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Capa: @designerttenorio
Revisão: Thays Afonso
Diagramação: April Kroes
Edição: Regiane Lemos
Sinopse
Playlist
Atenção
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Epílogo
Outras obras
O amor seria capaz de nascer do ódio?
Porém, o passado não poderia ser esquecido tão fácil assim. Não com
Anos antes.
enorme, confortável, com janelas grandes que agora estão cobertas por
cortinas.
Sebastian? — mais uma vez vazia, ele não está aqui. Aonde vai todas as
para a cozinha, abro a geladeira, procurando água. Pego uma garrafa, encho
um copo e bebo devagar, suspirando de alívio em seguida. Nada melhor do
— Você quer mais? Quer mais? — Ele rosna gutural, tomando Juliana
entrelaçadas.
Paralisado, não sei o que fazer, meu corpo todo reage com a imagem
empurra, fechando a porta na minha cara. Foi tão rápido que nem tive
tempo de respondê-lo.
apenas dezesseis anos e ele já tem uma vida sexual ativa, muito diferente de
mim.
— Juro que não foi intencional, fui beber água e ouvi... — perco a
um pouco, nunca fomos de conversar assuntos tão íntimos. Sexo nesta casa
é tabu, nossos pais não abrem espaço para nada, a nossa relação com eles é
muito fria.
assustado.
comentando que irão escolher com quem iremos nos casar, querem
— Ah, não sei! Não sei, Alec! Você pergunta demais! Pensa demais!
Eu não sou assim, não fico pensando, só faço! Deveria ser um pouco mais
Não diga nada do que viu aos nossos pais. Prometa. — Exige.
daquela noite em que a flagrei na cama com o meu irmão, ela me olha como
se eu fosse algum fruto proibido, como se quisesse me devorar e todas as
quarto, então por que não deixa de me vigiar e ficar perto? Ela é muito
Já acordei molhado imaginando nós dois transando e isso não pode mais
acontecer.
organizando os cobertores.
A cena é tão impactante que meu queixo vai ao chão, fico paralisado,
observando a bunda dela quase nua, a saia apertada a ponto de subir. Meu
coração bate descompassado e um calor absurdo aquece a minha pele que
repleta de luxúria.
para trás.
— Quer que eu saia? Desculpe ter entrado assim, achei que o quarto
estava vazio, vi Sebastian lá fora com os seus pais, pensei que estivesse
com eles — afirma, mas o seu tom de voz sugere que é uma doce mentira.
poder sexual que tem. Engulo em seco, sem saber o que dizer, obrigo-me a
parar de encará-la, olhando para o chão.
Por mais que um lado meu queira parar e empurrá-la para longe por
saber que pertence ao meu irmão, que é proibida para mim, o outro lado
mão e põe sobre a sua bunda, segurando o meu rosto com as duas mãos e
me puxando para um novo beijo colossal, dessa vez mais agressivo,
selvagem.
pupilas que antes eram azuis mudando de cor ao serem dominadas de ódio
por um tom escuro, intenso.
tentando impedi-lo.
lágrimas descem como sangue por suas maçãs, um amor jogado fora sem
querer, sem desejar.
Atualmente
Levo algum tempo para notar que estou na minha suíte, mas não
lembro como vim parar aqui. Quem me trouxe?
O que fiz?
cada palavra lida, ao saber da quantidade de exames que tenho pela frente,
pré-natal e muito mais.
Alec está descartado, todo o amor que eu tinha por ele se transformou em
raiva e rancor.
Sou o tipo de pessoa que detesta depender dos outros e é isso que me
trava quanto ao Sebastian, que me afasta ainda mais dos meus pais e que me
causa raiva do Alec. Sei que tenho direitos e posso ir atrás de um advogado,
Sinto que esse filho é do Alec, pois foi o meu primeiro homem e não
tão simples assim. Segundo as minhas pesquisas, o exame tem que ser
bastante minucioso, com muito mais cautela e cuidado, deve-se analisar o
Devo deixar o orgulho de lado e correr atrás dos meus direitos em nome do
meu filho, que é maior que tudo isso, ou simplesmente evitar esse desgaste
pelo visto, também não quer que eu tenha contato com os nossos parentes,
visitar sem avisar. Corro para o quarto e visto o meu robe, cobrindo o corpo,
Também me olho no espelho, até que o meu rosto não está tão mal
quanto a minha mente. A campainha toca outra vez, sigo de volta para a
sala, tentando organizar os cabelos, não gosto que me vejam em meu estado
cabelos penteados para trás ainda úmidos, provavelmente com algum gel.
gostoso, Senhor!
É a primeira vez que Sebastian entra aqui, se tem uma coisa que
posso dizer a seu respeito é que não é um homem grudento. Não me enviou
agora. É muito maduro apesar da pouca idade, também não é para menos, já
passou por muita coisa. Mas o que quero dizer, é que ele sabe que preciso
— Tive medo que negasse a minha visita — é sincero, fico sem graça.
— Já passou uma semana desde que estive aqui, vim ver como você
Parece fácil, mas não é. Foram muitos fatos em sequência, a minha cabeça
está fervilhando.
uma fábrica, porém já está quase tudo pronto — conta, e por algum motivo,
Isso me alivia, não consigo disfarçar. Não tenho outra fonte de renda
agora, é só ele. Mas, além disso, penso em como será sem a sua presença
física.
— Nossa — penso alto, desviando o olhar para o chão e depois para
— Acho que ainda fico por mais algumas semanas, o meu tio Harry já
está precisando de mim em Nova York, mas só posso ir depois que terminar
tudo o que vim fazer em São Paulo — ficamos calados por um instante,
notícia e a verdade é que não entendo nada que acontece dentro de mim.
arrependeu?
semana passada. Além disso, estou com muito medo, com várias
— Sim, a queda foi bem menor do que pareceu, acho que era mais o
meu psicológico mesmo.
esperançoso.
primeira vez que vejo esse sorriso, algo de forma tão espontânea e sincera,
apesar de ainda ser discreto. — Você parece mais leve — apoio o queixo
sobre a mão.
se vai, mas deixa o rastro de perfume intenso para trás, para me lembrar da
sua presença por longos minutos depois.
para uma clínica particular de sua escolha. Passo por uma bateria de exames
e ele não sai de perto, sempre atento ao que o médico diz. No fim, ficamos
tenho certeza que dará tudo certo, ainda mais se sempre vier acompanhada
do seu marido — aponta para Sebastian, que se surpreende com o título que
libera.
Sebastian pergunta:
— Gostou da consulta?
pareceu.
— É uma ótima ideia, também estou faminta, agora como por dois —
quer almoçar, mas antes me pergunta se pode escolher, deixo que ele o faça
e não me arrependo, o homem tem muito bom gosto. Ficamos em um
maracujá em seguida.
— Sinto falta apenas do que valia a pena, e hoje, olhando para trás,
pensando assim, só me vem à cabeça o meu cavalo, Zeus. Não sei o que foi
feito dele e ainda não tive tempo de pensar nisso, não com uma gravidez e
esportivos.
reformular.
— Antes desse imprevisto, não. Nunca esteve nos meus planos, mas
agora... me pego pensando nisso todos os dias. É estranho — é sincero.
adaptar às novas situações muito rápido e neste caso, sei que fui o causador
do problema. Não costumo lamentar, apenas tentar resolver da melhor
maneira possível.
— Acha que esse filho será a sua redenção? — não consigo mais
comer, apenas focar nele e tentar entendê-lo.
— Não acredito que haja redenção para alguém como eu, que fez o
que fez, mas tenho certeza que o bebê trará uma nova fase para a minha
vinda de uma só pessoa, ainda mais uma que não tem um pingo de medo
em falar de si mesmo, em se auto definir e assumir os próprios erros, os
motivos que o levaram a errar.
palavras, sem saber direito o que pensar. Por fim, volto a me alimentar
também.
AURORA BELMONTE
ainda um mistério. Apesar de já ter me dito muita coisa sobre si, ainda
possui uma aura gélida, meio sombria, que já é da sua personalidade, como
se sempre tivesse algo a mais a ser revelado.
Não o vejo mais como antes, com medo ou temores, agora fico
relaxada em sua presença e curiosa sobre Sebastian, sempre com vontade de
aproximar. Gosto de saber que se esforça para me ver bem, que se importa.
ouvir a campainha tocar, já estou esperando por ele. Abro a porta com um
sorriso de orelha a orelha, me surpreendendo com o que Sebastian tem nas
mãos.
o entrar.
— tranco a porta.
— Me acha poderoso? — não deixa passar uma em branco.
que faz divisão com a cozinha, deixo tudo sobre a mesa, trago os pratos e
talheres.
— Aos poucos, a velha Aurora está ressurgindo das cinzas. Tenho que
ser positiva, tudo vai dar certo — coloco os copos e o refrigerante que
veterinária.
— Nossa, que legal — ele não parece animado, mas não lhe dou
atenção. — Mas você comentou que era perigoso cuidar de cavalos grávida,
não comentou?
— Sim, mas, quero ir ver como funciona lá, talvez eu possa ficar em
uma função menos perigosa, sei me cuidar — entrego os talheres dele, que
dá atenção a mim.
quer, mas não preciso deixar o ambiente constrangedor por conta das nossas
opiniões divergentes.
Agora que estamos mais íntimos, evitamos tocar nas feridas para
poder manter uma relação saudável. Não foi nada combinado, entendemos
de forma natural que devíamos fazer assim ou nunca iríamos nos entender
longe, amanhã ficarei o dia inteiro na empresa, você pode usar o meu
motorista.
— Seria ótimo, eu iria gastar uma grana para chegar até lá e também
para voltar.
— Então, ótimo, ele vai te pegar aqui no horário que quiser.
derreter no paladar. — Adoro queijo cheddar, Senhor! Por que criaram uma
— Pizza para mim só vale a pena se for assim, com essa borda imensa
— Engasgou?
— Não... — sorrio amarelo, disfarçando. — Como foi o trabalho
— Muito bom, tive alguns empecilhos, mas está correndo tudo bem.
— Sim, entendo.
— Não fica entediada aqui? O que faz para se distrair durante o dia?
— Uma mulher sempre tem muito a fazer, quando não tem, arruma.
Para não me sentir solitária, ouço música — respondo, terminando de
— Ah, sou muito eclética, tudo o que imaginar devo ter na minha
com um ar desafiador.
puxam para si, os nossos corpos se unindo, criando uma energia que faísca
na atmosfera e me deixa aquecida. É sempre perigoso ficar tão próxima
desse homem.
Com habilidade, ele começa a dançar, me guiando. Aos poucos vou
me soltando, deixando fluir, curtindo o momento ao som da canção com
sem plateia, a coisa foge do nosso controle, as notas musicais entoando por
nossos ouvidos, o clima explosivo, a química presente, dois corpos falando
arfando contra o meu ouvido, como se sua pretensão fosse me segurar para
não soltar jamais, para não me perder. Não sei o que aconteceu e nem como
chegamos até aqui, porém, uma coisa é certa, estou brincando com fogo.
nós, um fogo que agora entendo que sempre esteve aqui, mas que era
proibido.
saboroso que já sei o gosto que tem, que faz emanar essa fome de mim, uma
vontade louca de repetir a dose, de beijá-lo até perder os sentidos, de sentir
passo que damos ali e aqui, dentro do ritmo extasiante, propulsor. Nos
tornamos exímios dançarinos, as pernas se entrelaçando, firmes, seguras de
Chegando perto do fim, sou jogada para trás, sua mão enorme
segurando-me pelas costas, meu corpo fazendo um arco, a canção cessando,
desejo falso, sei que não quer ir, mas também ainda não me sinto corajosa o
suficiente para pedir que fique.
entrevista que tive até agora, desde que passei a procurar emprego, mas
quando ela diz que me quer cuidando diretamente dos cavalos, não vejo
outra saída a não ser falar da gravidez, ser franca por não querer enganá-la.
Tento argumentar, mostrar que posso ser útil mesmo não fazendo o
“serviço mais pesado”, no entanto, não adianta, ela já tem pessoal que
manipula a medicação e alimentos. Volto para casa decepcionada, mas nem
tanto, pois se fosse chamada, teria que mudar muita coisa e correr riscos.
Mesmo assim, continuo sem emprego.
aqui. Ele até o momento também não se ofereceu, acredito que, conhecendo
o pouco de mim que já conhece, está tomando todo o cuidado para não
causar más impressões.
deixa nervosa.
devo estar em uma fazenda ou em algum haras. Será que ele me conseguiu
um emprego? Essa é a surpresa? É a primeira coisa que penso.
estamos em uma fazenda, muito bonita por sinal e que não conheço. —
ZEUS!! — grito, sem acreditar.
— Ai, não acredito que está aqui, não acredito!! — acaricio o pescoço
dele, beijo o seu focinho, ele bate os cascos no chão, demonstrando o
quanto estava com saudade. — Você voltou para a mamãe! Sim, voltou!
nos bolsos da calça. É nítido o quanto está feliz com a minha felicidade.
entrei no inferno, essa foi a primeira vez que me senti realmente feliz, que
sorri não apenas com a boca, mas também com a alma. Sentimentos bons
explodem por toda parte do meu corpo e se revelam através do pranto de
alegria.
Foi a coisa mais linda que Sebastian fez por mim até agora. Esse
homem é incrível. Uma lágrima escorre pela minha bochecha enquanto
abraço Zeus e olho para ele.
AURORA BELMONTE
mim.
bem devagar, já que não posso correr riscos com o início da gravidez.
demorar, nunca passei tanto tempo longe do meu bebê — beijo-o de novo.
— Sim — assente.
— Porque sei que não está passando por um momento fácil, quero
que a gravidez ocorra da melhor forma possível e para isso você precisa
demora a me corresponder, pois não esperava por isso. Aos poucos, os seus
Proteção. É isso que sinto dele, um calor gostoso, uma energia boa
que tentou esconder de mim a todo custo, mas que agora não consegue
controlar.
pelo meu toque. Fecho os olhos, apertando o seu torso enquanto ele me
feliz.
— Sim, mas ainda temos algumas coisas pra conversar. Vamos voltar
— Ele vai ficar aqui, será muito bem cuidado, irei te passar o contato
do pessoal da fazenda.
dentro de mim. Era para ter raiva e rancor de Sebastian, mas ele conseguiu
cega.
