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5 Marie L
Campbell
Capa: Marie L Campbell
Revisão Crítica: Patrícia Suellen
Diagramação: Marie L Campbell
Está é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com personagens, nomes, acontecimentos e
lugares descritos é mera coincidência. Está é uma obra da imaginação da autora.
Louvo a Deus também pela minha família, cada amigo, cada parceiro e
a cada um que acreditou em mim e em meu trabalho.
Boa Leitura!
NOTA DA REVISORA
O texto segue as normas vigentes da Língua Portuguesa, entretanto,
características do vocabulário informal foram utilizadas para aproximar a
linguagem às falas de situação do cotidiano.
Sempre fui uma pessoa reservada, cresci em uma fazenda bem estilo
Velho oeste, ela era linda, corria pelos campos e montava em belos cavalos,
sempre batizava todos eles, esse era o meu modo de sempre estarmos
ligados, minha mãe trabalhava para os Cartwrihgth, um dos maiores
fazendeiros da região, o senhor Jasper Cartwrihgth era praticamente o dono
de toda a cidade, tudo tinha as mãos dele, não havia nenhum morador que
não o conhecia desde crianças até os mais idosos, era um homem de caráter
impecável um verdadeiro gentleman em toda a extensão da palavra, que
contava histórias lendárias de como foi a fundação da cidade e como a sua
família foi peça fundamental para todo esse processo.
Minha mãe sempre fez tudo que pôde por mim, trabalhava na fazenda e
fazia bolos para vender na cidade, quando completei dez anos, minha mãe
comprou uma casa no centro de Dallas, de manhã ia para fazenda, depois da
escola eu a encontrava lá e no final do dia voltávamos para casa juntas,
sempre valorizei cada momento ao seu lado dela, até mesmo o trajeto que
sempre fazíamos diariamente durante esse tempo em que estávamos juntas
sempre admirava como a minha mãe era uma linda mulher de cabelos longos
e olhos verdes, mesmo com o sol que castigava a região e a vida corrida
minha mãe sempre se manteve linda, suas bochechas que ficavam vermelhas
em decorrência do sol acabava dando um certo charme a ela, sempre vou me
lembrar dela assim, linda e feliz cantando Chiquitita da banda ABBA tem um
trecho dessa canção que nunca me esqueço quando a saudade aperta é nessa
canção encontro forças.
Jacob, tentou contato comigo depois que minha mãe faleceu, porém, eu
não quis, não aceitei nada que vinha dele. Estava voltando para faculdade,
precisava terminar o último ano e encontrei Jacob na Filadélfia e foi quando
conheci a Miranda, vi ali minha irmã pela primeira vez mesmo que de longe.
Terminei a faculdade em seis meses, mesmo com o atraso conclui o curso
com honras e como a melhor da turma, Liam me ajudava muito, assim que
me formei nos casamos e a partir daí que Liam mostrou sua verdadeira face,
após o casamento começara os insultos, os maus tratos, as brigas e por fim o
acidente, o acidente que me destruiu por completo.
— Peça ao doutor Iván que presida a reunião, por favor, e depois você
pode ir embora, afinal é sexta-feira Vânia, pode ir ficar com seus filhos. —
Comentei a interrompendo e ela abriu o sorriso em minha última fala. Ela era
uma mãe babona, Vânia era uma mulher guerreira que veio do Brasil, para
tentar a vida aqui no Canadá. Ela nos contou que morava em Sergipe, um
estado brasileiro localizado no Nordeste do país, tenho muita vontade de
conhecer, sempre vi lindas fotos desse lugar, um em particular muito me
encantou, se chama Porto de Galinhas, com lindas praias.
— É... eu...— era estranho ver tanta gente cuidando de mim assim,
pois, uma boa parte da minha vida fui humilhada, ou era quase invisível para
muitos, mas nunca me fiz de vítima.
— Sem mais, vamos! — Sentenciou Miller e eu respirei fundo, passei
as mãos em meus cabelos e me levantei, segurei a sua mão e ele abriu um
sorriso. Saímos da sala, e seguimos para sala de reunião.
— Não tenho nada com doutor e não entre nas fofocas das
enfermeiras — disse quando chegamos na porta da sala de reunião e olhei
séria para ele.
— Vai ficar plantado aqui, ou vai falar a merda que quer — falou
Iván ainda me encarando.
— Vamos, vou levá-la para casa e não adianta negar. — Eu tinha que
dar um jeito, não poderia me envolver com ninguém, não aguentaria passar
pelo inferno novamente, mas nesse tempo de convivência Iván estava
quebrando minhas barreiras, mas não iria ceder, pois, até aquele momento
ainda estava colhendo espinhos de um relacionamento abusivo que me fez ir
ao inferno e voltar várias vezes, mas nem por isso desisti da vida apenas me
fechei de vez para qualquer tipo de relação só quem passou o que eu passei
vai entender a muralha que tive de reerguer.
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Contudo, estamos levando, pois, minha esposa sempre foi uma mulher de
fé e sempre foi movida pelo otimismo e perseverança isso era o que mais me
deixava otimista, para ela nunca tinha tempo ruim sempre buscava motivar
todos a sua volta, até que em um jantar em família, Fernanda teve um enorme
mal-estar, fortes dores abdominais e então seguimos até o hospital.
Fernanda deu à luz, a nossa princesa, mas ela me deixou na mais
completa escuridão, nunca quis saber o que aconteceu de fato, a dor da perda
é dilacerante nos primeiros dias meu peito doía só de lembrar que nunca mais
iria ver novamente a mulher da minha vida, nossas lindas memórias que
juntos construímos e também as dificuldades eram recorrentes em minha
mente, até porque nem sempre tudo foram flores pelo caminho, mas sempre
estávamos ali juntos, para vencer todos os obstáculos e me imaginar daqui
para frente sem ela me deixava devastado, mas ao ver a Tasha tão indefesa e
precisando mais do que nunca de cuidados, me fez lutar e chegar até aqui,
pois, bem ou mal, Luke estava criado, mas ainda sim precisava do meu apoio,
ele se transformou quando Fernanda ficou grávida.
Três anos depois me mudei para Itália com a minha pequena Tasha, Luke
estava na faculdade e às vezes vinha no ver, e juntos começamos uma outra
vida, no início não foi fácil além de tudo com uma criança pequena, minha
mãe no início veio morar comigo quando a Tasha nasceu, pois, não tinha
muito jeito para lidar com banho e minha menina chorava muito durante à
noite, o que me fazia chorar também, nessa época fui diagnosticado com
transtorno bipolar, só quem passou por isso vai entender, o que é ir do céu ao
inferno em questão de minutos, tinha episódios de insônia constantes, mas
sempre julguei essa minha fase por ter perdido Fernanda tão precocemente,
entretanto, depois passei a notar que, ao mesmo tempo não estava
conseguindo controlar minhas emoções a cada momento estava de um jeito,
chorava, me odiava e uma hora depois estava alegre e sorrindo como se nada
tivesse acontecido, por contra própria comecei a tomar antidepressivos fazia
uso desenfreado de Alprazolam e Escitalopram essa era a vantagem de ser
médico e meu declínio também, mas em um momento reconheci que estava
ficando pior e sonolento, esse foi o basta, quando não consegui levantar da
cama e cuidar da minha filha, que estava com apenas três meses na época,
minha mãe decidiu tomar as rédeas da situação quando viu que eu estava no
fundo do poço, por indicação de uma amiga ela marcou uma consulta com
psiquiatra no início fui contra alegando que não precisava de ajuda, de terapia
e muito menos de outro profissional questionando os meus atos, mas bastou a
primeira consulta e nas primeiras palavras resolvi me abrir com a Dra. Lilian
Priscilla e relatar minhas constantes mudanças de humor, que uma hora
estava bem e no momento seguinte queria ficar apenas na minha ou não
achava que tinha motivos para lutar, mas nunca pensei em pôr fim a minha
vida, apenas não sabia lidar com as minhas mudanças de humor constantes,
sentia raiva por não ter ânimo para cuidar da minha filha era tantos
questionamentos que me fazia, mas Lilian me fez ver que estava apenas
alimentando meu transtorno com medicações erradas, e que muitas das vezes
pessoas nessas condições começam se automedicar por ter livre acesso a
medicações principalmente, antidepressivos, você deve estar se questionando,
ele é um médico como deixou chegar nessa situação sendo um médico, mas
já escutou a expressão “casa de ferreiro espeto é de pau”, sim isso aconteceu
comigo, fui diagnosticado com transtorno bipolar 2, com episódios
depressivos e episódios constantes de humor em um curto período, mudança
do sono, atividades e comportamentos incomuns. Esses períodos distintos
chamados de “ episódios de humor’’. Esses episódios são drasticamente
diferentes dos modos e comportamentos típicos da pessoa. As mudanças
extremas no episódio maníaco, como ter muita energia, sentir-se muito
eufórico ou exaltado, falar muito rápido sobre determinado assunto e mudar
de uma vez de assunto no mesmo instante, ser agitado, se irritar fácil ou ficar
sensível em um prazo curto de tempo, sentir que seus próprios pensamentos
estão rápidos demais que você próprio se perde neles, na medida que a Dra.
Lilian ia relatando cada ponto eu apenas confirmava, era tudo que eu estava
vivendo mesmo antes de perder a Fernanda já apresentava esses episódios,
muitas vezes queria fazer tudo de uma vez só, sem pensar nas consequências,
como falar o que vinha a mente sem me preocupar se iria magoar alguém e
agir normalmente em seguida, já na nossa primeira sessão ela tirou todos os
antidepressivos que estava me automedicando e receitou a Quetiapina de75
mg, já nos dois primeiros dias notei diferença em meu sono e
comportamento, desde então nunca mais abandonei o tratamento, mas às
vezes é impossível não ter recaídas, deixar a medicação de lado com plantões
exaustivos, uma sogra que tem parte com demônio e um filho mimado, mas
não pretendo retornar ao fundo do poço igual naquela época, em alguns
momentos você só precisa conhecer a escuridão para nunca mais querer
abandonar a luz.
Há quase um ano fui indicado para trabalhar no Saint Claire, e aqui estou
trabalhando há sete meses. Eu não cheguei em meu melhor momento
digamos, apesar da minha fama de grosseiro, realizo o meu trabalho com
qualidade e extremo cuidado e amor a profissão. Quando cheguei Jane estava
grávida, na verdade, descobriu na minha chegada, meses depois descobri que
meu amigo Oliver Salvatore e seus irmãos eram mafiosos e o pior enfrentei o
Castiel sem saber que estava lidando com a própria morte em pessoa, nunca
passou em minha cabeça que alguém que você julga conhecer a vida toda, na
verdade, não era o que você pensava, mas isso em nada mudou a minha
opinião sobre os Salvatore, depois de tudo que fiquei sabendo passei a
admirar mais ainda cada um deles, acabo me recordando do episódio que
descobri e acabo sorrindo sozinho como fui inocente, é verdade aquele ditado
que diz “quem vê cara não vê coração” a começar pela irmã deles Sarah,
nunca imaginei que aquela mulher elegante e delicada pudesse ser tão
perigosa e temida por muitos, basta observar como todos a respeitam e nunca
contrariam suas escolhas nem os próprios irmãos Oliver e Castiel, e para
fechar com chave de ouro conheci a Luiza daí em diante venho perdendo o
foco.
— Minha neta linda, seu papai sempre será fiel à sua mamãe — Ouvi
minha sogra disser, para Tasha e esse era meu outro problema, minha sogra
ou o próprio demônio em pessoa.
— Meu filho, ele pode ter os casos dele, mas nenhuma irá assumir o
lugar de sua mãe — falou minha sogra me olhando debochadamente, pois,
sabia bem como manipular Luke.
— Você não tem que permitir nada...— Acrescentei para deixar bem
claro que quem manda em minha vida sou eu.— E nem aceitar nada, apenas
respeitar minha decisão — disse interrompendo minha mãe — A Fernanda
infelizmente não está aqui conosco, mas se eu encontrar uma pessoa irei sim
reconstruir minha vida, e ninguém vai se meter — disse olhando para
minha sogra e Luke fechou a cara como sempre, vivia emburrado, acho que a
fase aborrecente dele, como diz minha mãe nunca passou.
— Você que está surtado e olha como fala comigo, seu moleque
egocêntrico. E eu sei que tem alguém, você está encurralado, e os sintomas
estão cada vez mais evidentes. — Ela conhecia cada detalhe meu, não por
apenas ser minha mãe, mas sim por ser minha melhor amiga, e companheira
de todas às horas — Mãe estou pouco me fodendo para o que a senhora acha,
saí daqui — ela me deu um tapa na cabeça, você deve achar estranho como é
a minha interação com minha mãe, porém, nos entendemos muito bem
assim, digamos que essa era nossa forma de demostrar amor .
— Vai ser escroto com a babaca da Úrsula... ops, Irina, seja quem for
lute por ela e por favor meu filho... faça sexo. — Pediu e eu ri, a vendo sair
do meu quarto sem perder a elegância, como sempre, vida de merda, quando
tudo isso iria mudar.
Depois que minha mãe saiu do quarto, fiquei meia hora pensando um
pouco e me acalmando e desci, a casa estava vazia e escura como eu queria,
fui ao bar e peguei a garrafa de whisky e me sentei no chão da sala, precisava
beber. A bebida era minha companheira na solidão, com ela encontrava a paz
mesmo que por um breve momento, até pegar em um sono leve.
Hoje acordamos cedo, tinha que levar Noah, para escola e depois ir ao
hospital, o dia estava tranquilo. Terminei de me arrumar, estava usando uma
saia lápis bege, uma blusa social azul de manga comprida, dobrei a manga até
altura do cotovelo e coloquei um cinto grande por cima da saia e calcei um
Peep Toe marfim, coloquei um colar, um par de brincos simples e um relógio
e desci.
— Mamãe agola que você mola aqui, eu posso vim mola com a
senhola — Noah, falava perfeitamente, mas ainda tocava o R pelo L e
apresentava um certo atraso em relação ao entendimento de algumas coisas
principalmente o estilo figurado das coisas.
— Está bem, mamãe! Eu vou pedi pala o pai, me dexa vim de novo e
vou chamar o tio Jordan, para jogar basquete na vó Jane. — Falou animado e
eu não quis cortar sua empolgação.
— Tudo bem, doutor, como disse não tenho nada com isso. —
Afirmei e ouvi o som do elevador, me soltei do seu agarro e entrei no
elevador, quando a porta estava fechando uma mão a impede e vejo Iván
entrar no elevador.
— Eu não faria esse tipo de coisa, ainda mais com uma paciente... A
paciente tem transtorno da Excitação Genital Persistente, é uma doença rara
que faz a mulher alcançar vários orgasmos por dia. — Esclareceu no modo
médico.
Todo mundo começa forte. Daqui a vinte anos você estará mais
decepcionado pelas coisas que você não fez, do que pelas que fez. E no final
é vida não é sobre ser tão forte a ponto de você bater e sim sobre o quão forte
aguentamos apanhar. Todos nós passamos por frustrações, então é muito
importante que não nos apeguemos a elas, pois, corremos o risco de ficarmos
cegos o suficiente para não enxergarmos as oportunidades que estão a nossa
volta, então viva o hoje, o amanhã é incerto e as grandes coisas estão nos
pequenos momentos.
