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Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida, compartilhada, distribuída ou transmitida por
qualquer forma ou meio, incluindo fotocópias, gravação, ou outro método eletrônico sem a prévia
autorização da escritora.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, lugares ou qualquer evento descrito nela é produto da imaginação
da autora. Qualquer semelhança com pessoas, lugares e eventos reais é mera coincidência.
A violação dos direitos autorais é crime previsto na lei nº 9.610/98 e punida pelo artigo 184 do
código Penal.
Contents
Copyright
Capitulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11 bônus
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29 Bônus
Capitulo 30
Epílogo 1
Epílogo 2
Olá! Bem-vindas (os) ao meu livro.
Ele conta à história de Ana e Luca. Uma jovem que foi sequestrada
e obrigada a se prostituir. E um mafioso que prometeu salvar a melhor
amiga de sua protegida, mas que no meio do caminho acabou se
apaixonando por ela e fez de tudo para protegê-la e salvá-la de si mesmo.
Boa leitura.
“Eu passei pelo inferno e precisei me quebrar para me tornar forte”
Fui condicionada a um sofrimento impensado e isso me marcou, me
transformou. Mudou-me profunda e completamente.
Hoje não confio em mais ninguém e luto diariamente contra os
demônios que me assombram dia e noite em forma de pesadelo. A dor me
fez assim e só a morte de quem me quebrou será capaz de me curar."
Ana sofreu sendo violentada e obrigada a se prostituir após ser
sequestrada em uma balada por homens que queriam sua amiga. Após
semanas sendo mantida presa em uma casa de prostituição ela foi resgatada,
mas não sem antes ter sido quebrada e machucada de todas as formas.
Agora ela vai se vingar de cada um que a machucou. Ana jurou
vingança e iria cumpri-la nem que para isso o que restou de sua humanidade
fosse levado no caminho.
Ana
As coisas que acontecem em nossas vidas são para nos tornarem
fortes, bem é isso que eu penso.
Tenho 25 anos e hoje é meu primeiro dia no curso de letras. Amo ler
e sempre quis ser escritora.
— Mas que merda. Como sou desastrada, deveria ter uma placa na
minha testa com o seguinte: cuidado desastre em forma de gente. — eu
desando a falar enquanto a pessoa a minha frente só faz rir da minha falta
de cuidado.
— Ah. É que não sou daqui. Sou italiana e cheguei ao Brasil há três
meses. Curso relações públicas e você?
— Percebi que não era daqui pelo sotaque. Mas sua fluência em
falar o português é incrível. E eu curso letras, é meu primeiro dia.
— Claro, podemos sim ser amiga, gostei de você, Samira, parece ser
bem legal.
— Tenho que mostrar ao mundo que minha voz é linda. — falo com
expressão de deboche.
Ela sai para falar com Luca e Mateo. E eu vou a onde nossos
colegas estão.
Uns 10 minutos depois ela volta e diz que irá conosco. Nós fomos
no carro de Samira com Luca e Mateo, nossos amigos foram nos carros
deles, nos encontraremos na boate.
— Samira, essa boate está muito boa, olha o tanto de caras lindos
que tem aqui. — falo empolgada assim que escolhemos uma mesa na boate.
Olho em volta de onde estamos e vejo um grupo de garotos numa mesa
próxima a nossa.
— Ana, vai com calma você disse que não queria saber de homem
no seu pé depois do ultimo namorado. — eu reviro os olhos com a menção
do nome do Eduardo, aquele idiota que um dia chamei de namorado.
Na hora que Samira vai responder o Luca chega ao seu lado com a
cara de poucos amigos que sempre usa quando não aprova algo. Eles ficam
cochichando por algum tempo até minha amiga o ignorar e sentar na
banqueta
— Não sei como você aguenta andar com seguranças 24 horas por
dia amiga, esse Luca até é gato, mas não nos deixa fazer nada.
— Está bem, Ana, vamos, mas temos que despistar Luca e Mateo,
pois eles não me deixarão ir. — olhamos na direção em que eles estão.
— Ok, vamos fingir que iremos ao banheiro e saímos pela porta dos
fundos — dou a ideia e Samira concorda.
— Vamos Ana, temos que fugir antes que ele volte, os meninos nos
estão esperando no estacionamento. — ela me puxa e saímos pelos fundos
da boate em direção ao estacionamento.
Sou colocada dentro da van, mas a porta não é fechada e posso ver o
momento em que Samira é jogada no chão novamente e espancada. O
bandido quer violentá-la e não posso fazer nada para impedir. Choro, me
sentindo inútil por presenciar isso sem poder agir para evitar que o pior lhe
aconteça.
Peço a Deus que envie alguém que nos salve e impeça de que o pior
aconteça.
Parece que passou uma eternidade até o bandido que me pegou falar
com seu comparsa. Abro os olhos para ver o que se passa.
— Cara, vamos embora, coloca logo essa cadela na van, o chefe está
esperando.
— Sua puta! — ele grita e bate nela, vejo tudo de dentro da van com
vontade de matar a ele e seu comparsa por nos fazer isso.
O motorista que até então não tinha visto, acelera e sai cantando
pneu me levando para só Deus sabe onde.
Fui torturado por dois dias antes de meu pai e o senhor Francisco
nos resgatar, porém, não chegaram rápido o suficiente para salvar minha
irmã. Horas antes do resgate ela foi estuprada e morta na minha frente.
Ainda sou atormentado por pesadelos com esse fatídico dia.
Tenho pensado muito no que tem acontecido comigo ultimamente.
Às vezes meus pensamentos me confundem muito, sinto que nunca serei
feliz com o peso que carrego.
Por muito tempo amei quem não devia e isso devastou meu coração.
Culpo esse amor por ter me feito fraco e permitido ser pego junto com
minha irmã. Minha cabeça estava na mulher que amava e baixei a guarda.
Por ela ser filha e uma das herdeiras dos Grimaldi só poderia se
casar com alguém do alto escalão para dar continuidade ao sangue real dos
Capos e Dons. Os Grimaldi comandam boa parte da Itália, têm cerca de 10
cidades governadas por capos aliados a eles.
— Sim?
— Você sempre cede aos seus caprichos, Luca, nem vem com esse
papo.
— Cara, eu gosto dela, ela me lembra minha irmã, não consigo dizer
não.
— Pois se prepare que ela vai te encher até você dizer sim. —
rimos, pois sabemos como Samira pode ser insistente quando quer algo.
Assim que termino de falar ela pula em meu pescoço e beija minha
bochecha em forma de agradecimento.
— Obrigada, você é o melhor segurança que eu poderia ter. — ela
sai rebolando no ritmo da música que toca nas caixas de som e fico rindo de
sua palhaçada.
Vejo Samira sair em direção ao bar com sua amiga. Ana é uma
garota linda e bem louquinha, sua alegria encanta a todos. Tem horas que
me perco em seu sorriso e na forma espontânea que lida com o mundo a sua
volta.
Algo difícil para mim, pois sou sério e observador. A vida na máfia
me fez assim, o que me aconteceu no passado me fez assim. Só consigo ser
um pouco mais brincalhão com Samira e Mateo, pois os conheço a anos.
Mateo trabalha junto comigo na segurança dos Morinos há uns 10 anos e
Samira, praticamente a vi nascer.
— Ela quer se sentir livre e feliz, já que sua família não pôde estar
comemorando o seu aniversário aqui com ela.
— Eu sei que ela precisa disso, mas tenho medo de que a sua
impulsividade traga problemas para ela. E para nós por tabela.
— Não vimos não cara. Elas ficaram somente com os garotos que
conheceram hoje.
Olho na direção que Mateo apontou e assim que o garoto nos ver
corre por dentre as pessoas.
— Garoto não tira minha paciência, pois as coisas vão ficar bem
feias para você.
— E vai fazer o quê? Me matar aqui dentro? — me desafia — Serão
presos assim que puserem os pés para fora da boate. — grita e eu perco o
resto de paciência que ainda tinha.
Prendo suas mãos em cima de sua cabeça com meu cinto, pego a
faca do meu bolso. E corto sua camisa.
— Merda! — praguejo.
— Vamos rápido com isso, eles não irão arrombar a porta. Mas
com certeza pegaram a chave reserva para abrir.
— Onde estão? Vai dizer? — Corto mais um pouco e ele afirma que
dirá.
O que eu tinha quase certeza não ser capaz de fazer, visto que já
tinham se passados muitos minutos desde que dei por sua falta.
Falhei de novo!
Capítulo 4
Tento abrir meus olhos, mas estão pesados. Não sei em que
momento dentro da van eu perdi a consciência, apenas lembro-me de ser
jogada dentro dela amordaçada e amarrada, também me lembro de Samira
ser quase violentada e Nicolas a salvando e depois não me lembro de mais
nada.
— Não sabemos ao certo. Mas acho que Itália, ouvi uma conversa
entre os caras que nos mantém presas. Estou aqui há uns 4 dias, mas não
nos dão muitas informações.
— Itália, nossa estou bem longe de casa. Não me lembro de como
me trouxeram até aqui. — resmunguei.
