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Copyright © 2021 Tamires Venâncio

Capa: T.V Designer


Revisão: Lidiane Mastello

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens,


lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes,
datas e acontecimentos reais é mera coincidência. Esta
obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua
Portuguesa.

Todos os direitos reservados.


É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de
qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios
(tangível ou intangível) sem o consentimento escrito da
autora é considerado crime.
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
EPÍLOGO
Alexander Campbell é um bilionário, poderoso, conhecido
como o “Rei dos Diamantes”, acostumado a ter tudo que
almeja. Um homem lindo que emana poder, tem fama de
ser impiedoso com seus inimigos, até conhecer sua mais
nova adversária nos negócios, uma mulher linda, atraente
e que é totalmente proibida para ele.
Sophie Sartori é uma mulher forte, decidida, e que não
aceita ordens de homem nenhum. Filha do próprio
demônio, leva uma vida de luxo, bancada pelos seus atos
ilícitos. Uma proposta de alguém ligado a ela, um
acontecimento surpreendente, e então, a maior jogada da
sua vida.
Sophie, a intocável, se coloca na mira de Alexander, um
homem vingativo, diabolicamente atraente e que deseja
sua ruína.
Dois gênios nos jogos de poder em uma batalha de
personalidades impiedosas e semelhantes. Venha
descobrir como driblar a vingança do desejo!
Nem o melhor sexo do mundo substitui o prazer de
uma boa vingança. Na vida já tive milhares de inimigos,
todos tentaram acabar comigo, entretanto nenhum obteve
êxito. Morei por muitos anos em Nova Iorque, nos Estados
Unidos, e há pouco tempo me mudei para Toronto, uma
cidade belíssima. Sou o filho mais velho, de Thomas
Campbell minha família é conhecida, por toda sua riqueza
e poder. Escolhido para ser o presidente de uma das
maiores empresas de mineração de diamantes da família,
e mesmo com todo esse poder em mãos, sempre tive que
lidar com as frustrações que a vida nos causa, conhecer a
minha progenitora é uma delas. Sou filho bastardo de
Samira Campbell e tudo que sei sobre minha mãe
biológica, é que ela morreu ao me dar à luz. Depois de
muito investigar descobri o nome dela, Hanna Stiles, era
garota de programa. Essa revelação foi um baque.
— Você foi fruto de uma noite, de um erro do meu
passado. A única vez que traí Samira.
Meu pai me contou, após eu exigir, que me contasse
tudo sobre a mulher que me deu à luz. Essas informações
sobre meu passado ficaram escondidas debaixo da terra,
até agora e pretendo manter para sempre. Samira me
registrou como seu filho, todos pensam que ela é minha
verdadeira mãe.
Ouço os gritos do traidor que roubou boa parte de
meus diamantes, e uma quantidade considerável de
dinheiro da Bijoux Précieux, um homem sem escrúpulos
que fingiu, ser uma pessoa distinta, confiável, quando, na
verdade, não passava de um verme, à espreita, esperando
o momento certo para me atacar pelas costas. Três dos
meus capangas lhe deram a surra merecida por ordens
minhas, amarraram o Xavier em uma cadeira, mesmo que
impiedoso, vou lhe dar uma chance de se justificar, para
depois morrer. Vejo através do espelho, o sangue de meu
inimigo espalhado pelo piso. Arregaço minhas mangas e
sigo até ele.
— Ora vejam só, quem eu encontrei — digo, abrindo
um sorriso sarcástico. — Xavier, você deve ser muito
ingênuo para pensar que me trairia, roubaria e eu não
fosse encontrá-lo.
Me abaixei para ficar frente a frente com ele. Gostei
de ver o medo em seus olhos, Xavier sempre soube da
minha fama de impiedoso e conhece bem, minhas
maneiras de lidar com meus inimigos, nunca me importei
de espalhar sangue dos filhos da puta que entram em meu
caminho.
— Campbell, te suplico, não me mate — Xavier
implora, com seu sangue escorrendo por sua boca. —
Devolvo tudo que lhe roubei, tenha piedade.
Levanto-me, alisando minha arma à sua frente.
Piedade, o desgraçado ainda tem a coragem de pedir isso
depois do que me causou.
— Vou te dar uma morte lenta e dolorosa, Xavier —
declaro, com meu melhor sorriso frio nos lábios. — Pode
me considerar piedoso, pois tinha planos piores para você.
Sinto uma fúria descomunal me tomar, quando ele
começa a tentar se desamarrar.
— Deve me julgar um tolo mesmo. Se infiltrar na
Bijoux Précieux e me roubar da maneira mais calculada
possível — lembro-o do seu feito. — Espero que esses três
meses que curtiu com meu dinheiro tenha valido a pena.
— Não tive a intenção de te fazer de idiota,
Campbell. Eu realmente precisava do dinheiro, posso
devolvê-lo agora se quiser.
Uma lágrima escorre pelo seu rosto, mas não
consegue me comover.
— Conte-me tudo. Já consegui parte do dinheiro que
me roubou, porém, na conta em que você o guardava só
havia metade. Onde está o resto?
Xavier arregala os seus olhos, surpreso por saber
que o dinheiro já está em minha posse. Ele tosse ficando
vermelho.
— A outra parte está com uma pessoa de minha
confiança — diz.
— Ela terá o mesmo destino que o seu — decreto.
— A morte.
Percebo que ele não fala de uma pessoa qualquer,
quando sua expressão muda para a de total pavor e
angústia, quando eu digo que ela teria o mesmo fim que
ele.
—Você nunca a encontrará, Alexander, ela está fora
do seu alcance.
Perdendo parte do meu controle e paciência, desfiro
um soco em seu rosto, quase o fazendo desmaiar. Ele se
contorce na cadeira, sentindo dor, e, eu o observo
enquanto pego um lenço no bolso do meu paletó e limpo
minha mão, que sujei com seu sangue.
— Nada no mundo está fora do meu alcance,
Xavier! — esbravejo. — Agora sei que se trata de uma
mulher. Vamos fazer assim, me conte sobre a sua parceira,
ladra e faremos um acordo, talvez até saia vivo se
colaborar.
Xavier fica mudo por alguns minutos, com medo de
contar sobre a mulher e ser uma armadilha.
— Tic Tac, a hora está passando. — Bato o
indicador no vidro do meu relógio de pulso.
Me sento em um sofá próximo a cadeira que ele
está amarrado e acendo um cigarro.
— Sophie Sartori. — Ouço ele murmurar,
cabisbaixo, o nome da mulher.
— Quem é ela? — exijo saber.
— Ela é a minha filha.
Fico surpreso com sua revelação, mesmo com todas
as investigações não soube que Xavier teve uma filha. O
meu sangue esquentou no mesmo instante, uma ladra
como o pai, igual o ditado: filho de peixe, peixinho é. Ela
sofrerá como Xavier, não a deixarei sair impune dessa
merda, nem que eu tenha que ir até o inferno para
encontrá-la, eu irei.
— Sophie Sartori é minha única filha viva. A escondi
durante anos e ela sequer carrega meu sobrenome.
— Ela sabia que você me roubaria?
— Claro que não, Campbell. Mandei o dinheiro para
ela, sem explicar de onde ele veio, minha filha é inocente,
não merece ter o mesmo destino que eu.
Jogo meu cigarro no chão e vou até ele. Com o meu
sangue fervendo, de uma maneira inexplicável.
— Escute-me bem. Irei encontrar sua filha, vou
saber tudo sobre ela e por fim a trarei aqui, só pra ver o
verme do pai morrer, antes de eu acabar com ela também.
Juro, a farei pagar de uma maneira terrível. Você deve
saber que sou um mestre na arte da vingança e que não
deixo de cumprir nenhum juramento que faço.
Dito isso, saio do cômodo ouvindo os gritos de pavor
do desgraçado, implorando para que eu não chegue perto
de Sophie. Tarde demais, ela já está sobre minha mira.
Um ano depois

Tanto tempo se passou e eu ainda não consegui


cumprir o juramento que fiz a Xavier. Encontrar Sophie
parece uma missão impossível. Não que isso seja
problema para mim. A mulher é esperta isso não posso
negar, ela deve estar usando uma identidade falsa,
contratei milhares de investigadores, pegaram o caso, mas
nenhum conseguiu concluir o que lhes foi designado. Nem
sinal da desgraçada. Olhei para o relógio na parede de
minha sala, daqui a pouco tenho que me encontrar com
Briella, minha futura esposa.
Sempre gostei do sexo sem compromisso, já estive
com muitas mulheres, lindas e sensuais, gosto da arte da
sedução, adoro deixá-las de pernas bambas, retribuir o
prazer que me dão. Meus pais sempre sonharam com o dia
que me tornaria um homem casado, ajuizado, um homem
de família. Por isso me apresentaram Briella, uma mulher
rica, filha de um amigo de meu pai, milionário. Na
esperança de que ela me faça um homem casado.
Briella é uma mulher deliciosa e atraente. Ela é
exatamente o padrão de mulher que costumo me
interessar, modelo, magra, cabelo longo e loiro, olhos
claros e o melhor, o sexo com ela é sempre bom.
Chego ao meu apartamento e tiro meu terno. Vou
até meu quarto, estranhando o fato de as luzes estarem
apagadas. Ao acendê-las, Briella entra em meu campo de
visão, vestindo somente uma lingerie preta, com saltos
vermelhos, a calcinha de renda transparente, gostosa
demais. Meu pau reage na mesma hora, a como com os
olhos, a diaba solta uma música e começa a dançar
sensualmente.
— Gostou da surpresa, meu amor? — pergunta,
parando à minha frente, antes de se virar indo até o chão,
me deixando ver sua bunda, pequena, muito bem-feita,
redonda e empinada.
— Adorei — respondo, segurando sua cintura.
Pressionando minha ereção contra ela. — Mas vou gostar
ainda mais quando eu te foder forte e duro, gostosa.
A beijo vorazmente, sentindo meu pau vibrar, quase
rasgando minha calça. Jogo Briella na cama, ouvindo um
gemido escapar dos seus lábios, ela sorri maliciosamente
afastando os joelhos, me dando a plena visão de sua
boceta, que já está molhada, do jeito que eu gosto. Tiro
minha calça rapidamente e vou até ela, que me olha com
expectativa e excitação.
Beijo a sua barriga subindo até o seio, vendo-a se
retorcer e arranhar minhas costas. Toco seu púbis, liso,
indo até o clitóris e massageando-o, sentindo meus dedos
ficarem molhados com sua lubrificação, Briella geme tão
alto, chamando meu nome deixando-me enlouquecido de
tesão, preciso fodê-la.
— Por favor, Alexander...
— Por favor, o quê? Diga-me o que você quer, quero
ouvir da sua boca gostosa.
— Me foda com força, quero você Alexander... Ah!
— ela murmura com a voz fina, miando como uma gata
manhosa carregada de tesão. Me levanto para pegar a
camisinha, quando ela me impede puxando meu braço.
— Usa a minha!
Pego a camisinha de suas mãos, sempre prefiro
usar as minhas, mas estou um grau de excitação
gigantesco, que aceito a camisinha dada por Briella,
deslizo o látex pela extensão do meu pau. Finalmente me
afundo dentro dela. Beijo seu pescoço enquanto a penetro
mais fundo, estocando rápido. Não sou romântico na hora
da foda, gosto de foder brutalmente, entretanto, Briella já
conhece meu jeito de trepar e a safada ama. A giro
colocando-a de quatro e desfiro um tapa forte na sua
bunda redonda e branca, deixando a marca dos meus
dedos. Penetro-a, sem deixar de estimular seu clitóris.
A gostosa começa a gemer, pedindo para que eu
aumente o ritmo. Limpo a gota de suor que escorre por
minha testa, antes de fazer o que Briella pede embaixo de
mim, acelero o ritmo das estocadas, sentindo a pressão na
minha barriga descer direto para minhas bolas, estava
perto, quando suas pernas começaram a tremer, me
avisando que ela está chegando ao orgasmo, aumento as
investidas antes de retirar meu pau de dentro dela, para
esfregá-lo em seu clitóris, Briella solta um gemido alto
antes e goza em meu pau, olhando em seus olhos, posso
ver suas pupilas dilatadas e o sorriso que ela abre depois
de chegar ao orgasmo, a penetro novamente e com mais
algumas estocadas fortes, urro gozando.
Espero meu coração se desacelerar deitado, a
minha noiva se deita em meu peito, agarrando minha
cintura, tenho que arranjar uma maneira de me
desvencilhar do seu corpo, não gosto de contato romântico
após o sexo.
— Alexander Campbell falando — atendo o
investigador.
— Amor, vou tomar um banho e já volto — Briella
avisa, indo nua para o banheiro.
Sento-me na cama, curioso para saber o que o
investigador tem para me falar a essa hora.
— Senhor Campbell. Desculpe ligar tão tarde,
espero não estar incomodando o senhor — fala
educadamente. — É que tenho notícias importantes sobre
a mulher que está procurando, finalmente a achamos.
Sobressalto ao receber a notícia. Finalmente vou pôr
as mãos nessa ladra cretina.
— Já sabem onde ela está? Quem é ela?
Ando de um lado para o outro, ainda nu, nervoso e
ansioso.
— Sim, tenho todas as informações. Amanhã
passarei na sua empresa, assim podemos conversar
melhor.
— Perfeito, até amanhã.
Satisfeito com a notícia, vou até o banheiro dividir o
banho com Briella, ela começa me provocar passando
as mãos pelo seu corpo enquanto se lava. Sinto o tesão
voltar com força e a jogo contra a parede, sentindo a
água quente cair sobre meu corpo, seguro seu pescoço
puxando-a para mim.
— Pelo visto teve notícias boas — fala ela, rindo
enquanto eu chupo seu seio, com uma das mãos ainda em
seu pescoço. — Quem era no telefone?
— Um investigador, mas não precisa se preocupar, é
um assunto da empresa, chato, temos coisas melhores
para fazer.
Antes que ela fizesse mais perguntas a calo com um
beijo. Transamos novamente até sairmos os dois satisfeitos
e exaustos.

Chego bem cedo na Bijoux Précieux ansioso para


receber as notícias do investigador, finalmente saberei
quem é Sophie Sartori. Minha secretária me avisa que
meu irmão Elliot está à minha espera, na minha sala.
Surpreso o encontro sentado na cadeira em frente à
minha mesa, seu cabelo pintado de loiro, e a barba
grande como de costume.
— Que visita inesperada — digo indo até ele que
sorri, ao se levantar e vir em meu encontro.
Abraço meu irmão que não vejo há dois meses. Elliot
é meu irmão mais novo, conhecido como príncipe do
diamante por isso. Ele assumiu a nossa empresa de
Nova Iorque, a segunda da família, desde então ficou
muito ocupado e não tem tempo para vir visitar a mim
nossos pais em Toronto.
— Você não esperava que iria se livrar de mim para
sempre, irmão — brinca ele. — Esperava?
— Não mesmo Elliot, até porque já estou
acostumado com suas visitas surpresas, mesmo
demorando a vir. — Vou até minha mesa e me sento em
minha cadeira. — Conte-me as boas novas.
— Bom, esperava vir só no dia do seu casamento,
mas você parece estar fugindo do matrimônio — zomba,
voltando a se sentar. — Não tenho muitas novidades. A
vida de CEO é muito complicada, quase não tenho
tempo para nada.
— Duvido que não tenha para o sexo. Sei muito bem
que leva uma vida de libertino. — O que eu posso fazer se
gosto de trepar com vários tipos de mulheres. Para mim
são como comidas, cada uma tem um sabor diferente, que
eu adoro degustar, no entanto, se eu repetir o prato muitas
vezes acabo enjoando.
Gargalho com sua declaração. Meu irmão adora
fazer piadas e é muito sarcástico. Minha mãe sofreu tanto
com ele nesse quesito, que escolher as empregadas da
casa estava se tornando um martírio para ela, a única
solução era arrumar todas mais velhas e não muito
atraentes, pois Elliot nunca resistiu as belas empregadas
da mansão, ele tem um fetiche, estranho, mas quem sou
eu para julgá-lo, não é?
— Você ainda é muito novo Elliot, tem muito para
aprender com a vida. — Então quer dizer que fico dois
meses fora e você já começa a falar como um homem de
60 anos, Alexander?
— Tenho que fazer o papel de irmão mais velho. Tento
por um pouco de juízo na sua cabeça, mas se nem nossa
prendada mãe conseguiu, quem dirá eu.
Elliot ri, enquanto vou até meu frigobar e sirvo dois
copos com Bourbon. Entrego um dos copos para Elliot.
— Ao nosso reencontro. — Brindamos. — E ao seu
futuro casamento. — Você vai ao jantar que nossa mãe vai
dar essa noite? Ela convocou todos da família, sabe como
ela fica se não formos.
— Irei, também tenho que conversar nossa irmã, a
Melanie, me disse há semanas que tem algo sério para me
contar, que só poderia ser pessoalmente, estou enrolando.
— Certamente ela vai te pedir que você convença nossos
pais a deixá-la ir morar sozinha. — Não sou contra ela
morar sozinha, apesar de nova, porém nossos pais são
irredutíveis, ela não vai conseguir se livrar nem tão cedo da
proteção deles.
Beberico meu Bourbon com calma, apreciando o sabor.
Elliot e eu continuamos conversando até minha secretária
nos interromper, avisando que o investigador chegou.
— Senhores — cumprimenta o Detetive.
— Por favor John, sente-se.
O homem senta-se, segurando uma pasta debaixo de
seu braço.
— Me conte tudo o que descobriu sobre Sophie Sartori.
— Senhores, foi um trabalho complicado achar Sophie
Sartori, a mulher é inteligente, sabe se esconder muito
bem, foi difícil de ser achada, porém, a encontramos em
uma falha que cometeu, um rastro de seu passado.
Descobri que ela nasceu em Fredericksburg (Texas) e que
aos 18 anos se casou com um morador de lá, Bruce White
Hall, um policial forense da pequena cidade. Fui
pessoalmente conversar com os moradores que conheciam
Sophie, muitos disseram que ela tentou esfaquear o marido
antes de fugir e nunca mais ser vista. O que salvou a
investigação foi a foto que encontramos dela, com isso
fomos até o hotel que Xavier costumava se hospedar,
obtivemos informações que Sophie o visitou há quatro
meses, ela buscava por informação sobre o pai
desaparecido. A mulher que o senhor procura usa uma
identidade falsa com o nome de Becky Taylor Moore,
atualmente mora em Miami. Ela vive hoje uma vida de luxo,
mantida pelo dinheiro roubado do senhor e de muitas
outras pessoas.
Esmurro a mesa com força, que mulher ordinária. Agora
sei onde ela se esconde, chegou a hora dela pagar por
tudo que fez.
— O que pretende fazer irmão?
Respiro fundo, imaginando mil maneiras de me vingar
dessa desgraçada.
— Vou ainda hoje para Miami. Vou encontrar essa
cretina e finalmente cumprir minha vingança.
— Pense bem, Alexander. Não vale a pena ter o sangue
desta mulher nas mãos pelo resto de sua vida, por mais
que ela mereça.
— Posso até não a matar, mas vou fazê-la voltar para a
sarjeta de onde nunca deveria ter saído. Ela gosta do luxo,
meu dinheiro proporciona isso, entretanto vou a deixar sem
um mísero centavo, ou pior, posso pôr a desgraçada na
cadeia.
— Bom, senhor. Aqui nessa pasta estão as fotos de
Sophie, o endereço e tudo que precisa para encontrá-la,
também as provas que a incrimina.
O investigador me entrega a pasta antes de sair de
minha sala. Não hesito em abrir para conferir as
informações que tenho posse. Vejo a foto da mulher que
me roubou, de costas, entrando em um carro, ela usa
roupas caras e o carro é luxuoso. Na outra tem a foto de
seu rosto, muito bonito por sinal, sempre a imaginei que
seria mais velha, todavia, pelas fotos a ladra é nova, e tem
o rosto mais angelical que já vi. Seus olhos azuis me
chamam atenção, não mais que sua boca carnuda e
vermelha, a cor de seu cabelo é igual ao de Xavier, preto,
inferno, ela tem as feições dele, apesar de não parecer a
mulher sem escrúpulos que provou ser. Fecho a pasta,
sentindo meu sangue ferver, talvez eu nem precise ir ao
seu encontro, posso trazê-la até mim.
— Deixe-me ver a foto da mulher que te perturba tanto
— pede Elliot, mostro a foto do rosto dela, ele abre um
sorriso. — Nossa! — ele exclama surpreso. — Linda
demais, você não irá conseguir lidar com ela tão friamente
como com seus outros inimigos.
— Um rosto bonito não me impressiona, Elliot. Não
absorve o fato de ela ter ajudado o pai me roubar, nem seu
caráter duvidoso. Ela vai se arrepender amargamente de
ter feito o que fez. Aguarde e verá!
Um frio percorre minha coluna quando termino de
desferir as palavras, essa maldita irá me pagar caro, pode
ser linda como o inferno eu não me importo com isso. Não
me importo de marcar seu rostinho de anjo. Jamais.
— ME SOLTA!
Gritei me debatendo embaixo de Bruce, minha voz
saiu embargada pelo choro. Novamente meu marido
chegou bêbado em casa, o álcool o fazia ficar violento, era
como se ele se transformasse em um monstro.
Quando eu me casei com Bruce fui iludida pelo
futuro que ele me prometeu, também por se tratar de um
homem bem-quisto em nossa cidade. Os primeiros meses
do nosso casamento foram ótimos, normais e calmos,
porém, com o passar dos anos, Bruce se transformou em
outra pessoa, primeiro veio o ciúme doentio, depois
começou beber quase todos os dias, ficou violento e muitas
vezes fui agredida.
Por diversas vezes pensei em tirar minha própria
vida. Eu não aguentava mais viver aquela vida. As coisas
pioraram após a morte de minha mãe que ficou doente, por
conta de um câncer, essa doença maldita a levou. Estava
sozinha. Eu só tinha Bruce, minha família, mesmo vendo o
que eu passava não oferecia nenhuma ajuda, me vi
obrigada a aturar aquilo, e aceitar o que o destino impôs a
mim.
— Cala a sua maldita boca, porra! Você é minha
mulher, tem que fazer o que eu mando, sua cadela!
Cuspiu, beijando meu pescoço. O cheiro de álcool
que vinha dele me deixava enjoada, e enojada. Tremi de
medo, sem forças para lutar contra ele. Era em vão, uma
luta perdida com certeza. Chorei compulsivamente, quando
ele rasgou a minha calcinha, se colocou entre minhas
pernas e entrou forte sem aviso, dentro de mim.
— Pare de chorar, Sophie, ou será muito pior —
esbravejou olhando frio dentro dos meus olhos.
Fiz um esforço tremendo para conter as lágrimas,
enquanto ele abusava do meu corpo das maneiras que
desejava.
Acordo ofegante, trêmula, o meu coração parecendo
querer sair pela boca a qualquer momento. Levanto-me e
olho em volta com medo.
— Estou segura — asseguro a mim mesma. — Ele
não está mais aqui, nunca mais vai te tocar Sophie.
Respiro fundo e vou em direção à praia, amo olhar o
mar, nadar, por isso comprei uma pequena casa em Miami
que fica de frente para bela paisagem. Depois de dois anos
aguentando os abusos, as agressões e os mandamentos
de Bruce, consegui fugir, com a ajuda de minha tia. Ela me
deu um dinheiro para eu sair do país, durante muito tempo
fiquei escondida em Istambul, na Turquia.
O dinheiro era pouco e acabou rápido, foi aí que
minha tia me contou sobre meu pai, Xavier Thompson
Clark. No início recusei-me a procurá-lo, pois, esse homem
nunca me procurou, mesmo eu sendo sua filha, entretanto,
Dora minha tia disse que minha mãe nunca contou sobre a
minha existência para ele, ela manteve segredo todo esse
tempo.
Consegui encontrá-lo em Nova Iorque, onde revelei
ser sua filha. Xavier só acreditou depois de fazer o teste de
DNA, que comprovou o que eu disse. Ele me ajudou por
um tempo, antes de se mudar para Toronto, onde ia
trabalhar na Bijoux Précieux.
Procurei empregos, trabalhei como garçonete em
uma lanchonete por um tempo, até que meu pai me fez
uma proposta, roubar diamantes e dinheiro do seu chefe.
Eu já havia o contado que sabia hackear, sempre fui
inteligente, e desde nova aprendi a invadir sistemas, contas
e muito mais.
Pensei muito bem antes de aceitar sua proposta, era
uma chance de ouro, mas também poderia dar muito
errado. Após ser demitida por jogar bebida no rosto de um
cliente abusado, eu optei por aceitar a proposta de Xavier.
Conseguimos o suficiente para viver umas três vidas
no luxo. Fiz as viagens que tanto almejava, curti a vida de
luxo, o dinheiro é viciante, é como uma droga, sempre
queria mais e mais, então cometi outros roubos, através de
computadores, arroubos pequenos que nem se comparava
ao que planejei com Xavier.
Sempre mantivemos contato, porém faz um ano que
ele sumiu, me deixando sem notícias do seu padeiro.
Estranhei de início e tentei procurá-lo, mas não obtive
resposta, meu pai evaporou, sumiu do mapa, temo que
esteja morto.
Tomo um banho e coloco meu biquíni preferido. Vou
até o restaurante à beira do mar que fica próximo à minha
morada. Emily, é a garçonete e minha amiga, sorri
simpática ao me ver chegar.
— Já sei, nem precisa fazer o pedido, você quer
lagosta como sempre.
Antes que eu consiga falar, Emily me interrompe.
Seu rosto está mais brilhoso que o normal, deve ser a
maquiagem. A sua pele negra brilha e destaca, ela é uma
das mulheres mais lindas que já vi.
— Na verdade, hoje quero camarão — explico,
sorrindo de volta. — Daqueles bem graúdos por favor,
amiga.
— Anotado — disse. — Posso passar na sua casa
depois do expediente? Estou precisando desabafar.
— Você é sempre bem-vinda para ir lá quando
quiser.
— Então até depois Becky.
É tão estranho ouvir as pessoas me chamarem por
um nome que não é meu, embora seja necessário, meu
marido é um policial forense que me acusou de tentar
matá-lo, agora sou procurada pela justiça. Tive que pintar
meu cabelo e deixá-lo crescer, antes era castanho claro
natural. Consegui passaporte falso e identidade. Evito tirar
fotos e não tenho redes sociais, eu praticamente sou
invisível, apesar de ter viajado muito com o dinheiro
roubado nunca fui pega, estou muito diferente da mulher
que era casada com Bruce, irreconhecível, eu diria, ele
nunca vai me pegar.
Termino de comer o camarão e pago a conta. Estou
a caminho de casa quando Yan o gerente do restaurante
me chama.
— Olá. Paguei errado a conta?
O homem loiro de cabelos compridos sorriu se
aproximando.
— Não. Só vim me oferecer para acompanhá-la.
— Realmente não precisa, minha casa fica perto.
Sou mais seca do que gostaria com ele. Já começa
a escurecer, e a ventania está forte, parece que vai chover.
— Por favor, faço questão.
Ele sorri tão gentilmente que sou incapaz de
recusar. Andamos devagar até minha casa. Percebo que
Yan está interessado em mim, não é que eu não o ache
atraente e bonito, eu acho, mas depois de tudo que passei
com Bruce sou incapaz de dar abertura para outros
homens entrarem em minha vida.
— Você é bem reservada — começa a falar, sinto
seu olhar em mim. — Só o que sei sobre você é que tem
muito dinheiro. O estranho é preferir morar em um lugar tão
afastado.
— Gosto da calmaria daqui. Amo o mar, as comidas
afrodisíacas do seu restaurante. Por isso escolhi esse
lugar.
— Bom, mas e sua família? Você não a visita?
— Sou sozinha no mundo. Tenho uma tia que mora
muito longe. Ganhei uma herança da minha avó, por isso
sou rica — minto, sem olhá-lo.
— Entendi, bom, gostaria de te chamar para sair
qualquer dia desses. Se você estiver a fim.
Paramos em frente à minha casa. Observo Yan mais
de perto, seus olhos são claros e muito bonitos, ele tem a
aparência jovem e um sorriso descontraído que nunca
abandona seu rosto.
— Vou pensar e te dou uma resposta — respondo,
coloco a mecha de cabelo que caía em meu olho atrás da
orelha. — Agora preciso entrar, até amanhã Yan.
— Acho que nem vou conseguir dormir esperando
sua resposta — brincou ele. — Durma bem.

Termino de assistir dois episódios da série Os


Bridgertons na Netflix, estou amando essa série, ela é um
tanto sensual e intrigante. Sinto meu corpo esquentar,
imaginando como seria ser tão desejada assim, ter uma
noite de sexo prazeroso, deve ser bom, transar sentindo
esse tesão avassalador pela pessoa, ao mesmo tempo
amor.
Levo minha mão até minha calcinha e passo a
palma da mão ali, sentindo-a molhada. Estou excitada,
coloquei a mão dentro da calcinha tocando minha
intimidade, meu clitóris pulsa de tesão. Aumento os
movimentos circulares com meus dedos sentindo uma
pressão gostosa na minha barriga e na minha boceta que
estava melada, fecho os meus olhos sentindo um prazer
delicioso. O orgasmo veio tão rápido, me fazendo viajar e
sentir a sensação gostosa do êxtase. Eu prefiro me dar
prazer, sinto-me satisfeita com isso, prefiro me satisfazer
sozinha a ter que me submeter sair com qualquer homem
que ao menos conheço. Estou há quase três anos sem ter
relação sexual por escolha minha.
Tomo um banho rápido, deixando a água escorrer
pelo meu corpo, quando termino me enxugo e visto meu
pijama. Ouço um barulho na porta da sala, deve ser Emily.
— Amiga, cadê você? — Ouço ela chamar e vou até
a sala.
— Aqui.
— O que estava fazendo?
— Acabei de sair do banho, mas antes estava vendo
série.
Observo-a ir até a cozinha pegar água na geladeira
e depois se deitar no sofá.
— Você não vai acreditar. O Luck, me pediu em
namoro, e eu aceitei.
Olho para ela surpresa e me sento junto a ela no
sofá.
— Você não acha que ele pode estar só brincando
com seus sentimentos? Ele sabe que você é virgem, pode
estar querendo somente transar.
— Por que você sempre tem esses pensamentos
sobre os homens? Acha que todos são uns filhos da puta,
não te entendo.
— É porque eles são Emily. Para de ser ingênua.
Ela me olhou enraivecida e se levantou.
— Achei que você ia comemorar junto comigo, mas
é impossível. Você parece não desejar minha felicidade,
ainda fica me julgando.
Não consegui controlar-me e me levantei, com raiva.
— Então vai lá Emily, faça o que quiser. Se eu falei
isso, foi por querer seu bem, o que eu mais desejo é te ver
feliz. Não sou obrigada a escutar isso! Saia da minha casa.
Ela arregala os olhos chocada por eu lhe expulsar.
Conheci Emily há quatro meses atrás quando vim morar
aqui, ela mora próximo à minha casa, se cruzamos muitas
vezes na praia e no restaurante, em pouco tempo nos
tornamos amigas. Ela é nova e ingênua para certas coisas,
tem apenas 19 anos, não que eu seja muito mais velha,
mas com tudo que já vivi às vezes pareço ser.
— Eu já ia embora mesmo, nem precisa me
expulsar. Pode deixar que nunca mais volto.
Me arrependo de ter expulsado ela ao vê-la sair tão
nervosa.
— Emily, espere...
É tarde demais, ela bate com força a porta, indo
embora. Que garota cabeça dura, inferno. Vou até a
cozinha preparar um suco, me assusto ao ouvir alguém
bater na porta. Será que Emily voltou?
Corro até a porta e a abro, quase que esbarro com
um homem enorme, de terno preto, um rosto sério,
parecendo irritado. Dou um passo para trás assustada.
Antes de eu conseguir gritar o brutamontes tampa minha
boca com sua mão e a outra cobre meu nariz com um
lenço molhado. Me debato em seus braços, tentando
morder sua mão. A última coisa que vejo é seu sorriso
antes de minha visão se escurecer completamente.

Abro os olhos lentamente, me sentindo fraca e com


uma dor de cabeça absurda, entro em pânico ao perceber
que me amarraram, olho em volta apavorada, percebo que
estou dentro de um jatinho. Consigo ver o homem que me
atacou sentado em uma das cadeiras perto da minha.
— ME DESAMARRE AGORA, SEU FILHO DA
PUTA, DESGRAMADO, DO CARALHO! — berro me
debatendo com força, sentindo uma fúria insana que há
muito tempo não sentia.
— É melhor a senhorita não gastar a voz à toa. —
Ouço o homem dizer, enquanto digita algo sem me olhar.
— Vamos demorar ainda a chegar em nosso destino, não
queira que eu seja extremo e fite sua boca.
— Isso é um sequestro? — pergunto, com a voz
trêmula. — Vou denunciar todos vocês, isso não vai ficar
assim! Quem vocês pensam que são para ir até minha
casa, para me trazer a força para sei lá onde. Seus
imbecis.
— É não tem jeito, vou ter que te calar.
Minhas bochechas pegam fogo de raiva quando ele
vem até mim com uma fita.
— Não ouse me tocar, seu cretino de merda, vou
matar você, filho da puta!
Ele sorri friamente antes de pôr a fita na minha boca.
Que porra, o que eles podem querer comigo, para onde
estão me levando, porra.
— Nosso chefe quer você vadia, sorte sua, pois
adoraria acabar com sua marra e insolência.
Os desgraçados começam a rir de mim. Só consigo
pensar em maneiras de fugir deles. Continuo tentando me
desamarrar de qualquer jeito, outro capanga vem até mim
com uma agulha na mão, que me faz suar frio de medo.
— Isso vai ajudar você a se acalmar e dormir até o
seu destino.
Ele aplica a injeção em mim, me fazendo dormir
novamente.

Desperto abrindo os olhos, sentindo a claridade do


quarto me incomodar. Procuro pelos homens do avião, mas
não há mais ninguém, somente eu em um quarto enorme,
que não conheço. Levanto-me e perambulo pelo quarto
mesmo zonza por causa da fome e dos remédios para
dormir que os miseráveis me deram. Vou até a janela de
vidro, notando que estou em uma casa, uma mansão
talvez, em sua volta há várias árvores, um portão que serve
de muralha e um jardim bonito e extenso. Vou até a porta,
me apoiando contra os móveis para não cair, e constato
que ela está trancada.
— SOCORRO, ME TIRA DAQUI! — tento gritar alto,
mas não estou conseguindo, por conta da enorme secura
em minha garganta. Volto para cama e me deito, já
imaginei minha morte de várias formas, nenhuma delas foi
em um quarto de luxo, presa, com fome e sede.
Fico olhando para o teto, meus pensamentos
voando longe. Não sei quanto tempo passa até que a porta
se abre e uma senhora entra, trazendo uma bandeja com
comida. Meu estômago ronca ao sentir o cheiro.
— Aqui querida, preparei uma sopa, você deve estar
com fome — fala ao colocar a bandeja em meu colo.
— Quem é você e por que estou aqui?
— Só o que sei é que fui contratada para cozinhar
no período que você estiver nesta casa.
— Período que eu estiver? — repito sua fala a
questionando. — Vão me manter presa nessa casa, que
diabos, por quê?
— Você pergunta demais criatura, coma!
Depois de me responder rudemente ela sai sem me
dar qualquer tipo de explicação. Como a sopa rapidamente,
mesmo não aprovando o sabor, ou a falta dele. Tamanha é
a fome que eu estou. Quando termino de comer me sinto
mais disposta e vou até a porta. Tento abri-la como nos
filmes, com um prendedor de cabelo, mas não funciona.
— Por favor Deus, tenho que sair daqui.
Ando por todo o quarto, estou tão nervosa que nem
havia percebido que tem outro cômodo ali, um banheiro,
ando até ele sentindo minha bexiga quase explodindo de
vontade de fazer xixi. Ao terminar me olho no espelho, levo
um grande susto ao notar minha aparência horrível. Meu
cabelo bagunçado, embaraçado, o rosto pálido, sem vida.
Aproveito o luxuoso toalete para me banhar, entro no box
do chuveiro e deixo a água quente cair sobre meu corpo,
por um momento esqueço onde estou e o perigo que estou
correndo. Desligo o chuveiro ao terminar o banho e me
visto com uma toalha branca. Pego minha camisola, a peça
que vim vestida, e saio do banheiro.
Sobressalto para trás ao ver um homem, de costas
para mim. Parado à minha procura. Sinto minhas pernas
bambas ao fitá-lo de frente, é o homem mais lindo que já vi,
exala poder, trajando um terno que parece ter feito sob
medida para ele, azul, exuberante, com a camisa
desbotada embaixo do pescoço. Consigo notar raiva
através do olhar gélido que me olha, como se já me
conhecesse, pior, me desprezasse. Seguro firme a toalha
em volta do meu corpo.
— Quem é você?
Minha voz saiu mais baixa do que de costume. O
homem me fita de cima a baixo, com um olhar frio,
nervoso. Sinto um frio gélido me tomar, minhas pernas
mais bambas que vara verde. Seu olhar me causa uma
sensação estranha no estômago.
— Vista-se — manda, como se eu fosse obrigada a
obedecê-lo. Sua voz é grossa, capaz de me causar
arrepios. — Vou aguardar na sala.
Dito isso ele sai do quarto, batendo a porta, me
deixando boquiaberta sem entender o que acabou de
acontecer. O cheiro de seu perfume impregna o espaço
todo, posso passar horas cheirando esse aroma de
perfume importado. Noto que o infeliz deixou uma roupa
sobre a cama, uma calça e blusa simples junto a uma
calcinha e sutiã. Seguro a calcinha preta de renda, fio
dental, imaginando se ele que comprou pessoalmente,
como ele pode saber o número da roupa que visto.
Já pronta e decentemente vestida saio do quarto.
Curiosa para saber o que me traz aqui, por que me
sequestraram? Ando pelo corredor até chegar à grande
sala. Fico chocada com o luxo do lugar. A claridade do dia
a ilumina, as janelas de vidro facilitam isso, o piso é todo
de mármore branco e as paredes escuras, em boa parte
delas têm quadros caros, inúmeros.
O homem está em pé, próximo a janela de vidro. Ele
está com um copo na mão esquerda, tomando a bebida
lentamente. Sinto um frio na barriga, esfrego meus braços
um no outro sentindo minhas mãos trêmulas. Porra, quero
correr, mas não chegaria na porta sem levar um tiro nas
costas.
— Por que me sequestrou, o que faço aqui? — exijo
saber, indo até ele que se vira para me olhar, seus olhos
escuros como neblina, me faz ficar retraída por não saber
com quem estou lidando.
— Primeiramente, quem dá ordens aqui sou eu —
vocifera ele, como se tivesse algum poder sobre mim. —
Vou te contar o porquê de você estar aqui, Sophie.
Levo um susto ao ouvi-lo pronunciar meu verdadeiro
nome, mesmo tentando não demonstrar. Se ele pretende
ler minhas emoções ou decifrar meus sentimentos não vai
conseguir, sou boa em não os demonstrar.
— Não acato ordens de ninguém, a não ser as
minhas. — Sinto meu sangue ferver ao vê-lo abrir um
sorriso, frio, sarcástico. As linhas finas de seu rosto
tornando-se visíveis.
— Passei muito tempo querendo encontrá-la —
conta, indo até a mesa onde há uma garrafa de Bourbon,
enchendo seu copo vazio. — Pensei em várias formas de
me vingar de você, a primeira prometida ao seu pai, a
segunda te deixando sem a coisa que mais aprecia,
dinheiro.
Mordo forte minha boca, temendo soltar um palavrão
e acabar morta. Sinto meu coração acelerado e minhas
mãos suam. O pavor me toma, quase que totalmente, pisco
rápido, sentindo seu olhar severo me observando. Depois
de tudo que passei em vida, me recuso a tremer na frente
de um homem, mesmo que se pareça com um gângster,
impiedoso, de mais de 1,90m. O sorriso dele é o mais
diabólico que já presenciei.
— Você falou meu pai?
— Exatamente. Xavier — responde com a voz
calma, macia, bebericando sua bebida.
— O que sabe sobre ele e eu? — pergunto, receosa.
Sinto-me tensa. — FALE!
— Sei que vocês não têm escrúpulos. Me roubaram
e pensaram que eu não fosse descobrir — solta ele. —
Encontrei seu pai bem antes de você, mas finalmente
agora tenho ambos em minha posse.
— Posse? Você é um doente por acaso?
— Desculpe. Que péssimo modos os meus. Deixe-
me apresentar — começa a dizer, aproximando o rosto do
meu. A beleza do seu rosto me impressiona, mas não mais
que o ódio que ele demonstra ter de mim. — Alexander
Campbell. CEO da Bijoux Précieux, que você roubou junto
ao seu pai.
Sua revelação me deixa surpresa, quase caio ao dar
um passo para trás, sentindo o sentimento de medo e
vergonha me tomar. Meu corpo trepida, por saber quem é o
homem à minha frente, eu mesma pesquisei sobre ele
antes do roubo ocorrer. O homem sorriu amargamente,
desviando o olhar do meu rosto.
— Você me trouxe a essa casa por quê? Pretende
se vingar de mim?
— Te trouxe porque não tinha outro lugar para te
levar. Sou um homem famoso pela minha posição social,
tem sempre algum abutre à espreita esperando para ter
alguma matéria sobre mim. Não podia te levar para um
hotel, tampouco para minha cobertura. Aqui me parecia um
bom lugar, afastado, discreto.
— E você pode me matar sem que ninguém
descubra — completo.
Alexander me fita surpreso, acredito por pensar que
eu não teria coragem de respondê-lo no mesmo tom, é
notável que ele está acostumado a todos abaixarem a
cabeça e acatar suas ordens. Me dou o desfrute de ir até a
mesa que ele deixou a garrafa de bebida e servir um copo
para mim. Tomo um gole sentindo o gosto amargo do
Bourbon antes de sorrir para Alexander.
— Você é patético — zombo, começando a
gargalhar. — É um homem bilionário. Conhecido como Rei
dos diamantes. — Levanto meu copo em sua direção,
rindo. — Tem uma vida perfeita, mas passou ela
procurando se vingar dos inimigos. Patético. Dinheiro não
te falta, nem com mil roubos, entretanto, me sequestrou e
matou meu pai, por uma vingança estúpida, quando o certo
era nos denunciar e deixar a justiça cuidar disso.
Fico satisfeita ao ver as chamas de ódio em seus
olhos. Consigo o atingir no ponto que queria. Coloco o
copo na mesa ao lado sem retirar os olhos dele.
— Não matei, Xavier. Ainda. Fiz uma promessa a ele
que pretendo cumprir.
— Qual promessa?
— Você ainda vai descobrir.
Ando até ele, devagar, sentindo seus olhos negros
me acompanhando a cada passo, chego tão perto que
consigo ver cada detalhes de seu rosto. Me apoio nas
pontas dos pés para ficar da sua altura, sentindo sua
respiração ficar irregular enquanto me observa, parecendo
estar resistindo a vontade de me beijar, ou esganar. Sinto
uma sensação de fogo e excitação, passar pelo meu corpo
e descer até minha calcinha. Inferno, estou ficando
molhada só por imaginar que lhe causo algum efeito.
— O que diabos está fazendo?
Sua voz sai mais rouca que o comum. Bingo. Me
afasto, como se nada tivesse acontecido. Minhas
bochechas parecem queimar.
— Quero ver meu pai — digo. Desviando o olhar. —
Preciso saber se ele está mesmo vivo e bem.
— Tenho uma proposta para você, Sophie. — Ele
muda de assunto. — Liberto você e seu pai, não os
denuncio, basta só que me informe todos seus dados
bancários. Você escolhe, liberdade ou a sarjeta.
Sinto meu coração acelerar, começo a suar frio. Ele
toca no meu ponto fraco, no entanto, consigo ver que ele
sabe bem disso.
— Você só pode estar maluco. Parte do dinheiro que
roubei é seu, mas outra não!
— É dinheiro indevido de todo modo. Vou zerar suas
contas. Se recusar, te ponho na cadeia. Onde é o lugar de
pessoas como você estar.
— Pessoas como eu? Você pensa que é um tipo de
Deus por acaso? Para querer fazer justiça com as próprias
mãos? — ralhei, fora de mim. — Saiba senhor, não tenho
medo de você, não vou fazer o que me pede. Dane-se,
pode me dar um tiro agora mesmo, mas não vou ceder aos
seus desejos de vingança.
Empurro Alexander sentindo a fúria me tomar, ele
segura meus pulsos, a intenção de impedir-me de estapeá-
lo. Grito, brigando contra seu corpo após ele colocar-me
contra a janela de vidro, me segurando de forma
possessiva, forte, impedindo meus movimentos. Nossos
olhares estão um no outro. Sinto seu hálito quente em meu
rosto, por conta da sua respiração voraz, ele me olha como
se fosse o próprio diabo prestes a levar minha alma.
Congelo, e meu coração desce pela garganta seca.
— Não ouse levantar a mão contra mim. Nunca mais
ouviu? — ordena, entredentes. — Você não sabe com
quem está lidando. Não sabe do que sou capaz.
— Nem você sabe. Mas vou te contar — cuspo de
volta, deixando-o notar toda a raiva que estou sentindo. —
Já passei por muitas humilhações que fizeram que eu
aprendesse a não aceitar mandos e desmandos de homem
algum. Você está certo em me odiar, te roubei e assumo,
embora meu único arrependimento seja ter sido pega. Você
não vai me ver lamentar, nem implorar por perdão, não é
do meu feitio fazê-lo. Me sequestrar foi uma péssima ideia
eu posso te afirmar isso, se não for me matar senhor
Alexander, eu juro, farei com que sua vida se torne um
completo martírio.
Respiro fundo, ainda ofegante após soltar as
palavras rapidamente. Alexander continua me encarando,
seu olhar preso em um lugar em específico de meu rosto,
minha boca. Mordo meu lábio fortemente, vejo seu olhar se
escurecer.
O meu dia passa mais lentamente que o normal,
talvez porque estou ansioso para pôr as minhas mãos na
ladra, sem escrúpulos, infelizmente não posso abandonar
os negócios aqui em Toronto para ir encontrá-la em Miami,
entretanto já mandei um pessoal de minha total confiança
para trazê-la para mim. Passo em minha cobertura para
tomar um banho e me arrumar para o jantar na casa de
meus pais. Visto uma roupa casual, camisa branca
desabotoada, calça jeans preta, com cinto de couro da
mesma cor. Noto que preciso aparar a minha barba
urgentemente, está começando a ultrapassar o tamanho
ideal, que eu prefiro.
Jack meu motorista já me espera em frente ao meu
Mercedes-Bens, quando desço. Vou até ele, o homem de
estilo elegante de cabelo grisalho educadamente abre a
porta para mim, ao me ver chegar. Jack além de ser meu
motorista é meu segurança, em alguns eventos minha
equipe me acompanha de moto ou de carro, hoje como é
apenas um jantar na casa dos meus pais não achei
necessário tê-los na minha cola.
— Boa noite, senhor Campbell.
— Bela noite, Jack.
Entro no carro luxuoso. Recebo uma mensagem de
Briella me informando que está pronta. O caminho até o
apartamento dela é rápido. Saio do Mercedes para abrir a
porta para minha noiva, um gesto de cavalheirismo que
aprendi cedo com meu pai. Briella sai pelo portão do prédio
desfilando, com elegância, vindo até mim. Ela é sensual
sem ser vulgar, foi criada por pais rigorosos e é
acostumada a seguir as regras das etiquetas. Sempre está
bem-arrumada, mas essa noite ela caprichou, escolhendo
um vestido que vai até o meio de sua coxa branco, com um
pequeno decote e saltos da Gucci.
Ela me cumprimenta com um beijo rápido.
— Olá, meu amor.
— Você está linda, como sempre — elogio,
agarrando sua cintura. — Muito exuberante — digo antes
de gentilmente abrir a porta para que ela entre.
— São muitos os convidados da sua mãe? Ou é um
jantar reservado somente para família?
— Acredito que seja só para os familiares próximos.
Briella passa a mão pelo cabelo loiro, perfeitamente
alinhado e brilhante.
— Você acha que ela vai aprovar a roupa que
escolhi? — pergunta, alisando o vestido branco. — Quero
que ela goste de mim como nora.
— Você está perfeita como sempre Briella. Minha
mãe já aprovou nosso casamento, é provável que esteja
mais ansiosa que nós.
Jack dá partida no carro, que é um dos preferidos da
minha coleção de automóveis.
— Estive pensando — começa a dizer, se
aproximando para tocar minha perna. — Poderíamos nos
casar no próximo mês, em três semanas. Não vejo a hora
de ser sua esposa, Alexander. O que acha?
Subo o compartimento para nos dar mais
privacidade, onde Jack não veria o que pretendo fazer.
Toco seu queixo para olhá-la nos olhos. A pele dela
parece mais clara por conta da maquiagem, e a boca não
está muito destacada por conta do batom nude, lembro-me
dos lábios da mulher que me roubou, na foto que vi, são
vermelhos e carnudos. Inferno, me distancio de Briella que
me olha confusa.
— Vou pensar com calma. Não acho necessário
tanta pressa para se casar.
— Alexander? — chama-me atraindo minha
atenção. Seus olhos ficam inundados de lágrimas, porra,
ela está prestes a chorar. — Você não gosta mais de mim,
é isso?
— Não confunda as coisas Briella. Se eu não
gostasse de você não teria te pedido em casamento —
lembro-a. — Hoje não é dia para discussões, vamos
resolver os detalhes da data do casamento em outro dia —
falo, beijando-a em seguida. Colocando um fim no assunto.
Briella se entrega ao beijo, submissa, posso fazer o que eu
quiser com seu corpo que ela não se opõe. Seguro com
força sua nuca, sugando seu lábio em seguida.
— Diga que me ama, Alexander — suplica em meu
ouvido, gemendo baixo, começando a me deixar excitado.
.
— Deixe-me provar o quão me deixa louco Briella —
respondo, desviando de seu pedido. Me pus sobre ela,
aproveitando que o carro é espaçoso, beijando a sua boca
com desejo, adorando excitá-la. O vestido de Briella sobe
ficando enrolado na cintura, ela então, rebola, no pouco
espaço que tem embaixo do meu corpo se esfregando na
minha ereção. Desço o beijo em direção ao seu pescoço,
lambendo e o chupando deixando-a molhada de tesão.
— Você é meu, Alexander. Ah! — geme ela,
ofegante, excitada pelos meus beijos. — Me faça sua, meu
amor.
Tampo sua boca com minha mão quando percebo
que ela geme muito alto.
— Tente não gritar — mando, esfregando seu
clitóris, vendo-a se contorcer de tesão. — Mesmo que seja
impossível se controlar quando eu te fodo, do jeito que
gosta. Vou te fazer gozar com minha mão, meus dedos
farão a mágica acontecer e eu vou absorver todos os seus
gemidos com minha boca.

Chegamos à mansão, que fica em um condomínio


luxuoso. O longo jardim da mansão está diferente, agora
tem um chafariz, belíssimo, que acredito que foi escolhido
por minha mãe. Ando de mão dada com Briella até a
entrada da casa. Meus pais estão na sala conversando
sobre algum assunto animados. Quando notam minha
presença sorriem, alegres com nossa chegada.
— Um bom filho à casa torna — diz meu pai vindo
até mim. Ele me abraça rapidamente, os cantos dos seus
olhos enrugam, marcados pela idade.
— É bom ver o senhor, meu pai.
— Você deveria vir mais vezes. Já basta seu irmão
longe de nós.
— Ando muito ocupado com assuntos da empresa,
mas prometo tentar vir mais vezes.
Ele volta a me abraçar, dando tapas em meu ombro.
Depois cumprimenta Briella.
— É um prazer revê-la, minha nora.
— O prazer é meu, sogro.
Briella sorri gentilmente e vai em direção à minha
mãe, que a abraça, gentilmente.
— Como sua noiva é linda, meu filho, fico
imaginando como serão meus netos —Samira — minha
mãe — a elogia, enquanto segura a mão de Briella.
— Nem nos casamos ainda e já está pensando em
netos dona Samira — brinco indo até ela, dando-lhe um
beijo na sua bochecha. Ela toca meu rosto, com sua mão
delicada, os olhos verdes brilhando igual seu cabelo negro.
Tenho que abaixar a cabeça para poder olhá-la, por Samira
ser baixa.
— Estou ficando velha, meu querido. Não quero
partir dessa vida sem conhecer meus futuros netos —
brinca e nos sentamos nos sofás da sala. Meu pai segura a
mão de minha mãe, antes de beijá-la. Eles realmente se
amam apesar da traição do passado, adoro ver isso, me
pergunto como deve ser amar alguém, de verdade, deve
ser um sentimento avassalador. Briella também pega em
minha mão, me dando um olhar.
— Meu amor, não pressione assim nosso filho,
acredito que na hora certa ele vai se casar e ter filhos.
— Você ainda vai viver muito minha sogra — fala
Briella. — É jovem ainda, linda, vocês dois. Alguma coisa
me diz que em breve poderemos realizar o sonho de
vocês.
Fico surpreso com a confiança das palavras de
Briella, e a olho confuso, filhos não estão nos meus planos,
não por agora pelo menos, não consigo me imaginar sendo
pai, tampouco casado. Ela aperta minha mão mais forte e
deita a cabeça em meu ombro.
— Mesmo que seja complicado para mim, vou
aguardar o tempo de vocês — Samira falou rindo. Comecei
a estranhar o fato de minha irmã não estar aqui.
— Onde está Melanie?
— Sabe como é sua irmã, demora muito para se
arrumar, mas já vai descer, Alexander — meu pai
responde. Após terminar de falar vejo minha irmã, toda
produzida, descendo as escadas. Seu cabelo está preso
em um coque chique como sempre e ela traja um vestido
longo, folgado preto, da cor de seus cabelos. — Falando
nela...
— Olá família, a pessoa mais ilustre da casa acaba
de chegar — brinca ela se jogando no sofá, sem
cumprimentar a Briella e a mim.
— Melanie tenha modos. Não te eduquei assim.
Já acostumado com o jeito de ser de minha irmã,
continuo quieto a observando. Melanie tem uma
personalidade forte e uma maneira de se vestir que minha
mãe desaprova. Acredito que faça isso, com a intenção de
irritar nossos pais para quem sabe eles a deixem se mudar
para um apartamento só dela.
— Olá, irmão. Tudo tranquilo, cunhada?
— Olá, cunhada. Você está linda essa noite — fala
Briella.
— E você sincera como sempre.
Melanie sorri falsamente, revirando os olhos para
minha noiva, que fica ruborizada no mesmo instante.
— Melanie não é certo tratar Briella dessa maneira
— a repreendo, começando a ficar irritado, com seu jeito
infantil de ser.
— Desculpe, Briella, não quis ser chata, mas não
gosto de falsidade.
— Em nenhum momento fui falsa, com você
Melanie. Seu estilo é um tanto divergente, mas eu gosto.
O clima fica um tanto estranho na sala até a
chegada de meu irmão, depois tudo se apaziguou.
Jantamos, conversamos, sobre vários assuntos, matamos
a saudade que estávamos um dos outros. O jantar foi
divertido, conversamos muito. Uma empregada nova veio
nos servir a sobremesa, noto que Elliot a olha com
interesse. Comendo a moça com os olhos. A garota não
faz meu estilo, aparenta ser muito nova, daria 18 anos para
ela. No entanto, ela é muito bela, não consigo ver a cor de
seu cabelo por ficar escondido atrás da toca de chefe, mas
seu rosto negro, é bem angelical, e a cor de seus olhos, um
tom de amarelo escuro, chama bastante atenção.
— Quero fazer um brinde — meu pai se pronuncia
erguendo o copo. — A nossa família reunida novamente.
Nós brindamos felizes. Noto que minha irmã sempre
encara Briella, com um olhar estranho e desviava.
— Quero fazer um pedido — Elliot anuncia. —
Gostaria de passar uns dias aqui e não no hotel.
— Como se precisasse pedir permissão para isso.
Essa casa é sua, meu filho, fique o quanto quiser, vamos
adorar tê-lo conosco.
— Obrigado, mãe.
Elliot sorri antes de beber sua bebida, ele pode
enganar nossos pais, mas a mim não, sei que quer ficar
por ter outros interesses, a empregada é o maior deles.
Terminamos o jantar e Briella e eu resolvemos ir
embora. Meus pais se despedem, pedindo para que
passemos a noite, mas eu recuso. Coloco minha mão nas
costas de Briella e a acompanho até a limusine.
— Alexander, espere! Preciso falar com você! —
Ouço minha irmã gritar, franzo a testa olhando em sua
direção e sigo até ela preocupado.
— O que ouve Melanie?
— Preciso falar com você sobre Briella.
— Pode falar, sou todo ouvidos — respondo
sentindo-a estranha e preocupada.
— Fiquei sabendo por uma amiga minha que sua
família está com problemas financeiros. Ela me disse
também que Briella não é um anjo como se mostra ser.
Falou coisas sobre ela que me deixou chocada.
Minha irmã nunca mente, ela é a pessoa mais
sincera que conheço. Olho na direção do carro onde Briella
está me esperando e volto a olhar Melanie, sentindo uma
ruga de desconfiança me atingir.
— Muitas pessoas tendem a mentir, pode ser que
sua amiga não goste de Briella e falou essas coisas para
prejudicá-la.
— Vou ficar esperta. Obrigada por me avisar. —
Melanie pula em meus braços e me abraça apertado. — Só
desejo sua felicidade, irmão — murmura.
— Também desejo a sua Melanie — digo. — Agora
preciso ir, nos vemos em breve.
— Até breve, irmão.

