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Disponibilização: Eva

Tradução: Clara e Irina

Revisão Inicial: Rezinha

Leitura Final e Formatação: Eva

Outubro/2018
Não notei ela antes... mas agora eu noto.
Os fios brilhantes dourados em seus sedosos cabelos castanhos.
As pequenas rugas entre suas sobrancelhas quando ela franze a testa.
Sua paixão pela limpeza.

Quando me concentro nela, não consigo tirar meus olhos da minha mais nova
obsessão. Nunca.
Preciso saber tudo sobre ela.
Seu passado. Seu presente.
O jeito que ela toma seu café.
Exatamente como ela cheira depois de um borrifo de perfume no período da manhã.

Ela é perfeita em todos os sentidos e eu era cego.


Mas, Deus, agora eu vejo.

Percebo a maneira organizada como ela arruma as roupas no armário.


Como visita o mesmo mercado todos os sábados.
Os sons da sua respiração enquanto me deito debaixo da sua cama silenciosamente.

Violet é minha.
Ela só não sabe ainda.
AVISO

Este é um romance sombrio e incomum. Temas sexuais extremos e


violência em certas cenas, que poderiam desencadear sofrimento
emocional, são encontrados nesta história. Se você é sensível a temas
sombrios, então esta história não é para você. Se você não gosta de
perseguidores muito obsessivos, então esta história não é para você
PRÓLOGO

24 de fevereiro de 1990

Olhos no alvo.

Sempre.

Eu não tenho que olhar minhas costas porque Bull faz isso.

Sempre.

Atirador e observador.

Dois melhores amigos desde a sétima série.

“O alvo está fortemente seguro. Ao meu comando,” Gunny


diz no meu fone de ouvido.

Eu pisco, mas não me movo da minha posição. Estou pronto


para colocar a bala de 7.26 x51 mm no crânio do conselheiro mais
confiável do Príncipe Herdeiro, Ahmed Hakim. Um homem cujos
laços com Saddam Hussein são tão grossos que você precisaria de
uma motosserra para atravessá-los. Meu alvo é o inimigo número
dois, abaixo de Hussein. Um traidor ao Príncipe Herdeiro da Arábia
Saudita, aos Estados Unidos e meu próprio radar pessoal.

Mas o fodido está sempre se escondendo atrás de uma


parede de homens. Homens armados e perigosos. Cinco vezes
na semana passada, eu tive os olhos no covarde, mas fui
instruído a desistir. O tiro deve atingir e eliminar o alvo
desejado. Apenas feri-lo seria considerado um fracasso. Hakim
deve morrer.

“Esse filho da puta se esconde atrás do cara grande toda vez.


Se tivéssemos tempo, poderíamos tomar conta dos dois. Sem suar
a minha maldita testa,” Bull murmura. Ele mastiga seu chiclete,
mas sabiamente permanece quieto. O som constante de sua
mastigação é o que ajuda a me manter focado. Eu posso me
concentrar por causa de suas mastigadas consistentes — um
pequeno truque que aprendemos na academia que frequentamos
no ensino médio. Um ano após a formatura, e ainda trabalhamos
melhor como uma equipe do que separados.

Mastiga. Mastiga. Mastiga.

Estou em posição e tenho estado durante as últimas quatro


horas e meia, muito antes das pessoas chegarem para a cerimônia
em que o Príncipe Herdeiro está discursando. Eu já estabeleci uma
boa posição para atirar. Deitado na minha barriga com o meu rifle
apontado para baixo em meu alvo, estou mirando e pronto para
disparar.

Mastiga. Mastiga. Mastiga.

Uma brisa fresca passa por trás do meu pescoço. Suor está
escorrendo pela minha têmpora, mas não me atrevo a me mover.
Em vez disso, estou calculando o vento não apenas aqui da minha
posição no topo de um prédio abandonado, mas também onde meu
alvo está. O vento faz o cabelo preto de uma adolescente sentada
em uma das cadeiras escorregar de seu hijab1 e soprar ao vento.
Ela não é qualquer garota — ela é a filha de dezesseis anos do
Príncipe Herdeiro. Apesar de Hakim ser uma bichinha que se
esconde atrás de seus seguranças, seus olhos nunca deixam a
filha do Príncipe Herdeiro. Adara. Bonita, jovem, vulnerável.
Hakim claramente se importa com ela, e isso está dizendo algo
sobre o bastardo egoísta.

1 Hijabe ou hijab é o conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica. No


Islã, o hijab é o vestuário que permite a privacidade, a modéstia e a moralidade, ou
ainda "o véu que separa o homem de Deus."
Click.

Eu faço um ajuste na mira do rifle.

“Elevação?” Bull questiona como se eu tivesse esquecido. Eu


nunca esqueço.

Eu verifico novamente a torre de elevação, mas está onde


precisa estar. Bull não requer uma resposta. Ele sabe como
trabalhamos. Quando estou em posição, eu não falo. Eu não me
movo. Eu quase não respiro, porra. Qualquer movimento pode
afetar meu tiro. Eu sou o melhor maldito atirador que o Marine
Corp tem por uma razão.

Mastiga. Mastiga. Mastiga.

O vento desaparece e ignoro a dor nas minhas coxas. Eu


tenho que urinar, mas preferiria molhar minha calça do que me
mover. Na minha posição, em minha barriga com as pernas
espalhadas para absorver o recuo do tiro, sempre fico
desconfortável.

E mesmo assim, ainda não me mexo.

Mastiga. Mastiga. Mastiga.

Minhas coxas formigam e meus ombros doem, mas continuo


sintonizado.

Foco.

Mastiga. Mastiga. Mastiga.

“A cerimônia começa à uma hora da tarde”, Gunny lembra


a todos nós. “Ninguém pisca até que eu diga que podem.” A ironia
é para mim. Gunny odeia que eu vim diretamente da academia e
ganhei uma posição no Posto Militar apesar de ter dezoito anos.
Fui promovido a sargento E-5 na jovem idade de dezenove anos.
Sou disciplinado, trabalhador e um atirador extremamente
habilidoso graças à insistência do meu pai. Frequentei a
escola militar na Hargrave Military Academy desde os treze
anos. Gunny pode beijar minha bunda.
Meu aperto é firme no punho da pistola, mas meu polegar
está solto. Outra gota de suor rola pela minha testa e meu coração
acelera quando a sinto escorrer perto da minha sobrancelha.

“Bull.” Minha palavra é apenas um sussurro, mas ele ouve.

Com cuidado, meu melhor amigo limpa o meu suor com o


dedo, então ele não desliza para os meus olhos. Ele faz isso
gentilmente e com o cuidado de não tocar no meu escopo. Em
seguida, ele volta a observar o nosso alvo através de seus
binóculos.

Eu pisco várias vezes e percorro com a minha mente todas


as posições do meu corpo. Certifico-me de que meu rifle não esteja
inclinado. Minha bochecha está descansando contra a coronha e
meu olho mira em Hakim pelo escopo.

Gunny grunhi pelo alto-falante. “Desistam, meninos. Não


vamos conseguir o tiro. Hakim sabe que ele está sendo alvo.”

Irritação flui através de mim.

Ele sempre desiste quando sei que posso dar o tiro.

Eu posso matar Hakim.

Gunny só precisa deixar-me fazer do meu jeito.

Meu jeito vai contra a moral e a ética da maioria dos homens


normais. Eu não sou normal. Eu não tenho sido normal desde que
coloquei uma bala em uma codorna quando tinha nove anos de
idade. Assim que o tiro terminou de ecoar pelos bosques e tive seu
corpo jogado na minha bolsa, ouvi um grito.

Eu tinha matado uma mãe.

Um pequeno filhote gritou por comida em um ninho


próximo. Eu sabia. No fundo eu sabia que tinha atirado na mãe
daquele filhote. Algo dentro de mim — apesar da educação
fria do meu pai – se aqueceu e suavizou. Eu quebrei por
aquele filhote de pássaro.
Mas eu podia corrigir aquilo.

Eu poderia cuidar daquele pássaro.

Eu peguei a coisinha minúscula no meu pequeno punho e


acariciei sua cabeça com meu polegar na minha mão enluvada.
Ele grunhiu e grunhiu. E pela primeira vez em tempos, eu sorri.

“Você me ouviu, cabo?” Gunny ladra.

Pisco me afastando do meu passado e foco no meu presente.

Meu alvo.

Meu objetivo.

O que está bem na minha frente.

“Eu posso dar o tiro. Dê-me uma chance,” murmuro, meu


coração batendo firmemente no peito.

Ele pronuncia uma série de palavrões antes de conceder.


“Estou lhe dando quatro minutos, cabo.”

Meus olhos estão em Hakim, meu alvo, mas quando ele olha
para Adara, minha frequência cardíaca acelera quando ela sorri
para ele. Seu sorriso é tímido, mas largo. Para ele. Um sorriso que
uma mulher só dá ao amante dela. Dezesseis e cinquenta e sete.
Essa conta é uma merda.

Seu cachorro sujo, Hakim.

Aquele sorriso prova que minha pesquisa estava correta.


Enquanto Gunny e a equipe estavam coletando informações sobre
Hakim, eu estava fazendo minha própria busca. Em nosso curto
período de tempo, aprendi muito sobre a pequena Adara. Eu
suspeitava que ela e Hakim tinham algum tipo de interesse
romântico acontecendo.

Click.

Ajuste.
Minha mira mudou-se ligeiramente para acomodar meu
alvo. Um alvo que é claro. Fácil.

Foco.

Mastiga. Mastiga. Mastiga.

“Desista, cab—”

Apesar do silenciador no meu rifle, o barulho ecoa nos


edifícios à minha volta no momento em que puxo o gatilho.

Não respire.

Bull não se atreve a me repreender, mesmo que eu tenha ido


contra ordens diretas.

Eu pisco uma vez e vejo a menina cair de joelhos agarrando


o peito. Espere? Peito? Ombro. Ela deveria estar apertando seu
ombro. Desligando minha mente, eu me concentro em seu amante.
Hakim. Ele ruge quando se livra da cobertura de seus homens para
estar perto de Adara. No momento em que vejo sua cabeça gorda,
tenho o meu tiro.

Tiro.

“Poooooorra,” Bull sibila do meu lado. Gunny está gritando


no meu fone de ouvido, mas ele está sendo ignorado por enquanto.

Hakim cai em cima do corpo imóvel da menina com uma


ferida mortal na cabeça, fazendo com que o sangue escorra de seu
crânio. Alvo eliminado.

“Você matou a garota, porra” Bull se queixa, mas ele já está


reunindo nossa merda para que possamos correr. Eu ainda estou
em posição para me certificar de que Hakim não se mova, apesar
do buraco na sua cabeça.

“Hawk!”
Eu saio do meu deslumbramento e levanto meu corpo
rígido da minha posição.
Porra.
Granada.

Eu a vejo um segundo antes de passar por mim.

A explosão é ensurdecedora.

A dor é excruciante.

Minha curta vida termina antes mesmo de começar.


Capítulo 1

Presente

Toque. Toque. Toque. Toque. Toque.

“Você parece ocupada, Letty,” Sr. Collins interrompe com


um tom brusco. “Só vou entrar e ver se Grayson quer ir almoçar.”

Violet.

Meus dedos com as unhas perfeitamente feitas, que estavam


digitando no teclado, param enquanto eu levanto o olhar para o
senhor. Seus olhos claros passam rapidamente sobre minha blusa
branca e sedosa até onde meus seios cheios estão mal cobertos
pela camisa de botões, levemente balançando com meus
movimentos. Eu propositadamente paro de me mover e levo as
pontas dos dedos para o meu pescoço fino para tocar o colar de
pérolas, que minha mãe me deu há muito tempo, para distraí-lo.
A ação esconde meus seios do olhar malicioso do velho ancião, e
ele ergue o olhar de volta para o meu rosto.

Eu endureço, mas forço um sorriso educado aos meus


lábios. “Na verdade, ele está em uma reunião muito importante,”
minto para ele enquanto levanto. “Vou pedir a ele que retorne
para você mais tarde, senhor.”

Ele parece levemente irritado, mas lanço um sorriso


que é mais convincente do que o primeiro. “Você é seu
cliente favorito, sabe”, digo a ele em um sussurro
conspiratório. “Eu sei que ele preferiria estar tendo sushi e saquê
com você do que ter que tirar a compra daquele hotel japonês do
Sr. Adachi. Aqueles dois têm passado tanto tempo discutindo isso.
Ficarei feliz quando decidirem sobre um preço, para que o Sr.
Maxwell possa lidar com seus negócios menos complicados.” Eu
faço um simples movimento com minha mão para gesticular a ele.

Suas sobrancelhas brancas se franzem e ele levanta os


ombros, como se o movimento o tornasse mais alto. Mais
formidável. Poderoso. Mas com 1,77m, eu me elevo sobre o homem
muito mais baixo, especialmente em meus saltos cravados que
facilmente me deixam com mais de 1,80m. Com um bufo, ele dá
um olhar desencorajado para a porta de Grayson Maxwell. “Diga-
lhe que podemos sair para comemorar com algumas bebidas mais
tarde durante a semana. Eu vou aceitar sua oferta no meu resort.
Certifique-se de que ele receba a mensagem imediatamente.”

Ele vai embora, e meu sorriso falso se transforma em um


genuíno e triunfante. Com o meu queixo erguido, vou até a
máquina de café na cozinha. O Sr. Maxwell gosta de seu café de
uma certa maneira. Duas colheres de açúcar e uma colher de
creme. E não esqueço da pitada de canela. Eu até me abaixo um
pouco para que possa ver o quanto de açúcar está na colher antes
de despejá-lo no líquido fumegante e, em seguida, mexer.

O esquema com o Sr. Collins apenas solidifica o que já sei.


Sou extremamente boa no meu trabalho. Depois de seis anos, sou
a melhor funcionária da Maxwell Subsidiárias. Não muito tempo
atrás, eu era apenas uma fração do que sou agora. Um pouco do
que poderia ser. Antes, quando Vaughn puxava minhas cordas.
Muito antes de eu me afastar dele e dançar no meu próprio show
chamado vida.

O sorriso de mais cedo desaparece ao pensar no meu ex-


namorado, Vaughn. Um homem perigoso. Tóxico e mau. Eu me
apaixonei por um homem que me contaminou de todas as
formas possíveis. É preciso uma retrospectiva para perceber
o quão profundo eu me afundei no seu mundo sujo.
Afasto as terríveis memórias de Vaughn quando ouço vozes
masculinas atrás de mim.

“Esta é a sala de descanso”, diz Clint do RH. “Nós quase


nunca aparecemos aqui. Nossos assistentes fazem o café. Você
também receberá um assistente.”

Levanto minha cabeça para ver o novo associado, um


homem bonito, observando minha aparência com um pouco de
fome em seus olhos.

“Ah, sim, Sr. Truman,” Clint diz com uma risada. “Esta é a
assistente do proprietário, Letty.”

Violet.

“Ela será minha assistente também?” Sr. Truman, pergunta


com esperança em seus olhos.

Eu reprimo um estremecimento e forço um sorriso enquanto


aperto a caneca de café fumegante. Se ele continuar me olhando
como se estivesse me despindo com os olhos, talvez eu tenha que
despejar acidentalmente essa xícara quente em sua calça.

“Não, ela pertence ao Sr. Maxwell.”

Meu coração deixa de bater com a escolha de palavras de


Clint. Você pertence a mim. O ditado favorito de Vaughn ainda me
assombra, sete anos depois. Desta vez, o tremor desce pela minha
espinha e o café se agita na caneca, queimando minha mão
quando ele derrama.

Afastando-me dos bastardos pomposos, que agora estão


rindo do meu desastre, arranco uma toalha de papel e limpo o café
da minha mão. Leva tudo em mim para manter meus lábios
pressionados em uma linha firme para evitar dizer qualquer coisa.
Ainda assim, murmuro entredentes, “Eu não pertenço a
ninguém.”

Quando chego à porta do Sr. Maxwell, eu visivelmente


endireito minhas costas e fixo o mesmo sorriso caloroso que
usei anteriormente para o Sr. Collins antes de entrar no escritório
do meu chefe. Como sempre, seu cheiro é o que me atinge
primeiro. Forte. Áspero. Picante. Eu estaria mentindo se dissesse
que não gosto de sentir seu cheiro único.

Engulo minha tolice e me concentro em não derramar mais


café na minha mão. Andar em saltos altos enquanto carrega café
às vezes prova ser um desafio. Felizmente, é um que eu domino na
maioria das vezes.

O escritório é masculino e tem vista para a cidade. Grayson


Maxwell senta-se em sua mesa com as costas voltadas para a
porta. Posso ver o topo de seu cabelo bagunçado da cor de café
expresso, mas todo o resto dele está escondido por sua cadeira.

“Sr. Maxwell,” digo com hesitação em minha voz. Não tenho


certeza de por que fico sem palavras perto desse homem. Depois
de seis anos, você pensaria que eu seria imune a quão bonito ele
é e não agiria sempre como uma adolescente. “Eu trouxe um café
para você.”

Estou me aproximando de sua mesa quando ele diz em um


tom caloroso, “Obrigado.”

Sua resposta me pega de surpresa e luto com o que dizer.


No entanto, um sorriso genuíno enfeita meus lábios e sinto minhas
bochechas aquecerem. “De nada, senhor. Quero dizer, de todos os
anos que tenho trabalhado aqui, não acho que você alguma vez
tenha me agradecido.” Solto uma risada pequena e nervosa.

“Você é um trunfo,” ele diz, sua voz firme.

Desta vez, é meu pescoço que está em chamas. Eu mexo nas


minhas pérolas enquanto coloco o café na mesa.

“É muito gentil de sua parte dizer isso, senhor. Enquanto


tenho a sua atenção,” começo, minha voz tremendo
ligeiramente. “Sr. Collins- “

“Sr. Collins,” ele diz com uma risada. “Você não tem
de se preocupar com nada.”
Eu começo a falar quando ele gira em sua cadeira,
pressionando o telefone em sua orelha. Sr. Maxwell exala poder e
força. Os sólidos músculos em seus ombros e bíceps esticam o
tecido do terno até o limite. Ele é quente como o inferno —
mandíbula esculpida, cicatriz na sobrancelha, olhos azuis, cabelos
“acabei de foder” e barba malfeita. Seus lábios cheios continuam
se movendo enquanto fala — lábios com os quais fantasiei muitas
vezes. Um ar de arrogância o rodeia. E, meu Deus, ele cheira bem.
Ele continua conversando com quem, acabei de perceber, é o Sr.
Collins, e não eu. Eu tropeço de volta, horrorizada. Pensei que ele
estava falando comigo.

Mas aí eu lembro que Grayson Maxwell não fala comigo.


Inferno, ele nem mesmo olha para mim. Apenas acena para eu ir
embora, como se eu lhe trazer seu obrigatório café das dez horas
fosse um incômodo.

Bem, foda-se ele e foda-se esse estúpido café agendado.

Saio de perto de sua mesa e não posso deixar de bater à


porta fechando-a. O som faz vários outros funcionários levantarem
seus olhos chocados para mim. Dou-lhes um olhar fulminante
antes de suavizar meu cabelo.

Eu já tive o suficiente.

Ninguém aqui aprecia uma maldita coisa que faço. E faço


tudo. Inferno, o Sr. Maxwell não estaria fechando com um de seus
clientes mais irritantes se não fosse por minha interferência. Tudo
o que precisou foi um pouco de psicologia reversa para que o Sr.
Collins implorasse para vender seu resort.

Eu fiz isso.

Não Grayson Maxwell.

Eu.

Sete anos atrás, eu mal podia olhar para mim mesma


no espelho. Muito menos andar em torno de um escritório
corporativo com o meu queixo erguido e confiante do que
estava fazendo. Durante o primeiro ano depois de Vaughn, sofri
para me encontrar. O trabalho que consegui na Maxwell foi o início
dessa mudança. Eu evoluí da mulher quebrada que era para
alguém forte e capaz. Eu me dediquei. Eu tenho experiência. Esse
escritório inteiro funciona como uma perfeita máquina porque faço
com que isso aconteça.

Absolutamente ninguém reconhece nada disso.

Eu deveria ter sido a mais nova associada. Não Truman. O


garoto parece que acabou de sair da faculdade — este é
provavelmente o seu primeiro emprego. No entanto, eles
provavelmente estão pagando a ele o dobro do que eu ganho,
simplesmente porque ele tem um par de bolas entre suas pernas
musculosas.

Foda-se as bolas.

Foda-se o clube dos meninos.

Foda-se todos.

“Onde você está indo?” Darlene, uma mulher velha o


suficiente para ser minha mãe me pergunta. Ela é a assistente de
Jeff Barker, que é o Diretor Financeiro.

“Estou indo para casa”, sibilo por cima do meu ombro.


“Estou doente.” A mentira sai fácil na minha língua. Eu nunca tive
um dia doente. Seis anos e nenhuma vez eu disse que estava
doente.

“Mas o Sr. Maxwell tem a reunião do conselho às três. Quem


vai servir as bebidas?” Ela questiona, sua voz tremendo porque, o
céu não permita, talvez ela tenha que entrar naquela sala cheia de
monstros e atender a todos os seus desejos.

Engulo a raiva que está ameaçando me consumir. Posso


ser muito melhor que o Truman, e, no entanto, ele é o único
com o bom escritório. Com a atenção do comitê. Tudo o que
ganho é perguntar-lhes como eles gostam do seu café. Estou
aqui há seis anos.
“Violet,” Darlene geme, usando o meu nome completo,
provavelmente em uma tentativa meia boca de me sensibilizar.
“Por favor. Você sabe que não posso fazer o que você faz. Eles vão
me comer viva.”

Lentamente, eu viro e encaro sua forma que se aproxima


com um olhar feroz. “Por que eu tenho que ser jogada para os lobos
todas as primeiras sextas-feiras do mês?”

Lágrimas surgem nos olhos dela com meu tom áspero. Eu


sempre fui gentil com ela. Nós até saímos para almoçar na rara
ocasião em que ambos os nossos chefes estavam fora. Eu gosto de
Darlene. Seus netos são fofos, e gosto de observar seus olhos se
iluminarem quando ela fala sobre eles. Minha raiva, que não se
dirige a ela, começa a diminuir. Dou um longo suspiro e coloco
minhas mãos nos quadris.

“Tudo bem,” eu cedo. “Mas vou sair mais cedo para o


almoço. Eu também irei ficar fora por um tempo. Certifique-se de
levar ao Sr. Maxwell seu café da uma hora.”

Sua cabeça está acenando enfaticamente como uma cabeça


de mola. “Claro. Aproveite o seu almoço, docinho.”

Eu lhe dou um curto aceno antes de estalar meus saltos no


chão de mármore em direção ao elevador. Eu vou finalmente ceder
e ligar para a Slante Hipotecas. Sean Slante vem tentando me
contratar faz meses. Uma parte de mim suspeita que é porque ele
tem uma coisa por pernas longas e morenas. Mas uma parte maior
de mim espera que seja porque meu currículo é sólido.

Sua razão de me querer lá não importa. O salário é melhor


e, pelo menos, eu poderia crescer na empresa. Não é antiquado.
Não há um teto de vidro em que eu teria que bater com meus
punhos.

Não sou mais Violet Simmons, uma vítima sob o polegar


de Vaughn.
E em breve não serei mais um rostinho bonito que faz café
na Maxwell Subsidiárias.

Serei uma funcionária valiosa.

Isso é tudo que eu sempre quis.

Ser apreciada e notada.

“Letty,” Ralph Darden, um dos membros do conselho, me


chama. “Uma recarga, por favor. Sem muito açúcar desta vez,” ele
repreende. Ele lambe os lábios enquanto olha descaradamente
para meus peitos quando me inclino para pegar sua caneca.

Quando levanto meu olhar ao redor dos doze rostos na sala,


cada um deles está enterrado em sua papelada. Ninguém percebe
os avanços sexuais de Ralph. Eu me pergunto se eles notariam se
eu esmagasse sua cabeça careca.

Gostaria que apenas uma vez o Sr. Maxwell olhasse e


notasse. Eu tive inúmeras fantasias dele rolando as mangas de
sua camisa e revelando seus antebraços com veias antes de dar
um soco no rosto de Ralph. É estúpido. Engraçado realmente.
Ninguém pode me salvar, exceto eu. Eu provei isso há sete anos
com Vaughn.

“Mad Max não vai te resgatar, querida,” Ralph murmura


com uma risada quando ele me pega olhando fixamente para o Sr.
Maxwell. Tanto quanto o apelido para o meu chefe me irrita, sei
que ele está certo. Essa é uma das excentricidades sobre Grayson
Maxwell. Ele é hiper focado a falhas. Quando ele está
trabalhando em um acordo, ele coloca cada pingo de sua
atenção até que seja sólido e indestrutível. É o que o torna
um dos homens mais bem-sucedidos da revista Forbes na
América.
Ignorando Ralph, faço seu café e coloco na frente dele
bruscamente. Ele se queixa quando salpica, mas eu começo a me
dirigir até o Sr. Maxwell para verificar seu café. Nós estamos aqui
há quase duas horas enquanto ele vem discutindo a aquisição do
resort Collins. Assim que terminar esta reunião, vou forçar o
Grayson Maxwell a me olhar nos olhos quando atirar meu aviso
prévio de duas semanas em sua mesa.

Um telefonema para Sean Slante esta manhã se


transformou em um almoço onde finalmente aceitei sua oferta.
Sean é um homem charmoso e, em outra vida, eu provavelmente
teria ido atrás dele. Ele é o tipo de cara que faria um bom marido
e pai um dia. Bem-sucedido e bonito. Amigável e educado. Seu
interesse em mim é óbvio, mas quero este trabalho pelas minhas
habilidades, e não por outra coisa. Quero provar a mim mesma
que tenho o que é preciso. Que sou mais do que uma prateleira
legal e um par de pernas lisas. Felizmente, Sean parece ter
percebido o meu comportamento estritamente profissional porque
ele rapidamente entrou no modo negócios. No final do nosso
almoço, aceitei um cargo como associada de vendas na Slante
Hipotecas. Isso implica muito mais trabalho do que estou
acostumada, mas estou ansiosa para o novo desafio.

“Com licença,” um homem murmura enquanto agarra meu


pulso.

Volto para o presente enquanto olho para ninguém menos


que o novato Truman. Seus olhos de doninha se aproximam do
meu peito e ele pisca. Jesus, ele vai se encaixar perfeitamente por
aqui. Quando começo a puxar meu braço de seu aperto, ele aperta
mais, me forçando a soltar um suspiro. Eu me pergunto se vou ter
um hematoma mais tarde.

“Solte-me,” suspiro.

Sr. Barker limpa a garganta e empurra seus óculos de


armação preta para baixo de seu nariz para nos ver. “Existe
algum problema?”
Truman me solta e encolhe os ombros. “Eu uso adoçante no
meu café, não açúcar.”

Meus olhos vão até o Sr. Barker. Ele está com as


sobrancelhas franzidas e olha entre Truman e eu, mas quando o
Sr. Maxwell começa a falar com ele, ele volta sua atenção para o
nosso chefe.

Chefe.

Não por muito tempo.

Eu quase rio sabendo que hoje será a última reunião de


conselho que terei que servir. No próximo mês, será Darlene, ou
alguma novata, que terá de suportar as observações sexistas e
avanços indesejados. Será outra pessoa que terá que se sentir
como se tivesse voltado para os anos cinquenta quando as
mulheres eram nada mais do que um ornamento no braço de um
homem de sucesso.

Duas semanas e estarei fora.

Até mais, idiotas.


Capítulo 2

“Eu não acredito que ele cedeu. Qual terá sido o fator
decisivo?” Bull pergunta do outro lado da mesa. Meu melhor
amigo de trinta e dois anos, senta-se com seus sapatos apoiados
na borda da mesa de mogno maciço, um olhar suspeito no rosto.
Por um momento, meu foco é atraído para o lado de seu sapato.
Um arranhão descolore o couro, e me pergunto como ele
conseguiu. Não estava lá esta manhã.

Dando de ombros, eu volto minha atenção para o contrato


assinado e longe de seu sapato insignificante. “Não tenho certeza.
Eu estive cortejando seu traseiro por meses. O idiota gostava de
provocar. Eu tinha planejado levá-lo para um jogo dos Knicks, mas
antes que pudesse falar sobre os ingressos, ele me ligou e disse
que queria vender.” Eu corro os dedos pelo meu cabelo escuro e
solto um suspiro. “Parece muito fácil. Não gosto disso.”

Ele está tenso pra caralho, então sei que não estou fora da
linha aqui.

“É confuso,” murmuro enquanto folheio o contrato. As rodas


dentro da minha cabeça clicam e zumbem enquanto todos os
dados passam por ela. Nada se destaca. Mas Collins desistiu mais
cedo do que eu esperava por uma razão.

Quero saber qual razão.

“Entre,” Bull vocifera.


Eu nem sequer ouvi alguém bater. Ele é meus olhos quando
estou focado na única coisa na minha frente, seja ela qual for.
Temos sido assim desde que éramos pequenas e magras crianças
de treze anos de idade. Eu era cego para tudo em torno de mim
por causa do que estava bem na minha frente, mesmo naquela
época, e ele sempre me protegeu.

Meus olhos estreitam para o preço de venda. Justo. Não


muito alto nem muito baixo. Collins e Maxwell Subsidiárias ambos
deixam a venda com uma sensação boa. Ninguém ferrando o outro.
Apenas negócios. Mas aquele fodido velho teimoso vinha
zombando de mim por meses. Drenando tudo o que podia. Ele sabe
que eu queria aquele resort. Não porque queria demolir e vender a
terra. Porque eu só queria ele. Um belo resort de luxo em New
England com vista para o glorioso Atlântico. Eu fiquei lá em uma
viagem de negócios e me apaixonei. Eu puxei as finanças do
proprietário, os registros de terra, cada construtor que contribuiu
para a construção, o pessoal, o-

Tapa.

Eu pisco afastando meu torpor e olho para o meu


observador. Seus olhos estão bem abertos e os seus pés não estão
mais na minha mesa. Algo está acontecendo, mas estou tão
envolvido em minha cabeça que nem sequer percebi. É por isso
que preciso dele. Sou vulnerável sem ele. Sempre fui.

“Gray,” ele diz em um tom firme. “Senhorita Simmons está


aqui para vê-lo.”

Eu franzo a testa para ele antes de levar minha atenção para


a mulher que está respirando profundamente na frente da minha
mesa. Sua palma está aberta em um pedaço de papel que ela tem
preso à superfície da mesa.

Meus olhos viajam por suas unhas bem cuidadas,


seguindo seu pulso delicado e ao longo do seu braço fino que
ainda é visível, apesar da blusa branca transparente que ela
está usando. Pelo momento em que meu olhar está seu
ombro, não posso deixar de roçar através de seus peitos
atrevidos e, em seguida, até sua garganta. Um colar de pérolas
antigas envolve a base do pescoço. Estas não são o tipo de pérolas
que você encontra na Tiffany ou alguma outra loja de luxo. E com
certeza não são baratas. São uma relíquia de família,
provavelmente passada para ela. Algo que minha mãe teria usado
quando ela era ela mesma. Algo que teria pertencido a sua mãe,
avó e bisavó. As pérolas são únicas e-

“Eu me demito.”

Sua garganta está vermelha brilhante e seu peito ainda arfa.


Eu passo os olhos pelo resto do caminho, ignorando seus traços
femininos, para encontrar os flamejantes, castanhos, olhos de
uma mulher. Senhorita Simmons, como Bull disse.

“O quê?” Minhas sobrancelhas franzem em confusão. Esta


mulher, que eu nem conheço, está chateada comigo. Como se eu
pessoalmente a ofendi. Tenho muito cuidado com as mulheres com
quem durmo. Eu tenho certos requisitos. Certas expectativas.
Nenhuma vez isso voltou para me morder na bunda.

“Aqui está meu aviso prévio,” ela estala, seus olhos


castanhos estreitando para mim. “Duas semanas.”

Suas narinas alargam com raiva, e as peças começam a se


encaixar. Ela trabalha para mim. Eu acho. Por que infernos ela
não apenas levou essa bobagem para o Clint do RH?

“Gray,” Bull diz num tom calmo, forçando-me a arrastar a


minha atenção para ele. “Esta é sua assistente. Senhorita
Simmons. Ela esteve trazendo-lhe café e fazendo outras tarefas
administrativas para você por seis anos.”

“Inacreditável,” ela bufa.

Movendo meu olhar de volta para ela, eu observo seu rosto


mais profundamente desta vez. Ela é linda. Muito linda. Maçãs
do rosto altas, salpicadas em uma cor avermelhada que
podem ou não estarem escuras por causa de sua aparente
raiva. Olhos castanhos intensos que possuem uma história
atrás deles. Um nariz arrebitado pequeno que se encaixa em seu
rosto perfeitamente. E os lábios mais suculentos que já vi em uma
mulher. Cheios. Entreabertos. Pintados de uma cor que me lembra
sangue. Seu cabelo castanho sedoso tem cintilantes fios dourados
nele. E cada vez que ela se move, eles captam a luz. Ela brilha pra
caralho.

Como é que eu não a notei até agora?

Bull se inclina para frente e se movimenta para eu olhar


para ele. Eu olho. Eu sempre olho. Ele sabe como eu fico. E agora,
toda a obsessão sobre o negócio de Collins é varrida para o lado
enquanto algo bonito e brilhante toma o seu lugar.

“Concentre-se.” Sua única palavra ajuda a limpar minha


mente. Encaro-o enquanto ele coloca um pedaço de chiclete na
boca.

Mastiga. Mastiga. Mastiga.

“Olá,” Senhorita Simmons diz em um tom exasperado,


agitando as mãos para chamar a minha atenção. “No caso de você
não ter entendido, não estarei aqui mais para lhe trazer o seu café
programado. Eu não estarei aqui para a próxima reunião do
conselho onde esses velhos idiotas tentam me apalpar e dizem
coisas grosseiras. Não vou mais estar aqui para te salvar. Se não
fosse por mim,” ela faz um gesto para o contrato em meus dedos
“você ainda estaria tendo que levar aquele velho nojento para
jantares e rodadas de golfe!”

Clique.

O mastigar de Bull está ajudando o meu foco. As peças todas


se conectam. Minha neblina constante se levanta como sempre faz
quando eu localizo o meu alvo.

Ajustar.

Foco.
Seus olhos e os meus estão trancados novamente. Ela está
furiosa e eu estou... curioso. Quero saber como seu cabelo cheira.
Quero saber como sua voz soa quando eu tiro prazer dela. Quero
saber como a curva do seu traseiro fica com meu pau pressionado
contra ela.

“Sr. Barker,” ela bufa e acena em minha direção enquanto


fala com Bull. “Há algo de errado com ele?”

Ele ri. “Por favor, Letty. Chame-me de Jeff. E sim, há um


monte de coisas erradas com ele.” Não tiro meu olhar dela, mas
posso senti-lo sorrindo para mim. Involuntariamente, afasto meu
olhar dela e pego o seu currículo.

Letty?

Não gosto do nome Letty.

No currículo se lê Violet O. Simmons.

Violet?

Eu gosto do nome Violet.

“Violet,” murmuro e olho de volta para ela.

Seu olhar fulminante vacila um pouco enquanto sua boca


sensual se parte ao meio. Eu quero aquela boca. Quero prová-la e
sugá-la. Quero fode-la, porra.

“Por que você não pega o fim-de-semana para pensar sobre


isso?” Bull interrompe enquanto se levanta. Ele segura seu
cotovelo, e ela endurece. Como se o seu toque a assustasse. Bull
nunca faria mal a uma mulher, mas eu não gosto do medo saindo
dela.

“Solte-a,” rosno. As palavras são baixas e ameaçadoras.

Bull envia um olhar chocado para mim, mas a deixa ir.


A tensão em seus ombros relaxa. Se eu não estivesse
prestando atenção a cada detalhe em seu rosto, teria perdido
o brilho de gratidão em seus olhos. Eu teria perdido o alívio.
“Não há nada em que pensar,” ela nos diz, erguendo o queixo
de forma corajosa. “Eu vou sair em duas semanas. Vocês terão de
contratar alguém que possa fazer tudo o que faço nesta empresa.
Na verdade, vocês provavelmente vão precisar contratar três
pessoas para me substituir.”

