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Disputar a nega
“Disputar a nega” significa disputar mais uma partida de qualquer jogo para desempatá-lo. A
expressão se originou durante o período escravocrata e ainda tem base na misoginia e no
estupro. Sua história é simples e intuitiva: quase sempre, quando os senhores de engenho
jogavam algum esporte ou jogo, o prêmio era uma mulher escravizada.
Nas coxas
“Nas coxas” é usada para descrever algo mal feito, realizado sem capricho. A expressão tem
origem imprecisa: não há consenso sobre ela ter nascido de fato durante o período da
escravidão. De todo modo, a vertente mais popular afirma que o termo viria do hábito dos
escravizados moldarem as telhas nas próprias coxas que, por possuírem tamanhos e formatos
diferentes, acabavam irregulares e mal encaixadas.
Espírito de porco
A origem inicial de “espírito de porco” vem da associação do animal a sujeira e a falta de
higiene. Mas essa má fama é oriunda de princípios religiosos. Durante o período
escravocrata, os escravizados eram obrigados a matar porcos para que eles servissem de
alimento, mas muitos se recusavam. O motivo? Acreditavam que o espírito do animal
abatido permaneceria no corpo de quem o matasse pelo resto da vida. Além disso, o choro do
porco é considerado semelhante ao lamento humano, o que tornava a prática ainda mais
assustadora.
Meia tigela
A partir da expressão anterior, a história seguiu e deu origem a expressão “meia tigela”. Ela
significa algo sem valor, medíocre, desimportante. Quando o escravizado não conseguia
preencher o “bucho” da mina com ouro, ele só recebia metade de uma tigela de comida.
Muitas vezes, aqueles que frequentemente não conseguia alcançar essa “meta” ganhava esse
apelido. Esses hábitos não eram, porém, restritos às minas e a punição era bastante comum
para a maioria das obrigações dos escravizados.
Lavei a égua
A expressão “lavar a égua” quer dizer aproveitar, se dar bem, se redimir em algo. Ela
também se origina da exploração do ouro, quando os escravizados mais corajosos tentavam
esconder algumas pepitas debaixo da crina do animal, ou esfregavam ouro em pó em sua
pele. Depois, pediam para lavar o animal para recuperar o ouro escondido e tentar comprar a
própria liberdade. Os que eram descobertos, porém, poderiam ser açoitados até a morte.
Bicho-de-sete-cabeças
Tem origem na mitologia grega, mais precisamente na lenda da Hidra de Lerna, monstro de
sete cabeças que, ao serem cortadas, renasciam. Matar este animal foi uma das doze proezas
realizadas por Hércules. A expressão ficou popularmente conhecida, no entanto, por
representar a atitude exagerada de alguém que, diante de uma dificuldade, coloca limites à
realização da tarefa, até mesmo por falta de disposição para enfrentá-la.
Sangria desatada
Diz-se de qualquer coisa que requer uma solução ou realização imediata. Esta expressão teve
origem nas guerras, onde se verificava a necessidade de cuidados especiais com os soldados
feridos. É que, se por qualquer motivo, se desprendesse a atadura posta sobre as feridas, o
soldado morreria, por perder muito sangue.
Pagar o pato
A expressão deriva de um antigo jogo praticado em Portugal. Amarrava-se um pato a um
poste e o jogador (em um cavalo) deveria passar rapidamente e arrancá-lo de uma só vez do
poste. Quem perdia era que pagava pelo animal sacrificado. Sendo assim, passou-se a
empregar a expressão para representar situações onde se paga por algo sem ter qualquer
benefício em troca.
Elefante branco
A expressão vem de um costume do antigo reino de Sião, situado na atual Tailândia, que
consistia no gesto do rei de dar um elefante branco aos cortesões que caíam em
desgraça. Sendo um animal sagrado, não podia ser posto a trabalhar. Como presente do
próprio rei, não podia ser vendido. Matá-lo, então, nem pensar. Não podendo também ser
recusado, restava ao infeliz agraciado alimentá-lo, acomodá-lo e criá-lo com luxo, sem nada
obter de todos esses cuidados e despesas. Daí o ditado significar algo que se tem ou que se
construiu, mas que não serva para nada.
Deixar de Nhenhenhém
Conversa interminável em tom de lamúria, irritante, monótona. Resmungo, rezinga.
Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, eles não
entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer “nhen-nhen-
nhen”.
