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Apresenta:

Leli Pride
Nora S.
July Lux

Lakie Amoh

ABRIL/2021
Eu sou um Federal.
Rigoroso. Sigo as regras. Um dos mocinhos.
Eu defendo a lei... quando me convém.
Minha lealdade está em primeiro lugar com meu irmão, Koyn, e em segundo lugar com
seu MC.
Jeremy Koynakov era o homem que eu costumava ser.
Agora sou Copper.
Por uma década, ajudei meu irmão em sua busca por vingança. Tínhamos sede
de vingança. Caçamos os vilões juntos. Matamos quando necessário.
Ele finalmente encontrou sua paz em uma garota de concurso, e tudo estava certo em
nosso mundo bagunçado.
Mas uma certa loira dentro de nossas fileiras estragou tudo.
Tentou destruir nossa casa, nossas vidas e nossa liberdade.
Ela nos traiu.
Por minha causa.
É minha responsabilidade lidar com essa pequena Stormy1 que foi criada para destruir
nosso mundo.
Eu poderia acabar com ela. Seria mais fácil. Simples e limpo.
Mas esse não é o jeito do MC.
Temos orgulho de sermos brutais e bagunceiros.
Para um homem que passou a maior parte de dez anos desejando fazer sofrer aqueles
que ajustiçaram minha família, é uma escolha simples: leve-a. Puna ela.
Faça ela pagar.
Eu cansei de seguir as regras.
Essa época da minha vida acabou.
Eu vou finalmente mudar e me tornar o que fui preparado para ser.
Estou pronto para abraçar essa nova vida onde não sou um cara bom...
Todo vilão precisa de um animal de estimação.
E ela simplesmente se tornou o meu.

1 Tempestuosa.
PROTEJA: O Clube e seus irmãos vêm antes de qualquer
coisa e devem ser protegidos a todo custo. CLUBE é FAMÍLIA.

RESPEITO: Ganhe e dê. Respeite a lei do Clube. Respeite o


Patch. Respeite seus irmãos. Desrespeite um membro e haverá um
inferno a pagar.

HONRA: Receber o Patch é uma honra, não um direito. Suas


cores são sagradas, não devem ser deixadas sozinhas e NUNCA as
deixe tocar o solo.

OLD LADIES: Nunca desrespeite a Old Lady de um membro


ou irmão. PONTO.

A IGREJA é OBRIGATÓRIA.

LEALDADE: tem precedência sobre tudo, incluindo o bem-


estar.

HONESTIDADE: Nunca MENTIR, ENGANAR ou ROUBAR de


outro sócio ou do Clube.

TERRITÓRIO: Você deve respeitar a propriedade de seus


irmãos e seguir as regras do Clube capítulo.

CONFIANÇA: Anos para ganhá-la... segundos para perdê-la.

NUNCA SAIA: Irmãos não abandonam suas famílias.


UM

Copper

Zumbido.

Zumbido. Zumbido.

Tiro meu olhar da cena diante de mim para pegar meu


telefone no bolso. Meu irmão, Koyn, está finalmente se vingando
dos idiotas que tiraram sua esposa e filha dele. Eles não apenas as
mataram. Não, os filhos da puta as torturaram e estupraram.

Blaire tinha dezessete anos.

Apenas dezessete quando eles brutalizaram aquela


garotinha.

E agora ele os tem, um morto e cozinhando no fogo. A outra,


sua Old Lady, está ajudando-o a obter a vingança que ele merece.

Todo mundo está aqui, testemunhando essa merda. É o que


todos nós temos trabalhado tanto para conseguir. Marron
Genworth e seu lacaio, Randall Putnam, foram finalmente levados
à justiça. O bom e velho jeito de motociclista.

Facas e muito sangue.

Meu celular vibra novamente. Leio a notificação.

Koynakov.
Deslizo o dedo para desbloquear meu celular e vou para o
aplicativo criado por Koyn. O objetivo é farejar qualquer menção ao
nosso sobrenome e enviar um ping para nós, em vez de chegar ao
destino pretendido. Meu irmão é um gênio do caralho com
computadores. Seu programa nos torna intocáveis. Até eu, o Fed2
corrupto.

A informação que chega não é via e-mail. É uma mensagem


do rato. Quem diabos está bisbilhotando em nossas fileiras. Estou
confuso, porém, porque todos estão aqui e a atenção de ninguém
está em seus celulares.

Número desconhecido: Estou do lado de fora do local.


Onde diabos você está? Jared Koynakov está com Hadley! Eu
preciso de reforços!

Número desconhecido: VOCÊ QUER QUE KOYNAKOV A


MATE?!

Número desconhecido: Podemos pegar os dois irmãos


Koynakov de uma vez, mas você precisa chegar aqui agora!

Dois textos chegam afirmando que eles estão a caminho. Que


eles poderiam perder seus empregos por isso.

Porra.

Sigo pelas sombras, escapando pela porta aberta do prédio


do matadouro. Está nevando e frio pra caralho. Ando o mais
silenciosamente possível pela neve, retirando minha 45 do coldre.
Eu me esgueiro pelo quintal em direção à casa. Quando chego lá,
ouço vozes. O mais furtivamente possível, ando pela casa.

“Já era hora do caralho,” uma voz familiar sibila. “Ele a tem
lá e só Deus sabe o que diabos ele vai fazer com ela desta vez.”

“Brenda,” um cara resmunga. “Nós nem deveríamos estar


aqui. Não somos Feds.”

2
Abreviação para Federal.
“Vocês são policiais, Brad, e isso chega perto.” Eu conheço
essa voz.

Fodida Stormy.

“Podemos ser despedidos,” diz a outra mulher. “Nós não


temos um mandado—”

“Ele está ali, enquanto conversamos, provavelmente


estuprando ela, Denise! Isso não justifica a ação?” Stormy
praticamente grita. “Vamos.”

Eu assisto, pasmo, enquanto Stormy avança em direção ao


matadouro, com seus amigos policiais a reboque. Fico em silêncio
enquanto os persigo por trás.

“Eu vou finalmente pregar suas bundas. Johnson tera que


me trazer de volta porque eu estava certa, porra,” Stormy rosna.

“Você está de licença,” Brad começa, mas Stormy o ataca.

“Nós transamos, Brad, e agora você acha que me conhece?


Sabe tudo? Você não sabe merda nenhuma. Esses homens são
perigosos. Eles são assustadores. Se eu ficar sentada esperando
que os policiais tirem o polegar de suas bundas ou que Johnson
faça seu trabalho de merda, Hadley morre. É isso aí. Agora cale a
boca e me apoie.”

Os três se acalmam enquanto se aproximam da porta do


matadouro. Estou bem atrás deles, esperando-os sair. Não sei o
que esse trio idiota pensa que vai conseguir. Meu irmão já destruiu
um dos ratos da ceifeira e o outro já está morto. Stormy e esses
policiais duvidosos não podem parar o que está acontecendo. Está
feito.

E ela com certeza não está tirando Hadley de Koyn.

Eu conheço meu irmão. Ele nunca vai deixar aquela garota


ir.

Eu conheço meu irmão. Ele nunca vai deixar aquela garota


ir.
A vadia burra, porém, não tem medo. Ela avança pela neve,
até o matadouro, a arma em punho. Os policiais maricas seguem
atrás dela como se fossem páreo para os Royal Bastards.

“FBI! Ninguém se move!”

A sala está silenciosa, exceto pelo crepitar e estalar dos


corpos no fogo. Cozinhar carne cheira mal, mas estamos
acostumados. Esses dois filhos da puta não são os únicos corpos
que queimamos aqui.

“Stormy?” Hadley sai do colchão no chão. Ela parece uma


merda, coberta de sangue e vômito, mas Koyn a está embalando
como se ela fosse a coisa mais preciosa da Terra.

Tiro meu olhar de Stormy e Hadley, procurando por Filter.


Ele vai ficar furioso. Essa é a mulher dele. Ela é o maldito rato.
Koyn vai querer respostas. Tipo, como diabos ele não sabia de nada
sobre isso.

Filter sai das sombras, um olhar assassino em seu rosto me


dizendo tudo que preciso saber. Ela nos pegou. Ela colocou uma
venda sobre nossos olhos e nós nunca esperamos que a bombshell
loira tivesse essa merda em sua manga.

“Agente Brenda Gale,” Stormy cospe. “Todos de joelhos,


mãos na cabeça. Hadley, querida, preciso que você venha até aqui.”

Os olhos de Koyn deslizam para os meus por um breve


segundo, reconhecendo minha presença iminente, antes de
abraçar sua garota com ele. “Agente Gale,” ele rosna. “Hadley fica
comigo. Corra, Stormy, antes que eu lance o Filter em você.”

Filter estala seu pescoço, seu corpo ondulando com


malevolência. Pego meu celular e uso meu acesso ao sistema que
Koyn ajudou a montar para descobrir o que posso sobre ela.
Encontro um documento que me diz tudo o que preciso saber.

Brenda Stormy Gale. Alabama.

Licença administrativa.
Stormy não é uma cadela fraca. Ela nem mesmo vacila em
sua fúria. Sua raiva e determinação a estão alimentando.

“Não,” ela responde. “Eu pensei que poderia fazer isso, mas
não posso ver você arruinar essa garota. Você vai matá-la.” Ela se
endireita, com o objetivo de parecer mais alta e feroz. ”Ela está
grávida do seu filho, mas isso não significa que a vida dela precise
acabar.” A paciência do meu irmão está se esgotando. Vai estalar
a qualquer momento.

“O que você quer de mim?” ele exige. “Cuspa isso. Você leva
Hadley e eu encontrarei uma maneira de trazê-la de volta. Você
sabe disso.”

Ele não vai parar por nada.

É o jeito Koynakov.

“Eu quero que você vá para a prisão, que é o lugar onde você
pertence,” Stormy berra.

Koyn se levanta, puxando Hadley com ele, usando-a como


escudo.

“Onde está o seu apoio? Só esses dois?”

“Será o suficiente até que o resto chegue,” Stormy mente.


Ninguém mais está vindo. Balanço minha cabeça para ele e ele
murmura um “hmm.”

Essa cadela vai se juntar a esses caras de merda no fogo em


breve, porque não há nenhuma maneira no inferno de Koyn deixar
Stormy ir embora depois disso.

“Por favor, não a mate,” implora Hadley.

Exceto por isso.

Hadley o tem enrolado em seu dedo mindinho.

Koyn, brincando com Stormy, diz: “Por que você está me


investigando? Por que você não pode se sair bem o suficiente
sozinha?”
Filter dá mais um passo à frente, o ódio queimando nele,
muito mais quente do que o fogo. Sua voz treme de raiva. “Você me
enganou, porra, Stormy?”

“Por quê?”

Ela se recusa a desviar seus olhos, ou sua arma, para longe


do meu irmão. “É o meu trabalho,” Stormy grita para Filter. “Você
foi o mais próximo que pude chegar.”

“Mas por que você quer Koyn?” Filter pergunta.

Dou um passo mais perto, a neve esmagando ruidosamente,


fazendo com que Denise e Brad fiquem tensos com o som.

“Não Koyn—” Stormy começa.

Bang. Bang.

Coloco uma bala na cabeça de cada um dos policiais. Eles


não deveriam estar aqui. Stormy também não deveria. Esse é o
Clube — negócio de família — e eu não permitirei que essa vadia
ou seu ex-namorado, ou seja lá o que ele era, arruíne isso para
nós.

“Eu,” rosno, fazendo o resto do caminho até Stormy,


enquanto seus amigos sangram até a morte aos seus pés. “Ela está
me investigando. Estou certo, Agente Gale?”

Eu sabia que tínhamos um rato. Genworth até jogou isso na


nossa cara. Eu estava trabalhando nisso. Com o tempo, teria
descoberto, mas para nossa sorte, Stormy mostrou suas cartas
mais cedo.

Ela não responde, então pressiono minha 45 em sua


têmpora e arranco a arma de sua mão. Eu jogo fora com um
barulho.

“Fed sujo,” ela zomba. “Senti seu fedor a três estados de


distância.” Ela deveria ter ficado longe de nós. A vadia fodeu tudo.
“Você deveria pensar melhor antes de foder com um
Koynakov,” rosno, balançando a cabeça. “Cobrimos nossos
rastros.”

“Eu estava juntando provas!”

“À custa de sua carreira. Posso ser um Fed sujo, mas sou


um Federal. Você, pequena Stormy, foi colocada em licença
administrativa por desobedecer a uma ordem direta.”

Ela treme de raiva. “Eles me disseram para deixar para lá!


Que você estava limpo! Eu sabia que você não estava. Eu sabia que
poderia juntar tanta merda que eles me implorariam para voltar.
Eu levaria você e seu irmão junto com toda a família Royal
Bastards MC.”

“Ainda estamos aqui, vadia,” Filter lança. “Todas aquelas


chupadas de pau que você fez não trouxe nada além de uma arma
pressionada contra sua cabeça.”

Os traços de Koyn se transformam em um sorriso cruel, que


faz Stormy sentir um pouco de seu fogo, inclinando-se ligeiramente
para trás, contra o meu peito, como se eu fosse salvar sua bunda
dele. Sim, certo, porra.

“Ninguém jamais fará nada quando se trata dos Koynakovs,”


ele diz. “Eu desenvolvi programas anos atrás e os coloquei lá fora,
então sempre que alguém salvar até mesmo uma página da web
simples com meu nome nela, ela será criptografada. CIA. FBI. NSA.
Cada maldita delegacia de polícia em um raio de oitocentos
quilômetros. Quaisquer relatórios ou arquivos com o Capítulo
Royal Bastards de Tulsa ou meu nome de família, os programas o
localizam. Eles podem ser recuperados com uma senha que só eu
conheço.”

Posso sentir o cheiro de sua derrota. Doce e enjoativo. Hadley


deve sentir isso também, porque ela dispara, usando seus poderes
incomuns sobre meu irmão.

“Por favor, não a mate,” implora Hadley.


Seria muito mais limpo enfiar uma bala na cabeça dela
também e jogar seu lindo traseiro no fogo. Eu me encolho, porém,
quando vejo a expressão no rosto de Koyn. Ele vai complicar essa
merda por Hadley porque a ama. Ele me dá um aceno de cabeça,
confirmando meus pensamentos. O que significa que Stormy é meu
problema agora. Porra.

“Se não for eu, será outra pessoa,” Stormy diz, sua voz fraca
e trêmula. “A NSA vai ganhar fôlego e vai contratar gente como
Genworth. Alguém vai decifrar seus códigos idiotas e despejar tudo
o que você está escondendo.” Ela levanta o queixo em uma falsa
bravura. “Basta colocar uma bala na minha cabeça. Não faça
merdas nojentas e psicopatas como você fez lá.”

Seguro uma risada. Mesmo às portas da morte, Stormy


ainda está em seu estado de sempre.

Hadley se liberta do aperto de Koyn, correndo para Stormy.


Hadley a abraça enquanto chora.

“Por que você fez isso?” Hadley choraminga. ”Por que você se
sacrificaria por mim?”

Stormy beija a cabeça de Hadley. “Alguém tinha que cuidar


de você. Eu só queria que você estivesse segura.”

A faca de Filter cintila no reflexo do fogo, lembrando-me que


tenho um trabalho a fazer, antes que ele faça o errado. Koyn se
move em nossa direção, a mesma compreensão refletida em seus
olhos escuros.

“O tempo acabou,” eu ladro, enganchando um braço em


volta da cintura de Stormy para puxá-la de volta, assim que Koyn
agarra Hadley.

“Não a mate!” Hadley grita.

Enfio minha arma na frente da minha calça jeans antes de


jogar a bunda de Stormy sobre meu ombro. Ela chuta e grita sem
sucesso.
“Copper,” diz Koyn. “O que você está fazendo?”

Olho de volta para ele. “Lidando com meu problema.”

Ela estava aqui, me investigando, e queria derrubar meu


irmão no processo. É tudo problema meu.

“E de que maneira fará isso?” Desafia Koyn.

“Eu tenho meus métodos,” mordo de volta. “Não se preocupe,


PG3, a cadela não vai morrer esta noite.”

No meu caminho para fora do matadouro, encontro o olhar


duro de Blake. Meu filho é um prospecto do caralho, e porque ele
usa um corte de couro e eu não, ele age como se tivesse voz sobre
mim quando se trata de negócios de Clube. No final do dia, ele é
meu filho e eu sou o pai dele.

“Não, Nees,” advirto. “Apenas não.”

Ele aperta a mandíbula, mas não diz mais nada sobre o


assunto. Stormy, por outro lado, está reclamando como se fosse o
maldito direito dela. Quando chego à minha caminhonete, ela está
em silêncio. Pego minhas chaves no bolso e aperto o botão,
destravando minha caminhonete Ford Super Duty King Ranch
dourada. Como diabos vou mantê-la nisso?

Um arrepio sobe pela minha espinha quando uma voz grita,


perto demais para meu conforto.

“Precisa de uma mão?” Dragon pergunta.

“Oh, porra, não,” Stormy assobia. “Não deixe aquela


aberração sádica perto de mim!”

Bato sua bunda com força sobre seu jeans. “Cale-se.”

Dragon sobe no banco de trás da minha caminhonete e seus


olhos verdes brilham com violência. Junte isso com o sangue
espalhado por todo o rosto e ele parece um maldito psicopata

3 Pageant Girl - Garota de Concurso.


assassino em série. Stormy se agarra a mim como se fosse me
impedir de jogá-la para ele.

Errado.

“Não a mate,” advirto enquanto a tiro de mim.

Como uma víbora, ele ataca, agarrando-se a ela e puxando-


a para o seu poder. “Pronto, pronto, vadia. Eu tenho você agora,”
ele diz em um tom aparentemente calmo. “Shhh.”

Eu a imobilizo com um olhar duro. “Comporte-se e você


chegará em minha casa inteira.”

O medo genuíno brilha em seus olhos porque ela sabe que


estou certo.

Dragon é doido.

“Você não vai se safar dessa,” ela me ameaça.

Eu me inclino para frente na caminhonete, segurando seu


queixo em minha mão. “Pequena Stormy, eu já me safei.”
DOIS

Stormy

Estou tão fodida.

Mas Hadley não está morta. Vou contar como uma vitória no
que diz respeito a ela. Eu, por outro lado, estou caminhando nessa
direção. Dragon me tem em suas garras perversas e isso só pode
significar uma coisa.

Alguma merda está prestes a acontecer.

Ele nem mesmo tenta controlar as emoções, que é meu


primeiro aviso sobre o quão ruim é isso. O Dragon é um ou outro.
Quente ou frio. Galanteador ou cruel. Dolorosamente brincalhão
ou dolorosamente perverso.

Estou prestes a receber sua ira. Eu vi o que ele fez aos


outros. A última coisa que eu quero fazer é virar carne picada para
que o Dragon mais tarde possa bater uma. Como se estivesse
dentro da minha cabeça, ele morde minha orelha.

Não é uma mordida sexy também.

É aquela que avisa sobre muitas e muitas dores.

Minha mente está a mil por hora. Como eu achei que entraria
lá e então sairia viva? Fiquei tão cega para salvar Hadley que
esqueci de me salvar. Eu deveria saber melhor, no entanto. Koyn é
diferente com Hadley. Ela o enfraquece e ele não se importa. Foi
tudo um grande jogo. Ele nunca a mataria.

O que significa que estraguei meu disfarce sem motivo.

E as únicas duas pessoas que sabiam que eu estava ali estão


mortas no chão do matadouro. A culpa me incomoda por colocá-
los nessa situação. Brad poderia ser um idiota total, mas ele não
merecia morrer.

“Você os matou,” acuso, encontrando o olhar duro de Copper


no espelho retrovisor.

“Não, você fez isso sozinha,” ele grunhe de volta.

“Para onde você está me levando? Por que você simplesmente


não atirou em mim lá? Todos nós sabemos que você não vai honrar
sua palavra para Hadley. Você é um Royal Bastards, afinal.”

A proximidade de Dragon, me faz querer me enrolar em mim


mesma. Ele é a última pessoa que quero irritar.

“Estou levando você para minha casa.”

“Por quê?” Exijo.

“Porque você é meu problema e eu mesmo cuidarei de você.”

“Se você puder manter Filter longe dela,” Dragon diz, seu
hálito quente fazendo cócegas na lateral do meu pescoço.

“O Filter não serve para nada,” murmura Copper.

Um bufo irônico deixa Dragon, me fazendo estremecer.


Dragon está certo. Se eu for mantida viva, Filter vai querer
vingança. Eu o traí e o usei da pior maneira possível. Mas estar
nas garras de Copper pode me dar algum tempo.

Nunca estive na casa do Copper, mas sei onde fica. Antes de


ir para a cama de Filter na Mansão do Homem, eu marquei a casa
de Copper online. Ele mora numa propriedade a cerca de 45
minutos ao norte de Sand Springs, no lago Skiatook. Os Koynakovs
não são os motociclistas e os Feds típicos. Não, os Koynakovs são
financeiramente abastados e a maior parte disso Koyn obteve de
forma legal, muito antes de sua família ser morta. Durante o tempo
em que passei no complexo de Koyn, certamente fui mimada com
o estilo de vida luxuoso.

“Seu coração está disparado,” Dragon murmura, seus lábios


contra o meu pescoço. “Você está assustada.”

“Não brinca, Sherlock,” mordo de volta. “Pare de me tocar.”

Ele corajosamente apalpa meu peito. “O que você fará sobre


isso, traidora?”

Faço uma carranca, mas desisto da minha luta. Dragon


adora uma luta. E serei amaldiçoada se der àquele monstro
imundo o que ele quer. Meu corpo relaxa e eu cedo ao fato de que
não vou escapar sob os olhares vigilantes de Dragon e Copper. Terá
que ser quando eu ficar sozinha.

Eu vou escapar.

Mesmo que isso signifique que usem meu corpo, eu farei.


Não é como se eu não tivesse passado os últimos oito meses na
cama de Filter tentando obter informações. Se eu tivesse que fazer,
eu foderia Copper para conseguir minha fuga dos Royal Bastards.

Dragon, por outro lado, pode ir para o inferno. Eu nunca


vou, de bom grado, rastejar para a cama com alguém como ele. O
Copper e o Filter apresentam rachaduras em suas fachadas
rígidas. Eu sei que posso escorregar por essas rachaduras. Dragon
é uma névoa escura e impenetrável na qual não quero me perder.

Toda a adrenalina que correu em minhas veias durante a


última hora começa a drenar para fora de mim. Meus olhos se
fecham por conta própria.

Não seja estúpida, garota.

Mas sou, porque adormeci nas mãos de um monstro.


Acordo sendo puxada para fora da caminhonete no aperto
firme de Dragon. Minhas pernas chutam para fora, esperando por
apoio, mas não acerto nada. Copper trota à frente e assobia alto.
Meu sangue esfria quando cachorros começam a latir na floresta
ao redor de sua enorme casa. Eu vou de chutar para ficar
mortalmente imóvel.

Tenho medo de cachorros.

Um incidente de infância garantiu isso.

“Nossa, Stormy está prestes a mijar nas calças,” Dragon


provoca, enquanto dois dobermans vêm correndo em nossa
direção.

Copper olha por cima do ombro, suas sobrancelhas se


estreitam em confusão, antes de virar a cabeça de volta para os
cachorros. Quanto mais perto eles chegam, eles notam Dragon e
eu, e começam seus rosnados ferozes. Meu coração bate tão forte
no peito que fico tonta. Quando um deles se atira em nós, eu
desmaio de pânico.

Acordo em um quarto escuro, desorientada com meu


entorno e sem saber por quanto tempo dormi. Lentamente, me
sento e aperto os olhos. Não consigo distinguir nada além do cheiro
de... pipoca. O cheiro é confuso para mim. Levanto e me arrasto
pela sala em que estou, com cuidado para não bater em nenhum
móvel. Quando eu alcanço as portas onde uma fenda de luz brilha,
eu giro a maçaneta.

Trancada.

Bastardos.

Tateando, consigo encontrar um interruptor de luz. Viro as


costas para as portas e examino a sala em que estou. Uma sala de
mídia. Ele me deixou em uma sala de mídia sem janelas. Supus
que seria acorrentada a um radiador em um porão. Pelo menos
essa cela tem poltronas reclináveis, uma tela enorme, um bar cheio
de lanches e bebidas e um banheiro anexo.

“Me deixe sair!” Grito, batendo na porta, depois de vasculhar


a sala a procura de armas, sem sucesso.

Um rosnado me faz gritar. Outro rosnado se junta a esse.

Tropeçando para trás, me afasto da porta em direção ao


banheiro. Com um gemido, corro para dentro e fecho a porta atrás
de mim. Um soluço se aloja em minha garganta, mas me recuso a
aceitar a derrota. Só estou presa aqui porque aqueles malditos cães
estão me impedindo. Caso contrário, eu descobriria uma maneira
de escapar e sair para a noite de neve.

É uma ilusão, mas por enquanto eu aceito. Preciso de toda


a esperança que conseguir.

Ligo a luz do banheiro e olho meu reflexo no espelho. Deus,


estou uma bagunça agora. Minha maquiagem está borrada, meu
cabelo está desfeito e meus olhos azuis brilham em derrota.

Não acredito que estraguei tudo.

É tudo o que faço.

Em vez de me desesperar, opto por um banho quente. Tiro


minhas roupas e entro no chuveiro fumegante. A água quente
atinge meus músculos doloridos, me relaxando. Não há shampoo,
condicionador ou sabonete neste banheiro, o que me irrita. Homem
típico. Se não fosse por mim, a casa de Koyn federia como a de
meninos de fraternidade. Cada banheiro tinha artigos de toalete,
velas e uma variedade de sabonetes. Eles não me mereciam.

Depois de lavar o melhor que posso, fecho a água e pego a


toalha que separei. Eu a envolvo em volta do meu corpo, colocando-
a sob minhas axilas. Quando não vejo minhas roupas, a raiva
explode dentro de mim.
“Sério?” Estalo. “Você é um homem tão grande, Jeremy. Você
me deu uma lição roubando minhas malditas roupas.”

Corro para a porta, pronta para abri-la, mas então hesito. Se


os cachorros estiverem aqui, não quero fazer parte disso.
Lentamente, giro a maçaneta, espiando.

“Você acabou de ter um ataque de vadia?” Esse rosnado é da


variedade humana.

“Você roubou a porra das minhas roupas.”

Ele empurra a porta e empurra uma bolsa contra meu peito.


“Se você parou de ser uma pirralha arrogante, eu trouxe suas
merdas.”

Pisco para ele em estado de choque. Com certeza, uma das


minhas malas que estava em Koyn, está em minhas mãos. Ele sai
do banheiro, batendo a porta atrás de si. Eu franzo a testa por um
minuto, pensando em seu ângulo. Quando não encontro nada,
procuro roupas na bolsa. Infelizmente, já que eu passei meu tempo
disfarçada como uma cadela motoqueira que estava seduzindo o
VP, minha seleção de roupas é inadequada na melhor das
hipóteses. Com um suspiro resignado, coloco uma camisola preta
e um short minúsculo de algodão vermelho. Não é como se Copper
não estivesse acostumado a me ver vestida desse jeito. Depois de
puxar meu cabelo para cima em um coque bagunçado, espio pela
porta novamente.

“Os cachorros estão aí?”

“Eles estão lá fora.” Uma pausa. “Saia para que possamos


conversar.”

Abro a porta, ainda nervosa pelos cães que podem me atacar.


Eles não estão aqui, no entanto. Copper se inclina contra a parede,
os braços cruzados sobre o peito volumoso, uma carranca em seu
rosto bonito. “O que?” Estalo.

“Você está com fome?”


“Pare de agir como um cara legal, Copper. Nós dois sabemos
que você vai me torturar ou me estuprar ou algo assim. Os jogos
mentais não são bonitos.”

Ele revira os olhos. “Não vou torturar você e certamente não


tenho que estuprar você. Tenho certeza de que você vai implorar
pelo meu pau amanhã de manhã.” Ele zomba de mim. “Esse é o
seu MO4, certo? Usa sua buceta dourada para conseguir o que
deseja? Como isso funcionou com Johnson?”

O calor me inunda, pintando minha pele de vermelho. Odeio


que ele saiba que dormi com Hank Johnson, meu comandante
quando estava no FBI, antes de ser colocada em licença
administrativa.

“Vá se foder,” estalo.

“Aparentemente, todo mundo faz.” Ele me dá um sorriso


enlouquecedor que me ultraja. “Não estou interessado em sua
boceta vodu, Stormy. Estou interessado em respostas.”

“Eu não tenho nada para você,” grito. “Onde estou


dormindo?”

“Se você não cortar sua merda, será com os cachorros.”

Congelo, meu sangue gelando. “Não seja um idiota.”

“Tarde demais para isso, pequena Stormy.” Ele dá um passo


em minha direção, seus olhos castanhos escuros varrendo meu
rosto enquanto ele me estuda. “Por mais que eu queira aterrorizar
você com o fato de que os cães vão rasgar sua garganta se você
tentar ir embora, seria uma mentira. Eles não vão te machucar.”

Imagens deles me perseguindo enquanto eu corro são


filtradas pela minha mente.

Não, obrigado.

4 Modus Operandi: modo pelo qual um indivíduo ou uma organização desenvolve suas atividades
ou opera.
“Estou com frio,” minto para explicar meu tremor. “Você tem
um cobertor?”

“Vou pegar o que você precisa. Mas primeiro as coisas mais


importantes.” Ele caminha até o balcão ao lado dos lanches.
“Vamos ajustar sua coleira.”

Meu lábio se curva. “Vá em frente e se foda com esse


pensamento.”

“Se você não quer que eu te amarre como um porco e te deixe


no maldito celeiro, então você vai me deixar colocar isso em você.”

Olho para ele. “Eu não vou deixar você usar em mim uma
coleira como um de seus vira-latas!”

“Essse não é o show Stormy,” ele rosna. “Você vai fazer o que
eu digo e ficar grata por não ter colocado uma bala na sua cabeça
loira. Se você não vier de boa vontade, vou forçá-la. Nós dois
sabemos que se eu tiver que impor minha força sobre você, você
vai se machucar.”

Furiosa, mas sabendo que ele tem razão, vou até ele,
levantando meu queixo para que ele possa ver o ódio brilhando em
meus olhos. Ele ri como um idiota enquanto pega a coleira.
Mantenho meu olhar fixo nele enquanto ele a desliza em volta do
meu pescoço e aperta.

“Engula,” ele instrui. “Tenho que me certificar de que não


está muito apertada.”

Faço uma demonstração exagerada de engolir. A coleira é


ajustada, mas posso respirar. Seus dedos roçam meu pescoço
enquanto ele a fecha. Em seguida, ele pega algo do balcão e liga.

Clique.

Levanto minha mão para sentir um cadeado empurrado por


um orifício no mecanismo de metal que o trava fechado. “Que
diabos, Copper?”
“Permanecerá fechado. Sempre. Não tente tirá-la. Você vai se
arrepender se fizer isso.”

Ele dá um tapinha no topo da minha cabeça e vai embora.


Meus dedos tocam a gola e eu toco uma caixa quadrada de plástico
pendurada nela. Oh não, esse filho da puta não fez isso.

Solto um grito de fúria enquanto me lanço para ele, minhas


garras expostas e prontas para causar um dano real. Assim que o
alcanço, a eletricidade passa pelo meu pescoço, me fazendo
tropeçar e caio de joelhos. O choque desaparece tão rápido quanto
surgiu, mas meus olhos estão lacrimejando com a picada dele.

“Seu desgraçado.”

Ele se vira e se agacha na minha frente, um dispositivo


remoto em suas mãos.

“Vou te ensinar da mesma forma que ensinei Gretel e


Hansel.”

“Você é um monstro.”

“E você é uma vadia que traiu a mim e ao meu irmão. Parece


que todos nós temos nossas falhas.”
TRÊS

Copper

Gosto do animal de estimação obediente que ela se tornou,


Stormy segue depois de mim. Ela normalmente tem muito a dizer,
mas no momento, está tão quieta quanto um rato de igreja. Não
menti quando disse que Gretel e Hansel estavam lá fora. Eles
amam a neve e o clima frio. Na maioria dos dias, tenho que arrastar
suas bundas para fora do lago, mesmo que esteja frio pra caralho.
Enquanto atravesso minha enorme casa e desço as escadas, não
posso deixar de me perguntar por que ela está preocupada com
cachorros. Já que ninguém tinha nenhum na casa de Koyn, eu
nunca vi esse lado dela.

“Sente-se,” instruo, apontando para uma das minhas


banquetas de couro vermelho. “Vou preparar uma bebida para
você.”

A cadeira raspa no piso de madeira quando ela pula no


assento, atirando adagas em mim. Vou dar isto a Stormy. A vadia
tem coragem. Há apenas algumas horas, ela mostrou suas cartas,
irritando uma das gangues de MC mais notórias vivas, mas ela se
senta aqui sendo uma vadia megera, como se tivesse motivos para
estar com raiva.
Entro na minha cozinha que raramente é usada e vou até a
minha máquina Keurig5. Assim que começo uma xícara de café, eu
a deixo para buscar um cobertor. Suas roupas de motoqueira vadia
provavelmente parecem idiotas agora que ela foi descoberta. Pego
um cobertor de chenile cinza do sofá e jogo para ela, no meu
caminho de volta para a cozinha.

“Açúcar? Creme?” Olho por cima do ombro para descobrir


que ela já está enrolada no cobertor.

“Ambos,” ela murmura, distraidamente alisando o colar de


choque.

Começo uma xícara para mim e, em seguida, preparo mais


uma. Depois que coloco a dela no chão na frente dela, eu bebo o
meu café, inclinando minha bunda contra a ilha para que eu possa
observá-la.

“Por quê?”

“Eu já disse a você,” ela se ajusta. “Porque você e seu irmão


são homens terríveis que precisam ser derrubados. Especialmente
você, Fed sujo.”

“Poupe-me da lição de moral. Você abre as pernas para obter


informações. Não estamos em terreno tão irregular quanto você
pensa.” Bebo meu café, apreciando a vermelhidão de suas
bochechas. “Eu precisava de informações. Única diferença, eu não
chupei pau para conseguir.”

“Foda-se.”

“Desculpe, querida, mas não está acontecendo. Continue


tentando, entretanto. É fofo ver você com sede pelo meu pau.”

Seus olhos azuis brilham de fúria. “Te odeio.”

“O sentimento é mútuo pra caralho.” Coloco minha caneca


na mesa e coço minha bochecha desalinhada. “Por que você tem

5
A Keurig é conhecida nos EUA por suas máquinas que fazem café usando cápsulas.
tanta sede por justiça quando se trata de Koyn e de mim? O que
fizemos para ganhar sua necessidade obsessiva por nos derrubar?”

“O que você não fez?” ela bufa. “Vocês são criminosos


horríveis!”

Aproximo-me do balcão em frente ao bar, colocando as


palmas das mãos em cima e inclinando-me para a frente. “Eu sei
disso. Koyn sabe disso. A pergunta é... como você sabe disso?”

“Eu vi você matar—”

“Antes, Stormy,” grito. “Quando você era uma Fed em


Montgomery, Alabama, como diabos os Koynakovs entraram no
seu radar?”

Koyn é um mentor da computação. Antes de perder sua


família para uma gangue MC de filhos da puta psicopatas, Koyn
acumulou uma fortuna com contratos de defesa com a NSA e
outras afiliações do governo por causa de suas extensas
habilidades de hacking e programação. Koyn foi e continua a ser o
melhor neste jogo. Qualquer coisa relacionada ao nome Koynakov
foi essencialmente apagada da existência e qualquer nova
informação sobre nós foi redirecionada para Koyn para que nunca
estivéssemos sob a vigilância de ninguém.

“Você estava muito limpo, Copper. Se destacou como um


polegar dolorido.”

Balanço minha cabeça para ela. “Pare de me enganar e me


diga. Bastava deixar Hansel e Gretel entrarem para fazer você gritar
como um porco. Não me faça ser um idiota.”

“Tarde demais,” ela ferve.

Meus cachorros são grandes molengas, mas ela não sabe


disso. Quase me sinto mal por usar seu medo contra ela. Quase.
Quando começo a passar por ela, ela agarra meu bíceps, suas
unhas cravando.
“Jesus,” ela grita. “Estou tentando chegar lá. Não os deixem
entrar.”

“Comece a falar.”

Ela dá de ombros, permitindo que o cobertor caia de um


ombro. Eu estaria mentindo se dissesse que nunca pensei que
Stormy é gostosa. Inferno, qualquer homem com um pau
funcionando babava um pouquinho sempre que ela entrava na
sala. Se ela e Filter não tivessem algo, eu provavelmente teria
fodido com ela até que ela não pudesse andar em linha reta. Mas
agora, depois da merda traiçoeira que ela fez, toda atração por essa
mulher se foi.

Seu corpo ainda está bem pra caralho, mas um monstro vive
na cabeça dela.

“Tudo começou com Erin.” Ela suspira. “A minha melhor


amiga.”

“Sala de estar. Vamos,” instruo. Pego meu café antes de me


sentar em uma das pontas do meu sofá em forma de L. Ela se senta
do outro lado, o mais longe de mim que consegue, abraçando a
caneca de café como se fosse seu salva-vidas. “Continue.”

“Erin e eu nos conhecemos na faculdade. Ela e eu éramos


amigas mesmo quando fui para Langley. Nos mantivemos juntas.
Erin conseguiu um emprego em Houston como gerente de contas
de uma grande empresa de petróleo e gás.” Os lábios de Stormy se
curvam para baixo, a dor gravada em suas feições. “Ela me ligou
pouco depois de perguntar se eu poderia procurar alguém para ela.
Um cara chamado Urbano Vidal. Quando puxei sua ficha, ele
estava limpo, mas havia algo em sua foto que me deu uma vibração
estranha.”

Eu diria a ela que os federais não trabalham com vibrações


estranhas, mas isso seria uma mentira. Ser bom em seu trabalho
significa ouvir seu instinto. Aceno para ela continuar.
“Vidal está no ramo de modelagem. Recruta alguns dos
maiores nomes que já apareceram nas capas de revistas. Ele a
encontrou em um Clube, em uma noite em Houston e quase
implorou para que ela modelasse para ele. Erin é linda, não me
entenda mal, mas mais parecida com uma garota da porta ao lado.
Ela não é capa de revista ou material para passarela.” Stormy
suspira. “Eu disse a ela que parecia que ele só queria entrar em
suas calças e para ficar longe de um desprezível como aquele.”
Seus olhos azuis erguem-se para os meus, a dor brilhando neles.
“Ela ficou com raiva de mim. Disse que estava com ciúme — que
sempre tive ciúme dela.” Ela engole em seco e distraidamente puxa
o colar do pescoço delicado. “Terminamos a chamada em condições
ruins.”

“Estou esperando você chegar à parte que tem a ver comigo


e com meu irmão.” Bebo meu café, olhando-a com um olhar feroz.
“Há algum sentido nessa caminhada pela estrada da memória?”

Ela me mostra o dedo médio e me dá seu olhar característico


antes de continuar. “Estou chegando lá, idiota. Seja paciente.” Ela
se inclina para frente para colocar o café na mesa, dando-me uma
visão deliciosa de seu decote. A garota tem belos airbags, isso é
certo. “Então eu continuei a cavar esse cara, Vidal. Ele era uma
lousa em branco, mas percebi que ele vinha muito para Tulsa a
negócios. Eu descobri que ele sempre se encontrava com um cara
chamado Cypress Collins.”

Um dos meus cães late, arranhando a porta, e a coluna de


Stormy fica rígida, o terror brilhando em seus olhos.

“Não posso deixá-los no frio,” explico, odiando como me faz


parecer um boceta. Eu deveria querer puni-la e fazê-la chorar pelo
que fez essa noite, mas simplesmente não posso usar os cães
contra ela assim.

“Por favor,” ela sussurra, com o rosto pálido.

“Vou deixá-los entrar. Eles vão se sentar no chão e não vão


chegar perto de você. Eu prometo.”
Em vez de esperar por uma resposta, fico de pé para deixar
meus cães maus entrarem. Eles são treinados para saber esperar
para que eu possa limpar seus pés para que não deixem rastros de
lama pela casa. Depois de limpá-los, eu os comando com assobios
curtos e estalos. Os irmãos trotam para a sala, curiosos sobre
Stormy, e se acomodam no chão de madeira perto da lareira, os
olhos nela. Ela se enrola com mais força no cobertor, seu corpo
inteiro tremendo. Eu me sento de volta, desta vez ao lado dela.

“Continue,” instruo. “Eles não vão incomodar você.”

Ela solta um suspiro áspero que faz Gretel choramingar de


preocupação e Hansel inclina a cabeça. Eles querem que ela os
acaricie agora que percebem que ela não é uma ameaça, mas não
ousarão se apresentar a menos que eu permita.

“Então, hum, tirei um fim de semana para vir a Tulsa para


ver Vidal e esse personagem Collins. Vidal estava recrutando
modelos para um grande evento no centro, mas se encontrava
regularmente com Colins. No começo, achei que Collins era um
cara supergostoso que Vidal queria recrutar, mas depois de algum
tempo, percebi que Collins era apenas um terno em uma torre.
Uma espécie de parceiro. Qualquer que fosse o seu negócio, ele se
mantinha vago e silencioso. Para alguém de fora, talvez parecesse
um investidor ou um gerente de contas. Mas, algo me incomodou.
E precisei cavar mais fundo.”

Estou muito cansado e tive um longo dia. Essa é a história


que continua contando. Eu quero que ela chegue à parte que me
envolve. “Outro buraco de minhoca.”

“Exatamente,” ela diz, me dando um breve sorriso. “Você, de


todas as pessoas, sabe como é. Depois de iniciar a caçada, você
tem que continuar puxando todos os fios até que se desfaçam a
seus pés.”

“Então você veio aqui procurando algum babaca que colocou


ideias bonitas na cabeça da sua amiga não tão bonita, encontrou
um filho da puta misterioso no processo e então de alguma forma
decidiu foder comigo e com meu irmão?”

Ela revira os olhos, a ação fazendo-a parecer mais jovem


agora que ela não tem sua maquiagem “Stormy usual” aplicada
nela. Se ela é Fed, ela não pode ser muito jovem, mas ela ainda
deve ser pelo menos vinte anos mais nova do que minha velha
bunda que está chegando aos cinquenta.

“Decidi me encontrar com Collins. Encontrei seu escritório e


fui direto a ele. Fingi ter me perdido procurando outro lugar para
fazer uma entrevista.” Ela franze a testa enquanto esfrega o topo
de sua caneca com o polegar. “Ele era apenas um homem de
negócios de aparência normal, mas estava interessado em mim. Eu
posso dizer que ele gostou do que viu. Collins me perguntou se eu
queria me encontrar com seu amigo Vidal. Um recrutador de
modelos.”

Stormy modelando é algo que eu posso imaginar. Ela tem


pernas longas, seios perfeitos e quadris feitos para cravar os dedos.
Enquanto a mulher de Koyn, Hadley, tem a aparência inocente de
uma garota de concurso, Stormy parece uma daquelas modelos
sexys e ainda angelicais da Victoria's Secret.

“Ok,” insisto. “O que aconteceu então?”

“Ele se afastou para fazer a ligação. Eu bisbilhotei enquanto


ele estava fora. Em um arquivo em sua mesa estava uma pasta
chamada Koynakov.”

Fico tenso, franzindo a testa. Quem diabos são esses idiotas


e por que eles estavam olhando para nós?

“Os papéis mencionavam uma gangue MC chamada Royal


Bastards,” ela explica. “Eles mencionaram que você é um Fed e sua
afiliação com a gangue.”

A fúria surge através de mim. Hansel e Gretel, percebendo


minha mudança repentina de humor, choramingam como se
estivessem preocupados e não soubessem por quê.
“Eu sou tão cuidadoso,” rosno. “Koyn e eu somos. Não
devíamos estar no radar de ninguém. Isso não faz sentido, porra.”

Ela encolhe os ombros. “Estava lá em preto e branco.


Sabendo que um Fed estava trabalhando com uma gangue MC, tive
que cavar mais fundo. Eu queria tirar uma foto, mas Collins voltou
com Vidal.” Seu lábio se curva. “Vidal me disse que eu era
incomparável e que poderia me tornar uma estrela. Tentou me
levar para jantar com ele para discutir mais o assunto. Eu disse
que o lugar que eu tinha uma entrevista me ligou para verificar
aonde eu fui. Eles não ficaram felizes por eu fugir, mas não estava
mais interessada em Vidal ou Collins. Eu estava em algo maior.”

Esfrego meu rosto com a palma da mão, superando os


nervos. Uma conversa precisa acontecer comigo e meu irmão, mas
primeiro terei que fazer algumas pesquisas por conta própria.
Quando começo a me levantar, Stormy agarra minha mão. “Aonde
você vai?” Sua voz está estridente e em pânico, fazendo meus cães
gemerem em resposta. “Não me deixe com eles.”

Stormy não fez nada além de criar uma tempestade de merda


na minha vida e a vadia me faz sentir pena de sua bunda.

“Você vai ter que aprender a se dar bem com eles,” murmuro.
“Eles são bons cães. Protetores. Por que você está tão apavorada?”

Seu aperto aumenta em torno da minha mão. “Eu…” Ela


bufa. “Não importa. Eu não gosto de cachorros.”

“Pare de me enrolar,” eu mordo. “Você foi mordida quando


era criança?”

“Mordida?” Ela zomba, um tremor sacudindo seu corpo.


“Você faz esse medo parecer trivial e injustificado.”

“O que então? Você está claramente traumatizada pra


caralho. Por quê?”

“Não importa. Estamos falando de você, não de mim.”


“Você tem três segundos para me dizer ou vou deixar sua
bunda aqui com eles.”

“Eu assisti três pit bulls massacrarem minha mãe até a


morte quando eu tinha dez anos e não havia nada que eu pudesse
fazer a respeito porque os gêmeos eram crianças. Eu tive que tirá-
los de lá antes que os cães nos pegassem também.” Ela enxuga as
lágrimas com raiva. “Você está fodidamente feliz agora, Copper?”

Eu me sento ao lado dela. “Você realmente nos vê como


monstros. É como se você nem estivesse lá todos aqueles meses
saindo com a gente e se divertindo. Como se você esquecesse os
bons tempos.” Ela enrijece, incapaz de encontrar meu olhar.

“Não, eu não estou feliz que sua pobre mãe foi morta por
cachorros. Isso é horrível.” Já que ela ainda está segurando minha
mão, eu aperto. “Os cães foram sacrificados?”

“Não,” ela rosna, “porque eles pertenciam a ele. Seu


namorado traficante de metanfetamina. Os policiais não
conseguiam manter as drogas fora de nossa cidade, então com
certeza não estavam preocupados com alguns cachorros. Se os
federais fizessem seu trabalho quando eu era uma garotinha e
derrubassem a teia de traficantes em Montgomery naquela época,
eu não teria que ver minha mãe morrer de uma forma sangrenta e
trágica. Muitas pessoas deixaram cair a bola que acabou levando
à morte dela.”

Assobio para meus cachorros e eles se levantam de um salto.


Stormy pressiona contra mim, um gemido aterrorizado saindo dela.

“Ouça,” digo suavemente. “Esses cachorros não são como os


que aquele filho da puta de metanfetamina possuía. Eles só são
cruéis quando provocados e extremamente protetores. Hansel e
Gretel são intuitivos. Eles podem sentir que você está com medo e
estão preocupados com você.”

“Eles provavelmente podem sentir como você quer me


estuprar e me matar também,” ela sibila. “Por favor, faça com que
eles desapareçam.”
Faço um gesto para os cães se aproximarem. Eles estão
curiosos sobre Stormy, mas um pouco apreensivos também.
Hansel a alcança primeiro, farejando seu pé coberto pelo cobertor.
Gretel choraminga atrás dele.

“Esta é Stormy,” digo a meus cães. “Vocês têm que protegê-


la.”

Stormy se aperta contra mim. “Como eles fossem ouvir.”

Aperto a mão dela com força, puxando-a para frente. Ela está
congelada de medo quando Hansel fareja seu punho. Então, ele
lambe. Gretel imita sua ação, familiarizando-se com o cheiro de
Stormy.

“Fale com eles,” digo a Stormy.

“Não.”

“Se você falar com eles, vou deixar você entrar no meu
escritório comigo.”

Ela inclina a cabeça para olhar para mim. “Você vai me


carregar?”

Pensei que essa garota tentaria me pegar usando sua buceta


que ela usa como uma arma. Acontece que ela vai usar sua
vulnerabilidade — algo que eu nem sabia que ela tinha. E, porque
eu não sou o filho da puta doente que ela pensa que sou, vou deixá-
la me usar.

Porra.

“Sim, pequena Stormy, vou carregar sua bunda malcriada.”


QUATRO

Stormy

A situação me consome, mas os cachorros não fazem nada


além de me encarar, como se estivessem esperando que eu diga
olá. Ambos reclamam, mas são bem comportados e obedecem ao
comando de Copper.

“Não me morda,” digo para o cachorro mais próximo de mim.

Copper ri e não odeio o som. Eu nunca o odeio. O que é ruim


em estar disfarçada por todos esses meses é que eu realmente
aprendi a gostar daqueles bastardos. Alguns mais do que outros.
Saber que Bermuda provavelmente me odeia é devastador. Ele me
lembra muito do meu irmão mais novo, então é uma merda perdê-
lo.

“Fale com eles. O de coleira azul é Hansel e o de coleira rosa


é Gretel.” Ele estende a mão para coçar atrás das orelhas de
Hansel. “Vá em frente, pequena Stormy.”

Olho furtivamente para Copper enquanto ele sorri


carinhosamente para seus cães. O mesmo sorriso que ele dá
quando assiste Nees, seu filho e Prospecto, no Q — nossos
churrascos familiares mensais.

Família.
Comecei a pensar neles dessa forma, por isso que estraguei
meu disfarce com Hadley. Ela era como uma irmãzinha — como
minha própria irmãzinha — e eu não podia deixar que eles a
destruíssem. Foi tudo em vão, no entanto. Eu deveria saber que
Koyn não a machucaria. Assim que eu o encarei nos olhos quando
ele a usou como escudo, eu vi.

Amor. Fidelidade. Proteção feroz.

E se não fosse por esse amor por ela, minha bunda estaria
morta. “Oi, Hansel,” murmuro. “Oi, Gretel.”

Hansel late, fazendo-me gritar, enterrando meu rosto no


braço de Copper.

Ele cheira a colônia e couro. O cheiro me acalma.

“Ele disse oi de volta,” diz Copper. “Vamos. Temos trabalho


a fazer.”

Fiel à sua palavra, ele me pega como se eu não pesasse nada.


Tento não olhar muito de perto para meu captor. De todos os caras
que poderiam ter me levado, Copper parece o mais são. Koyn e
Dragon assustam a merda fora de mim. E Filter...

A culpa obstrui minha garganta. Eu o usei. Dormi com ele e


fingi estar estupidamente apaixonada por ele. Filter é gostoso pra
caralho e seu corpo é construído como um Deus, então não foi um
sofrimento total. Certamente melhor do que fazer sexo com
qualquer um dos meus amantes anteriores. Pelo menos Filter sabia
como atender uma mulher. O problema com Filter e eu era que ele
me manteve à distância. Nunca me fez sua Old Lady. Acho que, no
fundo, ele provavelmente viu minha fachada. Se ele colocasse as
mãos em mim agora, estremeço ao pensar no que ele faria por
vingança.

“Por que você está sendo legal?” Pergunto quando entramos


em uma sala que deve ser seu escritório, com base na mesa de
carvalho impressionante e iMac apoiado em cima. “Se formos
honestos, esperava o mesmo tratamento que aqueles homens
tiveram nesta noite.”

Ele me senta na cadeira em frente à sua mesa. “Somos


idiotas, mas não torturamos mulheres.”

Não tenho certeza se acredito nisso. Acho que Koyn ou


Dragon não pensariam duas vezes antes de machucar uma mulher
se isso servisse ao seu propósito.

“Você pode não fazer,” resmungo, enquanto ele se senta em


sua cadeira de couro, “mas os outros vão, se colocarem as mãos
em mim.”

Ele me lança um olhar penetrante. “Eu assumi a


responsabilidade por você, o que significa que é meu problema para
lidar. Eles podem vir a mim se tiverem algo a dizer sobre isso.”

Um lampejo de apreço pelo Copper passa por mim. Enquanto


ele liga o computador, aproveito para admirar seu perfil.
Mandíbula forte e bem definida, levemente escura por não ter feito
a barba recentemente. Tatuagens despontando por baixo do braço
de sua camiseta branca com decote em V em seu bíceps enorme.
Seu cabelo quase preto está penteado de uma forma bagunçada
que combina com ele — mais longo na parte superior e curto nas
laterais. Mesmo que ele esteja em seus quarenta e tantos anos, ele
não tem as linhas duras em seu rosto como seu irmão mais novo,
Koyn, tem. Enquanto Koyn perdeu sua esposa e filho em um
estupro e assassinato brutal que testemunhou, Copper ainda tem
seu filho Nees — também conhecido como Blake — e até mesmo
sua ex-esposa Krista. Koyn viveu uma vida de vingança e Copper
permaneceu como um agente federal do FBI. Eles podem ser
irmãos filiados à mesma gangue MC, mas viveram vidas muito
diferentes na última década.

“O que aconteceu com Erin?” Copper pergunta, virando-se


ligeiramente para fitar seus olhos castanhos escuros em mim.

Estremeço com suas palavras, lutando contra as lágrimas.


“Ela desapareceu. Eu sei que aquele bastardo a levou, mas não há
provas. Além disso, quando percebi que ela estava sumida, eu já
estava... com vocês.”

A lembrança da minha traição faz com que sua expressão


preocupada se transformasse em irritada. Isso me incomoda,
embora não devesse. Copper e seu irmão são monstros. Todo o
Capítulo de Tulsa do Royal Bastards MC são. Eles roubam,
espancam, matam e nunca piscam um olho enquanto fazem isso.
Eu não deveria me importar com o que Copper pensa de mim, mas
não posso deixar de sentir a dor de sua decepção.

Ele digita em seu computador, sem olhar na minha direção.


“O que aconteceu quando você deixou o escritório de Collins aqui
em Tulsa, depois de saber sobre mim e meu irmão?”

Solto um suspiro pesado. “Voltei para Montgomery. Disse a


Johnson que investigasse os Koynakovs. Ele ficou irritado com
minha missão investigativa. Demorou um pouco, mas finalmente
consegui que prometesse que investigaria o assunto.”

“Convincente?” Copper se vira, seu olhar escuro varrendo


meu rosto até meu peito.

O calor queima minhas bochechas de vergonha.

“Eu dormi com ele. E daí?” Atiro, irritada com o fato de que
ele está me julgando.

“Sua boceta dourada funcionou em seu chefe?”

Solto um suspiro pesado e irritado. “Eu pensei isso. Pelo


menos ele me fez acreditar que sim. Mas então...” Nojo se agita em
meu intestino. “Ele me colocou em licença administrativa.”

“Ele foi mesmo uma boa trepada?” Copper pergunta.

Fecho os olhos, lembrando-me da maneira como os peitos do


homem balançavam e como ele pingava de suor. Foi nojento. Ele
gozou rapidamente, para meu alívio. Foder Johnson foi nojento e
humilhante, mas eu precisava de sua ajuda. Quando ele me
colocou em licença administrativa, tive vontade de matá-lo.
Inferno, eu ainda tenho.

“Não,” eu mordo. “De modo nenhum.”

Copper sorri para mim, claramente se divertindo com minha


história. “Então você voltou aqui e se juntou ao nosso grupo?”

“Não exatamente. Eu voltei, mas fui direto para a polícia aqui


em Tulsa. Eu queria que eles abrissem uma investigação sobre
você e seu irmão.” Cruzo meus braços sobre meu peito e me inclino
para trás. “Foi assim que conheci Brad e Denise.”

Brad era apenas mais um cara com quem dormi tentando


promover minha causa. Pensei que depois de Johnson, eu teria
aprendido minha lição. Aparentemente não. Pelo menos Brad tinha
a minha idade e não era ruim de cama.

Agora ele está morto por minha causa.

Ele e Denise estão.

“Como você entrou com policiais sujos?” Copper pergunta,


recostando-se na cadeira e girando para me encarar.

Posso mentir e dizer que não eram sujos, mas não vou.
Quando fui até a delegacia para tentar abrir a investigação, Brad
era o detetive de plantão. Sua parceira, Denise, se juntou a nós.
Eles estavam curiosos sobre minha investigação. Tanto Brad
quanto Denise tinham uma ocupação secundária vendendo drogas
confiscadas nas ruas. Seu interesse nos Koynakovs era porque
esperavam conseguir mais produtos. Eu certamente tirei vantagem
disso, prometendo que o Royal Bastards MC seria uma
oportunidade não apenas para confiscar drogas, mas também
armas. Enquanto conspirávamos e planejávamos, fodi com Brad,
na esperança de mantê-lo interessado e ansioso para ajudar.

“Eles queriam suas drogas,” murmuro, sem encontrar seus


olhos.
“Você sabe que não vendemos drogas.” Sua cadeira range.
“Mas você mentiu, não foi, Stormy? Parece que você mente muito
para conseguir o que deseja.”

“Foda-se você e o cavalo julgador em que você montou,"


rosno. “Você quer a história ou não?”

Seus olhos se estreitam e sua mandíbula aperta. Posso dizer


que o irritei, mas não me importo. Não vou deixar que ele me faça
sentir como uma merda humana porque estava tentando salvar
Erin, enquanto derrubava os irmãos Koynakov.

“Então você decidiu se infiltrar em nosso grupo,” ele diz


levantando uma sobrancelha. “E de alguma forma acabou
montando outro pau no processo.”

Lágrimas pinicam em meus olhos, mas me recuso a deixar


esse homem me ver chorar. Fiz o que eu tinha que fazer. Olhando
para trás, eu me arrependo. Dormi com exatamente quatro homens
na minha vida. Um cara qualquer em Langley para que eu pudesse
me livrar do meu estúpido catão “V”, Johnson, Brad e Filter. É um
pouco enjoativo quando percebo que nada disso foi porque eu
realmente queria. Cada um era um plano.

“Entrei no grupo pelo Filter, depois de conhecê-lo em um


bar,” murmuro. “Eu queria Koyn, mas ele é um osso duro de roer.”

As características do Copper endurecem. “Se você fodesse


meu irmão, eu provavelmente teria colocado uma bala na sua
cabeça também.”

Um arrepio percorre meu corpo, mas eu ignoro. “Não gosto


de ser estuprada, então seu irmão foi poupado de ter que dormir
com a prostituta.”

Copper revira os olhos para a minha irreverência. “Então


você entrou. E depois?”