— Não era assim que pensei conhecer minha nora... — afirmou meu
pai em um tom debochado.
— Não... Senhor Sánchez ... eu e ... eu e Iván não temos nada. —
Gaguejou Luiza nervosa, e se afastou de mim bruscamente, se recompondo e
passando as mãos pelos cabelos.
— Calma, não irei contar para sua mãe e nem vim falar sobre ela. —
Comentou entrando no elevador, e eu apertei o oitavo andar.
— Então vai morar no quinto dos infernos, mas não vai perturbar a
mãe, senão eu acabo com sua vida, fez sua escolha agora arque com as
consequências. Não foi homem para largar a mãe e assumir a vadia que
chamava de esposa. Então aguenta o chifre...
— Seu moleque insolente, quem você pensa que é .— Vociferou
batendo as mãos em minha mesa com sua frieza e arrogância.
— Mais homem que você, saí da minha sala agora. Só volta quando
estiver em seu juízo perfeito. — Disse e meu pai me olhou assustado — Está
esperando o que? Saí logo — Brado e ele saiu resmungando. Quando passou
pela porta, percebi a Vânia me olhando com os olhos arregalados.
— Não vou sair... O que foi tem alguma puta para comer no quarto
dos médicos, mamãe estaria com nojo de você — gritou Luke para quem
quisesse ouvir pelos corredores do hospital, me levantei, em três passadas de
perna o alcancei e o segurei pelo jaleco, sustentei meu olhar de raiva, meu
erro e da Fernanda foi mimar esse moleque demais, mas ainda dá tempo de
consertar.
— Iván, não! Ele é seu filho. — Disse com a voz também exaltada
nunca tinha a visto assim, vi espanto em seus olhos, Luiza nos afastou,
segurei sua mão que estava em meu peito e vi como estava cego de raiva, só
então me dei conta do que estava fazendo, mas Luke não sabe o inferno que
passei quando a Fernanda morreu, pois, ele estava fora estudando, só aparecia
nos almoços de família, sempre estava me evitando, com faz até hoje com a
Tasha, minha pequena não tem culpa de nada foi uma escolha minha e da
minha esposa trazer ela ao mundo e me dói ver como ele a desprezava, ela é
apenas uma criança, caralho, mas esse ódio por mim é alimentado por Irina,
aquela velha nunca gostou de mim apenas me suportava, por ser o marido da
sua filha, só que agora a filha da puta nem disfarçava.
— Olha aqui seu desgraçado ... — Exclamei indo para cima dele
novamente, mas Luiza colocou o corpo em minha frente me parando.
— Eu e Luke não nos damos muito bem, como você acabou de ver —
disse, na verdade, a gente se dava super bem, mas desde a morte de Fernanda
tudo mudou, fiquei mais tempo no hospital com Tasha e depois me dividia
entre as crianças, o trabalho e Luke ficava mais estudando que em casa, meu
erro foi deixar a Irina tomar as rédeas no meu momento de luto.
— Ficou linda, não que você não fosse antes, só ficou mais bonita
ainda. — Ela ficou vermelha com o meu elogio.
— Primeiro a briga com seu pai, depois seu filho e agora dá em cima
da secretária, sua mudança de humor me assusta. — Disse Luiza se
aproximando e apontou para sofá, segui sua orientação e me sentei ao seu
lado.
— Se queria me ver seminu era só pedir, não nego nada para você. —
Comentei tirando a camisa, em momento nenhum deixei seu olhar enquanto
desabotoava pausadamente, por fim terminei de tirar a camisa, Luiza ficou
em silêncio enquanto fazia os primeiros socorros, até porque foi um corte
sem muita profundidade que poderia ser cuidado por mim mesmo, mas estava
gostado de ser cuidado por ela, enfaixou a braço quando terminou e sempre
fazia tudo com muito cuidado e delicadeza, quando terminou eu vesti minha
camisa, e fiquei observando-a enquanto ela guardava tudo. Eu precisava
daquela mulher, estava há seis meses rondando feito urubu, agora tinha que
agir. Quando ela terminou de guardar tudo, se virou para mim sem jeito
colocando seu cabelo, cor de mel atrás da orelha, não pude deixar de observar
seus lindos olhos castanhos claros ela era tão linda cada coisa nela se
encaixava perfeitamente.
— Obrigado! Você não sabe o poder que têm sobre mim, obrigado
por não ter me deixado chegar ao extremo hoje. — Serei eternamente grato a
ela, eu e Luke sempre discutíamos, mas nunca chegamos as vias de fato como
hoje.
— Nunca foi... E essa fama não condiz comigo, o povo fala demais,
só saí com uma médica daqui do hospital e não fizemos sexo, foi apenas um
almoço. Faz tempo que não fico com ninguém e nem se eu quisesse,
conseguiria, pois, não paro de pensar em você Luiza. — Afirmei e me
aproximei alisando seu rosto com as costas da minha mão, Luiza não fugiu,
ela segurou a minha mão com firmeza por cima da minha e eu dei mais um
passo ficando mais próximo ainda dela, em seu olhar, vislumbrei que uma
barreira havia se quebrado — Amei uma única mulher na minha vida e estou
começando amar a segunda... — Ela suspirou pesadamente.
Nossa mente pode ser a nossa aliada ou nossa maior inimiga, sempre
temos a oportunidade de nos transformarmos em uma versão melhor de nós
mesmos, basta buscar dentro de si o que deseja e seguir em frente ou deixar
para trás, entretanto, a mudança precisa partir de nós mesmos. E eu queria me
tornar o melhor de mim, deixar o passado para trás, mas não conseguia eu
não era completa, como Liam disse há anos atrás, “Você nunca será feliz”,
ninguém nunca vai querer uma aleijada, e terá sorte se o te moleque te
aceitar, pois, você é uma inútil, não serve nem mesmo como mãe para ele”,
ele despejou tudo isso após a minha cirurgia, e jogou o pedido de divórcio
sobre a cama, foi desesperador não tinha ninguém que pudesse me auxiliar
nem mesmo em um banho, mas com auxílio das muletas e muita dificuldade
para andar me virava como podia, mas quando chegava à noite a desespero
batia, não tinha ninguém, meu filho estava com o Liam só pensava em me
recuperar logo para lutar por ele. A cada dia mais me convencia que a
felicidade era algo muito distante da minha realidade, deixei de acreditar que
era capaz, contudo, não deixei a depressão se apossar de mim, tinha um filho
pequeno que precisava de mim, e aprendi desde essa época a construir
barreiras para não ferir mais ainda a minha alma.
Sai da sala do Iván desnorteada, ele mexia comigo isso eu não poderia
negar, era algo que eu não conseguia explicar, era muito além do contato pele
a pele. A maneira que ele me olhava, a fome com que ele me beijava eu
nunca tinha sentido nada igual na vida, nem com o Liam eu sentia aquilo, na
verdade, com ele foi apenas uma ilusão de felicidade. Iván era bruto, a
maneira que ele me pegava fazia com que cada parte do meu corpo
estremecesse e se eu já estava assim com apenas alguns beijos, imagina se
me permitisse um envolvimento, sairia destruída e não posso já sofri muito
antes. Meu filho é tudo para mim, sempre me dediquei ao Noah, e pelo
menos Liam não o maltratava fisicamente, em compensação não lhe dava
atenção, Noah era criado praticamente pelos empregados, era carente de
afeto, sempre que me recordava disso meu coração se cortava em mil
pedaços, porque eu estava aqui para lhe dar carinho e amor e não era justo
um filho ser criado longe da mãe assim, todavia o dinheiro sempre falava
mais alto.
— Boa Sorte, que tudo ocorra bem. Então vou até sala Miranda, ela
está com a advogada. — Informei, mas antes de ir não pude, deixar de notar
mais uma vez os lindos traços da mulher e a elegância.
— Sim, não vejo a hora de tudo isso acabar, você irá me representar?
— Sua boa vibração me faz ter ainda mais esperanças, que tudo irá se
resolver e logo estarei com o meu pequeno.
— O juiz vai analisar tudo isso, alegamos que sua vida melhorou, mas
você legalmente não reivindicou sua herança, então sua situação financeira
ainda é instável, por conta das dívidas, a faculdade está paga, mas a do
hospital ainda existe. — Explicou Juliana, me entregado vários papéis.
— Tudo bem! — Não poderia fraquejar agora, pelo Noah faria tudo,
pelo bem-estar dele, não abriria mão dele estar ao seu lado, iria lutar com
unhas e dentes, no passado ele foi tirado dos meus braços covardemente, mas
hoje tudo mudou tenho pessoas que estão ao meu lado me dando forças e
tenho fé que em breve ele estará comigo todos os dias, meu filho precisa de
mim, toda vez que preciso me despedir dele meu coração fica aos pedaços.
— A Juliana só ficará aqui por três dias, hoje o Oliver vai ficar com
as meninas e nós três vamos em uma boate latina, que é ótima, a qual tenho
boas lembranças dela, você vai amar. — Disse Miranda, dançando no meio
da sala e nós rimos, mas uma que foi contagiada pelos ritmos latinos da Gigi,
empregada da Jane, essa era outra que sempre estava animada, nunca tinha
tempo ruim para ela.
Fiz uma maquiagem leve evitando marcar muitos os olhos, não sou fã
de maquiagens muito iluminadas, mas hoje resolvi ousar um pouco nesse
aspecto e para finalizar a maquiagem passei um batom nude, optei por um
vestido de manga comprida, e ficava um pouco abaixo do joelho e na frente
tinha um grande decote e por este motivo precisei tirar o sutiã e em seguida
coloquei uma sandália vermelha Nobuck salto fino Lace Up Flâmula.
O carro não demorou muito para chegar, assim que entrei, o carro
seguia até o seu destino, ainda no trajeto até a boate meu celular tocou e era
o Noah sorri quando vi que era meu pequeno.
— Oi, meu pequeno príncipe — Falei ansiosa por escutar sua voz.
— Tia Mi? Noah gosta da tia Mi, mamãe — Disse e eu ri, Noah às
vezes falava dele mesmo na terceira pessoa. — Igual gosto do glande Jodan.
— Suas brigas com Luke, nunca te fizeram beber dessa forma. Quem
é ela? — Questionou minha mãe colocando o copo na mesa de centro.
— Ela não quer nada comigo, e depois do que viu hoje acredito que
não queira mesmo. — Depois do que Luiza presenciou hoje, não tiro sua
razão de me afastar da sua vida.
— Se ela não aguenta seus surtos de humor diários, não irá aguentar o
pior deles que é os pesadelos. — Ela está certa.
— Eu sei, o pior é que eu sei. Tasha pediu para dormir na casa dela,
mas eu sei que foi ela mandou a Tasha pedir, e posso apostar que ela sabe do
paradeiro do Luke, mas ele estará no hospital amanhã, até porque nunca
perde um plantão, nessa parte ele não dá trabalho nenhum, é extremamente
focado — Comentei e o celular da minha mãe apitou novamente — Mas que
merda mãe, o que tem nesse telefone que tanto apita.
— Ahh filho, fui até a igreja hoje à tarde, acender uma vela para sua
irmã...— Comecei achar esse papo estranho.
— Por que mãe aconteceu algo? Falei com ela hoje e estava tudo bem
— E minha mãe toda calma assim algo estava errado.
— Não, por isso mesmo fui acender uma vela, você teve filho cedo,
se casou, estudou se formou é um grande médico, está enrolado com alguém
e sua irmã? Onde errei com essa menina para acabar com aquele traste. —
Disse me encarando esperando a resposta — Mas deixa sua irmã, se quer
ficar com aquele merda, que fique. Continuando, estava na igreja, aí no meio
da oração, escutei a menina falando maravilhas de um tal de Tinder, assim
que cheguei em casa e pedi para a filha da Deia, baixar para mim, já tive 15
matches. — Explicou sorrindo e pegando o celular, era só o que me faltava.
— Você vai excluir essa porra agora mãe — Gritei, isso só poderia
ser uma crise de meia-idade, não tinha outra explicação.
— Respeita minha história Iván Sánchez. Seu pai é panela velha, sem
tampa, usada, amassada e sem cabo, ou seja, não tem utilidade nenhuma. —
Afirmou se levantando, pegou celular e foi em direção escada. — E para de
choramingar e vai atrás da mulher — Quando ia responder, meu celular
tocou, peguei e era a Jessica.
— Você vai com ele... — Perguntou e Luiza não ouviu, pois, tinha
seguido até onde estava Miranda e uma outra mulher.
Minha mão passeava pelo seu corpo e por dentro de seu decote, que a
deixava ainda mais sexy...Luiza respirava de maneira irregular, sua boca
estava seca, ela passou a língua em seus lábios e eu os ataquei. Nosso beijo
não foi tímido, tinha urgência, desejo, luxúria e intensidade. Interrompi o
beijo e a virei, abri lentamente o seu vestido o deixando cair, virei Luiza e
segurei sua mão, ela caminhou e eu a levei para cama.
Luiza passava a mão por cima do meu pau duro, feito rocha, ela
puxou minha cueca e ele pulou ereto, grande, duro e grosso, ele tinha quase
23 centímetros e as veias dele estavam pulsando.
Ela estremeceu e gemeu quando sua boceta apertou o meu pau, a deixei ter
um orgasmo antes de voltar a bombear, já era o seu terceiro orgasmo e ainda
não estava saciado. Voltei a estocar dentro dela, dei mais umas 20 estocadas,
forçava meu pau até uns vinte centímetros dentro dela, e Luiza se entregou ao
prazer novamente, tremendo e gemendo, enquanto gozava, vi lágrimas caindo
de seus olhos.
— Não paree.... Por favor! — Estava com o meu pau esfolado, a boceta
da Luiza estava esticada envolvendo o meu pau, e pingando como uma
torneira, estoquei de frente, enchendo-a até o talo.
— Bom dia, meu anjo! — Ouvi uma voz ser sussurrada em meu
ouvido e depois senti minha orelha sendo mordida levemente, fazendo meu
corpo se arrepiar. Abri meus olhos e me levantei rapidamente e senti uma
forte dor de cabeça.
— O que eu fiz? — Me questionei, com os olhos fechados, então abri
os olhos e vi que era Iván que beijava meus ombros — O que nós fizemos
Iván?
— Fizemos um sexo gostoso — Disse e se levantou, pegou uma
bandeja de café e a colocou na cama.
— Você não teve culpa Iván, o Luke não pode te acusar assim e nem
sua ex-sogra. — Ele não podia ser culpado por algo que ele foi uma escolha
dele e da esposa.
— Eu sei meu anjo, eu sei... — Respondeu frustrado e afastou a
bandeja da cama, e puxou o lençol me deixando nua, soltei um grito
assustado e ele beijou meus lábios. Suas mãos subiam pelo meu corpo
passeando por minhas curvas até chegar ao meio das minhas pernas, começou
a me tocar entre um beijo e outro, eu estava totalmente entregue a ele
novamente. Enfie minhas mãos em seus cabelos e o nosso beijo se
aprofundou cada vez mais ele subiu por cima de mim sem me penetrar
começamos uma dança de corpos gostosa e prazerosa. Fomos interrompidos
pelo toque do celular.
— Iván! — Poderia ser algo importante, pois, tocou pela segunda vez.
