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NACIONAIS - ACHERON
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Nota da autora
Capíulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Epílogo
Agradecimentos
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Nota da autora
Caros leitores, este livro... melhor dizendo,
este conto foi feito com muito amor e carinho.
Torço para que gostem. Fazer uma história que
envolva um lado criminal, mesmo sendo muito
curta, não foi fácil, e foram feitas algumas
pesquisas. Tudo aqui é totalmente ficcional.
Pulei alguns atos da lei para não falar demais e
acabar falando coisas sem sentido. Espero que
gostem.
Com amor, Deby.
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Capíulo 1
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David Escobar
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Liziara Araújo
Quando se tem 22 anos, e não se tem juízo, é
um caso muito sério. E este é meu caso. Eu
confesso que não tenho juízo. Sou muito
impulsiva, faço as coisas, e depois que vou
pensar na loucura que fiz. Há meses larguei o
curso de psicologia em uma renomada
universidade. Meus pais ficaram loucos, não
porque querem um futuro bom para mim, mas
porque se preocupam demais com o que a
sociedade vai dizer, já que são empresários, e
tem amigos que adoram uma fofoca. Desde que
larguei o curso, eles tornaram um inferno minha
vida, e por isso sai de casa. Não aguentava mais
ter que ficar dependendo deles para tudo e
aguentando os surtos que eles davam. Então
arrumei um emprego como barwoman e vim
morar em um apartamento junto a minha
melhor amiga, Beatriz, que é coordenadora da
universidade que eu estudava. E confesso que
estou mais feliz agora do que antes. Quem sabe
daqui um tempo eu decida se é psicologia que eu
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bochecha.
— Oi Bia, dormiu comigo essa noite? — ele
provoca.
— Dormi, e foi uma maravilha! — ela rebate
e eu rio.
— Pare de atormentá-la.
— Sou um anjo.
— Sabemos! — ela e eu dizemos em
uníssono.
Ele da partida no carro.
O celular dele começa a tocar.
— Pega aqui, amor. Deve ser minha mãe
pirando comigo.
Pego o celular no bolso que ele indica
enquanto continua dirigindo. Olho na tela e é a
própria.
— O que eu devo dizer?
— Que está trânsito, e por isso estou
demorando.
— Resumindo: você mentiu dizendo que
estava na delegacia, e na verdade estava perdido
no meio das pernas de uma mulher, acertei?
— Basicamente.
— Bia, fica com essa função... não sou boa
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bem conhecidos.
— Até que enfim chegaram! — Daiane, a
irmã mais nova, diz.
— O trânsito estava péssimo. — digo e David
sorri.
— Sei qual é este trânsito. A mim ele não
engana. Sigam para o Jardim dos fundos, mamãe
e Ana estão lá.
Deixamos o presente no sofá e fomos para o
jardim dos fundos enquanto Daiane ficou na
sala.
Dona Paula vem rapidamente nos
cumprimentar, seguida da Ana.
— Achei que não viriam. — Ana diz.
— E perder festinha de criança com muitas
besteiras para comer? Nunca! — brinco.
Sorrimos.
— Beatriz, isso é uma miragem? Não
acredito que veio! — ela diz, e a Bia sorri
timidamente.
— Adoro a Yasmim, faço sacrifícios por ela.
Rimos, pois sabemos ao que ela se refere.
Beatriz e Marcos não se dão bem desde a vez
em que ele foi meio estupido com ela na
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Marcos pergunta.
— Claro, tio!
— Essa porra não presta nem para mentir.
Passei na delegacia e você estava de folga hoje.
— ele diz, rindo.
— Definitivamente não é meu irmão! Não
sabe nem mentir. — Henrique provoca ainda
mais.
— Seu filho de uma boa mãe! Eu não
acredito que me enganou. E você ajudou, Liziara!
— Paula diz e dá um tapa em seu braço.
— Em minha defesa, fui obrigada! Não foi,
Bia?
— Total! — ela responde com ironia.
— Muito obrigado, pela ajuda! — ele diz
para a gente.
— Lizi, pegue as bebidas lá dentro, por favor.
Preciso ligar para minha mãe, e ver o que ela
quer dessa vez. Nunca vou ter paz, pelo visto. —
Ana diz.
— Claro, mas vou precisar de ajuda se for
muita coisa.
— Vamos, porra louca, eu te ajudo. —
Marcos fala.
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— Eu também.
Temos uma regra: Quando um vai para cama
com outra pessoa, nada de sexo entre nós.
— Vai dormir aqui?
— Não sei. Amanhã entro cedo no trabalho.
— Eu te levo.
— OK. Devo ter roupa ainda aqui.
— Tem sim. Vou tomar um banho.
— Pega o controle da TV para mim.
— Folgada!
— Quanta calunia!
Ele ri e me joga o controle.
Depois que ele toma banho, eu faço o
mesmo, e coloco uma camiseta dele, pois as
minhas roupas que estão lá não são nada
confortáveis.
Deitamos na cama. Ele me agarra e deito a
cabeça em seu peito. A TV está ligada, e está
passando um filme.
O celular dele toca e ele atende.
— Oi... Amanhã?... OK... Te aguardo... Beijos...
Ele desliga.
Interrompem o filme para uma alerta.
— Acabamos de recebe a notícia, que Jorge, o
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Capítulo 2
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Liziara Araújo
David me deixou na boate em que trabalho.
Não consegui dormir nada bem. Ele ficou quase
que a noite toda acordado, levantando e
deitando. Está preocupado; e eu no lugar dele
também ficaria. Ser um Escobar exige muita
segurança, e para piorar, ele é um delegado, o
que complica ainda mais a situação.
Quando começamos a ter uma amizade, ele
sempre me disse que todos que entram para
família, seja da forma que for, passam a correr
riscos; e por isso começou a me treinar, me
ensinar a atirar e lutar. Sou um desastre com
tudo, eu confesso, mas faço porque sei que isso o
deixa tranquilo.
Daniel, o dono da boate, me chama.
— Sim?
— Você está com a cara péssima. Dê um jeito
ou vai espantar nossos clientes. Sair com o
delegado está acabando com você! Passe um
blush e um corretivo!
Sim, ele é gay, e um amor quando quer.
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— Merda!
— O que foi?
— Um rolo bem grande. E tenho medo de
como isso vai acabar.
— Esse cara é furada. Se meter com um
Escobar é furada. Você mesmo sabe disso desde
que o tal do Henrique se casou com a cliente que
foi acusada de assassinar o noivo.
— Mas foi provado que ela não fez nada. E
tem mais, ambos se amam. Foi amor à primeira
vista. E saiba que eu queria muito um dia ter um
amor como o deles.
— Que seja. Se cuida, os caras vivem no
perigo. Não é brincadeira se envolver com um
delegado. Te conheço desde que entrou na
faculdade, e sei que seu estilo é diferente do
dele... Você não está pronta para enfrentar o que
ele enfrenta. Você foi interrogada por ele e pela
família para resolver o caso da esposa do irmão
dele que eu sei, e colocou eles dentro da festa da
faculdade quando trabalhamos nela...
— Eu não fiz...
— Não minta. Eu sei, te conheço bem.
Sempre quer ajudar, e acho legal isso. Mas desde
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A boate abre.
Joaquim não tocou mais no assunto, e
agradeci por isso.
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David Escobar
Estou parecendo louco desde que soube que
o filho da puta do Jorge fugiu. Não dormi de
noite. Estou uma pilha de nervos. E para ajudar,
fui informado que receberam uma ligação que
ele foi visto aqui na cidade. Dobrei a segurança
da minha mãe e minha irmã. Já falei com o
Henrique e meu tio Marcos para dobrarem a
segurança deles. Mandei seguranças disfarçados
para ficarem de olho na boate que a Liziara
trabalha, e na faculdade da Beatriz. Ela não
convive muito conosco, mas é muito amiga da
Liziara, e quanto mais segurança, melhor.