De madrugada ouço meu celular tocar, não tinha


dormido ainda, estava com insônia. Checo a ligação, Ryan,
o homem de minha confiança havia me mandado muitas
mensagens e ligado, checo suas mensagens.
“Deixamos a mulher na mansão que pediu, como
combinado, ela está desacordada por conta dos
medicamentos que aplicamos nela para dormir.”
Digito uma mensagem rapidamente:
“Os seguranças que contratei e a cozinheira já estão
aí?”
“Sim, senhor. Trouxemos alguns pertences da
mulher, que talvez ela venha a precisar, se for mantê-la por
muito tempo na mansão.”
“Ótimo. Estou a caminho."
Me visto rapidamente colocando o primeiro terno
que encontro jogado no meu closet e confiro Briella, que
dorme tranquilamente. Desço até a garagem e escolho
minha BMW dentre todos meus automóveis. O dia começa
a amanhecer, consigo ver o nascer do sol de dentro do
carro enquanto dirijo, pela cidade. Coloco uma música para
me distrair, pois a Mansão em que coloquei a ladra fica
afastada da cidade.
Passo pela estrada de terra adentrando um caminho
mais perigoso e escorregadio pela mata, até que avisto o
longo portão que cerca a mansão escura, porém, bonita. O
portão se abre e eu adentro. Saio do carro rapidamente,
sentindo a ansiedade me corroer, porra, preciso olhar essa
mulher, ver o rosto da infeliz que me roubou tão
sordidamente.
Avisto Ryan junto com outro segurança que não
conheço, fumando, perto da entrada.
— Onde ela está?
— No primeiro quarto do corredor. Não se preocupe,
ela está trancada. Colocamos uma roupa em cima da cama
do quarto onde ela está, pois quando a sequestramos ela
estava vestida somente com um pijama.
Não o respondo, entro direto na mansão que
comprei somente para manter Sophie. O barulho dos meus
passos ecoam pelo chão de mármore. Chego até o quarto
que Ryan me informou que colocou a diaba. Olho ao redor
confuso por não a encontrar na cama, nem em parte
alguma. Sinto minhas veias pulsando de nervoso, inferno,
será que ela fugiu. Sinto um cheiro adocicado de sabonete,
um aroma suave que me desperta interesse, me viro,
deparando-me com Sophie, de toalha, toda molhada, me
fitando assustada, seus olhos azuis arregalados. Fico
surpreso, por ver uma mulher linda como ela à minha
frente.
Não consigo me impedir de apreciar a bela vista que
é seu corpo, ela segura firme a toalha fina em sua volta,
porra, a bandida é linda demais, cacete, consigo ver seu
seio vultoso marcando a toalha, sinto um tesão selvagem
ao olhar suas coxas bem torneadas, gostosa demais. Seu
cabelo negro pingando no chão, os lábios avermelhados
que tanto me excita, trêmulos, observando-me com medo,
merda, meu pau lateja dentro de minhas calças, sedento
por ela.
Desvio meu olhar dela, sentindo meus batimentos
acelerados, não posso e não devo me sentir atraído por
essa bandida.
— Quem é você? — sussurra ela, com a voz
trêmula. A fito de cima a baixo novamente, tentando
controlar a vontade insana de tirar a toalha que cobre seu
corpo e poder vê-la nua, fico duro só de imaginar, ainda
que ela não perceba, pois seu olhar não deixa o meu rosto.
— Vista-se — mando. — Vou aguardá-la na sala.
Saio do quarto e ando rapidamente até a sala,
sentindo o tesão avassalador ainda em meu corpo.
— Inferno de mulher — xingo indo até a mesa onde
há um Bourbon e me sirvo um copo. Bebo, sentindo o
amargo da bebida que estou acostumado a tomar.
Tenho que me controlar, não posso cair nos
encantos dessa ladra. Mesmo que seja linda como o
inferno e tenha a capacidade de me deixar duro só de olhá-
la.
Em poucos minutos de conversa conheço muito de
sua personalidade feroz, ela é uma mulher forte e tem uma
língua afiada, uma boquinha insolente que me dá vontade
de domá-la e mostrar com quem essa malcriada está
lidando. Porra, tive que usar muito do meu autocontrole
quando Sophie andou até mim, lentamente, desfilando
sedutora, a calça que ela vestiu ficou perfeita em seu
corpo, destacou sua bunda grande e empinada, um
completo declínio para mim. Senti meu pau enrijecer ao
senti-la tão perto do meu rosto, a boca tão perto da minha,
fazendo-me desejar sentir seu gosto. Sinto um desejo
desenfreado de beijá-la e de possuí-la ali na sala, contra o
vidro da janela, e ouvir os seus gemidos que devem ser
deliciosos, sua voz me excita, seu cheiro me embriaga.
— É dinheiro indevido de todo modo. Vou zerar suas
contas. Se recusar, te ponho na cadeia. Onde é o lugar de
pessoas como você estar.
A diaba gosta de dinheiro, dá para ver em seus
olhos o medo de perdê-lo, cacete, ela é mesmo uma
mulher sem escrúpulos algum.
— Pessoas como eu? Você pensa que é um tipo de
Deus por acaso? Para querer fazer justiça com as próprias
mãos? — ralha, me surpreendo com sua explosão, o
barulho da sua voz ecoa pela sala. — Saiba o senhor, que
não tenho medo de você, e não vou fazer o que quer.
Dane-se, pode me dar um tiro agora mesmo, mas não vou
ceder aos seus desejos.
A insolente tem a audácia de me empurrar, nunca
ninguém ousou erguer a mão contra mim, inferno, sinto
meu corpo se enrijecer, a raiva me tomando junto ao tesão,
seguro seus braços quando ela tenta me estapear,
descontrolada. Se fosse qualquer outro alguém me
enfrentando eu já teria sem dúvidas o matado, mas essa
mulher conseguiu em poucos minutos foder com meu
autocontrole, sequer consigo raciocinar com clareza perto
dela. Não consigo, ainda, fazer mal a ela, mesmo que a
desgraçada mereça.
Impeço seus movimentos, segurando-a com força, a
mulher é mais forte do que aparenta, uma gata selvagem
incontrolável. Meu corpo todo fervilha de raiva, nossos
olhares estão presos um no outro, ela encosta sua perna
na minha ereção sem perceber, nem ao menos nota o
quanto esse jogo de gato e rato me excita.
— Não ouse levantar a mão contra mim. Nunca mais
ouviu? — ordeno, entredentes. — Você não sabe com
quem está lidando. Não sabe do que sou capaz.
— Nem você sabe. Mas vou te contar — cospe de
volta, sinto um arrepio na espinha olhando o rosto de
Sophie, essa mulher está destinada a me enlouquecer. —
Já passei por muitas humilhações que fizeram que eu
aprendesse a não aceitar mandos e desmandos de homem
algum. Você está certo em me odiar, te roubei e assumo,
embora meu único arrependimento seja ter sido pega. Você
não vai me ver lamentar, nem implorar por perdão, não é
do meu feitio fazê-lo. Me sequestrar foi uma péssima ideia
eu posso te afirmar isso, se não for me matar senhor
Alexander, eu juro, farei com que sua vida se torne um
completo martírio.
Seu discurso me abala, me deixa sem reação, olho
seus lábios que ficam entreabertos, ofegantes, sinto a
minha boca salivar, olhando-a. Seguro sua cintura e
pressiono contra ela, que enfim sente minha ereção tocar
sua barriga, seus olhos se arregalam, e seu rosto delicado
fica todo vermelho, me deixando ainda mais excitado e
com meu pau pulsando, quase rasgando minha calça. A
diaba morde os lábios antes de arranhar meu braço,
fazendo-me soltar um rugido de dor acompanhado de
tesão. Sophie leva sua boca ao meu pescoço subindo
lentamente até a orelha, onde sussurra com a voz
modulada:
— Seu martírio começa agora, Alexander. — Ao se
afastar passa a língua no lóbulo da minha orelha quase me
fazendo gemer.
A maldita percebe que mexe com minha libido,
sentiu o quanto fiquei excitado isso não poderia acontecer,
porra como vou castigar essa mulher quando fico excitado
por ela? Acho que ela realmente tem razão, meu martírio
acabou de começar, porém se ela acha que vou facilitar,
está redondamente enganada.
Com o coração acelerado, despertado por um
sentimento obsceno, piso com força no pé de Alexander
fazendo com que ele me solte, tomado pela dor e surpresa,
e aproveito para correr, corro com toda rapidez que consigo
pelo corredor até chegar ao quarto que estava presa e me
tranco no banheiro. Sento-me na porta, sentindo meus
batimentos desenfreados, respiro fundo, me controlando
aos poucos. Ouço o barulho dos passos que acredito ser
de Alexander, perto da porta.
— Saia desse banheiro agora, Sophie! — vocifera
ele. Batendo com força na porta me assustando. — É uma
ordem!
— Já disse que você não manda em mim Alexander.
Me deixe em paz, quero ficar sozinha.
— Você ainda não respondeu a minha proposta —
lembra ele.
— Vá para o inferno com a sua proposta. Prefiro
morrer aqui dentro dessa mansão a ceder ao seu desejo —
retruco, ouvindo um ruído de raiva sair de sua garganta.
— Tudo bem, Sophie, não irei insistir. Irei embora,
no entanto, vou deixar seguranças espalhados pela
mansão, portanto, nem pense em fugir. Você pode
aproveitar essa casa enorme, a solidão, e pensar melhor
sobre minha proposta.
— Minha resposta você já tem. É não!
— Veremos até quando. — O ouço falar. — Tenha
um bom dia, Sophie.
— Vai à merda seu maníaco desgraçado.
Esmurro a porta brutalmente sentindo meus dedos
sangrarem. Alexander que não sabe com quem está
lidando, já percebi que apesar de me desprezar sente
atração por mim, me culpo, pois o sentimento é mútuo.
Fiquei tão excitada quando senti sua ereção, me molhei
toda sentindo seu pau me tocando, duro, parece ser
grande, porra, esse homem é um delírio. Não menti quando
disse que farei de sua vida um martírio, talvez de um modo
prazeroso para mim e tortuoso para ele.
Abro a porta receosa, felizmente encontro o quarto
vazio, solto um suspiro de alívio ao ver a porta aberta,
Alexander não me trancou como imaginei que faria. Ando
pela mansão, curiosa para conhecer os outros cômodos da
casa, têm vários aposentos parecidos com o que estou.
Avisto a cozinha, muito linda, gigantesca, não encontro a
mulher que me serviu a sopa mais cedo, abro os armários
à procura de algo gostoso para comer, eles estão vazios.
Entro em um cômodo que fica perto da sala, meu sorriso se
abre ao perceber que há uma biblioteca enorme, faz tempo
que não leio, apesar de gostar muito.
Fecho a porta e vou até a outra que fica em uma
parte escondida da sala, curiosa corro até ela temendo que
um dos seguranças apareça, a abro e o que vejo ilumina
meus olhos, um canto muito lindo e iluminado com uma
piscina e hidromassagem. A vista que dá para uma floresta
é estonteante, consigo ver um lado não tão distante dali.
Esse lugar é um paraíso, sinto vontade de nadar naquele
lago lindo. Consigo ver o pôr do sol, tão maravilhoso, uma
lágrima escorre pelo meu rosto. Vou até o lago e fico
impressionada com o tamanho de sua beleza, toco a água
fria, tão brilhante e clara.
— EI, VOCÊ. — Ouço um homem gritar, o mesmo
que estava no avião. — Não pode ficar aqui, entre agora.
— Por que não é permitido? Vão me manter presa
no quarto? — pergunto indo até ele. O homem me olha de
uma maneira estranha, nada boa.
— Por enquanto as ordens são para que fique no
quarto, venha. — Termina de dizer e me puxa pelo braço.
— NÃO ME TOQUE! — grito com raiva, desferindo
um tapa no rosto do homem atrevido. Ele toca no lugar em
que o tapa lhe atingiu, me olhando furioso, dou um passo
para trás, amedrontada.
— Sua vadia dos infernos, como ousa me tocar? —
ralha, segurando meu braço novamente, dessa vez com
mais força, os olhos do homem negro, alto, estão brilhando
de raiva. — Vou te dar o que merece sua cadela.
O jeito que ele fala comigo é igual ao de Bruce, sinto
que lágrimas começam a inundar meus olhos, não gosto de
lembrar dele.
— Mandei me soltar!
— Cala a boca sua putinha.
Ele segura minha cintura, não consigo me mover,
tamanho é meu medo, sinto como se estivesse novamente
no passado, o homem à minha frente se transforma em
Bruce, choro desesperada, quero me mexer, impedi-lo de
me tocar, mas é impossível, a ansiedade e angústia me
toma por inteira.
— Solte-a, agora! — Ouço a voz ameaçadora de
Alexander, estou cabisbaixa, não consigo olhar o homem
que me segura.
— Senhor Campbell, não é o que está pensando.
— Mandei soltá-la, não hesitarei em atirar.
Sinto meu corpo trêmulo, o homem me solta, mas
fico parada ali, tremendo. Me forço a erguer o rosto,
consigo ver Alexander segurando uma arma, apontada
para o capanga.
— Saia daqui e não me deixe nunca mais pôr os
olhos em você, se não o matarei.
O homem sai rapidamente dali, sem contestar a
ordem de Alexander. Abraço meu próprio corpo com medo,
abaixando a cabeça novamente.
— O que ele fez com você? — quis saber Alexander,
sinto-o próximo a mim. — Ele te machucou?
Não respondo, fico quieta, meu corpo ainda trepida.
— Sophie, por Deus, me responda! — ordena. —
Aquele desgraçado te machucou?
— Estou bem, ele não chegou a me machucar —
digo finalmente conseguindo olhá-lo, não quero que ele
veja tão frágil, com o rosto molhado pelas lágrimas. O olhar
de Alexander passeia por todo meu corpo, conferindo se
não estou machucada.
— Por que está chorando se ele não a machucou?
— Ele se aproxima de mim, seu olhar com uma emoção
diferente da que presenciei horas antes. — Aquele homem
te apavora tanto e eu não? — Sua mão toca meu queixo, o
erguendo, observando meu rosto com preocupação.
— Me deixe sozinha Alexander. Preciso dormir. Por
favor. — Tento passar por ele, mas me impede, se
colocando em minha frente.
— Eu trouxe comida, deixei em seu quarto, espero
que goste da culinária francesa.
— Não é o tipo de comida que aprecio, mas não
posso reclamar.
— Não se preocupe, nenhum dos meus seguranças
irão tocá-la daquela forma, nunca mais.
Pisco os meus olhos, sentindo a sensação de medo
e apavoramento dissipar.
— Ótimo.
Passo por ele e ando rapidamente até o quarto.
Entro fechando a porta. Encontro uma bandeja em cima da
cama com uma comida que nunca experimentei, é um
prato chique, espero que esteja saboroso. Sento-me na
cama, e começo a comer.
O gosto não é ruim. Infelizmente tenho o péssimo
hábito de julgar as comidas pela aparência, me esqueço de
que é impossível saber se são boas sem experimentá-las,
assim como as pessoas, não é possível saber quem
realmente são sem conhecê-las melhor, é uma pena que
alguns não venham com um aviso de “cuidado, perigo!”
facilitaria muito as coisas.
Odeio como as lembranças do passado me
fragilizam, se não fosse por isso Alexander jamais iria
presenciar-me tão abalada. Termino de comer, deixo a
bandeja na mesa ao lado e resolvo me entregar ao sono,
que não demora chegar.

De manhã, acordo, faço minha higiene matinal e vou


até a cozinha, sentindo um cheiro gostoso de café. Espio
detrás da porta a senhora que levou a sopa para mim
ontem, ela está terminando de fazer o café. Tomo coragem
e entro na cozinha, ela rapidamente nota minha presença.
— Olá, desculpe, não quero incomodar. É que estou
com fome — explico chegando perto da bancada, a mulher
me olha aparentando estar incomodada, sua expressão
não mudou, desde ontem.
— Fique à vontade. Vou preparar ovos com bacon
para você.
— Oba, adoro ovos com bacon — digo sentindo
meu estômago roncar, a mulher volta a cozinhar sem me
olhar.
— Qual seu nome?
— Abigail.
— O meu é Sophie, bem, o verdadeiro.
Finalmente consigo captar sua atenção, ela se vira
me olhando confusa.
— Como assim o verdadeiro? — pergunta, sem
deixar de mexer os ovos na panela.
— Tenho um nome falso, Becky, o verdadeiro é
Sophie. É uma longa história, quer ouvir?
— Se quiser contar...
Não consigo me controlar, gargalho, a mulher tem
uma personalidade estranha, porém, não parece ser tão
brava como aparenta.
— Eu morei durante anos em Fredericksburg no
Texas. Há poucos anos fugi da pequena cidade e me
aventurei em outros países.
— Por que fugiu?
— Bem, penso que não tem problemas se eu te
contar, parece ser confiável — digo, me sentando em um
dos bancos perto da bancada. — Eu fui casada, meu
marido no início do casamento até era muito bom, porém
com o tempo ele começou mudar seu comportamento e
tornou-se um homem ruim, foi então que resolvi fugir
daquela vida que levava com ele naquela cidade hipócrita.
Depois de todo esse acontecimento, conheci meu pai
Xavier que me convidou para roubar seu patrão, Alexander,
eu aceitei e depois disso fiz outros roubos. Agora vim parar
aqui, sequestrada pelo Alexander que deseja se vingar de
mim — resumo a história, porém não revelo tudo o que
passei com aquele maldito.
— Por Deus menina, você admite que rouba como
se não fosse nada. — O jeito assustado que a Abigail me
olha, me fez rir novamente.
— Sou uma pessoa sincera, senhora Abigail. Falo
tudo na lata, portanto, não se preocupe comigo, sou um
livro aberto, ao contrário de outras pessoas que fazem
coisas piores, mas preferem morrer a admitir.
Conheço muitas delas por sinal. Pessoas falsas
moralistas, que fingem ser boas, entretanto são os piores
tipos de seres humanos.
— O que você acha que o senhor Campbell irá fazer
com você?
— Não tenho a menor ideia, só torço para que não
me mate. Alexander quer que eu devolva todo o dinheiro
que roubei em vida, o infeliz deseja me deixar na sarjeta,
por isso estou aqui, ele quer me manter presa até que ceda
aos seus caprichos, porém não vou ceder, sei que ele tem
um desejo de vingança contra o meu pai e eu, desejo esse
que ele não vai conseguir cumprir.
— Se eu fosse você menina, faria o que ele pede.
Conheço bem o senhor Campbell, trabalhei como
cozinheira na mansão da família dele. Quando o homem
deseja algo é incansável, só para quando o consegue.
— Bom vamos ver o quão incansável ele é, pois se
ele é irredutível, sou o dobro que ele.
— Menina, você está brincando com fogo...
— Não tenho medo de me queimar.
Abigail me entrega um prato com os ovos e bacon,
sirvo-me café e bebo, apreciando o seu sabor doce. Como
em silêncio, observando a senhora preparar o almoço.
— Você acha que teria problemas em eu aproveitar
a mansão? Quero muito nadar naquela piscina ou lago.
— Não sei, terei que ver isso com o doutor
Alexander, se ele permitir te falo.
— Avise-o que preciso de mais roupas, pijamas,
biquínis, peças íntimas, de preferência os meus pertences
que deixei na minha casa.
Abigail sorri pela primeira vez para mim.
— Você está realmente disposta a ficar menina?
— Por favor Abigail, não me chame de menina, já
tenho quase 26 anos — peço gentilmente. — Sim,
pretendo ficar. Aqui não me parece um lugar tão torturante
assim.
— Muito bem Sophie, aguarde um instante, irei ligar
para o senhor Campbell.
Ela sai da cozinha digitando os números do celular.
Aguardo ela voltar enquanto termino de tomar meu café,
observo o sol entrando pelas portas e janelas abertas,
onde será que ficam todos os seguranças contratados por
Alexander, talvez dê para fugir se eu souber a posição de
cada um.
— Sophie, Alexander não permitiu, disse que aqui
não é hotel, que você veio passar férias, avisou que
aguarda você aceitar sua proposta.
— Filho da puta — xingo, me levantando irada. —
Bom, se ele pensa que irei obedecê-lo está muito
enganado. Vou aproveitar a mansão quer ele queira ou
não.
— Sophie...
— Ah, vamos lá Abigail, seu chefe merece uma lição
para aprender ser menos mandão.
Abro um sorriso vendo Abigail balançar a cabeça
negativamente, sabendo que vou aprontar.

Aproveitei bem o dia na mansão, nadei na piscina


incrivelmente bela, entrei no lago, peguei um sol, me senti
de férias. Depois de Alexander ter mandado embora o
segurança que me maltratou, nenhum dos outros ousaram
chegar perto de mim, eles me observam de longe, atentos
aos meus movimentos, no entanto, não questionam o fato
de eu andar de calcinha e sutiã pela mansão toda, na falta
de biquíni minhas lingeries eram boas substitutas.
Sentada na hidromassagem observo o pôr do sol,
me pergunto se Alexander irá vir hoje, acredito que não, ele
certamente vai me dar alguns dias de prisão, sem visitas,
ainda bem que tenho Abigail para conversar, embora ela
mais escute do que fala.
Desejo muito saber para onde Alexander mandou o
meu pai, preciso saber se ele está bem, o que fizeram com
ele durante um ano.
Respiro fundo, sentindo meu corpo bem relaxado,
apesar de estar um tempo gelado, a hidromassagem me
deixa quente, adoro, deveria ter comprado uma para minha
casa na praia. Estou sentindo saudade de Emily, apesar da
briga boba que tivemos, espero que eu esteja errada em
pensar que Luck a fará mal, desejo tudo de bom para
minha amiga.
Fecho os olhos sentindo o sono me tomar.

Dias depois

Uma semana se passou, não tive nenhuma notícia


de Alexander. Estou começando a ficar perturbada, não
consigo achar uma maneira de fugir que eu não vá ser
pega. A leitura tem salvado meu dia, já que televisão está
fora de questão, sinto saudades de ver minhas séries,
também do meu notebook.
Preciso ser forte, por mim e pelo meu pai. Já li três
livros essa semana e aproveitei muito a hidromassagem,
piscina. Abigail me aconselha todo dia fazer o que
Alexander pede, mas sou firme no que eu digo, preciso de
dinheiro para continuar protegida e bem longe de Bruce.
Temo ser pega e presa.
“É verdade que tentei esfaquear Bruce, entretanto
agi, em legítima defesa e não consegui fazer o que
pretendia. Bruce novamente havia chegado bêbado, eu
queria e estava preparada para fugir, porém ele me agarrou
e me agrediu foi onde perdi a cabeça e tentei matá-lo. O
monstro que era muito mais forte que eu, tirou a faca da
minha mão, tentando me defender acertei um vaso em sua
cabeça, ele desmaiou, por um momento achei que tinha
morrido. Infelizmente isso não aconteceu.”
Os seguranças me trazem roupas, menos biquínis,
portanto, continuo andando pela casa somente com a parte
de lingerie. Muitas vezes pego um ou dois seguranças me
olhando maliciosos, me comendo com o olhar, mas não me
incomodo, eles podem apreciar a vista, desde que não me
toquem. Não sinto vergonha do meu corpo, estou
acostumada a usar biquíni quase o dia todo na praia,
roupas demais me incomodam.
— Vou sair, tenho que ir à cidade fazer umas
compras — Abigail me avisa.
— Posso ir com você? — pergunto esperançosa.
— Sabe que não querida — responde, meu sorriso
desaparece na mesma hora. — Vou trazer coisas gostosas
para você comer, não se preocupe.
— Tudo bem, se puder trazer camarão ou peixe,
gosto muito de frutos do mar.
— Pode deixar, menina.
Observo Abigail partir, desejando fazer o mesmo.
Volto para a piscina, sentindo a água gelada esfriar meu
corpo. Nado em voltas, curtindo sentir meu corpo molhado
e o sol sobre ele. Sinto-me sendo observada por alguém,
me viro rapidamente, me assustando ao ver Alexander
parado perto da piscina, me olhando com seus olhos
escuros enigmáticos.
Sinto um frio na barriga, continuo parada olhando
em seus olhos, sem saber o que fazer. Saio da piscina e
pego a toalha para me enxugar.
— Vejo que aproveitou bem a mansão — Alexander
fala, não sei por que, mas sinto vergonha ao vê-lo observar
o meu corpo sem pudor, me cubro com a toalha e vou até
ele. Passei a semana deixando que outros homens me
vissem, de calcinha e sutiã, em momento algum isso me
causou timidez.
— Aproveitei bem — respondo secamente ao parar
à sua frente, seu perfume novamente me chama a atenção,
sinto vontade de aproximar-me de seu pescoço para
cheirá-lo, seu aroma me excita, como tudo nele. Uma gota
de água desce pelo meu rosto até parar em minha boca,
passo a língua pelo meu lábio, enquanto o infeliz
acompanha cada movimento meu.
— Você fica andando assim quase pelada na frente
dos meus seguranças? — Rolo os olhos para seu
questionamento.
Uma sensação diferente passa pelos seus olhos ao
me fazer essa pergunta, eu diria que estava com ciúmes,
se isso não fosse tão improvável de acontecer.
— Estou sem biquínis, então substituí por minhas
calcinhas e sutiãs. Gostou? — respondo deixando cair,
propositalmente, a toalha, adorando ver o olhar de
Alexander tornar-se mais brutal, a maneira que ele me olha
me faz sentir a mulher mais desejada do mundo, o
desgraçado até tenta não demonstrar seu interesse por
mim, mas falha, completamente.
Alexander morde seu lábio inferior tão forte que
pensei que fosse sangrar, é evidente que ele está em uma
luta interior, o desejo contra o dever, disputando dentro
dele.
Ele fita minha parte íntima, coberta somente por
uma calcinha de renda branca, o cafajeste molha os lábios,
visivelmente excitado.
— Não precisa responder, notei que gostou e muito
— disse, e ele se vira, soltando um ruído de raiva.
— Não brinque comigo, Sophie. Vá agora mesmo
pôr uma roupa.
— Me obrigue, senhor Campbell.
Sorrio sentindo uma adrenalina passar pelo meu
corpo, minhas mãos tremem quando toco suas costas,
colando meu corpo no dele, sentindo-o tenso, surpreendido
pelo meu toque inesperado. O tesão me toma, como
nunca, uma quentura se faz presente em minha barriga e
desce até a minha intimidade.
— Não me provoque, está jogando um jogo
perigoso. — Sua voz sai rouca e feroz, deixando-me ainda
mais excitada.
— Adoro jogos de altos riscos, senhor Campbell.
Ele se vira rapidamente, pegando em meu pescoço,
parecendo um animal prestes atacar sua presa e cola seu
corpo ao meu, sua ereção toca minha barriga e novamente
sinto o tesão molhar minha calcinha. Sinto sua respiração
próxima ao meu rosto, seu hálito quente tocando minha
pele, mordo meus lábios atraindo seu olhar para eles,
desejando que ele me beijasse. Alexander parece querer o
mesmo, mas assim como eu, luta contra a atração que
sentimos um pelo outro, ele esfrega sua ereção em mim,
fecho os olhos sentindo minha boceta queimar de vontade
de gozar, só basta um toque e eu me derreteria em seus
braços.
Solto um gemido baixo quando Alexander leva a
mão grande até minha calcinha, me tocando ali, sem retirar
sua outra mão do meu pescoço, me levando à loucura,
ofego jogando minha cabeça para trás, sentindo minha
visão turva. Ele geme junto, esfregando levemente seu
polegar em cima da calcinha, cada vez mais sinto minha
boceta ficar encharcada, excitada, xingo-o baixinho
empurrando seus ombros fracamente, tentando mostrar
resistência, mas a verdade é que estou entregue a ele,
excitada como nunca fiquei em toda minha vida.
— Inferno, você me enlouquece, Sophie — ruge ele,
chupando e mordendo meu pescoço, o infeliz afasta para o
lado minha calcinha e continua movimentando seu polegar
em meu clitóris, inchado pela excitação. — Você gosta
disso, não é? — pergunta retoricamente, rouco, fecho os
olhos e minhas pernas começam a bambear. — Sei que
gosta de sentir meus dedos nessa sua boceta gostosa.
Um gemido agudo sai pela minha garganta,
Alexander me segura para que eu consiga continuar de pé,
estou sentindo o tesão mais forte e insano de minha vida.
O canalha continua os movimentos circulares com o
polegar, sinto uma quentura tão boa chegando aos poucos
pela minha barriga, descendo direto para minha intimidade,
minhas pernas tremem e tenho que me agarrar fortemente
ao terno de Alexander, com medo de desabar no chão.
— Eu vou... Ah, meu Deus, Alexander — gemo
manhosa, sentindo todo meu corpo convulsionar.
— Deixe vir, meu anjo. Goze o quanto quiser.
O orgasmo forte me toma, apoio minha cabeça no
peitoral de Alexander, gemendo loucamente, enquanto o
líquido de minha excitação desce pela minha coxa,
molhando os dedos de Alexander.
Ofegante, em estado de êxtase, observo o infeliz
chupar seus dedos molhados com o meu líquido, sem
deixar de me olhar nos olhos, porra, é quase impossível ser
tão gostoso assim, mas Alexander consegue superar a
palavra gostoso.
— Seu gosto é delicioso, meu anjo, poderia passar
horas o provando — diz fazendo arrepiar-me, tenho que
apertar minhas coxas, sentindo o tesão voltar.
Alexander me olha nos olhos, e aos poucos
aproxima seu lábio do meu. Ele toca minha boca com seu
polegar, contornando-os, meus lábios se abrem
lentamente, seu olhar tão escuro e sensual me mantém
cativa, ele chega ainda mais perto.
O meu Deus ele vai...
— Senhor Campbell. — Uma voz o interrompe,
fazendo nos afastar. — Desculpe, não quis interromper, é
tem uma ligação urgente para o senhor.
Alexander me olha, ainda ofegante, excitado. Apalpa
seu pau por cima da calça, aquele foi o movimento mais
sexy que já vi.
— Porra... — fala, indo até o segurança, de pau
duro, sem vergonha alguma. — Me acompanhe — ordena
saindo pisando duro com o segurança em sua cola. Espero
os batimentos do meu coração se acalmar e ando até meu
quarto.
Tomo um banho gelado, sentindo-me saciada pelo
orgasmo, porém, imaginando o que teria acontecido se não
fôssemos interrompidos. Por Deus, não posso estar me
sentindo tão atraída por aquele filho da puta, mais que
merda, ele me excita, me atrai, me faz gozar, como nunca
gozei com nenhum outro, somente me tocando através da
calcinha, diabo de homem, não posso me deixar enredar
por ele.
Mesmo que seja tentador.
Estou perdidamente atraído por essa bandida,
safada, cacete, que mulher gostosa, tudo nela me deixa
excitado, seu corpo, sua boca, seus olhos, Deus, a infeliz é
deliciosa e quente como o inferno. Sinto seu gosto ainda
impregnado nos meus lábios enquanto ando até o
escritório, minhas bolas estão pesadas e doloridas
precisando liberar a excitação, estou com uma puta raiva
por ter sido interrompido, inferno, estava prestes a
sucumbir ao desejo, ia beijar a infeliz. A mulher não vale
nada, mas sinto uma necessidade em tê-la, nem que seja
por somente um dia. Uma vez apenas.
Quem sabe depois de comê-la essa atração se vá.
Talvez o tesão que sinto por Sophie seja movido pelo fato
dela ser proibida para mim, por eu ser acostumado a ter
todas as mulheres que desejo, mas ela é filha do meu
inimigo e uma ladra, não é certo levá-la para cama quando
o meu dever é me vingar da desgraçada.
Entro no escritório e me sento na cadeira atrás da
mesa. Olho para o segurança, esperando uma explicação
por ter sido interrompido.
— Vamos lá, explique-se.
— Senhor, os seguranças que cuidam de Xavier
disseram que ele está em estado grave no hospital, ele se
machucou tentando fugir. O desgraçado pulou do
penhasco, se afogou, quase morreu.
O homem treme ao me ver socar a mesa, com todo
ódio e raiva, porra, estou cercado de incompetentes,
inúteis.
— Para que eu pago vocês? Me diz? — ralho, me
levantando, o infeliz, treme de medo. — Deixaram um filho
da puta, prisioneiro meu quase conseguir fugir e ainda por
cima se machucar, a ponto de quase morrer.
— Senhor desculpe-me, eu não estive lá, não vi o
que aconteceu.
— Avise a Ryan que quero novos seguranças na
cola de Xavier, não aceitarei mais nenhuma falha, ou irei
pessoalmente para Itália olhar de perto o verme do meu
inimigo. Agora saia!
— Sim, senhor.
Dou as costas para o homem que saiu sem dizer
mais nada, observo a floresta e o belo dia que faz lá fora,
preciso saber o que irei fazer a partir de agora, que rumo
irei seguir. Prometi vingança ao Xavier, já consegui achar o
seu ponto fraco, Sophie Sartori, só o que eu deveria fazer
agora era cumprir meu prometido, mas que porra, não
deveria me afeiçoar tanto àquela bandida.
Seu rosto de anjo me perturba, no entanto, ela é
uma diaba.
Tenho que me lembrar disso, mesmo que toda vez
que eu a olho acabo esquecendo-me tudo, da vingança, de
quem ela é, e meus únicos pensamentos se tornam
pecaminosos, pela atração desenfreada que sinto pela
ladra.

Depois de horas perdido em pensamentos, percebo


que sou incapaz de decidir o que fazer por agora. Bebo um
Bourbon com calma, enquanto me lembro de Sophie
gozando em meus dedos, pareceu que nunca havia
gozado ou sentido o toque de um homem. O jeito que ela
mordeu os lábios com força, enquanto gemia como uma
gata manhosa, segurando minha camisa quase a
rasgando, lembrar dela faz com que meu pau comece
novamente a endurecer. Quero saber como é sentir sua
boceta tão pequena em volta do meu pau, porra, deve ser
apertada. Ela estava tão molhada, rendida e deliciosa.
Toco-me através das calças, sentindo o tesão voltar
com força. Como posso desprezar essa mulher e desejar,
fortemente, transar com ela, cacete, estou fodido.
Decidido me levanto e vou até o quarto de Sophie.
Não importa o que aconteça, eu assumo a
responsabilidade dos meus atos, preciso dessa mulher,
com uma necessidade voraz que há muito tempo não
sentia. Abro a porta de seu quarto, esperando encontrar
seu olhar surpreso, mas só o que encontro é Sophie,
deitada na cama, descoberta, dormindo.
— A filha da puta é linda até dormindo — murmuro a
observando mais de perto.
Seu cabelo jogado para o lado, seu corpo virado
para o lado, os lábios entreabertos ressonando. Ela está
vestindo um pijama fino, sensual demais, observo seu
corpo. Consigo ver sua bunda redonda e empinada, que o
pijama não conseguiu cobrir. Desejo tocá-la, bater nessa
bunda deliciosa e depois afundar meu pau dentro dela.
Aperto minha ereção, sentindo-me prestes a gozar
só de olhar Sophie.
— Não, eu não quero! — Me assusto ao ouvir
Sophie murmurar. — Não me toque Bruce! Por favor, não,
não.
Me aproximo ao vê-la se debater, como se estivesse
brigando com alguém, seu rosto de anjo se contorcendo
em total agonia. Lágrimas saem de seus olhos e escorrem
pelo seu rosto sem parar. Toco Sophie, tentando acordá-la,
mas ela não o faz. Limpo a lágrima que escorreu pelo seu
rosto, sentindo uma emoção pesada me tomar.
— Está tudo bem, você está protegida Sophie —
sussurro, tocando seu rosto, vendo-a se acalmar, como se
ela sentisse meu toque.
Ela volta a dormir tranquilamente e eu deixo o
quarto. Bruce, é o nome de seu ex-marido que escapou de
seus lábios em total agonia, me pergunto o que levou
Sophie a fugir de sua cidade, depois de tentar esfaqueá-lo.
Não sei por que, mas imaginar outro homem a tocando me
faz sentir calafrios, afasto esses pensamentos, indo
embora da mansão.
Chego à minha cobertura, sentindo-me incomodado
pelos vários funcionários andando de um lado para o outro
pela sala, Briella insistiu em trocar a decoração e eu
permiti, mas já estou arrependido. Depois que minha irmã
me alertou sobre Briella, passei a reparar mais nela, estou
de olho em seus passos, não custa nada ficar em alerta.
Subo as escadas indo até meu quarto, preciso de
um banho. Escuto a voz de Briella de dentro do aposento e
paro de andar, me aproximo da porta para tentar ouvir.
— Não, eu não consegui Luna. — Ouço ela dizer
para a pessoa que está falando no celular. — Não sei por
que não consigo engravidar. Furei várias camisinhas
minhas e de Alexander e, mesmo assim, até agora nada...
Controlo a vontade e a ira de ir até ela e questioná-
la sobre isso, que porra, Briella está tentando engravidar
sem meu consentimento? Mesmo que eu já tenha deixado
explícito que não quero filhos agora, por isso sempre me
previno, agora descubro que minha noiva está tentando
isso pelas minhas costas.
— Tenho que conseguir esse filho o mais rápido
possível, Alexander anda estranho, não parece me desejar
tanto como antes. Talvez tenha até uma puta que o satisfaz
sem eu saber.
Sinto a raiva me tomar e entro no quarto sem fazer
barulho, Briella está tão concentrada na conversa, sentada
de costas para mim que nem nota minha presença.
— A verdade é que eu amo Alexander, o sexo com
ele é magnífico, mas o que o torna perfeito é o seu
dinheiro, poder, um filho seria seu herdeiro, tem noção
disso? Iria ser o herdeiro dos diamantes e...
— E o futuro homem mais rico do país — completo
por ela, vendo-a se assustar, se levantando rapidamente.
— Pena que seu plano não dará certo Briella. Você é
esperta, jamais pensei que jogaria tão baixo, tentando
engravidar, mas você o fez.
— Alexander não é isso que está pensando, posso
explicar, meu amor.
— Não quero explicações, tudo que eu precisava
ouvir já escutei de seus lábios. Quero que saia da minha
cobertura. Nunca mais ouse se aproximar de mim e da
minha família.
— Meu amor, você enlouqueceu? — questiona,
vindo até mim chorando. — Você não pode terminar
comigo por causa de um motivo tão bobo, eu te amo, você
me ama e vamos nos casar.
— MOTIVO BOBO? — grito, sentindo a fúria me
tomar, Briella dá um passo para trás, nunca havia gritado
com ela, me ver alterado a assusta. — Você me ama? Isso
não é amor, é doença! — vocifero. — O casamento está
cancelado Briella. Quero você fora da minha vista já!
— Não faça isso, por favor, Alexander — implora, se
ajoelhando aos meus pés. — Eu o amo, como nunca amei
ninguém, não me deixe.
— Não se humilhe tanto Briella. Você já deve me
conhecer o suficiente para saber que não volto atrás nas
minhas decisões.
Ela continua agarrada a minha canela, me afasto
dela tomando cuidado para não a machucar. Ando até a
porta do quarto ainda ouvindo seu choro.
— Não faça isso comigo...
— Você fez isso com si mesma. Talvez seja por
sorte, ainda consiga encontrar alguém que te ame
reciprocamente, pois eu nunca a amei.
— Seu idiota, babaca! — Ela começa a xingar e saio
do quarto a deixando sozinha.
No fundo me sinto aliviado de me livrar do
casamento que não desejo. Desço as escadas, digitando
uma mensagem para Elliot.
“Me encontre no bar de sempre, preciso conversar"
Clico no enviar, entrando no elevador.

— Cacete, não acredito que Briella teve essa


coragem — fala Elliot, depois de tomar um gole de uísque.
O bar não está muito cheio essa noite, é um clube bar,
luxuoso, adoro os drinks que são servidos aqui.
— Ela é dissimulada e falsa, demorei a perceber.
— Antes tarde do que nunca, irmão — zomba,
levantando a mão com a bebida em minha duração. —
Pelo menos agora você está solteiro, pode curtir sem
amarras, trepar com quem quiser.
— É complicado. Nossos pais querem muito que eu
me case. Fora os outros problemas que tenho que lidar.
— Esse seu problema tem a ver com aquela mulher
bonita, que você estava à procura?
Sophie vem à minha mente na mesma hora, ainda
tenho que decidir o que farei com ela. Bebo todo o uísque
do meu copo de uma vez e sirvo mais.
— Não quero falar sobre essa mulher — corto-o,
quanto menos ouvir o nome da bandida, menos lembrarei
dela. — E você Elliot, como anda sua vida amorosa?
— Estou aproveitando bastante. Está sendo incrível
passar uns dias na mansão de nossa família. — Ele sorri
irônico antes de tomar um gole de sua bebida, parecendo
estar com os pensamentos longe.
— Isso tem a ver com a empregada nova? — quis
saber. — Eu vi como a olhou no jantar. Você despiu a
mulher com os olhos praticamente, coitada, se nossa mãe
desconfiar vai despedi-la.
— Estou sendo discreto, não se preocupe,
Alexander — fala, ajeitando a gola de sua camisa. — A
garota é divinamente bela, você não faz ideia de como é
gostosa. No entanto, ainda não consegui levá-la para
cama, ela é religiosa e acredita que o certo é fazer o sexo
só depois de casada.
— E você enxergou a recusa da mulher como um
desafio. Aposto — falo balançando o rosto, reprovando seu
comportamento.
— Você me conhece, sabe o quanto eu amo um
desafio, quanto mais difícil, muito mais prazeroso.
— Isso pode acabar mal, Elliot — aviso, terminando
de beber mais um copo.
— Eu assumo os riscos.
Reviro os olhos e me sirvo mais da bebida em seu
copo, Elliot não tem jeito, ele não liga para os riscos, nunca
me importei com seus casos e conquistas, mas dessa vez
sinto que ele está jogando um jogo perigoso.
Terminamos a noite depois de um tempo
conversando. Elliot resolveu levar uma mulher do bar para
seu apartamento, porém, eu vou sozinho para minha
cobertura, não me interessei por nenhuma das mulheres
presentes no bar. O que preciso nessa noite é descansar
para amanhã planejar minha viagem à Itália. Preciso
checar de perto o estado de Xavier.

Chego logo cedo a Bijoux Précieux. Saio do meu


carro, o travando em seguida. Ando até o elevador do
estacionamento e entro nele, clico no botão para subir até
meu andar. Confiro as horas no meu relógio de pulso, é
bem cedo, tenho bastante tempo. Saio do elevador e passo
pelo corredor do último andar até chegar à minha sala.
— Bom dia, Rossi — cumprimento minha secretária,
que está em sua mesa falando no telefone.
— Bom dia, senhor Campbell. — Ela sorri e volta a
falar no telefone, logo depois ela já encerra a chamada e
me segue de maneira desengonçada, com papéis e um
tablet debaixo do braço.
Vou até minha mesa e me sento na cadeira, Rossi,
se aproxima ainda de pé e coloca os papéis na minha
mesa.
— Deseja um café, ou alguma outra coisa, senhor?
— Sim, por favor, um cappuccino.
— Certo, irei trazer — diz, antes de começar a
mexer em seu tablet. — O senhor tem uma reunião às
11h30 e outra às 13h30 com os japoneses que querem
negociar um total de diamantes para a loja deles.
— Remarque meus compromissos para outro dia.
Hoje estarei indisponível. Ligue para meu piloto, quero meu
jatinho pronto para decolar às 13h30, para à Itália.
— Sim senhor, mais alguma coisa?
— Isso é só, pode sair senhorita Rossi.
Observo-a sair da sala, e afrouxo minha gravata.
Pego meu celular e digito uma mensagem para meu
segurança, Ryan.
“Quero Sophie no meu jatinho às 13h30, ela irá junto
comigo para à Itália. Leve-a sem dopá-la”
Chegou a hora da bandida e seu pai ficarem cara a
cara. Juntos eles vão ver que mexeram com quem não
deveria.
— Se arrume, estaremos de saída em 20 minutos —
um dos seguranças avisa, antes de sair pela porta que
entrou, a batendo com força.
Suspiro esfregando os olhos, havia acabado de
acordar, para onde eles vão me levar? Merda, será que
resolveram me matar?
Me levanto e vou até o banheiro, faço minha higiene
matinal e tomo um banho rápido. Quando me olho no
espelho sinto falta da minha maquiagem, gostaria de usar
um corretivo para esconder as orelhas debaixo dos meus
olhos e um pouco de rímel cairia bem. Desembaraço as
pontas do meu cabelo, molhado, percebo que a cor real
dele está começando a aparecer na raiz, preciso tingi-lo se
não vai ficar horrível.
Visto um vestido levemente rodado, branco com
flores vermelhas, bem estilo praiano e calço um sapato
baixo. Saio do quarto e vou até a cozinha, preciso falar
com Abigail. A procuro por todo o lugar, mas a mulher
parece ter tomado chá de sumiço. Pego um pão e uma
maçã e como rapidamente, estou morta de fome, se eu for
morrer hoje tenho que pelo menos ter aproveitado bem
minhas últimas refeições.
— Vamos, me siga — o segurança alto, forte, com
cara de mau ordena.
Engulo rapidamente o pão e o sigo até fora da
mansão. Eu não tenho opções a não ser acatar as ordens
dele, até porque não conseguirei fugir, de qualquer modo
eles podem me dopar novamente para me levar até onde
querem.
Quatro seguranças me acompanham até fora da
mansão. Pela primeira vez consigo ver o lugar que estou
trancafiada de frente, é enorme e bela. Observo as várias
árvores ao redor da casa, homens me levam até o carro,
luxuoso, um BMW reconheço ao avistar de perto, dois
seguranças me fazem entrar no banco de trás e eles
entram na frente, outro deles se senta no mesmo banco
comigo, devem temer que eu me jogue do carro, não seria
louca a esse ponto.
Olho para a janela, percebo que a estrada é bem
vazia, a mansão fica em um lugar afastado da cidade.
Não sei quantas horas passou até chegarmos a um
aeroporto particular.
— Ande, venha. — O segurança me puxa pelo
braço, me levando até um jatinho.
Meu corpo começou a tremer, por não saber para
onde eles pretendem me levar. Subo as escadas do jatinho
e entro, fico abismada ao notar o quão luxuoso ele é. Me
sento em uma das últimas poltronas, os capangas prendem
minhas duas mãos com algemas. Sinto a raiva me tomar,
quem eles pensam que são, acham que sou um brinquedo
que podem me levar para onde querem, prender e soltar
quando desejam.
Bufo irritada e me aconchego mais na poltrona.
Passam só alguns minutos até eu ouvir a voz do
infeliz do Alexander.
— Podemos ir — fala, sua voz grossa me traz
arrepios mesmo de longe. — Onde ela está?
Reviro os olhos para sua pergunta, estou sentada no
banco de costas para ele. Um dos seguranças está em
minha frente. Resolvo perturbar Alexander, aproveitando
minha vestimenta, abro as pernas dando ao segurança a
visão do de minha calcinha preta, rendada, transparente. O
capanga arregala os olhos, olhando meu rosto e depois
minha intimidade.
Sorrio satisfeita e viro o rosto vendo Alexander se
aproximar, elegante como sempre, trajando um terno fino e
caro. Ele me olha, de cima a baixo, vendo minhas pernas
abertas, depois fita o segurança, sua expressão antes
pacífica torna-se feroz rapidamente.
— Saia! — vocifera para o segurança.
O homem sai rapidamente, acatando sua ordem.
Sorrio e fito meus joelhos.
— Que porra está fazendo? — Ouço sua voz firme
perguntar, ela senta à minha frente e fecho as pernas
rapidamente.
— Eu? Nada, só estou sentada no banco de um
jatinho, sendo levada para sei lá onde — respondo
sarcasticamente sem olhá-lo. Sinto o avião começar a
taxiar, em pouco tempo estávamos no alto.
— Você quer me provocar mostrando sua boceta
para meu segurança, Sophie?
— Por que isso te provocaria? — rebato, agora o
olhando, vejo sua mandíbula trincada, sua expressão
enraivecida.
— Saquei seu jogo Sophie, quer se mostrar forte,
valente, têm atitudes provocadoras, mas não se esqueça
que sei te desarmar com um toque, somente.
— Desgraçado — xingo baixinho, sentindo meu
rosto pegar fogo de raiva, ele deve estar se achando
depois de ter me feito gozar somente usando seus dedos.
— Olhe a boca suja — repreende, se aproximando
de mim.
Tento me movimentar, mas minhas duas mãos estão
presas no apoio da poltrona. Alexander sorri de lado,
observando meu corpo, mordendo em seguida sua boca.
Ele toca minhas coxas as afastando uma da outra,
exatamente como fiz para provocar o segurança.
— Não me toque! Seu infeliz! — ordeno, tentando
fechar minhas coxas, mas ele não permite, Alexander olha
minha intimidade por um tempo, os olhos repletos de
desejo, seu dedo acaricia minha perna, passando as mãos
com movimentos de baixo para cima enquanto as mantêm
abertas.
— Por que não as deixa assim? — pergunta
debochando da minha expressão de ódio. — Você a
mostrou para o meu segurança, então qual o problema de
eu vê-la também?
— Vai para o inferno seu filho da puta.
— Você tem uma boquinha, suja demais Sophie,
tenho que te ensinar bons modos.
Me arrepio toda ao ouvi-lo falar, antes de ele ir até
as cortinas e fechá-las, incapacitando os seguranças de
nos verem. Alexander se aproxima de mim, sentando-se na
poltrona ao meu lado, sinto meu corpo ficar quente, só de
senti-lo próximo a mim, imaginando o que pretendia fazer.
— Não quero que me toque! — lembro-o, olhando
em seus olhos.
— A sua boca diz isso, mas o seu corpo demonstra
outra coisa — diz ele, tocando meus lábios com o dedo e
levando sua outra mão para minha coxa.
Ofego, sentindo o tesão que insiste em molhar
minha calcinha, porra. Alexander acaricia minha coxa
subindo até minha virilha, fazendo-me debater. Solto um
gemido quando sua boca toca meu pescoço, chupando-o,
mordendo, indo até meu ouvido.
— Você pode tentar resistir o quanto quiser Sophie,
mas a verdade é que você deseja tanto ou mais o mesmo
que eu — sussurra em meu ouvido, sinto um arrepio forte
me tomar e tremo toda, fechando os olhos, adorando sentir
seu toque.
— Eu não sinto nada — digo tentando desviar do
seu toque, buscando a última gota de sensatez que me
falta, Alexander ri, circulando a pele da minha virilha, me
deixando ainda mais molhada.
— Duvido, meu anjo — murmura, mordendo
levemente minha orelha. — Aposto que você já está
molhada, e olha que eu nem comecei a tocá-la de verdade.
Xingo baixinho quando seu dedo passa em cima de
minha calcinha, me contrai sentindo uma sensação
gostosa. Ele me toca por cima dela, me torturando
lentamente.
— Mesmo te tocando por cima de sua calcinha,
consigo sentir quão molhada e quente você está, porra, o
que mais desejo agora é fazer isso com o meu pau em
você.
Nem consigo assimilar suas palavras quando
Alexander afasta minha calcinha e enfia um de seus dedos
dentro de mim, me pegando desprevenida, solto um
gemido alto e meu corpo todo pega fogo sentindo o me
penetrar, como gostaria que fosse seu pau ali.
— Caralho... — gemo insana, ouvindo o rosnado de
Alexander perto de meu ouvido.
Ele continua me penetrando, agora com dois dedos,
inferno, não falta muito para eu me derreter em seus
dedos, consigo senti-lo bem no meu ponto G, contraio a
boceta, apertando seus dedos e vejo seus olhos pegando
fogo de tesão, sua ereção quase rasgando sua calça.
— Que delícia, Sophie, quero senti-la apertar meu
pau da mesma forma.
Reviro os olhos sentindo o orgasmo próximo, suas
estocadas aumentam e ele chupa tão forte meu pescoço
que deve ter me deixado marcada. Estou tão perto, gemo
manhosa, sentindo o orgasmo próximo, Alexander tira os
dedos de dentro de mim, percebendo que eu já iria gozar,
ofego, franzindo o cenho.
— O que está fazendo, eu, eu... Estava perto —
murmuro ainda sentindo o orgasmo ali, só precisava de
mais alguns segundos, merda.
— Achei que não sentisse nada.
O desgraçado sorri se levantando, antes ajeita
minha calcinha a colocando certa no lugar, e volta a se
sentar à minha frente. Sinto uma raiva incomum me tomar,
não tem coisa pior que um orgasmo interrompido. Olho
para baixo para que Alexander não veja minha expressão
de desapontamento, não quero lhe dar esse gostinho.
— Posso lhe dar quantos orgasmos desejar Sophie,
mas não me desafie, seja obediente se quiser sentir prazer.
Fico muda e respiro fundo, não olhei para Alexander
em nenhum momento depois do ocorrido. Fecho os olhos e
obrigo meu cérebro a descansar.