— Ela comeu algo que não devia? Tasha não é de ficar doente. —
Afirmou, seu tom de voz era de preocupado. — Já estou indo. — Ele
desligou o telefone.
— Tasha passou mal, está com quase 40° de febre e vomitando muito
— Disse já se alterando e puxava os cabelos, como se estivesse em crise
nervosa — eu… eu… — Ele estava fora de foco.
Liguei para Noah, conversei com meu filho, falei que o celular havia
descarregado, e ele me contou que ia almoçar com o grande Jordan, ao
menos algo de bom nessa confusão toda, essa idade do meu filho e eu teria
que conhecê-lo, pois, Noah não iria querer perder o contato. Depois liguei
para Jane que estava como Miranda, às duas estavam me esperando no
hospital, para irmos almoçar. E em seguida abri mensagens do Iván.
— Como assim alarme falso, então era mentira e depois tinha outra.
— Pensei, ela não seria capaz de inventar que a menina estava doente ou
seria, meu celular apitou e era outra mensagem.
— Nós transamos — Confessei por fim — Ele foi tão atencioso, teve
paciência comigo, não parecia o Iván arrogante que vemos no hospital e de
manhã me acordou com café da manhã.
— O que foi? Não posso saber se minhas filhas estão bem servidas.
— Disse indignada por Miranda ter interrompido, que nem reparou que
considerou como filha. — Homem tem que pegar de jeito, puxar cabelos, dar
uns tapas e ele fez tudo isso?
— Ele... ele fez — disse e ela bateu palmas, e Miranda abaixou a mão
dela, pois, várias pessoas estavam olhando. O garçom veio com nossos pratos
e nos serviu. E comemos conversando sobre a noite na boate latina.
— Sabe não sei, nunca o vi, mas ele nos ajuda muito... — Respondeu
Miranda pensativa, como se só naquele momento tivesse se dado conta que
não conhecia o Gael.
— Iván achei que não viria mais ver sua própria filha — Hoje essa
bruxa não iria estragar meu dia não, só precisava ver como estava a minha
filha, mas nem precisei.
— Papaiiii — Desceu uma Tasha toda animada com uma boneca nos
braços e veio ao meu encontro eu me agachei e ela pulou em meu colo e me
levantei com ela nos braços.
— Não vai dar um beijo na vovó não, ela vai ficar sozinha.—
Questionou a diaba descendo à escada, minha sogra era uma mulher que
apesar do tempo nunca perdeu a bela fisionomia mesmo depois de tanto
procedimento me lembrava muito a cantora country Dolly Parton, porque
ela jura que não faz nenhum tipo de intervenção estética, porém, eu sei que
sim, sempre diz que estar envelhecendo naturalmente, sei envelhecendo
naturalmente é o caralho, também aonde vai gastar tanto dinheiro até porque
tempo e dinheiro essa velha tem, pois, ela tem tanto empo disponível que se
divide entre torrar a minha paciência, colocar o Luke contra mim e se encher
de Botox.
— Quem você pensa que é para chamar a mãe dele, ela não pode
chegar perto dele, nos dias não estipulados, estamos no meio de um
processo... — Oliver se aproximou de Liam o encarando.
— Você não pode fazer isso, ele precisa de um responsável ...— disse
Liam indignado.
— Noah, vai para minha casa. Deixa que eles vejam o Noah, vou falar
com Juliana. — Vou passar a tomar as rédeas da minha vida a partir de hoje,
deixar de ser boazinha.
— Luiza... — Disse Iván, mas eu não parei para ouvi-lo, fui até Noah,
que dormia devido à medicação para dor, beijei sua testa e segui até à sala
onde Juliana estava. Quando estava chegando no elevador senti meu braço
ser puxado.
— Você não passa de uma qualquer, está se achando porque
descobriram que você é filha do Jacob, mas nunca será uma Collins eu vou
acabar com você... — Começou a gritar na entrada do hospital.
— Posso incluir essa ameaça nos autos do processo, pois, pelo que
vejo minha cliente precisa de medida protetiva — Protestou Juliana, o
interrompendo e se aproximando da gente cruzando os braços.
— Pense bem no que vai falar, se ainda está aqui é somente por causa
do Noah. — Afirmou Jane o interrompendo e me abraçando — Vai ficar com
seu filho, e Liam nunca mais se aproxime da minha filha, ou não irei
responder por mim. E mais uma coisa, o Noah ficará conosco até se
recuperar. — Acrescentou Jane sem dar espaço para ele.
— Chora minha irmã, coloca para fora e depois você acaba com
todos, mas hoje reúna suas forças. — Disse em meu ouvido, e eu assenti em
seus braços. Jane veio com um copo de água e me entregou, me afastei de
Miranda e me sentei na cadeira e bebi a água. Estava me acalmando,
precisava ser forte pelo Noah.
Oliver olhava na minha direção, mas não falava nada, sabia o que ele
estava pensando, mas onde eu poderia imaginar que o Noah era filho da
Luiza. Estou no Canadá há quase oito meses e meu contato é com o garoto e
na maioria das vezes ele estava com minha mãe. Não tenho muito contato
com Jessica e o Liam, quando eles iam nos visitar em Seattle eu quase não
estava em casa e Noah era bem pequeno. Depois que a Fernanda faleceu fui
morar na Itália e perdi o contato, até voltar para o Canadá.
— Fica longe disso, você não sabe que sou capaz. — Seu tom era
bastante ameaçador, mas eu não tinha medo dele.
— Por que essa defesa? Você já comeu a manca? Foi? — Disse com
desdém e segurei o colarinho de sua camisa com força e ódio.
— Você vai até ela. Filho eu sei que você amava a Fernanda, mas
nunca falou dela dessa maneira, e nem de alguém desde a morte dela — Isso
era verdade, até porque sempre fui aberto com minha mãe, falávamos sobre
tudo.
— Eu me culpei, por sentir algo tão forte por alguém, vim para o
Canadá para refazer a minha vida com os meus filhos e agora tenho um filho
que me odeia e uma mulher que acha que eu menti para ela.
— Sim, sei o que aquele merda fez, Luiza eu juro que não sabia, me
ouve por favor. — Implorou me interrompendo, respirei fundo e apontei para
o sofá, segui para cozinha, fui até o armário peguei o kit de primeiros
socorros e uma compressa de gelo e voltei para sala. Iván segurava o nariz
que estava começando a ficar muito vermelho. Ele me olhou e recostou a
cabeça nas costas do sofá e eu me aproximei, ficando entre suas pernas. Nada
era dito, abri a maleta, peguei o algodão e antisséptico, e limpei as feridas de
seu rosto. Quando fui limpar próximo ao nariz, ele segurou minha cintura
com força, percebi que tinha quebrado.
— Eu jamais faria algo contra você, Luiza. Eu não vou dizer que eu já
te amo, porque é muito cedo, mas eu sei que estou te amando. — Senti
sinceridade em suas palavras e isso mexeu comigo, diminuindo mais ainda
minhas barreiras de desconfiança.
— Iván, nós temos muitas coisas que nos separam, você é cunhado do
meu ex-marido. — Precisava deixar claro, talvez nós nunca daríamos certo.
— No fundo, sabia que você não tinha me enganado, mas desde que
saí do Texas, nada foi fácil para
mim…— O que era verdade, contudo, minha alma ferida sempre me deixa
desconfiada, não é fácil acreditar no amor de verdade.
— Eu quero sair com vocês, com você, ele e Tasha. — pediu beijando
minha cabeça.
— Ele não tem que aceitar e sim nos respeitar, merecemos ser felizes.
— Suas palavras me deixavam fortes e ,ao mesmo tempo, insegura.
— Iván isso não vai dar certo, imagina eu, você, Liam e sua irmã no
mesmo ambiente. — Vai ser um clima ruim atrás do outro.
Subi direto para sala de reunião e quando abri a porta, vi uma mulher
negra muito bonita e bem vestida com um olhar vibrante, o que me chamou
atenção foi como a cor dos seus cabelos castanhos escuros com um corte
Bob Long que combinava super bem com seus olhos verdes, ela usava uma
calça pantalona preta social com uma blusa branca de seda e um blazer no
mesmo tom da calça, ela tinha um porte elegante, determinado e de fibra. Ela
estava arrumando a câmera sobre a mesa.
— Bom dia Luiza, sou Valentina Ávila. — Caminhei até ela, que me
abraçou.
— Eu estou nervosa, meu filho é tudo para mim e eu não sei o que
fazer — Eu sei como se sente, também suportei muita coisa pelo bem-estar
do Davi. Mas tudo irá se resolver, estou aqui e juntas sairemos vitoriosas. —
Afirmou e fomos interrompidas por Juliana que entrou na sala com Liam, seu
rosto estava cheio de hematomas, depois entrou sua esposa e advogado.
— Você está com essa mulher? Com essa oportunista! Sério Iván? —
Questionou Jéssica.
— Eu não fiz isso, eu não aceitei nada do Jacob, nunca pedi dinheiro
a ele — Gritei me levantando e Iván me abraçou, tentando me acalmar o
advogado pegou outra pasta e me entregou, mas Valentina pegou antes de
mim, abriu e leu, logo em seguida devolveu para eles.— Segura de si, isso
que me trazia paz.
— Você está louca né? Meu cliente não vai abrir mão da guarda e
muito menos pagar uma pensão de vinte mil dólares.
— Perdão, senhores, sabe como é, erro de estagiária... Essa é certa. —
Disse entregou para o advogado, mas Liam pegou a pasta, tirou o papel e
começou ler.
— Assina Liam, caso não assine irá preso e perderá muito mais. —
Aconselhou o advogado dele e ele olha para o advogado incrédulo, e ouvi o
advogado sussurrar "ela nos pegou".
— Viu o que essa mulherzinha fez e você ainda fica abraçado com ela
Iván? Você é mesmo um louco, bipolar — Rosnou a irmã dele, vindo em
nossa direção, totalmente louca e alterada, com toda certeza ela sabia de tudo,
eu me afastei de Iván, mas logo voltei quando ela falou do Noah. — Por isso
se deu tão bem com aquele moleque doente mental…— Nesse momento não
me contive, ninguém mais falaria assim do meu filho, já aguentei muito
desses dois, por anos.
— Isso não vai ficar assim, farei da sua vida inferno … — Ameaçou
Jessica — E você querido irmão, não vai ficar com essa aleijada — Gritou e a
porta da sala foi aberta.
Minha mãe estaria feliz pela minha vitória, que falta eu sentia dela,
mas sei que está sempre olhando por mim e pelo Noah onde estivesse.
9
Um mês depois.
Sou grata pelas pessoas e momentos difíceis que tive que lidar em
minha vida, momentos esses que mostraram exatamente o tipo de pessoas
que não devo me tornar ou até mesmo confiar, e não existe nada mais certo
na vida como o ditado “confie, desconfiando”, quero e estou tentando buscar
a minha completa felicidade.
Esse mês que se passou foi de muita paz, Noah está bem mais
disposto, voltamos com o tratamento psicológico, ele está se desenvolvendo
bem. O Iván tem ajudado muito, às vezes vêm com a Tasha e passa o dia em
casa, por eles já terem convivência há muito tempo, isso por fim acabou
ajudando a nossa adaptação como casal e as crianças se dão super bem.
— Iván, pega leve com os funcionários. Ninguém tem culpa dos seus
problemas. — Acrescentei, pois, nada justifica tratar as pessoas assim,
mesmo que esteja em um dia ruim.
Meu corpo era atraído pelo Iván, mesmo que por pensamentos quando
estava longe dele, a forma como se apossava do meu corpo me deixava
aberta, e me entregava sem reservas, era bom ter essa liberdade sexual e não
ter vergonha do parceiro, fomos construindo passo a passo toda essa
cumplicidade durante esse último mês que estávamos juntos, da forma bruta
retirou minha roupa me deixando apenas de lingerie, estava gostando dessa
adrenalina, era bom me permitir viver momentos assim, não tenho dúvidas
que vou me lembrar com um sorriso tudo que estamos fazendo aqui.
— Agora fica de quatro para mim — Mandou me indicando o sofá à nossa
frente, era branco espaçoso e confortável fiz o que ele sutilmente mandou,
estava de costas quando escutei uma canção que conhecia bem ecoou ao
fundo Bryan Ferry Slave to love do filme Nove Semanas e Meia de Amor,
descobri um gosto em comum com o meu bipolar, ele era apaixonado por
músicas antigas, quando ele se aproximou e passou os dedos pelas minhas
nádegas com delicadeza, se curvou sobre mim e começou a cantar um trecho
da canção em meu ouvido sua voz rouca penetrou em meus poros, me
deixando arrepiada a letra agora fazia todo sentido.
— Sim seu ... Totalmente seu, preciso sentir seu gosto — disse
traçando beijos por toda a minhas costas até chegar a minha bunda senti, suas
mãos tirando minha calcinha com delicadeza e ajudei levantando uma das
pernas, até parece que tínhamos todo esse tempo do mundo, mas não ia ser
impaciente. Senti sua língua molhada em meu ânus, começou chupando
depois penetrando na mesma intensidade firme e forte, enquanto seus dedos
traçavam caminho pela entrada da minha entrada, era impossível não gemer,
estava gostoso sentir sua boca em meu ânus, abriu mais ainda mais minhas
nádegas e chupava na mesma intensidade que seus dedos grandes e ágeis
penetravam a minha entrada em um vai e vem gostoso, me sentia cada vez
mais molhada.
— Agora sim vou te você do jeito que venho sonhando durante toda a
semana, aberta em cima dessa mesa — Rosnou abaixando suas calças,
através da cueca branca pude notar seu líquido pré-gozo molhando-a, olhava
ele desesperado tentando passar a cueca pelos pés todo, atrapalhado, e decidi
provocar, retirando meu sutiã sem deixar o seu olhar.
— Mas forte...
A Vida muitas vezes nos faz refletir e nos questionar: O que estamos
fazendo aqui? Ou ,porquê vivemos em conflito? E no final descobrimos que
vivemos para sermos felizes, para fazer bemao próximo e a nós mesmos!
Vejo pessoas dizendo: se eu tivesse tido tempo, será que um dia terei
tempo, o tempo na verdade é o agora, quando temos o "clique" do despertar à
vida, da sensação, do suspiro por conseguir enxergar que é muito mais fácil
ser feliz, é muito mais fácil enxergar o lado bom das coisas.
— Ei calma… Eu estou aqui, mas você sabe que ela não vai nos
deixar em paz.
— Eu vou me antecipar, irei impedir a Irina de ver a Tasha, sei lá,
mas ela não vai tirar a Tasha de mim. — Minha filha era um dos motivos que
me fazia seguir em frente, sem surtar de vez.
— Não faça isso, ela quer criar guerra. Ela somente ameaçou, talvez
nem vá para adiante. — Conhecia bem aquela gêmea da Úrsula misturada
com Dolly Parton.
— Minha mãe também falou isso. Mas eu não sei o que faço, Luke
nem olha na minha cara. Meus filhos são tudo para mim. — Sim, eles eram o
melhor de mim e da Fernanda.
— Por isso vamos agir com calma, ela irá jogar pedra e a gente
retribui com flores, vamos agir com calma… — comentou Luiza alisando
meus cabelos — Eu passei um inferno, aguentei calada todas as humilhações
e hoje estou com Noah. — E isso acendeu uma lanterna minha cabeça.
