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Apresenta:

TRADUÇÃO: Lexa Debauchery


REVISÃO INICIAL: Genevieve La Rose
REVISÃO FINAL: Barbarela
LEITURA FINAL E FORMAÇÃO: Eva

Outubro/2020
Eu tinha tudo.
Família. Carreira. Um futuro.
Até alguns motociclistas tirarem brutalmente tudo de mim.
Eles me assustaram por dentro e por fora, matando o homem que eu fui uma vez.
Jared Koynakov está morto e Koyn renasceu das cinzas.

Dez anos depois, vivo de acordo com um código moldado pelo ódio, pela raiva e pela vingança.
Como prez, construí uma irmandade de homens que compartilham a mesma sede de vingança e são
leais até o fim.
Juntos, vamos encontrar esses bastardos e acabar com eles.
Cada um deles.
Só é preciso um deslize, e eu quase os tenho ao meu alcance.
Até que uma garota bonita de concurso, que se parece muito com a minha filha, entra na briga,
causando a distração final.
Eu devo escolher entre minha vingança ou ser seu salvador.
Sou um motociclista infernal com gosto por tortura, mas sou um pai ainda melhor...
Matt,

Obrigada por ouvir todas as cenas de tortura que descrevo em


detalhes

e ainda dormir comigo todas as noites.

Sua coragem inspira todos os heróis e vilões.

Com amor, sua esposa assustadoramente criativa.


PROTEGER: O clube e seus irmãos vêm antes de qualquer
coisa e deve ser protegido a todo custo. CLUBE é família.

RESPEITO: Ganhá-lo e dá-lo. Respeite o direito do clube.


Respeite o escudo do clube. Respeite seus irmãos.

Desrespeite um membro e haverá um inferno para pagar.

HONRA: Ter um escudo é uma honra, não um direito. Suas


cores são sagradas para serem deixadas sozinhas, e nunca as
deixe tocar o chão.

OLD LADYS: Nunca desrespeite a Old Lady de um membro


ou irmão. PRONTO.

IGREJA: É obrigatório.

FIDELIDADE: Tem toda a prioridade, incluindo o bem-estar.

HONESTIDADE: Nunca mentir, enganar ou roubar de outro


membro ou clube.

TERRITÓRIO: Você respeitará a propriedade do seu irmão


e seguirá as regras da sede do clube.

CONFIANÇA: Anos para ganhá-la, segundos para perdê-la.

NUNCA IR EMBORA: Irmãos não abandonam sua família.


PRÓLOGO

Jared

Dez anos atrás...

“Eu pensarei sobre isso”, digo ao meu irmão. “Estou atolado,


no entanto, com o...”

“Não vejo sua bunda magrela há um ano”, resmunga


Jeremy. “Um ano inteiro.”

Novamente com a viagem de culpa.

“É apenas esse contrato que tenho com a NSA. É enorme.


Não posso me levantar e sair para comer peru com você porque
sente minha falta.”

Seu suspiro pesado estremece os alto-falantes do meu


Escalade. “Você perdeu o último dia de ação de graças.”

“Você me chamou para fazer beicinho, porque eu já tenho o


suficiente disso com Blaire agora?”

“Não brinca? O que foi agora?”

“Viagem com a classe para Washington, D.C., que ela insiste


em fazer.”
“Longe de Houston”, ele diz com um silvo. “Ela realmente
teria que deixar a bolha.”

“Foi exatamente por isso que eu disse não.”

“E o que Ellie disse?”

“Que estou sendo um imbecil arrogante e se eu não deixar


Blaire abandonar o ninho um pouco, ela me afastará para sempre.”
Esfrego a parte de trás do pescoço enquanto estaciono na frente
do portão maciço da minha casa. “Ela tem dezessete anos, pelo
amor de Deus. Eu tenho um controle mortal sobre ela pelo menos
até maio, quando ela se formar.”

Jeremy ri. “É uma viagem de classe, Jared...”

“Com meninos”, resmungo.

“E agora chegamos ao cerne da questão. Rapazes. Um dia,


algum idiota vai deflorar sua filha. Você sabe disso, certo? Ela não
pode morrer virgem.”

Abro a janela e digito o código para me dar acesso além do


portão. “Vou com certeza tentar fazer isso acontecer. Ela é minha
garotinha, cara.”

“Bem, pelo menos traga minha sobrinha e cunhada aqui


para me ver. T-Town está solitária sem meu irmãozinho. Não estou
acima de implorar.”

“Vou tentar”, digo a ele e falo sério. “Estou em casa. Ellie


mandou uma mensagem antes. Ela está fazendo uma merda de
berinjela com pouco carboidrato. Estarei morto antes do Dia de
Ação de Graças.”

Ele bufa. “As coisas que fazemos por amor.”

“Você está chamando isso de amor agora? Você e Krista


estão juntos novamente?”

“Blake precisa de uma mãe e um pai.”


“Ele tem oito anos. Praticamente é um homem agora. Você
realmente não precisa sacrificar sua felicidade para fazer seu filho
feliz.” Eu o lembro pela milionésima vez quando entro em uma das
quatro vagas de garagem.

“Ele parece mais feliz quando estamos todos juntos. Eu


posso aguentar as maneiras obscenas de Krista pelo meu filho.”

Eu reviro meus olhos. Por quanto tempo? Até que ela transe
com outro colega dele?

“Você é um santo.” Desligo o Escalade e saio, pegando


minha bolsa. Depois do jantar, tenho mais coisas para trabalhar.
Este contrato fará milhões. “Eu preciso beijar minha esposa e
comer merda de berinjela. Ligo para você quando estivermos a
caminho.”

“Você virá?” Ele grita como uma maldita mulher.

“Provavelmente trabalharei o tempo todo, mas sim, vamos


para o feriado.”

“Te amo mano. Vejo você na próxima semana.”

Desligo e coloco meu telefone no bolso da calça antes de


pegar minha bolsa. Minha mente está em Blaire e como vou
compensá-la por não dizer sim à viagem de classe. Ela estava de
olho em um novo Mustang. Quando entro em casa, me preparo
para o cheiro agressivo de berinjela. O cheiro que atinge meu nariz
me confunde.

Cheiro corporal.

Graxa.

Suor.

Sangue.

“Ellz Bellz, querida”, eu grito, tentando ignorar a sensação


oleosa que se espalha pelas minhas veias, ameaçando me afogar.
“Mudamos de ideia sobre o jantar?”
A cozinha está vazia. A comida está espalhada por todo o
balcão, onde ela estava no meio da preparação do jantar. Minha
frequência cardíaca acelera. Jogo meu laptop na mesa e saio da
cozinha em direção à sala de estar.

"Blaire, querida, onde está sua mãe?" Minhas palavras são


cortadas diretamente da minha língua enquanto eu assisto a cena,
piscando os olhos várias vezes em confusão.

E então o pânico me atinge.

Blaire e Ellie, sentadas de joelhos, os pulsos amarrados


atrás das costas, as lágrimas encharcando os rostos vermelhos.
Ambas usando tiras de fita adesiva na boca. Não pensando em
nada além de sua segurança, corro para elas. Meus dedos roçam
a bochecha molhada da minha esposa antes que algo me acerta
na cabeça.

Escuridão.

Escuridão.

Escuridão.

Afasto minha inconsciência, tentando entender onde estou


ou o que está acontecendo.

“E então ele finalmente acorda”, uma voz rouca diz, batendo


em mim.

Ele agarra meu cabelo e empurra minha cabeça para trás.


Eu olho para um par de cruéis olhos azuis. O homem barbudo
tem cabelos loiros compridos, oleosos, e barba rala. Sua
respiração cheira a álcool e dentes podres.

“M-minha esposa.”
Ele me acerta com uma pistola e quase desmaio de novo.
Que porra está acontecendo? Eu tento dar um soco no cara, mas
minhas mãos estão bem amarradas nas costas.

“Sua esposa não pertence mais a você”, o homem rosna.


“Ela é minha propriedade. Meu prêmio por um trabalho bem feito.”

“V-você quer dinheiro?” Eu assobio. “Você pode ter isso. Dê


seu preço e é seu. Apenas deixe-as em paz. Não as machuque.”

O grito de Blaire incendeia minha alma.

“Tarde demais”, diz o homem. “Elas estão machucadas e


seu dinheiro não pode impedir isso.”

Eu tento ver ao meu redor. “B-Blaire, baby!”

“Aww”, o homem provoca. “Isso é sincero. Ele precisa ver


sua filha.” O homem se afasta, revelando-a para mim. Quando a
vejo, fico cego pelas lágrimas.

Não.

Não é minha garotinha.

Nua, sangrando e chorando. Sua mãe está no mesmo estado


no chão ao lado dela, imóvel, mas viva.

“Deixe-as ir”, eu rujo, a fúria queimando quente através de


mim. “Vou te dar o que quiser, mas deixe-as irem. Agora.”

O homem ri. “O que eu quero é que você me veja tirá-las de


você.”

“Não”, resmungo, tentando ficar de pé. Uma mão forte atrás


de mim me segura de joelhos. Portanto, existem, pelo menos, dois
deles.

“Sim, filho da puta. Sim. Veja como eu a faço gritar como


um porco.” Ele lambe os lábios. “Não tenho uma virgem há muito
tempo.”
Eu luto contra o aperto do homem atrás de mim enquanto
olho impotente para Blaire. Seu cabelo castanho escuro está
suado e desarrumado. Hoje de manhã estava perfeitamente reto.
Ela mal podia olhar para cima do telefone enquanto me
incomodava com a porra da viagem à D.C. Parece uma vida atrás.
Eu não entendo como chegamos aqui em questão de doze horas.

“Blaire, baby, me escute”, imploro. “Apenas olhe para o


papai. Não olhe para ele.”

Ela soluça e engasga e, porra, parece tão desamparada.

O homem solta o cinto e eu me perco. “Eu vou te matar, seu


monstro!”

Ele inclina a cabeça para o lado. “As ameaças não levam a


lugar nenhum comigo, imbecil.” Com facilidade praticada, ele saca
uma faca afiada e segue para a minha família. Agarra Ellie pelos
cabelos escuros e a arrasta. Olhos sem brilho cintilam para a vida
enquanto ela faz contato visual comigo. Ela se contorce e chuta
sem sucesso, tentando gritar além da fita adesiva que cobre sua
boca.

“Ellie”, engasgo com minhas lágrimas. “Porra, Ellie!”

O homem segura seu corpo nu contra o dele. “Rancid teve


um tempo maravilhoso rasgando seu rabo apertado.
Definitivamente, ela nunca deixou o marido ter a bunda dela. Isso
foi muito óbvio com a forma como gritou e sangrou.” Ele balança
a cabeça para mim. “Deveria tê-la invadido enquanto você teve a
chance. Poderia ter poupado muita dor a ela.”

“SEU FILHO DA PUTA!”

Eu sou puxado de volta e o cara atrás de mim, Rancid,


golpeia com força uma tira de fita adesiva na minha boca. Ele é
maior e mais forte que eu. Eu não sou um cara pequeno, mas
comparado a esses monstros, me sinto insignificante e inútil.
“Só para você saber”, o homem diz segurando Ellie. “Isso
não é pessoal. Foi delicioso e eu gostei imensamente, mas no final
do dia, isso é um trabalho.”

Um trabalho?

Eu olho para ele, desejando poder fazê-lo explodir com


apenas minha força de vontade.

“Então, enquanto faço isso”, ele diz, “são apenas negócios.”

A respiração é sugada de mim quando ele enfia a faca no


abdômen de Ellie uma, duas, três, quatro, cinco e seis vezes.
Lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto durante o tempo em
que o sangue jorra de suas feridas. Ela desmaia de dor e eu sei
que nunca mais verei seus lindos olhos castanhos. Fecho os olhos
e imploro a Deus que ela morra rapidamente, porque é muito cruel
para ela permanecer nos braços de um bastardo doente, sofrendo.

Um barulho no chão me faz abrir meus olhos de volta. Ellie


permanece sem vida enquanto o sangue se acumula ao seu redor.
Estou chocado. Horrorizado. Com nojo. Desamparado. Os soluços
de Blaire exigem minha atenção. Olho para minha linda filha,
minha doce garotinha que só queria ver a maldita capital dos
Estados Unidos. A garota que adora fazer compras, ir ao cinema e
andar de jet ski. Minha garotinha, que não se importava de ficar
presa na bolha de proteção do papai.

Pelo menos todos nós vamos morrer juntos.

Não tenho dúvida de que eles vão matar todos nós.

Eu só quero que eles cortem sua garganta e terminem agora.


Não suporto vê-los destruir meu bebê, como fizeram com minha
esposa. Eu não posso fazer isso.

Mas eu não tenho voz nessa merda.

“Isso, no entanto”, o homem diz, puxando minha filha para


seus pés. “Isso é pessoal. Um prêmio pelo meu trabalho duro.
Matá-la parece fácil demais. Não antes que eu me divirta um
pouco de qualquer maneira.”

Balanço a cabeça, rosnando como um touro mal enjaulado.


A fúria queima como lava pelas minhas veias. Tento me levantar,
mas Rancid me segura forte.

Seus gritos de terror se tornam um organismo vivo,


respirando, se debatendo, latejando e se movendo dentro de mim.
Sinto cada um na medula dos meus ossos. Isso é o inferno. Eu
sou um deus com mais dinheiro do que sei como usar, mas estou
reduzido a um prisioneiro destinado a assistir a coisa mais
horrível que já suportei. Eu desistiria do dinheiro, dos carros, de
tudo, para voltar a esta manhã e sair dessa cidade.

Eu quero estar lá para ela. Para salvá-la. Para segurá-la.


Prometer que tudo ficará bem. Não posso, no entanto, e essa
realização me racha no meio. Minha sanidade sangra de mim,
misturando-se com o sangue da minha esposa no chão. Os gritos
da minha filha ecoam através de mim quando o homem despedaça
sua inocência. Enquanto ele pega o que nunca foi dele. Como ele
a destrói. Eu não posso assistir. Sou um fracasso como pai, não
posso nem vê-la desaparecer. Eu sou um covarde. Estou vazio.

Meu sangue corre frio enquanto endureço.

Quando eu morrer aqui em breve, não quero que meus


últimos pensamentos sejam da minha filha sendo brutalmente
agredida por um psicopata. Ela chora, chora e chora até que não
chora mais. A carne maltratada e ferida fica distante em minha
mente. Tudo é preto. Tudo é preto. Tudo é preto.

Os mesmos sons doentios que a faca fez quando terminou


com minha esposa podem ser ouvidos mais uma vez. Desta vez,
no pescoço da minha menina. O sangue. Muito sangue.

Morte.

Morte.
Nós estamos morrendo.

Minha família está morta.

Eu quero ir com elas.

Pretopretopretopretopreto.

O riso de Rancid assombra minha alma e então sua faca


está no meu rosto. Talhando. Fatiando. Raspando. A dor não é
nada comparada à agonia dentro de mim. O sangue escorre pelas
minhas bochechas, pesado e quente.

Dou uma boa olhada nele e sinto seu hálito úmido. Parece
com o outro filho da puta. Usa o mesmo colete de couro. BBB é
bordado no material sobre um crânio.

“X marca o local”, Rancid diz, pressionando o polegar entre


os meus olhos, cavando onde ele cortou e me empurrando no chão.
“Todos os tesouros escondidos lá nesse seu cérebro caro. É uma
pena que não possamos usar isso.”

Ambos riem e eu assisto com nojo enquanto o outro homem


puxa seu pau gotejando, ensopado no sangue da minha filha. Seu
corpo sem vida cai no chão, pousando em sua mãe morta. Minhas
duas estrelas desaparecem para o preto.

Meu.

Eles pegaram o que era meu.

Eles. Tomaram. O. Que. Era. Meu.

Raiva, explosiva e descontrolada, detona. Não sendo mais


pressionado por Rancid, aproveito o momento para minha
vantagem. Eu me levanto e me lanço em Rancid. Meu ombro se
conecta com o meio das costas dele. Ele bate no outro cara, que
ainda está tentando colocar o pau de volta nas calças. Eles
tropeçam, esbarrando um no outro. Levanto o pé e chuto Rancid
com força, enviando a cabeça dele contra a mesa de café. Quando
ele não se levanta, vou para o outro cara.
A faca dele ainda está enterrada no pescoço da minha filha.
Obrigado por ajudar o papai, menina. Eu bato na cabeça do cara e
ele cai de bunda. Sem perder tempo, golpeio meu pé em seu nariz,
amando o som doentio dele estalando. Repetidamente, esmago
meu sapato em seu rosto. Ele consegue rolar para longe de mim.

“Foda-se!” Ele grita, seus olhos pousando em Rancid


enquanto o sangue escorre por seu rosto. “O que diabos você fez
com ele?”

A cabeça de Rancid está em um ângulo estranho, com os


olhos abertos e sem brilho.

Rosnando como um urso, eu ataco o filho da puta


novamente. Ele se afasta. E então ele se vira para correr. Eu o
chuto direto na coluna, fazendo-o uivar, mas ele continua
correndo. Por que diabos ele está correndo?

VOLTE AQUI, FILHO DA PUTA!

Mas ele se foi.

A porta dos fundos bate e então ouço o som distinto de uma


motocicleta acelerando.

Eu deveria estar morto.

Com elas.

Meus olhos pousam nas minhas meninas e um soluço


irregular me escapa. Eu preciso segurá-las. Eu preciso segurá-las,
porra. Com lágrimas quentes nos olhos, eu recuo e suavemente
alivio minha filha da faca no pescoço dela. São necessárias
algumas manobras difíceis e eu arrasto a faca em meus braços
várias vezes, mas acabo cortando a corda. Assim que estou livre,
arranco a fita e depois seguro minhas meninas. Eu as puxo para
meus braços, apertando-as com força enquanto grito até ficar
rouco.

Eu grito e grito e grito.


E quando seus corpos estão frios, enfio a mão no bolso da
calça. Com os dedos trêmulos, ligo para a única pessoa que me
resta.

“Se você mudou de ideia sobre o Dia de Ação de Graças...”

E eu grito de novo.
UM
Koyn

Presente…

Puta merda, esse garoto será a minha morte.

“Desculpe, Prez”, Nees resmunga quando pega a chave do


chão da garagem e lança os olhos para o entalhe no tanque de
combustível.

“Eu juro, Copper, é melhor buscar esse filho da puta antes


de eu cortar as mãos dele e alimentá-lo com elas.” Seus olhos se
arregalam e ele dá um passo para trás, quase derrubando minha
Sport Glide Harley preta 2020. Um grunhido de aviso ressoa
através de mim.

“Ei, prospecto”, Filter diz, passando nós em sua própria


moto. “Por que você não pega uma água e faz uma pausa? Você
parece pronto para se cagar. E se você derrubar a moto do Prez,
você cagará em cerca de quarenta buracos na sua bunda.”

Nees entrega a chave para Filter e se afasta com desculpas.

“Eu vou afogá-lo no lago Keystone”, aviso, minha voz áspera


e irritada.

Filter ri quando ele solta a chave na mesa de trabalho com


um tinido. “Seu irmão ficará chateado se você afogar o filho dele.”

“Ele superará isso.”


“Superar o que?” Dragon pergunta, parecendo muito
tagarela hoje, sorrindo como um tolo.

“Eu matando Nees.”

Os olhos verdes de Dragon brilham com violência, sua


grande tatuagem de dragão verde e preto no pescoço se movendo
como se estivesse viva. “Oooh, bom. Posso ajudar?”

Filter o empurra. “Vá explodir merda em outro lugar. Estou


tentando desmontar a bomba no momento.”

Eu.

Eu sou a bomba.

Sempre correndo.

Se não fosse pelo meu vice-presidente, Filter, eu teria


explodido o mundo inteiro anos atrás. Filter me mantém
fundamentado e focado. Na maioria das vezes. Estou sempre
oscilando na linha de perder a cabeça e ficar nuclear. Ele me
impede de fazer qualquer um dos dois.

“Você sempre estraga minha diversão.” Dragon faz beicinho


como a garota que ele é.

Filter ri. “Saia daqui, idiota. Nos vemos na Igreja.”

“Por que ele cheira tão...” Eu paro, procurando a palavra


certa.

“Gay?”

“Eu ia dizer vadia.”

“Porque ele é Dragon”, ele diz com um encolher de ombros.


“Por alguma razão, ele acha que a vida no clube de motociclistas
é melhor do que a vida no clube de dança. Embora eu implore
para divergir.”

Claro, Dragon é um maldito metrossexual, se eu já vi um,


com seu cabelo perfeito, sorriso de celebridade e calças de couro
estúpidas, mas ele é letal. Uma máquina de matar e ímã de buceta.
E o filho da puta é brilhante com as mídias sociais. Ele é um dos
meus melhores trunfos, embora eu nunca lhe diga isso. Sua
cabeça é grande o suficiente como é.

“Diga a ele que sua irmã quer o perfume dela de volta”,


resmungo, caminhando até minha moto para inspecionar os
danos. Eu uso essa moto há três semanas. Três semanas. Como
a chave de Nees conseguiu entrar em contato com ela está além
de mim.

“Você pode contar a ele você mesmo”, responde Filter. “Esse


filho da puta morde.”

Infelizmente, quando esse idiota fica bêbado, ele se


transforma em um maldito aspirante a vampiro. Inicia brigas e
termina com os dentes. Ele e meu amigo Drake de Savannah
poderiam ser melhores amigos do caralho. Mas o mundo tem
bastante idiotas que estão a uma distância do status de parceiros
de serial killer. Não há necessidade de lançar mais loucos ao
mundo, e eu sei que se esses dois filhos da puta se reunissem, o
mundo seria um lugar muito mais sombrio. Definitivamente não
estou incentivando essa merda.

“Você está pronto para a igreja hoje à noite?” Filter pergunta


enquanto saímos da garagem do clube em minha propriedade e
em um bosque de árvores que se abrem para uma porra de uma
vista incrível.

“Sim”, resmungo. “Muita merda para rever.”

Cruzo os braços sobre o peito, olhando para o lago Keystone.


Ellie teria adorado este lugar. Ela não era a garota da cidade em
que a transformei. Eu deveria ter me acomodado com ela em
Beaumont, em vez de transferi-la para Houston. Muitos deveria...

“Está tudo bem, cara?” Filter pergunta, me tirando de


pensamentos que só ficarão mais escuros se eu deixar. Ele tira o
Marlboro vermelho do bolso e me oferece um. Empurro-o entre os
lábios e espero que ele acenda. Depois de dar uma longa tragada,
sopro e finalmente respondo.

“Pêssego do caralho.”

Ele bufa. “Eu acho que você quis dizer: Ei, Filter, vamos
atirar nas merdas para que eu possa relaxar.”

“Nees pode correr segurando o alvo?” Eu pergunto, sorrindo.


Inspiro mais a fumaça que acalma a porra da minha alma, outro
mau hábito que peguei depois daquela noite.

“Por que você não pergunta a Copper se está tudo bem?”

O barulho de uma caminhonete grande no cascalho soa


quando meu irmão dirige pelo longo caminho até o complexo. Eu
construí esse lugar há cerca de cinco anos, mudando nossa
localização de um buraco em Tulsa para Sand Springs, onde
podíamos respirar.

A caminhonete Ford Super Duty King Ranch de Copper é


dourada com acabamento cromado. Ele anda nessa coisa como se
fosse o deus das estradas. Filter e eu andamos até ele quando ele
desce. Meu irmão está no FBI há mais de vinte anos. Mas, nos
últimos dez, seus pontos de vista sobre justiça mudaram. Na noite
em que aqueles filhos da puta levaram minha família, eu não era
mais Jared e ele não era mais Jeremy. Os irmãos Koynakov
morreram naquele dia junto com as meninas mais doces do
mundo. A vingança se tornou o que conversamos durante jantares
de peru. Nós nos tornamos Koyn e Copper.

“Onde está o meu garoto?” Copper pergunta, um sorriso


largo no rosto que costumava combinar com o meu. O meu agora
tem as cicatrizes de Rancid.

“O fodido prospecto golpeou minha moto”, eu resmungo,


meu cigarro balançando entre os lábios enquanto falo. “Leve sua
bunda inútil de volta com você.”
Copper apenas ri e passa os dedos pelo cabelo quase preto
que ostenta alguns tons de cinza ultimamente. “Você é um idiota,
Jared. Você é o tio dele. Dê uma folga para ele.”

“Você sabe que eu não posso salvá-lo se ele explodir uma


merda quando você cutucá-lo, certo?” Filter pergunta, dando ao
meu irmão um tapa de brincadeira nas costas.

“Venho cutucando meu irmão mais novo por esporte desde


que eu tinha quatro anos. Ele está acostumado.” Copper me dá
um sorriso arrogante, seus olhos castanhos escuros brilhando de
diversão. “Ele gosta.”

“Eu também gosto de cortar a garganta dos filhos da puta


que falam demais”, eu o lembro, encarando. Jogo o cigarro no
chão e apago com a bota preta.

Copper enfia as mãos nos bolsos e olha para o logotipo


amarelo brilhante do FBI em sua camisa de mangas compridas
azul-marinho sob o paletó. “E eu sou obrigado pelo dever a
prendê-lo, se você o fizer.”

Compartilhamos um olhar de conhecimento. Ele é meu


irmão, porra. Sangue sobre tudo mais.

“Embora esse seja um momento emocionante”, brinca Filter,


“vamos para o intervalo. Estou me sentindo furioso, já que minha
cadela está em seu período e não quer sexo.”

Eu levanto minhas sobrancelhas. “Stormy está sempre em


seu período.”

“Melhor do que estar grávida”, ele retruca.

Verdadeira história do caralho. Não posso perder meu vice-


presidente para uma cadela grávida que, com certeza, dá para
metade dos outros Royal Bastards quando ele não está olhando.
Eles não são exclusivos, então não é como se ele matasse alguém
por tocá-la, mas é o tipo de cara que vive com algum tipo de código
moral que muitos de nós estão perdendo. Se Stormy for
nocauteada, ele será o pai desse garoto.

“Vamos então, idiotas.”

Eu posso ouvir Bermuda, meu tesoureiro do clube e o


grande caipira do grupo, tentando explicar a Nees como segurar
sua arma. Filter deu a Nees uma Glock que sua bunda imatura
deveria ser capaz de lidar. Quero dizer, eu sei que o garoto acabou
de sair do ensino médio, mas isso é besteira de conhecimento
comum. Eu culpo Copper por deixar Nees passar tanto tempo com
Krista, a vagabunda. Isso fez dele a merda de um fracote. Se eu
aprendi alguma coisa nesta vida, é que, se você quiser sobreviver,
não pode agir como um maldito fracote.

“Você vem à igreja hoje à noite?” Pergunto ao meu irmão


enquanto coloco balas na arma.

“Não, cara”, ele resmunga. “Eu não tenho um emblema. Não


mude suas regras para mim.”

Minhas regras.

Claro, sou presidente do clube de Tulsa do Royal Bastards


MC, mas no final do dia, sigo um conjunto diferente de regras.
Meu clube segue essas regras sem hesitar. Eles podem não
entender para onde diabos minha mente vai na metade do tempo,
mas estão ali comigo. Lealdade é tudo para mim. Eu os
recompenso com dinheiro, bucetas e infinitas oportunidades.

“Fique pelo menos para jantar. Stormy sabe cozinhar na


metade do tempo”, ofereço. “Você pode dar uma colher para o seu
bebê.”
Ele ri. “Ainda não acredito que você o apelidou de Nees. Isso
é péssimo. Até para você.”

“Ele não age como um sobrinho. Ele age como uma vagina.
Uma porra de sobrinha. É melhor que Teta da Mamãe, que era a
outra opção.”

“Idiota”, ele diz com um sorriso.

Filter e Dragon começam a atirar em um dos alvos,


revezando-se como duas crianças no pátio da escola. Nees
desajeitadamente atira com sua Glock enquanto Bermuda
observa como um pai orgulhoso.

Copper pega um dos meus AKs e enfia um pente nele. Pego


meu próprio AK e ando com ele até um pedaço de terra. Nós dois
levantamos nossas armas, de pé lado a lado, e sem hesitação
descarregamos no alvo amarrado a um fardo de feno a cerca de
quinze metros de distância. O som é ensurdecedor, quando
descarregamos nossos pentes. Terminamos ao mesmo tempo e
abaixamos nossas armas como soldados treinados.

Alguns chamam isso de prática de alvo. Eu chamo de


preparação.

Os outros Royal Bastards estão construindo seus clubes


com membros.

Estou criando a porra de um exército.

“Acalmem-se”, Payne, meu sargento de armas late. “É


melhor vocês não estarem bêbados, seus idiotas.”

Gibson e Bizzy tentam e não conseguem parar de rir. Não


tenho energia para a comédia deles esta noite. Eles são os
malditos palhaços deste clube. Malditas crianças.
“Nada de bebida”, garante Gibson a Payne. “Palavra de
escoteiro.”

Payne range os dentes. O trabalho dele é manter a ordem


na Igreja, mas às vezes esses bandidos são muito desordenados
para essa merda. “Bermuda, dê-nos um resumo das finanças.”

Esta é a minha parte favorita das noites de sexta-feira.


Discutir quanto dinheiro ganhamos. Durante um tempo, fui o
ganha-pão da minha família. Agora, sou o líder de um clube de
desajustados que são muito espertos e podem ganhar seu próprio
pão. Eles me fazem muito dinheiro. Dinheiro sujo e imundo. O
dinheiro que recebemos daqueles que não o merecem, para
promover nossa própria agenda.

Bermuda empurra os óculos de leitura pelo nariz,


parecendo a porra de uma avó, e abre o laptop. Somos como os
outros Royal Bastards e outros clubes de motociclistas, no sentido
de que temos uma irmandade forte e sempre fazemos algumas
merdas. Mas a diferença é que não moramos em algum clube
degradado que cheira a mijo e cerveja velha. Parecemos
motociclistas, mas sob o couro, cabelo e grunhidos, somos
empresários experientes. Cada um dos meus caras dirige uma
moto cara, tem uma conta bancária gorda e toma banho todos os
dias.

“Juro por Deus, vou tapar suas bocas”, adverte Payne,


rosnando como um lobo raivoso para Gibson e Bizzy. Eles vivem
para atormentá-lo. Se eles não fossem leais pra caralho e grandes
atiradores, eu teria chutado a bunda deles há muito tempo. Mas,
como dois filhotes ansiosos, eles gostam de me irritar e me
lamberiam se eu deixasse. Eles levariam uma bala por mim e isso
importa no meu mundo.

Igreja, para nosso grupo, é um espaço enorme em estilo de


sala de reuniões, uma enorme janela com vista para um bosque
de árvores. A sala está equipada com Wi-Fi, uma máquina de café
e uma TV de sessenta polegadas suspensa na parede. Levamos
nossas reuniões a sério. Bem, a maioria de nós.

Gibson e Bizzy continuam rindo como duas garotas, mas eu


os ignoro. Bermuda tem meu foco. Ele limpa a garganta e bate no
computador. Então, ele sorri para nós. Bermuda tem trinta e
poucos anos e é um ex-funcionário de uma fazenda em Dallas. Ele
passou os livros para o dono da fazenda, mas quando o cara
morreu, as crianças assumiram o controle, deixando-o na merda.
O rancho entrou em falência pouco depois dele ter saído e eles
imploraram que ele voltasse. A essa altura, porém, ele já havia se
acostumado comigo e eu estava dando a ele o reconhecimento que
merecia.

“Eu tenho seguido a liderança que Drake nos deu”,


Bermuda diz. “Você sabe que ele odeia aqueles traficantes de seres
humanos, mas mesmo o idiota do Drake não pode matar todo
mundo. Ele me ligou com alguns nomes lá na Geórgia. Segui o
dinheiro. Retirei uma merda das contas de três jogadores.”

“Não brinca?” Eu digo, inclinando-me para a frente na


minha cadeira. Antes, sentava-me em uma sala de reuniões como
esta, mas vestindo um terno e um sorriso que fazia os negócios
acontecerem. Agora, meus sorrisos são maus e sinistros.
Vingativos. Eu enrolo o cigarro entre o dedo e o polegar, com
vontade de acendê-lo. Mas, segundo minhas próprias regras, não
fumo na maldita casa.

“Bannon White, um cara chamado Will Dartmouth e Grady


Anderson.” Ele vira o laptop para me mostrar sua planilha. “Dois
milhões, seis milhões e meio milhão.”

Vários caras batem na mesa e gritam elogios à Bermuda.

“Bom trabalho, porra”, digo a ele. “Alguma coisa remonta a


nós?”

Ele revira os olhos. “Koyn, você me conhece melhor que isso.


Eu passo por tantos ips que levaria uma equipe inteira de
especialistas digitais e a porra do Snowden para fazer algum
sentido.”

“Bom. Parece que todo mundo está começando o Natal


graças à Bermuda.”

Bermuda coça a barba raspada e depois torce o laptop


novamente. “Movi parte do lucro do último trimestre para o
mercado de ações. Estou negociando durante o dia para ganhar
um dólar rápido.”

As negociações do dia são cansativas e causam úlceras, mas


Bermuda vive por essa merda. Confio nele implicitamente, então
sei que ele não vai nos foder.

“Ótimo, estamos rolando o dinheiro”, Payne diz, batendo na


mesa com a mão enorme e tatuada. “Próxima ordem do dia.” Seus
olhos cortam para mim, implorando para levar a reunião adiante.

É sempre a segunda coisa que analisamos depois das


finanças.

Vingança.

Sempre vingança.

“Alguma coisa sobre Bastards in Blade Blood?” Eu pergunto,


minha voz tensa enquanto refreio a violência que zumbe através
de mim.

Vários caras balançam a cabeça, mas Dragon dá um tapa


em Katana no ombro antes de se inclinar. Katana, um pequeno e
quieto asiático que é um ninja com uma lâmina, mas não
consegue fazer crescer um único fio de cabelo no rosto para salvar
sua vida, permanece sem emoção, apesar de Dragon sorrir em seu
rosto.

“Ouvimos algumas coisas hoje”," revela Dragon, sua voz


baixa e perversa, como se ele fosse um personagem no palco do
maldito centro de artes cênicas.
Não tenho paciência para seus teatros quando se trata disso.
Nunca tenho. Meu sangue ferve e antes que eu possa socá-lo em
seu lindo rosto, Filter suaviza a merda como sempre.

“Cara, cuspa isso. Prez trabalha nessa merda há uma


década. Se você tem alguma coisa, diga-nos, porra.”

Dragon tem o senso de parecer envergonhado. “Certo.


Desculpe Koyn. Katana e eu fomos ao centro de McHenry. Havia
um velho motoqueiro que não conhecíamos chamado Bison.
Comprei algumas bebidas e ele começou a conversar quando
perguntamos sobre os BBBs.”

Katana assente, seus olhos quase negros brilhando. “Ele


ouviu falar deles. Começou a contar histórias sobre como eram
um grupo de motoqueiros maus, especialmente o cara chamado
Randall Putnam.”

Eu permaneço imóvel, meu sangue congelando nas veias.


Randall. O nome, embora eu nunca soubesse antes, causa um
arrepio de malevolência em mim.

“Bison disse que estava pensando em ingressar no clube


porque eles estavam fora de El Paso, onde ele morava, mas então
teve um mau pressentimento. Ele é um daqueles benfeitores”,
Dragon diz, revirando os olhos verdes. “Acabou se juntando a uma
gangue de Austin. Quando ele perguntou sobre os BBBs
novamente mais tarde, descobriu que eles simplesmente
desapareceram. Cada membro.” Seus olhos disparam para os
meus de uma maneira conhecida.

Eu matei meu caminho por toda a gangue caçando aquele


filho da puta. Também nunca o encontrei. E meu irmão, o
bastardo leal que ele é, fez tudo desaparecer. Estar relacionado a
um Federal tem suas vantagens, afinal. Era como se os BBBs
nunca existissem. Ninguém que já apareceu foi visto novamente.
“Como sabemos que esse é o cara que Koyn está
procurando?” Filter pergunta. “Poderia ter sido algum membro de
Joe Schmoe.”

“Foi o que eu disse”, Katana concorda.

“E sabia que vocês idiotas questionariam isso, então cavei


mais fundo.” Dragon nos dá um sorriso presunçoso, a tatuagem
do dragão aparentemente pulsando com a contração do músculo
do pescoço. “Perguntei por que Randall lhe deu más vibrações.”

Filter olha para mim para ter certeza de que não vou perdê-
lo.

“Ele disse que o cara gostava de meninas”, Dragon


finalmente cuspiu. “Muito jovens. Como espancar uma bunda
jovem. Se você quiser, posso ligar para Drake e deixá-lo lidar
com...”

“Ele foi para a prisão?” Interrompo. “Ele está lá agora?”

“Não, Katana fez algumas ligações e descobriu que ele saiu


oito anos atrás. Superlotação. O sistema está fodido por deixar o
predador de volta nas ruas.” Dragon estala o pescoço. “Se você
não quer que Drake o tenha, terei grande prazer em caçá-lo.”

E, como Executor, esse é seu dever para com este clube.

Mas isso não é da conta do clube.

Isso é pessoal pra caralho.

“Faça suas besteiras nas mídias sociais e diga-me o que


você encontrar”, ordeno a Dragon. “Isso, você pode fazer.” O filho
da puta faz beicinho. “Halo, vou precisar de você nisto com
Copper.”

Halo, nosso capelão, assente com a cabeça no canto da sala.


Ele é o irmão silencioso. A sombra que sempre nos vigia. Homem
de Deus com um coração vingativo. Ele também é incrível na
coleta de informações, por ser ex-militar. Agora que temos um
nome e com as conexões do meu irmão como Federal, talvez
possamos finalmente acabar com esse rato.

“Papai não é um membro”, reclama meu sobrinho baixinho.

Levanto-me abruptamente, chutando minha cadeira atrás


de mim. Ela rola e bate contra a parede. Os olhos castanhos de
Nees se arregalam. “Importa-se de dizer essa merda um pouco
mais alto, Prospecto?”

“Eu simplesmente não entendo”, Nees resmunga. “Se ele é


importante, por que não está aqui na Igreja?”

Gibson lhe dá uma cotovelada e diz para ele calar a boca.

Batendo as palmas das mãos sobre a mesa, eu me inclino


para encará-lo. “É para eu me preocupar, Blake, porque sou o Prez.
Eu faço as malditas regras. Compreende?”

Nees estremece com seu nome verdadeiro, os olhos


baixando como uma criança repreendida, e assente.

“Mais alguma pergunta?” Eu rosno, encontrando cada


membro com um olhar.

Todos balançam a cabeça.

Acho que não, porra.


DOIS
Hadley

Onde diabos está Milk?

Deslizo meu salto mais sexy, porque sou uma cadela de


motoqueiro não significa que tenho que desistir dos meus sapatos
mais bonitos, e saio do quarto que compartilho com Milk.

Se ele estiver com aquela idiota de novo, eu matarei os dois.

Alguns caras assobiam quando passo e coloco meus cabelos


escuros por cima do ombro, como se não me importasse. Fico
emocionada quando eles fazem essa merda na frente de Milk,
porque então ele fica possessivo. Quando ele fica possessivo,
temos sexo selvagem. Fico quente.

“Onde está o Milk?” Eu exijo, colocando minha cabeça no


quarto do seu melhor amigo, Hammer.

Hammer, um cara corpulento, faz um ótimo show bebendo


nas minhas longas pernas nuas antes de olhar para mim.
“Hmmm?”

“Oh, não venha com hummm, idiota”, eu rosno. “Onde


diabos está meu namorado?”

Ele sorri e acaricia sua longa barba. “Eu posso te fazer


companhia até ele voltar. Meu pau está solitário e sua bunda
ficaria sexy pra caralho com ele enterrado nela.”
Eu reviro meus olhos. “Foda-se. Apenas me diga onde ele
está.”

“Você é sua old lady?” Ele provoca.

“Tanto faz”, estalo, saindo do quarto.

Meus calcanhares batem alto no chão de madeira enquanto


passo por vários outros quartos. Se não tivesse conhecido Milk
quando era criança e me apaixonado loucamente por ele, eu teria
escolhido qualquer outro lugar para fugir. Como a porra da praia.
Não esse clube chato, quente e enfumaçado, cheio de malditos
idiotas.

A cada passo que eu dou, minha raiva se transforma em


algo imparável. Quando encontrar Milk, vou arrancar seus olhos.
E se Juicy estiver chupando seu pau, vou enfiar o calcanhar na
bunda dela, porque estou muito puta com essa cadela.

Estou tão chateada que não me lembro de diminuir o tom


antes de passar pela porta do Prez. Quando ele grita meu nome,
eu estremeço.

Porra.

“Oh, ei, Magna.” Eu aceno para ele, fingindo doçura.

“Entre aqui, garota.”

Foda dupla.

Eu respiro fundo e forço um dos meus sorrisos para ele.


Funciona para todo mundo, por que não pra ele também?

Magna está sentado em sua cadeira de couro no canto da


sala, um baseado pressionado entre os lábios. O quarto cheira mal.
Ele se cagaria se soubesse que eu o chamo de Skunk pelas costas.

“Você tem shorts por baixo disso?” Ele pergunta, seus olhos
vagando pelas minhas pernas.
“Sim, Prez”, eu digo com uma risada nervosa estúpida. E
então, como sou uma completa idiota, levanto minha longa e
branca regata para provar isso.

Seus olhos disparam para o meu umbigo e seu sorriso se


torna predatório. “Procurando Milk?”

Eu mordo meu lábio inferior e aceno enquanto solto minha


camisa. “Só queria dizer oi.”

“Ele está com Juicy”, ele diz, seus olhos azuis ardendo em
mim. “Eles estão… ocupados.”

Minha reação inicial é explodir com essa revelação, mas não


com Magna. Nunca no Magna. Ele me assusta demais.

“Enquanto meu filho está se divertindo, por que você não


vem sentar no meu colo e compartilhar um baseado comigo?”

Foda tripla.

Você não recusa Magna.

Nunca.

Até agora, eu tenho sido inteligente o suficiente para ficar


colada ao lado de seu filho e nunca ficar sozinha com ele.

“Uh, sim, claro”, eu digo sem fôlego.

Ele me observa enquanto eu entro no cômodo, esperando


uma expressão despreocupada no meu rosto. Quando chego perto,
sua mão grande agarra meu pulso e ele me puxa para seu colo.
Solto um gritinho de surpresa. Seu braço circunda minha cintura
e ele descansa a palma da mão na minha coxa.

“Aqui”, ele resmunga, segurando a ponta nos meus lábios.

Eu odeio essa merda.

Mas não ouso negá-lo.


Tomando o menor golpe conhecido pelo homem, inalo a
fumaça pungente e tento não engasgar. Ele ri quando eu falho, me
colocando em uma crise de tosse. Ele enfia o baseado entre os
lábios antes de deslizar a palma da mão sob a parte de trás da
minha camiseta. Gentilmente, ele me dá um tapinha sob o ardil
de ajudar a me recuperar do meu engasgo.

O medo frio escorre pela minha espinha, me fazendo tremer.


Ele acaricia minhas costas com as pontas dos dedos calejados. De
vez em quando, seus dedos se enrolam em minhas costelas. Não
gosto da mão dele na minha pele nua, mas tenho mais medo de
dizer não. Magna fodeu muitas putas por muito menos ofensas.

“Então, o que há?” Eu gorjeio, escondendo meu mal-estar.

“Meu pau, por exemplo.”

Oh, Deus.

Sorrio, fingindo que ele está contando uma piada engraçada.


Ele não em resposta. Em vez disso, solta meu sutiã.

“Oh, uh...”

Sua palma desliza para segurar meu pequeno peito. “Uh, o


que, rainha da beleza?”

Nossos olhos se encontram e os dele estão brilhando em


desafio. Ele quer que eu discuta com ele. Lute com ele. A última
garota que lutou contra ele levou um soco do caralho na cara. Eu
gosto do meu nariz e dentes. É por isso que não digo uma palavra
quando ele aperta meu mamilo. Ou quando ele começa a
desabotoar meu short.

“Estou no meu período”, eu sussurro. Uma mentira que


provavelmente vai chutar minha bunda.

“Eu gosto de sangue.”

Seu dedo desliza para dentro da minha calcinha, roçando


meu clitóris, me fazendo choramingar.
“Que porra é essa, Hadley? Vou abastecer minha moto e
volto para ver você ser fodida pelo meu pai?”

Eu me afasto de Magna como se tivesse sido queimada. Em


vez dele bater em mim, ele ri. E mesmo que Milk esteja chateado,
agarra meu pulso e me puxa para ele, uma onda possessiva
pulsando nele.

“Sua garota estava com ciúmes de você estar com Juicy”,


Magna diz, cheirando o dedo que estava na minha calcinha. “Eu
estava ajudando-a a controlar essa raiva.”

Milk agarra minha mandíbula, olhando para mim. Eu posso


sentir o cheiro da tequila e... buceta em sua respiração. Lágrimas
formigam nos meus olhos, lágrimas de raiva, é claro, e eu luto
contra o tremor no meu lábio inferior. Milk, ou Junior como o
chamo no quarto, deveria me amar como eu o amo desde que
somos crianças. Enquanto nossos pais conversavam sobre
negócios, pulávamos no meu trampolim e brincávamos com meus
coelhos.

“Eu não preciso de ajuda para administrar minha cadela”,


Milk diz ao pai. “Estou prestes a gerenciá-la muito bem.”

O riso de Magna cresce. “Bom garoto. Mas se ela se tornar


demais para lidar, sabe que posso acalmá-la com uma mão firme
e meu cinto.”

Estremeço nas garras de Milk. Ele solta minha mandíbula


para pegar minha mão. Sou quase arrastada para fora do quarto
do pai dele e passo pelos outros cômodos do clube de merda. A
gargalhada barulhenta de Hammer deveria me dar nos nervos,
mas estou muito abalada no momento.

Milk nunca é mau.

Não é como Magna.

Ele está chateado comigo? Como se fosse minha culpa!


Chegamos ao quarto e ele fecha a porta com tanta força que
um monte de merda cai de uma estante de livros, desabando no
chão. Abro a boca para discutir meu caso e então acontece. Ele
vibra para mim. No momento em que as costas da mão dele se
conectam com a minha bochecha, eu tiro meu salto alto e caio na
cama. Estou tão atordoada que ele levantou a mão para mim, tudo
o que posso fazer é segurar minha bochecha enquanto as lágrimas
vazam.

“Foda-se!” Milk grita. “Porra, Hadley, porra!”

Eu tremo com a voz elevada dele, curvando minhas pernas


em minha direção. Junior é tudo que eu tenho. Deixei tudo e todos
por ele. Desisti de tudo por ele.

“Jesus, querida.” Ele murmura, sua voz suavizando. “Porra,


me desculpe.” Ele cai na cama atrás de mim e enrola um braço
musculoso em volta da minha cintura. Seu nariz acaricia meu
cabelo enquanto ele sussurra mais desculpas que me fazem
chorar. “Estou bravo como o inferno, meu pai estava com as mãos
no seu short.”

Eu endureço, odiando o quão sozinha me sinto em seus


braços. A cada dia aqui, nos distanciamos cada vez mais. Ele
brinca com Juicy e provavelmente Prissy também, mas devia ser
apenas nós. Nunca precisaria ser toda essa outra merda.

“Hey”, ele murmura, afastando o cabelo do meu pescoço


para que ele possa beijá-lo. “Você está chateada comigo. Você tem
todo o direito de estar. Eu não sou como ele. Foi um acidente.
Apenas aconteceu, querida. Foda-se, você precisa entender isso.”

Mas eu não entendo.

Eu não entendo nada.

Seus lábios são reveladores, no entanto. Ele me beija de


uma maneira que me faz derreter com seu toque. Eu sinto suas
desculpas. O garoto da minha juventude beija meu pescoço com
ternura, adorando minha pele. Seu pau está duro contra a minha
bunda. Tento não me preocupar com o fato de que provavelmente
cheira a Juicy.

“O que você precisa que eu faça para ficar feliz?” Ele


pergunta, balançando os quadris contra mim, me pedindo para
implorar por uma foda.

Eu sou teimosa, no entanto.

“Preciso que você me abrace e me prometa que sou só eu,


Junior. Sempre só eu.”

Ele solta um suspiro frustrado, mas não luta contra mim.


“Sim, rainha da beleza. Só você.”

Sua mentira cheira a buceta de Juicy.

Eu acordo no escuro, nua e sozinha. Meu corpo está


dolorido e abusado da melhor maneira possível. Eu não queria
perdoar Milk facilmente, mas às vezes ele diz todas as coisas
certas, exatamente na hora certa. Foi depois do terceiro orgasmo
que decidi perdoá-lo. O amor é mais forte do que uma prostituta
idiota do clube tentando pegar meu homem. Nós vamos superar
isso.

A solidão é uma fera roedora, no entanto.

Enquanto estou sentada aqui, me pergunto onde e com


quem ele está.

Exalando um suspiro pesado, pego o laptop no final da


mesa, empurrando as embalagens de camisinha, e o abro.
Abandonei meu telefone quando fugi de casa, mas continuo
verificando minhas mídias sociais através de um perfil falso que
costumava ter quando meu pai me castigava. Faz quatro meses
desde que saí de casa. Papai costumava escrever merda na minha
página todos os dias, me implorando para voltar para casa e
fazendo ameaças. Ele não postou nada em semanas.

O silêncio é pior.

Encontro o Facebook de Junior e dou uma olhada nele. São


principalmente fotos da moto dele. Temos um acordo tácito de que
ele não me coloca em nenhuma foto para que meu pai não me
encontre aqui. Desde que papai e Magna se conhecem a muito
tempo, eu acho que ele nunca considerou que Magna o trairia me
deixando ficar. Ao rolar a página, vejo que Milk está marcado em
uma das fotos de Juicy. Sentada no colo dele. A foto é de hoje à
noite.

Essa cadela!

Vou até a página dela e encontro mais fotos. Longe do clube


em um mergulho de merda na cidade. Um com a fodida língua
sobre o outro, porra. Que prostituta escandalosa!

Em vez de soluçar como quero, decido trazer o monstro de


volta e deixá-lo com ciúmes. Então, eu vou lidar com essa cadela
de uma vez por todas.

