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EMERSON
CEO
ENTRE O AMOR
E A OBSESSÃO
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode
ser reproduzida ou transmitida por quaisquer meios (eletrônicos ou
mecânicos, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem autorização escrita do
autor.
Esta é uma obra de ficção. Os fatos aqui narrados são produto da
imaginação. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, locais,
fatos ou situações da vida real deve ser considerado mera
coincidência.
Copyright 2022 (1 edição) – FRANCISCO EMERSON
Prólogo
Escutei uma risada do outro lado da linha e soube que havia sido
demitida.
— Não é nada disso, na verdade ele na maioria das vezes odeia
todo mundo, tem uma frase que ele costuma dizer sempre, mas só
poderei falar se por um acaso do destino ficarmos mais íntimas. —
Melissa continuou a rir por mais tempo.
Esperei até que ela parasse, mesmo sendo feita de idiota. Queria
tirar mais dúvidas.
— Sei que não somos amigas, mas pode me dar umas dicas de
como não ser demitida nos primeiros dias?
Tive de ouvir mais um minuto de longas risadas. Dei graças a
Deus que ela não conseguia ver minha reviradas de olhos.
— Não o atrapalhe, não se intrometa nos seus assuntos íntimos
e tente não fazer amizade. Ele prefere que a secretária faça seus
deveres e nada mais. E sempre reserve um tempinho caso ele
queira algo extra. — Melissa falou de tom sério, e tentei descobrir
em que momento ocorreu a troca repentina.
— Podemos começar?
Sorri.
Hora de fazer com que aquela jovem se lembrasse de mim pelo
resto da vida.
Lentamente avancei, inclinando-me para a cama, fiquei por cima
do corpo dela e a beijei. E porra, a garota sabia o que estava
fazendo. Meus pensamentos haviam mudado, não havia nada de
inocente naquela jovem.
Aquela surpresa me deixou excitado, de modo que meu pau ficou
tão duro que definitivamente ela pôde sentir na sua coxa esquerda.
Desgrudando meus lábios dos do dela, passei a língua no seu
pescoço para em seguida dar leves chupadas.
— Aaaaaa! Muito bem Matteo. — Gemeu ela, agarrando nos
meus cabelos.
Fiquei um pouco tenso, pois não sabia o nome dela, e nem fiquei
interessado em perguntar naquele momento. No final das contas
esqueceria dela em dois ou três dias no máximo, mas enquanto isso
não acontecia, o jeito seria curti-la agora.
Desci as alças do seu vestido e sorri ao ver os lindos seios fartos
com alguns fios dos seus cabelos enormes nele. Removi as pontas
do cabelo e tirei o sutiã, ter enlouquecido seria pouco para
descrever os sentimentos que tive ao ver os bicos dos peitos dela,
rodados e sem nenhum defeito.
Levantamos rapidamente para que ela pudesse jogar seu vestido
no chão, subimos em cima da cama e eu nela, enfiei a boca no bico
direito e comecei a sugar, o gemido de surpresa deixou meu pênis
mais duro que uma barra de ferro.
Ela rapidamente desabotoou meu terno fazendo com que eu, na
mesma velocidade, tirasse minha camisa branca e jogasse tudo no
chão. Tirei meus sapatos e a calça, somente de cueca, voltamos
aos beijos ferozes em cima da cama. Fluídos e safadeza eram
trocados entre um beijo e outro.
— Linda. — Disse por de trás dela, chupando mais uma vez seu
pescoço.
A mulher se moveu tão rapidamente que, quando percebi, suas
mãos já trabalhavam na minha peça íntima. Ela removeu e eu
obviamente deixei. Meu pau, que já estava duro, saltou para fora e
bateu bem no rosto dela, causando uma cena engraçada. Por sorte
o tesão não foi quebrado, só aumentou quando inclinei a cabeça
para trás ao sentir a boca dela no meu membro.
Usando uma de suas mãos no meu pênis, ela subia e descia
rapidamente. Uma ótima boqueteira. Agarrei os longos cabelos
longos louros dela e assumi o controle da situação, puxando-a para
cima e para baixo.
Minha cabeça avermelhada encontrava-se lambuzada, isso
jamais me incomodaria, só significava que estava lubrificada e
pronta para satisfazê-la. No entanto, antes de qualquer movimento,
a garota pareceu continuar o que estava fazendo. Por isso a deixei
prosseguir.
A soltei com intuito de deixa-la puxar as rédeas, o barulho de
sucção começou a aumentar.
— Ai, meu Deus. Não pare! — Ordenei.
Não tinha jeito.
Precisava encher aquela boca.
Discretamente comecei a mover os quadris de modo que o ato
sexual se tornou mais rápido e gostoso. A cada gemido, a cada
sucção, minha respiração tornava-se mais ofegante. Nunca pensei
que começaria fantástico logo no começo do ato sexual, estava
sendo um dos meus melhores sexo, e apostava que era o melhor
dela também. Pelo jeito ela queria me impressionar, e estava
conseguindo.