— Ela disse que Liam não quis passar essa informação quando ela o
procurou, inclusive ofereceu a ele proteção, mas aceitou somente ser
testemunha de que eu não recebi o dinheiro. Ele disse que ele deve ter
mudado de ideia, pois, recebeu um e-mail anônimo com o contrato, a conta e
o comprovante da transferência. — Disse e eu fiquei surpreso, porque
advogados quebram sigilo facilmente.
— Podemos ir todos juntos, eu, você, Noah, Tasha e Luke, até lá ele
terá juízo na cabeça. — Disse, sempre tive vontade de conhecer mais o
Texas, escutava muito as músicas country antigas, como Shania Twain, Alan
Jackson e Dolly Parton uma das minhas preferidas.
— Iremos sim, vou te apresentar tudo no Texas, até os rodeios. —
Ficou animada quando falou da sua terra natal.
— Iria enviar para você hoje, mas não consegui, porque não tive
como verificar.— Acrescentei e entreguei os papéis e havia vários arquivos
de procedimentos feitos fora do hospital, médicos direcionados para esses
atendimentos, mas não parecia ser um arquivo do hospital.
— Pode ser que sim ou não, Marcel manteve tudo muito bem
escondido. — Insistiu Luiza, olhando os números na planilha com bastante
atenção.
Você vai passar por muitas coisas, ruins e boas, porém, essas
situações serão responsáveis por definir você, decidir onde você chegou e até
onde chegará. Um dia as pessoas mudam, mentiras são descobertas, verdades
serão entendidas, surpresas te paralisarão, portas se abrirão, porque algumas
pessoas sentem a chuva e outras apenas ficavam molhadas.
Ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas sim reconhecer que vale a
pena viver apesar de todos os desafios e perdas. Com o tempo, você percebe
que, para ser feliz, você precisa aprender a gostar de você e principalmente, a
gostar de quem também gosta de você, dê a si uma nova oportunidade de ser
feliz.
Despois de quatro anos, estou numa fase ótima da minha vida, estou
vivo, tenho prazer de acordar. Mas estava confuso, pois, nunca tinha sentido
esse sentimento e resolvi vir confessar com uma pessoa, que ela me
entenderia. Neste momento estava sentado em frente ao túmulo de Fernanda,
a mulher que foi a minha vida durante muitos anos e que sempre vai ter seu
lugar cativo em meu coração.
— Sabe a diferença entre nós dois é que você está morta e eu estou
aqui com toda essa merda — Falei diante do tumulo de Fernanda fazia 4 anos
que não voltava a esse lugar. — Sua mãe aquela bruxa de Eastwick, quer
foder a minha vida, você acredita que ela quer tirar a nossa menina de mim.
— Exclamei, com ódio daquela maldita velha.
— Nem adianta defender a sua mãe, ela diz que eu sou mentalmente
instável e o Luke, aquele moleque está me enfrentando a cada dia, a culpa é
daquela bruxa. A parte boa daminha vida é Tasha e agora Luiza. Você precisa
ver elas duas, ela tem um pouco de você sabia. — Confessei e olhei em sua
lápide que tinha uma linda foto dela, sorrindo. — Ela me acalma e me
estressa na mesma proporção, eu sinto que já a amo. E você deve estar se
perguntando que estou fazendo aqui falando de outra mulher com você, eu
também não sei... Eu quero me desculpar por não ter vindo te visitar. —
Declarei e fiquei ali sentado no cemitério, olhando para sua foto. As horas
passaram e o vento frio veio com toda a força batendo em meu rosto, olhei
para o relógio e já iria dar meio-dia. Me levantei e me despedi, saí do
cemitério e segui para casa da bruxa de Eastwick, o caminho foi todo feito ao
som de Bon Jovi, e eu ri até a playlist da Luiza já dominava minha vida, ela
gostava de Mariah Carey, Whitney, Bom Jovi, Michael Jackson, Marron 5,
Ed Sheeran e outros cantores dos anos 80 e 90, minha mulher tinha gostos
bem ecléticos. Cheguei na casa da minha ex-sogra, saí do carro e caminhei
até porta da sua casa e o mordomo rapidamente abriu.
— Então você não contou para seu pai? — Perguntou olhando para o
Luke e me olhou — Sua namorada seduziu Luke, é esse tipo de mulher que
você anda...— Disse olhando a minha reação.
— A verdade doí, não é?! Mas ele tem razão, eu sempre disse que
minha filha merecia algo melhor. — Agradecia a lei que não permitia que as
pessoas andassem armadas ou mataria essa bruxa.
— Vamos para casa, posso ligar para ela e pedir para ir almoçar com
a gente. — disse beijando seu nariz.
— E a tia Luiza, papai, ela pode ir com o Noah. — Questionou Tasha,
mas falou o nome dele baixinho e eu percebi que a Irina repreendia a Tasha
de alguma forma. Depois iria conversar com minha filha. Arrumei as coisas
de Tasha, a peguei no colo e descemos as escadas e vi Irina sentada no sofá.
— Sim, mas agora estou com vontade de pegar outras coisas — Disse
apertando sua bunda e beijei seu pescoço.
Merda!!
— Você sabe que Irina é uma cobra, você está com medo e confuso,
por isso foi ao cemitério, você que lutar para manter a memória dela, mas
também não quer perder a Luiza. Compreensível, mas desse jeito você irá
perdê-la, porque não disse que iria ao cemitério, a base do relacionamento é a
comunicação.
— Na verdade, você precisa entender Iván, eu sei que não foi somente
isso que eles falaram, mas não vou insistir. Mas essa menina já foi quebrada
o bastante pelo Liam, e ela não tem tempo a perder, ou você luta todas as
batalhas junto com ela, ou a deixa ir. — Declarou minha mãe e saiu da
cozinha, me deixando ali sozinho e só naquele momento me dei conta da
merda que falei.
— Bem graças a Deus, estamos com alguns problemas, mas nada que
não possa ser resolvido. — Explicou Luiza com pesar, a situação era bem
complicada e até o momento nada estava definido.
— Você não gosta do senhor brócolis, mas ele é tão bonzinho nos
enche de energia — Comentou sorrindo, colocando uma das mãos na cintura.
— Agora sim, quem vai comer e ficar forte como Huck — Insistiu
imitando o gesto da minha filha.
— EUUU— Gritaram as crianças todas empolgadas que comeram
toda a comida do prato.
— Luiza, sei que não é fácil, o Iván pode ser bem difícil, no entanto,
é homem de bem. — Olhei e ri, Miranda com toda certeza tinha comentado
algo. — A Miranda, não falou comigo, eu conheço o Iván há muitos anos.
Sabe casal de comercial de margarina, eram eles, chegava a ser irritante vê-
los, ali tinha amor, cumplicidade e era recíproco. — Oliver comentou e
depois se deu conta que tinha falado, e deu um sorriso de lado. — Luiza,
Iván se fechou depois da morte da Fernanda e se abriu por você, ele sente
algo por você, pode ser louco, bipolar, mas ele não é mau-caráter, e não
brinca com os sentimentos das pessoas, ele é verdadeiro quando gosta
realmente deixa claro, e o mais importante nunca vi meu amigo assim.
— Se você quer mesmo ficar com ele, faça dar certo. No início eu tive
às mesmas dúvidas, Miranda venerava o Alec, até a verdade vir à tona, então
aguentei firme, e lutei por ela — Sim, ele lutou, acompanhei de perto o
sofrimento desses dois, eles se superaram juntos e se completavam, a perda
os fez ainda mais fortes como casal.
— Bem, mas você está ótimo pelo que parece, o que aconteceu? —
Questionei, em seguida o barman me entregou um café, eu peço tanto café,
que eles nem perguntam mais o que eu quero.
— Eu fico tão feliz Miller, vocês merecem, e esse bebê vai unir vocês
muito mais. — Afirmei super feliz por ele, Miller era meu amigo dentro do
hospital, apenas eu, Miranda e Jane sabíamos do seu casamento, e da sua
orientação sexual. Acho que Oliver também sabia. Sentamos no banco do
lado externo do refeitório, estava um dia agradável e ficamos conversando,
Miller recebeu uma chamada da emergência, e fiquei ali sentada bebendo
meu café. Minutos depois, alguém sentou ao meu lado.
— Luke, não vou falar sobre seu pai com você.— Fiquei sem graça,
pela maneira que me abordou.
— Ele te contou não foi, por isso está assim na defensiva comigo... Eu
te vi primeiro — Exclamou, eu me levantei, não iria discutir com um garoto,
visivelmente alterado. Luke se levantou e puxou meu braço, apertando com
força.
— Você merece, ela era minha mãe, ele a matou... foi ele... foi ele —
Ele repetia e apertava ainda mais meu braço — Eu ouvi uma discussão... ele
disse que a odiava ... Ele não podia te amar, eu sim — Luke me puxou e o
empurrei com força, ele tentou me agarrar novamente
— Não se mete seu merda... ele vai te matar também... espera ele
surta — Falava totalmente alterado, parecia estar drogado. Caio me conduziu
para dentro do refeitório e Luke veio atrás, mas eu o parei.
— Meus problemas com seu pai, irei resolver com ele, minha vida
pessoal não diz respeito a você, então nunca mais me dirija uma palavra,
questionando a minha vida pessoal. — Segui para o escritório.
— Culpa da Sarah, aquela ali é pior que todos eles. Mas não muda de
assunto. — Insistiu e ficou séria no mesmo instante.
— Estamos bem, tirando a sogra que não deixa ele em paz, e também
o meu ciúme da Fernanda. — Disse cansada, recostando no sofá, fechando os
olhos e respirando fundo, era tanto problema, que nem sei se um dia serei
feliz — E o Liam, está recorrendo na justiça, sobre a empresa. Tentei
devolver o bendito dinheiro da herança do avô dele, mas somente o Noah
pode fazer isso.
— Soube que essa Irina é osso duro de roer, ninguém gosta dela... —
O que era verdade.
— Vai ver não queria que a filha se casasse com ele, e sim com ela...
sei lá. — E Miranda gargalhou mais ainda.
— Mas sabe o que é pior, no meio de tudo isso tem a Tasha e o Luke.
O Iván se desdobra coitado, às vezes ela liga no meio da noite e Iván sai
correndo e no final não é nada grave, e fico com medo de falar para ele não ir
e justo nesse dia realmente ser algo grave. Tasha tem asma — Acrescentei e
Miranda assentiu compreendendo a gravidade da situação.
Segui até o meu quarto, tirei o salto alto e coloquei no canto da porta,
precisava de um banho, fui para o banheiro, tirei minha roupa, liguei o
chuveiro e tomei um banho, ali eu relaxei. Precisava da água caindo pelo meu
corpo. Após o banho, saí do box e ao olhar no espelho percebi que meu braço
estava roxo com as marcas dos dedos, fui ao closet peguei uma camisola, e
me assustei quando cheguei próximo à cama..
— O que faz aqui Iván? — Perguntei, não nos falamos o dia todo.
— Quem fez isso Luiza? — Inquiriu rude, seus olhos estavam num
tom escuro de ódio — Foi o Liam? Fala Luiza? — Gritou a última parte, me
assustando.
Não foi o Liam... Foi Luke, ele estava nervoso e apertou forte meu
braço, falava coisas sem sentindo, parecia estar drogado.
— Você não vai sair, não nesse estado, todo alterado. — Afirmei
segurando seu rosto e ele me abraçou, quando nos afastamos resolvi
perguntar novamente.
Que nunca falte energia para corrermos atrás dos nossos sonhos, e que
sabedoria seja infinita para lidarmos com os obstáculos da vida, e o mais
importante viva sem fingir, ame sem exigir, aprenda sem atacar e fale sem
ofender.
Se não for hoje um dia será! Algumas coisas por mais impossíveis
que possam ser, sabemos, bem lá, no fundo, que foram feitas para dar certo,
desde que conheci Iván algo dentro de mim, mudou, mas tinha medo de
corresponder e ser mais um Liam em minha vida, mas aos poucos ele vem me
mostrando que não poderia estar mais enganada nessa comparação, seja no
dia a dia ou na cama, com ele, tenho uma liberdade que nunca tive em meu
casamento com Liam, dizem que nunca devemos comparar uma relação, mas
era inevitável.
— O que está pensando ? — Perguntou Miranda sentada ao meu lado
com a Gio no colo impaciente vendo às outras crianças alimentando as
girafas e zebras, estávamos no zoológico Magnetic Hill Zoo, decidimos trazer
às crianças para uma tarde de diversão ao ar livre, Lena e Tasha já se deram
bem de cara, também nunca conheci ninguém que não simpatizasse com a
minha sobrinha, quer dizer tirando seu pai biológico que tinha um coração
cheio de rancor, mas Oliver logo mostrou a ela o que é um amor de pai.
— Estou com medo de tudo que estou sentindo pelo Iván, nunca senti
isso antes — Minha irmã me olhou e começou a sorrir.
— Luiza não se cobre tanto, se permita, você sabe o inferno que
passei para viver o que vivo hoje com meu marido e minhas filhas — Fui
testemunha de tudo que ela passou — Passei anos vivendo um falso luto que
me destruiu para novas relações, se não fosse a insistência do Oliver, estaria
vivendo até hoje sem minha filha e sem saber o que é amor de verdade, por
isso te aconselho e se permita, se não der certo o que eu duvido muito, você
começa de novo a vida é feita de tentativas e não viver com medo do novo.
— A voz calma e suave da minha irmã me fez refletir, enquanto escutava
seus conselhos.
— Você tem razão não podemos viver de passado, mas é difícil
pensar em recomeçar, mas estou disposta a arriscar — Declarei e Miranda
pegou em minha mão sorrindo.
— Mamãe olha tem uma loja que vende o rei leão, vamos compra —
Pediu Lena à minha irmã, hoje às três estavam com o mesmo visual até
mesmo a pequena Gio, um vestido branco com estampa florida, rasteirinha e
tiara de pedraria com flores rosas customizadas a mão, era louca para ter uma
menina para podermos nos vestir assim iguais, mas depois de Noah achei um
sonho distante.
— Esta bem — disse colocando Gio no chão que queria acompanhar
às outras crianças, Noah foi na frente com Lena que estava o segurando pelas
mãos, ele não encarava as pessoas apenas o chão, logo atrás Catalina, Tasha e
Caio ao lado delas, até me acostumei a ter os seguranças sempre em nossa
companhia. Assim que entrei na loja senti que alguém estava nos observando,
mas quando olhei novamente, não vi nada, deve ser efeito da noite em claro.
Passamos um dia maravilhoso, juntos, às crianças voltaram cansadas,
tomaram banho e logo dormiram.
13
— Bom dia para você também Luke — disse, mas ele não me deu
atenção apenas balançou a cabeça me dando as costas e subindo às escadas.
Percebi que ele estava inquieto novamente e seus olhos bem vermelhos, não
passou muito tempo escutei passos na escada e senti o abraço que estava
sendo meu abrigo nos últimos tempos.
— Bom dia meu anjo! — Iván falou me abraçando por trás, seu
cheiro é tão bom me traz paz, uma paz que buscava desde que minha mãe
morreu e tinha encontrado ela em Iván, fechei os olhos e senti aquele
momento como se fosse o último.
