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DADOS DE ODINRIGHT

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Converted by ePubtoPDF
Nome da Autor: Catiele Oliveira

Título original: SOBRE OBSESSÃO E SANGUE – Mafiosos de


Nova Iorque 2

Capa: Dream Design

Revisão: Gabriela Lobato

Primeira Edição 2022


Rio de Janeiro, Brasil

https://www.instagram.com/catieleautora/

Copyright © 2022 por Catiele Oliveira.

INFORMAÇÕES

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta


publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida
por qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo
fotocópia, gravação ou outros métodos eletrônicos ou
mecânicos, sem a prévia autorização por escrito desta
autora, exceto no caso de breves citações incluídas em
revisões críticas e alguns outros usos não-comerciais
permitidos pela lei de direitos autorais.

Esse é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, lugares,


negócios, eventos e incidentes são ou os produtos da
imaginação do autor ou usados de forma fictícia. Qualquer
semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, ou eventos
reais é mera coincidência.

Sumário

Sinopse

Notas da Autora

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4
Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Capítulo 17

Capítulo 18

Capítulo 19

Capítulo 20

Capítulo 21

Capítulo 22

Capítulo 23

Capítulo 24
Capítulo 25

Capítulo 26

Capítulo 27

Capítulo 28

Capítulo 29

Capítulo 30

Capítulo 31

Capítulo 32

Capítulo 33

Capítulo 34

Capítulo 35

Capítulo 36

Capítulo 37

Capítulo 38

Capítulo 39

Capítulo 40

Capítulo 41

Capítulo 42

Capítulo 43

Capítulo 44
Capítulo 45

Capítulo 46

Capítulo 47

Capítulo 48

Capítulo 49

Capítulo 50

Epílogo

Epílogo 2

Agradecimentos

Outras obras

Sobre a Autora

Sinopse

O MAFIOSO SE APAIXONOU PELA VIRGEM INOCENTE.

Jason Roux sabia que não poderia tê-la, ela era jovem e
pura demais para o seu mundo obscuro, mas dia após dia a
obsessão lhe corroeu vivo. Primeiro, ele ficou vidrado em
observá-la de longe. Em seguida, a trouxe para seu convívio
e agora... Ele quer que ela seja sua e não medirá esforços
para realizar o seu desejo.

Há somente uma problemática nessa questão: Claytlin


Morgan está noiva e a notícia sobre esse fato põe um
homem perigoso completamente insano. O que é aceitável
em nome da paixão? Para Jason, não há limites sobre o que
seria capaz de fazer para tê-la em sua vida, na sua cama,
sendo sua mulher. Com isso, uma caçada selvagem se inicia
entre um homem obstinado a ter o que pensa que é seu por
direito e uma jovem inocente que não sabe nada sobre
dominação.

No meio de uma perseguição deliciosa, uma guerra por


território explode, mudando todas as suas certezas de lugar.

Quando a obsessão atingir o ápice e o sangue cobrir seus


corpos, o mafioso estará prestes a descobrir que amar
alguém pode ser a sua maior ruína.

Notas da Autora

Olá!

Escrever esse livro foi uma loucura muito intensa entre meu
senso de razão e emoção. É importante deixar frisado nesse
primeiro parágrafo que NÃO CONCORDO com o mundo do
crime (por mais bizarro que seja ter que frisar isso),
amamos os vilões em livros e todos estamos de acordo que
na vida real isso não é aceitável, certo? Certo. Vamos ao
livro...

Jason e Claytlin tem um jeito único e me tomaram em


absoluto nos últimos dias, não teve um minuto em que essa
história tenha fugido dos meus pensamentos. Se você leu os
outros livros da série (Sobre Amor e Sangue & Sobre Perdão
e Sangue) deve saber que meus vilões mafiosos são
extremamente apaixonados e obcecados por suas mulheres,
mas Jason conseguiu ir além, não é à toa que esse livro leva
o título de ser sobre obsessão. Eles se amam há tempos,
sufocam esse sentimento e quando ele explode, é
eloquente e sem limites.

Aqui veremos um protagonista que não sabe nada sobre


amor, quebrado, que não conhece sobre limites e uma
mocinha que está descobrindo sua força em meio ao caos.
Apesar desse romance ter um pano de fundo sobre máfia,
não há cenas de desrespeito físico ou psicológico entre o
casal. ESSE LIVRO NÃO SE TRATA DE UM

ROMANCE DARK.

Cenas de violência, palavrões e sexo explícito recheia as


páginas desse livro. Há menções e usos de drogas lícitas e
ilícitas.

Se você não gosta da temática MÁFIA, não vá adiante nessa


leitura.

A série Mafiosos de Nova Iorque é um spin-off do livro Sobre


Amor e Sangue, apesar de se tratar de livros independentes
a cada publicação, o universo se entrelaça e para maior
compreensão, a leitura de todos os livros seria uma
necessidade.

Atenção: ESSE LIVRO NÃO É RECOMENDADO PARA


MENORES DE 18 ANOS.

Repito: Contém cenas de sexo explícito, palavras de baixo


calão e violência. Se você não gosta da temática MÁFIA, não
siga adiante com a leitura.

Dado os avisos, se você for uma mafiosa lunática,


embarque nesse mundo cheio de obsessão e pecado
conosco. Espero que goste!

Boa leitura.

Com amor,

Catiele Oliveira.
Prólogo

CLAYTLIN MORGAN

— Como você pôde ser capaz de fazer uma coisa dessas


com o Victor? Ele não vive no seu mundo! Ele é um ser
humano normal!

— Ah, seu namoradinho contou sobre a nossa conversinha.

— Não debocha, Jason! — Gritei.

O segui até o banheiro, onde ele começou a desabotoar a


camisa social branca que usava, direcionou um olhar feroz
para mim e jogou a peça ao chão. Engoli em seco
observando seus braços fechados com tatuagem, o peitoral
também era coberto por frases e desenhos. Nas suas costas
estavam asas de anjo respingadas de sangue e quando ele
ergueu os braços para alcançar uma toalha, vi um enorme C
tatuado na costela direita.

— Isso é um assunto de homens, ele não deveria ter ido


choramingar; mas o que esperar de um cara que usa
suspensórios?

— Reclamou ao lavar o rosto e se virou para mim ao secar.


— Quer que eu peça desculpas?

Seu deboche só me enervou ainda mais.

— Você é muito cara de pau!

— Eu sou e você já sabe disso. Eu sou o ser humano


anormal na sua vida, não é, Claytlin?

A mágoa no seu tom me atingiu e eu me calei por alguns


segundos.
— Não vire o jogo aqui, o que você fez foi patético! Eu vim
aqui para dizer que isso nunca vai acontecer! Não vou
deixar o Victor por você!

— Ah, não vai? — Ele abandonou a toalha no balcão e veio


para mim.

Jason caminhou como um felino perigoso, recuei ao ponto


de bater com as costas na parede de azulejo, ficando
encurralada.

— Eu não vou ficar com alguém que não me respeita. —

Minha voz baixou dois centésimos.

Eu me odiei, queria voltar ao modo irada e bater nele, mas


meu corpo correspondeu em automático quando senti o
calor do seu peito nu resvalar ao meu. Mordi o lábio inferior,
tocando seu peito e o empurrando com o restante de
autocontrole que sobrou.

— Você está me subestimando pelo que sinto.

— E o que você sente pelo monstro que eu sou, Claytlin? —

Seu ressentimento ainda está lá.

Os olhos azuis estão escuros, vidrados nos meus e eu


engulo seco.

O que eu sinto? Uma loucura que me deixa desesperada.


Um ciúme que me põe com vontade de matar qualquer um
que ousar se aproximar dele. Um sentimento que me deixa
desequilibrada e eu odeio. Não é só amor, é uma espécie de
doença que tira meus sentidos e rouba o meu autocontrole.
Eu odeio a Claytlin que eu sou quando ele está perto e não
existe nada pior que isso no mundo.

— Fique longe de mim e fique longe do Victor — falei baixo,


não querendo ceder.

Jason arqueou uma das sobrancelhas, sorriu como um


sádico e eu pude ver a mágoa em seus olhos.

Ele se afastou, cruzou os braços e me encarou num silêncio


profundo que me deixou arrepiada.

— Que vidinha de merda você vai ter. — Falou. Sua voz


obscura me machucou. — Infeliz, sem graça, nenhuma
adrenalina...

Ele já te fez gozar, Caty?

Usou o apelido que Victor usava em um tom de puro


escárnio.

Meus olhos lacrimejaram e eu odiei me sentir tão


vulnerável.

— Você já gemeu alucinada quando ele te chupou gostoso?

— Continuou, se aproximando de mim novamente. — Ele já


mandou que montasse na cara dele e esfregasse essa
boceta deliciosa que sei que você tem?

— Pare com isso. — Mágoa, vergonha e excitação se


mesclaram quando ele continuou falando em um desprezo
profundo.

Uma das suas mãos tocaram a alça fina do meu vestido


rosa claro. Ele esfregou o dedo pela pele do meu ombro,
ameaçando baixar a alça e seus olhos não se desviavam
dos meus.

— Eu fico imaginando a cor dos seus mamilos... — Soprou


sensualmente. Apertei minhas pernas, fechei meus olhos
quando ele roçou sua bochecha na minha, baixando a alça
do meu vestido.

— Eu posso te dar tudo isso, o que ele nunca te deu.


Orgasmos.

Paixão. Desejo. Obsessão… Amor.

— Eu não quero — sussurrei.

Jason riu, roçando as costas dos seus dedos pelo meu


ombro com a alcinha do vestido abaixada. Desceu sua boca
para minha pele, deixando um beijo cálido que me fez
queimar.

Sua voz era fria, mas seus toques eram íntimos e carinhos,
acendendo uma chama ardente pelo meu corpo.

Se eu não me movesse rápido o suficiente e fugisse do seu


domínio obcecado, estaria rapidamente rendida a sua
devassidão.

E, no fundo, era exatamente isso que eu queria. Mesmo


sendo tão errado e proibido.

Capítulo 1

JASON ROUX AOS 25 ANOS

Meus olhos seguem a direção de cada passo que ela dá, não
percebo absolutamente nada além dela. Nenhum dos seus
sorrisos são ignorados por mim. Estou diante da minha
maior obsessão em forma humana: Claytlin Morgan. Ela é
absolutamente linda, vivaz, pura. Como um diamante sem
lapidação, fixado em uma rocha inacessível e bem longe do
meu alcance possessivo.

Seguro a respiração, sorvo outro gole do uísque no meu


copo e volto a encará-la. Não quero perder nenhum
segundo sequer.

Enquanto a vejo se divertir, sendo livre como toda menina


na sua idade deve ser, meu interior se retorce em puro
ciúme por ver o modo como Eric Stovall[1] está dançando
com ela. Uma parte minha quer se aproximar e reivindicá-la,
enquanto a outra, a única parte coerente do meu ser, sabe
que é melhor assim.

Sete meses. Doze dias. Vinte e duas horas — paro a análise


para encarar meu relógio no punho, — e cinquenta e dois
minutos.

O tempo exato em que Claytlin Morgan fez de mim um


homem obcecado. O tempo exato em que a vi se encolher
diante da minha presença, seus olhos tremendo com o
pavor que a minha aparência lhe causava. Essa foi a
primeira vez que eu me arrependi de ter tantas tatuagens,
de usar o cabelo tão curto, quase raspado e de viver sempre
com uma cara de poucos amigos — como ela gosta de dizer.

Naquele dia em que eu a vi pela primeira vez, senti como se


uma coisa bizarra tivesse me atravessado. Um polo
magnético que me roubou as palavras. Se eu for sincero,
demorei para olhar seu rosto bonito e ver o medo em seus
olhos e antes não tivesse feito...

Porque foi exatamente quando me vi fodido. Nada no corpo


delicioso que Claytlin possuí, se compara com a inocência
que vi em seus olhos.
Solto uma risada amarga, bebo mais meu uísque e deixo a
memória vir livremente, como tenho feito nos últimos
malditos meses.

— Eu sou a Claytlin — ela falou timidamente assim que


fomos apresentados. Suas bochechas extremamente
coradas, os ombros retraídos dentro da blusinha de mangas
curtas e cor de rosa que ela usava. Uma combinação fofa
com um macacão, que com o tempo, descobri que chamam
de jardineira. Isso não faz o menor sentido na minha
cabeça, mas ela me ensinou e eu não esqueci.

A lembrança me faz sorrir contra minha vontade, mesmo


que meus olhos ainda estejam em Claytlin sendo rodopiada
por Eric.

Preciso admitir que ela fez de mim um homem


minimamente melhor, ao menos quando estou ao lado dela.
E, talvez, tenha sido por isso que deixei meu cabelo crescer
além do que estava acostumado a usar nos últimos anos.
Porque ela disse que eu ficaria bonito com um corte que
estava na moda. Ela me fuzilou com dezenas de imagens de
um site chamado Pinterest, que eu não fazia ideia de que
era um ditador cruel da moda no século XXI, para homens
comuns. O tipo de foto que Claytlin salvava como referência
me mostrava que ela sonhava com a porra de um CEO e
não um criminoso.

Passei a mão pela cabeça, ficando ainda mais irritado


porque enquanto me lembro desses mínimos e bobos
detalhes, a vejo nos braços de outro.

Ela é proibida para você — tentei me lembrar.

Muitas coisas poderiam dar errado se eu cedesse aos meus


instintos e a principal delas seria Claytlin acabar
machucada. Eu não sou um homem que namora,
definitivamente não sou um homem que quer se casar ou
ter filhos, já essa garota... Ela quer viver o sonho. Ela quer
ter alguém, uma família... E, francamente, sequer sei o que
é ter uma família.

Suprimo a respiração ao me deparar com os fatos,


principalmente ao olhar os noivos que estão felizes e
dançando em sua festa de casamento. Dominic[2] e Sienna
suportaram o inferno no último ano, eles merecem essa
felicidade. Essas pessoas reunidas para comemorar a
celebração de um matrimônio no mundo do crime é o mais
perto que terei de uma família.

— Vai ficar se torturando a noite inteira? — Segui a direção


da voz e encarei ao London[3]. Ele ergueu um novo copo
cheio com o líquido âmbar e eu dispensei o meu, já vazio.

— O que posso fazer? Sou obcecado. Não é assim que você


costuma se referir a mim?

— Sim, mas não sabia que também era masoquista.

— Ele não vai ficar com ela. — Falo.

A música se encerrou, Eric está puxando assunto, mas não


me preocupo. Não quando ela se sente observada e procura
ao redor de onde vêm os olhares incessantes e quando seus
olhos encontram os meus, sei que por baixo da maquiagem,
suas bochechas estão vermelhas. Eu sei que ela também se
sente como eu me sinto.

O playboyzinho que estava dançando com ela está


nitidamente frustrado e se afasta. Claytlin fica parada e
sozinha, olhando para mim até que Kaya[4] aparece
correndo, chamando sua atenção.

Quase me divirto com isso. Sei que é errado, mas porra...


Não consigo evitar, é mais forte que eu. Por mais que eu
tente, não sou um homem bom e ela está melhor sem mim,
ainda assim, estou sempre à espreita, esperando apenas
uma brecha para afastar os predadores de perto dela.

— Você é um fodido — London ri, sentando-se ao meu lado.

— Eu sou.

— Vai ter um dia que esse seu olhar galante não vai
funcionar. Você sabe, ela vai encontrar alguém que não
desista no primeiro não.

Paro para pensar nisso. É uma sensação quase como enfiar


brasa ardente goela abaixo. Incomoda pra caralho e me
deixa desconfortável.

— Então vou garantir que o filho da puta a faça feliz.

London suspira. Ele também está pensativo. Nós dois


seguimos a direção onde Claytlin dançava, mas ela não está
mais lá. Agora está em uma mesa de doces, com Kaya em
seu colo, mesmo que a garotinha esteja enorme e pesada,
ainda assim, sua babá a mima como se fosse um bebezinho.
Eu adoro vê-las juntas, são as duas únicas mulheres com
acesso livre em minha vida e que facilmente me teriam de
joelhos.

— Você sabe que Dominic[5] não encheria o saco se você


quisesse algo realmente sério. — Continua, dessa vez em
um tom rígido.

— Dominic vai encher o saco de qualquer jeito. Ele é como


um pai para ela, principalmente depois que Sienna quase
morreu e Claytlin foi o único suporte com a Kaya. — Friso,
voltando a olhá-lo.
— Mas não é por ele que não me aproximo. Você sabe.

— É bizarro que você não lide com ela como só mais uma
boceta.

— Porque ela não é.

Cerrei os punhos, eu poderia socar o babaca, mas sabia que


ele não fazia por mal. Para London, as coisas sempre eram
pretas no branco. O desgraçado não reagia há nenhum tipo
de emoção e às vezes criávamos teorias sobre ele ser um
maldito psicopata.

— Eu sei — repete. Nós ficamos em silêncio por alguns


segundos, então ele suspirou fortemente e tocou meu
ombro. —

Nesse caso, o melhor a se fazer é encontrar uma mulher


que seja

apenas uma boceta. Foder e esquecer a garota. Vai ser mais


fácil de lidar quando ela seguir em frente.

London me deu um sorriso condescendente em um raro


gesto de empatia e se afastou. Apesar de ter parecido que
ele cravou uma estaca no meu peito, suas palavras ficaram
rodando pela minha mente.

Segui novamente o lugar onde Claytlin estava, sorri como


um miserável para a cena das minhas duas meninas se
enchendo de chocolate. Talvez, pelo menos uma vez na
vida, eu pudesse ser altruísta e dar a ela a chance de ser
feliz em um mundo normal.

Porque eu sei que se em algum momento experimentar o


gosto da sua boca, nunca serei capaz de deixá-la ir.
Capítulo 2

JASON ROUX AOS 29 ANOS

Dias atuais

Depois de duas semanas fora de casa, viajando a trabalho


pela Europa e fiscalizando como estavam nossos negócios
fora da América, finalmente estava de volta. Nova Iorque é
o meu lugar, não vejo minha vida longe daqui, apesar de
amar pra caralho sair sem destino ou sem hora para voltar.

A minha vida sempre foi resumida em adrenalina, mas


ultimamente tenho sentido que falta algo a mais.

Você sabe o que falta — parte do meu cérebro aponta.


Ignoro o aviso, sentindo o coração morto dentro do meu
peito pulsar, quando a imagem quase angelical dela
atravessa meus pensamentos.

Estou dentro do carro estacionado em frente à casa de


Dominic, penso se devo mesmo entrar ou continuar aqui,
me torturando com o pensamento dela estar, ou não, lá
dentro.

Sei que ao menos três vezes na semana, Claytlin fica aqui e


passa a noite com a Kaya, principalmente quando Sienna
está ocupada entre plantões da residência em medicina e
nossas clínicas clandestinas.

Cansado de adiar esse movimento, destravo às portas e


desço do carro.

As coisas ficaram fodidas nos últimos cinco meses porque


ela encontrou alguém. Esse fato desce amargo pela minha
garganta desde que soube que ela está namorando com um
idiota que conheceu na faculdade. Agora eles estão
trabalhando na mesma escola onde Claytlin dá aulas no
período da manhã, que também é a mesma escola que o
protetor obsessivo do Dominic comprou para

que seus homens pudessem cuidar de sua filha de perto. Eu


não posso julgá-lo porque faria exatamente o mesmo.

Você é maluco — um comentário aleatório que minha


cunhada fez em um dia qualquer passa pela minha cabeça e
eu tenho que concordar. Nesse mundo existem homens
normais e insanos, eu sempre fiz parte do segundo grupo.

Cumprimento alguns seguranças no caminho, eles acenam


de volta e quando empurro a porta da mansão, me sinto
quase em casa e dessa vez eu sorrio de verdade porque
ouço os latidos enlouquecidos de um carinha que sentiu
meu cheiro.

— Oi, garoto! Você se comportou? — Murmurei quando


saltou em cima de mim. Ele está eufórico, jogando os seus
mais de 30kg fortemente em minhas pernas, enquanto se
impulsiona contra mim. — Eu também senti sua falta,
amigo.

Me abaixei para deixar que ele sentisse meu cheiro e se


acalmasse. Foi impossível não rir da festa desesperada que
ele fez, saltando feliz como só um cachorro pode fazer.

O desesperado fazendo festa é um Pitbull Terrier, com a


pelagem cinzenta, olhos escuros e nesse momento tenho
certeza de que o alimentaram mais que o indicado, porque
parece mais gordo.

— Você é uma fraude, Murdoch. Deveria ser assustador e


parece um ursinho de pelúcia, como a sua...
— Tio Jason! — O gritinho me interrompe e eu abro os
braços para que minha garotinha se jogue. A festa se torna
dupla, porque Kaya e o meu cachorro terrorista estão
pulando em cima de mim, eufóricos com a minha chegada.

— Oi abelhinha, senti saudades. Como você está?

— Tudo perfeito! — Sorri ao ganhar um beijo estalado na


bochecha e me levantei, andando com eles para dentro da
casa.

E como eu supus... Aqui está ela.

Claytlin fica de pé ao lado do sofá branco revestido de


couro, mas cai sentada nele quando Murdoch corre em sua
direção, como se dissesse “olha quem chegou”. Ela
gargalha com as lambidas excessivas e eu me sinto
finalmente em paz.

Porra... Como eu esperei para ouvir sua voz, ver seu sorriso
e colocar meus olhos sob seu rosto lindo, para matar a porra
da saudade que eu estava sentido.

Nos últimos anos eu precisei ser apenas um fantasma em


seu caminho, o homem assustador de quem ela morria de
medo, mas que com o tempo percebeu que tinha um lado
humano. Claytlin demorou para relaxar perto de mim, mas
nossa convivência diária me tendo como o principal
segurança de Kaya — e dela, fez com que nos
aproximássemos ao ponto de uma amizade. Ela é tagarela,
gosta de escolher a música quando entra no meu carro e
toda vez reclama que a inclinação do banco não é a mesma
que ela deixou.

Eu adoro como sua boquinha forma um bico de irritação,


falando que as minhas “namoradas” são espaçosas e
folgadas.
— Tio Jason, você já sabe que a Claytlin vai se casar?! — E

então, em um passe de mágica, a emoção desconfortável


que eu sentia se transforma.

Encaro a filhinha do meu amigo, a garotinha que me fez


perceber que ter uma criança por perto não é tão ruim, e
tento entender claramente o que ela está falando.

— Mostra o seu anel, Claytlin! — Ela continua falando,


correndo para Claytlin e puxando sua mão. — Ela vai ter um
bebê com o Victor!

— Um dia, Kaya. — Claytlin esclarece, acelerada.

Nossos olhos se encontram e o sorriso feliz morreu em seu


rosto, agora ela parece extremamente desconfortável ao se
colocar de pé, me olhando com cuidado.

Não consigo dizer absolutamente nada. Na verdade, eu nem


sei que merda sentir.

Ela vai se casar — uma voz estridente gritou na minha


mente e eu continuei paralisado.

— Jason? Tudo bem? — A pergunta de Claytlin fez um eco na


minha cabeça.

Agora ela está andando para mim, parando bem à minha


frente. Sua mão delicada toca meu ombro e eu solto o ar
que sequer sabia que estava prendendo.

— Isso é verdade? — A pergunta soa sem que eu tenha


controle de nada. Tampouco do meu tom rosnado.

Os sentidos estão voltando, para o meu desespero é tão


rápido que explodo. Minha mão se fecha em seu punho fino,
tirando-a do meu ombro. Giro meus dedos sob a pele macia
e aperto, mas sem machucá-la.

— Jason... — Não é um sim, também não é um não. Meu


nome sai em um sussurro de lamento, quase como um
pedido de desculpas.

Porra, como as coisas fugiram tão rápido do meu controle?

Isso não deveria estar acontecendo, caralho! Era para ser a


porra de um namorinho inofensivo, principalmente porque
sei que Claytlin é virgem e tinha o sonho de se manter
assim até o casamento.

Sienna[6] deixou isso escapar em uma conversa com


Felícia[7] e eu as ouvi.

— Cheguei, crianças! — A voz da dona da casa fez com que


eu a soltasse.

Olhei para Sienna, vi a preocupação em seus olhos e me


perguntei quando diabos esse noivado aconteceu.

— Oi, você chegou. Fez boa viagem? — Ela se inclinou para


beijar meu rosto e depois cumprimentou a Claytlin,
entrando sorrateiramente entre nós.

— Pode ficar com o Murdoch mais um dia? — Cerrei os


punhos, Sienna assentiu.

O olhar que ela me deu não passou despercebido, mas eu


ignorei.

Olhei fixamente para Claytlin, uma parte de mim queria


levá-la daqui agora, colocá-la dentro do meu carro e
desaparecer. A outra, a que tinha um fio racional, sabia que
ela nunca me perdoaria.
— Nos vemos amanhã, abelhinha. Cuida do nosso amigo,
está bem? — Falei, Kaya veio até a mim e me abraçou pelas
pernas. Baguncei seu cabelo, começando a me afastar. Meu
cachorro correu quando viu que eu iria embora, mas parei e
lhe dei apenas um olhar. — Fica.

Ele obedeceu, sentando-se no meio do caminho. Sua feição


desolada só perdia para a minha. Porra. Olhei para Claytlin
antes de voltar a andar, ela estava meio pálida, com os
lábios embranquecidos e Sienna a abraçou pelo ombro.

Enquanto fazia meu caminho para fora, só pensava no


quanto aquilo estava errado.

Capítulo 3

JASON ROUX

— Já chega, você não vai usar essa porra! — London gritou,


virando a mesa onde estava sentado. Minha visão
parcialmente embaçada acompanhou o vidro espatifando ao
chão e o pó branco flutuando no ar.

— Não fode comigo!

— Eu te avisei que essa merda ia acontecer, agora você


aguenta e resolve isso como um homem, porra!

Enfiei minha cabeça entre às pernas, me sentindo


completamente miserável. Algumas pessoas ao nosso redor
se afastaram, porque nos conheciam bem. Estávamos em
um dos nossos bares, dentro da nossa rota de distribuição
de coca e era comum vendermos nesses estabelecimentos
de beira de estrada.

Foi feito exatamente para isso: festinha com puta barata e


muita droga.
Ele tinha razão, estar fora de mim só me deixaria mais
insano e eu não precisava me sentir miserável, drogado e
ainda mais indigno.

— Ela não vai se casar com aquele playboyzinho filho da


puta! — Rosnei e quando me levantei, a cabeça girou 360º.
London me segurou, me impedindo de cair e me amparou
para fora do bar.

— Você está bêbado, vou te deixar em casa.

— Jaxon. Tenho que falar com ele. Todos vocês sabiam dessa
porra de noivado e ninguém me falou.

— Seu irmão e sua cunhada estão com um bebê novo em


casa, você não vai aparecer completamente louco na casa
deles.

— Por que você não me falou? Você é a porra do meu


melhor amigo. — Rosnei quando ele me empurrou para
dentro do seu

carro, batendo a porta com força.

London ocupou o seu lugar atrás do volante e não me


respondeu. Por alguns segundos eu aceitei a merda do seu
silêncio, porque era infinitamente reconfortante fingir que o
meu maior pesadelo não era realidade.

Em alta velocidade avançamos pelas ruas, cruzamos a


ponte do Brooklyn a caminho de Manhattan, onde nossos
apartamentos ficavam. Olhei os postes noturnos passarem
como um borrão pela janela e quando o carro parou no
estacionamento, London não fez menção de que iria descer.

— Acho que eu nunca vou entender como você se


apaixonou por essa garota sem ao menos beijá-la, isso é
coisa de adolescente.

Está agindo como um lunático.

— Achei que eu só fosse um filho da puta obcecado.

— Não é só sobre obsessão, se fosse você já teria fodido


com ela e terminado com isso. — Ele pausa, me encara e eu
abro a porta do carro.

O efeito do álcool me faz sentir incrivelmente mais pesado,


como se cada movimento exigisse um esforço sobre-
humano.

— Ela não vai se casar com ele. — Repito quando entramos


no elevador.

London aperta o botão referente ao nosso andar. Cruzo os


braços, meu reflexo na parede espelhada zomba da minha
cara.

Estou um caos completo, cabelo desgrenhado, barba


crescendo e uma crescente mancha arroxeada se
espalhando pela minha pálpebra direita, provocada pela
briga que arrumei assim que deixei a casa de Dominic.

— E o que você pretende fazer para impedir isso, idiota?

Algumas ideias insanas pairam pela minha mente, algumas


atenuadas pelo efeito do álcool e eu sorrio como um sádico.

— Babaquinha, vai dormir. — Me repreende. Ele me ajuda a


entrar em casa, mas não fica comigo. Me deixa sozinho para
lidar com minhas merdas e é exatamente isso que eu quero.
Tempo...

Tempo para que, porra?


A Claytlin e o Victor vão ter um bebê — o comentário
inocente de Kaya paira pela minha mente e eu soco a porta
várias vezes seguidas. Só paro quando os nós dos meus
dedos estão sangrando, mas a madeira maciça está intacta,
não posso dizer o mesmo das dobradiças.

Meu corpo cambaleia pelo sofá, me jogo e encaro o teto que


está girando.

Alguma coisa quente está molhando meu rosto, enxugo com


a ponta dos dedos e entre o sangue escorrendo da mão,
estão as minhas lágrimas. Há quanto tempo eu não choro?
Eu não o fiz nem mesmo quando minha mãe morreu no ano
passado. Não consegui lamentar, apesar de ter me sentindo
triste. Eu só agi como a porra de um robô sem sentimentos
e continuei vivendo.

— Caralho, eu estou muito fodido. — Murmurei, minha voz


saiu rouca, embargada.

Por incrível que pareça, como nunca me aconteceu antes,


me sinto sozinho. O silêncio no meu apartamento
contrastando com a minha vida fodida. Desde que eu era
criança, já sabia que o mundo não tinha muito para me
oferecer.

Com doze anos entendi que meu irmão matou o nosso pai
porque ele era um filho da puta e que na realidade há um
monte de filhos da puta no mundo gerindo uma família,
traumatizando seus filhos enquanto fazem das suas esposas
um saco de pancadas.

Com o exemplo de pai que tive, não foi difícil entender que
eu não fui feito para me relacionar.

Tirei meu celular do bolso, o brilho da tela faz minha visão


ficar turva. São quase duas da manhã. Posso usar o álcool
como desculpa, mas foda-se, eu preciso ouvir a voz dela.

Me sento no sofá quando clico no nome Princesa gravado na


minha agenda. O aparelho completa a chamada e cada
segundo que leva para que ela me atender é uma
premeditação de quais palavras tenho que usar para
convencê-la de não fazer isso comigo.

Mas fazer isso o quê?

— Jason? — Sua voz sonolenta preenche o outro lado da


linha. — Jason? Está tudo bem?

Aperto o celular com força, estou prestes a implorar quando


ouço uma voz masculina de fundo, perguntando com quem
ela está falando tão tarde.

— É o Jason. — Ela respondeu a ele. — Acho que aconteceu


alguma coisa com a Kaya. Eu já volto, Victor. Durma.

Ele está dormindo com ela?

Uma sensação ruim pra caralho se apossa do meu corpo,


me levanto e o efeito da bebida parece amenizar porque o
ódio que eu sinto toma conta de tudo.

— Você não pode se casar. — É o que eu digo. Claytlin ofega


do outro lado, ela não me responde, mas sua respiração
está tão pesada que é audível. — Está entendendo?

— Jason, você bebeu?

— Você não pode se casar com outro.

— Jason... — Sua voz agora é só um sussurro.

Meus olhos ardem enquanto procuro a chave do meu carro.


Eu sei que é uma idiotice, mas eu preciso falar com o Jaxon.
Na minha vida inteira o meu irmão foi a única pessoa que
entendeu o meu jeito, o meu lado insano e me amou acima
de qualquer coisa.

— Isso não devia estar acontecendo, princesa. — Falo, já


dentro do elevador. Apoio minha testa na parede gelada,
ouvindo seu soluço. Merda. Ela está chorando. — Não chore.
Vamos conversar.

— Isso é loucura, não entendo por que está fazendo isso


agora.

Porque eu amo você — a resposta vem, mas eu não falo


porque seria mentira. Não a parte de que eu a amo, mas
porra, isso é uma loucura. Eu sei que não tem nada a ver
com amor, são motivos egoístas e foda-se, eu sou um
fodido. Ela sempre soube disso.

— Você transou com ele? — A pergunta flui sem que eu


tenha controle.

O elevador se abre, cambaleei para fora e apertei o alarme


do carro. Me encostei na lataria, puto com a sua hesitação
na resposta.

— Isso não é da sua conta, Jason. Nós somos apenas amigos


— ela diz e parece segura disso.

— Uma ova que não é! — Entro no meu carro, enfio a chave


com dificuldade na ignição e deito a cabeça no volante. —
Quero ver você. Vamos conversar.

— Se for sobre isso, não temos nada para conversar. Eu vou


me casar, Jason. Não estrague a nossa amizade com isso. O
nosso momento de ter alguma coisa passou há cinco meses,
quando eu ainda estava solteira. — Ela desliga e me faz
sentir ainda pior.

Não passou não — quero dizer, mas é tarde.

Enquanto ligo o carro e acelero em disparada pelas ruas de


Nova Iorque, meu único pensamento é ter a mulher que eu
desejo com loucura. Nem que para isso eu tenha que virar a
porra do seu príncipe encantado. Claytlin vai ser minha e
tudo vai ser como deveria. Se for se casar com alguém, será
comigo.

Capítulo 4

CLAYTLIN MORGAN

Duas semanas depois

Sorri falsamente para a décima foto da tarde. Algumas


amigas da infância, faculdade e trabalho estavam
empolgadas com o chá de lingerie que Sienna se ofereceu
para organizar em sua casa. Eu estava completamente
grata, mas ainda assim, não conseguia ficar plenamente
feliz.

“Você não pode se casar, está entendendo?”

“Isso não pode estar acontecendo, princesa.”

“Você transou com ele?”

As perguntas angustiadas que Jason fez na última vez em


que nos falamos não paravam de rodar em looping na
minha mente.

Por mais que eu soubesse que deveria estar focada na


realização do meu sonho — um casamento com um homem
que demonstra em boas atitudes o quanto me ama —, estou
focada no homem por quem fui cegamente e
enlouquecidamente apaixonada, mas que me rejeitou
nesses últimos cinco anos.

Ainda me lembro do seu tom raivoso ao me dizer que não


posso me casar com outro e isso faz com que um frio se
aloje no meu estômago. O jeito como ele parecia quebrado
em sua confissão se repete o tempo inteiro, como uma fita
cassete com defeito.

Eu sou uma idiota por estar tão afetada, porque depois


disso ele simplesmente desapareceu.

— Ei, o que houve? — Melissa, uma das minhas melhores


amigas desde a infância, me perguntou docemente.

Dei outro dos meus sorrisos falsos, estava ficando boa em


dissimular. Logo eu que sempre odiei mentiras e ensinava
todos os

dias para crianças da idade da Kaya como era feio e


decepcionante mentir, estava virando uma mentirosa nata.

— Nada. Vou ver como estão as coisas na cozinha. Você


quer mais uma bebida?

— Essa azul é de qual sabor? Está uma delícia! — Riu, já


altinha pelo efeito do álcool.

— Vou trazer mais dessas. Vai aproveitar a piscina.

— Claro que eu vou! Não é todo dia que tenho uma dessas à
minha disposição! — Sorri com seu entusiasmo. Fiquei
observando-a se afastar para se unir com as outras
meninas. Edwin, a irmã do meu noivo, me lançou um olhar
desconfiado e eu me arrepiei.
Detestava o jeito como ela parecia me avaliar toda vez que
me encarava, como se soubesse exatamente tudo o que eu
penso.

Meu relacionamento com o Victor foi uma surpresa


agradável.

Somos amigos desde a faculdade, fizemos todas as


disciplinas juntos e estagiamos na mesma escola primária,
no Brooklyn. Não foi estranho quando ele me convidou para
sair pela primeira vez, há alguns anos e eu neguei, naquela
época já me sentia completamente desestabilizada diante
da presença de Jason Roux.

O cheiro delicioso do perfume dele me deixava inebriada e


todas as suas tatuagens eram um convite ousado e
pecaminoso para o caos.

Ele é simplesmente a imagem crua e mais sexy que eu já vi,


me lembro de como fiquei assustada nos primeiros meses
da nossa convivência e agora...

Ofeguei com as lembranças, desviei meu olhar de Edwin


quando ela franziu o cenho, provavelmente se perguntando
o que se passa na minha cabeça.

Caminhei para dentro da casa, precisava de espaço e se


alguém mencionasse mais uma vez o meu noivado e como
a festa que aconteceu há três dias foi linda, eu vomitaria.

Céus, Claytlin, olha ao que você está associando o seu


noivado! — Me repreendi, respirando fundo e aliviada por
estar

sozinha.
Minhas memórias continuaram pregando peças, porque nos
últimos dias cada segundo de todos os pequenos momentos
e migalhas que vivi com Jason durante os anos em que nos
conhecemos foi fluindo diante dos meus olhos, meu cérebro
me preenchendo com cada detalhe idiota, me deixando
angustiada.

Eu cuidei de cada remendo que a Sienna fez nele durante


esses anos, toda vez que ele levava um soco, tiros ou
facadas, eu me sentia morrer por dentro. Meu nervosismo
era visível ao ponto de as pessoas passarem a notar como
eu me sentia, até o Jason sabia.

Ainda assim, ele nunca tinha dito uma palavra de duplo


sentido. O modo gentil, carinhoso e cuidadoso que ele me
tratava, ao invés de afastar minhas emoções infantis, as
alimentava. Como uma menina boba, eu realmente
acreditei que ele me veria como alguém atraente quando eu
atingisse a maior idade e mesmo depois dos vinte e um,
nada mudou.

Nenhum homem que eu beijei, saí para jantar e tentei ter


algo a mais fez com que a loucura emocional que eu sentia
por Jason fosse sequer afetada. Até que dei uma chance ao
Victor... Eu realmente achei que estava apaixonada,
realmente pensei que haveria uma forma de ser feliz, de ter
um futuro...

Então ele me liga e diz que eu não posso me casar com


outro.

— Merda... — Murmurei baixinho cruzando o último


corredor, mas parei antes de entrar na cozinha ao ouvir a
voz murmurada de Sienna vindo de dentro do cômodo. Eu
iria dar meia volta, porque ela parecia estar em um assunto
sério, mas estanquei quando o meu nome e o de Jason
foram mencionados na mesma frase.

— Isso é preocupante. — Sienna não estava sozinha porque


a voz de Felícia Roux, a cunhada de Jason e uma amiga,
soou também. — O jeito insano que ele apareceu lá em casa
naquela

madrugada disparou um monte de gatilhos de alerta dentro


de mim.

Jason não está bem, ele não está conseguindo lidar com
isso.

— Jaxon e Dominic não vão deixá-lo fazer nenhuma merda.

Nem mesmo o London. Ele vai aparecer, só precisa dar um


tempo.

— Sienna diz.

— Realmente não sei, Sie. O Jason nunca machucaria a


Claytlin, mas...

— Não vamos pensar nisso. É muita loucura. — Sienna


falou, como se entendesse algo subentendido no que Felícia
dizia.

Um mal pressentimento me tomou, pensei em Victor, em


como Jason poderia impedir nosso casamento fazendo algo
contra ele. Mas... Ele não seria capaz, seria? Ele sabe que
nunca o perdoaria.

Ando para longe quando elas ficam caladas, não quero que
me flagrem ouvindo.
O que antes era uma pressão quase insuportável se tornou
ainda pior.

Puxei o ar com força na entrada da casa. Olhei para o céu


azul, com poucas nuvens e o sol estava ardendo.

Então foi por isso que eu não o vi mais?

É por isso que Terrier o substituiu na segurança minha e de


Kaya?

Jaxon está desaparecido desde quando?

As perguntas vêm como uma avalanche, me deixando


completamente afetada.

— Oi garotinha, o que houve? Está passando mal? — A voz


grossa e imponente surge atrás de mim, me assustando;
chego a tremer um pouquinho e Dominic ri do seu jeito
sacana, gostando da forma como eu ainda pareço uma
menina boba perto deles. Jaxon está ao seu lado, ele tenta
disfarçar, mas também está rindo.

— Acho que só preciso de um pouquinho de ar. Esse negócio


sobre casar é muito... Sufocante.

— Geralmente são os noivos que fazem esse tipo de


comentário. — Jaxon fala, parecendo pensativo.

Levo a mão até a boca, notando que disse merda e tento


desviar o assunto:

— Sienna e Felícia não proibiram a presença de vocês aqui


até as dezenove?

— Merda, garota esperta. — Dominic apontou. — Esqueci


meu laptop.
— Você só queria vigiar e ter certeza de que elas não
contrataram strippers! — Acuso, de cara feia.

Eles são dois idiotas.

Jaxon se altera todo e Dominic quase explode de tão


vermelho.

— Elas contrataram? — O mais fofoqueiro entre os dois,


perguntou. Ele podia ser um mafioso perigoso e temido,
mas em casa o homem era simplesmente o marido mais
sufocante que existe na face da terra. Dominic olhou em
direção à sua casa, querendo entrar e eu me coloquei no
caminho.

— Tem um monte de meninas de biquínis lá dentro, então


vocês vão embora ou vou chamar as esposas dos dois.

— Traidora. — Jaxon resmungou, mas assentiu.

Eles se afastaram, provavelmente arquitetando algum plano


para nos vigiarem. Eu ri, porque era simplesmente
inacreditável que eles parecessem duas crianças mimadas
ao reclamarem que Felícia e Sienna desligaram todas as
câmeras de vigilância da casa.

Eu iria entrar, mas paralisei quando o vidro do SUV de


Dominic, que estava estacionado em frente ao portão de
grades da

mansão, abaixou e eu o vi. Jason estava usando óculos


escuros, a cabeça completamente raspada e barba feita.

Um frio sinistro se alojou no meu estômago, porque dentro


daquele carro estava o homem cruel que eu conheci há
cinco anos.
Tive um dejávù da primeira vez que o olhei, o pânico que
senti ao encarar seus braços musculosos ressaltados na
regata branca que ele vestia, o maxilar quadrado e bem
desenhado, lábios proeminentes que são um destaque no
seu rosto. Tatuagens na lateral do rosto: uma rosa de
cabeça para baixo, sangrando e um canivete do outro lado.

Eu nunca tinha visto um homem tão bonito e ao mesmo


tempo tão assustador, me deixando em uma espécie de
encantada e completamente apavorada.

Arfei pesado, porque havia uma nova tatuagem agora.


Pouco dava para ver, mas parecia ser uma borboleta
fechando seu pescoço e estava enrolada em arame farpado.

Levei a mão até o peito sentindo o coração disparar.

O vidro fechou rapidamente e o carro saiu, arrancando


pneu.

Sequer tinha percebido que Dominic e Jaxon entraram no


veículo.

Um par de lágrimas grossas molharam meu rosto e só então


percebi que estava chorando.

Jason implacável estava de volta e, insanamente, ao invés


de ficar assustada, eu me senti excitada.

Capítulo 5

JASON ROUX

Dias depois

Estacionei em frente à escola da Kaya, a mesma escola em


que Claytlin leciona, no mesmo horário em que a abelhinha
está em aula.

Toquei meu pescoço, dedilhando os traços ainda doloridos


da minha recente tatuagem, eu a fiz com o único propósito
de marcá-la em minha pele após uma conversa demorada
com o meu irmão e a minha cunhada. Eles me fizeram
perceber algumas coisas que estava passando rapidamente
por cima de mim, pelo meu gênio difícil e imediatista.

A borboleta desenhada em traços finos de um arame


farpado preencheu todo o meu pescoço, até a jugular.
Agora, toda vez que me encaro no espelho, me lembro que
eu tenho a porra de um propósito para seguir. Não sou só
mais um fodido que vivia a vida como um louco, sem medo
da morte. Eu quero um futuro e de preferência, ao lado dela.

Claytlin é a minha borboleta bonita, colorida, livre... Eu sou


o arame farpado, sem brilho, moldado em aço e feito para
ferir. Se você me tocar sem a minha permissão, vai se
machucar. A camada afiada ao redor do meu corpo foi
moldada desde que eu era um pirralho idiota e com o
tempo, as porradas da vida só me fortaleceram.

Precisei de uns dias distantes para planejar. Primeiro, iria


fazer da forma que prometi a Felícia, ela está preocupada
comigo e eu garanti que tentaria fazer a coisa certa. Um
passo de cada vez.

Paciência..., mas, se essa porra não funcionar, vai ser do


meu jeito.

E o meu jeito... É sempre o melhor.

Cocei o queixo, olhando o portão fechado e fazendo uma


nota mental dos compromissos do meu dia. Depois de
fiscalizar a
produção do novo produto que a organização irá
comercializar, vou precisar acompanhar uma entrega para
um cliente especial, então estarei livre para persegui-la
como tenho feito durante os últimos quinze dias em que
estive distante. Foi o tempo suficiente para que ela
processasse a informação que lhe dei: eu a quero para mim.

Duas malditas semanas em que eu fiquei me sentindo um


desgraçado, olhando de longe os seus sorrisos genuínos
com o bastardo sortudo que tem o que é meu.

Isso é tudo culpa sua — a voz sabotadora me relembra, mas


dessa vez o ódio não cresce. Não permito.

Olho o relógio, desço do carro e conto os poucos segundos


para o tempo que sei que levará para que elas venham para
mim.

Um sinal sonoro ecoou dentro da escola, os portões se


abriram e eu mirei em Claytlin. Elas me viram e suas
reações foram distintas. Kaya correu apressada, soltando a
mão da minha garota e pulando no meu colo.

— Tio Jason! — Seu grito aplacou minha ansiedade. A


abracei forte, porque estávamos há dias sem nos vermos.

— Você está pesada, garota. — Murmurei, colocando-a no


chão e abrindo a porta do carro para ela. — Sorvete,
abelhinha?

Ganhei um sorriso sapeca quando assentiu, ficando pirada


com a chance de ter doce antes do almoço.

Claytlin se aproximou em silêncio, me observando colocar


Kaya no banco e ajudar com o cinto de segurança que
estava todo embolado.
Fechei a porta, me virando para encarar a minha princesa.

Ela está visivelmente irritada, seus lábios se franziram em


linha reta e quando não me olha nos olhos, sei que isso é
minha culpa.

— Oi, Clay. Tudo bem?

— Você sumiu. — Falou baixo.

Seus olhos castanhos entraram em contato com os meus.


Eu sorri presunçoso para caralho. Ela sentiu minha falta.

— Resolvendo umas coisas...

— Que coisas? — Pergunta.

Abri a porta do carona, a fim de encerrar o assunto. Não


estava nos meus planos retornar ao nosso estado de amigos
platônicos, já deu de ser só o amiguinho dela.

— Você vai me ignorar? — Me pergunta ao entrar no carro. A


expressão séria está lá, ainda que tente disfarçar porque a
Kaya está conosco.

Fechei a porta suavemente, dando a volta no carro e antes


que pudesse me sentar atrás do volante, já posso ouvi-la
reclamar da posição em que o banco do carro está ajustado.

— Foi o London. Ele reclama que você é pequena e deixa o


banco muito para frente e as pernas dele são longas.

— Eu não tenho culpa se ele tem mais de dois metros de


pernas. — Reclama, posicionando o banco do jeito que ela
gosta. O

biquinho em seus lábios me faz ter vontade de beijar sua


boca gostosa, mas eu me controlo. — Ele não tem o próprio
carro?

— Sim, mas gosta de andar com motorista porque é um


maldito preguiçoso — falo, colocando o carro em
movimento.

— Você é só nosso. — Por alguns segundos acho que nem


Claytlin se dá conta do que diz. Eu a olho, sentindo um
arrepio subir à espinha provocado pela possessão na sua
declaração. Ela morde o lábio inferior, cruzando os braços e
solta uma risada nervosa. — E

das suas namoradas, é claro.

A merda do meu sorriso presunçoso só cresce.

— Você quer ouvir reggaeton, Kaya?

— Sim! Rosalía! — Grita, eu acho que as duas tem um plano


de me enlouquecer com o gosto musical delas.

Claytlin me dá um sorrisinho maldoso, conectando seu


celular ao rádio do carro e colocando o ritmo latino bem
alto. Kaya vibra, elas cantam juntas enquanto estamos
presos no trânsito e depois, Claytlin dá o celular dela para
Kaya se distrair, enquanto não chegamos à sorveteria.

— Você só me provoca sobre namoradas porque sabe que


não tem mulher nenhuma na minha vida. — Falei, a
encarando e depois olhos para o retrovisor e me certifico
que Kaya está distraída com seu jogo, além de cantar igual
uma louca.

— Fixa? Realmente não. Às vezes eu esqueço que Jason


Roux não é homem de uma mulher só.
— Claytlin... — Seu nome soa como um alerta para sua
provocaçãozinha. — Você sabe que tem essa mulher que eu
quero, mas ela está comprometida.

— Você é mimado.

— Bom, nunca me chamaram assim. — Sorrio, cortando


alguns carros para tentar fugir do trânsito. — Precisamos
conversar.

— Não.

— Isso não foi um pedido. Nós vamos conversar.

Sei que ela está com raiva agora.

Claytlin me encara seriamente, mas não diz nada do que


realmente gostaria porque Kaya está conosco e se eu for
sincero, escolhi justamente esse momento para deixá-la
encurralada.

— Você está comprando a menina com sorvete. — Acusa


quando eu estaciono em frente à uma sorveteria no
caminho de casa.

Eu olho para ela, pisco e Clay não resiste em sorrir. Sei que
está com raiva por ceder, porque suas bochechas estão
vermelhas e revira seus olhos com desdém. Desço primeiro,
elas sabem as regras e por isso esperam no carro enquanto
faço um sinal para o carro de apoio que sempre nos segue.

Aguardo, checando com cuidado a rua, os homens descem


e andam pela calçada, se colocando em pontos
estratégicos, nunca sabemos quando pode acontecer um
ataque e se tratando das duas preciosidades no carro,
sempre estarei pronto.
Envio uma mensagem para Dominic avisando da nossa
parada, antes que ele fique paranoico por ver o carro
parado por muito tempo no mesmo lugar, através do
aplicativo do rastreador.

Quando recebo um sinal de que está tudo seguro pelo


perímetro, abro a porta de Claytlin, que entende que já
pode descer.

Quando eu fecho, não dou tempo para que ela se afaste e


pressiono meu corpo no seu, contra a lataria do carro.

— Preciso que saiba que eu estive errado esse tempo todo.

Achei que você merecia alguém melhor que eu, mas...

— Jason, não. — Ela me interrompe em um sussurro. Nossos


olhos estão vidrados um no outro e estamos tão próximos
que sinto sua respiração quente batendo na minha
bochecha.

— Precisamos conversar. Ainda hoje. Quando você sair do


trabalho, te levarei para jantar.

— Eu estou noiva! — Enfatiza.

E eu odeio essa porra.

Suspiro, assinto e me afasto para lhe dar espaço.

— Eu sei, mas esse erro será brevemente reparado,


princesa.

Eu aguardarei com paciência.

Capítulo 6

CLAYTLIN MORGAN
— O Terrier vai acompanhar o seu carro, por que está tão
nervosa? — Sienna me questionou quando perguntei pela
terceira vez se algum dos seus homens me seguiria para
casa.

Engoli a saliva, com as mãos tremendo e a ansiedade


causando dor no estômago.

O jeito como ele me segurou contra o carro, a forma como


seus olhos estavam escurecidos e o calor que seu corpo
emanou para o meu, me deixou instável. Meu cérebro se
tornou gelatina e tudo que eu conseguia pensar era em
como ele me dominou tão facilmente. Se Jason tivesse me
beijado ali, em público, eu não conseguiria resistir.

— Não é nada. Acho que é cansaço e preocupação.

— Alguém te seguiu? Você está com medo? — Ela me


pergunta.

— Não. Vocês cuidam de mim, sabe como me sinto grata e


acolhida. — Ela me abraça e eu quero afastar a ruga de
tensão do seu rosto.

— Porque você é da família. Te amo, cabeçudinha. Bom


descanso, até amanhã.

Eu sorrio depois de nos abraçarmos mais uma vez e entro


no meu carro. Olho ao redor, esperando que a qualquer
momento Jason brote do nada e cumpra sua promessa.
Suspiro aliviada quando não o faz, ligo o veículo e dirijo para
fora da mansão.

Um farol neon pisca atrás de mim e sei que Terrier está me


seguindo. Fico aliviada, porque sei que ele me ajudará caso
Jason tente me dissuadir a ouvir o que tem para dizer.
Não posso ceder à tentação pecaminosa que esse homem é,
não quando minhas pernas ficaram completamente bambas
e meu coração disparado quando eu o olhei, de pé, com o
maxilar travado, diante do portão da escola e me encarando
como se fosse me devorar viva!

Eu nunca me senti assim na minha vida. Nenhum outro


homem foi capaz de me deixar tão nervosa, excitada e
abalada, todas essas emoções fluindo ao mesmo tempo e
me levando para um frenesi causado pelo fato de sermos
proibidos um para o outro.

— Você vai se casar, Jason Roux é um passado inalcançável.

— Falo, acelerando e conferindo se Terrier continua atrás de


mim.

Graças a Dominic, minha família saiu do Bronx, ele e Sienna


compraram uma casa para nós há alguns quilômetros da
sua, usaram como desculpa o argumento de que assim eu
conseguiria chegar rápido se eles precisassem de mim com
urgência, mas eu sabia que era apenas bondade.

Não sou boba, descobri rapidamente que o submundo em


que eles vivem é perigoso, principalmente quando a vida de
Sienna correu perigo e eu precisei me esconder com a Kaya
até tudo ser resolvido. Ainda assim, desconheço pessoas tão
maravilhosas.

Sienna é como uma irmã mais velha e Dominic, do jeito


rabugento dele, faz qualquer coisa por mim, me incluir em
sua família é uma delas.

Dei à seta para a minha rua, sentindo visivelmente um


alívio porque ele não veio atrás.
Meu celular vibrou no suporte, o nome do Victor apareceu
no visor indicando uma nova mensagem. Antes, talvez, eu
corresse e responderia... Agora, as coisas têm estado
visivelmente mornas entre nós e eu me sinto culpada.

No dia em que Jason me ligou foi um dos raros em que


Victor dormiu na minha casa, ele estava doente e sem
ninguém para cuidar dele. Geralmente, nós ficamos juntos
nos meus finais de

semana de folga, mas dormir na mesma cama foram em


raras ocasiões... Ainda assim, nós nunca de fato chegamos
a passar de algumas mãos bobas... Agora, no entanto, eu
penso se não é uma bobagem essa história de casar virgem.

Buzinei duas vezes quando parei em frente ao portão da


garagem, meu pai surgiu com seu sorriso largo no rosto,
abrindo para guardar meu carro: outro presente de Sienna e
Dominic.

— Aqui — falo, entregando as chaves. O espaço é estreito e


eu tenho medo de bater na parede e arranhar a tintura.

Meu pai acha graça, ocupa o meu lugar no carro e guarda


com tanta facilidade, que sempre me faz sentir boba por ter
tanto medo.

Olho para trás, aceno em agradecimento para Terrier, mas é


uma surpresa quando o carro desliga e eu consigo visualizar
melhor o veículo. Não é o SUV habitual que a máfia costuma
usar e sim o Range Rover do Jason.

— É o Jay? — Papai pergunta com um sorriso largo, visível e


entusiasmado.

Cruzo os braços, porque não vou conseguir impedi-los de se


cumprimentarem.
— Cabeça raspada? Gostei! — Eles se abraçam, Jason dá um
daqueles sorrisos de Golden Retriever para o meu pai. Um
sorriso fingido, porque eu sei que ele não é um bom menino.

— Senhor Morgan, faz tempo que não nos vemos! Como


estão as coisas na oficina?

Eles emendam um assunto e meu queixo cai quando meu


pai o puxa para dentro, avisando que terá lasanha para o
jantar. Cerro meus punhos, seguro minha bolsa no ombro e
o celular na outra mão. Sigo os dois melhores amigos,
ouvindo suas conversas animadas. Jason está falando sobre
seu novo negócio e me deixa subitamente curiosa.

— É uma destilaria com produção independente. Estou em


contato com um amigo polonês, eles estão empolgados em
produzir a melhor vodca que o mercado internacional já viu.

