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Copyright © 2021 Alíssia Khalyne

Demétrio | Trilogia D’Saints - Livro II

1ª Edição

REVISÃO: Carina Barreira e Alíssia Khalyne


DESIGN CAPA: Ester Costa
DIAGRAMAÇÃO: Alíssia Khalyne

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens,


lugares e acontecimentos descritos são produtos
da imaginação da autora. Qualquer semelhança
com nomes, datas e acontecimentos
reais, é mera coincidência.

São proibidos o armazenamento e/ou a


reprodução de qualquer parte desta obra através
de qualquer meio — tangível ou intangível —
sem o consentimento escrito da autora.
A violação dos direitos autorais é crime
estabelecido pela lei nº 9.610/98 e punido
pelo artigo 184 do Código Penal.

Todos os direitos reservados.


Edição Digital | Criado no Brasil.
Uma obra de Alíssia Khalyne
Sinopse
Contato com a autora
Observação
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Epílogo
Agradecimentos
Sinopse
Manuela Peterson, uma moça gentil e sonhadora, uma modelo que está no
ramo desde pequena, hoje, faz muito sucesso nas passarelas das maiores lojas
de grifes. Sempre esteve com um sorriso no rosto, até se relacionar com seu
atual namorado, um abusador, que não a deixa fazer o que mais gosta,
desfilar. Manuela não tem forças para sair desse relacionamento conturbado,
que só a desgasta a cada dia psicologicamente e fisicamente, até Demétrio
D'Saints aparecer, e ocupar seus pensamentos e tudo mudar.
Demétrio D'Saints, o gêmeo do meio dos trigêmeos, é o mais observador e
sensato, quando quer. Leva uma vida de solteiro muito bem, obrigado, e se
sente confortável em ter sexo casual, sem compromisso algum. Junto com
seus outros gêmeos, fundaram uma das empresas mais lucrativas de Milão,
com suas fragrâncias únicas e exclusivas.
Os trigêmeos D'Saints são conhecidos pelo mundo dos negócios e pelas
revistas de fofocas. Apesar da vida de solteiro que vive, pensa em um
relacionamento sério, e quando bate seus olhos em Manuela, sabe que ela é a
mulher certa.
Contato com a autora

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Dedicatória
Dedico esse livro ao meu esposo que me incentiva a continuar
escrevendo, me dando dicas e sugestões, acompanhando tudo de perto, me
dando todo o apoio e suporte. À minha mãe que leu meu livro, e me ajudou
bastante com dicas para melhorar minha escrita, com alguns pontos soltos e
me deu total apoio, dizendo que sou capaz de escrever um livro. E aos meus
leitores.
Para as minhas parcerias:
Isa, Isis, Lorena, Skarlat, Aline, Autora Candy Boss, Autoras Lis, Cíntia,
Daiany, Dayana, Ella, Giovanna, Hylanna, Íris, Juliana, Karine, Lais, Luana,
Paty, Susana e Zayra.
E as minhas betas maravilhosas:
Isabella, Isis, Lorena e Skarlat.
Observação

O livro traz temas, como:


Incesto, estupro, relacionamento abusivo, aborto, crises de ansiedade e
violência. Quem não se sente confortável com leituras com esses temas,
aconselho a parar sua leitura aqui. As cenas podem despertar gatilhos, por
isso não aconselho a ler. Mas quem quer seguir em frente, boa leitura!
Lembrando que a autora não romantiza nenhum desses temas
acima.
Capítulo 1

Entro no meu apartamento, com um suspiro e coração acelerado, temendo


pelo que Enrico vai falar. Fecho a porta do apartamento e o vejo assistindo tv,
com um balde de pipoca na mão, bastante entretido. Engulo em seco,
sentindo minhas mãos trêmulas e o coração acelerado. Fico alguns segundos,
parada, olhando o perfil do seu rosto, vendo se ele me nota. Seguro forte
minha bolsa, com um medo extremo.
— Oi, amor. — Escuto sua voz, fria e sem emoção.
Sinto minhas mãos suadas e meu estômago embrulhar.
— Oi, querido. — Dou um sorriso, nervosa.
Ele nem olha para mim, continua seu olhar na tv. Viro-me e deixo minha
bolsa em cima da mesinha ao lado da porta, com as mãos trêmulas e um
pouco suadas. Respiro fundo e o olho.
— Vai ficar aí parada? — Me fita com seus olhos escuros, totalmente
irritado. — Ou vai me falar o que se passa nessa sua cabecinha desmiolada?
Rapidamente sacudo a cabeça negando.
— Não sabia que iria vir. — Me aproximo, com as pernas trêmulas.
— E onde mais eu estaria? — Me olha, erguendo a sobrancelha.
— Não sei. Você mal vem me ver. — Abaixo a cabeça, cutucando minhas
unhas.
— Porque você ultimamente só faz discordar de mim. — Sua voz sai
irritada.
Sinto uma palpitação forte dentro do peito.
— Eu não fiz nada de mais — murmuro, mexendo em minhas unhas,
sentindo minhas mãos trêmulas.
Ele solta uma risada fria e me olha.
— Só o fato de você discordar de mim, já me irrita e me deixa puto. — Me
fita de cara feia.
Continuo calada, não querendo criar outra briga, eu o amo.
— Você sabe que eu odeio quando você faz algo que eu não gosto. Parece
que faz de propósito. — Seus olhos negros me fitam. — E eu não queria que
você fizesse, sua ridícula. — Se levanta de maneira brusca, me assustando.
— Odeio quando faz algo contra minha vontade.
Minhas mãos começam a suar.
— Soube hoje, pelo meu querido sogro, que você foi chamada para ser
uma das modelos principais da Victoria’s Secret. — Sua voz sai fria.
Merda, ele descobriu. Meu corpo começa a tremer, e uma ânsia de vômito
me bate.
— E-eu... ia te contar — murmuro nervosa.
— Ia contar porra nenhuma! — Se altera, me fazendo tremer. — Você
sempre faz isso, gosta de me irritar, me ver alterado.
— Me desculpa... e-eu. — Começo a chorar.
— Você vai negar essa merda. Não vai desfilar nessa porra de desfile!
Acha que vou aceitar você andando nua pela passarela? Hein, Manuela?
Responde! — Grita, jogando o balde de pipoca no chão.
Pulo do susto, chorando desesperadamente.
— Enrico... e-eu... eu não posso negar. — Sinto meu corpo trêmulo.
Ele sorri de modo frio e me olha.
— Se for naquela merda de desfile, eu termino com você! — Me olha com
muita raiva. — Não vou aceitar mulher minha desfilando de lingerie para o
mundo inteiro ver. — Me fita, frio. — Eu termino com você, Manuela.
— Não, não, não! — imploro indo até ele chorando. — Eu... eu não faço
parte do desfile.
Ele se afasta de mim, me causando mais dor e desespero.
— Vou pra casa esfriar a cabeça. — Pega a chave do carro.
— Por favor, não me deixe! — Vou até ele, com lágrimas nos olhos.
Ele abre a porta do apartamento e me olha.
— Para de falar merda, Manuela. Não estou com paciência — fala,
impaciente.
O vejo sair e bate à porta com força. Sinto minhas pernas fraquejarem e
caio de joelhos no chão, chorando, sabendo que tudo isso é minha culpa.
— Você está muito aérea. — Escuto Amy falar.
Termino de tomar meu milkshake e a olho. Amy é minha melhor amiga e
cunhada. Sempre nos demos bem, na verdade, é a única pessoa da família de
Enrico que se mostrou gostar de mim de verdade. Meus sogros nunca
mostraram simpatia por mim, só na frente de outras pessoas para mostrar que
nos damos muito bem, mas a verdade é que nenhum dos dois sente simpatia
por mim, e não sei o porquê disso. Sempre fui uma moça gentil e educada,
nunca destratei ninguém, sempre amável e simpática. Com Amy é totalmente
diferente, ela sempre se importa comigo e se mostra ser minha amiga. Nunca
duvidei disso.
— Não é nada — murmuro.
— Sabe que pode contar qualquer coisa para mim, não é? — Segura minha
mão, por cima da mesa e suspiro.
— A Victoria’s Secret me chamou para ser uma das modelos principais,
me entregaram até um contrato. — Ela sorri.
— Que bom, Manu, fico muito feliz.
— Mas seu irmão não gostou nada disso. — Mexo em um saquinho de
açúcar em cima da mesa.
Amy revira os olhos.
— Enrico só fala merda. Não liga. — Dá um gole no seu café. — E aí, vai
aceitar? Você sempre me falou que é seu sonho desfilar para eles.
— Era. Não é mais. — Desvio meu olhar do seu.
— Por quê? Manu, você sonha dia e noite com isso. Você só fala disso. Se
você assinar esse contrato, você passará bons anos com eles, desfilando e
sendo uma angel.
A olho com um olhar de súplica, mas ela não entende. Ninguém percebe.
Ninguém nota.
— Você não era assim, Manu — suspiro.
— Já não sou mais a antiga Manuela... — Faço uma pausa. — ..., já faz um
bom tempo, Amy.
Assim que saio da lanchonete, fecho meu sobretudo vinho e ando pela
calçada da Madison. O vento gelado bate em meu rosto, fazendo com que
meus cabelos ruivos balancem. Suspiro sentindo meu coração doer e sinto
uma angústia tão forte dentro de mim, que não sei o que será de mim sem o
Enrico. E se ele me deixar? O que eu vou fazer? Como vou viver sem ele? Eu
o amo tanto, com todas as minhas forças.
Conheci o Enrico através de amigos, foi atração de imediato, ele me olhava
de forma intensa. Enrico foi chegando aos poucos, me convidando para
jantar, ir à uma lanchonete no meio da semana, um cinema, um passeio
aleatório... Naquela época, eu me sentia realizada, feliz e amada.
Sempre de maneira simples foi me conquistando, ganhando meu coração.
Cada gesto, cada palavra, cada toque... tudo me fazia suspirar e sentir um
friozinho na barriga. Quem já se apaixonou entende o que é esse friozinho na
barriga. Aquela ansiedade de vê-lo, a espera de um telefonema, uma
mensagem... qualquer coisa que o envolvesse, mas hoje tudo está mudado e
não tenho nenhuma solução a não ser, continuar ao seu lado.
Olho as vitrines das lojas de grifes e fico tentada ao entrar na Chanel, mas
antes de entrar, meu telefone toca dentro da bolsa. Retiro meu celular e vejo o
nome de Enrico na tela, e logo meu coração dispara. Atendo o telefone e o
levo até meu ouvido.
— Oi... — Ele me corta.
— Já falou com seu pai?
— Sobre?
— A merda do contrato, Manuela. Dizer que não vai assinar. — Sinto um
aperto no coração.
— Não... ainda não falei.
— Espero que fale e diga que não vai participar desse caralho de desfile.
— Eu vou falar, Enrico.
— Certo. Se quiser ficar comigo terá que abrir mão disso. — Enrico
desliga o telefone e sinto meus olhos marejarem.
Capítulo 2

— Nossa... — Kimberly suspira.


Olho a negra ao meu lado, totalmente satisfeita. Estamos saindo já faz
algum tempo, e ela é ótima na cama. Ela não pede satisfações e muito menos
eu. Isso é perfeito. Apenas sexo e nada mais.
— Isso quer dizer que fui muito bem? — A olho com um sorriso de lado.
Seus olhos escuros me fitam.
— Você sempre me satisfaz, D’Saints. — Toca meu ombro de forma
gentil.
Sorrio satisfeito e levanto-me da cama, pego minha cueca, a calça e me
visto. Vou até o pequeno bar, me sirvo de uma dose de uísque e vou até a
janela do apartamento que mantenho alugado, apenas para trazer algumas
mulheres. Fito a belíssima vista de Milão e dou um gole no uísque.
— Você está pensativo. Quer compartilhar? — Kimberly pergunta.
Viro-me e a olho, vendo-a se levantar puxando o lençol para cobrir sua
nudez. Caminha até o bar e se serve de um gim.
— Nada demais. Eu e meus irmãos estamos preocupados com a nossa nova
filial que vamos abrir em Nova York. — Beberico meu uísque.
Ela leva a taça de gim até a boca e ingere o líquido.
— Entendo. Deve ser bem complicado essas coisas. — Se senta na
poltrona, sobre os seus calcanhares, ajeitando o lençol.
— Não é que seja complicado, são os detalhes que temos que ter cuidado
— explico.
Ela assente.
— Vai quando à Nova York? — Me fita.
Termino de ingerir meu uísque e coloco o copo na mesinha de vidro.
— Mês que vem, e não tenho previsão para voltar. — Caminho até a
cadeira.
Pego minha camisa social, deixando-a com os dois primeiros botões
abertos. Pego minha gravata, colocando-a no bolso da minha calça.
— Estava pensando em ir até lá, matar um pouco a saudade. — Me olha de
cima a baixo.
Solto uma risada.
— Se eu não te conhecesse tão bem, Kimberly, diria que está apegada a
mim. — Visto meu paletó.
Ela joga a cabeça para trás sorrindo.
— Sabe que não me apego a ninguém, bonitão. — Dá um gole em seu
gim. — Só que esse corpinho aí, vai me fazer falta. — Sorrio.
— Tudo bem, então. Sabe onde terá um hotel disponível para você.
Vou até o banheiro, ajeitar meu cabelo.
— Poxa, pensei que iria ficar naquela cobertura luxuosíssima, com vista
perfeita para a Quinta Avenida. — Escuto-a falar.
— Sabe que não levo ninguém para lá, a não ser minha família. — Passo a
mão na barba.
A vejo entrar no banheiro sem roupa. A olho de cima a baixo, vendo seu
belíssimo corpo exposto.
— Eu sei, querido. Você sabe que estou brincando. — Ela pisca o olho.
— Preciso ir. — A olho.
— Tudo bem. Acho que vou aproveitar essa banheira enorme, com um
bom champanhe e morangos. — Vai até à banheira.
— Se quiser pode colocar na minha conta. — Ajeito minha gravata
enquanto a vejo despejar uns sais na banheira e me fitar.
— Não quero que pague. Sabe que não gosto de homens pagando coisas
para mim, gosto da minha independência. — Ela sorri para mim.
— Você que sabe. — Dou de ombros.
Ela entra na banheira, já cheia de espuma e se acomoda, mexendo na
espuma.
— Quando quiser de novo, é só ligar. — Encosta a cabeça no encosto da
banheira.
— Digo o mesmo. — Pisco o olho e ela sorri.
Estaciono minha Lamborghini na mansão onde moro com meus irmãos e
meus pais. Saio do carro travando-o, subo os degraus até a porta e a abro.
Reviro os olhos vendo Emily sentada no sofá mexendo no celular, giro meus
calcanhares, pronto para ir embora, quando a escuto falar:
— Olá, cunhadinho!
Nossa... até a voz dela é insuportável. Passo alguns segundos, parado,
pensando se entro ou não na minha própria casa. Suspiro e decido entrar.
Entro e fecho a porta atrás de mim, passando direto pelo hall.
— Não sou seu “cunhadinho”. — Mostro o meu desgosto, fazendo uma
cara feia.
— Mas eu e o Dominic estamos noivos. Então sim, você é meu cunhado.
— Sorri, cínica.
— Vocês podem estar noivos, mas nem de longe considero você como
minha cunhada.
Caminho até a cozinha, ignorando-a, mas para meu total desgosto, escuto
seus passos vindo em minha direção, me acompanhando até a cozinha.
Reviro os olhos e conto até cinco.
— Qual o seu problema comigo? — Escuto-a falar.
Ignorando-a, sigo até a geladeira, retiro a garrafa de água, encho um pouco
o copo e bebo a água toda em um gole, vendo Emily de braços cruzados.
— Você realmente não gosta de mim, não é? — pergunta.
Reviro os olhos.
— Não, não gosto! Você só quer estar com o meu irmão por causa do
dinheiro dele. — Sou sincero.
Ela coloca a mão no coração, fazendo drama, tudo fingimento. Cretina!
— Poxa, Demétrio. Eu não sou interesseira. — Força a voz de tristeza.
— Não, você não é. Você é um amorzinho. — Sou irônico.
Ela fica me olhando e saio da cozinha, ignorando sua presença. Sigo pelo
corredor e subo as escadas indo até meu quarto. Retiro meu paletó, gravata...
tudo, ficando apenas de cueca e sigo para o banheiro. Entro no box e tomo
um banho morno e relaxante. Ao terminar, enrolo uma toalha branca no
quadril e me olho no espelho. Meu cabelo já está maior, e está mais bonito.
Os fios claros quase loiros, e a barba clarinha e rala. Perfeito!
Vou para meu closet, coloco uma cueca, visto um calção de moletom e vou
até a varanda do meu quarto olhar a imensidão verde. O jardim da minha casa
é enorme, tem até um pequeno lago com uma ponte bem bonita, o jardim está
todo florido — mamãe faz questão de passar o dia falando com o jardineiro
de casa para cuidar com frequência —, uma quadra de tênis e futsal também,
onde às vezes chamamos alguns parentes nossos para jogarmos nos fins de
semana.
Dona Michele D’Saints é uma mulher incrível, gentil e educada. Uma
italiana muito bonita, por isso meu pai rapidamente se apaixonou por ela.
Mamãe sempre cuidou de mim, Dom e Dimi com muito amor. Papai sempre
disse que minha mãe sempre foi atenciosa e cuidadosa conosco. Abriu mão
de seu trabalho como arquiteta renomada aqui na Itália, para cuidar dos
filhos.
Só quando já estávamos mais crescidos, foi que ela voltou a trabalhar. Ela
e o papai abriram uma empresa, e trabalham juntos até hoje. Eu e meus
irmãos seguimos outro ramo, decidimos abrir uma empresa de perfumes,
nossa própria essência, nossa própria marca. Já estamos com mais de vinte e
cinco lojas espalhadas pelo mundo, e a próxima será em Nova York. Eu e
meus irmãos decidimos contratar a empresa dos nossos pais para arquitetar
nossas lojas, a sede é aqui em Milão, mas temos mais outras lojas espalhadas
em outros países; Paris, Londres, Buenos Aires... e estamos pensando em
abrir no Brasil, queremos uma loja exclusiva no Rio de Janeiro, mas isso é só
após resolvermos a de Nova York.
Sinto o vento fresco passar em meu rosto e escuto a buzina do carro de
Dominic, avisando que chegou. Vou até meu closet e visto uma camisa de
gola v e saio do quarto na hora exata em que Emily está abrindo a porta do
quarto de Dominic.
— Psiu! O que está fazendo aí? — Me aproximo dela.
Ela pula de susto e me olha desconfiada.
— Vim me deitar um pouco — fala baixo.
Vou até ela e fecho a porta do quarto de Dominic.
— Quantas vezes Dominic tem que falar que não quer ninguém no quarto
dele? — A olho.
— Mas eu só... — A interrompo.
— Tem seis quartos de hóspedes aqui, escolha um — falo irritado.
— Você não deve falar assim comigo! — Bate o pé no chão.
— Estou falando normalmente, Emily. Você que está criando caso. Eu não
sou obrigado a te aturar. — Abro a porta do quarto de Dom, retiro a chave de
dentro, fecho a porta e a tranco. — Pode escolher outro quarto.
— Você é um idiota. — Ela grita no corredor.
Dou de ombros andando pelo corredor e desço as escadas, vendo Dominic
entrar pela porta.
— Fratello[1], sua namorada, noiva, parceira de sexo... sei lá que porra
Emily é sua, tentou entrar no seu quarto. — Jogo a chave para ele.
— O que ela queria? — Pega a chave no ar.
— Vá, pergunte a ela. Está igual uma planta, em frente ao seu quarto. —
Me jogo no sofá.
Ele passa a mão no rosto.
— Bota pra vazar, fratello. Você sabe que ela só quer seu dinheiro e fama
às suas custas — digo.
Sei muito bem que meu fratello não fica só com ela. Fica com ela e várias
mulheres. O problema de Emily é que ela está rotulando algo que realmente
não existe. Coitada, se iludindo com meu irmãozinho garanhão, achando que
vai entrar para a família.
— Vou falar com ela hoje, darei um ponto final nisso — afirma. — Está
indo longe demais.
— Não aguento mais ver a cara dela de sonsa — murmuro.
Ele sobe as escadas e logo começo a escutar os gritos de Emily me
chamando de idiota, cretino... Ah cara, não a suporto.
Capítulo 3

— Não acredito, Manuela! — Meu pai me olha, magoado.


— Filha, por favor, repense. — Mamãe se senta ao meu lado.
— Não quero mais, pai. Eu repensei direitinho e decidi que não quero
entrar para a Victoria’s Secret. — Abaixo minha cabeça, tentando segurar o
choro.
Mais um sonho se foi pro ralo.
— Você está perdendo uma grande oportunidade, sabe disso, não é? —
Mamãe me olha.
— Você disse que quer viver disso, das passarelas..., e se você participar
do desfile, sua carreira vai subir de um jeito surreal. Pense bem, meu amor.
— Papai segura minha mão.
— Eu já estou decidida, não quero mais. Vou tentar ver outra profissão que
me agrade e seguir a vida. — Levanto-me do sofá.
Penduro a bolsa no meu ombro, evitando olhar para eles.
— Preciso ir. O Enrico vai para o meu apartamento — aviso.
Eles assentem e mamãe se levanta e vem até mim.
— Pense bem! Converse com Enrico, que ele te apoiará. — Me abraça.
Solto uma risada triste.
Me despeço deles e entro em um táxi e sigo para o meu apartamento. Ao
entrar no apartamento, fecho a porta e sigo para o meu quarto. Jogo a bolsa
em cima da cama e começo a chorar, ficando de joelhos no chão. Soluço atrás
de soluço, ao pensar que perdi a grande oportunidade da minha vida. Sempre
sonhei em ser uma das Angels[2] da Victoria’s Secret. Nossa, sonhei dia após
dia com isso, e agora perdi... Mas eu sei que é o certo a se fazer, Enrico iria
ser taxado como otário, ao ver sua namorada desfilando de lingerie para todo
mundo.
Eu sei que ele está certo, eu não quero perdê-lo. Ele vai terminar comigo se
eu for desfilar, e com razão. Não quero magoá-lo, deixá-lo irritado. Eu o amo
de verdade, e não suportaria ficar sem ele em minha vida. Enxugo minhas
lágrimas ao escutar meu telefone tocar. Estico meu braço, pegando a minha
bolsa em cima da cama e retiro o telefone, atendendo.
— Alô?
— Está em casa? — Enrico me pergunta.
Meu coração acelera.
— Acabei de chegar. Você vem? Falei com meu pai. — Engulo em seco.
— Estou a caminho.
Desliga o telefone e suspiro, sem saber o que fazer. Coloco o telefone na
cama e me levanto do chão, subindo na cama e me agarro aos travesseiros,
chorando silenciosamente, sentindo um desconforto enorme no meu peito.
Horas se passam e Enrico não chega, e isso só me deixa pior do que já
estou. Desde a hora que cheguei, que estou aqui, deitada, ignorando
mensagens dos meus amigos, esperando Enrico chegar. De repente, escuto a
porta do meu apartamento ser aberta e meu coração palpita. Levanto-me da
cama às pressas e saio do quarto, vendo Enrico parado na sala, colocando sua
carteira e celular na mesinha ao lado da porta.
— Você demorou. — Abraço meu corpo.
Ele me olha e me fita com seus olhos castanhos.
— Tive um imprevisto — responde.
— Eu falei com meu pai — murmuro.
— Eu sei. Ele ligou para mim. — Se senta no sofá de perna aberta.
Me aproximo dele e sento-me ao seu lado. Mas ele não me olha, o que me
deixa mais tensa.
— Quero te pedir desculpas. — Faço uma pausa. — Eu não deveria ter
chateado você. Você sempre foi bom comigo.
— Pois é, e você vai lá e faz a merda de me deixar irritado. — Ele me olha
furioso. — Você tem esse dom, Manuela, de sempre me irritar.
— Eu não faço por mal. — Abaixo a cabeça.
— Ah, claro! — Ele solta uma risada. — É sempre sem querer.
— Eu já disse que não fiz por mal. — digo, olhando-o.
Ele passa a mão no rosto e me olha.
— Você me ama? — sussurro.
Ele arqueia a sobrancelha e solta uma risada.
— Que pergunta idiota, Manuela. Não tem o que fazer? — Se levanta do
sofá.
— Pode me responder? — insisto, sentindo meu coração bater forte.
Ele se vira e dá de ombros.
— E daí? Isso vai mudar alguma coisa? — Me fita.
— Você vai continuar comigo? — Me aproximo dele, ansiosa.
A vontade de vomitar vem forte, sinto um desconforto dentro de mim, que
me dá agonia. Meu coração bate extremamente forte.
— Olha, Manuela, sem baboseiras. Ok? Não estou com paciência para esse
tipo de pergunta idiota — fala irritado e vai andando até a mesinha, pegando
sua carteira e celular.
— Você já vai? — O olho, nervosa.
— Vou. Você conseguiu me irritar de novo, com essas merdas de
perguntas. — Abre a porta do apartamento e sai por ela, batendo-a forte.
Sinto minhas pernas fracas e uma ânsia de vômito vem com tudo, fazendo-
me curvar e jogar toda a minha comida para fora, no chão da sala. Coloco
tudo para fora, me ajoelhando, sem forças para me manter de pé, e choro.
Por que ele faz isso comigo? Eu o amo tanto...

No restaurante o maître nos acompanha até a mesa que meu pai reservou.
Me sento ao lado de Enrico e meus pais se sentam à minha frente. Fazemos
nossos pedidos e o rapaz se afasta.
— Recebemos convites para o jantar beneficente dos Campbell, para irmos
na próxima semana — mamãe informa.
— Nossa, pensei que não iria ter esse ano — comento um pouco surpresa.
— Também pensei, querida. Mas recebemos o convite ontem — papai
responde.
Somos interrompidos, pelo garçom que traz a jarra de suco, nos serve e se
retira.
— Então preciso providenciar meu terno — Enrico comenta.
Meus pais se olham e minha mãe fita Enrico, sem graça.
— É..., você não foi convidado, Enrico. — Prensa os lábios.
— Como assim, Karen? — Enrico a olha, colocando o copo de suco na
mesa.
— Apenas nós recebemos o convite — meu pai responde, e toma seu suco.
— Sim, Hector, mas e o Douglas? Ele nem gosta dessas coisas — Enrico
fala.
— Douglas vai, sim. Ele sempre vai, na verdade. — Meu pai o olha. —
Sempre faz doações significativas, nunca perde um evento.
— Qual é, Hector? — Enrico sorri sem humor, e se altera um pouco. —
Douglas só vive para trabalhar na merda do FBI.
— Olha, Enrico... — Ele interrompe meu pai.
— Eu sou o namorado da Manuela, eu quem devo ir. Manuela sozinha em
um evento cheio de homens? — Enrico apoia as mãos na mesa.
Meu pai trinca o maxilar e fita Enrico bem sério.
— Enrico, peço que meça as suas palavras. Meu filho vai, sim! Eu não vou
pedir para ele não comparecer só porque você quer ir. E não chame o trabalho
do meu filho de merda, Enrico, de maneira alguma. Não tenho culpa se você
não foi convidado. — Meu pai o olha, sério. — Sobre Manuela..., ela vai
sozinha para onde ela quiser ir. Você não manda nela, e ela não estará
sozinha. Se ela quiser ir a algum lugar, sozinha, ela vai, e não será você quem
irá impedi-la.
Enrico respira fundo, se controlando e toma um gole do seu suco, sem falar
nada. Enquanto meus pais conversam entre si, Enrico me dá um olhar
extremamente furioso e me encolho na cadeira, sabendo o que virá depois,
quando estivermos sozinhos. E só de pensar no que pode acontecer, fico
extremamente angustiada e perco a fome.

Estou sentada no sofá do apartamento de Amanda, conversando animadas


sobre o jantar beneficente dos Campbell, e que roupa vamos vestir. Bebo meu
suco vendo Amanda se sentando no sofá, sobre seus calcanhares.
— Qual vestido você vai usar? — Amanda me olha.
— Optei por um Versace — respondo, e coloco pipoca na boca.
— A modelagem é perfeita. — Olívia se empolga.
— Gosto muito. Meu agente já entrou em contato com eles, para fazer o
vestido exclusivo. — Tomo meu suco.
— Pelo visto vai ser um arraso. — Amanda sorri. — Já tem ideia de como
quer seu vestido?
— Não tenho nenhuma ideia. Mas eu vou dar uma olhada nos catálogos e
ver algo para me inspirar — comento.
— Sim, se lembre que passará pelo red carpet. Tem que estar uma diva. —
Olívia sorri.
— Uma cor? — Amanda me olha.
— Pensei em um azul lindo como o mar. — Sorrio, pensativa. — Podemos
ver alguns catálogos depois. Agora estou a fim de ir naquela sorveteria na
Quinta Avenida. O que acham? Vamos? — Olho-as.
— Nossa, o milkshake de lá é maravilhoso. — Olívia se levanta.
Pegamos nossas bolsas e nossos sobretudos saindo do apartamento de
Amanda, andando pelas ruas de Nova York, sentindo o vento frio balançar
nossos cabelos. Ficamos olhando algumas vitrines de roupas famosas,
ansiosas para quando voltarmos, passarmos nessas lojas e comprar algumas
coisas. Atravessamos a rua e vemos uma multidão ao redor de um carro
preto, grande, em frente a um grande prédio residencial na Quinta Avenida,
bastante luxuoso.
— Por que esse alvoroço todo? — questiono, olhando os repórteres.
Eles estão eufóricos em cima do carro, tirando várias fotos. Franzo a testa,
para ver se consigo ver alguma coisa ou alguém, mas a grande quantidade de
pessoas ao redor do carro impede nossa visão.
— Você não soube? Os gatos, gostosos, orgasmos ambulantes, trigêmeos
D’Saints estão em Nova York, provavelmente acabaram de chegar. — Olívia
se abana.
Os trigêmeos D’Saints: Dominic, Demétrio e Dimitri. Os trigêmeos mais
gatos que eu já vi na vida. Sempre li sobre eles em revistas, contando sobre a
empresa de perfumaria deles, que vem crescendo a cada dia, a cada segundo.
Não é à toa que cada um é bilionário. Eles montaram sua própria empresa,
sozinhos, sem a ajuda dos pais. Quiseram fazer algo entre eles e conseguiram.
A Vintage Essence é uma empresa perfeita, com as melhores e perfeitas
fragrâncias.
Já comprei diversos perfumes da loja quando fui a Milão, e pelas minhas
pesquisas eles vão abrir duas filiais aqui em Nova York, por isso a vinda
deles para cá. As fragrâncias são perfeitamente cheirosas, tenho umas quatro
em meu apartamento e, além disso, eles fazem fragrâncias exclusivas.
Fico parada vendo o alvoroço dos repórteres até ver homens altos de terno
abrir a porta do carro, e um dos trigêmeos sai por ela, trajando terno e óculos
escuro. Forço minha visão e identifico que é Dimitri, o caçula, faz um leve
aceno para os repórteres e é acompanhado por um segurança que o segue até
dentro do edifício. Outro dos irmãos sai, o mais velho dos três, Dominic.
Todos os três são parecidíssimos, mas é fácil identificar quem é quem.
— Minha nossa senhora das calcinhas molhadas. Eu sentava demais nesses
homens, sem nem cansar. — Escuto Olívia falar.
— Nem guindaste nos tirava de cima, amiga. — Amanda sorri.
— Nem guindaste. — Olívia ri.
Após Dominic ser acompanhado por um segurança, o irmão do meio sai.
Para mim, ele é o mais bonito, o mais charmoso, sexy e perfeito. Sempre com
a postura séria e observador, ele sai do carro todo elegante, fechando o
paletó. Seus cabelos quase loiros estão perfeitamente penteados sem um fio
fora do lugar, sua barba rala bem clarinha, está bem cortada e aparada. Nossa,
ele é tão lindo, tão perfeito.
Demétrio fecha seu paletó e acena para alguns repórteres ajeitando seus
óculos de sol estilo Ray-ban, que o deixa sexy demais. Minha nossa. Ele é
lindo demais. Parece que foi desenhado.
Como se eu o tivesse chamado, ele vira seu rosto diretamente para mim.
Minha nossa senhora. Todos os pelos do meu corpo se arrepiam de uma
forma surreal, quando Demétrio retira seus óculos de sol e me fita de longe.
Ele é tão perfeito, tão lindo. Másculo demais. Eu não consigo tirar meus
olhos dele, e Demétrio me fita, sem desviar seu olhar, nem para quem insiste
em chamar sua atenção. Suspiro, abraçando meu corpo pelo vento frio e
mordo de leve meu lábio, vendo o quanto ele é charmoso demais. Demétrio é
lindo, alto e forte. Seus braços ficam apertados no paletó e as coxas grossas
na calça.
Como ele deve ser por baixo desse terno? Deve ser tão lindo... Minha
nossa.
Ficamos nos encarando por um curto período de tempo, até alguém o
chamar novamente e ele desvia seu olhar do meu. Suspiro, sentindo meu
coração batendo forte demais por alguém que vi apenas de longe por alguns
segundos. Mas antes dele entrar no edifício, ele vira mais uma vez e me olha,
fazendo-me dar um leve sorriso. Ele sorri e entra no edifício, deixando
minhas pernas bambas pelo simples sorriso que me forneceu.
Minha. Nossa. Senhora.
— Manuela! — Escuto Amanda gritar.
Pulo de susto e a olho.
— O que foi? — Tiro o cabelo do meu rosto.
— Estou falando com você já faz um tempo. Está no mundo da lua? — Me
olha.
Sacudo a cabeça, fechando os olhos e suspiro.
— O que estava falando?
— Se ainda vamos à sorveteria. Você parou aqui na calçada e ficou parada
por um tempo, olhando para sei lá onde. — Amanda faz gestos com as mãos.
— Estava pensando em algo, mas deixa para lá. Vamos? — Forço um
sorriso e caminho com elas.
Capítulo 4

— O que você tanto vê aí da janela, fratello? — Dominic me questiona.


— Nada — respondo.
Passo a mão na barba, olhando pela janela, vendo se a ruiva continua em
pé na calçada. Sei que é besta, estou no trigésimo andar, mas eu tenho uma
boa visão, tão boa, que pude avaliar aquela ruiva de olhos castanhos de cima
a baixo, em milésimos de segundo. Ela é muito linda.
— Então sai dessa janela, stronzo[3]. Parece que nunca veio à Nova York
— Dimitri fala.
Desvio meu olhar da janela, e vejo Dominic se servindo de uma dose dupla
de scotch e Dimitri retirando sua gravata, se sentando no sofá. Retiro meu
paletó, colocando-o em cima da poltrona e afrouxo minha gravata.
— Que cara é essa? — Dominic me entrega um copo, com uma dose de
scotch.
Pego o copo e tomo um gole do scotch escocês maravilhoso.
— Vi uma pessoa lá fora. — Batuco meus dedos no copo.
— Uma mulher? — Dimitri me olha.
Assinto.
— Bonita? Para estar desse jeito, tem que ser um espetáculo. — Dominic
dá um sorriso.
Bufo e reviro os olhos.
— Acho que a conheço de algum lugar — murmuro, pensativo.
— Deve ser uma das que você sai, quando vem para cá. — Escuto
Dominic falar.
— Não. Eu lembro muito bem das mulheres com que saio. — Giro o copo,
fazendo o líquido se mexer.
— E para que essa ruga na testa? — Dimitri me olha.
Sacudo a cabeça e viro o copo de vez, engolindo todo o líquido. Coloco o
copo na mesinha ao lado do sofá e me levanto, pegando meu paletó.
— Vou tomar um banho — aviso.
Saio da sala, indo em direção ao meu quarto. Fecho a porta e olho todo o
cômodo do apartamento que eu e meus irmãos compramos na Quinta
Avenida, para quando virmos a Nova York, e não perder tempo se
hospedando em hotel. O apartamento é enorme, uma cobertura totalmente
moderna, com quatro suítes espaçosas e dois quartos de hóspedes, uma sala
grande, uma antessala, uma cozinha que faz qualquer chefe de cozinha babar,
uma área de serviço espaçosa e vários outros cômodos.
O meu quarto tem uma janela do teto ao chão de uma parede à outra, com
vista para a Quinta Avenida. Retiro meu celular do bolso, abro o aplicativo
que comanda toda a cobertura e abro as cortinas acionando o botão do
aplicativo. A claridade vai entrando no quarto, me dando uma boa visão da
avenida bem movimentada.
Passo a mão no rosto, e resolvo ligar para Enzo, um dos meus seguranças
particulares.
— Pode falar, senhor.
— Enzo, preciso que você cheque uma coisa para mim.
— O quê?
— Assim que eu cheguei aqui no edifício, e você me acompanhou até o
hall, vi uma pessoa no lado de fora.
— Alguém estranho, senhor? Alguém suspeito?
— Não, Enzo. No lado esquerdo do prédio tinha três mulheres, uma negra,
uma de cabelo preto e uma ruiva. Você poderia saber quem é essa ruiva?
— Posso sim, senhor. Para quando?
— Quero que faça de imediato, se possível.
— Pra já, senhor. Só me dê tempo para falar com a equipe de segurança
do prédio e com o chefe da câmera de segurança, consigo lhe entregar tudo
hoje sobre essa pessoa.
— Obrigado, Enzo.
— Por nada, senhor. Mais alguma coisa?
— Não. Só isso mesmo.
Me despeço e desligo o telefone, jogando-o em cima da cama.
— Hannah Fisher, está subindo — Ricardo, nosso mordomo, anuncia.
Assinto e sento-me no sofá, apoiando meus pés na mesinha de centro,
retiro meu celular do bolso da bermuda vendo se há alguma mensagem
importante, quando escutamos a campainha tocar, e Ricardo abre a porta.
— Só assim para vocês virem a Nova York, não é? Seus cretinos! —
Hannah entra com tudo no apartamento.
Jogo a cabeça para trás rindo.
— Saudades de vocês, e vocês só vêm aqui quando estão a trabalho —
resmunga, jogando sua bolsa no sofá.
— Deixa de ser birrenta. — Dominic sorri e a abraça.
— Saudade de você, grandão. — Beija sua bochecha.
— De mim não está? — Dimitri faz drama.
Ela bufa e revira os olhos.
— Só um pouquinho. — Faz cara de desdém e o abraça.
Ela me olha e entorta a boca, como se não estivesse nem aí para mim.
— Deixa de charme, lindona, sabe que eu te amo. — Puxo seu braço e lhe
dou um abraço.
— Vocês esqueceram de mim! — Faz bico. — Vocês são uns cretinos,
mas eu amo vocês. — Sorrimos.
— Não esquecemos, não. — Beijo sua cabeça.
— E vocês vieram à Nova York para quê? — Cruza os braços.
Ficamos calados e ela bufa.
— Tá, tá... Não falarei mais nada. Vão passar quanto tempo por aqui? —
Se senta na poltrona.
— Vamos resolver algumas coisas para as duas filiais, e vamos passar mais
alguns meses. — Dimitri passa a mão na nuca.
— Então não vieram cem por cento a trabalho? — Hannah nos olha.
— Não. Gostamos daqui, principalmente das boates. — Dominic sorri, ao
se sentar no sofá.
— Ah, sim! Falando em boate, vocês estão sabendo que o Renato abriu
outra? — nossa amiga pergunta.
— Se uma Pandora já era boa, imagina duas? — digo sorrindo.
— Pois é, Pandora fez tanto sucesso que teve que abrir outra por conta da
lotação — Hannah diz.
— E você já foi na nova boate? — Dimitri pergunta.
— Mas é claro! — Ela sorri, jogando seus cabelos loiros para trás. —
Ainda maior que a primeira, cardápio novo, novas bebidas, uma área vip
perfeita.
— Nossa. Preciso ir, então. — Dominic se anima.
— A área vip é ainda maior que a da outra boate, com uma visão ampla de
todo o ambiente — explica.
— E por que esse puto não ligou para nós? — digo, sacando meu telefone
do bolso.
Disco o número de Renato, coloco no viva-voz, e ele atende no quarto
toque.
— Quem é vivo sempre aparece — fala ao atender.
— Seu puto, abriu uma nova boate e não disse aos amigos? — Ele
gargalha, fazendo-nos sorrir.
— Foi a Hannah, não foi?
— Está achando ruim, querido? — Hannah fala alto para ele escutar.
— Sabia! E aí, seus putos, estão em Nova York, não é?
— Chegamos hoje de manhã. E essa nova boate?
— Só virem, a área vip é de vocês.
— Que coisa boa. — Dimitri se anima.
— Venham na quinta, hoje não será aberta.
— Maravilha.
— Estão livres hoje à noite?
— Estamos, sim — respondo.
— Vamos jantar naquele restaurante tailandês?
Os meninos e Hannah assentem.
— Às oito?
— Fechado!

Enzo estaciona o carro em frente ao restaurante tailandês, saímos andando


pela calçada, acompanhados de olhares curiosos e flashes dos paparazzis. O
maître abre a porta de vidro, dando espaço para nós e nos dá um sorriso.
— Olá, boa noite. Fizeram reserva? — ele pergunta, com um iPad em
mãos.
— Boa noite. No nome de Renato Molina — Dominic responde.
Ele verifica no iPad e assente.
— Me acompanhem, por favor. — Nos chama.
Andamos pelo restaurante, chique demais, nos levando até o primeiro
andar onde tem mesas com cadeiras mais confortáveis e exclusivas. Logo
vejo Renato na mesa, conversando com Hannah, que chegou primeiro que
nós. Ele se levanta e nos cumprimenta, com abraços e tapinhas nas costas.
Renato é amigo de longa data, nos conhecemos ainda jovens e levamos a
amizade até hoje. Após cumprimentar Hannah, que está elegante como
sempre, nos sentamos, e logo fazemos nossos pedidos.
— É muito bom ter vocês aqui novamente. — Renato dá um gole na sua
bebida.
— Amo New York — respondo, com um sorriso.
— E aí, me conta sobre a boate. — Dominic se encosta na cadeira.
— Nossa... Pandora faz mais sucesso a cada dia. Os turistas prometem
voltar. — Ele sorri, orgulhoso.
— Vou ser sincero, Pandora é a melhor boate de Nova York — Dimitri
responde.
— Só porque ganha bebida e petisco de graça — Renato diz sorrindo.
— Claro que não, estou falando sério. Ela tem uma estrutura belíssima,
com funcionários eficientes e muito educados — Dimitri fala.
— Você não viu nada da nova Pandora. — Renato sorri e bebe sua bebida.
Capítulo 5

— Você decidiu que a cor do vestido vai ser um azul Capri de seda, para o
jantar beneficente? — Amy me olha.
— É. Amanda e Olívia acharam que um verde esmeralda ficaria perfeito,
mas concordaram nesse azul. O estilista me mostrou detalhadamente como
será o vestido, e eu gostei — comento.
Pego duas taças no armário e entrego a ela.
— Hum... E as joias? Já pensou? — Amy abre o vinho branco e despeja
nas taças.
— Pensei em alguns da Cartier, dei uma olhada no catálogo e fiquei
encantada com algumas peças da nova coleção. Mas também pensei nas da
Tiffany&Co. O que acha? — Bebo um gole do vinho.
— Nossa, é perfeito. — Ela se anima. — Com certeza, uma joia exclusiva
vai combinar perfeitamente com o seu vestido.
— Sim. O decote do vestido merece um colar perfeito e comprido, brincos
que combinem perfeitamente, um anel e uma pulseira. Acho que vai ficar
lindo — comento.
Nos sentamos no sofá do meu apartamento, e apoio meus pés em cima da
mesinha de centro.
— Você e o Rodrigo, como estão? — pergunto, girando a taça.
— Estamos bem, mas ele viaja tanto, que me deixa sozinha muitas vezes.
— Ela olha a taça
— Você já conversou com ele? — A olho.
— Pretendo conversar essa semana. Eu sei que as viagens que ele faz são a
trabalho, dos negócios que ele faz, mas poxa..., é tão ruim estar sempre
sozinha, sabe? — Assinto.
— Eu te entendo perfeitamente — murmuro.
— Você e o meu irmão não estão se dando bem? — pergunta.
— Você sabe como seu irmão é, quer tudo do jeito dele. — Bebo um gole
do vinho, sentindo meu peito apertar.
— Sei exatamente como Enrico é chato demais, quer ser perfeito ao
extremo. — Ela me olha. — Às vezes ele cisma com meu namorado,
acredita? Tem horas que ele perde a noção das coisas.
— Mas o Rodrigo sempre foi bom com você — argumento.
— Exato. Mas ele quer achar defeito em tudo — murmura, irritada.
— Ninguém é perfeito. — Dou de ombros.
— Mas ele acha que é. O sabe tudo. O senhor perfeito — fala com desdém.
— Às vezes me irrita, me dá vontade de voar no pescoço dele.
Dou uma risada.
— Pois é. Às vezes também sinto — digo
Ela me olha atentamente.
— Vocês estão bem mesmo? — pergunta.
Suspiro e assinto, dando um sorriso forçado.

Estou sentada no sofá, mexendo no MacBook, quando sinto meu celular


vibrar, pego-o em cima do sofá e o destravo, vendo uma mensagem do
Enrico, no WhatsApp.
Enrico: Está em casa?
Eu: Estou. Por quê?
Vejo-o digitando.
Enrico: Não posso saber onde minha namorada está? Está me
escondendo onde está? Saiu sem mim?
Suspiro, sentindo meus dedos trêmulos.
Eu: Estou em casa, Enrico. Eu não saí para lugar algum.
Enrico: Quero uma foto sua. Me envie uma foto sua de agora.
Eu: Para quê? Isso é por que você está achando que estou mentindo? Estou
dizendo que estou em casa, Enrico!
Ele começa a digitar.
Enrico: Puta merda, Manuela. Será que eu não posso ter uma foto sua de
agora?
Meu coração começa a gelar. Quando começo a digitar, ele me envia outra
mensagem.
Enrico: Para essas merdas de revistas, paparazzis, você sabe posar para
eles tirarem fotos suas, mas para mim, você não manda merda nenhuma.
Quer saber? Que se foda, não estou nem aí! Vou assistir meus vídeos aqui.
Engulo em seco, sentindo meus dedos trêmulos e o coração acelerado.
Eu: Enrico, por favor, sem drama. Estou cansada já.
Enrico: Cansada do quê, porra? Sou eu que sou negado a tudo nesse
caralho. Eu pedi uma maldita foto, Manuela. Só uma merda de foto!
Bufo e tiro uma foto minha e envio.
Eu: Pronto! Satisfeito?
Enrico: Não, nem fiz o download dessa merda, perdi a vontade. Vou
dormir, é o melhor que faço. Você só me irrita.
Ele fica offline o que me deixa agoniada, eu devo pedir desculpas a ele. O
que custa uma foto? Era só uma foto, e eu fiz todo esse drama.
Eu: Desculpa. Não queria te irritar.
Ele fica online, visualiza a mensagem e fica offline de novo. Sinto náuseas
e meus olhos ficam marejados. Por que eu só faço merda?

Acordo escutando a campainha do meu apartamento tocar e levanto-me da


cama, pego meu robe de seda, pendurado na poltrona, o visto e saio do meu
quarto, indo até a porta.
— Bom dia, irmãzinha — Douglas me cumprimenta.
Sorrio e me jogo em seus braços.
— Estava com saudades, maninho. — Beijo sua bochecha.
Me afasto e o puxo para dentro do meu apartamento, fechando a porta.
— Que surpresa. — O olho, com um sorriso.
Douglas é lindo, perfeito, amo meu irmão. Ele sempre está ao meu lado,
sempre se preocupa comigo, pergunta como estou e do que estou precisando.
Nos parecemos muito fisicamente, exceto pelo cabelo. Ele não puxou os
cabelos ruivos da mamãe, puxou os castanhos do meu pai. Douglas é um
excelente agente do FBI, ama seu trabalho e chama atenção da mulherada,
mas sinto dizer, que meu irmãozinho já foi fisgado. Mila é a mulher que o
fisgou, estão juntos há três anos e agora noivos. Meu irmão é lindo, alto, forte
e cheio de tatuagens pelos braços, que chamam atenção. Seu rosto perfeito,
com a mandíbula quadrada, barba ralinha e óculos de grau, que o deixa lindo.
Sempre nos vemos pouquíssima vezes, seu trabalho o deixa preso e ele fica
um pouco distante, mas todos os dias me liga, perguntando se estou bem, se
preciso de algo, mesmo longe, ele se faz presente.
Também tem a questão do seu noivado com a Mila, estão comprando os
móveis da casa deles, que requer mais sua presença. Por mais que nossa
família seja rica, e ele também seja, ele prefere seguir com as próprias pernas,
construir suas coisas junto com Mila — que também é uma agente do FBI —,
com o dinheiro do trabalho dele, como um excelente agente.
Também sou assim, eu moro em um pequeno apartamento com apenas
dois quartos, prefiro assim. Moro sozinha, então não tem motivos para morar
em um apartamento grande ou uma cobertura luxuosa, que cabe
perfeitamente nos meus padrões. Eu sempre quis ter meu próprio dinheiro,
me sustentar. Por isso moro sozinha, em um apartamento pequeno, super
aconchegante.
— Acordou agora? — Se senta no sofá.
— Sim. Que surpresa maravilhosa. — Sento-me no sofá, de frente para ele.
— Bom, eu tenho folga dentro do departamento, e quis vir te fazer uma
surpresa. — Ele sorri. — Vamos tomar café da manhã na Tiffanys? Será que
minha irmãzinha aceita?
Salto do sofá e pulo no seu colo, beijando sua bochecha.
— Claro que eu aceito. Mas como conseguiu uma reserva? — Saio do seu
colo.
— Bom, eu já tinha reservado essa semana. — Douglas sorri. — E mesmo
se você tivesse algum compromisso, sabia que você iria adiar, para poder
tomar café na Tiffanys, que você adora. — Assinto com um sorriso.
— Então vá se arrumar, que estarei lhe esperando para podermos ir. — Me
olha.
Não demoro muito, escolho uma calça skinny de tecido, com um suéter
colado e um scarpin. Faço um rabo de cavalo, uma maquiagem leve, pego
minha bolsa e saio com ele. Ao chegarmos na Tiffanys, pedimos nosso café
da manhã e nos sentamos nas cadeiras super confortáveis.
— Então..., conte-me as novidades. — Me olha e bebe um gole do café.
— Nenhuma no momento. E você? Como está a organização do
apartamento de vocês? — Mordo minha torrada.
— Tudo tranquilo. Estamos comprando os móveis aos poucos, e Mila está
super empolgada com tudo. — Coloca uma uva na boca.
— E como ela está? — Mordo meu pãozinho.
— Ficou dormindo, ela queria muito vir, me disse para chamá-la agora de
manhã, mas eu sabia que ela estava super cansada. Ela está mais
sobrecarregada, tanto no trabalho quanto nos preparativos do casamento e
nosso apartamento. E eu sabia que você não iria se incomodar. — Me olha.
— De maneira alguma. Só marcar um jantar na casa dos nossos pais, para
podermos nos ver. Faz um tempo que não jantamos juntos — comento.
— Pois é. Sabe que não posso estar falando nada relacionado ao trabalho
para você e para ninguém, mas tem algumas coisas que nos tiram do sério. —
Toma um gole do seu café.
— Super entendo, vida de agente do FBI não é fácil. — Dou um sorriso.
— E sua vida de modelo, como vai? — pergunta.
— Está indo bem. — Mordo minha torrada.
Douglas para de comer e me olha sério, bem observador. Se encosta na
cadeira e apoia seus braços tatuados em cima da mesa, sem tirar os olhos de
mim.
— Mentira! Papai me ligou esses dias, falando sobre sua mudança
repentina em não querer assinar o super contrato que você sempre sonhou
assinar com a VS[4]. — Me observa.
— Não foi repentina. — Suspiro, deixando minha torradinha no prato.
— Ué, claro que foi. Quando você soube que a VS iria entrar em contato
com você sobre o contrato, você só faltou soltar fogos de artifício, e alguns
dias depois, do nada, você recusa. — Batuca seus dedos na mesa, me
observando atentamente.
Douglas sabe detectar uma boa mentira, a mais elaborada, ele sabe quando
a pessoa está mentindo, ele é do FBI, presencia muito isso e com o tempo se
acostuma e detectar super fácil, e comigo não é diferente. Eu e Douglas
sempre fomos unidos demais, como gêmeos, ele sempre cuidou de mim e
sempre tivemos conversas sinceras.
Meu irmão sempre se preocupou com meu bem-estar, tanto que quando
resolvi sair da casa dos meus pais e morar em outro apartamento, foi ele
quem escolheu um bom local, perto do seu trabalho, para que em qualquer
circunstância eu o chamar, e ele poder vir o mais rápido possível. Douglas é o
filho mais velho, e ele se comporta perfeitamente nessa posição.
— Você quer me dizer alguma coisa, Manuela? — Mantém seus olhos em
mim.
Eu não posso dizer ao Douglas que Enrico simplesmente surtou, colocando
nosso relacionamento no meio de uma discussão, caso eu aceitasse assinar
um contrato com a Victoria’s Secret de vários anos, iria terminar comigo.
Douglas e Enrico nunca se deram bem, Douglas nunca gostou do Enrico, para
falar a verdade. Antes mesmo de eu começar a namorar com Enrico, Douglas
teve uma conversa séria comigo a respeito desse relacionamento. Douglas
sempre deixou claro que não ia com a cara do meu namorado, o achava
cínico demais, libertino demais, e às vezes com caráter duvidoso.
— Não tenho nada para falar. — Desvio meu olhar do seu.
— Você não me engana, irmãzinha. Mas tudo bem — levanta as mãos —,
se não quer falar, não sou eu que vou forçar. — Ele pega minha mão sobre a
mesa e mantém seus olhos em mim. — Mas saiba que estarei sempre aqui
para você.
Eu sei disso, ele faria qualquer coisa por mim.
Capítulo 6

Eu e meus irmãos estamos em um edifício em uma das ruas mais


movimentadas de Nova York, onde vamos abrir a nossa loja de perfumes. O
local é grande, igual as outras lojas que temos espalhadas por várias cidades e
países. Temos uma variedade enorme de perfumes e loções corporais — que
vendemos muito e não é pouco —, mas nossas maiores venda são as
fragrâncias exclusivas.
Como os meus pais têm uma filial da empresa de arquitetura e designer de
interiores estabelecida aqui em Nova York, eles irão tomar conta de toda a
arquitetura e designer do ambiente.
— Como vão querer a decoração? — O arquiteto se aproxima.
— Já que você entrou recentemente na empresa dos nossos pais — começo
a falar —, no sistema central tem o projeto que sempre fazemos em todas as
lojas.
— Entendi. Vocês mantêm sempre a decoração? — ele nos pergunta.
— Sim. É sempre o mesmo padrão, o padrão que combina com a Vintage
Essence — Dominic explica.
— Só um momento, que vou entrar na central. — Ele pede e se afasta.
O vejo indo até um pequeno balcão onde está seu MacBook aberto, e
Manuela surge na minha mente.
Passo a mão no rosto, lembrando-me daquela ruiva na calçada, em frente
ao prédio. Não demorou muito para Enzo me entregar tudo que eu precisava
saber: endereço, idade, nome completo, pais..., tudo. O que mais me deixou
inquieto foi o fato de ela ter um namorado, que olhando bem a foto do
sujeito, não fui com a cara dele. Ele tem uma cara de gente safada, com um
sorrisinho cínico que mostra que não vale nada. Posso até estar equivocado
com esse pensamento, mas dificilmente erro.
A linda Manuela Peterson é uma excelente modelo, que está ocupando
meus pensamentos diariamente. Vejo com frequência suas fotos nas redes
sociais, vídeos de seus desfiles com as melhores marcas de grife, e a notícia
que se espalhou de que será a nova angel da VS. Enzo deixou dentro do
envelope, diversas fotos dela, algumas tiradas na rua, em desfiles, em lugares
públicos, viagens, e nossa... a ruiva é linda demais. Aqueles olhos castanhos
são lindos, ela é toda linda, na verdade.
— Pronto. Achei o projeto principal. — O arquiteto me tira do meu
devaneio.
Me aproximo dele com meus irmãos e olho o projeto em 3D no seu
MacBook.
— Pelas medidas do espaço, aqui é o maior, correto? — Assentimos. —
Então não temos muito o que conversar, apenas pegar esse projeto e instalá-lo
aqui.
— Sim, exatamente isso. Quanto tempo vai durar? — Dimitri pergunta,
colocando as mãos nos bolsos da calça social.
Ficamos conversando mais um pouco com o arquiteto e em seguida vamos
para um restaurante próximo da loja, para almoçarmos. Pegamos uma mesa e
nos sentamos, o garçom vem até nós para anotar nossos pedidos e se retira.
— Hannah disse que estamos na lista do tapete vermelho do jantar
beneficente dos Campbell — Dominic informa.
— Já fomos uma vez, não foi? Não lembro o ano. — Dimitri passa a mão
na nuca.
— Foi em dois mil e quinze — respondo, e dou um gole da minha água.
— Ah, foi mesmo. Vamos esse ano? — Dimitri nos olha.
— Por mim, tudo bem. — Dou de ombros.
— Hannah disse que não vai perder por nada. — Dom sorri e se encosta na
cadeira.
— Pra que toda essa ansiedade? Hannah detesta jantar beneficente, diz que
é entediante. — Sorrio.
— Esse não será, porque Manuela Peterson vai estar nele, e Hannah é uma
grande fã dela — Dominic explica, mexendo no celular.
— Manuela Peterson? — Olho meu irmão, ansioso pela resposta.
Dominic levanta seu olhar me fitando com os olhos azuis idênticos aos
meus.
— Vai dizer que você não conhece a ruiva famosinha das passarelas,
fratello? — Dominic pergunta, erguendo a sobrancelha.
— Conheço, claro que conheço. — Me apresso em responder.
— Então..., Hannah é muito fã da modelo, ela só vai para tentar conseguir
uma foto com ela. — Volta a mexer no celular, bastante concentrado.
Hannah Fisher é uma socialite em Nova York, quase todos a conhecem
pelos posts e vídeos na internet, quase uma blogueira, mas ela teima dizendo
que não é. Então se ela pedir para se encontrar com a ruiva gostosinha, elas
vão se encontrar. Será um encontro e tanto.
Eu vou nesse jantar beneficente e vou falar com essa ruiva, ou não me
chamo Demétrio Rafaelle D’Saints.

Vejo Enrico passar pela porta do meu apartamento, deixa as chaves no


aparador e vem até mim, como se estivesse atrás da sua presa. Sem ao menos
esperar, ele segura meu rosto e beija minha boca. Já faz tempo que não sinto
nada enquanto o beijo, não sinto mais aquele frio na barriga como sentia
antes, mas eu sei que o amo muito, demais, chega a ser sufocante.
— Eu quero muito te foder — sussurra em meus lábios.
— Enrico, não dá... estou naqueles dias... — Ele me interrompe.
— Pouco me importa. Estou com tesão, Manuela, muito. Já faz dias que
não fazemos nada. — Ele me olha.
— Enrico, é nojento... — digo fazendo careta.
— Manuela, se você não quiser dar, eu vou procurar fora — fala sério. —
Já faz semanas que não transo, e não vou continuar assim!
— Por que você só fala merda? Você não vê o quanto isso me machuca?
— O empurro.
— O que eu vejo, é ter uma namorada e não poder transar com ela. O que é
uma obrigação. Se eu arrumar alguém fora, você surta. — Faz gesto com as
mãos.
— Claro. Se quiser ter um harém, é melhor terminar — digo, sentindo meu
coração acelerado.
— Olha quem fala, se eu terminar você vem igual um cachorrinho atrás de
mim, me pedindo desculpas. — Dá de ombros.
— Você gosta de me ver se humilhando para você, não é? — Meus olhos
ficam marejados.
— Eu? Eu nem ligo para você, Manuela. — Dá de ombros.
Sinto meu peito se apertar ainda mais.
— Você não me ama? — pergunto, sentindo-me trêmula e o estômago
embrulhar.
— De novo com essa história, Manuela? Porra, que saco! — Passa a mão
no rosto.
— De novo, sim. Porque só eu que digo que amo você, que faço tudo para
você — aponto para ele.
— Não preciso dizer que amo você o tempo todo. Quer uma prova? — Me
olha. — Estou com você.
— Isso não basta. — Bato o pé.
— Ah, Manuela, você realmente tem o dom de me fazer brochar. Vou para
casa e você fica aí, sozinha. E nem vem me ligar. — Vai até o aparador e
pega sua chave.
— Eu não vou ficar correndo atrás de você — digo, sentindo as lágrimas
escorrendo em meu rosto.
— Tanto faz, não estou nem aí. — Ele sai, fechando a porta.