Cleber, grande policial e amigo, entra na
minha sala.
— Está péssimo.
— E como! Alguma novidade sobre o Jorge?
— Nada. O cara parece fantasma, some e
aparece.
— Precisamos encontrá-lo antes que ele
tente algo.
— Faremos o necessário.
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Liziara Araújo
Já está quase na hora do almoço. Minha mãe
vai me matar, mas vou chegar atrasada.
Ligo para o David, que depois de uma
eternidade, atende.
— Hoje o almoço será nível família Araújo.
— digo e escuto sua risada.
— Bem que eu queria aguentar as loucuras
dos seus pais e provocá-los, mas não poderei
almoçar com você hoje.
— Mentira. Não me deixe sozinha! Um casal
de amigos dos meus pais vão estar lá, e minha
mãe me ligou enchendo o saco. Sabe que nunca
dá certo almoçar com eles porque sempre
brigamos. Você tem que ir junto, é um caso de
vida ou morte.
— Eu sinto muito, mas não poderei. Hoje
chega uma nova policial e ela vai precisar de
mim. E tenho muita coisa para fazer.
— OK. Sem problemas. Nos vemos a noite?
— Não sei, mas é provável que não. O dia
será cheio hoje. Na verdade, parece que a
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Capítulo 3
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David Escobar
Levei Poliana para almoçar em casa. Não
porque eu realmente queria, mas porque minha
mãe soube da vinda dela e me intimou a isto. Ela
e eu éramos muitos apegamos na faculdade, e
com isso sempre estávamos juntos. Minha mãe
criava uma expectativa com a gente, porém
mesmo que naquela época eu quisesse algo, não
rolaria. Poliana parecia cortar para o outro lado.
Enfim, eu deveria estar trabalhando com ela
e buscado pelo Jorge ao invés de estar
almoçando.
Minha mãe está animada com ela, e a
conversa flui. Dou risada algumas vezes para
não deixar elas constrangidas por acharem que
estou dando atenção a tudo, quando não estou.
— Que bom que retornou. Eu sabia que não
se adaptaria a tanto tempo no interior. Você é
agitada demais. — minha mãe diz e ela sorri. —
Poliana Gonçalves, é uma moça de adrenalina.
Igual aos meus filhos, que não tem amor a vida e
a mim.
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Sorrio.
— Viver no interior é muito bom, mas
apenas para descanso. Eu realmente gosto de
agitação. Me enviarem para cá foi a melhor
coisa, e não evitei. Quando soube que era para
trabalhar na equipe do David, vim rapidamente.
— Ela sorri para mim, e retribuo para não deixá-
la sem jeito.
Vejo a Marcela disfarçadamente me
chamando.
— Já venho. — digo a elas e me retiro.
Entro em casa.
Marcela está com uma cara estranha.
— O que houve, mulher? Parece que alguém
morreu.
— Senhor...
— David! Ainda não aprendeu?
— David, a senhorita Liziara veio aqui. Ela
pediu para eu não dizer nada, mas ela saiu tão
triste... o Luciano disse que ela chegou estranha
e foi embora pior, e nem aceitou carona dos
seguranças. Estou preocupada. Ela viu vocês lá
fora. Eu a encontrei... coitadinha, estava mal. Um
lado de seu rosto estava bem marcado, e os
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Liziara Araújo
Estou deitada na sala, lendo um livro, mas
não estou prestando muita atenção. Prova disso
é que já li o mesmo parágrafo cinco vezes.
Olho meu celular toda hora, e não tem uma
alma boa me ligando.
A campainha toca, e só pode ser alguém com
autorização para subir.
— Não tem ninguém!
— Esse ninguém poderia abrir a porta? —
David! Merda.
Levanto e abro a porta.
Ele me olha e sorri.
— Posso?
— Entra. — digo secamente.
Ele entra e eu fecho a porta. Sento no sofá e
coloco as pernas em cima dele.
Ele se senta ao meu lado e puxa minhas
pernas para seu colo.
— Não estaria ocupado? — pergunto.
— Sim. Mas fiquei sabendo que alguém me
viu hoje e nem foi me dar um beijo. Talvez um
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no rosto.
— Se cuida, minha maluquinha.
— Está falando com uma pessoa que
aprendeu a atirar, então não tente me comprar
com carinho.
— Esse é meu medo. A maioria das pessoas
que morrem afogadas é porque sabiam nadar.
— Relaxa, não sei nadar.
— Você entendeu o que eu disse. — Sorrio.
Ele sai.
— David? — Ele me olha — Não me esconda
mais nada, por favor.
— Pode deixar. — Ele dá uma piscadela.
Fecho a porta e me jogo no sofá.
Polivaca chega depois de não sei quanto
tempo e vem querer tirar meu tempo com o meu
delegato. Estava demorando para eu dançar
nessa merda. Eu preciso me desapaixonar do
David com urgência, antes que pire de vez!
— Vou tomar um banho, porque aquele
idiota me deixou molhada. Que broxe com todas
as mulheres! — Merda, falando sozinha de novo.
Tomo um banho e coloco um vestido.
Pego bolacha e vou para o sofá tentar
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Amei tudo.
Mas deveria saber que suborno é crime.
Vou pensar no seu caso sobre a lingerie. Estou
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Ele responde:
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Capítulo 4
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David Escobar
Estou na sala de treinamento. Depois que me
despedi de Liziara, comprei os presentes para
ela e vim para delegacia.
Poliana está treinando tiros, e estou
observando. Ela tem equilíbrio quando atira,
mas tem alguns pontos muito negativos que
podem prejudicá-la.
— Abra um pouco mais as pernas. — digo a
ela e ela o faz.
— Assim?
— Isso. Outra coisa, você tem que ver qual
olho te faz ter a melhor mira. Está acertando
quando atira, mas depois de várias tentativas.
— É porque você está me deixando nervosa.
Nunca treinei com um delegado! — sorrio.
— Esquece que sou delegado. Sou apenas o
David aqui.
— Ok.
— Tenta de novo.
Ela respira fundo e tenta novamente, mas
erra.
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Ela responde:
Relaxa! Beijos.
ofendido.
— Até que enfim chegou, meu filho! —
minha mãe diz, entrando junto com a Dona
Jurema.
— Olha só, Henrique vai ficar enciumado que
está cozinhando para mim, Juju. — brinco e dou
um beijo nela. — Está cheirosa. Não quer ir para
meu apartamento?
— Me respeite, menino! — Ela bate com o
pano de prato no meu braço e sorrio.
Ela deixa a jarra de suco na mesa e se retira.
— Deixe ela em paz. Já basta o Henrique a
atormentando. — minha mãe diz, se sentando.
— O Henrique tem sérios probleminhas, eu
já disse.
— E você tem o que? — Daiane provoca.
— Fica quieta ai que a conversa ainda não
chegou na miss Sabe Tudo.
— Como você é idiota, David!
— Parem os dois. Parece que têm dois anos.
Por favor! — minha mãe repreende.
Olho para a Daiane e começamos a rir.
— Vocês ainda vão me enlouquecer! —
minha mãe fala.
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rebate.
— Não sei porque agem assim. Ela é uma boa
moça, um pouco vulgar as vezes e oferecida, mas
é boa moça. Porém jamais desejaria ela para
algum dos meus meninos... mas não escolho,
infelizmente.
— Mãe, eu não quero nada, nem com ela e
nem com ninguém.
— E a Liziara sabe disso? — Marcos
pergunta sorrindo.
— Porra, chega desse assunto. Vamos
comer? — Estou irritado.