— Sim, tio, está tudo certo. A minha viagem está marcada para
precisar sair, ele alugará uma casa aqui perto. Outra coisa que venho
pensando há bastante tempo, mas que não disse antes porque ainda não
tínhamos essa intimidade, que tal esquecer essa história de haras até o bebê
homem carinhoso.
nisso.
administrativo para você, algo leve para que não exerça esforço. Será aqui
mesmo em São Paulo, não vai precisar mudar de prédio, nem nada.
amoroso. Mergulho no intenso azul dos seus olhos, as pupilas que tanto
beleza natural, única. — Vai dar tudo certo, mesmo de longe, estarei perto.
os negócios estão fluindo bem. Mas quero estar aqui quando chegar o
dizer.
surpreendendo.
atitude!!
de quem deveria, eu! Essa decisão é minha, pois ele já havia declarado
todos os seus sentimentos quando me reencontrou.
caminha em minha direção, paciente, sem pressa, cada passo uma tortura.
Então, para na minha frente, querendo me decifrar de cima abaixo.
dominando, incompreensíveis.
uma facilidade incrível, puxando-me para si, botando para fora um desejo
absurdo que estava preso há muito tempo, é como uma fera finalmente
língua reivindicando a minha sem pudor, castigando por ter esperado tanto.
costas.
caiu em algum lugar. Assisto Sebastian tirar a roupa com pressa, cada
músculo surgindo, um mais delicioso que o outro. Ele é atraente, sexy e
— Sempre fui louco por esse rabo gostoso que você tem e agora ele
será todo meu. Você será toda minha, Aurora! — decreta em meu ouvido,
fico alucinada, desnorteada com a luxúria desabando sobre mim.
O homem se deita às minhas costas e abre as minhas nádegas ao
meio, expondo a minha intimidade, que lateja, molhada, ansiosa por seu
toque. Ouço o seu nariz sugando o odor, um gemido de satisfação é emitido
rastejando entre os grandes lábios até o meu ânus, girando na entrada sem
freio algum, disposta a tudo, me tirando o chão!
reverberando por minha pele, parece até um sonho incendiário, mas ele
prova a cada segundo que é a mais pura realidade. Tentadora. Extasiante.
que ele vai me destruir. Arrasto os calcanhares por suas costas quando me
faz gozar outra vez, na sua boca, o suco molhando a sua língua.
Divino.
Bruto. Gostoso. Meus seios são esmagados contra o seu peitoral, minhas
pernas cercam a sua cintura, grito em lascívia ao sentir o seu pau
Sebastian muda de posição, me jogando para cima, fico sentada sobre o seu
corpo esculpido, nos encaixamos perfeitamente bem.
Imbatível.
Por um instante esqueço de tudo, sem saber até quem sou, mas
retorno para a realidade ao deitar sobre ele, grudando os nossos rostos, as
Anos atrás, quando fui acolhido pelo meu tio, após sair daquele
Mas Harry decretou que um dia me deixaria voltar para o Brasil para
pupilo, fez de mim o seu instrumento como forma de revidar uma traição
sofrida no passado por meu pai, o seu irmão. A vingança não seria apenas
internato, foi lapidado para me tornar um homem frio, moldado para ser
queria.
destruí-los, me vingar. Sabia de tudo o que iria acontecer naquele haras, que
Ela nunca esteve nos meus planos malignos, pensava em agir de outra
Belmonte que por tantos anos investiguei, mas a atração pela noiva do meu
No início quis fazer com que a história se repetisse, fazer Alec sentir
a mesma dor da traição que ele me causou no passado, mas Aurora não era
outra Juliana. Na verdade, ela não era qualquer outra que já tivesse passado
por minha vida. Era única, incrível, afrontosa, língua afiada, determinada e
inteligente.
o compromisso com o meu irmão e o sentimento que tinha por ele, mesmo
coração sangrento consigo. Eu sabia que precisava tomar uma atitude rápida
e irreversível, tanto sobre ela quanto sobre a minha vingança. Não imaginei
que seria tão forte assim, mas quando entrei naquele quarto, esqueci de tudo
e apenas me entreguei.
corrompi, a lancei na minha escuridão, escolhi por mim, por nós. Usufrui
do seu corpo entendendo a cada segundo que Aurora fora feita para mim,
que a queria para todo o sempre assim e que não suportaria perdê-la.
acreditei que não conseguiria, que ela me deixaria ir, que o meu castigo era
a sua ausência, mas de alguma forma insana, diante de toda a merda feita,
Não pensem que eu acho que sou o melhor homem para ela, mas
tenho certeza absoluta que ela é a melhor e única mulher para mim.
linda do mundo.
— Aprendendo?
— A amar uma mulher — deslizo os dedos por sua face, levando uma
— Hoje sei que não foi amor, mas uma ilusão adolescente —
confesso, mergulhando em seus lindos olhos cor de mel. Ela tem um rosto
deslumbre de mulher, uma mistura de inocência com pecado, uma rosa com
encaro. — Obsessão — resvalo a mão por suas costas e aperto a sua bunda,
devassidão. Tê-la sobre mim, cobrindo o meu corpo, sabendo que eu sou eu
maliciosa, montada sobre mim, acordando o meu pau abaixo do seu ventre.
— Olhe nos meus olhos — ela puxa o meu rosto, quer a verdade.
conseguir.
Aurora sorri, contente e então me beija, se entregando, libertando-se,
uma imoralidade incrível, viciante e que me deixa doido. Não tem outra
igual.
— Isso quer dizer que ficará comigo? — preciso ter certeza. — Que
tempo. Uma deusa! Faço o que ela quer e acerto o seu rabo com um tapa
forte, o som estala no ar. — Aaai... Sebastian! — vai me deixar louco com o
seu gemido gostoso. Bato outra vez, aumentando a potência, ela grunhe de
forma prolongada, arqueando o corpo, erguendo o rosto.
Puxo-a pelo cabelo e a faço me beijar, dominador, conduzindo-a.
Afasto os lábios dos seus por um instante, chupo o meu dedo do meio e
— Em breve o seu cu será meu, Aurora. Irei foder tão gostoso que
a sugar o clitóris.
Sugo-o com afinco, obcecado, sem frescura, louco por cada parte do
corpo dessa mulher. Uso a mão livre para acertar um tapa na sua bunda e
isso é o suficiente para ela vibrar, gritar e gozar. Abro a boca ao limite,
Mordo o seu ombro, chupo a sua orelha, esmago os seus seios com a
mão, espremendo os bicos entre os dedos, judiando dela, consumindo-a por
um novo orgasmo, dessa vez juntos, ao mesmo tempo. Soco o pau na sua
bocetinha pela última vez, o mais profundo possível, duro, longo,
Quase sem ar, crio forças para virar a mulher mais linda do mundo,
montá-la, apoiando-me nos joelhos, sem despejar o meu peso em seu corpo.
Masturbo-me em sua frente até gozar de novo, derramando a minha
Após Aurora decidir que vai comigo, adio a nossa viagem por mais
um dia para que ela possa se preparar. Convido-a para ir ao shopping para
fazer algumas compras, principalmente roupas e utensílios que vai precisar.
Aurora me fez enxergar o mal que fiz, o quanto foi insano passar por
cima do sentimento que eu tinha por ela para conseguir o que queria,
mesmo assim, repito, não me arrependo. Se eu não tivesse feito tudo o que
Uma coisa é certa: vê-la sorrir é bem melhor do que assisti-la chorar.
Enquanto a espero sair de uma boutique, noto uma loja infantil, cheia
vida é imprevisível, quem diria que uma pedra de gelo como eu estaria se
encantando com a ideia de ser pai?
Pode ser loucura, mas realmente acredito que Aurora é o meu destino
e talvez essa gravidez também. Acho que jamais vou mudar e deixar de ser
sombrio, aprendi a ser assim à duras penas, mas um pouco da luz que ela
irradia perto de mim me faz bem. Me traz novas expectativas de vida.
entro na aeronave, espero por Aurora, que olha para o nada, reflexiva,
perdida em milhares de devaneios.
perfeita.
profundamente, sei que ele está esperando uma resposta e tem medo que
seja uma que não quer escutar.
— Estou com medo, mas tenho certeza, sim — acaricio o seu rosto,
— Também. Sei que é chato lembrar dele, mas fez parte da minha
inquebrável e decisiva.
imaginei e que ainda nem tivemos tempo o suficiente para planejar, já que
por dentro é luxuoso, em tom creme. Sentamos lado a lado nas poltronas,
fico ao lado da janela, ainda de palmas dadas com ele. O seu segurança está
— Chegará na semana que vem, o meu tio tem uma fazenda, é lá que
Água com gás, por favor. Você quer? — olha para mim, assinto.
— Nós não tivemos tempo para conversar sobre o seu tio — comento.
— Um pai rígido, mas ainda assim, melhor do que aquele que me deu
pressentimento ruim.
— Disso você não precisa saber — pousa a sua outra mão sobre a
Respiro fundo, nós começamos o relacionamento agora, ele não vai se abrir
cem por cento para mim, não na velocidade que preciso, tudo o que já me
não tem como dar bons frutos. Todos somos errados, todos erraram em
roça o seu rosto na minha cabeça, me dando afago enquanto filosofa sobre o
seu passado.
— Não existe uma ferida que não possa ser curada, Sebastian —
argumento, deslizando a mão por seu peito, sentindo o seu perfume, o bater
do seu coração. — Não quero que entre nós haja feridas, muito menos
cicatrizes.
— Pela primeira vez encontrei alguém que cuida das minhas: você,
que tem razão. Talvez, em algum momento, eu precise da sua ajuda para
que em meio a tormentas — ele está muito misterioso, jogando pistas que
resposta.
— Todo casal está sujeito a isso, mas espero que não — afirma, sinto
braços.
O voo de São Paulo a Nova York é longo, quase dez horas de viagem,
pela janela.
o velho Harry.
pela barba rala, traz mais um ar de virilidade, mas também gosto sem ela.
vim à Nova York algumas vezes, mas nunca a Staten, será uma novidade
para mim.
— Sim, porque todos que vêm de fora, ou até mesmo a mídia, nunca
— Nossa! — me impressiono.
— Também acho que sim. Acha que ele vai gostar de mim?
um acaso ocorrer o contrário, ele terá que gostar, pois foi a minha escolhida
— as suas palavras me deixam insegura.
desanimada.
não te trouxe até aqui para desistir. Foi o meu tio quem me ensinou a ferro e
fogo a lutar por tudo aquilo que eu desejava, a não desistir nunca e insistir
determinação.
— Bem, se era por isso que estava me pedindo para ser forte, também
não se preocupe. Depois de tudo o que vivemos nos últimos meses, sei que
me tornei mais forte do que um dia já fui. A única coisa que vou cobrar de
você é que não solte a minha mão, porque estou determinada a não soltar a
sua. Se tem uma coisa que aprendi dessa experiência que tivemos é que se
não estivermos juntos nas dificuldades, não conseguiremos resistir a nada!
“Pode não parecer, Sebastian, mas deixei muita coisa para trás para
meus pais para exigir os meus direitos de filha. Nada estava dando certo
naquele momento, mas não significa que não iria dar em outro. Jamais
pense que por estar comigo agora, pode fazer o que quiser. Caso solte a
minha mão, eu vou embora sem pensar duas vezes. — Decreto”
— Tudo bem — aperta a minha mão com força. — Não vou te soltar
sequer possuem muros ou cercas. Presumo que aqui seja assim por conta do
anfitrião, que é alguém muito poderoso.
cobras.
Subimos os degraus até as portas de entrada, que são abertas por uma
Também retiro o meu, Abigail pede licença para colocá-los no mancebo que
está em um canto.
— Está...
senhor na casa dos oitenta anos, de cabelos grisalhos e traje social preto, se
aproxima devagar com uma bengala que lhe dá apoio na perna manca.
visualizar melhor, porém, logo devolve a sua atenção para Sebastian, que se
aproxima dele e beija a sua mão, fazendo uma reverência discreta em sinal
de respeito.
— Finalmente voltou — diz em inglês. — Que bom, já estava
passando da hora.
Trazer Aurora comigo para Nova York foi uma escolha minha, uma
das poucas que fiz sem a autorização do meu tio. Ele odeia surpresas, odeia
assim, mas é preciso. Não posso apresentar Aurora como uma qualquer,
preciso passar confiança a ela, que agora só tem a mim, prometi isso e irei
enfrentar tudo e de todos para cumprir, custe o que custar. Não irei soltar a
sua mão.
Titio para de enojá-la com o olhar e volta a focar em mim. Ele é uma
raposa velha, inteligentíssimo, sabe muito bem quem é ela e não está
gostando disso. Sem falar mais nada, dá as costas e segue para o seu
escritório, onde irá me aguardar para discutir comigo, mostrando a sua total
é você e nos julga por isso — argumento, sentindo o coração acelerado, sei
o quanto é ruim se sentir desprezado, ela já sofreu isso no Brasil, não vou
permitir que sofra aqui.
quarto e me espere lá. Vai dar tudo certo. Confie em mim — seguro o seu
rosto entre as mãos, sentindo a dúvida latejar em seus lindos olhos cor de
mel. A beijo rapidamente, tentando lhe dar segurança e chamo Abigail com
Por favor, acompanhe a minha noiva até o meu quarto, a acomode e dê tudo
Droga.
esculpida com desenhos abstratos. Meu tio está em sua poltrona, majestoso,
fumando o seu velho charuto, coisa que nem pode mais fazer.
chegar, quero ter a única certeza de que não criei um tolo — afirma, com a
— Não era até sair daqui para o Brasil, mas agora que voltou, sei que
boca, me analisando com desdém. — Então, foi assim que fez, levando
— Foi — afirmo.
— Se ela traiu Alec, o que o faz pensar que não fará o mesmo com
me passei por ele e a possuí. Ela não percebeu até Alec chegar.
fazendo-o voltar a olhar para mim, o ódio tomando a sua face. O velho soca
a mesa, fazendo todos os objetos sobre ela tremerem, alguns até caem no
chão.
— abaixo o rosto, golpeado por suas palavras. — Fez o que o seu pai fez
comigo! Fez o que o Alec fez contigo! Se igualou a eles! Não foi assim que
Alec os abandonou, só o que restou a eles foi o haras que terão que passar a
vida disputando com os Belmonte, que também estão com o nome na lama!
daqui: sozinho. Quer mesmo que eu acredite que está apaixonado por essa
atmosfera.
Nunca amou ninguém de verdade e não sabe amar, aquele internato lhe
comer essas meninas como se fossem objetos, porque com essa seria
diferente?
Aurora é diferente, nunca encontrei outra como ela e fiz de tudo para que
fosse minha, agora ela é minha e continuará assim, quer o senhor queira ou
permitirei que a trate mal, não permitirei que toque nela, entendeu?
amargar.
— Sinto, mas...
— Aurora não se resume apenas a uma boceta, tio! Ela é muito mais
que isso! Mas não vou mais ficar aqui perdendo o meu tempo tentando lhe
convencer. Sei que não acredita em nada do que estou dizendo, por isso
deixarei que veja por si só — levanto-me, de saco cheio, foi uma conversa
Sigo até a porta, dando as costas a ele, porém paro quando diz:
— Obrigado — agradeço.
casa dos quarenta anos, muito simpática, magra, cabelos pretos com um
coque no alto da cabeça, está conosco há anos.