Estou cada dia pior, não quero comer, não quero sair de casa, não quero
assistir..., eu só fico o dia todo no quarto, deitada, chorando. As náuseas se
tornaram frequentes e as dores abdominais também. Há dias Enrico não me
manda mensagem e não liga. Isso me deixa tão triste, magoada e apreensiva.
Será que ele ficou com outra pessoa? Sinto meu coração acelerado com a
possibilidade de Enrico ter ficado com outra mulher. Será que ele é capaz de
me trair? Só de pensar nisso, sinto náuseas e meu corpo trêmulo.
Sinto meu celular vibrar em cima da cama, pego e vejo uma mensagem do
meu irmão.
Douglas: Irmãzinha, como está? Quero te dizer que marquei com nossos
pais o jantar que eu tinha lhe falado. Mila está bem ansiosa para te ver de
novo, já faz tempo... Ah, e leva seu namorado. É hoje, às oito. Beijos! Amo
você, princesa.
Suspiro, pensando se ainda tenho um namorado. Travo o celular e me
agarro ao travesseiro, sentindo meus olhos marejarem e fungo, querendo não
chorar mais. Não aguento mais chorar, não aguento mais sentir medo,
angústia, desespero, apreensiva. Por que fico me sentindo tão mal? Não
consigo dormir direito, sinto náuseas constantemente, assim como diarreia.
Tudo que eu como, coloco pra fora. Não estou bem, e não sei o motivo.
Horas se passam, e meu celular vibra indicando que tem uma mensagem.
Pego meu celular e meu coração acelera com o que vejo.
Enrico: Precisamos conversar. Você errou, e está fazendo todo esse
drama sem falar comigo. Nem parece que eu tenho namorada.
Com os dedos trêmulos eu digito.
Eu: Meu irmão chamou você para jantarmos na casa dos meus pais às oito.
Você vai?
Vejo-o digitar.
Enrico: É só isso que vai falar? Vai ficar mudando de assunto? Estou
avisando logo que não sou culpado de nada, a única culpada é você.
Sinto meu coração acelerar e meu estômago embrulhar.
Eu: Enrico, isso conversamos depois. Não estou muito bem. Só responde
se vai ou não?
Enrico: Vou. Passo por aí e pego você.
Eu: Não precisa. Vou mais cedo.
Enrico: Vai fazer o quê lá cedo?
Eu: Ué, ficar um pouco com meus pais, o que faz tempo que eu não faço.
Enrico: Tá.
O vejo ficar offline e meus olhos ficam marejados. Não aguento mais
chorar e me sentir dessa forma. Uma inútil que não consegue bater de frente
com ele. Eu sou uma inútil, uma burra!
Capítulo 7

Estaciono meu carro no edifício onde meus pais moram, pego minha bolsa
e saio do carro travando-o, e indo para o elevador. Não demora muito e o
elevador para e abre as portas, mostrando a enorme sala da cobertura dos
meus pais.
— Manu! — Mila salta do sofá, e vem até mim.
Sorrio e a abraço forte.
— Ah, que saudade eu estava de você — ela sussurra, ainda abraçada a
mim.
— Também estava com muita saudade. — Sorrio. Adoro Mila.
— Oi, princesa. — Escuto a voz de Douglas.
O vejo vindo em minha direção para me abraçar, com um sorriso grande
nos lábios. Abraço forte sua cintura, me sentindo segura com ele. Meu irmão
é perfeito.
— Que bom que veio. — Beija minha cabeça.
— Meu irmãozinho pediu, então eu vim. — Sorrio, sentindo uma alegria
que fazia tempo que não sentia.
— Ah, vem aqui, vamos conversar. — Mila puxa minha mão.
Sorrio e me sento com ela no sofá. Mila é maravilhosa, uma mulher linda e
extrovertida, ela e meu irmão se dão muito bem, são um casal lindo. Linda,
de olhos verdes e cabelos castanhos compridos, deixa meu irmão mortinho de
ciúmes, principalmente quando ela está fardada.
— Me conta como estão os preparativos do casamento? — pergunto,
colocando minha mochila no canto.
— Ah, nossa..., tudo corrido demais. Mas está ficando tudo perfeito. — Ela
sorri ao ver Douglas a olhando.
— E o apartamento? — A olho.
— Só faltam chegar os móveis, mas estamos nos virando com a cozinha
semi completa e a cama. — Mila sorri.
— Estou ansiosa para conhecer o apartamento de vocês. — Sorrio.
— Mas você vai, cunhada. Claro que vai. Só deixe a gente terminar de
arrumar a casa. — Mila suspira. — Você nem imagina a bagunça que está.
— Pode ter certeza que imagino. — Sorrimos.
— Olha quem chegou. — Meu pai aparece na sala.
Levanto-me do sofá e vou até ele, com um sorriso nos lábios.
— Saudade da minha princesa. — Beija minha testa.
— Estava morrendo de saudades. — Dou um sorriso.
— Faz tempo que não vejo esse sorriso lindo, que ilumina meu dia. — Ele
me analisa.
Abro um sorriso grande. Amo demais o meu pai.
— Cadê a mamãe?
— Está no salão, mas logo chega. — Ele se senta comigo no sofá.
— O sábado religioso de dona Karen no salão. — Mila sorri.
— Pois é. — Sorrimos.
Ficamos conversando muito, eu completamente aliviada e espairecendo, o
que não fazia há muito tempo. Mamãe não demora muito para chegar, e logo
se enturma na conversa, completamente feliz falando do casamento do meu
irmão e da minha cunhada. Eu tinha decidido dormir essa noite aqui e passar
o domingo todo com meus pais e meu irmão, junto com minha cunhada, que
ficaram felizes e já tenho ideias sobre o almoço e o jantar, porque eu só irei
embora na segunda-feira.
Perto do jantar, Enrico chega e rapidamente fico desconfortável. Enrico
está com cara de poucos amigos, o que faz meu irmão e meu pai notarem,
quando ele vem até mim e me dá um simples beijo na bochecha e não fala
nada, além de cumprimentá-los com um curto boa noite. Por isso que eu não
gosto quando alguém chama Enrico para cá, porque eu sei que ele não gosta
da minha família e fica esse clima super desconfortável.
Nosso jantar está sendo ainda mais desconfortável, Enrico está ao meu
lado, jantando em silêncio, e tento me concentrar em Mila, que não para de
falar sobre o casamento. Eu tento interagir o máximo e esquecer um pouco
que Enrico está ao meu lado, bufando, mostrando claramente que não está
gostando do jantar.
— Pai, cadê aquele contrato da Manu? — Douglas pergunta ao papai.
— Da VS? Na mesa do meu quarto. Por quê? — Papai ergue a sobrancelha.
— Vou pegá-lo — meu irmão diz.
O vejo se levantar da cadeira e sumir pelo corredor, indo em direção ao
quarto de nossos pais. Sinto o olhar de Enrico sobre mim, mas não me atrevo
a olhá-lo. Não sei bem o motivo de Douglas falar sobre esse contrato.
Meu irmão volta com o documento dentro do envelope em mãos e uma
caneta na outra. Ele se senta na cadeira e me olha com um sorriso.
— Bom, eu quis que chamasse Enrico para esse jantar, para
comemorarmos. — Douglas me olha com um sorriso.
— Comemorar o quê, querido? — Mila o questiona.
— Bom, todos aqui sabemos o quanto Manu sempre quis ser uma angel da
Victoria’s Secret. Desde nova ela sonhava em desfilar e ainda quando criança
começou a desfilar nas passarelas com roupas de grifes. — Douglas sorri para
mim, e eu sinto meus olhos marejados. — Sempre notamos sua alegria,
empolgada, sonhando em um dia ser uma angel. E hoje, aqui com esse
contrato, você vai assiná-lo e se tornar uma angel.
— Mas ela disse que não quer. — Escuto Enrico falar.
Douglas o olha, e mantém seus olhos nele, sem se intimidar.
— Ela vai assinar sim, Enrico. Sabe por quê? Porque minha irmã sempre
sonhou com isso e ninguém vai tirar isso dela — fala sem tirar os olhos dele.
— Você quer tirar isso dela, Enrico? Quer deixar a grande oportunidade da
vida dela passar?
Enrico trinca o maxilar e segura forte a taça de vinho.
— Não é que eu não queira — responde, ríspido.
— Então é o quê? Parece que não está contente da sua namorada desfilar
para uma das melhores marcas de lingerie. — Douglas mantém seus olhos
nele.
— Desfilar de lingerie — Enrico fala entre os dentes.
— E daí? Qual o problema? É uma coisa extremamente profissional. Você
deveria se orgulhar dela — meu irmão diz. — Manuela sempre sonhou com
isso.
Enrico fica calado, mas eu sei o quanto ele está puto, por Douglas estar
batendo de frente com ele. Douglas me olha e me sinto feliz por essa sua
atitude. Sinto meu coração acelerado, e dessa vez não é por medo, angústia...
e sim, por felicidade. Meu corpo inteiro vibra de felicidade.
— Então, princesa, vamos assinar? — pergunta com um sorriso.
— Ah, meu Deus! Eu já disse que amo você? — Mila se pendura no
pescoço dele, beijando sua bochecha.
— Douglas, eu... — Enrico me interrompe.
— Posso falar com você rapidinho? — Enrico me olha.
Seus olhos escuros transmitem ódio e raiva, e eu sei que se eu for falar
com ele, ele vai me pressionar a não assinar o contrato.
— Não, Enrico. Ela primeiro vai decidir agora se vai assinar ou não. —
Meu irmão bate de frente com ele.
— Eu não posso falar com minha namorada? — Enrico pergunta,
trincando o maxilar.
Olho meus pais que estão um pouco surpresos ao ver meu irmão e meu
namorado batendo de frente um com o outro, sem entender nada.
— Pode, mas depois. — Douglas me olha. — Então, vai querer assinar?
Assinto com um sorriso, mesmo sabendo das consequências do meu
namoro.
— Você disse que não queria. — Enrico segura minha mão, sobre minha
coxa, apertando-a.
Ele mantém seus olhos em mim, me intimidando a dizer não, como ele
quer.
— Mas ela acabou de dizer que quer. — Mila me defende.
— Mas ela... — Meu irmão o interrompe.
— Enrico, seu nome é Manuela? É você que vai desfilar? — Meu irmão o
olha, sério. — Não se meta, deixe ela decidir o que ela quer para a vida dela!
Engulo em seco, sentindo meu coração bater forte, e depois de muito
tempo, ele bate forte de alegria e não de angústia ou desespero. Douglas
empurra o contrato na mesa em minha direção junto com a caneta. Pego a
caneta com as mãos trêmulas, pronta para assinar o contrato que eu sempre
quis, quando sinto Enrico apertar forte minha outra mão, fazendo-o olhar.
— Ei, olhe para o contrato e assine. — Meu irmão chama a minha atenção.
Então eu assino o contrato que eu sempre sonhei para minha vida, sentindo
uma alegria imensa dentro de mim, e uma vontade enorme de me jogar nos
braços do meu irmão e agradecê-lo imensamente por isso.
Eu sei que meu namoro está em risco após esse contrato, e eu tenho certeza
disso, quando Enrico diz que ter que ir embora, após terminarmos de jantar.
Quando as portas do elevador se fecham, eu vejo uma mensagem no meu
celular, que me deixa angustiada.
Enrico: Acabou! Não me ligue, e não venha atrás de mim.
Capítulo 8

— Já está pronto, fratello? — Dominic bate na porta do meu quarto.


— Já estou saindo — falo um pouco mais alto, para ele escutar.
Escuto-o falar que está me esperando na sala com Dimitri e Hannah, para
podermos sair. Verifico minha roupa e a analiso se está perfeita para uma
boate. Uma camisa na cor vinho de botões, com as mangas dobradas nos
cotovelos, uma calça jeans e um sapatênis. Passo meus dedos entre meus
cabelos quase loiros, os alinhando melhor. Pego minha carteira, meu celular e
saio do quarto.
Saímos da nossa cobertura, acompanhados de nossos seguranças. Entramos
no carro e seguimos para a nova boate do Renato. Não demoramos a chegar e
logo um de nossos motoristas estaciona em frente à grande boate iluminada
por várias luzes neon, chamando atenção de todos. Já tem uma fila imensa no
lado de fora de pessoas para entrarem. Um dos nossos seguranças abre a
porta e a avalanche de flashes e gritarias começam, assim que pusemos os pés
para fora do carro.
Algumas pessoas nos chamam para tirar fotos e cedemos, não para todos,
porque a fila está imensa, mas logo somos escoltados para dentro da boate,
indo diretamente para o primeiro andar, onde é a área vip da boate. Não
colocamos pulseira e subimos as escadas, após o segurança soltar a cordinha.
Renato nos espera no topo da escada, com um sorriso nos lábios. Após
subirmos ele nos cumprimenta com um aperto de mão e um abraço forte. Ele
se aproxima de Hannah e a cumprimenta com um beijo na bochecha.
— Fico feliz que tenham vindo. Separei uma mesa para vocês. — Renato
sorri.
O acompanhamos até a mesa, com um sofá em formato de U de couro
vermelho com pedras douradas. Uma mesa redonda com um cardápio em
cima e um jarrinho em cima, decorando-a. Nos sentamos no sofá muito
confortável e Renato se senta conosco, enquanto um garçom vem até nós para
anotar nossos pedidos.
— O meu vai ser o de sempre mesmo, um Mojito. — Hannah pede ao
garçom, enquanto ajeita as alças do seu vestido brilhoso.
— Você nem gosta de Mojito. — Dimitri a olha.
— O daqui é maravilhoso. — Hannah sorri.
— Pois é, quando ela veio só bebeu Mojito — Renato fala com um sorriso.
— Mas eu tenho uma bebida que entrou no cardápio recentemente e vocês
vão adorar.
— Pode trazer. — Dominic se encosta na cadeira.
Renato fala ao rapaz as bebidas e faz o pedido de um aperitivo.
— Pedi um mix que entrou no cardápio também. É um mix com vários
tipos de carnes grelhadas — ele explica.
— Perfeito. Essa boate está mais lotada que a outra — comento.
— Sim. Aqui é muito maior, mas o conforto é o mesmo. Só muda
realmente o tamanho. — Renato apoia os braços na mesa. — Foi aberta mês
passado, e não esperava tantas pessoas nesse dia. Foi surpreendente. Tivemos
uma meta de lucro altíssima, que nem imaginava.
— Que bom, Renato. — Dominic o olha.
— Aqui me dá mais lucro do que na outra Pandora, mas eu não vou deixá-
la de lado, ao contrário, irei melhorar tudo nela, para ficar no mesmo patamar
que essa, claro. Aqui é mais visto pela alta classe social.
— Sim. Notei alguns empresários, algumas pessoas importantes — Dimitri
fala.
— A estrutura pode ser a mesma da outra, mas aqui é maior, um cardápio
totalmente novo e diferenciado, o que atraiu bastante a clientela. — Ele nos
olha.
O garçom chega com uma bandeja com nossos pedidos e os aperitivos, nos
serve e se retira. Experimento a bebida e o aperitivo, que por sinal estão
maravilhosos. Renato tirou a noite para ficar conosco e aproveitar para
colocarmos a conversa em dia, faz tempo que não fazemos isso, conversar e
sorrir, espairecer um pouco.
— Manu, posso entrar? — Escuto Mila falar atrás da porta.
Sento-me na cama e peço para ela entrar. Mila abre a porta devagar com
um sorriso e entra no quarto, fechando a porta.
— Posso me sentar com você? — ela aponta para a cama.
Assinto e puxo o lençol que cobre minhas pernas para ela se sentar com as
pernas cruzadas. Apoia seus braços nas suas pernas cruzadas e me olha com
seus olhos verdes, que hoje estão bem mais claros.
— Quero saber como você está, depois que o Enrico foi embora ontem,
você ficou tristinha. — Ela me olha e suspiro. — Foi por causa da atitude
dele ontem no jantar? — insiste.
— É — respondo, cabisbaixa.
Ela pega minhas mãos e as segura.
— Manu..., por um acaso o Enrico te proibiu de você desfilar? — Engulo
em seco. — Olha, se não quiser falar, tudo bem. Notei seu desconforto em
relação a isso, mas saiba que estarei aqui sempre para você. Sou sua cunhada,
mas eu sou sua amiga para todas as horas e todos os momentos — fala com
sinceridade.
Aperto suas mãos, sentindo meus olhos marejados.
— Obrigada, Mila. Saiba que te considero muito minha amiga, demais. Sei
que posso te confidenciar tudo. — Ela assente em concordância. — Sim,
Enrico não queria que eu desfilasse, ameaçou pôr um fim no nosso
relacionamento. — Ela arregala os olhos.
— Como é? — Me olha horrorizada. — Que qualidade de namorado é esse
que não deixa sua namorada livre para fazer o que mais sonha? Manuela, o
que mais ele fez?
— Mila, por favor, não fala nada ao Douglas. Se ele souber, a confusão
estará feita. — Mila me olha séria e assente. — O Enrico ficava me
pressionando para fazer sexo, não me deixava ser eu mesma. Qualquer
conversa com opinião diferente, era motivo de briga. E ele sempre me
xingava e ficava irritado quando eu não fazia o que ele queria.
— Manuela, alguma vez o Enrico fez sexo contra sua vontade? — Engulo
em seco. — Manuela, pode falar para mim. O Enrico já lhe estuprou?
— Ele já fez... contra a minha vontade. — Abaixo a cabeça, envergonhada.
— O quê? — Mila se levanta bruscamente da cama. — Vamos agora
mesmo prestar uma queixa, Manuela.
— Não! — Praticamente grito. — Não, Mila, por favor! Eu te imploro,
Mila.
— Por que Manuela? Por que você está protegendo-o? — Me olha séria.
Engulo em seco, com as mãos trêmulas.
— E-eu não sei o que Enrico é capaz de fazer, Mila. Ultimamente ele está
diferente, irreconhecível com as suas atitudes.
— Mas você pode ser protegida pelo FBI — diz, me olhando. — Não tem
o que temer, Manuela. Eu e seu irmão iremos cuidar de você.
— Não, Mila. Prefiro não arriscar. Não quero denunciá-lo. Não quero me
envolver mais com ele. Esse relacionamento me fez mal, só quero esquecer e
seguir em frente — digo, triste.
Mila me olha séria por um tempo.
— Manuela... — Interrompo-a.
— Por favor, Mila. Eu te imploro. Não conta nada para o Douglas. —
Seguro suas mãos e Mila suspira.
— Tudo bem, vou respeitar sua decisão, mas quando você decidir que quer
denunciá-lo, me fale, ok? — Assinto. — Mas mudando de assunto, por que
não fica essa semana por aqui na casa dos seus pais? — sugere.
— Não sei, Mila. — Deito-me na cama.
— Seus pais vão adorar ter você durante a semana aqui. — Se senta no
meio da cama, animada.
— É, já faz um tempo que não fico com meus pais — respondo, pensativa.
— Então, fica. — Ela se anima e fica de joelhos na cama. — Posso falar
com Douglas, para ficarmos por aqui também. Quando sairmos do trabalho,
viríamos direto para cá. O que acha?
— É uma boa ideia. — Me animo um pouco.
— Então, como o jantar beneficente é nessa sexta-feira, poderíamos nos
arrumar juntas. — Se empolga. — Vou trazer tudo meu para me arrumar aqui
contigo. O que acha?
— Vai ser muito bom. — Sento-me na cama, ansiosa.
— Essa semana podemos ir lá no meu apartamento buscar minhas coisas e
mandamos o motorista dos seus pais buscar nossos vestidos e acessórios.
Escutamos alguém bater na porta e mando entrar. O rosto do meu irmão
aparece e ele sorri.
— Pensei que estava dormindo. — Me olha. — Posso entrar?
— Entra. Estou acordada a um tempo, Mila chegou faz alguns minutos. —
Dou um sorriso.
Ele se aproxima de Mila e lhe dá um beijo nos lábios e vem até mim e me
dá um beijo na testa, se sentando na beira da cama.
— Então, o que minhas meninas estavam conversando? — Nos olha.
— Amor, estava sugerindo de Manu ficar essa semana aqui, e nós também
— minha cunhada fala. — Sugeri que nós dois dormíssemos por aqui esses
dias, para aproveitar um pouco a Manu, que está um pouco afastada de nós.
— Acho perfeito, meu amor. — Meu irmão sorri para ela e me olha. —
Então princesa, vai ficar?
— Vou sim. — Sorrio. — Combinamos agorinha de que iríamos nos
arrumar juntas para o jantar beneficente na sexta-feira.
— Maravilha, então vamos logo em casa hoje, amor, buscar algumas
roupas nossas e as coisas que vai precisar para se arrumar. — Douglas me
olha. — Quer ir? Você aproveita e vê nosso apartamento, mesmo bagunçado.
Sorrimos.
— Não ligo para isso, sabem disso. Mas eu vou sim — digo com um
sorriso.
— Depois do almoço, nós vamos, então. Passamos no seu apartamento
também e pegamos tudo que precisa — Douglas diz.
O almoço com meus pais foi maravilhoso, sem a presença do Enrico tudo
fica melhor. Eu ri mais, conversei..., foi tudo perfeito. Meus pais adoraram a
ideia de eu ficar essa semana aqui junto com meu irmão e minha cunhada.
Assim que almoçamos, Douglas pega seu carro e vamos até seu apartamento
junto com Mila e depois ao meu, e voltamos de vez para a casa dos meus
pais.
Capítulo 9

Há dias estou na casa dos meus pais, aproveitando o máximo para me


distrair, e funciona muito bem. Foi o maior tempo que passei sem falar com
Enrico, e me sinto feliz por não ter ido atrás dele, como das outras vezes. Não
verifiquei suas redes sociais, não liguei ou enviei mensagens, me sinto
vitoriosa e feliz por estar conseguindo me livrar desse sentimento doentio por
ele. Apaguei fotos e mensagens, totalmente disposta a seguir em frente.
Os dias na casa dos meus pais, abriu meus olhos, me fazendo ver o quanto
Enrico me afastou dos meus amigos e da minha família. Agora me sinto eu
mesma, em casa, com as pessoas que me amam de verdade.
— Nossa, estou me sentindo sexy demais nesse vestido. — Escuto Mila
falar.
— Você já está vestida? — Grito, dentro do closet.
— Prontíssima. E você?
— Olhando o vestido ainda.
Escuto a zoada de seus saltos pelo quarto e finalmente ela aparece no
closet.
— O vestido ficou maravilhoso em você. — Dou um sorriso.
Mila optou por um Dolce&Gabbana maravilhoso. Ele é todo em paetê na
cor vinho, sem alça com o decote reto que levantou bem os seus seios, o
vestido todo colado em seu corpo, no estilo sereia, com uma calda linda que
se arrasta no chão.
— Obrigada. Ainda faltam as joias que Douglas me deu. — Ela abre um
largo sorriso.
Sorrio e olho meu vestido.
— Acho que já está na hora de vestir o meu, antes que eu me atrase —
digo, tirando meu robe, ficando apenas de calcinha.
O meu é lindo, perfeito, foi desenhado exclusivamente para mim, um
Versace perfeito num tom de azul capri um pouco cintilante, com decote v
profundo até abaixo dos meus seios. As alças um pouco grossas vão até as
minhas costas, cruzando-as em forma de x, deixando minhas costas nuas. A
saia franzida e soltinha com uma fenda na coxa, mostra bem minha perna.
Calço meu salto alto, modelo bem delicado, também feito exclusivamente
para mim, possui duas tiras de cristais fazendo um x em cima do meu pé que
vão até meu tornozelo, finalizando a amarração do salto. Me olho no espelho,
vendo que o vestido ficou perfeito. O decote está perfeito em meus seios e
logo lembro-me de colocar meu colar choker de diamantes com quatro
centímetros de largura e brincos estilos earcuffs que combinam
perfeitamente. Optei por deixar meu cabelo totalmente solto e liso, com
mechas bem penteadas atrás da orelha, para dar visibilidade aos brincos de
diamantes. Pus os anéis e uma pulseira delicada, nada chamativa e olho-me
totalmente pronta no espelho. O maquiador fez uma maquiagem bem bonita,
deixando minha pele com uma luminosidade perfeita. Ele passou um
iluminador entre meus seios e na minha coxa exposta pela fenda do vestido,
que a cada vez que eu me movo, todo a minha coxa brilha.
— Minha nossa! Você está perfeita. — O maquiador me analisa.
Sorrio, enquanto ele termina de dar os retoques finais do iluminador entre
os seios, ombros e pernas. Depois de ele ajeitar meus cabelos, colocando-os
para trás, ele borrifa mais iluminador para finalizar, me analisa de cima a
baixo.
— Perfeita. Pronta para matar. — Ele sorri, fazendo gestos com as mãos.
— Você é o melhor. — Sorrio para ele.
Mila entra no quarto, com a minha bolsinha de mão prateada e me entrega.
— Você está um arraso, cunhada. — Mila sorri.
Sorrio para ela e o maquiador se despede de nós, após recolher suas coisas
e ir embora. Saímos do quarto, e encontramos nossos pais e Douglas falando
ao telefone, vestidos de smoking, e a mamãe com um belíssimo vestido. Eles
nos cumprimentam e logo saímos da casa dos meus pais, acompanhados de
seguranças até o hall do prédio, que nos guiam até um carro luxuoso que nos
espera. O trânsito está um pouco lento, pela quantidade de carros indo para o
evento também. O motorista estaciona em frente ao local do jantar
beneficente, e vários fotógrafos já estão tirando diversas fotos antes mesmo
de sairmos do carro. Nossos seguranças começam a afastá-los, para podermos
sair tranquilamente.
Chegando no tapete vermelho, a avalanche de flashes se inicia. Faço
diversas poses, com os melhores ângulos, umas sorrindo e outras, séria.
Depois de tantas fotos, sou acompanhada para dentro do evento, logo avisto
meus pais e espero meu irmão e minha cunhada, que não demoram muito
para aparecerem.
Somos acompanhados até a mesa que foi reservada em nome de Peterson,
e logo nos acomodamos, e somos servidos com taças de champanhe e
aperitivos dos melhores. Ficamos um bom tempo conversando coisas
aleatórias e bebendo, aproveitando. Cumprimentamos algumas pessoas que
conhecemos e conversamos muito.
— Olha quem encontramos aqui. — Escutamos uma voz atrás de nós.
Viramos nossos rostos e demos de cara com Catharina e Richard, amigos
de longa data dos meus pais. Eles nos cumprimentam e se sentam conosco na
mesa.
— Que bom que vieram — Richard fala.
Um garçom se aproxima de nós para nos servir novamente, com outros
aperitivos e se retira.
— Será que podemos ficar aqui? — Catharina pergunta, após tomar seu
champanhe.
— Claro que sim. — Minha mãe se apressa em falar e ela sorri.
Catharina é casada com Richard há dez anos, nunca tiveram filhos e
ninguém sabe o porquê, eu desconfio de que ela ou ele não podem ter filhos,
ou eles não querem, o que é absolutamente normal. Mas são um casal lindo.
Richard é dono de uma das maiores empresas de marketing aqui em Nova
York, e sua esposa dona de uma rede de salões de beleza, no qual eu, mamãe
e Mila sempre frequentamos, por ter um dos melhores serviços. Nós fomos
totalmente produzidas por funcionários do salão dela, exceto Ryan, que é um
maquiador foda, que é procurado por muitas pessoas.
— Está ansiosa para desfilar para a Victoria’s Secret, Manuela? —
Catharina me olha.
— Você nem imagina. — Sorrio, e cruzo as pernas. — A realização de um
sonho.
— Estou louca para te ver desfilar. — Sorri. — Eu e Richard recebemos os
convites.
— Tenho certeza que Manuela vai arrasar. — Mila me olha com um
sorriso.
— Cadê o Enrico? Já faz um tempo que não o vejo — Richard comenta.
— Ele não pode vir — respondo, e dou um gole no champanhe.
— Adoro conversar com ele sobre as empresas. Ele manja nos cálculos. —
Richard me olha.
— Sim. Enrico é super inteligente — comento, sentindo um aperto no meu
coração.
— Nossa, quero ele na minha empresa — Richard diz.
— E por que não o chama? Tenho certeza de que ele aceitaria — digo.
— É. Farei isso mesmo.
— E como está a Amy? Vocês sempre estão juntas. — Catharina me olha.
— Amy está bem, sempre nos falamos. — Dou um sorriso.
— Vamos para Malibu amanhã — meu pai diz. — Douglas e Mila
conseguiram folga e vamos passar o final de semana por lá.
— A casa que vocês reformaram já está pronta? — Catharina pergunta.
— Sim. Estou ansiosa para vocês irem lá também — mamãe diz.
— É só marcarmos. — Richard sorri.
— Faz tempo que não passamos um final de semana em família —
Douglas comenta.
Tomo meu champanhe e dou um sorriso para ele. Levanto meu rosto e vejo
Amanda e Olívia andando pelo ambiente, com taças de champanhe nas mãos.
— Se me derem licença, vou ali falar com uma pessoa e já volto — aviso e
eles assentem.
Pego minha bolsinha de mão, levanto-me da cadeira e ando entre as
pessoas, indo até minhas amigas, que ao me ver, sorriem, vem até mim, e me
cumprimentam com beijos na bochecha.
— Esse vestido ficou perfeito em você. — Olívia me analisa.
— Com certeza esse azul está mais bonito que o verde. — Amanda sorri.
— Pois é — concordo.
— Faz tempo que você chegou? — Amanda me pergunta.
— Uma hora mais ou menos. E vocês? — pergunto.
— Chegamos já faz uns minutinhos — Olívia responde.
— Manuela Peterson? — Uma voz feminina soa atrás de mim.
Viro-me e vejo uma mulher me olhando com um largo sorriso. Ela é loira,
olhos castanhos, muito linda.
— Sou eu, sim. E você? — Me aproximo dela.
— Sou Hannah Fisher, uma grande fã sua. — Ela me abraça de surpresa.
Fico sem ação por um momento, mas retribuo o abraço.
— Ai meu Deus, eu nem acredito que você está aqui, diante de mim, toda
perfeita. — Seus olhos ficam marejados.
— Muito obrigada! — Agradeço, com um sorriso.
— Você pode tirar uma foto comigo? — Pede, nervosa.
— Claro. Posso sim. — Sorrio.
Ela retira seu telefone da sua bolsa, e Amanda o pega e tira várias fotos
nossas.
— Meu amigo jurava que eu não iria conseguir uma foto sua — ela diz
sorrindo, guardando o telefone.
— Por quê? — A olho, com um sorriso.
— Meu amigo é super chato, adora me irritar — ela diz.
— E quem é esse seu amigo? — pergunto curiosa.
— É aquele ali — Hannah aponta.
Olho em direção ao seu dedo, onde aponta para um homem alto, forte,
vestido de smoking, exalando beleza. Meu coração acelera quando o vejo.
Ele mantém seus olhos em mim, me analisando, mesmo de longe, com uma
taça de champanhe na mão.
— O nome dele é Demétrio D’Saints.
Capítulo 10

Eu sabia que se irritasse a Hannah sobre ela não conseguir uma foto com a
Manuela Peterson, ela iria me chamar para mostrar que conseguiu a foto, e
iria esfregar na minha cara isso, ainda mais na frente dela. É justamente o que
está prestes a acontecer, e é isso que eu quero que aconteça. Bom, eu não
saberia como chegar nela, somos de mundos diferentes, ela é uma modelo e
eu sou um CEO. Várias pessoas que estão nesse jantar beneficente, só
conheço pelos sites ou revistas, a tal Manuela eu mesmo nem a conhecia,
acho por eu viver em um lugar ou vida diferente da dela... Não sei.
Vejo Hannah interagindo com Manuela, que mantém um sorriso lindo nos
lábios pintados de vermelho. Manuela está perfeita em um vestido azul, seus
cabelos ruivos longos, lisos, deixando-a mais linda. Dou um gole no meu
champanhe sem tirar os olhos dela, e noto o quanto ela chama atenção de
todos nesse jantar. Acho que ela não percebe a beleza que tem, não sabe do
poder que tem, ela pode deixar um homem de joelhos para ela, é exatamente
o que ela está fazendo comigo.
Não vou ser hipócrita, já saí com diversas mulheres bonitas e elegantes,
não irei rebaixá-las só porque notei a Manuela e estou bastante interessado,
mas vou ser sincero, ela chama a minha atenção, e sinto algo dentro de mim,
que desconheço. Sempre tive a mulher que eu quisesse, algumas estavam
totalmente à minha disposição, mas eu sempre fui um homem reservado, não
vou mentir que adoro uma putaria, já dividi mulheres com meus irmãos em
clubes privados, mas como são sigilosos, a sociedade não sabe desse nosso
lado pervertido que às vezes colocamos em prática. Eu continuo sendo
reservado, sempre escolhi mulheres discretas para passar um tempo, nada
mais. Não gosto de mulheres aproveitadoras, interesseiras e oportunistas, eu
gosto daquelas mais reservadas, inteligentes, simpáticas e educadas. Eu sou
um bom observador, sempre quando quero escolher uma mulher para um
sexo sem compromisso, a analiso bem, muito aliás. Gosto de preservar minha
reputação, eu sou um homem sério e quero manter minha reputação intacta,
não quero que seja manchada por uma mulher que chame muita atenção, só
pelo fato de estar ao lado de um homem bem-sucedido e bonito.
Não sou convencido como meus irmãos, principalmente Dimitri, que às
vezes adora se exibir. Mas eu sei que sou um homem bonito, que chama
atenção. Cuido bem da minha vida, da minha alimentação, e mantenho uma
rotina diária com meus exercícios físicos. Não gosto de me exibir, longe
disso, apenas gosto de me cuidar.
Hannah aponta para mim e é quando Manuela me olha, e mantém seus
olhos em mim. Eu já disse que ela é linda? Pois é, ela está absurdamente
linda, e agora eu posso analisá-la melhor. No dia que eu a vi pela primeira
vez, não tive muito tempo para notá-la, mas agora eu posso. Hannah acena
para mim, para eu ir até elas e sorrio internamente, sabendo que o meu plano
foi bem-sucedido. Coloco minha taça de champanhe vazia na primeira
bandeja que passa a minha frente, e ando calmamente até elas.
— Eu disse a você que iria conseguir tirar uma foto com ela — Hannah
fala, assim que me junto a elas.
Dou um sorriso de lado e olho Manuela, que está me fitando com seus
olhos castanhos.
— Não vai me apresentar? — pergunto a Hannah, sem tirar os olhos de
Manuela.
— Essa é Manuela Peterson. — Hannah a olha. — Manuela, esse é o meu
amigo, Demétrio D’Saints.
Manuela me dá um sorriso e nós dois nos aproximamos, beijo sua
bochecha sentindo seu cheiro, que invade minhas narinas e sinto seus lábios
macios beijarem meu rosto. Seguro sua cintura e lhe dou mais outro beijo na
bochecha.
— Manuela... — falo, achando perfeito como seu nome soa em meus
lábios.
Ela sorri, tímida, sem tirar os olhos de mim.
— Demétrio. — Manuela morde o canto do lábio.
— Esse é o amigo que falei, que é super chato, que adora me irritar. —
Hannah bate seu ombro no meu braço, fazendo-nos sorrir.
— Não seja má, acabei de conhecer a moça, não quero passar uma
impressão ruim — digo, e olho a ruiva.
— Não está mostrando impressão ruim, de maneira alguma. — Sua voz sai
suave.
— Olha aí! Eu disse que ela é simpática e adorável. — Hannah sorri e
Manuela sorri para minha amiga.
— Eu só vim nesse jantar para conseguir uma foto com você — Hannah
fala a Manuela.
— Não gosta de jantares beneficentes? — Manuela a questiona.
— Oh, não! São chatos demais. Não concorda? — Minha amiga pergunta.
Manuela se aproxima mais de nós.
— Também não gosto muito — ela sussurra, nos fazendo sorrir. — São
cansativos.
— Você deve ir a vários, não é? — pergunto, olhando-a.
Manuela me olha, o que faz meu coração acelerar. Nossa, ela é linda.
— Sim. Mas você também, não é?
— Pois é. — Sorrimos.
— Bom, eu preciso falar com minha amiga. Minha nossa, realizei meu
sonho. — Hannah a abraça.
Manuela a abraça, delicadamente, com um sorriso lindo nos lábios.
Hannah se despede de nós e se retira, ficando apenas eu e Manuela. Um
garçom passa com taças de champanhe e olho Manuela.
— Quer uma taça? — pergunto.
— Sim, por favor. — Pede, com um sorriso.
Pego duas taças e entrego uma a Manuela, que me agradece.
— Conte-me sobre você. — Peço, após dar um gole no champanhe.
Viro-me, para ficar de frente para ela e analisá-la melhor.
— Sou modelo, desfilo para diversas marcas de grifes — responde. — E
você?
— Sou um dos donos da Vintage Essence — digo. — Acho que conhece.
— Sim. Perguntei só para não ficar chato. — Ela dá um sorriso tímido.
— Então sabe quem eu sou? — pergunto sorrindo.
Dá de ombros, bebendo seu champanhe.
— Assim... — Sorrimos. —, é bem estranho se eu não o conhecesse, não
é?!
— Por quê? — Sorrio.
Ela ajeita seu cabelo de jeito sensual e delicado, e não perco um
movimento sequer seu, estou hipnotizado.
— Ora essa, quem não conhece os trigêmeos D’Saints? — Ela sorri e sua
espontaneidade me diverte — Todos aqui em Nova York conhecem vocês.
— Coisa boa ou ruim? — Dou um gole do champanhe.
— Que vocês são um dos melhores CEO’s, que sabem levantar bem a
empresa..., só coisa boa, não se preocupe. — Pisca o olho, com um sorriso.
Assinto e dou um gole no champanhe.
— Preocupado com sua reputação? — Ela me olha. — Algo que ninguém
deva saber? — Cerra os olhos, com um sorriso.
Solto uma risada, jogando a cabeça para trás.
— Não. Estou tranquilo com minha reputação. — Sou sincero — Mas
gosto dela reservada.
— É. Eu também. — Prensa os lábios. — Gosto da minha vida pessoal
totalmente reservada.
— Sua vida é muito agitada? — A olho.
— Muito. Você nem imagina, vida de modelo não é fácil. — Dá um gole
do champanhe. — E a sua? Imagino que também seja.
— Muito, mas a vida de pessoas de alta classe social realmente não é fácil
— comento.
Ela abre a boca para falar, mas é interrompida por um rapaz alto.
— Oi, princesa. Estava te procurando. — Ele beija sua bochecha.
— Douglas, esse é Demétrio D’Saints. — Manuela faz as apresentações.
— Demétrio, esse é meu irmão.
— Nossa, não acredito. — O rapaz estende a mão, com um largo sorriso.
— Te admiro demais. — Aperto sua mão firme, assentindo.
— Obrigado, Douglas. — Sorrio. — Estava aqui conversando com sua
irmã, ela é realmente adorável. — Douglas sorri orgulhoso.
— Manuela é uma mulher de ouro. — Olha sua irmã.
Assinto em concordância, vendo o olhar de admiração do irmão.
— Mas eu não quero atrapalhar. — Ele limpa a garganta e olha sua irmã.
— Mas precisamos ir, vamos viajar logo cedo.
— Nossa..., estava me esquecendo. — Manuela me olha, com uma carinha
triste. — Preciso ir. Foi ótimo te conhecer, Demétrio.
— O prazer foi todo meu. — Sorrio e olho seu irmão. — Foi um prazer te
conhecer, Douglas.
Douglas aperta firme minha mão, mantendo seus olhos em mim, como se
quisesse me decifrar, e o deixo saber o que transmite em meus olhos. Ele
parece ter entendido e faz um aceno. Fala algo a Manuela e se retira.
Manuela me olha e dá um sorriso triste.
— Eu preciso ir. — Prensa os lábios.
— Tudo bem. Adorei conhecer você, Manuela. Nossa conversa me fez
muito bem. — Sou sincero.
Manuela dá um sorriso de lado.
— Para mim também, adorei cada minuto.
Ela se inclina e beija minha bochecha.
— Tchau! — Me dá um sorriso.
Sorrio e ela vai se afastando aos poucos. Sinto-me vazio, como nunca
havia sentido. Seguro seu braço com delicadeza, virando-a para mim.
— Manuela... — sussurro, olhando seus olhos.
Ela engole em seco.
— O que foi?
Solto seu braço e suspiro.
— Eu quero te encontrar de novo, fora daqui. — Faço uma pausa. —
Quero te conhecer melhor.
— Demétrio... — Eu a interrompo.
— Olha, se você não quiser, tudo bem, vou entender. — Retiro meu celular
do bolso. — Mas se quiser, anota seu número de telefone para mim?
Ela olha minha mão com meu telefone e me olha novamente. Se aproxima
e pega o telefone de minhas mãos, para meu alívio, ela começa a digitar seu
número.
— Pronto, está anotado. — Ela me devolve o telefone, com um sorriso.
Pego meu telefone de sua mão e o guardo no bolso.
— Fique esperando minha mensagem. — Dou um sorriso.
Ela assente com um sorriso.
— É com isso que estou contando. — Me fita com seus olhos castanhos.
Assinto e ela me dá uma última olhada e se vira para ir embora.
— Manuela. — A chamo novamente.
Ela se vira e me olha.
— Esqueci de dizer uma coisa. — Manuela franze a testa — Você está
linda.
Ela sorri mordendo o lábio.
— Você também.
Capítulo 11

O motorista estaciona em frente à grande mansão da minha família, em


Malibu, localizada no noroeste do Condado de Los Angeles, Califórnia. Abro
a porta do carro e saio dele, sentindo o vento forte fazendo meus cabelos
balançarem. Seguro a barra do meu vestido longo e fecho a porta.
— A casa ainda é mais linda pessoalmente. — Escuto Mila falar.
— Está linda mesmo — digo, apreciando a casa.
A casa é totalmente moderna, com uma estrutura belíssima. Várias janelas
de vidro decoram à frente da casa, juntamente com o primeiro andar. Nossa
casa fica em um condomínio de luxo fechado, com vista para o mar e com
uma escada que dá acesso direto para a areia, onde podemos ir na hora que
quisermos à praia. Tem várias suítes, uma adega maravilhosa, deck em todo o
andar de cima, uma piscina grande maravilhosa no primeiro andar com vista
para o mar, ao lado da escada de acesso à praia, uma cozinha gourmet divina,
que vi pelas fotos.
Nos aproximamos da porta e um casal aparece para nos cumprimentar,
com roupas iguais, ambos com idade avançada, mas parecem ser bem
simpáticos.
— Olá, sou Gideon e essa é a Cecília. — O rapaz faz as apresentações. —
Eu sou o mordomo da casa, e a Cecília é a chefe de cozinha.
— Sim, Beto me informou que contratou vocês para esse final de semana.
— Meu pai aperta as mãos deles. — Essa é minha esposa Karen, meus filhos,
Douglas e Manuela, e minha nora Mila, noiva de Douglas.
Cumprimentamos o casal, e logo Gideon abre espaço para entrarmos na
nossa casa.
— Levarei as malas para seus respectivos quartos — Gideon avisa.
Assentimos e com mais outra pessoa, pega nossas malas e sobem para o
primeiro andar, onde ficam os quartos.
— Vocês devem estar com fome. — Cecília nos olha com um sorriso. —
O almoço já está quase pronto. Desejam comer algum aperitivo, beber,
talvez?
— Fizemos um pequeno lanche no jatinho, por mim, eu espero — minha
mãe fala.
Logo concordamos em esperar o almoço ser servido.
— Onde querem almoçar? Na sala de jantar, no deck de frente para o
mar...? — Cecília anda conosco pela casa.
— Eu adoraria comer olhando o mar. — Mila sorri, segurando a mão do
meu irmão.
— Eu também — concordo com um sorriso.
— Então iremos almoçar lá em cima — meu pai diz.
Subimos para os nossos quartos e fico feliz ao ver o meu todo mudado,
com outra aparência. A grande janela está entreaberta, fazendo com que o
vento entre, e logo sinto o cheirinho de mar. Afasto mais as cortinas e abro a
janela, vendo o grande mar à minha frente. Apoio minhas mãos no corrimão
de metal e sinto o vento forte passar por todo meu corpo, fazendo meus
cabelos balançarem.
Escuto meu telefone tocando na bolsa, e volto para o quarto, indo em
direção à minha bolsa, retiro meu telefone e vejo uma ligação perdida de um
número desconhecido. Chega uma mensagem em seguida, do mesmo
número.
Número desconhecido: Liguei, mas você não atendeu. Talvez não saiba
meu número ou está ocupada. Demétrio.
Sorrio, mordendo o lábio, sentindo um friozinho na barriga. Clico em
escrever e envio uma mensagem para ele, e salvo seu número.
Eu: Me desculpe, acabei de chegar de viagem e não consegui atender o
telefone.
Travo o celular, sentindo um friozinho na barriga.
— Que sorrisinho é esse? — Escuto a voz de Mila.
Levanto minha cabeça e vejo Mila na porta, me olhando com um sorriso
nos lábios.
— Não é nada. — Minto, ainda sentindo o friozinho na barriga.
— Nada disso! Eu vi que você viu algo no celular e sorriu. Me conta. —
Ela fecha a porta. — Foi do Enrico?
Nego com a cabeça, sentindo a angústia novamente.
— E de quem era? — Se senta na minha cama.
Suspiro e me sento na cama.
— É do Demétrio — digo.
— Aquele homem que estava falando com você ontem à noite? — Assinto
e Mila arregala os olhos. — Demétrio D’Saints?
— Ele mesmo. — Mordo o lábio.
— Vocês vão começar a sair, como é? — Se empolga.
— Bom, conversamos ontem um pouco... — Ela me interrompe.
— Um pouco? Cunhada, vocês passaram um bom tempo conversando.
Você que não se tocou.
— Sério? — Franzo a testa.
— Seríssimo. Mas me conta tudo. — Me pede.
— Ficamos conversando amenidades, nada demais, e no final ele pediu
meu número de telefone. — Mordo o lábio.
— E você deu! Ai meu Deus! E ele falou o quê nessa mensagem? — Faz
gestos com as mãos, empolgadíssima.
Destravo o celular e mostro a mensagem a ela. Mila sorri e me olha.
— Ai, gente, que babado! Mas você só mandou isso? — Ergue a
sobrancelha.
— E você queria que eu mandasse o quê? — pergunto.
— Como está... Me liga..., essas coisas, né. — Dá de ombros.
Abro a boca para falar, mas ela toma o celular da minha mão e começa a
digitar.
— O que está fazendo? — Me aproximo dela.
— Resolvendo um probleminha — ela diz e devolve meu telefone com um
sorriso.
— O que você fez? — Olho o celular.
— Mandei uma mensagem para seu novo affair. — Pisca o olho.
— Affair, Mila? Jura? — Ergo a sobrancelha.
— Ora, ele não é seu caso?
— Não, né. — Sorrio.
— Ainda. Mas vamos aguardar os próximos minutos. — Se levanta.
Sinto meu celular vibrar e o nome de Demétrio aparece na tela.
— Vou sair, para dar mais privacidade. Me agradece depois, numa
sorveteria de frente à praia. — Pisca o olho e sai do quarto.
Olho o celular sentindo o friozinho na barriga e atendo o telefone.
— Oi!
— Olá, Manuela. Pensei que não queria falar comigo.
Fecho os olhos, escutando sua voz rouca e sexy, fazendo meus pelos se
arrepiarem.
— Não. É que acabei de chegar de viagem, como te expliquei na
mensagem.
— Hum. Sim, entendi perfeitamente. Estou atrapalhando? Se quiser, posso
ligar outra hora.
— Não. — Me apresso ao falar. — Você não está atrapalhando.
— Como está? E para onde viajou?
— Antes de eu responder, eu não estou te atrapalhando?
Escuto-o soltar um suspiro.
— Você nunca vai me atrapalhar. Eu paro qualquer coisa, só para
atender sua ligação, mia bella.
— Demétrio. — Fecho os olhos, soltando um suspiro.
— Manuela... — Sua voz sai como um alívio para todos os meus
problemas.
Ficamos um tempo em silêncio, escutando a respiração um do outro. Eu
poderia escutar sua voz o dia todo. Ela é linda. Rouca. Perfeita.
— Então, para onde viajou?
— Malibu.
— Hum..., Los Angeles. Perfeito. Tem casa por aí ou apenas curtindo o
final de semana?
Levanto-me da cama e caminho até a sacada, vendo o mar.
— Casa. Meus pais compraram uma em frente à praia, há uns cinco anos, e
recentemente quiseram reformá-la, e agora estamos aqui para aproveitar o
final de semana.
— Muito bom. Gosto muito de Los Angeles, sempre que posso, estou aí.
Adoro as praias, o local, tudo muito bom.
— Você tem casa aqui?
— Sim, em Bel Air. Eu e meus irmãos adoramos passar uma temporada na
nossa casa, jogar tênis, um banho de mar...
— É. Adoro as praias daqui.
— Você vai tomar banho de mar?
— Vou sim.
— Hum...
Ele fica um tempinho em silêncio, e escuto meus pais me chamarem para
almoçar.
— Demétrio, eu preciso ir agora. Meus pais estão me chamando para
almoçar.
— Tudo bem. Posso te ligar mais tarde? Se puder e quiser, é claro.
— Pode ligar. Vou adorar conversar com você.
— Que bom, Bambina[5].
— Bambina? — Sorrio.
— Não gostou?
— Não é isso. É só que... é diferente.
— É em italiano. Significa menina.
— Achei lindo.
Escuto seu sorriso abafado.
— Bambina combina perfeitamente com minha menina.
Mordo o lábio com um sorrisinho.
— Então eu sou sua bambina?
— Sim, mia bambina[6]. — Escuto-o suspirar. — Você precisa ir. Mais
tarde eu te ligo. Você me diz o horário melhor para você.
— Uhum. Tchau, Demétrio!
— Tchau, Bambina! Até mais tarde.
Capítulo 12

Enzo abre a porta do carro e eu saio, fechando a paletó seguindo para


dentro do edifício, com ele ao meu lado. Entramos no elevador privativo,
coloco a senha no painel e subimos para a cobertura. Após chegar, eu saio do
elevador e Enzo desce para o apartamento abaixo do nosso, junto com os
demais seguranças.
Sinto meu telefone vibrar dentro do bolso do paletó, e vejo o nome do meu
pai na tela.
— Oi, papà[7]!
— Olá, figlio[8]. Como está aí em Nova York?
— Tudo sob controle. Estamos acompanhando de perto a reforma da loja.
— Que bom. Cadê seus irmãos?
— Dominic deve estar no escritório da sua empresa, resolvendo uns toques
finais, e Dimitri foi na casa do Renato.
— E vocês têm falado com o Noah? Ele já voltou de viagem?
Ando até meu quarto, fechando a porta.
— Sim. Vamos jantar essa semana junto com Hannah e Renato.
— E a louquinha da Hannah, como ela está?
— Ela está sempre aqui em casa conosco, ou saindo para almoçar, ou
jantar, sempre aproveitando o tempo com a gente.
— Você está em casa? Que milagre é esse?
Sorrio.
— Vou fazer uma ligação para uma pessoa.
— Saindo com alguém, figlio?
— Apenas conhecendo.
— Ela é de onde?
— Ela é daqui mesmo. O nome dela é Manuela Peterson.
— Sei quem é. É a modelo, não é?
— Essa mesma.
— Quem mais sabe?
— Só o senhor, mas eu pretendo falar com os meninos, é claro. Mas só não
diga nada para a mamma agora. O senhor sabe que ela criará expectativas
demais.
— Mas você não quer que isso vá para frente?
Suspiro e retiro meu paletó, indo até à janela que me fornece uma perfeita
visão de Nova York à noite.
— Eu quero, pai, mas eu só quero ir com calma, conhecê-la melhor..., para
vermos no que vai dar.
— Você nunca pensou em relacionamentos.
— Pensei, pai, mas o negócio é escolher a mulher certa, o que estava difícil
até achá-la. Manuela é reservada, calma. Tudo que não preciso, é de uma
mulher que me faça passar vergonha em lugares públicos e que seja
interesseira.
— Então essa Manuela é ideal para você?
— Em todos os sentidos. Conversei com ela no jantar beneficente, o pouco
que conversamos, descobri muita coisa que ela deixou transparecer.
Afrouxo a gravata.
— Entendo. Bom, filho, boa sorte então. Espero que dê tudo certo entre
vocês. Ela quer isso?
— Ela me deu o número de telefone dela, quando pedi. Isso é um bom
sinal. — Sorrimos. — Cadê a mamma[9]?
— Na cozinha com Betânia. Sabe como é, adora cozinhar junto com ela.
— Com certeza. Diga a ela que mandei um beijo.
— Mandarei. Amanhã eu ligo. Boa noite, filho.
— Boa noite, pai.
Desligo o telefone e passo a mão no rosto. Sinto meu celular vibrar e vejo
uma mensagem de Manuela, fazendo-me sorrir.
Bambina: A hora que quiser, pode ligar.
Sorrio e envio uma mensagem.
Eu: Podemos fazer uma videochamada? Quero muito te ver.
Ela fica online e a vejo digitando.
Bambina: Sim. Vou ligar meu MacBook, e estarei lhe esperando.
Eu: Certo. Vou só tomar um banho, que acabei de chegar em casa e te
ligo. Pode ser?
Bambina: Tudo bem. Vou te esperar.
Eu: Até daqui a pouco, Bambina.
Travo o celular e me apresso em ir ao banheiro tomar banho. Tiro logo
minha roupa e sigo para o box e tomo um banho rápido, enrolo-me numa
toalha e sigo para o closet, visto uma cueca, minha bermuda de moletom e
uma camisa de gola v.
Volto para meu quarto, e vou até à escrivaninha ligar meu MacBook,
enquanto ele liga, decido ir até a cozinha, fazer um sanduíche. Volto para o
quarto com o sanduíche no prato e sento-me na cadeira confortável, e ligo
para ela. Não demora até ela aparecer.
— Oi! — Ela sorri.
Sorrio, sentindo meu coração acelerado ao vê-la na tela, ela está mais linda
do que na noite retrasada, no jantar beneficente. Ela está simples, sem
maquiagem alguma, mostrando sua beleza natural. Seus cabelos ruivos estão
presos no alto da cabeça em um coque despojado, com alguns fios ruivos,
soltos, veste uma blusinha de alças finas colada ao corpo, com alguns colares
finos pendurados em seu pescoço.
— Você está linda — comento.
Ela sorri e se ajeita mais na cadeira.
— Você está no seu quarto ou em algum outro lugar da casa? — pergunto,
me ajeitando na cadeira.
— Estou no deck, em frente à piscina. Está bem ventilado aqui, e eu adoro
sentir o cheiro do mar e escutar as ondas.
— Você está sozinha aí? — pergunto, e pego meu sanduíche no prato.
— Meu irmão e minha cunhada estão conversando um pouco distante de
mim e meus pais estão dentro de casa. E você? No seu quarto? — pergunta.
Assinto e mordo o sanduíche.
— Jantando? — aponta para o sanduíche.
— É — falo de boca cheia e engulo a comida. — Acabei de chegar em
casa.
— Ah. Entendi — murmura e ajeita seu fone no ouvido. — Seu quarto é
muito bonito.
— Gosto dele, só não é decorado demais.
— Deixe-me adivinhar. Apenas preto e branco?
— Pois é. Imagino que o seu deve ser mais vivo — comento com um
sorriso.
— Nem tanto. — Dá de ombros. — Cinza, branco, um rosa claro..., nada
chamativo demais.
— Deve ser bonito, igual a você. — A olho.
Ela abaixa a cabeça sorrindo. Coloco meu prato em cima da escrivaninha e
me endireito melhor na cadeira.
— Conte-me mais sobre você. Namora? — Sondo-a.
Ela suspira e fica um pouco desconfortável.
— Não namoro mais — responde, o que me traz um certo alívio. — Mas
mesmo assim você quis me conhecer melhor, sabendo que eu namoro.
— Você acha que eu sabia que você namorava? — Escondo o sorriso,
alisando minha barba.
— Sim — responde tranquila. — Toda Nova York sabia que eu namorava.
— Hum — murmuro, olhando-a.
— E mesmo assim, você queria me conhecer melhor.
— Queria não, ainda quero — afirmo.
Ela assente, passando a mão no pescoço.
— Quando você me passou seu número, você não estava mais namorando?
— A olho
— Não. Já fazia uma semana, mais ou menos.
— E por que me deu seu número? — Observo-a.
— Do mesmo jeito que você quer me conhecer melhor, eu também quero
— responde, com um sorriso.
Sorrio, observando-a. Manuela é tão linda. Seus traços de menina mulher
são lindos. As poucas sardas que tem em seu nariz e abaixo dos seus olhos,
deixam-na mais linda. Ela fica mais linda assim, sem maquiagem alguma,
bem natural.
— Você gosta de me olhar, não é? — Ela me olha.
Assinto, apoiando meu cotovelo no braço da cadeira.
— Gosto, você é muito bonita, uma bela visão. Definitivamente um colírio
para os meus olhos. — Sou sincero.
Ela sorri, tímida.
— Deixa eu só pegar meu cereal, que eu já volto — avisa.
— Tudo bem. — Assinto.
Ela retira seus fones, colocando-os ao lado do MacBook e se levanta,
revelando seu short curtinho de elástico na cor rosinha, mostrando suas
pernas. Mas quando ela vira respiro fundo, vendo seu short todo enfiado na
bunda, mostrando claramente que ela está com uma minúscula calcinha ou
sem. Passo a mão no rosto, tentando focar em outra coisa, porque eu sei que
isso não foi proposital. Não posso sexualizar tudo que uma mulher faz, mas
que a bunda dela é linda, é viu! Ela desaparece da tela, e eu pego meu
telefone para ver algumas mensagens importantes, respondo algumas
necessárias e coloco meu telefone de volta na escrivaninha, quando ela
aparece de volta e se senta em frente à tela, com uma barrinha de cereal na
mão, põe os fones e me olha.
— Fui pegar meu lanchinho da noite. — Assinto, com um sorriso. — Eu
sempre tento manter meu corpo, porque eu o uso para trabalhar.
— Para desfilar, não é? — Ela assente, mordendo o cereal. — Soube que
vai desfilar para a VS, e será uma das angels.
Ela abre um largo sorriso.
— Sim. Estou muito ansiosa para desfilar.
— Quando vai ser?
— Novembro. Por enquanto estou fazendo umas fotos, gravando..., mas
estou ansiosa demais. — Morde o canto do lábio. — Quero que... você vá.
Respiro fundo e passo a mão no rosto.
— Tem certeza? Não vai ficar com vergonha de eu te ver de lingerie?
— Não. Não estarei nua, estarei de lingerie e é trabalho, né? — Dá de
ombros.
— Sim! Fico feliz que você quer que eu lhe veja desfilar. — Sorrio.
Ela assente, com um sorriso lindo.
— Mas eu já fui convidado, eu e meus irmãos. Só não sei se eles vão —
informo.
— Foi? — Me olha, surpresa. — Mas você vai, não é?
— Se você quer que eu vá, eu vou.
Ela me olha por um tempo e suspiro.
— Obrigada — sussurra. — Preciso ir. Vou sair logo cedo com minha
cunhada, vamos à praia de novo e vamos ao shopping.
— Tudo bem, então. Nos falamos amanhã? — pergunto, esperançoso.
— Sim. Só se você quiser.
— Quero sim.
— Podemos nos falar por mensagens durante o dia e à noite, por
videochamada — sugere.
— Acho perfeito, adoro olhar você. — Sou sincero.
Ela fica envergonhada e me olha com um sorriso.
— Também gosto de olhar você. — Maneio a cabeça, vendo o quanto ela é
linda.
— Amanhã nos falamos, então. Durma bem. Boa noite, Bambina! — Me
despeço.
— Você também. Boa noite. — Solta um beijo e pisco o olho para ela,
finalizando a videochamada.
Por incrível que pareça, senti esse beijo tocar em meus lábios.
Capítulo 13

Há pouco tempo estive com a Mila no shopping fazendo compras,


entrando em diversas lojas, e saindo com duas sacolas ou mais. Os
seguranças estão conosco, também segurando sacolas, quando saímos da
Chanel, já estamos com diversas sacolas em mãos, os seguranças nos
conduzem até o carro e colocam nossas sacolas no porta-malas e entramos no
carro.
— Acho que agora podemos ir naquela sorveteria, não é? — Mila me olha.
Assinto e peço ao motorista para nos levar até a sorveteria.
— Nossa, está quente. — Mila se abana.
Sinto meu celular vibrar dentro da bolsa, o retiro e vejo uma mensagem de
Demétrio, fazendo-me dar um sorrisinho.
Demétrio: Bom dia, Bambina. Como está? Acabei de ver umas fotos suas
na praia de Malibu, se bronzeando... É você mesmo ou estou vendo coisas?
Solto um risinho e Mila ergue a sobrancelha.
— É ele? — Se aproxima de mim.
— Sim. — Assinto, com um sorriso.
Decido escrever uma mensagem e envio para ele.
Eu: Espero que tenham pego os melhores ângulos.
Ele fica online e o vejo digitar.
Demétrio: Pode ter certeza que foram os melhores ângulos possíveis. Não
deixou nada para a imaginação. Nossa... você é muito linda.
— Uau! Que intenso — Mila diz, olhando a mensagem.
Demétrio: O que está fazendo?
Eu: Fazendo compras com minha cunhada. E você?
O vejo digitar e espero pela mensagem.
Demétrio: Estou admirando uma foto de uma certa modelo na praia.
— Minha nossa. — Mila coloca a mão na boca, chocada.
Eu: A foto nem deve estar tão bonita assim, para ser admirada. Nem devo
estar bonita nela.
— Isso! Faz a sonsa mesmo. — Mila me incentiva.
Demétrio: É porque você não está vendo, como estou vendo.
Eu: E como você está vendo? Estou curiosa.
— Que safada! Desde quando você ficou assim? — Mila me olha,
chocada.
— Mila, foi apenas uma pergunta. Não leve para segundas intenções. —
Bufo.
— Você pode não estar, mas ele com certeza está. — Ela sorri.
Demétrio: Nem queira saber como estou vendo suas fotos. Prefiro
guardar para mim. Você poderá se assustar com os pensamentos que eu
estou tendo nesse exato momento.
— Minha nossa senhora. Está vendo, Manuela? — Me olha.
Mordo de leve minha unha, com um sorrisinho nos lábios olhando a última
mensagem que ele me enviou.
Demétrio: Tenho que ir, uma reunião de última hora. Nos falamos mais
tarde?
Eu: Claro. Videochamada?
Demétrio: Sim. Te ligo mais tarde.
— E esse sorrisinho aí? — Mila aponta para mim.
— Que sorriso? — Guardo o telefone.
— Tá bom. Não digo nada. — Ela sorri, voltando para seu lugar.
Olho a janela, vendo tudo ficar para trás, sentindo um friozinho na barriga.

Retiro algumas coisas da sacola colocando-as em cima da cama, para


arrumar e pôr logo na mala, quando escuto meu celular tocar em cima da
cama, assim que pego, vejo o nome de Enrico na tela.
— Oi!
— Olá, Manuela. Nem vou perguntar se está bem, porque eu vi claramente
que está.
— Por quê?
— Ora, vi suas fotos ridículas circulando pela internet de biquíni. É só eu
terminar com você e logo vira uma putinha qualquer, não é?
— Não me xingue dessa forma! — Me exalto, sentindo meus olhos
arderem.
— E usar um biquíni que mal cobre o corpo é o quê, Manuela? Uma
santa? A meu ver é uma puta. — Escuto seu sorriso cínico.
— Seu filho de uma puta! Quem você pensa que é, para me tratar dessa
forma? — Lágrimas caem em meu rosto.
— Seu ex-namorado que está com muita saudade.
— De me humilhar? De colocar minha autoestima lá embaixo?
— Você sabe que eu te amo, não é? Deixa de drama, você sabe que eu me
irrito fácil, e acabo falando o que não devo. Desculpa, amor.
— Não, eu não desculpo. Toda vez é a mesma coisa, você pinta e borda
comigo, e depois vem dizendo que está arrependido, e volta a fazer tudo de
novo. Eu não vou mais voltar para você, Enrico. Estou cansada de ser tão
dependente emocionalmente de você, isso não é saudável. Não é saudável eu
ficar com você, porque você não se importa comigo, você só sabe me xingar
e me humilhar, de querer tudo da sua maneira. Deixei muitos sonhos irem
para o ralo porque você não gostava ou não queria. Me afastei dos meus
amigos e da minha família por sua causa, e eu não quero mais isso para mim.
Eu mereço mais. Mereço um homem que me respeite, que me ame. E esse
homem não é você. Você foi extremamente abusivo comigo. — Faço uma
pausa ofegante, sentindo meu queixo trêmulo. — Me privei das coisas por
sua causa, deixei de viajar e me divertir porque você não queria. Me sentia
controlada demais por você, não me sentia autêntica na sua presença, sempre
ficava com medo de falar algo e você ficar chateado comigo. No sexo, eu não
sentia mais vontade de fazer nada. Você ficava em cima de mim, insistindo
ou me chantageando e eu tinha que ceder, com medo de você procurar outra
mulher fora. Você me chantageava, diminuía minha autoestima e me
ameaçava constantemente. E por isso, eu não quero mais você. Não dependo
mais emocionalmente de você, finalmente estou liberta desse sentimento
doentio que sentia por você. Estou livre. Leve. Feliz. E eu não me sentia
assim há muito tempo, com você eu só ficava doente e deprimida, e você nem
ligava para mim. Agora Enrico, quero que você me deixe ser feliz e fique
longe de mim.
Finalizo a ligação, e jogo o celular em cima da cama, chorando, sentindo
um alívio imenso sair das minhas costas. Finalmente estou livre desse
sentimento doentio que sentia por ele.