— Vamos esperar mais um pouco para ver se
ela vem. — minha mãe diz. — E cadê a minha
menina?
— Trabalhando. — respondo.
— Estou com saudades dela. Ela anima
qualquer um. — não consigo evitar e sorrio.
Minha mãe se levanta sorrindo. Viro para
trás.
— Que bom que chegou! — minha mãe diz
educadamente.
Poliana está com um vestido preto, justo, de
mangas longas, um pouco acima dos joelhos. E
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pergunta a Poliana.
— Não encontrei a pessoa certa ainda. — ela
responde sorrindo.
Tomo um gole do meu vinho.
Terminamos de comer e nos retiramos para
a sala. Sento, e a Poliana faz questão de sentar ao
meu lado. Esse grude está começando a me
irritar.
— David está te ajudando a treinar? —
minha mãe pergunta animada.
— Está sim. E estou melhorando cada vez
mais.
— Apenas está pegando rápido o que eu
ensino. — digo e sorrio.
Meu celular vibra e é uma mensagem da
Beatriz. — Franzo o cenho, estranhando.
— Algum problema? — Marcos pergunta em
alerta.
— Beatriz me enviando mensagens.
— A praga sabe atrapalhar uma boa
conversar!
Sorrio.
— Não ligue, Poliana. Beatriz é uma amiga da
família... e ela e Marcos são como cão e gato. —
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descansar.
Ela concorda e se levanta, indo ao banheiro.
Quando ela entra no banheiro ligo para o
Marcos.
— O que houve? — ele já pergunta.
— Aquele filho da puta mexeu com a pessoa
errada. Vai ser do nosso jeito agora. Fodam-se as
leis. Eu quero esse filho da puta morto!
— Estava me perguntando quando diria isso.
Quando começamos a agir do nosso jeito?
— Amanhã. Avise Daiane... menos ao
Henrique, ele precisa descansar.
— Pode deixar. Até amanhã.
— Passo no seu escritório.
— Ficarei no aguardo.
— Até.
Desligo.
Entro no banheiro e vejo o sutiã que dei a ela
no chão.
Abro o box, e ela está apenas com a calcinha
do conjunto do sutiã. Está lavando os cabelos.
— Achei que eu tinha dado um aviso sobre
essa lingerie. Eu não acredito que descumpriu
uma ordem de um delegado!
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Capítulo 5
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Liziara Araújo
Acordei sem o David na cama. Ele apenas
deixou um bilhete, dizendo que tinha que se
encontrar com o Marcos e a irmã. Por mim, eu
passaria o resto do dia na cama, mas tenho
coisas para fazer.
Levanto, e prendo o cabelo.
Entro no banheiro e paro em frente ao
espelho. Estou com cara de quem passou a noite
na balada. Eu me aproximo do espelho para
olhar uma pequena manchinha no meu pescoço.
— Filho da puta, ele fez de propósito. Eu não
acredito que o David me deixou um chupão!
Pequeno, mas deixou! Ele sabe que odeio isso.
Estou me sentindo no início da faculdade
vendo isso, quando eu simplesmente queria
saber de sair cada semana com um cara
diferente, e eu sempre aparecia com marcas.
Acho que é por isso que odeio que me marquem.
Foi uma época difícil. Eu tinha 18 anos, meus
pais me obrigaram a entrar para a faculdade, e
eu, como sempre, só queria ter atenção deles, e
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David Escobar
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Dias Depois...
Não vejo a Liziara a dias, e não tenho uma
pista sequer sobre o paradeiro do Jorge. Estou
enlouquecendo.
Meu tio e Daiane estão me ajudando na
procura daquele imbecil, mas está difícil… é
como procurar uma agulha no palheiro. Cleber
também tem feito de tudo, mas não posso
arriscar muito com ele, porque não quero que
ele se prejudique fazendo algo fora da lei. É meu
melhor amigo, mas não posso arriscar tanto.
Poliana não desgruda de mim, e tendo que
treiná-la, prejudica mais ainda meu tempo.
Sei que a Liziara deve estar pirando comigo,
porque nem tempo de pegar no meu celular
ando tendo. Está foda a situação, e não sei mais
para onde correr ou o que fazer.
Entro na minha sala. Paulo ainda está
trabalhando.
— Ainda aqui? Pode ir já.
— Estou finalizando umas coisas. E você, já
não era para ter ido?
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— Foda.
— E como. Encontrei ele e a esposa na sala
quando cheguei, e ela saiu bem brava daqui. Aí
ele me contou o que aconteceu.
— Débora não a suporta… e nunca
conviveram juntas.
— Estou com a esposa do Cleber. Não
suporto a Poliana. Acho ela muito vulgar,
oferecida. E me desculpa, mas ela é louca por
você. Essa daí é perigosa, fique de olho.
Alguém bate na porta.
— David? — É a Poliana.
Olho para o Paulo.
— Eu não estou! — cochicho para ele.
Levanto rapidamente e entro no banheiro.
Espero uns minutos até que Paulo diz que já
posso sair.
— Porra, vivi para ver você fugir de mulher!
Rio.
— Hoje não estou com cabeça para nada.
Olho no relógio e são nove horas da noite.
— Estou saindo, não volto hoje. — digo a ele.
— Oh vida boa! — brinca.
— Nem tanto!
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sorrindo.
— Cala a boca, porra!
— Me respeita, sobrinho! — provoca.
— Melhor pedir bebidas! — Débora diz.
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Liziara Araújo
Estou querendo matar o Joaquim. Como
aquele filho da puta foi capaz de me agarra e me
beijar?
Acertei um tapa na cara dele, e só não fiz
mais porque eu tinha que entrar para trabalhar.
Esse imbecil foi longe demais!
Beatriz encosta no balcão.
— Com essa cara vai espantar os clientes. —
ela brinca.
— Eu quero espantar a praga que trabalha
comigo!
— Essa cara não é apenas porque o Joaquim
foi um idiota. Você e o David não se veem há
dias. O que aconteceu?
Preparo as bebidas dos pedidos.
— Ele é outro filho da puta. Vive mentindo
para mim desde que aquela idiota da amiga dele
apareceu. Nem sequer me liga, e quando eu ligo
da caixa postal. Se ligo na delegacia, ele está
treinando aquela mulher; e se ligo na dona
Paula, aquela vadia está lá. Porra, estou pirando.
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Chegamos em casa.
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Sento no sofá.
— Está mal. O que houve dessa vez?
— Nada, Bia. Mas foi surpreendente ver você
com o Marcos.
— Você me salvou! Aquele homem sabe
como hipnotizar uma mulher. Vou tomar um
banho, para tirar o cheiro dele de mim. Arg!
Entra no corredor.
Tiro os saltos, e não consigo mais segurar.
Começo a chorar.
O Joaquim estava certo quando disse tudo
aquilo sobre o David. Eu sempre fui uma idiota.
Foi só aparecer outra mulher e ele me esqueceu.
Fui uma burra! Beatriz tinha razão quando dizia
para mim que os Escobar são para foder o juízo,
e não de um bom jeito. Eu não consigo me
desapaixonar. Estou ferrada. Eu estou mais que
apaixonada por ele… eu estou amando. Eu
jamais devia ter dado continuidade a essa
loucura depois do dia que ele foi até o evento da
universidade junto ao irmão e o tio para coletar
coisas e ajudar a Ana Louise, esposa do
Henrique.
A campainha toca, seguida de batidas na
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porta.
— Liziara, abre essa porta. Sei que já está aí.
— David grita.
— Vai embora daqui!
— Se não abrir, eu a coloco abaixo. Abre
logo, porra!
Abro a porta. Ele está nervoso, seu olhar
entrega.
— Vai embora, por favor!