— Devem ter me dopado para fazer o transporte até aqui. Para que
nos querem?
— Ei, olha para mim. — peço e ela o faz — Ninguém aqui quer ser
prostituta. Vamos dar um jeito de sair daqui, OK? — ela concorda com a
cabeça e me abraça forte.
— Eu sei que não está fácil nossa situação, contudo, não podemos
nos dar por vencidas. Não podemos aceitar isso.
Ele saiu nos deixando angustiadas sem saber quem seria levada e
para onde.
— Eu não quero ir para esse lugar que ele falou, eu quero ir para
casa — Bella falou chorando.
— Nós iremos sair daqui, menina, tenha fé. — falei para ela ficar
calma.
— Você promete?
— Eu prometo.
Essa era uma promessa que eu não queria quebrar, mas não fui boa o
suficiente para cumpri-la.
◆◆◆
LUCA
Meu rosto ainda dói dos socos que eu levei do Giuseppe por ter
deixado Samira ser atacada e quase sequestrada. Não tiro a razão dele, no
seu lugar eu faria teria feito o mesmo.
Puxo meu vestido, curto e colado ao meu corpo, querendo que ele
cubra minhas coxas, mas não funciona já que ele é só um palmo abaixo da
minha cintura.
Foi nesse mesmo dia que conheci o responsável por me trazer para
esse inferno. Pietro, foi lá no galpão onde estávamos presas para saber
como estavam suas "mercadorias".
Ele não suporta nos ver chorando e sempre que pega a mim ou
algumas das meninas o fazendo ele nos bate para que possamos chorar por
um "motivo real".
— Apresse-se não temos a noite toda para uma vadia como você se
dar ao luxo de atrasar. Sorte sua que conquistou muitos clientes ou eu já
teria te mandado para outro lugar. Um pior que esse para abaixar essa sua
crista de ser superior.
Eu nunca fui uma das meninas que apanhou de seu chicote, mas
Rubia foi e eu vi como suas costas ficaram depois disso. Ela se negou a se
entregar para um dos clientes e ainda o atacou quando ele tentou forçá-la.
— Eu não quero que ele te machuque como fez com Rubia. Faça o
que eles pedem mesmo que seja ruim. — seu rosto era tão triste. Ela
passava as noites chorando e pedindo para voltar para casa.
Olho ao redor e vejo Rosa com uma expressão de nojo para o cliente
gordo que a toca. Ele está com a mão entre suas pernas e sei que ela está
fazendo o maior esforço para não arrancar a mão dele dali e o mandar se
foder.
Todas nós tivemos que trabalhar nossa mente para que não nos
perdêssemos dentro dela ao ter que nos submeter a essa nojeira que fomos
condicionadas. Sempre fazemos nossas preces antes de dormimos para que
alguém venha a nosso resgate e nos livre desse inferno.
— Você é uma puta muito gostosa. Vamos nos divertir muito com
você hoje putinha.
O mais alto e forte dos clientes dessa imundícia diz tocando meu
peito por cima do vestido. O barbudo toca minha coxa e eu pulo no lugar
com medo e nojo de seu toque.
Será que eles estão procurando por mim? Será que Nicolas está
próximo a me achar e me tirar desse inferno?
Meus olhos se enchem de lágrimas ao sentir o toque nojento deles
em meu corpo. Eu só quero que isso acabe logo, que eles terminem de uma
vez de me machucar. Eles não são gentis e sinto dor entre minhas pernas.
Eu não quero transar com eles, não estou pronta para isso, mas eles
insistem até conseguirem o que querem, me deixando doente no processo.
Meu estômago embrulha e deixo as lágrimas escorrerem livres por meu
rosto.
Dor, medo, nojo, vazio, tristeza. É só isso que eu sinto, meu corpo
adormece depois de ele ser machucado diversas vezes por esses três
monstros que o tomam sem meu consentimento.
Até quando serei obrigada a passar por isso?
Será que fui tão ruim para que Deus permita que isso me aconteça?
Ele não houve minhas preces?
Onde está meu salvador quando preciso de um?
Eu me vingarei!
Capitulo 6
Quase duas semanas haviam se passado desde o sequestro de Ana.
Nicolas, irmão de Ana, ainda não tinha nos dado notícia sobre suas
investigações a respeito do sequestro de sua irmã, a única coisa que
sabíamos era que a Bratva esta por trás disso.
— Ok. Vou preparar o carro e pegar minhas armas para irmos dar
um jeito nesse traidor.
Ele assentiu e eu saí de seu escritório indo direto para meu quarto.
Francisco Morino havia construído uma casa, casa não mansão, para seus
soldados. Ele nos queria por perto e nos dava o melhor conforto para que
estivemos bem para realizar nosso trabalho.
A casa era bem grande e tinha 5 suítes, sala e cozinha grande. Eu,
Mateo e mais três soldados morávamos aqui, pois não éramos casados. Os
soldados que já tinham família possuíam suas próprias casas, mas todas
perto da mansão dos Morino.
Não saber quem estava por trás dos ataques era uma forma de se
mostrar fraco perante nossos inimigos e isso estava colocando o governo de
Vicenzo a prova.
— Tudo pronto?
— Vamos.
Assim que chegamos na casa do soldado que nos traiu ouvimos uma
movimentação vinda dela. Não demos tempo para que Adrian escapasse e
logo invadimos sua casa.
— Vá com sua mãe, Rebeca. Faça tudo o que ela mandar. O papai
vai fazer uma viagem, mas logo estará com vocês. — era uma mentira e ele
sabia disso, não permitiriamos que ele saísse vivo do interrogatório pelo
qual logo passaria, depois de nos trair.
— Vamos para a casa da vovó, filha. Esse homem gentil vai nos
deixar até lá. — a mãe da menina falou com os olhos cheios de lágrimas,
enquanto olhava para o marido.
Não sei se ela já sabia de sua traição a nós ou se ele lhe contara
antes de chegarmos, mas por via das duvidas Yan descobriria assim que
ficasse sozinho com ela.
— Eu sei que eu errei meu Capo, mas minha família foi ameaçada e
eu não podia colocar a vida delas em risco.
— Quem o pegou? E quando foi isso? Por que não nos disse assim
que foi solto? — o senhor Morino perguntou-lhe.
Ele, apesar da idade, ainda era um homem bem forte e ativo por ter
sido soldado durante muitos tempos. Ele mesmo treinou seu filho e muitos
de seus soldados.
— Um homem que treinei e dei uma vida digna com sua família. —
ele lhe deu um chute no estômago e Adrian se encolheu gemendo.
Nós nos afastamos e deixamos que Giuseppe tivesse seu tempo com
o homem que entregou sua irmã aos nossos inimigos. Adrian mal respirava
e estava banhado de sangue quando Giuseppe terminou com ele.
— Ana, você vai fazer um buraco no chão de tanto que anda para lá
e para cá.
— Nem uma de nós quer, mas não apareceu ninguém até agora para
nos resgatar. — Rosa fala e respira fundo tentado controlar as lágrimas. —
Já faz quase três semanas que nos trouxeram para esse inferno e ninguém
veio ao nosso socorro.
Eu não retruco. Sei que ela está certa. É inútil ainda continuar
acreditando que virão por nós.
Ao fechar os olhos posso ver os de Bella aflitos e chorosos. O medo
estampados neles me quebrou mais que toda a violência que já sofri até
aqui.
— Mas hoje ela deixará de ser essa menina e se tornará mais uma
mulher ferida e quebrada como nós. — ouço a voz sussurrada de Rubia, é
como se ela tivesse lido meus pensamentos.
Viro-me para a parede e fixo meus olhos em um ponto preto que tem
nela. Minha mente viaja e me vejo com Nicolas. Nossas risadas e
implicâncias, suas brincadeiras e a forma cafajeste como dava em cima das
minhas amigas.
Nicolas também não e ele precisou ser forte para e tomar a rédeas de
nossas vidas e seguir a diante com uma adolescente de 15 anos para cuidar
e terminar de educar.
Naquele dia, 2 anos depois da morte dos meus pais, eu resolvi tomar
as rédeas da minha vida e voltar a estudar. Matriculei-me no 1 ano do
ensino médio e arrumei um trabalho de meio período para ajudar a pagar as
contas. Nicolas dava conta de tudo, mas eu não achava certo que ele se
matasse de trabalhar e estudar para nos dar uma vida digna.
Não, não podia ser verdade, ela não estava morta. Meu peito doeu e
eu caí de joelhos com as lágrimas, que tinham cessado de meus olhos,
voltando de forma descontroladas.
— Ana...
— Quero vê-la.
— Acho melhor não, Ana, você era a mais apegada a ela não será
fácil vê-la dessa forma.
— Não pedi sua opinião, Rubia, apenas disse que quero ver Bella e
me despedir dela.
O silêncio era o pior que tudo. Era no silêncio que os monstros que
guardamos em nossa mente se manifestam e tiram o pior de nós. O silêncio
é bom, mas pode ser fatal se deixarmos o que há nele dominar nossa mente.
Sei que ela não me escuta, mas eu preciso pedir perdão por falhar
com ela.