— Demétrio, você está bem? — Dimitri me olha.


— Por que eu não estaria? — O olho.
— Faz meia hora que está vidrado nesse telefone. — Dominic se senta na
poltrona.
— Nada. Não é nada. — Levanto-me do sofá, pego meu paletó e o penduro
no braço. — Vou tomar um banho, de preferência muito frio.
Saio da sala, sob o olhar dos meus irmãos, e sigo para meu quarto,
fechando a porta assim que entro. Claro que não estou bem, porra. Estou
excitado desde de manhã quando vi a foto de Manuela na praia. Jogo meu
paletó na poltrona, retiro meus sapatos junto com as meias e me sento na
cama, destravo o celular e mais uma vez olho a sequência de fotos de
Manuela.
Minha nossa, afrouxo minha gravata e abro os primeiros botões da minha
camisa social, sentindo-me sufocado, precisando de ar, a cada olhada que dou
nas fotos. Quando acessei minhas redes socais, um perfil apareceu no meu
feed como anúncio e havia fotos dela em todos os ângulos possíveis. Tomei
um susto quando vi, e olhei mais as fotos e tive certeza que era Manuela
Peterson.
Ela estava ao lado de uma mulher um pouco mais baixa que ela, de cabelos
castanhos, mas todo o destaque estava em Manuela, que vestia a porra de um
minúsculo biquíni que mal cobria suas partes íntimas. Suspiro e respiro
fundo, analisando toda a foto, novamente, mais uma vez, de novo, porque eu
não me canso de ver essas fotos.
Ela está com um biquíni vermelho lindo, de alças finas que espreme seus
seios redondos, a calcinha é minúscula demais, e me deixa excitado pra
caralho. Tem dois lacinhos em cada lado e é fio dental. A porra do pequeno
tecido está enfiada naquela bunda incrivelmente deliciosa, deixando-a mais
redondinha e exposta.
Quando vi essas fotos, meu pau pulsou dentro da cueca, e por sorte, eu
estava sozinho no escritório, assim não corri o risco de alguém ter me visto
ostentando uma puta ereção. Cada ângulo, meu pau dava uma pulsada
diferente. Puta que pariu, como ela tem esse poder sobre mim? Eu sempre fui
um homem sério e centrado, nunca que eu iria ficar excitado por uma maldita
foto, ainda mais de biquíni.
Para uma mulher me deixar de pau duro, tinha que fazer muito esforço,
tinha que ser gostosa demais e saber o que estava fazendo. Uma foto não me
causava nada demais. Eu sou um homem vivido, já estive com diversas
mulheres, uma foto não iria me fazer ficar de pau duro, até ver as fotos dela.
Não sabia que por dentro daquele vestido longo, teria uma mulher gostosa
demais.
— Porra! — Levanto-me da cama, deixando o celular jogado, e sigo para o
banheiro.
Retiro minha roupa, entro no box e ligo o chuveiro, deixando a água fria
cair sobre mim, tentando deixar meu pau mole, porque desde de manhã ele
permanece duro, porque eu não consigo parar de pensar naquele corpo. Apoio
meus braços na parede de azulejo e deixo a água cair sobre mim, aliviando
meu corpo aos poucos. Respiro fundo e suspiro. Assim que vi as fotos, enviei
uma mensagem para ela. Manuela estava curiosa sobre meus pensamentos,
mas ela sabia que seria de segundas intenções, o que me deixou ainda mais
duro, próximo de uma reunião de última hora.
Salivei quando a vi na tela do MacBook, toda bronzeada, com a marca do
biquíni, o que me deixou excitado demais, porém, me controlei para ela não
perceber, não quero ser tão desrespeitoso assim. Nós mal nos conhecemos, e
não quero ir para cama com ela, sem termos uma ligação, um conhecimento a
mais um do outro. Mas eu salivei demais, vendo aquela marquinha, doido
para lambê-la. E os seios dela, como será que estão com essa marquinha?
Minha nossa, meu pau ficou duro novamente com esse pensamento.
Manuela conversou bastante comigo ontem, viramos a madrugada toda
conversando, e não demorou até entrarmos no assunto do seu antigo
relacionamento. Eu não fiquei incomodado, porque eu vi que ela queria
desabafar. A vi segurar o choro diversas vezes e isso me incomodou. O que
me incomodou foi saber que ele não queria que ela desfilasse para VS, não
queria que ela usasse algumas roupas... Isso me irritou, mas eu me contive,
pois eu queria que ela desabafasse, ela confiou em mim para me contar, e eu
aceitei sua confiança. Fiquei feliz com isso, por mais que minhas intenções
com ela seja mais que uma simples amizade, eu sempre serei seu amigo em
todos os momentos.
Manuela pode contar comigo para tudo, ela pode desabafar quantas vezes
quiser, que estarei disposto a escutá-la e apoiá-la, e se ela quiser a minha
ajuda, a ajudarei. Se ela quer que eu seja sua tábua de salvação ou seu porto
seguro, serei os dois, não importa que eu quero algo a mais que sua amizade,
eu sempre serei seu amigo em todos os momentos. Eu não vou desistir dela, e
Manuela sabe disso, ela é tão observadora quanto eu, para saber que quero
algo a mais. Eu sei que ela não está pronta para um relacionamento, mas eu
estarei aqui por ela, em todos os momentos.
Saio do box e enrolo uma toalha no meu quadril, quando escuto um som de
mensagem do meu celular. Saio do banheiro e vou até minha cama e pego
meu celular. Sorrio, vendo a mensagem de Manuela.
Bambina: Finalmente voltei a Nova York, mas confesso que já estou com
saudade de Malibu :/
Eu: Podemos marcar de irmos após o seu desfile. Assim você estará mais
livre e eu tirarei alguns dias de férias.
Vejo-a digitar.
Bambina: Será perfeito, é só marcar. Nossa, vou dormir. Estou muito
cansada.
Eu: Amanhã nos falamos então.
Bambina: Estou morta de cansada. Boa noite, Deme.
Franzo a testa, com um sorriso.
Eu: Deme?
Bambina: Sim. Por quê? Você colocou um apelido em mim, e eu quero
colocar um em você. Não gostou? Posso mudar. Rsrsrs
Eu: Não é isso. Eu gostei mesmo. É único, igual a você.
Bambina: Você não tem apelido?
Eu: Tenho sim, Dem. Algumas pessoas da família me chamam assim, às
vezes. Mas eu gostei desse apelido que você me deu.
Bambina: Tá bom, então. Vou indo, Beijos, Deme.
Eu: E onde é esse beijo?
Ela demora a responder, mas logo chega sua mensagem.
Bambina: No cantinho da boca.
Eu: Hum..., consegui sentir esse beijo. Vou cobrar, hein. Boa noite,
Bambina.
Bambina: Boa noite, Deme.
Capítulo 14

Espreguiço-me na cama, sentindo uma enorme preguiça de me levantar da


cama e logo solto um sorrisinho contido, porque sei que se eu pegar meu
celular, terá uma mensagem de bom dia de Demétrio, como de costume.
Minhas conversas com Demétrio se tornaram rotina nas últimas semanas, ou
são mensagens, ou videochamadas, que é com mais frequência. Passamos o
dia trocando mensagens, sabendo como está o dia do outro, e à noite nos
vemos pela tela do MacBook. Tem noites de passarmos quase a madrugada
toda conversando.
Estico meu braço para pegar meu telefone na mesinha de cabeceira, e
sorrio ao ver um aviso na barra de notificações do celular. Destravo o celular
e abro sua mensagem.
Demétrio: Bom dia, Bambina, como está? Dormiu bem? Quando ver essa
mensagem, me ligue que eu quero te fazer um convite, escutando sua voz
assim que acordar.
Olho a hora no meu celular, vendo que são oito horas. Suspiro e procuro o
contato dele e ligo, no quarto toque ele atende.
— Bom dia, Bambina — fala um pouco ofegante.
— Bom dia, Deme. Por que está ofegante? — pergunto, ainda deitada.
— Estou fazendo meus exercícios matinais. Adoro acordar cedo e me
exercitar, assim fico mais focado durante o dia. E você? Pratica algum
exercício?
— Pratico sim, mas só depois das nove horas.
— Hum. Podemos marcar de irmos um dia, para praticarmos juntos. O
que acha?
— Vamos marcar. Onde você treina?
— Treino na academia daqui do prédio, é totalmente equipada e na hora
que eu faço meus exercícios têm pouquíssimas pessoas, o que me dá mais
privacidade para fazer meu treino, tranquilo.
— Ah, sim, entendi. Então..., qual o convite que você quer me fazer?
— Eu já ia esquecendo. Só um minuto. — Escuto-o falando em italiano
com alguém, e logo volta a falar comigo. — Então, Bambina, quero te
convidar para jantarmos juntos. Apenas eu e você. O que acha?
— Sério? — Sento-me na cama.
— Muito sério, Bambina. Nós só conversamos por mensagens, ligações e
videochamadas. Quero te ver, olhar você sem ser pela tela de um notebook
ou escutar sua voz pelo telefone. O que acha?
— Acho perfeito. — Sorrio.
— Ótimo! Quando podemos ir?
— Hoje, talvez? — Me empolgo. — Se quiser, é claro e puder.
— Desmarco qualquer coisa por esse jantar. Onde quer jantar?
Fico pensando por um momento, e lembro-me de algo.
— Tem um restaurante italiano que estou louca para ir, abriu recentemente
e não tive oportunidade de conhecer. O que acha? Nada melhor do que ir a
um restaurante italiano, com um italiano que entende perfeitamente o
cardápio.
Ele solta uma risada gostosa de se ouvir.
— Perfeito, Bambina! Iremos nele hoje. Só me passe o nome e o endereço
dele por mensagem, que vou fazer a reserva o mais rápido possível.
— Obrigada. — Agradeço com um sorriso.
— Me agradeça estando linda essa noite.
— Pode deixar. — Sorrio.
— Te pego às oito?
— Sim. Estarei pronta nesse horário.
— Perfeito. Até mais tarde.
— Até. — Desligo o telefone.
Solto um sorrisinho de pura ansiedade.

Descanso sentada no chão, após fazer uma sequência de abdominais na


academia. Pego minha garrafinha de água e ingiro uma boa quantidade de
líquido. Pego meu telefone e decido ligar para Mila.
— Bom dia, cunhada. O que você quer da sua cunhada, a essa hora da
manhã? — fala ao atender.
— Oi, Mila, bom dia! Como está? — Levanto-me do chão.
— Estou bem, Manu. E você?
— Estou ótima. Eu preciso de sua ajuda.
— Que ajuda?
— O Demétrio me chamou para jantar com ele hoje, e queria... — Ela me
interrompe.
— Não acredito! Ah! — Mila grita no telefone. — Tudo bem. Vamos sair
para comprar uma roupa linda para você.
— Mila, eu comprei várias roupas, bolsas e sapatos quando fomos à Los
Angeles. Tenho várias coisas com etiqueta ainda, pelo amor de Deus.
— Tá bom! Você vai sair que horas?
— Ele vai me buscar às oito.
Passo pelas catracas da academia e sigo para o estacionamento para pegar
meu carro.
— Perfeito. Você deve estar na academia. Te encontro no seu apartamento
após o almoço e vemos o que você irá usar. Beijooos. — Desliga o telefone
na minha cara.

— O fornecedor quer jantar conosco, para acertarmos os últimos detalhes


— Dom avisa, ajeitando sua gravata.
Estou no escritório, mexendo no computador, fazendo alguns ajustes
necessários.
— Não posso — respondo, sem olhá-lo.
— Como assim, não pode? É um jantar de negócios, Dem. — Ele franze a
testa.
— Tenho um compromisso, inadiável — informo.
Me encosto na cadeira e o olho.
— Já sei, vai sair com a Kimberly, de novo. — Ele sorri, sentado no sofá
do escritório.
— Não, não é com a Kim. — Passo a mão no rosto.
— E quem é? — Me olha.
— Você saberá. Mas você e Dimitri façam o que tiver de fazer, e me
digam depois o que ocorreu nesse jantar. — Peço.
— Ok. Tudo bem. Espero que valha a pena faltar um jantar de negócios,
para sair com uma mulher — fala.
Levanto-me da cadeira, pegando meu paletó pendurado no cabide e o visto.
— Só quero que saiba que ela não é qualquer mulher. — O olho.
— Nossa. Quanto romantismo. — Ele ri.
— Bom. — Olho a hora no meu relógio de pulso. — Preciso ir. Vou tomar
banho e me encontrar com ela.
Ele se levanta, fechando o paletó e sai comigo do escritório. Vejo
Morgana, nossa secretária, sentada, recolhendo suas coisas para ir embora.
— Morgana. — Eu a chamo.
Ela levanta a cabeça e sorri ao nos ver.
— Olá, Demétrio e Dominic. Algo que precisem de mim? — pergunta.
— Quero que vá em meu lugar na reunião de negócios com Dimitri e
Dominic. Você pode? Eu não vou poder ir, quero que vá, pois você está por
dentro de tudo, e poderá ajudar os meninos em alguma coisa. Pagamos o
extra a você.
— Por mim, tudo bem. A que horas? — Pega sua bolsa.
— Dominic irá te informar, porque preciso sair. Agradeço a você. — Ela
assente com um sorriso.
Me despeço deles e sigo para o elevador, logo chego no térreo e vejo Enzo
e Davi parados, me esperando. Aceno para Theo e Daniel, seguranças de
Dominic, e para Simon e Thomas, seguranças de Dimitri. Enzo e Davi me
acompanham até o meu carro que está estacionado em frente ao prédio. Davi
abre a porta para mim, enquanto Enzo entra para assumir a direção.
Após me acomodar no banco de trás e Davi se sentar ao lado de Enzo na
frente, retiro meu celular do bolso do paletó verificando a hora.
— Davi, você verificou agora à tarde se está confirmado mesmo a reserva?
— Guardo o celular no bolso.
— Sim, senhor. Mesa para dois, no nome de D’Saints — responde.
— Certo. Preciso estar no apartamento da Manuela às oito. — Ele assente,
olhando-me pelo retrovisor interno.
Passo a mão no rosto e afrouxo a gravata, completamente ansioso para vê-
la. Tenho três horas para me arrumar, tenho que fazer minha barba também,
está crescendo e começando a me incomodar. Enzo estaciona em frente ao
meu prédio, e desço acompanhado de Davi, que me acompanha até o
elevador.
Subo sozinho, começando a tirar minha gravata para não perder tempo. Ao
chegar na cobertura, sigo diretamente para meu quarto, retiro minhas roupas e
entro no box. Tomo um banho relaxante, sem pressa, e uso meu melhor
sabonete e xampu. Após sair do banho, vou diretamente para a pia, e preparo
tudo para aparar minha barba.
Assim que termino, lavo meu rosto, para tirar o excesso de cabelo que
ficou e sigo para o closet. Acho que não vou usar terno, uso terno todos os
dias, quero usar algo diferente. Visto minha cueca e procuro por algo mais
casual, e opto por uma calça jeans escura, com uma camisa de botões na cor
azul, com os dois primeiros botões abertos com as mangas dobradas nos
cotovelos e um tênis preto.
Eu tinha enviado uma mensagem para Manuela, avisando que ela poderia
ir com uma roupa casual mesmo, a minha intenção nesse jantar será apenas
sobre nós dois, então não tem por que ir de terno e ela chique demais.
Após terminar de me arrumar, coloco meu relógio no pulso, borrifo meu
perfume, e passo os dedos pelos meus cabelos, alinhando-os melhor e estou
pronto. Volto ao quarto, pego meu telefone e minha carteira e saio do quarto,
vendo Davi na sala à minha espera.
— Vamos. — O chamo.
Entramos no elevador e descemos até o térreo. Enzo nos acompanha até o
carro e seguimos para o apartamento de Manuela. No trajeto, envio uma
mensagem para ela, avisando que já estou a caminho e recebo sua resposta
em seguida, dizendo que já está pronta. Olho a janela, e vejo rapidamente
uma floricultura aberta.
— Enzo, pare o carro, por favor.
Enzo faz o que peço, desço do carro e ando até a floricultura na calçada.
Vejo Davi correndo até mim, para me acompanhar. Entro na floricultura e um
senhor de cabelos grisalhos vem até mim.
— Boa noite, meu jovem. Deseja alguma flor? — pergunta.
Coço a barba olhando toda sua loja.
— Quero um buquê de rosas vermelhas. — Peço.
— Boa escolha, meu jovem. Farei seu buquê agora mesmo — avisa e se
retira.
Não demora nem dez minutos, e ele vem com um buquê perfeitamente
bonito em mãos.
— Aqui, meu jovem. — Me entrega o buquê.
— Quanto foi? — pergunto.
Ele me diz o valor e retiro da minha carteira o dinheiro e lhe entrego.
— Muito obrigado. — Ele assente e eu me retiro da loja.
Volto para o carro com Davi e tomamos rumo ao prédio de Manuela.
— O senhor me deu um baita susto, quando saiu do carro às pressas —
Davi diz.
Sorrio olhando o buquê.
— Até parece que não conhece seu chefe, Davi — Enzo diz sorrindo,
dirigindo o carro. — Demétrio não se colocaria em risco. Ele sabe disso.
Logo chegamos ao apartamento de Manuela, desço do carro com o buquê
em mãos e sigo até a recepção elegante. Identifico-me e digo que vou ao
apartamento de Manuela. Ele liga para o apartamento dela, que libera minha
entrada.
— Pode ficar aqui embaixo — digo a Enzo.
— Tem certeza, senhor? — Enzo me olha.
— Será rápido, ela já está pronta — digo.
Enzo assente e fica no hall do prédio com Davi e entro no elevador. Clico
no botão do andar dela e o elevador sobe direto, sem fazer pausas. Ao chegar
no andar, procuro pela numeração do seu apartamento e logo o acho.
Sigo até o final do corredor, respiro fundo e bato duas vezes na porta. Olho
para o teto, ansioso e vejo a porta sendo aberta por ela, meu coração acelera.
Capítulo 15

Engulo em seco, totalmente admirado. Manuela consegue ser mais bonita a


cada dia. Seguro forte o buquê, respirando fundo, olhando-a de cima a baixo.
Manuela está demais, o que chamará atenção ao extremo. Está com uma calça
de couro preta de cintura alta, completamente colada em suas pernas, com um
cinto largo, uma blusa de renda de alças finas com amarração na nuca, com
um decote V entre os seios, que me faz salivar. Desço meu olhar pelo seu
corpo, vendo suas pernas grossas numa calça bastante colada e um par de
louboutins altíssimos e finos, deixando seus pés lindos.
Subo meu olhar, vendo cada detalhe do seu corpo e olho seu rosto, com
uma leve maquiagem e um batom vermelho, seus cabelos soltos, com
ondulações e um corte menor com a franja mais curta. Colares pendurados
em seu pescoço, que descem pelo seu decote. Fito seus lábios carnudos, me
dando uma vontade imensa de beijá-la.
— Nossa... — Faço uma pausa. — Você está... muito bonita.
Ela cora e sorri tímida.
— Você também não está nada mal. — Coloca uma mexa de cabelo atrás
da orelha.
— Aqui, trouxe para você. — Entrego o buquê a ela.
Ela abre um largo sorriso e pega o buquê das minhas mãos, levando até o
nariz.
— Elas são lindas e cheirosas. Obrigada. — Vem até mim e me abraça.
Suspiro, e passo minhas mãos em suas costas e sinto sua pele exposta,
sentindo sua maciez. Inclino meu pescoço e cheiro seus cabelos fechando os
olhos. Nos afastamos e permanecemos com os rostos próximos demais, se eu
me inclinar só mais um pouquinho, posso colar meus lábios no dela, o que
estou com muita vontade de fazer. Seus lábios grossos, pintados de um
vermelho bem vivo, estão convidativos demais para mim. Ela passa a língua
neles, me deixando com mais vontade, mas recuo um passo, para não estragar
a noite.
— Está pronta? — pergunto.
Ela assente com um sorriso.
— Entra. Deixa só eu colocar o buquê em um vaso. — Abre mais a porta.
Assinto e entro em seu apartamento e ela fecha a porta.
— Quer água, alguma bebida? — Anda até a cozinha.
— Não. Obrigado. — Agradeço.
Olho todo seu apartamento discretamente, notando o quanto ele é
confortável e sofisticado. Tudo é próximo. A cozinha e a sala são divididas
por uma bancada da cozinha, com alguns bancos. Ao lado tem uma mesa com
quatro cadeiras, com visão para o Central Park.
Seu quarto também é bem-visto, a porta aberta, mostra uma cama grande e
aparentemente confortável, cheia de travesseiros e uma colcha grande
decorando-a. Um apartamento perfeito para uma pessoa solteira, com
cômodos pertos.
— Seu apartamento é bem confortável — comento, colocando as mãos nos
bolsos.
— Meu irmão que arrumou esse apartamento para mim. — A vejo pegar
um vaso no armário. — Ele é pequeno, mas só eu que moro aqui. É simples,
mas eu adoro esse apartamento.
Assinto e a vejo ir até seu quarto, vendo sua bunda redonda naquela
maldita calça colada em seu corpo, e suas costas nuas. Suspiro e olho a
grande janela. Escuto a zoada dos saltos batendo no chão e viro meu rosto, e
a vejo vindo em minha direção com uma bolsa de alças de correntes e uma
jaqueta de couro em mãos.
— Podemos ir — ela diz, tentando colocar a jaqueta.
— Deixe-me ajudá-la. — Me aproximo dela.
Pego sua jaqueta e a ajudo vesti-la. Pegando sua bolsa, saímos do seu
apartamento e seguimos para o elevador.
— Nunca tinha te visto sem terno — fala, assim que entramos no elevador.
— É? Estou bonito? — Sorrio.
— Está sim. Muito. — Me fita.
Passo a língua nos lábios e ela morde o dela. Viro meu rosto, suspirando,
tentando me controlar o máximo que posso. As portas do elevador se abrem e
dou espaço para ela passar e repouso minha mão na base da sua coluna e a
conduzo até o carro, com Enzo e Davi ao nosso lado. Abro a porta e dou
espaço para ela entrar primeiro e entro em seguida.
O caminho é curto e chegamos muito rápido no restaurante. A hostess nos
acompanha até nossa mesa no primeiro andar, onde é mais reservado. Ajudo-
a a tirar sua jaqueta e pendurá-la na cadeira, arrastando sua cadeira para ela se
sentar e me sento em sua frente.
— Então, o que você quer? — pergunto.
Ela apoia os braços na mesa e me olha.
— Você que é o italiano, sabe bem das comidas da Itália. Me surpreenda.
— Sorrimos.
Faço nosso pedido ao garçom e peço uma garrafa de vinho, com a escolha
dela.
— Então esse restaurante italiano é novo? — A olho.
— Sim. Estava bem ansiosa para vir.
Olho todo o restaurante, vendo o quanto é sofisticado e elegante.
— Cheguei recentemente, estou me atualizando ainda. — Assente, com um
sorriso.
O garçom traz nossa garrafa de vinho e nos serve. Ela pega a taça e leva
até os lábios, degustando do delicioso vinho. O jeito que ela leva a taça até os
lábios, com um movimento extremamente sexy e elegante, me faz respirar
fundo e beber o meu vinho. Suas unhas estão pintadas de um vinho bem
bonito e com vários anéis nos dedos, todos finos e bonitos.
— Como está o processo com a VS? — pergunto.
Ela põe a taça em cima da mesa e me olha.
— Está maravilhoso. Semana passada conheci todas as modelos, e todas
são simpáticas demais. Elas me adoraram e teve até boas-vindas. — Manu
sorri.
— Que coisa boa! — Sorrio.
— Tudo está maravilhoso. A partir de amanhã vou entrar em uma dieta
mais rígida e vou fazer meus exercícios com o personal deles — explica.
— Entendo. Está mais perto, não é? — A olho.
— Nossa. — Suspira. — Estou nervosa demais. Eu sempre quis ser uma
angel, sabe?! — Assinto.
— Você está com vergonha? Tipo, de ficar de lingerie...? — Ela assente.
— Muita. Você não imagina. — Gira a taça.
— Mas você já desfilou para diversas marcas de grife, inclusive já desfilou
de biquíni — comento.
— Biquíni é diferente de lingerie! — concordo com a cabeça e dou um
gole no vinho. — Mas estou tentando ficar tranquila em relação a isso.
— O desfile será em Paris, não é? — Apoio meus cotovelos na mesa.
— Sim! Bem pertinho de onde você mora, pelo menos de avião. — Me
olha.
— Pois é. Bem pertinho. — Sorrio. — Será que vai me visitar?
— Não sei. Se um certo alguém me convidar... — Dá de ombros, e toma
seu vinho, me olhando.
— Está convidada. — Sorrio.
Somos interrompidos pelo garçom que traz nossos pratos, enche nossas
taças de vinho e se retira. Manuela corta o pedaço da carne e coloca na boca
junto com a verdura, e fecha os olhos, saboreando a comida.
— E aí? É bom? — Coloco a carne na boca.
— Maravilhoso. Isso aqui é divino.
— Sabia que iria gostar. — Bebo um gole do vinho.
— Quando a Vintage Essence vai inaugurar aqui em Nova York? —
pergunta.
— No próximo mês — informo.
— Adoro os perfumes da loja de vocês — comenta.
— É? — Abro um sorriso.
Ela assente, engolindo a comida.
— Sim. O perfume que lançaram no início desse ano, se tornou o meu
preferido. — Ela me olha. — Estou usando-o.
— É? — Ela assente. — Hum..., será que depois posso cheirar, para
conferir?
— Com certeza. — Sorri, sexy. — Me conta sobre sua família.
Bebo mais um gole do vinho.
— Meus pais são arquitetos, e a empresa deles tem filiais espalhadas por
vários países. Eu e meus irmãos não quisemos seguir no ramo, por isso
decidimos abrir uma empresa apenas nossa. — Ela assente, colocando a carne
na boca. — Foi tudo aos poucos, mas o sobrenome teve um grande peso.
Meus pais já eram ricos quando nascemos, e o sobrenome já pesava, então
facilitou muito. Em poucos meses já tínhamos aberto três filiais e assim foi.
Desde o início a empresa foi bem vista e bastante lucrativa. Fomos
convidados por várias revistas para posarmos e aparecer nas capas, muitas
entrevistas... Do nada a Vintage Essence estava fazendo sucesso
mundialmente, a loja online bombou e vendemos muito mesmo. Não
esperávamos esse retorno gigantesco logo no início.
— Uau! Que conquista. Foi muito esforço de vocês. Não é fácil comandar
uma empresa gigantesca assim, com diversas lojas espalhadas pelo mundo
todo — comenta, e dá um gole no seu vinho. — Meus parabéns, o esforço de
vocês, levou a empresa a ser reconhecida mundialmente, e isso é para poucos.
Não é qualquer um que levanta uma empresa do zero e em poucos meses fica
conhecida mundialmente.
Ficamos conversando por um tempo, enquanto jantamos. Adoro conversar
com ela, me sinto mais leve, esqueço um pouco o trabalho e ela consegue me
fazer sorrir muito. Conversamos sobre seu primeiro desfile quando era
pequena, até o recente que ela fez para a Versace. Após o jantar, peço
sobremesa para ela, e continuamos conversando bastante sobre tudo. Nos
damos super bem, a conversa flui naturalmente, sempre temos algo para
acrescentar em nossas conversas.
Pago a conta, e pergunto se ela quer ir a algum lugar e ela diz que não, que
está tudo bem irmos pra casa e podemos marcar outro dia para sairmos.
Concordo de imediato, pois eu quero sair com ela outras vezes. Quando
saímos do restaurante, Enzo e Davi já estão à nossa espera, Davi abre a porta,
Manuela entra e logo entro em seguida. O trânsito está bem favorável e
iremos chegar logo, porque Manu mora bem pertinho do restaurante.
— Quando vamos sair de novo? — A olho.
Ela tira alguns cabelos da frente, o que faz minha boca mais uma vez
salivar pelo decote generoso entre os seios.
— É só marcar. — Ela sorri.
— Vou pensar esses dias, para onde podemos ir — digo e ela assente.
Vejo Enzo parar em frente ao prédio dela e a olho suspirar.
— Quer subir? — Me fita, e vejo desejo em seus olhos. Ela sacode a
cabeça. — Beber uma água, um suco, talvez?
Prenso os lábios e assinto não podendo negar o desejo que estou sentindo.
Saio do carro e a ajudo a sair. Caminhamos até o elevador, juntos. O elevador
para no térreo e entramos, vendo-a apertar o botão do seu andar.
— Nossa..., que calor. — Retira a jaqueta.
Fecho os olhos e suspiro. Isso só pode ser a porra de uma tentação. Eu não
quero transar assim com ela, no primeiro encontro. Quero ir devagar, mas
isso não está ajudando em nada. Bom, se tiver de acontecer, tenho camisinhas
na carteira para qualquer circunstância.
Manuela me olha com desejo e eu não consigo me segurar, avanço em sua
direção e beijo sua boca. A encosto na parede fria do elevador e a beijo com
vontade. Manu abre a boca, me dando permissão e enfio minha língua nela.
Manu envolve seus braços em meu pescoço, me puxando mais para ela.
Aperto sua cintura, trazendo-a mais para mim.
Manuela solta um gemido e morde meu lábio.
— Minha nossa — falo ofegante e tomo seus lábios novamente.
Sua boca é macia como pensei, seus lábios grossos são tão beijáveis,
minha nossa. Chupo sua língua e ela solta um gemido. Sinto suas mãos
descerem para a minha bunda e me puxar mais para ela. Manuela morde meu
lábio e volta a me beijar. Seguro sua nuca, lhe beijando com fome. Manuela
me beija como se precisasse disso para respirar, e comigo não é diferente.
Encosto-a mais na parede fria do elevador, sentindo sua língua em minha
boca, me devorando. Sinto meu coração bater forte dentro do peito e escuto
sua respiração ofegante.
Escutamos o apito do elevador e ele para. Nos afastamos rapidamente,
quando as portas se abrem, vemos um casal de idosos parados, nos olhando.
Olho Manuela, que está totalmente descabelada ajeitando sua roupa, e a boca
borrada, com certeza a minha está manchada de batom.
— Nossa, esse é o meu andar — Manuela fala, um pouco ofegante.
Segurando sua bolsa e a jaqueta, ela sai do elevador. A idosa entra
primeiro no elevador me olhando feio e logo o outro idoso entra e me dá um
joinha discreto. Seguro o riso, e sou pego de surpresa quando Manuela puxa
minha camisa, fazendo-me sair do elevador antes que ele se feche e sai me
arrastando pelo corredor.
Puxo sua cintura e beijo sua boca. Nem ligo para as câmeras e a pego com
vontade no corredor, sentindo seus mamilos duros roçando na minha camisa
fina. Ela se afasta um pouco ofegante, para tirar as chaves de dentro da bolsa
e abrir a porta. Abraço-a por trás, beijando seu ombro nu, vendo-a tentar abrir
a porta com as mãos trêmulas.
— Merda! — resmunga tentando abrir a porta.
Sorrio e beijo sua orelha, e finalmente ela consegue abrir. Segura minha
mão e me puxa para dentro do apartamento, fechando a porta em seguida,
trancando-a. Joga tudo pelo chão e vem até mim, sedenta. Andamos pelo seu
apartamento, nos beijando e nos agarrando, sem o menor pudor. Ela solta um
gemido sexy, fazendo meu pau pulsar dentro da cueca.
— Manuela..., tem certeza... — Manuela me puxa e me beija de novo.
Aperto sua cintura, e sinto seus dedos afundarem em meus cabelos.
— Tenho — sussurra em meus lábios.
Inclino-me e a pego nos braços, fazendo-a me abraçar com as pernas e
caminho com ela até o sofá e me sento, com ela em meu colo.
— Deixe-me ligar para meus seguranças, avisando que não vou embora
agora. — Peço.
Ela se afasta um pouco e retiro o celular do bolso e ligo para Enzo.
— Pois não, chefe — fala ao atender.
Manuela distribui beijos molhados pelo meu pescoço, e se esfrega na
minha ereção, soltando um gemido baixo.
— Vou demorar. Podem ir. — Seguro o gemido.
Manuela começa a desabotoar todos os botões da minha camisa, com
muita pressa. Fito seus lábios inchados por causa dos nossos beijos
desesperados, e manchados de batom. Com certeza minha boca não está
diferente.
— Já sabia, senhor. Por isso já estamos indo embora. Quando o senhor
precisar, é só ligar.
— Minha nossa... Você é tão gostoso, Demétrio — Manuela fala, olhando
meu abdômen.
— Davi, o negócio está quente, ainda bem que viemos embora logo. Vou
desligar. Tenha uma noite bastante quente, chefe. — Enzo desliga o telefone.
Jogo o celular longe e puxo a nuca de Manuela, para beijá-la.
Capítulo 16

— Minha nossa! — Jogo a cabeça para trás.


Demétrio deixa beijos molhados pelo meu pescoço, deixando-me mais
excitada. Olho seu peitoral duro e desço meu olhar pelo seu abdômen
definido, vendo sua pele levemente bronzeada, com pelinhos loiros evidentes.
Saio do seu colo e começo a desafivelar meu cinto e tiro a calça, com
Demétrio me olhando de pernas abertas, numa posição bem máscula e sexy.
Após tirar minha calça, viro-me de costas para ele ver que meu body é fio
dental, e recebo um belo tapa na bunda. Demétrio se levanta, retira sua
camisa, jogando-a no sofá e me abraça por trás, mordendo minha orelha.
— Você é gostosa demais — sussurra, com sua voz rouca.
Sinto um arrepio percorrer todo meu corpo, quando ele toca o laço do body
na minha nuca, para desfazê-lo. Demétrio beija meu ombro e esfrego minha
bunda em sua ereção. Ele começa a desfazer o laço e o solta, fazendo a parte
de cima do body arriar e expõe meus seios.
Ainda atrás de mim, ele leva suas mãos até meus seios e os aperta,
preenchendo suas mãos grandes. Solto um gemido e me esfrego mais nele.
— Minha nossa..., você é linda. — Solta um gemido abafado em meu
ouvido.
Desço minha mão e desprendo o body e o tiro do meu corpo, ficando
apenas com uma calcinha fio dental. Demétrio solta um grunhido e me gira,
para ficar de frente para ele e ataca minha boca. Levo minhas mãos até o seu
cinto e começo a desafivelá-lo, sentindo a língua de Demétrio explorar toda a
minha boca. Abro sua calça, desço o zíper e me afasto de Demétrio.
— Estarei lhe esperando na minha cama. — Mordo o lábio com um
sorriso.
Viro e saio andando até meu quarto, sabendo que ele está olhando minha
bunda. Escuto-o soltar palavrões em italiano e antes que eu suba na cama, ele
me pega, e me joga nela. Sorrio e o vejo apenas com uma cueca azul
marinho, que mostra claramente o volume da sua ereção.
Demétrio joga duas camisinhas em cima da cama e vem para cima de mim,
diretamente para meus seios, e os leva até a boca. Jogo a cabeça para trás,
gemendo, agarrando seus braços fortes e musculosos. Deitada, posso ver
como ele é gostoso de corpo. Tem algumas tatuagens nos braços e coxas, e
uma tatuagem de gaivotas no quadril, indo para a costela no lado direito. Suas
pernas são grossas e torneadas, mostrando claramente que pratica muito
exercício físico.
— Demétrio. — Gemo.
Largando meus seios, beija minha boca, me arreganho mais para recebê-lo
melhor entre minhas pernas, enquanto devora minha boca. Demétrio
movimenta seu quadril, fazendo sua ereção roçar em mim, me fazendo gemer
ainda mais. Desfaz o beijo e desce, deixando beijos pelo meu corpo, até
chegar na minha boceta, coberta por uma calcinha de renda. Demétrio me fita
com seus olhos azuis e em um movimento rápido rasga minha calcinha no
meio, com um sorriso cafajeste nos lábios.
Joga minha calcinha pelo quarto e abre totalmente minha perna, para eu
ficar mais exposta para ele. Demétrio morde o lábio, soltando um gemido.
— Você está tão molhada, Bambina. Sua boceta é tão linda, tão perfeita.
— Desliza seu indicador pela minha entrada, me fazendo gemer baixinho.
Desce seu dedo pela minha boceta e o introduz, e com o polegar massageia
meu clitóris, me fazendo gemer baixinho. Escuto-o falar sacanagens, o que
me deixa muito mais excitada e preparada para recebê-lo. Faz um vaivém
delicioso dentro de mim, e quando começo a me contorcer, ele introduz mais
um dedo e aumenta a velocidade.
— Ah! — Arqueio as costas. — Assim..., me faz gozar, Deme.
Ele solta um grunhido e cai de boca na minha boceta, começa a chupar
meu clitóris de um jeito torturante e delicioso. Aperto meus seios, gemendo e
me contorcendo na cama, sentindo meu orgasmo se aproximar. Desço minhas
mãos até seus cabelos e puxo, erguendo meu quadril. Demétrio aumenta mais
o vaivém de seus dedos, o que me faz soltar um grito alto, gozando em sua
boca.
— Ah... Oh, minha nossa! — Jogo a cabeça para trás.
Demétrio agarra minha bunda, erguendo meu quadril e chupa minha boceta
com fome, prolongando mais e mais meu orgasmo, me deixando
completamente com as pernas bambas e a visão turva demais. Eu grito, me
contorço, falo coisas incoerentes e ele continua me chupando, tomando todo
meu gozo. Tento me afastar, me contraindo involuntariamente, sentindo o
orgasmo forte demais para mim, me fazendo gritar mais alto e chorar ao
mesmo tempo. O fito, vendo-o me olhar com seus olhos azuis intensos,
enquanto me chupa com vontade, lambendo tudo, me deixando mole de
prazer.
— Deme... — Choramingo.
Demétrio se levanta da cama, ficando de pé e abaixa sua cueca, expondo
seu pau, me fazendo salivar. Suspiro, ainda sentindo minhas pernas trêmulas.
Seu pau é perfeitamente lindo, igual ao dono. Rosinha, cheio de veias, que
me dá vontade de lambê-las uma por uma. Estica seu braço e pega um
preservativo em cima da cama, rasga a embalagem com o dente e retira o
látex de dentro e veste seu pau, com uma agilidade impressionante.
Após vestir seu pau com a camisinha, ele segura meus tornozelos e me
puxa, fazendo-me ficar na beira da cama. Minha cama é bastante alta, o que
facilita para ele se movimentar, já que é alto.
— Está pronta para me receber? — Sua voz sai rouca, enquanto ele se
toca.
Assinto, lambendo meus lábios, ressecados. Ele sorri, e segurando seu pau
ele o guia até minha entrada e entra de vez, indo fundo, me fazendo revirar os
olhos. Seguro-me nos lençóis da minha cama, soltando um gemido baixo.
Abro os olhos, vendo-o parado, para eu poder me acostumar com seu
tamanho.
Demétrio desce suas mãos pela parte interna da minha coxa e começa a se
movimentar, me fazendo gemer baixinho. Fecho os olhos, mordendo o lábio,
quando ele começa a se movimentar mais rápido, segurando minhas coxas.
— Minha nossa. — Sua voz sai rouca. — Você é tão gostosa, tão
apertada... Cazzo[10]!
Jogo a cabeça para trás, gemendo, sentindo meus seios balançarem,
conforme Demétrio se movimenta. Ele vai aumentando seu ritmo indo mais
fundo em mim, entrando todo dentro de mim. Apoio meus cotovelos na
cama, para olhá-lo melhor, e brinco com os bicos dos meus seios, me
estimulando. Deme rosna e abre mais minhas pernas, fazendo com que eu
olhe para seu pau, que vai fundo dentro de mim, sem sobrar nada do lado de
fora. Uma onda de prazer passa pelo corpo, avisando que estou próxima de
gozar, de novo, e ele aumenta mais sua velocidade.
Faço bico e gemo, olhando em seus olhos. Seu corpo está todo tensionado
pelo esforço, e salivo olhando seu V na virilha, que me dá vontade de lamber.
Demétrio leva seu polegar até meu clitóris e começa a me estimular.
— Sua boceta prende meu pau de uma forma tão gostosa. — Joga a cabeça
para trás. — Eu vou gozar muito.
— Hum... É isso que eu quero. — Mordo o lábio.
Ele me olha e trinca os dentes. Demétrio sai de vez de dentro de mim,
segura minha perna e me gira, fazendo-me ficar de costas para ele. Segurando
meu quadril ele me desce mais, coloca uma perna minha sobre a cama e entra
de vez em mim, me fazendo gemer mais alto, por ele ir bem mais fundo.
Demétrio me abraça pela cintura, segurando meu seio e cola seus lábios no
meu ouvido, gemendo baixinho, ofegante. Sinto sua pélvis batendo em minha
bunda com força, fazendo o som ecoar em meu quarto.
— Minha nossa, Bambina. — Solta um gemido abafado em meu ouvido,
fecho os olhos sentindo meu ventre se contrair, só de escutar seus gemidos.
— Sua boceta é tão gulosa, tão apertada, tão gostosa..., passaria o dia todo
dentro de você.
Levanto meu braço e afundo meus dedos em seu cabelo, gemendo mais
alto, sentindo meu orgasmo mais próximo.
— Você me fode tão gostoso. — Solto um gemido abafado.
Deme solta um gemido gostoso no meu ouvido e o mordisca.
— Você que está me fodendo de jeito, Bambina. — Vai mais fundo. —
Você está me fodendo muito, você não tem noção.
— AH! Demétrio. — Jogo a cabeça para trás.
Ele segura forte meu quadril e vai metendo mais forte, fazendo-me sentir
suas bolas baterem em mim. Demétrio solta grunhidos, rosnados e gemidos
no meu ouvido, me deixando completamente louca.
— Você é perfeita, gostosa demais. — Morde meu ombro.
Solto um gemido alto, segurando-me na borda da cama, sentindo o
orgasmo me consumir, deixando minhas pernas bambas. Ele solta um gemido
bem no meu ouvido e o sinto gozar, preenchendo o preservativo. Demétrio
afunda seus dedos na minha cintura enquanto goza.
— Oh... Merda... Minha nossa... — sussurra, ofegante.
Vai diminuindo seus movimentos, me deixando mole, até se esvair por
completo. Sinto meu corpo mole por causa do orgasmo intenso. Minha visão
fica embaçada e escuto sua voz bem distante até não escutar mais nada.

Acordo pela manhã, sentindo a claridade entrar em todo meu quarto. Abro
os olhos e sorrio, me lembrando da melhor noite da minha vida. Tateio a
cama à procura de Demétrio, mas o lugar está vazio. Sento-me na cama, nua,
e vejo que estou sozinha no quarto. Um sentimento ruim preenche meu peito.
Levanto-me e pego meu robe em cima da poltrona e o visto.
Saio do quarto chamando por Demétrio e não o encontro; nem suas roupas,
ou algo que seja dele. Meus olhos ficam marejados, mas o alívio me
preenche, quando vejo um pedaço de papel em cima do balcão da cozinha.
Vou até ele e o leio:

“Olá, Bambina. Bom dia. Infelizmente tive que ir embora logo cedo.
Recebi uma ligação dos meus irmãos, avisando que temos um problema no
trabalho, e tive que ir embora. Não queria te acordar, você estava linda
dormindo. Queria que você acordasse ao meu lado, e eu preparasse um café
da manhã, perfeito para você, mas o curto tempo que tive, só deu para fazer
um café da manhã simples.
Cortei algumas frutas, que estão na geladeira, separei torrada, e queijo.
Também fiz café, que ainda deve estar quentinho na garrafa. Minhas
sinceras desculpas. Assim que eu resolver o que tiver de resolver, eu te ligo.
Beijos, Bambina.
Ah, já ia me esquecendo. A noite foi maravilhosa.
Deme.”

Solto um sorrisinho, por saber que para ele nossa noite também foi
maravilhosa. Ponho o bilhete em cima da cama, quando escuto baterem na
porta. Sigo até a porta e a abro. Vejo Enrico com cara de poucos amigos, e
me pergunta de forma grosseiro e irritado:
— Quem está aí com você?
Capítulo 17

Enzo estaciona em frente ao edifício onde será a loja e o escritório, entro


com rapidez no edifício e sigo para o elevador. Subo para o andar do
escritório e quando saio do elevador, vejo Morgana no telefone, ao me ver
afasta o telefone.
— Eles estão na sua sala — avisa.
Assinto e passo direto para a minha sala.
— Finalmente — Dominic diz, irritado.
— Pelo menos deu tempo de trocar de roupa. — Dimitri sorri.
Bufo e reviro os olhos.
— Vocês acabaram de chegar? — Eles assentem. — O que aconteceu para
me chamarem aqui o mais rápido possível? — Coloco as mãos na cintura.
— Benjamin ligou para Morgana agora pela manhã, avisando que não
conseguiram enviar toda a carga com os nossos produtos para o avião —
Dimitri explica.
— Como assim, não conseguiram? Algum problema? — Caminho até
minha mesa.
— O setor responsável, no qual assinamos o contrato, avisou que o nosso
contrato venceu e que não iria transportar nossos produtos para Nova York
— Dominic fala.
— Como é? De jeito nenhum! Antes de virmos para cá, ligamos para
conferir se estava tudo certo — digo irritado.
— Só disseram que no sistema consta que nosso contrato venceu, e se a
gente quiser que a empresa traga os produtos, precisamos renovar o contrato
ou pagar a taxa absurda que eles nos ofereceram. — Dominic me olha,
irritado.
— Mas como esse caralho não consta? — Me exalto, batendo a mão na
mesa. — É a segunda vez que fazem essa palhaçada!
— Já estou me irritando com eles. Da outra vez perdemos dinheiro e
tivemos que fazer um novo contrato. — Dimitri faz gesto com as mãos.
— Sim, mas dessa vez guardamos o contrato. Da outra vez, quem perdeu
foi um funcionário irresponsável e sobrou para a empresa cobrir todo o custo
extra, já que esse maldito funcionário nem trabalhando o resto da vida dele,
iria conseguir pagar. — Bato a mão na mesa.
Pego o telefone na mesa e disco para o telefone de Morgana.
— Pode falar, Demétrio.
— Morgana, por gentileza, venha aqui. — Peço, um tanto irritado.
— Já estou indo — avisa e desliga o telefone.
Morgana logo entra na sala com o iPad em mãos, retiro meu paletó e o
penduro no cabide. Caminho até minha cadeira e me sento, apoiando meus
braços na mesa.
— Morgana, ligue para Benjamim, urgentemente, o mais rápido possível e
peça para ele ver esse contrato com essa transportadora aérea que fizemos. —
Ela assente.
— Já liguei para ele, Demétrio. Só estou esperando o retorno. — Assinto.
— E por favor, faça algumas ligações com outras transportadoras áreas.
Assim que vencer esse maldito contrato com essa merda de transportadora,
não iremos renovar. — Dominic pede.
— Sim, senhor. Algo mais? — Morgana pergunta.
— Não, Morgana. Pode se retirar — Dimitri fala e ela assente, se retirando.
— Demétrio, vamos ter uma videoconferência, vai participar? — Dominic
se levanta do sofá.
— Vão vocês, vou tentar resolver essa merda. — Passo a mão no rosto.
— O fornecedor está pedindo sua presença. — Dimitri me olha.
— Diga a ele que tenho um sério problema para resolver agora, e se ele
quiser ficar olhando para a minha cara, que pegue uma foto minha na
internet. Não fode, né! — Explodo. — Tenho mais o que fazer. Diga a ele
que gosto de mulher, não tenho interesse em homens.
— Parece que a noite não foi tão boa assim — Dominic comenta, com um
sorriso.
— Ah, foi maravilhosa... — digo, me lembrando de cada momento. —
Mas essa merda aparece na mesa e eu tenho que resolver.
— Tudo bem. Vamos Dom, qualquer coisa te informamos — Dimitri avisa
e se retira da sala.
O telefone toca e eu atendo.
— Fala, Morgana.
— Benjamin na linha um, transfiro?
— Imediatamente.
Espero alguns segundos.
— Olá, Demétrio. Como vai? — Benjamin fala em italiano.
— De mau humor. De novo essa palhaçada, Benjamin?
— Pois é, estou com o contrato em mãos, só esperando a ordem de um de
vocês.
— Leve até eles. O contrato foi feito aí em Milão, com Frederico.
— Irei imediatamente.
— Esses produtos tem que chegar essa semana aqui, Benjamin. A loja será
aberta semana que vem, sabe que odeio atrasos.
— E irão chegar, confie em mim.
— Certo. Sempre deixamos isso em suas mãos. Sabe que confiamos
cegamente os contratos a você.
— Obrigado pela confiança. E sim, vou resolver agora mesmo, talvez
consiga despachar ainda hoje.
— Tomara, Benjamin. Qualquer coisa nos ligue.
— Pode deixar. E só um conselho, Demétrio, eu se fosse vocês, mudaria
de transportadora.
— Iremos mudar imediatamente. Já é a segunda vez que isso acontece, não
vai acontecer uma terceira.
— Ok! Vou agora levar o contrato, qualquer coisa ligo para você.
Desligo o telefone e retorno para Morgana.
— Pode falar.
— Morgana, por favor, me passe o número da transportadora de caminhões
que pegará nossas mercadorias aqui em Nova York. Quero do escritório,
preciso falar com Antonio.
— Certo.
Desligo o telefone, e logo no chat online, ela me passa o número. Disco o
número e ligo.
— Bom dia, gostaria de falar com o Antonio — falo em inglês.
— Só um momento. Quem é?
— Demétrio D’Saints.
Espero alguns segundos, até Antonio me atender.
— Bom dia!
— Olá, Antonio, é Demétrio D’Saints. Como vai?
— Opa, Demétrio. Estou muito bem e você?
— Não muito bem, Antonio. Andamos tendo preocupações e estresse
demais com a transportadora que vocês recebem meus produtos no aeroporto.
— Aquele mesmo rolo?
— O mesmo, Antonio. Dessa vez não teremos prejuízo, temos uma pessoa
extremamente profissional com todos os documentos guardados, e já o
mandei levar até o setor responsável no aeroporto de Milão para conseguir
despachar hoje mesmo.
— Nossa, essa empresa sacaneou um amigo meu, Demétrio. Mude de
transportadora, essa é furada. Ela só é bem vista porque tem contratos
grandes, como com sua empresa.
— Sim. Vamos mudar. Pagamos tudo certinho, para não termos dores de
cabeça, e acabamos nos estressando.
— Infelizmente, minha empresa é só de caminhões e transportamos para
lugares pertos, ou para outro estado, senão arrastava sua empresa para nós.
— Ah, nossa, se isso acontecesse nunca mais iríamos ter estresse. Você
não quer uma transportadora maior com aviões?
— Ah, Demétrio, é caro demais, são muitos milhões de dólares envolvidos.
Mas quem sabe no futuro?
— Por favor, se fizerem, nos ligue imediatamente.
— Pode deixar, chefe.
— Quero saber se o nosso contrato ainda está válido?
— Claro que está. Olhei o seu naquele dia que sua secretária ligou. Quer
que eu pegue para ver a data de vencimento?
— Sim.
Espero alguns segundos.
— Pronto, ele vence em novembro. Quando estiver mais perto, ligamos
para avisar. Vai querer renovar esse ano?
— Com toda certeza. Mas obrigado, Antonio. Vou deixar você voltar a
trabalhar.
Nos despedimos e desligo o telefone. Antonio sempre foi correto e sempre
entregou nossa carga no dia e horário correto, é raro ter atrasos. Estamos com
sua transportadora há alguns anos. Sua empresa está em vários estados e
países, e sempre mantemos o contrato intacto, por isso, eu e meus irmãos,
decidimos deixar uma caixa grande com perfumes e loções corporais da
nossa loja para ele presentear as filhas e a esposa, e claro loções e perfumes
masculinos para ele, uma forma de agradecimento por ele ter respeito e
responsabilidade com nossos produtos, que nunca chegou um item quebrado.
Sou interrompido pelo telefone.
— Oi, Morgana.
— Estão lhe aguardando na sala de reuniões.
— Ma che cazzo[11]! Esse Richard adora ver minha cara. — Morgana
sorri.
— Deve ser.
— Tá bom, estou indo. — Desligo o telefone.

A reunião foi um saco, tão irritante e entediante. Eu só consigo pensar em


Manuela, em seu corpo, seus gemidos de puro prazer, sua entrega total. De
madrugada ela me acordou querendo mais, após ter apagado em meus braços,
e claro, dei o que ela pediu. Foi tão gostoso como da primeira vez. Ela subiu
em cima de mim, colocou a camisinha e me montou. Ah, merda, foi lindo de
se ver, ela subindo e descendo no meu pau, pedindo por mais, e eu dei.
A fodi com muita força, fazendo-a se agarrar nos lençóis e gritar, enquanto
gozava loucamente. Era isso que queria, fazê-la gozar. Fazê-la se desmanchar
de prazer é noventa e nove por cento do meu prazer. A coloquei de quatro no
sofá e só meti com força nela, vendo aquele rabo lindo, vermelho dos meus
tapas. Seus cabelos assanhados, dos puxões que eu dava, seus seios
vermelhos dos meus chupões, minha nossa... Foi intenso pra caralho!
Após a reunião interminável, estou de pau duro, latejando, só pelas
lembranças da noite passada. Meus irmãos saem da sala de reunião e eu
decido ligar para a Bambina.
— Oi, Deme — fala sonolenta.
— Acordou agora, Bambina? — Olho a hora no relógio do meu pulso.
— Não. Não dormi. Só pôde ligar agora?
— Sim. Tive um sério problema que já está sendo resolvido. Como está?
— Não muito bem.
— O que foi? — pergunto, preocupado.
— O Enrico apareceu aqui transtornado, querendo saber quem estava
aqui comigo.
— Como é? — Levanto-me da cadeira. — Ele fez alguma coisa com você?
— Não. Ele já foi embora. — Escuto-a suspirar. — Nossas fotos estão
circulando na internet.
— Já imaginava isso. É um problema para você? — Saio da sala de
reuniões.
— Não, é algo que não conseguimos evitar, somos pessoas públicas. Isso
sempre vai acontecer. — Suspiro, andando pelo corredor e entro na minha
sala, fechando a porta.
— Quero te ver de novo. Quero te recompensar, por hoje de manhã.
— Sabe que não precisa, não é?
Sento-me na minha cadeira.
— Vamos sair para jantar?
— Pode ser aqui em casa? Posso fazer o jantar, e abrir um vinho.
— Eu faço o jantar. O que acha?
— Acho perfeito. — Sorrio.
— Tudo bem, então. Quando eu sair daqui do trabalho, vou em casa, tomo
um banho e vou aí. Pode ser?
— Sim. Estarei lhe esperando. Até à noite.
— Até. — Desligo o telefone com um sorriso.
Giro minha cadeira e tomo um susto ao ver dois pares de olhos azuis
idênticos aos meus, praticamente em cima da mesa, escutando a conversa.
— Que palhaçada é essa? — Olho para meus irmãos.
— Eu não acredito que você vai sair com a mesma mulher. — Dimitri me
olha, horrorizado.
— Quer dar esperança para a pobre coitada? — Dominic faz gestos com as
mãos.
— E se eu realmente quiser dar esperanças? Não vejo mal nisso. — Dou de
ombros, me encostando na cadeira.
— Você por acaso bebeu, ou fumou maconha estragada? Porque
definitivamente, você não está sendo sensato dessa vez, fratello. — Dom faz
careta.
— Nem um nem outro, fratello. Apenas me sinto muito bem ao lado dela,
e quero continuar assim, não vejo mal nisso. Se isso for falta de sensatez,
tudo bem, estou ótimo assim — argumento.
Dimitri coloca o dedo na garganta, simulando uma ânsia de vômito, me
fazendo sorrir. Parece uma criança.
— Dom, vamos ao clube do Noah, hoje? Demétrio não está nada bem, vai
que isso seja contagioso — Dimitri fala com Dom.
— Ela fez o que contigo? — Dominic faz careta.
— Me pegou de jeito — argumento, com um sorriso nos lábios.
Meus irmãos fazem careta e vão em direção à porta, resmungando, Dom
falando que estou louco e Dimitri dizendo que fumei maconha estragada, e
que eu não estou lúcido.
Eu nunca estive tão lúcido, em toda minha vida.
Capítulo 18

Entro no carro, após Davi fechar a porta, afrouxo minha gravata e abro os
dois primeiros botões, quando Enzo põe o carro em movimento. Ergo meu
punho e verifico a hora.
— Ontem à noite..., vocês escutaram alguma coisa quando liguei? —
pergunto.
Enzo me olha com um sorriso pelo retrovisor.
— Como foi mesmo, Enzo? — Davi pergunta.
Enzo faz um barulho com a garganta e me olha pelo retrovisor.
— Minha nossa..., você é tão gostoso, Demétrio. — Faz vozinha de
mulher.
Ele e Davi gargalham. Arranco minha gravata e jogo nele.
— É bom você esquecer cada palavra — ameaço.
— Ah, chefe, eu já tinha esquecido, você que me lembrou. — Ele sorri. —
Não vale me demitir por causa disso.
— Então esqueça tudo isso — aviso.
— O chefinho está todo apaixonado. — Davi cutuca Enzo, e eles
gargalham.
— Eu não estou apaixonado — murmuro.
— Você que está dizendo. — Davi sorri.
Bufo e reviro os olhos.
— Irei sair hoje à noite para a casa de Manuela — aviso.
— Olha aí, Enzo, eu disse. Sabia que iria rolar um segundo encontro —
Davi fala.
— Claro que sabia. Conheço muito bem meu patrão para saber que iria ter
um segundo encontro.
— Não é um encontro — murmuro.
— Ah, não? Tudo bem. Se está dizendo... — Enzo dá de ombros, sorrindo.
— Já vamos comprar nossas pipocas, para acompanhar os próximos
capítulos desse romance super erótico. — Davi gargalha.
— Que figlio di puttana[12]! Vocês não têm o que fazer não? — Faço gesto
com as mãos.
— Eu estou dirigindo — responde Enzo, com um sorriso.
— E eu, de olho em qualquer movimento estranho. — Davi sorri.
Sinto meu telefone vibrar, retiro-o de dentro do bolso do paletó e sorrio,
vendo uma notificação de Manuela.
Bambina: Você vem mesmo?
Sorrio e digito.
Eu: Com certeza. Já estou a caminho da cobertura, para tomar um banho,
trocar de roupa e ir para sua casa.
A vejo digitando.
Bambina: Você vai dormir aqui?
Respiro fundo e suspiro.
Eu: Só se você quiser.
Bambina: Quero sim.
Abro um sorriso.
Eu: Vou levar uma pequena mala, com minhas roupas, tudo bem?
Bambina: Vem logo!
Eu: Chego em poucos minutos. Beijos.
Travo o celular e vejo meus seguranças olhando para mim com um sorriso.
— Depois diz que não está apaixonado — Davi diz e sai do carro.
Reviro os olhos e saio após ele abrir a porta. Enzo contorna o carro e vem
até mim, com um sorriso nos lábios.
— Vão se foder vocês dois! Desço em poucos minutos. — Pego minha
gravata da mão de Enzo e subo para a cobertura, escutando-os gargalharem.