“Então eu bisbilhotei. Todo mundo estava de boca fechada


ao meu redor, mas eu aprendi muito. Eu vi o que você fez. A tortura
e o assassinato. O fato de você estar roubando pessoas às cegas
para pagar pelo complexo chique de Koyn.”

“Você tem sua prova de que somos monstros,” Copper


grunhe, irritação em seu tom. “Fodeu quase até o topo. Você
descobriu que Erin estava desaparecida, mas não estava mais em
posição de procurá-la, já que se fixou em nós.”

A culpa agarra meu coração. Erin ainda está lá fora porque


eu pensei que havia mais no quadro geral. Se os bandidos sabiam
dos Koynakovs, então talvez eles fossem o coração de toda a
operação. Quando me envolvi com os Royal Bastards, logo percebi
que abri uma lata de minhocas, mas ela me desviou da minha
investigação original. Fiquei tão obcecada pelos Royal Bastards,
especificamente os Koynakovs, já que estava morando com eles,
que perdi meu objetivo de vista.

“Não sou perfeita,” estalo, carrancuda para ele. “Acho que


estabelecemos isso.”

Ele me estuda por um momento e então suspira. “Então, de


volta a Collins e Vidal. Por que eles estavam de olho em nós?”

“Tenho me perguntado muito isso, mas não consigo


encontrar uma resposta.”

Ele começa a digitar no computador. Não consigo ver, então


fico de pé e dou a volta em sua mesa para chegar mais perto,
abandonando meu cobertor na cadeira. Copper não parece
aborrecido com a minha intromissão e continua a pesquisar no
banco de dados do FBI, buscando informações sobre Collins e
Vidal.

“O nome da empresa era Watcher's Group. Verifique lá,” digo


a ele.

“Deve haver algo sobre Collins no sistema.” Mas, depois de


uma longa pesquisa, não conseguimos.

“Vou pedir a Koyn para invadir o servidor de Collins se


conseguirmos localizar um para ver o que podemos descobrir.” Ele
manda um e-mail para Koyn e depois se inclina para olhar para
mim. “Vamos descobrir o que aconteceu com ela.”

Por um breve momento, nós dois somos federais trabalhando


em um caso. Sinto uma onda de gratidão por este homem. É
rapidamente destruída quando a realidade aparece. Ele é tão ruim
quanto Vidal e Collins.

“Mais alguma coisa que você possa lembrar sobre o arquivo?”


Copper pergunta. “Algum e-mail ou carta que se destaca?”

“Nada de significativo.”

“Então me diga todas as coisas insignificantes.”

Coloco minhas mãos em meus quadris e encolho os ombros.


“Eu vi notas como 'siga o dinheiro' e 'ele está escondido' e 'nenhum
e-mail ou correspondência de texto porque Koynakov é um gênio
da tecnologia'.”

Copper franze a testa. “Quem está se escondendo?”

“Presumi que se referiam a Koyn.”

“Koyn não está se escondendo. Todo mundo sabe que ele é


um Royal Bastard e que seu irmão é um Fed. Sua propriedade está
sob seu nome legal. Meu irmão não se esconde, porra.”

“Você então? Um rato sujo?”

Sua mandíbula aperta. “Eu também não estou me


escondendo.”

“Eu era a única mulher até Hadley aparecer," resmungo.


“Como diabos eu vou saber quem 'ele' é?”

“Precisamos descobrir quem eles realmente queriam. Eles


claramente nos encontraram à procura de outra pessoa.” Ele
inclina a cabeça para o lado, as sobrancelhas franzidas em
confusão. “Quem eles poderiam estar procurando? Por quê? Quem
estaria se escondendo desses filhos da puta e escondendo isso de
nós?”
Suas narinas dilatam quando ele bate o punho com força na
mesa. Ele parece mais chateado com essa traição entre um de seus
irmãos do que com o que eu fiz a eles.

“Eu não sei, mas você vai descobrir, Copper.”

“Eu sou muito honesto.” Ele se levanta, jogando sua cadeira


para trás. “Vamos instalar você em suas novas acomodações.”

Estico meu pescoço para poder olhar para ele. “Você faz
parecer que estou no Ritz Carlton6.”

“Pare de ser atrevida,” ele rosna. Sua mão agarra meu queixo
enquanto ele inclina minha cabeça ainda mais para trás. Ele se
inclina e sou forçada a agarrar sua camiseta, pronta para dar uma
joelhada em suas bolas se ele tentar me machucar. “Vamos.”

Ele libera minha mandíbula para agarrar meu bíceps. Seu


toque não é áspero, mas ele também não é exatamente doce. Mais
como eficiente na maneira como ele me arrasta para fora de seu
escritório e para o corredor. Estou pronta para uma luta até ver
um dos cães. Grito e quase subo nele como em uma árvore.

“Que maricas,” ele reclama, mas eu ouço o sorriso em sua


voz enquanto ele agarra minha bunda.

Sem vergonha de minhas ações, abro minhas pernas,


enganchando-as atrás dele enquanto seguro seu pescoço. É íntimo
ele me segurar assim. Tento não me concentrar na maneira como
minha pele aquece e meu coração gagueja. Certamente não me
permito pensar sobre como seria o sexo com um homem como
Copper.

Ele nos leva até um quarto de hóspedes com tema de


madeira. Noto que sua decoração rústica se espalha pelos cômodos
da casa em que estive. Não digo a ele que gosto porque quem
admite gostar de sua cela de prisão?

6
Rede de hotéis de luxo.
“Você tem banheiro e TV a cabo. Vou trazer um lanche antes
de dormir.” Ele agarra meus quadris, enviando um choque de
emoção através de mim. “Solte-me.”

Bufo, mas solto. Ele me joga na cama. Meu short minúsculo


e minha camiseta me deixam sem roupa e exposta. Porque ele é
um homem e eu tenho um corpo que a maioria dos homens
aprecia, ele arrasta seu olhar aquecido sobre cada centímetro de
mim, fixando-se em meus seios.

“Seja boazinha,” ele diz enquanto sai. “Se você tentar


escapar, você vai pagar por isso, Stormy. Não me faça lamentar
trazê-la para cá, quando seria mais fácil jogá-la no fogo do
matadouro.”

“Nunca,” minto.

Nossos olhos se encontram e não escondo o fato de que um


dia irei deixar este lugar.

“Sempre mentindo para promover seu plano,” afirma


Copper, me penetrando com um olhar duro. “Um dia, em breve,
você vai aprender o quanto eu não gosto de mentirosos.”

Está na ponta da língua provocá-lo como nos velhos tempos.


Mas não é como antes. Não sou uma convidada. Sou uma cativa.
Sou uma Fed, sei que posso escapar. Fui treinada para situações
como essa. Vou correr na minha primeira oportunidade.

Para minha sorte, ele também é um Fed.

Terei que correr rápido e me esconder bem, porque ele foi


treinado para encontrar pessoas.

Sei que da próxima vez que ele me pegar, ele não será tão
bom. Eu tenho uma chance e não posso estragar tudo.
CINCO

Copper

Saio da sala de reuniões na sede, minha mente ainda no fato


de que tenho uma prisioneira em minha casa. Mas, ao contrário da
maioria dos cativos, a minha é amarga e não aprecia o fato de não
ter sido acorrentada a uma cama. Havia um brilho calculista em
seus olhos nesta manhã, mas com o colar de choque e as câmeras
na minha casa, não estou muito preocupado. Além disso, ela está
com um fodido medo dos meus cachorros. Acho que ela não vai se
aventurar muito a sair do quarto, muito menos tentar fugir.

“Koynakov. Uma palavra.”

Meu superior e bom amigo, Dan Greene, faz um gesto para


que eu o acompanhe até seu escritório. À medida que envelheço,
tenho assumido menos papéis de liderança nas investigações, na
esperança de avançar para a aposentadoria mais cedo ou mais
tarde. Hoje, eu mal conseguia me concentrar nas palavras de Dan
enquanto ele dava informações sobre uma célula de traficantes de
drogas do México que se mudaram para a área de Tulsa. Tenho
certeza de que ele vai me dar uma bronca.

Eu o sigo para seu escritório e fecho a porta atrás de mim.


Dan é alguns anos mais novo que eu, mas já é avô. Eu mataria
Blake se ele me fizesse avô antes de eu completar cinquenta anos.
“E aí?” Pergunto, sentando-me na minha cadeira em frente
a ele.

Ele remexe no nó da gravata antes de soltar um suspiro


profundo. “O que está acontecendo com você, cara? Sua mente está
em outro lugar o tempo todo. Você é meu melhor homem e não
posso mais contar com você.”

Ouch.

“Meu irmão,” digo, porque não é uma mentira total. “Ele está
com problemas familiares. Tenho feito o que posso para ajudar.
Vou começar a trabalhar neste caso de drogas e focar nele.”

Dan relaxa visivelmente. “Você é próximo ao seu irmão.


Entendi.” Ele suspira e esfrega a palma da mão no rosto. “Na
verdade, preciso do seu foco em outro lugar.”

Cruzo meus braços sobre meu peito. “Você não mencionou


nenhum outro caso na sala de reuniões.”

“Isso é porque não é oficial.” Ele se inclina para frente como


se tivesse medo de ser ouvido. “Recebi uma ligação ontem à noite
de um número não rastreável. A voz foi abafada de propósito, mas
eles me disseram que eu precisava dar uma olhada no Royal
Bastards MC aqui em Tulsa.”

Meus pensamentos vão imediatamente para Stormy. Ela de


alguma forma fez uma ligação antes de tentar bancar a heroína no
matadouro?”

“Homem ou mulher?”

“Definitivamente homem,” ele diz, me fazendo relaxar um


pouco sabendo que ela não nos traiu também dessa forma.

“Os Royal Bastards são apenas uma gangue de motoqueiros


que gosta de trabalhar em Harleys e beber cerveja,” digo
lentamente, observando seus olhos para qualquer sinal de que ele
saiba que estou conectado com essa gangue. “Dificilmente vale a
pena nosso tempo.”
“Mas vale,” Dan argumenta. “Quando eu procuro em nosso
banco de dados, não aparece nada em Tulsa. Nada. Nenhum
registro deles existe. Há Capítulos por toda parte e todo tipo de
merda sobre eles, mas nada no Capítulo de Tulsa.”

“Você quer que eu investigue e descubra mais sobre eles?”

Ele concorda. “Sei que ligações como essa costumam ser


falsas e uma distração, mas não me sentiria bem em ignorá-las.
Mas, como foi apenas a ligação e nenhuma outra informação para
começar, não posso exatamente abrir uma investigação ativa.”

“Se você me der o número, farei o que puder para descobrir


o que está acontecendo.” Eu me levanto, mas ele me para,
apontando para seu computador.

“Mantenha isso entre nós,” ele diz em um quase sussurro.


“Acho que fomos hackeados.”

Os pelos dos meus braços se arrepiam. “O FBI tem todo um


departamento para garantir que isso não aconteça.”

“Eu sei,” ele grunhe. “Faz-me parecer um teórico da


conspiração. Mas observe isso.”

Ele entra no programa e abre uma nova investigação com o


Capítulo Royal Bastards MC Tulsa como título. Depois de digitar
algumas informações aleatórias, ele as salva. Então, quando ele vai
procurá-lo, ele se foi.

Porque Koyn o projetou dessa forma.

Porra.

“Parece uma falha do computador. Mas vale a pena dar uma


olhada. Vou ver o que posso fazer.”

As feições de Dan relaxam. “Obrigado, Jeremy.” Ele sorri


para mim, não mais estressado como antes. “Venha visitar
Miranda e as meninas. Valerie e seu namorado estão morando
conosco, então estamos nos saciando com o novo bebê.”
Eu gosto de Dan, mas tenho muita merda no meu prato para
brincar com seu neto.

“Eu gostaria disso,” minto. “Talvez possamos ir ao centro


para jantar ou algo assim em um fim de semana. Eu aviso você.”

Assim que eu saio de seu escritório, estou pegando o celular


para falar com Koyn. Ele não atende, então eu saio do escritório e
sigo para seu complexo. Dirijo ao longo da longa estrada de terra
em direção a Koyn e noto Katana sentado em uma barraca de
cervos, um rifle apontado para mim. Eu dou a ele um leve aceno e
ele acena com a cabeça. Depois que Genworth e Putnam atiraram
na metade das janelas da casa de Koyn, ontem à noite, quando os
atraímos para dentro, todos estão em alerta máximo. Noto Payne
na floresta perto da casa, um rifle nas mãos também.

Todas as janelas foram fechadas com tábuas. Bermuda está


do lado de fora conversando com dois caras que estão perto do
estrago com o logotipo da Robertson Glass Company estampado na
lateral. Se eu tivesse mais tempo, ouviria qualquer história que
Bermuda está contando para esses caras. Na maioria das vezes, o
dinheiro é suficiente. Quando Bermuda lhes der um maço de
dinheiro, posso dizer que farão seu trabalho de substituir as
janelas sem discutir.

Lá dentro, Bizzy e Gibson estão varrendo vidros. Na sala de


conferências onde temos Igreja, Blake está inspecionando um
buraco na tela plana feito por uma bala.

“Nees,” eu saúdo. “Como vai, filho?”

“Copper.” Ele me dá uma pequena elevação estúpida de


queixo que costumava me irritar quando ele morava sob meu teto,
porque parecia desrespeitoso.

“Onde está Koyn?”

“Escritório.”

Foi difícil fazer a mudança para chamar Blake pelo nome de


estrada que Koyn deu a ele. Era ainda mais difícil cada vez que ele
me chamava pelo meu em vez de papai. Mas, era deixá-lo se juntar
aos Royal Bastards ou vê-lo arruinar a porra de sua vida. Meu filho
é um filho da puta boca suja que normalmente resiste à
autoridade. Eu culpo Krista por isso. O Royal Bastards permite que
ele fale mal, mas também aprenda um pouco de respeito. Koyn
também não lhe dá folga, mesmo sendo seu sobrinho.

Encontro meu irmão em sua cadeira de escritório,


martelando em seu teclado como se o assunto o prejudicasse
pessoalmente. Filter se senta em frente a ele em uma cadeira e
Dragon está encostado na parede, se escondendo nas sombras do
escritório onde a luminária foi danificada e a janela está fechada
com tábuas.

“Temos um problema,” grito quando entro na sala e fecho a


porta atrás de mim.

O olhar de Filter é assassino enquanto ele o passa por mim.


Posso ver as perguntas dançando em seu olhar, claramente me
perguntando como fiz Stormy pagar, mas as ignoro por enquanto.
Koyn vira seus olhos escuros e sérios na minha direção, um leve
aborrecimento passando por eles.

Eles estão todos irritados com Stormy. Entendi. Eu também


estou chateado pra caralho. Mas essa merda tem que ser arquivada
para uma data posterior. Temos peixes maiores para fritar.

“Koyn, precisamos descobrir quem ligou deste número.


Todas e quaisquer chamadas feitas para o meu superior ou para
qualquer pessoa do FBI a partir deste número de telefone precisam
ser redirecionadas ou bloqueadas.” Coloco um post it em sua mesa.
“Eles ligaram e disseram a Dan que ele deveria estar investigando
o Capítulo do Royal Bastards MC Tulsa. Imagine sua surpresa
quando ele não consegue nem pesquisar ou salvar o nome.”

“Foda-se,” Filter rosna. “Stormy?”

“Um homem,” grito. “Se eu tivesse que adivinhar, são Vidal


e Collins.”
Koyn faz carranca para mim. “Eu sugiro que você comece a
falar rápido, irmão mais velho, porque eu não sei do que diabos
você está falando.”

Ando pela sala, correndo meus dedos pelo meu cabelo que
está muito crescido atualmente. Preciso que Krista o corte, mas
geralmente ela vem fazer isso. Não há nenhuma maneira no inferno
que eu seja capaz de explicar Stormy na minha casa usando uma
porra de uma coleira de choque.

“Eu consegui algumas informações de Stormy na noite


passada e—”

“Como?” Dragon pergunta, emergindo das sombras como o


maldito bicho papão. “Você está punindo-a? Você deveria estar. Ela
merece isso. Inferno, eu posso fazer isso se você não estiver pronto
para a tarefa.”

Maldita aberração sádica.

“Fui persuasivo,” cuspo. “Posso lidar com minha própria


merda. Agora, deixe-me falar.”

Koyn acena para eu continuar.

“Ela disse que acabou em Tulsa ao procurar alguns caras


para uma amiga dela. Quando ela foi vê-los, havia um arquivo na
mesa com nossos nomes, além dos Royal Bastards,” digo ao meu
irmão. “Ela se desviou e iniciou uma perseguição selvagem olhando
para nós. Seu superior ignorou seus pedidos para investigar, fodeu
com ela porque ele podia, e então a colocou em licença
administrativa.”

Filter murmura algo odioso sobre Stormy, mas eu o ignoro


por enquanto.

“Ela não deixou isso quieto, porque, bem, é da porra da


Stormy que estamos falando aqui,” murmuro. “Ela voltou, deu um
jeito de entrar e tem reunido informações desde então.”
Koyn concorda com minhas palavras. “O que corresponde ao
que você disse ontem à noite. Ela estava aqui e ninguém realmente
sabia sobre seus planos. E os dois policiais que você matou?”

“Sujos. Usando-a tanto quanto ela os usava.” Encolho os


ombros enquanto olho para Filter, que está me encarando. “Os
policiais não serão um problema. Mas Collins e Vidal podem ser.
Se eles estivessem nos investigando, deve existir um motivo. Com
a ligação anônima para Dan, quem sabe o que diabos eles estão
fazendo agora.” Aponto para o número no post it. “Precisamos
encontrar tudo o que pudermos sobre Collins e Vidal. Peça para
Bermuda levantar quaisquer dados financeiros, se houver algum
para acompanhar o dinheiro. Pelo que Stormy disse, ela acha que
eles estão traficando mulheres, porque sua amiga acabou
desaparecendo depois de entrar em contato com esses caras.”

“Nós vamos encontrá-los,” Koyn rosna, “mas eu quero saber


por que diabos eles nos querem? Você acha que eles estavam
envolvidos de alguma forma com Genworth ou Putnam?”

“Acho que não,” murmuro, meus olhos disparando entre


Filter e Dragon. “Tem mais.” Meus olhos pousam nos de Koyn. Ele
me lê como faz desde que éramos crianças.

“Você pode dizer o que precisa dizer na frente deles. Eles


sabem que o que falamos aqui fica entre nós quatro,” garante Koyn.
“Cuspa essa merda.”

“Eles estão procurando por alguém,” eu digo apressado.


“Alguém nesta casa.”

A mandíbula de Koyn aperta. “Se eles tentarem pegar


Hadley—”

“Ele,” eu ladro. “Eles estão procurando um homem, não uma


mulher.” A sala fica mortalmente silenciosa.

“A porra de um rato dentro da minha casa?” Koyn pergunta


em um rosnado baixo e ameaçador. “De novo?”
“Talvez não um rato. Apenas alguém que eles querem.” Passo
meu olhar entre Dragon e Filter, que usam carrancas irritadas
combinando, mas nenhum deles está emitindo uma vibração de
culpa. “Se fosse eu, arrastava cada homem para cá e interrogaria
a porra fora deles.”

Koyn fica quieto por um longo momento. “Você não sou eu.
Esse é meu Clube. Vou chegar ao fundo disso.”

Eu sei que ele é mais do que capaz, mesmo que faça as coisas
um pouco diferentes do que eu faria.

“Preciso voltar para casa. Mantenha-me informado,” digo,


indo para a porta.

“Você precisa se livrar dela,” Filter late, me parando em meu


caminho. “Stormy é implacável. Ela vai entrar na sua pele pelo seu
pau e aquela boca dela sempre impetuosa. Antes que você perceba,
você terá dado a cadela as chaves do seu castelo. Ela é uma
mentirosa e fará o que for necessário para promover seus próprios
interesses.”

Eu me viro e o encaro com um olhar feroz. “Posso lidar com


minha cativa. Por que você não se preocupa com a informação que
eu dei a você antes que ela ponha cada um de nossos traseiros na
prisão?”

Uma veia estala na testa de Filter com raiva homicida.

Koyn bate a mão na mesa. “É o suficiente. Ambos.” Para


Filter, ele diz: “Supere sua merda. Ela nos traiu. Boo, porra, hoo7.
Temos coisas maiores para nos estressar. Copper pode cuidar
daquela bunda magra.”

Filter acalma, dando a seu Prez um aceno de cabeça afiado.


“A cadela é problema dele agora.”

7
Uma demonstração de simpatia zombeteira ou sarcástica. Muitas vezes usado em resposta a
alguém lamentando sobre algo que é sua própria culpa ou que é, em última análise, sem importância.
Um problema que estou ansioso para voltar para casa e
resolver.

“E é melhor você fazê-la cantar como a porra de um canário


com qualquer outra informação que possa nos ajudar,” meu irmão
rosna. “Não me faça mandar Dragon fazer o trabalho para você.”
Dragon sorri como o gato Cheshire.

Seu pau está provavelmente duro pra caralho, imaginando


como ele vai cortar todos os órgãos dela, um por um. Foda-se isso.
Ela sabe que Dragon é um psicopata, o que significa que ela vai me
dar tudo o que eu quero e não terei que tocar em um fio de cabelo
de sua linda cabeça.

“Tudo o que descobri até agora está em nossa pasta


compartilhada,” digo a Koyn ao sair. “Vamos pegar esses filhos da
puta.” Todos os três grunhem em concordância.

Se há alguma coisa que aprendi desde que meu irmão se


tornou Prez neste Capítulo da área, é que você não se mete com os
Royal Bastards.
SEIS

Stormy

Tédio vai me matar.

Procurei na casa de cima a baixo, sem sucesso. Copper


mantém seu escritório bem trancado, mas fora isso, eu tive rédea
solta. Ele até foi gentil o suficiente para deixar os cachorros saírem
esta manhã quando ele saiu para o trabalho. Tive um vislumbre
deles brincando como cachorrinhos na neve que derrete
rapidamente. Seria fofo se eles não fossem tão assustadores.

Estar perto de Hansel e Gretel me faz pensar em Calla e


Cove, meus irmãos gêmeos que estão na faculdade agora. Não os
vejo nem falo com eles desde que entrei para os Royal Bastards
disfarçada. Era muito arriscado. Agora, provavelmente eu os
prejudiquei ainda mais ao explodir meu disfarce. Copper pode ser
fácil de se conviver, mas Koyn é uma ferramenta do caralho. E
muito inteligente. Ele terá minha vida inteira destruída antes que
eu perceba.

Preciso dar o fora daqui.

Se eu conseguir chegar a Fayetteville, onde os gêmeos


estudam na Universidade de Arkansas, talvez consiga convencê-
los a fugir comigo. Podemos nos esconder juntos. Eu cuidarei deles
como sempre fiz enquanto estávamos crescendo. Eles estarão
seguros. Eu posso mantê-los seguros se eu puder apenas chegar
até eles.

Os cães latem para alguma coisa lá fora, fazendo os pelos do


meu pescoço se arrepiarem. É por causa deles que eu não
simplesmente saí valsando pela porta da frente. Copper faz parecer
que são inofensivos, mas eu vi o que cães ferozes podem fazer
quando estão juntos. Hansel e Gretel têm dentes afiados e
músculos sólidos. Entre os dois, eles poderiam me derrubar e me
matar como aqueles cães mataram a mamãe.

Um tremor de medo percorre minha espinha. Tento ignorar,


mas minhas mãos não param de tremer. Se tenho alguma
esperança de sair daqui, preciso colocar minha calcinha de menina
grande e ir embora.

Sugo uma respiração profunda e calmante.

Tenho que fazer isso.

Assim como há todos aqueles anos atrás, quando eu agarrei


os gêmeos e os coloquei em segurança para que aqueles cães não
os matassem também. E, como então, a segurança deles é o que
prevalece sobre o meu medo.

Tenho que proteger meus irmãos.

Rapidamente, avalio minha roupa no espelho. Coloquei


minha roupa mais quente — jeans skinny preto, botas de montaria
pretas e um moletom que roubei do armário do Bermuda, certa vez,
enquanto guardava a roupa dele. Ainda cheira a ele, o que me faz
chorar.

Ele é um cara mau como o resto deles.

Tento dizer isso ao meu coração.

Bermuda, de todos os caras, realmente era como um irmão


para mim. Ele me lembrava Cove de muitas maneiras. Usava o
coração na manga, mas amava intensamente. Sei que Bermuda me
amou de volta. Isso me enoja, saber que ele me odeia agora.
Limpo as lágrimas estúpidas se formando e pego minha
bolsa. É volumosa e gostaria que fosse uma mochila, mas não
posso me preocupar com isso agora. Preciso das minhas coisas e
preciso dar o fora daqui agora. Depois de puxar o capuz sobre a
cabeça, vou até a porta da frente, espiando pela janela lateral.

Está extremamente quieto.

Os cães estão em algum lugar, em vez de se divertindo no


jardim da frente.

É agora ou nunca.

Lentamente, abro a porta com um rangido. O painel de


alarme na porta não apita porque foi desligado. Já tentei acessar a
polícia antes, mas Copper estava dois passos à minha frente,
desativando completamente o alarme. Lentamente, eu rastejo para
fora e para a varanda. O sol da tarde derreteu a maior parte da
neve. Está lamacenta como o inferno e me encolho sabendo que
vou estragar minhas botas.

Foco, garota.

Desço os degraus lisos da varanda da frente, esticando a


cabeça para ouvir qualquer som ameaçador. Quando não ouço
nada, olho o quintal, tentando entender a direção que devo seguir.
O lago envolve os dois lados de sua propriedade. Ele beira a longa
entrada de automóveis ou o bosque. Como não tenho ideia de
quando Copper retornará, decido me arriscar na floresta.

Apesar do sol estar alto e da neve derretida, minha


temperatura corporal cai rapidamente, já que estou mal vestida.
Não consegui encontrar uma jaqueta ou casaco. A que eu usei na
noite anterior está sumida e o quarto de Copper também está
trancado, então eu não tive como roubar um dele. O moletom do
Bermuda é a única coisa que me mantém aquecida.

Alcanço a borda da propriedade limpa e olho para a floresta


densa, os nervos ameaçando me consumirem. Sou mais uma
garota da cidade do que do campo. Prefiro fazer compras em
shoppings e restaurantes do que sair ao ar livre. Caminhar
despreparada pela floresta e enquanto escapo de um captor vai ser
difícil.

Respiro fundo e tento me acalmar. Isso será fácil. É só andar.


Nem preciso correr porque o Copper não está aqui. Vou conseguir
uma grande vantagem sobre ele. Quando ele tentar me rastrear,
estarei há muito tempo no Arkansas para pegar os gêmeos. Então,
eu serei um fantasma, escondida tão longe e sob o radar, Koyn e
os outros nunca serão capazes de nos encontrarem.

Estou imaginando o sorriso suave e tímido no rosto de Cove


quando torço meu tornozelo em um galho caído, caindo no chão de
terra ainda com neve. Grito de surpresa e amaldiçoo quando
percebo que cortei minha palma em um galho afiado. A dor é um
latejar surdo no início e depois começa a queimar. O sangue
escorre, pingando na neve totalmente branca, manchando-a.

“Merda,” reclamo enquanto deixo cair minha bolsa para


vasculhar.

Encontro uma blusa preta e a uso para envolver minha mão


sangrando e estancar o fluxo. Depois de enfiar as pontas sob o
tecido e fazer uma bandagem improvisada, pego minha bolsa e jogo
por cima do ombro.

Um gemido me escapa quando dou um passo, colocando


pressão no meu tornozelo torcido. O som de cães latindo
ferozmente de longe faz o terror subir pela minha garganta.

Oh Deus.

Eu choramingo, mancando para frente, ansiosa para


escapar dos Dobermans. A cada passo, as lágrimas rolam pelo meu
rosto, pingando do meu queixo. Claro, a dor incomoda, mas a
imagem de ser atacada por Hansel e Gretel é aterrorizante além
dos meus piores pesadelos. Estou frenética enquanto manco pela
floresta, ficando tonta a cada passo. O latido fica mais alto à
medida que se aproxima. Meus ouvidos zumbem e meu peito dói
com o quão forte meu coração está batendo.
Tento me manter calma, mas quando ouço o latido se
aproximar, solto um grito antes de sair correndo, apesar da dor
lancinante em meu tornozelo. Galhos chicoteiam meu rosto
enquanto corro e tropeço mais vezes do que posso contar.

Os cães estão mais perto do que antes, seus latidos fazendo


minha pele arrepiar. Penso em subir em uma árvore quando sou
atingida por um choque repentino e doloroso de eletricidade que
me faz cair de joelhos.

O colar.

Tentei tirar isso mais cedo, mas Copper nem me deixou com
uma faca de manteiga. Eu meio que esqueci disso até agora.

Será assim que morrerei.

Assim como mamãe — um produto de todas as minhas más


decisões literalmente me mordendo na bunda.

Um soluço angustiante perfura o ar enquanto agarro o colar.


Outro choque doloroso faz meus olhos revirarem na minha cabeça.
Rastejo cegamente em busca da linha do perímetro, esperando
cruzá-la antes de desmaiar.

Choque após choque me ataca a ponto de começar a vomitar.


Ainda assim, rastejo de volta para os latidos, odiando cada segundo
dos últimos momentos da minha vida. Quando fico mais do que
alguns segundos sem o choque elétrico, desabo, meu peito arfando
com o esforço. Galhos quebram próximos, seguido por um rosnado
cruel.

Assim que vejo a coleira azul no Doberman, começo a


desmaiar.

“Não me morda, Hansel.”

Ele corre direto para mim, mas eu desmaio antes de


encontrar meu destino.
Acordo com lambidas.

No meu rosto e nas mãos.

Estou confusa e desorientada. Partes de mim estão frias e


tremo, mas dois corpos quentes estão pressionados contra mim.
Quando percebo que são Gretel e Hansel me lambendo, solto um
gemido de pavor. Ambos os cães choramingam como se estivessem
com medo, o que me confunde.

Por que eles não estão me comendo?

Gretel cutuca minha mão que dói como um filho da puta. Ela
geme, farejando o sangue. Eu fico tensa, me perguntando se ela vai
morder. Quando ela não o faz, arrisco a acariciá-la. A cadela me
acaricia como se estivesse feliz com o toque.

Cada músculo do meu corpo dói de tanto esforço. Meu


tornozelo lateja fortemente e minha mão vai precisar de pontos.
Estou precisando urgentemente de cuidados médicos, mas não
consigo me mover. Posso gritar comigo mesma por ser tão estúpida
e descuidada. Tive minha chance de escapar e acabou. Nunca vou
tirar Calla e Cove com segurança.

A derrota corre em minhas veias, me imobilizando. A neve


fria penetra em meus ossos, me deixando com sono. Ou vou morrer
aqui devido aos elementos, ou vou morrer quando Copper chegar
em casa. Ele vai querer me estrangular. Talvez ele decida que sou
muito problemática e deixe Filter ou Dragon me ter. Ambos os
homens se orgulhariam de me torturar até a morte. É melhor se eu
simplesmente morrer agora.

Claro que não seria tão fácil.

Entro e saio, só acordando quando um dos cães choraminga


ou me lambe. Se não fosse pelo calor deles, provavelmente já teria
morrido. Todo o meu medo fica para trás. Estou grata por eles
terem decidido me abraçarem em vez de me dividirem membro por
membro.
Uma voz profunda chama de longe. Os dois cães ficam tensos
e começam a latir em resposta. Traidores. Aperto meus olhos,
temendo o inevitável. Mais uma vez, o sono me rouba e só acordo
quando alguém pragueja.

Pisco abrindo meus olhos para ver Copper olhando para


mim. Ele está bonito como sempre em sua jaqueta azul marinho e
amarela do FBI. Seu cabelo está mais bagunçado do que o normal
e linhas de expressão aparecem entre as sobrancelhas.

“Eles não me comeram,” sussurro.

Copper grunhe. “Não. Eles não comeram.”

Eu esperava gritos ou que ele me atacasse. Em vez disso, ele


me encara como se eu o tivesse desapontado. De todas as coisas
que ele poderia ter feito, esta é a pior. Começo a chorar, o que faz
os cães gemerem.

“Chega disso,” Copper murmura. “Não posso lidar com você


chorando.”

Isso só me faz chorar mais.

Eu falhei.

Com os Royal Bastards. Meus irmãos. O FBI.

E especialmente comigo.
SETE

Copper

Os cílios molhados de Stormy vibram e sua cabeça pende


para o lado enquanto ela desmaia. O alarme afasta a fúria que está
passando por mim quando percebi que ela fugiu. Agora, tudo o que
importa é colocar sua bunda magra de volta para dentro, onde eu
possa ver seus ferimentos e aquecê-la.

“Bons cachorros,” elogio Hansel e Gretel. “Vocês evitaram


que essa idiota morresse de frio.”

Ambos os animais choram de preocupação pela nossa nova


“convidada.”

“Ela vai ficar bem,” asseguro a eles enquanto coloco sua


bolsa no ombro e deslizo meus braços por baixo dela. “E quando
ela estiver se sentindo melhor, vou chicotear a bunda dela por essa
façanha.”

Hansel late para mim como se entendesse cada maldita


palavra e não gostasse da ideia. Ignorando meu cachorro, eu a pego
e começo a voltar para a casa. Seu corpo está frio, o que é
preocupante, e suas roupas estão encharcadas de neve derretida.
Vou precisar avaliar o corte em sua mão também, que está
sangrando pela camisa que ela enrolou.
Eu não queria lidar com essa merda quando chegasse em
casa.

Eu queria obter mais respostas, não bancar a porra do herói.

Mas, só de olhar para seus lábios azuis me faz sentir como


um maldito maricas, porque estou preocupado que ela esteja com
hipotermia. Independentemente do que Hansel pensa, estou
definitivamente dando uma surra nela por causa disso.

A caminhada de volta para casa é traiçoeira com todos os


galhos caídos cobertos de neve. Não é de admirar que ela tenha se
machucado. Se ela caminhasse pela estrada como uma pessoa
normal, ela não estaria nesta situação. Eu teria visto sua bunda e
poderia apenas agarrá-la.

Filter estava certo.

Sou muito mole com ela. Acabei de deixá-la ser Stormy ao


invés de uma traidora cativa como ela realmente é. Essa merda
muda agora. Claramente, não posso confiar nela.

Volto para dentro, odiando que estejamos deixando um


rastro de lama dentro da casa. Quando a bunda dela sarar, ela vai
limpá-la também, porque é tudo culpa dela. Estou fumegando de
novo quando chego ao quarto de hóspedes. Mas, quando a deito
em cima das cobertas, seu estado destruído faz meu peito apertar
novamente.

Suas botas estão encharcadas e endurecidas com lama,


então eu as arranco junto com suas meias primeiro. Consigo
desabotoar seu jeans e puxar de seus quadris antes que ela acorde
em pânico. Ela dá um chute em mim, terror selvagem em seus
olhos azuis.

Agarro seu pé para evitar que minhas bolas sejam


esmagadas e ela uiva de dor. Relaxando meu aperto, observo a
carne inchada e machucada.
“Tenho que tirar essas roupas molhadas de você e te limpar,”
rosno enquanto coloco seu pé de volta no chão. “Chute-me de novo
e vou deixar sua bunda aqui para morrer.”

Um soluço estremece através dela, mas ela não luta mais


comigo. Consigo tirar o jeans molhado e o moletom sem qualquer
resistência. Uma vez que ela está com nada além de sutiã e
calcinha, arrasto seu cobertor sobre seu corpo.

“Eu já volto,” resmungo antes de sair de seu quarto em uma


caçada pelo meu kit de primeiros socorros.

Depois de destrancar meu quarto, localizo meu kit no


armário do banheiro e molho uma toalha com água quente. Pego
mais algumas toalhas e volto para o quarto dela. Ela está dormindo
novamente quando volto, o que me serve perfeitamente.
Desembrulho sua mão primeiro para avaliar o dano.

Ela se fodeu bem.

Com um suspiro pesado, começo a limpar a ferida aberta


com álcool, o que a faz gritar de dor. Lutamos um pouco, mas
consigo subjugá-la o suficiente para limpar o necessário para poder
suturá-la. Tendo um menino que amava o ar livre e não ouvia
nenhuma palavra do que seus pais diziam, tive minha cota de
suturas. Stormy permanece parada enquanto eu costuro sua carne
e a envolvo com uma nova gaze. Trabalho fazendo uma compressa
para seu tornozelo para evitar o inchaço. Uma vez que seus
ferimentos estão resolvidos, eu a limpo com a toalha da melhor
maneira que posso antes de colocá-la bem dentro dos cobertores.

“Descanse até eu fazer uma sopa,” instruo.

Arrumo minha bagunça e começo a fazer caldo de galinha


para ela. Os cachorros, ainda enlameados e choramingando por
causa das atividades do dia, me seguem com as línguas para fora
como se eu pudesse lhes dar sua própria tigela de sopa. Jogo
alguns petiscos para eles e levo a sopa para Stormy.
Ela está sentada na cama, seu cabelo uma bagunça
emaranhada e seus olhos azuis selvagens, quando eu volto. O
cobertor está agarrado por sua mão ilesa, segurando-o logo acima
dos seios.

“Onde estão minhas roupas?” ela exige, suas sobrancelhas


franzidas em confusão.

“Elas estavam encharcadas.” Tento manter a calma, sabendo


que ela ainda está meio fora de si. “Agora você vai comer esta
sopa—”

“Fique longe de mim!”

Coloco a tigela na mesa. “Você pode cortar essa merda


agora,” rosno. “Eu apenas fui e resgatei sua bunda, tratei sua
bunda e estava prestes a alimentar sua bunda. O que eu não
preciso é de você fazer minha bunda se sentir uma merda quando
foi você que fugiu!”

Ela joga as cobertas e se lança para fora da cama. No


momento em que coloca o peso no pé, ela grita, se debatendo. Eu
a agarro antes que ela atinja o chão, puxando-a em meus braços.

“Não!” Ela grita. “Não me toque, seu monstro!”

“Calma, porra!” Eu rujo.

Ela se contorce e grita em minhas mãos. Eu a jogo de volta


na cama, já por cima de sua merda. Quando ela mostra a bunda
para mim, mal coberta por uma tanga rosa, enquanto tenta se
afastar, decido que é hora de puni-la agora, e não mais tarde.
Agarro seu tornozelo bom, arrastando-a de volta para mim. Com
um forte tapa, bato em sua bunda branca. Seu corpo inteiro fica
imóvel antes que ela diga cada palavrão conhecido pelo homem.
Bato em sua bunda com mais força desta vez.

Aparentemente, vai ser preciso muito mais do que minha


mão.
Ela uiva, sua voz pingando terror quando eu desfaço meu
cinto. Eu o puxo com um swoosh enquanto a imobilizo com uma
mão forte no meio de suas costas. Seu grito é de outro mundo
quando eu bato forte em sua bunda, assim como eu costumava
fazer com Blake, quando ele estava passando por uma fase pré-
adolescente de merda.

Ela se contorce e soluça, lutando contra mim sem sucesso.

Batida. Batida. Batida.

Tinjo sua bunda de vermelho até que ela pare de tentar


escapar. Seus soluços tornam-se histéricos, mas ela cede ao
castigo. Uma vez que considero que ela já teve o suficiente, acaricio
sua carne quente e abusada.

“Boa menina,” elogio. “Agora, eu quero que você—”

“Por favor, não me estupre.”

E assim, estou chateado novamente.

“Nós já estabelecemos que ninguém tem que estuprar você,


Stormy. Tudo o que eles precisam fazer é possuir algo que você
deseja e você abre essas lindas pernas sozinha.” Bato em seu
traseiro dolorido novamente, satisfeito com a forma como ela recua.
“A questão é, o que você quer de mim, pequena Stormy? Liberdade?
Você está disposta a me deixar te foder por isso.”

“Foda-se.”

O fogo em seu tom me faz lutar contra um sorriso. Pelo


menos eu sei que ela está voltando ao normal. Largo meu cinto e a
viro de costas. Ela respira fundo quando eu pulo sobre ela,
prendendo seus pulsos na cama e esmagando-a com meu corpo
enorme. O ódio cintila em seus olhos azuis, fazendo-os brilharem
como nunca.

“Quero que você ouça muito bem,” murmuro, fixando-me na


forma como seus lábios lentamente voltam à sua cor rosa, agora
que seu sangue está fluindo quente e zangado por ela. “Você é
minha agora. Eu lutei para mantê-la e vou continuar lutando. Você
me deve respostas e seu desconforto me trará grande prazer. Bater
em você foi o ponto alto do meu dia.” Sorrio para ela, amando o
rubor que se instala em seu lindo rosto sem maquiagem. “Quando
nós transarmos, você implorará por isso, mulher. Sua boceta
estará tão molhada e tão carente que você deslizará direto sobre
meu pau, ansiosa como o inferno para finalmente ter meu pau.”

“Você pode ir direto para o inferno,” ela solta.

Empurro seus pulsos juntos acima de sua cabeça,


prendendo-os no meu aperto de uma mão para que eu possa
liberar a outra. Ela grita quando agarro seu joelho, empurrando-o
para o lado. Eu me coloco entre suas coxas, estabelecendo meu
pau contra sua boceta. Lentamente, balanço minha ereção contra
ela, amando como seus lábios se abrem com um suspiro.

“Nunca tive que estuprar uma mulher,” rosno, moendo


contra ela. “E também nunca vou.”

Um gemido escapa dela e ela morde o lábio inferior, incapaz


de esconder o quanto ela gosta do que estou fazendo com ela.

“Eu sei que você me transformou em um monstro em sua


cabeça, mas você pode simplesmente parar com essa merda agora.
Sou um homem que faz o que tem de ser feito para proteger sua
família. Isso inclui os Royal Bastards.” Seguro seu seio sobre o
sutiã, apreciando a forma como ele preenche minha mão. “E você
pode ser minha cativa, mas isso inclui você também, pequena
Stormy.”

Ela sibila quando eu enrolo um dedo sob o bojo de seu sutiã


para que eu possa esfregar seu mamilo. Sua respiração fica presa
quando puxo o bojo, revelando a pele pálida para mim. Belisco a
carne tenra que está pontuda e implorando por atenção. Suas
coxas apertam em volta dos meus quadris.

“Pare, filho da puta,” ela cospe.


Puxo minha mão, satisfeito quando seus olhos ficam opacos
com uma decepção mal escondida. Ao invés de beliscar seu mamilo
um pouco mais como eu quero, agarro sua mandíbula, segurando
seu rosto para que eu possa ver seus olhos quando eu finalmente
a fizer gozar. O ódio ardente misturado com luxúria retorna em seu
olhar. Como a vadia corajosa que ela é, ela me encara. Incapaz de
me conter, dou um beijo em seus lábios macios e mantenho minha
boca perto da dela, então quando ela começa a ofegar, seu hálito
quente faz cócegas em meu rosto.

“Oh Deus,” ela sufoca, seus olhos tremulando fechados.

Trabalho meus quadris mais forte e mais rápido, desejando


que a porra do meu pau estivesse nu e dentro dela. Ela goza com
um grito e então todo seu corpo treme com o orgasmo. Lentamente,
diminuo meu ritmo de punição até que estou simplesmente
descansando contra ela.

“Agora, você vai tomar aquela sopa como uma boa menina,”
murmuro, acariciando seu lábio inferior com o polegar. “E então
você vai me contar todos os detalhes de Collins e Vidal que puder
lembrar.”

Eu me afasto dela e levanto. Seus olhos caem para a forma


como meu pau está tenso nas minhas calças de trabalho.

“Continue olhando para ele como se o quisesse na boca,


Stormy, e vou colocá-lo na sua boca. Coma a sopa, mulher.”

Ela foge para a beira da cama, estremecendo quando ela


abaixa o pé ferido no chão. Pego a tigela de sopa e me sento ao lado
dela antes de entregá-la a ela. Enquanto ela bebe, pego o cobertor
para colocar sobre seus ombros.

“Diga-me tudo que você consegue lembrar.”

Ela vira a cabeça, seus olhos azuis me estudando. “Já


discutimos tudo ontem à noite.”
“Houve uma nova revelação. Alguém fez uma ligação
anônima para meu superior informando que precisamos investigar
o Royal Bastards MC.”

Suas feições se contraem em uma carranca. “Tem que ser


Collins e Vidal.”

“De acordo.”

“Por que eles estão tão fixados em vocês?” ela pondera em


voz alta antes de bebericar sua sopa. “Nada disso faz algum
sentido.”

“Nós temos que achar o sentido rápido pra caralho,


entretanto. Agora, eles têm uma vantagem sobre nós. Conte-me
tudo sobre o que eles estavam vestindo, como eram e onde ficava o
escritório de Collins. Preciso saber todos os detalhes para poder
dar a Koyn o máximo que puder.”

Ela engole o resto da sopa antes de colocar a tigela na mesa.


“Estou com frio.”

“Isso é o que acontece quando você corre pela floresta no


meio do inverno vestindo nada além de um moletom,” moo fora.
“Pare de enrolar.”

“Não estou enrolando,” ela retruca. “Não consigo sentir a


porra dos dedos dos pés. Prepare um banho e direi o que sei.”

Foda-se minha vida.

Se Filter me visse dando um banho nessa vadia e dando-lhe


sopa como se ela fosse uma maldita princesa, ele atiraria em nós
dois nas cabeças. Graças a Deus ele não está aqui.

“Bem. Mas você não está tomando banho sozinha. Vou


sentar minha bunda naquele banheiro e obter respostas. Você pode
pegar ou largar o negócio.”

“Eu vou pegar.” Ela me encara. “Idiota.”


Minha palma coça para virá-la de bruços e colocar a mão em
sua bunda novamente. Em vez disso, enrolo minha mão em um
punho e saio do quarto em direção ao banheiro principal. Preparo
um banho quente e encontro algumas merdas antigas que Krista
deixou, de quando ela e eu ainda éramos casados. Estou apenas
despejando quando sinto a presença de Stormy. Ela entra
mancando no banheiro, parecendo lamentável pra caralho.

Ando até ela e puxo o cobertor de suas mãos. Ela enrola os


braços em volta da cintura, sem me olhar nos olhos. Já que sua
mão está fodida, me encarrego de ajudá-la a se livrar do resto de
suas roupas íntimas. Com um rápido movimento dos meus dedos,
solto a parte de trás de seu sutiã e, em seguida, puxo as alças por
seus ombros. Ela descruza os braços, permitindo que o sutiã caia
no chão. Desavergonhadamente, lanço meu olhar ganancioso
sobre seus seios perfeitos. Meu pau está rugindo à vida mais uma
vez, enquanto admiro os globos redondos bronzeados e os mamilos
rosados endurecidos.

“Eles são reais,” ela diz. “Todo mundo sempre diz que eles
são falsos, mas não são.”

Seguro um na palma da minha mão, apertando forte o


suficiente para ela engasgar. “Parece muito real para mim.”

Ela empurra minha mão para longe. “Não me toque, filho da


puta.”

Uma risada sai de mim enquanto estou atrás dela. Sua


bunda listrada de vermelho deixa meu pau muito duro. Enfio meus
polegares em sua calcinha e puxo para baixo em suas coxas. O
interior de sua calcinha está úmido de sua excitação. Eu daria
minha bola esquerda para pegá-la e inalar seu perfume.
Infelizmente, Koyn vai chutar minha bunda se eu não conseguir
respostas logo. Cheirar sua calcinha como uma espécie de idiota
apaixonado não vai conseguir essas respostas. Eu me agacho ao
lado dela e removo o envoltório de compressão em seu tornozelo
para que ela possa mergulhar o pé na banheira.
Ela grita quando eu a pego em meus braços. Com cuidado,
coloco-a na banheira quente, ensopando os braços da minha
jaqueta.

“Vou trocar essas roupas e depois quero que me conte tudo.


Sem mais atrasos.”
OITO

Stormy

Estou perdendo minha cabeça.

Achei que Copper fosse a escolha mais segura para o


cativeiro, mas estava errada. Tão errada. Ele é a pior escolha
porque ele é apenas compassivo e bonito o suficiente para que eu
baixe minha guarda.

Cara, eu a deixei despencar.

Amei a maneira como seu corpo pesado pressionou contra o


meu, me prendendo como se eu pertencesse a ele. Seus toques
ásperos, mas reverentes, me enviaram numa espiral. Acordou algo
dentro de mim que é melhor deixar dormir. Não tenho nada que
me excitar com um homem como Copper.

Ele me deu uma fodida surra.

Estou queimando de raiva por causa desse ato, mas ainda


mais brava porque gostei. Gostei de como depois, ele me segurou e
me fez gozar. A maneira suave e doce com que ele deu um beijo em
meus lábios.

Ao contrário dos homens anteriores, Copper sente. Ele não é


um bastardo frio como o resto. Não sou um corpo no qual se
afundar. Não, a porra do Jeremy Koynakov é afetado por mim e
não tem medo de agir sobre isso. Ele não é um cavalheiro como eu
pensava originalmente.

Preciso tirar minha cabeça do quarto e entrar no jogo. Não


tenho como enganar alguém como Copper — um igual no que diz
respeito à ocupação e personalidade — se estou desmaiando por
causa dele.

Que nojo.

Odeio aquele filho da puta.

Esses pensamentos desaparecem como o vapor do meu


banho quando ele retorna.

Desta vez, ele trocou para um par de calças de moletom cinza


que caem em seus quadris, revelando os músculos em V cortados
em seu torso nu que mesmo alguém como Dragon não pode
alcançar. Alguns homens nasceram com bons genes e Copper
agarrou cada um deles. Copper tem tatuagens em seu peito e
braços, mas é o punhado de pelos no peito e a trilha escura que
leva abaixo de sua cintura que me deixa quase babando.

Eu vi todos os Royal Bastards em algum estado de nudez,


tendo que viver com eles por tanto tempo, mas Copper sempre
esteve em outro lugar. Quando ele visitava, ele estava
completamente vestido. Nunca o vi assim. Isso afasta toda a minha
determinação. Tudo o que posso fazer é olhar para a maneira como
seus músculos abdominais flexionam e se contraem a cada passo.

“Pronta para conversar?” Suas sobrancelhas estão franzidas


quando ele coloca as mãos em seus quadris estreitos, mais uma
vez chamando minha atenção para seu delicioso V. O pau que
estava esfregando contra mim é visível sob o tecido de seu moletom
— grosso e longo, mesmo quando não está duro.

“Estou com sede,” deixo escapar, incapaz de evitar de lamber


meus lábios ou mesmo de desviar o olhar de seu pau estúpido.

“Inacreditável.”
Ele sai do banheiro, levando toda a minha louca necessidade
hormonal com ele. Engulo uma golfada de ar, enxugando o suor na
minha testa do banho quente. Meu corpo vibra de necessidade,
mas serei amaldiçoada se algum dia pedir a Copper para atender
essa necessidade.

Tento pensar sobre como me senti com Filter. Sempre foi


apenas sexo. Bom sexo, mas quase robótico. As emoções nunca
estiveram lá para nenhum de nós. Filter manteve sua guarda
levantada e eu essencialmente me mantive fora, e ele sempre foi
um meio para um fim para mim. Então, sim, tivemos bastante
orgasmos, mas ele nunca realmente olhou para mim — vendo
todas as minhas partes boas e ruins.

Copper, quando me prendeu embaixo dele na cama, viu


tudo. Ele me viu no meu pior. No matadouro, quando estraguei
tudo. Quando quebrei na frente dos cães. Quão lamentável eu
estava na floresta, ferida e congelada. E, finalmente, quando gozei
em seu toque.

Sempre me orgulhei de ser forte e imparável — como uma


tempestade. Com ele, sinto-me como uma brisa suave, apenas
soprando num campo de flores silvestres. Fraca e sem
intercorrências. Estou quase chorando pela derrota quando ele
retorna. Assim que vejo a garrafa de vodca gelada, eu me animo.
Ele desatarraxa a tampa e me oferece a garrafa. Meus dedos roçam
nos dele. Puxo a garrafa para mim, tentando não ser afetada por
seu toque.

Ele enrola uma perna do moletom e se senta em um canto


da banheira. Seu pé afunda na água quente e borbulhante ao meu
lado. A emoção dispara por mim quando ele roça contra meu
quadril. Não me afasto dele como uma idiota e me deleito na
maneira como meus mamilos endurecem. Como se fôssemos
amantes e realmente gostássemos um do outro, seu pé me acaricia
de uma forma ausente.

Em outro mundo, eu poderia estar com alguém como


Copper. Se tivéssemos nos conhecido no trabalho e começado a
trabalhar juntos, eu sei que teria caído de cabeça para baixo pelo
homem mais velho, confiante e sexy. Não tenho dúvidas de que foi
bom para Krista quando se casaram. E vendo como ele olha para
Nees, sei que ele também era um bom pai.

Mas esse é o nosso mundo fodido.

Não nos encontramos derrubando bandidos juntos. Nós nos


conhecemos porque ele é o bandido e estou tentando derrubá-lo
sozinha. Outra reviravolta na minha vida maluca. Não deveria ser
uma surpresa, considerando a vida que vivi. Embora não seja uma
surpresa, ainda é uma merda. Eu nunca terei uma pausa.

Piscando para conter as lágrimas amargas, engulo o líquido


frio e ardente, buscando o esquecimento que ele oferece.

Ele se inclina em minha direção, seu bíceps flexionando de


uma maneira que me dá vontade de lambê-lo, e tira a garrafa
gelada da minha mão. Eu descaradamente vejo como seus lábios
carnudos se abrem e envolvem a garrafa. Ele inclina a cabeça para
trás e engole. Meu olhar se fixa na maneira como seu pomo de adão
balança. Não me importaria de lambê-lo lá também. Arrastando
meu olhar de sua garganta, corro para baixo ao longo de seus
peitos firmes e de volta para seu abdômen que pode muito bem ser
talhado em pedra, pois é tão duro.

Um sorrisinho puxa sua boca bonita quando ele me pega


olhando. Meu rosto queima de vergonha e olho para longe. Sua
risada me irrita, mas ele devolve a garrafa, então eu o perdoo.
Consigo dois longos goles da garrafa, amando a forma como o
álcool queima em minhas veias, me entorpecendo de dentro para
fora.

“Fale, pequena Stormy.” Seus dedos dos pés esfregam ao


longo das minhas costelas, me fazendo contorcer, e eu atiro-lhe um
olhar mortal. Ele levanta uma sobrancelha. “Cócegas?”

“Foda-se, Copper.”
Toda brincadeira desaparece e ele faz uma carranca. “Estou
cansado de suas merdas. Fale comigo.” Solto um suspiro pesado e
encolho os ombros. “Vidal era fofo. Hispânico. Bem vestido.
Encantador. Collins era o mais velho dos dois homens. Talvez sua
idade. Cabelo grisalho, mas em forma. Bonito. Ele era diferente de
Vidal. Havia um brilho frio e calculista em seus olhos cinzentos.
Como se tudo o que ele fizesse tivesse um propósito.”

“Você lembra onde era o prédio?”

“Centro. Bem na Second com a Detroit. Não é o edifício mais


bonito, mas certamente não é o pior. Era obscuro e feito para se
misturar.”

“Algum sinal de que você consegue se lembrar?”

“Apenas o sinal do Grupo de Vigilantes.” Lanço uma


carranca para ele. “Eu já te contei tudo, Copper. Isso é uma perda
de tempo.”

Ele pega a garrafa de mim e bebe outro gole. “Você sabe tão
bem quanto eu que cada vez que revisita algo em sua mente, você
encontra mais. Você já descreveu como eles se parecem, o que é
mais do que o que você tinha para mim da primeira vez. Pare de
ser uma vadia difícil e pense.”

Eu sei que ele está certo, mas odeio que ele esteja.

É calmo enquanto tento me lembrar daquele dia. A garrafa é


compartilhada entre um e outro. Copper permanece em silêncio,
seus olhos falando por ele enquanto percorrem meus seios que
estão lentamente sendo revelados conforme as bolhas
desaparecem. Não posso me esconder dele, então nem tento. Na
verdade, fico arrepiada quando ele lambe os lábios.

Foco, garota.

“Vidal usava muitas joias. Achei estranho um homem usar


tantos anéis, pulseiras e colares. Não era de uma forma feminina
também. Quase chamativo. Como se ele gostasse de exibir sua
riqueza.”
Ele balança a cabeça, satisfeito com a minha nova
informação, embora não pareça útil. “E Collins?”

“Ele é mais misterioso. Eu poderia dizer que ele mantém


Vidal fora de tudo o que se passa em sua cabeça. Algo em Collins
parecia mais sombrio e sinistro do que em Vidal.” Pego a garrafa
de Copper, notando como meus dedos ficaram dormentes. “Não
havia fotos de família ou decorações em seu escritório. Tudo
parecia temporário. Como se ele pudesse abandonar tudo em um
momento.” Engulo o líquido e fecho os olhos. O rosto de Collins
enche minha mente, me fazendo tremer. “Ele tinha uma cicatriz
que cortava a testa. Achei que isso o fazia parecer um vilão, embora
tudo mais nele fosse externamente retratado de forma diferente.”

“Boa menina,” Copper murmura, seus olhos mais uma vez


voando para meus seios. “Vou ligar para Koyn. Espere
pacientemente. Não se afogue.”

Ergo o dedo do meio para ele, ganhando uma risada


profunda e divertida dele que coloca minhas entranhas em
chamas. Avidamente, bebo a vodca assim que ele sai, querendo
apagar os últimos dias de inferno.

Devo ter adormecido porque acordo com braços fortes que


me levantam da banheira. Eu gemo, tremendo de frio. Copper me
senta no balcão frio do banheiro, me fazendo resmungar. Suas
feições estão escuras e me sondando enquanto me seca como se eu
fosse uma criança. Como uma estúpida apenas o deixo fazer,
absorvendo suas belas feições de perto. Seu pau está duro em sua
calça de moletom, deixando pouco para a imaginação.

Ele coloca a compressa de volta no meu tornozelo dolorido e,


em seguida, envolve uma nova toalha em volta dos meus ombros.
Lágrimas pinicam meus olhos, odiando sua gentileza, enquanto ele
me pega novamente. Coloco minha cabeça contra o ponto quente
entre seu pescoço e ombro, inalando seu perfume masculino. Ele
me coloca em sua cama e, em seguida, agarra uma camiseta. Estou
me sentindo muito bêbada para odiar a maneira como ele me veste
como se ele se importasse comigo. Em vez disso, eu me permito
aproveitar.

Até que ele tenta me arrastar para o meio da cama.

Como se fosse dormir com ele.

A raiva afasta minha névoa de embriaguez enquanto a


consciência da minha situação vem rugindo.

Eu o chuto com meu pé bom, acertando um chute perfeito


em seu abdômen rígido. Ele grunhe e seus olhos se arregalam com
uma mistura de dor e choque. Por algum motivo, fico com vontade
de chorar. Não choro, porém, tento chutá-lo novamente.

