. Você é forte e corajoso. Você
é… um Blackwood.
— Obrigado, Ava.
Levi já estava na cama, deitado por cima das cobertas, com uma calça
de pijama e seu torso incrível todo exposto para meu prazer. Fui me preparar
para dormir, ao invés do pijama quentinho que estava usando, escolhi uma
das camisolas de renda que havia comprado semanas antes, para usar em
Cruzei minhas pernas em sua cintura, movendo meu quadril contra ele.
— Nenhuma.
Levi riu, me beijou e foi para seu lugar. Debaixo das cobertas,
trocamos carícias apimentadas, os dois loucos para ceder, mas sem querer
dar o braço a torcer um para o outro. Eu amava ficar agarradinha com ele e
para não ser a louca tirando a calcinha, montando nele, me forcei a dormir.
Com minha cabeça em seu peito, peguei no sono com as batidas de seu
coração.
areia.
abdominais.
— Estou tentando não acordar. Por que estão tão animados? É natal,
que nada estava acontecendo até que ele deixou claro que não iria dormir
garotinho dela, fazia charme, ouvia o que ela dizia e sempre dormia se ela o
fizesse dormir. Eu me tornei o pai que faz bagunça. Adorava bagunçar com
Daisy ainda me respeitava. Ava dizia que era questão de tempo porque
eu era um pai bobo. Eu podia ser o que fosse para o restante do mundo, para
Lucas vão precisar dominar os dois, tem muita coisa para cozinhar e eu
nervoso?
— Com a palma da mão muito nervosa para buscar aquele chicote com
franjas que adora dar pancadas na sua boceta. — Segurei sua cintura,
Ainda no modo atrevida, subiu a coxa para minha cintura, exibindo sua perna
linda.
Sorrindo do jeito que gostaria de aprontar para ser punida, ela saiu do
família. Daisy e Milo estavam na sala com Lucas, no tapete, com vários
dele nos levava para um pub não muito longe de casa, ele bebia cerveja
Depois, minha mãe e minha tia nos esperavam com o jantar pronto, era minha
função colocar a mesa. Eu esperava pelo dia seguinte, para ter meus
perdeu porque não havia nenhum motivo para comemorar. Era apenas Lucas
anunciou, animada. Parecia que era uma sala para ela e não para os dois.
Nós quatro atravessamos o corredor até a nova sala. Ava deu a ideia
pudessem brincar dentro de casa nos meses frios ou nos dias de chuva. Ela
mundo mágico.
começando a dar pulinhos no lugar. Ava colocou Milo no chão e deixou que
— Daisy correu para me abraçar. Peguei-a no colo. A filha que não escolhi,
que a vida me deu e tornou tudo melhor.
— Eu amei.
Ava sentou no chão para brincar com eles. Milo engatinhou até ela,
usando seu braço para ficar sentado e Daisy agarrou um cesto de blocos,
espalhando. Ela era uma boa irmã, sempre atenciosa. Isso não duraria
melhor, mas não seria um pai ou uma mãe. Vivianne se preocupava e ela
queria que seus filhos tivessem uma mãe. Ava pegou esse papel para si sem
nem sequer um pedido. Ela amava e cuidava deles mais do que de si mesma.
Se entregava com todo coração para que Daisy tivesse tudo que não teve,
educava, era firme, não dormia quando ficavam doentes e não comia até que
Ela era mãe sem nunca ter tido uma. Jovem, traumatizada, era forte
pintadas pela minha filha e minha camisa babada com marcas de dedos do
meu filho. Felicidade tinha nomes e sobrenomes. Minha felicidade era
completamente deles.
muito frio e nevando, ainda bem que havia espaço de sobra para que cada
Ava e eu éramos muito conscientes que as crianças podiam dar nos nervos
mãe em uma ala tranquila, a primeira que Ava ficou quando chegou. Lucas
tinha seu próprio canto, assim como Davina.
sair da cama. Fiquei deitado de lado, observando Ava dormir. Seu cabelo
estava por todo, a boca inchada e os cílios descansando nas bochechas. Ela
entrou na minha vida e tudo que passou, foi o passo desconhecido mais
assustador de toda minha existência. Eu poderia machucá-la ainda mais com
meu jeito de ser, a dominação podia afundá-la em sua própria mente e seus
— Diria sim agora mesmo se meu vestido não fosse lindo e se não
quisesse caminhar até você, ter sua aliança no meu dedo e fotos para nosso
álbum de família — retrucou com a voz rouca. — Uma coisa que nunca
poderá duvidar é o quanto direi sim para você todos os dias da minha vida.
Esse lugar aqui é seguro porque você é o homem que nos mantém. Te amo
por me proteger, por ser meu par, meu companheiro e por me fazer sentir a
mulher mais incrível do mundo inteiro.
Quero teu sim e entrego o meu, porque você era o que me faltava.
soou baixa, ela estava dizendo que Ava tinha mais cabelo que Rapunzel e
levaria o dia inteiro para conseguir acertar um penteado. Eu podia entender
porque as duas eram amigas. Deboche, implicância e trocas ácidas eram bem
comuns, mas não havia nada que rompesse a força que as unia.
Ava saiu da cama para se arrumar e eu ainda fiquei. Daisy entrou no
quarto para dar seu beijo de bom dia e enquanto ela não tinha que ir com as
— Nunca se esqueça que por mais que Ava te ame como mãe, nós
nunca queremos que esqueça sua mamãe Vivianne.
dessa maneira, para sempre sentir sua mãe por perto, mas por algum motivo,
estrela era o que fazia sentido em sua mente e deixei assim. Lucas acreditava
que estrela era uma coisa que podia ver, já anjo, não. A psicóloga da escola
sempre elogiava o quanto eu conversava com minha filha sobre tudo.
Desejava que Daisy crescesse em um lar que pudesse me procurar para falar
tudo.
pronto. Dadá fez muffins! Seu irmão já está comendo com Melissa.
— Ei, noivo. Temos que falar antes do seu dia de beleza. — Lucas
padrinho de casamento, que é cortar o seu cabelo e fazer sua barba. Além de
te ajudar a tomar conta do pestinha.
— É foda. Tem dias que eu não entendo o que ela quer, mas não troco
nenhum segundo ao lado dela por nada. É assim que tem que ser, quando
— Obrigada por estar aqui comigo hoje — falei baixo, com a garganta
fechada de emoção.
Melissa fez meu cabelo e maquiagem, eu dei um retoque e outro, mas, não
imaginava que ficaria tão bonita. Meu vestido era off-white, de mangas,
saltos em casa.
luzes e balões prata, porque Daisy acreditava que toda festa precisava ter
balões.
Ajeitei minha saia e subi um pouco para conseguir andar. Milo ainda
cheio de cachos fixados para durar a noite inteira. Ela estava se sentindo
uma princesa com seu vestido azul claro bufante, com um laço rosa na
Senti que meu mundo deu um giro completo tão rápido que precisei me
chamassem assim, não mudaria meu amor e dedicação, mas ouvir era
simplesmente perfeito. Era lindo. Abri meus braços para que ela pudesse me
finalmente dizer sim para Levi diante de todas as nossas testemunhas. Sky foi
com ela. Melissa e Daisy aguardaram comigo, com o sinal, peguei o buquê
olhar em mim foi mágico. Ele engoliu em seco, com os olhos brilhando e
esticou as mãos. Daisy estava com sua cesta e perguntou quando poderia
doce, sei que sou determinado e nessa minha vida louca, amar alguém como
lágrimas escorriam pelo meu rosto sem pausa. — No dia em que te vi, não
imaginei que você seria minha esposa, que formaríamos uma linda família.
Eu quero passar todos os dias da minha vida ao seu lado, sendo seu melhor
amigo, seu homem, seu companheiro e pai dos seus filhos. Prometo te amar
separadamente.
Beijei seu dedo antes de deslizar o anel. Ficou perfeito ali. Sua
primeira aliança. Tirando os relógios caros, Levi não não usava nenhum tipo
de joia.
sentir uma mulher inteira novamente. — Parei um pouco para respirar fundo.
ardentemente passar todos os dias da minha vida ao seu lado, com mais
filhos, mais amor e mais de tudo de bom que a vida tem para nós. Prometo te
pela primeira vez como meu marido. Foi mágico. Ele encostou a testa na
Levi pegou Daisy, paramos para a fotografia de família que eu faria questão
centenária era uma casa repleta de amor. Fiz questão de tirar fotos com todo
encomendar tudo fora, porém, estava frio, não era para muita gente e
para meu braço e bati nele, rindo. — Todas as suas danças serão minhas a
partir de agora.
costas.
explodindo de felicidade.
Estar casada com Levi era mais uma curva do destino, que provava a
cada dia que não tínhamos controle do que iria acontecer em nossas vidas.
por causa do sequestro. Aceitar o que a minha família fez e o que fizeram
Levi pegou Daisy para dançar. Ele era gentil e o perfeito cavalheiro.
Aquela menina nunca aceitaria menos que o pai dava e tinha que ser assim.
Dancei com Milo, rodopiando com ele pela sala, ganhando sorrisos e
Cada vez que ela me chamava de mãe, meu coração explodia no peito
e sentia que iria derreter. Minha vontade era de agarrá-la e beijá-la até que
explodisse.
depois da virada.
— Eu sou orgulhosamente seu marido e sei que poderei estar com você
o tempo todo. — Ele beijou minha testa. — Vamos dar atenção a ele. Daisy
já deve estar no décimo sono.
para subir. Ele dormiu pouco, chorando a cada duas horas, enfiando os
dedinhos na boca e fez com que Levi ficasse sentado segurando um
Cedo, senti fome e saí da cama. Levi estava dormindo com Milo, não
fiz muito barulho, pretendia voltar logo que meu estômago parasse de roncar.
— Faça para mim também — pediu, puxando uma cadeira para sentar.
amor. Até mesmo Levi, que é todo quieto na dele, mas não tem problema
nenhum em demonstrar com aqueles olhos o quanto te ama. Eu fotografei
vários sorrisos que trocaram, apaixonados e até me deu vontade de casar
— É mesmo?
— Não é que não quero, é que não tem o que dizer… — Deu de
ombros.
— Não tem?
— É complicado, Ava. Lucas não é quente e frio, uma hora, penso que
ele está se aproximando e na outra, parece que um iceberg com quilômetros
relacionada a pele e ao corpo, foi sem querer e soou sem noção, mas não foi
para chateá-lo. E cara, ele é super gostoso!
encontrou a superação de tudo que aconteceu com a dominação. Ele foi até
um clube uma noite, arrumou uma briga e havia um dominante lá. Não sei
detalhes de como funciona, mas esse homem o treinou e ajudou a ter a mente
no lugar. — Mexi as pedrinhas de açúcar no fundo da minha caneca para
dissolver.