Enzo me deixa em frente ao prédio de Manuela, me despeço dele e do Davi


e sigo até a recepção, onde minha entrada já foi liberada. Entro no elevador e
aperto o botão do andar dela e o elevador sobe. Em poucos segundos já estou
em frente à sua porta e dou duas batidas.
A porta é aberta e Manuela sorri para mim.
— Entra. — Ela afasta a porta.
Entro arrastando minha pequena mala e a vejo fechar a porta e passar a
chave nela. Ela vem até mim com um sorriso, seguro sua cintura e lhe dou
um beijo demorado, abraçando sua cintura com meus braços.
— Fico feliz que tenha vindo. — Me olha.
Beijo seus lábios e passo o nariz em seu rosto, de olhos fechados,
desfrutando desse abraço gostoso. Nossa, estou com muita saudade. Beijo seu
nariz e a olho.
— Quero trocar de roupa, e colocar uma mais confortável. Posso usar o
banheiro? — pergunto.
— Claro! Venha, pode usar o meu banheiro. — Me chama.
A acompanho que anda na frente indo até seu quarto. Ela abre a porta do
banheiro, que por sinal é grande.
— Pode colocar o que for preciso aí. Pode deixar sua mala perto da janela,
se quiser. Vou abrir o vinho. — Assinto e ela se afasta, saindo do quarto.
Entro no banheiro e troco de roupa. Coloco uma bermuda de moletom,
com uma camisa de gola v e saio do banheiro. Deixo a mala perto da janela,
junto com meu sapato e a encontro na cozinha, abrindo o vinho.
— Então, o que iremos comer? Eu tenho filé mignon aqui — fala.
Vai até o armário e retira duas taças e as coloca no balcão.
— Hum... Vou fazer um filé mignon ao molho de pimenta. Gosta? — Entro
na cozinha e a abraço por trás.
— Gosto de comidas apimentadas. — Despeja o vinho nas taças.
— Vou fazer. — Beijo seu pescoço.
— A cozinha é toda sua. — Sorri.
Se afasta e pega seu telefone na mesa e conecta seu celular ao som, que
começa a tocar uma música suave e baixa. Ela vem até o balcão e se senta no
banco, arrastando sua taça para perto dela, apoiando os braços no balcão.
— Tudo que precisar, está nos armários e geladeira. — Bebe um gole do
vinho.
Assinto e procuro todos os ingredientes, deixando-os separados e começo a
fazer o filé.
— Nem imaginava que sabia cozinhar — comenta.
A olho e a vejo sorrindo para mim, com os braços apoiados no balcão.
— Gosto de cozinhar, uma revista de culinária todo mês chega lá em casa,
e aproveito para fazer algo diferente. — Assente. — Me conta, o que seu ex-
namorado veio fazer aqui?
Manuela suspira, segurando sua taça.
— Enrico é uma pessoa complicada, como já lhe falei. Fotos nossas estão
circulando pela internet, principalmente o que está escrito no site, de que
você entrou no meu apartamento e não saiu mais, só foi visto saindo de
manhã. — A olho. — Todos iriam suspeitar, não é?
— É, mas a nossa vida pessoal, só interessa a nós dois — respondo,
colocando a carne na panela.
Pego a minha taça e bebo um gole do vinho.
— Enrico chegou aqui transtornado, querendo saber quem estava aqui
comigo, e encontrou roupas minhas jogadas pela sala e as camisinhas na
lixeira do banheiro. — Me olha.
— E o que mais? — pergunto.
— Saiu quebrando coisas minhas e..., quebrou o jarro onde estava o buquê
que você me deu — murmura.
Solto a faca da minha mão e olho em direção à mesa, onde o vaso não se
encontra mais. Apoio minhas mãos no balcão e respiro fundo. Nesse tempo
que eu e Manuela estamos nos conhecendo, ela me contou tudo que
aconteceu entre eles dois, e não gostei de saber que aquele filho da puta foi
abusivo com ela, e que se não fosse o irmão dela, ela iria desistir do seu
sonho de desfilar para a VS por causa daquele filho da puta. Fiquei bem
incomodado quando ela me contou todos os detalhes do seu relacionamento,
e o que me deixou puto foi que ela foi abusada sexualmente por ele algumas
vezes. E às vezes ela tinha que ceder mesmo sem querer, com medo de ele
arrumar outra fora. Fiquei puto. Puto é pouco. Se esse desgraçado aparecer na
minha frente, eu não vou conseguir me controlar. Ou ele vai para um
hospital, ou direto para o cemitério.
— Sinto muito — murmura.
Fito seu rosto, que está de cabeça baixa, olhando sua taça, envergonhada.
— Não precisa ficar desse jeito. Posso comprar muito mais daqueles. —
Ela me olha.
— Mas ele era especial para mim. — Põe a taça no balcão.
Saio da cozinha e vou até ela e a abraço, beijando sua testa. Manuela
circula seus braços em minha cintura e me abraça, mesmo sentada no banco.
Ela levanta sua cabeça e me olha. Me inclino e beijo seus lábios, suavemente.
Acaricio seu rosto e fito seus olhos escuros.
— Lhe darei muitos daquele, e todos se tornarão especiais. Não fique
assim, tudo bem? — Ela assente. — Não vamos deixar esse assunto estragar
nossa noite. Vamos conversar, curtir e espairecer.
Enquanto faço o jantar, ficamos conversando sobre vários assuntos, ela me
perguntou o que tinha acontecido com o problema na empresa e lhe expliquei
tudo, que ficou atenta. Com o jantar pronto, fomos até a mesa e nos servimos
e comemos tranquilamente, aos risos e conversas aleatórias. Olhando a vista
maravilhosa de Nova York pela janela ao lado da mesa.
Após nosso jantar, lavamos e secamos os pratos juntos, um ao lado do
outro, abrimos outro vinho e vamos para o sofá, para bebermos e
conversarmos mais. Nos sentamos e ela dá um gole no vinho.
— Acho que estou começando a ficar bêbada. — Beberica o vinho.
— Qual o problema? Você está em casa, pode ficar bêbada se quiser. — A
olho, sorrindo.
Ela vira a taça, ingerindo todo o líquido escuro e põe a taça na mesinha de
centro.
— Sabe qual o problema, Deme? — Se aproxima de mim, de forma sexy.
Nego com a cabeça. — Quando estou bêbada, eu fico com muito tesão.
Muito mesmo.
Respiro fundo e antes que eu fale alguma coisa, ela pega a taça da minha
mão e ingere todo o líquido sem tirar os olhos de mim, e coloca a minha taça
junto da sua, na mesinha de centro. Se levanta do sofá, retira seu cardigan e o
joga em cima da poltrona. Ela me olha e vem para cima de mim, sentando-se
em meu colo, colocando uma perna em cada lado do meu corpo.
— Manuela... — Me interrompe, pondo o indicador na minha boca.
— Shiiiiu... — Faz um bico bem sexy. Merda! Meu pau pulsa dentro da
cueca. — Estou com tanto tesão, Demétrio. Você vai tirar esse tesão de mim?
— Remexe seu quadril, no meu pau semiereto.
— Minha nossa, Manuela. Não sabia que você seria tão ousada. — Aperto
sua bunda.
Manuela morde o lábio, e apoia suas mãos em meu peito.
— Você não gosta que eu seja assim... Ousada? — Se aproxima e beija
meu queixo.
Aperto sua bunda, e aproximo seu quadril, fazendo roçar no meu pau.
— Você fica tão sexy assim, que me dá vontade de meter bem fundo em
você. — Mordo seu lábio.
— Hum... Eu quero. — Se esfrega mais em mim.
— Quer? — sussurro, subindo minhas mãos por dentro do seu cropped.
— Quero muito. Com força — murmura, excitada.
Solto um gemido, quando sinto os biquinhos de seus seios durinhos,
excitados. Manuela se afasta um pouco, segura a barra da minha camisa e a
levanta. Joga a minha camisa em algum lugar e me fita, mordendo o lábio.
— Gosta do que vê? — Solto seu cabelo
Manuela sorri, mordendo o lábio. Subo minha mão pelo seu corpo, sem
tirar meus olhos dos dela, que me fitam cheios de desejo e ansiedade.
Segurando a bainha do seu cropped, o subo, fazendo-a levantar os braços e
sacudir os cabelos, após o tirar.
— Eu já disse que você é linda? — Desço meu olhar para seus seios.
Solto um gemido, e meu pau pulsa de desejo.
— E você é gostoso demais. — Morde meu lábio.
— Ah, Manuela, eu vou te foder muito gostoso. — Seguro seu queixo,
fazendo-a me olhar.
Capítulo 19

Seguro sua nuca e beijo sua boca deliciosa com gosto de vinho. Manuela
afunda seus dedos em meus cabelos se esfregando em mim, me fazendo
gemer em sua boca. Sinto sua boceta roçar no meu pau duro, fazendo-o
pulsar mais e mais por ela. Ela chupa meu lábio e se afasta, se levantando.
Retira seu short, ficando com uma calcinha minúscula, totalmente de renda,
que não deixa nada para a minha imaginação. Mordo o lábio vendo seu corpo
delicioso. Porra, ela é gostosa pra caralho.
Manuela leva suas mãos pequenas e delicadas até o cós da minha bermuda
de moletom e abaixa junto com a cueca, me deixando totalmente nu na sua
frente, com o pau apontando para meu umbigo, duro e pulsante por ela. Ela
sorri ao jogar minha bermuda longe, admirando meu pau babado por ela. Me
encosto melhor no sofá e ela abre minhas pernas, com suas mãos, ficando no
meio delas. Passando suas mãos pelas minhas coxas, indo até minhas bolas.
Um gemido baixo sai da minha garganta, quando ela começa a massageá-las.
— Bambina..., não precisa fazer isso. — Acaricio seu rosto.
— Você não quer? — Me olha.
Passo meu polegar em seu lábio e a olho.
— Minha nossa, como eu quero..., mas você não precisa fazer, isso não é
primordial para mim — digo.
Manu lambe os lábios ressecados e morde-os.
— Mas eu quero fazer. Você quer que eu faça? — pergunta.
— Quero, quero muito. Mas não se sinta obrigada. — Tiro alguns fios de
cabelo do seu rosto.
— Não estou me sentindo obrigada. Eu quero muito chupar você. — Ela
segura meu pau, e começa a me masturbar, lentamente.
— Hum. — Mordo o lábio. — Suas mãos são perfeitas.
Ela massageia meu pau, sem pressa, me olhando nos olhos, me testando.
Uma mão sua desce pela extensão do meu pau e vai até as minhas bolas.
Solto um gemido baixo e ela sorri. Manuela fica brincando com meu saco,
enquanto me masturba com a outra mão, passando o polegar na glande, onde
está toda molhada. Pego uma pequena almofada, e coloco-a atrás da minha
cabeça como apoio e fecho os olhos, sentindo suas mãos em mim. Sinto suas
mãos pequenas largarem meu pau e subirem pelo meu abdômen, arranho-me
levemente com suas unhas grandes. Abro os olhos e a vejo me admirando.
Aquele olhar de pura satisfação e luxúria.
— Você é tão lindo. — Passa suas mãos em minhas coxas.
— E você é muito gostosa. — Fito seus olhos, vendo-os com um brilho
diferente.
Manuela sorri e leva suas mãos novamente ao meu pau, se inclina e passa a
língua em toda sua extensão, fazendo-me gemer um pouco mais alto. Nossa,
a língua dela é perfeita e macia. Estico meu braço, retirando alguns fios de
cabelo, quando ela abocanha meu pau, colocando-o todo em sua boca.
— Oh! Minha nossa! — Trinco os dentes.
Manu sorri com meu pau dentro da sua boca e começa a me chupar com
vontade, fazendo zoada com a saliva, me deixando louco de tesão. Chupa, me
olhando nos olhos o tempo todo, o que está me deixando mais duro e pulsante
na sua boca. Ela mantém seus olhos em mim, mostrando que está adorando
me ter na sua boca. Manuela me chupa com gosto, mostrando claramente o
quanto está gostando de me dar prazer.
— Nossa..., fantasiei demais essa boquinha no meu pau. — Jogo a cabeça
para trás.
Ela me lambe, me chupa, me fazendo gemer. Com as minhas duas mãos,
afasto seus cabelos da frente, e os levo até o alto da sua cabeça, para me
proporcionar uma visão melhor dela me chupando gostoso, a visão perfeita
para aumentar minha libido. Ela de joelhos me chupando, com a bunda
empinada com uma calcinha fio dental, está me deixando louco de tesão. Tira
meu pau da boca e volta a lambê-lo, principalmente nas partes onde me
proporciona mais prazer, que está conhecendo aos poucos e explorando mais
e mais. Seguro forte seu cabelo, mordendo o lábio, adorando cada minuto,
que está me levando ao delírio. Ela volta a me chupar, me levando todo em
sua boca.
— Puta merda! Ah, que delícia! Você chupa tão gostoso. — Mordo meu
lábio.
Ela continua me chupando, me levando ao êxtase, me fazendo perder a
cabeça a cada minuto. Manuela sabe o que está fazendo, sabe que está me
deixando a ponto de gozar na sua boca gostosa. Enquanto me chupa, brinca
com minhas bolas, me incentivando a gozar, mas eu não quero gozar agora.
Quero aproveitar mais.
— Vem cá. Deita aqui de perna bem aberta, para eu ver sua boceta. —
Puxo seu braço.
Ela faz o que peço, se arreganhando toda no sofá, mostrando o quanto está
molhada, até escorre.
— Chupar meu pau te excita, Bambina? — A olho.
— Muito. — Assente mordendo o lábio.
— Hum... Vou deixar você me chupar mais vezes. — Passo meu indicador
pela sua boceta.
— Vou adorar. — Sorri para mim.
— Você é bem safadinha! Estou amando isso. Segure bem suas pernas,
para mantê-las bem abertas para mim.
Antes que ela responda, eu caio de boca na sua boceta, saboreando seu
gosto único. Manuela geme e se arreganha mais. Passo a língua em toda sua
extensão e me concentro no seu clitóris, que está inchado, louco pela minha
atenção. Subo minhas mãos e aperto seus seios, que cabem perfeitamente em
minhas mãos, enquanto a chupo com vontade.
— Deme... — Choraminga.
— Você quer gozar, bambina? — pergunto chupando-a, vendo-a com a
boca entreaberta, gemendo.
Manuela assente, mordendo o lábio. Passo a língua em seu clitóris e enfio
um dedo dentro dela, que arqueia as costas e geme, se arreganhando ainda
mais. Enfio mais um dedo e pressiono seu ponto G.
— Ai, Deme... estou quase gozando. — Choraminga, fazendo uma carinha
sexy.
Sorrio e aumento mais a velocidade dos meus dedos dentro dela, sentindo-
a apertar meus dedos e gozar. Chupo seu clitóris e ela puxa meus cabelos
com força, gemendo alto, se contorcendo no sofá, com as pernas trêmulas e a
respiração ofegante. Aperto seus seios, terminando de chupar sua boceta, que
está bem vermelhinha.
— Você tem um gosto delicioso. — Levanto-me, tocando meu pau.
Manuela faz menção de se levantar.
— Quietinha aí. Vira esse rabo para cima, porque eu vou te comer por trás
— ordeno e ela faz o que mando, totalmente animada. — Muito bem! Fique
assim, até eu voltar.
Ela vira o rosto sorrindo e caminho até seu quarto. Vou até minha mala,
abro-a e tiro da carteira uma camisinha e volto para sala, vendo Manuela me
olhando, com um sorriso sapeca, de quatro no sofá. Rasgo o plástico da
camisinha e visto meu pau com o látex. Jogo a embalagem em qualquer lugar
e vou até ela, passo a mão na sua bunda lisinha e lhe dou um tapa forte,
fazendo-a pular de susto. Passo a mão, amenizando a dor, vendo que ela
gostou. Pego meu pau e pincelo na sua entrada, espalhando seu gozo para
facilitar minha entrada e entro de vez, fazendo-nos gemer.
Minha nossa! Ela é tão gostosinha, quentinha, macia..., uma delícia.
Manuela geme quando começo a me movimentar e seguro suas nádegas,
vendo-a maior e bem apetitosa. Minhas bolas batem nela, pelos movimentos
rápidos que estou fazendo. Manuela segura forte no encosto do sofá,
gemendo baixinho. Trinco os dentes quando Manuela começa a gozar, de
novo.
— Merda! Você está tão sensível. — Aumento a velocidade das minhas
estocadas.
Ela se segura no sofá, pois estou indo muito rápido, louco para gozar e
fazê-la gozar de novo é claro, o primordial. Desço minhas mãos pelas suas
costas e puxo seu cabelo, deixando sua bunda mais empinada. Entro fundo,
batendo minha pélvis em sua bunda, ecoando o som na sala. Jogo a cabeça
para trás, afundando meus dedos em sua bunda e com a outra puxando seu
cabelo. Suor escorre em meu peitoral, descendo pela barriga e mordo o lábio,
soltando um gemido abafado. Solto seu cabelo e me inclino, para beijar suas
costas, entrando fundo e lento dentro dela.
— Deme... — Manuela geme baixinho.
Beijo seu ombro e puxo seu corpo para colar no meu e beijo seu pescoço,
sentindo-a afundar seus dedos em meu cabelo, gemendo.
Somos interrompidos, quando escutamos batidas fortes na porta.
— Manuela, abre a porra dessa porta! — Um homem grita atrás da porta.
Rapidamente Manuela fica tensa.
— Manuela, eu sei que está aí dentro com esse filho da puta! Abre essa
porta! — Bate mais vezes na porta.
Manuela me empurra e me faz sair de dentro dela, saindo do sofá. Ela se
vira e me olha assustada.
— É o Enrico — sussurra, passando as mãos nos cabelos, que estão
bagunçados.
— Manuela! — Ele grita mais uma vez.
Me aproximo de Manuela e puxo sua cintura.
— Vem cá. — A faço pular em meus braços.
Caminho com ela até seu quarto, escutando os gritos do Enrico e a coloco
na cama e subo em cima dela.
— Só se concentra em mim — sussurro, beijando seu queixo —, na minha
voz. — A penetro devagar. — Só em mim... em nós.
Ela me abraça com suas pernas e começo a me movimentar dentro dela,
fazendo-nos gemer e aos poucos esquecer Enrico, no lado de fora do
apartamento. Manuela passa suas mãos nas minhas costas, afundando suas
unhas em mim, fazendo-me ir mais fundo.
— Ah, Demétrio! — Joga a cabeça para trás.
Abaixo minha cabeça e chupo seus seios, fazendo-a gemer mais.
— Que gostoso. — Ela crava as unhas nas minhas costas. — Minha nossa.
Vai mais rápido, Deme. Eu preciso de mais.
Rosno e coloco suas pernas nos meus ombros, ficando ajoelhado na cama,
começo a me movimentar mais rápido, indo mais fundo. Manuela se contorce
na cama, gemendo e beijo sua perna, respirando ofegante.
— Que delícia... — Aumento mais a velocidade.
Manuela grita e se contorce, gozando, prendendo meu pau. Fecho os olhos,
sentindo um arrepio na espinha e gozo trincando os dentes. Respiro ofegante,
sentindo minha libertação se esvair, me trazendo um alívio enorme. Saio de
dentro dela e caio na cama ao seu lado, respirando rápido, sentindo meu
coração bater forte. Ficamos sem silêncio, controlando nossas respirações.
— É, ele cansou e foi embora — murmura, divertida.
Sorrio e a olho.
— Pensei que tinha desmaiado. — Ela sorri.
— Dessa vez não. — Me olha corada.
Capítulo 20

— Vou trocar a fechadura do meu apartamento — murmuro, bebendo meu


café.
Vejo Demétrio sair da cozinha, trazendo dois pratos com ovos e bacon,
vestido de terno, pronto para ir trabalhar.
— Acho bom. Não confio nele — coloca os pratos na mesa e se senta na
minha frente.
Desfaço um pouco do nó do robe de seda, para não me machucar e me
sento melhor na cadeira confortável, sentando-me sobre meus calcanhares.
— Enrico só não entrou, por causa da fechadura em cima. Se não fosse ela,
ele teria entrado. — Toma um gole do café.
Assinto, pegando minha torrada.
— Sim, assim que me mudei para cá, Douglas mandou eu colocar esse tipo
de fechadura em cima, para quando eu estiver sozinha, eu me trancar —
explico.
Ele termina de mastigar os ovos e me fita com seus olhos azuis.
— Seu irmão é superprotetor, não é? — Leva a xícara de café até os lábios.
Assinto mastigando.
— Muito. Douglas é agente do FBI.
— Hum! Está explicado. — Demétrio sorri. — Ele acha que por ele ser do
FBI, a família pode estar em perigo por causa desses criminosos.
— Também, mas ele sempre foi assim, desde pequeno — falo.
— Você já conversou com ele sobre como era seu relacionamento com
Enrico? — Me olha.
— Não! Douglas iria surtar. É capaz de ir preso por bater em Enrico ou por
matá-lo. — O olho.
— Entendo perfeitamente seu irmão, mas não vacile, você não sabe até
onde Enrico poderá ir com isso. Vocês terminaram por um motivo bobo, no
qual ele fez uma tempestade e lembrando que ele foi extremamente abusivo
com você. Enrico não é confiável, Manuela. Estou falando muito sério.
— Eu sei. Não vou vacilar. — Ele assente.
— Você tem algum segurança? — Assinto. — Então é bom deixar um na
porta.
— Por quê? — O olho.
— Você não sabe o que Enrico é capaz de fazer — diz, e coloco um pouco
de ovos na boca.
Assinto e bebo meu café.
— Demétrio..., você não sente ciúmes? — O olho.
Demétrio franze a testa e termina de engolir a comida, e me fita em
silêncio.
— Ele sentia? — pergunta.
— O que ele tem a ver? — pergunto.
Demétrio coloca os braços em cima da mesa e mantém seus olhos em mim.
— Manuela, você está confundindo as coisas, no caso os homens. Eu não
sou Enrico — responde.
— Não entendi. — Franzo a testa.
— Você sem querer, está querendo nos comparar. Mas não vou ficar
chateado com isso. — Se encosta na cadeira. — E não, não tenho ciúmes.
Deveria?
Dou de ombros.
— Não sei! Bom, estamos tendo esse... lance, não sei bem o que é. E
depois de uma noite longa e maravilhosa que tivemos, estamos falando do
meu ex — murmuro.
Ele pega o guardanapo e limpa os cantos da boca.
— Manuela, não estamos namorando, mas eu quero algo futuramente com
você. Não demonstrei isso? — Engulo em seco. — Deixei claro desde o
início, mas eu também sei que você não está preparada agora. Mas eu espero.
Fico calada, mexendo nas minhas unhas em meu colo.
— Sei que seu relacionamento foi extremamente conturbado e tóxico, e o
que Enrico tenha feito com você enquanto estiveram namorando, eu nunca
faria. Sou homem suficiente para deixar uma mulher livre, para que ela faça o
que quer e o que gosta. Não preciso mandar em ninguém, e você sabe disso.
— Ele estende seu braço sobre a mesa, pedindo minha mão e eu a repouso
sobre a dele. — Sei que não está preparada para um outro relacionamento,
mas estarei aqui. Só não quero que volte para ele, para seu bem.
— Não vou voltar. — Ele assente.
— Se precisar de mim, não hesite em me ligar. Qualquer horário, qualquer
dia, Manuela. Se me ligar, largarei tudo e estarei aqui em minutos. — Me
olha, sério.
Assinto, sentindo meus olhos marejados.
— Está triste? — Acaricia minha mão com o polegar.
— Não é isso, é só que eu já fui muito feliz com ele, me fazia sentir
borboletas no estômago, um friozinho na barriga — suspiro —, e o tempo foi
passando e tudo foi mudando, diminuindo até não me sentir mais feliz ao
lado dele.
— Você quer sentir frio na barriga, Manuela? — Me fita.
— Eu quero me sentir amada de verdade, Demétrio. Apenas isso. Não
quero ser controlada, oprimida... — Desvio o olhar.
— Eu vou ser essa pessoa que lhe causará borboletas e esse friozinho na
barriga de mulher apaixonada, não será controlada e muito menos oprimida.
Quero que seja você mesma. — Acaricia minha mão com seu polegar. — E
não será por tempo limitado.
— Deme... — Ele me interrompe.
— Sem medo, Manuela. Deixe-me lhe provar que sou um homem de
verdade, que sei valorizar uma mulher. Não estou pedindo um
relacionamento agora, mas eu quero te mostrar o que posso lhe proporcionar.
— Entrelaça nossos dedos. — Vamos nos conhecer a cada dia, e quando você
estiver pronta, nós assumiremos um relacionamento estável e saudável. Você
quer isso?
— Quero sim. — Sorrio. — Teremos exclusividade?
— Sobre nós dois? — Assinto. — Não pretendo sair com mais ninguém.
Você quer sair com outras pessoas?
— Não. — Me apresso em dizer. — Não quero, e também nem sou assim,
de ficar saindo com várias pessoas ao mesmo tempo.
— Entendo. Não chamaria de exclusividade, Bambina. — Dá um gole do
seu café. — Mas essa palavra se encaixa perfeitamente nisso.
— Tudo bem. — Assinto.
— Quero te levar lá em casa para jantar, quer ir? — Se levanta da cadeira.
Levanto-me da minha cadeira, ajeitando o robe.
— Quero, só preciso saber o dia. Minha rotina agora vai mudar, por causa
da VS, mas fora isso, tudo tranquilo — digo.
O vejo ir até meu quarto e puxar sua malinha de rodas da Louis Vuitton.
— Tudo bem. Farei um jantar extremamente saudável, senhorita modelo.
— Beija meus lábios.
Sorrio e o levo até a porta. Ele entrega sua mala a um rapaz vestido de
terno e se vira para mim.
— Não esqueça, comigo você é livre para fazer o que quer, e na hora que
quer. — Acaricia meu rosto. — Quero que seja livre e independente.
Assinto.
— Mais tarde nos falamos. — Beija minha testa. — E não esqueça de
trocar a fechadura.
Após beijar meus lábios, ele se vira e vai embora.

— Não acredito! — Amanda arregala os olhos.


— Que bicha sortuda. — Olívia sorri.
— Demais. Mas nos conta, como foi? — Mila me olha.
— Ah, gente, não vou dar detalhes. — Eu coro, jogando as almofadas
nelas.
— Mas responde, ele é bom de cama? — Amanda pergunta.
Prenso os lábios, contendo o riso.
— Ele me deixa nas nuvens. — Tampo a boca.
Elas fazem a maior festa, pulando na cama, comemorando.
— Mas agora é sério, como você se sente ao lado dele? — Mila me
pergunta.
Cruzo as pernas, colocando uma almofada no colo.
— Me sinto livre, sabe?! Ele me faz bem, me deixa livre para me expressar
do jeito que eu quero, falar o que penso..., me sinto autêntica. Somos um
livro aberto, falamos o que pensamos e o que queremos.
— Você fala com uma leveza... — Amanda me olha.
— Porque estou leve, meninas. Sem preocupações, sem estresses como eu
tinha com o Enrico. Sei que não haverá cobranças e questionamentos
desnecessários e desgastantes — explico.
— Você aparentemente está muito bem. Faz um tempão que não te vejo
assim. — Mila segura minha mão.
— Pois é, fazia muito tempo que não era feliz. — Dou um sorriso.
Ficamos conversando por várias horas, enquanto o rapaz veio trocar as
fechaduras do meu apartamento, fizemos um almoço para nós e passamos a
tarde conversando e assistindo diversos filmes.
Depois que Amanda e Olívia foram embora, Mila avisa que Douglas
enviou uma mensagem para ela, avisando que nossos pais tinham feito uma
reserva em um restaurante à noite.

Opto por um short de tecido na cor preta, para combinar com o blazer que
estou usando, sem blusa por baixo, totalmente fechado e elegante, com as
mangas dobradas nos cotovelos e um salto alto com amarração no tornozelo.
O blazer tem um decote em v discreto, nada tão chamativo, o que me permite
usar alguns colares. Deixo meus cabelos soltos mesmo, com uma maquiagem
leve, coloco algumas pulseiras e anéis e procuro pela minha bolsa.
Recebo uma mensagem de Douglas, avisando que está lá embaixo me
esperando e me apresso em desligar as coisas e sair do meu apartamento.
Assim que chegamos no restaurante, somos recepcionados pela hostess até a
nossa mesa, nos sentamos e fazemos nossos pedidos com calma e pedimos
alguns aperitivos e vinho como entrada.
— Ah, querida. Estou tão feliz por ver você sorrindo. — Mamãe me olha.
— Também estou, mamãe. Fazia um bom tempo que não saíamos com a
Manu, vê-la sorrindo, totalmente família. — Douglas sorri para mim.
— Ainda bem que você deixou aquele idiota do Enrico. Ele te deixava
muito presa. — Papai toma seu vinho.
— É, mas vamos esquecê-lo, não é? Vamos falar de outra coisa. — Mudo
de assunto, com um sorriso.
— Como foi esses dias com o pessoal da VS? — Douglas me pergunta.
— Foi bom, fiz algumas fotos para a campanha e semana que vem, vou
gravar um comercial com as angels, será a minha apresentação de nova
angel. — Abro um largo sorriso.
— Estou tão animada para ver você desfilando para eles. — Mila sorri.
— Nem me fale. — Bebo meu vinho.
— E os treinos? — Papai me pergunta.
— São puxados, pai. A dieta nem se fala, por isso pedi uma comida mais
saudável possível. Preciso estar em forma até o desfile — explico.
— Deve ser puxado mesmo, sempre estar em forma. — Mila bebe seu
vinho.
— Demais, mas é algo que eu sempre quis, então vale o esforço. — Giro
minha taça.
— Me lembrei dos seus vídeos que eu vi, você desfilando em casa, usando
os óculos da Karen, a sandália maior que o pé... — Mila fala sorrindo e todos
nós sorrimos.
O meu sorriso morre ao ver Demétrio entrando no mesmo restaurante que
estou, com a sua mão apoiada na base da coluna de uma negra estonteante,
que chama atenção de quase todos no restaurante. Eles sorriem um para o
outro, e pude ver que ali, tem mais do que eu possa imaginar.
Capítulo 21

Conduzo Kimberly por dentro do restaurante, com a hostess que nos leva
até a nossa mesa. Nos sentamos um de frente para o outro e fazemos nossos
pedidos.
— Como estão as coisas? — Kim me pergunta.
— Muito boas. Semana que vem a loja abre e tudo vai voltar à
tranquilidade — respondo.
O garçom nos interrompe, trazendo o vinho. Enche nossas taças e se retira,
nos dando privacidade.
— Como foi a viagem? — pergunto, após dar um gole no vinho.
— Foi maravilhosa! Amo Nova York, você sabe disso. — Ela sorri e bebe
seu vinho. — Mas não foi por isso que você me chamou.
— Sim, não foi para isso que eu te chamei. — Giro a taça. — Vim para
dizer que, o que nós tínhamos, não podemos continuar.
— É alguma mulher na jogada? — Se encosta na cadeira e me olha.
— É, o nome dela é Manuela Peterson. — Sorrio.
— Boa escolha. Ela é linda!
— Não estou com ela por causa de sua beleza, mas sim, pelo seu jeito, a
simpatia, o carisma... Ela é maravilhosa. — Dou um gole no vinho.
— Está apaixonado? — Me olha.
— Não sei, mas me sinto bem quando estou com ela. — Sou sincero.
— Entendo. Que bom, Demétrio, não vou atrapalhar vocês.
— Obrigado.
— Mas vocês estão namorando, se conhecendo... o que afinal? —
pergunta.
— Estamos nos conhecendo, ela acabou de sair de um relacionamento
nada legal, e não está pronta para um novo relacionamento — comento.
— E você, está pronto para um relacionamento? — Toma seu vinho.
— Pode parecer loucura, mas estou pronto. — Kim assente. — Nunca
estive em um relacionamento sério, não sei bem como funciona, mas se ela
quiser, eu quero.
— Ela te faz bem, hein. — Me olha, com um sorriso.
— Muito. Me sinto leve, sabe?! Sempre falamos o que queremos e isso é
bom. Temos uma vibe perfeita — digo.
— Sinceridade e honestidade é tudo — diz e eu assinto. — Vocês têm se
visto muito?
— Sim. Fiquei de marcar com ela para jantarmos na cobertura, só não tive
tempo ainda — explico.
— Olha isso, na cobertura? Quem é você?
Sorrimos, até virar meu rosto e ver Manuela em outra mesa me fitando de
longe, muito séria.
— O que foi? — Escuto Kimberly falar comigo.
— Manuela está aqui. — Olho rapidamente Kim e volto minha atenção a
Manuela.
Manuela intercalava seu olhar entre mim e Kimberly, e não duvido que ela
esteja pensando algo que não deveria pensar. De maneira alguma! Será que
ela está achando que estou saindo com Kimberly? Eu trouxe Kim até aqui,
para dispensá-la de uma maneira menos ruim possível, do que por uma
ligação ou mensagem. O certo a se fazer era chamá-la para jantarmos e
explicar o motivo sem chateá-la, porque ela não merece nenhum desprezo
meu.
Sabia que se eu ligasse para Kim ou enviasse alguma mensagem me
desculpando, dispenso-a, ela iria agir normalmente, não iria se importar, mas
sei que, no fundo, iria incomodar um pouco. Sou um homem honesto, de
princípios, e eu nunca iria dispensar uma mulher por telefone, eu jamais faria
isso. E agora, Manuela deve estar pensando totalmente o contrário da
situação.
Manuela desvia seu olhar e fala algo com uma mulher de longos cabelos
castanhos que está ao seu lado, ambas se levantam, pegando suas bolsas e
andam em direção ao banheiro, antes de entrar no corredor ela me dá um
olhar de raiva, a mágoa estampada em seu rosto, e segue com a mulher.
— Vai lá falar com ela. Ela deve estar pensando uma coisa totalmente
diferente. Vai, eu fico aqui. — Kim toca em meu braço.
— E se ela não quiser falar comigo? Eu tinha falado com ela que não iria
sair com mais ninguém, além dela. — A olho.
— Sim, mas ela não sabe que estamos aqui para finalizar algo que tivemos
há meses. Ela deve estar chateada por estar deduzindo que estamos saindo e
que você mentiu. Sou mulher, entendo perfeitamente o que ela deve estar
pensando. Vá falar com ela, se for atrapalhar, fechamos a conta agora mesmo
e eu vou embora, sem ressentimento algum — fala.
— Tudo bem. Vou lá falar com ela — digo.
Ela assente e eu me levanto, ajeitando meu paletó e ando pelas mesas, indo
em direção ao banheiro. Entro no corredor e vejo-as de longe em frente ao
banheiro, conversando, e Manuela fazendo gestos com as mãos. Me
aproximo, chamando a atenção das duas e elas me olham, parando de falar.
Coloco minhas mãos nos bolsos da calça social e paro perto delas.
— Boa noite. Posso falar com você, Manuela? — A olho.
Ela me olha e cruza os braços, se encostando na parede.
— Não! Não está vendo que estou ocupada falando com minha cunhada?
— fala rudemente.
— Sim, estou vendo, mas eu quero falar um minutinho com você. — Olho
sua cunhada e fito seus olhos verdes. — Posso? Não irei demorar.
— Me chamo, Mila, sou cunhada de Manu, noiva do Douglas e agente do
FBI. — Estende sua mão.
Aperto sua mão firme.
— Sou Demétrio D’Saints. — Me apresento, apertando sua mão.
— Vou deixar vocês conversarem. — Ela se aproxima mais de mim e
sussurra: — Espero que não esteja fazendo merda, conserte isso. — Assinto e
ela se afasta, deixando-nos a sós. Volto meu olhar para Manuela, que não está
olhando para mim, com os braços cruzados.
— Manuela, olhe para mim. — Peço.
Ela me ignora olhando suas unhas, pintadas de um rosa claro muito bonito.
— Pode voltar para sua convidada — murmura.
Dou um sorriso de lado e fico de frente para ela. Ergo minha mão e seguro
seu queixo, fazendo-a me olhar. Seus olhos castanhos me fitam, cheio de
ciúmes e mágoa.
— Você está linda, sabia? — Me aproximo dela, me encostando em seu
corpo.
— Sua opinião não me importa — responde.
— Ah, é? Mas continua linda da mesma forma. — Olho seus lábios, me
contendo para não a beijar.
— Você deveria voltar, é falta de educação deixar a convidada esperando.
— Sai de perto de mim.
A vejo ir até o banheiro, e logo a puxo para o banheiro dos cadeirantes,
fechando a porta atrás de nós.
— O que você está... — A interrompo.
— Manuela, não é o que está pensando — me defendo.
— Ah, não? — Cruza os braços.
— Você precisa confiar em mim. Quando eu disse que iria sair apenas com
você, eu falei a verdade — explico.
— E aquela mulher? Vai me dizer que é uma pessoa importante do
trabalho? Que são velhos amigos? — Faz gestos com as mãos.
— Não, ela não é uma pessoa importante do trabalho, mas uma velha
amiga. — Me aproximo dela, mas ela se afasta.
— Ah, deixe-me adivinhar. Amigos coloridos? Que transam? — Me olha
magoada.
Suspiro, passando a mão no rosto.
— Sabia! E você quer que eu pense o quê disso, Demétrio? — Me olha
irritada.
— Manuela, não tiro sua razão, mas eu quero que saiba que não tenho mais
nada com ela — me defendo. — A chamei hoje para um jantar, para dizer
que não vamos ter mais nada, apenas amizade.
— E você acha que eu deveria acreditar nisso? — Aponta para mim.
— Eu não minto, Manuela. Quando eu disse que iria sair apenas com você,
é porque eu só vou sair com você. Sempre mantenho minha palavra —
afirmo.
Ela continua calada, esperando que eu fale mais, para tentar convencê-la.
— Eu e a Kimberly saímos diversas vezes, só a chamei hoje, para dizer
que não iremos ter mais nada.
— E deveria chamar para jantar? Tomar um vinho aos risos? — fala
irritada.
— Manuela, a esse tempo que estamos juntos, nos conhecendo, deveria
saber que eu nunca iria dispensar alguém por telefone. — A olho. — Acho
isso uma falta de respeito, principalmente por ser uma mulher. Não queria
deixá-la chateada.
— E quem está chateada sou eu. — Cruza os braços, fazendo bico.
Suspiro e me aproximo dela, retiro alguns fios de cabelo do seu rosto,
colocando-os para trás, sem desviar meu olhar do seu.
— Me desculpe, mas como eu iria saber que estaria aqui? Além disso, eu
iria contar a você sobre isso, não tinha intenção de esconder de você. Eu tinha
uma vida antes de você. — Acaricio seu rosto.
— Você iria me contar? — murmura, me olhando de soslaio.
— Claro que eu iria. Não pretendia esconder isso de você, sabia que de
alguma forma, iria cair na internet. E eu sou super sincero com você —
explico.
— Não gostei daqueles risos. — Faz bico, desviando o olhar.
Sorrio e me aproximo mais dela, segurando seu rosto.
— Sabia que aqueles risos, foi sobre você? — Beijo seu nariz. — A
conversa foi sobre você, o quanto é maravilhosa, simpática, linda, gentil...
— Tá. Vou fingir que acredito, que a mulher que transou com você, estaria
rindo do que você falava de mim — sussurra.
— Pode acreditar, Bambina. Ela está feliz por eu estar com você. Eu e
Kimberly deixamos claro o que iríamos ter e nunca ultrapassamos. Somos
amigos, ela me entende, eu a entendo, e ela sabe que eu quero ficar com você,
ela estava me incentivando a vir atrás de você. — A olho.
Ela me olha, ainda fazendo charme.
— Pode não acreditar em mim, se quiser. Não estou mentindo, não estou
falando essas coisas para que acredite em mim. Não vou chamar a Kimberly
para você perguntar, porque você tem que confiar em mim, no que eu digo.
— Manuela me olha. — Eu tinha uma vida um pouco agitada antes de
conhecer você, e não precisa ficar desse jeito. Você precisa confiar em mim,
se quer que isso dê certo.
Manuela suspira, descruzando os braços.
— Tudo bem — murmura.
Sorrio de lado e a puxo para um abraço forte.
— Desculpa pela crise de ciúmes. É que eu vi vocês dois juntos, juntos
demais. — Me olha.
— Desculpas aceitas. Kimberly não vai nos atrapalhar, eu disse que estou
com você e que não vou mais sair com ela. — Beijo seus lábios.
Ela assente.
— Você está linda — sussurro.
Manu me olha com um sorriso, seguro sua nuca e beijo sua boca. Escuto
sua bolsa cair no chão e sinto suas mãos agarrarem minha nuca para
aprofundar mais o beijo. Abraço sua cintura com as duas mãos e a puxo mais
para mim. Sinto-a ficar na ponta dos pés, — mesmo com um salto altíssimo
—, para ficar do meu tamanho.
Ando com ela, sem desviar do nosso beijo e a encosto na parede, mantendo
nossos corpos bem próximos, nos esfregando um no outro, fazendo-nos
gemer. Enfio minha língua em sua boca, aprofundando nosso beijo delicioso.
Manuela puxa meu paletó e morde meu lábio.
— Essa sua boca... me deixa louco. — Mordo seu lábio. — Você me deixa
louco.
— Deme... — sussurra, excitada
Desço minhas mãos pelo seu pescoço, passando o nariz em seu rosto,
sentindo seu cheiro que me deixa inebriado. Desço meu dedo pelo seu colo,
deslizando-o pelo seu decote.
— Você está usando sutiã, Bambina? — pergunto com a voz rouca.
Ela nega.
— Ah, Bambina... você está me deixando de pau duro — sussurro,
encostando meu corpo no seu, para ela sentir.
Ela solta um gemido e aperta minha bunda, trazendo-me mais para ela.
— Estou com uma vontade insana de tirar sua roupa e te foder nesse
banheiro. — Mordo seu lábio.
— Então faz. — Ela passa sua língua no meu lábio.
Puxo sua nuca e lhe beijo, faminto. Manuela enfia sua língua em minha
boca e a chupo, escutando seu gemido baixinho. Seguro sua coxa, subindo-a
e fico mais perto dela, esfregando minha ereção, fazendo Manu gemer em
minha boca.
— Ah, Bambina..., você precisa voltar. — Tento ter algum juízo, que foi
para a puta que o pariu.
— Unhum... Eu sei — sussurra, um pouco ofegante. — Então, se não nos
largarmos agora, não vamos sair daqui.
Suspiro, fechando os olhos. Passo alguns segundos, abraçado a ela,
aproveitando esse curto tempo. Respiro fundo e beijo sua cabeça.
— Tudo bem. — Me afasto dela. — Estou com uma vontade imensa de te
agarrar aqui dentro, mas você tem que voltar.
— Eu sei. — Pega sua bolsa no chão.
— É melhor você ir. Já estamos há um tempão aqui dentro, seus pais
podem vir atrás de você — digo.
Ela assente e me olha.
— Então é melhor eu ir. Você vai agora? — Ajeita o cabelo.
— Não. Vou demorar alguns minutos ainda. — Aponto para meu pau, que
está duro, e bem evidente.
Ela cora e assente.
— Vou indo. — Se afasta com um sorriso e abre a porta. Antes de sair ela
me olha com um sorriso. — Confio em você.
Capítulo 22

Levanto-me da minha cadeira no escritório da empresa, retiro o telefone do


bolso e ligo para Noah, e ando até a grande janela, para ver a rua mais
movimentada de Nova York.
— Boa tarde, Demétrio. Como vai?
— Vou muito bem e você?
— Estou ótimo. Manda as ordens.
Coloco a mão no bolso e com a outra, sustento o telefone na mão.
— Quero um quarto exclusivo no seu clube. Tem como?
— Mas você já tem um.
— Eu sei, Noah. Eu quero cancelar aquele outro quarto e ter outro, um que
nunca usei.
— Ok. Você é quem manda. Vou reservar um quarto no último andar, o
elevador vai direto até ele, como se fosse uma cobertura. Pode ser?
— Com certeza. Quero total privacidade.
— Perfeito. Para quando?
— Hoje vou falar com a pessoa, para marcarmos.
— Tudo bem. Qualquer coisa você me liga.
— Valeu, Noah. Essa semana podemos marcar de almoçar, o que acha?
— É só marcar, amigo. Agora preciso ir, tenho uma reunião. Vamos nos
falando.
Me despeço dele e desligo o telefone. Volto à minha mesa, para analisar
alguns papéis e assinar alguns documentos, quando o telefone da sala toca, eu
atendo.
— Oi, Morgana.
— Benjamin na linha um.
— Pode transferir.
Espero alguns segundos, enquanto ajeito os papéis na mesa.
— Oi, Demétrio!
— Fala, Benjamin, alguma novidade da nova transportadora?
— Sim, preparei o documento que me pediram, agora vocês devem vir
aqui, para assinar o contrato.
— Porra, Benjamin, fica complicado nós três irmos até Milão, a loja vai
abrir em dois dias. Estamos muito sobrecarregados, será impossível nós três
irmos até aí.
— Então faremos assim, vou até aí com o jatinho da empresa. Tem um
aqui disponível, porque se eu for de voo comercial vai demorar, e esse
contrato é pra ontem.
— Vou mandar preparar o jatinho pra você agora mesmo. Prepare tudo
para trazer. Farei de tudo para liberar o jatinho à noite.
Me despeço dele e faço outra ligação para o responsável pela liberação dos
jatinhos da empresa e os jatinhos pessoais. Envio uma mensagem para
Benjamin avisando que está tudo certo e digo o horário. Travo o telefone,
quando meus irmãos entram no meu escritório.
— Benjamin vai vir para cá. Vem trazer o novo contrato com a nova
transportadora. — Eles assentem. — Ele queria que fôssemos até lá.
— Impossível. A loja abre em dois dias — Dimitri fala.
— Pois é, foi o que eu disse. — Recolho alguns papéis da mesa.
— Mandei preparar o jatinho hoje à noite, porque o contrato tem que ser
assinado pra ontem — respondo.
— Vai dormir em casa hoje? — Dominic dá um sorriso de lado.
— Você ainda está saindo com a Manuela Peterson? — Dimitri faz careta.
— Dormirei em casa, porque Benjamin vai chegar cedo, e sim, eu ainda
estou saindo com a Manuela — respondo.
Eles ficam calados, me olhando curiosos.
— A levarei ao clube — comento, me encostando na cadeira.
— E ela concordou? — Dominic me pergunta.
— Ela sabe que tipo de clube você pretende levá-la? — Dimitri me olha.
— Não contei a ela, mas eu sei que ela vai concordar em ir — digo.
— Como você sabe? O clube do Noah é de sexo, Demétrio. Você acha que
ela vai concordar em ir? — Dom cruza os braços.
— E outra, será que ela não vai se sentir tímida ao ver aqueles shows ao
vivo de mulheres e homens seminus? Mulheres dando em cima dos homens
que passam pelo local, na maior cara de pau com os peitos de fora. Não é
qualquer uma que aceita esse tipo de ambiente, sem contar os quartos
voyeuristas[13], os quartos de BDSM[14], fora os quartos da pegação,
swing[15], ménage[16]... uma infinidade de coisas. Você acha que ela vai
aceitar ir? — Dimitri me olha.
— Sim, eu acho, porque eu vou convencê-la. Sou um bom observador, e
sei que ela vai ceder, Manuela é curiosa, e ela ficará tentada a ir. — Coço
minha barba.
— Cuidado para não estragar tudo com esse convite — Dom alerta.
— Pode deixar.
Após eles saírem do meu escritório, vejo a hora em meu relógio no pulso e
decido ligar para minha bambina, que atende no terceiro toque.
— Oi, Deme!
— Olá, Bambina. Interrompo?
— Não, de jeito nenhum. Acabei de sair de uma sessão de fotos da VS.
— Hum... Vai sair para algum lugar? — Batuco meus dedos na mesa.
— Não. Tem algumas meninas aqui que estão marcando para almoçarmos
todas juntas, mas não sei se eu vou. Por quê?
— Porque se você não for, eu quero te levar para almoçar. — Escuto-a
sorrir.
— Sério? Isso não vai te incomodar?
— Não, Bambina. Quer almoçar comigo?
— Sim! Estou ansiosa para te ver.
— Também estou. — Giro a cadeira, com um sorriso. — Vejo você
naquele restaurante que você gosta em quinze minutos?
— Estarei lá. Beijos.
— Beijos.
Desligo o telefone com um sorriso. Ligo para o restaurante e por sorte
consigo uma reserva de última hora, de uma mesa para duas pessoas.
Levanto-me da cadeira, vou até o cabide pegar meu paletó e o visto. Saio do
escritório e vou até Morgana, que está recolhendo alguns papéis em seu
balcão.
— Morgana, vou sair para almoçar e só volto em três horas. Qualquer
coisa você me liga. — Coloco meu telefone no bolso.
— Sim, senhor. Bom almoço. — Sorrio e me despeço dela, indo para o
elevador.
Entro no restaurante e a hostess me leva até a mesa reservada. Após me
sentar e me acomodar, um garçom vem até mim para fazer o pedido.
— Agora não, espera só... — Vejo atrás dele, Manuela vindo acompanhada
da hostess. — Só um minuto.
O garçom se afasta um pouco para Manuela se aproximar da mesa.
Levanto-me da mesa e a cumprimento, com um abraço e um beijo na
bochecha. Manuela se senta e fazemos nossos pedidos e o garçom se afasta.
— Adorei esse convite de última hora. — Ela sorri para mim, amarrando
seu cabelo num rabo de cavalo.
— Fico feliz que tenha gostado, vou fazer mais convites inesperados. —
Sorrio, pegando sua mão sobre a mesa e entrelaçando nossos dedos. — Como
foi a sessão de fotos?
— Foi ótima! Conheci o restante da equipe, e todos são maravilhosos e
bastante atenciosos — responde.
— E falta só um mês, hein. Nervosa? — Acaricio sua mão com o polegar.
— Meu Deus, o nervosismo só aumenta. — Faz gestos com as mãos.
Sorrio e seguro sua mão.
— Você vai primeiro a Paris, não é? — A olho.
— Sim, vou de avião com todas. Assim que chegarmos, já vamos para a
coletiva, vamos tirar fotos e ir para o hotel descansar um pouco, e na parte da
tarde, faremos o ensaio no local já preparado para o desfile. — Me olha. —
Seus irmãos vão?
— Vão sim, decidiram ir. Até meus pais vão. — Sorrio.
— Sério? — Arregala os olhos.
— Estão loucos para te conhecer — digo e ela sorri, tímida.
Somos interrompidos pelo garçom trazendo nossos pedidos. Ele nos serve
com o suco e se retira.
— Eu quero te levar em um lugar. — Levo o pedaço de frango até a boca.
— Em um clube.
— Clube de tênis? Ou que tipo de clube? — Franze a testa, levando o copo
de suco até a boca.
— Um clube de... sexo — falo.
Manuela se engasga rapidamente com o suco que cospe na mesa, tossindo,
ficando vermelha. Levanto-me rápido da cadeira e vou até ela, e massageio
suas costas, ajudando a aliviar um pouco. Pego o guardanapo na mesa e
começo a passar em sua blusa, que por sorte é escura.
— Você está bem? — pergunto, preocupado.
Ela tosse um pouco e assente. Um garçom chega até nós, e limpa a mesa, e
disponibiliza um pano limpo para Manuela se limpar.
— Acho que vou ao banheiro, trocar a blusa. Sempre ando com uma na
bolsa — avisa e se levanta, totalmente desnorteada.
Assinto, engolindo em seco e sento-me na cadeira. O garçom pede para eu
me sentar na mesa ao lado, que está limpa, e coloca nossos pratos nela.
Sento-me na cadeira, passando a mão na nuca, bastante preocupado.
— Senhor, mandarei trazer mais um suco. Cortesia da casa — a hostess
diz.
— Muito obrigado. E traga duas garrafinhas de água, por favor. — Peço.
A moça assente e se retira. Passo a mão no rosto, lembrando a cara de
pânico de Manuela, quando falei do clube de sexo. Será que eu fiz errado em
chamá-la? Ou foi o jeito que abordei o assunto, como eu a convidei? Merda.
O que eu fiz?
A vejo vir em direção à mesa com outra blusa. Ela se senta na cadeira,
pendurando sua bolsa, quando o garçom coloca o suco e as águas na mesa e
se retira.
— Pedi água para você. — Empurro uma garrafinha para ela.
Manuela pega a garrafinha, abre a tampa e vira a garrafinha na boca,
ingerindo uma boa quantidade. Manu me olha, após fechar a garrafinha e
suspira.
— Manuela, me desculpa. O modo como eu te falei... — Me interrompe.
— Demétrio, eu só me assustei com o convite. — Coloca as mãos na mesa.
— Eu sei, me desculpa pelo modo que fiz o convite. Eu deveria ter te
sondado primeiro... Esse clube é de um amigo meu, totalmente privado e
seguro — explico, escondendo meu nervosismo. — Se você não quiser ir,
tudo bem...
— Eu vou — diz rapidamente, me pegando de surpresa. — Eu vou com
você.
Pisco os olhos, processando o que ela acabou de dizer.
— Vai? — Manu assente. — Olha, não quero que se sinta desconfortável
com nada em relação ao clube.
— Você quer me compartilhar, Demétrio? — Me olha, um pouco
assustada.
Respiro fundo, trincando os dentes e seguro forte a borda da mesa, só de
imaginar isso, me bate um ciúme gigantesco, que nunca imaginei sentir.
— Você é só minha, Manuela, nunca vou compartilhar você. Nunca! Em
hipótese alguma isso vai acontecer, nem em sonho. Você é apenas minha.
Manuela assente, engolindo em seco
— O clube tem várias outras coisas. Tem o corredor da pegação, quartos
para swings e ménages, quartos privados para casais, um corredor para
pessoas voyeuristas, shows, cenas de BDSM..., uma infinidade de coisas. —
Seguro sua mão.
— Isso é estranho, eu nunca fui a um lugar desses, nunca fui convidada. —
Passa a mão na nuca. — Pessoas vão nos ver transando?
— Eu não vou querer isso. Mas se você quiser... — Dou de ombros,
rezando para que ela diga não. — Vamos usar máscaras para proteger nossas
identidades. Ninguém vai saber que somos nós.
— Não quero que ninguém nos veja transando, mesmo com máscaras. Não
vou me sentir confortável — murmura. — Deve ser estranho..., não sei.
Suspiro, aliviado.
— Se eu não me sentir bem com tudo que eu ver nesse clube, podemos
voltar? — Me olha.
— No mesmo segundo. — Acaricio sua mão com meu polegar. — Fique
tranquila sobre isso. Se você não quiser ficar lá, vamos para um hotel.
Manuela assente, mordendo o canto do lábio.
— Então eu vou.
Capítulo 23

Procuro uma roupa bonita para ir à inauguração da loja de Demétrio e seus


irmãos, que será hoje. Opto por um macacão verde, de alças grossas com
decote reto. Fica perfeito em meu corpo, todo colado, deixando um pouco
mais largo nas pernas. Pego um salto bem alto com amarração no tornozelo, o
que me deixa mais alta e mais elegante com o macacão.
Vejo algumas joias, e coloco um colar com uma pedra de Rubi, que
combina perfeitamente com os brincos e algumas pulseiras. Faço alguns
cachos nas pontas dos meus cabelos, para dar mais volume e uma maquiagem
simples, finalizando com um gloss rosa. Pego minha bolsinha de mão preta,
colocando o necessário nela e saio do meu quarto, vendo Amanda e Olívia
prontas, me esperando.
— Vamos? Vou enviar uma mensagem para Demétrio, avisando que
estamos indo — digo.
Elas assentem e saímos do apartamento. Ao chegarmos no hall, o motorista
de Demétrio, Enzo, está nos esperando para nos levar até a loja. Ele nos
cumprimenta e entramos no enorme SUV preta e logo estamos a caminho da
loja.
Retiro meu celular da bolsa e envio uma mensagem para Deme, que me
responde logo em seguida avisando que já está na loja, me esperando. Guardo
o celular na bolsa e retoco meu gloss, dou ajeitada no cabelo olhando-me
pelo pequeno espelho de maquiagem. Alguns minutos depois, o carro para e
Enzo sai. O vejo rodeando o carro e vindo até minha porta e a abre.
Segurando minha bolsa, saio do carro, vendo vários flashes direcionados a
mim, e alguns seguranças vindo até nós para nos acompanhar até dentro da
loja. Após algumas pessoas gritarem meu nome, chamando minha atenção, eu
aceno com um sorriso e adentro à loja.
— A loja está linda. — Olívia olha ao redor.
— Realmente — Amanda concorda.
Viro-me para Enzo e pergunto:
— Cadê Demétrio?
— Vou avisá-lo que você chegou — diz e se retira.
Caminhamos pela loja, vendo tudo muito bonito e decorado. As prateleiras
chiques e organizadas com os perfumes lado a lado, com preços, loções
corporais em várias prateleiras, espelhos grandes, e lustres iluminando o
local. Uma mesa grande no centro da loja com aperitivos para serem servidos
e uma mesa grande, redonda com várias taças de champanhe. Tem pessoas
comprando alguns produtos, e outras na fila para pagamento. A loja já está
totalmente lotada.
— Olha quem chegou. — Escuto uma voz masculina atrás de mim.
Viro-me e dou de cara com um Demétrio muito lindo e gostoso. De
sapatos sociais, calça social com cinto, camisa branca social sem gravata com
os três primeiros botões abertos, e um paletó por cima, gostoso demais. Seus
cabelos quase loiros, cortados, bem alinhados e penteados, sua barba clarinha
bem aparada e bem cortada, deixando-o mais lindo.
Demétrio está uma tentação com essa roupa. Gostoso demais.
— Você está linda. — Me olha, com seus olhos azuis.
— Você também está lindo — digo, com um sorriso.
Demétrio se aproxima de mim com um sorriso, puxa minha cintura e me
abraça, deixando um beijo no canto da minha boca. Ao me afastar dele, ele
me olha de cima a baixo, sorrindo.
— Quero te apresentar minhas amigas. Essa é Amanda e Olívia —
apresento-as.
— Olá, meninas — Se apresenta e abraça minhas amigas. — Já pegaram
champanhe?
— Não. Estava te esperando — falo.
— Amiga, a gente vai dar uma olhada na loja, e com certeza levar várias
coisinhas — Amanda avisa e se retira com Olívia.
Demétrio sorri vendo-as se afastar, olhando as coisas da loja. Ele me olha
com seus olhos azuis penetrantes. Nossa, ele é lindo.
— Vamos tomar champanhe. — Apoia sua mão na base da minha coluna e
nos leva até a mesa. Ele pega duas taças e me entrega uma.
— A loja está muito bonita — comento e bebo um gole do champanhe.
— Obrigado! Foi duro para essa loja estar pronta a tempo, foram muitos
problemas a serem resolvidos, decoração, buffet... — explica.
— Imagino. Essas coisas são demoradas e complicadas para se resolver —
falo.
— Sim. Felizmente temos diversos funcionários competentes — assinto
—, mas eu e meus irmãos gostamos de estar presente em cada detalhe, pelo
menos ter um toque a mais, sabe?
— É a loja de vocês. Vocês vão querer tudo certinho e organizado.
Entendo — digo.
— Pois é. Quero te apresentar aos meus irmãos. Vem. — Me chama.
Estende sua mão para eu segurá-la e o acompanho até seus irmãos, que
estão conversando com algumas pessoas. Demétrio se afasta de mim para
falar com eles, e os três deuses vêm até mim. Minha nossa senhora. Eles
parecem ser trigêmeos mesmo, um é a cara do outro, principalmente os olhos,
o azul na mesma tonalidade, os cabelos quase loiros também, muito parecidos
e até a mesma altura. Esses três juntos, com certeza deixam muitas calcinhas
molhadas e um rastro de suspiros desejosos por onde passam. Ambos sorriem
para mim, e gente... até o sorriso é igual. Como pode? Deveria ser pecado
esses três homens existirem e serem absurdamente lindos.
— Olá, sou Dimitri — o caçula fala comigo, estendendo sua mão.
— Oi, sou Manuela. — Aperto sua mão.
— Eu sou Dominic, prazer. — O mais velho estende a mão, e eu a aperto.
— Muito bom conhecer vocês. — Sorrio.
— É bom conhecer a mulher que está fazendo meu fratello ficar todo
apaixonado. — Dimitri sorri, levando sua taça de champanhe até a boca.
Sorrio, tímida, vendo Demétrio me olhar com um sorriso.
— Então você é modelo? — Dominic me olha.
— Sim, desde pequena.
— Demétrio disse que vai desfilar para VS no próximo mês — Dimitri
fala.
— Vou sim. Vocês irão mesmo? — pergunto.
— Vamos sim, temos um amigo que mora em Paris e é dono de um hotel,
vamos ficar hospedados lá — Dominic explica.
— Ah, sim. O Deme não falou em que hotel vão ficar. Qual vai ser? — O
olho.
— Eiffel Cartier — Demétrio diz.
— Já me hospedei nele, acho que uma duas ou três vezes quando fui a
Paris. Soube que estava em reforma — comento.
— Esteve em reforma, mas já está pronto há alguns meses. Justamente
porque com a Victoria’s Secret Fashion Show, vai lotar o hotel. Deu uma boa
melhorada, está mais sofisticado, e confortável — Dominic explica.
— Vi algumas fotos no Instagram do hotel, de algumas suítes e a suíte
presidencial está ótima. — Eles assentem.
— E você? Vai se hospedar onde? — Dimitri me pergunta.
— Vou saber tudo essa semana, mas eu vou me hospedar no mesmo hotel
que as outras modelos. — Ele assente. — É lá que terá o After Party [17]após
o Pink Carpet[18].
— Ah, sim. Entendi. Você vai Demétrio? — Dominic olha seu irmão.
— Se a modelo aqui quiser que eu vá, eu vou. — Pisca o olho pra mim.

Após toda a recepção na loja, subimos para a festa mais exclusiva, com
amigos e empresários que conhecemos, e meus pais, é claro. A recepção
acima da loja, são para os mais íntimos, por isso a recepção é pequena e
reservada. O buffet e os espumantes circulam pelo local, servindo todos os
convidados presentes.
Uma mesa cheia de sacolas com a logo da loja, com alguns mimos dentro,
para presentearmos todos os convidados, à medida que eles forem embora.
Um DJ toca uma música suave no local, deixando tudo mais agradável. Um
pequeno local foi decorado, para mim e meus irmãos discursarem e agradecer
a todos por terem vindo, como fizemos a poucos minutos, e ao finalizar
fomos aplaudidos pelo longo e agradável discurso.
Vejo meus pais se aproximarem, com um sorriso nos lábios, eles me
cumprimentam após cumprimentarem meus irmãos, que estão ao meu lado e
nos parabenizam por nossa nova loja.
— A festa está perfeita — Mamãe comenta.
— Realmente a empresa fez tudo certo. — Papai bebe seu champanhe. —
E esse champanhe? Quem escolheu?
— Muito bom, não é? — Ele assente. — Foi a empresa do buffet que
sugeriu, suave e delicioso.
— Perfetto. — Mamãe dá um gole no champanhe.
Logo avisto Benjamin, vestido em seu terno vindo em minha direção.
— Parabéns, chefe. Tudo está perfeito. — Estende sua mão.
— Obrigado, Benjamin. Como foi a viagem? — pergunto, após apertar sua
mão.
— Foi ótima. Super tranquila — diz e assinto. — Depois quero falar com
você, sobre os documentos, se vai querer mantê-los aqui, ou em Milão.
— Falaremos sobre isso depois. Hoje é só festa. — Aperto seu ombro e
sorrimos. Olho por cima do seu ombro, e vejo Aaron e Nicole conversando.
— Deixe-me falar com Aaron e sua esposa, e depois nos falamos.
Ele assente e eu me afasto dele, indo em direção ao meu velho amigo, que
ao me ver abre um largo sorriso.
— Ah, Demétrio. Que saudade, cara! — Aaron me abraça.
— Eu que o diga. — Bato em suas costas.
— Como vai, Demétrio? — Nicole vem até mim e me abraça.
— Ótimo! E você está cada dia melhor — digo, gentilmente. — O
casamento está fazendo bem a você.
— Pode apostar. — Segura o braço do seu esposo, com um sorriso.
— Que bom, fico muito feliz. — Sorrio.
— Chérie[19], aquela não é a modelo Manuela Peterson? — Aaron aponta.
Sigo seu olhar, junto com Nicole, e vejo Manuela conversando com suas
duas amigas, bebendo champanhe, e sorrindo de algo que ambas estão
falando.
— É ela mesmo, chéri[20]. Não foi ela que se hospedou no seu hotel? —
Nicole olha seu marido.
— Sim. Nossa, ela mudou muito. Soube que vai desfilar para a VS —
Aaron comenta.
— Vai sim — digo com um sorriso, olhando-a de longe.
— Nossa, ela é maravilhosa — Nicole comenta. — Manuela é tão
elegante, simpática. — Assinto em concordância.
— E o hotel, Aaron? Lotado? — Olho meu amigo.
— Todas as suítes reservadas. E pode deixar que as de vocês estão
garantidas. — Ele sorri e toma seu champanhe.
— Obrigado, amigo. Agora me deixe falar com uma pessoa. — Me
despeço deles.
Vou em direção a Manuela, que ao me ver, me fita intensamente cheia de
desejo, o que me faz querer agarrá-la aqui, na frente de todos, mas me
controlo. Me aproximo e cumprimento suas amigas com um aceno e vou até
Manuela e falo em seu ouvido:
— Me segue. — Peço e me distancio dela.
Caminho entre as pessoas, cumprimentando algumas e sigo por um
corredor um pouco escuro e abro uma porta, que dá para uma sala vazia, onde
tem apenas uma mesa de madeira no meio dela. Me encosto na mesa,
colocando as mãos nos bolsos e a espero.
Logo a porta que eu tinha deixado entreaberta, é empurrada e sinto seu
cheiro preencher o ambiente. Ela aparece toda linda e sorri para mim, ao
entrar na sala.
— Passa a chave na porta. — Peço.
Ela assente e fecha a porta, passando a chave, nos dando mais privacidade,
para fazer o que eu quero fazer com ela. Ela me olha e segura firme sua bolsa
de mão.
— Agora vem cá. — A chamo com o indicador.
Ela vem andando até mim, rebolando seu quadril, me fazendo morder o
lábio. Manuela é tão deliciosa, tão gostosa, que toda vez que a vejo, quero
jogá-la numa cama e fodê-la até perder nossas forças. Ela fica de frente para
mim, e eu puxo sua cintura, encostando seu corpo no meu.
— Você está maravilhosamente linda. — A olho.
Ela sorri e coloca sua bolsa em cima da mesa, apoia suas mãos em meu
peito e encosta mais seu corpo ao meu.
— E você está sexy com essa camisa sem a gravata. Tive vários
pensamentos eróticos com isso. — Me fita, com seus olhos castanhos.
— É? — Desço minha mão pelas suas costas e aperto suas nádegas.
Manuela solta um gemido, quando dá um impulso e sente meu pau duro,
empurrando a calça, louco para entrar nela. Aproximo meu rosto do seu,
passando meu nariz em todo seu rosto, sentindo seu cheiro. Sinto suas mãos
em minha nuca, afundando seus dedos em meus cabelos, enquanto as minhas
mãos permanecem em sua bunda, apertando-a.
Me afasto um pouco e beijo seus lábios, sentindo o gosto do champanhe,
misturado com seu gosto delicioso. Segurando sua cintura, puxo-a mais para
mim, intensificando nosso beijo. Manuela solta um gemido e eu solto um
grunhido, quando ela se esfrega em mim, sem pudor algum.
— Quero te levar ao clube amanhã — sussurro em seus lábios.
— Hum... Amanhã? — Mordo meu lábio.
— Tem algum compromisso? — A olho.
Ela nega com a cabeça e aproxima seu rosto do meu e fala, antes de me
beijar de novo:
— Estou ansiosa para que amanhã chegue logo.
Capítulo 24

Corro na esteira da academia, fazendo minha corrida escutando Ariana


Grande pelos meus fones bluetooth, no último volume. Estou ansiosa desde o
dia que Demétrio me fez o convite de irmos ao clube do seu amigo, e ontem
quando ele me falou que iremos hoje, a ansiedade só aumentou. Cada vez que
eu penso, me dá um frio na barriga, pela tamanha ansiedade que estou
sentindo.
Fiquei bastante intrigada com o convite, nunca fui a um lugar desses e
nunca tive vontade de ir, até Demétrio me convidar. Fiquei curiosa, até
procurei saber o que tem nesses clubes, para me preparar um pouco, para não
levar algum susto ao me deparar com algo inesperado, mas o que vi me
deixou mais curiosa e excitada, não com tudo, é claro.
Demétrio me enviou uma mensagem logo cedo, avisando que me pegaria
às oito, com seu motorista, e que iria mandar alguém deixar algo para mim na
portaria do meu prédio, para assim que eu voltasse do meu treino eu o
pegasse. Estou muito curiosa. Ele disse que eu vou gostar do presente, e que
eu deveria usá-lo hoje à noite.
Respiro ofegante e vou diminuindo a esteira até pará-la por completo e
saio. Pego minha garrafinha no chão e bebo uma boa quantidade de água,
para passar um pouco a sede e ando pela academia, indo até o vestiário. Vou
até meu armário, o abro com a chave e retiro minha bolsa da academia,
procuro por minha toalha, meu sabonete e minha lingerie. Retiro meu tênis,
colocando-o dentro do saquinho na bolsa, retiro minha roupa, também coloco
num saquinho, pois está toda suada e coloco tudo dentro da bolsa e sigo para
o box.
Tomo um banho rápido. Saio do box vestida com minha lingerie, enrolada
numa toalha e vou até minha bolsa, pegar uma roupa nova para vestir, borrifo
perfume, calço minha rasteirinha, e saio da academia indo comprar uma
lingerie linda e maravilhosa, e depois vou para o salão.