Fungo.
— Eu prometo que o farei pagar pelo que lhe fez, minha menina. —
Toco seu rosto inocente, mas que agora está ferido, com cortes feitos por
uma faca. — Ele pagará de uma forma bem dolorosa eu prometo e essa
promessa eu não vou quebrar.
Ela está com a roupa rasgada e entre suas pernas há muito sangue. É
uma imagem terrível e que ficará para sempre em minha mente.
Limpo meu rosto e me levanto tornando minha postura altiva. Não
abaixarei mais minha cabeça para eles e hoje nasce uma nova mulher.
Uma que os fará pagar com sangue. Com dor. Com lágrimas.
— Não farei isso! Você não manda aqui. E por seu desaforo ficará
presa por três dias sem água e comida.
— Não me importo com isso, mas eu sei que você fará o que digo e
você também sabe. Bella não merecia o que lhe fizeram e pelo menos um
enterro ela terá.
— O tanto que apanhou não serviu para abaixar essa sua crista,
Ana? Ser fodida em todos os buracos por mais de um homem várias vezes
não foi o suficiente para você? Ficar com fome e sede não lhe bastou? Vai
continuar a me desafiar até quando? Até acabar com sua menina Bella eu
acabei. E acho é pouco o que ela sofreu e o mesmo deveria acontecer com
você e as outras.
Não continuo a falar, pois o tapa que ele me dá é tão forte que me
derruba. Vou ao chão em um baque alto e o sangue escorre pela minha boca
no mesmo instante.
Ele bate sem pena, mas eu não derramo uma lágrima se quer. Era
isso que eu queria, sentir a dor física, apanhar, ser punida por não ter
conseguido cumprir minha promessa de protegê-la.
Que na dor eu consiga esquecer nem que seja por alguns instantes a
imagem de seu corpo machucado e sem vida.
Eu os farei sofrer!
Capitulo 9
Já tinha se passado mais uma semana do sequestro de Ana e
sabemos a localização de onde é a casa de prostituição em que ela foi
colocada e estamos indo até lá resgatá-la. Não só ela como as outras
meninas também.
Tudo tinha que ser feito com muito cuidado e planejamento para que
nada fugisse do nosso controle e colocasse nossas vidas em risco. Ana
precisava voltar para Samira com vida, assim como as outras garotas para
suas famílias.
No mesmo dia em que cheguei a Roma fui com Mateo em uma das
boates de Ivan e me passei por um de seus homens, já que eu falava muito
bem russo, e consegui pegar um dos soldados de Ivan e torturá-lo para
sabermos onde o galpão se localizava, porém ao chegarmos lá ele já estava
vazio.
— Luca e Nicolas, como nós acertamos vocês vão pela frente com
Yan, Matt e Antonio. Eu, Mateo, Paolo, Carlo e Giorgio cercarão a casa.
Meus outros homens ficarão aqui próximos aos carros para matarem quem
conseguir fugir. Quero todos eles mortos, me ouviram? Apenas as mulheres
saem vivas daqui.
— Certo, chefe. — ele não era o chefe ainda, mas logo tomaria o
lugar de seu pai então todos os seus homens o chamavam assim.
Havia muitos homens dentro da casa. Todos eles com mulheres nuas
ou seminuas em suas pernas. Podia ver o medo estampado no rosto de todas
elas e ao mesmo tempo o alivio de ter as mãos daqueles seres imundos
longe de seus corpos.
Sorri de modo diabólico para ele e apontei minha arma para sua
cabeça.
— Sim, vocês estão livres agora e logo estarão com suas famílias.
— Obrigada.
— Não tem de quê. Fiquem aqui até que eu volte e diga que já
podemos ir embora desse inferno, tudo bem?
Elas assentiram com a cabeça e se sentaram na cama, ainda
abraçadas.
Fechei a porta e fui aos outros quartos. Logo vi Mateo atrás de mim
e apontei para os outros quartos. Nós nos dividimos e segui em busca de
Ana.
Capitulo 10
Quando eu acordei hoje pela manhã algo em meu peito se agitava.
Era como se ele quisesse me avisar que algo estava para acontecer.
Eu não sabia distinguir ao certo o que era, mas sabia que algo
aconteceria. Muitos dizem que temos um 6º sentido que nos alerta quando
estamos em perigo ou seremos traídos de alguma forma. Talvez fosse isso
ou simplesmente o resquício de esperança que insistia em se fazer presente
em meu coração.
O sonho de voltar a ver meu irmão e minha melhor amiga fica cada
vez mais distante.
Estou à beira de cometer uma loucura de tão sem vida minha alma
está. O prazer em viver, sonhar, amar, eu não tenho mais, não sei qual foi a
ultima vez que sorri ou que desejei beijar e tocar um homem. Os toques que
sou eu obrigada a receber todas as noites e várias vezes na noite só me
causam repulsa, nojo.
— Ana?
— Oi, Rubia.
— Também senti isso. Será que finalmente virão nos resgatar? Você
disse que seu irmão é detetive da policia federal, então ele deve estar te
procurando.
— Eu já superei meu luto. Sofri pela morte repentina deles por dois
anos, mas depois disso eu precisei me erguer, seguir em frente. Vivi os
últimos anos com meu irmão e foram anos bons.
— Muita. Meu irmão sempre foi meu porto seguro, meu lar. Depois
da morte de nossos pais, vivemos um para o outro e sei que ele deve está
enlouquecendo por não saber onde estou, assim como estou enlouquecendo
por estar aqui e longe dele que é minha única família.
— Ele virá nos buscar tenha fé, Ana. Não é fácil, mas eu nunca
perco a minha. Mesmo tendo que fazer as piores coisas com os clientes. —
ela estremece ao lembrar. — Eu sei que não passaremos muito tempo aqui e
logo estaremos com nossa família.
Eu me virei para ela e a abracei. Não falei nada porque não havia o
que falar.
Eu mesma não queria mais ter que dar meu corpo a eles, eu queria
estar em meu país, com meu irmão, meus amigos.
A cada dia que eu passava nesse inferno eu o odiava mais. Não via a
hora de poder matá-lo com minhas próprias mãos.
Entrei no quarto e fui agarrada pelo cliente bonito. Sorri para ele e
depois fiz um careta quando ele colocou o rosto no meu pescoço.
Ele achava que eu estava gostando da sua pegada, mas tudo o que eu
queria era que ele gozasse logo e me deixasse sozinha. Ele me jogou no
colchão e veio para cima de mim, retirando minha roupa e a sua. Colocou o
preservativo e me penetrou com força. Fingi gemer e ele se achou o
máximo estocando rápido e gozando logo em seguida.
Ele tentou me beijar mais uma vez, porém foi interrompido com
sons de tiros.
Marchei até ele, que estava só, e coloquei a arma em sua nuca.
Ele olhava entre mim e os homens caídos ao meu lado e parecia não
acreditar no que via.
O ignorei.
— Esse eu vou torturar por ter me colocado nesse inferno e por ter
permitido que matassem alguém importante para mim.
— Quem era essa pessoa? — algo diferente soou em sua voz, mas
não me ative a isso.
— Filhos da puta! Quem fez isso com ela? Quem foi o cliente?
— Ana..
— Nada de Ana, Luca, eu que sei o que vivi aqui com as outras
meninas e os farei pagar. — disse séria e ele calou-se. — Agora acorde esse
porco imundo que eu tenho contas a acertar com eles.
— Posso fazer isso por você. Seu irmão também pode e ele deve
estar preocupado por não encontrá-la ainda.
— Sua puta. Eu vou te ma... — sua voz cessou com o soco que
levou de Luca.
— Dói não é? — ele fez que sim com a cabeça, pois não podia falar.
— As chicotadas queimam. Machucam.
Com o cabo do chicote toquei seu pau sobre a calça e bati nele com
toda a minha força.
Ouvi a porta do quarto ser aberta, mas não me importei com quem
entrara. Eu continuei batendo e esfaqueando Sergey.
A dor que senti por não ter conseguido protegê-la de ser levada
pelos homens de Ivan Petrov quase me destroçou. Ainda não me perdoo por
falhar e sei que se meus pais estivessem vivos estariam com vergonha de
mim. Do filho, falho e covarde que criaram.
Eu: um policial que sempre fez de tudo para andar na lei e cumpri-la
com rigor acabei me envolvendo com pessoas que andam fora dela. Que
agem por suas próprias leis e foda-se as outras.
Não consigo mensurar a dor de tudo o que Ana viveu nesses dias,
mas tenho uma ideia do quanto ela está machucada e do quanto sofreu pela
forma que o corpo do homem que ela acabara de matar se encontra diante
de nós.
Chora até que sua mente desliga e ela desmaia. Sei que seu desmaio
foi pela adrenalina de tudo o que viveu e fez hoje, e é só por isso que não
me desespero ao tê-la mole e apagada em meus braços.
Mateo parou ao lado dela tocando seu braço, mas ao ver ela ficar
tensa ele a soltou.
— Porra! Ela estava com raiva, hein. Quem era ele e o que fez para
acabar assim?