Pela janela consigo ver a cidade linda da Europa,


Itália, reconheço. Foram horas até chegar aqui, dormi boa
parte do tempo, agora estou com uma maldita fome, mas
recuso a falar para Alexander. O jatinho aterrissa no
aeroporto, fico aliviada quando os seguranças me soltam.
Alexander desce pelas escadas e os seguranças o
acompanham, eles me levam até um carro e novamente
me colocam dentro, na parte de trás, o infeliz do Alexander
vai em outro carro.
Observo as ruas da Itália pelo vidro do carro,
sempre quis vir aqui, é uma cidade da minha lista de
lugares que queria visitar. Olho as pessoas na rua, as
paisagens, tudo tão belo.
O carro para em frente a um hotel luxuoso. E
novamente saio do carro, tirada pelos seguranças.
— Vocês não precisam me tocar! — digo saindo do
carro, desviando do toque do segurança, que raiva que me
dá eles ficarem me puxando.
Sego Alexander para dentro do hotel, que lugar
elegante, sofisticado, caramba. Observo de longe
Alexander ir até a recepcionista e pegar somente um cartão
de acesso, chave, de uma das suítes e vir até mim.
Somente um dos seguranças me leva até o elevador
junto a Alexander, estranho o fato de ele ter pegado só um
cartão de acesso. Sego ele até a suíte, ele abre a porta
com o cartão e entra. Ando até ele, chocada, é uma suíte
de luxo, a presidencial, mais cara. O piso é de mármore
branco, as paredes de cor preta com dourado. Uma cama
enorme, que deve ser deliciosa para dormir. O quarto é
bem iluminado por conta da janela de vidro que nos
possibilita ver a vista da cidade. Acho tudo incrível, entro
no banheiro e quase dou pulos contente por ver uma
banheira luxuosa, esse toalete é um dos mais chiques que
já vi.
Ouço a voz de Alexander no quarto, ele dispensou o
segurança, saio do banheiro e vou até ele.
— Então, ficarei hospedada onde? — pergunto, ele
sequer me olha, está ocupado digitando em seu celular.
— Ficará hospedada aqui — explica. — Você e eu.
— Oi? — questiono confusa. — Está brincando,
Alexander? Você e eu no mesmo quarto?
— Exatamente. Assim eu poderei cuidar
pessoalmente de você. Estamos em um hotel, mesmo
tendo meus seguranças não arriscaria te deixar sozinha em
um quarto.
— Acontece que nesse aqui que você escolheu só
tem uma cama — digo indo até a cama, me sentando,
sentindo o lençol macio acariciar minha pele. Alexander me
observa com um sorriso zombador no rosto.
— Ela é grande e espaçosa, vamos dividi-la.
Abro a boca chocada e me levanto.
— Não mesmo! Não vou dormir na mesma cama
que você!
— Se estiver insatisfeita durma no sofá. — Ele
aponta para o sofá branco, bonito, que fica em frente à TV
gigantesca.
— Nem pensar, você dorme no sofá e eu na cama.
Seja cavalheiro.
Ouço o gargalhar de Alexander e começo ficar
irritada.
— Ah Sophie, quer mais cavalheirismo que o meu?
— pergunta, se levantando, vindo até mim. — Estou dando
a uma ladra que merece a cadeia luxo, mordomias. Você
não deveria reclamar e sim agradecer.
— Você me sequestra e quer que eu agradeça?
— Exato, agradeça por estar viva, por não estar
atrás das grades.
Reviro os olhos e me deito na cama. Observo a vista
da cidade, que incrível, queria ter meu celular aqui para
fotografar essa vista.
— Está com fome? Pedirei para trazerem o jantar.
Precisarei sair, tenho um compromisso.
— Se puder pedir lagosta agradeço.
Alexander não responde, ele sai da suíte me
deixando sozinha. Qual será seu compromisso, ele deve
ter muitos, é considerado o Rei dos diamantes, deve usar
notas de dinheiro ao invés de papel higiênico.
Solto uma gargalhada do meu pensamento bobo.
Talvez o seu compromisso não seja nem trabalho, o infeliz
pode ter um encontro romântico com alguma mulher. Sinto
uma sensação estranha após ter esse pensamento.
Depois de um tempo o segurança me trouxe uma
mala de roupas, que não são minhas, todas com etiquetas
e de marcas caras. Aproveito o quarto vazio e tomo um
banho demorado de espuma na banheira, quando termino
me enxugo e visto um dos pijamas de dentro da mala, nada
sensual, não quero que Alexander pense que estou
tentando seduzi-lo. Visto uma calça de frio de seda e uma
blusa grande. Finalmente a camareira traz meu jantar,
lagosta, como pedi para Alexander.
Devoro a comida, rapidamente, estava faminta e
amo frutos do mar. Ligo a TV e ponho em qualquer canal
de filme e me deito no sofá. Devagar fecho os olhos,
sentindo minha visão escurecer e entro em sono profundo.

Sinto um respirar forte em meus cabelos, e braços à


minha volta, abro os olhos devagar, sentindo a claridade
me incomodar. Olho para o lado e me assusto ao ver
Alexander dormindo tranquilamente, com seu corpo
agarrado ao meu. Sinto sua ereção matinal tocar minha
bunda, seu braço rodeando minha barriga e seu rosto perto
do meu pescoço.
Lembro-me de ter dormido no sofá, mas agora
acordo na cama, me pergunto se Alexander me carregou
até aqui. Sinto seu respirar profundo tocando minha pele,
eu deveria odiar o fato de ele estar agarrado a mim, de jeito
tão pessoal. Ele me sequestrou, porra.
Respiro fundo e olho a hora no relógio do lado da
cama, ainda é muito cedo e não tenho ideia do que fazer.
Fecho os olhos novamente e deixo o sono vir.

Acordo novamente, mas não sinto mais a presença


de Alexander. Me sento na cama, reparo que estou sozinha
no quarto. Levanto-me e me espreguiço, ando até a
cômoda e noto que tem um papel em cima dela, um recado
escrito por Alexander.
“Bom dia, anjo, se arrume, tome café, às 11h temos um
compromisso, esteja pronta."
Assim que leio, olho para a pequena mesa já posta,
com o café da manhã, meu estômago ronca ao ver vários
alimentos deliciosos. Corro até ela e pego dois morangos,
os devorando rapidamente. Como de tudo um pouco do
que foi servido, aproveitando a fartura da mesa. Após
terminar, faço minha higiene matinal e tomo um banho
rápido. Resolvo vestir uma saia colada preta e uma blusa
branca com botões folgada, que combinou com a saia.
Calço um salto preto, que não faz parte do meu estilo, mas
eu o acho bonito. Penteio meu cabelo e abro uma pequena
bolsinha que tem dentro da mala, quase grito de alegria ao
ver maquiagem. Pego o rímel, corretivo, base, batom e
corro para o espelho do banheiro, caprichando, pois senti
falta de usar produtos de beleza. O batom vermelho
destaca meus lábios, fico linda.
Sento-me no sofá e aguardo a chegada de
Alexander. Ele é pontual, chega 11h00 em ponto. Me
levanto e assim que ele me vê para de andar, me olha de
cima a baixo, com uma expressão que não consigo
decifrar, se aprovou minha vestimenta ou não. Ele morde o
lábio, fitando meu rosto.
— Estou pronta, vamos? — pergunto andando até
ele, o homem ficou mudo de repente.
— Vamos. — Sua voz está carregada de rouquidão,
ele toca minhas costas com a mão, me levando até fora da
suíte. Entramos no elevador e ficamos em silêncio.
— Posso saber onde está me levando?
— Você saberá, só precisa aguardar.
Suspiro, odeio não saber o que está acontecendo.
Me encosto na parede do elevador e fito minhas pernas.
Depois que saímos do hotel, entro novamente em
um carro. Dessa vez fico na parte da frente junto a
Alexander, que é quem está dirigindo o automóvel. Foi um
longo caminho até o carro parar em frente a um hospital,
consigo identificar. Começo ficar apavorada, o que estamos
fazendo em um lugar como esse?
— Aqui é um hospital, por que me trouxe aqui?
— Seu pai está internado aqui — conta. — Chegou
a hora de vocês se reencontrarem.
Demoro um segundo para assimilar suas palavras,
sinto meu coração acelerar e minha pressão baixar.
— O que você fez com meu pai, seu cretino? —
Avanço em Alexander, batendo em seu peito como louca.
— Vou te matar, se acontecer algo com ele você vai pagar!
O desgraçado segura minhas mãos, me
impossibilitando de bater mais, o ódio me consome, só o
que consigo pensar é em acabar com Alexander.
— Não ouse fazer isso novamente! — vocifera, com
seu rosto próximo ao meu, vermelho de raiva, tento me
soltar, me debatendo. — Pare com esse ataque histérico
Sophie, seu pai está bem.
— Você é um infeliz, como ousa tentar mandar em
mim, seu cretino. Me solte!
Tento soltar minhas mãos, mas Alexander não deixa,
ele as prende usando somente uma de suas mãos, a outra
ele segura minha cintura, me surpreendendo ao juntar
nossos lábios. Cacete, ele me beija, ferozmente, colocando
toda sua fúria no beijo. Afasto meu rosto do seu, separando
nossos lábios, mas o infeliz solta minhas mãos que
prendia, para segurar em minha nuca e trazer minha boca
de volta a dele, sinto-o morder meu lábio com tesão, e
quase perco o controle quando sua língua adentra minha
boca, ateando fogo pelo meu corpo.
Alexander ruge aproximando ainda mais seu corpo
do meu, como se o beijo não fosse o bastante para ele, ele
puxa meu cabelo fazendo minha cabeça ir para trás e
chupa meu pescoço, lambe, suga sensualmente, sua
respiração está pesada pela excitação. Gemo sentindo
meu corpo trêmulo, impactada com o que está
acontecendo, sua mão entra por debaixo de minha blusa
vai até meu seio, gemo, ouvindo-o urrar, como um animal,
sinto o fogo se espalhando no meio de minhas coxas.
Respiramos intensamente juntos, excitados, desejando
mais.
— Alexander... — murmuro em seus lábios, antes de
beijá-lo novamente, mesmo que ainda forçando minhas
mãos em seu peitoral, tentando mostrar resistência.
Ele passa seu dedo pelo bico de meu seio
contornando-o, me deixando ainda mais excitada, sinto o
bico enrijecer, por sentir o toque áspero de seu dedo.
Alexander não me deixa falar, cobre a minha boca com a
dele a todo instante, não consigo nem respirar, me entrego
de corpo e alma aquele beijo. O cretino levanta minha
blusa, quase a rasgando antes de abocanhar meu seio,
com vontade, por Deus, quase piro em seus braços, minha
boceta molhou ainda mais. Ele segura meu peito e o
lambe, chupa, mordisca, gemendo junto a mim, louco de
tesão.
— Alexander pare... — falo, mesmo querendo que
ele continuasse. Não sei o que pode acontecer se
continuarmos, não posso me entregar ao homem que quer
me destruir, mesmo que meu corpo anseie por isso. Sinto
minha voz trêmula, meu corpo pedindo para libertar o
tesão, mas continuo tentando afastá-lo. — Pare!
— É o que deseja, minha Sophie? — pergunta,
antes de lamber novamente meu seio, lentamente, me
provocando, aperto as coxas sentindo uma quentura na
minha boceta encharcada. — Diga-me que não está
gostando. Que não me deseja tanto quanto eu a desejo.
— Alexander... — gemo quando ele lambe
novamente meu seio e depois o chupa, sem desviar o
olhar.
— Diga-me.
Minhas pernas tremem e uma sensação gostosa se
espalha. Gemo ao sentir sua mão entrar por dentro de
minha saia e afastar minha calcinha, em seguida toca
minha boceta encharcada. Arfo, ao sentir seu toque lá.
— Está encharcada, porra! — grunhi rouco, com a
voz embargada pelo tesão.
— Ah! Alexander, me toque.
Ele faz o que peço com maestria, acha meu clitóris
com seus dedos, facilmente, graças ao meu púbis liso.
Alexander circula o meu ponto sensível e inchado, me
fazendo arfar, gemer, tão manhosa como uma gata. Por um
minuto todos meus pensamentos evaporam e eu só
consigo sentir o momento, o toque de Alexander, a sua
maneira habilidosa de me deixar insanamente excitada,
gozo rapidamente, tamanho era meu tesão. Minhas pernas
tremem igual ao meu corpo todo, chego ao clímax, forte,
violento e não aguento, grito o nome de Alexander.
— Cacete — murmuro ainda de olhos fechados e o
corpo em êxtase. Gotas de suor brotam em minha testa.
— Não aguento mais Sophie, preciso fodê-la —
pronuncia Alexander, rouco em total agonia. — No entanto,
agora temos um compromisso — fala, com uma expressão
de descontentamento na face. — Venha, meu anjo.
Observo ele destravar as portas e sair por ela, para
abrir a minha, como um cavalheiro, diferente do animal
bruto, que me fez gozar intensamente minutos atrás. Ajeito
minha saia e abaixo minha blusa. Começo a recordar o
motivo de estarmos em um hospital, e fico tensa
novamente.
Estou perdido!
Não consigo mais resistir à tentação que é Sophie.
Essa bandida me perturba, me excita, me deixa louco de
raiva, com toda certeza ela é meu ponto fraco, a fraqueza
que nunca tive. Visitei Xavier no hospital logo após deixar
Sophie no hotel. O filho da puta está mal, resistindo com
ajudas de aparelhos, mas ainda consciente. Resolvi trazer
sua filha para lhe ver, porque não tenho certeza de que
Xavier irá resistir. O homem está velho, fraco, e pode
morrer a qualquer instante. Sua morte não seria um
martírio para mim, sempre foi o que eu quis, no entanto,
agora tem Sophie no meio de tudo isso, sei que ela me
odiaria e culparia pela morte do desgraçado do seu pai,
não que eu me importe se a bandida resolver me odiar,
entretanto, eu almejo, preciso foder ela antes de qualquer
coisa.
No momento só tem espaço para um desejo dentro
de mim, ter Sophie, por uma noite. Depois disso tenho
certeza de que não ligarei em cumprir minha vingança, ela
deixará de ter importância, e perderei o encanto que tenho
pela ladra.
Quando cheguei à noite no hotel encontrei-a deitada
no sofá, com a televisão ligada, dormindo profundamente.
Não resisti, a coloquei na cama, fui criado para ser um
cavalheiro com as mulheres, não importa qual seja.
Deveria ter dormido no sofá, mas não o fiz, resolvi dividir a
cama com a bandida, escolha ruim, pois foi difícil deixar
minhas mãos longe dela. Maldito foi meu susto ao acordar
abraçado a Sophie, me surpreendi, nunca gostei de dividir
cama com outra pessoa, no caso só dividi com Briella,
mesmo assim, nunca a toquei enquanto dormia, nunca a
abracei ou senti vontade de fazê-lo. Só posso estar
enlouquecendo, isso só aconteceu por conta do desejo que
sinto pela ladra, mas é só tesão, vai passar logo quando eu
finalmente tê-la.
O nosso momento no carro foi insano de tão
gostoso, caralho, estava com tanta raiva e ao mesmo
tempo sedento por ela. O seu beijo junto ao gosto de seus
lábios é um delírio de tão viciante, porra fiquei duro ao vê-la
toda produzida, maquiada e vestida com essa roupa que
valorizou as curvas do seu corpo, e deixou suas coxas bem
torneadas à mostra. O batom vermelho destaca seus lábios
que são a minha perdição.
Já tive milhares de mulheres na minha cama, já
comi várias bocetas, desde as mais carnudas até as mais
magras, mas a de Sophie é insana de tão gostosa,
carnuda, bem depilada e uma delícia. Consigo tocar seu
clitóris facilmente, adoro sentir o que meu toque lhe causa,
ela sabe receber prazer, tanto que em poucos instantes de
toques e carícias a mulher gozou, gemendo meu nome, de
um jeito que me deixou com o tesão mais avassalador da
minha vida.
Ouvir meu nome sair da sua boca tão gostosa é meu
novo som favorito. Preciso estar dentro dela, sinto que vou
enlouquecer se não o fizer. Estava com tanto tesão que
quase cometi a loucura de fodê-la dentro do carro,
tamanho era minha excitação, sempre gostei de foder em
cama, lugares espaçosos. Meu carro apesar de grande não
é um lugar adequado para ter Sophie pela primeira vez.
Espero a excitação passar, mas não acontece. Ajeito
meu pau dentro da calça enquanto Sophie ainda está em
estado de êxtase, de olhos fechados e boca entreaberta.
Destravo a porta e saio por ela, ando até a de
Sophie e a abro. Estamos na garagem do hospital,
ninguém pode ver nosso momento no carro. Entramos no
elevador, calados, Sophie está pensativa, quieta, até
demais. Chegamos na recepção, pergunto por Xavier, a
recepcionista avisa que ele está podendo receber visita,
mas de uma pessoa de cada vez.
— Eu vou, sou a filha dele.
Viro o rosto sentindo a raiva me tomar, ao ouvir suas
palavras que me lembram a realidade. “Sou filha dele”. Só
pode ser meu carma, estou atraído pela filha do meu
inimigo, uma ladra, sem escrúpulos, tenho que me lembrar
disso na hora que for me vingar.
— Ok, ele está no quarto 4 do lado do corredor
direito. O paciente não pode ter emoções fortes.
— Certo, obrigada.
Fico parado observando-a sair quase correndo na
direção que a recepcionista apontou. Ela se importa com
Xavier, mesmo não carregando seu sobrenome, ela o ama
como pai, inferno, esse é o poder do sangue.
Olho o horário no relógio e confiro minhas
mensagens no celular, tem várias ligações e mensagens da
minha mãe.
“COMO ASSIM VOCÊ TERMINOU COM BRIELLA
ALEXANDER!”
“Responda seu filho ingrato! Preciso saber o que
aconteceu. Ela me procurou, está péssima, depressiva por
sua causa!”
Respiro fundo controlando o impulso e vontade de
contar a minha mãe quem Briella é. Não acredito que ela
foi capaz de a procurar, Briella já está passando dos
limites.
Ando até o quarto onde Xavier está, quando chego
na porta avisto Sophie chorando perto da cama onde está
seu pai. Sinto um incômodo por ela estar derramando
lágrimas pelo demônio de Xavier.
— Sinto muito minha filha, não deveria ter te
colocado nesse esquema. Você não merece sofrer o
mesmo destino que o meu.
Aperto minha mão, sentindo minhas veias pulsarem
de raiva, ao ouvir a voz de Xavier.
— Me escute pai — pede Sophie, a voz embargada
pelas lágrimas. — Vai ficar tudo bem, você não irá morrer,
nós vamos conseguir se livrar do monstro, Alexander.
Quase xingo ao ouvi-la se referir a mim como
monstro. Então é isso que ela pensa sobre mim, um
monstro, malvado, que está maltratando-a e seu pai. Era o
que eu deveria ter sido desde o início, se eu não tivesse
me encantado por Sophie.
— Filha eu já não tenho mais saída a não ser a
morte — revela Xavier. — Mas você sim, você tem!
Devolva o dinheiro para o infeliz e reconstrua sua vida.
Ouço o choro de Sophie.
— Não posso fazer isso pai, não posso ceder aos
caprichos de Alexander.
— Você tem a cabeça dura igual a de sua mãe. —
Ouço o desgraçado rir. — Isso não é bom filha. Às vezes
precisamos reconhecer a queda.
— Meu pai — Sophie começa a falar —, depois de
tudo que passei ao lado de Bruce, posso dizer que já
paguei por todos meus pecados em vida. Se eu tiver que
morrer, morrerei em paz, sabendo que falhei em muita
coisa, menos com meus ideais.
E novamente ouço Sophie falar do ex-marido com
desprezo. Tenho que saber o que ele fez a ela, investigar e
saber cada detalhe do que aconteceu em seu passado.
— Sophie, aquele homem não te dá medo? —
pergunta Xavier. — Eu vi do que ele é capaz, passei um
inferno durante um ano. Ele é ruim, impiedoso, um homem
capaz de matar por vingança, mas você não parece temê-
lo.
Me encosto na parede, me sentindo curioso.
— Quando o conheci senti medo, não de Alexander,
mas do que aconteceria comigo. Durante esse tempo que
passei com ele também não o temi, fiquei com raiva, ódio e
muitos outros sentimentos, que não sei explicar, mas nunca
me amedrontou tê-lo por perto.
Meu coração fica acelerado e ao mesmo tempo
aliviado ao ouvir a confissão de Sophie.
— Não caia na lábia dele, filha. Existem várias
formas de vingança. Você é uma mulher bonita, o
desgraçado pode querer abusar de você.
Estranhei por ouvir somente um silêncio demorado.
— Nunca vou sucumbir ao desejo carnal dele pai.
Se ele pretende se vingar de mim terá que o fazer de outra
forma.
Saio dali, não quero e não posso ouvir mais nada.
“Nunca vou sucumbir ao desejo carnal dele”
A bandida esqueceu de dizer que não irá sucumbir
ao desejo dela também, que é mútuo ao meu. Tê-la agora
não é mais um capricho para mim, e sim uma questão de
honra.

Sophie fica muda durante nosso percurso de volta


ao hotel, ela não diz nenhuma palavra, se mantém olhando
para fora da janela do carro. Ligo o rádio, deixando a
música dar voz ao silêncio. Depois que eu deixei de
escutar sua conversa com Xavier, os dois demoraram
cerca de 10 minutos, conversando. Xavier terá alta em
breve, agora preciso rever minha ideia inicial de vingança,
Sophie não irá aceitar a proposta que fiz, ela é irredutível,
prefere viver presa a perder todo seu dinheiro.
Entramos no hotel e fomos direto para o elevador.
Sophie me olha por um momento, mas logo desvia o olhar,
a ladra ficou estranha depois da conversa que teve com o
seu pai. Seguimos até o quarto, desbloqueio a porta,
sentindo um sorriso brotar em meus lábios, hoje essa
bandida não me escapa. Vamos ver até onde ela consegue
resistir às minhas provocações. Ela será minha custe o que
custar.
— Hoje iremos jantar fora — aviso, retirando a
gravata do meu terno. Sophie me olha finalmente de testa
franzida.
— Eu gostaria de jantar aqui mesmo — diz com a
voz modulada, calma demais.
— Não te fiz um convite! — explico. — Estou
avisando que vamos jantar fora, esteja pronta em quarenta
minutos.
— Você é um animal mesmo, um grosso! — implica,
com uma carranca no rosto. — O que custa ser gentil pelo
menos uma vez.
— Vou levá-la a um dos restaurantes mais caros da
Itália. Prometo tentar ser gentil durante a noite toda, quero
que essa noite seja agradável, inesquecível — digo sem
deixar de observar a expressão surpresa que aparece em
sua face. Sophie cruza os braços e morde o lábio receosa.
— Se é assim, aceito seu “convite” para jantar,
senhor Campbell. — Faz aspas com as mãos como se
esse ato fosse me atingir.
Meu pau reage no mesmo instante, se enrijecendo,
ao ouvi-la me chamar de “senhor” pausadamente, com a
voz modulada, sensual demais. Não posso mais resistir,
hoje terei essa mulher, a foderei e finalmente vou me livrar
de seu encanto.
Assim eu espero.
Tomo um banho demorado só pelo prazer de fazer
Alexander esperar. Me arrumo calmamente, sem pressa,
faço uma maquiagem leve e bonita e prendo meu cabelo
em um coque bem-feito, que deixa meu pescoço e decote
à mostra. Vesti um vestido colado, vermelho, que é
decotado, mostra bem o volume dos meus seios e acaba
valorizando a minha cintura, a afinando ainda mais. Escolhi
essa roupa na intenção de provocar Alexander, pois é um
vestido muito sensual, quase vulgar. Finalizo vestindo um
salto alto da mesma cor que o vestido, ponho brincos e
pulseira, espero não ter ficado tão exagerada, quero
impactar, não assustar.
Viro de costas para ver como ele ficou por trás, abri
um sorriso ao notar que as costas ficam nuas.
A conversa que tive com meu pai me perturbou,
deixou-me sem saber o que fazer. Fiquei triste por vê-lo
naquele estado, ainda que aliviada por saber que ele ficará
bem. Não sei quais são os planos de Alexander agora, mas
irei descobrir em breve, ele não desistirá facilmente da
vingança, então se ele não está pondo seu plano vingativo
em prática é porque ele tem outro, que deseja realizar
antes.
Não sou ingênua, eu sei que ele me quer, sua
atração por mim foi o que me livrou da morte, no entanto,
não sei até quando ela irá continuar.
Nunca vi uma pessoa temer tanto alguém como meu
pai teme Alexander. Consegui ver o medo em seus olhos,
quando falava sobre o desgraçado, ele o odeia, repugna,
do jeito que falou faz parecer que Alexander é um monstro.
No entanto, já estive próxima a um, casada, e afirmo que o
inimigo do meu pai é bem menos apavorante que Bruce,
meu ex-marido.
Saio do banheiro, pronta, e vou até a sala.
Alexander está sentado na mesa mexendo no seu
notebook.
— Estou pronta — digo, fazendo-o voltar sua
atenção para mim, ele olha meu corpo, seu rosto fica
enfurecido aos poucos, ao mesmo tempo que consigo ver
chamas dançando em seus olhos.
Ele se levanta e vem até mim, parando à minha
frente, respiro com dificuldade. Alexander passeia à minha
volta, avaliando meu traje, sorrio quando ele volta a parar à
minha frente, aperta seu pau por cima da calça, me
olhando com desejo. Merda, meu coração se acelera e
minhas pernas bambeiam.
— Porra Sophie, essa roupa não é apropriada para
um jantar. Em poucos segundos te olhando, só consegui
imaginar várias coisas pecaminosas que posso fazer com
você, pensamentos assustadores de tão sensuais.
Quero respondê-lo, porém não acho as palavras,
sinto minha garganta seca e tusso várias vezes.
— Que bom que gostou do vestido, que você
comprou para mim, pois irei usá-lo no jantar de hoje.
— Desculpe, anjo, mas não considerei aturar outros
homens babando por você essa noite. Não quero dividir
essa bela visão.
— Não seja egoísta, senhor Campbell, você tem que
aprender a dividir — digo sorrindo, irônica, e seguro em
sua gravata. O olhar de Alexander se torna mais escuro e
ele pega meu braço, me puxando para mais perto.
— Não me provoque, Sophie. Se não terei que pular
o jantar e ir direto para sobremesa, que parece ser bem
mais apetitosa — diz perto dos meus lábios, sinto o fogo se
espalhar pela minha bochecha, o toque dele me causa
arrepios.
Alexander não tira os olhos do meu rosto, sinto
medo ao imaginar nós dois sozinhos nessa suíte essa
noite, depois do que aconteceu lá no carro tenho certeza
de que é difícil, quase impossível resistir a ele, mas tenho
que ser forte, meu pai tem razão, Alexander pode estar
querendo somente me ter em sua cama, um capricho dele,
já que não está acostumado a ser recusado por nenhuma
mulher.
Mas isso não me impede de perturbá-lo, o deixar o
mais louco de tesão possível, adoro me sentir desejada,
ainda mais por um homem como o Alexander, que é tão
estúpido quanto bonito e sensual. Nesse jogo de sedução
serei a caçadora e não a caça.
— É melhor nos apressarmos. Estou faminta e
quero muito jantar no restaurante caro dessa cidade
incrível — digo me afastando de Alexander, andando
lentamente até o espelho.
— Troque de roupa, vista algo mais formal.
— Você quer mandar até no que visto agora? —
pergunto, me virando para olhá-lo, cruzo os braços e
arrebito o queixo. — Vou com esse vestido ou não irei a
lugar nenhum, escolha, senhor Campbell.
Ele ajeita o pau dentro da calça, o infeliz está duro.
— Tudo bem, Sophie, prometi que vou ser gentil
essa noite e assim farei. Se está confortável com o vestido
continue com ele.
— Obrigada, irei continuar. — Sorrio para ele,
sarcasticamente, vendo o mesmo dar-me as costas e
entrar no banheiro. Continuo me olhando no espelho, até
que ouço o barulho do chuveiro. Percebo que Alexander
deixou seu notebook em cima da mesa, ele estava
distraído. Corro até o notebook, ouvindo o barulho de meus
saltos batendo no piso, abro a tela, solto um suspiro ao vê-
la bloqueada.
Que senha será que um carrasco escolhe para
proteger seu notebook?
Digito algumas opções, que falham e acabo
desistindo. Vou até o sofá e espero, minha única opção
agora é jantar com o Alexander e ver no que isso vai dar.

O carro de Alexander para em frente a um


restaurante chique, sofisticado, um jantar nesse lugar deve
custar um rim. Observo ele abrir a porta do carro para mim,
estendendo sua mão, tipo um cavalheiro nobre do século
XVIII, a pego e caminhamos juntos para dentro, sinto um
leve calor tomar meu corpo causado pelo toque de
Alexander em minhas costas.
— Boa noite, casal. Me acompanhem, vou levá-los
até a mesa de vocês — um dos garçons nos cumprimenta
assim que entramos no restaurante. Tive vontade de
explicar a ele que não somos um casal, mas fiquei quieta,
não tem necessidade.
— Obrigado — responde Alexander e nós
acompanhamos o rapaz até uma das mesas que fica em
um canto discreto do restaurante.
Fico impressionada com a beleza desse lugar, é
muito luxuoso, as pessoas presentes estão todas
elegantes, noto alguns olhares acompanharem Alexander e
eu enquanto caminhamos até a mesa.
— O drink será por nossa conta hoje, escolham o
que desejarem.
Fico concentrada na janela, observando a vista da
parte de fora do restaurante.
— Gosta de vinhos? — Volto a fitar Alexander, após
ele fazer a pergunta.
Ele está tão bonito essa noite que deveria ser
pecado. Está trajando um terno caro preto, um pouco
aberto no peito, ele exalta sensualidade. A barba bem-feita
e o cabelo com corte perfeito, Alexander é incrivelmente
belo.
— Gosto! — respondo.
— Traga um Vinho Chateau Villemaurine Grand Cru
Classe — Alexander pede ao garçom.
— A garrafa toda, senhor?
— Exato — informa, antes de pegar o cardápio, o
imito, mas não entendo o que é metade dos pratos, está
em uma língua estranha, que não compreendo. — Vou
querer como prato principal uma Cotoletta alla milanese e
de sobremesa um Gelatto.
— Certo, senhor — o garçom fala anotando o
pedido. — E a senhorita?
— Eu, a... — gaguejo sem resposta, e olho para
Alexander, que tem um sorriso no rosto. — Isso que você
pediu é bom?
— É uma comida típica do país e a sobremesa é
uma delícia, Sophie — ele responde, ajeitando seu anel no
dedo indicador.
— Certo, pode trazer para mim o mesmo que o dele,
obrigada.
— Grazie, l'ordine arriverà presto.
O garçom fala educadamente e sai.
— Nunca experimentei comida italiana — conto a
Alexander, e bebo um gole da água. — É boa mesmo?
— Gosto muito de massa, a culinária italiana é boa,
mas depende do seu paladar. Você gosta de frutos do mar,
por um motivo em especial?
— Não tem motivo especial, eu só adoro o sabor.
Desde nova amo comer camarão, peixe e outros.
Alexander se inclina para frente. Uma expressão
curiosa tomando seu rosto.
— Eu sei algumas coisas sobre você, Sophie.
— Que coisas? — pergunto curiosa, me inclinando
para frente também. Alexander acompanha meus
movimentos com o olhar.
— Sei que você morava em Fredericksburg e que foi
casada com um policial de lá. Tenho todas as informações
sobre você, Sophie.
— Sabe também as horas que costumava ir ao
banheiro? Senhor Campbell — provoco, tentando não
demonstrar o quanto abalada fiquei por saber que ele tem
muitas informações sobre mim.
— Não tente desviar do assunto — manda. —
Descobri que você tentou esfaquear o Bruce, seu ex-
marido.
— Nossa, e você não fica com medo de que eu faça
o mesmo com você? — Ergo a sobrancelha, o desafiando.
— Acredito que tenha acontecido algo que a levou a
fazer isso. Não acho que você saia distribuindo facadas por
aí. Bruce lhe fez algum mal?
Reviro os olhos e sinto meus batimentos
acelerarem, não gosto de falar e nem de lembrar de Bruce.
Suspiro quando o garçom traz o vinho, ele nos serve e
deixa a garrafa em cima da mesa, como Alexander o pediu.
— Consigo ver em seus olhos que você esconde um
passado, Sophie, e que não se sente bem em falar sobre.
— Você pensa que me conhece só por saber onde
morei, quanto roubei e com quem fui casada, Alexander?
— pergunto, sentindo-me nervosa. — O senhor não sabe a
mísera metade, nem irá saber. Você quer mais informações
sobre mim? Seus investigadores não lhe deram o
suficiente?
Respiro fundo, e coloquei a mecha que se soltou do
meu coque atrás da orelha. Alexander me observa, com
uma seriedade incomum nos seus olhos.
— Não quis ser invasivo — retruca.
— Mais está sendo e muito — rebato.
— Está bem, vamos falar sobre mim então. Já que
sei muito sobre você, acho que precisa saber mais sobre
mim — começou dizer, sorvendo o vinho. — Sou o filho
mais velho de Thomas Campbell e Samira. Venho de uma
linhagem de nobres, uma família rica, dona de várias
empresas de mineração de diamantes. Sou considerado o
Rei dos diamantes, meu irmão Elliot o príncipe. Tenho outra
irmã, Melanie, a mais nova de nós três, vocês têm uma
personalidade parecida, ela também é forte e decidida. Há
alguns dias eu estava noivo.
— Noivo? — pergunto, como se não tivesse ouvido
o resto. Se ele estava noivo há apenas alguns dias, quer
dizer que quando me tocou, me fazendo gozar, na mansão,
ele ainda estava comprometido.
— Sim, fui noivo de Briella, mas acabei optando por
terminar por conta de uns acontecimentos repentinos.
Tomo um gole do vinho, degustando o sabor.
— Você não a amava? — indago balançando a
bebida em meu copo antes de dar outro gole. Olho para
Alexander que desvia o olhar para janela, pensativo.
— Estive com Briella por muito tempo, mas não, não
a amava. Devo ser incapaz de amar.
No impulso, toco sua mão que está em cima da
mesa, entrelaçando nossos dedos.
— Você não é incapaz de amar! — consolo. —
Todos somos capazes de amar, só que alguns de nós
demandam mais tempo para encontrar a pessoa certa.
Alexander olha para nossas mãos entrelaçadas e
depois novamente para mim.
— Você amou Bruce? — pergunta com a voz
amarga, como se doesse fazer essa pergunta.
— Tive um sentimento especial por ele no início, que
depois se transformou em... — Me calo, retirando minha
mão da sua. — Não amei Bruce, não quero falar sobre ele.
— Tudo bem, como quiser, anjo.
Alguns minutos depois o prato principal foi servido.
Como a comida sem pressa, degustando e amo, o sabor é
incrível, a culinária italiana acabou de se tornar uma de
minhas favoritas. Alexander e eu terminamos de comer a
sobremesa por fim.
— O que achou?— pergunta se referindo ao prato
servido.
— Uma delícia, gostei muito.
Tomo um gole do vinho e me ajeito à mesa, minha
perna se choca com a de Alexander, no mesmo instante
que nossos olhares se cruzam.
— Acho melhor irmos embora — diz rouco e
concordo com a cabeça, sentindo-me ansiosa.

Saímos do restaurante após pagarmos a conta e


entro no carro junto a Alexander, os seguranças nos
seguem em outro automóvel durante nosso trajeto. Não
demora muito para chegarmos ao hotel, Alexander dirige
mais rápido que o habitual, parecendo ansioso para chegar
no destino.
Chegamos no hotel e entramos, sigo Alexander em
passos rápidos para o elevador.
Assim que chegamos na suíte, entramos no quarto,
Alexander sequer se dá ao trabalho de fechar a porta, ele
pega na minha cintura me puxando em seguida com seus
braços fortes para perto dele, meu corpo bate em seu
peitoral, olho para cima a tempo de vê-lo se curvar e tomar
meus lábios, fico surpresa com o contato inesperado da
sua boca na minha, mas não resisto. Ele me beija
ferozmente, sua língua se choca com a minha, e eu sinto o
fogo se espalhar pelo meu corpo.
Ele chuta a porta, a fechando, e continua a me beijar
vorazmente, impulsionando meu corpo até a cama. Não
consigo raciocinar, meus pensamentos ficam todos
embaralhados pelo tesão. Alexander é muito alto, e para
conseguir me beijar tem que se envergar. Ele me agarra
com posse, antes de me empurrar, fazendo com que eu
caia, deitada na cama, ele sobe na mesma ficando por
cima de mim.
Sinto o cheiro de seu perfume masculino importado,
tão bom, ainda mais perto por conta de nossa proximidade.
— Alexander... — murmuro, mas ele não me deixa
completar, volta a cobrir meus lábios com o seu, enquanto
tenta tirar a gravata com pressa.

Paro seus movimentos e eu mesma desfaço o nó de


sua gravata e a arranco, a jogando em qualquer lugar do
quarto. Ajudo Alexander a tirar seu paletó e camisa, abro
os botões com pressa quase rasgando. Aproveito a
proximidade e beijo o pescoço dele, deixando sua roupa
cair no chão, sugo seu pescoço e o mordo, ouvindo rugir
como o animal que é.
Meu vestido sobe até minha cintura, o olhar de
Alexander percorre meu corpo, faminto, pronto para me
devorar.
— Linda demais — murmura com a voz grossa,
rouca , e passa lentamente as mãos pelas minhas coxas.
Subo meu corpo mais na cama e o deixo me observar.
Alexander acaricia minha pele, e eu gemo ansiosa,
sentindo minha calcinha molhar ainda mais. Ele beija meu
pé, depois minha canela e distribui beijos até chegar no
meio de minhas coxas, onde para com os toques e me olha
com um sorriso de canto nos lábios vermelhos, suculentos.
— Quero tanto provar seu sabor novamente —
conta, retirando minha calcinha, ele olha minha intimidade
com tanta luxúria que pego fogo por dentro. — Vou chupar
essa sua boceta, encharcada, e só vou parar quando vê-la
gozar em meus lábios.
— Ah... — gemo rouca, sentindo ainda mais desejo.
Minha boceta pulsa ao ouvi-lo e tento fechar as pernas,
mas Alexander me impede, ele as abre ainda mais. Ele
volta a beijar meu corpo, a minha barriga, fazendo-me
envergar meu corpo, excitada. Ele sobe ainda mais meu
vestido que fica preso perto do meu seio, todo embolado,
Alexander balança a cabeça e fecha os olhos, apertando
seu pau por cima das calças.
Ele se levanta e fito-o confusa. Ele vai até a cômoda
e pega uma tesoura e caminha de volta para mim.
Estranho Alexander segurar meu vestido e o cortar ao
meio, isso me deixa ainda mais excitada e gemo quando
finalmente estou livre da roupa, totalmente nua sob seu
olhar.
— Gostosa — diz segurando meu seio e o
abocanhando. Ele chupa meu peito com vontade, e o
lambe em volta do bico arrepiado.
— Ah, por favor, Alexander... — imploro, gemendo
manhosa, miando como uma gata no cio, quase morrendo
de tesão.
— Por favor, o que, meu anjo? — pergunta ele perto
do meu rosto, sinto seu hálito quente. — Quero ouvi-la
pedir, com essa boca gostosa.
Ele morde lentamente meu lábio me torturando,
fecho os olhos.
— Me faça sua! — gemo em seus lábios em tom de
súplica, vendo-o sorrir e descer novamente, até estar com
o rosto perto da minha boceta.
— Antes de te foder, tem algo que desejo fazer há
muito tempo — pronuncia e eu quase vou à loucura
quando sinto sua língua passar por minha boceta,
acertando meu clitóris, gemo insanamente, olhando
Alexander me chupar como se eu fosse seu doce favorito.
Ele faz movimentos circulares com a língua, quase perco o
controle quando o sinto introduzir dois dedos dentro de
minha boceta, me penetrando sem parar de me chupar, o
toque dele atinge meu ponto G, contraio a vagina,
apertando o seu dedo, lhe arrancando um gemido. É
surreal o fato de eu estar tão entregue a Alexander, sem
receio ou repulsa, mesmo depois do horror que vivi ao lado
de Bruce. Mas os dois são incomparáveis, Alexander
consegue desencadear emoções em mim que nunca
pensei que sentiria. Passei anos sem fazer sexo, não
sentia falta, eu mesma sempre me satisfiz, no entanto,
agora com o Alexander não consigo imaginar como seria
passar tanto tempo sem seus toques, sem esse contato
corpo a corpo, que eu já não me lembrava o quão poderia
ser prazeroso.
Estou a ponto de gozar em seus lábios, quando
Alexander para, levantando-se, me deixando ofegante
sedenta por mais e pega sua carteira, tira de lá uma
camisinha. Observo-o tirar a calça rapidamente, junto ao
sapato e meia. Minha boca saliva ao olhar para seu pau,
que faz jus ao tamanho que imaginei que era.
Ele caminha até mim, abre o pacote laminado com o
dente e desliza o látex pela extensão de seu pau. Meu
coração fica acelerado ao senti-lo novamente em cima de
mim.
“— Nunca vou sucumbir ao desejo carnal dele pai.
Se ele pretende se vingar de mim terá que o fazer de outra
forma.”
Lembro-me do que disse ao meu pai e agora estou
eu aqui, fazendo o contrário, sucumbindo ao desejo. Não
posso, inferno, empurro Alexander pelos ombros e saio da
cama, vendo seu olhar confuso me seguir.
Quero jogar-me na cama e o deixar fazer tudo que
quiser comigo, mas não posso.
Com o pau latejando de tesão, observo Sophie sair
de baixo de mim, fico confuso, já estava preparado para
entrar dentro dela, porra, tenho sentido um tesão imenso
por essa mulher, não consigo entender o porquê ela
desistiu depois de termos ido tão longe.
— Desculpe, Alexander, eu não posso fazer isso,
não posso transar com você. — Ouço sua voz, ela parece
estar lutando contra seus impulsos, em nenhum momento
me olha nos olhos.
— Para de pensar no que é certo ou errado somente
por uma vez Sophie — peço, me aproximando dela,
pelado. — Ceda aos seus impulsos, você deseja isso tanto
quanto eu.
— Já disse não, Alexander! — ela vocifera e vai até
a cama, nua, e se cobre com o lençol.
Rujo furioso, sentindo minhas bolas doloridas pelo
tesão. Tiro a camisinha do meu pau e ando até o banheiro,
enfurecido, nem sequer tranco a porta do cômodo, jogo a
camisinha no lixo e entro no box, ligando o chuveiro,
deixando que água fria esfrie meu corpo, excitado. Inferno,
essa mulher só pode estar brincando comigo, não sei que
jogo ela está tentando fazer comigo, mas está conseguindo
me deixar maluco.
Seguro meu pau com a mão, e faço movimentos de
vaivém nele, preciso aliviar as bolas e só há uma maneira
de aliviar o tesão sem cometer uma loucura e ultrapassar
os limites que Sophie impôs, mesmo que eu não gostando
de me masturbar e prefira sempre ter uma companhia, para
tais atos.
Sinto uma presença atrás de mim e me viro,
rapidamente, surpreso por ver Sophie entrando no box
onde estou, ainda pelada e deliciosamente linda. Observo
a água molhar seus cabelos, seu corpo e sua expressão de
dúvida, receio, no rosto angelical.
— O que está fazendo? — pergunto, irritado, com o
tesão e fora de limites, não consigo mais aguentar, não
posso mais vê-la assim tão deliciosa nua e não poder fazer
o que eu desejo com ela. — Não faça isso, por favor
Sophie, não posso mais jogar esse seu jogo, estou muito
excitado.
A bandida desce seu olhar pelo meu corpo até
chegar na minha ereção, morde os lábios e os lambe, solto
um rugido sentindo-me quente, excitado como nunca na
vida. Os olhos azuis dela brilham, olhando meu pau com
ansiedade.
— Eu sei que posso me arrepender, mas também
não consigo resistir mais — diz, me surpreendendo ao
segurar meu pau com sua mão e colar seu corpo nu ao
meu. — Preciso de você Alexander, nem que seja somente
por uma noite.
Seguro seu rosto com minhas duas mãos para olhá-
la bem no fundo dos olhos, ainda me deliciando com o
vaivém de sua mão pela extensão do meu pau, me
provocando lentamente, com sua mão pequena e
habilidosa. Só o que consigo ouvir é a respiração de
Sophie e o barulho da água, que cai sobre nós.
— Você tem certeza? — questiono. — Não
conseguirei parar novamente, Sophie, estou louco de tesão
por você.
— O sentimento é mútuo, Alexander — diz, entre
meus lábios. — Me faça sua.
Como uma fera, um animal, coloco Sophie contra a
parede e prendo seu pescoço entre minhas mãos, antes de
selar nossos lábios a beijando com toda vontade e tesão
que tanto reprimi. Ela rodeia meu pescoço com seus
braços e impulsiona seu corpo para cima fazendo o mesmo
com as pernas em volta da minha cintura, tiro a mão de
seu pescoço e desço passando pela lateral do seu corpo
até segurar em suas coxas, a mantendo firme em minha
volta. Meu pau, duro, latejante toca sua boceta, molhada,
porra, quase perco o juízo e entro nela.
Sophie morde forte minha boca e desce os lábios
até minha orelha, a mordiscando, um arrepio sobe pela
minha coluna, devido à sua mordida. Diminuo a água que
está caindo sobre nós, sem soltar Sophie, ela chupa meu
pescoço, suga, me deixando louco de tesão como nunca
pensei que simples toques me deixaria nesse ponto, um
dia.
— Ah, me fode Alexander! — implora manhosa,
gemendo alto, a safada leva a boca a minha orelha e diz:
— Fode minha boceta.
— Você que manda, amor — solto a palavra amor,
rouco, segurando firme em suas pernas para mantê-la em
volta da minha cintura e entro nela, sentindo meu pau
sendo apertado por sua boceta gostosa. Meto forte e duro
dentro dela, as estocadas fortes, comendo-a com fúria e
um desejo avassalador, Sophie segura firme em minha
nuca me recebendo dentro dela com um gemido rouco,
alto, gritando, cacete, quase me levando ao limite. É
insano, e tão bom fodê-la, entro e saio dela devagar antes
de começar a aumentar o ritmo novamente. — Quer ir para
a cama? — pergunto, com a voz falha, ela só move a
cabeça dizendo que não e continua a gemer. Sorrio
satisfeito com sua resposta, não era bem no box do
chuveiro que imaginei a minha primeira vez com Sophie,
mas estou amando e ela também.
Tiro a mão de suas coxas para que novamente
Sophie fique com os pés no chão, ela me olha confusa,
pego-a de surpresa girando sua cintura, fazendo com que
fique de costas para mim, com sua bunda redonda
empinada, deliciosa, encostada no meu pau, desfiro um
tapa forte nela, deixando a marca de meus dedos. A safada
puxa os lados das nádegas com sua mão me dando a
visão de seu orifício anal, rosado, rosno a tocando lá com o
dedo enquanto com minha outra mão me masturbo.
— Você quer me enlouquecer, porra — ralho,
abrindo ainda mais suas pernas e entrando dentro dela
devagar, antes de aumentar o ritmo das estocadas, Sophie
geme e movimenta seu corpo para trás e para frente
acompanhando-me, vejo suas pernas tremerem, ela está
quase chegando ao orgasmo, seguro firme sua cintura e a
penetro bem fundo e com a outra mão faço círculos em seu
clitóris.
— Ah, isso... Fode minha boceta.
Sinto um fogo se espalhar pela minha barriga e ir
direto para minhas bolas quando a escuto gemer tais
palavras, cacete, é a mulher mais sensual que já vi.
Continuo acariciando seu clitóris, aumentando as
estocadas, sentindo a quentura gostosa da boceta de
Sophie massageando meu pau. Não demora muito para
que ela libertar sua excitação, seu corpo todo convulsiona
e o seu gemido alto ecoa pelo cômodo todo, Sophie arfa e
eu puxo seu cabelo trazendo sua cabeça para trás e meto
o mais forte e rápido dentro dela que consigo, sinto o suor
escorrer por meu corpo, mesmo com a água fria molhando-
me. Tiro meu pau de dentro de Sophie, gozando como
nunca havia antes, um orgasmo que faz minhas pernas
tremerem e eu esmurrar a parede, sem controle algum,
totalmente entregue ao prazer. Espero os espasmos deixar
meu corpo, mantendo os olhos fechados. Quando os abro,
olho para a bunda de Sophie, melada com meu esperma.
Ela se vira e fita meu rosto, seu cabelo está
molhado, bagunçado, e a maquiagem que ela usou está
borrada, ainda assim, está linda, com os olhos mais
expressivos e bonitos que já vi.
— E agora, o que faremos? — pergunta,
encostando-se na parede.
Olho seu seio, grande na medida certa, delicioso,
seu corpo é um dos mais lindos que já vi e seu rosto
melhor ainda. O sexo com Sophie foi mais incrível do que
cheguei a imaginar que seria. Era para eu ter perdido o
encanto por ela, após o sexo, mas só consigo desejá-la
ainda mais.
— A noite ainda não acabou, e hoje tivemos uma
trégua — digo, pegando em sua cintura, a trazendo para
debaixo da água, junto a mim. — Amanhã voltamos a nos
odiar.
Ela abre um sorriso e eu a beijo novamente.
Tomamos um banho juntos e depois voltamos para o
quarto. Acabamos não resistindo ao desejo e fizemos
novamente sexo, até ficarmos saciados e em êxtase.
De madrugada observo Sophie dormir
tranquilamente, que inferno, o que essa mulher tem que me
prende tanto?
No dia seguinte, de manhã, deixo um bilhete para
Sophie no quarto, a avisando para descer quando acordar,
para tomarmos café juntos. Sento-me na mesa e checo
meus e-mails e mensagens. Tem várias mensagens de
Briella, implorando por perdão, pedindo para voltar, rolo os
olhos desligando o celular.
Sophie aparece em meu campo de visão, a bandida
está linda essa manhã, vestindo uma calça e blusa
simples, com sapatos baixos. Observo-a se sentar na
mesma mesa que eu e me encarar parecendo não saber o
que dizer.
— Bom dia — diz, pegando um pedaço de pão e
passando manteiga.
— Bom dia, anjo, dormiu bem? — pergunto tomando
um gole do meu café. De repente me vi sorrindo ao ver a
manteiga melar a boca de Sophie, sem ela perceber.
— O que foi? — indaga franzindo a testa, fazendo
meu sorriso aumentar ainda mais.
— Sua boca, ficou suja de manteiga — aviso e ela
sorri, pegando o guardanapo e a limpando. — Sophie,
tenho uma proposta para te fazer. — Ela para de comer e
passa a me observar com atenção e curiosidade.
— Sou toda ouvidos.
— Bom, já percebemos que entre você e eu existe
uma atração mútua, impossível de resistir — começo a
dizer, ela concorda com a cabeça. — No entanto, eu a fiz
uma proposta uma semana atrás. Você teria que me
passar os dados de suas contas e eu limparia tudo, te
deixando sem nada, nenhum mísero centavo, isso em troca
da sua liberdade.
— Vá direto ao ponto, Alexander.
— A minha proposta é de casamento — informo,
vendo seus olhos se arregalarem, surpresa. — Você se
casará comigo, terá a vida de luxo que almeja e seu pai
ficará livre, em troca disso quero poder ter você quando eu
desejar. Saciar o desejo que tenho por você e quando eu
finalmente cansar nos divorciamos e você poderá partir.
— Isso é loucura! — exclama, exasperada. — Para
que precisaríamos nos casar?
— Quero realizar o desejo de meus pais, eles
querem muito me ver casado e agora que terminei com
Briella preciso de outra noiva, não somente para saciar o
almejo de meus pais, como também porque preciso estar
comprometido, isso me ajuda parecer sério, distinto e é
bom para mim como CEO da Bijoux Précieux.
— Quantos anos você tem? — ela pergunta enquanto bebe
um gole do seu café.
— 32 e você?
— 25. Sete anos de diferença.
— Idade para você é um problema? — inquiro, a
vendo revirar os olhos. — Porque para mim não.
— Não é um problema, o único problema aqui é
essa sua proposta louca, sem sentido.
— Achei que iria gostar, você adora o luxo e eu
posso lhe prover isso. A única coisa que quero em troca é
você.
Ela tosse várias vezes e toma um gole da água. As
pessoas em nossa volta param o que estão fazendo para
nos olhar.
— Então sua proposta é foder comigo quando
quiser, em troca de um casamento de fachada e dinheiro. É
isso?
— Exatamente. O sexo não irá satisfazer não só a
mim como a também você — afirmo, e toco sua coxa,
acariciando. — É a melhor proposta que uma ladra poderia
receber. Você não só vai ficar sem roubar como também se
casará com o Rei dos diamantes.
— Posso pensar antes de te dar uma resposta?
Reviro os olhos, cansado de sua recusa. Eu estou
dando a ela a chance de sua vida ser melhor, retirando
meu plano de vingança só para tê-la, inferno, irei soltar
meu inimigo só para ter Sophie comigo.
— Você tem um dia para pensar. Voltaremos hoje
para Toronto.
— Ótimo, mas tenho algumas perguntas sobre sua
proposta — avisa. — Vou poder sair quando eu quiser e
para onde eu desejar?
— Sim, mas sempre terá um de meus seguranças a
acompanhando, cuidando da sua proteção quando eu não
estiver por perto.
— Certo, e vou poder voltar a ter meus pertences?
Como celular, notebook, cartões?
— Sim.
De repente seu sorriso se abre, satisfeita.
— Quero convidar uma amiga minha de Miami para
a festa de casamento. Também vou dar dinheiro para meu
pai se restabelecer em outro país.
Respiro fundo, sentindo-me ficar nervoso.
— Tudo bem, Sophie — respondo a contragosto.
— Ótimo, senhor Campbell, agora podemos voltar
para Toronto, lá eu te darei uma resposta.
E então sorri e toca a minha mão que está em cima
de sua perna. Espero estar fazendo o correto, pois, neste
momento não consigo pensar em nada mais adequado que
esse trato.
Essa noite foi tão boa que eu gostaria que ela
voltasse mil vezes para poder sentir as sensações
novamente. Alexander me levou a loucura, literalmente,
nunca imaginei que um sexo poderia ser tão prazeroso, só
consigo pensar em fazer novamente, merda. Eu não
consegui resistir aos impulsos e acabei me entregando a
ele, antes tive uma briga interna com meu subconsciente,
como se o anjinho bom e o mau estivessem disputando
qual seria escolhido, no fim escolhi seguir meus instintos
de capetinha, no entanto, essa noite foi maravilhosa, não
me arrependo, não é como se Alexander e eu agora
estivéssemos apaixonados, o que temos é uma atração
forte e avassaladora, incontrolável, só isso, certamente irá
passar com o tempo.
Antes de voltar para Toronto eu pedi que Alexander
me deixasse visitar meu pai para que eu possa explicar
sobre a proposta que ele me fez, o mesmo permitiu e
mandou que os seus seguranças me acompanhassem.
Estou tentada a aceitar sua proposta. Poder ficar
livre e ainda deixá-lo fazer coisas pecaminosas com meu
corpo não me parece uma ideia tão ruim, ainda mais se
noites como ontem se repetirem, e ainda vou poder viver
no luxo e voltar a ter minha liberdade e meu pai também.
Os seguranças abrem a porta do carro para mim e
eu saio, ando até entrar no hospital e já sigo para o quarto
onde meu pai está. Percebo que Xavier está dormindo,
toco sua mão tentando acordá-lo, assim ele o faz.
— Sophie... filha.
— Oi, meu pai.
— Você voltou. — Ele abre um sorriso, apertando
minha mão.
— Sim, como o senhor está?
— Bem filha, estou melhorando.
— Ufa, assim fico mais aliviada! — digo. — Pai me
escute com atenção, tenho novidades para te contar.
— Ok, filha, pode dizer.
Respiro fundo e observo seu olhar cansado, e
marcas de velhice no seu rosto.
— Alexander me fez uma proposta e eu pretendo
aceitá-la — falo, notando seu olhar confuso. — Ele quer
que eu me case com ele, em troca da sua liberdade e da
minha.
— Você não pode aceitar! — diz exasperado,
tentando se sentar na cama, seguro seus ombros não o
deixando fazer.
— Calma pai, você não pode fazer esforço!
— Esse homem é um monstro! Vai te destruir filha.
Ele é meu inimigo, nossa ruína para ele é como se fosse
um prêmio. Não faça isso.
— Por favor pai, me escute, deixe eu me explicar.
— NÃO, SOPHIE! — grita, me assustando. — Se se
casar com Campbell deixará de ser minha filha. Prefiro
morrer a presenciar isso.
As lágrimas saltam pelos meus olhos e não consigo
impedi-las.
— Não vê que estou fazendo isso por nós? — ralho,
limpando as lágrimas do meu rosto. — Se eu não aceitar o
que vai ser de nós? Eu preciso do dinheiro para continuar
vivendo sem ser encontrada por Bruce, Alexander pode me
ajudar...
— Não é só isso, você está me escondendo algo
Sophie, diga!
— Pai, eu...
— Não quero ouvir mentiras, Sophie! — cospe ele,
nervoso. — Você fala o nome desse infeliz como se o
conhecesse bem, e pior, parece gostar da desgraça. Você
está sendo amante dele, não é?
Choro compulsivamente.
— Você não sabe o que diz, estou fazendo isso por
nós.
— Não me use como desculpa para continuar
abrindo as pernas para o desgraçado do Campbell.
Tampo a boca com a mão ao ouvi-lo falar tão
amargamente as palavras.
— Não quero vê-la mais! — fala com ódio. — Se
escolheu ficar com esse homem ruim fique, mas esqueça
que eu existo.
— Não faça isso, pai, eu trouxe dinheiro para te
entregar para que você recomece a vida em outro lugar!
— Leve seu dinheiro, não preciso dele e não quero,
suma, você não é mais minha filha.
Viro de costas e choro, suas palavras me machucam
da forma mais dolorosa possível.
— Não queria que as coisas terminassem assim
Xavier, porém se é o seu desejo o farei.
Saio do quarto rapidamente sem dizer mais nada,
sem sequer olhá-lo. Me sinto sozinha, desamparada e
machucada. Meu pai acaba de cortar laços comigo, estou
sozinha, não tenho mais ninguém que se importe comigo.
Sento-me na cadeira ao lado de seu quarto e choro,
deixo as lágrimas de angústia saírem com força.