Bull solta um grunhido, mas eu encontro minha boca


torcendo-se.

Um sorriso.

Violet Simmons, minha pirralha, fez meus lábios fazerem


algo que eles odeiam pra caralho. E com isso, sinto um aperto
estranho no meu peito. Gosto da maneira que isso me faz sentir.
A dor estranha que corresponde à do meu pau juntamente com o
sorriso bobo no meu rosto me faz sentir mais vivo do que eu tenho
me sentido em um longo tempo.

Oh, querida Violet.

Você não vai a lugar algum.

Eu ainda estou a olhando quando ela marcha em direção a


porta. Sua saia é apertada e abraça suas curvas de uma forma que
deixa pouco à imaginação. Irritação passa através de mim porque
qualquer outro homem neste edifício esteve provavelmente
babando sobre o que tem sido meu por seis anos. E minha
estúpida mente só agora está a vendo pela primeira vez.

A porta bate fechando-se e isso me lembra de mais cedo esta


manhã. Uma porta bateu. Eu estava no telefone com o Sr. Collins.
Ela ficou chateada naquela hora também.

Não se preocupe, Violet.... Eu vejo você agora.

“Não.”

Eu pisco afastando os pensamentos dela e encaro Bull.


“O que?”

“Não faça isso. Deixe ela ir. Essa mulher está aqui há
seis anos trabalhando sua bunda para você, e só agora você
está percebendo que ela está aqui. Mas é o seu pau que finalmente
a viu. Chame Elisha. Ela vai cuidar desse seu pequeno pau
intrometido e você pode voltar a se concentrar na merda que
importa. Como o negócio Collins.” Ele tira os óculos e esfrega o seu
rosto como se toda esta tarde estivesse desgastando ele.

E eu nunca me senti tão revigorado.

Não serei capaz de dormir até que eu saiba tudo o que há


para saber sobre Violet O. Simmons.

“Você está certo,” minto enquanto reúno a papelada na


minha mesa. “Deixe-me terminar de passar por cima de algumas
coisas. Vou trancar o escritório esta noite.”

Ele estreita o seu olhar para mim, mas não diz uma palavra
em argumento enquanto desliza seus óculos e se levanta. “Quer
tomar uma cerveja mais tarde?”

Concordo com a cabeça e aceno para ele. Estou impaciente.


Quero que o meu melhor amigo me deixe para que eu possa fazer
um pouco de pesquisa. Vinte longos minutos depois, ouço suas
chaves balançarem contra o vidro das portas da frente do nosso
andar assim que ele sai.

Estou sozinho.

A primeira coisa que faço é abrir meu laptop. Facebook é


onde você descobre muito sobre uma pessoa. Demora um minuto
para encontrá-la, e quando faço, fico desapontado. Ela tem o perfil
bloqueado. Tudo o que posso ver é seu nome e sua foto do perfil.
Em vez de seu rosto, ela tem uma imagem do oceano. Sua foto da
capa é uma vaga citação.

O meu passado não me definiu, destruiu, dissuadiu; ele


só me fortaleceu. —Steve Maraboli.

Estou morrendo para saber que tipo de coisas ela


posta, mas é tudo privado. Não posso nem saber quantos
amigos ela tem. Ela tem amigos aqui no escritório? Bull é
seu amigo? Outra explosão de raiva surge no meu peito. Eu
tive essa mulher deslumbrante desfilando em meu escritório várias
vezes ao dia e nunca dei um pingo de atenção para ela. Admito,
não conheço noventa por cento das pessoas que trabalham para
mim, mas isso parece diferente. Isso parece uma injustiça. Como
se eu tivesse sido enganado.

Com um bufar, eu me levanto e saio do meu escritório. Sua


mesa fica bem do lado de fora da minha porta. Tudo está limpo e
em ordem. Orgulho cresce dentro de mim. Minha assistente não é
desleixada ou desordenada. Ela é organizada como eu. Talvez seja
por isso que ela foi escolhida para trabalhar para mim. Bull me
conhece melhor do que eu me conheço. Eu não lido com os
empregados ou RH. Ele faz e é bom nisso.

Eu sento em sua cadeira dura e solto um gemido. A maldita


coisa não é nem de perto confortável como a minha de couro. Eu
acabei de sentar e minhas costas já doem. Faço uma nota mental
para pedir uma nova para ela. Marrom. Como as mechas não
brilhantes de seu cabelo. Tudo tem um lugar na sua mesa. Um
porta copos da empresa fica bem ao lado do mouse. Todas as suas
canetas e papéis foram colocados de lado. Nada, exceto o telefone
e computador e o porta copos adornam a mesa. Um canto está
especialmente vazio. Quero preenchê-lo. Eu vou preenchê-lo.

Inalando, quase dou outro raro sorriso quando pego uma


lufada do seu perfume persistente. Uma sugestão de café
misturado com seu perfume floral doce. Eu imagino como ela
cheira no momento exato em que borrifa seu perfume e sai do seu
quarto. Seria intenso ou fraco?

Eu vou descobrir.

Usando um velho truque, levanto seu teclado e fico feliz por


encontrar uma nota com suas senhas escritas sobre ele. A mesma
para todos os seus logins. SurViV0r2.

Leva apenas alguns momentos para me conectar ao


seu computador. Todas as suas pastas são organizadas

2 Sobrevivente
ordenadamente. Suas planilhas de meus clientes estão todas de
uma maneira que eu aprovo. Ela tem muitas notas detalhadas de
reuniões. Registros meticulosos de chamadas feitas para mim e
visitantes que vieram me ver. Eu também vejo onde ela executa os
dados sobre as propriedades. Verificando preços de venda e
valores. Executa análises de comparação. Os trabalhos. Além de
levar meu café e atender minhas ligações, não tenho certeza do
que ela faz para a minha empresa. Aparentemente, porém, ela faz
um monte para sua própria informação. Nenhum dos dados que
recolhe vai a qualquer lugar exceto suas planilhas.

Pulando para seu e-mail, eu também estou satisfeito de ver


como é limpo e organizado. Tudo o que tem em sua caixa de
entrada é um e-mail do RH dizendo que eles também receberam
uma cópia da sua demissão. Ignorando o aborrecimento de alguém
saber sobre sua tentativa de sair, acho uma pasta em seus e-mails
chamada: Ideias para o idiota.

Eu a abro para encontrar centenas, se não milhares de e-


mails para mim. Pisco várias vezes para absorver o que estou
vendo. Estes e-mails estão simplesmente salvos como rascunhos.
Ela nunca os enviou. Alguns são dela me ofendendo. Esses me
fazem dar outro sorriso. A maioria, porém, são dela fazendo
sugestões. Ou fornecendo detalhes analíticos sobre as
propriedades. Muitos dos seus e-mails poderiam ter sido
realmente úteis.

Por que ela não os enviou?

Eu pressiono enviar em vários dos e-mails que podem ser


úteis, especialmente os dados para o empreendimento Collins,
antes de fechar o seu e-mail e abrir a Internet. Uma vez que eu
abro o Facebook, eu digito SurViV0r. Consigo imediatamente o
acesso à sua conta.

O primeiro lugar que clico é em seus amigos. Estou


morrendo para saber com quem ela tem amizade aqui na
minha empresa. Eu faço a varredura através de todos os
trinta e seis amigos. Nenhum deles é Bull. Nenhum deles é Clint
do RH. Fora isso, não conheço essas pessoas.

Eu não sou seu amigo, embora.

Isso é bom porque quero ser mais do que amigo. Eu vou ser
mais do que amigo dela.

Escaneando através de suas solicitações de amizade, excluo


todos os homens que pediram para ser seu amigo. Eu não gosto
desses filhos da puta assustadores. Ela não tem nenhum amigo
em comum com eles. Eles estão provavelmente apenas tentando
conseguir alguns nudes dela. Sobre o meu maldito cadáver. Uma
vez que são excluídos, verifico suas mensagens. A maioria é boba
e esfarrapada. Pessoas enviando piadas, porcaria de correntes ou
memes engraçados. Seu Facebook não tem substância real. Todos
os seus posts são memes motivacionais e a imagem ocasional do
oceano.

Eu decido nesse momento levá-la ao oceano um dia.

Estou passando através de fotos antigas quando uma nova


mensagem aparece.

Sean Slante: Parabéns novamente! Eu só queria que


soubesse que estamos ansiosos para tê-la na equipe. Eu já
encomendei um computador para você e Janine colocou em
ordem um pedido para a sua placa de identificação. Se você
tiver dúvidas sobre o trabalho, estou disposto a encontrá-la
para tomar um café ou mesmo uma cerveja. Este fim-de-
semana estou livre. Inferno, poderia até mesmo vê-la esta
noite se você quiser falar sobre como as coisas correram hoje,
quando você deu seu aviso prévio. Você tem meu celular então
apenas me mande um texto. Falaremos em breve, Letty.

Pelo momento que eu termino de ler a mensagem, estou


cego de raiva. Quero dizer ao filho da puta para cair fora. Dizer
que ele não vai tomar a minha assistente. Que ele é um idiota
pouco profissional por enviar mensagem privada para ela.
Que ela não vai tomar uma cerveja do caralho com ele.
Em vez disso, controlo a minha fúria e fecho tudo no
computador. Terei que jogar minhas cartas direito. Assim como as
aquisições. Vou me dedicar. Analisar os detalhes. Fazer
movimentos inteligentes.

Violet O. Simmons é minha.

Ela só não sabe ainda.

Contagem regressiva: catorze dias ...


Capítulo 3

Eu me sinto mais leve.

Resolvida.

Como se eu devesse comemorar.

E essa é a única razão pela qual concordei em encontrar


Sean Slante em um pub irlandês para uma rodada de cervejas. Ele
será o meu novo chefe em breve, e vai levar algum tempo para me
acostumar que ele realmente me olha, sabe o meu nome, e me
reconhece como um trunfo.

Ao contrário dele.

Meus pensamentos voltam para mais cedo. Quando eu


corajosamente bati o meu aviso prévio na mesa de Grayson
Maxwell. Como, pela primeira vez em seis anos, ele olhou para
mim. Um arrepio corre através de mim com esse pensamento. Seus
gelados olhos azuis se estreitaram, mas curiosamente. Eu me senti
como se ele estivesse descascando minhas roupas com cada
segundo que passava. Com apenas um olhar. Era enervante e um
pouquinho satisfatório.

Espero que ele tenha gostado do que viu.

Espero que ele tenha percebido que idiota ele foi por não
notar quão trabalhadora eu era.

No momento em que tive a sua atenção, no entanto,


foi estranho. Muito intenso. Demais. Talvez foi realmente
uma bênção que ele não me deu qualquer atenção todos estes
anos. Eu acho que se ele me olhasse daquele jeito desde o começo,
meu trabalho teria sido um inferno de muito mais difícil.

Eu poderia ter me perdido naquele olhar.

Engolindo minha irritação, procuro Sean pelo bar. Ele não


está aqui ainda. Eu bebo um gole da minha cerveja e me preocupo
com a minha roupa. Eu não queria usar roupa de trabalho, mas
também não queria parecer muito casual para o meu novo chefe.
No final, resolvi por um vestido preto ajustado e um par de botas
de cano longo combinando. Minhas longas pernas estão nuas, ao
contrário de como eu as deixo para o trabalho, mas ainda estou
mantendo alguma elegância. Uma parte de mim se inclinou para
usar jeans, mas ainda estou tentando causar uma boa impressão,
apesar de aceitar sua oferta.

“Letty!” Uma profunda voz ressoa.

Quando vejo Sean, sorrio e escorrego para fora da mesa. Ele


parece bonito em seu jeans escuro e camisa de botão azul bebê.
As mangas estão enroladas e ele está sem gravata. Deixo escapar
um suspiro de alívio pois não estou bem vestida, nem malvestida
em comparação a ele.

“Oi,” saúdo e estendo a mão.

O homem amigável ignora o meu aperto de mão e me puxa


para um abraço. Ele cheira bem, mas não posso dizer se é porque
ele realmente cheira bem ou pelo fato de eu não ter estado tão
perto de um homem em um longo tempo. Dou-lhe um abraço
educado de volta. Quando ele se afasta, não me solta. Seus lábios
estão curvados em um meio sorriso.

“Estou tão feliz que você pôde me encontrar,” ele me diz,


com os olhos cintilando com preocupação. “Eu conheço Mad
Max. Ele pode ser um problema às vezes. Ele ficou bem com
sua demissão? Será que o velho bastardo louco lançou sua
mesa ao redor?”
Novamente com o Mad Max.

Eu tento não ficar na defensiva sobre o homem que me


ignorou durante seis anos. Sean é um cara legal. Ele não está
tentando ser malicioso. Em qualquer caso, ele parece animado
para me ter, o que é uma grande mudança do que estou
acostumada.

Afastando-me, eu deslizo de sua mão e me sento novamente.


Felizmente, ele senta-se à minha frente. Suas pernas longas
escovam contra a minha debaixo da mesa.

“Ele pareceu surpreso,” admito antes de beber a minha


cerveja. “Eu não acho que ele realmente compreendeu.
Provavelmente não irá até que eu esteja fora.”

Sean sorri e acena para uma garçonete. Uma vez que ela
leva o seu pedido, ele dirige seus olhos verdes de volta para os
meus. “Você é apenas um número lá, Letty. Na Slante, você é uma
pessoa. Todo mundo na minha empresa é reconhecido por seu
trabalho duro. Sei que você vai se encaixar bem.”

Um sorriso curva meus lábios. “Obrigada por me dar uma


chance. Eu sei que não sou a pessoa mais experiente, mas sou
uma rápida aprendiz.”

Ele me dá uma piscadela. “Você vai fazer bem. E se tiver


qualquer problema, me procure. Nós iremos resolver.”

Quando ele começa a falar sobre uma fileira de edifícios


antigos em que ele está trabalhando para um empréstimo, algo
chama minha atenção na janela. Uma figura sombreada inclina-
se contra uma parede entre dois edifícios. Parece ser uma figura
masculina. Ele é alto e de ombros largos. O homem simplesmente
olha diretamente para nós. Às vezes minha imaginação prega
peças em mim. Vaughn está em meus pesadelos, então só está
parecendo que ele está na minha realidade também.

Mas sei que ele não sabe onde estou.

Eu fui cuidadosa.
Além disso, se fosse Vaughn, ele não iria simplesmente
sentar e assistir-me tomar uma cerveja com outro homem. Ele
teria vindo aqui com armas literalmente em chamas e me abordado
bem na frente de todos.

Um tremor ondula através de mim. Quando olho para fora


novamente, a figura desapareceu. Outra ilusão. Sempre uma
ilusão.

“Hey,” Sean diz com uma risada rouca, seu joelho escovando
contra o meu debaixo da mesa. “Eu acho que perdi você aqui.”

Volto minha atenção para ele. Suas sobrancelhas estão


franzidas como se estivesse tentando me entender. Ele nunca vai
entender minha cabeça confusa.

“Sinto muito,” digo a ele com uma risada forçada. Minha


mão acaricia a sua sobre a mesa. “Foi um dia longo e estressante.”

Malícia dança em seus olhos verdes. “Que tal nós


resolvermos não ter mais dias desse tipo? Eu tenho a coisa certa
para te deixar bem.”

A coisa certa acaba por ser doses de tequila. E apesar de ter


ficado hesitante no começo para beber com meu novo chefe, eu
imediatamente cedi quando ele me deu exagerados olhos de
cachorrinho. Sean é amigável e engraçado. Eu estive desfilando
por tanto tempo com um pau na minha bunda que é agradável
relaxar por uma vez. Pela terceira dose, estou quente e risonha.

Sean desaparece para ir ao banheiro, e verifico meu telefone.


Não sei por que, mas eu esperava por algum tipo de “por favor, não
saia” mensagem do sexy Grayson Maxwell. Apesar de seu aparente
choque e irritação pela minha demissão, ele com certeza ainda não
tentou me fazer ficar.

“Sentiu minha falta?” Sean pergunta com uma risada


quando ele vem passeando de volta com mais doses em suas
mãos. Ele escorrega na mesa ao meu lado e empurra duas
doses em direção a mim. “Para um novo começo.” Seu sorriso é
amplo e malicioso. “Para os novos empregados valiosos.”

Eu bufo para ele. “Agora você está sendo ridículo.” Mas


estou sorrindo. A verdade é que é legal que ele veja esse potencial
em mim.

Seu braço se estende atrás de mim, na parte de trás da


mesa, e ele se inclina. “Eu não sou. Eu soube no momento em que
li o seu currículo. Agora beba ou vou considerar insubordinação.”

Rindo, pego a minha dose e bebo.

“Boa menina,” ele brinca e corre os dedos ao longo do


exterior do meu braço.

Eu tremo e pego a segunda dose. Uma vez que bebo essa,


olho para ele com uma sobrancelha levantada. “Quem disse que
sou boa?”

Têm sido anos desde que saí com amigos e fiz algo tão
simples como brincar por aí. O olhar de Sean escurece e ele não
responde. Ele suga as suas duas doses antes de bate-las de volta
na mesa. “Você é problema,” diz ele, com a voz rouca.

Calor surge através de mim. Estou feliz. Finalmente estou


deixando um beco sem saída e correndo em direção a um futuro.
Depois de uma vida de erros, vou começar a fazer algo para mim.

“Obrigada,” digo a ele com um suspiro e inclino-me contra


ele. Estou bêbada agora. A sala está começando a girar. Esta foi
uma má ideia.

Seus dedos curvam ao redor do meu braço. “De nada.”

Sean é sexy. Acessível e agradável. Eu me pergunto como


seria beijar alguém como ele. Sentar em seus quadris firmes e
montá-lo em direção a um orgasmo. Minha calcinha umedece
com o pensamento de fazer sexo. Têm sido anos.

Será que ele me beijaria daquela forma consumidora


que Vaughn fazia?
Vaughn era ruim para mim.

Será que ele me tocaria em todos os lugares certos como


Vaughn fazia?

Vaughn me arruinou.

Será que ele me foderia como se eu fosse somente dele até o


fim dos tempos como Vaughn fazia?

Vaughn era um psicopata.

“Letty.” O sibilo de voz de Sean corta minha confusa neblina.


Eu odeio Vaughn, mas imaginá-lo enquanto eu me toco é a única
maneira que consigo gozar. É humilhante. “Você tem que parar ou
vou gozar aqui em minha calça.”

Eu sacudo com suas palavras e olho para a minha mão que


está esfregando sua ereção através de sua calça. Horror ameaça
me sufocar conforme eu puxo a minha mão dele.

“Oh meu Deus,” gemo e começo a me afastar de seu aperto.


“Eu sinto muitíssimo.”

“Hey,” ele murmura contra o meu cabelo. “Isso é minha


culpa. Eu devia ter te alimentado antes de fazer você beber. Por
favor, não ache que sou um pervertido.”

A culpa me infecta.

Ele acha que ele é o pervertido?

Sou a única que estava se esfregando nele como uma


cachorra no cio.

“Eu ainda tenho o trabalho?” Sussurro.

Sua risada mais uma vez me aquece. “Claro.”

Meus olhos se fecham e penso em Vaughn. Seu cabelo


loiro que era longo em cima e raspado nas laterais. A forma
como ele caía em seus olhos e grudava em sua têmpora
quando ele me fodia. O homem era terror e beleza moldados em
um pacote perfeitamente horrível.

“Letty...”

A voz é totalmente errada.

“Eu preciso chamar um táxi para você. Agora mesmo. Ou


então...” um gemido. “Ou então, acho que nós dois vamos nos
arrepender disso de manhã.”

Quando abro meus olhos, percebo que estou praticamente


no colo de Sean. Meus lábios estão pressionados contra o pescoço
dele com meus dedos enroscados em seu cabelo. Ele tem um
aperto de morte na minha bunda. A ereção cutucando minha coxa
me diz que ele realmente me quer e está mal se segurando.

“Merda!” Eu gemo e tropeço para fora de seu colo. “Eu...


isso...”

“Táxi,” diz ele com voz rouca e pula para fora da mesa.
“Deus... você não tem ideia do quão difícil será colocá-la no carro
e vê-la indo embora com este furioso problema.” Ele aponta para
seu pau através de seu jeans, e uma risadinha me escapa. Isso faz
com que ele ria também. “Pode rir, anjo. Vamos antes que nós
sejamos expulsos daqui.”

Lembro-me vagamente dele colocando para baixo um maço


de dinheiro e me conduzindo para um táxi. Justamente quando
ele está me ajudando a entrar, ouço passos pesados. Em seguida,
um pop seguido por um gemido. A porta do carro do lado oposto
abre, mas já estou desmaiando. Meu endereço é sussurrado a
partir de uma voz familiar ao meu lado no momento em que a porta
do carro bate fechada. O táxi começa a se mover, mas tudo o que
posso pensar são os fortes dedos acariciando o meu cabelo. O
robusto perfume masculino enchendo minhas narinas.

“Shhh,” a voz sussurra de uma forma possessiva.


“Estou com você agora.”

Quem estava comigo antes?


Melhor ainda, quem está comigo agora?

Suas carícias suaves enviam-me diretamente para um sono


sem uma preocupação no mundo.

Estou com você agora.

Às vezes o amor não é preto ou branco. Às vezes o amor não


está nem mesmo em cor.

Para mim, o amor é vermelho.

Sangrento, gotejante, brilhante e vermelho.

Violento.

Bagunçado, mas brilhante, o oposto do meu mundo maçante.

“Diga-me que você me ama,” murmura Vaughn, a barba por


fazer em seu queixo arrastando ao longo do meu ventre. “Diga-me.”

Quando nossos olhos se encontram, os seus estão injetados


de sangue, mas não com raiva. Não, agora ele está em um humor
raro. Contemplativo e quase doce. Apenas Vaughn. Não o homem
desequilibrado para o qual ele lentamente evoluiu.

“Eu te amo.” Porque bem agora, eu o amo. Neste exato


momento, é verdade. Meu amor por Vaughn muda. Nasce e se põe
como o sol, baseado em seus humores. Quando ele está quente e
cintilando o seu sorriso brilhante para mim, eu aproveito tudo o que
ele é. Mas quando ele o esconde de mim e suas feições escurecem,
meu amor vacila e obscurece. Às vezes, meu amor desaparece
completamente.

“Você sabe que eu gostaria que fosse sempre assim,”


diz ele em um sussurro antes de beijar meu osso ilíaco. “Eu
queria que minha vida não fosse um fodido caos.”
Cara, eu gostaria disso também.

“Sou sua,” digo a ele com um sorriso. Meu corpo inteiro está
vibrando com energia. Eu quero ele, como sempre. Mesmo quando
ele me faz odiá-lo. Eu sempre o quero.

Seus olhos de cor cinza se tornam duros, fazendo um arrepio


de ansiedade escorregar pela minha espinha. “Claro que você é
minha. Você sempre será minha.”

Nem sempre.

Não quando você tirar o meu último suspiro.

Esse momento está chegando.

Como se estivesse lendo os meus pensamentos, ele


bruscamente abre meus joelhos. Estou nua e molhada e meu corpo
acomoda o dele. Como sempre. Ele empurra sua espessura dentro
de mim enquanto agarra minhas coxas. A frieza em seus olhos
suaviza um pouco conforme ele saúda o meu corpo tremendo. Estou
tremendo com partes iguais de desejo e medo. A mistura que só
Vaughn Brecks pode fazer.

Sua boca se encontra com a minha e seu poderoso corpo


esfrega contra mim com cada impulso. Eu sou impotente com este
homem. Ele é a tempestade cruel, e eu não sou nada, apenas um
pedaço de entulho levado por ela. Eu flutuo na sua esteira,
seguindo-o ao longo do seu caminho de destruição.

“Doce Letty,” ele murmura contra a minha boca enquanto


suas fortes mãos enrolam ao redor da frente da minha garganta.
Minha frequência cardíaca acelera no meu peito, mas eu não o
impeço. Você não para Vaughn. Você simplesmente deixa acontecer.
“Você é minha. Sempre minha. Nunca vai mudar isso.” Seus dedos
escavam em minha pele pálida conforme ele aperta. Minha
respiração se aloja na garganta sem ter para onde escapar.
Seus lábios macios pairam sobre os meus enquanto ele me
fode ao mesmo tempo em que aperta o inferno fora do meu
pescoço. Algumas vezes, eu lutei com ele. E nessas vezes, eu
sempre perdi. Mas quando não luto. Quando cedo à escuridão que
me engole toda. Quando deixo Vaughn fazer tudo o que ele quer.
Fico livre. Minha mente se separa do meu corpo e deriva para outro
lugar. Em algum lugar escuro e quente. Sem vermelho confuso. Sem
cor. Apenas cinza, silencioso e meu.

“Letty.”

Quando volto, o aperto desapareceu. Seus olhos piscam


brevemente com preocupação antes que ele o troque por satisfação.
Ele está de joelhos entre minhas coxas e não mais dentro de mim.
Grossos e quentes jatos de sêmen cobrem minha barriga e escorrem
pela minha cintura, molhando a cama abaixo. Não me lembro dele
terminar. Eu certamente não me lembro de gozar.

“Vista-se, Letty Spaghetti,” ele silva, me fazendo derreter com


um de seus sorrisos encantadores. “Nós temos recados para dar.”
Meu derretimento rapidamente se transforma em gelo. Estou
congelando. Recados. Recados significam problemas. Recados
significam dor.

“Não estou me sentindo tão bem” gemo, minha voz ainda


rouca de ter sido enforcada até ficar inconsciente.

Seu olhar é sério quando ele me joga um pedaço rosa de


material spandex. “Não era um pedido. Era uma exigência. Fique
bonita. Você está parecendo uma prostituta viciada.”

Estremeço mais com suas palavras do que com seu tom. Eu


pareço como uma prostituta viciada porque ele me fez assim. Se eu
fosse me olhar no espelho agora, minha pálida cara assustada
olharia de volta. Meus olhos castanhos normalmente brilhantes
estariam entorpecidos de qualquer pílula que ele colocou na minha
língua antes de me despir. Olheiras iriam cercar os meus olhos pela
falta de sono ou de uma das “lições” do Vaughn. E meus lábios
cheios estariam rachados por excesso de uso juntamente com a
desnutrição.

Passei onze meses com este homem e não consigo


puxar a minha cabeça para fora da névoa vermelha que o
segue por tempo suficiente para endireitar a minha vida. Não que
ele me deixaria ir de qualquer maneira.

Sua mão enrola no meu cabelo, e sou arrastada para fora da


cama e fico de pé bem na frente dele. Mesmo furioso e impaciente e
na fronteira de raiva psicótica, Vaughn é uma visão gloriosa. Ele me
coloca no lugar com seu olhar penetrante — um olhar que promete
dor e punição e, um dia, a morte.

“Eu te amo,” ele ferve. Acredito nele. Eu realmente acredito.


“Mas agora, você está me irritando.” Sua mão livre agarra minha
bunda machucada e nua me puxando contra sua ereção. “Nós
temos merda para fazer, então pare de arrastar seus pés.”

Eu tento acenar para ele, mas seu aperto no meu cabelo me


impede de fazê-lo. Um pequeno grito de surpresa me escapa quando
ele me puxa para a mesa ao lado da cama. Ele vasculha até que ele
encontra o que está procurando. Pequena pílula feliz. Eu não posso
deixar de sorrir.

“Boa menina.” Ele sorri em resposta antes de empurrá-la em


minha boca. Eu engasgo, mas engulo. Dentro de minutos, estou
carente, e o vestido que ele me ajuda a colocar é demais. Muito
pegajoso. Muito áspero. Demais. O desejo de buscar prazer me
consome. Eu agarro seu peito e suplico-lhe para me foder
novamente. Seu beijo é suave, mas a maneira como ele toca entre
as minhas pernas não é. “Você será fodida,” ele me garante com um
rosnado frio. “Eu lhe disse que tínhamos recados.”

Não consigo encontrar a tristeza que normalmente me aflige.


Sem lágrimas nos meus olhos. Não estou nem mesmo chateada
quando ele me orienta para fora de sua casa de merda para seu
carro esporte tunado que não se encaixa bem no bairro do gueto. É
o tipo de carro que deveria ser roubado ou arrombado, mas ninguém
toca. Ninguém toca qualquer coisa que pertence a Vaughn Brecks
a menos que ele diga que pode. A menos que lhe paguem
qualquer que seja o seu preço. Caso contrário, não viverão
para ver outro dia.
Estou fora da minha mente, me contorcendo e implorando
todo o caminho para onde quer que seja que nós estamos indo. Ele
me provoca com carícias suaves na minha coxa nua e breves
esfregões contra o meu clitóris onde estou sem nada sob o meu
vestido. Quando chegamos em um edifício de apartamentos de luxo,
estou gotejando com necessidade.

“Você está pronta para fazer algum dinheiro para nós,


querida?” Ele questiona, seu aperto aumentando ao redor da minha
coxa. Eu vou ficar machucada, mas agora ele é bom. Qualquer toque
é bom.

“Eu pensei que era só sua,” resmungo através da minha


neblina.

Seu rosto se torna assassino. “Claro que você é, porra. Isso é


apenas negócios, baby. Você pertence a mim. Não a este rico filho
da puta que quer ter o seu pau molhado porque sua esposa gorda
não o faz gozar.”

Por mais terríveis que sejam, suas palavras me aquecem.


Elas me aquecem tanto que estou em chamas no momento em que
entramos no apartamento exuberante onde o cliente espera. O
aperto de Vaughn no meu braço é possessivo, mas ele ainda me
leva até o homem. Ele aceita um maço de notas e me dá um leve
empurrão em direção ao homem estrangeiro com a barriga grande.
Eu aperto os olhos para tentar descobrir a sua nacionalidade, mas
assim que a porta se fecha atrás de Vaughn, o homem está em mim.
Ele coloca suas patas em mim como se eu fosse o primeiro presente
de Natal que ele já recebeu. E a droga que Vaughn me deu me
deixou zumbindo com desejo. Eu quero montar este homem feio com
o bigode preto e olhos redondos. Eu quero agarrar seu cabelo oleoso
e transar com ele enquanto penso no meu namorado.

Os olhos cinzentos e duros de Vaughn estão na vanguarda


da minha mente conforme o homem consegue empurrar meu
vestido até meus quadris e curvar-me sobre sua cara mesa de
jantar. Ele se atrapalha com a calça. Então eu ouço o som
familiar de um preservativo. Sempre com preservativos. Pelo
menos Vaughn olha por mim. E então o pau fino do homem está
dentro de mim. Ele está tomando o que não pertence a ele, e não me
importo. Eu o deixo porque me faz sentir bem. Seus toques
irreverentes correndo pelas minhas costas. A maneira como suas
bolas peludas batem contra minha buceta. Grunhidos quase
inaudíveis de um homem desconhecido.

Eu gozo.

Tremo em êxtase ao pensar em Vaughn.

Aproveito o orgasmo que ele não me deixou ter há uma hora


atrás.

Deus, como eu amo Vaughn.

O homem atrás de mim agarra meus quadris enquanto ele


geme com o seu orgasmo, fazendo parcelas de realidade sangrarem
dentro de mim.

Deus, tenho que ficar longe de Vaughn.


Capítulo 4

Eu a observo enquanto ela toca entre suas pernas. Seus


gemidos fazem meu pau se contorcer em minha calça, mas ignoro
por enquanto. Por agora, estou preocupado com ela. Como ela foi
descuidada em sair e se embebedar com aquele idiota, Slante.
Cristo, ele estava a segundos de distância de foder com ela contra
o maldito táxi se eu não tivesse intervindo quando fiz. Violet estava
exausta. A pobre mulher dormiu durante todo o caminho para o
seu apartamento, murmurando de vez em quando coisas
ininteligíveis. O taxista nos levou para o seu prédio onde a levei
por três lances de escadas porque o elevador de merda estava
quebrado. Quando vi que ela tinha três fechaduras acionadas,
fúria borbulhou dentro de mim. Ela não deveria estar vivendo em
um edifício de merda. Não com o que eu a pago. Depois de invadir
seu computador, eu mesmo fui olhar seu arquivo no gabinete de
Clint. Eu sou o CEO afinal de contas, portanto o arquivo pessoal
dela é da minha conta se eu disser que é.

Endereço.

Idade.

Experiência.

Encontrei tudo o que precisava, incluindo seu salário. Seu


salário era o suficiente para que ela não tivesse que viver em
um buraco de merda assim. Vou descobrir este pequeno
mistério. Descobrir para onde seu dinheiro está indo. Até
então, porém, simplesmente olho para ela.
Deixar uma mulher inconsciente despida e debaixo das
cobertas é difícil, mesmo para um homem forte e hábil como eu.
Seus membros soltos e corpo mole me fizeram levar uns
frustrantes vinte minutos. Eventualmente, eu a deixei nua.

Puxo as cobertas e dou outra espiada antes de ir caçar. Seus


peitos vantajosos têm os mais sexys e mordíveis mamilos bem no
centro de cada um. Apenas olhar para eles me faz quase gozar em
minha calça. Vou festejar com eles um dia. Hoje não. Um dia. Sua
barriga é plana e seus ossos do quadril estão aparecendo. A
mulher poderia comer um pouco mais. Faço uma nota mental para
lidar com esse problema também. Sua buceta é raspada e lisa. O
desejo de empurrar o meu dedo dentro dela é esmagador, mas
aperto minha mão e ignoro a vontade.

Eu observo tudo sobre ela.

Seus cabelos castanhos suaves se espalharam sobre o


travesseiro cor creme debaixo de sua cabeça. Aqueles lábios
fodíveis dela estão separados enquanto ela dorme. Cílios longos e
escuros descansam em suas bochechas rosadas.

Eu quero sacudir seus ombros e gritar com ela. Para acordá-


la e explicar a ela o quão estúpida foi. Uma mulher que se parece
como ela não precisa sair com homens que mal conhece tarde da
noite. Homens como Sean Slante poderiam tirar proveito dela.

Um grunhido sobe pela minha garganta com a lembrança


dele com as mãos sobre ela. Eu os assisti pela janela do bar. Claro,
ele jogou como o cara bom, mas podia ver o desejo em seus olhos.
Eu vi o jeito que ele agarrou a bunda dela como se pertencesse a
ele.

Ela não é dele.

Violet solta um gemido antes de murmurar um nome.

Vaughn.

Quem caralhos é Vaughn?


Mais uma vez, aperto minha mão para não a agarrar pela
mandíbula e acordá-la, dizendo-lhe que mulher ingênua ela é.

Andando para longe, para que eu não faça exatamente isso,


começo a olhar através de suas gavetas. Tudo é limpo e tem um
lugar. Não há um pingo de desordem. Assim como sua mesa no
escritório. Faz-me imaginar o que ela está escondendo. Pessoas
que são minimalistas fazem isso a fim de esconder algo grande
sobre si mesmos. Se eles têm tudo em um lugar, então não têm
que se estressar sobre seu passado ou deficiências, deslizando
através das rachaduras em meio à confusão. Eles são capazes de
manter um olhar atento sobre cada detalhe de suas vidas,
mantendo tudo guardado em seu devido lugar.

Sei disso porque eu sou assim.

Minha casa é imaculada.

Meu negócio é organizado.

Minha vida inteira é impecável.

Os segredos que tenho ficam ordenadamente contidos.

Mas os segredos dela, vou descobrir. Seus segredos são


meus. Eu quero eles. Porra, eu anseio eles. Depois de uma busca
irritante que não se transforma nada, sento ao pé da sua cama. A
respiração dela é suave e constante. Se eu não achasse que ela
fosse pirar, tiraria os sapatos e deitaria ao lado dela. Com minha
sorte, eu acabaria adormecendo e ela iria acordar para me
encontrar lá. Acusando-me de coisas que não sou.

Então não deito.

Não tiro os sapatos.

Em vez disso, eu penso.

Onde eu escondo meus segredos?

Tenho uma caixa de cedro velha que pertencia a


minha mãe. Eu a peguei há uns vinte e tantos anos, quando
ela começou a perder sua mente. Antes que ela se enterrasse em
suas inseguranças. Não tenho certeza se ela mesmo sabe que se
foi. Naquela caixa estão os meus segredos. Meu passado que me
formou e me moldou. Quando penso sobre o meu passado, lembro-
me de alguém. Um erro que vai me acompanhar pelo resto da
minha vida.