— Não. Ele foi um aprendiz, mas não um submisso. Levi teria que
nascer de novo para se submeter a outra pessoa. Sem contar, que a natureza
dele, controladora e um tanto focada ajudou bastante, mas Lucas não tinha a
mesma história que Levi. — Olhei nos olhos de Melissa. Ela precisava
compreender a profundidade da escuridão de Lucas. — Ele tinha um pai que
o amava e uma mãe que lhe dava colo. Ele tinha um lar, escola, amigos…
uma vida inteira que perdeu por causa do pai do Levi. Ele era normal. Levi
cresceu na dor, se tornando uma pessoa tortuosa e acostumado com o ódio.
Lucas foi moldado no fogo, não estou diminuindo as dores de Levi, elas
foram a longo prazo, de Lucas foi de supetão. Estou te falando isso porque se
você quer estar com ele, se realmente gosta, terá que ter paciência porque
tudo que Lucas espera é que saia correndo.
satisfeito com qualquer tipo de relação sexual, contanto que seja a figura
dominante, mas fazer tudo torna as coisas… melhores. — Dei-lhe um
isso não significava que eu não tenha direito a ter autonomia e opinião.
passou a ser natural. Sou atrevida e respondo de vez em quando. É mais forte
que eu. A punição vem e nem sempre é ruim. — Balancei as sobrancelhas.
nossa vida esse ano, mas sei que irei mostrar a ele que não sou de correr.
cintura, ultrajada que estávamos comendo sem ela. Subindo no meu colo sem
pedir licença, agarrou um bolinho e começou a conversar com Melissa. Por
de perto.
Capítulo 37 | Ava.
que estava amarrada. Ele iria adorar. Prendi meu cabelo em um coque
banco.
cima do banco, ajoelhada, com as mãos nos joelhos e meu olhar treinado
para baixo.
Ouvi o barulho da porta abrindo e pelo canto do olho, seus pés. Ele
fechou e trancou.
Fiquei quieta. Ele não havia me dado autorização para falar. Levi foi
até seu armário e eu sabia que pegaria um dos chicotes que mantínhamos
— Devo desembrulhar?
propositalmente tímido.
deixou frouxo. Tomando cuidado, foi tirando o tecido de seu caminho até que
e parei onde queria. Virei de frente e esperei que pegasse uma corda de
tecido suave para dominar meus pulsos. Levi tinha cuidado com o material
sério, um ritual entre nós dois, era mágico e demandava tempo e preparo.
Eu podia confiar que meu marido nunca seria leviano com os jogos.
Ele amarrou meus pulsos, levando minha mão para cima e prendeu a ponta
da corda ali. Transpassou de modo que pudesse virar de costas para ele se
por minha bochecha e foi passeando com os lábios pelo meu pescoço, dando
uma mordida em uma tira próximo ao meu seio, abaixando um pouco mais e
capturando meu mamilo com um beliscar suave da sua boca. — Você é
minha, baby?
— Toda sua.
— É uma delícia saber que tudo isso é meu. — Agarrou minha cintura,
levando a mão para entre minhas pernas. — Como senti falta de estar aqui…
— Esfregou meu clitóris e me fez gemer, ficando arrepiada. — Sabe quando
ficaremos tanto tempo sem sexo novamente? Nunca. Nem mesmo em uma
renovação de votos.
— E sem punições?
— Estou com uma longa lista de punições por seus atrevimentos. Sou
um homem paciente, posso aplicar uma a uma com muita calma. — Segurou
por ele.
juntos e joguei minha cabeça para trás, me sentindo cheia. — Está pronta
pressão, grunhiu estocando cada vez mais forte e mais fundo. Mordi meu
outro buraco.
Dando bons tapas na minha bunda, ele voltou a estocar forte até me
— Minhas cordas não são tão complicadas de tirar como essa coisa
tesoura em sua gaveta, cortando tudo fora. — Não fique chateada, o presente
núpcias, foi um presente muito atencioso por parte da nossa família. Depois
quarto. Milo ficou entre nós mais uma vez, reclamando do dente, me
chamando e pedindo alívio. Com um pouco de febre na madrugada, senti dor
— Toda vez que ele ficar doente, você não vai dormir? — Levi
— Dói em mim vê-lo assim. Sei que são apenas dentes, mas é
— Acho que sim. Quando ele teve a primeira cólica, me senti o pai
mais inútil do mundo que não conseguia fazer a dor do meu filho passar e
pior… sem Vivianne, eu estava perdido. Sorte que Davina decidiu voltar a
não encontrei outra pessoa como ela, a nova governanta era apenas na dela,
problemas.
— Exatamente. Davina entrou pela porta e riu da minha cara, disse que
tinha coisas na vida que eu não podia mandar parar ou controlar. Filhos me
ensinaram isso…
— É mesmo? — ironizei. Ele deu um tapinha em mim e voltamos a
olhar o bebê dormindo entre nós. — Não existe absolutamente nada nessa
vida que eu não farei por eles. Eu amo os dois com a minha vida.
— Eu te amo.
Daisy exigiu uma festa. Ela adorava bolos e balões. Parecia que a festa
era dela, sempre o centro das atenções, naturalmente atraía todo brilho para
desde que chegou à casa. Ela chorou muito, sempre associando Gwen à mãe,
que estava no céu. Foi doloroso para mim e ainda mais para Levi. Apesar da
terapeuta da escola nos aconselhar a não ter outro cachorro porque Daisy
poderia pensar que teria tudo que queria na vida, nós decidimos que ela
— Será que ele vai dar os primeiros passinhos? — Apoiei Milo com
meus dedos.
da música. Ele tinha grama no cabelo e estava sujo até os joelhos de terra.
— Sempre com pressa.
— Não sei do que está falando. — Virei para Milo, que sorria subindo
— Sigo sem saber do que estão falando, eu vou dar banho nas crianças
e colocá-las para dormir. — Peguei Milo e chamei por Daisy. Ela e a cadela
tem mais grama que o próprio jardim e não vai subir no meu sofá assim.
Levi estava com uma viagem marcada e como sempre, ficava grudado
nas crianças antes de sair. Dessa vez, ele Lucas iriam para lugares
Era mais fácil dar banho nas crianças separadamente. Juntos, eles
causavam um pandemônio e era como ser lavada por uma onda de sabão e
brinquedos.
— Vou sair quando eles dormirem. Não quero que Daisy fique chorosa
como da última vez. — Levi entrou no quarto de Milo com a cadela já seca.
— Deixei-a assistindo a um filme para dormir. Melissa deve chegar cedo?
coisa? — Levi pegou a toalha molhada e levou para o cesto de roupa suja.
— Se você diz…
— Sem essa expressão, é claro que vou voltar para casa. — Levi me
divirta enquanto estiver fora. — Deu uma suave mordida no meu lábio.
— Devo filmar?
da porta, fiquei observando-os até não conseguir ver mais o carro. Tranquei
a porta da frente, falando com Rick sobre acionar os alarmes da propriedade
esse queijo.
Meu tempo de folga havia terminado. Ficar com as crianças era tão
louco que eu mal tinha tempo para pensar em qualquer coisa. Estava
Eu ainda não tinha certeza se queria mais uma pessoa circulando pela
casa todos os dias, sabendo da nossa rotina, fazendo parte da vida e que as
período que eles estivessem fora. A parte boa era que não havia motivos
para me preocupar. A decisão que tomasse, Levi faria acontecer. Ele
cuidaria de tudo.
No final do dia seguinte, Daisy pediu para brincar com tintas. Espalhei
um plástico no chão, deixei-a com uma roupa bem antiga e entreguei os potes
— Ava, preciso que preste atenção com muito cuidado — ele falou
O tempo não estava ruim. Não iria chover. Só podia significar que
havia pessoas na floresta.
— Você me ouviu?
lágrimas caíram dos meus olhos quando desligou. Eu queria chorar e cair no
chão como minhas pernas pediam, mas eu precisava agir. Era a vida dos
Los Angeles
sabiam que não havia outra maneira de me pegar. No volante, fiquei olhando,
tirando um telefone do bolso e fazendo uma ligação necessária.
armadilha. Eu acredito que saibam onde estou agora, preciso que pegue as
crianças e saia daí o mais rápido possível. Você sabe o que fazer para
desaparecer e não importa o que aconteça, irei te encontrar. Se existir
alguma ameaça aí, sem ataque, apenas defesa e fuga. Você me ouviu?
Fechei meus olhos, com medo de nunca mais ver ou segurar minha família
em meus braços novamente. Eu faria de tudo para voltar.
entregar para depois saber como lutar. Um inimigo desconhecido poderia ter
meus braços, subi a escada correndo e o coloquei nos braços de Davina sem
mesa. Ele trabalhava com Levi há muitos anos e eu pude ver a preocupação
em seu olhar, mesmo mantendo o profissionalismo. — Consegue repetir tudo
outro lugar mais seguro que esse, mas se tivermos que sair, precisaremos de
chamar atenção.
prontas para uso e espalhei em lugares estratégicos da casa, além dos que
Levi já deixava, mas nem todos eu conseguia abrir sozinha. Voltei para seu
escritório, sentei em sua cadeira e tateei a mesa por baixo para abrir o
compartimento secreto. Levi fazia aquilo com um toque, eu precisei bater
uma mochila, levando para o quarto das crianças. Davina não fez perguntas,
me ajudou rapidamente.
Não pretendia sair, mas se fosse inevitável, eu tinha que deixar tudo
corredor.
— Estou com Levi desde as fraldas, eu sei como usar várias coisas. —
Piscou e assenti, esquecendo que ela estava na vida dele e sabia de tudo que
havia acontecido. Davina foi embora pouco antes do incêndio e voltou para
— Já volto, amor.
rostinho e sorriu para mim, aqueles dois me enchiam de força. Faria tudo por
entre as grades, sem parecer necessariamente que era um. Alguns seguranças
medo que tive em meu sonho. Coloquei as garrafas no lugar e voltei para
casa. Seria diferente. Nada queimaria. Ninguém se machucaria. No caminho,
logo que perdi o sinal, com medo de que alguém me seguisse até aqui.
Deixei meu carro longe e fiz a caminhada pela floresta o mais rápido que
consegui.
— Era você?
precaução.
— Não por mim. Levi teve seu telefone quebrado, conhecendo-o, sei
que ele mesmo deve ter quebrado. Qualquer um aproveitaria a chance de ter
me respondendo propositalmente.