Os seguranças me levam direto para o jatinho onde


Alexander está me esperando, para voltarmos para
Toronto. Chego ao aeroporto particular, subo as escadas e
entro no jatinho. Alexander está sentado em uma das
poltronas de trás, usando o notebook em seu colo. Ando
até ele e me sento na poltrona à sua frente.
Tiro o casaco que estou usando e ponho no meu
colo. Alexander me olha por um momento, depois volta sua
atenção para o notebook.
— Como foi no hospital? — quis saber ele, suspirei.
Tive que passar maquiagem para cobrir as marcas de
choro que ficaram em meu rosto.
— Bem. Ele aceitou bem — minto, abaixando a
cabeça, às vezes era tão fácil.
— Ótimo, menos um problema — diz, pegando uma
caixinha de celular na poltrona do seu lado. — Toma. —
Ele estende a mão entregando para mim. — Comprei para
você. Tem meu número já adicionado nele, para me ligar
sempre que precisar.
— Nossa... esse celular é um iPhone, muito caro,
não tinha necessidade — digo olhando o aparelho recém-
lançado.
— Gosto de usufruir, comprar as melhores coisas,
não importa o preço.
Reviro os olhos, mas sorrio, estou feliz que vou
poder usar o celular novamente.
— Pena que não posso ter redes sociais com meu
rosto estampado — desabafo, sem perceber que falei
demais, Alexander franze a testa.
— E por que não?
— Sou procurada pela polícia, esqueceu? —
questiono, levantando a sobrancelha. — Bruce me acusou
de tentativa de homicídio, furto, fora outras acusações.
— Isso não vai ser um problema, antes mesmo do
casamento iremos a Fredericksburg resolver isso. Já
mandei meu advogado cuidar de seu caso, não vai ser
difícil provar sua inocência, tenho poder para isso. Quero
conhecer seu ex-marido, ficar cara a cara com ele,
veremos do que ele é capaz.
Me tremo toda, sentindo um arrepio subir pela minha
coluna, não gosto nem de imaginar rever Bruce. Odeio ele,
tripudio só de lembrar as coisas que ele me fez.
— Eu precisarei ir junto? — pergunto, ligando o
celular.
— Sim, vocês ficarão diante do juiz.
Soluço, sentindo a vontade de chorar voltar e
engulo.
— Não se preocupe Sophie, estarei ao seu lado, não
te deixarei por um segundo sequer.
Fico mais aliviada por saber que a Alexander estará
comigo. Bruce não poderá nunca mais me tocar, tenho que
me livrar desse trauma.
— Então quer dizer que vou poder voltar a usar
minha verdadeira identidade?
— Exato, você vai se casar comigo usando seu
verdadeiro nome, Sophie Sartori.
Bato palmas, sorrindo, odiava ter que usar um nome
fajuto e ter que esconder a cor verdadeira do meu cabelo.
Quase esqueço da discussão com meu pai de horas atrás.
— Que ótimo, não vou precisar pintar mais meus
cabelos. Vai demorar um pouco voltar a cor original, mas
nada que um bom cabeleireiro não resolva.
— Essa cor não é a verdadeira do seu cabelo? —
Alexander fitou os fios de meu cabelo, curioso, intrigado.
— Não, por quê? — pergunto, me aproximando
dele. — Você gosta deles assim?
— A cor escura destaca a cor de seus olhos, a deixa
sensual, embora eu esteja curioso para ver a cor original
de seu cabelo.
Sorrio para ele e me sento na poltrona ao seu lado.
Alexander continua a usar seu notebook e eu começo
baixar os aplicativos no celular, que já está com chip
cadastrado e internet.
Depois de um tempo começo a sentir sono e acabo
resolvendo tirar um cochilo, vamos ter horas de voo pela
frente.
O dia estava amanhecendo quando chegamos em
Toronto, esperei que Alexander me levasse novamente à
mansão afastada da cidade, mas ele não o fez. Entramos
em um condomínio fechado, avisto um prédio, ao olhar
pela janela do carro, uma cobertura constato. Alexander
entra no estacionamento do prédio e saímos do carro ao
mesmo tempo.
— Eu não irei ficar mais na mansão? — pergunto o
acompanhando até o elevador.
— Não, você vai morar comigo a partir de hoje, na
minha cobertura.
Abro a boca chocada e esperamos o elevador subir.
— Você não acha que é cedo demais? Que eu saiba
você terminou um relacionamento há pouco tempo.
— Isso não importa, quero resolver as coisas o mais
rápido possível.
O elevador se abre e eu entro na sala, boquiaberta,
esse lugar esbanja luxo, espetacular. O piso é de
porcelanato polido branco. Tem um sofá enorme com uma
televisão gigantesca, uma escada que leva para outros
aposentos, fora um corredor com duas portas. As janelas
mostram uma vista incrível de Toronto com cortinas
escuras. Vou até o piano e toco nele, será que Alexander
sabe tocar instrumentos?
Viro-me para o olhar e percebo que ele me observa.
— O que achou da minha residência?
— Está brincando? Essa cobertura deve ser
caríssima — digo encantada e vou até ele.
— Vou apresentá-la aos funcionários — diz antes de
apertar um botão na parede, franzo a testa, esperando-o ir
chamá-los, mas Alexander fica quieto, parado. Me
surpreendo quando aparece quatro funcionários no mesmo
instante, todos com uniformes bem alinhados.
— Sophie, essa é Evangeline a cozinheira —
informa Alexander, apontando para a mulher magra, nova.
— E essas são Verity e Harper responsáveis pela limpeza
— explica. — Por fim aquele é Jake o motorista.
Olho cada um deles me sentindo tímida com tantos
olhares especuladores, devem estar se perguntando quem
sou eu e o que faço aqui.
— Essa é Sophie Sartori, minha noiva.
Todos abrem a boca chocados e tentam disfarçar
rapidamente.
— Olá pessoal, é um prazer conhecer vocês — digo
educadamente, mas nenhum deles me respondeu.
— Peço que a tratem bem, pois Sophie será minha
futura mulher e patroa de vocês. Agora podem voltar a
fazer suas funções.
Eles balançam a cabeça em concordância e saem
dali rapidamente, não entendo nada, eles parecem ser
mudos.
— Alexander, quero te fazer um pedido — digo me
aproximando dele, ele fita meu rosto com atenção. —
Traga Abigail para trabalhar aqui. Acabei me apegando a
ela nessa última semana que passamos juntas na mansão
— peço, estou morrendo de saudade daquela mulher mal-
humorada, mas incrível.

— Já temos uma cozinheira.


— Não importa, podemos ter duas não?
Alexander revira os olhos e se aproxima de mim,
colocando meu rosto entre suas mãos.
— Tudo bem, trarei Abigail, mais alguma exigência?
Olho para baixo, depois para seus olhos novamente.
— Ficaremos em quartos separados.
— Por mim tudo bem! — concorda. — Também
prefiro assim.
— Então, está ótimo, não tenho mais exigências —
digo. — Aceito sua proposta de casamento, mas já adianto,
quero uma aliança linda e cara.
— A aliança será de diamantes não se preocupe. —
Ele pisca para mim, com um sorriso brincalhão no rosto e
tira as mãos do meu.
— O casamento só irá durar até você enjoar de
mim?
— Exatamente.
— E se isso não acontecer?
Cruzo os braços, o desafiando, ele volta a sorrir e
balança a cabeça. Tira um cigarro do bolso e o acende.
— Isso é impossível, uma hora eu enjoo, pode ter
certeza.
Ele traga o cigarro e solta a fumaça.
— Então, acordo fechado, senhor Campbell.
— Você pode me chamar de amor a partir de agora
— implica e eu sorrio.
— Acordo fechado, meu amor. — Faço uma voz
melosa e gargalho em seguida. Parece que vai ser
divertido esse relacionamento fajuto.
Alexander me mostrou cada cômodo da cobertura,
achei todos muito bonitos e chiques, mas o que mais me
agradou foi o quarto que será meu durante o tempo que eu
for permanecer aqui no apartamento, gostei muito dele por
ter um banheiro e nele uma banheira gigantesca, luxuosa,
que pretendo passar horas dentro dela, tomando banho de
espuma como nos filmes.
Alexander teve que ir à empresa, conferir se está
tudo bem por lá. Acabei ficando sozinha nessa cobertura
enorme, sem ideia do que fazer. Desço as escadas e vou
até a cozinha, espio pela brecha da porta, avisto a
cozinheira preparando o café da manhã, abro a porta e
entro na cozinha, ela se assusta ao notar minha presença.
— Senhora, precisa de algo? — pergunta, limpando
a mão no guardanapo.
— Não, só estava passando por aqui e resolvi vim
conversar — informo, indo até a bancada e pegando uma
maçã da cesta de frutas. — O cheiro está ótimo, o que está
preparando?
— Waffles e panquecas. Se tiver algo que esteja
com vontade de comer é só me falar que preparo.
— Seu nome é Evangeline, certo?
— Exatamente, senhora. — Ela pisca os olhos
rapidamente parecendo estar envergonhada.
— O meu é Sophie e eu tenho somente 25 anos,
sou bem nova, então por favor não me chame de senhora.
Noto que suas bochechas ficam coradas e sorrio, a
mulher é muito tímida.
— Desculpe é que para mim é estranho chamar
meus patrões pelo nome, isso demanda intimidade e não
temos — diz, desligando a boca do fogão. — Além do mais
Briella não gostava que nós, funcionários, falassem muito
com ela, tampouco a chamássemos pelo seu nome — fala,
e franzo a sobrancelha. — Desculpe, não deveria falar
sobre a ex-noiva do senhor Campbell.
— Olha Evangeline, eu nem conheci essa tal de
Briella ainda, porém, já posso afirmar que a detesto —
afirmo, rindo, me sentando na cadeira atrás da bancada,
próxima a ela. — Eu adoro conversar e sempre vou vir na
cozinha, então vá se acostumando. Pode falar comigo,
contar comigo, sempre que quiser. Nós vamos conviver
muito ainda, certamente, vou adorar se nos tornássemos
amigas.
— Eu e você? Amigas? — pergunta, franzindo o
cenho. — Impossível, desculpe, mas é inconveniente, você
é minha patroa.
— Isso são meras formalidades, seu único patrão
aqui é Alexander, ele que pagará sua conta, portanto, deixe
de besteira e comece a me chamar pelo meu nome,
Sophie, se não vou ficar muito irritada.
Finalmente consegui tirar um sorriso da boca de
Evangeline, me pergunto qual sua idade, ela parece ser
nova, tem um rosto angelical e é bem magra, a cor de seus
olhos é preto.
— Tudo bem se a senhora faz tanta questão... —
começou a dizer, e apertei os olhos a reprendendo. —
Desculpe, quis dizer você.
Não aguentei, gargalhei e ela me acompanhou.
— As panquecas já estão prontas? — pergunto,
estou faminta.
— Quase, o Waffles sim, vou lhe servir um pedaço.
— Obrigada.
Ela pega um prato pequeno e serve uma fatia do
waffles, quando experimento solto um gemido de tão bom
que ele está.

Vou até a entrada do prédio depois de tomar café à


procura de Jack o motorista, o encontro parado em frente a
um carro, arregalo os olhos, chocada, é uma Lamborghini
Veneno Roadster. Toco o automóvel, lindo, preciso dirigir
esse carro.
— Uau, Jack, esse carro é caríssimo.
Não consigo ver os olhos de Jack porque ele está
usando óculos escuro preto. Ele é alto, tem o cabelo bem
cortado, preto, a barba contém alguns fios grisalhos e ele
traja um terno elegante escuro.
— O senhor Campbell tem uma coleção de
automóveis.
— Caramba, que incrível — digo, ainda tocando o
carro. — Você deve saber onde fica a empresa Bijoux
Précieux, certo?
— Logicamente, senhorita.
Me aproximo do motorista, com um sorriso irônico
no rosto.
— Pode me levar lá? Quero fazer uma surpresa
para meu noivo — indago com a voz melosa.
— Não sei se é correto, senhorita, o senhor
Campbell pode não gostar.
— Eu assumo o risco, Jack.
O homem balança a cabeça, receoso, mas no fim
acaba cedendo.
Olho os prédios pela janela do carro, enquanto
estamos a caminho da empresa, que desejo conhecer.
Alexander vai ter uma enorme surpresa ao me ver, mas
estou entediada e adoro perturbar o seu juízo. Jack para o
carro em frente à Bijoux Précieux e abre a porta para mim.
Subo a escada da calçada e a porta se abre quando eu
paro diante dela.
A empresa é movimentada, tem muitos funcionários.
Ando até a recepcionista que está ocupada falando com
alguém no telefone.
— Olá, pode me informar em qual andar fica a sala
de Alexander Campbell? — pergunto vendo a mulher loira
me medir de cima a baixo, ela me ignora e continua falando
ao telefone.
— Só um instante, senhora — pede ela.
Batuco com os dedos na bancada, esperando-a
terminar a ligação. Assim que desliga volta a perguntar:
— Posso ajudar?
— Sim, quero saber onde fica a sala de Alexander
Campbell?
— No último andar, senhora — responde,
educadamente. — Por acaso agendou horário?
— Não acho que seja necessário, ele me conhece.
A recepcionista volta a me olhar de cima a baixo e
sorri sarcasticamente, depois tenta disfarçar.
— É necessário marcar horário caso queira ter uma
reunião com o senhor Campbell. Ele está com uma visita
particular, não pode ser interrompido.
— Pode informá-lo que estou aqui? — peço,
tentando manter a paciência. — Meu nome é Sophie
Sartori.
— Desculpe, senhorita Sartori, mas está sendo
inconveniente. É preciso ter horário agendado para falar
com o senhor Campbell.
— Olha, não quis ser inconveniente, porém, te avisei
que Alexander me conhece e irá permitir a minha visita.
Vejo a revirar os olhos e sinto meu sangue ferver.
— A senhorita não está em trajes adequados, a
empresa Bijoux Précieux demanda certa elegância e
sofisticação. Sobre você dizer que conhece o senhor
Campbell, não posso acreditar nisso, pois muitos usam
essa mesma desculpa para conseguir reuniões com ele
sem marcar horário.
Olho para baixo, checando minha saia jeans e
minha blusa preta sem estampa.
— Tudo bem, querida, não vou mais tomar seu
precioso tempo com minha deselegância — digo e me viro,
saindo dali, mas antes de chegar à porta tenho uma ideia.
Pego meu celular que está no meu bolso e digito uma
mensagem para Alexander.
“Estou aqui na Bijoux Précieux e a recepcionista não está
permitindo que eu suba”
Ele visualiza rapidamente e eu olho na direção da
recepcionista loira. Ela atende um telefonema minutos
depois e arregala os olhos antes de me olhar. Vou até ela,
vendo seu rosto ficar pálido, branco como papel.
— Mil desculpas senhorita, pode me acompanhar?
— Sem problemas, querida — digo sorrindo, a
expressão de apavoramento que aparece em seu rosto é
hilária. Sigo-a até o elevador, ela não anda e sim desfila,
com uma elegância digna de passarela. Entramos no
elevador e minutos depois das portas se fecharem e ele
subir, chegamos ao andar da sala de Alexander, o setor da
presidência. Acompanho a recepcionista até a sala, vejo a
secretária de Campbell em uma mesa próxima.
A recepcionista abre a porta para mim, educada.
— Senhor Campbell, aqui está Sophie Sartori.
Entro depois dela e fico em choque ao ver uma
senhora sentada em frente à mesa onde está Alexander, a
mulher me olha curiosa.
— Com licença — a recepcionista se despede e sai
rapidamente e eu forço minhas pernas a andar até
Alexander e a mulher. Ela se levanta e vem até mim,
parecendo aquelas senhoras ricas dos filmes.
— Então você que é Sophie Sartori, a nova noiva de
meu filho — fala me observando de cima a baixo. Olho
para Alexander que tem um sorriso no rosto, o cretino
adora me pegar de surpresa.
Que Deus me proteja.
Observo Sophie encolher os ombros diante da
minha mãe, ela foi completamente pega de surpresa e está
envergonhada.
— Agora entendo o motivo de meu filho ter
terminado um relacionamento de anos com Briella — fala
minha mãe, sorrindo. — Você é realmente uma mulher
muito bela, deve ter deixado meu filho doido!
Abro a boca chocado no mesmo instante que o
sorriso de Sophie se abriu.
— Que susto, achei que a senhora não havia
gostado de mim — diz Sophie, suspirando, minha mãe
balança a cabeça.
— Ah querida, se meu filho gosta de você pode ter
certeza de que eu também gostarei.
— Minha mãe de brava só tem a face — brinco e
elas sorriem, depois se abraçam. Volto a observar Sophie,
que estava vestida de maneira simples e seu cabelo preso
em um rabo de cavalo.
— Então, quero saber tudo sobre você, quem são
seus pais, que país você nasceu, quais seus gostos...
— Calma mãe, assim você vai assustá-la — a
repreendo.
— Desculpe, filho, mas preciso, estou muito curiosa
— admite ela. — Seus olhos são lindos Sophie, tomara que
meus netos o herdem.
— MÃE!
Sophie gargalha e eu não consigo me manter sério,
rio junto.
— Obrigada, senhora?
— Meu nome é Samira e me chame de você,
senhora está no céu.
— Certo Samira — diz Sophie. — Obrigada, os seus
também são lindos.
— Nem tanto, minha querida, eles são de cor
comum e sem graça — Samira fala, sincera. — Hoje vou
preparar o jantar de noivado de vocês, na minha casa.
Quero os dois às 20h30 em ponto lá.
— Não acha que é recente, mãe? Não precisa fazer
um jantar às pressas.
— Nem pensar Alexander, quero esse casamento
pra já! — avisa, me mandando um olhar mortal. — Sophie,
almoça comigo? Tenho várias coisas para te perguntar e
falar. Já tenho vários tipos de convites, lugares bonitos
para fazer o casamento e indicação de buffets, para vocês
escolherem.
— Claro, vou adorar.
— Então vamos, estou faminta e conheço um
restaurante aqui perto magnífico.
Franzo a testa observando as duas saírem sem me
dar a menor atenção. Minha mãe manda um beijo no ar
para mim e Sophie me olha dando de ombros, com um
sorriso de “socorro” no rosto.

— Sim, um colar de diamantes, o mais caro que


tiverem. Entregue-o no meu endereço.
Termino a ligação e desligo o celular. Entro no meu
carro dirijo até o apartamento de Briella, preciso conversar
seriamente com ela e tem que ser pessoalmente. Estou
cansado de receber suas ligações e de ela ficar me
procurando, tive que proibir sua entrada na minha
empresa. Ela está completamente fora de si.
Isso já está ficando fora dos limites. Contarei sobre
meu casamento com Sophie, não quero que ela fique
sabendo por notícias nos jornais ou por outra pessoa a não
ser eu, apesar de tudo eu tive um relacionamento de mais
de um ano com Briella, ela merece minha empatia.
O porteiro do prédio do seu apartamento a avisou da
minha presença e ela permitiu que subisse. Fui em direção
ao elevador e entro. Quando chego ao andar de Briella a
porta de seu apartamento já está aberta, entro nele, e não
me surpreendo ao vê-la vestida somente com uma
camisola fina, transparente, que mais mostra do que cobre.
Ela sorri e vem em minha direção.
— Alexander, que surpresa, desculpe a minha
vestimenta, mas você sabe que gosto de usar pouca roupa
em casa.
— Sem problemas Briella, desculpe ter vindo sem
avisar.
Fecho a porta, sabendo que entrei em um lugar
arriscado, Briella adora seduzir e hoje certamente ela vai
usar os golpes mais baixos de sedução que me atrai.
— Então, o que te trás aqui? — pergunta, me
acompanhando até o sofá, onde me senta. — Pensei que
estivesse me odiando após não atender minhas ligações.
— Eu vim para conversarmos como adultos que
somos. Não quero ficar recebendo ligações suas. — Briella
encolheu os ombros surpresa.
— Como assim? Você não veio fazer as pazes? —
questiona, franzindo a sobrancelha e se sentando ao meu
lado.
— Não, Briella, nosso relacionamento acabou, não
tem volta.
— Não faça isso, meu amor, nós merecemos uma
segunda chance!
Ela segura em minha mão, a apertando firmemente,
respiro fundo, não quero ser rude, mas Briella é insistente
demais.
— Não terá segunda chance, eu vim aqui porque
tenho algo importante para te falar — contei afastando sua
mão da minha, Briella me olha com lágrimas brilhando nos
olhos.
— Falar o quê?
— Estou noivo de outra pessoa. Irei me casar em
breve.
Ela se sobressalta arregalando os olhos e abrindo a
boca chocada, as lágrimas umedeceram seus olhos.
— Você não está falando sério Alexander, diga-me
que isso é um tipo de brincadeira! — ralha ela, pondo a
mão no peito parecendo sentir dor, fico mal ao ver sua
reação, não tive a intenção de magoá-la, só quis ser
sincero.
— É verdade, hoje terá um jantar na casa de minha
mãe para anunciar o noivado.
— Faz só alguns dias que nós terminamos e você
está me dizendo que já colocou outra no meu lugar?
— Se acalme, vou te explicar.
Ela se levanta e começa andar de um lado para o
outro, chorando compulsivamente.
— EXPLICAR? — grita. — Você está me trocando
como troca de roupa, como se eu fosse descartável.
— Foi algo que aconteceu, não foi planejado, Sophie
e eu...
— SOPHIE! — vocifera me olhando. — Então esse
é o nome da vagabunda que você colocou em meu lugar?
Você me traiu com ela?
— Briella, acho melhor eu ir embora, você está
descontrolada! — falo me levantando, mas Briella me
empurra e me sento de volta no sofá. Ela sobe em cima do
meu colo e se agarra em meu pescoço.
— Fica comigo por favor, não me troque por essa
mulher.
— Briella, não faça isso, você não precisa se
humilhar assim.
Ela chora, tremendo em meus braços e começa a
beijar meu pescoço, sua camisola sobe revelando sua
calcinha branca transparente, suspiro ao senti-la esfregar
sua boceta em mim, na tentativa de me excitar.
— Ela é melhor que eu na cama? É isso?
— Pare com isso! — mando segurando sua cintura,
mas ela continua insistindo. Desce as alças de sua
camisola, deixando à mostra seu seio. Respiro fundo,
Briella é muito bonita e mesmo com muito autocontrole é
difícil resistir ao seu charme.
— Você não sente minha falta? — pergunta ela,
sussurrando bem próxima ao meu rosto, mordendo o lábio
provocadora. Seguro forte seu cabelo loiro e puxo a boca
dela para a minha.
— Ah Alexander, sempre soube que você nunca
deixou de ser meu!
— Fique quieta! — mando, segurando forte sua
nuca e a beijando para a manter calada, sua voz está
começando a me deixar irritado. O tesão toma meu corpo e
eu viro Briella, a tirando de meu colo, colocando-a deitada
no sofá. Ela tenta abrir os botões da minha camisa com
pressa, sem deixar de esfregar a perna no meu pau, já
duro.
Minha mão adentra sua calcinha e toco sua boceta,
molhada, ouvindo a gemer. Minha mente me leva para a
minha primeira vez com Sophie, quando a toquei desse
mesmo jeito, como era bom escutar seus gemidos e chupá-
la, inferno, seu sabor é viciante, não vejo a hora de tê-la
novamente. Olho Briella e franzo o cenho, balanço a
cabeça, não deveria pensar em Sophie nesse momento.
Com raiva desço o corpo e só paro quando fico
diante a intimidade de Briella, ela geme quando eu rasgo
sua calcinha e a toco com minha língua. A mulher rebola
em meu rosto buscando seu orgasmo e eu a chupo com
vontade.
— Isso meu anjo, goze em minha boca, Sophie —
rujo e continuo chupando-a, até que Briella para com os
movimentos e se afasta de mim me olhando com raiva.
— SOPHIE? — grita se cobrindo com as mãos. —
Você está pensando nela enquanto quase faz sexo
comigo?
— É melhor eu ir embora! — digo ajeitando meu
terno e me levantando, maldição, aquela ladra não sai da
minha cabeça um só instante, parece até feitiço.
— SEU CANALHA, IMBECIL, EU TE ODEIO!
Ela começou a atirar coisas em mim, saio
rapidamente do seu apartamento, temendo que me
acertasse.
Sorrio indo em direção ao elevador, só desejo
chegar o mais rápido em casa para ter Sophie e poder
matar o desejo que me consome por inteiro.

Abro a porta do quarto de Sophie, que está


destrancada, ouço um barulho vindo do chuveiro e me
sento na cama a esperando-a sair do banho. Noto que ela
deixou a roupa que pretende usar em cima da cama, sinto
meu pau ficar duro só de imaginar que Sophie sairá nua do
banheiro, deliciosa e molhada.
A porta do banheiro se abre e Sophia sai só de
toalha, com seu cabelo pingando, molhado, ela se assusta
quando me vê, mas depois sorri.
— O que faz aqui? — pergunta e eu ando em sua
direção, sentindo meu pau latejar de tão duro que está.
— Lembra do nosso combinado?
— Sim, você me terá quando desejar, até se enjoar
e...
— Te quero agora, Sophie — a corto, e puxo sua
cintura antes de beijar sua boca, beijando-a de jeito insano
de tão bom. Mordo seu lábio e rosno, gemendo, ao sentir
sua língua em minha boca. Levo meu polegar ao lábio de
Sophie e meu corpo pega fogo ao vê-la chupar meu dedo,
com vontade, porra, não vejo a hora de senti-la fazer o
mesmo em volta do meu pau. Ela lambe meu dedo sem
deixar de me olhar nos olhos, quase enlouqueço de tanto
tesão
Sem nenhuma cortesia tiro sua toalha e jogo Sophie
na cama, ela geme, sorrindo maliciosamente e subo em
cima dela, jogo no chão as roupas que ela separou para
usar. Fico sobre Sophie que me olha intensamente, nos
olhos, antes de acariciar meu braço e juntar nossas bocas.
Sinto seu corpo quente e ansioso tanto quanto o meu,
seguro seu seio antes de chupá-lo, deixando escapar um
gemido, porra, que delícia.
Sophie para e me puxou pelos ombros trazendo
meu rosto de encontro ao dela novamente.
— Você trocou de perfume? Está cheirando a aroma
feminino, adocicado — diz ela, me fitando confusa e
curiosa.
— Deve ter sido o perfume de minha mãe que ficou
em mim, esquece isso. — Tento beijá-la novamente, mas
Sophie vira o rosto, solto um suspiro irritado.
— Estive com sua mãe a tarde toda, não é o mesmo
perfume que o dela.
— Sophie, tem certeza de que quer falar sobre
perfume agora? — pergunto, esfregando minha ereção
nela, estou doido para afundar em sua boceta gostosa.
— Você esteve com alguma mulher? — questiona
me olhando horrorizada.
— Estive, mas não como está pensando.
— Você nem sabe o que estou pensando! — ralha,
saindo debaixo de mim, ficando de pé, nua, me encarando.
— Nós temos um trato Alexander, se você for continuar
transando com outras mulheres ao mesmo tempo que
comigo, pode esquecer nosso acordo!
— Sophie eu não estou transando com ninguém
além de você! — admito, olhando seu corpo, merda, ela
irritada me deixa ainda mais excitado.
— E de quem é esse perfume doce pra caralho que
está impregnado em você?
— De Briella.
— VOCÊ ESTAVA COM SUA EX? — Sophie grita,
com o rosto vermelho de raiva e começa a se vestir.
Impaciente vou até ela e tento a parar. — Não me toque!
— Não me toque!
Ela me empurra.
— Deixe ao menos eu te explicar — peço segurando
seu braço, seus olhos me fitam com ódio, chamas
dançando através deles.
— Não quero explicação, só quero que saia e me
deixe sozinha. Vou me vestir para o jantar na casa de sua
mãe.
— Nosso acordo ainda prevalece?
— Sim, mas preciso de um tempo, hoje não vai rolar
nada entre nós.
Me afasto dela, sentindo a necessidade voraz de
beijá-la e dizer que é só ela que desejo nesse momento e
em todos os outros, mas não faço.
— Tudo bem, vou tomar um banho e te espero lá
embaixo.
Ela não responde, só pega o restante de suas
roupas e leva para o banheiro, trancando-se lá. Inferno,
tentar transar com Briella foi um erro, pois agora percebo
que Sophie é quem eu desejo, a todo instante, parece um
feitiço, estou completamente atraído e não faço ideia do
que isso significa.
Que ódio!
Aquele perfume doce da ex-noiva de Alexander
continua impregnado em meu nariz enquanto me visto para
ir ao maldito jantar na casa de seus pais. Como ele pode
ficar com ela tendo um trato comigo, não é que eu esteja
com ciúmes ou nada disso, mas ele que me quis como
noiva, e mesmo que seja um casamento falso não vou
aceitar que ele saia por aí transando com outra as
mulheres enquanto eu tenho que ser dele, como um
brinquedo que ele usa quando desejar.
Reviro os olhos, detestando o vestido preto que
escolhi, comportado e elegante, tenho que parecer chique
e sofisticada, suspiro, prefiro o estilo mulher fatal.
Seguro a calcinha fio dental que separei, preta, e
sorrio, Alexander merece uma lição. Descarto a peça
ficando sem e calço o salto alto preto. Passo pouca
maquiagem e não abro mão do batom vermelho, por fim
fico admirando meu reflexo no espelho, meu cabelo secou
e as pontas ficaram onduladas, jogo-o para o lado me
sentindo linda.
Desço para a sala e encontro Alexander andando de
um lado para o outro, parecendo ansioso, seu olhar
encontra o meu e sinto os pelos de meu braço se arrepiar.
Ele me olha com tanta fome de desejo que me deixa
encabulada, quase me esqueço do ocorrido de minutos
atrás, respiro fundo sentindo a raiva voltar e passo por ele.
— Vamos?
— Está com pressa meu anjo? — pergunta
apertando o botão do elevador.
— Quanto mais rápido irmos, mais rápido essa noite
termina — digo, sentindo meu coração pular, por vê-lo tão
bonito, vestido com uma roupa casual. Calça branca com
cinto preto e uma camisa escura de botões, ele está
gostoso demais, quase babo. Balanço a cabeça e toco em
minhas bochechas quentes, tenho que parar de admirar
esse homem.
A mãe dele é incrível, se eu tiver uma sogra um dia
gostaria que fosse como ela. Nós nos divertimos muito,
fizemos compras, conversamos, ela já tem tudo preparado
para o casamento, parece até o dela. Samira me mostrou
fotos do vestido de noiva, de lugares para o evento, buffets
e convites. Ela me contou como Alexander era como
pequeno, disse que ele era arteiro e um aluno rebelde, que
precisou de muita terapia.
O que estranhei é que quando perguntei a ela como
foi o período da gravidez ela desviou do assunto, acredito
que deve ter sido um período difícil, uma gravidez de risco
talvez.
Todavia, o que tive absoluta certeza é de seu amor
por seus filhos, ela é uma mãe prendada, apaixonada,
consigo ver o brilho em seus olhos ao falar de Alexander,
Elliot e Melanie.

— Você vai permanecer o caminho todo muda?


Continuo observando os prédios, ignorando
Alexander.
— Precisamos fazer um contrato. Temos que criar
uma data específica em que eu poderei ir embora, ter
minha liberdade, não podemos somente confiar que enjoe
de mim.
— Você havia concordado com as minhas oposições
iniciais.
— Mas agora já não concordo mais, quero um
contrato de casamento com cláusulas que eu exigir
também.
— Isso está fora de cogitação — nega e eu viro o
rosto em sua direção.
— Então me leva de volta, não me casarei com
você!
— Sophie, já chega, está sendo infantil por ciúme
bobo.
— Não estou com ciúmes! — ralho empinando o
queixo na sua direção, estou nervosa, irritadíssima com
Alexander.
— Então o acordo vai continuar! — ordena. —
Durante o tempo que estivermos casados falsamente eu
serei só seu, Sophie.
Fito seus olhos escuros, ele me olha com certa
emoção que nunca tinha visto neles, completa e vejo
absoluta sinceridade.
— Quero ser seu amante, namorado, marido, quero
ser tudo, desde que seja seu — completa, eu prendo a
respiração sentindo meu coração bater forte.
— Se você continuar falando bonito assim pode
acontecer algo que não será bom para nenhum de nós.
— O quê?
— Eu me apaixonar por você — explico e ele dá
risada, também sorrio, fingindo ter contado uma piada, mas
no fundo eu sei que tinha sinceridade em minhas palavras.
— Isso é bem improvável, só tem um momento que
nós dois nos gostamos e se damos bem, na cama.
— É claro.
Olho para minhas pernas e o restante do caminho
até a mansão da família de Alexander foi silenciosa.

Alexander entra com o carro na mansão e observo o


longo jardim lindo pela janela do carro, babando, parece os
jardins dos filmes de época de tão belo. Alexander
estaciona o carro e nós saímos dele. Ele toca minhas
costas e caminhamos até a entrada da casa, a porta está
aberta e nós entramos, ouvindo vozes animadas.
— Exato e meu gato desapareceu, só depois
descobri que a mamãe o doou porque tenho alergia.
Uma garota de cabelo negro preso falava animada,
sentada no apoiamento do sofá enquanto todos a olhava.
Fiquei envergonhada quando todos pararam de conversar
e passaram a olhar Alexander e eu.
— Boa noite meus queridos, venham conversar
conosco — a mãe de Alexander nos chamou, noto que ela
está muito elegante, vestindo um vestido azul escuro
colado, discreto e seu cabelo perfeitamente arrumado. Nós
caminhamos até o sofá, sinto minhas pernas trêmulas pela
vergonha, antes de me sentar sinto um toque no meu
braço, quando me viro me surpreendo ao ver um homem,
parecido com Alexander, mas só um pouco mais baixo,
muito lindo me fitando.
— É um prazer finalmente conhecer a noiva do meu
irmão — fala, antes de segurar minha mão a levando até
os lábios. — Prazer Elliot.
— Olá, prazer Sophie — respondo sorrindo, ele
acaricia a palma da minha mão antes de soltá-la. Me sento
ao lado de Alexander que está com o rosto sério,
parecendo incomodado com algo, ele olha para seu irmão,
passando uma mensagem através dos olhos.
— Então, Sophie, conte-nos, como fisgou meu filho?
— o senhor Campbell pergunta. Olho seu rosto marcado
pela idade, seu cabelo é grisalho e ele é alto como os
filhos.
— Estou curiosa para saber também — diz a garota,
irmã de Alexander, ela está vestindo uma calça rasgada e
blusa solta preta, a única que não está usando peças caras
essa noite.
— Você conta ou eu conto amor? — pergunto
sorrindo, falsamente, olhando para Alexander que me olha
confuso. — Tudo bem, eu conto então! — falo, rapidamente
quando ele abre a boca para me responder. — Semanas
atrás Alexander e eu nos conhecemos quando nossos
carros bateram um no outro. Eu havia acabado de chegar
em Toronto e sou péssima dirigindo, muito desatenta.
Então sem querer meu carro bateu na traseira do de
Alexander e foi aí que nós conhecemos.
— Ok e como vocês se apaixonaram depois disso?
— Melanie pergunta curiosa.
— Melanie deixe Sophie falar, pare de ser
apressada! — Samira repreende a garota.
— Depois disso eu peguei o contato de Sophie, pois
ela ficou de me pagar o conserto do carro — continua
Alexander, me surpreendendo. — Eu não precisava do
dinheiro do conserto, mas não pude perder a oportunidade
de pegar o número dela. Me encantei por Sophie desde a
primeira vez que a vi.
Franzo a testa, fitando o rosto de Alexander, ele tem
um sorriso singelo na boca.
— Ele me ligou e marcamos um jantar, e foi aí que
nós conhecemos melhor, vimos que temos muito em
comum, mas Alexander era comprometido e só depois de
ele terminar com sua ex-noiva que demos um passo a
mais.
— Uau, essa história está tão clichê que nem parece
real. Bom, mas fico feliz do meu irmão ter dispensado a
chata da Briella.
— MELANIE!
Quase gargalho quando sua mãe grita, nada
educada e aperta os olhos na direção da filha.
— O que foi? Ela é um saco mesmo, patricinha
demais e falsa.
— Ok, já chega de falar disso. Vamos para mesa
que o jantar já foi servido — o pai dela decreta por fim, se
levantando e todos fazemos o mesmo, seguindo-o até a
mesa do jantar.

— Mandei preparar comida francesa, espero que


goste Sophie.
Sento-me à mesa em frente a Alexander, Elliot
senta-se ao meu lado.
— Parece incrível, adoro a culinária francesa —
minto, bebendo um gole do vinho que foi servido. Olho para
Alexander, que mantém seu olhar focado em meu rosto.
— E sua família, minha querida, me conte sobre ela.
— Minha mãe Lauren morreu anos atrás.
Infelizmente ela teve câncer, desde então sou sozinha no
mundo. — Resolvo não contar a eles sobre Xavier, acho
que Alexander não vai gostar.
— Nossa que coisa horrível eu sinto muito.
— Meus pêsames.
Eles começam a me consolar.
— Está tudo bem, já tem anos que isso aconteceu.
— Você deve sentir muita falta dela, não é? — Elliot
pergunta e eu viro o rosto em sua direção.
— Minha mãe sempre vai ser minha maior saudade.
A amo demais, ela sempre foi a melhor mãe do mundo, e
tenho certeza de que ela continua cuidando de mim lá de
cima.
— Eu sinto muito.
O irmão de Alexander toca minha mão e eu olho
para nossas mãos juntas, confusa, mas sorri para ele antes
de soltar sua mão.
— Então Sophie, o que você faz da vida? —
pergunta o pai de Alexander, dou uma garfada na carne
servida e mastigo o pedaço dela a engolindo antes de
respondê-lo.
— Eu ganhei uma herança, depois que minha mãe
faleceu e eu uso esse dinheiro para me manter. Vivo de
rendas.
— Você não trabalha? — pergunta Melanie.
— Não.
— Entendi, bom eu também não trabalho, porque
meus pais me prendem nesta casa e não me deixam fazer
o que eu desejo.
— Você ainda é nova e menor de idade, quando
terminar o ensino médio vai poder ir à faculdade, depois
trabalhar e fazer o que bem entender, portanto, aguarde
esse momento chegar.
Melanie abaixa a cabeça e continua a comer depois
de ouvir o discurso da mãe e todos ficam em silêncio.
Ao terminar o jantar todos nós voltamos para a sala,
Alexander segura minha mão enquanto estamos sentados
no sofá, um do lado do outro.
— Vocês já têm data marcada para o casamento? —
pergunta o pai de Alexander, enquanto acende um charuto.
— Será daqui a dois meses no máximo. Temos que
decidir isso ainda — Alexander responde. Ainda temos que
ir a minha cidade natal resolver meu problema com a
justiça.
— Ótimo, enquanto isso já vamos encomendar o
vestido e enviar os convites para os convidados. Tem muito
o que planejar. — Samira sorri animada e eu retribuo,
apertando mais forte a mão de Alexander. Noto que seu
irmão não tira os olhos de mim e isso está deixando
Alexander irritado.

— Posso conhecer seu antigo quarto? — pergunto,


sussurrando no ouvido dele, que me olha surpreso.
— Claro, venha comigo — pede se levantando. —
Vou mostrar a Sophie a casa e já voltamos.
Ele avisa aos pais e toca minhas costas, me
acompanhando até a escada. Chegando no andar de cima
noto que tem dois corredores enormes, caminho com
Alexander até a porta do seu antigo quarto, sorrio ao ver
uma placa de "ocupado" colado na porta.
— Você era bem rebelde.
— Estava na fase revoltada da adolescência quando
colei essa placa — conta ele sorrindo e entramos no
quarto. A primeira coisa que noto é a coleção de heróis que
ele tem em uma prateleira, são vários personagens,
homem aranha, Batman entre outros. Também tem uma TV
enorme, com um sofá azul em frente dela e videogame. A
cama é bem grande e tem várias fotos coladas perto dela
na parede.
— Que quarto incrível, o meu só tinha o básico,
cama e armário.
— Eu redecorava ele toda semana.
— Típico de rico. — Rolo os olhos sorrindo e me
viro, dando de cara com o Alexander, quase esbarrando
em seu peito.
— Eu não transei com Briella hoje — murmura
fitando meu rosto intensamente, engulo em seco, e
continuo a olhá-lo.
— Você estava com o perfume dela...
— Quase aconteceu, mas não foi até o fim. Rolou só
um beijo quente e preliminares.
Toco seu peito no impulso, sinto o tecido macio da
sua camisa sofisticada.
— E por que não aconteceu se você estava
disposto? — Mordo os lábios o olhando apreensiva.
Alexander olha para o lado, franze a testa antes de me
observar novamente.
— Eu lembrei de você. Você impregnou meus
pensamentos Sophie, não tem nada mais que desejo tanto
quanto desejo você.
Pegando de surpresa Alexander e a mim, selo
nossos lábios, o beijo com emoção e devoção. Ele rodeia
com o braço minha cintura e me puxa mais para ele,
colando seu corpo totalmente ao meu.
— Não gostei de ver meu irmão te tocando, ou te
olhando daquela maneira — admite ele entre meus lábios.
— Está com ciúmes? — Sorrio e mordo o lábio
inferior dele.
— Não sinto ciúmes de ninguém, Sophie — fala,
colando sua testa na minha. — Mas você é minha
enquanto nosso acordo estiver de pé, só minha.
— E você só meu!
Voltamos a nos beijar, vorazmente, Alexander
impulsiona meu corpo até a sua antiga cama, caio sobre
ela e solto uma gargalhada, ele faz sinal para que eu não
risse muito alto, vai até a porta e a tranca.
— Você vai querer transar aqui no seu quarto com
seus pais lá embaixo? — pergunto e ele não responde,
vem até mim e abre o zíper de sua calça devagar, antes de
tocar meu lábio com o dedo.
— Quero realizar um desejo meu, vamos ser
rápidos, meu anjo.
Engulo em seco quando ele tira seu pau para fora,
umedeci os lábios, Alexander é lindo da cabeça aos pés e
seu pênis tem um tamanho que considero ideal, minha
boca saliva só de olhá-lo.
— O que você deseja, senhor Campbell? —
pergunto o olhando, piscando os olhos e rosto inocente,
Alexander ruge e segura em meu queixo.
— Quero seus lábios carnudos me chupando.
Gemo e seguro o seu pau com uma de minhas
mãos, me sentando na cama, Alexander está em pé à
minha frente. Sentindo meu coração acelerado pela
excitação passo a língua pela glande de seu pênis e rodeio
a cabeça. O homem rosna como animal, jogando a cabeça
para trás, fico molhada de tesão, vê-lo gemendo por conta
do meu toque me deixa enlouquecida.
Continuo passando a língua o torturando e ele
enrola meu cabelo em sua mão e força minha cabeça para
frente, chupo-o até a metade de seu pau, sentindo o gosto
da sua excitação, não deixo em nenhum momento de olhá-
lo.
— Não me olhe assim... — murmura rouco jogando
a cabeça para cima, parecendo muito excitado.
— Assim como?
— Com essa expressão inocente, angelical como se
fosse a primeira vez que chupasse um homem.
Fico quente e continuo o chupando tentando não o
deixar perceber o quão inexperiente eu sou nisso, nunca
havia feito antes nem em Bruce, nem em nenhum outro
homem. Seguro seu pau fazendo movimentos de vaivém
sem deixar de trabalhar com língua na sua glande, ele
rosna e segura mais forte em meu cabelo me fazendo ir até
o fundo, lágrimas saem dos meus olhos e eu me engasgo.
— Inferno, eu vou... Se não gostar... — Alexander
tenta me avisar, sua voz está falha e seu corpo treme
quando ele goza, urrando, tendo um orgasmo avassalador.
Sinto seu gosto em minha boca e engoli, não tem gosto
nenhum, limpo o canto dos lábios. Alexander segura meu
rosto, para que eu o olhasse.
— Você nunca tinha feito isso antes, não é? —
pergunta e sinto minhas bochechas corarem.
— Como percebeu?
— Consegui notar pela sua expressão corporal
tensa, mas foi magnífico.
Tento me levantar mais Alexander me impede.
— Quero retribuir.
— É melhor descermos antes que venham nos
procurar!
Ele balança a cabeça, sorrindo e me faz afastar as
pernas, seus olhos pegam fogo ao notar que eu estou sem
calcinha e de boceta molhada.
— Você é uma diaba Sophie, veio sem calcinha só
para me provocar.
— Alexander...
Ele não me permite falar, se ajoelha em frente à
cama e traz meu corpo mais para frente, me fazendo deitar
e deixar a boceta bem à frente da sua boca. Ele passa o
polegar pela minha excitação antes de introduzir um dedo
em mim, logo em seguida outro, solto um gemido alto e
mordo meu próprio braço, fortemente para não gritar de
tesão, não posso me esquecer que estamos na casa dos
pais de Alexander.
— Vou te fazer gozar em minha boca e depois você
vai cavalgar no meu pau, sua gostosa.
Me contorço ao sentir o seu hálito quente bater em
minha vagina e ela se encharca ainda mais ao ouvi-lo
pronunciar as palavras. Alexander segura em minhas
coxas, antes de as beijar, lamber, indo em direção a virilha,
fazendo o mesmo ali. Ele me tortura, me fazendo arfar e
desejar muito sentir sua língua em meu clitóris.
Como se o infeliz lesse meus pensamentos ele o
faz, lambe meu clitóris, passando a língua por toda
extensão da minha boceta, ele me penetra com dois dedos
e continua a me chupar como se fosse seu doce favorito.
Minhas pernas falham, ficando trêmulas e Alexander
usa sua outra mão para segurar uma delas. Sinto o fogo se
espalhar pela minha barriga e descer para boceta. Sinto ele
aumentar o ritmo das lambidas e quase enlouqueço de
tesão.
— Goze para mim, Sophie.
Reviro os olhos sentindo o orgasmo me tomar assim
que escuto-o ordenar, meu corpo o obedece de prontidão e
eu gozo gemendo alto, pego o travesseiro e cubro meu
rosto, para abafar meu gemido, sentindo meu corpo todo
convulsionar, porra, como isso é gostoso. Quando os
espasmos deixam meu corpo eu tiro o travesseiro do meu
rosto e olho para Alexander, que está de pé fechando o
zíper da calça, com dificuldade por conta do seu pau duro.
— Quero fodê-la, mas é melhor deixar para fazer em
casa, se não descermos agora vão pensar que estamos
fazendo besteira no quarto.
— E não é o que estávamos fazendo? — Cubro a
boca com a mão sorrindo, me levanto e ajeito meu vestido.
— Sim, mas eles não precisam saber disso.
Gargalho, rodeando o pescoço de Alexander com os
braços e o dando um beijo. É estranho como me sinto
tranquila ao estar perto dele, contente, com Bruce eu me
sentia presa, com medo e odiava ter que tocá-lo, fugia do
sexo sempre que podia, tinha repulsa de chupá-lo. Já com
Alexander tem sido diferente, adoro o sexo, nossos
momentos quentes, tocá-lo, beijá-lo, tudo com ele é
sensacional, vou sentir falta quando acabar.
— Vou me limpar no banheiro e já volto — digo indo
na direção do toalete do seu quarto.
— Nunca mais olhe para Sophie daquela forma! —
ordeno a Elliot ao encontrá-lo no corredor, enquanto Sophie
ainda está no banheiro. Desde que chegamos na mansão
de minha família que meu irmão não parou de encarar
Sophie, eu vi quando ele observou o corpo de minha futura
mulher e eu detestei isso, odeio ver outro homem a
comendo com os olhos, ainda mais sendo esse homem,
meu irmão.
Sophie é linda e chama atenção por onde passa,
então é óbvio que iria chamar atenção de Elliot, mas é bom
deixar claro desde já que ela é minha e que ele tem que
manter seus olhos longe dela, inferno, sinto vontade de
socá-lo cada vez que me lembro.
— Se acalme irmão, não sei do que está falando!
— Estou falando sobre você não ter tirado os olhos
de Sophie desde que chegamos — ralho e o sorriso
petulante de Elliot se abre.
— Ah! É isso. A filha de seu inimigo é realmente
muito linda e seu corpo é magnífico, agora entendo o
porquê desistiu da vingança.
— Cala a porra da boca, Elliot!
— Imagino que ela deve ser uma delícia na cama,
quando se cansar dela me avisa que vou querer pegá-la
para mim.
Uma fúria desconhecida me toma e eu soco o rosto
de Elliot, solto um rosnado enfurecido como nunca. Ele cai
no chão e toca o rosto no lugar onde o havia socado, me
encarando surpreso.
— Você está com ciúmes? Caralho! — exclama,
começando a rir e eu fico ainda mais enfurecido. —
Alexander Campbell com ciúmes de uma mulher, se
apaixonou, foi?
Estou pronto para ir para cima dele novamente, mas
Sophie aparece na porta, nos olhando chocada.
— O que está acontecendo aqui? Por que estão
brigando?
Ela segura meu braço me impedindo de ir para cima
de Elliot novamente, ele se levanta alisando o queixo.
— Foi só uma discussão de irmãos, não se
preocupe — falo encarando Elliot com ódio.
— Isso mesmo, gracinha, uma discussão de irmãos.
— Já chega os dois, vocês não são mais crianças
para ficar brigando.
— Olha, ela também manda em você agora, irmão?
Tipo uma espécie de submissão?
Inferno, vou para cima de Elliot novamente, mas
Sophie entra em minha frente.
— Já chega, vamos embora Alexander, não caia em
provocação.
— Isso, obedece a sua dona. — Elliot gargalha me
olhando.
— Eu vou. Teremos outras oportunidades de
conversar Elliot, não me esquecerei dessa noite.
— Eu também não, irmão. Pode acreditar.
Seguro a mão de Sophie, fitando seu olhar
apreensivo e a levo na direção das escadas.
Nós nos despedimos dos meus pais e irmãos e
fomos até o carro.

Chegando à minha cobertura olho Sophie, que


pegou no sono no carro, a carrego em meus braços até o
elevador. Levo ela até o seu quarto e a coloco na cama,
penso em tirar a roupa dela, mas isso poderia lhe acordar,
a cubro com o lençol.
— Durma bem, meu anjo — sussurro antes de sair
do quarto a deixando sozinha. Chegando em meu quarto
tomo um banho rápido e me deito em minha cama,
finalmente me entregando ao sono.