Meu sonho sempre fora ser detetive, mas isso não é mais do que o
amor que sinto por minha irmã. Talvez seja errado, ou não, mas estou
pronto para deixar de ser bonzinho e me juntar aos vilões.
Após vermos a casa, onde minha irmã tanto sofreu virar pó, nós
fomos embora.
◆◆◆
Sofri ao vê-la assim. Partia-me a alma não poder tirar a dor que
sentia, que vivia dia e noite. Livrá-la dos demônios que povoavam sua
mente e a destruía a cada dia.
— Nicolas. Você está aqui. Você está comigo. Estou livre daquele
inferno.
— Sim, minha menina. Está livre e eu nunca mais vou deixar que te
façam mal. Eu te amo, minha pequena.
Ficamos assim por alguns minutos, até nos separamos e ela ao olhar
para o próprio corpo e notar que estava vestida em uma camisa minha.
— Você me deu banho? — neguei com a cabeça.
— Um pouco, mas também aliviada pelo o que você fez com o tal
de Sergey. Você se vingou por elas.
— Sim, e queria ter o feito pagar ainda mais. Queria que ele sofresse
bem mais do que sofreu.
— Estou orgulhoso de você. Mas temo como sua cabecinha vai ficar
daqui para frente.
Sorri-lhe e me levantei.
Ela sorriu mais largo e saiu da cama feliz por poder escolher as
comidas gordurosas que amava comer. Ana sempre gostou de comer
besteiras, lanches e doces eram seu ponto fraco.
A menina que eu tanto protegi, velei seu sono e cuidei para que não
sofresse tanto com a morte de nossos pais.
— A culpa não foi sua e você conseguiu salvar Samira. Estou com
saudade dela. — mudou de assunto.
— Só não entendi por que você foi com Luca e não com a polícia.
Relatei tudo o que aconteceu desde que ela foi levada e quem
realmente era Samira.
— Ela não podia. — defendi. — Era algo da família dela, não se sai
por aí espalhando que faz parte de uma máfia. Eu que deveria desconfiar
por ela estar sempre cercada de seguranças.
— Ele tem noiva. E depois do que passamos não vai querer se meter
com um mafioso.
Elas estavam felizes e eu feliz por elas. Seu inferno tinha acabado e
suas vidas voltariam ao normal, pelo menos ao mais normal possível depois
de tudo o que passamos naquele lugar.
Ter uma amiga mafiosa nunca foi o que eu sonhei para mim. Minha
vida sempre foi sem agito, sempre certinha e calma e agora eu estava na
Itália e prestes a conhecer um Capo. O chefe de uma das famílias mais
perigosas e respeitadas de Veneza.
Francisco Morino tinha ido nos buscar no aeroporto, mas não falei
com ele. Na verdade eu mal o olhei. Tive medo de que ao estar cara a cara
com um dos chefes da máfia eu desistisse de ir até Samira e fugisse para
bem longe de todos.
— Você não teve culpa, amiga. — e ela não tinha. Ela não foi à
causadora do meu sofrimento, pelo menos era isso que eu repetia em minha
mente.
— Tive sim, eu deveria ter lhe contado quem eu era e a qual família
pertencia.
Um soluço me escapou.
— Sinto muito pelo que você passou, mas saiba que agora é parte da
nossa família e pode sempre contar conosco. — ela sorri de forma doce e
aperta minha mão. Sua forma doce de tratar os outros, me lembrava minha
mãe e a vontade de chorar veio novamente.
Fiquei confusa ao saber que teria um quarto na casa dela, pois jurava
que voltaria para o Brasil, mas pelo visto eles tinham decidido minha vida
por mim.
— Tudo isso só aconteceu com você porque eu não fui leal e omiti
minha verdadeira identidade. Por favor, me perdoe.
Deixei meu reflexo de lado e dei alguns passos até o box. Havia
uma banheira e eu quis muito entrar nela e tomar um banho bem demorado,
mas se eu entrasse naquela banheira com sais de banhos e espumas nunca
mais sairia dela.
Ela, então, passou a me contar da vida dela e tudo o que vivera com
Vicenzo depois que voltou para a Itália. Rimos, comemos e passamos
alguns minutos juntas matando a saudade.
Eu jurei vingança, por Bella, por mim, por todas as meninas que
foram sequestradas, violentadas e mortas por aqueles monstros. E eu os
farei pagar com sangue, com dor e com lágrimas.
Ainda me dói olhar no espelho e ver meu reflexo, não por ser feia ou
ter algum machucado no rosto, porque não é isso, eles se preocupavam em
bater apenas me lugares que não "danificasse" a mercadoria. O problema é
olhar meu reflexo e ver que não sou mais a garota alegre, extrovertida e
sonhadora de antes, agora sou apenas a casca do que um dia eu fui e não sei
se poderei me curar um dia.
Luca... Às vezes noto o seu olhar em mim, a forma que ele tem
estado sempre atento a tudo o que eu preciso, chega até ser fofo, mas eu não
quero perder o foco do meu objetivo. Até porque nem sei se ele realmente
gosta de mim ou só está cumprindo ordens da Samira. Eles têm uma ligação
muito bonita e se não fosse o amor dela por Vicenzo acreditaria que se
amam.
Esse papel de "amiga" do homem que ama é o mais absurdo que ela
poderia fazer e vê-la se prestar a isso me faz ter vontade de bater nela para
que acorde para a realidade.
Com relação à Samira ela tem feito de tudo para que eu me sinta
bem e feliz na casa de seus pais, porém isso não é possível e não tem nada
haver com o lugar a qual estou.
— Você não precisa estar em canto algum, Samira, você vai porque
gosta de sofrer. Eu não entendo como pode aceitar tão bem fazer parte de
algo que machuca os outros.
Eu estava tentando lidar com o fato de que ela era uma mafiosa, mas
confesso que não estava sendo fácil. Tudo o que vivi nas mãos de outros
mafiosos me faz pensar que são todos iguais e que só estou sendo bem
tratada por ser amiga dela.
— Eu não posso mais ser ela, Samira, eu queria, mas não posso.
— Ana, por favor, não os deixe vencer, não se feche em si mesma,
você está livre agora. Apenas viva.
— Ana, por favor. — suplicou minha amiga, mas eu não lhe dei
ouvidos.
Peguei minha bolsa e saí de lá, mas não sem antes ouvi-la dizer:
— Shiuuu, pequena, ela vai voltar. Ela vai voltar. — ele tentou
confortá-la.
Tudo o que eu queria era sair dali, eu estava sufocando, Samira não
me entendia, ninguém me entendia. Ela tinha Luca, Giuseppe, seus pais eu
não tinha ninguém, nem meu irmão, Nicolas, eu tinha aqui comigo para
cuidar de mim.
Eu não posso ser o que a Samira quer, ela precisa entender isso.
Precisa entender que mudei, que me mudaram, que me quebraram.
Era uma promessa que eu iria cumprir nem que eu precisasse morrer
ou perder a amizade de Samira, mas eu a cumpriria.
Levei meu tempo para me acalmar e voltei para o lugar que Samira
estava com Luca. Ela não voltou a tocar no assunto, apenas almoçamos,
passeamos um pouco pela cidade, ambas em silêncio, e depois voltamos
para a casa dos pais dela, onde ela havia preparado um quarto para que eu
me sentisse em casa.
— Por que você ainda continua com seu noivado se não ama sua
noiva?
— Não posso trocar algo certo por algo incerto, eu nem sei onde
Rubia está e se ama outra pessoa. Eu me encantei com ela, com seu jeito
frágil e a forma como ela se agarrou a mim ao salvá-la, mas não passou
disso.
— Não busco a felicidade. Matar quem nos faz mal é minha alegria.
Eu matei e não tenho remorso com isso, mas ela não é como eu, ela
não tem a minha escuridão e o que ela tem em mente vai acabar com o
pouco de humanidade que ainda a resta.
Capitulo 16
Dias depois...
No mesmo dia pela manhã meu irmão Nicolas chegou do Brasil para
morar de vez aqui na Itália e ele seria meu apoio nessa festa, por isso insisti
com ele para que me acompanhasse.
— Não deveria estar aqui. Esse não é meu mundo, saber que estou
rodeada de mafiosos me faz mal.
— Se você não se sente bem e não quer estar aqui, por que ainda
não foi embora?
Meu irmão se calou e não falou mais nada, ele, mais do que
ninguém, sabe que quando eu coloco algo na cabeça não tiro facilmente.
Samira veio até nos e nos levou para perto dos familiares dela.
— Tudo bem. E não, eu não estou feliz, não queria estar aqui.
Ele falou bem próximo de mim e me olhando com seus olhos negros
e intensos, minha respiração se descompassou e eu precisei me afastar.
— Eu preciso ir, Samira deve estar me procurando. — sai de perto
quase correndo com meu coração batendo a mil. Eu me sinto atraída por
Luca e não consigo disfarçar quando ele fica assim bem próximo há mim
como segundos atrás.
— Seu amante comeu sua língua por isso não consegue falar?
— O que todos vão falar ao saber que a grande dama não passa de
uma puta?