— Bom dia meu amor! O… — comecei a falar e não deu mais tempo
de concluir, pois, escutamos Tasha chorar e saímos correndo atrás dela,
Tasha estava na sala aos prantos e perto dela estava Luke.
— Não é mesma coisa Lulu, nossa casa é aqui com o papai — disse
com os olhos cheios de lágrimas o que me deixou com coração partido —
Fica Lulu por favor! — Pediu abraçando as pernas do irmão.
Senti alguém se juntar ao nosso abraço, era Iván seu cheiro era
inigualável, seu abraço único ele também chorava de soluçar, por um instante
não disse nada.
— Por que meu anjo, sempre fiz tudo por ele, não entendo ele me
acusar dessa forma? — Perguntou soluçando.
— Vai ficar tudo bem vamos dar tempo ao tempo — apenas suspirou.
— Tia Luiza não vai embora, fica com a gente, o Lulu já foi embora,
fica aqui com Noah mora aqui.— Pediu baixinho, confesso que suas palavras
me deixaram muda por um instante.
Acordei cedo, estava preocupada com Luke, Irina não parecia ser uma
pessoa pacífica e ela instigava essa briga do Iván e Luke. Me sentei no sofá
da sala e fiquei pensando em toda a minha vida, sai dos meus devaneios com
a chegada da Fran.
— Sim, a dona Jaqueline que cuida dessa parte, mas ela disse para
resolver com a senhora. — Disse e arregalei os olhos, como assim resolver
tudo comigo.
— A senhora faz muito bem para todos aqui na casa patroa, eles
viviam no automático, até a menina Tasha está sorrindo mais, e o menino
Luke, precisa de uns bons cascudos — Falou sentando ao meu lado no sofá, e
eu ri. — E aquela bruxa da Irina, na verdade, é um insulto às bruxas,
compará-las com Irina, aquela ali é o próprio Lúcifer — Insistiu e eu ri,
olhando para ponta da escada vendo o Iván que também ria. — Eu estou feliz
da senhora estar aqui.
— Claro que não patrão… Eu vou ver o café da manhã — disse Fran
e saiu rapidamente da sala tropeçando nas mesinhas, e eu e Iván ficamos
rindo.
A vida às vezes te quebra para mostrar que o seu lado mais bonito é o
de dentro, eu me sentia assim com a Luiza não quis deixar ela terminar sua
frase, pois, ainda não queria impor nada a ela, mas para minha surpresa ela
demonstrou a melhor reação possível naquele momento o instinto materno
falou mais alto, já sabia que ela era a mulher da minha vida, e a cada
momento, a cada atitude dela tenho ainda mais convicção disso, valeu a pena
cada investida para tê-la ao meu lado, hoje desde a briga ela e Noah sempre
que podiam estavam conosco, Tasha teve pesadelos e chamava por Luke, faz
três dias que não o via, estava caminhando pelos corredores do hospital
distraído quando escuto alguém me chamar.
— Ah, doutor nos dê notícias dele, por favor! — Acenei com a cabeça
e ela seguiu pelo corredor central do segundo andar do hospital.
Há três dias que esse sentimento de dor era tão intenso, eu não
conseguia ver mais nada além da tristeza, já pressentia que algo de ruim
estava acontecendo, e minha mãe sempre me disse que uma intuição ou um
pressentimento é a voz do nosso anjo da guarda sussurrando ao seu ouvido,
então sempre devemos escutar.
Tentei ligar para celular do Luke, mas sem sucesso, segui em passos
largos até a sala da minha mulher, passei pela dona Vânia, ela falou algo e eu
apenas assenti e abri a porta, fui entrando sem avisar na sala de Luiza e
encontrei dois pares de olhos na minha direção, Miranda sentada na cadeira
em frente à mesa e Luiza estava sentada na cadeira ao seu lado, minha
mulher rapidamente percebeu que tinha algo errado.
— Bom dia cunhado, bom já percebi que quer conversar com minha
irmã, já vou indo — disse Miranda se levantando, olhei para Luiza meio
perdido.
— Bom dia, cunhada, pode ficar. Meu anjo, vim avisar que vou
procurar por Luke, estou com um pressentimento ruim, ele não aparece para
trabalhar há três dias. Vou até à casa da Irina, pois, ele também não me
atende — no mesmo momento Luiza foi até bancada atrás da sua mesa e
pegou sua bolsa.
— Ora..., ora o que meu querido genro quer aqui, e ainda trouxe a
vagabunda da amante — Gracejou Irina admirando suas mãos.
— Não vejo o meu neto há três dias, pensei que estivesse com você!
— Exclamou mudando sua posição indiferente, para preocupada.
— Como assim? Ele disse que vinha morar com você. — Algo não
estava certo nessa história. Lembrei das palavras de Tasha que ela e Luke
sempre brigavam.
— Irina hoje não quero perder a minha paciência com você, apenas
quero encontrar meu filho — estava com um aperto no peito, mesmo com as
nossas brigas e acusações nunca deixei de me importar.
— Filho? Você nunca cuidou dele direto desde que minha filha
morreu, seu maldito assassino! — Quando já estava perdendo a minha
paciência com as suas provocações, Luiza interviu.
— Quando foi ultima vez que conversou com ele? E como ele estava?
— Perguntou Luiza preocupada, Irina a olhou de cima a baixo antes de
responder.
— Revoltado como sempre, desde que a mãe foi morta, ele anda
muito nervoso — disse me olhando, sempre buscava uma forma de me
provocar, era incrível.
— Eu vou com vocês, vou apenas pegar minha bolsa. Aliás, podem
ir, encontro com vocês na delegacia, talvez consiga ajudar em algo. —
Insistiu Irina apenas acenei com a cabeça, nunca esperava essa atitude dela,
descemos às escadas e mais uma vez minha mulher foi dirigindo, até porque
estou impossibilitado emocionalmente, Luiza segurava minha mão e soltava
somente para passar a marcha do carro, peguei meu celular e avisei minha
mãe e pedi ajuda ao meu pai, só conseguia pensar no meu filho, e pela
primeira vez depois de anos clamei a Deus que cuidasse dele.
15
Nós temos três casas, o corpo, terra e mente, então devemos cuidar
bem delas. A vida não é fácil, então temos que ficar cada vez mais fortes,
mesmo que seja difícil. Sei que estamos longe do final feliz que venho
buscando junto a Iván, e cheguei à conclusão que intimidade não é só sexo! É
rir junto, e entender o problema do outro. Superar os obstáculos que a vida
nos coloca, como agora que estamos aflitos na delegacia aguardando notícias
do Luke.
— Sim delegado Stone há três dias que não tenho notícias do meu
filho, não é da natureza dele sumir assim. — Explicou Iván, ele estava
sentado e eu estava em pé atrás dele acompanhando a conversa deles.
— Vai dar tudo certo meu amor — afirmei e ele me deu um beijo.
Durante todo o percurso até meu antigo bairro, segurei firme na mão
de Iván e com a outra mão dirigia, o carro de Irina vinha logo atrás e do meu
sogro também, mais atrás reconheci o carro do Oliver, e cinco motos,
passaram a seguir nosso carro, estávamos sendo escoltados pelos seguranças
de Oliver, sombras, como eles chamavam, já estava quase anoitecendo e toda
ajuda era muito bem-vinda.
Quando vi aquele rapaz com celular do meu filho nas mãos, e quando
percebeu que estávamos olhando o celular que estava tocando em suas mãos
ele prontamente correu, só tive uma reação, correr atrás dele, pois, sabia que
ele sabia aonde meu filho poderia estar, corri e os seguranças vinham atrás,
até que um deles o parou e o jogou na parede.
— Sabe onde ele pode estar? — Perguntou Luiza que estava próxima
a mim e Irina.
— Sim, o lugar que todo filhinho de papai está agora — disse sem
hesitar.
— Fica ali embaixo, geralmente eles compram droga aqui para usar lá
— apontou com o dedo a direção.
— Vamos sombras ajudem a levar ele, até porque ajuda aqui vai
demora a chegar, dois dos sombras foram atrás dos caras que atacaram ele —
disse Oliver
— Ele não está respirando! Ele não está respirando, não posso perdê-
lo também caralho — a dor em meu peito me consumia.
A vida lhe dará a experiência que for mais útil, para a sua evolução,
mas nunca se esqueça das pessoas que te ajudaram nos tempos difíceis, quem
te deixou e quem te apoiou, pois, seu corpo ouve tudo que sua mente diz,
enquanto a razão desconfia, a intuição já sabe. Acorde sua intuição para
usufruir do dom de conhecer a verdade, mesmo que a mentira e a dor tenha
dado a palavra final.
— Meu amor nos encontramos no Saint Claire, vai ficar tudo bem
— afirmou Luiza segurando um meu rosto e secando minhas lágrimas,
quando enfim chegamos até os carros, colocamos Luke deitado no banco de
trás, eu coloquei sua cabeça em meu colo até porque não sabíamos a
gravidade do trauma em sua cabeça. Luke parecia que estava entrando em
uma overdose de drogas, só rezava a Deus que não fosse nada disso.
— Sim, tudo vai se ajeitar está vendo — disse Luiza e olhei para
Keises que me olhava assustada — Vem Keises vamos rezar, vai dar tudo
certo com Luke e nós, a abraçamos.
— O que eu perdi aqui? E como está meu neto? Foi difícil chegar até
aqui, peguei um trânsito, e ainda não tinha o registro do Luke na entrada do
1° andar do hospital. — Falava Irina vindo em nossa direção.
— Desde que ele a escolheu, você nem mesmo sabia que Luke estava
envolvido com drogas, então não começa — decidi não falar da gravidez da
Keises ainda, pois, sabia que seria uma chuva de críticas, por parte da Irina.
— Ainda não sabemos mamãe, foi horrível ver meu filho daquela
forma, achei que o tivesse perdido — era tão bom ter minha mãe por perto,
ela sempre esteve ao meu lado nos momentos difíceis e felizes.
— Cunhado vai ficar tudo bem com o Luke — escutei a voz que tanto
me enojava nos últimos tempos até mais que a Irina, disse Liam atrás da
minha mãe, abraçado a minha irmã, era o cúmulo do absurdo mesmo.
— Irmão, a mamãe nos avisou, vai ficar tudo bem meu sobrinho, ele
é forte — disse e olhei para Luiza e vi pelo seu olhar que estava
desconfortável com a situação, era só que me faltava, os dois aqui.
— Poderia apenas ter ligado para saber dele — falei ríspido olhando
para os dois.
— Credo Iván você não era assim, ficou assim depois que conheceu
essa... — disse olhando para Luiza.
— Saiam os dois daqui agora — Esbravejei e ela me olhou assustada
— agora caralho agora — Liam me olhou assustado.
— Devia ter ligado mesmo não suporto esse seu marido, e nem suas
atitudes mesquinhas, Jéssica, agora some. — nada foi dito eles nos olharam
com raiva e foram embora, se passou meia hora, Oliver e o Dr. Evandro
recém-contratado do hospital, que já trabalhou aqui no passado, mas voltou
recentemente, era um senhor por volta de sessenta anos, alto, amava medicina
desde que se aposentou das aulas na faculdade resolveu trabalhar aqui
novamente, cruzaram a porta da emergência meu coração deu um salto, e
corri na direção deles.
A consulta de Noah foi tranquila, ele estava cada vez mais esperto,
hoje as atividades foram todas lúdicas e ele praticou bastante a fala. Eu
gostava de acompanhar e ver a evolução de perto, a psicóloga havia dito na
última consulta que ele estava mais aberto ao diálogo, e que a mudança de
ambiente tinha feito muito bem para o meu filho. Passei no shopping e
comprei três jogos de Lego do Minecraft para o Noah, ele adorava montar e
jogar, e tinha um outro de PK XD, que até Iván e Tasha jogavam também.
Luke era mais parecido comigo, não curte muito essas coisas relacionadas à
tecnologia, e diferente da Keises que amava ler e tinha vários grupos de
leitura em seu aplicativo de mensagens instantâneas, eu até a presentei com
vários livros, pois, Luke disse que ela ama ler em seu tempo livre.
Estava agora deitada com Noah no sofá, tinha feito pipoca doce e
salgada, eu e Noah tínhamos mania de misturar as pipocas, ficava uma
delícia. Estávamos assistindo Pantera Negra (Black Panther), o que me fez
recordar a tão precoce morte do ator principal Chadwick Boseman, esse filme
é lindo, retrava a cultura africana, e as cenas de luta tinham um pouco de
tudo, dambe, capoeira de Angola, luta de bastões zulu e luta livre senegalesa,
e a trilha sonora nem preciso comentar, teve referências ao Nelson Mandela,
e o principal mostrou a força das mulheres, e que foram verdadeiras
guerreiras. Que lindas e formidáveis.
Escutamos a porta ser aberta e em instantes Iván entrou na sala
retirando a gravata, me olhou com uma aparência de cansado, sabia que seu
dia tinha sido puxado. Continuei olhando para porta esperando Tasha entrar,
mas ela não veio e sim Luke, que estava procurando algo em sua mochila.
— Tasha ficou na Irina? — Perguntei e os dois me olharam
rapidamente, com os dois olhos arregalados, o olhar de Iván passou de
indignado para desespero.
— Cadê a Tasha, Luiza? Você disse que iria buscá-la na escola, porra
— bradou vindo em minha direção assustando Noah, que me abraçou,
fazendo Iván recuar.
O melhor é sempre olhar para frente, e seguir, pois, o que passou não
volta mais, porque tudo muda e quem muito olha para trás tropeça, a vida
está no presente, ela é uma dádiva, então e vai viver o agora.
— Espero que não puxe seu pai — nunca destratei minha avó, mas
dessa vez não vou deixar que ela fale mal do meu pai.
— Espero que seja a última vez que fale mal do meu pai ou nunca
mais me verá, aliás, nem meu filho você vai conhecer, ainda vai se arrepender
de destilar tanto veneno contra o meu pai. — exclamei e ela ficou me olhando
assustada.
— Pois, meu aviso vale também se a senhora falar mal da Luiza, ela
foi a melhor coisa que aconteceu em nossas vidas desde a morte da mamãe e
a tenho como uma mãe, e melhor amiga, se quiser me ver aqui nessa casa terá
que respeitar os meus pais — acrescentei logo em seguida Tasha desceu às
escadas e sai dali deixando a minha vó sem palavras.
18
Sua vida não vai começar quando você se formar, encontrar um amor
na sua vida, conseguir comprar uma casa ou um carro. Ela começa no
processo da conquista não espere amanhã para ter carro dos seus sonhos, ou
para dizer que ama o amor da sua vida, pois, a vida é apenas um momento,
ela é única.
— Ela teve três paradas e demorou para voltar, mas agora está estável
com o auxílio da bomba — informei rápido e Evandro assentiu.
— Ela vai ficar bem, minha menina vai ficar bem — disse Jane
depois de um tempo, olhando para emergência e vi outra ambulância
chegando e minutos depois Liam entrando em uma maca, com 80% do corpo
queimado.
— Ela vai ficar bem filho, ela já está bem — afirmava, quando me
afastei Miranda e Jane, abraçadas chorando. Luiza agora tinha uma família
que a amava, e ela merecia todo aquele amor.