...
Fiquei uns trinta minutos naquela cama, esperando. Virei minha
cabeça e ela dormia silenciosa ao meu lado, a respiração suave
como uma borboleta. Levantei e vesti minhas roupas, tirando um
pouco de poeira do meu terno, peguei a carteira e joguei trezentos
reais na cama, ela poderia pegar um taxi para casa e quem sabe
umas roupas novas.
Ela não me servia mais.
Por isso, saí do motel sem falar ou deixar algo escrito. Não eram
necessárias nenhuma palavra, quando acordasse sozinha saberia
que tudo não passara de uma simples transa casual.
Um longo dia estressante e cansativo me esperava amanhã.
Precisava de um descanso.
Capitulo 4
CHARLOTTE
Peguei minha bolsa, que foi o único objeto que não troquei por
um mais caro, e coloquei no meu ombro esquerdo com tudo de que
precisava no interior. Demorei um tempo para sair do meu quarto,
tamanho o nervosismo. Quando finalmente criei coragem, controlei
minha respiração e consegui me acalmar, desci as escadas. Na
cozinha vi minha irmãzinha tomando um copo de café, suspirava
bastante.
Pude ver seu celular aberto, vária mensagens trocadas.
Alexandra pareceu perceber meu olhar curioso então simplesmente
apertou um botão, a tela ficou escura e minha curiosidade morreu.
Os cabelos assanhados dela me fizeram perder um pouco de
concentração, neste instante minha mãe cruzou a sala e apareceu
na cozinha.
— Bom dia, meninas. — Vendo o café posto na mesa, logo sorriu
para mim. — Obrigada, filha.
— Não foi eu que fiz. — Franzi o cenho no mesmo tempo que
sorri.
Minha mãe e Alexandra se encararam, estreitaram os olhos e
então disse a matriarca:
— Como conseguiu fazer? E aproveite para responder também
como está viva depois de beber.
Alexandra pôs o copo na mesa, com um pouco de violência,
sorte que o objeto era de plástico.
— Podia me elogiar, sabe, é isso que mães boas fazem.
— E é por isso que vivem menos. — Minha mãe cruzou os
braços. — Mais um gole não me fará mal, acho.
Alexandra optou por ignorar a situação, aquelas brincadeiras
deviam a machucar de verdade. Ela levantou-se, jogou o resto de
café na pia, pegou seu celular e foi para a sala. Jogou-se no sofá,
seus dedos moviam-se tão rapidamente pela tela do celular que
imaginei mais de um milhão de mensagens enviadas em segundos
apenas.
— Não quer que eu faça algo, querida? — Perguntou minha mãe,
segurando um riso.
— Acordou bem engraçadinha. — Revirei os olhos. — Hoje irei
almoçar no trabalho, bom dia.
Minha mãe abraçou-me de repente.
— Estou orgulhosa da minha garotinha, tão rápido, cresceu e já
está trabalhando numa das melhores empresas da cidade. — Ela
afastou-se de mim o suficiente para me encarar, com as duas mãos
em cada lado do meu rosto, seu sorriso aumentou. — Você é uma
mulher maravilhosa.
— Obrigada, mãe. Agora tenho de ir ou chegarei atrasada. E não
quero passar uma má impressão no meu primeiro dia. — Beijei-a na
testa e saí.
Na rua vazia e perigosa, esperei pelo meu ônibus. Olhava para
um lado e outro constantemente, as esquinas desertas me
deixavam em alerta, a qualquer momento poderia ser um alvo de
assalto. Já houve muitos casos por ali, a porcaria do meu transporte
público bem que poderia chegar mais rápido. Cruzei os braços e
batucava meu pé esquerdo no chão, várias vezes tamanho o
nervosismo.
O sol emitia seus raios, fortes e bem na minha cara. Sem
nenhuma sombra ou cantinho para me esconder, tive de continuar
exposta, já suando bastante. Logo no meu primeiro dia de trabalho
chegaria suja e fedorenta. Passei tanto tempo perdida em
pensamentos que nem percebi uma velhinha do meu lado esquerdo,
e um adolescente gorducho com muitas espinhas na cara no lado
direito. Percebi que mais pessoas iam lotando a parada, de modo
que ficava mais calma.
Homem esperto.
— Sabe, você é muito bonita. — Falou Matteo.
Fallon só continuou com suas risadinhas tímidas.
— Já que vai pensar na minha oferta com carinho, que tal
sairmos? Assim posso te convencer melhor da minha oferta. —
Falou ele. Pude ouvir algo, como se estivesse forçando uma risada.
Fiquei um pouco chocada, provavelmente só queria sexo com ela.
Que canalhice. — Posso entender se a resposta for um não, pois sei
que gente como nós não tem tempo todo dia.