Enquanto a mulher hidrata todo meu cabelo, abro o aplicativo de delivery,


para pedir algo, já que é hora do almoço e nem tão cedo vou sair daqui. Após
pedir minha saladinha com meu peito de frango grelhado e meu suco natural,
recebo uma mensagem de Olívia.
Olívia: E aí? Você vai mesmo?
Eu: Vou sim. Estou no salão, me preparando. Estou ajeitando o cabelo, as
unhas e daqui a pouco vou fazer a depilação.
A manicure termina de pintar as unhas dos pés e pede minha mão.
Olívia: Ai, gente, nunca fui em um clube desses. Depois conta como foi.
Eu: Tá bem. Depois nos falamos. Beijos.
Olívia: Beijos.
Travo o celular e fico quieta enquanto ajeitam a minha mão e opto por um
esmalte lindo na cor vermelho sangue. Após terminar de pintar minhas unhas
e ajeitar meu cabelo, vou para uma parte do salão para fazer a depilação.

Entro no hall do meu prédio e vou direto na portaria pegar a encomenda


que Demétrio deixou. O porteiro avisa para eu levar a caixa deitada, como a
pessoa que trouxe avisou. Subo para o meu apartamento, tranco a porta,
deixo a chave no aparador e sigo para meu quarto. Deixo a grande caixa em
cima da cama, com a marca Gucci em cima. Deixo a bolsa da academia na
cadeira do quarto e volto para a cama. Desfaço o grande laço da caixa e abro-
a, vendo um saco, também da marca, de algodão. Pego o saquinho e o abro,
vendo um par de scarpin vermelho escuro, todo aveludado.
Sorrio admirando o salto e o coloco na cama com cuidado e volto minha
atenção para a caixa grande, que tem um vestido vermelho dobrado. Retiro-o
de dentro e o levanto, para o ver melhor. Ficará bem justo em mim, tem alças
finas com um decote reto e um fenda que ficará na coxa esquerda, nada
grande, mas é muito bonito e elegante. Coloco com cuidado o vestido sobre a
cama e suspiro ao ver um saquinho menor na cor vermelha.
Abro o saquinho, que parece perfeito para pôr alguma joia lá dentro, e
franzo a testa, vendo algo oval dentro. Retiro o negócio de dentro. Ele é de
um vermelho escuro, todo siliconado com toque aveludado e delicado, com
uma cordinha grandinha. Ele é menor um pouco que um ovo, ou do mesmo
tamanho, não sei... Vejo que dentro do saquinho, tem um papel com a letra de
Demétrio, explicando como devo usá-lo.
— Puta merda. Isso é um vibrador.

Coloco o meu blazer e me certifico no espelho de que está tudo em ordem.


Optei por uma roupa toda escura; uma camisa de botões, com os três
primeiros abertos, com um blazer por cima, calça jeans e sapatênis. Gosto da
cor preta, de alguma forma ela realça meus olhos azuis, e meus cabelos quase
loiros.
Verifico a hora em meu relógio, e vejo que estou na hora exata de ir. Pego
minha carteira, meu celular e saio do meu quarto. Vejo meus irmãos sentados
no sofá, assistindo tv.
— Vai sair? — Dom me olha.
— Vou — respondo, colocando minha carteira no bolso.
— Com a ruivinha das passarelas? — Dimitri pergunta, sorrindo.
Assinto, enviando uma mensagem para Manu, avisando que já estou
saindo de casa, e logo recebo sua mensagem dizendo que está pronta.
— Vou indo. — Me despeço deles e saio da cobertura.
O caminho até o apartamento de Manuela é bem rápido. Sorrio, passando a
mão na barba, ansioso para vê-la com tudo que lhe presenteei, principalmente
o vibrador. Será que ela vai usar? Quero brincar um pouquinho com ela no
jantar, antes de irmos ao clube.
Enzo estaciona o carro em frente ao prédio de Manu, no exato momento
em que ela sai do elevador, totalmente linda, vestida com a roupa e os saltos
que lhe dei. O vestido está perfeito nela, agarra bem seu corpo e sua cintura
fina, o decote reto do vestido deixa seus seios maiores, me fazendo salivar.
Afasto-me do banco quando Enzo abre a porta assim que ela se aproxima
do carro. Ela acena para ele e desliza pelo banco de couro do carro, com toda
sua elegância. Após Enzo fechar a porta ela me olha, com um sorriso lindo
nos lábios.
— Você está absurdamente linda. — A olho.
Ela sorri e se aproxima de mim.
— Estou usando tudo que você me deu — sussurra, para Enzo não escutar.
Seguro seu queixo e fito seus lábios carnudos pintados de um vermelho
lindo, que combina perfeitamente com ela. Fito seus olhos escuros.
— Tudo? — Penso no vibrador.
— Tudo. — Morde o lábio.
Sorrio e puxo sua nuca, para um beijo desesperador.

O nosso jantar está sendo maravilhoso, principalmente por estar


controlando o vibrador pelo meu celular, me deliciando com a visão de
Manuela se contorcendo devagar, sentindo prazer que o vibrador lhe
proporciona.
— Demétrio... pelo amor de Deus, pare de mexer nesse controle. — Segura
forte a barra da mesa.
— Por que eu faria isso? — Sorrio e me encosto na cadeira.
Manuela me olha corada, chegando ao seu orgasmo. Diminuo a vibração
do vibrador, na tela do celular.
— Seu filho... — Eu a interrompo.
— Que isso, Bambina? Você não é assim. — Maneio a cabeça, com um
sorriso.
— Isso não vale, Demétrio... — Aumento a velocidade. — Oh! Minha
nossa...
— Geme baixinho, Bambina. Não quero que ninguém escute seus gemidos
— digo, com um sorriso.
Manuela se encosta na cadeira, respirando um pouco ofegante, se
segurando na mesa, para não se contorcer.
— Por favor — implora, mordendo o lábio. — Pare de mexer nesse
controle.
— Poxa, está tão divertido. — Faço uma carinha triste, e ela revira os
olhos.
— Demétrio, assim eu vou gozar e vou gemer mais alto. — Morde o lábio.
Sorrio, vendo-a pegar sua taça de vinho com a mão trêmula, levando-a até
a boca, tomando um grande gole.
— Não vai, não. Porque você não vai querer que ninguém a veja gemendo
e se contorcendo, louca para gozar. — Dou um gole no vinho.
— Será? — Fecha os olhos.
— Sim. Porque seus gemidos são meus, Manuela. E ninguém vai escutá-
los — digo sério.
Ela sorri e abre a boca para gemer, mas eu sou mais rápido e desligo o
vibrador no celular, fazendo-a murchar na cadeira.
— Você é deliciosa assim, sabia? — A olho.
Ela revira os olhos.
— Vai ficar me torturando? — Me olha, corada.
— É divertido te ver querendo gozar, sem poder.
— Se eu fizer isso em você, garanto que não irá gostar — fala, se
recompondo na cadeira.
— Não sei. Talvez sim, talvez não. Quem sabe? — Dou de ombros, com
um sorriso. — Mas que você me fez ficar de pau duro, você fez.
— Pelo menos uma coisa boa — murmura.
— Sim. Ver você se contorcendo de prazer, me deixa duro, Manuela. —
Olho intensamente para ela.
— É? — Se aproxima da mesa, mantendo seus olhos em mim. — Então já
está na hora de me mostrar, não é?
Mantendo meus olhos nela, apoio meus braços na mesa, ficando mais
próximo dela.
— Está pronta para ir ao clube? — pergunto.
Manuela sorri de uma forma sexy e provocadora.
— Prontíssima!
Capítulo 25

Assim que chegamos em frente ao clube, Enzo sai do carro para nos dar
mais privacidade. Pego uma caixa quadrada na cor preta no banco da frente e
a coloco no meu colo.
— O que é isso? — Manuela pergunta, se remexendo no banco.
— Nossas máscaras — digo ao abrir a caixa.
As máscaras são obrigatórias no clube, esconde nossa identidade de alguns
espertinhos que tentam filmar, infringindo uma das regras mais importantes
do clube; entrar sem celulares, e câmeras. A de Manuela é uma preta, toda de
renda com detalhes lindos nela, com a fita de cetim, para fazer a amarração.
A minha é simples, preto fosco com fitas foscas também.
— Se vire, para eu colocar em você. — Peço, tirando sua máscara da
caixa.
Manuela fica de costas, ainda sentada no banco, coloco sua máscara e faço
um laço firme para a máscara não cair. Ela se vira e me olha, com um sorriso.
— Está linda. — Acaricio seu queixo.
Pego minha máscara e coloco em mim. Fecho a caixa e coloco-a de volta
no lugar, no banco da frente. Volto minha atenção a Manuela.
— Você precisa me entregar sua bolsa, porque Enzo vai entregar a uma
pessoa de extrema confiança do meu amigo, que irá levá-la até a nossa suíte,
colocará em um compartimento, sem entrar no quarto — explico.
— Certo. Preciso desligar o celular? — Me entrega a bolsa.
— Não, ele só está abrindo essa exceção, porque vamos ficar até amanhã
de manhã por aqui, em um quarto e porque ele confia em mim. Então pode
ser que aconteça algo com nossas famílias ou amigos, que precisem de nossa
presença. — Ela assente. — Por isso não iremos entrar com o celular no
clube, para não correr o risco de alguém pegar e fazer algo. Enquanto
estivermos lá dentro, essa pessoa levará nossas coisas para o nosso quarto,
antes que entremos nele — falo. — Manuela, como eu havia explicado, você
poderá ver coisas que te façam se sentir desconfortável, e se quiser vir
embora, sairemos do clube no mesmo instante. Tudo bem? — Manuela
assente. — Se sinta à vontade para se expressar, sentir..., enfim. Qualquer
coisa você pode me falar.
— Entendi.
— Vamos? — A chamo.
— Sim.
Saímos do carro e mantenho minha mão na base da sua coluna e a conduzo
para dentro do clube, após liberarem nossa entrada. Manuela respira fundo,
vendo tudo ao seu redor. Um homem forte e musculoso com uma máscara no
rosto, escondendo sua identidade, usando apenas um harness masculino e
uma cueca que não deixa nada para a imaginação, passa a mão no braço de
Manuela, a seduzindo, como a mulher faz comigo, vestida com uma lingerie,
com saltos altos e uma máscara.
Manuela fica tensa ao ver o homem tentando a seduzir, solto sua mão e
fico de frente para ela. Seguro seu queixo, fazendo-a olhar para mim.
— Se quiser ir embora, é só falar — digo.
Ela assente e suspira.
— Não, tudo bem. Só não sabia que essas pessoas seriam tão... diretas —
murmura, olhando o clube.
Seguro sua mão e caminho com ela, mostrando tudo do clube.
— Não se sinta assediada, Bambina. Eles tomam a iniciativa, mas é você
que decide se quer ou não. Muitos vem aqui para apreciar um show de
strippers, ou tomar alguns drinks em um ambiente diferente — explico.
Ela segura forte minha mão, quando uma loira se aproxima de mim, me
seduzindo, com seus seios à mostra. Manuela fica olhando a mulher de um
jeito diferente, como se a quisesse longe de mim. A mulher olha para ela, e
ao ver seu olhar, se afasta rapidamente.
— Não precisa ter ciúmes. — Sorrio, apertando mais sua mão.
— Ela precisava esfregar aqueles peitos siliconados em você? — Me olha
com ciúme.
Sorrio e seguro seu queixo, para um beijo lento e delicioso, sentindo sua
língua percorrer minha boca.
— Estou aqui com você. Não precisa ter ciúme. — Lhe dou um selinho. —
Se quiser, podemos ir direto para a nossa suíte.
— Não. Quero conhecer mais o clube — fala.
Mostro todo o lugar a ela, todos os cômodos possíveis. Na sala de shows já
está acontecendo o strip-tease de um casal, se esfregando sem pudor algum
no palco, com luzes vermelhas sobre eles. Seguimos para outro cômodo onde
acontece uma cena de BDSM, com várias pessoas olhando, enquanto um
casal transa em cima de um pequeno palco no meio do salão, com pessoas em
volta.
— Minha nossa. Eles fazem assim, na frente de todos? — Manu me
pergunta.
— Sim. Essas pessoas que estão aqui, algumas são dominadoras e outras
submissas, são praticantes do BDSM, e isso que está acontecendo na mesa, se
chama cena.
Manuela continua vidrada na cena, onde a mulher está toda amarrada,
imobilizada, com cordas em volta do seu corpo e seios, com a técnica de
shibari, deixando seus punhos amarrados nas costas, enquanto o homem a
fode sem pena por trás, fazendo um grande esforço. Marcas de mãos estão em
seu corpo e ele mantém um chicote na mão, batendo em seus seios e bunda,
sem parar, mostrando que é um sádico e a mulher uma masoquista, que está
adorando sentir dor enquanto é fodida.
Manuela engole em seco, vendo a cena e vamos para outro salão grande,
onde várias mulheres dançam em um pole dance, completamente nuas,
deixando os homens e algumas mulheres suspirando vendo seus corpos nus.
Manuela me puxa, como se não quisesse que eu as visse, só que ela paralisa
quando entramos em um corredor onde tem casais se esfregando, alguns nus,
e outros fazendo práticas do BDSM, por exemplo; pet play.
— Por que essa mulher está fazendo o homem de cachorro? — Manuela
sussurra, para eu escutar.
— Bom, essa é uma das práticas do BDSM, que se chama pet play. O
dominador, no caso, a dominadora como você está vendo, faz com que seu
submisso se comporte como um animal de estimação, pode ser um cachorro
ou gato. — Ela arregala os olhos. — Por isso a coleira em seu pescoço.
Ela fica calada e eu continuo:
— Durante a prática, o submisso ou submissa, imita integralmente o
animal. O pet play pode ser divertido para eles, traz uma oportunidade de elas
tirarem uma folga, do que é ser um humano. Às vezes serve como um
castigo, que o submisso não fez o que foi mandado pela sua dona, ou porque
eles gostam e é divertido para eles. — Dou de ombros.
A mulher passa por nós, com dois adesivos em forma de x nos seios, uma
máscara preta no rosto, com uma tiara na cabeça com duas orelhinhas fofas,
usa uma cinta liga preta com as meias 7/8 com um salto bem alto, segurando
a cordinha que leva até a coleira no pescoço do homem, que anda como um
cachorro, completamente nu.
Manuela sacode a cabeça e me olha.
— Acho que é melhor irmos para a nossa suíte. O que acha? — Sorri,
colocando suas mãos em meu peito.
— Já estamos atrasados, querida.

Saímos do elevador privado, que nos leva à suíte presidencial do clube, a


exclusiva, onde só grandes sócios, como eu e meus irmãos, podem usufruir.
Passo o cartão-chave do quarto no leitor da porta, que destrava em seguida.
Dou espaço para Manuela entrar e logo entro em seguida, fechando a porta
atrás de mim.
— Nossa. Onde acende a luz? — Manuela pergunta.
Enfio o cartão-chave em um compartimento, onde conecta todo o quarto,
ligando as luzes, o ar-condicionado e a tv.
— Uau! — Manu olha todo o quarto.
O quarto é grande, com as paredes vermelhas, um grande espelho em todo
o teto, uma cama grande, encostada na parede, com uma estrutura reforçada e
um dossel com tule na cor branca. Junto dela tem uma mesa com vários
apetrechos sexuais totalmente lacrados, se caso quisermos usar.
Em uma das paredes, tem um grande X feito de madeira revestida de
espuma na cor vermelha, com suporte em metal para algemas de mãos e pés.
O quarto também possui um sofá clássico modelo Chesterfield na cor
vermelha. Em uma outra parede tem uma barra de ferro estreita, onde tem
itens pendurados, como; chicotes, algemas, coleiras, separadores de pernas e
palmatórias. Vejo Manuela se aproximar da grande mesa no canto da parede,
e a acompanho, vendo alguns lubrificantes, géis térmicos, óleos de
massagem, plugs anais de diversos tamanhos, vários tipos de vibradores,
alguns pênis de plásticos de vários tamanhos, um pote com diversas
camisinhas. Tem de tudo um pouco, e todos lacrados.
— Nossa, tem muita coisa. — Manuela olha atenta à mesa.
— Pois é. Muitas opções. — Beijo seu ombro.
Me afasto, vendo na tv um vídeo pornô. Me viro vendo Manuela olhando a
tela, com um sorriso. Como o quarto tem comando de voz, eu peço para
desligar a tv, e ligar o som, num ambiente gostoso, tocando músicas
excitantes e peço para deixar a luz na cor vermelha e diminuo o brilho o
máximo que posso. Ando até o banheiro, vendo uma jacuzzi grande, cheia,
com espuma, e velas aromáticas em todo o banheiro, dando aquele
romantismo perfeito.
Saio do banheiro, vendo em um pequeno corredor, o compartimento com a
bolsa de Manuela e meus pertences. Volto para o quarto, vendo-a passar a
mão pela grande barra de ferro. Ao lado do sofá tem uma pequena mesa, um
champanhe no gelo, com duas taças vazias ao lado e um recipiente com
chocolate e morangos, para aproveitarmos melhor, e uma garrafa de uísque
do bom, com dois copos ao lado.
— Você sabe dançar? — pergunto, me aproximando dela.
Desfaço o laço da minha máscara, tirando-a do meu rosto.
— Sei. — Ela sorri, mordendo o lábio.
Chego perto dela e aperto sua bunda, fazendo-a dar um pulinho e se
aproximar mais de mim.
— Então dança para mim, sem tirar essa máscara. Porque caralho, ela te
deixou sexy. — Mordo seu lábio.
Ela apoia suas mãos em meu peito, me fazendo sentar no sofá de pernas
abertas, enquanto ela faz uma pose sexy, segurando a barra de ferro.
— Então fica sentadinho aí, e aprecie o show.
Meu pau dá um tranco no mesmo segundo, sorrio e abro meus braços me
sentando melhor no sofá, para ver essa ruiva dançando exclusivamente para
mim.
Capítulo 26

Manuela me disse que sabe dançar pole dance, só não sabia que seria tão
perfeita, dançando como uma profissional. Eu fiquei tão empolgado, que tirei
meu blazer, jogando em qualquer lugar, tirei a camisa de dentro da calça e
abri todos os botões, sabendo que poderia deixá-la maluca. O quarto está
fresquinho, na temperatura perfeita para um outro momento, pois para mim
está calor demais, ao ver uma ruiva estonteante dançando pole dance para
mim, apenas para mim.
Uma música sensual e bem explícita soa no quarto, deixando tudo mais
quente e excitante. A luz vermelha reflete em Manuela, deixando-a mais
perfeita. Ela agora está sem o vestido, e está apenas com uma lingerie linda, a
máscara e saltos. Puta que pariu. Ela faz os movimentos segurando a barra de
ferro, fazendo questão de mostrar sua bunda, que faz meu pau pulsar. Aperto
meu pau sobre a calça, soltando um gemido baixo, vendo seu corpo se
movimentando perfeitamente com a música. Sua lingerie é perfeita. O sutiã
meia taça sem alças, empina seus seios, que me fazem salivar. A porra da
calcinha minúscula, toda de renda, que não deixa nada para a imaginação.
Levo o copo com uísque até a boca e dou um grande gole, sem tirar os
olhos dela, vendo-a rebolar e descer até o chão de forma sexy e provocativa.
Após ingerir todo o líquido âmbar do copo, deixo-o na mesinha ao meu lado,
levanto-me do sofá e vou até ela em passos firmes. Ao me aproximar, ela fica
de costas para mim, balançando seu quadril, com um sorriso safado nos
lábios.
Seguro seu quadril e me movimento com ela, fazendo os mesmos
movimentos, esfregando nela, minha ereção dura e pulsante dentro da calça.
Ela sorri e se esfrega mais em mim, ainda dançando. Subo minha mão,
passando pelo seu corpo, sentindo sua pele macia, com minhas mãos grandes.
Inclino minha cabeça me aproximando do seu pescoço, cheirando-o.
— Você está me deixando tão duro. — Beijo seu pescoço. — Chega doer,
Bambina.
Manuela sorri e se esfrega mais em mim. Afundo meus dedos em seus
cabelos e puxo-os com força, fazendo-a virar seu rosto e ataco sua boca, num
beijo forte e intenso, mostrando o quanto a desejo. Manuela gira seu corpo, e
me puxa mais para ela.
— Demétrio... — Geme em minha boca.
— O que você quer, Bambina? — Mordo seu lábio.
Sinto suas mãos apertarem minha bunda.
— Quero sentir seu pau dentro de mim — sussurra.
— É? — Puxo sua nuca. — Quer meu pau enfiado nessa boceta gostosa?
— Quero. Quero agora! — Pede, excitada.
Seguro seu queixo e mordo seu lábio.
— Deixa eu ver se está molhadinha. — Minha voz sai rouca.
Desço minha mão e a enfio dentro da sua calcinha, indo direto para sua
boceta, retiro o vibrador jogando-o no sofá e levo meu dedo até sua entrada,
sentindo-a tão molhada, que meu dedo desliza fácil para dentro dela. Mexo
em seu clitóris com o polegar, estimulando-a. Ela afunda suas unhas em
minha bunda, gemendo baixinho.
— Está tão molhada — sussurro, roçando meus lábios nos seus. — Vai pra
cama, tira esse sutiã e fica apenas de calcinha e com esses saltos. De quatro
— ordeno, morrendo de tesão.
Ela se afasta de mim, tirando o sutiã, revelando aqueles seios fartos,
deliciosos e suculentos, com os biquinhos rosados, enrijecidos. Tiro meus
sapatos e a calça, caminho até a mesa, para pegar a camisinha no pote. Viro-
me e vejo Manuela na cama, do jeito que eu mandei, com um sorriso sapeca
nos lábios.
Caminho até a barra de ferro e pego um chicote e um separador de pernas.
Volto para a cama e jogo a camisinha, o separador e o chicote em cima, e fico
diante da sua bunda, apenas com um fio dental, que está tirando a minha
sanidade.
Passo minha mão sobre suas nádegas, doido para meter o chicote nela.
— Você vai usar isso em mim? — Aponta para o chicote.
— Vou, se você quiser. Sei que combinamos, e te falei o que tem no
quarto, mas se não quiser usar, pode falar. — A olho.
— Pode usar. Se doer eu digo — sussurra.
Pego o chicote, ainda acariciando sua bunda e olho aquele pequeno fio no
meio da sua bunda, deixando meu pau mais duro. Segurando-o, chicoteio sua
bunda com firmeza, sem machucá-la, fazendo-a dar um pulinho de susto e
soltar um gemido baixo. Manuela fica quieta em seguida, me deixando em
dúvida.
— Manuela? — A chamo.
— Tudo bem, Deme. Pode continuar. Se doer, eu digo. — Escuto-a falar.
Suspiro e me concentro para a próxima chicotada, que ela solta um gemido
gostoso, fazendo-me chicoteá-la em seguida. Suas nádegas estão vermelhas, e
estou tomando todo o cuidado para não deixar marcas ou feridas. Após
algumas chicotadas, enfio meu dedo dentro dela e sinto-a mais molhada.
— Porra, Bambina. Ser chicoteada te deixa excitada? — Minha voz sai
rouca, enquanto eu a masturbo.
Ela geme, agarrando o lençol vermelho de seda, esfregando sua boceta em
meus dedos.
— Ah, Deme... — Abafa seus gemidos no lençol.
— Nada de abafar seus gemidos. Seus gemidos são meus, para eu ouvi-los.
Pode gritar, gemer... que aqui, só tem nós dois. — Afundo mais meus dedos.
— Bora. Geme alto, porra.
Aumento os movimentos dos meus dedos em sua boceta e ela grita, sem
pudor algum. Rosno e caio de boca na sua boceta. Passo a língua do seu ânus
até sua boceta, sentindo seu gostinho delicioso. Manuela geme e se contorce,
esfregando sua boceta na minha cara, querendo mais. Sua boceta se contrai
em meus dedos e goza, deliciosamente.
Retiro meus dedos de dentro dela, e os levo até minha boca e os chupo,
sentindo seu gosto delicioso. Fico ereto e pego o afastador de pernas em cima
da cama e encaixo as algemas em seus tornozelos, sem machucá-la. Após
prender as duas algemas me afasto dela e retiro a minha cueca, pegando o
preservativo, rasgo o plástico e visto meu pau.
— Preparada, Bambina? — Me aproximo de sua bunda, passando minhas
mãos nela.
Ela assente, com um sorriso e me enfio no meio das suas pernas, abro o
separador de pernas e estico até o máximo, impossibilitando Manuela de
tentar fechar as pernas e entro de uma vez na sua boceta apertada e gulosa.
Solto um gemido, sentindo seu calor, sentindo-a me prender. Não perco
tempo e começo a bombear dentro dela, segurando sua cintura.
Manuela geme alto, agarrando-se nos lençóis, porque estou indo com
força, com brutalidade, sem pena alguma. O intuito de virmos até aqui, é
porque eu quero uma noite maravilhosa com ela, para aproveitarmos ao
máximo, a noite toda, sem folga, direto. Aqui ela pode gritar à vontade. Eu
nunca fui um homem de gemer demais, mas desde que comecei a transar com
Manuela, eu não consigo me controlar, nós não conseguimos nos controlar.
Tudo é demais, é intenso, sufocante e prazeroso demais, então não somos
um casal silencioso. O escândalo reina em nós dois, e eu amo isso, porque é
intenso pra caralho. Sãos muitos puxões de cabelo, arranhões, mordidas,
tapas... minha nossa, é delicioso demais.
— Oh, Deme... — Ela geme.
— Minha nossa... sua boceta é tão gostosa. — Vejo meu pau saindo e
entrando. — Puta merda!
Trinco os dentes, forçando mais meu quadril a entrar todo dentro dela.
Manuela geme, se contorce e grita, isso me deixa insano demais. Fico a ponto
de perder o controle. A vontade que eu tenho é de querer me enfiar todo
dentro dela e não sair mais. Porque, puta que pariu, a mulher é gostosa.
— Está sentindo, meu amor? Meu pau todo dentro de você? — Rosno,
batendo na sua bunda. — Sente meu pau enfiar todo na sua boceta, sente?
— Onw! Hum... Deme... Oh, meu Deus! — Rebola sua bunda, me
deixando louco.
Jogo a cabeça para trás, sentindo-a gozar mais uma vez. Me seguro para
não gozar agora, quero curtir mais a noite. Após ela gozar, saio de dentro
dela, um pouco ofegante, e retiro o afastador de pernas e o jogo na cama.
— Vem cá. — A chamo, ofegante ainda.
Ela se levanta da cama, ainda com suas pernas trêmulas, seguro seu rosto e
lhe dou um beijo delicioso. Seguro sua mão e a levo até o grande X na
parede. Destravo as algemas para descê-las, para ficar do tamanho exato
quando Manuela esticar seus braços e suas pernas. Coloco as algemas em
seus punhos, nos seus tornozelos e a olho.
— Vou brincar um pouquinho com você. — Retiro sua máscara e ela me
olha.
— Deme — sussurra, excitada.
Lhe dou um beijo demorado e me afasto dela, retirando a camisinha e
jogando-a no lixo ao lado da mesa, escolho um vibrador clitoriano de silicone
com toque aveludado. Retiro a embalagem, jogando no lixo e vou até ela, que
me olha, ainda toda relaxada do seu orgasmo.
Me aproximo ligando o vibrador no médio, passo em seus seios e ela geme
baixinho.
— Você é tão sensível aqui. — Deixo o vibrador no seu biquinho.
Ela geme, jogando a cabeça para o lado, tentando puxar os braços, que
felizmente seus punhos estão presos pelas algemas. Desço o vibrador pela sua
barriga, fazendo-a gemer baixinho quando me aproximo da sua boceta. Desço
mais um pouco o vibrador e o coloco em cima do seu clitóris e ela geme alto,
por ainda estar sensível do seu recente orgasmo. Ela se contorce mexendo as
pernas, tentando fechá-las sem poder.
— Você está tão perfeita assim. — Minha voz sai rouca.
— Minha nossa... Deme, para... — ela sussurra.
Sorrio, vendo que o prazer está intenso para ela, aumento a velocidade do
vibrador e pressiono mais no seu clitóris. Ela chora, grita, geme e se contorce.
Pede para eu parar, mas eu sei que não é isso que ela quer. O seu orgasmo vai
vir forte e tirará todas as suas forças. Me inclino e chupo seus seios um por
um, me demorando neles. Ela goza, gemendo alto e chora, pela intensidade
do seu orgasmo. Desligo o vibrador, vendo seu rosto corado aliviar e me
afasto dela. Deixo o vibrador em cima da mesa, pego outra camisinha, coloco
em mim e vou até ela, que me olha toda mole. Sorrio e me abaixo para retirar
as algemas dos seus tornozelos e me levanto.
— Você gozou muito, não foi? — Seguro seu queixo e ela assente, ainda
toda molinha. — Agora eu quero gozar. E quero gozar sentindo sua boceta
gozar comigo.
Segurando suas nádegas, a levanto, fazendo-a cruzar as pernas em meu
quadril e me afundo dentro dela. Gemo, sentindo-a molhada demais,
encharcada demais, que meu pau entra com tanta facilidade, que me fez
rosnar e entrar de vez, indo fundo. Forço meu quadril indo rápido demais,
louco pra gozar.
Manuela geme e mordo o lábio, jogando a cabeça para o lado. Vejo seus
peitos balançando me dando mais prazer. Sinto um arrepio na espinha e sinto
minhas bolas se comprimirem e gozo forte. É intenso.
— Puta merda! Caralho! Oh, delícia. — Jogo a cabeça para trás.
Jatos de sêmen preenchem a camisinha, levando todas as minhas forças
que me restam.
Capítulo 27

Sinto beijos em meu rosto, me acordando aos poucos. Solto um gemido de


sono, mas Demétrio continua deixando beijos leves em meu rosto.
— Psiu. Acorda dorminhoca. — Sua voz sai divertida.
— Hum... O que foi? — sussurro, sem abrir os olhos.
— Hora de acordar. Nosso café da manhã já está no quarto. — Acaricia
minha cintura.
Assinto e me viro na cama, me espreguiçando e bocejando, morrendo de
sono. Abro meus olhos devagar, e vejo um par de olhos azuis me fitando com
um brilho lindo neles.
— Bom dia — sussurro.
Demétrio se inclina e beija meus lábios
— Bom dia! Dormiu bem? — Retira alguns fios de cabelo do meu rosto.
— Muito bem! E você? — Acaricio sua barba.
— Demais. — Seu olhar desce pelo meu corpo, e me lembro que estou
nua. — A banheira está pronta, vamos tomar um banho para tomar café?
Assinto e ele sai da cama indo até o banheiro. Sento-me na cama e sinto
um desconforto na minha região íntima e levanto-me, esfregando meus olhos
indo até o banheiro. Vejo Demétrio despejando alguns sais na banheira e vou
até à pia, vejo duas escovas de dentes novinhas, ainda na embalagem. Após
escovar meus dentes, vou até o vaso sanitário e me sento para fazer xixi.
— Ai! — Prendo o xixi, quando sinto uma enorme ardência.
— O que foi? — Demétrio me olha.
— Minha nossa! — Deixo o xixi sair, fazendo arder mais. — Está ardendo
muito.
Após eu me limpar com o papel higiênico e Demétrio verificar se está
sangrando ou não, jogo no lixeiro, e caminho com ele até a banheira. Ele me
faz sentar na beirada da banheira e arreganhar as pernas para ele.
— Hum... Não peguei leve com você ontem. — Olha bem minha
intimidade. — Está um pouco vermelha, mas não está ferida.
Ele estende sua mão, me fazendo levantar e entramos na banheira, sinto
um certo alívio quando a água bate, mas sinto um incômodo ao me sentar.
Demétrio nota e logo entra na água e se senta de frente para mim.
— Não se preocupe. Vou cuidar de você. — Me olha. — Eu trouxe uma
pomada para assaduras e feridas, por precaução. Quando sairmos da banheira,
você deita na cama e eu passo. Tudo bem?
— Você é tão bom pra mim. — Fecho os olhos.
— Sempre serei — responde, me fazendo abrir os olhos. — Fora isso, você
está bem?
— Sim. Estou muito bem. — Sorrio.
— Gostou da nossa noite? — Me puxa, me deitando em seu peito.
— Muito. Obrigada! — Ele beija minha cabeça. — E você?
— Melhor noite que eu tive — fala com sinceridade, fazendo meu coração
bater mais forte e sentir um friozinho na barriga.
Ficamos um bom tempo desfrutando da companhia um do outro na
banheira e logo saímos dela e vamos para a cama. Demétrio me faz deitar de
pernas abertas e passa a pomada em mim, com cuidado.
— Pronto. Você leve para casa e use-a, até parar de arder. — Ele coloca a
pomada dentro da minha bolsa.
Agradeço e fecho o roupão e caminho com ele até uma pequena mesa com
duas cadeiras, cheia de comidas deliciosas. Nos sentamos e começamos a nos
servir.
— Já vamos embora? — Mordo o croissant.
Ele termina de tomar o café e assente.
— Sim, já são dez horas, iríamos ficar até o meio-dia, mas você precisa
descansar mais, já que aproveitamos a noite toda. — Pisca o olho, fazendo-
me sorrir de lado. — E tenho que ir à empresa, houve um problema que
requer minha presença.
— Hum. Tudo bem. — Assinto.
— Quero te levar para jantar de novo lá em casa.
— Veja o dia e marque — respondo de boca cheia.
— Mas... esse jantar será para apresentar você aos meus pais. — Me olha.
Solto o pãozinho em cima do prato e o olho.
— Demétrio, nem... estamos juntos, como um casal. Se você me apresentar
aos seus pais, eles vão achar que estamos juntos — justifico.
Ele assente, concordando comigo e segura minha mão sobre a mesa.
— Manuela, não negue mais. O que temos é algo intenso e verdadeiro,
sabemos disso. Eu disse a você que esperaria até você estar pronta para um
outro relacionamento — faz uma pausa —, mas eu não quero mais esperar,
vendo que você me quer tanto quanto eu te quero. Por que não ficamos juntos
de uma vez? Já estamos saindo juntos há algum tempo, nos conhecemos bem,
sabemos do que gostamos... Podemos fazer isso dar certo. — Suspiro,
sabendo que é verdade.
— Eu quero. — Demétrio me dá um sorriso de lado, com seus olhos
brilhando. — Mas quero ir com calma, deixar fluir. Tudo bem? Não quero
chegar para a imprensa e dizer que estamos namorando. Quero que você
conheça minha família, meus amigos...
— É isso mesmo que eu quero — diz, animado. — Quero conhecer sua
família, quero pedir permissão ao seu pai...
— Sério isso? — Sorrio.
— Pedir permissão ao seu pai? — Assinto. — Bom, quero que ele aprove
nosso relacionamento. Quero que fiquemos bem com tudo isso, quero me dar
bem com seu irmão e seu pai, que devem ser muito protetores nessa questão.
— Demais. — Sorrimos.
— Então sim, eu quero pedir permissão a eles, e mostrar que sou o homem
certo para você. Quero te apresentar à minha família e aos meus amigos como
minha namorada. Você está pronta para isso?
Seus olhos brilham de esperança e eu assinto, com um sorriso bobo nos
lábios.
— Então antes de você ir até minha casa para marcarmos um jantar com
meus pais e meus irmãos, quero que fale com seus pais. Se quiser, reservo
uma mesa em algum restaurante...
— Não precisa. Com certeza meu pai e meu irmão vão querer que seja na
casa deles. Mais confortável e vocês ficam mais à vontade. — Ele assente.
— Tudo bem. Fale com eles e me diga o que resolver. — Sorri para mim.
Demétrio prometeu e cumpriu com a sua promessa. Ele está me fazendo
sentir amada por ele.
Após dormir várias horas e só acordar à noite, quase na hora do jantar,
pego meu telefone na mesinha de cabeceira, vejo uma mensagem de Deme,
perguntando se estou bem da assadura e se passei a pomada direitinho.
Respondo a mensagem, dizendo que passei e que está tudo bem. Saio da tela
de mensagens e disco o número da minha mãe.
— Oi, querida! Como está?
— Oi, mãe! Estou bem e a senhora?
— Estou bem. Que voz de sono é essa? Acordou agora?
— Sim. Estava descansando um pouco.
— Por que não vem jantar conosco? Aproveita e dorme aqui.
— Será que dá tempo de pôr mais um prato na mesa?
— Pra você sempre tem disponível. Douglas e Mila também estão vindo
para cá.
— Que ótimo. Vou precisar falar com vocês mesmo. Vou me arrumar e
chego antes do jantar.
— Está bem, querida. Um beijo e cuidado.
Desligo o telefone e sigo para o banheiro e tomo um banho bem rápido, só
pra refrescar o corpo e vou direto para o closet. Coloco uma roupa
confortável e pego minha mochila, colocando tudo que preciso para dormir
na casa dos meus pais e saio do meu apartamento.
Assim que chego na cobertura dos meus pais, sou recepcionada por minha
mãe, com um grande abraço e logo depois por meu pai, que diz estar feliz
demais por eu ter vindo.
— Carina, coloque a bolsa da Manu no quarto dela. — Meu pai pede.
Retiro meu celular da bolsa, e entrego a bolsa a Carina com um sorriso,
que se afasta e leva minha bolsa até o quarto que ainda tenho na casa dos
meus pais.
— Cadê o Douglas? — Sento-me no sofá, cruzando a perna.
— Deve estar chegando. O que você quer falar conosco, querida? —
Mamãe me pergunta.
— Deixa o Douglas chegar, que eu falo. A opinião dele e de Mila será
importante — digo.
Ficamos conversando um pouco mais, até Douglas chegar com Mila, eles
fazem uma festa por me encontrarem.
— Ah, cunhada, que bom que veio. — Mila me abraça. — Queríamos te
chamar, mas está perto do desfile, e você deve estar uma pilha de nervos.
— Com toda certeza. Mas eu quis vir, além de que quero conversar com
vocês sobre uma coisa. — Olho meu irmão e vou até ele, lhe dar um abraço.
— Estava com saudades de você.
— Também estava com saudades de você, princesa. — Beija minha
cabeça.
O abraço forte e Carina avisa que o jantar já está na mesa. Caminhamos até
a sala de jantar, nos sentamos e nos servimos.
— Nossa..., adoro a comida de Carina. — Bebo meu vinho.
— Maravilhosa — Mila concorda.
— Então princesa, o que quer falar conosco? — Douglas me olha.
Limpo minha boca com o guardanapo.
— Eu queria que todos estivessem aqui, principalmente Mila, que já é da
família. — Sorrio para ela. — E a opinião dela é importante, porque além de
ser minha cunhada, ela é uma amiga verdadeira para mim.
Mila sorri e estende sua mão sobre a mesa e aperta a minha.
— Você é uma amigona pra mim, e estou muito feliz que queira que eu
participe. Significa muito para mim. — Me dá um sorriso.
Sorrio e respiro fundo.
— Como vocês sabem, já faz algum tempo que meu relacionamento com o
Enrico acabou, e que eu não pretendo reatar com ele. Meu relacionamento
com o Enrico não foi nada fácil, e eu não quero envolver ninguém nisso. —
Olho meu irmão na última frase. — Todos aqui já têm problemas demais e
não quero envolvê-los com meus problemas.
— Mas saiba que estaremos sempre aqui — meu pai avisa.
— Concordo totalmente com o papai. Qualquer coisa estarei aqui também,
caso precise. — Meu irmão reforça.
— Sei disso. — Suspiro. — Mas o que eu quero contar, é que eu conheci
uma pessoa extraordinária.
— Que bom, filha. — Mamãe sorri.
— Ah, Manu, que bom! — Mila fala carinhosamente, sabendo quem
exatamente é.
— De onde ele é? — Meu pai pergunta.
— Ele não é daqui, mora em Milão e está aqui a trabalho — respondo.
— Quem é ele? — Douglas me olha.
Suspiro, segurando a taça de vinho.
— Demétrio D’Saints. Ele é um dos donos da Vintage Essence — digo.
— Sério, Manu? — Douglas arregala os olhos. — Ele estava falando com
você naquele jantar beneficente.
— Ele é irmão de Dominic e Dimitri, não é? — Papai pergunta.
— Sim. Ele mesmo. — Assinto.
— Nossa. E você acha que vai dar certo isso? Porque depois ele voltará
para Milão, onde mora — mamãe diz.
— Sim. Mas queremos que isso dê certo. E ele também quer falar com
vocês sobre nós.
— Uau. Ainda existem homens assim? — Douglas sorri, e bebe seu vinho.
— Agora quero conhecê-lo. — Papai se anima.
Sorrio, ansiosa.
— Ele quer pedir permissão, conversar com vocês... Ele não quer uma
desavença ou algo do tipo — explico.
— Estou totalmente de acordo — Mamãe fala.
— Então é bom marcarmos um jantar — Mila sugere.
— Com certeza. Já quero conhecê-lo também. — Douglas me olha, com
um sorriso.
Assinto retribuindo o sorriso.
— Então vamos marcar uma data para esse jantar, para ele vir conversar
conosco. — Mamãe se anima e me olha. — Do que ele gosta, querida?
Capítulo 28

Entro na cafeteria onde Noah marcou de se encontrar comigo agora à tarde


e logo sou recepcionado e levado até a mesa, onde Noah se encontra. Ao me
ver ele sorri e se levanta.
— E aí, cara? — Me abraça. — Senta. Vamos pedir algo.
Abro os botões do meu sobretudo e me sento na cadeira de frente para ele.
Peço um cappuccino e ele um expresso.
— Então, cara, conta as novidades. — Pede, se acomodando melhor na
cadeira.
— Bom, só tenho a dizer que a loja está um sucesso aqui em Nova York.
— Ele assente. — Tivemos alguns problemas, mas tudo foi resolvido com
antecedência.
— Que pena que nem pude ir à festa de inauguração, mas prometo dar uma
passada para comprar algo, e presentar minha irmã e minha mãe.
A garçonete nos interrompe, trazendo nossos pedidos e se retira.
— Me fale, gostou da suíte de clube? — Me pergunta, após tomar seu
expresso.
Dou um gole no cappuccino.
— Nossa Noah, que reforma foi aquela? Está muito bom — comento.
— Pois é, quis inovar e ficou espetacular. — Ele sorri, orgulhoso.
— Foi caro, hein? — Ele assente.
— Nossa, muito mesmo. Gastei demais, a reforma durou quase um ano.
Além do projeto com o arquiteto ser em sigilo total, tive vários problemas
com toda a estrutura do clube.
— Sim, eu soube. Vazou diversas fotos, não foi?
— Pois é, foi um enorme problema tirar isso da mídia, mas logo
descobrimos quem foi que vazou as fotos e essa pessoa foi demitida, e levou
processo — explica.
— Odeio pessoas assim.
— Você nunca usou aquele quarto. Quem foi a sortuda?
Me encosto na cadeira confortável e deixo minhas mãos em cima da mesa.
— Sortudo sou eu, Noah. Manuela é uma mulher incrível, doce,
simpática..., maravilhosa. Nos damos muito bem, é a mulher que procurava
para estar ao meu lado. Ela tem sua vida agitada por conta das passarelas,
mas a vida pessoal é totalmente preservada — comento.
— Sim. Você sempre prezou pela sua vida pessoal continuar preservada.
— É, não queria uma mulher que me desse dor de cabeça, e Manuela é a
mulher ideal. Tenho que admitir que nossa conexão é forte demais, uma
química muito foda. — Dou um sorriso.
— Você está apaixonado — ele afirma, com um sorriso.
Sorrio assentindo.
— Pois é, Noah. Estou apaixonado demais por ela. Seria impossível se eu
não me apaixonasse. — Sorrio, pensando nela. — Quando estamos juntos o
mundo morre, sabe?! Deixa de existir e fica apenas nós dois, em nossa bolha.
— E ela? — Me olha.
— Quando a conheci, ela tinha acabado de sair de um relacionamento
conturbado e tóxico, e não estava disposta a ter um novo relacionamento tão
cedo, mas eu estava disposto a esperar, porque eu sabia que ela é a mulher
certa para mim. — Ele assente. — Você sabe que eu sou um bom observador,
e desde a primeira vez que a vi, notei e observei o jeito que ela se expressava.
Eu tinha certeza que ela queria um relacionamento sério comigo, só tinha que
esperar o momento certo.
— E esse momento já chegou? — pergunta.
— Chegou, e estou feliz com isso. Hoje vou na casa dos pais dela, falar
com eles. Pode parecer brega hoje em dia, ainda mais por Manuela já ser
adulta, mas eu quero a aprovação deles. Quero um relacionamento tranquilo,
com nossas famílias reunidas, e espero que todos se deem bem. — Noah fica
atento. — Pra mim é importante a opinião deles. Quero que eles aprovem e
quero mostrar que sou um homem de verdade, capaz de valorizar a filha
deles.
— Muito bom, Demétrio. Você nunca disse que fugia de relacionamentos,
ao contrário de Dominic e Dimitri que passam mal só de pensar em um, mas
você sempre deixou claro que estava disposto a se envolver se encontrasse a
mulher certa. Fico feliz, amigo.
— Obrigado, Noah. Eu me sinto muito bem com ela, sei que não vou ter
estresse e que minha vida será tranquila, principalmente minha vida pessoal.
Retiro meu celular do bolso e vejo uma notificação dela, que chegou há
dez minutos. Abro a mensagem e leio.
Bambina: Assim que ler essa mensagem, me liga, por favor. Beijos.
Peço um minuto a Noah, que assente e disco para ela.
— Oi!
— Oi, querida. O que houve? Vai adiar o jantar?
— Não, Deme. É só para dizer que está confirmado. É só que meus pais
querem saber se você realmente vem, estão ansiosos.
— Também estou, Bambina. Diga que está de pé, e que chegarei no
horário marcado. Seu irmão vai?
— Vai sim.
— A que horas vou te buscar?
— Não precisa, Douglas vai passar aqui para me buscar. Vou mais cedo,
porque eu quero ajudar minha mãe no jantar.
— Provarei do tempero da dona Karen e do seu? Que coisa boa!
— Pois é. Ela quer agradar e eu também.
— Não precisa. Diga a eles que confirmo minha ida.
— Tudo bem, então. Espera só um minuto. — Ela fica um tempo em
silêncio, e logo a escuto falar com alguém. — Interfonaram avisando que
Douglas acabou de chegar pra me buscar. Ah, não se esqueça de vir com
uma roupa informal, tá? Meu pai disse que não precisa vir de terno. Te vejo
mais tarde.
— Fique linda. Beijos.
— Beijos.
Desligo o telefone e vejo Noah me olhando com um sorriso.
— Nunca pensei que iria ver Demétrio D’Saints apaixonado. — Sorrimos.

Saio do banho enrolado numa toalha indo até meu closet. Deixo a toalha
pendurada após secar meu cabelo e vou até à gaveta de cuecas. Visto uma e
penso em que roupa poderei vestir para ir nesse jantar, se eu for de calça
jeans, camisa polo e sapatênis vai ficar legal. Separo minha roupa e me visto.
Olho-me no espelho e suspiro.
— Espero que o pai dela não se incomode com minhas tatuagens nos
braços — murmuro, olhando meus braços com poucas tatuagens.
Pego meu celular e envio uma mensagem para Manuela, avisando que já
vou sair de casa. guardo a carteira e o celular no bolso e sigo até a adega,
pego um vinho perfeito para o jantar. Saio da cobertura e encontro meus
seguranças no hall do prédio, me esperando.
Minutos depois, Enzo já está estacionando em frente ao prédio luxuoso,
onde os pais de Manu moram e saio do carro, me despedindo dos meus
seguranças. Sigo para o elevador privado da cobertura, após minha entrada
ser liberada na recepção. O elevador sobe até o último andar e logo as portas
são abertas mostrando a grande sala da cobertura.
Vejo Manuela aparecer na sala com um sorriso largo no rosto. Desço meu
olhar pelo seu corpo, vendo que ela veste um macaquinho simples, porém,
lindo. Saio do elevador e caminho até ela, vendo seus olhos escuros
brilhando.
— Você está linda. — Puxo sua cintura, e lhe abraço.
— Você também está lindo. — Envolve seus braços em meu pescoço e me
dá um selinho.
Nos afastamos e vejo um homem alto de cabelos um pouco grisalhos, se
aproximando de nós.
— Você deve ser Demétrio. Sou Hector, pai de Manuela. — Ele estende
sua mão, me olhando.
Estico meu braço e aperto sua mão, firme, sem tirar meus olhos dele.
— O prazer é todo meu, senhor. — O cumprimento.
— Apenas Hector. Sem muitas formalidades. — Ele sorri gentilmente, e eu
retribuo.
— Mãe, esse é o Demétrio — Manuela fala.
Uma mulher bonita com cabelos ruivos e olhos castanhos se aproxima de
mim, com um sorriso e me fornece um abraço, gentil.
— Prazer Demétrio, sou Karen.
— O prazer é meu. — Sorrio, e beijo sua mão.
— Olha só quem está aqui. — Um rapaz alto se aproxima.
Lembro-me dele do jantar beneficente dos Campbell, que se apresentou
como irmão da Manuela. Desço meu olhar rapidamente, vendo seus braços
tatuados, um par de óculos de grau em seu rosto e mantém um sorriso gentil
nos lábios.
— Olha você de novo. É bom revê-lo, Douglas. — Ele aperta firme minha
mão, mantendo seus olhos em mim, me analisando.
— Digo o mesmo, Demétrio. — Ele assente, com um sorriso de lado. —
Quero lhe apresentar minha noiva, Mila.
Vejo a moça que encontrei com Manuela no banheiro do restaurante.
— Olá! É bom ter você conosco. — Ela me abraça.
— O prazer é meu. — Sorrio para eles. — Trouxe vinho, para tomarmos
no jantar. — Levanto a sacola.
— Ah, querido, não precisava, mas obrigada. Dê-me aqui para deixar em
um bom lugar, para quando formos jantar, ele estará perfeito — Karen fala.
Entrego a sacola para ela, que se retira saindo da sala.
— Venha, sente-se conosco. — Hector aponta para os sofás.
Sento-me ao lado de Manuela, que sorri gentilmente para mim. Pego sua
mão e deposito um beijo. Fico segurando sua mão, a todo momento fazendo
um carinho com meu polegar.
Capítulo 29

— Você é um dos donos da Vintage Essence. — Hector me olha.


— Sim, vocês devem saber que meus pais são donos de uma empresa de
arquitetura, com muitas filiais espalhadas em vários países. — Ele assente e
olho para Douglas, que está atento ao que eu digo. — Mas eu e meus irmãos
não queríamos herdar a empresa deles, queríamos algo nosso. Criar algo com
nosso esforço. Tínhamos dinheiro o suficiente para montar uma empresa, e
então decidimos criar a Vintage Essence.
— Nossa, uma jornada e tanto — Douglas comenta.
— Vocês eram novos, e admiro isso. Muitos na idade e com a vida luxuosa
que tem, preferem beber, sair... sem responsabilidade alguma. Vocês são
admirados por muitos, sabem disso, não é? — Hector me olha.
— Eu poderia ter uma vida totalmente diferente da que tenho hoje, como o
senhor falou, poderia estar bebendo, me divertindo..., mas eu preferi me
tornar um homem responsável desde cedo. Tivemos o apoio dos nossos pais e
da família. Queremos que um dia nossos filhos herdem e continuem passando
de geração em geração.
— Você pretende se casar? Ter filhos? — Karen me pergunta.
— Sim, quero sim. Se tornou prioridade desde que conheci Manuela. —
Sou sincero.
Ela me olha com um sorriso e aperta minha mão.
— Admiro de verdade você e seus irmãos, construíram uma empresa
grande, que logo se tornou conhecida e agora é uma empresa bilionária. Isso
antes dos trinta anos — Douglas fala.
— É. Foi uma consequência boa que veio, não pensávamos que ela seria
tão conhecida. Agora temos diversas lojas espelhadas, e vendendo muito
bem. — Dou um sorriso.
— Meus parabéns. — Hector me fita, com seriedade.
Uma mulher mais velha chega na sala anunciando o jantar. Nos
levantamos e seguimos para a sala de jantar, com uma grande mesa posta,
tudo bem organizado. Hector senta na ponta da mesa, é claro, e o restante se
espalha pelos outros lugares, ficando perto uns dos outros, e eu ao lado de
Manu.
— Eu perguntei a Manu, um prato típico da Itália que você mais gosta, e
ela foi me falando alguns, e decidi fazer um pouco de cada. — Dona Karen
começa a falar.
— Oh, dona Karen, não precisava. — A olho.
— Gosto de agradar, e você está fazendo minha filha feliz, se ela está feliz,
eu também estou. — Karen me fornece um sorriso de lado.
Assinto com um sorriso.
— Fiz Bruschetta, Risotto, Ravioli e um pouco de Lasanha — fala
apontado para os pratos bem feitos e organizados. — Pode não estar
exatamente com os temperos italianos, mas está gostoso.
— Tenho certeza que está muito bom. — Sorrio para ela.
— Carina, querida, traga o vinho por gentileza. — A moça assente e se
retira.
A tal Carina volta com a garrafa de vinho em mãos, nos serve e se retira,
nos deixando à sós. Dona Karen faz questão de me servir com o Risotto, que
está com um cheiro delicioso. Sorrio para ela e começamos a jantar, e suas
comidas estão maravilhosas. Ela me pede para não ter vergonha, que eu
posso comer a quantidade que quiser, porque ela fez pra comer mesmo e quer
tudo vazio.
Dei valendo nos pratos, Hector abriu mais um vinho delicioso, porque o
meu já tinha acabado e comemos muito. Só minha menina que comeu pouco
por causa da dieta para o desfile, que está bem perto, mas ela ficou no vinho e
conversando muito com todos. Hector e Douglas aparentemente gostaram de
mim, e ficaram relaxados nas conversas que tínhamos, e isso me conforta,
mas não é um ponto positivo, ainda. Vamos conversar após o jantar e estou
ansioso por isso.
— Nossa, adorei esse jantar. Parabéns para vocês que fizeram. — Sou
sincero. — Minha barriga está muito cheia.
Todos nós sorrimos
— Vão lá para sala, que eu e as meninas vamos ajeitar aqui — dona Karen
diz.
Olho Manu, que assente e solta um beijo discreto. Pisco o olho e sigo com
Hector e Douglas para a sala. Nos sentamos no sofá e Hector vai até o
pequeno bar.
— Uísque? — Me olha e eu assinto.
— Por favor.
Hector traz uma pequena bandeja de prata com três copos de uísque,
pegamos os copos de cristais e me acomodo melhor no sofá, e Hector na
poltrona ao lado no sofá, junto de Douglas
— Demétrio, não vou fazer rodeio, quero saber quais são suas intenções
com a minha filha. — Hector me olha.
Seguro firme o copo e mantenho meus olhos nele.
— As melhores possíveis, Hector. Sou um homem jovem, me diverti muito
nesse tempo, como qualquer garoto novo, mas nunca neguei um
compromisso sério. — Ele mantém seus olhos em mim, e Douglas assente.
— Só estava esperando a mulher certa.
— A Manu é a mulher certa — Douglas afirma, me fitando.
— Sem dúvidas, eu sou apaixonado pela sua filha, Hector. Não preciso
esconder isso, quero um relacionamento com ela, um relacionamento sério —
afirmo.
Ele assente e ingere o uísque.
— Demétrio, você deve saber do relacionamento que Manuela teve
recentemente, que a mudou completamente. Enrico aos poucos foi afastando
Manuela de nós, sem ela perceber, por estar cega de amores por ele —
Douglas fala.
— Ela me contou tudo — digo.
— Eu não apoiava esse relacionamento, mas o que eu poderia fazer?
Manuela é adulta, sabe o que faz. Quando falávamos com ele, ele nunca
mantinha seus olhos fixos nos meus. — Assinto ao que Hector fala. — Como
você, por exemplo, você não tem o que esconder, mantém seus olhos fixos
em mim como forma de respeito e confiança, Enrico não.
— Eu não duvido que Enrico tenha feito a cabeça dela para recusar o
contrato da VS — Douglas comenta.
— Também não, do nada Manuela resolveu desistir do desfile. — Hector
me olha. — Manuela é uma pessoa transparente demais. Deu a entender que
foi ele mesmo quem a fez desistir.
— Concordo com você, Hector. Manuela é bem transparente, consigo
saber tudo, sem ela ao menos me dizer. — Apoio meus cotovelos nos joelhos.
— Manuela participou do casting da Victoria’s Secret esse ano e foi
chamada para ser uma Angel. Você deve saber o que é um Angel, é umas das
mais queridas, que chama mais atenção para a marca..., enfim. — Douglas
faz uma pausa. — E o sonho de Manuela sempre foi ser uma Angel. Assim
que ela teve as medidas corporais exatas que a VS exige, ela fez o casting ano
passado e não conseguiu passar, mas ela fez novamente nesse ano e deu
certo, Manuela é uma Angel
— Imagino a alegria dela — falo com um sorriso.
— Ela nos ligou imediatamente quando acabou o casting, chorando e
gritando de felicidade, dizendo que passou. — Hector faz uma pausa, um
pouco emocionado. — E eu como pai, fiquei feliz, claro. Comemoramos, mas
parece que Enrico não gostou nem um pouco dessa notícia. Na outra semana,
ela chegou do nada aqui e disse que não iria mais participar, que a vontade
dela de ser uma Angel tinha passado, e que queria fazer outra coisa.
— Claro que desconfiei, eu nunca fui com a cara de Enrico. Ele é soberbo
demais, arrogante, debochado... ele nunca me desceu — Douglas fala. — Se
acha o sabe tudo, que é o mais inteligente, e eu odeio pessoas assim. Ele se
acha o melhor, inclusive, já rebaixou Manuela várias vezes, e eu me segurava
para não o socar.
Uma raiva me corrói, só de imaginar a tristeza que minha menina passou
todo esse tempo com ele.
— Mas não fiz isso porque Manu poderia ficar chateada. Eu fiquei aliviado
quando ela o deixou. Você tinha que ver, a pressão psicológica que ele fez
com ela aqui, para não assinar o contrato. Eu que tomei as rédeas da situação
e a fiz assinar, porque eu sabia que era isso que ela queria de verdade. Eu vi o
brilho nos olhos dela, quando ela assinou o contrato. Eu sabia que Enrico
estava envolvido nessa de fazê-la desistir.
— Ainda bem que não estão mais juntos — comento, aliviado.
— Eu não iria deixar Manuela voltar para ele — Douglas fala, com a voz
contida. — Manuela se fechou, não queria mais sair, só vivia no apartamento
dela, com ele. Só saía se fosse com ele. Ela mudou, não era a mesma
Manuela que conhecemos.
— Estava claro que ele não fazia bem para ela — afirmo, e bebo o uísque.
— Por isso Demétrio, eu apoio esse relacionamento de vocês. Você passou
confiança para nós, mostrou que é um homem de verdade e que é digno de
estar ao lado da minha filha — Hector me fita. — Manuela mudou, ela está
sorrindo mais, está mais presente com a gente, ela voltou a ser a Manuela de
antes. Eu apoio esse relacionamento.
— Obrigado, Hector. Isso é importante pra mim — falo com sinceridade.
— Gosto de você. — Douglas me olha. — Não baixou a cabeça, sempre
com seu olhar firme, olhando nos olhos. Você mostrou que fará minha irmã
feliz, e isso é o mais importante para mim. Não quero Manuela triste,
sofrendo por um relacionamento. Manuela merece mais. — Douglas me olha.
— Sim. E eu vou dar mais a ela. A quero feliz, sorrindo, a quero livre para
fazer o que quiser. Serei apenas um namorado que apoiarei as suas decisões.
Simples assim. Não a quero presa, ao contrário, quero-a bem livre. — Sou
sincero.
— Isso é bom, ganhou pontos comigo, Demétrio. Isso é importante, vejo
que ela se sente segura ao seu lado — Hector diz.
— Sim, nossas conversas são bem sinceras, falamos o que pensamos e
pronto. Sem discussões, apenas discutimos opiniões diferentes, caso houver.
— O olho.
— Diálogo é a base de um bom relacionamento — Douglas comenta, e eu
assinto em concordância. — Agora me diga uma coisa, você mora em Milão
e Manuela aqui em Nova York. Como será isso?
— Douglas, por mim esse relacionamento vai pra frente, somos pessoas
com boas condições financeiras. Eu posso vir para cá, ela vai até lá. Eu tenho
um jatinho particular, e ela poderá usá-lo sempre que precisar. Por mim esse
relacionamento tem tudo para dar certo. Basta a gente querer.
— Boa resposta, Demétrio. — Hector se levanta e estende a mão para
mim. — Bem-vindo à família.
Levanto-me do sofá e aperto sua mão firme.
— Obrigado pela confiança. Farei sua filha muito feliz. — Sou sincero.
Ele assente com um sorriso e Douglas vem até mim.
— Vou gostar de ser seu cunhado. — Aperta minha mão.
Sorrimos e vejo Manuela entrar na sala, com sua cunhada e sua mãe.
— E aí? Conversaram. — Manu vem até mim.
— Sim. Demétrio está oficialmente na família. — Hector sorri para a sua
filha.
Manuela me olha com um brilho nos olhos e eu a puxo para um abraço.
— Sou completamente apaixonado por você — sussurro em seu ouvido.
— E eu sou perdidamente apaixonada por você — sussurra de volta,
fazendo meu coração acelerar mais.
Capítulo 30

— Não acredito que você está namorando com o Demétrio! — Olívia abre
a boca.
— A bicha é rápida demais. — Amanda sorri.
— Não fui rápida, quando o conheci, já fazia uma semana que não estava
com Enrico, e estava apenas conhecendo Demétrio, só que tudo mudou.
Estou apaixonada por ele, e ele me faz super bem — respondo.
— Demétrio deve ser ótimo para você mesmo, você está mais feliz, tem
uma luz em sua volta. — Olívia sorri, e Amanda concorda com a cabeça. —
O Douglas se deu bem com ele? Porque com Enrico ele mal falava.
— Nossa, Douglas aparenta gostar muito do Demétrio. Se deram super
bem. Após o jantar conversaram junto com meu pai, e logo foram assistir
uma partida de futebol. Demétrio saiu tarde da noite. — Sorrio.
— Que coisa maravilhosa. É muito bom quando sua família se dá bem com
seu parceiro. Isso é muito bom. — Amanda se anima.
— Verdade, Amanda. Mas e aí, já conheceu os pais dele? — Olívia me
olha.
— Ainda não, mas o jantar já está marcado para semana que vem, na
cobertura dele.
— E está ansiosa para conhecer seus futuros sogros? Cara, ser nora de
Nathaniel e Michele D’Saints é o sonho de várias mulheres. — Amanda me
olha.
— Realmente, são pra poucas, hein. Sortuda você, sua piranha. — Olívia
dá um murro no meu braço, de brincadeira.
— Sortuda demais! — Amanda sorri.
— Douglas gostou tanto dele, que marcou um churrasco na nossa casa lá
nos Hamptons, e convidou os irmãos e os pais dele para irem — digo, e bebo
meu café.
— Uau! Que evolução. Garanto que o Enrico não conhece essa casa nos
Hamptons. — Olívia me fita. — Adoro aquela vista para o mar.
— Não conhece. Nunca foi lá, apesar de sempre querer ir, mas Douglas
sempre colocava algum empecilho, dizendo que não podia ir — falo.
— Douglas não o queria por perto — Amanda diz.
— Não duvido — murmuro.
Meu celular começa a vibrar dentro da bolsa, o retiro de dentro e vejo o
número da minha ex-cunhada.
— Oi, Amy!
— Oi, Manu! Quero me encontrar para conversar com você. Você pode?
— Bom, estou no Tiffany’s. Se quiser vir...
— Claro. Estou aqui na Madison, chego rápido aí.
Me despeço dela e desligo o telefone.
— Essa é a minha deixa. — Amanda pega sua bolsa, abre sua carteira e
coloca algumas notas em cima da mesa, junto com Olívia. — Não gosto
dessa Amy, nos vemos depois?
— Claro. — Assinto.
— Vamos marcar para irmos na sua casa nos Hamptons. Saudade daquela
piscina. — Olívia me faz sorrir. — Beijo, amiga.
Me despeço delas e logo vão embora. Peço a conta, e o rapaz limpa toda a
mesa, deixando-a pronta para uma nova clientela. Não demora muito, Amy
chega e vem até mim. Após me cumprimentar com um abraço, se senta à
minha frente e faz um pedido para ela.
— Saudades de você. — Ela me olha, com seus olhos escuros.
— Também sinto sua falta. Já faz um tempinho que não nos falamos —
digo.
— Pois é, mulher, estou no final da faculdade, e atolada de coisas. —
Passa as mãos nos cabelos.
— Nem teve um minuto para mandar uma mensagem pra sua amiga? —
Encosto-me na cadeira.
Ela bufa e revira os olhos.
— Tá legal, eu vacilei. — Faz gestos com as mãos.
— Meu relacionamento com seu irmão acabou, e você nem para me ligar
para saber o que aconteceu? — questiono, magoada.
— Manuela, meus pais estão se separando. Está um caos lá em casa. — Me
olha, irritada.
— Ah, é? Logo você que nunca fez questão da separação deles. — Cruzo
os braços. — Estou magoada, Amy. Muito mesmo.
— E você queria o quê, Manuela? — Me questiona, irritada.
— Que você tivesse me ligado para saber como eu estava, você sabia que
eu amava seu irmão. Amigas fazem isso — argumento.
— Amava? Não ama mais? — Franze a testa.
— Não. Não amo mais. Seu irmão foi um idiota comigo o tempo inteiro,
agora estou em outra — digo, e tomo um gole de água da garrafinha.
— Em outra? Como assim? Você está com outro? — pergunta, totalmente
surpresa.
— Claro que estou! Ou você achava que eu iria ficar esperando o Enrico
mudar e voltar para mim? — A olho, com raiva. — Eu tenho uma vida, Amy.
Não vou ficar sofrendo mais por causa de Enrico. Já sofri demais, fiquei
doente por causa dele. Você tem noção disso? E seu irmão não estava nem aí!
— Há! Enrico vai adorar saber disso — ela murmura, com um sorrisinho.
— Se quiser, te dou meu telefone pra você ligar pra ele e contar agra
mesmo. Não tenho medo dele, Amy — digo firme.
— Mas deveria ter. — Me olha.
— Por quê? Por que eu deveria ter? — questiono.
Ela se aproxima, apoiando as mãos na mesa e me fita.
— Enrico não vai gostar de saber que você está com outra pessoa. Apenas
isso — responde.
Fito seus olhos, mas eles me mostram alguma outra coisa que eu não
consigo decifrar.