“Qual é o seu problema?” Ele rosna, cavando seus dedos


poderosos na minha coxa e me arrastando em sua direção. Minha
camisa se enrola sob meus seios, expondo minha boceta para ele.

“Não me toque! Você acha que pode me embebedar e eu vou


dormir com você! Foda-se, Copper!”

Consigo dar um tapa na cara dele com minha mão boa,


assustando-o. Isso só serve para enfurecê-lo, não para me dar
tempo de escapar. Seus dedos se enrolam em meu cabelo úmido e
ele me gira de bruços, puxando-o dolorosamente até que meu
pescoço se estique em um ângulo estranho. Eu perco conforme o
medo apaga meu fogo interior. A força que ele possui é
assustadora. Com outra torção forte, ele poderia facilmente
quebrar meu pescoço.

“Eu já te disse,” ele rosna contra o lado do meu pescoço, seu


corpo pesado me mantendo presa contra a cama, “você é minha.
Eu assumi a responsabilidade por você, o que significa que se eu
quiser tocar em você, eu irei. Se eu quiser te foder, eu irei. Pare de
pensar que você comanda o maldito show, Stormy.”

Não tenho palavras para ele, apenas lágrimas silenciosas


que escorrem pelo meu rosto. Um soluço trava na minha garganta
quando ele levanta seu corpo, se atrapalha atrás de mim, e então
seu pau grosso e latejante esfrega ao longo da fenda da minha
bunda. Meu corpo inteiro congela.

“Jeremy,” eu choramingo, esperando que o uso de seu nome


verdadeiro o impeça de fazer o que está prestes a fazer. Fui
estúpida em gozar com ele, especialmente com vodca na mistura.
“Por favor, não. Eu nunca…”

Ele solta meu cabelo para afastá-lo suavemente, expondo


meu ombro. Seu beijo na minha carne me aquece. “Nunca o quê,
Brenda?”

Eu me encolho porque quando você joga nossos nomes


verdadeiros, quase parece que essa coisa entre nós é real. Não é
uma situação de cativa e captor.

“Anal,” engasgo. “Vai doer. Eu não estou preparada.”

Filter era o único homem que queria, mas eu estava com


muito medo de tentar. Já desisti tanto de mim que não queria
desistir disso também.

“Chupe meu dedo, pequena Stormy,” ele murmura, seu


hálito quente contra a minha pele. “Seja uma boa menina e
obedeça.” Ele pressiona o dedo contra meus lábios e, para meu
completo horror, abro para convidá-lo a entrar. Não apenas deixo
entrar, mas também chupo sua carne calejada de uma forma
fervorosa que espero agradar. Com base na maneira como ele
esfrega seu pau contra meu traseiro, eu diria que ele está gostando.

Ele o puxa e desliza por cima de mim. Seu dedo encontra o


seu caminho para o meu cu e ele provoca o anel apertado. Eu
aperto minhas bochechas, lágrimas queimando meus olhos.

“Deixe-me entrar, baby,” ele canta. “Preciso sentir o que não


foi tocado por ninguém. O que me pertence.”

Estou bêbada porque suas palavras estúpidas me aquecem


até os dedos dos pés. Relaxo meu corpo, prendendo a respiração
quando a ponta de seu dedo abre o buraco. O fogo queima através
de mim e cerro os dentes por causa da dor. Tudo o que pode ser
ouvido é o som irregular da nossa respiração enquanto ele
lentamente fode minha bunda. Tenho medo de me mover ou dizer
uma palavra.

“Tão apertado,” ele murmura. “Você estava certa. Você não


está pronta para o meu pau grande.”

Eu me contorço com suas palavras.

“Aposto que sua boceta está pronta. Diga-me, pequena


Stormy, o Filter esticou bem seu buraco para pegar o pau de um
homem de verdade?”

“Eu te odeio,” estalo.

Ele desliza o dedo para fora do meu buraco e bate na minha


bunda. “Mas você me quer.”

Seu corpo cobre o meu mais uma vez, enviando ondas de


terror através de mim. Solto um soluço quando seu pau esfrega
entre minhas coxas de uma forma provocante. “Você vai desejar
meu pau a cada segundo de cada dia porque uma vez que eu estiver
dentro de você, vai se sentir como nada que você já experimentou
antes. Eu vou te possuir, baby.”

“Jeremy,” digo mais uma vez, minha voz firme. “Se você me
foder esta noite, será estupro porque eu não quero isso. Não quero
você. Você pode me fazer gozar e sussurrar palavras doces, mas
você será um estuprador. Como os filhos da puta que estupraram
sua sobrinha e sua cunhada.”

Ele congela quando minhas palavras são absorvidas. Então,


como se alguém o atingisse com um raio, ele desce da cama e puxa
o moletom de volta. Eu grito quando ele me agarra e me levanta.
Luto para escapar de seu aperto. Ele é mais forte e, portanto, mais
bem-sucedido. Eu só fico livre de suas garras quando ele me joga
na minha cama no quarto de hóspedes.

Ele se afasta, me deixando sozinha. Puxo o cobertor sobre


mim, precisando de um momento para mim mesma. Longe dele
enquanto eu descubro meu próximo plano de ação. Antes que eu
possa decidir o que fazer a seguir, ele aparece com força total,
puxando minha mão boa debaixo das cobertas. Grito quando o
metal frio das algemas envolve meu pulso, se fechando. Ele
empurra meu punho em direção à cabeceira da cama e engancha
a outra extremidade no poste de metal que prende a cabeceira de
madeira à moldura.

Nenhuma escapatória.

“Copper!” Grito, atirando nele um olhar desagradável. “Que


porra é essa?”

Seus olhos escuros estão gelados enquanto ele olha para


mim com nojo. “Você quer fazer o papel de vítima, então seja a
porra da vítima.” Ele balança a cabeça para mim, suas narinas
dilatadas. “Eu tinha bons planos para você, Stormy. Eu ia te foder
e ficar com você. Mas você ainda quer o número um. Você. Usando
o que aconteceu com minha família como munição para me ferrar.
Ótimo trabalho, vadia. Você conseguiu. Agora não consigo tirar
essas malditas imagens da minha cabeça. Espero que você tenha
gostado enquanto durou, porque eu nunca vou tocar em você de
novo.”

Com essas palavras, ele apaga as luzes e bate à porta atrás


de si. Estou tão chocada com o ódio frio atirado em meu caminho,
tudo que posso fazer é ficar boquiaberta na escuridão.

Eu realmente fiz isso agora.


NOVE

Copper

Acordo com um latido. Alto e animado. Gemendo, tento


ignorar a batida em meu crânio. Ontem à noite, bebi demais. Tudo
é um borrão. Distraidamente, alcanço o outro lado da cama,
procurando por carne quente. É então que me lembro de tudo.

O banho.

Sua vulnerabilidade.

Meu dedo em sua bunda.

Eu transaria com ela e a manteria ao meu lado na noite


passada e em cada uma depois, mas então ela disse algumas
merdas horríveis que me foderam a mente.

Dormi sozinho enquanto ela dormia algemada à cama.

É o melhor. Dormir com ela teria apenas me enviado para


um caminho que não posso me dar ao luxo de trilhar com Stormy.
Ela é nossa maldita inimiga. Koyn iria querer me matar. Filter
provavelmente mataria. Deixar Stormy entrar em meu coração,
como eu estava claramente ansioso para fazer, teria traído meus
irmãos da pior maneira.

Nunca mais.
Alguém bate na porta lá embaixo, fazendo os cachorros
ficarem malucos. Deslizo para fora da cama, ignorando a pulsação
cada vez maior na minha cabeça e ando pela casa para ver quem
diabos está me incomodando a esta hora. Se for Krista, vou mandá-
la embora.

Quando abro a porta, meus cachorros ganem e pulam,


ansiosos por atenção. Koyn, em toda a sua glória idiota, se agacha
para dar a Gretel e Hansel um carinho no pescoço.

“Cachorros carentes, porra,” Koyn reclama, embora não haja


malícia em seu tom.

“Você os estraga.”

Resmungo uma concordância. “Olhe para eles. É difícil não


fazer.”

Koyn ri e depois se levanta. Os cachorros aceitam porque


não vão receber mais amor e correm da varanda, ansiosos para
perseguir todos os esquilos que encontrarem. Eu aceno para ele
entrar. Enquanto me ocupo no Keurig, Koyn cruza os braços e me
observa. Ele está vestindo seu corte de couro Royal Bastards preto
sobre uma camisa branca e jeans escuro. Suas botas estão
enlameadas, o que me faz estremecer. Entre a bagunça dele e a que
fizemos ontem à noite, meu chão está destruído.

“Onde está a traidora?” ele pergunta quando eu coloco uma


caneca na frente dele.

“Na cama.” Eu viro minhas costas para ele e coloco um pouco


de açúcar em minha própria caneca.

“Simplesmente não conseguia manter suas mãos longe dela,


não é?”

Estalo minha cabeça para ele, estreitando meus olhos. “O


que?”

“Você tem marcas de garras em você, irmão mais velho. Não


sou idiota. Mas você, por outro lado, é. Mesmo depois de eu te
avisar sobre como Stormy vai usar você com sua boceta, você foi e
a fodeu de qualquer maneira.”

A raiva ferve meu sangue. “Foda-se, cara. Não dormi com


Stormy. Dê-me a porra do crédito.”

Seus olhos se arregalam de surpresa com a minha explosão.


Normalmente sou o irmão calmo. Koyn é aquele que perde o
controle e se enfurece. O X marcado em seu rosto parece fora do
lugar enquanto ele olha boquiaberto para mim em estado de
choque. No momento, ele não é um motociclista fodão Prez. do MC.
Ele é meu irmão mais novo, que está vendo um lado meu que não
deixo escapar com frequência.

“Ok,” ele fala lentamente, suas feições relaxando em uma


expressão fria. “Então ela está te dando uma merda, eu entendi?”

Bebo meu café quente, esperando como o inferno que afaste


essa ressaca.

“Algo assim.”

“Você conseguiu algo mais com ela?”

“Não desde que liguei para você ontem à noite. É tudo que
ela sabe, cara.”

Ele assente e prova seu café. Seu nariz torce antes de ele
caminhar até a lata de açúcar e despejar mais nele. “Foi uma boa
informação. Eu fiz algumas escavações na noite passada.”

“Oh?”

“Eu cuidei de seu problema com seu superior. Sempre que


eles nos procurarem ou tentarem salvar um arquivo nosso ou dos
Royal Bastards, um arquivo criptografado será aberto em meu
servidor. Tudo sobre ele parecerá legítimo e como se estivesse no
banco de dados do FBI, mas vou vigiar como um falcão. Quando
eu não estiver vigiando, Halo ou Bermuda estarão de olho nele.
Diga a ele que você investigou e é apenas uma pista de merda.”
“Bom,” resmungo. “Eu direi. A última coisa de que preciso é
Dan abrindo uma investigação e ligando-a a mim. Minha bunda é
bonita demais para a prisão.”

Seus lábios se curvam em um sorriso. “Sua bunda não é


bonita, idiota. É velha. Você teria sorte se tivesse algumas meninas
lá procurando por um papai.”

Dou o dedo do meio e bebo mais café. “Você é o único filho


da puta que se diverte com essa coisa de papai.”

Seu olhar escurece e um sorriso sinistro se arrasta em seu


rosto. “Hmph.”

“Então, o que você encontrou?”

“Muita coisa sobre Vidal,” ele diz, pousando a caneca. “Tem


uma agência dedicada a viajar por todas as cidades, como Tulsa,
em busca de novos talentos. Ele é difícil de localizar porque ele se
muda muito. Eu cruzei as referências de alguns de seus encontros,
no entanto, e muitas das mulheres desapareceram.”

“Como Erin.”

Ele concorda. “Ele está tramando algo. Cheira a tráfico


humano.”

Uma nuvem negra parece pairar sobre nós. Com o que


Stormy me disse ontem à noite, me faz pensar na maneira como
aqueles bastardos machucaram sua esposa e filha. Então, como
Genworth e Putnam machucaram Hadley. O fato de Stormy ter me
comparado àqueles filhos da puta me deixa doente do estômago.
Ela realmente pensa que sou um monstro.

“O que você irá fazer sobre isso?” Pergunto. “Caçá-los e


cortar suas gargantas?”

Koyn ri. “Tem certeza de que não está pronto para o Patch
ainda? Você sabe que sua bunda não seria um prospecto de merda
como seu filho idiota. Você seria meu braço direito.”
“Filter tem esse trabalho,” declaro, meu tom amargo por
mais razões do que posso contar.

Koyn, o filho da puta sempre perceptivo, estreita os olhos.


Isso me lembra da época em que papai sabia que eu estava
mentindo para ele. Bastou aquele olhar penetrante para me fazer
latir a verdade.

“Você pode não estar fodendo Stormy, mas com certeza você
quer. Você está com ciúmes de Filter, pelo amor de Deus.” Ele faz
uma careta para mim, decepção escorrendo dele. “Isso foi um erro.
Eu cuido disso.”

Ele abandona sua caneca, saindo da cozinha. O pânico me


consome.

Meu irmão é implacável. Ele vai colocar uma bala na cabeça


dela sem pensar duas vezes. Eu sei que ele fez uma promessa a
Hadley, mas Koyn é conhecido por quebrar promessas. Batendo
minha caneca, vou atrás dele, ignorando o latejar em minha
cabeça. Eu voo para seu quarto, mal do estômago ao vê-lo pairando
sobre ela.

“Não,” rosno, meu tom atado com aviso.

Koyn olha por cima do ombro para mim. “Eu não pensei que
você tivesse isso em você.” Com passos cautelosos, me aproximo
da cama. Stormy parece lamentável pra caralho. A maioria de seus
ferimentos ela própria causou, mas Koyn não sabe disso. Seu
cabelo está emaranhado. A pele normalmente lisa e maquiada em
seu rosto está vermelha e manchada, inchada de todo o choro que
ela teve na noite passada. O colar de choque em volta do pescoço é
bastante bárbaro olhando para ele através dos olhos de um
estranho. Sua mão está roxa e seu braço está torcido em um
ângulo desconfortável sendo algemado à cama. A bandagem da
outra mão caiu, expondo os pontos com crosta de sangue ao longo
de seu corte. Minha camiseta a engole, mas está subindo,
mostrando sua bunda machucada.

A culpa me atravessa como óleo em um lago.


Sei que isso parece pior do que é.

“Espere até que os caras ouçam sobre isso.” Ele sorri para
mim, orgulho em seus olhos. “Como eu disse. Meu braço direito.”

Stormy choraminga em seu sono. Eu sei que ela está com


dor de toda a merda que ela passou na noite passada, mas eu vou
lidar com isso mais tarde. Agora, preciso tirar meu irmão de seu
quarto antes que ela abra a boca e ganhe aquela bala da arma que
Koyn de forma justa. Se ela proferir a merda que me disse sobre
sua família para ele, não há como dizer o que ele faria com ela. E
mesmo que ela me irrite pra caralho, eu não vou deixá-lo matá-la.

Seus olhos azuis se abrem e quando ela vê Koyn, o terror


brilha neles. Ela realmente está morrendo de medo do meu irmão,
o que torna impressionante que ela tenha conseguido ser um rato
sob seu teto por tanto tempo. Balanço levemente minha cabeça
para ela, avisando-a para não falar, mas como eu não confio nela,
sei que é hora de desistir e rápido.

“O café está esfriando,” resmungo, acenando para ele me


seguir.

Koyn a encara por um longo momento antes de dar a volta e


sair da sala. Fecho a porta e volto para a cozinha. Bebemos nosso
café em um silêncio feliz.

Uma vez que estamos com cafeína e minha cabeça não


parece que vai explodir, faço meu irmão me ajudar a recolher meus
cães. Começamos a árdua tarefa de banhá-los. Gretel é uma
criança que adora ser mimada no banho enquanto Hansel sempre
tenta dar uma boa escapada. Normalmente, eu tenho que fazer
essa merda sozinho, então estou grato por ter meu irmão bruto
para ajudar. Eventualmente, conseguimos lavá-los e secá-los. Eles
imploram por guloseimas, pois é sempre oferecida após o banho.
Assim que os recompenso, até mesmo o malvado do Hansel, eles
se instalam em um lugar ensolarado em frente a uma das grandes
janelas da sala de estar por onde o sol entra.
“Fique para o café da manhã,” digo a ele enquanto começo a
tirar as coisas da geladeira.

Como nos velhos tempos, quando éramos crianças,


trabalhamos juntos na cozinha. Ele lida com ovos mexidos
enquanto eu trabalho no bacon. Eventualmente, terei de alimentar
minha prisioneira e dar-lhe uma folga do quarto, mas por enquanto
vou deixá-la salivar um pouco com o saboroso aroma de bacon.
Isso vai ser uma tortura para qualquer um.

Koyn se empoleira no bar, uma montanha de comida à sua


frente. Depois de fazer suco de laranja para nós, sento-me ao lado
dele. Quase já comi tudo quando finalmente volto ao trabalho.

“Alguma pista sobre o gato assustado?” Levanto uma


sobrancelha em questão, encontrando o olhar de Koyn.

Suas feições relaxadas endurecem em sua expressão mal-


humorada de costume. “Estou chateado por ter que investigar essa
merda.”

“Você sabe que somos os únicos que podem.” Termino o resto


do meu café da manhã antes de empurrar meu prato de lado.
“Bizzy é muito burro. Se ele estivesse com medo, veríamos em seu
rosto. Ele está sempre feliz e rindo.”

“Acho que Gibson também saiu?” Koyn pergunta. “Esses


dois cavalos são mais sérios do que agem.”

“Talvez, mas Gibson sempre parece um pouco cauteloso.


Fechado apesar da brincadeira que tem com o amigo. Observe-o
quando ele estiver sozinho. Gibson está sempre em outro lugar.
Mantenha-o na lista de talvez.”

Koyn acena com a cabeça, uma carranca franzindo a testa.


Ele sabe que deve confiar em mim quando faço meu trabalho.
Traçar perfil de pessoas é algo que não apenas fui treinado para
fazer, mas também algo em que sou bom.
“Filter?” Eu me recuso a enfrentar o olhar de Koyn, mas ele
vai ficar chateado porque estamos procurando por mais um
mentiroso dentro de nossas linhas.

“Não é ele.”

Com suas palavras cortadas, eu levanto meus olhos.


“Simples assim, hein?”

“Você diz que não quer foder essa vadia, mas, cara, com
certeza você está agindo como um namorado ciumento quando se
trata do meu VP. Eu pessoalmente examinei sua bunda antes de
trazê-lo. Ele está comigo desde o início. A vida de Filter foi
documentada e está disponível para eu ver desde seu primeiro
encontro com a polícia no colégio. Ele era um menino bonito que
gostava de lutar, cresceu durante a faculdade, perdeu sua bolsa de
futebol e quase teve seu traseiro mandado para a prisão por brigas
clandestinas. O cara estava bebendo até a morte quando o
encontrei. Nada em seu passado indica que ele estaria se
escondendo de ninguém.”

Eu sei que ele está certo, mas ainda posso detestar o cara.
“Alguém que perdeu dinheiro em uma luta? Quero dizer, você pode
realmente excluí-lo?”

“Próximo,” ele late. “Bermuda está limpo.”

Bermuda é um gênio não apenas com computadores, mas


também com números. O homem era adequado para Wall Street,
mas teve o azar de crescer em Oklahoma. Seu trabalho no rancho
perto de Dallas foi sua grande tentativa de uma carreira de
verdade, mas no final, isso não funcionou para ele. Koyn o
procurou, não o contrário, como muitos dos outros. Bermuda está
definitivamente limpo.

“Payne? Halo?”

Koyn faz uma carranca, passando a palma da mão sobre o


rosto. “Minha primeira inclinação é dizer não.”

“Mas?”
“Mas Payne tem uma filha na faculdade. Pelo que sei, ele
ficaria longe dela caso se sentisse ameaçado por alguém. Sempre
que alguém menciona sua família, ele se fecha completamente.”
Interessante.

“Vou dar uma olhada nele,” prometo. “Fique de olho nele.


Faça com que Bermuda rastreie tudo o que puder. Halo?”

“Ex-militar. Já o examinei, mas você sabe como esses caras


são. Muitos segredos.” Koyn solta um forte sinal. “Halo é taciturno
pra caralho e quieto, mas eu nunca o senti escondendo seu
passado de mim. Meu instinto me diz que não é ele.”

“Não, idiota, seu coração diz. Ele é seu irmão por Patch. É
por isso que seu irmão de carne e osso precisa ajudá-lo a ver as
coisas objetivamente. Ele está na lista de talvez junto com Payne e
Gibson.”

“E Nees?” Koyn rosna, me apunhalando com palavras que eu


sabia que estavam vindo.

“Blake pode ser jovem, mas ele é meu filho. Ele é muito
tagarela para guardar um segredo. Até o ano passado, ele morava
comigo, pelo amor de Deus. Se ele escondesse algo, nós
saberíamos.”

Koyn sorri. “Lembra daquela vez que ele tentou manter


aquele esquilo ferido como um animal de estimação escondido em
seu quarto?”

“Ele tinha oito anos. Sua expressão era esboçada pra caralho
também. Eu sabia que ele tinha feito algo, mas Krista
simplesmente não conseguia imaginar seu filho mentindo na cara
dela.” Uma risada borbulha para fora de mim. “O coitado morreu e
Blake o escondeu em seu armário sob uma montanha de sapatos
e chuteiras. Nunca ouvi Krista gritar tão alto como no dia em que
encontrou aquele animal selvagem morto.” Nosso humor
desaparece e Koyn pigarreia, seguindo em frente.
“Isso deixa Dragon e Katana,” Koyn diz, seu olhar
escurecendo. “Devemos colocá-los na lista também?”

“Nós sabemos uma merda sobre Katana. Ele fica quieto e


segue Dragon como um cachorrinho.” Solto um suspiro e concordo.
“Eu diria que ele parece mais protetor do que temeroso e está
escondido, mas como sempre soubemos tão pouco sobre ele, é
inteligente colocá-lo na lista. E o Dragon?”

“Provavelmente é um serial killer que está se escondendo das


autoridades?” Koyn pergunta, sorrindo. “Para alguém tão fodido,
ele tem uma boca grande. Dragon não parece o tipo de se esconder.
Se qualquer coisa, as pessoas deveriam querer se esconder dele.”

Essa é a porra da verdade. Dragon está a dois passos do


penhasco da insanidade, apenas contido pela precária firmeza de
sua sombra Katana.

“Ele pode não estar com medo, mas não podemos descartar
que ele possa ter segredos,” digo com um encolher de ombros.
“Coloque-o na lista de talvez.”

Mesmo que Dragon e Filter não parecessem culpados


quando mencionei alguém se escondendo, isso não significa que
eles não sejam bons atores. Não podemos excluir ninguém.

Koyn se levanta e leva seu prato até a pia. “Você percebe que
eu tenho que olhar para metade dos meus caras de merda, certo?
O que diabos Collins ou Vidal querem com qualquer um deles?”

“Nós vamos descobrir,” asseguro a ele. “Essas coisas levam


tempo. Como está Hadley?”

“Melhor agora que ela está em casa, onde pertence e a salvo


de Putnam e de seu maldito pai.” Sua expressão assassina
desaparece enquanto ele pensa nela. “Ainda não consigo acreditar
que terei um filho, cara. Eu nunca pensei...” Ele para de falar, a
vulnerabilidade brilhando em seus olhos. “Nunca pensei que teria
uma chance de ter uma família novamente.”
“Você merece,” minha voz sai áspera. “Elas ficariam felizes
por você encontrar o amor de novo.”

Nós dois ficamos em silêncio, oferecendo um momento de


silêncio para sua falecida esposa e filha. Eventualmente, ele limpa
a garganta e acena com a cabeça em direção à porta.

“Eu vou sair,” ele grunhe. “Vou começar a investigar do meu


lado.”

“O mesmo, irmão. Também vou continuar pesquisando as


pistas de Collins e Vidal.”

“Tudo o que temos que fazer é esperá-los. Um movimento


errado e estaremos sobre eles,” Koyn promete, seu corpo
ondulando com violência. “Estaremos prontos. Esses filhos da puta
vão desejar nunca terem ouvido nosso maldito nome.”

Depois de dar um aperto no ombro do meu irmão, eu o vejo


sair. Então, faço um prato de comida para minha prisioneira. Eu
me acalmei desde a noite passada e sinto menos ressaca agora que
comi, então não estou mais a ponto de arrancar a cabeça dela.
Quando entro no quarto, seus olhos estão marejados.

“Com fome? Pergunto, indo me sentar na cama ao lado dela.

Ela acena com a cabeça, uma lágrima escapando. “Você vai


me tirar as algemas ou esta é minha nova vida agora?”

“Depende de você.” Levanto uma sobrancelha para ela.


“Comporte-se e coma essa comida que vou alimentar você. Então,
a deixarei sair desta cama para ir ao banheiro e tomar banho.”

“Então o que?” Seu lábio inferior treme, fazendo meu peito


doer por algum motivo estúpido. “O que vai acontecer então? O que
posso esperar? Você vai...” outra lágrima desce.

Aperto meu punho para não fazer algo estúpido como limpá-
la. “Eu vou o quê?”

“Me matar.”
Minha mandíbula aperta e eu a imobilizo com um olhar
duro. “Você me pintou como um maldito vilão, Stormy, e para ser
honesto, não é justo. Não sou o monstro que você criou dentro de
sua cabeça.” Aponto para a janela. “Os verdadeiros monstros estão
lá fora. Um dia, quando tirar a cabeça da bunda, você verá. Até
então, você pode morrer lentamente da porra do tédio.”

Deixo cair o prato na cama ao lado dela antes de pegar a


chave do meu bolso. Depois de destravar as algemas, coloco-as no
bolso e me levanto.

“Coma sua comida. Chuveiro. Faça o que quiser, exceto ir


embora.” Encolho os ombros e vou em direção à porta. “Basta
lembrar o seu lugar por aqui. Se você quiser ser ingrata por eu ter
salvado sua bunda da morte certa pelas mãos dos meus irmãos
Royal Bastards, então felizmente vou deixá-la na porta deles. Estou
cheio, Stormy. Foda-se. Não há mais chances grátis comigo.”
DEZ

Stormy

Cinco meses depois…

Pensei que ele estava brincando comigo.

Morrendo de tédio.

Okay, certo. Sou prisioneira de um Fed que se tornou mau e


é afiliado à gangue de motociclistas mais cruel de Oklahoma. O
tédio não era o que eu esperava.

Eu esperava que Dragon fosse me atacar no meio da noite,


sua faca me cortando da minha garganta às minhas entranhas
antes que eu soubesse o que aconteceu. Eu certamente pensei que
Koyn colocaria uma bala na minha cabeça agora. Ou, pelo menos,
esperava que Copper voltasse com sua palavra e me fodesse contra
a minha vontade.

Em vez disso, eles não fizeram nada.

Copper é diligente em me algemar à cama à noite e quando


sai, mas me permite vagar enquanto ele está aqui. Ele fala o
mínimo comigo e se enterra em seu trabalho. Às vezes, acabamos
assistindo um filme juntos, mas não é como quando cheguei aqui.
Todo o interesse por mim se desvaneceu a nada.

Eu sou uma tarefa árdua para ele.


Irritante.

Algo de que ele vai ficar entediado.

Mas é diferente para mim. Como ele é a única pessoa que


vejo, fico ansiosa quando ele chega em casa. Não apenas porque
quero ficar sem algemas para poder fazer uma pausa do quarto. É
porque desejo o som de sua voz e seu cheiro. Preciso falar com ele
mais do que comer ou usar o banheiro.

Eu odeio no que ele me transformou.

Essa mulher necessitada e desesperada que quer que seu


captor a segure como se ela fosse especial para ele.

Meus pensamentos derivam para Hadley. Basicamente,


preciso extrair informações do Copper quando se trata de Hadley,
mas sempre consigo obter algumas respostas.

A notícia de algumas semanas atrás me chocou


profundamente. Eles se casaram. Jared “Koyn” Koynakov casou-se
com a pequena Hadley “PG” Genworth. Eu sabia que Koyn havia
se casado no passado, mas nunca esperei que ele se casaria
novamente. Especialmente não com uma garota que tem quase a
mesma idade que sua filha teria. Eu queria presumir que ela se
casou com ele sob coação, mas a foto que Copper me mostrou
contava uma história diferente. O beijo de Hadley e Koyn na frente
do altar de uma pequena igreja era uma imagem da perfeição. Amor
e felicidade capturados em um beijo.

Uma fotografia bonita o suficiente para estar na capa de um


romance.

Um dia, talvez eu tenha isso.

Se algum dia eu puder ir de cativa algemada a uma cama


para um ser humano normal.

Falando em captores...

“Quando o papai vai voltar para casa, Hansel?”


O cachorro levanta a cabeça da minha coxa e geme.
Delicadamente, acaricio meus dedos sobre sua cabeça. Ele deve
perceber que Copper não está aqui ainda porque ele suspira e deita
a cabeça para baixo. A cama balança quando Gretel se junta a nós.
Ela se aconchega perto dos travesseiros, tentando empurrar o
irmão para longe, então eu vou acariciá-la.

Se você me dissesse que eu gostaria da companhia de dois


dobermans há seis meses, eu teria rido. Eu estava apavorada —
ainda estou — com cães. Só não com esses cães. Eles gostam de
mim e eu gosto deles. Peguei a expressão de surpresa de Copper
algumas vezes quando ele viu como eles estão apaixonados por
mim. Ficar algemada à cama o dia todo me deixa vulnerável, mas
ter os irmãos filhotes ao meu lado me mantém calma, porque eles
são os melhores protetores que eu poderia pedir.

A porta de um carro bate do lado de fora, fazendo com que


os dois cães voem para fora da cama, empolgados. Minha própria
frequência cardíaca salta sobre si mesma, ansiosa para ver Copper.
Na maioria dos dias, ele me solta e depois desaparece para malhar.
Depois de fazer sua rotina de ginástica, ele toma banho e cozinha
para mim. Eu gostaria, pela primeira vez, que ele me desse uma
hora do dia. Falasse comigo como ele costumava fazer. Me tocar,
me desejar, me beijar. Qualquer coisa. Sua indiferença está me
deixando louca.

Sua voz profunda ressoa pela casa como o seu amor por seus
cães. Logo, eu os ouço fazendo barulho do lado de fora quando ele
finalmente lhes permite sua liberdade. Como um relógio, ele entra
no meu quarto, seus olhos em qualquer lugar, menos em mim,
enquanto ele tira a chave do bolso.

“Como foi o trabalho?” Pergunto, na esperança de fazê-lo


conversar comigo hoje.

“Trabalho é trabalho,” ele resmunga.

“Copper, eu…”

“Eu vou malhar. Podemos conversar mais tarde.”


Seu perfume masculino — pinheiro e algo exclusivo dele —
me envolve enquanto ele se senta na cama ao meu lado. Bebo de
seus traços bonitos. As pontas dos dedos roçam meu pulso, me
fazendo estremecer. Meus mamilos endurecem e eu não posso
negar o meu desejo por este homem. Estou tão confusa.

Antes que ele escape, pego seu braço musculoso e tatuado.


Agora que é quase verão, ele veste as camisas polo ajustadas mais
sexy para o trabalho que mostram todas as curvas esculpidas.
Aposto que todas as vadias em seu trabalho salivam pelo meu
homem.

Que nojo.

Ele não é meu.

Mas, oh, como eu o quero.

“O que?” Suas feições estão tensas quando ele olha para o


meu aperto em seu braço.

“Eu fico presa aqui o dia todo...” paro. “Achei que poderia
malhar com você hoje.”

Seus olhos escuros se estreitam enquanto ele me estuda.


Normalmente, me enerva quando ele faz isso. Hoje, eu me deixo
aberta e visível. Ele precisa ver que eu realmente quero isso.

“Tudo bem,” ele resmunga. “Mas sem reclamar. Se você vai


reclamar, pode reclamar na cozinha e preparar o jantar.”

“Você gosta quando eu reclamo,” provoco. “Faz você querer


me dar algo para reclamar.”

Seus olhos brilham com uma fome mal contida, chocando-


me como o inferno. Ok, então posso trabalhar com isso.

“Encontre-me no ginásio em cinco minutos,” ele grunhe,


saindo da sala como se sua bunda estivesse pegando fogo.

Suprimo um grito feminino. Esta é a maior emoção que tive


em meses. Rapidamente, vou ao banheiro, escovo os dentes e puxo
minha juba loira selvagem em um rabo de cavalo alto. Depois de
passar um pouco de brilho labial, procuro algumas calças de ioga,
um top branco justo e meus tênis. Eu até diria que eu pareço quase
como o eu de sempre, apesar da estranha coleira de choque no meu
pescoço. É definitivamente a versão sacana de uma roupa de
treino, considerando que não tenho um sutiã esportivo e deixei de
usar um sutiã normal. Meus mamilos estão visíveis sob o tecido, o
que me faz sorrir.

Divirta-se me ignorando agora, idiota.

Eu praticamente pulo para o ginásio localizado no porão.


Uma parede do porão tem vista para o lago. É uma vista bonita,
especialmente com as nuvens de tempestade. A melhor vista é das
costas musculosas e tatuadas de Copper. Ele é sexy como o inferno
sem camisa e com nada além de um short de basquete preto de
cintura baixa. Seu foco está no haltere que ele está levantando,
fazendo seu bíceps flexionar cada vez que ele o levanta.

Ignorando a vontade de babar, vou até a esteira e a ligo.


Começo em um passo rápido e logo o aumento para poder correr.
Pela próxima meia hora, trabalho pra caramba na máquina
enquanto secretamente dou uma olhada em Copper enquanto ele
abre caminho através de seus pesos. O céu lá fora escurece com a
tarde.

A tempestade que está se formando faz as janelas parecerem


espelhos. Apesar de Copper estar de frente para a janela, posso
sentir seu olhar queimando em mim pelo reflexo. Mordo meu lábio
quando vejo meu próprio reflexo. Meus seios saltam a cada passo
que dou e meu rabo de cavalo balança para frente e para trás.

“Não podemos malhar juntos,” Copper reclama, largando o


haltere no tapete. “Você é uma distração.”

Aperto o botão para parar a máquina e saio. “Como? Eu


estava quieta.”

Ele acena com a mão em meus seios. “Você sabe a porra do


motivo, Stormy.”
Um arrepio desce pela minha espinha, mas finjo inocência.
“Na verdade, eu não sei. Explique-me.”

“Seus peitos. É meio difícil me concentrar quando tenho que


olhar para eles.”

“Oh, coitadinho,” estalo, irritada por ele ser um idiota.


“Alguns de nós apenas apreciam a paisagem e não agem como um
maricas sobre isso.”

Ele dá um passo zangado em minha direção e por instinto,


coloco a palma da mão em seu peito duro, que agora exibe uma
camada de suor. Sua cabeça inclina para o lado enquanto me
estuda de perto. Meu coração martela no meu peito, ansioso para
onde quer que ele nos leve.

“Faça uma lista das merdas de que você precisa e vou pegá-
las da próxima vez que sair,” ele resmunga. “Coloque sutiãs
esportivos nessa lista se quiser fazer isso de novo.”

“Tudo bem,” eu berro, girando para longe dele, “Vou pôr lá


um vibrador para a minha vagina não secar por não ser usada.”

Seu aperto em meu rabo de cavalo me faz parar e meu


coração pula na minha garganta. Ele se aproxima, sua ereção
pressionando atrás de mim. Lábios quentes roçam ao longo da
coluna suada do meu pescoço acima da coleira.

“Você foi uma garota tão boa por meses. Por que você está
decidindo soltar sua boca agora?” Ele exige, sua mão livre
deslizando para o meu estômago enquanto a outra puxa meu rabo
de cavalo. “Você sentiu falta do monstro?”

Meu corpo estremece com seu toque. “Você não é um


monstro.”

O trovão ribomba nas proximidades, fazendo a janela


chocalhar. Eu me inclino em seu toque enquanto olho para fora
para verificar a tempestade. Relâmpagos piscam e as árvores se
movem com o vento que começa a ganhar velocidade. Meus olhos
encontram o caminho de volta para o nosso reflexo, no entanto.
Para um estranho, isso certamente seria o abraço de um amante.

Aperto sua mão para guiá-la ao sul do meu estômago, mas


ele me impede com suas palavras.

“Tome um banho. Devemos começar o jantar para o caso de


ficarmos sem energia. Faça isso,” ele late, me liberando. “Agora,
pequena Stormy.” Sua palma bate de brincadeira na minha bunda.

Não posso discutir, ele se foi. A caminho do banheiro, ouço-


o repreendendo os cachorros por se sujarem. Tiro minhas roupas
e tomo um banho rápido, irritada por perder a oportunidade de
seduzir Copper. A verdade é que nunca tive que trabalhar muito
para fazer um cara me querer. Pela minha experiência, eles veem
meus seios e querem pular na cama comigo. Sei que o Copper se
sente atraído por mim, mas como o acusei de ser um estuprador,
ele está se esforçando para me tratar como se eu não fosse nada
em que ele se interessasse.

Tomo banho para tirar o suor e, em seguida, procuro uma


roupa sexy. Porque Copper é realmente um cara bom sob seu
exterior duro, ele conseguiu pegar todas as minhas coisas com
Koyn. No passado, porém, eu me vestia com uma sacana que
gritava motoqueira baby. Já que o disfarce acabou, opto por algo
quente, mas confortável. Encontro um short jeans rasgado e furado
que faz minha bunda ficar bonita e junto com uma camiseta
vermelha muito apertada que mostra minha barriga, certificando-
me de esquecer o sutiã novamente. Ele mantém a casa fria, então
visto meias até o joelho da University of Arkansas que roubei da
minha irmã da última vez que a vi. Mantenho meu cabelo em um
rabo de cavalo e, em seguida, saio a procura de Copper.

A porta do quarto dele está fechada e posso ouvir o barulho


do chuveiro, então vou até a cozinha para preparar o jantar. Uma
pontada de arrependimento me atinge no peito quando me lembro
de todas as vezes que Bermuda e eu cozinhávamos juntos. Como
meu próprio irmão, Bermuda me fazia rir e parecia gostar de minha
presença de uma forma não sexual. De todas as pessoas com quem
fodi, o que mais odeio é o que fiz para ele. Espero que Hadley esteja
cuidando dele. Pensar em Hadley faz minha garganta queimar de
emoção. Copper diz que ela ainda está viva e feliz. É tudo que posso
pedir. Estragar meu disfarce valeu a pena por ela.

Piscando para conter as lágrimas, começo a trabalhar em um


prato que Bermuda fazia o tempo todo. Fritada de Caubói. Em vez
dos vegetais tradicionais de inspiração asiática, o do Bermuda
consistia em hambúrguer temperado com molho inglês, cebola,
pimentão, tomate, milho, cenoura e feijão preto. Ele servia com
arroz e geralmente fazia pão de milho para acompanhar. Copper
não tem mistura para pão de milho, então coloco alguns biscoitos
no forno e tiro a geleia de uva.

Congelo quando o cheiro de sabonete masculino me envolve


e o calor de Copper aquece minhas costas.

“Isso cheira bem,” ele murmura, sua respiração fazendo


cócegas no meu cabelo.

Reprimo um arrepio, virando minha cabeça ligeiramente


para dar uma olhada nele. Seus olhos escuros são intensos e seu
cabelo molhado cai sobre uma sobrancelha, fazendo-o parecer
infantil e mais jovem. Meu núcleo aperta com desejo por este
homem ridiculamente quente.

“Receita do Bermuda,” murmuro. “Espero que seja tão bom


quanto o dele.”

“Tenho certeza de que vai ficar bom,” ele responde enquanto


dá um passo para trás, dando um tapinha na minha bunda
enquanto faz isso. “Vinho tinto vai com essa refeição caipira?”

“Uma Bud Light8 é mais adequada,” digo com um sorriso.

“Desculpe quebrar seu coração, Joe Dirt, mas tudo o que


tenho é uma IPA9 produzida localmente. Isso é bom o suficiente?”

8
Cerveja.
9
Um tipo de cerveja de cor clara semelhante ao amargo, normalmente com um teor de álcool e
lúpulo superior à média.
“Cerveja é melhor que vinho.” Encolho os ombros antes de
voltar a terminar a nossa refeição.

Enquanto ele começa a pegar a cerveja na geladeira, coloco


nossa comida no prato e coloco no balcão. Os cães circulam meus
pés, dando-me seus melhores olhos, mas Copper já estabeleceu a
lei sobre eles comerem comida humana. Suas bundas não
aguentam. Literalmente. Me arrependo de traficar bacon para
Hansel uma vez. Minhas nádegas ainda queimam com aquele
acidente.

Copper abre a tampa da minha cerveja e desliza na minha


direção antes de fazer o mesmo com a dele. Passo manteiga em um
biscoito para ele e espalho um pouco de geleia de uva antes de
colocá-la em seu prato. Ele franze a testa para mim, mas murmura
seu agradecimento. Ficamos quietos enquanto comemos. Para ser
honesta comigo mesma, minha fritada de Caubói tem um gosto tão
bom quanto o do Bermuda. Eu gostaria que ele estivesse aqui para
que eu pudesse zoar ele sobre isso.

Com um suspiro triste, deslizo para fora da banqueta do bar


quando termino minha refeição para começar a limpar a cozinha.
Copper guarda as sobras. Estou esfregando a última panela em
que cozinhei quando as luzes se apagam, nos banhando na
escuridão. Os cães choram nas proximidades.

“O radar disse que estamos sob um...”

Antes que Copper possa dizer suas palavras, as sirenes de


tornado começam seu lamento assustador. O pânico sobe pela
minha garganta e eu gemo o nome de Copper.

Uma mão forte agarra a minha, me puxando pela escuridão.


Ele nos leva até um armário embaixo da escada. Com o apertar de
um botão, ele banha a pequena sala com uma luz à bateria. Uma
almofada de espuma fina de tamanho duplo ocupa a maior parte
do chão. Travesseiros e cobertores são empilhados no final. Perto
da cama, há duas almofadas para cães. Ele assobia para os cães.
Como estamos em Oklahoma e eles estão acostumados com esse
tipo de coisa, eles se jogam nas almofadas. Copper fecha a porta
com a gente lá dentro e depois faz um gesto para a cama.

Sento-me de joelhos para poder arrumar a cama para nos


deitarmos. Uma vez arrumada, estico-me de lado. Copper está
acima de mim, ainda quente em uma camiseta preta e calça de
moletom cinza. Quero escalá-lo como uma árvore. Em vez disso,
fico parada e esperando. Ele rasteja ao meu lado, apoiando-se nos
travesseiros. Quero tocá-lo ou montá-lo, mas fizemos muito
progresso. Não quero irritá-lo e assustá-lo.

“É seguro aqui?” Pergunto, brincando com um fio em meu


short.

“Você vai ficar bem.” Seus dedos se torcem distraidamente


em meu rabo de cavalo, me fazendo tremer.

O trovão ressoa alto o suficiente para que a casa pareça


tremer. Ambos os cães uivam, fazendo Copper rir.

“Eles são maricas,” ele me diz. “Os dois.”

Aproveito a oportunidade para me enrolar nele,


enganchando minha perna sobre a dele. Seu corpo enrijece, mas
ele não me afasta. “Eu também sou maricas,” revelo. “Agora você
tem três bebês para cuidar.”

“Que sorte a minha,” ele resmunga, com brincadeira em seu


tom.

“Como está Hadley?” Pergunto, incapaz de manter a


pergunta por mais tempo. “Sinto falta dela.”

Ele solta um suspiro pesado. Eu me pergunto se ele vai


ignorar minha pergunta. Depois de um longo minuto, ele puxa o
celular do bolso. “Ela está bem. A barriga dela é fofa.”

Estou chocada quando ele desbloqueia o celular e localiza


algumas fotos dela em seu celular. É do Q. mensal mais recente.
Só quando vejo todos festejando, todos sorrindo enquanto comem
e saem, é que sinto uma grande perda.
Copper abre mão de seu celular para que eu possa deslizar
pelas fotos. A primeira é de Hadley sentada no colo de Koyn. A
barriga dela está inchada com o filho dele. Koyn não está sorrindo,
mas seus olhos não mentem. Ele está muito feliz. Hadley sorri de
um jeito bobo que diz que tudo está bem em seu mundo. A imagem
fica borrada e as lágrimas brotam dos meus olhos. Rapidamente,
passo para a próxima foto de Gibson. Seu violão está empoleirado
em sua coxa e sua cabeça está inclinada. Gibson pode brincar
muito com Bizzy, mas ele é uma alma triste por trás de seus
sorrisos habituais. Isso transparece em sua música. Existem
algumas fotos de Payne, Halo e Bizzy. Em uma foto onde Nees sorri,
nos bastidores, Filter está aninhado no fundo, seu olhar furioso
fixado na câmera como se olhasse diretamente para mim.

“Ele vai superar isso,” Copper ronca.

Engulo o medo mesquinho e passo para a próxima foto.


Bermuda está esparramado em sua cadeira de jardim, as
bochechas rosadas de tanto beber, um sorriso preguiçoso no rosto.
Seu chapéu está virado para trás na cabeça e um pouco torto. Meu
coração aperta ao vê-lo.

“Tenho saudades do Bermuda,” admito. “Acima de tudo, eu


acho.”

Copper não diz nada, apenas continua brincando com meu


cabelo de uma forma suave. Passo para a próxima foto. É de
Katana, um sorriso raro em seu rosto. Normalmente, ele não
mostra nenhuma emoção. Me pergunto o que ele está olhando. A
próxima foto responde minha pergunta. Dragon, com um sorriso
demoníaco no rosto, tem um marshmallow em uma vara,
flamejando brilhante de onde ele pegou fogo e está tentando
oferecê-lo a Hadley. Koyn parece pronto para enfiar essa vara
ardente em sua bunda. Uma risada borbulha dentro de mim.

A próxima foto é uma selfie de Copper e Krista. Ela tem um


corte de cabelo atrevido que parece estiloso para sua idade, quase
igual ao de Copper. Uma pontada de ciúme me atinge.
“Eu não sabia que vocês dois estavam fodendo de novo,”
cuspo antes que possa me conter.

Copper fica tenso. “Não estou fodendo minha ex-mulher.”

Seus olhos escuros estão iluminados com diversão e os dela


brilham com amor.

“Poderia ter me enganado,” retruco antes de deixar o celular


cair em seu colo e rolar para longe dele. Lágrimas ardem em meus
olhos e me sinto uma idiota. O que eu realmente pensei que
aconteceria? Eu, de alguma forma, seduziria Copper a me amar?
Que passaríamos de captor e cativa para marido e mulher? Sou
uma idiota. O cativeiro está me deixando louca, aparentemente.

“Você está realmente com ciúmes pra caralho,” Copper se


maravilha, enrolando seu corpo ao redor do meu.

Eu o ignoro, fechando meus olhos com força. Não consigo


ignorar a forma como sua grande mão cobre a minha barriga,
alguns dedos acariciando a pele exposta. Seu pau está duro
pressionado contra minha bunda. Por mais que eu desejasse que
ele me fodesse, de repente não estou mais no clima.

“Ei,” ele murmura, seu hálito quente fazendo cócegas no


meu pescoço. “Não fodi a Krista e não fodo desde antes do divórcio.
Ela e eu somos melhores como amigos. Se ela não tivesse
engravidado do Blake há tantos anos, provavelmente teria
percebido isso muito mais cedo.”

Meu corpo relaxa com suas palavras, fazendo-me sentir


como uma adolescente idiota e apaixonada. Eu não deveria me
importar com quem ele fode. Mas, desde que ele me reivindicou e
me trouxe para sua casa naquela noite fatídica quando eu
estraguei meu disfarce, sinto que pertenço a ele. Ele foder outra
mulher parece uma traição, o que é estúpido, já que ele não me
deve nada.

“Só para constar, acho seu ciúme fofo.” Sua voz ressoa direto
para minha boceta. “Quase me faz pensar que você se importa.”
Eu não me importo.

Idiota.

Ele arrasta um cobertor por nossas pernas antes de envolver


seu braço em volta de mim, sua palma encontrando o seu caminho
para o meu estômago novamente. “Você não vai fugir, vai?”

“E ser sugada por um tornado com meus dois cães como


Dorothy? Passo.”

Uma risada reverbera por ele. “O que te faz pensar que meus
cães também iriam nessa aventura?”

“Eles são meus cães agora.”

Posso sentir seu sorriso no meu pescoço. “É mesmo?”

“É mesmo.”

“Hmm.”

“Você pode descansar, porém, sabendo que seus bebês não


estão deixando você. Não há necessidade de me algemar esta
noite.”

Caio no sono, sem odiar a maneira como me sinto segura e


cuidada em seu aperto poderoso.

Ele é um monstro, lembra?

É meio difícil de lembrar quando ele é tão fofinho e doce.


ONZE

Copper

Acordo com latidos altos. Leva um segundo para reconhecer


onde estou e com quem. Um gemido ressoa de mim quando percebo
que o seio perfeito de Stormy está aninhado na minha palma sob
sua camisa. Maldita seja por ser tão tentadora. Não sou um
monstro como ela alega, mas também não sou um santo. Corro
meu polegar sobre seu mamilo duro, imaginando qual seria o gosto
dele entre meus dentes. Hansel late novamente, arruinando meu
momento de apreciar as melhores partes dessa mulher.

“Sim, sim,” resmungo para meus cachorros. “Você tem que


fazer xixi. Já sei.”

Relutantemente, me afasto da minha cativa adormecida e me


levanto para abrir a porta do armário. No momento em que abro,
os cães voam para fora e se dirigem para a porta da frente. Assim
que eu abro, eles correm para o quintal molhado. É então que ouço
porque eles estavam ficando animados.

Motores.

Não apenas um.

Várias motocicletas estão vindo em minha direção.


Uma sensação de pavor toma conta de mim. Não que eu
esteja preocupado com meu irmão, mas os outros Royal Bastards
me deixam nervoso.

Por quê?

Por causa dela.

Por meses ela está lentamente ficando sob a minha pele.


Tenho tentado ao máximo ficar longe dela, não falar com ela e
trabalhar o máximo que posso, porra. Mas à noite, quando ela está
morando no meu espaço comigo como uma maldita esposa, é difícil
como o inferno não ser tentado por ela.

E o pensamento de Filter ou Dragon lhe causando dor não


me cai bem.

Assim que penso nele, a mais nova moto de Dragon, uma


Harley Breakout preta e cromada, lidera a corrida com Katana logo
atrás dele. Em seguida, Bizzy e Gibson entram com o Bermuda na
retaguarda. Verifico meu celular em busca de chamadas perdidas,
mas não tenho nada. Meu irmão poderia me avisar que ele estava
enviando seus meninos para me verificar.

Deixando minha porta da frente aberta, volto para dentro


para ligar o Keurig.

“Pequena Storm, coloque sua bunda em seu quarto,” grito,


meu tom afiado e comandante.

Stormy espia ao virar da esquina, seu cabelo loiro bagunçado


de sono e seus olhos azuis arregalados. “Quem está aqui?”

“Os caras. Filter não está aqui,” asseguro a ela. “Mas seria
melhor se você sumisse.”

Sua sobrancelha se funde com uma carranca, mas


surpreendentemente, ela obedece. O alívio me inunda quando ouço
a porta do quarto se fechar. Momentos depois, batidas pesadas de
botas em minha madeira podem ser ouvidas enquanto os caras
entram em casa.
“Cara,” Bizzy diz, sua voz alta ecoando pelas paredes. “Você
teve algum dano? Um tornado passou por Sand Springs.”

Termino de preparar meu café e me viro para encarar os


homens que lotam minha cozinha. Eles são um grupo heterogêneo.
Bizzy é um idiota como o inferno com um sorriso extravagante no
rosto barbudo e rechonchudo. Sua barriga estica contra o tecido
de sua camiseta preta sob o corte de couro. Os olhos de Gibson
estão procurando de uma forma curiosa, como se ele esperasse dar
uma olhada em Stormy. Dragon em todos os seus sorrisos de glória
psico-supermodelo, seus olhos verdes brilhando com planos
ocultos. Katana está estoico e tenso ao lado dele, enquanto
Bermuda parece que está sendo punido por ser forçado a vir aqui.

“Como está o complexo?” Pergunto, tomando meu café.

“Algumas árvores foram arrancadas,” diz Gibson, “mas a


sede do Clube ainda está de pé.”

Os caras começaram recentemente a construção do lugar do


Clube ao lado da casa principal. Com o filho de Koyn chegando e
ele querendo fazer o Clube crescer, ele decidiu que algumas
mudanças precisavam acontecer. Por um lado, ele não poderia
mover mais motoqueiros para sua casa. Já está suficientemente
cheia como está. Esperançosamente, até o final do ano, eles terão
o Clube construído.

“O que foi? Eu sei que vocês, idiotas, não sentiram falta do


meu lindo rosto,” resmungo, travando os olhos em Dragon, que
está claramente liderando essa visita.

“Algo está acontecendo com o Prez,” Dragon diz, inclinando


a cabeça para o lado enquanto ele me estuda daquele jeito
enervante dele. Dragon sabe que há alguém escondido dentro de
suas fileiras, o que significa que ele está me provocando ao me
colocar em xeque na frente dos caras que não sabem. “É secreto e
merda. Você sabe alguma coisa sobre isso?”

Sim, idiota, ele está olhando para cada um de vocês. Você


deve se mijar nas calças, se você está escondendo algo dele.
Rolo meus olhos e finjo inocência. “Como PG não posso ter
meu período, acho que Koyn está tendo o dele.” Encolho os ombros.
“Se houvesse algo errado, ele me diria. Sou o irmão dele.”

“Talvez pense nisso e nos informe.” Dragon mantém seus


olhos esmeralda fixos em mim. “Você vai fazer um café da manhã
para nós ou o quê?”

Bermuda levanta o queixo. “Eu ajudo.”

Bizzy, Gibson, Katana e Dragon voltam para fora para fumar


e brincar com os cães enquanto Bermuda e eu começamos a puxar
merda para cozinhar para essas feras. Estou no limite com Stormy
no outro quarto. Certamente ela sabe que é melhor ficar fora do
caminho, especialmente se ela ouvir a voz de Dragon.

“Koyn disse que você ainda a tem,” Bermuda murmura


enquanto prepara a frigideira para fazer bacon. “Acorrentada à
cama ou alguma merda assim.”

Já se passaram cinco meses desde que meu irmão apareceu


para verificar fisicamente a situação. Desde então, eu o mantive
atualizado de que ela ainda é minha pequena cativa, fazendo o meu
melhor para não mostrar nenhum tipo de emoção que pode fazer
com que ele queira tomar as coisas em suas próprias mãos.

Eu posso lidar com minha própria merda.

“Nem sempre a mantenho acorrentada,” resmungo, irritado


com seu tom acusatório. “É Stormy, pelo amor de Deus. Você acha
que ela se contentaria em ficar presa 24 horas por dia, sete dias
por semana?”

Ele ri. “Não, aposto que ela teria algo a dizer sobre isso.”

“Ela conhece o seu lugar,” asseguro-lhe, “mas não a


machuco. Ela geralmente consegue fazer isso sozinha.”

Seus ombros relaxam. Isso me faz perceber que ele se


preocupa com Stormy, provavelmente mais do que qualquer um
dos caras. Por algum motivo, isso não me tranquiliza. Na verdade,
isso me irrita. Todos deveriam simplesmente esquecê-la. Ela não é
mais da conta deles.

“Normalmente, ele apenas tenta me matar de tédio,” uma voz


feminina profere.

Bermuda e eu viramos nossas cabeças na direção de Stormy.


Mulher maldita não escuta merda nenhuma. Quando pensei que
ela estava se escondendo, sua bunda metida estava ficando
embonecada. Minha garota de rosto limpo se foi. Em seu lugar está
uma mulher com o rosto cheio de maquiagem, um coque
bagunçado e seios saindo de uma camiseta preta justa. Seus
shorts nem mesmo constituem uma peça de roupa porque não são
nada além de um pedaço de jeans puído e furado que não cobrem
merda nenhuma. As botas pretas de cowgirl não fazem nada para
diminuir seu apelo sexual. Se qualquer coisa, isso só me dá
imagens dela nua com essas malditas coisas cavando na minha
bunda enquanto eu a fodo.

“Não,” rosno.

Sua sobrancelha loira ergue, assim como seu lábio torce em


descrença com o meu tom. “Como assim não?”

“Isso,” estalo, apontando para sua roupa com uma espátula.


“Não.”

“Foda-se você e o cavalo em que você montou, Copper!” ela


sibila de volta antes de ir direto para o Bermuda. “Ei.”

Ei, porra?

Bermuda fica tenso, como se ele estivesse se contendo para


ir atrás dela ou coisa pior. É o suficiente para eu entrar em ação.
Vou até ela e agarro-a pelos braços nus, levando-a para longe dele.

“Você não está usando essa merda com eles,” digo, minha
voz baixa.

“Seria melhor se você não saísse do seu quarto.”


Seus olhos azuis estão gelados enquanto me cortam como
lâminas. “Não tenho interação humana há muito tempo...”

“Você me tem!” Explodo. “É o bastante.”

Stormy é normalmente afiada como uma navalha, mas


minhas palavras a suavizam. “Eu apenas pensei…”

Que poderíamos voltar aos velhos tempos? Que todos


esqueceriam que ela os traiu? Que ela valsaria de volta para suas
vidas e tudo ficaria bem pra caralho?

Ela pensou errado.

“Eu, por exemplo, senti sua falta,” Dragon ronca, seus


passos pesados batendo na cozinha. “Venha dar um abraço no tio
Dragon.”

Stormy se liberta do meu domínio para enfrentar Dragon.


Seu quadril salta para o lado, mostrando que ela ainda tem um
problema de atitude, porra, e ela mostra o dedo do meio para ele.

Ele ri de sua ousadia. Ignorando-o, ela passa por ele para


dar um tapinha na cabeça de Katana e, em seguida, puxa Gibson
e Bizzy para um abraço coletivo. Esses dois molengas
imediatamente começam a tagarelar com ela como se fossem uma
das meninas.

“Prez sabe que você está aqui brincando de casinha com o


rato?” Dragon pergunta, pulando no balcão e parecendo uma
gárgula do mal empoleirado em um parapeito.

“Não estou brincando de casinha,” resmungo, voltando para


a geladeira para tirar os ovos. “Não é da tua conta.”

Dragon bufa. “Proteger o Prez é problema meu.”

“Aonde você quer chegar?” Exijo, olhando por cima do meu


ombro para ele. “Eu sei que você não está insinuando que ele
precisa de proteção de seu próprio irmão.”
“Se o irmão dele é legal com uma cadela mentirosa que quase
trouxe a merda para todo mundo, então sim, estou insinuando
exatamente isso.”