A música do bar do clube é alta. Pelo som, enquanto eu


durmo, todos festejam sem mim. Estou vestida para matar com
um jeans apertado, salto alto e uma blusa justa. Meu cabelo
escuro está alisado em mechas longas e sedosas e minha
maquiagem é digna de concurso. Assim que entro no bar, várias
cabeças se voltam para mim, incluindo a de Hammer. Seu sorriso
é predador.

“Minha oferta ainda está, Rainha da beleza”, ele insulta.

Eu zombo dele. “Você ainda é um sapo, perdedor.”


Seu amigo Bouncer dá uma gargalhada. Eles já estão
bêbados como o inferno. Eu não me importo com esses idiotas.
Estou em uma missão para enfrentar Junior e arrancar os
malditos olhos de Juicy.

“Parece quente, chica”, Molly diz, saltando para mim. Ela


está mais alta que uma pipa e sorri feliz para mim. Molly é uma
das poucas garotas que eu gosto por aqui.

“Obrigada. Você viu Milk?”

Os olhos dela caem com culpa. “Lá atrás com Juicy. Ela é
uma puta.”

“Eu vou matá-la.”

“Não antes de tirar uma selfie com você, linda de morrer!”

Nós posamos com nossos lábios franzidos e tetas pra fora


enquanto ela tira a foto. Hammer invade nossa foto, tendo uma
sensação de cada um de nossos peitos.

Molly grita quando ele belisca sua orelha. Eu consigo me


afastar, mas ela se inclina para ele. Eles tiram mais selfies e
apontam para o telefone dela um pouco antes de começarem a se
beijar. Examino a multidão, procurando Milk e Juicy.

Vou até os fundos e paro de andar quando vejo Magna. Uma


garota que eu não reconheço, e que parece muito mais nova que
eu, está de joelhos, chupando-o. Seus olhos me seguem, no
entanto. Selvagem e dominador. Finjo que não o vejo, passando
correndo por ele. Antes de eu passar, ele me para com uma mão
na minha coxa.

“Querida”, Magna diz à garota. “Vá praticar chupando pau


no Bouncer. Eu mal posso ficar duro.”

Ela franze a testa e começa a colocar seu pau de volta na


calça jeans, mas ele balança a cabeça. “Eu disse vá, mulher.”
Tento não olhar para seu pau meio duro, esperando que ele
solte minha coxa para que eu possa sair. Ele me aperta com força
o suficiente para me fazer gritar.

“Eu ainda quero gozar”, resmunga, seus olhos vermelhos de


beber. “E você está pulando por aqui parecendo um deleite perfeito.
Já que Junior está ocupado, você pode me ajudar.” Ele faz uma
pausa e inclina a cabeça. “Se você não se tornar útil por aqui,
talvez eu precise mandá-la de volta para casa.”

“Magna, eu...”."

Ele agarra a frente do meu top e me puxa para o chão entre


suas coxas abertas. “Não estava perguntando, Rainha da beleza.
Agora chupa a porra do meu pau antes que eu obrigue você.”
TRÊS
Koyn

Tick. Tick. Tick.

O relógio gigante na parede do meu escritório dança para a


frente sem se importar com o mundo. Como se Dragon e Katana
na noite passada não tivessem me dado o único pedaço de
informação que venho salivando há uma década.

Dez malditos anos.

Sem pistas. Becos sem saída. Caso arquivado.

Agora eu tenho um nome.

Randall Putnam.

O fogo queima pelas minhas veias quentes e ardentes. A


sede de vingança é tudo que eu sou desde que perdi minhas
garotas, e agora sinto que finalmente vou prova-la. Não apenas
um gole, mas vou engolir a coisa toda. A vingança é minha. Tão
perto.

Olho pela grande janela do meu escritório, observando as


árvores e a maneira como a chuva cai nas folhas, fazendo-as
ricochetear. Apesar de toda a raiva que voa dentro de mim como
a de um furacão F-5, este complexo em Green Country me mantém
tão calmo quanto alguém como eu seria. Encontrei paz aqui e em
breve encontrarei justiça também.

Girando na cadeira, olho para o meu computador. No


passado, passei tanto tempo na frente dele para a minha empresa.
Eu era o melhor na minha área. Aniquilei a competição. Fiz uma
vida confortável para minha família. Quando elas foram
assassinadas, eu abandonei completamente essa vida. Passei o
ano seguinte sem piedade caçando o homem que fugiu de mim.
Tudo o que eu sabia é que ele era um motociclista e o emblema
em seu colete. Isso me levou aos Royal Bastards. Ao contrário
daqueles filhos da puta que tiraram tudo de mim, os RBs eram
diferentes. Eu senti uma sensação de fraternidade desde o início.
No momento em que conheci Filter, sabia que precisava de algo
para me conectar a este mundo. Algo para me dar um propósito.
Eu descobri isso na vida do clube.

Desligo minha mente de motoqueiro cheia de vingança e


ódio, batendo no meu cérebro de TI. Certa vez, tive contratos em
todo o mundo, especificamente com a Agência de Segurança
Nacional, que me pagou para invadir seus sistemas. Para quebrar
a segurança deles. Eu deveria descrever onde eles eram
penetráveis e criar programas para protegê-los de futuros ataques.
Como nosso mundo gira em torno da tecnologia da informação,
era um negócio em expansão. Um em que eu era o melhor em
absoluto. Na verdade, afastei toda a concorrência invadindo a
merda deles e desmontando-a. Se eles não podiam proteger suas
próprias informações, certamente não mereciam ser meus clientes.

Enquanto Copper persegue Randall usando suas conexões


de trabalho, Halo agita seus companheiros militares, Dragon
vasculha as mídias sociais e eu farei o trabalho sujo. A merda em
que sou realmente bom. Eu vou caçá-lo e destruí-lo.

Eu começo com o seu registo criminal. Tudo, desde


violência doméstica, ameaça à criança a várias contagens de sexo
com uma menor. Maldito desgraçado. A partir do seu registro
criminal disponível publicamente, eu o rastreio até o distrito em
que ele foi registrado. Eu abro o banco de dados com tanta
facilidade que fico envergonhado por eles, e depois pego os
relatórios da polícia. A criança em perigo desperta minha
curiosidade. Descobri que é filho dele.

Dele. Porra. Filho.

Olho por olho, imbecil.

Randall Michael Putnam, Jr.

Faço uma pausa em Putnam para caçar seu filho. Ele tem
21 anos agora. Abandonou o ensino médio. É o último endereço
conhecido em Nova Orleans. Eu localizo a mãe de seu filho, uma
mulher chamada Lydia que teve uma overdose de metanfetaminas
quando o garoto tinha três anos. Putnam é um filho da puta
abusivo, mas isso nunca o levou a prisão. Apenas dentro e fora da
cadeia. Quando ele foi pego transando com algumas garotas, foi
para a cadeia em Huntsville, Texas. Então, seu filho pulou em
lares adotivos até que fugiu para sempre aos doze anos. Ou foi
sequestrado. A data de lançamento de Putnam está alinhada com
o desaparecimento do filho.

Putnam não tem nenhuma conta bancária ou qualquer


coisa legal ligada ao seu nome, então a trilha de papel fica fria.
Mas espero que os caras possam ter mais.

“Ei, Prez.” Uma voz feminina ronrona da porta do meu


escritório.

Stormy.

Solto um suspiro e fecho o que estou olhando antes de me


virar para observá-la. Hoje, ela se parece com uma puta, de short
curto e top justo, que quase mostra os mamilos que estão
cutucando o tecido. Seus longos cabelos loiros caem em ondas na
frente dos ombros e os lábios vermelhos estão pintados.

“Ei.” Eu resmungo.

“Você viu o Filter?”


“Ele está ocupado.”

Ela faz beicinho e dança no meu escritório como se fosse


seu maldito direito. Stormy está muito confortável por aqui.
Enquanto todos os caras moram no complexo porque somos uma
família do caralho, Stormy se sente mais que bem-vinda,
transando com Filter como se ela fosse sua old lady.

“No que você está trabalhando?”

“Pare com isso, Stormy. O que você quer?”

Seus lábios se separam em choque com o meu tom. “Quem


disse que eu quero alguma coisa?”

Eu olho para ela, sem vontade de brincar.

“Tudo bem, preciso de dinheiro. Filter sempre me dá um


pouco quando preciso comprar coisas, mas não consigo encontrá-
lo e ele não atende o telefone.”

“Quanto você precisa?”

“Não muito.”

Pego minha carteira e a deixo em cima da mesa. Eu tenho


cerca de quinhentos nela.

“Seis mil é tudo”, ela diz, dando de ombros.

“Desculpe-me, porra. Seis mil? Por que diabos você precisa


de seis mil?” Eu berro. “Eu alimento sua bunda, visto sua bunda
e coloco um teto sobre sua bunda.”

Ela se encolhe. “Não precisa ficar todo irritado, Koyn.


Apenas pensei que você teria tudo isso.”

“Claro que sim, caramba. Mas não vou entregá-lo sem que
você me diga para que diabos precisa.”

“Peitos. Estão feios.” Ela aperta os peitos no top e morde o


lábio inferior.
Abro minha carteira e jogo cem para ela. “Vá comprar um
maldito sutiã. Aí. Problema resolvido. Agora saia do meu
escritório.”

Seu rosto queima vermelho, mas ela pega a nota antes de


sair. Eu a paro com um latido agudo do seu nome. Ela se vira e
olha friamente para mim.

“Os Royal Bastards não são um maldito banco”, resmungo.


“Se eu te pegar se aproveitando de algum desses caras,
especialmente do Filter, eu farei de você um problema do passado,
Stormy. Você será um problema no fundo do lago Keystone. Você
me entende?”

Ela engole em seco. “Sim, entendo você.”

“Saia da minha frente.”

Eu preciso de um maldito cigarro.

Quase todo mundo está na garagem, trabalhando sua


merda, quando Copper e Halo entram com seus laptops. Do sofá
de couro que fica em um canto, aceno para eles se juntarem a
mim. Stormy está praticamente transando com Filter por trás
enquanto tenta trocar o óleo em sua moto. Bizzy olha para sua
bunda como se fosse a melhor coisa que ele já viu. Sou grato por
me livrar dessa merda.

“Encontrou alguma coisa?” Eu pergunto, soprando fumaça


e apagando meu cigarro no cinzeiro em cima da mesa na minha
frente.

Está frio no final da tarde por causa da tempestade da


manhã, então é bom estar sentado na garagem e ouvir o rock
clássico que Payne toca no estéreo. Copper e Halo caem em ambos
meus lados.

“Alguma coisa de Dragon?”

“Sim”, Halo resmunga. “Ele está a caminho. Teve que


arrumar o cabelo.”

Copper reclama. “Porra de maricas.”

O maricas em questão entra na garagem, sorrindo como um


idiota. Ele tem seu próprio laptop debaixo do braço. Se ele
estivesse andando pela Rodeo Drive, pensariam que ele modelava
para uma porra de uma linha de roupas de motoqueiro. Ele nem
parece um motociclista de verdade. Se eu não soubesse o
psicopata maluco que ele é, pensaria também que é um maldito
modelo.

Ele afasta o cinzeiro e se senta na mesa de café na minha


frente, seus olhos verdes brilhando de prazer. “Ei, Prez.”

“Você tomou banho de pós-barba antes de vir aqui?” Eu


reclamo. “Você fede, cara.”

Ele sorri. “Meu cheiro é lambível. Pergunte a Stormy.”

“Ele cheira mal”, ela confirma do outro lado da garagem.

Isso lhe dá um tapa na bunda de Filter.

“Tanto faz”, eu resmungo, ansioso para começar essa merda.


“O que vocês três encontraram?”

“Podemos guardar o melhor para o final”, Dragon diz de


uma maneira enigmática que me faz querer sacudir tudo o que ele
sabe neste momento.

Copper lança suas descobertas antes que eu tenha a chance.


Ele abre o laptop e me mostra uma série de fotos. “Há um caso
aberto no Texas. Uma série de assassinatos. Adolescentes.
Brutalmente espancadas e violadas. O DNA corresponde a
Putnam. Mas uma vez que ele pegou o garoto e saiu do mapa, o
caso esfriou. Existe um mandado para ele, mas nada mais no
banco de dados.”

E os assassinatos de Ellie e Blaire nem estão nessa lista,


porque na época não sabíamos quem diabos fazia essa merda.

“Halo?”

“O nome de Putnam também aparece nos meus contatos


militares. Brody diz que a segurança na fronteira estava tendo um
grande problema com uma gangue local de El Paso cerca de uma
década atrás, mas todos eles simplesmente desapareceram.” Halo
bate na tela. “BBBs.”

Copper aperta meu ombro. “Sabíamos que você é


responsável pela eliminação dos BBBs em El Paso, então isso não
é novidade, mas o que não sabíamos era o que exatamente eles
faziam por lá. Halo diz que seu colega Brody falou que estavam
contrabandeando armas do México para vender a empreiteiros
particulares.”

“Empreiteiros particulares?”

“As empresas são como a sua empresa”, Copper diz. “Os


contratados particulares fazem trabalhos com a NSA e estão
basicamente vendendo armas contrabandeadas de volta ao
governo a preços astronômicos. Tudo em nome da defesa nacional.”

“Putnam estava com os BBBs que haviam sido pagos para


usar armas, mas depois do que aconteceu com sua família e do
assassinato subsequente de todo o clube, ele saiu dali”, conta Halo.
“Poof.”

“Eu sei que seu próximo pensamento está em Putnam e


para onde ele foi”, meu irmão diz, “mas eu queria mais
informações sobre esses empreiteiros particulares. Então eu
pesquisei e encontrei um punhado que ainda precisamos dar uma
olhada. Putnam estava obviamente com alguém e eu quero saber
quem. Pode nos levar aonde ele está agora.”
Dragon, que está quieto até este ponto, se inclina para
frente, sorrindo como um menino para mim, um cacho escuro de
cabelo caindo sobre sua testa. “Enquanto vocês dinossauros
percorriam os bancos de dados, eu fiz um pouco de perseguição
nas mídias sociais. Encontrei isso.” Ele me mostra a tela do laptop.
“Putnam é velho como vocês, filhos da puta, então não tem
nenhuma conta, mas o filho dele... Esse tem que ser ele.”

Junior “Milk” Putnam.

Ele puxa uma foto de um garoto que tem o mesmo cabelo


loiro escuro e olhos azuis gelados que eu me lembro. O garoto se
parece com Putnam naquela época. Aqueles olhos. Brilhando com
intenção. Eu aperto minha mão, querendo dar um soco na porra
da tela. Em vez disso, estudo seu colete de couro preto.

Roaring River MC.

“Arkansas”, Dragon diz. “Olhei algumas fotos dele e há um


monte em um bar com uma garota. Ela o marca em muita merda.
O bar fica a quatro horas daqui, fora de Little Rock.”

“Você acha que Putnam está aí?” Eu rosno.

“O Roaring River MC não tem nenhuma merda legítima


como o Royal Bastards MC, então não há nada oficial online para
eles, mas eu enviei uma mensagem para essa garota. Juicy.”
Dragon bufa. “Ela é apenas uma vagabunda do clube. Eu disse a
ela que estou procurando por um clube foda na área. A cadela
apenas tagarelou sobre o clube deles. Quando é a igreja. Quando
eles fazem festa. Quem vai...” Seu sorriso se torna sinistro.
“Perguntei se eles namoram. Ela disse que eles brincam, mas ela
não é casada com ele nem nada, e que se eu for fofo, ela pode
chupar meu pau.” Ele encolhe os ombros.

Ímã de buceta.

O filho da puta vai encantar o seu caminho nas calças de


qualquer mulher.
“E quem você tem que ver quando chegar lá?” Meu sangue
está fervendo com a necessidade de mutilar, destruir, matar.

“Magna. Pai do Milk.”

De jeito nenhum.

Estou prestes a explodir com a informação, desesperado


para subir na minha moto e ir para Little Rock, para que eu possa
colocar uma bala no crânio de Putnam, ou Magna, hoje à noite.
Mas tenho que ser inteligente sobre isso. Eu preciso de Alec
Walker.

“Armas. Carregue a caminhonete de Copper. Vamos andar


juntos com as armas. Eu quero o resto de vocês seguindo em suas
motos. Vamos ver Alec primeiro.” Esfrego a palma da mão no rosto
enquanto paramos, vibrando com energia reprimida.

“O Animal? Aquele Alec?” Halo pergunta, as sobrancelhas


levantadas.

“Precisamos de apoio. Ele conhece a área e é um filho da


puta implacável. Vamos precisar das conexões locais dele para
que essa merda não chegue às notícias. Eu vou explodi-los. Magna
assistirá seu filho morrer como eu assisti Blaire morrer.”

Todos os três caras abaixam a cabeça, sem dúvida sentindo


minha dor.

“Quero sair às sete. Essa merda termina hoje à noite.”

Depois que eles saem, ligo para meu amigo Alec. Eu o


conheci em um bar que passei um dia. Ele é um psicopata do
caralho, mas hoje em dia, quem não é? Ele atende no terceiro
toque.

“Vou matar Magna e todos os filhos da puta naquele clube”,


deixo escapar em forma de saudação. “Você está comigo ou não?”

Ele ri. “Meu homem, Koyn. Bom falar com você, irmão.
Vamos ver... Magna bateu na merda da irmãzinha da minha amiga
e a colocou no hospital no mês passado. Nenhuma prova, mas a
palavra dela é boa o suficiente para mim. Eu tenho procurado uma
maneira de enterrar aquele filho da puta que não me deixará
engaiolado.”

“Meu irmão é Federal. Ninguém será preso por esse pedaço


de merda. Você me entende?”

“Isso aí.”

“Estamos indo na sua direção. Dê-me quatro horas e meia.”

“Até breve, cara. Já está na hora de tirarmos o lixo por aqui.”


QUATRO
Hadley

Eu pego a primeira cerveja que encontro e engulo, piscando


as lágrimas nos meus olhos. Minha garganta está áspera, mas,
pior ainda, até agora posso sentir sua porra salgada e picante. Eu
apenas chupei Skunk. O prez doido daqui. Eu odeio Magna.

Lançando um olhar por cima do meu ombro, estou


agradecida por ver que ele está com os dedos em alguma cadela
do clube que parece gostar de sua companhia. Ele é um bastardo
imundo. Eu endireito minha coluna, agradecida por não ter que
transar com ele, e vou para a parte de trás do bar. Estou me
sentindo emocionalmente quebrada e usada, mas cheguei até aqui.
Eu não vou parar agora.

Gemidos ressoam atrás de uma porta que leva a uma sala


de armazenamento. Os pelos se arrepiam nos meus braços. Dor,
dor inimaginável, corta através de mim. Milk me deu meu primeiro
beijo quando eu estava a poucos dias dos 13 anos. Estou
apaixonada pelo garoto de dezesseis anos desde então. Ele foi meu
primeiro tudo. Levou minha virgindade no meu trampolim sob as
estrelas quando eu tinha quase quinze anos. Milk é o único
homem com quem pensei em brincar.

Mas eu chupei o pau do pai dele.

Seu gozo que fui forçada a engolir bate com a cerveja quente
no meu estômago. Eu quero vomitar minhas entranhas. Depois
de… Primeiro, preciso arrancar todos os cabelos da cabeça de
Juicy. Eu respiro fundo, me preparando para a cena que vai
rasgar meu coração.

Apenas vá.

Acabe com isso.

Entro na sala de armazenamento a tempo de ver Milk


entrando em Juicy por trás. Como se ele não estivesse dentro de
mim há uma hora atrás.

“Seu imbecil”, eu engasgo, agarrando a primeira coisa que


vejo. Uma lata de feijão verde. “Seu idiota!”

O feijão verde passa por ele e atinge o chão. É então que ele
percebe que estou parada ali assistindo ele foder aquela cadela.
Pego outra lata de comida, jogando-a na cabeça dela. Ela grita
quando a atinjo diretamente na bochecha, cortando sua pele.

“Que porra é essa, Hadley?” Ele ruge enquanto puxa para


fora e veste seu jeans.

Eu lanço outra lata em sua direção, mas ele se afasta do


caminho. Bate em Juicy, que grita. Sua mão encontra minha
garganta e ele sai do depósito comigo em suas garras. O fogo brilha
em seus olhos azuis e ele cheira a Jack Daniels. Eu agarro sua
mão para que me solte, mas ele apenas aperta mais. Minha cabeça
bate com força contra uma parede, me deixando tonta.

“Você está me traindo seu fodido doente!” Eu engasgo,


lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

“Pela última vez, você não é minha old lady!”

“E ela é?!”

“Ela é apenas um buraco quente. Como você, Hadley.”

Suas palavras me derrubam do meu eixo. Tudo gira ao meu


redor. Entre minhas vias aéreas sendo restritas e suas palavras
odiosas, eu estou sufocando.
“Nós sempre podemos compartilhar”, Juicy diz enquanto sai
do depósito, tocando ternamente o corte em sua bochecha. “Se
você não for uma vadia tão arrogante.”

Eu luto contra suas mãos para tentar agarrá-la. Ele me


prende com os quadris, estreitando seu aperto.

“Dê o fora daqui, Juicy”, ele late. “Hadley e eu temos que


limpar a merda do ar sobre o que não somos.” Ele afrouxa o aperto,
permitindo que eu engula ar fresco. “Nós não somos namorado e
namorada. Nós não somos marido e mulher. Nós não somos nada
além de duas crianças que costumavam foder e ainda fazem. Você
é minha amiga. Pelo menos você era antes de começar a tentar
controlar todos os meus movimentos. Antes que você deixasse
meu pai te foder.”

Eu me contorço em seu abraço, lágrimas quentes


escorrendo pelo meu rosto. “Você está falando sério agora?” Eu
grito. “Eu te amo desde os treze anos. Eu sabia que queria me
casar com você quando começou a dirigir e você me tocou pela
primeira vez em sua caminhonete velha. Sempre fomos nós para
mim.”

Ele torce os lábios. “Desculpe, não é mútuo, querida.”

“Você é um bastardo cruel como seu pai!”

Seus olhos azuis escurecem. “E você é uma buceta imbecil


como o seu!”

“Magna me fez chupá-lo”, digo a ele, meu lábio inferior


tremendo. “Ele me fez dar um boquete nele porque você não estava
lá para me proteger!”

“Pare com a donzela em perigo, Hadley. É realmente


ultrapassado.”

Ele me libera e começa a se afastar, mas não terminei aqui.


Eu o empurro, um grito estrangulado me escapando. Mais rápido
que um raio, ele gira, seus olhos azuis gelados cortam através de
mim enquanto balança o punho.

Crack!

Tropeço para trás e caio de bunda. A dor explode na minha


mandíbula com o soco duro que me faz sentir como se ele quebrou
alguma coisa. Foda-se. Eu vou voltar para casa. Papai tem seus
problemas, mas ele nunca me machucou assim. Claro, ele fez
alguma merda pela qual brigamos e isso ainda fode com a minha
cabeça, mas ele nunca me deu um soco. Eu me arrasto para longe
do garoto que amei, precisando escapar desesperadamente. Eu
quase voltei para a segurança do depósito quando a bota dele se
conecta às minhas costelas.

Dor ofuscante explode em minhas terminações nervosas,


quase me fazendo desmaiar. Desmorono de cara no linóleo
pegajoso, um soluço tremendo através de mim.

“Você não passa de uma prostituta, Hadley”, ele zomba.


“Uma prostituta egoísta.”

Outro chute nas costelas.

Eu tenho que fugir.

É preciso tudo em mim para entrar no depósito. Eu


continuo desmaiando e tudo dói. Não consigo entender esse Milk.
Ele não é o mesmo garoto de dezesseis anos que me prometeu o
para sempre se eu deixasse que ele colocasse seus dedos dentro
de mim.

“Você foi rebaixada, vadia, a puta do clube. Você gosta do


meu pai dentro da sua boca vadia. Hammer tem uma queda por
idiotas apertadas. Vamos te passar até que você esteja usada e
inútil. Então eu mesmo vou cortar sua garganta.”

Eu desligo.

Suas palavras não são dele.


É Jack falando.

É o pai dele falando.

Isto é Milk.

Não é o meu Junior.

Não.

Ele começa a puxar meu jeans e eu grito. Não tenho certeza


de como ele pode estar duro agora, mas sinto seu pau
pressionando contra mim enquanto tenta remover minhas calças.
Pego qualquer coisa e meus dedos roçam sobre uma das latas que
eu joguei mais cedo. Com um grito, eu bato no lado da boca dele.

“Que merda” Ele cospe vários dentes para mim, seu sangue
correndo pesado e quente no meu rosto.

Eu bato na direção de sua cabeça novamente, mas desta


vez ele se afasta. A lata é arrancada da minha mão e é como se
um interruptor estivesse ligado nele. Foi-se o Milk que eu conhecia.
Em seu lugar está um demônio. Ele puxa sua faca e começa a
cortar minhas roupas, apesar da minha surra. A faca me corta
algumas vezes, me fazendo chorar de dor.

Vou morrer.

O garoto que amei vai me matar.

Eu sou jovem demais para morrer.

Acabei de fazer dezoito anos alguns dias atrás.

Com um grunhido, ele puxa meu jeans de uma perna e


depois empurra minhas coxas mais ou menos. Eu grito quando
ele corta minha calcinha. Ele está apenas ajeitando o pau para
fora, com a camisinha pegajosa que ele usou com Juicy ainda nele,
quando congela, seus olhos se arregalando em choque. O sangue
ainda passa dos seus lábios por perder os dentes, mas ele não está
mais tentando me agredir.
“Levanta, porra.”

A voz atrás dele é fria e má. De gelar os ossos.

Milk grita quando é arrancado de mim e levantado. O


homem atrás dele não é um demônio. É o próprio diabo. Olhos
escuros. Cabelo escuro. Alma escura. Um "X" espesso e marcado
num corte na pele do seu rosto, fazendo-o parecer totalmente
aterrorizante. Ele tem uma faca larga pressionada na garganta de
Milk.

“Ele estuprou você?” O homem resmunga, me


contemplando com olhos selvagens e maníacos.

“Corra, Hadley.” O olhar violento de Milk se foi e ele é o


garoto preocupado que me amou.

Agarro trêmula meus jeans, mas o grandalhão está de pé


neles. “Você não vai lá fora.” Seu comando me congela. “Onde está
Putnam?” O homem assobia, pressionando a lâmina na pele de
Milk para que ele sangre com a ação.

“Eu não sei”," Milk mente.

“Três segundos para responder.”

“Eu disse que não...”

Rat-a-tat-tat-tat-tat!

O som ensurdecedor de tiros me faz gritar. Eu corro para a


segurança do depósito, nua, não mais preocupada com meu jeans.
O homem mau me persegue, carregando Milk com ele.

“Eu ia fazê-lo assistir, mas não depois dessa merda. Você


não merece respirar mais um segundo, seu pedaço de merda”, o
homem rosna. “Isto. É. Para. Seu. Pai.”

Olho com horror quando o homem esfaqueia Milk tantas


vezes que perco a conta. Costelas. Estômago. Peito.

“Nãããão!” Eu grito. “Nããão!”


Sangue escorre de Milk em cada buraco e seus olhos
reviram. O homem o segura, mesmo que ele esteja desmaiado. O
tiroteio está implacável na outra sala, mas esse monstro não está
preocupado. Ele simplesmente o segura até parar de se contorcer.
Então, sem nenhum remorso, o joga no chão como um saco de
lixo. Um soluço chacoalha através de mim enquanto eu corro até
Milk.

“Junior!” Eu grito. “Junior, acorde, baby! Por favor!”

Muito sangue.

Ele não está acordando.

Ele nunca vai acordar.

“Puta merda, Koyn”, uma voz profunda retumba por trás do


monstro assassino. “Ela se parece com Bla...”

“Eu sei”, o monstro rosna e me persegue. Eu grito quando


ele pega meu braço, me levantando. Sou facilmente içada e jogada
por cima do ombro dele como se não pesasse nada. Minha bunda
nua está no ar para todos verem.

“Você encontrou Putnam?” Koyn rosna.

“O fodido fugiu. Todo mundo está morto, no entanto.”

“Droga!” Koyn ruge, sua fúria me sacudindo até os ossos.

Todos? Hammer? Bouncer? Molly? Juicy?

Oh, Deus.

Paro de lutar quando percebo que o homem falando com


Koyn está vestindo uma jaqueta do FBI. Eu estou segura? Eles me
salvaram?

“Oculte essa merda, Copper. Volte ao clube do Animal com


Filter. Vou tirá-la daqui.”

Oculte isso?
Copper, o maldito Federal sujo, assente, suas feições
sombrias. “Tudo bem, mas você está levando-a? Por que, Koyn?”

Koyn praticamente rosna e agarra minhas coxas nuas com


força como se eu pudesse fugir. “Você sabe o porquê.”
CINCO
Koyn

Blaire. Blaire. Blaire.

Quando mirei nos profundos olhos castanhos da garota, a


cor de como Ellie costumava beber seu café, minha mente falhou.
Bem no meio do caralho. Sangue cobria seu rosto. Ela estava
seminua. E a maquiagem dela estava escorrendo das lágrimas.

Aquele filho da puta ia estuprá-la.

Assim como o pai dele fez com minha filha.

Somente. Igual. Blaire.

Eu tinha planos para o filho de Putnam. Planos sombrios,


distorcidos e nefastos. Planos que envolviam amarrar Putnam a
uma cadeira para que ele pudesse assistir enquanto eu raspava
cada centímetro da pele do seu filho com um canivete.

Mas no momento em que vi a garota, eu não era Koyn.

Eu era pai.

Marido.

Protetor.

A ameaça estava entre mim e Blaire. Tinha que ser


eliminado.
Ela não é Blaire, no entanto.

Enterrei minha filhinha há dez anos ao lado de sua mãe em


um pequeno cemitério em Pearland, Texas, sob um salgueiro.

“Por favor, me deixe ir”, a menina implora. “Por favor.”

“Não é seguro”, eu praticamente assobio.

Volto para a área do bar e há um banho de sangue.


Precisamos apenas incendiar o lugar. Quando os olhos de Dragon
se arregalam, percebo que a garota ainda está nua.

Porra.

Eu a tiro do meu ombro e a coloco de pé.

“Não se mexa.” Minha ordem dura a faz tremer, mas ela


assente, seu lábio inferior tremendo. Arranco meu colete e o jogo
sobre uma mesa para poder tirar minha camisa preta de manga
comprida. “Você vai colocar isso.”

Ela não luta comigo enquanto ajudo-a a vestir uma camisa


que cai nos joelhos, cobrindo o suficiente. Eu puxo meu colete por
cima da minha camiseta e a agarro pelo cotovelo.

“Vamos nos mover, menina”, resmungo. “Você não precisa


ver essa merda.”

Eu a levo para fora e ela para.

“Não! Não vou embora com você!” Ela grita. “Você matou
meu namorado!”

Agarrando os dois ombros, entro em seu rosto. Ela recua, o


terror brilhando em seus olhos castanhos.

“Ele estava te atacando. Um maldito namorado.”

Ela soluça até a caminhonete. Abro a porta do banco de trás


da caminhonete e a jogo dentro.

“Aperte o cinto e fique parada.”


“Por favor, senhor...”

Eu bato a porta da caminhonete e pulo na frente. A estúpida


música country de Copper soa no momento em que ligo o motor e
giro o botão até que algo ressoe através da cabine. Adrenalina está
voando em minhas veias como se eu estivesse com muita coca ou
alguma merda. Estou praticamente tremendo com uma mistura
de raiva furiosa por perder Putnam e alívio por resgatar a garota.

Ela não.

Ela não.

Ela não.

Seus soluços são altos no banco de trás, mas não posso


falar com ela. Agora não. Assim não. Não quando estou a
segundos de puxar a garota para meus braços, acariciar seus
cabelos ensanguentados e prometer que seu Papai vai melhorar
tudo.

Não é minha.

Ela não é minha.

No entanto, um senso de propriedade envolve seus


tentáculos pegajosos em volta do meu coração. A necessidade de
proteger, me consome por inteiro. Essa garota se parece tanto com
Blaire que está fodendo com a minha cabeça. Ela é filha de alguém,
embora claramente não seja minha, e não merece ser usada e
estuprada.

O caminho para o clube de Animal pisca rapidamente. Eu


preciso voltar para o meu complexo, mas estou tremendo demais
para dirigir as quatro horas. Eu preciso fumar. Preciso de uma
bebida. Preciso perseguir qualquer pista até Putnam.

“Por favor”, a menina implora.

“Você está segura agora.” Minhas palavras são roucas e


frias. Alguma coisa para tranquilizá-la. “Qual o seu nome?”
“Hadley.”

“Hadley o que?”

Silêncio.

Direciono os olhos no espelho retrovisor para encontrá-la


me encarando com bochechas riscadas de rímel. O desafio brilha
em seu olhar, lembrando-me tanto de Blaire que parece que
alguém deu um soco no meu peito. Afasto meu olhar dela para me
concentrar na estrada. Quando chegamos ao Animal, ainda estou
tremendo com energia malévola mal contida.

“Por que estamos aqui? O que estamos fazendo?” Ela exige


no momento em que eu desligo a caminhonete.

“Reunião”, eu resmungo. “Nós vamos limpar e colocar


algumas roupas em você. Vamos.”

Ela não faz nenhum movimento para sair, então pulo da


caminhonete e abro a porta do banco de trás. Hadley não pode ser
mais velha do que minha Blaire era quando a vi pela última vez.
Esse pensamento dói. Realmente ruim. Delgada. Frágil. Jovem.
Essa garota se misturou com um bando de motoqueiros idiotas. É
uma coisa boa que eu apareci quando fez isso.

“Qual é a sua história?” Exijo enquanto agarro seu braço e


a arrasto da caminhonete. “Onde estão seus pais?”

Ela assobia para mim. “Eu não tenho pais.”

Mentirosa.

Seus olhos castanhos brilham com a mentira, como minha


filha costumava fazer. A única coisa é que hoje em dia não tenho
paciência para essa merda.

“Acho que você virá comigo então.” Minha mão aperta seu
bíceps quando a sinto puxando para longe. “Você fica do meu lado
até eu descobrir o que fazer com você.”

“Você vai me matar?”


Eu solto uma risada fria. “Sou um filho da puta cruel, mas
tenho preguiça de resgatar uma criança, apenas para me virar e
colocar uma bala na cabeça dela. Me diga qual é a porra disso?”

“Você... você vai me vender?”

Parando logo antes de chegarmos à porta, eu me viro para


olhá-la. Seus grandes olhos castanhos se arregalam
impossivelmente mais quando eu chego perto o suficiente para o
peito tocar.

“Pareço um bastardo doente?”

“Você é um por cento, não é?”

“Eu sou cem por cento mau, mas não lido com crianças.”

Suas narinas se abrem. “Você me sequestrou.”

“Não, garotinha, eu te salvei, porra.”

“Vocês. Mataram. Meu. Namorado.” Lágrimas grossas


correm por suas bochechas.

“Seu namorado era um merda. É uma coisa boa que eu


cheguei a tempo. O filho da puta ia te machucar muito.”

“Talvez eu teria gostado disso”, ela desafia com falsa bravata,


erguendo o queixo.

“Então você é apenas mais uma cadela burra e sem cérebro


que enlouquece porque tem um bom pau de vez em quando. Eu
não gosto muito de mentirosos. Você descobrirá isso rapidamente.
Pergunte aos meus rapazes o que acontece com os mentirosos. Já
acertei um cinto na bunda do meu sobrinho muitas vezes por
mentir. Não pense que não farei o mesmo com você.”

Ela fica boquiaberta para mim. “Você não é meu pai.”

“Até que você me diga quem é, para que eu possa largar sua
bunda ingrata na porta dele, com certeza sou. Agora entre antes
de pegar um resfriado.”
Animal, Copper, Filter e eu nos sentamos à mesa com uma
garrafa enorme de Jack que vamos passando de um lado para o
outro, tentando juntar nossas cabeças para onde diabos Putnam
iria. Animal vai ficar de olho no filho da puta quando ressurgir e,
assim que o fizer, eu o quero vivo. Pagarei Animal generosamente
e ele sabe disso.

Música alta sai do outro cômodo, enquanto os nossos


prospectos celebram em comemoração pela retirada da maioria do
River Roaring MC. Meus olhos continuam voltando para o
banheiro onde Hadley foi pela última vez. Eu já verifiquei. Não há
janelas nem nada, então ela não pode sair. Ela está apenas
levando uma eternidade lá.

Pego Copper me encarando e dou uma sobrancelha


levantada. Seus lábios pressionam juntos em uma linha firme.
Com um suspiro pesado, ele pega seu copo, bate o líquido âmbar
e depois se levanta da mesa.

“Podemos conversar um minuto?” Ele pergunta.

Imito sua ação e bebo meu Jack, saboreando a queimadura.


Eu o sigo até a sala perto do banheiro, onde mantenho meu olhar
fixo.

“Você está bem, cara?” Ele aperta meu ombro. “Acima de


tudo, você é meu irmão. Eu lembro... sei como toda essa merda
irrevogavelmente te feriu.”

Eu cerro os dentes. “Seu ponto de merda?”

“Essa garota não é Blaire.”

“Diga-me algo que não sei.”


Ele solta um bufo frustrado. “Você está cuidando dela como
se fosse sua.”

“Por enquanto, ela é.”

“Você não pode substituir sua filha.”

O álcool que queima através de mim se inflama em um


inferno ardente. Pego a frente da camisa do meu irmão e bato as
costas dele na parede ao lado da porta do banheiro. “Quem diabos
disse que estou tentando substituir minha garotinha?”

“Ninguém”, ele morde. “Mas o olhar em seu rosto. É de


loucura.”

Eu aperto meu queixo. “Não me faça chutar sua bunda hoje


à noite. Não estou no clima.”

“Não”, ele provoca. “Você está com vontade de brincar de


casinha. Você precisa abandonar a garota. Deixe-me levá-la e
mandá-la de volta para casa.”

A porta do banheiro se abre e Hadley sai. Agora que tomou


banho e vestiu outras roupas de cadela, não está mais pingando
sangue ou usando maquiagem borrada. Porra, ela parece ainda
mais jovem. Mais inocente. Mais como Blaire.

“Eu não posso voltar para casa”, ela sussurra. “Eu...


simplesmente não posso.”

“Querida”, Copper começa, mas ela balança a cabeça.

“Apenas me deixe sair e descobrirei as coisas por conta


própria.” Ela diz isso de uma maneira tão arrogante, como se
estivesse acostumada a exigir merda e todo mundo se
curvando. Não sei de que mundo ela veio, de onde é a princesa,
mas sou o maldito rei por aqui. O que eu digo é lei. A bunda dela
não vai a lugar nenhum.

“Não.” Eu agarro seu braço magro. “Vamos encontrar um


lugar para dormir. Nós vamos descobrir tudo isso amanhã.”
Ela grita, puxando, mas eu tenho um aperto de ferro
nela. Copper faz uma careta para mim. Eu ignoro sua bunda
enquanto me sinto em casa. Animal pode ser um filho da puta
louco, mas ele e eu somos leais. Ele sabe que farei a mesma merda
para ajudá-lo se estiver em apuros. Atravesso uma sala com um
sofá e uma televisão. Há uma janela, mas nenhuma porta.

Hadley olha para o sofá com desconfiança. Como se eu fosse


realmente tocá-la. Não sou um idiota doente. Ela se parece com a
minha filha, pelo amor de Deus.

“Não posso deixar você ir embora”, digo a ela. “Eu não


conheço metade desses homens lá. Sou de longe o mais seguro
para se estar. Vamos dormir um pouco e de manhã vou levá-la
para casa.”

“Eu te disse...”

“Minha casa.”

Suas sobrancelhas franzem e ela cruza os braços sobre o


peito. Sem maquiagem e totalmente vestida, ela parece ter quinze
anos.

“Quantos anos você tem?” Eu caio no meio do sofá e aceno


para a almofada ao meu lado.

“Sou velha o bastante.”

“Pare de brincar comigo, criança.”

Ela assobia para mim. “Eu não sou criança.”

“Então pare de agir como um, caramba.”

“Sou adulta agora, o que significa que você não pode me


manter aqui. Eu tive meu décimo oitavo aniversário no outro
dia. Eu posso sair.”

Saber que o imbecil estava enfiando o pau em uma buceta


menor de idade ferve meu sangue, porque com certeza sei que ele
não esperou que esta flor desabrochasse. Ela já afirmou ter
desejado essa merda, mas esse não é o ponto. A questão é que ela
foi atraída para um mundo a que claramente não pertence e está
abrindo as pernas para homens que são velhos demais para ela
quando deveria estar no ensino médio. Se eu fosse o pai dela, teria
chicoteado sua bunda há muito tempo. Ela nunca teria fugido
para morar com um bando de motoqueiros.

“Você não está indo embora. Sente-se.” Ordeno. “Estou


cansado como o inferno e não preciso de você fugindo.”

Ela se aproxima de mim e se senta na almofada. Apesar de


sua aparente raiva, suas mãos tremem. A coitada está tremendo
como uma folha.

“Você pode me deixar ir”, ela diz. “Estou estampada em cada


caixa de leite de costa a costa. Se alguém me vir, chamará a
polícia. Você não quer se envolver nisso.”

“Vou me arriscar.” Agarro sua coxa e a arrasto, ignorando


seus gritos de protesto, antes de me deitar no sofá. Ela luta, mas
eu a puxo com força contra o meu peito para que não escape
enquanto dormimos.

“Deixe-me ir! Você ouviu toda a parte sobre eu ser uma


fugitiva adolescente e que todo mundo está me procurando?” Sua
voz é estridente.

“E eu acho que você perdeu a parte de que não me importo.”


SEIS
Hadley

Thump. Thump. Thump.

Meu coração dispara dentro do peito. Acho que não parou


nas últimas horas. Estou tendo problemas para lidar com a
realidade.

Junior está morto.

Morto.

Meu amigo de infância e amante.

Uma dor fria e oca se instala em meus ossos. O mesmo


garoto que me traiu várias vezes. O mesmo garoto que me golpeou
e fez insinuações vis sobre o meu futuro com os Roaring River
MC. Eu não era nada além de um brinquedo para ser usado e
jogado fora.

Ele está morto, no entanto.

Todas as suas promessas eram vazias, até as horríveis,


porque ele não está mais aqui para cumpri-las. Lágrimas vazam
dos meus olhos. O novo Junior, que não conseguia manter o pau
fora da buceta de Juicy não era o cara que eu conhecia. Aquele
cara era um perdedor e um idiota. O que eu me lembro da minha
infância era adorável, amoroso e doce. Esse é o garoto pelo qual
estou de luto.
Bem, por mais que me permita sofrer nos braços do homem
que o matou. Minha mente gira enquanto me pergunto como eu
fiquei presa nessa posição. O homem maciço com o grande X no
rosto me aperta no sofá, seus roncos suaves me embalando em
uma falsa sensação de segurança.

Eu não estou segura com ele.

Não estou segura com ninguém.

Papai poderia me salvar...

Ter que pedir alguma coisa ao meu pai faz meu sangue
coagular. Se depender de mim, nunca mais falarei com ele. Eu
não preciso da ajuda dele. Só preciso sair. Longe dessas
pessoas. Longe desta vida.

Magna virá atrás de mim?

Eu tremo com esse pensamento.

“Frio?” A voz sonolenta e corajosa de Koyn me faz enrijecer.

“Não.”

“Mentirosa.” Ele praticamente se deita em cima de mim,


forçando seu calor corporal em mim. “Agora vá dormir.” Suas
palavras ofegantes contra a minha orelha através do meu cabelo
molhado me fazem tremer novamente.

Ok, então talvez eu esteja com frio.

E cansada.

E exausta.

E arrasada.

Talvez ele seja um cobertor gigante.

Apesar dos meus melhores esforços para permanecer


acordada, para que possa me esgueirar quando ele cair em um
sono profundo, eu adormeço. Os vilões dos meus pesadelos não
são os desta casa do clube. Eles são os vilões que eu já conheço.

Eu acordo choramingando. O quarto está escuro agora e me


pergunto quando ele apagou a luz. O perfume masculino de Koyn
invade minhas narinas.

“Shh”, ele murmura, meio adormecido. “Você está bem.”

Meu coração bate no peito. Isso me lembra de uma vez que


eu rastejei na cama do meu pai e ele manteve todos os monstros
longe. Eu me senti segura naquela época. Não me sinto segura há
muito tempo. O fato de que a mesma sensação de segurança vem
nos braços de Koyn me deixa cambaleando.

Por quê?

Por que ele?

Eu ouvi ele e o outro cara conversando sobre uma garota


chamada Blaire. Aparentemente eu pareço com ela. Talvez ele não
me machuque e me deixe ir.

Mas para onde eu iria?

Casa?

Eu tremo com esse pensamento. Quando mamãe teve uma


overdose no ano passado, isso mudou meu pai. Isso mudou nós
dois. Enquanto ele se preocupava com sua posição social e a
morte de mamãe refletindo em nós, eu mal conseguia respirar. Ela
era a reserva. A calma antes que ele se tornasse uma
tempestade. Agora que ela se foi, fui arrastada pelos ventos
furiosos de papai. Sua angústia social foi o começo, mas evoluiu
para muito mais.

E quando não aguentava mais nada dele, corri.

Eu sempre corria para o Junior, só pensei que seria


diferente. Depois da faculdade ou algo assim. Abaixo de um
corredor em uma capela. Para um futuro escrito especificamente
para nós. Acontece que tudo o que tenho feito é correr. Por aqui e
por ali. Principalmente fora. Sem futuro. Apenas lembretes do
passado, quando sonhei com coisas impossíveis.

Agora não sei para onde correr.

Um soluço desamparado sobe pela minha garganta. Os


sons pesados de seu sono ficam quietos e a sala fica cheia de
consciência. Eu posso praticamente sentir seus olhos em mim no
escuro. Com uma gentileza surpreendente, ele passa os dedos
pelos meus cabelos.

“Uma garota como você pertence à casa dos seus pais”, ele
diz, com a voz rouca do sono.

“Minha mãe está morta.” Minhas palavras cortam


amargamente.

“Sinto muito.” A rudeza em seu tom reverbera para o meu


coração. Eu posso dizer que ele fala sério, o que é estúpido, já que
acabamos de nos conhecer e em circunstâncias terríveis. “Seu
pai?”

“Nós não estamos nos falando”, eu estalo, incapaz de


segurar um arrepio.

Ele envolve o braço em minha cintura e enterra o nariz no


meu cabelo. Eu devia estar atordoada pela maneira como ele me
inala de uma maneira tão familiar e possessiva. Em vez do meu
ritmo cardíaco disparar de medo, relaxo em seu abraço. Seu
aroma é uma mistura de um perfume caro, familiar e fumaça de
cigarro com uma pitada de licor. Isso me faz querer me virar e
abraçar seu peito.

“Uma garota precisa do pai”, ele diz baixinho, suas palavras


fazendo cócegas no meu cabelo.

“Não essa garota.”

“Veja todos os problemas em que se meteu.”


“Poderia ter saído também.”

Ele faz um som irônico de bufar. “Minha filha pensava que


ela era durona também...” posso ouvir o sorriso em sua voz e então
ele fica tenso. “Está enraizado em um pai proteger sua filha.”

Não meu pai.

Ele me decepcionou quando mais precisei dele.

“Eu fugirei”, aviso. “Onde quer que você me leve, não vou
ficar.” Isso é ótimo, Hadley, informe o bandido do seu plano.

Seus dedos torcem ao redor do meu cabelo e ele puxa, a


ardência dos cabelos no meu couro cabeludo faz meus olhos
lacrimejarem. “Você não fugirá de mim.”

“Eu vou.”

“Até eu te devolver ao seu pai, você é minha


responsabilidade. E você é realmente apenas uma garota burra,
se acha que vou deixa-la fora da minha vista por um segundo.”

“Você estava controlando isso com sua filha?” Exijo, ansiosa


para bater nele onde posso dizer que dói.

Ele solta meu cabelo e alisa-o. “Pior.”

Um sentimento doentio toma conta de mim.

Ele a machucou?

Em que tipo de braços de idiota eu me meti?

“Sairemos cedo amanhã. Durma.” Ele ordena, apertando o


braço em volta da minha cintura.

Eu fico acordada o resto da noite, olhando para a escuridão,


me perguntando o que diabos eu farei.
Os homens, motociclistas, que eu sei agora são dos Royal
Bastards MC, se reúnem do lado de fora com um cara chamado
Animal. É melhor do que a merda dos Roaring River MC, mas não
é preciso muito para superar aquele lugar.

Eu olho para todos, meus olhos passando rapidamente para


a porta aberta da caminhonete. Koyn está na frente da
caminhonete, conversando baixinho com o cara que eu determinei
que é seu irmão. Suas semelhanças são estranhas. A enorme
diferença é que Koyn tem um enorme "X" marcado no rosto. Eu
poderia me esgueirar até lá, subir na caminhonete e sair daqui
antes que alguém soubesse o que os atingiu.

Então o que?

Superar um clube inteiro de motoqueiros irritados?

E ainda não sei para onde iria.

Eu nunca pensei muito sobre Junior.

“Putnam, hmm?” Uma voz profunda, sombria e sensual


praticamente ronrona. “Para se envolver com uma merda como ele
ou seu filho, você teria que ser uma garota e tanto.”

Eu viro minha cabeça para encontrar o olhar verde do


homem mais bonito que eu já vi. Seu cabelo escuro está penteado
de uma maneira meio estranha, pelo que sei, ele provavelmente
está ferrado com base em seu sorriso. Ele curva os lábios e uma
tatuagem de dragão no pescoço parece ondular e se mover como
se estivesse viva em sua pele. Permaneço fixada na intrincada
tinta verde e preta que cobre a maior parte do pescoço dele. A boca
do dragão está aberta, todos os dentes afiados e, em vez de fogo,
a fumaça se eleva, cobrindo sua pele exposta no queixo, parando
abruptamente. Da mandíbula para baixo, ele é um motociclista
típico, com couro, preto e arrogância. Seu rosto parece ter saído
de uma revista ou de um anúncio de perfume.
“Você não deve me encarar, chave de cadeia”, ele diz, seu
sorriso se alargando para revelar um conjunto perfeito de dentes
brancos.

Motociclistas não são tão sexys.

De jeito nenhum.

Eles fedem, arrotam e são peludos.

“Ainda não acabou”, diz o homem, sua sobrancelha perfeita


arqueada. “Olhe o quanto quiser, pequenina, mas Prez vai perder
a cabeça em três, dois, um...”