— Irei atrás do meu irmão. Sei o que eles querem e darei. — Lucas
qualquer coisa com você, Levi vai quebrar o que resta de inteiro nele! O que
você reconstruiu! Eu vou sair e trazer meu irmão para casa! — ele gritou
comigo. Seus olhos castanhos pareciam fogo de tanta fúria. — E você vai
— É sobre Michelle. Eu ainda não sei se é ela ou alguém que sabe que
pela escada.
tá maluca?
— Tenho filhos e um marido, minha família não vai ficar incompleta.
Essa coisa toda começou por minha causa, se não quer que vá com você, eu
vou sozinha!
— Você não terá contato ou apoio nos Estados Unidos, ninguém sabe
quem é e sozinho não vai conseguir nada! — Segurei sua mão. — Todos que
confiamos precisam ficar aqui com meus filhos. Precisa de ajuda e sei como
conseguir!
— Vamos para Nova Iorque primeiro e de lá, para Los Angeles, não há
tempo para discutir. Levi ficará por muitas horas nas mãos de quem quer
machucá-lo e nós dois sabemos, que por mais odiosa que Michele seja, a
não ser que seja pelas crianças, ele nunca entregará a localização da filha
no meio do caos.
— Ela está vindo. Sairá de Toronto ainda hoje. Cinco minutos, Ava! É
minhas mãos entre as dela. — Eles são o meu coração fora do corpo. Estou
devastada e dividida, mas eu sei que posso trazer meu marido de volta.
abraço.
— Daisy, vem aqui — pedi e ela subiu no meu colo. — Mamãe vai
sair com titio e você precisa ser uma boa menina para Dadá.
apertado.
para nossa viagem. Ele não questionou porque eu precisava ir para Nova
Iorque primeiro, sendo que Levi desapareceu em Los Angeles, mas havia
uma pessoa que poderia nos ajudar e iria.
usando um avião que pertencia à empresa que ninguém sabia que era deles
também. Estava no nome de uma pessoa não relacionada a nós. Se alguém
dedos para me sentir ligada a Levi. Eu não pensei nos piores cenários. Não
permiti que o desespero dominasse meu coração e me fizesse acreditar que
seria o fim da nossa vida. Eu ia encontrá-lo e iria levá-lo de volta para casa.
Eu estava disposta a fazer o que fosse preciso para isso.
carro parado em um hangar. Ele pegou a chave com um homem que já estava
ali e parecia trabalhar no local.
dirigindo em alta velocidade até o centro, onde ele sabia que poderia
encontrar Rafaelli ou qualquer um que pudesse localizá-lo e dizer que
Nunca me ressenti de Levi manter negócios com o homem que matou minha
família, sabia separar bem o que havia acontecido, principalmente, porque
mulheres que está acostumado. — Ergui meu queixo e impus respeito. Ele
apagou o cigarro e sorriu. — Levi foi sequestrado.
— E o que tenho com isso? Seu marido é meu parceiro de negócios,
— É mesmo? Você tem tudo a ver com isso porque foi a pessoa que
repare seu erro porque me deve! Não teve controle de si mesmo e matou
minha família quando deveria ter eliminado todos que te traíram naquela
meu queixo em desafio com meu peito subindo e descendo. Minha respiração
acelerada e as mãos tremendo provavelmente me faziam parecer um ratinho
prestes a ser devorado por um leão, mas ele não ia me derrubar.
Enzo agarrou meu queixo, não para machucar, mas forte o suficiente
— Não pense que eu ainda não posso te matar por sua insolência.
e muitas coisas que precisa. Além do mais, não esqueça que você me deve.
— Sorri friamente, olhando em seus olhos.
— Essa mulher está para nascer. — Ele riu e me soltou. — O que vai
me dar em troca de te ajudar? Eu não vou arriscar minha vida de graça.
Eu não podia dizer que Levi arriscaria a vida dele por Enzo porque
seria uma mentira tão ruim que não surtiria o efeito necessário no momento.
Ele riu alto, batendo palmas, agarrei um vaso de vidro e joguei em sua
direção. Ele desviou e pulou para longe dos vidros que voaram para todo
lado.
idiota?
Minha dívida com você acabou. — Ele foi até o bar e limpei minha garganta.
— Meu Deus, Ava! Levi foi pego por pessoas das quais eu não posso
— E daí? Eu não pedi um exército, pedi você e alguns que sejam leais
a você. E ah, Jackson Bernard também, mas ele eu posso pagar. Sei que vai
aceitar dinheiro — expliquei rapidamente. Ele me encarou. — Se me ajudar,
terá a lealdade da família Blackwood enquanto viver. Seus filhos também
como se fossem trocar tiros. — Acalmem-se. Não temos tempo para brigas,
estamos do mesmo lado.
Lucas. — Mande que Stefanio arrume nossas coisas! Iremos sair em trinta
minutos!
Los Angeles.
Eu era a única mulher entre seis homens. Era como um pingo no meio deles, andando pelo
hangar de um aeroporto em Los Angeles. Lucas colocou a mão na cintura quando nos aproximamos de
dois homens próximos a um carro. Um era alto, forte, com músculos bem aparentes em sua camisa
preta, calça cargo no estilo militar e botas. Ele tinha o cabelo preto, pele clara e olhos muito escuros.
Pareciam negros. O outro, era malhado, do tipo playboy engomadinho.
— Devo dizer que é coincidência que esteja na cidade com o recente acontecimento? — Enzo
— Eu estava na cidade a negócios quando Alex me ligou e avisou que Dominic estava com
Michelle. — Jackson enfiou as mãos no bolso e deduzi que o outro se chamava Alex. Lucas sussurrou
que Dominic era filho de Oliver King, um nome conhecido que me ajudou a juntar peças.
Jackson sorriu.
— Talvez tenha sido isso que a levou a acreditar que Levi estava atrás dela. — Dei um passo à
frente, enfrentando-o. Ele me olhou de cima para baixo, com um pouco de desdém.
— Não foi ela que o pegou — Alex respondeu friamente. — Foi o marido. Robert descobriu
— Por que nesse mundo Oliver trairia Michelle dessa maneira? — Enzo se alterou. Era como
se a notícia significasse que seu parceiro de negócios pudesse traí-lo também. Eu não colocaria minha
mão no fogo. Ele me encarou. — Isso muda muitas coisas, Ava. Talvez eles não queiram dinheiro em
troca do Levi.
— Como descobriram isso? — questionei a Alex. Ele me encarou com mais respeito que os
outros, que me faziam sentir uma merda por ser mulher no meio deles.
— Oliver perdeu a cabeça e contou a Robert, Dominic ouviu e tentou avisar Michele, e veio
sozinho para Los Angeles. Ele avisou que o pai dele havia dado a entender que se Michelle
— Tudo bem. Se eles não querem dinheiro, apenas a informação, vamos entregar quem pode
dar. Eles são casados, que se virem. — Olhei para Enzo. — Vamos pegar Michelle e entregar para o
marido. Não serei eu ou Levi que carregaremos o fardo de entregar uma criança, mas essa guerra não
— Você tem razão, essa guerra não é e nunca foi nossa — Enzo falou comigo, mas olhou para
Jackson ficou para trás. Alex nos acompanhou e eu não sabia exatamente o motivo, esperava
que não fosse para atrapalhar meus planos. Lucas chamou minha atenção com cuidado e sem que os
outros percebessem, enfiou duas facas nas minhas botas e mais uma arma na minha cintura. Ele passou
os braços por trás, como se fosse um contato íntimo e foi andando comigo, mas na verdade, estava
colocando coisas em mim.
Assenti e engoli em seco. Treinei com eles, aprendi a lutar e a atirar, mas era completamente
diferente quando se tratava de algo real. Não era o tatame da nossa academia em casa. Não era Levi
me perseguindo na floresta. Era o pesadelo que fui resgatada quase me sugando novamente, eu estava
lutando muito para não sucumbir. Meu alicerce estava em duas crianças que precisavam do pai e da
mãe em casa.
Era por minha família. Daquela vez, eu tinha por quem cuidar.
— Robert está recusando o contato — Nicola informou de seu computador. — Ele não quer
negociar. Disse que entregará Levi vivo se ele falar o que quer.
— Tenho permissão para matar? — Nicola sorriu. A cumplicidade assustadora entre eles era
como a de Levi e Lucas, desviei o olhar quando Nicola me percebeu observando e encarei a parede.
Ele era bonito, sombrio, olhos brilhantes que atraíam como pedras preciosas.
— Vamos resgatar Levi e sair. A famiglia não tem nada com o restante e os Blackwood
também, caímos nessa porque, como sempre, querem nos foder. — Enzo pegou um cigarro. Lucas me
olhou de seu computador. Ele estava tentando rastrear Michelle, que havia fugido. — Dominic é só um
garoto, não é?
— Eu gosto de pessoas que têm problemas com os pais. Assim eu não me sinto tão sozinho…
— Enzo cantarolou. Tive a impressão de que ele estava formulando um plano. — Como poderemos
— Enrolar um adolescente. — Enzo pegou o telefone. — Dominic não está acostumado com o
jogo. Seus motivos de se envolver com Michelle são puramente emocionais. Ele cresceu com ela como
uma tia, sem saber a guerra perigosa que ela e seu pai brincavam o tempo todo.
— Faça o que tiver que fazer. Lidaremos com as consequências depois — falei do meu lugar.
— Ela sabe que te irrita. — Lucas bufou em seu lugar e eu sorri, retribuindo um aceno.
— Cuidado, Enzo. Quem cospe para o alto, cai na testa. Ficarei feliz em saber sobre seu
casamento em um futuro não muito distante. — Abracei minhas pernas, ele olhou para mim como se
fosse louca e se afastou. Nicola e Lucas ficaram rindo.
— Não venha com uma profecia dessas, eu já sou casado. — Nicola ergueu as mãos, mas ele
não usava uma aliança.
— Infelizmente casado — Enzo falou da porta e olhou para Alex, que entrava com uma mala
de coisas. Ele estava usando produtos que Levi vendia e espalhou entre nós. Sem questionar ou me
A agonia de esperar me causou dor no estômago. Eu não consegui comer, Lucas me obrigou a
beber uma vitamina para não ficar fraca, porque não sabíamos quanto tempo ainda levaríamos ali.
Melissa avisou que estava tudo bem em casa, mandou fotos e eu fiquei um bom tempo apenas olhando
para meus filhos dormindo na mesma cama, um de frente para o outro. Os cílios molhados de Milo
mostravam que ele chorou até pegar no sono.
— Jackson está negociando com ela? — Enzo voltou, jogando seu cigarro no chão. Ele olhou o
aparelho do Lucas.
Nós saímos não muito tempo depois e chegamos a uma residência vazia no sul da cidade.
Michelle estava lá e eu não estava preparada sobre o quanto ela parecia com minha mãe. Comigo.