— É bom saber disso, também senti falta de vocês. Quando foi que
ele voltou a fumar? — ergo a sobrancelha, preocupado.
Suspiro, insatisfeito.
— Então recomeçou hoje. Velho teimoso! — continuo subindo,
aconchego.
— Também vou tomar uma ducha e depois nós iremos descer para
— Perdi o apetite com a recepção do seu tio. Está claro que ele me
odeia — pontua.
— Como pode odiá-la sem lhe conhecer? Você me prometeu que seria
forte, lembra? Mostre a ele que não vai se acovardar com aquela carranca e
que não é qualquer uma, mas sim a minha futura esposa — sorrio, mas
Aurora não parece convencida, porém gosta das minhas palavras.
— Sabe que ainda sou casada com o Alec, como chega aqui me
chamando de noiva?
— Não podia ser algo abaixo disso, eu precisava mostrar para ele e
para você que estou levando esse desafio a sério — descanso o meu queixo
sobre o topo da sua cabeça.
— Sempre foi, por que acha que conseguiu me conquistar tão rápido?
Não quero te decepcionar — sou sincero.
observadora.
— E tenho, nada disso estava nos planos, nunca imaginei estar nesse
papel, é uma grande responsabilidade, mas sei que sou capaz de encarar.
— Você é tão confiante que às vezes se torna até arrogante, mas gosto
ainda conversaremos sobre isso. Se for para fazer direito, teremos que nos
casar, se quiser, é claro. E para isso... precisaremos anular o seu
sério. Mas como faremos isso agora que estamos tão distantes do Brasil e
nem sabemos onde Alec foi parar? — ela se preocupa, enrugando a testa.
quero casar contigo porque você e o nosso filho agora são a minha
responsabilidade. Sei que a nossa união também é uma segurança para
vou te pressionar.
revelo.
depois de estar renovado, desço de mãos dadas com Aurora para o jantar.
SEBASTIAN VOGEL
esperando para nos servir. Puxo uma cadeira para a Aurora e depois que ela
se senta, sento-me ao seu lado.
cabeceira.
— Ele preferiu jantar no quarto, disse que não está se sentindo muito
do assunto.
gente difícil. Obrigada por sua simpatia ao me receber aqui — Aurora sorri,
Está cansado.
a gostar também.
Ouvi passos se aproximando pelo corredor que me despertaram
espremendo-me contra a parede gelada, queria fugir daquilo que sabia que
aconteceria. Todas as noites eram assim e não tinha como fugir, não
conseguia impedir.
meu ser que ele fosse um escudo e me protegesse do mal que estava prestes
a sofrer.
fraquejada. De quem sabia que não seria ouvido. O meu corpo ainda doía
desde a última vez que fui estuprado por eles. Não aguentava mais, estava
ficando maluco.
— Olá, Sebastian, está pronto para nós? — perguntou um deles,
— Não... aqui não... vocês não vão me tocar na minha cama, seus
amedrontado.
minha bunda dolorida e vermelha, o ânus estava em carne viva de tanto ser
usurpado dia após dia, sem dó nem piedade, com violência infame.
— Nãoo... — soltei um grunhido sinistro, chorava com ódio e dor,
— Não adianta tentar, ninguém vai te salvar, a sua família não está
nem aí. Você é todinho nosso — o homem que pressionava o meu pescoço
com o joelho tirou o seu pau para fora e se preparou para enfiá-lo na
minha boca.
estou no meu quarto com Aurora, que dorme ao lado, linda. Arfando,
nunca mais vai acontecer, repito esse mantra na minha mente para afastar
que está prestes a amanhecer, que logo terei que sair para a empresa.
Ainda tenho tempo para dormir, mas não irei me atrever, não darei
Está vestida em uma das minhas camisas, as pernas nuas, o cabelo curto
que me vejam vulnerável, mas sei que não posso expulsá-la porque agora
dividimos o mesmo espaço, porque estamos levando uma vida de marido e
mulher, o que faz toda a diferença. Em outra situação, eu seria rude, mas
devo lembrar também que Aurora está grávida.
sua beleza estonteante, charmosa, que me ataca sempre que está perto de
mim.
querendo aceitar.
capturando a minha atenção, fico excitado. Aurora olha fundo nos meus
olhos e ergue a mão, arrastando a lâmina da minha bochecha até o queixo
com habilidade.
algumas lembranças boas dele e de mamãe. Nem tudo foi só coisa ruim.
momento feliz na minha vida com a minha família, foi consumido pelos
pesadelos — declaro, gelado, sentindo o meu coração petrificar, esses
coração acelera, mas tento não mexer o rosto para que ela faça a barba de
modo perfeito.
epiderme agora é como uma carícia, uma forma que ela encontrou para me
afagar, para mostrar que posso contar consigo, desabafar sem pressão.
avião, mas a sua curiosidade ainda está aqui e não vai embora. Aurora quer
entrar dentro de mim e me conhecer. Isso é inevitável, em algum momento
aconteceria.
paro de observá-la, querendo cada reação, saber como irá me ver daqui para
frente, sabendo que não sou o certinho. Na verdade, ela já sabia disso, no
entanto, recebeu mais uma dose venenosa para relembrar.
— Você... se vingou deles — afirma, limpando o objeto cortante pela
— Também — respondo.
— Acha que tudo isso valeu a pena? — usa a toalha para enxugar as
próprias lágrimas, tão perfeita.
única coisa que está valendo a pena é ter você — declaro, a arrebatando. —
Quis te esconder isso, mas você insistiu em saber. Eu não sou um príncipe
encantado, Aurora, e já fiz muita merda nessa vida. Se quiser saber de todas
elas, irei te contar, mas esteja preparada para ouvir, até porquê, não adianta,
Ela arfa, mais uma lágrima sua escapando contra a sua vontade. Então
agora por ter insistido para que ficasse comigo, por tê-la trazido até aqui,
para conviver com essa minha podridão.
meu peito inflado, esquentando a minha pele. — Por nós três — pousa a
outra mão em seu ventre, lembrando do nosso filho. Sinto que essa criança
é minha.
fim. Então Aurora me beija, puxando-me pelos cabelos com euforia, a sua
boca engolindo a minha. Não reajo, apesar de estar excitado, a dor do
passado ainda é mais forte, está impregnada em mim e demora muito a ir
Mas Aurora é insistente, ela desfaz o toque ao notar que não estou me
É uma luxúria corrosiva que nos arrasta, nos consome e nos espanca
outro.
Aurora talvez ainda não tenha percebido, entretanto, mais uma vez
mim, sugada pelo meu eu vampiro, que tem sede infinita do seu sangue e
fome absoluta da sua carne.
Uma lágrima desce por meu rosto, corroendo a pele. Estou jogando
fora toda a merda que me atingiu através dela, que agora está se
Será que está pretendendo fazer o que estou imaginando? Isso seria
fantástico!
SEBASTIAN VOGEL
palma livre para me guiar até os seus lábios outra vez, penetrando-os,
resvalando por sua carne, roçando no palato com cuidado para não a
Aurora geme, cada som emitido por ela sendo abafado por meu pau.
singelos sentimentos.
cabeça mais forte, com movimentos firmes. Aurora coloca as mãos nas
suado.
à boca, movendo a língua, guiada pelo instinto. Por fim, fecha os dedos com
beijar, boca com boca, corpo com corpo. A ergo no colo de novo,
sinto agora com outra pessoa! Ela está mesmo conseguindo me tirar do
escuro, com o seu fogo me traz a luz, com a sua paixão me faz lembrar que
estou vivo, que sobrevivi a todo mal que me fizeram e que ainda dá tempo
seio, que está entre os meus dentes, o mamilo sendo surrado por minha
já que sou eu quem quero dar a ela tudo o que está me dando agora.
pela lubricidade que arrasa até as nossas almas, nos tirando todas as
energias.
fechados, ainda dentro do sonho, da magia doce que me arrepia inteiro, das
por todo esse conjunto de sensações que vieram uma atrás da outra, feito
toda a minha vida. — Você tem covinhas quando sorri, sabia? Por isso, ria
mais, porque é lindo — escorrega as mãos por minha face e por fim me
abraça carinhosamente.
por entender que mesmo após revelar mais uma merda do passado, Aurora
decidiu estar aqui comigo, ser a minha mulher e agora, uma amiga. Talvez a
outro, se doando para essa relação improvável, que tem mais chances de
Aurora ter o poder de tirar de mim uma outra faceta além daquela diabólica
espaço para a luz. Me dando cada vez mais certeza de que a amo, de que
intenso demais.
titio novamente.
— Bem, uma hora ele vai ter que aparecer — ela desdobra o
nesta casa. Sei disso, conheço Abigail, ela desejava que eu me casasse. —
Se me permite dizer, sempre falei que esse lugar necessitava de uma dama!
talheres enquanto a mulher nos serve com bacon e ovos mexidos. — Bem,
pelo pouco que já vi, acho que concordo com você, Abigail.
As duas gargalham, acho que nunca houve tanta risada nesta casa
antes.
— Tem certeza que vai sobreviver um dia sem mim? — brinco, mas
no fundo, esse pensamento me causa um calafrio.
— Pode apostar que sim, convivi com os meus e os seus pais a vida
inteira, o senhor Harry Vogel não será um problema, já conheço esse sangue
— ela realmente não está nada preocupada, seus cabelos sedosos meneiam
na brisa do vento enquanto enlaça o meu pescoço com os antebraços.
lábios, me impedindo.
Fico bastante surpreso, não esperava por isso, não achei que sentiriam
a minha falta, nunca fui aquele chefe extrovertido, muito pelo contrário,
poderia ser definido como frio e controlador, porém, bastante empenhado
jamais gostei de ser o centro das atenções. À medida que caminho até a
minha sala, cumprimento cada pessoa, alguns até dão tapinhas nos meus
incomodar.
decote quase obrigando os seus seios a saltarem para fora. Entretanto, nada
mais nela me encanta.
— Obrigado, senhorita Marshall. Vamos, quero ver a agenda, você
precisa me atualizar de tudo — a chamo, entrando na minha sala, que é
Impressionante, luxuoso.
Pego uma xícara de café na bancada que fica na lateral de uma das
quente.
— Que ótimo, você deve me passar a pauta de cada uma, mas antes,
quero que anote algumas tarefas — ela assente, se preparando para escrever.
— Peça aos advogados para descobrirem o paradeiro do meu irmão, Alec
Vogel e encaixe uma conversa com eles nos meus horários da semana.
— Sim, senhor.
— Terminamos — conclui.
contemplando as rosas brancas, percebo que ela está tão empolgada que
— Eu disse que não era bom com flores, mas é só para que se lembre
meu futuro marido. Vir para cá, para o território dele, entrar de cabeça na
sua vida e nas suas feridas aguçou ainda mais a minha vontade de conhecê-
o jarro.
visitá-los. São só os dois isolados, por isso mesmo sempre falei que
orações!!
dentro de casa e como aqui não há visitas, é como se a casa servisse apenas
— Que horror! O que ele fica fazendo aqui trancafiado o dia inteiro?
— assusto-me.
vezes sai para visitar a empresa, a fazenda, algum evento, o médico. É uma
me ajude a abrir todas essas cortinas, sim? Vamos iluminar esse lugar! —
determino.
— Com prazer, senhorita, mas saiba que isso vai chamar a atenção do
senhor Vogel — ela segue para uma janela e eu para a outra, que, aliás, são
criasse vida.
aqui tendo que fingir que ele não existe e nem quero que faça o mesmo
comigo. Contudo, se ele não der o braço a torcer, vou ter que sair, pois a
— Entendo a senhorita, mas espero que isso não aconteça. Espero que
o senhor Harry dê uma oportunidade para conhecê-la. Até o momento, me
declara, abrindo a última janela, a brisa do vento vem como uma lufada
impressão que passa é que Harry queria mesmo era se isolar do mundo. Por
alguma coisa.
outra saleta que contém uma porta e um corredor, sendo seguida por
Abigail.
família, o que sei é que eles não têm contato, achei que o senhor Sebastian
há uma escada para poder alcançar os livros nas prateleiras mais altas. —
— Esse é um dos locais da casa que o senhor Harry tem mais ciúme
— Por quê?
— Também sou apaixonada, mas faz um bom tempo que não leio —
toco em alguns livros à medida que vou andando. — Pelo visto, ele gosta
— Um vício que voltou desde que vocês chegaram, talvez mais uma
saúde. Ele foi proibido de chegar perto dos charutos pelo médico, pois teve
Sebastian não teve sossego, foi muito triste acompanhar o seu sofrimento.
— Se ele está fazendo isso para chamar a atenção, está pior que uma
— folheio as páginas.
que escuto a voz rouca que me causa um sobressalto tamanho que derrubo o
livro:
reclamo, fitando a sua cara com atenção, ele tem semelhança com o irmão e
também com o Sebastian.
quanto para sumir? — ergue o queixo, fazendo bico com os lábios, mal
encarado, olhando-me como se eu fosse um verme ou uma puta.
— Oh, meu Deus! Como foi que descobriu? — finjo que estou
sanatório!
julgar?!
— Ah, conheço muito bem o seu tipinho, essa criança na sua barriga
para contar e assim o senhor para de sair falando merda por aí!
cansada disso, por esse motivo, peço para que não me provoque!!
Ele fica calado, demonstrando a repulsa que tem sobre mim, está
porque essa casa está precisando de luz, não acha? Ler nas sombras faz mal,
sabia? — ergo a sobrancelha, ele semicerra os olhos, fazendo bico, odiando
antes de ultrapassá-la, olho para o velho uma última vez e digo: — Que
bom que apareceu, achei que ficaria tentando me evitar para sempre. É uma
escolha sua ficar se escondendo com medo de mim ou assumir que estou
aqui!
— Medo de você? Ora, sua... — resmunga, mas antes que me lance
medo, sei que é feito de carne e osso, só está incomodado com a minha
presença. Isso está me incomodando também, mas eu acabei de chegar,
Sebastian está cheio de trabalho na empresa e tem um vínculo forte com o
Não seria inteligente tentar lutar contra essa situação agora, porque se
ele tiver que mudar de casa comigo, consequentemente terá que se separar
do tio e mais uma ferida será criada nesta família pavorosa.
Por outro lado, não nasci para ficar escutando insultos, mas se a coisa
sair do controle, não haverá outra opção. Vou suportar até onde der, porém,
não irei conversar sobre isso com o Sebastian agora, talvez em outro
momento.
se aproxima com a sua bengala, com a carranca pior ainda do que antes.
mim, respondendo:
— Nós conversamos — afirma, mas lá no fundo sinto uma ironia na
contar.
titio, irônico também, chocando-me ainda mais. Odeio ficar no escuro, não
descemos para o jantar. Vamos logo, que o Harry parece com fome!