— Como ousa me chamar assim sua cobra, eu sei que você é louca
por Vicenzo, mas é comigo que ele está casado.
— Não vou deixar, meu anjo. Eu não vou deixar. — falou calmo,
sussurrando e me abraçando forte.
Ele era minha paz. Pena que eu demorei para enxergar isso.
◆◆◆
LUCA
Ela sofrera tanto e tudo o que eu queria era poder voltar o no tempo
e impedir tudo o que lhe aconteceu.
— Eu tenho que me vingar de todos os que a machucaram. Ele tem
que pagar.— falou cheio de raiva.
— Temos sim, Ana precisa ver que quem a machucou pagou por
isso para poder ter paz.
— Ela não merecia isso, eu me sinto tão falho, tão inútil. Minha
princesinha precisou de mim e eu não fui capaz de protegê-la.
Ele saiu e eu fiquei olhando para ele com cara de boba. Eu estava
começando a gostar do cuidado dele por mim.
— Você gosta dele. — não era uma pergunta. Olhei para Andreia
que falava comigo da porta da academia.
Eu não me sentia pronta para estar com alguém de forma tão intima.
— Tudo bem, eu que preciso melhorar e tentar ter uma vida normal.
— Se veio atrás do meu irmão ele não veio me ver hoje. — falei
enquanto tomava água da minha garrafinha.
— Eu vou almoçar com a senhora Giulia, pois ela está carente por
ter seus dois filhos longe e a tarde terei aula de tiros com Luca, mas
podemos ir amanhã.
Ele estava muito próximo, seu corpo másculo e forte colado ao meu
e seu cheiro em minhas narinas me deixaram arrepiada com pensamentos
nada santos.
— Não pode ter medo de atirar, Ana. Tem que ter firmeza nas mãos
e se concentrar. — falou Luca ao meu lado com toda a calma.
— Assim.
Ele era tão lindo e seus lábios carnudos e rosados pareciam que
estava me chamando, clamando por um beijo meu. E eu queria saber o
gosto deles e se eram tão macios como pareciam.
— Atire.
— Você ainda não está preparada para isso, anjo, mas quando
estiver te farei esquecer tudo e você será minha.
Olho em volta para onde vivi durante esses últimos meses e meu
peito se agita. Meses haviam se passado, eu tinha entendido como a máfia
da Samira funcionava e que eles não tinham culpa do que me aconteceu.
Tinha voltado a conviver com meu irmão. Estava bem com Samira,
e tinha me tornado amiga de Andréia que agora era minha cunhada. Nicolas
estava morando aqui e namorando ela.
Mas que graças a Amélia, que conseguiu rastrear onde ela estava,
Vicenzo, Giuseppe e o senhor Francisco conseguiram salvá-la.
— Sim!
— Tenha em mente que não será fácil, você precisará interagir com
os clientes da boate.
— Eu queria poder ter feito Pietro sofrer mais, morrer com apenas
um tiro na testa foi pouco para ele.
— Eu pensei que...
— Eu queria que ele pagasse pelo que lhe fez — cortou minha fala.
— Eu gosto muito de você, Ana.
— Luca...
— Eu já disse que quando estiver pronta você será minha. Eu sei ser
paciente.
Eu me sinto atraída por ele e não tinha porque negar isso. Ele é um
homem muito lindo, protetor e gentil, mas me envolver com ele não estava
nos meus planos. Eu nem sabia se seria capaz de retribuir seu sentimento na
mesma intensidade.
Luca
Eu estava indo para algo que eu tinha certeza de que não daria certo,
mas meu instinto protetor não me permitia simplesmente deixar Ana
enfrentar tudo isso sozinha. Ela não sabia a dimensão do que queria fazer e
eu não teria paz até saber que ela estaria bem.
Não quis brigar com ela, pois não adiantaria e ela estava grávida o
que significava mais teimosa e mandona que nunca, então acabei aceitando.
Por que era isso que eu queria fazer. Tê-la sob mim enquanto eu me
enterrava fundo nela e a fazia minha. Eu teria que me controlar ao máximo
para cumprir a promessa de esperar seu tempo, pois eu dormiria ao seu lado
todas as noites.
— Mas ele não é tão grande. Você vai acordar dolorido amanhã.
— Deus, isso não vai dar certo. Eu vejo o quanto Está afetada por
mim e eu estou a isso aqui... — demostrei com os dedo polegar e indicador.
— de desistir do que prometi e te fazer minha.
— Luca...
Não sei que hora da madrugada era e nem em que momento dormi,
mas acordei com um gemido de dor vindo de Ana. Corri até ela e vi que
estava em mais um de seus pesadelos.
Aos poucos ela foi se acalmando e abriu os olhos. Seus lindos olhos
verdes estavam repletos de tormentos e lágrimas.
Toquei seu rosto e com a voz mas doce possível que consegui disse
palavras de conforto.
Abandonei seus lábios por alguns instantes e desci beijos por seu
queixo, pescoço e colo. Ana amoleceu em meus braços e passou a soltar
gemidos baixos de prazer. Eu estava com meu pau doendo de tesão sob a
cueca, mas tudo era única e exclusivamente para ela.
— Luca...
Deslizei meus dedos por sua barriga plana e os coloquei para dentro
de sua calça sendo presenteado com o calor e o molhado de sua boceta
depilada e de lábios suaves. Ela estava tão encharcada que o trabalhar de
meus dedos em seu clitóris fazia barulho.
Eu não estava muito de acordo com o que Ana queria fazer, mas não
tínhamos outra forma de nos infiltrarmos na Bratva. Eu iria me tornar um
soldado de Ivan e Ana se tornaria sua amante.
Não era a forma mais honesta de se fazer algo, porém tudo o que
envolvia a máfia Rússia era desonesto, então não poderia ser diferente.
No início os dois brigaram por ele não aceitar essa ideia absurda
dela, mas vendo que, com ou sem nossa ajuda, Ana iria adiante com seu
desejo de vingança, nós resolvemos ajudá-la também.
Ainda não tínhamos transado, pois ela ainda não estava pronta, mas
nos fazíamos gozar todas as noites. Eu a fiz gozar em meus dedos mais duas
vezes e outra vez ela gozou apenas se esfregando em minha ereção sentada
no meu colo, gozamos juntos na verdade.
Ontem fiz sexo oral nela pela primeira vez e foi como tocar o céu ao
sentir seu sabor em minha boca. Me fartei em sua boceta delicada e a
degustei como nunca fiz com nenhuma outra mulher.
— Tome cuidado, anjo. Eu sei que você está apostando todas suas as
fichas nisso, mas lembre-se do perigo que corre ao estar no terreno do
inimigo. Não podemos te proteger lá, apenas torcer para que dê tudo certo.
Ou então criaremos uma guerra e Vicenzo não nos permitiu isso.
— Também não vejo a hora de ser sua, quero que me faça sentir um
prazer maior do que você já me fez sentir. Eu quero te sentir dentro de mim
me fazendo completamente sua. — minha respiração se tornou pesada e
quis tomá-la agora mesmo.
Apertei sua cintura a fazendo ofegar e tomei seus lábios nos meus.
Beijei sua boca com vontade, chupando sua língua e mordendo seus lábios
mostrando-lhe o quando eu a queria, o quando a desejava.
Ana era a peça que nos levaria a findar essa batalha sem que um
banho de sangue acontecesse e eu torço para que tudo saía como o
planejado e ninguém que eu amo morra no processo.
— Uma Gin Tonica, por favor — peço, em inglês, com minha cara
mais sexy, sorrindo para ele.
— Sabe dançar?
— Sei.
— Ainda não, mas pretendo ser — falei tentando ser o mais sexy
possível para o caso de precisar da ajuda dele para me tornar uma das
garotas da boate.
— Posso ser seu primeiro cliente caso consiga? Eu pago muito bem.
— ele cheirou meu pescoço e mais uma vez quis quebrar a cara dele por tão
abusado, mas eu não podia.
— Claro, vou amar ser sua — fingi interesse e lambi seu rosto me
controlando para não vomitar em cima dele.
Não iria mais me prender aos abusos que sofri na época em que fui
obrigada a me prostituir. Eu esqueceria tudo e só me lembraria dos seus
toques, dos beijos.
Eu tinha chegado com Mateo, porém ele tinha ido direto para o seu
quarto.
Luca tinha uma noção por alto do que aconteceu na boate do Ivan
Petrov, pois eu estava com uma câmera com escuta no meu vestido, então
ele queria saber como eu me sentia com relação a tudo.
Ele era tão protetor comigo que às vezes eu tinha vergonha de como
o tratava. Eu tinha me tornado uma pessoa fria e que não conseguia
demonstrar muito bem meus sentimentos.
— Ana...
Seu beijo foi calmo, mas quente. Ele desfrutou de cada parte da
minha boca e gemidos escaparam do fundo da minha garganta ao ter suas
mãos me tocando.