Cabelos negros, olhos azuis, sua pele era mais parda, puxando o lado latino da família. Foi tão chocante
que ficamos paradas, olhando uma para a outra. Ela me entregou para salvar as filhas e o que havia
adiantado?
Lucas parou ao meu lado, pronto para me defender do que fosse preciso.
— Aquela que você era amiga e não hesitou em entregar a filha no lugar das suas?
— Sou mãe e é tudo que posso dizer em minha defesa — ela retrucou. Michelle era fria. Suas
vibrações me causavam arrepios. O tipo de mulher que não tinha escrúpulos, mas se dizia mãe e capaz
de proteger suas filhas passando por quem tivesse que passar. Trocando um olhar com Jackson, usado
como nosso negociador, ela limpou a garganta. — Eu vou me entregar a Robert, mas ele não deixará
— Não gosto disso — Lucas falou bem baixinho. Enzo limpou a garganta atrás de mim.
— Entregue-se e o restante é conosco. — Ergui meu queixo. — Reviste e desarme-a — falei
com Lucas. Michelle fez uma expressão contrariada, erguendo os braços. Enzo me puxou para trás, ele
Jackson saiu da sala, ficando do lado de fora com o adolescente que era maior que eu, que
parecia nervoso com as armas e um tanto protetor com ela. Alex disse algo a ele que o fez ficar parado
no lugar.
Lucas levou Michelle para um carro diferente do que Enzo me levou. Saímos separados, era o
combinado, mas eu estava tão nervosa que meu coração apenas martelava no peito forte, me fazendo
sentir que iria cair. Enjoada, me agarrei ao banco e prestei atenção no caminho mantendo uma
Estava confrontando todos os meus medos de uma vez só. Eles pareciam um caminhão que
Enzo parou o carro perto de um prédio comercial abandonado. Dois andares, ou três, se o
estacionamento contasse.
— Em algum lugar ali dentro, sim. — Enzo sinalizou para que saísse do carro. — Lucas está
com Michelle, mas eu não confio nela e muito menos em todos os outros.
— Confiar seria uma palavra muito forte, podemos deixar que eu sei que ele irá para onde
pagar mais. Não estava presente na conversa dele com ela e o que foi acordado. Estou aqui porque
você pediu para pegar Levi e é isso que faremos, independente deles. Vamos entrar com esse objetivo.
— Ele olhou em meus olhos e assenti. Enzo virou para Stefanio. — Vá olhar o mais perto que
conseguir.
De longe, vi Lucas entrar com Michelle. Ela estava na frente, com uma arma apontada para
suas costas, que Alex agradavelmente mirava. Dominic não estava com eles. Apenas Jackson, ainda
— Encontrei onde o Sr. Blackwood está. — O mais jovem dos homens de Enzo voltou. — Está
em uma sala, sozinho, pela maneira que apresenta ferimentos, ele reagiu. Tem dois dos homens de
— Sabia que Levi não ia apanhar sem bater de volta — Enzo murmurou. — Espero que ele
— Me diz onde está. Eu sou pequena e posso passar pelas janelas, eu conseguirei soltá-lo.
— Pode dizer a ela, Stefanio — Enzo ordenou. — Você não terá muito tempo. Quando eu
Enzo não parecia certo e Lucas teria um ataque cardíaco se soubesse que eu estava entrando
no prédio sozinha, mas não havia tempo para discutir. Ficou escuro muito rápido, aproveitei as sombras
da rua sem luz para correr, mas estar no escuro me causou pânico. Eu não parei, mesmo com o tremor
que fazia com que meus braços batessem em meu tronco, pensando em todas as vezes que estive no
Stefanio me explicou como escalar o muro. O local não tinha nenhum tipo de defesa, apenas
estavam concentrados na parte da frente. Tinha dois vigiando os fundos, sem alarmes e sensores. Como
eu não era um homem ou pesada, meus passos não davam para ser ouvidos. Passei pelo
estacionamento, com a arma em punho e com a brecha da porta, escorreguei para dentro.
Entrei em uma sala para conseguir me ambientar. Levi estava abaixo. Analisando, parecia que
tinha que pular para um pátio, se estava me orientando corretamente. Encostei em uma parede, com o
coração batendo forte e sem fôlego. A crise de pânico estava subindo pelas minhas pernas. Escuro,
muito escuro.
— Você consegue, você sabe como sair da escuridão… — sussurrei para mim mesma, puxei
uma respiração profunda e segui adiante, descendo com muito cuidado para não fazer qualquer barulho.
Quase caí dentro da sala que eles estavam. Pelo vidro, observei Lucas atrás de Michelle enquanto ela
falava.
Enzo iria entrar a qualquer momento. Arregalei os olhos quando o vi entrar com Dominic
desacordado, jogar no chão e apontar uma arma. O que ele estava fazendo? Seu homem que ficou para
trás deve ter pego o menino. O imbecil arquitetou um plano acima do plano. Sempre manipulando a
porra toda.
Corri pelo corredor, olhando as portas e o encontrei. A porta estava destrancada, porque ele
estava desacordado e amarrado. Bati em seu rosto diversas vezes, dando tapinhas para fazê-lo
acordar.
Levi abriu os olhos assustado e reagiu bruscamente, desviei de sua cabeçada e segurei seu
— Porra, sim! Me solte! — Agarrei a faca, cortando o que segurava seu pulso e abaixei à sua
frente. Consegui tirar da cadeira, mas não soltar as correntes. Ao lado, havia uns blocos. Entreguei uma
das armas para Levi, ele virou para a porta e com força, bati na corrente até quebrar. Ela se desfez em
Qualquer um que tenha nos ouvido, se distraiu com os sons dos disparos do lado de fora. Ele me
puxou do chão e passamos pela janela. Corremos para frente, encontrando Lucas e os dois fizeram uma
barreira. Enzo passou por nós, gritando para irmos para o carro. Cometi o erro de olhar para dentro e vi
Entramos no carro às pressas. Lucas foi para o lado do motorista. Nicola entrou atrás conosco.
No outro carro, Jackson corria arrastando alguém com Alex. Eu não sabia se era Dominic ou se era
outra pessoa. Voltei minha atenção para meu marido, tocando seu rosto e beijei seus lábios. Ele me
abraçou, beijando meu cabelo e me mantendo perto.
Desejei deitar nele, me fundir em seus braços e nunca mais soltá-lo.
— Mika e Stefanio vão ficar para cuidar de tudo — Enzo avisou e parou, olhando para Levi. —
Você sempre dá trabalho assim ou é de vez em quando?
Minhas mãos ficaram sujas de sangue, olhei para elas, tremendo e senti a calça dele ficando
cada vez mais molhada. Levi foi ficando pálido. Nicola passou por cima de mim e pressionou a ferida.
Ele gritava com Lucas para que fosse mais rápido. Me perdi na confusão, eram sons desconexos, fixei
meus olhos em Levi. Ele sorriu, ferido, perdendo a consciência, mas ainda no controle o suficiente para
tentar me acalmar.
— É uma pequena clínica, vai servir. Entre com ele que irei resolver a parte burocrática da
Lucas e Nicola carregaram Levi para dentro. De imediato, foi atendido sem questionamentos,
mas era óbvio que um ferimento à bala chamaria atenção, principalmente que nenhum dos homens
pareciam pessoas comuns que poderiam morar em um subúrbio cheio de crianças. Enzo estava
cuidando disso, fui ao banheiro lavar minhas mãos, reparei que estava pálida e com um olhar assustado.
— Ele vai ficar bem, o médico acabou de dizer que parece que não tem nenhuma hemorragia
interna e ele vai fazer a extração da bala para nos dar mais notícias. — Ele segurou meus ombros. —
Você é louca, mas conseguiu.
deu a ele em troca do Levi. Eu não sei o que vai acontecer com eles e não me importo. Levi está
conosco, vivo e já não é mais a única pessoa que sabe sobre as informações. — Lucas olhou bem
dentro dos meus olhos. Se estivessem sendo ouvidos, aquilo seria uma verdade, mas havia muito além
do que dados sobre Michelle, o dinheiro e suas filhas ali. Tinha podre de muita gente.
Esperamos no corredor por muito tempo. Eu não quis sentar ou comer nada. Enzo e Nicola
ficaram distantes, apenas aguardando, até que finalmente tivemos notícias. Levi estava bem e precisava
— Não podemos ficar aqui, agora que ele está fora de perigo, vamos sair e ir para um local
seguro. — Lucas passou por mim. Nicola o ajudou a levar Levi para o carro.
Enzo arrumou uma casa segura para passarmos a noite. Eu não queria saber absolutamente
mais nada além de ficar na cama ao lado do meu marido. Enquanto dormia, acariciei seu cabelo.
Melissa me enviou mensagens querendo saber desesperadamente se estávamos bem. Para aliviar um
pouco meu estresse, encaminhou fotografias das crianças e seria a primeira coisa que mostraria a Levi
quando acordasse.
Não havia mais escuridão, correntes e fogo. Apenas um futuro em paz com a nossa família.
Capítulo 40 | Levi.
Los Angeles
Estiquei minha mão e senti a pistola automática que Lucas colocou ao meu
lado no momento que acordei antes. O quarto que estava deitado era simples,
estava muito claro e ao meu lado, Ava dormia toda encolhida, coberta com
um casaco, completamente vestida e mesmo de olhos fechados, aparentava
cansaço.
Olhar para ela me fazia sentir raiva. Não mudava meu amor e o quanto
era louco, mas Ava estar ali apenas me causava ódio. Chegava borbulhar no
meu peito. Com dificuldade, me inclinei e beijei sua testa. Ficando acordada
a maior parte da noite para me vigiar, estava exausta, mas deveríamos sair
em breve.
— Nosso avião está pronto para nos levar. Daremos carona à trupe de
mafiosos, mas temos que ir, Enzo está querendo fazer merda — ele falou
— Vamos sair daqui. — Segurei a mão dela bem firme. — Cadê o seu
colar?
meu sutiã. Guardei, fiquei com medo de perder, assim que chegarmos irei
Enzo e Nicola estavam na sala. Eu não fazia ideia o que levou aqueles
dois a estarem ali se não faziam parte da conversa. Nem eu fazia, para falar
a verdade, mas sabia demais e tinha o que o homem queria. Estar entre ele e
sua mulher foi a minha condenação. Robert foi astuto, movido pela raiva de
Oliver, que era insignificante para mim até aquele momento. Sua cabeça
— Tudo certo?
— Parece que Michelle não resistiu — Enzo afirmou. Lucas e eu
trocamos um olhar.
— É o que parece. Se ela está morta, quem irá atrás de suas filhas? —
Dei de ombros. Era assim que tinha que ser. — E sobre o escândalo do
resort?