Caminho até Dragon, indiferente por ele agora estar


brincando com um canivete. Se você der a este filho da puta uma
polegada, ele vai levar uma milha. Ele precisa saber que eu
morreria antes de machucar meu irmão.

“Stormy é a porra do meu problema,” rosto. “Esqueça isso.”

Suas narinas dilatam-se e ele aperta a alça de seu canivete.


Dragon pode ser um filho da puta psicopata, mas eu mando um
soco letal. Eu bateria em sua bunda antes que ele tivesse a chance
de usar aquela lâmina.

Finalmente, depois de um longo momento de encarar, onde


nenhum de nós recua, ele solta uma risada. Ele fecha o canivete e
volta sua atenção para Katana, mantendo uma conversa unilateral
sobre um barco que deseja pegar.

Apenas Dragon pode passar de ameaças a conversas sobre


festas tão rápido.

Tanto faz.

Contanto que ele fique fora da minha bunda e longe da


minha garota, eu não dou a mínima para o que ele faz.

Minha garota?

Okay, certo.

Stormy não é minha garota. Ela é minha responsabilidade.


Uma com um longo compromisso. Pior do que um maldito cachorro
porque ela responde de volta. Pelo menos ela é gostosa.

Vai levar tudo de mim para passar pelo café da manhã com
esses idiotas, mas pelo menos eu não me sinto mais como se
Dragon fosse fazer alguma merda maluca.
Estou com inveja.

Porra.

Bermuda finalmente aceitou Stormy, para minha irritação.


Se ela continuar flertando com ele enquanto limpam a cozinha, vou
explodir. Acho que ela está fazendo de propósito também. Como na
noite passada. Andando por aí sem a porra de um sutiã. Era quase
impossível não dobrar Stormy sobre um banco de peso e transar
com ela pela próxima semana. Se não fosse pelas tempestades, eu
provavelmente teria feito. É um milagre eu não a ter despido e
metido nela ontem à noite no armário.

Em vez disso, eu fodidamente abracei ela.

Estou metido em uma séria merda mental com essa garota.


Sei que ela nos fodeu com suas mentiras e interesses pessoais, mas
tente dizer isso ao meu pau. Meu pau quer fazer apenas o que
Dragon disse. Brincar de casinha. Quero Stormy de todas as
maneiras impossíveis.

“Olha,” Bizzy diz do chão onde ele está sentado, a cabeça de


Hansel em seu colo. “Mil curtidas já.” Ele percorre seu celular, seus
olhos brilharam de surpresa.

“Você não tem mil curtidas na sua foto de pau,” Dragon atira
de onde está esparramado no sofá como se ele fosse o rei da porra
do meu castelo.

Os lábios de Katana se curvam em um pequeno sorriso por


causa do que ele disse a Bizzy.

“Não, idiota louco, minha foto de pau tem dez milhões de


curtidas,” Bizzy brinca com uma risada que faz seu estômago
sacudir. “Estou falando sobre o nosso menino.”
As bochechas de Gibson ficam vermelhas. Para um
motoqueiro durão que eu vi em ação e sei que pode se virar em
uma luta, ele cora como um adolescente de merda.

Dragon se senta, divertindo-se com o fogo em seus olhos


verdes malignos. “Espera. Gibson tem uma foto de pau? Vamos
ver.”

“Eu quero ver,” Stormy grita da cozinha.

“Está de castigo. Para sempre,” rosno para ela. “Sem fotos de


pau. Nunca.”

Ela mostra a língua para mim. Pisco para ela e sorrio de uma
forma que a deixa saber que um dia mostrarei meu pau a ela, se
ela for uma boa menina. O sorriso que ela tenta esconder faz o dito
pau engrossar no meu moletom.

“Não é o pau dele, filhos da puta,” Bizzy resmunga. “É a


música dele. Outra noite no Q, eu gravei um vídeo dele tocando
Hank Williams Jr.” Ele aperta um botão e a voz de Gibson sussurra
no dispositivo. “Oh, olhe, todas as cadelas querem ter seu bebê.”

Gibson balança a cabeça, claramente envergonhado com


tudo. Bizzy não tem vergonha ao ler vários comentários.

“Case-se comigo, baby,” Bizzy lê em voz alta com uma voz


feminina. “Eu serei sua mamãe bebê.” Ele bufa. “Quer ser meu
querido?”

Todos nós rimos quando Gibson tenta roubar o celular de


Bizzy. Hansel fica mal-humorado e dá uma mordidinha na bunda
de Gibson. O rosto de Bizzy está vermelho de tanto rir e ele
continua lendo os comentários.

“Venha para o Tennessee, country boy, e faremos algumas


músicas juntos,” diz Bizzy, ainda em sua voz feminina. “Minha
banda se chama...” Ele gargalha. “Barnyard Belles.”

Dragon chuta uma perna longa, cutucando Gibson, que


agora está sentado no sofá fazendo beicinho como uma menina.
“Barnyard Belles. Meio cativante.” Gibson mostra o dedo do meio
para ele, seu rosto ainda está vermelho.

“Eu acho que é fofo,” Stormy fala da cozinha.

“Vocês, idiotas, não acham que abusaram da hospitalidade?”


Resmungo. “Saiam da minha casa já.” Todos eles ignoram minha
bunda.

“Oh,” Bizzy diz, “aqui tem outro. Você é incomparável e posso


fazer de você uma estrela.”

Antes que Bizzy possa ler mais, Dragon se levanta, não rindo
mais. “Delete isso.”

“O que?” Bizzy pergunta.

“Eu disse para deletar,” Dragon rosna, se aproximando dele.


“Agora.”

“Sim, delete,” Gibson joga fora. “Ninguém dá a mínima para


a minha música. Apenas meu pau. Prefiro manter minha
privacidade, cara.”

“Mas, cara, você é bom,” Bizzy argumenta. “É assim que a


maioria das estrelas são encontradas — ei!”

Dragon arranca o celular de suas mãos e seus dedos voam


sobre a tela. A bunda grande de Bizzy leva um segundo para sair
do chão. Ele deve estar apaixonado pelo vídeo, porque ele
realmente vai de igual para igual com Dragon como se ele pudesse
ganhar aquela batalha.

“Dê-me meu celular, filho da puta,” berra Bizzy. “Você não


pode simplesmente dele—”

“Muito tarde.” Dragon empurra o celular contra o peito de


Bizzy e o encara. “É hora de decolar. Temos coisas para fazer.”

Ele sai da minha casa sem olhar para trás, deixando a porta
totalmente aberta. Katana, sua sombra, desaparece com ele.
Gibson dá a Bizzy um sorriso tranquilizador e então os dois caras
se preparam para ir embora. Eles se revezam abraçando Stormy
antes de me dizer tchau. Onde os abraços deles eram amigáveis,
aquele que ela compartilha com o Bermuda é um abraço familiar e
prolongado que me deixa nervoso.

“Sinto sua falta,” Bermuda murmura, beijando o topo de sua


cabeça. “Tente ser boa.”

“Você sabe que eu não sei fazer essa merda,” ela retruca, com
um sorriso falso no rosto.

Não estou mais interessado na troca deles porque estou


muito focado nela. Olhos azuis velozes. Sobrancelhas ligeiramente
franzidas. Ombros tensos.

“Vejo você por aí, cara,” Bermuda diz, virando seu boné para
mim.

Fecho a porta atrás dele e cruzo os braços sobre o peito. “O


que?”

Stormy recua com a minha pergunta. “O que você quer dizer


com o quê?”

“O que aconteceu? Você era só piadas e sorrisos e então...”


Aperto meu queixo. “Bermuda disse algo que a aborreceu?”

“Não,” ela bufa. “Bermuda é como um irmão. Faz-me sentir


falta do meu próprio irmão.”

“Problema de atitude quente e fria do Dragon?”

Ela concorda. “É apenas…”

“O que?”

“Você pode me levar para um passeio, Copper? Tira-me desta


casa? Deixe-me pensar por um minuto e organizar meus
pensamentos?”

Ter essa linda cadela na garupa da minha moto parece uma


tentação que não posso ignorar. Antes de considerar as
consequências, dou um breve aceno de cabeça.
“Vista-se como se pertencesse a uma moto e não como se
dançasse na mesa de um bar qualquer, pequena Stormy. Cinco
minutos.”

Sei que algo está acontecendo porque ela não dá a mínima


para o meu comentário. Enquanto ela se troca, eu troco meu
moletom por algo mais apropriado para a estrada. Como está calor
e meus cachorros vão querer brincar enquanto estamos fora,
certifico-me de que o balde deles está cheio de água do lado de fora
e assobio para eles saírem. Estou tirando minha moto, uma preto
vívido de 2020 Fat Boy 114, da minha garagem quando Stormy me
encontra.

Porra.

Não importa o que ela use. Ela está sempre quente como o
inferno. Eu a vi com esses mesmos jeans pretos apertados que
parecem pintados quando ela estava na garupa da moto de Filter,
mas nunca permiti que meus olhos se demorassem.

Agora, não posso tirá-los dela.

Seu top preto é solto e decotado, mostrando seu amplo


decote. Ela puxou seus cachos dourados de seu coque bagunçado
em uma trança frouxa que anseio por envolver meu punho ao
redor. As botas que ela está usando são bem resistentes e
adequadas para andar de moto, mas ainda assim parecem quentes
pra caralho. Com o colar de choque em volta do pescoço, me lembra
que ela é minha.

“Precisamos tirar isso,” grito sobre o barulho do meu motor.


“Venha aqui.”

Seus olhos azuis brilham ao conseguir tirar o colar. Ela


reclama muito sobre isso, mas como ela pode mover para cima e
para baixo ao longo de sua garganta, ignoro a maior parte de suas
reclamações. Pego a chave do meu bolso e a puxo para mais perto.
Ela se inclina, seus seios quase na minha cara, e sorri.

Porra, ela é muito bonita.


Seu rosto bonito e corpo quente vão me fazer coisas
lamentáveis.

Ignorando a forma como meu pau lateja dolorosamente no


meu jeans, começo a destravar a gola. Meus dedos roçam seu
pescoço e ela estremece. Tento não inalar o perfume sexy que ela
borrifou e me concentro em libertá-la. Depois de remover o colar,
jogo-o na grama.

“Obrigada,” ela murmura, levando as pontas dos dedos ao


pescoço. “Você não tem ideia de como isso é bom.”

Meu pau fica tenso, ansioso para sair e mostrar a ela o que
mais é bom.

“Coloque isso e suba,” resmungo, jogando um capacete para


ela.

Ela coloca o capacete, um sorriso bobo em seu lindo rosto


maquiado, e então agarra meus ombros enquanto monta minha
moto atrás de mim. Krista montou comigo algumas vezes para se
divertir, mas nunca parecia como Stormy agora.

Como se seu corpo fosse feito para envolver o meu.

Um ajuste perfeito pra caralho.

Gosto da forma como seus braços apertam meu corpo,


esmagando seus grandes seios nas minhas costas, enquanto
decolo. O vento está quente enquanto navegamos ao longo da
estrada. Faz muito tempo que não monto por prazer. Recentemente
é apenas para visitar Koyn para que possamos colocar nossas
cabeças juntas enquanto tentamos descobrir o nosso problema.

Enquanto montamos, penso em Collins e Vidal. Desde o


telefonema aleatório para meu superior, eles não tentaram mais
nenhuma merda. Está tudo quieto.

E temos examinado discretamente cada um dos caras da


lista de Koyn. Se ele os colocasse em uma sala e me deixasse
interrogá-los, eu obteria as respostas que procuro, mas meu irmão
tem uma grande lealdade e ele acha que isso só vai abrir uma
barreira entre ele e seus rapazes se ele começar a acusar um deles
de esconder coisas importantes dele.

Ele é o Prez e dá as cartas, mesmo que eu não concorde com


o que ele faz o tempo todo.

Dirijo até um parque isolado perto do lago e desligo o motor.


Stormy não sai direto. Em vez disso, ela solta um suspiro pesado.

“Eu sei quem é,” ela murmura. “Sei quem está se escondendo
de Vidal e Collins.”
DOZE

Stormy

Meu coração martela em meu peito enquanto minha mente


vai a mil por hora tentando juntar as peças de todas as partes do
passado em uma ordem que faz sentido. Todo o treinamento que
recebi antes de me tornar uma Federal inunda minha mente. Latejo
com a necessidade de descobrir tudo.

Desço da moto e tento não perder o foco. Copper parece bom


o suficiente para comer em uma camiseta branca justa, jeans
surrados e botas pretas de motociclista. Onde ele me fez usar seu
capacete, Copper ficou sem. Seu cabelo escuro está agora
desgrenhado de uma forma simplesmente fodida que me faz querer
correr os dedos pelas mechas. Os olhos castanhos são intensos
enquanto me encaram, em busca de respostas.

Respostas que tenho.

Sei que estou certa.

Ele desce de sua moto e caminha em minha direção. Dedos


fortes e hábeis soltam a alça do meu capacete e ele o puxa da
minha cabeça para colocá-lo na moto. Distraidamente afasto os
fios de cabelo do meu rosto enquanto organizo meus pensamentos.

“Há um banco ali,” Copper diz, agarrando minha mão e me


guiando para longe da moto.
Seu toque envia uma emoção deliciosa passando por mim.
Durante toda a manhã, no café da manhã, não conseguia tirar os
olhos dele. Não conseguia apagar a sensação de sua mão
possessiva envolvendo meu peito quando ele pensou que eu estava
dormindo. Mais do que tudo, eu queria que ele me despisse e me
fodesse em seu armário. Eu teria implorado por isso também se os
meninos não tivessem aparecido naquele momento.

O banco oferece uma vista deslumbrante do lago.


Normalmente, eu estaria mais ansiosa para nadar ou admirá-lo,
mas agora, meu foco está nessa conversa. Copper se senta no meio
do banco e então me surpreende puxando-me em uma de suas
coxas fortes e musculosas. Envolvo um braço em volta de seus
ombros, nem um pouco brava por seu rosto estar a centímetros do
meu decote. Seus olhos caem para meus seios por um longo
segundo até que ele finalmente encontra meus olhos novamente.

“Fale, Stormy.”

Solto um suspiro pesado, distraidamente correndo meus


dedos por seu cabelo bagunçado. “Dragon.”

Em vez de rir ou revirar os olhos, ele franze a testa. “De todas


as pessoas da minha lista, ele não estava no topo. Sem mencionar
que quando eu disse a ele, a Koyn e a Filter que tínhamos alguém
escondido em nossas fileiras, ele não vacilou ou mostrou qualquer
sinal de reconhecimento ou medo. Ele é um filho da puta durão,
que é o principal motivo de não estar no topo da lista até agora.”

“Concordo,” digo com um aceno que faz meus seios


balançarem. “Mas o que você realmente sabe sobre Dragon? Você
ao menos sabe o nome dele?”

“Ainda não,” ele admite.

“Você perguntou a ele?”

“Não.” Ele solta um suspiro pesado. “Koyn está sendo muito


estranho sobre tudo isso. Ele quer respostas, mas ele não quer
fazer perguntas aos seus rapazes. Como se acusá-los fosse quebrar
sua confiança neles ou algo assim.”

Por viver com esses caras por tanto tempo, eu entendo o


idioma. Koyn cuida desses caras e, por sua vez, eles o respeitam
muito. A lealdade de um para com o outro é um grande negócio.
Eu fui deixada em seu mundo e quebrei sua confiança, que é o
pecado máximo para os motoqueiros. Se Koyn saísse por aí
acusando seus caras de esconder coisas deles, incluindo seus
passados que eles podem querer manter escondidos, ele pareceria
um bastardo intrometido que não confia nos homens que são
agora.

“Eu entendo isso,” murmuro, “e com informações regulares,


isso faz sentido. Mas Dragon conhece Vidal e Collins. Isso deve
superar o código de fidelidade pelo qual Koyn vive. Precisamos
puxar Dragon e interrogá-lo. Descobrir tudo o que ele sabe.”

“Diminua a velocidade, Agente Gale,” Copper interrompe.


“Por um lado, você não é mais uma Fed e temos certeza de que não
estamos agindo dessa maneira.”

“Mas é ele!” Atiro, ficando mais irritada a cada segundo. “Ele


não é melhor do que eu sendo um rato!”

A mão de Copper pousa na minha coxa e ele aperta. “Sei que


você está acostumada a ir com todas as armas em punho, mas não
é assim que eu faço essa merda. Não é a maneira inteligente. A
maneira inteligente é conectar todos os fios para que, quando
puxarmos, tudo saia de uma vez. Com esses filhos da puta, eles
são espertos, o que significa que não há espaço para erros.”

“Jogue na minha cara,” mordo, golpeando sua mão da minha


coxa. “Obrigada.”

“Só estou dizendo a verdade, pequena Stormy.” Ele esfrega a


mão na minha coxa, ignorando minhas tentativas fracas de afastá-
la. “Agora me diga como você tem tanta certeza. Ele estava agindo
como um idiota no final, mas não acho que seja o suficiente para
tirar essa conclusão.”
Tremo quando sua palma sobe mais alto na minha coxa. Ter
seu toque em mim é uma distração porque eu gosto imensamente.
Depois de passar meses presa como uma prisioneira entediada,
estou desesperada por sua atenção e afeto.

“Stormy,” ele rosna, beliscando a parte interna da minha


coxa para chamar minha atenção. “Diga-me como.”

“Dragon estava bem e brincando com todos sobre os vídeos


de Gibson e todos os comentários, certo?”

Ele concorda. “Correto.”

“Mas então...” Tremo apesar do ar quente. “Bizzy estava


lendo todos os comentários engraçados, mas então leu um que era
familiar. Vidal disse isso para mim quando eu estava no escritório
com ele e Collins. 'Você é incomparável, e posso fazer de você uma
estrela.'”

Copper, que não perde nada, franze a testa. “Achei que o


comentário fosse familiar, mas não consegui situá-lo. É porque
você já disse isso para mim.”

“E Dragon teve uma reação imediata. Saiu como raiva, mas


pode ser medo. E se for ele quem está se escondendo deles?”

Copper fica quieto enquanto olha para o lago, perdido em


seus próprios pensamentos. Não posso deixar de tocar seu cabelo
novamente. A tensão em seus ombros diminui ligeiramente.

“Preciso ligar para Koyn. Temos que descobrir o que Dragon


está escondendo e por quê.” Copper vira a cabeça para olhar para
mim. A luz do sol aquece seus olhos castanhos com uma cor de
mel. “Se ele realmente está se escondendo deles, então a procura
acabou. Eles devem presumir que ele está conosco, pois já estavam
investigando quando você apareceu naquele dia. A questão é: por
que eles não avançaram?”

“Porque eles não sabem com certeza que ele está com os
Royal Bastards,” respondo, meu sangue pulsando com energia
para fazer algo produtivo. “Dragon permaneceu indescritível para
Koyn e sua investigação secreta. Certamente, se ele pode ser mais
esperto que dois dos homens mais inteligentes do mundo, ele pode
ser mais esperto que aqueles nojentos.”

“Precisamos descobrir quem Dragon realmente é.”

“Chame-o de volta para sua casa. Podemos arrancar a


informação dele.” Raspo minhas unhas em seu cabelo e em seu
couro cabeludo, fazendo-o gemer de prazer. “Tenho meios bem-
sucedidos de obter informações.”

Ele fica tenso com minhas palavras. “Não.”

Agarrando seu cabelo, puxo sua cabeça para trás e olho para
ele. “Eu posso fazer isso. Eu sou boa nisso.”

“Espalhar suas pernas para obter informações já deu uma


mordida na sua bunda—”

Smack!

Seus olhos castanhos se arregalam em choque por eu dar


um tapa nele. Bem feito por ele por ser um idiota.

“Você não vai foder Dragon para obter respostas dele,” ele
rosna. “Não vou negociar sobre isso, Stormy.”

“Não quero transar com ele,” estalo, me afastando dele e


caminhando de volta para a moto. “Eu quis dizer usar o que me
ensinaram em Langley, não com minha maldita buceta.”

É claro que ele pularia direto para essa conclusão. Não dei a
ele nenhuma razão para pensar o contrário. Com os homens com
quem estive, usei-os para meu ganho pessoal, mas isso não
significa que planejava dormir de boa vontade com Dragon. Dragon
é o tipo de cara que gosta de coisas estranhas como jogo de faca
ou algo assim. Não, obrigado. Eu gosto de meus caras normais na
cama... não de malucos que gostam de fazer as meninas
sangrarem.

Estou mais chateada que Copper pense que eu pularia na


cama com o primeiro cara de quem preciso informações. Passamos
meses e não dormi com Copper. Isso deve provar que não sou a
prostituta que ele pensa que sou. Antes de chegar à moto, um
braço forte passa pela minha frente, me empurrando para trás.
Minhas costas atingem o peito sólido de Copper quando sua boca
encontra meu ouvido.

“Desculpe.”

As palavras quentes de Copper contra meu ouvido me


derretem em seus braços. Desculpa não era uma palavra que eu
esperava que saísse da sua boca.

“Não sou uma prostituta,” digo, odiando que não haja


mordida em minhas palavras. Apenas resignação. E lágrimas
estúpidas brotando.

“Eu sei,” ele murmura. “Estava com ciúme.”

Ele me vira em seus braços, então estou de frente para ele.


A culpa pisca em seus olhos. Suas palmas encontram minha
bunda, apertando antes de ele me puxar contra ele. Inclinando-se
para frente, ele pressiona um beijo na minha bochecha que está
molhada de uma lágrima que rolou.

“Eu não o quero,” murmuro. “Acho que deixei perfeitamente


claro quem eu quero.”

“Bermuda?”

“Não, idiota,” resmungo, tentando me afastar dele, mas


falhando. “Você.”

Seus lábios se curvaram em um sorriso satisfeito. “Diga isso


de novo.”

“Não.”

“Eu vi como você estava olhando para o Bermuda…”

Ele está falando sério. Bermuda é fofo no estilo dos bons e


velhos garotos do sul, mas definitivamente não é o tipo de homem
que me atrai. Gosto de um homem que me olha como se quisesse
me comer viva.

Da mesma forma que Copper faz agora.

“Como um irmão?” Torço meu nariz com nojo. “Ele é


Bermuda. Não seja nojento, Copper.”

Ele leva a mão ao meu queixo, seus dedos poderosos picando


enquanto ele inclina minha cabeça para trás. “Nunca serei um
meio para um fim, Brenda.”

Estremeço com o uso do meu nome. “E eu nunca vou tratá-


lo como um, Jeremy.”

Ele sorri e depois abaixa seus lábios nos meus em um beijo


suave e doce. Só lábios e sem língua. Estou prestes a reclamar até
perceber que ele está sorrindo. Fodidamente me provocando.
Idiota.

“Hansel dá beijos melhores do que você.”

As palavras são perseguidas de volta na minha garganta


enquanto sua língua empurra em minha boca, possessiva e
gananciosa. O gemido que se segue deixa meu sangue em chamas,
provocando meu próprio gemido. Sua mão desliza para longe da
minha mandíbula e vai rudemente para o meu cabelo, puxando as
mechas para que ele possa me manter inclinada para cima e
propensa a seu delicioso ataque. Ele morde meu lábio inferior como
se fosse pessoalmente injusta com ele, mas depois suga a dor.
Agarro sua camiseta, puxando-o para mais perto de mim,
precisando desse beijo mais do que qualquer beijo que precisei em
toda a minha vida.

“Tão doce,” ele murmura, sua respiração fazendo cócegas em


meus lábios molhados e inchados. “Essa é uma ideia tão ruim.”

Mas ele não deve achar que é uma ideia tão ruim porque
seus lábios estão de volta aos meus, machucando e possuindo.
Tudo o que posso fazer é permitir que esse homem sexy e mais
velho me chame. Tecnicamente, sou sua prisioneira, mas agora,
sinto que estamos em pé de igualdade. Duas pessoas desesperadas
para ter um ao outro.

Ele interrompe o nosso beijo para beijar seu caminho ao


longo do meu queixo e pescoço. Sua língua desliza ao longo da
minha carne, causando arrepios na minha espinha. Eu gostaria
que estivéssemos em casa.

Casa?

Quase rio com esse pensamento.

“O que?” Ele se afasta, suas sobrancelhas franzidas em


preocupação. “O que está errado?”

Meu coração estúpido aperta meu peito. Odeio ficar presa


com Copper por tanto tempo, eu me tornei essa versão diluída e
mais fraca de mim mesma. Não encontrando seu olhar, eu encolho
os ombros.

“Maldição,” ele murmura. “Diga-me o que eu fiz.”

Estalando minha cabeça para ele, eu o imobilizo com um


olhar feroz. “Sou sua prisioneira. Por um momento, quase esqueci.”

Sua mandíbula aperta e seus olhos castanhos brilham com


fúria. “Não, pequena Stormy, você é só minha.”

Mais uma vez, quero derreter com suas palavras. Esse é o


mesmo homem que insiste em me fazer usar um colar de choque.
Aquele que me algema na cama todos os dias para que eu não fuja.
Deus, estou delirando.

“Tanto faz,” murmuro. “Podemos sair agora?”

Ele me estuda por um momento. “Na verdade, não até você


ouvir o que tenho a dizer, mulher.”

Uma onda de raiva ardente cresce dentro de mim. Antes que


eu possa abrir minha boca, ele pressiona o polegar nos meus
lábios, me calando.
“Eu peguei você, Stormy, porque não queria ver sua bunda
no fogo ao lado de Putnam e Genworth.”

“Você queria me punir,” acuso, empurrando seu peito


musculoso.

“Eu queria descobrir o que diabos estava acontecendo com


você,” ele responde, “mas eu não estava ansioso para ter uma porra
de prisioneira. Caso você não tenha notado, é uma tarefa difícil
mantê-la viva e bem.”

“Pobre bebê.”

Ele agarra meus quadris, me puxando de volta para ele.


“Você está morando na minha casa há meses e isso está fodendo
com a minha cabeça. Não estou mais interessado no que posso
obter de você. Eu só quero você.”

Relaxo contra ele, odiando que ele possa brincar com meu
corpo como se fosse o dono e minha mente com todas as palavras
certas. “Eu te odeio,” minto.

O bastardo presunçoso sorri. “Faça beicinho o quanto


quiser, pequena Stormy, mas acho isso sexy pra caralho.”

“Não posso fazer isso com você. Ainda sou a garota que
estava espionando você e seu irmão. Você nunca será capaz de
confiar em mim ou me respeitar. Inferno, quando chegarmos em
casa, você provavelmente terá grande satisfação em me algemar de
volta à minha cama.”

Sua mandíbula aperta, irritação brilhando em seu olhar. “Da


próxima vez que eu algemar você, será na minha cama. E será
porque quero a liberdade de explorar você sem interrupção.”

O calor se espalha pelo meu peito e se acumula na minha


barriga. “Seu irmão vai ficar puto.”

Minhas palavras atingem o alvo pretendido porque ele recua.


Começo a me afastar novamente, mas suas mãos grandes
encontram minha bunda, me mantendo nivelada contra ele.
“Koyn só saberá o que precisa saber. Agora, o que quer que
aconteça entre nós, é entre nós. Entendeu?”

“Sua amante secreta?”

“Uma amante secreta significaria que eu tenho uma esposa,


o que eu não tenho.” Sua sobrancelha se levanta. “Você está se
candidatando ao emprego?”

Rolo meus olhos para ele. “Me leve para casa.”

“Casa?”

Ugh. Idiota.

“Agora, Copper.”

Ele desliza a mão no meu cabelo, apertando o punho em


torno dele e puxando. “A noite passada foi a gota d'água. Ver você
andar por aí sem sutiã e ouvir você me atrapalhar era demais.
Manter você a uma distância ainda não estava funcionando. O dia
todo, pensava em sua bunda. Me preocupava com você. Estou feliz
que meus cães amem você e que você não tenha mais medo deles.”
Ele pressiona um beijo na minha boca. “Gostei de dormir com você
em meus braços. Parecia certo, pequena Stormy. E quando os
caras apareceram, flertando com você, eu queria estrangular cada
um deles. Sabe por quê?”

“Porque você é um idiota?”

Seus olhos brilham. “Sim. Um idiota que estava se sentindo


possessivo por sua mulher. Você não é minha prisioneira, Stormy,
você é minha mulher. Quer você goste ou não, em algum lugar ao
longo dos últimos meses, você se transformou nela. Não importa o
quanto eu tentei negar em minha cabeça, meu coração e meu pau
não estavam ouvindo.”

“Eu deveria odiar você,” resmungo. “Por tudo que você fez
para mim.”

“E eu deveria odiar você pelo que você fez ao meu irmão e ao


Royal Bastards.”
A culpa ressurge, fazendo meu coração gaguejar. “Mas…”

“Mas toda essa merda não importa quando estamos juntos.”


Ele beija minha testa. “Coloque seu capacete para que eu possa te
levar para casa.”

“O que acontece quando chegarmos em casa?”

“Nós chegamos.”
TREZE

Copper

A corrida de volta para casa não demora muito. Meu coração


está trovejando na minha bochecha enquanto eu repasso nossos
beijos anteriores. Com seus seios esmagados contra minhas
costas, tudo que consigo pensar é em levá-la para casa para que
eu possa despi-la e fazê-la gritar. Quando voltamos, os cachorros
vêm correndo da floresta, latindo como lunáticos. Stormy pula da
minha moto para cumprimentá-los adequadamente, chamando-os
de seus bebês adoráveis e beijando-os. Não posso deixar de
comparar a primeira vez que ela os viu com agora. Esses cachorros
a amam.

“Preciso ligar para Koyn,” declaro depois de estacionar e


trancar minha moto na garagem. “Não deve demorar muito.”

Ela franze a testa, pisando forte. Essa mulher pode ser uma
vadia mal-humorada às vezes. Sigo atrás dela. Um grito escapa
dela quando eu agarro sua bunda magra e a jogo por cima do meu
ombro.

“Copper! Que porra é essa!”

Bato em sua bunda forte o suficiente para ganhar um latido


irritado de Hansel. “Afaste-se, garoto, ela mereceu.”
Ela desiste da luta e reclama para meus cães como se eles
pudessem salvá-la. Nada pode salvá-la agora. Vou foder essa
mulher contra tudo dentro do meu cérebro me dizendo que essa é
a pior ideia possível. Não dou a mínima. Eu a quero. As
consequências que se danem.

Assim que chego ao meu escritório, coloco sua bunda


malcriada na beira da minha mesa.

Seu cabelo soltou da trança, caindo desordenadamente


sobre um ombro. Olhos azuis brilham de luxúria quando tiro
minha camiseta.

“Achei que você tivesse que ligar para Koyn.” Sua


sobrancelha arqueia. “Ou você se distraiu com um brinquedo
brilhante?”

“Vou ligar para ele em um minuto,” resmungo. “Tire sua


camisa, mulher.”

Ela revira os olhos para mim, mas obedece. Por trás da


petulância, brilha uma vulnerabilidade. A mulher real por trás de
sua fachada durona me encara de volta. Sem besteira. Sem
enganos.

“O sutiã também.” Faço um movimento com a mão para que


ela o remova. “Mostre-me seus lindos seios.”

Seu lábio inferior fica preso entre os dentes enquanto ela


puxa o sutiã com facilidade. Os globos pesados de seus seios
perfeitos e reais são atraentes pra caralho. Meu pau está duro na
minha calça jeans. Mas primeiro as coisas mais importantes.

“Tire essa outra merda,” ordeno. “A calcinha pode ficar por


enquanto.”

Sento-me na cadeira da minha mesa, ligando meu


computador. Quando eu a olho, ela está parada ao meu lado em
nada além de uma calcinha preta.
“Venha aqui,” rosno, puxando-a para o meu colo, então ela
está montada em mim.

“Você me deixa louco.”

Ela engasga quando me inclino para lamber seu mamilo. Um


gemido escapa dela quando eu o chupo em minha boca,
provocando-o com minha língua. Seus dedos enfiam no meu cabelo
enquanto ela empurra seus seios no meu rosto. Esbanjo minha
atenção com seu peito antes de agarrar sua bunda sexy, puxando-
a para mais perto para esfregar contra meu pau dolorido.

“Fique quieta e seja uma boa menina. Preciso fazer uma


ligação.”

Sua expressão é cômica — uma mistura de confusão e fúria


— enquanto ligo para meu irmão. Eu me inclino para trás na minha
cadeira, estendendo a mão para beliscar distraidamente seu
mamilo. “E aí?” Koyn pergunta em saudação.

“Ligando com uma atualização. Você está sozinho?”

O celular fica abafado enquanto ele fala com Hadley. Meu


irmão otário pode ser ouvido beijando sua garota e então ele está
fechando uma porta atrás dele.

Enquanto espero, chupo o outro peito de Stormy.

“Entrando em meu escritório agora. Estou sozinho. Fale.”

Puxo minha boca para longe de seu mamilo e solto um


suspiro. “É o Dragon.”

Silêncio.

“Koyn,” digo em um tom firme. “É ele.”

“Como você sabe?”

“Algo o aborreceu antes. Algo que Stormy lembra que Vidal


disse.”

Ele solta um suspiro pesado. “Porra.”


“Você precisa falar com ele.”

“Não,” ele late. “Não até eu juntar algumas merdas. Eu disse


que não faria isso com nenhum deles. Farei minhas próprias
pesquisas e irei até eles apenas quando for absolutamente
necessário.”

Stormy aperta os lábios, mordendo algo. Mudo para o viva-


voz. “Stormy tem algo a dizer.”

“Que porra?” Koyn sibila ao mesmo tempo que Stormy fica


boquiaberta.

“Diga, Stormy.” Bato em sua bunda para chamar sua


atenção. “Agora.”

“Idiota,” ela resmunga para mim antes de falar com Koyn.


“De onde ele disse que veio? Se você não sabe seu nome real, o que
é que você sabe sobre ele? Estamos tentando descobrir isso, mas
você não está nos dando muito para prosseguir.”

Mais silêncio.

“Inacreditável,” ele murmura, mas continua a responder a


ela. “Eu o encontrei e Katana em um bar em Little Rock cerca de
nove anos atrás, enquanto visitava o velho de Animal, Viking. Ele
era uma bola de raiva. A única coisa que o impedia era Katana. Eu
reconheci essa raiva e queria canalizá-la para minha própria busca
por vingança. Perguntei qual era seu nome e ele rosnou para mim.”
Sua cadeira de escritório range quando ele faz uma pausa.
“Perguntei como eu poderia chamá-lo. Cuspiu alguma merda
maluca sobre Batman ou algo estúpido. Quando percebi que não
obteria uma resposta real, deixei-o sentado no bar. Quando uma
briga começou entre os dois e um bando de cowboys bêbados que
pensavam que eram durões, eu dei uma mão.”

Stormy levanta uma sobrancelha, silenciosamente me


perguntando se eu já ouvi essa história antes. Dou a ela um leve
aceno de cabeça enquanto Koyn continua.
“E por dar uma mão, quero dizer, eu levei uma cadeira para
a cabeça do idiota maior. Katana estava chicoteando uma bunda
com um taco de sinuca, mas foi Dragon quem conseguiu colocar
fogo em um dos caras. Acho que ele deve ter encharcado ele com
seu licor primeiro. Não sei realmente, mas a camisa do cara se
iluminou como uma porra de uma fogueira.” Ele ri porque Koyn é
sádico assim. “Conseguimos dar o fora dali antes que os policiais
aparecessem. Aqueles dois começaram a correr por uma estrada
escura, então eu os segui na minha moto.”

Deslizo minha mão pela coxa de Stormy, apreciando a


maneira como ela estremece ao meu toque. Preguiçosamente,
passo meu dedo ao longo da costura de sua calcinha que encontra
a borda de sua coxa.

“Aqueles dois estavam morando em um trailer abandonado


de merda. Sem comida, para falar. Não sei o que estava
acontecendo, mas eles precisavam de mim.” Koyn faz uma pausa e
meu peito aperta. Meu irmão, apesar de ser um filho da puta louco,
ainda tem o principal fio da humanidade bem dentro dele — o
desejo de cuidar dos necessitados. “Já que o bastardo não me disse
o nome dele, comecei a chamá-lo de Dragon. Ele incendiou aquele
cara como se fosse uma coisa natural de se fazer. Eu disse a eles
que comecei um Capítulo de MC em Tulsa e perguntei se eles
estavam interessados em ter o Patch.”

“Dragon não é do tipo que segue ordens facilmente,


especialmente quando ele não te conhece,” interrompo. “Estou
curioso para saber como você lidou com isso.”

“Eu o tratei como um vira-lata ferido. Disse a ele onde eu


morava. Ofereci-lhe comida e proteção. E então fui embora.”

“Dragon simplesmente não parece que precisa de proteção,”


Stormy diz. “Especialmente de Vidal e Collins. Eles são
assustadores, com certeza, mas Dragon poderia estripar os dois
antes mesmo de abrirem a boca para pronunciar uma palavra.”
“Verdade,” concorda Koyn. “Não tenho dúvidas de que ele
mataria qualquer um que olhasse errado para ele. Mas, quando vi
a cautela em seus olhos, senti a necessidade de protegê-los. É
apenas um instinto paternal.”

A sobrancelha de Stormy se levanta, claramente surpresa ao


ouvir isso. Koyn é um filho da puta durão, mas ninguém o conhece
como eu. Eu o conheço desde que o vi no hospital, há quatro
décadas. Quando ele era o pequeno Jared, ele era uma alma gentil
e carinhosa. Sua esposa e filha o adoravam. É claro que Hadley
também.

“Então, eles subiram na sua moto com você e vocês três


cavalgaram rumo ao pôr do sol?” Provoco, deixando meu polegar
deslizar logo abaixo da borda da calcinha de Stormy.

“Dificilmente,” grunhe Koyn. “Dragon tentou me esfaquear e


Katana deu um soco em mim com um bastão. Eu disse aos idiotas
loucos que era a única chance de eles estarem no topo da vida.
Também disse a eles que se eles quisessem estar no fundo da
cadeia alimentar vivendo em um trailer dilapidado, isso era com
eles.”

“E então você saiu andando?” Stormy oferece.

“Não.” Ele ri. “Eu corri minha velha bunda de volta para a
minha moto e dei o fora de lá antes que eles me assassinassem.”

Rolo meus olhos para Stormy. Não há nenhuma maneira no


inferno de Koyn fugir como um maricas. Ele provavelmente lançou
algumas ameaças que os mantiveram afastados, deu costas para
aqueles malucos, e depois foi embora.

“Dois meses depois, Filter me disse que um cara chamado


Dragon estava lá para me ver,” Koyn diz, deixando escapar um
suspiro. “Ele estava diferente. Limpo. Menos desequilibrado.
Correu a porra da boca como um adolescente tagarela com um
problema infernal de atitude. Também tinha uma nova tatuagem.
Um pedaço de Dragon grande no pescoço. Eu disse a eles que já
estava na hora e lhes mostrei seus quartos.”
“Então, ele nunca disse o nome dele e você nunca procurou,”
digo quando ele termina.

“Ele foi leal a mim desde que entrou na minha casa, Copper.
Eu estava tão focado em minha vingança, tudo que me importava
era aumentar meu exército para encontrar as pessoas que
machucaram minhas meninas. Ele e Katana estavam lá comigo
desde o início. Assim que ouviram a história, eles estavam
espumando pela boca para me ajudar a me vingar. Nunca foi um
problema até agora.” Ele suspira pesadamente. “Se ele está se
escondendo com a gente, é porque precisa. O que quer que aqueles
filhos da puta tenham feito com ele deve ser ruim, caso contrário,
ele não estaria comigo, silenciosamente aceitando minha oferta de
proteção. Eu serei amaldiçoado se começar a cavar em seu passado
e exigir respostas dele.”

Koyn pode não se sentir bem em perguntar a Dragon, mas


ainda precisamos de respostas.

“Você sabia,” digo com um aceno de cabeça. “Todo esse


tempo que estávamos fazendo uma maldita lista, seu traseiro sabia
que provavelmente era Dragon, não é?”

“Ele era o único que eu tinha certeza que estava escondendo


algo,” admite Koyn. “Katana sempre foi sua sombra, mas sempre
foi Dragon o assombrado por alguma coisa.”

Inacreditável.

“Foi muito tempo perdido olhando para os outros,”


resmungo, embora não esteja bravo. Entendo a maneira como a
mente do meu irmão funciona.

“Apenas o seu tempo,” ele provoca, um sorriso em sua voz.


“Eu nunca olhei para os outros caras. Apenas Dragon.”

“Filho da puta,” digo com uma risada.

“Você pelo menos sabe de onde eles vieram?” Stormy


interrompe, parecendo um maldito deleite com seus seios na
minha cara, e irritada com nossa provocação fraternal.
“Por que diabos você é de repente do Time Koynakov?” Koyn
exige, seu tom não é mais brincalhão e agora goteja malícia.

“Ela simplesmente é,” digo de volta. “Stormy é minha


responsabilidade, lembra? Eu a tenho sob controle. Concentre-se
no problema real aqui. De onde eles vieram?”

Koyn desiste da batalha, o que me faz esperar que um dia


ele não fique muito chateado comigo quando descobrir que estou
fodendo o rato.

“Ouvi Katana mencionar um restaurante uma vez em


Memphis. Um lugar que ele perdeu. Dragon ficou tenso, o que
significa que ele sabia disso também. Aposto todo o meu dinheiro
no banco que eles vieram do Tennessee.”

“É um começo. Avise-me se encontrar mais alguma coisa, eu


farei algumas pesquisas por aqui,” digo a ele. “Não se preocupe.
Nós vamos resolver essa merda.”

Stormy acena em concordância. “Claro que sim.”

“Mantenha-me informado,” grunhe Koyn antes de desligar.

Assim que a conversa termina, jogo meu celular na mesa,


agarrando um punhado de sua bunda e apertando. “Deite-se na
mesa para que eu possa lamber sua boceta molhada.”

Ela bate no meu ombro. “Como você sabe que está


molhada?”

Deslizo meu dedo pelo tecido de sua calcinha, ao longo de


sua fenda e em seu corpo liso e convidativo. “Porque eu não seria
capaz de fazer isso.” Eu o afasto e, em seguida, levo meu dedo
brilhante ao meu nariz para que eu possa inalar seu perfume.

“Agora, pequena Storm.”


QUATORZE

Stormy

Esse filho da puta é muito presunçoso. Quero arrancar esse


olhar de seu rosto, mas ele está certo. Eu o quero. Quero que isso
aconteça entre nós. Por mais que eu deseje começar a cavar o
passado de Dragon, estou distraída pela besta na minha frente,
exigindo toda a minha atenção. Quando não me movo rápido o
suficiente, ele agarra meus quadris e me coloca na ponta de sua
mesa ao lado de seu teclado. Ele o empurra para fora do caminho,
quase derrubando-o da mesa na pressa de chegar até mim.

“Abra suas pernas, mulher.”

Maldito seja. Seu jeito mandão me excita e eu odeio isso.


Normalmente sou a pessoa que dá todas as cartas na minha vida
e no quarto. Mesmo com Filter. Fizemos o que eu queria e quando
eu iniciava. Essa coisa com o Copper é diferente de tudo que eu já
conheci.

Com os olhos fixos em seus olhos castanhos aquecidos, abro


minhas coxas e descanso em meus cotovelos para que possa
observá-lo. Um sorriso malicioso passa por seu rosto enquanto ele
rola a cadeira para frente. Estou hipnotizada pelas tatuagens e
músculos em exibição, ansiosa para tê-lo em cima de mim. Ele traz
o nariz para minha boceta e inala como uma aberração do caralho.
Eu também sou uma aberração, porque estremeço com o
movimento de homem das cavernas.

“Você cheira muito bem, pequena Stormy,” ele elogia. “Você


cheira como minha.”

Assim que ele pronuncia a palavra “minha,” sua língua está


perseguindo minha fenda até meu clitóris. Minha respiração é
expulsa para fora de mim enquanto me deleito com a sensação
gloriosa. Antes que eu possa me recuperar da surpresa do prazer
ondulando por mim, ele chupa meu clitóris. Grito e rosno quando
ele me morde.

“Filho da puta,” assobio, uma das minhas mãos encontrando


seu cabelo bagunçado pelo vento.

Seu hálito quente me faz cócegas enquanto ele ri. “Quieta,


mulher, e deixe-me comer a minha boceta em paz.”

Eu bato em sua cabeça, ganhando outra mordida no meu


clitóris. Se não fosse tão bom, eu chutaria sua cabeça idiota. Mas
isso é bom. Ele troca entre chupar e morder, me deixando louca de
desejo. Estou perto do êxtase quando ele desliza um dedo para
dentro do meu corpo. Um gemido reverbera de mim. Seu dedo se
curva para fora, procurando uma parte dentro mim que é muitas
vezes indescritível e difícil de encontrar. Eu deveria saber que esse
bastardo presunçoso o encontraria com um único golpe.

“Copper!” Grito, sacudindo de prazer.

Ele chupa meu clitóris, esfregando aquela parte dentro mim


que me deixa selvagem. Puxo seu cabelo, nem mesmo me sentindo
mal, enquanto ele viciosamente extrai prazer de mim com um único
dedo e sua língua. Leva apenas mais alguns segundos de seus
esforços antes de eu explodir. Estrelas brilham ao meu redor
enquanto o prazer pulsa através de mim de uma forma deliciosa e
viciante. Seu dedo me deixa cedo demais e ele se levanta. Espero
que ele tire as calças e me foda em sua mesa. Em vez disso, ele me
admira com um olhar apreciativo que de repente me faz sentir
tímida.
“O que?” Exijo, minha voz trêmula.

“Porra, você é linda.”

Já ouvi essa frase muitas vezes antes, dita por muitos


homens, mas nunca teve esse efeito em mim. Uma vibração em
meu peito. Um sorriso bobo no meu rosto. O calor queimando
minhas bochechas e pescoço.

“Você só vai ficar olhando a noite toda ou vamos foder?”


Provoco, tentando desesperadamente encontrar minha confiança
usual.

Ele agarra minhas mãos, me puxando para uma posição


sentada, e então ele me levanta. “Não vou te foder pela primeira vez
na minha mesa, Stormy. Quero você na minha maldita cama.”

Envolvo meus braços em volta do seu pescoço e acaricio meu


nariz contra seu cabelo que cheira a pinho e sol, enquanto ele me
carrega. A maneira como ele me segura parece possessiva. Como
se eu pertencesse a ele. E não de uma prisioneira. Como se eu fosse
realmente dele. Eu sou boa para uma foda, mas nunca o tipo de
garota que os caras querem manter.

Copper quer me manter.

E, pela primeira vez, quero ser mantida.

Logo, estamos em seu quarto. Meses atrás, estávamos em


uma posição semelhante, mas estraguei tudo acusando-o de
estupro. Agora, não consigo passar mais um segundo sem saber o
que é sentir ele dentro de mim. Estou tonta pela forma como ele
me fez ansiar desesperadamente por ele simplesmente por existir.

Ele me joga de brincadeira na cama e eu viro. Uma risada


ressoa dele enquanto ele desabotoa o jeans. Sem vergonha, olho
para seu peito esculpido e mãos fortes. Ele empurra suas calças e
boxers para baixo. Seu pau grosso e longo balança para fora, e eu
admiro seu tamanho grande. Sou praticamente uma virgem por
ficar sem sexo por tantos meses, então aquele monstro vai doer.
“Não tenha medo disso, pequena Stormy,” ele provoca
enquanto tira as meias e, em seguida, ronda a cama, pairando
sobre mim. “Não vai morder. Eu sou aquele que morde.”

Rio de sua provocação até que o filho da puta se abaixa para


morder meu pescoço. Ele abre caminho entre minhas coxas e, em
seguida, bate seus lábios nos meus. Seu beijo é uma espécie de
beijo reivindicativo que liga seu caminho à minha alma. Eu
ansiosamente envolvo minhas pernas em torno de seus quadris,
beijando-o desesperadamente e levantando minha bunda da cama
enquanto silenciosamente imploro por seu pau gigante.

Ele deve gostar mesmo de mim porque se agarra à besta e


esfrega-a contra a minha abertura em vez de me provocar. “Deixe-
me entrar,” ele murmura. “É onde eu pertenço.”

Maldito seja ele e suas palavras sexy sussurradas.


Choramingo e tento relaxar enquanto a grossa coroa de seu pau
empurra para dentro de mim. Um suspiro me escapa quando sua
espessura me estica de uma maneira que eu nunca conheci.
Minhas unhas cravaram em seus ombros enquanto luto contra a
dor do enorme pau desse homem.

“Respire,” ele murmura. “Relaxe.”

Ele faz uma pausa em seus esforços para me beijar tão


docemente que lágrimas brotam dos meus olhos. Odeio nunca ter
sido beijada assim antes. Como se eu fosse especial, amada e
querida. Isso me faz refletir sobre como minha vida foi uma merda
até este momento. Uma lágrima escorre do meu olho e o polegar de
Copper a enxuga.

“Minha, baby. Toda minha,” ele murmura. “Depois de ter


você, não há como voltar. Eu não faço nada pela metade, Stormy.”

Eu não quero voltar.

Quero seguir em frente e continuar com esse homem.

Como se estivesse em sintonia com meus pensamentos, ele


avança lentamente dentro de mim. A queimadura se intensifica e
meu corpo luta para aceitá-lo. Um pau tão grande deve ser ilegal.
Algo reservado apenas para pornôs. Ele finalmente chega ao fundo
com um grunhido, machucando-me profundamente. Nunca me
senti tão preenchida por outra pessoa antes. Como se ele me
possuísse de dentro para fora.

“Sentir você é como o paraíso.” Ele morde meu lábio inferior.


“Já posso me mover?”

Nenhuma palavra escapa. Tudo o que posso fazer é acenar


com a cabeça.

Ele se afasta, seus loucos e intensos olhos castanhos


catalogando todas as minhas expressões enquanto seus quadris
começam a balançar lentamente. Quero fechar os olhos e curtir
essa sensação, mas vê-lo me observando me dá um prazer que vai
além do físico. Sinto essa intensidade dentro da minha alma.

“Tão apertada, pequena Stormy. Como se seu corpo fosse


feito para o meu.”

Um gemido passa pelos meus lábios e ele preguiçosamente


os beija. Suas estocadas ficam mais e mais poderosas com cada
segundo que passa. Meu corpo parece finalmente aceitar seu
tamanho. Ele chega entre nós, tocando meu clitóris enquanto
chupa meu lábio inferior. Todo o prazer parece muito. Choramingo
quando ele me leva a novas alturas e, em seguida, me empurra
sobre a borda. Um grito selvagem me escapa quando meu segundo
orgasmo da tarde me rasga. Meu corpo tenta apertar em torno dele,
mas ele me esticou até o limite. A sensação deve enviá-lo em uma
espiral, porque ele solta um gemido estrangulado. O calor me
inunda, enchendo-me com seu esperma.

Pânico cresce dentro de mim enquanto a realização me


oprime. Calculo rapidamente o meu período e quando posso estar
a ovular, decidindo que desta vez nos podemos ter esquivado de
uma bala.

“Seu idiota,” resmungo, minha voz sem fôlego. “Retire da


próxima vez.”
Ele sorri para mim antes de deslizar seu pau para fora do
meu corpo destruído. “Claro, querida.”

“Estou falando sério. Compre alguns malditos preservativos


ou tire seu pau para fora, mas eu não vou engravidar,” digo,
arqueando minha sobrancelha. “Prometa-me.”

Sentando-se de cócoras, ele sacode seu pau amolecido,


jogando o excesso de sêmen sobre minhas coxas. “Veremos.”
Então, como o idiota alfa que ele é, ele arrasta o esperma vazando
do meu corpo e o empurra de volta para mim. “É meio difícil de
prometer quando eu realmente gosto da maneira como você fica
com meu esperma enchendo você.”

Bato nele e ele me ataca, me arrastando para seu peito


enquanto ele rola de costas. Meu coração está batendo
descontroladamente. Carinho depois do sexo não é algo com que
estou acostumada. No entanto, aqui estamos. Eu sabia que essa
coisa com o Copper parecia totalmente diferente. Gentilmente, ele
passa os dedos pelo meu cabelo, puxando-me para ele e beija
minha cabeça.

“Isso muda tudo,” digo a ele, relaxando em seus braços.


“Certo?”

“Sim, Stormy, isso muda.” Sua voz é suave e quase triste.

“Quero te ajudar a encontrar Vidal e Collins. Eu posso


investigar eles. Você pode confiar em mim.”

Ele fica em silêncio por um momento e depois solta um


suspiro pesado. “Eu seria estúpido em confiar em você.”

Suas palavras doem, mas sei que ele está certo.

“Você foi estúpido por me foder, mas você fez isso de


qualquer maneira. Acho que você é muito bom em ser estúpido.”
Estudo seu rosto bonito. “Por favor, Copper. Eu juro que você pode
confiar em mim. Deixe-me ajudar com isso.”
Ele franze a testa para mim, a incerteza brilhando em seus
olhos castanhos. “Bem.”

Eu me sento, sorrindo para ele. “Realmente?”

“Sim,” ele grunhe. “Não tenho escolha a não ser confiar em


você.”

“Você tem uma escolha,’ murmuro. “Você pode confiar ou


não.”

“Então estou escolhendo confiar em você. O que significa que


essa noite, você está dormindo na minha cama, onde você ficará.
Não estou algemando você ou colocando o colar de volta. Estou
confiando em você para não me matar durante o sono ou chamar
a polícia ou fugir com meus cães maus.” Seus olhos brilham com
uma vulnerabilidade rara, isso faz meu peito apertar. “Não
estrague tudo.”

Eu me aninho contra ele, beijando seu pescoço. “Eu não


vou.”

Ele bate na minha bunda de brincadeira. “Boa menina.


Agora vamos entrar no chuveiro para que você possa fazer essa
promessa de joelhos enquanto lambe meu pau para limpar.”

Meu coração gagueja dentro do meu peito só de pensar em


como vou dar a ele o melhor maldito boquete que o homem já
conheceu.

“Prepare-se para ser convencido,” insisto enquanto agarro


seu pau ainda úmido, que já está endurecendo novamente. “Eu
posso ser muito convincente, meu velho.”

Ele bate na minha bunda com força. “Me chame de velho de


novo e eu vou te mostrar quanta resistência eu tenho. Você vai
andar de pernas tortas por um mês, mocinha.”
“Não,” digo a Hansel. “Você encheu a casa com gases da
última vez.”

Ele geme, corre ao redor da ilha da cozinha e depois se senta


na frente do fogão novamente, como se seu pequeno truque fosse
me convencer de que ganhou um pedaço de bacon.

“Pare de olhar para mim com esses olhos lamentáveis,”


resmungo. “Eu sou fraca.”

Seus gemidos me implorando não param, mas eu continuo


forte. Eu serei amaldiçoada se eu cheirar gases o dia todo,
enquanto Copper está no trabalho. Um arrepio de prazer desce pela
minha espinha. Passamos todo o fim de semana na cama. Ele pode
ser um pouco mais velho que eu, mas Copper é tão viril quanto
parece. O homem me desgasta. E ele estava certo, não posso andar
sem um estremecimento no meu passo, porque estou
malditamente dolorida.

“Cheira bem,” diz Copper, entrando na cozinha parecendo


um lanche.

Agora sou eu que quero choramingar e implorar. É uma pena


que ele tenha que ir trabalhar porque eu fiquei estragada por ter
toda a sua atenção o tempo todo.

“Pensei em me despedir de você com um bom café da


manhã,” digo a ele. Meus olhos o percorrem. Hoje ele está usando
uma camisa polo preta que vai até os ombros e bíceps. Todas as
suas tatuagens gostosas estão em exibição, anunciando que ele é
um bad boy, não importa qual seja o seu cargo. Suas calças
escuras abraçam suas coxas musculosas de um jeito que me dá
vontade de babar.

“Continue olhando para mim assim e eu vou me atrasar para


o trabalho,” ele rosna, agarrando a frente da minha camiseta e me
puxando para ele.

Fico na ponta dos pés e aceito seu beijo. Suas palmas


encontram minha bunda nua sob a longa camiseta que roubei dele
e ele me aperta. Ele tem gosto de pasta de dente e cheira a homem
delicioso. Deus, odeio que ele tenha que ir embora.

“Seja uma boa menina enquanto eu estiver fora,” ele


murmura contra meus lábios. “Vou sentir sua falta.”

Meu coração bate forte dentro do meu peito e as lágrimas


pinicam meus olhos. Desde quando fico toda sentimental por
causa de um cara?

Desde Copper.

Porque ele não é como os outros caras.

Ele é o verdadeiro tipo de homem que vive para agradar a


sua mulher. De alguma forma, eu fui de Filter como uma Fed
disfarçada, para prisioneira e então para a garota de Copper.

“Meu escritório está destrancado para que você possa


acessar o computador. A senha está escrita em uma nota adesiva
e colada na tela.” Seus dedos encontram meu queixo e ele inclina
minha cabeça para que nossos olhos se encontrem. “Não me faça
lamentar isso.”

Dói ouvir a dúvida em sua voz. Quando estamos juntos na


cama, ele parece muito ansioso para ser meu homem, mas ainda
não confia em mim. Mas, com meu histórico, não estou surpresa.

Em vez de uma resposta sarcástica, eu o encaro diretamente


nos olhos e digo: “Eu não vou.”

Ele recompensa minha resposta com um beijo rápido na


minha testa antes de se afastar para alimentar os cães. Preparo o
café da manhã e levo café para ele. Sua piscadela faz minha boceta
apertar.

“Você fica bem na minha cozinha.” Ele se estica e aperta


minha coxa. “Um homem poderia se acostumar com uma garota
bonita fazendo bacon com ovos todas as manhãs.”

Eu rio e balanço minha cabeça para ele. “Não se acostume


com isso, meu velho.”
“Não, eu acho que posso. Você gosta de me agradar, pequena
Stormy. Está escrito em seu rosto. Assim como no de Hansel.”

Bato em seu braço. “Compare-me com o seu cachorro


novamente e você não vai transar por uma semana.”

“Ai,” ele provoca. “Você machucou seus sentimentos?”

Atirando o dedo médio para ele, passo a ignorá-lo enquanto


termino minha refeição. Ele ri da minha atitude. Estou carregando
a máquina de lavar louça, quando ele pressiona seu corpo forte
contra o meu por trás.

“O café da manhã estava bom, mas ainda estou com fome,”


ele murmura, sua respiração fazendo cócegas na minha orelha.
“Deixe-me lamber sua boceta e animá-la antes de eu ir.” Uma onda
de desejo percorre meu corpo.

Que garota diz não a isso?

Antes que eu possa pensar em uma resposta, ele agarra


meus quadris e me gira. Solto um grito quando ele me pega, se vira
e me coloca na ilha. Com uma mão firme, ele me empurra para trás
até que estou deitada na bancada fria. Seus olhos escuros brilham
com a necessidade enquanto ele abre minhas coxas.