Adara.

Seus lindos olhos castanhos me assombram. Inferno,


acredito que eles vão me assombrar até o dia que eu morrer. Eu
mereço ser constantemente lembrado daqueles olhos. Cometi um
erro. Foi um erro que quase me custou tudo. Ele alterou a minha
vida de muitas maneiras, não posso nem começar a contá-las.
Estou aqui, de pé agora neste quarto grande com um anjo
dormindo inconsciente da minha presença, por causa de Adara.

Com um propósito recém-descoberto, vou até seu armário.


Seus ternos estão passados e parecem bastante caros, mas sei que
ela não está gastando todo seu dinheiro em roupas. Eles cheiram
como ela. Doce e floral. Minha. Coloco os casacos grossos fora do
caminho e procuro atrás das peças de vestuário. Assim como eu
imaginava, encontro uma caixa. Uma caixa de sapatos, embora
muito menor do que a minha caixa de cedro, detém respostas
sobre a minha Violet. Puxo-a livre e a levo comigo de volta para o
quarto. Sentando-me ao pé da cama, retiro a tampa da caixa e
começo a remexer. Imagens femininas, notas escritas à mão, uma
pulseira de hospital. As notas não são dela. Passei horas mais cedo
em sua mesa e aprendi a letra dela. Estas notas são de alguém que
a ama.

Te amo, Letty.

Você sempre será minha Letty Spaghetti.

Desfrute do seu almoço, menina.

Eu percebo que todas as notas devem ser de sua mãe.


Estão todas escritas no mesmo tipo de papel. As folhas são
revestidas com números no topo e as palavras “obrigado”
estampado atrás parece o tipo que garçonetes usam para tomar
pedidos. Eu anoto o nome do restaurante impresso no topo antes
de empurrá-las para o lado. A primeira foto que eu olho é dela e
uma mulher que se parece muito com ela. Quando viro, sorrio para
a letra que sei que é de Violet.

Eu e Mamãe '04

Ela está usando uma beca de graduação e um sorriso que


nunca vi antes. Brilhante e esperançoso. Orgulhoso. O sorriso de
sua mãe é muito grande. Muito bonito. Elas fazem um lindo par.
Infelizmente, eu me pergunto se sua mãe morreu. Mas, então, isso
me faz pensar em minha mãe. Irritação se infiltra através de mim,
e enfio a imagem na pilha de notas. A maioria das outras imagens
são de Violet fazendo coisas. Então, acho uma única foto dela com
um homem.

Um lampejo de ódio inflama dentro de mim.

O homem com os olhos cinzentos e olhar severo com o braço


envolto possessivamente em torno de Violet é uma ameaça. Eu
sinto. Quase posso prová-lo. Ele azeda meu estômago, e com um
grunhido, enfio tudo de volta na caixa. Ela mexe na cama, mas
coloco tudo de volta no armário.

Quando eu retorno, ela está com a mão entre suas pernas


novamente. Em seu sono, ela toca a si mesma e geme. Não há
nenhuma rima ou razão para seus movimentos. Rondando até ela,
pairo sobre seu corpo adormecido. Eu desejo afastar os seus dedos
descoordenados e fazer o trabalho para ela. Quando ela
choraminga em frustração, tomo uma decisão. Eu envolvo minha
mão em torno de seu pulso delicado e a ajudo. Usando sua mão,
dou a velocidade que ela precisa para chegar a seu clímax. Sua
buceta está provavelmente quente contra as pontas dos seus
dedos. Meu pau engrossa e empurra contra minha boxer,
implorando por seu próprio gosto dela.

Mais tarde.

Isto é sobre ela, não sobre mim.


Com movimentos medidos, continuo o meu ritmo, guiando
sua própria mão para empurrar entre os lábios de sua buceta e
massagear seu clitóris latejante. Aqueles choramingos sensuais
dela tornam-se gemidos. Cada vez mais altos. Seu corpo se
contorce e solavanca em seu sono conforme eu a toco. Quando ela
engasga uma vez antes de estremecer, sei que ela encontrou seu
orgasmo, mesmo em seu sono. Com outro sorriso projetando em
meus lábios — um sorriso que só ela pode tirar de mim — eu me
permito a mesma coisa que me neguei anteriormente. Um simples
gosto. Eu levo seus dedos encharcados de seu corpo aos meus
lábios. Espalhando sua excitação por toda a minha boca, fico
incrivelmente mais duro com a necessidade de empurrar dentro
de seu corpo lindo. Em vez disso, chupo os seus dedos, removendo
todos os vestígios do seu orgasmo com a minha língua. Deus, ela
cheira decadência.

Eu gentilmente descanso sua mão de volta em sua barriga


antes de cobri-la de novo com o cobertor. Sua essência em meus
lábios persiste, e inalo seu aroma sedutor. Um dia, em breve, terei
o meu rosto enterrado entre as coxas dela. Vou me banquetear
com sua buceta perfeita quando eu quiser. Ela vai implorar para
isso. E vou recompensá-la porque ela é muito linda e merecedora.
Com um movimento de minha língua, lentamente lambo meu lábio
inferior. Ela tem gosto de pecado. Doce, pecado decadente. Meu
pau dói para afundar dentro dela, mas ignoro por enquanto. O sol
da manhã está começando a espreitar através das cortinas. É hora
de eu deixá-la um pouco.

Eu caio de joelhos e depois me deito contra o tapete simples


que cheira a locatários e cigarros ultrapassados. Leva algumas
manobras, mas consigo deslizar para debaixo da cama. Uma vez
que me sinto confortável, com a minha cara apontada para o
armário, eu relaxo. Fecho os olhos e durmo. E pela primeira vez
em meses, durmo realmente muito bem.

Vejo você em breve, Violet.


Capítulo 5

Acordo com um impulso e fico ereta na cama. O sol me cega,


fazendo-me gemer antes de proteger os olhos contra os raios
brilhantes. Estou um pouco desorientada e severamente de
ressaca. Vergonha escorre pela minha espinha quando começo a
recordar os eventos nebulosos de ontem à noite.

Eu fiquei me esfregando em Sean numa mesa de bar. Dei


em cima do meu futuro chefe só porque estava cheia de
recordações de Vaughn e bêbada de tequila. Porque eu não estive
com um homem em anos e ansiava por seu toque. A coragem
líquida foi o catalisador para uma noite cheia de arrependimentos.

Mas assim que cedi aos meus desejos, eles foram ceifados
como uma única vela em uma sala sem janelas. Sean me colocou
no táxi e depois...

Isso é onde tudo realmente fica nebuloso.

Não me lembro de uma única coisa a partir desse ponto.

Olhando para baixo, eu me encolho ao descobrir que estou


nua. Pânico sobe em minha garganta, mas engulo rapidamente.
Vaughn não esteve aqui. Foi tudo eu. Eu me despi sozinha. Uma
rápida olhada ao redor do meu quarto me diz que pelo menos eu
não rasguei minhas roupas antes de foder um estranho
aleatório também. Não há indícios que indicam que mantive
a festa rolando na noite passada. Fiel a mim mesma, mesmo
em um estado apagado, eu coloquei minhas roupas no
cesto. Eu coloquei meus sapatos no armário. A necessidade
de comprovar isso me oprime, então eu saio da cama com os pés
vacilantes. Pego a cabeceira de apoio quando o quarto gira em
torno de mim.

Minha buceta parece um pouco dolorida. Devo ter me tocado


no meio da noite. Uma fungada nos meus dedos me diz que estou
correta sobre essa hipótese também. Pelo menos eu posso sempre
contar comigo, mesmo quando estou fodida além da imaginação.

Uma espiada no cesto e closet me diz que não estou louca.


Eu vim para casa e me despi como de costume. Com um suspiro
de alívio, tomo o banho mais longo conhecido pelo homem. Minhas
pernas estão doloridas e o resto do meu corpo também devido a
minha ressaca do inferno.

O meu telefone vibra da minha mesa de cabeceira onde


consigo me lembrar de ligá-lo ontem à noite. Agora, recém-saída
do banho e seca, com uma toalha enrolada no meu cabelo
molhado, ando nua até a cabeceira. Um arrepio passa através de
mim. A sensação de estar sendo observada por Vaughn nunca
realmente foi embora. Pisco para ler a minha mensagem.

Aparentemente eu perdi várias.

Sean: Eu me diverti na noite passada. Desculpe se as


coisas ficaram fora de mão.

Sean: Deixe-me consertar isso para você. Jantar hoje à


noite?

Já estou balançando minha cabeça em desacordo. Eu me


recuso a passar mais um momento a sós com Sean. Já estou
horrorizada sobre o meu comportamento na noite passada.

Sean: Eu não fui exatamente um cavalheiro por isso não


vá culpar a si mesma.

Eu mordo meu lábio e volto para o banheiro. Puxando


a toalha e deixando-a cair no chão, olho para o meu reflexo.
Apesar da minha estupidez na noite passada, ainda pareço
com a mulher que eventualmente me moldei para ser. Não
sou mais ela. A mulher embrulhada no pequeno mundo torcido de
Vaughn. Eu sou saudável e educada e bem-sucedida.

Respire, Violet.

Ele não tem mais a mão em torno de sua garganta.

Passo o resto da manhã, lentamente, me arrumando. Uma


vez que minha maquiagem está feita e meu cabelo está seco em
tranças sensuais, borrifo meu perfume e deixo o banheiro em uma
caça por algumas roupas.

Tenho uma sensação estranha, de mais uma vez estar sendo


observada, quando eu entro no meu quarto. A porta do quarto está
entreaberta. Eu aperto os olhos para me certificar completamente
de que ninguém está espreitando.

“Pare de pirar,” eu me repreendo. “Ele não está aqui.” Eu


ainda tremo conforme ando em torno do meu armário para
encontrar roupas. Nunca serei capaz de me convencer plenamente
que Vaughn não pode me encontrar. Que estou segura. Eu tenho
tomado precauções, mas ele é um homem engenhoso.

Um clique me abala dos meus pensamentos, e pulo fora do


meu armário. A porta do quarto agora está fechada. Alarmes soam
através de mim. Puxando meu roupão do gancho do banheiro,
rapidamente o envolvo em torno de mim e ando na ponta dos pés
até a porta.

Silêncio.

Eu tento não respirar.

Outro clique suave da sala de estar.

“Merda,” assobio ao mesmo tempo que tranco a fechadura


da porta do meu quarto. A arma que mantenho carregada sob
meu colchão ainda está lá quando olho. Eu puxo o objeto frio
e pesado em meu aperto e reúno a coragem para escapar da
prisão do meu quarto. O meu telefone vibra do banheiro,
mas ignoro. Silenciosamente, eu consigo verificar cada parte do
meu apartamento de cima a baixo.

Nada.

Meus nervos estão me comendo viva esta manhã.

Eu preciso de proteínas e açúcar e café.

Preciso sair dessa.

Estou balançando minha cabeça pela minha estupidez


quando meu olhar desliza em meu apartamento para a porta da
frente. Todas as três fechaduras estão desbloqueadas.

Pisco. Pisco. Pisco.

Confusão faz com que meu sangue rasteje através em


minhas veias como melaço. Eu nunca esqueço de trancar minha
porta. Nunca. Nunquinha. Porra, nunca. Com três saltos para a
porta, coloco todos os bloqueios no lugar antes de soltar um soluço
aliviado.

Alguém estava na minha casa.

Vaughn.

Lágrimas ameaçam transbordar, mas furiosamente pisco-as


para longe. Ele não será o meu dono desta vez. A arma pesada na
minha mão oscila conforme eu me imagino apontando para ele.
Uma calma passa sobre mim e minha mão fica firme.

Se vier a ser entre mim e Vaughn, eu vou me escolher.

Toda vez.

Eu me recomponho e caminho de volta para o banheiro.


Tenho um outro texto perdido no meu telefone. Mas desta vez é
de um número desconhecido.

Vaughn.
Desconhecido: Encontre-me para o café da manhã. O
hotel na esquina da 7th com a Madison tem uma brilhante
seleção de muffins.

Muffins?

Eu: Quem é?

Desconhecido: É o Gray, pirralha. Deixe-me tratá-la bem.


Nós dois sabemos que eu lhe devo. Tenho seis anos para
compensar.

Alívio inunda através de mim quando percebo que Vaughn


não tem meu número de telefone. Eu fiz um grande esforço para
manter este número escondido de qualquer um que não quero
tenha.

Eu: Sou o tipo de garota que prefere omelete e torrada


francesa. Mas, infelizmente para você, prefiro comer sozinha.

Apesar da minha resposta, encontro-me fuçando no meu


armário por algo para vestir. Eu me visto profissionalmente para
este homem a cada dia, mas ele nunca me olhou nos olhos.
Nenhuma vez ele falou comigo. Nenhuma vez ele olhou
apreciavelmente para a minha roupa.

Exceto ontem.

Ontem, ele parece ter percebido o que estava em seu rosto o


tempo todo.

E agora ele está, o quê? Curioso. Alguém pode até dizer que
ele se sente mal. Faz-me querer esfregar isso na cara dele. Fazê-lo
entender que não sou algo que pode ser olhada por cima ou
esquecida. Eu sou alguém. Alguém especial e bonita e que vale a
pena conhecer.

Desconhecido: Querida Violet, você nunca estará


sozinha no que me diz respeito. Vinte minutos. Estarei
esperando.
Suas palavras deveriam me alarmar, mas bem agora, estou
tentando suprimir o bom tipo de tremor que está subindo
rapidamente através de mim. Excitação percorre através de mim.
Eu quero balançar na frente dele o que ele não pode ter. O que ele
estava cego demais para ver o tempo todo. Desde Vaughn, eu
apreciei qualquer momento em que pudesse fazer um homem se
sentir impotente na minha presença. Porque não foi há muito
tempo que os papéis eram grosseiramente invertidos.

Com um salto no meu passo, vou para um vestido vermelho,


mas pauso com a minha mão no ar. Vermelho me lembra de
Vaughn. Eu roço ao longo de um vestido de malha branca que
comprei para um encontro que acabou nunca acontecendo. Como
estou me sentindo um pouco mal-intencionada, eu deslizo o
material macio sobre o meu corpo sem sutiã. O fio dental de rendas
cor da pele é tudo o que fica entre a minha pele e o cashmere.
Encontro umas botas na altura da coxa que atingem logo abaixo
da barra inferior do vestido curto. O look é sexy, mas eu também
estou tentando ser um pouco elegante então eu encontro um cinto
para passar por cima do vestido e um cachecol cinza para tentar
esconder meus seios nus sob o tecido. Assim que passo na frente
do espelho, sei que ele não será capaz de suportar me notar agora.

Estarei no radar de qualquer homem com um pau


funcionando.

Eu pareço gostosa e sei disso.

Sorrindo, pego minha bolsa e um casaco antes de sair para


encontrar o meu em breve ex-chefe. Minha arma se encaixa na
minha bolsa e é exatamente onde ela vai ficar até eu ter certeza de
que Vaughn ainda é apenas uma invenção da minha imaginação.

Contagem regressiva: treze dias até eu passar para a minha


nova aventura. Mas até lá, vou fazer Grayson Maxwell se
arrepender de me deixar escapar por entre seus dedos.
Capítulo 6

Eu sento na minha mesa de costume, usando minha


carranca habitual. Vinte minutos vem e vão. Depois trinta. Mas,
graças a porra, trinta e oito minutos depois da minha mensagem,
ela aparece no restaurante do hotel parecendo que possui o
maldito lugar.

Seu cabelo é o que eu noto primeiro pela janela enquanto


ela sai do táxi. O vento o balança de uma maneira sedutora e o sol
realça o dourado em suas mechas. Ela brilha pra caralho.
Brilhante e bonita. E minha.

Passo a língua ao longo do meu lábio inferior e sinto um


sorriso se formando de um lado. Esta mulher ressuscita partes
mortas de mim. Ela me faz sentir vivo. Com sorrisos, excitação e a
emoção de uma perseguição. O cheiro dela está grudado em meus
lábios, apesar de eu ter escovado os dentes esta manhã, e não
posso segurar o gemido que me escapa quando a vejo desfilar até
o edifício. Meu pau está duro como pedra conforme eu me imagino
tirando seu casaco de couro e espreitando para ver o que ela está
escondendo por baixo. Eu já estou de pé no momento em que ela
entra no restaurante. Seus olhos se iluminam quando ela me vê.
Eu sacudo minha cabeça para sinalizar a ela a minha direção.

“Agradável vê-lo aqui,” diz ela, suas palavras sem fôlego.

Eu inalo seu aroma floral. Assim como prometi a mim


mesmo que faria, eu consegui absorver bem o seu perfume
assim que ela saiu do seu banheiro mais cedo. Mesmo a
partir da minha posição de merda em seu terrível tapete, pude
sentir o cheiro dela. Seu aroma perfumado matou o fedor do piso
e substituiu-o com... ela. Eu não queria deixá-la, mas meu
estômago —depois de não ter jantado por conta da minha busca
por informações dela — tinha começado a roncar. Alto. Eu não
queria que ela me encontrasse esparramado debaixo de sua cama
com uma ereção de vinte e cinco centímetros. Além disso, eu
precisava tomar banho e trocar de roupa.

Estendo a mão para cumprimentá-la quando ela se


aproxima. “Você está radiante” digo a ela, minha voz baixa e rouca.
Radiante nem sequer começa a descrever como ela é linda.

Seus olhos castanhos estreitam com minha escolha de


palavras enquanto ela tira seu casaco. No momento em que ela o
desliza pelos ombros, meu pau endurece. Seus mamilos estão
eretos debaixo do seu vestido. Eu posso ver o fraco contorno rosa
deles sob o material suave.

“Jesus fodido Cristo” Eu assobio quando puxo sua cadeira


para trás. “Onde está o seu maldito sutiã?”

Ela ri e tem uma qualidade musical. “Não gosto de usar com


este vestido. Você poderia vê-lo.”

“Eu posso ver seus peitos, Violet” fervo enquanto me sento


em frente a ela. Meu olhar varre a multidão que ainda toma seu
café da manhã, mas felizmente ninguém está prestando qualquer
atenção a nós. Seus peitos estão a salvo dos olhos maliciosos dos
outros clientes por agora.

“Essas são palavras bem escolhidas vindas do meu chefe.


Hmmm,” ela diz antes de farejar o ar. “Eu sinto cheiro de um
processo por assédio sexual?”

Revirando os olhos, eu lhe entrego o menu na esperança


de que ela vai cobrir seus seios perfeitos de todos os
espectadores. “Se alguém está assediando sexualmente
qualquer pessoa, é você que está me assediando. Eu vim
aqui para um café da manhã. O show foi livre.”
Nossos olhos se encontram e os dela brilham com desafio. O
olhar desafiador neles deixa o meu pau cheio de sangue e a
necessidade de empurrar dentro dela é tudo que posso pensar.

“O que você quer, Sr. Maxwell?” Ela exige, a voz suave e


doce.

Eu estico minha perna debaixo da mesa, estabelecendo-a


entre as dela depois de já ter afastado seus tornozelos com meu
pé. Seus olhos se arregalam, mas ela não tenta se afastar. Apenas
o pensamento de suas coxas espalhadas ligeiramente abertas faz
minha mandíbula apertar. Eu me pergunto se ela está usando
calcinha. Minha boca está prestes a deixar escapar alguma merda
que não está pronta para sair. Ela não está pronta para o que eu
tenho a dizer. Então, em vez disso, eu a encaro. Descaradamente.
Eu a fodo com os olhos porque claramente era o que ela queria
quando colocou esse vestido. Sua garganta se move conforme ela
engole e ela tremulamente levanta o menu como se para esconder
aqueles seios de mim.

Com o meu dedo, eu empurro o menu de volta para a mesa


e depois varro o meu olhar sobre os montes lindos. Eu mantenho
meu olhar antes de lamber os lábios e, em seguida, dou-lhe um
sorriso de satisfação.

“O-O que você quer?” Ela pergunta novamente, desta vez


sem o veneno escondido.

Meus olhos cauterizam os dela. “Não é óbvio o que eu


quero?”

“Já tomei minha decisão e vou começar na Slante Hipotecas


em menos de duas semanas,” ela murmura e pega o copo de água
em seu lado da mesa. Ela bebe em poucos, não-graciosos, goles.
“Estou deixando sua empresa.”

Enquanto ela não estiver me deixando.

Uma vez que eu tenho meu cenário pronto, obtenho o


meu alvo.
Violet O. Simmons não vai a lugar nenhum.

“Sean Slante é um cretino manipulador”, resmungo


enquanto desabotoo o botão na manga da minha camisa. De
repente, estou com calor. E puto. Depois de rolar ambas as
mangas até meus cotovelos, eu cruzo meus dedos sobre a mesa e
olho de volta para ela. Seus olhos castanhos estão olhando para
os meus braços. Ela passa sua língua rosa em todo o lábio inferior
antes de levantar o olhar.

“Você também é” ela desafia com uma sobrancelha


levantada.

Eu sorrio. “Não sou eu aquele que está esquecendo de usar


partes do meu guarda-roupa para encontrar meu chefe. Talvez
você seja a manipuladora, Violet.”

Raiva surge através dela e suas narinas se alargam. “Você é


sempre um idiota? Estou feliz que você me ignorou até agora, para
ser honesta.”

Ignorar não é a palavra certa. Eu simplesmente não a vi até


ontem. Agora, ela é tudo que eu vejo.

O garçom interrompe o nosso momento tenso para tomar


nosso pedido. Quando ela não consegue decidir o que comer, eu
abruptamente instruo o homem a trazer um pouco de tudo no
menu de café da manhã. Observar o pescoço dela esquentar para
uma cor vermelha perfeita faz mais um daqueles sorrisos raros
curvarem meus lábios.

“Então não só você é um imbecil manipulador, mas você


também é um porco chauvinista que faz o pedido do seu encontro”
ela estala. “Entendi.”

Eu levanto uma sobrancelha. “Encontro?”

Isto faz com que ela core novamente. Também me faz


ganhar um suspiro de frustração. “Você sabe o que quero
dizer.”
“Na verdade, eu não sei. Você quer que isso seja um
encontro? Porque se fosse um encontro, eu encontraria uma
maneira de tirá-la deste vestido mais tarde”, digo a ela enquanto
aceno para seus seios perfeitos em plena exibição sob o tecido.

Ela cruza os braços sobre o peito. “Não é um encontro. E


você não estará vendo o que está sob esse vestido.”

Oh, mas eu já vi, querida.

Eu a deixo vencer por agora e mudo de assunto. “Para onde


vai todo o seu dinheiro?”

O sorriso em seu rosto é apagado imediatamente. Medo


brilha em seus olhos brevemente antes dela endurecer seu olhar.
“Do que você está falando?”

“Eu olhei o seu endereço.” E então cochilei debaixo de sua


cama enquanto você dormia. “Você vive na porra do gueto.”

Seus lábios se curvam. “Eu realmente me arrumei em uma


manhã de sábado para o meu em breve ex-chefe idiota me
repreender sobre cada parte da minha vida?”

“Basta responder à pergunta. O aluguel nesses lugares é


duzentos dólares por mês, ou algo assim. Escória vive lá. Não...”
Eu aceno para ela como se desse a entender exatamente o que
quero dizer. Diamantes como ela não pertencem a sujeira.
Diamantes como ela precisam ser polidos e cuidados. Diamantes
como ela estão destinados a brilharem sem medo de alguma vez
ficarem sujos. “Não pessoas como você.”

Ela lança seu olhar para fora da janela. Sua mandíbula


flexiona quando ela aperta desesperadamente, como se para
combater a emoção dentro dela. Uma lágrima apressadamente
serpenteia pelo seu rosto, mas ela discretamente a enxuga. Com
os olhos em qualquer outro lugar, ela responde, com a voz
entrecortada. “Eu gosto de lá, ok? Você pode deixar isso para
lá?”

Não.
Eu não posso deixar isso para lá.

Não até eu saber porquê.

“Você está se escondendo de alguém?” Exijo.

Ela empurra a cabeça para olhar para mim. “Por que você
pergunta isso?” Então, seu olhar nervoso examina através do
restaurante. Como se ela estivesse procurando a própria pessoa
da qual ela está se escondendo. Eu noto porque é da minha
natureza perceber essas coisas. Isso e porque agora eu noto tudo
sobre ela.

“Aquele prédio aceita aluguel apenas em dinheiro.


Pagamento de mês em mês. O senhorio é um idiota sujo que não
gosta de pagar impostos. Sei disso porque eu liguei.” Claro que eu
liguei. Tentei puxar mais informações dele. De acordo com a voz
rouca por telefone, ele não sabia nada sobre a senhora esnobe do
312.

“Você é um stalker3,” ela bufa.

Se ela soubesse.

Antes que eu possa responder, o garçom volta com várias


bandejas carregadas. Não cabe tudo em uma mesa, então ele
arrasta outra para nós. Por uns bons cinco minutos, Violet
apunhala sua comida certificando-se de manter a boca cheia,
provavelmente para que ela não tenha que falar. Quando ela
engole, falo novamente.

“Para onde o seu dinheiro está indo?”

Ela olha para mim. “Não é da sua conta. Obrigada pelo café,
mas eu preciso ir.”

Mais cedo, vasculhei sua mesa em casa enquanto ela


dormia. Eu folheei seus extratos bancários. Rastreei para onde
seu dinheiro foi. Durante cada período de pagamento, ela
saca mais de mil dólares em dinheiro. Mil e duzentos dólares

3 Perseguidor
de seu dinheiro suado a cada duas semanas. Eu sei que pelo
menos algumas centenas vão para o apartamento sujo que ela
aluga. O resto.... eu preciso descobrir. Meus olhos estreitam
enquanto ela se levanta e puxa o casaco da cadeira. Eu sei onde
ela está indo. Para a feira perto do escritório. Como um relógio.
Seus recibos mostram uma compra de lá todos os sábados.

“Violet.” Minha voz é rouca com arrependimento. Eu não


quero perturbá-la, mas ela é um quebra-cabeça bonito que eu
acabei de pôr minhas mãos. Quero monta-la e ver o retrato que ela
faz.

“Sr. Max —”

“Gray.”

Seus olhos castanhos endurecem enquanto ela coloca o


casaco. “Só me deixe em paz. Duas semanas e vou estar longe de
você. Eu apreciaria se as coisas voltassem ao normal. Para quando
você nem sequer sabia o meu nome.”

Culpa surge através de mim. Desde que me lembro, eu fui


desse jeito. Não sou como a maioria dos homens. Eu não faço
relacionamentos. Não me misturo e tento me dar bem com as
pessoas. Tudo o que faço tem um propósito. Tudo tem uma razão.
Todas as outras besteiras ao longo do caminho são apenas
complicadas e confusas. Altamente desnecessárias.

Mas Violet?

Ela é necessária. Para quê? Não tenho certeza. Tudo o que


sei é que eu preciso saber todos os detalhes sobre ela. Se não
desvendar todas as partes dela, vou ficar louco, porra.
Normalmente, quando fico hiper-focado é em um projeto. Um
acordo. Uma tarefa. Eu analiso os dados e foco em meu alvo. Eu
faço a merda acontecer. Meu foco esteve em uma mulher apenas
uma vez antes. E essa foi Adara. Quando assumi a missão de
conhecê-la para que eu pudesse completar uma das tarefas
mais difíceis que enfrentei na minha vida. Eu coloquei-a à
parte. Estudei-a. Então a usei.
Mas ela não deveria morrer.

Meus pensamentos estão escuros e furiosos quando percebo


que Violet se foi. Eu pego um vislumbre do seu cabelo brilhante
antes dela deslizar em seu táxi. Uma sensação de vazio se instala
no meu íntimo. Eu sinto uma sensação real de perda sem ela
atirando olhares fulminantes para mim.

Vou fazê-la se aquecer para mim.

Ela verá que eu só quero o que é melhor para ela.

Aceno para o garçom trazer a conta e retiro a chave extra


que furtei de uma de suas gavetas. A chave para seu apartamento.
Hoje eu vou fazer uma cópia e, em seguida, colocar isso de volta
antes que ela perceba. Então, serei capaz de manter um olhar
atento sobre ela. Minha mente voa de volta para a forma como seu
corpo nu se contorcia com a necessidade de orgasmo quando meu
telefone vibra.

Bull: Você está muito quieto. Eu não gosto disso.


Obrigado por me dar o bolo ontem à noite.

Esfrego o meu rosto e solto um suspiro.

Eu: Lembra-se da Adara?

Bull: Esta é uma pergunta capciosa? É claro que eu


lembro da Adara, porra. Ela quase causou a sua morte.

Eu: Eu tenho que conhecê-la.

Bull: Violet está saindo em duas semanas, homem. Você


não tem que conhecê-la. Apenas esqueça tudo sobre ela.

Seu aroma doce paira no ar, e já estou desejando vê-la


novamente.

Eu: Isso é impossível. Você sabe disso.

Bull: Não estou dizendo que gosto, mas eu protejo


você. Pelo menos venha para a casa e jante comigo e
Sadie. Joshua sente falta do seu tio.
Ele está tentando me distrair. Não há sentido.

Eu: Dê a família o meu amor. Eu te vejo segunda-feira.


Tenho algum trabalho a fazer.

Bull: Tente não ser preso.

Com isso, sorrio.

Eu: Não seria a primeira vez que você teria que me


socorrer.

Eu ainda estou sorrindo, mas rapidamente se transforma


em uma carranca. Bull sempre teve que cuidar de mim de alguma
forma. O dia em que a merda foi para o sul com esses sauditas,
ele salvou a minha vida e puxou meu corpo inconsciente para a
segurança. Meus pensamentos derivam para a escuridão.

“Quer assistir MTV?” Pergunta a enfermeira animada. “Há


vídeos de música o tempo todo. Acredita nisso? O hospital
finalmente obteve TV a cabo. Eu nunca tive TV a cabo antes, então
a única vez que posso assistir é enquanto estou no trabalho.”

Eu arrasto meu olhar do livro que estou lendo para olhar para
ela. “Estou lendo. Vá embora.”

Ela ri para mim e caminha para dentro do quarto de qualquer


maneira. A última enfermeira que entrou, eu pedi para fechar as
cortinas. Esta mulher fodida puxa o cabo para permitir que o sol
entre. Eu fecho rapidamente os olhos e atiro meu livro no chão.

“Feche as cortinas malditas,” estalo.

A fodida Enfermeira Irritante me ignora e vira através de


seu gráfico, cantarolando alguma canção meio familiar que
tenho certeza que ela ouviu em sua amada MTV. “Parece que
é hora de mudar seus curativos.”
Estremeço porque odeio isso. Não só é doloroso como o
inferno, mas é também um lembrete austero de tudo o que deu
errado. “Tudo bem. Mas não seja tão ansiosa.”

“Eu realmente adoro ver um homem uivar de dor,” ela brinca.


“Mas vou ser suave apenas para você. Parece bom, menino
grande?”

Eu viro e enterro meu rosto no travesseiro. Mas quando fecho


meus olhos, eu penso nela. Adara. Seus grandes olhos castanhos e
inocentes. O jeito que ela se levantou no momento exato em que
puxei o gatilho. Ela deveria ter ficado sentada. Tudo girava em torno
dela permanecendo em seu assento. A ferida teria machucado, mas
ela teria vivido. Era suposto ser um arranhão simples — uma
distração. Se ela apenas tivesse ficado em sua cadeira maldita.
Aquela pequena variável foi o catalisador para tudo o que deu
errado.

Enfermeira Irritante Sádica Risonha alegremente gasta a


próxima hora removendo os curativos sujos das minhas costas,
nádegas e pernas. Eu apago algumas vezes por conta da dor.
Quando volto a mim, ela bagunça o meu cabelo. “Precisa de algo
para a dor, soldado?”

Eu solto um grunhido e logo algo frio entra na minha veia.


Pelo menos Enfermeira Irritante Sádica Risonha me põe para fora
da minha miséria por algumas horas. Mas, apesar da minha
neblina induzida por drogas, não consigo apagar a imagem
daqueles olhos castanhos, da adolescente em que eu brutalmente
atirei. Foi um erro. Não cometo erros. Mas naquele dia, eu cometi.

Eu nunca vou cometer um erro como esse novamente.


Capítulo 7

Antes de ir para a feira, passo no meu apartamento e troco


de roupa para algo mais confortável. Ainda estou tremendo de
fúria. Como ele ousa se tornar subitamente tão curioso sobre a
minha vida! Eu trabalhei duro para manter certas coisas para mim
mesma. E agora, sinto como se ele estivesse bisbilhotando algo que
precisa permanecer trancado. Se ele abrir as partes do meu
passado que mantenho contidas, ficarei louca.

Eu não quero lembrar os anos que passei com Vaughn.

Não quero lembrar de como ele passou de namorado


possessivo, para monstro, para o meu pior pesadelo. Eu não quero
pensar sobre as coisas que ele me fez fazer. Coisas que ainda me
envergonham e horrorizam. Coisas que iriam rasgar tudo o que
trabalhei tão duro para conseguir se fossem descobertas um dia.

Lágrimas, quentes e furiosas estão derramando dos meus


olhos. Eu rapidamente as limpo conforme saio para ir fazer minha
compra semanal. Gray, meu chefe estúpido, agarrou minha vida
agora normal e a sacudiu. Eu não gosto que ele está abalando
algumas memórias dentro de mim que prefiro manter escondidas.

Em um esforço para bloquear seu rosto irritantemente


bonito da minha mente, penso sobre o meu novo trabalho. Estou
ansiosa para aprender algo diferente. No caminho para o
mercado, passo pela estação de correios onde minha caixa
postal está localizada. Eu verifico, mas não encontro
qualquer correspondência. Isso tanto me dói quanto me
alivia. Os últimos cartões que enviei, eu tolamente incluí o meu
endereço de caixa postal. Puxo o envelope selado que contém dez
nítidas notas de cem dólares dentro de um cartão engraçado da
minha bolsa e coloco na caixa de saída.

Só uma vez eu gostaria de receber uma carta de volta. De


ser reconhecida. Mas isso chamaria problemas. Problemas que eu
não preciso, não importa o quanto meu coração dói.

A caminhada até o mercado é fria. Eu duvido que vamos ter


neve, mas parece que a chuva fria é iminente. Vou precisar me
apressar com minhas compras hoje.

Normalmente, passo várias horas no mercado me distraindo


e aproveitando o dia. Mas hoje, estou muito agitada. Minha tensão
é como a fria chuva de inverno que provavelmente vai cair antes
de eu voltar para o meu apartamento. Chicoteando ao redor de
mim e me estressando. Eu resmungo todo o caminho de volta para
o meu prédio com minhas compras.

São em momentos como estes que desejo que tivesse amigos


de verdade. Pessoas que eu poderia conversar e falar sobre o meu
dia. Uma amiga para resmungar sobre o meu chefe chato, minha
terrível noite bêbada com meu futuro chefe, o medo do meu ex
psicopata me caçar, e todas as outras coisas terríveis em minha
vida.

Infelizmente, eu não tenho.

No momento em que sinto a primeira gota de chuva fria na


minha testa, um tremor de derrota passa por mim. Neste grande
mundo ruim, estou sozinha. Por natureza, não sou normalmente
uma chorona. Mas hoje, eu deixo ir. Eu soluço enquanto corro três
longos blocos através da chuva com os braços cheios de
mantimentos. Meus dentes estão batendo quando chego ao meu
prédio. Estacionado na frente está um Range Rover branco que
parece brilhar na chuva. De repente desejo que eu tivesse um
carro. De repente desejo que eu vivesse em algum lugar com
uma garagem, aquecimento confiável, e inquilinos que não
são traficantes de drogas.
Eu piso através das poças e busco refúgio no edifício em
ruínas. Gray estava certo. Eu vivo no gueto. Este lugar é tudo o
que posso pagar enquanto eu mandar embora a maioria dos meus
salários. É triste. Minha vida inteira é apenas patética.

Eventualmente, chego ao terceiro andar, mas estou exausta


e molhada até os ossos. Então, quando vejo um rosto familiar,
estou cansada demais para lutar. De algum modo estúpido, sinto
uma sensação de alívio.

“O que você está fazendo aqui?” Murmuro conforme


vasculho minha bolsa para encontrar minhas chaves.