Acordo com o barulho do despertador e o desligo. Já


pego meu celular em cima da cabeceira da cama e mando
uma mensagem para minha secretária a avisando que vou
precisar do meu jatinho amanhã bem cedo, Sophie e eu
vamos ao Texas resolver seus problemas com a justiça.
Vou até o banheiro, faço minha higiene matinal e me
visto. Passo no quarto de Sophie, mas ele está vazio então
desço as escadas à sua procura. A encontro na sala,
comendo panquecas, deitada no sofá, mexendo no celular.
— É errado comer deitada — falo a assustando, ela
sobressalta se sentando no sofá, cruzando as pernas nuas.
Reparo que ela está usando só uma camisola curta.
— Muitas coisas são erradas, mesmo assim, as
pessoas fazem. — Ela dá de ombros antes de morder mais
um pedaço da panqueca.
— Vou ficar o dia fora, tenho muitos trabalhos para
pôr em dia e algumas reuniões. Tenho que cuidar de tudo
hoje, pois amanhã iremos para Fredericksburg resolver o
seu problema com a justiça.
— Já amanhã? Por que tão rápido?
— Quanto mais rápido acabar com isso é melhor.
Sophie abaixa o olhar e contrai os ombros,
parecendo se lembrar de algo.
— Por que fica assim só por saber que vamos a sua
antiga cidade? O que aconteceu que você não quer me
contar?
— Eu não gosto daquela cidade, ela vai me trazer
lembranças ruins. — Sophie abraçou os próprios ombros,
fico preocupado e me sento ao seu lado.
— Sophie, preciso que confie em mim e me conte
tudo do início ao fim. Conte sua história.
— Não sei se posso confiar em você Alexander,
você ainda me odeia porque te roubei e...
— Eu nunca te odiei de verdade, senti raiva e quis
me vingar. Se eu te odiasse não me importaria com você,
tampouco com o seu passado, conte-me tudo.
— Tudo bem, mas não quero que sinta pena de mim
depois de saber de tudo, quero que continue me olhando
da mesma forma nem que seja me encarando como se eu
fosse uma bandida!
Uma lágrima cai de seu olho e ela a limpa.
— Vou continuar te olhando da mesma forma.
— Então vou te contar a verdade — diz com a voz
embargada. — Eu e minha mãe sempre moramos
sozinhas, era só nós duas, ela nunca me contou sobre meu
pai e quando eu perguntava o que tinha acontecido com
ele, ela simplesmente não me respondia, fugia do assunto.
Depois que ela morreu eu fiquei devastada pela dor da
perda, não sabia o que fazer, eu tinha acabado de
completar dezoito anos, não tinha emprego e o dinheiro
que ela me deixou era muito pouco, não daria para me
manter e nem pagar o aluguel da nossa casa.
Ela respira fundo como se estivesse buscando força
para falar.
— Depois disso Bruce ficou ainda mais próximo de
mim. Ele era um homem bem-quisto na cidade, um policial
respeitado pelos moradores, bom partido, e ele sempre me
quis, desde que eu era menor de idade ele me enviava
mensagem, às vezes ia me buscar na escola, dizia coisas
belas e eu era uma adolescente boba encantada por ele.
Quando minha mãe faleceu ele foi até o velório, me deu
apoio, todo dia ia à minha casa, levava comida, flores, fazia
declarações, eu estava começando a gostar dele e não
demorou muito para que me pedisse em casamento.
Ouço Sophie contar, sentindo raiva ao imaginar esse
tal de Bruce a tocando. Seguro em sua mão para passar
confiança, ela olha em meus olhos e limpo suas lágrimas,
mas ela afasta minha mão.
— Eu aceitei me casar com ele, eu fui tão burra, tão
inocente — ralha, chorando compulsivamente, Sophie toca
sua barriga como se sentisse dor nela. — Ele parecia um
príncipe encantado que iria me salvar, mas era o próprio
demônio. Após o casamento o inferno começou, já não
havia mais flores ou palavras carinhosas. Ele me tratava
como lixo e eu era obrigada a fazer tudo que ele quisesse.
— Sophie não... Esse desgraçado te batia? —
pergunto sentindo a raiva me tomar, estou com ódio por vê-
la tão frágil dessa forma.
— Quem me dera se eu só tivesse apanhado. Bruce
era violento, ele abusava sexualmente de mim. Ele era
alcoólatra, chegava do serviço e ia beber, depois quando
vinha para casa me obrigava a fazer sexo com ele, mesmo
eu não querendo, se eu recusasse ele me batia. Eu já nem
podia mais andar na rua por conta dos hematomas do meu
corpo, ele me prendia em casa, não me deixava sair, dizia
para os vizinhos que eu estava depressiva depois da morte
de minha mãe por isso não saía. Foram dois anos
infernais.
— Por favor pare Sophie, não me conte mais nada!
— peço me levantando sentindo uma pressão no peito, não
consigo mais olhá-la, sinto vontade de chorar e uma
enorme sensação de impotência.
— Eu não tinha apoio de ninguém, Alexander e só
consegui fugir depois de minha tia ver o que eu passava e
me ajudar. Eu tentei matar aquele desgraçado, eu desejava
tanto sua morte que sonhava até com o dia que enterraria
aquele infeliz. Eu fugi para Turquia e só depois conheci
Xavier.
— Eu sinto muito, Sophie. Eu vou matar o Bruce, ele
vai pagar pelo o que te fez, e eu juro.
Volto a me sentar ao seu lado, não consigo impedir
que as lágrimas saiam de meus olhos, é como se eu
pudesse sentir a dor de Sophie.
— Eu queria voltar no dia que aceitei me casar com
ele e dizer: Não faça isso sua idiota, fuja, corra!
Abraço Sophie que chora compulsivamente, sinto
seu corpo trêmulo nos meus braços. Eu vou me vingar
desse desgraçado, vou dar a Sophie o prazer da vingança,
esse infeliz vai conhecer a fúria de Alexander Campbell.
Chorar nos braços de Alexander depois de contar
tudo a ele sobre Bruce e eu me deixou aliviada, finalmente
pude dividir minha história com alguém, só não imaginava
que esse alguém seria Alexander Campbell, o homem que
buscava vingança contra a mim e meu pai.
Foi tão grande meu esforço emocional que adormeci
nos braços de Alexander enquanto ele me consolava. Ele
me levou novamente para a cama e me colocou lá.
No dia seguinte vamos até o jatinho, prontos para
irmos a Fredericksburg. Alexander não para de falar no
celular com o advogado, ele manda que homens busquem
provas na casa de Bruce, após eu contar que ele gostava
de me gravar, fazer vídeos depois de me bater ou estuprar.
Alexander ficou horrorizado com meu comissionamento,
mas disse que se encontrarem as gravações a causa será
ganha e Bruce poderá ser preso.
— Você acha que precisaremos ficar muitos dias na
cidade? Quero muito voltar rápido — falo para Alexander,
que estava digitando algo em seu celular.
— Não se preocupe, pretendo resolver isso
rapidamente, se pudesse nem teria a trazido, sei o quão é
complicado para você voltar aqui.
— Está tudo bem, uma hora ou outra teria que
enfrentar o passado, não posso fugir para sempre.
Toco meu cabelo, estou deixando a raiz crescer,
pretendo cortá-lo para ficar na cor natural. Volto a ler o livro
que eu trouxe, esperando que as horas passem rápido.

A cidade continua pacata como sempre. Alexander e


eu fomos direto para o hotel, ele não quis que ninguém me
visse e o boato da minha volta se espalhasse pela cidade.
Olho o relógio da parede do hotel enquanto Alexander fala
com a recepcionista.
— Ficaremos no mesmo quarto — ele me avisa
vindo até mim. Franzo a testa e subo as escadas junto a
ele até chegar no andar que fica o nosso quarto. Quando
entramos no pequeno cômodo, que não é o estilo de suíte
que Alexander está acostumado a se acomodar, eu agarro
o pescoço dele e o beijo, surpreendendo. — Sophie...
— Faça sexo comigo Alexander, por favor, tire minha
mente desse lugar por alguns minutos.
— Como quiser, amor.
Ele retribui o beijo e eu impulsiono meu corpo para
cima, rodeando sua cintura com as pernas, Alexander me
ajuda, segurando minhas pernas em sua volta e caminha
comigo até a cama onde me deposita com cuidado. Estou
vestindo um short jeans curto e uma camisa regata, chuto
meus sapatos os tirando, e ele desce o zíper do meu short
e o tira de mim, depois faz o mesmo com minha blusa.
Alexander me beija com pressa e desejo e eu ajudo
a tirar sua camisa e casaco de couro. Abro o zíper de sua
calça, me sentindo ofegante, excitada, desejando-o. Assim
que ficamos completamente nus ele tira uma camisinha do
bolso da calça, a abre e desliza a camisinha pela extensão
de seu pau. Observo Alexander voltar até mim, admiro os
músculos de sua barriga, ele é bem musculoso.
Ele fica sobre mim novamente e me beija, passando
a mão por várias partes do meu corpo.
— Você quer isso? — pergunta me olhando, fico
irritada, pois ele nunca havia me perguntado isso antes, só
agora depois que contei minha história, ele sente dó de
mim.
Rolo os olhos e eu mesma puxo seu copo para o
meu e manobro até senti-lo dentro de mim.
— Isso responde sua pergunta? — questiono,
levantando a sobrancelha. — Eu não faço mais nada que
eu não quero, Alexander. E eu quero, desejo, muito você.
Ele rosna, me beija ferozmente e aumenta o ritmo
das estocadas. Eu gemo, arranhando suas costas sentindo
meu corpo se arrepiar e minha boceta fica ainda mais
molhada quando Alexander chupa meu pescoço e desce
em direção ao seio, chupando o direito e sugando o
esquerdo, reviro os olhos completamente louca de tesão.
Empurro seu peito e o faço ficar deitado sobre a
cama, ele me olha com expectativa e subo nele,
encaixando se pau em minha entrada e em seguida me
sento sobre ele, cavalgando em seu pau, sentindo-me
dominadora. Ele toca meus seios e geme, me olhando
sentar em seu pau, com vontade, rebolando em sua
ereção. Ele toca minha boceta, achando meu clitóris e me
toca, me excitando ainda mais, aproximando meu orgasmo.
Ele aprofunda as estocadas, sem deixar de excitar
meu clitóris e eu grito, gozando com seu pau dentro de
mim, Alexander cobre minha boca com sua mão e joga a
cabeça para trás gozando junto a mim, urrando, como um
animal.
Meu coração está acelerado e minhas pernas
trêmulas, me deito ao seu lado, deitando a cabeça no seu
peito.
— Quando falarei com o delegado? — pergunto,
sentindo seu peito subir e descer e ouço seus batimentos.
— Somente amanhã, o advogado de uma cidade
próxima desta que contratei irá te acompanhar. Estou
esperando notícias dos homens que enviei até a casa de
Bruce para achar provas para te inocentar.
— Espero que esse maldito inferno termine logo —
sussurro fechando os olhos, deixando o sono me tomar.

No dia seguinte de manhã fomos até a delegacia, o


advogado que Alexander contratou me acompanhou até a
sala do delegado. O policial abriu a porta para mim e eu
entrei vendo o delegado me observar sentado atrás de sua
mesa. Sentei-me na cadeira, sentindo minhas mãos
trêmulas.
— Bom dia, Sophie.
— Bom dia, Delegado — falo piscando os olhos
rapidamente, temo ser presa e nunca mais sair desse
lugar.
— Vamos tomar seu depoimento, pode começar.
Respiro fundo e começo a contar tudo que passei ao
lado de Bruce para ele, todos os mínimos detalhes.

Depois de me ouvir contar tudo sobre minha vida ao


lado do desgraçado de Bruce, o delegado me encara
chocado.
— Por que não pediu ajuda da polícia se estava
passando por tudo isso? — pergunta, com o olhar
questionador. Observo o homem que aparenta ter 40 anos
de idade, tem barba com fios brancos e o cabelo negro
bem aparado.
— Ele me ameaçava, prendia, e além do mais Bruce
é um policial respeitado na cidade, temi que não
acreditassem em mim, ou pior, ele me matasse.
— O depoimento de Bruce foi completamente o
contrário do seu, será sua palavra contra a dele.
— Eu sou inocente e vou conseguir provar.
Deixo a delegacia e vou direto para o hotel, onde
encontro Alexander mexendo em seu notebook sentado na
cama.
— Como foi lá? — quis saber ele. — Qual foi a
reação dele ao ouvir seu depoimento?
— Ele ficou chocado igual a todos presentes
naquela sala — conto, enquanto tiro o casaco e me junto a
Alexander na cama.
— Bruce já recebeu a papelada do divórcio. Você já
pode assinar. — Ele me entrega o tão sonhado documento
do divórcio, sorrio pegando a papelada.
— Me empresta uma caneta?
— Com todo prazer.
Ele retribui o sorriso e me entregou a caneta. Assino
o papel sentindo meu coração ficar mais aliviado.
— O desgraçado já assinou? — pergunto, me
referindo ao Bruce. Alexander continua mexendo no
notebook.
— Sim, assinou.
— Finalmente posso dizer que sou novamente uma
mulher livre e descomprometida — suspiro aliviada e
Alexander me olha balançando a cabeça, antes de afastar
o notebook e me pôr em seu colo.
— Por pouco tempo, pois a senhorita será minha
esposa.
— Até você enjoar de mim — rebato, mordendo seu
lábio inferior, com o sorriso sapeca no rosto, Alexander me
põe deitada na cama e sobe sobre mim.
— Vamos aproveitar muito até esse dia chegar —
responde, me beijando, indo até o meu pescoço, me
fazendo ficar ansiosa e excitada.

No dia seguinte nessa maldita cidade sou avisada


que terei de encarar Bruce de frente, assim que soube tive
uma crise nervosa, não queria e odiava ter que revê-lo.
Alexander me convenceu que esse é um sacrifício que eu
tenho que fazer para conseguir minha liberdade de volta.
Foram encontrados na casa do Bruce vários vídeos
contendo filmagem de quando ele abusava de mim. Nas
filmagens continha todas as atrocidades que passei na
mão daquele desgraçado. Com isso vou conseguir provar
minha inocência e o jogo irá virar contra Bruce. Alexander
foi levar as provas para o delegado junto com o advogado,
então fiquei sozinha no quarto de hotel, ansiosa por
notícias.
Ouço alguém bater na porta, imagino que seja
Alexander, pois já faz um longo tempo que ele saiu. Corro
até a porta e a abro.
Salto para trás amedrontada ao ver Bruce na minha
frente, o maldito entra no quarto e fechou a porta atrás dele
rapidamente, não tenho tempo para reagir à sua presença,
meu corpo começa a tremer, minha mão a suar e meu
coração parece que vai saltar pela boca.
— Eu demorei mais te encontrei sua cadela —
cospe as palavras vindo até mim em passos lentos, o
barulho de seu sapato ecoa pelo quarto fechado. Sinto um
enjoo repentino, uma imensa vontade de vomitar ao olhá-
lo. O demônio está diferente, seu cabelo contém fios
grisalhos e sua barba está maior, diferente de como usava
antigamente, seus olhos estão vermelhos denunciando que
ele está bêbado.
— Sai daqui seu verme, não chegue perto de mim
senão eu grito.
— Pode gritar, amor, sabe que adoro te ouvir berrar
— sussurra, sua voz me dá calafrios, ele olha meu corpo,
com olhos de pervertido, me sinto suja e a vontade de
vomitar aumenta. Apesar de conseguir falar, estou
paralisada de medo.
Estou vestida somente com uma camisola pequena,
que mal cobre meu corpo.
— Você finalmente vai pagar por tudo o que me fez
seu doente! Nojento.
— A única pessoa que me deve algo aqui é você,
Sophie. Você tentou me matar, logo eu seu marido, que
sempre fez tudo por você, que te amava imensamente.
Lágrimas começam a brotar em meus olhos e eu os
fecho quando ele para em minha frente, tocando meu rosto
com sua mão porca.
— Meu noivo deve estar chegando é melhor sair
daqui, ele chamará a polícia.
Reabro os olhos ao ouvir sua gargalhada.
— Noivo, então os boatos são verdadeiros —
constata ele. — Você se vendeu para um filho da puta grã-
fino.
Sinto o cheiro de álcool vindo do hálito dele e me
encolho.
— Alexander sim é um homem de verdade, diferente
de você.
Afasto sua mão do meu rosto, sentindo ódio e
repulsa.
— Ah, sua putinha, vou te ensinar como deve me
tratar.
— Me solte! — grito quando ele segura meu braço
fortemente e com a outra mão tampa minha boca.
— Você continua sendo uma putinha gostosa. Como
senti falta de você, de seu corpo. — Ele cheira meu
pescoço e pressiona-se contra mim.
— Seu asqueroso, nojento! Eu te odeio! — consigo
falar quando ele tira a mão da minha boca.
— Cala essa boca, vadia. — O infeliz me solta,
antes de desferir um tapa forte em meu rosto, meu corpo
tomba com o impacto da sua mão e eu caio no chão,
atordoada, tremendo. — Você me fez fazer isso, eu não
queria ter que te bater, mas você me faz perder o controle,
amor — diz louco, se ajoelhando ao meu lado e tocando
meus cabelos, começo a chorar sem conseguir parar, sinto
como se voltasse ao passado.
— Você é um doente, maníaco, maluco. Vá embora.
— Eu vou! — avisa. — Mas só depois de ter o que
desejo. — Ele avança sobre mim, rasgando minha
camisola violentamente.
— SOCORRO! — grito me esperneando, mas ele
tira uma fita do bolso e coloca em minha boca. Penso que
vou vomitar quando ele começa a tocar meu corpo com
uma de suas mãos, a outra imobiliza meu braço. Me
debato, sentindo as lágrimas encharcar meu rosto,
enquanto as mãos sujas de Bruce tocam meu corpo, seios,
pernas.
— Vou te comer bem gostoso como antigamente
Sophie, você é minha, sempre foi minha.
Fecho os olhos só desejando que a tortura termine,
que isso fosse só mais um pesadelo dos tantos que tive.
Até que ouço um barulho e já não sinto mais o toque do
verme em mim. Abro os olhos e vejo Alexander em cima de
Bruce, o socando sem parar.
Depois de deixar as provas na delegacia volto o
mais rápido que posso para o hotel, não gosto da ideia de
deixar Sophie sozinha. Quando chego vou direto para o
quarto que estamos hospedados, estranho quando ouço
barulhos de vozes vindo do quarto, uma voz grossa
masculina. Tento abrir a porta, mas está trancada. O medo
e raiva me toma por completo e eu não penso duas vezes
antes de arrombar a porta.
Meu sangue esquenta e uma fúria descomunal me
toma ao ver Bruce em cima de Sophie, que está de olhos
fechados e imobilizada pelo infeliz.
Avanço nele, empurrando-o tirando de cima de
Sophie, e desfiro um soco em seu rosto, depois outro, e
outro.
Eu poderia matar facilmente esse infeliz pelo ódio
que estou sentindo.
— Seu filho da puta — o infeliz fala, cuspindo
sangue.
— Eu vou te matar seu desgraçado — vocifero
levantando, chuto sua barriga várias vezes, seu rosto está
puro sangue.
— ALEXANDER, PARE, VOCÊ VAI MATÁ-LO. —
Ouço o grito agoniado de Sophie, mas continuo dando os
chutes, até que canso e tiro minha arma que eu mantenho
embaixo da camisa e aponto para a cabeça de Bruce.
— Você vai para o inferno seu estuprador de merda.
— Alexander eu sei que ele merece esse tiro, mas
não faça isso, deixe a justiça cuidar dele. — Sophie
segurou meu braço implorando.
— Eu vou matá-lo Sophie, esse infeliz não merece
viver! — digo vendo o rosto do desgraçado ficar apavorado,
fitando a arma com medo.
— Alexander, por favor, por mim, faça o que estou te
implorando. — Ouço a voz e o soluço de Sophie, agoniada
e abaixo a arma, ainda sentindo minhas veias pulsando de
ódio. Pego o celular e disco o número da polícia, esse
infeliz vai pagar atrás das grades, vou garantir que não saia
nunca mais de trás delas.
As viaturas da polícia começaram chegar no hotel,
eu garanti que o desgraçado não conseguisse fugir. Os
policiais o levaram, dali ao colocarem ele dentro da viatura
senti um certo alívio. Andei até o banheiro e abri a porta,
encontrei Sophie sentada no chão abraçando o próprio
corpo chorando.
— Sophie, os policiais já o levaram. — Ela não me
olha, continua chorando, com a cabeça no meio das
pernas. Me ajoelho ao seu lado e seguro seu rosto com as
mãos, fazendo-a me olhar. — Fique tranquila, ele não pode
mais te fazer mal, nunca mais — friso antes de beijar sua
testa e a abraçar. Sophie chora com o rosto no meu peito
por vários minutos até seu corpo voltar a ficar relaxado.
— Foi tão horrível, se você não estivesse chegado
nem sei o que teria acontecido — murmura ela, com a voz
rouca de tanto chorar.
— Não pense mais nisso, tente esquecer, meu anjo.
— E agora? — pergunta. — Ele será preso?
— Sim. Entreguei as provas contra ele e garanti que
aquele infeliz ficará preso por muito tempo. Você será
inocentada.
— Pelo menos uma notícia boa, no meio de todo
esse caos.
Beijo o topo de sua cabeça e continuo a abraçando.
— Sophie, venha, vamos nos levantar daqui. Você
precisa de um banho.
— Não consigo fazer sozinha, minhas pernas ainda
estão tremendo — explica me olhando, seu rosto está
inchado por conta do choro.
— Eu te ajudo, vou cuidar de você. — Sorrio e a
ajudo a levantar-se. Vou até o box e ligo o chuveiro e
novamente volto até Sophie, pegando-a e a levando até a
água, antes a ajudo tirar a camisola que veste.
Coloco a Sophie debaixo da água morna, arregaço
as mangas da camisa, pegando o sabonete.
— Entre comigo — pede, me olhando com os cílios
piscando.
— Como desejar , meu anjo.
Me livro das minhas roupas e entro junto com
Sophie na água, sentindo as gotas molharem meu corpo.
Pego o sabonete e ensaboo o corpo de Sophie, o contato
com sua pele me fez ficar excitado, meu pau endurece,
mas continuo a ensaboar, eu não posso pensar em sexo
agora, ela precisa de mim e eu só quero cuidar dela, nesse
momento.
Passo o shampoo em seu cabelo e de repente
Sophie sorri.
— O que foi, por que está rindo? — pergunto,
olhando seu rosto coberto por espuma.
— Nada. Só que é estranho ver você passando
shampoo em meu cabelo.
Sorrio junto a ela, vendo a água tirar a espuma de
seu corpo de cabelo. Passo o sabonete pelo meu corpo
também e enxaguo, quando volto a olhar Sophie, percebo
que ela está olhando meu corpo, seu olhar focado em meu
pau.
— Sophie... Estou tentando ser cavalheiro, não o
olhe assim se não perco o controle. — Ela sorri, ficando
vermelha e esfrega o rosto.
— Foi mal, é que você é tão...
— Gostoso?
— Convencido — fala rolando os olhos e puxo seu
corpo molhado de encontro ao meu.
— Eu sei que você gosta do convencido aqui.
— Talvez, um pouco, na maioria das vezes quando
está pelado e me tocando assim.
Abro a boca fingindo choque e sorrio.
— Você é muito pervertida, senhorita Sophie.
— E você adora — retruca mordendo forte meu
lábio, seguro firme em sua nuca e a beijo, ferozmente, a
deixando sem fôlego.
— Eu amo — admito entre seus lábios. — Venha,
vou te enxugar e te pôr na cama.
Ela solta os meus ombros e desligo o chuveiro.
Observo Sophie, toda molhada, nua, ela é tão bonita, seus
olhos azuis e boca carnuda são minha perdição, o cabelo
longo, preto, e seu corpo incrivelmente sensual, quem diria
que uma ladra, filha de meu inimigo, me envolveria tanto.

Passamos dois dias a mais na cidade, esperamos o


decreto do juiz e ele decretou a inocência de Sophie e
Bruce foi preso. Finalmente podemos voltar a Toronto,
Sophie conseguiu provar sua inocência e agora poderemos
nos casar.
Chegamos a Toronto no sábado. Tenho que voltar
ao trabalho, estive muitos dias sem estar ligado aos
negócios dos diamantes.
Chegamos na minha cobertura, e Sophie corre até a
cozinha, pois eu tinha avisado ela mais cedo que Abigail já
havia começado a trabalhar na cobertura.
— Por Deus, menina, você vai me matar.
Olho as duas através da porta, Sophie abraça a
mulher fortemente, quase a sufocando.
— A sua velha, turrona, senti saudades!
— Vejo que continua viva e malcriada.
— Ainda bem que tenho você para me repreender
agora — Sophie diz se distanciando, sorrindo sapeca, a
mulher balança a cabeça reprovando o comportamento
dela.
— Vá tomar um banho, você precisa descansar e
comer, teve horas de viagem.
— Relaxa, mulher, estou bem!
Sem querer, tusso, chamando a atenção das duas.
Abigail me olha surpresa.
— Senhor Campbell, como vai? Deseja comer algo?
— Vou bem e você Abigail? Pode me chamar só de
Alexander.
As bochechas da mulher ficam vermelhas ao
receber meu pedido.
— Tudo bem, como o senhor quiser.
— Só vim avisar a Sophie que vou ter que sair,
tenho algumas reuniões pendentes que não podem
esperar.
— Você vai voltar tarde? — pergunta Sophie,
pegando uma maçã da cesta de frutas.
— Não muito, mas não me esperem para o almoço
— aviso.
— Eu vou com sua mãe depois tirar as medidas e
escolher o modelo do vestido de casamento.
— Certo, nos vemos à noite.

Chego na empresa e encontro meu irmão me


esperando em minha sala. Elliot e eu não havíamos nos
falado desde o ocorrido no jantar de noivado. Me sento à
mesa sem cumprimentá-lo.
— Eu quero me desculpar pelo que eu fiz e falei no
dia do jantar. Fui rude e infantil, desculpe irmão.
— Olha Elliot eu nunca havia perdido a cabeça com
você, igual àquele dia. Você estava sendo um filho da puta.
Ele suspira e toca seu colar de cruz.
— Eu sei, é que acabei percebendo que você está
gostando daquela mulher, logo você que é tão esperto foi
se apaixonar por uma ladra.
— Tem muitas coisas sobre Sophie e eu que você
não sabe e não tem o direito de julgar. O que ela e eu
temos é somente um acordo, não estou apaixonado por
ela.
Elliot ri balançando a cabeça, descrente.
— O jeito que você a defende, como seus olhos
brilham ao falar dela, todos já perceberam que está se
apaixonando por ela só você que é burro e não consegue
enxergar.
— Por que está aqui, Elliot? — corto-o seco e rude.
— Digamos que me meti em uma encrenca. Você
precisa me salvar.
Rolo os olhos e batuco com os dedos em cima da
mesa.
— Conte-me, no que você se meteu dessa vez.
— Eu engravidei uma mulher.
Abro a boca chocado, Elliot parece estar apavorado.
— Você não foi burro o bastante para fazer isso... —
digo, não acreditando na sua confissão.
— Geralmente eu costumo usar camisinha, mas eu
tinha bebido na noite que ocorreu e fazia dias que estava
atraído por aquela maldita. Eu não usei camisinha e
resultou nisso.
Esfrego a testa, sentindo minha cabeça começar a
doer.
— Quem é ela?
— Lya. Ela mora em Nova Iorque, a conheci em uma
boate que eu frequento, sei muito pouco sobre ela. Nós nos
vimos só umas quatro vezes, depois disso vim para Toronto
e não tive notícias dela, até agora, ela me ligou e contou da
gravidez.
— O que pretende fazer? Não vai pedir a ela que
aborte, isso é sujo.
— Nunca faria isso, só não sei o que fazer, não
estou preparado para ser pai, porra, tampouco para
assumir um compromisso.
— Realmente, você só tem 26 anos, é novo demais
e imaturo para lidar com isso.
Ele bagunça o cabelo que agora está em sua cor
original, marrom claro.
— Estou ferrado, nossa mãe vai querer que eu me
case com Lya.
— Você não precisa se casar se não quiser, pode
assumir as responsabilidades como pai e ajudar essa tal de
Lya a criar a criança. Quer um conselho? Esconda isso da
nossa mãe até que vocês decidam como prosseguir.
Respiro fundo o olhando, meu irmão é irresponsável
demais e eu já imaginava que suas aventuras noturnas um
dia iria acabar lhe causando dor de cabeça. Um filho
deveria ser algo planejado, não se trata de um objeto e sim
de um ser-humano, que precisa de cuidados e carinho.
Não me imagino sendo pai, nunca essa ideia sequer
passou pela minha cabeça. Quase tive um deslize com
Sophie, estava no auge do tesão e não usei camisinha, fiz
o coito interrompido, porém, muitas vezes isso resulta em
gravidez.
Sophie tem que começar a tomar anticoncepcional
para que problemas como esse não nos pegue
despreparados.
— Vou voltar para Nova Iorque para falar com Lya.
Vou seguir o seu conselho.
— Certo, me mande notícias.

Chego em casa por volta das 22h, acabei tendo


muitas coisas para resolver na empresa, muitas reuniões
que tomaram meu tempo e eu não pude chegar cedo para
jantar com Sophie.
Entro na cobertura e procuro por Sophie, a encontro
no seu quarto deitada na cama, com uma bacia de pipocas
no colo, me surpreendo por ver um cachorro peludo,
branco e pequeno na cama junto a ela.
— Sophie onde você arranjou esse cachorro? — Ela
se senta quando me vê.
— Eu... A...
— Não me diga que o pegou na rua? — Sophie
morde o lábio, fazendo uma expressão de quem havia
aprontado.
— Eu fui dar uma volta e conhecer o condomínio e
encontrei o Felix na pracinha, tadinho, ele estava sujo e
com fome então pedi para seu motorista levá-lo no petshop
e depois no veterinário. Quero ficar com ele.
— Sophie, pelo amor de Deus. — Sorrio passando a
mão pelo cabelo.
— Por favor, Alexander, eu e Felix já somos
melhores amigos. — Assim que ela termina de falar o
cachorro late olhando na direção de Sophie, parecendo
concordar com o argumento dela. Rolo os olhos e entro no
quarto.
— Tudo bem, fique com essa bola de pelos, só
espero que ele não faça muito barulho e não destrua meus
móveis.
O cachorro late feliz e Sophie o pega no colo.
— Ele é um amorzinho e muito comportado, não se
preocupe — ela garante, afagando os pelos do animal.

— Sophie... — começo a dizer —, quer passar a


noite comigo hoje?
— No seu quarto? — Ela ergue a sobrancelha
duvidosa.
— Exatamente.
— Vou adorar. — Ela sorri maliciosamente.
Tomo um banho rápido e quando saio encontro
Sophie nua na cama, de pernas abertas, me olhando com
um sorriso sensual, enquanto circula sua boceta com seus
dedos, caralho, essa é a porra da visão mais sexy que já vi
em toda minha vida, meu pau endurece no mesmo
instante. Lambo os lábios me aproximando de Sophie,
vendo a boceta rosada, molhada à minha espera.
Deixo a toalha cair no chão, ficando completamente
nu.
— Fica de quatro — ordeno bombando meu pau
com a mão, enquanto a devoro com os olhos. Sophie
obedece de prontidão, ficando de quatro com a bunda
empinada para mim na cama, sinto meu pau pulsar e
caminho até ela. Toco suas costas, sentindo sua pele se
arrepiar e a ouço gemer em ansiosa. — Abra mais as
pernas — mando, desferindo um tapa leve na sua bunda.
— Ah! O que está fazendo? — pergunta, tentando
me olhar, quando massageio o seu ânus. — O meu Deus...
Levo a mão até sua boceta e contorno o nervo
pulsante de seu corpo, Sophie geme, e eu não consigo
resistir, me ajoelho na cama e caio de boca nela,
chupando-a loucamente. Passo a língua pelo seu canal
vaginal e sinto ela contrair a boceta, seguro nos dois lados
de sua bunda e continuo sugando seu clitóris.
— Ah! Que delícia, não pare. — Continuo lambendo
seu ponto pulsante, sentindo sua lubrificação molhar minha
boca e barba, lambo toda sua excitação adorando sentir
seu gosto em minha boca.
— Goza na minha boca, sua safada — ordeno,
aumentando o ritmo das lambidas, sentindo seu corpo se
contrair e as pernas bambearem.
— Alexander... Eu vou...
— Deixe vir, amor — sussurro vendo-a se contorcer,
gozando em minha boca, seu líquido escorre por meu
queixo, me deixando ainda com mais tesão, meu pau está
babando por ela, cacete. Espero os espasmos deixarem o
corpo de Sophie, antes de finalmente me enterrar dentro
dela, a penetro, entro e saio dela antes de aumentar o
ritmo das estocadas, tornando-as brutais, Sophie geme
quando puxo seu cabelo enfiando tudo de mim dentro dela.
— Caralho...
— Aguente, amor — rosno e saio de dentro dela,
fazendo com que Sophie se deite na cama e novamente
subo na cama ficando sobre ela. Continuo com as
estocadas violentas, olhando bem no fundo de seus olhos.
— Olhe para mim, meu anjo, quero que goze comigo.
Sophie me obedece, voltado a abrir os olhos, ela
coloca sua perna em cima do meu ombro, faz o mesmo
com a outra, ouço seu gemido, essa posição faz ela me
sentir ainda mais fundo. Ela morde os lábios, adoro ver
seus seios balançando junto com o ritmo das minhas
estocadas. Beijo sua boca com voracidade, a devorando,
sentindo o orgasmo perto, rosno mordendo sua boca.
— Goza na minha boceta... — Só bastou ouvir
essas palavras saindo de sua boca para que eu gozasse
dentro dela, rugindo, completamente louco de tesão, as
pernas de Sophie tremem e ela se junta a mim, gritando
alto, enquanto seu corpo parece descontrolado. Meu
coração bate acelerado e deixo meu corpo cair sobre o
dela, minha respiração batendo em seu pescoço.
— Isso foi tão...
— Maravilhoso — completo, ainda com a respiração
ofegante, sem sair de dentro dela.
— Só tem um problema...
— Qual?
Olhei em seus olhos.
— Não usamos proteção.
Fico em choque, caralho, estava tão gostoso foder
Sophie sem proteção que me esqueci. Essa mulher me
deixa louco e descontrolado de tesão, pareço um
adolescente novamente. Só espero que não haja
consequências por essa noite.
— Não usamos proteção — digo para Alexander,
arregalando os olhos apavorada. Não quero engravidar
agora, tampouco sem ser planejado. Na hora do sexo
estava tão bom que eu nem menos percebi que não
estávamos usando proteção.
Alexander sai de dentro de mim e se deita ao meu
lado.
— Eu estive pensando sobre isso, sabia que se
continuássemos transando precisaríamos nos prevenir
mais, para imprevistos como esse não acontecer.
— Prevenir mais, como?
— Você pode começar a tomar anticoncepcional —
propôs ele. — Estou limpo, meus exames estão em dia e
você?
— Faz um tempo que fui ao ginecologista, a última
vez que fui estava limpa e depois disso nunca mais tive
relações sexuais com ninguém então...
— Como assim? Antes de transar comigo quanto
tempo fazia que não tinha relações? — pergunta
Alexander, se virando para me olhar, curioso, com a testa
franzida. Merda, falei demais.
— Dois anos. Depois de Bruce não transei com mais
ninguém.
Ele abre a boca, mas não fala nada por um tempo.
— E por que não? Como conseguiu ficar tanto
tempo sem?
Respiro fundo e me cubro sentindo frio por conta do
ar-condicionado ligado.
— Sexo para mim antes de te conhecer não era algo
prazeroso. Depois de fugir de Bruce eu mesma me
satisfazia, me tocava sempre que necessitava. Nunca senti
vontade de transar com alguém, igual aconteceu com você.
Ele toca meu rosto, acariciando.
— Antes de te conhecer eu também nunca senti
tanta necessidade em ter alguém igual senti quando te vi.
Foi um desejo brutal, carnal, insano e inexplicável —
admite, fito seus olhos escuros.
— Apesar de termos nos conhecido de maneira
ruim, eu não me arrependo de tudo que vivemos até aqui,
estou gostando muito, na verdade.
— Sophie... — ele sussurra e eu toco seus lábios.
— Certas escolhas erradas podem nos levar ao
caminho certo — falo antes de beijá-lo, com devoção.

No dia seguinte acordo na cama de Alexander, olho


para o lado e ele não está mais nela. Levanto e visto minha
roupa que está jogada no chão e vou para o meu quarto.
Sorrio ao ver Felix ainda deitado em minha cama, relaxado
dormindo. Quando o encontrei senti que eu não teria outra
opção a não ser levá-lo comigo e cuidar dele, foi amor à
primeira vista.
Vou até o banheiro e tomo um banho rápido e faço
minha higiene matinal. Depois de pronta e vestida pego
meu celular e confiro as mensagens, tem uma de
Alexander avisando que precisou sair cedo para o trabalho,
mas não quis me acordar, me surpreendo ao ver uma
mensagem de sua mãe.
“Oi, minha nora querida. Peguei seu número com
Alexander. Pensei em irmos escolher o modelo de seu
vestido hoje se estiver livre”.
Começo a digitar a resposta. Ontem não tivemos
tempo de ir escolher o vestido, estou ansiosa, então
concordo com ela.
“Por mim tudo bem, que horas?”
“Daqui uma hora passo aí com meu motorista para pegá-
la".
“Ok, vou aguardar".
Desligo o celular e me olho no espelho, vesti um
short curto simples e uma blusa no mesmo estilo, tenho
que trocar essa roupa.
Enquanto procuro uma roupa mais sofisticada no
armário começo a me lembrar de Emily, sinto tanto a falta
dela e queria saber como ela está. Queria poder lembrar o
número dela.

Samira chega no horário combinado. Fico a


esperando na frente do prédio, estou odiando usar o salto
que escolhi, foi uma péssima ideia ter o escolhido. Vesti um
macacão branco que vai até meus pés com um salto alto.
O motorista de Samira para o carro em frente à
calçada e sai dele, para abrir a porta para mim. Agradeço,
sorrindo e entro.
— Nossa, você está linda, Sophie. — Olho a mãe de
Alexander, com um sorriso no rosto, ela está usando uma
saia e blusa sofisticada e seu rosto está muito bem
maquiado.
— Obrigada, você também está um arraso.
— Depois de uma certa idade temos que nos
esforçar para ficar bonita.
— Você conseguiu com êxito, está exuberante.
Ela sorri gentilmente. O motorista dá partida e segue
com carro até o shopping.
— Você vai adorar a modista. Ela faz cada vestido
lindo.
— Eu estive pensando — começo a dizer —, como
vai ser um casamento simples o vestido não precisa ser tão
enfeitado.
— Casamento simples? De onde tirou isso?
— Não vai ser?
— Querida, o casamento do rei dos diamantes é o
evento do ano.
Olho para o lado para ela não ver o meu rolar de
olhos.
— Eu pensei que fosse ser uma festa somente para
os familiares.
— Vamos ter cerca de 200 convidados a 300 na
festa, fora a imprensa, jornalistas, etc...
Abro a boca chocada.
— Mas, não se preocupe, dará tudo certo.

A modista tira minhas medidas para fazer o vestido.


Fico parada enquanto ela e a mãe de Alexander
conversam sem parar sobre o vestido, ela praticamente
quer escolher o modelo dele por mim.
— Ela tem uma cintura tão fina, vai ficar ótima no
vestido — fala a modista, enquanto contorna a minha
cintura com o medidor.
— Tem mesmo. É uma pena que depois que vem os
filhos perdemos a cintura fina — Samira reclama, olhando
para sua barriga.
— Você fez algum procedimento estético?
Olho a modista que parece ter uns 40 anos de
idade.
— Não, nunca fiz.
— E academia?
— Também não, sou sedentária.
— Então, menina agradeça, você nasceu virada
para a lua.
Sorrio e suspiro quando ela termina de tirar minhas
medidas.
— Ah! Briella, pensei que viria somente amanhã.
— Resolvi vir hoje.
Meu corpo inteiro se arrepia e me viro curiosa,
passando a encarar a ex-noiva de Alexander, que me olha
de volta, seus olhos me medem de cima a baixo.
— Olá Briella, como vai? — a mãe de Alexander a
cumprimenta educadamente.
— Estou superando os acontecimentos recentes
Samira, obrigada por perguntar — a loira responde, com a
voz modulada, enquanto mexe no anel em seu dedo, ela
ainda usa o anel de seu noivado com Alexander?
— Oh, Chéri. Venha ,vou te mostrar os vestidos que
chegaram da nova coleção, você vai amar. — A modista
tentou desviar a atenção de Briella de nós, mas a cobra
veio até mim, me olhando parecendo enojada.
— Então você que é o novo brinquedinho de
Alexander. — Ela me olha de cima a baixo, antes de falar
com nojo: — Patética.
Sinto raiva por ela me olhar com superioridade.
— Na verdade, eu sou a futura mulher dele —
retruco, erguendo a sobrancelha, a mãe de Alexander e a
modista se entreolham.
— É mesmo? Cadê o anel? Não estou vendo! — ela
rebateu abrindo um sorriso irônico. Cruzo os braços,
sentindo meu rosto queimar de raiva.
— O anel não chegou, ele mandou fazê-lo em outro
país, com nossos nomes e diamantes em volta, modelo
único e especial. — Me sinto feliz ao ver o rosto da loira
pegar fogo de ódio.
— Alexander só está te usando, fofa, é de mim que
ele gosta. Se pensa que ele vai se casar com você está
muito enganada.
— Bom, ele prova que me ama todas as noites. Se
ele gostasse de você, não teria terminado o relacionamento
de vocês.
— Sua imbecil, você vai...
— Nossa você só é sofisticada na aparência não é
mesmo? — Começo a rir da sua expressão de ódio. Ela dá
um passo em minha direção, Briella é mais baixa que eu.
Simplesmente pego minha bolsa em cima da cadeira e
ando na direção de Samira.
— Eu volto para pegar o meu vestido de casamento.
Até breve — falo para modista, sem encarar Briella
novamente.
— Isso não vai ficar assim. — Ouço ela falar
enquanto eu saio da loja sem sequer esperar por Samira.
— Sophie, espere! — Samira pede e paro de andar
para esperá-la.
— Me desculpe Samira, por ter me descontrolado ao
ver a ex-noiva de Alexander.
— Tudo bem eu entendo. Desculpe não ter lhe
defendido, é que entendo as razões de Briella, até ontem
ela era noiva de meu filho.
— Mas não é mais — friso, ficando chateada por ela
defendê-la.
— Sim não é, mas se você se colocar no lugar dela
poderá entender. É difícil terminar uma relação em que se
estava noiva.
— Eu entendo e sinto muito que tudo tenha
acontecido assim, mas Briella não tem o direito de me
tratar daquele modo.
— Sim eu sei, ela foi rude.
— Se ela me tratar mal, eu tratarei de volta. Não
consigo e não posso abaixar a cabeça para pessoas hostis.
Samira segura minhas duas mãos, me olhando nos
olhos.
— Você está certa. Quero que saiba que estou ao
seu lado, sinto que está fazendo muito bem a Alexander.
Espero que vocês se casem e sejam felizes e me deem
muitos netos.
Sorrio para ela.
— Nem sei se Alexander deseja ser pai, acredito
que isso esteja fora de seus planos.
— Às vezes certas coisas precisam acontecer sem
ser planejado, só depois percebemos o quanto foi bom ter
acontecido. — Ela ergue uma sobrancelha e percebo o que
ela quis supor.
— Não acho certo forçar a alguém fazer o que não
quer, somente para suprir o nosso próprio desejo.
— Bem... Vamos comer? Estou com muita fome —
fala soltando minha mão, parecendo ficar desapontada.
— Vamos claro.

Nós terminamos de comer a comida japonesa do


restaurante que escolhemos. Depois de um tempo Samira
e eu esquecemos do assunto que conversamos minutos
atrás e voltamos a conversar sobre o casamento.
Em uma televisão do restaurante começou a passar
o programa de fofoca de Toronto.
“Nessa noite descobrimos que o Rei dos diamantes está
noivo, mas de outra mulher. Alexander Campbell terminou
o relacionamento com sua ex-noiva Briella Wilson Lee,
relatos dizem que ele trocou a modelo pela sua suposta
amante. Sophie Sartori. Descobrimos tudo sobre sua nova
noiva, o que será que o Rei dos diamantes viu nessa
mulher para acabar um noivado por ela?”
Franzo a sobrancelha quando aparece uma foto
minha na tela da televisão. Depois disso eles começam a
contar minha história, até sobre a denúncia de Bruce eles
descobriram. Fito Samira que observa o programa
boquiaberta. Isso não pode estar acontecendo.
— Isso que estão falando de você é verdade? Você
tentou esfaquear seu noivo e era fugitiva?
Meu coração começou a bater fortemente.
— Eles não explicaram tudo, Samira, não foi assim
que aconteceu...
— Alexander já sabe disso?
— Ele sabe de tudo, eu posso explicar.
Tento tocar seu braço, mas ela desvia de meu toque
me olhando repressiva.
— Eu quero saber tudo já, detesto ser enganada —
ralha ela. — Por que tentou esfaquear seu ex-marido? Meu
Deus! Isso é horrível. — Ela se levanta e eu também.
— Samira se acalme, deixe eu te contar — peço,
mas ela continua a falar coisas que não consigo entender,
minhas vistas ficam turvas e de repente eu vejo somente a
escuridão.
Estava em uma reunião quando recebi a ligação de
minha mãe, chorando apavorada, dizendo que Sophie
desmaiou e teve que ser levada para o hospital. Larguei
tudo e fui até o hospital que ela me mandou a localização.
Dirigi rapidamente, ultrapassando os sinais vermelhos.
Estaciono o carro no estacionamento e saio dele.
Entro no hospital apressado, encontro minha mãe sentada
em uma das cadeiras chorando.
— O que houve? O que aconteceu?
— Filho me desculpe, eu não quis fazer mal a
Sophie, coitadinha...
— Mãe me conta o que aconteceu com Sophie! —
ordeno sentindo minhas veias pulsarem de nervoso.
— Ela desmaiou após ver uma notícia sobre você e
ela passar em um programa de fofoca.
— O que passou sobre nós nessa merda de
programa?
— Disseram coisas horríveis sobre ela, que Sophie
é uma bandida que tentou esfaquear o marido, que você é
louco de trocar Briella por ela, entre outras coisas terríveis.
— Porra! — murmurei com ódio, vou processar esse
programa, caralho.
— Filho, isso que falaram é verdade? Porque se
for...
— Mãe, você não sabe nem a mísera metade,
mesmo assim, não pode julgar Sophie sem ouvi-la antes.
— Alexander Campbell, você só pode ter
enlouquecido se acha que vou te deixar casar com uma
bandida! — fala irritada, puxando meu paletó com força.
— Você não pode opinar em nada na minha vida! —
vocifero as palavras.
— EU SOU SUA MÃE!
— Não Samira, você não é!
Lágrimas brotam em seus olhos antes de ela
desferir um tapa em meu rosto. Toco o lugar onde ela bateu
sentindo a fúria me tomar.
— Eu que te criei garoto, te dei amor e carinho para
quê? Para ter que ouvir isso? — fala chorando ainda mais,
muito desapontada.
Nós paramos de falar quando o médico se
aproximou de nós.
— Vocês são parentes de Sophie Sartori?
— Sou o noivo dela.
— Bom, a pressão de Sophie caiu, por isso ocorreu
o desmaio. Achamos que ela pode ter tido não somente
uma queda de pressão como também uma crise de
ansiedade.
— Meu Deus! — minha mãe pronuncia olhando o
médico. Eu só quero ver Sophie, conferir se ela está bem.
— E como ela está agora? — pergunto,
rapidamente.
— Nós a medicamos e agora ela está mais calma.
Sophie tem que manter-se em repouso por uns dias e
começar tomar remédio que ajudará a controlar as crises
de ansiedade. Precisamos ter todos os exames em mãos
para poder dar alta.
— Podemos a ver? — minha mãe inquire ao médico.
— Sim, mas ela não pode ter emoções muito fortes.
— Certo.
O médico saiu me deixando sozinho com minha mãe
novamente.
— Você já pode ir embora! — falo rudemente para
ela, que me olha chocada.
— Então será assim agora? Eu sou a vilã? Vocês
que esconderam coisas de mim.
— Escute, quero falar a sós com Sophie se quiser
visitá-la amanhã na minha cobertura é bem-vinda, porém,
agora não é o momento.
— Está bem, Alexander, diga a Sophie que eu sinto
muito e vou vê-la amanhã.
— Vou falar.
Observo Samira pegar a bolsa e sair do corredor,
indo embora. Eu não queria ter falado com ela daquela
forma, eu devo respeito a Samira, mesmo não sendo
minha mãe legítima ela me criou como filho. Me sinto mal
por ter a tratado rudemente, mas quando fico nervoso
acabo falando coisas nas quais me arrependo.
Chego na sala onde Sophie está, ela está deitada
fitando o teto, mas assim que entro ela nota minha
presença e me olha. Seu rosto está pálido, as bochechas
não estão rosadas como de costume.
— Como você está? — pergunto tocando sua mão
quando chego até ela.
— Mal, eles me deram remédios e injeções.
— Foi necessário, não vai demorar para eles te dar
alta — conto carinhoso e Sophie olha para nossos dedos
entrelaçados.
— Sua mãe deve estar me odiando. Eu queria
contar tudo a ela o que aconteceu, mas minha visão ficou
escura. Também encontrei Briella hoje e não foi um
encontro agradável.
— Você viu Briella?
Sophie olha-me no olho, mordendo o lábio inferior.
— Não só a vi como discuti com ela também —
discorre. — Ela foi rude e eu retribui. Ela disse que você
está somente me usando e que gosta dela, na verdade. Eu
menti sobre nossos anéis ainda não terem ficado prontos,
pois ela jogou isso na minha cara também.
— Não é mentira, eu encomendei os anéis.
— O quê? — Ela me fita confusa e eu sorrio.
— Uma das suas exigências quando eu fiz a
proposta foi ter anel de diamantes, lembra?
— Eu quis dizer os de casados não o de noivado.
— Mandei fazer os dois. — Abro um sorriso a
fitando. A enfermeira vem fazer novos exames em Sophie
e fico as observando.
Estaciono o carro na garagem da cobertura, Sophie
veio dormindo o caminho todo, já é de madrugada. Saio do
carro e vou abrir a porta de Sophie, a pego no colo vendo-a
resmungar algo e se mexer.
— Eu posso andar — ela fala baixinho, esfregando
os olhos.
— Você teve um dia difícil, deixe-me ser cavalheiro e
te ajudar.
— Você parece um príncipe dos contos de fadas —
diz tocando minha barba, ao chegarmos no elevador.
— Não acho que um príncipe seja uma comparação
adequada, estou mais para um ogro.
— Só quando fica irritado. — Ela sorri e eu me pego
gostando, de ser o motivo de seu sorriso.
Chegando na sala da cobertura eu subo a escada
carregando Sophie e sigo caminho até seu quarto.
— Por que não me leva para o seu? — pergunta ela
piscando os olhos.
— Você quer dormir comigo? — indago confuso com
o seu pedido, ela e eu tínhamos combinado de dormir em
quartos separados, por opção dela e eu só obedeci.
— Não, pode me deixar no meu quarto mesmo... —
fala fechando os olhos, sinto que ela quis dizer o contrário,
mas faço o que pediu, a levo para seu quarto e a deito na
cama, a cobrindo com o lençol em seguida. Olho o
cachorro pequeno, dormindo do lado da cama e sorrio, ele
é realmente bem quieto.
Vou para o meu quarto e quando chego lá confiro as
mensagens no meu celular, tinha duas de Briella, ela me
mandou fotos de seu seio e uma que foi tirada no espelho,
nela ela está usando somente uma lingerie vermelha,
transparente de renda, porra, ela não desiste mesmo.
Digito uma mensagem para ela:
“Achei que tinha deixado claro que não quero mais receber
mensagens suas”
Ela visualiza rapidamente e começa a digitar a
resposta.
“Vai dizer que não gostou das fotos? Que não queria me ter
agora aí para me ter, rebolando em seu pau?”.
Ela mandou emojes de safada e eu rolo os olhos.
“Boa noite, Briella”
Desligo o celular e vou para o banheiro, preciso
tomar um banho para relaxar.
No dia seguinte vou para empresa e trabalho
durante o dia todo. Estou louco para ir embora ficar com
Sophie, ela preenche meu pensamento a todo instante, não
vejo a hora de beijar aquela sua boca gostosa e a ter
sentando em meu pau novamente, gemendo até gozar
loucamente.
Percebo que estou tendo pensamentos eróticos com
Sophie no meio da reunião, balanço a cabeça voltando à
realidade.
— Os lucros com os diamantes só aumentam, por
isso acho que podemos lucrar com as esmeraldas também.
— Talvez seja o momento de começarmos a minerar
esmeraldas também.
Ouço os homens, meus sócios, dizerem. Batuco
com o dedo em cima da mesa olhando o relógio, não
vendo a hora da reunião acabar.
— Então senhores, por hoje é só. Terei que me
ausentar, mas gostei de suas ideias, vou passá-las para o
meu pai e volto com minha decisão.
Aviso e deixo a sala em passos firmes. A empresa
está movimentada. Volto para minha sala para pegar minha
pasta, quando Rossi, minha secretária, se levanta vindo
atrás de mim, reparo que ela está vestindo uma saia preta
colada como de costume e uma blusa social branca. Ela
ajeita os óculos e quase corre até mim.
— Senhor Campbell, desculpe incomodar é que tem
uma mensagem urgente do seu irmão. Ele pediu para que
o senhor o encontre no bar de sempre.
— Tudo bem Rossi, avise-o que estou a caminho.