— Sua irmã está vindo ao hospital — informou meu pai com pesar e
o olhei, sem emoção nenhuma, nunca o perdoei pelo fez com minha mãe,
acho que nunca o perdoaria. Limpei minhas lágrimas.
— Filho sabe por que ele fez isso? — Perguntou minha mãe, eu
desviei o olhar, eu ainda não tinha conseguido digerir tudo aquilo.
— Sua irmã vai ficar devastada, podemos não gostar dele, mas ela o
ama — disse meu pai com pesar. E muita coisa veio em minha mente. Liam
nunca a amou, ele usou minha irmã o tempo inteiro.
Primeiro pelo dinheiro e depois por minha causa, o quão doente ele
pode ser, Jesus!
— Eu vou com Iván ver a Luiza, e você Levi espera nossa filha aqui.
— avisou minha mãe e deu um beijo no Evandro.
— Ela nunca me falou sobre isso… Ela nunca me disse nada Oliver
— exclamei, com um ódio crescendo dentro de mim, a não ser que… Filha
da puta! Ela me acusava esse tempo todo de algo que nunca cometi, ela
pensava que eu tinha envenenado a Fernanda.
— Ele a feriu por minha causa, irônico é que no final eu acabei sendo
o culpado.
Ouvi uma frase dizendo que o tempo não volta ... O que pode
acontecer é a vida te dar uma segunda chance para viver aquele tão sonhado
momento, e se a vida te der uma segunda chance, aproveita, segure-a de
forma que ela não consiga ir embora, aproveite bem a vida não costuma dar
segundas chances.
— Eu pensei que ia morrer Iván, que nunca mais iria ver vocês. — só
de pensar em tudo isso novamente meu coração se aperta a sensação é
horrível.
— Está vivo, mas tem 80% do corpo queimado, não sabemos se vai
sobreviver. — comentou depois um tempo e me olhou com tristeza no olhar
— Eu joguei um barril de gasolina em cima dele.
— Não se culpe Iván. Era ele ou a gente — disse, ele tentou falar
algo, mas foi interrompido pela chegada do Dr. Evandro.
— Poderia dizer que estou pronta para outra, mas essa experiência eu
não quero nunca mais e não desejo a ninguém — acrescentei e Iván segurou
minha mão, apertando firme em forma de apoio.
— Ele estava lutando com Liam, a arma disparou e ele foi ferido, foi
operado e está em observação. — Disse Jane, seu olhar era vago, algo tinha
acontecido enquanto eu estava desacordada, quando iria questioná-la,
Michael entrou no quarto.
— Luiza, que bom que está bem — disse e caminhou até a mim,
beijou a minha testa — Mas eu não vim sozinho, trouxe dois presentes para
você — comentou e a porta se abriu com o Noah e Tasha correndo até a mim.
Tasha deitou ao meu lado e Noah ficou alisando meu cabelo e dando
beijo em minha testa, igual eu fazia com ele.
— Nunca vou deixá-los meus filhos, vocês quatro são a minha vida
— declarei olhando para o Iván, e avistei Luke sorrindo no batente da porta.
Miranda tinha levado uma pequena mala com roupas para mim e
Iván, tomei um banho e vesti um jeans claro de cintura alta, um casaco de lã
branco e tênis All Star, passei uma base e um batom clarinho, saí do quarto e
Iván estava sentado na cama, também de banho tomado ele vestia uma calça
jeans preta, um suéter preto e um sapato mocassim de couro marrom. Ele
estava lindo, Iván é a perfeição em pessoa. Ele se aproximou e beijou meus
lábios de leve.
— Vamos para casa, não aguento mais esse lugar. — pediu com os
braços em volta da minha cintura, e eu concordei.
— Ele disse para ela que amava o Iván, ele confessou tudo e pediu
perdão, as máquinas começaram apitar — explicou o pai do Iván ao meu
lado, estava tão compadecida com o sofrimento da Jéssica que não o vi
chegar. Ela estava em transe, Miller tentou tocá-la, mas ela não deixou e
continuou batendo no Iván, minha sogra e sogro estão devastados.
— Você é forte, pode chorar e colocar tudo para fora. Ninguém vai
julgá-lo ou te julgar vamos ajudá-la — disse e a abracei, ela recebeu o abraço
e chorou em meus braços — ele te amou, do jeito dele, mas ele te amou.
Existe dois tipos de pessoas, as que te usam para mostrar uma coisa
que não é, e as que te usam com o único intuito de te apunhalar pelas costas,
eu sou às duas pessoas.
Passei minha vida toda escondendo minha sexualidade, fingindo ser o
que não era, me escondendo sempre. Quando eu era pequeno meu pai
descobriu minha coleção de bonecas e queimou todas elas, e me mandou para
um colégio militar, eu só voltava para casa no final do ano, meus pais não
demostravam nenhum afeto, eles só se preocupavam com o dinheiro.
Entrei na faculdade, me tornei um bad boy o garoto mais popular,
aquele que pegava todas às meninas, eu tinha nojo de mim, toda vez que
transava ou beijava uma mulher, eu via uma parte de mim ser destruída e me
envolvi com vários tipos de pessoas, vendi drogas, usei e conheci um clube
de jogatina, passei a perder muito dinheiro, mas comecei a trabalhar na
empresa da família, e as coisas mudaram. Meus pais fingiam ter orgulho de
mim e eu fingia ser o filho perfeito.
Quando estava no quarto ano da faculdade as coisas mudaram, Luiza
entrou na faculdade, veio com várias recomendações, na primeira semana ela
estava com a mãe, a mãe da Luiza era tudo que minha não era, sua mãe era
amorosa, cuidadosa e protetora. Luiza era a perfeição em mulher, tímida,
calada e muito inteligente, rapidamente ganhou atenção de todos e inclusive
do professor Hector, ele era lindo, charmoso, parecia um Deus. Um dia o vi
almoçando com Luiza, e não poderia perdê-lo para ela.
A seduzi, fiz promessas e começamos a namorar, naquela mesma
semana, eu tinha perdido 5 milhões na mesa de jogo e com isso tive que
pegar dinheiro da empresa, dois anos depois tudo parecia uma verdadeira
bola de neve, e eu ainda namorava Luiza, e transava com outros homens, a
maioria das vezes, eram garotos de programas, precisava sentir prazer.
Pensei em terminar com Luiza, mas a empresa estava quase
descobrindo meus roubos, a mãe da Luiza trabalhava para o Jasper
Cartwrihgth , tentei enrolar isso levou um ano e meio, e eu tampando o sol
com peneira na empresa.
Um belo dia fomos ao Texas, minha amada sogra estava doente,
ajudei, fiquei ao seu lado e minha sorte estava mudando, descobri que Luiza
era filha de Jacob Collins, dono de um dos maiores, melhores e mais
renomados hospitais de pesquisa do mundo, o Saint Claire.
Luiza burra não queria nada do Jacob Collins, mas como um vigarista
conhece o outro, menti dizendo que Luiza tinha mudado de ideia e queria o
dinheiro, e ele deu, quando estava no hotel aquele dia, vi o homem da minha
vida, sentado no restaurante do hotel.
“Iván Sanchez”
Ele estava com Jéssica, me aproximei dela, no intuito de ter ele para
mim, ele era lindo, másculo, viril e ele tinha uma mão enorme que faria um
belo estrago em mim. Mas ele era casado e eu também.
Paguei minhas dívidas, e Luiza teve o Noah, que era um moleque
chato e ainda veio doente, como estava sempre em contato com a Jéssica, um
dia em um jantar, Luiza pegou meu celular e viu minha conversa com Jéssica
e deu uma crise de ciúmes, peguei minha moto e fomos embora, ali era meu
momento de acabar com ela, mas a puta só ficou aleijada.
Com ódio, tirei Noah dela e a deixei sem nada, se eu não seria feliz,
ela também não seria. E para minha surpresa, anos depois, ela está com o
meu homem, eu não tinha tirado a imbecil da Fernanda da vida dele à toa.
Agora estava sentindo uma dor por todo o meu corpo devido às queimaduras,
era para morrermos juntos, eu não poderia deixá-lo ir, por isso fui até a casa
do Iván na intenção de matar a Luiza. Olhei e vi Jéssica sentada na ponta da
cama. Ela chorava, Jéssica foi uma das poucas amigas que tive na vida.
— Perdoa! — Pedi gemendo de dor
— Ai meu deus você acordou — disse eufórica e eu a parei
— Me escuta... Eu preciso que você me perdoe por não te amar —
confessei e ela arregalou os olhos.
— Que história é essa Liam, meu amor descansa...
— Eu amo o Iván, sempre amei... — tossi novamente — sempre foi
ele, eu amo o Iván Sanchez — declarei e comecei a me debater, ouvi as
máquinas apitarem e tudo se apagou.
Julgue-me a vontade... Eu sei quem eu sou.... E isso me basta.
21
Jéssica de ontem para hoje à tarde parecia ter parado no tempo, não
chorava mais, apenas olhava para o nada, recebia os pêsames, anestesiada.
O enterro foi triste e ali eu percebi que mesmo possuindo tudo o Liam
não tinha nada, seus pais só ficaram para o velório, no enterro só tinha a
família do Iván e eu.
A parte mais difícil foi contar ao Noah que seu pai tinha falecido, não
o levei ao enterro, mas o deixei se despedir do pai na missa que foi realizada
em memória do Liam. Caminhei saindo do cemitério estava me sentindo mal,
o fato de não sentir nada em relação à morte do Liam, estava me deixando
mal, ouvi passos olhei para o lado e vi Luke, ele começou a caminhar comigo
em silêncio, parecia estar tão perdido quanto eu.
— Eu acusei meu pai durante quatro anos de ter matado a minha mãe
e saber que foi o Liam me deixa ainda pior — disse com pesar, e o olhei sem
entender.
— Você disse para mim um dia que viu seus pais discutirem, mas seu
pai disse que não brigou com a sua mãe aquele dia.— Comentei tentando
entender a situação.
Depois de prestarmos socorro a Irina, Luke a levou para casa, ela não
conseguia nem olhar para Iván, era nítido o arrependimento em seus olhos.
— Olha para mim — pedi e ele fez — Nada disso é sua culpa Iván, o
Liam tinha sérios problemas e não temos culpa, ele destruiu minha vida
porque na cabeça dele eu era perfeita e não merecia chamar a atenção, ele fez
isso por raiva. Ele seduziu sua irmã, pois, tinha uma suposta paixão por você.
Ele era doente. — Insisti e Iván assentiu recostando a cabeça no banco.
— O fato de Jacob estar vivo muda tudo, Oliver... — Ouvi Jane falar
e estaquei na porta, como assim Jacob está vivo?!
— Você tem que contar logo para Luiza que Jacob Collins está vivo e
que ele a tirou daquela casa.
— Não era tão simples, você estava se recuperando, e como falar que
o pai que pensei estar morto há quase dez anos, está vivo — rebateu Miranda
se sentando derrotada — Eu nem tive coragem de entrar naquele quarto
ainda, nem tive coragem de olhar para ele e falar como estou me sentindo, na
verdade, nem eu sei como estou me sentindo.
— Falei com ela ontem, está vindo para minha casa hoje — disse Jane
e Miranda a encarou — Seu pai errou com Tina, mas ele a amou, isso eu não
posso negar, e também ela foi afetada pelas merdas que ele fez, não é porque
salvou a Luiza que isso o transforma em um santo filha.
— Bem, a bala não atingiu nenhum órgão, entrou e sai. Ele chegou
desacordado, pois, tinha perdido sangue, mas está estável, não corre perigo,
deve receber alta entre hoje ou amanhã. — Informou meu cunhado.
Jacob estava acordado e olhos para nós, viu para nossas mãos juntas e
abriu um sorriso. Eu estava diante do meu pai, mas ele não passava de um
estranho para mim, era grata por ele ter me tirado daquela casa.
Somos feitos de ciclos assim como o mundo gira e o dia vira noite,
estamos em constantes mudanças, somos marés, somo luas com fases boas
bonitas e fases tristes e complicada, esteja preparado para tudo, nada me
preparou para descobrir que depois de tantos anos meu pai estava vivo, não
foi fácil primeiro você entra em negação depois você se recorda de tudo que
aconteceu, primeiro foi a morte da minha Helena, sofri por cinco anos
achando que a tinha perdido, mas a vida adora pregar peças, depois de anos
chorando a morte dela, meu atual esposo Oliver descobre que ela está viva e
muito bem cuidada, percebi que na vida tudo é passageiro, mas na hora certa
as coisas boas chegam para ficar assim foi a chegada de Oliver em meu
caminho porque com ele, descobri o lado bom da vida, notei que sempre vivi
um casamento fracassado com Alec, mas sempre o idolatrei, por ser meu
primeiro em tudo e não vi verdades que estava o tempo todo ali à minha
frente, passei anos me culpando pela morte do meu ex-marido e minha filha,
desacreditada da felicidade.
Mas sabe o que mais doeu, foi ser feita de boba por todo esse tempo,
envolvida em uma teia de mentiras que custou a vida do meu Etorre, nunca
desejei mal algum a ninguém, mas não diga o mesmo que o próximo a mim,
foi um inferno o tempo que passei sofrendo naquela jaula me fez refletir que
a vida me deu vários sinais, mas eu sempre ignorei todos por comodismo a
situação ignorei tudo e paguei caro agora aqui diante de mim e minha irmã
mais um morto que reviveu, espero que dessa vez pelo menos ele não nos
traga dor,, meu pai estava acordado olhando minhas mãos e da minha irmã,
unidas.
— Minhas filhas minhas...meninas — disse meu pai era tão bom
escutar sua voz novamente o abracei forte.
— Papai sonhei tanto com esse momento, em muito dos sonhos o
senhor conversava comigo — comentei e meu pai continuava o mesmo, o
tempo não tinha passado para ele que agora estava com cabelos grisalhos,
mas era o mesmo.
— Minha menina também senti tanto a sua falta os anos longe de
você fora os piores da minha vida, vagando por aí — declarou passando a
mão em meu rosto, me olhava com adoração.
— Até mesmo minha filha mais velha já sonhou com o senhor,
mesmo sem conhecer você — expliquei e ele se remexeu na cama acredito
que seja pelo ferimento.
— Luiza. — disse olhando para trás e minha irmã já tinha ido, sabia
que para ela era difícil, pois, não teve o mesmo convívio que tive com o
papai, mas com o tempo isso iria mudar.
— Papai o senhor tem que conhecer às minhas filhas, suas netas, e
meu marido é um grande homem mudou a minha vida — confidenciei e ele
sorriu.
— E sua mãe? — apesar das traições do meu pai ele e minha mãe
sempre se deram bem.
— Mamãe agora é uma eterna noiva, tem dois filhos — comentei e
ele não pareceu surpreso.
— Sua mãe então se deu bem na vida, adotou às crianças? — Seu tom
era investigativo.
— Não, a mamãe teve outro filho, um bebê lindo que se chama
Matteo, e também tem a filha do noivo dela que a trata como se ela fosse a
mãe dela. — Expliquei e ele pareceu viajar no tempo, acabei contanto mais
coisas para ele que pouco falou, acredito que estava cansado, mas era bom
depois de tanto tempo ter meu pai aqui.