— Que bom que jantará conosco hoje, tio. Isso me deixa bastante
também não tenho medo de ninguém — encara Aurora, foi uma indireta.
entre eles. Confesso que o jeito de agir dela me conforta, torço para que os
ele. O velho parece não acreditar nela, chega a ser até engraçado as caras e
Harry até tenta cortá-la do assunto, mas não consegue porque ela fala
desse tipo de assunto e não quer ser contrariado, mas a minha futura esposa
está pouco se importando com isso, ela faz com que eu me apaixone ainda
ele quer saber de alguns relatórios financeiros. Após ficar cerca de uma
hora com ele, finalmente vou atrás dela, exausto e bocejando, com vontade
está de pé, parada, vestida em um robe branco luxuoso, com partes rendadas
— O que é isso? — não sei o que esperar, fui pego de surpresa, fico
— Eu disse que faria uma surpresa, não disse? Tira a roupa e senta —
ordena, me fazendo esquecer do que iria dizer. É como uma injeção de tesão
gosto de dar mais prazer do que receber, mas essa postura dela, toda
devagar, de frente para ela, que olha para o meu centro com obsessão,
expectativas que sei que serão correspondidas. Ela está de saltos como
desce bem devagar, as pontas dos dedos resvalando por seu rosto, tocando
recebendo a canção.
Então ela ergue as pálpebras de repente, assim que a música muda de
ritmo, seu corpo toma vida sozinho, os quadris rebolam, as mãos invadem
arrepiando inteiro.
ombros dela, tão perfeitos, o desenho que Deus teve o cuidado máximo de
desenhar. O sutiã surge e segundos, vagarosos segundos depois, a calcinha
busquei antes, por que não permiti que enxugasse as lágrimas que derramei
quando esbarramos naquela casa.
A mulher me olha por sobre o ombro e sorri como uma diabinha que sabe
que me venceu, sexual, fazendo o meu pau latejar mais uma vez, as veias
quase rasgando a pele devido a tensão que ela consegue me causar mesmo
sem me tocar.
senta de frente e retira a calcinha sem pressa, delicada, sempre olhando fixa
para mim, não quer perder nenhum segundo das minhas reações e muito
menos eu dela.
pega fogo. Aperto com força, até doer, expondo os dentes, enlouquecido por
essa mulher.
Aurora deixa uma das mãos escorregar por seu corpo formoso e tocar
o clitóris, masturbando-se para mim. É divino. Indescritível. Inigualável. O
em que a deito no sofá e pairo sobre ela, entre as suas pernas, afundando em
sua vagina ensopada.
Prendo as suas mãos sobre a sua cabeça e fodo-a com amor, paixão,
intensidade. Um misto de emoções que nos fazem explodir em um orgasmo
escorre por sua face, atingindo o meu coração que para de bater. — Eu te
amo — repete, confessando.
acompanhou até aqui, servindo como trilha sonora do nosso amor, o ritmo
do nosso momento.
unem outra vez, nos beijamos até perder o fôlego e fazemos amor a noite
inteira.
nada agradáveis de titio, porém, ele e Aurora continuam fingindo que são
amigos, mas não me enganam.
das câmeras que tenho escondidas aqui e gravam tudo. Acelero o vídeo,
voltando bem rápido até hoje mais cedo, antes da minha chegada.
fetiche, como se imaginasse nós dois ali, como uma vez aconteceu. Assim,
retira a própria calcinha e, sem noção nenhuma, deixa dentro da pasta,
uma pessoa: Aurora. Se ela descobrir, vai me largar e não posso correr esse
risco. Não agora que está tudo indo bem. Como eu já tinha previsto, isso
não vai dar certo, achei que Ashley saberia se comportar, mas agora não há
mais dúvidas, se ela continuar aqui, a merda será enorme.
— Por favor, senhor Sebastian, não faça isso, eu imploro! Foi um ato
impensado, perdão, só queria... senti-lo outra vez!! — começa a chorar, me
assustando. — Não entendo por que não quer mais, foi tão bom! Queria
apenas chamar a sua atenção, tenho esperanças que...
— Pois não tenha, porque não podemos ter mais nada, agora sou um
homem comprometido e irei me casar — disparo, é como se o mundo
desabasse para ela. — Me solte — ordeno, fitando com antipatia a sua mão
que ainda insiste em segurar o meu braço. Olho de maneira profunda em
seus olhos marejados, querendo entendê-la. — Foi só uma vez, Ashley, não
acredito que se apaixonou. Avisei que era só sexo, que não era para se
sentimentos e agora anuncia que vai se casar? — a sua voz sai enojada, com
uma certa revolta, a expressão em seu semblante de incredulidade.
embora! — aponto para a porta com o rosto, querendo dar um fim nesta
situação.
Lágrimas rasgam a face dela, está me tratando como uma grande
decepção amorosa sendo que para mim foi apenas sexo e nada mais.
indignado que ainda esboço um sorriso sem humor. — Ah, por favor, me
deixe ficar, eu preciso desse emprego. Nós podemos fingir que nada
aconteceu...
Fecho a porta na sua cara, passando a mão no cabelo mais uma vez.
Que loucura!
AURORA BELMONTE
poderia me esconder. Já faz uma semana que estou neste martírio, mas fazer
o quê se sou viciada em histórias e logo o maldito livro mais preferido do
leva ao quarto dele e, para a minha infelicidade, Harry está saindo de lá.
da tarde, apenas pela manhã, por isso tenho que aproveitar. Caminho furtiva
miseravelmente.
Ouço o som da bengala de repente, tão próximo que não dará tempo
estrago. Levo as mãos à cabeça com a pequena catástrofe, olho para trás
Bufo, indignada.
— Ah, por acaso sou eu que fica todo dia invadindo a privacidade
biblioteca.
— Como queria que eu fizesse isso com a sua ciência se o senhor faz
erguendo o queixo.
— Que comprasse um livro para você, mas não mexesse nos meus!
— Abigail, por favor, retire essa cortina, vou agora mesmo comprar
uma nova! — afirmo, enfrentando Harry, que não abaixa a crista. Ele está
adorando me humilhar.
— Mas, senhorita...
porta de casa, abrindo o carro para entrar, Abigail deve tê-lo chamado.
olha como quem não está entendendo. Entro na parte de trás, sento-me e
quase morro de susto quando encontro Harry ao lado com a sua carranca
vai me fazer perder o bebê com a quantidade de susto que me dá, sabia?
— Siga viagem, Manfred, não vou permitir que essa louca saia por aí
hora marcada para me buscar, por isso, seja rápida — o seu tom soberbo, de
— Azar o seu, eu quis descer, agora terá que esperar pelo meu tempo
também! E já aviso que quando vou ao shopping, não tenho hora para
voltar!
para Harry, ainda oferece a mão para ajudá-lo, mas o velho é muito egoísta,
acha que pode tudo sozinho, é o que aparenta. Ele faz um gesto negando a
ajuda e sai do automóvel. Manfred retorna para o seu lugar, fico observando
no chão.
e ajudá-lo com o apoio do motorista, que também está assustado com o que
grito, calando todos, que agora focam em mim. — Acham isso engraçado?!
apenas da queda, mas também da alma. Não apenas de agora, mas de muito
tempo.
toca fundo, mas como não temos intimidade e não sei o que esperar dele,
fico calada.
— Ele está bem? — estou curiosa, meu coração ainda está acelerado
com aquela queda.
— Acho que não será mais necessário, a não ser que a senhorita tenha
algo a mais para fazer. O senhor Vogel mandou lhe entregar isso — ele me
mostra a chave da biblioteca, que pego sem acreditar, olhando-o pelo
retrovisor.
demorando a processar que o velho fez isso mesmo. — Ele disse mais
alguma coisa?
— Ah, eu sabia que isso em algum momento iria acontecer, foi até
mais rápido do que pensei. Que bom! — diz a mulher, feliz.
está um pouquinho mais em paz. É muito chato viver com alguém que não
gosta de você.
saudável.
— De agora em diante, creio que o clima irá sim ser mais saudável —
sorrio, confiante.
— Ah, eu acho ótimo!! Mas não tenho roupa, não tenho nada! Como
você me diz isso hoje? Assim? — afasto-me dele, preocupada, não vou sair
de qualquer jeito.
— Ele me convidou ontem, resolveu comemorar de última hora, mas
— As minhas roupas estão todas velhas, não faço compras desde que
bochecha.
apelido carinhoso tocou o meu coração, pois demorou muito a sair da boca
dele.
— Chamei — confessa, sem medo. — Não posso? — ergue uma
sobrancelha.
me.
Se vamos para Manhattan, então vamos nos apressar, porque tenho muito a
fazer.
— Okay.
me vê descendo as escadas com tanta coisa, mas ele sabe que tenho uma
alma de perua. Dou de ombros, não me importando com a sua opinião, não
sei ser mínima, gosto de muito! Ele e o tio me observam achando um
minha pele. — Não quero que se arrependa nem por um minuto de ter
escolhido ficar comigo.
oportunidade de ser mais incrível ainda? — uma ideia me ocorre, como sou
esperta, vou aproveitar o momento.
me escuta.
suíte, a vista, mas não demoramos muito, apenas tomamos banho e saímos
para o shopping para fazermos as compras das quais ela diz estar
precisando, mas que no fundo sei que nem tanto.
Contudo, gosto de ser o homem que compra as coisas para ela, que dá
o que ela deseja, que a diverte, que a faz realizar sonhos. Com Aurora, pela
primeira vez, estou abrindo exceção para agir com uma mulher além do
Até porque também não havia tempo para pensar em algo além do
sexo, já que a vingança e o sucesso nos negócios com o meu tio eram as
aqui antes, me vi apaixonado por essa linda jovem, era um sentimento além
perto, a ideia de termos um filho me tomou de forma absurda, uma vida que
seria gerada, que poderia ter o meu sangue e que eu não queria que ficasse
Só de ver o que Aurora estava passando por minha culpa e por tudo o
que ainda poderia passar, foi o suficiente para lutar com unhas e dentes para
tê-la aqui comigo, enfim consegui. Tenho medo de perdê-la, pois sei que
sou todo errado e fodido da mente, mas a cada instante que continuamos
juntos, sei que não fiz escolhas erradas e que tudo que precisei fazer para
sair na noite de Nova York comigo pela primeira vez desde que chegamos.
Os seus beijos e abraços, a sua admiração que só cresce a meu respeito,
tudo isso foi duro e difícil de conquistar, mas está valendo a pena!
Como prometi ficar exclusivamente disponível para ela, aproveito os
que vale a pena investir na minha mulher, pagar para que fique linda tanto
para ela quanto para mim, afinal, o maior beneficiado serei eu, que estarei
novo banho, visto uma calça jeans com um blazer discreto sobre a camisa
as mãos. — Desse jeito vamos nos atrasar, porque vou querer ficar mais um
pouco para te comer.
sensual, atraente. — Mas quero que você me coma com esse vestido
emoção novamente.
— Sim. Quero que levante ele e me pegue por trás — sai quase como
— Quer que eu te foda por trás? Que te faça gozar? Que penetre bem
— Sim, quero tudo isso. Prometeu, vai ter que cumprir! Agora vamos
— Não acredito que você veio mesmo, Sebastian! Oh, meu Deus,
grisalhos e olhos verdes, a pele tão branca que pode ser confundido com um
albino.
foi que eu a conheci. Chega a ser engraçado pois eles não estavam
casa! Agora está explicado! — Andrew fica super animado. Olha para o
meu sócio. O casal de anfitriões nos leva para a sala onde todos estão
que você e ele formam um lindo casal — sorri, observando nós dois com
encantamento, notando a minha mão sempre na cintura de Aurora,
demonstrando posse.
— Ah, quer ver tudo? Eu te mostro! Vem! — Karen, pelo visto, está
doida para fazer uma nova amizade. Aurora me fita, eu a incentivo e ela
corpo, ela rebola naturalmente e chama não apenas a minha atenção como a
de outros convidados que, descaradamente, comem-na com os olhos. Isso
me incomoda.
curioso.
Aurora de novo, mas ao perceber que o estou encarando, ele desvia o olhar,
disfarçando. Aproveito o momento para beijá-la suavemente, é instintivo,
tanto que não estava esperando e estranha o meu comportamento, mas não
diz nada.
— Ela nos abordou na outra sala, parece ser uma ótima pessoa e
notou que estou grávida, tem olhos de águia.
— A Ashley está aqui? — fico preocupado, processando as
informações. Como ela teve coragem de falar com a Aurora? É uma
provocação.
— Acabei de falar isso, meu amor, o que foi? — Aurora nota a minha
tensão, fico olhando em volta, procurando algum sinal de Ashley, mas não
vejo nada.
de nós outra vez, agora Aurora está bem desconfortável, mas disfarça.
Já era para ter me contado — afasta o rosto sorrindo, quem nos vê de longe
nem imagina o ódio contido na sua voz, a vontade notória de me arrastar
branco.
Não acredito que ela foi convidada aqui, se mentiu para Aurora que
continua sendo a minha secretária pode ter mentido para mais alguém. A
maioria dos convidados são colegas de trabalho, talvez ela tivesse uma
amizade com Andrew que eu desconhecia, ou veio acompanhada de
alguém.
Não vejo rastro da sua sombra, será que já foi embora? Espero que
sim.
que estou assimilando, cada novo fato ainda impressiona, mas consigo
filtrar bem, assim como a minha futura esposa.
sacada, perto da piscina, aviso Aurora que vou ao banheiro, ela assente,
então me afasto, seguindo para o mais próximo nessa área externa mesmo.
mais nada menos que Ashley, que está com um drink na mão, a maquiagem
borrada de quem estava chorando.
Ela captura o meu quadril ao erguer a coxa, jogo as suas mãos para
longe com força, enojado.
— Não vou sair daqui sem você! Vamos nos encontrar em outro
lugar, por favor! Não vou chegar perto dela, mas fique comigo — avança
em mim outra vez, tentando segurar o meu rosto, mas a impeço, prendendo
os seus punhos.
— Porra, vê se me esquece!
Ouço a porta abrir, Aurora surge feito um cão farejador que acaba de
encontrar o que estava procurando. Seu olhar sobre nós é mortal, não está
— O que significa isso, Sebastian? O que está fazendo aqui com essa
palavras.