Cumprimento Ricardo, meu motorista particular, e entro na SUV preta e


me acomodo no banco. Assim que Ricardo pôs o carro em movimento, envio
uma mensagem para Demétrio, avisando que já estou a caminho. Recebo sua
resposta logo em seguida e guardo o telefone.
Decidi colocar uma roupa comportada, algo simples e confortável. Uma
calça jeans apertada, uma blusa de botões e calço um salto anabela. Meu
cabelo está preso em um rabo de cavalo, uma maquiagem bem simples e
alguns acessórios para completar. Não quero parecer chique demais e nem
simples demais, sei que essa roupa está perfeita para esse jantar, para
conhecer meus sogros. Não demora muito, e Ricardo estaciona em frente ao
grande edifício onde Demétrio mora.
Após me despedir dele, saio do carro e vejo Demétrio se aproximando com
um sorriso nos lábios. Ele vem até mim e me puxa para um beijo casto,
demorado.
— Minha nossa, você está linda — sussurra em meus lábios.
— Você está lindo. — Sorrio.
Ele segura minha mão e entra comigo no edifício, indo para o elevador
privado. Após ele colocar a senha e as portas metálicas se fecharem, viro-me
para ele.
— Você acha que seus pais vão gostar de mim? — pergunto.
— Com toda certeza. Claro que vão gostar de você, fique tranquila,
Bambina. — Beija minha testa.
Suspiro e ele segura minha mão, assim que o elevador abre as portas. Um
casal mais velho se levanta do sofá e vem até mim com um sorriso.
— Mãe, essa é a Manuela. — Demétrio me apresenta.
— Oh, que linda você. Minha nossa, é ainda mais linda pessoalmente. —
Michele me abraça.
Retribuo o abraço dela e sorrio.
— A senhora é linda também — digo.
— Ah, querida, sem senhora, apenas Michele. — Sorrio, fitando seus olhos
azuis, parecidíssimos com os dos filhos.
— Olá, sou Nathaniel. — O pai de Demétrio se aproxima.
Nos abraçamos e nos cumprimentamos.
— Venha, querida. Vamos nos sentar um pouco, para conversarmos. —
Michele segura meu braço, me levando até o sofá super aconchegante.
Nos sentamos, Demétrio ao meu lado e logo seus irmãos chegam na sala e
me cumprimentam com um abraço.
— Aceita uma água, vinho...? — Michele oferece.
— Água — respondo.
Ela pede a uma moça, que se retira da sala para buscar a água para mim.
— Quer dizer que agora tenho uma cunhada? — Dominic olha para mim,
com divertimento.
— Agora você vai ter que me aturar, hein. — Sorrimos.
— Nunca pensei que teria uma cunhada. Impressionante. — Dimitri sorri.
— Vocês se orientem, viu? Estão pensando que vão se safar? Vocês ainda
vão se aquietar e arrumar uma namorada — Michele fala, bem séria.
Os meninos reviram os olhos, e ficam inquietos com a repreensão da mãe,
que adorei.
— Hannah ainda não chegou? — Nathaniel pergunta.
— Meu Deus! Hannah vai pirar quando ver Manuela sentada aqui. —
Demétrio sorri.
— O que foi? — Michele pergunta.
— Ah, mãe, Hannah é super fã da Manuela. A senhora tinha que ver
quando Hannah viu Manuela no jantar beneficente dos Campbell — meu
namorado fala.
— Então ela ficará feliz, ao saber que estão namorando. — Meu sogro
sorri.
O rapaz me entrega um copo com água, agradeço e o levo até meus lábios
ingerindo o líquido, quando escutamos o bip do elevador e Hannah surge.
Quando ela faz menção de falar, ela solta um gritinho ao me ver e vem
correndo até mim. Levanto-me com um sorriso e a abraço, retribuindo seu
abraço forte. Ela me abraça, falando coisa com coisa, dizendo que está feliz
por eu estar com Demétrio, que ganhou uma irmã.
Após todo o alvoroço, nos sentamos e voltamos a conversar. Hannah ainda
está em choque, falando que tem Manuela Peterson como irmã agora, e está
surtando legal, e eu adoro a ideia de sermos bem mais próximas agora. Sinto
que nossa amizade será muito boa, e nos fará bem. Vejo sinceridade em seus
olhos, ela é espontânea demais, mostra mesmo que gosta, fala o que quer e
adoro pessoas assim, nos daremos muito bem.
— Manuela, há quanto tempo você desfila? — Michele me pergunta.
— Comecei aos cincos anos de idade. Antes disso, minha passarela era
dentro de casa. Com óculos, acessórios e roupas da minha mãe. — Sorrimos.
— Meus pais são donos da Top Models.
— Ah, é? Nossa, que bom. — Michele me olha.
— Sim, meus pais viram que eu tinha potencial e me colocaram na
agência. Logo fiz sucesso e até hoje desfilo, nunca parei e pretendo continuar
por um bom tempo — explico.
— E seu irmão? Demétrio disse que ele é agente do FBI. Já trabalha há
alguns anos como agente, e a noiva trabalha com ele — Michele fala.
— Deve ser legal ser agente do FBI. — Dimitri comenta.
— Ah, não é mesmo! Eu e meus pais ficamos com o coração na mão,
principalmente quando tem alguma operação. É difícil para nós, mas o
Douglas sempre nos dá notícias, para aliviar nossa agonia — digo.
— Um bom filho ele é — Michele fala.
— Com certeza, mãe. Confesso que Douglas tá no mesmo topo que o
Hector. Ele cuida de Manuela, como se fosse a filha dele — Demétrio
comenta.
— Isso é bom. Ter alguém por ela — Dominic diz.
— Os meninos são a mesma coisa com a Hannah. — Nathaniel sorri para
mim.
— Imagino. — Sorrio.
— Às vezes me dá agonia, sabe? Esses trigêmeos me sufocam, nem me
deixam pegar uns gatinhos. — Hannah bufa.
— Mas é claro! Eles só querem te usar — Dominic diz.
— E eu quero ser usada! — Hannah revira os olhos.
— Gente, pelo amor de Deus. Vamos conversar outra coisa? — Demétrio
interfere, com um sorriso.
— Então, Manu... Posso te chamar assim? — Michele fala e assinto. —
Você quer casar, ter filhos...?
— Sim, eu pretendo. Está um pouco longe, mas eu pretendo casar, sim.
Isso não irá me impedir de desfilar, principalmente ter filhos.
Demétrio passa seu braço em cima dos meus ombros, fazendo-me encostar
mais nele, e esse gesto de carinho me deixa feliz, ele demonstra que
realmente gosta de mim, e esse jantar com a família dele também, mostra que
ele quer esse relacionamento sério.
Capítulo 31

Pronto.
Meu relacionamento com Manuela foi descoberto e é um dos assuntos
mais comentados em várias redes sociais, fomos parar em várias revistas,
com nossas fotos circulando por Nova York de mãos dadas e trocas de
carinho em público.
Sim, esses malditos paparazzis nos flagraram em um momento íntimo
ao sairmos de um restaurante na Quinta Avenida. Não é que a gente queria
esconder nosso relacionamento, mas estava muito bom quando só nossa
família e amigos sabiam. Agora toda Nova York sabe desse relacionamento e
os repórteres estão alvoroçados. Não vamos mais ter sossego a partir de
agora, mas estamos tranquilos.
Com tudo isso, decidimos ir até à casa dos pais de Manuela, nos
Hamptons, para o churrasco que meu cunhado prometeu. Meus pais ainda
estão aqui, e também foram convidados para passar esse final de semana
aqui, longe desse pessoal, que às vezes só nos estressa.
Chegamos há algumas horas na mansão em frente à praia, a casa
luxuosa é bastante aconchegante e confortável, com móveis modernos, uma
casa típica de praia. Manuela já está muito mais próxima da minha família e
eu da dela. Ela e minha mãe se dão super bem, vivem conversando, rindo e
fofocando. Hector e Douglas fazem questão de puxar assunto comigo, me
chamam para assistir uma partida de futebol com uma cerveja, é claro. Tudo
está muito bom, perfeito.
Enrico às vezes procura por Manuela, e estou ficando preocupado. Eu
já tinha dito a Manuela que na próxima vez que ele se aproximasse dela,
prestasse uma queixa contra ele. Ele anda perseguindo-a, ligando..., e eu não
estou gostando nada disso. Da última vez que ele foi atrás dela, ele apertou
seu braço, e ela ficou com uma leve mancha roxa. Meu sangue ferveu e só
não fui atrás dele, porque Manuela implorou. Não quero seu nome em um
escândalo, seu desfile da VS já está perto, e ainda bem que a mancha saiu do
seu corpo. Mas eu disse a ela que na próxima vez, iríamos à delegacia.
Manuela concordou e ficamos um pouquinho distantes, e não gostei disso. No
outro dia, liguei pra ela e acabamos nos acertando, e concordamos que Enrico
não deve interferir no nosso relacionamento e ficamos bem.
Eu e Douglas estamos assando algumas carnes, enquanto o pessoal
está na piscina, se divertindo. Dou um gole na minha cerveja e vejo Manuela
saindo da piscina, vai até as espreguiçadeiras e pega sua saída de praia que
parece uma saia longa e a veste. Ela me olha e sorri, sorrio de volta e ela vem
até mim, colocando seus óculos de sol.
— Você está linda. — Puxo sua cintura e Manuela envolve seus
braços em volta do meu pescoço.
— E você está uma tentação — sussurra para seu irmão não escutar.
Estou apenas com uma sunga estilo boxer, com um calção folgado por
cima e óculos de sol. Já tinha aproveitado um tempinho com ela na piscina e
na praia, e parei para comer um pouco.
Sorrio e beijo seus lábios, repousando minha mão na sua bunda.
— Quer? — Ofereço um pedaço de carne.
Ela nega com a cabeça e pega um talher para pegar algumas verduras
e coloca na boca. Retiro alguns fios de cabelo do seu ombro, vendo-a
mastigar.
— Está aproveitando? — pergunto, puxando-a para mais perto de
mim.
— Muito. Adoro sua família e está sendo maravilhoso tê-los aqui —
responde, colocando seus óculos em sua cabeça, me fitando com seus olhos
castanhos.
— Algum namorado seu já veio aqui? — Acaricio sua cintura.
Ela coloca mais verduras na boca e pega a garrafinha com seu suco
natural.
— Não, nenhum deles vieram. Você é o primeiro — comenta.
Sorrio, sentindo uma felicidade imensa.
— Fico feliz por você ter me trazido. — Acaricio seu rosto, ela me
olha e sorri.
— E eu fico feliz por você estar aqui. — Beija meus lábios.
— Não vai mais entrar na piscina? — Coloco um pedaço de comida
na boca.
— Não. Já peguei um pouco de sol. Não quero ficar com a marca do
biquíni, por causa do desfile — explica.
— Hum, entendi — murmuro.
Escutamos Mila chamá-la no deck, perto da entrada da casa.
— Vou lá. — Beija meus lábios e se afasta, levando sua garrafinha de
suco.
— Você gosta da minha irmã, hein. — Douglas se aproxima, me
entregando uma long neck, que aceito de bom grado.
— A amo. — Levo a long neck até os lábios, vendo-a entrar na casa
com Mila.
— Minha irmã merece isso. — Assinto. — Enrico a procurou de
novo?
— Não. Mas eu disse a ela que na próxima vez iremos à delegacia.
— Qualquer coisa você me liga. Resolvo rapidinho — fala.
— Pode deixar, Douglas, estou de olho nele. Já disse a Manuela para
tomar cuidado e qualquer coisa me ligar — explico.
— Às vezes, Manuela tem medo de Enrico, não sei bem o que ele fez
com ela nesse tempo de namoro deles dois, mas espero que ela conte.
— Você acha que ele a machucou? — O olho. Manuela não me disse
que ele lhe bateu.
— Não sei, Demétrio. Mas estou de olho nele. Eu sempre achei
aquele cara estranho, fechado demais, quieto demais. Nunca confiei nele. —
Me olha.
— Também não fui com a cara dele. Manuela recentemente achou
coisas que ele deu pra ela, no início do namoro; fotos, ursos, cartas... Tudo
estava em uma caixa em cima de um armário na dispensa — falo.
— Ela jogou fora a caixa com as coisas? — Me pergunta.
— Sim. Ela mesma jogou tudo no lixo, as fotos ela queimou —
explico, me sentindo muito aliviado quando vi a cena. — Ela estava
procurando algo para me mostrar e acabou encontrando a caixa na dispensa,
ela nem se lembrava mais.
— Olha, Demétrio, eu gosto pra caramba de você. Você pode achar
estranho por eu sempre falar isso, talvez até duvidar da minha sexualidade.
— Sorrimos. — Mas é que desde que você começou a ficar com minha irmã,
ela está muito feliz, não anda mais triste, e isso me deixa aliviado, porque eu
confio cegamente em você e sei que você vai cuidar da minha irmã.
— É esse o meu objetivo, Douglas, fazer sua irmã feliz. — Sou
sincero.
— Obrigado por isso. De verdade. Isso me traz um alívio, que você
nem imagina — confessa.
— É bonita a relação de vocês. O jeito que você a protege. — O olho.
— Minha irmã é tudo pra mim, claro que minha família e minha
noiva são, mas assim, é minha irmãzinha, faço tudo por ela. — Sua voz sai
embargada.
Presto atenção em sua feição.
— Eu faria qualquer coisa. Se Enrico a machucar, não sei até onde
minha raiva poderá ir — fala.
— Eu também, Douglas. Eu também — concordo, girando a garrafa
long neck.
— Nós amamos a mesma mulher, só que de maneiras diferentes. —
Ele me olha. — Só que temos uma coisa em comum, Demétrio.
— O quê? — pergunto, curioso.
Douglas me fita com seus olhos escuros e suspira.
— Faremos qualquer coisa por ela. E o interessante..., é que não
sabemos onde isso poderá nos levar.

Eu não aguentei, ao ver Manuela desfilando com aquele minúsculo


biquíni, a arrastei discretamente e subimos para seu quarto, nos trancamos,
nos agarrando, mortos de tesão. Nos devoramos, arrancamos nossas roupas,
nos esfregamos e nos tocamos, aumentando nossos desejos. Com ela em pé,
fico de joelhos, coloco sua perna em meu ombro e chupo sua boceta
deliciosa. Manuela geme, puxando meus cabelos e esfrega sua boceta na
minha cara, me deixando louco.
— Oh, Demétrio... — Joga a cabeça para trás.
Manuela tenta se apoiar na parede, para não cair, porque estou
chupando-a com gosto, fazendo-a gemer e pedir por mais. Estou louco de
tesão. Já fazia umas duas semanas que não estávamos transando, porque ela
estava menstruada na primeira semana e na semana passada foi corrido para
ela, como será corrido essa semana. Então, eu quero aproveitar muito essa
semana com ela.
— Ah, Deme... eu vou gozar. — Puxa meus cabelos.
Intensifico minhas chupadas e ela goza na minha boca, com suas
pernas trêmulas e a voz rouca, de tanto gemer e chamar por mim. Levanto-me
e a levo para sua cama, coloco-a de quatro, tiro meu pau para fora da
bermuda e a penetro, sentindo seu calor, sentindo sua boceta molhadinha.
Rosno e começo a fodê-la com força, sem dó. Puxo seus cabelos, fazendo sua
bunda empinar, e isso me deixa insano. Minhas bolas batem em sua boceta,
aumentando meu tesão.
Manuela se agarra nos lençóis gemendo e rebolando em meu pau, me
deixando alucinado. Eu a como com golpes fundos e duros, entrando todo
dentro dela, e isso me deixa louco, porque sua boceta me acomoda por
inteiro, sem deixar nada para fora. Saio de dentro dela e a faço ficar de pé,
encostada na parede, ela fica na ponta dos pés, o que me permite entrar fácil
nela. Rapidamente retiro minha bermuda junto com a sunga, jogando tudo
pelo chão. Abro suas nádegas e entro na sua boceta, soltando um grunhido de
tanto prazer. Manuela geme baixinho, empinando mais sua bunda, se
esfregando em mim. Encosto meu corpo nela, afasto seus cabelos e mordisco
seu pescoço, apertando seus seios com as minhas duas mãos.
— Sente como meu pau entra gostoso em você? — sussurro em seu
ouvido.
— Minha nossa, eu sinto. É tão... gostoso... — Geme, ensandecida.
Rosno e aumento minhas investidas, gemendo no seu ouvido,
enlouquecido. Ela se segura mais na parede para não cair, porque eu não
estou indo devagar, estou indo com força, fundo e duro nela, para ela me
sentir, sentir meu pau entrando gostoso.
— Você me deixa louco, amor. — Meto com mais força.
— Você também. Oh, meu Deus! Deme... — Ela goza, prendendo
meu pau.
Rosno, sentindo sua boceta molhar meu pau. Solto um gemido
abafado em seu ouvido, sentindo seu líquido escorrer pelo meu pau, me
deixando louco.
— Porra, Manuela. Meu pau está doendo, de tanto que ele está duro.
— Puxo seus cabelos, mordendo seu pescoço.
Ela geme alto, me deixando perto de gozar. Dou algumas estocadas
nela, até sair de dentro dela.
— Vem, quero você sentada no meu pau. — A chamo, com a voz
rouca.
Sento-me no meio da cama, com as costas na cabeceira da cama, e ela
sobe, se sentando no meu colo. Seguro meu pau, o vendo todo melado e ela
se senta, me recebendo por completo. Solto um gemido alto, vendo meu pau
sendo todo engolido. Ela se apoia em meus ombros e começa a cavalgar
rápido e fundo, do jeito que eu gosto. Levo minhas mãos aos seus seios, e
brinco com seus mamilos, fazendo-a gemer baixinho.
Me inclino e chupo seus peitos, alternando entre chupadas e
mordidas, deixando-a louca, fazendo-a cavalgar com mais força. Subo minha
boca e ataco sua boca, lhe dando um beijo forte e intenso, com direito a
gemidos. Manuela afunda seus dedos em meu cabelo, puxando-os. Um
arrepio passa pelo meu corpo e eu gozo dentro dela, soltando um gemido em
seus lábios. Sinto minhas pernas trêmulas, enquanto solto jatos da minha
porra dentro dela, marcando-a como minha.
Minha mulher, porra!
— Você é minha. Só minha — sussurro em seus lábios, sentindo o
alívio em todo meu corpo.
— Completamente sua. — Beija meus lábios.
Capítulo 32

Pego minha mala de rodinhas no closet e a levo até a minha cama,


para colocar todas as minhas roupas, acessórios, calçados... tudo para a
viagem de amanhã, para o desfile. Estou bem ansiosa e nervosa, porque eu
vou usar o famoso sutiã que vale milhões de dólares, o Fantasy Bra, feito
com pedras preciosas. Um dos momentos de expectativa do desfile, é ele. A
modelo escolhida é sempre um mistério até poucos dias antes do desfile, e eu
fui a escolhida.
Imagina como estou, sabendo que usarei um sutiã que vale milhões de
dólares... Estou ansiosa demais, espero que nada dê errado nesse desfile.
Sacudo a cabeça, deixando longe esse pensamento e começo a colocar tudo
dentro da mala, tudo organizado, acompanhando a minha listinha de viagem,
que um mês antes eu já estava anotando o que preciso levar, para não
esquecer nada.
Escuto baterem na porta do meu apartamento e estranho o porteiro
não me ligar. Estou esperando o jantar chegar, pois não vou ter tempo de
preparar nada e preciso descansar, porque vou pegar o voo antes de
amanhecer. Deixo minha cama desarrumada ainda e vou até à porta e abro.
Enrico passa igual um furacão, fechando a porta atrás de si.
— Que merda você está fazendo aqui? — Me exalto.
Ele tira o capuz de cima da cabeça e retira o chapéu.
— E como você subiu aqui? — pergunto, chocada.
— Não interessa como eu subi, a questão é que você nem esperou e já
foi dando sua boceta para aquele bilionário de merda. — Faz gesto com as
mãos, exaltado.
— Você me respeita! — Aponto o dedo para ele, irritada. — Não lhe
devo satisfações.
— Ah, é? Mas não te dá o direito de transar com ele assim que
terminamos. — Grita.
— Eu transo com quem eu quiser. A vida é minha e o corpo é meu. Se
for homem, ninguém crucifica, não é? Eu sou solteira e faço o que eu quiser,
e isso não te interessa! — Grito de volta.
— Você é uma puta mesmo. Da pior espécie — fala enfurecido. —
Você nem teve consideração comigo!
— Ah, eu não tive? E você, nesse um ano de namoro? Você não teve
um pingo de consideração comigo. Não venha me dizer que eu não tive,
porque eu tive e muita. — Grito com ele.
— Consideração de quê? Você só sabia me irritar, me deixar
estressado, não fazia o que eu pedia, fazia ao contrário só para me deixar puto
da vida. Até me negar sexo, você negava. — Grita, descontrolado.
— Como é? Você que me privava de tudo. De amigos, família,
trabalho... você queria que eu vivesse em torno de você, seu canalha. Sexo eu
neguei, porque eu não estava com vontade. E também não era obrigada a
fazer — vocifero. — Não se esqueça de que você transou comigo à força,
diversas vezes.
— O mínimo era me dar essa boceta, porque depois você vinha com
mimimi se eu fosse procurar sexo fora. — Aponta o dedo para mim.
— Você não terminou, porque não quis. Você não estava obrigado,
mas isso não lhe dá o direito de me estuprar, como fez por várias vezes!
— Você fazia questão de me irritar, de não responder minhas
mensagens, ficava online e nem sequer me respondia. Falava tanto com
quem? Eu era seu namorado, porra! Prioridade, caralho. — Joga um vaso na
parede.
Pego meu telefone no bolso, discretamente e ligo para Demétrio,
enquanto Enrico grita descontrolado dentro do meu apartamento, e espero ele
atender. Quando vejo que ele atende, eu começo a falar.
— Enrico vai embora! Você não deveria estar aqui. Vou ligar para
polícia. — Grito com ele, para Demétrio escutar.
— Um caralho! Você me deve satisfações. Você não vai ficar com
ele, sua idiota. Vai ficar comigo. — Grita, quebrando minhas coisas.
Olho pro celular e vejo que Demétrio desligou a chamada e respiro
aliviada, porque eu sei que ele vai chegar a qualquer momento.
— Enrico, eu vou chamar a polícia — aviso, mostrando o celular.
— Liga! Eles não vão fazer nada. Bando de idiotas. — Ele sorri com
desdém.
Escuto-o gritando, me xingando e como não sou otária, gravo tudo no
meu celular, ele falando coisa com coisa, gritando descontrolado, quebrando
meus vasos no chão, completamente fora de si, transtornado. Demétrio abre a
porta de vez, entrando com Douglas fardado, seus seguranças e outros
agentes.
Demétrio vem até mim e me puxa para um abraço, quando vejo os
agentes algemando Enrico, tirando-o do meu apartamento.
— Ele te machucou? — Demétrio olha meu corpo.
— Não. Ele só ficou gritando, me xingando... — Sou cortada, com
Douglas que me puxa para um abraço.
— Você está bem? — pergunta, preocupado.
— Sim. — Passo a mão no rosto, cansada. — Douglas, eu quero
medida protetiva. Enrico está totalmente fora de si...
— Claro! Farei isso imediatamente. Como ele entrou aqui? —
pergunta.
— Eu não sei como ele subiu, ele se limitou a não dizer. — Suspiro,
me sentando no sofá, sentindo lágrimas desceram pelo meu rosto. — Quando
eu abri a porta, ele entrou transtornado, gritando, me xingando... Eu pensava
que era o meu jantar, porque eu tinha pedido...
— Calma. — Demétrio se aproxima e me abraça.
— Manuela, vamos lá no meu trabalho, e vamos cuidar disso —
Douglas fala.
— Poxa, eu vou viajar logo cedo. Não tem como você resolver isso?
— Peço, cansada.
— Merda. Sua viagem, estava me esquecendo. — Passa a mão no
rosto e olha para meu namorado. — Demétrio, você pode levar Manuela para
sua cobertura?
— Claro! — Ele assente.
— Eu gravei tudo, Douglas. Tudo que ele me falou. — Entrego meu
celular a ele.
Ele pega e envia para seu celular, e me entrega. Douglas termina de
falar conosco, e vai embora, prometendo dar notícias. Demétrio me ajuda a
terminar de arrumar minha mala, pega uma muda de roupa para mim,
colocando-a em uma outra bolsa, para eu usar em sua cobertura. O meu jantar
logo chega e Demétrio faz o pagamento, dizendo que vou jantar na casa dele.
Ao chegarmos na sua cobertura, Demétrio me pede para tomar banho,
enquanto ele coloca minha comida no prato. Após tomar meu banho e colocar
uma roupa, ele traz a comida para seu quarto, colocando-a na escrivaninha, e
arrasta a cadeira para eu me sentar.
— Tem certeza de que está bem? — pergunta, se sentando ao meu
lado.
— Estou sim. — Pego o copo de suco e o levo até a boca. — Ele não
me machucou, mas ainda bem que você atendeu.
— Estava resolvendo umas últimas coisas na empresa, pra voltar para
Milão amanhã — ele responde.
Suspiro, sentindo meu corpo cansado.
— Desculpa... — Ele me interrompe.
— Nada disso, amor. Eu disse a você que qualquer coisa você me
ligasse, e fico feliz que você tenha feito. — Acaricia minha nuca exposta. —
Agora coma, que vou preparar minha cama para você descansar.
— Estou precisando. Vou encontrar as meninas no aeroporto antes do
amanhecer — respondo, voltando a comer.
— Tudo bem. Termine de jantar. — Beija minha cabeça.
Se levanta e vai até sua cama, tirando a colcha grande para prepará-la
para dormirmos. Termino de comer, assim que ele sai do banho, vestindo
uma calça de moletom. Pega meu prato e o copo, e leva para a cozinha.
Escovo meus dentes e vou para cama. Demétrio volta para o quarto, falando
ao telefone e desliga.
— Douglas disse que está tudo certo, e que ele passará a noite lá —
avisa. — Agora vamos dormir, que vamos acordar bem cedo.
Ele desliga as luzes pelo comando de voz e se deita comigo na cama
de conchinha.
— Durma, que logo cedo vou levar você no aeroporto. — Beija
minha testa. — Amo você.
— Obrigada. Te amo. — Me aconchego em seus braços e durmo.
Estou puto da vida, puto é pouco. Estou possesso de raiva e ódio.
Como aquela filha da puta fez isso comigo? Aquela idiota, vagabunda. Eu a
amo tanto, e ela fez isso comigo, chamando aquele filho da puta e o idiota do
seu irmão, metido a agente do FBI.
— Enrico, para de andar desse jeito — Minha meia irmã, fala.
— Me deixa em paz, porra! — Grito. — Preciso pensar.
— Pensar em quê? Aquela ruiva metida não quer mais você. — Me
olha.
— Olha como fala dela. Só quem pode xingá-la sou eu! — Meto a
mão na sua cara.
Ela me olha chocada e engole em seco.
— Eu a odeio. Você sabe disso, não é? Odeio por ela ser tão amada,
ser tão querida. Ser tão simpática e amável. — Ela passa as mãos nos cabelos.
— Odeia, mas vai ficar calada — ordeno.
— Eu falo o que eu quiser, porque você pode morrer de amores por
ela, mas eu a odeio. — Grita comigo.
— Mas eu não te dei o direito de falar mal dela — falo, me sentando
no sofá.
Acaricio minha barba, pensando em algo que faça eles dois ficarem
separados. Aquele palhaço pegou o que é meu, e Manuela é minha, só minha.
Manuela deve ficar comigo, com mais ninguém. Ela é apenas minha! Estava
me programando para comprar uma casa em Aspen, apenas para nós dois
morarmos sozinhos, para eu tê-la só para mim... Está tudo esquematizado,
mas esse italiano filho da puta sempre estraga tudo.
— No que está pensando? — Se senta ao meu lado. — Pensando nela
ainda?
— Ah, merda, não enche! — Faço cara feia para ela.
— Você não enxerga que eu te amo? Eu amo você, seu idiota.
Manuela não te ama, Enrico. Enquanto ela está com aquele cara, eu estou
aqui, pronta para você. — Se aproxima de mim.
Fito seus olhos escuros, vendo-a se aproximar mais de mim,
sedutoramente.
— O que você quer? — A olho, vendo seu decote.
— Quero você. — Se senta no meu colo. — Eu te amo. Muito
mesmo. Não importa se...
— Shi... — sussurro. — Você é mais deliciosa caladinha, com a boca
no meu pau.
Ela faz menção de falar, e eu a impeço novamente.
— Me faz relaxar. — Peço.
— Faço qualquer coisa por você. — Ela me beija.
— Também amo você. — Minto, distraindo-a.
Ela se anima e fica de joelhos, tira meu pau de dentro da calça e
começa a massageá-lo, deixando-o mais duro. Solto um gemido baixo,
vendo-a passar a língua na cabeça. Fecho os olhos, jogando a cabeça para
trás, sentindo o prazer de ser chupado. Ela é insuportável, fala demais, mas
chupa gostoso demais. Abro os olhos, vendo-a colocar meu pau todo em sua
boca carnuda, me fazendo grunhir.
— Isso..., me faz gozar. — Peço, forçando meu quadril.
Penso em Manuela, imaginando-a me chupando, se esbaldando no
meu pau. Não abro os olhos, porque verei uma cabeleira castanha, querendo
que seja ruiva. A ruiva que eu amo, que sou louco por ela e que ainda
ficaremos juntos...
Puxo os cabelos dela, deixando-a de pé e arranco sua saia e a
calcinha. Ela se senta em meu colo e coloca meu pau dentro dela. Fecho os
olhos, mordendo os lábios com força, reprimindo o gemido. Suas paredes
internas apertam meu pau, me deixando insano. Penso em Manuela
cavalgando gostoso em mim, gemendo, pedindo por mais, que eu a foda com
força, como fiz diversas vezes. Manuela pedia para eu parar, mas eu sei que
ela queria mais, eu via isso. Manuela gostava de como a fodia de jeito, pedia
para parar só para me deixar louco, insano, mas a danada é safada, e isso só
me incentivava, porque ela gosta disso tanto quanto eu.
Gozo pensando nela e suspiro. A gostosa se levanta com um sorriso
orgulhoso nos lábios, achando que eu gozei por ela. Otária. Ela deveria saber
que eu amo Manuela, e ela é a única que sempre a amarei.
— Tenho um papel para você, amorzinho. — Acaricio seu rosto.
Ela se levanta toda feliz e senta ao meu lado.
— Sua função é ir até Paris, para o desfile de Manuela, e dar em cima
de Demétrio D’Saints. Faça o máximo que puder, tente beijá-lo, ofereça seu
número, dê seu jeito — falo.
— Vou ao desfile? Ahhh! — Solta um gritinho. — Mas... você ainda
vai voltar para ela ou vai continuar com nosso plano de arrancar o dinheiro
dela?
— Claro que vamos continuar com nosso plano, mas eu preciso que
ela largue aquele patife. — Rosno.
— Oh, sim! Depois disso vamos ficar juntos, não é? Viajar... — Se
aproxima de mim, empolgada.
— É — respondo, impaciente. — Chegando no desfile, você vai
procurar por Patrício Hernández, para você poder entrar.
— Certo. O que mais? — pergunta animada.
— Você terá outro nome, e fique longe dos olhos de Manuela, ela
poderá te reconhecer e falar com você, principalmente da família e amigos.
— Amy assente, com um sorriso nos lábios.
Esse Demétrio ficará longe da minha mulher, ou não me chamo
Enrico Tanner.
Capítulo 33

Termino de me arrumar e desço as escadas de casa, arrastando minha


mala. Cheguei ontem em Milão, falei com Manu por mensagem, mas não
muito, está corrido. Terá fotos, coletivas de imprensa, ensaio do desfile...,
tem muita coisa a ser feita, para pouco tempo. Então eu só envio algumas
mensagens, e não espero seu retorno de imediato. Douglas sempre me
mantém informado de alguma coisa sobre o Enrico, mas soube que ele foi
solto no início da manhã, após aquela noite, e foi concedida a medida
protetiva, o que me deixa aliviado. Ele nem poderá chegar perto daquele
prédio, nem falar com ela.
O caminho até o aeroporto com meus irmãos e meus pais para Paris
— onde ocorrerá o desfile da minha namorada —, é rápido, porque estamos
indo à noite, por ser tranquilo e para eu ter tempo de vê-la, pois sei que
amanhã será zero tempo, só no Pink Carpet que entrarei com ela e aí
poderemos conversar. Após todos se acomodarem nas cadeiras confortáveis
do jatinho e ele decolar, pego meu iPad e abro um aplicativo de streaming de
séries e filmes, e começo a assistir para passar o tempo. O voo até Paris, não
vai durar mais que duas horas, é curto.
Aterrissamos no aeroporto de Paris, e os seguranças descem primeiro,
para cumprimentar o pessoal que trouxe os dois carros para nos levar até o
hotel de Aaron, em frente à Torre Eiffel. Combinei com Enzo e Davi, que
mandassem trazer um carro para mim, para me levar até o hotel onde
Manuela está hospedada, para passar essa noite com ela. Me despeço dos
meus irmãos e dos meus pais e sigo para o carro, Enzo conduz e Davi fica ao
seu lado, após pegar minha mala e colocá-la no porta-malas, seguimos para o
hotel. Não demora e logo chegamos, me despeço deles e entro, arrastando
minha mala. O concierge me cumprimenta e sigo até o elevador. Sei o andar e
o quarto dela, não preciso passar pela recepção, já que fui autorizado a subir.
Nossa, estou morto de cansaço. Só quero ficar um pouquinho com ela
e dormir agarradinho, sentindo seu cheiro. Saio do elevador e sigo pelo
corredor. Bato na porta e espero, Manuela abre e sorri.
— Você chegou. — Abre mais a porta, para eu entrar.
Entro no quarto arrastando minha malinha de rodas e ela fecha a
porta. Deixo minha mala encostada na parede e a puxo para um abraço e
beijo seus lábios.
— Estava com muita saudade — sussurro, dando selinhos em seus
lábios.
— Eu também estava. — Beija meus lábios. — O jantar acabou de
chegar. Que tal você tomar um banho para jantarmos?
— Nossa. Estou precisando — murmuro, indo até a minha mala.
— Você está cansado.
Desço meu olhar pelo seu corpo, vendo-a vestida apenas com um
roupão branco e seus cabelos ruivos mais escuros, molhados.
— Muito. Teve muita coisa para resolver de ontem pra hoje, não tive
descanso. — Ela assente, tirando meu paletó. — Nem tive tempo, saí do
trabalho direto para casa terminar de arrumar a mala e ir para o aeroporto.
— Então vá tomar banho, que eu pego sua roupa — fala.
Tomo um banho rápido, sentindo a água morna cair sobre meu corpo,
relaxando um pouco. Saio do banheiro vestido apenas com uma bermuda de
moletom e vejo Manuela preparando a mesa redonda com duas cadeiras perto
da janela. Nos sentamos e começamos a jantar.
— Como foi seu dia? — Seguro sua mão sobre a mesa, e com a outra
levo a taça de vinho até meus lábios.
— Foi cansativo, cheguei faz pouco tempo no hotel. Nossa, estou bem
cansada mesmo. — Suspira, levando um pouco de salada até a boca.
— Estou ansioso para te ver amanhã — digo com um sorriso.
— Estou muito ansiosa, sentindo um frio imenso na barriga. — Ela
sorri, nervosa.
— É normal, Bambina. Mas eu tenho certeza de que você vai ser o
sucesso da noite. — Sou sincero.
O desfile está perto de começar, muitas pessoas ainda estão se
sentando em seus lugares, enquanto rola uma música no local. A estrutura
está muito foda, quando começar o desfile vai ser um espetáculo. Está lotado
de pessoas, algumas estão se acomodando em seus lugares marcados, para
desfrutar do desfile que começará em poucos minutos. Uma mulher de
cabelos pretos e olhos azuis, se senta ao meu lado. Usa um vestido
curtíssimo, que mal cobre sua bunda e um decote exagerado demais
mostrando seus peitos siliconados, para chamar atenção. Dimitri e Dominic
olham para ela e ergueram a sobrancelha para mim.
Dou de ombros sem muita importância e volto meu olhar para o
movimento do local. Eu particularmente nunca gostei de mulher com
silicone, nada contra, mas eu prefiro as mulheres o mais natural possível. Se
dependesse de mim as mulheres nem colocavam essas coisas no corpo, a
mulher é linda como ela é, cada uma tem sua beleza única. Mas cada uma é
cada uma, não é? O corpo é delas.
Dimitri como não perde oportunidade e não pode ver um rabo de saia,
pede para trocar de lugar comigo, mas nego, porque onde estou tenho uma
ótima vista para ver minha namorada desfilando.
— Oi. Sou Hadassa. — A mulher puxa assunto.
— Demétrio. — A cumprimento com um leve aceno.
— Conheço você. É um dos irmãos D’Saints. — Assinto, sem olhá-la.
— Nunca tinha visto você em algum desfile.
— Esse é especial. Minha namorada vai desfilar — digo e a olho.
— Ah! Quem é sua namorada? — pergunta, empinando seu decote.
Vejo-a piscar os olhos tentando me seduzir, mas o jeito que ela pisca
os olhos, parece que tem algo neles, forçada demais. Faço uma careta,
franzindo a testa.
— O que foi? Tem algo errado? — Sua voz sai fina, forçada também.
— Tem alguma coisa em seus olhos, para estar piscando demais? —
A olho, franzindo a testa, insinuando que não entendi esses piscares de olhos,
mas, na verdade, eu entendi tudo.
— Ah... não é nada. — Vira o rosto, envergonhada.
Vejo Dom segurar o riso e acabo prensando meus lábios para não
sorrir também. Ela deve ser inexperiente em seduzir, ou realmente não sabe.
As luzes se apagam, iniciando o desfile. Lady Gaga aparece como uma das
cantoras que vai cantar no meio das modelos e poucas luzes são acesas
quando o painel se abre, saindo fumaça e uma modelo aparece, com uma
grande asa nas costas dando início ao desfile.
Logo outra sai, e assim vem uma atrás da outra em tempo
cronometrado, para não virar bagunça. Batemos palma e me empolgo
cantando a música que Lady Gaga está cantando, enquanto interage com as
modelos. A mulher ao meu lado está calada, acho que com vergonha, mas
não presto muita atenção nela.
Estou ansioso pela chegada de Manuela, e meu coração acelera
quando ela entra na passarela. Levanto da minha cadeira e bato palmas.
Enquanto ela desfila solta beijos e acena para algumas pessoas e acena para
nós, jogando um beijo para mim. Ela está absurdamente linda, vestida com
uma lingerie linda, com a asa grande nas costas toda em penas. O pessoal
bate palmas, mais fortes, como se esperasse por ela. Manuela não tira o
sorriso do rosto, completamente feliz por seu sonho estar sendo realizado.
Estou orgulhoso demais por ela. Lady Gaga interage com ela,
segurando sua mão caminhando com ela e solta sua mão enquanto ela volta
para dentro, para se arrumar novamente. Me sento de novo, ainda com um
largo sorriso nos lábios, completamente feliz.
— Ela é a sua namorada? — a mulher pergunta, me olhando de um
jeito estranho.
— É sim. Ela é linda, não é? Perfeita demais! — Me empolgo.
Ela assente, com um sorriso forçado e se levanta, saindo do seu lugar,
com uma cara estranha, como se não tivesse gostado do que eu tinha falado.
E daí? Claro que eu iria elogiar minha namorada, estou orgulhoso demais
dela.
O restante do desfile foi tranquilo, muito bom. A segunda a cantar foi
Rihanna e depois Shawn Mendes. Manuela entra pela segunda vez, usando o
famoso Fantasy Bra, o sutiã mais caro da Victoria’s Secret, que vale milhões
de dólares. Cara, estou com uma alegria que não cabe dentro de mim. Eu sou
um puto sortudo mesmo. Ela faz a volta e faz um coração com as mãos e
solta um beijo para mim. Solto outro para ela, com um largo sorriso nos
lábios.
Porra, perfeita!
Manuela está linda demais, com um vestido de chamar atenção da
Victoria’s Secret, para o Red Carpet, mais conhecido como o Pink Carpet.
Ela está com um vestido lindo na cor verde esmeralda de camurça, com
várias flores de cristais espalhadas pelo vestido. O decote em V com as alças
amarradas na nuca, com as costas de fora e uma fenda no início da coxa,
mostra toda sua perna, a deixando maravilhosa. Estou simples, sapato e uma
calça social, com paletó e camisa preta com os primeiros botões abertos.
Assim que colocamos os pés no tapete vermelho, uma avalanche de flashes
cai sobre nós, tirando fotos de cada ângulo nosso.
Manuela rouba toda atenção, não estou com ciúmes de vários homens
estarem cobiçando-a, estou é orgulhoso de ter essa mulher linda ao meu lado.
Entramos no local e o resto da noite é tranquilo. Todas as modelos se
reuniram para fotos, entrevistas... Os cantores que estavam no desfile, estão
fazendo um show exclusivo, enquanto somos servidos com vários tipos de
comidas e bebidas.
Na minha mesa, estão nossas famílias, conversando, bebendo e
comemorando o desfile de Manu, que foi um sucesso. A vejo caminhando até
a nossa mesa, rebolando seu quadril, mostrando sua perna chamando atenção
de algumas pessoas. Ela se senta conosco. Pega uma taça de champanhe e
leva até os lábios.
— Você me deixou orgulhoso. — Acaricio sua cintura.
Ela se aproxima mais de mim, encostando seu corpo ao meu, com um
sorriso bonito na boca.
— Estou feliz demais. Um sonho realizado — diz, um pouco
emocionada.
Pego sua taça de champanhe, colocando-a na mesa e levanto-me da
cadeira, estendendo minha mão.
— Quer dançar? — Ela assente, com um sorriso.
Capítulo 34

O jatinho de Demétrio aterrissa em Milão, para eu passar dois dias na


casa dele. Meus pais, meu irmão, Mila e minhas amigas não puderam ficar,
tinham trabalho para fazer, e Michele combinou de marcar para eles virem o
mais breve possível. Todos concordaram em passar o ano novo aqui, exceto
minhas amigas que vão ficar com suas famílias. Eu vou passar o natal em
Nova York, e ficar aqui para a virada do ano. Demétrio adorou a ideia, e
começou a planejar várias coisas para o final de ano. Estou feliz, a família de
Deme me acolheu de um jeito surreal, todos me adoram e fazem questão da
minha presença. Sempre me comunico com Michele, para colocarmos o papo
em dia e perguntar como estão as coisas, também falo com Nathaniel que me
adora.
Eu tenho me aproximado muito de Dominic e Dimitri, meus cunhados
além de engraçados, são maravilhosos. Nos damos super bem, brincamos
muito e conversamos. Meu irmão fala muito com Deme, o chama para
assistir futebol, jogar, correr, meu pai nem se fala. Minha mãe também se dá
bem com Michele. Nossa, estou feliz com isso, nossas famílias se dão super
bem.
Após chegarmos e o mordomo da casa levar nossas malas para os
quartos, Michele me mostra toda sua casa, uma mansão bem moderna, com
uma arquitetura também moderna. Ela estava me dizendo que foi ela que a
decorou, e que os meninos não tiveram nada a opinar, a não ser pela garagem
subterrânea, onde tem diversos carros, uma grande coleção, que Demétrio vai
me mostrar.
De noite, combinamos de sair para jantar em um dos restaurantes
mais visitados de Milão. A comida realmente está saborosa demais.
— Quer dizer que vocês participam de corridas de carro? — pergunto,
após tomar meu vinho.
— Gostamos muito. Nosso passatempo preferido. — Dominic sorri.
— Nossa..., quero vê-los correr, antes de ir embora. — Peço, ansiosa.
— Bom, podemos amanhã. Nós três estamos livres para correr —
Dominic fala.
— Adoro ver meus meninos correrem. — Michele se anima.
— O senhor também corre? — pergunto ao meu sogro.
Ele sorri e bebe seu vinho.
— Já corri demais com esses três. — Sorrimos. — Mas eu parei, a
idade não permite mais.
— Que isso, Nathaniel, está jovem ainda, pode dar uma corridinha
para sua nora? Quero ver vocês quatro correndo. — Peço, ansiosa.
Ele sorri e olha para seus filhos, concordando.
— Tudo bem. Posso correr com eles. — Sorrio, batendo palmas. —
Podemos formar duplas. O que acham?
— Por mim, está ótimo. Eu posso ficar com Demétrio — Dominic
sugere.
— Então vou com Dimitri — Nathaniel fala e Dimitri concorda.
— Será muito bom. Faz tempo que o papai não corre — Dimitri
comenta, com um sorriso.
— Correu muito? — pergunto.
— Nossa, já perdi as contas. Eu adoro correr, e vou sentir isso
novamente amanhã. — Sorri para mim.
E eu estou ansiosa para vê-los correndo, principalmente Deme.

Tínhamos chegado do jantar um pouco tarde, porque nos empolgamos


e pegamos sobremesas para continuar a conversa que estava ótima. Todos
foram dormir, mas eu e Demétrio estamos sem sono, então decidimos pôr
uma roupa de banho e ficar na piscina interna da casa, que é aquecida.
Tiramos nossos roupões e entramos na piscina, e a água está uma
delícia, bem morninha. Fiz um coque alto na cabeça, para não molhar o
cabelo e ir dormir com ele molhado. Fico de costas para a parede da piscina,
apoio meus antebraços na borda e fico mexendo minhas pernas dentro
d’água, vendo Demétrio nadando super bem de uma parede a outra.
Quando ele emerge, sacode a cabeça, retirando todo o excesso de
água.
— Você sabe nadar bem — comento.
Ele se vira e me olha com um sorriso, vem até mim nadando, até
chegar bem perto e apoiar seus braços na borda da piscina.
— Eu fiz natação quando era pequeno. Como eu tinha lhe dito, tenho
asma controlada, então o médico sugeriu que eu fizesse natação, que seria
ótimo para mim. — Assinto. — Além disso, tenho rinite alérgica.
— Mas como é no trabalho? Você sempre visita o laboratório, onde
tem diversos produtos químicos com cheiro forte. — O olho.
— Eu vou quando é extremamente necessário. Os meninos vão por
mim. — Me olha. — Mas quando eu vou, uso máscara, para evitar inalar
cheiros fortes.
— Entendo. Por isso você tem perfume suave, não é? — Ele assente.
— Sim. Elaborei uma fragrância única para mim, extremamente suave
— explica e eu assinto. — Todo mundo aqui só usa perfume quando estão
distantes de mim.
— Entendi — murmuro.
Ele se aproxima e me cerca, apoiando seus braços de cada lado,
impossibilitando de eu sair.
— Que tal falarmos de nós dois? — Me dá um selinho.
— O que você quer falar? — Cruzo minhas pernas em seu quadril.
Demétrio se aproxima de mim, esfregando sua ereção crescente, me
deixando excitada.
— Em como nossos corpos se encaixam perfeitamente. — Beija meu
pescoço.
— Hum... Uma ótima conversa — murmuro, excitada. — Mas aqui
tem câmeras.
Olho para uma que está de frente para nós. Demétrio esfrega sua
ereção em mim, e eu solto um gemido baixo.
— Não se preocupe. Desliguei as câmeras daqui da piscina, para nos
dar privacidade. — Beija meu queixo, subindo para minha boca.
— Então você já estava com segundas intenções? — Aperto sua
bunda, trazendo-o para mais perto de mim.
— Sozinho com você? Uma grande oportunidade para segundas
intenções, amor. — Beija meus lábios. — Não posso desperdiçar!
— Não desperdice mesmo. — Mordo seu lábio.
O vejo sob a água, colocar seu pau duro para fora, afasta a calcinha do
meu biquíni, coloca-o na minha entrada e escorrega para dentro de mim,
soltando um gemido junto comigo. Fecho os olhos, jogando a cabeça para
trás, sentindo-o entrar todo dentro de mim.
— Nossa..., estar dentro de você, é como estar no paraíso. — Beija
meu pescoço.
Passo as minhas mãos por suas costas grande e musculosa, afundando
de leve minhas unhas nele, fazendo-o soltar um gemido baixo. Demétrio vai
aumentando seu ritmo, deixando mais delicioso, indo fundo, me fazendo
gemer um pouco alto.
— Pode gemer, amor. Aqui ninguém vai nos escutar ou nos ver. Se
solta. — Pede com a voz rouca.
— Hum... Você é tão gostoso. — Solto um gemido. — Me fode tão
gostoso... Nossa...
Demétrio aumenta sua velocidade, indo bem mais fundo. Ergo o
quadril, querendo gozar. A água se movimenta fazendo zoada, enquanto
nossos corpos se batem embaixo d’água.
— Confesso que adoro foder você na banheira, mas aqui na piscina...
está delicioso demais. — Morde de leve meu pescoço.
— Em todo lugar é bom... Minha nossa. — Solto outro gemido.
Sinto sua mão afastar meu biquíni, expondo meus seios, e os aperta,
preenchendo suas mãozonas.
— Eu amo seus peitos. — Se inclina e chupa meus bicos, me
deixando louca. — Eles estão maiores e apetitosos demais. — Volta a chupá-
los e me olha. — Vamos para a espreguiçadeira.
Sai de dentro de mim e me leva nos braços até a espreguiçadeira no
canto da parede. Ele me coloca sentada lá, e se afasta para pegar uma toalha,
quando ele se aproxima de mim eu me ajoelho e seguro seu membro e o levo
até minha boca. Ele solta um gemido alto, e segura meus cabelos, fazendo
seu ritmo. Chupo seu pau que está todo babado, levando-o até o fundo da
minha garganta, o máximo que eu posso.
— Ohhh! Puta merda, Manuela! Assim... continua. — Pede com a
voz rouca. — Me chupa gostoso... Isso...
Olho para cima, vendo-o me olhar com a boca entreaberta, com os
olhos cerrados em puro deleite. Subo minhas mãos pelo seu abdômen,
arranhando-o com minhas unhas, sem tirar seu pau da boca. Desço-as e as
levo até suas bolas, estimulando-o.
— Ahh caralho! Você me chupa gostoso demais... — Joga a cabeça
para trás. — Essa boquinha me leva ao paraíso.
Segura forte meus cabelos e força seu quadril, fodendo minha boca
sem parar, me fazendo engasgar diversas vezes. Sinto-o perto de gozar, mas
ele para tirando seu pau de dentro da minha boca. Me levanta e me coloca
deitada na espreguiçadeira de pernas abertas e chupa minha boceta, com
fome. Jogo minha cabeça para trás em puro êxtase, sentindo sua língua
quente me chupar com vontade.
Puxo seus cabelos, forçando a me chupar mais e ergo o quadril,
gozando na sua boca. Ele enfia dois dedos dentro de mim e vai prolongando
meu orgasmo, que me consome por inteira.
— Ahhhh... Demétrio... Que gostoso. — Gemo, ensandecida.
Com minhas pernas trêmulas ele me gira, me deixando de quatro para
ele, e solto um gemido sabendo que além de ser minha posição preferida, ele
vai o mais fundo possível. Sinto seu pau entrando de vez dentro de mim, com
uma grande facilidade, e começa a me estocar com força e rápido. Demétrio
segura meus quadris e me come com força, com fome, bruto.
— Você me deixa louco, Manuela. Louco. — Rosna, aumentando seu
ritmo. — Me deixa insano, com fome de você.
— Comigo não é diferente. — Solto um gemido alto, sentindo outro
orgasmo tomar conta do meu corpo.
Demétrio aumenta sua velocidade e goza dentro de mim, rosnando e
soltando palavrões em italiano. Mordo o lábio com força, me segurando na
espreguiçadeira.
— Ah, Manuela... Eu te amo pra caralho — confessa, ofegante.
— Eu também te amo — confesso, sentindo-me preenchida por ele.

Acordamos um pouco tarde, aproveitando um pouco na cama,


trocando carinhos. Ontem, após sairmos da piscina, subimos para o quarto e
transamos mais uma vez no banheiro, ele me fez ter um orgasmo arrebatador,
de me deixar com as pernas bambas sem conseguir ficar de pé, e na cama
apagamos em segundos após nos deitarmos.
Tomamos café com seus pais e seus irmãos, que já estão com roupas
prontas para a corrida, e eu e Michele estamos ansiosas para vê-los correr.
Um dos seguranças da casa avisa que os carros já estão prontos, que a pista
de corrida, que não é perto daqui, já está pronta para eles. Não demoramos
muito tomando café e logo saímos de casa.
Tem quatro carros em cores diferentes, todos esportivos, que valem
milhões. Demétrio me conduz para ir com ele numa Ferrari linda, vermelha.
O caminho até a pista dura uns vinte minutos, o dia vai ajudar, está sol, mas
está frio. Estou agasalhada; uma calça, com um suéter e um cardigã por cima
e botas sem salto de cano alto, abaixo dos joelhos.
Após chegarmos, eu e Michele nos sentamos na arquibancada, bem
pertinho da pista. Tem uns três homens, que irão fazer a checagem do tempo
para saber quem vence a corrida. Eu e Michele estamos bem animadas, temos
até bandeirinhas, cartazes... Estamos bem à caráter. Dominic começa com
Demétrio e logo eu me animo, quando os dois dão partida. Eu grito, levanto
cartaz..., parecendo que estou em uma corrida valendo troféu. Demétrio
ganha e em seguida é a vez de Nathaniel e Dimitri, e Nathaniel ganha por
milésimos de segundos de Dimitri.
Eu e Michele temos os nomes dos meninos pintados no rosto, frufrus
na cabeça e tudo mais, bem a caráter mesmo. Demétrio e Nathaniel
competem e eu grito horrores da arquibancada, já ficando rouca, e os dois
empatam, passando na faixa ao mesmo tempo, no mesmo segundo, após duas
voltas na grande pista.
Vou correndo até Demétrio, que sai do carro e abre os braços para
mim e me jogo nele.
— Para mim você foi o melhor. — Dou selinhos nele.
Ele se encosta no carro, me puxando mais para ele.
— Claro que fui. — Beija meu nariz.
— Convencido você, não é? — Passo meus braços em seu pescoço.
— Só um pouquinho. — Beija minha boca.
Capítulo 35

Um novo ano se inicia e sinto que será maravilhoso. O natal com


meus pais aqui em Nova York foi maravilhoso, como todos os anos, exceto o
ano que eu estava com Enrico, que me fez vir embora antes mesmo da ceia de
natal, todo irritado e sem paciência, me distanciando cada vez mais da minha
família. Mas agora tudo está perfeito, estou com Demétrio, e minha família o
adora. Nossa virada de ano foi na casa dele em Milão, e também foi
maravilhoso. Nossas famílias reunidas, conversando, bebendo e se
divertindo, tudo que eu sempre quis. Passamos uns quinze dias por lá, para
aproveitar. Eu e Demétrio passamos o tempo todo num grude só. Nosso
relacionamento será à distância, então ficamos conversando, planejando
como será nossos encontros, quando ele iria vir para Nova York e quando eu
poderia ir para Milão. Estou bem feliz por seu empenho para que esse
relacionamento dê certo, mesmo com a distância.
Nunca namorei a distância, meus namorados eram bem presentes, mas
eu não estou insegura com o nosso relacionamento dessa forma, ao contrário,
eu confio cegamente em Demétrio, ele me deu provas de que se ele quisesse
sair com outras pessoas, ele não estaria comigo, e isso me deixa feliz.
Demétrio é um homem de verdade, honesto, respeitador e fiel, e isso me
conforta a cada dia. Sei que não terei estresse, angústias, brigas..., será tudo
bem tranquilo.
Já me estressei demais com Enrico, eu não confiava nele, ele falava
coisas absurdas para mim, falava na maior cara de pau que sentia desejo por
outras mulheres, o que me deixava nervosa e angustiada, pensando que eu
não era o suficiente para ele. Tudo que passei, as angústias, nervosismos,
ansiedade... tudo me fazia mal, ao ponto de ficar doente. Isso não era
saudável para mim.
Agora, com meu novo relacionamento, eu me sinto livre. Livre para
fazer o que eu quiser, aceitar o trabalho que eu quiser. Tenho voz, opinião.
Um relacionamento saudável, que me faz super bem, me deixa feliz e nas
nuvens, sabendo que não terei aborrecimentos. Me sinto um pássaro livre,
que posso fazer o que eu quiser. Porquê dessa vez eu escolhi o homem certo
para estar ao meu lado.
— Você está pensativa — Mila comenta, após tomar seu suco.
Chamei Mila para almoçar comigo rapidinho, antes de ela voltar para
o trabalho. Adoro a companhia da minha cunhada, ela é como uma irmã que
eu não tenho.
— Estava pensando em Demétrio. — Tomo meu suco.
— Hum... Toda apaixonada. — Me olha com um sorriso.
— Demais. Já estou morrendo de saudade dele — murmuro.
— Quando ele vem? — Leva um pedaço de carne na boca.
— Vem hoje, estou bem ansiosa. Queria buscá-lo no aeroporto, mas
ele disse que não precisava.
— Hector com certeza o chamará para jantar — diz.
— Com certeza. — Dou um sorriso.
— Você está esquisita. Mais pálida, nem comeu nada — fala.
Passo a mão no rosto.
— Estou enjoada, não consigo comer nada. — Dou um gole do suco.
— Acho que peguei uma dessas viroses, sinto-me fraca, só quero cama. Se
depender de mim, eu durmo o dia todo.
Mila ergue a sobrancelha e apoia seus braços na mesa, se
aproximando mais de mim.
— Você está se prevenindo com Demétrio? — questiona.
— Bom... fizemos algumas vezes com camisinha... — Arregalo os
olhos, sentindo meu coração gelar. — Merda! Merda! Merda!
— Não acredito, Manu! Você não colocou o chip hormonal? Seu
corpo não reage bem aos contraceptivos orais e injetáveis. Mas você colocou
o chip, não foi? Ou ficou só na camisinha mesmo? — Me olha atentamente.
Passo a mão no rosto, totalmente confusa.
— Não. E-eu esqueci de marcar a consulta para colocar o implante.
— Me encosto na cadeira, nervosa. — Merda, Mila. E agora?
— E agora cunhadinha, vá comprar um teste de farmácia e fazer,
porque se não for virose, é um bebezinho que está aí dentro. — Ela sorri, me
deixando ainda mais nervosa.