“Dragon”, rosna Koyn. “Eu preciso da sua moto.”

O homem-dragão ronronante e sedutor geme, tornando-o


menos motociclista e mais diva total da pista. “O que? Por quê?”

“Eu preciso pensar. Você pode andar de carona com


Copper.”

O sorriso do Dragon se torna predatório. “Com a chave de


cadeia aqui? Quer que eu a sente no meu colo e a mantenha
segura?”

A mandíbula de Koyn flexiona e, antes que ele possa


responder, outro maldito motociclista bonito se aproxima de
nós. Alto, enorme, seus cabelos loiros dourados brilhando como o
sol.

“Dragon”, o cara avisa. "Prez vai arrastar sua bunda atrás


de sua própria moto pelos cabelos, se continuar com essa merda.”

“Não lhe dê nenhuma ideia, Filter”, Dragon reclama ao deus


de ouro.

Filter sorri. “É meu trabalho dar ideias a ele.”

Koyn estende a mão e Dragon joga suas chaves com um


resmungo.
“Hadley vai comigo”, Koyn diz a eles, surpreendendo seus
homens com base no alargamento dos olhos.

“Você colocará essa cadela jovem na traseira


da minha moto e vai carregá-la como se fosse sua old lady?”
Dragon pergunta, explodindo em um acesso de riso.

Koyn agarra Dragon pela frente de sua camisa e o arrasta


até ficar cara a cara com ele. A mão de Dragon já está em torno
de uma faca em seu cinto, mas ele não faz nenhum movimento
para esfaquear seu prez.

“Eu nunca vou ter uma old lady”, Koyn murmura. “Pare de
foder comigo.”

Dragon cede. “Eu sei, Prez. Desculpe, cara.”

Koyn solta o aperto em sua camisa e então aperta o ombro


de Dragon de uma maneira fraternal que me confunde como o
inferno. Dois segundos atrás, eu tinha certeza de que alguém seria
morto a tiros. Agora eles estão se olhando como se fossem
melhores amigos.

“Pegue um capacete para ela”, Koyn late para Filter. “Uma


jaqueta também.”

Uma cacofonia de estrondos vibra até meus ossos enquanto


estou ao lado de Koyn na agradável e nova Harley que ele
praticamente roubou de Dragon. Eu deveria procurar por opções
de fuga, sem perceber o quão dominador ele parece, dominando o
grande e barulhento pedaço de metal. As coxas dele se esticam
contra o jeans manchado de sangue, mostrando o músculo sólido
embaixo. Tudo sobre Koyn é enorme e endurecido. Para uma
garota de fora, ele é aterrorizante.
Especialmente para uma garota cujo namorado ele matou.

Mas eu não sou uma garota de fora.

Estou tão profundamente envolvida no mundo do MC que


nunca sairei. Fora da proteção dos sem lei, serei empurrada de
volta à sociedade. Estive lá, fiz isso. Não farei novamente.

Então, ao invés de ficar com medo de Koyn, visto o capacete


e subo na moto atrás dele. É uma moto menor, feita para um cara
como Dragon, então eu sinto como se estivesse empoleirada em
um pequeno pedaço de couro. Sou forçada a me inclinar,
pressionando meus peitos contra esse homem, e abrindo minhas
pernas para ele só para não escorregar pelas costas e me tornar
uma atropelada sexy.

Ele agarra meu pulso, puxando meu corpo para mais perto
e depois molda meu braço em seu corpo. Imito a ação com meu
outro braço até abraçá-lo como um coala em uma árvore. Seu
corpo irradia calor que acalma as partes trêmulas profundamente
dentro de mim. Eu odeio admitir isso, mas ele fornece uma
sensação de conforto, por algum motivo insano que eu não quero
examinar mentalmente agora.

O cerne da questão é... tenho problemas com o Papai.

E Koyn é cem por cento Papai.

Ele decola, levantando cascalho em seu rastro, e acelera


pela entrada da garagem. O rugido das motos atrás de nós me faz
relaxar. Muitas vezes, eu me perdia em devaneios na traseira da
moto de Junior. Ele montava por toda parte, me levando para
comer e ver merda legal. Às vezes nós até transamos em sua
moto. Todos esses momentos se foram. Eu nunca vou recuperá-
los. Lágrimas ardem nos meus olhos e eu os fecho. Não quero ver
as árvores do Arkansas, todas brilhantes com folhas alaranjadas,
marrons, vermelhas e amarelas, passando zunindo. Não quero
apreciar a beleza delas.
Parece injusto que eu tenha que segurar o assassino do meu
namorado.

Segure-o ou morra.

Como se eu fosse forçada a escolhê-lo em vez de mim


mesma.

Eu não sinto a vibração fodida de Magna em Koyn. Tenho


certeza de que ele não me arrastará de volta para o clube dele
apenas para me torturar, me matar ou me foder. Ele já teria feito
algo assim se estivesse na sua agenda de vilão.

Mas algo se esconde dentro dele.

Uma calma que é sentida antes de uma


catástrofe. Sombria. Sinistra. Pressentimento. Parece vibrar
através dele. Como se fosse energia magnética, fazendo todos os
pelos dos meus braços se arrepiarem. Eu posso sentir isso através
de todas as moléculas do meu
corpo. Zumbindo. Cantarolando. Atenta.

Papai é assim.

Uma série de calma e tempestade. Chicoteando e se


debatendo. Uma constante para frente e para trás como em um
barco em águas agitadas, até que eu estava quase enjoada de tudo.

As tempestades de papai não eram aquelas que eu podia


surfar como uma onda até atingir a costa.

Ele tentou me afogar.

Isso me faz pensar que tipo de tempestade Koyn é. Um


furacão poderoso como meu pai? Um tornado como Magna? Ou
algo mais cataclísmico. Algo que está mudando. Um vulcão
violento, estrondando a própria fundação em que estou.

A palma da sua mão cobre minha coxa e ele a aperta de


uma maneira tranquilizadora. O gesto simples e breve faz meu
coração cingir no peito. Não gosto da maneira como ele pode
silenciar meus medos com um toque.

Uma dose saudável de medo é o que me mantém viva por


tanto tempo.

Eu não preciso de alguém silenciando minhas sirenes de


advertência internas, porque quem diabos sabe que tipo de
problema me atingirão então.

Eu já tive problemas suficientes por uma vida.

Preciso estar sempre pronta para isso.


SETE
Koyn

Fico dentro da porta aberta da caminhonete com as mãos


na parte superior da moldura enquanto me inclino para conversar
com Dragon e Copper, meu cigarro pendurado nos
lábios. Bermuda levou a garota ao banheiro. Ele se parece mais
com um bom e velho garoto. Dragon e eu nos destacamos como
possíveis sequestradores psicopatas para o público
normal. Definitivamente, é uma boa ideia que Bermuda tenha
liderado nesta parada.

“Alguma coisa?” Pergunto ao meu irmão, acenando para o


telefone enquanto ele rola. Sopro uma nuvem de fumaça por cima
da caminhonete e, em seguida, jogo meu cigarro através da
caminhonete no cascalho.

“Não. Quando voltarmos, entrarei no computador para


percorrer todos os meus canais. Putnam está fora da grade.”
Copper esfrega o rosto com a palma da mão.

“Vou ficar nas mídias sociais de Junior e verificar se consigo


pegar alguma pista lá”, oferece Dragon. “Putnam é um fantasma,
mas nós o encontramos. Nós o encontraremos novamente.”

Olho para o McDonald's e me pergunto por que diabos está


demorando tanto tempo. Se ela tentar fugir, eu cumprirei minha
promessa de chicoteá-la.
“E Hadley? Alguma coisa nela?” Eu arqueio uma
sobrancelha para o meu irmão.

“Sem sobrenome, é difícil. Vou fazer uma pesquisa em todos


os relatórios de pessoas desaparecidas com esse nome, mas você
provavelmente irá conseguir mais que eu.”

Vou descobrir de onde essa garotinha veio e mandá-la de


volta, mesmo que eu precise arrancar as respostas dela. Já fiz
muito pior na minha vida. Isto é moleza.

Como se tivesse um sexto sentido, sinto Hadley quando ela


sai do restaurante. Bermuda está ao seu lado, sorrindo. Ele pode
estar usando um colete de couro, mas seu boné de beisebol gasto,
calça jeans e chuteiras, fazem com que pareça o garoto de
Oklahoma. Em uma realidade alternativa, esses dois poderiam ser
irmãos, talvez. Eu a rastreio apenas com o meu olhar,
observando-a a cada momento.

O dardo de seus olhos na linha das árvores passando pelo


estacionamento.

O sorriso falso.

A tensão de seus músculos.

A desaceleração em sua marcha.

“Porra”, eu resmungo. “Ela vai correr.”

Logo que tiro as palavras da minha boca, ela decola. A


garota é alta e magra, suas longas pernas devoram a distância
antes que Bermuda perceba que ela fugiu. Sem outra palavra, saio
atrás dela. Posso ser muito mais velho que ela, mas não sou um
motoqueiro gordo. Estou em forma e posso pegar um fugitivo
como se não fosse uma merda.

Seus cabelos castanhos ondulam atrás dela enquanto ela


parece voar com uma velocidade desumana. Minhas botas
chutam cascalho atrás de mim na perseguição. Eu posso ouvir
Gibson e Bizzy rindo enquanto Dragon me chama. Malditos
bastardos.

Hadley não chega à linha das árvores.

Eu a agarro pelos cabelos, fazendo-a parar. Ela grita, mas


não cedo. Eu arrasto seu corpo agitado para o meu peito e levo
minha boca para sua orelha. Seu peito sobe e desce com cada
respiração irregular.

“Criança estúpida.”

“Eu não sou uma criança.”

“Você é.”

“Te odeio.”

Sorrio, torcendo meu aperto em seus cabelos para que


minhas juntas fiquem contra seu couro cabeludo. “Porra, me
odeie. Eu não dou a mínima. Você é minha para cuidar e eu disse
que fugir não funcionará para mim, caramba.”

“Eu não sou sua”, ela diz ferozmente, emoção em sua


voz. “Não sou de ninguém. Você se certificou disso quando matou
Junior.”

Aqui vamos nós novamente.

Estou cansado de ouvir falar daquele idiota.

“Você vai parar essa merda agora. Vamos dar as mãos como
se você fosse minha garota e depois vamos embora. Você luta
comigo e eu tornarei sua vida infeliz quando voltarmos. Me
entendeu?”

O corpo dela treme. “Eu não serei sua escrava.”

Eu reviro meus olhos. A menina assiste a filmes


demais. “Você vai se eu exigir.”
Minha ameaça tem o efeito pretendido porque ela se
submete. Boa menina. Seu corpo relaxa enquanto ela murmura
um “ok.”

Soltando seus cabelos, agarro seus ombros e a torço para


me encarar. Seus olhos estão lacrimejantes, mas nenhuma
lágrima caiu. À luz do sol, ela tem algumas sardas visíveis no nariz
e nas bochechas. É fofo. Cílios escuros batem contra suas
bochechas e seus lábios carnudos estão franzidos em um beicinho.

Blaire.

Minha doce Blaire.

Estou impressionado com o quão semelhantes elas


são. Olhos castanhos escuros. Pele pálida. Sarda no
nariz. Minhas mãos embalam seu rosto doce e me inclino para
poder memorizar todos os detalhes.

“O que você está fazendo?” Ela sussurra.

“Olhando para você, garota.”

“Por quê?”

“Eu gosto do que vejo.”

“Você está tentando me fazer sua old lady?”

Suas palavras me tiram da minha pequena fantasia egoísta


onde ela é Blaire e eu sou seu pai, e tudo está seguro e certo no
mundo.

“O quê?” Eu assobio. “Foda-se, não.”

Minhas palavras parecem feri-la porque ela se encolhe. “Oh.”

O momento se foi. Eu não vejo Blaire. As sobrancelhas de


Hadley são diferentes. Uma sobrancelha é arqueada naturalmente
de uma maneira que parece que ela está sempre lhe dando um
olhar desafiador. Seus lábios são mais vermelhos, mais cheios, o
ponto focal em seu rosto. Até o formato do rosto é mais longo,
enquanto o de Blaire era mais redondo. Hadley tem uma
aparência mais firme, um aspecto mais feminino que minha filha
nunca teve. Blaire era inocente.

Hadley não é inocente.

Eu limpo minha garganta e me afasto. Meu polegar roça sua


bochecha macia antes de soltá-la. Suas sobrancelhas franzem
juntas enquanto ela me estuda. Pego a mão dela e a enfio na
minha.

“Sorria e tente agir como se pertencêssemos um ao outro”,


resmungo.

Ela solta um bufo irritado. “Eu estudei teatro. Sei como


agir. De fato, foi assim que ganhei o Miss... oh. Não importa
onde. Eu venci.”

Essa garota é esperta.

“Você é uma garota de concurso?”

“Eles me chamavam de Rainha da Beleza”, ela diz em um


tom verdadeiro antes de se encolher. “Você pode me chamar de
Hadley.”

“Garota de concurso combina com você melhor que Rainha


da beleza.”

“Isso me faz parecer uma criança.”

“Você é uma criança.”

“Você é um idiota.”

Eu sorrio e dou de ombros. “É preciso conhecer um, GC.”

“Ugh”, ela geme. “Não me chame assim.”

“Tarde demais”, eu digo, soltando sua mão para dar um


tapa na bunda dela. Dirijo-me ao meu grupo de irmãos
sorridentes. “A GC está pronta para obedecer agora.”
“GC?” Gibson pergunta, coçando a barba.

“Garota de concurso.”

Dragon assobia, meio pendurado na caminhonete de


Copper. “Você vai fazer um show para nós, GC?”

Ela coloca a mão no quadril, inclinando-se para o lado, os


olhos brilhando de atitude. “Você não pode lidar com o meu show.”

“Prez”, ele argumenta. “Eu posso lidar com a garota. Diga a


ela. Deixe-me lidar com isso. Por favor, deixe-me lidar com isso.”

Balanço a cabeça. “Você não vai tocar nela.” Então lhe dou
um olhar estreitado. “E você não mostrará nada a esses caras.”

Ela lança um olhar desafiador para mim. “Vamos


ver, Papai.”

Eu cerro os dentes, olhando para ela.

“Oh, merda”, Filter geme. “Estamos com problemas com


essa merda.”

“Vou mantê-la na linha”, reclamo. “Deixe que eu me


preocupo com ela.”

“É toda sua, Prez. Toda sua, porra.”

A satisfação desliza pelas minhas veias.

Até encontrarmos seu verdadeiro pai, ela é minha.

Nuvens escurecem o céu, alertando sobre tempestades


desagradáveis, mas não estou preocupado. Estamos chegando ao
meu complexo e em breve estaremos a salvo da chuva. A viagem
pela estrada de cascalho é longa. Eu amo estar aninhado na
floresta longe de todos. Um dia, é nossa esperança aumentar
nosso clube para cinquenta ou sessenta bons e leais irmãos. No
momento, somos dez. Não são muitos comparados a outros como
o clube de Animal. Mas está tudo bem. Quando assumi esse show,
foi porque tinha um plano. Eu não queria nada além de lealdade,
mesmo que eu mesmo tivesse que cultivá-la. Nunca mais seria
pego com as calças abaixadas. Estou sempre preparado, e meus
irmãos estão prontos a me defender, mesmo que alguns deles
sejam totalmente idiotas.

Quando construí minha casa enorme, fiz isso considerando


o futuro do meu MC. Foi construída como um hotel, muitos
quartos em estilo suíte e muitas salas de reunião. Bebemos e
causamos um tumulto como o resto dos motociclistas por aí, mas
fazemos isso com estilo. Nossa cerveja é artesanal e local, nada
dessa merda barata industrializada. O lugar cheira a laranjas,
graças à porcaria de velas sem pavio que Stormy espalha pela
casa. E nós temos uma piscina. Sempre que visitamos os outros
clubes, eu vejo nos olhos dos meus caras. Eles são esnobes como
eu. Dei a eles uma colher de prata e eles não comerão com mais
nada. O MC lhes dá uma irmandade, e eu lhes dou todo o resto.

Dirijo a moto de Dragon para a garagem ao lado da minha


e depois desligo o motor. O som é ensurdecedor, ecoa no concreto
quando todos os caras param ao meu redor. Eu dou um tapinha
na coxa de Hadley, indicando para ela descer da moto. Uma vez
que ela está ao meu lado, saio e agarro seu pulso.

“Vou te mostrar o quarto onde você ficará até encontrarmos


seu pai”, resmungo sobre os sons altos de motores funcionando.

Ela me segue para dentro. Há um estímulo em seu passo


que incita um sinal de satisfação dentro de mim. Tenho certeza de
que um lugar como este é muito diferente do que ela estava
acostumada. O clube de Putnam cheirava a mijo e bolas velhas de
motoqueiro. Prestamos um serviço ao estado de Arkansas
queimando aquela merda.
“Você está de volta, oh!” Stormy vira o corredor, com os
peitos quase derramando para fora da blusa, com um olhar
chocado no rosto. “Quem é?”

“Hadley, conheça Stormy. Ela é a cozinheira.”

Eu sorrio quando os lábios de Stormy se curvam e seus


olhos brilham de raiva. “Eu sou a namorada de Filter”, ela
morde. “E você é…”

“Apenas Hadley.”

Dou de ombros para o olhar confuso de Stormy e começo a


mostrar a Hadley todos os cômodos da casa. Hoje cheira a merda
de torta de maçã e foda-se se isso não me faz sorrir. Esta casa é o
meu santuário. Minha maldita paz em uma vida violenta e
emocionalmente dolorosa que fui forçado a viver pela última
década.

No final do corredor, entre o meu quarto e o de Filter, há


um quarto vazio. É menor que os outros, mas oferece uma
excelente vista do lago Keystone. Stormy não quis, porque tinha
ambição de se envolver com Filter. Eu acho que ela só almejava
mais espaço para todas as suas roupas, maquiagem e coisas
assim.

“Este é seu”, digo, batendo minhas juntas na porta aberta.

“Até quando?”

Cruzo os braços sobre o peito e encosto no batente da


porta. “Isso é com você, garotinha. Você poderia me ajudar aqui.”

Os olhos dela se estreitam.

“Ou”, resmungo, “você pode continuar sendo uma cadela


teimosa. Só sei que a única pessoa que está se punindo é você
mesma.” Eu sorrio para ela. “Sou bem versado em lidar com uma
pirralha adolescente. Você, por outro lado, parece que não tem um
pai de verdade há algum tempo.”
Com um olhar de ódio, ela passa por mim e bate a porta do
quarto na minha cara. Minha palma coça para entrar logo atrás e
espancar sua bunda desobediente. Vou consertar essa garota em
uma semana.

“Eu não tolero desrespeito por aqui”, eu rosno pela


porta. “Esse é o seu único aviso. Você bate essa merda de novo e
vou te dar uma surra.”

Silêncio.

Bom. Ela me ouve alto e claro.

Deixo a garota em paz e vou encontrar Payne. Ele está em


seu quarto, desmontando sua Glock.

“Você vai para o portão?”

Claro, temos câmeras e segurança, mas Payne gosta de ficar


no portão o maior tempo possível, por precaução. Ele é um filho
da puta paranoico.

"A menos que você precise de mim por aqui", ele resmunga.

"Eu preciso."

Ele franze a testa, as sobrancelhas se curvando de um jeito


maligno. “Sim, Prez. Do que precisa?”

“A menina. Hadley. Eu não posso tomar conta dela


enquanto lido com a merda de Putnam. Assim que pudermos
devolvê-la, retornaremos. Enquanto isso, preciso de alguém para
segui-la.”

O rosto dele queima. “Bermuda? Bizzy?”

“Ela vai enrolar Bermuda. E Bizzy é desatento pra


caralho. Eu preciso de alguém... menos óbvio. Alguém com quem
ela não vai interagir. Preciso de você.”
Ele endireita os ombros e passa a palma da mão sobre a
cabeça raspada. “Eu posso fazer isso. Não vou tomar nenhuma
merda falando com ela, no entanto. Você sabe disso.”

“Eu já a avisei. Se ela for muito problema, venha me


encontrar. Eu lidarei com isso. Você não precisa se preocupar,
mas também não quero que a castigue. Essa garota tem apenas
dezoito anos, cara. É uma fugitiva. Não é uma prostituta de clube
como Stormy ou a irmã idiota que ela traz aqui às vezes. Apenas
deixe-me lidar com isso.”

“Estou nisso.” Ele torce o pescoço. “Quem vigiará o


portão? Com Putnam escorregando por entre os dedos,
precisamos estar em alerta máximo. Duvido que ele é corajoso o
suficiente para vir aqui, mas você estripou o filho dele.”

“Nees ainda está na minha lista de merda. Vou mandá-lo


para lá com Katana. Teremos nossa guarda em ordem. Enquanto
eles jogam na defesa, vou descobrir para onde diabos Putnam foi.”

Ele aperta meu ombro e assente. “Dez anos, Prez. Nós te


protegemos. Nós sempre fazemos. Tudo está finalmente chegando
à um encerramento. E no momento em que acabarmos com esse
filho da puta, talvez você possa se aposentar.”

“Me aposentar. Eu acho que caras como nós nunca se


aposentam.”

Encontro Dragon, Copper e Halo, todos sentados em nossa


sala de reuniões com os laptops abertos. Quando eu era dono da
minha própria empresa, os caras que trabalhavam para mim eram
nerds. Camisas polos, calças cáqui e todo tipo de esquisitos
empedernidos. Agora, eles usam couro, têm tatuagens e xingam
muito.
“Esse merda gosta de bater em mulheres”, Copper diz,
balançando a cabeça. “Que porra de maricas.”

“O filho dele era um prospecto”, Dragon diz. “Há uma mina


de ouro em Junior.”

Sento-me em uma cadeira e rolo para onde Dragon


está. “Hadley? Era namorada dele. O que você achou dela?”

“Nada ainda. Pelo que parece, uma cadela chamada Juicy


estava com Junior. Não sei por que ele foderia isso quando tinha
a GC, mas é evidente que ele fez. Ela ainda é um mistério.”

“Alguma coisa sobre pessoas desaparecidas?” Pergunto ao


meu irmão.

“Não. Ou ela te deu um nome falso ou não foi registrada


como Hadley.”

Claro que não. Isso seria fácil demais.

“E você, Halo?”

Halo se recosta na cadeira e range o corpo sólido e


musculoso. “Ainda caçando minhas pistas de antes. Eu cheiro
algo grande. Dê-me tempo para farejar.”

Eu aceno para ele. “Dragon, vasculhe a lista de amigos de


Junior. Se Hadley realmente era namorada dele, ela estará
lá. Verifique perfis sem fotos ou qualquer coisa remotamente
vaga. Vamos diminuir a partir daí.”

“Estreitar por...” ele implora.

Eu lanço um sorriso malicioso para ele. “Eu tenho meus


caminhos.”

Minhas maneiras envolvem mergulhar no código para isolar


seus endereços de IP. Merda, só eu posso fazer isso. Não tenho
tempo para examinar seus trezentos amigos em sua lista, mas se
eles conseguirem mais ou menos vinte para trabalhar, minha
caçada será mais fácil.
“Ei, Prez”, Gibson diz, entrando na porta. “Recebi uma
ligação do meu irmão. Ele está trazendo carne. Ainda vamos fazer
o churrasco hoje à noite?”

Nossos churrascos, são algo que eu odeio e amo em partes


iguais. É bom relaxar, beber um pouco, interagir com os amigos e
a família dos meus homens, mas também dói porque minha
família se foi. Eu às vezes fico um pouco fodido demais e Copper
tem que arrastar minha bunda grande para meu quarto antes de
fazer algo estúpido como chorar.

“Sim. Encontre Hadley e faça-a ajudar Stormy. Não confio


em Hadley em uma corrida de supermercado, mas quando vocês
voltarem, tire-a do quarto, mesmo que tenha que arrastá-la.”

Gibson ri. “Você consegue, cara.”

Ao contrário de Payne, Gibson não a machucará. Talvez


tente fazer uma serenata para a cadela ou algo assim, mas não
machucar. Gibson, quando não está sendo idiota com Bizzy, é o
nosso entretenimento no sentido literal. Ele pode cantar e tocar
qualquer coisa em seus violões. Seu quarto está cheio deles, tanto
elétricos quanto acústicos. Alguns custam mais que carros. Eu
conheço essa merda, porque é tudo sobre o que ele fala alguns
dias. Eu tenho certeza que se pudesse descobrir como colocar
rodas em sua guitarra personalizada, ele andaria nela pela cidade,
tocando como se fosse algum tipo de buceta especial que ele tem
que atingir.

“Vamos continuar essa merda amanhã”, digo aos meus


rapazes. “Hoje à noite, vamos comemorar o fato de termos matado
todos que Putnam conhece e se importa.”
OITO
Hadley

Uma batida na porta me faz sacudir na vertical e o medo


subir dentro de mim. Eu adormeci na cama confortável, embalada
em uma falsa sensação de segurança. Não consigo esquecer que
estou em território inimigo. Presa e mantida como uma
prisioneira. Olho em volta da minha "cela" e franzo a testa. É o
melhor lugar em que já estive e isso diz muito, considerando onde
eu cresci.

“Quem é?” Eu resmungo.

“Stormy Jean.”

A prostituta loira do clube que estava me olhando como se


eu fosse uma alienígena. Não, obrigada.

“Não tenho permissão para receber visitantes”, minto.

Ela bufa. “E provavelmente eu não tenho permissão para


visitar, mas aqui estamos. Coloque sua calcinha. Estou entrando.”

Reviro os olhos porque ainda estou vestida com a roupa


horrível que peguei emprestada no clube de Animal. Stormy entra,
uma foto da perfeição da princesa motociclista do sul. Ela é linda
e não muito endurecida como a maioria das cadelas do clube. Há
um brilho predatório em seus olhos quando eu os encontro.
“O que você quer?” Digo, não querendo ser cruel. “Eu
estava dormindo.” Ok, então essa parte não saiu exatamente
agradável.

Ela joga um punhado de itens na minha cama. “Os caras


deixam as meninas visitarem, mas até agora sou a única que eles
permitem ficar. Isso é emocionante.”

Sim, porque ser presa pelo homem que matou seu


namorado é muito emocionante. Meu peito dói sempre que penso
em Junior. Tento não deixar que minha última lembrança seja
dele me batendo ou suas bolas profundamente dentro da buceta
imunda de Juicy. Eu tento pensar em observar as estrelas no
trampolim, sessões de sexo pesado quando éramos mais jovens e
longas ligações telefônicas em que ele falava livremente sem a
influência de seu pai. Os bons e velhos dias.

“Trouxe roupas e sapatos para você. Maquiagem. Essa


merda que eles te deram não caiu bem e te faz parecer
desleixada. Se você vai ficar na Mansão do Homem, então tem que
estar gostosa. Há uma tonelada de gatos para escolher. Exceto
Filter. Ele é meu.” Ela golpeia seus cílios para mim e
sorri. “Certamente você está olhando para um deles? Dragon
talvez? Vocês dois fariam bebês lindos. Ele é louco e estou falando
besteira, mas aposto que ele tem um pau grande.”

Você não tem confiança e arrogância escorrendo, a menos


que tenha um pau para apoiá-lo. Eu não tenho dúvidas que o de
Dragon está dependurado.

“Mansão do Homem, hein?” Estou divertida com isso. Todo


esse MC é tão diferente dos Roaring Rives MC. Como personagens
de uma história em quadrinhos.

“Esse é o meu apelido para a casa. Koyn odeia. Ele grita, e


eu cito”, ela diz, aprofundando a voz, “o complexo.”

O complexo.

Mansão do Homem parece melhor.


“Ele é sempre um idiota?” Pergunto, pegando uma blusa de
seda.

“Sempre. Sem falha.” Ela sorri. “É porque ele perdeu a


esposa e a filha. Elas foram assassinadas.”

Eu olho para ela. “Assassinadas?”

“Sim. É totalmente silencioso, mas todo mundo sabe. Eu


não mencionaria se fosse você. Ele tem um vislumbre louco nos
olhos às vezes e isso me assusta muito mais do que Dragon jamais
poderia.”

“Você está apaixonada por Filter?”

Minha pergunta deve pegá-la desprevenida, porque seu


sorriso vacila e seus olhos disparam para o lado. “Sim. Claro que
estou. Só preciso convencê-lo de que sou boa o suficiente para ser
sua old lady.”

Estive com Magna por tempo suficiente para farejar


mentirosos. É no que ele é melhor. Eu tinha que me tornar a
melhor para ser mais esperta que ele. Diga mentiras e acredite
nelas como verdades.

“Hmm”, é tudo o que digo.

“Eu posso foder Dragon se quiser. E acredite em mim,


garota, eu quero. Só para ver como ele é. Para ver se ele é tão
selvagem na cama quanto na vida real. Pode ser divertido.” As
sobrancelhas dela se curvam. “Mas não estou aqui para me
divertir. Estou aqui para estar com Filter.”

Esposa perfeita?

E eu pensei que as putas que meu pai conhece e que andam


por aí eram ruins.

“Eles me sequestraram”, digo corajosamente. “Mataram


meu namorado e todos que eu conhecia.”

O olhar dela escurece. “Eles... tocaram em você?”


Não, esse era meu namorado e o pai dele.

“Não assim. Não.”

Alívio inunda suas feições. “Bom. Eu... não quero lidar com
isso hoje.”

“Como exatamente você estava planejando lidar com isso se


fosse a verdade?” Eu desafio, curiosa sobre esta mulher.

Ela engasga com um sorriso falso. “Eu chicotearia o traseiro


deles. Agora coloque algo fofo e arrume seu rosto. Bermuda e eu
fomos ao supermercado. Tem todos os tipos de acompanhamentos
para a carne.”

“Carne?”

“Para o churrasco, querida. Todo mundo estará aqui. É a


melhor parte do mês, porque estou incluída e não sou tratada
como alguém de fora.”

"Quem é todo mundo?" Minha frequência cardíaca aumenta


enquanto eu pondero meu plano de fuga. Se puder entrar no carro
de outra pessoa, talvez possa sair daqui.

“Família e amigos. O clube de Tulsa dos Royal Bastards é


pequeno. Provavelmente um dos menores. Koyn é super
paranoico e não deixa ninguém entrar. É também por isso que não
é invadido por prostitutas. Não sei por que recebi o passe livre,
mas aceito.” Ela balança as sobrancelhas. “Deve ser todo o anal.”

Eu bufo. “Eu não me gabaria disso.”

“Por que não?” Ela pergunta, claramente ofendida.

“Quer que eles a mantenham por perto porque você deixou


Filter colocar na sua bunda?”

Ela encolhe os ombros. “É minha reivindicação à fama.”


Uma risada irrompe de mim e ela sorri feliz com a minha
resposta. “Bem. Estou pronta para tirar essas roupas de qualquer
maneira. E se vou ser prisioneira, pelo menos, posso ser gostosa.”

“Então, talvez Prez possa transar pela primeira vez.”

Faço uma careta. “Eu não sou tão psicopata. Além disso, eu
o lembro de sua filha. É o que entendi de qualquer maneira.”

A cabeça dela se inclina para o lado. “Quantos anos você


tem, querida?”

“Dezoito.”

“Muito jovem, querida.”

“É, fui informada pelo Dragon. Mas não se preocupe, não


estou pensando em dormir com ninguém, especialmente
Koyn. Ele é velho.”

Stormy engasga. “Oh meu Deus, vadia, não deixe ele ouvir
você dizer isso!”

“Ele age como se fosse meu maldito pai, então eu tenho


certeza que ele já sabe. Quantos anos ele tem, afinal?”

“Final dos quarenta, eu acho.” Ela se estica na cama, seus


peitos quase caindo do top. “Ele é um osso duro de roer. Eu flerto
com ele todas as chances que tenho. Como Filter não quer me
reivindicar como sua mulher, acho que talvez seja bom para o Prez
transar. Ele nunca aceita, no entanto. Talvez ele aceite você.” Ela
sorri. “Embora essa seja uma enorme diferença de idade e meio
estranho.”

Eu não digo a ela que ontem à noite chupei o pau de Magna


e ele é muito velho. Eu não sou uma virgem do colegial. A idade
não significa nada no mundo do MC.

“Eu não estou dormindo com ele. Nunca.”

“Jure que não vai desossar Bizzy. Nós não poderemos ser
amigas se você fizer sexo com aquele idiota.”
“Não vou fazer sexo com ninguém aqui.”

“Nem comigo?” Ela ronrona, balançando as sobrancelhas.

“Especialmente você. Eu não tenho um pau, garota


anal. Você está por sua conta.”

Suas risadas são contagiosas e me sinto mais leve pela


primeira vez em muito tempo, o que faz todo o sentido,
considerando minhas últimas vinte e quatro horas.

Acontece que Stormy não é a cozinheira deles. Ela apenas


finge. Se alguém é o cozinheiro, é Bermuda. Ele sabe andar pela
cozinha e não queima, derrama, quebra qualquer coisa em seu
caminho, como ela faz. A garota tenta, no entanto.

Eu gosto de Stormy.

Não é sua culpa que ela esteja apaixonada pelo vice-


presidente de um MC assassino. Eu penso nela como alguém
como eu. Vítimas de nossos corações. Ela é borbulhante, atrevida
e destemida. Ao contrário de Juicy e algumas das outras garotas
do meu antigo clube, ela é refrescante.

“Não é tão difícil”, Bermuda diz enquanto descasca uma


batata. “Assim como cortar a carne de algum idiota.”

Eu torço meu lábio e ele ri.

“Bermuda é um amor”, Stormy mexe. “Olhe aquelas


bochechas. Um rosto que apenas uma mãe poderia amar.” Ela
tenta beliscar suas bochechas e ele a afasta.

“Eles sempre fazem você cozinhar para os churrascos?” Eu


pergunto, franzindo a testa.
“Não. O Prez diz que cada um pode fazer sua parte, mas eu
gosto de cozinhar. O irmão de Gibson, Randy, faz a melhor
carne. A mãe de Nees trará sobremesas porque ela é uma doceira
do caralho. Todos nós participamos.”

É tudo tão... fofo.

Eles são como uma família.

Não sei por que, mas isso irrita minha pele. Me irrita. Me
deixa nervosa.

Eu jogo minha atenção em minhas tarefas. Nós três fazemos


salada de batata, salada de macarrão, uma salada do tipo brócolis
com macarrão crocante, feijão assado e algumas bobagens de
frutas frescas das quais não consigo manter meus dedos
afastados.

“Randy acabou de estacionar”, Gibson grita, espiando a


cozinha.

Bermuda vira o boné e dá um tapinha no meu traseiro ao


sair. Franzo o cenho e lanço um olhar para Stormy.

“Esses meninos são assaltantes. Acostume-se a isso. Eles


são carinhosos desse jeito e isso não significa nada.”

Faço uma careta quando coloco a tigela de frutas frescas de


volta na geladeira para não comer mais. “É uma boa maneira de
levarem nos traseiros.”

Ela coloca as mãos nos quadris e levanta uma


sobrancelha. “Você vai chutar a bunda deles? Bermuda
costumava jogar futebol logo após o ensino médio. Ele
provavelmente deu um tapa em todos as bundas do time da
mesma maneira que deu um tapa na sua.”

Não é como se ele tivesse me feito chupar o pau dele.

Eu acho que sou uma vadia.

“Tanto faz”, resmungo.


“Agora, se Dragon agarrar sua bunda, e você deixar, a mão
dele passará direto pelas suas calças.” Ela encolhe os
ombros. “Quero dizer, não é a pior coisa a acontecer. Você viu o
cara.”

Minhas coxas apertam. Ugh, ignore os bandidos


gostosos. “Vou cortar a mão dele se tentar.”

Os olhos dela brilham de preocupação. “Não diga isso a ele.”

“Por que não?”

“Porque...” Ela franze a testa. “Você deve ir para casa.”

Estou ferida por sua súbita mudança de opinião em minha


direção. “Por quê? Por que eu não quero a mão de Dragon nas
minhas calças?”

“Não”, ela assobia. “Porque parece que você pode provocá-


lo e Dragon não é aquele que você provoca. Eu não acho que ele
machucou uma garota, mas não sei. É melhor ir para casa. Você
não tem uma família preocupada com você?”

“Eu não vou para casa.” Solto um suspiro de derrota. “E não


vou provocar Dragon.”

Os ombros dela relaxam. “Boa menina. Agora vamos


encontrar algo para beber. Mamãe está com sede.”

Eu a sigo para fora, onde "A Country Boy Can Survive", de


Hank Williams Jr, toca nos alto-falantes externos. As pessoas
estão se movimentando enquanto vários caras estão montando
mesas ao ar livre. Vejo algumas mulheres conversando enquanto
Bermuda, Gibson e um cara que deve ser Randy descarregam
grandes bandejas de metal da traseira de um furgão.

É tudo tão... tranquilo.

Eu não sei o que é tranquilidade.

Tranquilidade me deixa sem graça.


O cabelo do meu pescoço se levanta e eu procuro as
ameaças. O que há por trás da falsa sensação de
segurança? Dragon senta em uma cadeira de jardim, inclinando-
se para trás e conversando com o cara chamado Katana. Ambos
afiando facas. Definitivamente é a ameaça nesta cena caseira.

Uma garotinha de tranças marrons corre até Dragon e pula


em seu colo. Ele sorri para ela, largando a faca na grama para
fazer cócegas nela.

Ele pode parecer um tio amoroso, mas não me engana.

Stormy vai até Filter, que emerge da garagem, com graxa


manchando o peito nu. Olho o corpo do deus de ouro, apreciando
a vista por um momento, antes de procurá-lo.

Prez.

Koyn, assassino bastardo de namorado.

Enquanto procuro na multidão crescente de pessoas, tomo


nota da propriedade. Árvores cercam o complexo. A casa é enorme
e também a garagem ao lado. O pátio dos fundos é coberto e cheio
de cadeiras. Eu ando até a beira da casa e espio ao virar do
corredor. Uma piscina gigante preenche o espaço e, para minha
surpresa, já há crianças mergulhando. Deve ser aquecida.

Em que tipo de lugar eu estou?

Casa do Homem. Crianças rindo. Piscinas


aquecidas. Carne de merda.

As festas que tive com os Roaring Rives MC eram selvagens,


insanas e imundas. Isso me lembra muito o tempo em que eu
morava em casa e fazia parte de uma família real. O desejo de
escapar se intensifica.

Eu preciso de um plano.

Um que não envolve furtivamente escapulir. Porque não sou


burra. Eu vejo as câmeras. Percebo como o sorriso de Dragon é
para a garotinha, mas seus olhos verdes estão presos nos
meus. Não passa por mim que Filter me observa como um falcão,
enquanto apalpa a bunda de Stormy. Esses caras não são os
motociclistas habituais. Eles são mais inteligentes e mais
calculistas. Monstros cruéis que escolhem se esconder atrás de
sorrisos e dinheiro.

Eu não sou enganada.

Olho para a floresta, desejando que fosse assim tão fácil. É


então que vejo alguém. Escondido nas sombras. É o que eles
chamam de Payne.

“Que porra é essa?” Eu murmuro. Que idiota! Há quanto


tempo ele está lá me observando?

Eu sorrio e dou a ele meu dedo do meio. Eu vejo você,


imbecil. O problema é que todos me veem. Meu plano tem que ser
mais inteligente. Mais detalhado. Intrincado. Preciso aquecer
essas pessoas, ganhar sua confiança e, em seguida, pular fora da
cidade quando menos esperam.

Por hoje à noite, vou beber, talvez dançar um pouco e comer


mais desse absurdo de fruta fresca.
NOVE

Koyn

Eu fecho meu laptop e belisco a ponta do meu nariz em


frustração. Por horas, olhei para essa tela procurando
Putnam. Estou cansado pra caralho, mas hoje é o churrasco. Eu
preciso sair e fazer uma aparição.

Com um resmungo, deixo meu escritório e ando pela casa


vazia em direção aos fundos, onde a festa acontece em pleno
curso. Está escuro e Gibson entretém todos com sua própria
versão de "Shooting Star" da Bad Company em sua Gibson favorita,
que ele chamou de Bocephus, uma réplica da guitarra de bordo
de Hank Williams Jr dos anos 70. Sua voz profunda e rouca tem
um sotaque sulista, mas com um tom suficiente para ser legal. Ele
tem seu próprio pequeno fã clube, todo feminino.

Estamos todos acostumados com a bunda glamourosa de


Stormy balançando seus peitos e cantando junto. O que não
estamos acostumados é com ela.

Eu paro estático no meu caminho.

A raiva cresce dentro de mim, quente e violenta.

Maldita Hadley.

Ela está usando um short rosa de Stormy que mal cobre a


bunda dela. Tudo está de fora como se não fosse outono. O
moletom preto Pantera que ela veste está pendurado no ombro e,
desse ponto de vista, não revela nada além de pele nua. Não vejo
uma alça de sutiã e, por algum motivo, isso me incomoda.

“O que diabos está acontecendo?” Eu rosno, caminhando


até ela.

Ela gira enquanto eu me aproximo, os dedos levantando os


cabelos enquanto trabalha os quadris perfeitamente em sintonia
com a música. Seus olhos estão vidrados, um sinal revelador de
que alguém permitiu que sua jovem bunda bebesse. A cadela
pisca e depois vira as costas para mim, continuando sua dança
sedutora.

Bermuda fode-a com os olhos enquanto toma um gole de


cerveja e murmura palavras para o irmão ao seu lado. Bizzy
parece a segundos de enlouquecer nas calças. Filter e Copper
parecem divertidos. Katana está desinteressado. Payne
provavelmente está assistindo das sombras. O maldito Nees está
dançando como a putinha que ele é. Inferno, até os olhos de Halo
estão grudados em sua bunda adolescente.

E Dragon...

Aquele filho da puta está andando, com os olhos no prêmio.

No meu prêmio.

“Garota de concurso”, eu grito. “Traga sua bunda aqui.”

Ela me lança um olhar ameaçador, antes de dançar direto


para a linha de perigo. Dragon para de andar para inclinar a
cabeça para ela. Ele vai atacar. E quando tem aquele brilho
maligno nos olhos, ele vai foder ou matar. Eu serei amaldiçoado
se deixar ele fazer qualquer um.

Eu ando até ela, passando um braço em volta de sua cintura


estreita e a arrasto para longe de Dragon. Meus olhos ardem em
um aviso nos dele.

Calma. Porra. Para. Trás.


Filter, ao tomar conhecimento do confronto silencioso,
caminha para brincar de pacificador. Katana cutuca Dragon com
o ombro para tirá-lo de seu transe.

“Deixe-me ir!” Hadley grita.

Não.

Não depois disso.

Eu a avisei.

Não só ela me ignorou e minou minha autoridade, como


também provocou o cara mais mortal do mundo. Ela sabe o que
diabos fez.

E agora ela precisa ser punida por isso.

Eu não estava brincando quando disse a ela que chicotearia


sua bunda se fosse necessário.

Alguém precisa e o pai dela não está por perto.

Ela chuta e grita sem sucesso. Ninguém vai salvá-la.

Eu arrasto sua bunda rebelde para dentro de casa. Ela grita,


mas eu estou focado. Lembro-me do tempo que Blaire usou meu
cartão de crédito para comprar um monte de besteira on-line
quando ela tinha treze anos. Eu disse que iria resolver aquilo e ela
riu de mim. Como uma merda ingrata que pensou que poderia
andar por todo o país. Foi a última vez que lhe dei uma surra, mas
eu a peguei bem. Ela nunca mais me incomodou assim.

“Pare!” Hadley grita.

Ignorando-a, empurro seu corpo magro sobre o braço do


sofá e a seguro com a mão enquanto trabalho na fivela do
cinto. Seu corpo inteiro congela.

“Eu não quero fazer sexo com você”, ela choraminga, quase
quebrando minha decisão de puni-la. Quase.
“Não sou um maldito pervertido”, eu mordo. “Vou chicotear
sua bunda por esse golpe.”

“O que?!”

Ela começa a se contorcer muito pior do que quando pensou


que eu ia enfiar meu pau em sua buceta. Arranco meu cinto dos
laços com um movimento.

“Fique parada. Estou te dando três cintadas. Você luta


comigo, e então me ajude, GC, vou lhe dar dez.”

Eu bato o couro contra sua bunda por cima do short e ela


grita, arqueando as costas. A garota não escuta uma maldita
palavra que eu digo, porque ela tenta se arrastar para longe. Eu
aperto seu moletom, mantendo-a no lugar, antes de chicoteá-la
novamente. Eu sou capaz de pousar mais uma lambida do couro
antes que ela se solte do meu aperto e corra para o outro lado do
sofá.

“Você me bateu!” Ela acusa, soluçando.

“Porra, com certeza. Você está sob o meu teto e seguirá


minhas malditas regras.”

“VOCÊ NÃO É MEU PAI!”

Pego um punhado de seus cabelos, arrastando-a de joelhos


no sofá. Lágrimas escorrem por suas bochechas vermelhas,
deixando linhas negras de desespero. Seu lábio inferior treme.

Ela parece tão quebrada.

Porra.

Em vez de açoitá-la um pouco mais ou entrar em seu rosto,


eu a levo mais longe e em meus braços. Suas unhas cravam em
meus ombros como se ela fosse uma louca tentando fugir, mas
então seu corpo esvazia em derrota. Ela relaxa, cedendo às
lágrimas. Eu tiro o cinto, agarro sua bunda macia e a levanto
como se ela fosse minha garotinha. Seu corpo está enrolado em
volta de mim como se eu fosse a única árvore em uma tempestade
e ela precisasse se agarrar para sobreviver. Eu acaricio meus
dedos em sua espinha e beijo seus cabelos.

“Boa menina. Eu entendo você."

Ela soluça mais alto e me abraça com mais força. Eu a


balanço como se ela fosse uma criança, gentil e suavemente,
enquanto ando pela sala de estar. Eu pego Stormy e Filter
espiando, mas eles não entram.

“Eu sei que você me acha como um cara mau, e eu sou, mas
não gosto de bater”, resmungo. “Prefiro que você se
comporte. Então não preciso lembrá-la de que você não é a chefe
por aqui.”

“Estava apenas me divertindo”, ela lamenta chorosa. “Eu


estava dançando.”

“Seminua.”

“Eu não estou seminua”, ela rosna.

Dou um tapinha no traseiro dela novamente e, em seguida,


corro o dedo ao longo da bainha do short. “Sua bunda está saindo.”

Ela estremece. “Ninguém olhou.”

Eu reviro meus olhos. “GC, todo mundo olhou.”

“Então? Por que você se importa?”

“Porque você não é deles.”

“O que? Sou sua?”

“Não é assim.”

“Como o quê?”

“Como se você fosse minha para foder. Você não é. Só estou


cuidando de você, GC.”
Ela se afasta um pouco para me encarar com seu rosto
bagunçado e choroso. Os olhos castanhos dela brilham de
raiva. “Talvez eu não precise ser cuidada.”

“Se eu não tivesse intervindo, Dragon estaria com


você. Claro, ele tem um rosto bonito, mas você não quer provocar
esse homem. Ele te devoraria.”

“Talvez eu quisesse ser devorada por ele.”

“Você é muito jovem.”

“Para foder?”

Minhas narinas se abrem. “Sim.”

“Eu fodi o Junior várias vezes. Provavelmente também teria


fodido o pai dele.”

Suas palavras fazem o fogo queimar através de mim


novamente. “O que diabos você disse?”

“Magna. Eu já chupei o pau dele.” Ela encolhe os


ombros. “Ele acabaria me fodendo.”

Pego seu queixo em minhas mãos, encarando a jovem com


a boca atrevida de uma velha. “Agora, você está me provocando.”

Sua testa sobe. “Por que você se importa com quem eu fodo?”

“Porque você não tem idade suficiente.”

“Não sou sua filha. Posso foder com quem diabos eu quiser.”

“Não”, eu rosno, apertando meus dedos em sua


mandíbula. “Você não pode. Enquanto estiver aqui, não vai foder
ninguém. Se você quiser transar de novo um dia, sugiro que me
diga quem diabos é seu pai, para que eu possa te mandar pra casa,
pirralha.”

Eu solto sua mandíbula para pegar seu short, puxando-o


para cima de sua bunda. Eu bato na sua bunda com força,
deleitando-me com o lamento surpreso que escapa dela. Suas
coxas apertam minha cintura.

“Continue falando”, aviso. “Vou chicotear sua bunda a noite


toda, se for preciso.”

Seu lábio inferior treme e lágrimas se acumulam em seus


olhos castanhos. Sou empurrado de volta à noite em que Blaire
me encarou com olhos lacrimosos, pedindo silenciosamente que
eu a salvasse do homem mau. Bem assim. Exceto que Hadley
precisa se salvar de si mesma. Mais uma vez, eu a puxo para o
meu peito e afago meus dedos nos seus cabelos.

“Você está pronta para se comportar?” Eu pergunto, minha


mão deslizando por suas costas para gentilmente dar um tapinha
em sua bunda exposta.

“Eu acho.”

É a melhor resposta que eu poderia ter esperado.

“Boa menina. Agora vá se divertir. Com Stormy. Ninguém


mais. Fique longe daqueles homens.”

Eu derramo outro shot, o mundo na minha frente está


desfocado. Desde que tive que levar o cinto na bunda de Hadley,
minha mente está na minha esposa e filha. Porra, sinto falta
delas. Ter Hadley por perto faz meu coração desejar ter minha
filha de volta. Está estragando a minha cabeça.

Bizzy começou uma fogueira enorme e quem ficou está


sentado em volta dela. As mulheres foram para casa com seus
filhos, deixando-nos, Royal Bastards, com alguns retardatários,
incluindo Randy. Stormy está no colo de Filter, montada nele, e
transando a seco com ele para que todos vejam. Meus olhos,
porém, estão em Hadley.

Depois de virmos para a Igreja, ela vestiu uma calça de


moletom. Ela se senta enrolada na cadeira, um cobertor em volta
dela, olhando para o fogo. Bermuda se senta perto o suficiente
para que o pé encoste na cadeira dela de uma maneira constante,
que parece que ele a está balançando. Dragon perdeu o fogo e
animadamente conta uma história sobre a orgia da qual fez parte
quando esteve no acampamento da igreja. Há tanta coisa errada
com a história dele que eu nem intervenho. Apenas deixo que ele
nos conte alguma merda selvagem que nos mandará para o
inferno junto com ele.