Revirei os olhos, ele podia ser melhor do que isso.... Continuei
escutando atentamente. Matteo não podia ser tão arrogante ao
ponto de confiar que só porque era um dos homens mais ricos do
país as mulheres estariam aos seus pés.
Fallon não podia aceitar o convite, ela parecia ter odiado quando
fui falar sobre Matteo...
— Podemos nos encontrar sim, desse modo posso conhecê-lo
melhor. — Disse Fallon.
Fiquei de boca aberta, por sorte uma outra secretária quase que
no final do corredor estava muito ocupada para notar minhas
expressões faciais, Fallon podia ter relutado um pouco mais, ter
dado uma de difícil, seria um charme a mais.
Segurando meu pau mais uma vez, introduziu ela mesma na sua
vagina, sentindo-a por dentro revirei os olhos por um bom tempo. Os
movimentos dela começaram lentos, logo tornaram-se regulares, os
rebolados me davam tanto prazer que nem gemidos saiam mais de
mim. Só fiquei lá dando tapas na sua bunda enquanto ela me dava
prazer. Fallon colocou suas duas mãos no meu peito, servindo como
apoio, e ela começou a quicar, as bandas da bunda dela chocando-
se contra minha cintura fazia barulhos de atritos.
Nós dois arfávamos muito, já suados, mas incansáveis, pelo
menos até que o sexo tivesse acabado. Ela curvou o corpo o
suficiente para me beijar, seguimos nesse estado por um bom
tempo. Até que, novamente, prestes a gozar, mudei nossas
posições, coloquei-a de quatro e introduzi minha língua na sua
boceta. Com pequenos movimentos circulares percebi que suas
pernas tremiam, dando-me a dica que fazia o certo. Senti um certo
líquido, que servia para lubrificar o local, não sendo de todo ruim.
Rapidamente encostei minha barriga nas costas dela, introduzi
meu pau, dei início a pequenos beijos no seu pescoço. Em seguida,
comecei a estocar lentamente para que ela se acostumasse.
Segurei os seus cabelos em minhas mãos e puxei sua cabeça para
trás, enquanto fiquei de joelhos. Fallon queria ser tratada com muita
safadeza, o pedido teria de ser garantido por mim. As estocadas
ficaram mais fortes, o choque de pele contra pele ficou mais alto, os
gemidos tornaram-se comum, e o prazer virou descomunal.
— Isso continua metendo. Fode! Fode! Arrgghhhh! — Ela gemeu
mais alto.
Um sorriso escapou de meus lábios, queria que ela lembrasse de
mim, que o sexo para Fallon fosse magnífico. O efeito acontecia ao
contrário, estava sendo o melhor sexo da minha vida, eu com toda a
certeza do mundo me lembraria dela por um bom tempo. O contato
de nossos corpos fazia algum sentido, não era sexo só por sexo,
havia carinho ali, sentimentos que nunca pensei que teria.
...
Já estávamos dentro do carro, Michael dirigia devagar por causa
da chuva que ameaçava a estrada. Fallon e eu estávamos
sentados, calados, sem trocar nenhuma palavra, no fundo os dois
sabiam que depois da última parada dela, nosso relacionamento
seria somente profissional. Algo me dizia que os sentimentos dela
por mim eram grandes, mas em algum momento durante o sexo ela
percebeu não passar disso: só sexo.
— Espero que tenha gostado do pequeno passeio — falei de
forma despretensiosa, tentando enxergar qualquer paisagem no
vidro embaçado.
Encomendei mais uma taça de vinho, estávamos bebendo
enquanto meu motorista ainda dirigia para o seu destino: a casa de
Fallon. Queria dizer que uma mulher bonita como ela arranjaria um
homem que a queira, que a aceitasse e que a amasse. No entanto,
a conhecia há pouco tempo, sua vida particular era da conta dela e
somente.
— Adorei, pensei em repetirmos. — Fallon soltou uma risada
triste. — Receio que essa opção não existe.
Virei-me para a mulher, toda a sinceridade na minha expressão
séria.
— Não, jamais acontecerá de novo.
Fallon pareceu segurar uma emoção que passou despercebida
por mim quando esta bebeu todo o vinho da sua taça. Cruzando as
pernas, percebi que ela queria minha mão na sua coxa de novo, e
quando acabei de terminar o que tínhamos, o tesão acabou, assim
como o coração. Normalmente seria pouco improvável me importar
se a mulher que estava apaixonada por mim ficara triste, com raiva
ou abalada. As deixava em casa e pronto, fim. Com essa do meu
lado a história se provava traiçoeira. P elo menos eu havia certeza
de uma coisa, só queria o bem-estar desta curta companheira, nada
mais.
— Não vejo motivos para ser outro dia. Estou livre, e se você
também estiver podemos sair.
Ele foi direto, espontâneo, a personalidade dele me cativava.