Tá, isso é burrice.


Será que eu estou grávida mesmo?
Claro que está, sua burra. Transei diversas vezes com meu namorado
gostoso insaciável sem camisinha, sem nem tomar algum contraceptivo. Mas
como eu iria tomar, se meu corpo não reage bem a eles? Nem a pílula do dia
seguinte eu tomo, também nem daria para tomar, se fosse tomar, seria vários
a cada semana, o que não pode. Minha vida sexual com Demétrio é grande,
gigantesca, enorme. Qualquer oportunidade, aproveitamos, nenhum tempo é
desperdiçado. Só tivemos essa pausa desses dias, porque estamos distantes,
mas se estivermos perto, só daria sexo na certa.
Tudo bem, acho que estou surtando, ou não estou?
Estou nervosa, com as mãos suando, esperando o resultado do teste
em cima da mesa. Comprei quatro testes, por precaução. Bom, admito que
estou nervosa. Trouxe os quatro para a mesa, para esperar impaciente pelos
três minutos intermináveis. Nunca pensei que três minutos pudessem demorar
tanto. E estou mais nervosa ainda, porque Demétrio vai chegar a qualquer
momento, para me levar para jantar, e nem estou pronta.
Minha nossa! Deus, me dá uma ajudinha aqui, por gentileza? Suspiro
e escuto o bip do meu celular, indicando que o cronômetro encerrou. Com as
pernas trêmulas caminho até a mesa, com o coração quase saindo pela boca.
Perto da mesa, me permito olhar para os quatro testes, e todos dão positivo,
com as duas listinhas, me fazendo soltar um grito de desespero e alegria ao
mesmo.
— Eu. Estou. Grávida — falo pausadamente, me sentindo nervosa ao
extremo.
— Ah, mas esse filho você não vai ter. — Uma voz soa atrás de mim.
Viro-me e dou de cara com Enrico, com um rosto que demonstra
ódio.
— Enrico — sussurro, sentindo um frio passar por todo meu corpo.
Todo meu nervosismo e alegria que tive há poucos segundos, se esvai
e o medo se instala dentro de mim. Enrico caminha até perto da mesa, com
passos calculados e precisos, me fazendo tremer de medo. Como ele entrou
aqui? Ele para em frente à mesa, com os quatro testes, respira fundo e passa a
mão na mesa com força, virando-a para o chão fazendo uma enorme zoada no
apartamento.
— Você não vai ter esse filho! — Segura meu braço, com força.
— Para Enrico, está me machucando! — Sinto meus olhos
marejarem.
Ele me arrasta e me joga no sofá de qualquer jeito.
— Cala essa maldita boca, sua puta ingrata! — Esbraveja. — Eu
venho aqui para te levar comigo, e escuto você dizer que está grávida. E
ainda mais daquele idiota do italiano!
Ele anda de um lado para o outro, me olhando de um jeito estranho
demais.
— Por favor, não me machuca. — Eu peço, sentindo meus olhos
marejados.
— EU MANDEI CALAR A BOCA, PORRA! — Grita, me fazendo
tremer. — Eu mandei calar essa maldita boca.
Encolho-me no sofá, sentindo meu corpo tremer e lágrimas rolarem
pelo meu rosto. Enrico se afasta e anda até a cozinha. Agora noto sua roupa
igual ao dos funcionários aqui do prédio.
— Como conseguiu essa roupa? — pergunto.
Ele abre um armário, depois o outro, procurando algo.
— Matei um funcionário e vesti a roupa dele — responde friamente.
Arregalo os olhos e meu coração acelera quando ele se aproxima com
uma faca grande na mão.
— Agora seja uma boa menina, que vou tirar esse feto de dentro de
você. — Sorri se agachando.
Meto o pé na sua cara, fazendo-o cair no chão e grito correndo até a
porta. Antes que eu chegue, ele puxa meus cabelos me jogando no chão.
Abraço minha barriga, para protegê-la dos chutes que ele desfere em mim.
Acerta meu rosto com a sua bota dura e deixo a cabeça cair no chão.
— Por favor, Enrico, não faça isso! — Choro, sentindo dores em meu
corpo. — Não me machuque.
— Você não vai ter esse filho, porque eu não vou aceitar. Você acha
que vai ser feliz com outra pessoa sem ser comigo, sua vagabunda? Está
completamente enganada. — Ele sorri friamente e volta a me chutar.
— O bebê, por favor... — sussurro, chorando.
— Esse feto não vai viver, amor. O bebê que vai estar dentro de você,
será o fruto do nosso amor. — Segura meu cabelo e me arrasta pelo
apartamento.
Pega uma cadeira e me coloca sentada nela, pega algo e amarra
minhas mãos para trás.
— Enrico, por favor, eu te imploro. — Choro desesperadamente.
Enrico vem com a faca em minha direção, rasga minha blusa,
jogando-a no chão e fita minha barriga, que ainda está retinha. Aproxima a
faca da minha barriga e eu grito desesperadamente, me sacudindo na cadeira,
implorando para ele não fazer isso, a cadeira vira e caio no chão.
— Sua inútil. — Grita e chuta minha barriga.
Me contorço gritando por ajuda, choro sentindo minha garganta
arranhar de tanto que eu grito, implorando para ele parar e pedindo a Deus
para Demétrio chegar. Os chutes vão ficando mais fortes, me fazendo sentir
uma dor enorme na barriga. Estou com medo, muito medo. Medo do meu
bebê não sobreviver, medo de eu não sobreviver.
— Você... e-está me... mat-matando — sussurro, sentindo as lágrimas
escorrerem em meu rosto.
Ele para de me chutar e me olha com os olhos arregalados. Sua feição
muda rapidamente. A faca cai da sua mão, e fica paralisado, me olhando.
— Não, não, não... Desculpa... — Se ajoelha e segura meu rosto. —
Eu não queria fazer isso, me perdoa, amor! Me perdoa! Não queria fazer
isso... Não...
Enrico fica falando coisa com coisa, mas eu não consigo raciocinar.
Desço meu olhar e vejo o sangue escorrer pelas minhas pernas. Um grito
agonizante sai da minha garganta, fazendo-o se afastar. Ele me olha,
desesperado, sem saber o que fazer. Me curvo, sentindo dores intensas
demais, me fazendo chorar e gemer de dor.
— E-eu... Me desculpa... — Se levanta e corre, saindo do meu
apartamento.
Me arrasto pelo chão, sem conseguir me levantar e procuro pelo meu
celular, e de longe o vejo em cima da cama. Vou me arrastando aos poucos,
chorando e gemendo de dor, até que consigo pegá-lo. Com as mãos
manchadas de sangue, tento procurar o número de Demétrio com a mão
trêmula e ligo para ele.
— Amor, eu sei que estou atrasado. Me perdoe, estou saindo de casa
agora — fala apressadamente.
— Deme... Vo-você... Precisa... V-vir. — Solto um gemido de dor e
me curvo.
— Amor? O que foi? — pergunta, preocupado.
— Enrico... e-le... — Minha visão fica turva, e uma dor forte me faz
desmaiar.

— Manuela? O que está acontecendo? — pergunto desesperado.


— Senhor, algum problema? — Davi se aproxima com Enzo.
— Eu não sei. Eu só escutei Manuela dizer Enrico. — Apresso meus
passos. — Vamos!
Praticamente corro até o carro, sentindo meu coração acelerado
demais, pensando em diversas possibilidades. Enzo arranca o carro,
buzinando, pedindo espaço no trânsito. Retiro meu telefone do bolso e jogo o
buquê que comprei para Manuela no banco. Ligo para Douglas, que atende
de imediato minha chamada, e eu falo rápido, sentindo meu corpo tremer de
nervoso.
— Vou para lá agora — fala rapidamente e desliga.
Passo a mão no rosto e ligo para meus irmãos, que também vieram
comigo para Nova York.
— Oi, Dem... — Interrompo Dom.
— Dom, estou indo urgentemente para casa de Manuela. Ela me ligou
e falou o nome do Enrico. Acho que está acontecendo alguma coisa,
Dominic. Merda! Vão pra lá.
— Puta merda! Vai indo que chego lá com Dimitri. — Desligo o
telefone e o jogo no banco.
Enzo para o carro e eu salto, vendo um carro do FBI parando atrás do
nosso, Douglas pula do carro e corre até mim, junto com Mila. Corremos até
o elevador, que demora séculos para subir até o andar dela. As portas mal se
abrem e saio correndo pelo corredor. Vejo a porta do apartamento, aberta e
apresso meus passos até entrar.
Vejo tudo bagunçado, fora do lugar, muita coisa quebrada. Meu
coração gela quando vejo a mancha de sangue no piso até seu quarto. Sigo o
rastro e encontro Manuela deitada ao pé da cama, cheia de sangue. Sinto meu
corpo todo tremer e meu coração bater descompensado.
— Manuela! — Grito e corro até ela, caindo de joelhos. — Meu
amor...
Suas pálpebras tremem e abrem os olhos levemente.
— Oi, meu amor. O que aconteceu com você? — sussurro, com a voz
embargada.
Desço meu olhar pelo seu corpo, vendo-a sem sua blusa, apenas com
o sutiã e o short, que está todo manchado de sangue, que escorre pelas suas
pernas. Lágrimas caem do meu rosto, quando ela me fita.
— F-foi... — Ela geme, fechando os olhos. — O En...
— Shiii... Vai ficar tudo bem! — Me inclino sobre ela.
Escuto a voz de Douglas alterado e Mila falando ao telefone.
— Douglas, chama a ambulância, pelo amor de Deus! — Imploro,
com a voz embargada. Olho para Manuela, tirando alguns fios de cabelo do
seu rosto. — Vai ficar tudo bem, meu amor! — Beijo sua testa. — Vai ficar
tudo bem! — Lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Capítulo 36

Estou sentado na cadeira do hospital há algumas horas, esperando o


médico chegar para falar sobre Manuela e como foi a cirurgia. Passo a mão
no rosto, frustrado, pelas várias horas de espera, ansioso para saber se ela está
bem ou não.
Seus pais estão arrasados, sentados nas cadeiras de frente à minha, na
sala de espera. Douglas chegou há alguns minutos com Mila, e avisou que
estão procurando Enrico em todos os lugares de Nova York. Dominic e
Dimitri falaram com nossos pais, avisando do ocorrido, e eles vão pegar o
jatinho para vir, para confortar meus sogros, e até mesmo a mim, que estou
até agora em choque.
Quando eu a vi jogada no chão, manchada de sangue, o medo se
instalou em mim de uma forma, que nem sei explicar. O medo de que ela
poderia estar morta, me causou uma angústia desesperadora. Por que merda
eu me atrasei? Eu nunca me atraso, porra! Por que justamente hoje eu me
atrasei? Por que caralho me atrasei? Inferno! Se eu tivesse chegado mais
cedo, isso não teria acontecido.
Passo as mãos no cabelo, apoiando meus cotovelos nos joelhos,
totalmente impaciente por essa demora. Vejo os meus seguranças e os
seguranças dos meus irmãos conversando, falando com alguém pelo telefone.
Lá fora está um caos. Cheio de repórteres, querendo saber sobre Manuela. Eu
nem sei como essa merda vazou. Tudo está um caos, e estou cheio de raiva e
ódio dentro mim, querendo matar Enrico com as minhas próprias mãos, por
ele ter feito isso com ela.
— Oi! — Levanto a cabeça e vejo Mila se sentando ao meu lado.
Dou um aceno e ela estende um copo térmico com café.
— Obrigado! — Pego o copo da sua mão e o levo até meus lábios.
— Acho que daqui a pouco o médico chega — comenta.
— Espero que traga boas notícias — digo, me sentindo angustiado.
— É. — Suspira.
Encosto minhas costas na cadeira e vejo o médico se aproximando.
Todos nós nos levantamos rapidamente, esperando-o falar.
— Bom, eu tenho uma notícia boa e uma ruim. A boa é que ela está
bem, precisou de alguns pontos e terá alguns hematomas pelo corpo. — O
médico suspira. — A ruim, é que... infelizmente, ela sofreu um aborto.
— Aborto? — Sinto meu coração esfriar.
— Sim! Ela estava grávida de dois meses — responde, fazendo meu
chão cair. — Sinto muito, senhor D’Saints.
Passo a mão no rosto, sentindo um ódio que mal cabe dentro de mim.
Manuela estava grávida de um filho meu... Minha nossa.
— Infelizmente, devido à agressão, ela sofreu um aborto. Eu sinto
muito. Não pude fazer mais nada — fala, um pouco cabisbaixo. — Ele já
estava sem vida...
Sento-me na cadeira, sentindo o chão aos meus pés cair, me deixando
desesperado. Abaixo a cabeça segurando-a com as mãos e deixo as lágrimas
caírem em meu rosto. Minha nossa, eu era pai, e nem sabia. Manuela estava
grávida de um filho meu, porra. Um filho! Um frutinho nosso. E aquele filho
da puta fez isso... Um soluço escapa dos meus lábios, e escuto meus irmãos
falarem comigo, apoiando suas mãos em mim, me dando força.
Mal escuto o que eles estão falando, eu só sei chorar de alívio por ela
estar bem, e de tristeza pela perda do nosso bebê. Meu Deus, que dor! Essa
dor está me consumindo, me dilacerando, me destruindo. Ela estava grávida...
um filho nosso... um inocente... Meu Deus, faz essa dor parar! Soluços
escapam dos meus lábios, e me sinto destruído, perdido, sem chão. Me sinto
devastado. Sinto que algo foi tirado de dentro de mim, e foi tirado. Esse filho
era uma parte de mim, que foi morto brutalmente por uma pessoa ruim, má e
doente. O que será de mim? O que será de Manuela quando souber disso?
Sempre conversamos sobre filhos, e o nosso maior sonho, era sermos pais. E
o nosso sonho foi realizado, e tirado de nós de uma forma desumana, cruel.
Meu peito dói, aperta, me fazendo gritar, querendo tirar essa dor de
mim, que me consome. Como será que Manuela vai reagir a essa notícia? O
que será de nós? Meu Deus, por que isso aconteceu? Por que um bebê
inocente morreu? Ele não merecia isso. Nós não merecíamos isso. Manuela
não merecia isso depois do que viveu nas mãos daquele psicopata cruel e
desumano. Como faço para tirar essa dor de mim, Meu Deus? O que eu faço
para aliviar? O que eu fiz de errado para merecer isso? O que Manuela fez de
errado para merecer isso? Não fizemos nada, meu Deus. Por que estamos
passando por isso? Tem que ter uma explicação.
Sinto alguém me encostar na cadeira, porque me sinto mole, não
tenho forças para manter minha cabeça erguida, não consigo ficar de pé, não
consigo respirar direito. O ar foge dos meus pulmões, e meu coração aperta
cada vez mais. Minha cabeça gira e minha visão fica turva. Escuto vozes ao
longe, me chamando, mas não consigo falar, sinto lágrimas escorrerem em
meu rosto, todo meu corpo dói.
Levanto minha cabeça um pouco grogue, vendo minha família diante
de mim, chorando, vendo meu estado. Acho que estou em choque. Não
consigo me mover, não consigo falar. Só consigo mover meu globo ocular,
olhando cada rosto me olhando com pena. Sou digno de pena? Acho que sou.
Devo ter feito algo de errado para merecer esse castigo. O que será que eu
fiz? Pisco os olhos lentamente, sentindo minha mãe me sacudir
desesperadamente, para eu falar, me mover. Olho meus irmãos que estão
chorando, vendo meu estado. O quão fiz de errado para merecer isso? Deve
ter sido algo gravíssimo, não é?
Vejo Mila se ajoelhar aos meus pés, com lágrimas nos olhos. Ela
segura minhas mãos, juntando com as suas e suspira.
— Sinto muito, Demétrio. — Faz uma pausa, e uma lágrima escorre
em meu rosto. — Saiba que Manuela estava contente em saber que estava
grávida. Ela estava um pouco nervosa, mas feliz, Manuela demonstrava isso.
Ela tinha me chamado para almoçar no restaurante, e lá ela falou que estava
se sentindo cansada, enjoada, sonolenta... — Suspira. — Mas aí eu me liguei,
e pedi para ela fazer um teste de farmácia. Manuela não toma contraceptivos,
porque o corpo dela reage mal, então o meio de se prevenir é apenas com
camisinhas. — Não consigo me mover, mas ela aperta minhas mãos. — Saiba
que eu e Douglas, vamos achá-lo, para ele pagar pelo que fez, Demétrio.
Enrico não sairá impune dessa vez.
Uma lágrima escorre em meu rosto, enquanto fito seus olhos
marejados, mas não consigo me mover ou falar. Só sinto essa dor que me
consome, que me destrói. Estou quebrado! Uma parte de mim, foi levada.
Estou destruído!

Manuela recebeu alta do hospital, e está na cobertura dos pais, no qual


eu passo todos os dias, dormindo ao seu lado e cuidando dela. Ela está
arrasada por saber que perdeu nosso filho, e sofremos juntos, chorando
durante horas à noite. Sofri um grande choque emocional, e tive que ter
cuidados médicos no período que estive no hospital, mas logo me recuperei,
tranquilizando minha família que estava desesperada pelo meu estado de
choque. Manuela está com várias manchas roxas pelo corpo, e recentemente
tirou os pontos e voltou para casa. Está sendo difícil sairmos de casa por
causa dos repórteres azucrinando todos nós, para saber o que de fato
realmente aconteceu. Programas de tv e revistas, relatam que Manuela sofreu
agressão física pelo seu ex-namorado, inconformado pelo fim do
relacionamento, o que é verdade, mas toda nossa família concordou em
deixar o acontecimento do aborto sob sigilo. Só quem sabe são nossos amigos
mais próximos e familiares, os que querem nossa felicidade, mais ninguém.
Saio do quarto, fechando a porta devagar, deixando-a dormindo
tranquilamente e sigo para a cozinha beber um pouco de água. Após encher
meu copo, na volta caminho para o quarto, encontro os pais de Manu na sala,
conversando baixo.
Karen me olha e suspira.
— Como ela está? — pergunta.
— Tentando ficar bem — respondo.
— E você? — Hector me fita.
— Tenho que ficar bem para ela — digo.
Eles assentem e Karen me pede para sentar perto deles. Ingiro minha
água e me sento de frente para eles.
— Estamos querendo passar alguns dias na nossa casa, em Malibu —
Karen comenta.
— Será bom para Manuela. — Anuí.
— Sim. Aqui em Nova York está um caos, não vamos ter tanto
sossego. E lá na nossa casa, é amplo, ela pode tomar um ar fresco, ir à praia
como ela gosta — Hector fala.
— Concordo com vocês.
— Estamos pensando em ir amanhã, mas queremos te pedir um favor.
— Hector me olha.
— Claro, o que quiserem.
— Vai ser impossível sairmos daqui sem passar pelos repórteres, mas
o prédio tem um heliponto. Podemos levá-la até o aeroporto de helicóptero,
mas se pegarmos um jatinho, a notícia vai se espalhar e todos irão atrás de
nós.
— Vocês querem meu jatinho? — Eles assentem. — Feito.
Conseguem o helicóptero?
— Sim. — Ele assente.
— Me diga o horário, para planejar o voo. Quem vai? — pergunto,
colocando o copo na mesinha de centro.
— Mila e Douglas tem dias dentro no departamento, e todos nós
vamos. Claro que sua família está convidada a passar esse tempo conosco. —
Karen me olha.
— Obrigado pelo convite. Eu quero ir com vocês, se permitirem, é
claro. Quero passar todo tempo possível com ela. — Peço.
— Claro, meu querido. Você é o namorado dela, e também teve sua
perda. — Karen segura minha mão. — Manuela vai precisar muito de você.
— E eu estou precisando dela. — Suspiro, fazendo uma pausa. Estou
cansado, fisicamente e mentalmente. A dor ainda está instalada dentro de
mim, e não sei quando isso vai passar. — Vou mandar preparar o jatinho,
vamos todos de helicóptero. Vou pedir aos meus irmãos para arrumar minha
mala e trazer o quanto antes, para partirmos. E creio que ninguém vai
suspeitar. Então quando chegarmos lá, vamos evitar sair, para não
chamarmos atenção — digo e eles concordam. — Liguem para os
responsáveis pela casa em Malibu, e peçam para agilizar tudo, para evitar
sair. A praia é privada?
— Sim, totalmente privada — Hector afirma.
— Então está tudo combinado, iremos amanhã — falo.
— Douglas já mandou retirar tudo do apartamento de Manuela, para
esvaziar — Hector me fala.
— Vai esvaziar? — Hector assente. — Mas ela voltará para cá?
— Sim, é o que queremos. Por enquanto ela vai ficar aqui, até estar
cem por cento recuperada, e até encontrarem o Enrico. — Karen me olha.
— Estou de acordo. Agora a segurança dela está em primeiro lugar.
— Meus sogros assentem.
— Sim. Obrigado por tudo, Demétrio, de verdade. Sei que está sendo
difícil para você também, mas estou feliz por estar ao lado dela. Está sendo
fundamental para ela — fala um pouco emocionado.
— Hector, eu amo a sua filha. Sou perdidamente apaixonado por ela,
faço tudo por ela, e nesse momento, ela é minha prioridade. Tive minha
perda, sim, mas quero fazê-la esquecer um pouco disso. — Sou sincero.
— É bonito como você a coloca no topo de suas prioridades, mesmo
estando triste pela perda. Fico feliz que ela tenha escolhido um homem de
verdade para estar ao seu lado, em todos os momentos. — Karen me olha
com os olhos marejados.
— Quero ser o homem que ela deseja ter, Karen. E ela quer um
homem parceiro que esteja com ela, que a apoie, que seja seu porto seguro.
Eu serei esse homem, serei tudo que ela precisa, em todos os momentos —
digo sério.
— Muito obrigada, Demétrio! — Ela se levanta e me abraça,
emocionada. — Obrigada por fazê-la feliz.
— Esse é o meu objetivo, deixar Manuela sempre com um sorriso. Eu
sou capaz de fazê-la feliz. Isso eu posso prometer. — A olho.
— Confio em você, Demétrio. Cegamente. — Assinto.
— Vou me retirar, para fazer a mala junto com Karen e descansarmos
para partirmos amanhã. Boa noite! — Hector se despede.
Cumprimento-os e assim que eles saem, retorno para o quarto.
Manuela ainda dorme agarrada ao travesseiro que eu estava dormindo,
suspiro, cansado e triste. Pego meu telefone e disco para o meu irmão mais
velho.
— Como está?
— Estou bem, Dom, na medida do possível.
— Espero que você e Manuela fiquem bem depois disso tudo. Precisa
de algo, irmão?
— Também espero. — Solto um suspiro. — Preciso que prepare o
jatinho para amanhã. Hector quer ir para Malibu, mas não quer ser visto pelos
repórteres que estão ao redor do prédio, então iremos de helicóptero até o
aeroporto.
— Ok. Vou ligar para deixarem o jatinho pronto.
— Arruma minha mala também, se eu sair daqui vai ter mais caos.
— Claro. Mais alguma coisa?
— É... Não combinamos, mas eu quero ficar esses dias com Manuela
em Malibu, e quero saber se você e Dimitri darão conta da empresa sem
mim? Quero me afastar por um tempo.
— Fique despreocupado, eu e Dimitri estávamos falando sobre isso
hoje, caso você quisesse espairecer com ela, porque vocês precisam desse
tempo, afastados de tudo.
— Obrigado, fratello. Eu vou levar meu MacBook, para qualquer
coisa eu resolver por lá também.
— Certo. Vá dormir e descansar, vocês estão precisando. E qualquer
coisa, pode nos ligar. — Suspiro, passando a mão no rosto.
— Obrigado, Dom. Amo você, irmão.
— Também amo você, fratello. Se cuida, e o que precisar, conte
conosco.
Capítulo 37

Volto para o quarto, e vejo Manuela saindo do closet, pronta para


subirmos até o heliponto. Ela está uma graça, mas sei o quanto está
cabisbaixa, assim como estou. Veste um conjunto de moletom e pantufas que
cobrem todo o pé, deixando-a uma graça. Seu cabelo ruivo está preso num
rabo de cavalo, e ela está sem maquiagem e nenhum acessório.
— Vamos? — A chamo.
Manuela me olha e assente.
— Seus pais já subiram, só falta nós dois — aviso.
Pega seu telefone, colocando no bolso da calça de moletom e pega um
dos travesseiros em cima da cama e saímos do quarto. Douglas e Mila já
foram na frente, saindo pelos fundos do prédio, ficando apenas nós dois e
seus pais. Saímos do apartamento, com os seguranças fazendo nossa escolta e
subimos uma escada que nos leva até o heliponto do prédio. Antes de
sairmos, pus o capuz do casaco de moletom dela sob sua cabeça, escondendo-
a de algum drone que com certeza está filmando aqui em cima, porque o
helicóptero é bem suspeito, e logo eles vão ligar os pontos de que Manuela
está saindo do prédio. E eu estava certo, tem uns quatro drones sobrevoando
o prédio, nos filmando. Escondo bem o rosto dela e vamos andando rápido
até o helicóptero.
Logo saímos do prédio e seguimos para o aeroporto. Enzo e Davi
estão conosco, porque são os melhores seguranças que eu tenho e confio
cegamente. Não demora muito até chegarmos no aeroporto e seguimos para o
jatinho. Suspiro aliviado, por saber que ninguém nos viu. Nos acomodamos
nas cadeiras, e esperamos o jatinho decolar. Após a permissão, retiramos
nossos cintos e peço uma água à aeromoça para Manuela poder tomar seu
remédio.
— Amor, quer se deitar? A viagem vai ser um pouco longa —
sussurro em seu ouvido.
— Estou com as pernas um pouco doloridas, acho que deitar na cama
vai ser bom. — Ela me dá um sorriso leve.
— Então venha. — A chamo.
Aviso aos seus pais que a levarei para a suíte do jatinho e eles
assentem, enquanto fazem um lanche. Douglas e Mila estão mexendo no
computador, trabalhando na busca por Enrico com o pessoal do trabalho, via
satélite. Abro a porta da cabine e dou espaço para ela passar e ela segue até a
cama.
— Trouxe seu MacBook? — pergunto.
— Sim. Está na mala de mão. — Se deita.
— Vou pegar e trago para você. — Beijo sua testa e me afasto.
Pego sua malinha de mão e levo para o quarto. Coloca-a em cima da
escrivaninha e a abro. Vejo uma necessaire com seus remédios que serão
necessários, uma outra bolsinha com seus produtos de rosto e corpo,
maquiagem, coisas de cabelo e a bolsinha do MacBook. Retiro-o de dentro e
coloco-o na cama e o ligo.
— Quer os fones? — A olho.
— Não. Dá para escutar bem sem os fones. — Ajeita os travesseiros
atrás de suas costas.
Após deixar tudo que ela vai precisar junto dela, fecho as janelas da
cabine, deixando o quarto mais escuro, com duas pequenas luzes acesas.
— Qualquer coisa você me chama, tudo bem? — Sento-me na cama.
— Obrigada. — Sorri para mim.
— Quer comer alguma coisa? — Acaricio sua mão.
— Estou sem fome, mas qualquer coisa eu aperto o botãozinho aqui,
para a aeromoça vir até aqui.
— Tudo bem. Pode me chamar, se quiser. — Me inclino e beijo sua
testa.
A viagem foi um pouco longa, mas tranquila. Conversei muito com os
pais dela, enquanto deixava Douglas e Mila trabalharem em paz, para não os
atrapalhar. Joguei baralho com Hector para passar o tempo, enquanto Karen
ficou um tempinho com Manuela na cabine. Alguns remédios que ela está
tomando, lhe dá sono e muito cansaço, então é sempre bom deixá-la
descansar bem. Perto do meio-dia, aterrissamos em Los Angeles, seguindo o
mesmo protocolo de segurança, para não sermos visto. Foram dois carros
para nos levar até a casa de praia dos pais de Manuela.
Enzo assumiu a direção do carro, passa pelos portões do condomínio
se identificando e seguimos até a casa. Descemos do carro e entro logo com
Manuela, para não chamar muita atenção. Nem tive muito tempo de reparar a
casa, pois um casal de terceira idade, se aproxima de nós, com um sorriso nos
lábios. Eles se apresentam como Gideon e Cecília, os responsáveis pela casa
quando os pais de Manuela não estão.
— Chegaram na hora certa. O almoço está quentinho. — Cecília sorri
e olha para Manuela, com uma carinha triste. — Como você está, criança?
— Estou bem, tia Cecília. Melhorando a cada dia. — Minha
namorada a abraça. — Esse é Demétrio, meu namorado.
— Olá, querido, prazer. — Cecília me abraça.
Sorrio gentilmente para ela. O senhor Gideon se apresenta e seguimos
para os quartos.
— Você vai ficar no quarto comigo? — Manuela pergunta, ao abrir a
porta do seu quarto.
— Só se você quiser. — Coloco nossas malas no canto da parede. —
Gideon me disse que há outros quartos disponíveis, caso eu queira.
Ela vem até mim e circula seus braços em minha cintura. Abraço e
beijo sua cabeça, mantendo seu corpo colado ao meu.
— Então fica — sussurra.
— Ficarei com você. — Apoio meu queixo na sua cabeça. — Você
está bem? Sente alguma dor?
Ela suspira e se afasta, indo em direção à cama. Ela repousa sua mão
na barriga e me olha.
— Só o vazio — murmura, desviando o olhar.
Vou até ela e me sento ao seu lado, seguro suas mãos e olho seus
olhos castanhos.
— Amor..., eu sei que ainda está recente tudo isso. Mal descobriu e o
perdeu, mas... nós vamos superar isso. — Enxugo uma lágrima solitária em
seu rosto. — Vamos superar isso, juntos.
Ela me puxa e me abraça.
— Não sei o que seria de mim sem você. Obrigada por estar comigo,
cuidando de mim, me apoiando... É tudo que eu preciso. — Sua voz sai
embargada.
— Ah, meu amor, eu sempre vou estar ao seu lado. Em todos os
momentos, eu sempre estarei lá por você. — Beijo sua cabeça. — Eu amo
você, mia bambina!
— Eu também te amo.

— Está gostoso? — Cecília me olha.


— Está muito bom. Você cozinha divinamente. — Sorrio para ela.
— Sei que adora filé mignon à parmegiana, e fiz especialmente para
você. — Ela sorri.
— Obrigada, Cecília. Você é um doce. — A abraço.
Ela se afasta e nos deixa a sós, para almoçarmos.
— Faltou só a Carina — comento, após beber meu suco.
— Ela vem na próxima semana, para ficar aqui com a Cecília —
Papai comenta, e olha Demétrio. — Quando seus pais vêm?
Demétrio termina de engolir sua comida e responde:
— Eles estão chegando hoje à noite aqui em Los Angeles.
— E onde vão ficar? — Mila pergunta.
— Temos uma casa em Bel Air, eles vão ficar por lá, junto com meus
irmãos. — Deme toma seu suco.
— Olha, se eles quiserem ficar aqui, tem quarto para todo mundo —
Mamãe diz.
— Obrigado, Karen. Tenho certeza de que vão querer passar alguns
dias aqui, conosco. — Meu namorado sorri, gentilmente.
Somos interrompidos quando Enzo e Davi, seguranças de Demétrio,
chegam na sala de jantar, acompanhados de Gideon. Gideon se retira e
Demétrio os olha.
— Algum problema? — Meu namorado pergunta.
— Não. Só para avisar que já estão especulando que Manuela esteja
aqui em Malibu. Além de terem visto vocês saindo de helicóptero, viram a
movimentação de seguranças aqui no condomínio e os carros — Enzo
informa.
Deixo o garfo cair na mesa, e coloco as mãos no rosto.
— Será que eles não podem me deixar em paz um minuto? — falo,
cansada. — Eu só quero um pouco de paz. É demais pedir isso?
Sinto a mão de Demétrio nas minhas costas, me passando conforto.
— Bom, pelo menos aqui, tudo é mais privado, com mais segurança,
ninguém entra sem identificação. E falamos com os seguranças do
condomínio, sobre não deixar ninguém vir para cá sem autorização, a não ser
as amigas de Manuela e sua família. — Escuto Davi falar.
— Obrigado! Por favor, façam o que puder para não deixar essas
sanguessugas entrarem. — Demétrio pede.
Tiro as mãos do meu rosto e bebo minha água.
— Perdi a fome. Com licença. — Retiro-me da mesa.

Estou sentada no deck, em uma das espreguiçadeiras, vendo o sol se


pôr na minha frente, escutando os barulhos das ondas, que tanto amo ouvir.
Me sinto sufocada, angustiada, triste, com raiva... tudo está querendo
explodir dentro de mim. E não quero fazer isso na frente de Demétrio, ele não
merece, de jeito nenhum. Ele tem cuidado de mim, ficando ao meu lado, se
afastou do trabalho para ficar comigo, e confesso que isso está sendo perfeito
para mim.
Eu teria o conforto dos meus pais, meu irmão, e até mesmo da Mila e
das minhas amigas, mas não seria igual ao conforto que Demétrio está me
proporcionando todos esses dias, após eu sair do hospital. Confesso que estou
extremamente abalada com a perda do meu filho, que eu tanto queria que
viesse ao mundo. Alguns podem até dizer que é frescura minha, que eu estava
grávida de poucas semanas, mas era um serzinho que estava dentro de mim,
crescendo. Não importa, estou sofrendo muito com isso.
Eu tento ao máximo não chorar na frente de Deme, porque ele
também sofre por mim e pela nossa perda. Ele queria ser pai, e se isso tudo
não tivesse acontecido, ele estaria feliz demais, nós estaríamos.
Enxugo uma lágrima que cai em meu rosto, quando escuto passos
vindo em minha direção. Subo meu olhar vendo Enzo se aproximando, com o
mesmo traje de sempre; terno preto e fones no ouvido, para se comunicar
com os outros seguranças. Ele se senta na espreguiçadeira ao meu lado, e
vejo uma arma no coldre.
— Está sozinha aqui... — fala.
— Às vezes, eu gosto de ficar só — comento.
— Como está? — pergunta.
— Olha Enzo, estou tão sufocada, me sinto presa, porque esses
repórteres não me deixam em paz, nem nesse momento triste que estou
passando. — Suspiro. — Mesmo não sabendo do aborto, tem a agressão
física que sofri, que também me deixou abalada. Ainda estou machucada com
tudo que aconteceu. Não é apenas dor física, emocional também.
— É complicado, Manuela. Infelizmente, o trabalho deles é esse,
buscar informações, mesmo sabendo da gravidade da situação. — Assinto. —
Mas fora isso, como está se sentindo?
— Ah..., tentando ficar bem. Ainda está recente, mas estou me
reerguendo a cada dia. Demétrio tem sido meu porto seguro, vem me
confortando todas às vezes que eu choro, quando estou com dor, e quando
preciso da sua companhia. — O olho. — Mas também eu tento ficar forte,
porque eu sei que no fundo ele também sofre.
Ele assente.
— Demais. Ele pode não desabar na sua frente, mas por trás ele
desaba. O vejo conversando com Douglas e ele conversa comigo e com Davi,
ele está arrasado, Manuela. Quando ele começa a conversar, ele nem termina
de falar e começa a chorar, se culpando por tudo que aconteceu. — Me olha
com seus olhos escuros.
— Como assim, se culpando? — pergunto, angustiada.
— Demétrio é um tipo de pessoa que odeia atrasos, tudo dele é na
hora certinha, no horário marcado. Só que... naquele dia apareceu um
imprevisto, ele recebeu uma ligação do trabalho, que tomou uma hora do seu
tempo. Demétrio ficou sem ter como te avisar, e é por isso que ele se culpa.
Ele se culpa, dizendo que deveria ter chegado no horário certo, como havia
combinado com você, de irem jantar fora. Se culpa por você ter perdido o
bebê... — O interrompo.
— O quê? Não! Ele não tem culpa — falo desesperada.
— Claro que ele não tem, mas ele se culpa. Porque ele acha que tudo
poderia ter sido diferente, se ele tivesse chegado cedo, como combinado —
fala, cabisbaixo.
Sinto lágrimas descerem em meu rosto.
— Agora chegou sua hora de confortá-lo, Manuela. Ele passou todo
esse tempo com você, te apoiando, mas se matando por dentro, se culpando
de algo que não teve culpa. — Suspira. — Agora Demétrio precisa de você.
Só estou te falando isso, porque Demétrio pode até ser meu patrão, mas
somos amigos e me preocupo com ele. Me preocupo com você, a tenho como
uma amiga, e nem posso imaginar a dor que estão sentindo. E Demétrio não
está bem, Manuela. Sério.
Assinto e me levanto.
— Onde ele está? — Passo a mão nos cabelos.
— Na praia. — Enzo se levanta e me olha. — Cuide dele, ele precisa
de você.
— Pode deixar.
Ando em direção à escada de madeira, que leva até a praia, e o vejo
sentado na areia, de cabeça baixa. Ando até ele sentindo o vento frio passar
pelo meu corpo, mas não ligo. Quando me aproximo, ele sente minha
presença e levanta a cabeça. Seus olhos estão vermelhos e lágrimas caem em
seu rosto. Me ajoelho na sua frente e ele desaba, chorando e soluçando.
Passo minhas mãos em seu corpo, chorando com ele, passando as
mãos nos seus cabelos.
— A culpa é minha — fala com a voz embargada, me abraçando. —
A culpa é minha. E-eu sou culpado pela perda do nosso filho...
— A culpa não foi sua, meu amor. — Abraço mais seu corpo,
sentindo-o trêmulo. — A culpa não foi sua.
— Eu deveria ter chegado cedo... E-eu... — O interrompo.
— Não foi sua culpa! Nada disso é sua culpa! — O conforto,
abraçando seu corpo trêmulo, escutando seus soluços sôfregos. — Não fique
assim, não se culpe por algo que você não fez. O único culpado disso tudo é
Enrico, não você. Você não fez nada.
Ele chora como um menino e abraça meu corpo, soluçando.
— Agora eu vou confortar você, como você fez comigo todos esses
dias — sussurro em seu ouvido. — Amo você, meu amor. Eu vou cuidar de
você, como você cuidou de mim.
Capítulo 38

Eu e Manuela estamos mais unidos do que nunca, todo esse tempo


que estamos na casa de praia dos pais dela, está nos fazendo bem. Manuela
desmarcou alguns compromissos que tinha, os desfiles que iria ter, porque
ainda não está cem por cento, pronta. Eu não fui para a empresa desde o dia
que ela saiu do hospital, estou fazendo tudo que posso por aqui. Participando
de videoconferências e fazendo algumas ligações necessárias, ainda bem que
posso contar com meus irmãos para tomar conta da empresa sem mim,
porque definitivamente, eu ainda não estou preparado para voltar à minha
rotina, sem saber se Manuela está segura.
Enrico ainda está por aí, solto, fazendo só Deus sabe o quê, e claro
que não vou me permitir voltar a minha rotina, sabendo que Manuela pode
estar em perigo. Por isso estamos todo esse tempo aqui. Os pais de Manuela
tiveram que voltar para Nova York para resolver coisas do trabalho, e suas
amigas vêm nos finais de semana para ficar um tempo com ela, distraindo-a.
O jatinho está sempre pronto para eles virem com mais segurança e conforto.
Douglas e Mila também voltaram para procurar por Enrico, não
descansam um dia sequer. E eu faço o mesmo aqui, o que me pedem estou
pronto para fazer, porque a segurança dela está em primeiro lugar para mim.
Minha equipe de segurança é bem qualificada e está pronta para qualquer
coisa, inclusive, estão ajudando meu cunhado e Mila com a busca de Enrico.
Meus pais vieram semana passada, para nos visitar, e nos chamaram
para ir para nossa casa em Bel Air. Eu recusei, porque aqui tem a praia que
Manuela gosta muito, não quero tirar isso dela agora. Os repórteres têm dado
uma trégua para nós, e ficamos mais aliviados com a saída da metade deles
da frente do condomínio.

Estou no deck, falando por mensagem com meus irmãos, quando vejo
minha namorada sair da piscina e vir até mim. Não temos feito nada, além de
dormirmos juntos. Rolou alguns beijos mais quentes, chegando a uns
amassos, mas ela sempre para, e eu concordo em não fazer nada. Ela está
precisando de um tempo a mais, para se recuperar totalmente, e eu não vou
forçá-la a nada. Vamos fazer quando ela tiver vontade de fazer, e vou esperar
até quando ela estiver pronta para mim. Recentemente ela começou a sair
mais do quarto, ou do deck onde sempre estava. Agora ela entra na piscina ou
no mar, e isso está me deixando feliz, saber que ela está se permitindo voltar
à sua rotina e viver um pouco.
Deixo o celular de lado, quando ela fica de pé ao meu lado. Pega sua
toalha e começa a enxugar seu corpo. Desço meu olhar, vendo seu corpo
ainda com algumas manchas, já sumindo de vez, mas sei que na cabeça a
ferida será permanente, nunca vamos esquecer o que aconteceu. Eu tenho me
dedicado cem por cento em cuidar dela, sempre verificando os horários dos
remédios que ela deve tomar, sempre passando pomadas em seu corpo, doido
para essas manchas saírem logo.
Manuela se senta na cadeira e pega o copo de suco que Carina fez
para ela, e leva o canudo até a boca, ingerindo-oco.
— Se divertindo um pouco? — A olho.
— É, a água está boa, não vai entrar? — Põe o copo na mesinha.
— Não. Daqui a pouco eu tenho uma ligação para fazer do trabalho.
Posso entrar à noite — sugiro.
Ela ajeita a toalha na cadeira e se senta melhor, apoiando seus pés na
mesinha de vidro.
— De noite está bem gelada. — Ela me dá um sorriso e põe os óculos
de sol.
— Posso te esquentar. — Me aproximo dela e beijo seus lábios.
— Engraçadinho. — Ela sorri, e faz um bom tempo que ela não ri
assim. — O que foi?
— É que... já faz um tempo que você não sorri assim, de um jeito bem
espontâneo. — Acaricio seu rosto.
— É que você me faz bem. Obrigada por me trazer de volta aos
poucos. — Mexe em meu cabelo.
— Obrigado você, por existir em minha vida! — Beijo seus lábios.

Estou com a cabeça a mil, pensando mil e uma coisas ao mesmo


tempo, mas estou com a minha decisão tomada. Manuela se remexe em meus
braços, sonolenta, e acaricio suas costas, fazendo-a dormir novamente. Ela
está deitada em meu peito, com sua mão repousada em meu pescoço e suas
pernas grudadas nas minhas.
Viemos dormir cedo, pois ela estava cansada e com sono, eu mesmo
sem sono vim com ela, para passar esse tempinho, juntos. Ela dormiu
enquanto um filme rolava na tv do quarto e eu estou acordado até agora, sem
um pingo de sono.
Meu celular vibra em cima da mesinha de cabeceira, estico meu braço
e o pego. Vejo uma notificação e destravo o celular.
Douglas: Está acordado?
Olho a hora e vejo que são três horas da manhã. Digito uma
mensagem para ele e envio.
Eu: Sem sono. Por quê?
O vejo digitar.
Douglas: Manu está dormindo? Se ela estiver, pode vir ao deck, me
fazer companhia?
Manuela se remexe em meus braços e sai dele, se deitando de lado,
agarrando o travesseiro, dormindo.
Eu: Vou até aí, só um minuto.
Douglas: Ok.
Travo o celular e olho Manuela, que está um pouco sonolenta. Me
inclino e sussurro em seu ouvido.
— Vou descer um pouco. Qualquer coisa você me liga, vou levar o
celular. Vou deixar o seu aqui do seu lado.
— Hum... tá bom — murmura, com a voz rouca.
— Amo você! — Beijo seu ombro.
Saio do quarto, fechando a porta devagar e desço as escadas indo em
direção ao deck. Vejo Douglas na cadeira numa área coberta, com um copo
de uísque na mão, com os pés apoiados na mesinha de centro.
— Bebendo a essa hora? — Aponto para seu copo, com um sorriso.
Ele bufa e empurra o copo para mim.
— Bebe aí. — Aponta para a garrafa.
Pego a garrafa e despejo o uísque no copo e me encosto na cadeira,
apoiando meus pés na mesinha, escutando a zoada das ondas do mar.
— Como ela está? — ele pergunta.
— Melhor. Nesses dias, ela teve uma boa evolução, entrou na piscina,
no mar, jogou baralho comigo... — Dou um gole no uísque. — Está voltando
aos poucos.
— Isso é bom — fala, encarando o copo.
— Está mais sorridente, lendo, assistindo tv... Tudo voltando aos
poucos.
Ficamos um tempo em silêncio, apenas escutando as ondas do mar e o
silêncio que se instala entre nós. Dou um gole do uísque e Douglas me olha.
— Não consigo dormir. — Quebra o silêncio.
— Eu também não. Enquanto não o encontrar, não terei sossego,
Douglas.
— Enquanto não o acharmos, papai concordou em ela ficar aqui. O
que você acha disso? — Me olha, ajeitando seus óculos de grau.
— Concordo. Aqui é mais seguro — digo.
— Ela não está cansada de estar aqui? — Me olha.
— Até agora ela não reclamou. Ela gosta daqui, Douglas, isso deu
para perceber. — Ele assente. — Mas se ela estiver cansada daqui, se você e
seu pai concordarem, posso levá-la para minha casa, em Milão.
— Não discordo. Quanto mais longe, melhor — ele diz.
— Lá é bem mais amplo, só não tem a praia, como aqui tem. Mas fora
isso, é totalmente monitorado — explico.
— Vamos deixá-la aqui por enquanto. Se vermos que ela está em um
risco maior, tenho certeza que o papai vai concordar de ela ir para Milão —
fala.
Assinto e dou outro gole no uísque.
— Douglas, você acha que irão achá-lo? — O olho.
— Por que está perguntando isso? — pergunta, me fitando.
— Posso ser sincero com você? — Deixo meu copo na mesinha.
— Deve.
Assinto, passando a mão na minha barba.
— Às vezes a lei não é suficiente. Não me entenda mal, de forma
alguma. É que fazemos tanto o certo que não é suficiente. Muitos fazem por
trás, onde podem descontar sua raiva, o que a lei não permite — falo, olhando
em seus olhos.
Douglas franze a testa e se senta melhor na cadeira, se aproximando
de mim.
— O que você sugere, Demétrio? Que procuremos por ele e façamos
sei lá o quê? — pergunta.
— Olha..., se eu não conhecesse alguém, com certeza daria uma lição
nele com minhas próprias mãos. — Ele me observa. — Você concorda? Você
quer dar uma lição nele, Douglas? Uma lição, que legalmente não seria
aprovada.
Ele fica me observando, calado.
— Pode dizer, Douglas. Aqui só está eu e você, pode ser sincero
comigo. — O incentivo.
Ele segura forte o copo em sua mão e assente.
— Olha Demétrio, já vi muitos casos desse que minha irmã passou,
mas não senti tanta raiva como estou sentindo. Queria poder fazer muitas
coisas, mas o meu distintivo me limita. Mas como se trata da minha irmã,
meu sangue... — Ele cerra os olhos. — Sim. Eu concordo com você, em fazer
algo fora da lei para puni-lo.
— Ótimo. Perfeito, Douglas. Porque eu conheço alguém que poderá
nos ajudar com isso — digo.
— Quem é essa pessoa? Ela é confiável? — pergunta.
— Pode ficar despreocupado, Douglas. Essa pessoa é confiável e
poderá nos ajudar. — Retiro meu celular do bolso.
— Quem é essa pessoa? — questiona.
— Já ouviu falar da Máfia Lancaster? — O olho.
Douglas arregala os olhos.
— Puta merda, Demétrio! Máfia? Você está louco em se meter com
essa gente? — sussurra, para ninguém escutar.
— Fique calmo, eu sei com quem eu vou falar. — Ele mantém seus
olhos arregalados. — Irei falar diretamente com o Boss da Máfia Americana.
— Meu Deus! Você enlouqueceu, só pode. — Se levanta e começa a
andar de um lado para o outro.
— Douglas, para de andar e me escuta. — Levanto-me e ele me olha.
— Se você acha que o FBI não vai achar o Enrico, e deixar sua irmã ainda
em perigo por causa dele, tem que deixar o distintivo de lado e seguir com
isso. Se você não concorda, não posso fazer nada. Eu vou falar com ele, e
farei o que tiver de fazer.
— Você é louco. — Passa a mão no cabelo. — Eu, como agente do
FBI, de frente para o mafioso mais procurado por anos? Ninguém sabe da
identidade dele, ninguém sabe se é homem ou mulher... Merda, Demétrio, é
difícil. — Anda de um lado para o outro. — Eu deveria prendê-lo, não ficar
de conversinha com ele.
— Como eu falei, Douglas, se concordar com isso, tem que deixar o
distintivo de lado e ir junto comigo, encontrar com ele, como irmão dela e
não como um policial — digo.
Douglas fica me olhando por um tempo, passa a mão no rosto e solta
palavrões.
— Tá! Fala com ele. Só vou fazer isso por causa da minha irmã,
Demétrio. Por ela eu faço qualquer coisa, e espero que isso não dê em merda
— avisa.
— Douglas, você não vai se arrepender. Ele não deixa rastros, e sendo
um amigo distante meu, ele não vai nos prejudicar — falo.
Procuro o nome do Boss no meu celular e disco para ele.
— Ciao[21], Demétrio. — Ele atende.
— Ciao, Hugo. Como vai?
— Vou bem, Demétrio. A que devo a honra da sua ligação? Se me
ligou, é realmente algo que precise de mim.
— E preciso, Hugo. Urgentemente.
— Soube que está em Los Angeles. Tenho negócios a resolver aí
amanhã, pode me encontrar naquele hotel, onde nos conhecemos?
— Claro. A que horas?
— Após o meio-dia. Chegarei nesse horário, e darei prioridade ao
que precisa.
— Obrigado, Hugo.
— Soube o que sua namorada passou. É sobre isso?
— Exatamente isso.
— Levarei uma pessoa comigo.
— Só quero resolver um problema. Mas não vou tomar seu tempo,
Hugo. Amanhã nos falamos.
Nos despedimos e desligo o telefone.
— Caralho. Se eu chegar no trabalho e dizer que fiquei cara a cara
com o mafioso mais procurado dos Estados Unidos, ninguém vai acreditar.
— Douglas me olha. — Ninguém nem sabe a identidade do mafioso,
Demétrio. Todos os rastros que seguimos são completamente apagados, como
se ele gostasse de nos fazer perder tempo, procurando por ele, brincando
conosco, gozando da nossa cara. Tem noção disso?
Sorrio sabendo que isso é a cara do Hugo. Quando está de bom
humor, é claro.
— Sei que o agente quer explodir dentro de você, mas se controle.
Não podemos se quer falar sobre isso. Ninguém precisa saber. — Douglas
assente. — Nem nossos pais, Mila e muito menos Manuela saberão disso,
muito menos meus irmãos.
Por[CB1] ela eu sujo minhas mãos. Por ela e pela minha família,
faço qualquer coisa. Se for preciso matar para protegê-la, eu faço sem
hesitar.
Capítulo 39

Escolho um biquíni simples e me olho no espelho, vendo as poucas


manchas roxas em meu corpo, desaparecendo por completo. Eu não estou tão
triste como antes, agora estou seguindo em frente, aceitando o que de fato
aconteceu. Que foi trágico. Está recente, e talvez eu nunca mais seja a
mesma. A dor de perder um filho é grande, e uma parte de mim, foi levada.
Me sinto assim, uma metade, que a outra foi arrancada de uma forma
desumana e cruel. Eu e Demétrio estamos bem, ele não está se sentindo
culpado como antes e me sinto aliviada por isso. Tirei isso dele, trazendo o
homem que eu amo de volta. Nós nos amamos, e precisamos um do outro,
como precisamos de ar para respirar.
Escuto a porta do meu quarto sendo aberta e Demétrio passar por ela.
— Vai para a piscina? — Fecha a porta, atrás de si.
— Vou à praia com Mila — respondo, com um sorriso.
Ele se aproxima de mim e circula seus braços em minha cintura,
apoiando seu queixo no meu ombro, mantendo seus olhos em mim, através
do espelho.
— Você é linda, sabia? — Beija minha bochecha.
— Você também é. — Sorrio, entrelaçando nossos dedos.
Ele beija meu ombro.
— Vou precisar sair com Douglas após o almoço — avisa.
— Aonde você vai? — Viro-me e olho para ele. — Algum problema?
Acharam o Enrico?
Ele segura meu rosto e beija minha testa.
— Coisa minha e dele — responde, ajeitando meus cabelos.
— Devo me preocupar? — Olho para ele.
— Não, Bambina. Quero você despreocupada. — Beija meu nariz. —
Deixe isso comigo, com ele e seu pai. Não quero envolver você com nada.
Suspiro e assinto.
— Não vai ficar para almoçar? — Ando até a minha cama, para pegar
minha bolsa de praia.
— Eu vou almoçar com você, sim. — Ele pega minha bolsa e
entrelaça nossos dedos, saindo do quarto.
Descemos as escadas e ele me leva até o deck, onde Mila está me
esperando.
— Se divirta. — Beija meus lábios.

— Nossa, estava com saudade daqui. — Mila, retira seus óculos de


sol.
Mila está deitada de barriga para baixo, pegando um bronze na parte
de trás do seu corpo, com os cotovelos na toalha, mexendo no celular.
Demétrio pediu para ela se divertir um pouco, já que o FBI está atrás do
Enrico. Eles merecem uma folga pelo grande trabalho que estão tendo.
— Eu também estava com saudade de um sol — digo.
— Suas manchas estão quase imperceptíveis, né? — comenta.
— Sim. Faz parte da rotina de Demétrio cuidar do meu corpo três
vezes ao dia. — Travo o celular, colocando-o dentro da bolsa.
— Ainda bem que ele está cuidando direitinho de você — comenta.
Viro-me e me sento em cima da toalha, e pego a garrafinha de água
levando-a até a boca.
— Oh, Manu..., se eu te contar uma coisa, você jura segredo? — Ela
me fita.
— Você sabe que sim. — Fico de frente para ela.
Ela suspira e coloca o tubinho de protetor em cima da toalha.
— Estou atrasada já faz duas semanas, Manu. Eu sinto meus peitos
maiores, até Douglas notou — fala com cautela.
— Então você suspeita que está grávida? — Dou um sorriso.
— Assim..., não é segredo para ninguém que eu e Douglas queremos
ser pais. Já estávamos planejando parar de tomar meu anticoncepcional,
assim que a gente se casasse — explica.
— Sim. Mas vocês vão casar daqui a duas semanas — digo.
— É, eu sei. Estou bem ansiosa. — Ela sorri para mim. — Se eu
estiver grávida mesmo, Douglas vai adorar.
Assinto com um sorriso, imaginando Demétrio recebendo a notícia do
bebê que...
— Merda. Eu não queria te falar isso, por causa do que aconteceu —
fala apressadamente. — Desculpa. Mas eu queria te falar, porque você é a
minha única amiga.
— Mila, eu estou feliz demais. Eu vou ser tia! — Seguro suas mãos.
Ela sorri, com seus olhos marejados.
— Douglas vai ficar muito feliz. — Ela assente. — Já fez o teste?
— Eu comprei ontem, quando fui ao shopping comprar aquela bolsa
que você me pediu. — Assinto. — Mas ainda não fiz.
— Quer que eu fique com você, enquanto faz? — pergunto.
— Quero sim. Estou nervosa demais. — Prensa os lábios.
— Então vamos entrar, você pega o teste e vamos ao banheiro —
digo.
Assim que chegamos em seu quarto, eu tranco a porta, para Douglas
não entrar e ver Mila fazendo o teste. Após Mila fazer o teste e esperar os
minutos que é preciso, ela pega e sorri.
— Deu positivo. — Me abraça.
— Ah, Mila, estou tão feliz. Parabéns, amiga! — Abraço forte.