— A gente precisa conversar.
— Sobre o que? Como fui idiota? Ou como é
bom estar com sua amiga Poliana? Ah, já sei!
Falar sobre tudo isso, e que nada mais pode
acontecer entre a gente.
— Você quer o que? Enquanto estou
trabalhando que nem louco, você está aos beijos
com o Joaquim. E agora quer falar da Poliana?
Nosso trato sempre foi nada de relacionamento,
então não me venha falar sobre Poliana, ou a
porra que for.
— Ah... então você viu ele me beijar. Pena
que não ficou para ver eu acertar um tapa na
cara daquele outro idiota! E sim, nosso trato foi
este, mas eu me apaixonei por você. Vai me
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— David!
Ele olha para ela de toalha, e ela fica
ruborizada.
— Queremos dormir! — um vizinho grita.
— Vá embora, David. — ela diz.
— Eu não vou. Preciso terminar minha
conversa com a Liziara!
— Você está alterado, bebeu. Vai embora.
Amanhã vocês conversam. É tarde. Os vizinhos
estão reclamando. Por favor.
Ele me olha.
— Isso não acabou.
— Acabou sim, e a tempos, apenas você não
viu. — digo a ele.
— Eu vou voltar!
— Tchau, David! — Beatriz diz.
Ele se afasta e ela fecha a porta.
— Eu nunca mais quero ver esse filho da
puta! — grito de ódio.
Ela vem até a mim e me abraça, me
molhando toda.
— Amiga, vai passar. Vocês vão se entender.
— Nunca brigamos assim. Ferimos um ao
outro demais hoje. Não tem perdão. David foi ao
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limite.
— Shiu... Vou terminar meu banho. Vá tomar
banho, e depois iremos assistir algum filme e
comer besteiras. E amanhã será um novo dia.
— Um péssimo dia, pelo visto.
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Capítulo 6
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Liziara Araújo
Faz dias que não vejo o David, e não tenho a
mínima vontade de ver. Ele me magoou muito.
Foda-se se fui idiota, ciumenta, burra. Não
importa. Ele não tinha o direito de me dizer
tantas merdas como fez!
Sei pela mídia notícias dele e da família dele;
e não porque eu fico procurando, mas porque
calha de eu encontrar acessando sites, redes
sociais, essas coisas. O canalha ainda deixou
nossa foto juntos no whatsapp. Sei também que
já foi a dois eventos com a tal da Poliana. A
família dele estava junto, mas mesmo assim isso
me deixa com raiva. Ele poderia tanto ser como
o irmão dele, Henrique, um homem amoroso,
que sabe demonstrar isso. Ana Louise foi uma
mulher de sorte, e fico feliz por ela ter um
Henrique em sua vida. Já eu sou cagada no amor,
família e amizade. Bem, minha amizade com a
Beatriz continua boa, e espero que dure muito,
porque perder ela também seria demais para
mim.
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e tentando contato...
Sim, ele vive fazendo isso, mas em nenhum
momento veio realmente atrás de mim. Nada se
resolve por telefone.
— Problema dele. Eu tenho mais o que fazer.
— Eu sempre disse que os Escobar são para
foder o juízo, e não é no bom sentido.
— Estou bem, Bia. Relaxa.
— Sua mãe não te procurou mais? — ela
muda de assunto.
— Não, desde o almoço desastroso.
— Amiga, se benze, reza, ora, chama o Papa,
mas faça algo para tirar a nuvem negra de cima
de você. — ela ri.
— Palhaça. Como eu sofro! — digo
dramatizada.
— Atriz P, você precisa reagir. Não dá para
ficar vendo ele bem, e você fingindo estar.
— Atriz P? — franzo o cenho.
— Você tem uma cara de atriz pornô quando
está de óculos.
— Beatriz!
Ela ri.
— Sou sincera, meu amor! Vou tomar banho
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Sorrio.
querer.
— Merda! — digo vendo o que aconteceu. —
Quebrou. Jura? Já derrubei de tantos lugares e
uma queda idiota faz quebrar!
— Vamos com o meu.
— Relaxa. Tenho a outra chave. Essa acho
que foi a que estava com defeito já. Quando
deixei o carro na revisão deixei as duas, e depois
não sabia qual estava boa. — Deixo a bolsa no
sofá. — Já venho.
Vou para meu quarto e começo a procurar a
chave reserva.
Guardei tanto, que guardei de mim mesma!
Vou até o último lugar que pode estar, a
última gaveta da cômoda. Costumo guardar ela
embaixo das roupas… não sei porque, é uma
mania.
Puxo as roupas do fundo da gaveta e
encontro algo além da chave. Uma das armas do
David.
Na hora me vem o que ele disse quando
deixou aqui.
— Ela sempre vai estar carregada. Se algo
acontecer, jamais mostre que está armada. Pegue
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provar nada.
— Confie em mim!
Levanto e ela faz o mesmo.
Ela cochicha em meu ouvido
disfarçadamente onde está o cara. Olho e o vejo.
A luz é escura e as luzes que piscam atrapalham,
mas realmente parece o tal de Jorge. Ele sorri, e
sinto novamente o calafrio.
— Preciso limpar isso aqui. Daniel vai me
matar.
— Pegue a vassoura e eu fico aqui te
cobrindo. Não faça nenhuma loucura!
— Obrigada, Bia. Pode deixar.
Olho para o cara, e ele sai pela saída dos
fundos da boate.
Saio dali e olho para ver se a Bia me olha.
Quando ela se distrai, eu saio em direção a saída
dos fundos da boate, onde tem as latas de lixo…
nada demais além de uma rua morta que
somente saímos para pôr o lixo para fora.
Preciso saber se é ele e assim ligar para a
polícia.
Saio e a rua está um pouco escura. Não tem
ninguém. Finjo mexer no lixo.
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David Escobar
Estou na delegacia com o Cleber e Poliana.
Estamos vendo estratégias para encontrar o
Jorge do jeito Escobar.
Estou um inferno, sem cabeça para nada.
Ficar longe da Liziara está sendo difícil demais.
Só quero que esse inferno termine logo. Sei que
magoei muito a ela, e que talvez ela jamais me
perdoe, porém preciso tentar conquistar seu
perdão. Mas com a situação desse jeito, não tem
como, simplesmente não dá. Eu me sinto um lixo
longe dela, e a cada dia piora. Me prejudiquei ao
assalto no banco, mas naquele momento
descarreguei a raiva que estou guardando desde
a briga com a minha maluquinha. Estou fodido.
A porta da sala se abra fortemente. Olhamos
assustados. Marcos e Beatriz entram juntos.
Beatriz está pálida.
— Não acredito. Vivi para ver uma mulher te
denunciar, tio! — brinco.
— Eu vou acabar com sua vida, sua vadia! —
Beatriz grita.
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Capítulo 7
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Liziara Araújo
Acordo um pouco zonza e com dor de
cabeça. Meu estomago está embrulhado. Meu
corpo, dolorido. Tento me mexer, mas estou
completamente imobilizada. Olho ao redor e não
reconheço o lugar que estou. É um quarto, e não
parece ser de um hotel, mas de um apartamento
ou casa.
Onde estou?!
Tento me soltar, porém não consigo.
A porta do quarto é aberta. Jorge entra
sorridente. Seu olhar é assustador. Parece um
louco.
— Até que fim acordou, branquinha.
— O que você quer comigo?
— Com você? Nada. Mas com seu
namoradinho, tudo.
— Eu não sou namorada do David, seu
idiota.
— Não me engane. Ele é louco por você, o
que te torna importante para mim.
— Me solta, seu filho da puta! — grito.
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irmã.
Ele se aproxima e acerta um tapa meu rosto,
fazendo a cadeira em que estou se arrastar um
pouco. Sinto a ardência e a dor do lado direito do
meu rosto.