— Vodcas Rouxs? Acho que eu gosto do nome. — Meu pai


incentiva.

O caos é generalizado, porque minha mãe está feliz por ver


Jason também. Meu irmão mais novo, Caius, pula em cima
dele e o mais velho está empolgado para falar dos carros
clássicos e raros que tanto gosta.

Eu odeio que ele esteja fazendo isso, jogando seu charme


irresistível para a minha família e me deixando
completamente abalada.

— Oi filha, vai lavar suas mãos para jantar. — Mamãe me


nota, mas volta para o seu convidado querido.

Eles se conheceram pelas tantas vezes que Jason me trouxe


no meio da madrugada ou me buscou quando foi
necessário. Eles eram gratos porque ele me protege há anos
e sempre cuidou de mim.
Me afasto, irritada pelo joguinho que ele está fazendo. Entro
no meu quarto, deixando meus pertences na poltrona da
penteadeira e me fechando no banheiro. Meu reflexo no
espelho mostra o nível da minha irritação: minhas
bochechas e pescoços estão vermelhos e quentes.

Lavo o rosto, as mãos e respiro fundo.

Quando retorno à sala, o mal estar só piora, porque agora o


assunto sou eu.

— Claytlin me escondeu que iria se casar, acreditam?

— Mesmo? — Minha mãe pergunta, surpresa, ainda que


saiba exatamente como me sinto em relação a ele. — Que
coisa feia, filha.

— Nem me fale nesse casamento, Jay — meu pai emenda.

Torço meus dedos porque ele mal sabe que acabou de abrir
a caixa de Pandora das discussões noturnas diárias.

— Por quê? Tem algum problema com o ba... Cara?

Sim, ele ia falar babaca.

— Podemos mudar de assunto? — Pergunto, me sentando


entre meus irmãos e de frente para Jason, que está no outro
sofá.

— Ele é um bunda mole e ela não gosta de ouvir algumas


verdades. No mais, é inofensivo. — Reclama, com a feição
fechada e eu sei que virá mais. — Não deve matar uma
barata ou trocar uma lâmpada. É um democrata[8]. Não sei
como ele pretende defender a minha filha se é um
desarmamentista nato.
Meu pai é simplesmente um homem tradicional, de cabeça
fechada e que não aceita nenhuma opinião diferente da sua
quando se trata de defender seu partido. Ele é uma boa
pessoa, desde que você não queira discutir política com ele.

— Não precisa usar uma arma para isso. — Falo, o olho de


cara feia e ele bufa.

Todas as noites.

Sem pausa.

Ele me inferniza com esse assunto.

— Discurso de paz não salva a vida de ninguém, fale para


ela, Jason. — Fala outra vez.

Nunca ficou explícito para a minha família o que o marido


da Sienna é, mas meu pai não é nada bobo e já ouviu
muitos comentários.

— Eu já te falei para deixarmos esse garoto um mês no


Bronx. Ele vai sair esperto. — Meu pai continua.

Jason ri livremente, o encaro com muita raiva e, na tentativa


de apartar a briga, minha mãe nos chama para jantar.

Deixo que meus irmãos corram na frente, meu pai segue


minha mãe ainda reclamando do meu mau gosto para
escolher marido e sobramos Jason e eu na sala.

— Satisfeito, Roux?

— Na verdade, pra caralho. Eu vim para conversarmos, mas


a noite está sendo uma montanha-russa que só vai para
cima.
— Eu vou arrancar esse sorrisinho presunçoso do seu rosto
com as minhas unhas. — Murmurei entredentes, me
levantando e ele faz o mesmo.

— Minha princesa tem garras, eu adoro isso.

— Não fale mais nada do Victor, é sério!

Jason suspira tediosamente, anda lentamente até a mim e


para alguns centímetros de distância. Nossa diferença de
altura me assustou alguns anos atrás, agora só estou
profundamente irritada com sua ousadia.

Ele desceu seu rosto para perto do meu, segura minha mão
com força e leva até o seu pescoço. Prendo minha
respiração, atônita e com raiva por não conseguir reagir.

— Assim, fecha essa mãozinha aqui. — Sussurra,


pressionando meus dedos em sua pele. — Aperta, princesa.
Eu quero ver se você é valente.

— Não me provoque. — Rosnei, fechando levemente meus


dedos.

O descarado sorriu com os olhos, quase como um menino


brincalhão e me puxou pela cintura.

— Essa é a visão que você terá quando estiver me


montando.

Quero essa mãozinha esperta me enforcando enquanto


você cavalga no meu pau. Gostaria disso, princesa?

Capítulo 7

JASON ROUX
Ela me solta, suas pupilas estão dilatadas e por mais que
tente disfarçar ou mentir, sei que está tão acelerada quanto
estou.

Meu pau inchou dentro da boxer, exalei lentamente,


excitado ao imaginar minha mulher perfeita montada em
mim, deslizando a boceta quente no meu pau, me deixando
enfeitiçado com o seu rebolado.

— Isso nunca vai acontecer. — Fala ao fugir.

Rio porque sei que ela vai ficar ainda mais irritada.

— Eu adoro um desafio, Clay.

Estou realmente surpreso quando ela vira e aponta o dedo


do meio.

Uau... Eu não conhecia essa Claytlin.

Sigo atrás dela. Não estava nos meus planos participar de


um jantar em família, mas eu nunca disse que jogaria limpo
e não desperdiço nenhuma oportunidade. O pai dela ser
meu fã e odiar o noivo simplesmente fez meu dia.

Já na mesa, o assunto do casamento repercutiu por mais


alguns minutos. A mãe o tempo inteiro tentava mediar
pequenos focos de incêndio entre pai e filha, eu mantive um
sorriso divertido no rosto, concordando com absolutamente
tudo que meu futuro sogro dizia.

— Você deveria procurar um namorado como o Jason — o


pai dela disse em um momento entre o fim do jantar e a
sobremesa.

Claytlin se engasgou, sua mãe a acudiu e lhe entregou um


copo d’água. Ao invés dela fuzilar o mensageiro, olhou para
mim com um verdadeiro ódio e fez um sinal negativo.

— Eu estou solteiro, se algo der errado... Sabe onde me


procurar, princesa — jogo lenha na fogueira.

O pai dela gargalha, satisfeito e brinda comigo. Eu sei que


estou sendo um completo filho da puta, mas me pediram
para ser pacífico... Esse sou eu sendo pacífico.

— Você nasceu na família errada. Deveria ser filho dele. —

Minha garota resmungou, pedindo licença e se retirando.

— Ela é muito temperamental. Puxou a mãe. — Rick Morgan


fala, olhando a direção em que sua filha estava.

— Você que é um idiota. Eu já te disse para deixá-la em paz,


Victor é um bom homem e você deveria estar feliz que a
sua filha encontrou alguém que a ama e respeita.

Por alguns segundos os olhos da senhora Morgan vêm até


mim, mas não permanecem. Eu me encolho, porque agora
tenho certeza de que ela sabe das minhas intenções. Me
pergunto se Claytlin contou à mãe ou ela deduziu pelo
modo obsessivo que eu encarei sua filha durante toda a
noite.

Ficamos em silêncio porque a mãe vai atrás da filha.

Giro a minha garrafa de cerveja entre os dedos, me


perguntando se foi demais para uma noite só e o pai dela
suspira.

— Criar um filho nunca é fácil... — Desabafa. — Eu sei que


ela tem condições de encontrar algo melhor, mas já que é
isso que ela quer... O que eu posso fazer? Vou me render a
esse genro que ela me deu.
— Algo me diz que esse casamento não vai acontecer,
então não se preocupe com isso. — Falei suavemente. Ele
me encara, parecendo confuso e depois sorri. — Acho que
eu devo desculpas a ela.

— E eu também, mas homens espertos sabem até onde


podem irritar uma mulher. Hoje eu passei do limite com a
minha, então devo um pedido duplo de desculpas. Puta
merda.

— O palavrão, pai. — Caius fala, me arrancando uma risada.

Bagunço o cabelo do garoto, ele é esperto para a idade


dele. Tem onze anos e a Claytlin disse que é fissurado por
games e quer ser um desenvolvedor. Que criança de onze
anos pensa nisso?

— Tá vendo? Criar filhos não é fácil.

Nós emendamos um assunto mais suave na frente das


crianças, após a sobremesa estou pronto para ir e não sei o
que a mãe diz a ela, mas Claytlin retorna, ainda de cara feia
e braços cruzados.

— Obrigado por ter aceitado jantar conosco, rapaz. Volte


outras vezes.

— Voltarei. Vou levar meu carro na oficina essa semana,


está fazendo um barulho estranho e preciso que olhe para
mim. — Ele assente e nos abraçamos brevemente.

— Se cuide na volta para casa, meu filho. Desculpe qualquer


coisa. — Beverly diz e me abraça também.

Me despeço das crianças e falta Claytlin.


— O acompanhe até o carro, filha. — O pai pede e ela
assente.

Acenei para a família, eles me olham da porta, mas quando


passo do portão da garagem, já não estão mais lá.

— Sinto muito se passei dos limites, não queria que brigasse


com seu pai.

Nós andamos juntos até o meu carro, ela para em uma


distância segura e ainda está com os braços cruzados.

— Eu adoro sua família e talvez tenha sido um babaca para


que ele tivesse uma predileção maior por mim.

— Você é mesmo um babaca.

— Só às vezes, confesse. — Falo, me aproximando dela.

Claytlin recua, mas sou mais rápido e a puxo para mim. —


Não fuja.

— Então pare com isso.

— Não. Eu disse que precisávamos conversar e você correu


para ir embora, sem esperar por mim. Só não contava que
eu fosse aquele que escoltaria o seu carro hoje. — Sua
boquinha forma o bico mais lindo e eu quero beijá-la. Porra,
eu quero mais que tudo beijar essa boca e matar a vontade
louca que eu estou sentindo. —

Você quer o mesmo que eu, por que negar?

— Eu tenho um noivo... — Ela sussurra em um fio de voz.

Claytlin não precisa de muito para se dobrar. Ela cede tão


fácil...
Minha garota não quer lutar comigo, quando meus lábios
tocam os seus, ela vem de boa vontade e me deixa ter tudo
que eu quero. E é uma delícia, seu corpo tremendo nos
meus braços enquanto chupo o inferior com força,
lambendo antes de iniciar um beijo delicioso. Um gemidinho
escapa da sua garganta, ela exala de um jeito muito sexy e
enfio meus dedos entre seus fios de cabelo, puxando para
mais perto.

Inverto nossas posições, Claytlin me abraça pela nuca


quando pressiono seu corpo na lataria do carro, beijando
sem parar.

Porra, ela é uma delícia. Sua língua está doce pela


sobremesa e me deixa maluco.

Colei nossas testas, tentando me controlar porque estamos


no meio da rua e mesmo que não haja sinal de vizinhos, eu
não posso perder a cabeça com ela.

— Entre no carro. Vem comigo, linda. — Sussurro contra sua


boca dando um selinho atrás do outro, deixando-a inebriada
ao ponto de confundir tudo na sua cabecinha.

— Jason...

— Eu estive muito errado e estou arrependido pra caralho


por ter demorado a perceber que eu amo você. — Ela
retorce nos meus braços, seus olhos lacrimejam e eu me
afasto só um pouco. — Eu te amo, Claytlin.

— Isso não é justo.

Porra, eu não quero que ela chore.

— Não quero fazer promessas, mas se você for se casar


com alguém, faça isso comigo.
— Jason, isso está errado. — Seu tom ganha vida. Ela tenta
sair do meu abraço, mas é inútil. Nossos olhos se encontram
e eu seco uma das suas lágrimas fujonas. — Não devíamos
ter cedido.

Isso é errado.

— Você me ama.

— Eu vou me casar. — Ela repete, enfiando uma estaca no


meu peito.

— Relacionamentos se desfazem, você ama a mim e não a


esse...

— Não é justo. Eu quero entrar, não posso pensar direito


quando você me diz essas coisas... Eu tenho alguém que
não merece que eu seja uma vadia.

Eu a solto porque odeio saber que fiz com que ela se


sentisse dessa forma.

— Nunca mais diga isso, porra. Você não é uma vadia


porque beijou um homem. Você é a mulher mais honesta
que eu conheço, então seja honesta consigo mesma. Não
continue nesse caminho para satisfazer a vontade dele,
porque nós dois sabemos qual é a sua. Eu não vou deixar
você se casar, Claytlin.

Meu tom ganha uma curva perigosa, ela me olha de um


jeito assustado e vejo a emoção no seu rosto dissipar, se
transformando em raiva.

— Não me ameace, Jason! Essa decisão é minha! — Rosna,


me empurrando pelo peito. — Não ultrapasse um limite
comigo!
— Clay...

— Não. Fica longe. — Pede aos gritos enquanto anda


rapidamente para longe de mim. — Eu não sou o
brinquedinho que do nada você acordou e descobriu que
ama! Eu sou uma pessoa e eu exijo que você me respeite!

— Eu respeito, mas isso não significa que posso desistir. Se


eu desistisse de você, estaria desistindo da única chance de
ser feliz na vida miserável que vivo. — Falo um pouco alto.
Ela já está quase no portão de casa e nós estamos gritando
um com o outro.

Claytlin ouve, é afetada pelo que eu digo, mas não me


responde. Entra, fecha o portão com força, soco o capô do
carro, sentindo o ódio me dominar.

— Idiota, você faz tudo errado, porra — Falo comigo mesmo,


abrindo a porta e entrando.

1x0 Victor.

A pior parte dessa merda é que o babaca sequer sabe que


tem um concorrente. Mas vou garantir que descubra muito
em breve. Essa porra de ser pacífico não vai funcionar.

Quando dirigia para longe de Claytlin, prometi a mim


mesmo que essa era a última vez que viria até sua casa
como um amigo.

Na próxima, serei aquele que vai colocar uma aliança em


seu dedo.

Capítulo 8

JASON ROUX
— Você vai para a boate hoje? — London me perguntou ao
desviar do meu soco e erguer a guarda.

Estávamos treinando há quase duas horas e ainda assim


minha cabeça não desanuviava dos problemas que estavam
acontecendo ao meu redor. Todo dia um filho da puta
diferente achava que eu era otário, agora o gerente da
Storm estava fodendo com duas funcionárias e elas
arrumaram uma briga imensa ao ponto de quebrarem um
estoque de uísque importado.

— Se eu for, vou resolver do meu jeito.

— Enfiando a porrada no gerente? — Pergunta, se afastando


e secando o suor do rosto. — Ele tentou ser esperto e se
fodeu.

— Como aquele idiota achou que uma não descobriria da


outra?

— Porque homens têm o cérebro alojado na cabeça do pau.

— Ouvi a piadinha bem humorada e segui na direção da


fala.

Fiona[9] estava parada na entrada da academia avançada


que Jaxon instalou na casa dele, onde London e eu
treinávamos quase todos os dias.

Porra, quantos meses eu não a via? Nós tivemos um


envolvimento há quase dois anos e foi gostoso enquanto
durou, então um dia eu troquei seu nome pelo da Claytlin e
acabou. Ela ficou chateada, principalmente porque
percebeu como eu fiquei constrangido e isso fez que ligasse
um gatilho de autodefesa, falando que já passou por uma
situação similar e preferia terminar antes que nos
odiássemos.
— Oi, linda. Como você está? — E para minha surpresa, foi
London quem disse.

Arqueei a sobrancelha vendo-o cumprimentá-la com um


beijo no rosto. Era esquisito, porque nunca o vi tratar uma
mulher com...

Tanta intimidade. Raramente o via com alguma mulher, ele


sempre foi criterioso com seus casos e se saísse com a
mesma mulher de forma frequente, era bem discreto.

— Ótima. A Felícia está chamando vocês para almoçar. Por


mais que ache sexy todo esse suor escorrendo desses
gominhos deliciosos, tomem um banho antes de se
sentarem à mesa. — Ela piscou, soltando uma risadinha e
nos deu uma boa olhada antes de sair.

— Eu gosto dela. — London falou, rindo também.

— Vocês estão fodendo?

— Nem toda mulher é uma boceta ambulante para mim,


idiota. — Revirei os olhos com seu discursinho.

Ri do jeito que ele ficou irritado, fui atrás ainda conversando


sobre o gerente estúpido e o jeito como o filho da puta não
soube nem mentir, nos dando um prejuízo de quase
cinquenta mil.

Limpos, sentamo-nos à mesa. Felícia estava impecável, toda


arrumada e muito maquiada.

— Onde você vai toda bonita assim? Jaxon já te viu?

Ela bufou, revirou os olhos e me deu um olhar mortal.


— Ele está trabalhando e você não vai abrir a boca para
falar nada e nem encher o meu saco.

— Estressadinha. — Impliquei só para vê-la ficar mais


irritada.

Fiona apareceu com meu sobrinho no colo, Aaron estava


com seis meses e já tinha dois dentinhos crescidos, mas
estava enjoado porque os de cima estavam apontando.

Nós almoçamos em família, Felícia tocou no assunto da


bagunça que meu gerente e suas namoradas fizeram na
Storm e

foram parar nos tabloides mais sensacionalistas de Nova


Iorque, era publicidade negativa para boate e Jaxon estava
puto.

— Ele já foi resolver. — Me avisou depois de olhar o celular e


soltar um suspiro longo. — Claytlin te respondeu, Fiona?

A menção do nome da minha garota me deixou alerta.

— Sim, ela estará aqui com a Kaya às 14h. Está bom esse
horário?

— Sim, vou ter ao menos uma hora e meia de folga para


estudar o caso e conversar com meu cliente. — Felícia
respondeu e depois me encarou. — Vai fazer alguma coisa
hoje?

— Não, nada programado. Somente a noite.

— Você fez alguma merda, não foi? — Questionou só porque


eu dei um dos meus sorrisinhos de satisfação com o que ela
disse.
— Claytlin irá cuidar do seu sobrinho, não perturbe.

— Seu cunhado é um anjo, esqueceu?

— Um anjo caído. — Declara e eu solto uma risada longa.

Felícia revira os olhos e se levanta, Fiona me chama de


idiota antes de sair junto com a irmã e London arqueia a
sobrancelha enquanto me encara.

— Qual foi a merda que você fez?

— Por que todo mundo acha que eu fiz merda?

— Porque sua cara de idiota se iluminou ao ouvir o nome


dela. Diferente das últimas semanas. Você não se lamentou
e ficou parecendo um vira-lata abandonado, pelo contrário...
Isso me faz pensar que você encontrou uma vantagem
nessa situação. Que merda você fez?

Passei a língua pelo lábio inferior, relaxei no assento e


cruzei os braços dando um sorrisinho para ele.

— Ela virá para mim, só preciso ter cuidado. Ser menos


ansioso, obcecado e arrogante.

— Impossível.

— Você vai ver. Vou ter a minha mulher. — Faço a promessa


e ele revira os olhos. — Agora, tenho uma coisinha para
resolver.

— Mais merda, Jason?

Me levanto, puxo a jaqueta de couro que deixei apoiada no


encosto da cadeira e visto. London sequer se move, ele me
conhece o suficiente para entender cada uma das minhas
nuances.
— Dessa vez eu preciso confessar que é merda..., mas é
uma merdinha inocente.

Ele não responde absolutamente nada; saio da sala de


jantar da minha cunhada com um sorriso inocente no rosto
a caminho do meu compromisso: Victor Walker vai receber
uma visitinha hoje.

•••

Parado em frente a um prédio antigo da biblioteca pública,


cruzei os braços e esperei a pessoa que vim ver, sair. Victor
Walker, um cara de no máximo 1,70m, cabelos castanhos
bem penteados em um topete esnobe, óculos de armações
grossas e preta, veste a porcaria de uma calça com
suspensórios. Porra, quem usa suspensórios?

Me perguntei onde Claytlin estava com a cabeça quando


decidiu namorar com esse perdedor. O garoto não me
causava nenhum tipo de ameaça, até que teve culhão
suficiente para pedi-la em casamento, com apenas seis
meses de namoro.

Ele saiu da biblioteca com uma mochila nas costas e o


celular no ouvido, rindo como um homem que acabou de
receber uma notícia incrível. Cerrei meus punhos, baixando
o vidro do carro enquanto ele caminhava em minha direção,
provavelmente com a

intenção de atravessar a rua, já que eu sei que ele costuma


pegar o metrô sempre que sai da biblioteca e a estação fica
do outro lado.

Ele guarda o celular no bolso quando encerra a ligação e eu


aceno, quando seus olhos bateram em mim, chamei:

— Victor Walker?
Está curioso e em sua defesa diante dos comentários que o
pai da Claytlin diz, ele não parece tão receptivo quando
achei que seria.

— Jason Roux — falo. O nome faz sentido quando seu rosto


fica mais amistoso.

— Aconteceu alguma coisa com a Caty? — Que diabos de


apelido é esse?

— Sim. Entre, vou te levar até ela.

Ele coça a cabeça, mas parece sinceramente preocupado e


não pensa muito quando contorna o veículo e sobe no
banco carona.

— Coloque o cinto, Victor. — Cantarolei, contendo um


sorriso insano.

Liguei o rádio em uma das músicas que Claytlin gostava.

Prometi que não seria malvado e não vou, mas se esse


babaca vai se casar com ela, então precisa saber o que vai
acontecer se ele fizer alguma merda.

— O que houve com a Claytlin? Ela me ligou de manhã e...


Travei as portas, ele se alarmou quando pisei fundo no


acelerador, avancei dois sinais e sai da estrada para o
centro. — Cara, você também corre assim quando está
dirigindo com a minha noiva no seu carro?

— Não me diga que está com medo, Victor? — Perguntei,


olhando na sua cara e ele engoliu a saliva.
Podia jurar que estava meio pálido, principalmente quando
viu a arma entre minhas pernas.

— Então, onde pretendem morar depois do casamento? —

Perguntei calmamente, acelerando mais e entrando em uma


pista para um dos mirantes que eu adorava visitar quando
criança. Era remoto, alto suficiente para causar acidentes
em um único descuido.

Victor se segurou no cinto e eu soube o que ele pensou: e


sse cara é maluco. Estava estampado no seu rosto.

— Long Island, Queens.

Olhei surpreso. É um bairro caro para que dois salários


médios de professores pudessem bancar, nem mesmo o
salário de babá da Claytlin — e eu sabia que não era ruim —
dava para custear sozinha uma vida em Long Island.

Rapidamente entendi... Dominic e Sienna. Sabia que eles


fariam qualquer coisa por ela e não a deixariam ir morar em
qualquer lugar.

Comigo, Claytlin poderia ter uma vida de princesa, mesmo


sabendo que ela pouco se importa com dinheiro.

Engoli em seco, sentindo inveja. Um sentimento mesquinho


e pequeno que me deixou puto.

— Caty está no mirante? — Ele perguntou, tirando o celular


do bolso e começando a digitar.

— Nós dois vamos ter uma conversinha, não coloque ela no


meio. — Disse ao tomar o celular da sua mão. Abri a janela
e atirei longe.
— Cara, você é maluco? — Se exaltou. — Pare, eu quero
descer! Você é completamente pirado, sempre disse a
Claytlin que um cara que tatuou a própria cara não pode ser
muito bom da cabeça. Para a droga do carro!

— Vou contar isso para o Rick, talvez você ganhe uns pontos
com ele. — Ele me olhou surpreso com a menção do nome
do pai

da Claytlin.

Fui até onde dava para ir com o carro e parei quando a


estrada de terra começou, na metade do penhasco para o
mirante.

— Vamos conversar. Quero que veja a vista lá de cima.

Desci primeiro, colocando minha arma na cintura. Não


precisava dela para nada, nunca usaria com uma contra um
homem desarmado, não importasse o quanto eu o queria
fora do meu caminho.

Victor desceu e tenho certeza de que pensou em fugir.

Ele subiu atrás de mim, nós dois em silêncio. No topo tinha


uma estátua de gesso desbotada, um querubim com a
metade da asa quebrada. Está assim desde que eu era
criança e eu sempre me identifiquei. Um anjo que deveria
ser perfeito, mas foi deturpado pela vida.

— Que merda estamos fazendo aqui? — Ele rosnou, parando


há alguns passos de mim e cruzando os braços.

— Quero que você veja. Olhe. — Apontei para a vista. De


onde estávamos podíamos ver a Ilha inteira, a minha
cidade. —
Essa é a minha casa e eu quero que você saiba que aqui só
acontece o que a minha família permite.

Me virei para ele, me aproximando.

— O que você quer dizer com isso? — Perguntou.

Sua voz não vacilou, ele não tremeu..., mas os olhos não
mentem e quando eu o encarei, Victor desviou o olhar. Essa
porra me deixou puto, uma pessoa que não olha nos olhos
enquanto fala, não é confiável.

— Se você tocar indevidamente em um fio de cabelo dela,


deixar uma marca na pele dela, arrancar uma lágrima
sequer dos olhos dela... Porra… se você aumentar o tom da
sua voz de merda para ela, eu vou te matar. Consegue
entender, Victor? E não vai ser rápido, eu vou te encher de
porrada antes e quando você estiver

quase morrendo, vai escorregar bem daqui — apontei para


o penhasco. — O que desabar lá embaixo, vai virar comida
de urubu.

Vou me certificar que ninguém ache a porra do seu corpo.

Ele engoliu em seco, me afastei voltando a mirar o


horizonte e toquei o parapeito.

— E quando ela terminar com você, não faça dessa porra


um drama desnecessário. Se você fizer com que ela se sinta
mal, vai me ver bater à sua porta de madrugada. Está
conseguindo entender?

— Perfeitamente. — Disse em uma voz fria.

— Claro, isso tudo aqui é hipotético. Seja o noivo perfeito


que ela merece e não teremos nenhum problema.
— Eu a amo e nunca faria nada para machucá-la.

Eu ri.

Ah, o amor...

Geralmente, ele é um sentimento fodido que machuca


muitas pessoas.

Encarei Victor, me aproximei novamente e apertei seu


ombro com força em um falso gesto de camaradagem.

— Então estamos conversados, Victor Walker. Foi um


excelente passeio.

1x1. Agora estamos empatados.

Capítulo 9

CLAYTLIN MORGAN

Toquei insistentemente a campainha do apartamento de


Jason, o celular em minha mão completou a chamada e ele
não atendia. Continuei apertando sem parar, segurando a
respiração com dificuldade de tanta raiva que eu estava
sentindo.

A porta atrás de mim abriu e fez barulho, me virei e vi


London se assustar por me encontrar na porta do seu
amigo.

— Você o viu? — Perguntei irritada pra caramba.

Encerrei a chamada quando parou na caixa postal outra vez.

— Acho que ele está na boate, o que houve? — Perguntou.


A ruga de preocupação na sua testa deixou claro que sabia
que alguma merda tinha acontecido.

— Eu vou matá-lo, então me leve até ele. — Rosnei.

Meu salto ecoou no chão quando andei apressada para o


elevador. London veio atrás de mim e não ousou falar uma
palavra.

Durante a descida eu repassei na minha mente cada


pequena coisinha que faria a Jason.

— Eu estava jantando em um restaurante legal com o meu


noivo, sabia? — Perguntei.

Saímos do elevador, London ainda em silêncio andou atrás


de mim e destravou as portas do seu carro.

— Mas o Victor estava estranho e eu me senti culpada


porque o seu amigo fez de mim uma mentirosa! — Rosnei
ficando mais furiosa. London permaneceu em silêncio
enquanto dirigia para fora da garagem. — Então, adivinha?
O idiota levou Victor até o mirante na saída da cidade e o
ameaçou jogar lá de cima!

— Puta merda. — London murmurou.

— Mais que isso: ele disse ao Victor que eu vou terminar


com ele! O Jason vai morrer essa noite! Prepare o funeral,
eu vou matá-lo!

London assentiu, permanecendo em silêncio porque eu


estava tão irritada, como nunca estive e sobraria até para
ele.

Em poucos minutos estávamos estacionando nos fundos da


Storm. Estar ao lado dele era um acesso rápido, ele
conversou com alguns funcionários no caminho e segurou
gentilmente meu ombro enquanto me protegia da multidão
até o elevador que nos levariam para as áreas privadas.

Bati meu pé no chão contando os segundos, quando as


portas de aço se abriram eu saí depressa, sem esperar pelo
London, porque já sabia exatamente onde o filho da mãe
estaria.

Provavelmente algum gesto de London atrás de mim foi o


suficiente para o segurança guardando a entrada da área
vip de Jason me permitir passar.

Estava lotada, muitas garotas bonitas e homens bem


vestidos. Fumaça, cheiro de cigarro por todos os lados e eu
sabia que em algum canto escuro também estariam usando
drogas.

Um flash de luz iluminou um dos lounge e eu o vi, Jason


estava entre duas mulheres, com um sorrisinho podre nos
lábios.

Cerrei meus punhos, com a raiva aumentando.

Então ele quer foder meu relacionamento, mas ficar na


putaria de sempre?

Ele não perdia por esperar.

Quando ele notou a minha presença, já era tarde demais.

Peguei uma das bebidas sob a mesa que eles


compartilhavam e atirei na cara dele.

— Você quer conversar? Vamos conversar! — Rosnei.


Uma das mulheres reclamou que caiu o champagne nela,
apenas lhe direcionei um olhar frio e ela saiu de perto. A
outra seguiu a deixa, se afastando também.

Jason puxou o ar com força, visivelmente puto e secou o


rosto antes de me olhar.

— Que merda foi essa, Claytlin? — Sua mão se fechou ao


redor do meu braço, ele não apertou porque não era louco
para me machucar, mas mostrou que poderia fazê-lo se
quisesse.

Me conduziu nada gentilmente para fora da área privada,


puxei meu braço e pisei firme pela saída, seguindo para o
corredor, onde passamos por uma porta fake e saímos em
seu escritório. Já tinha estado ali dezenas de vezes com a
Sienna, descansamos os pés e uma das vezes cheguei a
dormir em um dos sofás.

— Como você pôde ser capaz de fazer uma coisa dessas


com o Victor? Ele não vive no seu mundo! Ele é um ser
humano normal!

— Ah, seu namoradinho contou sobre a nossa conversinha.

— Não debocha, Jason! — Gritei.

O segui até o banheiro, onde ele começou a desabotoar a


camisa social branca que usava, direcionou um olhar feroz
para mim e jogou a peça ao chão. Engoli em seco
observando seus braços fechados com tatuagem, o peitoral
também era coberto por frases e desenhos. Nas suas costas
estavam asas de anjo respingadas de sangue e quando ele
ergueu os braços para alcançar uma toalha, vi um enorme C
tatuado na costela direita.
— Isso é um assunto de homens, ele não deveria ter ido
choramingar; mas o que esperar de um cara que usa
suspensórios?

— Reclamou ao lavar o rosto e se virou para mim ao secar.


— Quer que eu peça desculpas?

Seu deboche só me enervou ainda mais.

— Você é muito cara de pau!

— Eu sou e você já sabe disso. Eu sou o ser humano


anormal na sua vida, não é, Claytlin?

A mágoa no seu tom me atingiu e eu me calei por alguns


segundos.

— Não vire o jogo aqui, o que você fez foi patético! Eu vim
aqui para dizer que isso nunca vai acontecer! Não vou
deixar o Victor por você!

— Ah, não vai? — Ele abandonou a toalha no balcão e veio


para mim.

Jason caminhou como um felino perigoso, recuei ao ponto


de bater com as costas na parede de azulejo, ficando
encurralada.

— Eu não vou ficar com alguém que não me respeita. —

Minha voz baixou dois centésimos.

Eu me odiei, queria voltar ao modo irada e bater nele, mas


meu corpo correspondeu em automático quando senti o
calor do seu peito nu resvalar ao meu. Mordi o lábio inferior,
tocando seu peito e o empurrando com o restante de
autocontrole que sobrou.
— Você está me subestimando pelo que sinto.

— E o que você sente pelo monstro que eu sou, Claytlin? —

Seu ressentimento ainda está lá.

Os olhos azuis estão escuros, vidrados nos meus e eu


engulo seco.

O que eu sinto? Uma loucura que me deixa desesperada.


Um ciúme que me põe com vontade de matar qualquer um
que ousar se aproximar dele. Um sentimento que me deixa
desequilibrada e eu odeio. Não é só amor, é uma espécie de
doença que tira meus sentidos e rouba o meu autocontrole.

Eu odeio a Claytlin que eu sou quando ele está perto e não


existe nada pior que isso no mundo.

— Fique longe de mim e fique longe do Victor — falei baixo,


não querendo ceder.

Jason arqueou uma das sobrancelhas, sorriu como um


sádico e eu pude ver a mágoa em seus olhos.

Ele se afastou, cruzou os braços e me encarou num silêncio


profundo que me deixou arrepiada.

— Que vidinha de merda você vai ter. — Falou. Sua voz


obscura me machucou. — Infeliz, sem graça, nenhuma
adrenalina...

Ele já te fez gozar, Caty?

Usou o apelido que Victor usava em um tom de puro


escárnio.

Meus olhos lacrimejaram e eu odiei me sentir tão


vulnerável.
— Você já gemeu alucinada quando ele te chupou gostoso?

— Continuou, se aproximando de mim novamente. — Ele já


mandou que montasse na cara dele e esfregasse essa
boceta deliciosa que sei que você tem?

— Pare com isso. — Mágoa, vergonha e excitação se


mesclaram quando ele continuou falando em um desprezo
profundo.

Uma das suas mãos tocaram a alça fina do meu vestido


rosa claro. Ele esfregou o dedo pela pele do meu ombro,
ameaçando baixar a alça e seus olhos não se desviavam
dos meus.

— Eu fico imaginando a cor dos seus mamilos... — Soprou


sensualmente. Apertei minhas pernas, fechei meus olhos
quando ele roçou sua bochecha na minha, baixando a alça
do meu vestido.

— Eu posso te dar tudo isso, o que ele nunca te deu.


Orgasmos.

Paixão. Desejo. Obsessão… Amor.

— Eu não quero — sussurrei.

Jason riu, roçando as costas dos seus dedos pelo meu


ombro com a alcinha do vestido abaixada. Desceu sua boca
para minha pele, deixando um beijo cálido que me fez
queimar.

Sua voz era fria, mas seus toques eram íntimos e carinhos,
acendendo uma chama ardente pelo meu corpo.

Se eu não me movesse rápido o suficiente e fugisse do seu


domínio obcecado, estaria rapidamente rendida a sua
devassidão.

E, no fundo, era exatamente isso que eu queria. Mesmo


sendo tão errado e proibido.

Senti meus seios pesarem com os mamilos intumescidos,


meu clitóris dolorido pela sensação de prazer que percorria
pelo meu corpo.

Jason percorreu sua mão até o meu decote, olhou nos meus
olhos e esperou que eu o interrompesse. A vontade de
chorar aumentou, porque eu não consegui dizer não.

Seus toques me despertaram por inteiro e eu queria mais.

Mesmo sendo tão errado.

— Nada entre nós é errado, princesa — ele sussurrou, me


fazendo ciente de que murmurei em voz alta.

Não respondi. Fechei meus olhos e arfei pesado quando ele


empurrou meu decote para baixo, expondo um dos meus
seios. Um rugido incontido escapou pela sua garganta
quando, de modo sincronizado, uma das suas mãos se
encaixaram na minha bunda e sua boca quente tomou meu
mamilo entre seus lábios.

— Jason! — Arfei seu nome de maneira pesada.

Me apoiei em seus braços, gemendo sem controle quando


sua língua molhada lambeu minha pele e seus dentes
roçaram levemente ao redor do meu mamilo intumescido.
Jason me chupou com vontade, apertando minha bunda
com a mesma intensidade.

Fui facilmente erguida por ele e quando abri os olhos estava


sentada na bancada do banheiro, seus olhos vieram para os
meus quando ele beijou a minha boca com uma volúpia
surpreendente.

Jason não parou de me tocar nem por um segundo. Suas


mãos experientes me fazem experimentar o que nunca
senti. Eu já

tinha alcançado o orgasmo várias vezes sozinha, com


vibradores e uma vez com o Victor, mas eu nunca tinha sido
tocada dessa forma.

Íntima, intensa, possessiva.

— Minha — ele rosnou quando beijou meu pescoço,


raspando seus dentes pela minha pele e chupou meu outro
seio.

Gemi ainda mais, me inclinando em sua direção e deixando


que ele tomasse tudo que quisesse.

Jason ergueu minhas pernas, acariciou meus tornozelos de


uma maneira tão erótica que até esse gesto me excitou.

Fiquei tensa com o que ele ia fazer, uma parte do meu


cérebro exigiu que eu o parasse e a outra, queria receber
tudo.

— Nada está errado entre nós dois. — Repetiu ao erguer


meu vestido.

Encolhi de vergonha quando ele lambeu os lábios olhando


minha calcinha. Não tinha nada demais, era rosa e um
tecido bem fininho para não marcar no vestido.

— Essa vai ser minha. — Ele rosnou quando a puxou do meu


corpo. Retesei, meio travada, mas eu queria.
Jason levou a peça ao nariz, seus olhos dilataram quando
ele inalou com força, lambendo o tecido de um jeito tão
erótico que me arrepiou.

— Você é tão linda, princesa. — Sussurrou, vindo me beijar


de novo. — Eu vou te mostrar o que é gozar de verdade,
linda. Uma coisa que nós dois vamos fazer muitas vezes.

Eu não disse absolutamente nada e como poderia? Estava


em transe, enlouquecida e enfeitiçada.

Quando Jason se agachou e passou minhas pernas pelos


seus ombros, vi que não tinha mais volta. Toquei sua cabeça
com seus cabelos começando a espetar, era muito gostoso
de sentir.

Rosnei, tentando puxar e gemi alto quando seus lábios me


tocaram.

Foi uma mistura de sentimento que nunca vou conseguir


traduzir.

Meu coração disparou de um jeito diferente e eu fiquei


assustada com a intensidade.

Os olhos de Jason vieram para os meus e o que ele fazia


com a boca era pornográfico. Sua língua me chupando em
todos os lugares, seus lábios me sugando e quando me
penetrou lentamente com a língua, meu corpo tremeu e eu
soltei um gritinho fino.

— Goza para mim, princesa — ele rosnou e voltou a me


chupar com vontade.

Gemi, chamando seu nome completamente incoerente.


Jason apertou meus quadris, suas mãos afundando na
minha pele enquanto ele me impedia de fugir e continuava
me chupando. O

orgasmo fez com que meu corpo começasse a tremer


violentamente, de um jeito que nunca aconteceu e quando
acabou, pensei que fosse desabar e ele me segurou tão
forte...

Jason colou todos os pedaços que eu nem sabia que


estavam quebrados. Ele segurou meu queixo, me olhou de
um jeito diferente que me deixou sem palavras.

— Eu amo você — falou ao beijar minha boca. — Não vou


me desculpar por ser um otário, eu sou mesmo. Mas eu amo
você.

Capítulo 10

JASON ROUX

Eu a fiz gozar gostoso para caralho, ontem. O jeito como ela


gemeu, suas pernas tremeram, seu corpo convulsionou... Eu
sei que foi bom, porque para mim foi viciante. Eu sempre
soube que quando provasse o gosto dela seria um caminho
sem volta. Ainda assim, quando achei que Claytlin cederia e
viria para mim, um dos meus homens me mandou o
endereço de onde ela estava.

Agora, parado em frente a uma loja luxuosa de vestidos de


noiva, fico me perguntando que porra ela está fazendo lá
dentro.

Ela não vai terminar com ele — a parte sabotadora do meu


cérebro zomba e eu desço do carro.

Enfio os óculos escuro no rosto, caminho para perto e vejo


os seguranças de Sienna guardando a entrada da loja.
— Há quanto tempo elas estão aí dentro? — Perguntei para
um deles.

— Mais de uma hora.

Assenti, olhando para dentro. Se eu entrasse, Sienna falaria


pra caralho no meu ouvido e eu sei que Claytlin não contou
sobre nós para ninguém.

Me afastei, retornando ao carro e tirando meu celular do


bolso. Enviei uma mensagem para o Dominic e ele resolveu
me responder por ligação.

— Por que você quer que eu a tire da loja? — Perguntou no


seu tom cínico que me enervava. — Deixa a Claytlin provar
o vestido dela em paz.

Não.

Eu vou estar presente em cada maldito detalhe.

Ela quer se casar? Então terá a doce lembrança de ver o


homem para quem ela gozou na noite passada em cada

momentinho do seu dia perfeito.

— Tire a Sienna da loja, só isso que eu peço.

— Não. Venha para a destilaria e para de fazer merda,


Jason.

Você vai acabar a magoando.

Apoiei minha testa no teto do carro, me sentindo perdendo


o controle. Segurei a respiração quando a sensação de
desespero começou a crescer.

— Isso dói, porra — murmurei baixo.


A dor era dilacerante.

A imagem de Claytlin vestida de noiva, entrando em uma


igreja para casar-se com outro homem me perturba ao
ponto de me sufocar.

Dominic exala forte do outro lado e sei que está procurando


uma palavra de conforto, mas nada nessa porra de mundo
seria capaz de fazer isso passar.

É como se um cronometro tivesse disparado em minha


cabeça, uma ampulheta derramando areia rápido demais e
quando o último grão cair, a terei perdido
irremediavelmente.

— Tudo vai acabar bem, você está fazendo o certo. Não fez
muitas merdas, procurar o noivo foi uma idiotice, mas ao
menos ele está vivo.

— Eu não fiz nada com aquele merda! — Rosnei, me


encostando na lataria do carro. — Me diz no que ser um
cara bom vai me servir, caralho?

— Precisa de recompensa moral para fazer a coisa certa por


ela? — Questiona e eu fico quieto.

— Faria qualquer coisa por ela.

— Então saia daí. — Intermeia e eu cedo, entrando no carro.

Acelero para longe, ainda na linha e Dominic parece aliviado


agora.

— Escute, se têm alguém bom para ela, esse cara é você;


mas, agora, preciso que você coloque a cabeça no lugar e
não faça nenhuma merda. Se você machucar o garoto, ela
nunca vai te perdoar.
— Eu não vou tocar naquele bosta. — Rosnei, fazendo o
caminho da empresa.

— Venha me encontrar. Vamos sair e caçar uns filhos da


puta que estão roubando no Bronx, perto da casa do irmão
da Sienna.

Vai ser uma boa distração.

Concordei, desligando o celular e focando no trânsito.

Precisava fazer qualquer coisa para tirar Claytlin da minha


cabeça, mesmo que sua boceta completamente depilada,
molhada, e aberta para mim, ficasse rodando em looping
por meus pensamentos.

Salivei ao lembrar do seu gosto, sentindo vontade de


retornar com o carro e fazer com que ela se lembrasse
efetivamente de que eu sou o único capaz de fazê-la se
sentir como na noite passada.

A arrogância é um dos meus piores defeitos depois da


impulsividade, exalo com força, esquecendo esse assunto
por hora e quando paro em frente à destilaria em obra. O
lugar que comecei a construir porque quero deixar algo
limpo para Claytlin, assim como Dominic e Jaxon fizeram
para suas esposas, permaneço dentro do carro e envio uma
mensagem avisando que cheguei.

Dom saí em primeiro lugar, ele está com o celular no ouvido


e entra no carro.

— London está vindo — me avisa, mas continua focado na


conversa. Está irritado e eu quase sinto pena de quem ouve
o esporro do outro lado da linha.
London surge alguns minutos depois, entrando no banco
traseiro e batendo a porta com força.

— Essa porra não é a geladeira da sua casa. — Reclamo,


dando partida no veículo. Olho através do retrovisor e não
vejo os carros que geralmente nos seguem. — Cadê os
cães?

Dominic desliga o telefone, bufa e baixa o vidro.

— Tem alguma coisa errada, eles vão nos vamos encontrar


no Queens.

Acelero, London começa a enviar mensagens e Dominic


fecha o vidro, fazendo o mesmo. Alguma coisa está
acontecendo e eu não gosto do clima de merda que ficou no
ar.

Corto alguns carros, atento ao retrovisor e sigo a direção


que Dominic me indica.

— Jaxon está a caminho. Ele já saiu de Upper East Side. —

London avisa.

Olho para Dominic, esperando que eles me esclareçam e ele


coloca um áudio para que eu ouça:

“Tentaram invadir o servidor central do nosso banco, em


Maldivas. Usaram um IP frio, que me mandou para
Bangladesh.

Reforcei as defesas e a próxima vez que tentarem nos


hackear, vão se deparar com meus cavalos-de-troia. Vou
conseguir acessar o sistema do filho da puta”.
A voz do Christopher, o nosso hacker, fluiu no primeiro
áudio e Dominic clicou em outro:

“Tentaram acessar novamente, já entrei no computador. O

cara que está por trás disso é bom, mas não o suficiente.
Pela triangulação, descobri que o computador está na
Europa, Itália.

Entre Bari e Almafi[10]”.

— Benji Zentticci[11].

Dominic assente, eu acelero porque não quero falar que


deveríamos ter matado o filho da puta há quase quatro
anos, quando ele tentou nos foder em uma exposição
pública, envolvido com o governador do estado e outros
políticos aliados. Na época, além de termos fodido com a
vida do político corrupto e seu bando, demos um recado
claro para que Benji entendesse que o território americano
é nosso.

Dominic não queria declarar guerra com a máfia italiana,


então deixamos o desgraçado fugir depois de queimarmos
tudo que

era dele dentro do país, isso se resumia em produtos e


propriedades, até seus homens que ficaram para trás
enquanto moviam discretamente meia tonelada de coca
que o filho da puta italiano queria vender.

— Depois que Christopher me enviou essa mensagem


durante a madrugada, pedi que desse uma olhada onde
está o filho da puta.

— E onde ele está? — Perguntei, reduzindo a velocidade ao


ver o carro de Jaxon estacionando em frente à uma casa de
classe média.

— Aqui. — Dom falou.

Assim que estacionei, antes que ele pudesse descer do


carro ouvimos o primeiro disparo. Puxei minha arma sem
pensar direito quando Jaxon caiu.

— Não desce, porra! — London gritou, mas eu já tinha


aberto à porta.

Atirei de volta, em direção à casa e vi meu irmão


rastejando, deixando um grande rastro de sangue pelo
chão. Me abaixei enquanto corria, contornando o carro dele.

— Porra, maluco! — Jaxon gritou quando eu o alcancei,


puxando-o para trás do carro. Ele estava sangrando pra
caralho.

— Cadê nossos cães, porra? — Gritei de volta.

Os tiros aumentaram porque Dominic e London moveram o


carro para nos dar cobertura, e passaram a atirar também.
O insano do meu chefe abriu a porta, desceu ainda trocando
tiro e agachou com uma blusa nas mãos.

— Pressiona, porra! — Mandou, voltando a atirar.

London estava no volante, ergui Jaxon com dificuldade


porque não podíamos aumentar além da blindagem do carro
dele, que nesse momento estava fuzilado. Empurrei pelo
meu banco carona, batendo a porta. Dom estava atrás e
entrou depois de mim, o carro derrapou na rua com Dominic
ainda atirando.

— Minha munição acabou! — Ele gritou, insano, batendo a


porta. — Como você está? Fala comigo, Jaxon!
Meu irmão grunhiu. London me olhou igualmente insano e
eu senti a adrenalina subir.

Alguns carros surgiram atrás de nós, o farol piscou e eu


mandei London parar porque reconheci a placa do Terrier.

— Vou voltar para resolver isso, não vai ficar assim.


Encosta!

— Rosnei, batendo no ombro de London.

Jaxon resmungou alguma coisa e eu mandei que parassem


o carro novamente.

— Deixe-o ir, o filho da puta não pode fugir. Eu vou buscar a


Sienna e levar o Jaxon para a clínica.
London reduziu e eu saltei do carro antes que ele parasse,
Terrier jogou para o acostamento e um dos dois carros atrás
dele continuou seguindo Dominic e o outro, ficou conosco.

Andei apressando, entrando no banco de trás porque o da


frente estava ocupado por um dos nossos homens. Brandon
estava acostumado com minha mente irracional e
manobrou rapidamente, voltando em alta velocidade.

— Minha munição está acabando — falei e Terrier me jogou


uma bolsa pesada.

Abri, sorrindo como um filho da puta, nada mais ocupou


meus pensamentos além de vingança. Nem mesmo a raiva
pelo meu irmão ter sido tão descuidado.

Peguei uma Taurus GX4, destravei e travei novamente,


separando. Enfiei uma Glock na cintura e Leo, um dos
nossos homens no banco da frente, me passou uma arma
de alta precisão, um rifle Savage 110.

Quando nosso carro parou em frente à casa maldita, as


quatro portas se abriram de forma sincronizada, nós
sabíamos exatamente o que aconteceria.

— Matem todos — rosnei, antes do tiroteio começar.

Capítulo 11

CLAYTLIN MORGAN

Eu me olhei no espelho e o motivo das minhas lágrimas


nada tinham a ver com uma emoção por me ver dentro de
um vestido de noiva lindíssimo. A angústia travou na minha
garganta quando minha mãe sorriu, também com os olhos
cheios de lágrimas e ficou tímida por estar chorando.
Sienna também sorriu ao nosso lado, emocionada e nós
duas caímos na risada quando minha mãe pediu licença
depois que suas lágrimas começaram a jorrar.

— Está feliz, garotinha? — Ela me perguntou, segurando


uma das minhas mãos.

Há quantos anos nos conhecemos? Eu cuido da Kaya desde


os meus 16 anos. Naquela época nossa abelhinha era uma
bebê gorducha, dormia muito e adorava meus pais. Ela
ficava na minha casa, mas quando começou a andar me
senti mais segura em cuidar dela sozinha. Desde então nós
somos uma família, ter ela ao meu lado nesse momento é
importante para mim, mas se eu for sincera, não estou feliz.
É impossível estar feliz quando meu coração está
completamente inclinado em outra direção.

Você vai ser infeliz se o escolher — minha mãe me disse na


noite em que Jason jantou na minha casa. Eu chorei por
medo, por culpa por tê-lo beijado e agora eu fiz pior... Deixei
que ele me fizesse gozar em um gesto tão íntimo que nunca
compartilhei com nenhum outro homem.

— Você sabe que pode desistir disso a qualquer momento,


certo? — Sienna sussurrou quando se deparou com o meu
silêncio.

Assenti, engolindo em seco e fiquei com vergonha de contar


o que estava acontecendo.

— Não sei o que dizer ao Victor.

— A verdade. — Continua e me ajuda descer do pedestal


que a vendedora me colocou para ajustar a barra do
vestido.
Esse era o sétimo que eu experimentava e não sabia mais
se estava odiando todos porque não combinavam comigo
ou pelo noivo não ser aquele que eu amo.

Que eu amo — a frase faz eco e me sinto uma dramática


idiota.

— Sei que Jason está atrás de você. Esperei que me


contasse, mas esses seus olhos não me enganam, Claytlin.
Está se sentindo culpado?

— O Victor é um homem bom, Sienna... — Sussurro. Minha


mão vai até meu peito e eu me sinto angustiada. De
repente, uma sensação muito ruim preenche meu corpo ao
ponto de me deixar um pouco tonta.

A imagem de Jason preenche minha mente, bagunçando


ainda mais meus sentimentos e sou colocada contra a cruz
e a espada, em uma escolha dolorosa porque não quero
machucar nenhum dos dois.

— Respira, Claytlin. — Sua voz é doce, reconfortante. Ela me


ajuda a tirar os pregadores que regulam o vestido que está
largo no meu corpo. — Às vezes eu sinto que você só está o
punindo por demorar tanto para perceber.

— Ele é um idiota...

— Todos eles são: Dominic, Jaxon, Jason e London. É quase


como um requisito para fazer parte do grupinho seleto
deles.

Solto uma risada, me sentindo mais relaxada e ela me ajuda


a sair do vestido.

— Não é difícil fazer uma escolha quando seu coração já


sabe o que quer. — Sienna continuou.
Não respondi nada, também não poderia porque seu celular
começou a tocar. Ela resmungou algo como “ele não
consegue me

deixar em paz” e eu soube que era o obcecado do seu


marido ligando.

Fiquei rindo enquanto entrava na minha saia de pregas


xadrez, branca com listras em preto e a blusinha que
combinava.

Fiquei alerta no rosto divertido da Sienna que morreu,


dando vazão à sua iminente feição preocupada. Já os
conhecia suficiente para saber que uma coisa séria estava
acontecendo.

— Eu estou a caminho. — Ela respondeu rapidamente,


começando a reunir seus pertences dentro da bolsa.

Enfiei meus pés nas botas que estava usando, preocupada e


quando ela me olhou, um frio na barriga me deixou em
silêncio mortal.

— O Jaxon se feriu, eu tenho que ir. — Murmurou, enviando


uma mensagem que imaginei ser para Felícia.

— E o Jason? — A pergunta fluiu livremente, sem que eu


tivesse controle.

O medo veio forte e parte da angústia que eu senti há


pouco foi reconhecida como um presságio de que algo
muito ruim estava chegando.

— Não sei te dizer, Clay. Vá para casa, tudo bem?

Assenti, ela me abraçou rapidamente e saiu tão apressada.


Peguei minha bolsa, seguindo pelo mesmo caminho. As
vendedoras ficaram assustadas com a quantidade de
homens que estavam dentro da loja e formaram um ciclo de
proteção ao redor de Sienna.

Minha mãe veio rapidamente para mim, me abraçando e eu


vi quando os carros pretos saíram em disparada pela rua.

— Temos que ir.

— E seu vestido? — Mamãe sussurrou, mas estava


assustada.

— Outra hora. — Ela assentiu.

Nenhuma vendedora tentou nos dissuadir.

Quando saí, olhei ao redor e procurei por qualquer carro ou


pessoa estranha. Havia apenas o trânsito normal, com
pessoas normais andando apressadas ao encontro de seus
compromissos.

— Vamos pegar um táxi. — Falei.

Nós viemos no mesmo carro que a Sienna e não estava nos


nossos planos algo desse tipo acontecer.

Minha mãe segurou minha mão, atravessei à rua apressada,


procurando um ponto de táxi quando um carro preto passou
lentamente por nós. Eu olhei a placa e não era de Nova
Iorque.

Cortei caminho por uma praça, apertando a mão da minha


mãe para que ela ficasse alerta e procurei meu celular na
bolsa com a mão livre.
— O que está havendo, Claytlin? — Ela me perguntou em
uma voz baixa, preocupada.

Pela minha visão lateral vi quando o carro fez o contorno,


para sair na rua onde tínhamos cortado o caminho pela
praça. Parei de andar abruptamente, tentando pensar no
que fazer.

Disquei o número da Sienna quando alcancei o celular,


agradeci aos céus porque minha mãe percebeu que algo
estava acontecendo e resolveu ficar quieta, sem perguntas
que eu não poderia responder.

Tem alguém nos seguindo — foi o que eu falei na


mensagem que foi para a caixa postal de Sienna, quando
ela não me atendeu.

Respirei fundo, eu não sabia onde ou o que Jason estava


fazendo, mas ele era a única pessoa para quem eu podia
ligar a qualquer momento. Ele era a única pessoa que me
protegia, cuidava de mim independente de qualquer coisa.
A única que nunca falhava, ele esteve lá todas às vezes que
eu precisei e, no meio do caos, eu percebi que ele nunca me
abandonou. Mesmo que não tivesse me correspondido da
maneira romântica que meus sonhos de adolescente
queriam, ainda assim, ele me priorizava.

— Princesa — disse ao me atender. Sua voz estava rouca,


ofegante e havia sons nítidos de luta corporal onde ele
estava. —

Agora não é um bom momento.

— Tem alguém me seguindo. — Chorei ao dizer. Olhei ao


meu redor, procurando o carro e ele não estava mais na
minha visão.
O pressentimento ruim se uniu à ansiedade e eu voltei a
andar em direção onde estávamos antes.

— Como assim, você não está com a Sienna? — O som da


briga diminuiu gradativamente enquanto o seu aumentava.
— Onde você está?

Um carro acelerou muito rápido em nossa direção, o barulho


de pneu cantando me assustou e minha mãe gritou quando
os primeiros disparos soaram.

— Corre! — Eu gritei.

Meu celular caiu, minha bolsa ficou no caminho e eu segurei


minha mãe, tentando guiá-la pelo caminho.

Mamãe continuou gritando, pessoas correndo, minha visão


embaçada pelas minhas lágrimas e então ela caiu.

Um grito de horror escapou pela minha garganta.

Os tiros persistiram, tão ensurdecedores e eu fiquei travada,


observando em choque enquanto minha mãe ser fuzilada
bem na minha frente.