“Prez”, Gibson diz, passando-me outra dose.

Bebo e lambo meus lábios. O olhar de Hadley trava em


mim. Quando ela boceja, uma sensação de dever paternal toma
conta de mim.

Ela precisa ir para a cama.

Eu me levanto instável e tropeço. Stormy grita quando Filter


agarra seus quadris, sentando-a de volta em sua própria
cadeira. Ele se levanta e me persegue. Eu tento afastá-lo, mas ele
não deixa.

“O que estamos fazendo, cara?” Ele pergunta, sua voz baixa.

“Minha garotinha precisa ir para a cama.”

Seus dedos beliscam meu bíceps. “Koyn, cara, não é ela.”

Eu puxo meu braço de seu aperto, a raiva crescendo através


de mim. “Porra que ela não é.”

“Essa é Hadley”, ele diz em um tom calmo.

Hadley.

Não Blaire.
“Ela é minha”, eu argumento, o calor queimando dentro de
mim.

“Mas não sua filha.”

“Eu ainda a quero na cama”, estalo.

“Desde que não seja na sua, posso ajudar com isso.”

“Que porra você disse?” Resmungo, empurrando seu


peito. “Você acabou de me acusar de alguma merda pervertida
com a minha garotinha?” Eu o empurro novamente, a bebida me
alimentando. “Não sou um predador de crianças doentes, Ryan.”

Filter se encolhe com o nome verdadeiro.

“Koyn, cara, acalme-se.” Ele me alcança e eu balanço nele.

Crack.

Há uma confusão de grunhidos e gemidos antes de eu ser


arrastado por Payne. Halo ajuda Filter no chão, me lançando um
olhar penetrante. E Bermuda... vou matá-lo.

Hadley está de pé e Bermuda a enlaça em um abraço


protetor.

Eu sigo, empenhado em arrancá-lo dela, mas Payne me


puxa de volta.

“Leve-a para o quarto”, diz Filter. “Prez bebeu um pouco


demais. Pegue um pouco de água pra ele, Payne.”

Observo Bermuda a guiar de volta para casa. Ela olha por


cima do ombro para mim, com os traços tensos. Payne dá um tapa
na minha bochecha com força suficiente para chamar minha
atenção. Eu volto meu olhar furioso para ele.

“Água, Prez. Pegue um pouco de água antes de fazer algo de


que se arrependa.”

Lamento ter deixado aquele filho da puta ir embora com


minha garotinha.
DEZ
Hadley

Eu acordo com ele dentro de mim. Ele. Oh, Deus. O que


está acontecendo? Eu soluço, confusa e traída, mas então sua
boca está cobrindo a minha. Me silenciando. Me
envenenando. Meu mundo escurece quando eu perco minha
mente. Esta não é a minha vida. Esta não é a minha vida. Esta
não é a minha vida.

Um grito sai da minha garganta, me puxando para acordar


de verdade desta vez. Minhas roupas estão encharcadas de suor
e estou tremendo. O quarto está escuro, mas posso sentir
sombras ainda mais escuras à espreita.

É ele?

Ele me encontrou?

Um gemido aterrorizado rasteja pela minha garganta


quando a porta se abre. Passos pesados seguem adiante. Apesar
de suar, arrasto o cobertor para o queixo, piscando as lágrimas
das minhas pálpebras.

“Quem está aí?” Minha voz é baixa e com medo.

“Pai.”

Não é o meu pai. É Koyn.


“Estou com medo”, admito em um sussurro.

“Não tenha medo”, ele diz com uma voz suave. “Estou aqui.”

Ele rasteja na cama comigo, enrolando seu braço forte em


volta de mim. Espero que a raiva acenda, mas se
foi. Completamente ausente. Tudo o que eu quero é que ele me
abrace e afaste o medo.

“Você está segura comigo”, ele promete. De alguma forma


eu acredito nele. “Vá dormir, menina.”

E eu faço.

Aperto os olhos contra a luz da manhã e faço um balanço


da minha situação. Há um homem na minha cama. Não é
qualquer homem, ele. Koyn. E minha bunda carente está
envolvida em torno dele como se eu pertencesse lá. A pior parte é
que ele veste apenas uma boxer preta. Seu corpo está em plena
exibição para o meu prazer da manhã.

Deus, e que prazer é.

Ele é musculoso e um emaranhado de espinhos em forma


de coração está sobre seu peito. Eu vejo os nomes delas
entrelaçados: Eleanor e Blaire. Seu corpo é liso com uma pitada
de pelos no peito sobre o abdômen e a parte superior do
tronco. Então, há um rastro escuro de cabelos no umbigo que
desaparece na cintura de sua cueca. O cobertor oculta o que está
escondido nessa boxer, mas estou curiosa. Tão curiosa que
arrasto as cobertas para baixo para ver o que ele carrega.

Agradável.

Muito legal.
É claro que meu captor é grande como um cavalo. Eu tento
ignorar a sensação de nervoso que instila dentro de mim. Eu não
devo estar atraída por um monstro, mas ele está aqui e eu estou
atraída. Ignorando a necessidade de encarar o pênis coberto por
sua boxer por mais tempo, eu levo meu olhar de volta pelo peito
até seu rosto. Seu braço está apoiado sobre os olhos e o bíceps
está inchado. Eu nunca tive o desejo de tocar o cabelo nas axilas
antes, mas ele parece escuro, macio e limpo. Eu fecho minha mão
em um punho para não fazer nada bizarro como acariciar sua
axila.

Além disso, esse é o cara que me bateu na noite


passada. Como uma criança.

Ele também me segurou e manteve os pesadelos longe.

Estou dividida entre estar grata ou zangada.

Eu me agito e me concentro em seus lábios carnudos e


rosados e nos pelos faciais escuros que crescem em sua
mandíbula. Por baixo do braço, vejo as cicatrizes manchadas em
seu rosto. Estou curiosa para saber como ele conseguiu um "X"
gigante marcado permanentemente em sua pele. É assustador,
mas também meio triste. Stormy disse que sua família foi
assassinada. Eles tentaram matá-lo também?

Percebo o momento em que ele acorda porque fica


tenso. Seu braço permanece sobre os olhos, mas eu posso senti-
lo olhando ao seu redor. Ele não fala. Apenas continua a se
esconder como se ele não tivesse se arrastado para a minha cama
na noite passada. Para testá-lo, escovo as pontas dos dedos em
seu tanquinho, maravilhando-me com a forma como seus
mamilos endurecem, antes de caminhar meus dedos pelo sulco
entre os abdominais, na direção de seu pau.

“Pare”, ele rosna, sua mão segurando meu pulso quase


dolorosamente.

“Parar o que?”
“Qualquer que seja a porra que você está prestes a fazer.”

Seu braço desliza para longe apenas para que ele possa
olhar para mim. À luz da manhã, ele parece mais mal-humorado.

“Te masturbar”, eu provoco.

Ele flexiona a mandíbula. “Eu preciso fumar.”

Rolando para longe de mim, ele me dá uma visão


privilegiada de suas costas musculosas e bunda. Apesar de ser
um cara velho, ele está em forma como o inferno. Mesmo Junior
não era assim. Eu não sinto falta da roupa que ele não está
usando e fico olhando descaradamente até que ele desapareça do
quarto.

Agora que ele se foi, a cama está fria novamente.

Solitária.

Tanto faz.

Eu pulo da cama e vou até o chuveiro para lavar seu


perfume viril de mim.

Idiota.

“Estou entediada.”

Stormy se recosta, fecha o rímel e franze a testa. “O que você


quer fazer?”

“Eu não sei”, resmungo. “Isso não. Não enquanto eles têm
suas reuniões fechadas e nós não fazemos nada.”

“Quer assistir a um filme?”

“Ugh, não. Eu quero... explorar.”


Ela balança a cabeça. “Não vai acontecer.”

“Por que não?”

“Porque você vai fugir.”

Reviro os olhos e solto um suspiro. “Eu vou morrer de tédio


antes que possa sequer sonhar em sair.”

“Nós poderíamos nadar”, ela oferece.

“É novembro.”

“A piscina é aquecida, idiota.”

“Nadar pelada?”

“Inferno não, GC. Eu levaria um tiro por permitir que isso


acontecesse.”

“Para uma cadela de motoqueiros, você é muito


conservadora.”

Ela se encolhe com as minhas palavras, mas depois


ri. “Meus biquínis com certeza não são conservadores.” Ela
vasculha sua gaveta antes de tirar dois. “Branco para a inocente
e virginal jovem cadela. E preto para a rainha.”

Reviro os olhos, mas aceito o biquíni branco. Ela tira sua


blusa e mostra seus peitos para mim. Tudo sobre Stormy é
perfeito. Isso me faz sentir inadequada. Ignorando esses
pensamentos de ódio, eu visto o biquíni branco.

“Essa é uma péssima ideia”, ela diz e morde o lábio inferior


enquanto olha atentamente para o meu corpo.

“Por quê?”

“Porque você parece um lanche, Hadley. Existem dez


motociclistas que provavelmente gostariam de uma mordida.”

“Nem todos os dez”, eu argumento. “Koyn acha que ele é


meu pai.”
“Eu posso dizer isso pela surra que ele lhe deu na noite
passada.” Ela entra no banheiro e pega duas toalhas. “Você meio
que mereceu.”

“Rude”, eu zombo, mas sei que sim. Queria ver o quão longe
poderia empurrá-lo.

“Tente não provocar qualquer um daqueles idiotas, está


bem?”

“Não posso fazer promessas.”

Está frio hoje. Muito frio. O vapor da piscina nubla-se à


nossa volta. Stormy e eu estamos de pé o mais fundo que podemos
e ainda mantemos nossas cabeças acima da água. Está quieto
além do vento assobiando.

A porta dos fundos se abre e várias vozes profundas


começam a bater. Eu ouço o movimento de um isqueiro. Alguém
tosse. Uma risada.

Stormy abre a boca, mas eu a calo colocando a mão sobre


ela.

“...é um pseudônimo...”

“...tem que vir de dinheiro...”

“...Dallas...”

Eu congelo, meus olhos se arregalam e minha mão desliza


para longe, espirrando água.

“Alguém está na piscina”, resmunga Payne, andando pela


lateral da casa.
Atrás dele, Filter e Koyn se levantam. O olhar de Koyn é
nítido quando suas bochechas sugam, inalando uma tragada do
cigarro.

“Espionando?” Koyn grunhe, sua fúria direcionada a


Stormy.

“Sim”, eu xingo. “Fui eu. Ela não quis.”

Stormy não merece a ira de Koyn.

“Saia da piscina.” Koyn deixa o cigarro cair no concreto e o


apaga com a bota preta.

“Muito frio.” Eu sorrio docemente para ele.

Filter amaldiçoa baixinho e Stormy olha para mim.

Pelo menos Koyn não é chato.

“Saia. Fora. Da. Piscina.”

Nado até a parte mais profunda, afastando-me pelas


laterais e solto a parte de frente do biquíni. “Nah, eu prefiro ficar
aqui onde está quente.”

Assim que Koyn percebe que estou tirando meu biquíni, ele
perde a cabeça, andando de um lado para o outro como um touro
pronto para atacar. Mas estou segura. Eu lhe lanço um sorriso
malicioso antes de puxar o biquíni da água e jogá-lo nele. Faz um
respingo perto da borda. O que faz um respingo maior é ele.

Eu ofego, atordoada e pisando na água, enquanto ele


mergulha completamente vestido.

“Oh, merda!” Eu grito, virando e nadando para o lado.

Várias outras vozes se juntam à briga e depois há salpicos


por toda parte. Bem, hoje ficou muito menos chato. Eu quase
chego na borda quando o braço forte dele me envolve. Seu peso
me arrasta para baixo da superfície e eu arranho, desesperada por
ar. Ele me empurra de baixo e nós ressurgimos. Eu engasgo e
engasgo quando ele manuseia meu corpo, esmagando meu peito
nu contra o dele totalmente vestido.

“Péssimo, menina má”, ele diz, sua voz enganosamente


calma.

Em vez de fugir, eu me agarro a ele, inalando o perfume em


seu pescoço molhado. Ele esfrega um círculo com as pontas dos
dedos nas minhas costas e beija minha cabeça.

Talvez eu não esteja com problemas, afinal.

“Você sabe que não posso deixar isso passar.”

Afasto-me o suficiente para olhar para ele. O cabelo dele se


achatou sobre as sobrancelhas e pende nos olhos escuros e
violentos. Em todo lugar que ele me toca, eu pareço ser
eletrocutada.

“Sinto muito”, resmungo.

“Eu também.”

Lembro-me da noite passada, quando ele disse que não


gosta de bater. Então, por que diabos ele faz isso?

“Por favor, Koyn”, eu sussurro, nossos lábios quase se


tocando. Eu poderia beijá-lo. Talvez o convença a não me bater.

Os olhos dele escurecem. “Eu tenho que tirar você daqui


sem mostrar seus peitos para todas as malditas pessoas aqui fora.”

“Por quê?”

“Porque eu tenho que te proteger.”

Desistindo, envolvo meus braços em volta do pescoço e faço


o mesmo com as pernas em volta da cintura. Com a mão
segurando minha bunda, nos tira da parte funda. Ele ignora as
provocações e o riso dos caras enquanto saímos da piscina. O frio
do ar contra a minha pele molhada me faz tremer. Eu me enterro
contra seu corpo quente.
“Estou com frio”, eu lamento.

“Eu também.” Sua voz é áspera e dura.

Ele nos leva para dentro e fica incrivelmente mais


frio. Tremo violentamente enquanto me agarro a ele.

“O sofá”, murmuro enquanto passamos por ele.

“Eu não vou chicotear sua bunda seminua, onde Bermuda


ou Bizzy podem se masturbar.”
ONZE
Koyn

Algo ferve em meu sangue, aquecendo minha pele gelada


em graus desumanos. Irrita-me que ela tenha tirado a porra do
biquíni para alguém ver. Ela é muito rebelde. Pior do que Blaire
era. Estou muito chateado para surrá-la. Eu machucarei sua
bunda com certeza. Agora, preciso me concentrar em aquecê-
la. Os dentes dela começam a bater. Eu ando pela minha casa
enorme e subo as escadas.

Quando chego no meu banheiro e ligo o chuveiro, ela se


recusa a me soltar.

“Em seus pés”, eu comando.

Ela balança a cabeça. Essa porra de garota.

“Você está congelando e precisa se aquecer.” Eu aperto sua


bunda de uma maneira afetuosa. “De pé.”

“Não quero que você me bata.” Ela levanta o queixo e franze


a testa para mim.

“Você me irritou muito. Se te bater agora, eu te


machucarei. Tudo que quero é aquecê-la.”

Ela estreita os olhos de uma maneira suspeita, mas não se


move para ficar de pé. Vou ter que tirar essa garota nua de cima
de mim. Ou tomar banho com ela.
Tiro as botas e entro no chuveiro quente. Sua risada
nervosa me faz lutar contra um sorriso.

“Você deve tirar a roupa.” As palavras dela são ofegantes e


quase carentes.

“Não.”

“Koyn...”

“Não é legal se eu me despir aqui com você.”

“Por que não?”

“Porque você é uma criança do caralho.”

“E você é um idiota. Fique nu já. Não é como se eu não


tivesse visto aquele pau monstro tentando manchar os cobertores
esta manhã.”

Eu faço uma careta. Fiquei chateado quando acordei na


cama com ela. Meus sonhos na noite passada foram
confusos. Uma lembrança. Eu correndo para Blaire quando ela
era pequena. Ela chorando depois de um pesadelo. Então, de
alguma forma, eu estava vivendo minha memória, mas com
Hadley.

“Koyn.” Ela solta meu pescoço para deslizar pelo meu corpo,
sua buceta esfregando bem contra o meu pau. Para meu horror,
ele endurece.

A maldade brilha em seus olhos quando ela olha para


mim. Volto meu olhar para a boca sorridente e para os peitos dela.

Porra.

Meu pau estica na calça jeans. Eu seguro sua bunda,


olhando para ela.

“O que diabos você está fazendo?” Exijo.

“Sentindo você.”
Fecho os olhos e cerro os dentes. “Pare.”

“Mas você não quer que eu pare”, ela provoca, trabalhando


seu corpo ao longo do meu pau agora dolorosamente duro.

Ela desliza as pernas para baixo e então suas mãos estão


no botão do meu jeans. Para soltar e abrir. Afasto meu torpor
cheio de luxúria, aceitando o que está acontecendo.

Foda-se, não.

Agarro seu pescoço, empurrando-a contra a parede de


azulejos. Minha perna pressiona entre as dela e eu a prendo com
meu corpo. “Você acha que pode me enganar?”

Os olhos dela se arregalam. “O que? Não.”

“Dois dias atrás, você estava apaixonada por aquele pedaço


de filho da merda. Agora você está pronta para me foder?”

“Eu não estou...”

“Você está se esfregando em mim como uma gata no cio. É


isso que você quer? Que eu te foda? Isso vai fazer você se
comportar?”

“Você é um idiota”

Aperto sua garganta com mais força, cortando-a no meio da


frase e me inclino em seu ouvido. “Nós não vamos foder. Você não
vai escapar. O que você vai fazer é lavar o corpo, vestir roupas e
ficar longe de problemas.”

Soltando-a, dou um passo para trás para zombar


dela. Meus olhos, por vontade própria, voam para seus seios e
depois para o abdômen liso e tenso, para o pequeno pedaço de seu
biquíni branco. Essa garota é um problema.

Antes que eu possa sair, ela balança, com a palma da mão


contra a minha bochecha. A raiva explode através de
mim. Agarro-a pelos cabelos, giro-a para encarar a parede e
depois puxo seu biquíni, descobrindo sua bunda para mim.
Smack!

Ela grita, tensionando sua bunda após o primeiro golpe. Eu


não cedo e continuo, espancando-a repetidamente até que minha
mão fique dormente. Seu soluço sufocado me faz afastar dela,
levando meu torpor. Meu pau está duro pra caralho na calça jeans
e eu me fixo em sua bunda vermelha brilhante. Tensionada,
curvilínea, pequena.

Porra.

Porra.

Porra.

Ela vira apenas a cabeça e olha para mim. Triste, quebrada


e envergonhada. Droga.

Blaire.

Blaire.

Não é Blaire.

“Hadley”, eu luto para me lembrar que essa garota não é


minha filha.

Seu rosto se enruga quando ela começa a chorar. Tudo em


mim grita para fugir dela. E, no entanto, vou direto ao papel de
pai.

“Oh, querida, venha aqui.”

Ela se joga nos meus braços, agarrando-se às minhas


roupas encharcadas. Eu beijo seus cabelos e sussurro
desculpas. Estraguei tudo. Eu bati nela com muita força. Muitas
vezes. E então eu me excitei com isso. Sou uma bagunça.

Eu fecho a água e a levo para fora do chuveiro. Agarro


rapidamente uma toalha grande para envolvê-la. Beijo o topo de
sua cabeça antes de tirar meu colete e camisa. Seus olhos estão
baixos e as lágrimas continuam a cair. Como ela não está olhando,
tiro o resto das minhas roupas e passo nu para o meu
quarto. Coloco um moletom e pego uma camiseta para ela. Ela
ainda está no mesmo lugar que eu a deixei. Tremendo e sentindo
pena de si mesma.

Puxando a toalha, eu a viro para mim, para que possa puxar


a camisa sobre sua cabeça. Cai até os joelhos. Isso a faz parecer
tão jovem. Tão desamparada. Como se ela fosse uma garotinha,
eu a coloco em meus braços.

Minha cama é enorme.

Mas ninguém nunca esteve nela além de mim.

Eu seria um mentiroso se dissesse que não transo de vez


em quando para liberar tensão, mas não formo laços ou conexões
com o sexo oposto. A dor de perder minha esposa ainda é crua pra
caralho. Ninguém esteve nesta cama.

E ainda assim eu subo nela, colocando Hadley bem no


meio. Ela parece tão pequena. Muito perdida. Tão sozinha. Isso
me faz querer me envolver com ela e mantê-la segura. Sei que
estou fodido. Sei que estou projetando minha filha nela, mas para
a minha vida, não consigo evitar isso.

“Vamos te aquecer.” Minha voz é baixa e grave.

Ela desliza suas pernas longas e esbeltas sob as cobertas e


corta os olhos em minha direção. A garota provocadora e atrevida
está longe. Esta é vulnerável e assustada. Eu fico embaixo dos
cobertores com ela e os puxo sobre nós.

Eu a seguro contra meu peito, brincando com seus


cabelos. Nenhum de nós fala. Ela emaranha uma perna entre as
minhas. Segurá-la parece natural. Foi assim naquela primeira
noite no Animal. E ontem à noite também. Neste momento,
acalma minha alma agredida.

“Descanse, menina.”
Eu acordo para me debater.

Chorando e implorando.

“Papai.”

Meu coração dispara no peito. Eu a alcanço no escuro,


passando os dedos pelos cabelos suados.

“Shh, estou aqui.”

Ela parece relaxar com a minha voz, os pesadelos


fugindo. Afago os cabelos do rosto e corro o polegar pela pele
sedosa. Inclinando-me, eu a beijo. Suavemente. Na
bochecha. Uma vez em seus lábios. No nariz dela. Ela solta um
suspiro suave.

“Você está bem?”

“Sim”, ela sussurra. “Desculpe.”

“Quer falar sobre isso?”

“Não.”

“Você está segura agora.”

Ela funga. “Estou?”

“Comigo você está.”

Seus dedos passam pelo meu cabelo e descanso minha testa


contra a dela. O toque é suave. Gentil. Calmante. Foda-se, sinto
falta de carinho. Ela inclina a cabeça e seus lábios estão
pressionando os meus. Um selinho. Outro selinho. E então ela
separa os lábios.

Eu enfio minha língua dentro.


Eu acho que choco nós dois porque ela engasga.

O quarto gira no momento em que sua língua bate na


minha. Curioso e explorador. Eu a beijo com força, desesperado
pelo toque de alguém que me faça sentir vivo novamente. Na
minha mente, é Ellie. Poderia ser Ellie. Mas então os grandes
olhos castanhos de Hadley brilham em minha mente, afugentando
minhas memórias.

Jovem.

Tão jovem.

E ainda assim eu a beijo com mais força, com mais


desespero. Seus dedos afagam meus cabelos. Ela geme,
acordando meu pau na mesma hora.

Pare.

Eu preciso parar, porra.

Mas eu separo suas coxas, rolando em cima dela, e


aninhando meu corpo entre suas pernas. Nós dois gememos
quando eu moo contra o centro dela. Minha boca dizima a dela,
beliscando e chupando e possuindo enquanto rolo meus quadris,
buscando prazer em seu corpo. Seus calcanhares cavam na
minha bunda enquanto seus dedos arranham meu couro
cabeludo.

Ela está tão excitada quanto eu, encharcando meu


moletom. É enlouquecedor. Eu a fodo com apenas minha calça
nos mantendo separados, pegando cada miado e cada arranhão
de suas unhas para que eu possa memorizá-los.

Por tanto tempo eu precisei disso.

Um vínculo para esta vida.

Estou à deriva.

“Koyn”, ela implora. “Eu preciso de você.”


“Eu não posso, GC.”

“Então deixe-me sentir você, pelo menos.”

Com um gemido de derrota, baixo minha calça de moletom


o suficiente para agarrar meu pau. Eu bato em sua buceta com
ele e depois esfrego ao longo da fenda suave. Nós dois
estremecemos com a sensação. Tudo o que seria necessário é um
impulso dentro dela. Seria tão bom, porra.

Mas sei por que não devo.

O sexo vai nos amarrar e não tenho certeza se quero isso.

Garotas como ela ficam obcecadas.

Ela pensou que adorava foder Junior. O que acontecerá


quando ela pensar o mesmo de mim?

Isso não pode acontecer.

Deslizo contra seu clitóris e depois aperto meu pau para


provar a excitação que está pingando de seu corpo. Nós dois
gememos quando cutuco a cabeça contra a abertura dela, mas
não a penetro. Deslizo para baixo, entre as bochechas de sua
bunda, e depois volto para deslizar contra seu clitóris.

“Por que você não vai me foder?” Ela resmunga, usando os


calcanhares contra a minha bunda para levantar seus quadris,
procurando o meu pau.

“Porque então nunca vou me livrar de você.” Mordo o lábio


inferior. “E não posso ter isso.”

“Não tenho para onde ir.”

“Por enquanto, vai ficar aqui e me deixar fazer você gozar.”

Eu intensifico meus esforços, esfregando contra sua buceta,


desejando que eu pudesse simplesmente empalá-la com meu
pau. Em vez disso, esfrego e esfrego e esfrego até que ela grita de
prazer, seu corpo inteiro tremendo. Minhas bolas se agarram ao
som de sua respiração e o gozo quente dispara para fora do meu
pau, jorrando em minha camisa que ela está vestindo. Isso me faz
desejar ter arrancado a blusa dela para poder esfregar meu
esperma por toda a sua pele, reivindicando-a.

Mas foda-se...

Eu não quero reivindicá-la.

Não é assim.

Sento-me, agradecido por não poder ver seu rosto no


escuro. Distraidamente, estendo a mão, procurando meu esperma,
e encontro um pouco dele. Eu o esfrego entre os lábios de sua
buceta, depois fricciono contra seu clitóris latejante. Ela geme e
choraminga, mas eu uso meu esperma para leva-la para outro
orgasmo. E não posso me conter, deslizo meu dedo dentro dela,
me odiando por não a foder como ela merece.

Com todo o autocontrole que possuo, puxo meu dedo e dou


um tapinha na buceta dela.

“Vá para o seu quarto, Hadley.”

Ela zomba. “O que? Por quê?”

“Porque se você ficar... não sei o que vai acontecer.”

“Eu não estou assustada.”

“Você deveria estar.”

“Koyn...”

Eu saio da cama e corro para o banheiro, batendo a porta


atrás de mim. Andando até o espelho, dou uma olhada longa no
homem refletido nele.

Cicatrizado.

Velho.

Bravo.
Vilão.

Minha boca está vermelha do nosso beijo e meu pau está


flácido, ainda pingando.

Vá para o seu quarto, Hadley.

Porra, por favor.

Um homem tem limite no autocontrole.

A porta do quarto se fecha.

Solto um longo suspiro e murmuro. “Boa garota.”


DOZE
Hadley

Ele vai fingir que nada aconteceu.

Inacreditável.

“O que ele fez ontem à noite?” Stormy pergunta, me


arrastando para a despensa e longe do meu poleiro na janela onde
eu estava feliz olhando para Koyn, que está fumando lá fora.

Eu reviro meus olhos. “Nada.”

Ela solta um suspiro que pode ser interpretado como


alívio. Mas por quê? “Provavelmente é o melhor.”

“Porque eu sou muito jovem?” Eu provoco, minha voz


ficando má.

“Porque ele é Koyn. Ele... eu não sei... vai mastigá-la e


cuspir você.”

Suas palavras parecem falsas para mim. Na verdade, Koyn


tem um problema em ser muito cavalheiro. Ontem à noite, ele
estava chateado. Furioso. Ele até bateu na minha bunda
novamente.

Mas então…

Então ele foi terno, gentil e afetuoso.


Eu fui sugada direto para esse lado dele. Algo nele me
puxa. Quando nos beijamos, é como se alguém jogasse um fósforo
aceso em uma poça de gasolina. Nós pegamos fogo e não achei
que poderíamos ser acalmados. Eu tinha certeza que foderíamos
e eu veria estrelas. Mas, tão rápido quanto começou, ele absorveu
o calor com suas palavras frias e insensíveis. Enviou-me de volta
para o meu quarto como se eu fosse uma criança que ele estava
punindo.

Ugh, foda-se ele.

“De onde você disse que é?” Stormy diz, me tirando da


minha raiva interior.

Fecho meus olhos nos dela. “Eu não disse.”

“Posso ajudá-la”, ela diz suavemente. “Você ainda é


jovem. Precisa voltar para sua família. Eles podem protegê-la.”

Eu recuo e tropeço para trás, batendo minha bunda nas


prateleiras de enlatados. Eu não tenho família. Não há para onde
voltar.

Ela abre a boca como se pudesse falar novamente, mas


então ouvimos vozes profundas. Seu rosto carinhoso é apagado
quando ela coloca um sorriso sedutor.

“Filter, amor, o que você quer jantar hoje à noite? Vou correr
até o mercado.” Ela me dá um longo olhar antes de sair da
despensa.

Eu a sigo para encontrar vários caras reunidos na


cozinha. Meu olhar procura Koyn. Ele está olhando para o
telefone, carrancudo. Sentindo-me corajosa, ando até ele. Antes
que eu possa perguntar qual é o problema, seu telefone toca e ele
atende.

“O que há, Copper?”

E então ele se vai.


“Quem chutou seu filhote?” Dragon pergunta, jogando um
braço sobre meus ombros.

Ele cheira muito bem.

“Koyn.”

“Koyn é mau assim.” Ele vira a cabeça e inspira meu


cabelo. “Se você quer doce, eu posso ser seu açúcar.”

Um calafrio percorre minha espinha. Dragon não parece


nada doce. Ainda ontem eu estava interessada em provocá-lo, mas
não agora. Ele meio que me assusta.

“Estou bem, Pete.”

“Pete?”

“Dragon.”

Ele bufa. “Eu respiro fogo, GC. Onde você quer que eu te
aqueça?” A palma da mão dele desliza para a minha bunda e ele
acaricia. “Aqui?”

Katana dá um passo bem na nossa frente e seus olhos


escuros ardem nos de Dragon. O pequeno homem asiático parece
ter saído do BTS ou de algum outro grupo pop com suas feições
de porcelana e cabelos pretos perfeitos. Seu rosto é bonito, mas
de uma maneira perigosa. Não é uma surpresa que os dois filhos
da puta mais assustadores sejam amigos.

“Sim, sim, K”, Dragon resmunga. “Apenas cutucando um


pouco de diversão.”

Eles vão embora e eu suspiro de alívio.

“Ei, Hadley”, Bermuda diz, com seu sorriso adoravelmente


infantil para mim. “Quer me ajudar a planejar o menu de Ação de
Graças?”

Eu olho para ele.


Além de seu sorriso inocente, ele grita motociclista. Alto,
volumoso, perigoso. Ele é tão bonito quanto o resto, talvez melhor
porque ele tem toda aquela vibração caipira de jogador de
futebol. Ele é tatuado, no entanto, e sei que ele carrega uma 45 o
tempo todo. Seu colete de couro se estende sobre a moldura larga
e suas botas pretas têm fivelas. Então é estranho como o inferno
que ele esteja sorrindo para mim como se sua avó deixou ele
planejar o banquete da família este ano.

Mais uma vez, sinto esse lugar familiar entrar sob minha
pele.

“Na verdade, não”, estalo.

Seu sorriso se amplia. “Eu posso fazer mais espuma de


laranja.”

“É assim que o absurdo fresco é chamado?”

“Você comeu quase toda a maldita tigela sozinha. Podemos


fazer um pouco mais dos seus favoritos. Deixe-me saber e eu faço
uma lista.”

Cruzo os braços sobre o peito e tento ignorar as lembranças


da minha infância me atacando. Correndo pela cozinha com meu
primo Jake. Mamãe nos dizendo para ir mais devagar, mas com
um sorriso na voz. Tínhamos pessoas para cozinhar para nós,
mas não no Dia de Ação de Graças. Mamãe sempre escolhia
aquele dia para sermos como todas as outras famílias
americanas. Ela se escravizava na cozinha enquanto papai
assistia futebol com os outros parentes do sexo
masculino. Sempre foi meu feriado favorito e não apenas porque
meu aniversário era perto do Dia de Ação de Graças. Era um dos
poucos feriados que parecia normal e feliz.

“Caçarola de feijão verde.”

Seus olhos brilham com satisfação. “Você conseguiu, GC.”


Ele bagunça meu cabelo a caminho, lembrando-me de como
meu primo Jake faria e sai da cozinha. Stormy está gemendo de
onde Filter a prendeu contra a geladeira.

Não quero vê-los foder.

Saio da cozinha e percebo que ninguém está prestando


atenção em mim. Com esse pensamento, vou pela porta dos
fundos e começo a andar. O ar está frio e agita meu cabelo. Tudo
o que tenho é uma blusa, uma calça preta e tênis. Não é um traje
ideal para fugir, mas serve bem.

Meu olhar desliza ao longo da linha das árvores que corre


paralela à longa entrada. Eu posso andar pela calçada, mas então
minhas chances de ser pega são maiores. Estou olhando de
soslaio para as árvores quando vejo uma pequena clareira. A
curiosidade tira o melhor de mim e corro até ela. A clareira é mais
como um caminho entre as árvores. Eu o sigo por várias centenas
de metros antes de chegar a um prédio antigo com uma grande
chaminé em uma extremidade.

Várias janelas velhas e decadentes cercam o


edifício. Nenhuma grama cresce. Apenas lama. Parece que este
lugar já abrigou porcos. O vento assobia através das árvores, me
fazendo tremer. Vou até a entrada do prédio e franzo a testa
quando percebo que está trancada.

“Eu deixo você fazer uma visita lá dentro, mas então eu


posso acidentalmente deixá-la lá.”

A voz profunda me faz gritar de surpresa antes de me


virar. Payne. Ele é assustador, furtivo e me dá arrepios. Após a
primeira inspeção, ele é gostoso. Todos esses filhos da puta são. A
cabeça raspada e o brilho descontrolado em seus olhos, no
entanto, o tornam meio assustador. O fato dele estar seguindo
todos os meus movimentos é ainda mais esquisito.

“Você não tem nada melhor para fazer?” Eu cuspo, mãos


nos quadris.
Seus olhos arrastam por mim de uma maneira
desdenhosa. “Não.”

“Pervertido.”

Ele ri. Profundo, rouco e cruel. “Não é o meu tipo.”

Mesmo que eu não me importe, suas palavras ardem. Sendo


uma garota de concurso, eu realmente ando de um lado para o
outro e busco a aprovação de todos na forma de prêmios, coroas
e troféus. As pessoas que não gostam de mim ou que não se
sentem atraídas por mim são, francamente, novas.

“Qual é o seu tipo?” Eu exijo. “Rapazes?”

Ele encolhe os ombros. “Qualquer coisa menos você.”

“Grosseiro.”

“Fui chamado de muitas coisas, mas nunca


grosseiro. Idiota. Violento. Louco. Nunca grosseiro.”

“Eu não foderia uma aberração como você de qualquer


maneira”, digo a ele, ignorando a picada do meu orgulho.

“Tudo bem”, ele diz, dando de ombros. “Eu também não


foderia a garota do meu irmão.”

Eu zombo. “Seu o quê?”

“Você é de Koyn.”

Olho para ele. “Eu certamente não sou dele.”

“Estou aqui para ficar de olho em você e isso significa ouvir


também. Foram ou não foram seus gemidos vindos do quarto dele
ontem à noite?” Ele sorri de um jeito perverso.

“Foda-se.”

“Desculpe. Não posso ajudá-la. Estou de serviço de babá


até que seja indicado o contrário.”
"Você nos ouviu?" Eu acuso. “Você é um pervertido.”

“Não”, ele rosna. “Masturbar-me enquanto ouvia seria


pervertido. Eu apenas ouvi. Meu pau estava macio e seguro
dentro do meu jeans. Feliz?”

“Não, você ainda é doente.”

“Você não está no colegial ou na Disneylândia, GC. Você


está no complexo de Koyn. Tudo o que fazemos é doente de
alguma forma. É a porra de um elogio vindo de você. Agindo como
se você fosse uma puta arrogante. Como se não estivesse
dormindo com o filho do inimigo.”

“Por que Magna é o inimigo?”

Ele encolhe os ombros. “Não é a minha história para contar.”

“Bastardo inútil.”

“Inútil para você, porque não quero sua buceta


adolescente. Mas não sou inútil para o Prez.”

“Quer um maldito biscoito? Vou colocar na lista de compras


de Bermuda.”

“Seu pai já lavou sua boca com sabão? Você é um bocado


de merda, GC.”

Eu faço uma careta para ele e o empurro antes de voltar


para casa. Ele é silencioso, mas sinto sua presença opressiva
atrás de mim.

“Se eu te contar quem sou, vai me deixar sair daqui?”


Pergunto por cima do ombro.

Ele ri. “Você não vai andar para lugar nenhum. Prez vai
entregar você, ele mesmo.”

O pensamento de sair e voltar para casa me faz


estremecer. Não. Eu gosto bastante da minha liberdade, mesmo
que isso signifique ficar em uma mansão ostentosa e cercada por
árvores. Existem prisões piores, como debaixo do nariz de Magna.

“Vai se foder, fracassado.”

“Boa tentativa”, ele diz com um suspiro, parando de me


perseguir no momento em que chego ao pátio dos fundos. “Eu
estarei por perto, garotinha. Sempre assistindo. Lembre-se disso.”

Idiota.
TREZE
Koyn

“Dois dos caras de Magna saíram.”

Eu levanto o olhar do meu computador para franzir a testa


para Copper. “Como você sabe?”

“Puxei o relatório após o incêndio para garantir que nada de


incriminador fosse deixado para trás. As notas mostram uma
imagem da fila de motos na frente, mas algumas estão faltando na
formação. Depois de colocar as etiquetas em todas elas, descobri
que a de Junior estava lá. Putnam estava fora do estacionamento,
então sua moto deve estar com um pseudônimo e um dos que
estão faltando.”

“Quantos outros?”

“Dois.”

“Então ele tem dois de seus homens.” Esfrego a palma da


mão sobre o rosto e suspiro. “Eles não apareceram em lugar
nenhum. Você ligou para todos os clubes locais?”

“E chequei os bancos de dados da polícia local. Eles saíram


como fantasmas dali.”

“Putnam pode ter desaparecido uma vez antes, mas ele não
fará novamente. Não é assim. Desta vez, ele está fugindo de mim,
não da lei. Ele é arrogante demais para ficar escondido por muito
tempo.”

Copper e Halo assentem.

“Onde está Bermuda?” Eu pergunto, examinando meu


grupo de poucos homens hoje.

Dragon ergue os olhos do laptop e ri. “Ele está com Stormy.”

Filter nem sequer vacila, o que significa que não é sexual.

“No mercado?”

“Eles estão planejando o Dia de Ação de Graças”, Dragon


diz com um sorriso.

“Diga a eles que eu quero caçarola de batata-doce.” Bizzy


diz. “Não com essa porcaria de marshmallow. Mamãe costumava
fazer com açúcar mascavo e nozes...”

“Vá dizer a ele você mesmo”, estalo, interrompendo-


o. “Dragon, qual é o status nas mídias sociais de Hadley.”

Seus olhos estreitam quando ele empurra seu laptop em


minha direção. “Encontrei isso.”

Estou esperando uma lista restrita como eu havia pedido,


mas, em vez disso, encontro um perfil no Facebook. Jane, apenas
não. O nome mais falso de todos os tempos. Clico na foto do
perfil. Uma foto de pernas longas em um par de saltos pretos. As
mesmas pernas longas que foram enroladas em volta de mim na
noite passada.

Enquanto estudo a imagem, me esforço para me


acalmar. Eu quase a peguei. Esfreguei tudo nela como se
estivesse fodendo-a e ela fosse minha. Meu pau estica contra o
meu jeans enquanto deslizo meus olhos ao longo de sua pele nua
na tela. A garota é enlouquecedora. Eu preciso descobrir
rapidamente onde diabos ela mora, para que eu possa me livrar
dela. Na noite passada me senti... Muito bem. Eu não devo me
sentir bem. O bem me torna fraco, cego e vulnerável. Serei
amaldiçoado se ficar fraco novamente.

“Você tem certeza de que é ela?” Eu pergunto, embora saiba


que de fato é.

“Vamos, Prez, nós dois sabemos que essas são as pernas


dela.” Dragon vive provocando, e na maioria dos dias eu acho
humor nisso. Hoje não.

Eu corto meus olhos nos dele e Filter se levanta, segurando


o ombro de Dragon.

“Quer fumar um cigarro?” Filter pergunta a Dragon.

Ambos se levantam e Bizzy os segue, deixando apenas eu,


Copper e Halo.

Volto minha atenção para a tela e começo a folhear a lista


de amigos de Jane Mentirosa. Vários homens e mulheres afiliados
ao MC de Putnam estão nessa lista, incluindo Junior. Eu me perco
em uma toca de coelho procurando um pouco os dois caras que
escaparam com Putnam. Quando não encontro nada, volto à lista
de amigos dela.

Nicolette Genworth.

Clico na "amiga" de Jane Mentirosa e fico impressionado


com o que vejo. Hadley. Simples pra caralho. Arrogante, linda,
rica. Em todas as fotos ela está fazendo uma daquelas caras
idiotas de pato que Blaire costumava fazer. Você pode dizer que
Hadley está acostumada a ser uma princesa com base em todas
as suas fotos. Tanto homens como meninas parecem olhar para
ela como se fosse da realeza. Seu sorriso malicioso em várias das
fotos me diz que ela é gostosa e popular. É tão parecida com Blaire
que faz meu estômago revirar violentamente.

“O que é isso?” Copper exige. “Parece que você viu um


fantasma.”

Nah, apenas quase peguei um.


Eu sou um maluco doente.

Esfregar a buceta de uma garota que se parece com a minha


filha. Que porra há de errado comigo?

“Nicolette Genworth de Dallas, Texas. Procure-a através de


seus sistemas. Halo, você também. Descubra tudo o que puder
sobre ela. Pelo que posso dizer, ela é como qualquer outra
menininha rica e mimada. Queria provar uma vida mais sombria
e seguiu em frente.” Recosto-me na cadeira e encontro o olhar de
Copper. “Teremos o Dia de Ação de Graças, reuniremos mais
informações e vamos levar a garota.”

Copper parece aliviado, o que é irritante como o inferno. Não


é como se eu realmente tivesse fodido a adolescente. Tenho um
pouco de autocontrole. Eu posso ser um prez implacável de MC,
mas não sou como Putnam.

Meu irmão assente e Halo grunhe. Os dois voltam a


trabalhar em seus computadores enquanto persigo a garota um
pouco mais. Em todas as fotos, ela está usando uma faixa
diferente na cabeça. Como se fosse sua assinatura. Eu não a vi
com nenhuma delas o tempo todo que está aqui.

Depois de percorrer muitas fotos, me deparo com uma dela


e um homem mais velho que se parece com ela. Seu rosto é
familiar para mim, embora eu não possa identificá-lo. A legenda
diz. “Sentimos sua falta, mamãe.”

Ela não marcou o homem na foto, porque, por experiência,


sei que não é legal marcar seus pais, mas é evidente que ele é o
pai dela.

“Genworth”, digo a Copper. “Descubra tudo o que puder


sobre o nome Genworth, especificamente sobre o pai de Hadley.”

Eu lhe mando a foto dos dois por e-mail e fecho meu laptop.

“Onde você está indo?” Copper pergunta, franzindo as


sobrancelhas.
“Falar com Hadley.”

Antes que ele possa abrir a boca, eu aceno para ele.

“Não sobre isso. Não preciso dela fugindo até termos uma
imagem mais clara. Só vou ver se consigo encontrar mais alguma
coisa.”

Halo ergue os olhos da tela. “Payne disse que a seguiu até a


floresta mais cedo.”

Eu faço uma careta para ele. “E?”

“Ele a trouxe de volta. Ela não está feliz.”

“O que ela estava procurando?” Eu exijo.

“Provavelmente uma fuga. Em vez disso, encontrou o


matadouro.”

“Se ela não quer voltar para casa em seu palácio


aconchegante e não tem mais Junior, que porra é o seu jogo
afinal? Para onde ela acha que vai fugir?” Eu penso alto, franzindo
a testa.

Copper encolhe os ombros. “Putnam?”

Meu sangue esfria com esse pensamento. Certamente ela


não é leal a esse pedaço de merda. Se for esse o caso, ela nunca
poderá sair daqui, porque então ela vai direto para ele com
informações sobre o meu clube e a maneira como fazemos as
coisas.

Eu definitivamente preciso falar com ela.

“Continue e me atualize no jantar”, digo a eles antes de sair


da sala de conferências.

Eu ando pelos corredores em uma missão.

Encontrar Hadley.

Ou Nicolette Genworth.
Vozes na cozinha me dizem que todos estão reunidos
lá. Eles estão conversando, discutindo o Dia de Ação de Graças
que acontecerá em alguns dias. Quando espio pelo corredor,
Hadley está sentada em uma cadeira, franzindo a testa para todos
enquanto eles riem e brincam. Nossos olhos se encontram e ela
endurece as costas.

Eu levanto um queixo para indicar que ela precisa me


seguir. Para minha surpresa, ela faz. Andamos pela casa e
subimos para o quarto dela. Ela me olha com
desconfiança. Sento-me na cama e depois deito.

“O que você quer?” Ela pergunta, magoada em seu tom.

Eu a estudo por um momento. Ela é um mistério para


mim. Odeia a mim e a esse lugar, mas estava implorando por meu
pau e carinho ontem à noite. Alega que estava apaixonada por
Junior, mas depois se gabou de chupar o pau do velho. Recusa-
se a me dizer o nome dela para não levá-la para casa, mesmo que
seja claramente rica e mimada.

“Venha aqui e deixe-me abraçá-la.” Minhas palavras são


ásperas e imponentes.

Suas narinas se alargam, mas então ela caminha até a


cama e se arrasta. Eu a puxo para o meu lado e corro meus dedos
pelos seus cabelos castanhos sedosos. Ela está rígida no começo,
mas depois relaxa, jogando a palma da mão sobre meu peito.

“Você é confuso para mim”, ela murmura. “Tão quente e


frio.”

“Nós não devemos ser quentes.”

Ela inclina a cabeça para olhar para mim. “Por que não? Por
que tenho apenas dezoito anos? Não é grande coisa. Você é um
motociclista, pelo amor de Deus. Sem lei.”

Eu agarro sua coxa, puxando-a sobre minha virilha. Eu


esfrego sua pele nua e sedosa. Meus dedos deslizam ao longo da
parte traseira de sua coxa, logo abaixo do short jeans. Sua
respiração engata.

“Eu não tenho que me explicar”, resmungo, empurrando


sua coxa contra o meu pau enquanto levanto levemente meus
quadris.

Ela se solta do meu abraço e me atravessa. Suas mãos


pressionam meu peito e seus olhos ardem nos meus enquanto ela
trabalha seus quadris. Como uma profissional, ela mói contra o
meu pau através das nossas roupas. Essa garota vai ser a minha
morte.

“Não vou transar com você”, digo a ela. “Eu nunca vou te
foder.”

A mágoa brilha nos olhos dela, mas a determinação


vence. “Veremos.”

“Você brincou com Putnam e seu filho.”

Ela lentamente rola os quadris. “Por que ele é o inimigo?”

Ignorando-a, levanto os quadris, amando o gemido que


escapa. Ela tira a blusa e eu gemo, passando os olhos sobre sua
pele nua. Seu sutiã preto parece inútil, já que seus seios quase
caem das taças. Estendendo a mão, puxo cada bojo preto rendado
para baixo para revelar seus mamilos para mim. Pequenos,
rosados, duros. Eu corro meu polegar sobre um e ela respira
fundo.

“Eu pensei que você não ia me foder”, ela geme, moendo


mais forte contra mim.

Eu aperto sua garganta, carregando-a para mim. “Eu não


vou. Só vou morder e chupar você.”

Quando chupo seu pequeno mamilo na minha boca, seus


dedos se enroscam nos meus cabelos e ela grita. Ela usa meu
corpo para perseguir seu prazer enquanto eu abuso de seus
mamilos com meus dentes. Estou prestes a enlouquecer na minha
calça jeans quando ela de repente se afasta. Com um rápido
movimento dos dedos, ela joga o sutiã fora. Seus dedos hábeis vão
para o short, desabotoando e abrindo o zíper rapidamente.

Pare-a.

Diga a ela para parar.

Eu lambo meus lábios e vejo como ela tira a calcinha e o


short.

Jovem. Nua. Minha.

Eu não digo para ela parar. Apenas assisto com antecipação


enquanto ela desfaz meu jeans. Sua mão está quente ao redor do
meu pau enquanto ela puxa para fora. Eu levanto meus quadris e
ela desce meu jeans até os joelhos. Então, com um sorriso
malicioso, empurra a camisa no meu peito.

“Nãote foder”, eu rosno, segurando um punhado de sua


pequena bunda.

“Por que não?” Ela faz beicinho.

Eu alcanço entre suas coxas abertas e esfrego meus dedos


em seu clitóris. “Porque você se parece com a minha filha.”

Ela morde o lábio inferior, situando-se para que possa


esfregar sua buceta molhada ao longo do meu comprimento. “Por
que isso é um problema?”

“É doente pra caralho, Hadley.”

Suas bochechas ficam rosadas por um momento e então ela


praticamente assobia para mim. “Mas não estamos relacionados,
Koyn. Então não é doente. Só porque eu pareço com ela não
significa que sou ela. Se você a tivesse fodido, seria uma história
diferente.”

Eu bato na coxa dela. “É suficiente.”


Ela rola os quadris, para cima e para baixo no meu pau,
deixando-o agradável e suculento. “Você quer me foder?”

Eu belisco seu clitóris. “Porra, sim, eu quero.”

“Então você está se negando. E a mim.”

“Sim.”

“Idiota.”

“É o que é, GC. Agora goze em todo o meu pau.”

Ela se inclina para a frente para me beijar. Quente,


bagunçado e carente. Eu agarro sua bunda, puxando e
empurrando, para que eu possa senti-la em cada centímetro do
meu pau. Eu não quero nada mais do que empurrar meu pau
dentro dela, mas me contenho. Eu pego um pouco da umidade
que ela deixou no meu pau e esfrego em sua bunda. Ela
choraminga, mas não se afasta do meu toque.

“Vou te foder aqui”, murmuro. “Um dia.”

“Você disse...”

Eu empurro meu dedo longo em seu rabo apertado, amando


o grito que rasga dela. Sua bunda é tão apertada. Se fosse meu
pau, eu já teria gozado. Lembro-me do que aquele filho da puta
disse sobre minha esposa. Como eu deveria tê-la preparado. Não
suavemente, sondo e estico a bunda de Hadley enquanto ela
desliza sua buceta carente ao longo do meu pau.