— Filho da puta! Vai se arrepender por ter
feito isso! — digo com raiva.
— Sua voz me irrita, garota! — ele grita. —
Vou sair, e não tente nada. Como eu disse, essa
cidade é minha, e meus parceiros estão ao lado
de fora. Nenhum deles tem um pingo de
consideração quando veem uma mulher jovem,
gostosa e teimosa. Não irei impedi-los de
abusarem de você. Então tome cuidado, aqui
ninguém tem pena de nada. — Ele segura meu
rosto com força e solta bruscamente.
Sai do quarto e fecha a porta com força.
Desgraçado.
Por que fui tão teimosa ao ponto de me
colocar em perigo? Que inferno. Minha mania de
ser impulsiva só me prejudica!
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David Escobar
Estou exausto. Já rodei a cidade inteira atrás
de pistas e não encontro. Deixei a todos em
reunião antes de sair horas atrás. A notícia já
vazou na mídia devido a confusão que ficou na
boate pelo desespero da Beatriz. Os pais da
Liziara me ligam sem parar, e não sei o que
dizer. A delegacia está uma zona de repórteres
na porta. Tudo está uma confusão em poucas
horas. Eu me sinto o verdadeiro culpado de
tudo. As câmeras da boate não revelam nada que
possa ser usado. Estou uma pilha de nervos
prestes a explodir.
Estou na estrada, mas meu pensamento está
longe. Não sei o que ela está passando e nem se
está viva ainda. Não sei mais o que pensar.
Meu celular começa a tocar novamente, e
pego no bolso para ver quem é. O nome da
minha mãe aparece na tela, mas não tenho
tempo de atender. O volante gira sem meu
controle. O celular cai. Tento controlar o volante,
mas não consigo. Vejo o acostamento da estrada,
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— Débora? — pergunto.
— O que você faz aqui, David? Meu Deus,
você está sangrando. Droga, olha seu carro! Você
está bem?
— Calma, eu estou bem. O que você faz essa
hora por aqui?
— Estou vindo da casa da minha mãe.
— E sozinha? — Eu me controlo para não
gritar com ela.
— Sim. Nada demais.
— Você é esposa de um policial, porra!
Trabalha para um juiz. Tem merda nessa
cabeça?
— Talvez eu tenha um pouco. E se contar
para o Cleber que resolvi voltar a esta hora, eu te
mato, e ninguém vai encontrar os vestígios.
Agora vamos dar um jeito nisso. Não vou te
deixar sozinho aqui!
— Começa ligando o pisca-alerta do seu
carro!
— Ótima ideia.
Ela se afasta.
Débora é uma ótima amiga de anos, porém
as vezes é pior do que uma criança. É louca!
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Liziara Araújo
Estou cansada. Tento me manter acordada,
mas não consigo. Está amanhecendo, vejo pelas
frestas da janela. Estou dolorida. Meu estômago
implora por comida.
Eu preciso dar um jeito. Não vou aguentar
ficar muito tempo aqui. Eu devia ter pego a
arma, mas fui idiota!
Beatriz deve estar desesperada e deve ter
ido atrás do David. Ele deve estar me achando
uma louca agora, porque eu estou me achando
louca.
Esse cara é mais louco do que eu pensei.
Esfrego os pulsos para tentar lacear a corda,
mas não adianta, apenas me machuca mais.
— Filhos da puta, isso não vai ficar assim! —
grito irritada.
Foda-se! Se entrei na chuva, não vou me
proteger. Vou me molhar e encarar a
tempestade, custe o que custar!
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Capítulo 8
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Liziara Araújo
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David Escobar
Três dias de puro inferno, mas amanhã é o
grande dia. Recebi informações pelo Cleber, que
a cidade no interior do estado que o Jorge
comandava continua sob controle dos homens
dele. É uma cidade muito pequena e bem
perigosa. Os policiais têm receio de invadir o
lugar, porque na última invasão, na qual eu
participei, houveram muitas vítimas feridas. O
lugar talvez seja pior que o inferno. E é lá que
temos certeza que ele esconde a Liziara. Não
estou fazendo isso dentro da lei, estou colocando
meu tio e meu amigo em perigo e arriscando
nossas carreiras; mas se fossemos agir dentro a
lei, chamaria mais a atenção e isso pode ser
perigoso. Cada Escobar está com uma função
para que nada de errado. E cada membro fora da
família que vai participar, também. Nada pode
dar errado, qualquer desvio pode colocar tudo a
perder. Estou arriscando minha carreira, mas
por ela vale tudo.
Descobri que meus homens, que ficaram
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Capítulo 9
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David Escobar
Estamos agoniados à espera de notícias da
Débora. Eu devia estar louco ao permitir a ida
dela. Agora são duas correndo risco. Estou
tentando me concentrar nas papeladas na minha
mesa, mas não consigo. Outros casos precisam
de mim. As horas estão passando e nada de
notícias. Temos que pegar a Liziara hoje. Eu não
aguento mais esse inferno. A cidade que Jorge
comanda é pequena, porém pode ser difícil
encontrar ela...
Porra, é isso!
— Cleber! — grito por seu nome.
Ele entra rapidamente na sala, junto a
Poliana.
— O que aconteceu?
— Eu sei onde ele deixou a Liziara. Débora
só precisa nos dar certeza.
— Onde? — Ele pergunta
— Quando invadimos aquele lugar, ele tinha
um prédio de seis andares ao lado de uma
lanchonete. Era ali que ele morava, fazia o
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Liziara Araújo
Algo está acontecendo. Está tudo muito
calmo aqui dentro, porém lá fora está bem
movimentado, vi pela janela. Não escutei os
homens do Jorge e nem ele retornou aqui.
Preciso pensar com calma. Se tem uma coisa
que aprendi muito bem nesses dois anos ao lado
do David, é que nenhum crime é perfeito,
sempre tem falhas. Jorge deve ter deixado falhas
e irei descobrir, pois será minha chance de
sumir deste lugar, porque não aguento mais.
Escuto um falatório estranho, parece ser voz
de mulher e está aqui dentro.
— Me solta, seus desgraçados! Socorro! Eu
quero sair daqui. Vocês vão se arrepender de
terem feito isso. Eu vou sair daqui, e minha vai
irmã vai junto! Vocês mexeram com a família
errada! Me soltem!
A porta do quarto se abre e me assusto.
— Jorge vai amar descobrir isso! — um dos
homens dele diz com um sorriso malicioso.
Um outro surge e joga uma pessoa que eu
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bota.
Saímos correndo do banheiro e nos
sentamos na cama.
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David Escobar
O caminho até essa maldita cidade foi um
inferno. Porém agora estou me aproximando, a
cada quilometro sinto meu coração acelerar.
Nunca senti isso antes.
Os outros vão ficar alguns quilômetros atrás
à espera do sinal para virem.
Uma moto sai do matagal e surge na minha
frente. O cara está armado. Ele desce na moto.
— Desce do carro, porra! — ele grita.
Saio do carro com a arma na mão, pois faz
parte do plano.
— Delegado! — ele diz sorrindo. — Muito
otário mesmo para aparecer aqui. — ri —
Coloca a arma no chão... Vai, caralho! — ele
grita e aponta a arma para mim.
Eu me abaixo lentamente, indicando que
colocarei a arma onde pediu, mas quando estou
próximo de encostar ela no chão, miro em sua
perna direita e atiro em seu joelho.
— Filho da puta! — ele grita e cai no chão.
— Isso é pelo xingamento! — Dou outro tiro
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ele.
Seu olhar tem ódio. Ele mira a arma em mim.