Não estava a fim de ir ao bar essa noite, mas se


Elliot chamou deve ser urgente, espero que ele não tenha
se metido mais em nenhum problema. Entro no bar e o
procuro na mesa que sempre ficamos, mas ele não chegou
ainda, começo a estranhar, se era tão urgente ele já
deveria estar aqui.
Vou até o bar e peço uma bebida, não vou esperar
Elliot de boca seca. Peço um uísque e começo beber,
sentindo o gosto amargo na minha boca, talvez hoje eu
beba algo mais doce. Balanço a bebida no copo e abro um
sorriso, nada feliz, vendo a mulher loira, vestida para matar
um do coração essa noite vindo até mim. Briella está
vestindo um vestido lilás curto, com saltos e seu cabelo
está solto e rebelde. Ela caprichou no batom vermelho, que
é da mesma cor do que Sophie costuma usar.
Ela se senta na mesma mesa que eu.
— Isso é sério? Você armou para que eu vencesse
aqui?
— Eu não sei o que você está falando, Alexander. Te
encontrei por acaso, costumo frequentar esse bar.
Reviro os olhos virando a bebida de uma vez,
evitando olhar Briella, ela está muito parecida com Sophie,
só faltou pintar o cabelo da mesma cor.
— O que você quer, Briella?
— Beber, conversar e curtir a noite! — explica,
sorrindo. — Se não vamos ser um casal, podemos ser
amigos.
— Agradeço a proposta, mas não. É melhor eu ir
embora. — Eu ia me levantar, mas ela segurou meu braço.
— Que indelicadeza sair assim. Toma pelo menos
um drink comigo até que minha amiga chegue, por favor
Alexander, juro que não vou tentar nada.
Respiro fundo a olhando, ela faz um biquinho.
— Tudo bem, somente um drink.
Aceno para o barman trazer mais uma bebida
enquanto Briella sorri animada.
— Vou no banheiro, já volto — aviso ela e vou para
o banheiro, chegando lá mando uma mensagem para
Sophie avisando que posso demorar.
“Por quê? Onde você está?”
Ela envia com algumas carinhas de brava.
“Depois eu explico”

Volto para a mesa onde Briella está e me sento. Ela


começa a me observar e novamente viro minha bebida,
estou começando a ficar irritado com a demora de Elliot e
não quero acreditar que essa foi uma armação de Briella
para me encontrar.
— Já soube que conheci sua nova noiva?
— Eu soube.
— Os jornais só falam disso, não entendem como
alguém pode trocar alguém como eu por aquilo — ela fala
bebericando sua bebida e eu a olho de cima a baixo.
— É porque você nunca transou com Sophie — digo
fazendo-a se engasgar e me olhar com raiva.
— Então ela é realmente boa na cama? — Sorrio e
novamente aceno para o barman.
— Insana de tão boa.
Briella revira os olhos antes de tocar minha perna.
— Mais do que eu? — pergunta com a voz manhosa
antes de aproximar a boca do meu pescoço indo até a
orelha. Sinto minhas vistas começarem a ficar turva e
franzo a sobrancelha, bebi só dois copos, é impossível eu
ficar bêbado com tão pouco.
— Briella... — a repreendo, mas ela continua.
— Não resista Alexander, você é meu — ela
sussurra e minhas vistas voltam a ficar embaçadas. Tento
me levantar, mas caio novamente sentado na cadeira. —
Vou chamar um táxi para nós, meu amor.
Acho que ouvi Briella falar antes de ver tudo escuro
e minhas vistas se apagarem completamente.
Entro na cozinha e novamente confiro a hora, já são
22h e nada de Alexander chegar do “trabalho” ele sequer
me deu explicações, só me enviou uma mensagem vaga.
Não gosto disso de ter que ficar o esperando, sem saber o
que ele pode estar fazendo. Fico nervosa em pensar que
ele pode estar com outra pessoa. Respiro fundo, me
sentindo nervosa e olho Felix que está brincando com a
bolinha que eu dei para ele.
— Estou tão nervosa Felix, será que não tenho sido
o suficiente para Alexander? — Reviro os olhos para minha
própria pergunta e resolvo ir até a cozinha.
Chegando lá encontro Abigail lavando a louça do
jantar, ela está distraída cantarolando uma música.
— Quer ajuda para limpar a bagunça? — Ela se
assusta quando me ouve falar e eu sorrio sem jeito.
— Você não tem coisa melhor para fazer não? —
Dou de ombros, para sua pergunta, e vou até a bancada,
me sentando na cadeira atrás dela.
— Alexander não chegou ainda e minha mente só
consegue pensar que mil bobagens podem estar
acontecendo. — Sou sincera e encosto minha cabeça na
bancada.
— Você está gostando do senhor Campbell? —
pergunta me olhando confusa. Mordo as unhas
nervosamente.
— Talvez eu esteja começando a me interessar por
ele...
— Meu Deus, isso não está certo. Esse homem vai
magoá-la.
Abraço meu próprio corpo. Sei que eu não deveria
me apegar a Alexander, que o que temos é uma farsa, mas
é impossível não fazer, principalmente porque ele tem sido
gentil e muito bom para mim nesses últimos dias. Eu penso
nele o dia todo, fico lembrando das nossas conversas e
das noites quentes. Não quero e não posso me iludir, sei
que ele está me usando para saciar sua vontade e quando
não me querer mais irá me deixar ir.
Tenho medo de sair machucada de tudo isso e pior,
de coração quebrado. Era mais fácil quando eu o odiava.
— Eu sei que pareço burra por estar gostando de
um homem que só sente desejo por mim, mas o que posso
fazer? Eu não sou forte o tempo todo, mesmo que eu tente
desesperadamente ser.
— Ah, Sophie, você é uma mulher incrível. Não
desejo a você o azar de se apaixonar por Alexander
Campbell.
Olho para minhas coxas antes de descer da cadeira
alta.
— Vou dormir Abigail, boa noite.
— Boa noite, querida.

Coloco um filme para assistir na TV, para ver se


consigo dormir mais rapidamente, porém, de minuto a
minuto eu pego meu celular para olhar as mensagens, mas
nenhuma chega.
Olho para Félix que se juntou a mim na cama.
— Vai dormir comigo hoje, Felix? Não quero dormir
sozinha — murmuro acariciando seu pelo branco, macio.
Fecho os olhos tentando dormir, até que o sono vem e eu
me entrego a ele.

Acordo sentindo umas lambidas no rosto, Felix late e


continua me lambendo.
— Aí, estou toda babada agora — resmungo
limpando meu rosto com a mão e me levanto da cama. Vou
até o banheiro e faço minha higiene matinal. Tomo um
banho e troco de roupa. Olho meu celular e percebo que
acordei muito cedo, franzo a testa quando vejo que há
muitas mensagens de um número desconhecido. Abro as
mensagens quase deixando cair o celular no chão ao ver
várias fotos de Alexander e Briella.
Fotos dele a beijando, pegando em seu corpo,
deitado nu na cama dela. Aperto o aparelho com força,
sentindo meu sangue esquentar.
“Como eu te disse querida, ele só estava te usando para
me esquecer. Sim, nós transamos a noite toda e foi incrível.
Curta as fotos”.
— FILHA DA PUTA! — grito, descontrolada. Que
ódio, como Alexander pode fazer isso, não entendo, se
queria Briella porque fez essa proposta estúpida para mim.
Sento-me na cama e respiro fundo. Ela fez isso para me
atingir, mas o pior é que conseguiu seduzir Alexander, ele é
como todos os homens, pensam com a cabeça de baixo.
— Que ódio! — Só de pensar que ele a tocou, do
jeito que faz comigo sinto meu coração bater acelerado,
não, eu me recuso a gostar desse desgraçado.
Sem pensar duas vezes, vou até o guarda-roupa e
pego minha mala e a coloco na cama. Enfio todas minhas
roupas dentro da mala, sentindo raiva e uma imensa
vontade de chorar, seguro as lágrimas, tentando ser forte,
mas não consigo, desabo sobre a cama e choro.
Depois de me acalmar procuro um papel e uma
caneta e escrevo um recado para Alexander.
“Nosso acordo chegou ao fim. Aqui estão todos meus
cartões e números das minhas contas, faça bom proveito.
Até nunca mais, Alexander Campbell”.
Olho para minha mala e para o recado que escrevi,
chegou a hora de voltar à estaca zero. Limpo a lágrima que
escorre pelo meu rosto e termino de fechar a mala.

Tive que despistar os seguranças que Alexander


colocou para me vigiar. Não foi fácil sair com a mala e não
ser vista. Deixei um recado para Abigail explicando que tive
que ir embora, contando que não poderia ficar mais lá.
Peguei Felix e coloquei dentro de minha bolsa, a deixando
aberta, ele ficou com a cabeça para fora. Peguei um táxi e
pedi para que ele me levasse para uma pousada, que
pesquisei na internet, que fica em um bairro pobre de
Toronto. Não pretendo sair dessa cidade, nem dinheiro
para passagem eu tenho, somente para me hospedar em
um canto barato.
Preciso arranjar um emprego. Tento me convencer
que tudo vai ficar bem, vou me reerguer, isso é somente
uma fase ruim.
O taxista para em frente à pousada, observo o lugar
rústico, antes de sair do carro.
— Pode me ajudar com a mala? — peço ao taxista.
— Claro, senhorita.
Desço do carro com esse maldito salto no pé, não
sei para que trouxe tantas roupas luxuosas e sapatos caros
se não fazem mais parte da minha realidade. O taxista me
ajuda com a mala pesada. Entro na pousada e avisto a
recepcionista, de cabelo ruivo, mascando um chiclete,
olhando com atenção o celular. Felix late chamando sua
atenção.
— Oi, bom dia — cumprimento e ela me olha.
— Olá, bom dia, posso ajudá-la? — Ela masca o
chiclete com a boca aberta e isso me dá agonia.
— Quero saber se vocês têm algum quarto vazio
para eu alugar por uns dias.
— Tenho um vazio, mas é bem caído, mas tem um
banheiro e a cama é mais ou menos. O custo é 30 dólares
por noite.
— Por mim está ótimo, ele tem chave?
— Tem sim. Recomendo que tranque bem a porta a
noite, por segurança — ela fala e eu tremo toda, sei que
esse bairro não é muito seguro.
— Sabe se tem algum trabalho disponível por aqui
perto?
— Tem nos bares, também tem uma confeitaria que
está contratando, se saber fazer bolos vai lá. Posso te
passar o endereço.
Olhei a garota de olhos verdes e sardas no rosto.
— Eu quero sim, por favor.
Ela pega um papel e começa a escrever nele.
— Você pretende ficar por muito tempo então?
— Sim, até melhorar minha situação.
A garota me olha de cima a baixo, observando meu
colar com atenção.
— Desculpe perguntar, mas você não parece ser
pobre, usa roupas de luxo e esse colar vale mais do que
esse lugar, por que veio parar aqui?
— Problemas financeiros e a maioria das joias que
uso são bijuterias — minto, com a expressão séria e ela
masca o chiclete novamente.

— MÃE, CADÊ A CHAVE DO QUARTO 13 — ela


grita, olhando para porta divisória, e eu quase cubro meus
ouvidos.
— ESTÁ NA GAVETA, KATHE. — A garota procura
e pega a chave na gaveta.
— Venha, vou te mostrar seu quarto.
Ela anda em direção às escadas e eu a acompanho.
Quando chegamos no corredor eu já estou ofegante por ter
subido dois andares andando. O corredor cheira a mofo, a
acompanho até o quarto que irei ficar hospedada, franzo a
testa observando o lugar, meu Deus, tem uma marca de
tiro na parede.
— Aqui costuma ter tiroteio? — pergunto fitando a
marca de bala.
— Não, mas antigamente era um bairro mais
violento e antes de minha mãe comprar a pousada tinha
muitos gângsteres morando aqui — ela fala calmamente,
como se isso não a assustasse.
— Você disse gângster?
— Não se preocupe, não tem mais nenhum por aqui,
a maioria estão presos.
Abro a boca chocada e volto a perambular pelo
quarto. A cama até que não é feita, só que o lugar é muito
mal iluminado, só tem uma janela. Não tem TV, nem sofá,
só uma cama pequena com uma cômoda. Entro no
banheiro e tenho que cobrir o nariz por conta do mau
cheiro, esse lugar é horrível.
— Vamos mandar o faxineiro limpar o quarto, não se
preocupe — a garota avisa olhando.
— Eu vou pagar o aluguel da semana toda
adiantado — falo para ela e tiro o dinheiro do bolso, vai me
sobrar pouco para comer durante a semana. — Aqui! —
Entrego para ela, que conta o dinheiro.
— Seu cachorro não costuma fazer muito barulho,
não é mesmo?
— Não, ele é bem quieto.
— Está tudo bem, vou mandar o faxineiro limpar o
quarto, se quiser já aproveitar para ir ver o emprego na
confeitaria, a essa hora já está aberta.
— Ótimo, vou sim, só vou trocar minha roupa.
— Está bem, Sophie, aqui está a chave, fique à
vontade.
Quis dizer que seria impossível, mas somente fiquei
quieta.

Deixo Felix no quarto da pousada e vou à


confeitaria, só preciso andar dois quarteirões. O lugar era
simples, mas bem bonito, entro na confeitaria e algumas
pessoas passam a me olhar. Ando até a atendente, de
cabelo preto, curto e rosto maquiado.
— Oi, eu vim para tentar a vaga de emprego — falo
sem cerimônias. Vendo-a me observar.
— Você tem experiência? Já trabalhou em alguma
confeitaria antes? — Mordo os lábios e olho em volta,
vendo doces, bolos por toda a parte.
— Sei sim, eu trabalhei numa confeitaria em Miami,
sei fazer bolos como ninguém. — Abro um sorriso
esperando que ela acredite na minha mentira, ela não fala
nada, só observa meu rosto.
— Você pode começar amanhã o período de teste,
se vermos que é boa te contratamos.
— Está ótimo, amanhã bem cedo estarei aqui.
— Você tem um número que possamos ligar? — ela
pergunta, me fazendo lembrar que joguei o celular que
Alexander me deu fora, para que ele não consiga me achar
tão rápido.
— Estou sem celular, mas vou ficar hospedada na
pousada a dois quarteirões daqui — explico e ela assente.
— Está bem, então amanhã chegue no horário.
Balanço a cabeça concordando e abro um sorriso.
Tudo até agora está indo bem, vou provar a Alexander que
não preciso de seu dinheiro para viver, ele que fique com a
nojenta de Briella. Lembrar das fotos, dele e dela me deixa
irritada, eles se merecem.
Acordo sentindo uma dor de cabeça péssima. Abro
os olhos com força percebendo que não estou no meu
quarto e sim no de Briella, caralho, não me lembro de como
vim parar aqui, só me lembro de ter ido encontrar Elliot no
bar, mas ele não estava lá e sim Briella, lembro que fui ao
banheiro e depois disso as memórias parecem embaçada.
Olho para Briella que está dormindo nua, e escrevo
a testa, não posso ter transado com ela, porra, será que
bebi tanto que acabei não resistindo a Briella?
Confiro as mensagens no meu celular. Sophie deve
ter ficado me esperando, nem sei o que vou falar para ela
quando chegar em casa. Me visto rapidamente, ignorando
a dor de cabeça, ela não é maior que minha vontade de ir
embora.
Vou até o estacionamento, deixo Briella dormindo,
ter uma conversa pós sexo é tudo que não preciso. Não
encontro meu carro, merda, eu devo ter vindo de táxi por
estar bêbado e sem meu motorista. Ligo para Jack para
que ele venha me buscar e aguardo.

Chego em casa e vou direto procurar Sophie em seu


quarto. Estranho quando não a encontro em seu quarto e
nem o cachorro. Aviso um papel em cima da sua cama e
vou até ele, o pegando.
“Nosso acordo chegou ao fim. Aqui estão todos os
meus cartões e números das minhas contas, faça bom
proveito. Até nunca mais Alexander Campbell”.
Leio o papel não acreditando nas palavras de
Sophie, olho os cartões, e os números das contas que ela
deixou escrito atrás do papel. Ela abriu mão de todo o
dinheiro, em prol do quê?
Toco meu cabelo irritado, ela não pode ter fugido,
não sem antes me encarar. Corro até a cozinha e encontro
Abigail sentada, lendo um papel, assim que entro ela me
olha.
— Você também recebeu uma carta de Sophie? —
pergunto indo até ela.
— Sim, nela ela se despede, dizendo que precisou ir
embora. — Ela me entrega a carta que Sophie deixou para
ela.

“Abigail, chegou a hora de dizer adeus, sinto muito por não


ter me despedido de você, não queria chorar e nem correr
o risco de ser pega em fuga. Eu não posso mais ficar
nessa casa, preciso de um tempo longe de Alexander.
Aprendi com o que passei com Bruce que quando alguém
te faz mal o melhor é se distanciar. Espero te ver em breve,
essa carta não é de adeus e sim um até logo. Obrigada por
ser minha companhia por essas semanas. Beijos, Sophie.”
Releio a carta umas três vezes, sentindo meu
coração acelerado.
— Você sabe para onde que ela pode ter ido? —
pergunto a Abigail.
— Não tenho a menor ideia.
— PORRA! — grito e soco a bancada. Sophie só
pode ter enlouquecido, deixar-me sem nem explicar por
quê. O meu sangue ferve e ligo para o detetive novamente.
— O que o senhor vai fazer? — Ignoro a pergunta
de Abigail, esperando o detetive atender.
— Alô.
— Olá, Alexander Campbell falando.
— Senhor Campbell, ao que devo a honra?
— Preciso novamente de seus serviços.

Chego a Bijoux Précieux, tive que vir mesmo com


minha cabeça toda em outro lugar, preciso saber o que
levou Sophie a partir, sem dinheiro, e onde que foi. O
detetive disse que vai investigar seu paradeiro e que só
terá notícias amanhã.
Saio do elevador indo para o meu setor, vejo Rossi
minha assistente já trabalhando em sua mesa e eu entro
em minha sala.
— Senhor Campbell, deseja algo? Um café ou um
chá?
— Traga-me um café forte.
— Certo. Senhor, sobre o evento que acontecerá
nesse fim de semana, o leilão beneficente, já tenho a lista
de convidados e os temas sugeridos.
— Qual tema foi sugerido?
— Um baile de máscara. Clichê, eu sei, mas sempre
deu certo.
Respiro fundo e confiro as planilhas em cima de
minha mesa.
— Quantos convidados?
— Cerca de 600 convidados.
— Tudo isso?
— Foi necessário senhor. Vai vir empresários de
vários países, será o evento do ano e as casas de caridade
vão lucrar muito com o leilão.
— Ótimo, me passe a lista de convidados e todas as
informações.
— Certo, senhor. Já volto para trazer seu café.
— Rossi, preciso que faça mais uma coisa para
mim. Ligue para o hospital e peça para alguém vir colher o
meu sangue, preciso fazer um exame importante.
Se minha desconfiança estiver certa eu fui dopado
por Briella, e pode ter sido esse motivo que levou Sophie a
partir, o exame me mostrará a verdade e tirará minhas
dúvidas e assim quem sabe, poderei provar a Sophie que
não transei com Briella.
Começo a conferir os papéis em minha mesa,
tentando me concentrar, mas é impossível, a todo
momento o rosto de Sophie toma meus pensamentos e eu
não consigo parar de pensar nela. Vasculho a pasta que o
detetive me entregou, com as informações de Sophie, pego
a foto dela de dentro da pasta. Ela está linda nessa
fotografia, observo seus lábios carnudos e seus olhos
azuis.
— Não posso e não vou te deixar partir Sophie —
sussurro olhando sua imagem, quando a porta se abre
brutalmente e Briella entra por ela.
— Senhor Campbell, eu tentei impedi-la de entrar,
mas não consegui! — diz minha secretária, entrando atrás
de Briella.
— Meu amor, mande sua secretária nos deixar a sós
— Briella pede cruzando os braços, parecendo irritada,
respiro fundo para não perder a paciência.
— Está tudo bem Rossi, pode me deixar sozinho
com Briella.
— Ok, senhor.
Rossi sai e Briella caminha até mim, a observo, está
usando uma calça jeans com uma blusa social. Só de
imaginar que ela pode ter me dopado, somente para me
separar de Sophie, tenho vontade de mandar os
seguranças, ou eu mesmo tirá-la daqui, da maneira mais
vergonhosa possível.
— O que você quer Briella?
— Você é cínico Alexander. Você me deixou sozinha
depois do sexo maravilhoso que fizemos ontem — ela fala
fazendo biquinho e me deixando ainda mais nervoso.
— Eu não me lembro de nada que aconteceu ontem
Briella, muito menos de termos transado. Aliás, acho que
você me dopou, vou fazer um exame para confirmar.
Ela arregala os olhos e abre a boca.
— Não se lembra de ter me pedido em noivado
novamente? Nem do sexo selvagem que fizemos de
reconciliação? — A olho, batucando o meu anel na mesa,
sem acreditar que eu fiz isso. — Acha mesmo que eu teria
coragem de fazer algo tão baixo, como dopar você?
— Não me lembro de nada disso. Mesmo muito
bêbado acho que isso seria improvável de acontecer algo
entre nós — digo, irritado ao extremo. — E sim, acredito
que seria capaz de fazer qualquer coisa para conseguir o
que deseja. Você jogou sujo quando tentou ter um filho
meu sem meu consentimento, me dopar para fingir que
transei com você seria moleza perto disso — afirmo,
soltando as palavras com ódio, Briella insiste em fingir que
estou errado, ela faz sua melhor expressão de ofendida,
mas não me convence.
— Você está maluco Alexander, sua paixão por
aquela mulher mudou seu raciocínio lógico? Olhe para
mim, eu não sou essa mulher sem escrúpulos que você
está julgando.
— Vá embora Briella, antes que eu chame meus
seguranças para tirá-la daqui. Não quero ter que te
encontrar nunca mais! — vocifero. — A partir de hoje sua
entrada na minha empresa estará proibida, se tentar vou
mandar os seguranças te barrarem da maneira mais
vergonhosa possível. Não me ligue, não ouse chegar mais
perto de mim, se não terei que tomar medidas que você
não irá gostar. Aceite que nosso relacionamento chegou ao
fim. É de Sophie que eu gosto, e saiba que sua tentativa de
me afastar dela não vai adiantar de nada.
— Tudo bem Alexander, não se preocupe, não
pretendo voltar aqui para ser humilhada novamente.
Espero que seja muito infeliz, passar bem!
Rolo os olhos a vendo sair da minha sala, Briella me
dá nos nervos.
Ouço meu celular vibrar, recebo uma mensagem de minha
mãe.
“Filho, estou na sua casa, mas não estou encontrando
Sophie, onde ela está?”
“Sophie partiu, mãe!”
“Partiu para onde, e o casamento?”
“Não vai ter mais casamento!”
Digito a última mensagem sentindo um aperto no
peito. Não era para as coisas ter terminado assim. Meu
celular começa tocar, é Elliot.
— Diga Elliot, não estou podendo conversar.
— Alexander houve um incêndio na nossa empresa
em Nova Iorque, disseram que foi um incêndio criminoso.
— Teve muitos danos? — pergunto preocupado.
— Foi um atentado que vai nos custar milhões para
consertar. A polícia já está investigando quem está por trás
disso.
— Não precisa investigar, já imagino quem está por
trás disso!
— Quem?
— Xavier — falo constatando, o infeliz é meu único
inimigo ainda vivo, o único que está a solta e deseja meu
mal. É óbvio que ele não iria ficar sem se vingar por eu ter
o prendido durante um ano e ainda ter transado com sua
filha, ele quer vingança e eu tenho a porra de um acordo
com Sophie, que foi rompido por ela, então estou livre para
cumprir a vingança contra Xavier.
Se ele aparecer e eu sei que ele vai, não pensarei
duas vezes antes de matá-lo.
Eu preciso me adaptar à minha nova rotina, mas é
impossível quando se tem vários vizinhos barulhentos e se
mora em um lugar esquisito e podre. Coloco ração para
Felix, ele é a parte boa em meio a tudo isso, tendo-o
comigo me faz não se sentir sozinha. Toco seus pelos,
enquanto ele está comendo a ração.
— Eu sei que você gostava do nosso antigo quarto
na cobertura, eu também o preferia, mas temos que nos
adaptar à nossa realidade — falo afagando seus pelos, ele
late em concordância e esfrega a cabeça em minha mão.
— Vou precisar sair para comprar comida, estou morta de
fome — o aviso, como se ele entendesse. — Volto rápido.
Saio do quarto e tranco a porta e novamente tenho
que descer toda a maldita escada, como um elevador me
faz falta. Suspiro. Encontro a garota que me atendeu hoje
cedo na recepção, parada em frente à pousada, sua mãe
estava cuidando da recepção agora. Vou até Kathe, quem
sabe ela me faça companhia na rua, não quero andar
sozinha por aqui.
— Oi — cumprimento-a, que deixa de mexer no
celular, para me dar atenção.
— Oi, está gostando do quarto?
— Confesso que depois da faxina ele ficou bem
melhor. — Sorrio simpática e ela retribui o sorriso.
— Estou indo comprar algo para comer, quer vir
junto comigo? Não conheço o bairro e estou receosa de
sair andando sozinha durante a noite.
— Claro, posso sim, também já ia encontrar uns
amigos no bar — fala ela. — Mãe estou indo!
Observo ela avisar a sua mãe.
— Não volte tarde, Kathe.
— Pode deixar.
Kathe começa a caminhar pela calçada e eu a
acompanho.
— Minha mãe é muito protetora, não larga do meu
pé — conta, resmungando chateada.
— Deve ser porque ela se preocupa com você.
— Bem, já sou maior de idade, agradeceria se ela
me deixasse dormir com o garoto que eu gosto.
Balanço a cabeça e um sorriso brota em meus
lábios, esses adolescentes de hoje em dia só querem
liberdade e desejam ser adultos rápido. Se eles soubessem
o quanto é bom ter alguém que se preocupa e cuida da
gente, não pensariam assim.
— Onde fica um restaurante aqui? — pergunto e ela
aponta para a esquina.
— Tem um restaurante bar ali, é onde vou te levar.
— Entendi.
A acompanho para dentro do restaurante bar, acho o
lugar rústico, mas bonito. Peço um lanche e me sento junto
a Kathe à mesa. Fico observando as pessoas conversando
animadas, bebendo, elas são felizes e de bem com a vida,
vou vir aqui mais vezes.
— Você não vai fazer faculdade? — pergunto a
Kathe, ela balança a cabeça e seu olhar torna-se triste.
— Não, eu não consegui ganhar a bolsa de estudos
e minha mãe não tem dinheiro para pagar à Universidade
daqui nem de nenhum outro lugar. Eu queria muito poder ir,
sempre foi meu sonho.
— Sinto muito. Quando tinha a sua idade também
sonhava em ir à Universidade, participar das festas, ser
uma caloura.
— E por que não foi?
— Aconteceu algumas coisas e eu também não
pude ir — respondo olhando para a porta do bar.
— Você não bebe nada? Toma uma vodca comigo?
— Ela piscou os cílios, observando meu rosto, por Deus,
tudo que não preciso essa noite é me embebedar com uma
quase adolescente.

— Vamos deixar para outro dia, amanhã já começo


o meu emprego de confeiteira — conto com orgulho e ela
sorri.
— Nossa que incrível, que bom que conseguiu —
fala sorrindo, e eu retribuo. — Olha lá, seu lanche ficou
pronto.
Suspiro, levantando-me e indo até a bancada pegar
meu lanche, o pago e vou andar de volta para a mesa, mas
um homem esbarra em mim, derramando toda sua cerveja
em minha blusa, o olho chocada e enraivecida.
— Merda! — rosno, olhando o estrago.
— Desculpe moça, eu não havia te visto!
— Essa era uma de minhas blusas favoritas —
reclamo sem olhá-lo.
— Nada que uma máquina de lavar não resolva.
Ergo o rosto para ver quem é o homem petulante
que me deu um banho de cerveja e ainda tem a petulância
de ser irônico. Ele usa casaco de couro preto e calça jeans,
reparo que ele tem a barba rala escura e cabelo preto liso,
muito bonito, caramba, fico boquiaberta, ele passa a mão
pelo cabelo me olhando como se soubesse que o achei
bonito.
— Eu deveria fazer você lavar já que foi você que a
sujou — resmungo segurando a sacola do lanche com
força.
— Você é nova por aqui, pelo visto — o estranho
fala, me medindo de cima a baixo. — Muito patricinha.
— Você falou que eu sou o quê? — pergunto
erguendo a sobrancelha, sentindo minhas bochechas
pegarem fogo.
— Patricinha. — E então ele abre um sorriso
provocador e eu para não lhe dar um tapa saio do
restaurante em passos rápidos, sentindo meu sangue
esquentar de raiva. — Ei mulher, espere. Não precisa ficar
tão irritada, só estava te provocando.
Respiro fundo e continuo andando quando percebo
que ele me segue. Eu não o ouço falar mais nada, deve ter
se cansado e voltado para o bar. Continuo andando, só
faltam mais dois quarteirões para eu chegar na pousada.
Ouço um barulho de moto, o ronco do motor, então apresso
os passos, vou atravessar a rua, mas o homem para a
moto à minha frente, me fazendo saltar assustada para
trás.
— Eu não tenho nada de valor, eu juro...
— E esse seu sorriso? Parece ter um valor
inestimável.
Solto um xingamento quando o homem tira o
capacete, era o mesmo babaca do bar.
— Você está me perseguindo por acaso?
— Não, só não quero que fique com má impressão
de mim. Se quiser posso lavar sua blusa.
Rolo os olhos, observando seu rosto.
— Olha, é sério, me deixa em paz. Estou morta de
fome e precisando dormir. Tive um dia de cão, você não vai
querer me irritar.
— Tudo bem, moça, pode ir. Quem sabe não
conversamos um dia que seu humor estiver melhor.
— Ótimo, adeus.
Eu vou sair só que ele segura meu braço, estou
começando a ficar irritada com sua tamanha impertinência.
— Me chamo Ethan.
— E eu Sophie. Agora pode largar meu braço Ethan
— mando e ele obedece. — Quer um conselho?
— Claro. — Ele sorri e eu empino o queixo em sua
direção.
— Nunca toque uma mulher, a não ser que ela o
permita — digo e vejo ele morder o lábio.
— Obrigada pelo conselho, vou me lembrar dele na
próxima vez que nos encontrarmos. — Pisco para ele e
volto a andar, o mais rápido possível para a pousada.
Amanhã o dia tem que ser melhor. Como saí rapidamente
do bar nem consegui me despedir de Kathe, ela ficou no
restaurante, lembro-me que havia me contado que iria
encontrar alguns amigos, não quero atrapalhar sua noite
com meus problemas.

Acordo com Felix lambendo meu rosto, olho meu


relógio de pulso e percebo que se eu não me arrumar
dentro de 20 minutos vou me atrasar. Corro para o chuveiro
e tomo o banho mais rápido da minha vida, escovo os
dentes com pressa e quase não sobra tempo para pentear
o cabelo.
Visto-me com rapidez, preciso comprar um novo
celular urgentemente.
— Felix, vou ter que correr e não é só no sentido
literal da palavra — digo e ponho ração e água para ele.
Corro para fora do quarto e desço as escadas com pressa
quase caindo.
— Bom dia, Sophie. — Ouço Kathe cumprimentar-
me na recepção, mas estou sem tempo, passo correndo
por ela. O pessoal da rua deve achar que sou maluca.
Corro um quarteirão quase todo, quando novamente ouço
o barulho da moto do mesmo homem da noite passada, só
posso ter jogado pedra na cruz.
— Ei, sobe aí! Deixa que eu te levo.
— Cara você está de brincadeira né? Você é muito
impertinente — digo parando de andar.
— Acontece que o impertinente aqui tem uma moto
e pode te levar para onde você está indo apressada. Você
vai chegar bem mais rápido — grunho vencida e me
aproximo da moto dele.
— Me dá um capacete.
— Para onde você está indo?
— Para confeitaria — digo pondo o capacete que ele
me dá, subo na moto e rodeio sua barriga com os braços.
— Certo, então vamos — fala dando partida, quase
que meu coração pula pela boca, não gosto de andar de
moto. Sinto o vento bater em meu corpo, e uma sensação
de adrenalina me tomar. Ele vai muito rápido, corre com a
moto feito doido.
— Cadê meu muito obrigada?
— Vai para o inferno, se fosse em um lugar mais
longe você teria nos matado — ralho saindo de cima da
moto, quase jogando o capacete nele.
— Achei que estivesse com pressa.
— Estava com pressa para vir para o trabalho e não
para morrer.
Observar seu sorriso irônico me deixa ainda mais
irritada, então entro na confeitaria e o deixo falando
sozinho. Avisto a atendente que eu conversei ontem. Ela
está varrendo o lugar, quando me viu sorri.
— Oi, então você veio mesmo.
— Tinha dúvidas quanto a isso? — pergunto,
erguendo uma sobrancelha, sorrindo.
— Duvidei um pouco — ela confessa. — Venha vou
te mostrar a receita, também tenho que te avisar, o salário
não é muito.
— Tudo bem, ele dando para pagar o aluguel da
pousada, está ótimo — falo pondo a mão para trás, a
acompanhando e atravesso a bancada.
— Só espera um instante, já volto, vou deixar os
produtos de limpeza lá dentro antes que os clientes
comecem a chegar — avisa e sai me deixando sozinha.
Olho o computador, que está sem senha, posso facilmente
desviar um tanto de dinheiro para...
Chega Sophie!
Balanço a cabeça, tentando tirar esses
pensamentos da minha mente. Não sou mais assim, não
posso mais roubar, tenho que viver honestamente, para
provar para mim mesma e Alexander que consigo.
Alexander...
Ontem foi difícil dormir de tanto que estava
pensando nele. Será que ele vai conseguir me encontrar
dessa vez?
Parte de mim quer que ele encontre, talvez por isso
não me mudei para outro país e escolhi continuar tão perto
do canalha, mas minha outra parte ainda está ressentida
pelo que ele fez comigo. No fundo me iludi, achando que
ele estava começando a gostar de mim, assim como eu
dele. Passou só um dia, mas já sinto falta do seu toque em
mim, dos seus beijos quentes, da sua companhia.
Me dou um beliscão para tirar esses pensamentos,
não posso mais desejar, Alexander Campbell.
— Prontinho. Venha, vou te mostrar lá dentro.
Saio dos pensamentos e volto a olhar a mulher. A
acompanho para a parte dentro, onde é produzido os bolos
e doces. Já tem algumas mulheres e dois homens
trabalhando.
— Qual seu nome? — ela pergunta, enquanto
passava álcool em gel na mão, faço o mesmo que ela.
— Sophie e o seu?
— Christine, mas pode me chamar de Chris.
— Está bem — respondo.
— Como pode ver, aqui você vai ter que pôr a mão
na massa. Fazemos bolos, pães, cupcakes, fora outros
doces. Você só precisa seguir a receita, qualquer coisa um
dos nossos funcionários pode te ajudar.
— Por mim está ótimo — falo a seguindo até a
mesa.
— Nesses cadernos fica a receita de cada coisa, se
por algum ingrediente diferente já muda totalmente o sabor,
então tome cuidado.
— Pode deixar.
— Vista o avental. — Ela jogou o avental para mim.
— Boa sorte Sophie, qualquer dúvida é só me
chamar, ou melhor, chame alguns dos outros que estão
aqui.
— Obrigada — respondo, sorrindo falsamente e
começo a ler a receita do pão. Pego os ingredientes e
começo pôr a mão na massa.

Meu dia foi bem cansativo, minhas mãos estão


doloridas e minhas unhas quebradas, vou precisar cortá-las
se for continuar trabalhando. Chego na pousada e só quero
dormir. Entro no meu quarto vendo Felix brincando com
uma bolinha, tadinho, deve ser tedioso ficar o dia inteiro
nesse quarto, sozinho, sem nada para fazer.
— Amanhã vou te levar para passear, eu juro —
garanto a Felix, e vou feliz colocar mais ração e água para
ele. Vou até o banheiro e tomo um banho rápido, depois
me deito na cama e caio em um sono profundo.
Olhei para a janela, vendo a bela vista da Itália,
admirei-a por um tempo até que Alexander retornou para o
quarto, estou pelada sentada na cama, nos acabamos de
fazer sexo no banheiro. Ele passou os olhos pelo meu
rosto e depois pelo corpo, antes de vir até mim ainda
pelado.
— Não canso de te olhar, você é tão instigante, linda
demais — falou juntando-se a mim na cama. Estava
deitada embaixo dele, e Alexander observava meu rosto,
parecendo guardar cada detalhe. Senti meu coração bater
forte e toquei seu braço, sentindo seus músculos firmes,
antes de voltar a olhá-lo nos olhos. Alexander me beijou,
de repente, me deixando encabulada, as borboletas
dançaram em meu estômago e eu só desejei ser dele
novamente.
Ele beijou meu pescoço e desceu os beijos até meu
seio. Arqueei o corpo, quando senti sua língua dar voltas
em meu peito me instigando sem deixar de me olhar, ele
sabe bem como me deixar louca. Apertei as coxas em volta
dele, sentindo minha boceta lubrificar, o olhar de Alexander
ficou mais selvagem, e ele continuou a chupar meu seio.
Gemi, quando senti sua mão tocar minha boceta já
molhada e pronta para recebê-lo.
— Vou te foder, de novo e de novo, até você ficar
exausta de tanto gozar e pedir para eu parar — sussurrou
em meu ouvido e senti as batidas do meu coração se
descompassar.
— O que te faz achar que irei pedir para você parar?
— o desafiei com o olhar vendo o dele se tornar mais
escuro em minha direção. Arfei ao senti-lo introduzir dois
dedos dentro de mim de uma vez, me penetrando com ele.
Fiquei ofegante, desejando seu pau dentro de mim.
— Você me deixa louco, Sophie, é muito gostosa.
— Alexander... — Olhei no fundo de seus olhos,
implorando com o olhar, e ele me deu o que eu pedi.
E muito mais...
Acordei ofegante, olhando em volta do quarto.
— Alexander? — sussurro, sabendo que não teria
sua resposta, ela não está aqui, estou sozinha novamente
com Felix. Toco minha boceta e percebo que estou
molhada, a lembrança de Alexander no sonho me deixou
excitada. Não vou conseguir dormir sem me tocar, preciso
gozar. Faço voltas com o dedo em meu clitóris, lembrando
de Alexander, imaginando que ele está fazendo isso com a
língua. E não demoro muito para ter um orgasmo, que faz
minhas pernas tremerem e meu coração se acelerar, mas
não é a mesma emoção de quando Alexander me faz
gozar.
Suspiro chateada, viro para o lado e durmo.

Já faz três dias que estou nessa pousada e


trabalhando na confeitaria. Foi difícil esses dias, me
acostumar, ainda mais com o dinheiro acabando, porém, a
convivência com as pessoas tem me deixado alegre. Kathe
sempre é gentil e paga o jantar para mim, ela também me
ajudou a comprar a ração de Felix. Esses dias o levei para
passear, ele parece contente apesar de ficar preso dentro
do quarto quase o dia todo.
Ethan tem me dado carona todos os dias e mesmo
eu odiando ceder sempre acabo aceitando por estar
atrasada. Ele é gentil e apesar do jeito ruim em que nos
conhecemos eu estou começando a gostar de sua
companhia.
Sobre os sonhos eróticos com Alexander, eles
continuam. Esses dias quase perdi o controle e o procurei.
Sinto tanta sua falta, mas não posso voltar e seguir suas
regras, ser um brinquedo para ele enquanto ele fode com
outras mulheres, além de mim.
Estou esperando Kathe trazer o jantar, estou
assistindo uma série no celular dela, ela é uma fofa e me
emprestou.
— Cheguei — A ouço falar abrindo a porta. — Hoje
trouxe torta de frango, minha mãe que fez — diz e sinto
minha barriga roncar.

— Que delícia, já disse que amo sua mãe hoje? —


brinquei me levantando para pegar a torta. A observei, ela
está com dois convites na mão. — O que é isso? —
pergunto apontando para os convites.
— Você não vai acreditar! — fala animada. —
Consegui dois convites para um leilão beneficente de grã-
finos. Uma amiga, que conheci em uma festa em uma
boate cara, me deu esses dois. Pensei em te chamar para
ir comigo.
— Ah, obrigada por pensar em mim, Kathe, mas não
vou poder ir.
— E por que não? — indaga parecendo ficar
chateada.
— Tenho muitas coisas para se ocupar, desculpe.
— Por favor Sophie, vem comigo, não quero ir
sozinha. Vai ser divertido, além do mais é um baile de
máscaras, vou me sentir em 50 tons de cinza.
Gargalhei e peguei os convites de sua mão.
— Tudo bem eu vou, mas só porque você vem me
ajudando bastante e quero retribuir.
— Oba, obrigada, Sophie! — Ela me abraça
animada, e eu retribuo o abraço.
— Temos que escolher uma roupa e máscara para
vestir. Ai estou tão animada.
Sorrio vendo toda sua empolgação. Ela desata a
falar sobre o baile e que nele pode encontrar um milionário
que se apaixone por ela. Eu rio, a alegria de Kathe me
encanta.

Finalmente chega a sexta-feira. Acordo cedo e me


arrumo rapidamente, estou começando a me acostumar
com o horário. Faço as mesmas coisas que de costume e
saio novamente para mais um dia de trabalho.
Reviro os olhos quando Ethan já está parado em
frente à pousada com sua moto. Ando até ele, abrindo um
sorriso.
— Por que você acorda todo dia tão cedo para me
dar uma carona? — pergunto cruzando os braços,
observando ele me olhar, com o capacete na mão.
— Meu trabalho fica perto da sua confeitaria, não
custa fazer uma gentileza. — Ele sorri de lado e eu pego o
capacete de sua mão.
— Obrigada, graças a você não tenho me atrasado
para o trabalho — agradeço gentilmente e subo em sua
moto. Ele está usando seu casaco de couro novamente.
Seguro em sua cintura.
— Vou mais devagar dessa vez.
— Você sempre diz isso, mas vai sempre na mesma
velocidade — reclamo me agarrando a ele, ouvindo sua
gargalhada. Ele dá partida na moto e dessa vez não vai tão
rápido como de costume. Não demoramos a chegar em
frente à confeitaria. Desço da moto e entreguei o capacete
para Ethan. — Obrigada.
— O que vai fazer hoje à noite? — pergunta
erguendo a sobrancelha e dou de ombros.
— Dormir como sempre. Por quê?
— Você poderia ir até minha casa, jantar, o que
acha?
Mordo o lábio receosa observando seu rosto.
— Não acho uma boa ideia.
— Por quê? Não vou tentar nada juro, só quero sua
companhia.
— Tudo bem, me pegue às 20h.
— Tudo bem, até à noite, morena.
Ele pisca antes de sair com sua moto, suspiro, não é
uma boa ideia ir jantar na casa de Ethan, ele está com
intenções comigo e eu não sei se consigo me envolver com
outro homem, estando com o idiota de Alexander ainda em
minha cabeça.
— Você conquistou a atenção do solteiro mais
bonitão do bairro — Chris fala assim que entro na
confeitaria, sorrindo maliciosa, ela tem visto Ethan me
trazer para o trabalho todos os dias.
— Com certeza não, ele só está sendo gentil — digo
ficando envergonhada e ela balança a cabeça rindo.
— Não mesmo, o cara está caidinho por você. Que
outro motivo ele teria para te trazer todos os dias para o
serviço?
— Bom, se ele está ou não tá isso não muda em
nada. Não quero me envolver com ninguém.
Chris suspira largando os ombros antes de me
trazer uma vassoura e produtos de limpeza.
— Se um homem como o Ethan me quisesse, eu
não faria jogo duro, me entregaria logo de cara.
Gargalhei, achando engraçada a expressão que ela
faz e pego a vassoura.
— É para eu limpar aqui?
— Sim, hoje é o seu dia de fazer faxina, quero isso
um brinco, gata! fala, abrindo um chiclete e colocando na
boca. Suspiro e começo a trabalhar. Jogo água por todo
lugar e depois sabão, espalho com a vassoura limpando o
chão. Sinto-me quente, começo a suar e meu cabelo
começa a grudar em meu rosto. Depois de limpo pego o
rodo e puxo a água para fora, estou na calçada
empurrando a água quando vejo Kathe passar de bicicleta
e acenar para mim, eu aceno de volta.
Termino de passar o pano enxugando o lugar, eu
tenho que terminar isso antes que os clientes comecem a
chegar. Olho o relógio, ainda tenho muito trabalho pela
frente.
Chego em casa mortinha de cansada. Tomo um
banho demorado, tenho que me depilar com a gilete já que
esqueci de comprar cera e os pelos da minha coxa
estavam começando a ficar grandes demais. Escovo os
dentes e passo uma maquiagem leve, para esconder as
orelhas gritantes que estão debaixo dos meus olhos.
Vou para sala e coloco mais ração e água para
Felix. Ele late animado e vai comer.
— Ah Felix, nem sei que roupa usar para ir jantar na
casa de Ethan. Só tenho roupas chiques e ele me chamou
de patricinha no bar.
Reviro os olhos, vasculhando a mala. Preciso de
uma roupa bonita, mas comportada. Pego uma saia jeans e
uma blusa regata e visto. Prendo meu cabelo e passo
perfume.
Espero que essa noite seja ao menos divertida,
estou precisando de um pouco de distração.
Essa semana foi terrível. Eu já nem sei o que fazer
para tirar a dor de não a ter mais. Eu tentei de tudo,
mulheres, bebida, tudo que pudesse me fazer esquecer
Sophie, mas é algo impossível, porra, a diaba não sai de
minha mente. Faz quatro dias que o investigador me
mostrou seu paradeiro, fiquei confuso e surpreso ao saber
que ela está morando em um bairro pobre e está
hospedada em uma pousada medíocre.
Não entendo o porquê dela ter me deixando, e
abandonado a vida de luxo e tudo que eu podia dar a ela,
mesmo que Briella tenha lhe envenenado contra a mim, é
difícil entender o porquê de Sophie ter partido sem me
questionar antes. Anteontem o investigador trouxe mais
fotos dela, como eu pedi, algumas ela está vestindo um
uniforme de trabalho e está conversando com um homem,
que eu desconheço.
Tamanho foi meu ódio por vê-la sorrindo para ele na
foto, caralho, não posso me dar ao luxo de perdê-la,
Sophie é minha, e eu me enfureço toda vez que imagino
que tem outro ao seu lado, que não seja eu. Inferno, eu
queria ir até ela, colocá-la em cima do meu ombro e a
trazer de volta.
Me tornei um homem ciumento, possessivo, tudo
que sempre detestei ser por conta dessa ladra, que
primeiro roubou meu dinheiro, e agora meu coração.
Mesmo que eu deseje com todas as forças tê-la
novamente ao meu lado, preciso tentar tirar Sophie da
cabeça, preciso me desapegar dessa mulher. Eu nunca
corri atrás de nenhuma mulher na vida, não será dessa vez
que pretendo fazer, entretanto isso está sendo impossível
para mim, odeio me sentir impotente, é a primeira vez que
desejo loucamente uma mulher, que não posso ter.
— Estou detestando esse vestido. Pena que a
mamãe não me deixou usar os meus pretos — resmunga
Melanie quando abro a porta do carro para ela. Acabamos
de chegar ao evento, o leilão beneficente. Minha irmã veio
me acompanhar essa noite, ela está usando um vestido
rosa claro, que vai até seus pés, com uma máscara da
mesma cor, brilhante. Eu estou usando um smoking
branco, com a máscara no mesmo tom.
— Você reclama o tempo todo, é só uma roupa o
importante é que nossa mãe te liberou para sair e ficar até
a hora que desejar essa noite — falo, segurando sua mão
e a ajudando descer do carro.
— Tudo bem, prometo não reclamar de mais nada
pelo resto da noite — promete ela colocando seu braço
dentro do meu. Vamos em direção ao tapete vermelho,
sinto os flashes das fotos em meu rosto. Está lotado de
fotógrafos e jornalistas, o evento vai ser a página inicial do
jornal de amanhã.
Entramos no salão um pouco escuro. Olho em volta
vendo as pessoas passeando de um lado para o outro,
algumas sentadas, outras dançando. Imagino como Sophie
ficaria em um vestido de gala, vermelho, com uma máscara
que mostra somente seu olhar azul e sua boca vermelha,
ela ficaria tão linda. Eu dançaria com ela a noite toda e no
final da noite tiraria seu vestido, com calma, a excitando
aos poucos.
Merda, eu tenho que parar de pensar nela. Estou
começando a ficar excitado com uma imaginação.
— Será que Elliot já chegou? — Melanie pergunta,
procurando Elliot com o olhar.
— Acredito que não, podemos procurá-lo — ofereço,
vendo-a ir até uma mesa de doces e comer um.
— Que delícia. Será que seria muito mal-educado
da minha parte atacar essa mesa de doces?
— Coma o quanto quiser. Alguém tem que
aproveitar a comida da festa, já que os convidados
costumam comer pouco e no final sobra muita comida. É
bom que não tenha desperdício.
— Então pode deixar, vou aproveitar que nossa mãe
não está presente e vou engordar mais de 10 quilos essa
noite — ela fala sorrindo, com a boca cheia de doces. Paro
de reparar em Melanie para olhar em volta. Avisto algo que
me chama a atenção, é uma mulher de costas, com o
cabelo solto, preto, com cachos, lembra-me Sophie.
— Com licença irmã, já volto — avisou Melanie que
acena com a cabeça em minha direção, e eu me aproximo
da mulher. Ela se vira quando eu estou quase chegando
perto dela. Ela está incrível, usando um vestido azul
brilhante, com a máscara da mesma cor e seu cabelo
ondulado destacando seu belo rosto. Eu reconheceria seu
olhar azul em qualquer lugar que estivéssemos, mesmo
que atrás de uma máscara, é Sophie.
Tento ir o mais rápido que posso em sua direção,
mas um casal atravessa meu caminho, tenho que esperar
que eles passem, quando finalmente saem da minha vista,
Sophie já não está mais lá, ela evaporou, literalmente. Será
que eu estava alucinando, não é possível, ela está aqui e
vou encontrá-la.

O leilão começa e eu me junto à mesa que estão


Melanie e Elliot.
— Smoking bonito, irmão — Elliot cumprimenta
sorrindo sarcástico.
— Que bom que deu tempo de você vir de Nova
Iorque — falo e tomo um gole do champanhe, que foi
servido nas mesas. Fico observando o leilão, não pretendo
comprar nada, pois nenhuma das preciosidades me
interessa. Depois de leiloar os objetos, começou o leilão de
mulheres, quem comprá-las terá o prazer de sua
companhia em um jantar.
— Nossa, olha aquela morena ali, vou ter que
comprá-la — Elliot diz apontando na direção da mulher de
vestido azul, franzo o cenho, inferno, é Sophie que está ali
no meio das mulheres que vão ser vendidas, porra. Me
mexo na cadeira, desconfortável, quero subir no palco e a
tirar de lá. Como se percebesse que já a vi, ela olha em
minha direção.
— Está tudo bem? — pergunta Melanie preocupada,
me fitando.
— Sim, tudo bem!
— Gostou de alguma irmão? Escolha, mas já
adianto, a morena é minha.
Aperto minha mão sentindo a raiva me tomar e o
leilão começa. Primeiro foi leiloada uma mulher ruiva,
depois loira. Fico aguardando chegar a vez de Sophie.
— Aqui temos uma mulher bonita, de apenas 26
anos, que adora conversar e é engraçada. O lance mínimo
para começarmos é 3.000 dólares — fala o homem no
microfone e todos começam a dar valores. Fico
observando os homens babando por ela, sinto meu sangue
fervilhar.
— 5.000, do homem da mesa 14. Quem dá mais?
Meu irmão levanta uma plaquinha de 10.000. Outro
homem de outra mesa também dá um lance. Ao todo vai
parar em 50.000. Respiro fundo e levanto a placa de
100.000, deixando a todos chocados com meu lance
inesperado.
— Uau, o 100.000 do senhor da mesa 2. Quem dá
mais? — pergunta. — Vendido! — o homem decreta
batendo em cima da mesa e eu sorrio vitorioso.
— Você ficou louco? Em dar 100.000 reais por uma
mulher? — minha irmã ralha exasperada e meu irmão me
olha sorrindo.
— Você realmente adora uma disputa Alexander, eu
disse que ela era minha. — Rolo os olhos e tomo mais um
gole do champanhe, observando Sophie descer e sair das
minhas vistas.
— Bom, eu realmente achei atraente aquela mulher.
E convenhamos, 100.000 dólares nossa família ganha o
triplo por dia, praticamente.
— Vocês são malucos. — Melanie revira os olhos,
erguendo a mão para pegar a taça com champanhe, mas a
repreendo com o olhar.
— Eu só ia tomar um gole, poxa! — resmunga
emburrada.
— Elliot, cuide de nossa irmã. Eu vou atrás da
mulher que arrebatei.
— Divirta-se. — Ele sorri malicioso.
Saio dali e vou atrás de Sophie, estou louco para
falar com ela, eu daria milhões se precisasse, só para
poder ter mais uma noite ao seu lado. Procuro ela em todo
canto, até que resolvo ir ao camarim, o único lugar que eu
não costumo frequentar. Consigo vê-la conversando com
uma garota que também havia participado do leilão. A
menina sai a deixando sozinha e eu aproveito o momento
para me aproximar dela.
Ela está de costas para mim e não nota minha
presença. Chego por trás dela e toco sua cintura, sinto seu
corpo balançar, pega de surpresa. Sophie fica tensa, mas
quando toco seu braço sinto que está arrepiada. Coloco
seu cabelo para o lado e levo a boca a sua nuca, ouvindo
ela soltar um suspiro baixo. Levo minha boca ao seu
ouvido e sussurro:
— Eu te encontrei, meu anjo.
Ethan já está me esperando em frente à pousada,
quando saio pronta. Ele sorri, me olhando de cima a baixo,
parecendo gostar do meu visual. No fim escolhi vestir uma
calça e blusa preta. Vou até Ethan e pego o capacete.
— Você está linda — ele fala olhando em meus
olhos e eu suspiro.
— Já aviso que estou morta de fome.
— Você vai adorar a comida que eu preparei e a
sobremesa vai estar melhor ainda. — Ele pisca e eu sorrio,
subindo em cima de sua moto. Ele mora a uns cinco
quarteirões depois da pousada. Ele para em frente à sua
casa, desce da moto, e me ajuda a tirar o capacete. Fico o
observando, seu olhar é bonito e ele tem um charme
notável. — Finalmente você vai conhecer minha humilde
casa — diz ele sorrindo e vamos até a entrada. A casa por
fora é bem simples, e aparenta ser pequena. Quando
Ethan abre a porta para mim eu observo tudo à minha
volta. Ele decorou a casa com seu estilo, dá para ver que
em cada detalhe tem um pouco de sua personalidade. Vou
até a estante e vejo uma foto onde ele está com uma
senhora.
— É minha avó, ela morreu há anos — Ethan
explica.
— Ela parecia ser muito contente. — Penso alto
olhando a foto e Ethan se apruma, vindo até mim.
— Ela era muito feliz. Sinto falta dela em vários
momentos.
— Imagino, sei o quanto é doloroso perder alguém
— sussurro lembrando-me da minha mãe, sinto tanta
saudades dela. Sinto Ethan tocar meu ombro e me viro
para olhá-lo.
— Eu fiz macarrão, estilo italiano gosta?
— Adoro.
— Então venha, eu preparei um cantinho para
comermos e conversarmos — diz ele, apontando para o
chão da sala, onde tem almofadas e na mesa de centro
estão os pratos e talheres.
— Nossa, que incrível. Sabe que é costume em
vários países, a família comer no chão?
— Sei sim, por isso tive essa ideia. — Ele pega em
minha mão e vamos até onde ele colocou as almofadas.
Me sento em cima delas, no chão.
— Já volto, vou pegar o macarrão — avisa, fico o
esperando voltar, observando a sala. Não demora para que
Ethan retorne à sala, com uma panela na mão, onde deve
estar o macarrão, e uma garrafa de vinho na outra.
— Espero que goste de vinho — fala sorrindo e se
senta junto a mim. O cheiro do macarrão está incrível.
— Está tudo perfeito, Ethan, obrigada — afirmo
olhando nos olhos, abrindo um sorriso. Ethan tem se
mostrado ser alguém muito simpático. Estou amando sua
companhia.
— Que bom que gostou.
Observo-o pôr macarrão em meu prato e me servir
vinho em um dos copos. Provo o macarrão, soltando um
gemido em seguida, que delícia.
— Está maravilhoso!
— Eu sei, foi eu que fiz — brinca e eu dou um tapa
em seu braço, rindo.
— Bobo — falo, bebericando o vinho. — Me conte
sobre você Ethan. Você sempre morou aqui em Toronto?
— Não. Sou da Flórida, meus pais moram lá. Eu vim
passar um tempo em Toronto, precisava mudar de ares.
— Entendo.
— E você, morava onde antes de se mudar para cá?
Coloco uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e
sorrio.
— Eu já morei em muitos países. Turquia, Texas,
Miami dentre outros. Agora estou pensando em ficar por
aqui, pelo menos por certo tempo.
— Nossa, não imaginava que você era uma viajante.
— Tem muitas coisas sobre mim que você ainda não
sabe.
— Estou doido para descobrir. — Ele abre um
sorriso e eu volto a comer.
— Talvez futuramente eu te conte!