“Koyn”, ela choraminga. “Isso é bom. Eu quero você dentro


de mim.”

Meu pau bate de acordo. “Não.”

“Por favor.”

Seu pedido ofegante é quase minha ruína. Em vez de


desistir, deslizo outro dedo. Um soluço escapa. Eu sei que
dói. Mas ela precisa estar pronta para qualquer coisa nesta
vida. Anal incluído.

“Relaxe, baby”, murmuro contra seus lábios. “Deixe-me te


esticar. Alguém vai colocar o pau ali e não será tão gentil quanto
eu. Você precisa estar pronta.”

“Eu não quero alguém”, ela engasga. “Quero você.”

A possessividade se enrola em meu coração.

“Nesta vida, nem sempre conseguimos o que queremos.”

Eu a fodo duro com meus dois dedos na bunda dela,


devorando cada gemido e soluço que sai de sua boca. Quando
acho que ela está bem esticada, deslizo meus dedos e dou um tapa
na bunda dela.

“Agora goze por todo o meu pau, Hadley. Eu quero gozar


com você.”

Com nova determinação e lágrimas escorrendo pelo rosto


vermelho, ela se senta. Suas mãos encontram as minhas e ela
enfia os dedos. Eu a seguro enquanto ela usa meu corpo para
encontrar alívio. Ela inclina o corpo, fazendo a cabeça do meu pau
quase invadir sua abertura. Eu quase gozo nesse momento. Em
vez disso, resmungo um aviso para ela.

“Hadley.”

Ela treme e depois morde o lábio inferior antes de deslizar


dolorosamente.

“Boa menina”, sorrio. “Boa garota, porra. É muito melhor


quando você escuta.” Eu trabalho meus próprios quadris em
conjunto com os dela. “Quando você escuta, me faz querer mantê-
la e cuidar de você.”

Seu corpo treme com as minhas palavras. Só é preciso


deslizar um pouco mais ao longo do meu pau antes que ela fique
tensa. Ela grita meu nome alto o suficiente para dizer a toda a
casa o que estamos fazendo. Minhas bolas agarram vendo ela
perdida por paixão. Eu gemo quando meu gozo dispara para fora
de mim e toda a frente do meu peito. Ela se ajoelha como se fosse
sair da cama. Eu a agarro com uma mão e, em seguida, arrasto
meus dedos pelo meu esperma com a outra. Nossos olhos se
encontram e então deslizo meus dedos molhados e encharcados
de porra ao longo de sua fenda. Ela engasga quando eu os
empurro dentro de sua buceta, transando com ela suavemente e
marcando-a. Eu puxo meus dedos e pego mais esperma,
desafiando-a a me dizer não. A boa menina apenas sorri para
mim. Sua buceta chupa meus dedos, sedenta por minha
porra. Como se eu estivesse em algum tipo de transe, continuo até
meu peito ficar limpo. Saber que ela está cheia do meu esperma
faz algo comigo.

Minha.

Minha.

Minha.

Eu a puxo para mim e a abraço, aconchegando meu nariz


em seus cabelos. Ela relaxa contra mim. Por um longo tempo, eu
simplesmente a seguro, acaricio e a beijo. Eventualmente, eu falo,
quebrando o feitiço.

“Você não quer ir para casa e não tem Junior. É


Putnam? Você está tentando voltar para ele?”

Ela endurece no meu abraço. “Não.”

“Você tem certeza de que não é apenas uma prostituta


sedenta pelo poder?” Eu provoco, esperando apertar seus botões
e obter algumas informações dela.

“Se eu fosse uma prostituta sedenta pelo poder, eu teria


ficado com minha bunda em casa.” Ela senta-se, rompendo meu
aperto, para me encarar. “Foda-se, Koyn.”

“Nah”, eu murmuro. “Você já foi enganada por um Putnam.”


QUATORZE

Hadley

Ele não pode me ignorar para sempre.

Cruzo os braços sobre o peito, sabendo que minha roupa


hoje está sexy. Com base na aparência de todos, exceto Koyn, eles
concordam. Koyn nem sequer olha pra mim.

Desgraçado.

Depois que ele quase fez amor comigo outro dia, ele apenas
me deixou na minha cama. Nua. Chateada. Saciada. Confusa.
Brava.

Quando estávamos no meio de nossos momentos íntimos,


senti-me necessária, desejando e desejada. Nós estávamos
conectados. Então, ele apenas cortou a nossa ligação como se eu
fosse um apêndice que ele pode retirar.

Ele odeia Magna.

Ele acha que fugirei para ficar com Magna.

Um arrepio ondula através de mim.

Sobre o meu cadáver.

O problema é que acho que Magna pode chegar a esse ponto


para me pegar, para se vingar de mim. Certamente agora ele já
deve ter assumido que eu troquei de lado. Tecnicamente eu fiz.
Koyn pode ter me sequestrado, mas não é como se eu não tivesse
entrado nessa vida confortavelmente. Não é uma dificuldade. O
clube dele é muito melhor do que o de Magna. Magna é possessivo
e selvagem. Eu o conheço. Se ele descobrir que estou aqui, ele virá
atrás de mim. Não como um herói valente para salvar a namorada
de seu filho, mas mais como uma criança petulante que quer seu
brinquedo de volta.

Eu sou um brinquedo

Era apenas uma questão de tempo e eu teria sido.

Dele.

Magna me fez chupar seu pau.

Eu odiei isso. E se tivéssemos tido mais tempo, ele


provavelmente teria me forçado a fazer mais coisas. Eu amava
Junior, mas não Magna. Magna é um psicopata violento. Se ele
colocar suas garras em mim, nunca vou me libertar.

“Com licença, princesa”, Bermuda diz, dando um tapinha


na minha bunda quando pega uma faca de caça no balcão.

Eu sinto um olhar duro em mim.

Ahh, então ele parou de me ignorar.

Se bastava que Bermuda flertasse comigo, eu teria tomado


essa rota dias atrás. Ignorando o olhar quente de Koyn, eu me viro
para considerar Bermuda. Eles estão todos vestidos com
camuflagem enquanto se preparam para caçar. Stormy e eu
devemos ficar para trás, aquecendo as caçarolas que Bermuda
preparou e vigiando o peru. Bermuda parece mais um garoto do
interior em seu traje. Deslizo meus braços em volta do pescoço e
fico na ponta dos pés para pressionar um beijo em sua bochecha.

“Boa sorte, Bermuda.”


Ele fica congelado no meu abraço, seus lábios rosados se
separam de surpresa. Se eu não pensasse que Koyn o mataria por
isso, eu beijaria seus lábios. Mas Koyn é como Dragon. Não é
prudente provocar. Cutucar um pouco é divertido, no entanto.

“Você vai pegar um cervo para mim?” Eu pergunto


docemente, sorrindo para ele.

Suas mãos vão para minha bunda novamente. “Matar, GC.


Vou matar um cervo pra você.”

“Brutal.”

Ele sorri. “Somos selvagens.”

Antes que eu possa pronunciar outra palavra, sou


arrancada com força dele. Solto um grito quando alguém grande
e forte me arrasta. Koyn. Paro de lutar e relaxo enquanto ele me
carrega pelo corredor e entra em um lavabo.

Uma grande mansão cheia de motoqueiros fodões e eles têm


um lavabo.

Eles são confusos, é isso.

Ele acende a luz e me empurra contra a pia, então sou


forçada a olhar no espelho. Estou usando um vestido branco que
Stormy me emprestou. Uma saia curta e fofa, mas a parte do
corpete se encaixa como um espartilho, forçando meus seios para
cima e para fora. É a coisa mais divertida que uso desde que fugi.
Eu amo isso.

Atrás de mim, Koyn parece o diabo. Ele pode não usar o


colete, mas está vestido com camuflagem verde escura e usa um
gorro preto na cabeça. As cicatrizes em seu rosto são mais
proeminentes sem que seus cabelos despenteados me distraiam.
Ele pressiona seu corpo contra o meu, me prendendo na pia.
Então, com o mais suave dos toques, ele desliza as mãos pelos
meus ombros nus e pelos meus braços. Seu nariz se enterra no
meu cabelo e ele me inspira.
“Você não é de Bermuda.” Suas palavras ásperas me
arrepiam a espinha.

“Eu não sou de ninguém.”

“Você é minha.”

“Sou?”

Nossos olhos se encontram no espelho. Os dele são


sombrios, cruéis e possessivos. “Você é.”

Meu lábio inferior treme e eu o mordo, lutando contra as


lágrimas. “Então por que você sempre age como se o que acontece
entre nós nunca aconteceu. Não posso esquecer o que faz comigo,
mas você sempre esquece.”

“Eu nunca esqueço”, ele murmura, colocando meus seios


sobre o meu vestido. “Nunca.”

“Então por que você não vai me foder?” Eu grito, odiando


que as lágrimas estão brotando nos meus olhos. Passei muito
tempo na minha maquiagem para que ela fosse arruinada. “Eu
tenho idade suficiente para o que conta.”

“Nunca foi sua idade e sabe disso.”

“É por causa de Magna?”

Os olhos dele brilham violentamente. “Você quer o velho


Putnam?”

Balanço a cabeça, enviando lágrimas escorrendo pelo meu


rosto.

“Por que isso?”

“Porque ele me machuca.”

“Eu te machuco.”

Mais lágrimas vazam, arrastando meu rímel com elas.


Arruinada. Estou arruinada agora. Acho que foi o momento em
que Koyn me jogou por cima do ombro na noite em que matou
Junior.

“É bom quando você me machuca”, engasgo, meu queixo


tremendo.

“Se ele vier aqui por você hoje, o que fará?”

“Implorarei para você matá-lo e me manter.”

Sua sobrancelha se levanta levemente. “Você quer ser


minha?”

“De quem mais eu seria? Bermuda? Dragon?”

Ele empurra meu vestido até meus quadris e golpeia minha


bunda nua. A calcinha que estou vestindo é da cor da minha pele
e se mistura com a minha pele. “Você é minha”, ele afirma. “Então
pare de flertar com os meus caras.”

“E se eu flertar?” Provoco.

“Vou chicotear você.”

“Me chicotear excita você, Papai.”

Ele geme e me golpeia de novo, mais forte. “Pare com isso,


maldição, GC.”

“Gostaria de saber quem tem o pau maior. Bermuda ou


Dragon.”

Sua palma racha contra minha bunda novamente, me


fazendo chorar. “Eu. Eu tenho o maior pau.”

“Não acredito em você.”

“Porra, garota safada.”

Nossos olhos se encontram no espelho. Ele ondula com


violência, raiva e apelo sexual. Estou uma bagunça com meu rosto
manchado de rímel e olhos lacrimejantes. Ele agarra um punhado
do meu cabelo, puxando minha cabeça para o lado. Seus lábios
batem na minha pele, chupando, mordendo e lambendo. Vê-lo me
devorar é uma das coisas mais sexys que já testemunhei na minha
vida. Seu pau através da camuflagem pressiona contra minha
bunda dolorida.

“Eu posso ser boa”, prometo. “Foda-me e me faça sua.”

Ele desliza as palmas das mãos para os meus seios e puxa


o corpete, liberando-os. O material apertado e desconfortável, é
arrastado pelas minhas costelas. Respiro fundo enquanto ele
trabalha na calça. Ele libera seu pau e bate contra minha bunda
nua.

“Você está molhada?” Ele murmura. “Ser punida deixa você


com tesão, GC?”

Eu seguro seu olhar no espelho enquanto abro a mão para


tocar minha calcinha. “Encharcada. Eu gosto quando você me
pune, Papai.”

Suas feições escurecem. “Você gosta de foder com a minha


cabeça.”

“Se isso faz você perder o controle comigo, sim, inferno.”

Ele me empurra para baixo, então estou curvada, meu rosto


praticamente na pia. Agarro a ponta da porcelana, me preparando.
Seus dedos grandes e ásperos puxam minha calcinha para o lado.
Ele esfrega a ponta do seu pau ao longo da minha fenda e, em
seguida, sem aviso, ele empurra sua espessura dentro de mim. Eu
suspiro quando ele me estica com seu pau enorme.

“Porra, Hadley”, ele rosna. “Você me deixa louco.”

Eu empurro contra ele, levando-o o mais fundo possível. “É


mútuo.”

Ele pega um punhado do meu cabelo, me puxando para que


possamos nos olhar no espelho mais uma vez. Não tenho nada em
que me segurar, então pego a mão e puxo seu gorro para poder
tocar seu cabelo macio. Seus quadris empurram com força. Grito
quando ele me reivindica com um impulso poderoso. Uma de suas
mãos mergulha sob o meu vestido para encontrar meu clitóris. No
momento em que seus dedos experientes encontram aquele nó
palpitante de prazer, perco todo o senso de realidade. Sua boca
está no meu pescoço, chupando e mordendo com força suficiente
para eu soluçar.

Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo.

Sinto-me consumida, reivindicada e possuída.

É viciante.

Eu cedo ao seu poder e o deixo me usar, para tirar tudo o


que ele quer de mim. Eu quero também. Quero ser invadida e
usada. Quero ser destruída.

Koyn não decepciona.

Ele me fode ao ponto da dor, mas seus dedos trazem tanto


prazer. Meu orgasmo detona como uma bomba e eu explodo. Cada
nervo no meu corpo ganha vida quando me debato
incontrolavelmente. Ele solta um gemido e então seu gozo quente
inunda dentro de mim. Com cada palpitação de seu pau, sinto os
tentáculos de sua reivindicação sobre mim torcendo como videiras
em meu coração e mente. Apertando. Sufocando. Fazendo uma
promessa.

Minha.

Eu sinto isso na medula dos meus ossos.

Seus lábios roçam no meu pescoço e então ele se afasta. Eu


mal sou capaz de falar uma palavra quando ele coloca seu pau de
volta na calça e sai pela porta.

O que. Porra.

Lágrimas cheias caem bem nos meus olhos e deslizam pelas


minhas bochechas vermelhas. Eu estou uma bagunça. Seu
esperma desliza para fora do meu corpo, correndo pelas minhas
coxas e pingando no tapete aos meus pés. Ele me fodeu e correu.
Por que tenho tanta má sorte com os homens?

Olhe para você, garota de concurso.

Destruída e arruinada.

Meu cabelo está uma bagunça. Contusões roxas estão se


formando no meu pescoço. Eu posso até ver marcas de dentes.
Meu vestido está puxado para baixo, revelando meus seios, e a
parte da saia com babados está torcida. É o meu rosto que me
pega. A maquiagem preta foi manchada na minha bochecha e
meus olhos estão vermelhos.

Princesa desonrada.

Escapou de sua torre perfeita para acabar com um vilão.


Sempre um vilão.

Outro soluço me escapa.

Aperto a pia, sentindo bile subir pela garganta. Queima e


arde. Engulo em seco, me recusando a vomitar e piorar as coisas
mais do que já estão. Mais lágrimas vazam. Trago uma mão
trêmula para a minha bochecha e apressadamente esfrego as
lágrimas frescas com minha mão.

Clique.

Koyn está de volta, sua poderosa aura quase me derruba.

Eu apenas levo meus olhos sobre ele e já estou desejando


que me foda novamente. Arruíne-me. Que porra há de errado
comigo?

“Não chore.”

Suas palavras ásperas fazem minhas lágrimas ficarem nos


olhos.

“Você é bonita quando chora, mas isso me faz sentir um


merda”, ele admite, as sobrancelhas franzidas. Ele está atrás de
mim e passa os dedos pelos meus cabelos emaranhados. Então,
ele levanta algo que brilha na luz.

“Uma princesa precisa de uma coroa, GC.” Ele coloca uma


tiara como badana na minha cabeça. Brilha lindamente e eu
suspiro.

“Você comprou um presente para mim”, sussurro.

E não apenas qualquer presente. Uma faixa para cabelo.


Meu coração dói.

“Feliz aniversário tardio, GC.”

Estou chocada. Junior não me deu nada no meu aniversário,


além de algumas palmadas que levaram a um boquete. Isso é
inesperado e surpreendentemente doce.

As mãos de Koyn deslizam para baixo e depois ele ajeita


meu vestido. Ele gentilmente enfia meus seios de volta na parte
do corpete, endireitando tudo como deveria. Ele me libera para
abrir um armário. Depois de puxar um pano, ele o molha.

“Você vai limpar seu esperma?” Eu pergunto, minha


sobrancelha arqueada.

Ele sorri. “Não. Eu gosto dele correndo pelas suas pernas.


Vou limpar seu rosto, Hadley.”

Eu me derreto quando ele me vira para olhá-lo. Todos os


pensamentos sexuais desaparecem quando olho para este homem.
Isso me lembra de quando eu não participei do meu primeiro
concurso. Eu tinha nove anos e estava arrasada. Mamãe tentou
me acalmar, mas eu estava chateada demais. Papai me puxou
para o lado, secou minhas lágrimas e me disse que da próxima vez
eu venceria. É isso que os Genworth fazem.

O próximo concurso, eu ganhei.

Koyn esfrega minhas bochechas, limpando o rímel e


olhando para mim com um olhar preocupado. Tão paternal. Isso
me faz querer me jogar em seus braços e implorar para ele me
abraçar para sempre. Quero que ele se importe.

Ele lava toda a maquiagem do meu rosto e depois beija


minha testa. “Veja. Perfeito.”

Eu mordo meu lábio inferior. “Obrigada pela tiara.”

Por um momento, a dureza em seus olhos se vai. Eu nunca


o vi parecer tão vulnerável e suave. Posso ver que ele já foi um pai
e marido carinhoso. Seus lábios pressionam os meus docemente
e choramingo.

“Voltaremos em algumas horas.” Ele se afasta, sua boca a


poucos centímetros da minha. “Você pode ser uma boa garota
enquanto eu estiver fora?”

“Sim.”

Sua mão segura minha bochecha. “Você sabe que é errado


eu querer te foder.”

Dou de ombros. “Porque eu pareço com a sua garotinha.”

“Sim.”

“Acho que nenhum de nós se importa com o certo ou o


errado. Apenas o que é bom.”

Ele descansa sua testa na minha, fechando os olhos.


“Putnam estuprou minha esposa e filha antes de matá-las.”

Eu congelo. “Eu... oh meu Deus. Sinto muito, Koyn.”

“Jared.” Seu nariz corre ao longo do meu e então ele me


beija. “Meu nome verdadeiro é Jared.”

“Magna machuca muita gente. Ele também teria me


machucado se tivesse a chance.”

“Ele não vai te machucar”, ele promete.


Nós dois sabemos que é uma promessa que ele não pode
cumprir. Se não pôde proteger sua esposa e filha, como ele vai me
proteger?

“Estou segura aqui. Contigo.”

Suas feições escurecem. “Eu preciso ir.”

E com essas palavras, ele me deixa.

Desta vez, eu não choro.


QUINZE
Koyn

A caça com os caras é a coisa mais próxima da normalidade


que eu tenho. Antes da minha vida terminar, dez anos atrás,
Copper e eu íamos todos os dias de Ação de Graças para caçar.
Traz de volta memórias nostálgicas e algo que egoisticamente
guardo como um símbolo do meu eu anterior. Quando estamos na
floresta, rondando silenciosamente, me sinto mais conectado a
esses caras do que em qualquer outro momento.

Hoje, tanto Filter quanto Bermuda arrecadaram dinheiro.


Filter conseguiu quatro pontos e Bermuda, oito. Estamos de bom
humor enquanto arrastamos os filhos da puta de volta para casa.
Assim que quebramos a linha das árvores em minha terra limpa,
Payne se aproxima de nós. Alguns dos caras ficaram para trás, já
que estamos em alerta máximo. Katana assumiu o portão e Payne
estava de olho em Hadley.

“Matamos dois...” começo, mas Payne me acena.

“Eu tenho um dos homens de Putnam.”

Meu sorriso é apagado enquanto eu rosno. “Que porra é


essa?”

“O idiota entrou na propriedade. Superou Katana


surpreendentemente. Ele estava rastejando pela lateral da casa
quando eu o vi.”
“Ele ainda está vivo?” Filter pergunta, ficando ao meu lado.

“Claro”, Payne se encaixa. “Embora tenha sido difícil não


esmurrar seu maldito rosto. Ele está no matadouro.”

Dou-lhe um aceno cortante. “Pegue o cervo. Encontro vocês


lá fora.”

Rompendo com o grupo, entro em casa. Stormy está voando


pela casa. Hadley parece jovem pra caralho sem maquiagem e
pegando a espuma de laranja com o dedo.

“GC”, eu grito. “Seu amigo veio vê-la.”

Stormy rodopia, preocupação no rosto. “O que?”

Isso não diz respeito a ela, então a ignoro.

“Coloque uma roupa”, eu grito. “Você precisa ver isso.”

Stormy inclina a cabeça para Hadley, o medo brilha em seus


olhos. Sabiamente, ela não diz uma palavra. Hadley se levanta da
mesa, chupa o resto de laranja do dedo e depois se aproxima de
mim. Eu dou um tapa na sua bunda enquanto passa. Ela olha por
cima do ombro para mim, olhos questionando se vou segui-la.

Porra.

Eu não queria, mas vou mesmo assim.

Nós vamos para o quarto e ela começa a tirar o vestido. Meu


pau endurece quando percebo o esperma seco em suas coxas. Isso
me faz querer lambê-la.

“Deite-se”, eu grito bruscamente.

Ela franze a testa para mim. “Eu pensei que estávamos


saindo.”

“Tire sua calcinha.”

Com os lábios pressionados, ela se afasta do material.


Completamente nua. Porra, ela é gostosa. Eu aceno na cama. Ela
solta um suspiro pesado e irritado, lembrando-me de Blaire. Isso
me faz querer avermelhar sua bunda.

“Abra suas pernas e deixe-me ver minha buceta.”

Ela obedece porque é melhor ser uma boa menina do que


ser uma menina má. Sua buceta, ainda ligeiramente rosada por
ser fodida, se abre como uma linda flor. A excitação brilha em sua
abertura. Caio de joelhos ao pé da cama e agarro seus quadris.
Ela solta um grito quando eu a arrasto até a beirada. Afasto as
coxas dela, abrindo-a bruscamente para mim. Um pequeno
gemido escapa quando eu inspiro sua buceta.

Ela cheira a pecado e a mim.

Tenho sede dela.

Sacudindo minha língua para fora, eu provo seu doce mel.


Deveríamos estar comendo nossa refeição de Ação de Graças
agora, mas, em vez disso, tenho que lidar com o maldito homem
de Putnam. Isso terá que ser o meu sustento.

“Você tem o meu gosto”, murmuro contra os lábios da sua


buceta. “Pecador e sujo.”

Ela geme quando eu arrasto minha língua ao longo de sua


excitação. Eu circulo e provoco seu clitóris. Seus dedos arrancam
meu gorro e ela os enfia no meu cabelo. Usando meus polegares,
afasto seus lábios externos para me dar acesso direto a toda a pele
macia escondida embaixo. Eu chupo e lambo tudo, querendo
provar cada centímetro dela. Ela grita quando eu lambo sua
bunda. Sorrio contra sua pele, pressionando um beijo suave na
área enrugada, antes de voltar para sua buceta. Eu empurro
minha língua dentro de sua buceta apertada, deleitando-me com
o meu gosto salgado que ainda permanece. Meu pau está doendo
na minha calça. Eu fodo sua buceta com a minha língua até que
ela choraminga. Só é preciso dois movimentos de especialista em
seu clitóris para que ela goze. Uma inundação do seu doce mel
encharca minha língua que ainda está empurrada profundamente
dentro dela enquanto sua buceta se aperta com o orgasmo.

Eu quero arrastá-la para fora da cama e foder seu rosto,


mas a necessidade de reivindicá-la vence. De pé, tiro minhas
roupas até ficar tão nu quanto no dia em que nasci. Passo um
braço embaixo dela, arrastando-a para cima da cama e me
acomodando entre suas coxas. Seus olhos estão nublados e sua
boca carnuda pra caralho. Eu a beijo com força, permitindo que
ela prove sua doçura. Ela geme e mexe os quadris.

Chegando entre nós, pego meu pau latejante e esfrego ao


longo de sua fenda molhada. Eu provoco seu rabo, com a ponta
do meu pau, mal pressionando contra ela e fazendo-a arranhar a
merda dos meus braços.

“Eu poderia te foder aqui. Agora mesmo. Você não tem como
negar isso”, eu provoco. “Você choraria como uma garotinha.”

Ela choraminga, lágrimas brotando em seus lindos olhos.


“Isso dói. Você é tão grande.”

Eu sorrio para ela, empurrando um pouco mais fundo.


Lágrimas escorrem por suas têmporas, mas ela não me afasta.

“Implore para eu te machucar, Hadley.”

“Koyn.”

Meu pau está dentro da sua bunda. Ela é tão apertada e


gostosa. Sou um bastardo cruel. Eu nem sequer a lubrifiquei.
Deve queimar como o inferno.

Eu me puxo e roço em sua buceta, fazendo-a ofegar antes


de sair completamente. Agarrando meu pau, tento violar seu rabo
novamente. Ele aperta, recusando-me a entrada. O suor corre pela
minha testa e entra nos meus olhos.

“Hadley, abra essa porra para mim.”

Ela soluça, mas relaxa. “Machuque-me.”


“Boa menina”, eu louvo. Nós dois assobiamos enquanto
empurro em sua bunda. Suas unhas marcam minha pele com
força, sei que ela provavelmente está tirando sangue. “Pare de me
arranhar e espalhe sua bunda.”

Ela estremece e solta meus braços para obedecer. Uma


menina tão boa. Tão bonita e compatível. Seu corpo se abre, me
deixando entrar. Eu tenho que empurrar com força para conseguir
meu pau todo o caminho dentro dela. Seu corpo não me chupa,
tenta me espremer. Rejeitar-me. Foda-se isso. Ela é minha. Eu
aperto seus quadris com força, fazendo-a gritar.

Soluços tremem dela e seus dedos estão de volta em meus


braços.

“Dói, baby?”

Ela assente.

“Quer que eu pare?”

Ela balança a cabeça.

“Porque você gosta quando eu te machuco?”

Mais lágrimas. Mais soluços. Outro aceno.

“Isso é porque você é uma boa garota”, elogio. “Minha boa


menina. Leva um pau grande na bunda, mesmo que doa.”

Deslizo dois dedos em sua buceta, enganchando-a com eles.


Ela arqueia as costas para fora da cama, apertando sua bunda em
volta do meu pau. É fácil encontrar o ponto G dela. Praticamente
palpita com a necessidade de carinho. Eu o acaricio. Sua buceta
está escorregadia em volta dos meus dedos. Carente pra caralho.
Enquanto eu a fodo com meus dedos, balanço meus quadris. Ela
chora, treme e grita. Isso dói. Dói muito, e ainda assim ela anseia.
Porra, precisa disso.

“Goze em meus dedos, menina bonita, e eu vou gozar na


sua bunda. É isso que você quer? Ou quer que eu enfie meu pau
sujo na sua buceta? Você quer que eu te preencha para que possa
carregar meu filho? Você quer ser minha old lady, não é?”

Minhas palavras a enlouquecem. Ela se contorce,


choraminga e implora. Nada vindo da boca dela faz sentido.
Apenas palavras loucas e distorcidas misturadas com gemidos.

Eu a fodo com meus dedos até que ela se perca. Seu corpo
tensiona com seu orgasmo, espremendo a porra dos meus dedos
e pau. Sua excitação vaza por todos os meus dedos. Eu saio de
sua bunda, amando o grito que rasga de seus pulmões, antes de
substituir meus dedos pelo meu pau. Encho sua buceta
adolescente com o pau grande do Papai, sabendo que vou marcá-
la e preenchê-la como minha.

Ela me faz perder o controle.

E eu faço.

Neste momento, perco todo o senso de realidade.

Eu a fodo duro, machucando, punindo. Eu a fodo até seus


gritos se tornarem soluços. Então, eu gemo minha libertação. Eu
enfio meus dedos em seus quadris, prendendo-a enquanto moo
meu corpo contra ela, o mais profundo que posso ir. Meu pau
incha e depois libera cada pedacinho de esperma das minhas
bolas. Eu a encho até que esteja exausta e mole. Desmoronando
sobre ela, acaricio meu nariz em seus cabelos, tentando
memorizar seu perfume.

Eu não posso ficar com ela.

Não com esses filhos da puta chegando na minha


propriedade procurando-a.

Ela será pega no fogo cruzado.

Gentilmente, beijo sua orelha. “Boa menina. Tão boa pra


caralho. Agora vista-se. Nós vamos ver seu amigo.”

“Ele não é meu amigo”, ela diz teimosamente.


“Então não vai incomodar você me ver matá-lo.”

Todo mundo olha para mim quando entro no matadouro


com Hadley debaixo do braço. Ela trocou a roupa para jeans e um
capuz. A garota está pegajosa pra caralho agora que eu a peguei
com meu pau. Seus dedos ficam emaranhados na minha camisa
e sua cabeça descansa contra mim. Não posso dizer que odeio isso.
É bom tê-la colada ao meu lado. Bom demais.

Eu dou um tapa em seu traseiro dolorido, o pequeno


traseiro que eu arrasei apenas quinze minutos atrás, fazendo-a
choramingar. “Vá se sentar ali perto de Bermuda.”

Bermuda corre para o banco e bate na madeira. Dou-lhe um


olhar de aviso, que ele, sem dúvida, interpreta. Ela praticamente
cheira ao meu perfume. Meu esperma escorre de sua buceta ainda,
porque eu não a deixei limpar. Quero que eles cheirem minha
reivindicação sobre ela.

“Prez pegou uma buceta”, Dragon diz com uma risada.


“Deve ser legal.”

Eu o ignoro para ir até o homem sentado em uma cadeira


em frente à lareira agora em chamas. Ele tem um saco na cabeça
e foi amarrado à cadeira com uma corda implacável.

Arrancando o saco da cabeça, eu olho para ele.

“Hammer?” A porra da minha garota resmunga. “Por que


você está aqui?”

Seu rosto está sangrando e machucado, sem dúvida foi


trabalho de Payne. “Vim para você, vadia. Sentiu minha falta?”

Ela treme e Bermuda a abraça. Normalmente, eu fico


chateado com Bermuda tocando-a, mas estou mais zangado com
o modo como Hammer a olha como se ela fosse um pedaço de
carne que ele quer comer.

Minha.

Vou até uma serra pendurada em um gancho antes de virar


um olhar perverso para ele. “Hammer, hein. Você parece mais
uma serra.1”

Os olhos dele se arregalam. “Cara. Que porra é essa?”

“Eu digo a mesma coisa. Você veio à minha propriedade. É


preciso grandes bolas para fazer isso.”

“O que você quer? Informação?” Ele olha a ferramenta com


cautela. “Eu não sou leal a Magna.”

“Aparentemente é leal o suficiente para vir aqui”, resmungo.


“Por que ele quer Hadley?”

Ele balança a cabeça. “Eu não sei. Por que ele quer a buceta
dela?”

“Errado.”

“Eu disse que não sei, porra!”

Dou um passo em sua direção e ele estremece. Dragon ri.

“Ela é valiosa para ele?” Exijo.

“Eu não sei, cara. Vamos... Vamos conversar sobre isso.”

“Estou tentando, mas você não tem as respostas que eu


quero.”

Ele começa a lutar quando me ajoelho na frente dele. Seu


pulso está preso à cadeira. Alinho a tira de metal irregular da serra
logo depois da corda, onde seu pulso encontra sua mão. Seus
gritos são de outro mundo quando começo a cortar carne e osso.
Não demora muito para que sua mão caia na terra.

1
A autora faz um trocadilho com o nome de Hammer que em inglês significa martelo.
“Dragon”, resmungo. “Fogo.”

Dragon ataca na mão. Ele dá um tapa na cara de Hammer


algumas vezes, rindo loucamente. Payne sobe com fita adesiva e
começa a estocar o toco sangrento com a fita. Hammer continua
a gritar. Dragon tem uma expressão divertido demais fodendo
Hammer com seus próprios dedos antes de jogar a mão no fogo
sem cerimônia.

“Diga-me por que Putnam quer a garota”, digo calmamente


para Hammer.

Ele engasga com os soluços, mas assente rapidamente.


“Ele... Ele a ama como uma sobrinha.”

Suas palavras me assustam. “O que? Ele ia transar com ela


eventualmente.”

“Você pode culpá-lo?” Hammer engasga. “Ela é gostosa.”

Cerrando os dentes, caio no joelho. Ele começa a gritar


novamente quando eu começo a serrar por sua perna, logo abaixo
do joelho. O homem se debate sem sucesso. É preciso um pouco
de esforço, mas eu finalmente o solto da perna. Dragon pega feliz
e joga no fogo. Payne está de volta com mais corda para servir
como torniquete. Esta não é a nossa primeira tortura.

“O que devo cortar a seguir?” Eu provoco. “Seu pau?”

Hammer, o grande motociclista malvado, desmaia.


DEZESSEIS

Hadley

Eu vou vomitar.

Isso é doentio.

E pensei que Magna era um psicopata. Koyn está no topo


da lista de psicopata agora, com seus amigos logo atrás. Bermuda
me abraça mais apertado como se ele pudesse acalmar meu
coração irregular.

Isso nunca vai se acalmar.

Não depois de testemunhar tais horrores.

Um dos caras está fazendo algo nas sombras. Eu vejo o


movimento de uma chama. Eu sou incapaz de olhar, pois estou
focada apenas em Hammer. Filter aparece com uma seringa. Seus
traços são sombrios e ferozes quando ele se aproxima de Hammer.

“O que é isso?” Eu sibilo para Bermuda.

“Metanfetamina. Vai acordar o rabo dele. Prez não terminou


com ele.”

Eu me encolho quando Filter enfia a seringa no braço bom


de Hammer. Ele pressiona a agulha na pele e empurra o conteúdo.
Como um homem sendo eletrocutado, Hammer sacode e seus
olhos se abrem.
“O que. Oh. Foda-se?!” Ele ruge, mais uma vez se debatendo.

“Estávamos na parte em que você estava me dizendo por


que Putnam quer Hadley”, Koyn diz em uma voz fria. “E então você
me dirá onde diabos ele está.”

“Foda-se”, Hammer cospe. “Foda-se todos vocês.”

Koyn encolhe os ombros e começa a serrar no ombro do


braço de Hammer, do qual ele pegou a mão. O homem grita, mas
não desmaia. Mesmo quando Koyn rasga o apêndice com um
grunhido. Desta vez, Koyn joga a parte do corpo no fogo.

“Ele continuará tentando tirá-la de mim?” Koyn pergunta.

Hammer apenas o encara.

“Burro teimoso. Eu vou te matar agora, se você me der isso.”


As negociações de Koyn devem funcionar porque Hammer assente
enfaticamente.

“Sim. Ele a quer. Precisa dela. Agora, porra, coloque uma


bala na minha cabeça.”

Koyn sorri para ele, perverso e mau. “Isso é fácil demais,


foda-se. Eu não faço nada fácil.” Ele acena para Dragon e os dois
levantam a cadeira. Juntos, eles jogam Hammer na lareira gigante.

Gritos.

Tão alto.

Ele cai no fogo, ainda preso à cadeira. Os gritos são


doloridos e horrorizados. Eles ecoam dentro da minha cabeça.
Tudo o que posso fazer é olhar, lágrimas vazando dos meus olhos.
Eu odiava Hammer, mas isso é demais.

O edifício fica mortalmente quieto.

Então, os homens começam a sair. Bermuda sai do meu


lado e o frio envolve suas garras mortais em volta do meu coração.
Estou sozinha. Com Koyn. Isso me aterroriza.
“Por favor, não me mate”, eu choramingo quando ele
caminha para mim no momento em que o último cara sai.

Em vez de parar ou parecer ofendido, ele me persegue e me


levanta. Meu corpo inteiro treme. Eu desmaio, provavelmente por
medo. Quando desperto, estou agarrada em seu abraço apertado.

“Eu não vou te matar, GC.” Sua voz é suave. Calorosa.


Protetora. Paternal. “Faço o que preciso para mantê-la segura.”

Ele fala como um verdadeiro psicopata.

Eu já ouvi essas mesmas palavras antes.

“Faço o que preciso para mantê-la segura. Para mantê-la


minha.”

Um novo tipo de medo me invade e se une a este com Koyn.


E por causa desse medo do passado, eu me agarro ao medo na
minha frente como se fosse o mais seguro dos dois. Eu também
estou desequilibrada. Que menininha torcida se apega a um
monstro?

“Estou com medo”, digo a ele, tremendo tanto que meus


dentes batem.

Ele desliza suas mãos molhadas e ensanguentadas nos


meus cabelos e puxa minha cabeça para trás. Seus olhos escuros
estão sombreados, de costas para o fogo. É como se eu estivesse
contemplando os olhos de um demônio. Ele é tão quente e seguro,
no entanto. Porra, estou perdida.

“Shh”, ele murmura, deslizando meu cabelo para trás do


rosto com o sangue de Hammer. “Eu vou mantê-la segura. Confie
em mim.”

Quase sorrio na cara dele.

Não acredito que deixei esse homem me foder.

Eu tenho que dar o fora daqui. Vou morrer tentando e tudo


bem, desde que eu não morra como Hammer.
“Vamos entrar na minha casa e aproveitar o nosso Dia de
Ação de Graças”, ele diz. “E então, amanhã, as coisas vão mudar
para você, Genworth.”

Eu congelo, lágrimas brotando nos meus olhos. “Koyn...”

“É hora de você ficar quieta, Nicolette.”

Encolhendo-me com o nome, eu rasgo meu olhar dele. Meu


coração galopa no peito. Não. Foda-se não. Como ele sabe meu
nome? Hammer não disse a ele. Oh Deus.

“Por favor, Koyn”, eu sussurro.

“Feche sua boca, linda. Você não tem permissão para falar.
Não agora. Estou com vontade de te punir. Nós dois sabemos que
não devo te punir quando estou furioso. Portanto, mantenha essa
boca bonita fechada. É a sua vez de proteger nós dois.”

Meus lábios tremem, mas eu os fecho, balançando a cabeça


rapidamente enquanto as lágrimas correm pelo meu rosto. Ele
beija minha testa e depois lambe minhas lágrimas.

“Boa menina.”

Entramos na casa, de mãos dadas. Estou chocada.


Congelada de medo. Como um animal se estrangulando na trela à
qual está amarrado. Quando ouço a voz de Stormy, eu me encolho,
escondendo meu rosto contra a camisa manchada de sangue de
Koyn.

“O que você fez?” Stormy grita. “Você a machucou?”

Filter se encaixa em ação. “Agora não, Stormy!”

Koyn fica tenso. Foda-se, todo mundo fica.


“O que você vai fazer sobre isso, Jeremy?” Ela grita, suas
palavras dirigidas a Copper. “Diga-me o que diabos você vai fazer”

A mão de Filter passa por sua boca e ele a arrasta, chutando


e gritando. Os homens trocam alguns olhares desconfortáveis.

“Quer me dizer como diabos ela sabe o seu nome?” Koyn


exige, sua voz um rosnado baixo.

“Foda-se, se eu sei”, Copper retruca. “Ela é intrometida pra


caralho.”

“A trama engrossa”, Dragon canta como se estivesse em um


show da Broadway.

“P-posso tomar um banho?” Eu falo.

Todos os olhos pousam em mim.

“Não até você comer”, Koyn diz em um tom mandão e


paternal. “Bermuda. Faça um prato para ela.”

Koyn me leva até a mesa da cozinha e depois se senta. Ele


me puxa para seu colo, me fazendo montar nele. Seus olhos
castanhos são selvagens e desequilibrados. Eu não o reconheço
assim. Por que eu sempre me meto em situações terríveis?
Momentos depois, um prato é estendido na mesa atrás de mim.

Koyn passa por mim para pegar o garfo. Ele pega um pouco
de comida e começa a me alimentar. A bile está na minha garganta
e meu estômago revira. Através das minhas lágrimas, ele me
alimenta. Eu engulo tudo porque tenho medo do que vai acontecer
se não o fizer. Quando estou cheia, choramingo e imploro com os
olhos.

Ele sorri e acaricia meu cabelo. “Tudo pronto, baby?”

Concordo, derramando mais lágrimas.

“Vamos limpá-la e arrumá-la para dormir.”


Quando nosso banho termina, estou quase catatônica. E
estou sucumbindo às suas carícias gentis e palavras doces.
Loucura sempre encontra uma maneira de se esconder dentro de
mim. Depois que nos secamos, ele me carrega como uma noiva,
meu corpo nu para sua cama grande. Como se eu fosse sua
garotinha, ele me abraça antes de se juntar a mim. Seu estômago
ronca e me lembra que ele não comeu quando eu comi.

“Você está quieta”, ele diz, acariciando a palma da mão


grande sobre o meu peito. Meus mamilos endurecem em resposta.
“Muito quieta.”

“Oh.”

“Eu gosto quando você faz barulhos.”

Minha respiração trava quando a palma da mão dele desliza


pelo meu abdômen. Tudo em minha mente grita para eu afastá-lo,
mas meu corpo anseia por seu toque. Isso não faz sentido. Estou
fodida na cabeça. Eu suspiro quando seus dedos esfregam meu
clitóris. Um pequeno miado me escapa.

“Boa menina. É isso que eu gosto. Você vai me deixar te


foder uma última vez?”

Uma última vez?

“Por favor, não me mate.”

Sua boca pressiona a minha. “Garota boba.” Ele bate a


língua para fora, dominando a minha com a dele. Facilmente ele
toca meu corpo enquanto me beija. Com rapidez embaraçosa, eu
gozo, gritando em sua boca. Ele devora todos os sons.

Então, ele está entre as minhas coxas.


Amplo.

Potente.

Poderoso.

Tudo o que posso fazer é abrir minhas coxas e recebê-lo.


Em algum nível doente, preciso disso. Eu preciso dele. Sua boca
exigente ultrapassa a minha e me distrai das minhas horríveis
lembranças. Ele desliza seu pau ao longo da minha fenda de uma
maneira provocadora.

“Você é a coisa mais doce, Hadley.”

Eu me deleito com seus elogios, precisando dele dentro de


mim mais do que meu próximo suspiro. Fodida na cabeça. Tão
fodida na cabeça. Ele obedece empurrando seu pau dentro do meu
corpo escorregadio. Eu absorvo cada centímetro dele como uma
prostituta gananciosa. Eu o beijo mais forte. Feroz. Com mais
necessidade do que nunca. Em vez de me foder como um louco
como antes, ele empurra suavemente como se estivesse tentando
memorizar cada momento.

Isto me deixa triste.

Ele realmente vai me matar.

Eu não quero morrer.

Quero ficar aqui com ele, eu percebo. Não quero vê-lo


assassinar pessoas, mas ainda quero ficar. É o melhor lugar que
já estive há algum tempo.

“Veja como você é doce no meu pau”, ele canta. “Tão minha.”

Caio em suas palavras ternas, acariciando meus dedos por


seus cabelos. “Sua.” Por favor, mantenha-me. Por favor.

Ele me beija como se pudesse.

Possessivo. Cuidadoso. Minucioso.

“Porra, querida, eu vou gozar.”


Tão legal. Tão gentil.

Eu o odeio.

Não odeio.

Um soluço sai da minha garganta e ele a beija. Seus dedos


deslizam entre nós e com movimentos especializados, ele me leva
ao orgasmo novamente através das minhas lágrimas e emoções.
Eu gozo com um som sufocado. Seu pau parece inchar e então ele
está bombeando seu gozo em mim.

Quente.

Furioso.

Reivindicando.

Não estou tomando pílula. Ele não parece saber o que é um


preservativo. Ou ele planeja me manter, ou vai me matar. Homens
não transam sem proteção, a menos que não se importem com as
consequências. Ou ele não se importa que eu possa ter seu bebê,
ou nunca vou viver para ver esse dia de qualquer maneira.

Eu o odeio.

Não odeio.

Egoisticamente, eu o abraço como se pudesse mantê-lo.


Como se pudesse convencê-lo a mudar de ideia. Como se pudesse
fazê-lo ver o que importa.

Ele desliza para fora, seu pau arrastando uma trilha de


umidade sobre a minha coxa antes de se instalar ao meu lado.
Sua boca encontra minha têmpora e ele me beija.

“Durma, GC. Amanhã será um grande dia.”

Desmaio segundos depois, mesmo com pavor do que o


amanhã trará.
DEZESSETE

Koyn

Ela se parece com um anjo.

Com seus lábios rosados e cheios fazendo beicinho e seus


cílios escuros espalhados por suas bochechas, ela parece tão
inocente. Ela é inocente. E se eu não a desembaraçar de mim, ele
a matará.

Foi por isso que enfiei as pílulas para dormir em sua


garganta no meio da noite. Ela se debateu e lutou comigo. Assim
que ela as engoliu, prendi seu corpo embaixo de mim e sussurrei
garantias enquanto acariciava seus cabelos. Eventualmente, ela
sucumbiu aos efeitos das pílulas.

Duas horas depois, e ela está desmaiada.

Tomo um banho rápido, perco-me na lembrança de sua


bunda apertada e depois visto um jeans escuro, uma camiseta
preta, minhas botas de combate e meu colete. A casa está quieta.
Saio no ar da noite e fumo metade do meu maço de cigarros antes
de Copper se juntar a mim. Ele fica quieto por um longo tempo.
Eventualmente, ele limpa a garganta.

“Você a está levando para casa.”

Dou-lhe um aceno cortante. “É o melhor.”


“Sim.”

“Você não acha?” Meu peito aperta, mas eu ignoro.

“Não, acho que é o melhor. A garota...” Ele suspira. “Ela não


traz exatamente as melhores qualidades em você, irmão.”

Eu me viro para encarar meu irmão mais velho com uma


careta. “O que diabos isso quer dizer?”

“Você enlouquece ao redor dela. O MC, eu, o passado, nada


disso importa quando ela está nos seus olhos.”

Dou de ombros e dou outra tragada. “Então?”

“Não é como Ellie...”

“Pare.”

“Eu não vou. Você precisa ouvir isso.”

“Não vá me foder como o policial durão agora, Jeremy. Você


sabe tudo o que eu fiz, tudo o que você fez. Nós estivemos nisso
juntos. Esse tempo todo.”

Ele suspira pesadamente. “Ainda estamos nisso juntos,


cara. Não estou deixando sua bunda. Nunca vou. Você pode ficar
com a garota e transar com ela para sempre, se é isso que te faz
feliz.” Ele aperta meu ombro. “Mas você está cego por ela. Ela te
deixa fraco.”

Eu me afasto do seu alcance. “É por isso que estou


mandando ela para casa, para o pai dela. Ele é legítimo?”

Copper assente. “Eu verifiquei ele. Marron Genworth. Ele


dirige a Genworth Enterprises. Empresa de bilhões de dólares. O
cara está feito na vida. Há um relatório de pessoa desaparecida
arquivado para Nicolette Genworth. Os arquivos afirmam que o
homem está perturbado. Ele perdeu sua esposa devido a uma
overdose, então sua filha é tudo o que tem.”

“Hadley é apenas um nome inventado?”


“Nah, é o nome do meio dela.” Ele estende a mão e eu lhe
dou meu cigarro. Depois que dá uma tragada, ele devolve.
“Genworth vive em uma maldita fortaleza.”

Eu morei em uma também e minha família ainda foi tirada


de mim.

“Hmm”, é tudo o que digo, não convencido.

“Equipe de segurança privada. Paga mais por eles do que a


Casa Branca paga pelo Serviço Secreto. Ela estará segura lá.”

“Alguma palavra sobre Putnam?”

“Ainda não, mas tenho verificado alguma conversa local


sobre motociclistas. Putnam vive pela violência, então, aonde quer
que vá, ele causará um rebuliço. Nós vamos pegá-lo.” Ele me
assegura.

Dou outro trago forte no cigarro antes de jogá-lo no chão e


apagá-lo. “Como Stormy sabia seu nome?”

Ele endurece. “Eu não sei, porra. Vou descobrir.”

“Onde ela está?”

“Filter a levou para o quarto deles e estão lá em cima desde


então.”

Filter cuidará disso. Ele é leal a mim, não a uma prostituta


intrometida. Eu sabia que ela estava sempre ouvindo.

“Desde que você está acordado, tome um café e vamos fazer


essa merda.”

“Agora? Como vamos levá-la para lá?”

“Eu coloquei uma merda para nocautear ela por horas.”

Seus lábios se apertam em uma careta de desaprovação,


mas ele assente. “Dê-me cinco minutos.”
A luz do dia quebra quando o GPS nos leva por um longo
caminho em direção ao palácio de Genworth. Não digo palácio por
ironia. É dez vezes maior do que minha enorme propriedade há
dez anos. O cara é bilionário, então não é surpresa. O portão é
enorme e fortemente guardado com guardas armados. Saber que
ela estará segura me deixa relaxado. Lanço um rápido olhar para
o banco de trás. Ela dorme pesadamente ainda. Eu vesti um dos
meus capuzes e calças de moletom em seu corpo adormecido. As
roupas a engolem, mas isso me faz sentir bem, sabendo que ela
está coberta da cabeça aos pés com minhas coisas.

“Posso ajudá-lo?” A voz no interfone diz em um tom hostil.

“Estou aqui para ver Genworth.”

“Você tem que marcar uma consulta com a secretária dele


durante o horário comercial.”

“Eu tenho Nicolette. Estou entregando-a para ele. Deixe de


me foder ou vou virar minha bunda e mantê-la.”

Ele não responde.

Por cinco longos minutos, não recebemos resposta. Ainda


assim, esperamos.

O portão se abre e Copper me dá um olhar cauteloso.

“Eu não gosto disso”, resmunga Copper.

“Você não gosta de nada.”

Dirijo sua caminhonete pelo portão, descendo a longa


entrada para o castelo de Genworth. Dois SUVs pretos estão
estacionados na frente, com vários homens ao lado deles. Eles
parecem prontos para a guerra.
Eu não estou aqui para guerra.

Estou trazendo um presente.

Como pai e homem que teve tudo, sei que presente


verdadeiramente inestimável é esse.

Depois de estacionar a caminhonete de Copper, saio,


ignorando as armas apontadas para mim. Abro o banco traseiro e
puxo o corpo magro de Hadley em meus braços. Vários dos
homens xingam quando percebem que eu não estou blefando.

Ela se mexe, gemendo um pouco, mas não acorda.

“Onde está Genworth?” Eu exijo.