— Esperei tanto por esse dia. Porém, você
atrapalhou minha festa. Todos estão lá
comemorando, e eu aqui. Isso é errado… sou o
rei deles, o prefeito que amam. Eu planejei tudo.
Pesquisei cada ponto de vocês. Infiltrei pessoas
dentro da boate que ela trabalhava. Na cadeia já
recebia informações de vocês. Foi tão fácil. Tudo
foi esquematizado. Nada poderia dar errado. E
vejam só, não deu. Você deixou muitas brechas,
delegado. — ele gargalha. — Sua princesinha é
ingênua. Descobri todos os pontos fracos dela, e
o principal é a família. Não teve atenção dos pais
desde cedo, e claro que faria qualquer loucura
por aquele que ama. Tão burra. — Ele acaricia o
rosto dela, e ela vira o rosto bruscamente. Um
ódio me consome. Tento me aproximar, mas ele
vira a arma para ela, me fazendo recuar.
Porra, tenho que ser frio, não posso colocar
tudo a perder!
— Você ficou mais louco do que já era...
SOLTA ELAS, SEU FILHO DA PUTA! — Empurro
ele com força, e ele se equilibra para não cair. —
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— Maldita!
Ela se vira para ele e dá um soco em seu
rosto. Chuta a mão dele, que está com a arma, e
ela cai no chão.
— Filho da puta! — ela grita para ele quando
o mesmo chuta sua perna.
— Poliana, não! — grito para ela quando
vejo que vai atirar, mas não há a menor chance
de acertar o Jorge.
Ele consegue recuperar a arma de uma
forma muito rápida e começa uma luta com a
Liziara. Tento me aproximar, mas meu tio me
segura. Os outros homens já estão no chão.
— Me solta! Essa arma pode disparar! Me
solta, porra! — Cleber ajuda a me segurar.
— David, não! — Débora grita.
E então um barulho que conheço muito bem
ecoa. Sinto meu mundo congelar. Quero gritar,
mas não consigo. Não...
Liziara está com os olhos arregalados. Ela e o
Jorge caem no chão. Ambos repletos de sangue,
Eles me soltam. Meu peito dói fortemente.
Poliana olha assustada. Débora se aproxima
deles e se joga ao lado da Liziara.
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rosto.
Fico olhando e rindo.
— David, não vai fazer nada? — Marcos grita
e sorrio.
— Deixa um pouco. Liziara merece isso, e
Poliana ainda mais. — Sorrio.
— Porra! Você é foda, delegado! — Henrique
diz, segurando a Liziara.
Meu tio segura a Poliana, que está com a
boca sangrando e com o rosto todo vermelho e
arranhado.
— Eu vou te processar, sua puta! — Poliana
grita.
— Tenta! Tenta, porra! Mete processo ou o
caralho que for, que sou capaz de te arrebentar
na frente do Juiz, do Papa, ou o que for. Não
tenho medo de você. E puta, é somente você.
— Na verdade você já fez isso na frente de
um Juiz! — Meu tio diz a ela, e sorrio mais ainda.
— David, essa maldita! Como pode? Eu toda
linda. Vim de longe para tentar uma chance com
você que sempre foi louco por mim na faculdade.
— Poliana diz chorando.
— Eu? Louco por você? Poliana, eu sou louco
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Capítulo 10
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Liziara Araújo
Estou ainda muito assustada com tudo o que
aconteceu. Os Escobar conseguiram abafar o
caso e tirar um pouco do foco da mídia. David
recebeu uma advertência… uma bronca para
melhor dizer. E tudo isso eu sei através da
Daiane, que veio me visitar junto a Paula. Depois
de tudo eu vim para casa, e a Bia tem me
ajudado. A fraqueza já passou, me alimentei
bem, porém será um pouco complicado tirar
aquele momento da minha mente. Dormir noite
passada foi difícil, e fiquei revivendo o momento.
David não veio me ver, deve estar ocupado
resolvendo a bagunça. O que mais me irrita é
saber que a culpada de destruir minha vida com
o David teve a cara de pau de ir até aquele fim
do mundo me ajudar. Quando ataquei o Jorge foi
porque a raiva me subiu à cabeça. Fui louca,
irresponsável e orgulhosa, porque não queria ter
ajuda dela, e por isso o ataquei; mas se eu disser
que me arrependo, estarei mentindo. Meu único
arrependimento é ter me apaixonado por um
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— Folgada.
— Sempre.
Ele se aproxima e me pega no colo.
— David! — grito rindo.
Ele caminha comigo em seus braços até o
quarto, onde me coloca com cuidado na cama e
fecha a porta.
Ele sobe em cima de mim com cuidado.
— Eu te amo, meu delegado.
— Só seu, minha maluquinha. Eu também te
amo, meu amor.
Sua boca ataca a minha com uma gostosa
necessidade. Como eu senti falta do beijo dele!
Sinto um frio na barriga. Ele esfrega sua ereção
em mim, e isso me deixa excitada. Solto um
gemido involuntário. Agarro seu cabelo e puxo
com força, e o safado gosta.
— Eu deveria te prender por puxar meu
cabelo desse jeito. — ele diz com a voz rouca de
desejo.
— E o que diria em sua defesa? Afinal, quem
me colocou na cama e me atacou foi você. E tem
mais, não pense que isso é sexo de reconciliação,
porque não sou dessas… ainda estou puta de
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meu corpo!
— Amor, eu tenho que me trocar. Não tem
nada demais, foi apenas uma coisa que reparei,
nada demais.
— Como assim nada demais? Se reparou é
porque está grave. David, você como delegado é
um bom observador, não iria dizer isso à toa.
Diga logo! — Largo o pote de nutella e a colher
na pia.
— Deixa eu me trocar primeiro.
— Você está fugindo do assunto... Fala logo!
— Está bem. — Ele respira fundo. Até parece
que vai dizer a rainha da Inglaterra que o cabelo
dela está péssimo. — Desde que estávamos no
quarto eu notei, e agora percebi ainda mais. Seus
seios estão maiores, seu quadril um pouco largo,
e você sempre teve a barriga lisa, mas ela está
parecendo um pouco inchada...
— David Escobar, você está me chamando de
gorda?!
— Não... Eu apenas quis dizer que seu corpo
está mudado.
— As características foram basicamente me
chamando de gorda!
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dela.
David para na minha frente e segura minha
cintura.
— Amor, eu não te chamei de gorda. Não
precisa surtar. Apenas fiz um comentário
inocente. Porém quero te fazer uma pergunta
séria.
— Faça.
— Você está tomando regularmente o
anticoncepcional?
Engulo a seco. Acho que fiquei pálida porque
ele me olha estranho. Eu me afasto e me sento
no braço do sofá.
— Anticoncepcional?
— Sim.
— Aquele que evita gravidez?
— Liziara...
— Claro... Estou tomando certinho. Afinal
você confiou em mim, pois sou a única que você
foi para a cama sem camisinha. Eu jamais, em
hipótese alguma eu ferraria com tudo...
— Não confiei no que disse, mas irei deixar
passar porque tenho que ir. — Ele me dá um
beijo — Tenho que me trocar.
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Capítulo 11
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Liziara Araújo
Faz alguns dias desde o sequestro e estou
mais calma. David não desgruda de mim, e amo
isso, sua preocupação, amor e carinho sem
limites. Ainda estou afastada da boate… Daniel
preferiu assim até eu me recuperar totalmente.