Ergui meus olhos em direção ao atirador, ele mirou na


minha direção e eu esperei o disparo, mas não veio. Tudo
que eu podia ver era o seu olhar de hesitação dentro de
uma touca ninja. Meu peito retumbando tão forte. Uma dor
que começava a se alastrar dentro de mim, como erva
daninha.

Quando o homem virou suas costas, correndo para longe,


meu mundo desabou.

— Não! Mamãe! MÃE! NÃO! NÃO! — Eu gritei tão


desesperadamente.
Seus olhos abertos, o peito ensanguentado que deixou
minhas mãos vermelhas enquanto eu lutava
desesperadamente

para conter o sangramento dos diversos disparos, sozinha,


chamando seu nome.

Minhas lágrimas rolaram atreladas à minha angústia quando


me abracei com minha mãe desacordada ao chão, rezando
para que isso fosse apenas um pesadelo.

Capítulo 12

JASON ROUX

Dois dias depois

Eu não consegui chegar a tempo.

Encontrar minha garota deitada sobre o corpo da mãe dela


e foi a cena mais triste que eu já vi na minha vida. Claytlin
se recusava a sair, nenhum policial conseguiu tirá-la de
cima da mãe.

Quando eu a puxei contra sua vontade, ela gritou, me


chutou e mordeu. Ela estava inconsolável.

Foi um dos piores momentos da minha vida.

O jeito violento como a mãe dela morreu, por causa de mim,


da organização, me deixou arrasado de uma maneira que
nunca esperei ficar. Eu não conseguia olhar para Claytlin,
não conseguia pedir perdão ou dizer que a amava, então eu
lhe dei espaço. Seu pai, seus irmãos... Eles mereciam
espaço.
Fiquei encarregado de cuidar de todos os detalhes para um
funeral bonito, junto com a Sienna e Felícia. Era tudo que
podíamos fazer.

Nossa equipe técnica pegou imagens de trânsito e


descobriu a placa do carro que tinha sido roubado algumas
horas antes e foi usado pelo executador. Pelas imagens
vimos dois homens no veículo e eles estavam rondando a
loja onde elas estavam, antes que Claytlin saísse com sua
mãe.

Fiquei me perguntando por que elas não foram com a


Sienna, mas não falei nada, todos nós já nos sentíamos
culpados suficientes.

O ataque deveria ter sido a esposa do chefe da máfia


novaiorquina. A tensão se instalou entre nós, ao mesmo
tempo em que meu irmão estava sendo baleado em um
ataque, Claytlin e sua mãe estavam sendo vítimas de outro.

Minha invasão na casa onde Benji deveria estar levou à


morte seis dos seus homens e uma mulher. Graças a essa
informação, soubemos quem estava o ajudando e a situação
era mais fodida do que imaginávamos.

Há quase seis anos nossa organização esteve em guerra


contra o antigo cartel mexicano, onde Joaquín Guzmán[12]
era o chefe e foi morto no final desse confronto. O filho da
puta foi explodido por uma granada e a filha dele, Yeda
Guzmán[13], recebeu

o mesmo destino por ser uma psicopata de merda.

Mas, o que não esperávamos, era que uma tal de Juana


Guzmán, filha bastarda de Joaquín, fosse assumir a porra do
Cartel em Sinaloa, no México e se unir ao filho da puta do
Benji, para tentar foder com a nossa organização.
Apertei meus dedos numa tentativa de controlar a fúria que
subia toda vez que a sensação de fracasso tomava todo
meu corpo, principalmente porque esse não é o momento
para me sentir um bastardo.

Desci do meu carro, acompanhando algumas pessoas de


preto caminhando para dentro do cemitério, onde o velório
de Beverly ocorria. Tentei me manter distante, ainda que
tivesse em contato com Rick, oferecendo todo o suporte
que eles precisassem.

Foi através dele que descobri que Claytlin não tinha dito
uma palavra sequer depois que chegou em casa toda suja
de sangue.

Sienna estava a amparando pelos braços, Caius, o


irmãozinho pequeno segurava na mão da irmã e Corey, o
irmão do meio, era amparado pelo pai.

Dominic, Jaxon, Felícia e London ocupavam a fileira de trás,


estavam sérios pra caralho e pareciam atentos a tudo.

Quando os olhos de Claytlin encontraram os meus, ela


chorou. Vi quando se desprendeu do irmão e de Sienna,
encerrando a distância entre nós e me surpreendendo pra
caramba ao se jogar nos meus braços.

— Estou aqui, princesa... — Sussurrei em voz baixa,


apertando-a em um abraço sufocante. O cheiro do seu
shampoo me trouxe um conforto mínimo e eu não a soltei
quando nos juntamos a sua família. Sienna assentiu, quase
me agradecendo e foi para perto do marido.

Como eu poderia dizer que sinto muito?

Engoli as palavras porque elas não serviam para porra


nenhuma, a mãe dela estava morta e nada mudaria isso ou
aplacaria a dor. Só fiquei de pé, segurando-a firme nos
meus braços, deixei que chorasse durante a cerimônia
bonita onde um padre disse palavras reconfortantes.

O pior momento foi o sepultamento. Precisei segurar Caius,


porque ele se descontrolou. Abracei os dois, Claytlin que
não tinha a menor condição de dizer nada para seu
irmãozinho. Ela estava traumatizada, ainda em choque e
seu corpo tremia pelo choro intenso.

Victor, o noivo, se aproximou quando o volume de pessoas


diminuiu, ainda assim, Claytlin não me soltou. Ela olhou
para ele com a expressão vazia e eu me senti egoísta.

— Quer ficar com ele, princesa? — Murmurei baixo, ela não


respondeu nada e o Victor suspirou.

— Quer que eu te leve para casa, Caty? — Ele perguntou


suavemente, nem assim Claytlin reagiu. Só continuou me
segurando e eu pensei em como a vida era fodida.

Há alguns dias ela estava bem, com um sorriso no rosto e


agora...

— Não consigo fazer isso... — Disse para mim. Eu pensei


que ela fosse me soltar e ir para os braços dele, ao invés
disso, Claytlin voltou a chorar e escondeu o rosto no meu
peito.

Victor tocou em seus cabelos antes de me olhar seriamente


e começar a se afastar.

— Eu ia terminar com ele... — Ela continuou quando eu a


ergui em meus braços, saindo do cemitério, logo atrás da
sua
família. — Como isso tudo se tornou tão sem importância
agora.

Minha mãe morreu.

Sua frase mortificada soou entre soluços, seus braços


rodearam meu pescoço, ela descansou a cabeça em meu
ombro.

Suspirei, sem saber o que dizer e olhei para a minha


esquerda. O pai e os irmãos entravam no carro do Dominic,
que acenou para mim.

Deixei Claytlin no banco carona, fechei o cinto de segurança


e ela continuou sem nenhuma reação. Os carros saíram um
a um, quase como um comboio muito bem organizado,
assim como a segurança montada para a família de Claytlin
por todo o bairro em que ela vivia. Era minha obrigação
garantir que nada aconteceria a ela ou sua família, eu falhei
e prometi que nunca mais cometeria esse erro.

— Eu fiz tudo errado... — Sua voz veio para mim, tirei os


olhos da estrada por alguns segundos e puxei sua mão.
Beijei o dorso, acariciei seus dedos e coloquei sob minha
perna. — Eu não devia ter parado, tinha que ter corrido e
entrado em uma loja...

Devia ter chamado um carro de aplicativo, eu...

— Claytlin...

— Não tente me consolar! — Gritou entre lágrimas e puxou


sua mão. — A culpa disso é minha! Ela não tinha nada a ver
com isso, deveria ter sido eu!

— Amor... Não fale isso, por favor. Nunca mais diga isso. —
Puxei sua mão de volta, segurando com firmeza. — Você fez
o certo, você me ligou... Eu não cheguei a tempo, a
responsabilidade disso é minha. Você não podia ter feito
nada diferente, eles entrariam em qualquer lugar e
atirariam de qualquer forma. Não é sua culpa.

Ela continuou chorando, se inclinou para mim e me segurou


com força.

— Me prometa uma coisa... — Murmurou ao derramar mais


lágrimas.

— Qualquer coisa, minha vida.

— Você vai achar o desgraçado que matou a minha mãe e


vai fazer com que ele pague pelo que fez.

Apertei a mão no volante. Isso era um fato, mas o jeito


distorcido que Claytlin disse isso me deixou arrepiado. Eu
nunca tinha a visto tão sombria e só pensei em como a vida
é fodida e nos muda da noite para o dia. Odiei que o meu
mundo tivesse feito isso com ela. Tudo que eu quis evitar
com a minha recusa em confessar sobre meus sentimentos
foi que ela acabasse machucada e, no fim, ficar afastado
dela foi o que a machucou. Se ela fosse minha, uma força
tarefa andaria atrás dela dia e noite, porque Claytlin teria
uma mira na sua testa pelo simples fato de ser minha
mulher, mas não...

Eu quis poupá-la de viver uma vida limitada e agora essa


merda aconteceu.

— Eu prometo...

— Ainda não terminei. — Me interrompe, voltando ao seu


lugar e me olhando seriamente. — Você vai me deixar
apertar o gatilho. Eu quero ser a responsável por isso, quero
ver ele morrer diante dos meus olhos.

— Princesa...

Porra, o que ela está falando?

Eu entendo seu ódio, sua raiva e seu olhar duro me quebra.

A determinação com que diz isso me prova que ela não quer
voltar atrás.

— Me dê sua palavra, Jason. É a única coisa que estou te


pedindo.

Eu a olho, ela continua muito séria e eu suspiro. Ela está de


luto, triste... Uma vez que entender o que está sentindo, vai
esquecer essa ideia insana.

— Eu prometo, Claytlin. Agora eu quero que você descanse,


esqueça isso. Eu prometo te dizer o momento exato que
encontrar o maldito.

Ela assente, fecha os olhos e me deixa com a cabeça


explodindo com o seu pedido.

Capítulo 13

CLAYTLIN MORGAN

Uma semana depois

— Você devia ficar mais tempo em casa, Clay... Eu disse que


estava tudo bem. — Sienna murmurou docemente.

Eu sabia que ela estava se sentindo culpada; por um


segundo, depois que tudo aconteceu, eu também a culpei,
mas não é culpa de ninguém. Só do maldito que atirou na
minha mãe.

A cena do seu corpo caindo, o sangue jorrando, seus olhos


sem vida...

Pisco para afastar às lágrimas, cruzo os braços e encaro


Kaya e meu irmão brincando. Eu só estou aqui porque eles
me trazem paz. Eu não conseguia continuar deitada na
mesma posição, chorando e me lamentando, não quando eu
preciso cuidar deles.

— Você tem aula na faculdade e eu quero ficar aqui, eu me


sinto útil trabalhando.

— Me liga se precisar de mim? — Pergunta e eu assinto.

Deixo que ela me abrace, Sienna beija minha testa e depois


vai se despedir da sua filha.

Me sento no sofá, a tv está ligada em um dos meus filmes


infantis preferidos: Hotel Transilvânia. Sorrio amarga, porque
talvez eu seja um pouquinho como o Jonathan[14] e tenha
uma queda por monstros.

Minha cabeça passeia e para em Jason, na sua forma


atenciosa de me tratar. Mesmo cuidando de mim como se
eu fosse um cristal frágil, ele não consegue deixar de ser
obcecado. A forma como pergunta a cada cinco segundos se
estou comendo, bebendo ou dormindo, não é normal. Ele
veio me ver quase todos os dias e na primeira noite dormiu
no meu sofá.

Jason acha que eu não sei, mas ele tem dormido no portão
da minha casa todas as noites. Meu pai o flagrou essa
manhã, eles conversaram e Jason tomou café da manhã
conosco. Quando ele foi embora, papai me encarou e disse:
“ele está apaixonado por você”, eu não neguei. Sei que a
sua próxima pergunta seria: quando vai terminar com o
otário do Victor? Mas ele não falou nada e foi pior, porque a
vivacidade do meu pai foi embora com a minha mãe.

Ainda é inacreditável que ela não esteja mais aqui.

Espantei as lágrimas que queriam descer, só choraria em


casa, quando estivesse sozinha.

Fui brincar com as crianças, Kaya foi perfeita em distrair o


Caius. Ele é um pequeno gênio, muito inteligente, mas
ninguém aprende a lidar com a morte precoce de uma mãe.
Se estava insuportável para mim, não imaginava o tamanho
do fardo para ele e o Corey.

Nós só paramos de brincar quando chegou a hora do jantar.

Deixei que eles repetissem a sobremesa e estendi o horário


do sono.

Sienna chegou junto com o marido, eles me olharam com o


mesmo semblante preocupado e eu fiquei quieta quando
Jason surgiu atrás deles.

— Olha quem eu trouxe — comentou para às crianças. O

latido eufórico do Murdoch fez a festa entre eles. Caius


sorriu pela primeira vez nessa semana, meu peito apertou
com a emoção e foi impossível não me sentir ainda mais
apaixonada por ele.

Jason piscou para mim, mas ficou com às crianças,


brincando com o cachorro enquanto Dominic perguntava se
estava tudo bem.
— Ele vai te levar para casa e te buscar quando for para a
escola — comentou apontando para Jason.

— Não precisa, eu posso dirigir com a escolta.

— Você sabe que ele não vai te dar uma escolha e dessa
vez eu o apoio. — Dominic sussurrou. — Ele estava lá... Na
porta da

loja, queria entrar de qualquer forma para te impedir de


experimentar vestidos. Eu mandei que ele saísse... Não
deveria ter interferido e nunca mais vou tentar afastar
vocês.

Ele engoliu seco, me encarando seriamente e soltou o ar de


forma cansada. Afagou meu ombro, mas quando Sienna se
aproximou desfez nossa bolha de confissões.

— Jason vai te levar para casa. — Falou, fingindo um tom de


animação.

— Dominic avisou. Obrigada pela preocupação.

— Nós somos sua família também, Clay. Sempre estaremos


aqui.

Ficamos conversando por mais um tempinho, eles me


abraçaram e ao Caius. Me despedi de Kaya e fiquei
observando meu irmão e o homem que eu amo em uma
interação tranquila.

Caius foi no banco de trás com o Murdoch e eu no da frente.

— Que horas te busco amanhã? — Sussurrou no meio da


caminho, me olhando de soslaio.
— Você sabe exatamente tudo sobre meu itinerário, não se
faça de desinformado.

Jason não respondeu nada e ficou ainda mais rígido porque


estacionado em frente à minha casa estava o carro de
Victor.

Nós ainda não tivemos a conversa decisiva e pelo visto,


chegou o momento.

— Eu vou entrar. — Falou e eu neguei. — Por que não?

— Você sabe por quê.

— Não vou ser babaca. — Sussurrou.

Caius estava dando gargalhadas para Murdoch e eu os olhei


pelo retrovisor quando Jason parou o carro.

— Hoje não, eu vou ter uma conversa com ele e seria bom
se você não tivesse aqui.

Eu abri a porta e desci, me lembrando das regras só depois


e Jason praticamente correu até a mim, reclamando da
minha desobediência.

— Eu esqueci, estou com a cabeça cheia e...

— Shhh. Tudo bem, mas não faça isso de novo. — Assenti,


deixando-o me abraçar porque estava com saudade e eu
não podia negar que adorava seus abraços.

Nós não nos beijamos mais, porém me sinto estranhamente


ainda mais conectada a ele. Uma intimidade que não existia
antes.

Caius desceu, com Murdoch correndo atrás dele, meu pai


abriu o portão porque ouviu a movimentação e nos olhou
com o semblante fechado.

— Ele está aqui e não quer ir embora. — Reclamou.

Jason o abraçou e eu sabia que emendariam um assunto,


provavelmente falando mal do Victor. Só acenei em
despedida, entrando em casa e dando de cara com meu
noivo sentado no sofá da minha sala. Me senti péssima por
estar o ignorando, sem responder suas mensagens e isso
não tem só a ver com a partida da minha mãe. Eu estava
com vergonha por mentir, por trair, pela forma desonesta
que estava o tratando quando sei que ele não merece nada
disso.

— Podemos conversar? — Pergunta com a voz branda, mas


um olhar perturbado.

Faço um sinal para que me siga e quando entramos no meu


quarto, fecho a porta e deixo minhas coisas sob a poltrona
em frente à minha penteadeira.

Me sento na beirada da cama, Victor faz o mesmo e deixo


que segure minha mão.

— Sinto muito por tudo o que está acontecendo. Não


consegui dizer o quanto lamentava, sei que não está bem e
não vim aqui fazer cobranças...

— Obrigada. Também devo desculpas.

— Está tudo bem, Caty.

Eu tento procurar as melhores palavras na minha cabeça,


mas a verdade é que elas não existem. Quando suspiro tão
pesado, me sentindo tão exausta, Victor sabe o que virá a
seguir. Tiro minha aliança, segurando-a entre meus dedos e
olhando fixamente o símbolo do meu compromisso com o
homem carinhoso a minha frente. Não tenho nenhum
defeito para apontar, Victor nunca me fez nada, mas ele
simplesmente não é aquilo que o meu coração deseja.
Minha avó dizia que o coração é enganoso e eu concordo, o
meu quer o perigo, quer a vida sombria que sei que viverei
com Jason..., mas não consigo evitar quando é por ele que
eu me sinto vibrar.

A partida precoce da minha mãe me mostrou que a vida é


tão rara, eu não tinha percebido quanto tempo perdi com
coisas pequenas, sem sentido e quando tempo passei
tentando fazer o que era melhor aos outros, ao invés de
viver o que seria melhor para mim.

Segurei a mão de Victor, depositei o anel entre seus dedos e


ele olhou o movimento meio atônito.

— Eu não posso me casar com você... — Sussurrei olhando


em seus olhos. — E não é pela minha mãe, seria fácil dizer
que essa decisão veio do pior momento da minha vida. Mas
veio de muito antes.

— É por ele...

Victor sempre soube que eu não era apaixonada por ele.


Que eu gostava de outro homem, mesmo que eu nunca
tenha dito quem, ainda assim, ele pediu uma chance de
mudar isso em mim e eu realmente quis que ele tivesse
mudado.

Eu fecho sua mão ao redor do anel, apertando com firmeza.

— É por mim. Acho que você merece ser feliz com alguém
que te ame e eu mereço viver a minha verdade. Nesse
momento, não quero saber de um noivado... Com ninguém.
Eu quero só sentir essa tristeza profunda no meu peito.
— Mas quando passar, é com ele que você vai ficar. — Fala.

Ele está magoado, mas não é ríspido.

— Eu sinto muito por tudo, Victor.

— Tudo bem. Eu realmente tentei ser bom e suficiente para


você. Sei que o problema não está em mim. — Murmura
puxando sua mão da minha. — Não adianta te dizer que o
homem lá fora é perigoso e que vai te machucar, você não
se importa. Isso me deixa mais triste que o fim do nosso
relacionamento, porque eu queria que você fosse feliz.

Ele se levanta, disfarça as lágrimas brilhando nos seus olhos


e força um sorriso.

— Se precisar de mim, sabe onde me procurar. Sinto muito


pela sua mãe, Caty. Ninguém deveria ter passado pelo que
você passou.

— Obrigada, Victor...

Recebo seu abraço e ficamos assim por longos segundos,


até que me solta. Eu o acompanho até a porta, meu pai e
Jason ainda estão no portão. Eles respondem contragosto a
despedida educada de Victor e eu só entro novamente
quando meu ex vai embora com seu carro.

Olho para Jason, depois para o meu pai e reviro os olhos


porque sei que estarão como duas velhas fuxiqueiras,
falando da minha vida assim que eu virar às costas.

Capítulo 14

JASON ROUX
— Tem alguma coisa para mim, Christopher? — Murmurei
adentrando o que chamamos de central de operações da
máfia.

Fica em um prédio comercial, no qual somos os donos, e


funcionam diversas empresas dos nossos associados.
Inclusive, um novo escritório abriu recentemente, Julian e
suas armas estão sendo comercializadas legalmente aqui.

— O carro estava limpo. Foi desinfetado antes de ser


abandonado em um terreno baldio. — Me apontou o
relatório da polícia.

Profissionais.

— E o paradeiro de Benji ou Juana?

— Nada deles. Estão no país, estou observando os voos em


aeroportos públicos, privados e clandestinos. Nada.

— Estão os ajudando por aqui. Não faz muito sentido.

— Eu pensei nisso. Chegou a hora de uma verificação dos


nossos homens. Quando Joaquín caiu, a lealdade de todos
foram testadas, mas criminosos são facilmente corruptíveis.

— Monitore qualquer conversa estranha e me relate se


achar.

Vamos descobrir quem é o filho da puta que mudou de lado


Ele assentiu e saí do galpão.

Era pessoal encontrar o maldito que matou Beverly, não só


pela Claytlin, mas por todos nós. Ninguém mexe com os
nossos e sai impune.
Entrei no elevador e saí no meu andar, o escritório
comercial da destilaria. London estava falando no telefone e
mexendo no notebook ao mesmo tempo e me chamou com
um aceno.

A tela do computador estava aberta em um GPS e o carro


estava em movimento.

— Acabei de receber essa placa do Octor. Rondou a rua da


Claytlin de madrugada. Duas vezes.

— Está registrado no nome de quem?

— Jennifer Walker.

Me afastei puxando o nome na minha mente e London me


mostrou o perfil nas redes sociais. Era o mesmo sobrenome
do namoradinho, mas eu pesquisei a vida inteira do homem
e não tinha nenhuma Jennifer.

— É falso. — London continuou. — Mandei a placa para o


Christopher, ele entrou no departamento de trânsito e
descobriu o nome de Anna Sue como a proprietária do
veículo. Uma idosa de 72

anos.

— Que merda. Foi clonado?

— Aparentemente, já que Anna Sue vive no Colorado.

— E quem é Jennifer Walker, porra? — Voltei a olhar a tela,


lendo os nomes das ruas e é o bairro de Claytlin.

— Vamos descobrir, Terrier está atrás do carro e vai pegar


quem quer que seja.
Me joguei em uma poltrona, tentando colocar a cabeça para
funcionar e ver com o ponto que eu tinha deixado passar.

London fechou o notebook quando recebeu uma mensagem,


me olhou apreensivo e virou a tela para que eu pudesse ver
o vídeo que recebeu.

Era um carro explodindo próximo à rua de Claytlin, às


chamas estavam altas e atingiu uma árvore.

Brandon Terrier fez uma chamada de vídeo para que


pudéssemos ver.

— Eu atirei no pneu, o carro já tinha parado e eu estava


pronto para descer e pegar o homem vivo. Era um homem
no volante. Então, a porra do carro explodiu.

— Puta merda. Ele estava sozinho?

— Não. Tinha uma mulher no carona. Os dois viraram


cinzas.

— Terrier continuou. — São mexicanos, certeza. Essas


porras são um bando de loucos. Eles fazem tudo pelo cartel
e deviam saber demais. Precisamos tirar a Claytlin e a
família daqui.

— Movê-los só vai foder ainda mais com eles. — Falei baixo,


para London.

— Saia daí, Terrier. Nos falamos depois. — Desligou a


chamada.

Nós nos olhamos por vários segundos pensando no que


fazer.
— Vamos colocá-los no condomínio do Dominic e Jaxon. Não
existe outro lugar mais seguro no momento e você sabe que
não temos escolha. Uma casa com piscina não é uma
mudança ruim.

— Eu só queria que às coisas pudessem normalizar um


pouco. — Grunhi, frustrado. — A mãe dela morreu, o
noivado dela acabou e agora ela tem que lidar com 3
homens sozinha. Porra... Eu estou distante para não ser um
peso maior, mas eu sou o mais problemático de todos.
Sienna me contou como ela ficou preocupada comigo no dia
do ataque.

— É só não fazer merda.

— Fazer merda é o meu sobrenome. — Murmurei. — Ela me


pediu para matar o assassino da mãe.

— A Claytlin? — Sua pergunta foi feita em um tom de


choque e descrença.

— Sim, a Claytlin. Eu fiquei exatamente desse jeito quando


ouvi. Não soube o que dizer quando ela me fez prometer
que eu a deixaria matar o desgraçado. Então concordei com
a esperança de que ela esqueça isso.

— Pooorrra, nem sei o que dizer... A pequena me deixou


sem palavras.

— Imagine a mim. — Falei.

— E quanto a vocês dois? — London mudou de assunto.

Me recostei no sofá, pensando na pergunta que ele me fez.


A verdade era que eu não fazia ideia de como estávamos,
porque ela precisava de tempo e eu estava disposto a dá-lo.
— Eu esperei cinco anos para saber o gosto que a boca dela
tem. Posso esperar mais. Além disso, a única coisa que
importa é mantê-la segura. Mais nada.

Ele concordou e me serviu uma dose de uísque. Nós


brindamos, com a cabeça cheia de problemas e
preocupações: todas elas envolviam Caytlin Morgan.

Capítulo 15

CLAYTLIN MORGAN

Dias depois

— Não vamos conversar mesmo? — Ouvi seu murmúrio


baixo quando ele deixou a última caixa em cima da minha
cama.

Olhei sob meus ombros, engoli em seco porque Jason está


sem camisa, peitoral suado que deixam suas tatuagens
brilhando.

Inconscientemente molhei meus lábios com a língua, me


perdendo nos gominhos do seu abdômen.

— Quer tocar, princesa? — Ele brinca. Seu tom não é


sensual, rouco ou obcecado como o de um mês atrás,
quando ele disse me disse que eu não me casaria com
outro. Céus, agora parece que tudo isso foi em outra vida.

— Quero outra prateleira aqui — falei, desviando meus


olhos e apontando para a posição. — Os meninos estão no
quarto deles?

— Estão. Coloquei os dois para desempacotarem suas


caixas.
— E o meu pai?

Jason franziu o cenho, não respondeu de imediato e fiquei


preocupada. Meu pai não estava lidando muito bem com a
nossa mudança, nem eu... Quando Sienna conversou
comigo e explicou que ficarmos perto seria mais seguro, eu
percebi que a vida da minha família estava em risco e temi.
Obedeci, porque não faria nada que os expusessem, os
meninos ficaram empolgados com a mudança para uma
casa grande e chique, com um quintal espaçoso e piscina,
mas eu não conseguia enxergar nada disso como um bônus.
Esse era apenas outro sinal claro de que a morte abrupta da
minha mãe mudou tudo.

— Ele foi para a oficina. — Disse.

Jason ligou a furadeira e o barulho ecoou pelo quarto,


preenchendo o silêncio. Abri a janela quando a poeira me
fez espirrar.

— Eu comprei a casa do lado. — Ele fala ao desligar a


furadeira. Nossos olhos se encontram, cruzo meus braços e
o encaro seriamente. — London comprou a de trás. Agora
você está segura. Sem vizinhos estranhos.

— Por que fez isso?

— Porque quero estar perto se precisar. — Continua. Mordo


meu lábio inferior com força porque eu não quero brigar de
novo.

— O condomínio é extremamente seguro, você não


precisava se mudar.

— Mas eu quero, Claytlin. Quero estar aqui se precisar de


mim. — Jason termina de prender a prateleira e se
aproxima.
Deixo de lado os livros que estou organizando, sei que
tenho sido difícil com ele nos últimos dias e sua paciência
incansável me emociona.

— Precisa que eu prenda outras prateleiras?

— Não...

— Vai me deixar beijar você de novo, Clay?

Suas mãos me tocam levemente na base da cintura, sou


puxada para perto e me deixo envolver com tanta
facilidade. Eu só quero esquecer dos últimos dias, do
pesadelo que tem sido lidar com o luto, com uma família
desmoronando e a culpa que me faz ter sonhos muito ruins.

Seus lábios tocam minha testa em um beijo carinhoso,


descendo pelo meu rosto quando suas mãos me puxam com
firmeza, aproximando nossos corpos. O cheiro do seu
perfume misturado ao suor me deixa facilmente acesa.
Pressiono minhas coxas com força, oferecendo livremente o
pescoço quando Jason inala meu cheiro. Um arrepio sobe da
coluna até a nuca e eu estremeço em seus braços.

— Eu amo seu cheiro — sussurra com a boca colada na


minha pele, me lambendo de um jeito tão sensual que me
faz ofegar. — Se ele tivesse uma cor, seria vermelho. Você é
uma delícia como um morango suculento, princesa. Um
morango que eu quero muito chupar.

Recebo seu beijo intenso. Jason aperta uma das minhas


nádegas, me suspendendo com facilidade e se sentando na
minha cama depois que eu prendo minhas pernas em sua
cintura.

Me deixo ser beijada de um jeito tão íntimo, com devassidão


e ele pressiona seus dedos pelo meu couro cabeludo,
puxando meu cabelo e chupando minha língua, me
deixando louca de desejo.

Meus quadris se movem inconsciente e Jason me incentiva a


rebolar, me ajudando a me esfregar mais forte. Ele não para
de me beijar e o tesão faz meu corpo arder. Sou pura
intuição, sei exatamente o que quero: uma válvula de
escape. Eu quero esquecer tudo de ruim que tem
acontecido e ele me dá exatamente o que preciso quando
toca meu mamilo sob a blusinha de tecido fino que estou
usando.

Deixo um gemido longo soar dentro da sua boca,


continuando nosso beijo apaixonado e Jason
sorrateiramente leva sua mão para dentro da minha blusa.

— Quero minha boca chupando você inteira — murmura ao


parar de me beijar. Nossos olhos fixados um no outro e
quando ele prende meu mamilo entre seu polegar e o
indicador, girando o bico sensível, eu explodo em um
orgasmo que me faz gemer forte.

Na tentativa de conter meu grito, ele me beija em


desespero, rosnando dentro da minha boca. Pressionando
meus quadris em uma deliciosa fricção enquanto me tortura
com a massagem viciante no meu seio.

Enfio minhas unhas em seu ombro rebolando tão gostoso,


sendo consumida pelo orgasmo, deixando nosso momento
incrível inundar minha mente e sumir com toda
preocupação,

desaparecendo com a dor, deixando que tudo que paire em


mim seja apenas nós dois.

Quando meu corpo se acalma, estou ofegante, vibrando e


me sentindo tão bem que me faz ter vontade de chorar.
— Eu quero mais disso... — Sussurro com a boca colada na
sua. — Quero tocar em você, experimentar tudo. Eu quero
ser sua, mas eu não posso pensar em um compromisso
sério agora.

Jason franze o cenho, confuso e eu seguro seu rosto com


delicadeza. Eu sei que não é isso que ele quer, mas se eu
for sincera, ser um pouco egoísta é tudo que posso ser
agora.

— Você me quer? — Continuo falando, sem desviar o olhar


do dele. — Então me mereça. Me dê bons motivos para te
deixar dominar o meu coração. Caso contrário, seremos
apenas sexo...

Sexo gostoso e sem compromisso. É isso que eu tenho para


te oferecer nesse momento.

Ele me olha bem sério, sua mão suaviza ao meu redor e me


abraçam apertado. Relaxo, deitando-me no seu ombro e
muito surpresa pela sua reação estranhamente calma.

— Eu vou merecer o seu amor, princesa. Vou dominar cada


espaço dentro do seu coração, vou ser seu início e fim, nós
dois nunca seremos apenas sexo gostoso.

Sua promessa me deixa arrepiada, principalmente porque


seu tom obcecado está de volta.

Jason afasta a bagunça na minha cama, se deita e me puxa


com ele. Nossos olhos se encontram e eu vejo suas pupilas
dilatadas.

— A ideia do sexo gostoso, porém, me agrada muito. — É

impossível segurar a risada porque ele está propositalmente


relaxando o clima, principalmente quando aperta minha
cintura, me provocando. — Esse momento ruim vai passar,
princesa.

Suspirei rezando internamente para que ele estivesse certo.

Capítulo 16

JASON ROUX

Alguns dias depois

— Pode focar na merda que estamos fazendo? — London


resmungou com seu típico mal humor, bufei bloqueando o
celular e voltando a olhar a movimentação dos nossos
homens trabalhando.

— Que merda está acontecendo agora?

— O que você acha?

Ele deu uma risada, para piorar estava rindo da minha cara.

Não falei porra nenhuma porque os últimos dias estavam


sendo fodidos. Entre suspeitas de quem era o nosso traidor,
outro carro rondando a rua onde Claytlin morava, agora...
Ela decidiu que iria tornar difícil a missão de protegê-la.

— Ela prometeu a Sienna que ficaria em casa depois da


última — London falou.

A última resumia ter desaparecido por um dia inteiro com a


amiga, Melissa.

Voltei a olhar o celular, esperando que ela respondesse


minhas mensagens. Claytlin estava levando a sério a
questão de não querer compromissos, amarras, e que faria
de mim um bastardo obcecado em persegui-la para
demonstrar o quanto era merecedor da sua afeição.
— Ali, aquele... — Sua voz de alerta me despertou. Bloqueei
o celular e me inclinei para observar melhor o homem que
ele apontou. — Ele entrou e saiu duas vezes do galpão, está
mandando fotos e mensagens.

Dois homens se aproximaram daquele que London apontou,


conversaram e se afastaram depressa, olhando para os
lados.

— O caminhão vai sair. Está carregado com o primeiro lote


de vodcas adulteradas. — Comentei, querendo descer e ele
me

impediu.

— Terrier vai seguir daqui. Não fode com o plano. Nós


vamos atrás dele.

— O filho da puta está de moto. — Apontei quando ele


pegou o capacete.

London grunhiu, mas desci do carro sem esperar e abri a


câmera fotografando a placa da moto e a placa do
caminhão que saía para a entrega. Estava levando um
carregamento de cocaína liquida que atravessaria a
fronteira. Enviei as fotos para Christopher, caso Terrier não
conseguisse acompanhar o filho da puta sem ser visto,
queria ao menos que Christopher o acompanhasse pelas
câmeras de trânsito.

Retornei para o carro, London xingou e reclamou porque eu


sou um desgraçado inconsequente que nunca seguia o
plano e poderia ter sido visto, revirei os olhos, liguei o rádio
e deixei ele reclamando sozinho como um velho ranzinza.

Meu celular vibrou com uma mensagem de um dos


seguranças que designei para acompanharem Claytlin por
todos os lados. Ela não se demonstrou revoltada com isso,
mas eu sabia que não tinha gostado.

Fechei os olhos, ficando puto novamente. Soquei o painel do


carro depois de ver as dezenas de fotos.

— Ela está na Storm, porra! — Rosnei e London pegou o


celular da minha mão.

— Você faz merda o tempo todo, pare de surtar com ela.

Claytlin está de luto, não é fácil ver alguém fuzilando sua


mãe. — O

jeito como London diz isso foi mais intenso do que


costumava. Sua feição ficou incrivelmente vazia.

Ele acelerou, desistindo de seguir o possível traidor e eu


sabia que era por mim e Clay. Fiquei com raiva, ela podia
fazer o que quisesse, mas depois que a situação de merda
estivesse resolvida. A essa altura, Juana e Benji já sabem o
quanto ela é

importante para nós, principalmente por termos blindado


completamente a família inteira.

Quando descemos em frente a Storm, eu estava resignado


em enfiar a força na cabeça dela que não podia se dar ao
luxo de ser uma menina rebelde nesse momento.

A pista de dança estava lotada, olhei no celular e esperei


uma nova mensagem me indicando onde ela estaria e fui
avisado que estava no banheiro do segundo pavimento.
Virei o celular para London, ele assentiu e foi em direção ao
bar, enquanto eu ia para o elevador.
Por que diabos ela não estava na merda da área vip, já que
decidiu sair sem me avisar porra nenhuma?

Desci, passando pelas pessoas no caminho. O banheiro


ficava mais afastado, dentro da área de fumantes com
lounge espaçados e um bar funcional.

— Não toca em mim! — Ouvi o gritinho de Claytlin vindo do


banheiro, meus homens guardando a entrada e eu só corri
para dentro.

Meu coração acelerou desesperadamente quando empurrei


a porta dupla de madeira. Claytlin estava se debatendo
enquanto era contida por um dos meus homens. Seus gritos
aumentaram gradativamente. Um barulho de metal soou no
chão no mesmo momento em que pulei em cima do filho da
puta, dando uma chave de braço e puxando bruscamente
para trás.

Ele se jogou e nós caímos, o filho da puta foi rápido ao usar


o cotovelo na minha costela, tossi quando o impacto grande
interrompeu meu ciclo de ar e tentei me recuperar.

Usei meu joelho para acertá-lo e mudar nossas posições,


outra vez o filho da puta teve vantagem quando girou sobre
mim.

Chutei sua perna, tentando puxar o canivete no meu bolso e


fui golpeado.

Os gritos de Claytlin continuavam fluindo alto. Minha visão


até ela foi bloqueada porque o desgraçado encaixou o
antebraço no

meu pescoço. Foi rápido demais, antes que enfiasse meus


dedos nos olhos do desgraçado, o corpo dele cedeu sobre o
meu.
O grito desesperado da Claytlin veio acompanhado de
golpes sincronizados na jugular do filho da puta traidor.
Sangue esguichou por todos os lados, molhando meu rosto
quando joguei o corpo morto para o chão.

Os

dedos

trêmulos

de

Claytlin

completamente

ensanguentados, sua feição de horror ao perceber o que


tinha feito.

Me levantei rapidamente, puxando seu corpo para mim e


me perguntando por que diabos os seguranças não
entraram comigo.

Foi quando os barulhos de tiros explodiram do lado de fora.

Empurrei minha mulher dentro de uma das cabides,


gritando para que ela trancasse a porta e ficasse abaixada.
Saquei minha arma, ficando estrategicamente atrás de uma
das paredes de gesso, com a mente trabalhando
incessantemente tentando entender que tipo de merda
estava acontecendo dentro da nossa boate.

A porta do banheiro de abriu, empunhei a arma em direção


e destravei, deixando o dedo no gatilho.

— Porra! Eu quase atirei em você! — Dissemos juntos, ele


estendeu a mão e me levantei, já correndo para a cabine
onde Clay estava.

— Princesa, abra a porta — ela fez isso imediatamente.

O rosto sujo de maquiagem escura, os cabelos castanhos


embolados porque o filho da puta morto no chão deve tê-los
puxado.

Além disso, sua blusa estava rasgada e a meia-calça preta


que ela usava também. O sangue complementava o visual
caótico.

— Temos que sair agora. A boate está sendo evacuada, o


alarme de incêndio foi acionado. Eu não sei quantos
traidores tinham aqui — London gritou, guiando o caminho.

Todos os seguranças da Claytlin estavam envolvidos nisso?

Não aprofundei esse pensamento porque senão, não


conseguiria ir embora com ela. Precisava protegê-la, minha
mulher acabou de matar. Ela matou para me defender e eu
não sabia como

me sentir sobre isso. Era uma espécie louca de adrenalina,


acompanhada de ódio porque esses desgraçados fizeram
com que ela se corrompesse.

Deixamos a boate pelos fundos, London assumiu o volante e


eu fiquei atrás com Claytlin. Ela estava tremendo, mas não
chorou.

Só se segurou em mim com força, tentei entender o que ela


estava fazendo quando me tateou por inteiro.

— Ei, ei...

— Você está ferido? Atiraram em você?


— Calma, eu estou bem. Não estou ferido.

— Você não pode morrer! — O pânico finalmente a atingiu e


eu a segurei com muita força nos meus braços. Claytlin se
agarrou a mim como se eu fosse seu bote salva-vidas.

London me olhou pelo retrovisor, a preocupação estampada


no seu rosto me deixou tenso.

Meu celular tocou, passei para London porque não dava


para atender agora. Ouvi ele responder alguma coisa e pelo
tipo de resposta, era o Dominic.

— Terrier pegou nosso suspeito. Christopher seguiu a placa


que você deu, eles desviaram a cocaína. Os condutores do
caminhão estão mortos e o motoqueiro está indo para o
galpão. O

nome dele é Javier López, foi segurança de Yeda. — London


avisou.

— Quero conversar com ele.

— Primeiro... Vamos cuidar da Claytlin. Sienna está


acordada e esperando. A equipe de limpeza já está na boate
e Dominic avisou que Jaxon está a caminho para cuidar de
tudo.

Capítulo 17

CLAYTLIN MORGAN

— Você quer conversar sobre isso? — O tom doce me trouxe


a lembrança da minha mãe. Encarei a Sienna, sem entender
direito minhas emoções. Esperei que quando o choque do
que eu fiz passasse, eu cairia em um pranto profundo e
tudo que eu conseguia pensar era que o Jason estava vivo.
— A culpa é minha...

— Não é. — Ela sussurrou, mas eu sabia que era.

Melissa me convenceu a sair quando todos estavam fazendo


de tudo para me proteger, me manter segura. Eu só queria
me sentir melhor, ter minha vida de volta e acordar do
pesadelo e hoje eu me coloquei ainda mais dentro do
mundo obscuro que já estava vivendo.

— Estou com tanta raiva... De tudo. Eu não consigo parar de


sentir raiva. — Confesso em voz baixa, abraçando meus
joelhos e encarando meu corpo na água manchada de
vermelho.

Sienna foi gentil o suficiente ao ponto de deixar uma


banheira cheia com sais cheirosos, água quente e me
colocar dentro para tentar amparar a angústia que eu
estava sentindo e a última coisa que eu pensava era no
homem que eu esfaqueei vezes incontáveis.

Só conseguia sentir uma raiva tão profunda que me deixava


com vontade de quebrar tudo ao meu redor.

— Então sinta raiva. — Ela fala, me tirando da bolha


sombria.

— Está tudo bem em se sentir assim, Claytlin. Não finja que


superou, sinta a sua raiva.

Tiro minha mão da água e seguro a que ela me estendeu,


Sienna aperta firmemente e nós ficamos em um silêncio
profundo.

Ela não precisa me dizer absolutamente nada para que eu


saiba que entenda exatamente como estou me sentindo.
Uma batida suave na porta e ela é aberta. Não nos
assustamos que ele esteja aqui, Jason não fala uma palavra,
só encosta no batente da porta e me olha profundamente
sério. Sienna volta a acariciar minha mão, me dá um sorriso
de conforto e se levanta para nos deixar a sós.

— Você machucou sua mão? — Sua pergunta é quase um


sussurro. Ele encosta a porta e se aproxima de mim,
puxando a toalha sob o balcão da pia.

Eu me levanto sem me preocupar com a minha nudez, ele


me ampara e me leva até o box. Nossos olhos não se
desgrudam nem por um segundo sequer.

— Entre comigo... — Peço. Ele só assente, abre a ducha e o


jato quente lava os meus cabelos.

Jason tira peça por peça na minha frente. Eu não desvio os


olhos porque amo tudo nele. Amo seus ombros largos, os
braços fortes, o abdômen definido e todas as suas
tatuagens... Sua marca registrada que faz com que ele seja
tão... Ele. Um homem perigoso com um temperamento
difícil e esconde um lado bom que poucas pessoas têm
acesso.

Quando Jason entra no chuveiro comigo, suas mãos são


carinhosas e me puxam para um abraço gentil, me deixa
deitar sua cabeça em seu peito e segura minha mão,
verificando se me machuquei enquanto matava um homem.

— Não me peça desculpas pelo que aconteceu... — Ele diz


baixo, acariciando minhas costas. É tão gostoso sentir seu
calor, estar tão perto e de um jeito tão íntimo. — Não se
sinta culpada pelo que aconteceu. Hoje você cruzou um
caminho que não tem mais volta, mas aquele homem é a
merda de um criminoso. Ele já matou vezes incontáveis e
não merece nenhum dos seus lamentos.
— Se eu não tivesse ido até lá...

— Ah, isso é verdade. — Me interrompe. — É por isso que o


tempo que você me pediu acabou, sem mais espaços para
você, Claytlin. Vou ser a porra da sua sombra a partir de
agora.

Solto uma risada, é quase mórbida, mas acredito que ele


tenha o tempo inteiro esperado por uma brecha para que
pudesse vir com tudo para cima de mim.

— Olhe para mim. — Exige, segura meu queixo e seus olhos


azuis estão escuros e me deixam arrepiada. — Você matou
por mim essa noite, para mim, isso é uma promessa de para
sempre, princesa. Uma promessa feita com o sangue dos
nossos inimigos.

— Eu faria qualquer coisa por você.

— Espero que nunca mais tenha que fazer nada do tipo... —

Fala, sua honestidade me deixando balançada. Eu assinto,


porque também espero.

Sei que uma parte da minha alma escureceu e isso me


deixa assustada, porque antes eu sabia quais coisas eu
nunca faria nessa vida e agora... Me sinto capaz de tudo.

Jason cuida de mim, lava meus cabelos com um shampoo


cheiroso, ensaboa meu corpo com sabonete líquido e nossos
olhos não desgrudam quando seus dedos tocam meus
mamilos arrepiados tão suavemente.

— Me faça esquecer dessa noite... Ocupe minhas


lembranças com algo bom... — Sussurro contra sua pele,
olhando em seus olhos e sentindo seu membro volumoso
contra minha barriga.
Deslizo meus dedos pelo seu peito, beijando suavemente e
Jason prende o ar com força quando toco o pênis ereto. Um
gemido contido escapa dos seus lábios quando o toque nos
meus seios fica mais intensos. É tão gostoso e eu deixo
minha mente passear por essas sensações, sem pensar em
mais nada.

— Me faça esquecer... — Sussurro suavemente, fechando


minha mão pela sua extensão e começando a estimular.
Uma parte minha está tímida e a outra quer tanto ser dele...

Jason abre os olhos e eles batem nos meus, frios,


impiedosos e me deixam gelada por dentro. Ele exala uma
sedução que me hipnotiza.

Meu Deus, como eu sou apaixonada por ele.

Desesperadamente.

— Assim... — Ele murmura, fechando uma das suas mãos


sob a minha, apertando meus dedos ao seu redor.

Ele está quente e pulsando. Jason me ensina a pressão e


velocidade que ele gosta quando me empurra
abruptamente.

Minhas costas batem contra a parede de azulejos gelada, a


água quente escorrendo entre nós e eu solto um gemido
rouco porque sua boca está na minha, me beijando com
vontade e roubando meu raciocínio.

Jason está se masturbando comigo, sua mão na minha e é


tão sensual. Ele se projeta contra mim violentamente, me
mostrando a forma como ele gosta de fazer.

— Tão gostoso, princesa... — Geme na minha boca, sua mão


livre puxa o meu cabelo, me obrigando a olhá-lo nos olhos.
— Você é linda. Esse corpo delicioso que você tem me deixa
maluco e porra... Eu quero você, eu sempre quis você.

— Me faça sua — seduzo. Jason rosna, soltando sua mão da


minha e fecha a ducha.

Me entrega a toalha, nos secando com cuidado.

Sua respiração está pesada, pupilas dilatadas e Jason


parece estar travando uma luta interna. Eu venço quando
um sorriso sádico brinca em seu rosto e ele me ergue
facilmente em seus braços. Solto um gritinho de susto, com
medo de cair, mas ele me segura tão firmemente e caminha
com cuidado para o quarto. Por alguns segundos penso se
Sienna ainda está aqui, mas a porta está fechada e o vento
gelado do ar-condicionado me deixa arrepiada.

Sou depositada com tanto cuidado no centro da cama, me


apoio nos meus cotovelos e mordo meu lábio inferior
quando Jason se põe de pé, me olhando nua. A adrenalina
me percorre porque ele está indo até a porta, trancando-a.
Quando volta para mim, ele já se decidiu e é um caminho
sem volta.

— Ainda se lembra de como era a visão da sua mão me


enforcando, princesa? — Ele me pergunta, fazendo meu
estômago gelar. Seus olhos não saem do meu quando apoia
um joelho atrás do outro e vem para mim. — Hoje, nós
vamos dar o primeiro passo para uma deliciosa experiência
em que em breve você me montará, rebolando gostoso no
meu pau e eu quero sua mão me enforcando.

Me dominando e me mostrando que é a minha dona. Vai


fazer isso para mim, Claytlin?

Seu tom é rouco, me faz ficar arrepiada porque ele abre


minha perna com maestria, expondo minha boceta para ele.
Jason lambe os lábios demonstrando o quanto está faminto
e quando me chupa, deixa seus olhos focados nos meus.
Arfo, recebendo sua boca quente me estimulando nos
lugares certos e seus dedos me massageando, erguendo
meus quadris em sua direção, me convencendo a me soltar.

Minhas mãos seguram firmemente sua cabeça


recentemente raspada, Jason rosna e me chupa mais forte.
É intenso, não é carinhoso e é tão gostoso. Minhas pernas
tremem porque ele me penetra com sua língua experiente e
eu arqueio em sua direção, principalmente porque ele desce
sua língua e eu me surpreendo quando ergue minhas
pernas sob seus ombros e lambe meu ânus.

É inesperado, novo e tão gostoso.

— Jason... — Suspiro, chamando seu nome, me controlando


para não gritar.

Ele não para de me chupar, elevando o nível do que estou


sentindo e quando volta ao meu clitóris é tão prazeroso que
a vontade de gozar me faz arranhar sua nuca com força.

— Gostosa. Eu quero ouvir o seu grito. Me dê. — Ergue sua


cabeça e rosna me olhando nos olhos. — Grita, Claytlin.

Mordo o lábio inferior com força e solto um gemido longo


quando brinca com a ponta do seu polegar na minha
entrada, ameaçando me penetrar.

— Seja corajosa e geme alto, princesa. — Exige e eu deixo


sair.

Ele sorri, satisfeito, voltando a me chupar tão gostoso,


levando embora tudo de ruim que aconteceu hoje.
Jason me penetra com um dedo, é bom e desliza com
facilidade. Me sinto preenchida, estou tão molhada que ele
escorre para dentro de mim. Minhas paredes internas se
apertando contra ele. Meus seios pesam, minha respiração
acelera e eu rebolo meus quadris buscando a liberação.

Quando meu orgasmo explode Jason está testando outro


dedo. Solto um gemido longo, esquecendo de onde estou e
me sentindo queimar inteira. É tão gostoso e eu fico
desesperada, satisfeita e ele não para nem por um segundo.
Arqueio, agora arde um pouquinho e Jason não se move
quando dois dedos estão enterrados em mim.

— Devagar, bem gostosinho... Que delícia ver você


gozando, princesa — sua voz é como um mar revolto e ele
me afunda em uma onda de prazer intensa.

Estou me sentindo vibrar, dividida entre sorrir e continuar


gemendo. Me movo contra seu dedo, é gostoso e um pouco
incomodo. O jeito como ele começa a se mover me faz
sentir viva.

— Só está começando, linda... Se solte e vamos ter um


momento incrível.

Capítulo 18

JASON ROUX

Ela está deliciosa, gemendo tão gostoso e eu quero que ela


esqueça de tudo. Esqueça onde estamos e o mundo ao
nosso redor. Esqueça o que ela fez por mim hoje, esqueça
que o que ela fez a mudará para sempre. Quero que tudo
que pense é em como nós dois somos bons juntos, como
seremos tudo que o outro precisa.

Eu vou ser a porra do seu início e fim.


Tiro meus dedos de dentro dela, sua boquinha forma um
biquinho lindo e ela me dá um sorriso que me faz sentir o
babaca mais sortudo do mundo. Aproveito sua atenção para
chupar cada um dos meus dedos, provando seu gosto
irresistível e morrendo de vontade de voltar a chupar a
bocetinha gostosa.

Claytlin tenta fechar as pernas e eu não permito. Massageio


uma das suas panturrilhas, beijando a outra e arrastando a
trilha de beijos entre suas pernas, subindo pelo seu quadril
e dando uma mordida leve na sua cintura. Ela suspira, solta
um gemidinho e eu lambo a região, me afastando para
assoprar.

Seguro sua mão chupando cada um dos seus dedos e guio


até seus seios, observando como ela é crua, linda e
inocente, mas curiosa o suficiente para aprender. E essa
deusa quer ser minha.

— Se toque para mim — mando. Ela assente, mordendo o


lábio inferior e eu deixo meu sorriso depravado ganhar
espaço com a cena sensual.

Claytlin se dando prazer é uma das coisas mais sexys que já


vi. Ela fecha os olhos, lambendo seus lábios e gostando. É
pura intuição a maneira suave que rodeia seus mamilo, os
aperta entre os dedos e puxa levemente.

Minha boca saliva de vontade de chupar e assim eu faço,


lambo sua pele quente, seus dedos e ela continua
estimulando,

gemendo e gostando da cena erótica da minha boca


chupando seu dedo, seu peito, enquanto eu aperto sua
cintura com força, controlando o monstro obcecado dentro
de mim. Eu não gosto de delicadeza, não faço amor, não
fodo com carinho. Mas essa mulher... Ela é minha e eu vou
tratá-la como a princesa que ela é.

Subo os beijos dos seus seios, lambendo a pele exposta da


sua clavícula até o pescoço. Claytlin geme, e eu acaricio sua
cintura, entrando entre suas pernas e tocando a boceta
melada.

— Eu amo a sua boceta. — Sussurro no seu ouvido, ela


geme para mim e rebola nos meus dedos quando começo a
estimular. — Eu amo seu cheiro. Eu sou viciado no seu
gemido. Eu sou viciado em você.

— Jason... Eu não consigo... — Fala de um jeito incoerente,


gemendo sem parar e eu afundo meu indicador no seu
canal mal dilatado. — Isso é tão bom...

— Você consegue sim, princesa. Vai gozar muito para mim


hoje.

— Não pare, por favor... — Sinto quando suas mãos se


movem mais rápido sob o seio. Seu corpo quente embaixo
do meu e eu aumento o ritmo do meu dedo, querendo que
ela se acostume em ser penetrada.

— Só vou parar quando gozar gostoso para mim.

— Eu vou... — Geme e eu beijo sua boca, bebendo seus


gemidos gostosos. Ela se entrega totalmente para mim,
encharcada, quente e tão gostosa. Eu adoro quando a
bocetinha contrai e sei que ela está gozando porque todo
seu corpo se entrega.

Me afasto, ouvindo seu gemido e olhando seu rosto se


enchendo de prazer.
— Você é minha! — Rosno, penetrando fundo meu e chupo
a pele do seu busto. — De lado, gostosa. Eu quero te chupar
por trás.

Ela está incoerente, com as pernas bambas e não lhe dou


pausa quando me ajoelho, movendo sua bunda para a
posição que

quero. Claytlin geme quando afasto suas nádegas e tenho a


visão perfeita do seu cuzinho apertado e depilado.

— Eu vou foder bem aqui — aviso, arrastando lubrificação


da sua boceta até o ponto enervado. — Vou me enterrar
dentro desse rabo gostoso.

Ela geme, adorando ouvir uma putaria e eu me inclino para


chupar com a boca cheia de água de tanto desejo. Minha
mulher solta um gritinho, sorrio gostando da sua entrega e
é tão gostoso.

Meu pau está pingando, tão duro e minhas bolas estão


inchadas e doloridas. Eu preciso foder, mas eu quero que
ela goze de novo.

Estímulo sua boceta enquanto mordo sua bunda, oscilando


entre chupar e penetrar. Claytlin se descontrola totalmente,
ela está na beira do precipício e sei que se jogará dele em
breve.

— Eu quero agora! — Sua voz sobrepõe seus gemidos e eu


paraliso, surpreso com o pedido. — Faça agora, Jason, por
favor.

Me afasto, insano e incapaz de negar.

Camisinha.
Porra.

Me afasto, indo procurar minha calça no banheiro e volto


com a carteira. Estou retirando uma embalagem de dentro
quando a vejo deitada, aberta, com os olhos repletos de
desejo.

— Coloque — rosno, abrindo a embalagem com os dentes e


entregando na sua mão.

Para minha surpresa, Claytlin se ajoelha aceitando o pacote.

Paro ao lado da cama, suas mãos toca o meu pau e espalha


a lubrificação pela glande. Seus olhos se enchem, os lábios
se molham com a língua gostosa os lambendo e eu arqueio
em surpresa quando ela me toma na sua boca.

Puta que pariu.

Quente. Molhada. Apertada.

Claytlin me olha nos olhos e é a sua inexperiência que me


deixa ainda mais excitado. Ela me molha inteiro, deslizando
de um

jeito gostoso e quando me solta sua boquinha faz um estalo


que me faz fechar os dedos nos seus cabelos bonito.

— Eu vou gozar na sua boca — falo e ela sorri ao desenrolar


o preservativo no meu pau. — Vou encher essa sua
boquinha de porra. Você vai engolir?

— Tudo — promete, me deixando arrepiado.