Um homem avança como se ele fosse tirar Hadley de mim,


mas balanço a cabeça para ele. Ele franze a testa, mas assente.

“Entre.”

Copper e eu o seguimos pelos degraus e pela enorme porta


de mogno. Entramos em uma abertura cavernosa que leva a uma
área com dois conjuntos de escadas que levam ao segundo andar.
No centro da área, há uma grande escultura de mármore, um
homem montado em um garanhão que está empinando.

O homem caminha até uma porta fechada e bate. “Senhor.


Eles estão aqui.”

Alguns momentos depois, a porta se abre e um homem sai.


Ele está vestindo um terno, mas seu cabelo está despenteado
como se ele tivesse acabado de acordar. Bolsas escuras circundam
seus olhos e seu rosto está marcado por rugas.

“Hadley”, ele engasga, a mão voando para o peito. “Por favor,


não a machuque.”

Copper e eu trocamos um olhar desagradável.


“Eu a trouxe pra você”, estalo, chamando a atenção do
homem. “É um tipo de insulto insinuar que eu a machucaria
agora.”

Seu rosto enruga em confusão. “Sou Marron Genworth.


Bilionário. As pessoas fazem o trabalho de machucar o que é meu.”
O medo brilha em seus olhos castanhos que combinam
exatamente com os dela.

“Putnam a quer”, eu grito. “Você pode prometer que ela está


segura com você?”

Ele pisca rapidamente para mim. “Eu sou o pai dela.”

“Nenhuma merda, Sherlock. Ela está segura aqui?”

Lentamente, ele assente, como se estivesse tentando me


entender. “Claro que ela está. Eu não vou deixá-la fora da minha
vista nunca mais. Ela tem dezoito anos agora. Não há necessidade
de ir para a escola. Se ela quiser uma educação, trarei alguém
aqui para dar a ela.”

“Homens nela. Dia e noite.” Eu aviso. “Porque no momento


em que você virar a cabeça, ele estará lá.”

“O que você quer?” Ele pergunta, sua atenção disparando


para a filha. Ele a olha como se quisesse avaliá-la por danos.

“A segurança dela.”

“É isso? Você não quer meu dinheiro?”

Esse filho da puta é arrogante como merda. “Eu tenho o


meu.”

Apesar do meu traje de motociclista, ele assente como se


acreditasse em mim.

“Bem, isso é tudo?” Ele pergunta, impaciência em seu tom.

“É.”

“Eu posso levá-la daqui.”


Balanço a cabeça. “Mostre-me o quarto dela. Vou colocá-la
lá na cama.”

O homem range os dentes, o rosto ficando vermelho, mas


me dá um aceno cortante, apontando para a escada à esquerda.
Eu o sigo, olhando todas as fotos de Hadley com a mãe e o pai
penduradas nas paredes. Vão desde quando ela tinha cerca de um
ano para dezesseis ou dezessete. Ela está com seu sorriso digno
de concurso em cada uma delas. No topo da escada, ele nos leva
por um longo corredor. Ele pega um conjunto de chaves e abre a
porta.

“Era difícil olhar para este quarto quando ela fugiu”, ele
admite, sua voz embargada. “Eu me recusei a deixar os
empregados entrarem aqui. Eu queria preservar o espaço,
preservá-la.”

A dor na voz dele mexe com algo no meu interior.

Parece familiar.

“Eu entendo”, garanto.

Ele estreita os olhos, mas depois assente. Entramos no


quarto dela e estou sem palavras. Isso me faz perceber o quão
jovem ela realmente é. Cartazes de bandas se alinham nas paredes.
Ela tem uma tonelada de prateleiras cheias de coroas e troféus
brilhantes. Roupas estão por todo o lugar, bagunçadas. Suas
gavetas estão abertas como se ela estivesse com pressa quando
fez as malas e saiu. A cama está amarrotada e latas de refrigerante
estão jogadas na mesa final.

Garota bagunçada.

Genworth pega o cobertor e o sacode, colocando-o no chão.


Então, ele retira as cobertas. Vou até a cama, inalando seu
perfume uma última vez antes de deitá-la. Afastando-me, eu
assisto amargamente enquanto ele cobre sua garotinha.

Não é minha.
Dele.

É uma pílula difícil de engolir, mas é o melhor.

Aqui, ela está a salvo de Putnam.

No meu complexo, ela está em perigo.

Estou apenas me afastando quando seus olhos se abrem.


Ela lentamente absorve o ambiente e abre os lábios. Uma lágrima
de traição vaza de seus olhos.

Eu já vi o suficiente.

“Adeus, GC.”
DEZOITO

Hadley

Não posso fingir que estou dormindo para sempre.

Faz horas e horas desde que Koyn e Copper me deixaram


no meu quarto. Fiquei tão arrasada que tudo que pude fazer foi
fechar os olhos e fingir que é um sonho.

Eu não estou aqui.

Eu não estou aqui.

Eu não sou ela.

“Senhor Genworth quer vê-la no jantar”, seu segundo em


comando, Renaldo, grunhe na minha porta. “É um evento black
tie.”

Sento-me, esfregando os olhos com o punho. “O que? Por


quê?”

“Uma celebração.”

Meu estômago revira violentamente. “Não quero comemorar


com todas essas pessoas.”

Renaldo ri. “Não tem todas essas pessoas. Só você e o Sr.


Genworth.”
Um arrepio ondula através de mim. Eu mascaro meu medo
com um assobio. “Bem, saia daqui, perdedor. Não vou me despir
na sua frente.”

O sorriso dele se amplia. “Você sabe que eu vi tudo.”

Pego um dos controles remotos da mesa final e o jogo. Ele


fecha a porta e ela bate na madeira. Espero o lembrete familiar de
que estou na prisão.

Clique.

Trancada dentro.

Filhos da puta.

Em pernas trêmulas, eu ignoro as batidas na minha cabeça


de quaisquer comprimidos que Koyn enfiou na minha garganta, e
vou para o meu banheiro. Tiro a roupa confortável de Koyn e
franzo a testa para o meu reflexo. Estou cheia de hematomas e
marcas de dentes. Seu esperma está manchando minhas coxas,
seco e duro. Lágrimas caem bem nos meus olhos.

Como ele pode fazer isso comigo?

Eu ligo o chuveiro e me abraço. Vou precisar de um novo


plano. A última vez foi por pura sorte que eu consegui escapar das
garras gananciosas do meu pai. Agora, ele realmente fortalecerá
este lugar em seus esforços para me manter detida. Entro no
chuveiro e deixo o spray quente lavar toda a dor. Muita dor. É
como se todos os homens horríveis do mundo me encontrassem.
E eles querem se alimentar de mim. Querem me usar e abusar.

Rapidamente, lavo meu cabelo e depois meu corpo. Minha


buceta está dolorida por todas as pancadas que levou de Koyn e
minha bunda também. Gostaria de saber quanto tempo vou usar
as lembranças dele no meu corpo. Depois do banho, entro no
modo filha socialite. Cabelo. Cara. Unhas. Pele. Eu gasto uma
quantidade ímpia de tempo atendendo às especificações do papai.
Ele só aceita perfeição. Apenas pergunte a minha mãe. Ela nunca
conseguiu atingir o nível que ele exigia, daí o motivo de ter tirado
a própria vida. Então, sua obsessão passou dela para mim.

Os machucados no meu pescoço e seios estão muito


escuros para encobrir. Não que eu queira. Uma pequena parte de
mim anseia por se rebelar contra meu pai. Para que ele saiba que
eu fui para aquele mundo e fui usada por homens. Vai ser o pior
pra você. Com um sorriso, procuro no meu armário o vestido mais
revelador, para mostrar todas as minhas contusões. Eu me
acomodo em um vestido de seda vermelho justo. Pendura nos
ombros e mergulha no peito. As fendas estão altas em cada lado
da saia longa, revelando todos os machucados de impressões
digitais que Koyn deixou para trás. Entro em sapatilhas Jimmy
Choo e depois visto minhas orelhas e pulsos com joias brilhantes.
Uma pontada de perda me atinge no estômago quando percebo
que minha tiara foi deixada na casa de Koyn.

Eu pisco as lágrimas e endireito minha espinha. Não posso


ser fraca. Aqui não. Vou até minha porta e bato, sabendo que
Renaldo espera. Com um clique suave, ele abre a porta e lança
seu olhar ganancioso em mim.

“Cubra isso”, ele diz.

“Eu já tentei,” minto. “Agora mova-se, imbecil.”

Ele me permite passar por ele. Eu ando pelo corredor com


falsa coragem. Por dentro, estou tremendo. Não quero ver meu pai.
Não quero estar aqui. Cuidadosamente, desço as escadas e entro
na sala de jantar. Papai senta na ponta da mesa. Uma cadeira foi
colocada ao lado dele. Todas as outras cadeiras foram removidas.
Uma garrafa meio vazia de conhaque está sobre a mesa e seu rosto
está vermelho, o que significa que ele está a meio caminho de ficar
fodido.

Ótimo.

Ele vira a cabeça e aponta para a bochecha. Como o


cachorro treinado que sou, vou até ele e dou um beijo molhado lá.
Antes que eu possa me afastar, sua mão captura minha garganta.
Seus olhos vermelhos percorrem minha pele exposta, fazendo-o
rosnar de fúria.

“Koynakov fez isso com você?”

Koynakov?

“Sim.”

“Filho da puta.” Ele acaricia meu pescoço. “Para voltar para


mim?”

Afasto-me de seu abraço e esfrego a dor. “O que? Não. Por


que você diria isso?”

“Francis, traga o jantar. Minha filha está faminta.”

Estou acostumado a ele me ignorar ou mudar de assunto.


Desta vez, não me importo, porque significa que ele me deixará em
paz enquanto comemos.

Mas o que acontecerá depois de comermos a refeição?

Depois de um jantar exaustivo assistindo meu pai ficar


bêbado e falando sobre a porra de quão rico ele é, eu consigo
escapar de volta para o meu quarto. Embora esteja trancada de
volta lá dentro, parece um paraíso. Tiro o vestido e visto uma
camisola antes de cair na cama. Jogo-me na cama e adormeço
sonhando com Koyn.

Mãos quentes na minha barriga.

Segue até os meus seios.

Eu gemo e empurro minha bunda, buscando a sensação do


seu pau pressionado contra mim. Ele pressiona em mim, seus
dedos apertando meus mamilos. Eu imploro e imploro para ele
empurrar dentro de mim. Para vir e me fazer dele. Ele ignora meus
pedidos, mas desliza a mão entre as minhas coxas. Esfrega e
esfrega até que eu esteja choramingando de prazer.

Mais.

Eu preciso de mais.

Ele arranca meu vestido e me empurra de costas. Seu corpo


se aninha entre as minhas coxas. Eu ouço o rasgo familiar do
pacote da camisinha antes que ele a role em seu pau.

Espere.

Não.

Koyn não

Todos os pensamentos me escapam quando ele empurra todo


o caminho dentro de mim. Eu corro o mais rápido que posso na
minha cabeça. Longe. Longe. Oh, Deus. Tão longe. A cada impulso,
ele me lembra que eu pertenço a ele em todos os sentidos.

Eu quero gritar, mas ninguém virá. Eles nunca fazem.

Em vez disso, dou um tapa, arranho e empurro sem sucesso.


Ele facilmente me derruba, me chama de Juliette e geme sua
libertação. Então, ele puxa para fora de mim, tropeçando para tirar
a camisinha. A luz do banheiro acende. Eu o ouço fazer xixi. Tosse.
Ele limpa a garganta. Então o quarto escurece novamente.

Eu permaneço congelada na cama, presa entre sonho e


realidade. O latejar entre minhas coxas me lembra que não é um
sonho. Lágrimas quentes escorrem pelas minhas têmporas
enquanto mordo com força o lábio para não soluçar. Por favor vá
embora.

“Boa noite, querida”, ele insulta. “Vejo você no café da


manhã.”

Clique.
No momento em que ele sai, eu me enrolo em uma bola e
arrasto o travesseiro para o meu rosto. Eu choro e grito, desejando
poder sufocar.

Estou no inferno.

Koyn me entregou.

Dois meses depois…

Eles tiraram todas as coisas afiadas. Minhas coroas e


troféus podiam ser usados como armas. Ou ferramentas para
autodestruição. Os espelhos foram removidos porque o vidro está
ruim. Meu quarto foi despido a nada. Quando me comporto, tenho
permissão para comer com meu pai e ir com ele até o seu escritório.
Às vezes, ele me permite navegar na Internet porque me impede
de fazer perguntas. Eu uso esse tempo para procurar minha
obsessão.

Koyn.

Ou devo dizer Jared Koynakov?

Todas as fotos dele são de dez anos atrás. Ele era muito
parecido com meu pai, um magnata dos negócios. Rico. Famoso.
Reverenciado. Em seus ternos caros, ele era de dar água na boca.
Tão longe da versão áspera e perigosa de si mesmo. Pelas minhas
caçadas, soube que sua esposa e filha foram brutalmente
assassinadas e ele desapareceu depois disso. Fechou a empresa e
se aposentou. Seu irmão é Jeremy Koynakov, agente federal do
FBI. Eu me lembro dele vestindo a jaqueta do FBI quando eles me
levaram, mas agora está confirmado. Eu me pergunto se o FBI
sabe que merda ele faz nas horas vagas.
Estou deitada na cama, olhando para a parede, pensando
em todas as informações que encontrei sobre Koyn quando ouço
vozes. Profunda e alta. Minhas batidas cardíacas aumentam
quando a esperança entra no meu coração.

Koyn.

Ele veio para me salvar.

Sento-me na cama, sem me preocupar em esconder minha


nudez. As roupas foram tiradas de mim dias depois que voltei.
Passei tanto tempo sem, que nem sinto mais falta delas. Tudo o
que importa é ver o rosto bonito de Koyn. O brutal "X" cicatrizado
em seu rosto. Eu quero rastejar em seu colo, empurrar seus
cabelos escuros para o lado e beijar todas as cicatrizes. Implorar
para que ele me leve de volta para casa.

Clique.

“Você tem um convidado, senhorita Genworth”, Renaldo


resmunga, a raiva entrelaçada em seu tom.

Eu sorrio para Renaldo. “Deixe-o entrar.”

Meu sorriso cai quando ele sai do caminho. Um motociclista


entra, mas não é o meu motociclista. É Magna. Seus olhos estão
selvagens. A faca que ele empunha é maior que meu antebraço.
Eu suspiro em choque.

Sua raiva derrete quando ele olha meu corpo nu. “Perdeu
muito peso, rainha da beleza.”

Eu levanto meu queixo e olho para ele. “Saia da minha casa,


porra. Meu pai vai matar você.” É uma ameaça vazia e ele sabe
disso.

Ele lança um sorriso predatório para mim. “Foi ele quem


deu permissão ao seu guarda-costas para me deixar entrar. Um
acordo é um acordo, afinal.”

“Que acordo?” Eu exijo, puxando o lençol sobre meu corpo.


“Você.”

Balanço a cabeça. “Não. Você pode me matar.”

“Não, matá-la não faz parte do acordo.” Ele desabotoa as


calças. “Mas isso faz.”

Recuando, quase caio do lado da cama na minha tentativa


de escapar. Ele leva o seu tempo, divertido com o meu medo,
enquanto tira as roupas. Meu coração dispara dentro do peito.

“De joelhos, rainha da beleza.”

“Não”, eu assobio. Então, grito para Renaldo. “Socorro!”

Magna ri. “Ninguém vai ajudá-la.”

E então ele ataca. Rápido como um raio. Sua mão me bate,


me fazendo voar contra a parede. Estou tonta com o golpe e pisco
o meu torpor. Ele me bate de novo, desta vez com o punho. A dor
explode na minha bochecha quando sou empurrada na minha
bunda. Viro e rastejo para longe, indo para a cama, esperando
escapar.

É então que seu corpo pesado cobre o meu.

Nu.

Pele na pele.

Não.

Eu saio.

Desligo-me completamente.

Desisto.

Essa vida é demais.

Estou vagamente consciente da dor. O alongamento. Um


pau nu dentro de mim. Fodendo forte e cruelmente. Minha mente
se volta para Koyn. Pelo menos aquela dor, eu gostei. Eu ansiava
aquela dor.

Segundos parecem horas.

Minutos levam eternidades.

Quando penso que estou completamente morta por dentro,


sinto a inundação de calor. Espero por mais abuso. Uma lâmina.
Provocação.

O que eu recebo é o nada glorioso.

Barulho. Passos.

Clique.
DEZENOVE

Koyn

“Quer companhia, Prez?”

Arranco os olhos da tela do computador, piscando várias


vezes para umedecer os olhos e depois encaro Stormy. “Estou
trabalhando.”

“O mesmo que todos os dias nos últimos dois meses”, ela


retruca, estreitando os olhos enquanto se aproxima da minha
mesa. “Você fez a coisa certa, sabia? Deixá-la ir.”

Eu estalo meu pescoço, tentando aliviar a tensão lá. “O que


você quer?”

“Eu não posso apenas querer sair?” Ela pergunta, ligando


seu charme sulista enquanto se senta na beira da minha mesa.

Seus olhos voam para a minha tela, mas não há nada para
ver lá. No momento em que ouvi a voz dela, saí da tela em que
estava trabalhando. O que me deixa com os cabelos atrás da
cabeça levantados é ela continuar olhando para a tela. Stormy é
uma vadia intrometida, mas às vezes vai além disso. Se eu tivesse
mais provas, diria que ela é um rato.
O pensamento de ter um rato no meu complexo me faz
querer arrancar a cabeça de qualquer filho da puta que se atreva
a pensar em me espionar.

“Está nevando”, ela diz em tom abafado. “É entediante.”

“Onde está Filter?” Eu pergunto, lançando um olhar além


dela para o corredor. “Ou você não se importa mais?”

Isso chama sua atenção porque suas costas se endireitam.


“Claro que eu me importo.”

“Você está muito confortável com meu irmão ultimamente.


Como você chamou Copper?” Sorrio maldosamente para ela. “Oh,
está certo, você gosta de chamá-lo de Jeremy.”

Eu levanto minha sobrancelha, esperando que ela minta


para mim e diga que ele contou a ela.

O rosto dela fica em branco. “Krista o chamou assim há um


tempo. Apenas escapou quando eu estava brava.”

Cruzo os braços sobre o peito e estudo Stormy. Ela tem a


vibração de vadia de motoqueiro, mas não é burra. De fato, seus
olhos sempre brilham com inteligência. É por isso que ela e Filter
sempre foram uma boa opção. Ele é inteligente como o inferno
também. Só espero que ela não seja mais inteligente que ele. Isso
pode ser um problema.

“De onde você disse que veio?” Eu pergunto, inclinando


minha cabeça. “Afton?”

Ela morde o lábio inferior. “Eu disse que era uma cidade
pequena fora de Afton.”

Garota esperta.

Cubra suas faixas.

“Hmmm.” Olho o rosto dela, inspecionando todos os


detalhes. Quero que ela saiba que eu vejo através dela. Ela enfiou
o nariz nos meus negócios muitas vezes e agora estou desconfiado.
“Chame Halo e vá encontrar alguém para se preocupar.”

Ela me dá o sorriso mais falso de todos os tempos. “Estou


nisso, Prez.”

No momento em que ela sai, volto ao que estava trabalhando.


Obcecado por Genworth. Eu deveria estar focado em Putnam
porque ele é fantasma mais uma vez, mas não posso deixar de ir
ao sentimento desconfortável. Copper diz que é porque eu quero
ficar com a garota. Talvez. Eu só tenho um palpite. Algo que não
consigo entender.

Abro a rede da Genworth e continuo procurando. Seu


firewall é hermético, mas entro nele porque é isso que eu faço. O
que sempre fiz. No que sou realmente bom. Analisei a instalação
e localizei as áreas frágeis imediatamente. Uma vez que as
encontrei, entrei facilmente. A rede dele é linda. Admiro o trabalho
manual de alguém semelhante a mim, que é obcecado por
perfeição e ordem. Tudo é hermético. Para todo mundo. É
admirável. Eu localizo seus contratos imediatamente com a NSA.
Suas mãos estão mergulhadas em todos os potes disponíveis. Não
é de admirar que ele seja bilionário. Eu pulo todas as coisas óbvias
e começo a procurar as coisas escondidas. Um homem como
Genworth é um homem como eu, nos escondemos à vista de todos.
Sua merda mais profunda e sombria não estará em algum arquivo
rotulado. Não toque. Será algo regular e ordenado.

Uma pasta se destaca e parece piscar para mim.

Novembro de 2009.

Esfrego o peito sobre a camisa onde está minha tatuagem.


Tento desesperadamente não pensar naquele mês ou naquele ano.
Mas ver isso faz meu coração apertar dolorosamente.

O arquivo está corrompido dentro da pasta.

Ou assim parece.
Ele está oculto por trás de um arquivo chamado
November_2009.error e para qualquer pessoa, é inútil e está
quebrado.

Eu não sou apenas alguém.

Eu praticamente escrevi o livro dessa merda.

Rapidamente, renomeio o arquivo para um arquivo exe.


Quando o abro, ele floresce como uma rosa, revelando para mim
centenas de videoclipes, gravações, documentos, capturas de tela,
fotos e muito mais. O que faz meu sangue congelar nas veias é o
nome da primeira foto que vejo.

Koynakov.

Clico na imagem aberta para encontrar meu antigo prédio


no centro de Houston. A próxima foto é o meu Escalade. Outra é
uma foto do meu rosto que eu tinha no meu site. Tantas fotos
minhas de quando eu era o dono da minha empresa naqueles anos
atrás. Meu estômago revira quando encontro uma foto de Ellie na
academia. Ellie na loja. Ellie na varanda da frente.

O. que. Porra.

Fica pior... há várias fotos de Blaire.

No salão. Na escola. No cinema.

Por que diabos Genworth tem toda essa merda da minha


família?

Lágrimas ardem meus olhos enquanto eu encaro minha


filha. Tão inocente e jovem. Ela não merecia morrer. Eu engasgo
com um soluço, a dor ameaça me sufocar, e arrasto todos os
malditos arquivos para fora de sua rede. Não apenas copio. Eu
pego. Eu pego o que é meu. Substituo o arquivo por um fictício,
criptografado por um vírus que explodirá sua merda, se ele sequer
pensar em tentar abri-lo. Depois que saio da rede dele, começo a
vasculhar a pasta inteira. Existem gravações de Genworth e
Putnam. Planos. Só é preciso ouvir a primeira gravação para
descobrir que Genworth contratou Putnam para matar eu e minha
família.

Eles falharam em me levar, mas levaram minhas meninas.

Esse filho da puta foi fundamental para destruir a porra da


minha alma, e eu me virei e entreguei sua filha de volta para ele
como se fosse a coisa mais honrosa a se fazer.

A raiva cresce dentro de mim. Preta. Grossa. Tóxica. Quero


colocar minhas mãos em volta da garganta de todos os filhos da
puta que fizeram parte disso.

Por quê?

Como diabos esses dois idiotas se reuniram em primeiro


lugar?

Eu cavo até encontrar algo que Halo estava farejando, mas


que ainda não havia chegado lá. Armas através da fronteira.
Lembro-me do que Copper havia dito.

“Empresas são como a sua. Esses contratados particulares


fizeram shows com a NSA e estavam basicamente vendendo armas
contrabandeadas de volta ao governo a preços astronômicos. Tudo
em nome da defesa nacional.”

Genworth era um empreiteiro particular.

Esse foi o show dele com a NSA.

Até eu ficar fora de cena.

Isso me dá um tapa na cara do caralho. Eu era a competição


de Genworth. Ele queria que eu fosse embora para que pudesse
passar por todos e obter todos os contratos. Idiota ganancioso.

Ele vai pagar.

Puta merda, ele vai pagar.

Passo as próximas três horas criando uma rede na qual


posso andar e depois manter a corda afastada para mais tarde.
Mas agora?

Agora faço um plano para levar o seu bem mais valioso.

Sua filha.

É justo desde que ele pegou a minha.

É convenientemente noite da Igreja, não que isso


importasse. Eu ia convocar uma grande reunião de qualquer
maneira. Até Copper foi autorizado a participar desta reunião,
apesar de não fazer parte di nosso MC, porque é maior que os
Royal Bastards.

Isso é vingança.

Algo pelo qual todos estamos sedentos desde o dia em que


conheci cada um deles.

“Então, qual é o plano?” Halo pergunta, franzindo a testa


mais do que o habitual.

Ele está chateado. Estão todos chateados. Entregamos a


posse preciosa de Genworth a ele. O filho da puta provavelmente
riu da nossa cara. Ela está de volta em casa com o pai há dois
meses, vivendo a vida mimada, enquanto ele comemora ter
triunfado sobre nós. Isso explica por que ele parecia ter medo de
me ver e depois surpreendido quando eu a devolvi. Ele também
deve pensar que, com um exército de seguranças e câmeras em
abundância, ele está seguro.

Ele nunca estará seguro.

Estou chegando.

Mas não para ele. Ainda não. Não até eu fazê-lo sofrer. Faze-
lo sentir uma fração de como me senti.
“Nós vamos levar a filha dele”, eu rosno, cruzando os braços
sobre o peito.

Copper faz uma careta porque ele me conhece.

O resto dos caras acha que sou um herói maldito.

“Ela está mais segura conosco”, Bermuda concorda,


assentindo.

Dragon bufa, batendo na parte de trás da cabeça com força


suficiente para fazer seu boné voar. “Não para resgatar, idiota.”

A mandíbula de Copper flexiona e eu posso ouvir seus


dentes rangendo juntos. “Quais são seus planos exatamente com
a GC?”

“O nome dela é Nicolette Hadley Genworth. Não GC. Não


garota de concurso. Não Hadley. Não querida ou anjo. Ela é uma
ferramenta.” Eu grito. “Uma ferramenta que usaremos para
cutucar, cortar e esfaquear Genworth até que seja traçado cada
gota de quem ele é.”

Os olhos verdes de Dragon brilham com violência, o único


dos meus homens que não precisa ser avisado duas vezes.

O resto precisa ser convencido.

“Eu assisti Putnam estuprar minha filha. Minha filhinha,


porra.” Minha voz falha. “Ela implorou para eu salvá-la. Eu estava
desamparado.”

Halo franze a testa e Bermuda aperta a ponta do nariz.

“Tudo o que eu já fiz nesta vida foi para chegar a esse ponto.
Buscar justiça sobre quem me roubou. Putnam e Genworth são
os responsáveis. Haverá baixas ao longo do caminho.” Encontro
cada um de seus olhares com um olhar duro. “Se você quiser sair,
arranque seu emblema agora e vá embora. Eu pensei que éramos
irmãos.”

Ninguém se mexe.
“Somos um por cento. Malditos bandidos. Não somos os
heróis nas malditas histórias de ninguém. Compreende?”

Todo mundo concorda, mesmo Copper.

“Isso é justiça e será servida.”

Mais acenos.

“Nós vamos pegá-la e vou lhes contar como.”

Não encontro mais resistência. Como deveria ser.

Nós somos irmãos.

Até o fim.

Mesmo que seja uma jornada terrível.


VINTE

Hadley

Magna veio por três vezes esta semana. Cada vez, mais
brutal que a anterior. Ele não parece se importar que eu fique
completamente em branco enquanto ele usa meu corpo. Para
qualquer pessoa sã, é estupro, mas para mim, não estou presente.
Se eu escapar na minha cabeça, isso não aconteceu.

Não.

Eu não tinha o pai do meu namorado morto dentro de mim.


Três vezes. Não aconteceu.

É engraçado como facilmente consigo me convencer. Na


escuridão do meu quarto, quase posso fingir que estou em outro
lugar. Em algum lugar quente e seguro. Como a cama de Koyn.
Em seus braços.

Um suspiro feliz me escapa.

Existem homens piores por aí do que Koyn.

Como meu pai.

Meu pai, que aparentemente não achou que foder com a


filha fosse pecado suficiente para esta vida, negociou minha
buceta com o maior lance.
Tremo violentamente, ignorando a crosta de gozo ainda está
nas minhas coxas. Pelo menos o bom e velho papai usa camisinha.
Magna provavelmente está me infectando com Deus sabe quantas
doenças.

O chuveiro quente parece tão distante. Quero me arrastar


até lá, mas estou muito cansada. Doente no meu estômago.
Quebrada na mente. A depressão me come de dentro para fora.
Não importa que comida eles me tragam, eu levanto o nariz para
tudo.

Eu só quero morrer.

Uma lágrima quente vaza do meu olho, mas não tenho


energia para limpá-la.

Clique.

Não.

Magna está aqui.

Certo?

Ou foi ontem? Horas atrás? Minutos atrás?

Minha mente gira enquanto tento me lembrar.

“Ainda é um conto de fadas se o dragão procura a princesa


em vez de um príncipe?” Uma voz fria e má rosna, fazendo meus
cabelos arrepiarem.

“Dragon?”

As pontas dos dedos deslizam pela minha espinha nua. Um


calafrio treme através de mim. Sua mão acaricia meu cabelo antes
de me agarrar com força e puxar as raízes. Eu sufoco um grito.

“Parece que você foi punida”, observa Dragon. “Papai levou


todos os seus brinquedos brilhantes.”

“Koyn”, eu engasgo. “Por favor.”


“Não se preocupe”, ele canta em uma voz enganosamente
calma e suave. “Eu vou levá-la direto para ele.” Ele envolve o lençol
em volta de mim e me pega com uma gentileza surpreendente.
“Deixe-me sair”, ele late pela porta.

Alguém abre e Dragon sai.

“Que porra é essa?” Payne rosna. “Ela está uma bagunça.”

“Muitas princesas estão quando ficam na torre”, Dragon


explica como se me conhecesse. “Para seus súditos leais, elas são
perfeitas. Nós sabemos melhor, no entanto. GC está longe de ser
perfeita.”

Aperto os olhos contra a luz forte e enterro meu rosto em


seu ombro. Eu não ligo para que tipo de merda cruel ele fala,
contanto que me leve até Koyn. Longe de Magna. Longe do meu
pai. Segura.

Descemos as escadas rapidamente e Dragon para fora do


escritório de meu pai. Por um breve momento, um lamento rasteja
pela minha garganta enquanto eu temo que ele me entregue de
volta ao meu pai. Em vez disso, ele faz um estalido de língua.

Os sons de batidas que ouvi se silenciam. Eu abro meus


olhos e espio os homens na sala.

Papai não está.

Graças a Deus.

Koyn senta na cadeira do papai como se fosse o dono dela,


brincando no computador enquanto Bermuda fica atrás dele.
Estou acostumada aos olhares duros de Koyn, mas não estou
acostumada à indiferença de Bermuda. Ele sempre sorri para mim
ou parece que sente pena de mim.

Isso não.

Não um vazio tão frio.

Algo está errado.


Começo a me contorcer no aperto de Dragon, mas ele é
muito forte. Ele me agarra mais forte. Koyn solta um monte de
comandos rápidos e duros que estou delirando demais para tentar
interpretar. Tudo o que sei é que Dragon me apressa para sair da
minha casa e entrar no ar gelado de janeiro. Ele me leva até uma
caminhonete. Copper sai do banco da frente e caminha até a porta
traseira do passageiro. Ele abre e Dragon me deposita no assento.

“Fique”, Dragon avisa antes de fechar a porta.

Eu puxo o lençol mais apertado ao meu redor e dirijo meus


olhos para a janela. Granizo atinge o para-brisa. Olhando em volta,
vejo vários veículos que não reconheço. Eles não trouxeram suas
motos aqui.

O calor sopra das aberturas de ventilação e sou grata pelo


calor. Não sei ao certo quando comi pela última vez e estou me
sentindo mal por causa disso. Bile sobe dentro da minha garganta.
Uma onda de tontura toma conta de mim. Eu fecho meus olhos
com força e respiro através da sensação.

Eu só quero dormir.

Eu quero acordar com a voz de Stormy ou Gibson cantando.


Quero que todo esse retorno ao meu pai tenha sido um pesadelo
horrível.

A escuridão me rouba e eu desmaio.

Finalmente.

Calor.

Aroma suave.

Alguém acariciando meu cabelo.


Vozes masculinas estão falando em voz baixa, mas não
tenho medo. Eu me aconchego contra a pessoa macia que me
segura, inalando o couro do seu colete. A familiar colônia cara.
Deus, eu senti falta dele. Distraído, ele acaricia minha coluna com
o polegar. Seu peito ronca enquanto ele fala com os outros caras.
Não estou interessada em suas palavras, apenas nele.

Lágrimas de alívio correm pelo meu rosto. Eu quero me


agarrar ao seu peito para sempre. É o mais seguro que já me senti
há muito tempo. Seu polegar corre pelas minhas costas
novamente e solto um suspiro feliz. Ele interrompe o movimento,
enrijecendo.

“Ela acordou?” Copper pergunta da frente.

“Sim”, resmunga Koyn.

“Oh, que bom”, Dragon diz com alegria.

Alguém está do outro lado de mim, mas estou fraca demais


para me virar e descobrir.

“E agora?” É Copper novamente.

Koyn solta um suspiro agudo. “Chegamos ao complexo.”

Meus dedos apertam o couro do seu colete e inspiro seu


perfume único. Casa. Ele vai me levar para casa. Para a casa dele.
Segura.

“Estou com medo”, grunho, lágrimas quentes escorrendo


pelo meu rosto e encharcando sua camisa.

“Você deveria estar.” As palavras de Koyn são frias. Ele é tão


frio quanto o olhar de Bermuda antes. Tão arrepiante quanto o
toque do Dragon.

“Eu não quero estar”, sussurro apenas para Koyn ouvir.

“Nem sempre conseguimos o que queremos.” Ele segue suas


palavras com um golpe suave nos meus cabelos emaranhados.
Não são ditas mais palavras.

Fico tonta de novo e deixo o sono me roubar mais uma vez.

Caloroso.

Eu rolo em direção ao calor lambendo minha pele e sorrio.


Finalmente. Segura. Eu posso sentir isso. A opressão do meu pai
e de Magna se foi. Sinto-me livre. Fraca, mas livre.

Abrindo um olho, tento entender o meu entorno. O fogo na


minha frente arde. Estou na frente de uma lareira. No carpete?
Não, um colchão. Na casa de Koyn? Examino a lareira e percebo
que não é a pedra agradável dentro de sua casa. Esta é velha e
está em ruínas. Rolo de costas e olho para as vigas do matadouro
em ruínas.

Por que estou aqui?

Eu enrolo meus joelhos no peito e envolvo meus braços em


torno deles. Ainda nua, mas debaixo de um cobertor. Não
amarrada a nada do que posso dizer. Melhor situação do que
Hammer estava na última vez que visitei este lugar. Ainda assim,
não está certo. Koyn veio atrás de mim. Eu devia estar na cama
dele, no sofá ou nos braços dele.

A tristeza toma conta de mim, afugentando a dormência. O


fogo está quente e crepitante, mas o ar no matadouro é arrepiante.
Sinto outra pessoa comigo e me pergunto se é Koyn. Ele vai me
dizer o que diabos está acontecendo?

Eu tento me sentar, mas a sala gira. Tão tonta. Tão fraca.

“Eu não me sinto bem”, murmuro. “Água.”


As botas trituram no chão de madeira sujo. Degrau. Degrau.
Degrau. Para. Sinto uma presença ameaçadora pairando sobre
mim. Sombria. Bravo. Ampla.

“Koyn?”

Um deus de ouro se agacha diante de mim.

Filter.

“Você gosta de suas novas acomodações?” Ele me dá um


sorriso cruel. “Quente o suficiente, Genworth?”

Genworth.

Não GC ou garota de concurso ou Hadley.

“Onde está Koyn?” Eu exijo, tentando me sentar.

Os olhos dele se estreitam. “Fora.”

“Estou com sede. Com fome.” Meus olhos ardem em


lágrimas. “Eu preciso de roupas.”

Ele passa os olhos pela minha forma e solta um bufo. “Aqui,


você não é mais uma princesa. Seus desejos e necessidades não
estão acima de tudo. Aqui, Koyn é rei. Aqui, você está sob o
comando dele.”

“Deixe-me vê-lo então”, eu assobio. “Ele vai cuidar de mim.”

Filter se levanta e abre os nós dos dedos. “Fofa. Ele sabe


que você está fodendo com Putnam. Viu nas filmagens de
vigilância. Ele indo e vindo. Você tem o sêmen dele nas pernas.”
Ele faz um som repugnante. “Você é nojenta.”

Estou ferida por suas palavras odiosas. Ele sempre foi legal.

“Eu... você não...”

“Guarde para o grandalhão”, ele retruca. “Você está prestes


a pagar por todos os seus pecados.”
“O que? Que pecados?” Um soluço trava na minha garganta.
“Filter…”

“Meu turno acabou”, ele rebate. “Obrigado, porra.”

Eu acordo com o cheiro da comida.

Algo saboroso e rico.

Churrasco.

Meu estômago se revolta com o cheiro ofensivo. Muito doce.


Muito nojento. Eu choramingo e rastejo até a beira do colchão.
Tento expulsar o conteúdo do estômago, o que não é nada. Puxo
o ar repetidamente. Finalmente, caio na cama improvisada,
chorando.

“Socorro.”

“Os prisioneiros não recebem ajuda.”

Prisioneira?

“Payne”, eu sussurro. “Por favor. Eu não fiz o que Koyn


pensa. Eu não voluntariamente f...”

“Coma.” Seu comando latido é seguido com o bater de um


prato no chão ao lado do colchão.

Uma rápida olhada e noto peito de frango fatiado, salada,


batata frita, picles e espuma de laranja. Com uma mão fraca,
estendo a mão para enfiar o dedo na espuma. Eu lambo meu dedo,
agradecida por não voltar.
“Coma”, Payne ordena mais uma vez. “Não posso prometer
quando isso acontecerá novamente.”

Eu acordo vomitando.

Eles me envenenaram?

Oh, Deus.

Os músculos do meu estômago se contraem violentamente


quando perco toda a comida que consumi antes. Lágrimas
escorrem pelo meu rosto enquanto eu engasgo. Estou morrendo.
Eles estão me matando.

Por quê?

Por que eles acham que eu tive um caso tórrido com o


inimigo?

Fodam-se eles.

Eu preciso dar o fora daqui. Mas parece um


empreendimento inútil. Estou sendo vigiada o tempo todo, desta
vez por Katana. Já era difícil tentar sair da propriedade de Koyn
quando as pessoas não estavam respirando pelo meu pescoço o
tempo todo. Quando eu era saudável e forte.

Parece um sonho agora.

Estou destinada a morrer em um colchão dentro de um


matadouro.

Frio. Com fome. Doente. Sozinha.

Eu limpo o vômito dos meus lábios e me afasto da poça na


cama ao meu lado.

A morte parece próxima e eu a acolho.


VINTE E UM

Koyn

Não recebemos muita neve em Oklahoma, mas quando


fazemos, todo o maldito estado fecha. Foi um milagre termos
voltado de Dallas sem nos desviarmos até as estradas serem
limpas. Copper dirige como um morcego saindo do inferno. Ele
teria encontrado um caminho de volta de qualquer maneira.

Minha terra está estranhamente silenciosa enquanto eu


atravesso os montes de neve em direção à trilha que leva ao
matadouro. Gibson está de vigia, mas mesmo que eu não soubesse
disso, eu teria adivinhado pelos sons vindos do prédio. “House of
the Rising Sun”, de The Animals, toca uma música assustadora
em seu violão. Uma canção de ninar escura.

Hora de acordar, menina.

Abro a porta e entro. A música acaba e Gibson se levanta.


Seus traços estão endurecidos. Entendi. Eu realmente entendi.
Ser babá é uma merda. Para sua sorte, é hora de mexer um pouco
as merdas, o que significa que estou assumindo o controle.

“Eu tenho isso”, digo a ele com um aceno de cabeça.

Gibson, normalmente um cara brincalhão e descontraído,


cerra os dentes como se estivesse tentando segurar suas palavras.

“O quê?” Eu mordo.
“Nada, Prez.”

“Sua atitude diz algo do caralho.”

Suas narinas se abrem. “Ela é apenas uma criança.”

“Filha de Genworth”, eu o lembro, endurecendo meus


ombros.

Ele estremece com o lembrete. “Eu sei. Eu só... não importa.”

Filho da puta sensível. Sempre foi.

“Saia daqui”, eu resmungo. “Deixe que me preocupo com


tudo isso.”

Depois de um suspiro pesado, ele assente em resignação


antes de sair do matadouro. No momento em que a porta está
fechada, eu me viro para olhar para ela.

O fogo brilha e sua pequena forma permanece enrolada sob


um cobertor. Sinto cheiro de vômito e uma pontada de
preocupação me atravessa antes que eu tenha a chance de afastá-
la.

Ela não é Blaire.

Vou até o colchão e a cutuco com o dedo do pé.

“Acorde.”

“Estou acordada”, ela resmunga.

Silêncio.

Eu esperava ela implorar e chorar. Ela tem que saber que


nós não a resgatamos, nós a sequestramos.

“A garotinha do papai não é nada além de uma porra de


toupeira, hein?” Eu provoco. “Teve um esquema com seu
amiguinho, hmm?”

Ela não responde.


A verdade é que eu sei que essa merda não tinha nada a ver
com ela. Ela está envolvida porque é uma Genworth. Sobrenome.
As informações que eu encontrei sobre o relacionamento de
Genworth e Putnam remontam a quando ela era realmente uma
garotinha, o que explica como uma garota rica e atrevida se
encontrou com um garoto como Junior. Seus pais eram sócios
comerciais.

E quando o namorado dela foi morto, ela começou a deixar


o pai dele a magoar.

Desde o tempo em que ela tentou me machucar e jogar na


minha cara que ela chupou o pau de Putnam. Na época, eu pensei
que talvez estivesse apertando meus malditos botões apenas para
me irritar. Sim. Eu odeio esse filho da puta e com suas palavras,
ela abriu aquela velha ferida. Está sangrando desde então.

Arrasto a cadeira que Gibson abandonou mais perto


dela. Ele deixou uma garrafa de Jack, então eu pego isso antes de
me sentar. É uma pena que essa garota compartilhe o sangue
daquele filho da puta. Ela era uma boa transa e uma que eu
poderia ter mantido por perto se as circunstâncias fossem
diferentes. Eu sou um idiota por baixar a guarda e pensar que
poderia gostar de sexo e carinho mais uma vez.

Que mentira, porra.

Cada parte de mim que merece tal coisa morreu naquele dia
junto com minha família.

Destampo a tampa da garrafa e chupo um gole longo e


ardente. Isso me aquece de dentro para fora. Meu olhar percorre
a pele exposta do seu ombro nu. Seus lábios carnudos, mas
rachados. Aqueles olhos castanhos que brilham com fúria, apesar
do seu estado enfraquecido.

“Sedenta?” Eu pergunto, oferecendo-lhe a garrafa.

Ela balança a cabeça.


“Você gosta do pau de Putnam dentro de você?” Minhas
palavras são cruéis e cheias de veneno que arde. Ela não está
imune porque se encolhe.

“Foda-se”, ela diz rouca.

“Eu fiz. E, aparentemente, todo mundo também.”

Seus olhos castanhos brilham com lágrimas. Sou forçado a


desviar o olhar porque faz meu peito doer. Foda-se. Não sentirei
pena dela. “O que você quer de mim?”

Eu tomo outro gole do Jack. “Tudo.”

“Você quer me foder? Tudo bem, faça isso.” Ela joga o


cobertor de lado, revelando seu corpo pálido, ossudo e nu para
mim. Hematomas cobrem suas coxas. A raiva cresce dentro de
mim por um breve momento, mas eu engulo.

Não é minha.

Não é Blaire.

Genworth.

Eu respiro fundo e depois bebo mais do Jack.

“Cubra-se”, eu rosno. “Não estou aqui para foder sua bunda


esquisita. Estou aqui para lhe contar uma história.”

Ela puxa as cobertas para trás e olha para mim. “Te odeio.”

“O sentimento é mútuo, menina.”

Nós dois estremecemos com o nome carinhoso.

Porra.

Solto um suspiro profundo e lanço minha história.

“Antes de eu fazer isso”, aceno minha garrafa de Jack ao


meu redor, jogando alguns dedos. “Eu dirigi uma empresa
internacional de ameaças à segurança cibernética. Eu era o
melhor, porra.”

Suas sobrancelhas franzem juntas. “Igual ao meu pai?”

“Sim, mas melhor.” Eu não estou exultante. É a maldita


verdade. “Ganhei muito dinheiro porque podia entrar em qualquer
coisa, o que significava que escrevi programas que poderiam
proteger contra qualquer coisa.” Tomo outro gole de Jack. “Eu
estava profundamente envolvido com a NSA. A vida era boa para
mim.”

O peso se instala ao nosso redor.

Preto, enjoativo, sufocante.

“E então entrei na cena mais horrível. Um par de


motoqueiros amarrou minha esposa e filha. Eles as
machucaram. Eles...” Engasgo com as palavras. “Eu fiquei louco
e fui nocauteado. Quando acordei, Ellie havia sido brutalmente
estuprada e estava morrendo. Minha doce... porra, minha doce
menina estava tão chateada e não havia nada que eu pudesse
fazer sobre isso.” Uma lágrima corre pelo meu rosto e não me
incomodo em limpá-la. “Eu assisti Putnam estuprar minha
filha. E então vi quando ele a esfaqueou até a morte.”

O lábio inferior de Hadley treme e seus olhos estão


vermelhos enquanto ela silenciosamente chora. “Eu sinto muito.”

Suas palavras são uma lâmina fria cortando através de


mim. Sento-me e a encaro com o máximo de ódio que posso reunir,
gostando do jeito que ela se encolhe.

“Seu amigo, Putnam, é amigo do seu pai. Estou certo?”

Ela assente, os olhos tristes com o entendimento.

“Eu entrei na rede do seu pai. Encontrei tudo. Ele pagou


Putnam para matar a mim e minha família. Para eliminar a
concorrência. Tudo para que ele pudesse enviar sua linda
princesinha a todos os concursos em que ela pudesse competir.”
Eu estralo meu pescoço e a encaro. “Como é saber que vocês
Genworths venceram? Valeu a pena toda a merda chique que seu
pai te deu?”

“Koyn”, ela engasga. “Você não está sendo justo. Eu não


sabia nada sobre isso ou os negócios do meu pai.”

“Negócios?” Eu rosno, jogando a garrafa na lareira. Ela cai


no fogo, enviando uma pequena explosão de chamas. “Foi uma
emboscada e um assassinato frio e sangrento, tudo em nome da
ganância.”

Ela funga e senta, seu corpo inteiro tremendo. “O 'X' no seu


rosto?”

“'X' é onde o tesouro está localizado no mapa. Eles me


marcaram. Olho para o espelho todos os dias e lembro que a
merda dentro da minha cabeça é o que matou minha família.”
Esfrego a palma da mão no rosto e solto uma risada sinistra. “Mas
eles não me mataram. Eu deveria ter morrido. Era muito tarde
para eu salvar minhas garotas, mas eu me libertei. Matei o amigo
de Putnam e o persigo desde então.”

Ela se senta de joelhos, o queixo tremendo. “Então agora


você vai me machucar? Para fazer meu pai pagar?”

“É exatamente o que eu vou fazer.”

“Não é melhor do que o que eles fizeram com Blaire!” Ela


acusa. “Você está fazendo a mesma coisa!”

Dou de ombros. “Baixas de guerra.”

Ela balança a cabeça, os olhos selvagens. “N-não. Você não


pode fazer isso. Eu sou como ela. Como Blaire.”

“Você não é nada como ela”, resmungo.

Trêmula, ela rasteja em minha direção. “Eu sou. Ainda sou


adolescente. Antes de tudo isso, assistia à Netflix e ficava
obcecada com meus cabelos e adorava fazer compras.”
“Pare.”

“Tirei mais selfies do que era humanamente possível. Passei


muito tempo pensando em minha mãe morta. Sentindo falta
dela. Eu era apenas uma garota solitária que estava triste.”

“Pare.”

“Blaire gostava da escola? Eu odiava isso. Sempre quis ser


livre porque a minha casa parecia uma prisão.”

“Pare de dizer o nome dela!”

“Aposto que teríamos sido grandes amigas. Alguém como


ela teria passado a noite com alguém como eu.” Ela se arrasta
para mais perto, soluçando. “Ficaríamos acordadas até tarde
conversando sobre garotos e assistindo filmes. Comeríamos
M&Ms e beberíamos muito refrigerante. Qual era o doce favorito
dela?”

Eu fecho meus olhos.

“M&Ms.”

Não de amendoim. Puro.

“Por favor, pare”, imploro, minha voz rouca.

Suas mãos cobrem meus joelhos. “Era M&Ms?”

Concordo, recusando-me a abrir os olhos.

“Podemos pegar, Papai?”

Blaire. Blaire. Blaire.

Lembro-me de olhar para ela no banco do passageiro


enquanto comia alegremente seus doces e divagava sobre o dia na
escola. Blaire queria ser uma artista. Desenhava sobre todas as
coisas com lápis. Corações, flores e rabiscos. Ela despejava um
monte de M&S em cima da mesa e comia-os distraidamente
enquanto desenhava.
“Estou com medo, Papai.”

Oh, porra.

“Por favor, me ajude, papai.”

No fundo da minha mente, sei que não é Blaire implorando


por ajuda, mas tente dizer isso ao meu coração. Puxo minha
garota em meus braços e a embalo para mim. O cabelo dela está
oleoso e sujo. O esperma de outro homem, fodido Putnam,
permanece em suas coxas. Ela fede a odor corporal e
vômito. Porra, ela está tão magra. E fria.

“Papai”, ela soluça. “Estou com frio, com medo e com fome.”

“Shhh”, sussurro, acariciando seus cabelos. “Estou com


você agora. Vou cuidar de você.”

Não é Blaire. Não é Blaire. Não é Blaire.

Tudo é sombrio e confuso. Talvez seja devido ao Jack ou


talvez seja a enorme fenda que se estilhaça bem no centro da
minha mente. Tudo o que sei é que a garota em meus braços
precisa ser cuidada. Ela precisa de mim.

“Vou fazer tudo ficar bem”, juro, beijando seus fios sujos de
cabelo. “Eu prometo, menina.”

“Eu sei, papai.”