Estar de paquete
Situação das mulheres quando estão menstruadas. Paquete, já nos ensina o Aurélio, é um das
denominações de navio. A partir de 1810, chegava um paquete mensalmente, no mesmo dia,
no Rio de Janeiro. E a bandeira vermelha da Inglaterra tremulava. Daí logo se vulgarizou a
expressão sobre o ciclo menstrual das mulheres. Foi até escrita uma “Convenção Sobre o
Estabelecimento dos Paquetes”, referindo-se, é claro, aos navios mensais.
Testa de ferro
O Duque Emanuele Filiberto di Savoia, conhecido como Testa di Ferro, foi rei de Chipre e
Jerusalém. Mas tinha somente o título e nenhum poder verdadeiro. Daí a expressão ser
atribuída a alguém que aparece como responsável por um negócio ou empresa sem que o seja
efetivamente.
Lágrimas de crocodilo
O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca,
comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima. Daí a
expressão significar choro fingido.
Fila indiana
Tem origem na forma de caminhar dos índios americanos, que, desse modo, encobriam as
pegadas dos que iam na frente.
Queimar as pestanas
Antes do aparecimento da eletricidade, recorria-se a uma lamparina ou uma vela para
iluminação. A luz era fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito perto do texto quando
se pretendia ler o que podia dar num momento de descuido queimar as pestanas. Por essa
razão, aplica-se àqueles que estudam muito.
Sem papas na língua
Significa ser franco, dizer o que sabe, sem rodeios. A expressão vem da frase castelhana “no
tener pepitas em la lengua”. Pepitas, diminutivo de papas, são partículas que surgem na
língua de algumas galinhas, é uma espécie de tumor que lhes obstrui o cacarejo. Quando não
há pepitas (papas), a língua fica livre.
A toque de caixa
A caixa é o corpo oco do tambor que foi levado para a a Europa pelos árabes. Como os
exercícios militares eram acompanhados pelo som de tambores, dizia-se que os soldados
marchavam a toque de caixa. Atualmente, refere-se a uma tarefa que se tem de fazer
rapidamente, eventualmente a mando de alguém ou mesmo à força.
ADVOGADO DO DIABO
Essa expressão teve origem na Igreja Católica. Quando um processo de santificação tem
inicio, o Vaticano escolhe um de seus membros para investigar se os milagres atribuídos ao
candidato são de fato verdadeiros. Essa pessoa passou a ser chamada, então, de advogado do
diabo, pois iria trabalhar para comprovar algumas irregularidades e inverdades contra o
candidato a santo.
AFOGAR O GANSO
Significa relação sexual; masturbação. É que no passado, os chineses costumavam satisfazer
as suas necessidades sexuais com gansos. Pouco antes de ejacularem, os homens afundavam
a cabeça da ave na água, para poderem sentir os espasmos anais da vítima.
ARCO DA VELHA
Uns dizem que a expressão tem origem no Antigo Testamento. Seria o sinal do pacto que
Deus fez com Noé. Arco da velha seria uma simplificação de Arco da Lei Velha. Mas há
também diversas histórias populares que defendem outra origem da expressão, como a da
existência de uma velha no arco-íris, sendo a curvatura do arco a curvatura das costas
provocada pela velhice, ou devido a uma das propriedades mágicas do arco-íris - beber a
água num lugar e enviá-la para outro, pelo que velha poderá ter vindo do italiano bere
(beber).
BAFO DE ONÇA
A onça é um animal carnívoro e se lambuza na hora de comer a caça, por isso fede muito e
sua presença é detectada à distância na mata. Devido a isso, o hálito fétido passou a se
chamar popularmente de bafo de onça. Também significa o hálito de quem está (ou esteve)
alcoolizado. (Autor: Hélio Consolaro).
BATER NA MADEIRA
Historicamente, a árvore a ser tocada era o carvalho, venerado por sua força, altura
imponente e poderes sobrenaturais. O culto surgiu há cerca de 4 mil anos entre os gregos e
depois entre algumas tribos indígenas da América. Eles observaram que o carvalho era
freqüentemente atingido por raios e pressupuseram que a árvore fosse a moradia do deus-céu
(índios) e deus dos relâmpagos (gregos). E acreditavam que qualquer pensamento ou palavra
de mau-agouro poderia ser neutralizada batendo-se na base do carvalho, pois a pessoa estaria
se contatando com o deus e pedindo ajuda. Atualmente dá-se uma pequena batida em
qualquer madeira para afastar um pensamento ou presságio ruim.