22
Quando você pensa que tem o controle sobre sua vida, ela
simplesmente joga às cartas e você tem que aprender como jogar conforme as
regras, mas a cada jogada ela te mostra que por mais que sua jogada foi
brilhante, isso não significa que será o vencedor no final.
Estava sentado na sala da casa da Jane, Luiza estava em meus braços
e Miranda estava mais à frente sentada no colo de Oliver. Elas estavam bem
abaladas com encontro com Jacob. Por outro lado, Jane não queria ver ele
nem pintado de ouro, e Michael estava ali sempre dando força a sua mulher.
Tina já tinha chegado e estava em choque ainda sem acreditar, na
verdade, todos nós estamos, afinal depois de tanto tempo muitas perguntas
iriam surgir, começando por quem tentou matá-lo e qual motivo de tudo isso,
a meu ver, era algo grande que só ele saberia de fato responder tais
questionamentos.
— Isso não pode estar acontecendo — disse Tina baixinho ao nosso
lado, segurando com firmeza seu copo de água, Luiza esticou a mão e
estendeu para Tina. Nada precisava ser dito.
— Amanhã ele terá alta e irá direto à delegacia — informou Jane
entrando na sala e deixou o celular em cima da mesa de centro e sentou no
colo de Michael, que estava mais calado que o normal.
— Ele tem advogado? — Questionou Tina que estava bastante
abalada.
— Não, e nossas advogadas estão lutando para encontrar a Manu e o
Davi, então teremos que contratar uma por aqui mesmo. — explicou Jane
lembrando que no Brasil as coisas não estavam diferentes, pois, Sarah e
Valentina estavam correndo contra o tempo, e cada minuto era precioso e
poderia custar a vida das crianças.
— Que mês foi esse senhor! — Exclamou Luiza passando a mão no
rosto — Primeiro as meninas, depois as crianças e agora isso.
— Não podemos esquecer de você — lembrou Oliver que também
estava bastante abatido.
— Brian e a namorada dele, alguém sabe? — Perguntei e Oliver
negou com a cabeça e respirou fundo. A namorada dele, Camila, foi dada
como desaparecida, ele foi atrás dela e também sumiu, deixando todos
preocupados.
— Todo aquele dinheiro era para o retorno dele, ou ele ficaria sumido
por mais tempo? — Inquiriu Michael sobre Jacob — Ele estava aqui esse
tempo todo, será que sabia da Lena, Alec e Miranda, porra será que ele sabia
e não fez nada. — Questionou Michael, tocando em todas as feridas,
perguntando o que não queríamos falar em voz alta durante todo esse tempo
que descobrimos sobre Jacob estar vivo.
— Eu não sei... — respondeu Miranda — Meu pai não seria capaz de
uma monstruosidade dessa ele... — ela estava bastante confusa.
— Seu pai sempre pensou somente nele Miranda, foi um ótimo pai
para você vivo, agora “morto” a história é outra — acrescentou Jane, ela
estava com ódio. Seria muito difícil para ela perdoar Jacob.
— Mãe eu sonhei com ele, a Lena também... — comentou Miranda,
tentando entender toda aquela situação, mas era claro que estava perdida a
cada palavra dita por ela, demonstrava seu choque e incredulidade.
— Às vezes a nossa vontade de ver quem se foi é tão grande que
temos ilusões, criamos momentos e queremos algo, e isso é projetado em
nossos sonhos. — disse Iván ao meu lado.— Você estava mal, e se sentia
segura nos braços do seu pai, para ter essa segurança, criou esse cenário.
— Lena não o conhecia Iván. — Insistiu Miranda séria.
— Ela tinha esses sonhos antes de conhecer a Miranda — comentou
Tina ao nosso lado.
— A Lena tem uma ligação muito forte com a Miranda e tudo isso
desencadeou essa ligação nela, o fato de sentir segura nos braços de Jacob,
fez com que ela projetasse que seu irmão estaria seguro com ele, ou ... —
fiquei em silêncio, sem conseguir completar meu raciocínio e Luiza
completou.
— E se não fosse um sonho, e se Lena realmente via ele. — disse e
todos me olharam. — Ele vivo esse tempo todo, a Lena pensou que fosse um
sonho, pois, a Miranda falou que ele havia morrido, de quem era fazenda? —
Perguntou Luiza
— Do meu filho Alec — respondeu Tina — Mas estava em nome do
meu falecido esposo, nem eu sabia, descobri depois, quando o senhor Castiel
comprou a fazenda.
— Castiel sabe que Jacob está vivo? — Questionou Luiza, e
conhecendo Castiel, Jacob estaria morto novamente, mas dessa vez de
verdade.
— Achei melhor não falar nada por enquanto, que horas será esse
depoimento? — Sondou Oliver.
— Assim que ele sair do hospital. — informou Michael, que alisava o
braço de Jane e beijava suas costas no intuito de acalmá-la.
— Vou tentar falar com Stone, para adiar isso… — começou Oliver,
mas foi interrompido por Jane.
— Não, Jacob tem que pagar pelos crimes, podem achar que isso é
raiva por ter sido traída e enganada, mas não... — Jane olhou para Miranda
— Jacob acabou com nossas vidas, em consequência dos seus atos
inconsequentes você ficou longe de sua filha por 5 anos — lembrou a
Miranda, e se virou para Tina — E você perdeu seu marido e seu filho. Eu
me lembro do Alec sentado no banco do hospital chorando pelo pai, foi pela
dor dele que corri atrás, passando por cima de todos os protocolos para
conseguir aquela cirurgia, e nós sabemos que Jacob poderia consegui-la
apenas com uma ligação, mas eu cheguei tarde demais. Nada justifica o que
Alec fez e não estou defendendo-o, se ele estivesse vivo eu mesmo o mataria
por ter feito Miranda e Lena sofrerem, mas Jacob não é um santo, e isso é só
a ponta do iceberg — disse Jane, calando todos, e nada mais precisava ser
dito.
Se minha mãe estivesse aqui diria "Jane nunca passará frio, pois, está
coberta de razão"
— E por último e não menos importante, deixou uma filha sozinha
pelo mundo, pois, eu aposto tudo o que tenho que ele sabia da sua existência.
— falou apontando para Luiza, que encolheu em meus braços, Luiza também
estava sofrendo com tudo isso, mas ela sabia esconder seus sentimentos, Jane
saiu da sala. Michael continuou sentado, ele pegou o celular e digitou algo e
depois o guardou novamente.
A verdade é que, o que pode ser estressante para uns, pode ser o alívio
para outros. Então, cabe cada um escolher suas preferências, pois, a vida é
feita de prioridades.
Ver Jacob ali deitado mexeu com todas as emoções dentro de mim,
mas o sentimento que mais predominava era culpa e arrependimento. Culpa
pelo que eu fiz com meu ex-marido e arrependimento por ter me deixado
levar e ter me envolvido com Jacob.
— Ele começou a falar? — Perguntei para Jane, em minha voz tinha
ódio, raiva e angústia. O vi respirar fundo, quando percebeu que não iria
dirigir palavra a ele.
— Eu não salvei a Luiza, porque queria, ali foi momento certo para eu
voltar, tudo está desmoronando e eu preciso de proteção — desgraçado, a
Jane não parecia surpresa.
— Você sabia da existência da Luiza? — Indaguei e ele assentiu
— Eu estava meio alterado, já tinha cortejado Cecilia, então a vi na
cozinha e transamos ali mesmo, ela era virgem e eu estava sem camisinha —
confidenciou e diante do nosso silêncio continuou — eu pedi para ela
abortar, dei o dinheiro e indiquei a clínica. — Vislumbrei Jane chegar até
Jacob em segundos e lhe acertar um tapa na cara.
— Lena e Miranda? — Questionou Jane.
— Sempre soube do paradeiro da minha neta às vezes a visitava,
conversava com ela, mas até aí não sabia do Alec que para mim, foi uma
surpresa, sempre estive por perto Tina eu realmente amei você, uma das
partes boas da minha vida é você e Miranda, o resto, de fato nunca amei ou
me importei, eram apenas fatos e consequências.
— Se sabia de Lena porque nunca deu um jeito de Miranda saber
dela? — Fui tomada pela raiva, tantos inocentes envolvidos nessa teia de
mentira.
— Sabia do envolvimento da minha filha com Oliver Salvatore, então
foi fácil mexer os pauzinhos para Castiel comprar a fazenda, só não poderia
me envolver afinal eu estava morto e alguém poderia me descobrir. —
Explicou na maior calma do mundo, como eu pude amar esse homem, ele foi
o meu pior erro, e o declínio meu e do meu filho.
BÔNUS
Sim por muito tempo me escondi do meu bipolar, por medo de viver
esse novo amor e me arrependo de não ter começado antes, pois, hoje sei que
Iván é o meu porto seguro e vem provando isso de todas às formas possíveis.
Por isso estou buscando viver cada minuto, cada aventura ao lado dele e da
nossa família porque neles encontrei o amor, carinho que havia esquecido há
anos devido a tanto sofrimento, tomamos banho um cuidando do outro
trocando juras de amor e cumplicidade.
— Jane ligou — comentou Iván enquanto colocava café em uma
xícara — Parece que ela conversou com Jacob e a conversa foi bastante
esclarecedora, ela pediu para irmos até à casa dela.
— Pior de tudo é que não sinto nada por aquele homem, e me sinto
culpada por isso — expliquei bebendo um gole de suco — Passei minha vida
inteira sendo cuidada pela minha mãe, nas minhas festas de escola quem ia
era o senhor Jasper Cartwrihgth. Ele fazia questão de estar presente, seu
Jasper foi o mais perto de um pai que eu tive — disse com pesar e Iván me
abraçou, me aconcheguei em seus braços.
— Tudo vai terminar bem, vocês precisam conversar e coloca um
ponto final nisso tudo. Ele ainda está no hospital, posso pedir ao Evandro
segurar a alta dele. — Acrescentou Iván em meu ouvindo e deixando trilha de
beijos em meu pescoço, fazendo me arrepiar. Me virei beijado seus lábios e
ouvimos a campainha tocar.
— Está esperando alguém? — Perguntei e deixei um beijo casto em
seus lábios.
— Não, pode ser várias pessoas — resmungou Iván de mau humor,
era engraçada essa mudança repentina de humor dele. Iván se levantou,
deixando amostra toda sua grandiosidade, me levantei e peguei minha
calcinha, camisola e vesti, Iván tinha colocado a cueca e short, e foi até
closet. Eu segui para o banheiro, lavei meu rosto e fiz minha higiene matinal,
Iván entrou no banheiro devidamente vestido e fez sua higiene, peguei meu
robe e descemos.
Ouvimos vozes vindo da sala, eu travei ao reconhecer aquela voz, e
não seria nem um pouco educada, Iván segurou minha mão e entramos na
sala.
— Mamãe, bom dia! — Falou Tasha vindo em minha direção e me
abraçou, a peguei no colo e enchei de beijos — Bom dia, papai! — Disse e
pulou para o colo de Iván.
— Bom dia, família e tchau família, estou atrasado — comentou Luke
vindo da sala de jantar, comendo uma maça, passou por mim e me deu beijo
na testa, e um abraço em seu pai, e um beijo em Tasha, foi até Noah e
bagunçou os cabelos dele e deixou beijo no rosto da avó.
— Luke, traz a Keises para almoçar conosco. — Pedi e ele bateu
continência e saiu, e eu ri.
— Irina, bom dia! Não esperava sua visita — exclamou Iván se
sentando na poltrona e colocando no chão, fui até Noah e o beijei, ele estava
assistindo desenho e não tirou olhos da televisão.
— Quer um café, uma água? — Perguntei e Irina parecia estar em
outro mundo.
— Não obrigada, eu queria conversar com vocês dois...
— Se veio soltar seu veneno, pode voltar para Eastwick — rebateu
Iván estressado
— Iván, agora não. — disse, as crianças na sala e elas já tinham
presenciado muita confusão esses meses. Chamei a Fran.
— Fran pode levar às crianças até o jardim, por favor. — Pedi ela
assentiu, quando eles saíram, me virei para Irina — O que deseja Irina? —
Questionei indo ficar ao lado do Iván.
— Pedir desculpas! — explicou e Iván me olhou, sem que gente
esperasse ele começou a gargalhar, eu olhei par Irina sem entender, Iván
colocou mão na barriga de tanto rir.
— Iván... — Luiza me chamou em um claro tom de reprimenda.
— Desculpa meu anjo... — pedi entre risos — Parei, mas... — disse
parando de rir
— Apesar da sua indelicadeza, eu vim realmente pedir desculpas, eu
errei em te acusar e por ter infernizado a vida de vocês, mas eu tinha perdido
minha filha e recebi um laudo de que ela tinha sendo envenenada. —
Esclareceu e Iván já tinha voltado ao normal, e estava sério. — Sei que não
foi correto certas atitudes que tomei, mas eu não tinha ninguém...
— Você tinha seus netos e bem ou mal, você tinha o Iván. — disse e
ela me olhou — Apesar de tudo, ele nunca afastou às crianças de você. Mas
você Irina, deixou o Luke chegar ao fundo poço, só não fez a cabeça de
Tasha, pois, ela é ainda uma criança.
— Eu não sabia do problema do Luke, eu o vi estranho, mas ele
sempre foi meio revoltado. — comentou tentando se justificar, se sentindo
culpada.
— E você alimentava a revolta dele, o Luke me disse que a relação de
você não era nada saudável.
— Você é mãe e quando perder um filho...
— Eu perdi minha esposa e minha amiga Irina, como você acha que
eu me senti quando Fernanda faleceu. Eu amava sua filha, jamais faria mal a
ela, mas eu me recordo que você nunca aprovou nosso relacionamento, por
causa da minha bipolaridade. — Ela olhava para ele, realmente arrependida
— Não há o que ser perdoado, mas quanto a tudo que aconteceu com o Luke,
você deve desculpas a ele. — rebateu por fim, ela assentiu.
— Você me perdoa Luiza... Eu não vou mais atrapalhar, o Iván
merece ser feliz e desde que você apareceu, Tasha mudou e o Luke também,
é difícil admitir, mas você fez bem a todos eles.
— Como disse o Iván, não há o que ser perdoado, mas Irina se você
fizer algo contra às crianças novamente, não será o Iván que vai até você, mas
sim eu e pode ter certeza que farei até impossível, e você nunca mais chegará
perto deles — insisti e ela abriu sorriso.
— Não esperaria menos de você — disse se levantando — Posso me
despedir das crianças? — Perguntou Irina visivelmente sem graça.
— Claro, nós vamos subir, pois, vamos sair. — Respondeu Iván e
Irina seguiu até o jardim, quando ela saiu, me virei para o Iván e dei um tapa
em seu braço.
— O que foi aquela crise? — Perguntei me fingindo de brava.
— Desculpa a amor, mas a bipolaridade falou mais alto, eu esperei
anos por esse momento — respondi e eu ri, subimos até o quarto e fomos nos
arrumar. Ao entramos no quarto Iván seguiu para closet e eu peguei meu
celular que tinha quatro ligações perdidas de Jane, enviei mensagem para ela
avisando que à tarde estaria em sua casa e fui para o banheiro. Tirei minha
roupa, coloquei no cesto, entrei no box, liguei o registro e o jato de água
morna caiu sobre meu corpo. Apesar de tudo eu estava feliz, tinha um homem
que me amava, três filhos maravilhosos, senti braços envolverem meu corpo,
era Iván deixando mordidas em meus ombros.