Depois de comermos e conversamos bastante,


chega a hora de eu ir embora. Adorei a noite, e conversar
com Ethan me fez bem. Eu o ajudo a arrumar a bagunça e
depois peço que me leve embora.
— Você sabe que pode ficar, não é? — Me apoio na
bancada da cozinha, ouvindo-o sussurrar.
— Ethan... — o repreendo com o olhar quando ele
dá um passo na minha direção, ficando muito perto de
mim, me deixando encurralada.
— Você é solteira e eu também, Sophie. Qual o
problema de aproveitarmos a noite juntos? — Sinto seu
hálito bater em meu rosto, por sua boca estar perto da
minha. Ethan não deixa de me olhar em nenhum momento.
Sinto um arrepio tomar meu corpo.
— É complicado Ethan, desculpe, não vou transar
com você — sussurro, vendo seu sorriso se abrir, Ethan
toca minha cintura.
— Por que não? — pergunta, me olhando
profundamente. — Garanto que você vai gostar.
Ele aperta minha cintura e seu corpo ficou mais
próximo do meu. Ethan é alto, como Alexander, fico
pequena perto dele. Ele leva sua boca até meu pescoço e
eu o deixo me excitar. Ele mordisca minha clavícula e a
beija, subindo até minha orelha. Espero sentir todo aquele
fogo que sentia quando Alexander me tocava, mas não
sinto, isso não quer dizer que eu não esteja gostando das
carícias de Ethan, eu estou, mas não como com Alexander,
é diferente, a atração entre nós é insana.
— Quer que eu pare? — Ethan pergunta,
sussurrando em meu ouvido.
— Ethan, eu não estou pronta para vivenciar isso
com você, entende? Vamos com calma tá bom? — peço
tocando seu peito para afastá-lo, minhas bochechas
queimam quando vejo sua ereção.
— Tudo bem, eu espero o tempo que for — fala
depois de limpar a garganta, ele está rouco.
— Pode me levar embora?
— Sim, claro.
Ethan me leva embora e não falamos mais sobre o
acontecido, ele está mudo e distante, sei que ele desejava
mais, no entanto, no momento eu não posso ficar com
alguém pensando em outra pessoa. Essa atitude não
condiz com minha personalidade.

— Não sei se gosto desse vestido azul — falo me


olhando no espelho. Kathe está satisfeita com seu vestido
vermelho, que nós alugamos. Não é que eu não goste da
cor azul, é que gosto de diferenciar os tons das cores das
roupas que visto da cor de meus olhos.
— Você está linda Sophi, vai arrasar com esse
vestido no evento — Kathe diz e eu volto a me olhar no
espelho, é não tem jeito, terei que usá-lo. Kathe fez minha
maquiagem e a dela. Pensei em prender meu cabelo, mas
acho que ficará mais bonito se eu o usar solto. Kathe teve
a brilhante ideia de fazermos cachos na ponta.
Quando termino de me arrumar me olho no espelho,
adoro o resultado final de minha produção.
— Vamos? O táxi que chamei já está nos esperando
lá embaixo!
Dou uma última conferida em Felix antes de descer
com Kathe. Chegando à frente da pousada, entramos no
táxi e ela entrega o endereço para o taxista. Confesso que
estou um tanto nervosa, eu sei que muitas pessoas ricas
frequentam esse tipo de evento, torço para que Alexander
não esteja entre eles, ainda é cedo para nos
reencontrarmos.
Fico chocada ao ver tantos fotógrafos e jornalistas
do lado de fora do evento, e um tapete vermelho digno do
Oscar. Olho para Kathe que observa tudo com os olhos
brilhando e saímos do táxi. Os jornalistas nem param para
nos entrevistar e nem tiram fotos da gente. É raro alguém
chegar de táxi em um evento desses, a maioria vem de
limusine e carros caros.
Entramos no baile de máscaras, parando na porta,
meu Deus, que festa encantadora.
— Você viu o tanto de comida que tem aqui? —
Kathe sussurra em meu ouvido, animada.
— Vi sim, pena que não vim de bolsa, poderia levar
alguns doces embora — digo fazendo biquinho e ela
gargalha.
— Aqui temos que fingir ser refinadas, portanto, não
roubamos comida. — Ela pisca indo até perto da pista de
dança e parando. Ficamos um tempo olhando em volta,
vejo várias mesas, algumas são reservadas a alta elite.
— Vamos tirar uma foto? Preciso postar
urgentemente em meu Instagram.
— Vamos — falo vendo-a pegar seu celular e pôr na
câmera. Ela tira uma selfie nossa, onde eu sorrio feliz e ela
pisca para câmera.
— Qual seu Instagram? — ela pergunta, me fazendo
lembrar que estou sem celular e nem mesmo tenho um
Instagram.
— Eu não tenho.
— Meu Deus, em que mundo vive alguém sem
Instagram. — Ela rola os olhos, e eu estou para lhe
responder, até que me viro e vejo um homem, alto, que se
destaca em meio às pessoas por conta de seu smoking
branco. O rosto de Alexander me fita surpreso, ele está
mais lindo do que nunca. Observo-o me olhar de cima a
baixo e começar a andar até mim, meu coração salta, por
tamanha saudade que estou sentindo dele.
Sinto minha pulsação acelerada quando ele está
perto. Um casal entra à sua frente e eu não hesito, puxo
Kathe pelo braço e nos tiro dali. Ela estranha eu sair a
puxando. Entro em outra parte do salão e suspiro aliviada.
— O que diabos foi isso? — pergunta me olhando
confusa.
— Nada, eu só preciso respirar um pouco antes de
voltar para o salão.
— Tudo bem, Camily, minha amiga nos chamou no
camarim. Parece importante.
— Então vamos lá.
Acompanho Kathe até o camarim, tentando me
camuflar o máximo que posso. No camarim tem algumas
garotas se maquiando, todas muito bonitas e altas. Uma
mulher elegante loira se aproxima de nós, com um sorriso
no rosto.
— Kathe, você veio — fala abraçando Kathe.
— Claro, não perderia essa oportunidade nunca.
A loira me olha e sorri gentilmente.
— Olá, como vai?
— Bem e você?
— Bem — responde ela, voltando a olhar Kathe. —
Amiga, preciso da sua ajuda. Duas das garotas que vão ser
vendidas no leilão não puderam vir. Preciso de substitutas.
— Mas como posso te ajudar com isso? — Kathe
franze a testa olhando Camily, que abre um sorriso,
parecendo acabar de ter uma ideia genial.
— Vocês duas podem substituí-las, que tal?
— O quê? Não mesmo — falo. Até parece que vou
topar ser vendida em um leilão, mesmo que não seja para
fazer sexo.
— Eu também não acho uma boa ideia — Kathe
começa a falar.
— Eu pagarei 2.000 dólares a vocês duas se
toparem participar. Por favor garotas, isso é pela caridade.
— Bom... Se é pela caridade eu aceito. — Aceitei de
prontidão. Esse dinheiro que ela ofereceu é irrecusável.
— Kathe?
— Tá bom, eu também topo.
Na hora do leilão minha barriga se enche de
borboletas, o que estou fazendo da minha vida, meu Deus.
Primeiro leiloaram os objetos, depois chegou nossa vez.
Procuro com o olhar, Alexander nas mesas, o encontro
sentado com Melanie e Elliot, caramba, minha vontade de
sair correndo aumenta com força, no entanto, não posso
deixar Camily na mão.
Chega a vez de nós mulheres sermos leiloadas e
um arrepio toma meu corpo. Vejo as meninas serem
compradas e aguardo minha vez, quando chega o homem
me chama para o palco, ando trêmula até ele. Ouço ele
começar me apresentar e logo depois as pessoas
começam a dar seus lances. Fico chocada com o tanto de
dinheiro que os homens oferecem só por um jantar em
minha companhia.
Respiro fundo até que ouço o homem falar 100.000,
não pode ser, olho para mesa do cara que me comprou e
me surpreendo ao ver Alexander me olhando, merda, ele
deu o lance mais alto, agora terei que jantar com ele.
Meu coração está acelerado quando eu saio do
palco e vou para o camarim, Camily se aproxima de mim
com um sorriso no rosto.
— Parabéns, nossa, nunca ninguém deu um lance
tão alto por uma mulher.
— Obrigada, espero que esse dinheiro ajude a
caridade.
— Com toda certeza, vai, obrigada por participar —
Camily me agradece. — Posso transferir já o dinheiro para
sua conta.
— Prefiro receber em dinheiro vivo — falo, não
tenho mais contas e nem cartão.
— Então amanhã eu entrego pessoalmente no seu
endereço, onde mora?
— Anota aí — indico e começo a falar onde eu
moro, vejo sua expressão surpresa, ela não imaginava que
eu morava no mesmo bairro do Kathe.

Kathe termina de falar animadamente sobre o leilão.


Estamos juntas no camarim.
— Preciso ir ao banheiro, me espera aqui? — pede
ela fazendo uma careta.
— Espero sim, vai lá. — Ela sorri gentilmente e sai
do camarim. Solto um suspiro, espero que essa noite
termine logo.

Estou distraída, quando sinto uma mão tocar minha


cintura, meu corpo todo treme e freia de surpresa. Eu ia
gritar e me afastar, mas sinto o perfume de Alexander, eu
reconheceria seu cheiro em qualquer situação. No mesmo
instante as batidas de meu coração se aceleram, e sinto o
fogo se espalhar pelo meu corpo quando ele afasta meu
cabelo, colocando-o para o lado e beija minha nuca, meu
corpo se arrepia todo quando ouço sua voz dizer:
— Te encontrei, meu anjo.
— Não me toque! — mando, me distanciando de
Alexander, me virando para olhá-lo. Preciso ter
autocontrole, não posso enlouquecer toda vez que ele me
toca, mas eu gosto tanto... Merda. Tento ir até a porta, para
tentar fugir daqui, escapar dessa situação, mas Alexander
é mais rápido, ele entra em minha frente e tranca a porta.
— Você não vai fugir de mim outra vez — vocifera e
eu dou um passo para trás quando ele se aproxima de
mim.
— Não se aproxime!
— Por quê? Tem medo de não resistir Sophie? —
ele me questiona, com a voz modulada, se aproximando de
mim como se fosse um felino pronto a atacar a presa. Me
encosto na penteadeira, percebendo que não tenho para
onde fugir.
— Me deixe sair Alexander — peço, quando ele para
em minha frente, e toca minha bochecha. — Você não
pode me tocar.
— Me diga o porquê eu não posso, meu anjo.
Conte-me o porquê fugiu.
Fecho os olhos quando percebo que ele está fitando
com atenção o meu rosto.
— Eu desisti do acordo, não pertenço mais a você
Alexander.
— Seu corpo ainda reage quando eu te toco, você
ainda sente algo por mim — sussurra ele perto do meu
rosto, meu maldito coração começa a bater mais forte e eu
sinto vontade de beijá-lo quando olho seus lábios.
— Eu não sinto nada — murmuro erguendo o queixo
na direção de seu rosto, mostrando que ele não me abala.
— Eu quero uma explicação Sophie, mereço pelo
menos isso.
— Quer uma explicação, tudo bem eu te dou —
digo. — Eu desisti do acordo porque me recuso a continuar
sendo um brinquedo sexual para você.
— Você nunca foi um brinquedo sexual para mim.
— Sim, eu era e mesmo tendo a mim você não
conseguia se satisfazer com uma só mulher.
Alexander dá um passo para trás me soltando,
franzindo a testa. Eu solto as palavras com raiva, igual fico
toda vez que me lembro das fotos dele e de Briella.
— Do que está falando?
— Sobre você ter transado com Briella — confesso,
o pegando desprevenido. — Vai dizer que é mentira? Que
não transou com Briella?
Alexander fica mudo e olha para o lado, sem saber o
que dizer.
— Sophie, eu estava bêbado naquele dia, eu não sei
bem o que aconteceu, mas tenho quase certeza de que fui
dopado e vou lhe provar.
— Que se foda, Alexander, isso não importa mais.
Eu já realizei seu desejo, você tem meus cartões e contas.
Estou trabalhando e vivendo honestamente.
— É eu sei disso, ou acha que não sei onde está
morando? — conta. Já imaginava que ele podia saber do
meu paradeiro. — Eu vi fotos suas, várias, até com um
homem.
Mordo os lábios ao ouvi-lo falar de Ethan.
— Quem é ele? Você tem saído com ele, Sophie? —
pergunta Alexander. Ele me olha com uma expressão de
raiva, o fato de eu poder estar transando com outro o deixa
enfurecido.
— Talvez, mas não te devo satisfações. — Eu sorrio
secamente ao respondê-lo. Alexander volta a se aproximar
de mim, solto um grunhido quando ele segura meu rosto,
me fazendo encará-lo.
— Você é minha, Sophie. Somente minha,
entendeu? — ele ralha, com o rosto próximo ao meu,
parecendo uma fera selvagem, enciumado.
— Eu não sou sua, e nem de ninguém, Alexander,
pessoas não são objetos que você pode comprar para
serem seus. Você só sente desejo por mim e eu não posso
mais suprir suas necessidades.
— Porra — ele pragueja, soltando meu rosto com
fúria. — Me escute, ainda voltará a ser minha, eu vou lutar
por isso.
— Então eu te desejo boa sorte, Alexander, porque
você vai precisar — respondo, no exato momento que
alguém bate na porta e Alexander é obrigado a abrir. Saio
por ela quase correndo, vou achar Kathe e dar o fora desse
lugar. Paro em frente à porta do banheiro e finalmente a
adrenalina se esvai de meu corpo, sinto vontade de chorar,
que inferno, não posso ter me apaixonado por ele...
Mas estou e pretendo tirar esse amor de dentro de
mim. Alexander não me merece, não me ama, e eu não
vou deixá-lo me usar mais uma vez.

No dia seguinte aproveito o dia para correr no


parque que fica perto da pousada, com Felix, ele adora
quando o levo para passear. Estou ficando sedentária,
preciso me exercitar mais vezes, duas corridas em volta do
parque eu quase tenho um ataque cardíaco. Olho para
Felix que parece animado, doido para voltar a correr e eu
sorrio.
— Ah, garoto, desculpe, mas vou ficar te devendo.
Ele começa a latir e eu ando de volta até a pensão,
puxando Felix com a coleira que comprei para passear com
ele. Assim que chegamos, estranho, quando vejo um carro
luxuoso parado em frente à pousada. A mulher de ontem,
Camily, está parada na recepção. Enxugo a gota de suor
que está na minha testa e ando até ela.
— Oi — cumprimento e ela se vira, depois sorri
quando me vê.
— Oi Sophie, como vai?
— Bem. Desculpe, eu sei por que está aqui. Deve
ter tido prejuízo depois de eu não ir ao jantar com o
Alexander e...
— Não é isso. Bom, o Alexander Campbell pagou
mesmo você não tendo o acompanhado, e por incrível que
pareça não reclamou.
Suspiro aliviada, pelo menos eles não tiveram
prejuízo. Eu não poderia jantar com Alexander, não depois
do decreto que eu fiz, quanto mais longe dele eu ficar,
melhor vai ser, assim eu o esqueço de uma vez.
— Que bom.
— Então Sophie, vim trazer seu dinheiro e algumas
coisas que o senhor Campbell mandou que eu entregasse.
Olho para os dois envelopes que ela tem na mão.
— Alexander mandou você me entregar? — Franzo
a testa confusa e ela sorri me entregando os envelopes.
— Sim, também estranhei, mas bom, ele deve ter
gostado de você. — Abro um sorriso falso e olho os
envelopes.
— Obrigada.
— De nada. Obrigada por participar do leilão de
última hora.
Ela se despede e vai embora, suspiro e subo quase
correndo para o meu quarto, louca para ver o que tem
dentro do envelope que Alexander mandou Camily me
entregar. Tiro a coleira de Felix, e me sento na cama, assim
que entro no quarto.
Respiro fundo me sentindo nervosa e abro o
envelope, me surpreendo ao ver todos meus cartões de
créditos dentro do pacote, e uma carta de Alexander. Abro
a carta e tiro o papel grande de dentro dela para fora.
“Eu sei que poderá ser um longo caminho até eu conseguir
te ter de volta, mas quero que saiba que vou persistir,
porque você já deveria saber que nunca desisto do que eu
desejo, e eu te quero Sophie, penso você a cada instante,
a cada segundo do meu dia. Enviei esse envelope com
seus cartões, quero que fique com eles, use como desejar,
pois são seus e eu não quero que passe por dificuldades.
Hoje começa minha jornada para te ter de volta, já aviso,
vai ter que me aturar. Com amor, Alexander Campbell.”
Dentro dela também há um documento, um exame
de sangue, que comprova que Alexander foi dopado na
noite em que estava com Briella. Quando termino de ler
reparo que estou boquiaberta, não posso acreditar que
Alexander admitiu seus sentimentos por mim, nem que
Briella foi capaz de fazer isso, que mulher mais ardilosa.
Deito na cama com o papel no peito.
— Assim fica difícil de te esquecer, Alexander —
murmuro, sentindo um aperto no peito, repleto de saudade.

No dia seguinte saio para trabalhar, quando chego


em frente à pousada confesso que não esperava ver Ethan
me esperando, como de costume, achei que ele tinha
ficado chateado depois da minha recusa no dia do nosso
jantar. Andei até ele, forçando um sorriso, a verdade é que
não estou feliz em vê-lo, é verdade que Ethan me alegra,
mas depois dos acontecimentos eu estou me sentindo
desanimada, não gostaria nem de ter levantado da cama.
Agora que tenho meus cartões de volta eu não
precisaria trabalhar, no entanto, eu me acostumei com a
rotina, não quero simplesmente aceitar os cartões
novamente e viver com o dinheiro desonesto dos meus
roubos. Estou tentando me tornar uma pessoa melhor, é
difícil, mas acho que estou conseguindo aos poucos.
— Oi — cumprimento e ele sorri.
— Tudo bem, morena?
— Estou bem e você?
— Melhor agora.
Ruborizo ao vê-lo morder o lábio inferior e me olhar
de cima a baixo.
— Ethan...
— Eu sei que você pediu para eu ir com calma, mas
não me peça para parar de te dar carona. Eu adoro fazer
isso.
Suspiro cruzando os braços e não aguento, gargalho
o olhando.
— Certo Ethan, você sabe que carona eu não
recuso. — Pisco para ele que me entrega o capacete.
— Você parece cansada, não dormiu bem?
— Tive insônia — respondo, pronta para pôr o
capacete, mas de repente sinto um frio subir pela minha
coluna, uma sensação de estar sendo observada. Olho em
volta e vejo um carro luxuoso, parecido com o de
Alexander, estacionado na rua próxima ali. Os vidros
escuros me impedem de ver o rosto da pessoa dentro do
carro. Como se percebesse que eu o noto o carro começa
a andar e vira na outra rua.
— Ei morena, o que foi? — Ethan me cutuca e eu
volto a prestar atenção nele. Será que Alexander veio me
ver?
— Nada, podemos ir já — respondo pondo o
capacete e subindo na moto. Ainda sentindo meu coração
disparado só de imaginar que Alexander estava
observando Ethan e eu.

Passo o dia preparando massa de pão e lavando


louça, minhas unhas estão começando a ficar horrorosas.
Fico de olho no relógio, ansiosa para chegar o horário de
eu ir embora. Suspiro aliviada quando o ponteiro bate às
17h. Tiro o avental, saio da parte de produção da
confeitaria e entro na recepção.
— Christine, quero três pães com presunto para
viagem. E um suco natural de laranja — peço para Chris
que está ocupada mexendo no telefone na recepção.
— Ok, só um minuto Sophi — responde, indo pegar
meu pedido. Ela me entrega e eu caminho para fora do
estabelecimento.
Termino de tomar banho e visto meu pijama. Escovo
os dentes e depois separo algumas séries para assistir no
celular que Kathe me emprestou da mãe dela, ela disse
que ela quase não usa. Escolho filmes de ação, não a fim
de romance hoje. Coloco ração e água para Felix e preparo
meus três pães, colocando presunto dentro. Já ia comer
quando alguém me interrompe, batendo na porta.
— ENTRA! — grito e Kathe entra pela porta, com
uma expressão conturbada.
— O que aconteceu? — pergunto curiosa.
— Sophi, tem um homem lá embaixo te procurando,
ele quer subir de todo modo, parece estar bêbado. Não sei
o que fazer, é para chamar a polícia?
Fico chocada não pode ser...
— Esse homem por acaso é bem alto e parece um
Deus grego de tão bonito?
— Ele parece ser bem rico e sim, é um Deus grego.
Passo a mão pelo cabelo, sem saber o que fazer,
por Deus, Alexander só pode ter ficado louco.
Desço correndo junto a Kathe, pela escada. Quando
chegamos na recepção não acredito no que vejo.
Alexander com a camisa desabotoada, mostrando seu
peitoral e a gravata folgada. Seu cabelo está bagunçado, a
barba por fazer, e seus olhos avermelhados. Ele está
segurando uma garrafa de Bourbon quase vazia.
Ele está quase caindo no chão, então Kathe e eu
corremos até ele para segurá-lo.
— Isso me ajuda — falo colocando o braço de
Alexander em volta de meus ombros.
— Caralho, ele pesa muito — grunhe Kathe me
ajudando.
— Sophie... — Alexander murmura, totalmente fora
de si ao me ver. — Eu te amo.
Franzo a testa o olhando.
— Kathe me ajuda a subir com ele. — Ela assente e
com muito esforço andamos com ele até a escada e o
levamos para cima. Alexander está murmurando coisas
incoerentes. Kathe me ajuda a por ele na cama.
— Deveríamos por ele debaixo do chuveiro — diz
ela, olhando para Alexander. Resmungo esfregando meus
ombros, não sei como conseguimos subir com ele.
— Não mesmo, deixa ele dormir um pouco quando
acordar vai estar melhor.
— O que fazemos com o resto da bebida? —
pergunta me mostrando a garrafa de Bourbon.
— Pegue para você, mas não deixe sua mãe ver.
— Pode deixar. — Ela sorri contente. Eu vou até
Alexander. Ele já está até ressonando, assim que
colocamos ele na cama ele capotou.
— Ele é o mesmo homem que te comprou no leilão,
você já o conhecia, não é?
— É uma longa história. — Suspiro e vou até Kathe,
que está de braços cruzados me olhando, esperando uma
explicação.
— Eu mereço saber tudo Sophie, me conte.
— Tudo bem, Kathe, vou te contar, mas somente
amanhã. Hoje preciso resolver esse problema que caiu de
paraquedas na minha porta.
— Ok, boa sorte — ela responde saindo do quarto.
Vou até Alexander e me sento ao seu lado. Ele está
fedendo a álcool. Toco a pele de seu vendo-o se mexer.

Era de madrugada quando Alexander finalmente


acordou. Não consegui dormir, fiquei assistindo, ansiosa
para que ele acordasse. Observo-o esfregar os olhos e
olhar em volta, depois pôr a mão na cabeça, fazendo uma
careta.
— Sophie, o que faço aqui. — Ele me olha confuso e
me sento na cama.
— Agora vai se fazer de desentendido? — reclamo.
— Você chegou bêbado aqui. Foi um sufoco para Kathe e
eu subir pela escada com você.
Ele fita meu rosto, seus olhos estão sonolentos.
— Eu só me lembro de ter ido de manhã ao bar,
depois de... — Ele se cala e isso instiga minha curiosidade.
— Depois de...?
— Depois de te ver novamente com aquele cara.
Então de manhã, naquele carro, realmente era ele.
— Alexander, você não pode fazer isso, beber desse
jeito, ficar me vigiando.
— Eu não estava te vigiando — ele resmunga se
sentando na cama, também.
— Claro que estava!
— Eu estava com saudades sua, e resolvi vir te ver.
Só que você parece ter um novo “amigo” que não desgruda
de você.
Respiro fundo, sentindo-o tenso ao soltar as
palavras, parece realmente enciumado.
— Alexander, você tem que tomar um banho — digo
me levantando da cama.
— Eu vou embora...
— Você veio dirigindo bêbado, teve sorte de não
sofrer um acidente. Você só vai embora depois que tomar
um banho e o dia amanhecer, até lá, não vou te deixar sair
daqui — decreto, solenemente e ele sorri, esfregando os
olhos.
— Eu tomo banho se você me acompanhar. — Vejo
ele abrir um sorriso malicioso e eu reviro os olhos.
— Para de gracinha, Alexander.
— Vamos lá, meu anjo, estou mal ainda, não posso
tomar banho sozinho. — Ele me olha com expressão de
cão pidão e eu dou risada.
— Nem pensar, vai logo, direto para o banho! Você
está cheirando a Bourbon e isso não é nada elegante.
Ele suspira se levantando. Olha em volta, parecendo
reparar agora no meu minúsculo quarto caindo aos
pedaços, ele franze a testa, mas não fala nada. Alexander
vai para o banheiro e eu peguei o sanduíche que havia
guardado para ele, imaginando que ele iria acordar faminto.
Espero-o sair do banho. Quase tenho um ataque cardíaco
quando Alexander abre a porta do banheiro e sai nu, sem
vergonha alguma.
Olho seu corpo, que não vejo há uma semana, e me
viro rapidamente, sentindo que minhas bochechas pegam
fogo e meu corpo começa a ficar excitado.
— O que foi? Não é nada que você nunca tenha
visto — ele zomba e eu aliso minhas bochechas, antes de
me virar, com medo de ele me ver envergonhada. Fico
aliviada ao vê-lo já decentemente vestido.
— Alexander, nós temos que conversar seriamente.
— Sophie. Eu sei o que vai dizer — solta ele. — Que
o que eu fiz está errado, e que não devo mais te procurar.
— Exatamente. O que tínhamos acabou, você sabe
disso.
— Sei, mas não aceito — rebate ele. — Você viu o
exame que te mandei, que comprova que Briella me
dopou? Eu não transei com ela Sophie!
— Sim, eu vi o exame, Briella te dopou e daí? Você
ficou no bar com ela. Você sempre cede a ela. Talvez você
goste dela, e nem ao menos perceba.
— Eu não gosto de Briella! Caramba.
— Como você sabe?
— Porque na minha mente e em meu coração só há
espaço para você, e mais ninguém. — Ele se aproxima de
mim, colocando meu rosto entre suas mãos. — Somente
você tem esse dom de me perturbar, me deixar maluco,
Sophie. Eu só quero você e mais ninguém.
Sinto uma vontade inexplicável de chorar ao olhá-lo
bem no fundo dos olhos, então me afasto.
— Isso pode ser somente desejo, Alexander.
Lembra-se do nosso acordo? Você ficaria comigo até se
enjoar. Ninguém enjoa de quem ama de verdade.
— Porra, Sophie, eu nunca senti isso antes.
Desculpe minhas atitudes do passado, eu não sou bom
nisso.
— Nisso o quê? — pergunto, voltando a olhá-lo.
Sentindo-me quente, e receosa.
— Nisso de se apaixonar. — Ele solta os ombros,
junto com as palavras, me olhando profundamente, e não
consigo controlar as lágrimas que saem dos meus olhos e
descem pelo meu rosto.
— Alexander, só vamos saber o que realmente
sentimos depois de um tempo separados. Dizem que o
tempo dirá tudo, somente não o amor. Se esse sentimento
que você acha que sente por mim for verdadeiro,
saberemos depois desse tempo.
— Sophie, por favor, não. Não quero e não posso
ficar longe de você. — Ele volta a se aproximar de mim,
mas me distancio indo até a porta e a abrindo.
— Respeite minha decisão, isso é só o que te peço.
Observo ele caminhar até a porta, parecendo
decepcionado.
— Se essa é sua decisão eu vou acatar ela.
— Obrigada — sussurro, antes dele sair pela porta e
eu a fechar com o coração pesado, mas sinto que tomei a
decisão mais coerente e madura, para nós dois. Se for
para que Alexander e eu fiquemos juntos, que seja com a
certeza que estaremos prontos para um relacionamento de
verdade.

Quatro semanas se passaram depois da última vez


que vi Alexander.
Ele tem respeitado minha decisão, tem se mantido
longe, na medida do possível. Entretanto, sempre manda
flores e presentes para mim. Dias atrás recebi um colar de
diamantes, caríssimo, e ele também mandou nosso anel de
noivado.
Eu continuo trabalhando na confeitaria, mas faz
alguns dias que estou passando mal e não consigo sequer
levantar da cama. Só de sentir o cheiro de bolo eu vomito.
— Você está melhor? — Kathe pergunta, sentada ao
meu lado na cama.
— Não, o enjoo não passa — reclamo com a mão
na barriga, sentindo a vontade de vomitar me tomar
novamente, saio correndo para o banheiro.
— Você tem que ir ao médico. Não pode ficar assim
Sophi.
— Devo ter comido algo que me fez mal, somente
isso — respondo. — Não tem necessidade de ir ao médico.
— Sophie, você está assim há dias. Que eu saiba
quando alguém vomita tanto assim pode estar grávida.
— O QUÊ? — grito. — Não estou grávida.
— Sua menstruação está em dia? — Mordo o lábio,
lembrando que minha menstruação já deveria ter vindo há
duas semanas. — Sophie...
— Tá bom, pode ser que esteja grávida — falo me
jogando na cama, eu não quero aceitar esse fato. Estava
torcendo para a bendita da minha menstruação descer,
mas tem algo errado.
— Meu Deus. — Kathe cobre a boca com a mão
chocada. — Quem diabos é o pai?
— Alexander. Lembra que te contei semana
passada sobre nós dois.
Eu contei tudo a Kathe, sobre os roubos e
Alexander, até sobre Bruce.
— É verdade. E agora o que você vai fazer?
— Não faço a menor ideia. Antes de tudo preciso
confirmar isso.
Ela se levanta da cama rapidamente.
— Vou correr na farmácia, para comprar o teste!
— Tá bom!
— Já volto.
Observo-a sair do quarto e olho para Felix que está
dormindo, tão bonitinho no chão. Isso não pode acontecer
agora, não estou preparada para ser mãe. Que Deus me
proteja.

Saio do banheiro com o teste de farmácia e Kathe


me olha com expectativa.
— E então?
— Positivo. — Começo a chorar sem parar e ela
vem e me abraça.
— Vai ficar tudo bem Sophie, não fica assim!
Abraço Kathe fortemente, sentindo muito medo, sem
saber o que farei daqui para frente.
Chego na empresa de Alexander bem cedo. Preciso
falar com ele, não posso carregar tudo isso sozinha, não
quero esconder a gravidez dele, e confesso que estou
louca para ver a sua reação. Essas semanas longe dele foi
difícil, toda vez que saía de casa sentia como se ele
estivesse me observando, mas era somente coisas da
minha cabeça. Durante a noite eu sonhava com ele, por
Deus, estou sentindo tanta saudade de transar com
Alexander, de sentir prazer de verdade. Nunca antes de
conhecê-lo senti falta do sexo ou tinha tantos sonhos
eróticos como agora tenho.
Entro na empresa e vou até a recepção. A
recepcionista quando me vê franze a testa, se lembrando
de mim.
— Bom dia, gostaria de falar com Alexander
Campbell.
— Certo, só um instante, senhorita — ela responde
e ao contrário da última vez, liga rapidamente para
Alexander.
— Sim senhor, Sophie Sartori está aqui — fala, me
olhando. — Sim, eu tenho certeza. Certo.
Observo ela desligar o telefone.
— Me acompanhe.
A sigo até o elevador, sentindo minhas mãos
começar a suar. Estou tão tensa, caramba. Está na hora de
ficar frente a frente com Alexander novamente, qual será
sua reação ao saber do bebê...
Respiro fundo quando chegamos ao andar de sua
sala. A recepcionista abre a porta e meu coração dispara
quando vejo Alexander de costas para mim com a mão no
bolso, ele se vira e sinto como se eu fosse ter um ataque
de ansiedade a qualquer instante.
Termino de colocar o meu paletó e ajeito meu relógio
em meu braço. Hoje será mais um dia de merda, longe da
mulher que amo, sim, eu amo Sophie e não posso mais
negar isso a mim mesmo. Estou me esforçando muito para
dar-lhe o tempo que pediu, mas tem sido difícil, ainda, de
vez em quando vou até seu bairro para a olhar de longe,
inferno, estou com muita saudade dela, de seu beijo, do
seu toque e ainda mais de sua companhia.
Durante essas semanas eu foquei no trabalho,
minha rotina se resumia a ir para empresa depois voltar
para casa e dormir. Às vezes frequento a casa de meus
pais, por insistência deles. Samira sempre pergunta do
paradeiro de Sophie, ela se arrepende do dia que duvidou
do caráter de Sophie.
Meu celular apita, é uma mensagem de Elliot.
“Você vai ao jantar hoje na casa dos nossos pais, não é?
Vou levar Lya para conhecê-los e contar da gravidez, você
tem que estar lá!”
Balanço a cabeça, sorrindo e digito uma mensagem
de volta.
“Vou sim”
Clico em enviar e volto a trabalhar. Estou assinando
alguns documentos importantes quando recebo a ligação
das recepcionistas, não acredito quando ela diz que Sophie
está aqui na empresa querendo falar comigo. Autorizo sua
subida e me sinto ansioso enquanto a espero. Fico de pé e
vou até a janela de vidro, observo a vista da cidade.
Quando a porta se abre eu me viro.
Ela está tão linda, com o cabelo quase voltando a
cor natural, usando um vestido folgado, florido e sapatos
baixos, bem simples, diferente do estilo que usava antes.
Só de olhar seu corpo sinto meu pau ganhar vida, porra, eu
a quero tanto.
— Vocês desejam algo para beber, ou comer? — a
recepcionista pergunta.

— Não! — Sophie e eu respondemos juntos.


— Certo, com licença — a recepcionista fala antes
de se retirar. Sophie fica parada, me olhando, depois estala
a língua e vem até mim.
— Para você ter vindo até aqui, deve ter algo bem
sério para falar, não é? — Vou logo ao ponto, tentando
focar no que ela tem a dizer e não na saudade que estou
sentindo e olho para seus olhos, boca carnuda que aguça
minha imaginação, não me ajuda em nada. Me sento na
cadeira atrás da mesa, sentindo meu pau duro, inferno,
Sophie se senta à minha frente e cruza as pernas, bem
torneadas, que eu adoraria beijá-la, e ir subindo até sua...
— Alexander? O que está pensando? — pergunta,
mordendo os lábios me olhando, droga, cada movimento
que Sophie faz, me deixa ainda mais excitado.
— Nada. Estou curioso para saber o que te trouxe
aqui. — Batuco com os dedos em minha mesa a olhando,
ela parece receosa.
— Tenho algo para te contar. Algo que você vai
achar bem ruim.
— Conte-me — Me movo na cadeira, ansioso.
— Eu sei que pedi para ficarmos longe um do outro
para descobríssemos o que sentíamos de verdade, no
entanto, aconteceu um imprevisto.
— Me diga que você finalmente percebeu que fui
sincero ao admitir que estou apaixonado por você. — Ergo
a sobrancelha em sua direção e ela pega uns fios de seu
cabelo, para dar voltas com o dedo.
— Bem, eu estou confusa, Alexander.
Respiro fundo, me levantando e dando a volta na
mesa. Sophie observa meus movimentos, cautelosa, paro
em sua frente e me abaixo para ela poder olhar meu rosto.
— Deixe-me facilitar as coisas para você, meu anjo
— peço, tocando sua coxa, acariciando com o indicador. As
bochechas de Sophie ficam vermelhas, e eu passo a língua
pelo meu lábio, me controlando para não a beijar. Subo
minha mão por sua coxa e ela fecha os olhos, sua
respiração fica irregular.
— Alexander. Não, podemos.
— Tem certeza, amor? — pergunto, subindo minha
mão pela sua coxa até entrar debaixo de seu vestido,
Sophie morde os lábios, suspirando, excitada, toco sua
virilha com os dedos vendo-a apertar as coxas, soltando
um gemido baixo, quase que inaudível, retiro a mão e ela
volta a abrir os olhos, me fitando confusa. — Você quer
isso tanto quanto eu, Sophie.
— Prometi que não te deixaria mais me usar.
— Não estou te usando, eu quero que seja minha.
Minha mulher — murmuro a olhando profundamente, ela
abre os lábios, mas nenhuma palavra sai deles. — Quer
ser minha mulher, Sophie Sartori?
Ela parece respirar com dificuldade, espero que ela
me responda, mas o que ela faz me surpreende, ela
empurra meus ombros, fazendo com que eu caia no chão e
fica em cima de mim.
— Isso foi um sim? — pergunto sorrindo
ironicamente e ela aproxima os lábios do meu.
— Cala a boca e me beija.
— Não precisa pedir duas vezes amor — respondo
a beijando com paixão, mordisco seu lábio e aperto sua
bunda, a ouvindo gemer. Afasto nossas bocas para poder
beijar seu pescoço, Sophie abre minha camisa e tira meu
paletó com pressa.
— Estava com saudades — sussurro em seu
ouvido. — Dessa sua boca deliciosa.
Ela geme e se levanta. Observo do chão ela tirar o
vestido e sorrir maliciosamente, porra, estou excitado ao
extremo. Aperto meu pau, que está quase furando a calça
de tão duro e me levanto.
— Não tem perigo de alguém entrar? — pergunta
olhando para a porta.
— Fique tranquila, amor, ninguém entra sem meu
consentimento.
Seguro sua cintura e jogo todos os objetos em cima
de minha mesa no chão, colocando Sophie sobre ela. Ela
abre as pernas me dando a visão de sua calcinha, branca
encharcada, rosno como louco e meu pau pulsa de tesão.
— Tira ela, com a boca! — pede Sophie manhosa e
eu obedeço. Me abaixo e toco sua boceta escondida
embaixo da calcinha com a língua e ela geme, jogando a
cabeça para trás. Passo o dedo sentindo seus lábios
vaginais.
— Porra. — Tiro sua calcinha, preciso chupá-la.
Sinto minha boca salivar com vontade de prová-la
novamente. Passo a calcinha pelos pés de Sophie a
removendo. Olho seu rosto, suas bochechas estão
avermelhadas, ela está linda, pra caralho. Abro o zíper de
minha calça e a desço, tirando meu pau para fora. Sophie
lambe os lábios olhando minha ereção, meu pau babando
por ela. Eu o passo na sua entrada, e o esfrego em cima
de seu clitóris, ouvindo o gemido manhoso de Sophie.
— Que delícia Alexander... Me fode — ela implora
me olhando e eu continuo a tortura-la, merda, foi difícil não
me afundar na boceta quente de Sophie, molhada e pronta
para mim. Levo meu rosto até sua intimidade e a chupo
com vontade, passando a língua pelos seus lábios vaginais
e indo até o clitóris. — Ai que gostoso, Alexander! — ela
geme alto, seu corpo trepida e eu continuo a chupá-la,
lambendo, bebendo toda sua excitação, sou viciado no
sabor de Sophie.
— Isso, amor, rebola na minha boca.
Ela faz o que peço, rebolando em meu rosto,
gemendo de tesão, buscando sua própria libertação e
quando vem seu corpo convulsiona, as pernas tremem e
ela morde o próprio braço para não gritar alto, porra, que
mulher deliciosa. Sem dar tempo para o espasmo sair do
corpo de Sophie eu fico de pé e me posiciono em meio de
suas pernas, esfrego meu pau em sua boceta encharcada,
e olhando nos olhos dela meu pau entra dentro dela,
caralho, é viciante sentir a boceta quente e macia de
Sophie, sugando meu pau, merda, estou com muito tesão.
Seguro seu pescoço, tomando cuidado para não ser
tão brutal e aumento o ritmo das estocadas, sem deixar de
olhar o rosto de Sophie, que está linda gemendo e suada.
Seguro sua coxa, ajudando a equilibrá-la, e enfio meu dedo
na boca de Sophie, que chupa sensualmente.
— Caralho. Sabe quantas vezes imaginei você
assim? Em cima da minha mesa, com meu pau dentro de
você, sua safada? — pergunto rouco, segurando forte seu
cabelo, ela morde os lábios, gemendo.
— Alexander...
— Tente não gritar, amor — rosno enquanto meto
bem fundo dentro dela, que novamente teve que morder o
braço para não gritar alto. Essa mulher me enlouquece,
porra. Continuo a penetrando até que o orgasmo chega,
não demora a vir, Sophie arranha meu braço e seu corpo
começa a tremer novamente, ela está perto, forço-me a
aguentar mais um pouco até que vejo seus olhos revirar e
seu corpo perder o controle, essa cena é demais para mim,
gozo, urrando como animal, sentindo um prazer
descomunal tomar meu corpo. — Que delícia de foda —
murmuro ainda sentindo meu coração bater forte, sem sair
de dentro de Sophie, que parece estar em estado de
êxtase.
— Delícia mesmo — ela concorda, abrindo um
sorriso. Depois que meu corpo volta ao normal, saio de
dentro de Sophie, subo minha cueca e calça, fecho o zíper.
Sophie também se arruma rapidamente. Ela está de costas
para mim arrumando seu vestido, aproximei meu corpo por
trás do seu, tocando sua cintura e afastando seu cabelo
para beijar sua nuca. — Alexander...
— Nem pense em dizer que isso que acabou de
acontecer foi errado e que você não irá voltar para mim —
digo, ainda beijando sua nuca, sentindo sua pele ficar
arrepiada. Sophie se vira para me olhar.
— Não é isso. Tenho algo para te contar.
— Fale Sophie, o que está te deixando apreensiva?
Ela respirou fundo, fitando as mãos.
— Estou grávida — ela conta, em um sussurro. O
choque da notícia me toma e eu simplesmente não consigo
falar nada. Fico mudo, apavorado, surpreso com sua
revelação, Sophie observa meu rosto com expectativa.
O silêncio de Alexander é angustiante. Sinto minhas
mãos tremerem e meu coração está acelerado. Talvez
tenha sido uma má ideia contar a ele sobre a gravidez, ele
deve estar odiando o fato de que vai ser pai. Alexander não
parece ser um homem que deseja filhos, para falar a
verdade nem eu desejava, no entanto, somos adultos,
maduros e devemos assumir nossas responsabilidades.
— Não vai dizer nada? — pergunto, magoada e ele
abre a boca, mas não diz nada. Observo-o virar de costas,
parecendo respirar fundo. Quando ele se vira novamente
sua expressão fica suave e um sorriso se abre em seus
lábios.
— Desculpe, eu estava tentando assimilar a notícia.
Você me pegou de surpresa — fala, tocando meu rosto. —
Vamos ter um filho, meu e seu. Parece surreal isso.
Começo a rir vendo seu sorriso e ele me beija antes
de me abraçar. Respiro aliviada.
— Você está feliz? — indago entre seus lábios e ele
balança a cabeça, dizendo que sim, seus olhos estão
brilhando.
— Não estava nos meus planos ter um filho, na
verdade, nunca esteve, porém depois de tantos sexos sem
proteção era inevitável que algo assim não acontecesse.
Ainda é estranho para mim, pensar que irei ser pai, logo irei
me acostumar com a ideia. — Ele tocou minha barriga com
a mão e uma lágrima desceu pelos meus olhos. — Vou ser
um bom pai para essa criança, disso eu não tenho dúvidas.
Começo a chorar e Alexander volta a me abraçar,
estou tão sentimental.
— Eu também não estava preparada para ser mãe,
quando recebi a notícia fiquei morrendo de medo do que
viria a seguir, no entanto, agora estou louca para ver o
rostinho dele, ou dela.
— Dela.
— O quê? — inquiro franzindo o cenho e Alexander
acaricia minha barriga por cima do vestido.
— Tenho uma sensação de que é uma menina.
Observo seu rosto, ele fala sucinto. Ficaria feliz em
ter uma menina, muito, para cuidar, aconselhar, ser sua
mãe e melhor amiga.
— O que vier vou gostar muito.
— Temos que conversar sobre o que vem agora,
Sophie. — Mordo o lábio olhando o rosto de Alexander, o
tom de sua voz mudou. Ele coloca a mão no bolso da
calça, olho sua barriga bem definida, ele todo é um delírio
de lindo.
— Como assim?
Ele atravessa sua mesa e se senta na cadeira.
— Você tem que voltar a morar na cobertura comigo.
Temos que nos casar!
— Não mesmo, não vou voltar a morar com você, só
por estar grávida.
Alexander respira fundo, me olhando, girando o anel
em seu dedo.
— Eu não vou te deixar voltar para aquele lugar,
nem trabalhar naquela confeitaria. Pode ser prejudicial para
o bebê.
— Prejudicial? — questiono, começando a me irritar.
— Não tem nada de mau em trabalhar Alexander, estou
grávida e não doente. Só vou voltar a morar com você
depois do nosso casamento.
Ele balança a cabeça, irritado.
— Não tem motivos para você continuar morando
naquele lugar. Porra.
— Alexander a gente estava indo tão bem, por favor,
não estrague isso.
— Sophie...
— É melhor eu ir embora, a gente conversamos
novamente amanhã — falo decidida, eu ia sair, mas paro
quando Alexander fica de pé.
— Vem comigo no jantar na casa de minha mãe
hoje? — pede. — A família vai se reunir, Elliot quer
apresentar uma pessoa, a mulher que ele engravidou.
Abro a boca chocada.
— Elliot engravidou uma mulher?
— Sim, uma mulher chamada Lya, que mora em
Nova Iorque — explica. — Venha comigo no jantar Sophie.
Minha mãe quer conversar com você.
Balanço a cabeça, receosa.
— Tudo bem, porém, já aviso que não quero
apressar as coisas entre nós só por estar grávida. Vamos
fazer tudo no nosso tempo.
— Está bem, meu anjo — Alexander concorda, mas
pela expressão que vejo em seu rosto sei que ele vai
persistir em fazer tudo de seu jeito.

Pego um táxi para ir embora, Alexander insiste em


me levar mais eu recusei. Chego na pousada e encontrei
Kathe na recepção, chorando, olhando seu celular. Vou até
ela curiosa para saber o que está acontecendo.
— Kathe, o que ouve? — pergunto preocupada, ela
enxuga as lágrimas antes de me olhar.
— Sophie estou cansada da minha vida de merda.
Odeio ficar o dia todo aqui nessa recepção e não ganhar
nenhum mísero centavo por isso — ela funga o nariz —, eu
sinto que não sirvo para nada a não ser para atender os
clientes. Nunca vou realizar meu sonho de ir à
Universidade.
Ela começa a chorar compulsivamente e eu
atravesso o balcão da recepção para abraçá-la.
— Se acalme amiga, eu vou te ajudar.
— Como você conseguirá me ajudar? — questiona
se afastando para me olhar, eu abro um sorriso, pronta
para fazer o que já deveria ter feito há algum tempo.
— Eu vou pagar sua estada na Universidade.
Escolha a que preferir em Nova Iorque, eu realizarei seu
sonho.
Kathe me olha boquiaberta, seus olhos estão
inchados de tanto chorar.
— Isso é impossível Sophie. De onde você vai tirar
tanto dinheiro assim?
Balanço a cabeça, sorrindo, ela nem imagina.
— Faça o que te mandei fazer, ache a Universidade
e se inscreva para o próximo semestre, do resto eu cuido.
Ela me abraça apertado, seu sorriso voltando a
aparecer no seu rosto repleto de sardas.
— Você é a melhor amiga do mundo.
Sinto-me feliz em escutá-la dizer isso. Lembro-me
da Emily, como será que está minha amiga, queria tanto ela
aqui também. Parece que eu tenho um problema que só
me torno amiga de adolescentes, primeiro Emily, agora
Kathe, talvez eu não seja uma péssima mãe, tenho certeza
de que irei ser a melhor amiga de meu filho ou filha
também.
Visto um vestido preto, justo, que vai até o meu
joelho, acho ele elegante é um dos poucos que nunca usei,
estava mofando dentro da mala, o que é uma lástima, pois
foi muito caro. Tenho que separar algumas roupas para
doar para quem precisa, vou começar engordar em breve,
me olho no espelho, tocando minha barriga, daqui uns
meses vou perder minha barriga plana e meu corpo
mudará totalmente, talvez Kathe vá gostar de receber parte
de minhas roupas, apesar ela ser magrinha não há nada
que uma boa costureira não possa resolver.
Termino de passar o rímel é o batom, sem deixar de
observar Felix que está concentrado brincando com uma
bolinha.
— Você também está ficando bem gordinho, acho
que estou colocando muita ração para você — falo para
Felix que late balançando o rabo. Sim, eu o mimo demais,
mas o que posso fazer se ele é o amor da minha vida, meu
melhor amigo e parceiro do dia a dia. Nunca pensei que
poderia me apegar tanto a um cão, no entanto, estou eu
aqui, apaixonada por Felix, nem sei o que seria de mim
sem ele em tempos difíceis. — Eu te amo, sabia Felix?
Ele late feliz e vem até mim, observo-o passar a
cabeça nos meus pés, como se dissesse “Eu também te
amo”.
Meu celular vibra, chegando uma mensagem de
Alexander avisando que já está aqui embaixo me
esperando. Corro até a cômoda para pegar meu perfume e
o passo, agora sim posso descer.

Avisto o carro de Alexander parado do outro lado da


calçada sem ser a da pousada, me preparo para caminhar
até ele, mas paro quando uma moto para à minha frente.
Ethan tira o capacete e sorri como de costume.
— Oi morena, caramba, como você está linda. —
Ele me olhou de cima a baixo, seus olhos se iluminam e eu
só consigo olhar para o carro de Alexander.
— Oi Ethan, desculpe, tenho um compromisso —
falo tentando dispensá-lo, mas ele parece curioso.
— Compromisso, é? Vai sair com alguém? —
pergunta e a expressão de felicidade se esvai de seu rosto.
— Desculpe? Desde quando isso é da sua conta? —
Cubro a boca assim que as palavras saem, porra, não quis
ser grosseira.
— Nossa...
— Perdão Ethan, eu não quis ser grossa.
— Tudo bem, Sophie, acho que estou te atrasando
— ele fala, seu tom de voz está duro e eu franzo a testa ao
ver Alexander sair do carro e vir até nós.
— Atrapalho? — Alexander pergunta, parando ao
meu lado, com os braços cruzados, enquanto observa
Ethan enraivecido.
— Não, eu já estava indo.
— Não vai me apresentar seu amigo? — Alexander
indaga me olhando, Ethan o encara de uma maneira
estranha, parecendo com raiva. Eu ia abrir a boca para
apresentá-los, mas Ethan me corta.
— Não precisa me apresentar, eu mesmo o faço.
Sou Ethan, amigo de Sophie.
Sinto Alexander tocar minha mão e segurá-la,
enquanto fita Ethan com o olhar duro.
— Sou Alexander Campbell, o noivo de Sophie.
Ethan arregala os olhos surpreendido e eu fito
Alexander confusa, não é necessária essa disputa idiota
entre eles dois.
— Não sabia que você tinha noivo. — Ethan inclina
a cabeça na minha direção, parecendo chateado.
— Isso foi repentino, não tive tempo para te contar.
Observo-o balançar a cabeça e volta a pôr o
capacete.
— Boa noite para vocês. Até mais, Sophie — Ethan
se despede antes de partir em cima de sua moto, fico
observando-o se distanciar.
— Para um amigo ele não gostou muito da notícia —
Alexander provoca, estalando a língua e eu passo a
observá-lo.
— Não tinha necessidade disso.
— É claro que tinha. Ele tem que saber que você é
minha mulher e que não pode ter esperanças ao seu
respeito.
Reviro os olhos e caminho até o carro de Alexander.
— Eu não sou um objeto seu, mesmo estando com
você eu não te pertenço.
— Você confunde minhas palavras Sophie — ele
bufa irritado, abrindo a porta do carro para mim e dando a
volta no automóvel para entrar também. Alexander se
senta ao meu lado e dá partida, coloco o cinto de
segurança.
— Tudo bem, não vamos discutir essa noite.
— Desculpe. — Ouço ele dizer e o olho surpresa.
— Pelo quê?
— Por ser possessivo às vezes, chato e ciumento.
Eu tenho medo de te perder novamente Sophie, a melhor
parte do meu dia é quando estou ao seu lado. Prometo
tentar evoluir e não ser tão ciumento.
— Alexander... — Parei de falar sem palavras e
toquei sua coxa, vendo-o me olhar de volta.
— Estou apaixonado por você Sophie, mas sei que
pode não ser recíproco.
Balanço a cabeça, respiro fundo, olhando minha
coxa.
— Eu não estou apaixonada por você Alexander —
falo, vendo-o se movimentar no banco, enquanto dirige,
parecendo magoado. — Eu sou apaixonada por você.
Ele me fita surpreso e para o carro perto da calçada,
me surpreendendo. Ele solta o cinto de segurança e toca
meu rosto com as mãos.
— Nossa, como eu quero te beijar e te amar agora
— fala perto dos meus lábios.
— Eu fico com a primeira opção — digo e ele sorri
antes de selar nossos lábios, me beijando com paixão.
Toco seu peito e puxo sua gravata. — Eu te amo —
murmuro entre seus lábios e Alexander olha em meus
olhos, antes de tocar em meu lábio com seu indicador.
— Repete, Sophie.
— Eu te amo, Alexander Campbell. — Ele grunhe
antes de voltar a me beijar com voracidade.
— Eu te amo, meu anjo — murmura de volta e meu
coração fica acelerado. Nunca pensei que eu fosse gostar
tanto de ouvir tais palavras saindo dos lábios de alguém.
Nunca pensei que iria falar essas palavras para uma
mulher um dia.
Eu te amo.
Nem sequer acreditava no amor, entre um homem e
mulher, eu não conhecia esse sentimento tão profundo até
conhecer Sophie. Eu estou me sentindo feliz, como há
muito tempo não sentia. Caramba eu vou ser pai, e essa
noite meus pais terão duas grandes notícias, eles vão ter a
felicidade de saber que terão dois netos na família, o sonho
deles vão se concretizar.
Dirijo até a casa de meus pais, quando chegamos
na mansão o longo portão branco se abre.
— Por que seus seguranças não nos
acompanharam hoje? — Sophie pergunta e eu dou de
ombros, estacionando o carro.
— Achei que não era necessário. — Saio do carro e
dou a volta nele, para abrir a porta para Sophie, que sorri.
— Muito cavalheiro, senhor Campbell.
— Para você, sempre, amor. — Sorrio de volta e
toco sua cintura para a acompanhar para dentro da casa.
Lembranças da última vez que estive aqui me toma, aquele
dia não foi dos melhores, mas eu amei o momento com
Sophie no meu quarto. A porta da mansão está aberta e
nós entramos, noto que Sophie parece nervosa, ela
entrelaça o braço no meu.
— Ah, meu Deus! — Ouço minha mãe falar assim
que aparecemos na sala. Ela está segurando uma taça e
seus olhos se arregalam ao ver Sophie.
— Boa noite — Sophie e eu falamos juntos,
cumprimentando a todos. Meu pai se levanta do sofá, junto
ao meu irmão que está acompanhado por Lya.
— Vocês estão juntos novamente? — minha mãe
pergunta vindo até Sophie, ela a abraça e depois me
cumprimenta com um beijo no rosto.
— Sim, estamos — respondo por Sophie, já que ela
está muda, parecendo envergonhada.
— Que bom, torci muito para isso! — diz minha mãe,
segurando nossas mãos.
— O amor sempre prevalece! — meu pai fala
erguendo a taça em minha direção. Sophie e eu
caminhamos até meu irmão e Lya. Reparo que ela fica
muito baixa ao lado de Elliot, ela parece tímida, seu cabelo
é marrom, curto, e ela está usando uma calça com jaqueta
de couro.
— Olá. Lya, certo? — cumprimento, educadamente.
— Prazer conhecê-la.
— O prazer é meu — responde, pondo a mecha de
cabelo que caiu em seu rosto atrás da orelha.
— Oi, eu sou Sophie.
— A noiva do irmão do Elliot — constata Lya, Sophie
morde os lábios, sorrindo, antes de me olhar.
— Exatamente. E você é a mulher que está gra...
— Sophie, quer beber algo? Vinho ou champanhe?
— Elliot prevê que Sophie iria contar sobre a gravidez de
Lya e intervém, tocando seu ombro. Sophie engole em
seco, antes de olhar em volta, minha mãe está a olhando
com o cenho franzido.
— Aceito, claro — responde Sophie desconcertada.
— Você viu o furo que eu quase dei? — sussurra em
meu ouvido e eu a levo para se sentar comigo no outro
sofá da sala.
— Acho que todos notaram — murmuro de volta,
sorrindo sarcástico, antes de tocar sua perna.
— Nossa, que família grande reunida — Melanie
fala, descendo as escadas, vestindo uma calça larga preta
e uma blusa folgada de uma banda de rock.
— Gente não reparem nas vestimentas de minha
filha, ela sempre escolhe a pior combinação — minha mãe
provoca tomando um gole do champanhe.
— Meu amor, deixe nossa filha em paz por um dia
— pede meu pai tocando sua mão, mas Samira revira os
olhos.
— Minha adorada mãe, você já controla minha
rotina, não vai controlar o que eu gosto também —
respondeu Melanie, malcriada, se sentando no sofá perto
de mim e de Sophie. — Fico feliz que tenham voltado.
Sophie e ela sorriem cúmplices. Uma das
funcionárias vem nos avisar que o jantar está servido e
todos fomos para a mesa.