Luca retirou meu vestido e foi beijando todo meu corpo. Ele
segurou meus seios, pesados pela a excitação, em suas mãos e brincou com
os bicos já duros antes de colocá-los na boca. Eu me contorci na cama e
abri minhas pernas as colocando ao redor de sua cintura e me esfreguei em
sua ereção já bem crescente sob a calça em busca de atrito para meu clitóris
que pulsava de desejo.
Como ele não vestia cueca seu pau saltou duro me fazendo salivar
de vontade de o por na minha boca. Eu não gostava de fazer sexo oral, não
fazia nem em meu ex-namorado, mas senti muita vontade de fazer em Luca.
— Vou te mostrar com uma mulher deve receber prazer, como uma
mulher deve se sentir desejada e adorada. Você é linda, gostosa e merece ser
amada e cuidada, Ana, nunca se esqueça disso.
Luca voltou a ficar sobre mim, mas sem colocar seu peso sobre meu
corpo. Ele começou a chupar meus seios de novo só que agora com os
dedos por dentro da minha calcinha de rendada preta e passou a estimular
meu clitóris.
Sua expressão era de puro deleite ao tomar meu gozo em sua boca e
isso me fez ficar ainda mais excitada.
— Ahhh.
Gritei de prazer me agarrando em seus braços fortes quando ele
afundou em mim de novo. Eu o sentia por completo e me preenchendo de
uma forma tão gostosa que me fazia revirar os olhos.
— Porra, sua boceta esta esmagando meu pau, anjo. Você é muito
apertada e muito gostosa. Quero me enterrar para sempre em você.
O outro dia seria tudo diferente, não o que sentíamos um pelo outro,
mas o que eu teria que fazer para me vingar me marcaria para sempre. Não
só a mim, mas a ele também.
◆◆◆
Até o sargento de armas, Mikhail Orlov, ficou puto por não ter
conseguido transar comigo, mas isso era tudo parte do meu plano. Eu queria
despertar o desejo em todos sem que eles pudessem me ter, para assim
despertar o interesse do Ivan e eu tinha conseguido.
— Você é uma das meninas mais faladas por aqui. Todos os clientes
te querem, porém não podem te ter.
— Não, claro que não. — senti seu olhar sobre mim, era puro
desejo.
— Eu não entendo como de uma hora para outra tudo deu errado. —
me jogo na cadeira.
Avancei sobre ele e lhe dei um soco. Ana era minha mulher e eu não
iria permitir que falasse daquele jeito dela.
Ele limpou o sangue que escorria por seu lábio cortado e se levantou
do chão, onde eu o colocara depois de uma sucessão de socos.
Ele arrumou seu terno e saiu do meu escritório. Peguei o abajur que
estava próximo a mim e o joguei na parede e espatifando todo.
— É melhor você sair, Ana, não quero lhe machucar. — falei lhe
dando as costas.
Ela sorriu docemente e eu segurei seu rosto tomando seus lábios nos
meus.
Ana é boa, gentil, meiga, safada e me tem rendido aos seus pés.
Porém meu irmão não confia nela e desde que a trouxe para viver conosco
temos brigado.
Ana
Luca ficou possesso com o que aconteceu, mas não havia mais nada
a fazer, o cara já estava morto.
Mas isso foi um grande incentivo para que Ivan Petrov assumisse
seu amor por mim e me trouxesse para morar com ele. Assim eu pude ficar
mais perto e ter acesso aos seus negócios.
— Estou bem, mas confesso que já não suporto mais fingir estar
apaixonada por ele.
— Não, mas até que ele tem pegada e o sexo com ele é bom. Eu só
transo com ele quando realmente não tenho escapatória, a maioria das vezes
eu o dopo e finjo que gozamos muito a noite toda.
— Eu sei que você quer vingança, Ana, mas matar não é algo que se
esquece facilmente. Isso te marca para sempre.
Sei ao que ela se referia. Samira precisou matar dois homens que
invadiram a mansão de Vicenzo no dia do jantar que ele deu por sua volta.
Ela não queria sujar suas mãos de sangue e por isso se recente e até tem
pesadelos.
Ela começa a falar de como está sua vida de casada e como Vicenzo
tem se tornado um pai babão e amoroso com Ângelo. Giuseppe continua
correndo atrás de Amélia que sempre dá um jeito de fugir de seus encantos.
Depois de pronta avisei aos soldados de Ivan que iria sair e eles me
acompanharam.
Ele veio na frente para assegurar que tudo estava seguro para o que
vamos fazer.
— Sim, quero eu mesma fazê-lo pagar pelo que fez com ela.
— Eu não fiz nada já disse. — gritou ao ter sua coxa rasgada por
minha faca de cima a baixo.
— Uma menina loira de olhos azuis, linda e bem jovem. Uma garota
que você comprou em um leilão como se fosse um pedaço carne.
Cravei a faca em sua outra coxa, porem dessa vez ele não gritou. Na
verdade ele gargalhou fazendo meu sangue ferver ainda mais.
Ele sabia que iria morrer e estava querendo uma morte rápida.
— Bella, era esse seu nome não era? — ele ria como um lunático.
— Eu me diverti muito com aquela boceta apertadinha dela. Enfiei tudo o
que quis nela, a comi até me cansar e depois de marcá-la com minhas mãos
e minha faca, a matei quebrando seu lindo pescocinho.
— E vai morrer pior do que ela. Eu não vou ter pena de acabar com
cada parte do seu corpo e depois queima-lo vivo.
Ele engoliu em seco e eu peguei um pedaço de ferro quente que
estava em uma fogueira improvisada que Luca e Mateo haviam feito. Com
o ferro bem quente coloquei sobre o corte em sua perna e ele se debateu e
gritou chorando de dor. Porém ele estava preso pelos braços e pernas e não
pode fugir de seu castigo.
Com o ferro queimei seu peito e no final levei a faca até seu pau,
pequeno e murcho, cortando-o o fazendo comê-lo. Já satisfeita em vê-lo
todo arrebentando e quase morto pela quantidade de sangue que perdera,
pedi que o tirassem das amarras e o colocassem no contender que tinha no
galpão.
Fiquei observando seu corpo ser consumido pelo fogo enquanto seus
gritos preenchiam todo o galpão até não restar mais nenhum som vindo
dele.
E eu, eu não era mais aquela menina meiga e risonha que ele havia
conhecido há quase 6 anos, os monstros tinham me mudado, me quebrado e
eu iria até o fim para ter minha vingança.
Capitulo 25
Uma semana depois...
— Pode entrar. — falei para a pessoa que batia na porta da minha
sala na empresa de carros que eu tinha de fachada para lavar dinheiro.
— Você sabe o quê sua querida, Ana, faz quando você não está por
perto?
— Não estou entendendo onde você quer chegar com toda essa
conversa.
— Não vou dizer que eu suspeito de sua "amada Ana", porque isso
você já sabe. Sempre deixei claro o que penso a respeito de sua relação com
ela. Mas quando menos esperar uma faca será cravada em seu peito e eu
estarei aqui para rir em seu túmulo e me tornar o chefe no seu lugar.
— Está me desafiando? — bradei batendo na mesa.
Ele tomou todo o conteúdo de sua bebida de uma vez e saiu do meu
escritório na nossa empresa.
Por mais que eu amasse Ana, não podia me dar ao luxo de ter uma
infiltrada no meu território.
Se ela não for quem diz ser, irá se arrepender de ter entrado no meu
caminho!
◆◆◆
Ana
Mais uma semana se inicia e eu ainda não consegui acabar com Ivan
Petrov. Com essa já são 3 e estou começando a cansar. Eu pensei que a
vingança me traria paz, mas foi o contrário. Eu não aguento mais ter que
fingir que amo o homem que eu mais odeio e não suporto ter que estar no
mesmo ambiente que ele.
Eu sabia que não seria fácil, mas também não imaginei ser tão
difícil. Já estou há umas duas semanas sob o mesmo teto que Ivan Petrov,
tendo que fingir o amar e estar feliz ao seu lado.
Luca não me tocou mais depois que eu passei a morar com meu
maior inimigo e só nos falamos quando vamos resgatar as meninas
sequestradas. Pois eu não saio de casa para outra coisa.
Mateo voltou para a Itália para se casar com sua noiva e ficamos
apenas nós: Luca e Eu, para encerrarmos essa minha jornada.
Outro capanga que estava com ele tenta fugir, mas eu o acerto com
um tiro na perna e ele cai gemendo de dor.
— Você acha mesmo que ele não desconfia de você? Ele pode
pensar que te ama, mas não é cego.
Desgrudo minha boca da sua sobre seus protestos e sorrio para ele.
— Obrigada!
Luca quer que eu desista de tudo e volte para a Itália com ele. Ele
tomou essa decisão depois de eu dizer-lhe como Ivan e seus homens de
confiança se portaram no jantar de ontem.
Eu consegui uma folga de Ivan que não saía de cima de mim e vim
correndo ver Luca. Ele tinha sido dispensado por Ivan ontem e isso nos
deixou ainda mais alerta.
— Merda! — exclamou furioso e me soltou indo de encontro a
parede da casa, onde nós nos encontrávamos escondidos, e socando-a.