— Vamos embora.
dormir agarrado com minha esposa e sair das sombras. Minha mente estava
um caos de raiva. Eram muitos sentimentos avassaladores cheios de fúria a
cada novo pensamento e eu sabia que precisava voltar para meu ponto de
negociar com muita cautela, porque não era um homem pensando com
clareza. Era um marido que foi traído e roubado, que foi envenenado por
outro que também estava com dor de cotovelo. Era a vida de duas meninas,
uma, que já estava escondida porque nem o próprio pai sabia de sua
existência.
Michelle estava cansada porque deixou rastros que nunca deixou antes.
em mais ouro para ter um pé de meia bem gordo. Robert quis provas do
resort, um assassinato que ocorreu há alguns anos, envolvendo o cartel que
lugar. O fato de Jackson Bernard continuar seguindo Michelle, fez com que
ela pensasse que eu era quem estava acompanhando-a para saber sobre o
ouro.
Jackson conseguiu fazer com que Robert acreditasse que Ava era a
sua frente, Robert sabia que se o garoto morresse por seus atos, Oliver o
mataria.
Ele decidiu recuar. Dominic estava fingindo um desmaio para que os
demais pudessem entrar e causar a confusão de balas e sangue por todo lado.
Era distração para Ava conseguir fugir comigo. Ela… minha esposa,
delicada e calma, não ficou em casa com nossos filhos e saiu para me salvar.
Eu deveria saber que sua determinação não a deixaria ficar parada. Ela
Eu a treinei para saber como cuidar de si mesma e não para sair pelo
Não consegui falar muito porque estava com raiva. Durante o voo,
fiquei quieto. Enzo estava com seu humor suicida e apenas Nicola tinha
paciência, talvez porque fosse igual. Lucas e Ava estavam na minha frente,
dominar. Ava deveria estar segura e eu queria matar Lucas por permitir que
— Agora eu tenho?
— Você tem o meu perdão e a minha lealdade, sua honra em salvar
meu marido… — Ela sorriu e empurrou a unha no peito dele. — Mesmo que
para casa com você, para um homem que vive no lado obscuro do mundo,
você tirou a sorte grande. Felicidades pelo casamento. — Ele sorriu torto e
foi embora para o carro.
Havia muito que dizer, mas não era o momento. Eu fui pego, porra.
Hudson? Eu não sabia como aquietar toda minha raiva. Ficar mudo era tudo
que podia fazer para não machucar quem havia arriscado a vida para me
Ava sentou ao meu lado e eu entrelacei nossos dedos, incapaz de ficar longe.
— Está tudo conforme suas ordens, senhora — ele falou com a Ava.
Olhei para ela e sorri. Alguém havia dominado bem toda situação. — Estou
aguardando o senhor.
— Sim, senhor. Estou feliz que esteja de volta — ele falou baixo,
Lucas abriu a porta da frente e nós subimos para a sala onde meus
ela.
— Mamã! — Milo chamou por Ava. Ele sorriu para mim, fazendo
charme e fez um beicinho, assoprando um monte de bola de cuspe. — Papa!
Melissa estava apoiando Milo e ele soltou a mão dela, dando alguns
passinhos incertos e caiu de bunda. Ele fez esforço para levantar sozinho,
apoiando no sofá. Ava continuou incentivando-o e meus olhos não podiam
acreditar que não perdi os primeiros passos do meu filho. Milo estava
sorrindo como um sapeca, de braços abertos, ele deu impulso e chegou até
nuca, beijando seus lábios e ela o colocou em meu colo. Segurando meus
filhos, eu era o homem mais feliz do mundo inteiro. Milo quis fugir para
ombro, ela estava tão cansada que não percebeu que bocejou. As crianças
estavam com muita saudade de nós e aproveitamos para ficar com eles tanto
tempo quanto possível. Quando dormiram entre nós na cama, Ava ergueu o
— Ainda com raiva de mim ou não quer falar sobre isso agora?
— Eu não quero falar sobre nada, apenas ficar deitado aqui com vocês
e dormir.
ouvi o chuveiro ser acionado, ela ainda demorou a sair. Preocupado, fui
atrás. Coloquei travesseiros para impedir que as crianças rolassem e entrei,
meus braços.
— Ei, ei. Estou aqui. — Acariciei suas costas, beijando seu ombro.
aqui com você e ficaremos juntos para sempre. Tudo que pensava era voltar
para casa para vocês. — Beijei sua testa, abraçando-a apertado. Ela subiu as
mãos pelo meu peito e segurou meu rosto, querendo que olhasse em seus
olhos.
— Sei que está com raiva de mim, mas por favor, entenda que eu
jamais poderia ficar parada. Lucas não tinha apoio, ele não é conhecido
porque não existe. Enzo iria ignorá-lo, porque a relação de vocês é de
estavam seguros…
assustada fiquei?
— Está tudo bem, baby. — Acalmei seu choro. — Estou aqui, sempre
por impulso. Sendo louca ou não, era simplesmente a mulher que me amava
ao ponto de enfrentar seus medos de frente por amor. Se enfiar no meio de
homens perigosos com uma arma na cintura para me trazer para casa. Me
Ava e Melissa sentaram juntas, falando baixo e eu fui até Lucas, que
estava de pé contra a janela com Primm deitada em seu pé. A outra cadela
deveria estar em algum lugar, roendo algo que me faria odiar ter um cachorro
dentro de casa. Parei ao seu lado, ele me deu um olhar de esguelha e voltou
para frente.
esperando para atacar. — Lucas deu um gole de seu chá. — Nós nunca mais
vamos sair separados.
repetidamente.
Puxei uma cadeira ao lado de Ava, ela acariciou minha coxa e me deu
nada. Voltei a olhar para minha esposa e a encontrei com a cabeça apoiada
Seu pescoço nu me fez lembrar tudo que passamos, que ela esteve em
um fogo cruzado depois de tudo que passou e lutou arduamente para superar.
Me inclinei e beijei acima de sua pulsação, guardando aquelas batidas
dentro de mim, como a melhor prova de que estava viva e ao meu lado pelo
resto da nossa vida.
Capítulo 41 | Ava.
desmoronado, que estava sendo reerguido a cada dia. Sua vida estava quase
voltando ao normal, em breve retornaria aos estudos, com um apartamento
montado em Toronto… não tão perto de mim quanto gostaria, pelo menos,
era no mesmo país.
sabia que cada um tinha um tempo para curar suas feridas separadamente
para que pudessem ser um casal. Era lindo vê-los como amigos, porque
com o pai. — Sorri com uma piscadinha. Ela riu, batendo o ombro no meu.
para frente. — Sei que é impossível recuperar o que perdemos, mas eu meio
felizes.
dele. Juntos, caminharam devagar pelo caminho até o gazebo, que estava
felizmente intacto e não pegou fogo como nos meus sonhos. A realidade foi
Levi me avisou que ele tinha mais problemas que eu jamais poderia
computar, que sua escuridão nos traria problemas a longo prazo e não
mentiu. Apesar de saber que ele me amava profundamente e era grato por ter
colapso por não prever o sequestro, por eu ter me colocado em risco para
nossa casa permanecia fora do conhecimento geral e não fui leviana e menos
mãe por deixá-los para ir atrás dele. Não era como se eu tivesse abandonado
meus filhos para correr atrás de um marido com uma amante. Ele foi
sequestrado, droga.
deixou cansada. Eu queria bater nele e ao mesmo tempo não podia falar
nada, porque não foi falta de aviso, ele não estava sendo grosseiro comigo e
muito menos me tratando mal, só não estava bem e isso me machucava
também. Tentei atraí-lo para brigas para fazê-lo explodir e jogar a raiva para
fora, lavar a roupa suja e ele tinha um controle invejável, porque não caiu na
minha armadilha.
altos e baixos. Havia dias que mal queríamos sair da cama, outros dias que
Levi trabalhou sem ser visto ou reconhecido por anos. Ter uma falha
em sua rotina cuidadosamente verificada foi como abrir um buraco na sua
naquele dia, como Robert conseguiu chegar até o verdadeiro Levi em uma
negociação que foi verificada mais de uma vez. Ele e Lucas discutiram,
novamente porque tinha que haver um culpado pelo erro. Eu estava muito
barriga. — Papai pediu para te chamar. O almoço do Milo está pronto e meu
Levi estava tentando limpar o rosto de Milo, que bateu no pote de comida e
coisas eram muito para sua coordenação motora de pai. Juntos, conseguimos
dar a comida dele e ao mesmo tempo, auxiliamos Daisy com sua comida.
Eles foram para a brinquedoteca com Davina e Allie, estranhei, porque não
— E o atraso também?
mais alto, mas era sexo por necessidade do corpo, vontade de ficar junto,
tesão e até mesmo para relaxar e dormir. Não era porque estávamos bem um
com o outro e eu estava sentindo uma falta enorme de jogar. Eu não usei o
sobrenome, mas o colar era especial para mim por muitos motivos
emocionais.
Cheguei a pensar que ele nunca mais me daria novamente, como uma punição
Ainda segurando minha mão, levou para uma das salas e parou no meio
do seu bolso.
— Ajoelhe-se, amor.
Caí na posição certa à sua frente e ele cobriu meus olhos, amarrando a
Senti suas mãos na venda e ele soltou, pisquei um pouco, ele estava de
joelhos na minha frente, na mesma posição que eu. Olhei ao redor, abrindo
minha boca em choque. Fechei rapidamente, fazendo-o rir. Era simplesmente
lindo. Fiquei extasiada. Levi preencheu a sala com vasos de flores, eram
rosas brancas, vermelhas e algumas com um rosadinho nas pontas, bem
cheias de pétalas. Eu não conseguia acreditar que era real. Ele acendeu
velas, apagou as luzes e fechou as cortinas. O cenário perfeitamente
romântico.
— É tão lindo…
corajosa que já conheci. Sei que as últimas semanas não foram fáceis
enquanto eu precisava colocar minha cabeça no lugar e aceitar minhas
melhor para você, como marido e como amigo, para que a nossa jornada
juntos seja incrível.
ruins e os defeitos. Eu também sei que não sou a mais fácil de lidar e sempre
que tenho crise, você nunca me abandona. Por que eu te deixaria?
fundo, não fazia sentido. Nosso elo é forte e entrelaçado sem fim, exatamente
como essa aqui. — Colocou no meu pescoço e beijou minha boca. Eu o
abracei, tomada pela emoção e me segurei para não chorar. — Nunca irá
arrebentar.
— Aceitar foi mais difícil que entender, mas agora, sei que estamos
bem e continuaremos bem. Eu… não sei se um dia vou sentir que será fácil
lidar com a ideia de que poderia perder você.
seu nome também. Você é a mãe amorosa e protetora, aquela que os olhos
deles brilham quando entra no ambiente, a melhor amiga da Daisy e a
adoração do Milo.