No meio do jantar Elliot pede a atenção de todos,


levantando sua taça, minha mãe e meu pai ficam curiosos
para saber o que ele tem a falar, com certeza devem estar
imaginando que ele assumirá que está em um
relacionamento com Lya.
— Primeiramente, quero que saibam que estou feliz
em ver nossa família unida e contente — fala ele, fazendo
minha mãe ficar emocionada. — Você, Alexander, é o
melhor irmão que a vida poderia me dar. Está sempre me
ajudando e mesmo que não tenhamos o mesmo sangue,
isso nunca mudou e nunca mudará nada para mim.
Sophie franze a testa me olhando sem entender,
igual a Lya, elas não sabem que não sou filho de Samira.
— Sem mais enrolação, vou direto ao ponto. Pai,
mãe, Lya está grávida, esperando um filho meu.
Elliot solta antes de virar a bebida em seu copo de
uma vez. Minha mãe abre a boca chocada, encarando meu
pai.
— Isso é sério? — pergunta minha mãe com
lágrimas nos olhos.
— Filho, que notícia maravilhosa! — meu pai fala
também emocionado. Estalo a língua, olhando a Sophie,
que balança a cabeça em minha direção, levanto a taça
igual Elliot.
— Também tenho uma grande notícia para dar —
digo, vendo Sophie cobrir o rosto com a mão. — Eu
também vou ser pai.
Minha mãe e meu pai abrem a boca chocados e
Melanie deixa o garfo com a carne cair, antes de levar para
a boca, enquanto Elliot arregalou os olhos, surpreso.
— O quê? — todos falam juntos e Sophie fica
vermelha como pimentão.

— Exatamente, a família terá dois novos integrantes.


— Que loucura é essa. Só eu que acho que meus
irmãos merecem uma bronca por não terem usado
camisinha? — Melanie questiona, colocando os cotovelos
em cima da mesa, fazendo-nos a olhar.
— Realmente, se eu não tivesse tão feliz em ser avó
eu daria uma bronca nos meus filhos — responde meu pai,
sorrindo feliz.
— Já eu tenho que agradecer muito! Sonhei tanto
com isso — Samira fala. — Vocês vão se casar, não é? —
pergunta para Elliot e Lya. A grávida fita Elliot sem jeito.
— Mãe, eu e Lya conversamos e não vamos nos
casar.
— O QUÊ? — Samira grita, antes de se levantar.
— Por favor, aceite nossa decisão.
Nossa mãe passou a mão pelos cabelos, nervosa.
— Tudo bem, não posso lidar com isso agora — diz
ela, respirando fundo. — Meninas, vamos subir, quero
conversar com vocês duas!
Sophie franze a testa e Lya fita Samira, confusa,
mas as duas se levantam e a seguem até a escada.
— Coitadas, estou com pena delas duas — Melanie
fala rindo e volta a comer. Eu também sinto um pouco de
pena, minha mãe é controladora e agora tendo dois netos
chegando ela vai perturbar muito Lya e Sophie.

Tomo uísque com Elliot e meu pai enquanto as


mulheres estão todas no quarto, até Melanie que subiu
para ouvir a conversa delas.
— Nem acredito que vamos ser pais! Inacreditável!
— Elliot fala enquanto coloca mais bebida em seu copo.
— E eu avô, finalmente! — Toco o ombro do meu
pai, alegre por ver sua alegria.
— A noite está muito boa, mas tenho que levar
Sophie embora agora. Falando nisso, elas pretendem
passar a noite trancafiadas no quarto?
— Pelo visto, sim.
Nos três gargalhamos no mesmo instante que as
três descem. Sophie vem até mim e eu a beijo.
— Finalmente. Podemos ir? — pergunto a ela,
segurando em sua mão, mas minha mãe me impede.
— Desculpe filho, vai tirando o carro para fora, ainda
tenho que conversar com Sophie. Eu a acompanho.
— Tudo bem!
Ergo os braços rendido, revirando os olhos, antes de
me despedir de todos e ir para fora da mansão. Destravo
meu carro e entro dentro dele, espero que minha mãe não
demore com Sophie. Dirijo para fora e estaciono em frente
ao portão. Olho em meu relógio, já passa da 00h. Demora
um pouco até Sophie e minha mãe saírem de casa, minha
noiva sorri se despedindo de minha mãe e vem até o carro.
Ela dá a volta e eu aproveito para checar as
mensagens meu celular, só volto a olhar Sophie quando
um carro preto se aproxima de nós, vindo rapidamente, não
tenho tempo nem para assimilar o que está acontecendo,
assim que saio de dentro de meu carro, homens com o
rosto coberto com capuz preto pegam Sophie e a coloca
dentro do carro preto, ela se debate nos braços deles, mas
foi inútil.
— EI, SEUS FILHO DA PUTA! — grito, tentando
correr atrás deles, mas não dá tempo. Corro para dentro do
meu carro, na intenção de segui-los, ouço minha mãe gritar
algo, chamando a polícia, dou partida no carro indo o mais
rápido que ele consegue. Minha pulsação está acelerada,
caralho, quem pode ter sequestrado Sophie, merda, se
algo a acontecer não sei do que sou capaz!
Sigo o carro na pista cheio de outros, não consigo
ver a placa, inferno, vou matar esses filhos da puta. Bato
no volante com força, sentindo a fúria me tomar quando os
perco de vista. Lembro-me que Sophie está sem celular
para rastrear, mil vezes inferno.
Lya e eu seguimos a mãe de Alexander até o andar
de cima, chegando no quarto ela fecha a porta e nos olha
sorrindo.
— Vocês não sabem como a notícia da gravidez me
deixou alegre — fala se sentando na cama, Lya faz o
mesmo, opto por sentar-me na poltrona.
— Que bom que ficou feliz — Lya diz sorrindo
simpática.
— Eu sei que vocês devem estar se perguntando
por que eu chamei vocês aqui. É que eu já quero falar
sobre o enxoval do bebê, quero saber de tudo, se já
marcaram a consulta com o ginecologista.
— Nós acabamos de saber que estamos grávidas,
ainda estamos assimilando a notícia — falo, tentando não
soar grossa e Samira passa a me observar.
— Desculpe, acho que estou mais empolgada que
vocês.
— Realmente. — Lya estalou a língua e eu
gargalhei.
— Tudo bem, nós sabemos o tanto que você
sonhava em ser avó — falo, dando-lhe um olhar simpático.
— Elliot me contou, mas eu não imaginava que você
sonhava tanto assim — Lya diz.
— Pois é, eu adoro criança, sempre quis ser avó.
— Agora será de dois! — falo pegando sua mão e
pondo na minha barriga, ela sorri com lágrimas nos olhos.

Depois de Samira falar sobre enxovais e festa para


comemorar, prendendo a mim e Lya no quarto por bastante
tempo, finalmente ela termina de dizer tudo e nos deixa
descer. Quando vejo Alexander fico aliviada, ele me beija e
me chama para ir embora, eu ia concordar, mas Samira
tinha algo a mais para falar.
Nós duas vamos até o jardim, andando em passos
lentos.
— Eu percebi que você não sabia sobre Alexander
não ser meu filho legítimo — fala e eu suspiro. Foi uma
surpresa para mim saber por Elliot que ele e Alexander não
são irmãos de sangue.
— Sim, eu não sabia.
— Eu amo Alexander, apesar de não ter saído do
meu ventre sinto como ser fosse sua mãe, sempre senti,
meu filho mais velho que amo tanto. No passado Thomas
me traiu, com a mulher que deu à luz a Alexander. Eu fiquei
com ódio, pensei em acabar o nosso casamento, mas não
consegui. Eu descobri que Hanna era garota de programa,
fiquei devastada em saber que o meu marido que eu
pensava que me amava havia sido infiel, e pior,
engravidado uma mulher da noite. No entanto, Thomas
jurou para mim que essa traição foi sua primeira e seria a
última, e desde então ele tem cumprido o juramento.
Hanna morreu logo após o nascimento de Alexander, então
Thomas resolveu o trazer para ficar conosco.
— Caramba... Como você reagiu com isso?
— No início pensei que seria um erro trazer o filho
da outra para ficar aqui, mas assim que olhei para
Alexander algo dentro de mim mudou. Ele era um bebê
lindo, sorridente, o rosto parecido com o de Thomas,
quando eu o vi só senti vontade de pegá-lo no colo e dar-
lhe todo carinho do mundo, assim o fiz, criei Alexander com
toda devoção e carinho que eu tinha para dar, agora ele
virou um homem e poderá fazer o mesmo com seu filho.
Sinto uma lágrima descer pelo meu rosto e abraço
Samira.
— Obrigada por me contar.
— Obrigada por não me detestar depois de eu ter te
julgado. Hoje eu sei que você foi a melhor pessoa para o
meu filho. Ele está sorridente, leve e feliz como nunca
antes, vou ser eternamente grata a você por esse feito. —
Ela toca meu ombro e eu fungo, chorando. — Agora deixa
eu te levar até ele antes que ele fique revoltado.
Sorrio ao ouvir suas palavras e a sigo até o portão.
Dou a volta no carro de Alexander, mas antes de poder
abrir a porta um carro preto adentra a rua, em uma
velocidade surreal e para diante de mim, não tenho tempo
para assimilar, dois homens saem do carro e me pegam,
me debato, grito, mas em poucos segundos eles
conseguem me por dentro do carro e dar partida, me
tirando dali.
Choro compulsivamente, gritando por socorro, estou
apavorada, não consigo ver o rosto deles.
— Cala a boca, caralho! — Um dos capangas
aponta uma arma para minha cabeça e o outro coloca uma
fita em minha boca.
— Esse desgraçado está seguindo, vou despistá-lo.
— Ouço a voz do motorista e sinto um arrepio tomar meu
corpo, eu conheço essa voz. O homem de cabelo grisalho
vira o rosto na minha direção e sorri. É Xavier, meu pai que
está me sequestrando.
— Sentiu saudades filha?

Ele dirige até um local afastado da cidade, eles


entram em uma estrada de terra, não sei quantas horas se
passam até que eles param em frente à uma cabana que
fica no meio de uma floresta. Eles me deixam sair do carro,
mas antes amarram minhas mãos.
— Nem pense em gritar! — murmura meu pai,
enquanto tira a fita da minha boca. Ele está diferente, se
olhar não está igual, parece mais maléfico. — Pois
ninguém pode ouvi-la aqui.
— Por que está fazendo isso? — pergunto
rudemente, quando ele tira a fita que me impedia de falar.
— Vingança filha. Chegou a hora do meu acerto de
contas com meu inimigo, Alexander Campbell.
Me encho de medo ao ouvir suas palavras, Xavier
sorri, antes de pegar um charuto da carteira e acender.
— O que vai fazer comigo, por que me sequestrou?
— Você escolheu ficar do lado do filha da puta, filha,
agora aceite as consequências.
— SEU INFELIZ — grito tentando avançar em
Xavier, mas um dos capangas me segura.
— Levem ela para dentro e a tranque, sem água,
sem comida, minha filha precisa aprender uma lição.
— Pode deixar.
Olho para eles chocada eles não podem fazer isso
comigo.
— NÃO! ME SOLTEM! SOCORRO.
Começo a gritar me debatendo enquanto os filhos
da puta me levam para dentro, eles abrem a porta de um
cômodo e me jogam dentro dele, caio no chão e grito
quando eles fecham a porta, me trancando. O cômodo está
escuro e não tem janelas, começo a chorar, sentindo muito
medo, me encosto na parede ainda sentada no chão. Será
que Xavier sabe que estou grávida?
Respiro fundo tentando controlar minha respiração,
vai ficar tudo bem, Alexander vai me encontrar e nada de
ruim vai acontecer a nós dois.

Não sei que horas são, mas imagino que já esteja


de dia. Estou precisando fazer xixi e estou com muita sede
e nenhum desses infelizes vêm saber como eu estou.
Tenho medo de meu desgaste fazer mal para o bebê, então
estou tentando me manter controlada, mesmo estando à
beira de surtar.
A porta range e o Xavier entra por ela. Meu olho
arde quando a luz do quarto se acende.
— Olha o que eu trouxe para você — ele fala, se
ajoelhando ao meu lado e balançando uma garrafa de água
à minha frente. — Está com sede filha?
Senti minha boca salivar.
— Preciso fazer xixi — murmuro, sem olhar em seu
rosto.
— Você poderá fazer, depois que me fazer um favor
— explica Xavier, antes de pegar seu celular e começar a
discar números. — Antes fale com seu noivo, diga o quão
péssima você está.
— Não vou fazer isso.
Me assusto quando ele segura em meu pescoço
apertando-o, me fazendo sufocar.
— Você vai fazer o que eu mandar, se quiser viver,
caralho.
— Por que está fazendo isso comigo? Você é meu
pai!
— E você é minha filha, mas isso não te impediu de
se bandear para o lado de meu inimigo.
Começo a chorar compulsivamente, ele liga para
Alexander depois de soltar o meu pescoço. Alexander
atende, só que não consigo ouvir o que ele fala, pois Xavier
está com o telefone no ouvido.
— Calma Campbell, ela está bem, pelo menos por
enquanto. Quer falar com ela?
Xavier coloca o celular no viva-voz e o aproxima de
minha boca.
— Alexander... — Ouço um barulho do outro lado da
linha.
— Sophie, me escute, vai ficar tudo bem, eu vou te
tirar daí ouviu? — ele promete, falando rapidamente,
arrastando as palavras. — Como você está?
— Amor me escute — peço, no mesmo instante que
Xavier tira a arma da cintura. — Não faça o que eles te
pedirem, eu vou ficar bem, Alexander não faça...
Paro de falar quando Xavier me cala ao dar um tapa
em meu rosto.
— Sophie? SOPHIE?
Xavier se levanta e volta a colocar o celular no
ouvido.
— Escute bem, é melhor fazer o que eu ordenar se
não Sophie irá pagar. Não me importo se ela é minha filha,
eu a deixo morrer e ainda faço com que você nunca
encontre seu corpo.
Viro o rosto e choro, esse homem não parece ser o
pai que eu conheci anos atrás e sim um monstro.
— As horas estão passando Alexander, quero os
200 milhões na minha conta até o final do dia.
Dito isso, ele desliga o telefone, pega a garrafa de
água do chão e vai até a porta.
— Por favor, estou com sede — imploro olhando
para a garrafa, mas Xavier só sorri e sai do cômodo,
trancando a porta em seguida.
Pego no sono por um tempo, deitada no chão,
tentando não pensar na sede que estou sentindo e fome,
junto a vontade de fazer xixi. Já não tenho nem lágrimas,
de tanto que chorei. Nunca imaginei que minha morte seria
dessa forma.
— Desculpa filha, por não ter te protegido —
sussurro, tocando minha barriga, minhas mãos estão
amarradas fortemente, sinto-as doloridas.
Levanto-me, sentindo minhas pernas bambas e vou
até o outro lado do quarto, me agacho no chão e faço xixi
ali, minha bexiga estava cheia, eu iria fazer nas calças se
não fizesse no chão. Volto para o lado do quarto e me deito
novamente.

Acordo com barulhos de tiro, é como se minha


mente pudesse ouvir, se estivesse acordada, eu ouço os
barulhos, mas meu corpo parece mortificado. Não sei
quanto tempo já se passou, pode ter sido somente dois
dias, mas para mim parece que foram meses. Eu tentei
gritar por socorro muitas vezes, pedi ajuda, só que nenhum
deles se importaram. Meu pai me quer morta, agora sei, ele
vai negociar com Alexander, roubar o dinheiro e me deixar
para morrer.
Ouço quando a porta se abre e alguém entra. Sinto
alguém colocar água na minha boca, não consigo mover a
mão para segurar a garrafa.
— Você está grávida. — Ouço Xavier falar. Tomo a
água com tanta rapidez que me engasgo.
— Sinto muito, filha, eu sinto muito. — Abro os olhos
aos poucos, vendo-o chorar diante de mim.
— Eu te amo filha, não queria que tudo acabasse
assim, mas esse bebê não pode nascer — fala, pegando
sua arma e a apontando para minha barriga.
— Pai, não, por favor — imploro e ele balança a
cabeça, parecendo perturbado.
— Sinto muito, filha.
Ao ouvir as palavras do meu próprio pai fico em
choque, o medo toma conta de mim, sinto minhas forças
indo embora, já não controlo mais meu corpo começo
chorar compulsivamente, não respondo mais pelas minhas
emoções o pânico vem com força, não consigo lutar contra
ele, me entrego a ele e tudo se apaga.
— A Polícia chegou.
Ouço minha mãe dizer, estou andando de um lado
para o outro. Nunca senti tanto medo assim na minha vida,
odeio não poder fazer nada para resolver a situação, não
posso acreditar que deixei aqueles, filho da puta levar
Sophie. Se algo acontecer a ela nem sei do que sou capaz.
Estamos reunidos na casa de meus pais esperando
a polícia chegar, o desgraçado de Xavier ainda não fez
contato, porra, eu deveria ter acabado com esse infeliz
quando tive chance.
— Filho se acalme, nós vamos achá-la — meu pai
garante, tocando meu ombro.
— E se algo acontecer a ela e meu filho? Xavier me
odeia, não sei até que ponto ele pode chegar para me
atingir — falo, sentindo um nó na garganta, uma sensação
de impotência. Vários policiais entram na sala.
— Boa noite, desculpa o atraso — o policial que
comanda o resto cumprimenta.
— Cleber, você precisa encontrá-la — falo nervoso,
ouvindo o choro de minha mãe, que não parou de chorar
depois de ver Sophie ser levada.
— Vamos fazer o possível. Em caso como esses,
que acreditamos ser um sequestro, temos que aguardar
um dos bandidos fazerem contato. Vocês conhecem
alguém que pode ser um dos sequestradores? — pergunta
e eu respiro fundo.
— Sim, eu conheço. Um deles é Xavier. Eu tenho
certeza de que ele está por trás disso. Ele quer se vingar,
há algumas semanas ele queimou boa parte da minha
empresa de Nova Iorque... — conto a ele tudo o que
aconteceu entre Xavier e eu, sobre ele ter me roubado.
— Vamos aguardar algumas horas. Já coloquei
vários policiais vasculhando a cidade e lugares fora dela.
Também já vai espalhar fotos de Xavier, ele não vai
conseguir pegar avião e fugir, será encurralado. Todos os
policiais de Toronto estão trabalhando nesse caso.
Fico mais aliviado em saber que a polícia está toda
envolvida e não facilitará para Xavier.
O meu celular toca à tarde, e eu atendo
rapidamente. Começo a falar e a xingar, mesmo que os
policiais tenham me aconselhado a ser cauteloso, porra,
eles estão com a mulher que eu amo e meu filho, é
impossível manter o sangue frio diante dessa situação.
Enquanto Xavier falava os policiais tentaram rastrear a
ligação. Ele exigiu que eu entregasse 200 milhões de
dólares em dinheiro vivo, caso contrário jurou matar
Sophie.
Filho da puta.
— Ele desligou — aviso o policial.
— O que vamos fazer? — pergunta Melanie,
sentando-se ao lado de minha mãe.
— Vamos dar o que ele está pedindo. Ele está com
a mãe do meu neto! — decreta minha mãe se levantando.
— Senhores, fiquem calmos. Vocês vão negociar
com Xavier, quanto mais tempo ele passar no celular, mas
rápido conseguimos rastreá-lo. Peço que cooperem. Vou
pedir para outros policiais encherem uma maleta com
dinheiro falso para caso for haver uma troca.
Passo a mão pelo meu cabelo, inferno, isso não
parece estar perto de acabar.

Xavier liga novamente à noite, dessa vez ele


colocou Sophie para falar no celular, sua voz parece
cansada, isso fez meu peito se apertar, eu deveria tê-la
protegido.
— Amor me escute — Sophie pede, com a voz
trêmula. — Não faça o que eles te pedirem, eu vou ficar
bem, Alexander não faça...
Todos da sala podem escutar suas palavras.
— Escute bem, é melhor fazer o que eu ordenar se
não Sophie irá pagar. Não me importo se ela é minha filha,
eu a deixo morrer e ainda faço com que você nunca
encontre seu corpo — diz o desgraçado do Xavier. — As
horas estão passando Alexander, quero os 200 milhões na
minha conta até o final do dia.
Depois de terminar de falar ele desliga, aperto o
celular com força sentindo a fúria me tomar.
— Esse filho da puta... — Elliot xinga com raiva e
meu pai soca a mesa com força.
Já faz mais de 48 horas que estamos sem notícias
de Sophie, os policiais estão trabalhando dia e noite para
encontrá-la. Não consigo dormir, não consigo comer direito,
sempre estou com uma sensação ruim, como se sentisse
que Sophie está sofrendo. Os policiais ainda estão
trabalhando aqui na casa dos meus pais e eu também não
saio daqui.
— Conseguimos rastreá-lo. — Ouço o policial dizer
e vou até ele. Ele me mostra o paradeiro de Sophie, a
localização na tela do computador.
— Alexander nem pense em ir lá sozinho! — fala
minha mãe, assim que pego a chave do meu carro na
mesa.
— Senhor Campbell, é perigoso invadir assim o
lugar. Eles podem revidar em Sophie.
— Eu não vou ficar aqui esperando o pior acontecer
— respondo, irritado. Elliot também se levanta.
— Eu concordo com meu irmão. Temos que ir até lá
e pegá-los de surpresa!
Os policiais se entreolharam.
— Vamos fazer o seguinte. Vou conversar com meu
superior. Nós policiais vamos na frente e vocês atrás,
temos que ser cautelosos e os pegar desprevenidos. Vocês
não poderão sair de dentro do automóvel.
— Tudo bem — concordo, mesmo sabendo que não
iria obedecer a sua ordem estúpida.

Eu sigo o carro dos policiais até o local fora da


cidade. Foram horas até chegarmos no local onde eles
estão com Sophie. Os policiais estão disfarçados, com
roupas comuns. Eles saem do carro, nós paramos em um
lugar afastado da cabana, para que os bandidos não notem
nossa presença. Elliot veio comigo.
— Vamos esperar eles irem e depois saímos
também. Vamos por trás da cabana.
— Certo — falo, sentindo minhas mãos suar. Estou
ansioso, preciso salvar Sophie.
Esteja bem meu amor.
Esperamos os policiais se distanciar, alguns ainda
ficam ali fazendo a guarda. Elliot e eu saímos do carro.
— Ei, vocês não podem!
Ouço um dos policiais falar, mas nós seguimos
andando rapidamente, eles não podem nos impedir sem ter
risco de serem notados pelos sequestradores. Damos a
volta na cabana, consigo ver um dos sequestradores
fumando, mas não acho Xavier.
— Tem uma porta no fundo. — Ouço Elliot sussurrar
e vou até ele. Tem cerca de cinco policiais prontos para
invadir e mais alguns fechando a estrada caso algum dos
capangas tentem fugir. Abro a porta com cuidado, a
pequena cabana está caindo aos pedaços praticamente, e
dentro dela não há ninguém. Entro junto com o Elliot,
começamos a ouvir vozes, parecendo ser a de Xavier. Sua
voz está vindo de um pequeno cômodo.
— Sinto muito, filha. — Ouço o desgraçado falar, no
mesmo instante que entro no pequeno quarto, ele está com
a arma apontada para Sophie, mas quando nota minha
presença a aponta para mim.
— Xavier abaixa a arma, vamos conversar!
— Seu infeliz, como nos achou? — pergunta,
cuspindo com fúria. — Eu vou te matar e depois vou matar
Sophie. Você não terá um final feliz, Alexander Campbell.
— Nem você — Elliot fala entrando e age
rapidamente, Xavier aponta sua arma para ele no mesmo
instante que Elliot atira. A bala adentra o peito de Xavier,
que não estava contando com a entrada de Elliot, o
desgraçado cai no chão, com a mão no peito.
— Caralho — murmuro olhando Elliot, que ergue
uma sobrancelha na minha direção. Corro na direção de
Sophie, que parece estar desmaiada, seu olho se abre
depois fecha novamente. — Não, não, não! Você não vai
morrer. Olhe para mim. — Seguro seu rosto nas mãos, ele
está pálido, sem vida. — Não me deixe meu amor —
imploro tocando sua testa com a minha. Ouço um ruído e
olho para o lado, Xavier está tentando pegar a sua arma do
seu lado. Sentindo um ódio descomunal me levanto, tiro
minha arma da cintura e aponto para sua cabeça. — Você
vai queimar no inferno, seu filho da puta.
Xavier me olha pela última vez, parecendo
apavorado, disparo a arma e a bala atravessa sua cabeça,
não pensei duas vezes ao fazer isso. Esse desgraçado
nunca mais poderá fazer mal a Sophie.
Os policiais rendem os capangas facilmente, eles se
entregam quando percebem que a batalha está perdida.
Estou segurando Sophie em meus braços, os
policiais chamam a ambulância, toco seu rosto, sentindo
ela se mexer em meus braços.
— Você vai ficar bem, amor. — Sussurrei antes de
beijar sua testa.
— A ambulância chegou! Vão fazer os primeiros
socorros — o policial avisa e eu levo Sophie nos braços até
o carro da ambulância. Observo-os a colocarem na maca.
— Ela está grávida — informo um dos enfermeiros,
eles não respondem, só a colocam dentro da ambulância.
— Campbell, preciso falar com você. — Ouço o
policial Cleber falar, chamando minha atenção.
— Diga, mas rápido. Tenho que acompanhar minha
mulher.
— O acontecido hoje, o assassinato de Xavier foi
dado como legítima defesa. No entanto, ainda preciso
colher o seu depoimento e do seu irmão.
— Pode deixar Cleber, passaremos na delegacia.
— Certo. Desejo melhoras para Sophie, também
precisaremos colher o depoimento dela e o BO.
— Tudo bem! — respondo e vou até Elliot avisar que
iria com Sophie para o hospital. Ele fica com a missão de
avisar nossos pais que tudo acabou bem.

Entro na ambulância com Sophie, os socorristas


colocaram-na um acesso para hidratá-la com soro, pois
estava pálida e aparentemente muito fraca. Pergunto ao
enfermeiro se ficará tudo bem, ele me responde que não
dá para garantir, mas que por hora estava bem e
certamente no hospital depois dos exames feitos pelos
médicos especialistas poderiam dar-me mais garantia do
seu estado de saúde. Aparentemente, segundo os
enfermeiros, ela estava fraca por ter ficado sem água e
sem comida.
Seguro a mão de Sophie, está gelada. Eu quero
olhar em seus olhos ver aquele ar de vida que ela emana
sempre, só de pensar em perdê-la já fico desesperado, eu
a amo demais e a essa altura não suportaria perdê-la. Ao
chegarmos no hospital, os médicos pedem para que eu
aguarde por notícias, eu queria entrar com ela, porém não
permitem. Eu estou ansioso para ter notícias do meu filho e
ando de um lado para o outro, nervoso e inconformado por
conta de toda essa situação. Aquele filho da puta a tirou de
mim, diante dos meus olhos, praticamente debaixo do meu
nariz.
Os médicos fazem vários exames em Sophie. Minha
mãe chega ao hospital para vê-la, junto com Melanie.
Ficamos aguardando horas e horas até que o médico vem
nos dar notícia.
— E então doutor? Como Sophie está?
O médico nos olha antes de começar a falar.
— A paciente reagiu bem ao tratamento,
administramos algumas vitaminas no soro para repor os
nutrientes perdidos pela falta de alimentação e água.
— Podemos vê-la, doutor? — pergunto a ele
apreensivo.
— Sim, ela já pode receber visitas, porém está
sonolenta por conta da medicação.
— E o bebê? — indago aliviado e nervoso por ele
não dizer se ele está bem também.
— O obstetra avaliou e o bebê está bem. Fizemos
vários exames e comprovamos que o feto está saudável, o
trauma e o susto não afetaram a gravidez.
— Graças a Deus. — Minha mãe suspira aliviada e
abraça minha irmã.
— Eu quero ver a Sophie!
— Como eu avisei, ela não pode ficar nervosa e só
pode entrar no quarto uma pessoa por vez.
Olho para minha mãe que concorda com a cabeça e
acompanho o médico até o quarto. Entro nele, vendo
Sophie deitada na cama, com os olhos fechados, vou até a
ela e toco sua mão.
— Alexander — ela murmura abrindo os olhos, seu
sorriso se abre ao me ver.
— Estou aqui amor — sussurro acariciando sua
mão, olhando seus olhos azuis.
— Como ele está? — pergunta preocupada, tocando
a barriga já começando a chorar.
— Bem, ele está bem amor.
Ela fecha os olhos, chorando e suspirando aliviada.
— E Xavier?
Desvio o olhar do seu.
— Morto.
— O que, como? — pergunta confusa. — Alexander,
me olhe!
Volto a fitá-la. Agora ela não está mais chorando.
— Eu o matei — confesso e ela desvia o olhar, antes
de suspirar novamente.
— Ele queria matar nosso filho — conta, e lágrimas
voltam a sair de seus olhos. — Ele parecia um monstro
Alexander, tive tanto medo.
— Eu sinto muito que tudo isso tenha acontecido por
minha causa amor. É culpa minha Xavier ter tentado se
vingar de mim descontando em você.
— Isso não importa, Alexander. Ele era meu pai e
queria me matar, isso não é sua culpa.
Toco o rosto de Sophie.
— Eu te amo, Sophie. Senti tanto medo de te perder.
Ela tocou minha mão, entrelaçando nossos dedos.
— Que bom que ficou tudo bem no final — ela
murmura voltando a fechar os olhos. — Acho que eles me
sedaram.
— Descanse amor, durma, quando acordar ainda
estarei aqui.
Ela balança a cabeça antes do sono a tomar. Toco
sua barriga, acariciando, Sophie é tudo que eu precisava e
desejava, embora eu não soubesse disso.
Um dia depois eu tive alta e pude sair do hospital.
Alexander me levou para a cobertura dele, ele disse que
não iria mais aceitar ficar longe de mim. Quando eu me
lembro de tudo que aconteceu durante meu período de
cativeiro não parece ser real. Xavier era meu pai e apesar
de tudo eu o amava, eu o queria bem, entretanto ele não
pensou duas vezes em tentar me matar, eu me sinto uma
pessoa péssima por ter ficado aliviada, ou pior, feliz em
saber que ele não está mais vivo.
Depois de uma semana morando com Alexander eu
voltei para a pousada somente para pegar meus pertences.
Fui demitida do trabalho por conta das faltas, mas estava
sendo impossível ir trabalhar sentindo tanto enjoo, fora os
dias que tive que tirar para me recuperar.
Comecei um tratamento com uma psicóloga, que a
mãe de Alexander indicou para eu conseguir lidar com a
ansiedade e voltar a conseguir dormir sem ter pesadelos
com meu pai. Tem sido difícil, pois as lembranças de Xavier
agora desencadeiam uma sensação ruim, um trauma, que
me deixa muito mal.
Segundo a psicóloga esse é um tratamento
prolongado, mas que se eu não faltar às consultas e seguir
todas suas orientações, irei ficar bem, a síndrome do
pânico não tem cura assim como a ansiedade, entretanto
há controle e com isso posso ter uma vida normal, sem
dispensar a terapia, que será sempre necessária no meu
caso por ter tido muitos traumas e gatilhos para ativar os
transtornos.

Um mês se passa e eu já começo a notar minha


barriga mais crescida. Alexander está todo bobo,
comprando mil coisas para nosso filho. Ele propôs de
comprarmos uma casa para nos mudarmos depois que nos
casar, eu gosto da proposta, apesar de amar uma
cobertura eu quero que nosso filho ou filha possa ter um
jardim enorme para brincar, e se pretendemos montar uma
família um novo lar é um bom começo.
Reencontrei Abigail, estava com muitas saudades
dela, ela me lembra minha mãe. Ela continuará sendo
nossa cozinheira. Abigail vibrou quando eu contei a ela que
estou grávida.
Kathe está me ajudando a colocar as roupas na
mala.
— Sua barriga está começando a crescer, está tão
linda Sophie.
— Obrigada amiga — agradeço, sorrindo. — E
então? Já fez as malas? Finalmente você vai para a
universidade — falo animada e ela pula de alegria.
— Nem acredito que vou à Universidade de Nova
Iorque. Nem sei como te agradecer Sophie.
— Agradeça-me sendo muito feliz!
— Pode deixar. — Ela me abraça fortemente.
— Vou sentir sua falta.
— Ah, que isso! O tempo vai passar correndo.
— Tomara.
Nós rimos e eu pego Felix no colo, ele lambe meu
braço.
— Ainda bem que ele tinha você para cuidar dele no
período que fui sequestrada.
— Eu amei cuidar dele, o Felix e eu somos grandes
amigos — fala e ele late concordando.
— Seu casamento já é amanhã. Vai ser a noiva mais
linda do mundo!
— Nem me fale, estou tão nervosa.
— Vai dar tudo certo, boba.
Pego o celular, Alexander mandou mensagem, está
me esperando lá embaixo. Chegou a hora da minha vida
tomar um novo rumo e eu estou ansiosa por isso.

No dia seguinte me olho no espelho, já vestida com


o vestido de noiva e maquiada. Estou tão linda. A mãe de
Alexander tira várias fotos minha, diz que vai as colocar no
álbum da família. Muitas pessoas foram convidadas para o
casamento, vai ser a festa do século, não é todo dia que o
Rei dos diamantes se casa.
Briella a ex-noiva de Alexander não tem nos
perturbado mais. Ela me enviou uma mensagem pedindo
desculpas por ter mentido sobre ter transado com
Alexander e por o ter dopado, eu achei essa atitude boa da
parte dela, claro que não muda o que ela fez, e nem nos
faz esquecer, porém, ao menos ela parece estar
arrependida. Recentemente ela assumiu namoro com um
jogador de basquete famoso, então acredito que ela esteja
feliz e tenha superado, e melhor, saiu de vez das nossas
vidas.
— Tenho uma surpresa para você. Alexander disse
que você iria gostar — Samira fala, antes de ir até a porta.
— Ai, estou curiosa.
Ela abre a porta e Emily entra, tão linda, vestindo um
vestido rosa brilhante e de salto da mesma cor. Ela está tão
diferente, seu cabelo está preso e sua maquiagem
impecável. Meu coração salta surpreso ao vê-la e eu corro
para abraçá-la, tomando cuidado para não cair, por conta
do vestido de noiva.
— Surpresa! — ela exclama e eu a puxo para um
abraço.
— Não acredito que você está aqui.
— Eu precisava estar aqui, não é todo dia que
minha melhor amiga farsante de casa.
Gargalho e me distancio dela para olhá-la.
— Eu vou te explicar depois, tudo.
— Tudo bem, Sophie. Alexander me contou tudo em
carta — fala —, eu estava tão preocupada com você,
desculpa ter saído daquela forma naquele dia. Eu estava
errada e você certa.
— Isso não importa agora, vamos aproveitar nosso
tempo juntas Emily! Estava com tanta saudade.
Volto a abraçá-la.
— Desculpa interromper meninas, mas chegou a
hora de ir.
Ouço a mãe de Alexander falar e eu concordo com a
cabeça. Limpo a lágrima que sai de meu olho, emocionada.

A limusine branca para na frente da igreja. Sinto


como se meu coração fosse saltar pela boca. A porta se
abre e todos os convidados se levantam, e eu caminho
segurando o buquê, olhando diretamente para Alexander
que está lindo demais de terno preto, me olhando caminhar
até ele emocionado.
Assim que chego até Alexander, as pessoas voltam
a se sentar e o padre começa a falar. Ele pergunta depois
de um tempo falando se Alexander me aceita como mulher
e ele responde que sim, sem deixar de me olhar nos olhos,
depois me faz a mesma pergunta e eu respondo o mesmo.
— Pode beijar a noiva — decreta o padre e
Alexander toca minha nuca e me beija. Ouvimos todos
bater palmas e saímos da igreja juntos, na frente dela os
convidados jogam arroz na gente e eu jogo o buquê de
flores para trás e quem pega foi Lya, a noiva de Elliot. Sim,
o irmão de Alexander ficou noivo.
Sorrio para ela e solto um gritinho quando Alexander
me pega no colo.
— Você está tão linda, amor — elogia me beijando,
enquanto me carrega até o carro que alugamos. O carro
tem estilo de carruagem.
— Você também está muito lindo, Alexander
Campbell.
— Eu não vejo a hora de tirar esse seu vestido —
ele sussurra e eu mordo o lábio.
— Eu também — murmuro de volta. — Temos
mesmo que ir à festa mesmo? Queria ir logo para lua de
mel.
— Infelizmente sim, mas logo estaremos nas
Maldivas — fala me colocando no carro e se sentando
junto a mim, o motorista, bate as cordas e a carruagem
improvisada começa a andar.

Na festa eu dancei muito com Alexander e curtimos


muito. Ele escolheu um hotel luxuoso para fazer a festa no
salão e os convidados poderão se hospedar nele. Os
convidados cumprimentam Alexander e eu um por um.
Elliot e Lya parecem felizes um com o outro e os pais de
Alexander estão radiantes com o casamento e com a
chegada do neto.
— Agora conte-nos o segredo, como conseguiu
fisgar o solteiro mais cobiçado de Toronto? — Melanie fala,
na mesa onde só tem garotas. Elas me fitam curiosas.
— Bom, eu tenho muito charme — falo passando a
mão pelo meu cabelo me achando e elas gargalham.
— Um brinde a isso!
Todas nós levantamos a taça, eu levanto a minha
com suco e brindo junto a elas.

Depois da festa eu e Alexander partimos para


Maldivas. Estou ansiosa para a viagem pois nunca estive lá
e eu adoro nadar, então o lugar que escolhemos para a lua
de mel é perfeito.
Chegamos ao nosso destino de noite. Alexander
escolheu o melhor quarto do lugar, nós o reservamos ele
há um mês. Quando entro no quarto fico chocada com a
beleza do lugar, a água linda e brilhante batendo na janela,
esse lugar é um paraíso.
— Gostou? — pergunta Alexander, rodeando minha
cintura com seu braço e afastando meu cabelo para beijar
minha nuca, ele tem mania de fazer isso, e toda vez que
faz eu sinto uma sensação gostosa em meu estômago.
— Amei. Não vejo a hora de mergulhar nessas
águas.
— Você terá bastante tempo para isso. Agora que tal
mergulharmos em outra água? — Alexander propõe
malicioso, distribuindo beijos pela minha nuca, indo até o
pescoço, me arrepio, sentindo-me começar a ficar excitada.
— Em que água? — pergunto me virando para olhá-
lo. Alexander faz sua melhor expressão de safado, antes
de tocar meus lábios, entreabertos com o dedo.
— Banheira — explica. — Há uma enorme aqui
nesse quarto, e eu adoraria tomar um banho de espuma
com você.
— Só tomar um banho? — questiono maliciosa,
antes de tentar morder seu dedo, mas ele tira dos meus
lábios rapidamente.
— Confesso que estou doido para te foder, dentro
dela — murmura, rouco, esfregando sua excitação na
minha barriga.
— Confesso que também desejo muito isso —
sussurro de volta e ele coloca a mão na minha nuca e me
puxa para um beijo. Ele suga meu lábio e morde em
seguida, fico fogosa, excitada e demonstro isso no beijo.
Alexander me pega no colo, me pegando desprevenida,
solto um gritinho.
— Seu doido!
— Por você, amor.
Com rapidez ele me leva até o banheiro, fico
impressionada com o tamanho da banheira. Alexander me
coloca novamente no chão, tira minha roupa rapidamente e
também a dele. Observo enquanto ele liga a torneira da
banheira e aperta um botão, acredito que é para a água
ficar aquecida, Alexander pega algo na gaveta e joga na
banheira, mexe com a mão na água e ela começa a se
encher de espumas.
— Venha amor — ele me chama, estendendo a
mão, eu a pego e entramos juntos na banheira, faço um
coque em meu cabelo e me sento na banheira, sentindo a
água aquecer meu corpo e me deixar leve, Alexander fica
atrás de mim, estou sentada no meio das suas pernas.
— Que sensação gostosa — murmuro me
aconchegando ainda mais em seus braços. Sinto quando
sua mão toca meu seio, o massageando.
— Seu peito é tão lindo. Tão delicioso — elogia,
enquanto acaricia o bico, o deixando eriçado.
— Você está me deixando excitada — falo rouca,
sentindo uma sensação gostosa se espalhar pela minha
barriga e descer direto para o meu íntimo.
— Isso não é bom, amor? — questiona, com a voz
tão sensual que tenho vontade de subir em cima dele e
pedir para que me foda. Alexander começa a me torturar,
beijando devagar meu pescoço, indo direto para minha
orelha, onde sopra, morde, me deixando com muito tesão e
meu corpo todo se arrepia.
— Alexander, por favor...
— Por favor, o que, amor?
Mordo os lábios, e gemo quando sinto-o tocar minha
boceta, fazendo movimentos circulares em cima do meu
clitóris, fecho os olhos adorando senti-lo me instigando.
— Diga, Sophie.
Reabro os olhos quando sinto seu dedo entrar
dentro de mim, me penetrando devagar. Abro mais as
pernas para facilitar seu contato.
— Eu quero você, Alexander, dentro de mim.
Ele ruge de tesão e eu viro meu corpo, ficando em
frente a ele, olho nos seus olhos ao sentar em seu pau,
surpreendendo-o, Alexander geme fechando os olhos, e eu
rebolo em seu pau.
— Se apoie aqui. — Ele coloca minha mão no
apoiamento da banheira, me levanto, fazendo o que ele
pede, ajoelho e abro as pernas, a água fica só até meu
joelho. Alexander fica por trás de mim, segura em minha
cintura antes de entrar novamente em mim. — Gostosa
demais — elogia rouco, entrando e saindo de dentro de
mim, solto um gemido alto, sentindo-o aumentar o ritmo
enquanto resmunga coisas incoerentes, não consigo
escutá-lo, estou excitada demais e meu corpo só quer uma
coisa, o orgasmo. Alexander coloca minha mão na minha
boceta.
— Toque-a — ordena e faço. Passo os dedos
devagar, como eu gosto, fazendo movimentos circulares,
sentindo o pau de Alexander dentro de mim, me fodendo
com voracidade.
Gemo loucamente, sentindo o orgasmo se
aproximar, ele segura minha cintura lamentando o ritmo
das estocadas, caralho, o meu orgasmo vem com tanta
força que tenho que segurar firme, no apoiamento na
banheira, somente com uma de minhas mãos, já que a
outra estou usando-a na minha boceta. Meu corpo fica
ofegante e ouço Alexander urrar, gozando, dentro de mim,
porra, nunca vou me enjoar disso.
— Tudo bem? — pergunta carinhoso, beijando
minhas costas. Volto a me sentar na banheira, suspirando,
ainda sentindo minhas pernas trêmulas.
— Estou até demais.
Alexander sorri, se sentando à minha frente, ele
puxa meu corpo para o dele, antes de me beijar.
— Eu te amo cada dia mais — diz, segurando meu
rosto entre as suas mãos.
— Eu te amo, Alexander Campbell.
Ele abre um sorriso antes de me beijar novamente e
ficamos ali na banheira, conversando durante um tempo.
— Se for menina, qual o nome gostaria que ela
chamasse?
Alexander fica surpreso com minha pergunta, parece
pensar.
— Carly, pois significa: mulher guerreira, mulher
livre.
— Que lindo. Amo esse nome — falo emocionada,
tocando minha barriga.
— E menino?
— Brandon.
Sorrio e beijo seus lábios.
— Então está decidido, se for menina será Carly, e
menino Brandon.
Alexander concorda, me enchendo de beijos.
Meses se passaram até chegar o dia que Sophie
daria à luz a nosso filho, optamos por descobrir o sexo do
bebê somente na hora do parto, estou ansioso demais,
quase que não aguento esperar. Estávamos no meio do
jantar na minha casa, com meus pais quando sua bolsa
estourou e tivemos que correr para o hospital, Sophie
gritava muito de dor, chorando, e eu estava desesperado,
sem saber o que fazer quanto a isso.
Meu pai dirigiu o mais rápido possível até o hospital.
Eu fui ao banco de trás, junto a Sophie. Ela segurava
fortemente minha mão, a apertando com força.
— Aaahhh. Que dor horrível — ela resmunga, ser
movendo no banco, estou suando frio de nervoso.
— Estamos chegando amor, aguente.
— Vai rápido, por favor — ralha na direção do meu
pai, que dirige ainda mais rápido, Sophie está suando
muito, sentindo muita dor.

Eu acompanho o parto de minha mulher, é


cesariana. Observo os médicos abrirem a barriga
gigantesca de Sophie para tirar o bebê, tenho que desviar
os olhos, caramba até o homem mais forte do mundo tem
que se controlar em um momento como esse para não
desmaiar. Depois de certo tempo eu ouço um choro de
bebê, Sophie olha para mim, chorando emocionada, antes
de olhar para a criança nos braços do médico.
— É uma menina.
Não aguento, choro junto a Sophie, emocionado ao
extremo. Uma menina, minha filha, que felicidade. O
médico corta o cordão umbilical, antes de colocar Carly no
colo de Sophie. E ela toca o rostinho de nossa filha, tão
lindo e angelical, tão branca como a mãe, um pouco de fios
de cabelo marrom claro.
— Ela é tão linda — murmura Sophie, olhando-a
com os olhos brilhando.
— Quer segurá-la? — pergunta a mim, e eu me
encho de medo, de derrubá-la, caramba, faz muito tempo
que segurei um bebê.
— Eu desejo muito, mas tenho medo de derrubá-la.
— Não vai, vem aqui.
Sophie colocou nossa filha com cuidado em meu
colo, com um lenço cobrindo-a, meu coração palpita
rapidamente olhando o rostinho da menina, que resmunga
chorando, antes de abrir os olhinhos e me ver pela primeira
vez. Ela herdou os olhos da mãe, azuis iguais, toco seu
nariz admirando cada parte de seu rosto.
— Não consigo parar de olhá-la — sussurro para
Sophie que sorri limpando as lágrimas.
— Nem eu.
A enfermeira se aproxima de nós.
— Pais, desculpe interromper, mas tenho que levá-
la. Não se preocupem, em breve vocês poderão ir para
casa todos juntos.
Tenho que entregar minha filha nos braços dela,
quando ela deixa de me ver ouço seu choro e meu coração
se aperta. Nunca soube qual o sentimento que era ser pai,
agora sei, é uma sensação única, especial, que eu amei
demais.
Três anos depois
— Carly não mexe nisso — falo para minha filha,
que está em cima do meu colo, enquanto estou sentado na
mesa do escritório de minha casa, ela derrubou o pote com
canetas, antes de me olhar fazendo biquinho, com medo
de levar bronca.
— Desculpa, papa.
— É, nunca é uma boa ideia trabalhar com você no
meu colo.
Sorrio para ela, tocando seu cabelo liso, que cai em
seus olhos e ela o afasta.
— Venha, vamos ver o que sua mãe está
aprontando — chamo e seus olhos piscam com
expectativa. Ela é muito parecida com Sophie, seu olhar é
idêntico, mas a boca é igual a minha, o nariz também.
— Mama.
Ela bateu palmas e eu a seguro firme, levantando-
me com ela em meus braços.
— Isso mesmo, sua mãe. Acho que está na hora de
você tomar seu mama — falo e ela esfrega a barriga antes
de soltar uma gargalhada gostosa. Chego na longa cozinha
e encontro Sophie comendo chocolate e conversando com
Abigail animadamente, as duas se tornaram muito amigas.
— Amor, tem alguém com fome — digo entrando na
cozinha, Carly estica os bracinhos quando vê Sophie.
— Venha para mamãe, minha preciosa. — Sophie a
pega nos braços e Carly abraça seu pescoço.
— Mama, cheirosa.
Gargalhamos ao ouvir nossa filha falar e eu me
sento na cadeira da bancada junto a Sophie.
— E então, como estão os preparativos para a festa
de Natal?
Abigail me olha, sem deixar mexer na panela com a
concha.
— Está tudo quase pronto, a ceia vai estar uma
delícia. Sophie preparou o peru.
— Olha, que milagre, ela não o queimou?
— Engraçadinho — Sophie resmunga, balançando
Carly em seu colo.
— Todos virão hoje à noite mesmo? — pergunta, me
olhando com expectativa.
— Sim. Meus pais, Elliot, Lya, Andrew e Melanie.
Andrew é o nome do filho de Elliot e Lya. Meu
sobrinho é uma graça de tão lindo.
— Que bom. Amor segura ela, tenho que atender
essa ligação, é urgente — avisa, me entregando nossa
filha. Sophie tem andado ocupada, ela agora tem uma rede
de confeitarias espalhadas por Toronto, e pretende
expandir o negócio para outros países. Ela começou a
aprender receitas de doces, bolos, e a criá-las, e isso foi
um sucesso, suas receitas são muito conhecidas. Ela ama
trabalhar e eu adoro vê-la feliz, com um propósito.

Todo mundo está reunido na sala, depois da ceia.


Minha mãe está com Carly no colo e meu pai com Andrew.
Minha filha está com um pequeno urso brincando, ela
adora a avó, quando minha mãe vem aqui ela fica horas
com Carly, não se desgrudam.
Sophie me olha e faz sinal para a encontrar no
jardim. Me levanto e vou até ela.
— Aconteceu algo? — pergunto preocupado e me
surpreendo quando ele me beija, entrelaçando os braços
em minha cintura.
— Não, é que adoro aproveitar quando sua está
mãe cuidando de Carly para te beijar muito.
Sorrio, tocando sua nuca e dando um beijo.
— A noite está tão maravilhosa, Sophie. Eu amo
estar com você, amo a vida de casado, nossa filha. Sou tão
feliz por ter te encontrado.
— Eu tenho uma notícia para te dar — fala, com os
olhos cheios de expectativa. — Estou grávida, novamente
— conta, pondo a mão na sua barriga e eu arregalo os
olhos chocado.
— Quando descobriu?
— Ontem. Tenho estado enjoada há dias, minha
menstruação atrasada. Fiz um teste e deu positivo.
— Meu Deus Sophie, quando eu penso que é
impossível eu ficar mais feliz, você me dá mais uma alegria
— falo tocando seu rosto, ela chora, por emoção, eu a
pego no colo e rodo com ela em meus braços.
— EU TE AMO! — grito e ela tampa minha boca
gargalhando.
— Eu te amo muito, Alexander Campbell.
— Você é a melhor esposa do mundo.
A beijo até ficarmos sem fôlego.
— Obrigada por ser esse marido incrível. Sabe,
foram anos de análise para lidar com meus traumas do
passado. Eu fiz tantas escolhas ruins, mas a única que não
me arrependo foi quando te escolhi para ser meu marido. A
gente se conheceu de uma maneira conturbada, mas às
vezes escolhas erradas nos levam ao caminho certo. Eu te
amo, Alexander.
Toco seu rosto alisando sua pele macia e linda.
— Eu te amo, Sophie Sartori Campbell.
Ouvimos o barulho de fogos de artifício e olhamos
para cima. O pessoal que estava dentro de casa saíram
para fora também. Abraço Sophie, por trás, olhando os
fogos brilhando no céu.
Eu trilharia o caminho da minha história com Sophie
umas mil vezes, só para ter a felicidade de terminar assim,
sendo homem mais feliz, e completo do mundo, cercado
pelas pessoas que realmente importam para mim, e
amando e sendo amado verdadeiramente.
FIM!

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