“Tão gostosa.” Seus lábios se curvam em um sorriso


predatório enquanto ele pressiona beijos suaves ao longo da minha
coxa. “Toda minha.”

Durante todo o fim de semana, ele fez declarações como


essas. Reivindicações possessivas de homem das cavernas. E a
cada vez, eu me derreto.

Grito quando sua boca trava na minha boceta, sugando tudo


como um maldito vácuo. Minhas costas arqueiam e eu
imediatamente pego seu cabelo, agarrando e puxando. Um rosnado
escapa dele — selvagem e faminto — me fazendo estremecer de
alegria. Os golpes e sons de sucção só me excitam mais. Com muita
facilidade, ele me chupa e lambe até um orgasmo explosivo.
“Foda-se,” ele rosna. “Preciso estar dentro de você.”

Grito quando ele segura meu estômago, me arrastando para


a borda onde minha bunda fica inclinada para ele. Ele mexe nas
calças e então seu pau monstro está esfregando meus sucos. Nós
dois gememos quando ele empurra para mim.

Meu corpo o aceita mais facilmente desta vez, mas ainda


estremeço com o alongamento. Uma vez que ele revestiu seu pau
com minha excitação, ele me fode como um homem possuído —
forte e rápido. O som de tapas na pele ecoa alto na cozinha. Agarro
a borda da bancada, segurando como se para salvar minha vida.
Ele está me fodendo no ângulo certo que ele esfregue contra o meu
ponto G de uma maneira que me deixa com falta de ar. Logo, estou
gritando seu nome enquanto gozo novamente.

“Porra, baby,” ele geme, puxando seu pau para fora de mim
tão rápido que grito. “Porra.”

Ele agarra minha bunda, espalhando minhas bochechas, e


então pressiona a ponta de seu pau contra meu outro buraco.
Desde que eu tive meu ataque sobre controle de natalidade, ele tem
cuidado de tirar antes de gozar. Já estou aborrecida por abrir
minha boca grande. Não quero nada mais do que ele gozando
dentro de mim novamente.

“Isso queima,” choramingo, tensa com o fogo que me ataca


ali.

“Eu não vou entrar totalmente,” ele murmura. “Só estou


deixando um presentinho para você.”

Ele é tão imundo, mas eu fico aqui, deixando-o pressionar


seu pau dentro de mim um pouquinho, assim que começa a pulsar
com seu orgasmo. O calor inunda a cavidade apertada, fazendo
com que queime ainda mais. Respiro fundo quando ele avança um
pouco mais. Meu Deus, ele é grande demais para ir lá. E, no
entanto, eu apenas o deixo fazer o seu caminho sujo comigo.
“Eu vou esticar essa bela bunda logo para que eu possa te
foder aqui.” Ele puxa e eu choramingo. “Se ao menos você pudesse
ver o quão quente parece meu esperma vazando para fora da sua
bunda. Foda-se, Stormy. Nunca vou trabalhar nesse ritmo.”

Ele me puxa para fora da ilha e me levanta. Eu fico olhando


para seu adorável pau molhado enquanto ele o limpa com uma
toalha de papel e, em seguida, enfia a maldita coisa de volta em
sua boxer. Enquanto estou destruída com esperma vazando da
minha bunda, ele parece muito bom, todo certo e pronto para ir
pegar bandidos.

“Vejo você em breve,” ele murmura, escovando um beijo, que


tem meu gosto, em meus lábios.

“Você não vai escovar os dentes?” Digo com uma sobrancelha


levantada.

“Porra, não,” ele diz com um sorriso. “Eu vou provar você o
dia todo. De que outra forma você espera que eu supere o dia de
trabalho?”

Rapidamente ele está fora da porta e sua caminhonete ruge


pelo caminho. Uma sensação de perda passa rapidamente por
mim. Estou com saudades dele e ele não se foi nem há três
minutos.

Estou tão ferrada por este homem.

Por um breve momento, considero o fato de que finalmente


sou uma mulher livre. Eu poderia ir para a cidade e ele nunca
saberia. Não estou com o colar ou algemada. Eu posso escapar.

Hansel choraminga, inclinando a cabeça para mim.

“Não se preocupe, homenzinho,” asseguro-lhe. “Não estou


indo a lugar nenhum. Papai vai sentir minha falta. Além disso,
tenho trabalho a fazer.”

Vou descobrir o que diabos Dragon está escondendo e por


quê.
QUINZE

Copper

Escolhi sexo sobre uma xícara de café e minha bunda está


pagando por isso agora. Estou muito cansado. Durante todo o fim
de semana, eu comi Stormy por toda a maldita casa. Essa manhã
foi minha favorita. Uma foda rápida e quente na cozinha. Estou
sendo um idiota me envolvendo com ela, considerando seu passado
e tudo o que ela fez ao meu irmão e ao seu MC, mas não consigo
me importar. Não quando ela está chorando e gemendo embaixo de
mim. A maneira como sua boceta estrangula meu pau cada vez é
enlouquecedora. Stormy é quase pequena demais para me levar, o
que me faz querer transar com ela ainda mais. E quando eu
mergulhei em sua bunda para uma pequena amostra, eu sabia que
acabaria lá em breve.

Piscando para afastar as memórias da bunda nua de Stormy,


tento me concentrar na minha caça por qualquer coisa relacionada
a Dragon. Vasculho os registros de Memphis no sistema tentando
comparar com gangues, crimes sexuais ou drogas — qualquer
coisa que possa levantar algo de interesse. Nada se destaca, no
entanto.

“Koynakov,” Dan grita. “Encontre-me em meu escritório.”

Eu me afasto da minha mesa, grato por uma pausa. Várias


mulheres com quem trabalho me dão um sorriso sedutor e eu
aceno quando passo. Até hoje nunca fui do tipo de comer onde
trabalho, mas isso nunca impediu que essas garotas tentassem.
Cada uma delas, que não era casada, deu a entender que gostaria
de sair comigo. Nunca mordi a isca. Elas são todas chatas em
comparação com Stormy. Inferno, Krista, minha ex-esposa, é chata
comparada a Stormy.

Stormy parece um anjo diabólico.

Alguém com quem você quer fazer coisas muito, muito ruins.

Porra, meu pau dói para estar dentro dela novamente. Esse
vai ser um dia longo. Eu gostaria que ela tivesse celular para que
eu pudesse verificar como ela está.

“Feche a porta,” diz Dan atrás de sua mesa.

Eu a empurro e me sento. “E aí cara?”

“Preciso da sua ajuda.” Ele suspira e esfrega a palma da mão


no rosto. “Não estou chegando a lugar nenhum com esse caso.”

Ele empurra um arquivo na minha direção. Eu o pego e


começo a folheá-lo. Caso de tráfico humano. Não é um show de
pequena escala também. É uma operação massiva. Enquanto leio
todas as notas e informações, meu sangue começa a ferver. Ele está
trabalhando nesse caso há meses.

“Que diabos?” Rosno, encontrando seu olhar. “Por que não


fui informado? Eu poderia ajudar nisso.”

Dan suspira. “Eu sei. Sinto muito, caramba.”

“Você tem Meyers nele. Não admira que a merda não esteja
resolvida.” Jogo a pasta para baixo e levanto uma sobrancelha para
ele. “Importa-se de me dizer por que você não colocou seu melhor
cara nisso?”

“Você está com um pé fora da porta, Jeremy. Eu vejo a


palavra 'aposentadoria' praticamente piscando como uma luz néon
acima de sua cabeça.” Ele se recosta na cadeira e encolhe os
ombros. “Eu só queria te dar uma saída. Não queria que você se
sentisse culpado por ficar por mim.”

“Mas a coisa é muito grande,” murmuro. “Porra.”

“Sim, admito que preciso do seu cérebro nisso.”

Folheio mais páginas do arquivo e paro quando vejo o


relatório de uma pessoa desaparecida. Do Tennessee. Algo sobre o
relatório me incomoda.

“Veja,” diz Dan, sua voz cheia de alívio. “Você já está vendo
coisas que provavelmente não considerei. Leve com você e me
retorne depois.”

Distraidamente, aceno e me levanto. Levo o arquivo de volta


para a minha mesa e volto para o meu projeto anterior. Dragon.
Estou procurando por merdas ilegais em que ele poderia estar
envolvido. Não pensei em olhar os relatórios de pessoas
desaparecidas. Passei a próxima hora mais ou menos percorrendo
relatórios sobre a época em que Dragon veio morar com Koyn.
Nada. Vou voltar mais um ano e depois mais outro. Eventualmente
encontro algo que me faz parar no meio do caminho.

Puta merda.

Chase Everett Thomas. Dezesseis anos de idade.


Desaparecido.

O garoto que está me encarando é sorridente e carismático.


Grandes olhos verdes. Uma boca cheia de dentes retos e brancos.

Fodido Dragon.

Recuo agora que tenho um nome. Facilmente encontro


artigos sobre Dragon antes de ele desaparecer. Herói do basquete
local. Votado por seus colegas “com maior probabilidade de se
tornar famoso.” Olheiros de todas as melhores faculdades já
estavam o notando. Pais ricos.

Como diabos ele se transformou no Dragon psicótico com o


Royal Bastards MC?
Também descubro que Dragon estava em uma porra de
concurso de beleza masculino. Espere até que Koyn saiba dessa
merda. É como se ele fosse um ímã para esses filhos da puta.
Primeiro Hadley também conhecida como Garota de Concurso ou
PG e depois Dragon. Seria quase cômico se não fosse um desastre.

Há um período de dois anos entre o relatório em que ele


desapareceu e o momento em que apareceu no radar de Koyn, o
que o coloca com cerca de dezoito anos quando Koyn o levou. Isso
me faz imaginar o que diabos Dragon fez durante esses dois anos.
Ele fugiu? Ele foi sequestrado? Alguma merda aconteceu e isso
seria muito mais fácil se Koyn parasse de brincar de papai e me
deixasse fazer meu maldito trabalho.

Conheço os procedimentos e protocolos necessários. Muita


burocracia para percorrer. Mas, como me sujei há muito tempo,
vou direto ao ponto. É uma merda feita e quando você está lidando
com criminosos desprezíveis, às vezes você tem que bancar o
desagradável junto com eles. O arquivo que Dan me deu, embora
apenas recentemente aberto como uma investigação ativa, tem
toneladas de relatos de pessoas desaparecidas, o que significa que
é muito possível que Dragon tenha sido vítima desse mesmo círculo
de traficantes há cerca de uma década. Porra. Isso realmente é
enorme, como Dan disse.

Ligo para a única pessoa que pode encontrar a merda mais


rápido do que eu.

Meu irmão.

“Sim,” ele grunhe em saudação, sua voz sem fôlego como se


o velho estivesse apenas fodendo sua vida.

“Eu tenho um nome para ele.”

“Não brinca?”

“Guarde o seu pau. Nós precisamos conversar.”

"Desculpe, linda. Você pode chupar meu pau depois. Merda


importante para lidar.”
Rolo meus olhos, mas por dentro estou feliz por ele. Ele
sofreu e agonizou por tanto tempo, é bom vê-lo finalmente em paz.
Poucos minutos depois, ele murmura que está em seu escritório.

“Chase Everett Thomas. Acredito que ele tinha cerca de


dezoito anos quando você o encontrou naquele bar em Arkansas,”
deixo escapar. “Há um relato de pessoa desaparecida quando ele
tinha dezesseis anos. Tropecei nisso enquanto trabalhava em um
caso de tráfico humano grande que data dessa época. Acho que
Vidal e Collins estão envolvidos nele.”

“Porra.” Os sons de seus dedos batendo em seu teclado


podem ser ouvidos. “Pai é médico lá em Memphis. Mãe é a porra de
uma Coach de estilo de vida que viaja dando palestras. Quente pra
caralho também. Três irmãos que se parecem com ele — atléticos,
inteligentes e felizes. Não há como uma criança como ele deixar
esta vida.” Ele tecla um pouco mais. “O garoto dirigia um maldito
beamer.”

“Eles o levaram,” eu concordo. “Provavelmente da mesma


forma que eles levaram Erin e como planejavam levar Stormy.” Meu
intestino torce com o pensamento dela acidentalmente ficando
presa com eles em vez dos Royal Bastards. “E agora eles estão
procurando por ele, cara.”

“Eles não estão procurando,” Koyn rosna. “Eles já o


encontraram. Eles estão ganhando tempo. Nos assistindo. Porra.”

Ele tem razão. Stormy encontrou este arquivo há um ano.


Eles já ligaram no meu trabalho para foder conosco. Se eles
conhecem Koyn e a mim, então eles já descobriram quem está
remendado sob o MC. Tudo leva a um vislumbre do Dragon e eles
sabem. Ele tem um rosto inesquecível — o tipo que deveria ser
mostrado em tabloides ou um rosto desfilando nas passarelas de
Milão ou algo assim. O que quero dizer é que Dragon é um cara
bonito que se destaca como um polegar dolorido.
“O que nós faremos?” Esfrego minha palma sobre meu rosto.
“Estamos sempre dois passos à frente de todos, mas sinto que
esses filhos da puta são fantasmas.”

“Eles são,” Koyn morde. “Já separei o que sabemos sobre


eles. Collins não tem mais escritórios em Tulsa. Ele saiu de lá logo
depois que Stormy apareceu. Vidal aparece no radar em diferentes
cidades, mas então ele desaparece. Eles têm suas merdas sob
pseudônimos que ainda preciso descobrir.”

Minhas mãos estão amarradas sobre o que tenho acesso


aqui no trabalho. Os criminosos não fazem merda da maneira
certa, então só temos informações daqueles que foram pegos ou
conversaram ou de nossas próprias missões de reconhecimento.
Mas, neste ponto, Vidal e Collins não têm nada de interesse no
sistema.

“Deixe-me fazer algumas ligações,” Koyn diz finalmente.


“Jameson, o Prez em Nova Orleans com o Capítulo nacional Royal
Bastards, pode saber alguma merda. O mesmo acontece com o
Animal. Arkansas é perto o suficiente do Tennessee, eles podem ter
algum vazamento com isso. Eu também tenho um cara do Royal
Bastards no Oeste. King está em Santa Clarita, Califórnia. Pode
não trazer sua bunda ranzinza para cá, mas ele é experiente. Seu
Capítulo vai atrás dos ricos traficantes e das vítimas. Ele pode
saber algumas merdas e se não souber, ele estará pronto para
ajudar.”

“E quando localizarmos esses filhos da puta?”

Koyn ri, sombrio e profundo. “Então chamamos Loki.”

“Rei das Travessuras?”

“Não, idiota, Deus da Tortura. Também conhecido como Prez


do Royal Bastards de Reno, Capítulo de Nevada.”

“Tudo bem então. Vamos fazer isso.”

“Três passos à sua frente, irmão. Três passos à frente.”


Estou ansioso para voltar para casa e ficar com minha
mulher. Se ela ainda estiver lá. Nuvens de dúvida pairam ao meu
redor como uma névoa, densa e inflexível. Não tenho outra opção
a não ser confiar em Stormy. Se ela sair e me foder, vou lidar com
essa merda então. Não posso me preocupar com o que não
aconteceu, no entanto.

Pegando meu arquivo, saio da minha caminhonete e entro.


Os cães estão do lado de fora agindo como pagãos na floresta,
perseguindo o que quer que os irrite hoje, então, quando entro em
minha casa, encontro o silêncio. A inquietação se instala em meu
intestino. Ela provavelmente está dormindo. Meus olhos percorrem
a sala da frente e fico surpreso ao ver que Stormy fez a limpeza. A
casa cheira a produtos de limpeza. Eu poderia beijá-la pelo quão
brilhante meu chão está agora.

“Ei, baby, estou em casa,” eu grito. “Eu realmente quero te


foder neste chão limpo. Onde diabos você está, mulher?”

Silêncio.

Ela não limparia a casa e sairia correndo. Isso é estúpido.


Mesmo assim, fico nervoso quando não a encontro na cozinha ou
no meu quarto. Seu quarto ficou vazio no fim de semana quando
mudei suas roupas e merdas para o meu, mas ela não está lá
também. Estou indo verificar o ginásio lá embaixo quando paro no
meu escritório. Girando a maçaneta, eu empurro a porta.

Sentada na minha mesa como se fosse a dona do lugar,


Stormy está perdida em pensamentos, meu par de fones de ouvido
gigante puxado sobre seus ouvidos enquanto ela acena para a
música que está ouvindo no computador. Os papéis estão
espalhados por toda a mesa, onde ela está fazendo anotações sobre
algo. Ela é uma pessoa diferente daquela que eu deixei, que estava
apenas fodida e vestindo apenas minha camiseta. Agora, ela está
quente pra caralho em uma camiseta branca justa que revela seus
mamilos pontudos e uma calça de ioga. Seu longo cabelo loiro foi
alisado reto e cai sobre seus ombros em tranças brilhantes que
quero emaranhar meus dedos. Está claro que ela se arrumou para
mim porque seu rosto está maquiado com uma tonelada de
maquiagem. Mesmo que eu prefira ela com o rosto fresco, não
posso negar o quão duro meu pau fica quando eu sei que ela fez
tudo isso por mim.

Saio sorrateiramente do escritório para tomar um banho


rápido e lavar a sujeira do dia de cima de mim. Meu pau permanece
a meio mastro desde que a vi tão linda sentada na minha mesa.
Rapidamente, saio correndo do chuveiro, uma toalha frouxamente
amarrada em volta da minha cintura, ansioso para voltar para ela.
Estou prestes a sair do banheiro quando Stormy vira a esquina.

“Não ia vir dizer oi, hein?” Seus olhos azuis brilham, mas sua
boca faz beicinho.

“Oi.”

“Idiota.”

“Venha aqui,” rosno, deixando cair minha toalha em troca de


agarrar minha mulher.

Ela choraminga quando minha boca bate contra a dela. Eu


a beijo como se não a visse há oito anos, não oito horas. Nossas
línguas se enredam e se debatem, cada um de nós desesperado
para provar o outro. Coloco o dedo na bainha de sua camiseta e a
puxo sobre seu corpo, livrando-a do material ofensivo para que eu
possa ver seus seios lindos. Ela geme quando acaricio os montes
gordos, acariciando seus mamilos duros.

“Minha,” rosno.

Ela agarra meu pau dolorido. “Meu.”

“É mesmo, hein?” Sorrio para ela.

Seus lábios se ergueram em um sorriso malicioso. “Vou


reivindicá-lo agora.”
“Foda-se,” gemo quando ela cai de joelhos, seus olhos azuis
olhando para mim.

“Shhh,” ela diz antes de lamber a ponta que vaza com pré-
sêmen. “Tenho promessas a fazer ao meu amiguinho agora.”

Pego um punhado de seu cabelo sedoso em meu aperto de


punição. “Amiguinho?”

“Você prefere que eu chame de precioso?”

“Você é uma vadia,” resmungo. “Coloque meu pau grande em


sua boca e se engasgue com ele, pequena Stormy. Quero ver seu
rímel escorrer enquanto você engasga.”

Ela passa a língua para cima e para baixo em meu eixo de


uma forma tortuosa e provocante. “É muito grande para minha
boca,” ela murmura, fazendo sua voz soar suave e ofegante como
se ela fosse inocente.

Stormy está longe de ser inocente.

“Experimente, linda.”

Seus olhos brilham com o meu elogio e ela envolve seus


lábios rosados e suculentos em volta do meu pau. É um
estiramento, mas essa mulher tem uma boca grande. Eu gosto de
poder calá-la com meu pau grande e ela aguentar. O raspar de seu
dedo ao longo do meu eixo me faz sibilar e meu aperto em seu
cabelo fica mais forte. Seus olhos azuis lacrimejam quando ela me
olha com um olhar de pura adoração.

Porra.

Estou caindo tão duro por essa.

Tão fodidamente duro.

Ela agarra minhas bolas, seus olhos brilhando de uma forma


ameaçadora que faz minha pressão arterial subir, mas tudo o que
ela faz é esfregá-las. É tão bom ter sua boca em mim. Não consigo
nem me lembrar da última vez em que tive meu pau chupado, mas
posso dizer que nenhum boquete foi tão bom.

Stormy cantarola e engasga enquanto tenta engolir meu pau.


Saliva escorre por seu queixo e seus olhos vazam, enviando listras
pretas patinando por suas bochechas vermelhas. Tão fodidamente
bonita. Meu aperto doloroso em seu cabelo fica suave. Acaricio seu
cabelo e travo os olhos com os dela. Em um único olhar, digo a ela
exatamente o que está em minha mente.

Eu quero você.

Eu preciso de você.

Eu confio em você.

Ela é intuitiva e deve ler meus pensamentos porque seus


olhos lacrimejam por razões diferentes de engasgar com o pau. Eu
a fiz feliz. E essa porra me deixa feliz. Logo, Stormy tem minhas
bolas se retendo com prazer. Meus sons estrangulados de prazer
são um aviso para ela do que está por vir. Como uma boa menina,
ela intensifica seus esforços, me chupando como um aspirador de
pó. Gemo enquanto esvazio minha liberação em sua espera,
apertando a garganta que engole ansiosamente meu pau como se
fosse um desentupidor de merda. Esperma quente jorra em sua
garganta, enchendo-a de mim.

“Você é realmente muito boa nisso,” elogio, minha voz áspera


e rouca.

Eu a coloco de pé e a abraço. Seu corpo relaxa em meus


braços.

“Obrigado por não sair.” Beijo o topo de sua cabeça. “E já


que eu não fui preso, obrigado por não chamar a polícia para mim
também.”

“Você está crescendo em mim, Jeremy Koynakov.” Ela pisca


antes de começar a se afastar, mas não estou pronto para deixá-la
ir ainda. “O que?”
“Só quero olhar para você um pouco mais.”

Toda a presunção de me dar o melhor boquete do caralho


desaparece. A vulnerabilidade brilha em seus lindos olhos azuis.
“Gostou do que está vendo?”

“Você não tem nem uma fodida ideia, pequena Stormy.


Nenhuma ideia.”
DEZESSEIS

Stormy

Deus, ele é tão foda bom.

Encarar-me como se eu fosse a coisa mais perfeita que ele já


viu. Como é que passei minha vida inteira pensando que sabia
alguma coisa sobre a espécie masculina quando homens como o
Copper existiam? Ele não é nada como o que eu já conheci e estou
grata. Com o Copper, ele me quer. Precisa de mim. Anseia por mim.
Nunca me senti tão desejada por outra pessoa antes e isso diz
muito, considerando que a maioria dos homens apenas me vê como
alguém que gostaria de foder.

Copper quer tudo de mim.

O bom. O mal. O feio.

É como se ele quisesse cavar seu caminho dentro de mim,


expondo cada parte de mim e virando-a do avesso para que ele
possa entender. Ninguém nunca quis conhecer a verdadeira
Brenda Gale. Ninguém. E nem sempre é culpa deles. Sou
conhecida por manter as pessoas à distância, mas Copper é o único
que ultrapassou minhas barreiras e invadiu o interior.

“Encontrei algumas coisas,” murmuro, choramingando


quando seus polegares engancham nas minhas calças de ioga e
começam a deslizar para baixo.
“Mmm?” ele ruge. “Eu também.”

“Provavelmente não pode esperar.”

“Isso não pode esperar.” Ele pressiona seu pau duro, que
ainda está molhado da minha boca, contra meu estômago. “Essa é
a primeira coisa em nossa agenda.”

Eu deveria contar a ele o que descobri hoje, mas ele está


certo. Isso pode esperar um pouco mais.

“Como você já está duro?” Suspiro quando seus dentes


encontram meu pescoço, ao mesmo tempo que suas palmas
agarram minha bunda. “Você está muito velho para ter tanto
tesão.”

Ele bate na minha bunda. “Não sou velho. Principalmente no


quarto. Agora espere para que eu possa te foder.”

Envolvo minhas mãos em volta do seu pescoço e chuto


minha calça para baixo em meus tornozelos. Ele me levanta, me
incentivando a enganchar minhas pernas em volta de sua cintura.
Um grito me escapa quando minhas costas encontram a parede
fria do banheiro. Copper chega entre nós para agarrar seu pau e,
em seguida, o direciona para minha boceta escorregadia. Nós dois
gememos quando ele humildemente empurra para dentro de mim,
me enchendo até a borda. Minhas unhas arranham seu pescoço
logo abaixo da linha do cabelo.

“Deus, isso nunca vai envelhecer,” grito. “Não vá devagar.”

Seus lábios encontram meu pescoço e ele suga a carne


enquanto seus quadris se agitam em um movimento rápido e
violento. Ele é tão grosso e comprido que sei que está machucando
partes de mim que normalmente não veem esse tipo de abuso.
Tudo o que posso fazer é aguentar e aproveitar o passeio selvagem.
Sua mão segurando minha bunda cava brutalmente em minha
carne, fazendo-me choramingar.

“Foda-se, baby,” ele grunhe. “Tão fodidamente perfeita.”


Derreto sob suas palavras doces, dando cada pensamento e
estremecimento cheio de prazer a esse homem. Ele me suga para
esse vórtice que é ele e eu o deixo. Nós desaparecemos juntos.
Perdido na loucura. Não demora muito para que a constante
moagem contra o meu ponto G dentro de mim me fazer lamentar.
Nunca estive com um homem tão grande, ele esfrega todas as
minhas partes boas ao mesmo tempo. É insanamente erótico e
além das minhas fantasias mais selvagens. Muito facilmente, ele
me leva para a borda e me empurra sem remorso. Grito seu nome,
tremendo de êxtase.

Ele geme, seu corpo enrijece, e então ele sai de dentro de


mim com um rugido. Esperma quente jorra entre nós, molhando
meu estômago enquanto ele desliza seu pau latejante entre os
lábios da minha boceta. Estou vazia sem ele dentro de mim e
gostaria que ele nunca saísse.

Por um longo e silencioso minuto, ele me segura,


pressionando beijos suaves no meu pescoço. Eu gentilmente corro
meus dedos pelos cabelos macios em sua nuca. Esse homem vai
ser a minha morte e eu nem estou brava com isso.

“Limpe-se,” ele murmura perto da minha orelha e, em


seguida, morde o lóbulo. “Vou ligar a grelha. Podemos comer bife e
conversar sobre o que você encontrou.”

Ele me colocou de pé, parecendo completamente normal em


comparação ao meu estado destruído. Eu acabei de ser fodida sem
fôlego e ele está pronto para ir cozinhar bife. Inacreditável. E eu
pensei que seria difícil para ele por estar velho. Sou eu que não
consigo acompanhar.

“Fofa pra caralho quando você está fodida.” Ele sorri e dá um


beijo em meus lábios antes de sair do banheiro.

Sacudo meu torpor, pego um laço de cabelo para puxar meu


cabelo em um coque bagunçado e, em seguida, tomo um banho
rápido para enxaguar o suor e o esperma. Quando saio e estou
vestida, posso ouvir Copper conversando com seus cachorros na
cozinha. Entro na cozinha para encontrar Hansel implorando
descaradamente pela carne que o Copper está preparando.

“Bebês querem uma guloseima?” Murmuro, fazendo com que


os dois latam.

Copper pisca para mim, me fazendo derreter, enquanto vou


até a despensa para pegar suas guloseimas. Hansel tenta roubar o
de Gretel, mas ela belisca seu nariz, fazendo-o fugir como o bebê
que é. Assim que os dois estão felizes por terem comido algo, pego
algumas cervejas na geladeira e entrego uma a Copper.

“Como foi o trabalho?” Apoio o quadril contra o balcão


enquanto o vejo marinar os bifes.

“Fui colocado em um novo caso. Meu superior, Dan, estava


me escondendo. É um grande problema.” Ele levanta uma
sobrancelha para mim. “O que você encontrou hoje?”

Tomo um longo gole da minha cerveja e a coloco na mesa.


“Você nunca vai acreditar nisso. Então comecei a pensar sobre
Dragon e o que Koyn disse. Se ele estava com medo e
provavelmente fugia de alguma coisa, isso significaria que poderia
haver pessoas procurando por ele. Desde que Koyn o encontrou no
Arkansas, comecei lá, mas depois mudei para o Tennessee. Koyn
mencionou que Dragon ficou todo estranho quando Memphis foi
mencionado.”

Copper me encara com admiração, o que me deixa ansiosa


para lhe contar o resto.

“O nome dele é Chase Everett Thomas,” deixo escapar.


“Desaparecido desde os dezesseis anos. E, puta merda, Copper, ele
estava em um…”

“Concurso de beleza masculino?”

Pisco para ele em estado de choque. “Que diabos? Como você


soube disso?”
“Pegue aquele arquivo,” ele diz, acenando com a cabeça para
o que está no bar. “Encontrei todas as mesmas merdas hoje no
trabalho.” Ele faz uma pausa, levantando uma sobrancelha. “Mas
eu tenho os recursos. Como você descobriu isso?”

Com certeza, quando eu abro o arquivo, há um post it com


a nota do policial detalhando tudo o que ele encontrou, que é
exatamente o que eu encontrei. De jeito nenhum.

“Memphis. Pareceu estranho para mim quando Katana


mencionou isso antes e eu até disse a você e Koyn que pensei que
eles vieram de lá. A forma como Dragon ficou tão chateado naquele
dia foi uma bandeira vermelha. Comecei com relatórios de pessoas
desaparecidas e fiz uma estimativa da idade de Dragon agora em
comparação com quando ele poderia desaparecer. Presumi que ele
fosse um fugitivo, talvez. De qualquer forma, ele tem um rosto
notável e, assim que reduzi o período de alguns anos em que isso
poderia acontecer, consegui vasculhar todos eles. Depois que
descobri quem ele era e tinha um nome, foi muito mais fácil
procurá-lo.”

Copper assente, coçando o queixo. “Às vezes, esqueço que


você era uma Fed.”

“Tudo faz sentido agora,” digo a ele, ainda olhando para o


arquivo. “Vidal e Collins obviamente o investigaram e o atraíram
com promessas de torná-lo uma grande estrela, já que esse é o MO
deles. Ele caiu nessa porque a maioria das crianças são
impressionáveis naquela idade e acabou em alguma merda com a
qual estão envolvidos. O que quer que eles tenham feito com ele o
traumatizou como o inferno. De alguma forma, ele deve ter
escapado e pousado no radar de Koyn. Ele os acolheu. Aqueles
desgraçados estão furiosos por ele ter fugido e querendo matá-lo
ou apenas o querem de volta, e é por isso que estavam investigando
vocês quando vim ao escritório de Collins naquele dia. Precisamos
falar com Dragon para que possamos extrair informações dele.”

Copper suspira enquanto lava as mãos. “Não podemos. Koyn


é inflexível pra caralho sobre não trazer toda essa merda à tona.”
Não me surpreende que Koyn seja tão protetor com esses
caras. Eles são todos criminosos, mas ele os trata como se fossem
seus filhos. Eu vi o jeito que Koyn era quando eu morava lá com
meus próprios olhos. Leal ao extremo.

“Por que ele tem que ser tão difícil?” Reclamo.

“Porque é o jeito dele.” Ele pisca para mim. “Deixe-me


verificar a grelha e depois mostrarei o seu presente.”

Todos os pensamentos investigativos se dissipam.

“Você me trouxe um presente?” Pergunto, perplexa. Nenhum


cara jamais me deu um presente por sua própria vontade. Eu fazia
Filter me comprar merdas o tempo todo, mas ele sempre parecia
desanimado com isso.

“Dois, na verdade. Espere pacientemente.”

Enquanto ele desaparece, jogo uma salada rápida e algumas


batatas no micro-ondas. Estou pegando cobertura para as batatas
assadas quando Copper retorna com um saco da Apple.

“O que é isso?”

“Abra,” ele instrui enquanto pega os bifes. “Venha comigo.”

Coloco a sacola no meu pulso e pego nossas cervejas antes


de segui-lo para o deque traseiro. O lago brilha com o sol poente
do início da noite. Tão deslumbrante e bonito. Suspiro enquanto
me sento em uma das cadeiras confortáveis e coloco as cervejas na
mesa. Então, começo a puxar os itens da sacola.

Um notebook e um celular.

Novos em folha.

Minha garganta se fecha e eu não vou chorar. Isto é ridículo.


Não ficarei emocional sobre um maldito computador e celular. Uma
lágrima escorre de qualquer maneira.
Copper se agacha ao lado da minha cadeira, com um franzir
em seu rosto bonito. “Achei que você gostaria deles. Se não forem
da cor ou modelo certo, posso devolvê-los.”

Limpo minha bochecha molhada e fungo. “Adorei eles.”

“Mulheres fodidas,” ele resmunga. “Cristo.”

Uma risada borbulha dentro de mim. “Estou no meu período.


Cale-se.”

“Eu não estava mentindo, Stormy.” Ele segura minha mão.


“Eu disse que isso não seria uma tentativa de relacionamento pela
metade. Estou arriscando muito para estar com você, então se vou
entrar, vou para valer. Isso significa que quando eu quiser falar
com a minha maldita garota no meio do dia, eu preciso ser capaz
de contatá-la.”

“Eu simplesmente não esperava por isso,” engasgo. “Eu me


sinto tão isolada do mundo. Isso parece uma tábua de salvação.”

A culpa brilha em seus olhos. “Você tem amigos e família que


sente saudades?”

“Infelizmente, sem amigos.” Suspiro. “Eu sinto falta dos


gêmeos. Eles estão acostumados a eu não falar com eles por longos
períodos, no entanto. Bastou ser acusada de tentar ser sua mãe e
eu recuei. Acompanho-os e mando e-mails ocasionais, mas tento
não me intrometer.”

“O que eles acham agora que você sumiu por tanto tempo?”

“Não tenho certeza. Provavelmente só acham que estou


ocupada trabalhando.” Encolho os ombros e lanço um olhar para
o lago brilhante. “Quero ligar para eles. Não agora, mas em breve.”

Copper se levanta e dá um beijo na minha cabeça. “Você não


é mais uma prisioneira.”

“Obrigada.”
Durante todo o jantar, repito as palavras de Copper. Aqui,
apenas nós dois, posso não ser uma prisioneira, mas isso não
muda o que aconteceu com Koyn e Filter. Tenho certeza de que o
código de irmãos me protege de Koyn — mal — mas Filter não tem
nenhuma aliança com Copper. Sinto que enquanto estiver com o
Copper, sempre terei que ficar olhando por cima do ombro.

Estamos limpando quando o celular de Copper toca.

“Ei,” ele grunhe em saudação e depois faz uma careta. “O


que?”

Sua conversa é curta e então Copper encerra a ligação.

“O que está errado?” Exijo, agarrando sua mão e apertando-


a.

Ele solta um suspiro pesado. “Algo aconteceu no complexo


de Koyn. Alguns ternos apareceram. Fingiram ser as autoridades.”

“Collins e Vidal?”

“Não. Muito fácil.”

“O que esses caras disseram?”

“Não muito. Quando eles perceberam que foram enganados,


eles sacaram suas armas. Filter colocou os dois no chão. Balas em
cada uma de suas cabeças.”

Imagino o Filter com a sua boa aparência, todo retorcido


num olhar furioso, uma arma na mão. Mas em vez deles, ele está
apontando para mim. Um arrepio vem através de mim.

Copper agarra minha mandíbula, inclinando minha cabeça


para cima. “Ele não fará merda nenhuma com você.” Pisco para ele
em choque por ele poder me ler tão facilmente.

“Agora vamos configurar seu laptop. Temos um monte de


merda para cavar. É hora de fazer o que você foi treinada, pequena
Stormy. Vamos derrubar esses filhos da puta.”
DEZESSETE

Copper

Está na hora.

Os Royal Bastards precisam saber que estamos investigando


seus traseiros à procura de alguém que busca refúgio em nossas
fileiras.

Ontem à noite, Filter derrubou dois homens que apareceram


no Koyn. Já que Filter e Dragon foram os únicos com quem falamos
sobre Collins e Vidal, o resto dos caras não tem noção. Todo mundo
está no limite se perguntando o que diabos está acontecendo. Koyn
pode não querer denunciar Dragon por saber sobre seu passado e
seu nome, mas temos que buscar ajuda com essa merda e não
podemos manter esses caras no escuro por mais tempo. É por isso
que hoje estou indo à Igreja, para grande aborrecimento de meu
filho.

Blake vai superar o fato de que ainda não sou um membro


atuante. Eu sou família e isso é mais do que uma porra de um
Patch.

Enquanto Koyn inicia a reunião e analisa as finanças com


Bermuda, olho para meu filho. Ele é muito jovem para se envolver
em merda ilegal, mas prefiro que ele esteja fazendo isso sob a
minha supervisão ou do meu irmão do que com outra pessoa. Pelo
menos podemos mantê-lo seguro. Eu o vi crescer desde que ele
completou dezoito anos, de um merdinha para um homem. Ele
respeita esses caras e os ama como irmãos. Krista ficou mais
furiosa quando descobriu que ele se juntou a uma gangue de
motoqueiros, mas logo percebeu que ou aceitava ou seguia pela
porra da estrada. Ele sempre será o filho da mamãe, o que significa
que ela apoiou sua escolha.

Blake me pega olhando e suas narinas dilatam. Da última


vez que ele reclamou sobre eu estar na Igreja, Koyn o atacou de
novo. Sei que ele odeia que eu esteja envolvido, mas é o que é. Um
dia, quando o sinal estiver verde, irei oficialmente me juntar aos
Royal Bastards. Vou desistir de ser um bom agente federal e
começar a viver da maneira sem lei que meu irmão vive.

Em breve.

Os outros caras estão estranhamente sombrios. Bizzy não


está brincalhão e Gibson está carrancudo. Katana e Dragon estão
encostados na parede, seus ombros quase se tocando enquanto
fazem cara feia para todos. Filter ainda está agindo como uma
vadia toda vez que estou por perto e não olha para mim. Halo e
Payne parecem agitados. Bermuda parece estar cansado,
provavelmente porque Koyn está secretamente pedindo para ele
caçar toda essa merda financeira de Collins e Vidal. Koyn,
entretanto, está chateado.

“Agora que falamos de números, precisamos discutir o que


aconteceu ontem à noite.” Ele se recosta na cadeira de couro da
sala de reuniões, parecendo o diabo que assumiu uma reunião de
negócios. O X gravado em seu rosto é um aviso ameaçador que
afasta qualquer um que possa pensar que pode foder com ele.
“Aqueles homens não eram as autoridades.”

“Não brinca,” Blake murmura.

Koyn cerra os olhos em sua direção, mas não diz nada a ele.
Meu irmão olha para mim, meu único aviso antes de falar, e então
limpa a garganta. “Stormy estava investigando Copper e eu porque
ela encontrou informações sobre o nosso clube.”

A sala pulsa com uma energia selvagem.

“Por alguma razão,” Koyn diz lentamente, “eles estão


interessados em nós. Chamaram Copper para investigar e estão
metendo o nariz onde não foram chamados e tentando colocar os
federais em nossa cola.”

“Quem diabos são eles?” Payne exige, estalando os nós dos


dedos um por um.

“Cypress Collins e Urbano Vidal,” respondo com um


grunhido. “Achamos que eles estão traficando mulheres.”

Ninguém vacila com o nome. Sem faísca. Sem


reconhecimento. Nada.

“E eles estão interessados em nós por quê?” Payne fala


lentamente, seus olhos se estreitando. “O que diabos temos a ver
com o tráfico de mulheres?”

“Vai além disso. Eles estão procurando por alguém que


acham que está escondido aqui,” retruca Filter. “Um de vocês.”

Dragon saca sua lâmina. “Podemos fazer isso da maneira


fácil ou da maneira mais difícil.” Começa falando. Ele aponta sua
lâmina para Bizzy. “Quem diabos conhece esses idiotas? Você?”

“O que? Porra, não.” Os olhos de Bizzy ficam enormes e ele


olha para Gibson.

“Não olhe para mim,” rebate Gibson. “Eu também não.”

Koyn balança levemente a cabeça para mim. Cerro os dentes


em frustração, mas mantenho minha boca fechada.

“Não importa,” grunhe Koyn. “Se alguém está escondido


aqui, eles têm uma boa razão. Mas aqui está o que sabemos. Vidal
e Collins são fantasmas. Eles aparecem quando eles querem
recrutar e desaparecer uma vez que eles pegaram o que eles estão
procurando. Passei meses investigando e não consegui nada.”

“Da próxima vez que um de seus homens aparecer, em vez


de colocar uma bala em seus cérebros,” Dragon rosna, olhando
para Filter, “deixe-me ir até eles. Vou descobrir quem eles estão
procurando e então vou encontrá-los.” Seu sorriso maligno
promete violência sangrenta. Muito longe do garoto rico de
dezesseis anos Chase Thomas. “É provável que seja famoso.”

Koyn e eu trocamos um olhar. Ele pode estar se escondendo,


mas não parece estar se escondendo de Vidal e Collins. Ninguém é
tão bom ator. Ele não os conhece. Não significa nada, no entanto.
Eles poderiam estar trabalhando sob pseudônimos ou sua bunda
louca bloqueou essa merda de sua cabeça.

“Quero todo mundo nisso,” Koyn diz com um suspiro pesado.


“Nós descobriremos onde aqueles bastardos estão e os pegaremos.
Comece a procurar todos os seus esconderijos conhecidos.”

“Começando com Memphis,” declaro, observando a


expressão de Dragon cuidadosamente.

Ele pisca uma e outra vez antes de erguer seus olhos verdes
brilhantes para mim. Sua expressão muda de irritado para confuso
e furioso. Katana fica tenso ao lado dele, em sintonia com a
mudança de comportamento do amigo.

Koyn continua a explicar tudo o que descobriu até agora,


mais qualquer coisa que ele descobriu sobre eles, o que não é
muito. Dragon e eu permanecemos presos em um concurso de
encarar. O que quer que tenha acontecido nesses dois anos
perdidos, posso dizer que ele está revivendo neste momento.
Silenciosamente, eu o deixo saber que sei exatamente quem ele é.
Eu sei o nome dele. E acho que a pessoa que está se escondendo é
ele.

“Como eles se parecem?” Halo pergunta. “Nós temos fotos


desses fantasmas?”
Levanto uma sobrancelha, esperando que Dragon responda,
mas ele parece tão curioso para ouvir como esses idiotas se
parecem.

“Vidal usa muitas joias. Hispânico. Brilhante pra caralho,”


revelo, meus olhos fixos em Dragon. Nada ainda. Sem
reconhecimento algum. “E Cypress Collins é um terno.”

A sala fica em silêncio por um instante.

“Ah, e Collins tem uma cicatriz na testa,” acrescento,


lembrando-me da última parte.

Dragon fecha os olhos por um momento, suas narinas


dilatadas. Eu vejo isso. Fraco, mas ali. Reconhecimento. Ele
conhece Collins. Antes que eu possa dizer mais alguma coisa, ele
explode.

“Estamos perdendo tempo aqui falando sobre essa merda,”


Dragon rebate, batendo a ponta de sua faca na mesa da sala de
reuniões de Koyn e enfiando-a profundamente na madeira.
“Katana e eu vamos fazer algumas ligações para que possamos
encontrar esses bastardos.”

Ele balança a cabeça, tremendo de raiva, e então sai da sala


como uma tempestade com Katana em seus calcanhares. Tudo
indica que Dragon é quem eles estão procurando, mas ele não
parece o tipo de cara que está se escondendo. Ele parece o tipo de
cara que quer sangue.

“Coloque-os a par do resto,” digo a Koyn enquanto fico de pé.


“Vou fazer uma ligação para Dan. Veja se consegue informações
sobre eles.”

Koyn me lança um olhar de advertência para não interrogar


Dragon. Eu vi tudo o que preciso saber. A criança — sim, eu não
posso limpar o rosto daquele adolescente desaparecido do meu
cérebro — usa suas emoções em sua manga para que todos
possam ver. Normalmente são todas emoções psicóticas, mas hoje
eu vi muito mais do que isso. Eu vi raiva e a necessidade de
vingança. Quando mencionei a cicatriz, ele quase estremeceu,
como se lembrasse de cada detalhe. Mas, ao contrário da criança
desaparecida, Dragon é um monstro. Ele quer sangue. Posso dizer
pela maneira como ele saiu da Igreja, que ele quer caçar aqueles
filhos da puta.

Escorrego para fora da sala e quase esbarro em uma Hadley


grávida. Quando eu a estabilizo, ela sorri para mim. Tão bonitinha.

“Olá, pequena mamãe. Como a gravidez está tratando você?”

“Este bebê é enorme,” ela reclama, acariciando sua barriga.


“Como está Stormy?”

“A mesma Stormy de sempre.”

Ela solta uma respiração irregular. “Bom. Os caras me


disseram que a viram e ela parecia bem.” Seus olhos se enchem de
lágrimas. “Você pode dizer a ela que estou com saudades dela?”

“Eu direi. Sei que ela sente sua falta também.”

“Talvez um dia...” Ela morde o lábio inferior, seus olhos


lacrimejando.

Ela será bem-vinda de volta à luta?

Eu sei que eu certamente gostaria. Hadley também. Vai levar


um pouco mais de convencimento para todos os outros, no
entanto.

“Talvez.” Dou um tapinha na cabeça dela. “Desgaste um


pouco Koyn primeiro.”

Hadley me mostra seu sorriso de cortejo. “Oh, eu


definitivamente posso fazer isso. Cuide da minha garota. Vou
precisar dela quando tiver esse bebê. A qualquer momento.”

Duvido que qualquer um de nós vá desgastá-lo tão rápido.


Hadley vai dar à luz um destes dias.

“Veremos,” asseguro a ela.


“Se não for quando o bebê nascer, talvez no Dia de Ação de
Graças. Se isso for tudo o que eu pedir no meu aniversário, Koyn
terá que ceder.”

Garota esperta. É engraçado como ela encanta aquele


bastardo com facilidade.

“Trabalhe sua mágica, PG. Até a próxima.”

Saio e ligo para Dan. Ele atende no primeiro toque.

“Greene falando.”

“Ei, cara,” digo em saudação, “preciso da sua ajuda.”

“Sobre o caso de tráfico?”

Paro por um segundo enquanto me pergunto o quanto quero


contar a Dan. Precisarei desenterrar o máximo de informações que
puder, mas quanto mais eu der a ele, menos seremos capazes de
fazer as coisas do jeito dos Royal Bastards. Agora, porém, preciso
ser um Fed e um fora-da-lei.

“Sim. Eu tenho uma pista,” declaro. “Além de seus nomes e


algumas descrições básicas, eu não tenho toneladas para
continuar. Pensei que você poderia procurar ao redor.”

“Neste ponto, vou tomar todas as pistas que pudermos obter.


Esse caso é muito grande para não seguir todas as novidades.”

Brevemente explico tudo que sei, do que Stormy me disse,


deixando de fora a parte sobre de quem eu recebi a informação —
apenas que era de outro agente — e também deixei de fora o fato
de que eles estavam investigando os Royal Bastards.

“Quem você disse que era sua fonte de novo?” ele pergunta.
“O nome do agente?”

“Eu não disse.”

“Você vai dizer?”

“Isso importa?”
“Acho que não. Você conhece suas merdas.” Ele suspira
pesadamente. “Então você acha que esses caras estão ligados ao
caso de tráfico?”

“Fontes dizem que podem ter uma operação em Memphis e,


considerando que muitos dos relatos de pessoas desaparecidas
vieram do Tennessee, é uma boa possibilidade.”

“Vou investigar mais. Juntos, vamos pegar esses doidos e


derrubar toda a maldita célula.”

“Ei, Dan?”

“Sim?”

“Assim que este caso for concluído, minha velha bunda está
se aposentando. Considere este meu aviso.”

Ele geme. “Então é oficial, hein?”

“Vou trabalhar nesse caso, mas depois estou fora. Vou


aparecer um dia na próxima semana para limpar minha mesa.
Posso investigar de casa. Estou ficando muito velho para essa
merda.”

“Não vai ser a mesma coisa com você,” Dan murmura.

“Você vai me ver por aí.”

Depois que desligamos, volto para dentro para dizer tchau a


Koyn. Filter está esperando por mim na entrada como um
perseguidor de merda.

“Como está Stormy?” ele pergunta, bloqueando o caminho


para a sala.

Cruzo meus braços sobre meu peito. “Bem.”

“Você já transou com ela?”

Minha mandíbula aperta e a vontade de enfiar meu punho


em seu crânio é forte. “Stormy não é mais sua preocupação, Filter.
Esqueça-a.”
Ele estala o pescoço, as narinas dilatadas. “Ela era a minha
preocupação porque era minha fodida namorada.”

“Era,” respondo. “Mas era falso, droga. Ela usou você. Supere
isso, porra. Estou cuidando dela agora. Caia fora.”

Eu me sinto uma merda sendo um idiota com ele, mas ele


continua empurrando o maldito problema. Ela traiu a todos,
especialmente ele. Entendi. É uma merda. E se ele soubesse que
eu estava dormindo com ela, provavelmente tentaria chutar minha
bunda.

“Ela vai usar você também,” ele cospe. “Posso ver em seus
olhos. Você está exatamente como eu. Apaixonado por sua buceta
dourada. Mas quando chegar o momento certo, ela vai te foder,
cara. Onde diabos está a sua lealdade?”

Eu me aproximo dele, olhando carrancudo em seu rosto.


Podemos ser iguais em tamanho, mas ele tem a juventude do seu
lado. Eu ainda chicotearia sua bunda, no entanto, porque tenho
algo pelo qual vale a pena lutar.

Ela.

E não importa o que ele diga para tentar entrar na minha


cabeça, eu confio que o que Stormy e eu temos é diferente. Ele não
sabe disso, no entanto. Está apenas fazendo seu trabalho como
braço direito de Koyn e protegendo-o.

É hora de acabar com todas as dúvidas e fazer algo que


deveria ter feito anos atrás para demonstrar minha lealdade.

“Onde está Koyn?” Rosno.

“Vai tagarelar sobre mim para o seu irmão mais novo?” Sua
provocação faz meu sangue ferver.

Eu o empurro para longe de mim e rio com desprezo. “Não,


filho da puta, eu vou me remendar. Cuidado com as suas costas.
Estou indo atrás do seu trabalho porque eu desisti do meu.”
Filter pode beijar minha bunda. Não dou a mínima para ser
VP. Estou muito velho para essa merda. O que me importa é deixar
claro para os Royal Bastards que sou leal não apenas ao sangue,
mas à irmandade também. Mas a melhor parte sobre isso é
remendar, aqueles bastardos são limitados por seu código.

Nunca desrespeite a Old Lady de um irmão.

E Stormy é minha, porra.


DEZOITO

Stormy

Ação de graças

Tão quente.

Jeremy “Copper” Koynakov é o homem mais quente que já


conheci.

E meu.

Luto contra um sorriso enquanto dou uma espiada nele. Ele


é uma imagem da delícia de um motoqueiro em seu corte de couro,
camiseta de manga comprida justa, jeans escuros justos, botas de
motoqueiro e Ray Bans — tudo em preto fazendo-o parecer a
perfeição diabólica. Quando ele voltou há algumas semanas do
Koyn, um membro oficial do Royal Bastards MC, eu fiquei um
pouco apreensiva com o que isso significava para mim. Agora eu
entendi. Copper se tornou um motoqueiro oficial e dez vezes mais
gostoso agora que usa seu colete sempre que não vai ao escritório
para manter Dan atualizado sobre suas descobertas.

E, estou protegida.

Ou é isso o que ele diz. Só o tempo irá dizer. O fato de ele se


remendar ao MC para manter os outros membros longe de mim
significa muito. Eu sei que nós ainda estamos trabalhando sobre a
coisa toda de confiança, mas no meu livro, ele ganhou cada onça
de lealdade e respeito que tenho. Só preciso provar a ele que valho
a pena. De outras maneiras, além dos melhores boquetes de todos
os tempos.

Quando ele colocou o aviso no trabalho, eu fiquei chocada


além da crença. Não que eu esteja reclamando que nós começamos
a passar tempo juntos. Foi uma surpresa vê-lo terminar sua longa
carreira como Federal e se juntar aos Royal Bastards. Tudo para
que ele pudesse me manter.

Eu sou do Copper.

Estou segura.

O convite de Koyn na semana passada me surpreendeu.


Mesmo com Copper remendado para mantê-los longe minha
bunda, não parecia real. Não até que Koyn falasse sobre o Dia de
Ação de Graças. Minha mente vagueia para aquela tarde quando
ele ligou.

“O que?” Copper morde, empurrando o celular entre a orelha


e o ombro, nunca perdendo o ritmo da maneira como ele me toca em
sua mesa.

Posso ouvir a voz alta de Koyn, embora não esteja no viva-


voz. “Idiota. Você é um membro oficial agora. Você deve mostrar
algum respeito.”

“Esse memorando não veio no pacote dos novos membros,”


Copper diz de volta, empurrando seu dedo mais fundo dentro de
mim.

“Foda-se.” Koyn ri. “Eu preciso de um favor.”

“Qualquer coisa.”

“Tão concordante.”

“Vá em frente, cara.”


Koyn suspira. "Isso vai causar ondulações, mas por que você
não traz Stormy para a Ação de graças.”

“O que?” Murmuro, meus olhos se arregalaram em choque.

Copper esfrega meu clitóris com o polegar. “Vou pensar sobre


isso.”

“Não estava realmente perguntando, para ser franco,” Koyn


resmunga. “Estou dizendo a você que Hadley a quer lá.”

“Eu disse que vou pensar sobre isso,” Copper rosna. “Não
confio no Filter.”

“Filter não vai machucar a sua prisioneira,” garante Koyn.


“Hadley mataria seu traseiro. Você tem minha palavra. Você é
oficialmente um de nós agora.”

“Hmm,” Copper fala, me esfregando forte e furioso até que


estou prestes a gozar. “Eu retorno para você. Algo importante surgiu.
Te ligo em alguns minutos.”

Ele desliga, bate seus lábios nos meus e me empurra para o


limite do prazer.

Sou arrancada do passado enquanto passos pesados entram


na cozinha.

“Está pronta?” Copper pergunta, se abaixando para um beijo


que faz meu estômago revirar.

“Só mais alguns minutos no recheio.” Olho para o


cronômetro. “Você tem certeza de que eles estão bem comigo indo?”

O Copper bufa. “Nunca disse que estavam. Só que eles


superariam isso. Eu sei que Hadley ficará emocionada em ver você.
Você pode agradecê-la por amolecer meu irmão.”

E cara, ela conseguiu isso.

Copper me deu o número do celular de Hadley e disse que


Koyn estava bem comigo me comunicando com ela, o que significa
que ela trabalhou um pouco de mágica naquele bastardo maldito.
Parece um grande passo, considerando que quase um ano atrás,
eu estava à beira da morte com quase uma dúzia de motoqueiros
irritados querendo cortar minha garganta. O fato de Koyn estar me
permitindo falar com sua Old Lady é enorme. Não posso foder com
isso.

“Eles sabem que estamos juntos?” Mordo meu lábio inferior,


procurando seus olhos.

Ele me agarra pelos quadris e me puxa para ele. “Eles sabem


que você é minha. Tenho certeza de que eles descobriram o que
isso significa, em todos os sentidos da palavra.”

A inquietação se instala em meu intestino. “Não o podemos


exibir.”

“Podemos fazer o que quisermos, pequena Stormy.” Seus


lábios pressionam contra os meus, fazendo minha frequência
cardíaca acelerar. Uma grande palma agarra minha bunda,
apertando. Estou pronta para implorar a ele por uma foda rápida
quando o cronômetro do forno apita.

Gemo contra seus lábios e ele sorri, batendo na minha


bunda de brincadeira.

“Vou cuidar de você mais tarde, baby. Agora, pegue sua


merda e vamos embora. Estou morrendo de fome.”

Ele sai para alimentar os cães antes de sairmos e eu coloco


a bandeja de recheio em uma maleta quente. Minhas mãos estão
tremendo porque esta é a primeira vez que vou voltar para a casa
de Koyn. Eu vi alguns dos caras uma vez que eles apareceram com
Dragon, mas é isso. Hadley já teve seu bebê. Parece que muito
tempo se passou e eu perdi muito.

E se o Dia de Ação de Graças não correr bem como sempre


foi?

E se eu for recebida com uma bala no peito?


A ansiedade é uma merda, faz meu estômago torcer e turvar.
Pelo menos, espero que seja ansiedade. Esse filho da puta só se
lembra cerca de vinte por cento do tempo de se retirar. Estou
enjoada hoje, mas acredito no fato de que é só nervosismo.

Se eu engravidasse do bebê de Copper, morreria.

É irresponsável e estúpido, considerando a incerteza da


minha vida ainda.

No entanto... uma pequena parte de mim estremece com a


ideia de segurar um lindo pedaço dele nos meus braços.

Controle sua merda, garota. Você não está grávida. Você está
apaixonada.

Quase me convenço das minhas ilusões de ser a mulher


eterna de Copper e ter uma família com ele quando ele entra na
cozinha. Seus olhos escuros varrem sobre mim segundos antes que
ele vagueie à minha maneira. Suas mãos fortes se lançam em meu
cabelo e o puxa, forçando minha cabeça para trás assim eu posso
olhar para ele.

“Vou mantê-la segura,” ele murmura. “Você confia em mim?”

Travando os olhos com os dele, eu aceno. “Sim.”

“Então o que há de errado?”

Estou emocionada e devido ao meu período... que está


atrasado.

“Nada.” Sorrio para ele. “Perfeito. Calla finalmente me


mandou uma mensagem de volta mais cedo.”

Seus olhos castanhos se iluminam com a menção da minha


irmã e os cantos de seus olhos enrugam quando ele sorri. “É bom
ouvir isso. Ela estava chateada por você ter ficado fora por tanto
tempo?” A culpa pisca em suas feições, mas ele se recupera
rapidamente.
“Ela estava indiferente.” Suspiro e luto contra as lágrimas
estúpidas mais uma vez. Sim, meu período está definitivamente a
caminho. “Disse que passaria o feriado de Ação de Graças com um
namorado.”

“E sobre Cove?” ele pergunta. “Nós poderíamos ter trazido ele


aqui. Talvez os dois possam nos visitar no Natal.”

Meu coração gagueja com suas palavras. Semanas atrás,


quando ele me deu um celular, fiquei chocada, mas feliz. Desde
então, ele tem ouvido todas as minhas histórias sobre os meus
irmãos e realmente parece se importar com minha felicidade. Às
vezes, me pergunto se morri naquela floresta quando fugi e tudo
isso é apenas um sonho cruel.

“Cove é…” Suspiro. Retraido. Taciturno. Temperamental.


“Ele provavelmente está ocupado. Vou falar com ele sobre o Natal.”

“Tem certeza de que nada mais está incomodando você?”


Seus olhos escuros procuram os meus, procurando inverdades.

“Estou tão nervosa que poderia vomitar,” deixo escapar. Não


é mentira. “Eu provavelmente estou tornando tudo pior na minha
cabeça. São os mesmos idiotas de sempre.”

Ele sorri. “Os mesmos. Vamos acabar com isso.”