Jeferson poderia estar mostrando somente o lado amável para me
seduzir, como já deve ter feito com outras, mas só se conhecia uma
pessoa passando um pouco de tempo com ela. Desistindo de tentar
inventar qualquer desculpa, somente sorri em desistência.
— Está bem, Jeferson. Tenho um tempo livre a essa noite, sim.
— Disse de forma fofa, surpreendo até a mim mesma.
— Te vejo ainda hoje, então. — Jeferson deu meia volta e
acenou com a mão. — Tchauzinho.
Só acenei de volta, sem falar nada.
Olhei meu relógio e já era uma e meia da tarde. Sorrindo,
maldosa, caminhei para a sala de Matteo. Tive de aproveitar a
deixa, estava sozinho e a próxima reunião seria em uma hora.
Como sempre, olhando alguns papéis. Não me importei com isso,
antes que ele levantasse o olhar, joguei os ingressos em cima da
mesa, pegando-o de surpresa.
— Estão aqui, como queria. E não esqueça, tem uma reunião
com um homem muito importante...
— Como conseguiu?
— Conheço um cara que conhece outro cara e por aí, nesses
caminhos de muitos contatos, consegui os dois ingressos. — Cruzei
os braços, sorrindo. — Aproveite a peça amanhã, tenho certeza de
que irá gostar.
— Claro que irei, até porquê, você virá comigo. — Matteo
recostou-se na cadeira, sorrindo.
— O quê? — Arregalei os olhos. Devia ter tomando um tipo de
droga na bebida do refeitório daquele prédio.
Só podia ser isso ou o cansaço me afetava de tal forma que
estava me causando alucinações.
— Fui bem claro, você quer ir comigo ao show?
— Claro...
— Trudy, meu nome é Trudy.
Um nome bem incomum no Brasil.
A doce mulher sentou ao meu lado e agradeci por ela ser uma
tagarela, pois conseguia me fazer ficar concentrada nas suas
histórias e não nesse calor infernal. E como ela falou por longos e
longos minutos. Em menos de meia hora já tinha a informação de
que seu primeiro namorado, Edvan, a traiu com a irmã sem
vergonha, nunca mais olhara na cara dos dois. Mas em
compensação, o segundo amor foi por toda uma vida, segundo ela.
O misterioso Tomas, no auge de seus vinte e sente anos, o
conheceu no parque quando estava chorando quando tomou a
decisão de se divorciar do outro traste. O amor surgiu num simples
olhar, e com a primeira conversa deles ela já sabia que o queria.
Alguns anos se passaram, tiveram um filho apenas, quando
planejavam o segundo, ela com trinta e cinco e ele com quarenta,
Tomas sofrera um acidente.
Desde então vivera somente pelo seu filho, fruto de seu
verdadeiro amor. Sempre fazia sexo quando tinha vontade, o que foi
uma informação bastante desnecessária para mim, mas o ponto foi
que Trudy nunca mais casou ou namorou, apenas encontros
casuais para satisfazer seus instintos carnais. Me deu um conselho
bastante útil, um que pensei nunca ouvir de uma completa estranha.
— Minha jovem, quando sentir o amor, não fuja dele ou tente
negar. Aproveite, a vida é curta para você desperdiçar com medo de
traições ou mentiras. — Disse Trudy. — Seu namorado ou marido te
meteu um chifre? Encontre outro amor, um amor pode morrer e
outro pode durar para sempre.
— Não irei escolher o mais rico. Além disso, nenhum dos dois
pode ser o cara certo.
— Se um homem pode comprar tudo que quer, então sim, ele é o
cara certo. — Minha mãe olhou para mim novamente. — Sabe que
estou brincando.
Ela começou a gargalhar e eu também.
— Sei muito bem ou então você não teria casado com o papai e
teria tido duas filhas lindas — falei, caminhando para o meu quarto.
Tirando o meu celular do sutiã, procurei o contato de Jeferson.
Peguei seu número numa das chamadas perdidas que ele fez
durante minha pequena viagem no transporte público. Mandei uma
mensagem do meu endereço, assim poderia vir me buscar no
horário que desejasse. No mesmo momento recebi uma resposta,
que dizia um simples “ok”.
Estava na hora de me preparar para o encontro, vestida daquele
jeito seria a receita básica para o desastre. Precisava usar um
vestido chamativo para centrar sua atenção em mim, mas não
chamativo o suficiente para atrair os olhares de outros. Nada de
batom vermelho, meu estilo naquele encontro seria da secretária
tímida e não a vadia desesperada por um homem rico, nunca a
segunda opção. Escolhi um vestido branco o que obviamente me
forçava a tomar o dobro de cuidado, aquela cor sujava fácil. Seria
horrível ir suja ou desarrumada num encontro com um homem
daquele, e ele devia ser bastante detalhista em como uma pessoa
deveria estar bem arrumada dependendo da ocasião.