Gray franze as sobrancelhas para mim. Ele está segurando


uma pasta debaixo de um braço e um guarda-chuva pingando no
outro. O homem ainda parece tão sexy quanto ele estava no café
da manhã. Pena que ele é um idiota. “Podemos falar um minuto?”

Deixando escapar um suspiro, eu desbloqueio minha porta


e faço um gesto para ele entrar. Meu lugar instantaneamente
cheira como ele. Limpo e masculino. Uma pitada de canela.

Uma vez lá dentro, escolho um caminho mais curto até a


cozinha para soltar minhas compras. Ele me segue no pequeno
espaço fazendo-o parecer ainda menor com a sua presença
imponente.

“Deixe-me desempacotar isso enquanto você toma um


banho quente e muda de roupa. Você está ficando violeta, Violet.”
Em seu trocadilho bobo, ele sorri. O homem é ridiculamente
charmoso e isso me deixa com raiva. Eu odeio que reaja tão
facilmente para ele. Meu coração estúpido tamborila em meu peito
apenas a partir da maneira como ele olha para mim. Como se ele
gostaria de lamber cada gota de chuva. Eu suprimo um lamento
porque isso soa muito melhor do que quero que soe.

“Obrigada. Volto em dez minutos. Não roube nada,”


ameaço.
Ele ri quando começa a descarregar as sacolas. “Eu não
ousaria.”

Dezoito minutos mais tarde, estou vestida em um moletom


quente e calça de yoga. Meus chinelos cobrem os dedos dos pés
congelados e puxei o meu cabelo molhado em um coque
bagunçado para mantê-lo fora do meu pescoço. Quando entro na
sala de estar, Gray está sentado no meio da única peça de
mobiliário que possuo enquanto bebe um café. Ele parece que se
encaixa aqui. Como se este fosse o seu lugar. O pensamento me
irrita.

“Está à vontade, não é mesmo?” Eu resmungo.

Ele pisca para mim e aponta para uma caneca fumegante


na mesa de café. Engolindo minha irritação, sento ao lado do
grande homem com o olhar intenso e levo sua oferta de paz. O café
tem um gosto bom. Eu esperava que fosse o jeito que ele gosta. Um
creme. Dois açúcares. Um pouco de canela. Mas é o jeito que eu
gosto. Preto com uma pitada de açúcar.

“Como você sabia—”

Ele me corta. “Preciso da sua ajuda.”

Minhas sobrancelhas atiram para cima. “Isso é relacionado


ao trabalho?”

Seus dedos correm através de seu cabelo escuro,


bagunçando o gel, e uma mecha cai sobre sua sobrancelha. Dá-
lhe uma qualidade juvenil, apesar de sua idade. Sei que ele é, pelo
menos, quinze anos mais velho que eu. Vaughn era muito mais
velho também. Tremo com esse pensamento.

“Eu queria que você desse uma olhada neste


estabelecimento. Diga-me o que você acha,” diz ele, sua voz rouca
enquanto coça seu queixo. Estou fascinada pela forma como o
seu dedo longo raspa distraído pela barba que está apenas
começando a crescer lá.
Ele me entrega o arquivo, e pisco o meu torpor. “Esta é a
propriedade Collins. Achei que você já tivesse adquirido ontem.”

Ele balança a cabeça, mas as sobrancelhas se franzem. “Eu


adquiri. É um resort um pouco para o norte. Você acha que foi
uma boa compra?”

Sinto que esta é uma pergunta capciosa. Ou talvez ele está


apenas brincando comigo. De qualquer maneira, eu não gosto de
como de repente ele sente a necessidade de incluir-me nos
negócios. Talvez seja sobre Sr. Collins. E se ele está aqui para me
repreender por empurrar o velho para vender?

“O preço de venda era justo para o valor de mercado,” digo


lentamente enquanto digitalizo os documentos. “É muito bonito na
verdade.” Eu fico olhando para a foto da vista para o mar.

“Muito bonita,” ele concorda.

Quando olho para ele, seu olhar penetrante está em mim e


não na imagem. Ele envia um tremor de excitação correndo através
de mim. Eu repreendo-me rapidamente internamente e arrasto
meus olhos de volta para o arquivo. “Tudo parece bem para mim.
Parece ser um bom investimento.”

Ele deixa escapar um suspiro que me faz olhar para ele


novamente. “Concordo. Como você aprendeu tudo isso? Você está
trabalhando como minha assistente e ainda assim você sabe todas
essas coisas. Eu estava procurando por um documento e o
departamento de TI me concedeu o acesso ao seu computador.
Você tem tantos e-mails...”

Horror cai sobre mim. E vergonha. Por mais que ele me


irrite, eu nunca quis que ele visse meus rascunhos na minha caixa
de entrada. Alguns dos e-mails que eu digitei eram de quando
estava com raiva. Não apenas com ele, mas com todo o mundo.
Ele sempre suportou o peso da minha fúria. Felizmente, fui
inteligente o suficiente para não os enviar. Eu nunca sonhei
que ele iria lê-los.
“Eu sinto muito—” começo, minha voz apenas um sussurro.
Eu me pergunto se ele veio me dizer que posso simplesmente sair
sem trabalhar minhas últimas duas semanas. Isso me estressa,
considerando que eu acabei de enviar meu mais recente salário —
bem, sua maior parte — para casa. Tenho certeza de que Sean me
deixaria começar mais cedo, mas já me sinto humilhada pela
forma como agi em torno dele na noite passada.

“Não sinta. Eu sei que sou difícil de entender e


aparentemente difícil de se trabalhar.” Ele vira seu olhar afiado
para mim. Vejo a maneira como seus olhos focam sobre o meu
rosto, inspecionando todas as feições de perto como se eu estivesse
em exposição sob um microscópio. Fico nervosa, mas ainda assim,
encontro a temperatura do meu corpo aumentando com sua
inspeção próxima. “Diga-me como você sabe essas coisas, Violet.”

Endureço as costas e solto um pequeno suspiro. “Sou


perspicaz. Uma daquelas personalidades de assistir-e-aprender.
Além disso, pesquiso um monte de coisas. Se estou interessada,
eu tento aprender mais. Até mesmo fiz alguns cursos à noite. A
maioria deles foram relacionados à negócios. Alguns tiveram um
pouco de economia e investimentos. Eu realmente não posso dizer
que aprendi tudo de um lugar. Foi mais ou menos o culminar de
muitas coisas.” Seus olhos estão em minha boca enquanto eu falo.
Eu gosto de quão focado em mim ele está, mas ao mesmo tempo,
estou enojada.

Vaughn mantinha um olhar atento sobre mim e eu odiava.

Saboreio o meu café, direcionando minha atenção para a


janela. A chuva cai lá fora. Devia mandar Gray para fora e esperar
que ele ficasse encharcado por ser um idiota mais cedo. Como se
em sintonia com os meus pensamentos, ele fala.

“Sinto muito sobre o café da manhã. Eu não queria me


intrometer...”

“Mas?” Há sempre um, mas.


Ele esfrega o rosto e me olha com uma vulnerabilidade que
ainda não vi no poderoso Grayson Maxwell. “Mas estou tão curioso
sobre você agora.”

Sua resposta honesta me faz o recompensar com olhos


suaves. Eu sei que posso ser uma cadela fria, dura, às vezes.
Talvez parte da razão pela qual eu não tenho nenhum amigo é
porque me recuso a deixar alguém entrar. Minhas paredes estão
sempre eretas e impenetráveis.

“Eu só não gosto de falar sobre o meu passado ou minha


razão de fazer as coisas,” admito enquanto coloco minha caneca
para baixo.

Ele imita minhas ações e me dá um sorriso torto que envia


um enxame de borboletas que vibram pelo meu estômago.
“Podemos começar de novo? Podemos ser amigos?”

Com ele sentado na minha sala, parecendo estar em casa e


sendo charmoso, sinto um pouco do meu gelo interior descongelar.
“Eu só vou estar por perto por mais duas semanas, Gray. Talvez
sermos amigos não é uma boa ideia. Eu terei ido antes que você
perceba, não ficarei por perto.”

Seus olhos escurecem e noto um tique em sua mandíbula.


“Geralmente não há uma linha do tempo na amizade. Talvez eu
ainda queira ser seu amigo, mesmo depois que você sair.”

Eu mordo meu lábio inferior por um minuto, contemplando


seus motivos. Não há realmente nenhuma razão oculta para ele
desejar ser meu amigo. Quero dizer, talvez sua definição de
amizade se inclina para o território parceiros de foda, mas posso
frustrar seus avanços. Ele sabe que estou indo embora e não tem
necessariamente tentado me impedir de fazê-lo.

“Por favor.” Sua palavra não é um apelo, mas mais uma


tentativa de finalizar a discussão.
“Receio que seria uma amiga terrível,” admito com um
sorriso envergonhado. “Não tenho nenhum porque nunca quis.”

Ele me saúda, seus olhos fazendo aquela coisa estranha que


faz agora — desde que ele pareceu sair do modo Max Mad ontem
— onde eles roçam sobre cada parte do meu rosto como se
estivesse tentando memorizar cada sarda no meu corpo. “Sou o
pior amigo que você pode imaginar. Basta perguntar ao Bull.” Ele
estremece ao ouvir o nome, o que só me faz querer saber o porquê.

“Quem é Bull?”

“Jeff.”

Eu abro um sorriso com a maneira envergonhada que Gray


está se comportando. Normalmente, eu o vejo poderoso, arrogante
e um focado homem louco que dirige a empresa em que trabalho.
Nunca vi os outros lados dele. Dengoso e vulnerável. Brincalhão e
sorridente.

“O que exatamente amigos fazem?” Questiono, mudando de


assunto. “Nós não vamos dormir juntos.”

Um belo sorriso curva seus lábios e todo o seu belo rosto se


ilumina como nunca antes. Apenas um olhar para ele assim, me
faz censurar a mim mesma. Não minta para o deus do sexo,
querida. Nós duas sabemos que você irá eventualmente deixar o
homem entrar em sua cama.

Seus olhos estreitam conforme caem para a minha garganta.


O calor está pintando a minha pele — posso sentir. Pigarreio e toco
o papel para distraí-lo. “Você já foi no resort?”

“Uma vez antes. No momento que me estabeleci na minha


suíte com um copo de conhaque e sentei na poltrona com vista
para o Atlântico frio, eu sabia que o queria para mim.” Sua mão
cobre a minha enquanto ele a tira para longe da imagem. Ele
está olhando para o resort boutique impressionante, mas
estou focada no jeito que sua mão grande paira sobre a
minha. Eu juro que meu coração está batendo tão alto que ele pode
certamente ouvi-lo.

“Você apenas toma tudo o que quer?” Minhas palavras são


destinadas a provocar, mas saem em um tom acusatório.

Ele se inclina para mim conforme sua mão aperta a minha.


Lábios quentes escovam contra a concha da minha orelha e sua
respiração quente me faz cócegas quando ele fala. “Sempre.
Quando quero algo, faço o que for preciso para tê-lo.”

Nós não estamos falando mais de aquisições.

Ou talvez nós estamos.

“E o que acontece quando você finalmente o tem?” Não posso


evitar, cutuco-lhe um pouco mais.

Ele deixa escapar uma exalação pesada que provoca


arrepios de necessidade correndo por mim. Se ele me pedisse para
ficar nua para ele agora, eu provavelmente ficaria.

“Eu não deixo ir,” diz ele finalmente. Ele se afasta e pega a
pasta de mim. Estou congelada no lugar, assumindo que ele está
prestes a recolher meu corpo derretido e me levar para o meu
quarto onde vai passar horas me devorando. Fico decepcionada
quando ele se levanta e limpa a garganta. Meus olhos derivam para
a grande ereção em suas calças.

“Já terminamos aqui?” Murmuro antes de relutantemente


puxar meu olhar de seu pau para encontrar seu olhar endurecido.

Ele corre os longos dedos novamente por seu cabelo agora


bagunçado. Eu poderia pensar em um bom uso para aqueles
dedos...

“Por agora. Venho buscá-la às sete para jantar.” Ele não


espera por uma resposta antes de sair em direção à porta. “Tire
uma soneca até então. Você parece exausta.”

Levanto com as pernas trêmulas e sigo-o. “Jantar?


Pensei que éramos apenas amigos.”
“Amigos não jantam juntos?” Ele implora com um sorriso
travesso.

Eu rolo os olhos para ele, mas estou sorrindo também. “A


última refeição que tivemos juntos correu mal. Você foi um
imbecil.”

Seu sorriso cai e um olhar feroz me encontra. Sua mão


levanta e cobre minha bochecha. “Sinto muito. Eu estava fora da
linha. Isso não vai acontecer novamente. Você só...” ele deixa cair
sua mão e olha atrás de mim para as janelas. “Você só, é bonita
demais para sair pulando sem sutiã por aí para todos esses
pervertidos verem.” Seus olhos encontram os meus e chamas
dançam neles. Eu definitivamente estou derretendo novamente
sob seu olhar.

“Oh.”

“Vista algo casual. Jeans ou algo assim,” diz ele.

“E um sutiã?” Provoco, meus lábios se curvando para lhe


dar um sorriso malicioso.

Sua risada é encantadora e tira anos de sua idade. “A roupa


é sempre opcional quando você está ao meu redor. Talvez eu tenha
que bater em alguns filhos da puta por olhar, mas não sou contra
a ideia, pirralha.”

Ele já está se virando e abrindo a porta.

“Tchau, Gray.” Horas atrás eu odiava o próprio chão que ele


pisava, e agora, não quero que ele saia.

“Tchau, Violet.”
Capítulo 8

O dia começou uma merda, mas ter Violet aceitando meus


pedidos certamente o fez melhor. Eu também consegui com
sucesso devolver a chave dela enquanto ela tomava banho. Ela já
está suavizando em direção a mim. Em breve, ela vai amolecer sob
mim enquanto leva cada centímetro do meu pau. Posso imaginar
seus lábios carnudos implorando. Por favor, foda-me Gray. Oh
Deus…

Meus olhos se fecham conforme minha porra jorra no


chuveiro contra a parede de ardósia. Não havia nenhuma maneira
que eu seria capaz de andar por aí com meu pau a meio mastro
durante o jantar. Não gosto de como meu corpo responde como se
eu tivesse quinze anos novamente e estivesse tendo meu pau
molhado pela primeira vez. E, no entanto, é o mais excitado que
me senti em duas décadas.

Eu rapidamente me visto, tentando me manter casual.


Jeans escuro e um suéter de caxemira cinza pálido. Eu disse a ela
para usar jeans, mas adoraria vê-la em um vestido. Para deslizar
a palma da minha mão áspera acima de sua suave, sedosa coxa
nua e—

“Gray!”

Sou sacudido da visão quente-como-inferno pela suave


voz feminina do outro lado da porta do meu quarto. Culpa
passa através de mim. Estive me escondendo de uma das
poucas pessoas em minha vida que ainda importam. Mentindo
para ela. Dizendo-lhe que estava ocupado com trabalho.

Caminho até a porta e faço o meu melhor para estampar um


sorriso tranquilo. Quando a abro, encontro a outra parte do meu
coração olhando para mim com olhos azuis curiosos. Gentil, doce,
inocente. Sou tudo para ela.

“Gwen.”

A pequena mulher se lança em meus braços. Ela é muito


mais baixa do que eu e só vem até o topo do meu peito. Seu cabelo
castanho selvagem está um pouco domesticado em um coque.
Tinta salpica os cabelos dela, e quando ela olha para mim, vejo
que no seu nariz sardento também. “O trabalho deve ter sido
difícil. Você não veio para casa na noite passada.” Há uma
sugestão de acusação em sua voz. Mais uma vez, culpa inunda
através de mim.

Esfrego seu cabelo e encolho os ombros. “Apenas foi


inesperado, tudo bem. Como você se saiu na noite passada?”

Ela se afasta e se joga na cama com um suspiro. “Foi


solitário sem você. Eu tive que comer o jantar sozinha. Sabe,” ela
resmunga. “Um telefonema teria sido bom.”

Mantenho a minha expressão impassível. É difícil telefonar


quando você está se escondendo debaixo da cama de uma mulher.
“Perdi a noção do tempo.” Na maior parte é verdade.

Seus olhos se estreitam enquanto ela procura respostas.


Temos sido assim por tanto tempo quanto eu me lembro. Eu,
devidamente cuidando dela, mas nunca a deixando ver através das
minhas próprias barreiras. Sou o homem desta casa e tenho a
intenção de manter minhas fraquezas blindadas dela. Sempre.

“Pensei que talvez pudéssemos jantar hoje à noite e você


sabe...,” ela deixa no ar, suas bochechas ficando rosadas. Sei
o que ela quer, mas não vai pedir por isso. Ela quer que eu
vá lá com ela. Suprimo o tremor que ameaça me superar.
Até que ela peça, não vou oferecer. Não perco o amor piscando em
seus olhos, pedindo-me para dar isso a ela.

Eu tremo só de pensar.

Absolutamente nojento.

“Na verdade, tenho planos,” minto. “Coisas do trabalho.”

Quando seu lábio inferior treme, enfraqueço. “Que tipo de


coisas?” Ela questiona, um ligeiro beicinho em sua voz que nunca
fui capaz de resistir. “Talvez eu possa ir junto.”

Meu peito aperta com o pensamento de Gwen e Violet na


mesma sala. É muito. Emocionalmente incapacitante. Esfrego
meu rosto com a palma da mão. “Outra hora.” Minha voz é rouca.

“Você está escondendo alguma coisa de mim,” ela declara


conforme se levanta da cama. Ela vai até seu lugar favorito para
me irritar e se senta. Suas pernas estão cruzadas enquanto ela
tenta decodificar os números do bloqueio que está ligado a caixa
de cedro. “Quem é ela?” Ela exige, de costas para mim.

“Chega disso, Gwen,” fervo enquanto ando no final da cama.


“Vamos passar o dia juntos amanhã. Basta dar-me um descanso.”

Ela desiste da fechadura, como sempre, e levanta. “Eu tenho


uma parte de você dentro de mim. Você parece esquecer. Ela nos
liga, Gray. Algum tipo estranho de sexto sentido. Eu sinto. Algo
está errado. Você está escondendo algo de mim. Você prometeu
que nunca faria isso comigo.”

Encaramo-nos por um longo par de minutos antes de eu


ceder. “Tudo bem. Encontre-me na casa de Bull e Sadie. Joshua
não vê você faz tempo. Ele está viciado em Patrulha Canina agora,
então tenha certeza de pesquisar sobre isso porque ele vai falar na
sua orelha.”

Ela grita antes de se lançar em meus braços. Eu a


abraço e inalo seu aroma reconfortante. “Obrigada. Eu
estava ficando louca enfiada em casa.”
“Sempre tão dramática,” brinco antes de despentear seu
cabelo. “Certifique-se de lavar essa bagunça antes de hoje à noite.
Vamos ter um dos meus funcionários jantando com a gente
também. Não compartilhe muito.”

Ela bufa e vai para longe de mim. “Quem, eu? Compartilhar


muito? Nunca.”

“Eu falo sério,” digo mesmo depois de uma porta bater atrás
dela.

Sua voz é abafada. “Não, você não fala.”

Um pequeno sorriso toca em meus lábios.

Não, eu realmente não falo.

Histórias de Gwen são às vezes a única lufada de ar fresco


que respiro em um mundo de outra forma sufocante. Só espero
que as coisas não deem errado com Violet. Essa mulher é
exatamente o oposto do Gwen. Se você olhar para elas lado a lado,
iria considerá-las como o oposto que duas mulheres podem ser.

E ainda…

Uma parte de mim espera que elas gostem uma da outra.

No caminho para Bull e Sadie, Violet e eu conversamos


sobre assuntos seguros. Acontece que ela gosta de ler, mas seu
Kindle está quebrado e ela nunca pensa em ir à biblioteca até que
ela está na cama querendo ler. Ela adora comida de café da manhã
e, às vezes, cozinha para o jantar. E ela pode cantar. Em latim
de todas as línguas. Seu professor de coro na escola tinha uma
coisa por canções latinas. Eu a pressionei para cantar uma,
mas ela apenas riu e me dispensou. O percurso foi leve e
divertido.
Eu não estive tão relaxado em anos.

E o cheiro dela enchendo o meu carro me faz querer passar


por cima do console para enfiar os dedos em seu cabelo para que
eu possa sentir sua boca bonita também.

Como um cavalheiro, eu me contive em ataca-la no meu


carro. Em vez disso, roubei olhares. Hoje à noite, ela está vestindo
jeans, como eu solicitei, junto com umas botas de cano alto. O
suéter dela é justo, mas ela está usando claramente um sutiã por
baixo. Estou ao mesmo tempo irritado e grato por isso. Estou
morrendo de vontade de tirar sua roupa e afundar meu pau em
seu corpo quente, mas sei que mulheres como Violet valem a pena
esperar. Quando eu finalmente conseguir minha oportunidade,
será muito mais doce.

“Nós chegamos,” digo a ela enquanto estaciono na entrada


ao lado do Camaro de Gwen. Esse carro esportivo vermelho
brilhante foi meu presente para ela por seu trigésimo aniversário.

Saio do Range Rover e vou para o lado de Violet assim que


ela está abrindo a porta. Nossos olhos se encontram enquanto a
mantenho aberta para ela e ofereço minha mão.

“Então você pode ser um cavalheiro,” ela brinca. Mesmo que


esteja sorrindo, eu não perco o nervosismo que está ondulando
dela. Seus olhos castanhos observam a rua — em ambos os
sentidos — antes de voltarem para os meus. Um dia vou descobrir
quem ela está procurando. E se o filho da puta tiver a machucado
de qualquer maneira, vou machucá-lo também.

Uma vez que fecho a porta do carro, não solto sua mão até
chegar à porta. Não estou prestes a anunciar o meu interesse em
Violet na frente de Gwen. Nem mesmo perto disso hoje à noite. Eu
bato na porta e logo Sadie responde.

“Bem, se não é o meu cara favorito,” ela jorra enquanto


rouba um abraço. “Mas não diga a Jeff. Você sabe que ele
fica com ciúmes.”
Nós dois rimos.

“Sadie,” apresento com um aceno de mão. “Esta é minha...”


paro. Eu não quero apresentá-la como minha garota, mesmo que
ela seja e apenas não saiba ainda. Mas “assistente” soa frio. Nós
somos amigos, suponho, mas não gosto de como isso soa também.
No final, escolho a opção mais segura. “Ela é minha Violet.”

As sobrancelhas de Sadie levantam. “Sua Violet, huh?”

“Violet Simmons,” Violet solta e estende-lhe a mão. “Eu sou


assistente de Gray no escritório.”

Sadie solta uma gargalhada. “Ok, isso faz mais sentido. Eu


pensei ter te reconhecido. Eu encontro Jeff de tempos em tempos
para o almoço. Deve se lembrar do meu filho saltando por lá,
aterrorizando tudo e todos à vista.”

Violet sorri educadamente para ela, mas posso dizer que ela
se sente desconfortável. “Acredito que eu te vi uma vez ou duas.”

“Estou com fome. O que teremos?” Questiono conforme nós


a seguimos para dentro. O apartamento em que vivem é bem
decorado. Sadie faz design de interiores. Ela é quem transformou
minha casa masculina em algo mais suportável. Gwen certamente
não tem o toque — não como Sadie.

“Jeff marinou alguns bifes. Tudo está quase pronto.


Estávamos apenas esperando você chegar antes de os colocarmos
na grelha,” Sadie tagarela enquanto caminhamos para a cozinha.

Joshua, seu indisciplinado filho de seis anos de idade, está


sentado no bar jogando em seu iPad. Mas quando me vê, ele grita
antes de saltar do balcão como um macaco aranha. Eu o pego com
um grunhido conforme o menino em fase de crescimento quase me
derruba. “Tio Hawk!”

O olhar de Violet se estreita para mim enquanto ela


desliza para o lado da cozinha.
“O que você tem feito, companheiro?” Eu questiono
enquanto o coloco de pé.

Ele começa a me contar sobre o jogo Minecraft, tagarelar


sobre trepadeiras e um cara chamado Steve. Não tenho ideia do
que ele está falando, então apenas aceno e sorrio. Eventualmente,
ele fica entediado. “Onde está a tia Gwen? Ela prometeu jogar
comigo.”

Sadie responde por mim. “Tia Gwen está lá fora com o papai.
Diga-lhes que tio Hawk está aqui.” Sadie se vira para mim
enquanto pega a bandeja com bifes. “Vou preparar esses. Volto já.
Sirva-se com um pouco de vinho.”

Ela sabe que quase não bebo por motivos de saúde, mas
sempre oferece de qualquer maneira. Eu, entretanto, despejo um
copo para Violet, que está tensa.

“Relaxe,” digo quando entrego o vinho para ela.

Seus olhos castanhos estão frios quando ela olha para mim.
“Que tipo de jogo você está jogando, Gray?”

Franzindo a testa, coloco o copo na palma de sua mão. “O


que você quer dizer?”

Ela engole o líquido vermelho e abaixa o copo tão rudemente


que ele faz um som estridente. “Isso” — ela faz um gesto para o
ambiente — “trazer-me aqui. Eu pensei...” calor arrasta-se até o
pescoço dela e ela balança a cabeça. “Deixa para lá.”

“Nós somos amigos, Violet. Isso é o que você queria, certo?”

Ela olha para mim. “Isso é o que você queria. Mas sim. Isso
é tudo o que nós somos.”

Quando vozes ressoam na outra sala, Violet mais uma vez


endurece. Um momento depois, dois braços familiares me
abraçam por trás. “Aí está você. Atrasado como sempre”
Gwen diz com uma risada. Os olhos de Violet estão sobre os
meus e sinto que ela está ferida. Faz o meu peito apertar.
“Oi” Gwen cumprimenta, espreitando através de mim para
oferecer-lhe a mão. “Eu sou Gwen Maxwell. Você deve ser a colega
de trabalho sobre a qual ele me falou.”

Violet pisca várias vezes antes de alcançar o vinho. Olho


para ela com uma sobrancelha levantada enquanto ela enche o
copo até a borda, ignorando a mão estendida de Gwen. Em vez
disso, ela acena e bebe a metade do copo.

Gwen deixa cair sua mão e olha para mim com uma careta.
Seus sentimentos estão feridos e seus olhos azuis brilhantes estão
com lágrimas não derramadas. Antes que eu possa fazer o controle
de danos, Bull vai para o lado de Violet e puxa seu cabelo antes de
se inclinar para sussurrar alto. “Só porque o seu chefe é um idiota
não significa que nós somos. Não escolhemos quem amamos. Não
é verdade, Gwen?” Ele dá-lhe um sorriso bobo antes de olhar para
Violet. “Mas nós não somos como ele.” Ele aponta para mim, e eu
mostro o dedo do meio. “Somos muito legais quando você nos
conhecer.”

Violet parece relaxar em direção a Bull, mas não encontra


meu olhar. Ela é um osso duro de roer. Mas vou roer ela. Vou
entrar dentro dela em todos os sentidos que puder, e ela nunca
será capaz de me tirar.
Capítulo 9

Gwen Maxwell.

Não posso acreditar na ousadia desse idiota.

Desfilando sua candidata a amante na frente de sua esposa.

A dor lancinante através de mim é semelhante à que senti


quando Vaughn me informou que ele iria compartilhar o que eu
pensava que era sagrado entre nós com outro homem. Fiquei
arrasada. Furiosa, até. Mas quando recusei seu pedido, aprendi
quem era o forte em nosso relacionamento. Vaughn me deixou de
joelhos naquela noite com as costas de sua mão. E através das
minhas lágrimas e mendicância não tão silenciosa, eu implorei
para Vaughn acordar e ver o que ele estava fazendo comigo.
Conosco. Em uma única noite, ele arrancou o amor do meu
coração e substituiu-o com algo escuro e doente.

“Você é do tipo quieta,” Sadie, a mulher loira atraente,


murmura enquanto agarra meu prato de jantar agora vazio. “Quer
me ajudar na cozinha?”

Estou ansiosa para escapar da sala de jantar onde a criança


balbucia sobre desenhos animados sobre os quais não sei nada, e
a esposa de Gray olha para mim como se eu fosse algo podre. Ela
era toda sorrisos até que não pude apertar sua mão. Como é
que uma pessoa aperta a mão de outra mulher quando
momentos antes ela estava cobiçando seu marido?
Bile sobe em minha garganta, e gostaria de ter mais vinho
para levá-la para baixo. Felizmente, uma vez na cozinha, Sadie
parece sentir os meus níveis de estresse. Ela puxa uma garrafa de
rum do armário e coloca um pouco em uma caneca de café. Então,
ela liga a cafeteira. Café quente derrama na caneca junto com o
licor. Ficamos quietas enquanto ela enche. Uma vez feito isso, ela
a empurra ao longo do balcão para mim.

“Você gosta do Gray,” diz ela suavemente.

Normalmente, gosto de uma pitada de açúcar no meu café,


mas hoje estou atrás do líquido entorpecente que terá de ser
suficiente como substituto. “Ele é meu chefe”, murmuro o mais
educadamente que posso controlar, apesar da fúria implacável
dentro de mim. E não gosto dele. De modo nenhum. Especialmente
agora.

“Ele não leva mulheres por aí. Nunca. Então você deve ser
especial”, ela me diz e me oferece um pequeno sorriso.

Eu aperto minha mandíbula e tento desesperadamente não


dizer nada que vou me arrepender amanhã. “Eu não me sinto
muito especial. Eu me sinto horrível e envergonhada. Pobre Gwen.”
Apesar de Gwen parecer que me odeia, não posso deixar de sentir
remorso por ela. Seu marido é um idiota traidor. Havia calor e
desejo em seus olhos. O homem queria me pegar, e se eu tivesse
deixado, ele teria.

“Oh, então você sabe?” Ela questiona, as sobrancelhas


franzindo juntas. “Você não sente pena dela?”

“Bem, se eu tivesse que viver com Gray, sentiria pena de


mim também,” assobio para a mulher aparentemente agradável.
Minha raiva está mal colocada. Eu quero agarrá-lo pelo seu
colarinho estúpido e sacudi-lo por ter me seduzido.

“Ele não é tão ruim” brinca Sadie. “Mesmo que ele seja
um pouco maníaco por limpeza. Eu acho que isso é o que
mais incomoda Gwen.”
Eu fico de boca aperta para ela como se tivesse ficado louca.
Limpeza é o problema de Gwen com seu marido? E sobre o seu
ansioso pau? A maldita coisa estava dura para mim.

“Vocês meninas estão se divertindo sem mim?” Pergunta


Gwen em um tom frio atrás de nós. Nós duas giramos para olhar
para a mulher pequena. Sadie olha para mim e culpa brilha em
seus olhos.

“Não estou me sentindo muito bem”, digo a elas enquanto


abandono a caneca fumegante de café com álcool. “Acho que vou
pegar um táxi para casa.”

Gwen estreita os olhos para mim. “Eu podia jurar que você
veio com Gray. Ele não vai levá-la para casa?”

Engolindo, balanço a cabeça. “Não.”

Com isso, ela faz uma carranca. “Bem, então vou levar você
para casa.”

Antes que eu possa argumentar, ela entra na sala de jantar


e anuncia para os dois homens. Eu posso ouvir ela e Grayson
discutindo em sussurros. Sadie simplesmente me oferece um
sorriso simpático.

“Sinto muito que você não está se sentindo bem,” Sadie diz
e dá um tapinha na minha mão. “Por favor, venha de novo.”

Eu aceno que sim enquanto pego meu casaco do gancho. As


vozes na sala de jantar ficam mais altas, e escorrego para fora da
porta da frente para escapar deles. Momentos depois, Gwen vem
descendo os degraus com passos fortes e aperta o botão do
chaveiro, fazendo as luzes de um Camaro vermelho acenderem.
Quando dou um olhar para a casa, Gray está na porta, com os
braços cruzados sobre o peito enorme. Ele está chateado, mas
não tem o direito de estar. Se não fosse por não querer causar
uma cena, eu correria até lá e lhe diria o que estou pensando.

Gwen e eu não falamos nada além de eu apontar a ela


a direção do meu prédio. Quando ela estaciona na frente
dele, nem vinte minutos depois, ela desliga o carro. Estendo a mão
para a maçaneta da porta, mas ela toca meu braço para me
impedir. Voltando, encontro o seu olhar e tenho medo por um
momento de que ela vai me bater por algo que não fiz.

“Sinto muito” diz ela e morde o lábio inferior. O movimento


a faz parecer jovem, infantil quase.

“Sobre o que?”

“Sobre sair com o pé errado. Eu estava sendo mal-humorada


e isso não era justo. Ele meio que me pegou de surpresa,
convidando você. Trabalhando com associados minha bunda,” ela
resmunga e acena para mim quando começo a falar. “Claramente,
eu o amo. Só quero que ele seja feliz. Gostaria que ele tivesse me
dito sobre você — que ele estava saindo com você—”

“Nós não estamos namorando” argumento.

“Fodendo. Tanto faz. O que estou dizendo é—”

“Nós não estamos fodendo!” Eu grito, horrorizada por estar


tendo esta conversa.

Ela ri, o que me confunde. “Acalme-se menina. Tudo que


estou dizendo é que, se ele gosta de você, então quero que ele faça
o que o faz feliz.”

Eu fico de boca aberta para ela, minha mente tenta


processar suas palavras antes de eu sair.

“Qualquer tipo de relacionamento doente que vocês dois têm


é o seu negócio. Em duas semanas, estarei fora de suas vidas.
Desculpe-me por eu ter quase me envolvido no meio do seu... seu...
seu o que quer que seja. Adeus, Gwen,” digo antes de sair do carro
e tropeçar para o edifício.

A porta do carro bate e ela grita atrás de mim. “Violet!


Espera!”
Ignorando a mulher louca, corro para o meu prédio. Vejo um
homem me encarando das sombras e paro em choque no meio do
caminho.

Vaughn?

Pânico corre através de mim, e deixo escapar um soluço


ilegível enquanto eu me inclino para trás em direção à porta. Eu
quase derrubo Gwen no processo.

“Fique longe de mim!” Grito para o homem escondido nas


sombras.

Quando ele sai, eu recuo e cubro o rosto com as mãos. Não!


Não! Não! Gwen faz o que soa como um grito de guerra. Em
seguida, um homem começa a gritar. “Meus olhos! Sua cadela!”

Eu levanto meu olhar para ver que agora o homem saiu


totalmente das sombras. Não é Vaughn. Apenas um dos homens
lascivos que habitualmente ficam por esse lugar. Ela agarra meu
cotovelo e me leva para a escada. Assim que a porta se fecha atrás
de nós, ela me convida a subir os degraus rapidamente.

“O que aconteceu?” Ela exige quando chegamos ao primeiro


andar.

“Terceiro andar,” gemo e aponto para cima. “Eu achei que


ele era... pensei que era outra pessoa.”

“Grayson?”

Pisco para ela em confusão. “Não.” Não vai doer dizer a ela.
“Pensei que era o meu ex. Seu nome é Vaughn.”

Compreensão pisca em seus brilhantes olhos azuis,


enquanto ela me ajuda a chegar ao terceiro andar. Meus joelhos
estão tremendo e estou abalada demais. Ela puxa minhas chaves
do meu aperto quando não consigo encaixar a chave na
fechadura. Uma vez que entramos, eu rapidamente coloco
todos os bloqueios da porta no lugar. Seus grandes olhos
azuis estão olhando para mim como se eu fosse um animal ferido
que pode morder a pessoa que está tentando ajudá-lo.

“Esse Vaughn está perseguindo você?” Ela questiona,


preocupação pintando suas feições bonitas. Eu quero odiá-la, mas
agora ela é a única pessoa que tenho.

“Não. Eu só...” paro e um estremecimento ondula através de


mim. “Eu pensei que ele poderia ter me encontrado, e isso está me
estressando. Tenho certeza que é tudo coisa da minha cabeça. Ele
não pode saber onde estou. Tenho certeza disso.”

Seus olhos percorrem o apartamento desagradável à medida


que ela compreende o que quero dizer. “Posso fazer algo para
beber?”

Lágrimas ardem nos meus olhos enquanto eu considero.


Horas atrás seu marido estava no meu sofá fazendo-se em casa.
Agora, ela está aqui, oferecendo-se para me servir como se eu fosse
sua convidada e não o contrário.