Aurora respira fundo e dá as costas, saindo, vou atrás dela sem pensar
duas vezes. A chamo pelo caminho, mas ela finge não me escutar,
marchando para longe o mais depressa possível, chego a correr um pouco
piscina, ele ainda sacode os braços numa tentativa inútil de evitar a queda,
Eu não queria causar isso, mas agora que aconteceu, também não há
mais como voltar atrás e é muito bem feito, para que ele aprenda a não me
ocultar nada! Para não ficar escondido no banheiro com aquela piranha que
QUE ÓDIO!
lembrei que estou grávida e que seria arriscado partir para a violência,
pensei na minha integridade e na integridade do meu bebê, por isso mesmo
portas metálicas,
preciso ir! — estou furiosa e nervosa, mas tento ser calma com ela.
dissimulada e agora ficou claro que falou comigo na festa para tomar
É óbvio que já deu para o Sebastian e espero mesmo que seja verdade
a história de que ele a demitiu! Mas por que estavam juntos naquele
banheiro? Desconfiei da sua demora em retornar e por isso fui atrás dele,
batom dela, a roupa amassada, com cara de quem estava aos amassos, se
daquela vadia, mas não ia causar um escândalo, não sou dessas, não daria
gravidez, ainda tinha o fato de que o mais errado ali era o meu namorado
por estar com uma mulher que não era eu.
INFERNO!
essa história, o flagrante, tudo! O meu sangue corre quente pelas veias, uma
vontade imensa de socar o rosto dele. Não consigo ficar quieta e caminho
pelo quarto, de um lado para o outro, relembrando diversas vezes do que vi.
camisola e retorno para a cama, olhando o celular onde não tem sequer uma
Sebastian seria capaz de fazer isso comigo. Não posso cogitar que ele
sozinha.
Deito-me com dor de cabeça, pego no sono por não sei quanto tempo
tirando a roupa e se afasta, indo para o banheiro sem nem mesmo tentar
mexer!
em tom normal:
tentar conversar e acontecer uma merda outra vez? — indaga, pelo seu tom
de voz acredito que está me odiando por tê-lo jogado na piscina.
louca estava bêbada, fora de si! — defende-se, a sua voz sai amarga, como
quem está com raiva por estar sendo julgado, mas comigo é assim.
— Por que não me contou sobre ela antes? — dou um passo em sua
direção, aproximando-me da banheira, o inquirindo, querendo pressioná-lo
até extrair todas as informações que preciso saber. — Vai negar que ela deu
pra você?
uma facada no meu peito. — Foi antes da minha viagem para o Brasil.
Trabalhamos juntos há anos e isso nunca tinha acontecido, foi em uma noite
nada nos abalasse. Nada. Nunca cogitei que Ashley também seria
convidada para o aniversário do Andrew, muito menos que fosse capaz de
— Isso foi bem feito para você aprender a não me esconder assuntos
do tipo, aliás, não deveria me esconder assunto algum, já que estamos
tentando ser a porra de um casal! Não vou mais admitir isso! — grito as
últimas palavras, perdendo o controle, apontando o dedo para ele.
— aponta os dedos que prendem o charuto para mim. — Por acaso estou
gritando com você? Entendo a sua raiva e estou tentando manter uma
conversa calma porque não quero brigar e sim resolver, já confessei o meu
erro e por isso peço desculpas. Mas escute o que vou falar agora porque só
vai ser essa vez: eu que não irei mais admitir que grite comigo, muito
menos que faça aquilo que fez na festa. Entendeu? — decreta, fatal, mas
não me intimida.
— Se está falando da piscina, não o empurrei por querer, mas achei
bem feito, nem se compara com o que você já me fez! — replico, jogando o
cabelo para trás, mas dessa vez evito gritar para não perder a razão. — E
sabe por que não dei na cara daquela vadia? Porque pensei na minha
Sebastian fecha os olhos, recebendo cada flechada que lhe lancei com
a minha língua ferina.
jogando os meus erros na minha cara, não iremos dar certo como casal. Em
uma relação é preciso haver confiança, eu já havia avisado para não se
aproximar da Ashley, deixei claro que não gostava dela, era para você ter
me ouvido e não me humilhado diante do meu pessoal. Se a minha mulher
não foi fiel me ocultando essa história! Não tente inverter o jogo porque não
vou sair como a errada!
o seu! — exige.
— Ah, quer que eu peça desculpas pela piscina? Não vai acontecer,
até porque foi um acidente, mas bem merecido! Agora, se acha que não
daremos certo como casal, está querendo dizer o quê? Quer terminar? —
— Você faria bem pior no meu lugar, iria espancar o cara, aposto que
sim! — acuso-o, o deixando ainda mais bravo por tirar os seus argumentos,
porém se contém.
tanta raiva dele e do problema que se causou, da pista que jogou sobre não
conseguirmos nos tornar um casal. Quero brigar, irritá-lo, lhe causar um
me perscrutando.
Tento fugir, mas ele avança feito um animal a dar o bote certeiro,
pegando-me firme pelo braço.
esbofeteio o seu rosto, bato nos seus ombros, chuto, tento acertá-lo no saco
com o joelho, mas Sebastian não permite, sentindo o perigo.
meus, me tirando do chão ao mesmo tempo que uso toda a minha força para
me desprender dos seus braços musculosos e empurrá-lo para bem longe!
Eu fico louca!
SEBASTIAN VOGEL
antes vividas, que renascem apenas quando possuo o seu corpo, quando a
torno minha, quando unimos as nossas carnes e juntos criamos labaredas
abocanhando o clitóris.
— Aaai... Sebastian! — Aurora estremece, o meu toque é como uma
dose de tesão descontrolado que explode por cada célula dela, abrasando
tudo ao nosso redor, derretendo o que houver de derreter, uma energia forte
closet de pau duro, depressa, pegando a caixinha preta que deixei sobre uma
das prateleiras, retiro o objeto da embalagem, o seu brilho demonstra a sua
preciosidade.
passo direto para o banheiro. Lavo o plug debaixo da torneira, pego o gel
lubrificante que guardei dentro da gaveta da pia e vou ao seu encontro,
e puxando-a para cima de mim, o seu traseiro na minha cara e o seu rosto
língua de baixo para cima, absorvendo o sabor ardente da sua boceta, que se
fazendo sexo. Chupo o meu polegar e o penetro no seu cu, forçando para
dentro, pressionando a sua carne até entrar e ser preso por dentro,
— Hmmff... — o grunhido dela sai abafado, pois está com o meu pau
preenchendo a sua boca e isso é o verdadeiro tesão. Sugo a sua carne íntima
Ela mama no meu pau com vontade, masturbando-me a cada vez que
sua cintura, a empurrando para baixo, resvalando por meu corpo até que ela
penetro devagar.
afundada no meu cacete, é uma cena divina, épica. Nesta posição, sinto
ainda mais prazer, porque força o corpo do meu pênis para o lado oposto,
viril. Estapeio a sua nádega outra vez e é como um choque de prazer, ela
molhando a nossa união com os seus fluídos, que provam o quanto está
excitada.
— Abra para mim — ordeno, ela suspira excitada e usa as mãos para
arreganhar a bunda, pingando pela vagina que ainda está atolada com o meu
pau. Melo o plug com o gel e passo a enfiá-lo bem lentamente em seu ânus.
sentindo o metal escorregando por seu orifício até que apenas a base de
ela estremece o corpo inteiro. — Agora fode até gozar — ordeno, Aurora
Após alguns minutos, a pego nos braços e sigo com ela para a
deliciosa.
Coloco o preservativo, lambuzo-me com o lubrificante e trago a
minha mulher para o meu colo, permitindo que ela controle a velocidade da
penetração, que é difícil, apertada, pois nesta região ainda é pura, intocada.
Ainda assim é muito gostoso, cada grunhido que consigo tirar dela é
uma nova injeção de tesão, lascívia. Não paramos de nos beijar, fazemos
sexo devagarinho, dou todo o tempo que ela precisa para se acostumar,
algum momento irá ferver com o nosso calor. Mais um pouco e meto tudo,
Aurora geme bem mais forte, rouca. Nós continuamos no prazer absoluto,
nossa pele, o cheiro de sexo pairando no ar, a paixão fluindo entre nós dois.
que pode se tornar uma fera. — Eu devia ter te escutado, a forma como agi
pareceu com... — A sua voz falha, o seu olhar entristece, as lembranças
ruins vêm — a forma que Alec agiu comigo lá em Noronha. Eu fiz igual e...
— Shhh — encosto o indicador nos seus lábios, suave. — Foi uma
situação completamente diferente. Me desculpe por não ter falado sobre a
— Também não vou mais agir assim, feito uma criança, agirei como
uma mulher.
— Não acho que agiu feito criança, agiu como uma mulher
meu ego.
imaginava que fosse tão perturbada assim — acaricio as suas coxas, sempre
gosto de tocá-la por toda parte, senti-la.
— Você não está comigo à toa, meu bem. Eu vou te proteger de tudo
e de todos que possam fazer mal a você e ao nosso bebê — olho no fundo
AURORA BELMONTE
Quando amanhece, retornamos para Staten Island e nos organizamos
fitando com impetuosidade. Já não o levo mais a sério, sinto que ambos
estamos brincando de irritar um ao outro. Mas a verdade é que Harry ainda
faz anos que o senhor não anda por lá? Por que não aproveita para ir
conosco? — o convido.
— Vou até trazer as cinzas do que sobrar dela para juntos jogarmos no
mar — o provoco, o velho bufa, me achando uma atrevida.
Ele parece outro homem desde que passamos a nos relacionar, quase
já não se vê aquela escuridão que o cercava. Sei que essa sua nova fase tem
um dedo meu e fico bastante iluminada com isso. Corro até ele,
ultrapassando Harry.
homem mais lindo do mundo. Por dentro e por fora. E pelo visto, adora esse
tipo de aventura.
entre eles, com uma visão panorâmica da belíssima Big Apple. É uma
emoção única, diferenciada, uma distração que eu e Sebastian estávamos
precisando como casal, ainda mais depois do que aconteceu ontem.
minha, me dando apoio como sempre fez desde que passamos a namorar.
Trocamos um olhar de amor, uma conexão profunda que traz paz.
tão perto de ter mais um integrante nesta casa, que nos transformamos em
uma família.
Sempre sustentei a ideia de que estava preparado para ser pai, tomei
Mas, a verdade é que não sei absolutamente nada sobre isso, pois
nunca tive um pai presente, então o que me resta agora é a insegurança, que
escondo dentro de mim a todo custo, pois diante da minha mulher sempre
que faz lá fora, estamos no inverno, a neve está espalhada por todo lado.
muito bonito.
criança estará nele. Torço para que seja meu filho, sinto que é, mas se não
for, também será bem-vindo, não irei rejeitá-lo, pois conheço a dor da
rejeição.
pressioná-la entre os dedos, sou levado para uma lembrança antiga, onde eu
e Alec, ainda dois garotinhos, brincávamos com uma bola igual, sentados
Onde será que ele está? Já faz um tempo que ordenei que os meus
Aurora de forma amigável, sem envolver a justiça, porém, nunca mais fui
esquecendo.
advogados. Apesar de já estar anoitecendo e hoje ser domingo, sei que ele
relata, me assustando.
estou gostando nada dessa história e o meu tom de voz denuncia isso.
silêncio. Ouço alguns sons que me fazem deduzir que o homem está
— Deve ter sido depois que a demiti — bato a mão na cômoda com
as buscas e...
enorme, que aparenta ter bem mais do que cinco meses, que demorou a
Respiro fundo, não quero falar agora, não hoje no dia da festa que ela
recorda, séria. — A única coisa que decidimos esconder de nós mesmos foi
o sexo do bebê, isso somente a Abigail sabe e não vamos descer para
descobrir isso juntos sem antes você me contar o que está acontecendo,
— Acabei de descobrir que a minha ordem para procurar por Alec foi
retirada meses atrás, por isso o atraso nas investigações dos meus
— Ashley, logo depois que a demiti — ela tem que saber, prometi que
informação.
casamento com ele, que era o motivo para encontrá-lo. Ela quis nos atrasar,
pois sabia que assim que você ficasse solteira de novo, se casaria comigo. É
— Nossa, que mulher ridícula, não entendo essa obsessão que ela tem
por você.
— Só pode ser doente, sempre deve ter sido e eu é que nunca percebi.
Mas não se preocupe, já mandei reiniciar a procura por Alec, dessa vez vai
— Pelo menos ela nunca mais deu as caras, nunca mais nos causou
surpreendendo Aurora.
— E precisava chegar a esse ponto? Não gosto quando vai além dos
consentimento. Você confia demais nos outros, eu sou o oposto, por isso me
previno, porque mais vale prevenir do que remediar.
ela e a abraço por trás, pousando as mãos em sua barriga, beijando o seu
ombro, delicado.
corta.
como vai ser quando encontrarmos o seu irmão? E se ele, por algum
motivo, não concordar com o divórcio? — a sua voz denuncia o quanto
teme o futuro.
— A oposição dele não impedirá que a separação de vocês aconteça.
Primeiro, é bom tentar o divórcio amigável. Porém, se ele não aceitar,
chegam, temos que descer. Hoje é um dia feliz, não vamos focar em
problemas.
brilhando com pisca-piscas que estão espalhados por toda a casa, inclusive
na parte de fora, tudo obra da Aurora, que fez questão de entrarmos no
espírito natalino.
trabalhando.
Fecho os olhos quando ela revela isso, sabendo que estou fodido.
tinha sido você não estava usando, não gosto dessas roupas em tons
femininos — titio não tem papas na língua, não para de resmungar. É
meu tio e convencê-lo a vir para a festa. Como eu sabia que ia dar merda,
decidi fazer do meu jeito.
Fico sem saber onde enfiar a cara diante do olhar repreendedor dela e
agora é a minha mão que passa a ser apertada pela sua. Chego a sentir a sua
sexo do bebê com aquelas roupas escuras que o senhor sempre usa. Veja,
até o seu sobrinho está mais elegante com esse casaco creme. Também foi
preto, maquiagem e também está de cabelo feito, tudo coisa da Aurora, que
destacou a mulher dos demais funcionários.
— Sabia que essa é a primeira festa que está acontecendo nessa casa?
— ela pisca para mim, meu coração até bate mais forte com esse simples
gesto.
Assim, começamos a receber cada convidado, em sua maioria, casais.
Aurora, durante esse tempo em que estamos juntos, se tornou amiga de
quando consegue um flash com ele, mas Harry sabe se comportar e finge
que está tudo bem diante dos convidados.
uma miragem até que ela olha para mim, percebendo que foi descoberta.
Tudo acontece em câmera lenta.
perseguem, Ashley tenta fugir, mas no fim é capturada, segurada por dois
seguranças.
— O que diabos você está fazendo aqui? — rosno. Estou com ódio,
muito ódio.
desfalecido.
AURORA BELMONTE
sua volta. Ajoelho-me ao seu lado, capturo a sua mão e tento entender o que
está acontecendo.
olhos nervosos dele me assustam, está pedindo socorro, mas não consegue
falar. Noto um brigadeiro mordido na sua outra mão e então seu rosto cai
meu ombro.