CAIR A FICHA
A expressão ainda é bastante popular, mas já não faz sentido, pela simples razão de que não
se usa mais ficha para falar em telefone público. Agora é cartão. Desde 1930, os telefones
públicos funcionavam com moedas de 400 réis. Veio a inflação, e galopante, o que fez com
que, a partir dos anos 70, o governo preferisse a utilização de fichas. Só com elas seria
possível acionar os chamados orelhões, equipamento urbano muito conhecido nas cidades
brasileiras. Esse tipo de ficha só caía após ser completada a ligação, o que fez nascer a
expressão cair a ficha, ou seja, o momento em que conseguimos entender alguma coisa. As
fichas desapareceram em 1992 e deram lugar aos cartões, até hoje em vigor, mas a expressão
continua sendo lugar comum em nosso quotidiano.
CALCANHAR DE AQUILES
Vem da mitologia. A mãe de Aquiles, Tétis, com o objetivo de tornar seu filho invulnerável,
mergulhou-o, ainda bebê, num lago mágico, segurando o filho pelos calcanhares, que tendo
ficado fora da água, foi a única parte de seu corpo a não se beneficiar com a magia. Páris
feriu Aquiles, na Guerra de Tróia, justamente nesse calcanhar, matando-o. Portanto, o ponto
fraco ou vulnerável de um indivíduo, por metáfora, é o calcanhar de Aquiles.
CANTO DO CISNE
Dizia-se antigamente que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A
expressão canto do cisne representa então as últimas realizações de alguém.
CHÁ DE CADEIRA
Tem a ver com atraso; com muito atraso. Historicamente, os nobres e fidalgos consideravam-
se superiores às outras pessoas. Quando seus súditos queriam alguma audiência, eles eram
acomodados em cadeiras e esperavam muito até serem atendidos, pois seus senhores
atrasavam bastante para salientar o privilégio de poder fazê-lo. Os empregados, então,
serviam chá para essas pessoas, que “mofavam” nas salas de espera, como uma forma de
amenizar os longos atrasos. Daí surgiu essa expressão.
CHATO DE GALOCHA
Significa pessoas muito chatas, resistente e insistente. A galocha era um tipo de calçado de
borracha colocado por cima dos sapatos para reforçá-los e protegê-los da chuva e da lama.
Por isso, há uma hipótese de que a expressão tenha vindo da habilidade de reforçar o calçado.
Ou seja, o chato de galocha seria um chato resistente e insistente.
COLOCAR NO PREGO
A origem dessa expressão vem do fato de que nas antigas casas comerciais – tabernas,
empórios, farmácias – existia um prego onde o comerciante espetava as contas de quem
pedia para pagar depois. Quando o freguês retornava para quitar a dívida, o dono tirava os
papéis do prego, somava os valores e cobrava. Colocar no prego é colocar no pendura,
comprar fiado, pagar depois. Ainda hoje alguns comerciantes, que não gostam disso, exibem
um cartaz bem visível que avisa: “Fiado só amanhã”.
CONTO DO VIGÁRIO
Duas igrejas de Ouro Preto receberam, como presente, uma única imagem de determinada
santa, e, para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários apelaram à decisão de
um burrico. Colocaram-no entre as duas paróquias e esperaram o animalzinho caminhar até
uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E o burrico caminhou direto
para uma delas... Só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o
burrico, e conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.
DE CABO A RABO
Total conhecedor. Conhecer algo do começo ao fim. Histórico: Durante o período das
grandes navegações portuguesas, era comum se dizer total conhecedor de algo, quando se
conhecia este algo de "cabo a rabah", ou seja, como de fato conhecer todo o continente
africano, da Cidade do Cabo ao Sul, até a cidade de Rabah no Marrocos (rota de circulação
total da África com destino às Índias).
DOR DE COTOVELO
A expressão, usada para se referir a alguém que sofreu uma decepção amorosa, causando
tristeza ou ciúmes, tem sua origem na figura de uma pessoa sentada em um bar, com os
cotovelos em cima do balcão enquanto toma uma bebida e lamenta a má sorte no amor. De
tanto o apaixonado ficar com os cotovelos apoiados no balcão, eles iriam doer. A partir daí
que surgiu a expressão “dor-de-cotovelo”.
ESTÔMAGO DE AVESTRUZ
O estômago do avestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver facilmente da
espécie de comida ingerida por esse animal. A expressão, então, define aquele que come de
tudo.
FAZER A SESTA
A expressão significa descansar ou repousar depois do almoço e é um hábito que remonta
aos antigos romanos. Chama-se sesta porque é a sexta hora do dia romano, iniciado às seis
horas da manhã. O costume ocorre até hoje em alguns países, que fecham o comércio na hora
da sesta, só reabrindo-o no meio da tarde. Estudos dizem que fazer a sesta reduz o risco de
morte por doenças cardíacas.