— Eu quero você, mas não vou deixar minha vingança se é isto que
quer. Não vou desistir de tudo o que eu já consegui até agora por você,
Luca. — gritei furiosa por estar mais uma vez explicando isso a ele.
— Você quer morrer, é isso? Matar-se por uma merda que não vai te
fazer feliz? Porra! Olha para você, Ana. Tornou-se uma puta do homem que
mais odeia. — não pude me controlar diante das palavras que saíram de sua
boca e quando dei por mim, minha mão já estava indo de encontro ao seu
rosto.
O tapa foi tão forte que o som ecoou por toda a sala.
— Eu vim por que a amo e queria lhe proteger, mas já passou tempo
demais e você está a ponto de ser morta.
— Então o que tivemos e vivemos não foi nada para você? Não
valeu de nada? — gritou perplexo.
— É claro que valeu! Mas não posso deixar tudo agora após ter feito
tanto. Você fez-me sentir desejo novamente, mas só isso. — minto, pois eu
o amo mais que tudo.
— Essa vingança não vai nos levar a nada. Somos só nós dois contra
toda uma máfia, onde isso pode dar certo, Ana? Pensa.
— Porra, Ana. Que merda! Essa droga de vingança vai nos matar.
— grita e dá outro soco na parede — Olha em volta e veja onde estamos?
Quer continuar assim?
— Se for para conseguir o que quero, sim.
— Não me importo.
— Isso é suicídio!
— Morrerei lutando.
— Não terá volta, Ana. Se for minha novamente não voltará a ser do
Ivan porque eu não compartilho o que é meu!
— Eu não serei, não quero mais transar com ele. Eu só quero você,
Luca. Só você! — supliquei o querendo em mim, sobre mim, me amando.
— Luca... — gemi seu nome querendo tê-lo logo em mim, mas ele
queria me torturar.
Ele tocou meu clitóris com a cabeça robusta de seu pênis e voltou a
se enterrar em minha vagina que piscava descontrolada em busca de um
novo orgasmo. Apertei seu pau com as paredes dela e Luca se derramou em
meu interior me fazendo gozar novamente.
— Luca...
— Eu sei que não sente o mesmo, mas eu não posso mais negar o
que sinto por você, Ana. Tenho medo de te perder porque te amo.
— Você não vai me perder, eu não vou morrer. — disse olhando em
seus olhos cor de mel. Mas essa era uma certeza que eu não tinha e ele sabia
disso.
LUCA
— Não sei, mas temos que nos proteger. — falei pegando minha
arma e minhas facas. Ana fez o mesmo.
Não teríamos a menor chance contra eles e por isso deixamos nossas
armas caírem e levantamos as mãos em rendição. Não queríamos morrer
por mãos inimigas. Iríamos fugir assim que eles achassem que tinham nos
dominado.
— Olá querida! Se divertindo? — perguntou sarcástico e antes que
eu pudesse prever seu próximo passo um tiro me acertou a perna esquerda.
— Ivan pare. — pediu Ana, indo até ele — Ele não tem culpa eu o
seduzi.
Ele gargalhou e depois lhe deu uma tapa na cara que a fez cair no
chão com a boca sangrando.
— Você vai morrer! — cuspi em sua cara e ele me deu outro tapa,
porém mais forte que o primeiro.
Havia muita raiva em sua voz e temi não conseguir escapar de sua
fúria.
— Vocês não sairão daqui vivos. Vou mandar suas cabeças para seus
Don. Vicenzo vai amar meu presente.
Ivan gargalhou e chutou a perna baleada de Luca e fazendo trincar
os dentes pela dor.
Depois retirou uma faca de seu bolso e fez cortes não muito
profundo na barriga ele.
— Não! — gritei aflita — Pare com isso Ivan, eu que mereço sofrer,
não ele.
— Porque ela fazia isso, mas seu coração era meu, ela queria lhe
matar e não ser sua. Seu corpo poderia estar com você, mas sua mente
estava em mim, era com meu pau a fodendo que ela pensava ao gozar.
— Você chora por ele. Me fez te amar, te proteger e é por ele que
derrama suas lágrimas.
— Vou acabar com você, Ana, mas antes irei foder todos os seus
buracos. Vou te rasgar toda e na frente de seu amante para que ele sofra por
não ter conseguido salvar a mulher que ama como não pode salvar sua irmã.
— ele apertou e mordeu com bastante forçar meus seios a ponto de
sagrarem.
— Ana, não me peça perdão por algo que era seu direito. Você tinha
direito de se vingar.
— Precisamos distrair o Ivan da próxima vez que ele vier nos ver e
o matar, só assim poderemos fugir.
— Vou deixar que ele faça o que quiser comigo e pedir que ele o
solte.
— Nunca a deixarei sozinha. Mateo e os outros virão ao nosso
resgate.
— Não tem como eles saberem que fomos pegos. — falei abaixando
minha cabeça, há dias Samira e meu irmão vinham insistindo para eu voltar
para casa, mas eu não os ouvi.
— Claro que sim, eles sentirão nossa falta, irão desconfiar do nosso
sumiço. Amélia nos encontrará através dos rastreadores em nossos braços.
— Luca me lembrou desse detalhe, o qual eu tinha esquecido.
— Não sei, mas eles devem ter nos dopados para não vermos onde
nos colocariam.
— Vejo que estão bem despertos. — diz entrando no porão com uma
caixa.
O brutamonte com cara de mal soltou Luca das vigas que o prendia
no teto e ao chão, mas deixou as correntes de suas mãos e seus pés.
Meu coração acelerou cada vez que o homem tentava afogar Luca e
minhas lágrimas corriam livremente por meu rosto.
— Por favor, solte-o, é a mim que você quer Ivan, a mim. — gritei,
mas ele só ria.
— Você vai ver seu amante morrer por minhas mãos sua puta
desgraçada. Vou torturá-lo e depois eu vou te foder na frente dele para que
ele veja o homem que o matará comendo sua mulher antes de morrer.
— Por favor...
— Bem que meu irmão disse que eu não deveria confiar em você,
porém eu fui burro e me deixei apaixonar. — Ivan puxou meu cabelo e me
fez encara-lo.
— Pois eu vou te matar, mas antes vai sentir meu pau em todos os
seus buracos. — me preparei para ser abusada por ele, contudo tiros soaram
próximos a nós e Ivan me largou de forma brusca, o que me fez cair
amarrada a cadeira.
Luca começou uma luta com Ivan, mas ele estava bem debilitado.
Ao longe vi a faca com a qual ele tinha cortado Luca e a peguei indo de
encontro a eles a cravando nas costas de Ivan, ele se virou e segurou meu
pescoço tentando me sufocar, mas Luca terminou de enterrar a faca nas
costas dele e a puxou o cortando de cima abaixo.
Ivan Petrov caiu morto aos meus pés e a sensação de vê-lo assim foi
a melhor que já senti na vida.
Eles tinham vindo por mim. Ao meu resgate mais uma vez.
— Nicolas. — gritei por meu irmão que veio correndo ao meu
encontro.
O abracei apertado.
— Nunca te abandonaríamos.
Eu não tinha muito contato com ele, mas sabia que ele era um
homem frio e bastante temido dentro de sua máfia.
— Eu te amo. Eu te amo.
— Ana! — meu irmão falou chorando ao meu lado, ele me tirou dos
braços de Luca e beijou minha testa.
— Não diga mais nada, você vai ficar bem e vai estar no meu
casamento. Você conseguiu sua vingança e pode ser feliz agora, feliz ao
lado de sua família, de seus amigos e do homem que ama. — ele olhou para
Luca.
Eu estava vingada.
Capitulo 28
Sabe quando tudo o que você viveu passa como um filme bem
diante de seus olhos e mesmo não querendo você acaba revivendo todos os
melhores e piores momentos de sua vida?
Ouvi dizer que isso acontecia quando se estava para morrer, mas
comigo aconteceu quando eu percebi que estava preste a perder a única
mulher que amei.
Eu tinha levado um tiro e uma facada, mas nada importava mais que
a vida de Ana.
Bom era isso que eu pensava, mas meu corpo não pensava igual.
Nos meus primeiros passos com ela me meu colo minha perna falhou e se
não fosse por Nicolas eu teria caído.
— Deixe que eu a levo. Você precisa cuidar de seus ferimentos
também.
— Ela vai ficar bem. Ela tem que ficar. — disse Nicolas aflito.
Não sei quanto tempo levou, mas logo Mateo estava parando o carro
em frente ao hospital. Desci seguido por Nicolas com Ana em seus braços e
logo um socorrista veio nos atender com uma maca nas mãos. Ele a colocou
nela e deixou que a levassem para a sala de cirurgia.
Não sabia como faríamos para esconder quem éramos e o que tinha
acontecido para ela ter sido baleada, ou até mesmo o meu estado, eu só
queria que ela se salvasse e voltasse para os meus braços.
Sua perna estava bem feia na ferida da bala e seu abdômen não
estava diferente. Havia vários cortes ali que, por mais que não fossem
profundos, necessitavam de cuidados.
— Ele vai ficar bem não vai? — perguntei olhando meu amigo
desaparecer entre as portas.