Puxo seu cabelo e ela me olha nos olhos.

— Eu te amo tanto — me inclino para beijá-la quando seus


olhos lacrimejam. — Sem chorar. Deite-se.
Ela me obedece.

Me volto para ela, beijando seu corpo perfeito e minha


postura rígida muda. Eu sei que vai doer e eu quero que
isso seja o mais tranquilo possível.

Seguro seu rosto, posiciono suas pernas em meus quadris.

Nossos olhos não se desgrudam nem por um segundo.

— Eu confio em você — é como ganhar na loteria. O que ela


diz é mais importante do que um “eu te amo”, ela está me
entregando tudo. — E eu quero ser sua.

— Você é minha. Inteiramente minha.

Quando minha glande entra em contato com sua boceta


quente, eu sei que estou perdido. Claytlin geme de dor, me
abraçando pelo pescoço e escondendo seu rosto em mim.
Me sinto um filho da puta, deslizando com cautela e
querendo parar. Ela choraminga, suas pernas tremendo ao
meu redor e beijo sua boca, tocando um dos seus mamilos
para distraí-la.

— Vai passar... — Sussurro com a testa pressionada na sua.

— Vai ser tão gostoso depois.

Ela assente, mas não me responde nada. Um brilho de


lágrima preenche seus olhos e acaricio seu rosto, beijando-a
por todos os lados e tomando seu mamilo na minha boca,
mamando devagar ao penetrá-la completamente. Claytlin
arfa, suas unhas afundam nos meus ombros e ela geme de
dor.

Me sinto um filho da puta porque mesmo com o maldito


preservativo no caminho, estar dentro dela é incomparável,
mas eu paro de me mover na esperança de que ela se
acostume.

— Quer que eu pare, princesa?

— Não... — Seu sussurro me comove. Ela se inclina para


mim e eu volto a chupar seu peito, sentindo-a relaxar
parcialmente.

Quando volto a me mover, é tão lento e torturante. Claytlin


geme baixinho, metade dor e a outra conhecendo o prazer.

Invisto algumas vezes, lento, saindo parcialmente e


estimulando seu mamilo sensível. Sorvendo seus gemidos
miados, entregues, incomodados.

Não querendo prolongar sua dor, me entrego


completamente ao desejo. Beijo sua boca e me deixo gozar,
enchendo o preservativo, imaginando que minha porra está
ocupando cada pedaço do seu corpo.

Quando saio de dentro dela, ela ofega, ficando visivelmente


mais relaxada e eu me abaixo para dar o seu orgasmo
merecido, chupando sua boceta com vontade, entendendo
que ainda é cedo para que consiga me dar o prazer ao
gozar com meu pau fodendo.

Quando ela me faz o homem mais feliz do mundo e goza na


minha boca, sei que não tem mais volta para nós dois,
pertencemos um ao outro.

Capítulo 19

CLAYTLIN MORGAN

— Você tem certeza de que essa é uma boa ideia agora,


papai? — Murmurei baixinho, balançando Aaron no meu colo
de um lado para o outro.

Meu pai estava guardando algumas peças de roupa em uma


mala, me olhou e tentou sorrir, mas ele estava muito triste
e eu sofria muito mais por vê-lo assim.

— Faz tempo que não vejo seu avô e seus irmãos vão gostar
de fazer um tempo na fazenda. Queria que pudesse vir
também, mas você tem a sua vida e o trabalho. — Parou de
falar, fechou a mala e a colocou no chão.

Papai andou até a mim, segurou meu ombro e Aaron que


estava quase dormindo, levantou sua cabecinha e olhou
com atenção. A cena era engraçada porque seus olhos
estavam piscando lentamente e meu pai sorriu, acariciando
a cabecinha careca do menino.

Ele acordou com a ideia de viajar para o Wyoming e rever


seus familiares, acontece que a ausência da minha mãe
estava difícil de lidar e eu entendi. Queria poder estar com
eles, mas sabia que se continuasse seguindo em declínio, só
iria preocupá-lo mais.

Saber que eles estariam fora do estado e em segurança


também trazia paz ao meu coração.

— Fico mais tranquilo porque você tem o Jason, além do


restante da família. E essas crianças te fazem muito bem.

— Mas eu vou sentir falta de vocês. — Digo.

— É só um mês, filha. Vamos voltar.

Nos abraçamos meio sem jeito e eu assenti.

Deixei minha casa com Murdoch do meu lado, balançando o


rabo sem parar e Aaron dormindo. Felícia e Jaxon estavam
treinando e eu sempre cuidava do bebê quando a irmã dela
não estava na cidade.

Atravessei a rua, Murdoch parou para ser acariciado pelo


filho de um vizinho e segurei o riso, se Jason visse isso ia
ficar revoltado. Ele chamava seu cão de fraude, porque ele
só tem cara de mal e no fundo é um bebê carente.

— Vem, menino. — Chamei e ele latiu, correndo para mim.

Acenei para o vizinho e continuamos andando. — Você não


pode ficar sorrindo para estranhos, seu pai não gosta.

Ele me olhou com aquela carinha de quem caiu da mudança


e eu ri um pouco mais.

Pensar no pai do Murdoch me causou um frio na barriga. A


lembrança da noite passada viva na minha mente. Como foi
especial me sentir venerada por ele, por mais que tenha
doído. Eu amei. Foi o momento certo e espantou a escuridão
do meu coração, ressignificou o momento ruim que eu vivi.
Ainda acordei com café de manhã na cama, fiquei vermelha
porque lembrei do quanto fizemos barulho e Jason riu, me
lembrando do isolamento acústico. Todos os cômodos da
casa têm e são realmente eficientes.

Quando passei pelos portões da casa de Felícia e Jaxon,


segui para o segundo andar a fim de colocar Aaron na
cama. Liguei a babá eletrônica e trouxe comigo, encostando
a porta suavemente.

Ao descer, parti direto para a área onde a academia fica.

Levei um susto quando recebi um cutucão na barriga. Soltei


um gritinho, olhei para trás e London soltou uma risada
animada.
— Falei com seu namoradinho sobre isso e estamos de
acordo, você precisa de treinamento para aliviar esse
estresse reprimido. — Falou ao empurrar a porta da
academia e me encarar.

— Vamos, pequena. Vou te ensinar algumas coisas.

— Por que você?

— Para que você aprenda ou vai acabar como aqueles dois


ali — segurei uma risada porque Felícia estava em cima de
Jason, brincando de enforcá-lo e eu sabia que ela estava
levando a melhor.

— Eu devia treiná-la! — Jaxon murmurou facilmente


dominando a esposa e invertendo suas posições. — Fala
para ela como eu sou bom, raio de sol.

— Ele é bom quando eu deixo — escondo uma risada. Jaxon


a beija e sai de cima, oferece a mão para ajudá-la a ficar de
pé, mas Felícia faz isso sozinha. — Banho. Vem e deixe que
eles treinem em paz.

— Cadê meu filho, pequena Claytlin? — Jaxon perguntou,


indo atrás da esposa.

— Dormindo como um anjo. Aqui.

Entreguei a babá eletrônica, Jaxon parou a minha frente e


me olhou por alguns segundos antes de segurar o aparelho.

— Estou orgulhoso de você, garota. A família em primeiro


lugar, sempre.

— Sempre. — Falo, mas minha voz é quase um sussurro.


Ele pisca, acaricia meu ombro de uma forma
condescendente e vai atrás de Felícia.

London organiza um circuito imenso, fico observando o jeito


quase calculista que fica fazendo as coisas e cruzo meus
braços, parando ao seu lado.

A ideia do treinamento veio das meninas, porque elas


acreditavam que eu precisava direcionar minha raiva. Jason
não ficou muito animado em me ter treinando, eu sabia que
ele queria me afastar de qualquer coisa que me desse uma
falsa sensação de independência e acredito que foi dessa
forma que London entrou em ação.

— Jason está matando alguém pelo que aconteceu ontem?

— Você o conhece. — Diz.

— Por que você não está junto? Vocês não se desgrudam.

— Está com ciúmes?

Sorrio, descruzando os braços e o ajudando a arrastar um


saco de areia, mesmo que ele não precise da minha ajuda.

— Já me conformei que vou ser a amante.

London bufa, mas sei que quer rir. Ele é mal humorado
quase sempre, mas as vezes, em momentos raros como
esse, mostra um lado que não quer que ninguém conheça.

— Por que quer me ensinar a lutar? — Meu tom muda para


um mais brando. Ele para de organizar tudo como um
obcecado por controle e me encara com cuidado.

— Você é o amor da vida do meu amigo. Se não souber


como agir quando for cometer coisas imprudentes como a
de ontem, vai acabar morta e eu aprendi a gostar de você,
por isso vamos fazer de tudo para manter você viva.

Abraço meus braços, olhando-o diretamente porque o que


ele fala me afeta, London conseguiu me desarmar com uma
simples frase. De todos, o que me sentia emocionalmente
distante era ele.

Sabia que gostava de mim, mas nunca fez questão de ser


um amigo.

— Obrigada...

— Não agradeça, não ainda. — Ele fala sério e se aproxima.

— Quando eu tinha 16 anos, passei o mesmo que você


passou. Vi alguém que eu me importava ser fuzilado na
minha frente. Ainda sonho com o sangue jorrando, com os
últimos suspiros. Eu passei por alguns anos obscuros depois
disso e quando entrei para a organização, encontrei um
propósito. Um objetivo. Eu não mato aleatoriamente e eu
sou muito bom no que eu faço. Canalizei a raiva na direção
certa. Você vai aprender a fazer o mesmo.

— Isso... Passa? Em algum momento deixa de doer...? —

Murmuro tão baixo, com os olhos lacrimejados. London se


afasta aos poucos, fica de costas e eu vejo o modo como
seu ombro sobe e desce.

— Depende de você. Vai se entregar a dor ou vai dominar


essa emoção? Entre aqui e soque um saco de areia, corra na

esteira, pratique o circuito e toda vez que pensar que a


raiva vai te dominar ou que a tristeza vai te arrastar para o
inferno, pense que você é uma sobrevivente. As pessoas
dessa família fazem o que devem fazer para proteger um ao
outro e sobreviver. Você faz parte dessa família, Claytlin?

Sua pergunta é quase como um convite para um clube


secreto. London acende uma chama dentro de mim, uma
vontade de sair do meio da areia movediça.

— Sim, eu faço parte dessa família.

— Então vamos treinar.

Capítulo 20

JASON ROUX

Me recostei à parede observando Dominic agir como o louco


raivoso que ele é, espalhando o terror que o seu nome
sempre causava entre os nossos homens. Ele veio
pessoalmente mostrar que não importava o quanto
estivesse longe das coisas, cedendo ao poder para que
Jaxon, London e eu tenhamos mais espaços em agir, ele
ainda é o chefe e dá a última palavra aqui.

O fodido do Javier López ainda não abriu a boca para


entregar todos os filhos da puta que mudaram de lado, mas
isso é só uma questão de tempo.

Abri meu celular no vídeo que London me enviou, olhei


preocupado a forma intensa que Claytlin tocava
efusivamente um saco de areia. Era o seu segundo dia de
treinamento, portanto, meu segundo dia fora de casa. Nós
mal nos falamos por mensagens, eu estava com ódio de
tudo o que aconteceu nos últimos dias.

Estávamos nos dividindo para cuidar pessoalmente do


nosso visitante e eu fui o único a não me ausentar. Para
mim, isso era pessoal.
— Mangueira! — Dominic me chamou.

Enfiei o celular no bolso, me aproximando dele.

Javier desmaiou outra vez, o desgraçado era um frouxo de


merda. Servia claramente como um covarde. Conseguiu
mobilizar mais homens do que pensávamos, principalmente
os que estavam diretamente envolvidos na segurança
interna da família. Afastamos todos e entramos em contato
com Eric e Erza Stovall[15], selecionando pessoas de
confiança, como já fizemos no passado quando era a Sienna
em risco.

Acionei a mangueira hidráulica, dessas que os bombeiros


costumam usar, ela é potente e dispara de dois a cinco
metros de

água por minuto. A função de acordar Javier era bem


especial, afogava e despertava ao mesmo tempo.

— Assume ou vou matar o filho da puta. — Ele fala, se


afastando e acendendo um cigarro.

Javier tosse, cuspindo água e sangue e eu sorrio o


encarando. Ele está com a cara estraçalhada dos socos que
desferi quando o encontrei. Depois, Dominic assumiu e fez
seu joguinho psicótico com facas, estacas e as correntes de
Jaxon.

— Você já conheceu as correntes do Jaxon, as estacas do


Dominic... A força do meu punho... Mas você ainda não
conheceu minhas cordas, confesso que elas são sem graças
se comparadas as formigas do London — os olhos do
maldito sobressaltaram e eu sorri, me aproximando e
puxando o seu cabelo. — Você é um fodido homem morto,
só preciso saber se você quer sentir mais dor ou ir para o
inferno de uma vez.
— Eu não sei onde está... O... Benji... — Sua fala é
interrompida com diversos ataques de tosse.

— Quantos estão com você, Javier? — Pergunto


calmamente, andando para uma mesinha com alguns
materiais e pegando uma corda fina, mas bem resistente.

Me voltei de afrouxar as correntes ao girar as manivelas e


baixar gradativamente os braços de Javier. Voltei à mesa,
conectando o instrumento que eu usaria à corda. Quando
nosso convidado percebeu o que aconteceria, seu rosto
encheu de pânico.

— Tean Zu[16], já conhece? — Ele engoliu em seco, os olhos


inchados focaram nos movimentos que fazia com a mão,
para ativar meu brinquedinho. — Você sabe como funciona?
Vou conectar as garras ao redor e entre seus dedos, se você
responder minhas perguntas, não puxo às cordas... Se você
quiser foder comigo, vou decepar suas mãos. Você vai
morrer, Javier, mas sentir dor só depende de você.

Ele gritou de dor quando fiquei as garras do Tean Zu entre


seus dedos das duas mãos. Me afastei um pouco, segurando
as

mãos e Javier fez de tudo para nãos se mover ou suas mãos


seriam esmagadas por um dos meus brinquedos favoritos.

— Quem está trabalhando com você? Além daqueles que


estão mortos, é claro. Os filhos da puta que tentaram matar
a minha mulher.

Seu silêncio me fez soltar um longo suspiro impaciente e eu


puxei uma das cordas. Sorri com seu grito de horror.

— Todos da fronteira sul! — Ele berrou a resposta e olhei


para Dominic, que quando viu que ele estava falando se
aproximou.

— Doze homens... Quem mais?

— Só esses! Comigo, só esses!

— Tem outros traidores, porra? — Dominic gritou e eu puxei


a corda para agilizar a resposta.

Javier chorou e eu ouvi o barulho do ferro penetrar sua


carne.

O sangue pingava ao chão e preenchia o ambiente.

— Quem matou a mãe da minha mulher? — Gritei, puxando


as duas cordas com força.

— Eu não sei o nome! — Grita e eu puxo novamente, mais


forte. — O chamam de O limpador. A mãe dele mora em
Staten Island! É tudo que eu sei, eu juro!

Olho para Dominic e ele faz um sinal com a mão para eu


parar. Solto as cordas, Javier quase fica aliviado. Eu consigo
ver a esperança no fundo dos seus olhos.

— Começa a gravar. — Falo para Dominic, voltando a


bancada e pegando um galão com combustível.

Ouço a risada animada dele, o homem é simplesmente


maluco. Ele consegue ser tão louco quanto London quando
quer.

Javier grita em desespero porque agora sabe exatamente o


que acontecerá quando espalho combustível pelo seu corpo.

— Você vai ser o recado para os seus amiguinhos fodidos.


Eu estou chegando, porra! — Rosno, ensandecido,
banhando o filho

da puta com gasolina. Me afasto, risco meu isqueiro e os


segundos atravessam lentamente diante dos meus olhos. —
Você mexeu com a mulher errada, desgraçado. Te vejo no
inferno.

Quando jogo o isqueiro, o fogo sobe em uma imensa


labaredas e eu observo queimar, sorvendo seus gritos. O
cheiro de pele derretendo, tão característico...

— Menos um. — Dominic rosna, cospe ao chão e me encara.

— Agora vamos caçar os outros.

Quando andamos para fora do prédio, envio uma


mensagem para Christopher com as informações que Javier
me passou. Com o apelido e a localização de uma possível
residência do maldito, esperava que em breve ele estivesse
ocupando o lugar de Javier.

Capítulo 21

CLAYTLIN MORGAN

— Guarda alta, presta atenção no que está fazendo. —

London rosnou, me ensinou o jeito certo de posicionar a


guarda e eu avancei. Soquei duas vezes seguidas e defendi
quando mudamos a posição.

O suor escorreu da minha testa, iria avançar outra vez, mas


um barulho vindo da porta nos alertou.

Jason estava parado na entrada da academia, com mãos


dentro da calça de moletom cinza, sem camisa e descalço.
Três dias fora... Esse é o tempo em que eu passei com o
coração apreensivo, treinando como uma maluca todas as
noites depois que a Kaya ia dormir e antes do London sair
para fazer suas coisas de mafioso.

— Você voltou... — A frase quase emocionada fluiu pela


minha garganta. Quase, porque uma parte minha estava
irritada pela sua ausência de notícias. — Vou matar você por
me deixar tão preocupada!

Corri e pulei no seu colo, Jason me ergueu com facilidade e


eu passei minhas pernas pela sua cintura, beijando sua
boca com tanta saudade. Ele ficou visivelmente surpreso
porque demorou em me corresponder, mas quando me
abraçou forte e enfiou sua língua na minha boca, me senti
finalmente em paz. Calma.

— Eu também senti sua falta, princesa.

Prendi minha mão no seu pescoço, apertei meus dedos e


aumentei a intensidade. Os olhos azuis dilataram ao me
encarar, Jason deixou um sorriso perverso fluir no rosto.

— Volte a sumir por dias e quando reaparecer, vou te matar.

Entendeu? — Murmurei baixo, colando sua boca na minha.


— Você não é mais sozinho na merda desse mundo.

— Sim, senhora. Anotado. — Seu sussurro veio


acompanhado de um beijo roubado. Revirei os olhos,
principalmente porque London bufou atrás de nós.

— O seu marido também está com saudades. — Falo,


apontando para o mal humorado atrás de nós.

— Babaquinha, precisamos conversar. — Jason diz a ele,


mas London está guardando o material.
Sou colocada no chão, meu treinador me olha de cara feia e
vou ajudá-lo. Guardamos todos os pesos, desmanchamos o
circuito e deixamos a academia organizada.

— Ela está batendo igual você, como uma louca — London


debochou, depois virou para Jason e eles deram um breve
abraço.

— Como foi na sua busca?

— Encontrei.

— O que você encontrou? — Perguntei, curiosa e voltei a me


grudar nele.

Jason está cheiroso como quem acabou de sair do banho,


perfume e sabonete exalando da sua pele. Eu estou toda
suada, mas ele não está se importando.

Não me respondeu, beijou minha testa e forçou um sorriso.

— Já jantou, princesa?

Fiz que não. London reclamou que estava sendo colocado de


escanteio e saiu da academia. Eu ri, indo atrás e Jason me
puxou pela cintura, me impedindo de sair.

— Está tudo bem nos treinos? London tem tratado você


bem? — Seu tom carinhoso aquece meu coração.

Acaricio seu rosto, adorando sua preocupação porque foi


tudo que eu sempre sonhei vindo dele.

— Nós temos mais em comum do que você pensa. — Falo.

Fico na ponta dos pés e ainda assim não é o suficiente para


beijá-lo sem que ele se abaixe e me ajude. Jason ri, me
puxando
pela cintura e me beija muito gostoso.

— Isso significa que eu namoro com uma psicopata?

— Sim. Eu ainda não o convenci a me ensinar a torturar,


mas acho que chegarei lá.

— Não brinca com isso. — Ele briga.

— Preciso aprender a atirar antes. Felícia e Sienna sabem,


eu preciso aprender também. — Ignoro seu início de sermão
sobre a vida do crime. Jason prende a respiração e é quase
engraçado o jeito como ele está prestes a explodir.

— Você vai me fazer ter cabelos brancos antes dos 30.

— Você faz 30 em duas semanas e é careca. Aliás, quando


vai deixar seu cabelo crescer novamente?

— Por que você gosta tanto de cabelo? — Provoca,


mordendo meu queixo e reviro meus olhos.

— Porque seu cabelo é lindo e fica irresistível com ele


grande.

— Irresistível, senhorita Morgan? — Continua com sua


provocação, agora beijando o meu pescoço. — Em que mais
o cabelo grande me favorece?

— Eu posso puxar enquanto você me chupa.

— Porra... Esse é um bom argumento, bebê.

Sua mão aperta fortemente minha bunda quando sua língua


suga minha pele. Tento dizer que estou suada, mas ele
pouco se importa com isso. Faz três dias desde que o recebi
em mim e eu estou ansiosa e pronta para tentar de novo.
— Vamos alimentar você e depois... Vou me alimentar de
você.

— Promessas, promessas... — Cantarolo e Jason morde meu


ombro soltando uma risadinha.

— Provocadora. Você está passando muito tempo com o


London e está ficando debochada como ele. — Reclama, me

arrastando para fora da academia.

Pareço uma menina bobinha e apaixonada, pensar nisso em


faz contrastar como minha vida mudou em tão pouco
tempo. Como eu mudei em pouquíssimo tempo. Engulo a
saliva, ficando tão quieta que Jason percebe. Ele me olha
com cuidado, mas nos conhecemos tão bem que tenho
certeza de que ele sabe o que está se passando pela minha
cabeça.

Felícia está deitada no seu sofá, com Aaron dormindo em


seus braços e Jaxon mexendo no notebook. Eles estavam
conversando em voz baixa e pararam de falar quando nos
aproximamos. Ficou nítido que a conversa era sobre mim e
Jason, ou somente sobre mim, já que meu namorado trocou
um longo olhar com o irmão.

— Bateu muito no London hoje? — Jaxon brincou erguendo


sua sobrancelha em questionamento. Só sorrio, fazendo que
sim e me aproximo para ver Aaron de perto. — Amanhã vou
participar desse treino para saber se London está te
treinando bem.

— Por que eu acho que isso não tem nada a ver com
fiscalizar o London?

— Baixinha invocada. Controla essa língua e baixe a


metralhadora, não posso ficar perto da minha cunhadinha?
— Se for para me espionar, então não. — Reviro os olhos
porque vejo que todos estão preocupados comigo. — Dá
para falar para ele que seria bom se ele me ensinasse a
atirar antes que eu peça para o Dominic?

— Por que para o Dominic? Eu te ensino! — Felícia


murmurou, sorrindo cinicamente para Jason. Jaxon riu,
piscando para a esposa e era muito fácil provocar o meu
estressadinho, porque ele fez um bico enorme e me puxou
pela cintura.

— Psicopata loira, fica longe da minha menina. — Jason diz.

— Ela é a psicopata morena. A única normal entre nós é a


Sienna, se acostume de uma vez.

Fico rindo e isso irrita mais ao Jason, ele me puxa para fora.

Aceno em despedida para seu irmão e sua cunhada,


prometendo voltar para ficar com o Aaron após o trabalho,
amanhã.

Nós atravessamos a pequena rua do condomínio fechado.

Está escuro, o céu meio avermelhado, um prelúdio de chuva


e um ventinho gelado correndo. Me encolho por só estar
com um top de ginástica e Jason me abraça, trazendo seu
corpo para perto.

Recebo um beijo carinhoso nos meus cabelos, ele exala


fundo e logo estamos na sua casa. Ela fica ao lado da minha
e está completamente vazia. Os únicos cômodos
parcialmente mobiliados são a cozinha e o seu quarto.

— Comprei pizza e refrigerante. Não é um jantar saudável


do jeito que você gosta, mas não tem nada de bom na
geladeira.
— Vou passar no mercado amanhã.

— Não, direto para casa. Vou ver alguém para fazer


compras.

Faça uma lista.

Mordo a língua para evitar uma resposta atrevida. Me sento


no banco alto do balcão da cozinha e sinto o cheiro delicioso
de calabresa defumada e queijo gratinado. Jason abre o
forno e retira o nosso jantar.

— Talheres ou mão?

— Mão. Só precisamos de guardanapos. — Falo e ele


assente.

Jason volta com refrigerante e alguns guardanapos, peguei


uma fatia queimando a pontinha do dedo e ele ri, me perco
no seu rosto iluminado com o sorriso. O jeito como duas
covinhas fofas se forma na sua bochecha e seus olhos ficam
repuxados. Meu Deus, estou obcecada e completamente
apaixonada por esse homem.

— Se continuar me olhando assim, vou abrir sua boceta em


cima desse balcão e te foder. Não vai ser tão gostoso
porque você ainda não está preparada para esse nível,
então com sua pizza, princesa. Eu não consigo ser um
cavalheiro o tempo inteiro.

O friozinho na barriga me faz ficar tensa, imaginar a cena


que ele descreveu esquenta meu baixo-ventre e sinto um
calor gostoso entre às pernas. Roço uma na outra, dando
uma mordida na minha pizza. Não tiro meus olhos dele
quando lambo meu lábio inferior, fechando os olhos e
apreciando o gosto delicioso do queijo na ponta da língua. O
gemido, porém, foi pura provocação.
— Porra, Claytlin... — Ele murmurou, cerrando os punhos
sob o balcão. Os olhos azuis escureceram parcialmente e
ele imitou meus movimentos, lambendo seus lábios e me
dando um olhar faminto. — Pensei em você cada maldito
segundo longe.

— Pensou o quê? — Sussurrei, deixando minha fatia de volta


na caixa e o olhando seriamente. Compartilhando o mesmo
desejo.

— Na maldita saudade que eu estava sentindo do seu corpo

— disse ao se levantar.

Os passos lentos de Jason para mim me fizeram antecipar


em uma emoção diferente. Todas as mudanças na minha
vida, a única constante era ele. O meu sentimento que saiu
do imaturo e estava crescendo gradativamente em um
sentimento real, nada saudável e que me deixava o dia
inteiro ansiosa para estar com ele.

A única parte boa da minha vida.

— Eu não sei como pensei que conseguiria renunciar a você,


porra... Sou louco por cada pedaço seu.

Girei no banco, ficando de frente para ele e me arrepiando


quando suas duas mãos me prenderam no lugar, ele
segurou o mármore gelado, com os braços ao meu redor e
desceu sua boca para minha. Soltei o ar em forma de
gemido, me deixando ser beijada de um jeito despudorado.
A forma como Jason me beijou desde a primeira vez era tão
intensa, quase depravada e me fazia ter vontade de falar
coisas que nunca pensei que seria capaz.

Eu já tinha percebido que entre nós dois tudo seria


extremamente intenso e estava ansiosa para viver cada
parte disso.

— Pare de pensar — me repreende. Sua mão vem para o


meu pescoço e se fecha ao redor da minha pele. O polegar
me

acaricia com carinho, aplicando uma pressão suave.

Recebo uma mordida forte no lábio inferior, suspiro porque


suas mãos apertam firmemente no meu pescoço. Jason abre
minhas pernas com as suas, entrando no meio delas e usa
sua mão livre para acariciar minha cintura nua, descendo
pelo cós do short de tecido fino, que está ficando molhado
com a minha umidade.

Meu corpo vibra quando sua mão cheia acaricia minha


boceta sob o tecido fino, empurro meus quadris em sua
direção e ele aperta mais o meu pescoço, soltando uma
risadinha maldosa.

— O que eu faço com você, hein princesa?

Molho meus lábios, ansiosa pelo que virá quando Jason me


ergue facilmente, me sentando no balcão e puxando meu
short de um jeito hábil para fora. Solto um gritinho quando
ele rasga minha calcinha de uma forma bruta, abrindo
minhas pernas e colocando a planta dos meus pés sob o
balcão. Suas mãos acariciam meu tornozelo suavemente,
exalo forte, gemendo com o toque intenso.

Afasto a caixa de pizza de trás de mim, Jason rosna e


derruba a latinha de refrigerante. Nenhum de nós está
preocupado com isso.

Sua boca desce pela minha perna, chupando minha pele e


mordendo sem dó, para deixar roxo. Seus beijos sobem pela
minha coxa e eu grito quando ele está chupando minha
boceta.

— Caralho! — Jason rosna, abrindo minha perna até o limite


e dando uma boa chupada em toda a extensão. — Que
visão linda, essa bocetinha melada aberta para mim. Que
delícia, princesa.

— Jason... — Sussurro seu nome, adorando tudo o que ele


diz. Um pouco tímida para retribuir, mas aos poucos ele vai
derrubando cada uma das minhas defesas inexperientes.

— Eu vou te foder, preciso comer essa boceta. Quero encher


você com a minha porra, ver escorrendo de dentro de
você... Cada pedaço seu é meu. Você é minha.

Ele volta a me chupar, eu deliro com sua obsessão. Sua


possessividade faz o meu ego inflar e eu sei que isso é uma

loucura.

Minhas mãos vão para a sua cabeça e eu pressiono seu


rosto contra a minha boceta, delirando com o jeito como ele
está me chupando. Seus dedos entram na brincadeira e não
demora muito para que eu esteja sendo tocada, penetrada
por um e depois outro.

Minhas pernas tremem e a emoção que me consome é


intensa e me deixa alucinada.

Jason não para; ele é experiente e me faz gozar de um jeito


tão intenso. Meu grito preenchendo sua cozinha, enquanto
meus olhos focam o teto rebaixado em gesso e luzes
incandescentes que testemunham o ato libidinoso.

Capítulo 22
JASON ROUX

Ela está gritando, a bocetinha contraindo contra meu


indicador e o dedo do meio. É delicioso o jeito que ela fica
entregue, gozando para mim sem ressalvas. Meu pau está
dolorido dentro da calça de moletom.

Me afasto, chupando os dedos e empurrando a calça para


baixo.

Claytlin, minha deusa perfeita e gostosa para caralho,


continua gemendo tão gostoso que me coloca insano. Eu
não penso em porra nenhuma quando posiciono meu pau
na sua entrada apertada.

— Olha para mim, vem aqui — levanto-a, porque ela deitou


quando começou a gozar e seus olhos vem para mim. — Eu
quero você gozando no meu pau. Vai me dar esse prazer,
princesa?

Ela arqueia, vejo um lampejo de dor atravessar seus olhos e


suspendo o top pequeno que ela está usando, rodeando
meu polegar pelo seu mamilo. O biquinho é em um marrom
claro, pequeno e uma delícia de chupar.

— Tão gostoso, amor... Porra, você é uma delícia — não


consigo me controlar, deslizando dentro dela, sentindo seu
calor delicioso me abrigando dentro da cavidade mal
dilatada. Ela está muito molhada, meu pau deslizando me
põe insano. A vontade de gozar vem e eu controlo ao
colocar o mamilo na minha boca.

Claytlin aperta suas unhas no meu ombro e eu começo a me


mover. Mamar seu peito e foder é o limite que eu estava
querendo atravessar. É rápido a forma como uma chama
intensa aquece meu corpo e eu estou queimando por ela.
Claytlin volta a gemer de um jeito muito gostoso que só me
deixa mais excitado, ela está se movendo contra mim,
inclinando seu peito na minha direção. Sorrio

com o mamilo na boca, mamando o biquinho endurecido e


amando sua forma entregue para mim.

De repente, quero prová-la em todas as posições. Ver sua


bunda redondinha de quatro, aberta para mim, com o
buraco apertado e inviolado, que eu sei que vou comer a
qualquer momento.

O pensamento me faz acelerar. Ela finca ainda mais suas


unhas em mim e eu estoco dentro da sua boceta. Seu
gemido muda, está mais grave e eu paro de chupá-la para
olhar em seus olhos, diminuindo o ritmo.

— Me dê sua mão, bebê — murmuro beijando sua boca. Ela


me obedece, colocando a mão direita em cima da minha e
eu guio até sua boceta. Claytlin fecha os olhos, voltando a
gemer quando esfrego os dedos em seu clitóris. — Se toque
para mim. Quero ver como você se dá prazer enquanto eu
fodo gostoso essa boceta.

— Isso é bom... — Ela está visivelmente surpresa.

Arqueia seu pescoço, inclinando o corpo na minha direção e


oferecendo mais. Beijo sua pele, mordendo forte e voltando
a um ritmo mais rápido. É gostoso pra caralho, leva tudo de
mim para me controlar e não gozar dentro. Porra, nós nem
falamos sobre preservativos e métodos contraceptivos. Eu
sei que estou limpo, mas...

— Vou gozar... — Sua voz tira minha cabeça da merda e me


leva de volta a ela. O jeito como seu rosto fica vermelho de
prazer é um gatilho para mim.
— Caralho! — Rosnei, me afundando dentro da boceta
molhada. — Isso, goza para mim.

Segurei seu queixo com força, guiando seus olhos para os


meus.

— Você é minha, bebê?

— Você que é meu! — Ela rosnou, me olhando de um jeito


tão sexy. Quando gritou, senti sua boceta me apertando. O
seu

orgasmo fazendo-a contrair com meu pau dentro foi demais


para mim.

— Porra, porra... porra... — Puxei para fora, sabendo que


metade de um jato foi dentro. Me masturbei, gozando em
sua coxa e xingando sem parar.

Claytlin ainda gemia e antes que eu terminasse sua mão se


fechou forte no meu pescoço, o gesto me fez ficar
arrepiado. A raiva no seu olhar me colocou alerta.

— Por que você tirou? — Ela perguntou furiosa.

— Eu, amor...

— Eu tomo pílula há anos. — Continua, ainda furiosa. — Eu


queria você em mim.

Porra...

— Você é perfeita. — Sussurro. — Eu nunca quis tanto gozar


dentro de alguém na minha vida.

Ela afrouxa seus dedinhos, satisfeita com a minha confissão


e me beija gostoso.
— Dessa vez doeu menos... — Sussurrou, me abraçando e
eu apertei sua cintura.

Ela estava com as coxas sujas de sangue, me senti um filho


da puta e seus dedos puxaram meu queixo.

— Eu te amo. Agora acredito que vai ficar muito gostoso


com o tempo. Não faz essa cara, a gente sabe que dói e nas
primeiras vezes ainda sangra. — Diz e me impede de
responder qualquer coisa ao me beijar. — Agora eu preciso
de um banho e comer. Estou com fome e um homem
insaciável quis se alimentar de mim.

— Vou cuidar de você, princesa. — Prometo ao erguê-la nos


meus braços, pronto para dar tudo o que ela merece.

Claytlin está sonolenta durante o banho, me deixa lavar


seus cabelos e eu fico rindo do jeito como ela diz que o
couro cabeludo deve ser massageado. Ela é pequena, brava
e muito exigente.

Quando saímos, estamos limpos e o cheiro do meu


sabonete está na pele dela, me fazendo amar a nossa
intimidade. Claytlin entra em uma das minhas camisas,
elogiando como está cheirosa.

Eu não consigo tirar meus olhos dela, hipnotizado com sua


beleza natural. Seus cabelos molhados, seu rosto sem
nenhuma maquiagem e finalmente uma leveza que eu não
via nela há semanas. Acho que mal notou que relaxou e
baixou a guarda comigo.

Depois que sua mãe morreu, os detalhes que faziam ela ser
a minha inocente Claytlin se foi... Essa menina na minha
frente estava se transformando em uma mulher que não
quer mais temer.
Não queria sentir medo de sair e ser emboscada sem ao
menos conseguir lutar pela própria vida. Uma parte disso
me põe orgulhoso e a outra me deixa mortalmente
preocupado.

— Por que está me olhando esquisito assim? Vai nascer uma


ruga na sua testa de tanto que está franzindo o cenho.

— Vem aqui. — Me sento e bato na minha perna, chamando-


a. Claytlin me olha desconfiada, mas obedece e se senta no
meu colo. — Tenho duas coisas para te falar, a primeira só
direi se fizer uma promessa: só usará uma arma na sua vida
se você realmente precisar defender a si mesma ou a
alguém da nossa família.

— Prometo, Jason. Não estou pretendo virar uma assassino


em série. É com isso que está preocupado?

— Você está mudando, percebe isso? — Pergunto baixo e


ela desvia o olhar. Ergo seu rosto até o meu e nos
encaramos seriamente. — Não é uma crítica. Queria que
nada do que aconteceu, tivesse acontecido. Mas eu vou
amar qualquer versão sua, nunca vou te abandonar.

— Ainda que eu deixe de ser a Claytlin por quem você se


apaixonou?

— Linda, primeiro eu fiquei atraído pela sua aparência. Você


é linda e eu queria provar o seu gosto, seu corpo... Sou
viciado no seu cheiro e eu queria um pedaço seu para mim.
A paixão... Veio

com o tempo, a obsessão foi instantânea. O amor só com o


convívio.

— Você me deixa sem palavras, Jason Roux... — Sussurra


encostando sua testa à minha. — Quem diria que você seria
romântico?

— Quem diria? — Brinco.

Nós rimos, mas o silêncio prevalece porque ela lembra que


falta eu dizer mais uma coisa.

Suspiro, procurando as melhores palavras e temendo sua


reação ao ouvir.

— Eu o encontrei. O assassino da sua mãe.

Os últimos dias foram tão fodidos entre procurar os


traidores, sondar quantos eram e ir atrás do homem que
matou a mãe da minha mulher. Eu mal tive tempo de
comer, estava morto porque só dormi quatro horas nas
últimas setenta e duas.

Claytlin fica alerta no meu colo, tenta se levantar, mas eu a


impeço.

— Eu quero vê-lo, eu...

— Shhh, calma... — Murmuro, colocando minha mão sob


seus lábios e contendo seu desespero. — Eu vou torturá-lo,
Claytlin.

Não quero que veja isso. Você já passou por muito nos
últimos dias, você não acha que...

— Você prometeu! — Acusa nervosamente e se levanta. Seu


tom de voz sobe quando ela aponta o dedo na minha cara.
— Você me deu a sua palavra de que me deixaria matá-lo!

— Amor...

— Nada de amor! — Grita. Seu rosto está vermelho, as


lágrimas estão lá. — Você me prometeu!
— Shhh. Calma. — Me levantei angustiado para caralho por
vê-la assim. Claytlin bateu no meu peito quando tentei
abraçá-la e porra, ela não bateu de leve, bateu de verdade.
London realmente a ensinou como dar um soco. Me afastei
porque ela estava na

defensiva e suspirei pesado. — Prometi que deixaria dar o


tiro final.

Você me fez prometer que ele pagaria, se lembra?

Ela não me responde nada, cruza os braços e se afasta


mais.

— Isso vai demorar, vou cumprir minha palavra se for isso


que você quiser. Pode ao menos pensar sobre isso? Eu
prometo que ele vai sofrer como merece. Não confia em
mim?

— Ele olhou nos meus olhos... — Ela sussurrou, se


abraçando e os olhos castanhos debulhados em lágrimas
me encararam. — Me apontou a arma e olhou nos meus
olhos. Eu não consigo esquecer e sonho com isso todas as
noites.

— Princesa...

— Eu quero que a última coisa que ele veja são meus olhos.

Que ele saiba que sofreu por minha causa. Se você me


impedir matá-lo, nunca vou te perdoar. Nunca.

Ela sai do quarto e eu desabo na cama, com a cabeça


fervilhando. O seu jeito incontrolável e ressentido me deixou
preocupado para caralho.
Enviei uma mensagem para London, perguntando sobre os
treinos de Claytlin, perguntando se ela estava falando sobre
o que aconteceu e pedindo para que ele ficasse de olho.

Não importava o quão obscuro essa sua fase fosse, não a


abandonaria.

Capítulo 23

CLAYTLIN MORGAN

— Por que você está com essa carinha? — Perguntei


baixinho. Caius não levantou o rosto da mesa, onde seu
celular estava apoiado. Só ouvi seu suspiro baixo, muito
chateado e fiquei angustiada.

— Estou com saudade. O papai falou que vamos demorar


para voltar pra casa.

— Não está gostando da fazenda?

— Sim, mas quero voltar.

— Eu também estou com saudades. — Suspirei, me


levantando e indo para perto da janela. — Apesar de estar
feliz que você não deixou seus muitos brinquedos
espalhados pela sala.

— Não tenho brinquedos, Claytlin! — Ele levantou a cabeça,


irritado e eu sorri porque minha provocação funcionou.

— Ah, eu confundi... É a Kaya que deixa tudo jogado pelos


cantos. — Murmurei pedindo desculpas. — Vamos fazer
assim, você aproveita cada momento na fazenda, matando
a saudade do vovô e dos cavalos, vacas e ovelhas... Porque
depois que voltar não vai ter folga. Escola, aulas de reforço
comigo, natação, curso de informática e estou pensando em
te colocar para fazer outro esporte... Vai ser uma rotina
muito corrida. Aproveite suas férias, Caius. Tente dar
oportunidade para fazer novos amigos.

— Por que você não veio?

Eu sabia que tudo isso era saudade da mamãe e a minha


ausência. Suspirei, me sentindo mal e sorri para o meu
irmãozinho mais novo. Corey surgiu no fundo e a sua feição
não estava melhor que a de Caius.

— Porque eu tenho trabalho, esqueceu? As crianças na


escola, a Kaya e o bebê Aaron. Ainda tem esse bebê gigante
e

carente. — Sorri mostrando Murdoch deitando-se nos meus


pés, como se ele não pesasse nadinha. Um folgado como o
pai dele.

— Mas você pode vir em um final de semana?

Mordi o lábio inferior, voltando a olhar para a câmera. As


coisas estavam um pouco doidas e não sabia se podia fazer
promessas.

— Vou tentar, mas não garanto. Só aproveite suas férias, eu


te aviso caso consiga uma folguinha aqui. Não fica ansioso
com isso, me prometa.

— Não vou ficar.

— Agora me deixa falar com o Corey. Vá ver se o papai


precisa de ajuda com o vovó.

Meu irmão mais velho apareceu no vídeo e eu sorri,


morrendo de saudades dele também.
— Você está bem? Está se cuidando?

— Sim. Está tudo bem aqui, o Caius faz drama, mas ele está
se divertindo com as atividades e o pai sempre o leva para
conhecer lugares novos. Ele só queria que você tivesse
aqui, mas sabemos que está ocupada com o trabalho.

— Também queria estar com vocês. Sabe o quanto eu te


amo, não sabe?

— Eu sei — Corey disse, meio que bufando. Ele estava em


uma fase que não gostava de muito grude. O pesadelo dos
dezesseis anos. — Também te amo.

— Nossa, por isso está chovendo tanto hoje. Meu


irmãozinho sendo carinhoso. — Ri com o jeito que ele
revirou os olhos.

Conversamos por alguns minutos sobre nosso pai e a vida


na fazenda, quando desligamos meus olhos estavam cheios
de lágrimas e meu coração apertado de saudade.

— CLAYTLIN! JÁ ACABOU? — O grito longínquo me fez rir.

Voltei à sala e vi Kaya em pé no sofá, com o controle remoto


nas mãos e um sorriso travesso nos lábios.

— Já, dona mocinha. E você vai escovar os dentes e para a


cama.

— Está cedo! Minha mãe ainda nem chegou!

— A sua pilha é infinita, menina! — Murmurei, cansada do


tanto que nós brincamos hoje. — Sua mãe saiu da faculdade
e foi trabalhar com o seu pai. Vamos, sem moleza para
você.
Ela reclamou, saiu batendo os pés e eu controlei a risada
porque ela era uma mini Dominic, cheia de vontades e
ainda que bem dócil, não gostava de ser contrariada.

Desliguei a tv, recolhi os brinquedos espalhados e guardei


em um baú que ficava na brinquedoteca, no caminho do
quarto. No andar de cima, Kaya já estava em seu pijama e
escovava os dentes dançando em frente ao espelho.

Ela seria terrível quando crescesse, esses dias me disse que


não quer saber de namorados, porque de acordo com ela,
quando se está namorando não se pode fazer mais nada de
legal. Isso foi porque precisei declinar ao seu convite de
festa do pijama porque teria que treinar com London e
depois ficar com o Jason. O pior disso, foi que a garota
simplesmente me olhou e disse “vou ser com a dinda Laila.
Ela tem vários namorados e muito tempo para se divertir”.
Eu fiquei paralisada e perguntei de onde ela tinha tirado
isso, a danadinha ouviu a mãe e a amiga conversando.
Contei para Sienna e ela ficou dívida entre rir e repreender a
filha por ouvir conversa de adulto, já Dominic quase
explodiu com a frase inocente da filha.

— Posso ter duas histórias?

— Vamos ver... Vamos continuar com Alice no País das


Maravilhas?

— Sim! — Pulou no lugar, empolgada.

Conferi se ela tinha escovado os dentes direitinho. Depois


de estar liberada, Kaya correu para cama e eu sorri para sua
inocência,

levando o livro do momento comigo. Ela ama nosso


momento de leitura e eu fico feliz por isso, porque ela se
apaixonou por livros como eu, foi por isso que eu quis ser
uma professora.

Me sentei ao seu lado, ela se deitou em cima de mim,


ansiosa e eu abri na página marcada:

— “No decorrer da viagem, Alice encontra muitos caminhos


que seguiam em várias direções. Em dado momento, ela
perguntou a um gato sentado numa árvore: “Podes dizer-
me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?”

“Isso depende muito de para onde queres ir” respondeu o


gato.

“Eu não sei.” — Disse Alice.

O gato, então, respondeu sabiamente: “Sendo assim,


qualquer caminho serve”.”

Minha mente entrou em conflito enquanto passava a


página, porque, de alguma forma, me senti como Alice. A
conversa da noite passada com o Jason voltou com força
total, a ausência da escolha do caminho que me lavava a
cada segundo para lugares mais obscuros, ainda que dentro
da minha mãe e não importava o quanto tentasse sair disso,
sem saber qual caminho percorrer, acabaria indo atrás do
pior. O da vingança.

Capítulo 24

JASON ROUX

O que eu estava planejando me daria trabalho, mas eu não


me importava. Para um primeiro dia, estava tudo perfeito.
Depois de como a noite passada se encerrou, decidi que o
filho da puto preso pelas correntes de Jaxon merecia ter um
fim de noite memorável.
Ele havia recebido no mínimo três surras, uma delas foi com
um fio telefônico. A maneira como a pele das costas dele
ficou esfolada seria perfeito para a posição final em que o
queria submetido.

— Vai fazer o que eu estou pensando? — Jaxon perguntou


ao meu lado ao me ver escolhendo o tamanho da barra de
ferro. —

Esse filho da puta merece.

— De manhã vamos ver se ele não abre a boca.

O desgraçado não havia dito uma palavra sequer sobre


nada.

Nem sobre a forma que fuzilou Beverly ou sobre seu maldito


chefe e a piranha de merda que estava controlando-o.

— Coloca ele sentado! — Gritei para um dos meus homens


que estavam acompanhando a tortura.

O que eu faria era uma simples releitura de um método de


tortura comumente utilizado na América do Sul, consistia
em pendurar o torturado pelos joelhos em uma barra
horizontal, com as mãos presas à canela e suspender. Eu,
porém, adicionaria aos pés um pêndulo.

Jaxon me auxiliou enquanto montávamos, não houve


resistência da parte dele. Estava visivelmente exausto, só
não apagou porque durante as sessões de espancamento
foi hidratado e recebeu algumas drogas para ficar acordado.

— Tenha uma noite de merda, desgraçado. Amanhã tem


mais. — O olhar dele veio de encontro aos meus e eu me
lembrei de como Claytlin se sentia quando falou dos olhos
dele.
Quis cravar meu canivete nos orbes e cortá-los, mas sabia
que isso só causaria um problema sem fim com ela.
Suspirei, me afastando e deixei que as cordas fossem
puxadas quando o gancho prendeu a barra de ferro e o
homem conhecido como O limpador foi suspenso e ficou de
cabeça para baixo. O rosto automaticamente ficou vermelho
e bem que ele tentou resistir, mas a pele ferida das suas
costas foi repuxada e ele rosnou com a dor.

— A máfia-novaiorquina nunca perdoa. Agora você sabe. —

Murmurei bem próximo.

Meu irmão me chamou, me tirando da merda da pressão


que eu estava sentindo.

— Estou surpreso com seu autocontrole. Em outros tempos


ele estaria morto na base da porrada. — Jaxon murmurou
quando saímos do galpão.

Já era meio da madrugada e eu queria uma bebida forte.

Minha cabeça estava cheia de merda, meus dedos feridos


de tanta porrada que eu dei no filho da puta suspenso
dentro do nosso galpão.

— Isso é pessoal demais para ser rápido.

— Eu sei. — Ele falou.

Nós ficamos quietos observando o carro que se aproximava


com os faróis baixos, quando parou, olhei Dominic e London
descerem.

— Que porra é essa? — Perguntei quando London me


estendeu um colete.
— Só usa. Você sempre leva um tiro quando saímos em uma
missão e a Claytlin não vai suportar mais nenhuma
desgraça.

Ia mandá-lo para casa do caralho, mas ele tinha razão. Eu


nunca usava coletes à prova de balas. Sempre fui o louco
insano que corria para o meio do tiroteio com sangue nos
olhos e coragem, mas me vi tirando a jaqueta e colocando o
colete preto porque eu sabia que ele tinha razão e ela não
suportaria isso.

— Vamos acabar com essa merda. Tenho a lista dos últimos


nomes, a equipe do Terrier já está a caminho. Christopher
está nos dando apoio pelas câmeras de segurança. Eu não
quero falhas ou hesitação, quem não conseguir ser
capturado vivo, então atirem para matar. Ninguém pode
escapar, quero todos os traidores mortos.

Assentimos, Dominic e Jaxon rumaram para outro carro e eu


entrei no do London. Ele cantou pneu, dirigindo em alta
velocidade atrás do carro do meu irmão.

— Eu vou falar antes que você surte, ela vai te contar de


qualquer forma. Hoje eu a ensinei como manusear uma
arma.

Carregar, descarregar e segurar. Ela treinou isso por duas


horas seguidas e porra... Me assusta a forma como ela é
hábil. Claytlin aprendeu a lutar rápido, ela é rápida da
defesa, ainda é lenta no ataque..., mas você precisava ver a
destreza em que ela carregava a munição.

Eu o olhei, não consegui responder absolutamente nada.

— Sei que está puto e...


— Não. — O interrompo. — Eu faria o mesmo. Você está a
ajudando.

— Ela está decidida que vai matar o limpador.

— Quantas pessoas ela vai precisar matar? — Perguntei a


mim mesmo e em parcela, ao London. Ele ficou
profundamente quieto e eu sabia que essa resposta era
uma fodida incógnita.

— Se ela tiver em perigo e a vida dela depender disso,


quantas forem necessárias. Fora isso, Claytlin estará
protegida. Não é como se ela participasse das nossas
caçadas. Como se ela viesse ao campo e atirasse nos
nossos inimigos.

— Tenho medo desses treinamentos darem a ela a falsa


sensação de ser invencível.

— Não vão dar. Fica tranquilo quanto a isso. — London falou,


parecendo seguro do que dizia. — Ela só precisa sentir que
pode se proteger se você não estiver lá.

— Porque eu já não estive...

Quando ela e a mãe foram atacadas, eu não cheguei a


tempo de salvá-las.

London não disse nada, acho que ele só não queria que eu
me sentisse pior.

O carro acelerou ainda mais, seguimos para a região oposta


na qual nós estávamos. Dominic ligou quando nos
aproximamos e combinamos exatamente o ponto correto de
ataque.
Estávamos na divisa da fronteira do estado, onde oito dos
doze traidores mexicanos estavam trabalhando. O restante,
Terrier comandava uma equipe para buscá-los em várias
regiões da cidade.

Quando o carro parou e descemos fortemente armados, os


que estavam do lado de fora entenderam que era fim de
jogo. Os de dentro tentaram atirar enquanto eu gritava e
desarmava os que estavam fora. London fez um sinal para
que eu continuasse, arrastei um dos homens para dentro e
ele nocauteou outro, arrastando também. Tirei uma
braçadeira longa do bolso e prendi a mão do desgraçado,
deixando-o junto com o desacordado depois de dar uma
coronhada na sua cabeça.

Atirei quando um filho da puta mirou em London, ele estava


de costas e atirava em um outro atrás de mim.

— Me dá cobertura — gritou, avançando e peguei a arma


daquele que eu baleei. Ele ainda estava vivo, mas o joelho
estava fodido. Dei um tiro no outro joelho e ele caiu de vez.

Atirei, dando cobertura para London atravessar e mirar em


uns atiradores no segundo andar.

Jaxon e Dominic chegaram ao topo rapidamente, os


surpreendendo por trás e eu peguei um dos vigias. Ele é
novo, não parece ser mais velho que o Corey, por alguns
segundos isso me faz pensar no tipo de vida fodida que
vivemos.

Prendi a braçadeira no garoto, levando-o junto aos demais.

Fizemos um círculo do lado de fora, quando Jaxon e Dominic


trouxeram o restante. Os oito homens e mais quatro entre
eles, não pareciam ninguém que trabalhava conosco. Enviei
fotos para Christopher e esperei respostas.
Mostrei para Dominic o que nosso hacker tinha dito. Os
garotos eram mexicanos e o reconhecimento facial indicou
que eles não tinham registro dentro do país.

— Vocês estão traficando o próprio pessoal? — Perguntei


para um dos homens, me abaixando e olhando dentro dos
seus olhos. O medo no rosto dele me fez sorrir. Com a
ausência de resposta, fingi que me afastaria e voltei com
pressão para socá-lo bem no rosto. — Vocês estão
traficando crianças, porra?

— É o Bruno! — Ele grunhiu.

— Quem diabos é Bruno? — Dominic perguntou, se


aproximando e tirou um canivete do bolso. Fincou na
bochecha do homem e fez um corte imenso. — Eu perguntei
quem é Bruno.

— O nome dele é Bruno Jimenez. Ele é sobrinho de Joaquín e


está mandando os garotos para formarem um exército para
Juana!

— Trabalha no cartel, menino? — Dominic murmurou,


apontando para o garoto. Ele estava visivelmente assustado
e fez que não com a cabeça. — Não minta.

— Cheguei ontem, senhor.

Dominic se afastou, vi quando sussurrou alguma coisa no


ouvido do Jaxon e eles pareceram pensar. Revezei um olhar
com London, pensando no que os fodidos mexicanos
estavam fazendo com às crianças em Sinaloa.

— Leve os garotos para o carro, Jason. — Mandou e obedeci.

Tirei os dois menores do meio, somente os que Dominic


apontou e eram os únicos que pareciam inexperientes e
extremamente assustados.

Joguei os dois no porta-malas e voltei para a festinha.

London estava recolhendo os celulares de todos e Jaxon me


entregou o galão de gasolina.

— Está gravando? — Dominic perguntou para meu irmão


enquanto eu distribuía gasolina nos nossos convidados
traidores.

Eles começaram a falar entre si, mas nenhum deles fez


menção de se levantar porque London estava com um rifle
de alta precisão apontando na direção deles.

— Benji, Juana… — Dom murmurou olhando para a câmera.

— Estou chegando.

Dito isso, risquei o fósforo e atirei.

Nós nos afastamos enquanto assistíamos o desesperado.

Alguns continuaram sentados porque estavam amarrados,


outros começaram a andar e quando vieram em nossa
direção, London atirou, o derrubando no chão.

A gritaria generalizada, o cheiro de carne queimando e o


calor do fogo causaram sensações distantes. Antes, nada
disso me perturbaria, agora eu sabia que voltaria para casa
e Claytlin estava me esperando deitada na minha cama. Eu
só esperava que os meios justificassem os fins para tanto
caos.

Capítulo 25

CLAYTLIN MORGAN
O peso na cama vindo ao mesmo tempo que o cheiro
delicioso do seu perfume e sabonete me indicou que Jason
estava de volta. Suas mãos suavemente me tocaram,
puxando para perto.

Senti um beijo cálido no meu ombro. Jason afastou meus


cabelos e beijou meu pescoço, me despertando de vez.

Gemi com o carinho, me virando para sua direção. Ainda


estava escuro, mesmo que uma suave claridade entrasse
através das cortinas, indicando que o dia estava
amanhecendo.

— Você demorou... — Murmurei baixinho ao me aninhar no


seu peito. Jason suspirou, beijou minha testa e me abraçou
forte.

— Quando isso acabar, vamos sumir daqui. O que você


acha?

— Sumir?

— Uma viagem para qualquer lugar do mundo... Uma


semana, ao menos.