FAZER BOCA-DE-SIRI
A expressão é empregada para designar aqueles que se mantêm discretos e reservados em
relação a determinado assunto, que conseguem guardar segredo. Gente conhecida como
moita. Mas por que se diz que essa pessoa tão prudente faz boca-de-siri? É porque a boca do
bicho dificilmente se abre, ele fica no mocó.
GATOS PINGADOS
Seu significado tem sentido depreciativo, usando-se para referir uma suposta inferioridade
(numérica ou institucional), insignificância ou irrelevância. Esta expressão remonta a uma
tortura procedente do Japão, que consistia em pingar óleo a ferver em cima de pessoas ou
animais, especialmente gatos. Existem várias narrativas ambientais na Ásia que mostram
pessoas com os pés mergulhados num caldeirão de óleo quente. Como o suplício tinha uma
assistência reduzida, tal era a crueldade, a expressão "gatos pingados" passou a denominar
pequena assistência sem entusiasmos ou curiosidade para qualquer evento.
IDÉIA DE JERICO
Essa é de fácil dedução. Na região Nordeste, Jerico é o mesmo que mula. A expressão, então,
designa alguma idéia tola, já que, figurativamente, jumento é o mesmo que indivíduo
imbecil.
MEMÓRIA DE ELEFANTE
Diz-se que o elefante lembra de tudo que aprende. Então, quando as pessoas têm boa
memória e se recordam de tudo, dizemos que elas tem memória de elefante.
MOTORISTA BARBEIRO
No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas
também, tiravam dentes, cortavam calos, etc. E por não serem profissionais, seus serviços
mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era
atribuído ao barbeiro, pela expressão “coisa de barbeiro”. Esse termo veio de Portugal,
contudo a associação de “motorista barbeiro”, ou seja, um mau motorista, é tipicamente
brasileira.
NECA DE PITIBIRIBAS
O termo neca equivale a nada e vem do latim nec, que significa não. De acordo com o
dicionário Houaiss, o termo pitibiriba (ou pitibiribas) é tipicamente brasileiro. Ele quer dizer
nada ou coisa alguma. Então foi só juntar os dois termos, apenas para reforçar.
NOVINHO EM FOLHA
De acordo com Flávio Vespasiano Di Giorgi, professor de Lingüística da PUC, a expressão
“novinho em folha” surgiu em alusão a livros recém-impressos, que estariam com as folhas
limpinhas, sem dobras, riscos ou diferenças na coloração. Eram livros, portanto, “novinhos
em folha”.
OVO DE COLOMBO
Expressão muito conhecida. É aquilo que parece não ser possível fazer, mas se revela muito
simples e fácil, depois de feito. Seu berço está no nome de Cristóvão Colombo, o descobridor
da América. A historinha, que nem todos conhecem, é a seguinte: de volta à Espanha como
herói por haver descoberto o Novo Mundo, foi homenageado pelo cardeal Pedro Gonzalo de
Mendonza com um lauto jantar. Nele, um fidalgo, ciumento e despeitado, menosprezou o
feito de Colombo, garantindo que qualquer um poderia ter feito a descoberta, pois já era
sabido que existiam terras a oeste. A essa crítica, Colombo evidentemente não poderia dar
resposta imediata. Optou então por uma brincadeira cheia de significação: tomou um ovo,
convidou todos os presentes a pô-lo de pé. Cada um tentou, mas em vão. Aí, Colombo
quebrou a casca de uma extremidade do ovo e, pondo-o de pé, demonstrou com simplicidade
como era fácil descobrir o caminho do Novo Mundo – depois que alguém já o tivesse
feito. . .
RODAR A BAIANA
Quando alguém recorre a essa expressão, é sinal que fai fazer um escândalo público, reagir
com estardalhaço ou soltar tudo que vier à cabeça. Mas essa expressão não tem origem na
Bahia, e sim no Rio de Janeiro. É que no inicio do século 20, os integrantes dos blocos de
carnaval saiam fantasiados pelas ruas, cantando e dançando. Alguns espectadores,
aproveitando a euforia geral, passavam a mão nas bundas das moças que desfilavam. Para
acabar com isso, alguns capoeiristas passaram a se fantasiar de baiana e a amarrar lâminas de
navalha na barra de suas saias. E, quando eles viam coisas do tipo, rodavam a baiana,
levantando as saias e retalhando quem estivesse por perto. As pessoas só viam a baiana rodar
e começar a confusão.