— Pessoal, vamos dar um pouco mais de espaço para ele respirar, por
Levo-o a ver o seu tio e é neste exato momento que o seu desespero
se torna uma avalanche.
— Sim, estou, mas não sei o que houve com o seu tio — vejo
atenção.
— Aurora, acho que diante disso, seria melhor desfazer a festa, não
acha? Se quiser, posso ajudá-la nisso, você está grávida, não pode passar
ao seu lado.
falar com eles — ele completa, lançando-me um olhar de apoio. Ambos são
amigos verdadeiros.
— Eu não posso ficar aqui de mãos atadas, tenho que levar o meu tio
brigadeiros.
não deixe ninguém os tocar! Você me ouviu bem? — Sebastian exige, nos
assustando.
uma maca.
amor, e diga à polícia que Ashley foi pega em flagrante, que ela confessou
que estava distribuindo os brigadeiros. Não queria que fizesse isso, não
delas. Preciso ser forte agora, estou abalada, mas ele também, é o único
Karen e Andrew estão aqui comigo, vou resolver. Agora só preciso saber
onde está aquela infeliz? — o meu ódio por essa mulher está além do
imaginável.
— Jamais, nem quero ver a cara dela. Agora corra, você tem pouco
tempo. Vai!
Ele me beija rápido e se afasta às pressas.
o meu xingamento.
Sebastian, ela foi a culpada pelo que aconteceu ao senhor Vogel! — digo,
enfurecendo-me.
Dou-lhe as costas, sabendo muito bem para onde ir. Karen me segue,
Ao vê-la, Karen e eu entendemos como ela fez todo esse mal, já que
acerto mais um tapa em seu rosto, a minha mão fica dolorida. — Vai pagar
dedos em sua face. Ouvimos o som da sirene policial, o carro vem em nossa
direção. Isso é o suficiente para fazer a louca perder o riso e apenas chorar
estou bem melhor, consegui descontar um pouco da minha raiva nos tapas
que dei naquela infeliz e na satisfação ao assisti-la sendo carregada pela
polícia.
— Olha, se alguém me contasse o que aconteceu aqui hoje, eu não
acreditaria. É incrível como o ser humano pode ser mal, não é? Estou
chocada, embasbacada, enfim — dá para notar que ela ainda está tensa.
— Imagine eu, mas já passei por outras serpentes como ela, sei do
que o ser humano é capaz e acredite, é assustador.
— Tem certeza que não quer que eu fique? Agora você me deixou
preocupada — insiste, mas nego com o rosto. Gosto da Karen, sinto
somente energia positiva vindo dela, mas após as experiências que tive com
a Duda em termos de amizade, prefiro não aprofundar tanto esse tipo de
fechamos para outras, afim de evitar repetir a experiência que nos fez tão
mal. É assim que funciono hoje. Não quero generalizar, mas já sou uma
pessoa mais desconfiada, ainda mais agora com essa tal Ashley. Nunca
sabemos o que podemos esperar dos outros. Nunca.
Pego-o, mas não consigo tomá-lo. Travo ao lembrar que hoje passei
momento.
Abigail franze a testa, sem entender. Ela passeia o olhar entre mim e o
copo e então, para a minha surpresa, bebe um gole bem servido, fazendo
— Ah, Abigail, muito obrigada — fico bastante aliviada com essa sua
Seguro a sua mão, pegando o copo com a outra e bebendo o que tanto
incrível.
— Não precisa tanto, mas obrigado por me entender. Hoje foi tão
difícil — a minha voz embarga, engulo o choro. — Será que o velho
ranzinza está bem? Já tentei falar com Sebastian, mas ainda não consegui
— uma lágrima escorre por minha face.
— Tenho certeza que ele se livrará dessa, não fique assim. Vaso ruim
não quebra, já ouviu falar?
— Apesar de tudo, eu gosto dele, sabe? E sei que ele gosta de mim,
só é chato demais para admitir — choramingo, fungando, buscando cessar o
pranto.
volta.
O meu celular vibra na mesinha ao lado da cama.
do quarto para me dar privacidade. — Oi, amor, e aí? Como ele está? Ele
vai ficar bem?
brigadeiros era um tipo de remédio usado para... — a sua voz falha, sinto a
sua dor, porém Sebastian tenta ao máximo escondê-la de mim.
— Para causar abortos. Ela queria que você perdesse o nosso filho —
conta. Automaticamente as minhas pernas ficam geladas.
— Sim, os meus advogados vão cuidar para que ela fique na cadeia
deveria ter entrado na nossa casa. A comida do Chá de Revelação foi toda
removida, não está mais em casa.
carinho.
sinto a emoção na sua voz e sorrio, me sentindo melhor. — Vai dar tudo
certo, titio sairá deste hospital e logo estaremos todos juntos novamente.
Após quinze dias que tio Harry foi internado, ele finalmente está
prestes a ter alta, essa notícia amenizou a minha dor de cabeça, mas não por
tipo de ódio que alimentei por muito tempo e que Aurora até então estava
me fazendo esquecer.
agora já estou armado com o que é preciso para mostrar a ela com quem
mexeu.
melhores, longe disso, a cada passo que dou quando entro no presídio é
como se Ashley estivesse mais próxima, como se eu conseguisse farejar o
homem sorri, contente, não poderia ser diferente, o nosso acordo rendeu
uma boa quantia a ele.
nem para ter o meu saco puxado, só quero atingir o meu propósito.
— Ah, sim, eu vou verificar — ele movimenta os ombros, se
guarda.
mais. O homem fica sem entender e fita o seu patrão, esperando a ordem
enquanto murmura:
ela está totalmente diferente, com outra cor de cabelo, um pouco mais
se mudou para cá há alguns anos após uma série de crimes cometidos com
a esmorecer. — Troy, Ben, Jacob e Philip foram algumas das vítimas que
como agir.
justiça? Esse dossiê já foi entregue como prova ao juiz. Descobri até como
ajudado, aquele com quem fez o teste do sofá, ele vai ser testemunha contra
— Para com essa ladainha porque não me convence! Pode ter sido
louca com esses daí — aponto com o rosto para os homens das fotos —
entretanto, eu não sou otário como eles, não vou cair nesse papinho. Achou
que eu me apaixonaria por causa de uma noite? Você é gostosinha, mas não
fez nenhuma diferença para mim, foi só mais uma, um sexo casual. Eu
intimidando. — Porque não tenho medo de você, porém, você deveria ter
tido de mim antes de resolver invadir a minha casa e atentar contra a minha
família. Não sei que porra passou pela sua cabeça, mas sendo psicopata ou
não, sei muito bem qual é o remédio que precisa para aprender a me
ser bastante tempo, contudo, quero me certificar de que não irá mais existir
vingança.
— Por favor, não... juro que não vou mais interferir. Eu juro! —
costas eretas.
— Por que fez aquilo? Alguém ordenou? — quero saber, quero tirar
— Não! Não! Eu queria me vingar por você não ter me escolhido, por
ter destruído tudo o que conquistei aqui! Não consegui mais encontrar
emprego, fiquei com raiva por ter sido rejeitada! Você não podia me
— Sabe a sua companheira de sela? Essa que te deu uma surra? Ela
sobre mim. — Ah, Ashley ou Tiffany, você realmente não sabe com quem
se meteu — finjo lamentar, balançando o pé. — A sua colega tem uma
navalha escondida no quarto e vai cortar a sua garganta assim que você for
levada de volta para a sela — ameaço. — Pena não me dizer a verdade, vai
Ela faz de tudo para não ser levada, gritando, agonizando, sendo
agora sim vejo a verdade escancarada. — Pena que não consegui atingir
quem eu queria! — parece o demônio falando.
— Ora, ora, então a louca não é tão louca assim — debocho, com
vontade de cortá-la em pedaços tamanha fúria.
erguendo o seu rosto com força. Ashley fica atônita, se tremendo de pavor,
com os olhos assustados grudados em mim, respirando acelerado, é como se
como veneno a se entranhar na pele dela. — Sei muito bem o que é estar
impotente, indefeso, não conseguir revidar. Sabe o que vou mandar fazer
problema.
AURORA BELMONTE
— Shhh Abigail, senão vai acordá-lo — aponto para Harry, que está
dormindo na cama, sereno. — Sebastian não precisa saber que estive aqui,
ele exagerou nos cuidados depois do que aconteceu, mas eu precisava ver o
senhor ranzinza, tinha que vir — digo, fechando a porta.
Abigail não está conformada, sabe que pode sobrar para ela, mas no
fim assente, suspirando, não há o que fazer.
— Por que veio ver esse velho ranzinza? — a sua voz fraca e rouca
circula no ar. Sorrio, indo em sua direção, parando ao seu lado.
— Porque eu estava com saudades da sua chatice — confesso,
mim. — A sua barriga está ainda maior desde a última vez que a vi, esse
garoto sairá um gigante — brinca, de bom humor.
esquecidas.
Victória me traía com o meu irmão dentro da nossa própria casa, descobri
no dia em que deixou uma carta, avisando que estava fugindo com ele para
o Brasil — em cada palavra emitida consigo sentir a dor que vem da sua
alma e me arrepia.
Fico sem chão, estática, sem saber o que fazer ou dizer. Sinto tanta
pena dele que chega a me corroer por dentro, agora entendo muitas coisas,
lacunas da história dessa família que ainda eram um mistério para mim.
Harry respira fundo, os olhos brilham, mas não permitem que desabe
uma lágrima, então continua:
— Eu sinto muito — toco a sua mão, com receio, mas Harry segura
os meus dedos com carinho, correspondendo-me. A minha voz está
embargada, sinto o imenso rancor que corre por suas veias. Uma energia tão
ruim e nefasta como aquela de quando conheci Sebastian.
— Quando você chegou com o meu sobrinho, achei que era mais uma
vocês, não consegui não te julgar, ainda mais pelo fato de não termos
certeza sobre a paternidade dessa criança.
que se tornou, vingativo... frio, para mim não foi fácil vê-lo ceder aos
caprichos de um amor, assisti-lo ter sentimentos de um homem apaixonado.
Ele sofreu muito na vida e é determinado, quando quer algo se entrega de
corpo e alma, tanto para o bem quanto para o mal, mas você... ele vai te
nos conectamos cada vez mais. — Por favor, continue recuperando o lado
bom de Sebastian, não deixe o ódio cegá-lo e tenha cuidado com o Alec. A
história já se repetiu, temo que o fim seja trágico e que alguém saia
machucado.”
mostrando a ele. — Veja, eu trouxe para ler para o senhor, o que acha?
Ele sorri, encantado, esquecendo do passado, consigo quebrar o clima
sombrio. Sento-me na sua cama, ao eu lado.
meu ventre. Harry está nervoso, talvez nunca tenha passado por uma
situação assim.
— Ele tem força, não é mesmo? Será um garoto bem vigoroso, pelo
visto — comenta, empolgado, imaginando o futuro.
amava. Ele era a minha única e mais confortável companhia aos seis anos
de idade.
Por que ainda lembro de Sebastian? Por que não consigo esquecer ele e
Aurora? É uma ferida que me corrói por dentro, como ácido a desintegrar
haras.
o álcool foi o meu refúgio e não sei como, mas acordei com Eduarda na
cama. Diante disso, da grande merda que fiz, viajei para a Bélgica, para o
lugar onde morei tantos anos e que me daria a paz que eu não encontraria
em São Paulo.
tempo e quando enfim decidi retornar para São Paulo afim de procurar
Desolação.
Eu não sentia nada por ela, mal recordava da noite que ela dizia que
tivemos, mas as consequências eram reais e não podiam ser negadas. Ela
aproveitou o momento para revelar que sempre foi apaixonada por mim e
que me valorizaria como homem, que seria a mulher que nunca tive, mas
possibilidade de viver com uma mulher que nunca me atraiu, que jamais
pensei em ter ao meu lado. Porém, agora havia uma responsabilidade maior:
a paternidade.
Talvez esse filho pudesse me tirar do caos que cercou toda a minha
do passado. Não era o que eu queria, mas era o que eu tinha, uma chama
com Aurora. Ela havia sumido do mapa, nunca mais a encontrei e não tinha
o seu contato. Acreditei que poderia esquecê-la com a nova companheira,
por isso viajei para a Itália, para a região de Piemonte, próximo aos Alpes.
uma terapia, eu respirava novos ares e acreditei que tudo poderia melhorar,
que finalmente alcançaria a paz que sempre almejei, mas dentro de casa as
diariamente e todo aquele encanto que ela dizia ter por mim se revelava
As nossas ideias não batiam, aos poucos percebi que ter ficado
grávida estava sendo uma tortura, ela queria uma vida agitada como tinha
coisa que me preocupava era a gravidez, pois ela não se cuidava, agia como
participar de festas com ele, afirmando que entre os dois era só amizade.
casa, traído, machucado, percebi que ela não estava se importando, que as
está na cama. Levanto e visto o meu casaco, está fazendo bastante frio,
madeira. Procuro pela mulher já sabendo que não irei encontrá-la, pois está
Olho ao redor, nenhum sinal dela, deve ter fugido enquanto eu dormia outra
distante, perto dos cubos de feno, meio perdido, fora da cocheira. Vou até
sonhos — desabafo, faço isso com os animais, pois são os únicos amigos
verdadeiros que tive na vida. — E para piorar, a Eduarda mais uma vez não
está na cama, ela saiu de casa de novo. Não sei mais o que fazer —
lamento, preocupando-me.
gargalha com um cara no banco da frente, eles conversam coisas que não
consigo entender direito e por fim se beijam, confirmando o que eu já
desconfiava.
Era para eu sentir ódio, aversão, me sentir feito um homem traído,
mas não sinto nada. Nada mesmo. Isso só prova que não gosto dela. Que a
suportei apenas por esperar um filho meu e mais nada. E agora penso no
oito meses de desilusão, um inferno que ela mesma construiu, já que mentiu
para mim, se jogou nessa nova vida que eu queria ter e que ela afirmou que
estava disposta a seguir ao meu lado.
horrível.
marejados do álcool. — Você não é nada! Estou cansada! Não era essa a
vida que queria pra mim! — abre os braços, inconformada.
— Foi a vida que eu disse que teríamos, você sabia muito bem antes
de aceitar vir comigo, então por que veio?! — disparo, irritado, odiando-a
você mentiu, Eduarda. Olha o que está fazendo, pondo a vida do nosso filho
em risco e se agarrando com o vizinho descaradamente, na minha cara e
para todo o vilarejo ver, pensa que não sei?
notei que faz sexo comigo sem vontade? Aliás, quando foi mesmo que
fizemos alguma porra naquela cama? Acha que não sei que ainda é
apaixonado pela Aurora? Encontrei a foto dela na sua carteira, seu imbecil!