Almocei com Manuela, como havíamos combinado e após o almoço,


eu e Douglas vamos até o lugar que Hugo pediu para me encontrar com ele.
O hotel é luxuoso, em frente à praia de Santa Mônica. Após me
identificar na recepção, liberam nossa entrada para a suíte onde Hugo está
hospedado. Assim que saímos do elevador, vejo dois homens fazendo a
segurança da porta do quarto, onde Hugo está. Ambos vestem ternos, com
tatuagens pelo pescoço e nas mãos. Eu e Douglas paramos em frente à porta.
— Hugo está me esperando. Sou Demétrio. — Me apresento.
Um segurança olha para Douglas, que está inquieto.
— E esse aí? — O segurança olha para ele, todo sério.
— Meu cunhado, Douglas — falo.
Eles assentem e abre a porta. Entramos no quarto todo luxuoso e vejo
outro segurança dentro do quarto, com um cigarro entre os dedos.
— Me acompanhem. — Ele acena.
Ele se dirige para as portas duplas e as abre, dando total acesso para
nós. Após passarmos pela porta, vejo Hugo Lancaster atrás da mesa,
acomodado em sua cadeira, com um cigarro nos dedos, olhando para mim e
Douglas.
Hugo Lancaster, um dos mafiosos mais procurados da américa, um
homem frio e calculista, que comanda mais da metade dos Estados Unidos,
ocupa uma das cadeiras da máfia Lancaster, juntamente com seus irmãos,
Anthony e Eric. Não tenho medo dele, ele nunca me fez mal, desde que não
se meta com ele e com seus negócios. Hugo é visto pela sociedade como um
bilionário, que herdou a joalheria do seu pai. Hugo é um mafioso que não
deixa rastros, paga seus impostos como o governo impõe, e se esconde atrás
da grande empresa de joias, escondendo quem realmente é, um mafioso cruel.
— Ciao, Demétrio. Que bom revê-lo. — Ele se levanta, com sua
postura séria.
Põe seu cigarro no cinzeiro e vem até mim, aperta minha mão e me
puxa para um abraço forte.
— Como vai, Demétrio? — Me olha, com seus olhos cinzentos e
frios.
— Vou ficar melhor, depois que conversarmos — digo.
Ele assente e desvia o olhar do meu, e fita meu cunhado, que não para
de olhar para ele. Dou um olhar para Douglas, para parar de encará-lo.
— Quem é ele? — Hugo pergunta.
— Esse é meu cunhado. Douglas, esse é Hugo — os apresento.
Hugo estende a mão para ele, cerrando os olhos e Douglas demora
alguns segundos para finalmente retribuir o aperto de mão.
— Deixe-me adivinhar. Agente do FBI? — Hugo me olha sério, e
volta para a sua cadeira.
— Hugo..., ele é o irmão da minha namorada.
Hugo acena para nos sentarmos. Após nos acomodar, Hugo pega seu
cigarro de volta do cinzeiro e o leva até a boca. Apoia seus braços na mesa e
se aproxima de nós.
— Eu não faço negócios, acordos ou favores com pessoas da lei,
Demétrio. — Solta a fumaça na cara de Douglas.
Meu cunhado tosse pelo excesso de fumaça em seu rosto, mas se
mantém calado.
— Hugo. — Ele me olha, com seus olhos sem brilho algum, sem
sentimentos. — Ele não está aqui como agente do FBI, ele está aqui como
irmão da minha namorada.
Hugo fica me olhando e se encosta na cadeira. Hugo é um homem que
faz questão de demonstrar frieza a todos, para terem medo dele, mas eu não
tenho, e ele sabe disso.
— Olha Demétrio, eu não me meto com ninguém da polícia. Você
sabe muito bem disso... — O interrompo.
— Por favor, Hugo, ele não vai fazer nada — insisto.
Douglas faz um zoada na garganta, chamando a atenção de Hugo.
— Hugo, eu não vou fazer nada. Pode confiar em mim, se não confia
em mim, confie no seu amigo aqui ao meu lado. Se ele me trouxe aqui, é por
minha irmã. — Hugo se mantém calado, observando friamente meu cunhado.
— Não estou aqui com distintivo e muito menos fardado. Estou pedindo de
coração aberto aqui, como o irmão da Manuela.
Hugo cerra os olhos e assente. Ele me olha, como um bom observador
e se apoia na mesa.
— Gosto de você, Demétrio, eu sei que posso confiar em você. Nunca
abri exceções, e vou abrir a minha primeira e última, por sua causa. —
Aponta o dedo para mim.
— Obrigado! — Agradeço.
A porta se abre atrás de nós e olhamos para ela, vendo uma mulher
estonteante passando por ela, vestindo roupas de couro. Cabelos castanhos,
presos em um rabo de cavalo, seus olhos azuis demonstram frieza, como os
de Hugo. Ela nos cumprimenta apenas com um aceno e vai até Hugo. Vejo
Hugo sorrir para ela, e um brilho que nunca tinha visto em seus olhos,
aparece quando ela se aproxima dele. Olhando-a bem, agora me recordo dela.
É Natasha, esposa de Hugo. Eles se casaram há três anos, e Hugo se recusou
a me chamar para a cerimônia, alegando que só iria ter pessoas do conselho
da máfia e outros mafiosos. Ele não queria nenhum inocente no meio do caos,
caso viesse a ocorrer.
— Você deve conhecê-la, não é? — Assinto. — Querida, esse é
Demétrio, e Douglas, cunhado dele.
Ela aperta nossas mãos, com um sorriso contido e volta a ficar
próxima de Hugo. Hugo me pede para falar o que de fato aconteceu com
Manuela, e sobre o Enrico.
— Esse aqui é ele. — Entrego uma foto dele a Hugo.
Hugo analisa a foto e a entrega a Natasha.
— Sabia que ele está devendo meio milhão de dólares para mim? —
Hugo me fita.
— Enrico Tanner nos procurou recentemente pedindo um
empréstimo. Não fazemos isso, sem pesquisar sobre ele e a família. —
Natasha me devolve a foto. — Ele veio preparado de alguma forma para nos
convencer.
— Quando foi isso? — Douglas pergunta.
— Há algumas semanas — Natasha responde.
— Dias antes do acontecimento com sua namorada — Hugo fala. —
Ele veio com um papo de que, se não conseguisse pagar a quantia, tinha um
outro meio de nos pagar.
— Que meio era esse? Porque Enrico tem condições financeiras
razoáveis — Douglas comenta.
— Aí é que está, Douglas. Ele queria entregar uma tal de Amy, como
forma de pagamento, para o nosso clube — Natasha responde.
— Amy? A meia-irmã dele? — pergunto, franzindo a testa.
— Ela mesma. Ele tem até a próxima semana para quitar a dívida, e
até agora nada. — Natasha me fita. — Vocês sabiam que ele e Amy tinham
um caso?
— Um caso? — Douglas arregala os olhos. — Eles são irmãos do
mesmo pai, tem o mesmo sangue.
— Pois é, eles têm um caso há mais de um ano. — Natasha apoia suas
mãos na mesa.
— Puta merda! Então enquanto ele estava com minha irmã, ele estava
fodendo a própria irmã? Que tipo de homem é esse? — Douglas se exalta.
— Foi o que eu pensei. Ele não sente nenhum tipo de afeto por ela,
tanto é que ele a fez assinar uns papeis sem ela saber, que viria de espontânea
vontade ser uma das prostitutas do clube.
— E ele falou para que seria esse dinheiro? — pergunto, contendo a
minha raiva.
— Ele não falou, mas o investiguei. Ele comprou uma casa em Aspen,
longe de tudo — Natasha responde.
— A intenção dele era levar sua namorada para longe de todo mundo,
Demétrio. — Hugo me olha.
Levanto-me da cadeira, sentindo um nó na garganta.
— Vocês sabem onde ele está? — pergunto, olhando para eles.
— Sim. Ele está neste exato momento em uma casa abandonada no
Queens, em Nova York — Hugo responde.
Hugo se levanta e fica de frente para mim e Douglas.
— O que você exatamente quer que eu faça? — pergunta, friamente.
Douglas me olha, acenando para eu falar. Volto meu olhar para Hugo.
— Quero que vocês o achem, e façam o que tiver de fazer, para ele
ficar longe de Manuela. — Peço, trincando os dentes.
— Ah, meu amigo, seja mais direto. — Ele pede, provocando.
— Podem torturá-lo e matá-lo, não me importo. Só o tire das nossas
vidas. — Olho para eles.
Natasha sorri e vem até nós.
— Minha esposa aqui, vai adorar brincar com ele. — Hugo sorri para
ela. — Natasha adora torturar homens que abusam e batem em mulheres, não
é amor?
— Com certeza. Irei fazer picadinho dele. — Ela me fita, cruelmente.
Assinto e olho para Hugo.
— O que preciso fazer? — pergunto, convicto.
— Você não fará nada. Não quero você metido nisso. Você é um
homem bom, Demétrio, não quero suas mãos sujas. — Hugo aperta meu
ombro. — Você não me deve nada, além de uma fragrância exclusiva da sua
empresa para a minha esposa. E com isso estamos quites.
— Mas... — Ele me interrompe.
— Não vou deixar você sujar suas mãos por quem não merece. Deixe
o trabalho sujo conosco e vá cuidar da sua mulher. Confie em mim, Enrico
terá o que merece.
Por mais que Hugo tente me convencer disso, eu sei que de alguma
forma minhas mãos estão sujas, a partir do momento em que eu pedi que o
matasse. Mas eu não ligo, é um segredo que vou levar para o túmulo. Eu faço
qualquer coisa para protegê-la.
Capítulo 40

Estou com um vestido lindo para o casamento de Mila e Douglas, que


vai acontecer na casa dos meus pais, em Hamptons. Estou feliz demais por
eles, e sinto-me mais feliz por terem me escolhido para serem uma das
madrinhas do casamento e madrinha do bebê deles junto com Demétrio. Ele
negou no início, com vergonha, mas Douglas insistiu, e Deme acabou
aceitando o pedido de ser padrinho do bebê e do casamento.
Meu vestido é simples, um rosa bem clarinho. Ele é longo, forrado e a
saia toda em tule. No cabelo eu quis fazer uma trança lateral, e uma
maquiagem leve finalizando com o batom vermelho. Demétrio está de terno
cinza, como os demais padrinhos. O casamento foi lindo, derramei algumas
lágrimas, né. Demétrio me olhava de um jeito, que queria me falar algo, e
quando ele fica assim, é porque é algo sério.
Após toda a sessão de fotos com os padrinhos e os noivos, vamos para
a parte da festa, que está linda demais. Várias mesas ocupadas e algumas
pessoas dançando pelo salão. Bebidas e comidas sendo servidas. Demétrio se
aproxima da mesa, me olhando com um sorriso lindo nos lábios. Se abaixa e
fica na minha altura.
— Vamos dançar? — Segura minha mão.
Dou um gole no champanhe e assinto. Ponho a taça na mesa e me
levanto, com nossas mãos unidas. Ele me leva até o meio do salão, que está
tocando uma música lenta, repousa suas mãos na base da minha coluna e
envolvo meus braços em seu pescoço, aproximando nossos rostos, iniciando
uma dança lenta.
— Você está muito linda — sussurra em meu ouvido.
Dou um sorriso quando ele aproxima seu rosto do meu, roçando sua
barba em mim.
— Você já disse isso — digo.
— Mas eu nunca vou me cansar de falar. — Beija minha bochecha.
— Você também está lindo. — Dou um sorriso.
Apoio meu queixo em seu ombro e ficamos dançando por um bom
tempo, e me faz pensar em Amy, a mulher que considerei uma amiga de
verdade, que confidenciei tudo e mais um pouco sobre minha vida. A mulher
que disse ser minha melhor amiga, estava transando com o meu ex o tempo
todo, eles tinham um caso. Além de ter sido baixo, é nojento. Eles são
irmãos, filhos do mesmo pai, tem o mesmo sangue. Isso é escroto, nojento...
Eca. Isso é... doentio. Quem se relaciona com seu irmão?
Afasto esse pensamento, porque estou tão magoada com isso. Agora
eu entendo o motivo de Amy não ter me ligado quando eu e Enrico
terminamos, e também depois do que Enrico fez comigo, ela nem me deu um
telefonema sequer, para saber como eu estava, se eu estava bem ou precisava
de algo. Ela sumiu do mapa, assim como Enrico, que até agora não foi
encontrado, e eu continuo cercada por segurança até para ir ao banheiro. Mas
nada importa, eu tenho Demétrio ao meu lado.
— Você quer um assim? — Demétrio me tira do meu devaneio.
— O quê? — pergunto, olhando ao redor.
— Um casamento bonito, com nossas famílias... — Cheira meu
pescoço.
— Você quer casar? — Paro a dança e o olho.
— Claro que eu quero. Você não quer construir uma família comigo?
— pergunta, me fitando.
Suspiro.
— Sim, eu quero, só não imaginava que você queria tão cedo..., sei lá
— digo.
Ele tira uma mecha de cabelo do meu rosto e olha em meus olhos.
— Vem comigo. — Segura minha mão.
Após chegarmos no jardim, andamos em direção ao Gazebo, subimos
os degraus e paramos no meio dele. O gazebo da casa dos meus pais, é lindo.
— Sabe, Bambina... Eu sempre quis um relacionamento — começa a
falar —, eu sempre quis uma mulher madura, séria quando fosse preciso, uma
mulher dedicada, gentil, educada e reservada. Nunca quis uma mulher que
chamasse atenção, e que invadisse minha privacidade para ser escancarada
para a sociedade. Você sabe que eu sou um homem reservado.
— Eu sei disso. — Assinto.
— Por isso eu escolhi você. Antes, eu vivia minha vida de solteiro
sem me preocupar, mas claro preservando minha vida pessoal. Fiz muita
coisa quando eu era solteiro, mas nunca deixei de lado o que eu queria, um
relacionamento estável que levasse algo para o futuro. — Coloca as mãos nos
bolsos. — Quando eu a vi pela primeira vez na calçada do prédio, senti que
eu precisava estar com você, tocar em você, conhecer você.
Sorrio, sentindo meu rosto corar.
— A partir daquele dia você não saiu da minha cabeça, sequer por um
minuto. Hannah tinha comentado que era louca para te conhecer, e que você
estaria no jantar dos Campbell. Aí eu pensei: por que não? Era uma
oportunidade única de me chegar a você. — Ele sorri, olhando para mim. —
Eu apostei com Hannah, que ela não iria falar com você.
— Por quê? — Sorrio.
— Porque eu sabia que isso iria acontecer. Sabia que, se ela falasse
com você, ela iria me chamar na sua frente e iria esfregar na minha cara que
tinha conhecido você. E foi o que aconteceu.
— Muito esperto você. — Sorrimos.
— Era a única oportunidade, e eu não iria deixar passar. Eu soube que
você namorava, mas eu liguei o foda-se e deixei rolar, eu poderia fazer você
se apaixonar por mim. — Ele suspira e olha o mar ao longe. — E foi o que
aconteceu, eu consegui fazer você se apaixonar por mim, como eu sou
apaixonado por você.
— Se sente orgulhoso disso? — Me aproximo dele.
— Sim. Me sinto orgulhoso, mas mais que isso, me sinto honrado,
sortudo de ter você ao meu lado. Uma mulher linda, incrível, generosa,
atenciosa... e várias outras qualidades. — Ele segura minha cintura. — Eu
sou completamente apaixonado por você, Manuela Peterson, já faz um bom
tempo e eu nunca escondi isso, faço questão de demonstrar isso a você, a
cada minuto do dia.
Sinto meus olhos marejarem.
— Você merece o melhor, um homem que fique ao seu lado em todos
os momentos, que te ame como deve ser amada, que te trate como uma
rainha, que lambe o chão onde você passa, que a faça sorrir em todos os
momentos. Você merece isso e muito mais. — Ele me fita com seus olhos
azuis, pelo qual sou apaixonada. — E eu sou esse homem, Manuela. Eu sou o
homem que você quer que eu seja.
Lágrimas escorrem em meu rosto.
— Se você quer um cafajeste na cama, eu serei, a amarrarei na cama e
faremos um sexo selvagem. Se você quer que eu seja delicado e amoroso,
faremos amor com troca de carinhos e beijos. Se você quiser receber flores,
eu darei o buquê mais lindo que existir. Se você quer receber tapas na bunda,
eu faço questão de surrá-la. — Meu rosto cora. — Mas eu sempre amarei
você, de todas as formas possíveis e impossíveis.
Ele se afasta de mim, enfia a mão no bolso e retira uma caixinha
vermelha e se ajoelha à minha frente, me fazendo soluçar. Coloco a mão na
boca, reprimindo o choro, quando ele abre a caixinha revelando um lindo
solitário.
— Eu te amo, Manuela. Você foi feita para mim de todas as formas.
Eu preciso de você, como preciso de ar para respirar. Preciso de você ao meu
lado, do seu amor e do seu carinho. Quero ser o homem ideal para você, meu
amor. Então eu te pergunto: você aceita se casar comigo?
Solto um soluço mais alto, e me ajoelho.
— Eu aceito. Claro que eu aceito. — Ele sorri e me beija.
Nos levantamos, com nossos lábios encostados e ele nos gira, nos
fazendo sorrir.
— Eu te amo demais — sussurro, acariciando sua barba.
Ele retira o solitário da caixinha e coloca em meu anelar.
— Eu sabia que iria ficar perfeito em você. — Olha o anel em meu
dedo. Ele me fita, com os olhos marejados. — Você agora é minha noiva.
Sorrio e beijo seus lábios.
— Meu Deus... O papai, a mamãe, eles vão adorar... — Ele me
interrompe.
— Eles já estão adorando. — Acena olhando para trás de mim.
Giro meu corpo, vendo meu irmão abraçado com Mila, meus pais e
várias pessoas que presenciaram o pedido de casamento.
— Eles sabiam de tudo. — Demétrio fica ao meu lado.
Sorrio e choro ao mesmo tempo, quando meus pais vêm até nós e nos
abraça. Mila e Douglas também nos felicitam, como os meus cunhados, meus
sogros, Hannah... todos.
— Eu não podia pedir a sua mão, sem a permissão do seu pai e do seu
irmão. — Demétrio me olha.
— Eu sei que você está em ótimas mãos. — Papai me abraça.
Olho para Demétrio e seguro sua mão.
— Eu escolhi o homem certo para passar o resto da vida comigo. —
Lágrimas caem em meu rosto.
Ele as enxuga com seus dedos e me olha profundamente.
— E eu escolhi a mulher certa para passar o resto da vida comigo.

Aproveito que estou em Nova York, e vim ver como a loja está
funcionando. Deixei Manuela na minha cobertura, ainda dormindo, para ver
como estão as coisas. Enquanto estou aqui, ela está no meu apartamento,
dormindo todas as noites, e eu estou adorando isso. Sei que o nosso
casamento não vai ocorrer assim, depressa. Vamos ficar noivos por um
tempo, não estamos com cabeça para organizar um casamento. Claro que
vamos ter uma equipe para fazer tudo isso, mas eu sei que Manuela vai
querer participar de cada detalhe, e vou estar ao lado dela. Estamos bem
assim, noivos, aproveitando um ao outro.
Eu viajo para Nova York, ela vai a Milão, conversamos todos os dias
por telefone..., está sendo maravilhoso. Nós dois estamos nos esforçando para
nosso relacionamento dar certo, e estamos mais fortes do que nunca. O
pedido de casamento veio a público, e todos ficaram sabendo que estamos
noivos, mas como o combinado de todos de nossa família, a história do
aborto está confidenciada a nós, isso nunca virá a público.
A minha vinda à empresa, não foi só para ver como está e sim, porque
Hugo Lancaster virá para me falar sobre Enrico. Manuela sabe sobre Amy e
Enrico terem tido um caso, que a deixou magoada demais, mas sobre o que
pedi a Hugo em relação ao Enrico, ela nunca irá saber. Um segredo que eu e
Douglas vamos levar para o túmulo.
Escuto baterem na porta e em seguida ser aberta. Uma moça aparece
nela.
— Senhor D’Saints, Hugo Lancaster chegou — avisa.
— Mande-o entrar, por favor. — Peço.
Ela se retira e eu me levanto indo em direção à porta, quando Hugo
aparece vestindo seu terno impecável, seus cabelos negros perfeitamente
penteados e seus olhos cinzas frios. O cumprimento e nos sentamos no sofá.
Peço à secretária para trazer a bebida para Hugo.
— Aqui. — Ele me entrega um envelope.
Pego o envelope da sua mão e o abro.
— Aí dentro está o pen drive com a filmagem do que minha esposa
fez com ele. — Hugo abre um sorriso, orgulhoso. — Mas tem uma outra
coisa que Enrico iria usar contra sua mulher, que você não vai gostar.
— O que é? — Franzo a testa.
— Coloque o pen drive no computador. — Ele pede.
Levanto-me e sento-me na minha cadeira, injetando o pen drive na
entrada USB do computador. Hugo se senta em frente à minha mesa, quando
a secretária entra e nos serve com doses de uísque e se retira do escritório. A
pasta automática se abre e vejo alguns vídeos nele.
— Veja o vídeo um. — Pede.
Clico e a tela se abre, justamente na hora que eles estão transando.
Meu sangue ferve em minhas veias e meus punhos se fecham. Olho para
Manuela que não está nem um pouco à vontade, nem geme, nem fala, está
totalmente imóvel, como uma porra de uma boneca de pano. Ele a está
estuprando? É isso mesmo que estou vendo? Ai, meu Deus!
— Que filho da puta! Ele iria usar isso contra ela? — Rosno.
— Provavelmente, Demétrio — Hugo responde. — Ele não teria esse
vídeo para nada, não é? Com certeza ele iria usar para chantageá-la, para
ficarem juntos. Meus homens foram até o antigo apartamento dele e
encontraram esse vídeo no computador dele.
— Foi feito cópias? — Trinco os dentes.
— Não. Meu hacker investigou e não houve cópias, é apenas esse
vídeo, que estava codificado. Também procuraram algo que prejudicasse
você ou Manuela, mas nada foi encontrado. — Ele bebe seu uísque.
Suspiro aliviado.
— No telefone dele encontramos conversas dele com Amy, Demétrio.
Tudo desde o início foi recuperado. Eles queriam dar o golpe em Manuela.
Manuela é filha de Hector e Karen Peterson, além de herdar a agência dos
pais, ela tem uma conta muito gorda, e era isso que eles queriam, dar o golpe.
— O que tinha na conversa? — pergunto, fechando a tela do vídeo,
enojado.
— Enrico iria se casar com Manuela e fazer ela assinar alguns papéis,
passando tudo para o nome dele, de imediato. Inclusive, já tinha os papéis
prontos. Eles estão no envelope, caso queira ver. — Assinto e ele prossegue.
— Estava tudo esquematizado, tudo certo para o golpe, mas Enrico ficou
obcecado por ela, e Amy não gostou nada disso. Porém, na conversa, Enrico
conseguia contornar a situação, fazendo declarações de amor para ela.
— Isso é tão nojento, tão escroto... — Faço uma careta.
— Se quiser ver toda a conversa, entregarei o telefone para você. —
Me fita, com seus olhos cinzas.
— Não, não quero ver mais nada, pode se livrar de tudo, Hugo.
Queimarei esses papéis, destruirei esse pen drive. Manuela nunca irá saber
disso. — Passo a mão no rosto, apavorado.
— Bom. Meu trabalho está feito. — Ele se levanta, fechando os
botões do seu paletó.
— Obrigado... — Ele me interrompe.
— Nem pensar, Demétrio. Não quero agradecimentos, amigos são
para essas coisas. — Ele me olha sério. — Mas seja sincero comigo. O
motivo de você ter me procurado, não foi só porque ele bateu nela, foi?
Respiro fundo, sentindo uma dor em meu peito.
— Ela estava grávida, Hugo. — Minha voz sai embargada. — Ela
estava esperando um filho meu, quando ele bateu nela. A consequência da
agressão levou ao aborto. Ele chutou tanto sua barriga, que ela acabou tendo
um sangramento enorme e o bebê não sobreviveu.
— Sinto muito, meu amigo. — Ele aperta meu ombro. — Vocês vão
superar isso, tenho certeza.
— Sim — murmuro, me recompondo.
— Bom, meu amigo, desejo toda a felicidade do mundo para vocês.
Agora estão livres, sua mulher está livre para viver sua vida. — Ele me dá um
sorriso simples.
— Serei eternamente grato. — Aperto seu ombro.
— Sobre Amy, como Enrico não quitou a dívida, a levarei para meu
clube. Ela pagará todas as dívidas. — Assinto. — Depois a entregarei para
um amigo meu, que vai adorar tê-la como prostituta do seu clube.
— Não será nada bom, não é? — pergunto.
— De maneira alguma, meu amigo. Eles se meteram com a máfia
mais poderosa que existe na América, não será nada bom — responde
friamente. — Agora vá até sua mulher, e diga a ela que está livre, e que não
está mais em perigo. Que ela precisa voltar às passarelas, onde é seu lugar.
Agora sim, me sinto aliviado, e nem um pouco arrependido. Ele se
afasta indo até à porta, mas antes de sair ele me olha e sorri.
— Quero receber o convite de casamento de vocês.
— O primeiro convite será entregue a você. — Ele sai da minha sala,
fechando a porta, após acenar se despedindo.
Volto até minha mesa, sentando-me na cadeira, e abro a pasta onde
estão os dois vídeos, e clico no vídeo dois, que em segundos, a tela abre,
mostrando do início ao fim, Enrico sendo torturado da pior forma possível.
Natasha tortura Enrico lentamente, rasgando sua pele, escutando seus gritos
agonizantes, batendo nele... e por fim, dando-lhe um tiro na testa, dando um
fim nesse miserável que fez a vida da minha noiva um inferno.
Sinto-me aliviado, nem um pouco arrependido.
Minha mulher está livre para viver sua vida, e é isso que importa para
mim.
Capítulo 41

É hoje. Vou me casar com o homem da minha vida. Suspiro, sentindo


meu queixo trêmulo. Olho-me no espelho e uma lágrima escorre em meu
rosto. Pego o lencinho e limpo, sem borrar a maquiagem. Meu vestido é tão
perfeito, tão lindo, único e exclusivo. Feito por Vera Wang, desenhado
especialmente para mim. Ele é estilo princesa, com detalhes de renda e
dourado. Um véu lindo que vai até o chão, também com detalhes dourados na
bainha, um louboutin com aplicações de cristais, confeccionado com tela
nude, de bico fino com solado vermelho. No cabelo, um coque alto para
caber bem a tiara de diamantes que foi feita para mim.
Nossa, estou tão ansiosa. Nosso casamento civil foi há uma semana,
aqui na casa dos seus pais, onde acontecerá em poucos minutos o casamento
religioso. Demétrio, junto com seus irmãos e seus pais compraram quatro
mansões em um condomínio fechado, em Paris. O condomínio tem de tudo;
academia, uma pequena conveniência com tudo que é preciso, parque e
muitas outras coisas. Demétrio deixou em minhas mãos como será a
decoração de toda a casa, que já está em andamento, para quando formos nos
mudar, tudo está feito e organizado para a nossa chegada.
Escuto baterem na porta e em seguida ser aberta. Papai passa por ela,
vestido com seu terno impecável sob medida e vem até mim, com um sorriso
nos lábios.
— Você está tão linda, meu amor. — Me olha de cima a baixo. — Me
lembra sua mãe, quando nos casamos.
— É. Eu vi as fotos do casamento, e realmente estou parecida com
ela. — Sorrio.
— Sua mãe já levou seu irmão, agora vou levar você até o altar.
Sonhei muito com isso, vê-la vestida de noiva, e levá-la até o homem que
realmente te ama. — Ele enxuga uma lágrima solitária que escorre em seu
rosto. — Você é o meu orgulho, minha princesa.
Nos abraçamos e seguro o choro, o máximo que posso, para não
borrar minha maquiagem. Nos afastamos e nos recompomos.
— Agora vamos, que eu preciso levar minha menina até o altar. —
Sorrimos.
Após chegarmos perto do jardim, de onde estou, dá para ver todos os
convidados, a marcha nupcial se inicia e todos ficam de pé, esperando a
minha entrada. A cerimonialista dá os toques finais na saia do meu vestido e
no véu, para ficarem perfeitos para a minha entrada, e me entrega o buquê de
rosas vermelhas.
Respiro fundo e começo a andar com meu braço cruzado ao do meu
pai, que me leva até o homem da minha vida que está me esperando no altar,
com um sorriso enorme nos lábios. Ele está lindo demais, com um smoking
lindo, feito especialmente para ele por Pierre LeBlanc, seu estilista, dos seus
irmãos e do seu pai. Ao lado dele estão seus irmãos como padrinhos;
Valentina com Dominic, Alicia com Dimitri, Hannah com Miguel, Mila e
Douglas, Olívia com Renato, e Amanda com Noah. Não poderia ser melhor,
não é? Nossos amigos sendo nossos padrinhos, todos torcem imensamente
por nós.
Demétrio desce os degraus do pequeno altar e vem até nós. Meu pai
se vira para mim, segura meu rosto e beija minha testa.
— Seja feliz, meu amor. Toda a felicidade do mundo para você. —
Seus olhos estão marejados. — Saiba que o papai aqui, sempre estará ao seu
lado quando precisar.
— Amo você. — Meus olhos ficam marejados.
— Também amo você, princesa. — Beija minha testa e se vira, para
olhar meu noivo. — Não preciso nem dizer.
— Não, Hector, não precisa. Você sabe que vou cuidar dela, sempre
— Demétrio diz e me fita, com seus olhos azuis intensos.
— Eu sei que sim. Não tenho dúvidas, Demétrio. — Meu pai aperta
sua mão e se afasta.
Demétrio fica de frente para mim e vejo seus olhos brilharem.
— Pronta para ser uma D’Saints em poucos minutos?
— Estou pronta para ser sua.

Depois de todo aquele processo após a cerimônia, como; fotos,


cumprimentar convidados, cortar bolo, iniciar o jantar... já estávamos
dançando todas as músicas sem parar. Manuela trocou seu vestido por um
mais simples e mais curto, para ficar mais confortável.
— Está feliz, senhora D’Saints? — Puxo sua cintura, para mais perto
de mim.
— Muito, senhor D’Saints. — Seus braços circulam meu pescoço.
Sorrio e beijo seus lábios.
— Não vejo a hora de ter você todinha só para mim — sussurro em
seus lábios.
— É? Onde será nossa lua de mel, marido? — Me olha com
divertimento.
— Não sei, esposa. — Ajeito seus cabelos ruivos.
— Como não sabe? — Franze a testa.
— Porque um amigo meu, disse que vai nos dar de presente a nossa
lua de mel — digo.
— Hum... Quem é esse amigo, tão generoso? — pergunta, acariciando
minha barba.
— Você vai conhecê-lo. — Beijo seu nariz.
Ficamos um bom tempo dançando juntinhos, aproveitando esse
momento, o nosso momento, que finalmente está acontecendo. Tenho a
mulher que eu amo usando a minha aliança e meu sobrenome. A mulher que
me faz feliz todos os dias, que está sempre ao meu lado, que superamos
juntos a nossa perda, que ficamos mais unidos e que a distância do namoro,
nos fez mais forte.
Vejo de longe Hugo acenando para mim, sentado em sua mesa, nos
chamando. Interrompo nossa dança e levo Manuela até ele. Hugo se levanta
com um sorriso.
— Meus parabéns, meu amigo. — Me abraça.
— Obrigado por ter vindo. — Aperto seu ombro. — Hugo, essa é
Manuela, minha esposa.
Ele olha Manuela e sorri, estendendo sua mão para minha esposa o
cumprimentar.
— Prazer, Manuela. — Ele dá um sorriso de lado.
— O prazer é meu. Essa é minha esposa, Natasha.
Natasha cumprimenta minha esposa, com abraço e beijos na
bochecha. Natasha elogia o vestido da minha esposa e pergunta quem o
desenhou. Minha esposa logo se anima e interage numa conversa calorosa
com ela.
— E aí? Feliz por estar casado? — Hugo pergunta, com um sorriso.
— Demais, Hugo. Me sinto completo ao lado dela, me sinto eu
mesmo — confesso.
— Eu também me sinto assim ao lado de Natasha, mas infelizmente,
não posso fazer tanta demonstração de afeto em público. Sabe como é, não é?
Para os meus inimigos, é um prato cheio, saber que eu tenho um ponto fraco.
— Sei sim. Pode usar isso contra você, mas sei que você a ama —
digo.
— Sim, demais. Ela é uma mulher extraordinária, tem o mesmo
temperamento que o meu. Quando brigamos, apontamos a arma um para o
outro, ameaçando atirar. — Sorrimos. — Mas no final, sempre acabamos na
cama, fazendo juras de amor. Ela foi feita pra mim, preciso de uma mulher
forte, determinada e fria. Porque se não for assim, Demétrio, acabamos
morrendo na primeira oportunidade.
— Sei como é, Hugo. Máfia é coisa pesada, precisa de força,
determinação e frieza quando é preciso — comento.
— Pois é, meu amigo. E Natasha é tudo que eu preciso para comandar
uma máfia. Ela é uma executora de primeira, no início a confrontava,
brigávamos demais, achava que por ela ser mulher, não servia para ocupar
um cargo alto na máfia, que é de executor, mas me enganei. Ela é foda, cara,
você precisa ver. — Hugo sorri, orgulhoso.
Sorrio e dou um gole no uísque.
— Tenho orgulho demais dela. Me dá nos nervos quando ela passa
por cima de uma ordem minha, mas sei que quando tudo acaba, vejo que ela
fez melhor do que eu poderia fazer. Às vezes quero dar meu cargo de boss a
ela. — Sorrimos.
— Tenha certeza de que ela não vai se opor. — Sorrimos outra vez.
— Natasha, meu amor. Vamos dar o nosso presente? — Hugo se
dirige à sua esposa.
— Claro. — Natasha fica ao lado dele.
Manuela fica ao meu lado, e passo o meu braço em sua cintura. Hugo
pega um envelope que está em cima da mesa e nos olha.
— Aqui está o nosso presente. Passagens aéreas para Tailândia,
reservas no luxuoso resort em frente à praia, por duas semanas, com tudo
incluso. — Ele me entrega o envelope. — Vocês embarcam hoje.
— Minha nossa! Tailândia? — Manuela arregala os olhos. —
Obrigada.
— Que isso, Demétrio é meu amigo de anos, isso é pouco para ele. —
Hugo aperta meu ombro.
— Vocês vão adorar. Eu escolhi o destino e o resort. — Natasha sorri.
— Tenho certeza que escolheu o melhor. — Minha esposa a abraça.
— Eu se fosse vocês, já iria para o aeroporto, o voo sai em poucas
horas — Hugo diz.
Olho minha esposa, que tem um brilho lindo nos olhos.
— Pronta para a nossa lua de mel, meu amor? — Ela assente, com um
sorriso.

Estou deitada na espreguiçadeira do resort, na praia, vendo meu


marido gostoso sair do mar, chamando atenção de muitas mulheres. De sunga
preta, estilo boxer, aparecendo aquele V na virilha que me faz salivar. Seus
músculos bem torneados, sua pele está mais bronzeada, destacando seus
lindos e perfeitos olhos azuis como o mar.
Tomo meu drink, saboreando da visão do meu esposo sacudindo seu
cabelo, tirando o excesso de água, se tornando mais sexy do que já é. Esses
dias que estamos hospedados nesse resort luxuoso, aproveitamos muito.
Conhecemos um pouco de tudo na Tailândia, que é maravilhosa. Segundo
Demétrio, após essas duas semanas, vamos para outro lugar, para passar o
restante do mês aproveitando nossa lua de mel.
Ele se aproxima de mim, se agacha e puxa meu rosto colando nossos
lábios. Eu já estou bem tonta pela quantidade de drink que tomei, mas eu
estou louca para tê-lo dentro de mim. Nossas línguas duelam em um beijo
sensual, lento e molhado, sem nos importar com as pessoas ao redor.
— Vamos para o nosso quarto, porque estou doido para entrar em
você — sussurra, mordendo meu lábio.
Nem hesito. Após recolhermos nossas coisas, entramos no quarto, nos
agarrando, arrancando nossas roupas e minutos depois já estamos na cama,
com ele no meio das minhas pernas, me chupando com vontade. Não demora
muito, e eu gozo gemendo bem alto, sem me importar se lá fora, alguém vá
escutar.
Demétrio se levanta, retira sua sunga exibindo sua ereção me fazendo
salivar, sobe na cama abrindo minhas pernas, e me penetra sem dó, sem
piedade alguma, me fazendo arquear as costas e agarro os lençóis da cama,
me sentindo totalmente preenchida. Demétrio se inclina, colando nossos
corpos e beija meus lábios, entrando fundo em mim, com estocadas fortes e
rápidas.
— Minha nossa... eu amo estar dentro de você — sussurra, ofegante.
Ergo meu quadril, de encontro às suas investidas duras e firmes, me
fazendo gozar mais uma vez.
— Ahhh... Deme... — Cravo minhas unhas em suas costas.
Demétrio rosna e mete em mim mais rápido, fazendo suas bolas
baterem na curvatura da minha bunda. Sua mão circula em meu pescoço, sem
me enforcar ou me machucar, mas de uma forma que me dá mais prazer,
estou à sua mercê.
— Você é deliciosa, amor. — Morde meu lábio. — Você é uma
delícia, sua boceta é uma delícia. Prende meu pau de forma gostosa, que me
faz querer me enfiar todo dentro de você.
Reviro os olhos gemendo, gozando de novo.
— Isso, meu amor, continua gozando e prendendo meu pau. — Ele
rosna. — Ah! Merda, eu quero gozar, e vou gozar gostoso pra caralho.
Inverte nossas posições, me fazendo ficar em cima dele, e começo a
montá-lo, sentindo-o todo dentro de mim. Apoio minhas mãos em seu
peitoral e dou tudo de mim. Demétrio segura meus seios e aperta meus
biquinhos, me fazendo morder o lábio.
— Você está incrível assim, Bambina — fala ofegante, acertando um
tapa na minha bunda. — Adoro ver você cavalgar no meu pau. Sua boceta o
engole todinho, amor. Você me sente todo dentro de você? Hum?
— Sim... Minha nossa... Estou sentindo. — Solto um gritinho de
prazer, quando ele ergue o quadril, entrando fundo em mim.
Cravo minhas unhas em seu peito, sentindo seu pau inchar dentro de
mim e ele goza, soltando palavrões e gemidos, jogando sua cabeça para trás,
apertando minha bunda, afundando seus dedos em minha carne.
Após ele gozar e se esvaziar dentro de mim, Demétrio me puxa,
deixando nossos rostos próximos e me olha.
— Eu te amo demais. — Sua voz sai rouca.
— Amo você, Deme.
Capítulo 42

— E essa é a minha história com Demétrio em riqueza de detalhes. —


Sorrio.
— Que safada! — Alicia coloca a mão na boca. — Você deu no
primeiro encontro.
— Ela foi rápida, hein. — Valentina joga a cabeça para trás, sorrindo.
— Gente, eu não iria desperdiçar um homem gostoso daquele, não é?
— digo, sorrindo.
— Quem é o gostoso? — Demétrio entra na sala.
Vejo Dominic com Lorena nos braços, que tem um pirulito na boca.
Essa menina é um grude só com Dominic, é lindo. Dimitri entra logo em
seguida, paralisando seus passos ao ver Alicia.
— Estava falando para elas, sobre o nosso primeiro encontro. —
Sorrio para ele.
Ele vem até mim e se senta no braço do sofá ao meu lado.
— Aquele primeiro encontro foi memorável. — Sorrindo, beija meu
pescoço.
Dominic se senta ao lado de Valentina, que coloca Lorena sentada no
meio dos dois. Eles são lindos juntos e finalmente estão casados. Dom sofreu
muito quando Valentina recusou o pedido de casamento dele, mas finalmente
eles se acertaram assim que voltei da lua de mel com Deme, e não
demoraram para se casar.
Há meses nos mudamos para nossas casas em Paris, e os meninos
estão bem ocupados com a empresa, que ficará aqui em Paris. Dom ainda
mais, além dele estar focado no trabalho, está junto com Valentina para
ajeitar sua clínica de fisioterapia que já tem nome, e já tem vários clientes.
Dom entrou com tudo, claro que Valentina só aceitou, se quando ela receber
todo o dinheiro que foi gasto, devolver a ele. A contragosto, Dom aceitou.
Lorena está uma graça, Dom contratou uma professora brasileira aqui
de Paris, para ensiná-la a falar inglês, mais do português, italiano e francês, e
já tem uma escolinha fixa para ela.
O que dizer de Alicia e Dimitri? Dimitri tem alergia a relacionamento,
e está na cara que Alicia gosta dele. Só espero que eles se resolvam logo se
vão ficar juntos ou não, porque Dominic está se sentindo incomodado por
Dimitri sempre falar merda para Alicia. Quando Dom explode, sai de perto.
— Tia Manu, tia Alicia. — Lorena sai do sofá, com a boca toda
babada por causa do pirulito. — Papai me deu dois cachorrinhos de presente
de natal. — Ela se vira para Dom. — Como é o nome do cachorro mesmo,
papai?
— Golden Retriever, filha. — Dom sorri, puxando Valentina para
mais perto dele.
— É esse nome mesmo. — Lorena nos olha.
Todos nós sorrimos.
— E quando você vai buscá-los? — Alicia pergunta, com um sorriso.
— Quando vai buscá-los, papai? — Lorena pergunta, se aproximando
dele.
— Sexta, meu amor. — Dom ajeita seus cabelos.
— Eba! Eu posso ir? — Ela bate as mãozinhas.
A funcionária de Dominic vai até à porta de entrada e a abre, a
professora de Lorena passa por ela e acena para nós, nos cumprimentando.
— Sim. Agora vá, que sua professora chegou. — Dom se levanta. —
Se despeça dos seus tios e das suas tias.
Ela se despede de nós, com beijos nas bochechas e segue com Dom,
ao lado da professora particular.
— Ela está falando bem melhor, não é? — comento, olhando para
Valentina.
— Sim. Essa professora é maravilhosa — Valentina comenta. —
Lorena aprendeu várias palavras novas, e a dicção melhorou cem por cento.
Não demora muito até Dom voltar e se sentar ao lado de Valentina.
— Alicia, temos uma proposta para você. — Dominic fita Alicia.
— Que tipo de proposta? — Alicia fica atenta.
— Nós três conversamos a respeito do seu emprego no Rio de Janeiro
— Demétrio fala.
— O que foi? Fiz algo errado? — Alicia os olha.
— Não, de jeito algum, pelo contrário, a nossa proposta é trazer você
para a sede de Paris. — Dom a olha.
— Nossa... aqui em Paris? — Alicia pergunta, surpresa.
— Bom, aqui você terá mais reconhecimento em relação ao salário.
No Brasil você recebe a metade do que você deve realmente receber —
Dimitri diz, depois de muito tempo olhando Alicia.
— Então eu viria trabalhar aqui na sede — Alicia murmura.
— Só se você quiser. Eu já tinha conversado com Valentina, sobre
sua moradia aqui. — Dom faz uma pausa. — Nós concordamos em você ficar
por aqui, até você se estabilizar e conseguir andar sozinha, ou se preferir
continuar, fazemos questão de tê-la com a gente.
— Uau. Nossa, muito obrigada, de verdade. — Alicia sorri,
emocionada.
— Eu sei que Miguel está indo para Nova York morar com Hannah e
trabalhar por lá. Você estaria sozinha no Rio, eu achei que poderia juntar o
útil com o agradável — Valentina fala. — Você pode trazer suas coisas, e
ficar por aqui quanto tempo quiser. Tenho certeza que Lorena vai adorar.
— Realmente eu vou ficar sozinha no Rio. Mas todos vocês
concordam com a minha vinda? — Alicia dirige seu olhar à Dimitri, que se
mantém calado.
Todos concordam, e Dimitri faz apenas um aceno de leve, sem falar
nada.
— Então está decidido, eu venho. — Alicia sorri.

Saio do banho e sigo direto para o closet, me arrumar para a ceia de


natal que vai acontecer na casa dos meus sogros, que fica ao lado da minha.
Coloco meu vestido, que é um lindo tomara que caia, todo justo até os
joelhos, com uma fenda na perna esquerda, um salto dourado com amarração
de tiras que vai acima dos meus tornozelos. Meu cabelo ruivo está lindo, uma
maquiagem leve em meu rosto e alguns acessórios para completar o look de
natal.
Demétrio aparece no closet e sorri ao me ver.
— Que mulher linda tem aqui... — Se aproxima de mim.
Sorrio, sentindo seus lábios na minha bochecha.
— Está pronta? Dom enviou uma mensagem avisando que todos já
estão esperando. — Me olha.
O olho discretamente, ele veste um suéter vermelho, com uma calça
jeans escura, sapatênis, e o relógio que lhe dei de presente de aniversário, que
ficou lindo nele. Descemos as escadas e encontro meus pais, meu irmão e
Mila, com Henrique no braço, e seguimos para a casa dos meus sogros.
A decoração está linda, uma árvore de natal imensa na curva da
escada que leva para o primeiro andar, é o destaque da sala de estar, com
várias luzes vermelhas e bolinhas decorativas. Todos já estão aqui, e logo nos
servem taças de champanhe.
— Tia Manu, eu comprei um presente para a senhora. — Lorena vem
até mim.
Me agacho e a abraço.
— Foi, meu amor? Estou ansiosa para ver. — Ela assente, com um
sorriso. — Também tem um presente para você debaixo daquela árvore.
Ela solta um gritinho e sai correndo até Dom, que está falando com
Dimitri no canto da sala, e ele não tira os olhos de Alicia, que por sinal, está
deslumbrante, falando com dona Flor.
— Que vestido é esse? — Valentina se aproxima.
Abraço com um sorriso.
— O seu é perfeito. — A olho.
— Foi Dom que me deu de presente. Acho que ficou ótimo para o
natal. — Ela bebe seu champanhe.
— Ficou perfeito — elogio.
Vejo Mila pegando a bolsa de Henrique e se levantando do sofá. Sigo
até ela.
— Vai amamentá-lo? — pergunto, pegando a bolsa de Henrique para
ajudá-la.
— Vou, ele está chorando, deve estar com fome. — Ela o acomoda
melhor em seus braços.
Eu a levo para uma outra sala vazia, onde ela pode amamentá-lo, sem
muita zoada e mais tranquila por causa da nudez do seu seio quando for dar
de mamar. Ela se senta no sofá, ajeita melhor Henrique em seus braços e
começa a dar o leite a ele.
— Dói? — pergunto.
Ela me olha e sorri.
— Nas primeiras vezes foi bem complicado, mas depois é tranquilo. E
o incrível é que ele já tem quase um ano, e ainda mama. — Sorrio.
— Quanto mais puxa, mais produz, não é? — Ela assente.
— Você está curiosa demais. — Me olha, desconfiada.
— Apenas curiosidade — digo.
— Sei... Não quer ter um? — Ela olha para seu filho.
— Quem sabe? Ainda dá tempo de fazer um pedido de natal.

Chegou a hora de darmos os presentes. A árvore está repleta de caixas


e diversos embrulhos, porque cada um vai presentear a todos.
Eu recebi presente de todos com um sorriso sincero e agradeci.
Demétrio como sempre me surpreendendo, comprou um carro para mim, que
estava escondido na garagem dos seus pais. Uma linda Porsche branca,
perfeita demais. E bom, Dom também deu um carro para Valentina que
chorou. Dom e Deme alegaram que não combinaram nada, apenas foi
coincidência. O de Valentina é um Jaguar lindo vermelho, que ela ficou louca
nele.
Dimitri deu algo a Alicia, acho que porque tinha que dar, para não
ficar chato, ele e Alicia estão estranhos, e ninguém sabe o motivo, sabemos
que eles saíram algumas vezes no Rio, mas depois do casamento de Dom e
Valentina, eles andam estranhos. Dimitri deu um conjunto lindo de brincos,
colar e pulseira da Cartier para ela. E Alicia não sabendo o que realmente
comprar, deu um par de abotoaduras lindas, que Dimitri lhe agradeceu com
um abraço apertado e demorado, até demais.
Após eu dar todos os meus presentes, chegou a hora de dar o presente
do meu esposo. Pego a pequena caixa, e Demétrio me olha.
— Sabe que não precisava comprar, não é? — Ele pega a caixa das
minhas mãos.
— Claro que eu preciso dar meu presente, você me deu um carrão. —
Sorrio. — Mas sei que esse pequeno presente você vai amar.
Demétrio começa a desfazer o laço da caixinha. Após abrir todo o
embrulho, ele paralisa quando vê o que tem dentro. Ele me olha, e sorri
nervoso com seus olhos marejados. Ele volta seu olhar para dentro da
caixinha e retira de lá dois testes de gravidez, os dois positivos.
— Vo-você está grá-grávida? — Gagueja, nervoso.
Assinto, sentindo meus olhos marejados.
— É. Estou atrasada há algumas semanas, e resolvi fazer o teste na
semana passada. — Enxugo uma lágrima solitária.
Ele larga a caixinha na mesinha de centro e me abraça forte, chorando
silenciosamente. Todos nos felicitam. Michele e Nathaniel ficam felizes
demais por serem avós pela segunda vez. Meus pais choram horrores,
emocionados com a notícia, todos ficaram muito felizes.
— Eu vou ganhar um primo. — Lorena pula, feliz.
— É sim, principessa — Demétrio fala, emocionado. — Um
priminho ou priminha.
— Vou brincar muito com ele, ou ela. — Lorena sorri, batendo
palminhas. — Já tenho o Henrique, que já pode crescer logo. Ele tá muito
pequeno ainda, pra brincar comigo.
Todos nós sorrimos.
— Vamos com calma, pequena. Henrique vai crescer e logo vem o
filho de Dem e Manu. — Dominic a pega nos braços.
— Minha nossa, eu vou precisar da ajuda de vocês. — Olho minha
sogra, minha cunhada e minha amiga, Valentina.
— Pode deixar. — Valentina sorri. — Não é difícil, você vai amar ser
mãe. E você tem um homem incrível que ficará ao seu lado.
Demétrio me olha e sorri.
— Estou tão feliz, amor. Você nem imagina. — Beija meus lábios.
— Eu também estou muito feliz, meu amor.

Eu e Manuela estamos na clínica ginecológica, para sabermos o sexo


do bebê. Estou muito eufórico, ansioso demais. Desde que Manuela disse que
estava grávida, assim que passou as festas de fim de ano, marquei logo uma
consulta para ela, para darmos início ao pré-natal. Quero que tudo seja com
muito cuidado, e que não aconteça nada de errado.
Eu sei, estou cuidadoso demais, mas é porque ela já teve uma
gravidez que infelizmente não foi adiante, e agora estou cuidadoso, e muito
preocupado. Eu acompanho tudo, sempre estou presente em cada momento.
Estou com ela quando vomita, quando se sente enjoada, com desejo de comer
algo..., e para mim isso é ótimo, quero ser um pai bem presente.
Manuela está deitada na cama, enquanto a mulher passa uma máquina
em sua barriga, deslizando com o gel na barriga de Manu, que já começou a
ficar pontudinha.
— O bebê está saudável, o tamanho, o peso..., tudo está certinho. —
Suspiro aliviado. — E vocês terão um lindo menino, lindo e saudável.
Lágrimas escorrem em meu rosto, me inclino e abraço Manuela que
chora em meus braços. Eu vou ser pai, e serei o melhor pai do mundo para
meu filho. Não deixarei faltar nada, terá tudo que precisar, e estarei ao lado
da mulher que eu amo em todos os momentos.
Me afasto um pouco, afasto seus cabelos ruivos, e fito seus olhos
castanhos.
— Eu te amo muito, sabia? — Enxugo suas lágrimas com meu
polegar.
— Eu também te amo muito — sussurra, com a voz embargada.
Sorrio, com o queixo trêmulo.
— Que nome você acha que combina com ele? — Seguro sua mão.
— Acho que Alessandro — murmura, pensativa. — É lindo esse
nome.
Assinto, beijando sua mão.
— Então nosso pequeno se chamará Alessandro Peterson D’Saints.
Epílogo

Termino de colocar meu paletó, ajeito minhas abotoaduras de ouro


colocando-as no lugar certo, e dou uma ajeitada de leve na minha gravata
azul. Saio do quarto, mexendo no celular, vendo uma mensagem da minha
prima, Lorena, avisando que estou dez minutos atrasado.
Clico em enviar uma mensagem de voz.
— Calma priminha, seu primo favorito já está chegando. — Clico,
enviando a mensagem de voz pra ela.
Desço as escadas, vendo que ela visualizou a mensagem, escutou e a
vejo gravando áudio.
— Stronzo! Venha logo, que as candidatas já estão esperando — fala
por áudio.
Envio um Ok, e saio de casa. Meu motorista já está à minha espera.
Adentro ao carro luxuoso, e em poucos segundos meu motorista coloca o
carro em movimento. Hoje haverá seleção para algumas vagas disponíveis na
empresa, e eu e meus primos adoramos estar por perto de tudo.
Nossos pais nos ensinaram muito sobre como comandar uma
empresa. Eu e meus primos estudamos nas melhores universidades, tivemos
os melhores ensinos para um dia poder sentar na cadeira da presidência. Eu
tenho muito orgulho do meu pai, ele e meus tios se esforçaram muito para
fundar a Vintage Essence, e trabalharam muito para ela hoje ser uma das
empresas mais lucrativas do mercado. Com o ensinamento do meu pai e dos
meus tios, eu e meus primos comandamos a empresa, e tenho certeza que
nossos pais se orgulham de nós.
Antes de estudar muito, eu aproveitei bem minha juventude, saí, bebi,
rapariguei, e não foi pouco, ao lado de Giovani e minha prima Lorena, que
todos acham que ela é uma moça comportada, mas ninguém sabe o que essa
mulher já fez em relação ao sexo. Claro que eu e meu primo não fizemos
nada com ela, porque a temos como irmã, mas as coisas que conversamos... a
loira é uma diabinha, hein. O homem que ficar com ela, terá que ter muito
fôlego.
Em uma de suas idas à Nova York, ela frequentou o Êxtase, o clube
de sexo privado do amigo do meu pai, e se encantou, e daí veio com a ideia
de abrirmos nosso próprio clube, aqui em Paris. Nós três analisamos os prós e
os contras, e resolvemos que seria um ótimo investimento abrir nosso próprio
clube de sexo, desde que mantivéssemos nossas identidades em segredo. Já
pensou se tio Dominic descobre que a filha dele é dona de um clube de sexo?
Vai infartar. Portanto, optamos em esconder nossos verdadeiros nomes no
clube.
Frequentamos como pessoas normais, só pessoas internas de nossa
confiança, é que sabem que somos os donos. Recentemente meu tio Dimitri
se tornou membro. Claro que ele iria se tornar membro de um clube privado
de sexo. Tio Dimitri é um puto, adora uma putaria.
Eu aproveitei muito, mas quando chegou a minha hora de focar no
meu futuro, foquei cem por cento. Vez ou outra eu tinha tempo para farrear
um pouco, mas a minha total atenção era nos estudos, nada tirava minha
atenção.
Meu motorista estaciona em frente ao prédio da Vintage Essence,
agradeço e saio, acompanhado de outro segurança. Adentro ao edifício
acenando para algumas pessoas, e sigo para o elevador privado, que me leva
até a presidência. Após sair do elevador, ando pelo grande corredor indo em
direção à sala de reuniões, onde vejo Giovani sentado na cadeira, mexendo
no celular. As paredes da sala são totalmente de vidro, onde qualquer pessoa
pode ver o que está rolando lá dentro. Empurro a porta, adentrando no local.
— Bonjour[22], cousin[23] — cumprimento-o.
— Bonjour. — Me fita, com seus olhos azuis.
— Cadê Lorena? — Me sento na cadeira.
— Thalita avisou que já está vindo — informa.
Puxo alguns papéis da mesa em minha direção, analisando alguns
documentos da empresa, quando escuto zoada de salto fino no chão de
porcelanato. Levanto minha cabeça, vendo minha prima se aproximar,
segurando uma pasta em mãos.
— Bom dia. — Nos cumprimenta.
— Bonjour, priminha. — Sorrio para ela.
— Alguma novidade das candidatas? — pergunta, se sentando na
cadeira.
Ela coloca a pasta em cima da mesa, com o celular em cima.
— Temos mais de trinta — Giovani responde, fitando os papéis. —
Estou procurando a candidata que Aaron comentou. — Ele faz uma careta,
mexendo nos papéis. — Quem foi que organizou isso em ordem alfabética?
— Foi eu. — Os olhos azuis de Lorena nos fita. — Muito mais
prático.
Com certeza minha prima tem TOC.
— Sério, Lena? Como foi que você teve acesso a esses papéis
primeiro? — Giovani questiona.
— Rapidez — responde, com um sorriso.
Giovani revira os olhos.
— Poderíamos logo pegar a ficha da tal Ravena que Aaron falou. —
Olho minha prima.
— Melhor irmos por ordem. Porque temos outras vagas disponíveis
na empresa. — Empurra a ficha para nós, dentro da pasta. — Claro que eu
quero Ravena como assistente pessoal, mas também temos vagas para
secretária. — Giovani abre a pasta, retirando os papéis de dentro. — Sabemos
que Morgana se virava nos trinta para dar conta de tudo, mas é uma
responsabilidade grande, e nossos pais confiavam nela cegamente, e ela
nunca errou. — Assinto, em concordância. — O problema é achar outra
pessoa igual a ela, e Ravena com certeza não vai se dar bem com esses dois
cargos. Como Aaron disse, ela cuida da mãe, então a probabilidade de errar é
muito alta. Mas podemos dar um mês de experiência para vermos como ela
vai se sair.
— É. Você tem razão — comento.
— Estou vendo que tem outros cargos aqui na ficha. — Giovani me
fita.
— Sim. Temos outras vagas para serem preenchidas, então iremos
sugerir para os candidatos. Todos sabem que não é apenas para secretária e
assistente, deixamos claro no site da empresa que teremos outras vagas
disponíveis. — Lorena nos olha.
— Certo. — Giovani concorda. — Então vamos começar, temos um
longo dia pela frente.
O pessoal foi chegando para fazer a entrevista, e alguns conseguiram
se encaixar perfeitamente nas vagas que exigimos. Muitas pessoas foram
selecionadas, havia muitas vagas disponíveis. A seleção durou toda a manhã
e emendou com a tarde. Nem almoçamos, porque queríamos encerrar logo a
seleção.
— Faltam quantos, Thalita? — pergunto, fitando a assistente
temporária.
Ela verifica algo no iPad e nos olha.
— Faltam cinco, e a próxima é Ravena — responde.
— Peça para ela entrar. — Giovani pede.
Batuco meus dedos na mesa de vidro, quando escuto a porta de vidro
ser aberta. Levanto o olhar e vejo uma negra linda passar por ela, tímida.
Rapidamente passo meu olhar por todo seu corpo pequeno e lindo. Nos
cabelos tem a famosa trança box braids, que muitos negros usam, e ficou
lindo nela. Uma curiosidade me bate em saber como seu cabelo realmente é.
Será que tem cachos? Sou fascinado por cachos. Seus olhos são lindos e um
pouco grandes. Sua pele na cor de chocolate é linda, tão linda que tem um
leve brilho.
Seu corpo é magro, mas pela roupa que está usando dá para notar os
seios fartos. Ela anda a passos calmos, nervosa e nos cumprimenta com um
“Bom dia” em francês. Lorena acena para ela se sentar, e ela se senta à nossa
frente, de frente para mim.
Ela me olha, e fixa seu olhar no meu. Nossa, ela é linda. Perfeita! De
onde essa preciosidade saiu?
— Me diga seu nome, e um pouco sobre você. — Lorena pede,
anotando algo no papel.
— Em que idioma eu falo? — pergunta em francês, um pouco
nervosa.
A voz dela é linda, combina perfeitamente com ela. Doce.
— Sabemos falar fluentemente em italiano, francês, inglês, espanhol e
português. Se sinta à vontade para escolher — Giovani fala, se encostando na
cadeira.
Ravena suspira e nos olha.
— Me chamo Ravena Gabriele Santos, tenho vinte e cinco anos, sou
brasileira e moro atualmente em Paris — fala em português.
— Por que Paris? — pergunto, chamando sua atenção.
Ela me fita, e me olha de um jeito diferente. Mantenho meu olhar
nela, flertando, vendo que ela faz o mesmo comigo. Porra! Ela é linda!
— Eu vim em busca de emprego, vi um anúncio que tinha vagas por
aqui em Paris, e um bom salário, mas quando cheguei, não tinha nada. — Ela
abaixa a cabeça. — Como não tínhamos dinheiro para voltar ao Brasil, tentei
arrumar qualquer coisa, até encontrar uma vaga em um café.
— Tenha cuidado. Esses anúncios são perigosos, muitos deles atraem
mulheres bonitas como você, para serem traficadas, para serem escravas
sexuais — alerto, fitando-a.
Ela me fornece um sorriso contido, mostrando sua covinha. Porra!
Linda demais, caralho.
— Obrigada, senhor D’Saints. — Ravena me olha.
Senhor D’Saints... Nossa, como soou bem em seus lábios.
— Você pretende voltar ao Brasil? — Minha prima pergunta.
Ravena a olha e suspira.
— Eu vi que o cargo de assistente e secretária paga muito bem, e se
eu conseguir a vaga na empresa, não pretendo voltar — responde, fitando
minha prima.
Lorena faz várias perguntas a ela, sobre experiências e o que sabe
fazer. Depois de muita conversa, Lorena nos olha esperando por uma resposta
nossa, acenamos para deixar a decisão com ela. Claro que eu quero que ela
fique, essa negra mexeu comigo, mas minha prima sabe o que faz, ela é
bastante inteligente. O currículo de Ravena é grande e muito bom, com
certeza ela vai dar conta de ser secretária e assistente.
— Ravena. — Lorena chama sua atenção. — Seja bem-vinda à
Vintage Essence. O cargo de assistente e secretária é seu.
Ravena nos olha com os olhos marejados, com o queixo trêmulo.
— Oh, meu Deus! Muito obrigada! Obrigada mesmo. — Agradece,
empolgada. — Muito obrigada!
Sorrio, vendo sua empolgação e felicidade. Minha prima me dá um
olhar de reprovação, mas foda-se, sei que ela será funcionária da empresa, e
isso não será empecilho para mim. Essa negra mexeu comigo, e eu tenho
certeza de uma coisa:
Ravena será minha, ou eu não me chamo Alessandro D’Saints.
Fim!
Dimitri
Trilogia D’Saints – Livro III

Alicia Albuquerque é uma mulher trabalhadora, esforçada, amiga e


independente. Ela sempre quis uma vida boa longe do morro e conseguiu.
Sempre desejou um relacionamento sincero e honesto, mas até então, não
teve sorte. Já foi muito enganada, iludida e até chegou a ser segunda opção,
até não querer mais um relacionamento. Mas tudo muda quando ela consegue
uma vaga de trabalho em uma das empresas de perfumaria mais requisitadas
e bem vista pelo mundo, e dá de cara com o caçula dos trigêmeos D'Saints.

Dimitri D'Saints é um homem espontâneo, divertido, que adora uma farra,


e se nega a se prender a relacionamentos, sente náuseas só de pensar. Adora
sua vida de solteiro, até ver uma brasileira de pele bronzeada e cabelos negros
como a noite, balançar seu mundo. Mas Dimitri é orgulhoso demais para
admitir que a morena mexe com ele, como nenhuma outra foi capaz.

Dimitri se nega a admitir que tem sentimentos pela morena.

Alicia não sabia que amar Dimitri, a faria sofrer tanto.

Último livro da Trilogia D'Saints

EM BREVE
Livros da Autora
Me Apaixonei por um CEO

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Katherine Madison, uma moça gentil e educada, que morava na Califórnia,


gosta de todos ao seu redor, mas se envolveu com a pessoa errada. Após esse
relacionamento, teve certas consequências em sua vida, deixando tudo para
trás. Foi embora para New York, tentar recomeçar sua vida, lá ela consegue o
emprego dos sonhos. Alguns anos trabalhando nessa empresa, o CEO da
empresa se aposenta, e é seu filho mais velho quem assume o cargo, e
Katherine sente uma forte atração por ele. Gabriel Griffin, um homem
extremamente atraente e sexy, chama atenção por onde passa, um dos
bilionários solteiros mais cobiçado de New York, sente uma forte atração por
Katherine.

Katherine quer estar longe desse tipo, não quer seu coração quebrado
mais uma vez.
Gabriel, consegue tudo o que quer, e ele a quer de qualquer forma.
Tudo que um Griffin quer, ele consegue.
Dominic | Trilogia D’Saints – Livro I

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Valentina Mendes, uma moça dedicada e estudiosa, estudante de


fisioterapia, mora com sua tia em um dos morros mais perigosos do Rio de
Janeiro. Perdeu seus pais ainda jovem, o que a levou a abrir mão da sua
juventude para trabalhar e ter o que comer. Sempre dedicada e trabalhadora,
sempre se esforçou para conciliar trabalho, faculdade e cuidar da sua filha,
que foi gerada em um relacionamento que não teve futuro. Dominic D'Saints,
o irmão mais velho dos trigêmeos, um italiano sexy, cafajeste e bonito,
chama atenção por onde passa. Bilionário e de uma aparência de um deus
grego, as mulheres se jogam em seus braços, para garantir apenas uma noite.
Em uma viagem ao Rio de Janeiro, para abrir a nova filial da Vintage
Essence, uma das empresas de perfumes mais lucrativas, ele procura uma
mulher que se enquadre nos padrões exigidos para ser a garota propaganda do
lançamento do novo perfume, e Valentina é uma das selecionadas na seleção
para garota propaganda da Vintage Essence. Quando bate seus olhos em
Valentina, sua vida muda completamente. Aqueles lindos olhos ímpares, faz
com que seu coração bata mais forte e uma vontade imensa de tê-la por perto,
aflora. Dominic é um homem que sabe o que quer, e ele a quer.

Um D’Saints não é de desistir facilmente, e Dominic fará de tudo para ter


Valentina o mais perto possível.
Será que Valentina vai ceder aos encantos de Dominic?
Agradecimentos

Quero primeiramente agradecer a Deus, agradecer à minha família que me


apoia, meu esposo, minha mãe e minha amiga. Quero agradecer a todos por
lerem meu livro, aos leitores do Wattpad, esperando cada capítulo novo, às
minhas leitoras fiéis que amaram esses meninos, que moram em meu
coração. A Carina Barreira que revisou esse livro que ficou impecável,
perfeito.
Escrever a trilogia não foi fácil, toda a trilogia traz histórias verídicas,
alguns podem até dizer que são contos de fadas exagerados, mas não é. Toda
a trilogia tem como base, histórias reais, e pela veracidade dos fatos, alguns
momentos foram um pouco complicados para serem escritos. Sentimentos
que eu não queria mais sentir, vieram à tona, mas foram necessários para
trazer um livro lindo para vocês.
Em todos os meus livros, quero de alguma forma mostrar algo para vocês,
como: relacionamento abusivo, agressão... e tudo mais, como uma forma de
despertar em algum leitor que passe por isso e tome coragem em tentar mudar
sua situação. Me doei cem por cento nessa trilogia, foram noites em claro
pesquisando e estudando, para trazer um livro lindo para vocês. E espero que
realmente gostem.
Não tenho muito o que falar, apenas agradecer a todos vocês.
Beijos da pitchuca.

[1] Irmão.
[2] Nome dado às modelos da grife de lingerie Victoria's Secret.
[3] Idiota.
[4] Abreviação de Victoria’s Secret.
[5] Criança, menina.
[6] Minha menina.
[7] Papai, pai.
[8] Filho.
[9] Mamãe, mãe.
[10] Merda, porra.
[11] Mas que merda!
[12] Filho da puta.
[13] Consiste na observação de uma pessoa no ato de se despir, nua ou
realizando atos sexuais.
[14] Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo
[15] É uma prática sexual onde um casal, ou dois parceiros, decidem que
estão com vontade de incluir mais pessoas na sua relação.
[16] Relação erótica e afetiva que envolve três pessoas.
[17] Depois da festa.
[18] O Pink Carpet é o famoso tapete vermelho da Victoria’s Secret.
[19] Querida, amor. (Em francês)
[20] Querido, amor. (Em francês)
[21] Olá.
[22] Bom dia. (Em francês)
[23] Primo. (Em francês)

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