— Parece bom para mim... — Suspiro, bocejando. Ouço uma


risada baixa vindo dele, sei que está debochando do jeito
como eu ainda estou caindo de sono.

A escuridão me abriga quando os planos de Jason sobre


uma viagem ainda estão sendo declarados.

Acordei de vez quando meu celular despertou, ele estava


dormindo pesado e não ouviu o barulho estridente do
aparelho.
Desliguei, me sentando e encarando a forma como ele
estava envolvido em um sono pesado. Suaves cicatrizes no
supercilio e queixo eram iluminadas pelos raios solares
através da cortina.

Passei a noite na casa de Sienna, no quarto destinado para


mim, mas ele fica de frente para a piscina, bem na direção
onde o sol nasce.

Toquei levemente suas bochechas com as costas das mãos


e Jason se alertou imediatamente, foi tão rápido que me
assustou o jeito abrupto que sua mão se fechou no meu
punho, girando-a do lado oposto e me fazendo gemer alto
de dor.

— Me desculpa, princesa! — Ele se alarmou, sentando-se


tão rápido com a respiração ofegante e me puxou para
perto, visivelmente arrependido.

— Tudo bem, você se assustou.

Só agora percebi como ele ficava vigilante 24 horas e como


isso é um peso. Seu olhar assustado, o medo de estar
vulnerável ao lado de outra pessoa.

— Eu vou me acostumar. Sinto muito por ter te machucado.

— Seus lábios depositaram beijos suaves pela minha mão e


ele se deitou, me puxando consigo. — Está cedo, por que
acordou?

— Tenho que trabalhar.

— É verdade. Vou levar você.


— Os seguranças novos têm feito um bom trabalho. Por que
não descansa? Você está exausto, Jason.

— Vou levar você. Vá se arrumar.

Revirei os olhos para sua teimosia, ele reclamou porque eu


não sou uma menina obediente, de acordo com seus
achismos.

Após um banho curto, arrumei meus cabelos diante do


espelho. Por alguns segundos me olhei e não me reconheci.
Toquei as pontas dos meus cabelos castanhos e ondulados,
suspirei ao pentear e prender em um rabo de cavalo bem
alto e apertado.

Precisava mudar o visual.

Fiz uma nota mental de falar com Jason sobre ir a um salão


de beleza. Ele havia se tornado minha sombra, mesmo que
onipresente e os novos seguranças contratados pela
empresa de segurança dos amigos de Dominic, obedeciam
às ordens do homem que se achava o meu dono. Sabia que
era provisório, por isso estava aceitando.

Quando sai do banheiro enrolada em uma toalha, com o


cabelo arrumado e uma maquiagem suave, ele já estava de
pé e falando ao telefone, debruçado na janela. O jeito como
o seu rosto estava sério me fez perceber que ele não
voltaria a dormir.

Meia hora depois estava vestida, com minha bolsa


arrumada.

Jason saiu do banheiro com o cabelo com a barba feita,


água escorrendo pelo abdômen e a calça caindo nos
quadris, mostrando a box branca que estava vestindo.
Revirei os olhos, mordendo o lábio inferior porque ele estava
um gostoso exibido.

— Que foi, bebê?

— Nada. Vou acordar a Kaya.

Antes que eu pudesse sair, ele me deu um puxão brusco e


me beijou. Fiquei mole nos seus braços, Jason me deu um
sorriso maldoso que me fez ficar arrepiada.

— Gostosa. Agora você pode ir.

O homem me deixava doida.

Depois do ritual matinal uma garotinha muito sonolenta,


tomamos café da manhã juntos. Sienna apareceu toda
atrasada, beijando a filha e avisando que chegaria mais
cedo em casa. Ela parecia meio tensa, me olhou séria e
jogou beijos para mim e Jason.

O caminho para a escola foi bem tranquilo, coloquei uma


música para animar e reclamei da posição do banco outra
vez fazendo uma nota mental de reclamar direto com
London.

— Nenhuma mulher entrou no meu carro, pare de me olhar


assim. — Jason se defendeu, encolhendo os ombros quando
lhe lancei um olhar frio.

— Vou colocar uma câmera aqui. — Sua gargalhada me fez


rir também.

Quando parou o carro em frente à escola, me puxou e me


beijou. Kaya reclamou, chutando o banco e falando “eca,
beijo não!”, nós rimos e eu ainda mais quando ele a
incentivou a permanecer com esse pensamento até os 30.
Depois do ritual de segurança, nos despedimos de Jason.

Deixei Kaya dentro da sua sala, cumprimentei a professora


que já estava lá. Verifiquei o horário ao andar apressada
para a sala dos professores.

Para minha surpresa, assim que abri meu armário para


pegar meu material de trabalho, um olhar familiar me
encarava do outro lado. Ele acenou em minha direção,
pensei que não faria nenhum movimento para se aproximar
e quando andou até a mim, crispei meus lábios em linha
reta com um pressentimento ruim.

— Oi, Caty.

— Victor... — Murmurei sem saber muito o que dizer.

Ele se inclinou na minha direção e paralisei quando me


cumprimentou com um beijo no rosto.

Parecia que tudo tinha sido em uma outra vida...

Principalmente o modo diferente que ele estava. Cabelos


bem amparados, jeans despojados e nada como as calças
de alfaiataria que ele gostava de usar. Victor também
estava sem os seus habituais óculos de grau e o formato do
seu rosto parecia diferente, talvez pela barba crescida.

— Como você está? Faz tempo que não nos vemos.

— Estou bem. — Grunhi, fechando meu armário e tentando


entender o que estava acontecendo.

— Sou o professor substituto. Marcos precisou fazer uma


cirurgia de emergência e estou cobrindo o turno da manhã
até que ele se recupere.
— Ah sim, eu não sabia...

— Aconteceu nessa madrugada. — Explicou. — Você parece


diferente, Caty.

— Acho que você também. — Ele sorriu, mas não parecia o


sorriso de antes. Algo estava errado com Victor. — Nos
vemos por aí, então. Preciso correr para a minha aula, estou
atrasada.

— A gente se vê, Caty. Boa aula.

O jeito como ele acenou para mim e manteve seus olhos


fixos fez com que meu estômago gelasse.

Antes que saísse da sala dos professores meu celular vibrou


no bolso, abri e olhei a mensagem de Jason, me
perguntando como diabos ele podia ter informações com
tanta agilidade.

Jason: “Se esse filho da puta beijar seu rosto outra


vez, vou matá-lo. Repasse o aviso”.

Capítulo 26

JASON ROUX

Guardei o celular depois de enviar uma mensagem para


Claytlin, acelerei para longe da escola ou entraria e faria
uma merda. Sabia que o idiota trabalhava na mesma escola
que ela, mas em turnos diferentes e não fazia ideia do que
ele estava fazendo pela manhã. Mas era questão de tempo
descobrir.

Segui a caminho do galpão onde meu convidado me


esperava, London e Jaxon já estavam lá e me mandaram
algumas fotos, atualizando o estado do maldito.
Desacelerei quando me aproximei do galpão, parei o carro e
Dominic estava fumando encostado na parede da entrada.

— E o vídeo? — Perguntei ao me aproximar.

Ele riu, desbloqueou o celular e me mostrou o vídeo da


madrugada. Ele foi enviado para todos os nossos homens,
como um aviso claro do que acontecerá com aquele que nos
trair. Ainda era pouco.

— Os garotos foram enviados para um lugar seguro.

— Pensei que voltariam ao México. — Comentei.

Ele jogou o cigarro no chão, apagou com a ponta do sapato


e negou.

— Eles não, nós... Eventualmente, em algum momento...

— Está falando sobre invadir o território? — Questionei.

Dominic sorriu como psicopata que ele é, me olhou de


soslaio e estalou os dedos.

— Conquistar e dominar. Só assim vou me livrar desses


malditos mexicanos.

— Você sabe que o país é tomado por vários carteis, isso vai
dar merda...

— Não vai dar merda se eu souber negociar. Quero só o


cartel Guzmán. Se ficarem fora do meu caminho, viverão. —
Avisou.

Quando entrei, London e Jaxon estavam soltando o


limpador.
O homem estava gemendo de dor e provavelmente alívio
por ser retirado da posição da tortura. Sorri de lado, olhando
a cena devastadora e me alimentando desse caos.

Tirei minha jaqueta, passei a mão pelo pescoço e andei


calmamente parando em frente ao filho da puta.

— Limpador... Já podemos ser amigos ou você ainda quer


aplicar a lei do silêncio comigo? — Recebi seu olhar furioso,
foi reconfortante saber que existia uma parte grande dele
que queria lutar pela vida. Isso deixaria o jogo mais
divertido.

Ele cuspiu ao chão, metade era sangue e gemeu de dor


quando soquei seu estômago. Acertei direto no plexo-solar,
fazendo com que inalasse profundamente a procura de ar.

— Qual. A. Porra. Do. Seu. Nome? — Soquei outra vez.

A cadeira pendeu para trás e ele caiu, parti para cima e


soquei seu peito com força.

— Seu nome! — Rosnei.

Estava cansado dessa porra, o ódio ao me lembrar do corpo


de Claytlin coberto pelo sangue de sua mãe, o desespero
que a consumiu por ver o estado em que Bervely ficou.

— Você matou a mãe da minha mulher. Apontou uma arma


para ela. Sua vida medíocre não vale porra nenhuma para
mim, entendeu? — Agarrei seu pescoço e olhei nos olhos
que assustavam Claytlin em seus pesadelos. — Você mexeu
com a família errada.

Olhei para London, assentindo. O nosso trunfo estava


pronto.
No meu mundo não existia perdão, nem clemência. Tudo
tem um preço e sangue se paga com sangue. Dor se paga
com dor e vingança é a única forma de se seguir em frente.

— Onde podemos encontrar Benji e Juana? — Perguntei,


colocando-o novamente na cadeira.

Jaxon prendeu as correntes sob os pés e mãos dele,


puxando a manivela até o limite que o impedia de se mover.

London sumiu e voltou ao galpão com uma senhora presa


pela nuca e uma pistola apontada para a cabeça.

Finalmente meu convidado esboçou uma reação, tentou se


mover nas correntes, mas foi inútil.

— Hampton! Estão nos Hampton! — Sua voz saiu acelerada,


aguda.

Fiz um sinal para London, que desmaiou a mulher,


retirando-a do nosso campo de visão. Dominic saiu do
galpão com o celular já no ouvido e acenei, avisando a
Jaxon que deveria ir com ele.

— Agora somos só nós dois.

— Minha mãe...

— O quê? Ela não tem nada a ver com isso? — Ele não foi
capaz de concluir. Seu olhar mortal me atingiu, não havia
medo em seus olhos, talvez um vestígio de culpa por ter
colocado sua mãe nessa história.

Não tiro uma vida por diversão, se fosse necessário, pela


Claytlin ou qualquer outro membro dessa família, a mãe
dele estaria morta... Fora isso, eu não tenho por que ser um
monstro só pelo prazer. Aprendi desde cedo que nesse
mundo nenhum ato cruel é justificável, mas é sobre vida ou
morte. Caos e sangue. Dor e perdas. E eu sempre faria de
tudo para que eu fosse o vencedor no final da história.

Me afastei indo até a mesa onde minhas cordas estavam,


ignorei-as indo direto para uma seringa cheia de adrenalina.
Eu sabia que o que faria, ele apagaria e talvez até tivesse
uma parada cardíaca.

— O médico chegou! — London avisou, retornando e


desenrolando a mangueira hidráulica.

Nosso médico entrou com o suporte de vida necessário para


manter meu visitante vivo por ao menos sete dias. Fiquei
separando meus materiais, London sorriu aparecendo com
seu aquário e eu arqueei a sobrancelha porque não eram
suas habituais formigas.

— Brinquedo novo. Estou testando.

Eram pequenas aranhas e eu não perguntei que tipo de


estrago aquelas coisinhas poderiam fazer.

Quando o médico terminou de colocar uma bolsa de sangue


e soro para correr, se afastou deixando algumas
recomendações com London.

— Vai usar sua nova amiga. — Falei, ele sorriu como uma
criancinha que acabou de ganhar o presente. Usou uma
luva para manusear sua aranha e eu fiquei de longe,
observando os gritos horripilantes quando o limpador foi
mordido.

As correntes fizeram barulho quando ele tentou se mover,


mas estavam firmes o suficiente, impedindo com que ele
ficasse.
— O antídoto. — London cantarolou, me dando uma seringa
com 1ml de líquido amarelado. — Precisa ser aplicado até
20

minutos.

Marque dez no cronometro.

Separei o material que eu queria, comumente chamado de


“a boca do medo”, consistia em dentes afiados de ferro, que
fincavam entre os joelhos e cada vez que o torturado se
movia, fincava mais profundo na pele. Um método de
tortura conhecido da Europa Medieval.

— Não se mova ou vai se pior — avisei, mas seus gritos


eram tão angustiantes que sei que não me ouviu.

Finquei os ferros nos dois joelhos, aplicando a trava e ele


desmaiou. Revirei meus olhos, apontando para a mangueira
e London ativou, molhando-o.

Foram os dez minutos iniciais mais divertidos. Apliquei o


antídoto, porque o que eu tinha para o limpador, levaria no
mínimo,

uma semana para ser concretizado.

No final disso ele saberia exatamente que implorar pela


morte era a sua melhor escolha. Quebraria seu ego,
acabaria com sua fama e o submundo do crime saberia que
não há impunidade para quem fere a máfia.

Capítulo 27

CLAYTLIN MORGAN

Dias depois
Me olhei no espelho passando a mão levemente pelo meus
lábios, eles estavam um pouco inchados pelos beijos
eloquentes que Jason havia me dado pela manhã, antes de
me deixar sair da cama para o trabalho.

Sorri, ansiosa e com o estômago retorcido, aguardando pela


chegada dele. Ainda estava cedo, ele avisou que não
chegaria antes das oito hoje. Jason estava meio perturbado,
tendo pesadelos e com o rosto tomado por uma seriedade.
Ontem enquanto treinava com London, perguntei a ele o
que estava acontecendo e ele disse de um jeito sombrio:
atos cruéis tem consequências. Foi por isso que London
tomou à dianteira e me ensinou a atirar, Jason estava
focado em outra coisa e eu sabia em que era: torturar o
homem que matou minha mãe.

Fechei os olhos tentando tirar os olhos assustadores da


mente e foquei na minha aparência.

Uma leve batida à porta do banheiro em que eu estava e


murmurei para que entrassem. Felícia surgiu na porta com
um vestido preto bonito no corpo, o rosto bem maquiado e
os cabelos loiríssimos e soltos.

— Você está bonita — elogiei recebendo seu sorriso largo.

— Você que está. Eu amei como ficou com uma carinha de


menina má com o novo visual. O Jason vai surtar.

— Você acha? — Perguntei baixo, voltando a me olhar no


espelho.

— Com certeza! — Falou e abriu a gaveta da pia. Olhei por


reflexo e vi quando ela retirou uma embalagem de teste de
gravidez.

— Ela pediu, resolveu tomar coragem e vai fazer.


Ela, no caso, Sienna.

Sorri, seguindo Felícia. Estava na casa dela finalizando o


meu visual de menina malvada, como ela estava me
chamando.

Resolvi mudar, nada em mim era como antes e eu precisava


dar um novo significado a minha vida, a mulher que estava
me transformando depois de perder minha mãe. Foi por isso
que pintei o cabelo de preto que em contraste com a luz fica
um brilho lindo.

Modelei minhas ondas e elas ficaram simplesmente


perfeitas, a maquiagem escura que eu fiz combinou com o
cabelo e eu sabia que o novo guarda-roupa que eu estava
montando me deixaria sexy.

Em dezenas de novas calças, blusas e vestidas, a maioria


era de lavagem escura, couro e botas de canos longos com
e sem salto.

A garotinha boba que um dia eu fui, morreu no dia em que


tiraram a vida da minha mãe diante dos meus olhos.

Sienna estava em outro cômodo, surtando e andando de um


lado para o outro. Ela arqueou a sobrancelha quando viu o
teste rápido na mão de Felícia. Comprimiu os dedos com
nervosismo quando pegou a caixinha.

— Esse não é o momento ideal para uma gravidez. —

Sussurrou mais para si mesma. — Se eu tiver grávida,


Dominic vai ter que delegar mais funções e se afastar. Eu
não posso trazer um bebê ao mundo envolvida em tantas
guerras.
— Primeiro, faça o teste. Você sabe que o perigo sempre vai
nos perseguir. — Felícia falou em voz baixa.

Entre nós, ela era a única que tinha vivido uma vida boa.

Nasceu em um lugar bom, teve acesso as melhores


oportunidades e se tornou uma advogada criminalista bem
sucedida. A maneira como ela veio parar do lado obscuro da
vida era por única e exclusivamente razões do coração.
Ainda assim, mesmo sendo a mais destoante entre nós, se
moldou tão rapidamente à nossa vida e consegue carregar
isso com uma leveza que me surpreende. Ela está ao lado
do marido acima de qualquer obstáculo e quando penso em
um relacionamento permanente com Jason, é assim que
quero ser, como as duas mulheres a minha frente são.

Sienna entrou no banheiro, me sentei e esperei pelos


minutos que definiriam se teríamos um novo bebê na
família. Quando ela saiu, seus olhos estavam lacrimejados e
um sorriso imenso no rosto.

— Vou ser mamãe outra vez. — Nós ficamos emocionadas


em um abraço triplo. Ela começou a chorar dizendo que
entendia por que estava tão emocional nos últimos dias e
foi como uma espécie de notícia milagrosa.

Em um momento tão triste na minha vida, a chegada de um


novo membro na família trazia uma brisa de paz.

Comemorei com as duas até receber uma mensagem de


Jason, me pedindo para estar pronta porque ele estava
vindo me buscar. Me perguntei para onde iríamos.

Seu ciúme desproporcional dos últimos dias tinha se


tornado uma fonte de briguinhas bobas entre nós. Ele não
gostou que Victor estivesse substituindo o professor de
história e eu não podia fazer absolutamente nada.
O proibi de mover seus pauzinhos para que meu ex fosse
demitido e estava tentando evitá-lo a todo custo, mas
ontem, sem que eu pudesse impedir, ele me viu indo
embora com Jason. Em um gesto possessivo e imaturo, meu
mafioso me beijou e enviou um recado nada sutil para que
meu ex se mantivesse distante.

Entrei na minha casa, me sentindo sozinha em um lugar tão


grande. Mal ficava aqui, só entrava para limpar ou conferir
se tudo estava funcionando perfeitamente, porém, todos os
meus melhores produtos de higiene e os mais cheirosos,
estavam aqui.

Organizei uma bolsa grande com tudo que precisaria,


aproveitei para pegar mais roupas formais para o trabalho e
sorri para um conjunto de lingerie ainda na caixa, guardado
no fundo do closet. Era branco, muito pequeno e na época
em que eu comprei, fiquei pensando em qual momento
poderia usá-lo. Confesso que o rosto de Jason ocupou
minhas fantasias, mesmo que já estivesse namorando com
o Victor.

Saí da casa depois que ativei o alarme.

Os seguranças estavam espalhados por toda à nossa rua e


pela de London, que ficava atrás da nossa. Os vizinhos
estavam acostumados com o nível de segurança e às vezes,
comentavam que se sentiam protegidos.

Ouvi o latido de Murdoch crescer quando empurrei o pesado


portão de garagem depois de digitar minha senha.

— Oi, bebê. Sentiu falta da sua mamãe? — Acariciei suas


orelhas, ele pulou bruto como sempre.

Na última semana era essa a forma que Jason se referia a


mim, ele já tinha feito isso antes mesmo de termos algo,
porque desde que Murdoch era um filhote eu o mimava e
deixava fazer tudo que ele quisesse.

Ele me seguiu abanando seu rabo, sorri para seu jeito


grudento, igualzinho ao seu dono.

No andar de cima, espalhei minhas coisas pela cama e pedi

que Jasmine[17] tocasse Can’t Get Enough, da Kat Leon.

Procurei uma roupa bonita, sorrindo para a saia curta, com


pregas e feita de couro sintético. Achei uma camisa de
mangas cumpridas, com gola alta e um laço no colarinho.
Pensei que o visual ficaria perfeito com minhas botas novas,
separei a roupa.

Tinha saído do banho recentemente na casa de Felícia, após


o cabeleireiro que nos atendeu em casa finalizar o meu
cabelo e o maquiador que veio junto terminar a minha
maquiagem.

Tirei algumas fotos com as meninas e estava louca para


postar, mas um dos malefícios da vida criminosa era ter
discrição completa.

Não atualizei a foto do meu aplicativo de conversas porque


queria que Jason visse meu novo visual pessoalmente.

Enrolei os cabelos procurando por acessórios e quando


terminei, tomei um banho rápido somente para usar meus
produtos com a pele limpa.

No final, eu estava cheirosa, com os cabelos e rosto


impecáveis, o conjunto de anéis e brincos prateados
combinaram com o couro. Por baixo da saia indecente que
eu usava tinha a lingerie bonita que separei e o salto da
minha bota me fez sentir poderosa. Em semanas, essa era a
primeira vez que ficava quase feliz com o que via no
espelho. A autoimagem que deturpei para conseguir lidar
com minha nova realidade.

O latido do Murdoch, que estava deitado e comportado no


tapete novo do quarto, me fez ficar alerta.

— Seu pai chegou, menino? — Ele me olhou com a língua


para fora e correu em disparada para o andar de baixo.

Sorri sentindo meu estômago retorcer de ansiedade


enquanto arrumava a bagunça na cama.

Os minutos que antecederam sua chegada me deu algumas


ideias de como recebê-lo.

Propositalmente me agachei e fingi procurar algo embaixo


da cama, ouvi os passos de Jason crescerem pelo corredor e
quando uma grande lufada de ar ecoou pelo ambiente, eu
soube que ele tinha apreciado a vista.

— Porra, bebê... Você quer me matar? — Ele murmurou. Seu


tom rouco e afetado pelo que via.

Me levantei, sorrindo e fingindo que tinha achado o que


estava procurando. Como uma boa menina dissimulada, que
estava aprendendo um truque ou outro de como seduzir seu
homem. Os últimos dias, mesmo em meio a brigas, os
únicos momentos em que nos entendemos completamente
era na cama. Depois das primeiras vezes dolorosas, estava
começando a ficar bom e nós já tínhamos experimentados
novas posições.

— Oi, amor. Você chegou.

— Por que você está tão bonita assim? — O tom insano


persistiu. Eu recebi um olhar que me arrepiou inteiro. Jason
passou a língua pelo lábio inferior, me comendo com os
olhos e deu um passo pequeno na minha direção.

— Você gostou?

Só então ele olhou para o meu rosto. Eu sorri


imediatamente com a sua feição realmente surpresa e
afetada. Jason arqueou às sobrancelhas, me olhando
boquiaberto e o passo que deu para frente o fez recuar dois
passos. Por alguns segundos, pensei que ele estava em
choque, mas a ponta de um olhar maldoso desencadeou
uma loucura dentro de mim.

— O que você fez com o seu cabelo? — Sua voz veio num
rosnado incontido, ele andou para mim e me puxou forte,
para bem perto e eu desmanchei nos seus braços. Fui
absorvida pelo cheiro delicioso do seu perfume e soube que
ele havia tomado banho recentemente.

Jason estava lindo, impecável e bem vestido. Como ele


sempre gostava de andar. Sabia que ele carregava roupas
limpas pelo carro e um dia perguntei por que ele sempre
chegava em casa de banho tomado, era o indício de uma
briga e ele resolveu ser sincero: não quero chegar sujo de
sangue. Não quero que veja um monstro em mim.

Ele inverteu nossas posições e me prendeu contra a parede.

Suas mãos vieram até meu pescoço, uma delas subiu pela
minha bochecha e passou o polegar no meu lábio.

— Estou bonita? — Sussurrei a pergunta, me sentindo


instável pelo seu olhar intenso.

— Bonita? — Me perguntou. Sua boca desceu para a minha


em um beijo selvagem. Rosnei, me sentindo instável e ele
abriu minhas pernas com a sua.
Nesse exato momento estava entregue ao seu jeito bruto e
possessivo. Desejosa e ansiosa pelo que ele faria comigo.

Capítulo 28

JASON ROUX

Sorvi seu cheiro delicioso, era doce e me deixou de pau


duro.

Enfiei minha língua dentro da sua boca, sugando a sua e


mordendo seu lábio inferior com força. Claytlin me deixou
com o coração disparado, completamente sem palavras.
Entrar no quarto e ver sua bunda para o alto, com uma
calcinha minúscula enterrada no rabo e uma sainha de
couro indecente, me fez ficar latejando de imediato.

Minha mulher não fazia ideia da força que tinha sobre mim e
eu estava começando a perceber que ela faria qualquer
coisa para me deixar maluco.

Me afastei, bêbado de tesão, apaixonado pelo seu beijo


delicioso. Estava completamente entregue a essa mulher,
envolvido de um jeito que nunca fiquei e que me fez
perceber como a paixão é volátil e perigosa. Principalmente
quando o ciúme me preencheu inteiro por saber que o idiota
do ex dela estava a rondando.

Me afastei e absorvi a beleza do seu rosto. Claytlin estava


visivelmente diferente. Não era só sua aparência, ela havia
mudado parte da sua personalidade, mas sua essência era a
mesma. Ela é uma mulher boa, ainda que tente se mostrar
tão forte e invulnerável.

Aperto a carne deliciosa da sua bunda, cheirando seu


pescoço e odiando como sua blusa é fechada porque eu
quero chupar seus peitos.
— Você está linda pra caralho. Você é perfeita, bebê. Eu
quero te foder bem assim. Aqui.

Meu rosnado saiu incontrolável enquanto afastava a


calcinha e acariciava o cuzinho apertado. Ela revirou seus
olhos, gostando de receber o carinho e beijei sua boca outra
vez, sem parar a massagem.

Eu estava louco para experimentá-la, me afundar dentro do


buraco virgem e foder pra caralho. Gozar cada centímetro
dentro

dela.

Puxei a calcinha com força, torcendo o tecido que eu sabia


que era bonito. Seus olhos se iluminaram, ela estava tão
excitada como eu.

Joguei o tecido no chão, gemendo com as botas de cano


longo que me deixaram ainda mais excitado.

— Que gostosa! Porra... Eu amei tudo isso, princesa. —

Rosnei, batendo na sua bunda e girando-a.

— Jason! — Ela chamou por mim quando pressionei seu


rosto contra a parede e enchi meus dedos com seus cabelos
sedosos, puxando firmemente.

— Fala, bebê. Quero te ouvir.

— Eu quero você em mim.

— Você quer, princesa? — Provoquei, mordendo seu lóbulo.

Ela gemeu um sim que fez meu pau doer. — Ajoelha.

Mandei, ela tremeu e assentiu.


Soltei seus cabelos, abri a braguilha e empurrei a calça
pelos pés. Minha mulher me olhou com os olhos castanhos
brilhando.

Seus cílios estavam volumosos e uma sombra preta


compunha o visual, deixando seu olhar sexy. Acariciei seu
rosto de boneca, amando o jeito que ela estava linda pra
caralho.

— Você é toda minha. Cada pedaço seu foi feito para mim.

Rosnei, apertando seu queixo na minha mão.

Ela sorriu, como se tivesse me desafiando e puxou a cueca


para baixo. Soltei seu queixo, apertando meus olhos e
soquei a parede quando a boquinha gostosa engoliu meu
pau.

Porra!

Ela fazia isso tão gostoso. As primeiras vezes inexperientes


e atrapalhadas não se comparavam com o modo que ela
aprendeu rapidamente como me deixar maluco.

Suas mãos massagearam minhas bolas e Claytlin me


engoliu inteiro, sua boca molhada e esperta me apertando
entre os lábios, enquanto ela subia e descia com uma
maestria invejável.

Puxei seu cabelo com força, mostrando que dois podem


perfeitamente jogar esse jogo. Empurrei meu quadril,
fodendo a boquinha gostosa e ela se engasgou, mas não
desistiu. Parei de socar quando seus olhos marejaram, um
sorriso provocante surgiu no canto da sua boca e retirei meu
pau de dentro dela.
— De quatro, porra. Do jeito que eu te achei quando entrei
aqui. Eu quero te comer olhando essa bunda gostosa. — Ela
engatinhou, me deixando alucinado.

Claytlin arrebitou a bunda para mim, se apoiando na cama.

Rosnei forte andando apressado para ela depois de me


desfazer dos sapatos e calça. Me posicionei entre suas
pernas, chupando e mordendo sua bunda. Estapeei com
força, puxando suas mãos para trás e empurrando sua
cabeça para ficar apoiada na cama.

— Eu vou te amarrar, porra — gemi, empurrando meu


cacete dentro da boceta encharcada. Claytlin gemeu forte,
gritando meu nome e eu fodi sem dó. Do jeito que eu queria
fazer desde o início.

Sua voz crescendo alimentava a porra do monstro


enlouquecido dentro de mim.

Estava tão gostoso, o jeito que sua boceta era perfeita


parecia ter sido exclusivamente feita para me receber.
Minha mulher se curvou e eu prendi seus pulsos com mais
firmeza, fodendo forte e cada vez mais.

Seus gemidos entraram no meu sistema e ela gritou que iria


gozar. Fiquei surpreso, porque ela nunca tinha chegado no
orgasmo sem estímulo durante a penetração. Claytlin
estava incoerente, insana, só gemendo e se projetando
contra mim para que eu fosse mais forte.

Eu parei, impedindo que ela alcançasse seu orgasmo.

Deixando claro e evidente quem estava no controle de


quem aqui.
Claytin gemeu frustrada quando me sentei e a puxei para
mim.

— Você é minha, princesa. Eu sou o único ganhando um


jogo aqui. — Disse, posicionando-a em mim. Claytlin gemeu,
se surpreendendo com a nova posição. — Rebola no meu
pau e goza, gostosa.

Ela fez exatamente o que eu mandei. Segurei sua cintura,


ajudando-a se mover e fechei meus olhos quando a boceta
contraiu ao redor do meu pau, sentando-se tão gostoso em
investidas que em deixaram maluco.

Suas mãos rodearam meu pescoço, seu olhar intenso


intensificado pela maquiagem me deixou rendido pra
caralho.

— Você é meu! — Ela rosnou, apertando mais forte,


aprendendo seu próprio ritmo. O que ela estava fazendo era
uma loucura e levou nossa relação para um nível que eu
não esperava.

— Goze comigo, quero que você me encha com a sua porra.

Rosnei, batendo forte na sua bunda e fodendo gostoso.

Claytlin gritou e eu soube que ela estava gozando. Foi


impossível impedir que o tesão não me dominasse. Sua
boca veio para minha em um beijo delicioso enquanto
explodia dentro dela. Marcando a minha mulher. Gozando
em jatos longos, quente, enchendo seu útero com meu
esperma.

— Minha — rosnei, puxando seu cabelo. Seus olhos vieram


para os meus, um sorriso maldoso brincando nos seus
lábios.
— Meu.

Assenti, incoerente pelo chá de boceta que havia levado.

Capítulo 29

CLAYTLIN MORGAN

— Onde estamos? — Sussurrei quando o carro parou em um


lugar escuro. Era um casebre abandonado, com pouca
iluminação e alguns homens de guarda na entrada.

Jason me olhou, puxou minha mão e beijou o dorso.


Olhamos ao mesmo tempo para a pulseira bonita que ele
me deu de presente após o nosso interlúdio no chão do seu
quarto. Era linda, uma corrente fina em ouro branco com
várias pedrinhas vermelhas. Eu brinquei que eram como
sangue, ele sorriu e concordou.

— Você ainda quer que eu cumpra aquela promessa,


Claytlin? — Seu tom sério me arrepiou e eu entendi.

Nós tínhamos brigado há duas noites, quando ele não


apareceu e não atendeu meus telefonemas. Mandei
algumas mensagens e nós discutimos, foi quando cobrei
que cumprisse a sua promessa.

— Quero.

Ele só assentiu, estava tão sério e em partes, decepcionado.

Engoli o sentimento porque se fosse ao contrário, ele


também iria querer isso. Jason abriu a porta do carro para
mim, respirou fundo quando olhou para a minha saia.

— Não vamos brigar outra vez por isso. — Reclamei do seu


ciúme e ele não respondeu nada.
Entramos de mãos dadas, nenhum dos seus homens dirigiu
um olhar sequer a mim.

O cheiro era muito ruim dentro do galpão. Era como se algo


estivesse em decomposição. Me encolhi dentro da
escuridão, até que Jason empurrou uma das portas e me fez
entrar. A luz amarelada me permitiu ver quem estava
dentro. Ele fez um sinal para que uns quatros homens
saíssem de perto.

No centro do local eu o vi. Ele estava sentado em uma


cadeira, nu, muito machucado e com os braços e pernas
presos em correntes. O rosto praticamente desfigurado,
mas os olhos que me assombravam estavam lá.

Perto do homem que matou a minha mãe, estava o London,


ele me olhou tão sério, mas ainda condescendente se
comparado ao Jason. Estava com uma arma empunhada em
mãos e andou para mim.

Jason cruzou seus braços quando soltou minha mão e ficou


olhando London me passar arma prateada. A Glock que
estava treinando nas últimas semanas, entre carregar e
descarregar, mirar e atirar. Estava familiarizada com o peso,
com o coice e o impacto.

O alcance o estrago que a coisinha perigosa na minha mão


fazia.

Me aproximei o suficiente para sentir o suspiro agonizante


que veio dele. Estava na ponta do limite e morreria
lentamente se eu não fizesse nada.

Eu tinha pensado nisso milhares de vezes. Imaginei dezenas


delas frases épicas que eu diria, como eu me vingaria do
homem que roubou tudo de mim. Que tirou a mãe dos meus
irmãozinhos. A esposa do meu pai. Que me tirou a chance
de ver como ela ficaria feliz quando lhe desse um neto.

Todas essas emoções explodiram dentro de mim, eu mirei


na direção da cabeça dele e esperei. Os olhos escuros
olharam os meus, não havia uma expressão que não fosse
resignação no seu rosto. Uma voz poderosa preencheu
minha mente, o som da risada da minha mãe, o jeito
carinhoso que ela sempre me perguntava sobre o meu dia.
O calor do seu abraço acolhedor.

Esse homem tirou tudo de mim.

Não tinha percebido que lágrimas molhavam meu rosto até


que a mão de Jason substituiu a minha e tirou meu dedo do
gatilho.

— Eu faço isso, amor. — Seu sussurro invadiu meu ouvido,


me tirando do torpor.

A dor que estava ali e sempre estaria, não importava quem


fosse o responsável pela morte do homem que me roubou a
melhor parte de mim. A inocência que nunca vai voltar, a
bondade que foi substituída por uma raiva escarlate, que
me deixava crua diante do mundo. Com uma ferida aberta e
exposta, que sangraria por muito tempo até cicatrizar.

Eu assenti, sabendo que esse fardo de matar alguém a


sangue frio não conseguiria sustentar. Poderia fazer isso
para defender quem eu amo, teria atirado mil vezes nesse
homem se a minha mãe fosse voltar para mim.

— Vem... — London murmurou, passando seu ombro pelo


meu e me levando para longe.

Troquei um olhar significativo com o Jason, segurando o


choro entalado na minha garganta. Enquanto andava para
longe do galpão fétido, disparos seguidos um do outro
ecoou pelo lugar, amplificando o som por causa do eco. Eu
tremi, mas London me segurou firmemente.

O fluxo frio do vento me trouxe um alívio imediato, andei


apressada até o carro, me apoiando no capô e controlando a
vontade de vomitar.

— Puxa o ar com calma. Conta até sete e solta lentamente.

— London instruiu, acariciando minhas costas com um


cuidado que eu nunca vi ter com alguém além da Kaya. —
Estou orgulhoso de você, Claytlin.

— Por quê? — Perguntei, derramando mais lágrimas.

— Porque teria sido simples seguir o caminho mais fácil.

Aquele monstro dentro do galpão roubou tudo de você, não


precisava roubar mais nada. Você veio aqui, teve seu
encerramento, viu que ele pagou pelo que fez com a sua
mãe. Não precisa sujar suas mãos, Jason sempre vai cuidar
de você e eu também. Vamos garantir que fique segura. É a
nossa prioridade.

— Você é um bom amigo, London... — Sussurrei.

Ele me deixou abraçá-lo porque sabia que eu precisava, não


porque queria. Ele não gostava de contato pessoal, não era
a melhor pessoa para demonstrar afeição.

— Você é como uma irmã para mim, Claytlin. Sempre


estarei aqui por você. — Murmurou meio sem jeito e me
senti confortada.

Ouvi a voz de Jason murmurar algo com os homens na


entrada e me inclinei em sua direção. Ele caminhou até nós
com as mãos do bolso, me soltei de London e fui recebida
em um abraço muito apertado. Era só isso que eu queria,
ser confortada por ele, pelo homem que eu amo e que fazia
tudo por mim. Que me amava do jeito que eu sou, apesar
do que eu me tornei com o tempo.

Ele beijou minha testa, secou minhas lágrimas e forçou um


meio sorrido. Depois apertou a mão do London em um gesto
de gratidão.

— Vou cuidar da limpeza — o amigo nos avisou e Jason


assentiu.

— Obrigado. Vejo você na semana que vem. — London


assentiu.

Acenei em despedida, me perguntando o motivo deles


ficarem afastado pelo final de semana. Jason me colocou no
carro, cuidadosamente prendeu meu cinto e me deu um
beijo demorado que me deixou mais emotiva.

— Que dia é hoje? — Perguntou ao ligar o carro, dirigindo


para longe.

— Sexta-feira.

— O que tem na sexta-feira?

Franzi o cenho com uma careta pensativa, ele sorriu e ligou


o rádio, quebrando o clima ruim do que aconteceu.

— Cinema drive-in. — Me lembrou.

Sorri, porque fazia um século que eu não ia em um e no


passado o convenci a me levar. Acontece que eu era a
maior fã de filmes clássicos em preto e branco e Jason
odiava assistir qualquer
coisa, ele tinha uma mínima tolerância quando era filme de
algum herói da Marvel.

— Isso significa? — Instiguei.

— Que estou te levando para um encontro, senhoria


Morgan.

Eu, você, filme ruim em um drive-in, pipoca e beijos. Muitos


beijos...

Quem sabe eu ganho uma rapidinha no carro?

Soltei uma gargalhada porque ele era impossível e é


exatamente por isso que eu o amo.

— Você não existe, Jason Roux.

— Existo sim, Claytlin Morgan e a minha missão nessa Terra


é fazer você feliz. Aceita ir a um encontro comigo?

— Você ainda pergunta? Claro que sim!

Ele reduziu a velocidade, me beijou e puxou minha mão


para sua perna. Por alguns segundos o peso do que
aconteceu desanuviou entre nós, mesmo quando Jason me
deu um olhar cheio de significados e beijou minha mão.

— Sou capaz de tudo para ver você feliz... — Sussurrou. —

Sei que queria ter ido adiante, mas você fez o certo. Quando
essa fase ruim passar, vai perceber que você é maior que as
pessoas do meu mundo sujo.

— Obrigada por estar me apoiando nesse momento. Não sei


o que faria sem você.
— Eu sei — fala, ficando ainda mais sério. — Você superaria
porque é a mulher mais forte que eu conheço, outras no seu
lugar teria quebrado, você focou em um objetivo para ficar
de pé e no fim, percebeu que é maior que isso. Você é o
meu orgulho, Claytlin.

Quando estiver pronta, vou ter o maior prazer da minha


vida em te ter como esposa.

Suas palavras me emocionaram, me inclinei em sua direção,


beijei sua bochecha de mal jeito pelo balanço do carro e
apoiei meu rosto no seu ombro.

— O prazer vai ser todo meu, acredite.

Capítulo 30

JASON ROUX

Venice Beach — Los Angeles

De óculos escuros e o telefone no ouvido, observei Claytlin


sentada na faixa de areia, brincando com as ondas que
molhavam suas pernas. Ela parecia tranquila depois da
noite difícil que tivemos ontem. Sua hesitação em matar fez
reacender uma chama de esperança de que ainda houvesse
dentro dela uma parte que se recusava a ceder à escuridão
do nosso mundo.

London me atualizava do outro lado da linha como ainda


continuava um tiro no escuro a caça às bruxas por Benji
Zentticci e Juana Guzmán. Dominic estava tentando uma
manobra arriscada em negociar com o irmão do Don, o
chefe da máfia italiana, que assumiria o cargo caso —
quando, — Benji morresse. O homem era ambicioso, ainda
assim parecia ter mais honra que o irmão e talvez estivesse
interessado em um acordo.
— E a Claytlin?

— Parece bem, ela está na água. — Murmurei, mudando


minha posição e com meus olhos fixados na minha mulher.

Ela cansou de brincar na água e entrou no mar para


mergulhar.

— Certo. Vou cuidando das coisas por aqui. Você volta na


segunda?

— Domingo, de madrugada. Qualquer coisa me liga.

Desligamos, enfiei o celular no bolso e caminhei para a


areia.

Estávamos em uma casa discreta em Vanice Beach, era


protegida e cercava uma boa parte da praia. Quem não
estava acostumado a frequentar o local acreditava se tratar
de uma área privada, apenas moradores locais
frequentavam e ainda assim somente em alta temporada,
período em que não visitávamos a residência.

Nós precisávamos de um descanso, principalmente Claytlin.

Não tivemos um período longo a sós, principalmente um


que fosse preenchido por paz. Foi por isso que mesmo
contra sua vontade a coloquei dentro de um jatinho nessa
madrugada e desembarcamos pela manhã.

Cruzei os braços observando fascinado minha sereia


mergulhar, quando submergiu, Claytlin me olhou com um
sorriso bobo brincando nos lábios e fez um sinal com o dedo
para que a seguisse.

Em todo momento enquanto me livrava da bermuda jeans,


seus olhos ficaram focados nos meus. Eles estavam com um
brilho divertido, a irritação inicial pelo meu sutil sequestro
havia evaporado quando ela viu a praia.

— Você disse que era o meu final de semana para ser


mimada. — Falou alto, sua voz me penetrando enquanto
caminhava em sua direção. — Eu quero ser mimada.

— Você vai ser mimada. Vem aqui. — A água gelada não era
nada perto do meu desejo de beijar sua boca.

Claytlin se pendurou em mim com facilidade, enroscando


suas pernas na minha cintura. Apertei o corpo gostoso perto
do meu, ela estava usando um biquini pequeno e vermelho,
que eu achei particularmente uma delícia no seu corpo. Sua
boca colou na minha e nem mesmo o sal do mar me
impediu de beijar a minha mulher.

Afundei nosso corpo na água, ela se prendeu com mais


firmeza quando caminhei para o fundo.

— Confia em mim, princesa? — Sussurrei contra sua boca,


assistindo a maneira como sua pupila dilatava com a
afirmação de cabeça.

Claytlin não me soltou quando a afastei na intenção de fazer


seu corpo boiar. Sua insegurança durou alguns segundos,
então se entregou, abrindo seus braços e deixando sob a
água. Inalando profundamente e expirando com calma.

O silêncio fez com que ela relaxasse e essa era a minha


intenção. O céu azul, o sol quente e o balanço da água
proporcionaram um clima calmo. Uma das poucas vezes em
que me senti tão em paz nos últimos meses, talvez, em
toda minha vida.

— Eu tenho um pedido... — Ela sussurrou, olhando para o


céu.
— O que quiser é seu.

— Tudo que eu quiser? — Pergunta.

Claytlin se agita, afundando na água e eu a seguro antes


que afunde. Seus braços prendem no meu pescoço, seus
olhos profundamente castanhos me encarando com
expectativa e um sorrisinho pervertido brilhando no seu
rosto bonito.

— Porra, como você consegue ser tão linda?

— Uma rotina intensa de skin care e um corte de cabelo


novo.

Rio da sua gracinha, nadando de volta à costa. Minha


mulher enrola suas pernas na minha cintura e saio da água
com ela no meu colo até que estejamos na areia.

— O que quer me pedir?

— Quando tudo isso acabar quero que me leve para


conhecer a casa da Julieta.

— Julieta?

— Julieta de Romeu e Julieta. Shakespeare.

Seus olhos cheios de expectativas e o jeito que ela apertou


os lábios esperando pela resposta fez meu coração disparar
como se eu fosse um adolescente. Era a primeira vez que
ela me pedia algo e saber que era uma realização comum,
da vida comum que ela tinha antes das consequências de
ser envolvida com a máfia fodesse sua vida, me deixava
feliz pra caralho em poder realizar.
Puxei pela sua cintura, colando nossos corpos e beijei
suavemente sua boca.

— Às vezes me esqueço que namoro uma professora de


literatura inglesa inteligentíssima. Isso fica em Verona, não
é?

— Sim.

— Então parece que quando tudo isso acabar estaremos na


Europa. — Ela sorri, ficando na ponta dos pés e se
impulsionando para me beijar. Ergo-a pela cintura, beijando
sua boca de um jeito gostoso que endurece meu pau. — Vou
fazer qualquer coisa para realizar todos os seus sonhos.

— Você sempre foi um deles.

— Está realizado, senhorita Morgan?

— Parcialmente...

— Parcialmente? — Questiono, ela só sorri e me beija outra


vez.

— Me leve para o quarto e continue realizando meus


sonhos.

Com você, eles são infinitos.

Ela sabe como jogar comigo.

— Seu pedido é uma ordem, gostosa.

•••

Horas mais tarde


Claytlin estava deitada na varanda após uma rodada de
sexo esplendida e um jantar delicioso. Sua pele levemente
bronzeada me deixou fascinado, além do vestidinho preto
indecente que ela estava usando. A brisa noturna e quente
me fez escolher uma boa bebida e o barulho da rolha
estourando chamou sua atenção.

— Estamos comemorando? — Me perguntou ao lançar um


olhar divertido, arqueando as sobrancelhas quando enchi
uma taça e lhe estendi.

Ela ficou de pé, aceitando e curvou-se em minha direção


para brindar.

— Ao futuro.

— Parece ser uma boa razão para um brinde. E o que espera


do futuro, Jason Roux? Até pouco tempo atrás você só era
um cafajeste que não queria se amarrar a uma mulher.

Analisei seu rosto e sua expressão divertida.

Claytlin voltou a se sentar, bebendo o champanhe e me


encarando calmamente, como se me desafiasse a uma
resposta que lhe convencesse de que não há nenhuma
mulher que se equiparia ao que sinto por ela.

Fui ao seu encontro de boa vontade, me sentando e


puxando sua taça. Coloquei sua e a minha sob a mesinha na
varanda, puxando-a pela mão e Claytlin veio de boa
vontade para o meu colo.

Me montou, alojando suas pernas ao redor do meu quadril.


O jeito que se sentou fez com que seu vestido erguesse e
deixasse boa parte da sua pele exposta. Acariciei suas
coxas, olhando em seus olhos enquanto ela brincava de
dedilhar suas unhas pela minha nuca, subindo pela minha
cabeça.

Fechei os olhos soltando um gemido pelo carinho gostoso.

— Não se esqueça de incluir uma criança nessa história.

— Uau... Primeiro ele arruma uma namorada, agora ele fala


de filhos... deveria te levar para uma análise psicológica?

— Eu já tenho um diagnóstico.

— Mesmo? — Me perguntou.

— TOPC. Transtorno obsessivo por Claytlin. — Sussurrei,


apertando sua bunda e pressionando contra minha pélvis. —
Meu psiquiatra me recomendou doses diárias da sua boceta
gostosa.

— E se você não receber sua medicação, senhor Roux? — O

jeito como ela ronronou deixou meu pau dolorido e louco


para foder.

— Posso me tornar um risco para a sociedade. Um obcecado


sem controle. Você não iria gostar de me ver em surto,
princesa... —

Murmurei, segurando seu queixo e olhando seriamente. —


Eu iria sequestrar você.

— O quê?

— Se persistisse com a ideia do casamento eu iria


sequestrar você. — Falei seriamente, deixando o clima da
brincadeira de lado.
Claytlin enrijeceu no meu colo, sua mão parou de acariciar
minha nuca e me olhou tão séria.

— Eu deveria ficar com medo. — Confessa e eu fico quieto,


porque ela suspira pesado e volta a mover sua mão
carinhosamente. — Mas eu preciso dizer que me sinto...

Envaidecida. Você consegue me fazer sentir coisas loucas,


desde sempre... Eu amo o jeito que você me quer.

— Eu digo que sou obcecado e você diz que ama isso? —

Sussurro, suspendendo seu vestido e apertando sua bunda.

— Amo. Esse jeito que você me olha significa tudo para


mim, deve ser porque eu sou tão possessiva quanto.

— Você é a minha dona. — Falo ao estapear sua bunda.

Claytlin rebola no meu colo, fincando suas unhas na minha


nuca e sorrindo como uma provocadora. — Eu vou te comer
bem aqui, com você montada em mim, cavalgando no meu
pau.

— Vai me encher com a sua porra, amor? — Ela sussurrou,


vindo beijar minha boca.

Ergui seu quadril, gemendo como um maluco incoerente.

Claytlin riu, ficando de joelhos sob o sofá e tempo de


conseguir empurrar minha calça. Urrei com a cena seguinte,
porque ela tomou o controle, afastou sua calcinha para
sentar-se no meu pau. Minha mulher gemeu alto, se
apoiando no meu ombro e deslizou sua boceta gostosa com
uma maestria.
Não dissemos uma palavra sequer, isso era desnecessário.
O

que sentíamos era maior que qualquer coisa. Claytlin fixou


seus olhos no meu, segurando meu rosto e se sentou de um
jeito muito gostoso. Emoções distintas passando pelos seus
olhos enquanto nossos gemidos fluíram tão rapidamente
que me deixou

rapidamente insano. Um tesão do caralho subindo e à


medida que ela se sentava mais forte, me deixava mais
louco.

— Amo você — rosnei, apertando sua cintura e ajudando-a


se impulsionar. — Você é minha, bebê?

Ela sorriu de um jeito que me deixou arrepiado.

— Eu sou sua. — Entregou. Sua mão descendo do meu rosto


para meu pescoço. Claytlin apertou com força, fechei meus
olhos sentindo meu pau inchar ainda mais dentro dela,
gemendo com o tesão de ser dominado. — E você é meu.

Fui consumido pela nossa relação obsessiva.

Minha mulher rosnou, gemendo e me apertando, gritando


que estava gozando e foi impossível não me deixar ser
dominado pelo mesmo sentimento enquanto esporrava
dentro dela.

Porra, eu me sentia vivo, como nunca me senti antes.

Capítulo 31

CLAYTLIN MORGAN

Segunda-feira
— Está sumida, professora. — Olhei em direção a voz
enquanto reunia meus pertences dentro da minha bolsa,
muitas atividades de alunos para corrigir e em breve
entraríamos no período de férias escolares, então o final de
ano sempre era caótico...

Como se não houvesse tantos outros problemas deixando a


minha vida mais difícil.

Queria ter ignorado o tom em fingimento condescendente,


me perguntei se ele sempre foi assim, com um ar quase
cínico ou se tornou após o nosso término.

Fechei minha bolsa, fingi sorrir e acenei, me poupando de


respondê-lo. Ao tentar desviar do seu caminho e fugir, Victor
segurou firmemente meu braço. Suas sobrancelhas
arquearam quando molhou o lábio inferior. Avaliei seu rosto,
esperei o que diabos ele tinha para me falar e desviei meu
olhar para sua mão fechada ao redor do meu braço. O ato
durou apenas alguns segundos, então ele soltou e forçou
um sorriso.

— Estamos sentindo sua falta. Você irá no aniversário da


Mel?

O aniversário da Melissa... mordi o lábio inferior, havia me


esquecido completamente. Nas últimas semanas estava
evitando responder qualquer pessoa que fizesse parte do
meu ciclo social, até mesmo a minha melhor amiga. Minha
vida havia mudado e ela estava aborrecida porque recusei
outro convite em mais uma das suas tentativas de me
distrair. Estava andando na linha, principalmente porque
Jason havia se tornado minha sombra, como prometeu.

Não cansava de comparar as mudanças na minha vida e


estar isolada dos meus amigos habituais era uma delas. Se
eu fosse sincera, não estava tão triste por isso. Parece que
metade do meu entusiasmo juvenil era somente uma
empolgação inocente da vida quase despreocupada que eu
levava.

— Você mudou, Caty... — Falou ao se deparar com meu


silêncio.

Engoli a saliva, apertando a alça da minha bolsa. Estava


cansada de me sentir culpada por ter mudado. Muita coisa
tinha acontecido e as únicas pessoas que me importavam
não me faziam sentir nada além de especial e amada.

— Senhorita Morgan? — Fui impedida de responder com um


chamado de um dos meus seguranças. Ele olhou
seriamente do Victor a mim e fez meneio de cabeça em
direção a saída.

— Tenha um bom dia, Victor. — Para minha surpresa, porém,


ele não desistiu.

— Está sendo impedida de conversar com seus amigos,


Claytlin?

Olhei para trás enquanto caminhava, mas parei para pegar


a Kaya que me esperava impaciente ao lado de sua
professora.

Cumprimentei Susana com um beijo no rosto, Victor acenou


e ela quis puxar assunto, mas me desculpei avisando que
estava com pressa.

— Só tenho muita coisa para fazer hoje.

— É o seu namorado? — Ele persistiu, sendo inconveniente.

Kaya apertou sua mão na minha, tão incomodada como eu.


O
segurança se interpôs no caminho do meu ex.

Quando saímos, Victor estava iniciando uma discussão em


voz baixa. Foi o suficiente para alertar Jason, que estava
dentro do seu carro e desceu apressado. Preocupado com o
por vir, abri a porta de trás, pedindo para Kaya se sentar e
colocar o cinto.

— O que está havendo? — Meu namorado perguntou


olhando diretamente para o meu ex. Agradeci por estar
saindo mais

cedo, evitando uma cena pior perto de responsáveis e


outros alunos.

— Só estou conversando com uma amiga. Ela não pode


mais falar?

— Qual o seu problema, Victor Walker? — Jason continuou,


sua voz soando perigosamente calma e eu me aproximei,
tocando seu ombro. Victor olhou para mim, como se
dissesse: “foi por isso que me trocou?” — Não se aproxime
da minha mulher, está entendendo?

— Jason...

— Você tem cercado ela nos últimos malditos dias. Toque


nela novamente e eu vou quebrar todos os 15 ossos da sua
cara, entendeu?

— Amor, vamos... — Chamei suavemente ao tocar seu


braço.

Ele desarmou sua postura ameaçadora, sorrindo de um jeito


que me deixou arrepiada e se virou para mim, colocando os
braços sob meus ombros e me guiando para o carro.
Entrei, Jason fechou minha porta e demorou a entrar porque
lançou um olhar mortal para Victor. Meu ex continuou
olhando em direção ao carro, com as mãos no bolso e me
perguntei o que diabos ele estava querendo dizer com esse
gesto.

Engoli a saliva, preocupada e com a mesma sensação ruim.

Victor tirou o celular do bolso, discando e se afastando com


o aparelho na orelha e só assim o Jason entrou. Ele também
percebeu o mesmo que eu, porque mandou uma mensagem
de texto e me mandou colocar o cinto.

— Kaya, comprei fones novos. Pode testar e me dizer se são


bons? — Perguntou a ela e me mandou pegar no porta-
luvas.

Com headsets, ela sorriu animadamente. Conectei a música


que ela escolheu e aumentei o volume. Perguntei se eram
bons, mas ela só começou a cantar alto e desafinada e
percebi que não estava ouvindo nada.

— Ele é inofensivo, não precisava disso.

— Não precisava? Ele te encurralou de novo. Tocou em você


sem a sua autorização e está tentando te intimidar. Não sei
o que aconteceu com esse mauricinho de merda, mas eu
vou estourar os miolos dele. — Rosnou baixo, olhando pelo
retrovisor e acelerando mais.

— Você não vai matá-lo... — Sussurrei, aumentando o


volume do fone da Kaya. — Pode diminuir a velocidade?

— Não olhe para trás, princesa.

O jeito como ele falou me deixou nervosa.


Jaxon mirou o retrovisor, cortou um carro e agora sim
aumentou a velocidade, pisando fundo ao ponto de cantar
pneu, iniciando uma direção defensiva.

— Liga para o London. — Pediu, me dando o celular dele e


obedeci, colocando no autofalante.

— Estou ocupado agora... — Barulho de risada feminina veio


do outro lado da linha.