Tudo gira quando estou com ela em meus braços. As pernas


dela envolvem a minha cintura e os braços meu pescoço. Ela se
apega a mim como uma criança faria. Faz meu coração
sangrar. Pego o cobertor do colchão e o envolvo. Quando saímos
do matadouro, eu a abraço forte e tento ao máximo mantê-la
aquecida. A caminhada de volta para casa é fria e ventosa.

No momento em que abro a porta dos fundos, as vozes


silenciam. Minhas defesas estão levantadas e estou pronto para
lutar com qualquer filho da puta que estiver no meu caminho.
“Bermuda”, eu grito. “Faça comida para minha garota e
leve-a para o meu quarto.”

“Que porra é essa?” Dragon ronca.

Atiro-lhe um olhar penetrante que o faz levantar e estralar


o pescoço. Katana se levanta, colocando o corpo na frente dele.

“Prez”, Filter começa, mas eu o paro com um movimento da


minha cabeça.

“Ela precisa comer, tomar banho e se aquecer”, explico,


minhas palavras saindo agitadas e com raiva. “Quem diabos quer
discutir comigo?”

Filter e Halo trocam um olhar e, em seguida, Filter levanta


as mãos em sinal de rendição.

“Faça o que precisa, Prez. Nós te protegemos.” Filter me


assegura.

Alguns dos caras murmuram com raiva, mas eu os


ignoro. Eu a carrego para o meu quarto e para o banheiro. Com
ela ainda agarrada a mim, preparo um banho quente. Ela
choraminga quando tento afastá-la de mim.

“Quer bolhas?” Eu pergunto, dando um tapinha nas costas


dela.

Ela assente. “Por favor, Papai.”

Não é Blaire. Não é Blaire. Não é Blaire.

Mas ela parece como minha.

Gentilmente, eu consigo puxá-la de mim e fazê-la ficar de


pé. Eu adiciono algumas bolhas que estão embaixo da pia. Mais
da merda feminina e esquisita de Stormy, ela deixa por toda a casa,
pelo que de repente sou grato.

Logo, o banheiro cheira a lavanda.


“Entre”, eu instruo, apontando para a banheira cheia de
vapor.

Ela deixa cair o cobertor e cuidadosamente entra na água


quente. Ela assobia e geme, mas depois se instala na água. Com
as bolhas subindo ao seu redor na banheira grande, ela parece
tão pequena. Seus cabelos escuros caem no rosto enquanto ela
olha para a água.

“Você quer que eu te banhe, menina?”


VINTE E DOIS

Hadley

Puta merda. Funcionou. Eu sabia que cutucar ele sobre


sua filha era arriscado, considerando o quanto ainda o assombra,
mas funcionou. Ele sente pena de mim. De alguma forma a
projeta em mim. Agora ele quer salvá-la.

A sobrevivência é a única coisa em minha mente neste


momento. Se isso significa desempenhar o papel de Blaire, eu
farei. Qualquer coisa para fazê-lo me tratar como humana e não
como prisioneira. Era como se ele apertasse um botão. Passou de
psicopata a pai. Eu não me importo porque ou como aconteceu,
apenas que aconteceu.

Ele se ajoelha ao lado da banheira e coloca uma barra de


sabão, dois frascos do que deve ser shampoo e condicionador e
uma toalha. Ele agarra o pano e o mergulha na água que está
subindo lentamente. Eu gemo quando ele passa por minhas
costas frias, afugentando o frio. O calor é bom nos meus músculos
doloridos. Gentilmente, ele lava minhas costas e ombros e depois
meu rosto e pescoço. É feito com tanta eficiência como se alguém
banhasse uma criança. Eu não luto contra ele ou tento seduzi-
lo. Eu simplesmente o deixo limpar os horrores dos últimos dois
meses de mim. Sua mão mergulha entre as minhas coxas e ele
remove quaisquer restos de Magna, me fazendo suspirar
aliviada. Quando ele termina, faz um gesto para a água.

“Mergulhe seu cabelo para que eu possa lavá-lo.”

Faço o que me diz e depois sento-me. Ele coloca um pouco


de xampu no meu cabelo sujo e depois o massageia no meu couro
cabeludo. Sua gentileza quebra algo dentro de mim. Começo a
chorar, porque só quero que alguém cuide de mim assim o tempo
todo. Eu odeio minha vida e as pessoas nela. Não é nada além de
mágoa e dor. No momento, isso parece tudo menos
doloroso. Parece certo.

“Shhh”, ele canta, “não chore, querida.”

“Você está sendo tão gentil e cuidadoso. Não quero que isso
acabe.”

Ele agarra minha mandíbula, inclinando minha cabeça


para olhar para ele. “Não vai acabar.”

Lágrimas inundam minhas bochechas e eu aceno, embora


não acredite nele. Ele me surpreende quando se inclina para a
frente e beija meu nariz.

“Vamos terminar aqui em cima.”

O resto do banho passa rápido e logo ele está me envolvendo


em uma toalha gigante. Ele me pega em seus braços, mas eu toco
sua bochecha, detendo-o.

“Posso escovar os dentes, por favor? Ainda posso provar o


vômito.”

Ele franze a testa, seus olhos escuros cheios de dor. “Claro.”

O balcão que ele me coloca está frio e eu tremo. Ele pega


uma escova de dentes e coloca pasta nela. Ele assiste como um
falcão enquanto eu limpo meus dentes. Assim que termino, ele me
carrega para o quarto e me coloca na beira da cama. Ele abre
algumas gavetas antes de encontrar moletom e um capuz. Eu
deixo ele puxar a toalha e depois me vestir.

“Quente?” Ele pergunta, suas sobrancelhas se unindo em


preocupação.

“Sim, Papai.”

Minhas palavras parecem agradá-lo porque ele sorri. O


sorriso é apagado quando alguém bate.

“O quê?” Ele late.

“Trouxe comida”, Bermuda grita.

Koyn acaricia a palma da mão na lateral do meu rosto antes


de ir até a porta. Ele a abre e pega um prato. Bermuda também
lhe entrega uma Coca-Cola. Koyn o dispensa com um golpe da
porta. Então, ele volta para mim antes de se sentar.

Meu estômago se rebela contra o cheiro. Carne assada. Rico


e avassalador. Trêmula, pego o pão com manteiga. Lentamente,
arranco pedaços e como o pão. Ajuda a sensação de mal-estar a
desaparecer e logo a fome toma conta. Acabo comendo todo o
prato de comida para minha surpresa. Depois de beber a maior
parte da Coca-Cola, fico tão cansada que mal consigo manter os
olhos abertos.

Ele se levanta e eu começo a entrar em pânico.

“Por favor, não me deixe, Papai.”

Seus traços ficam suaves. “Não vou a lugar nenhum. Só vou


levar isso lá embaixo. Eu volto.”

Mas não quero que ele vá. Se descer, eles podem tentar
conversar com ele. A última coisa que preciso é Koyn encontrando
o seu juízo perfeito novamente.

“Por favor”, imploro, sufocando um soluço. “Eu não quero


que você me deixe.”
“Vou voltar.” Ele gesticula para a cama. “Fique debaixo das
cobertas.”

Esses cinco minutos são os mais longos, mas ele retorna,


ainda ondulando com instintos protetores de pai. Ele veste um
moletom e uma camiseta antes de se deitar na cama ao meu
lado. Seu corpo aquece o meu enquanto ele enrola sua grande
estrutura em volta de mim. Leva apenas algumas palavras
sussurradas e beijos para minha têmpora antes de eu adormecer
rapidamente.

Não!

Eu grito e luto sem sucesso. Eu pensei que poderia bloqueá-


lo, mas não posso. Ele está aqui. Me esticando e me
enchendo. Me contaminando. Eu o odeio. Odeio meu pai.

Os soluços morrem e começo a convulsionar com calafrios.

Essa vida é muito difícil.

Não quero mais isso. Eu quero uma nova.

Acordo com um sobressalto, restos do meu pesadelo ainda


tremendo através de mim. Koyn me abraça e acaricia meu cabelo.

“Eu tenho você agora.” Suas palavras são sussurradas e


sonolentas, mas tranquilizadoras. Eu não deveria me sentir
confortada por esse homem, considerando o que ele fez e do que é
capaz. Eu devo estar fodida na cabeça também. Encontro conforto
nele, assim como ele encontra conforto em mim quando me vê
como sua Blaire.

Está na minha língua dizer a ele que não sou como papai e
Magna. Que sou diferente. Que posso ser boa, boa para
ele. Admitir o que Magna fez é uma coisa. Mas meu pai... é
incesto. Eu mal posso suportar a ideia, muito menos vomitar as
palavras como uma espécie de confissão que pode me absolver
desse canto monstruoso em que ele pintou os três.

Isso o enojaria?

Ele sentiria pena de mim?

Ele saberia como essa merda me fodeu?

Eu me aconchego contra seu peito, agarrando-me à sua


camiseta. Ele acaricia seus dedos ao longo do meu braço de uma
maneira reconfortante. Se eu pudesse congelar o tempo e ficar
neste momento, eu o faria. Desde que mamãe morreu, a vida
parece especialmente difícil. Pela primeira vez, só quero que seja
fácil.

Minha mente volta aos dias em que minha família era


normal e papai não fazia as coisas horríveis que ele fez. Naquela
época, eu era como qualquer adolescente atrevida e viciada em
compras. Enquanto meus amigos se apaixonavam por garotos da
nossa escola, meu coração sonhava em se casar com Junior um
dia. Antes dele ser Milk e eu, a putinha do seu pai.

Parece uma vida atrás. O que eu estaria fazendo se minha


vida fosse normal? Provavelmente estaria me candidatando a
faculdades. Papai queria que eu fosse à escola aprender
computadores para que ele pudesse passar sua empresa para
mim, mas no fundo eu não tinha interesse, mesmo antes dele me
arruinar tanto.

Eu sempre pensei que seria divertido fazer design de


interiores ou design de roupas. Algo divertido e criativo. Algo, até
agora, no extremo oposto da chatice do que papai fazia.
Agora estou apenas lutando para sobreviver.

Esperanças e sonhos parecem bobos quando se pergunta se


alguém vai bater ou transar com você porque pode.

Deus, só quero um pouco de paz.

Como se sintonizado com meus pensamentos, Koyn me


abraça mais apertado. Seu abraço reconfortante me faz
relaxar. Volto a dormir, buscando desesperadamente a paz que
estou almejando.

Nos braços dele, no escuro, encontro o que estou


procurando.

Ele não está aqui.

Ele não está aqui.

Ele não está aqui.

O pânico sobe pelo esôfago quando percebo. Posso ouvir


vozes masculinas alteradas em algum lugar dentro da casa. Se ele
estiver com eles, vão convencê-lo de que eu sou o inimigo?

Bile queima o fundo da minha garganta e tropeço para fora


da cama, correndo para o banheiro. Mal chego ao banheiro antes
de jogar tudo o que comi ontem à noite. É amargo e nojento, mas
no momento em que termino, me sinto melhor. Estou lavando o
vaso quando sinto uma presença atrás de mim. Eu me viro para
encarar Koyn.

Mas não é Koyn.

“Oh, querida”, Stormy diz, com os olhos lacrimejando


enquanto ela me olha. “O que ele fez com você?”
Parece que levei um soco no peito. Eu senti a falta dela. A
única amiga que fiz há muito tempo e ela está aqui. Começo a
chorar e corro até ela. Nós nos abraçamos e choramos, nenhuma
de nós é capaz de conversar. Uma vez que nos acalmamos, ela se
afasta para segurar minhas bochechas úmidas.

“Você está doente.” Suas sobrancelhas franzem em


preocupação. Stormy pode ser uma vadia motoqueira durona,
mas na maioria das vezes ela é como uma irmã mais velha
preocupada.

“Sim.” Afasto-me do seu aperto. “Eu preciso escovar os


dentes.”

Ela me observa enquanto eu limpo a sujeira. “Ele estuprou


você?” A expressão dela é ilegível.

Eu congelo com as palavras dela e cuspo na pia. “Quem?”

“Koyn.”

Não, meu pai.

“Não. Nós apenas nos abraçamos.” Enxaguo e cuspo


novamente antes de limpar meu rosto em uma toalha.

Suas sobrancelhas loiras sobem pela testa. “Abraçaram?”

“Mas então ele se foi hoje de manhã.” Meus ombros caem


para a frente. “Ele saiu.”

“E quebrou tudo no andar de baixo.” Ela solta um suspiro


pesado. “Sinto muito por tudo isso.”

“Não é sua culpa”, digo ferozmente, porque não é. Ela é


minha amiga.

“Se eu pudesse ter parado... quero dizer... eu deveria ter...”


Ela se afasta e morde o lábio inferior. “Apenas me dê um
tempo. Vou encontrar uma maneira.”
Suas palavras enigmáticas são confusas. Cruzo os braços
sobre o peito, inclinando a cabeça para ela. “Qual maneira? Qual?”

Antes que ela possa responder, uma onda de náusea me


atinge novamente. Eu vou para o banheiro, mas não vomito dessa
vez. Apenas abraço a tigela de porcelana, sentindo pena de mim
mesma. Stormy agacha ao meu lado e puxa meu cabelo para trás.

“Isso é um vírus ou...” ela interrompe, deixando a pergunta


em suspenso.

Ou estou grávida?

Meu primeiro pensamento é papai, e eu quase vomito de


novo. O momento passa quando me lembro dos
preservativos. Papai e Junior sempre os usavam. Os únicos que
não usaram foram Magna e Koyn. Magna me fodeu algumas vezes
esta semana. Mas não tenho um período por um tempo, o que
significa que não pode ser dele, graças a Deus.

“Eu, uh”, resmungo, fazendo as contas na minha


cabeça. Eu deveria ter começado meu período algumas semanas
atrás. “Acho que estou grávida do bebê de Koyn.”

“Foda-se”, Stormy amaldiçoa. “Foda-se, foda-se, foda-se.”

“Isso é ruim, hein?” Meu peito dói quando as lágrimas se


formam. Por que nada pode ser bom?

“Muito ruim”, ela murmura. “Por muitas razões. A razão


número um e a mais importante nesse momento é que ele está
ficando louco lá embaixo. Ele está furioso consigo mesmo por ter
ficado bêbado e deixado você usá-lo.”

“Usá-lo?” Eu grito. “Fiz o que tinha que fazer para sair


daquele buraco frio do inferno e obter melhores condições de vida.”

Ela acaricia meu cabelo e franze os lábios. Eu posso dizer


que ela está dividida com uma decisão em sua cabeça, mas não
sei o quê. “Eu não posso tirar você daqui ainda”, ela diz com uma
voz triste. “O momento não é certo.”
“Eles vão te matar se tentar me tirar daqui”, eu aviso. “Você
sabe como todos eles são loucos. Filter inclusive.”

Espero que ela se ofenda ou discuta, mas ela assente. “Eu


sei querida. Eu sei.”

A porta do quarto se abre quando os homens entram. Eles


entram no banheiro. Stormy se levanta, assumindo uma postura
protetora em meu nome. Se a situação não fosse tão ruim, eu a
abraçaria por isso.

Koyn, parecendo cruel e odioso, olha para mim com Filter e


Halo ao seu lado.

“Levante-se”, ele comanda, sua voz gelada.

“Ela está doente”, Stormy diz.

Os olhos de Filter se estreitam para ela e sua mandíbula


flexiona. Halo olha com indiferença fria.

“Eu não dou a mínima”, rosna Koyn. “Eu disse, levante-se,


porra. Você vai voltar para o matadouro como o pedaço de porco
Genworth que você é.”

“Não!” Stormy grita, empurrando Koyn no peito. “Você não


pode fazer isso com ela!”

Eu fico com as pernas trêmulas e passo meus braços ao


redor de mim. Não quero que Stormy se machuque por minha
causa.

“Filter, pegue sua cadela antes que eu faça algo que vai te
irritar”, adverte Koyn. “Agora, porra.”

Filter agarra Stormy e a leva ao peito. Ela chuta e grita,


tentando fugir.

“Acalme-se”, adverte Filter.


“Ela está grávida do seu bebê, Koyn. Lembre-se disso
quando você decidir usá-la em seu jogo de vingança”, ela cospe
em Koyn.

Seus traços duros ficam sem emoção quando ele lança seu
olhar em minha direção. Ele percorre os olhos pelo meu corpo,
acomodando-se no meu abdômen, antes de encontrar o meu
olhar. “É verdade?”

Eu cerro os dentes e dou de ombros.

Seus olhos escuros brilham com fúria. “Todo mundo fora.”

Halo sai e Filter precisa arrastar Stormy para fora. Eu os


encaro e tremo quando finalmente encontro os olhos de Koyn
novamente.

“Você acha que isso a isenta de sua parte neste jogo?”

Meus olhos lacrimejam. Eu só quero que ele pare com essa


besteira. Quero que me abrace e me prometa que tudo ficará
bem. Uma lágrima vaza, corre pela minha bochecha e escorre da
minha mandíbula.

Ele ronda em volta de mim e rudemente arranca meu


moletom. Eu grito em choque quando ele agarra meus ombros e
me vira em direção ao espelho. Parado atrás de mim em toda a
sua glória quente de motoqueiro, ele parece ser algum demônio
enviado para me capturar e me levar para o inferno. Suas mãos
deslizam pelos meus braços e pelo meu abdômen.

“Grávida.” Não é uma pergunta. Uma afirmação. Sua voz e


comportamento são tão frios que não tenho certeza de como ele se
sente com as notícias. “Meu.”

Um arrepio percorre minha espinha. “Seu.”

“Isso não muda nada”, ele rosna, suas mãos deslizando


para os meus seios macios. "Você é a garotinha de Genworth."

Eu não quero ser


Meu lábio inferior treme. Ele aperta meus mamilos e minha
respiração engata.

“Eu poderia te foder agora porque você é minha linda


prisioneira. Toda minha.”
VINTE E TRÊS

Koyn

Minutos atrás, eu estava decidido.

Usar. Levar. Ruína.

É justo. Ela é filha de Genworth. Devolva o maldito favor


dez vezes. Mas Hadley faz algo comigo. É um verme dentro da
minha cabeça, roendo todo o meu bom senso. No momento em
que olho para ela, é como se eu esquecesse tudo. Tudo o que vejo
é ela.

Magra. Bonita. Triste.

Meu peito dói, parte-se em dois.

Por quê?

Por que ela faz isso comigo?

A raiva eleva minha cabeça, mas é apagada no momento em


que ela morde o lábio inferior, seus grandes olhos castanhos
brilhando com lágrimas e inocência.

Como Blaire.

Blaire era inocente.


Não consigo conciliar a mulher diante de mim com quem ela
realmente é.

Genworth.

Ela inclina a cabeça para trás, apesar das minhas palavras


ameaçadoras. Essa garota se conforta nos braços de um
monstro. Mas por quê? Ela é filha de um bilionário. Estou
segurando uma princesa do dinheiro nos braços e ela parece
bastante satisfeita em ficar aqui. Sua cabeça se inclina um pouco
para o lado, mostrando seu pescoço para mim. Meu pau endurece
com o gesto. Submissa por natureza. Oferecendo-me as partes
mais ternas dela. Como o predador que sou, corro meu nariz ao
longo da pele macia e inspiro seu perfume único, que senti falta
por dois meses. Fecho os olhos enquanto sinto o cheiro do cabelo
dela.

Querida.

Ela cheira a mel e eu quero devorar cada parte doce e


pegajosa dela.

“Koyn”, ela respira tão baixinho que mal ouço. “Eu estou
assustada.”

Suas palavras ateiam fogo à parte de mim que arde para


protegê-la. Ao mesmo tempo, amo e odeio como ela diz todas as
coisas certas para me fazer curvar à vontade dela. É um
desequilíbrio de poder, onde ela está precariamente acima de
mim. Como um homem que vive no poder, é perturbador dar isso
a ela. No entanto, por mais que ela me mostre seu pescoço, dou-
lhe esse poder sobre mim.

“Eu quero protegê-la”, admito, meus lábios arrastando


beijos ao longo de sua linha do cabelo até logo atrás da
orelha. “Mas eu também quero te machucar.”

Minhas mãos deslizam até seus seios e belisco seus


mamilos com força para mostrar a ela o que eu quero dizer.
Ela geme e se contorce contra o meu pau que a cutuca
através do meu jeans. “Você me machucou tão bem, no
entanto. Contanto que você me proteja de todos os outros, pode
me machucar o quanto quiser.”

“Ninguém mais quer machucá-la. Só eu.” Empurro sua


calça de moletom e ela cai no chão a seus pés.

Nua.

Tão linda e perfeita com toda a sua adorável pele


implorando para ser marcada por mim.

Eu dou um tapa na bunda dela, amando o jeito que ela grita.

“Você está errado”, ela murmura, seus olhos lacrimosos


encontrando os meus no espelho. “Você é o único que tentou me
manter segura.”

Com isso, eu franzo a testa.

Que jogo ela está jogando agora?

Seus olhos castanhos imploram para eu entender. Ver bem


dentro daquela cabeça dela e saber o que é que a faz vibrar.

Irritado que não consigo entender, eu a empurro no balcão,


cutucando minha coxa coberta pelo jeans entre as delas nuas.

“Eu quero que você me veja te foder com força. Vamos


treinar para quando eu fizer o seu pai assistir.”

Ela olha para mim, seu corpo ficando rígido. “P-por quê?”

“Para puni-lo.”

“E eu?”

“Dano colateral.”

Desabotoo o cinto e abro o zíper da calça jeans. Quando eu


liberto meu pau e deslizo para baixo na fenda de sua bunda, ela
estremece.
“Koyn, por favor...” Ela engole em seco e seu lábio treme.

Eu deveria me sentir como um idiota por querer transar com


ela em seu estado destruído. Mas ela é tão bonita. Faz meu pau
praticamente pingar, ansioso para pressionar em seu calor. Nem
preciso me preocupar em engravidá-la, porque ela já está cheia
com meu filho.

O mesmo tipo de orgulho que me encheu quando descobri


que Ellie estava grávida de Blaire explode dentro do meu peito. Eu
não posso nem gostar, porque Hadley está tão envolvida com o
inimigo.

Mas ela não é a inimiga.

Certo?

Mesmo sobrenome. Mesmos olhos. O mesmo sangue.

O inimigo carrega meu filho em seu ventre.

Eu deveria odiá-la por causa de quem ela é, e meu eu fodido


quer abraçá-la e mantê-la.

“Por favor, Hadley? Por favor, pare?” Eu provoco enquanto


empurro meu pau entre os lábios lisos de sua buceta. Sua buceta
me chupa em seu corpo quente e convidativo.

“Não”, ela geme. “Por favor, não me deixe com eles.”

Eu seguro um punhado de seus cabelos e a puxo de costas


para que eu possa acessar sua orelha. Meu pau está enterrado
dentro dela por esse ângulo, totalmente empalando minha doce e
grávida inimiga.

“Eu vou matá-los.” Eu balanço meus quadris, amando o


grito que ecoa no banheiro. “Mas primeiro, vou fazer seu pai me
assistir estuprar sua linda garotinha. É justo depois do que ele
pagou a Putnam para fazer com a minha.”

Ela começa a soluçar, lágrimas grossas escorrendo por suas


bochechas vermelhas. Eu possessivamente agarro sua buceta e
deslizo meu dedo entre os lábios para encontrar seu clitóris. Seus
gemidos se transformam em lamentações quando eu levo seu
corpo à beira do êxtase. Eu chupo sua orelha enquanto rolo seu
clitóris entre o dedo e o polegar. Ela se contorce e suspira ao meu
toque.

“Foda-se, baby”, eu sussurro. “Sua buceta está tão


suculenta agora. Você gosta quando eu te machuco. Isso te deixa
tão fodida na cabeça, menina.”

Seus seios balançam cada vez que empurro nela. Eu amo


como ela é forçada a segurar minha cabeça para não cair
enquanto seus joelhos continuam a ceder. Paro de tocar seu
clitóris para bater com a mão. Seu corpo aperta em volta do meu
pau, me fazendo gemer.

“Veja”, eu provoco, beliscando seu lóbulo da


orelha. “Observe seu rosto quando eu fizer isso.”

Eu bato na sua buceta mais forte desta vez. Seus lábios se


abrem, suas bochechas ficam vermelhas, seus cílios
tremulam. Ela ama isso, porra. Essa garota me deixa louco pra
caralho, mas não consigo encontrar duas coisas para me
importar. Eu gosto de ficar um pouco louco por ela. Ela afugenta
a dor e o sofrimento, substituindo-o por algo quente, cheio e
pesado. Quero me afogar nessa porra.

“Quero morder você lá”, eu rosno, “mas bater em sua buceta


suculenta é quase tão gratificante quanto.”

Eu uso meus dedos para separar seus lábios, expondo seu


clitóris, e bato com força. Isso faz com que ela detone como se eu
apertasse um maldito botão de armas nucleares. Seu corpo
estremece com força e ela quase voa do meu pau enquanto
grita. Eu a puxo para mim, fodendo sua buceta brutalmente, que
me aperta com cada pulso do seu orgasmo. Quando ela está
caindo do alto, eu a empurro de volta para o balcão, com as
palmas das mãos pressionadas contra a superfície. Seu cabelo
está selvagem e seus olhos são maníacos. Saio dela bruscamente
e substituo meu pau com meus dedos. Ela geme enquanto esfrego
sua excitação nos meus dedos.

“Quando vermos seu pai, eu vou te levar, menina. Vou fazê-


lo assistir enquanto fodo seu buraco.” Deslizo meus dedos e
empurro um brutalmente em sua bunda.

Ela grita, mas a cadela masoquista empurra contra mim,


implorando silenciosamente pela brutalidade. Estou tão doente
quanto ela, porque desisto, fodendo seu buraco apertado com o
dedo. Eu arranco e depois agarro meu pau latejante. Nós dois
sibilamos quando começo a empurrar a cabeça grossa do meu pau
em seu buraco enrugado. Ela se abre para mim, estendendo-se
para acomodar minha circunferência maciça.

“Seu buraco é uma bunda perversa para o meu pau”, digo


a ela, satisfação no meu tom. “Você não deveria gostar de eu
estuprando sua bunda.” Minhas palavras são um pouco
divertidas. “Você deveria chorar e me implorar para parar.” Eu
bato em sua bunda com força.

Ela soluça. “Não pare.”

Garota má.

Boa menina

Maldita garota confusa.

Deslizo quase todo o caminho antes de bater nela com toda


a força que posso reunir. Ela grita, sua cabeça quase esmagando
o vidro. Eu agarro seu cabelo, puxando-a para trás, bem a
tempo. Apertando-a com força, eu a encontro com o meu corpo
enquanto brutalmente tomo sua bunda sem suavidade ou
desculpas.

Mas foda-se, como ela quer.

Ela treme e geme.

Lambe seus lábios rosados e sexys.


Empurra contra o meu pau, encontrando-me impulso por
impulso.

“Eu vou entrar na sua bunda”, digo a ela. “Tanto e tão duro,
que você me cagará por uma semana.”

Em vez de ficar enojada ou enjoada, ela


choraminga. Implora por tudo com seus lindos olhos castanhos
presos nos meus. Deus, essa garota vai ser a minha morte.

Eu gozo com um gemido e faço como prometido. Encho-a de


porra. Sua bunda chupa tudo como uma cadela sedenta. Eu
acaricio sua bochecha, incapaz de manter o ato frio e odioso.

A verdade é que eu quero abraçá-la.

Quero beijar suas lágrimas e lavar o suor e a sujeira que


consegui criar nela.

Quero mantê-la, possuí-la e brincar com ela.

Eu quero amá-la.

É por isso que eu realmente preciso me livrar dela.

“Deixe-me lidar com ela”, grunhe Filter, andando na frente


da minha mesa.

Estalo meu pescoço e engulo a raiva. “Não.”

“Prez”, ele começa, me encarando com um olhar. “Estou


aqui para ser seu apoio, cara. Para proteger você...”

“De uma garotinha?” Eu cuspo.

“De si mesmo, imbecil.”


Eu me arrepio com as palavras dele. “Eu não preciso de
proteção. Sei o que estou fazendo.”

“Você sabe? Você a sequestrou por vingança apenas para


resgatá-la do matadouro. Durante toda a noite, você a abraçou
como se ela fosse uma criança fodida com um pesadelo. Hoje de
manhã você acorda chateado consigo mesmo, buscando
orientação de seus irmãos. Nós o guiamos, porra. Então, você
descarta toda a merda de conversa que tivemos, apenas para
transar com ela tão alto que toda a casa ouviu. O que agora? Ela
é uma prisioneira ou sua old lady, porque estou ficando realmente
confuso, cara.”

Não levo a sério o desrespeito, mas este é Filter. Ele nunca


perde a calma comigo. Nunca. Se ele está enlouquecendo, é de
preocupação comigo. Entendi. Eu realmente entendo. Eu
simplesmente não dou a mínima.

“Sei o que estou fazendo”, afirmo novamente, meu tom firme.

Ele passa os dedos pelos cabelos dourados e solta um


suspiro frustrado. “Tudo certo. Baseado no olhar feroz dos seus
olhos, vou voltar a tratá-la como sua old lady.”

Não confirmo ou nego suas palavras.

Não tenho certeza do que Hadley é para mim. Quando


estamos nós, sozinhos, é bom, certo e perfeito. Mas quando me
permito pensar no passado e nas transgressões do pai dela e pai
do namorado morto, quero usá-la como uma ferramenta de merda
em minha vingança.

A verdade é que eu menti para o Filter.

Não sei o que diabos estou fazendo.

Mas vou fazer assim mesmo.

“Então qual é o plano...”


Suas palavras são cortadas por um sinal sonoro no meu
computador. Alguém está tentando conversar por vídeo
comigo. Um sorriso sinistro curva meus lábios.

“Papai está ligando”, digo a Filter antes de pressionar o


botão de aceitar.

O rosto sem valor de Marron Genworth enche a tela. Suas


bochechas estão vermelhas de fúria e suas narinas se
abrem. “Onde diabos está minha filha?”

Eu arqueio uma sobrancelha para ele. “O que faz você


pensar que eu a tenho?”

“As câmeras, idiota. Vi seus homens levá-la.”

“Todos nós revezamos fodendo sua bunda até que ela


sangrou e morreu.” Eu sorrio para ele. “Ou nós alimentamos os
porcos com ela? Não me lembro.”

“Escute aqui, filho da puta!” Ele ruge. “Eu sei que você não
a matou. Você é muito inteligente para isso, daí o maldito 'X' em
seu rosto. Sei que você vai usá-la para chegar até mim!”

“Você terminou?” Eu digo em um tom calmo.

“Eu a quero de volta. Esta noite.”

Com isso, sorrio. Cruel. Duro. Mal. “Você a quer? Venha


busca-la.”

“Você acha que eu vou entrar em uma armadilha


despreparado?” Ele zomba. “Eu não sou você.”

Minha mente volta à noite em que entrei com Ellie e


Blaire. Para encontrar Putnam e seu companheiro machucando
minhas garotas. A raiva borbulha até a superfície, me fazendo
agarrar minha mão. Eu quero bater meu punho na tela. Em vez
disso, eu inclino minha cabeça para ele. “Você pensa que é o filho
da puta mais esperto por aqui, não acha?”
Seu sorriso é lupino. “Eu desfiz a besteira de vírus que você
colocou no meu computador enquanto esteve aqui. Eu invadi seu
computador para esta ligação. Eu descobri onde está sua casa
idiota, escondida na floresta.”

Inclino-me e estreito os olhos para ele. “Você pode ter me


pego com as calças abaixadas uma década atrás, quando entrou
na minha vida e matou minha família.” Minha boca se curva em
um sorriso sinistro. “Minha família são cobras agora. Nós
sabemos como lidar com o seu tipo.”

“Eu vou arruinar você”, ele ameaça. “Tudo o que você


construiu na última década. Vou virar de dentro para fora e
destruí-lo, se você tocar num cabelo na cabeça de Hadley.”

“Oh não”, eu zombo. “Estou com problemas agora.”

Ele olha para mim. “É melhor não...”

Eu. Porra. Sorrio. Sorrio na cara dele. “De fato, o rabo dela
provavelmente ainda está pingando.”

O idiota entra em um discurso cheio de maldição, enquanto


Filter ri da minha provocação.

“Quando você chegar aqui”, eu aviso, “vai assistir todas as


coisas horríveis que farei com sua garotinha. Eu vou machucá-la
e contaminá-la. Vou estuprar cada pequeno buraco dela enquanto
você assiste, amarrado a uma maldita cadeira.”

Ele começa a se enfurecer novamente, mas eu o


interrompo. Com alguns botões, empurro-o pela porta dos fundos
que criei apenas para esse fim. O idiota acha que ele me tem. Tudo
o que ele tem é o que eu permito que ele tenha.

Em breve, isso não será nada.


VINTE E QUATRO

Hadley

A casa está quieta.

Muito quieta.

Fiquei deitada na cama o dia todo, lutando contra os enjoos,


mas à noite desapareceu e fiquei com raiva. Minha curiosidade
tira o melhor de mim e me faz explorar a enorme casa de
Koyn. Embora eu esteja checando os quartos dos outros caras,
minha mente não está neles. Está em mim. Estou grávida. Ainda
não consigo acreditar, embora não seja completamente chocante,
considerando a incapacidade de Koyn de usar camisinha ou puxar
para fora. O pensamento da minha barriga inchando para
acomodar nosso bebê faz meu coração gaguejar. Distraidamente,
afago minha barriga quase plana através da blusa que estou
usando.

“Tudo vai ficar bem, pequena.”

Eu espio minha cabeça em um quarto que deve ser de


Dragon. Tudo foi pintado de preto e existem facas de todas as
variedades saindo do teto. Isso me faz pensar se Koyn se importa
que Dragon tenha destruído as paredes. Conhecendo Koyn, ele
não se importa.
Tudo o que Koyn se importa é vingança.

O pensamento é paralisante porque faço parte do plano de


vingança dele. Prefiro fazer parte da felicidade dele. Estou
carregando o filho dele, afinal. Meus olhos lacrimejam quando
penso no meu futuro próximo. Papai descobrirá onde estou desde
que eles me levaram e encontrará uma maneira de me levar de
volta.

E eu não posso voltar.

Nunca mais.

Eu preciso falar com Koyn. Convencê-lo a me deixar ficar e


não como sua prisioneira.

Enquanto caminho pela casa, ouço o murmúrio de vozes


atrás de uma porta fechada. Quando viro o corredor, encontro
Stormy pairando perto da porta.

“Eles começaram a reunião sem a gente”, brinco quando me


aproximo.

Ela quase pula fora de sua pele. “Você me assustou,


pirralha”, ela sussurra e sorri amplamente para mim.

Eu caio em seu abraço no momento em que ela abre os


braços. Depois do ano que tive, é muito bom ser segurada por um
amigo. Stormy é uma boa pessoa e eu gosto dela.

“Como você está se sentindo?” Ela pergunta, passando os


dedos pelos meus cabelos, mas não se afastando.

“Melhor.”

“Bom. Koyn te machucou?”

Eu aperto minhas nádegas. Sim, estou dolorida como o


inferno depois do jeito que ele me levou antes, mas ele não me
machucou. “Nós fizemos sexo. É o sexo típico de Koyn.”

Ela se afasta para fazer uma careta. “Consensual?”


“Sim, detetive curiosa.”

Os olhos dela rolam com tanta força que eu acho que vão
cair da cabeça dela. “Eu só me preocupo com você, garota.”

Pelo menos alguém faz.

“Por que você fica?” Eu pergunto, minhas sobrancelhas se


unindo. “Com Filter, quero dizer. Isso é sério?”

O olhar dela escurece. “Eu faço o que tenho que fazer.”

“Porque você quer ser sua old lady?”

“Talvez”, ela diz, muito longe do que ela me disse


antes. Antes, ela disse que o amava e estava tentando convencê-
lo a se comprometer. Eu me pergunto o que mudou.

“Você ainda quer ser a old lady dele?”

“Não.” Ela faz uma pausa, aparentemente perturbada por


admitir isso para mim. “Quero dizer, quero ser a old lady de
alguém um dia. Só não sei se Filter e eu vamos durar.”

“Por quê?”

Ela encolhe os ombros. “Ele não quer se comprometer. Ele


me mantém à distância. Sempre.”

“Então, por que não terminar com ele e namorar outra


pessoa?”

“Como Koyn?” Ela provoca, seus lábios se curvando de um


lado.

“Eu estava pensando no irmão dele.” Eu sorrio para ela.

Minhas palavras causam impacto nela, porque pressiona os


lábios e suas narinas se abrem. “Não. Por que você acha que eu
iria querer Copper?”

“Porque ele é gostoso...” digo lentamente. “E ele é irmão de


Koyn. A próxima melhor coisa, eu acho.”
“Oh.” Ela solta uma respiração afiada e
ri. “Oh. Hummm. Acho que nunca pensei nele dessa maneira.”

“Melhor riscá-lo da lista, então”, provoco. “E o Bizzy?”

Os lábios dela se curvam. “Ele é um filhote. Não.”

“Dragon?”

“Eu gostaria de viver para fazer trinta e dois.”

“Trinta e dois?! Porra, Stormy, você tem idade suficiente


para ser minha mãe!”

Ela dá um tapa no meu ombro. “Cadela!”

Nós duas rimos. A porta em que estamos em frente se


abre. Nós duas viramos a cabeça para encontrar o rosto divertido
de Bermuda.

“Você pode levar a festa do pijama para outro lugar? Você


está nos distraindo pra caramba” Bermuda diz, sua sobrancelha
levantada e um sorriso familiar puxando seus lábios. Ele estava
tão frio, mas agora parece mais com ele mesmo. Isso aquece
minha alma.

“Na verdade”, Koyn grita da sala, “Hadley pode entrar.


Bermuda, pegue Stormy e cozinhe um pouco de comida de merda
para nós.”

Bermuda faz uma saudação divertida e depois leva Stormy


para longe. Assim que eles saem, eu fecho a porta atrás de mim,
olhando para cada um dos homens sentados à mesa de
conferência.

Intenso.

Brutal.

Mal.

Todos eles me encaram com acusação nos olhos. Como se


eu fosse o inimigo número um. Eu me arrasto, lançando um olhar
interrogativo a Koyn. Onde os outros parecem zangados, seus
olhos estão iluminados pela loucura. Um predador prestes a
matar. Ele parece vitorioso como se tivesse conquistado algo
grande.

Ele me tem.

A pequena e velha eu.

Filha do bilionário Marron Genworth.

Ok, talvez não tão pequena.

“Como você está se sentindo?” Koyn pergunta, sua voz


uniforme. Curiosa. Surpreendentemente cuidadosa.

“Bem. Devo me sentar?”

O rosto de Koyn se transforma em um sorriso de lobo


quando ele se afasta um pouco da mesa e dá um tapinha no
colo. “Aqui.”

Ignorando os olhares dos outros motociclistas, eu ando até


Koyn como se estivesse saltando pelo palco de um concurso,
disputando o primeiro lugar. Nesta competição, eu estou. Sei que
esses motociclistas são fraternidade acima de tudo. Preciso de
alguma forma assumir o trono acima da irmandade. Quando
passo por Dragon, temo que ele me arrebate, me apunhale ou faça
outra coisa louca, mas tudo o que ele faz é rir baixinho.

Esses homens usam coletes de couro. Alguns têm barbas. A


maioria tem tatuagens. Cada um tem uma arma ao seu
alcance. Eles emitem a vibração decadente de gangue de MC, mas
a inteligência brilha em cada par de olhos, até nos de Bizzy. Eles
são inteligentes, leais e ricos. Não sei como Koyn criou esse bando
de irmãos, mas ele fez isso com precisão. Cada homem aqui é um
reflexo do homem na cabeceira da mesa, brilhante, calculista,
duro. Eles obviamente são uma equipe, uma força a ser
reconhecida. E embora eu seja tecnicamente a prisioneira deles,
estou torcendo pelo time deles.
Porque o outro time... o outro time é assustador.

Magna e meu pai sempre criaram um time perverso. Meu


pai é rico e tem conexões; portanto, ele faz com que Magna fique
de pé, tentando pegar o que ele oferece. Quando não está
deslumbrado com a quantidade injusta de dólares de papai,
Magna está em seu próprio time. Querendo criar o melhor mundo
que puder para si mesmo. Nunca foi sobre seu filho, seu antigo
MC ou meu pai. É tudo sobre Magna.

Com o dinheiro e o poder de papai, juntamente com a


brutalidade de Magna, me pergunto se Koyn e os outros Royal
Bastards terão alguma chance contra eles.

“Você vai olhar a noite toda ou vir sentar no meu colo?”


Koyn pergunta humildemente, seus olhos escuros me prendendo
no lugar.

Eu respiro fundo, levanto o queixo e sigo em direção a


ele. Meu coração está disparado no peito, mas tento não parecer
afetada por ele ou seus homens. Colocando-me em sua coxa, tento
não estremecer na minha bunda dolorida.

“E agora?” Eu exijo, fingindo irritação por ter que estar em


uma reunião chata.

Koyn coloca uma mão possessiva na minha barriga e me


puxa de volta contra seu peito. "Estávamos discutindo o quão
pobre seu pai fica a cada segundo."

"Pobre?"

Koyn se inclina para frente e aperta um botão em seu


laptop. Olho fascinada pelo banco on-line do meu pai. Todas as
contas estão em zero, além da conta corrente, que tem quinhentos
dólares.

“Você deixou alguns”, murmuro.

Koyn ri. “Eu tive que deixar algum dinheiro para a viagem
até aqui.”
Tensa em seus braços, minhas unhas cravam na pele de
seus antebraços. “Ele está a caminho?” Minha garganta dói
quando a bile se arrasta. Uma onda de tontura me faz respirar
fundo. Lágrimas queimam e ardem meus olhos.

“Com medo de machucar seu pai precioso?” Suas palavras


provocadoras são baixas e ameaçadoras.

Uma lágrima vaza e eu pego o olhar sombrio de


Filter. Rapidamente, olho para longe dele e bato minha bochecha
com o polegar. “Não”, eu digo, cinco segundos tarde demais.

“Você está enganada”, ele rosna, seus dedos roçando ao


longo da minha barriga. “Você deveria estar assustada. Não vou
ser fácil com ele. Vou fazê-lo pagar e depois vou matá-lo.”

“Eu não estou com medo que você o machuque.” Engulo e


olho por cima do ombro para Koyn. “Estou com medo do que ele
fará agora. Para você. Para eles.”

Os olhos de Koyn se estreitam para fendas enquanto ele me


inspeciona, procurando a verdade em minhas palavras. Sinto
como se ele pudesse ver bem dentro da minha cabeça. Nojo toma
conta de mim. Ele pode ver as partes sujas que eu escondo de
todos? As que envolvem apenas meu pai? Minha garganta aperta
quando pisco rapidamente para me livrar das lembranças do ano
passado. Magna pode ter me fodido como se eu fosse dele, mas eu
poderia lidar com ele. Era meu pai que rasgava pedaços da minha
alma cada vez que entrava no meu quarto. O erro do que ele fez
me assombrará até o dia em que eu morrer.

O que muito bem poderia ser em breve.

Hoje até.

Koyn terá alguma utilidade para mim se ele conseguir matar


meu pai?

Ou serei dispensável?

E o nosso bebê?
Sentindo uma proteção feroz ondular através de mim,
aperto minha barriga como se pudesse, de alguma forma, proteger
a pequena vida dos horrores do meu mundo. Mas a mão de Koyn
ainda está lá. Ainda segurando como se eu tivesse um pedaço
dele. Meus dedos voam sobre sua pele, sem saber se devo ligar
meus dedos com os dele ou me afastar. A outra mão dele cobre a
minha, tomando a decisão por mim.

“Um homem como seu pai é um covarde”, afirma Koyn, na


verdade. “Ele não é nada sem seu dinheiro e seus servos. Tire o
talão de cheques e ele vai surtar. Tire seu músculo e ele vai mijar
nas calças.” Seu polegar acaricia as costas da minha mão. “Tire o
que ele possui, algo que ele criou com seu próprio sangue, e isso
acabará com ele.”

Se fosse assim tão fácil.

Papai é rico e poderoso, porque não é fácil derrubá-lo. Ele é


cruel e astuto. Um tubarão em todos os aspectos de sua
vida. Quando mamãe se matou, fiquei sozinha no fundo com o
tubarão.

Ela ficou com nojo das fotos que encontrou em seu estúdio,
fotos eróticas minhas que Junior havia tirado quando eu tinha
cerca de quinze anos quando começamos a fazer sexo. Fotos que
papai estava usando para se divertir. Eu ouvi os gritos quando me
escondi atrás da escada. Ela o chamou com todos os nomes do
livro. Ameaçou me levar para longe dele. Jurou drená-lo
financeiramente e arruinar sua reputação.

E no dia seguinte ela estava morta.

Overdose.

Ela estava deprimida. Pelo menos foi o que papai disse a


eles. Nenhuma palavra foi dita sobre suas compulsões doentias.

Embora eu não tenha provas definitivas, sei que meu pai


teve uma mão na morte dela. Ou ele a levou ao suicídio depois do
que ela descobriu, ou a forçou a terminar sua vida. Tudo o que sei
é que ela se foi.

Eu estava sozinha.

Na água.

Com um tubarão.

Circulando e circulando e circulando.

Todos os dias evitava os olhares predatórios do meu


pai. Tentei não pensar nas coisas horríveis que eu tinha
ouvido. Fiquei ocupada com a escola, amigos e atividades.

Mas eu estava cansada.

Perder a mamãe e tentar manter minha cabeça acima da


água era quase impossível. Eu quase me afoguei. Caí nas
profundezas do meu próprio desespero, enrolando-me na cama
por dias seguidos, enquanto tentava entender minha vida.

E esperando no fundo por mim estava um tubarão.

Ele.

Meu pai.

Ele tirou sangue. Tomou aquela mordida proibida. Afundou


os dentes na minha alma. Devorou todas as partes boas e
inocentes dentro de mim até que eu sabia que tinha que fugir ou
acabaria como ela.

Então eu corri.

Direto para Junior e Magna.

Para segurança.

Um soluço sufocado escapa da minha garganta. É então


que percebo que o cômodo já se esvaziou e Koyn me segura contra
seu peito, acariciando seus dedos pelos meus cabelos. Ele deveria
ser meu inimigo porque odeia meu pai, mas ele é o porto mais
seguro que eu já conheci.

“Estou com medo”, eu sussurro em lágrimas, segurando seu


colete de couro. “Estou tão assustada, Koyn.”

As mesmas palavras que eu murmurei tarde da noite para


Junior. Palavras que ele nunca entendeu. Ele pensou que eu
estava com medo de deixar a vida do MC e ser puxada de volta
para casa numa vida de menina rica. Ele não sabia de quem eu
tinha medo. Ele não entendeu.

Não contei nada a Koyn, mas algo mudou no ar.

Eu quase posso prová-lo.

Conhecimento. Compreensão.

A palma possessiva dele aperta meu quadril e ele enfia o


nariz no meu cabelo. “Eu vou arruiná-lo”, murmura Koyn, a
violência pingando em suas palavras. “Eu sinto muito.”

Ele sabe e ainda assim sua vingança é a coisa mais


importante para ele.

Ele sente muito por arruiná-lo.

Porque isso significa me arruinar.


VINTE E CINCO

Koyn

A casa inteira fica escura.

Em um momento, estou segurando um anjo trêmulo e


chorando silenciosamente, e no outro, estamos banhados na
escuridão. Vários caras saem para algum lugar da casa. Eu posso
ouvir Stormy reclamando na cozinha.

“Oh, não”, Hadley lamenta.

Sim.

Ele está aqui.

O pai dela, porra.

Eu quase sorrio tentando imaginar o olhar vitorioso em seu


rosto. Ele está em algum lugar próximo, porque não importa quão
bom ele seja, só pode fazer o que eu permito que faça. E, neste
caso, exijo que ele esteja a uma certa distância. O filho da puta
queria me matar porque sabia que nunca seria tão bom quanto
eu. Nada mudou. Mesma merda, dia diferente.

Agora ele está aqui.

Andando direto para a armadilha que eu coloquei.

Ele acha que é o mestre da porra do nosso universo.


Alguém deveria dizer a ele que ele é apenas um fantoche de
cordas, cordas com as quais eu vou estrangulá-lo.

“Koyn.”

A voz preocupada de Hadley faz algo comigo. Tira-me do


turbilhão da vingança irracional e me obriga a encarar o
presente. Por tanto tempo, tudo o que pensei foi no passado e no
que aconteceu.

Então ela aconteceu.

Presente.

Dentro dela, há um futuro.

Em vez de insistir em coisas de merda, como esperança e


família, mas enquanto monstros como Genworth e Putnam ainda
percorrem o mundo, decido focar no passado. Pelo menos por
enquanto.

“Você já comeu?” Eu pergunto, dando um tapinha na coxa


de Hadley, indicando que ela deve ficar de pé.

Ela obedece e balança a cabeça. Está escuro, mas a luz da


lua entra pela janela, permitindo que eu veja suas feições bonitas
e sombrias.

“Encontre Bermuda e coma.” Eu levanto e pego minha faca


embainhada da mesa para que eu possa prendê-la no meu
cinto. “Coloque os sapatos. Sem calor, vai esfriar bem rápido.”

Eu começo a me afastar e ela agarra meu pulso. Virando-


me, eu considero seu rosto meio sombreado. Timidamente, ela dá
um passo em minha direção e passa as pontas dos dedos ao longo
da minha mandíbula desalinhada.

“Tudo o que eu sempre quis na vida foi fazer coisas que me


façam feliz”, ela murmura. “Eu não tinha certeza do que
seria. Agora que mamãe se foi e estou claramente grávida,
encontrei alguma direção.” Ela dá o sorriso mais bonito do
mundo. “Quero ser uma boa mãe para este pequeno. Quero
protegê-lo das pessoas horríveis do mundo.” Ela engole e desvia o
olhar para o chão. “Eu não quero fazer isso sozinha.”

Levantando minha mão em seu queixo, eu a cutuco de volta


para que eu possa ver seu rosto. Meu polegar esfrega em seu lábio
inferior seco. “Você flerta com o perigo, garotinha. Você não sabe
o que pede.”

O olhar dela endurece. “Eu sei exatamente o que peço. Sei


o que quero.”

“Princesas nem sempre conseguem o que querem.”

“Talvez eu não queira ser uma princesa”, ela diz


calorosamente.

“Sim, garota de concurso? Você estava pensando em


rainha?”