— Aurora deve estar sorrindo da minha cara agora, porque ela ficou
com o luxo e eu fiquei com o lixo! Você é um idiota mesmo!!
depois de tê-lo, pode ir embora e fazer a droga que quiser! Não me importo
com você! — jogo para fora, querendo feri-la, mas não consigo!
— Como é ingênuo, meu Deus! — ela gargalha como se eu tivesse
dito alguma piada. Então olha para mim, parando de rir. — Esse filho nunca
foi seu. Eu menti... para poder te conquistar. Foi tão fácil quanto arrancar
— É por isso que a Aurora te fez corno e agora você está sendo de
novo. Cooornoo, homem tapado merece chifre mesmo... é o que merece por
ser tão imbecil! Eu achando que estava me dano bem, me dei foi mal! Se
Fico tentando entender sobre o que ela está falando. O álcool está tão
forte que Eduarda joga tudo o que pensa e sabe para fora.
— Aquele vídeo dele e da Aurora conversando no quarto, eu fiz a
me ver sofrendo, em me ver descobrindo que todos esses meses ao seu lado
foram uma mentira, que nem mesmo sou o pai do seu filho.
dolorosa possível. Ela gargalha cada vez mais alto, adorando o meu
desespero, batendo na bunda do cavalo como se batesse em uma mesa de
bar. A garrafa cai da sua mão, se espatifando no chão e assustando o animal,
foi atingida pelo casco do animal, a marca terrível que ficou em sua pele se
tornando ainda mais roxa.
alguma coisa, mas algo me paralisa, não sei explicar. O ódio está
entranhado em mim, petrificando todas as minhas células, cegando-me.
Observo ao redor com receio de estar sendo visto por alguém, mas
com os homens que conhecia e o fim era o mesmo com todos eles: algum
cada palavra sem nenhum ressentimento ou pena. Ela mereceu, era uma
doente mental e precisava ser parada. Quase matou titio, que reagiu de
forma violenta à substância que injetou nos brigadeiros. A empresa que
sorriso aparecer.
— Oi, meu amor, pode falar agora? — indaga, bem calma, está
careta.
passado.
— Rápida, ainda hoje eles terminam, graças a Deus, porque o seu tio
vive reclamando da bagunça, mas a verdade é que ele está adorando ter essa
gargalhando também.
— Ah, não vejo a hora disso acontecer, não aguento mais carregar
esse menino, a minha barriga parece que vai estourar, assim como os meus
pés, que estão bastante inchados. Me sinto cada dia mais cansada e devagar
— reclama, até o rostinho dela está mais cheinho, a tornando ainda mais
— Estamos no último mês, meu amor, o médico disse que pode ser a
qualquer momento. Ele também falou que você ainda tem sorte por não
sentir enjoos, só cansaço, que a sua gestação está sendo bem tranquila.
— É uma espera sem fim, quero logo ver o rostinho dele, vesti-lo,
FBI.
extremo e sei que enquanto eu não voltar para casa, vai me deixar louco.
mesmo tom e ritmo de voz que eu. — Se não queria que eu soubesse agora
— decreto, sério.
a luz. Durante todo esse tempo, aos pouquinhos, ela foi penetrando em
vidas.
minha direção.
— Era para a Aurora estar aqui lendo para mim, gosto de ouvir a voz
tiveram mais cedo a deixou tão agitada que ela preferiu ficar no quarto se
empanturrando de besteira. Acho que Abigail está esquecendo que ela está
comida, coisas que não devia estar comendo. Aquilo pode fazer mal a ela. É
— Tio, a Abigail não dá nada a ela que não seja permitido pela
— Você que pensa! Passa o dia fora e as duas te fazem de bobo! Mas
eu estou aqui! Eu vejo tudo! Elas não me enganam! — aponta o dedo para
mim, repreendendo.
— Tudo isso só porque a Aurora não leu para o senhor hoje? Está
continuar lendo.
com uma bandeja nas mãos repleta de sobras do que Aurora devorou,
principalmente chocolate.
— Boa noite, Abigail. Titio está ali reclamando que você está dando
coisas demais para Aurora comer e também coisas que ela não deveria estar
enjoado que tenho medo de o bebê nascer com a sua cara feia!
tempo. Ela está usando somente uma blusinha curta e um short leve, que a
deixa sensual.
nunca.
— Na semana passada.
casar comigo — contar isso é como uma lufada de alívio em meu peito.
entristecido.
fazenda...
franzindo a testa, com ciúmes. Desfaço o nosso toque sem perceber. Não
consigo controlar a carranca que se forma gradativamente em meu rosto.
e que o fato dela me amar não exclui todos os sentimentos que um dia teve
ou ainda tem pelo meu irmão.
— Tente ficar calma, por favor. Não deveria ter te contado — volto a
juntas, ela me traiu, mas... nós crescemos juntas, vivemos tantas coisas
antes de acontecer o que aconteceu! — está abalada. Aurora é o tipo de
pessoa que sente muito pelos outros, até por aqueles que um dia lhe fizeram
mal, bem diferente de mim.
— Até hoje não compreendo tudo o que ela fez comigo, foram tantos
anos de amizade jogados fora.
— Nunca foram reais, meu amor. Aquela menina tinha inveja de
você, isso ficou bem claro para mim desde que coloquei os pés em
Lancelot.
cama.
Meu coração até erra as batidas com a notícia, por um instante fico
sem saber o que fazer, até lembrar do treino que tivemos no grupo do qual
— Ai... as dores estão cada vez maiores e mais fortes... estou com
— Não tenha medo, eu estou aqui, não vou deixá-la sozinha. Nunca
— beijo-a, unindo os nossos lábios, dando o conforto que precisa.
Amor.
A sala de estar está toda decorada com balões azuis e uma mesa com
minha ausência não foi uma surpresa — resmunga Harry, como sempre. —
Mas estava pensando em você e no garoto todos os dias — fita David no
colo do pai.
— Oooh meu Deus, que menino mais lindo! Ele é tão lindo, amor! —
nosso, também estou apaixonado pelo David! — diz Andrew, nos fazendo
sorrir.
o menor ressentimento.
muito frágil...
— Ora mais...
ficou louco?
Ele faz uma carranca terrível, bufando por estar sendo obrigado a
fazer o que não quer, mas por fim cede e, cuidadosamente, entrega o
menino solta alguns gemidinhos e, bem devagar, abre os lindos olhos azuis,
soa no ar. — Que você seja forte nos momentos de dor, corajoso nas
Depois, David passa pelos braços de cada pessoa, enfim parando nos
Após a noite cair, depois dos comes e bebes, Karen e Andrew vão
para o nosso quarto. Fico sentada na cama dando de mamar ao nosso filho,
bem devagar da cama com ele e caminho para a porta de saída, momento
em que Sebastian surge apenas de toalha, olhando-me sem entender o que
estou fazendo.
sobrancelha, indignado.
— Foi para isso que organizamos um quarto só para ele, meu amor. O
que está querendo? Que ele durma conosco na cama? — acho graça da sua
— Acho que isso seria o ideal, pelo menos nos primeiros dias ou
seu quarto. Se for preciso eu o trago para a nossa cama, meu bem. Relaxa
— pisco para ele, saindo do cômodo e entrando no outro ao lado, que está
está tudo bem, desligo as luzes, indo embora. Vou para o meu banheiro,
camisola, ainda sentindo dores na barriga, que são comuns após o parto
conchinha.
carinhoso.
— Hoje ainda é o primeiro dia, quero ver o que vai dizer daqui há
alguns meses. Você sabe muito bem tudo o que ouvimos no treinamento —
— Eu te amo — bocejo.
— Te amo também.
Caminho por um lugar tão escuro que não consigo enxergar. Arrasto
as mãos nas paredes, deduzo que estou em um corredor. Ouço David chorar
distante e fico apavorada, apresso os passos sem saber para onde estou indo,
repleta de medo e caos.
O som do pranto do bebê se torna cada vez mais audível até que um
feixe de luz se acende à alguns metros de mim, revelando um homem de
Tento gritar, mas a minha voz não sai, quero continuar caminhando,
mas as minhas pernas perdem a força, fico plantada no mesmo lugar,
meu próprio corpo, sofrendo com os gritos horripilantes do meu filho, que
se tornam insuportáveis de ouvir, maltratando os meus ouvidos, me
Olho para trás e não encontro o meu namorado, a cama está vazia.
Observo o relógio na mesinha ao lado, marca três horas da madrugada, por
que ele não está aqui comigo? Será que foi espiar David de novo? É bem
provável. Levanto-me, procurando-o no banheiro e no closet primeiro, só
— Ele chorou, vim ver como estava — afirma, sorrindo para mim,
momento em que sinto um calafrio na espinha.
— Por que trocou de roupa? — percebo que está de calça jeans,
suéter e sapatos, como se fosse sair, mas quando dormimos estava de
não me sinto bem. Esse olhar dele, o sorriso. Não é possível. Não consigo
parar de olhá-lo com um pavor absurdo. — O que foi, Aurora? — sua voz
uma maneira assustadora. Paraliso, não quero acreditar no que estou vendo.
ele saca um revólver, que tira das costas com a mão livre, apontando para
mim, fazendo-me paralisar outra vez, virar pedra.
— Sabe o que eu não entendo? Como você não reconheceu que era o
Sebastian em meu lugar lá em Noronha, mas agora conseguiu nos
preciso saber jogar com ele, não é o mesmo Alec que conheci, não posso
ser tola e deixar que machuque a mim ou ao meu filho, já que
Por que não me disse que estava grávida? — murmura, com dor.
comigo. Por quê? — está furioso, amargo, mas controla o tom de voz. Sua
face emana desequilíbrio.
Não faz sentido ele ter vindo até aqui para relembrar o passado,
agora.
sujou naquele quarto com o Sebastian! — cada palavra que ele diz é como
uma facada em seu peito.
— Você me via como uma boneca de porcelana, mas sabe muito bem
que eu nunca fui isso. Eu sou um ser humano! — argumento, pensando
para o revólver que continua apontado para mim, temo que ele faça algum
disparo acidental por movê-lo enquanto conversa. A minha alma está
David. Antes de desmaiar, vi o meu algoz: Alec. Foi tudo muito rápido.
não estou bem e que ficarei pior se continuar a sangrar. Tento ouvir algum
barulho do lado de fora, mas não ouço nada. Tento sair, mas a porta está
trancada.
feito um animal feroz em desespero, procurando pelo meu filho, mas não o
Tragédia.
Titio me avisou. Sinto que vai acontecer, que já está acontecendo. Sei
o porquê do meu irmão estar aqui, sei do que será capaz e preciso fazer de
que vem chegando assustada, com o traje que usa para dormir.
milhão de coisas.
que temos um invasor... o seu irmão gêmeo! Foi assim que ele conseguiu
percebo que Aurora não está na cama e isso me massacra. Droga. Corro até
o closet e retorno de lá com a minha arma, Abigail quase cai para trás ao me
ver armado.
— O que fará com isso? O seu tio mandou dizer que era para o senhor
quatro deles.
— Por favor, agora sou eu que imploro... não faça uma besteira, o
escada que leva ao terraço, que quase nunca é utilizado por nós,
seu colo, de arma apontada para Aurora. Ele está bem na beira da estrutura,
onde não há guarda-corpo para evitar uma queda fatal, já que a mansão tem
Enfio a arma atrás das costas, para fingir que não sou um perigo,
Se bem conheço o meu irmão, ele não é frio como eu, na teoria não seria
capaz de fazer o que está fazendo. Não sei o que houve com ele, mas sou
olha para trás e solta o ar que estava preso em seus pulmões, aliviada com a
leves.
própria merda, sem saber como sair dela. Isso é pior porque o torna
imprevisível. Está claro o quanto está desestruturado, desestabilizado.
— Eu estava aqui contando para a Aurora que foi você quem mandou
rosto.
verdade, mas tanto ela quanto ele querem ouvir da minha boca.
— Conta pra ela o que você fazia quase todas as noites depois da
não quer conflito, porque não posso correr o risco de deixá-lo ainda mais
perturbado.
— E a sua raiva se manteve durante todos esses anos, não foi? Você
voltou para fazer o mesmo comigo, tomar a mulher que eu amava — joga
pouco.
— Não foi por causa da Juliana, foi pelo internato — olho no fundo
dos olhos dele. Alec fica estático, acabou de ser descoberto. David para de
chorar. — Eu sei que foi você quem deu a ideia para os nossos pais, irmão.
chão. — Sei que escolheu a instituição... mesmo sabendo que ficava fora do
país.
uma coisa que a Juliana fez! Ela veio atrás de mim! Ela me seduziu! Eu não
mas no fundo não queria — reitera, como se precisasse provar que fala a
verdade e agora sinto a sua total sinceridade.
de lembrar.
nossas vidas.
fechando a cara. Ele olha para David com carinho — Eu sei que esse garoto
é meu filho. Ele é meu filho — repete, com ênfase. — E vai ficar comigo,
Sebastian! Quer queira... ou não! Você já tirou tudo de mim, não vai fazer
isso de novo!
cercam.
Cair como Juliana caiu. Instintivamente, levo a mão para trás das costas,
alcançando a arma bem devagar. Ao prever o que vai acontecer, Aurora
saber o que fazer. Desisto de pegar a armar, atônito. Ela vai fazer merda! —
Eu disse para baixarem as armas! — Aurora grita, David volta a chorar ao
evidente.
à mercê dele.
Nunca acreditei em Deus, mas olho para o alto desejando que ele
exista agora e que interceda por David e por Aurora. Faça o que quiser
comigo, mas salve eles. Já aguentei de tudo, mas não vou suportar perdê-
los.
Uma vez sem armas apontadas para si, Alec parece mais relaxado e
Aurora também. Ela foca exclusivamente nele.
que não acredite agora, sempre compreendi. O David pode sim ser o seu
filho. Se você ainda sente alguma coisa por mim e quer o bem dele, me
Dor. Aflição.
Alec chora junto com ela, fico apenas assistindo, voltando a levar a
mão para trás. Preparando-me para disparar se preciso for.
— Você não é mal... não é assim. Por favor, me entrega o meu filho.
Por favor. Nós todos sofremos demais, não faça isso, eu te imploro, Alec —
soluça, destruída, afundando em um poço escuro.
arrasado. Mais uma vez culpado. — Fiquei cego pelo ódio depois que ela
me contou tudo, depois que riu de mim... durante todo esse tempo ela
tarde demais — soluça, chorando junto com David, a mão que empunha a
arma ainda mais trêmula do que estava antes. — Esse garoto é a minha
com o meu filho. Sei que sou o pai dele, senti isso assim que o vi. Ninguém
pode me tomar esse direito!