— Não vamos transar de novo... — afirmei parando sua mão que
estava indo em direção às minhas partes íntimas.
— Você sabe que fui domado, por sua bocetinha, eu chego perto de
você meu pau já quer estar dentro dela e desse cuzinho também — disse se
esfregando seu pau na minha bunda, que já estava duro e mordeu minha
orelha.
— Iván... — sussurrei cheia de desejos e ele riu.
— Tudo bem, mas a noite você não me escapa. — comentou e deu
um tapa em minha bunda e eu olhei de cara feia, e logo ele veio beijar meus
lábios. Terminamos de tomar banho, entre carícias e quando saímos do
banho, me sequei e segui para closet, vi o terno do Iván separado. Peguei uma
lingerie da Victória’s Secrets rosa-bebê e vesti, depois coloquei um vestido
preto e caramelo, quando fui pegar os sapatos Iván entrou no closet, ele tinha
aparado a barba, pegou o terno Armani de 3 peças preto e uma blusa
azul listrada. Eu fui até penteadeira sequei meu cabelo, fiz uma maquiagem
leve, peguei uma sandália, caramelo salto 15 cm e calcei, fui ao quarto e Iván
veio em direção para eu fazer o nó em sua gravata, peguei minha bolsa,
coloquei tudo dentro, depois peguei um conjunto de joias banhadas a ouro.
— E sou cara mais sortudo, pois, eu tenho a mulher mais linda para
chamar de minha — disse me abraçando — Nós seremos muito felizes —
afirmou e eu assenti, beijando a ponta de seu nariz.
Saímos do quarto e descemos, Noah e Tasha já estavam de banho
tomado, hoje quase não ficamos com às crianças.
— Meus amores, mamãe e papai vão sair e daqui a pouco estamos de
volta — expliquei e fui até eles e os beijei.
— Está bem mãe, eu cuido da Tasha — disse Noah, todo
homenzinho, meu estava filho se desenvolvendo melhor, mas às vezes ficava
preso em um mundo só dele.
— Se comportem e não perturbem a Fran — insistiu Iván os
beijando, depois de vários beijos e recomendações, saímos de casa e fomos
ao hospital.
A vida ensina que é preciso coragem para enfrentar aquilo que nos
desafia. Antes, é decisivo ter consciência do potencial e das próprias
limitações. Conhecer o nível de controle que temos sobre nós mesmos e
identificar o que nos deixa. vulneráveis, é o que define nosso poder. Aprendi
que na vida às vezes, coisas entram em seu caminho e você tem que escolher.
Você pode adaptar-se e fugir, mas você tem que fazer um ou outro para
seguir adiante.
Em questão de horas, todos estávamos na fazenda. Tina e Jane
estavam sentadas conversando, o clima não era dos melhores, todos
estávamos apreensivos. Tasha e Noah ficaram com Jaqueline, minha sogra
prontamente se ofereceu para cuidar deles.
— Estávamos na mansão olhando vários documentos, conseguimos
tudo isso. — comentou Jane jogando tudo na mesa. Michael caminhou até a
mesa e pegou uma das pastas e começou a ler.
— Vocês têm certeza? Ele fez um acordo... — rebateu, mas não
conseguiu terminar, se levantou passando a mão na cabeça, Michael está
nervoso desde que soubemos que Castiel tinha levado o Jacob.
— Sei o quanto é difícil para vocês saberem de tudo isso e ainda mais
com Jacob vivo, mas ele precisa pagar. — afirmou Jane
— Eu ainda não sei o que pensar sobre tudo isso, aqueles documentos
da caixa, nos deixa destruído. — Comentei.
— Nicholas me enviou esses documentos — informou Michael—
Estava no cofre, Caleb está vindo ao Canadá, na verdade, já deve estar
chegando, ele vai atrás do Castiel.
— Conseguiram localizá-lo? — Perguntou Tina
— Não, seus movimentos terminaram no aeroporto, nem a rota dele
até à delegacia, nós temos. — Informou Michael. — Merda... A Sarah faz
falta nessas horas.
— Sarah está rastreando a filha dela e o sobrinho, então a gente se
vira por aqui — informou Iván ao meu lado.
— Alguém sabe notícias do Brasil, sobre às crianças? — Questionou
Tina, trazendo uma jarra de café e xícaras.
— Estão perto de descobrir tudo, aparentemente às crianças estão
vivas, mas nenhum resgaste foi solicitado — esclareceu Michael se sentando
no sofá, isso deve estar sendo muito difícil para ele.
— Hannah está no Brasil com ela e Hernandez também — comentou
Jane bebendo um gole de café.
— Não sei se o Caleb vai conseguir pará-lo, eu estava presente no dia
em que Castiel matou o Marcel — insistiu Michael, e eu vi ali que ele sabia
mais do que estava contando, com toda certeza ele sabia o paradeiro do
Castiel só pensava na reação dele quando soube que Jacob está vivo. — Eu
senti a dor do Marcel, ele não se vingou somente pela Hannah e sim por todas
as quarenta meninas, ou mais não lembro… Jacob não fez nada, sabia e olhou
para lado e agora sabemos que… Merda Caleb não vai conseguir contê-lo,
nem se ele fosse o Hulk — falou Michael e nos olhou com pesar.
— Vamos torcer para o Caleb conseguir, e Jacob pagar por seus
crimes na cadeia, com todos esses crimes que ele cometeu com certeza será
condenado a pena de morte. — disse e Iván me abraçou. Assustamos ao ouvir
barulho de carro, Michael saiu de dentro da casa e depois de um tempo,
homens entraram com Jacob desacordado e muito ferido.
Desde pequeno minha mãe dizia que vingança não nos leva a lugar
nenhum. As pessoas de coração ruim sempre se autodestroem, mas também
acredito que a sede de vingança não pode ser saciada com a água da justiça.
Merda de juramento, subiram com Jacob e o colocaram em um quarto
de hóspede. Depois de cinco dias e diante de todas as provas, parecia enfim
ter caído a ficha para todos, Jacob realmente merecia a morte. Todos queriam
subir e cuidar dos ferimentos de Jacob, as costas dele estavam em carne viva,
fora os hematomas e marcas de corrente, isso seria demais para elas. Tina e
Jane estavam horrorizadas com estado do Jacob, Michael assim que colocou
Jacob na cama, saiu para ver o pequeno Matteo, que estava chorando. Então,
sobrou para quem?! Isso mesmo, estou sendo “obrigado” a limpar e cuidar
dos ferimentos do homem, que sugeriu que a mãe da mulher a abortasse.
Jacob abriu os olhos, e eu continuei limpando os ferimentos, passei pomada e
o enfaixei.
— Você é o marido da minha filha Luiza? — Perguntou Jacob quase
sem voz.
— Acertou, só errou na parte em que ela é sua filha, você nunca foi
pai dela — rebati e ele riu amargo quase sem forças.
— Você não sabe nada vida... Não sabe o que é ter poder — apesar de
estar na pior ele não deixava a sua arrogância de lado.
— Que poder você tem agora? Se escondeu anos como se fosse um
rato, foi corrupto, contrabandista... bandido é elogio para você Jacob Collins
— exclamei e cheguei bem perto dele — Você é um verme que se arrasta
procurando algo para se hospedar, o que você fez de bom nessa vida? Além
das suas filhas, que graças a Deus elas puxaram a mãe.
— Vocês vão se arrepender e aquele mafioso de merda também... —
algo me dizia que ele não estava apenas fazendo uma ameaça, tinha gente
grande por trás dele isso é um fato obvio, mas quem? Qual era o nível de
poder dessas pessoas.
— Mafioso de merda, mas te fez cagar e mixar nas calças, de medo
como um covarde de merda que você é. — esbravejei e saí do quarto batendo
a porta, quando me virei, peguei o jarro e joguei na parede, quase que acertei
o Caleb, mas ele num ótimo reflexo desviou.
— Desculpa! — Pedi tentando me controlar.
— Relaxa, ele causa esse efeito mesmo. — disse se aproximando, sua
blusa tinha sangue.
— Venha te empresto uma camisa, o DNA dele está no seu corpo. —
comentei e ele riu sem humor. Seguimos para o quarto, peguei uma camisa e
entreguei para ele. Que trocou de roupa rapidamente. Saímos do quarto e
descemos, nos últimos degraus vimos Jacob se arrastando, com a mão na
costela, fui ajudá-lo, mas Caleb me parou. Ele apareceu na sala e o Caio o
ajudou a se sentar, eu e Caleb entramos na sala.
— Já que está sentado, e não arrancamos a sua língua ainda. —
Exclamou Caleb, retirando as folhas da mesa de centro e se sentando —
Comece a falar, quem é, o cabeça, da organização? — Jacob ficou em
silêncio olhando para todos, mas ninguém interviu, vi seu olhar parar em
Tina especificamente nas mãos do seu namorado em sua cintura e pela
primeira vez vi dor em seu olhar, dessa vez era real.
— Fala porra! — Mandou Michael partindo para cima do Jacob, mas
Caleb o parou.
— Eu não sei... O cabeça, está no Brasil. — respondeu tomando
fôlego devido à dor .
— Queremos nomes — rosnou Miranda, se aproximando de Caleb —
Se existe compaixão dentro de você, responde às perguntas deles, a vida de
duas crianças estão em jogo.
— Eu não sei, vivi pelas sombras... — percebi que era apenas um
teatro para filha.
— Jacob, eu sou procurador-geral de Curitiba — informou Caleb
fazendo Jacob travar — Antes eu era promotor, ajudei a prender Samuel
Novais... E um dos melhores delegados federais está nessa investigação e ele
me disse que você esteve há três anos no Brasil, e descobrimos que você
realizava cirurgias lá, e ainda tem mais coisas, que podemos usar contra
você... Agora me diga você me quer como amigo ou inimigo? — Perguntou
Caleb, Oliver andava de um lado para outro como leão enjaulado, nesse
instante à porta foi aberta e Castiel entrou, chamando a atenção de todos.
Castiel assumiu com Caleb o interrogatório, e por fim Jacob revelou
onde estava às crianças, eu me ofereci para ajudá-los, sempre soube atirar.
Estava no quarto e Luiza entrou com o colete a prova de balas.
— Eu sei que você não vai mudar ideia, mas Iván tome cuidado e
volte nós e nosso neto que ainda nem nasceu — pediu com os olhos
lacrimejados e eu fui até minha mulher e beijei seus olhos.
— Todos nós vamos voltar, e quando eu voltar nós vamos nos casar, e
você será oficialmente Luiza Sánchez, cuide de nossos filhos, pode parecer
loucura, mas eu preciso ajudá-los — insisti e ela sorriu.
— Não esperava menos de você meu bipolar, eu te amo Iván.—
declarou se aconchegando em meu abraço.
— Não mais do que eu meu anjo... Eu te amo com todo a minha alma
e não me vejo num mundo sem você. Então me espera, que eu volto, e vamos
foder gostoso, como só a gente sabe fazer. — Afirmou tomando os seus
lábios em um beijo intenso e cheio de promessas, afinal o futuro nos aguarda
com muitas surpresas, e a guerra estava apenas começando.
BÔNUS
A nova fase da sua vida começa quando você decide lutar com todas
as suas forças contra tudo e contra todos, focando em seu objetivo sem olhar
para os lados e nem para trás.
— Como está linda, como a sua mãe… — disse segurando meu rosto
— Como eu senti sua falta.
— Eu também senti Jasper, mas não tive como voltar, não tive… —
disse chorando em seus braços, ele me afastou, mas continuou comigo em
seus braços.
—Esse é Ivan, meu marido, e esses são nossos filhos e minha nora.
Esse Noah o filho do meio, essa princesa é Tasha a caçula, esse é o Luke o
mais velho e essa a Keises minha nora, pessoal esse é o vovô Jasper.
Assim que terminou essa canção ela não perdeu tempo e começou a
cantar uma que conhecia bem pelo toque,era um dos grandes sucessos da sua
carreira I Will Always Love You, que você talvez conheça na voz da cantora
Whitney Houston tema do filme O Guarda Costas de 1992 amo esse filme,
mas a música original pertence a Dolly que foi cantada a primeira vez em
1972 em versão country, amo ambas as versões só não estava prepara para o
que veria a seguir Iván se ajoelhou no chão e abriu uma caixinha preta que
continha um solitário e todos pararam para olhar a cena apenas Dolly ainda
continuava a canção.
— Luiza Brassard, você aceita se casar comigo e ser a senhora
Brassard Sánchez? — comecei a chorar colocando ambas as mãos sobre boca
embalada pela canção, não percebi Luke abraçando Keises com as mãos,
apoiada em sua barriga que estava enorme.
— Sim... Sim meu bipolar — disse me ajoelhando na sua frente e nós
beijamos um beijo cheio de juras e promessas.
FIM!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“A vida é sobre recomeço, às vezes é doloroso, às vezes é bonito, mas
na maioria das vezes são as duas coisas.”
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na
Amazon
SÉRIE PAIXÃO & PODER
Valentina Ávila, uma renomada Advogada que atua a frente ao escritório de advocacia Ávila &
Associados é a líder que todos admiram e tem como exemplo, não há uma causa que tem pego, que não
tenha saído vitoriosa do tribunal.
Sua única causa perdida é o seu casamento com o Senador Samuel Novais, um homem aclamado
pelo público e temido por Valentina, que a 10 anos vive o pior dos pesadelos com um casamento de
fachada com o próprio diabo.
Mas tudo pode mudar com a chegada do novo Advogado Nicholas Vasconcelos, uma contratação
que irá valer muito mais do que apenas processos judiciais, onde as Leis do Prazer trarão a tona muitas
descobertas.
E Valentina terá forças para lutar pela sua liberdade?!
Irá superar todos os segredos revelados?!
Castiel Salvatore um homem que foi moldado pela dor, aceitou carregar fardos que não eram
seus, abriu mão de sua vida e seguiu diretamente para a escuridão, ele acha que não tem mais alma.
Tornou-se o homem mais temido de todo o quartel general italiano, como ele próprio diz "
Procuro pelo morte a todo instante é ela que teme a mim."
Mas por trás do homem cruel, vingativo e insolente, existe um homem que tem esperança de
encontrar a luz ou uma razão para voltar a viver.
Ele descobre tarde demais que havia encontrado essa razão, mas a afastou e da pior maneira que
um homem pode fazer a humilhando, agora ele tem que correr atrás, se redimir do seu erro e recuperar
a mulher que ama, só que no meio do caminho ele descobre que possui duas razões para recuperar e
dois motivos viver.
Seus inimigos querem derrubá-lo e ele fará de tudo para protegê-los.
Hannah carrega consigo vestígios do passado e não confia em ninguém, quando ela confiou e
amou, descobriu o um homem cruel, rude e insolente, esse mesmo homem contribuiu para que ela
chegasse ao fundo do poço, ela quer distância dele e segue para caminhos obscuros da vida, mas tudo
muda quando ela descobre que carrega consigo um pedaço dela e do homem que ela ama.
Será que Castiel vai conseguir recuperar sua família?!
Será Hannah vai dar segunda chance para Castiel?!
Será que ambos vão conseguir se libertar do passado para serem felizes?!
Livro IV – Com todo o meu Amor