As pernas já não doem mais, porém o que as
vezes acontece são alguns enjoos, mas é muito
raro… e, sim, eu estou com medo sobre o que
pode estar causando os enjoos; o que me deixa
longe dos hospitais e farmácias, porque a única
coisa que se passa na minha cabeça é gravidez, e
estou apavorada que seja isso, afinal minha
menstruação está atrasada, e pelas minhas
contagens a dois meses. Louca por ainda não ter
feito um teste? Sim, eu sou. Mas, eu irei fazer,
estou criando a coragem que me falta. Se o David
sonhar que eu comecei a me atrapalhar com os
horários do anticoncepcional e esquecia de
tomar devido ao trabalho na boate, que me
gerava muita canseira e me tirava muito tempo,
e o tempo livre eu queria saber de dormir, estar
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pego.
— Na piscina? Que cachorro! Irei focar na
parte que agora ele está comigo. — digo e elas
riem. — Mas eu pensei em um determinado
lugar... Droga. Por que ele não puxou ao tio dele?
Esse sim tem cara que não liga para fazer certas
coisas em lugares inapropriados. — Daiane ri.
— Sorte sua que não puxou ao meu tio.
Aquele ali é o pior de todos da história da
safadeza. Ele é dono do cabaré todo. São tantas
cenas que vi sem querer e que fui obrigada a
ouvir da boca dele, que sinceramente, tenho até
nojo. Não é algo que uma sobrinha quer ver ou
saber do tio. Uma vez peguei ele na sala dele
com a Débora...
— Com quem? — Beatriz quase grita.
— Vocês não sabiam? — franzimos o cenho
— Ele e ela tiveram um relacionamento a anos
atrás... Bom, eles diziam que era apenas um caso
e nada mais, porém não era o que parecia...
Enfim, o assunto é o David. Você quer algo
romântico e sensual. Por que não vão para a
fazenda da família? Lá é lindo para isso. Ou a
casa de praia.
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David Escobar
É tarde, estou praticamente só na delegacia.
Não fui ainda ver a Liziara, mas depois daqui
irei. Estou cansado. Quero férias, eu preciso de
férias.
Meu celular toca. É a Liziara.
— Oi, meu amor. — digo a ela.
— Está na delegacia? Me diz que sim!
— Estou. Por que?
— Está sozinho?
— Estou... Mais ou menos, tem policiais, e
mais ninguém.
— Ótimo. Eu já imaginava. Estou entrando.
— ela desliga.
O que está acontecendo?
Minutos depois a porta se abre. As persianas
estão fechadas. Ela entra. Está com um
sobretudo preto, saltos altos, bolsa. E isso até
seria sexy se não fosse preocupante.
— Amor, está um calor terrível lá fora. Por
que está...
Não tenho tempo de dizer. Ela retira o
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provocando.
Pego ela no colo e caminho até minha
cadeira. Coloco ela no chão. Eu me sento na
cadeira e puxo-a para se sentar em meu colo de
costas para mim. Assim que ela senta, afasto
suas pernas, e sem cerimonias, invado sua
entrada com um dedo enquanto aperto um de
seus seios. Ela grita, e pouco me fodo para quem
vai ouvir. Faço um vai e vem com o dedo, e ela se
abre mais para mim. Desço a outra mão e
massageio seu clitóris. Ela tenta fechar as
pernas, mas a impeço. Meu pau está cada vez
mais duro e irei gozar nas calças se ela rebolar
mais um pouco em meu colo como faz.
— David, eu vou...
Escuto barulho na fechadura da porta. Tiro
rapidamente meu dedo de dentro dela. Ela se
levanta, assustada, e se coloca embaixo da minha
mesa. Eu me ajeito e tento esconder a porra da
ereção que estou, mas não resolve muito… justo
hoje vim com uma calça bem justa.
Cleber entra na sala e finjo estar olhando uns
papeis. Coloco os pés em cima da mesa, para
tentar esconder mais a ereção.
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Liziara Araújo
É sexta-feira. David e eu, junto aos Escobar e
a Beatriz, estamos na fazenda da família que
ninguém vem a tempos. É tudo lindo como já
poderia se imaginar. Dona Paula não quis vir, diz
ainda não estar preparada para vir para cá sem
o falecido esposo, Joseph, pois quando recebeu a
notícia da morte dele, ela estava aqui. E desde
todos esses anos, nunca mais quis vir para cá.
É noite e faz um pouco de frio. Estamos ao
redor de uma fogueira, contando histórias,
rindo, comendo marshmallow e nos divertindo
bastante. Estou no meio das pernas do David.
Henrique tem a cabeça deitada no colo da Ana.
Daiane e Bia estão juntas em um cobertor, e
Marcos está deitado com a cabeça nas minhas
pernas. Yasmim, a filha do Henrique e da Ana
está dormindo lá dentro, mas a babá eletrônica
está aqui para qualquer alerta.
— Então, qual era a novidade que queria nos
contar, Liziara? — Ana pergunta animada.
— Contarei se prometerem não rir.
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sussurro.
— Eu sei. Também fiquei quando engravidei.
É difícil ser mãe quando não teve um bom
exemplo. Minha mãe, todos sabem que nunca me
suportou, mas tem coisas que nunca contei a
ninguém, mas sinto que devo te contar. Quando
pequena ela nunca me fez uma festa sequer de
aniversario, e nem me dava parabéns. Certa vez
escutei ela dizer ao meu pai que eu fui o pior
erro dela, e ele concordou. Eles nunca quiseram
ter filho, mas aconteceu. Nunca foram a
nenhuma apresentação escolar minha, nem ao
menos a minha formatura da faculdade. Sempre
odiaram eu ter escolhido Direito Criminalista...
Yasmim dorme mamando e ela retira a
mamadeira.
— Quando conheci o meu ex-noivo, Rodolfo,
o seu antigo professor. — ela sorri — Eu
trabalhava, estudava e mantinha a vida dos
meus pais, que só queriam meu dinheiro. Mas
então quando fui morar com ele, decidimos que
eu deixaria o emprego e focaria na faculdade e
ele me ajudaria; e foi neste momento que tudo
piorou. Eu não tinha mais dinheiro para oferecer
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— O que foi?
— Liziara, há quanto tempo a sua
menstruação está atrasada?
— Dois meses... por ai.
— Eu não acredito. Então quando você se
meteu em perigo, lutou com o Jorge e sabe se lá
o que mais aprontou, estava gravida! Eu vou te
enforcar! — ele diz nervoso.
— Em minha defesa, ainda não confirmei
que estou gravida.
— Quer mais provas? Menstruação atrasada,
enjoos, engordando, comendo mais que o
normal e ficando bipolar não são o suficiente?
— Em minha defesa? Não. Apenas amanhã
cedo depois do teste você surta... Nossa, estou
com um sono. — Eu me viro para o outro lado.
— Isso não acabou. Depois desse teste você
vai ao médico, e pode ter certeza que vai
implorar para eu te deixar, porque serei mais
protetor do que nunca, porque você é louca! E
pode esquecer sexo, porque não irei machucar
nosso filho.
— David, isso é demais! Mulher gravida pode
fazer sexo, porém tem que ter mais cuidado.
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Capítulo 12
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Liziara Araújo
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Meses depois...
Estou com quatro meses. Minha barriga já é
notável. E como não seria? Estou gravida de
gêmeos. Isso mesmo. David quase morreu
quando soube, e eu desmaiei, literalmente. Mas
aos poucos nos acostumamos com a ideia. Ainda
não sabemos o sexo, porém Marcos provoca
dizendo que serão duas meninas para arruinar a
vida do David, e ele diz que se isso acontecer é
porque está pagando os pecados.
Hoje vou almoçar com ele. Irei me encontrar
na delegacia, onde acabo de chegar.
Saio do carro sem esperar pela porta ser
aberta pelo Alex, contratado pelo David e
escolhido pelo Luciano e Simon, seguranças
mais velhos da família. Ele está ao meu dispor a
todo momento.
Encontro Cleber na entrada. Ele me
cumprimenta.
— Quem matou? — ele brinca.