Saio da caminhonete de Copper, empurrando meu vestido


para baixo para que ele não voe com o vento. Já que Copper parece
ter uma queda por botas de cowgirl, suavizei meu look hoje para
ele, escolhendo um vestido com estampa floral que abraça meus
seios e cintura e é rodado em baixo para usar com minhas botas.
Não é um vestido curto, mas também não chega aos meus joelhos.
Meu cabelo loiro está em longas e soltas ondas. Em vez de carregar
na maquiagem, passei um pouco de rímel e um brilho labial rosa.
Baseado na maneira como os olhos castanhos de Copper queimam
com intensidade cada vez que ele me vê, diria que ele está adorando
o visual.

“Pronto?” Pergunto enquanto puxo o transportador de


caçarola do chão.

Ele acena com a cabeça, dando-me uma piscadela


tranquilizadora. Nós dois concordamos em não exibir nosso
relacionamento, mas ele também disse que não iria mais esconder
ou negar. Eu não estou delirando. Quando for oficialmente
revelado que não estamos apenas transando, mas que estamos
juntos como um casal de verdade, isso vai causar tumulto. Copper
diz que está pronto para enfrentar qualquer um que tenha
problemas com isso, até mesmo seu irmão.

“Essa coisa é enorme,” declaro enquanto caminhamos em


direção à porta da frente, apontando para a estrutura gigante na
extremidade da propriedade. “De quem é essa casa?”

“Casa do Clube,” Copper diz. “Koyn quer expandir, mas ele


tem muitos idiotas em sua casa. Ele não quer mais. Especialmente
agora que Caydence está aqui.”

Apenas a menção do pequeno bebê de Hadley me faz sorrir.


Mal posso esperar para abraçá-la. Claro, é estressante entrar na
cova do leão, mas continuo me lembrando de que também sou um
leão. Estarei condenada se eu deixar Filter, Dragon e Koyn me
fazerem encolher.

Bermuda sai da porta da frente do cercado. Ele está adorável


hoje em um boné de beisebol preto e um sorriso infantil afixado em
seu rosto. Sua camisa se encaixa em todos os lugares certos,
fazendo-o parecer que ele pertence à capa de um catálogo da
Abercrombie, ao invés de uma gangue MC. Ele vai fazer uma garota
muito feliz um dia.

“Já era hora,” diz Bermuda em saudação. “Você sabe como


é difícil manter um bando de motoqueiros longe da porra da
comida?” Ele se inclina e me abraça, beijando o topo da minha
cabeça. “Senti sua falta, Stormy.”
Meu ouvido incha e meus olhos lacrimejam. Emoções
estúpidas, provavelmente pela TPM. Mordo meu lábio inferior,
incapaz de responder sem chorar, então simplesmente aceno.

O olhar de Copper é quente e possessivo quando ele percebe


a maneira como Bermuda me segura. Isso envia um arrepio pela
minha espinha. Tanto para não fazer barulho sobre o nosso
relacionamento. Está escrito no rosto de Copper que pertenço a ele.

Bermuda finalmente me libera para pegar a caçarola de mim.


“Vamos. Eu fiz um lote duplo do meu absurdo fofo para PG. Ela
provavelmente já começou a comer o primeiro lote.”

Nós o seguimos para dentro. É barulhento e caótico. Eu


posso ouvir Nees rindo e Dragon dizendo que ele é um idiota.
Então, ouço Hadley apaziguando ambos. Meu coração dá um
aperto doloroso dentro do meu peito. Ao mesmo tempo, quase
desisti da minha missão secreta e apenas me permiti viver como a
quase Old Lady de Filter. Eu me senti em casa e parte de algo
quando estive aqui.

Pena que foi tudo uma farsa.

Tente dizer isso aos meus sentimentos.

Estar de volta me lembra que eu me importava com esses


caras, mesmo quando não queria. Nada mudou. Eles podem querer
me matar — especialmente Filter — mas eu só quero que eles me
aceitem novamente.

“Stormy!”

O grito feminino é meu único aviso antes de ser quase


derrubada por uma garota com um moletom azul da TU. Meus
braços passam ao redor de Hadley e eu a abraço com força. Ela
começa a chorar, o que me irrita também. Eu a seguro em meus
braços, assegurando-me de que expor minha identidade para
protegê-la foi a melhor coisa que já fiz, mesmo que eu nem
precisasse fazer isso. Na época, pensei que ela estava em perigo e
queria protegê-la.
“Esses filhos da puta não me deixaram ver você,” ela
reclama. “Estou farta de suas bundas vadias. Se eles tentarem me
impedir de vê-la novamente, matarei todos durante o sono.”

Uma risada borbulha de dentro de mim. “E ter esta casa só


para nós, sem meninos? Precisa de ajuda para afiar sua faca?”

“Ok, Thelma e Louise.” Copper grunhe. “Vocês podem


planejar sua onda de assassinatos depois do jantar. Há uma sala
de jantar cheia de motoqueiros famintos e se não colocarmos esse
show na estrada, Dragon fará uma refeição com meu filho
malcriado.”

“Ele não é meu tipo,” Dragon grita de perto. “Eu gosto deles
macios. Nees não é um filho da puta mole.”

“Cara,” Bizzy interrompe. “Ele leva Hadley para o Sonic todos


os dias, como se ele fosse seu assistente pessoal. O cara é
fodidamente mole.”

“Sua barriga está mole, Papai Noel,” Nees grita de volta.


“Depois de hoje, sua bunda vai voltar a fazer dieta.”

Eu me afasto de Hadley, admirando quão bonita e crescida


ela está. Seus olhos brilham de alegria. “Eu perdi isso,” murmuro.
“E o inferno congelou? Bizzy de dieta?”

“Oh meu Deus,” disse Hadley com uma risadinha. “É


fodidamente hilário. Dragon e Nees acham que vão transformar
Bizzy em um ímã de garotas. Mesmo se ele tivesse um corpo como
o de Dragon, não há nenhuma maneira no inferno das mulheres
se reunirem com ele.”

“Eu ouvi isso,” Bizzy berra. “Prez, diga à sua Old Lady para
parar de falar mal de mim.”

“Não seja um maricas,” Koyn diz de volta para ele. “Você está
chateando minha filha.”

Com a menção de Caydence, levo meu olhar para Koyn. É


fácil ver além de seu rosto cheio de cicatrizes, tatuagens e couro
quando ele está segurando uma menina embrulhada em um
cobertor rosa. Seus olhos escuros brilham com o orgulho e o amor
de um pai. Eu nunca poderia prever, um ano atrás, que
testemunharia Koyn assim. Nunca.

Payne e Halo estão inexpressivos com a minha aparência,


mas não perco a desconfiança em seus olhos. Por alguma razão,
eles parecem estar se demorando em torno de Hadley como um par
de guarda-costas. Isso me deixa nervosa porque eles parecem estar
a segundos de saltar sobre mim. Em vez de murchar como eu
quero, levanto meu queixo, me empurro direto para Koyn e estendo
minhas mãos.

“Dê-me ela, papai,” eu digo, um sorriso curvando meus


lábios. “Estou morrendo de vontade de ver esse anjo.”

Ele não diz nenhuma merda para mim. Simplesmente a


passa para mim antes de voltar para fumar. Aconchego o adorável
bebê adormecido no meu peito e fecho os olhos. Inclinando-me
perto de seu rosto, inalo seu doce perfume infantil. Meu coração
bate enquanto eu secretamente espero por mais do que um atraso
na menstruação. Espero muito mais.

“Você não é perfeita?” Sussurro, espiando seus olhos abertos


e admirando o bebê de cabelos escuros que é uma mistura perfeita
de seus pais. “Tão bonita.”

Copper se apodera de mim por trás, fazendo minha


respiração prender. “Graçinha.”

Sua mão roça meu braço enquanto ele toca o cabelo de


Caydence. O calor de seu corpo queima minhas costas. Respiro
fundo. Sua proximidade faz com que tudo ao meu redor fique
embaçado e entorpecido. Quase posso imaginar um futuro com
Copper. Assim mesmo, mas com o nosso pequenino. Estou perdida
em devaneios até que sinto um olhar duro em mim. Erguendo o
olhar, encontro o olhar de ódio de Filter me penetrando, de fora,
enquanto ele dá uma tragada no cigarro.
Meu sorriso desaparece e um arrepio estremece dentro de
mim. A mão de Copper envolve meu quadril, me segurando de
forma possessiva.

“Ignore sua bunda taciturna,” Copper rosna, oferecendo a


Filter seu dedo médio. “Ele deveria ter ficado na porra do seu
quarto se ele ia ser um idiota.”

Afasto-me da janela para poder enfrentar Copper. “Estou


bem. Pegue um prato antes que Bizzy coma tudo.”

“Foda-se até o inferno, Stormy,” berra Bizzy, equilibrando


precariamente dois pratos em uma mão enquanto pesca um
pãozinho do cesto de pão.

“Vou fazer um prato para você,” Copper me diz antes de se


juntar à briga caótica de motoqueiros que correm pela cozinha.

Sorrio, mas desaparece quando o ar frio de novembro entra,


trazendo Koyn e Filter com ele. Filter caminha até mim, ficando
perto demais para o meu conforto, o cheiro de cigarros flutuando
ao meu redor.

“Eles podem ter perdoado você,” ele murmura, “mas eles


nunca vão esquecer a cadela que os traiu.”

“Filter...” Paro e olho furtivamente para ele. “Pelo que vale,


sinto muito."

Ele solta um bufo irônico. “Sua desculpa não significa nada.


Diga-me, Stormy, quanto tempo demorou antes de abrir as pernas
para o Copper? Qual é o seu jogo final agora? Mal posso esperar
para ver como tudo vai acabar. O pobre coitado do Copper vai
provar em primeira mão a sua traição.”

“Foda-se,” eu mordo, olhando para ele. "Você não sabe


nada.”

Filter abre a boca para dizer algo, mas Caydence começa a


chorar. Koyn corre como um super-herói sombrio e a resgata de
meus braços. Fico sozinha com o vilão.
“Você vai traí-lo porque é isso que você faz. Você trai a todos.
E eu serei o primeiro na fila a dizer que eu fodidamente avisei,”
zomba Filter. “Inferno, eu posso até vencê-lo na fila para finalmente
acabar com sua existência miserável.”

Bato em seu rosto. “Ameace-me de novo e vou cortar suas


bolas.”

Um braço forte me envolve e me puxa para um peito sólido e


familiar. “Você tem um problema com a minha Old, VP?”

A sala fica completamente silenciosa. Merda. Copper acaba


de anunciar para toda a maldita sala que sou dele. Não sua
prisioneira, mas é uma Old Lady.

“Eu sabia disso, porra,” Filter cospe, seus olhos brilhando


com desgosto. “De uma cama para outra.”

“Continue falando merda sobre ela e vou bater no seu rosto


bonito.” Copper rosna atrás de mim. “Esse é o último aviso que
você receberá.”

Koyn se aproxima e agarra o ombro de Filter. “Você conhece


as regras, cara. Seguimos um código por um motivo.”

O rosto de Filter pisca de fúria, mas ele dá a Koyn um aceno


cortante. Assim que ele se afasta, meus ombros relaxam.

“Para o registro,” Koyn resmunga, mantendo sua voz baixa.


“Vocês dois são fodidamente óbvios. Não sei quem você estava
tentando enganar.”

“Não estava tentando enganar ninguém,” Copper responde.


“Achei que você houvesse somado dois mais dois quando eu
remendei.”

Koyn suspira. “Eu coloquei dois e dois juntos quando salvou


a bunda da Agente Gale naquela noite.”

“Nós não tínhamos algo então,” disparo, rápida para


defender Copper. A última coisa que quero é Koyn pensando que
seu irmão o traiu também. “Isto simplesmente aconteceu.”
Koyn balança a cabeça e depois se inclina para beijar a
cabeça de seu bebê. “Vocês tinham algo. Nenhum de vocês viu, no
entanto.”

Ele se afasta, me deixando perplexa. Quando Copper me


puxa para seus braços, eu fico tensa, meus olhos automaticamente
procurando pelo brilho de raiva de Filter. Tudo o que vejo é uma
amorosa família de motoqueiros na qual, de alguma forma, me
envolvi de volta. Relaxo no abraço de Copper e coloco minha
calcinha de menina grande.

Somos um casal.

E não há nada que eles possam fazer a respeito.


DEZENOVE

Copper

O celular de Stormy vibra na mesa de cabeceira.


Provavelmente é uma de duas pessoas, já que poucos têm seu novo
número. Hadley ou sua irmã Calla. Desde o Dia de Ação de Graças,
alguns dias atrás, Hadley explode o celular de Stormy a ponto de
ficar irritante. Mas vendo como Stormy sorri todas as vezes, deixo
passar.

Ela não é mais uma prisioneira.

Ela pode ser minha, mas é livre para ter amigos e falar com
as pessoas.

“Você nunca se cansa de fotos de bebês?” Provoco, tirando o


cabelo de seu rosto. “Eu juro que aquela garota manda milhares
de mensagens por dia.”

Os olhos de Stormy se abrem e ela sorri. “É sua sobrinha.


Não aja como se não estivesse satisfeito cada vez que vê fotos
daquela menina.”

Sorrio para ela, sabendo que ela está certa. Caydence é


muito fofa. Faz-me sentir falta dos dias em que Blake era um bebê.
Se eu continuar entrando em Stormy, seremos nós os próximos. O
pensamento não é ruim. Posso estar velho e oficialmente a caminho
da aposentadoria, mas a ideia de deixar essa mulher gostosa pra
cacete grávida é uma ideia da qual não consigo me livrar.

Seu celular vibra novamente.

“Você vai responder ou prefere montar no meu pau, pequena


Stormy?”

Ela se senta, seu cabelo loiro é uma bagunça selvagem, e


monta em minha cintura. “Quem disse que eu não posso fazer as
duas coisas? Você pode ser o primeiro item da minha lista de
tarefas.” Porra, a aposentadoria é a melhor coisa.

Posso fazer sexo o dia todo com essa mulher.

Ela me provoca esfregando sua boceta escorregadia ao longo


do meu pau latejante. Gosto quando ela está por cima para que eu
possa assistir seus belos seios saltarem. Agarrando seus quadris
em meu aperto áspero, eu incito-a a sentar-se em meu pau e parar
de brincar comigo. Seu sorriso sexy me desfaz. Ela lambe os lábios
e depois envolve a mão em volta do meu pau, levantando-o e
alinhando-o com o seu corpo. Ambos gememos quando ela se
afunda no meu comprimento.

“Somos para sempre?” Ela pergunta, seus olhos azuis


brilhando de emoção.

Eu a rolo de costas, parando para tirar o cabelo do rosto.


“Sim, baby, nós somos.”

Sua garganta balança enquanto ela engole. O ligeiro tremor


de seu queixo quebra meu maldito coração. Não sei de onde vem
essa insegurança repentina, mas isso só me dá vontade de mostrar
a ela. Eu a beijo suavemente enquanto lentamente me empurro
dentro dela. Nós fodemos loucamente o tempo todo, mas agora, eu
só quero ouvir cada murmúrio e gemido. Para aproveitar cada
segundo com ela. Seus dedos arranham meu couro cabeludo
enquanto ela me olha fixamente.

Nossos olhos permanecem fixos, nenhum de nós fala. Tudo


o que pode ser ouvido é o som de nossa respiração ofegante e o
zumbido ocasional de seu celular. Rolo meus quadris de uma
forma que esfrega contra seu clitóris, amando a forma como seus
cílios vibram a cada vez. Seus gemidos me dizem que ela gosta e se
eu continuar, ela vai gozar em todo o meu pau. Continuo meus
esforços, satisfeito pra caralho quando ela grita meu nome, sua
boceta apertando em torno de mim como um torno.

“Você fica tão bonita quando goza,” murmuro, esmagando


meus lábios nos dela.

Nos beijamos de uma forma faminta e frenética enquanto os


meus quadris se movem mais rápido. Um dos meus braços desliza
por baixo dela, a vontade de puxá-la para mim forte está me
consumindo. Beijo-a profundamente, amando a sensação das suas
lindas mamas esmagadas contra mim.

“Foda-se,” engasgo, minhas bolas apertando.

Estou totalmente ciente de que devo sair, mas ela não está
pedindo a mim para fazer isso. Então, aproveito o momento e
empurro dentro dela enquanto meu esperma jorra espesso e
quente. Eu amo o som que ela faz. Uma vez que meu pau para de
latejar, eu não recuo. Em vez disso, enterro meu nariz novamente
em seu pescoço, inalando-a.

“Podemos ficar assim o dia todo?” Murmuro.

“Se você quer me engravidar,” ela retruca.

Finjo roncar, o que a faz rir.

“Você realmente é um homem das cavernas,” ela diz, batendo


na minha bunda. “Espero que você saiba o que está fazendo.”

Delicadamente, puxo para fora de seu corpo, maravilhado


com a forma como o esperma sai dela para a cama. “Não, estou
apenas improvisando.” Saio da cama e pego seu celular para ela.
“Ah Merda. Não é Hadley. Calla está explodindo seu celular.” Eu o
jogo ao lado dela antes de pegar uma toalha para nos limparmos.
“O que ela disse?”
“Oh meu Deus,” ela grita. “Ela está aqui.”

“Na minha casa?” Pergunto, passando a toalha entre suas


coxas.

“Eu dei a ela o seu endereço, caso ela quisesse vir visitar. Eu
só não esperava que ela viesse agora.”

“Eu não ouço Gretel e Hansel,” digo enquanto começo a


vestir as roupas. “Tem certeza de que ela está na casa certa?” Eu
os deixei sair antes de acordar Stormy e não ouvi nada deles desde
então.

“De acordo com a mensagem dela, ela está bem no final do


caminho. Os cachorros estão latindo para o carro dela. Ela está
com medo.”

“Vista-se,” instruo. “Vou andar de moto lá fora e fazer os


cachorros a deixarem em paz.”

Depois de escovar os dentes e calçar as botas, corro para fora


de casa para pegar a Harley. Tivemos um Dia de Ação de Graças
frio, mas hoje está frio pra caralho. Eu deveria ter pegado minha
jaqueta de couro na saída. Assim que a moto ronca na garagem,
saio ao longo da minha entrada de automóveis. Com certeza, no
final da estrada, meus cachorros estão enlouquecendo latindo o
inferno para o carro. Uma jovem que parece com Stormy espia pelo
para-brisa, os olhos arregalados de terror e o celular pressionado
contra o ouvido. Dou um aceno estranho antes de gritar para os
cachorros.

“Essa é Calla, pirralhos,” grito. “Voltem para casa se vocês


quiserem uma guloseima.”

Eles vão de cães de guarda ferozes a bebês mimados em três


segundos, voltando pela calçada em uma corrida para chegar à
casa. Quando voltamos, Stormy está embrulhada na minha
jaqueta de couro, parecendo gostosa pra caralho enquanto espera.
Os cachorros entram em casa enquanto Stormy desce até o carro
de sua irmã.
Calla sai — uma versão minúscula de sua irmã — e corre
para Stormy. Stormy a abraça com força, o amor brilhando em seu
rosto. Mas quando Calla se afasta, o rosto de Stormy cai.

Algo está errado.

Desligo a moto e corro até elas, a preocupação tomando


conta de mim como uma onda. “O que aconteceu?” Exijo.

Os olhos azuis de Stormy estão arregalados e horrorizados.


“Cove.”

Calla começa a chorar, enterrando o rosto nas mãos.

“O que aconteceu com ele?” Grito. “Ele está…” Morto?

“Desaparecido,” Stormy se engasga.

“Tenho certeza de que ele está apenas com uma garota ou


um amigo ou algo assim,” tento assegurar às mulheres.

Calla se vira para mim, lágrimas escorrendo pelo seu rosto.


“Ele não está.”

“Vamos,” rosno. “Está frio pra caralho aqui fora. Vamos


entrar e conversar sobre isso.”

Stormy passa o braço em volta da irmã e a guia para dentro


de casa. Sigo atrás delas e fecho a porta atrás de nós. Depois de
acender o fogo na lareira, encontro-as na cozinha onde Stormy está
preparando uma xícara de café para nós três. As lágrimas de Calla
secaram um pouco.

Ela parece tão jovem.

Quase uma estudante universitária.

Talvez seja porque ela é tão pequena. Isso me faz pensar se


Cove também é pequeno, já que são gêmeas. Calla é vários
centímetros mais baixa do que a irmã mais velha, não tem seios
expressivos e é magra como uma taquara. A única razão pela qual
você pode dizer que elas são irmãs é que elas têm os mesmos olhos
azuis grandes e cabelos loiros rebeldes.
“Por que você acha que ele está desaparecido?” Pergunto,
tentando manter a cabeça fria.

Stormy com certeza não está. Seus olhos estão brilhando de


preocupação. “Eu não acho,” Calla se encaixa. “Eu sei disso.”

A testa de Stormy franze. “Ele saiu sozinho ou...?”

“Ou.” Calla começa a soluçar novamente. “Brenda, eles o


levaram.” Stormy e eu ficamos tensos.

“Quem o levou?” Stormy exige. “Fale, Calla.”

“Eu disse a ele que era estúpido. Ele é muito baixo para ser
um modelo,” lamentou. “Ele não ouviu. Ele só queria que alguém
o visse.” Meu sangue gela e o rosto de Stormy empalidece.

“Quem?”

“Esses caras,” grita Calla. “Nós os conhecemos em uma festa


ontem à noite. Eles estavam recrutando para uma agência de
modelos. Eles disseram que os gêmeos são realmente populares e
que poderiam nos tornar estrelas. Eu fui embora, irritada com o
esquema deles, mas Cove caiu nessa. Ele saiu com eles.”

“Oh meu Deus,” Stormy engasga. “Copper.”

“Então o que aconteceu?” Eu insisto com a Calla. “Nos diga.”

Seus olhos lacrimejantes encontram os meus. “Bateram à


minha porta uma das outras garotas essa manhã e disseram que
havia um cara à minha procura e que estava à minha espera na
recepção do nosso prédio. Eles não o deixaram subir porque não é
permitido rapazes no dormitório. Era o mesmo cara da noite
anterior. Ele me deu um mau pressentimento. Liguei para Cove e
ele não respondeu. Eu soube. Eles o levaram e voltaram para me
levar. O mais rápido que pude, fiz as malas e saí pelos fundos. Vim
direto para cá. Vocês têm que acreditar em mim!”

“Como ele era?” Tanto Stormy quanto eu perguntamos ao


mesmo tempo.
“Um cara mexicano. Eu não sei. Terno chique. Muitas joias.
Definitivamente bajulador. Eu sabia que algo estava errado com
ele.” Ela soluça. “Oh Deus, eu deveria ter forçado Cove a ir embora
comigo!”

“Shh,” Stormy diz, puxando-a para seu peito e abraçando-a.


“Não é sua culpa. Nós vamos encontrá-lo.”

Porra.

Algo sobre isso parece muito pessoal. Muito calculado. De


todos os alunos da faculdade, eles escolheram os malditos irmãos
de Stormy. Eu preciso falar com meu irmão.

Peço licença e ligo para Dan primeiro porque isso é muito


grande para um bando de motoqueiros que não conseguiram fazer
merda nenhuma até agora.

“A aposentadoria já te aborreceu?” ele pergunta em


saudação, diversão em sua voz.

“Collins e Vidal. Você encontrou alguma coisa deles?” Exijo,


indo direto para o meu escritório para ligar o meu computador.

“O que? Uh, não, cara. Ainda não. O que está errado?”

“Isso é complicado de explicar...” Suspiro pesadamente.

“Tente,” Dan insiste.

“Então sabe esses relatórios de pessoas desaparecidas?” Ele


resmunga um sim, então eu continuo. “Um dos caras que eu
conheço não estava na lista, mas depois de pesquisar um pouco,
descobri que ele também desapareceu naquela época. Acredito que
ele conhece Vidal e Collins.”

“Traga-o para que possamos interrogá-lo,” diz Dan como se


eu já não pensasse nessa porra de ideia.

“Ele não é exatamente do tipo falante.” Depois que Dragon


saiu da Igreja algumas semanas atrás, quando eu tinha certeza de
que ele conhecia Collins e Vidal, e depois que eu me remendei,
disse a Koyn que precisávamos arrancar as informações de
Dragon. Sem mais besteira. Pela primeira vez, meu irmão ouviu. O
problema era que Dragon virou a merda e disse a Koyn se houvesse
algo pertinente que ele precisasse saber, ele diria, mas ele não
discutiria como ele os conhecia. Foi estranho pra caralho. Mas,
estando na minha posição por tanto tempo, eu reconheci o que era.
Medo. “Não podemos interrogá-lo,” digo. “Mas esse não é o ponto
desta conversa. O que quero dizer é que os tentáculos daqueles
bastardos são de longo alcance. E é uma teia que conecta muito
para o meu gosto.”

“O que você quer dizer?”

“O que sabe sobre Brenda Gale?”

Ele tecla em seu computador por um segundo. “Hmmm.


Parece ser uma agente do Alabama que entrou em licença
administrativa e, em seguida, foi desonesta. Você acha que eles a
pegaram também?”

“Eu acho que eles tentaram,” digo lentamente. “Ela


conseguiu evitá-los no ano passado, antes de se esconder.”

“Essa é a mesma agente que lhe deu informações há um


tempo?”

Um suspiro pesado. “Sim.”

“Porra, Jeremy. Em que você se envolveu?”

“Algo confuso e de alguma forma vinculado a este caso. A


razão pela qual a Agente Gale foi colocada em licença
administrativa é porque ela estava procurando por sua amiga
desaparecida que estava em contato com esses caras. Veio de
Montgomery, Alabama, até Tulsa, farejando essa pista.” Eu paro,
me perguntando o quanto eu deveria dizer a ele. Dan é meu chefe,
mas também é meu amigo há anos. Porra. “Eu…”

“Sou um Real Bastard?”

Quase engasgo com a língua. “O-o quê?”


“Dê-me algum crédito, cara. Não estou onde estou por ser
estúpido. Desde aquela ligação anônima, tenho procurado para ver
o que diabos está acontecendo. Entre o seu afastamento e aquela
ligação, eu precisava ver no que você estava envolvido,” ele
resmunga. “Uma maldita gangue de motoqueiros. A maioria dos
caras começa a jogar golfe na aposentadoria.”

“Você sabe que eu não posso lidar com essa merda,” rosno.
“Passei muito tempo procurando os monstros que mataram a
família do meu irmão. Deixa você cansado depois de um tempo. O
golfe não é para mim. A estrada aberta é.” Paro e suspiro. “Estou
sujo.”

“Inferno, Jeremy, a maioria dos caras bons está. Aqueles que


se cansam de deixar os filhos da puta ruins ganharem o tempo
todo. Alguns de nós apenas gostariam de ter a coragem de fazer o
que é necessário. Você acha que eu consegui esse emprego porque
queria passar por cima da burocracia e ver os criminosos
continuarem com suas besteiras sem recurso? A resposta é: eu
queria pegar os bandidos. Assim como você.”

Alívio me inunda. Eu me preocupei em contar a Dan, mas


estou tranquilo com suas palavras. Ele é um bom amigo.

“Acho que eles estão caçando a criança desaparecida que


não fala,” explico com um bufo. “É por isso que eles estavam
olhando para mim e meu irmão, porque ele é um de nós.”

“Faça esse garoto falar,” Dan ordena. “Se ele puder nos dizer
onde eles estão, podemos derrubar toda a operação deles.”

“Estou te dizendo, cara, se ele tivesse algo para contar, ele


faria. É uma perda de tempo. Confie em mim. Mas ouça. Eles
levaram o irmão do Agente Gale na noite passada. Também
tentaram pegar a irmã dela.”

“Porra. Você tem certeza de que foram eles?”

“Ela descreveu Urbano Vidal como o agenciador. É ele.”


“Então, precisamos usá-la,” Dan diz rapidamente. “Eu posso
enviar uma equipe até ela. Ela está no Alabama?”

“Não. Seus irmãos estavam na faculdade. Calla e Cove Gale.


Universidade de Arkansas. Ela dirigiu até minha casa esta manhã.”

“Sua casa?” Ele suspira. “Agente Gale está se escondendo


em sua casa?”

Uma batida de silêncio. “Sim. Não me foda, cara.”

“Foda-se, Jeremy. Eu sou seu amigo, seu idiota.”

“Certo. Desculpe,” eu disparo. “Eu tenho Calla e Brenda


aqui. Precisamos de uma equipe enviada à Universidade de
Arkansas para interrogar os outros alunos de lá. Veja se não
conseguimos uma marca dos veículos ou se alguém sabe de
alguma coisa.”

“Você acha que eles seguiram a garota até aqui? Quer que
eu mande alguns homens para a sua casa?” ele pergunta.
“Segurança extra?”

Por mais que eu não queira minha casa cheia de federais,


sinto que provavelmente é inteligente. “Envie alguns caras, sim.
Não diga a eles o que está acontecendo, no entanto. Estou me
arriscando contando a você.”

“E eu estou me arriscando ajudando você. Dê a um cara


algum crédito.”

“Isso aí, cara.”

“Não me agradeça até que derrubemos esses bastardos.”

Assim que desligo, ligo para meu irmão. Depois de informá-


lo sobre o desenvolvimento mais recente, até mesmo a parte em
que liguei para Dan, encerro a ligação e vou procurar minha garota.
Ela está enrolada no sofá ao lado da irmã, tentando consolar a
pobre garota. Os dois cães estão tensos e sentados aos pés dela,
sentindo claramente a preocupação no ar.
“Koyn me quer lá para que possamos colocar nossas cabeças
juntas para encontrar Cove,” digo para Stormy. “Eu levaria você,
mas eles já sabem onde Koyn mora. Provavelmente não é a melhor
ideia. Minha casa está segura e fora do caminho mais conhecido.
Alguns caras virão para vigiar a casa. Assim que eles estiverem
aqui, eu irei. Se por algum motivo maluco você precisar se
esconder, o armário do abrigo contra tempestades é o lugar mais
seguro porque é revestido de aço.”

“Eu quero uma arma.” Essa é minha garota.

Saio do quarto e volto com uma Glock. Uma peça que esta
mulher está mais do que familiarizada com o uso. Depois de me
certificar de que está carregada e pronta, dou um beijo em seus
lábios.

“Nós vamos encontrá-lo, baby,” asseguro a ela.

“Nós temos que encontrá-lo, Copper. Eles são a única família


que me resta.”
VINTE

Stormy

Uma vez que Copper sai, uma sensação de pavor toma conta
de mim. Por um breve momento, sou uma mulher apavorada, me
escondendo dos homens maus. É preciso respirar para me acalmar
e então lembro quem eu sou.

Ex-agente do FBI Gale.

Pegar os bandidos e encontrar pessoas é meu trabalho. Eu


posso proteger minha irmã. Olhando para baixo, admiro seus
traços suaves e delicados. Tão inocente, assim como Cove. Eles
sempre foram bebês para mim. Provavelmente sempre serão.
Escorrego do sofá, com cuidado para não acordar Calla. Ela está
exausta de dirigir por duas horas esta manhã e depois chorar de
preocupação.

“Fique de olho nela,” digo a Gretel.

Gretel é inteligente porque não abandona o cargo. Hansel,


meu filho superprotetor, me segue pela casa até o quarto de Copper
e meu. Rapidamente coloco minha roupa confortável, jeans, um
moletom com capuz e minhas botas de motoqueiro.

É a hora errada para pensar sobre esta manhã e a maneira


como Copper e eu fizemos amor, mas não consigo tirar isso da
minha cabeça. Não há outra maneira de descrever. Nossos corpos
estavam se amando e fazendo promessas. Do tipo ‘para sempre’.

Isso me dá alívio porque tenho certeza de que minha


menstruação tardia nunca chegará. Desde que minha vida foi
consumida por Copper, eu não tenho exatamente controle do
calendário, mas estou pelo menos uma ou duas semanas atrasada.
Tenho vivido em negação.

Eu não queria fazer um grande alarde na frente de Copper,


especialmente se eu estivesse errada, então peguei um teste de
gravidez do banheiro de Hadley quando visitamos no Dia de Ação
de Graças na semana passada. Eu fui covarde demais para fazer
xixi nele, mas depois desta manhã, uma sensação de paz tomou
conta de mim. Copper não vai me deixar e eu com certeza não vou
deixá-lo. Se estamos grávidos, é hora de enfrentar a música.

Coloco a arma no balcão e procuro embaixo do armário até


encontrar o teste que escondi. As instruções são fáceis. Faça xixi e
espere. Com um suspiro áspero, abro o teste e puxo minhas calças
para baixo. Enquanto faço xixi, noto que estou um pouco enjoada
e meus seios doem ultimamente. Não me atrevi a pesquisar no
Google os sintomas da gravidez, caso Koyn observasse meu
histórico de pesquisas ou algo assim. A última coisa que preciso é
que ele diga a Copper antes que eu tenha a chance. Depois de fazer
xixi no palito, coloco em um lenço de papel no balcão e depois lavo
as mãos.

Hansel cutuca minha coxa, desesperado por atenção.


Acaricio seu pelo macio e o elogio por ser um menino tão bonito.
Alguns minutos passam rapidamente e eu tenho que me preparar
psicologicamente para ver o resultado.

“Nem sei o que quero,” digo ao meu cachorro. “É um


momento terrível se eu estiver. Meu irmão está desaparecido e
estamos tentando pegar esses idiotas. Eu seria uma péssima mãe
colocando um bebê em toda essa bagunça.”
Ele late para mim como se me dissesse para parar de ser
uma vadia e acabar com isso. Mostro a língua para ele antes de
olhar para o teste.

Oh meu Deus!

Imediatamente começo a chorar, tomada de alegria por algo


que nem sabia que queria tanto. Estou grávida. Grávida do bebê
de Jeremy Koynakov. Puta merda.

“Você vai ser um irmão mais velho,” eu engasgo, enxugando


minhas lágrimas. “Eu não posso acreditar nisso.”

Um grito de gelar o sangue me faz pegar minha arma do


balcão.

Hansel rosna, correndo em direção ao som dos gritos de


minha irmã.

Eles estão aqui.

Tem que ser Vidal e Collins.

Meu coração está martelando dentro do meu peito enquanto


corro para fora do quarto e caminho para a sala de estar. Espero
ver esses idiotas. Não ele. Fodido Dragon. Elevando-se sobre o sofá
ao lado de minha irmã, distraidamente brincando com sua faca.

“O que você está fazendo aqui?” Estalo.

Os olhos verdes de Dragon brilham com violência. “Eu ouvi


Koyn falando com Copper e vim direto.”

“Como você passou pelos caras lá fora?” Exijo. “Eles estão


nos observando.”

“Fazendo um trabalho fantástico de destruir aqueles donuts


e navegar na Internet em seus celulares também,” diz Dragon. “Foi
bom que Katana e eu viemos quando o fizemos.”

“Por que você está aqui?”


Ele inclina a cabeça para o lado, me olhando daquele jeito
maluco dele. “Eu preciso de respostas. Estamos na mesma
missão.”

“Koyn sabe que você está aqui?”

Dragon dá um tapinha na cabeça da minha irmã, fazendo-a


estremecer de medo. “Ele estava ocupado. Eu contarei a ele mais
tarde.”

“Preciso ligar para Copper,” declaro, percebendo que deixei


meu celular na cama quando me troquei. “Para dizer a ele que você
está aqui.”

Dragon ri, sombrio e demoníaco. “Por que você está com


medo de mim, Stormy? Os cães não estão. Eles me amam.”

Amor é um exagero.

Eles o conhecem, mas não estão exatamente felizes com a


vibração que ele está emitindo. Hansel está tenso aos meus pés e
ao meu lado Gretel está de olho em Dragon, pronta para atacar se
necessário.

“Você pode abaixar sua arma agora,” Dragon insiste. “Não


estou aqui para te machucar.”

Sim, certo, porra.

Não confio nesse idiota.

“Por que você está aqui?” Pergunto novamente. “É para falar


sobre Vidal e Collins?”

A escuridão fecha em seu olhar e sua mandíbula aperta.


“Não quero falar sobre eles em si. Eu só quero encontrá-los.”

“Por quê?”

“Então eu posso arrancar a pele de seus corpos e fazê-los


comer, porra,” ele rebate, ganhando um gemido de minha irmã e
um rosnado de ambos os cães.
“Tudo bem,” murmuro, sem abaixar a minha arma, embora
meu braço esteja começando a doer. “Acho que queremos mais ou
menos a mesma coisa.” Ignoro o olhar horrorizado que minha irmã
me dá. “Eles levaram nosso irmão. Queremos encontrá-los para
que possamos recuperá-lo.”

Seu corpo fica rígido e ele estremece. Medo. O medo terrível


e intenso faz com que o homem mais destemido que conheço trema
como um garotinho. Lembro-me das fotos dele aos dezesseis anos.
Não há como dizer o que eles fizeram esse homem passar para
transformá-lo daquele menino em um Dragon psicótico. “Eles vão
machucar Cove?” Sussurro.

Olhos verdes se fixam nos meus. “Eles vão matá-lo.”

Lágrimas inundam meus olhos, mas rapidamente as afasto


para limpar minha visão. “Como? Você os viu matando outras
pessoas?”

Ele cutuca o polegar com a faca, tirando uma gota de sangue.


“Eles mataram Chase.”

Calla começa a chorar. Não posso tirar meus olhos de


Dragon. Ele está perdendo a porra da cabeça agora e eu não confio
nele com sua faca tão perto da cabeça da minha irmã.

“Chase era apenas uma criança,” digo lentamente. “Como


eles o mataram?”

Seu rosto fica branco. “Mais e mais e mais e mais e mais e


mais.” Ele continua a se repetir, suas palavras finalmente
sumindo.

Bile sobe pela minha garganta. “Você acha que eles farão a
mesma coisa com Cove?”

“Eles fazem isso com todo mundo,” Dragon sibila. “É por isso
que precisamos encontrá-los e matá-los primeiro.”

Ok, então nós estamos na mesma página, mesmo que seja


realmente uma porra aterrorizante.
“Não podemos fazer isso sozinhos,” murmuro, abaixando
minha arma. “Precisamos dos Royal Bastards. Koyn pode ajudar.”

Suas sobrancelhas se franzem e ele balança a cabeça.


“Talvez Koyn deixe Cove ser o Batman.”

Os olhos azuis de Calla estão arregalados com uma mistura


de confusão e medo. Eu sei que ele parece maluco agora, mas eu
entendo o que ele quer dizer. Quando Koyn encontrou Dragon e
perguntou seu nome, ele tentou fazer com que ele o chamasse de
Batman. Koyn essencialmente nomeou Dragon. Dragon,
aparentemente, acredita que Koyn irá resgatar Cove também.

“Cove é mais um Robin se estamos sendo honestos,” digo


com um sorriso forçado. “Por que você não chama Katana e eu ligo
para Koyn?”

Ele acena com a cabeça, desaparecendo pela porta dos


fundos e deixando-a aberta. Corro para Cala e puxo-a para os pés.

“Ele está bem,” asseguro a ela. “Precisamos ligar para Koyn


e Copper, no entanto.”

“Quem são essas pessoas?” ela sibila enquanto eu a arrasto


pela sala de estar comigo. “Assassinos?”

“Eles são uma gangue de motoqueiros. Uma realmente


fodida.”

“Mas você é uma Federal,” diz Calla, parando e olhando para


mim. “Certo?”

Mordo meu lábio inferior antes de balançar a cabeça para


ela. “É uma longa história e agora não é a hora.”

Bang! Bang! Bang!

Os cães começam a latir e disparam pela porta dos fundos


em direção ao som de tiros que parecem continuar. É muito
arriscado ir para o quarto pegar meu celular, então puxo o braço
de Calla, apressando-a para o armário do abrigo contra
tempestades. Antes de chegarmos lá, Dragon uiva — um som de
terror e agonia envolto em um som terrível antes de ele me chamar.

“Corra, Stormy!”

Um dos cães solta um latido terrível que faz meu coração se


partir em dois. Só consigo pensar em colocar minha irmã em
segurança. É tudo em que posso me concentrar.

“Rápido,” grito. “Entre.”

Abro a porta e a empurro para dentro do armário. Sigo atrás


dela, puxando a porta pesada de volta no lugar. Estou apenas
girando a fechadura quando ela é aberta, me enviando para os
braços de um homem todo vestido de preto com uma máscara preta
no rosto. Ele arranca a Glock da minha mão, mas não antes de eu
dar um tiro que erra e acerta parede atrás dele. Outro homem
aparece, correndo para dentro do armário atrás da minha irmã.

“Não!” Grito, chutando e tentando me libertar.

O homem me arrasta pela casa e sai pela porta da frente. O


vento frio de novembro nos assalta, quase o derrubando. Passamos
por um veículo onde os homens deveriam estar nos observando.
Dois corpos tombados com buracos de bala nas cabeças.

Oh Deus.

Uma van chega até nós e mais dois caras correm em nossa
direção. Eles trabalham juntos para amarrar meus pulsos e
tornozelos, finalmente colocando fita adesiva na minha boca. Eu
me sinto impotente quando eles me jogam na parte de trás da van.
Momentos depois, minha irmã cai ao meu lado. Seus olhos estão
fechados. Não sei se a machucaram ou se ela desmaiou de medo.
De qualquer forma, sinto-me um fracasso por não ser capaz de
protegê-la. Meu soluço dificulta a respiração, então faço o possível
para me acalmar. Segundos depois, outro corpo é jogado e as
portas se fecham. Eu me contorço para enfrentar um Dragon
atordoado. O sangue escorre de um ferimento em sua testa.
“Temos os três,” diz uma voz do banco da frente. “À
caminho.”

Assim que Dragon entende o que está ao seu redor, seus


olhos ficam vidrados e ele choraminga. O psicopata Dragon
choraminga. Isso é muito ruim.

Tento o meu melhor para acalmá-lo, mantendo meus olhos


fixos nos dele. Supere isso. Não entre em pânico. Tudo vai ficar bem.
Fique calmo. Olhos em mim.

Com uma respiração estremecida, Dragon fecha os olhos


com força. No momento em que vejo uma lágrima vazar do canto
de um de seus olhos e rolar pela ponte de seu nariz, sou eu quem
choraminga desta vez.

Estamos tão fodidos.

Tão. Fodidos.
VINTE E UM

Copper

“Malditas empresas” digo a Dan pelo telefone enquanto Koyn


digita em seu computador. “Eu comecei a pensar sobre isso no
caminho para cá. Stormy disse—”

“Quem?” Dan interrompe.

“Agente Gale. Seu apelido é Stormy,” resmungo antes de


continuar. “Ela mencionou antes que o prédio era genérico. O nome
da empresa era genérico. Ele estava fazendo negócios bem debaixo
de nossos narizes aqui em Tulsa. O Watcher's Group era
obviamente uma empresa de fachada. Se eu soubesse em que
merda de cidade eles estão operando agora, poderíamos começar
por aí e compilar uma lista de todos os negócios, retirando aqueles
que parecem empresas de fachada.”

“Sabemos que eles operaram pelo menos em Houston, Tulsa


e Memphis. Talvez até Fayetteville presumindo que eles não
estavam lá apenas com o propósito de agarrar os gêmeos Gale.”

Dan continua a fazer seu raciocínio, mas minha atenção


agora está em Koyn, que está ao telefone. Seu rosto empalidece
antes de uma expressão assassina cruzar suas feições.

“Merda, Dan, eu tenho que desligar,” deixo escapar antes de


encerrar a ligação e rosnar para meu irmão. “O que foi?”
“Estamos a caminho,” Koyn late enquanto se levanta. Então,
para mim, ele diz, “Eles os levaram.”

“Quem pegou quem?” Meu sangue gela.

Por um breve momento, Koyn parece perturbado.


Completamente sem saber o que fazer. Ele é um homem que lidera
sem questionar, então isso me deixa com o coração na boca porque
sei que não vou gostar do que ele tem a dizer.

“Vidal e Collins.” Ele esfrega a mão trêmula no rosto. “Eles


estão com as meninas e com Dragon.”

Estou fora da minha cadeira no próximo segundo, uma


corrida total para fora do escritório de Koyn.

Ele anda atrás de mim, mas não tenho tempo para esperar.

Eles têm Stormy.

Porra.

Mal chego à minha caminhonete quando Koyn me para com


um assobio alto.

“Aguenta aí. Filter e Payne correram para pegar algumas


armas. Vamos carregá-las na caminhonete e iremos para lá.”

Dou a ele um aceno curto e subo na caminhonete, ligando-


a. Koyn desaparece e alguns minutos depois, os três correm em
minha direção, carregados com armas. Assim que eles estão
dentro, eu saio como um morcego do inferno.

“Os outros caras vão ficar aqui com Hadley e Caydence,”


Koyn resmunga. “Não sabemos se aqueles filhos da puta virão aqui
a seguir, mas eu os tenho mantendo guarda. Bermuda e Nees estão
bem atrás de nós.”

Bato meu punho no volante, soltando uma série de


palavrões. “Isso é tudo minha culpa. Eu não deveria ter deixado
elas.”
Payne agarra meu ombro por trás de mim. “Você pensou que
elas estavam seguras. Não coloque essa culpa em si mesmo.”

“O que diabos Dragon estava fazendo lá, afinal?” Filter


pergunta do banco de trás.

“Você sabe como ele é,” resmunga Koyn. “Um maldito


vigilante. Como o Batman. Mas o idiota esqueceu que Batman
sempre leva uma surra. Ele deveria ter escolhido Thor ou a porra
do Super Homem.”

Sua piada seria engraçada em circunstâncias normais, mas


agora, estou a segundos de perder a cabeça. Se eles machucarem
Stormy, vou perder a cabeça.

“Por que eles não levaram Katana também?” Payne pergunta.

Koyn respira fundo. “Ele está ferido.”

“Ferido?” Ladro, cortando meus olhos para ele. “Como?”

“Eu não sei. Ele estava ofegante. Parecia muito ruim.” Koyn
aperta a ponte do nariz e suspira. “Eu acho que eles o deixaram
para morrer.”

A caminhonete fica em silêncio depois disso. Dirijo à noventa


e cinco km/h pela via expressa, esperando como a merda não ser
visto por um policial. Uma viagem que normalmente leva mais
tempo é cortada quase pela metade. Quando chego à curva na
minha estrada, o medo me consome.

Não vou para casa ver minha garota cozinhando.

Stormy não está lá.

Eles fodidamente a levaram.

Assim que paro na frente da casa e meus cães não me


encontram latindo, sinto uma contorção doentia no estômago,
especialmente considerando que a porta está totalmente aberta.

Saio da caminhonete, respirando fundo, tentando me


equilibrar para o que vou encontrar.
“Vocês dois procurem por Katana,” Koyn instrui Filter e
Payne. “Copper e eu precisamos verificar esses dois caras.”

Estou rígido enquanto caminho até o veículo dos dois caras


que Dan enviou. Eles foram baleados. Na porra das cabeças. Jesus.
Bile sobe na minha garganta e engulo a vontade de vomitar. Esses
filhos da puta vis têm minha garota.

“Eles...” Engasgo com minhas palavras. “Se eles mataram


meus cachorros...”

Koyn me dá um aceno de cabeça, seu rosto cheio de pena.


“Deixe-me olhar primeiro. Fique aqui e ligue para Dan.”

Minhas mãos tremem enquanto faço a ligação para Dan.


Quanto mais olhos e mãos tivermos sobre isso, melhor,
especialmente agora que Stormy foi levada. Mal termino a ligação
quando Koyn faz um gesto para eu entrar na casa.

Eu o sigo, observando os sinais de luta. A porta do armário


contra tempestades aberta. O Glock que dei a Stormy no chão.
Uma bala na parede. Ela tentou. Minha porra de garota tentou.
Koyn sai de volta. Os dois cães estão sentados ao lado de Katana,
que está encostado em uma árvore. Filter está agachado na frente
dele.

Hansel choraminga ao me ver. Gretel não levanta a cabeça


do colo de Katana. Assim que me aproximo, meu estômago se revira
violentamente. Todos os três estão feridos.

“Ei, garoto,” resmungo enquanto me ajoelho para verificar se


Hansel está ferido. O lado de seu pescoço está molhado de sangue
onde uma bala o atingiu de raspão. Ele choraminga quando eu
toco. Não é profundo, mas vai precisar de pontos. “Como está nossa
garota, Gretel?”

Gretel funga, mas não se move. É então que vejo a mão de


Katana segurando sua lateral, coberta de sangue. Katana está
sangrando por vários orifícios em seu abdômen.

“Foda-se,” assobio.
Payne chega com meu kit de primeiros socorros e o abre. Ele
e Filter começam a ajudar Katana, que não tira a mão do meu
cachorro. Finalmente entro em ação, pegando um pouco de gaze.

“Obrigado, amigo,” digo a Katana. “Eu a tenho agora.”

Assim que eu puxo sua mão do lado dela, o sangue escorre.


Rapidamente, cubro a ferida. Vou precisar levar os dois cães ao
veterinário imediatamente.

“Pai!” Blake grita. Ele derrapa até parar ao meu lado. “Eles
atiraram em nossos cachorros?! Esses filhos da puta!”

Não paro para me deleitar com o fato de meu filho me chamar


de pai. Faz muito tempo que não o ouço me chamar de outra coisa,
além de Copper.

“Temos que levá-los ao Dr. Sanchez.” Pego Gretel, meu


coração se parte quando ela geme. “Está tudo bem, garota. Nós
vamos consertar você.”

Carrego Gretel para a caminhonete do Bermuda. Seu rosto


está branco e ele parece estar a segundos de vomitar. Eu sei o
quanto ele se preocupa com Stormy, então eu sei que ele está
ferrado com isso como eu.

“Nós vamos encontrá-los,” asseguro a ele. “Nós vamos,


porra.”

Bermuda relaxa um pouco. “Certo.”

Blake anda à minha frente com Hansel em seus braços.


“Vamos colocá-los na cabine. Posso sentar-me com eles enquanto
você dirige,” diz ele à Bermuda. “Pai, você precisa ficar aqui e
encontrar esses filhos da puta. Cuidaremos dos cachorros.”

Por mais que eu queira ir e ter certeza de que eles estão bem,
eu sei que ele está certo.

“Obrigada, filho,” resmungo enquanto passo Gretel para ele


assim que ele está dentro da caminhonete. “Mantenha-me
informado.”
Dou um aceno para Bermuda e volto para dentro de casa.
Vozes podem ser ouvidas no quarto de hóspedes. Sigo o som para
encontrar Filter e Payne carregando Katana.

“Antes de sairmos, liguei para o Animal. Eles têm uma


médica lá com eles. Ele é discreto. Só precisamos mantê-lo estável
até ele chegar aqui,” Koyn me diz. “Pegue algumas toalhas e tudo
o que você puder encontrar para ajudar a estancar o sangramento.”

Correndo para fora da sala, vou para o meu quarto. As


roupas de Stormy que ela usava antes estão espalhadas pelo chão
e seu celular está na cama. Bile agita meu intestino. Eles a
despiram? Eles a estupraram? Eles bateram nela?

De repente, entendo a raiva cega que Koyn sempre sentiu


depois do que aconteceu com sua esposa e filha onze anos atrás.
Só de pensar em algo assim acontecendo com Stormy me dá
vontade de incendiar a porra do mundo inteiro.

Tirando meu olhar de suas roupas, me forço a ir ao banheiro


para pegar a merda de que Koyn precisa. Estou curvado, pegando
toalhas, quando algo me chama a atenção.

Um teste de gravidez.

Não.

A dor corta meu peito como uma faca cega, cortando meu
coração uma só vez. Eu me levanto e me forço a olhar o resultado.

Grávida.

Minha garota está grávida, porra.

E eles a levaram.

Solto um rosnado furioso, batendo meu punho no espelho.


Ele se quebra em um milhão de pedaços. Dor atravessa meus
dedos. O sangue escorre pelos meus dedos, respingando em toda
a bancada.
“O que é isso?” Koyn exige, entrando no banheiro. “Muito
bem, cara. Você fodeu sua mão.”

Flexiono meus dedos e fecho o punho. Meus dedos ficarão


bem. Meu coração... nem tanto. Cerrando os olhos, solto um
suspiro irregular. Uma dor se forma dentro do meu peito e não vai
diminuir.

“Foda-se,” Koyn sibila ao ver o teste de gravidez. “Você


engravidou Stormy?”

A emoção queima minha garganta e eu aceno, finalmente


encontrando seu olhar. “Temos que encontrá-los.”

“Nós vamos,” ele me garante. “Porra.” Ele respira fundo.


“Limpe sua mão e entre lá. Vamos juntar ideias e ficaremos de olho
em Katana.”

Depois que ele sai com as toalhas e suprimentos para


Katana, passo minha mão embaixo da pia para enxaguar o sangue.
Apenas algumas horas atrás, fiz amor com Stormy. Não apenas
transei com ela. Nossos corpos fizeram malditas promessas que
Vidal e Collins estão tentando quebrar.

Imagens de um bebê de cabelos loiros e olhos azuis se


contorcendo em meus braços são quase insuportáveis. Stormy
pode ter cometido muitos erros em sua vida, mas ela conseguiu
superar sua merda junto comigo. Tudo o que ela quer é ser amada
e feliz. Eu posso dar isso a ela. Eu estava dando isso a ela até que
esses filhos da puta invadiram nossa vida e a arruinaram. Então
me ajude, se eles machucarem ela ou meu bebê, vou perder a porra
da minha cabeça.

Vasculho o armário até encontrar mais gaze. Depois de


envolver meus dedos, saio do banheiro. O celular de Stormy ainda
está na cama. Eu pego e coloco na última foto que ela tirou. É uma
selfie nossa da noite anterior. O amor brilha em seus olhos e seus
lábios carnudos se curvam em um sorriso provocador. Eu nem me
lembro do que ela estava me falando merda, mas ela estava se
divertindo.
Porra, eu sinto falta dela.

Meu celular vibra no bolso. Enfio o dela no bolso e pego o


meu, esperando que seja Dan com informações sobre o paradeiro
deles. Em vez disso, vejo que é Blake.

Blake: Mamãe me encontrou aqui. O Dr. Sanchez acabou


de levar os dois. Ele disse que Gretel vai precisar de cirurgia,
mas ela está estável.

Pelo menos há boas notícias.

Eu: Me avise assim que estiverem bem. Krista pode ficar


com eles para nós. Vamos precisar de todas as mãos no deck,
então assim que vocês puderem, voltem para cá.

Blake: OK. Vejo você em breve.

Dou a ele um emoji com o polegar para cima, que retorna


com algumas caras de raiva que não entendo. Com um suspiro,
coloco meu celular no bolso e volto para o quarto de hóspedes.
Katana parece melhor do que estava, agora que fizeram um bom
trabalho em estancar o sangramento.

“O que você pode nos contar?” Ladro, ignorando o brilho de


Koyn. “Qualquer coisa. Quem eram esses caras? O que diabos
vocês dois estavam fazendo aqui, afinal?”

Katana geme, seus olhos se fechando. “Dragon queria fazer


algumas perguntas à irmã de Stormy sobre Vidal e Collins.” Ele
chia. “Ele queria caçá-los e matá-los.”

“Então você apareceu e depois o quê?” Exijo.

“Estacionamos em uma trilha perto daqui e caminhamos até


a parte de trás de sua propriedade, pois sabíamos que havia caras
vigiando o lugar.” Ele faz uma pausa, recuperando o fôlego. “Fiquei
vigiando enquanto ele entrava para falar com as mulheres.”

A sorte de Dragon é que Stormy não atirou em sua bunda.

“E...” insisto. “Vamos. Qualquer coisa será útil para nós.”


“Eu ouvi os tiros primeiro,” Katana sibila. “Fui para a casa
para avisar Dragon, mas então eu fui baleado por um cara grandão.
Estou falando quase dois metros de altura. Ele usava uma máscara
preta para cobrir o rosto, mas...”

Koyn se senta na cama ao lado dele. “Mas o que?”

“Mesmo que eu não pudesse vê-lo, eu sabia que era ele.”

“Quem?” Rosno.

“Night Giant10.”

“Night Giant?” Koyn e eu perguntamos ao mesmo tempo.

Katana faz uma careta. “Ele é quem...” Uma expressão de


dor o invade. “Aquele que realmente machucou Dragon.”

“Conte-me mais sobre o Night Giant,” eu ordeno, já enviando


esta informação para Dan enquanto espero que ele continue.

“Ele é um fodido sádico. Quando Dragon o viu...” Ele


estremece. “O cara disse algo a ele que o tinha... Jesus!”

“Ele tinha o quê?” Insisto.

“Ele se ajoelhou para ele, Copper. Porra, ajoelhou-se para


ele. E então o filho da puta bateu nele como se fosse seu direito
dado por Deus.”

Minha mente passa por todas as merdas doentias que eu vi


em meus anos como Federal. Tenho uma imagem muito boa de que
tipo de merda fodida esse Night Giant fez Dragon passar — o que
ele em breve fará minha garota passar.

“Então Night Giant não é Collins ou Vidal?” Koyn pergunta.


“Quem diabos é ele? É por isso que Dragon não sabia de quem
estávamos falando no início?”

Katana acena com a cabeça. “Night Giant é um dos seus


comparsas que manda na merda. Onde Collins e Vidal recrutam,

10
Gigante Noturno.
Night Giant faz... o resto.” Seus olhos quase pretos me prendem.
“Nós temos que pegá-los. Se Night Giant fizer o que ele fez...” Seu
olhar desliza para Koyn. “Ele não vai sobreviver desta vez. Não aqui
em cima.” Ele bate na lateral da cabeça. “Eu mal consegui erguer
Dragon depois da primeira vez.”

Dan responde que está executando uma lista de homens com


quase dois metros de altura que podem estar no sistema, bem
como o nome Night Giant. É um começo.

“Descanse um pouco,” digo a Katana. “Nós vamos encontrar


esses filhos da puta e destruí-los para podermos recuperar o nosso
pessoal.”

Só espero que não estejam muito quebrados quando o


fizermos.
VINTE E DOIS

Stormy

Somos arrastados por um corredor escuro que cheira a mofo


de mofo, não mais amarrados aos nossos pés. Assim que saímos
da casa de Copper, foquei em qual direção eles estavam nos
levando e fiz o meu melhor para avaliar quanto tempo passou. Os
homens que dirigiam estavam quietos, cuidadosos para não falar
muito na nossa frente. Meu melhor palpite é que fomos para o leste.
Acho que talvez tivéssemos dirigido por duas ou três horas, mas
não posso ter certeza. Isso me faz pensar se eles estão situados em
Arkansas, considerando que é de onde eles tiraram Cove.

Cove.

Se há um lado bom nisso, é que vou ver meu irmão.

Espero que ele esteja vivo e bem.