— Código 4 — Foi tudo que Jason disse. Me perguntei o que


significava e sabia que era algo ruim porque a risada do
outro lado da linha cessou. London mandou sua companhia
se vestir e sair rapidamente. — Estou entrando em uma das
rotas seguras. O carro de apoio vai precisar seguir direto.

— Qual saída?

— Saída 13. — Explicou. Eu não entendi muita coisa, só


sabia que cada número correspondia a algum
estabelecimento subterrâneo na nossa rota, que tivesse
saída para duas ruas.

Geralmente entrávamos e saímos, raramente trocávamos


de veículo, mas hoje parecia ser necessário.

— Estou a caminho da 13.

London desligou e eu olhei Jason, me sentindo instável.

Ele fez uma manobra arriscada, Kaya continuava cantando e


jogando no celular, completamente alheia. Dava para ouvir
um pouco da música de tão alta que estava.

— London vai levar vocês para casa. Quando descer para o


estacionamento, quero que passe para o banco de trás. Vai
ter que ser ágil e descer rapidamente com a Kaya quando o
carro parar.

— Não quero me afastar, Jason...

— Shhhh, não fica com medo. — Ele sussurra, segurando


minha mão e beijando. — A chave está no espelho.

Ergui a mão, Jason fez uma curva brusca retornando para a


outra pista e eu puxei a chave. Deixei minha bolsa no chão,
tirei meus sapatos e me preparei para ir ao banco de trás.

— Agora, princesa. — Ele desceu uma rampa em alta


velocidade e foi difícil ir para trás.

Kaya se assustou e eu me senti mal, mas não dava para


poupá-la ainda mais. Uma vontade de chorar travou na
garganta, mesmo que eu soubesse que era meu momento
de ser forte.

Tirei seu fone, ela arregalou os olhos quando Jason iniciou


uma contagem regressiva e eu sabia que ao chegar no zero
teríamos que descer.

— Vamos viver uma aventura agora. Você precisa ficar


quietinha e me obedecer, tudo bem? — Ela só assentiu.

Kaya não era uma menina boba, ela viveu momentos tensos
com sua mãe internada depois de ser gravemente feriada
há alguns anos. Naquela época ela mal tinha completado
cinco anos, mas entendeu que precisava seguir regras.
Sabia tudo sobre a rotina de segurança e que obedecer nos
momentos solicitados era fundamental.

Não sabia como Sienna introduziria a organização de forma


clara e objetiva para a filha, mas, por enquanto, ela entende
que seu pai trabalha em algo perigoso e que ela deve ser
obediente quando necessário.

— Zero — Jason grunhiu, freando bruscamente.

Abri a porta do carro antes que ele parasse e puxei Kaya


comigo. Ele disparou sem que eu fechasse a porta, corri
com a

Kaya pelo estacionamento, nos escondendo entre o carro.

Ficamos agachadas, fiz um sinal para que ela ficasse bem


quieta. Barulhos de carro passando em alta velocidade me
deixaram assustada, então coloquei minha mão sob sua
boca quando ela tremeu. Lágrimas pinicaram em meus
olhos e eu só esperei até que o último carro passasse tão
rápido.

Contei até 10, com o medo retumbando no peito e quando o


silêncio persistiu, apertei o botão do alarme. Fiquei de pé,
vendo o alerta de um sedan prata brilhar há alguns carros
de distância.

— Agora vamos correr, princesa. — Murmurei baixinho.

Segurei sua mão, nós corremos pelo estacionamento e eu


abri a porta. Kaya entrou e eu fui em seguida.

— Deita amor, não se levanta. Quietinha, tá bom? —

Sussurrei, ela assentiu.

Tirei meu celular do bolso, contando os segundos como uma


louca. Um barulho no vidro fez meu coração acelerar. Queria
ter uma arma comigo e me odiei por não deixar uma na
cintura. Outra batida e o rosto de London se aproximou,
trazendo um alívio enorme.
Destravei a porta, ele entrou rapidamente e estendi a
chave.

— Continuem abaixadas — ele murmurou.

Me deitei, segurando Kaya com força e ela se abraçou a


mim.

London acelerou na garagem e por não ver a rua, não sabia


qual direção ele estava seguindo.

Seu celular tocou, atendeu e deixou no alto-falante. Era


Dominic e o celular foi passado para mim.

— Papai... — O jeito assustado que ela verbalizou me


quebrou por dentro.

— Oi filha, está tudo bem. Tio London está trazendo você


para casa... — Disse em um tom doce, tentando confortá-la.
—O

que eu sempre falo para você?

— Eu sou uma Connigham...

— Isso mesmo, princesa. Você é forte e corajosa. Uma


matadora de dragões, como nas histórias que eu te conto.
—O

silêncio entre nós é quebrado pelo soluço de Kaya. — Eu te


amo, filha.

— Estamos seguros, já podem se sentar. — London


murmurou baixinho e eu assenti.

Passei o telefone de volta para London, que dirigia ainda em


velocidade alta, mas não do modo desesperado de Jason.
Me sentei, Kaya quis vir para o meu colo e eu a segurei
muito forte, beijando seus cabelos e tentando tranquilizá-la.

Em dez minutos estávamos entrando no condomínio em que


vivíamos. O carro mal havia parado dentro da propriedade e
Sienna estava desesperada, correndo até nós. Ela abraçou a
filha forte.

Dominic veio atrás, se unindo à família e parte de mim


estava desesperada, preocupada, mas passou porque
London saiu de dentro da casa e eu corri até ele.

— Você conseguiu porque você é foda pra caralho. Está tudo


bem agora. — Disse segurando meu rosto e me beijando
forte.

Nós entramos e eu odiei o jeito como todos se olharam,


como se mais coisas muito ruins estivessem a caminho.

Capítulo 32

JASON ROUX

— Você está bem?

Claytlin me olhou com os olhos cheios de lágrimas e a


segurei bem forte, próxima ao meu corpo. O silêncio dentro
da sala do Dominic era profundo. Sienna estava com no
andar de cima, o marido foi atrás e meu irmão segurava o
meu sobrinho com um medo visível em seus olhos.

London me olhou do canto inferior, pensativo e preocupado.

Consegui desviar a atenção dos carros atrás de mim,


principalmente porque os carros de apoio fecharam os
outros, me permitindo sair em alta velocidade. Cheguei
primeiro porque London mudou a rota para uma mais longa,
com a intenção de protegê-las.

— Você foi muito bem. — Murmurei, beijando seus cabelos e


ela só assentiu sem me dizer absolutamente nada.

Dominic apareceu, fazendo um sinal de que precisávamos


conversar.

Felícia se aproximou e a abraçou, Claytlin foi com ela de boa


vontade. Iria procurar uma bebida gelada e de preferência
que contenha álcool quando Sienna desceu as escadas
apressada, com o celular no ouvido e eu sabia que viria
mais merda por aí.

Nos aproximamos quando ela colocou no alto-falante,


olhando assustada do marido até a mim e eu travei ao ouvir
a voz feminina mencionando o nome de Claytlin.

— Estou em todos os lugares. A morte da minha irmã vai ser


vingada, você vai sentir o mesmo que eu estou sentindo
quando eu arrancar tudo de você. Começando pela
protegida da máfia... Estou chegando para buscar a doce
Claytlin.

A ligação caiu e eu enxerguei vermelho

London avançou para mim ao mesmo tempo que Jaxon, eles


me impediram de arrancar o celular das mãos de Sienna
para tentar retornar à ligação. O caos generalizado ocupou
o cômodo, vozes baixas espalhadas por todos os lados.

— Respira, é isso que ela quer. Se fosse fácil chegar até a


Claytlin, ela a teria levado hoje — London rosnou segurando
meu rosto com força, tentando chamar minha atenção.
Eu nunca fui conhecido pela minha racionalidade. Passei a
vida inteira fazendo merda atrás de merda, literalmente
matando na porrada. Eu não precisava de uma arma, mas
eu sabia que não conseguiria resolver essa situação no
soco.

— Ninguém vai tocar na minha mulher, entendeu? Eu vou


explodir essa cidade inteira antes que ela se machuque. —
Rosnei, o empurrando.

Claytlin saiu do aperto nervoso da Felícia e veio para mim


tão rápido. Abracei seu corpo pequeno, sorvendo o cheiro
bom do seu cabelo. Meus demônios não se acalmaram, eles
se agitaram em pura fúria. Ela já havia sido machucada de
muitas maneiras, se eles pensavam que eu ficaria
esperando alguém chegar para machucá-la ainda mais,
estavam fodidamente enganados.

— Precisamos tirar as crianças da cidade. — Dominic


soprou.

Felícia e Sienna se agitaram automaticamente. Ela falou


algo no ouvido do marido que o fez paralisar por alguns
segundos. Se olharam de um modo cúmplice, o que me
deixou ainda mais apreensivo. — Vamos iniciar o processo
de evacuação.

— Para onde? — Questionei.

— Escritório, os três.

Beijei a testa da minha mulher, seu corpo estava tremendo


e assustada. Mesmo com todo o treinamento, violência, o
jeito como ela ficou mais esperta e forte, ainda é fodido ter
sua cabeça na mira de uma psicopata desgraçada que vou
fazer questão de matar com as minhas próprias mãos.
Segui atrás do London rumo ao escritório. Dominic entrou
primeiro, abrindo o caminho para nós e o ódio emanava do
ar. Não tremi quando ele espatifou uma garrafa de uísque
na parede, batendo tão forte na mesa que os papeis voaram
pelo ambiente.

Cruzei os braços, deixando que ele extravasasse a raiva.

Hoje sua filha quase foi levada. Hoje minha mulher quase foi
levada.

Eu compartilhava do mesmo sentimento e eu queria


sangue.

Ele se afastou da confusão de vidro, bebida e papeis, abriu


um dos armários retirando bagagens de mão. Sabia o que
aquilo significava, era a porra do plano B entrando em ação.
O fodido plano B que nenhum de nós gostava de encarar.

— Vamos aumentar a segurança — Dominic rosnou,


apontando para mim e me direcionando uma das bagagens.
— Mas chegou a hora da Claytlin entender o que significa
fazer parte da família.

Assenti, pegando a bolsa.

— O que Christopher disse sobre as placas de quem estava


nos seguindo? — Perguntei.

— Clonadas.

— A informação veio da escola. Só pode ter vindo da escola.

Mudamos o horário, rotas, seguranças... — London


murmurou, abrindo um dos mapas da rota que ele fez,
apontou a direção que os carros vieram inicialmente, de
acordo com as câmeras públicas.
— Foi aquele merdinha...

— Quem? — Jaxon perguntou com frieza.

— Victor. Ele estava ao telefone, só pode ter sido ele...

— Tem certeza? — Dominic perguntou.

— Eu sei o que eu vi e não é o mesmo idiota a quem


ameacei jogar de um penhasco. Eu quero a cabeça dele.
Vocês me pediram para ser um bom menino e eu cansei
dessa porra.

Jaxon colocou a mão no meu ombro e eu sabia que ele


queria me acalmar.

— Estamos todos no mesmo barco. Nós sabemos o que está


passando, Felícia e Sienna também já estiveram em perigo.
Isso é pessoal para todos nós, respire e se concentre.
London vai cuidar do Victor e você vai esclarecer algumas
coisas para a Claytlin. Mais tarde iremos até o galpão e se o
merdinha tiver alguma coisa a ver com isso, você pode
fazer o que quiser com ele.

— Ah, você pode ter certeza de que eu vou fazer o que


quero e eu vou adorar cada segundo.

Jaxon, London e Dominic ficaram em absoluto silêncio


enquanto eu saía do escritório com a mala, determinado a
exterminar qualquer um que fosse uma ameaça para
Claytlin.

Capítulo 33

CLAYTLIN MORGAN
Jason encheu a banheira, a água estava quentinha do jeito
que eu amava. O cheiro do meu novo sais de banho me
deixou parcialmente relaxada. Eu não me movi, parecia uma
boneca que ele manuseava com carinho e atenção.

Ergui meus braços, recebendo um beijo no nariz quando ele


puxou minha camisa e desabotoou o botão da minha calça
jeans, empurrando pelos meus quadris. Recebi uma
encarada intensa quando brincou com a borda da minha
calcinha branca de algodão.

Não havia nada demais nela, era uma peça confortável para
o dia a dia, ainda assim, ele me achava sexy em qualquer
peça.

Seu olhar intenso acendeu uma chama dentro de mim,


confortando o sentimento desolador que senti na última
meia hora.

— Você é perfeita, bebê. Quero que relaxe, vou cuidar muito


bem de você. — A promessa foi selada com um beijo
quando ele me ergueu com facilidade, me colando sob o
balcão de mármore da pia do banheiro.

Tive quase um dejávù, a primeira vez que ele me tocou


intimamente foi sob uma pia, na Storm. Eu adorei cada
segundo de tudo que ele fez comigo.

— Lembranças, princesa?

— Sim.

— São boas? — Sussurrou e beijou minha mão, seguida da


outra.

Ergui meus quadris apoiando os pés na pia e ele puxou


minha calcinha para fora.
— Deliciosas... — Respondi calmamente, mesmo que dentro
do meu peito meu coração retumbasse como um tambor.

— Tem noção do quanto você é importante para mim?

A seriedade em que ele me olhou, o jeito intenso que


segurou minhas panturrilhas e me encarou sem piscar. Suas
pupilas dilatadas, o azul dos seus olhos estava escurecido.

— Eu te amo, Jason. — Murmurei.

Ele me puxou pela nuca, beijando minha boca com fome. Eu


pude ver através da sua selvageria uma fragilidade que ele
escondia muito bem. Jason foi intenso ao controlar minha
atenção, exigindo que desse tudo o que eu tinha para ele.

Gemi dentro dos seus lábios, seu toque colando cada


pedaço partido dentro de mim e me deixando queimando.

Segurei sua nuca, fincando meus dedos na sua pele e ele


puxou fortemente meu cabelo, me dominando de um jeito
que não fazia sempre. Os olhos queimando, o medo
pairando sobre eles.

Jason me empurrou contra a pia, abrindo minhas pernas


bruscamente e não disse absolutamente nada quando me
chupou com os olhos vidrados nos meus. Eu gritei sentindo
o jeito que seus dentes rasparam no meu clitóris, ele
mordiscou suavemente, me fazendo apertar os dedos nos
seus ombros e quando começou a chupar sem parar me
levou a um ponto de excitação que eu desconhecia.

Suas mãos seguravam minhas coxas, puxando minha


boceta na sua direção enquanto mergulhava sua língua na
minha entrada, me penetrando tão gostoso em um gesto
sensual e extremamente pornográfico.
Jason não foi piedoso nem mesmo quando eu gritei que iria
gozar, sentindo minhas pernas tremerem e um frio na
barriga dominar meu estômago. Arfei pesado, gemendo seu
nome e ele não parou de me chupar, me lambendo e
sugando inteira.

— Preciso de você — rosnou ao se erguer parcialmente e


morder minha virilha com força.

Soltei um gritinho, aturdida e com o corpo vibrando com o


orgasmo.

— Jesus! — Gritei, delirando quando seu pau brincou na


minha entrada.

Meu homem extremamente ensandecido me puxou na sua


direção, beijando sua boca e me deixando experimentar
meu gosto na ponta da sua língua no mesmo momento em
que me penetrou. O

abracei, enrolando minhas pernas na sua cintura e Jason


enfiou dentro de mim, socando com força e me fazendo
sacolejar sob a pia gelada.

Não foi doce, ele parecia querer provar algum ponto e eu


podia ver o sofrimento no fundo dos seus olhos. Estávamos
tão apaixonados um pelo outro e doía extremamente pensar
que poderíamos perder a nossa conexão.

— Você é minha! — Rosnou, segurando meu cabelo com


firmeza e me olhando seriamente. Estocou dentro de mim
em um ritmo torturante, mostrando que quem mandava era
ele. — Fala o que eu quero ouvir.

— Eu sou sua — disse.


Ele rosnou, fodendo mais forte e segurando meu cabelo
com a mesma força.

— De novo — mandou.

— Eu sou sua! — Gemi, ele fechou os olhos, absorvendo


minhas palavras e quando abriu, suas pupilas estavam
completamente dilatadas e seus olhos negros.

Aproximando seu rosto do meu, Jason se enterrou dentro de


mim, parando de se mover e eu podia sentir sua respiração
quente batendo contra meus lábios.

— Eu vou matar o filho da puta do seu ex. — Meu corpo


tremeu, o jeito como ele estava... Não foi medo que senti,
era quase uma resignação. — E eu não quero ouvir porra
nenhuma sobre isso, entendeu? Não quero que tente me
convencer do contrário, está me entendendo?

Assenti, engolindo seco.

— Quero ouvir a sua boca falando, Claytlin.

— Eu entendi.

— E vai me obedecer por quê? — Questionou, movendo-se


minimamente e deslizando dentro de mim, me fazendo arfar
pela sensação indescritível. — Responda, Claytlin!

— Porque eu sou sua.

— Isso. Minha mulher. Sua lealdade é para mim, a sua


bondade é minha. Todos os seus anseios são meus para que
eu faça o que quiser. Porque você é minha!

Um arrepiou se apossou do meu corpo, não pude responder


porque Jason voltou a me beijar furiosamente, investindo
contra mim.

Abracei seu corpo, me entregando completamente ao


prazer.

Esquecendo os últimos acontecimentos, adorando a


sensação de pertencer ao homem obcecado que tinha de
mim tudo que ele quisesse, porque, de fato, eu sou
inteiramente dele. Não há escolhas porque o meu coração
está completamente tomado.

Eu gozei quando senti seus jatos quentes preenchendo


minha boceta, me enchendo completamente e me
afundando em uma onda intensa de prazer.

Deitei-me sob seu ombro, sentindo meu coração muito


acelerado e a respiração de Jason alterada. Ele me apertou
forte contra seu corpo, sem me soltar e eu sentia que
poderia despedaçar caso ele se afastasse.

Nós tomamos um longo banho de banheira e mais profundo


silêncio, uma parte nossa lutando com a outra. Luz e
escuridão. Paz e caos.

Enrolada em um roupão, vi o modo como ele andava pelo


quarto meio impaciente, respondendo mensagens no celular
e então se voltou a mim, nitidamente preocupado.

Trouxe uma mala preta com ele, que veio da casa de Sienna
e Dominic.

— Senta comigo, amor — obedeci, segurando sua mão e


nos sentamos na cama. Jason abriu a mala, virando o
conteúdo na cama e eu arfei com a quantidade de dinheiro
que caiu junto com outras coisas.
Acompanhei atenta, assustada e sem fala quando ele
organizou alguns montantes enrolados em elástico. Me
perguntei de quantos milhares de dólares se tratava, mas
meu foco desviou para os documentos na mão dele. Ele
soltou uma risada morta, apertando os olhos com força e
depois me encarou.

— Catheryn Ann Brooks. — Murmurou, empurrando um


passaporte na minha direção.

Engoli em seco olhando minha foto no documento falso. Eu


estava diferente, com o cabelo ainda castanho com alguns
fios loiros, um meio sorriso inocente e sem nenhuma
maquiagem. Era a foto do meu passaporte original.

— O que é isso? — Minha voz saiu morta de emoção.

Olhei em seus olhos e ele forçou um sorriso, segurando


minha mão.

— Isso é o seu futuro.

— Cadê seus documentos? — Não sei por que perguntei


isso.

Lágrimas inundaram meus olhos e eu soltei o passaporte,


pulando em cima dele. Jason me apertou com força, não
disse absolutamente nada e eu me deixei chorar com a
horrível sensação de que ele estava se afastando.

— Shhh, calma, princesa.

— Não vou para nenhum lugar sem você. — Falei


determinada.

Ele me segurou com firmeza, me afastando e me lançando


um olhar duro.
— Pareço estar te dando uma escolha?

— Jason...

— Responda?! — Rosnou. Fiquei calada, contraindo meus


ombros e ele suspirou, tentando se acalmar. — Isso é um
plano B.

Se tudo der errado, você vai entrar em um dos nossos


carros e vai seguir as coordenadas, do mesmo jeito que
Sienna e Felícia farão.

Eu não quero rebeldia, Claytlin. Me obedeça pelo menos


uma vez, não questione, não ache que sabe mais do que eu.
Só obedeça, por favor.

— Por que isso agora? — Sussurrei, me encolhendo no canto


da cama e olhando com mágoa.

Eu sabia que ele não queria me machucar, nem ser ríspido.

Parte de mim entendia e a outra achava inadmissível ir para


qualquer lugar sem ele.

— Porque o nosso mundo é assim e você precisa se adequar


para sobreviver — murmurou contragosto.

Se levantou, andou pelo quarto e entrou no closet. Fui atrás


porque achei que ele estava tentando fugir da conversa,
mas Jason apenas abria o cofre e tirava de lá uma arma e
munições.

Ele voltou para o quarto, guardando o dinheiro, o


passaporte e uma carteira de habilitação de volta na mala.
Me olhou calmamente quando guardou a arma e os
carregadores também. Se inclinou para o seu lado da cama,
abrindo a mesinha de cabeceira e tirando um aparelho
telefônico dela.

— Preciso que preste atenção em tudo que eu vou falar a


partir de agora. — A sensação ruim voltou com força total,
meus olhos inundaram de lágrimas e eu assenti. — Esse
telefone contém rotas de algumas propriedades seguras da
organização. Você irá escolher para qual ir, não pode contar
a ninguém, nem ao seu pai ou seus irmãos. Ninguém,
Claytlin.

— Eu entendi.

— Não sei se terá que fazer isso sozinha ou com as outras. A


mala vai ficar em um lugar de fácil acesso, no closet. Vou
deixar um carro abastecido na garagem, com a chave no
porta-luvas. Faça uma mochila pequena com roupas que
sejam fáceis de colocar e

confortáveis, separe tênis confortável também. Você precisa


estar pronta se precisar correr e se esconder.

— Jason...

— Não fique com medo. — Ele disse, se aproximando e me


puxando. Beijou meus cabelos e me abraçou apertado,
dissipando metade do sentimento de angústia. — Vou fazer
de tudo para não chegarmos nesse ponto, mas precisa me
prometer que fará isso se chegar.

— Você vai me encontrar?

— Em qualquer lugar do planeta, princesa. Eu prometo, mas


preciso da sua promessa de que vai colocar sua vida acima
da minha. Que vai me obedecer e ir embora sem olhar para
trás. Pode me prometer isso?
— Eu prometo.

— Boa menina. Agora vem. Você precisa dormir um pouco,


foi um dia muito fodido.

Eu obedeci, absolutamente angustiada, tentando acreditar


que tudo ficaria bem. Mesmo que todas as circunstâncias
dissessem que não.

Capítulo 34

JASON ROUX

Meu telefone tocou no meio da madrugada, Claytlin estava


deitada no meu ombro e dormindo pesado. Puxei o braço
com calma, amparando sua cabeça no travesseiro e a
coloquei deitada.

Me levantei, atendendo e a voz de London era sombria.

— Estamos na casa do Walker. Venha até aqui.

Desliguei, olhei minha mulher dormindo, enquanto entrava


na calça jeans. Enviei uma mensagem para o seu celular
avisando que precisei sair, deixei o quarto com a camisa e o
tênis em mãos para não a acordar.

Desci às pressas, vestindo a camisa e calçando os tênis pelo


caminho.

Murdoch viu a movimentação, levantou-se, mas com um


aceno voltou a se deitar.

— Fica aí. Cuida da sua mãe, garoto. — Ele deitou a cabeça


sob as patas, bocejando e eu quase podia rir se minha
cabeça não tivesse cheia de merda.
Entrei no meu carro, acelerando para longe. Chequei meu
celular e Jaxon havia me enviado algumas mensagens com
o passo a passo do que eles estavam fazendo.

Em menos de vinte minutos estava estacionando em frente


à casa de Victor Walker.

London estava na calçada e eu prendi a respiração pela


quantidade de viaturas policiais e ambulâncias. O corpo de
bombeiros estava tentando conter um incêndio no fundos
da casa.

Enfiei a mão nos bolsos quando uma maca atrás da outra foi
saindo da casa, com provavelmente corpos dentro de sacos
pretos.

Revezei um olhar com London, recostado ao meu carro. Ele


conversava com um policial e eu esperei pelos próximos
minutos, até que viesse até a mim.

— Foi você? — Perguntei baixo, parcialmente contido e com


ódio.

— Não. — Sussurrou de volta, olhando ao redor com a sua


habitual desconfiança. — Estão todos mortos. Até o gato de
estimação.

— Que porra... — Grunhi, me sentindo perdendo o controle.

— Como eles sempre estão um passo à frente?

— Não estão. O vizinho viu uma movimentação estranha e


tirou foto do carro, por ter achado bonito e raro de se ver na
região.

London abriu a imagem de um conversível prateado parado


em frente à casa de Victor. Dava para ver metade da placa.
— Christopher está com a imagem?

— Sim. Já triangulou possíveis placas, mas nesse momento


está trabalhando nas câmeras de segurança. Acontece que
as câmeras do quarteirão foram desativadas durante duas
horas.

— Porra, as câmeras do município?

— Sim. — London grunhiu.

— Tem gente grande envolvida nisso de novo. — Rosnei,


olhando para a movimentação dos policiais. — A questão
é... Victor foi uma marionete nesse jogo ou o envolvimento
dele com a Claytlin foi com segundas intenções todo esse
tempo?

— É o que vamos descobrir.

— O que pode dizer sobre a cena do crime? — Apontei para


dentro. London seguiu em direção a casa, onde alguns
peritos fotografavam.

— Limpo. Apenas Victor tem uma entrada de bala, os outros


não apresentaram perfurações ou lesões, de acordo com a
primeira análise feita pelo médico legista.

— Outro limpador profissional?

— Porra, acho que sim.

— Juana e Benji estão sendo financiados pela máfia italiana


e o cartel mexicano, eles têm recursos ilimitados. Dominic
conseguiu contato com o irmão do Benji?

— Conseguiu. — London respondeu. — O homem não quer


se envolver em como isso vai ser feito, mas garantiu que
não haverá uma retaliação grave caso o irmão dele seja
morto em solo americano.

— Retaliação grave?

— Algo precisa acontecer, você sabe. O sistema tem que


fazer a roda girar.

— Não gosto disso... Se a consequência disso for um dos


nossos mortos, então vamos foder com todos os italianos,
também.

Ele me lançou um olhar de repreensão e revirei os olhos.

— Primeiro o cartel, deixa os italianos com o Dominic. Não


podemos estar em duas guerras ao mesmo tempo. Vamos
embora, estamos sendo aguardados em uma das fábricas,
deu merda com um carregamento de coca.

Assenti.

Ele voltou para falar com um dos policiais e eu entrei no


meu carro.

Claytlin acordou e não me encontrou na cama e estava me


enchendo de mensagens, respondi uma delas para que ela
ficasse tranquila. Prometi ligar assim que parasse em algum
lugar e saí com o carro quando London entrou no dele.

Pisquei o farol, olhando para o policial com quem ele


conversava e o homem assentiu. O distrito de Nova Iorque
estava na nossa folha de pagamento para fazerem vista
grossa dos nossos negócios, assim como nos colocar a par
de situações que pudessem ser do nosso interesse, como
essa.
Disparei pela rua escura, com a cabeça cheia de teorias
sobre que tipo de merda estaria nos assolando.

Um barulho de buzina soou atrás de mim, London piscou o


alerta quando comecei a descer uma viela íngreme, para
atravessar a cidade e ir até uma das nossas fábricas. Tentei
frear, o carro não obedeceu ao primeiro comando e eu
tentei de novo.

London continuou buzinando, sem parar e um barulho de


algo apitando dentro do carro me acelerou. Olhei o painel
digital com os comandos falhando, não pensei em porra
nenhuma quando abri a porta e pulei do carro.

Rolei pelo asfalto, escutando o pneu derrapando no chão


enquanto meu carro descia em alta velocidade. Um barulho
intenso de explosão acompanhado de uma enorme bola de
fogo ecoou pela rua no mesmo tempo em que London me
gritava.

Me apoiei nos cotovelos, sentindo meu braço doendo pra


caralho.

Porra, que merda foi isso?

— Caralho! Levante, vamos! — London me arrastou. Gemi


com a uma dor intensa no ombro. — Deslocou.

— O que acabou de acontecer, merda?

— Estava vazando gasolina pra caralho!

Ele me enfiou no banco carona, assumindo o volante com


rapidez e dando à volta tão rápido quanto.

Tirei o celular do bolso, discando o número de Jaxon.


— O que foi? — Sua voz soou atordoada, rouca e London
pisou fundo no acelerador.

— Meu carro explodiu! — Falei, olhando pelo retrovisor. — A


Claytlin está sozinha, vai buscá-la! Acho que alguém entrou
na minha garagem!

— O quê? Porra, impossível!

— Nada mais é impossível nessa porra. Estou a caminho,


fodi meu ombro. Vá pegá-la, não a deixe sozinha.

Desligamos.

London estava fazendo seu próprio telefonema e quando


desligou, disse que Terrier iria resolver a questão do meu
carro.

Capítulo 35

JASON ROUX

— Você precisa sair um pouco de cena para que possamos


achar os filhos da puta. Desse jeito você vai acabar morto!
— Jaxon gritou outra vez, continuei ignorando enquanto
Sienna cuidava do meu ombro.

Ela colocou no lugar, doeu pra caralho, mas eu já estava


acostumado com a dor. Aguentei a porra toda calado, até
quando ela começou a imobilizar e London precisou me
segurar porque estava doendo onde a blusa rasgou e estava
ralado.

Claytlin estava de braços cruzados, me encarando do canto


da sala e o jeito como o rosto dela estava coberto de
preocupação me deixou ainda mais puto com o meu irmão.
— Temos uma placa. Christopher ainda não achou?

— Você ouviu o que eu disse? — Jaxon voltou a falar, me


ignorando. Olhei bem em seus olhos e me levantei quando
Sienna perdeu a atadura com uma fita apropriada para
curativos.

— Ouvi perfeitamente, mas eu não vou embora. — Falei tão


baixo. Meu irmão sustentou o olhar, os ombros em
defensiva e se aproximou. Era uma idiotice estarmos
brigando, perdendo tempo ao invés de descobrir como
sabotaram meu carro. — Eu não sou criança. Você iria
embora se estivessem tentando matar sua mulher?

Ele engoliu a própria resposta porque todos já sabíamos


qual era.

— Ele tem razão, todas as vezes que nos separamos fomos


atacados nos nossos pontos fracos. Vamos ficar juntos e
resolver isso de uma vez — London interveio, me
empurrando para longe de Jaxon. — O inimigo aqui é outro.

— Octor e Erza analisaram o sistema de segurança. Está


tudo perfeito. — Dominic ralhou ao se aproximar de nós, ele
estava

no escritório verificando as câmeras do condomínio com


seus amigos. — Exceto pelo vizinho. Ele é filho do juiz
Langston, sabiam?

— Langston? Albert Langston? O responsável pela queda do


voo 785[18], para a Turquia? — London perguntou.

Puxei na memória a história que eles estavam falando, eu


ainda era criança quando a queda do voo 785 ocorreu,
deixando o país inteiro em repleta comoção.
— O próprio. Você sabe a história? Dentro do voo estaria
Hernando Guillén, o maior narcotraficante da América
Latina. Ele veio ao país para fazer negócios com o meu pai,
naquele dia.

— Puta que pariu — grunhi, me sentando e tentando


entender qual era a relação de tudo aquilo conosco.

— Acontece que Hernando trouxe seus dois filhos mais


velhos. Meu pai pediu que Jaxon, Damien[19] e eu
recepcionasse seus convidados. Fizemos uma festinha
particular nos Hampton.

Muitos convidados, entre eles Valeria Langston.

— Quem é Valeria Langston, Dominic? — Sienna perguntou


e eu acenei para Claytlin.

Minha mulher veio para perto, estendi a mão e a puxei para


meu colo. Beijei sua boca levemente, sussurrando que eu
estava bem. Ela mal tinha me tocado desde que cheguei e
Sienna veio me atender, o pavor estava impregnado nos
seus olhos.

— Valeria era a filha mais velha do juiz. Naquele dia... Eu


estava chapado demais para saber ao certo, mas acredito
que os irmãos Guillén tenham disputado Valeria. Eu só sei
que a garota acabou morta, boiando na piscina da casa.

— Que merda! — London falou, passando a mão pelos


cabelos e me dando um olhar nervoso. — Como nada disso
estava na ficha do nosso vizinho?

— Ele era pequeno quando tudo isso aconteceu e foi


adotado quando o pai foi preso. — Dominic rosnou. — A
justiça deu um jeito
de ocultar os registros dele. Octor descobriu acessando o
arquivo manual, deu um trabalho da porra, por isso a
demora.

— Mas o que isso tem a ver conosco? — Claytlin murmurou


a pergunta, olhando para Dominic.

— Tem a ver que o juiz Langston era um velho conhecido do


meu pai. Ele veio até nossa casa pela manhã, depois que
sua filha foi enviada para o necrotério e ele perguntou o que
tinha acontecido.

Meu pai achou melhor dizer a verdade, a parceria de


negócios com Hernando não deu certo e não queríamos um
juiz na nossa cola. Só não imaginávamos que o voo 785,
com os filhos de Hernando e o próprio dentro dele, fosse
explodir em pleno ar.

— Ele matou centenas de pessoas para vingar a filha? —

Sua pergunta era quase chocada. Claytlin apertou seus


dedos no meu, encolhendo no meu colo. — O filho dele é
nosso vizinho por coincidência ou por vingança?

— Você ainda acredita em acaso, pequena Claytlin? — Jaxon


perguntou.

— E agora?

— Agora, vamos ter uma conversinha com o nosso vizinho.

Vamos saber exatamente o que ele sabe. As vantagens


sobre nós se acabaram. — Falei, estalando o pescoço e
dando um olhar psicopata para Dominic.

— Ele está no meu porão, não é? — Sienna murmurou.


Levantei-me com Claytlin no meu colo, colando-a sentada
no meu lugar e beijando sua boca.

— Vão dormir. Não se preocupem com nada.

Sienna resmungou algo com o marido, Claytlin me segurou


pelo braço quando tentei me afastar. Ela só me olhou, não
falou nada e se inclinou para me beijar de novo.

— Vai se deitar. Anda. — Mandei.

— Vamos, Jason — London chamou, saindo da sala.

Eu só fui atrás quando elas subiram para o segundo andar.

Quando entrei no porão, Dominic estava fazendo as coisas


do modo antigo. Não havia nenhuma ferramenta de tortura
e não era um dos nossos lugares habituais. O homem
sentado em uma cadeira, também não era o tipo de pessoa
nascida no nosso mundo e resistência a crueldades que
vivemos.

Ele é só um covarde de merda que começou a chorar no


terceiro soco.

— Jason, pega a porra da corda! — Dominic gritou e eu sorri.

Eu sabia qual joguinho ele queria fazer, porque já tínhamos


feito dezenas de vezes juntos.

Jaxon costumava nos chamar de psicopatas porque quando


saíamos para caçar juntos, sempre voltávamos banhados de
sangue enquanto meu irmão era mais engomadinho e
London preferia brincar com seus insetos venenosos,
evitando se sujar.
Peguei uma corda pendurada na parede, era para
jardinagem e provavelmente um dos itens de Sienna. Ela
ficaria irritada porque seu porão ficaria inabitável por um
tempo.

— Não se preocupe, não vamos te enforcar... — Sorri em sua


direção, entregando a corda para Dominic.

O homem arregalou os olhos, fiquei observando de longe


enquanto ele amarrava no punho, dando nós precisos e o
restante amarrou apertado ao redor do pescoço, deixando o
braço esticado para que eu fizesse o restante.

— Assume. — Grunhiu e assenti.

Me aproximei, me inclinei olhando na cara do homem que


eu havia cumprimentado dezenas de vezes. O filho dele
brincava com a Kaya, a esposa dele era amiga da Claytlin,
mas o fodido era um mentiroso de merda.

O jeito que eu mexi meu pescoço incomodou meu ombro,


mas eu não me importei porque chutei fortemente o braço
do filho da puta, a pressão no pescoço na direção contrária
fez o que esperava exatamente que acontecesse. O barulho
do osso se

partindo e formando uma fratura exposta fez um grito


estridente soar pela garganta do nosso vizinho.

— Eu vou trazer a sua mulher o seu filho, você quer?! —

Berrei, puxando seu cabelo e levantando o rosto dele em


direção ao meu. Ele negou, entre lágrimas e um choro
contido de dor. — Então fala, porra.

— Eu fui procurado por... Um homem italiano — um


murmúrio baixo soou pela sua garganta e me afastei, pronto
para ouvir. —

Depois que meu pai se suicidou na cadeia e deixou uma


carta me contando o que aconteceu com a minha irmã. O
italiano apareceu depois disso.

— Seu pai é um terrorista, você não está aqui para se


vingar, não é? Você não seria tão burro assim. — Jaxon
grunhiu, se aproximando e se agachou, ameaçando puxar o
braço partido.

— Sei que a máfia matou o meu pai na cadeia. Assim como


matou a minha irmã.

— A sua irmã cheirava mais coca que o Pablo Escobar tinha


para vender, porra. Não sei por que caralhos pensa que
perderíamos um segundo para matar o merda do seu pai na
cadeia.

— Dominic falou. — O que o italiano queria?

— Informações de quando vocês saíam ou entravam. Só


isso.

— É mentira! — Falei, segurando pelo colarinho. — Eu não


estou brincando quando falei que vou trazer sua mulher.
Tentaram sequestrar a minha. Não me preocupo com
regras, seu fodido.

Então abre a porra da boca e fala.

O terror nos olhos dele se amplificou. Ele revezou um olhar


tenso com Dominic, que deixou claro que o mataria
cruelmente quando ele falasse tudo que queríamos saber.

— Também fiz contato com o ex-namorado da Claytlin. Eu o


conheci em uma das suas vindas aqui, o italiano pensou que
ele seria útil porque a queria de volta e estava disposto a
tudo para tirar você do caminho.

Apertei os punhos, olhando para London que só fez um sinal


negativo e me afastei. Respirei fundo numa tentativa louca
de me acalmar.

— Como que Benji chegou até você? — Perguntei


calmamente.

— Foi há quase quatro anos... Quando meu pai morreu. Ele


me trouxe a notícia, a carta e uma missão.

— Um peão... De baixo do meu nariz. — Dominic apertou a


têmpora e eu vi o exato momento que ele perdeu o
controle. —

Onde posso achá-lo?

O rosnado ecoou pelas paredes grossas, eu me afastei


porque queria que ele matasse o filho da puta ou eu mesmo
faria.

— Onde? — Gritou outra vez, perdendo o controle e eu tirei


o canivete do meu bolso. Finquei na perna dele, rasgando e
o sangue esguichou.

— Pelo celular! — Rosnou.

London apontou o aparelho, levei até ele e desbloqueei com


a digital. Abri as mensagens, vendo que as últimas haviam
sido trocadas essa manhã.

“Tenho informações urgentes.” Enviei, de acordo com a


última que ele havia mandado no compilado de conversas.
“Preciso te encontrar pessoalmente”.
Bloqueei o aparelho, acenando para Dominic que apertou o
pescoço do filho da puta.

Entreguei o canivete e deixei que ele brincasse. O celular


vibrou, li o endereço com a mente fervilhando e mostrei ao
London.

— Nós o temos. Vamos sair agora! — Jaxon gritou.

Ouvi um estalo, então o pescoço do nosso vizinho estava


virado na direção oposta à nossa. Dominic soltou e ele
desabou, morto.

— Vamos terminar essa porra.

Capítulo 36

CLAYTLIN MORGAN

O dia estava amanhecendo quando entrei rapidamente pelo


portão principal da casa de Jason, empurrando a porta com
pressa e chamando a atenção do Murdoch. Ele veio
correndo, visivelmente preocupado e correu atrás de mim.

— Você vai ficar uns dias fora, bebezão. — Sussurrei para


ele, acariciando suas orelhas.

Entrei no closet puxando a mala preta que Jason me deu,


além de uma das minhas mochilas mais resistentes. Abri a
gaveta de calcinha, pegando uma quantidade grande dos
itens que eu precisaria, enfiando dentro da mochila. Puxei
duas calças pretas, camisetas e uma jaqueta de couro.
Fechei a porta e estanquei diante da penteadeira.

Olhei os pacotes de absorvente dentro do cestinho, estavam


fechados. Apertei meus olhos, puxando na minha memória
o último da minha menstruação. Contei nos dedos, tentando
me lembrar e quando errei a conta pela segunda vez,
minhas mãos tremeram e eu me sentei na cama, assustada.

Barulhos de passos me alertaram e antes que conseguisse


pegar a arma na bolsa preta, ouvi a voz de Felícia avisando
que era ela.

— O que está fazendo sentada? Vamos, não pode ficar aqui


sozinha! — Ela também estava assustada.

Enfiei o pacote de absorvente na minha bolsa, algo na


minha atitude a alertou e eu ignorei. Coloquei meu leitor
digital, notebook e os carregadores dentro da mochila.

— Claytlin, vai ficar tudo bem. Eles vão resolver.

— Você não sabe. — Murmurei quase de um modo frio, ela


me olhou condescendente e me ajudou com as coisas. —
Vem, Murdoch.

Na saída, olhamos para os dois lados.

Um dos meus seguranças estavam nos esperando e trancou


a casa. entreguei a guia do Murdoch.

— Para o carro. Vem, garoto. — Abri a porta traseira e o


ajudei a subir. Ele abanou o rabo, esperançoso de que
iriamos passear. — Vou te buscar logo, eu prometo.

Quando fechei a porta fui preenchida por uma sensação de


que jamais o veria e aquilo doeu.

— Vem, vamos. Você vai vê-los de novo.

Só assenti, incapaz de falar qualquer coisa.

Entramos na casa da Sienna, as portas foram trancadas


porque estávamos em quarentenas. Janelas lacradas e o
quarto do pânico preparado se precisássemos.

Guardei minhas coisas junto a delas, nosso pacote de


emergência.

Sentei-me no sofá, o dia mal tinha amanhecido e eu estava


exausta. Dormi pouco e acordei quando Jason saiu. Desde
que Jaxon apareceu para me buscar, avisando que meu
namorado havia se ferido, eu não tinha tido mais nenhum
minuto de paz.

— Agora eu entendo. — Falei, me encolhendo no sofá.

Sienna me encarou com a mão na barriga, estava


apreensiva e acariciando o seu bebê. Automaticamente
levei a mão na minha, me perguntando por que diabos
minha menstruação não havia descido na pausa do
anticoncepcional. Eu estava no nono dia e a tensão me fez
esquecer de iniciar a cartela nova.

Não podia estar grávida.

O meu mundo era muito louco para trazer um bebê para


tanto caos.

— O quê? — Sienna me perguntou.

— O medo de que você sentiu todas as vezes que ele saiu e


demorou a voltar. Como você conseguiu suportar?

— Fé. Um tanto distorcida, porque acho que se deus existe


ele não deve ir muito com a nossa cara, não?

— Com a minha, eu sei que não vai. — Ela sorriu.

Felícia voltou com Aaron dormindo, se sentou ao meu lado e


afagou meu ombro.
— Agora só falta o London arrumar uma namorada e
ficarmos as quatro surtando de raiva por causa deles, não?

— Eu pretendo surtar menos. — Sienna voltou a falar, nos


olhando fixamente. — Dominic queria outro bebê e fizemos
um acordo: quando esse bebê viesse, ele daria um tempo.
Ficaria nas sombras, dando mais poder ao Jason e London.
Jaxon já está no comando de muitas coisas e Dominic pode
ficar nos bastidores, agindo em casos importantes.

— Ele concordou? — Perguntei, sorrindo e ficando


parcialmente feliz por ela.

— Sim...

— Isso é ótimo, Sienna. Fico tão feliz por você, merece paz
para viver sua gravidez plenamente. Assim como eu vivi a
minha.

Eu mergulhei mais no sofá, ficando pensativa. Se eu


estivesse grávida, não haveria paz para mim se Jason não
conseguisse nos livrar de quem queria me matar a qualquer
custo.

Por coisas que não tenho a menor responsabilidade. Eu era


só um efeito colateral em um jogo de poder que ia além de
mim.

O celular de Sienna tocou, ela sorriu e falou que era


Alejandro, o irmão dela. Mas quando atendeu seu sorriso se
dissipou, ficando de pé, vi o horror em seus olhos enquanto
o mandava seguir as ordens dos seguranças. Ao mesmo
tempo que está falando com irmão, recebe outra chamada
de um ID bloqueado, sabemos quem é e quando atende, a
voz estridente da tal Juana preenche a linha.

— Estou chegando, Claytlin. Você não pode correr.


Sienna desligou, jogando o celular no chão em puro pânico.

Meu celular começou a tocar ao mesmo tempo. O nome de


Jason no visor me trouxe um mal presságio. Quando atendi
e levei a orelha, ouvi tudo aquilo que nunca quis ouvir.

Entre tiros, gritos de socorro e barulho de explosões, Jason


disse:

— Vocês precisam ir, princesa. Agora.

Capítulo 37

JASON ROUX

O endereço nos leva ao Brooklyn, uma parte isolada que


está tomada pelos mexicanos. Nosso carro de apoio segue
fortemente armado, com nossos homens posicionados com
ordens de atirar para matar, exceto em Juana e Benji.

London está atrás de mim, falando sem parar que essa


porra parece fácil demais e eu concordo com ele.

Quando o tiroteio começa, não tem mais para onde ir.


Guerra é guerra e eu não fujo de uma.

Com um rifle de alta precisão atravessado pelo pescoço,


dou cobertura para London, avançando e atirando em
pontos estratégicos, lugares que eles não estavam vendo.

O dia prestes a amanhecer está contra nós, mas pouco nos


fodemos a medida que limpamos o maldito território da
presença dos mexicanos.

Conseguimos entrar em uma espécie de refinaria


abandonada. O cheiro de gasolina é muito forte e há alguns
focos de incêndio fora do local. Consigo ver o tiroteio pela
janela de vidros quebrada, London faz um sinal para que eu
veja os dois homens posicionados em uma passarela acima
de nós. Apontamos as armas ao mesmo tempo, faço uma
contagem e no zero, atiramos.

Um caí e o baque surdo no chão faz o crânio estourar. O


outro ficou preso em um dos braços de aço, seu sangue
escorrendo e molhando o chão escuro.

— Menos um — rosnei, apontando para a esquerda dele e


London atirou, colando às costas na minha.

— Parecem ratos saindo do bueiro, caralho! — Ele xingou,


indo mais a fundo e atirando.

Chutou uma porta que estrava trancada, me posicionei na


outra parede e quando abriu, nós dois entramos com a arma

empunhada. Estava muito escuro, escutamos um gemido e


London atirou para o alto.

— Que porra é essa? — Ele gritou quando alguém segurou a


mão dele.

Peguei meu celular, acendendo uma lanterna e havia uma


mulher no chão. Ela estava muito ferida, enquanto outra
sentada em uma cadeira no centro do que parecia ser a
porra de um banheiro minúsculo, estava amordaçada e com
lágrimas nos olhos.

— Caralho! Quem é você? — Perguntei, me aproximando e


puxando a mordaça da sua boca.

— Eles vão voltar! Me tirem daqui! Eles vão voltar! — Olhei


para London, ele estava visivelmente atordoado.

Barulhos de tiros sopraram alto do lado de fora.


— Eu vou ver o que é. — Entreguei meu celular a ele, com a
lanterna ligada e corri para fora.

Atirei, pegando mais munição no bolso do moletom que


estava vestindo. Carreguei a arma e atirei em um filho da
puta que estava entrando na refinaria.

— London, vamos! — Gritei, procurando a saída. Exceto às


duas mulheres, o lugar estava vazio.

Demorou pra caralho até que ele voltasse, quando parou ao


meu lado olhei para trás e não vi as mulheres. Ele me
entregou o celular, parecia focado e não perguntei o que ele
tinha feito.

Vi um sinal de Dominic do outro lado, nós demos alguns


passos para longe da refinaria e uma explosão imensa nos
arremessou alguns metros, bati contra alguns tambores de
ferro que estavam cheios de alguma coisa. O líquido
respingou em mim e o cheiro de gasolina cresceu.

— Porra! — Gritei sentindo meu ombro doendo pra caralho.

— London?

— Aqui! Não se levanta! — Ele gritou, os tiros eram mirados


na nossa direção. Me desesperei, fazendo sinal para ele não
vir.

— É gasolina! — O rosto de London se encheu de pavor.

Me levantei, contornando os tambores e corri na direção


dele.

Sua perna estava machucada e ele não conseguia se


levantar.
O filho da puta atirando em nossa direção acertou o tambor,
que explodiu. O calor do fogo nos atingiu, London tossiu
com a fumaça preta que levantou e eu aproveitei a nuvem
para me levantar e arrastar ele rapidamente.

— Vai embora daqui! — Meu amigo gritou.

Meu coração acelerou pra caralho enquanto eu pensava


numa saída, uma parte minha procurando uma saída para o
cerco que estavam nos empurrando.

Essa porra toda era o que é: uma maldita armadilha. Uma


ratoeira onde caímos cegamente.

— Nunca vou sair daqui sem você, imbecil. Cala a boca! —

Ralhei, colocando-o atrás de um carro que estava em


chamar.

Levantei o rifle, mirando, mas com a respiração acelerada e


o coração aos saltos não conseguia me concentrar para
atirar.

Procurei o atirador que estava no alto, tentando nos matar.

Controlei minha respiração, foi difícil para caralho inalar


calmamente e acalmar meu ritmo cardíaco, mas se eu não
fizesse isso, London iria morrer.

Posicionei a arma no ombro bom, deitei-me no chão e


procurei o maldito. Quando eu achei, respirei calmamente,
mirei e atirei. Ele caiu do terraço e eu mudei minha posição.

— Eu vou voltar. Quanta munição você tem?

— Está cheia — falou e eu assenti.


Corri, dando a volta e me acalmando para pegar o outro
atirador da outra ponta do terraço. O filho da puta caiu.

Terrier apareceu no meu campo de visão, mirando a arma


na minha direção e abaixou quando me reconheceu.

— Essa porra é uma armadilha! Cadê o London?

— Ele se machucou, está atrás do carro! — Gritei e ele foi


na direção.

Continuei atirando, derrubando os fodidos pelo caminho e


gritei quando meu ombro ferido foi atingido.

— Abaixa, porra! — Ouvi o grito de Jaxon, me abaixei e ele


descarregou uma 12 em cima do filho da puta que atirou em
mim.

Foi naqueles malditos segundos, abaixado, com meu irmão


me defendendo que eu entendi. O óbvio passando pela
minha cara.

A forma como estávamos sendo feito de idiotas, presos em


uma armadilha mortal, sem sinal de Benji ou Juana, que
provavelmente nem estavam aqui.

— Temos que ir, porra! — Gritei para Jaxon, tirando meu


celular do bolso e o empurrando na direção do London. —
Temos que ir para casa, agora!

— Como? — Levou alguns segundos para que ele


entendesse também.

Dominic surgiu, ele estava coberto de sangue e eu sabia


que não era o dele.

— Porra, estava demorando para você levar um tiro! —


Reclamou comigo, mas eu estava pouco me fodendo para o
meu ombro.

Abri o número de Claytlin na discagem rápida, torcendo


para que eu não estivesse atrasado.

— Vocês precisam ir, princesa. Agora!

Capítulo 38

CLAYTLIN MORGAN

Desliguei ao mesmo tempo que Felícia estava pálida,


falando com o Jaxon. Vi como Sienna ficou abalada com o
telefonema, tentando falar com Dominic e as duas pareciam
paralisadas, ambas com medo pelos seus filhos.

— Precisamos ir agora! — Falei mais alto, tirando-as do


torpor.

Felícia se moveu e eu corri escada acima, Sienna atrás de


mim, com o celular no ouvido gritando algo sobre Alejandro,
seu irmão, estar sendo atacado.

Calcei o tênis depressa, enfiando meu celular no bolso da


calça, entrando no meu moletom depressa. Coloquei minha
mochila nas costas, segurando a da Sienna e a minha mala.
Felícia apareceu na porta, pegando a mala dela e a da Kaya.

— Minhas coisas e do Aaron estão no carro.

— Está abastecido? — Perguntei, ela assentiu e ficou me


observando carregar a arma e colocar na cintura. — Vai
para o carro, prende o Aaron na cadeirinha. Estou descendo
depois de pegar a Kaya.
Passei a mochila da Sienna, ela parecia mais sã, colocando
o moletom da Kaya e eu peguei os tênis.

— Se nós formos seguidas, vocês vão sem mim... —

Murmurei baixinho, amarrando o cadarço da Kaya. Sienna


me olhou séria, mas não disse absolutamente nada.

Descemos tão depressa. Os seguranças não estavam do


lado de fora e eu me senti angustiada, perguntando o que
estava acontecendo.

Felícia estava no volante, Kaya e Sienna entraram atrás e eu


me sentei na frente. Tirei o celular que Jason me deu,
ligando o aparelho e jogando minhas coisas no chão.

— Vai pela saída dos fundos — falei. Ela assentiu, dirigindo


pelo caminho escuro com os faróis desligados.

O celular carregou. Não era um aparelho comum, não tinha


uma tela inicial, era como se fosse um aplicativo de mapa
em um celular. Visualizei os pontinhos amarelos e o
pontinho vermelho que se movia. Escolhi um que não era
nem perto, nem longe. O

aplicativo recalculou a rota e eu tremi quando falou há


quantos quilômetros de distância estávamos:

— Olá, Claytlin. Você chegará à casa segura em trinta e


cinco minutos.

— Puta que pariu, eles sabem gastar a porra do dinheiro. —

Felícia declarou e pediu desculpa automaticamente porque


Kaya riu baixinho no banco de trás. — Xingar ainda é feio. Te
devo vinte dólares, garota.
— Foram duas palavras feias, tia.

— Espertinha. Cinquenta e não se fala mais nisso. — O clima


suavizou parcialmente.

Aaron resmungou, mas Sienna arrumou a chupeta dele e o


garotinho voltou a dormir.

Olhei pelo retrovisor, vendo um carro de farol alto piscar em


nossa direção, cortando outro carro na pista.

Não passava das seis da manhã e o céu estava começando


a se iluminar. O tempo feio prometia um dia chuvoso e eu
percebi que estávamos sendo seguidas.

Felícia acelerou fundo, me mandando colocar o cinto.

— Atravessa a rotatória. — Falei baixo e ela fez.

— Claytlin, você desviou da rota segura. Selecione um novo


destino. — O aplicativo informou. Era uma voz feminina,
doce e calma, mas me enervou profundamente.

Selecionei uma propriedade que ficava na direção contrária


da que iríamos.

— Eles não vão sair da nossa cola, temos que mudar de


veículo. — Sienna murmurou e pediu a Kaya para se
abaixar. —

Tem um estacionamento subterrâneo de um supermercado


na segunda saída. Dominic guarda um dos carros reservas
nele.

Felícia acelerou, pisando fundo.

— Não temos tempo para discutir, vocês vão no carro novo.


Eu vou prosseguir com esse.

— O quê? Não! Claytlin, nem pense nisso! — Felícia rosnou.

— Você quer salvar o seu filho? — Não tive tempo de


adoçar.

Ela me olhou séria, nitidamente com raiva.

Só pude perceber o quanto havia mudado agora, antes eu


teria ficado apavorada em ficar sozinha. Mas, elas tinham
duas crianças, Sienna estava grávida... Eles iam continuar
nos seguindo se abandonássemos o carro. Não havia outra
solução.

— O Jason não quer que faça isso.

— O Jason não está aqui, nós estamos. — Falei para ela.

Sienna entendeu rapidamente que deveria ser assim. Ela


estava há mais tempo na família, sabia o que fazer para
manter a si mesma e a sua filha viva. No passado, nós duas
fizemos tudo para manter Kaya a salvo de uma guerra. Não
falharíamos agora.

Ela pegou Aaron, se preparando para descer às pressas.

— Filha, coloca a mochila e fica com a bolsa da mamãe. —

Sienna pediu, Kaya obedeceu em silêncio.

— Não faça nenhuma besteira, por favor. — Ouvi o sussurro


de Felícia. Ela era uma boa amiga, preocupada e carinhosa.
Uma irmã mais velha para o Jason e alguém que eu sempre
queria ter por perto.

Eu tremi porque o momento estava se aproximando.