— Pensei que não quisesse tirar o nome de Vivianne…
— Ela desejava que eles fossem amados e pensando nos meios legais,
se alguma coisa acontecer comigo, você nunca terá dificuldade em lidar com
as questões burocráticas. Serão sempre uma família. Você vai assinar?
olhamos nos olhos um do outro, o sorriso bobo em seus lábios era reflexo do
meu. — Nossa família é tudo para mim. Obrigada por essa surpresa e pelas
um sorriso sugestivo.
— Não, baby. Vamos jogar mais tarde. — Enrolou meu cabelo em seu
punho e puxou para trás, colocando a boca no meu pescoço e chupando para
deixar marca. — Estou pronto para deixar essa bunda marcada. Você quer
isso?
Essa madrugada, enquanto lambia essa boceta gostosa, você pediu baixinho
para te foder com força, lembra?
— E você fodeu.
jantar algo leve era essencial, alguns jogos podiam causar vertigem ou ele
poderia me empurrar a um limite de dor que sem estar no ponto certo, me
juntos. Ele sempre seria a figura dominante da nossa relação e eu, sua
companheira mais ou menos submissa. Eu sabia a hora de ser e de não ser,
ele nunca tiraria minha essência porque me amava exatamente como era.
Nunca me dei o trabalho de sonhar com um homem como ele. Levi não
era o príncipe que as histórias contavam nos livros, ele vendia armas,
fabricava bombas, negociava com o pior tipo de gente e fazia ainda mais
dinheiro do que sua família deixou e que ele tomou de seu pai. Para muitos,
ele era um vilão, para mim, um marido sem igual, um pai incrível e o homem
que me salvou da escuridão, mesmo que viver nela fosse seu local de
conforto.
Nova Iorque.
— Acha que ele já está nos observando? — questionei a Levi. Ele riu
e continuou mexendo em seu telefone.
— De todos os homens, ele foi o único que olhou para mim como um
ser humano, mesmo que agindo friamente e distante, não me tratou feito a
esposa, por mais que odeie admitir, vocês dois tem uma espécie de ligação
pelo que aconteceu no passado. Se fosse qualquer outra mulher, ele passaria
por cima sem olhar para a sujeira que deixaria. — Levi segurou minha mão e
também.
— Se trabalha com o casal, com Enzo, por que não trabalha com
Jackson?
negociação, mas isso não significa que confie nele, porque a sua função é
fazer aquilo que é pago. Ele tem total direito de aceitar um pagamento maior
para executar algo contra mim, não somos amigos e não temos nenhum laço
de lealdade. Eu não quero ter nada com ele. — Olhou para frente por um
eu terei um preço. Nem tudo no nosso meio é sobre mover as peças certas no
tabuleiro, mas sim sobre prever que algumas peças poderão cair.
vício de drogas por negócios ilícitos. Homens como ele podem ignorar
facilmente o poder que a lealdade e honra têm nas ruas, porque só visam a si
da minha família, que ficou assegurada pelo banco até meu retorno, as
propriedades espalhadas pela cidade e boates, que foram usadas sem meu
consentimento por outras pessoas até que resolvi tomar tudo. As casas
Melissa e Sky não tinham mais renda, elas aceitaram que Levi cuidasse
delas enquanto não pudessem caminhar sozinhas, mas o que era meu, sempre
seria delas. Minha melhor amiga teria tudo que eu tinha por igual e a mãe, a
lindo, fez amizade com outras vizinhas e criou elos mais fortes do que tinha
em Nova Iorque.
por elas.
Não seria Oliver King. Ele usou meu espaço, lucrou e não pagou por
isso. Pagaria um dia. Levi era muito paciente para cobrar aqueles que
entravam no nosso caminho. Eu também não tinha pressa, aprendi que era
mais divertido derrubar um homem arrogante degrau por degrau.
carro.
aberto.
— Não vou retirar minhas palavras, talvez ainda acrescente que será
engraçado.
lado, olhando ao redor. Lucas estava nos observando à distância, com mais
dois seguranças que vieram conosco. Rick ficou em casa, com nossos filhos
e todo esquema tático de viagens mudou completamente. Mal tinha
meu marido no lugar, como Lucas costumava dizer. Saí do carro e peguei a
garoto não saber de tudo, não pelo pai dele, mas por ele mesmo, quer ser um
— Você não vai gostar do que tenho para te contar. — Enzo tragou o
cigarro e olhou para Levi com uma pitada de diversão, como se quisesse ver
pegou a menina em troca do ouro. Não sei para quem ou para onde mandou,
mas sei que para manipular a todos nós, ele ficou com o ouro e escondeu.
não foi. Não faço a mínima se ela deu ou se ele pegou. O resumo é que
basicamente usou uma criança para chegar até onde queria… não é nenhuma
novidade.
criança é uma das coisas mais baixas que alguém pode fazer, sendo ele ou
nós.
— Não discordo.
— Jackson é seu associado, não meu. Ele sabe demais. O dia que a
— Ela é só uma menina, Enzo. Ele não fez isso para protegê-la, por
mais que diga o contrário, nunca irei acreditar. Se o nosso mundo fosse
assim, Ava nunca teria passado pelo que passou. A noite que ele me contou
que ela estava lá, foi porque queria me provar que podíamos trabalhar
juntos.
Enzo esticou a mão e Levi apertou. Ele sorriu para mim, debochado e
ergui meu dedo médio. Nós nunca seríamos amigos e nem próximos. Eram
negócios, daria a ele minha lealdade como prometi e seu nome nunca seria
amaldiçoado em minha casa, porque me ajudou a salvar meu marido. Na
balança real dos meus sentimentos, eu não era hipócrita em dizer que havia
superado que as ações dele com meu pai e irmãos me levaram a um
me amavam.
— Nossa, sim. Pode ser que um dia supere minha aversão a tudo que
vivi aqui, mas eu sempre acho que se eu der mole, serei pega novamente e
ficarei presa, sem poder ver o mundo. A sensação de liberdade que eu tenho
— Espero que um dia você supere, não por precisar ficar aqui ou
coisa do tipo, apenas para o seu bem. — Ele se inclinou e me deu um beijo.
Nós ficamos nos beijando sem preocupações até que o telefone tocou. Levi
riu ao ler a mensagem. Lucas escreveu “ECA, PAREM”.
a calca jeans e camisa pesada por um vestido mais leve, longo, lascado e
meias. Na poltrona, fiquei de frente para Levi. Ele estava mexendo em seu
— Eu acho que é uma ideia perfeita. Que tal semana que vem? —
Balancei as sobrancelhas. — Um local de praia… biquínis pequenos,
exóticas em você?
pequenos?
sorri, saindo da minha poltrona e subindo em seu colo. — Vamos fazer essa
viagem com eles, tenho certeza que irão amar ir à praia e depois, não terá
— Por quê? Tem espaço o suficiente para todo mundo aqui! — Olhei-o
confusa. Ele puxou meu rosto para poder cochichar a resposta.
Soltei uma risadinha, sem graça, mesmo que ninguém tenha ouvido.
quando ficássemos sozinhos. Rick, que foi nos buscar, acabou rindo e
disfarçou a risada com a tosse. Levi estava sério. Ele nunca relaxava muito
quintal com roupas de banho. Milo caía e levantava, tentando ter o mesmo
ritmo da irmã, que dava a volta na mangueira que Allie ligou ao contrário
para que a água caísse como uma chuva neles. A farra estava tão bonita que
precisei filmar. Registrar cada fase deles se tornou importante quando
percebi que nem eu, muito menos Levi, tínhamos momentos da nossa infância
para compartilhar com eles.
eles. Milo logo pediu colo, como o pai dizia, meu pequeno filhote de
canguru. Corri com eles e parei ao ver Levi, sem camisa, usando um calção
de banho e carregando uma lona. Era difícil não o chamar de DILF[7]. Ele
instalou na grama em um declive, mudando a direção da mangueira e nós
um beijo.
— A única coisa que sei é que não posso ficar sem eles.
Levi me beijou, me pressionando deliciosamente contra o chão e de
repente, sentimos o impacto. Daisy se jogou em nós, gritando histericamente
que uma grama grudou em seu pé e Milo, como sempre, deu sua crise de
ciúme ao ver o pai comigo. Ele enfiava a mão entre nossas bocas toda vez
que nos beijávamos e era bem engraçado, por mais que não incentivássemos
o comportamento.
— Isso tudo é para o dia que estou ficando mais velho? Pensei que
— Me dá cinco minutos?
— Apenas cinco — retrucou, severa e sorri. Ela levantou e bati em sua
bunda.
Sorrindo, reafirmou que só tinha cinco minutos e saiu. Ava estava cada
dia mais bonita, mas ultimamente, ela estava mais. Seu corpo parecia
diferente aos meus olhos, não fazia ideia o motivo que eu me sentia ainda
mais louco por ela. Passamos por diversas fases nos últimos anos. Era
comum em um casamento ter brigas, mas nós não tínhamos em excesso, muito
Ser seu marido era uma das melhores partes da minha vida. Mesmo
estava ficando maluco. Era o dia do meu aniversário de trinta e quatro anos,
eu nunca fui de comemorar, depois dela, com a força das crianças, o dia do
Dessa vez, Ava não quis jogar na noite anterior, dizendo que estava
cansada e eu reparei que seu ânimo no final do dia já não era mais o mesmo.
O cheiro de bolo me pegou e fez meu estômago roncar. O caos era Milo
aquela rotina familiar era a pior coisa da vida. Para mim, era a melhor.
Minha casa nunca era silenciosa, exceto se as crianças estivessem dormindo.
acampando e conhecendo países que ela escolhia. Minha vida não tinha
mudado, tomava todo cuidado para manter as pessoas que amava em uma
em chamar atenção. Fama não fazia parte do nosso estilo de vida, ao ponto
momento certo. Eles saberiam que ter qualquer coisa online era como abrir
uma janela para suas vidas e permitindo que informações que deveriam ser
— O bolo está feio! — Milo, com três anos, sabia como pegar no pé
puxou para a ponta da mesa. Meus filhos eram as pessoas mais alegres do
instante.
Ava sorriu.
— Meu primeiro aniversário com vocês eu fiz um pedido muito
especial e ele se realizou. É por isso que não pode falar, combinado?
— Legal! Vou pedir um carro no meu! — Milo soltou e nós rimos alto.
Ava.
O primeiro pedaço sempre era para a mulher que fazia de tudo por nós,
com todo amor e dedicação, como mãe e mulher. Ava era a adoração deles e
tinha que ser assim. Nossos filhos tinham o melhor de nós como pais e como
marido e mulher, a entrega era completa, intensa. Eu não tinha segredos com
Por mais que ela fosse a figura determinante dentro da nossa casa, com
sobre isso. Ava aceitava minha palavra e eu aprendi a ouvir seus conselhos.