Calla choraminga ao meu lado, tropeçando nos pés e quase


caindo. Um dos homens a puxa pelos cabelos, endireitando-a.
Dragon está em algum tipo de transe, andando às cegas sem
resistir. Toda a situação me assusta.

Estamos em um hotel velho e abandonado, em uma área


remota. Nenhum outro edifício ou comércio. Apenas madeiras e um
prédio de aparência horrível. Eles nos levam pela área de recepção
e por uma série de corredores. Não tenho certeza para onde estão
nos levando, mas não parece bom.

“Aqui,” diz um dos homens, apontando para uma porta com


várias travas de ferrolho instaladas do lado de fora. “Night Giant
mandou uma mensagem para mantê-los aqui com os outros até
que ele venha buscá-los.”

Dragon estremece, a cabeça baixa. Tenho vontade de abraçá-


lo e prometer que vamos dar o fora daqui. Talvez até bater em sua
cabeça e lembrá-lo que ele é Dragon, não o assustado Chase.

Eles abrem a porta e nos conduzem a uma sala escura. As


janelas foram fechadas com tábuas, não permitindo a entrada de
luz, mas a porta do banheiro entreaberta oferece alguma luz. É um
quarto de hotel antigo, faltam lençóis nos colchões de casal
manchados. Não há televisão, decoração, lâmpadas ou mesmo
telefone. É esparso além das pessoas amontoadas em um canto,
todas agarradas umas às outras.

Assim que vejo uma cabeça loira familiar, quase fico aliviada.
Ele está aqui. Cove está aqui. Isso é bom. Se eu conseguir descobrir
uma maneira de escaparmos, posso salvar Cove também.

“Bem-vindo à orientação,” grunhe um dos monstros,


arrancando a fita adesiva boca do Dragon. “Caught11 aqui pode
informar a todos sobre o que esperar.”

Caught?

Ele empurra Dragon para o chão, que consegue torcer seu


corpo assim que atinge o chão acarpetado manchado, recebendo o
impacto de sua queda em seu ombro ao invés de seu rosto. O
homem também arranca a fita adesiva da boca de Calla.

“Você,” diz o homem, segurando minha mandíbula


brutalmente e inclinando minha cabeça para encontrar seu olhar
fixo além da máscara. “Você é uma lutadora. Eu posso ver em seus

11
Capturado.
olhos. Esses caras aqui já desistiram, mas você acha que pode
salvá-los.” Ele ri, sombrio e demoníaco. “Os patrões vão adorar
isso. Talvez eles me deixem dar uma olhada em você. Vou foder a
luta para fora de você.”

“Hog,” o outro cara rosna. “Corte a sua merda antes que eles
façam isso por você.”

Hog me segura por mais um longo momento antes de me


empurrar para a cama nojenta. Em vez de saltar sobre mim e
cumprir sua promessa, ele e o outro idiota vão embora. O som do
ferrolho ecoa envolvente com finalidade.

Uma mulher com cabelo castanho desgrenhado se aproxima


de mim. Ela usa um vestido manchado de sangue e rasgado em
vários lugares. Lentamente, ela arranca a fita adesiva do meu
rosto.

“Bem-vinda à orientação,” ela reflete as palavras anteriores


de Hog, sorrindo para mim.

Ok, fodidamente assustador.

“Onde estamos? O que é este lugar?” Exijo. “Você pode tirar


essa fita das minhas mãos?”

A mulher estala os dentes para mim e gargalha. “Estamos no


Hotel das Putas. Ou é Horrores? Esqueci.” Ela rola-me para o meu
lado e o seu hálito quente faz cócegas nos meus pulsos. “Eles
gostam das bonitas e você é bonita.”

Prendo a respiração enquanto ela mastiga a fita com os


dentes como a porra de uma piranha. Estou rezando para que ela
não me morda acidentalmente. Assim que minhas mãos estão
livres, eu as afasto de seus dentes não confiáveis e estico meus
braços. Saio da cama e faço meu caminho até Dragon, já que ele
está mais perto. Rapidamente, eu o liberto de suas amarras.

“Dragon,” digo em uma voz calma. “Sou eu. Stormy. Você


tem que se recompor, amigo.”
Ele estremece com as minhas palavras, se enrolando como
uma bola no chão imundo. Eu esperava que ele fosse o único a me
ajudar a sair deste lugar, mas parece que estou sozinha. Corro até
Calla, que está sussurrando palavras suaves para Cove. Ele olha
para a frente, seu rosto sujo coberto de lágrimas.

“Ei, crianças,” sussurro no mesmo tom que eu usava quando


eu os pegava rindo à noite na casa da vovó. “O que vocês dois estão
fazendo?”

Eles estão em sua zona gêmea, me ignorando. Com um


suspiro, arranco a fita adesiva dos pulsos de Calla. Cove não tem
nenhuma fita sobre ele. Rapidamente examino as outras quatro
pessoas na sala. Todos eles estão de cabeça baixa e parecem estar
agarrados uns aos outros. Mais duas mulheres e dois homens.

Levanto e olho furiosamente para a senhora louca sorrindo


para Dragon. “Qual o seu nome?”

“Smelly Melly12,” ela gorjeia. “É assim que me chamam.”

Jesus.

“Mel,” eu digo em vez do nome horrível. “O que é este lugar?


Pare de falar em enigmas.”

“Somos estrelas.” Ela pula de pé, pula na cama e gira em um


círculo antes de se curvar. “As pessoas pagam um bom dinheiro
para nos ver.”

“O que eles veem você fazer?” Insisto.

“O que eles quiserem, nós faremos se quisermos ter a


oportunidade de entrar no próximo filme.” Ela cai de bunda e
depois passa a posar como se fosse uma modelo em uma sessão de
fotos. “Eu já estrelei em muitos. Porém, apenas alguns, desde que
nos mudamos para cá.”

“Onde é aqui?”

12
É um apelido para uma pessoa que é incrivelmente mal cheirosa.
“Arkansas, baby,” ela diz. “É melhor aqui do que o armazém
em Vegas. Aquele lugar era uma merda.” Ela dramaticamente
aponta para Dragon.

“Caught é famoso.”

“Quem é Caught?”

“O nome dele é Chase, mas desde que o pegaram, deram a


ele um novo nome.” Ela gargalha novamente. “Caught é louco.”

Sujo, conheça o mal lavado.

“Hmm,” digo, sem saber como responder a isso. “Por que ele
é famoso?”

“Night Giant gosta quando ele finge ser um gênio. Ele é um


ótimo ator, não é, Caught?”

Dragon estremece no chão. Eu quero bater nessa vadia


louca, mas preciso de respostas e ela é a única a falar. Novamente
com o nome Night Giant.

“Ele é o favorito do Night Giant?”

Ela balança a cabeça enquanto desliza para fora da cama,


agachando-se ao lado do corpo trêmulo de Dragon. “Ele faz o que
ele diz. É o que você faz se quiser ser um favorito.”

Foda-se esse lugar maluco.

“E se você não obedece?” Pergunto, porque eu já sei que vou


cair nessa categoria.

“Eles não gostam disso.” Ela franze a testa, balançando a


cabeça rapidamente. “De modo nenhum. É melhor você ouvir,
menina bonita.”

“Stormy.”

“Eu sou a Smelly Melly,” ela responde, levantando-se como


um fantasma esquisito.
“Você não pode ser Smelly Stormy.” Não se preocupe, vadia.

“Eu vou ficar apenas com Stormy,” digo em uma voz calma
para não desencorajar esta lunática. “Quem são os outros?”

“PeePee13 Pete,” ela grita, apontando para um cara ruivo que


estremece com suas palavras. “Ao lado dele está o chorão Charlie.”
Ela ri. “Ele chora muito.” Outra risadinha. “Esse é Tuna14 Terri.”
Ela sussurra alto para mim: “Sua boceta está infectada e cheira a
peixe.” Ela aponta para meu irmão. “Este é Silent Sap. Ele não
disse uma palavra desde que fizeram seu primeiro filme esta
manhã. Novo ainda. Ele vai mudar.”

Engulo a bile com suas palavras. Primeiro filme? Eu quero


puxar meu irmão em meus braços e tirar toda a sua dor. Mas
agora, não consigo pensar como uma irmã. Preciso pensar como
um Fed. “E aquela no canto?”

“Ela está por aí há mais tempo do que eu,” Mel resmunga.


“Outra favorita. Essa é Glarin Erin15.”

Erin. Erin. Erin.

Não pode ser ela.

Correndo até ela, eu me ajoelho e empurro os dreads


emaranhados de seu rosto para que eu possa ver seu rosto. Olhos
castanhos ferozes me perfuram, sem reconhecimento em suas
profundezas. Mas é ela. Erin. Minha Erin.

Porra.

Isso é tão ruim.

“Eu sou Brenda Gale,” digo, esperando acender algo dentro


de seus olhos duros.

Nada.

13
Uma palavra de criança para o ato de urinar.
14
Atum.
15
Notória Erin.
Com um suspiro de frustração, eu me levanto e tento
descobrir o que diabos fazer. As janelas são fechadas com tábuas
de uma forma que nunca vou conseguir separar sem um pé de
cabra e a porta está trancada. Estamos presos. Vou até o banheiro
e tento a pia. Para minha surpresa, a água cai. Eu jogo no meu
rosto e respiro fundo para me acalmar.

Respire, garota.

Depois de tomar um minuto para acalmar meu coração


errático, coloco minha mente para trabalhar. Watcher’s Group era
o nome do negócio de Collins quando eu o vi em Tulsa. Faz sentido
agora se eles estão fazendo vídeos. Eu pensei que era um tráfico de
pessoas comum, mas isso parece pior. Gostaria de poder juntar
ideias com Copper e Koyn. Eles são inteligentes e têm recursos. Se
Koyn souber sobre os vídeos, ele pode rastrear a fonte.

Mas, estou sozinha.

Eu tenho um dos motoqueiros mais loucos e maldosos


comigo também, mas ele está mentalmente despedaçado agora.
Não posso contar com a ajuda dele. Eu tenho que fazer isso
sozinha.

Distraidamente, esfrego minha barriga. Não estou


mostrando, o que é bom. Não quero que essas aberrações tenham
algo em que se fixar.

As fechaduras da porta começam a se abrir. Eu me viro,


pronta para enfrentar os capangas. Quando o homem que deve ser
Night Giant entra, eu estremeço. Ele é enorme. Muito mais alto do
que os homens de antes. Provavelmente 2,10 metros de altura. Ele
tem que se inclinar na sala apenas para entrar. Como os capangas,
ele usa tudo preto e uma mascára preta. Olhos quase negros
penetrantes se fixam em mim. Respiro fundo, tropeçando para trás
até que minha bunda atinge o balcão. Não tenho nenhum interesse
para ele, porque ele solta um assobio agudo, sua atenção em
Dragon.
“Caught, chão.” Sua voz profunda de barítono faz minha pele
arrepiar.

Dragon geme, como um cachorrinho assustado, mas rasteja


até os pés do homem, com a cabeça baixa e trêmula.

“Bom menino,” Night Giant murmura. “Parece que você não


esqueceu seu treinamento.” Ele se curva e passa os dedos pelo
cabelo de Dragon. “Vamos, garoto.”

“Para onde você o está levando?” Deixo escapar, minha voz


tremendo.

Lentamente, Night Giant vira a cabeça para olhar para mim.


“O que garota? Você quer assistir o menino em ação?” Ele zomba
de mim. “Vem então.”

Meus pés estão congelados no chão, mas não vou perder a


oportunidade de cobrir o resto deste hotel e possivelmente fugir. Se
eu conseguir descobrir uma saída, posso levar as autoridades de
volta para pegar os cativos, incluindo os gêmeos.

“Se você tentar correr,” Night Giant murmura enquanto abre


a porta, “Mandarei meu cachorro atrás de você. E você não quer
isso.”

Gelo me arrepia até os ossos. Ele quer dizer um cachorro de


verdade? Porra.

“Certo, garoto? Ela não quer que você vá atrás dela,” Night
Giant continua. “Sua mordida é pior do que seu latido.”

Dragon não olha na minha direção ou para cima para esta


besta de um homem. Ele está mortalmente parado. Isso me enerva
e faz com que meus braços se arrepiarem.

“Eu não vou correr,” engasgo.

“Bom. Vamos continuar então.”

Dragon continua rastejando para fora da sala como se ele


fosse um animal. Sigo atrás dele, lançando um último olhar para
meus irmãos. Eles estão se abraçando e não olham para cima, mas
eu vejo o olhar de Erin. Night Giant fecha a porta e a tranca antes
de dar um forte empurrão nas minhas costas. Eu tropeço, mas
consigo não cair. Estamos no mesmo corredor de antes. Posso
ouvir o choro de uma sala quando passamos. Outra sala, eu ouço
batidas. Em vez de nos levar de volta ao saguão, Night Giant ordena
que viremos à esquerda e depois à direita. Nosso progresso é lento
porque Dragon está rastejando. Eventualmente, chegamos a um
conjunto de portas duplas. A placa antiga diz “sala de reunião.”

“Caught é uma estrela,” Night Giant me diz. “Um dia, talvez


você seja uma estrela também. Você tem corpo para isso.”

Um rosto aparece na janela de vidro, coberto por uma


máscara, e então destranca a porta. O homem abre e nos conduz
para dentro. No centro da sala gigante há uma gaiola, talvez com
dez metros de diâmetro, com um colchão manchado no meio. Ao
redor, tripés de câmera e luzes foram configurados. Há várias
cadeiras espalhadas atrás das câmeras, bem como algumas gaiolas
para cães.

“Caught costumava ser menor e mais jovem. Ele apelou para


uma certa multidão,” Night Giant diz para mim. “Não tenho certeza
de quão popular ele será agora que está cheio de tinta e musculoso.
Só o tempo irá dizer.”

Quero gritar para ele que a multidão que ele apelou são
pedófilos doentes porque ele era apenas uma criança, mas não
estou prestes a irritar esse cara.

Estou procurando uma maneira de escapar.

“Hog,” Night Giant late, sua voz profunda crescendo pela


sala. “Wolf disse que você queria brincar com uma de nossas
novatas.”

Hog emerge das sombras, assentindo. “Eu vou quebrá-la


bem.”
“Abra a gaiola e entre,” ordena Night Giant. “Vou acabar com
sua novata.”

Tento não estremecer com a ideia de ser trancada em uma


gaiola com o idiota chamado Hog. Seu corpo é grande, embora não
tão grande quanto Night Giant, e eu sei que não vou me sair bem.
Meu coração salta enquanto eu rapidamente olho a sala
procurando uma saída.

“Caught,” Night Giant diz. “Entre, garoto.”

Dragon faz um barulho rosnando enquanto se levanta. Ele


entra na gaiola e Night Giant fecha a porta atrás de si, empurrando
uma fechadura através da trava. Night Giant assobia para um de
seus capangas e faz gestos para uma das gaiolas de cachorro. Grito
e luto enquanto sou arrastada até ela e empurrada para dentro.
Ainda consigo ver o que acontece na grande gaiola, mas fugir não
é mais uma opção.

“Que diabos?” Exige Hog. “Eu quis dizer a vadia gostosa, não
essa merda. Achei que ele fosse seu favorito. Aquele que
procuramos desde sempre.”

Dragon o circula, seus olhos verdes brilhantes fixos em Hog.


Eu conheço Dragon há tempo suficiente para reconhecer o olhar
sobre ele. Brutalidade. Morte. Ele quer matar este homem.

“Você deve ajudar, mas nunca tocar as estrelas,” Night Giant


diz a Hog. “Você é uma lição para os outros.”

“Foda-se, cara,” Hog zomba. “Você não pode fazer isso. Eu


vou matar seu brinquedo. O que então?”

“Agora, garoto,” Night Giant late.

Dragon se lança em Hog, um grito enlouquecido ecoando na


sala. Seus punhos poderosos começam a bater em Hog enquanto
ele o joga no tapete sujo. Ele arranca a máscara da cabeça de Hog
e a joga. Hog tenta se livrar dele, mas Dragon é mais rápido, mais
ágil e mais malvado.Punhos batem no rosto de Hog, fazendo os
ossos pularem e estalarem com a força de seus golpes. Hog geme e
choraminga, tentando desesperadamente afastar Dragon.

“Pare,” Night Giant ordena. “Venha, garoto.”

Dragon anda direto para Night Giant e inclina sua cabeça


contra a gaiola. Night Giant enfia um dedo comprido para acariciar
a bochecha de Dragon. Bile sobe dentro de mim ao vê-lo tão
controlado por este homem.

Hog, agora coberto de sangue, cambaleia e se levanta. Ele


ataca Dragon, acertando um soco nas costas. Para meu horror,
Dragon não revida.

Ele se agarra à cerca, esperando ordens do Night Giant.

“Bastardo,” assobio. “Por que você está fazendo isso?”

“Dá um bom dinheiro para os patrões,” Night Giant grunhe.


E, finalmente, ele late uma ordem para Dragon. “Livre-se dele,
garoto.”

Dragon, como um tornado repentino, vira Hog com força


suficiente para enviar Hog correndo de medo. Eu assisto, chocada
e incapaz de me mover, enquanto Dragon bate no homem até a
morte. Quando o rosto de Hog não é nada além de uma polpa
sangrenta e ele não está mais se movendo, Dragon se levanta e faz
uma reverência.

“Wolf,” Night Giant late. “Tire o lixo daqui e encontre carne


fresca para nós.”

“Um dos novatos?” Wolf pergunta, fazendo meu estômago


revirar com o pensamento de minha irmã ou irmão ou Erin na
mesma gaiola que Dragon.

“Não,” Night Giant rosna. “Eles têm usos melhores. Envie um


dos drogados da sala doze.”

E é assim que passo as próximas horas.


Assistir Dragon matar homem após homem enquanto Night
Giant controla todos os seus movimentos com comandos
poderosos.

Quando acho que já vi o suficiente para o dia, Night Giant


entra na gaiola. Ele tira a camisa, deixando à mostra todos os seus
músculos grossos e pelos do peito, antes de desafivelar o cinto.

“Tire a roupa. De joelhos,” Night Giant instrui. “Agora.”

Eu não espero mais hesitação de Dragon. A doença se agita


na minha barriga quando Dragon remove todas as suas roupas e
se ajoelha na frente do Night Giant.

“Mãos,” Night Giant rosna.

Assim que Dragon está de quatro, Night Giant começa a


chicotear Dragon com o cinto. Dragon não uiva, nem choraminga,
nem chora. Ele apenas aceita. Depois de muitos golpes com o cinto,
não consigo mais assistir o que aquele monstro faz com o Dragon.
Meus olhos queimam com lágrimas quando o tapa de carne na
carne começa.

Desta vez, Dragon chora.

Esses gritos, com cada grunhido e gemido que vem do Night


Giant, estão queimados em minha alma. Eles são estupradores.
Estupradores doentes. Estou horrorizada ao perceber que Erin
provavelmente está vivendo exatamente essa vida por quase dois
anos. E se Koyn e Copper não nos encontrarem, meus irmãos e eu
poderemos em breve estar vivendo essa vida também.

“Bom menino,” Night Giant grunhe.

Finalmente levanto meu olhar para encontrar Dragon


esparramado e imóvel enquanto Night Giant enfia seu pau de volta
em suas calças.

“Senti falta daquele garoto,” Night Giant diz para Wolf.


“Limpe-o e coloque um pouco de comida em sua barriga. Ele terá
um dia agitado amanhã.”
Eu não sei o que o amanhã trará e estou com medo de
descobrir.
VINTE E TRÊS

Copper

“Reunindo em cinco,” Payne diz, chamando minha atenção


do meu notebook.

Olho para o relógio e dou a ele um aceno rápido. “Estarei lá.”

Quando sentimos que Katana não ia morrer, carregamos ele


e voltamos para a casa de Koyn. Vários Royal Bastards do Capítulo
de Little Rock apareceram com sua médica pouco depois de nossa
chegada. Ela foi capaz de cortar e costurar Katana. Cada tiro
passou direto e por pouco não acertou órgãos importantes. Ele vai
sentir dor como uma cadela, mas vai viver.

Pegando meu notebook da mesa da cozinha, vou para a sala


de conferências onde Koyn geralmente faz a Igreja. No caminho
para lá, Hadley me para e me dar um abraço e sussurros de
garantias. Finalmente me afasto dela e me sento ao lado de Koyn.
A sala está cheia de nossos próprios Royal Bastards, além de vários
caras de Little Rock.

“Estou com King da Califórnia na linha,” diz Koyn quando


me sento. “Vamos começar.”

Enquanto Koyn conversa com King do Capítulo Santa Clarita


dos Royal Bastards, abro meu notebook e continuo minha
pesquisa. Dan conseguiu colocar alguns caras na caça de um cara
de 2,10 metros chamado Night Giant. Não há toneladas de caras
dessa altura, mas é o suficiente para que eles tenham que
vasculhar para ver se algum corresponde à descrição desse cara.
Nesse ínterim, estou cruzando as referências de todas as minhas
anotações do arquivo de tráfico que Dan me deu mais tudo que
sabemos até agora, tentando obter uma localização sobre esses
filhos da puta.

“...na dark web é onde eu começaria,” King termina,


chamando minha atenção para ele.

“O que? Você pode repetir isso?” Exijo.

“Eu disse,” King late no viva-voz, “que com base no fato de


que você pensa que eles são traficantes experientes, a dark web é
por onde eu começaria.”

“Eles postam sobre sua merda de sequestro ou algo assim?”


Filter pergunta.

“Você ficaria surpreso com quantos deles gravam seus atos


abusivos. Inferno, conhecendo esses filhos da puta, alguns deles
podem até mesmo colocar anúncios para compradores.” King
suspira. “A dark web é uma fossa de merda esquisita, então você
realmente precisa ser específico ao pesquisar.”

“Você é bem versado em caçar esses filhos da puta,” Koyn


resmunga. “Como diabos sabemos o que procurar?”

“Insira palavras-chave em sua busca relacionadas à pessoa


desaparecida,” King oferece. “Cidades de onde eles vieram.
Tamanho. Cor de cabelo. Apelido. Qualquer coisa que você possa
pensar para restringir a pesquisa.”

Enquanto eles discutem o que procurar na dark web, tento


me lembrar de algo útil. O Watcher’s Group continua me
incomodando.

“Eu tenho a dark web aberta,” Bermuda diz do meu outro


lado. “Por onde eu começo?”
“Watcher’s Group,” respondo, voltando minha atenção para
o seu computador.

“Gigante de 2 metros. Night Giant. Memphis.” Ele digita, mas


nada aparece.

“Experimente o Night Giant sozinho.”

Nenhum vídeo aparece, mas alguns links sim. Ele não clica
neles.

“Estrelas em Memphis,” deixo escapar. “Giant Night Stars in


Memphis.”

Um link para o Cypress City Clips é exibido. Sento-me ereto


como uma tábua porque Cypress é o primeiro nome de Collins.

“Vá lá,” ordeno. “Acho que estamos no caminho certo.”

O site é todo preto com estrelas no fundo. A única forma de


acessá-lo é por senha. Viro o notebook de Bermuda e o empurro
na direção de Koyn, interrompendo sua conversa com King.

“Acesse-nos aqui,” digo a ele. “Rápido.”

Koyn termina a ligação com King e eu saio da sala. Katana


está dormindo, mas eu e ele precisamos conversar um pouco. Eu
preciso saber tudo. Há muito em jogo agora para fazer as coisas da
maneira “certa” fraterna. Preciso de respostas e preciso delas
agora. O melhor amigo de Katana é Dragon, então sinto que ele
fará o que puder para ajudar.

Seu quarto está escuro quando entro, então não acendo a


luz do teto. Encontro o abajur ao lado de sua cama e o ligo. Ele
estremece e abre lentamente os olhos. Lembro-me novamente de
como ele segurou Gretel, estancando o fluxo sanguíneo. Se não o
fizesse, Krista teria ligado com notícias piores antes. Do jeito que
está, Gretel saiu da cirurgia e poderá voltar para casa em alguns
dias. Hansel foi liberado para ir para casa, mas ele não estava
prestes a sair do lado da irmã.
“Ei,” resmungo. “Desculpe fazer isso com você, mas o tempo
é essencial. Temos que encontrá-los.”

Katana acena com a cabeça. “Claro que sim.”

“Eu preciso saber a história de como você conheceu Dragon.


O que aconteceu? Onde você estava? Qualquer detalhe nos
ajudará.”

Seu rosto empalidece e ele fecha os olhos. “Você realmente


acha que vai ajudar?’

“Eu acho. Eu sei que o que quer que seja foi difícil, mas
precisa dizer. Todas as pistas que tivermos nos ajudarão a juntar
tudo.”

“Ok,” ele diz, exalando pesadamente. “Dragon não vai me


perdoar, no entanto.”

“Talvez não. O que é mais importante? Perdão ou sua vida?”

“Eu sei.” Suas feições caem. “Eu tinha dezesseis anos


quando o conheci.”

“Onde você o conheceu?”

Ele suga uma respiração irregular. “Eu... eu estava com


tanta fome. Gostava de um restaurante.” Seus olhos encontram os
meus. “Eu fiquei sem-teto depois que fugi de meu lar adotivo. Esse
restaurante em Memphis servia comida quente e perfeitamente
boa. Sempre me perguntei se eles sabiam que eu comia do lixo
deles.” Ele engole, estremecendo com a memória. “Uma noite, ouvi
um choro ao sair da lixeira. No beco, embaixo de algumas caixas,
alguém estava lá.”

Olhos escuros e tristes me prendem, fazendo meu coração


disparar. “Vá em frente,” insisto.

“Era ele... Dragon. Ele estava... sujo, machucado e


ensanguentado. Seu corpo tremia tanto.” Katana faz um som
estrangulado. “Eu não sabia o que fazer. Por uma fração de
segundo, pensei em deixá-lo.”
“Mas?”

“Ele me implorou para me esconder.”

“Esconder ele?”

“Esconder-me com ele. Como se o que quer que o tivesse


machucado fosse me machucar também.”

“Você se escondeu com ele?”

“Eu ainda estava pensando nas palavras dele quando ouvi


as vozes. Eles estavam chamando por ele. Homens. Grandes e mais
velho. Eu o ajudei a se levantar e depois entramos na lixeira.” Ele
estremece novamente. “Ele estava tremendo tanto que todo o lixo
estava fazendo barulho. Então eu o segurei perto e disse a ele para
ficar parado.”

“Eles não te pegaram porque você está aqui. O que aconteceu


depois?”

“Esperamos horas depois que suas vozes desapareceram.


Estava frio e ele estava com muito frio. Eu o mantive aquecido e
quando o sol quase nasceu, eu o tirei daquele lixo. Havia SUVs
desconhecidos rastejando pelas ruas e meu instinto me dizia que
eram os homens maus. Como eu conhecia a cidade, levei-o por
becos até chegarmos à estação de trem.” Seus olhos caem para as
mãos e ele pega os dedos por um segundo. “Eu nunca tentei sair
da cidade antes, mas sabia que se ele quisesse permanecer seguro,
tínhamos que ir. O próximo trem que passou, nós pulamos. Ele
nos deixou no Arkansas.”

Até agora, nada nesta história me ajuda.

“Ele disse algo sobre de onde veio?” Pergunto, tentando não


empurrar muito Katana, considerando tudo o que ele passou hoje.

“Quando chegamos ao Arkansas, paramos para procurar


comida no lixo antes de embarcarmos em um trem diferente. Este
nos levou a Little Rock. Caminhamos e caminhamos até encontrar
um trailer abandonado. Estava escondido na floresta e parecia um
lugar seguro para pousar. Consegui procurar comida em uma
cidade próxima, e sair sem ser visto. O trailer ainda tinha água
corrente e os proprietários anteriores deixaram todos os tipos de
coisas úteis. Ficamos lá por algumas semanas antes que eu tivesse
coragem de perguntar a ele sobre aquelas pessoas.”

“E?”

“Ele disse que ficou lá dois anos. Eles o tiraram de uma festa
onde ele estava bebendo. Encheram sua cabeça de merda sobre
torná-lo famoso. Quando ele acordou, ele estava em um contêiner
de transporte.” Ele estremece. “Ele não disse o que fizeram com ele,
mas o filmaram. Disse que tem centenas e centenas de filmes.”

“É por isso que ele nunca procurou seus pais?”

Katana acena com a cabeça. “Ele disse que mataram o


menino que ele era e seus pais não o reconheceriam. Ele era
alguém novo.”

“Que tipo de filmes?” Sondo.

“Pessoas pagavam para vê-lo machucar outras pessoas ou


outras pessoas o machucam.”

“Como ele conseguiu escapar?”

“Ele disse que esse cara deveria estar vigiando ele, mas ficou
ganancioso e tentou transar com ele. Dragon deixou o cara pensar
que ele tinha a vantagem e então ele usou seu treinamento nesse
cara. Matou-o com as próprias mãos. Ele escapou para fora do
lugar—”

“Que lugar?” Interrompo. “Ele disse?”

“Um armazém.”

“Centro?”

“Perto do rio,” diz Katana. “É onde eles enviavam novas


estrelas ou despachavam os falecidos.”
Mando uma mensagem para Dan imediatamente com as
novas informações. Ele responde que está lá.

“Eles não estarão lá,” resmunga Katana. “Nós voltamos uma


vez e tinha sido abandonado.”

“Talvez, mas podemos descobrir quem era o dono do prédio


naquela época. Essa é uma boa pista. Algo mais?”

“Ele me prometeu nunca mais dizer uma palavra sobre isso


de novo,” Katana se engasga. “Nós finalmente nos erguemos um
pouco e ele saiu de sua concha quando topamos com Koyn. O cara
era intimidante, mas ele tinha algo que queríamos.”

“Segurança?”

“Meios de vingança.”

“Você tem procurado pelo Night Giant desde então?”

“Quando Dragon conectou que Vidal e Collins estavam


ligados ao Night Giant, ele queria matá-los, mas fazer com que eles
nos levassem ao Night Giant primeiro.” Katana parece estar a três
segundos de desmaiar, então dou um tempo a ele.

“Descanse, cara.”

“Temos que encontrá-los,” ele murmura. “Não posso perder


meu melhor amigo.”

“Nós vamos,” rosno. “Eles estão com minha Old Lady e meu
bebê que ela está carregando. É melhor você acreditar que vamos
recuperá-los.”

Katana sorri antes de fechar os olhos. Eu me viro para


encontrar Filter parado na porta, ouvindo como um perseguidor de
merda. Passando por ele, ignoro seu olhar furioso. Chego na
metade do corredor antes que ele me empurre para um quarto.
Minha raiva borbulha na superfície e eu balanço o punho para ele.
Ele mal se esquiva.
“Ela está grávida?” ele rosna. “Você é um verdadeiro pedaço
de merda.”

Eu o empurro contra a parede, trazendo meu nariz ao dele.


“Ela está grávida do meu bebê. Vou mover o inferno e a terra para
recuperá-los. Você nem quer saber até onde eu iria para destruir
qualquer coisa que fique no meu caminho. Até você, Filter. Vou
cortar sua garganta e pisar em seu corpo se contorcendo sem nem
mesmo suar. Fraternidade ou não, sua bunda será estripada no
chão antes que eu permita que isso me pare. Estamos entendidos?”

Suas narinas dilatam e ele mostra os dentes. “Super claro,


porra.”

“Bom.” Recuo e dou um tapinha em seu peito. “Agora faça


seu trabalho e vamos encontrar esses filhos da puta.”
VINTE E QUATRO

Stormy

Alguém grita, acordando-me do sono agitado que eu quase


não tinha dormido. Meu coração gagueja em meu peito e faço uma
varredura do quarto escuro, iluminado apenas pela luz do
banheiro, à procura de meus irmãos. O alívio inunda-me quando
lembro que estão comigo. Os gêmeos estão juntos como se
estivessem no útero ao meu lado em um dos colchões nojentos.
Sou grata pelo grito não ter vindo deles. Mas quando eu vejo a
figura escura que arrasta alguém do quarto, localizo a fonte.

Pete.

E agora eu sei por que Smelly Melly o chama de PeePee Pete.


O forte cheiro de mijo permeia o ar. O pobre rapaz está tão
assustado que não consegue controlar a urina.

Ele se foi em minutos e a porta foi trancada no lugar. Ainda


sem Dragon. Meu coração dói por ter testemunhado o que Night
Giant o fez fazer e então a maneira como ele o brutalizou. Depois,
fui mandada de volta para o quarto, mas Dragon ficou com Night
Giant. Não saber o que ele está fazendo com ele é pior do que
realmente ver.

Mais ou menos uma hora se passa quando outro cara vem


para extrair a Smelly Melly. Ela flerta com ele e ele enfia um pouco
a mão por baixo do vestido antes de levá-la embora. Não muito
depois, eles pegam o chorão Charlie e, fiel ao seu nome, ele berra.
Quero ajudá-lo, mas não sou párea para esses homens que estão
armados. Mas, quando eles voltam por Erin, não consigo manter
minha boca fechada.

“Para onde você a está levando?” Exijo.

O mascarado se vira para olhar para mim. “Não é da sua


conta, vadia.”

“É da minha conta porque ela é minha amiga.” Deslizo da


cama para os meus pés para não me sentir em tal desvantagem.
“Vocês são doentes.”

O homem sufoca uma risada. “Existem pessoas mais


doentes que pagam pelo que oferecemos. Cale a sua boca bonita
ou vou encontrar uma maneira de calar para você.”

Mantenho minha boca fechada até que ele feche a porta e a


trave no lugar. Um suspiro áspero e oprimido me escapa. Não sei
o que fazer ou como salvar ninguém. O pensamento é exaustivo e
derrotador. Demora uma eternidade, mas consigo voltar a dormir.
A próxima vez que acordo, é porque alguém está me arrastando
para fora da cama pelos meus cabelos.

“Hora de ir,” o homem grunhe.

Lágrimas queimam meus olhos pelo controle que ele exerce


sobre meu cabelo. Todas as pessoas nesta sala estão sendo
conduzidas pelos homens mascarados de preto. Luto contra o
aperto do meu captor, mas ele é muito forte. No final, desisto e
deixo que ele me leve de volta para a sala da gaiola com todas as
câmeras. Assim que vejo Dragon, o alívio me inunda. É breve, saber
que ele está vivo, mas o medo me consome.

Ele é um maníaco na grande jaula — coberto de sangue e


rosnando. Vários corpos estão espalhados pelo chão ao seu redor.
Minha frequência cardíaca falha no meu peito com toda a
preocupação me consumindo. Não estou mais perto de escapar
deste lugar do que estava ontem quando chegamos.

Os homens nos seguram enquanto nos reunimos em volta


da grande gaiola, observando Dragon acabar com um drogado após
outro que eles mandam para lá, cambaleando e tremendo muito
para lutar. Ele está em um estado tão louco, não há como pará-lo.
Night Giant late comandos que parecem entrar na cabeça de
Dragon a cada vez, controlando-o facilmente.

Eventualmente, Night Giant termina o show e dá uma pausa


para Dragon. Outros homens limpam os cadáveres enquanto Night
Giant leva Dragon para um banco. Night Giant se senta e Dragon
se ajoelha na frente dele, descansando a cabeça em seu colo.

Quero sussurrar para os gêmeos que tudo ficará bem, mas


não posso mentir para eles. Não sobre isso. Não há nada de bom
nisso. Não vamos sair disso ilesos. Sou muito fraca para lutar
contra esses monstros.

“Você é a próxima, Tuna Terri,” diz um dos capangas,


arrastando a pobre e doente garota em direção à jaula.

Ele a joga e a segue, desabotoando as calças. Ela está


cansada demais para resistir. Simplesmente se deita no colchão
sujo no chão, esperando o inevitável. Tenho que me virar, mas não
consigo suportar seus gritos ou os grunhidos do homem que a
abusa. Quando ele termina, outro cara o substitui. Isso continua
até que seus gritos não sejam mais ouvidos.

Minhas bochechas estão molhadas e eu enxugo as lágrimas


enquanto olho para Terri. Um homem a carrega e a joga no chão
perto de Dragon. Ele não vacila. Suas costas se movem, então eu
sei que ela ainda está respirando. Infelizmente. Depois dos
estupros brutais que ela acabou de sofrer, ela estaria melhor
morta.

Night Giant dá um tapinha na cabeça de Dragon e depois


aponta para a gaiola principal. Minha frequência cardíaca acelera.
A última coisa que quero ver é mais assassinato.
“Você,” Night Giant berra enquanto se levanta e caminha em
nossa direção. “Você me lembra o pequeno Caught quando o
capturei pela primeira vez.” Seus olhos brilham maldosamente
além da máscara. “Inocente e tão malditamente quebrável. Seu
vídeo de chupar pau foi apenas o começo e já é um dos favoritos
entre nossos telespectadores. Em breve, você será uma estrela
conhecida como Caught.”

Minha bochecha aperta dolorosamente quando percebo que


ele está falando com Cove. Imagens daquele bastardo forçando
meu irmão a chupar um pau me deixa com o estômago
embrulhado. Não posso deixá-lo fazer isso de novo. Ou pior.

De jeito nenhum.

Estou balançando minha cabeça, ofegando quando ele se


aproxima. Meus membros estão tremendo e minha cabeça lateja
por falta de comida. Percebo que terei que lutar contra esse homem
pelo meu irmão. Quando tento me levantar, o homem atrás de mim
puxa meu cabelo, me mantendo no lugar.

“Pare,” imploro. “Não faça isso.”

Night Giant me ignora enquanto puxa meu irmão silencioso


em direção à porta da gaiola. Calla soluça alto, tentando alcançá-
lo sem sucesso. Cove é empurrado para dentro da gaiola.

Com Dragon.

O estúpido assassino que Night Giant o transformou.

“Ele não é como os outros,” Night Giant diz para Dragon.


“Você vai ter que usar o corpo dele como eu uso o seu. Quebre-o
assim.”

“Não,” resmungo. “Não faça isso.”

Ninguém escuta.

O corpo de Cove treme enquanto ele levanta seu olhar


aterrorizado para Dragon, que agora está circulando-o, estalando
o pescoço. Bile sobe pela minha garganta e eu engasgo. Sem nada
no estômago, não vomito.

“Tire suas roupas,” Night Giant ordena. “Agora, garoto.”

Cove tropeça em seus pés enquanto ele se afasta,


choramingando e finalmente encontrando sua voz. “Não. Eu não
quero fazer isso.” Tão quebrado, pequeno e inocente.

“Se você não fizer isso, Caught vai te ajudar,” Night Giant diz
com uma risada cruel. Quando Cove desobedece, Night Giant
assobia para Dragon. “Aqui.” Ele enfia um pequeno canivete pela
cerca de corrente. “Ajude o menino.”

Os olhos verdes do Dragon brilham com a visão da faca. Ele


arranca da mão carnuda do Night Giant e gira ao redor, seus
ombros tensos e preparados enquanto ele se prepara para atacar
meu irmão. Não consigo assistir, mas não consigo desviar o olhar.

Dragon salta em direção a Cove, mas meu irmão é rápido,


desviando. Não rápido o suficiente, porque Dragon o joga na cama.
O grito de Cove faz meus ossos estremecerem. Impiedosamente,
Dragon rasga sua camisa com o canivete.

Oh Deus.

Eu me viro, dando uma joelhada no grandalhão segurando


meu cabelo nas bolas, e saio correndo para a porta da gaiola.
Agarrando, eu me inclino para frente e grito com Dragon.

“Não toque no meu irmão, seu filho da puta!”

Alguém passa o braço em volta da minha cintura para me


puxar para longe, mas eu me agarro à gaiola, gritando como um
demônio selvagem. Dragon, como um gato com um rato preso sob
suas patas, vira a cabeça para ver o que está acontecendo. Nós
olhamos e eu atiro nele um olhar venenoso.

“Dragon, deixe-o ir! Não faça com ele o que aquele bastardo
fez com você!” Grito. “Você é melhor que isso!”

A mandíbula de Dragon aperta, mas ele não se move.


“Você não está no comando, vadia,” a voz atrás de mim
rosna.

“Deixe-me entrar ao invés,” exijo, lutando contra o cara atrás


de mim, meus olhos cortando para Night Giant. “Você quer que
Dragon foda alguém, então me mande entrar. Meu irmão não.”

O celular do Night Giant toca e ele nos ignora para atender


a ligação. Ele resmunga algumas palavras e depois termina antes
de seguir meu caminho.

“Parece que você realizou seu desejo, loirinha. Os clientes


pagantes querem ver esses peitos gordos. Os drogados não lutaram
o suficiente, mas você, minha querida,” canta o Night Giant,
acariciando meu cabelo como se eu fosse um gato maldito, “parece
uma lutadora e tanto.”

Ele destranca a gaiola e o homem atrás de mim me empurra


para dentro. Cove corre para mim, me abraçando com força. É a
primeira reação real do meu irmão mais novo desde que estou
trancada aqui com ele. Posso morrer em poucos minutos por
alguém que conheço, mas se isso der ao meu irmão outra chance
de viver, valerá a pena.

“Hora de ir, pequenino,” Night Giant ordena. “Deixe sua irmã


receber sua punição, já que ela está tão disposta.”

Cove soluça contra meu pescoço, sussurrando desculpas.


Sufoco meus próprios gritos enquanto beijo o lado de sua cabeça.

“Está tudo bem,” murmuro. “Mantenha Calla segura.”

Ele acena com a cabeça e então ele vai embora, me deixando


sozinha com o Dragon cuspidor de fogo.

Eu não perco tempo enfrentando Dragon. Não estou prestes


a ficar de costas para ele. Ele é imprevisível quando está sendo
legal e engraçado em casa. Agora, ele é como um monstro saído de
um pesadelo.
Seu peito está nu, assim como seus pés, mas ele ainda usa
sua calça jeans. A tatuagem em seu pescoço está coberta de
sangue, o que a torna ainda mais aterrorizante enquanto ele me
encurrala lentamente na gaiola. Os olhos verdes estão iluminados
pela loucura, focados em mim.

“Dragon,” sussurro. “Sou eu. Stormy. Temos que sair daqui.


Não deixe aquele idiota vencer. Por favor.”

Sua mandíbula estala e suas narinas dilatam.

“Por favor,” digo novamente, mas sou interrompida quando


ele se lança sobre mim.

Lembrando do meu treinamento, eu uso seu ímpeto contra


ele, esquivando-me no último minuto para mandá-lo passar por
mim e se chocar contra a gaiola. Ele berra, furioso e maníaco,
enquanto eu corro para colocar distância entre nós. Ele vira a faca
na mão, muito familiarizado com a arma. Estou chateada por estar
em tal desvantagem.

A realização me ocorre quando consigo impedir outro ataque.


Eu vou morrer aqui. Meu doce bebê não nascido e eu seremos
destruídos por Dragon — uma criação mentalmente fodida desses
monstros. Nunca mais verei Copper. Nunca mais estaremos juntos
felizes como eu tão estupidamente sonhei.

Lágrimas ameaçam cair, borrando o mundo na minha frente,


o que é um erro terrível. Isso esconde Dragon por tempo suficiente
para que ele seja capaz de me empurrar para o colchão. Um grito
sai da minha garganta enquanto ele rasga a lâmina ao longo do
tecido do meu moletom. Sua força domina a minha enquanto ele
remove o material e corta meu sutiã. Meu coração está na minha
garganta enquanto eu agarro o colchão sujo, tentando fugir.
Dragon agarra meus quadris, me jogando de costas. Sua mão livre
se atrapalha com o botão e o zíper da minha calça jeans. Eu uivo e
me contorço sem sucesso.

“Estou grávida do bebê de Copper,” choramingo. “Dragon.


Ajude-me.”
Seus olhos verdes brilhantes se estreitam e, em seguida, seu
peito pegajoso e sangrento pressiona contra o meu enquanto uma
mão agarra minha garganta com força o suficiente para que meus
gritos sejam estrangulados. Hálito quente encontra meu ouvido.

“Eu tenho que fazer isso ou eles vão matar nós dois. Grite e
lute comigo. Vai doer, mas você tem que confiar em mim.” Ele se
senta o suficiente para olhar para mim e diz alto o suficiente para
Night Giant ouvir: “Garotas bonitas podem ser estrelas.”

A faca corta minha bochecha, dividindo a carne


dolorosamente. Tudo que posso fazer é ficar boquiaberta com ele,
tentando como o inferno dar sentido a suas palavras. Remorso
pisca em suas órbitas verdes, e eu percebo o que é isso.

Um ato.

Ele sabe como nos tirar disso.

Eu só tenho que jogar junto.

Confie nele, não importa o quanto doa.

“Faça isso,” resmungo. “Faça o que tiver que fazer para nos
tirar daqui vivos e então faremos esses filhos da puta pagarem.”

Loucura brilha em seu olhar, mas é familiar. Lembro-me de


uma noite em torno da fogueira em Koyn. Apesar de sua loucura,
ele pensa nos Royal Bastards como uma família. E eu. Estamos
nisso juntos.

Filter estava certo.

Vou usar o sexo a meu favor para salvar meu pescoço. É


claro que o Dragon fará o mesmo. Nós dois somos guerreiros e
vamos dar o fora deste lugar.

Dragon solta minha garganta e eu agarro seu rosto bonito,


tirando sangue em sua bochecha. Ele sorri de uma forma
violentamente aterrorizante, então eu faço no outro lado também.
Enquanto estou distraída estragando seu rosto perfeito na
passarela, ele puxa minha calça jeans pelas minhas coxas. Ele me
empurra de bruços. Então, sem nenhum aviso, ele está dentro de
mim. Eu choro enquanto ele faz o que precisa fazer, me consolando
nas palavras suaves e suplicantes que ele sussurra para mim.

Nós vamos nos libertar.

Vamos voltar para nossa família.

Vamos matar todos eles.

Isso dura o suficiente para que meus ouvidos zumbam com


meus gritos exagerados e eu desmaie de tanto esforço. Um gemido
me desperta e, em seguida, salpicos de sêmen quente e pegajoso
na minha bunda. Eu fico mole enquanto Dragon se afasta de mim
e rola de costas ao meu lado.

“Bravo porra,” Night Giant diz, batendo palmas. “Os


espectadores adoraram essa merda.”

Night Giant entra na jaula e me acerta com a bota. Quando


ele percebe que ainda estou viva e respirando, ele me agarra pelos
ombros e me põe de pé.

“Coloque suas roupas de volta,” ele ladra. “Tenho uma


reunião com os patrões. Todos vocês têm uma pausa até serem
necessários novamente.”

Trêmula, puxo minha calça jeans para cima e pego o resto


do meu moletom, amarrando a barra para me manter coberta. Não
é até que estou abraçando minha cintura, tentando processar o
fato de que ainda estou viva, quando sinto algo cavando em minha
coxa. Discretamente, coloco meu dedo no bolso para perceber que
Dragon me deixou um presente.

O canivete.

É pequeno, mas é uma arma.

Dragon estava certo...

Nós vamos nos libertar.

Vamos voltar para nossa família.


Vamos matar todos eles.
VINTE E CINCO

Copper

Estou vasculhando registros de terrenos de edifícios


comprados em Memphis e compilando uma lista quando meu
celular toca.

Dan.

“Você conseguiu alguma coisa?” Pergunto em saudação.

Koyn, que está sentado à minha frente na mesa da sala de


conferências, levanta uma sobrancelha enquanto escuta o meu
lado da conversa. Coloco no viva-voz e o pouso na mesa.

“Sim...” Dan diz, deixando escapar um suspiro áspero. “É


brutal, cara.” As feições de Koyn endurecem e meu estômago
embrulha de pavor. “O que é?” Exijo. “Sem rodeios. Diga logo.” Meu
celular vibra.

“Enviei para você. É um vídeo. Taylor também estava


pesquisando na dark web, tentando entrar naquele site que você
compartilhou comigo. Ele não conseguiu, mas encontrou um vídeo
chamado Caught vs Blondie. A tatuagem de Dragon foi a palavra-
chave que ele encontrou.” Dan geme. “Tenho certeza de que é seu
amigo motoqueiro e…”

“E quem?” Koyn late.


Eu já sei.

Stormy.

“Estamos fazendo o que podemos para encontrar a fonte,


mas contamos com o seu pessoal também. Quanto mais olhos,
melhor,” diz Dan. “E, Jeremy, sinto muito.”

Com essas palavras horríveis, ele desliga.

Koyn se levanta para vir para o meu lado da mesa enquanto


eu clico no play do vídeo. Não consigo me concentrar em nada que
seja útil. Tudo o que vejo é Stormy.

Minha garota, porra. Apavorada e tremendo.

E Dragon.

Ele a persegue como se ela fosse uma presa.

“Talvez você não devesse assistir isso,” murmura Koyn


fracamente, sabendo muito bem que ele terá que cortar meus olhos
antes de eu permitir que isso aconteça.

Os próximos momentos me congelam em minha cadeira com


uma mistura violenta de fúria e nojo. O Dragon a ataca. Corta ela.
Fode ela. E…

“Ela está morta?” Eu engasgo quando o vídeo termina depois


que Dragon desliza de seu corpo imóvel.

“Não,” Koyn late como se ele dissesse isso, tornaria isso


verdade.

Limpo a umidade em minhas bochechas e fico de pé. A raiva


está nublando meu cérebro. Tudo o que posso ver é vermelho.
Vingança. Eu vou machucá-lo como ele me machucou. Estou cheio
de raiva enquanto saio correndo da sala em uma caça a Katana.

Dragon quer tirar algo de mim?

Eu vou tirar algo dele.


Tudo o que consigo pensar é em descarregar uma arma cheia
de balas no corpo em recuperação de Katana, desta vez atingindo
todos os órgãos cruciais. Vou vê-lo sangrar aos meus pés, sabendo
que Dragon nunca será capaz de voltar para seu melhor amigo
como eu nunca poderei voltar para a minha garota.

Filter, que está sentado em uma cadeira vigiando Katana,


fica de pé quando me vê. Já tirei minha Glock, apontando para o
homem adormecido. Filter se lança contra mim, me empurrando
contra a parede com força suficiente para esmagar a parede de
gesso. A arma dispara, atingindo a parede acima de Katana.
Resmungo e rosno enquanto tento me libertar do aperto forte de
Filter para que eu possa matar esse filho da puta. Vou matar Filter
em seguida, porque ele merece. Eu consigo disparar outro tiro sem
sucesso antes que mais caras entrem na briga. Payne e Koyn me
puxam de volta enquanto Filter consegue arrancar a arma de
minhas mãos.

Implacável, eu grito e giro, tentando me libertar. Consigo dar


uma cabeçada em Payne, provavelmente quebrando seu nariz com
o som de estalo, antes que a bunda grande de Koyn me prenda no
tapete. A luta me deixa enquanto a tristeza me rasga.

“Ela está morta. Ele a matou. Ela está morta, porra. Eu


prometi a ela...” sufoco. “Eu prometi a ela que a manteria segura,
mas eu menti. Eu menti, porra.”

Koyn ofega pesadamente, mantendo meus braços presos aos


joelhos. “Eu não acho que ela está morta, idiota. Ele cortou um
pouco o rosto dela, mas não havia nada letal. Bermuda vai analisar
o vídeo. Pare de ser um psicopata do caralho.”

Ela pode não estar morta, mas o que Dragon fez com ela…

Como ela vai voltar disso?

“Porque ela é fodidamente Stormy. Vadia durona,” Koyn


grita, respondendo o que eu pensei que fossem palavras não ditas.
“A vadia é o presente que continua dando16. Vai ser preciso muito
mais do que Dragon para lidar com ela. Ela é como uma porra de
um furacão. Você sabe disso.”

Eu sei disso.

Minha garota faz algumas merdas malucas que às vezes a


machucam, mas ela sempre volta balançando e mais forte do que
antes. Eu tenho que ter fé que ela está bem. Que ela ficará bem. E
no que diz respeito a Dragon, vou lidar com ele assim que colocar
os olhos nele.

Aguente firme, pequena Stormy.

“Bem ali,” diz Bermuda, apontando para a tela que não


consigo mais olhar. “Ele diz algo para ela. Acho que ele diz a ela
que vão matar todos eles. Não sou um leitor labial, mas
conhecendo Dragon, parece algo que ele diria.”

Koyn acena com a cabeça enquanto se inclina para frente.


“E observe os ombros dela lá. Eles relaxam.”

“Este é o seu trabalho, pai,” diz Blake, franzindo a testa para


mim. “Coloque seus sentimentos de lado e concentre-se.”

Oolho para meu filho e engulo a dor no meu peito. “Sim.


Toque essa parte novamente. Deixe-me ver.”

Com certeza, é como se eles tivessem uma conversa secreta


e silenciosa. Um acordo é feito. Consentimento. Stormy já usou o
sexo a seu favor muitas vezes antes. Isso não é diferente. Eles
parecem estar dando um show. É tão brutal que me dói assistir. E,
Koyn está certo. Não houve corte mortal com a faca. Apenas
superficiais.

16
Expressão idiomática: Algo com consequências contínuas.
Eu tenho que acreditar que ela ainda está viva.

“O que há com o corte facial?” Gibson pergunta. “É estranho


pra caralho.”

Esfregando a palma da mão no rosto, deixo meu cérebro


fazer algum pensamento lógico e responder com essa parte do meu
corpo em vez do meu coração. “Eles estão montando uma
produção. Está planejado. E se Dragon e Stormy são conhecidos
por alguma coisa, é por sua beleza. É como se cada um tentasse
ler essa parte um do outro. A maneira como ela o arranhou deixará
uma cicatriz. Todo o sangue faz com que pareça pior do que é.”

“Lindo, lindo garoto,” diz Katana da porta, chamando a


atenção de todos. Ele está pálido pra caralho e eu imediatamente
me sinto mal por tentar matá-lo mais cedo.

“O que?” Koyn late.

“Isso é o que Dragon murmurou em seu sono por tanto


tempo. Um dia, perguntei a ele o que significava. Em um de seus
raros momentos de divulgação secreta, ele explicou que Night
Giant disse que ele era um menino lindo, lindo. Que ele era tão
picante porque era tão bonito.” Katana geme e Halo corre para
ajudá-lo a se sentar em uma cadeira. “Ele a cortou para que ela
não fosse bonita. De alguma forma fodida, ele estava tentando
mantê-la fora de mais vídeos.”

Meu intestino torce dolorosamente.

Koyn se enrijece e começa a digitar ping em seu computador.


Já vi essa expressão nele antes. Determinação. Compreensão. O
momento em que uma chave aparece dentro de sua cabeça e ele a
usa para destrancar a porta que quiser.

Esperança cresce dentro de mim.

“O que está fazendo?” Deixo escapar. “Você está no caminho


certo.”
“Lindo, lindo menino Caught,” grunhe Koyn. “Esse é o código
para entrar no site deles. Agora que estou dentro, posso começar a
vasculhar os vídeos. Procurarei qualquer coisa útil.”

Enquanto Koyn assiste a vídeos que eu prefiro não ver, volto


à minha busca de registros de terras. Encontrei uma entidade
chamada Press House que comprou um depósito em Memphis há
quase doze anos. Ele foi vendido alguns anos depois por um roubo.

“Bermuda,” resmungo, apontando para ele. “Descubra para


onde foi esse dinheiro.”

Bermuda pega seu notebook e se senta ao meu lado. Ele


verifica as informações rapidamente antes de digitar em seu
computador. Ele encontra uma cópia do cheque administrativo
para o banco da entidade e, em seguida, obtém as informações da
conta agora encerrada.

Colin Press.

O nome é muito parecido com Cypress Collins para ser


ignorado.

Eu sei que encontramos ouro.

“Colin Press,” ladro para Koyn. “Peça a outra pessoa para


assistir a esses vídeos. Obtenha as informações que puder sobre
esse cara. Acho que esse é o nome verdadeiro dele. Estou ligando
para Dan.”

Porra, finalmente.

Isso parece progresso.

Estou indo, baby. Apenas aguente firme.

Acontece que o nome foi um sucesso. Dan, que tem os


recursos, colocou seus homens nisso, enquanto continuamos a
cavar do nosso lado. Enquanto eles procuram Colin Press e
começam a relacionar seu envolvimento com o caso do rei do tráfico
humano, o resto de nós está tentando encontrar pistas sobre onde
Stormy e Dragon estão.

“Lá,” diz Bizzy, apontando um dedo carnudo para a tela de


Koyn. “Já vi isso antes.”

Olho para o que ele está apontando. Um mural pintado na


parede atrás da gaiola. Está granulado nas sombras, então não
tenho certeza do que ele vê.

“O que é isso?” Koyn exige.

“Quando eu era criança, costumava visitar muito meus avós.


Passamos por uma placa que se parecia com esta.” Ele sorri para
mim como se tirasse a sorte grande.

“Veja, aquele aqui é o Pig Trail Scenic Byway.” A imagem


ainda está muito confusa para fazer sentido.

“Como você sabe?” Pergunto.

“Aquele porco vermelho ali,” Bizzy responde, apontando para


a mancha vermelha na parede.

“Esse pedaço verde aqui que está rachado deve dizer,


‘Arkansas’.”

“Arkansas?” Koyn rosna. “Como você pode ter certeza?”

Bizzy bufa, sua grande barriga balançando. “Aux Arcs. Vovô


contou a história de como os exploradores franceses deram o nome
a essa curva em torno do rio. Posteriormente, foi abreviado para
Ozarks.”

“Então, a placa que você viu quando viajava era uma placa
de beira de estrada?” Pergunto, esfregando a tensão na minha
nuca. “Você realmente não viu esta placa neste edifício?”
“Eu vi da estrada, mas se eles pintaram na parede, significa
algo para eles. Pode estar perto,” Bizzy diz com um sorriso. “Pode
até ser perto do Mulberry Mountain Loop.”

“Estou cuidando disso,” Bermuda grita. “Pelo tamanho


daquela sala, parece ser algum tipo de centro de eventos ou centro
comunitário.”

“Tente paradas para descanso também,” Koyn ordena.


“Museus locais e hotéis. Estou chamando Animal.”

A viagem de quatro horas até à sede do Animal em Little Rock


é dolorosamente lenta. Eu queria derrubar o Pig Trail Scenic Byway
em vez de ir para Little Rock, mas por mais que eu quisesse invadir
e salvar o dia, eu sei que estamos em inferioridade numérica.

Juntar forças com o Capítulo de Little Rock Royal Bastards


é necessário. Esses caras já nos ajudaram em um dilema antes e
eu sei que Koyn vai pagá-los generosamente por isso novamente
desta vez. Koyn até recebeu um telefonema do Prez do Capítulo
nacional de Nova Orleans. Eles enviaram Scorn e um avião cheio
de armas e munições. Agora temos homens e armas. É hora de
atacar.

“Eles são fortemente fortificados,” diz Koyn, dirigindo-se ao


grande grupo de motociclistas irritados. Quando você mexe com
um, você mexe com todos. “É por isso que entraremos com força e
rápido.”

Todos grunhem de acordo.