SEGURAR A VELA
No período correspondente à Idade Antiga e Média, as pessoas acendiam velas para fazer
suas atividades noturnas como, por exemplo, jantar, tomar banho, entre outras. Na Idade
Média, as pessoas que eram designadas ao trabalho braçal seguravam as velas para que seu
senhor enxergasse o que fazia. Em eventos e estabelecimentos que só funcionavam à noite,
colocavam garotos para acender e segurar velas. Esse também era o trabalho desempenhado
por alguns criados que seguravam candeeiros para que seus patrões pudessem ter relações
sexuais com luz, porém durante todo o ato sexual eles deveriam manter-se de costas, de
forma a não invadir a privacidade do casal. Ao longo do tempo o termo “segurar vela”
ganhou diferentes definições e a mais recente é a utilizada para designar o papel de um
amigo solteiro que acompanha um casal de namorados, ficando esse ‘sobrando e/ou
atrapalhando’ o clima romântico do casal.
SOLTAR A FRANGA
A galinha é um dos animais com mais longo período de cio, praticamente incessante. Como
as galinhas domésticas geralmente ficam presas em cercados, soltá-las seria a forma
metafórica de liberá-las para a prática do desejo sexual. Assim, a expressão significa assumir
a posição homossexual, ou adotar o comportamento do sexo oposto. Mas também tem
conotação mais ampla, como momentos de explosiva liberação pessoal (fazer ou dizer o que
quiser, por exemplo), não necessariamente homossexual.
SORRISO AMARELO
É o riso forçado, meio sem jeito, constrangido. O sentido da expressão tem, evidentemente, a
ver com a origem da cor amarela, que vem do latim amarus, amargo, acre, difícil, com
derivação para o hispânico amarellu, pálido. Em tempos idos e vividos, o vocábulo se
aplicava aos doentes de icterícia, que ficam amarelos devido a alterações na bílis, secreção
amarga produzida pelo fígado. Quem exibe um riso amarelo quase sempre só abre a boca
num meio sorriso por questão de educação porque no fundo, no fundo, está é pensando em
chupar a carótida de seu interlocutor . . .
TEMPO É DINHEIRO
O físico Benjamin Franklin (1706-1790) teria chegado a ela depois de ler obras do filósofo
grego Teofrasto (372-288 a.C). O pensador grego, a quem é atribuída a autoria de cerca de
200 trabalhos em 500 volumes, teria mencionado a frase: tempo custa muito caro. Isso
porque ele escrevia, em média, um livro a cada dois meses.
UNHA DE FOME
Dá-se o nome de unha-de-fome ao sujeito mesquinho, pão-duro, sovina, avarento.
Historicamente, a expressão sugere uma imagem negativa: a dos cristãos em relação aos
judeus, que conseguiam obter rendimentos dos bens que acumulavam. Como as unhas
simbolizam as garras de alguns animais, eram aqueles que se apegavam ao dinheiro ou aos
bens materiais de maneira exagerada, como os animais para não perder a sua presa.
VÁ SE QUEIXAR AO BISPO
No tempo do Brasil colônia, por causa da necessidade de povoar as novas terras, a fertilidade
na mulher era um predicado fundamental. Em função disso, elas eram autorizadas pela igreja
a transar antes do casamento, única maneira de o noivo verificar se elas eram realmente
férteis. Ocorre que muitos noivinhos fugiam depois do negócio feito. As mulheres iam
queixar-se ao bispo, que mandava homens atrás do fujão.
OK
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está
tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os
soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0
killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".
Negócio da China
É um negócio muuuuito lucrativo.
A expressão se originou das viagens de Marco Polo ao Oriente, no século XIII. A divulgação
de sua narrativa deu à China a reputação de uma terra de coisas exóticas, que seduziam os
comerciantes e lhe traziam grandes lucros.
Puxa-saco
A expressão veio da gíria militar. Puxa-saco era o ordenança que submissamente carregava
os sacos de roupas dos oficiais em viagem.
Quebrar o galho
A expressão veio da umbanda. Exu é uma entidade espiritual, que ajuda, ora para o bem, ora
para o mal. Existem vários tipos de Exu, como o Exu-Caveira, que protege os cemitérios.
Se o objetivo é unir ou separar casais, o trabalho é feito com bonecos de madeira e a
evocação do Exu adequado: o Exu quebra galho, assim denominado por ser o dominador das
matas.
Vá plantar batatas!
A expressão apareceu em Portugal, na segunda metade do século XIX. Ser operário numa
fábrica era trabalho digno, moderno, motivo de orgulho para o trabalhador. A agricultura era
tida como atividade secundária, braçal, para gente desqualificada, pouco inteligente. Dessa
forma, mandar alguém plantar batatas era expedir o ofendido para o campo a fim de cuidar
de trabalhos rudimentares.