Ela nunca tentava me induzir a nada. Não era de sua natureza, que sempre
respeitosa, dava espaço para todos com seu apoio e sorrisos apaixonantes.
do glacê e brigando pelas bolinhas de chocolate que Davina jogou por cima.
— Quero um beijo.
filhos com o tabu de que pai e mãe não se amam. Pelo contrário, eles sempre
saberiam que Ava era tudo para mim e nós éramos adultos, com desejo um
A bagunça no lanche rendeu uma briga no banho, outra briga para qual
desenho e mais uma briga entre os irmãos para assistir a televisão.
Deixamos os dois com a babá e nos arrumamos para sair. Havia um bistrô na
cidade que Ava andava dizendo que estava com desejo de comer o filé com
— Outro vestido sexy? — Segurei seus seios e olhei para eles quase
salivando.
— Gostou?
— Seus peitos estão uma delícia. — Dei um beijo em cada um. Ela
ficou arrepiada e seus mamilos marcaram na roupa. — Tem certeza que
precisamos sair? Quero tirar essa roupa e ficar com eles na boca.
— Acho que se ver a calcinha que estou usando, vai deixar a reserva
de lado. — Ela ergueu o vestido e pelo espelho, mostrou a bunda com uma
pequena peça branca. Eu tinha que bater e eu bati, ela tremeu contra mim,
soltando um arquejo. Ergui sua perna, apoiando o pé na cadeira do quarto
fazendo rir.
— Talvez hoje possa ser algo mais leve? — sugeriu baixinho e parei,
procurando seu rosto para olhar. — Eu não quero que fique chateado, sei que
é seu aniversário, mas pensei que poderíamos fazer algo… — Ela ficou sem
palavras.
agora!
rosto.
Abrindo a porta, sinalizou para entrar e a sala estava escura. Fechou a porta
atrás de nós e acendeu a luz.
de uma caixa branca grande com um laço em cima. Meu coração acelerou
com o que imaginava que tinha ali dentro. Fui até o presente, puxando o laço
e sorri.
contra a porta. Ava assentiu, sem controle das emoções. — Ah, meu amor.
Vem aqui, baby.
Peguei sua mão e coloquei no meu peito, acima do meu coração, que
batia forte.
foi para ter certeza antes de te contar. Tenho uma consulta agendada na
próxima semana. É o compromisso misterioso que marquei na sua agenda.
— Ava! Você deveria ter me falado no mesmo instante! Como passou
Na caixa, ela colocou uma foto de sua barriga ainda plana, o teste
uma cartela de remédio para enjoo. A primeira vez que soube que seria pai,
eu aceitei com responsabilidade, mas fiquei muito assustado e só senti
A paternidade já estava no meu peito, porque Daisy fez com que esse
lado aflorasse com rapidez. Aquela vez estava sendo diferente. Não havia
Milo, ele tem muita energia e gosta de escalar coisas. Seja bem-vindo, meu
pequeno ou pequena.
estava tomada por hormônios, alguns de seus rompantes nas últimas semanas
começaram a fazer sentido. — Obrigada por ter a reação mais linda e doce
do mundo! Desculpa por não ter falado no momento que me senti mal, mas
talvez, precisaremos ajustar nossas atividades agora.
— Isso não quer dizer que vai me colocar em uma bolha, não é? — Ela
me cutucou, me fazendo rir. Com nossos narizes pertinho um do outro, ela só
me beijou.
— Tente me impedir.
Quando eu era pequeno, depois de espancar minha mãe, meu pai disse
que ter uma família foi a ruína de sua vida. Eu memorizei aquilo porque me
machucou. Tendo a família que eu tinha, eu podia dizer o quanto ele estava
errado e era tão doente que nunca soube apreciar o que tinha. Minha esposa
e meus filhos eram a minha maior benção e paixão. Sem eles, eu era apenas
um homem machucado, infeliz, sozinho e dominado por uma escuridão
furiosa.
buscá-la. Como estava com Lucas, nós dois fomos para Nova Iorque e a
levamos para Montreal, onde meus tios viviam e a receberam de braços
abertos.
Apesar do meu tio ser irmão do meu pai, ele não compartilhava mais
que o DNA dos Beauchamp. Ele superou a infância e construiu uma família,
melhor que ela voltasse para casa com ele ou a faria sair em desespero.
Enfrentei-o e brigamos, foi um horror ao ponto que chamaram a polícia.
janela. Saí primeiro, ele ajudou minha mãe e deveria sair em seguida. O fogo
era alto no primeiro andar, com labaredas assustadoras através das janelas.
Lucas não saiu. Ele correu para dentro, buscando sua cadela, tirou-a
pela janela e gritou que buscaria os pais.
Nunca deixaria meu primo no fogo sozinho. Ordenei para minha mãe
Sentei ao lado dela e menti. Contei uma história de vida que nunca
existiu. Eu disse que ela era feliz e amada, desejando que pudesse descansar
em paz. Que fosse embora dessa vida sem toda dor. Ela faleceu em uma noite
fria. Tudo que senti foi o pesar e a mágoa de que a minha vida estava
destinada ao caos.
lado e jamais sairia. Foi no hospital que eu ressurgi e decidi que não
importasse o tempo que fosse, eu ia me vingar por todas as pessoas que eu
amava e meu pai matou naquela noite. Deixei que o ódio me consumisse, me
transformei ao ponto de alimentar horrores para que nunca esquecesse meu
propósito.
Eu ainda tinha muita raiva no meu peito, parte dela aplacou com a
morte dele e mais uma parte, com a luz que Daisy, Milo e Ava trouxeram
para meu coração. Eles me acalmaram e me fizeram enxergar o que
realmente importava no fim do dia. Nunca colocaria dinheiro, poder e
qualquer ambição acima deles, porque na realidade, eram eles que
FIM
SOBREAUTORA
Ela possui
www.instagram.com/autoramaricardoso
www.twitter.com/eumariautora
www.mcmaricardoso.com.br
Grupo do Facebook.
AGRADECIM ENTOS
Gratidão eterna.
Cena Extra
Nova Iorque
ENZO
— Você vai ficar na porta a noite inteira? — Juliana riu de seu lugar
no sofá.
doendo.
Juliana apenas soltou uma risada. Virei e franzi o cenho. Sentei ao seu
lado e puxei a revista de sua mão, jogando longe, ela acertou uma almofada
— Ele não está com ela vinte e quatro horas por dia. — Neguei. Dante
— Ele sabe que irei matá-lo se alguma coisa acontecer com minha
filha em Nova Iorque! — Alterei minha voz, sentindo que a veia da minha
— Até parece que não sabe como é ser jovem na cidade! — Juliana
gritou de volta.
— Não! Nãooo!
minha esposa, com a cabeça doendo e escondi meu rosto em seu pescoço.
Seu cheiro ainda era e sempre seria meu perfume favorito. — Se acalme,
querido. É só um encontro…
Ouvimos passos e Aria apareceu com um prato vazio. Ela nos deu um
olhar e fez uma careta, passando direto para cozinha. Era foda ver o quanto a
minha menininha havia crescido. Sentia saudade do tempo que ela era
um sorriso lindo. Cresceu, seu cabelo era longo, não havia mais traços da
— Vem, vamos para o cinema. Seu pai vai levar pipoca e refrigerante em
breve.
Sim, certo. Capado, castrado e garçom.
pedindo coisas por quase uma hora até que desisti de ficar acampado na
real. Beijei minha esposa, porque nós dois tínhamos um casamento sólido
teria um encontro sem que eu ficasse em cima, mas porra, o idiota era pago
por mim. Juliana deve ter ameaçado a alma dele. Era foda ter soldados que
deixou nada feliz. Minha filha não, caralho! Agarrei minha pistola em cima
no chão, apontando minha arma para sua cabeça e pronto para estourar os
rosto do idiota.
— Milo?
movimento.
PERIGOSO AMOR
Em algum momento no passado...
Toscana, Itália
A porta de madeira pesada foi aberta por um homem alto, que andava
puxando a perna e tinha uma cicatriz no rosto. Não era o mais temido do seu
meio, só era o único corajoso o suficiente para estar diante de alguém como
Lorenzo Rafaelli após uma traição.
— Sempre o destemido. — O chefe de uma das maiores famílias
mafiosas retumbou no ambiente escuro e silencioso. Rafaelli analisou o
homem à sua frente e foi inevitável não sentir certo pesar. Foi seu amigo de
infância, mesmo atualmente assumindo a posição de inimigo, havia algo em
seu coração por ele. Ambos foram criados para serem assassinos temidos e
poderosos em sua sociedade.
— É uma reunião entre antigos amigos de infância, não de inimigos. —
A voz rouca comprovava que os rumores sobre a doença não eram
infundados. A dinastia dos Valentinni estava terminando e isso agradava
Rafaelli além do saudável.
— E o que tem a dizer, meu caro? — Rafaelli bateu seu charuto no
cinzeiro, em seguida, pegou o copo de uísque.
— Quero fazer um acordo entre as nossas famílias. — Valentinni
falava baixo, sem desviar o olhar daquele com quem dividiu muitos jogos de
futebol e de quem recebeu o filho primogênito para apadrinhar.
— Não temos acordos! Desde que seu pai traiu a nossa família, nossa
irmandade, nosso elo familiar! — Rafaelli foi explosivo, como sempre era
quando se tratava daquele assunto tão delicado entre as duas famílias
poderosas.
— Eu sei e é por isso que trago uma oferta irrecusável. — Contrapôs
Valentinni. — Estou com problemas terríveis e não sei como resolvê-los
agora. Todas as possibilidades culminam no meu fim, devo fazer um acordo
de paz o quanto antes.
— Não existe paz após tamanha traição! — Rafaelli gritou tão alto que
seus homens se agitaram.
— Tenho uma única filha que não pode herdar a minha cadeira nos
negócios e então, tudo que tenho será do meu irmão. Não posso concordar
com os planos e desejos dele, portanto, preciso que a minha Juliana se case
com o seu filho mais velho. Espero que eles tenham a união mais forte e mais
poderosa da nossa sociedade. — Rafaelli o olhou com surpresa. Jamais
imaginaria que Valentinni renunciaria ao seu poder pela sua bambina. —
Quero que o meu afilhado seja meu herdeiro. Enzo precisa proteger Juliana
quando eu partir...
Aquela não era uma súplica de um chefe e sim... de um pai. Um pai
doente que estava com seus dias contados e se preocupava com o futuro da
sua princesa.