“Vodca. Geladeira,” digo.

Ela balança a cabeça e desaparece na cozinha enquanto eu


me jogo no meu sofá. A colcha na parte de trás é a que meu
terapeuta fez para mim. Eu a puxo em torno de mim e tento me
aquecer. Estou tremendo de dentro para fora. Quando volta, ela
tem dois copos cheios com o que se parece com água gelada. Eu
sei melhor. Posso sentir o cheiro de álcool a um quilômetro de
distância.

“Sede?” Seus olhos piscam com uma ligeira maldade


conforme ela me dá meu copo.

Eu tomo um gole da vodca com gelo e faço uma careta. Mas


o fogo descendo em minha garganta instantaneamente me
aquece. “Sinto muito por tudo isso.” Eu me pergunto se ela
pode sentir o persistente cheiro de seu marido no meu
apartamento. Eu posso e estou irritada que ainda gosto do
cheiro.
“Então você está tendo um dia ruim,” ela diz com uma risada
e se joga ao meu lado, como se fossemos melhores amigas. “Eu os
tenho muitas vezes.” Seus olhos escurecem e ela olha para longe
de mim. Culpa surge através de mim. Pergunto-me com quantas
outras mulheres Gray esteve enquanto era casado com esta
mulher. Não há nada de errado com ela. Ela é linda e corajosa. Por
que ele a trairia?

“Por que você fica com ele?” Pergunto, minha garganta de


repente sufocando.

Confusão nada em seus olhos. “Com Grayson?”

Concordo com a cabeça e seu olhar amolece.

“Porque eu o amo,” diz ela, como se isso fosse motivo


suficiente. “E porque não lido bem em ficar sozinha.”

“Lida?”

“Quando eu era criança, sofria de problemas renais. Meu


rim esquerdo estava morrendo e tentando me envenenar no
processo.” Nós duas olhamos o álcool em sua mão e ela o coloca
em cima da mesa. “Eu não deveria beber isso.” Ela ri e lágrimas
brilham em seus olhos. “Há um monte de coisas que não deveria
fazer. Mas não estaria aqui se não fosse por Gray.” Amor puro é
refletido em seu olhar.

“É por isso que você convive com seus...” não posso nem
dizer a palavra.

“Comportamentos desonestos?” Outra risada dela.

Eu engulo a vodca enquanto ela se recompõe.

“Vá com calma aí, assassina, ou vou ter que fazer a limpeza
de vômito. Meu irmão teria um ataque se eu deixasse a namorada
dele com cara de merda.” Ela bufa e rouba o copo de mim. O
quarto gira enquanto eu olho espantada para ela.

“Espera. O que?”
Seus lábios se curvam de um lado e ela me lembra um
homem louco que recentemente decidiu interromper toda a minha
vida. “Grayson é meu irmão mais velho. Eu fui um bebê inesperado
que meus pais tiveram quinze anos mais tarde.”

Estou tão atordoada que não tenho palavras para dizer.

Irmão.

Irmão.

Eu me fiz de boba porque pensei que Gwen era sua esposa.

“Oh meu Deus...” gemo e agarro meu estômago que


realmente está embrulhando. “Mas você estava tão brava comigo.”

“Você estava me olhando como se eu fosse uma cobra


venenosa!” Ela argumenta com uma risadinha e dá uma pancada
em minha coxa. Calor dispara através de mim. Minha amiga Lisa
do colégio costumava ser assim. Uma batedora de joelhos era o
que chamávamos ela.

“Porque pensei que Gray me levou em um encontro para


conhecer sua esposa!”

Isso a envia em um ataque de riso que a faz se curvar. Uma


vez que percebo a estupidez de tudo isso, começo a rir também.
Então nós duas estamos tentando falar com lágrimas escorrendo
pelas faces.

“Você t-t-tinha um olhar de cadela!”

“Você era t-tão b-bonita e pensei que você fosse sua esposa!”

“Pensei que meu irmão tivesse arranjado uma grande


cadela!”

“Pensei que eu ia ter que castrá-lo na frente de sua


esposa!”

Nós duas estamos rindo muito quando alguém bate na


porta. Nós ignoramos no início, mas quando o barulho fica
mais alto, nós nos calamos.
“Fique aqui,” ela instrui enquanto se atrapalha com as
chaves. Ela segura uma lata de spray de pimenta que está em seu
chaveiro enquanto vai em direção à porta. Deve ter sido o que ela
usou naquele cara assustador lá embaixo. De repente, quero
abraçar esta menina e nunca a deixar ir.

Quando ela fica na ponta dos pés e espia pelo olho mágico
na porta, ela solta um grunhido. “Oh Deus. Quer falar com ele?”

“Por que você está aqui, Gwen?” Ele rosna do outro lado.

Ela olha para mim e revira os olhos. “Consolando sua


namorada. Você feriu seus sentimentos.”

“Não sou sua namorada,” assobio mas ela só pisca para


mim.

“Eu não sei o que aconteceu”, ele ruge do outro lado. “Em
um minuto tudo está bem e no próximo minha irmãzinha foge com
a minha...” o silêncio cai, e Gwen e eu parecemos estar segurando
a respiração.

“Violet,” ele finalmente diz com um bufo.

“Sua Violet?” Gwen desafia com uma sobrancelha arqueada


em minha direção.

Balanço a cabeça para ela. “Eu não sou sua.” Mas o calor se
espalha por todo o meu corpo por essa noção.

“Deixe-me entrar para que eu possa ter certeza de que ela


está bem”, ele implora.

Algo na maneira vulnerável que ele fala me faz morder meu


lábio e concordar com a cabeça. Assim que ela abre a última trava,
ele empurra a porta passando por ela e cai no sofá ao meu lado.
Seus frios olhos azuis parecem cintilar com dor e preocupação.
Isso faz com que o meu coração vibre. Coração estúpido. Sua
mão quente envolve a minha e ele aperta.

“Tudo bem?” Sua voz é rouca e ferida.


“Sim.”

“O que aconteceu?”

Gwen joga as chaves de volta na bolsa. “Falta de


comunicação.”

Gray franze a testa para mim, mas não pressiona ainda mais
a questão. “Você quer que eu fique com você?”

“Vou ficar bem. Acabei de ter um longo dia.


Verdadeiramente. Vocês dois deveriam ir. Eu aprecio o...” paro
porque não sei do que chamar este par intenso.

“No mundo real, eles chamam de amizade. Fico feliz que nos
tornamos amigas,” Gwen diz, usando o mesmo sorriso de comedor
de merda que seu irmão usava hoje cedo, quando ele fez uma
declaração de amizade também.

Meus olhos vão para Gray, e ele está sorrindo para mim.
“Nós vamos sair, mas vá para a cama cedo.”

“Então não é apenas comigo que ele fica mandando,” Gwen


diz atrás dele.

Ele mostra o dedo do meio, mas seus olhos nunca deixam


os meus. Eu gosto da maneira como eles me observam. Avaliando
as minhas emoções. É bom ser o foco de alguém.

“Vou telefonar e checar você amanhã”, diz ele finalmente.


Posso ouvir a relutância em sua voz, mas ele se levanta de
qualquer maneira.

Gwen caminha até mim e me abraça. “Falamos em breve,


amiga.” Seu sorriso se alarga. “Vou pegar seu número com o meu
irmão.”

Grayson bagunça seu cabelo e então começa a cutuca-la


até que ela caminha para a porta. Agora que não estou
enlouquecendo sobre ela ser sua esposa, eles são na verdade
um par bonito de irmãos.
“Ela é uma stalker,” ele cochicha para mim. “Você vai ter
que bloqueá-la.”

Ela lhe dá um soco no braço, mas tem um sorriso em seu


rosto. “Não se esqueça de trancar, Vi.”

Eu lhes dou um aceno e os sigo até a porta. Grayson me dá


um longo olhar penetrante antes de murmurar a palavra “tchau”
e seguir atrás de sua irmã.

Dois amigos em um só dia.

Levou apenas sete anos para fazer os dois.


Capítulo 10

Dormir é para fracotes. Pelo menos é isso que eu digo a mim


mesmo na segunda noite sem fechar os olhos. Depois de ter certeza
que Gwen chegou em casa com segurança e assistirmos a um filme
juntos, eu saí de casa para ir ver Violet novamente. Quando a
deixei mais cedo esta noite, ela estava abalada e um pouco bêbada.
Levou tudo em mim para sair, mas a única razão que eu fiz foi
porque sabia que seria apenas uma questão de horas antes de
voltar.

Clique.

Eu torço a maçaneta e empurro a porta para dentro depois


de desengatar as três fechaduras. O apartamento está escuro e
silencioso. Deslizando dentro, eu me certifico de fechar a porta o
mais silenciosamente possível. Por um momento, permaneço com
as costas pressionadas contra a porta. Sou paciente. Eu conto os
segundos. Em seguida, os minutos. E, eventualmente, passa para
uma hora antes de eu me sentir confortável para prosseguir.
Escorrego para fora dos meus sapatos e ando pela casa. Na noite
passada e hoje cedo, eu aprendi muito sobre ela. Hoje à noite,
tenho a intenção de encontrar mais. Se eu não encontrar nada, vai
valer a pena apenas vê-la dormir novamente.

A porta do quarto está entreaberta, e o ambiente está


escuro. Eu quero acender a luz para olhar para ela, mas a
partir dos sons de sua respiração suave, não acho que ela
está em um sono pesado como na noite anterior. Com
movimentos lentos e silenciosos, puxo a cortina até que o
luar brilha sobre a cama. Estou desapontado ao ver que ela está
dormindo em uma camiseta, em vez de nua como da última vez.

Vou ter que corrigir isso.

Rondando pelo quarto, caminho até a sua cabeceira. Ela


parece angelical à luz da lua, enquanto dorme. Tão delicada e
perfeita. Frágil como uma boneca de porcelana. O pensamento de
alguém a quebrando faz fúria borbulhar dentro de mim. Mais cedo,
quando eu sondei Gwen sobre o que elas tinham falado, ela
manteve os lábios selados. Apesar da minha irritação por ter sido
deixado de fora do assunto, não pude evitar, mas senti um
sentimento de orgulho que a minha Violet foi capaz de puxar um
sentimento de camaradagem de Gwen. Minha irmã não tem
amigos. Seus problemas tornam difícil para ela fazer ou mantê-los.
Namorados são inexistentes. Minha irmã é incapaz de cuidar de si
mesma, muito menos de outros, e é por isso que ela depende muito
de mim. O fato de que ela parecia ter o desejo de olhar por Violet
— mesmo que protegendo um segredo — era enorme para Gwen.

Talvez a mania de limpeza de Violet fosse passar para Gwen.

O simples pensamento de Violet caminhar pela bagunça de


Gwen me faz suprimir um estremecimento. Gwen é muito parecida
com minha mãe. Ela oscila no limite entre estar sã e perdida. Isso
me assusta. Eu tento a prender a mim para que se ela cair, eu
possa a puxar de volta. De vez em quando, faço isso. Mas o que
mais me preocupa é que a nossa conexão não seja forte o
suficiente. Que um dia ela caia e simplesmente quebre. Que minha
irmã fique tão perdida quanto nossa mãe.

Sento-me na beira da cama e escovo o cabelo de Violet de


sua testa para que eu possa ver seus olhos. Eles estão fechados e
sua boca se abriu. Ela dorme profundamente. Com um sorriso,
tiro os cobertores e observo sua forma perfeita. Quem precisa
dormir quando você começa a passar a noite olhando para
esta visão? Eu começo um processo lento, sutilmente
puxando-a de sua camiseta. Movimentos minúsculos, que
não serão sentidos enquanto ela dorme. Cuidadosamente,
passo os braços pela sua camisa e, em seguida, eventualmente,
elimino a camisa completamente. Os seios dela são absolutamente
divinos à luz da lua. Com um suspiro, levo sua camisa para o cesto
e despejo-a dentro. Então, caminho de volta para ela. Calcinha
rosa pálida é a única coisa que ela usa agora. Eu quero ela fora
também.

Meus dedos puxam o tecido e deslizo suavemente o material


macio pelas suas coxas. Quando estou passando os joelhos, ela dá
um suspiro suave. Faço uma pausa em meus esforços, com meu
coração pulando em meu peito. Se ela me encontrar assim,
despindo-a, as coisas poderiam ficar ruins muito rapidamente.
Sua respiração se equilibra, embora, e começo a deslizar sua
calcinha o resto do caminho. Em vez de abandonar a lingerie, eu
mantenho-a como um troféu. Eu inalo o tecido, a minha boca
saliva com seu aroma único antes de empurrá-la para o meu bolso.

Meu pau está duro em minha calça, mas o ignoro enquanto


me concentro para vasculhar mais de sua vida. Pego seu telefone
do carregador e levo-o comigo para a cozinha. No escuro, remexo
até encontrar uma tigela de frutas em cima do balcão. Eu sento
em um banquinho de bar e começo a descascar uma laranja
enquanto passo por seu telefone. Ela não tem imagens guardadas,
o que acho estranho. Mas quando procuro na pasta excluída,
encontro algumas selfies que ela tirou. Ela é tão bonita quando
sorri. Eu também encontro algumas imagens do oceano. Há até
mesmo uma foto da página do Facebook de uma mulher e suponho
que esta mulher seja sua mãe. Do seu telefone, envio todas as
imagens para o meu. É claro que o meu telefone não vibra no bolso,
porque o desliguei antes da minha pequena missão de
reconhecimento. Eu apago a evidência da minha mensagem para
o meu telefone.

Depois que termino de descascar a laranja, eu a como sem


pressa enquanto vasculho no seu celular.

Seus textos são básicos. Estou em seus contatos,


juntamente com o número do meu escritório. Ela também
tem aquele filho da puta do Sean Slante lá. Eu não tenho
certeza de onde todos os seus amigos estão, mas não estão aqui
em seu telefone. Abrindo suas mensagens com Sean, leio tudo o
que eles conversaram. Aparentemente, ele é muito apologético
sobre a noite passada. O filho da puta deve ser. Ele se aproveitou
dela. Ela finalmente respondeu para ele de uma forma muito
educada, dizendo que iria falar com ele mais tarde. Ele respondeu
com alguma outra besteira em tom de flerte. E a minha garota
nunca respondeu. Eu sorrio e não parece tão estranho como de
costume.

Do seu telefone, decido tomar o problema em minhas


próprias mãos e fingir ser ela.

Violet: O que você fez foi desprezível.

Isso me satisfaz, saber que ele vai ler isso e borrar sua
cueca. É tarde, mas, aparentemente, o fodido está acordado
porque ele responde.

Sean: Você está bêbada de novo?

Seu tom ferve meu sangue. É como se ele assumisse que ela
fica bêbada o tempo todo. Eu não conheço Violet bem, mas sou
perspicaz o suficiente para perceber que ela não faz isso muitas
vezes. Sua vida é muito ordenada para ficar fora de controle em
uma base frequente.

Violet: Estou sóbria. Como eu sei que quando estiver


trabalhando para você esse tipo de coisa não será uma
ocorrência regular? Eu estava desmaiada, e se aquele homem
bom não tivesse me salvado, você teria provavelmente me
fodido naquele táxi.

Sua resposta é imediata.

Sean: Uau. Acalme-se, Letty. Nós dois ficamos um


pouco perdidos, mas a última coisa que eu gostaria é que
você ache que eu iria tirar vantagem de você. Não sou
como aqueles caras da Maxwell. Você sabe disso.
Endureço e encaro a tela brilhante enquanto coloco o último
pedaço de laranja na boca.

Violet: O que você quer dizer?

Enquanto ele digita, recolho todas as cascas de laranja e as


escondo no fundo da lata de lixo.

Sean: Você mencionou ontem à noite como eles te


tocam contra a sua vontade. Eu posso ter bebido muito, mas
não esqueci o que você disse. E ontem à noite, você queria que
eu te tocasse. Foi extremamente não profissional e sinto
muito. Não quero que a gente comece com o pé esquerdo.

Meu sangue ferve e quase quebro a tela com meu brutal


aperto de morte. Quem diabos a tocou contra sua vontade na
Maxwell? Estou fervendo com fúria, mas tento sufocá-la. Vou
chegar ao fundo disso segunda-feira. Quem pensa que pode foder
com a minha menina vai pagar.

Violet: Por favor, mantenha as coisas profissionais daqui


em diante.

Sean: Claro. Eu sinto muito.

Uma vez que estou certo de que ele não vai responder mais,
apago todas as mensagens de hoje à noite antes de guardar seu
telefone. Dou uma lavagem rápida às minhas mãos na pia e, em
seguida, volto para ver como ela está. Ela ainda está dormindo
profundamente, mas desta vez nua. Meu pau dói por ela. À luz da
lua, seus seios redondos perfeitos estão em exibição. Eu quero
marcá-la e mancha-la com tudo o que sou. Esse tipo de
pensamento não ajuda o meu pau.

Antes de Violet, sempre que sentia a necessidade de transar,


eu ligava para a minha amiga Elisha. Ela viria e me deixaria usá-
la do jeito que eu precisasse. Em seguida, ela iria embora, sua
bolsa um pouco mais pesada do que quando apareceu.

Mas agora…
O pensamento de estar dentro de qualquer mulher que não
seja Violet é repulsivo. Violet é minha e ela continuará sendo. Vou
faze-la minha em todos os sentidos que puder. Não há nenhuma
maneira que serei capaz de dormir em paz com meu pau latejando
tão dolorosamente. Eu desabotoo cuidadosamente o meu cinto e a
calça antes de desliza-los até os meus tornozelos. Com meu pé, eu
os chuto debaixo da cama. Eu tiro o meu suéter e coloco-o junto
com minha calça. Uma vez que estou de pé ao lado dela em nada,
apenas minha cueca e meias, eu me masturbo através da cueca.

Deus, eu, porra, quero ela.

Empurro minha boxer pelas coxas para que a minha ereção


pesada salte para fora. Quando eu a pego em meu aperto, está
quente e pulsante. Estou morrendo de vontade de a empurrar em
cada um de seus buracos. Para tirar o prazer e a dor dela. Quero
possuir cada parte dela.

Golpeando meu pau freneticamente, tento manter meus


grunhidos sufocados. Com cada puxão, chego mais e mais perto
de gozar. Desejo por ela atinge todas as minhas terminações
nervosas, da cabeça até os dedos dos pés. Empurro o lençol para
longe dela para que eu possa ver toda a sua pele suave. Sua doce
buceta parece ser boa o suficiente para comer. O pensamento me
envia ao limite, e jorro o meu orgasmo em toda a sua barriga. Eu
gemo conforme a última gota do meu orgasmo pinga da ponta do
meu pau na beira da cama. Com um sorriso saciado, corro meus
dedos através da minha liberação em seu corpo. Eu arrasto meu
sêmen ao longo de sua barriga até as curvas dos seus seios. Passo
sobre os mamilos e meu pau sacode com excitação quando eles
endurecem em resposta. Com meus dedos molhados, eu cedo à
tentação de tocar sua boceta. Estou satisfeito quando um pequeno
gemido escapa dela no momento em que meu dedo coberto de
porra passa ao longo de sua buceta e esfrega seu clitóris. Na
noite passada, ela tinha seus dedos. Esta noite ela me tem.
Ela sempre me terá.

Seu corpo se contorce em seu sono. Estou morrendo


para erguer as pernas dela e chupar sua buceta perfeita
até que ela grite o meu nome. Mas sua respiração desacelerou, e
não quero que ela acorde. Relutantemente, retiro o meu dedo e
simplesmente olho para ela. Meu pau está flácido, mas sei que se
eu continuar olhando para os seios dela, gozarei em cima dela
novamente. Com um suspiro, uso o lençol para limpar a minha
porra. Eventualmente, um bocejo me escapa. Decido que um
pequeno cochilo será bom. Sua respiração está regular novamente,
então ando para o outro lado da cama. E gentilmente deslizo entre
as cobertas ao lado dela.

Ela está quente e cheira deliciosamente. Estou


completamente viciado nela. Meu pau balança quando se esfrega
contra sua cintura suave. Eu não posso conter meus dedos
gananciosos. Eles querem tocá-la por toda parte. Eu me contento
em fazer círculos suaves em torno de seu mamilo pontudo. Minhas
narinas se alargam com cada respiração que ela dá. Quero inala-
la profundamente dentro de mim e nunca a libertar.

Doce Violet ... você nunca terá que se preocupar com homens
como Sean, ou quem quer que mexeu com você no escritório, porque
sempre vou cuidar de você. Eu vou me incorporar tão profundamente
em você que irá morrer se tentar me tirar.

O sono me leva, mas não antes de eu pressionar um beijo


em sua têmpora.

Boa noite querida.

Eu acordo com um sobressalto. O amanhecer está


espreitando pelas janelas, e deixo escapar um bocejo. Um sorriso
surge em meus lábios ao encontrar Violet enrolada no meu
corpo nu. Ela ainda está dormindo, mas se agarra em mim
como uma tábua de salvação.

Em breve.
Logo, todas as noites serão como está, e ela vai querer isso
tanto quanto eu.

Não quero deixá-la de lado, mas se ela despertar assim será


ruim para a nossa relação de amizade. Com a paciência de um
santo, escapo do seu aperto e saio da cama. Ela rola para o lado,
de costas para mim. Estou prestes a caminhar para o outro lado
da sala para pegar minhas roupas quando seu alarme começa a
tocar.

Eu congelo quando ela se inclina para a frente para desligá-


lo. Estou de pé ali, olhando para ela, com a bunda de fora quando
ela desliza para fora da cama e se atrapalha em direção ao
banheiro. Rapidamente, eu caio na minha barriga e deslizo
debaixo da cama. Posso ouvi-la fazer xixi no banheiro. Estou duro
apenas imaginando-a de cócoras no vaso. Aposto que seu cabelo
está bagunçado e seu rosto enrugado com o sono. Um dia, vou
foder sua boca enquanto ela faz xixi. Estou sorrindo como um
idiota quando a descarga é acionada, e ouço a pia. Mas algo me
chama a atenção. Minha boxer está jogada no chão ao lado da
cama.

O pânico se apodera do meu peito, e vou em direção à


beirada da cama. Eu puxo a cueca para debaixo da cama comigo
assim que ela sai do banheiro.

“Oh, Deus,” ela geme. “É muito cedo para esta merda.”

Eu rolo em minhas costas e fico grato quando as molas


rangem conforme ela se instala de costas na cama. Meu coração
está trovejando em meus ouvidos e desejo que ele se acalme, para
que eu possa ouvi-la melhor. Ela se agita e contorce.

“Gray,” murmura. “O que você fez comigo?”

Eu congelo e leva um momento para perceber que ela está


falando sozinha. Então, ouço sua gaveta de cabeceira abrir.
Quando um som de zumbido enche a sala, sorrio para o
colchão. Ela está se masturbando... pensando em mim. O
pensamento me excita. Logo, ela não terá que fazer isso. Vou dar-
lhe todos os orgasmos que ela nunca soube que queria.

“Mmmm,” ela lamenta.

Eu golpeio o meu pau agora duro como pedra enquanto


imagino seu corpo se contorcendo nu sob o meu. O cheiro dela se
agarra a mim, o que torna o visual ainda melhor.

“Eu quero você dentro de mim.” A velocidade do vibrador


aumenta, e toda a cama parece chacoalhar. “Aposto que você é
maior do que isso.” Mesmo que ela esteja falando sozinha, finjo
que ela está falando comigo. Eu golpeio meu pau mais forte e mais
rápido, mas ainda estou cuidando para não ser muito barulhento.
O som de uma tampa sendo aberta me faz conter um gemido. Eu
vasculhei aquela gaveta. Sei que ela tem vários vibradores e uma
garrafa de lubrificante. Minha doce Violet está correta, sou muito
maior do que qualquer coisa que ela possui na gaveta.

“Oh, Deus, sim,” ela engasga fora. Um som molhado indica


que ela está se fodendo com um de seus brinquedos. Eu tenho
ciúmes da maldita coisa e gostaria que fosse meu pau em seu
lugar. Mas meus pensamentos invejosos são ceifados quando ela
pronuncia o meu nome novamente. Sua respiração fica mais
pesada e irregular. A cada vez que ela geme, juro que vou gemer
junto com ela e me revelar. Eventualmente, porém, ela nos coloca
para fora de nossa miséria quando goza forte. “Gray!”

Um pequeno grunhido me escapa quando meus jatos de


porra jorram em minha barriga tonificada. Ela ainda está gemendo
e se contorcendo quando tem outro orgasmo com seu vibrador
inadequado, então ela não nota meus sons. Depois de um
momento, ela se acalma e o quarto fica em silêncio.

“Eu preciso ficar com alguém,” ela diz com uma risada e
desliza para sair da cama. Logo, o chuveiro está ligado, e posso
ouvir o zumbindo.

Rapidamente, escorrego para fora de debaixo da


cama. Eu me jogo na minha roupa, mas, em seguida, tenho
um momento para pegar seu vibrador para fora da cama. Ele ainda
brilha com sua excitação. Com um sorriso de lobo, eu chupo a
borracha. Ainda tem gosto do lubrificante, mas principalmente
dela. Ela tem um gosto delicioso pra caralho, e não posso esperar
até que eu possa lamber sua essência direto da sua buceta. Eu
lambo todo o seu sabor antes de deixar cair o vibrador de volta na
cama.

Eu não quero deixá-la, mas sei que preciso. Com passos


silenciosos, abro a porta do banheiro e espreito para dentro. Estou
jogando um jogo perigoso, mas não posso me conter com ela. Eu
preciso vê-la. Pela pequena abertura entre a cortina de chuveiro e
a parede, posso ver que seus olhos estão fechados enquanto ela
lava seu cabelo. Os seios dela estão com sabão e parecem quentes
como o inferno. Permito-me mais um segundo para olhar para ela
antes de deslizar para fora sem ser notado.

Com uma varredura rápida, eu me certifico de que não


deixei nenhuma pista. Vou até a porta e deslizo os meus sapatos.
Então, saio do seu apartamento. Com eficiência praticada, fecho
todos os bloqueios em segundos.

Quero que a minha menina fique segura.

Há todos os tipos de aberrações neste mundo que morreriam


para estar dentro deste apartamento com ela.

Sorte dela, ela me tem para protegê-la.

Só há espaço para uma aberração em seu mundo.

E eu ocupo um monte de espaço.


Capítulo 11

Eu programei o meu alarme para domingo de manhã assim


como faço em todas as manhãs de domingo. Eu o chamo de dia de
restauração. É o dia em que tento me acalmar um pouco antes de
me submeter a uma semana de frustração no trabalho.
Normalmente, coloco alguma calça de ioga e vou fazer um pilates
antes de ficar algumas horas na Starbucks, planejando férias que
nunca vou tirar.

Mas hoje…

Hoje parece diferente.

Sinto-me diferente.

Ontem à noite, sonhei com Grayson Maxwell. Fantasiei que


éramos íntimos. Pensei nele aquecendo minha cama. Senti-me
segura. Pela primeira vez em muito tempo, não fiquei
absolutamente aterrorizada de estar perto de um homem. Acordei
com o seu cheiro ainda preso no meu nariz de vê-lo na noite
anterior, e me masturbei para ele. Por uma vez, não foi Vaughn —
aquele bastardo doente — em quem pensei quando gozei. Talvez
eu não seja tão quebrada quanto pensava.

O pensamento me emociona. Quase aposto que se eu fosse


um pouco menos fria, Gray e eu poderíamos nos deliciar nos
lençóis. Mas já o coloquei na zona de amigos.
Uma garota ainda pode sonhar com seu chefe sexy-como-o-
pecado com o qual ela gostaria de transar se isso fosse uma outra
vida e ela não fosse ela mesma.

“Desculpe-me,” uma mulher irritada pronuncia, arrastando-


me do meu devaneio. “Este lugar está ocupado?”

Eu estava tão perdida em meus pensamentos que esqueci


do pilates completamente e fui direto para a Starbucks depois de
um longo banho, onde acabei usando o chuveirinho para aliviar
outra dor. Elas parecem continuar vindo. Literalmente.

“Oh, uh” começo, mas uma voz masculina interrompe.

“O assento está ocupado.”

Eu olho para cima e encontro-me observando os olhos azuis


de gelo de Gray. Seu cabelo está molhado, como se ele tivesse
acabado de sair do banho, e seu peito está arfando como se tivesse
corrido todo o caminho até aqui. A mulher vai embora quando ele
cai no assento em minha frente.

“Agradável vê-la aqui”, diz ele com uma risada enquanto


toma um gole do seu café.

Não posso me conter, faço uma careta para ele. “Você está
me perseguindo?”

Seus olhos piscam com diversão. “Gostaria que minha


história fosse tão fascinante como essa. Na verdade, eu estava no
bairro a caminho de um mercado que recentemente descobri.
Pensei que deveria tomar um café primeiro. Você não vai acreditar
na gata que eu encontrei.”

Com um suspiro, balanço a cabeça para ele. “Você é


implacável. Você estava realmente no bairro?”

Ele me dá um sorriso tímido. “Eu estava, mas com toda


a honestidade, estava indo vê-la. Você estava chateada ontem
à noite, e queria ter certeza de que você estava bem.” Suas
bochechas ficam ligeiramente rosa. O gesto infantil me faz
aquecer.

Eu mordo meu lábio inferior enquanto admiro sua


aparência. Ele está ligeiramente despenteado. Pergunto-me se ele
estava com pressa para vir me ver. O pensamento me aquece.
Como é que esse cara estava frio e em seu próprio mundo sexta-
feira, mas no domingo ele é alguém que não me importo de passar
o tempo? “Estou bem. Isso é doce, você vir me checar. Embora,”
digo com um leve aceno de cabeça. “Você está muito longe do idiota
para quem eu entreguei meu aviso prévio na sexta-feira.”

Seu sorriso faz parecer que a temperatura do ambiente


subiu. “Vamos apenas dizer que alguém apontou meus defeitos.
Agora estou tentando o meu melhor para fazê-la perceber que não
sou um completo idiota.”

Mesmo que estejamos cercados por muitas pessoas neste


domingo de manhã movimentado, sinto como se nós estivéssemos
sozinhos. Perdidos em nosso pequeno mundo.

“Essa coisa toda de ter amigos é estranha”, admito com uma


risada.

Sua perna longa escova contra a minha debaixo da mesa e


uma faísca de eletricidade vai par minha buceta. Eu tento não
estremecer de prazer.

Amigos.

Nós somos apenas amigos.

“Eu quero te conhecer, Violet” ele murmura, com a mão


corajosamente cobrindo a minha sobre a mesa. Eu endureço, mas
depois relaxo quando ele acrescenta. “Como amigos.”

Um sorriso brinca em meus lábios. “OK. Não vejo mal


nisso, eu acho.”
“Venha comigo para o resort na quarta-feira,” ele murmura
e se inclina mais perto, a perna mais uma vez, escovando-se contra
a minha.

Minhas bochechas ficam em chamas conforme lembro dos


meus sonhos na noite passada. Sonhos onde ele me tocou e me
abraçou. Sonhos onde estávamos nus e entrelaçados. “Eu, uh...”

Ele ri. “Calma menina. Eu quis dizer como amigos. Preciso


viajar para a propriedade que adquiri do Sr. Collins. Há algumas
coisas de negócios que preciso cuidar. Vou precisar da ajuda da
minha assistente eficiente.”

Constrangimento me inunda. É claro que ele quer olhar a


propriedade. Presumi que significava que ele queria me levar para
um fim-de-semana romântico. Deus, fico uma idiota perto dele. Se
ele não fosse tão charmoso, eu não iria ficar com sem palavras.
Toda essa coisa de amigos vai precisar de alguma prática. Acho
que a maioria dos amigos não são tão severamente atraídos pelo
outro, como sou por ele.

“Sim, eu vou. Entendi o que você quis dizer,” digo a ele


firmemente, apesar do calor escaldante ainda persistente em
minhas bochechas e garganta.

Ele me dá um sorriso torto. “Vamos. Pegue o seu café para


viagem.”

Uma vez que estamos fora na garoa fria, ele abre um guarda-
chuva e segura-o acima de nós. É pequeno, então eu tenho que me
inclinar para o seu lado para não me molhar. Juntos, começamos
a descer a calçada movimentada.

“Gwen e eu assistimos ao futebol nas noites de domingo. Ela


gosta de cozinhar. Passa horas fazendo comida, mesmo que
apenas nós iremos comê-la”, diz ele com uma risada. “Você
deveria vir hoje à noite e assistir ao jogo. Como amigos, é
claro.”
Meu instinto é dizer-lhe que não, mas então me lembro que
estou tentando experimentar coisas novas aqui. A amizade é uma
delas. E estaria mentindo se dissesse que não queria tentar
conhecer Gwen um pouco melhor.

“Ok,” eu cedo. “O que devo levar?”

Ele me guia até seu branco Range Rover. “Você mesma. Isso
é tudo que eu quero.” A maneira rouca que ele diz isso me faz
franzir a testa para ele.

“Gray…”

Abrindo a porta do carro, ele ri. “Pare de ver coisas em tudo.


Nós dois queremos você lá.” Eu escorrego em seu veículo, que
cheira como ele, e reflito sobre o que estou fazendo agora. Isso não
era uma parte do meu plano de domingo.

“Para onde vamos?” Eu questiono uma vez que ele desliza


para o assento do motorista.

Ele dá de ombros quando dirige pela rua. “Preciso fazer


algumas compras. Você topa uma rápida visita ao shopping?”

Considerando que agora estamos indo na direção oposta da


minha casa, não posso deixar de concordar. Seria rude fazê-lo
virar para me levar para casa. “Sim, o shopping parece divertido.”

Os aquecedores de assento em seu carro estão me deixando


relaxada como nunca. Estou apreciando a vista passando e a
música que está tocando e o silêncio confortável entre nós. Até que
uma canção que Vaughn costumava colocar quando estávamos
fodendo toca no rádio, sinto gelo começar a penetrar em meus
ossos. Eu não tinha percebido o quão pouco pensei nele quando
estou com Gray.

“Você pode mudar isso?” Pergunto, minha voz ofegante.

Meus olhos se fecham e quase posso sentir o peso de


Vaughn quando ele me prendia no colchão. A maneira como
ele colocava seu joelho entre as minhas coxas até seu pau
estar pressionado contra mim. Como ele me segurava e me fodia
lentamente no início. Eu ficava presa em seu toque suave até ele
ficar sombrio comigo. Até que ele me batesse ou me sufocasse até
a inconsciência ou fizesse algo igualmente brutal.

“Violet, querida, você está me assustando pra caralho”, uma


voz rosna.

Estalo os olhos abertos para ver Gray olhando para mim em


um semáforo. Minha mão treme quando tiro uma mecha de cabelo
do meu rosto. Não encontrando seu olhar, eu digo: “Nada. Eu
estava apenas sonhando.”

A canção há muito tempo já foi alterada e a luz ficou verde.


Desta vez, o silêncio dentro do carro é espesso e pesado. Posso
senti-lo meditando sobre o que aconteceu. Mal estar contorce o
meu estômago.

“Você pode falar comigo, sabe,” diz ele rispidamente. “Isso é


o que os amigos fazem.”

Não sobre isso.

Eu não posso nunca falar com ninguém sobre isso.

“Talvez um dia”, minto enquanto torço meus dedos no colo.

Ele me alcança e cobre minhas mãos com a sua muito


maior. Seu mindinho inocentemente roça contra o meu clitóris
através da minha calça de yoga, fazendo-me sacudir. Eu lanço um
olhar para ele. Sua mandíbula aperta enquanto ele manobra na
rua com facilidade, sua atenção à sua frente. Meus mamilos
endurecem, e sei que minha calcinha está úmida agora.

O que há de errado comigo?

Eu sou uma pervertida.

Ele está tentando me confortar, e tudo o que posso


focar é em como seu dedo mindinho descansa contra o meu
sexo. Minha respiração está pesada. Eu tento
desesperadamente acalmá-la. Seu polegar esfrega sobre as
costas da minha mão de forma reconfortante. Eu gostaria que
fosse seu outro dedo, porém, fazendo todos os movimentos.

“Preciso de ajuda para escolher uma cadeira,” ele me diz


conforme nós entramos no estacionamento do shopping. “Há uma
daquelas lojas ergonômicas de escritório aqui. Já esteve lá?”