Meu celular vibrou em meu bolso e o peguei vendo que era Bianca,
minha esposa. Eu estava casado há uma semana e ela não se conformava de
eu estar aqui e não com ela.
— Amor. — tento soar gentil para que não se estresse mais. Bianca
está grávida e foi só por isso que me casei com ela.
Ela tinha esperado por mim por 5 anos e eu não podia deixa-la
depois de tê-la feito se entregar a mim e a engravidado. Eu precisava honra-
la e me tornar seu marido. Mas suas chantagens emocionais e não entender
que eu precisava ajudar meu melhor amigo tem me feito se arrepender de
tê-la tornado a minha esposa.
— Sim, vá. Eu ficarei aqui com ele. — Ana, essa é sua voz. Uma
mão pequena pega a minha e solto o ar devagar, pois tudo em mim dói e
abro os olhos vagarosamente.
Dessa vez eles se abrem sem muita dificuldade e foco onde estou.
— Ana. — seu nome escapa de meus lábios ao ter meus olhos
focados em seu sorriso lindo.
Ela está vestida em uma camisola de hospital e seu belo rosto está
pálido.
Ela beijou meus lábios de leve. Foi apenas um selinho, mas que já
serviu para me acalmar.
— Você perdeu muito sangue com o tiro e tudo o que Ivan te fez. —
ela abaixou a cabeça envergonhada. — Me perdoe por ter feito você passar
por tudo aquilo.
— Você não teve culpa. Merecia sua vingança, nós só demos o azar
de ele nos descobrir antes. — sorri.
Ela sorriu sem graça e escondeu o rosto em meu peito. Alisei seus
cabelos.
Trinquei o maxilar ao ver que sua camisola era aberta nas costas,
mas ela não estava nua por baixo dela e sim com um short que ia até a
metade das coxas. Relaxei.
Mateo se aproximou.
— Sim, quero ficar bom logo para poder me casar com Ana e fazê-
la minha para sempre.
— Bianca está grávida. E foi por isso que eu me casei com ela.
— Porra! Mas você disse que nunca a tocou. Que ela sempre dizia
que queria se casar pura.
— Que merda! Mas tem certeza de que transaram? Como disse você
estava bêbado.
— E agora você está casado com uma mulher que não ama só por
causa de um filho que não queria.
— Eu posso ser tudo, mas não um filho da puta que não assume as
próprias responsabilidades, Luca.
— Obrigado!
Pelo que ele me disse foi um milagre eu não tê-la perdido, pois
demorei muito a tratar do ferimento. Por sorte a bala tinha entrado e saído,
assim como no ferimento de Ana e nós dois estávamos bem.
Um mês depois...
Ana
Estou cada dia mais apaixonada por Luca e morando com ele. Sim,
estamos morando juntos. Ele comprou uma casa aqui próxima e eu em
mudei há uma semana.
A mãe de Samira ficou triste, pois ela me tem como uma segunda
filha, mas eu precisava seguir minha vida e ter minhas próprias coisas.
Depois de finalmente ter conseguido minha vingança e ter dado uma
segunda chance as muitas meninas que tinham sido sequestradas por Ivan e
Vladmir Petrov, eu agora podia ter paz e realizar meu sonho de me tornar
escritora. E já até tinha começado meu primeiro livro.
— Estou feliz por você. Quem diria que nossas vidas mudariam
tanto.
— E será.
Luca agarrou minha cintura e fomos até onde Samira estava com
Vicenzo.
— Não tem de quê Ana. Você é a melhor amiga da mulher que amo
e merecia se vingar das pessoas que a machucaram. Poderia ser Samira no
seu lugar. — ele trincou o maxilar ao falar. — E tudo o que te aconteceu foi
por culpa da minha família. Você foi posta em uma briga que não tinha nada
a ver.
Um mafioso.
Epílogo 1
Assim que entro em casa agarro a cintura de Ana e ataco sua boca.
Ela pula prendendo as pernas na minha cintura e eu seguro sua bunda para
que não caia.
Já estou bem melhor da perna assim como ela está do tiro em seu
abdômen e podemos fazer o sexo da forma que gostamos: selvagem e
intenso.
Foram tantas coisas que aconteceram nesses anos que parece que
vivi em um filme de ação feito por um louco. A vida na máfia não é e nunca
será fácil, mas o que eu vivi em meses foi o suficiente para eu desejar não
fazer parte dela. Logo eu o homem que sempre se viu nessa vida, desejei
que tudo fosse um sonho ruim e eu acordasse em uma vida totalmente
diferente da vida que eu levava.
Mas bem, eu não saí da máfia e tudo o que eu vivi não foi um
pesadelo, pelo contrário, foi muito real. A dor, a luta, dias de choros, de
angustias, brigas, raivas e tristezas. Mas que no final veio a recompensa.
Ana brincando com Hayla em seu colo, enquanto Maya que tinha 6
anos se escondia atrás dela fazendo a irmã gargalhar.
— Sim, estão. Mas ainda me culpo pelo o que eles fizeram com ela.
— Sua irmã teria muito orgulho de você. Sei que ela seria uma
mulher incrível e que te daria muito orgulho. — ela falou como se lesse
meus pensamentos.
FIM
Uma hacker para o Mafioso
sinopse
Giuseppe sempre teve tudo o que quis. consigliere e melhor amigo
do Don da máfia a qual pertencia, é um homem frio, implacável, que ama
matar e torturar quem se mete em seu caminho.
Porém seu destino na máfia muda quando ele tem que assumir o
lugar de seu pai e se tonar o novo Capo de Veneza.
Amélia sempre amou os computadores e tudo o que envolvia a
informática. Filha de um dos soldados de Don Vicenzo sabe muito bem os
riscos que corre quando decide aceitar sua proposta e se tornar sua, hacker.
Mas o que ela não sabia era que ao aceitar esse posto acabaria se
apaixonando justamente pelo homem que não podia se envolver.
Giuseppe queria Amélia.
Amélia não resistiu à tentação.
Giuseppe estava comprometido com uma princesa da máfia.
Amélia sabia que nunca poderia se casar com o homem pelo qual
tinha se apaixonado.
Um amor que não deveria existir e dois corações que sofreriam por
isso.
◆◆◆
Prólogo
Amélia
Olho para o homem por quem prometi não me apaixonar e uma
lágrima escapa dos meus olhos. Eu falhei em minha promessa e agora
estava irremediavelmente apaixonada por ele. E o pior o fruto de nossas
noites de amor e loucura crescia dentro de mim.
Eu fui tão feliz em seus braços e agora terei que seguir com meu
peito cheio de tristeza. Fiz o maior esforço para não ceder à atração que
sentia por ele, mas no final não consegui.
Seu sorriso, seu carisma e seu jeito brincalhão me conquistaram.
Sua beleza e seu corpo maravilhoso também tiveram uma parcela de culpa
nisso.
Eu sabia que não podia me envolver com alguém do alto escalão da
máfia, mas quem resiste a um deus grego desse? Quem resiste a um homem
dizendo o quanto é linda e que te deseja mais que qualquer outra?
Eu não resisti e agora sou forçada a esquecê-lo e ir embora.
Ele se casará com a mulher que foi criada para ser sua esposa, para
ser dele, do homem que se tornará o Capo de Veneza e tudo o que vivemos
até hoje ficará no passado. Ficará no passado como uma lembrança bonita,
a melhor de todas as lembranças que alguém poderia ter.
Inclinei-me sobre ele lhe dando um último beijo, mesmo que ele não
o veja porque está dormindo.
Essa tinha sido nossa última noite. A última noite que fui dele, que
senti seus beijos, seu toque, seu carinho.
— Mas seu casamento trará paz e aliança para nossa máfia. Ele
precisa fazer isso.
Era hora de buscar viver minha vida longe, tinha um ser inocente
que crescia em meu ventre e precisava de mim.
Eu viveria por meu filho. O fruto do meu amor por um homem que
era proibido para mim e por quem eu nunca deveria ter me apaixonado.
Eu não deveria amá-lo, mas o amava mesmo assim e esse amor seria
minha desgraça.
Em breve...
Agradeço a todas as minhas leitoras que me seguem, lêm meus livros e me
acompanham desde o Wattpad.
Sonho este que demorei a realizar por medo de não ser boa o suficiente, de
não conseguir escrever algo que seja aceito pelos leitores. Medo de errar,
mas seu apoio me deu força e coragem para seguir e colocar em pratica
todas as histórias que eu criava.
Amo vocês!
Também sou grata a todos os que baixaram e tiraram um tempinho para ler
meu romance. Obrigada de coração e espero que tenham gostado do meu
livro.
Thamy Oliver
Até que um dia em uma conversa com minha amiga eu criei uma história
com nomes de personagens que ela tinha trocado de outra história que
estávamos comentando. Ela gostou do enredo ao qual eu criei e me
incentivou a escrevê-la. Meses depois eu já estava com a história pronta e
coloquei-a no Wattpad.
Minha primeira história foi o livro " Um amor para o Mafioso". E depois eu
o transformei em uma série.