— Me dá a mala da Felícia! — Sienna me passou e quando
ela desceu a rampa, abri a janela perto de reduzir e joguei
entre os carros, seguido de outra.

Kaya desceu, correndo e foi tão rápido. Quis chorar quando


vi que ela fez o mesmo que a instruí da outra vez, Sienna
atrás dela, pedindo que se abaixasse e Felícia me deu um
olhar significativo antes de descer e correr.

Pulei para o volante, acelerando e as portas bateram com


força.

Olhei pelo retrovisor, dois carros entrando no


estacionamento quando eu estava saindo do outro lado.
Tentei controlar a respiração porque estava perto de ter
uma crise de pânico.

Meu celular vibrou no bolso da calça, puxei com rapidez,


olhando o nome de Jason no visor. Atendi, acelerando pela
pista que ainda estava vazia.

— Me diz que você está a salvo — sua voz era uma lenta
tortura. Não consegui responder, principalmente porque o
aplicativo recalculou a rota, dizendo que saí novamente da
rota segura.

— Estou sendo perseguida.

— Não... — Ele falou baixo demais e foi o que me assustou.

— Sienna e Felícia estão seguras com as crianças, eu tive


que deixá-las. — Ouvi o barulho de algo quebrando e meu
coração se apertou. — Jason...
— Quero que preste atenção... Você vai vir para mim. — Ele
sussurrou. — Vou compartilhar a localização. Vamos acabar
com isso, princesa.

Meu celular vibrou com um link no aplicativo de mensagem,


eu apertei e abriu um mapa no celular que ele me deu. Não
entendia como a tecnologia funcionava, mas era de última
geração e eu ainda estava impressionada.

— O mapa foi redirecionado, Claytlin. Você chegará ao Jason


em vinte minutos.

— Acelera, princesa. Você consegue.

E eu acelerei, sabendo que a minha vida dependia disso.

Capítulo 39

JASON ROUX

— Ela vai ficar bem — Jaxon parou ao meu lado,


descarregando o carro e pegando mais munições.

Minha mulher está no meio de uma guerra.

É só nisso que consigo pensar, porque sei que London está


bem. Ele ficou puto quando Terrier avisou que ele quebrou o
pé e teria que ficar de fora. Só aceitou porque sabia que iria
nos prejudicar se insistisse que conseguiria atirar de uma
posição alta.

Dominic estava afastando, falando com Sienna no telefone.

Graças a Claytlin, elas tiveram uma chance. Entraram em


um dos nossos carros em um estacionamento e estavam a
caminho de uma das nossas casas seguras, que nenhum de
nós fazia ideia de onde era, para a própria segurança delas.
— Claytlin salvou a vida da minha família. Eu nunca vou ter
palavras para agradecer. — Ele tocou meu ombro, me
olhando seriamente. — No entanto, faço uma promessa a
você, irmão: se eu tiver que dar a minha vida pela dela, eu
vou dar. Você vai ter o seu final feliz. Você merece isso.

Assenti, sendo incapaz de responder porque esse era um


dos raros momentos em que deixávamos um lado
emocional fluir.

Dominic se aproximou com a feição fechada, tirou a arma


da cintura e carregou.

— Você — apontou para mim. — Está liberado para soltar a


porra da besta que estamos pedindo para você prender
esse tempo inteiro. Vamos matar esses filhos da puta e
salvar a sua garota.

Assenti.

Voltamos a separar as armas, me agitei quando três carros


passaram pela autoestrada com rapidez e o jeito como
posicionou a piscada de faróis, vi que eram nossos homens.

— Vão ficar por trás e surpreender os filhos da puta.

— Claytlin está chegando! — Christopher gritou, saindo de


uma das SUVs com o notebook na mão. Ele mal aparecia em
confrontos diretos, mas hoje, ele veio para monitorar minha
mulher.

Pegou uma arma, carregou e destravou.

— Acha que eles estão juntos? — Perguntou a mim.

— Um deles, ao menos. Acredito que Juana. Ela está


sanguinária atrás da Kaya. Quando o carro dela parar, é o
seu dever escoltá-la até um veículo blindado e garantir que
ninguém vai se aproximar dela.

— Sim, senhor. — Ele falou, se afastando.

— Cinco minutos! — Dominic me alertou.

Nós estávamos em uma das estradas para um dos nossos


galpão, era arborizada e por isso tinha uma boa cobertura.
Claytlin viria direto para mim, ficaria no meio do fogo
cruzado e eu contava com a habilidade de Christopher em
movê-la sem danos colaterais.

— Dois minutos! — Jaxon gritou, se posicionando atrás de


uma das portas blindadas.

Peguei um soco inglês, enfiei dentro do bolso e fechei o


porta-malas, indo para trás da outra porta.

— Chegando! — Christopher alertou.

O carro de Claytlin adentrou a pista em alta velocidade,


ativando uma adrenalina do caralho dentro de mim.
Sentimentos conflitantes que rapidamente cederam lugar a
um ódio crescente no meu peito quando vi os três carros
que apontaram na pista, atrás dela.

— Christopher! — Gritei o aviso.

Ele tirou o carro do caminho, Claytlin inclinou o dela,


derrapou na pista e bateu. O tiroteio começou e eu me senti
inútil pra caralho. Foquei no que eu podia fazer, atirando de
onde estava e gritando para que ela fosse tirada do carro.
Para a porra da minha

surpresa, Claytlin abriu a porta, não desceu e se posicionou


para atirar de dentro do carro.
— Ela vai ficar bem! Vamos avançar! — Jaxon gritou,
soltando o sinalizador que indicava aos nossos homens
escondidos em pontos estratégicos que era o momento de
entrar no jogo.

O tiroteio foi tudo que consegui focar, o caos, sangue e um


barulho fodido que deixou meu ouvido zunindo!

— Granada! — Dominic avisou, me abaixei atrás de um dos


carros e o fogo subiu em uma labaredas imensa.

Por alguns segundos o silêncio empertigou dentro da minha


mente. Um filme passando pela minha cabeça, flashes do
momento em que eu a vi pela primeira vez. Claytlin, seu
sorriso inocente...

Uma garota de dezoito anos, empolgada com a faculdade,


com uma inocência que vi em poucas pessoas.

Gritei tão alto, soltando a besta que morava dentro de mim.

Quando corri para dentro do caos, não pensei se eu poderia


morrer. Eu só queria que eles sentissem ao menos metade
daquilo que me fizeram sentir. Metade.

— Abaixa! — Jaxon gritou, atirando no ombro de um filho da


puta que me acertaria pelas costas. O homem cambaleou,
mas não caiu e eu dei uma coronhada na sua cabeça e
puxei pela blusa, dando uma cabeçada pesada antes de
quebrar o pescoço do desgraçado.

Dei cobertura para que meu irmão avançasse, Dominic


estava ao lado dele e eles eram uma dupla de insanos,
matando quem vinha pela frente.

O último carro tentou fugir, mas nossos homens bloquearam


a estrada. Atirei no pneu dianteiro e depois no vidro do
motorista tentando perfurar inutilmente a blindagem.

Um tiro na direção da maçaneta foi o suficiente para


destravar a porta. Não pensei em porra nenhuma quando
joguei minha arma longe, colocando o soco inglês.

Gritos femininos ecoaram do carro quando abri a porta e


puxei o filho da puta do volante. Ouvi o barulho de uma
arma engatilhando ao mesmo tempo que Terrier abriu a
outra porta, arrastando a mulher para fora.

Não havia descrição para o que eu estava fazendo com a


cara do desgraçado. Minha mente não computou a
quantidade de golpes, nem mesmo quando o rosto ficou
desfigurado pelas garras do soco inglês.

Fui puxado para trás rudemente, soltei um rosnado dando


um soco na costela do desgraçado, avançando com tudo.
Rugidos ecoaram da minha garganta quando montei sob
ele, enchendo de porrada até que tudo ao meu redor fosse
sangue.

Eu não parei nem mesmo quando não havia mais reação do


corpo morto. Levantei-me, socando quem estivesse no meu
caminho. A essa altura o tiroteio havia praticamente
cessado, exceto por alguns pontos distantes entre às
arvores, mas eu estava insano.

Dominic empurrou um dos homens para mim e não dei


tempo de o filho da puta montar uma guarda quando o
soquei. Barulho de ossos quebrando alimentavam o monstro
dentro de mim.

Jaxon jogou outro e Dominic fez o mesmo, sorri como um


sádico apreciando a diversão que eles estavam me dando.
Era isso que eu queria o tempo inteiro: liberar a besta presa
dentro de mim, sair para caçar, matar. Ficar lavado com o
sangue dos meus inimigos.

Nem mesmo os dois filhos da putas juntos conseguiram


conter aquilo que só uma pessoa seria capaz de afugentar.
E, talvez, nesse momento, nem ela conseguisse.

Rosnei quando derrubei um, o outro subiu em cima de mim


e me joguei para trás, chutando o que estava no chão e
acertando entre às pernas. O homem grunhiu, como um
frouxo do caralho.

Usei os cotovelos para pressionar o pescoço do que estava


embaixo de mim, socando a garganta até que o ouvi
gorgolejar. Me impulsionei, socando o que estava de pé
vezes seguidas até que ele

caiu. A essa altura, ao menos o maxilar e nariz estavam


quebrados.

Eu queria a mandíbula também.

Quando o homem não esboçou nenhuma reação, eu parei.

Voltei ao outro que estava agonizando, afogando no próprio


sangue e montei sob ele, fincando a garra do soco inglês
nos seus olhos.

Soltei um grito ensandecido, o sangue esguichando na


minha direção. Meu rosto molhado pelo líquido carmim
enquanto eu sorria sombriamente.

Minha respiração acelerada. Eu me levantei, olhando a


quantidade de corpos caídos ao chão, estraçalhados e eu
paralisei no lugar porque meus olhos voaram para uma das
laterais e eu a vi.
O rosto cheio de pavor com uma arma empunhada em sua
mão.

— Agora não. — Dominic sussurrou, me impedindo de andar


até ela.

Olhei a mim mesmo. Estava completamente


ensanguentado, com o caos morando dentro de mim.

— Levem ela daqui. — Rosnei, virando de costas e evitando


olhá-la.

Jaxon assentiu, saindo de perto e indo para a Claytlin.

Respirei parcialmente aliviado porque sabia que ela estaria


segura com ele.

Há alguns metros estava Terrier e a piranha maldita que


estava nos infernizando. Ela estava ajoelhada, presa pela
nuca, como uma vira-lata sarnenta que eu estava louco
para matar.

Caminhei lentamente, apertando o apoio do soco inglês nas


mãos e parei a sua frente, me abaixando para olhá-la nos
olhos.

— Então você é a Juana Guzmán... — Comentei com um


sorriso psicótico nos lábios.

Apoiei seu queixo com as pontas da garra, erguendo seu


rosto até a mim. Ela me olhou com puro ódio e cuspiu na
minha cara. Ao contrário do que provavelmente os homens
ao meu redor esperavam, não a machuquei. Sorri, passando
a mão no rosto e

limpando, depois me inclinei ao ponto do meu nariz estar


colado ao dela.
— O que eu tenho algo para você é especial, Juana. Você
sabe como sua irmã morreu? — Com a menção da irmã, ela
se descontrolou, gritando e tentou fugir do aperto de Terrier.

Eu continuei rindo, me levantei e soube que mais que uma


porrada, torturá-la com o fato de que não conseguiu vingar
sua família ia ser mais gostoso.

— Levem-na para o galpão. Podem se divertir tirando dela a


informação do paradeiro do Benji, mas a deixem viva. —
Dominic rosnou atrás de mim e Terrier obedeceu. — Agora,
vamos ver a nossa família. Está quase acabando.

Concordei.

Eu precisava da Claytlin para conter a besta em mim.

Capítulo 40

CLAYTLIN MORGAN

Sienna me abraçou forte quando entrei, estava aliviada


porque elas conseguiram. Ficaram seguras.

— Você se machucou? — Felícia veio para perto também,


me abraçando apertado.

— Ela está bem, meninas. Só precisa descansar. — Jaxon


sussurrou condescendente, apertando meu ombro. Nós mal
falamos no caminho da floresta até a casa segura.

Eu só queria me afundar em um chuveiro quente e esquecer


as últimas cenas caóticas que eu vi.

— Vou te levar até o seu quarto. Vem comigo. — Segui a


Sienna, sabia que Felícia e Jaxon precisavam de um
momento a sós. — Me dê suas coisas.
Aceitei quando ela puxou minha mochila e segurei a mala
com força. Uma vontade louca de chorar me abateu, mas
não o fiz.

Estava tão cansada que incluía até cansaço de estar triste.

Ela empurrou uma das portas do carro no fundo da mansão.

Era enorme, mas havia somente um pavimento. Ouvi sua


explicação breve sobre onde ficava a cozinha, além das
suas perguntas gentis sobre precisar de alguma coisa.

— Eu o vi... Matando. — Sussurrei, segurando em sua mão e


impedindo seu jeito mãe de comandar as coisas. Sienna
parou de tirar minhas roupas da mochila e só me olhou
seriamente. — Já sabia que Jason era cruel, mas aquilo...

— Sinto muito que tenha visto isso.

— É louco que eu esteja assustada ao mesmo tempo


aliviada, por que essas pessoas não virão novamente atrás
de todos nós?

— Não é louco. Esse é o mesmo jeito que eu me sinto. A


organização já está em você, Claytlin. Faz parte da nossa
família, sempre fará. Eu passei por esse processo de
aceitação, Felícia também e agora você está passando. Isso
é quem somos.

Ela tinha razão, sabia que uma parte ética sempre seria
corrompida. Eu seria a maior defensora da minha família e
sempre perdoaria os atos cruéis que fossem em nosso
benefício. Isso fazia de mim a mulher de um homem
perigoso, que está vivendo em um mundo cruel e que a
qualquer momento pode se ferir. Pode acabar machucada
da forma que ele faz com seus inimigos.
Isso é loucura? Céus, sim!

Ignorei os pensamentos quando Sienna bocejou, passando a


mão pela barriga e eu lhe sorri.

— Queria te pedir um favor... Que fique apenas entre nós. —

Ela me olhou com atenção, meio preocupada. — Preciso de


um teste de gravidez...

Ela entreabriu os olhos visivelmente surpresa e não pude


ouvir sua resposta porque barulhos de passos pesados e um
pigarro surgiu no ambiente. Sua expressão foi lívida, não
precisei olhar para trás pra saber quem era.

— Oi amor, vem aqui. — Dominic falou, ela praticamente


correu para ele e a porta do meu quarto foi fechada.

Me virei com o coração aos saltos, levando a mão até a


boca porque o estado do Jason era caótico. Ele jogou uma
mala preta ao chão, me olhou e eu vi a vergonha passeando
pelos olhos azuis.

— Princesa... — Seu tom era rouco, sombrio e magoado. —

Eu vou me limpar. Fica aqui.

— Não me fecha do lado de fora, por favor. — Meu sussurro


ecoa pelo quarto quando ele anda apressado até o banheiro
anexado ao quarto. Jason me olha da porta, visivelmente
confuso sobre o que responder.

— Nunca.

Eu fui atrás dele. Fiquei encostada na soleira da porta


porque ele me impediu de tocá-lo. Cruzei os braços
observando-o se desfazer das roupas ensanguentadas. Todo
seu corpo banhado de sangue seco, as mãos vermelhas.

Soltei um ofego alto porque ele estava com o ombro ferido e


com uma sutura nitidamente mal feita.

— Jason... — Sussurrei, me aproximando e ele levantou a


mão de novo.

— Estou bem. Estou sujo, amor.

— Eu não me importo.

— Mas eu me importo. Fica aqui, espera tirar o sangue. — A


ansiedade me comeu viva.

Me despi diante dos seus olhos.

O banheiro era amplo, enorme e com paredes de vidros que


davam para um quintal arborizado. Não havia vidros
protegendo o grande box.

Um jato de água quente tocou seu corpo e ele gemeu,


estava todo ralado porque pulou de um carro em
movimento. Olhei para o chão de piso branco rajado de
cinza, estava tomado de água vermelha que descia pelo
ralo.

Cansada e incapaz de me manter distante, avancei para ele.

Jason abriu os braços, me recebendo em um abraço que eu


precisei tanto. Nós ficamos em silêncio até que lágrimas em
puro alívio rolassem pelo meu rosto, mas não foi de mim
que um ofego em forma de soluço partiu.

Jason está chorando.


Eu nunca o vi chorar, nem mesmo quando foi gravemente
ferido durante a guerra por território quando Sienna e
Dominic reataram. Ele me impediu de me mover, não queria
que eu visse o jeito que estava chorando.

Jason me ergueu com brutalidade, virando nossas posições


e me pressionando contra a parede. Os olhos azuis estavam

vermelhos, seus lábios e narinas acompanhavam o mesmo


tom e eu gemi quando me beijou bruscamente.

A busca por contato me fez desmanchar em seus braços,


porque era exatamente disso que precisávamos. Nosso
relacionamento louco, muito insano e distorcido, que se
resumia em uma louca paixão obsessiva quando estávamos
juntos.

— Eu te amo pra caralho — ele soprou contra meus lábios,


apertando minha bunda com força.

Sua ereção se formando na minha barriga, ficando rígida,


inchada e me deixando sedenta pelo que veria.

— Está tudo bem agora... — Murmurei para tranquilizá-lo.

Olhei em seus olhos, sabendo que ele precisava disso. Da


certeza que nós dois vamos superar qualquer merda juntos.
— Sempre vou estar com você.

Jason não esperou muito tempo, precisávamos da conexão e


quando ele me apoiou na parede, investindo contra mim
com uma dureza que eu adorava, gemi enlouquecida
querendo mais disso.

— Não posso viver sem você — ele gemeu na minha boca,


me fodendo tão duro. O seu jeito insano era semelhante a
besta que matou sem dó seus inimigos. — Você é tudo que
eu sempre quis.

— Eu sou sua.

— Minha, caralho! — Rosnou, me colocando no chão e


virando minha posição.

A água quente caindo entre nós e aumentando o fogo que


eu estava sentindo. Um tesão que cresceu, me incendiando
por inteiro.

Jason encheu suas mãos com meus cabelos, pressionou


meu rosto contra a parede gelada e mordeu meu ombro
com força, chupando em seguida. Fez o mesmo com a
minha nuca, lambeu a pele do meu pescoço e subiu até o
lóbulo da minha orelha.

— Case comigo, Claytlin. — Rosnou de um jeito que me fez


gemer forte. — Seja a minha mulher.

O jeito como ele voltou a me penetrar fez com que todos os


nossos pedaços fossem colados.

Jason bateu com força na minha bunda, investindo forte


contra mim, dominando todo meu corpo. Levei outro tapo e
soltei um gemido rouco, batendo na parede e louca para
gozar.

Seus polegar roçou na entrada do meu ânus, ele disse algo


incompreensível acompanhado de muitos palavrões quando
brincou com a minha entrada, penetrando a ponta do seu
dedo. Isso foi muito para mim. O prazer cresceu, formando
um orgasmo tão intenso que meu corpo tremeu e precisou
ser amparado pelas mãos fortes dele.

Jason puxou seu pau de dentro da minha boceta.


— Eu vou comer esse cuzinho.

Gemi quando enfiou seu dedo mais fundo dentro do meu


rabo. A sensação deliciosa do orgasmo com a penetração
anal me deixou enlouquecida. Rebolei em sua direção,
empinando ainda mais minha bunda. Algumas coisas
incoerentes passavam pela minha cabeça, mas eu não
queria saber de mais nada.

Jason se ajoelhou, me chupando de um jeito tão gostoso.

Tocou meu clitóris, me estimulando ainda mais.

— Eu quero! — Gritei, apertando os punhos na parede


gelada, com a respiração.

— Casar comigo, bebê? — Provocou. O prazer aumentou


porque seu tom era cheio de lascívia e possessividade. —
Vai ser a minha esposa, princesa?

— Eu quero tudo com você.

— Porra, você é minha, Claytlin. — Quando se ergueu,


mordeu minha cintura com força e posicionou seu pau na
minha entrada.

Fui preenchida pela ansiedade, ele não parou de estimular


meu clitóris, inclinando ainda mais meu corpo e me
deixando parcialmente de quatro. Com a bunda empinada
na sua direção,

soltei um longo gemido quando ele começou a me foder.


Doeu, mas foi uma mistura louca de um prazer com dor que
eu queria continuar sentindo.

Sua mão livre me amparou pela cintura, ele rosnou ao subi-


la até um dos meus seios, estimulando meu mamilo e se
movendo dentro de mim. Fui distraída com o carinho
gostoso, respirando pesado ao ponto de pedir por mais.

— Gostosa! Que rabo gostoso de foder. — Seu gemido


sombrio mexia comigo.

Jason estocou contra mim, me apresentando sensações que


eu desconhecia. Me despi de qualquer máscara inocente, de
qualquer pudor. Queria isso mais que tudo.

— Minha putinha! Isso, geme para mim. Você é maravilhosa,


Claytlin. — Suas palavras só me provocavam. Coloquei um
sorriso safado no rosto rebolando contra seu pau.

Faltava tão pouco...

— Vou encher esse cu de porra e você vai gozar comigo.

Era como uma contagem regressiva. Após sua ordem, Jason


me fodeu com força movendo seus dedos com maestria na
minha boceta. Eu gritei, meu corpo arqueou e ele me
manteve no lugar com facilidade, me domando e eu explodi
em uma onda intensa de prazer, sendo acometida por um
orgasmo que me deixou zonza.

— Porra! Porra! Porra! — Seus gemidos atravessaram meus


ouvidos enquanto cumpria a promessa de me encher com
seu esperma.

Fui amparada antes que minhas pernas cedessem. Com o


pau enterrado dentro de mim, Jason me prendeu contra a
parede e beijou meu pescoço saindo lentamente de dentro.

Eu me sentia completamente rendida, apaixonada, incrível e


viciada nessas emoções.

Capítulo 41
JASON ROUX

— Eu não quero uma festa de casamento. — Ela sussurrou


no meu peito, me beijando levemente e eu a encarei com
preocupação.

— Por quê?

— Porque eu nunca quis. Faço questão do casamento no


civil, uma reunião familiar com quem amamos, mas não
quero a festa...

Parte disso me dizia que sua mãe tinha grande participação


nessa escolha. Iria contestar, mas seu rosto estava
tranquilo, em paz. A sombra de um sorriso sonhador
brincava em seus lábios e eu queria manter essa
tranquilidade para sempre.

— Tudo vai ser do jeito que você quiser, princesa.

— Queria me ver de noiva? — Pergunta, agora preocupada


com meus sentimentos.

Porra, ela é um anjo.

Mudo nossas posições na cama, me deitando sob seu corpo


e olhando em seus olhos.

— Você ainda pode usar um vestido para o casamento do


civil, no fim... Eu só quero você. Do jeito que você me
quiser, de qualquer jeito.

— Podemos ter um representante religioso na pequena


cerimônia. — Sussurrou tocando meu rosto e assenti, beijei
sua boca gostosa.
Depois da nossa foda deliciosa no banheiro, ela fez um
curativo decente no meu ombro e cuidou dos outros
machucados pelo meu corpo. Não me perguntou nada sobre
o que aconteceu na floresta, pelo contrário, estava
trabalhando com a negação e eu fiquei preocupado com
isso.

Fiz com que ela comesse uma sopa que Felícia preparou.

Claytlin não me deu trabalho, comeu porque estava mesmo


com fome e nós dormirmos por algumas horas seguidas. Foi
a porra de um sonho conturbado para nós dois, ela
acordava tremendo, agitada e quando despertamos de vez
foi porque ela gritou presa em um pesadelo.

— Onde nós vamos morar? — Perguntei quando puxei o


lençol que cobria seu corpo, acariciando suas coxas com
más intenções. Ela sorriu, abrindo parcialmente e me
deixando brincar com a boceta molhada com pelos curtos
que estavam me deixando com a boca cheia d’água.

— Na nossa casa.

— Achei que o condomínio estava comprometido.

— Já tiramos a fruta podre. — A tranquilizei. — No mais,


Dominic está cuidando disso. Seremos os donos de todas as
casas, sem mais estranhos nos rodeando. Não vamos sair
de onde moramos, a não ser que você não goste da casa.

Separei os grandes lábios, tocando seu clitóris com


delicadeza, iniciando uma massagem gostosa.

Claytlin suspirou pesado, contendo um sorriso e fechou os


olhos.

— Eu amo a casa. Precisa de uma boa decoração e moveis.


— Decore e mobile do jeito que você quiser, minha noiva.

Ela sorriu largamente com o adjetivo.

Cansado de me segurar e louco para tê-la gozado na minha


boca, me ajoelhei entre suas pernas e chupei bem gostoso a
bocetinha melada. Claytlin gemeu baixinho, apertando os
lençóis e trazendo uma das mãos até minha cabeça.

— Deixe crescer... — Pediu entre gemidos, esfregando a


boceta na minha cara e me deixando maluco.

— Sim.

Porra, tudo que ela me pedisse agora teria um sim como


resposta.

Fodi sua entrada molhada com a minha língua, minha


mulher se entregou ainda mais. Era a coisa mais fácil do
mundo fazê-la gozar e eu nunca me cansaria da sua face
corada quando o ápice do prazer preenchia seu corpo.

Seu gemido longo ecoou pelo quarto quando o orgasmo


chegou. Comi a boceta com a minha língua, penetrando
fundo, bebendo seu gozo e ela me puxou pela cabeça.

— Quero seu pau em mim. — A boquinha linda estava em


um biquinho ansioso.

Me inclinei em sua direção me posicionando para foder,


beijando sua boca com vontade enquanto meu pau
penetrava seu canal. Claytlin enroscou suas pernas na
minha cintura enquanto investia contra seu corpo em uma
velocidade torturante. Era uma delícia foder de todos os
jeitos, lento era uma das formas que eu conseguia deixá-la
louca.
— Eu amo você — sua confissão me deixou instável,
roubando de mim o autocontrole.

Seus olhos castanhos molhados de lágrimas, tomada pela


emoção do orgasmo, do sentimento maluco que sentíamos.

Beijei sua boca, pescoço e tomei um dos mamilos nos meus


lábios trazendo mais prazer a nossa cena. Suguei forte,
arrastando os dentes pelos biquinhos inchados. Claytlin
arfou pesado, me arranhando forte, suas unhas afundando
na minha pele e fazendo com que meu pau latejasse dentro
da boceta quente.

Foi fácil me deixar ir enquanto mamava gostoso no seu


peito.

Minha porra grossa encheu sua boceta em um gozo tão


gostoso que me fez querer prolongar a sensação boa pra
caralho.

Ela me abraçou, gemendo baixinho no meu ouvido,


confessando que estava gozando comigo e me fez empurrar
forte outra vez.

— Você me faz perder o controle... — Sussurrei, buscando


ar.

Ela riu, adorando o jeito que me tinha na palma da sua mão.

Seu celular começou a tocar e eu xinguei porque não queria


sair de dentro dela. Claytlin puxou o aparelho, avisando que
era seu pai e eu saí contra vontade.

— Sogro empata foda — resmunguei de brincadeira. Ela riu,


me mandando calar a boca e se levantou para atender no
banheiro.
Peguei meu próprio celular para verificar o London. O filho
da puta quase me matou de preocupação, mandou uma foto
do pé imobilizado, avisando que já estava praticamente
novo em folha.

Uma batida forte na porta e eu soube que era o babaca do


meu irmão.

— Pausa na lua de mel, sua encomenda chegou.

— Já vou. — Revirei os olhos com a risada que ele deu, se


Claytlin estivesse na cama estaria vermelha de vergonha.

A encontrei sentada no sanitário, com um sorriso no rosto


conversando com seu irmão mais novo. O jeito dócil que ela
falava me provou que seria maravilhosa com nossos futuros
filhos. Ela adorava crianças, tinha uma paciência incansável
para elas e uma ainda maior para mim, que costumava de
chamar de criança grande e difícil.

— Vou te esperar lá fora — movi meus lábios sem som, ela


só assentiu e me sorriu, fazendo ser impossível não ir
roubar um beijo.

Me vesti no quarto, coloquei o celular no bolso da calça e


segui a direção onde o som de um filme desenho animado
rolava.

Kaya estava deitada nos braços de Dominic, meio


adormecida e meio acordada, assistindo um filme que eu
não fazia ideia do nome.

Sienna estava segurando as pernas da filha, comendo


pipoca e eu acenei para eles, saindo da casa.

Era um bairro caro, fora de Nova Iorque e com vizinhos


discretos. Ainda assim, nova equipe de segurança estava de
olho em qualquer movimento. Com Juana em um dos nossos
galpões e

Benji sendo caçado, precisávamos ficar alerta com qualquer


ameaça.

Abri a porra de um sorriso quando Jaxon balançou as chaves


de uma BMW X6 diante dos meus olhos. Como uma criança
feliz para caralho com o presente novo, andei até ele
pegando a chave e destravando o alarme.

— Agora sim, porra! — O estofado com cheiro de novo me


fez pensar em algumas putarias. Isso ficou nítido para o
meu irmão, porque ele revirou os olhos e falou que eu não
tinha jeito.

— Vamos voltar para casa. Juana abriu a boca, Terrier e


Christopher estão atrás do Benji nesse momento. — Jaxon
falou, trazendo a tensão de volta.

— Isso significa que a puta já pode morrer?

— O que você está pensando em fazer?

Só sorri, fechando a porta do quarto e segurando meu irmão


pelo ombro.

— Não se preocupe, vou dar exatamente o que ela nos


pediu todo esse tempo.

Capítulo 42

CLAYTLIN MORGAN

Dois dias depois

Abri os olhos lentamente sentindo a mão quente do Jason


tocando a minha. Contive um bocejo, ficando em alerta
quando um objeto de metal gelado foi lentamente
introduzido no meu dedo.

— Jason... — Sussurrei ficando surpresa quando ele beijou o


anel.

Ergui a mão em minha direção com aos meus olhos com o


coração aos soltos, admirando o solitário com uma pedra
ostentosa em formato de gota e outras dezenas pequeninas
em um rosa ao redor da pedra no centro.

Uma emoção diferente atravessou meu corpo, porque agora


era real. Eu realmente me casaria com o homem que me
apaixonei enlouquecidamente desde a primeira vez que o
vi, como uma adolescente boba que não sabia nada da vida
naquela época.

— Você gostou? — Sua insegurança me fez sorrir.

Me joguei em seus braços enchendo-o de vários beijinhos


pelo rosto. Jason riu, ficando relaxado e me apertou bem
forte.

— Eu amei! É tão lindo...

— Você merece muito mais, princesa.

— Isso me deixa assustada, esses momentos bons me


fazem pensar que...

Recebi um beijo gostoso, calando meu medo e Jason colou a


testa na minha.

— Você vai ser feliz pra caralho, Claytlin. Vou garantir isso
pessoalmente. Não fica assustada com os bons momentos,
eles são vários e colecionáveis na nossa vida.
Senti um friozinho na barriga e me abracei mais a ele,
ficando segura e em paz. Sabia que precisava conversar
com ele sobre a minha desconfiança em estar grávida, mas
algo me dizia que se a

resposta fosse sim, Jason não me daria muitos minutos de


paz e a nossa iminente felicidade seria abafada pela sua
preocupação demasiada em me manter segura e protegida.

Um latido nos fez rir, Murdoch começou a arranhar a porta,


fazendo seu pai se levantar para abrir. Ele latiu meio
chateado, olhando para mim e Jason.

— Por que você o ensinou a pedir para passear? — Ri do seu


resmungo.

Ele gemeu baixinho reparando no pijama indecente que eu


estava usando. Me enrolei no meu roupão preto, me
inclinando e beijando meu noivo reclamão.

— Ele é seu, eu sou a madrasta.

— A mãe. — Reclamou. Eu fazia só para irritá-lo.

— Vamos levar você para passear, garoto. Para de latir, está


chato como o seu pai.

— Eu estou ouvindo! — Jason gritou do banheiro e saiu de lá


com uma calça de moletom caída na cintura e mostrando a
marca cara da sua cueca. Era uma imagem sexy.

Lambi os lábios ganhando um olhar enviesado e sorri,


saindo do quarto com Murdoch.

Estávamos na nossa casa novamente. A casa vazia que eu


estava distraindo a mente em contato com uma arquiteta e
design de interiores, cheia de planos de como queria cada
pedaço. Jason fingia entender e estar interessado em cada
assunto que tentava inclui-lo, mas no fundo dizia que diria
sim para o que eu decidisse.

Abri a enorme porta de madeira da altura do pé direito que


tinha facilmente mais de dez metros. Suspirei com o design
de madeira, a madeira estava bem conservada e uma boa
reforma deixaria novinha em folha.

— Me esperem. — Jason reclamou e eu ri, apontando para


seu cão desobediente pendurado nas grades do portão. Um
dos

seguranças riram porque o cachorro era enorme, mimado e


o dono reclamava, mas nunca dizia não.

Com um puxão na cintura ele me impediu de continuar


andando, beijou meu pescoço e deu uma mordida de leve.

— Teimosa, não é para fazer as vontades dele.

— Olha quem fala. — Reclamei.

Jason entrelaçou nossos dedos, fez um sinal para o


segurança do lado de fora do portão que assentiu e abriu o
mesmo.

Murdoch correu como um alucinado e nós saímos. Bastou


um assovio de Jason e o cachorro parou de correr, olhando
ressabiado para nós.

— Junto — com a ordem dada, ele voltou com o rabo


abanando e eu ri.

O dia estava bonito, relativamente tranquilo e nem parecia


que meu noivo tinha passado a noite inteira fora,
trabalhando em suas funções perigosas.
— Você o achou? — Sussurrei com calma e medo de saber.

Jason me olhou, apertou sua mão na minha e assentiu.

— Ainda não acabou. Dominic está negociando com os


italianos e London está em contato com os mexicanos dos
cartéis rivais ao Guzmán, preparando um ataque em
conjunto para tomarmos o território.

— Você não irá viajar, não é?

— Por agora, não. Isso é um trabalho de alguns meses,


princesa. Precisa ser bem arquitetado para ser bem
executado. Por enquanto, a preocupação imediata a
retaliação dos italianos. De qualquer forma, Benji estará
morto ainda essa semana.

— E ela?

Não gostei do sorriso perturbador nos seus lábios. Ele parou


de andar, me puxou pela cintura e me beijou levemente.

— Ela também.

— Você está a torturando?

— Não se preocupe com isso. — Recebi outro beijo, dessa


vez no nariz. — Quero que se preocupe com o nosso
casamento, com a casa, com a nossa vida.

— Isso é tão machista, Jason! — Pisei no pé dele com força.

Ele gemeu de dor, me chamando de maluca bem baixinho.


— Se prepare, depois do casamento piora.

— Vou te denunciar por agressão, mulher.

Eu só ri, voltando a andar e Murdoch veio atrás de mim.


Jason o chamou de traidor, o que só me fez rir mais. Em
poucos segundos ele estava me abraçando de volta,
beijando meu ombro.

— Ogra. Eu só não quero que você se preocupe. Ela merece


tudo que está destinado a ela.

E eu sabia que ele tinha razão, por isso só deixei que me


abraçasse e aceitei.

Capítulo 43

JASON ROUX

— Vai ser obediente e não vai sair do carro? — Perguntei,


ela me olhou ressabiada, olhou para o galpão e assentiu.

Claytlin sabia o que tinha lá dentro, não era boba e eu já a


trouxe aqui para matar o limpador.

Nós iríamos almoçar juntos, não queria deixá-la sozinha,


não quando viu informações na internet sobre o
sepultamento da família Walker. Quando tudo aconteceu ao
mesmo tempo não tive condições de contar que, mesmo
sem saber, o ex dela estava a colocando em perigo. Claytlin
tinha um carinho pela família do babaca e eu guardei meus
comentários, tentando não a chatear ainda mais.

Beijei sua boca, descendo do carro e batendo a porta com


força.

Existem maneiras eficazes de se torturar alguém sem


envolver diretamente agressão física. O que destinei a Juana
foram três dias inteiros do mais profundo sofrimento
mental. Ela estava gritando em pânico quando entrei no
galpão.
Presa por correntes pelos pés e mãos, com uma fio fino de
água batendo em sua cabeça durante esses três dias.
Animais peçonhentos que rastejavam por seus pés
enquanto ela esteve em um escuro absoluto.

Agora, no entanto, ela se reuniria à irmã que quis tanto


vingar.

— Levem-na. — Falei com alguns dos meus homens.

Ela continuou gritando quando atravessamos o galpão para


os fundos, arvores grandes cobriam nossa instalação feira
de madeira e ferro. Sorri internamente com o objeto
dourado preso em um galho forte, fiz um sinal para que
descessem e tirei a venda dela.

— Não! Não! Não! — Ela chorou entre lágrimas, percebendo


qual seria seu destino.

— Sim, sim, sim — cantarolei, segurando-a pela nuca e


arrastando em direção a gaiola. — Foi assim que sua irmã
morreu, Juana. Ela definhou aqui por seis dias, acredita?
Será que você é mais valente que ela?

— Por favor, atira na minha cabeça — seu pedido foi feito


em um sussurro fraco. Ela estava visivelmente exausta,
havia sido torturada quando chegou para revelar o
paradeiro de Benji e estava no limite.

— Era essa cortesia que você estava guardando para


Claytlin? — Murmurei, jogando-a dentro da gaiola estreita.
Ela mal conseguia ficar sentada, era apertada e precisou
abraçar as pernas quando fechei a porta, selando o cadeado
e enfiando a chave no meu bolso.

— Você é um maldito! — Gritou, agarrando as grades. Eu


me aproximei perto o suficiente para olhar bem em seus
olhos.

— E você não é nada. Não significa nada. É alguém que eu


estou pouco me fodendo sobre como vai definhar. Alguém
que eu não perdi um segundo do meu tempo para torturar.
Porque você não é absolutamente nada. — Rosnei, elevando
meus olhos para o céu e sorrindo para o sol. — Deveria ter
ficado no México, Juana. O filho da puta do seu pai e a vadia
da sua irmã não mereciam vingança.

Me afastei, sorrindo para todos os seus gritos e


xingamentos efusivos enquanto a gaiola era erguida. Na era
medieval essa obra de arte era chamada de O caixão da
tortura. consiste exatamente nisso: um espaço pequeno,
apertado, onde prisioneiros eram expostos em praças
públicas e definhavam dia e noite até o dia de suas mortes.
Sujeitos a mudanças climáticas, aves predadoras que se
alimentam de carniça humana.

Em breve Juana se tornaria mais morta que viva, iria


implorar cada segundo da sua medíocre vida por uma bala
na cabeça.

— Me avisem quando ela morrer. — Falei para um dos


homens, ele assentiu e saí de perto.

Enviei uma mensagem para London, avisando que minha


parte com Juana estava feita e que queria meu momento a
sós com Benji quando eles terminassem. Acontece que o
filho da puta tentou foder todo mundo, desde Dominic ao
querer invadir nosso território, até a Jaxon com a tentativa
de matar a Felícia. Assim que a situação com os italianos
estivesse resolvida, ele estaria morto.

Claytlin estava recostada à lataria do carro, de braços


cruzados e um olhar sério na minha direção. Sabia que ela
provavelmente ouviu os gritos de Juana.
— Falei para me esperar dentro do carro — reclamei ao me
aproximar o suficiente e cobrir seu corpo com o meu. Ouvi
seu resmungo insatisfeito, pressionei minha mão no seu
pescoço e ergui seu queixo na minha direção. — Você quer
ser castigada, bebê?

— Eu não entrei.

— Mas saiu do carro. Vá para o seu lugar, anda... E para de


me olhar assim.

Não contive o riso quando ela bateu os pés, dando a volta


na X6 e se sentou no seu lugar. Ocupei o espaço atrás do
volante, lançando um último olhar para o galpão. Buzinei
para os dois homens guardando a entrada e manobrei
depressa, acelerando pela pista de areia.

— Tira esse bico do rosto, qual o problema? — Murmurei,


tocando a parte inteira da sua coxa.

Tirei os olhos da estrada, olhando para minha mulher e ela


exalou pesado quando subi minha mão pela suas pernas,
tocando sua boceta com a ponta dos meus dedos.

— O que você fez que ela gritou tanto? — Sua voz saiu
esganiçada, quase falha e eu sorri, olhando para a estrada.

Continuei provocando com ponta dos meus dedos, sentindo


sua umidade atravessar o tecido fino da calcinha.

É isso que eu amo na minha mulher. Sua receptividade


incrível, o desejo ainda mais pungente nos últimos dias. A
forma como ela está sempre pronta, desejosa e gozando de
maneiras deliciosas para mim. Claytlin é meu sonho
delicioso, com um corpo que me deixa maluco e uma
boceta que quero chupar o tempo todo.
Querendo distraí-la dos últimos minutos que precisou
presenciar, abri suas pernas bruscamente, reduzindo a
velocidade e lhe encarei.

— Tire às botas — rosnei.

Ela suspirou pesado, me obedecendo tão rápido... Louca


para saber qual putaria executaria agora.

— Coloque os pés sob o banco. Separe as coxas para mim.

— Mandei.

Me afastei parcialmente enquanto ela fazia, Claytlin me


olhou com os olhos castanhos cheios de expectativas, seus
lábios inchados que eu tinha beijado pra caralho essa
manhã, enquanto fodia bem gostoso.

— Toque essa boceta para mim, princesa — rosnei a ordem.

Ouvi um gemido delicioso escapar pelos seus lábios quando


levou os dedos até sua boceta, me obedecendo.

Toquei meu pau inchado, dolorido e foi a coisa mais


deliciosa ver a forma como ela estava se dando prazer. Era
como a porra de voyeur, viciado em tudo que minha mulher
me dava.

Acelerei, abrindo minha calça com rapidez e fiz um desvio


para uma área ainda mais remota da estrada de terra
batida que nos levava até o galpão. Claytlin mordeu os
lábios, contendo seu gemido e eu freei bruscamente,
puxando o freio de mão e afastando meu banco do volante.

— Me monta, porra! — Rosnei, puxando seu cabelo com


força e beijando sua boca. Claytlin gemeu, ainda tocando a
boceta gostosa que devia estar molhada pra caralho. —
Quero sua bunda virada para mim, apoie no volante.

Ela obedeceu.

Guiei seu quadril, apoiando suas pernas quando ela


ajoelhou no banco e apoiou a bunda gostosa para mim. Subi
a saia de pregas preta que ela usava que me deixou com
uma ereção filha da puta desde que saímos de casa. Porra,
ela estava uma delícia de olhar e de foder.

Estapeei sua bunda com força, olhando a calcinha pequena


enterrada entre as nádegas. Claytlin gritou, abraçada ao
volante e eu sorri com a marca da minha mão avermelhada
na sua bunda.

Bati outra vez, intensificando a coloração, me deliciando


com o poder de ser o homem que possui essa mulher.

Rasguei sua calcinha com um puxão forte, a força marcou


sua pele do quadril e me abaixei para beijar.

— Que bunda gostosa, porra... — Rosnei. — Você precisa ver


como ela é linda com minha mão marcada, baby.

— Jason... — Meu nome saiu como um apelo, um pedido


desesperado implorando pelo meu pau fodendo a bocetinha
molhada.

Puxei meu celular, abrindo na câmera e apertando para


gravar um vídeo.

Bati na sua bunda outra vez, registrando o momento e


Claytlin virou o rosto na minha direção com um sorriso
safado que fez meu pau doer. Porra... Ela é perfeita. Nasceu
para ser minha.
— Senta no meu pau, minha putinha. Quero ver essa bunda
gostosa rebolando com tudo dentro. — Rosnei a ordem,
posicionando a cabeça na sua entrada.

Claytlin gemeu alto, suas mãos agarraram os dois lados do


volante quando ela me montou. Rosnei com a sensação
delirante da sua boceta quente me engolindo inteiro.
Rosnei, batendo na sua bunda, assistindo o jeito que a
safada sabia me enlouquecer enquanto quicava no meu
pau.

Seus gemidos me levaram ao limite, principalmente o jeito


que ela sorriu, adorando ter o seu showzinho gravado.
Porra, me

senti insano com o jeito que começou a contrair sua boceta


e joguei o celular no banco carona.

Claytlin gritou com os tapas que recebeu. Puxei seu cabelo


investindo contra ela com força.

— É isso que você gosta, sua safada! Porra, eu sou viciado


nessa boceta. — Rosnei, puxando seu corpo para o meu e
enfiando minha mão por baixo da blusinha pequena que ela
estava usando.

Para completar o combo da perdição, ela estava sem sutiã


com os mamilos intumescidos. Claytlin xingou alto,
gemendo para mim mais forte e eu pincei os bicos
pequenos e torci em um beliscão, acariciando de leve em
seguida. Sabia que ela adorava isso e ficava maluca.

— Amor, eu vou gozar — gritou batendo no volante ao


ponto de soltar uma buzinada baixa.

Fodi com força, impulsionando contra seu corpo e


segurando seu cabelo com força, dominando tudo.
— Segura, princesa. — Falei, diminuindo o ritmo. Ela ofegou,
olhando para mim e um biquinho frustrado inundando seu
rosto. —

Quem manda aqui?

— Jason...

— Fala, Claytlin. Quem manda aqui?

Ela sorriu como uma pervertida, o seu sorriso dizia


claramente que eu estava muito fodido.

— Você.

— Me obedeça na próxima vez que eu mandar você ficar


dentro do carro. — Investi forte, batendo na sua bunda. Ela
gritou um sim, gostando de receber uma surra. — Goza para
mim, agora.

Porra...

Claytlin se descontrolou completamente, sentando-se de um


jeito tão gostoso e quando me levando junto com a sua
onda de prazer. Senti sua boceta contraindo ao redor do
meu pau, me dando seu orgasmo gostoso. Sua boca
gemendo, o corpo quicando no

meu, as mãos apertando o volante. Um conjunto erótico que


me fez querer explodir dentro da sua boceta.

— Quero gozar na sua boca. Você vai me beber todo. —

Rosnei, afundando meus dedos na carne da sua bunda. — E


vai aprender a controlar essa boquinha perguntando coisas
que não deve.
Puxei meu pau de dentro dela, ouvindo seu muxoxo e
inclinei meu banco ainda mais para trás, facilitando sua
mudança de posição. Por ser pequena, ela facilmente
conseguiu se encaixar entre o vão do banco e o volante.
Seu sorriso pervertido no rosto sumiu quando puxei seu
cabelo com força, deixando claro quem mandava nesse
momento.

— Chupa, porra — rosnei.

A boquinha esperta cobriu meu pau, apertei meus olhos


com a forma deliciosa que ela sabia fazer isso. Puxei ainda
mais seus cabelos, deixando que ditasse seu ritmo. Eu
estava na borda, quase caindo do precipício e Claytlin sabia
disso. Brincou com a sua língua, suas mãos massageando
minhas bolas enquanto em sugava com maestria.

Senti o gozo se formando, deixando meu pau ainda mais


inchado e rosnei com força apertando seus cabelos nos
meus dedos, empurrando meu pau pela sua garganta e
gozando forte. Os jatos longos enchendo sua boca enquanto
ela gemia, me bebendo.

Olhei em seus olhos, eles estavam focados nos meus. Havia


a sombra de um sorriso cruel nos lábios enquanto me
lambia inteiro, limpando qualquer vestígio de sêmen.

Eu grunhi como um animal incontido, me sentindo estranho


pra cacete por tantas emoções voláteis ao mesmo tempo.

Claytlin limpou as costas da mão, se rastejando para mim e


prendi a respiração quando se sentou no meu colo. Suas
mãos pequenas subiram pelo meu peito, apertando no
tecido da minha camisa e se fecharam ao redor do meu
pescoço.
— Foi gostoso, amor? — A pergunta soando com uma voz
rouca, deixava claro que ela não queria uma resposta
quando apertou seus dedos. — Quem manda aqui, bebê?

Rosnei, fechando minhas mãos na curva da sua cintura,


sorrindo como um filho da puta sádico.

Porra, eu amo essa mulher. Eu amo pra caralho essa mulher.

— Você. — Movi os lábios, dando aquilo que ela queria. Seu


sorriso vitorioso encheu meu peito, ela me soltou e eu a
puxei para um beijo selvagem. — Minha dona.

E essa é uma verdade irrevogável.

Capítulo 44

JASON ROUX

Dias depois

Entrei no galpão já sorrindo porque o babaquinha do London


já estava de volta, de pé perto da mesa de tortura,
manuseando suas formigas. O idiota tinha um sorriso quase
paternal para os insetos que, — ele nunca me ouviria
confessar, — me causavam um pequeno terror.

— Conseguiram pegar os homens que estavam com ele? —

Perguntei ao me aproximar.

London me deu seu sorrisinho psicótico e assentiu.

— Todos os traidores estão mortos. Ah, Dominic conseguiu


um acordo com o Maurizio Zentticci. Parece que agora
somos aliados dos italianos com uma declaração formal de
paz sendo espalhada pelo submundo do crime. — London
parece pensativo com isso e me dispara alguns gatilhos,
porque a intuição dele sobre as coisas nunca falhava. — Não
sei se gosto.

— É uma merda, mas... É o que nós temos agora ou guerra.

Dominic vai ter outro filho, ele está sendo cauteloso. Benji é
o chefe da máfia italiana, não tem como ele morrer sem isso
gerar um caos.

A notícia que um novo herdeiro Connigham estava a


caminho nos deixou felizes, mas ainda mais preocupados,
principalmente com a reunião de portas fechadas que
tivemos na noite passada e a notícia que Dominic ficaria nos
bastidores por um tempo, até o bebê nascer.

— O único problema é que Maurizio está dando um golpe, o


irmão tem muitos apoiadores. Sempre tem um desgraçado
que pode não seguir as ordens de um novo chefe.

— Então o Don lide com isso. Relaxe, irmão... Vamos focar


em foder com o Benji. Depois, com os mexicanos... Eu tenho

interesse pessoalmente em desmantelar o cartel Guzmán


ou eles continuarão vindo.

— Você tem razão.

— O que você disse? — Ralhei. London revirou os olhos,


tampando seu aquário de formigas.

— Parece que Claytlin fez você um homem decente, babaca.

A pequena faz milagres.

— Ela faz.

Dividido entre usar a serra ou as cordas, escolhi a corda.


Caminhei com London para perto, Jaxon estava estripando a
perna de Benji, os gritos não me comoviam.

Dei a volta, passando a corda pelo pescoço dele e


apertando, não o suficiente para enforcá-lo... Somente para
dominar. Amarrei as pontas em cada uma das correntes que
mantinham seus braços erguidos e presos ao teto, como
uma enorme estrela do mar.

Benji me olhou com ódio, sabendo que se movesse muito a


cabeça se enforcaria por conta própria.

Seu rosto era uma merda, os olhos muito inchados e um


deles estava parcialmente aberto. A boca cortada e pela
quantidade de sangue entre os lábios e o nariz, chutaria que
alguns dentes foram quebrados na base do soco.

— Cordas, correntes... Formigas? — Murmurei quando vi


London se aproximar com um punhado e os gritos de Benji
intensificaram. — Falta à estaca.

Dominic riu, assentindo e entendendo o que eu queria dizer.

Havia uma representação de tudo que gostávamos de usar.

Minhas cordas, as correntes de Jaxon, os insetos de London


e agora, a estaca de Dominic cravada no abdômen,
atravessando do outro lado.

— Quer finalizar? Ele vai apagar. — Dominic falou para mim.

Me aproximei, tirando o soco inglês do bolso e colocando na


mão.

— Você vai me dar o prazer de terminar do jeito que eu


gosto, Benji. — Ele gorgolejou, vomitando sangue e eu dei o
primeiro soco.
Seus soluços, gemidos de dor e exaustão me abasteceram.

Cada golpe que eu dei foi por um momento diferente em


que esse filho da puta me fodeu. Começando pela mãe da
Claytlin, seguindo por perseguições, atentados, tentativas
de sequestros... Malditos filhos da puta traidores que
fizeram da minha mulher uma assassina, contaminando seu
corpo inocente com a escuridão do submundo que eu vivo.

Benji apagou, não sabia se estava morto ou só desmaiado e


continuei socando com o sangue esguichando e me
banhando inteiro. Urrei enlouquecido, visualizando seu rosto
desfigurado e gritei para que London me trouxe uma faca
afiada.

Mirei na direção do seu coração fazendo um corte profundo


vezes seguidas até que a lâmina afiada atingisse sua caixa
torácica.

Quebrei os ossos com as mãos, gritando insanamente até


ter seu coração nas minhas mãos. Cortei veias, artérias,
nervos e segurei a bola de músculos na minha mão,
apertando com meus dedos, encarando o corpo sem vida do
filho da puta italiano.

Cuspi na sua cara, jogando o coração morto no chão e


pisando em cima, esmagando a carne com a minha bota.

— Gasolina! — Meu tom era rouco e ecoou pelo galpão.

Me afastei quando London molhou o corpo à minha frente.

sequei meu rosto com a manga da minha blusa, sem


desviar da cena seguinte.

— Te vejo no inferno, filho da puta — Dominic rosnou


quando joguei o isqueiro aceso no desgraçado.
Labaredas de fogo surgiu diante dos meus olhos enquanto o
corpo queimava.

Capítulo 45

CLAYTLIN MORGAN

Dias depois

Segurei o bastão na minha mão, com a mão no peito


tentando regular os batimentos cardíacos com exercícios
respiratório. O bastão na minha mão se uniu aos três sob a
pia do balcão, todos eles com o mesmo resultado.

Uma mistura de medo e felicidade atravessaram meu peito,


uma parte minha sabia que era um momento ainda caótico
com muitas coisas voltando ao lugar e a outra, a parte louca
que amava Jason, estava radiante. Uma felicidade que eu
não sentia desde que minha mãe foi brutalmente tirada de
mim.

— Oi... — Murmurei baixinho com os olhos cheios de


lágrima, passando a mão pela minha barriga. — Esse mundo
é muito louco, bebezinho, mas eu prometo que vou cuidar
proteger você com a minha vida.

O som de passos pesados fluiu do lado de fora e enfiei todos


os bastões dentro da cabeça, pensando em como eu
contaria ao homem da minha vida que ele vai ser papai.

— Amor, vem aqui! — Seu chamado ansioso me tirou do


meio da bolha emocional.

Lavei meu rosto, prendi meu cabelo no alto e saí do quarto.

Minhas suspeitas estavam certas, eu conhecia meu corpo


suficiente para ver as pequenas mudanças. Seios inchados,
mamilos sensíveis e um humor volátil. Não estava sentindo
enjoos, ao contrário da Sienna, exceto pelo meu apetite
sexual exacerbado e o ciclo menstrual ausente, tudo parecia
normal.

— O que houve? — Perguntei ao sair do banheiro com o


cabelo preso em um coque mal feito, um top preto
esgarçado e uma calça de moletom do Jason.

Ele riu para o meu visual, se aproximando e me abraçando.

— Isso é o casamento, senhorita Morgan?

— É como se fosse. Já estamos morando juntos e na


realidade às mulheres não acordam maquiadas como nos
filmes.

— Eu amo a vida real, assim como amo você. — Me beijou


após sua declaração.

Eu amava o quanto ele estava mais relaxado depois que


livrou o mundo da presença perigosa de Benji Zentticci. Ele
voltou a ser o homem com cara fechada, mas que no fundo
é um grande brincalhão que adora fazer piada de tudo.
Apaixonado por crianças, um pai de pet tão fofo e um leal
membro da máfia novaiorquina.

Mas, acima de qualquer uma dessas coisas, ele era o noivo


mais apaixonado e devoto que podia existir. Jason estava
caprichando nos mimos, me fazendo sentir amada com
cafés da manhã na cama, passeios a luz do dia e deixando
nossa casa parecendo um jardim com tantas flores.

— Por que você está tão feliz? — Perguntei, ficando curiosa


e contagiada com a sua alegria.

— Vem!
Me arrastou às pressas para fora e mesmo que eu fizesse
comentários curiosos por todo o caminho até o segundo
andar, ele não me respondeu. Só depois de abrir a porta da
sala e ver quem estava me esperando na entrada de casa
foi que percebi entendi a alegria.

— Papai! — Gritei, soltando Jason e correndo para ele. Me


joguei nos seus colos, fui amortecida pelo seu abraço forte.
Ele riu, cambaleando um pouco porque Caius e Corey
correram para me abraçarem também. — Eu senti tanta
saudade! Meu Deus!

Odiava ter me tornado uma manteiga derretida.