Eu agito minha cabeça porque não posso gerenciar palavras


com o seu dedo na minha buceta. Ele dá um aperto na minha mão
que faz uma onda de excitação disparar diretamente na minha
buceta, onde o dedo dele esfrega inocentemente contra mim
novamente.

“Há uma vaga” engasgo, apontando para um espaço de


estacionamento vazio. Eu puxo minha outra mão de debaixo da
sua e corro os dedos pelo meu cabelo. Em vez de puxar a mão dele,
ele a coloca de volta na minha coxa. Aquele mindinho impertinente
parece se encaixar contra mim como se ali fosse o seu lugar.

Ele vai para a vaga e puxa sua mão para desligar o carro.
Deixo escapar um longo suspiro que eu estava segurando. Seus
lábios cheios curvam em um sorriso torto quando ele me olha. Meu
corpo inteiro vibra com a eletricidade que parece estar ligada a ele.

“Pronta?”

Eu saio do carro e vou em direção ao shopping. Logo, ele me


alcança e coloca a palma da mão na parte inferior das minhas
costas. A chuva parou, mas parece que o mau tempo vai continuar
durante todo o dia.

“Sua bunda parece boa nessa calça, pirralha,” diz ele com
um sorriso.

Eu bufo e encaro ele. “Patrão. Limites.”

Ele bufa e dá a minha bunda um golpe. “Amigos podem


dizer essas coisas.”

Tenho certeza de que amigos não são assim, mas o


que sei é que ele está fodendo com a minha cabeça. Gray é
gostoso demais para ficar de brincadeira me tocando o tempo todo.
Um dia desses ele vai me deixar tão excitada que vou me lançar
sobre ele.

Passamos a próxima hora experimentando cadeiras de


escritório. Ele diz que precisa de uma nova e insiste que eu as
experimente para dizer-lhe qual é a mais confortável. Quando eu
me sento um pouco mais do que o necessário em uma delas e fecho
os olhos, ele estala os dedos.

“Quero essa aqui,” ele diz a uma vendedora.

Eu viro minha atenção para vê-lo olhando para mim com


seus braços musculosos cruzados sobre o peito sólido. Ele parece
bem hoje. Não há surpresa nisso. Ele parece bem todos os dias.
Mas agora que seu foco está sobre mim, ele parece especialmente
bonito. Seus olhos parecem nunca deixar os meus. A forma como
o seu olhar me segue por toda parte me lembra de Vaughn. Mas
com Vaughn, eu sempre me senti como um rato preso em uma
armadilha, e ele era o gato prestes a me comer.

Gray olha para mim como se ele estivesse tentando


memorizar cada sarda e expressão.

Ele me olha com uma fome que promete muito mais do que
amizade.

“Fique aí,” ele me diz. “Vou ali pagar por isso.”

Quando ele desaparece, deixo minha mente vagar. Lembro-


me de fazer compras com Vaughn no início do nosso
relacionamento. Quando ele tinha apenas começado a se tornar
possessivo. Na época, eu achava que era sexy.

“Prove este aqui,” ele diz com um sorriso de lobo. Ele


segura um vestido revelador feito para ir a um clube.
Eu franzo a testa, porque ele tinha prometido que me levaria
para comprar mais jeans. Depois de crescer em uma casa onde
minha mãe economizava e juntava para que ficássemos bem, é bom
ter um namorado com dinheiro e que queira fazer uma
extravagância com você. O problema é que nem sempre me sinto
segura para pedir-lhe o que preciso. Eu só o deixo comprar o que ele
quer.

E hoje, ele quer um vestido vermelho dois tamanhos menores.

Ele me dá um sorriso ardente que me faz puxar o tecido de


seus dedos. Eu ando para o vestiário com uma carranca tocando em
meus lábios. Às vezes Vaughn é tudo que eu sempre quis em um
namorado.

Outras vezes, ele é intenso.

Muito intenso.

Com cada dia que passa, seus sentimentos por mim se


transformam em algo que beira a obsessão. E apesar de achar que
é sexy quando ele olha para outros caras por olharem para mim,
nem sempre acho que é sexy quando ele dá uma bronca em mim por
isso.

“Eu vou com você,” ele rosna por trás de mim enquanto agarra
minha bunda através do meu vestido.

Eu tremo e olho por cima do ombro. Seus olhos cinzentos estão


duros como aço, e sua mandíbula perfeita está tensa. Eu sigo
através do vestiário e penduro o vestido no gancho. Ele tranca a
porta atrás dele e senta-se na única cadeira.

Vaughn é mais gostoso do que qualquer cara que namorei.


Não que eu tenha namorado muitos homens. Ele é definitivamente
o tipo fora do meu alcance. Eu sou simples e sem graça e mais do
lado inocente. Vaughn está longe de ser simples. Ele é complexo
e em camadas e complicado. E ele come inocência no jantar.

O meu olhar cai para seu peito esculpido que está mal
escondido por trás do tecido branco esticado de sua
camiseta. Eu sei que se esconde atrás da camiseta, sobre o seu
coração, uma tatuagem anatomicamente correta de um coração
preto com meu nome no meio.

Eu fiquei horrorizada quando ele me mostrou a tatuagem


apenas três semanas depois de começarmos a namorar. Minha mãe
sempre foi contra tatuagens. Eu cresci sendo ensinada que você
nunca deve marcar permanentemente a sua pele. Especialmente
com o nome de alguém. Se ela soubesse que Vaughn tem 'Letty'
rabiscado em sua pele para sempre, ela teria um ataque cardíaco.

Levo meus olhos para o vestido vermelho e viro as costas para


ele. Ele me olha com os olhos apertados no espelho. Eu tento não o
focar, mas me distraio com o hematoma escuro na minha garganta
que eu tentei desesperadamente cobrir com maquiagem. São em
momentos como este que começo a lamentar meu relacionamento de
dois meses com ele. Tanto quanto eu o amo quando compra coisas
para mim e dá prazer ao meu corpo, não posso deixar de me sentir
um pouco presa.

Quero dizer, ele tem o meu nome com tinta em cima dele, pelo
amor de Deus.

“Baby,” ele rosna. “Nós não temos o dia todo. Eu tenho merda
de negócios para cuidar mais tarde.”

Dou-lhe um rápido sorriso no espelho que não alcança os


olhos enquanto começo a tirar minha calça jeans e camisa. Por
negócio, ele quer dizer drogas. Eu sei que ele vende material pesado.
Tentei ficar de fora disso, mas de vez em quando, ele faz negócios
na minha frente.

Eu puxo o material vermelho sobre o meu corpo e o ajusto. É


um vestido tubinho e molda contra cada curva no meu corpo. Eu
pareço uma prostituta. Meus lábios curvam para dizer-lhe isso,
mas, em seguida, seu calor está contra mim por trás. Sua ereção
cutuca nas minhas costas conforme ele agarra meus seios.
Nossos olhos se encontram no espelho e seu olhar ardente me
enfraquece.
“Você está tão gostosa,” elogia.

“É um pouco apertado,” suspiro.

Ele sorri e eu me solto. Mas nesse momento começo a me


preocupar com os outros homens me vendo vestida desta maneira.
Ele odeia quando olham para mim, é por isso que não brinco muito
com a minha maquiagem ou roupas bonitas. Vaughn acha que sou
bonita quando estou simples e comum. Eu não preciso me arrumar
para outros homens.

As palmas de suas mãos deslizam pelas minhas coxas e ele


sobe o vestido até os quadris. Quando ele começa a puxar minha
calcinha, deixo escapar um riso nervoso.

“Não aqui, Vaughn,” assobio, minha garganta aquecendo com


embaraço.

Seus olhos se tornam duros no espelho. Ele aperta meu


mamilo através do material, fazendo-me a gemer de dor. Meus olhos
se enchem de lágrimas. De tempos em tempos, ele fica áspero
comigo, mas, geralmente, termina com ele beijando e afastando a
dor e sendo super doce. Ele pega um punhado do meu cabelo e puxa
minha cabeça para trás. Sua respiração quente faz cócegas em meu
ouvido quando ele cospe a sua palavra. “Aqui.”

Sua outra mão puxa minha calcinha pelas coxas. Quando ele
começa a me inclinar para a frente, eu luto contra ele. E se alguém
ouvir e nos chutarem para fora?

Crack!

Minha testa bate contra o espelho e eu desmaio. Quando


acordo, ele está me fodendo por trás. A enorme dor de cabeça está
trovejando na minha cabeça e meu sexo dói de não estar molhado
quando ele entrou em mim. Com as mãos trêmulas, eu as
pressiono contra o espelho e me afasto para verificar meu rosto.
O sangue escorre no lado esquerdo da minha testa até minha
sobrancelha. Uma onda de tonturas passa sobre mim. Eu
começo a desmaiar, mas o poderoso braço de Vaughn me
sustenta. Ele resmunga e depois puxa para fora no último minuto.
Seu orgasmo bate contra o vestido enquanto ele sibila de prazer.

Eu não posso olhar para ele.

O que ele fez é...

Isso é estupro, certo?

Meu namorado me estuprou?

Novamente.

Bile sobe em minha garganta e uma lágrima desliza nos meus


olhos. Eu ainda estou olhando para o meu rosto desfigurado quando
ouço tecido rasgando. Ele rasga o vestido conforme o puxa do meu
corpo. Eu ficaria horrorizada, mas estou tonta demais para pensar
muito sobre isso. Ele me gira para que eu seja forçada a olhar em
seus olhos frios. Eles rapidamente amolecem quando ele usa o
vestido vermelho para limpar o sangue do meu ferimento. Ele usa a
língua para enxugar minhas lágrimas.

“Sinto muito,” ele murmura, sua respiração quente contra


minha bochecha. Ele trilha beijos suaves para a minha boca aberta.
Seus beijos são doces e apologéticos, mas estou paralisada. Não
entendo por que ele continua fazendo isso comigo.

“Eu... eu... por quê?” Pergunto, um soluço preso na minha


garganta.

Ele inclina sua testa contra a minha e acaricia meu cabelo.


“Às vezes eu te amo tanto que perco a cabeça. Minha mente fica
escura.”

Sua confissão simples me faz amolecer. Ele me ama. Eu meio


que pensei que ele amasse, mas esta é a primeira vez que ele falou
isso.

“Vaughn...”

“Baby,” ele sussurra quando me abraça apertado.


“Deixe-me te amar. Não lute contra isso a cada momento.”
Eu cedo contra ele. Meu coração dói, porque a pessoa que é
capaz de sozinho, me destruir, também é a pessoa a me consertar.
Eu fico quente e segura em seu abraço amoroso.

“Você me machucou,” Acuso, mais lágrimas vazando.

“Eu sinto muito. Você sabe disso.” Ele empurra a mão no


bolso do jeans e pega uma pílula. “Aqui,” ele murmura. “Tome isso
para tirar a dor.”

Não uso drogas, mas minha cabeça está latejando e meu


coração dói tanto. Abro a boca e engulo o amargo comprimido seco.

Ele é gentil enquanto me ajuda a vestir. Ele ser gentil agora é


quase tão ruim quanto ele ser áspero. Ele mais uma vez enxuga um
pouco de sangue persistente com o vestido que nos meteu nesta
confusão e, em seguida, puxa meu cabelo para baixo na frente do
meu olho para cobrir a ferida.

“Tão bonita,” ele elogia. Ele joga o vestido sujo no chão, e sou
grata que não terei que nunca mais olhar para ele novamente.

Com um aperto firme no meu cotovelo, ele me guia para fora


do camarim. Várias mulheres comprando olham para nós enquanto
ele me arrasta através da loja. Quando passamos pelas prateleiras
de vestidos vermelhos a minha bile sobe. Graças a Deus eu nunca
mais vou ter que olhar para eles novamente. Mas então ele puxa um
fora do rack antes de me puxar para o caixa. A atendente não faz
contato visual enquanto ela passa o vestido.

“Eu pensei que você não tivesse gostado,” murmuro, lágrimas


mais uma vez ameaçando.

Ele solta seu aperto de morte no meu cotovelo para tirar sua
carteira. “Mas você parece francamente fodível quando o veste,
baby,” diz ele com um sorriso largo que uma hora atrás teria me
deixado louca de necessidade. Agora, tudo o que ele faz é me
fazer estremecer.

“Obrigada,” suspiro.
A atendente faz um som de desaprovação, mas não encontro
seu olhar. Eu não posso. Estou envergonhada e constrangida. Se
minha mãe soubesse que ele me tratou desta maneira, ela
provavelmente iria matá-lo.

O medicamento começa a trabalhar o seu caminho através do


meu sistema, no meu estômago vazio e o lugar gira. Quando oscilo
em meus pés, Vaughn ri e me puxa contra ele.

“Eu cuido de você, Letty. Sempre cuidarei de você.”


Capítulo 12

Depois de pagar e dar ao funcionário o endereço para o meu


escritório, eu procuro Violet. Seus olhos estão assombrados
enquanto ela olha para a frente. Ela está com os ombros tensos e
sua pele pálida.

Que porra é essa?

Eu ando até ela e me ajoelho em sua frente. Seus lindos


olhos castanhos estão perdidos. Aqueles lábios cheios e rosados
são certamente beijáveis, mas ela está uma bagunça. Presa em
uma memória. Sei muito bem como é isso. É uma porcaria.

Eu embalo seu rosto com as palmas das mãos e inclino sua


cabeça para olhar para mim. “Violet, querida, o que está errado?”

Seus olhos brilham com lágrimas, e um som de desespero


sai de sua garganta. Sem pensar, pressiono um beijo em sua
bochecha e depois no nariz. Em seguida, em sua testa sobre uma
cicatriz branca pálida. Quando arrasto o meu nariz contra o dela,
sua respiração engata. Nossas bocas estão tão perto de beijar que
isso me deixa louco.

“Gray,” murmura, com a voz muito suave.

Eu me afasto e a olho com as sobrancelhas franzidas. “O


que acabou de acontecer?”

Seu corpo inteiro treme e vergonha cruza suas feições.


Ela olha através de mim enquanto puxa o lábio entre os
dentes. “Nada.”
Mentirosa do caralho.

Abstenho-me de revirar os olhos.

Em vez disso, eu cedo a ela.

“Ok,” digo com um suspiro. “Vamos almoçar.”

Ela não hesita quando pego a mão dela na minha e a guio


para fora da loja. Eu quero levá-la em algum lugar bom, mas o
melhor lugar do shopping é um restaurante mexicano. Felizmente,
encontram para nós uma mesa redonda no canto de trás longe de
todos. Sou capaz de me sentar perto dela com a mão ainda
segurando a dela.

Eu odeio o quanto ela se perde em pensamentos. Seja qual


for seu passado, tenho a intenção de sacudi-la para que eu possa
consultá-lo. Alguém a machucou. E vou machucar esse alguém.

Não é até depois que peço nossos alimentos e bebidas que


ela parece sair dessa zona. Sua mão tenta se afastar da minha,
mas eu a aperto.

“Está tudo bem” asseguro-a e dou-lhe um aperto de mão.


“Você está segura agora.”

Seus olhos encontram os meus e suas bochechas ficam


vermelhas em chamas. “Meu Deus. Eu sinto muito por isso.”

“Ataque de pânico?”

Ela morde o lábio inferior e encolhe os ombros. “Algo


parecido.”

Deixo escapar um suspiro pesado e estendo a mão para


pegar uma tortilha. “Amigos se abrem um ao outro.”

Desta vez, ela é a única deixando escapar uma respiração


pesada. “Algumas coisas são melhores trancadas no passado.
Alguns monstros devem ficar lá.”

Vou libertar seus monstros.


Porque uma vez que estiverem livres, poderei encontrá-los e
matá-los.

“Qual é o seu nome?” Eu sondo.

Ela estremece e puxa sua mão da minha. “Ele era ninguém.”

“Ele era alguém. Eu tenho uma suspeita de que ele é a razão


de você tomar grandes medidas para se proteger. Aquele
apartamento de merda que aceita aluguel apenas em dinheiro é
uma dessas maneiras.”

Seu corpo enrijece. “Vaughn.”

O nome em seus lábios é como gelo. Frio e amargo. Quem


quer que este filho da puta Vaughn seja, a machucou muito. Eu
preciso saber como ele a machucou para que possa corrigi-la.

“Ele era seu namorado?”

Ela lança seu olhar para o resto do restaurante e observa a


multidão de almoço crescendo como se ela estivesse à procura de
alguém. Quando ela não encontra essa pessoa, seu corpo relaxa.

“Ex, sim. As coisas não foram bem no final.”

Quero perguntar-lhe mais, mas não quero azedar o nosso


encontro. “Você tem família?”

Minha súbita mudança de assunto a faz levantar a cabeça.


Lágrimas nadam em seus olhos e seu lábio inferior treme. “Minha
mãe.”

Eu sorrio para ela. “Sinta-se livre para falar.”

Ela sorri, e estou contente de ver seu humor iluminar. “Ela


me deu à luz.”

“Espertalhona” rosno.

Um riso bonito escapa dela. Ela pega um chip e encolhe


os ombros novamente. “Eu não sei. Ela é apenas minha mãe.
Trabalha em uma lanchonete lá em casa. Eu a amo e sinto falta
dela demais. Não a tenho visto ou falado com ela há anos.”

“Vocês brigaram?” Eu sondo.

Ela morde o chip e balança a cabeça. “É mais complicado do


que isso. Eu só queria que ela fosse feliz. E comigo,” — ela suspira
— “era impossível.”

Eu posso dizer que ela não quer falar sobre isso porque
começa a balbuciar sobre algumas notícias imobiliárias que leu
esta manhã no jornal. Concentro-me em seu rosto. Uma
tempestade se aloja em seus olhos castanhos, mas ela a mantém
na baía, seu rosto tem uma imagem de calma. Aqueles lábios
suculentos se movem rapidamente conforme ela fala, e eu quero
eles. Sobre todo o meu corpo. Entre meus dentes, especialmente.

Meu olhar desce para a garganta esbelta. Imagino-me


sugando a pele lá e transformando o tom de creme para vermelho.
Será que ela ofegaria suavemente ou gemeria o meu nome? Meu
pau pulsa em minha calça. Um dia eu vou tê-la. Mas a minha
Violet é como um andarilho assustado. Eu preciso alimentá-la com
carinho e ganhar sua confiança antes de colocar uma coleira nela
e declara-la minha.

“Então, o que Gwen faz para viver?”

Eu sacudo o meu torpor e franzo a testa. “Ela é uma artista.”

Seus olhos castanhos se iluminam com entusiasmo.


“Mesmo? Isso é incrível.”

Eu baixo meu copo de água para impedir as palavras


grosseiras de saírem da minha boca. “Sim,” é tudo o que falo.

“Agora, olhe quem está sendo vago e estranho” ela adverte


suavemente. Quando a palma de sua mão repousa sobre a
minha coxa, eu endureço. Em toda parte.

Eu me viro para olhar para ela, e ela me encara com


um olhar de expectativa. “Gwen tem problemas.”
Ela franze a testa, e gosto da maneira como sua testa enruga
entre as sobrancelhas. Faz-me querer esfregar as rugas com o
polegar até que fique suave novamente para que eu possa beijá-la.

“Sinta-se livre para falar,” ela joga de volta para mim com
um sorriso.

“Ela é muito parecida com a nossa mãe. Ela é clinicamente


depressiva.” E clinicamente insana. “A depressão sangra em todos
os aspectos de sua vida.”

Seus olhos encaram o meu rosto em confusão. “Mas ela é


tão doce e...” Suas narinas se alargam. “Normal.”

Uma risada áspera me escapa. “Ela é?”

Ficamos em silêncio por um momento antes de eu descansar


minha mão sobre a dela, que ainda está na minha coxa. “Ela está
em um de seus bons momentos agora. Os baixos são escuros e
abismais, e assustadores pra caralho.”

Compreensão brilha em seus olhos. “Eu sofri de depressão


há alguns anos.”

Eu levanto uma sobrancelha e minha atenção está de volta


para ela. Suas bochechas e garganta ficam rosa novamente.
“Depois dele?” Pergunto.

Ela me dá um aceno rápido antes de virar a cabeça para trás


para o restaurante cada vez mais lotado. Seu olhar varre a sala
por um momento antes de olhar para seu colo. “Ele fez um número
em mim.”

Raiva incandescente surge através de mim e leva tudo em


mim para não bater meu punho na mesa. Eu odeio esse maldito,
seja ele quem for. Vou encontrá-lo. Até então, vou descobrir o que
puder sobre ele através dela.

“Você está segura agora,” asseguro-a. Porra, eu o


desafio até mesmo a olhar para ela.

Ela bufa e seu tom é frio. “Eu nunca ficarei segura.”


Estou prestes a enche-la com mais perguntas, mas o garçom
traz uma bandeja gigante de filé de frango e fajitas para
compartilharmos. O resto do almoço é leve e tranquilo conforme
nós compartilhamos não só alimentos, mas também risadas.

Uma vez que o almoço acaba, e nós estamos caminhando de


volta para o carro, ela me deixa segurar a mão dela novamente. Sei
que disse a ela que seriamos amigos, mas eu mal consigo me
conter de empurra-la contra a parede mais próxima, abrir um
buraco em sua calça de ioga e foder com ela até assustarmos todos
no shopping.

Meu pau gosta desta imagem, porque ele engrossa na minha


calça. Juro, tudo que faço é ficar duro em sua presença.

“Eu não posso acreditar que o fim-de-semana está quase no


fim,” ela geme, uma vez que estamos de volta na estrada. “Meu
chefe é um verdadeiro idiota.”

Sorrio e dou-lhe um olhar ardente. “Aposto que você vai


descobrir que uma vez que começar a conhecê-lo, ele não é tão
ruim.”

Não perco seu sorriso antes da minha atenção estar de volta


na estrada. Ela solta um suspiro e olha para fora da janela. Eu
gosto de quão serena ela está agora. Na maioria das vezes, ela está
fechada. Mas agora não. Agora, ela está relaxada e me deixando
cuidar dela. Como deveria ser.

“Você quer mudar de roupa antes de ir para a minha casa?”

Ela ri. “Estou realmente indo?”

“Como se você tivesse qualquer escolha na matéria. Uma vez


que Gwen e Gray Maxwell colocam suas garras em você, não pode
fugir,” eu provoco. “Amigos não são realmente nossa coisa, então
quando fazemos um, nós não gostamos de deixá-lo ir.”

Sua risada é doce, mas posso dizer que ela gosta da


ideia de ser nossa amiga. Eu gosto mais da ideia do meu
pau profundamente dentro do seu sexo molhado. Passos de bebê.

Uma vez que estacionamos fora do seu edifício no gueto, ela


corre para cima. Enquanto ela está fora, abro a Internet no meu
telefone e começo a vasculhar a web para qualquer coisa a ver com
Vaughn. Sem um último nome, fico impotente. Eu ainda estou
resmungando quinze minutos mais tarde, quando Violet retorna.
Seu cabelo castanho está solto e nem mesmo as sombrias nuvens
de chuva não podem tirar seu brilho. As mechas douradas em seus
cabelos brilham como ela. O meu olhar cai para o decote de seu
vestido. Ela veste uma jaqueta de couro sobre o vestido cor de jade.
Suas botas pretas e meia-calça completam o look sexy. Seus olhos
estão mais escuros com rímel e seus bonitos lábios brilhando.

Meu pau dói por atenção, mas ela roubou o show. Eu não
posso olhar para longe dela. Ela abre a porta e ri.

“Tire uma foto. Vai durar mais tempo.”

Não se importe se eu tirar.

Vou esperar até que você esteja dormindo e nua, no entanto.

As meninas conversam no sofá enquanto o jogo passa na tv.


Meu olhar se fixa em Violet enquanto ela mastiga alguns pretzels.
Gwen veio e fez comida suficiente para um exército. Eu ficaria
aborrecido com ela por desperdiçar tanta comida, exceto que
cozinhar é algo que a tira para fora dos seus quartos. Esses
quartos são uma corrente impedindo-a de ter liberdade total.
Quando ela cozinha, ela fica livre por um tempo.

O meu telefone vibra, sacudindo minha atenção da


minha mulher.

Bull: Essa jogada de bola foi besteira.


Eu mal registro que o jogo de futebol está ligado.

Eu: eu dormi debaixo da cama dela.

Sua resposta é imediata.

Bull: Mas que porra?? Você tem problemas.

Eu resmungo e meus olhos encontram os de Violet. Ela tirou


sua atenção da conversa com a minha irmã para me olhar com
curiosidade. Dou-lhe um sorriso derrete-calcinha que faz sua
garganta ficar vermelha. Quando ela se vira para Gwen, respondo
o Bull.

Eu: Ela é bonita pra caralho. Vou fazê-la minha em breve.

Bull: Porra.

Levo meus olhos de volta até ela e meu olhar gruda em suas
coxas cremosas que são visíveis agora que o vestido subiu. Estou
morrendo de vontade de prová-la lá—de prová-la em todos os
lugares.

Bull: Talvez você devesse chamar Elisha. Você está


perdendo o controle.

Eu reclamo e digito minha resposta.

Eu: Elisha é nada comparado com ela. Ninguém é.

Bull: Por que você não pode simplesmente sair com ela
como uma pessoa normal? É necessário persegui-la?

Eu: Estou tentando. E até lá, sim.

Ela se levanta e pergunta à Gwen onde é o banheiro. Gwen


dirige-a, e olho as costas da minha mulher conforme ela se afasta.
Sua bunda redonda está deliciosa em seu vestido.

Bull: Você percebe que se ela descobrir, você está


fodido. Tipo, seriamente fodido. Tipo, você pode perder
sua empresa e ir para a cadeia, fodido.

Eu sorrio.
Eu: Ela vale a pena ficar fodido.

Ele responde com o emoji de dedo do meio. Gwen começa a


limpar sua bagunça na cozinha, então eu levanto e empurro o meu
telefone no bolso. Eu sigo pelo corredor, porque quero roubar um
momento a sós com Violet. Ela está me provocando em seu
pequeno vestido sexy a noite toda. Mas quando me aproximo do
banheiro, a porta está entreaberta e ela não está dentro.

Porra.

Corro para o meu quarto primeiro porque eu me preocupo


que deixei minha caixa aberta. Uma vez que percebo que ainda
está trancada, mas ela não está lá, medo enche meu peito.

Oh, Deus, não.

Eu corro pelo corredor para o outro lado da casa. O lado que


eu nunca quis que Violet visse. Nenhuma outra mulher que eu já
trouxe para casa ousou sair do meu quarto ou sala de estar. Elas
estavam aqui por uma única razão. Mas desde que Violet está aqui
“como amiga,” acho que ela tomou para si a liberdade de explorar.

“Violet,” grito conforme sigo o longo corredor da minha casa


gigante. Há uma razão pela qual Gwen fica do outro lado. Quando
chego perto de seus quartos, o cheiro forte me bate. Eu quase
nunca venho até aqui, e a governanta foi proibida de pisar além do
meu quarto. Bile se arrasta na minha garganta quando encontro
uma das portas aberta. O quarto dela. O pior, porra.

Eu puxo minha camisa para cobrir o nariz e a boca. Violet


está em pé apenas perto da porta. Seu corpo inteiro está congelado
conforme ela olha.

“Porra.”
Capítulo 13

A voz de Gray é abafada conforme ele amaldiçoa atrás de


mim. Meu estômago embrulha enquanto observo a cena diante de
mim. Loucura. Caos absoluto. Estou tão chocada porque as outras
partes da casa são imaculadas e intocadas. Mas isso... isso é
doente.

“Violet,” Gray sibila enquanto agarra meu cotovelo.

Eu empurro meu braço de sua mão e olho para o lixão. Lixão


é uma palavra agradável. É uma merda absoluta. Eu mal assisti
um episódio de Hoarders uma vez alguns anos atrás. Depois de
terem encontrado um gato morto sob alguns detritos na casa de
uma mulher velha, eu desliguei e esfreguei minha banheira até
que pudesse ver meu reflexo.

Isto é pior.

O mau cheiro é nauseante. Podridão. Bolor. Alguma coisa...


azeda. Que nojo. As peles de batata que eu comi momentos antes,
antes de vir explorar, ameaçam fazer uma reaparição. Do chão até
perto do teto, este quarto está entulhado de lixo. Não apenas
besteiras, mas lixo. Lixo! Em algum lugar no meio do caos está
uma cama. Merda foi empilhada sobre a cama também. Apenas
uma pequena parte permanece descoberta. Onde essa pessoa
dorme. De quem é este quarto?

“Gwen,” Gray murmura como se para responder à


minha pergunta silenciosa.
Ele me disse que ela era doente, mas não assim. Isso é outra
coisa. Eu vejo algo correr em sua cama e deixo escapar um grito.
Uma mão forte cobre minha boca por trás. Sou arrastada para fora
da sala e a porta bate fechada. O fedor persiste nas minhas
narinas, e sinto que vou vomitar a qualquer momento. Eu fico mole
nos braços de Gray enquanto ele se afasta rapidamente pelo
corredor. Eu espero que ele me arraste de volta para a sala de
estar, mas em vez disso, ele me puxa para o que deve ser seu
quarto, segundo o perfume masculino familiar. Eu inalo na
esperança de livrar meu nariz do mau cheiro repugnante do quarto
de Gwen.

Meu corpo treme e ele me abraça apertado contra ele. Com


as minhas costas pressionadas contra seu peito e seu braço forte
em torno do meu meio, espinhos de conscientização passam
através de mim. Lentamente, ele tira a mão da minha boca.

“Eu sinto muito.”

Culpa corre através de mim. “E-Eu exagerei.”

Ele esfrega o nariz contra o meu cabelo e geme. “Você não


exagerou. É... não é algo que as pessoas além dela e eu veem. Eu
não preparei você. É nojento. Lamento que você teve que vê-lo.”

“Coisas estavam vivendo lá,” assobio, minha voz tremendo


no limite entre a histeria e a calma. Estou quase certa de que era
um rato grande, mas não posso ter certeza.

“Eu sei,” ele rosna. “Confie em mim. Eu pago a porra de um


exterminador para vir a cada semana para tentar lidar com isso.”

“Você pega tudo e joga fora. Assim é como você lida com
isso,” exclamo.

Ele me solta, e quando me viro para olhar para ele, as


palmas de suas mãos esfregam sobre seu belo rosto em
frustração. “Se fosse assim tão fácil, a merda teria sido jogada
fora há muito tempo. Isso é... isso é algo que ela aprendeu.
Foi enraizado nela desde o nascimento.”
Eu franzo a testa quando ele anda até uma caixa no quarto.
Ele se senta sobre ela e depois me encara com um olhar
desanimado.

“Nossa mãe é pior,” ele murmura, vergonha revestindo suas


feições.

Grande, poderoso, limpo-como-inferno Grayson Maxwell é


cercado por uma família de acumuladores.

“Seu pai?” Pergunto, minha voz suave.

Ele balança a cabeça. “Ele é a causa, honestamente. Mamãe


sempre acumulou coisas em nosso porão. Mas quando Gwen ficou
doente, ela começou a tentar gravar e salvar todos os seus
momentos. Ambos se tornaram obcecados em colecionar coisas.
Isso deixou meu pai louco. Ele acabou passando mais e mais
tempo em seu apartamento na cidade, perto do seu escritório.
Eventualmente, ele nunca voltou para casa.”

Meu estômago embrulha quando imagino a casa de sua


mãe. Como poderia ser pior do que isso?

“Então, eles se divorciaram?”

Ele suspira. “Não. Ele provia a casa e sempre fez com que
ela tivesse dinheiro suficiente.” Ele faz uma pausa e seus olhos se
afastam, mas eu não perco o tormento neles. “Ela nunca sai de
casa, no entanto. Eu tomei a obrigação de pagar pelas coisas e
enviar mantimentos para a casa. O meu pai não vai vê-la. Eles
estão casados, mas ele não a viu, provavelmente, em vinte anos.”

Eu fico chocada com isso. Acho que todo mundo tem


esqueletos em seus armários. Os seus estão aparentemente cheios
de esqueletos acumuladores.

“Ela precisa de ajuda”, digo-lhe suavemente. “Isso não


deve ser seguro.”

Ele se levanta e anda até mim, raiva estampada em


seu rosto. Eu estremeço quando ele levanta a mão. A ação
faz suas feições duras enrugarem. Vaughn me arruinou para
sempre.

“Ela costumava ver um terapeuta toda semana, mas,


eventualmente, ficou irritada com o Dr. Ward e saiu. Nós já
tentamos de tudo. No início, era apenas o quarto dela. Em seguida,
assumiu mais dois quartos. Eu me recuso a deixá-la assumir
mais. Às vezes, ela leva coisas para a casa da nossa mãe. Elas
encontram espaço naquele buraco de merda de alguma forma.”

Eu engulo e fecho os olhos quando ele toca minha bochecha.


Sua outra mão aperta meu quadril e ele me puxa para mais perto.
Eu amo que o seu perfume masculino está rapidamente afastando
aquele horrível quarto de Gwen. Ele descansa sua testa contra a
minha, e isso me aquece. Algo sobre esse cara me afeta.

Sua boca está tão perto da minha, se eu inclinasse minha


cabeça para cima, eu seria capaz de beijá-lo. Quero beijá-lo. Mas
um beijo vai levar a mais. Eu certamente não estou pronta para
mais com ele.

“Eu deveria ir”, murmuro, tentando ignorar a forma como


seu polegar esfrega meu quadril.

“Eu gostaria que você não precisasse.”

Coloco minhas mãos em seu peito firme que eu adoraria


explorar mais e o afasto. “Você pode me levar por favor?” Eu mordo
meu lábio e franzo a testa. “E por favor não diga a ela que eu... vi.”

Ele balança a cabeça. “Eu não vou. Seria mandá-la em uma


pirueta que não posso me dar ao luxo de lidar mentalmente. Tenho
muito mais na minha mente.”

Isso me faz lembrar que ele é um homem de negócios bem-


sucedido que passa o dia adquirindo hotéis e empresas da
esquerda para direita. Mas uma pequena parte de mim espera
que eu também esteja em sua mente.

“Vamos então,” expiro.


Seu olhar cai para os meus lábios e ele aperta sua
mandíbula antes de acenar o seu acordo.

Acordo suando frio.

E nua.

Por que eu continuo me despindo em meu sono? Estou com


sonambulismo de novo?

Pavor me consome. Tem sido anos desde que tive os


episódios noturnos, onde me encontrei em vários lugares ao redor
do apartamento. O que desencadeou isso? Foi Gray?

Eu aperto meus olhos fechados e tento dormir. Mas então


ouço. Um sibilo. Eu pulo ereta na cama e prendo a minha
respiração. Em seguida, um rangido.

Puta merda.

O cabelo arrepia na parte de trás do meu pescoço. Alguém


está em minha casa. Eu deslizo para fora da cama e pego minha
arma debaixo do colchão. Eu a mantenho carregada e pronta para
disparar. Uma vez que a tenho em meu aperto, falo com uma voz
trêmula.

“Quem está aí?”

Baque. Baque. Baque.

Os passos são pesados e um grito se aloja em minha


garganta. Ele está vindo para mim. É Vaughn. Ele está aqui e ele
vai me arrastar de volta para casa com ele pelo meu cabelo.

Não!
Eu tropeço para trás até que minha bunda bate na parede
com a arma balançando na minha frente. Está escuro, além do
luar derramando pela cortina aberta.

A porta da frente é aberta e bate contra a parede antes de


bater novamente. Meu coração salta no peito. Eu corro através do
apartamento e depois coloco todas as fechaduras no lugar. Assim
que a última é trancada, começo a chorar.

Ele esteve aqui.

Tinha que ter sido ele.

Estou em pânico. Eu não sei o que fazer. Não posso chamar


a polícia porque ele vai matar a mim e a minha mãe. Isso era algo
que ele sempre me disse que ia fazer. Às vezes, eu não ligava para
mim, mas não era justo com a minha mãe.

Minha mão treme, mas mantenho o aperto em minha arma


enquanto procuro pelo meu telefone. Eu ligo para Gray e rezo para
que ele esteja acordado a esta hora. Ele responde no quarto toque,
sua voz cheia de sono.

“Sim?”

“G-Gray, e-ele estava a-aqui,” choro enquanto começo a


freneticamente ligar todas as luzes do apartamento.

Ele rosna. “Quem?”