— Juliana é doce, mas ainda é uma bambina! — Rafaelli não podia
imaginar o seu explosivo Enzo concordando com um casamento arranjado,
porém, a proposta era tentadora. Dominar tantos territórios? Isso o
agradava muito, assim como agradaria aos seus associados.
— Não agora. O noivado deverá acontecer quando ela completar
dezoito anos ou antes, caso eu não sobreviva ao que está acontecendo, e o
casamento aos vinte um. Quero mostrar ao mundo que minha filha não está
sozinha e muito menos desamparada. Peço pela amizade que tivemos, acima
das escolhas ruins das nossas famílias, que a minha menina seja protegida.
Lorenzo Rafaelli amava seus três filhos, apesar de ter plena ciência
que não era um bom pai e muito menos presente. Sabia que seus herdeiros o
toleravam presencialmente e odiavam-no em segredo, mas ele tinha em
mente um plano. Tudo que fez Enzo passar para ser um chefe, jamais seria
perdoado, embora fosse para que ele se tornasse forte e imbatível.
O menino ainda era uma besta sem controle, muito maldoso e sem
educação. Esperava que chegasse a algum lugar antes que morresse.
Casando-se com Juliana, ele teria ainda mais poder, dominaria muitas
famílias e poderia garantir que a menina fosse protegida.
Rafaelli olhou para o homem na sua frente e sorriu.
— Considere feito.
PRÓLOGO | Enzo
Ouvi o barulho da porta de metal pesada da sala de treinamento e
mantive minha respiração presa. Já não sentia meu rosto, anestesiado pela
água gelada e a mão pesada que me mantinha ali dentro, empurrava a minha
cabeça cada vez mais fundo. Quis lembrá-lo que aquela porra era uma
diversão no parque para mim.
— Algum problema? — Ouvi a voz do meu treinador. O Ghost.
— Está na hora de encerrar. Tempo demais. — Dessa vez era Alex
Bennington, o meu próximo compromisso. — Alonzo Rafaelli. — Meu
treinador disse e não entendi bem porque, afinal, meu rosto estava afundado
em uma estúpida água congelante. Minha cabeça foi erguida e evitei puxar o
ar bruscamente, tateando pela toalha para me secar. — Kyra Bennington[i]. —
Uma mulher se apresentou e ah sim, ele trouxe a sua esposa.
A famosa e perigosa Kyra.
— Sei quem você é. — Alonzo respondeu secamente.
— Não fui agraciada com o mesmo prazer. — Kyra o olhou de cima a
baixo com indiferença. Ela provavelmente não gostou dele... Ninguém
gostava.
— Sou um dos agentes enviados pela família Rafaelli. — Alonzo
inclinou a cabeça para trás, como se ela soubesse quem era o homem atrás
dele. Detestava o termo agente. Ele não era um agente. Era o meu soldado.
— Um pouco antissocial. — Alex completou e ela olhou para mim,
diretamente nos olhos, de um jeito intenso. Seu olhar era profundo, muito
avaliador.
Alonzo saiu sem dizer nada. O casal trocou olhares e então, Kyra
concentrou a sua atenção em mim, que ainda secava o rosto para em seguida,
tirar minha camisa. Meu corpo era coberto por músculos e tatuagens, isso
agradava a maioria das senhoras. Seu olhar desceu do meu pescoço aos pés.
Sabia que era um material excelente, corpo tonificado, moreno e tatuado.
— Acho que a sua esposa grávida está gostando do que vê, ragazzo
— provoquei Alex. Ele me deu um olhar indiferente.
— Ela está te analisando, babaca. — Alex retrucou. — Kyra,
conheça Enzo Rafaelli. Chefe da família italiana de Nova Iorque.
— Chefe de todos os chefes. — Corrigi por puro prazer de explicar
que sim, eu era o chefe de todos os chefes. O que significava que eu
mandava em todos na máfia e nas famílias associadas. Os Rafaelli eram
maiores do que um dia a Cosa Nostra foi, e, nosso território de dominação
era vasto. Nos tornamos conhecidos pela riqueza, crueldade e frieza. Nossa
palavra definitivamente era a lei.
— Graças ao trabalho da agência. — Alex não deixou passar.
Abri um sorriso afiado. Nem tanto, merdinha.
— Tenebroso. — Kyra murmurou, um pouco alto demais.
Sorri ainda mais.
— Diga o que você quer conosco. Foi você quem pediu esse
encontro. — Alex puxou uma cadeira para a sua esposa. Grunhi, meio
irritado e joguei a toalha que secava o cabelo longe. Lembrar do motivo que
me levou àquela reunião me deixava puto pra caralho.
— Meu pai me arranjou um casamento. Un matrimonio! — Balancei
as mãos juntas, exasperado. — Com uma garota magricela que mora na
Itália! Nunca veio aos Estados Unidos.
— E daí, Enzo? Você vive indo lá... — Alex respondeu impaciente.
— Meus negócios estão aqui, obrigado. Nem sei se sabe falar inglês,
coitadinha — reclamei, com o meu sotaque cada vez mais forte e falando
mais alto, mas não estava gritando. Era o meu jeito muito italiano de estar
puto.
— Um casamento arranjado em pleno século vinte e um? Uau. —
Kyra abriu um sorrisinho debochado.
— Olha quem fala! — Grunhi, encarando os dois. — Meu papa fez
um acordo com uma família napolitana. Eles são pequenos, porém ricos e
influentes. O homem não teve filhos homens, apenas essa menina e tem um
sobrinho que não sei porque não pode assumir a chefia da família. Fica
ainda pior, esse homem me batizou na igreja quando nossas famílias eram
associadas.
— Então você se casará com a garota? Quantos anos ela tem? —
Alex puxou seu celular no bolso. — Como ela se chama?
— Juliana Valentinni.
Me estiquei para olhar o resultado da pesquisa sobre a garota.
Juliana era bonita, um pouco jovem, sempre viveu na Itália e parecia até
inocente nas suas fotografias. Era bem mais velho do que ela. A família
Valentini era mais famosa que a família Rafaelli. Não mais ricos,
definitivamente, mas muito famosos.
Eles possuíam um vinhedo e eram extremamente tradicionais, isso
atraía a atenção da mídia italiana. Para melhorar, a garota estava fazendo
trabalhos como modelo e se associando a um estilista em ascensão.
— A mídia tem um interesse muito grande neles. — Kyra comentou,
olhando na minha direção com a mesma intensidade de antes.
— São donos de um vinhedo que usam como lavagem, apenas para os
negócios da família, o que explica a renda surrealmente extra. Nós temos
boates, cruzeiros, coisas para divertimento. Eles são leais a nós desde que o
acordo foi feito. Eu era novo, meu pai não me falou nada. Vivem conforme
nossas regras e os chefes nunca nos desafiaram, quase pacíficos, entediantes.
— Bocejei, pensando no tédio que deveria ser fazer parte da família
Valentinni. — Um casamento com uma garota como ela vai atrair atenção da
mídia de forma assustadora. Já é um saco do caralho ter que lidar com eles
em Nova Iorque. Imagina me casando com a princesinha de um vinhedo?
— Não há outra? — Kyra conferiu.
— Temos poucas mulheres solteiras e na minha família, só nos
casamos com italianas. Exceto o babaca do meu pai, mas é por isso que ele
não foi um chefe memorável. — Puxei o meu cabelo. — Preciso fazer
alguma coisa. Oliver é um pau no cú, mas ele sabe lidar com a mídia. Disse
que preciso de um banho de loja.
Kyra esticou a mão até o meu rosto e puxou meus lábios para baixo.
Ergueu meu cabelo e analisou as pontas.
— Definitivamente se casar com Juliana é uma boa ideia. Vai
expandir nosso território e é isso que queremos. Então você deve fazer e é
claro, criar uma imagem positiva da família Rafaelli. A mídia, querendo ou
não, é quem controla o que o mundo pensa sobre nós. Quanto tempo até o
casamento? — Pegou o telefone de Alex para anotar as informações.
— O pai dela não quer que ela case com menos de vinte e um,
portanto, temos dois anos... — Dei de ombros. Nós deveríamos ter noivado
quando a menina completou dezoito, mas meu pai disse que ela parecia
muito jovem e seria ruim para nossa imagem. Ele decidiu esperar sem me
consultar. Não sabia dessa porra até semanas atrás, quando o velho resolveu
abrir a boca. — Porra, me casar. — Puxei os meus cabelos e ri, sem
esperanças de fugir daquilo.
— Casamento não é um bicho de sete cabeças. — Kyra claramente
mentiu, tentando ser legal. Alex e eu olhamos para ela com ceticismo. —
Está bem, é meio difícil, mas ela é italiana e provavelmente sabe a vida que
vocês levam e o que esperam dela como esposa. Seja gentil, educado, fiel e
cuide da felicidade de vocês dois.
Ou seja, seja um castrado.
— Prefiro cortar a garganta de alguém — murmurei e ela riu alto.
Alex bufou, tentando segurar a risada. — Ria o quanto quiser.
— Dominic[ii] já sabe? — ele perguntou.
— Não. Só falei sobre isso na reunião dessa semana, ele não estava.
Jack[iii] disse que vocês poderiam me ajudar a pensar em algo. — Me inclinei
para frente. — Dominic está em Los Angeles de novo, não sei o que está
havendo.
Alex não falou mais nada e encerramos nossa improvisada reunião,
decidindo que eu passaria por uma transformação completa. Como o meu
rosto era conhecido, não poderíamos circular juntos, não por enquanto. Kyra
iria comandar de longe a missão de transformar o ogro Enzo Rafaelli, em
um príncipe para se casar com a princesa Juliana Valentinni.
[1]
Político relacionado a famiglia, que é pai de um personagem, Vince Vaughn de Realeza Selvagem.
[2]
Alex Bennigton é personagem da série que ainda terá seu próprio livro.
[3]
Jackson Bernard é um empresário e inventor tecnológico, personagem principal do livro Curvas do
Destino.
[4]
Enzo Rafaelli é o chefe da máfia italiana e personagem principal do livro Perigoso Amor.
[5]
Nicola Biancchi é personagem da série Poder e Honra, originada de Perigoso Amor. Ele é
diretamente relacionado ao personagem principal do livro Coração Perigoso.
[6]
Personagem recorrente da série Elite de Nova Iorque.
[7]
Dad I'd Like to Fuck (pai que gostava de levar para a cama)
[i]
Kyra é filha do Comandante Bryant, que aparece em Curvas do Destino. Ela terá seu próprio livro
com o Alex.
[ii]
Dominic terá seu próprio livro, fazendo parte da série Elite de Nova Iorque
[iii]
Personagem de Curvas do Destino, livro 1 série Elite de Nova Iorque