Escolhi uns brincos de argola um pouco grandes, saltos médios
para que pudesse dar a impressão de que minha altura não fosse
tão baixinha. Me despi rapidamente, jogando as roupas em cima da
cama, e corri para o banheiro. Passei xampu, condicionador e tudo
que meu corpo tinha direito para estar bela, charmosa e limpa. Fiz
questão de remover todo o meu suor.
Escutei o barulho de notificação no meu celular e logo pensei que
deveria me apressar, provavelmente era Jeferson avisando-me que
já vinha me buscar. Continuei mantendo a calma, ele devia saber a
demora das mulheres em ficarem prontas, principalmente para se
sentirem bem consigo mesmas. Devia ter esperado uma mensagem
minha, por algum motivo, mesmo sendo Jeferson com quem
passaria minha noite, meus pensamentos também me lembravam
do encontro inesperado com Matteo, meu chefe.
Ainda tentava resolver o enigma de como um homem daquele
notara uma mulher tão comum como eu. Tudo estava acontecendo
em tão pouco tempo... esse sentimento queimando no meio do meu
peito, me entregando sensações estranhas, cada parte, cada fibra
fazendo com que meus pensamentos estivessem focando-se nele
me assustava. Mesmo ali, hidratando meu cabelo, preparando meu
vestido, com brincos lindos ou saltos altos para estar com Jeferson,
minha paixão poderia ser na verdade por outra pessoa.
Então lembrei a mim mesma.
— Está bem, sinto por qualquer coisa. E pode deixar que chamo
um táxi.
— Nada disso, eu a trouxe, deixe que eu a levo. — Jeferson
pareceu bravo ao levantar, mais bravo ainda quando ergueu o braço
chamando pelo garçom. — A conta, por favor.
Esperei muito ansiosa pelo garçom, depois de tudo resolvido
saímos e Jeferson parecia um pouco frio. E eu não poderia culpa-lo,
de maneira nenhuma, poderia aguentar aquilo até em casa. O resto
do caminho foi silencioso, queria puxar qualquer assunto aleatório,
que fizesse nós dois interagir para quebrar aquele clima chato. Ele
não falaria, muito menos eu, faltava coragem da minha parte, e o
homem tinha muita raiva.
Chegando na esquina de casa o carro desacelerou, ninguém
falou nada quando a porta se abriu do meu lado. A fechei e bati na
janela, querendo falar algo, o vidro foi baixado liberando meus olhos
para ver Jeferson.
— Espero que continuemos a nós falar — falei, triste.
— Se soubesse que terminaria num encontro, nem tinha perdido
meu tempo vindo até aqui. — O vidro foi levantado depressa, só deu
tempo de me afastar alguns passos, pois ele pisou com força no
acelerador. Pisquei e Jeferson havia desaparecido na esquina
deixando um rastro de fumaça na pista.
Franzi o cenho pela terceira vez hoje. Suas palavras saíram tão
secas que me arrependi do meu “bom dia” tão animado.
Normalmente eu a ignoraria, mandando-a fazer qualquer coisa
envolvendo o trabalho. Naquela situação sua atitude rabugenta me
preocupou, queria saber o motivo, por isso decidi tentar uma
pergunta leve.
— Está bem hoje?
Charlotte finalmente levantou o olhar, parecendo culpada de ter
me respondido daquela maneira.
— Desculpe, senhor. Eu só que... é complicado. — Suspirou ela.
— Descomplique para mim — falei e logo pensei na burrada.
Minha voz saiu como uma ordem, de um chefe chato. O que
normalmente eu era.
— Talvez?
— Seja uma garota comportada e terá sua peça de volta. Ou
poderei ficar para mim, como um troféu. — Matteo sorriu.
— Ou talvez você tenha desejos de usar uma.
Matteo desfez o sorriso.
Jeferson: Sinto falta da sua companhia, vamos nos encontrar. Sem segundas
intenções.
...
De volta ao meu prédio, ao meu corredor, a minha garota. Parei
na frente de sua mesinha, Charlotte estranhou meu sorriso
gratificante, e como poderia não notar? Um sorriso desses vinha
logo depois de ter acabado de satisfazê-la. Queria tanto contar a ela
que finalmente nada mais havia entre eu e Jeferson, infelizmente a
mulher nem saberia do que estava falando. E eu jamais contaria
essa parte suja da minha história, teria de esquecê-la no passado
ao lado de Jeferson.
O desgraçado nunca mais conseguiria poder sobre mim
novamente.
— Dando conta do trabalho?
Quase fiquei arrependido de ter tocado no assunto, a expressão
curiosa de Charlotte transformou-se em raiva num piscar, nem tive
tempo de pedir desculpas.
— É o que precisei fazer, já que o senhor me encarregou de
desmarcar e remarcar tudo. Uma isca aos tubarões praticamente. —
Disse Charlotte. — O que foi fazer de tão importante?
...