“V-Vaughn. Tinha que ter s-sido ele. Ouvi ele b-bater à porta
fechando-a quando s-saiu.” Meus dentes começam a bater
conforme outra onda de medo passa por mim.

“Tranque-se no banheiro e não saia até que eu chame para


te dizer que estou aí,” ele instrui enquanto tropeça. “Estarei aí em
vinte minutos.”

Nós desligamos, e corro para o banheiro. Eu puxo meu


robe do gancho e coloco-o antes de trancar a porta. Vinte
minutos parecem como vinte anos. Mas em dezesseis
minutos, um grande estrondo na porta me faz gritar.
Gray: estou aqui.

Lanço o telefone para baixo, mas ainda estou com muito


medo de abandonar a minha arma. Eu desbloqueio a porta do
banheiro e corro para a frente. Uma vez que espreito pelo buraco
e certifico-me de que é ele, libero todas as três fechaduras. Quando
a última mal destravou, Gray entra empurrando a porta com um
olhar frenético em seu rosto.

“Violet,” ele sibila à medida que eu salto em seus braços. Ele


é quente e seguro e está aqui para me proteger. Isso é o que os
amigos fazem. “Está tudo bem, baby,” ele murmura. “Estou aqui
agora.” Sua voz me aquece como um cobertor de segurança. Ele se
afasta rapidamente para trancar o apartamento e puxa a arma da
minha mão. Em seguida, ele envolve um braço em volta de mim e
me guia para o sofá. Juntos, sentamos, e eu praticamente rastejo
em seu colo em busca de segurança.

“Diga-me tudo o que aconteceu do começo ao fim,” ele me


diz, com a voz tensa.

Eu digo sobre como acordei de um pesadelo e ouvi um som.


Deixo de fora o fato embaraçoso de que não sei como acabei nua.
Estou certa de que não foi Vaughn que me deixou assim. Ele não
teria sido capaz de me despir e resistir a me tocar. Eu teria
acordado com o seu pau dentro de mim se fosse ele que tivesse
tirado minhas roupas. Isso foi tudo eu.

“Os pesadelos voltaram, e agora...” paro e estremeço.

“E agora?” Ele questiona, seus dedos encontrando meu


queixo para inclinar minha cabeça, para que eu possa vê-lo. Seu
belo rosto está imerso em preocupação quando ele me olha. Eu me
perco em seu feroz olhar, azul-gelo, antes dos meus olhos caírem
para sua boca.

“Vaughn está de volta.”

“Vaughn é quem?”
Eu tremo só de pensar nele. Meus olhos se fecham, mas
então eu o vejo olhando para mim com ódio em seus olhos, então
rapidamente os abro.

“Nós não podemos ir à polícia,” sussurro. “Ele vai matar a


minha mãe. Ele vai me matar.”

Seus olhos arregalam por um momento antes de um olhar


assassino passar sobre suas feições. “Ele não vai tocar em você,
mas eu quero o nome dele.”

Quando começo a tremer novamente, Gray agarra meus


quadris e me guia mais profundamente em seu colo. As linhas de
amizade estão embaçando porque eu escarrancho sobre suas
coxas. Suas palmas embalam meu rosto enquanto ele procura por
respostas.

“Brecks. Seu último nome é Brecks,” murmuro. “Ele não


pode saber onde estou. Nunca.”

Um tremor ondula através do meu corpo conforme outro


soluço sobe em minha garganta.

“Venha aqui,” ele rosna e desliza a mão para a minha bunda


para me puxar para mais perto. O robe de seda mal esconde o fato
de que estou nua. Sua palma permanece na minha bunda
enquanto ele me acaricia de uma forma reconfortante. Eu enterro
meu rosto contra seu pescoço. Deus, ele cheira deliciosamente.
Meus seios estão pressionados contra seu peito firme, e é bom
estar contra ele assim.

Sua outra mão repousa sobre minha coxa nua e ele faz
círculos com ela sob o robe. Meu corpo inteiro começa a tremer
por um motivo diferente. A adrenalina correndo pelo meu corpo foi
canalizado em outra coisa. Algo quente e faminto.

“Como você acha que ele entrou?” Questiono, minha


respiração quente contra sua pele.

Seu pau começa a endurecer debaixo de mim,


enviando ondas de necessidade correndo por mim. Estou
pressionada contra seu comprimento muito impressionante em
seus jeans.

“Esses bloqueios são baratos e fáceis de quebrar,” ele me diz


com voz rouca. “Eu vou chamar o serralheiro que usamos para o
escritório amanhã e deixaremos sua porta equipada com algo
impenetrável.”

Sento-me para que possa olhar para ele. Seus olhos azuis
escureceram com desejo. Pergunto-me se os meus espelham o seu
olhar. Ele solta a minha bunda e corajosamente puxa a corda
segurando meu robe fechado. Ele cai aberto e um suspiro de
choque rola pela minha língua.

“Gray,” murmuro em advertência.

Ele arqueia a sobrancelha e isso o faz dez vezes mais sexy.


“O quê?” Ele questiona, fingindo inocência.

Um sorriso curva meus lábios. “Amigos não tentam despir


os amigos.”

Ele ri e me aquece por todo o caminho até minha buceta.


Encontro meus olhos fixados em seus lábios cheios.

“Preciso te beijar,” admite ele, sua voz cheia de desejo.

Eu levo meus olhos de volta aos seus. “Um beijo também


não é o que os amigos fazem.”

Seus dedos deslizam para o meu pescoço e ele os enrola ao


redor da parte de trás da minha cabeça. “Talvez eu não queira ser
amigo. Talvez eu queira cuidar de você de muitas maneiras que
vão além da amizade.”

Quando sou puxada para a frente, começo a protestar com


as palmas das mãos contra seu peito. Mas então sua outra palma
acaricia meu peito de uma forma suave, reverente, que me faz
choramingar. Eu acabo por encontrá-lo no meio do caminho
e pressiono meus lábios contra os dele. O beijo é suave e
doce no início. Só é preciso um gemido meu e ele desliza sua língua
em minha boca, buscando algo mais profundo.

Meu clitóris pulsa com necessidade e meus mamilos doem


para serem tocados. Como se ele tivesse acesso direto aos meus
pensamentos, seu polegar esfrega em todo o meu ereto mamilo,
fazendo-me estremecer.

“Eu vejo você, Violet,” ele murmura contra minha boca, seus
dentes mordiscando meu lábio inferior. “Eu te vejo.”

Suas palavras me excitam. Depois de tantos anos de


existência como uma mera sombra—em sua sombra— Eu amo que
estou em seu holofote. Descaradamente, eu monto contra sua
ereção, o que o faz gemer de prazer.

“Gray,” gemo enquanto balanço contra ele. “Devemos parar.”

Ele ri e isso me atinge até minha buceta. “Por que iríamos


querer fazer isso?”

“Porque nós somos amigos,” tento, mas, em seguida, decido


que gosto de beijar-lhe mais do que falar. Minha boca devora a
sua.

A palma da sua mão desliza para baixo em minha cintura,


perigosamente descendo em minha barriga, e minha respiração
engata.

“Amigos ainda podem foder,” ele rosna.

Deixo escapar um som embaraçoso quando seu polegar roça


contra o meu clitóris. O prazer de um simples toque se espalha por
mim como fogo quente. Ele massageia meu clitóris de uma forma
tortuosamente lenta que me faz sacudir com cada movimento. Um
orgasmo decide tomar conta de mim do nada. E, inferno santo, é
delicioso. Estremeço de prazer quando ele empurra um dedo
dentro da minha buceta molhada. A intrusão repentina aliada
ao êxtase do meu orgasmo me envia diretamente a outro
orgasmo. Jogo minha cabeça para trás e grito de prazer.
Quando meu corpo para de tremer, ele desliza o dedo para
fora e se inclina para pressionar um beijo entre os meus seios. As
cócegas de seu cabelo me lembram de Vaughn, e me embaralho
para me afastar dele com um grito saindo dos meus lábios.

Não olho em sua direção até que estou a salvo do outro lado
do sofá. Ele ainda está sentado com as pernas poderosas
ligeiramente afastadas e sua ereção muito evidente através do
jeans. Seu cabelo está bagunçado — eu devo ter o agarrado em
algum ponto — e seu peito arfa. A luxúria em seus olhos é
suficiente para quase me fazer rastejar de volta para o seu colo.

“E-Eu não posso,” murmuro, lágrimas ameaçando caírem.

Ele se inclina e agarra meu tornozelo nu. “Está tudo bem.”


Seus olhos caem para o meu peito nu antes dele limpar a garganta
e puxar sua mão. “Vou ficar hoje à noite para me certificar de que
ele não volte. Você tem um travesseiro e um cobertor?”

Eu engulo e aceno enquanto me levanto. Com movimentos


rápidos, amarro meu robe de volta. “Obrigada. E sinto muito.”
Meus olhos vão para sua ereção, e franzo o cenho.

Ele ri. “Estou bem, pirralha.” Calor e diversão brilham em


seus olhos, apagando efetivamente o momento embaraçoso.
“Durma um pouco. Falaremos mais na parte da manhã.”

Encontro alguma roupa de cama e praticamente jogo para


ele antes de me trancar em meu quarto. Assim que as luzes são
desligadas e estou de volta na cama, saio do robe e deslizo a mão
entre minhas coxas. Ainda estou encharcada dos orgasmos que ele
me deu. Deslizo a umidade entre os lábios da minha buceta e solto
um silvo de prazer. Eu ainda estou formigando, mas tudo o que
ele fez foi me fazer desejar mais.

Silenciosamente, eu me massageio até alcançar mais um


orgasmo.

Espero que ele não tenha ouvido o seu nome, quando


descaradamente saiu da minha boca.
Quanto mais tempo passo com Gray, mais eu gosto. É este
o seu plano? Conquistar-me para ficar na empresa? Tenho menos
de duas semanas para colocar minha cabeça de volta ao lugar e
me concentrar em minha carreira. Não em homens. Não no meu
passado. Meu futuro.

Contagem regressiva: doze dias...


Capítulo 14

“Grayyyy.”

O jeito que ela disse meu nome na noite passada atrás de


sua porta me deixou selvagem com luxúria. Eu já estava
masturbando meu pau para algum alívio sob o cobertor então
quando ouvi o gemido, isso me enviou ao limite. Nós estivemos tão
perto de foder, mas então algo a assustou.

“Há um novo cliente sobre o qual quero falar mais tarde,


uma vez que minha assistente reunir mais algumas informações
quando chegar aqui,” Bull grunhe da minha porta.

Aceno para ele entrar. “Feche a porta.”

Suas sobrancelhas se juntam enquanto ele fecha a porta e


anda até a cadeira em frente à minha mesa. Violet não chega por
mais meia hora. Eu deixei sua casa esta manhã sob sua demanda.
Ela estava de volta ao seu estado feroz e prometeu que iria atirar
em tudo que entrasse pela porta.

A única razão pela qual saí de lá foi porque não era Vaughn
que esteve em sua casa. Era eu. Eu estava vasculhando um de
seus outros armários quando ouvi sua voz. Ela não despertou
quando entrei em seu apartamento. Ela não acordou enquanto eu
a despi. E ela não acordou quando eu esfreguei sua buceta e me
masturbei. Novamente. Foi como na noite anterior. Até que
não foi.

Eu quase fui pego.


“O que foi?” Pergunta Bull.

“Ela quase me pegou.”

Seus traços escurecem. “Sob sua cama?”

“Eu estava olhando através do seu armário na sala da frente.


Ela pensou que era Vaughn, seu ex. Aparentemente, ele era um
psicopata,” rosno.

Bull ri. “Ela realmente sabe como escolhê-los.”

Eu mostro o dedo do meio. “Foda-se. Eu já chamei o


serralheiro para mudar suas fechaduras, mas, cara, ela estava
apavorada. Eu quero que você chame Dusty e veja o que ele pode
encontrar sobre Vaughn Brecks. Tudo, não importa quão grande
ou pequeno. Eu quero encontrar esse fodido.”

Todo humor é varrido da face de Bull. Nós só chamamos o


nosso amigo ex-militar, Dusty, para emergências quando
precisamos de informações sobre um grande cliente. Esta é uma
porra de emergência.

“Você está levando essa merda longe demais,” diz ele com
um gemido e puxa o nó em sua gravata.

“Eu sei. Eu quero ela. Quero tudo dela. Nós temos uma
conexão. No consciente e subconsciente. Seu corpo responde ao
meu. Nós pertencemos um ao outro,” digo.

Seus olhos me observam quase com tristeza por um


momento antes dele balançar afastando o olhar. “Bem. Vou dar
uma olhada. Seja cuidadoso.”

Concordo com a cabeça e, em seguida, solto um suspiro


pesado. “Eu também quero que você encontre cada pervertido
doente que colocou suas mãos sobre Violet e traga-os para mim.”

Seus olhos se arregalam. “Em toda a sua vida?”

Eu rosno. “Daqui.”
Ele aperta a mandíbula e assente. “Eu tenho alguns nomes
bem no topo da minha mente. Vou fazer uma lista começando com
o nosso Vice Presidente, Brent Adams.”

“Quero ele fora. E o fato de que há uma 'lista' me faz querer


ficar louco,” fervo, minhas mãos em um punho apertado. “Quem
diabos é Brent Adams, de qualquer maneira?”

“Eu mencionei isso a você antes, mas—”

Olho para ele. “O que?”

“Você se lembra quando eu demiti Jack Langston?”

O nome faz soar absolutamente nenhuma campainha.

“Ele só trabalhou aqui por três anos,” ele tenta.

Dou de ombros. “Não o conheço.”

“Bem, eu o vi bater na bunda de Letty uma vez na sala de


descanso, então eu o demiti. Para salvá-la do embaraço, disse aos
empregados que ele conseguiu um emprego em outro lugar.”

“O nome dela é Violet,” rosno.

Ele segura as mãos para cima em defesa. “Tudo bem. Violet.


De qualquer forma, Truman o substituiu, mas, aparentemente,
Clint contrata caras de merda, porque ele é o número um na lista
depois de Brent Adams.”

Eu bato meu punho na mesa de mogno e o encaro. “Quero


Adams e Truman fora. Mas não antes de eu falar com eles.”

A sobrancelha de Bull levanta e ele sorri. “Você não pode


chutar suas bundas.”

“Não, mas posso assustar pra caralho os pequenos


bastardos.”

Ele suspira e se levanta. “Acho que é hora de nós


limparmos a casa por aqui.”
“Temos onze dias para fazê-la ficar” digo a ele, minha mente
zumbindo com maneiras de fazer isso acontecer. Serei condenado
se eu deixá-la ir para Slante, que não é melhor que Adams ou
Truman ou qualquer um desses outros filhos da puta.

“E se ela não quiser ficar?” Ele questiona.

Minhas narinas se alargam. “Isso não é uma fodida opção,


cara.”

Depois de fazer um pedido à floricultura, eu mesmo começo


um trabalho de reconhecimento. Começo com Facebook primeiro.
Vasculho sua lista de amigos à procura de conexões e referências
cruzadas, a maioria delas sendo as mulheres que trabalham para
mim e seus amigos. Ninguém possui vestígios da cidade onde sua
mãe trabalha. Eu pesquisei o nome da lanchonete no papel que
achei em seu armário. Minha Violet está longe de casa.

Vaughn Brecks não resulta em nada no Facebook, mas ele


tem uma ficha corrida de um quilômetro e meio de comprimento.
Na maior parte por drogas, assalto, agressões, cafetinagem e
prostituição. Minha pressão arterial aumenta à medida que eu me
pergunto se ele prostituiu Violet. O pensamento me faz quase
perder a minha fodida cabeça. Irei encontrar esse cara e fazê-lo
sangrar.

Infelizmente, ele não está aparecendo em qualquer lugar


quando tento caçá-lo. Nenhum endereço. Nenhuma oferta de
empregos legal. Nada. E ele não está morto, porque não há
qualquer registro disso também. Ele está voando baixo sob o
radar.

Mas agora que tenho minha vista sobre ele, vou


encontrá-lo. Vou colocar minha mira na cabeça desse filho
da puta e explodir seu cérebro daqui para Connecticut.
Depois que envio um e-mail para Dusty com a pouca
informação que tenho, verifico um pedido da Amazon que fiz neste
fim-de-semana, enquanto estava relaxando debaixo da cama de
Violet. Eu tenho uma surpresa chegando hoje da qual paguei para
o transporte mais rápido.

Agora que ela é praticamente minha, eu quero regá-la com


tudo. Amor. Atenção. Presentes. Porra.

As pessoas começam a chegar. Normalmente eu não os noto,


mas hoje deixei minha porta aberta. Estou esperando por ela.
Passou apenas uma hora desde que a vi pela última vez, e estou
enlouquecendo. Este fim-de-semana ela estava vestida semi-
casual e estou morrendo de vontade de vê-la em algum traje de
escritório sexy. Merda, preciso desta mulher.

Meus ouvidos se animam quando ouço o nome Truman fora


da minha porta. Um filho da puta de aparência babaca para e fala
com o Clint do RH. Eles riem e discutem o jogo de ontem à noite.
Quando uma mulher passa, o olhar estreitado de Truman segue
sua bunda.

Raiva borbulha dentro de mim.

Violet estava certa. Este lugar está cheio de porcos sexistas.


Por minha causa. Se eu tivesse imposto as regras no início, estes
idiotas saberiam como agir. Mas desde que eles sabem que podem
fugir com essa merda, porque os recursos humanos claramente
não têm uma porra de problema com isso, eles continuam a
abusar da situação e do meu pessoal feminino.

Eles abusaram da minha Violet.

Eu levanto da cadeira e aperto minhas mãos.

Bull vai reunir os homens e nós vamos ter uma grande


reunião esta tarde. Até então, preciso deixar Truman sentir
minha fúria. Eu sigo para o corredor. Seu olhar se transforma
de soslaio para amigável quando ele me observa.

“Sr. Maxwell,” ele cumprimenta com um sorriso.


Clint se vira e olha para mim, o choque em seus olhos.
“Senhor.”

Eu inclino minha cabeça para o lado e foco em Truman.


Clint é maricas porque ele murmura que tem trabalho a fazer e
retira-se. Truman, o idiota, abre a boca como se fossemos fodidos
companheiros.

Nós. Não. Somos. Companheiros. Porra.

“Preciso de café,” corto, minha voz baixa, mas calma.

Ele franze a testa para mim em confusão. “O que?”

“Eu preciso de café” repito, entrando em seu espaço pessoal.


Preciso de café agora.”

Seus olhos redondos estúpidos vão até a mesa vazia de


Violet. Antes que ele possa abrir a boca e dizer algo estúpido, eu
rosno, assustando-o.

“Eu preciso que você faça o meu café. Você, Truman.”

Um flash de raiva aparece em seus olhos. “Não temos


pessoas para isso?”

“Duas colheres de açúcar. Uma colher de creme,” fervo, meu


peito batendo contra o seu. “E não se esqueça de uma pitada de
canela.”

Sua mandíbula aperta enquanto seus olhos me desafiam.


Porra, eu duvido que ele me desafie. Por fim, ele contém sua
resposta. “Pode deixar, chefe.”

Ele anda até a cozinha e começa a bater merdas ao redor.


Um sorriso curva meus lábios, mas se alarga quando ouço o clack
de saltos. Eu levanto meu olhar para ver minha linda e confiante
mulher caminhando para o escritório. Seu cabelo comprido,
marrom é como seda pura balançando na frente de seus seios
vantajosos. Ela dedicou muita atenção para sua maquiagem
hoje, porque está perfeita, como se ela estivesse indo para
uma sessão de fotos para uma revista, não trabalho. Meu
olhar vagueia pelo seu pequeno corpo sexy. Hoje, ela usa uma
blusa de botão branca que abraça seus seios redondos e está para
dentro de uma saia lápis cinza que parece um pouco menor do que
a que ela usava sexta-feira. Eu arrasto meus olhos ao longo de
suas longas pernas até o par de sapatos de salto alto de pele de
cobra no mesmo tom que sua saia. Quando eu finalmente encontro
seus olhos de novo, ela está sorrindo.

Meu Deus, ela é linda.

“Precisa de alguma coisa?” Pergunta ela com uma


sobrancelha escura arqueada. “Café, talvez?” O desafio em sua voz
deixa o meu pau duro.

“Você não faz o café mais,” rosno conforme vou em sua


direção. Pânico cruza brevemente suas feições, quase como se ela
temesse estar em apuros. Ela está apuros por não ter me dado sua
bonita buceta noite passada. Mas vou puni-la mais tarde com a
minha língua. À medida que o trabalho flui, ela segue fazendo
muito mais do que jamais havia percebido. Eu rapidamente
analisei os dados que ela coletou da propriedade Collins, e isso me
ajudou com algumas decisões que precisavam ser tomadas. Violet
é inteligente—inteligente demais para estar fazendo café e
atendendo o telefone. É como se uma lâmpada acendesse na
minha cabeça, e descubro o que vou fazer. Mais tarde. É a resposta
para muitos dos meus problemas.

“Gray,” ela murmura quando me aproximo. Seus olhos


castanhos fazem a sua pequena viagem de campo pelo meu corpo.
Eu vesti um dos meus ternos caros para impressioná-la. Ele se
encaixa bem e mostra meu corpo. Preciso deixá-la tão louca como
ela me deixa.

“Você parece bem, pirralha,” digo com um sorriso torto.

Ela ri e me acena para sair quando caminha até sua


mesa. “Digo o mesmo, Gray.”

Orgulho enche meu peito enquanto a sigo. A saia


abraça sua bunda perfeitamente. Meus dedos se contorcem
para agarrar a barra e desliza-la até seus quadris para que eu
possa ver qual calcinha ela está usando. Eu puxei todas de sua
gaveta e as inspecionei. Tenho as minhas favoritas — favoritas que
não roubei para minha coleção pessoal de lembranças de Violet na
esperança de que fosse vê-la usando-as um dia.

“O que é isso?” Ela pergunta, de repente, me puxando dos


meus pensamentos.

“Mmmm?”

Ela vira e olha para mim. Seu nariz se alarga de raiva. Eu


mordo o canto interior do meu lábio quando olho seus lábios
carnudos se separando. Deus, preciso daqueles lábios tanto
quanto preciso de ar. Eles tinham o gosto doce de mel quando nos
beijamos ontem à noite

“Gray,” ela sussurra. “Foco.”

Foco.

Foco.

Meus olhos estão sobre os dela.

Trancados.

Ela está na minha mira.

E estou indo direto para ela.

Vou arruinar seu coração.

Ela é a minha meta e sou a bala filha da puta.

Minha para penetrar e me perder dentro.

“Gray.” Sua voz é mais suave desta vez. Aquelas


sobrancelhas escuras não estão mais curvadas de raiva. Estão
juntas de preocupação. “Por que você comprou uma cadeira
para mim? Pensei que era para você.”

Dou-lhe um sorriso maroto. “Você praticamente


adormeceu nela. Porque acha que levei você para testá-las?
Só não vá cair no sono no trabalho. Meus métodos para te acordar
são...” arranho meu queixo com o dedo e estreito o olhar para ela
enquanto lambo meu lábio inferior. “Não convencionais.
Provavelmente ilegais.”

Constrangimento pinta suas bochechas e garganta


enquanto seus olhos rapidamente olham ao redor para garantir
que ninguém ouviu. Eu simplesmente dou de ombros. Quem vai
dizer algo sobre mim? Sou a porra do proprietário.

“Gray,” ela murmura, sua voz cheia de uma emoção que eu


quero. Algo que meus ouvidos identificam como necessidade e
luxúria. Quero me banhar na forma como ela diz meu nome. “Vou
sair em menos de duas semanas. Você não deveria ter comprado
uma cadeira para mim.”

Como se água fria me acordasse, eu sacudo com as palavras


dela. “Absurdo. A cadeira que você tinha era uma porcaria. Você
merece isso.”

Suas bochechas ficam ligeiramente rosa enquanto ela coloca


sua bolsa sobre a mesa. “Você não deveria ter feito isso.”

“Eu fiz,” desafio em um tom baixo.

Ela abre um sorriso que faz meu coração bater forte quase
fora do meu peito. Quando ela se senta e se inclina para trás, deixa
escapar um suspiro de aprovação. “Ok, então talvez você devesse
ter feito, tipo, há seis anos.”

Sorrio e sento-me na beirada da sua mesa. “Depois que você


se situar nesta manhã, nós vamos ter uma reunião.”

Suas sobrancelhas se juntam quando ela franze a testa, e


imediatamente odeio a perda de seu sorriso. “Que tipo de reunião?”

“Uma que está atrasada faz tempo,” digo a ela com um


suspiro.

“Senhor,” Truman diz quando ele se aproxima


carregando uma caneca fumegante de café. “Como pedido.”
Não perco a pequena inalação de ar de Violet. Orgulho enche
meu peito, por já estar fazendo as mudanças que vão fazê-la feliz.
E fazer este merdinha realizar as tarefas domésticas vai fazê-la feliz
pra caralho.

“Obrigado,” resmungo conforme aceito o café. Tomo um gole


e meio que está horrível, mas pelo menos ela não tem que fazer
isso. “Oh...”

Aborrecimento aparece em seus olhos, mas ele sabiamente


aperta a mandíbula para manter essas palavras trancadas. “Sim?”

“Violet precisa de café esta manhã também.”

Suas narinas alargam quando ele a encara. “Como você


gostaria do seu café?”

Ela senta e se inclina para frente abrindo um sorriso mal-


intencionado que nunca vi antes. “Eu uso adoçante no meu café,
docinho.”

Estreito meus olhos para ela. Sei que ela não toma o café
dessa forma, mas algo me diz que está dizendo algo que se destina
a irritá-lo. E, menino, funciona como um encanto. Ele solta um
bufo irritado e pisoteia se afastando.

Seu sorriso muda para aquele lindo com o qual estou


familiarizado e seus olhos castanhos brilham com triunfo. Eu amo
este olhar em seu rosto perfeito.

“Deixe-me adivinhar,” digo, meus olhos persistem em seus


lábios carnudos que estou desesperado para mordiscar. “Truman
gosta de adoçante em seu café.”

Ela ri, o som segue diretamente para o meu pau. “Ele é um


idiota. Bem feito.”

“Avise-me se ele até mesmo lhe der um olhar torto,” digo


a ela em um tom firme. “Quero saber tudo.”

Alívio transforma suas feições e mais uma vez me faz


sentir como um idiota cego do caralho. Ela está lidando
com essa merda por seis longos anos. Eu poderia ter parado. Tudo
o que tinha a fazer era notar...

“Estarei no meu escritório. Venha me ver quando estiver


pronta,” instruo antes de sair de perto dela contra a minha
vontade.

“Sua mãe quer que você fique com ela para que ela possa
cuidar de você,” meu pai diz na frente da janela do hospital. Seus
braços estão cruzados sobre o peito e ele se recusa a olhar para
mim.

“Pai,” digo com um grunhido, estremecendo com o fogo


interminável que parece queimar nas minhas costas cada vez que
me movo, apesar do fato de que estive aqui durante semanas em
recuperação. “Não posso ir lá. Você sabe que eu não posso.”

Ele se vira, um suspiro pesado em seus lábios, e me olha com


desdém cintilando em seus olhos. É um golpe direto ao meu coração.
Não importa o quão duro tentei me aproximar do meu pai — agradá-
lo — nunca é suficiente. Eu nunca sou o suficiente.

“Bem, eu com certeza não tenho tempo para cuidar de um


inválido,” ele rosna, suas feições normalmente frias transformadas
com raiva.

Uma dor se forma no meu peito, mas ignoro. “Podemos


contratar uma enfermeira. Por favor, não me faça ficar lá. Você
nunca mais foi lá e —”

“Porque tenho que trabalhar pra caramba para prover esta


família ingrata!” Ele ruge.

Eu pisco para ele em choque. Minha mais nova


enfermeira, Sasha, espreita a cabeça e pergunta se estou
bem. Uma vez que ela se foi, olho para o meu pai. “Ela não
é ingrata,” assobio. “Ela está doente. Você precisa chamar um
terapeuta.”

Ele bufa e balança a cabeça. “Sua mãe não está doente. É


apenas uma acumuladora e ela mima vocês, crianças. Não é uma
doença, é uma falha de personalidade.”

Eu tremo como se tivesse sido atingido por ele. “Ela nos ama.
A última vez que verifiquei, amar seus filhos e marido não era uma
falha de personalidade. É chamado de 'normal'. Mas o que não é
normal é você ficar na cidade o tempo todo. Gwen não entende.”

Culpa atravessa seus olhos por um breve momento. Minha


irmãzinha acabou de completar cinco anos e está doente. Mamãe
tenta dizer que é algo a ver com seu corpo, mas meu pai sempre
argumenta que é a casa suja da minha mãe que está deixando ela
doente. Independentemente disso, ninguém descobriu ainda o que
é que está deixando-a doente.

“Gwen é apenas uma menina. Ela não entende essas coisas,”


ele grita.

“Mas eu não sou. Você não explica nada. Por que você não
volta para casa, para elas?”

Seu lábio se curva um pouco. “Eu já te disse. Minha empresa


está na cidade. É demorado. Eu não tenho tempo para correr para
casa em cada turno e cuidar delas. Sou capaz de cuidar delas
financeiramente e é isso que faço. Sua mãe não precisa de um
terapeuta, ela só precisa do seu próprio espaço.”

“Pai, você está fugindo de suas responsabilidades,” estalo.

Ele me encara enquanto vem para perto de mim, com o dedo


balançando no meu rosto. “Não venha até mim agindo como se
soubesse tudo, Grayson. Fui casado com essa mulher há mais de
duas décadas. Confie em mim quando digo que funciona melhor
assim. Ela pode fazer... ela pode comprar... ela pode coletar o
que diabos quiser, e eu posso trabalhar. Nós ficamos longe
um do outro e todo mundo fica feliz. Ninguém precisa de terapia,
porra.”

Eu olho para ele, incrédulo. Como ele pode convencer a si


mesmo de que abandonar mamãe e Gwen está tudo bem? A mãe
está cada vez mais obcecada com compras on-line. Ela compra
todas as coisas para fazer Gwen feliz. Juntas, escolhem coisas
online e ficam felizes pra caramba quando a merda vem no correio.
Mas é estranho. Não é normal. E está começando a acumular.

“Nós somos uma família,” murmuro. “Deveríamos ficar


juntos.”

Ele rosna. “Você é um homem crescido agora. Dispensado do


serviço militar devido aos seus ferimentos, claro, mas você tem um
futuro brilhante à frente que não tem de envolver os militares. Você
é inteligente e vai continuar a sua educação. Eu fiz o que pude para
ajustá-lo no caminho certo. Gwen é problema da sua mãe. Elas são
muito parecidas. Eu nunca vou saber como lidar com aquela
menina. É hora de você aceitar que elas são mais felizes apenas as
duas e, eventualmente, seguir em frente com sua própria vida.”

“Uma vida que não envolve você,” esclareço, minha voz


tremendo de raiva. “Você quer que mamãe cuide de mim novamente,
só para abandoná-las, assim como você fez, uma vez que eu estiver
bem novamente? Estou apenas tendo certeza de que é isso que você
quer que eu faça, pai. Será que isso fará você se sentir orgulhoso?
Exatamente como meu pai—”

Fogo explode em todas as minhas costas à medida que meu


pai me acerta. Um grito agonizante rasga de mim e lágrimas rolam
dos meus olhos em seu próprio ritmo. Meu pai olha para mim em
estado de choque por um momento ao perceber o que ele fez. Eu me
contorço de dor excruciante enquanto ele segue para fora da sala,
latindo para uma enfermeira vir me ver em seu caminho para fora.

Foda-se você, pai.

Foda-se. Você.
“Gray,” Violet murmura quando entra no meu escritório, me
arrastando da minha memória. “Você mandou flores para mim? E
um Kindle?”

Eu me ajeito, afastados os pensamentos escuros e sorrio


para ela. “Você gostou?”

Seus lábios cheios se juntam conforme ela fecha a porta e


se inclina contra ela. “Isso é demais. Você está exagerando.” Ela
levanta o queixo de uma maneira, como se estivesse praticando
esse pequeno discurso corajoso toda a manhã.

Levanto da cadeira e bebo sua aparência. Eu poderia olhar


para suas pernas longas e brilhantes por horas. Correr a minha
língua ao longo da pele sedosa—

“Foco,” ela estala, suas mãos indo até os quadris


ligeiramente curvados. “Você não pode fazer—” ela acena suas
mãos ao redor para dar ênfase “—o que quer que seja que você
está fazendo aqui. As pessoas vão notar.”

Quem se importa se as pessoas perceberem que finalmente


estou apreciando-a por tudo o que ela é?

“Ouça,” digo enquanto sigo até ela. Adoro a maneira como


os seios dela balançam sob o tecido conforme ela respira forte. “Eu
te devo. Eu te devo muito.”

Seu corpo relaxa quando alcanço e cubro seu queixo com a


mão. Eu amo o quão pequena ela parece em meu poderoso toque.
Em breve serei capaz de adorar cada parte perfeita dela, de sol a
sol. Chego mais perto dela até que seus seios cheios encostam
contra meu peito. Meu polegar desliza ao longo do seu queixo
enquanto olho em seus grandes olhos castanhos que já não
detêm fúria neles. Há cintilações de calor, mas é o tipo de
calor pelo qual quero ser queimado.
“Eu vou te beijar,” murmuro, meus olhos caindo para os
lábios agora abertos. “Vou beijar cada parte de você um dia.”

Um pequeno gemido chacoalha de seu peito. “Gray…”

Esfrego o nariz contra o dela e inalo o cheiro de café


persistente em sua respiração. Eu quero saber se ela tem um gosto
tão bom quanto cheira. “Isso é assédio? Isso é indesejado?”

“N-Não,” ela admite. “Eu gosto disso. Demais.”

Meus lábios escovam contra os dela, e ela agarra as lapelas


do meu paletó, como se para segurar a si mesma. Eu seguro você,
pirralha. Deslizo minha mão livre para seu quadril e pressiono meu
corpo duro contra o seu macio. Quando ela deixa escapar um
pequeno gemido, eu a levo com um beijo. Um beijo consumidor de
alma.

Minha língua mergulha em sua boca. Espero hesitação ou


resistência. Em vez disso, sua língua ansiosamente encontra a
minha. Ela me beija avidamente. Meu pau está duro como pedra
na minha calça e não posso evitar me pressionar contra ela, para
que sinta o que faz comigo. Isso faz outro gemido satisfeito sair
dela. Eu tomo isso como um convite para moer minha ereção em
sua barriga enquanto a beijo profundamente, o suficiente para
roubar seu fôlego.

“Nós não deveríamos,” ela choraminga, virando a cabeça


para quebrar o nosso beijo.

Sorrio quando vou para o pescoço dela em vez disso. Eu


belisco a pele e, em seguida, passo minha língua até sua orelha,
apreciando a forma como seu corpo treme em meu aperto. “Você
sabe que deveríamos.”

“Não posso fazer sexo com você aqui,” ela pronuncia, sua
voz apenas um sussurro.

Sorrio e belisco sua orelha dessa vez “Quando eu foder


com você pela primeira vez, com certeza não será uma
rapidinha no escritório. Vou deitá-la em sua cama e dar-
lhe tantos orgasmos que vai esquecer o seu nome. E então, vou
deslizar meu pau dentro da sua buceta molhada.”

Ela solta outro som estrangulado. “Você está tão confiante


de que vou dormir com você.”

Sorrio e me afasto para que possa olhar para ela. Deus, ela
é tão linda. “Estou confiante de que sua calcinha está
encharcada.”

Com isso, ela arqueia a sobrancelha esculpida para mim.


“Confiante, huh?”

“Você está praticamente tremendo com a necessidade de


foder comigo,” afirmo com um sorriso de comedor de merda.

Ela revira os olhos. “E se minha calcinha não estiver


'encharcada', então o quê?”

“Sua calcinha está encharcada. Mas se ela não estiver,


hipoteticamente, eu diria que lhe devo alguma coisa.”

“Almoço, talvez?” Ela desafia.

Sorrio porquê de qualquer forma estou ganhando. “Claro.”