— Vim para matar o que está me matando.
— A fome. Adivinhei?
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— Totalmente. — sorrimos.
— David está ocupado agora, mas entre e
espere na sala de reuniões se preferir.
— Certo. — Olho para ele e percebo que não
está de farda. — Folga?
— Não. — Ele sorri. — Não sou mais policial.
— Que?! Como? Por que? — pergunto
preocupada.
— Vim trazer a notícia ao David. Sou o mais
novo investigador da delegacia.
— Ai que maravilha!
Dou um abraço ele.
— Parabéns. Você merece.
— Obrigado! Agora entre, se David te pegar
aqui, me enforca e te enforca.
— Nem me lembre. Boa sorte na nova
carreira. Mande a Débora ir me visitar, ela some.
— Mando sim. — Ele me da um beijo no
rosto. — Até mais.
— Até mais! — Ele se afasta.
Entro na delegacia. Cumprimento algumas
pessoas que já me conhecem.
Eu me aproximo da sala do David ,e ele está
saindo com uma moça chorando
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— Vamos almoçar.
— Vamos sim.
Ele olha para trás de mim e xinga.
— Porra, estou pagando meus pecados!
Vocês novamente! Acho que vou dar um jeito de
contratar vocês, já se tornaram parte de mim!
João Ricardo e Maximiliano, o que aprontaram
agora?
Eu me viro e sorrio.
Desde que conheço o David, perdi as contas
quantas vezes vierem parar aqui.
Cleber está com eles e sorri.
— Tinha que trazer os dois até aqui dentro
antes de sair. Não resisti. Pedro trouxe eles, mas
eu tive que fazer essa honra. — rimos.
— Senhor, esse moço implica muito! Toda
vez nos pega. A gente dessa vez não fez nada. —
João Ricardo diz.
— Não fizeram nada? Santos, claro! — David
fala. — Leve eles para sala. E chame Pedro para
relatar o que aconteceu.
— Esses vão entrar para o livro de recordes
de tanto que estão vindo aqui! — Cleber fala.
— Senhor, livra nós! — Maximiliano pede.
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Epílogo
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Liziara Araújo
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Tempos depois...
David está na delegacia e eu estou na casa da
Dona Paula. Meus pais tiveram que viajar com
urgência, e com a Bia trabalhando, David ficou
com medo de me deixar sozinha, porque estou
nos dias finais da gravidez. Meu médico disse
que tenho como ter o parto normal, pois as
minhas meninas Laura e Helena, estão na
mesma posição. Fiquei muito feliz, pois meu
sonho é o parto normal.
Estou deitada na cadeira embaixo do guarda
sol na beira da piscina. Marcos e Daiane estão na
piscina. Dona Paula está trabalhando. Ana foi
levar a Yasmim ao médico, pois ela está
gripadinha; e o Henrique, assim como o irmão,
está trabalhando.
Marcos se empoleira na beira da piscina.
— Se o David sonha que está de biquíni e
comigo na casa sem ele, eu terei minhas bolas
cortadas. — Ela brinca e eu rio.
— Com toda certeza. Mas seria divertido. —
Provoco. Ele me joga água e Daiane ri.
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fez.
— Eu também não...
Ele se afasta e caminha até onde as meninas
estão. Sorri emocionado. Helena dorme,
enquanto Laura está bem acordada.
Ele segura as mãozinhas delas com fitinhas.
— Minhas princesinhas. — ele diz e enxuga
as lagrimas.
— Parece que cada uma será uma mini nós.
— digo enquanto ele pega a Laura no colo que
começa a chorar, mas ele a acalma.
— Por que diz isso? — pergunta sorrindo
para ela e acariciando seu rostinho.
— Laura é bem agitada, brava, e os olhos
bem azuis. Helena é calma, sorridente, se deixar
come toda hora, e tem os olhos escuros como os
meus.
— Então quer dizer que você é uma mini
David. — ele diz a Laura e sorrio. — Estou
fodido! — me olha assustado.
— O que foi?
— Duas meninas, uma mulher e uma irmã!
Estou fodido.
— David, olha a boca perto delas! — Ele dá
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de ombros.
Helena acorda e começa a chorar. David me
entrega a Laura e pega a Helena.
— Outra princesa do papai. — Ele dá um
beijo nela. — Sabe, princesinha, acho que já está
na hora do papai algemar de vez sua mamãe, e
prender ela totalmente a mim.
Olho para ele franzo o cenho.
— Será que a mamãe aceita casar comigo e
ser oficialmente uma senhora Escobar?
— O que? — Lembro da Laura e olho para
meu colo.
— Amor, cuidado. — ele diz sorrindo. —
Pelo visto papai terá que ficar de olho nas três,
ou receberei ligações de que estão no hospital.
— David, eu ser o que?
— A senhora Escobar. Aceita? — Ele pega no
bolso da calça uma caixinha e me entrega. —
Não aceito não como resposta. — Sorrio
emocionada.
Abro a caixinha e vejo o lindo anel dentro
dela.
— Então Laura, acha que a mamãe deve
aceitar? Se eu tiver que aceitar, você chora. —
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Brinco.
— Se ela não chorar? — David pergunta.
— Então não casarei. — provoco.
Ele se aproxima com cuidado para não
derrubar a Helena de seu colo. Coloca a boca no
ouvido da Laura e diz algo bem baixo, não é
nítido. E por incrível que pareça, ela começa a
chorar.
— David! — repreendo ele. — O que você
fez?
— É, parece que tenho uma cumplice já.
Ele coloca a Helena no lugar dela e pega a
Laura, fazendo o mesmo.
Pega o anel e coloca em meu dedo.
— Futura senhora Escobar. — Ele me dá um
beijo nos lábios que me deixa louca.
— Epa! Não esqueça do que o médico disse.
Quarentena, Liziara. — Marcos entra sorrindo.
— Mentira? — David pergunta e eu nego.
Marcos para ao lado dele e bate em seu
ombro.
— É, meu sobrinho. Duas filhas e sem sexo.
Não queria estar na sua pele.
— Eu realmente estou fodido! — David diz
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uníssono.
Essa família vai ser minha loucura e minha
maior alegria.
David me dá uma piscadela, e então se
aproxima enquanto todos estão admirando as
meninas. Ele cochicha em meu ouvido:
— Sexo oral não deve ter problema. — Sinto
um arrepio no corpo, e tenho certeza de que
fiquei vermelha.
— Eu ouvi. — Marcos fala. — Acho que não
tem problema, e que não custa nada tentar.
Começamos a rir e todos nos olham sem
entender.
Eles estão aqui. Pela primeira vez estão
perto de mim em um momento muito especial.
— Mãe, pai, venham!
Fim
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Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus por mais
um sonho realizado, e por sempre me dar forças
e alegrias no decorrer do caminho.
Obrigada a Editora Angel, mais uma vez, por
acreditar no meu trabalho.
Obrigada ao senhor Google, por me ajudar
em diversas dúvidas.
Um obrigada bem especial a um alguém que
me ajudou muito, inclusive nas inspirações.
Minhas amadas betas e amigas, Liziara
Araújo e Beatriz Ferreira, muito obrigada por
todas as dicas, inspirações e por aguentarem
minhas loucuras por essa série, e entrarem na
loucura também.
Obrigada as minhas leitoras da plataforma
Wattpad, que me animaram e me deram carinho
e muito amor, e tornaram a série Escobar um
sucesso.
Obrigada a blogueira Joyce Penedo por
apoiar sempre meu trabalho, e estar apoiando
recentemente a série e divulgando em seu blog
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Livros Encantos.
Meninas do grupo fechado no facebook e do
Whatsapp, obrigada a vocês também, pois são
demais.
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WWW.EDITORAANGEL.COM.BR
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