Foi desnecessário chamar minha limousine, fomos andando até o
outro lado do quarteirão. Já estava de noite, as luzes dos postes
iluminavam o bairro, impedindo a escuridão total da pista, onde
carros poderiam bater uns nos outros e causarem acidentes
terríveis. O céu escuro brilhante chamou atenção de Charlotte,
mesmo colocando o braço envolta da sua cintura, ela não baixou a
cabeça, sobrando para mim a missão de não esbarrar em ninguém
ou tropeçar em qualquer objeto.
Ela simplesmente riu, ainda olhando para as estrelas. Depois
olhou para mim, já eu, tirei minha mão da sua cintura. Agarrei seus
dedos, levando para o alto e a girei, o vento soprando por seu
cabelo e esvoaçando seu vestido. Charlotte me abraçou, por Deus!
Quase quis cancelar nosso encontro no restaurante só para
ficarmos vagando pela rua naquele friozinho gostoso. Muitas
árvores ao nosso redor deixavam o ambiente escuro, perfeito para
beijos obscenos. Felizmente, ambos não gostávamos de nos expor,
qualquer pessoa passando com o olhar curioso ficaria nos
observando por vários segundos desnecessários.
As luzes dos prédios e dos estabelecimentos brilhavam forte, o
centro da cidade parecia aquelas ruas chiques de filmes
estrangeiros. Lotadas de bares, restaurantes e outros lugares
focados em proporcionar lazer.
— Queria te dizer palavras bonitas, o que estou sentindo no
momento é impossível de colocar em palavras. Por isso algo
simples é o melhor. — Sorri para ela e ela para mim. — Estou
gostando de ficar aqui fora com você.
— Pois não?
— Eu e minha namorada queremos uma mesa. — Disse, da
forma mais educada possível.
Não exigi nenhuma mesa específica ou algum lugar, pois estava
tão lotado que só rezei por qualquer cadeira fazia. Andamos por
meia dúzia de pessoas, que assim como nós, estavam em pé em
busca de alguém que as atendesse.
— Aqui está bom? — Perguntou o menino.
A mesa estava encostada na parede, coincidentemente havia
duas cadeiras. Rapidamente fiz Charlotte sentar, disfarçando meu
desespero em cavalheirismo, depois sentei e já chamei a atenção
do garçom antes que ele fosse atender outras pessoas.
— Já podemos pedir, então?
Como ele podia ser tão rápido? No momento que cheguei aos
degraus não o vi mais. Corri quase que desesperada até que
consegui ver sua silhueta, movendo-se e sumindo, logo veio um
som alto de porta fechando. Jeferson havia entrando no próximo
andar, pela entrada mais perto. Na primeira porta que encontrei,
virei a maçaneta e entrei. Pude vê-lo dobrando no final do corredor,
a minha direita.
— Jeferson! — Chamei. — Ele não me ouviu, Droga!
Tomei cuidado para correr bem devagar, quase andando. Toda
vida minha mão na parede, me apoiando caso aqueles saltos altos
decidissem quebrar, a queda seria horrível. Virei no mesmo corredor
que ele, pude vê-lo encostado numa parede, perto de uma porta de
escritório qualquer.
— Essa está aberta. — Jeferson sorriu na minha direção. — Vejo
que veio até mim, que tal conversarmos, a sós?
— Como entrou aqui? — Perguntei enquanto andava até ele. —
Achei que você e Matteo se odiassem.
— A festa é para seu namoradinho conseguir novos acordos, não
é? — Jeferson riu. — Por isso estou aqui, tentarei convencê-lo
novamente a aceitar um acordo.
Franzi o cenho, parando perto dele cruzei os braços. Ele queria
que eu entrasse na sala, por um momento pensei realmente em
entrar. Senti o arrepio de perigo percorrer meu corpo, então só me
afastei dois passos, dando a entender qual foi minha resposta.
Jeferson nada disse, mas desmanchou o sorriso.
— Por qual motivo continua insistindo? Devia procurar outro
investidor.
— Seria burrice, só perderia dinheiro. Matteo é dos melhores do
ramo dele, quero ele e não outros.
As palavras foram tão incisivas que desconfiei que se tratasse só
de dinheiro mesmo, parecia que Jeferson perderia mais do que
dinheiro. Tinha mais segredos envolvidos nisso, algo obscuro.
— Por que não me conta toda a verdade, hein? — Indaguei. —
Desde nossa conversa hoje de manhã que venho desconfiando de
Matteo, mas receio que essa desconfiança tenha de ser dada a
você.
— Quer saber, por que não cai fora daqui? Hein? Está virando
um incômodo. — Jeferson elevou a voz.
— Não até responder o que estou querendo saber, qual seu real
acordo com Matteo? — Foi minha maior coragem desde o sexto
ano, quando dei um soco na cara de Maria, uma valentona metida a
besta. — Fale! Ou quem sairá do prédio será você.