Ela fica na ponta dos pés e pressiona um beijo casto nos


meus lábios. “Eu estava pensando que senhora tem um toque
mais agradável.”

Diabos, se meu pau não fica duro.

“Vá comer”, eu rosno.

Ela sorri, seu espírito brincalhão finalmente encontrando


seu caminho de volta para dentro dela. “Sim, Papai.”

Essa porra de garota.

Silêncio.

Silêncio completo e absoluto.


Estou congelando minhas bolas lá fora, mas não movo um
músculo. Eles estão vindo. Andando direto para a nossa
armadilha. Eu pensei que talvez eles rolassem nas Harleys como
uma multidão de malditos filhos da puta. E se Putnam estivesse
assumindo a liderança, ele provavelmente faria exatamente isso,
apesar da neve. Mas como Genworth está no comando, eles serão
mais sorrateiros quanto a isso.

Crunch.

Meus olhos disparam para a minha esquerda, onde a bunda


idiota de Bizzy me lança um olhar culpado. O fodido não pode ficar
parado para salvar sua vida. Eu arrasto meu olhar de volta pela
estrada, apertando os olhos contra a escuridão e as rajadas de
neve caindo.

Pego os olhos escuros de Katana e aceno com a cabeça. Ele


desaparece na noite para procurar mais longe na estrada. Payne
ronda atrás dele. Temos a casa completamente cercada e
protegida de todos os ângulos.

Buzz. Buzz. Buzz.

Puxando meu telefone do bolso do casaco, deslizo-o e


pressiono-o no ouvido, mas não respiro uma palavra.

“Eu tenho acesso a tudo, Koynakov.” As palavras de


Genworth são ditas com confiança, mas não perco o leve esforço
em suas palavras.

Ele está na cova dos leões agora.

“Você já levou as únicas coisas próximas e queridas para


mim”, eu o lembro. “Você acha que minha eletricidade está
fazendo falta?” Faço uma pausa. “Nada que você possa fazer pode
me machucar novamente. Para você, eu sou invencível, intocável.”
Soltei uma risada fria. “Mas você? Eu tenho seu pequeno coração
batendo na palma da minha mão.”

“Faça.”
Suas palavras latidas são meu único aviso antes de ouvir
o rata-ta-tat-tat vindo da linha das árvores. As janelas quebram
quando balas atravessam minha casa. Irritante pra caralho, mas
esperado. Eu passo atrás de uma coluna de pedra da varanda,
esperando o ataque.

Segundo por segundo, o tiroteio para quando meus homens


encontram seus alvos.

“Enviei Hadley para comer na cozinha”, digo no telefone que


ainda está pressionado no meu ouvido. “É melhor dar meia-volta
e ir para casa a essa altura, porque depois desse golpe, ela está
morta.”

“Você realmente deve achar que sou burro”, Genworth diz


com uma risada cruel. “Que eu já não enviei alguém para pegar
minha filha no segundo em que vocês mostraram seus rostos?”

Eu jogo minha cabeça para a direita, encontrando


Filter. Ele assente e levanta dois dedos, nosso sinal de que
Putnam foi quem a levou.

“Você está no ponto de encontro?” Eu provoco. “Você está


limpo? Pronto para fugir com toda a porra do meu dinheiro e
com a porra do meu prêmio?”

“Você sabe que eu não vou embora até eu o assistir estripar


você, ahh!”

A linha fica morta.

“Nós fomos desconectados”, falo para Filter. “Vamos ao


matadouro. É hora de assar um porco.”

Gosto de ouvir os gritos dos meus inimigos.


Ver Marron Genworth e Randall "Magna" Putnam
amarrados a cadeiras, lado a lado, em meu prédio é a experiência
mais gratificante de toda a minha vida. O momento que esperei
por dez longos anos. O começo do fim.

Mas ver a garotinha de Genworth sentada no colchão em


frente à lareira com os joelhos dobrados e um olhar assombrado
no rosto não é nada gratificante. É muito perturbador. Torcido e
errado. Algo que eu não quero ver.

Eu olho para longe.

Foco.

Quando me aproximo, percebo que Dragon já está fodendo


com Putnam. Putnam tem a palavra PORCO ESTUPRADOR
cortado na testa com uma caligrafia impressionantemente
limpa. Dragon é um mestre com a lâmina.

Isso foi o que você fez com minhas garotas, imbecil.

Eu examino a sala e encontro todos os meus caras


assistindo e esperando, alguns nas partes sombreadas do
matadouro e outros à vista. Eles querem isso tanto quanto
eu. Isso me faz pensar como será a porra da Igreja sem passar
metade da reunião contemplando vingança. Eu não posso nem
começar a imaginar uma vida de paz.

Apenas não.

Minha vida é guerra. Já faz uma década. Uma guerra que


vencerei no final.

Gibson cantarola algo que soa estranhamente como "Don't


Fear the Reaper", do Blue Oyster Cult. É uma música
apropriada. Genworth e Putnam não precisam temer o
ceifador. Eles precisam me temer.

Putnam fala algo, mas por trás da tira de fita adesiva, não
faz sentido.
“O que é isso?” Eu pergunto enquanto o ignoro para ir até
Hadley. Ela não vacila quando estendo a mão e acaricio seu
cabelo. Eu volto meu olhar para Genworth. Seus olhos brilham
com fúria, concentrados no modo como eu a toco. Nenhum pai
quer ver a filha ser contaminada. “Você sabe”, digo a
Genworth. “Passei muito tempo contemplando esse
momento. Matar as pessoas responsáveis por tirar minha família
de mim. Eu imaginei tudo, desde um corte rápido na sua garganta
até maneiras mais criativas de você morrer, como esculpir cada
um dos seus órgãos um por um e alimentar você com eles
enquanto engasga até morrer.”

“Nojento”, murmura Hadley.

“Eu pensei em fazer Dragon destruir seu cu, Putnam”, eu


rosno, prendendo-o com um olhar duro. “Isso não é negócio.” Eu
imito suas palavras do passado. “Isso é pessoal.”

Dragon faz um gesto obsceno de agarrar seu pau através de


seu jeans escuro. Alguém ri das sombras. Provavelmente Katana.

Putnam não parece temeroso com a perspectiva de Dragon


o sodomizar, apenas chateado. Bem, foda-se ele. Este é o meu
show e ele tem que ficar até o fim. Ele suportará qualquer plano
que eu tenha para ele.

“Você sente falta dele?” Pergunto a Hadley quando aponto


para Putnam.

Ela vira a cabeça para me olhar, o ódio brilha em seus


olhos. “Não.”

“Mas você fodeu o pai do seu namorado morto, não é, GC?”

Hadley balança a cabeça, as lágrimas escorrendo pelo rosto


bonito e angelical. Uma onda de raiva começa a subir ao meu
redor, ameaçando me afogar a qualquer momento.

“Você está mentindo, doce menina?”


“Eu nunca transei com ele.” Seu lábio inferior treme. “Ele
me fodeu.”

Putnam uiva através da fita quando Dragon cruelmente


corta sua orelha. Com um rugido, ele a lança através da sala em
direção ao fogo.

“Você quer me dizer que o porco estuprador também a


estuprou?” Minhas palavras são enganosamente calmas enquanto
eu embalo seu rosto suave com a minha mão que treme de raiva.

“Eu não queria isso, Koyn. Estava assustada.”

Outro grito. Outra orelha.

Bom, Dragon.

Eu corro meu polegar ao longo de sua bochecha molhada e


manchada de lágrimas e depois trago-a para a minha língua para
que eu possa sentir sua tristeza salgada. “O que quero saber é
porque seu pai permitiria que Putnam o contaminasse. Isso faz
parte dos negócios? Isso foi pessoal ou comercial?” Eu arqueio
uma sobrancelha para Genworth, que olha furioso para
mim. “Papai sabe que sua preciosa princesa foi contaminada por
um filho da puta doente?”

“Eu não sei”, ela choraminga.

O olhar de ódio no rosto de Genworth me diz que ele


sabe. Provavelmente concordou. Vou lidar com ele em breve. Por
enquanto, quero fazer Putnam sofrer.

Soltando minha mão do rosto de Hadley, vou até


Putnam. Dragon me oferece sua faca, mas eu uso a
minha. Grande. Deformada. Letal. Eu não quero matá-lo...
ainda. Quero que ele sangre. Quero ele machucado. Quero que ele
chore.

“Segure-o”, grito. “Ele vai se contorcer.”


Eu arranco a fita da boca dele e a coloco na lateral da
cadeira antes de desembainhar minha faca. Putnam começa a
xingar uma tempestade.

“Você pode me torturar até a morte, mas sempre serei o


homem que fodeu sua esposa na bunda antes de esfaquear ela até
a morte. Eu sempre estarei em seus pesadelos quando você me
reviver violando a buceta apertada, virgem e adolescente da sua
filha, ahhhh!”

Suas palavras são cortadas e seguidas por um grito no


momento em que agarro sua barba desgrenhada e começo a
serrar. Eu cavo a lâmina no lado do rosto dele perto de onde
estava sua orelha, profunda o suficiente para esculpir sua pele,
levando a barba com ela. Eu corto ao longo de seu osso da
mandíbula, a lâmina raspando contra a dureza dele. Enquanto eu
puxo sua barba, levantando a pele, sou capaz de cortar sua pele,
deixando apenas o músculo carnudo em suas bochechas
visível. O sangue jorra por todo o lugar e é lindo. A vingança é uma
cor bonita. Seus gritos ficam silenciosos quando ele desmaia de
dor. Continuo esfolando-o até o orifício da outra orelha. Uma vez
que tenho seu pedaço de pele e barba em minhas mãos, eu abro
a boca e empurro a merda bagunçada para dentro. Isso o acorda,
fazendo-o engasgar e gemer. Pego a tira de fita adesiva, mas
minhas mãos estão sangrentas demais para usá-la.

“Fita”, eu assobio, acenando para Payne, que paira por


perto, a violência brilhando em seus olhos. Ele rasga uma longa
tira da fita adesiva e depois circula a cabeça de Putnam, selando
todas as feridas sangrentas do rosto e mantendo toda a pele,
cabelos e merda na boca. Cara, parece algo direto de um filme de
terror.

Eu posso ouvir Hadley engasgando atrás de mim, mas não


presto atenção a ela. Meu foco está em Putnam. Sobre o que ele
fez com Ellie e Blaire... e Hadley. Ele é um monstro. Alguém que
precisa ser eliminado.
“Eu quero que ele sofra” berro, minhas palavras ecoando
nas paredes ao nosso redor. “Quero que ele sofra.”

Dragon sorri para mim. “Não vou colocar meu pau dentro
desse pedaço de merda.”

Nós compartilhamos um olhar sombrio. Sem palavras, ele


começa a cortar a fita que prende Putnam na cadeira. Ele é fraco
demais para lutar contra Dragon. Dragon empurra Putnam para
o lado da cadeira e começa a puxar as calças para baixo. Vou até
onde posso vê-lo e me agacho bem na frente dele. Os olhos de
Putnam estão arregalados e cheios de dor. Um forte medo brilha
neles. É tão parecido com o olhar no rosto da minha filha que
quero gritar em vitória.

Mas a guerra ainda não foi vencida.

“Machuque-o, Dragon.”

Dragon assente e rapidamente balança o punho. O mesmo


punho segurando sua faca. Bem na bunda inútil de
Putnam. Literalmente. Putnam grita como um porco no
matadouro, é bom, já que estamos no antigo matadouro. Dragon
retira a faca e um pouco de sangue atinge o chão sujo. Então, ele
o esfaqueia novamente. Bem na maldita bunda. Tenho prazer na
maneira como o rosto de Putnam, onde resta pouca pele,
empalidece e seus olhos reviram. Ele estará morto em breve. Eu
gostaria de poder fazer isso durar mais tempo.

“Acho que ele já teve o suficiente”, digo a Dragon. “Acho que


ele está entrando em choque. Ele está tremendo. Coloque-o perto
do fogo para aquecê-lo.”

O rosto de Dragon se curva em um sorriso sinistro. “Você


conseguiu, Prez.”

Ele empurra Putnam de volta na cadeira e Payne ajuda a


tapá-lo de volta. O sangue escorre em rios da cadeira, sem dúvida
vazando de sua bunda. Dragon o esfolou como o porco que
Putnam é. Juntos, Dragon e Payne carregam a cadeira para o
fogo. Eles o sentam no meio do fogo. Vai demorar um pouco para
queimar.

Os gritos vindos dele agora são maravilhosos. Fecho os


olhos e deleito-me com os sons. Eu me sinto um pouco
justificado. Nunca poderei desfazer o que aconteceu com Ellie e
Blaire, mas não há outra maneira que preferiria vê-lo morrer. Abro
os olhos, maravilhado com a maneira como suas roupas pegam
fogo. Como sua cabeça queima. Como ele se contorce em uma
tentativa desesperada de escapar, apesar de seus ferimentos com
risco de vida. A sala fede como cabelo queimado e carne humana,
mas eu não me importo. Hadley se contorce repetidamente,
sufocando com vômito e lágrimas. Eu aceno para Bermuda ir vê-
la. Quando finalmente meus olhos encontram os de Genworth,
não vejo arrogância, fúria ou frieza.

Eu vejo medo.

Medo total e absoluto.

É tão viciante que eu quero beber. Coloque-o em um frasco


e atire nas minhas veias. Acenda e injete na minha alma. Embora
eu sonhe com a morte dele por muito menos tempo, sinto-me tão
desesperado por tê-la. No momento em que descobri que ele era o
mentor por trás de tudo, quis acabar com ele da pior maneira
possível.

“Putnam me fez assistir enquanto ele estuprava minha


garotinha”, digo a Genworth, embora ele já saiba disso. “Sob seu
comando. Você sabe que eu vou forçar você a assistir o que vou
fazer com sua garota.”

As narinas de Genworth se abrem e ele fecha os olhos.

Assim como eu fechei os meus, incapaz de ver o que Putnam


fez com Blaire.

“Dragon”, resmungo. “Ele vai assistir. Ele será forçado a


assistir. Payne, segure sua cabeça.”
Meus caras não decepcionam. Em vez de manter os olhos
abertos, Dragon agarra uma das pálpebras de Genworth, afasta-a
do globo ocular e corta cuidadosamente sua tampa
superior. Genworth grita como uma putinha. Onde Putnam
estava acostumado a uma vida difícil, Genworth é um vagabundo
que se esconde atrás do dinheiro como um fino véu de
poder. Putnam continua a cozinhar, completamente silencioso
agora. Genworth, no entanto, é quem está gritando através de sua
fita agora. Dragon trabalha rapidamente para remover a outra
pálpebra de Genworth.

Ele parece assustador pra caralho, sem pálpebras e sangue


escorrendo por suas bochechas.

Assustador, mas ainda solto uma risada sombria e


satisfeita.

“Hadley, venha aqui”, eu rosno, estendendo minha mão


para ela.

Bermuda dá-lhe um tapinha nas costas antes de pedir que


ela caminhe em minha direção. Ela parece tão pequena no meu
enorme casaco com capuz. Seu cabelo escuro está bagunçado e
selvagem. A pobre menina está branca como um maldito lençol,
como se pudesse desmaiar a qualquer momento. O que significa
que ela realmente não vai gostar disso.

“De joelhos, princesinha. Mostre ao seu pai quem você


adora agora.”

Genworth grita através de sua fita. Eu o ignoro.

Ela balança quando começa a ficar de joelhos. Estendo a


mão, agarro seus ombros e a firmo. Então, eu a guio de
joelhos. Suas mãos estão trêmulas e fracas. Eu poupo os esforços
dela e desabotoo meu jeans. Uma vez que o zíper está aberto, eu
corro meus dedos sangrentos pelos cabelos dela.

“Chupe, GC.”
Ela olha para mim com olhos chorosos. Espero ouvi-la
implorar para deixá-la descansar, escapar ou algo assim. Seus
olhos imploram que eu a mantenha. Para amá-la. Antes que eu
possa decidir o que quero fazer, seus lábios carnudos e secos
envolvem meu pau. Genworth tendo um surto faz tudo valer a
pena. Originalmente, eu queria transar com ela na frente dele,
mas depois decidi que não faria isso. Não quero que todos
vejam. Até os vilões têm padrões de merda.

Eu gemo quando sua língua esfrega contra a parte inferior


do meu pau. Meus dedos apertam seus cabelos. Nossos olhos se
encontram. Sem palavras, eu a aviso. Suas unhas cravam no meu
jeans, preparando-se. Solto um grunhido satisfeito enquanto a
fodo. Enfio meu pau em sua boquinha, passo pela picada aguda
de seus dentes e desço pela garganta molhada e apertada. Minha
garota engasga e soluça, mas ela pega meu pau como se fosse seu
maldito trabalho. Ela engasga e eu sinto o vômito quente subir
pela garganta em volta do meu pau e dane-se se não parece muito
bom. Eu saio rapidamente, deixando-a lidar com sua
situação. Apesar do vômito escorrendo pelo queixo, ela agarra
meu pau e me acaricia.

Boa menina

Boa garota, porra.

Eu gozarei por todo o rosto bonito e arruinado. Marcando-a


na frente de seu pai. Mostrando a ele a quem ela pertence agora.

“Implore por isso, menina.”

“Por favor”, ela choraminga.

“Você quer que eu te bagunce, hum? Você quer que eu faça


você minha?”

Ela assente, acariciando-me com mais força. “Eu quero ser


sua... Papai.”
Minhas bolas flexionam e solto jatos de gozo em todo seu
rosto. Essa garota vai precisar de um banho longo e quente, se
conseguir sair daqui viva. Pensar nela nua no chuveiro enquanto
lavo todas as partes sujas dela deixa meu peito apertando em
resposta.

Eu quero ficar com ela.

Assim que meu pau para de se mexer com a minha


libertação, eu me afasto de Hadley. Ela não limpa a bagunça que
está em seu rosto. Simplesmente me encara com uma expressão
esperançosa. Uma que implora para eu protegê-la e amá-la.

“Olha, Genworth”, provoco enquanto guardo meu pau. “Sua


garotinha me escolhe em vez de você. Por que diabos a
princesinha gostaria de ser minha putinha?” Eu aceno para
Filter. “Tire a fita dele.”

Segundos depois, Genworth está gritando comigo.

“Seu filho da mãe! ELA É MINHA!”

Arqueio uma sobrancelha para ele. “Não era seu pau que
ela estava chupando, agora, era?”

O grito que vem de Hadley é aquele que corta até os


ossos. Eu balanço minha cabeça para olhar para ela. Minhas
palavras a machucam fisicamente. Todo o seu corpo treme de
medo. Não de mim. Dele. Ela enterra o rosto na minha camisa, me
abraçando pela cintura a partir de sua posição de joelhos. Não
posso deixar de acariciar seus cabelos com meus dedos pegajosos
e ensanguentados.

“Levante-se, Hadley”, digo tão suavemente que só ela pode


ouvir.

Ela treme quando se levanta, fraca e arruinada. Eu a abraço


no meu peito, ignorando as reclamações de Genworth. Minha
boca encontra sua orelha.

“Seu pai machucou você?”


Um aceno agudo.

“Seu pai te fodeu?”

Um soluço.

“Você não queria isso, não é?”

Um aceno de cabeça.

Essas palavras são apenas para nós. Não é o meu


pessoal. Não Genworth. Nem o filho da puta morto cozinhando no
fogo. É de nós dois.

“Nós não podemos deixá-lo viver, sim? Não depois do que


ele fez com minhas garotas. Todas vocês.”

Ela afunda contra mim. “Nós não podemos.”

“Você quer machucá-lo?”

“Sim”, ela respira.

“Dragon”, eu grito. “Traga-me sua faca.”

Os olhos de Dragon brilham de interesse e me entrega a


lâmina. Coloco-a na mão de Hadley. Agarrando sua mandíbula
que está manchada de vômito e esperma, eu admiro seu
rosto. Seus olhos castanhos não se enchem de lágrimas. Não, eles
estão brilhantes com ódio e violência.

“Você é tão cego”, Genworth grita. “Não consegue nem ver o


quadro geral. Você perdeu seu jogo, velho. Você não está no topo
da merda como costumava estar. Cheguei até aqui porque
descobri como jogar este jogo. Você não passa de um perdedor.”

“Continue falando”, eu aviso.

Genworth zomba. “Você tem um rato em suas fileiras. Um


que eu descobri facilmente enquanto você estava com o polegar na
bunda.”
Eu fico tenso e levo meus olhos para Filter. Sua expressão
é ilegível. Quando Genworth olha para Dragon de uma maneira
consciente, eu me irrito. Não Dragon. Dragon simplesmente sorri,
sombrio, mau, provocador. Ele é o vilão que você leu em todos os
livros enquanto crescia. Ele é um dragão, não um rato, no entanto.

“Embora tenha sido divertido jogar adivinhação” murmuro,


“não estou com disposição para jogos. Estou com disposição para
tortura e dor. Faça-o sofrer, menina.”

Ela se afasta, balançando um pouco, e depois caminha até


ele. Um silêncio cai sobre a sala enquanto ela fica lá, olhando-o,
como algo saído de um filme de terror com a faca na mão ao lado.

“Hadley, querida...” Genworth começa.

Suas palavras são cortadas quando ela corta sua


bochecha. Ele grita e depois começa a mover a boca uma milha
por minuto, implorando por sua
misericórdia. Implorando. Fazendo todas as promessas
necessárias.

“Foi um acidente”, ele soluça quando ela corta sua garganta,


mas não o suficiente para cortar uma boa veia. “Você tem que
acreditar em mim. Eu estava triste por sua mãe. Você se parece
com ela. Então...”

Ela o esfaqueia bem na boca, a pequena lâmina perfura sua


língua. Sangue jorra, sujando ainda mais minha garota. Com um
grito agudo, ela puxa a lâmina, enviando um pedaço da língua
dele voando.

Todo mundo fica parado enquanto assistimos Hadley


enlouquecer. A faca é pequena o suficiente para que ela
provavelmente não acerte nada que o mate, só que tudo vai
doer. Perco a conta depois de cinquenta
facadas. Peito. Cara. Ombros. Pescoço. Estômago. Coxas. Pau.
Pau. Pau. Pau. Orgulho surge através de mim enquanto ela mutila
seu pênis através de suas calças, punindo-o por usá-lo contra
ela. Ele é uma bagunça sangrenta, gemendo e implorando para
que sua filha pare. Eu acho que ela continuaria se tivesse energia,
mas ela tropeça no colchão e cai em uma pilha.

Vou até Genworth, admirando o trabalho dela. Eu sei que


dói como uma cadela.

“Pegue as bolas dele”, digo a Dragon, jogando minha faca


para ele. "Faça ele comê-las.”

Enquanto Dragon se deleita em cortar as calças de


Genworth, eu me ajoelho ao lado de Hadley. Viro o corpo dela para
que possa ver o que Dragon faz com o pai. Deitada, me encolho
contra ela, puxando-a para o meu peito para que eu possa mantê-
la segura e fazê-la se sentir protegida.

Dragon consegue agarrar as bolas de Genworth e serrar


diretamente através da pele fina e sensível que as prende em seu
corpo. Hadley engasga novamente quando Dragon começa a enfiar
o pedaço sangrento de bolas peludas na boca de Genworth. Ele
usa a ponta da minha faca para enfiar a merda na garganta
dele. Antes que ele possa vomitá-las, Payne está lá, fechando a
boca com força, como fez com Putnam.

Eu assisto enquanto meus homens se revezam na foda com


Genworth. Facada. Chute. Provocação. Tortura. Por mais que eu
adore fazê-lo sofrer mais por minha própria mão, prefiro o que
minha mão escolheu fazer. Ela se espalha sobre a barriga nua de
Hadley sob a blusa, de uma maneira protetora e possessiva.

Minha.

Ela é minha.

Ela e o nosso bebê.

Nada pode mudar isso. Não mais.

Dragon e Filter desta vez arrastam a cadeira do quase morto


Genworth para o fogo. Putnam está carbonizado e
defumando. Eles colocam Genworth ao lado dele para que ele
possa queimar vivo por qualquer momento que permaneça em sua
vida ridícula. Quando ele morre, uma paz toma conta de mim.

Porra, finalmente.

E então todo o inferno se abre quando Stormy irrompe no


matadouro.

“FBI! Ninguém se move!”


VINTE E SEIS

Hadley

Eu me sento apoiada no cotovelo e olho em confusão. De pé


na porta com a arma sacada e duas pessoas com ela, Stormy olha
para Koyn, que ainda está ao meu lado.

Parece que há pouco, ela estava na cozinha


comigo. Bermuda fez um sanduíche para mim e depois me levou
para o andar de cima. Ela deve ter escapado algum tempo depois
disso.

“Stormy?” Eu resmungo.

“Agente Brenda Gale”, Stormy diz em um tom feroz. “Todos


de joelhos, mãos atrás das costas. Hadley, querida, preciso que
você caminhe até aqui.”

O braço de Koyn se aperta em volta de mim. “Agente Gale”,


Koyn late. “Hadley fica comigo.” Eu posso sentir uma raiva
assassina ondulando nele tão quente quanto o fogo de onde dois
corpos cozinham. “Corra, Stormy, antes de eu pegar você.”

“Não”, Stormy diz bruscamente, seu olhar


endurecendo. “Eu pensei que poderia fazer isso, mas não posso
assistir você estragar essa garota. Você a matará.” Ela levanta o
queixo. “Ela está grávida do seu filho, mas isso não significa que
a vida dela precisa terminar.”
“O que você quer de mim?” Koyn exige. “Cuspa, porra. Se
pegar Hadley e vou encontrar uma maneira de buscá-la. Você
sabe disso.”

“Eu quero que você vá para a prisão onde é o seu lugar”,


Stormy late de volta.

Koyn se levanta lentamente, me puxando com


ele. Provavelmente, me colocando entre ele e a agente secreta,
considerando que sou eu quem ela está tentando salvar.

“Onde está o seu apoio?” Koyn pergunta. “Apenas esses


dois?”

“Será o suficiente até que o resto chegue”, ela diz, com falsa
confiança em seu tom.

“Hmm”, é tudo o que ele diz em troca.

“Por favor, não a mate”, eu sussurro.

“Por que você está me investigando, Stormy?” Koyn exige,


ignorando minhas palavras. “Por que você não pode deixar isso
quieto?”

Um movimento chama minha atenção. Filter dá um passo


adiante, a raiva queimando dele.

“Você jogou comigo, Stormy? Por quê?”

Os lábios dela pressionam juntos. Ela não olha para


ele. Seus olhos treinados estão em mim.

“É o meu trabalho”, ela grita. “Você foi com quem pude me


aproximar mais.”

“Mas por que você quer Koyn?”

“Não, Koyn” ela começa e é cortada por dois tiros


ensurdecedores.

Bang. Bang.
Os dois agentes ao lado dela caem. Os olhos de Stormy se
arregalam de medo.

“Eu”, Copper resmunga por trás dela. “Ela está me


investigando. Estou certo, agente Gale?”

Ele pressiona a 45 na têmpora dela enquanto pega a arma


da mão dela. Com um lance rápido, ele se livra da arma, mas
felizmente não atira.

“Federal sujo”, zomba Stormy. “Eu senti seu cheiro a três


estados daqui.”

“Você deveria saber que não se fode com um Koynakov”,


Copper diz, balançando a cabeça. “Nós cobrimos nossas trilhas.”

“Eu estava reunindo provas!”

Copper ri. “À custa da sua carreira. Posso ser um Federal


sujo, mas sou um. Você, pequena Stormy, recebeu uma licença
administrativa por desobedecer a uma ordem direta.”

“Eles me disseram para deixar passar! Que você estava


limpo!” O corpo dela treme de raiva. “Eu sei que você não está. Eu
podia reunir tanta merda que eles me implorariam para voltar. Eu
levaria você e seu irmão junto com todo o Royal Bastards MC.”

“Ainda estamos aqui, puta”, Filter se encaixa. “Todo aquele


pau que você chupou e não conseguiu nada além de uma arma
pressionada na sua cabeça.”

“Ninguém fará nada quando se trata dos Koynakovs”, Koyn


diz a ela, sua voz se elevando atrás de mim. “Eu escrevi programas
anos atrás e os publiquei para que, sempre que alguém salvar
uma página da Web simples com meu nome, ele a
criptografe. CIA. FBI. NSA. Toda maldita delegacia de polícia em
um raio de oitocentos quilômetros. Quaisquer relatórios ou
arquivos com o clube Royal Bastards de Tulsa ou o nome da
minha família, os programas o apagam. Eles só podem ser
recuperados com uma senha que apenas eu conheço.”
“Por favor, não a mate”, murmuro novamente, desta vez um
pouco mais alto.

Copper se encolhe com minhas palavras, seus olhos


disparando em meu caminho. Ele levanta os olhos para
Koyn. Eles compartilham um olhar e então Copper acena.

“Se não for eu, será outra pessoa”, adverte Stormy. “A NSA
pegará embalo e contratará pessoas como Genworth. Alguém vai
decifrar seus códigos estúpidos e despejar tudo o que você está
escondendo.” Ela levanta o queixo. “Apenas coloque uma bala na
minha cabeça. Não faça merdas psicopatas e nojentas como você
faz aqui.”

Eu me solto do aperto de Koyn e corro até ela. Ninguém me


para. Ela me abraça forte quando eu começo a chorar.

“Por que você fez isso?” Eu sussurro. “Por que você se


sacrificou por mim?”

Ela beija o topo da minha cabeça. “Alguém tem que cuidar


de você, Hadley. Eu só queria que você estivesse segura.”

“O tempo acabou.” Copper late, puxando Stormy de volta no


momento em que Koyn me puxa para longe.

Eu choro, alcançando-a. “Não a mate! Por favor!”

“Copper?” Koyn explode quando ele a joga por cima do


ombro, ignorando-a enquanto ela chuta e grita. “O que você está
fazendo?”

Copper brilha em nossa direção. “Lidando com o meu


problema.”

“E de que maneira é essa?”

“Eu tenho meus métodos.” Então ele solta um suspiro


frustrado. “Não se preocupe, GC, a cadela não vai morrer hoje à
noite.” Com essas palavras, ele sai do matadouro e entra na noite
fria.
“É hora de tomar banho, menina”, Koyn diz. “Você teve
emoção suficiente por um dia.”

Três dias depois…

A energia vibra através de mim enquanto vejo Koyn


dormir. Com os olhos fechados e os lábios ligeiramente abertos,
ele parece inocente. Como um anjo que caiu do céu na cama
comigo. O "X" marcado na pele do seu rosto poderia muito bem
ser transformado em uma cruz só de olhar para ele com a cabeça
inclinada.

Eu sei bem.

Sob a aparência angelical está um demônio.

Meu demônio.

Um sorriso surge nos meus lábios. Ter o cara mais


assustador que eu já conheci do meu lado tem feito maravilhas
pelo meu humor ultimamente. Meus dois meses com papai e as
visitas de Magna destruíram uma parte de mim. Não tenho certeza
se voltará. Eu estava flutuando na escuridão até voltar
aqui. Quando descobri que poderia estar grávida, a luz brilhou,
iluminando meu caminho. A princípio, pequenas
rachaduras. Mas as rachaduras aumentam a cada dia que
passa. Os dois homens horríveis que me machucaram estão
mortos. Por causa de Koyn. Eles morreram dolorosa e
horrivelmente. É um alívio.

Incapaz de manter minhas mãos longe dele, escovo as


pontas dos dedos ao longo de sua mandíbula desalinhada. Quero
acordá-lo, mas não quero. Minha mente volta à noite em que ele
matou papai. Uma vez que Copper saiu com Stormy, ele me
carregou para dentro de casa, passou por todas as janelas e
destroços do tiroteio e foi direto para o escritório. Depois de
desligar o computador por um momento, a eletricidade
voltou. Então, ele me banhou com tanto cuidado e gentileza, que
tudo que eu pude fazer foi chorar. Fiquei abraçada ao lado dele
por três dias, recuperando lentamente minha força e minha mente
de volta.

“Quando você me olha assim, é assustador”, ele resmunga,


os olhos ainda fechados, um sorriso puxando seus lábios.

“Oh, graças a Deus”, eu grito. “Eu pensei que você fosse


dormir para sempre. A propósito, não é assustador quando você
gosta.”

Meu desprezo o faz sorrir ainda mais e ele aperta os olhos


contra a luz da manhã para olhar para mim. Eu amo como seus
olhos castanhos brilham com orgulho e prazer em me ver. O olhar
sombrio e assombrado que costumava estar sempre em seus olhos
se foi. Matar Magna e papai o libertou. Também me libertou.

“Fiz um dos testes que Bermuda buscou na farmácia. Com


certeza estou grávida.”

Ele mergulha uma mão grande no meu cabelo e me puxa


para sua boca. Eu gemo quando ele me beija, indiferente ao fato
de que nós dois temos hálito matinal. Koyn é um motociclista que
tortura homens da maneira mais hedionda. A última coisa com
que esse homem se importa é com o hálito da manhã.

Minha respiração acelera quando ele começa a puxar minha


camiseta. Nós não fazemos sexo desde que ele brutalmente levou
minha bunda em seu banheiro depois que ele me tirou de minha
casa. Desde que me sinto mais como eu, tenho desejado mais do
que os sanduíches de manteiga de amendoim e geleia que
Bermuda parece fazer tão perfeitamente bem para uma mulher
grávida. Mas Koyn me trata com cuidado. Ele é reservado em suas
ações. Não sinto falta do arrependimento que às vezes brilha em
seus olhos.

“Não se arrependa de nós”, deixo escapar, queimando-o com


o meu olhar. “Todas as coisas entre nós aconteceram porque
deveria. Estávamos vivendo o momento e pegando o que podíamos
conseguir.” Corro os dedos pelos cabelos escuros e
grossos. “Temos um futuro agora, Koyn.”

Algo quebra dentro dele quando cede completamente. Eu


grito quando rasga minha calcinha ao meio, me deixando
completamente nua para ele. Com movimentos incrivelmente
rápidos, ele empurra sua cueca e depois me ataca. Em vez de me
foder como o garanhão que ele é, esfrega o pau na minha buceta
enquanto me cobre de beijos. Seu lado brincalhão e provocador é
o único que eu vejo. Lá fora, ele é duro para seus homens. Aqui,
me mostra que homem bom ele pode ser para quem ama.

Ele me ama?

Acredito que sim.

Não acho que um homem possa matar com tanta


brutalidade apaixonada e não amar a mulher que preservou em
meio à violência. Talvez não seja o amor que ele tinha pela esposa,
especialmente no final do longo casamento, mas definitivamente
um novo tipo de amor. Um que está apenas brotando e um dia
florescerá em algo bonito. Tento imaginar Koyn, grande e feroz,
segurando o bebê minúsculo que criamos. Isso traz lágrimas aos
meus olhos.

“Ei”, ele canta, suas feições suavizando.

“Hormônios da gravidez”, eu resmungo, piscando meus


olhos chorosos. “Ficarei feliz quando voltar ao meu estado de
maldade.”

Ele sorri antes de tomar minha boca com puxões


possessivos de seus dentes nos meus lábios. Seu pau desliza
contra o meu lugar mais carente uma e outra vez até que eu estou
implorando para ele empurrá-lo para dentro de mim. Ele chega
entre nós para agarrar seu pau e depois o empurra com força. Eu
grito, afundando minhas unhas em seus ombros enquanto levanto
meus quadris, doendo por mais dele. Ele não decepciona e começa
um ataque punitivo enquanto me fode de uma maneira
possessiva. Não tenho certeza se Koyn fará algo doce. Não da
maneira que ele provavelmente fez com sua esposa. Mas aquele
homem morreu com ela. Este homem é um prez brutal e um líder
feroz. Ele é sombrio, sujo e perigoso. Não estou atraída pelo seu
lado doce, embora seja um bônus. Eu amo os elementos
dominantes e ardentes dele. O brilho possessivo que ele tem nos
olhos. Como seu corpo poderoso esmaga o meu, enquanto ele
sente prazer ao mesmo tempo que o dá.

Dou um gemido quando seus dedos esfregam contra o meu


clitóris. Ele facilmente me manda para o céu, esse meu anjo caído
travesso. Eu grito seu nome alto o suficiente para que toda a casa
ouça. Seus lábios encontram meu pescoço e ele morde a pele
antes de sussurrar meu nome como uma oração. O calor me
inunda, marcando e me reivindicando como dele. No momento em
que seu pau para de se contorcer com sua liberação, ele cai contra
mim, beijando e lambendo meu pescoço. Eu amo que ele
mantenha seu pau dentro de mim enquanto se refaz. Como se
quisesse nos manter ligados o maior tempo possível.

“Você quer uma menina ou um menino?”

Ele responde sem hesitar. “Uma garota.”

“Isso foi rápido. Por quê?”

“Você viu Nees. Ele é um maldito punk. É o meu


sobrinho. Não precisamos de outro garoto Koynakov correndo por
aí.”

Sorrio, o que faz minha buceta apertar, forçando seu pau


amolecido sair do meu corpo. Seu sêmen vaza de mim. “Isso é
maldade”, digo a ele. “Tio malvado.” Eu fico sóbria enquanto
distraidamente corro meus dedos pelos cabelos dele. “Stormy está
bem?”

“A agente Gale está bem. Viva. Sob o comando de Copper


agora.”

“Por quanto tempo?”

“Eu não sei, mas confio em Copper. Ele fará o que precisa
ser feito.”

“Obrigada por não deixá-lo matá-la.”

Ele solta um suspiro pesado. “Não posso prometer que a


morte não será mais preferível para ela.”

Não consigo imaginar Copper torturando-a como os caras


fizeram com Magna e papai. Não importa o que Koyn diga, Copper
não é tão mau quanto ele. Eu não acho que ele a machucará.

“Como está Filter?”

“Ela não era sua old lady”, ele resmunga. “Ela era uma boa
foda, nada mais.”

“E eu?”

A raiva desaparece dos traços de Koyn e ele sorri. “Você é


muito mais do que uma boa foda.”

“Caramba, valeu.”

“Você é material de old lady.”

“É mesmo?”

“Carregando meu filho. Com certeza.”

“Você se casaria novamente um dia?”

“Não é uma pergunta, GC. Você é minha. Assim que você


estiver bem o suficiente, será oficial.”
Um sorriso bobo se estende pelo meu rosto. “Ainda posso te
chamar de Papai?”

“Estou começando a foder regularmente você agora. Pode


me chamar como quiser, menina.”

“Você é tão romântico.”

Nós dois rimos.

Deus, é bom rir.

Minha risada logo se torna gemido e meu homem me mostra


o que significa ser fodida regularmente. Isso é bom. Muito bom.
EPÍLOGO

Koyn

Novembro

“Droga, Nees”, murmuro quando ele solta outra ferramenta,


fazendo eco alto na garagem. “Vou mudar seu nome para Dedos
moles.”

Dragon ri do outro lado da garagem, onde está fazendo


flexões em uma barra. Peito nu e mal vestido. É novembro. Esse
imbecil age como se fosse agosto. “Quando ele tem uma cadela
nos braços, ele é bem sólido”, Dragon estremece. “Não deixa cair
a merda, exceto nota para as putas.”

Katana, que está encostado na parede assistindo Dragon,


assente com um sorriso. “Essas notas caídas soltam calcinhas”,
Katana concorda.

Nees, porra, se envaidece. Pavoneia-se ao redor da garagem


agitando sua chave ofensivamente. “Vadias gostam do meu
pau. O que posso fazer?”

“Quantos anos você tem mesmo?” Filter grunhe ao meu lado


no sofá. “Doze? Suas bolas já caíram?”

Nees vira para ele enquanto Gibson toca sua guitarra e


começa a cantar "Teenage Dirtbag" de Wheatus.
“Que tal você me ensinar algumas dessas falas, cara”, Bizzy
diz, mal-humorado. “Eu não pego nada há um ano.”

“As cadelas não conseguem encontrar seu pau, idiota”,


Dragon resmunga da barra de puxar. “Faça algo sobre essa
barriga pendurada no cinto.”

Bizzy revira os olhos. “Ser grande está em alta.”

Dragon se põe de pé e balança a cabeça. “Cadelas grandes,


sim. Não barriga grande.”

“Bizz, mano, vou te ajudar”, Nees garante a ele. “As cadelas


gostam de ser cortejadas. Não se importam se você se parece com
um modelo de passarela psicopata.” Ele olha incisivamente para
Dragon. “E elas certamente não dão a mínima para Fabio." Ele
lança um sorriso para Filter. “Bermuda... porra, cadelas amam
caras como Bermuda.”

Bermuda, com o boné de beisebol virado para trás, ergue os


olhos do laptop, com um sorriso de menino no rosto. “Quem me
ama?”

“Meu pau”, Dragon diz, agarrando-se através de seus shorts.

“Vadias”, Nees resmunga, ignorando Dragon. “As cadelas


adoram toda aquela boa vibração de garoto de Oklahoma que você
passa.”

A música para e Gibson assente. “Você roubou cadelas dos


meus braços com suas covinhas estúpidas, cara. E eu toco violão
e posso cantar!”

Agora, Bermuda está se preparando.

“Eu moro com um monte de mulheres.”

Todo mundo ri e se interrompe quando a rainha deste


castelo entra em erupção. Halo e Payne, seus guardas honorários,
a seguem silenciosamente.
“Que parte de 'Vá lá fora e brinque com suas motos estúpidas
para que eu possa estudar' você não entende?” Hadley parece bem
pra caralho em uma calça de ioga e um moletom fora do ombro. No
momento em que ela mencionou interesse na faculdade, eu fiz isso
acontecer. Claro, suas notas do ensino médio eram boas, mas não
estelares. Mas qual diabos é o ponto de ser um hacker, se você
não usar sua merda para ajudar quem ama. Ajustei algumas de
suas notas e entrei no sistema de admissões da
universidade. Matriculei minha old lady porque ela queria ir para
a faculdade. Não posso negar a ela nada.

“Olá? Idiotas. Estou falando com todos vocês.” Ela bate o


sapato no concreto. Então, olha para Halo e Payne. “Bem, não
vocês dois porque são pequenas sombras perfeitas, que também
sabem uma coisa ou duas sobre álgebra universitária. Eu amo
vocês dois.”

Halo sorri e Payne pisca para ela.

“Tudo certo. Chega dessa merda.”

"Venha aqui, pirralha”, eu grito.

Ela me dá um sorriso bobo, não está mais com raiva de ser


interrompida e se aproxima de mim. Filter corre para dar algum
espaço para que ela possa se espremer entre nós.

“Como está minha filha?” Ela canta, acariciando o polegar


sobre o cabelo escuro da nossa filha.

“Ela dorme como sua mãe.”

“Nees tentou acordá-la”, Dragon brinca. “Quer que eu o


mate por você, GC?” Ele balança as sobrancelhas para minha old
lady. Idiota.

“Hmmm”, Hadley diz, ponderando suas palavras.

“Eu posso ajudar”, oferece Katana.

“Aww, eu amo você, Katana.”


Nees geme. “Seriamente. Vocês todos são péssimos.”

“Gosto quando você me leva ao Sonic”, Hadley admite. “Você


é meu companheiro na limonada de cereja.”

“Porque isso não é gay nem nada”, Bizzy diz com um bufo.

“Mesmo gay, Nees tem mais ação do que você, Papai Noel”,
Dragon o lembra.

Jesus Cristo.

Esses caras brigam como garotinhas.

E eu amo isso.

Minha família.

Essa pequena gangue de MC. Minha esposa. Nosso doce


anjinho.

“Você falou com Copper sobre o Dia de Ação de Graças?”


Hadley me pergunta, voltando seus olhos doces para mim. Porra.

Filter resmunga em aborrecimento. Ele inventa uma


desculpa esfarrapada para tirar uma soneca. Depois que ele se vai,
solto um suspiro.

“Copper disse que vai pensar sobre isso.”

“Não é bom o suficiente”, Hadley diz. “Eu quero vê-la. Ela


ainda não viu Caydence.”

Os grandes motociclistas durões que deveriam me apoiar


recuam lentamente. Stormy é um assunto delicado por
aqui. Desde aquela noite em que ela explodiu como a porra da
cavalaria, pesquisei todas as informações que pude encontrar
dela. Seria melhor se ela estivesse morta. Poderia até dar a Filter
um encerramento porque ele se sente profundamente traído pelo
fato de ter literalmente dormido com o inimigo.

Mas Copper é um burro teimoso com sua própria agenda.


“Eu não queria nada no meu aniversário, exceto isso,
Jared. Só isso.”

Porra.

Ela está jogando fora as grandes armas agora. Meu nome


verdadeiro. O aniversário dela que comemoramos recentemente.

“Tudo bem”, resmungo. “Eu farei isso acontecer.”

“Yay!” Ela grita, acordando nossa filha. “Eu te amo!”

Inclino-me para aceitar o beijo dela. Ela tem gosto de


café. Se eu não tivesse uma criança curiosa tentando puxar o
cabelo da mãe dela agora, eu puxaria minha mulher no colo e
tentaria bater em sua bunda magra novamente.

“Você sabe que vai ser um fodido Dia de Ação de Graças se


ele a trouxer”, murmuro contra seus lábios.

“Eu sei.”

“Filter provavelmente vai sair.”

Ela suspira. “Eu sei.”

“Copper provavelmente será um idiota.”

“Sim, eu sei.”

“Mas…”

Ela sorri. “Mas eles são da família. Copper e Filter são seus,
e mesmo que isso irrite todos vocês, Stormy é minha.”

E agora que meu irmão deixou oficialmente o FBI e se


juntou ao Royal Bastard, sua palavra é vinculativa quando se
trata de Stormy. Ele a reivindicou como dele, mesmo que ela não
seja sua old lady. O filho da puta a teve esse tempo todo. Não
importa o que Stormy tenha feito, a irmandade desse MC é o que
vai salvar sua bunda de mentirosa. Uma de nossas regras
principais é nunca foder com a old lady de outro membro. Stormy
é sua old lady não dita. Mesmo que ele a odeie e a trate como uma
prisioneira. Ela ainda é dele.

“Deixe-me ver minha prima”, Nees diz, estendendo os


braços.

Aperto minha filha com força. “E correr o risco de você


deixar cair a bunda dela no chão? Foda-se, não.”

“Eu já te disse, cara. Sou bom com as mulheres.” Ele sorri


como se pedindo que eu dê um soco direto no rosto dele.

“Me chame de cara de novo e eu vou fazer você gritar como


uma menina.”

“Cara, er, Prez”, ele resmunga. “Eu estou apenas tentando


dar a você e a sua senhora um tempo sozinhos. Vou levar a
pequena Cay para o quarto dela.”

Com um gemido, eu abandono meu anjo ao primo idiota


dela. Assim que ele está seguro dentro e longe de motocicletas,
ferramentas e concreto, eu coloco minha senhora no colo. Os
caras se dispersam, o que é uma coisa boa, porque estou prestes
a foder essa mulher aqui no sofá.

“Puxe sua calça para baixo e sente no meu pau, menina”,


eu ordeno, mordiscando sua garganta.

Ela geme, moendo sua buceta contra meu pau duro através
de nossas roupas. “Alguém vai ver.”

Sorrio. Essa vadia fala merda. Uma vez, pouco antes dela
dar à luz a Caydence, eu a peguei na piscina. Dragon sentou na
beirada e se masturbou como se não fosse nada. Ela gozou tão
forte e foi tão receptiva que decidi deixar para lá. Desde então, ela
me atrai algumas vezes para fazer algo agradável com meus caras
por perto.

Garota pervertida.

Minha garota pervertida.


Ela se levanta para tirar sua calça de ioga e calcinha
enquanto eu trabalho para tirar meu pau do jeans. Uma vez que
estou livre, ela fica em cima de mim novamente. Seu moletom é
irritante, então eu o arranco para que minha garota fique
completamente nua na garagem fria.

“Foda-me como se quisesse que eu colocasse um bebê em


você.”

Ela desliza pelo meu comprimento e geme. “Sem bebês.”

“Oh, nós teremos uma ninhada inteira de bebês, querida.”

“Você é um homem tão nojento”, ela reclama. Mas não está


reclamando do meu pau, porque ela o fode como se fosse o melhor
que já teve.

Eu seguro sua bunda carnuda e aperto. “Eu vou gozar bem


dentro de você, GC. No próximo Dia de Ação de Graças, você terá
dois dos meus bebês.”

“Mmm ...”

Empurro meus quadris para cima, amando os gemidos


vindos de sua garganta. Eu posso ouvir uma comoção do lado de
fora da garagem. Quando olho para cima, Bermuda e Gibson estão
tentando parecer casuais enquanto jogam uma bola de futebol
para frente e para trás. Dragon e Katana flagrantemente assistem
minha esposa me foder.

“Você conseguiu uma audiência, garota má”, murmuro,


beliscando seu lóbulo da orelha.

“Eles devem olhar para o outro lado.”

“Devem. Eles são motociclistas, pelo amor de


Deus. Nenhum deles vai desviar o olhar do programa pornô que
você está exibindo.”

“É melhor lembrar a eles a quem eu pertenço”, ela


provoca. “Eles não podem ter ideias.”
Eu bato na bunda dela com força antes de jogá-la no sofá
de costas. Ela grita enquanto eu a fodo como se fosse nossa última
vez. Tudo ao meu redor desaparece quando eu devoro sua boca
bonita e trabalho muito duro para colocar um bebê em sua barriga
sexy. Eventualmente, ela goza com um gemido alto que faz meu
pau inundar sua liberação dentro dela. No momento em que meu
pau para de latejar, os filhos da puta comemoram por nós.

“Idiotas.”

“Seus idiotas”, ela me lembra.

Eu beijo seus lábios carnudos e olho em seus olhos escuros


que não parecem mais assombrados. “Você está feliz?”

Ela assente. “Estou. Você?”

“É melhor acreditar nisso.”

“Você me ama, Prez?”

Eu reviro meus olhos. A menina está sempre buscando


elogios. Sorte a sua, eu gosto de dar.

“Sim, eu te amo, Koynakov.”

Seu sorriso bobo é a minha ruína. “Diga isso de novo.”

“Eu te amo, senhora Koynakov. Minha sexy e sensual


garota de concurso. A esposa mais pervertida de todo o país. Uma
garota má com um bom coração.”

“Também te amo, papai.”

Eu a fodo novamente, rápido, duro e exigente. Desta vez, eu


digo para os idiotas desaparecerem.

Fim

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