— Nós não vamos, eu juro! Sei que é pedir muito, mas confie em
mim — Aurora se aproxima ainda mais dele, parando à sua frente. — Não é
assim que vai conseguir as coisas, então me entrega o bebê. Veja como ele
está assustado — Alec olha para David, que chora ainda mais alto,
agonizando, querendo a mãe. Seguro a arma mais forte, pronto para puxá-la
das costas.
deixa a arma cair para o lado de fora, despencando metros abaixo, aliviando
o meu peito e, devagar, devolve o filho à mãe.
Grito ao ver Alec cair, ele segura na beira da parede antes de desabar
por completo, com o corpo suspenso ao ar livre, pronto para despencar, são
A sua vida está por um fio, sei que vai morrer, mas, para a minha
surpresa, Sebastian dá um salto em sua direção e segura o braço dele
depressa, utilizando toda a sua força para isso, tentando evitar o pior.
em seus olhos, como se viajasse para outro momento de suas vidas, aos
algo que talvez agora eles não consigam, que ainda é possível uma
entram no terraço correndo. Ele passa por mim com o semblante devastado,
sabendo que chegou de vez ao fundo do poço, cometeu um grande erro com
toda essa loucura, não precisava ter chegado a esse ponto.
Eu sinto dor por ele. A sua intenção não era fazer mal a mim ou ao
criminoso, mas sim um eterno garoto que ainda não encontrou o seu lugar
no mundo.
devagar até nós, abraçando-me pelas costas, nos dando o apoio e o consolo
que precisamos. Toda essa cena, as palavras trocadas, o passado
com Abigail enquanto Sebastian resolve tudo com a polícia, que demora
cama, pois não tenho mais coragem de deixá-lo em seu quarto, peço que
Abigail nos deixe sozinhos. Já chorei tanto que os meus olhos estão
inchados e não há mais lágrimas para chorar. Não consigo mais, estou
muito abalada.
grande, para nós dois. Estou deitada de conchinha com David, exausta. Vejo
o homem sentando do outro lado da cama, nos olhando enquanto sua mente
dormir.
Os dias passam e a nossa conversa demora a acontecer, Sebastian
sabe que não estou em um bom momento, assim como ele. Sei que o Alec
está preso, mas que provavelmente não ficará por muito tempo, tendo em
vista que é réu primário.
Mesmo após todo o terror que ele nos fez passar, não consigo sentir
rancor dele, só tristeza. Porém, também não tenho mais confiança, porque o
homem que conheci jamais seria capaz de chegar perto de fazer o que ele
Por outro lado, estou chateada com o Sebastian, ter descoberto que ele
A verdade é que ainda não conversamos porque sei que teremos que
falar sobre isso e, sinceramente, não sei o que vou lhe dizer e ele não está
pior, nunca ter me contado. Estava tudo indo tão bem e agora isso.
vários deles.
seu quarto, com ele em meus braços, dormindo sereno. Deito-o no seu
estar tudo bem, por ainda tê-lo aqui comigo. Sinto a presença de Sebastian,
segundos antes de cruzar os nossos dedos e ser puxada até o meu corpo
— Hoje não consegui trabalhar, tinha que vir para casa, ver você e o
você sabe que gosto de te dar tempo, mas dessa vez está me torturando
Suspiro, olhando para o berço para verificar se está tudo bem com o
em você, e você me ensinou que não é assim que se resolve as coisas, que
amor. Te amei... te amo. Então por que não me contou sobre essa história do
vídeo? Você sabia que iria me prejudicar, Sebastian, e mesmo assim pediu
para a Eduarda fazer isso... a garota que era a minha inimiga e disso você
vingança. Harry tinha razão, tudo o que plantamos, colhemos mais tarde.
Será que finalmente entendeu isso? — é só isso o que me importa saber.
— Por causa desse vídeo eu fui humilhada pela família, por Campinas
inteira...
— Não era para ela ter espalhado na internet, não era essa a minha
— Não importa mais. Você sempre diz isso, “não era a sua intenção”
e olha onde viemos parar — fico calada por longos segundos, cada vez mais
cabisbaixa com essa conversa pesada, tensa, que tanto quis evitar, mas que
sabia que precisava enfrentar.
— Naquela época eu fiz de tudo para ter você, confesso — a sua
expressão é de quem sente dor e olhar para mim parece uma guerra difícil
de ser vencida agora, até porque o estou julgando. — Não pensei nas
consequências, só vim aprender a fazer isso depois que passamos a ficar
juntos.
nem sempre vale a pena. Quando enfim consegui você, achei que poderia
esquecer de vez o passado, nós prometemos fazer isso. Eu não queria que
nada mais nos abalasse, estávamos em um momento frágil, que era a sua
gravidez.
— Mas sei que nada disso justifica — completa. — Não vou ser
hipócrita, Aurora. É isso — sorri sem humor. — Esse sou eu — faz sinal de
pouco caso com os ombros. — Essa merda de homem que está na sua
frente, a escória de um cara que a cada dia tenta melhorar um pouco mais
por você, para ficar com você. Só que... não está dando muito certo.
Fica calado, olhando para os lados, para baixo, abre e fecha a boca
algumas vezes, procurando as palavras, inconformado consigo mesmo,
agoniado.
ao meu ver, pedir perdão e desculpas de novo não basta. Sei que não é o
suficiente, por isso estava te dando esse tempo. Eu te amo, sou louco por
você, pelo menino... e aí? Só quero seguir em frente com o que temos hoje.
— Eu sei o que você pode fazer para me provar que realmente está
mudando ou que quer mudar pela sua família — trocamos um olhar intenso.
— Vai procurar o Alec, conversar com ele, curar essa ferida maldita criada
pelos pais de vocês e tampar esse buraco de uma vez por todas, pelo amor
de Deus.
dois.
— Depois de tudo o que ele fez, depois de ter invadido a nossa casa...
— Sim, depois de tudo isso você o salvou. Por quê? — jogo-o contra
foi uma vítima. Nenhum dos dois pode sair dessa história como santo ou
vilão. Cada um errou em um ponto, mas isso precisa acabar — agora estou
quase implorando, porque necessito que ele entenda. — Até quando vamos
viver com essa inimizade tóxica entre vocês, que corrói os dois e vai me
deixar insegura para o resto da vida? E se o David for mesmo filho dele? —
sussurro as últimas palavras, Sebastian fecha os olhos com um medo
absurdo. Fica claro que ele não gostaria disso.
— Você disse várias vezes que seria o pai dele mesmo que...
voz falha, volta a mirar o chão, desolado — que quero ser o pai dele... em
todos os sentidos. Isso é muito importante pra mim — se torna um homem
para tudo, porque esse momento um dia vai chegar, sempre soubemos que
chegaria. Se não for por nós, será pelo Alec ou até pelo próprio David no
futuro. Mas se quer saber a minha opinião, pai pra mim é quem estava lá ao
meu lado, segurando a minha mão enquanto eu dava à luz.
mexe tanto com ele que me surpreende, fica mais do que evidente o seu
grande amor pelo garoto, um amor imensurável.
quente.
Sebastian fica calado, sabe que estou falando a mais pura verdade.
SEBASTIAN VOGEL
meu sangue, é idêntico a mim, está no meu passado, presente, faz parte da
minha vida.
como dias atrás, quando me exigiu que conversasse com ele para tentar
não sabia a resposta ao certo. Eu salvei Alec sem pensar em nada, sem
iriam se mover para socorrê-lo sem o meu sinal, então por que não o fiz?
Afinal, ele estava ameaçando a vida da minha família.
A verdade é que sei, sim, a resposta, mas não quero reconhecê-la.
Aurora tirou as palavras da minha boca, Alec também foi vítima dos nossos
minha surpresa, está de cabelo raspado, corte estilo militar, cara de bandido.
um ao outro, parecem eternos. Eu não queria sentir nada por vê-lo assim,
ergue, fica surpreso e interessado. — Ela está preocupada porque você não
Estou cansado dos seus joguinhos, o que fez não foi o suficiente? Se veio
aqui perder o seu tempo, não estou afim de perder o meu — o desgraçado
situação...
— O plano é dar um fim nessa merda entre a gente de uma vez por
Voltamos ao silêncio.
minha família está. Todos estamos. Não quero passar o resto da vida
sarcástico nas últimas palavras, cruzando os dedos das mãos sobre a coxa.
Cravo os meus olhos nos dele, para que saiba o quanto estou sendo
sincero.
— Quer levantar bandeira branca após toda essa guerra? Sabe muito
bem o que precisa fazer — seu olhar sugestivo me fere, mas me controlo.
balançando a perna.
— O exame de DNA será feito, disso não tenha dúvidas. É uma coisa
que já foi concordada por mim e por Aurora. Mas tudo ao seu tempo,
primeiro vamos deixar toda essa poeira que você causou assentar — ao me
— Só quero que saiba de uma coisa, Alec. Mesmo que você seja o pai
biológico do David, isso não vai mudar em nada a minha relação paternal
com ele e é melhor que esteja bem ciente disso — soa como uma ameaça,
Após alguns meses, entro com Aurora na suíte do hotel de luxo onde
sobretudo.
— Eu também quero... mas antes preciso ligar para a babá para saber
— Então vai logo, mas não demora — acerto um tapa em seu traseiro,
telefone.
ainda mais, tornando-o mais duro do que já está. Ela fica louca com a
mim. Inclino-me sobre o seu corpo por um instante e estapeio a sua bunda
empinada, redonda, lisa.
sensualidade, do jeito que gosto, para me matar. Inclino o rosto sobre o seu
rabo e lambo cada nádega com lentidão, observando a sua pele empolar de
beijos por suas costas, subindo até os ombros e resvalo a mão esquerda para
o seu sexo, tateando a sua intimidade com experiência, incitando o clitóris
tão prazerosa.
Escorrego uma das mãos para o seu pescoço e movo o quadril com
mais força, acelerando, empurrando-me para o fundo das suas entranhas.
Para me ajudar a chegar lá com mais rapidez, Aurora faz uma coisa
que me tira o juízo, deita a cabeça no colchão e abre a bunda com as mãos,
mostrando toda a sua intimidade, safada. É como se dissesse implicitamente
enchendo-a tanto que escorre para fora, pingando nos lençóis, melando
tudo.
Foi excelente.
sorriso no rosto.
Volto para ela, sentando-me ao seu lado, notando o seu sorriso crescer
— Uma vez eu te falei que fui o cara escolhido pelo destino, que eu
— Já não era sem tempo mesmo, viu — brinca. — É claro que sim!
— pula sobre mim, beijando-me como uma menina que acabou de ganhar o
melhor presente da sua vida.
ALEC VOGEL
Pelo visto as coisas em São Paulo para a minha família não vão bem,
Willian está com câncer e falido, para piorar, Victória o abandonou e casou
com um dos seus melhores amigos da política. Quando o pai de Duda me
mãe vivendo das migalhas que ganha vendendo os bens que ainda possuem.
Falei a eles que conhecendo Aurora como conheço, ela também não
Olá, Alec.
Meu coração fica apertado, o que vou ver nesses papeis vai definir
muita coisa na minha daqui por diante. Decido não titubear e olhar de uma
vez: negativo.
filho que Eduarda carregou e que também não era meu, que demorei demais
para ajudar a salvar e por isso também o perdi. E agora tem o David.
Ao abrir, dou de cara com uma mulher que mais parece um anjo,
— Oi — ela ri, com frio. A neve caindo ao seu redor a deixa ainda
mais bonita.
impede.
minha mente voa distante, me imagino tomando a sua boca com prazer,
porém me resguardo e obrigo a voltar à realidade, onde sei que não tenho
— Ah, você está brincando, não é? Em que século está vivendo? Não
há serviço que uma mulher não consiga fazer, bonitão — pisca para mim,
fico desconcertado, mas quente por dentro. Muito quente.
— Me provoca.
Vejo a sua bunda rebolando em direção à sala e sinto que será o meu
AURORA BELMONTE
Quando as portas da igreja se abrem, troco olhares com o tio Harry,
que aperta o meu braço no seu para me passar ainda mais segurança. Ele
mesmo se ofereceu para me levar até o altar e por isso estou explodindo de
felicidade.
a caminhar, não ao som de uma marcha nupcial clássica, mas sim ouvindo
Vejo o nosso filho nos braços de Abigail, que está ao lado, ele solta
cauda do meu vestido se arrasta às minhas costas, nunca me senti tão linda e
tão realizada.
Tio Harry ergue o meu véu e beija a minha testa, me dando a sua
mundo. Gratidão por ele ter cumprido todas as promessas que fez.
amor, que sei que vai continuar florescendo pelo resto da vida. Para todo o
sempre.
cinema.
achando que agora não é o momento certo, mas sim depois. Depois eu falo.
Sebastian não esperou, ele veio como uma onda e me mostrou o amor
cama, entrego a camisa que escolhi para Sebastian vestir. Ele está em frente
— Bem, dessa vez foi o seu tio quem o convidou. Hoje é o nosso
coisas estão indo tão bem com cada um de nós em seu canto — ele
resmunga.
— Você morre de medo, mas a verdade é que seria muito legal. Mas
pode ser que Alec negue novamente e não venha como nos outros anos.
— Oi, meu amor, está com fome? — o pego no colo, sentindo o seu
peso. — Ah não, vai para o seu pai que eu já quase não te aguento mais.
gargalhar feliz. Aproveito o momento para pegar o celular e tirar uma selfie
de nós três.
— Digam xiiis — os dois sorriem para a foto, que sai linda demais.
— Olha eles aí! — ela diz, rindo, já o velho nos observa rabugento,
como sempre.
— Que cara é essa, tio? — Sebastian pergunta, enquanto nos
sentamos.
está dando para o seu filho? Dessa idade e esse menino já não me respeita!
quebrar o gelo.
— Ele não vai vir, tio — diz, sem esperança. — Ele nunca vem.
— Eu disse a ele para não me deixar morrer sem conhecer a sua filha.
Nós tivemos uma longa conversa por telefone — Harry resmunga, não
— Mas senti que dessa vez foi diferente. Esse ano será diferente.
Quero morrer com a certeza de que vocês dois não farão mais besteira.
gargalha.
— Ora, sua...
atender.
colo do pai, não para de mexer nos talheres sobre a mesa. Ficamos
porque realmente é algo que sempre pensei, mas que se acontecer será
surpreendente.
Enfim Abigail volta e, atrás dela, surge Alec de mãos dadas com a
belíssima esposa que segura uma linda bebê. A primeira coisa que faço é
sorrir. Todos nós nos levantamos para recebê-los e o clima fica até um
garotinha. Todos focam em Sebastian, que ainda não disse uma palavra.
Harry.
crianças deixam tudo mais leve e assim, pela primeira vez, os Vogel