— Falarei, porque pelo que vejo não confia no seu namorado o
suficiente para isso. — Jeferson riu, adorando me alfinetar. — Sabe
por qual motivo não falei antes? Isso me afeta também, só por isso.
Engoli em seco, senti um pouco de medo do que ouviria nos
próximos minutos.
— Sou da máfia italiana, vim ao Brasil deixar a minha marca. E
também não tinha muita concorrência, emprestava dinheiro para
quem precisava, e quem não devolvia sumia para sempre. —
Jeferson sorriu ao ver minha cara horrorizada. — Esse prédio em
que trabalha, foi construído com dinheiro de mortes, prostituição,
roubos e tudo de ruim. Matteo queria encerrar o acordo comigo para
sair desse mundo, e infelizmente para ele, conseguiu.
Jeferson sorriu, depois gargalhou como um lunático.
— Merda!
Xingou Melissa ao sentir novamente aquele cano gelado na sua
espinha, as lágrimas quase voltaram, mas ela fez questão de
mostra-los que podia segurá-las. Comecei a ter mais certeza de seu
fingimento, a mulher era uma baita de uma atriz. Devia fazer testes
para alguns papéis, e mesmo me esforçando para parecer forte, só
não me mijei ainda pois já havia expelido tudo que pude no banheiro
logo depois da noite com Matteo.
— O que tem aí dentro? —
Sim, fui burra o bastante para perguntar. Burra. Burra. Muito
burra. Me senti realmente como uma lesada, talvez fosse o
nervosismo que estava sendo impossível de controlar. Por sorte não
fui estapeada, eles continuaram só falando palavrões.
— Puta que o pariu, essas mulheres vão acabar matando a
gente, de tanta perturbação. Calem a boca, caralho. — Gritou o que
apontava a arma para mim.
Fomos caladas o trajeto inteiro para o lugar, foi difícil continuar
quieta, minhas pernas estavam tão trêmulas que fiquei
impressionada por ainda conseguir ficar em pé. Do lado de dentro
havia muitos objetos enferrujados, que um simples corte poderia
matar alguém de tétano. Observei que perto de uma escada só tinha
uma cadeira, tentei juntar os pontos rapidamente e cheguei à
conclusão de que se tudo aquilo foi mesmo obra de Jeferson, então
me amarrariam e se livrariam de Melissa.
Isso era ruim.
— Você, sente-se na maldita cadeira. Agora! — Gritou o meu
sequestrador.
Logo que colei minha bunda na madeira da cadeira, ele segurou
meus braços de forma bruta e amarrou o pulso de forma bem firme.
E pude respirar aliviada quando amarraram os pulsos de Melissa no
corrimão da escada, ao menos ela continuaria respirando.
— Não planejávamos pegar duas secretárias. — Confessou um
deles, nervoso.
Então era mesmo obra de Jeferson, e mesmo que tivessem
pegado Melissa, também conseguiram o alvo principal: Eu.
Foi estranho os sons repetitivos que passei a ouvir, eram ecos de
passos e como Melissa e eu estávamos impossibilitadas de andar e
os dois homens continuavam parados conversando, meu coração
palpitou. Finalmente o desgraçado daria as caras?
E lá estava ele, descendo as escadas de ferro que levava para o
andar de cima da fábrica. Estava bonito, tive de admitir. Usava um
terno polilã, e não estava de gravata. Vinha na minha direção como
se fosse o dono do maldito mundo, seu olhar maldoso e sorriso
arrogante quase me deu tanto nojo que por pouco não dei uma
cuspida no chão.
— Charlotte, meu amor. Senti muitas saudades de você.
— Uma pena que não posso dizer o mesmo sobre você,
Jeferson. — Falei, muito puta. — O que pensa que está fazendo,
sequestrando duas mulheres indefesas, perdeu completamente o
juízo?
— Calma, docinho, não mandei que trouxessem essa outra —
olhou de testa franzida para seus homens —, mas darei um jeito
nela depois.
— Por qual motivo trouxe-me aqui, só para me prender? Acho
difícil. — Charlotte cuspiu as palavras. — Aposto que quer
chantagear Matteo.
Jeferson gargalhou tão alto que fiquei impressionada por sua
garganta não ter ficado rouca.
— Sim, mas planejei trazer você aqui para nos divertimos um
pouco — ele sorriu de lado, sentindo prazer na minha expressão de
ânsia que senti das suas palavras —, mas mais uma vez, não contei
com a presença dessa mulherzinha qualquer.
Jeferson alargou o sorriso enquanto se aproximava lentamente
de Melissa, colocou ambas as mãos no corrimão de ferro da
escada, Melissa ficou entre seus braços, rendida e indefesa.
Jeferson aproximou seu rosto, desfazendo o sorriso e encarando-a,
depois de olha-la nos olhos, examinou seu corpo e novamente
voltou a seus olhos.