Koyn examina a logística com os Little Rock Royal Bastards


liderando seus homens, Jameson e Rage, enquanto eu olho
rapidamente para Animal. Koyn deve confiar que esse cara vai
deixar sua Old e sua menina sob seus cuidados. Animal é um filho
da puta louco, porém, deu sua palavra a Koyn que as protegeria
com sua vida.
O fato de Koyn estar confiando em alguém, depois do que
aconteceu com sua primeira esposa e filha, para salvar minha
mulher mostra o quão bom irmão ele é. É algo que nunca
esquecerei e sempre serei grato.

“Temos olhos dentro?” Rage pergunta, estalando o pescoço e


vibrando com energia reprimida para matar alguns filhos da puta.

Bermuda acena com a cabeça, segurando seu celular.


“Depois de isolarmos onde eles estão, pudemos fazer o ping dos
telefones celulares da área e invadir. Os pesos pesados estão lá —
Collins ou Press, Vidal e Night Giant. Algum idiota que trabalha
para eles fica pegando o celular, o que nos dá uma ideia do que
está acontecendo. Eles têm uma tonelada de caras lá dentro, e há
vítimas lá que temos que cuidar.”

“Vamos para a guerra, rapazes,” digo, ganhando a atenção


deles. “Vamos amarrar e derrubar esses idiotas.”

“E fazer eles sofrerem,” acrescenta Koyn. “Fazer sofrerem pra


caralho.”
VINTE E SEIS

Stormy

Horas se passaram desde Dragon e eu fizemos o nosso vídeo,


mas meu corpo continua a tremer. Depois daquele acontecimento
horrível, eles nos levaram de volta para o quarto. Calla agarrou-se
a Cove quando entramos, mas ele não me olha nos olhos. Posso ver
a culpa em seu rosto jovem. Se eu soubesse como apagar, eu o
faria. Sou sua irmã mais velha e sempre optarei por ficar na frente
dele e de Calla. Sempre. Assim como eu tive que protegê-los dos
cães que destroçaram nossa mãe. Eu vou continuar fazendo isso
também.

Os intensos olhos verdes de Dragon não pararam de me


aborrecer. Achei que teria medo dele depois do que aconteceu, mas
estou me sentindo grata. Se ele não fizesse o que fez comigo do jeito
que fez, não há como dizer o que aqueles monstros o teriam
obrigado a fazer ou outra pessoa, por esse motivo. Também
comprou segurança temporária para meus irmãos. O corte no meu
rosto dói como um filho da puta, no entanto.

“Eu vou ficar bem,” sussurro, encontrando o olhar de


Dragon. “Eu prometo.”

“Todos vão pagar,” ele promete. “Especialmente ele.”


Tremo com a ideia de Dragon sendo pego nas garras do Night
Giant novamente. Ele parece mais com o Dragon que eu conheço e
menos com o brinquedo do Night Giant, mas não sei por quanto
tempo. Tudo o que posso fazer é me concentrar no meu plano de
fuga.

Ping!

Outro prego voa para fora, batendo na armação da cama.


Dragon o pega, deslizando este entre dois dedos também. Ele tem
seis pregos agora para completar sua garra arrepiante de
Wolverine. Ainda bem que ele descobriu uma arma e me deixou
com o canivete, embora eu o ache mais útil como ferramenta.

Retiro pregos suficientes de uma das peças de compensado


para que possamos arrancá-la da parede juntos e termos acesso à
janela. Agarro uma borda da madeira compensada e gemo quando
ela balança, mas não cede. Muitos pregos para soltar e vozes
podem ser ouvidas se aproximando.

“Eles estão vindo,” Dragon avisa, levantando-se, escondendo


as mãos atrás das costas.

Eu giro ao redor, mantendo minha arma escondida,


enquanto as travas começam a se soltar. Um homem mascarado
fica perto da porta depois que ela é aberta, enquanto o outro entra
com uma missão.

Os gêmeos.

Meu irmão corajosamente fica na frente de nossa irmã como


se ele fosse páreo para este homem grande. A determinação nos
olhos de Cove me fez entrar em ação. Sem hesitar, lanço-me nas
costas do homem, enfiando a lâmina do canivete em seu pescoço.
Ele rosna, tentando se livrar de mim, mas o sangue jorrando na
minha mão me diz que mirei bem. Sou jogada de volta no colchão
e mal saio do caminho enquanto o cara afunda ao meu lado. Posso
ouvir Dragon brigando com o outro cara até que um baque
signifique o fim. Felizmente, Dragon é o único que fica de pé e ele
pega a arma do homem.
Infelizmente, o cara que feri mortalmente não parece ter uma
arma, então pego minha faca e proponho que meus irmãos e os
outros me sigam de perto. Dragon espreita para fora da porta e
para o corredor. Primeiro à esquerda e depois à direita. Ele
amaldiçoa sob sua respiração. Olho para a esquerda, frustrada ao
ver o que parece ser uma saída para o lado de fora impedita com
tábuas. Levaria muito tempo precioso para tentar sair por aquela
porta. Temos que encontrar outra maneira.

Lembro-me de passar por uma série de corredores para


chegar à gaiola e à sala das câmeras. Precisamos evitar aquele
lugar como a praga, considerando que a maioria dos homens está
aglomerada ali. Dragon para em um cruzamento de corredor de
quatro vias e olha para a esquerda e para a direita mais uma vez.
Ele começa certo, mas então sirenes altas tocam.

“Foda-se,” Dragon atira. “Eles sabem que escapamos.


Rápido. Vá por ali.” Ele gesticula para a esquerda.

Corro naquela direção, com cuidado para ficar quieta


enquanto meus irmãos me seguem. Há uma porta na extremidade
que não parece estar bloqueada. Só espero não ficar cara a cara
com um bando de idiotas quando a abrirmos.

Rat-a-tat-tat-tat!

Tiros ressoam lá fora, altos e abundantes, fazendo meu


coração pular por um momento. Talvez eles estejam aqui. Talvez
Copper tenha nos encontrado. Um soluço agarra minha garganta,
mas eu engulo, mais uma vez me fixando na rota de fuga. Estou
prestes a correr quando uma das portas do quarto do hotel se abre
e um cara grande agarra meu irmão, arrastando-o para o quarto
com ele.

“Não!” Assobio, correndo ele quando a porta é empurrada na


minha cara.

Um pé descalço chuta a porta com força ao meu lado e então


Dragon a abre para dentro, mais uma vez enlouquecido de
violência. O cara com meu irmão em suas mãos segura uma faca
como se fosse páreo para Dragon. Dragon facilmente agarra a mão
do homem, torce, e o estalo de seu pulso é seguido por um uivo de
dor. Dragon continua segurando a mão do cara e força a lâmina
em seu queixo. O cara gorgoleja enquanto cai no chão. Dragon
puxa a faca e a joga para mim antes de acabar com o cara com um
forte golpe em sua traqueia.

“Você está bem?” Pergunto ao meu irmão, cujo rosto está


pálido.

Dragon rosna. “Ele foi esfaqueado.”

Oh meu Deus.

Carmesim cobre a mão de meu irmão enquanto ele segura


suas costelas.

“Sai dessa, Stormy,” Dragon late. “Nós vamos conseguir


ajuda para ele. Vamos.”

Saímos da sala e voltamos ao nosso destino para a porta


mais distante. Já que Dragon tem a arma, ele lidera o bando e eu
me certifico de que todos fiquem entre nós. Quando temos que
passar por outro corredor, desta vez apenas um que leva à direita,
Dragon diminui a velocidade. Ele espia pela esquina, acha que é
seguro, e então faz um gesto para que todos se apressem. Terri está
cruzando o corredor na minha frente quando algo pousa a seus
pés.

Granada.

Tudo o que tenho tempo de fazer é tentar chegar à porta mais


próxima, uma velha alcova de máquina de venda automática,
quando a explosão acontece, me fazendo colidir com a máquina.
Meus ouvidos zumbem com a explosão, mas meu corpo está
felizmente intacto. Eu me viro para descobrir como Terri se saiu.

Quando noto uma perna decepada e nenhum corpo, eu


engasgo com tanta força que quase desmaio. Demora algumas
piscadas fortes para arrancar essa imagem do meu cérebro e me
concentrar na minha fuga. Através da névoa de fumaça, posso ver
a luz. A porta está aberta, o que significa que, com sorte, Dragon
conseguiu. Passar pelo corredor destruído onde a parede caiu,
bloqueando o caminho, será um desafio. Especialmente
considerando que tenho que passar pelo corredor de onde veio a
granada.

Um cara, todo vestido de preto, voa dobrando a esquina com


granadas presas ao colete. Sua surpresa ao me ver me dá algum
tempo. Ataco nele, enfiando a faca em seu peito. Ele se atrapalha
com sua arma, mas minhas mãos estão sobre ela enquanto caímos
no chão. Já que ele está com falta de ar enquanto o sangue jorra
de seu peito, sou facilmente capaz de arrancar a arma dele. Sem
remorso, atiro em sua cara.

Espio pelo corredor, grata por ele ser o único homem, apenas
para chorar de frustração quando percebo que o caminho para sair
está completamente bloqueado. Terei que mover a merda pesada
para passar. Porra. Preciso encontrar outra saída. Frustrada,
começo a descer o novo corredor, desesperada por outra rota de
fuga.

Só passei por algumas portas quando alguém sai.

Alguém que me é muito familiar.

Filter.

Meu primeiro instinto é chorar e me jogar em seus braços,


implorando para que me leve ao Copper. Mas o brilho frio em seus
olhos me diz que seria um erro terrível, especialmente porque sua
arma está apontada diretamente para o meu rosto.

“Filter,” sufoco.

“Stormy,” ele zomba. “Ou devo chamá-la de traidora?”

Engulo minha emoção, tentando como o inferno evitar que


meu braço trema. Minha arma está apontada para o rosto dele
também. Se ele atirar em mim, ele morrerá também. Vai ser alguma
merda de Romeu e Julieta sem uma história de amor. Apenas dois
teimosos avaliando se vão para o inferno juntos. Carma de merda.
“Você pode me chamar de a Old Lady de Copper,” solto.
“Jesus, Filter. Como eu aguentei sua bunda vadia?”

Ele recua com minhas palavras. “Você é boa em fingir.”

“Nem tudo era falso, idiota,” retruco. “Claro, nós fodemos.


Mas naqueles momentos em que assistíamos a filmes e ríamos, isso
era real. Você era meu amigo, mesmo que eu não quisesse admitir.
Me desculpe por ter fodido vocês. Posso garantir que não voltará a
acontecer. Agora pare de ser uma vadia e vamos dar o fora daqui.”

“Você está grávida,” ele morde. “Do bebê dele.”

Permito que minhas lágrimas escorram. “Eu estou feliz. É


real. Eu o amo.”

Suas narinas dilatam e ele estala o pescoço. “O que tinha de


errado comigo?”

Não posso acreditar que estamos tendo essa conversa agora.


De todos os tempos. Ele tem um louco olhar em seus olhos que diz
que não importa o que eu diga, vou levar um tiro na minha bunda
de qualquer maneira. Foda-se ele por fazer isso.

“Nada, idiota,” assobio. “Você é quente e normalmente muito


doce. Fiel...” Paro, lembrando-o, mais uma vez, que estou protegida
por sua maldita irmandade. “Eu só estava tentando fazer meu
trabalho.”

“Eu ia ficar com você,” diz Filter, suas palavras ficando mais
frias. “Talvez não tenhamos a centelha que pensei que tínhamos,
mas você cresceu em mim, Stormy. Você cresceu em mim. Eu sei
que poderíamos ter nos amado.”

“Talvez,” concordo, “mas a merda foi para o sul. Fiquei com


o Copper e caímos com força. Sem talvez. Não poderia ser. Nós
fizemos. Às vezes, as coisas acontecem por um motivo.”

Ele se aproxima, seus olhos se estreitando e o músculo em


seu antebraço flexionando. “Eu poderia colocar uma bala na sua
cabeça e eles nunca saberiam. Eles pensariam que você foi atingida
pelo fogo cruzado.”

“Sim, mas você não é um babaca que atira em mulheres


grávidas,” eu o lembro, estupidamente abaixando minha arma em
sinal de confiança. “Você é um Royal Bastard. Copper também.”

Meu coração tropeça quando ele abaixa sua arma. Acho que
ele se acalmou quando vejo o movimento atrás dele. Homem
mascarado de preto. Não há tempo para explicar. Chicoteando
minha arma para cima, murmuro um pedido de desculpas. Como
se para espelhar a minha imagem, ele balança sua arma para cima
também.

Nós dois apertamos o gatilho ao mesmo tempo.

Bam! Bam!
VINTE E SETE

Copper

Bam! Bam!

Rastejo pela janela quebrada do quarto de hotel depois de


cruzar um pátio de outro quarto. Ela não está em lugar nenhum.
O tiroteio me faz pensar que um dos meus caras precisa de ajuda.
Assim que atravesso a sala, vejo dois braços estendidos, apontando
armas um para o outro. Já que um deles é feminino, não me atrevo
a atirar naquela pessoa, mas quando me aproximo dos dois,
percebo que a outra pessoa é familiar.

Porra.

Stormy e Filter, enfrentando-se com armas apontadas um


para o outro.

“Não faça isso,” imploro para Filter. “Por favor.”

Bam! Bam! Bam! Bam!

Meu coração se quebra em um milhão de pedaços até que eu


percebo que nenhum deles caiu. Eles passam lentamente um pelo
outro, continuando a atirar. Espreito para fora da porta e percebo
que eles estão se protegendo. Juntando-me a eles, ajudo a abater
os poucos caras em uma das pontas. Assim que o corredor fica em
silêncio, coloco um braço em volta da cintura de Stormy e a puxo
para mim.

Olhos azuis ardentes encontram os meus, mas então


suavizam quando ela me vê, rapidamente se enchendo de lágrimas.
Seu rosto está muito cortado e ela está suja. Nunca a vi tão bonita
porque ela está viva. Ela está viva pra caralho.

Bato meus lábios nos dela, nem mesmo sendo gentil com
suas feridas, apenas desesperado para ter certeza de que ela é real
e não algum fantasma destinado a me insultar. Suas lágrimas
salgadas se juntam ao nosso beijo, dando a esta realidade um
sabor familiar. Um gemido de alívio escapa dela enquanto eu beijo
o fogo dela.

“Você está viva,” murmuro, beijando seus lábios rachados e


secos.

“Não por muito tempo se vocês dois continuarem a namorar


no corredor,” Filter resmunga. “Por aqui.”

Quero arrastar Stormy em meus braços e nunca mais soltar,


mas ela se afasta para roubar duas novas armas de um dos
homens mortos. Minha garota é uma lutadora. Ela não é donzela.
Filter está certo. Posso adorá-la adequadamente quando
estivermos seguros e sozinhos. Agora não é a hora ou nunca
conseguiremos sair daqui.

“Onde estão todos os outros?” Pergunto enquanto seguimos


furtivamente pelo corredor.

“Dragon tirou eles, eu acho. Espero. Precisamos encontrá-


los.” Stormy olha por cima do ombro para mim, me dando um
sorriso aguado.

Terei uma conversa com Dragon assim que essa merda


acabar. “Pare,” Filter grunhe. “Você ouviu isso?”

Soluços. Alguém pedindo ajuda.


Stormy se vira em direção à porta de um quarto de hotel e
começa a soltar as fechaduras. Depois de aberto, ela empurra para
dentro. Fodidamente destemida, essa mulher.

Várias pessoas espancadas e claramente traumatizadas se


amontoam em um canto da sala. Todos eles parecem tão fodidos
quanto Stormy.

“Vamos lá,” ela sibila. “Fiquem quietos. Vamos colocá-los em


segurança.”

Depois de oito pessoas trêmulas caminharem para o


corredor, iniciamos nossa jornada novamente. Desta vez, Stormy
começa a verificar cada porta. Nem todos os cômodos têm cativos,
mas alguns têm. Reunimos cerca de dezoito pessoas, algumas das
quais praticamente são carregadas pelos demais cativos.

“Atrás de você,” Blake grita. “Não atire.”

Eu me viro para encontrar Blake, Gibson e Bizzy fazendo seu


caminho pelo corredor com alguns cativos seguindo com eles.

“Todos naquela direção foram mortos e os quartos foram


verificados,” diz meu filho, não soando mais como uma criança,
mas como um maldito homem. “Os outros se espalharam em
outros corredores. Achamos que temos a maioria deles.”

Depois de vasculhar outros dois corredores, também


encontramos Halo, Payne e alguns caras de Little Rock.
Eventualmente, voltamos para fora. As pessoas estão em toda
parte, mas são todas as nossas pessoas e cativos. Esses filhos da
puta do tráfico se foram.

Koyn pula em um veículo e assobia, ganhando a atenção de


todos enquanto eles se aglomeram ao redor. A mulher de Jameson
— a mesma que ajudou Katana — chega em uma van, já cuidando
das vítimas que estão em pior estado. Estou grato pra caralho por
não ser minha garota precisando de cuidados.
“Brenda,” uma voz masculina macia e quebrada chama,
antes que uma jovem versão espelhada de Calla quase a atinja. “Eu
sinto muito.”

Ela abraça seu irmão, sussurrando garantias. “Está bem.


Estou bem. Estamos todos bem. Eu te amo, Cove. Você está seguro
agora.”

Calla se apega a eles e meu coração dói pelo que eles


passaram. Sou grato por eles estarem seguros e juntos novamente.
Filter os observa com uma expressão ilegível. Contanto que não
seja ódio, posso lidar com isso.

“Nós eliminamos a maioria desses filhos da puta,” grita


Koyn. “Alguns escaparam, mas nós os pegaremos. Marque minhas
palavras. O importante é que encontramos os cativos e eles estarão
seguros agora.”

Examino a multidão procurando por Dragon. Ainda


desaparecido.

“Essas pessoas não podem voltar à sociedade normal. Não


depois deste golpe.” Koyn grunhe. “É por isso que vamos ajudá-los.
Coloque-os de pé e veja como a merda vai se resolver. Quem quiser
voltar para a casa de suas famílias, nós o levaremos até lá. Mas…”

Dragon teve muitas chances de se reunir com sua família,


mas escolheu se tornar um Royal Bastard em vez disso, desistindo
de seu passado e se tornando o homem em que foi transformado.
Não seria uma surpresa se muitas dessas pessoas sentissem o
mesmo, dados os horrores pelos quais passaram.

“Jameson e Rage estão levando os gravemente feridos com


eles. A médica aqui pode garantir que eles estão estáveis. Scorn
levará qualquer um de avião de volta à Louisiana. O resto virá com
a gente,” diz Koyn. “Aqueles que optarem por voltar à sociedade,
Dan Greene com o FBI ajudará nesses esforços. Boa sorte e sinto
muito que vocês tenham passado por essa merda.”
A multidão se dispersa naquele ponto. Quero arrastar
Stormy em meus braços e segurá-la, mas ela ainda está em modo
de proteção sobre seus irmãos mais novos. Só quando Bizzy ajuda
os gêmeos a entrarem na van é que todo o fogo da minha garota é
apagado. Como um bom homem, estou lá para tomá-la em meus
braços, segurá-la.

“Sinto muito,” ela sussurra enquanto esfrego a palma da


mão sobre sua barriga lisa que logo vai inchar com meu filho. “Eu
te dei tanta merda sobre ser sujo. Vocês sempre foram bons. Pelo
menos onde isso conta. Eu estraguei tudo.”

“Não, pequena Stormy, você acabou causando alguns


estragos apenas para que pudesse parar direto em meus braços.
Não estou reclamando de como você chegou lá. Apenas
agradecendo a Deus por você estar.”

Ela começa a chorar e rir ao mesmo tempo. “Cuidado.


Gibson vai transformar essas falas em uma música country.”

“Com certeza,” Gibson diz, sorrindo enquanto passa. E então


o filho da puta bunda mole canta minhas falas de volta para a
minha mulher em sua voz que aparentemente faz as Barnyard
Belles quererem ter seu bebê.

“Continue com sua merda,” resmungo de brincadeira.

Ele ri até que Koyn vem até nós. Fico tenso com a expressão
incomum em seu rosto.

“Eles fugiram,” ele diz, seus olhos escuros brilhando de uma


forma maligna.

“Quem?”

“Night Giant, Vidal e Press.” Cada nome que Koyn entrega


faz Stormy vacilar.

“Press?” ela pergunta.

“Cypress Collins,” explico, informando-a sobre este novo


boato, “é um pseudônimo para Colin Press.”
“Temos que encontrá-los,” lamenta Stormy. “Night Giant
irá—”

“Ele não vai,” Koyn garante a ela. “Ele não vai tocar em mais
nenhum fio de cabelo da maldita cabeça do Dragon.”

Ela relaxa e acena com a cabeça. “O que significa que você


está de olho neles?”

“Eles estão sendo seguidos,” confirma Koyn.

“Essa não foi a única operação deles,” digo, entendendo o


significado de tudo isso. “Eles vão nos levar ao resto.”

“E depois?” Stormy pergunta.

“Então eles terão alguma justiça filha da puta do jeito


Koynakov.”

Em vez de vacilar com suas palavras, ela balança a cabeça.


“Bom. Espero que doa.”

É de manhã quando chegamos ao Koyn. Stormy dormiu todo


o caminho de volta, pressionada ao meu lado. Ainda não consigo
descobrir com quem Dragon pegou uma carona. Eventualmente,
vou precisar voltar para minha casa e para meus cães, mas por
agora, precisamos dormir logo.

“O Clube é bom o suficiente para receber algumas dessas


pessoas,” diz Filter do banco da frente. “Gibson, Bizzy e Nees se
ofereceram para ficar com eles e protegê-los.”

Meses atrás, eu teria questionado as habilidades daqueles


três, incluindo meu filho, mas não mais. Eles são todos
motoqueiros durões e capazes e isso me deixa orgulhoso.
“Os gêmeos vão voltar para casa conosco,” digo a eles
enquanto saímos. Filter me lança um brilho irritado, mas
rapidamente o corrige antes que eu possa descobrir o porquê.

“E Erin,” Stormy grasna sonolenta. “Ela vem com a gente


também.”

“Tudo bem,” Filter grunhe. “Os outros oito podem ir para a


sede do Clube. Nós cuidaremos deles.”

Examino nosso grupo, que estão todos saindo de veículos ou


descendo de motos, procurando por Dragon. Ainda desaparecido.
Que diabos?

“Ei,” Stormy diz, cobrindo meu rosto e voltando minha


atenção para seu rosto arruinado. “Não faça isso.”

“Não fazer o quê?”

“Eu sei...” Seus olhos lacrimejam. “Eu sei que você deve ter
visto o vídeo... É só... por favor, não o machuque. É complicado,
mas estávamos no modo de sobrevivência. Tínhamos que fazer o
que tínhamos que fazer.”

Estudo seu rosto, observando cada hematoma e corte. “Eu


sei, pequena Stormy. Se você está preocupada, não se preocupe.
Eu te amo. Tudo o que me importa é colocar você no chuveiro e na
cama para que eu possa te abraçar.”

“Promete?”

“Prometo.” Dou-lhe um beijo suave na testa. “Ponha os


gêmeos e Erin nos dois quartos de hóspedes lá embaixo e me
encontre em seu antigo quarto.”

Assim que ela desaparece dentro de casa com eles, alguém


me agarra e me empurra contra a lateral de um veículo. Olhos
verdes e selvagens fixam-se em mim.

“Procurando por mim?” Ele rosna, pressionando uma faca


no lado da minha garganta.
Um Katana ferido não fica muito atrás, sem fazer nenhum
movimento para parar Dragon.

“Na verdade, sim,” resmungo.

“Para me matar?” Seus olhos brilham de dor. “Porque eu


mereço?”

“Eu não vou matar você, idiota. Você é a porra de uma


vítima. Tenho feito esse trabalho há tempo suficiente para entender
isso.” Pego sua mão com a faca e a empurro para baixo. “Além
disso, Stormy nunca me deixaria em paz se eu o matasse. Você
sabe como ela pode ser tagarela.”

Seus lábios se curvaram com um sorriso. “Ela é uma vadia


durona.”

“Foda-se, sim, ela é, mas…” Paro e o imobilizo com um olhar


duro. “Os irmãos dela não são. Eles são um de nós agora.”

“Eu tenho as costas dos pequenos. Não se preocupe, meu


velho.”

Eu o puxo para mim para um abraço rápido antes que ele se


afaste e desapareça com Katana. O olhar de Filter está preso em
mim, mas está faltando o veneno de costume.

“Não vou dar mais merda a ela,” diz Filter quando me


aproximo.

“Estamos bem.”

“Sem mais nem menos?”

Ele encolhe os ombros. “Nós conversamos.”

Não tenho certeza de quando esse bate-papo aconteceu, mas


estou feliz de qualquer maneira.

“Tudo bem então. Eu estou indo para dentro.” Inclino minha


cabeça para ele e entro.
No momento em que chego ao antigo quarto de Stormy, ela
já está tirando as roupas. Seu corpo está machucado e ela está
destruída, mas ela ainda é linda, forte e minha. Eu tiro minhas
roupas e a sigo para o chuveiro. Só depois que o vapor enche o ar
e o jato quente chove sobre ela é que ela finalmente desaba.

Arrasada.

Quebrada.

Permite que os eventos finalmente a alcancem.

Suavemente, eu lavo seu corpo abusado, limpando-a em


todos os lugares, e beijo todas as dores que posso. As que estão no
coração dela serão as mais difíceis, mas vou passar todos os dias
tentando.

“Pequena Stormy?” Pergunto quando ela está limpa e não


está mais chorando.

“Hmm?”

“Você é uma heroína. Você ajudou a salvar essas pessoas,


incluindo seus irmãos.”

Seu lábio treme. “Não me sinto uma heroína.”

“Talvez não, mas com certeza você se parece com uma.”


VINTE E OITO

Stormy

Duas semanas depois…

Sigo o som da guitarra de Gibson depois de um cochilo muito


necessário. Isso é tudo que eu fiz nas últimas semanas, enquanto
estávamos no Koyn em vez de ir para casa, enquanto tentava me
recuperar. Ser sequestrada é horrível em um dia normal, mas
acrescente gravidez e é demais. Felizmente, meu homem é amoroso
e atencioso. Às vezes, ele simplesmente paira com um brilho
preocupado nos olhos, e é por isso que eu disse a ele para ir passar
um tempo com Nees e me deixar descansar.

Agora que minha vadia irritadiça desapareceu, sinto falta


dele novamente.

Cansaço não é a única coisa que me deixa mal-humorada.


Estar íntima com Copper é o cerne da questão. Por mais que eu
queira que ele faça amor comigo novamente, estou preocupada. A
médica nos visitou alguns dias depois de voltarmos para casa para
nos verificar. Ainda estou grávida e meu rosto sempre terá
cicatrizes — Hadley diz que Koyn e eu somos praticamente gêmeos
agora — mas minha principal preocupação é o sexo desprotegido
com Dragon. Até eu receber os resultados do teste de volta, não
quero me arriscar a infectar o Copper com nada. Na época, eu
estava no modo de sobrevivência de curto prazo, mas agora estou
pensando no longo prazo e uma DST não é um bom presságio para
mim.

Encontro Gibson na sala de estar com suas groupies —


também conhecidas como Bizzy, Calla, Hadley com o bebê, Nees,
Pete, Charlie e Mel. Todos estão ouvindo-o tocar sua popular versão
de “A Country Boy Can Survive,” de Hank Williams Jr. Algo sobre
ouvir essa música deixa minha alma à vontade. Sopro um beijo
para Gibson, amando como seu rosto bonito fica ligeiramente
vermelho, mas ele nunca perde o ritmo. De todas as pessoas que
trouxemos de volta conosco, apenas algumas permaneceram, e
estranhamente foram aquelas com quem eu estava presa naquele
quarto, menos a pobre Terri. No início, fiquei preocupada que Mel
seria um problema, mas depois que ela foi limpa e recebeu um
medicamento para estabilizar o humor, ela relaxou e ficou muito
engraçada, mesmo que continue a chamar os outros caras de
PeePee Pete e Crybaby Charlie.

Bermuda está na cozinha descascando batatas. Sem camisa.


Seu boné está virado para trás e ele balança os quadris com a
música, perdido em seu próprio mundo. Qualquer garota que
achar que é boa o suficiente para Bermuda terá que passar por
mim primeiro. Terá que ser uma mulher e tanto para obter minha
aprovação.

Dou-lhe um abraço por trás, apreciando seu calor familiar,


antes de continuar minha jornada para encontrar meu homem.
Filter e Koyn estão parados no pátio dos fundos compartilhando
um cigarro. A animosidade que senti em Filter se dissipou. Sua
atenção está em outro lugar atualmente. Não tenho certeza se
aprovo os olhares que ele dá a Calla, mas é melhor do que olhares
de ódio para mim. Quando a música de Gibson termina, ele faz
uma bela transição para “Simple Man,” de Lynyrd Skynyrd. Pego
meu casaco e volto, sorrindo para Koyn e Filter.

“Vocês viram o Copper por aí?” Pergunto, abraçando meu


casaco mais apertado ao meu redor.
“Na garagem falando com Cove.” Koyn desvia o olhar e Filter
reprimiu uma risada.

“O que?” Exijo, não gostando do fato de que o Prez do Royal


Bastards MC não consegue nem me olhar nos olhos.

“Nada,” ele grunhe, ainda sem olhar para mim.

“Oh, é alguma coisa,” Filter tagarela.

Koyn dá um soco em seus braços. “Idiota.”

Uma vez que nenhum desses idiotas vai me dizer o que


diabos está acontecendo, eu corro pela lateral da casa para a
garagem aberta. Katana está encostado no batente da porta da
garagem, ficando mais forte a cada dia desde que foi baleado,
observando o Dragon.

Dragon em toda a sua glória masculina está em uma missão


para ver quantas flexões ele pode fazer, os músculos de suas costas
se acumulando com força enquanto ele se move. Tudo o que ele fez
desde que voltamos foi meditar, se esconder e levar seu corpo ao
extremo. Deve incomodá-lo que Night Giant tenha fugido. Saber o
que sei agora me faz imaginar como ele está se saindo. Eu sei
quando empurrar e quando ficar longe. Até que vejamos seus
sorrisos insultuosos e malucos de novo, vou deixá-lo trabalhar
nisso da melhor maneira que puder. Além disso, seu melhor amigo
está sempre atrás dele, acompanhando cada movimento seu. Pisco
para Katana e sigo para onde Cove e Copper estão em uma
conversa profunda no sofá da garagem.

Algo está diferente em meu irmão. Aos dezenove anos, ele


sempre foi pequeno, mas algo em sua estatura parece maior ou
mais alta hoje, o que é uma loucura, porque Copper é uma
montanha ao lado dele. Aperto os olhos, tentando identificar o que
é.

Não querendo interromper a conversa, eu vou para o Clube


quando Copper me lança um olhar quente que derrete meu
interior. Murmuro para ele que já volto e ele acena com a cabeça.
“Erin está no Clube?” Pergunto a Katana ao sair.

Ele balança a cabeça como se fosse uma pergunta idiota. Ela


está sempre no Clube. Na verdade, não acho que ela saiu nenhuma
vez, desde que decidiu que estava deixando Koyn e ficando lá.
Como Payne e Halo estão desaparecidos, presumo que um deles
assumiu a guarda enquanto os outros patrulham.

A caminhada da garagem até a sede do Clube não é longa,


mas está frio. Eu tremo com o vento forte e corro para o enorme
Clube. É como qualquer Clube de motoqueiros completo com uma
sala de descanso gigante com uma lareira de pedra, uma cozinha,
um bar completo e uma área de estar, uma sala de reuniões onde
Koyn diz que começarão a realizar as Igreja, um escritório,
lavanderia e dezenas de quartos. Claro, como Koyn é Koyn, foi
recentemente mobiliado com móveis e decoração de última geração
— de alguma forma rústico e masculino, mas ainda parece caro.

Assim que entro, encontro Erin sentada na poltrona perto de


uma lareira, uma caneca quente de café fumegante em sua mão e
uma garrafa de tequila dobrada na almofada ao lado dela. Seu
cabelo castanho que antes era emaranhado está agora com um
corte bonito na altura do queixo que combina com ela, graças a
Hadley que lhe deu um corte na semana passada. A sempre
presente carranca em seu rosto me enerva, no entanto. Ela não é
a garota que eu me lembro. Eles pegaram todas as partes boas dela
e deixaram para ela essa casca raivosa. “Ei,” saúdo, mantendo
minha voz suave. “Só estou verificando você.”

“O mesmo de ontem,” ela corta. “Você não tem que cuidar de


mim, Brenda.”

É então que percebo Halo sentado no bar, quieto. Ele me dá


um aceno de reconhecimento, transmitindo em um olhar que ela é
sempre assim, não apenas comigo.

“Nós vamos sair em alguns dias para ir para o Copper,” eu


digo suavemente enquanto me sento ao lado dela. “Eu quero que
você venha conosco. Ou, se você quiser ir para casa—”
“Eu não vou para casa,” ela responde, queimando seu olhar
em mim. “Eu já te disse isso.”

“Ok...” suspiro. “Estou apenas tentando ajudá-la e deixá-la


confortável. Quer ficar aqui ou quer ir para o Copper comigo? Os
gêmeos irão e—”

Halo solta um bufo.

“O que?” Exijo, franzindo a testa para ele.

“Nada, Stormy.”

Oh, é alguma coisa. Primeiro Koyn e Filter. Agora, Halo.


Esses filhos da puta estão tramando algo e posso dizer que vou
ficar puta com isso.

Ignorando-o, eu me viro para Erin novamente. “A casa de


Copper é isolada como aqui e enorme. Ele tem um casal de
cachorros—”

“Cachorros?” Seu rosto se enruga em confusão, a primeira


expressão real de Erin que eu vi desde antes de ela desaparecer.

“Gretel e Hansel. Dobermans.”

Seus olhos se arregalam um pouco. “Você tem medo de


cachorros. Um medo mortal.”

“Eu ainda tenho,” resmungo. “Mas Hansel e Gretel são meus


bebês. Eles são amorosos e protetores. Desde que estamos aqui, a
ex-mulher de Copper, Krista, tem cuidado deles para nós. Eu sinto
falta deles.”

Erin sempre foi uma grande amante de cães e era algo que
ela mal conseguia entender sobre mim quando descobriu que eu
não era.

“Eu poderia mudar de cenário,” ela finalmente admite. “Não


posso prometer quanto tempo vou ficar, no entanto.”

É o suficiente.
Mais do que suficiente.

Essa pequena descoberta significa que há esperança para


minha amiga voltar para mim. Claro, ela está mudada e quebrada,
mas com o tempo ela será curada. Ela vai precisar de uma amiga
para ajudá-la nos tempos difíceis. Eu absolutamente quero ser
essa amiga.

“O jantar do Bermuda sai agora. Juro por Deus, aquele


menino precisa de seu próprio programa de culinária. Suflê sem
camisa, poderíamos nomeá-lo,” provoco enquanto me levanto.
“Você deveria ver se ele precisa de alguma ajuda. Sua bunda
provavelmente ainda queima macarrão com queijo. Você poderia
usar algumas aulas antes de eu te levar para casa comigo.”

Ela sorri e me atira o dedo médio. “Foda-se, Stormy.”

Parece certo ouvir o apelido de seus lábios. Por mais que


meus irmãos ainda me chamem de Brenda, não sou mais ela.

Sou Stormy.

A Old Lady de Copper.

Uma lutadora.

Estou chocada quando ela se levanta também, colocando


sua caneca sobre a mesa. Ela enfia os pés nos sapatos novos que
Hadley comprou para ela. Como todos chegaram com as roupas do
corpo, Hadley arrastou Koyn com ela para uma maratona de
compras. Aposto que ver a adorável e jovem Hadley na Target com
o malvado e feio Koyn e seu precioso bebê em seus braços foi um
espetáculo para se ver.

Sopro para Halo um beijo de agradecimento antes de escapar


pela porta do Clube em uma missão de volta ao Copper e chegar
ao fundo de todos os sorrisos secretos e esquisitices acontecendo
entre esses motoqueiros. Eles parecem esquecer que eu era uma
agente federal do FBI. Nada passa por mim. Fodidos.
Estou quase na garagem quando Nees e Bizzy se aproximam
de mim.

“Viemos substituir Halo,” diz Nees, com o peito estufado


como um galo.

“Não há necessidade.” Eu ando até ele e dou um tapinha em


seu peito. “O que há com essa cara boba?”

Bizzy gargalha. “Tão idiota.”

“Vá se foder, seu filho da puta,” Nees resmunga. “Você não


pode ser mais um idiota.”

Eu deslizo minha palma para longe, ofegando ao ver que o


remendo de prospecto desapareceu em seu corte e foi substituído
por um que diz membro. “Nees!” Eu grito de alegria. “Parabéns!”

“Koyn pensou que eu provei meu valor com a missão de


resgate,” Nees se gaba.

“Remendado mais cedo.”

“Foi só isso que aconteceu?” Halo pergunta quando ele e Erin


passam por nós.

O rosto de Nees empalidece e ele limpa a garganta. “Não me


lembro do resto.”

O boceta corre — realmente corre — para longe de mim. O


traseiro rechonchudo de Bizzy o persegue. Inferno, foi a única vez
que vi aquele homem fugir.

Que.

Porra?

A raiva cresce dentro de mim e eu marcho atrás deles para


a garagem. Dragon não está mais malhando pra caralho e em vez
disso está encostado na parede bebendo água, seus olhos em
Copper e Cove. Bizzy e Nees seguem Erin e Halo para dentro de
casa, correndo como se suas calças pegassem fogo.
“Qual é o problema de todos?” Exijo, encontrando o olhar
feroz de olhos verdes de Dragon que não me faz estremecer mais.

“Pergunte ao seu irmão.” O lábio de Dragon se enrola e então


ele cospe um pouco de água no concreto a seus pés. “Ele vai te
dizer.”

Lentamente, arrasto minha cabeça para onde Cove está


sentado ao lado de Copper. Nenhum deles está falando agora. A
sobrancelha de Copper está ligeiramente arqueada, como se ele
estivesse esperando. O queixo de Cove se levanta em desafio.
Sentados lá em seus cortes combinando, eles parecem confortáveis
como o inferno.

Espera…

Cortes combinando.

O corte de Cove tem um remendo que praticamente brilha


para mim.

Não.

Inferno, filho da puta que não.

“Absolutamente não,” eu fervo, invadindo seu caminho. “Ele


é muito jovem. Não, Copper. De quem foi essa ideia? Quem o
colocou nisso? Vocês estão falando sério agora?”

Copper, acostumado com minhas tiradas, me deixa tirá-lo


do meu sistema antes de responder. “Ele está velho o suficiente
para tomar suas próprias decisões. Você sabe disso.”

Foda-se ele e seu raciocínio lógico.

“Mas...” Meus olhos queimam com lágrimas não


derramadas. Mas ele mal conseguia lidar com o sequestro. Mas ele
teria morrido pelas mãos de Dragon se eu não interviesse. Mas ele
é apenas um garotinho.

Copper se levanta e se aproxima de mim. Uma vez que ele


está perto, ele me puxa para ele. “Mas nada, pequena Stormy. Está
feito. Nós vamos cuidar dele. É o que fazemos. Você sabe melhor
do que ninguém que este Clube protege seus irmãos. Ele não
precisa mais da irmã mais velha para lutar todas as suas batalhas.
Agora, ele mesmo pode lutar contra elas e quando não puder, ele
tem os Royal Bastards para protegê-lo.”

Eu me afasto ligeiramente para olhar para Cove. Ele pode


parecer suave e jovem para mim, mas a determinação feroz em
seus olhos não pode ser ignorada.

“E a faculdade?” Pergunto fracamente.

“Eu nunca me encaixei de qualquer maneira. Diferente de


Calla,” Cove responde. “Depois...” Ele suspira, quebrando meu
olhar. “Tenho que provar a mim mesmo que sou um homem que
sabe cuidar de si mesmo.” Seus olhos azuis se levantam para
encontrar os meus novamente. “Um homem que pode proteger
suas irmãs.”

Abro a boca para argumentar que sou a irmã mais velha e


esse é o meu trabalho, mas Copper pressiona o polegar nos meus
lábios, arrastando meu rosto para encontrar o seu lindo.

“Deixe a criança ser um homem, baby.”

Contra o meu melhor julgamento, eu aceno. Copper está


certo. Cove precisa de uma rede de apoio e proteção. Quem melhor
para cuidar disso do que esses filhos da puta malvados?

“Oh, olhe, ninguém morreu,” diz Koyn enquanto entra na


garagem, um cigarro balançando entre os lábios. “Meu dinheiro
estava em Nees porque ele é fácil de escolher.”

Nees bate na janela da garagem para a cozinha. “Eu ouvi


isso, idiota.”

Koyn ri e mostra o dedo do meio para ele. “Copper, você tem


um minuto?”
Quando Copper me libera, depois de um beijo casto em meus
lábios, faço o meu caminho de volta para Dragon, que continua a
vibrar com energia reprimida.

“Você está bem? Inclino minha cabeça para estudar suas


feições de perto.

Ele dá de ombros, um raro lampejo de vulnerabilidade em


seus olhos de jade. “Sim.”

“Você sabe onde me encontrar para falar se alguma vez não


estiver bem. Eu quero dizer isso, Dragon. Se alguém pode entender,
sou eu. OK?”

Seu aceno é cortante. “Ele não pertence aqui.” A mudança


de assunto me deixa cambaleando.

“Cove?”

“Muito magro. Com muito medo. Precisa de proteção.” Ele


balança a cabeça em aborrecimento. “Koyn toma algumas decisões
idiotas às vezes.”

Cutuco seu abdômen ridiculamente duro e suado. “Sim,


parece uma história familiar.”

Os olhos de Katana se arregalam e ele se afasta da conversa.


Dragon volta sua atenção para mim, sua mandíbula cerrada.

“Você sabe que estou certa, Batman.” Sorrio, feliz por ter seu
foco, porque o que tenho a dizer é importante. “Basta cuidar de
Robin ou essa Mulher-Gato vai voltar e adicionar mais algumas
marcas de garras em sua cara feia.”

Ele acena com a cabeça, os olhos brilhando com um voto não


dito que ele vai ficar de olho no meu irmão.

“Já que vocês obviamente tiveram uma reunião secreta


enquanto eu dormia, alguma notícia sobre os fugitivos?” Franzo a
testa para ele, cruzando os braços sobre o peito, de repente gelada
com o fato de Vidal, Collins ou Press e Night Giant ainda vagarem
pelas ruas.
“Nós temos pessoas seguindo eles,” Dragon me assegura.
“Agora que sabemos para onde eles foram, Koyn conseguiu obter
mais informações e rastreá-los.”

“E eles ainda estão transitando livremente porque...”

“Porque a rede deles é de longo alcance. Se matarmos as


aranhas agora, não conseguiremos libertar todos os que foram
pegos...” Seu corpo vibra com essa palavra. “Em sua rede.”

“Nesse ínterim, essas pessoas—”

“Estão sendo cuidados por Loki.”

“O Deus da Tortura?”

Dragon solta uma risada estrondosa que não ouço há muito


tempo. “Sim, Stormy. Esse filho da puta é tão louco quanto Prez.
Eles estão trabalhando com King em Santa Clarita. King lida
movendo silenciosamente as vítimas enquanto Loki e seus rapazes
torturam lentamente aqueles que os mantinham cativos. Eles
mantêm tudo em segredo para que os responsáveis não percebam
que seus locais de operação estão sendo desmontados cada vez que
eles saem de um.”

“Faz apenas duas semanas, Dragon.”

“Muita coisa pode acontecer em duas semanas. Eles já


desmontaram quatro.”

“E Dan concorda com os Royal Bastards matando


estupradores em todo o país?” Pergunto em descrença.

Dragon balança a cabeça, um sorriso malicioso em seu rosto.


“Dan é legal. Contanto que entreguemos as vítimas a ele para que
ele possa devolvê-las às suas famílias, ele aparece no local de
reunião combinado e não faz perguntas.”

Braços fortes me envolvem por trás e eu derreto nos braços


de Copper enquanto suas palmas pousam na minha barriga.
Dragon entende isso como sua deixa para desaparecer, deixando-
me com meu homem.
“Eu te amo, pequena Stormy. Tão feroz e linda pra caralho.”

Sorrio e me viro para poder ver seu rosto bonito. “Amo você
também.”

“Tenho algumas boas notícias.” Seus lábios se curvam em


um sorriso feliz.

“Oh sim?”

A porta de um carro bate do lado de fora e então ouvimos


latidos. Algo que um ano atrás teria me deixado em pânico. Não
mais.

“Meus bebês!”

Antes que eu fale, dois lindos dobermans aparecem trotando


na esquina, nos procurando. Eles quase nos derrubam, ambos
curados e ansiosos para ver seus pais. Eu me entusiasmo com
Hansel enquanto Gretel tenta lamber o rosto de Copper.

Tudo pode ter ficado uma merda na minha vida por um


tempo, mas as coisas estão finalmente começando a melhorar.
Tenho amor, uma família de sangue e de laços, um bebê precioso
a caminho e dois bebês peludos.

Meu coração está repleto.

E, ainda assim, nunca terei o suficiente.


VINTE E NOVE

Copper

Quatro meses depois...

Suas botas batem no concreto duro ritmicamente, e com um


propósito, enquanto caminhamos pelo corredor.

A sessão está aberta.

Dois dos piores homens dos Estados Unidos estão sendo


levados à justiça. Eles vão pagar por seus pecados. Por tudo o que
fizeram para atrair essas vítimas, permitiram que fossem
estupradas e torturadas e lucraram com seu terror. Inferno, nem
tenho certeza se Press ou Vidal alguma vez participaram de nada
disso, mas eles forjaram suas carteiras com notas ensopadas com
o sangue de suas vítimas.

Eles vão pagar.

Quando eles começaram a perceber que sua operação estava


sendo retirada de seus pés, era tarde demais. Tivemos que fazer
nosso movimento e derrubá-los. Nos últimos quatro meses e meio,
nós resgatamos quase trezentas vítimas, matamos uma tonelada
de estupradores filhos da puta e, há trinta minutos, finalmente
fechamos seu site de vídeo na dark web. Koyn destruiu todo e
qualquer vídeo que encontrou. Ele entregou a lista para Dan para
que os federais pudessem caçar qualquer um que se conectasse
para vigiar a merda doentia. Nossos trabalhos estão quase
concluídos.

Koyn empurra as portas duplas e me conduz para dentro.


Sentados em cadeiras lado a lado, Press e Vidal aguardam a
sentença, pálidos e com os olhos arregalados.

Claro... esta não é uma audiência normal.

Este é um Royal Bastards vindo ao encontro de Jesus. Certo


antes de enviá-los para o inferno, onde eles pertencem.

“Loki,” Koyn cumprimenta, acenando para o filho da puta


malvado que é o Prez do Capítulo dos Royal Bastards de Reno.
“Obrigado por não machucar um fio de cabelo de suas lindas
cabecinhas.”

Tanto Press quanto Vidal parecem se acalmar com suas


palavras.

Os malditos idiotas não têm ideia do que está acontecendo


com eles.

“Diverti-me com seus amigos,” diz Loki, lançando um olhar


entediado para alguns homens estripados e mortos nas
proximidades. “Eles são todos seus.”

“O dinheiro está no banco, irmão.” Koyn bate seu punho


contra o de Loki. “Obrigado pelo seu serviço e você sabe onde me
encontrar se precisar de alguma coisa.”

“Um dia eu posso aceitar isso,” Loki grunhe. “Até a próxima.”

Ele puxa o gorro para baixo sobre as sobrancelhas e assobia


para que seus homens o sigam. Eles saem da sala no armazém
abandonado nos arredores de Las Vegas, deixando meu irmão e eu
terminarmos o que começamos há muito tempo.

“Lembra daquela vez que você cortou as pálpebras daquele


filho da puta do Genworth e o queimou vivo?” Pergunto, puxando
minha faca. “Isso foi antes ou depois de você enfiar a faca no cu de
Putnam? Eu perdi as partes boas naquela noite. Diga-me de novo,
irmão.”

Vidal engasga e Press balança a cabeça, as lágrimas


escorrendo pelo rosto.

“Lembro-me como se fosse ontem.” Koyn sorri para mim, a


violência brilhando em seus olhos escuros. “Ainda posso sentir o
cheiro da forma como a pele deles cozinhava. Terrível pra caralho,
mas algo que nunca sai daqui.” Ele bate com o cabo da faca na
têmpora. “Amo minhas novas memórias com você, cara.”

Nossas vítimas nos olham com horror, a fita cobrindo suas


bocas escondendo seus apelos. Nós não precisamos ouvir essa
merda. O que precisamos ouvir são os seus soluços enquanto os
mutilamos.

Ajoelho na frente de Vidal, irritado quando o idiota começa a


mijar nas calças. Claro que eu escolheria o mijador. Koyn ri da
minha desgraça, mas, em seguida, Press vomita, cuspindo vômito
pelo seu nariz. Desta vez, eu rio.

Karma, irmão.

O recreio acabou. Agora é hora de vingança. Eu desabotoo a


calça de Vidal e puxo sua cueca para baixo junto com sua calça.
Seu pau molhado é patético, por isso ele precisa ir embora.
Normalmente, eu guardo essa merda doentia e brutal para os
verdadeiros psicopatas como Dragon, mas isso é muito pessoal
para não cuidar pessoalmente. Ele pegou os irmãos da minha
garota e foi um jogador chave na merda que ela suportou. Por isso,
ele vai pagar, e na minha mão. Sem uma preparação, eu começo a
serrar o pau fino do bastardo. O sangue jorra e por pouco não me
atinge. Ignorando seus uivos de dor, eu desprendo seu pau de seu
corpo, para colocá-lo no chão, e cortar suas bolas peludas também.
Isso faz minhas próprias bolas rastejarem para dentro do meu
corpo porque deve doer como o inferno, mas eu não paro até que
elas vão embora.
Eu as coloco no chão com um barulho alto quando Vidal
desmaia. Koyn é um pouco mais astuto na maneira como corta o
pau de Press centímetro a centímetro. Todo o tempo, ele murmura
palavras duras para ele, e eu só entendo a última parte.

“Isso é por matar a criança. Você tirou Chase de uma vida a


que ele pertencia e o jogou em um mundo que ele não pertencia.
Infelizmente para você, ele rastejou até o diabo. O diabo cuida de
seu povo, o que significa que se alguém os machucar, ele queimará
a porcaria da terra e machucará de volta aqueles filhos da puta.”
Koyn rosna para ele enquanto ele corta o último pedaço. “Toda vez
que você mijar no banheiro como uma vadia, lembre-se do meu
rosto, boceta. Lembre-se da porra do meu rosto.”

Ele joga o pedaço de pau no chão e se levanta. Eu o sigo para


longe dos monstros sem pênis em um banheiro próximo. Depois de
limpar a sujeira de nossas mãos e facas, saímos para encontrar
Dan. Ele espera na porta com uma equipe de federais.

“Oh, não,” Koyn fala sem expressão enquanto sai. “Alguém


deve ter alcançado os bandidos antes de nós e cortado seus pênis.”
Vários caras estremecem. “Melhor se apressarem e chamarem a
emergência para eles. Queremos ter certeza de que eles se
lembrarão desse momento para o resto de suas vidas na prisão.”

Dan sorri para ele. “As vítimas?”

“Cerca de quinze delas em um dos quartos,” digo a ele.


“Prontos para extração.”

Ele envia sua equipe, mas retorna a mim e Koyn. “Seus


pênis? Realmente?”

“Não olhe para mim,” digo, levantando minhas mãos. “Eu


não cortei um pau como se cortasse um cachorro-quente para uma
criança.”

Koyn grunhe. “Não o deixe enganar você com seu ato de bom
menino, Dan. Ele pegou as bolas de Vidal. E eu sou o maldito
psicopata?”
As sobrancelhas de Dan voam para a linha do cabelo. “Está
gostando um pouco da aposentadoria, hein?”

“Algo do tipo.” Encolho os ombros, sorrindo para ele.

“A maioria dos idiotas joga golfe,” Dan resmunga. “Tanto faz.


Vou tentar apagar essa merda de pesadelo do meu cérebro agora.
O que você e Stormy farão na próxima semana? Minha esposa quer
vocês dois para jantar.”

“Estaremos lá,” asseguro a ele. “Faça com que as meninas


combinem isso.”

Ele aperta meu ombro e acena com a cabeça. “Obrigado por


encerrar esta operação. Pode não ser da maneira que fomos
ensinados como federais, mas é a maneira certa.”

“Chega de merda sentimental,” Koyn grunhe. “Deem o beijo


de despedida para que eu possa voltar para minha Old Lady.”

Chegamos de volta ao hotel chique pra caralho na Strip,


ignorando todos os olhares incomuns de todos por quem
passamos. Dois motoqueiros durões que emitem a aura “acabamos
de cortar alguns paus”. Digamos apenas que eles nos dão um
amplo espaço para passarmos. No momento em que chegamos à
cobertura, estou ansioso para acordar minha mulher e afundar
meu pau-ainda-preso-ao-meu-corpo em seu corpo.

Koyn passa seu cartão-chave no painel e empurra para


dentro, apenas para ser recebido por um Payne mal-humorado.
Assim que ele vê que é Koyn, ele balança a cabeça e sai do caminho.
Deixamos o resto da gangue em Tulsa, mas trouxemos Payne para
cuidar das meninas enquanto cuidávamos dos negócios.

Sentadas no grande sofá de couro, duas mulheres grávidas


sorriem de volta para nós. Hadley mal está grávida de seu segundo
bebê, mas Stormy está com nosso filho espreitando para fora.
“Koyn!” Hadley grita quando Koyn a levanta do sofá.

“Shhh,” Koyn rosna. “Você vai acordar a princesa. Tenho


uma merda para fazer com você que nenhuma garotinha precisa
ver. Cala a boca e deixe-me cuidar de você.”

O homem das cavernas carrega sua garota de volta para sua


caverna, me deixando sozinho com a minha. Estendo minha mão
para ela e a ajudo a se levantar do sofá. Uma vez que nossos dedos
se entrelaçam, eu a levo de volta ao nosso quarto e fecho a porta.

“Nós os pegamos,” murmuro enquanto arranco meu corte de


couro. “Agora vou te comer.”

Ela tira uma das minhas velhas camisetas do FBI, expondo


sua barriga protuberante para mim. “Estou pronta.”

Eu sorrio enquanto tiro o resto das minhas roupas. Ela é


mais lenta na remoção das dela. Isso me dá tempo para apreciar a
maneira como seus seios enormes balançam. No segundo em que
ela está nua, eu agarro sua bunda e a levanto, levando-a de volta
para a cama. Mesmo grávida, ela não pesa nada, então eu a planto
suavemente na cama onde posso possui-la como o louco que sou.

Ela geme quando abro suas coxas e esfrego meu nariz em


sua boceta. “Mmm, cheira como o minha.”

“Inferno, sim, é sua,” ela murmura. “Agora lamba como se


fosse sua.”

Eu sorrio com ordem e, em seguida, começo a chupar e


lamber cada parte sensível de sua boceta. Ela dá solavancos e
espasmos, puxando o meu cabelo enquanto me guia exatamente
onde quer. Tudo o que preciso é um puxão brincalhão em seu
clitóris com os dentes antes que ela exploda, gritando meu nome.

Rastejo meu caminho de volta por seu corpo, mais uma vez
grato por não termos mais que usar preservativos. No início, ela foi
inflexível após o que aconteceu, mas uma vez que ela e Dragon
estavam milagrosamente limpos de qualquer DST, ela me permitiu
voltar a entrar nela nu.
“A camisa do FBI ficava bem em você,” murmuro, beijando
seus lábios carnudos. “Você quer voltar depois de ter o bebê?”

Seus olhos azuis são suaves enquanto ela passa os dedos


pelo meu cabelo. Eu provoco sua boceta esfregando meu pau sobre
ela, mas nunca entrando.

“Não,” ela diz com um suspiro. “Eu já tenho um lugar.”

“Sim? Onde é?”

“Contigo. Eu sou sua Old Lady e caramba, se isso não é um


trabalho de tempo integral,” ela rebate, os olhos azuis brilhando de
forma divertida.

Agarro meu pau e empurro em seu corpo apertado, com


cuidado para não esmagar nosso bebê estabelecendo meu peso
sobre ela. “Em tempo integral, hein? E você nem mesmo é paga por
isso. Deve ser fodido.”

“Ohhhh,” ela geme. “Muita foda envolvida, com certeza.”

“Pirralha,” resmungo, mordendo seu lábio. “Contanto que


você esteja feliz, eu estou feliz.”

Ela me puxa para um beijo profundo e começa a murmurar:


“Estou incrivelmente feliz com você.”

Nosso ato de amor frenético assume a conversa e eu a fodo


da maneira reivindicativa que ela tanto ama. Depois de fazê-la
gritar novamente, eu gemo enquanto meu esperma jorra
profundamente dentro dela. Normalmente, eu a manteria
conectada e presa embaixo de mim, mas não hoje. Hoje tenho
outros planos. Eu puxo para fora dela e dou um tapa de
brincadeira em sua coxa.

“No chuveiro, garota suja.”

Suas sobrancelhas franzem em confusão. “Tanto faz, idiota.”

Ela rasteja para fora da cama, acenando com o dedo médio


no ar enquanto vou para a minha mala. O chuveiro foi recém ligado
quando eu vou atrás dela. Minha garota faz beicinho no chuveiro,
sem fazer contato visual. Previsível pra caralho.

“Eu não quero o seu dedo médio, pequena Stormy,” rosno


enquanto me junto a ela no chuveiro enorme. “Eu quero o próximo
a ele.”

Seus olhos azuis se arregalam e ficam lacrimejantes quando


ajoelho minha bunda nua na frente dela. “Case-se comigo, Brenda
Gale. Você foi feita para ser uma Koynakov.”

Sua mão treme quando ela a oferece para mim, deixando-me


deslizar a pedra gigante em seu dedo. “Isso não foi uma pergunta,
Copper.”

“Isso é porque eu não estava perguntando, Stormy.”

“Acho que está resolvido então,” ela diz com um sorriso. “Eu
vou ser uma maldita Koynakov.”

“Muito bem,” rosno enquanto me levanto e beijo seus lindos


lábios.

“Bem, só para constar, se você perguntasse, eu teria dito que


sim.”

“Eu não podia correr nenhum risco,” provoco antes de ficar


sério. “Eu te amo.”

“Amo você também. Sempre.”

Passo muito tempo mostrando a minha mulher o quanto a


amo. Enquanto a água esfria e ficarmos encharcados. Tão
demorado que Hadley, Koyn e Payne batem cada um em nossa
porta para nos apressarmos para que possamos ir jantar.

Infelizmente, ainda não é longo o suficiente.

Ainda bem que temos o resto de nossas vidas.

Fim

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