As lágrimas desceram, fui beijada e abraçada pelo meu pai.

Abracei meus irmãos, eu não queria ser a irmã chata, mas


eles pareciam ainda maiores, o Caius estava com o cabelo
enorme e o Corey parecia mais magro.

Agradeci mentalmente porque eles estariam morando na


casa ao lado da minha, assim poderia cuidar dos três, como
a mamãe gostaria que eu fizesse.

— Está tudo bem, filha. Pare de chorar, estamos


preocupados. — Meus soluços fizeram Caius rir. Jason se
aproximou, tocando meu ombro em conforto e eu o encarei.

Fazia alguns dias que eu tinha percebido que a viagem do


meu pai não tinha sido apenas acaso. Jason queria protegê-
los do caos e eu não podia ficar mais grata quanto a isso.
Agora que estava tudo bem, eles puderam voltar. Ter minha
família comigo é tudo que eu sempre quis.

— Vamos entrar! Você precisa conhecer a casa! Vou fazer


um café e tem bolo. — Atropelei as palavras. Meu pai riu,
assentindo e vindo comigo.
— Vou comprar mais algumas coisas para o café da tarde. —

Jason gritou e acho que riu porque eu mal acenei em


despedida, querendo ficar agarrada aos meus irmãos.

Papai se sentou no balcão da minha cozinha e era tão


estranho que tanta coisa tivesse mudado tão
drasticamente!

— Quando ele me ligou e disse que queria minha benção


para pedir você em casamento, achei que ele demoraria
mais um pouco...

— Ele te ligou? — Perguntei extremamente surpresa. Meu


pai sorriu, assentindo enquanto dava funções aos meus
irmãos para me ajudarem com a colocar a mesa. — Eu não
sabia disso.

— Sempre quis que você ficasse com ele. Fico feliz que
esteja se casando com o homem que realmente ama. —
Abracei novamente meu pai, ficando emocionada.

Me debrucei em seu ombro, ele me olhou como se soubesse


que algo a mais tivesse me deixando tão emotiva.

— Obrigada, papai. Isso é muito importante para mim. —

Rindo, me afastei e voltei para terminar o café. — Vocês três


estão proibidos de irem para a fazenda.

— Sim, senhora!

Papai continuou contando como tudo estava, sobre meu avô


e sua criação de gado. Falava encantado dos animais da
fazenda e eu vi como foi bom passar um tempo longe de
mim. Ainda havia aquela tristeza infinita nos seus olhos,
imaginei se um dia ela passaria, sabendo como é difícil
perder alguém com quem você dividiu uma cama e a vida
por mais de vinte e cinco anos.

Jason retornou cheio de sacolas, eu sorri porque ele trouxe


tudo que meus irmãos gostavam. Desde sucos, a
achocolatado e bolinhos com muita cobertura de uma
confeitaria que ficava bem pertinho do nosso condomínio.

Me enchi de pãozinho de milho com creme de queijo, era


meu novo vício e agora atribuiria a gulosice ao bebezinho
na minha barriga.

Me sentindo plenamente feliz, satisfeita, fui com meu pai


para sua casa. Murdoch veio junto, Jason ficou para limpar a
nossa bagunça.

Coloquei roupas para lavar das enormes bagagens que eles


estavam fazendo. Ordenei que Corey guardasse tudo que
estava limpo, ele resmungou que a general estava de volta,
mas eu vi um sorriso brincando nos seus lábios.

— E você — apontei para Caius. — Precisa cortar as unhas e


vou falar para Jason te levar para cortar esse cabelo!

— Você estava com saudade disso, não é? — Papai


perguntou entrando na lavanderia quando acionei o ciclo da
máquina de lavar. — Quer me contar alguma coisa, filha?

Eu o olhei, o sorriso bobo brincando em seus lábios me fez


perceber que ele já sabia, mas como?

— Você está comendo como uma pequena draga e


chorando nas mesmas proporções. Sua mãe ficou igualzinha
quando estava grávida de você.

As lágrimas voltaram, papai riu e me puxou para um abraço


forte. Seu apoio incondicional durante toda a minha vida foi
muito

importante. Meus pais formavam uma base sólida, um casal


incrível que me fez perceber que ser amada
incondicionalmente era a única coisa que deveria aceitar
quando tivesse em um relacionamento.

Por anos eu vi neles o meu maior exemplo de pessoas


íntegras e honestas, que batalhavam muito para ter coisas
boas na vida.

Nos braços do meu pai foi a primeira vez que consegui ter
dimensão da falta que minha mãe me fazia. A primeira vez
que pensei nela com tanta saudade que meu peito doía, a
primeira vez que vi que havia vivenciado algumas fases do
meu processo de luto.

A negação quando a vi caída, sangrando... A raiva tão


grande que me deixou despedaçada. A barganha quando
tentei fazer qualquer coisa para que não me sentisse tão
vazia, tão mal. E agora, a depressão, quando percebo que
ela realmente se foi... E tudo que restou são as
maravilhosas lembranças de tudo que vivemos.

— Ela está muito feliz por você, filha. De onde estiver, sua
mãe está muito feliz por você. — Me consolou e eu
aproveitei o colo quente para chorar.

Capítulo 46

JASON ROUX

— Está sensível... — Ela murmurou em meio ao sono


quando brinquei com seus mamilos, acariciando levemente.

Ela se virou na cama, me olhando com um sorriso imenso


nos lábios e eu vi o quanto ela estava feliz. Foi o momento
certo de trazer sua família de volta. Eles precisavam um do
outro e eu fiquei grato demais por me incluírem na família.
Sabia que faltava um pedaço dela, Bervely sempre seria
lembrada com muito carinho, mas estávamos seguindo em
frente, unidos como ela gostaria.

— No que está pensando? — Claytlin sussurrou, bocejando.

Provavelmente preocupada com o despertador e o trabalho.

Estava na última semana do semestre letivo. Em breve as


festas de fim de ano finalizariam mais um ciclo.

— Que eu não quero esperar para me casar com você —

murmurei beijando sua boca. — Seu pai está de volta, quero


que possamos viver os momentos felizes agora que
estamos todos juntos.

— Ontem foi incrível... — Ela sorriu, ficando mais próxima e


beijando meu peito. — Estava com saudades de jantares em
família.

— Sempre teremos.

— Sempre mesmo... — Ela concordou. — Tenho que te


contar uma coisa...

Eu sorri com o peito mal contendo a porra da felicidade que


estava explodindo desde que abri a gaveta do armário do
banheiro e encontrei três testes de gravidez indicando
positivo.

— O que, bebê?

— Eu iria fazer uma surpresa, mas se...

— Vai ser uma surpresa de qualquer jeito, amor —


interrompo, calando sua ansiedade e o medo que vejo em
seus

olhos. — Pode me dizer qualquer coisa, amor.

— Você já sabe!

O biquinho lindo se formou em seus lábios e seus olhos se


encheram de lágrimas. Não consegui segurar o riso,
puxando-a para perto e abraçando forte enquanto Claytlin
tentava lutar comigo, perguntando como todo mundo
adivinhava sem ela ter dito nada.

— Amor, você deixou os testes na gaveta do banheiro.

Pensei que quisesse que eu visse, como não falou nada


ontem, então fiquei quieto. Percebi que você anda mais
distraída que o normal, além de muito sentimental.

— Não zomba de mim! — Dessa vez segurei a risada.

Puxei seu corpo para olhar em seus olhos, beijando seu


nariz e empurrando-a para ficar deitada. Montei no seu
corpo, domando meu touro enfurecido.

— Você vai me dar um filho, princesa? — Murmurei baixinho,


cheirando seu pescoço, descendo pelos seios e dando um
beijo molhado por cima da camisa do pijama.

Ela gemeu baixinho, movendo suas pernas inquietas e sorri


contra sua pele, erguendo sua camisetinha e expondo a
barriga que está cheia do meu filho. Porra... minha mulher
está grávida. Até ela dizer que tinha que me falar uma coisa
a ficha não tinha caído.

— Você vai ser papai, Jason Roux.


Ela não tinha ideia do quanto eu estava assustado, nunca
diria a ela. Não tive um pai, mas um irmão incrível que
sempre cuidou de mim. Mesmo Jaxon sendo meu maior
exemplo de pai, principalmente porque eu vejo como o seu
filho é o começo e o fim da sua vida, ainda assim, isso me
deixa meio aterrorizado. E se eu foder com tudo com meu
jeito insano de ser...? E se eu me enfiar no meio de uma
merda e com isso fazer com que minha mulher cresça sem
um marido e meu filho sem um pai?

Angustiado com esses sentimentos, beijei sua barriga


amorosamente. Essa sensação de medo provavelmente
persistiria,

mas ela não era maior que a emoção de ter um filho com a
mulher que eu amo.

— Quero que me ouça bem, princesa... — Falei, chamando


sua atenção. — Eu prometo a vocês dois que sempre estarei
aqui, que viveremos tudo como uma família unida. Sempre
vou protegê-los, nada nunca vai faltar pra vocês.

— Amor...

— Eu te amo, Claytlin. Desde o primeiro segundo que te vi


soube que seria você.

— Então você está feliz? — Um par de lágrimas escorreu


pelos seus olhos e eu sorri, avançando e beijando suas
pálpebras.

— Feliz pra caralho, linda. — Beijei sua boca. Ela suspirou


aliviada, me abraçando pela nuca e eu nos cobri porque o
ar-condicionado estava deixando o quarto congelado. —
Quero fazer amor com a minha noiva.

— Você não sabe fazer amor, Roux.


Ri, puxando seus shorts para fora enquanto beijava sua
boca.

Estimulei seu clitóris, Claytlin já estava molhada, ansiosa,


do jeito que eu amava. Alojei suas pernas nos meus quadris,
penetrando devagar. Era uma porra torturante ir com calma,
mas o momento não pedia desespero. Era sobre conexão e
pertencimento.

— O que você estava dizendo, princesa? — Provoquei,


beijando seu queixo. Ela gemeu, esfregando suas mãos nos
meus cabelos que a essa altura já davam para se ver e
sentir, mas faltava um pouco para conseguir puxar. Prometi
a ela que não rasparia mais.

— Convencido. — Rosnou, seu olhar mudou para um muito


excitado e eu gostei. — Vamos nos casar logo.

— Alguém quer muito ser a senhora Roux.

Ela sorriu, se impulsionando para mim e eu troquei nossas


posições na cama muito rapidamente. Claytlin estava por
cima, tirou

sua camiseta expondo os seios inchados, com os bicos


intumescidos e aureolas em um tom mais escuro que o
habitual.

Seu rebolado me fez delirar. Ela não estava se sentando


com força, manteve o ritmo gostoso de quando estava
fodendo por cima.

Puxei pela sua cintura, beijando sua boca e abraçando sua


cintura. Deixei uma das minhas mãos descerem pela
coluna, se alojando entre suas nádegas para esfregar seu
cuzinho apertado.
Minha mulher adorou, me beijando mais forte e rebolando
gostoso com meu pau enterrado dentro da boceta molhada.

Foi rápido a chegada do seu orgasmo. Bastou que


penetrasse seu rabo com meu indicador e ela me entregou
seus gemidos deliciosos, como uma puta safada. Enterrei
mais fundo, entrando e saindo, inclinando meus quadris e
me deixando ser preenchido pela mesma sensação
maravilhosa.

— Que delícia, Jason... Vou gozar de novo... — Arfou forte


cravando suas unhas no meu ombro. Senti sua boceta
contraindo ao redor do meu pau e me derramei dentro dela,
enchendo sua boceta de leite, marcando seu corpo com a
minha porra.

Ela parou de se mover com a respiração ofegante e eu a


abracei com força.

— Quero comer esse rabo outra vez... — Provoquei,


mordendo o lóbulo da sua orelha. Ela riu, mas estava
cansada demais para dizer qualquer coisa.

Aos poucos seu corpo relaxou e ela caiu no sono, me


levando junto.

•••

London, Dominic e Jaxon estavam treinando, deixei Claytlin


com Sienna e Felícia que estavam surtando com a gravidez.
As três eram em um assunto interminável sobre
comparações e eu fiquei de

fora, sendo excluído da bolha feminina depois de darem um


tapinha no meu ombro e dizerem um “bom trabalho, agora
vaza!”.
— Se você veio dizer que agora só falta eu, melhor sair —

London reclamou e eu gargalhei.

Jaxon jogou uma toalha pra Dominic e eu percebi que os


dois estavam infernizando meu amigo.

— Nunca vou cometer a tolice de me amarrar a uma mulher


de forma tão definitiva. — Continuou falando, se afastando
dos dois e vindo para mim. — Parabéns, cara. Vou ficar feliz
em ser só o padrinho, nada de filhos para mim.

— Obrigado. Você pode treinar com o meu. Padrinho é


sempre o segundo pai.

Ele revirou os olhos quando nós três gargalhamos da sua


feição de pânico. Saiu de perto, nos xingando de tudo
quanto era nome e eu me aproximei dos homens.

— Meu contato no cartório já organizou tudo para dentro de


um mês. Provavelmente as garotas devem estar loucas com
a organização.

— Obrigado. Não queremos esperar. — Dominic assentiu.

— Você vai ser pai, pirralho. Quem diria? — Jaxon se


aproximou, me abraçando e percebeu o pânico brincando
nos meus olhos. — É a melhor coisa que poderia te
acontecer, você vai ver. O

medo nunca passa, mas você vai se sentir invulnerável e


capaz de tudo quando ele ou ela te der o primeiro sorriso
babão.

— Ele tem razão. — Dom disse ao apertar meu ombro. —


Bem-vindo ao time. Passamos as dicas agora ou vamos
deixar ele se foder vivendo a experiência do casamento e o
resto?

— Com certeza vamos deixar ele se foder — Jaxon riu, se


afastando.

Os dois saíram na frente, indo atrás do London e rindo de


nós dois dessa vez.

— Seus filhos da puta! Achei que existisse camaradagem


entre os homens!

Eles continuaram gargalhando.

A sensação de paz depois de tempos fodidos me deixou


com esperança de que meu filho não fosse viver em um
mundo tão merda.

Capítulo 47

JASON ROUX

Semanas depois

— Caius, você já terminou? — Gritei da cozinha lavando o


último copo.

Olhei o relógio no meu punho para verificar o horário,


faltava pouco para uma reunião que Dominic queria fazer
com os homens de confiança sobre a situação fodida com o
México.

— Já acabei! — Ele apareceu na cozinha com o prato em


mãos e a boca toda suja de feijão.

— Vá escovar os dentes. Você vai ficar brincando com a


Kaya até sua irmã voltar.
— Ok! — Ri quando ele ergueu o polegar e saiu correndo.

Lavei o último prato, começando a secar a louça do jeito


que Claytlin gostava. Seguindo uma ordem que só tinha na
cabeça dela, mas que ela sabia quando não era executada
do jeito que mandava.

A mulher era simplesmente um general e eu entendia


parcialmente a brincadeira de Dominic e Jaxon sobre me
contarem ou não o que acontecia dentro do casamento.

Rapidamente entendi que deixar toalha em cima da cama


era inaceitável e que não importava quantas pessoas a
minha cara fechada assustasse da porta para fora, da porta
para dentro é a minha mulher que manda.

Corey apareceu na cozinha com seu uniforme da escola de


futebol que ele entrou durante o período de férias escolares.
O

garoto me olhou meio constrangido e percebi que queria


falar alguma coisa.

— O que está errado? — Perguntei, organizando os copos


por ordem de tamanho no armário e fechando a porta.

— Vou demorar para voltar hoje.

— Como assim? — Arqueei a sobrancelha e pude jurar que


ele ficou vermelho.

— Vou sair com uns amigos depois do treino. Falei com meu
pai, mas ele mandou falar com você e a Claytlin, porque só
vai voltar para casa depois das oito.

— Amigos, é? — O garoto se engasgou com nada e eu sorri,


me aproximando e colocando a mão no seu ombro. — Quem
é ela?

— É só uma garota, Jason.

— Que garota?

Claytlin surgiu na cozinha com um olhar desconfiado, revirei


meus olhos, o que só a fez ficar mais irritada. Passei meus
braços pelos ombros de Corey, puxando-o para fora. Sua
irmã ficou perguntando de que mulher estávamos falando e
eu não sabia se o seu ciúme era maior pelo irmão ou por
mim.

— Vou para o Dominic e o Corey vai chegar mais tarde. Ele


sabe as regras e vai ficar com os seguranças, certo?

— Sim — o garoto respondeu, fugindo do olhar inquisitivo da


irmã.

— Sei! Deixe o celular ligado e me atenda se eu ligar. — Ela


gritou quando passamos pela sala, abrindo a porta para sair
de casa.

Ele bufou.

Como todo adolescente não gostava de ser regulado,


principalmente pela irmã mais velha. Corey ainda era mais
fechado que Caius e eu queria mostrar a ele que poderia me
ver como um amigo. Alguém para confiar.

Nós precisamos ter uma conversa com ele, até mesmo com
Caius, mas agora eles faziam parte da família e precisavam
entender o perigo que a organização trazia. O garoto não
era bobo, já sabia de algumas coisas e entendeu que sua
nova vida trazia muitas facilidades, mas também algumas
limitações.
Abri minha carteira andando ao lado dele e tirei algumas
notas de dentro.

— Trate-a bem, entendeu? Não é sempre não. No mais, só


sorria quando ela disser algo que você não entende.
Acredite, sua irmã passa horas falando de filósofos que eu
nunca ouvi o nome.

Sorrir sempre dá certo.

Ele riu, pegando o dinheiro e relaxando comigo.

Antes que entrasse no banco de trás do carro, segurei sua


mochila e o olhei bem certo:

— Se alguma merda acontecer já sabe o que fazer, certo? —

Perguntei,

— Eu vou te ligar.

— Isso, garoto. Agora vai, toma cuidado.

Fiz um sinal para seu segurança ficar de olho e ele só


assentiu. Fiquei parado observando o carro se mover,
pensando que eu já estava avançando para algumas
responsabilidades que eu executaria quando meu filho
tivesse essa idade.

— Jason! Me espera! — Ri. Caius desceu apressado.

Claytlin ficou da porta com um olhar sonhador quando o


garoto grudou nas minhas pernas, vindo junto comigo. Ele
era praticamente minha sombra e eu adorava o pestinha.

•••
Me joguei no sofá ouvindo a décima ideia de plano tático
para invadir o território dos Guzmán e tomar o cartel
mexicano.

— A noite é a melhor solução — Christopher falou,


mostrando alguns pontos de seguranças que ele conseguiu
captar por satélite.

O esquema todo levaria alguns meses entre organização


para ser executado. Assim como sabia que os filhos da puta
se

reagrupariam e tentariam novamente. Já havia se tornado


pessoal para eles.

— O tal do Bruno assumiu a chefia mesmo. — London falou,


mostrando a mensagem de um dos nossos informantes que
implantamos dentro do cartel.

— Traficante de crianças. Um filho da puta! — Jaxon rosnou.

— Matar esse desgraçado vai ser justiça poética.

— Com certeza. — Concordei.

A reunião continuou por duas horas. No final, apenas Terrier


e Christopher ficaram completando o nosso esquadrão de
confiança.

— Em alguns meses quero que você viaje para o México.

Faça o reconhecimento territorial de perto. Não pode ter


erros. —

Dominic falou para Christopher. — Leve Terrier com você.


Quando tomarmos o cartel, não vai ter anistia. Todos os
mexicanos estarão mortos.
A frase vingativa soou no ar, deixando claro que em breve
estaremos em outra guerra.

Capítulo 48

CLAYTLIN MORGAN

Dois meses depois

Dia do casamento

— Filha, você é a coisa mais linda que eu já vestida de


noiva!

— O jeito que meu pai falou me emocionou.

Ele tinha ficado chateado que eu não me casaria em uma


igreja, como era o seu sonho, até ver toda a organização do
meu casamento no gramado do meu quintal. Era para ser
uma coisa pequena e familiar quando de repente tinha uma
cerimonialista rosnando ordens no meu jardim e a
reprodução perfeita de um deck com flores da estação e
brancos de madeira, formando um casamento romântico
que em deixou emocionada durante minha produção.

Ainda éramos somente a família, mas eu teria um


casamento bonito e íntimo, com a presença de um
celebrante do cartório e o reverendo da igreja que eu
frequento desde criança.

Segurei minhas flores com força, o buquê lindo eram


representação das flores preferidas da minha mãe. Uma
forma de tê-la presente na minha vida e unindo-se ao fato
de que sou uma gravida extremamente emocional, esse
gesto delicado que foi pensado pelo meu noivo me provou
como ele é cuidado e será um excelente marido.
Nossa música preferida estava tocando, uma das
românticas que amavam e ela foi com ela que iniciei minha
caminhada pelo caminho de flores que a florista mais fofa
desse mundo enfeitou.

Sorri para Kaya com meu imenso agradecimento, olhando


para meus amigos, acenando para eles e em especial a Mel,
uma amiga querida a quem precisei me afastar para
proteger durante os dias difíceis que vivi.

Quando mirei para o altar, lá estava ele... Céus, como eu


podia amar tanto alguém ao ponto de me sentir em
desespero só de imaginar viver uma vida longe dele?

Jason está absolutamente lindo em roupas que não costuma


usar. Um smoking escuro, refinado e que me fez arfar
apaixonada porque o contraste das suas tatuagens com o
traje social fez com que ele ficasse muito gostoso. O
conjunto da obra de arte ficava ainda melhor com o sorriso
emocionado no seu rosto, os olhos azuis cheios de lágrimas
e o cabelo finalmente crescido, onde eu conseguia puxar
desesperadamente quando ele estava me fazendo gozar em
sua boca.

Meu rosto esquentou, o baixo ventre pesou e eu o quis. A


cada maldito segundo é uma tortura ficar longe do seu
corpo quente, não quando minha mente só pensa em uma
única coisa: sexo.

Como o noivo obcecado que ele é, não esperou que eu fosse


entregue. Nossos amigos riram da sua pressa, meu pai fez
uma piada sobre ele ser tão ligeirinho que me deixou
grávida antes do sim.

— Você está perfeita — sua boca procurou a minha,


quebrando todas as tradições e não me importei.
Olhei a mim mesma quando segurei seu braço, indo para o
altar. Meu vestido é exatamente do jeito que sempre sonhei,
com um decote em formado de coração, uma causa longa e
cheios de rendas delicadas. A forma como ele está se
moldando a minha barriguinha saliente, dizendo a todos que
não estou mais sozinha, ficou ainda mais bonito.

Eu mal prestei atenção nas palavras do reverendo. Minha


mente ansiosa queria dizer sim, já que nossos votos foram
trocados em uma noite tórrida na noite passada, onde todas
as confissões e juras de amor foram feitas.

Mas, o meu noivo não seria o homem da minha vida se ele


não tivesse algo a dizer enquanto deslizava minha aliança
no dedo.

— Você é o meu início e fim, Claytlin. Não existe um mundo


sem você nele. Obrigado por me dar a chance de ter uma
família, vou passar minha vida inteira garantindo que você
nunca irá se arrepender por me escolher. — Ele me beijou e
não parou porque levou uma bronca do celebrante.

Sorri, emocionada e coloquei sua aliança, olhando em seus


olhos e me inclinando para falar baixinho no seu ouvido:

— Eu sou sua para sempre. Você, por favor, pode me


amarrar e foder comigo gostoso mais tarde?

Jurei que ele ficou vermelho. London gritou do seu lugar de


padrinho que eu deveria estar falando putaria e arrancou
uma risada geral.

— Você me mata, Claytlin Roux.

Assinamos o na linha pontilhada indicada pelo juiz,


finalmente sendo declarados marido e mulher pelo nosso
celebrante.
Aplausos uniram-se ao beijo avassalador que meu marido
me deu. Uma sessão de fogos ecoou nos céus. Todos cor-de-
rosa. Sorri para Felícia, ela foi minha cúmplice nessa
surpresinha.

— Parabéns, papai. Teremos uma menininha muito em


breve.

— O quê? — Seu berro quase sobrepôs os fogos.

Jason comemorou alucinado, me girando e gritando como


um louco que iria ser pai de uma menina. Sorri com a
certeza de que depois de alguns meses muito difíceis,
finalmente estava vivendo o que seria sem dúvidas um dos
dias mais especiais da minha vida.

•••

Uma batida suave e ele empurrou a porta do banheiro com


cuidado. Olhei seu rosto através do espelho, Jason estava
com um sorriso enorme como se fosse uma criança muito
realizada. As pupilas dilatadas pela bebida que ingeriu, além
de uma nítida disposição para passar a noite inteira
dançando. Se tinha alguém que sabia gostar de uma festa,
era ele.

— Cansada? — Perguntou, se aproximando e massageando


meus ombros. Beijou meu pescoço com carinho e me fez
resfolegar com a sensação boa.

— Só queria me trocar. O vestido estava me deixando com


calor e a intenção de fazer uma festa em casa é poder curtir
à vontade.

— Você está absolutamente linda, princesa.

— Você também, marido. — Me virei em sua direção.


Ele já estava sem o blazer, gravata e com vários botões da
camisa social aberta. Molhei meus lábios tocando a pele
suada do seu peito, louca para correr a língua pela gota
escorrendo.

— Você se tornou uma pervertida, senhora Roux.

— Adivinha quem me deixou assim? — Perguntei, rindo.

— Culpado. — O jeito que ele me olhou não facilitava minha


vida. — Então você quer ser amarrada?

— Ouvi algumas histórias sobre você ser fissurado por


cordas...

— London, imagino. — Sorriu, eu podia ver a malícia


permeando pelo seu olhar. — Seu pedido é uma ordem,
esposa.

Fiquei estática quando ele tirou uma corda fina,


meticulosamente dobrada, de dentro do bolso e me virou
com brusquidão, empurrando meu corpo contra a pia.

— Jason, temos convidados nos esperando...

— Eles vão continuar apreciando a festa, já tiveram nossa


presença por algumas horas. — Rosnou, unindo minhas
mãos e as amarrando com agilidade.

Olhei meu reflexo no espelho, o rosto vermelho e cheio de


expectativas do que viria.

Fui guiada para o quarto e suspirei surpresa que durante o


meu banho ele tivesse tido o cuidado de espalhar pétalas
de rosa e acender velas perfumadas. Ouvi seu sorrisinho
malvado, sentindo
meu estômago gelar quando Jason me empurrou para a
cama, cai de bruços. Ele me suspendeu até que ficasse no
centro.

— Não se mova. — Ameaçou.

Prendi a respiração.

Ele se afastou e quando voltou, senti sua mão quente


segurar meus tornozelos.

— É um separador de pernas, bebê — seu tom não era


doce, apesar do apelido.

Ergui a cabeça, mas não dava para ver nada. Apenas sentir
enquanto ele prendia algo que deveria ser couro nos meus
dois tornozelos, depois puxou por um suporte e eu ouvi um
clique soar alto ao mesmo tempo que minhas pernas se
abriram. Soltei um gritinho com um susto e ele riu baixinho.

— Ainda não está no limite de abertura. Se você ficar


quietinha, não vai abrir mais que isso. — Murmurou. Seu
corpo pesou sobre a cama e eu senti sua respiração contra
minha pele, subindo pelas minhas costas até o meu
pescoço. — Agora, esposa, você vai aprender uma ou duas
coisinhas sobre paciência.

— O que você quer dizer com isso? — Perguntei enquanto


ele se afastava. — Jason! Volta aqui!

Me movi, inquieta, excitada, com raiva e minhas pernas


abriram-se mais.

— Babaca! Jason, volta aqui! — Rosnei quando ele bateu à


porta, dando risada e saindo do quarto.

Capítulo 49
JASON ROUX

Seus gritos enraivecidos fizeram meu pau doer de tão duro.

Claytlin estava gostosa com as mãos amarradas nas suas


costas, as pernas abertas pelo separador e o vestido curto e
branco parcialmente suspenso, mostrando a popa da bunda.

Desci, cantarolando e pegando uma tesoura afiada na


gaveta da cozinha, uma garrafa de champagne e um balde
com pedras de gelo. A música alta pra caralho lá fora me
indicava que todos tinham entendido que o lugar da festa
era no quintal.

Subi calmamente, apreciando a decoração da minha casa e


pensando que ter dinheiro era a solução de muitos
problemas. Em pouco tempo o lugar vazio se tornou incrível,
perfeitamente habitável, com uma decoração requintada
pelo bom gosto de Claytlin e agora, havia enfeites de Natal
por todos os lados, porque a minha esposa me tornou um
homem que aprecia feriados.

Empurrei a porta do nosso quarto, ouvindo seus resmungos.

Ela automaticamente se alertou ao me ouvir, mas continuou


puta porque fui direto ao banheiro. Tomei um banho ouvindo
suas ameaças, saí enrolado no roupão, rindo para que ela
ouvisse que eu estava adorando seu show furioso.

Estourei a garrafa de champanhe que estava no balde de


gelo. A pressão fez com que ela se calasse. Virei um gole
grande, apreciando a bebida adocicada. Não era uma das
favoritas, mas o intuito ao qual ela serviria tornaria a
melhor.

Trouxe o balde de gelo para a mesinha de cabeceira,


deixando a garrafa dentro e pegando a tesoura.
— O que você vai fazer?

— Paciência, princesa...

Quando coloquei um joelho na cama e me abaixei para


beijar seus pés, ouvi um gemido torturado sair da sua boca.
Lambi a pele

da sua perna, beijando a panturrilha malhada e empurrando


o vestidinho para cima, me deliciando com a peça pequena
cheia de rendas e babados da sua lingerie.

Segurei o tecido do seu vestido, inclinando a tesoura e


quando comecei a cortar ela ficou incontrolável.

— Eu não acredito que você está fazendo isso! — Seu grito


ecoou pelo quarto. Sorri, cortando ainda mais seu vestido.
— É o meu segundo vestido de casamento! Custou centenas
de dólares!

— Eu compro outro.

— Era especial! — Seu muxoxo não era triste, era raivoso e


eu adorava suas garras.

— Ele serviu o propósito. Deixou a porra do meu pau duro só


de olhar como sua bunda ficou uma delícia nele.

— Você vai me pagar! — Ameaçou quando cortei as alças,


finalmente erguendo seu corpo pela corda e puxando fora o
vestido.

— E você vai gritar e gozar no meu pau, princesa.

Apreciei a visão linda da sua bunda empinada, as pernas


separadas e minha boca encheu d’água com vontade de
fazer tudo ao mesmo tempo. Me inclinei, peguei a garrafa
de champanhe.

Claytlin gritou quando derrubei bebida sob sua pele e


gemeu quando passei a língua pelas costas, lambendo tudo.
Apertei suas coxas com força, jogando mais bebida até
chegar na sua bunda.

— Que delícia, princesa. Porra... — Rosnei, excitado e com


vontade de foder.

Afastei sua calcinha, lambendo e mordendo sua bunda. O

cheiro delicioso da sua pele pós banho, com os diversos


produtos que ela usava acompanhado do gosto do álcool
estava me deixando entorpecido.

— De quatro, safada! — Estapeei sua bunda, ajudando-a se


ajoelhar. Ela reclamou, sem equilibro e eu pressionei sua
cabeça contra o travesseiro. — Que visão perfeita! Vou
gozar bem aqui.

Passei o dedo pelo seu cuzinho, espalhando champanhe e


ela se contorceu na cama. Claytlin moveu suas pernas e
abriu o separador até o limite, me dando uma visão
privilegiada da forma como ela estava aberta para mim.

Quando chupei do seu cu até sua boceta, mamando gostoso


o clitóris inchado, ela gritou com força total. Seus gemidos
aumentaram o fogo dentro de mim, me fazendo chupar
cada vez mais forte. Usei um dos meus dedos como apoio,
espalhando sua lubrificação até seu ânus, estimulando seu
cu apertado e aumentando a sensação de prazer.

Claytlin me xingou quando me deu seu primeiro orgasmo.

Suas palavras incoerentes me deixaram aceleradas.


Voltei a me ajoelhar, rasgando a peça provocante que ela
usava e estraçalhando o tecido sensível. Mergulhei minha
cara entre suas nádegas, chupando gostoso e penetrando
sua boceta com dois dedos. Sensível, contraiu comigo
dentro. Seus gemidos aumentaram quando comecei a foder
gostoso, ritmado e não parei nem mesmo quando ela
implorou pelo meu pau.

Subi uma das minhas mãos pela sua cintura, brincando com
seu peito inchado. Não estava tão sensível quanto nos
primeiros três meses, mas ela ainda tinha uma sensibilidade
enorme.

Claytlin gritou, esfregando a bunda em mim e eu estapeei


forte.

— Caralho! Eu vou te foder muito gostoso! — Me posicionei


entre suas pernas, segurando sua mão amarrada para que
não desequilibrasse quando penetrasse.

Ela suspirou pesado, ofegante, desesperada para me sentir.

Éramos duas pessoas insanas e incoerentes, que amavam


pra caralho o tipo de putaria que fazíamos.

Quando empurrei meu pau dentro da boceta molhada,


rosnei em um gemido potente, estocando com força.

Esfreguei minha mão livre na sua bunda e a outra continuou


puxando a corda como se estivesse domando uma fera
selvagem.

— Safada, eu amo essa boceta! — Estapeei sua bunda,


metendo forte e ela grunhiu meu nome completamente
enlouquecida. — Minha putinha gostosa, rebola no meu pau,
porra.
Claytlin obedeceu, se inclinando contra mim. Enxerguei
vermelho, entregue ao prazer, querendo mergulhar cada
vez mais fundo na loucura que ela me levava. Quando
minha mulher gritou avisando que gozaria novamente
despertou um incêndio dentro de mim. Seus gritos em
desespero sendo acometida pelo orgasmo ativou um gatilho
automático, me levando junto com ela.

— Caralho! — Gritei, me sentindo sem controle.

De alguma forma louca eu não consegui parar, uma parte


minha estava muito ligada para parar.

Saí de dentro dela com o pau gozado, duro e me levantei ao


desamarrar sua mão. Claytlin mal entendeu quando segurei
na barra de metal e a virei agilmente, fitando seu rosto
vermelho e os lábios inchados.

Beijei sua boca com fome, suas mãos vieram para minhas
costas e ela me arranhou com tesão e raiva. Gemi,
adorando a sensação da dor. Com o pau inchado, com
vontade de foder mais.

Inclinei seus joelhos, me posicionando na entrada e fodendo


minha mulher.

— Eu só vou parar quando tivermos que entrar no avião. —

Avisei, recebendo um sorriso safado como resposta. — Eu


vou gozar na sua boca, vou foder esse cuzinho gostoso, vou
garantir que você fique toda melada com a minha porra. A
noite inteira.

— Eu quero isso!

— Você me tem, princesa. — Prometi, voltando a meter


forte.
Ela gritou, se entregando. Fiquei zonzo com a sua cena
erótica ao estimular os seios, gemendo um monte de
putaria que me fez acelerar.

Ergui seus quadris, fodendo mais fundo, sentindo meu


coração martelando dentro do peito a cada estocada.
Claytlin me

olhou de um jeito depravado, como a puta que ela se


transformava quando estávamos na cama e eu não
aguentei. Urrei, sentindo com mais força o segundo
orgasmo ao ponto de deitar-se com cuidado meu corpo
sobre o dela, me apoiando no travesseiro e puxando o ar
com dificuldade.

— Já cansou? — Ela provocou.

— Cinco minutos. — Tombei, puxando seu corpo para perto


do meu depois de soltar o separador. — Te machuquei?

— A médica disse sim para sexo selvagem.

— Mesmo assim. Te machuquei?

— Não amor, estou maravilhosa. Pronta para outra.

— Essa é a minha garota. — Sorri, beijando sua boca


gostosa. Ansioso pela próxima foda.

Capítulo 50

CLAYTLIN ROUX

LUA DE MEL — VERONA

— Era isso que você queria, esposa? — Ele me perguntou


com um carinho inigualável.
A brisa fresca da noite de Verona soprou ao mesmo tempo
que o corpo dele se encaixou ao meu por trás e recebi um
beijo cálido no pescoço.

Da sacada do nosso pequeno apartamento dava para ver


perfeitamente a casa da Julieta. Esse sempre tinha sido o
meu sonho de menina romântica e pelos últimos cinco dias,
meu marido estava realizando para mim. Incansavelmente
Jason fez todos os meus roteiros turísticos, não reclamou
nem dos mais cheios. Sorriu, comeu tudo que lhe oferecia,
tirou milhares de fotos. Conseguiu com que eu tivesse o
meu dia perfeito respondendo algumas cartas que
chegavam diariamente para Julieta. Cartas de amores
impossíveis, tão lindas que me fizeram chorar várias vezes.

Eu estava tão feliz, realizada, vivendo um sonho mágico...

— Sim, exatamente isso.

— Do que mais gostou até agora? — Instigou ao morder o


lóbulo da minha orelha.

— Hmmm... Da comida... — Murmurei baixinho.

Era fácil me ter entretida e facilmente excitada.

Jason se divertiu com a minha resposta, passeando com


suas mãos pelas minhas coxas, subindo por baixo da minha
camisola. Pensei que ele me provocaria, me tocando
diretamente na boceta, bem na varanda do pequeno
apartamento que ele alugou para nós. Com a possibilidade
de algum pedestre nos ver da rua.

Sua mão pecaminosa subiu até meus seios, onde ele sabia
que era meu ponto fraco e me tocou com carinho. Seu
polegar
roçou pelo mamilo sensível que endureceu rapidamente e
me roubou um gemido.

— Só da comida? — Perguntou ao beijar meu ombro.

Me arrepiei inteira, prendendo a respiração e tentando


pensar em qualquer coisa para dizer.

— Gostei também da Basílica de Santa Anastácia.

— É mesmo, amor? Que menina comportada. — Ronronou,


beliscando meu mamilo. — Mais o quê?

Gemi baixinho, fechando meus olhos e apertando minhas


mãos no guarda-corpo.

Jason desceu sua outra mão pela minha barriga e afastou


minhas pernas com a sua. Foi quase impossível de
raciocinar quando seus dedos entraram pelo cós da minha
calcinha, esfregando na minha boceta completamente
molhada.

— Hmm... O teatro romano — arquejei quando seus dedos


afundaram na minha carne e tocaram meu clitóris.

Resfoleguei me projetando contra ele e descanso minha


cabeça no seu peito. Jason riu baixo, arrastando uma trilha
de beijos sedutores pelo meu pescoço e aumentando a
sensação de prazer com tantos pontos do meu corpo sendo
estimulados ao mesmo tempo.

— Sabe o que eu mais gostei, princesa? — Perguntou


calmamente.

Sua mão soltou meu seio, respirei em profunda agonia,


sentindo seu pau duro que estava alojado no centro das
minhas costas ser liberado do seu short.
Jason me inclinou suavemente, afastando minha calcinha e
a próxima coisa que eu senti foi sua deliciosa ereção me
penetrando.

Silvei, tentando ser discreta e não atrair atenção dos nossos


vizinhos ou das pessoas que andavam na rua.

Ele voltou a me beijar, deslizando delicadamente dentro de


mim, me deixando queimar por dentro.

— Eu gostei cada momento que te beijei em frente ao rio


Ádige — sussurrou no meu ouvido. — Adorei todas as vezes
que te masturbei dentro do bondinho para o castelo de San
Pietro.

— Amor... — Murmurei, excitada demais para conseguir


controlar um gemido que soou mais alto. Jason não
aumentou a investida contra mim, continuava me
torturando com uma foda tão gostosa que me fazia ter
vontade de pular nos seus braços e se sentar com vontade.

— Eu amei todas as vezes que te fodi na banheira... —

Murmurou ao deixar um beijo no meu pescoço. — Mas,


porra, amor... Nada se compara a essa foda gostosa de
agora. Meu pau está latejando de tesão, minhas bolas estão
doloridas... Porque você é tão gostosa, Claytlin... Você é
minha.

— Me faça gozar, por favor... — Choraminguei, enlouquecida


com tudo que ele estava me falando.

— Eu amo quando você pede assim. Implora como uma


puta, amor. Eu quero ouvir.

— Por favor, amor... Faça a sua putinha gozar... — Rebolei


contra o seu pau. Jason rosnou, apertando minha cintura
com força enquanto descia para minha boceta.

Suspirei pesado.

Ele segurou com força no parapeito, me fodendo gostoso e


quando começou a me masturbar foi como se liberasse uma
carga elétrica que percorreu todo meu corpo.

Deitei-me contra ele, me entregando totalmente. Jason


rosnou, mordeu meu ombro e fodeu um pouco mais forte,
ficando instável do jeito que eu adorava.

— Meu Deus! — Grunhi, louca de tesão.

— Goza comigo. Agora.

Seu comando foi tudo que eu precisei para me deixar ir.

Meu corpo cambaleou para frente, agarrei o parapeito e


mordi o lábio inferior com muita força sentindo seu sêmen
se

espalhando dentro de mim. Jason urrou forte, beijando


minhas costas, estocando com força e eu gozei
ruidosamente. Tremendo.

Sedenta. Feliz pra caralho.

— Vamos continuar na cama. — Rosnou, incontrolável.

Ele estava gostando de dar duas sem parar e eu ainda


ficava abismada com a forma como conseguia deixá-lo
excitado.

Parei de andar, me virando para ele e segurando seu rosto.

— Eu te amo tanto. — Minha voz saiu carregada de emoção.


Ele sorriu carinhosamente, me beijando com amor.

— Eu amo você, princesa. Mais que tudo.

E isso era a única coisa que me importava nessa vida.

Epílogo

CLAYTLIN ROUX

Meses depois

Em meados de maio nasceu Charlotte Morgan Roux com


seus 51cm e 3,2kg, matando sua mãe de dor e amor. Acho
que nunca vi uma criança tão linda na minha vida, com os
olhos do pai e tão cabeluda, bochechas coradas e a
linguinha fofa que sempre ficava de fora e era registrada
em dezenas de fotografias.

Definitivamente de um jeito muito louco ser mãe


transformou a minha vida. Uma força inexplicável nasceu
junto com a minha filha, mas também vieram medos de que
nunca pensei que sentiria.

Coisas infundamentadas que me deixam noites em claro, se


não fosse Jason para segurar a minha mão e me
tranquilizar, não sei o que teria acontecido.

Agora, no entanto, após dois meses que uma coisinha


miúda, extremamente chorona e esfomeada nasceu, posso
observá-la felizmente sendo extremamente mimada pelo
seu pai após o seu banho.

Ainda é inacreditável que Jason tenha se tornado o homem


que ninguém imaginava. Meu marido é aquilo que chamam
de incansável: ele passa noites e noites em claro, é sempre
o primeiro a chegar, se voluntaria para trocas as fraldas
cheias de presentinhos com odores desagradáveis e faz
passeios noturnos quando a mimadinha que eu pari não
consegue dormir.

— Fala para sua mamãe que você ficaria muito estilosa com
uma jaqueta de couro e botas de cano alto. — Ele brincou,
acariciando a barriguinha dela enquanto fechada a fralda.

— Ela vai crescer, Jason Roux.

Recebi um olhar feio, porque se comigo nasceu um medo


irrefreável de algo ferir a minha filha, com ele nasceu um
ciúme eloquente. Os meninos simplesmente perdem horas
dizendo que ela

vai fazer o dobro do que ele fazia em seus tempos de


solteiro e Jason falta explodir de raiva. Até London, o solteiro
convicto, gosta de brincar dizendo que vai fazer um filho
para namorar Charlotte ao ponto do meu marido partir para
a agressão com ele.

— Não começa. — Brigou comigo ao colocar o macaquinho


cor de rosa na sua garotinha. — Nós já conversamos e
entramos em um acordo saudável. Namoro a partir dos
trinta, certo, filha?

— Com quinze, papai — fiz uma vozinha de bebê e ele só


faltou me matar com um olhar feio. — Você se tornou tão
fácil de irritar, amor.

— Ela é o meu bebê.

— Por isso mesmo. Eles só querem te irritar. — Avancei,


beijando seu rosto e acariciei o cabelinho da minha filha. —
Vamos, nossa família está esperando.

— Viu como sua mãe fala comigo, filha?


Eu saí de perto porque não ia conseguir segurar a risada.
Ele estava reclamando de mim com uma bebê de dois
meses de idade.

Peguei a babá eletrônica, colocando dentro da bolsa já


arrumada da Charlotte e descendo as escadas.

Murdoch estava deitado no tapete da sala, levantou suas


orelhas quando me viu e bocejou, voltando a deitar.

— Pelo visto todo mundo nessa casa só quer saber da nova


moradora, não é? — Ele nem me deu atenção, diferente de
quando o pai desceu com a sua nova pessoa favorita nesse
mundo.

Jason riu da minha cara de indignação, mas eu só achei fofo


a maneira que ele queria todo custo cheirar a minha bebê.
Jason abaixou, Murdoch parou de pular e cheirou a manta
da Charlotte.

Ela soltou um gritinho inquieto, que fez seu pai se levantar.

— Se comporta, garoto. Nós já voltamos.

Do outro lado da rua estava em clima de festa pelo


aniversário da Kaya. Ela correu para me abraçar quando me
viu, dizendo que sentia minha falta. Eu também morria de
saudades

dela, mas desde que eles se mudaram ela tinha outra babá.

Principalmente com a chegada do seu novo irmãozinho:


Archer. Ele nasceu três meses antes da Charlotte e com a
vantagem na idade, já era um garotinho vivenciando a
introdução alimentar.
— Titia! — O gritinho animado me fez abrir os braços para
que um dos meus garotos preferidos pulasse no meu colo
quando alcancei a área externa da casa de Sienna.

Aaron me deu um beijo babado e delicioso.

— Você está pesado, garoto! — Sua risadinha de bebê fofa


me deu vontade de beijá-lo. Enchi suas bochechas de beijos
e cosquinhas. Ele gritou desesperado e o pai o salvou do
meu ataque.

Era fofo vê-los juntos, Aaron é a cara do pai e eles são


extremamente apegados.

— Deixa eu ver minha neta! — Meu pai grunhiu. Eu ri baixo,


sabendo que eles iriam iniciar uma briga besta de quem é a
vez de mimar minha filha.

Cumprimentei Felícia e Sienna, agarrando Archer e beijando


sua cabeça. Ele estava gordo e bochechudo, muito gostoso.

— Oi, pequena Claytlin. — Dominic me cumprimentou com o


mesmo apelido que Jaxon espalhou por aí. Todos eles me
chamavam assim agora.

— Cadê o London? — Perguntei ao puxar uma cadeira para


me sentar com Archer no meu colo.

— Ele não chegou até agora. — Sienna falou.

— Estranho. Alguém ligou pra ele?

— Não. E me dê o meu filho, vá comer antes que sua


monstrinha chore.

— Ei! Não fale assim da minha filha! — Jason reclamou, se


aproximando de mim e puxando a cadeira para me levantar.
Recebi atenção, beijo e ele perguntou o que eu queria
comer porque iria arrumar meu prato.

Dominic ficou rindo, começando a provocar meu marido


falando que Archer namoraria nossa filha. Como ele sempre
caía na pilha, essa brincadeira iria durar por um bom tempo.

Mandei uma mensagem para London, avisando que a


comida estava pronta e era para ele vir logo. Apesar de
morar em uma casa do lado da nossa, ele praticamente
morava conosco. Almoçava, jantava e aparecia no meio da
madrugada para roubar nossa comida. Tendo a chave, era
comum acordar e encontrar seus assaltos à nossa geladeira.

A comida estava deliciosa, o almoço correu tranquilamente.

Estava morrendo de saudades da Sienna e das crianças,


então aproveitei para ficar grudada e na hora de cantar
parabéns para Kaya, Jason aproveitou para se vingar e usou
o nome do Caius na famigerada musiquinha “com quem
será” . A comoção foi geral em risos, exceto para o pai que
ficou roxo de ciúmes.

— Está feliz, bebê? — Em algum momento entre o fim da


tarde e a noite, meu marido se sentou ao meu lado e
sussurrou sua pergunta de um jeito cumplice. Sorriu
apaixonado pela visão da sua menininha mamando e me
beijou carinhosamente.

— Muito.

— Eu também, princesa. E devo tudo isso a você. Obrigado.

— Seus olhos foram preenchidos por emoções distintas, só


sorri puxando o seu queixo e o beijando novamente.

— Vocês são tudo para mim. — Confessei baixinho.


Jason sorriu, envergonhado pelas lágrimas nos olhos e me
abraçou. Eu sabia que nele existia a mesma emoção:
estávamos completos, felizes, e eu tinha o mundo inteiro
nas minhas mãos. Um marido lindo, uma filha perfeita e a
chance de viver momentos incríveis com pessoas que nos
amavam infinitamente.

Nossa família nunca esteve tão unida e pronta para


enfrentar qualquer coisa.

Epílogo 2

LONDON KING

A pista estava escura, a intensidade com que a chuva caía


mal dava para ver o que estava diante de mim. Liguei os
faróis no alto, com o coração batendo freneticamente e a
última frase da ligação perturbadora que recebi há meia
hora rondaram minha mente:

“Eles vão me pegar! ”, os gritos dela me apavoraram. O


terror na sua voz, a forma como o ar atravessou a linha, me
mostrando o quanto ela estava exausta de correr.

— Porra! — Grunhi em desespero, fazendo uma curva


perigosa quando o aplicativo da rota segura me indicou o
local que ela deveria estar.

Chegue a tempo. Você precisa chegar a tempo. — Não


importava o quanto eu rezasse mentalmente pedindo para
qualquer deidade existente me ouvir, uma parte de mim
dizia que eu não era merecedor de piedade.

A adrenalina me tomou inteiro, o coração batendo tão


rápido que podia ouvir o ritmo cardíaco acelerado pulsando
através da carótida.
Por que eu me sentia malditamente conectado a essa
mulher?

Ela não devia significar porra nenhuma para mim, eu só a


olhei uma única vez na minha vida e então uma comoção
de sentimentos desnecessários tentaram ocupar minha
cabeça, me trazendo emoções voláteis que eu não queria
sentir. Porra, eu não gosto de sentir. Passei a vida inteira
evitando qualquer sentimento.

Exceto para minha família, a organização criminosa pela


qual eu daria a minha vida, não há ninguém que consiga
penetrar a camada blindada que me revesti.

Isso é mentira — meu cérebro incoerente zomba.

Ela conseguiu.

Eu rio de uma maneira sarcástica para caralho pensando


em como a vida é uma grande piada.

— Você chegou ao seu destino seguro, London — o aparelho


me informou.

Desci do carro, enfiando meu celular no bolso. A chuva


grande mal me deixava ver qualquer rastro de marcas de
pneu de carro na estrada de areia ou qualquer outro
vestígio da presença humana.

A porta do casebre de madeira quebrada só me indicou o


que eu já sabia: eles a levaram.

Um comichão intenso se apossou do meu corpo quando um


grito incoerente atravessou minha garganta. Um urro em
mais profunda agonia, ódio, uma raiva visceral que me
rasgou inteiro quando atirei uma cadeira de madeira contra
a parede, vendo o objeto desmontar inteiro.
— Não! Porra! — Continuei gritando, indo para os fundos.

Barulho de motor de carro misturaram-se ao da chuva, tirei


minha arma da cintura e destravei no momento que a ideia
insana atravessou minha mente.

— Eu preciso achá-la — verbalizei, incoerente.

Da porta, podia ver vários faróis de carro entrando na


estrada de onde eu vim, em alta velocidade no meio da
estrada.

Foram os únicos segundos de consciência antes da merda


explodir diante dos meus olhos.

Tirei o celular do bolso, discando o número que eu sabia de


cor. Demorou alguns segundos para que a voz parcialmente
sonolenta e preocupada preenchesse o outro lado da linha:

— London? O que está havendo? — Ele perguntou. Ouvi um


chorinho de bebê, meu peito comprimiu porque essa merda
não é justa com ninguém.

Um dos carros pararam e jogaram o farol bem na minha


cara, respirei resignado quando a porta se abriu e um
desgraçado empunhou uma arma na minha direção.

— Jason, código 4[20].

— Que porra é essa? — Ele explodiu quando um filho da


puta mexicano falou algo em espanhol. — Onde você está?

— Eu não tenho tempo, vou ser sequestrado! Ativem todos


os protocolos de segurança, estamos sob ataque!

Não tive tempo de dizer mais nada.


Joguei o celular no chão, pisando no aparelho ao mesmo
tempo que o filho da puta chegou até a mim e socou meu
estômago, me deixando de joelhos. A última coisa de que
me lembro antes de apagar era do leve sotaque mexicano.

Os fodidos latinos estão de volta.

Agradecimentos

Estou muito feliz por ter poder escrever esses


agradecimentos, grata a todas as pessoas que fizeram ser
possível a realização desse trabalho. Deus tem sido muito
bom comigo ao me presentear com pessoas tão incríveis.

Meus sinceros agradecimentos para minha beta, Carolina


Viana, por toda sua ajuda desde o processo de escrita até a
finalização. Muito obrigada pelo apoio e palavras de
incentivo.

Não posso deixar de mencionar minha mãe por seu apoio


essencial e por cuidar de mim quando tudo fica tão difícil.
Meu agradecimento se estende às minhas leitoras e aos
seus surtos em nosso grupo de contato. Sério, vocês tornam
tudo melhor! Obrigada por estarem comigo nessa jornada
louca.

Toda a minha gratidão à minha assessora Vanessa e as


minhas parceiras. Vocês são incríveis e fundamentais!

Sou muito grata por tudo que a escrita me possibilita viver e


sei que sou abençoada por ter vocês na minha vida.

Todo meu carinho e amor por vocês.

Outras obras

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Sobre a Autora

Catiele Oliveira nasceu na baixada fluminense, no estado do


Rio de Janeiro, onde vive atualmente com sua família. Adora
ler, escrever e mergulhar em histórias intensas entre filmes
e séries.

Sua paixão pelo mundo literário começou quando criança


com leituras de histórias mágicas recheadas com incríveis
finais felizes.

Começou a escrever nos meados de 2008 e não parou mais.

Criando coragem, resolveu publicar seu primeiro livro na


Amazon em setembro de 2021, com o incentivo de seus
familiares e amigos.

Até o momento acumula o número de 12 livros publicados,


milhares de leituras e muitos planos de tornar pensamentos
inquietos em livros cheios de drama, suspense e muito
romance.

Você pode me encontrar em:

https://www.instagram.com/catieleautora/

[1] Esse personagem é um dos protagonistas da série


Magnatas de Seattle.

[2] Protagonista do livro Sobre Amor e Sangue, que deu


origem a série Magnatas de Seattle.

[3] Um dos mafiosos de Nova Iorque e terá seu livro em


breve.

[4] Filha de Dominic e Sienna.

[5] Protagonista do livro Sobre Perdão e Sangue


[6] Protagonista do livro Sobre Amor e Sangue, livro que deu
origem a série Mafiosos de Nova Iorque

[7] Protagonista do livro Sobre Perdão e Sangue, livro 1 da


série Mafiosos de Nova Iorque.

[8] O partido adota uma visão moderna do liberalismo


americano que defende igualdade social e econômica, junto
com o chamado Estado de bem-estar social. O Partido
Democrata também advoga mais participação do governo
em questões econômicas na forma de melhores
regulamentações do mercado.

[9] Essa personagem aparece em vários livros do meu


universo e terá seu próprio livro em breve.

[10] Cidades da Itália.

[11] Esse personagem apareceu em Sobre Perdão e Sangue,


ele participou de

um plano conspiratório para expor a organização e quando


tudo deu errado, fugiu do país.

[12] Esse personagem aparece no livro Sobre Amor e


Sangue, a história

narrada aqui pelo Jason aconteceu nesse livro e não tem


uma grande relevância para essa história.

[13] A “vilã” de Sobre Amor e Sangue.

[14] O protagonista do filme, um humano que se apaixona


por uma vampira.

[15] Um dos Magnatas de Seattle e terá seu livro em breve.


[16] “Compressão de dedos”, uma técnica de tortura usada
na China antiga.

[17] Assistente virtual fictícia, pertencente a empresa de


Octor Luxton,

protagonista do livro Esposa contratada para o Natal.

[18] Os fatos narrados são fictícios.

[19] Esse personagem é irmão de Dominic, apareceu no


livro Sobre Amor e

Sangue.

[20] Um codinome para ameaças de sequestro.


Document Outline
Sinopse
Notas da Autora
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Epílogo
Epílogo 2
Agradecimentos
Outras obras
Sobre a Autora

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