Seus dois bandidos só riam um para o outro, como se fossem a
melhor brincadeira que estivessem vendo. Continuei trêmula da
cabeça aos pés, desejando que o pior não acontecesse. Jeferson
estava muito diferente do homem que já conheci, nunca o vi agindo
daquela maneira descompensada. Poderia acontecer qualquer coisa
nesse lugar abandonado.
— O que farei com você, hum?
— Para onde?
— Acho que Charlotte foi sequestrada, e posso estar enganado,
contudo acho que ela está numa fábrica abandonada.
— Tem a localização?
— Seguindo essa estrada para fora da cidade, não tem erro. A
fábrica fica no nosso caminho. — Falei calmamente, tentando me
recompor depois da correria.
Michael mudou a expressão no seu rosto, o carro começou a
acelerar bastante, ele desviava dos outros carros como se fosse um
piloto profissional de corrida. Era impressionante e apavorante.
— Não se preocupe, senhor. Iremos acha-la.
De suas palavras não duvidei nem um pouco, foi incrível o
quanto sua direção mudara. Tornou-se um motorista praticamente
irreconhecível para mim. Obviamente, sem reclamações de minha
parte, quanto mais ajuda viesse para Charlotte, melhor. Em minutos
saímos da estrada e em segundos pude ver a tal fábrica
abandonada. Estava completamente fodida, de dentro para fora e
de fora para dentro. Como alguém poderia sequer pensar em entrar
ali? Só uma pessoa louca o suficiente que nem Jeferson.
Por Deus, rezei que Charlotte ainda estivesse bem. Paramos
longe o suficiente para não sermos notados. Falei para Michael
permanecer dentro do carro e ligar para a polícia caso ouvisse tiros,
e meio relutante ele aceitou. Sai do carro, tentando me movimentar
com o corpo curvado pelos matinhos que haviam ali perto. Se me
vissem poderiam feri-la como aviso, precisava tomar bastante
cuidado, permanecer cauteloso.
Quase perto da entrada da fábrica escutei sons esquisitos,
pareciam de passos apressados, quase como uma correria. Entrei e
continuei me movendo enquanto mantive-me escondido atrás das
máquinas velhas. Espiando alguns lugares, não vi nada demais, só
muitos objetos estragados.
...
Na nossa chegada na minha casa, os empregados foram os
primeiros a respirarem aliviados com minha chegada. A mãe e irmã
de Charlotte estavam sentadas, levantaram-se de uma vez e
correram para abraça-la. Meu celular tocou no mesmo instante, era
minha família querendo saber do meu paradeiro. Como eles
souberam dessa confusão? Não perguntei e sinceramente, pouco
me importei, mas o fato que eles pelo menos cederam um pouco de
tempo para saber sobre mim alegrou-me de verdade.
A recepção havia sido mais calorosa do que imaginei,
preocupação comigo? Jamais esperaria isso vindo de qualquer
pessoa. Tive de confessar que realmente fiquei surpreso, até
mesmo Alexandra que parecia odiar Charlotte estava ali a
abraçando como se não a visse há três longos anos, e estivesse
matando a saudade.
Caminhei para o meu quarto e deixei as mulheres terem seu
momento de conforto. Uma família de que eu obviamente ainda não
fazia parte. Antes de subir nos degraus da escada, troquei curtas e
rápidas palavras com mais alguns empregados que ficaram
aliviados com o meu retorno. De felicidade? Provavelmente não.
Alívio de continuarem a terem um emprego? Com certeza que sim.
Mesmo assim era gratificante receber algumas palavras de
apoio, confiança e de conforto. Sabendo que ela estava bem, e
pensando que poderia tê-la perdido num piscar, fiquei pensativo.
Quando entrei no quarto logo fechei a porta, andei lentamente até
minha mesinha, onde normalmente era reservada para ler meus
livros. Um hábito incomum que quase ninguém sabia a meu
respeito: adoro ler.
Enfiei a chave no buraco da fechadura da última gaveta e puxei,
abrindo-o e revelando a minha pequena caixinha. Peguei e a abri,
revelando a enorme e linda aliança, onde o pequeno cristal que
enfeitava o objeto brilhava bastante. Foi passado de gerações até
chegar a mim, o que não agradou nem um pouco meus irmãos,
contudo, minha mãe me deu como sinal de boa sorte antes da
minha partida do meu país.
Ouvi a porta se abrindo e me virei.
Charlotte entrou, curiosa, um brilho estranho no olhar. Observava
o objeto na minha mão, depois começou a desviar o olhar para mim
e voltava a aliança segundos depois.
— O que é isso?
Ignorando sua pergunta, me ajoelhei na sua frente.
Ela colocou uma mão no peito e pareceu entrar em pânico.
— Está louco?
Ignorei sua pergunta mais uma vez. Não tinha motivos para adiar
tal decisão.
— Charlotte Bela Galvão, quer se casar comigo?