Com fogo em seus olhos, ela agarra meu pulso e orienta-o


para suas coxas. Nossos olhares ficam trancados enquanto sigo
para a sua calcinha ensopada. Ajoelho-me em um joelho e olho
para ela para me certificar de que ela ainda está bem. O lábio
inchado-de-nosso-beijo é capturado entre seus dentes enquanto
ela me olha com fome dançando em seus olhos.

Eu me inclino para a frente e inalo. Desta posição, posso


cheirar sua excitação. Meu pau vai rasgar minha calça a qualquer
momento.

“Levante sua saia,” ordeno, minha voz rouca.

Ela agarra a bainha da sua saia com as mãos e


lentamente a levanta, descobrindo mais da sua pele cremosa
para mim. Bem antes dela chegar à sua buceta, ela para. “Isso está
indo rápido demais,” ela suspira.

Atiro-lhe um olhar ardente. “Não rápido o suficiente.”

Com o meu comentário, ela sorri e sua confiança retorna


com força total. Ela desliza a saia até passar pelos quadris.
Quando arrasto o meu olhar do seu para entre as suas pernas,
olho em estado de choque.

“Você brincou comigo,” rosno, meus olhos fixos em sua


buceta nua e sedosa.

“Você estava tão seguro de si”, ela diz com uma risada. Mas
sua diversão morre quando aperto sua coxa e coloco-a sobre o meu
ombro. “O-O que você está fazendo?”

Deslizo um dedo ao longo da sua buceta molhada e provoco


o clitóris suavemente. “Estou prestes a te dar o troco.”

Um gemido escapa dela no momento em que empurro um


dedo em seu corpo apertado. Agora que a saia está amassada nos
quadris, ela abandona o material para agarrar o meu cabelo.
Lentamente, eu fodo com ela com o meu dedo mais longo. Seu
corpo reage muito bem. Tão sensível. Ela parece tremer e
estremecer com o menor dos meus movimentos. Eu me pergunto
como ela vai reagir quando eu estiver enterrado profundamente
dentro do seu sexo e beliscando sua suave pele com os meus
dentes.

Estou desesperado para prová-la, então me inclino para


frente e uso a mão livre para espalhar os lábios da sua buceta.
Minha língua está em uma missão para aniquila-la com prazer. No
momento em que passa através do seu clitóris, ela quase entra em
colapso. Seu aperto aumenta no meu cabelo. “Oh, Deus,” ela
engasga. “Gray…”

Eu chupo seu clitóris e começo um ataque nela que a


faz escorrer com mais excitação. No momento que coloco o
dedo dentro dela e atinjo seu ponto G, ela geme alto o
suficiente para as pessoas ouvirem. Eu não dou a mínima, no
entanto. Este momento vale a pena quaisquer consequências que
vierem. Eu chupo seu clitóris e deleito-me com a forma como ela
explode de prazer. Não paro a minha degustação e continuo até
que ela começa a balançar. Então, puxo o dedo de dentro dela e
levanto rapidamente para capturá-la em meus braços. Seus
braços delgados abraçam o meu corpo, e não perco a forma como
ela me inspira.

“Você gostou disso?” Questiono com um sorriso e beijo seu


cabelo suave.

Ela balança a cabeça. “Isso foi tão ruim. Não deveria ter feito
isso aqui.”

“Faço o que quero por aqui,” digo a ela com uma risada. “Há
muito mais que quero fazer. Você apenas tem que me deixar.”

“Eu não estava exatamente lutando com você naquele


momento,” diz ela com um bufo irritado. “O que deu em mim?”

Deslizo a saia para baixo de seus quadris e de volta ao lugar


e, em seguida, pressiono um beijo em sua boca. “Eu não. Ainda.”

Ela ri da minha piada grosseira e me dá um pequeno


empurrão. “Estou aqui para trabalhar. Não…”

“Ter a sua buceta comida pelo seu chefe?” Eu brinco.

Seus olhos castanhos ampliam e suas bochechas e garganta


ficam vermelhas. “Sim, isso.”

Levanto as mãos em sinal de rendição, mas dou-lhe um


sorriso cúmplice. “Você está pronta para começar a trabalhar
agora ou preciso fazer você gozar mais uma vez?”
Capítulo 15

Estou nervosa, quente e excitada. Mal posso me concentrar


no ficheiro a minha frente, enquanto Grey divaga feliz sobre os
valores de terrenos. Duas horas atrás, ele me agarrou. Em seu
escritório. No trabalho. E eu deixei.

Estou envergonhada, mas, principalmente, não consigo


parar de repetir a cena na minha cabeça.

Ele é tão bom no que faz. Sua língua e — Oh meu Deus


aqueles dentes — sabiam exatamente o que estavam fazendo.
Lembro de apreciar o sexo oral com Vaughn, mas sempre que ele
o fazia, já tinha sido bem fodida.

Isto foi diferente.

Isto foi real.

Eu apreciei cada segundo, não importa o quão errado o local


foi.

“Posso ver que alguém está um pouco distraída”, ele diz com
um sorriso do outro lado da mesa.

Tendo sido apanhada, sinto o calor nas minhas bochechas.


“Desculpe-me. Eu estava pensando sobre o almoço.”

Ele me dá uma piscadela antes de se inclinar para a


frente. “Eu poderia comer novamente.”
“Honestamente, Grayson”, bufo, mas não posso tirar o
sorriso do meu rosto. “Você é tão bruto!”

Sua risada é quente e reverbera o seu caminho para até a


minha buceta. “Já fui chamado de coisa pior. Falando sério,
porém, o que está errado?”

Sinto falta da maneira que seus lábios beijaram os meus. Eu


estava pensando em como o interior das minhas coxas está sensível
onde a sua barba me arranhou. Minha buceta está latejando desde
que você me deu aquele orgasmo.

“Nada.”

Ele pega a minha mão me alcançando do outro lado da


secretaria. “Quero fazer isso novamente em breve. Seu gosto é
viciante, pirralha.”

Alguns dias atrás, fiquei irritada com esse apelido, mas


estou começando a gostar. Especialmente junto com as palavras
ditas antes. “Acho que quero isso também.” Meus olhos descem
para nossas mãos que estão agora entrelaçadas.

“Eu quero muito mais do que isso, no entanto,” ele me diz,


sua voz profunda com insinuação.

Arrisco um olhar para ele. Seus gélidos olhos azuis estão


focados em mim. Adoro a maneira como ele parece se concentrar
em mim. Como se eu fosse seu foco principal. Depois de tudo o
que aconteceu com Vaughn, você pensaria que eu rejeitaria este
tipo de atenção. Mas... aparentemente, tenho problemas porque
gosto disso.

“Quanto mais”, respiro, incapaz de me conter de seduzi-lo


para mais palavras safadas.

Seus olhos vão para os meus lábios. “Para começar, não


posso esperar para sentir esses lábios carnudos em volta do
meu pau. Eu nem tenho certeza se sua pequena boca
consegue levar o meu pau.” Ele me dá um sorriso maroto
que faz as minhas coxas se apertarem. “E mal posso
esperar para te deixar toda nua para que possa provar cada
centímetro de sua pele. Quero deslizar minha língua ao longo de
cada curva que você possui. Quero cada buraco seu.”

Meus olhos se arregalam. Fiz anal muitas vezes com


Vaughn, mas nunca tive a sua língua na minha bunda. O
pensamento me desagrada e me encanta ao mesmo tempo.

“Eu também não posso esperar para abrir suas coxas


sensuais para que possa olhar para a sua buceta carente. Aposto
que sempre vai estar escorrendo para mim”, ele brinca e coça o
maxilar com os dedos livres. “Sei que você irá querer que eu use
um preservativo, porque você não me conhece, mas estou
fantasiando agora sobre como me sentiria sem ele. Aposto que meu
pau iria deslizar em sua buceta apertada e você gozaria apenas
pela maneira que eu a esticaria ao limite. Quase posso ver sua
excitação escorrendo pelo meu pau.”

“P-Para”, respiro e me contorço na cadeira. “Não posso


pensar nisso agora.”

“Meu pau dentro de você?”

Deixo escapar uma respiração afiada. “Sim. Meu Deus. Pare


de falar isso.” Minha voz soa queixosa, mas é porque estou
realmente carente de todas essas coisas também. “Por favor.”

Seus olhos azuis escurecem com a luxúria, mas ele


concorda. “Nós vamos continuar essa conversa esta noite.”

A promessa de prazer envia excitação através de mim. “Mais


tarde,” concordo com um sorriso. “Agora vamos falar de números.”

Após quatro horas mostrando a Gray minhas muitas


ideias sobre como melhorar não só a maneira como ele faz
as coisas, mas a empresa no geral, ele anuncia que vai me levar
para almoçar. Ele se levanta e, em seguida, oferece a mão para me
ajudar a sair da cadeira depois que contorna sua mesa. Eu a pego,
mas imediatamente odeio como sou afetada pelo seu toque. Todos
os pensamentos se dissipam a medida que ele se torna meu único
pensamento. Minha mente descarrila com todas as coisas que ele
disse anteriormente — todas as coisas que quer fazer comigo.
Deus, como eu as quero também.

Ele me guia até a porta, e quando tento puxar minha mão


da sua, ele se vira e franze a testa para mim. “O que está errado?”

“Não podemos sair deste escritório de mãos dadas”, digo-lhe,


com a voz trêmula.

Ele faz uma carranca. “E porque não?”

“Porque você é meu chefe!”

Sou puxada contra ele, e ele ataca os meus lábios com os


seus. Dentro de momentos, estou perdida em seu beijo profundo.
Ele eventualmente se afasta e me olha com uma expressão
sombria que envia um frio pela minha espinha. “Fodam-se todos
eles. Você é minha.” Seus lábios estão de volta nos meus.
Possuindo-me. A possessividade escoando dele deveria me
assustar. Eu deveria estar correndo para as montanhas. Como é
que eu me sinto atraída por essas pessoas extremamente
intensas?

Ele não é como Vaughn.

Pelo menos espero que não.

“Ouça-me”, ele murmura contra os meus lábios enquanto


acaricia meu cabelo de uma forma tão reverente que acho que
posso derreter. “Vou cuidar de você agora. Apenas me deixar
entrar, baby.”

Deus, como soa convidativo.

“Isso tudo é demais”, sussurro.


Ele afoga as minhas palavras com um beijo que me deixa
tonta e fraca. Uma vez que pareço massa nas mãos de novo, ele
encosta seu nariz contra o meu. “Você merece tudo. Nunca será o
suficiente.”

Anos e anos de solidão ameaçam rasgar o meu coração. Pela


primeira vez desde que fugi de Vaughn, sinto o desejo de estar com
alguém. Não tenho que ser tão difícil e fechada em torno de Gray.
Ao lado dele, sinto-me relaxada. Até mesmo segura. E
considerando que Vaughn poderia estar me perseguindo neste
exato momento, estou contente de ter a presença de Gray me
camuflando.

“Estou com medo,” admito com uma careta. “E Vaughn


poderia estar-”

Um rosnado me silencia. “Ele não é uma ameaça para você.


Não enquanto eu tenho uma palavra a dizer sobre o assunto. Você
tem que confiar que vou cuidar de você.”

Eu olho para seus olhos azuis sérios. Sua mandíbula aperta


como se ele realmente acreditasse que tem o poder de me proteger
do meu ex psicopata. Eu quase sorrio porque Vaughn não vai
parar perante nada. Peço a Deus que tenha sido um intruso no
meu prédio imundo que invadiu meu apartamento, e não ele. Se
realmente foi o meu ex, estou mais do que fodida. Mesmo o grande
e poderoso Gray não seria capaz de me salvar.

“Que tal começar com você me pagando o almoço primeiro?”


Provoco numa tentativa de aliviar o clima. Intenso é bom no
quarto. Mas, às vezes, intenso é demais para a vida cotidiana. Eu
me preocupo que Gray possa ter as mesmas tendências que
Vaughn. Obsessivo. No entanto, Gray não partilha o olhar vazio,
sem alma, que Vaughn sempre teve. Os olhos de Gray dançam com
segredos, curiosidade sobre mim e desejo. Sinto que isso é
normal numa relação de amizade entre duas pessoas. E
provavelmente espelham os meus.
“Almoço primeiro”, ele concorda com um sorriso brilhante
que me faz apertar as coxas. “Mas vou segurar sua mão, porra.”

Ainda estou rindo de sua ferocidade quando ele me arrasta


para fora da porta do escritório. Ele está em uma missão, mas
meus olhos travam com os de Truman, que está de pé perto da
minha mesa. Ele estreita os olhos e balança a cabeça em desgosto.

Gray não o vê e me puxa para fora do prédio rapidamente.


Uma vez que estamos fora, ele coloca um braço em volta dos meus
ombros e me puxa para seu lado enquanto caminhamos na
calçada. É bom estar assim com alguém. É difícil para mim
acreditar que há poucos dias, Gray nem sequer me via. Agora,
sinto que sou a única coisa que ele vê. Eu não sou idiota. Não o
chamam de Mad Max sem nenhum motivo. Mas suas
excentricidades são cativantes agora que estou em seu radar.

“Para onde estamos indo?” Questiono à medida que


passeamos pela rua.

“Em algum lugar bom.” Seu tom é seguro e presunçoso. Não


posso deixar de rir.

Quando andamos até Ziggy, a pizzaria mais popular da


cidade, eu paro no caminho. Os aromas celestiais de alho e outras
delícias invadem meus sentidos. “Ahh,” gemo e olho para ele. “Você
é tão mau por me provocar com este lugar. Você sabe que não
podemos entrar. Há sempre uma espera de três horas.” Aponto
para a longa fila de pessoas em volta do prédio para mostrar do
que estou falando.

Ele ri quando pega a minha mão. “Ainda bem que conheço


pessoas.”

“Não”, suspiro, excitação passando através de mim. “Diga-


me que você pode nos fazer entrar.”

Ele me rouba um beijo casto e toca minha testa. “Posso


nos fazer entrar.”
Eu grito por todo o caminho ao longo da fila, ignorando os
olhares irritados, e quase morro quando entramos. O local é
pequeno, com apenas algumas mesas encostadas nas paredes.
Todos os assentos estão ocupados com exceção de uma mesa no
canto. Quando ele se dirige para ela, entro um pouco em pânico.
“Você tem certeza?”

“Certeza”, ele me diz, atirando-me outro sorriso maroto.

Nós deslizamos para dentro da mesa juntos, no lado que


está virado para a parede, em vez do lado que está virado para a
multidão de pessoas, comigo no interior e ele do lado de fora.

“Alguém estava provavelmente esperando por esta mesa”,


digo, meus nervos ainda me comendo viva.

“O proprietário estava esperando”, ele diz com um encolher


de ombros enquanto agarra um menu da mesa.

“Devemos ir então-”

“Eu sou o dono.”

Sacudo minha cabeça e olho de boca aberta para ele. O


sorriso de comedor de merda que ele usa tão bem é, por vezes,
irritante. Ok, não é nada irritante. O que é irritante é como eu
derreto cada vez que ele faz isso. “Você é proprietário deste lugar?”

“E esta é a minha mesa. Bull e eu vimos aqui o tempo todo.


Eles sabem que devem mantê-la livre para mim”, ele me diz, com
um olhar travesso.

“Uau”, digo e pego o menu. “Você é cheio de surpresas, não


é?”

Sua palma repousa sobre minha coxa logo abaixo da barra


da minha saia para que as pontas dos dedos rocem na minha
pele sensível, enviando tremores de desejo através de mim.
“Você não tem ideia, pirralha.”

O resto do almoço corre surpreendentemente bem.


Ele não estava mentindo quando disse que é dono do lugar.
A equipe de garçons o conhecia e parecia ansiosa para agradá-lo.
Trouxeram os pratos favoritos de Gray para nós, bem como alguns
que eu queria provar. No final, fiquei cheia.

“Estou tão cheia”, gemo esfregando a minha barriga.

Sua palma cobre minha mão e ele se inclina para frente, sua
respiração quente na minha orelha. “Eu ainda poderia comer.”

Desejo me percorre e aperto minhas coxas. “Você é louco”,


suspiro, mas não o detenho quando ele desliza a mão debaixo da
minha saia, entre as minhas pernas. Sua boca me beija
lentamente ao longo da minha orelha e ao longo do lado do meu
pescoço. Todos os seus toques estão me fazendo perder a cabeça.
“Eu gostaria que não tivéssemos que ir para o trabalho,” admito
enquanto inclino minha cabeça para a esquerda para lhe dar mais
acesso a minha garganta.

“Podemos ir para casa”, ele sugere, os dentes arranhando ao


longo da minha pele sensível.

Deus, como eu quero também.

“Passos de bebê”, lembro no momento em que a ponta do


seu dedo roça ao longo minha buceta. Eu olho ao redor para ver
se alguém pode nos ver. Da nossa posição, estamos escondidos de
olhares indiscretos. Que é exatamente o motivo por que abro
minhas pernas. Um choramingo escapa no momento que o dedo
dele está de volta dentro de mim. “Muito rápido”, digo a ele. “Tudo
isso está muito rápido.”

Ele suga meu pescoço e, em seguida, pressiona um beijo


suave na minha pele. “Eu não posso abrandar com você. Tudo em
mim grita para devorá-la. Não vou parar até que eu tenha tudo de
você, Violet.”

Seu dedo me fode lentamente, o que me leva a beira da


loucura. Todo o meu corpo treme com a necessidade de um
orgasmo, aqui mesmo num restaurante cheio de pessoas.
Ele está me corrompendo.
“Gray...” mordo o lábio para conter um gemido.

“Dê-me o que quero”, ele rosna e depois faz um estalido com


sua língua na minha orelha. Juntamente com seu hálito quente
em um dos meus lugares mais sensíveis e a maneira como seu
dedo é dono de mim, gozo como ele quer. Gozo forte e não tão
silenciosamente. Felizmente, o restaurante é bastante ruidoso e
meus sons são abafados por garfos batendo em pratos e pessoas
falando. Quando desço do meu alto, ele desliza o dedo para fora de
mim e arrasta minha umidade ao longo do interior da minha coxa.

“Vou limpar isso mais tarde”, ele me assegura antes de


pressionar um beijo na minha bochecha.

Estou em transe enquanto ele paga a conta. Ninguém está


consciente de que este homem — meu chefe por menos de duas
semanas — me fodeu com o dedo nesta mesa. Estou quase tonta
pelo meu orgasmo e pelo fato de que acabamos de fazer algo muito
safado. Gray parece tranquilo e sereno enquanto eu sinto como se
todos no restaurante soubessem o que estávamos fazendo. Ele
pega a minha mão, seu dedo ainda molhado da minha excitação,
e me puxa da mesa. Seus olhos azuis estão escuros com luxúria e
fome. Eu gostaria de poder retribuir o favor.

Esta noite.

Eu tremo com suas promessas. Ele quer continuar isto mais


tarde. Na minha cama. Estou quase delirando com o pensamento
de ter relações sexuais depois de tanto tempo. Depois de tudo o
que aconteceu naquela época, você pensaria que eu estaria
rejeitando sexo. E talvez estive, por vários anos. Mas depois de
alguma terapia intensa, fui capaz de superar as coisas que Vaughn
me fez fazer. Estou normal novamente.

“O que está errado?” Pergunta Gray uma vez que estamos


de volta a rua. O céu escurece à medida que uma tempestade
começa. O vento uiva entre os edifícios e eu tremo. Suas
sobrancelhas se juntam ao mesmo tempo que ele encolhe os
ombros para fora do paletó e me embrulha nele. Cheira
como ele, e eu inalo o cheiro masculino.
“Estava pensando sobre...” paro.

Ele para e me encosta contra um edifício para bloquear o


vento. Sua palma embala o lado do meu pescoço enquanto ele me
encara com preocupação. O olhar em seus olhos faz com que o
meu coração falhe. Eu poderia facilmente me apaixonar por
Grayson Maxwell. “Nós somos amigos”, ele me diz, com os olhos
procurando os meus. “E nós vamos evoluir para mais. Já
evoluímos. Eu quero que você me diga tudo.”

Engulo e mordo meu lábio por um momento para ganhar a


coragem. “É horrível.”

“Há coisas sobre mim que são horríveis. Fale.”

Minha curiosidade é aguçada mas decido que vou investigar


mais sobre os segredos horríveis depois. “Vaughn... ele... ele me
prostituiu.”

O rosto de Gray se torna assassino. “Ele fez o quê, porra?”

Meu lábio inferior treme quando luto desesperadamente


contra as lágrimas. Eu tinha passado tanto tempo sem sequer
pensar nisso regularmente. Mas apenas falar isso em voz alta, para
alguém que não seja o meu terapeuta, faz tudo voltar de forma
esmagadora.

“E-Ele m-me fez ter relações sexuais com homens por d-


dinheiro”, falo. Eu não estou tremendo de frio, apenas estou
abatida pela emoção.

Ele me puxa para ele em um abraço brutal que suga o ar


para fora de mim. Quando começa a sussurrar promessas no meu
cabelo enquanto acaricia minhas costas, entro em colapso sob seu
aperto. Gray é forte e feroz e me segura contra ele para que eu não
caia na minha bunda.

“Vou matá-lo. Eu vou matá-lo.” Ele canta isso uma e


outra vez, como se essas palavras tivessem o poder de me
curar. E magicamente, elas curam. Sinto-me agarrada á
maneira furiosa como ele as diz — tão seguro e confiante
— que acredito nele. Acredito que, se tiver a oportunidade, ele vai
fazer isso. Deus, como quero que ele o faça. Mas Vaughn é um
fantasma, quando ele quer ser. Ninguém poderá o afastar. Nem
mesmo o homem maravilhosamente intenso que está me
segurando junto dele.

“Você está bem? Eles te machucaram?” Ele pergunta de


repente, se afastando um pouco para que possa me ver.

Eu inclino minha cabeça para cima e admiro seu queixo e


olhos ardentes. Suas narinas se abrem e, se ele ranger os dentes
mais um pouco, poderia quebrá-los. “Era na maior parte só sexo.
E caso alguém me machucasse, ele os machucava.” Tremo. “Eu
só... não queria fazer aquilo.” Mais lágrimas vêm aos meus olhos.
Sinto-me suja, usada e repugnante — exatamente como me senti
quando confessei tudo ao meu terapeuta. Mas em vez de ver pena
ou tristeza, como vi nos seus olhos, vejo ódio e vingança nele.

“Vou encontrá-lo e vou acabar com ele, Violet. Juro pela


minha vida” ele promete com um rosnado baixo. “Oh, querida.”
Sua testa descansa contra a minha e ambos fechamos os olhos.
Apesar de ter descarregado um dos meus segredos mais
embaraçosos, sinto-me melhor. Mais leve e mais livre.

“Obrigada”, murmuro, minha voz vacilando.

“Pelo quê?”

Deixo escapar um suspiro. “Por tudo. Você está lentamente


levando partes de mim que eu não sabia que estavam me pesando.
Obrigada por isso.”

Suas palmas encontram minhas bochechas e inclina minha


cabeça para cima novamente para olhar para ele. “Você merece
estar livre de tudo isso. Farei o que puder para que isso aconteça.”

Ele pressiona um beijo suave na minha boca.

Está tudo indo muito rápido, mas de alguma forma


não me importo. Estou sendo sugada em seu redemoinho,
mas sinto que vou ficar bem, porque ele vai me manter no
olho de sua tempestade. Ninguém vai me machucar se depender
de Gray.

E se a tempestade se tornar muito intensa?

Eu já sobrevivi a muito pior.

Assim que voltamos do almoço, Gray ficou preso numa


chamada de celular então eu me ocupei com algumas análises de
custo. Apesar dele me dizer que não tenho que fazer café para ele,
não posso deixar de reparar nas horas. Hora programada do café.
E, normalmente, eu me ressentiria a cada segundo por ter de ir
para a sala de descanso fazer isso para ele.

Hoje é diferente.

Eu quero lhe fazer uma xícara de café.

Ele tem sido nada, além bom para mim desde que apresentei
meu aviso sexta-feira. Adorável e atencioso. Um bom amigo. E...
mais. Um sorriso paira sobre meus lábios quando entro na sala de
descanso e puxo uma caneca do armário.

Quando calor me cobre por trás e duas mãos descansam na


bancada de cada lado de mim, solto um grito surpreso.

“Vejo que você voltou a fazer o seu trabalho”, fervilha


Truman.

Eu congelo e olho para ele por cima do meu ombro. “Saia de


perto de mim.”

Seus olhos são maníacos e furiosos. Terror coloca suas


garras dentro de mim, mas eu esmago-as para fora. Ele não
é Vaughn. Ninguém nunca vai ser tão assustador como
Vaughn.
“Deus me ajude, se você não se afastar de mim, vou gritar
pra caralho,” ameaço.

Ele me encosta contra o balcão e sua ereção medíocre


pressiona na minha bunda. Estou atordoada por um momento
sobre o que fazer. “Se gritar, vou negar tudo. Você acha que vão
acreditar na vagabunda do escritório que está claramente fodendo
o patrão para não ter de fazer o seu maldito trabalho?”

Dou com o cotovelo em seu estômago e ele tropeça. Quando


se aproxima de mim novamente, giro e quebro a caneca de café no
lado do seu rosto. Nós dois olhamos um para o outro por um longo
momento surpresos. Então seus dedos tocam sua sobrancelha. No
momento em que ele os puxa, percebo que estão manchados com
sangue.

“Você me bateu, porra”, ele sussurra em descrença.

Eu agarro a alça da caneca e me preparo para usá-la


novamente. “Você me tocou, porra”, mordo de volta.

Ainda estou pressionada com a minha bunda contra o


balcão e meu braço preparado para lançar, se necessário, quando
sinto uma presença reconfortante. Meus sentidos estão certos
porque um segundo depois, Truman é empurrado para longe de
mim.

“Que diabos está acontecendo aqui?” Gray troveja, seu corpo


entre Truman e eu. De costas para mim, sinto como se ele escolheu
essa posição como forma de me proteger. Meu coração racha e
quebra, porque não posso suportar sua bondade. É muito. Muito
viciante. Vou ansiá-lo como um alcoólatra anseia sua bebida para
sobreviver. Quero ficar bêbada dele. Deixá-lo me abraçar e travar
todas as minhas batalhas que estou cansada demais para lutar.

“Ela me bateu”, Truman acusa num tom cheio de veneno


quando pega uma toalha de papel do lado da pia. “Com uma
caneca de café.”

“Sala de reuniões,” ressoa Gray. “Vocês dois.”


Eu endureço e quero sufocar Truman quando ele me lança
um sorriso satisfeito antes de sair fora da sala. Uma vez que ele se
foi, Gray volta sua atenção assassina em mim. Eu quase me
acovardo sob o seu olhar duro, mas logo ele amolece e acaricia
meu rosto.

“Você está bem?” Ele questiona, seus olhos azuis me


avaliando.

Concordo com a cabeça e seguro a caneca. “Eu tive uma


pequena ajuda da minha amiga.”

“Sinto muito.” Seu pedido de desculpas é uma faca no meu


coração. Isso me irrita.

“Ele ficou agressivo e fez ameaças. Eu cuidei dele”, digo-lhe,


confiança sangrando da minha voz. “Isso não é culpa sua.”

Seus dedos correm através de seu cabelo bagunçado e ele


rosna. “É, mas vou compensar você por isso. Eu juro.” Então, seu
olhar recai sobre meus lábios por um momento. “Vamos para a
sala de reuniões.”

“Estou em apuros?”

“Porra, não”, ele rosna. “Temos uma reunião. Uma reunião


da qual você vai querer fazer parte.”

“O quê?” Fico olhando para ele confusa, mas ele agarra a


caneca e coloca-a para baixo, estreitando o seu olhar.

“Não vai precisar disso porque você tem a mim.” Seus lábios
se curvam de um lado de uma forma sexy, brincalhona. “Agora
vamos.”

Deixo ele tomar minha mão, não me preocupando mais que


as pessoas vejam. Eu não vou estar aqui dentro de duas semanas
de qualquer maneira. Além disso, ele é o proprietário. O que
vão fazer sobre isso? Sorrio para Clint do RH quando passo
por ele no corredor.
Eu começo a ficar nervosa, porém, quando entramos na sala
de reuniões. Oito homens estão sentados ao redor da mesa. Os oito
homens que eu mais odeio nesta empresa. Mas, então, os meus
olhos travam com os de Jeff — ou Bull como Gray o chama — e ele
me dá um sorriso tranquilizador que faz todo o ar em meu peito
sair para fora com alívio. Ele é um dos poucos que não odeio. Gray
puxa uma cadeira na cabeceira da mesa — sua cadeira — e faz um
movimento para eu sentar. Todos os olhos estão em mim quando
me sento. Meus olhos voam até ele e lhe dou um olhar
interrogativo.

Em vez de me responder, sua voz troveja quando ele aborda


o grupo.

“Todos vocês foram chamados aqui hoje porque temos algo


muito importante para discutir. Mas, primeiro, quero perguntar a
todos o que Violet Simmons faz na Maxwell.” Sua voz é baixa e
mortal.

Jeff pisca para mim antes de virar a encarar Ralph Darden


à sua esquerda. “O que você acha, Ralph?”

Ralph bufa e encolhe os ombros. “Ela é uma secretária. A


secretária de Grayson.”

Gray cruza os braços sobre o peito e caminha para Ralph.


“Errado.”

Nisto, esfrego o nariz confusa, mas não me atrevo a


interromper. Seja o que for que está para acontecer, sei que Gray
vai me proteger. Ele não iria me tratar da maneira como ele me
tratou durante todo o fim de semana para hoje, de repente, me
jogar debaixo do ônibus.

“Ela faz favores especiais para o CEO,” Truman graceja, com


desgosto em seu tom.

Gray bate o punho tão forte em cima da mesa ao lado


de Ralph, que é surpreendente que ele não tenha quebrado
os seus ossos ou a mesa. Todos olham para ele em choque.
Em seguida, ele coloca as palmas das mãos sobre o mogno e se
inclina para frente para olhar para Truman do outro lado da mesa.
“Isso”, ele corta no tom mais frio que já ouvi “é assédio sexual.”

Os olhos de Truman arregalam com surpresa e Ralph


começa a protestar.

“Não!” Troveja Gray. “Vocês todos vão ouvir muito bem. Jeff
e eu tomamos conhecimento de que muitos de vocês andam
assediando sexualmente nossas funcionárias. Especificamente,
Violet Simmons. E caso vocês não saibam, assédio sexual não será
tolerado na minha empresa.”

Clint espreita a cabeça na porta e limpa a garganta. Ele


parece assustado como o inferno. “É isso mesmo”, diz ele com uma
voz vacilante. “De acordo com nossa política de RH, muitos de você
violaram as regras.”

“Isso é ridículo” sibila Ralph. “Espere até a administração


ouvir-”

Jeff desliza um pedaço de papel para Ralph. “Na verdade, o


conselho já sabe. Foi aprovada a moção para remover você via
conferência telefônica hoje cedo. A partir de agora, você não é mais
um membro do conselho ativo.”

“Você deve estar brincando comigo,” Brent Adams, o Vice


Presidente profere.

Gray se eleva a toda sua altura e imobiliza o Vice Presidente


com um olhar irritado que o faz se curvar na cadeira. “Eu não
brinco sobre assédio sexual.”

Brent tem o bom senso de fechar a boca. Seu rosto se torna


vermelho. Eu tenho que conter um sorriso. Esse idiota tem sido
um dos maiores idiotas aqui.

“Ralph, você pode sair,” Gray diz com desdém. “Quanto


ao resto de vocês estão demitidos.”
Um rugido de vozes discutindo ao mesmo tempo começa,
mas Gray novamente os silencia com o punho batendo na mesa
da sala de reuniões.

“Isto não é negociável. Clint e Mr. Barker vai lidar com isso
a partir daqui. Eu quero vocês fora daqui dentro de uma hora,”
Gray sibila, seu olhar ardente indo de encontro a cada um deles.

Truman, o arrogante, simplesmente não pode apenas sair,


porque ele se levanta abruptamente e aponta um dedo acusador
para mim. “Assédio sexual não é permitido, mas está tudo bem
que está puta o chupe em seu escritório. Padrões duplos, homem.”

Gray contorna o lado da mesa, com um grunhido ruidoso,


mas Jeff se levanta e bloqueia ele.

“Chega, Truman,” Jeff ruge. “Falar merda depois de ser


demitido não vai mudar o fato de que você não trabalha mais para
esta empresa.”

Gray empurra atrás de Jeff e puxa minha cadeira antes de


me oferecer sua mão. Quando fico de pé, ele se dirige a Clint desta
vez.

“Violet é agora a nossa Vice Presidente. Isso é o que ela faz


para esta empresa. Vou enviar-lhe um e-mail com os detalhes, mas
entenda isto” ele diz ao cara do RH que está com os olhos
arregalados. “Ela é sua chefe. Você se reporta a ela. E se houver
esta besteira de assédio sexual de novo, será o seu trabalho da
próxima vez.”

Ele olha para Gray, mas concorda como um palerma. “Sim


senhor.”

Ainda estou em choque, mesmo depois de voltarmos para


seu escritório e ele fechar a porta. “O que acabou de acontecer?”

Ele anda de um lado para o outro diante de sua mesa


como um leão enjaulado. “Fiz o que deveria ter feito há muito
tempo.”
Engulo e fico no seu caminho. Seu peito sólido choca contra
o meu. Um olhar quente está fixado no rosto bonito. Quando o
alcanço e corro as pontas dos meus dedos ao longo do seu queixo,
seu olhar suaviza. “Eu não sei o que dizer”, murmuro, meus lábios
curvando em uma carranca.

“Não há nada a dizer”, ele diz rispidamente. Sua palma


encontra meu ombro e ele me agarra delicadamente. “Eles não
deveriam ter durado tanto tempo como duraram.”

“Mas eu? Não sei, Gray...” paro. “Por que me promover bem
antes de eu sair de qualquer maneira?”

“Você é mais qualificada para essa posição do que qualquer


pessoa neste maldito escritório” argumenta ele, sua mandíbula
tremendo.

“Eles não vão pensar... que... eu não sei...”

“Que estamos fodendo?”

Olho para ele. “Nós não estamos, no entanto.”

Ele mexe a sobrancelha e me dá um sorriso ardente. “Ainda


não.”
Capítulo 16

Eu tenho contado os minutos até as cinco desde que despedi


um bando de perdedores e promovi a minha menina. E como
trabalhadora esforçada que ela é, tomou sua nova
responsabilidade com seriedade. Ela tem digitado em seu
computador por horas. Eu tenho tentado me concentrar na merda
relacionada com o trabalho, mas minha mente continua à deriva
de volta para o almoço.

Foi perfeito. Eu pude prová-la — de bom grado da parte dela


— antes do almoço e depois tive o meu dedo de volta dentro dela
ainda antes do almoço terminar. Eu estava ansioso pelo momento
em que a teria sozinha até que ela quebrou na rua.

Aquele filho da puta a prostituiu.

Vou colocar a minha mira na sua maldita testa e estourar a


cabeça dele.

“Assassinato está na agenda de hoje?” Bull pergunta da


porta de forma provocante.

Dou de ombros. “Talvez.”

Seus olhos se arregalam e ele fecha a porta atrás de si. “Eu


estava brincando, mas aparentemente você não. Quem vamos
matar?”

Não posso deixar de sorrir para o meu melhor amigo.


Sempre disposto a ir para a batalha comigo, não importa o
quê. “Vaughn Brecks.”
Ele endurece e me dá um aceno. “Foi o que pensei.” Ele deixa
cair um arquivo na minha mesa. A letra familiar de Dusty está
rabiscada no exterior. Três endereços possíveis. Abro o arquivo e
olho para as imagens do interior.

“Ele tirou estas fotos?” Exijo saber, com um rosnado


ameaçador na minha garganta.

Ele balança a cabeça. “Não, mas ele está investigando mais.


O primeiro endereço é onde o Dusty pensa que ele está. Um cara
que se ajusta a sua descrição entra e sai de lá.”

“Algo mais?”

“Não no que diz respeito aquele filho da puta. Queria mesmo


era verificar como você está. Naquela reunião” ele diz pensativo
enquanto esfrega o rosto com a palma da mão, “você não estava
como você mesmo.”

Eu franzo a testa e cruzo os braços sobre o peito. “Como


assim?”

Ele dá de ombros. “Não sei. Você estava focado. Não apenas


sobre ela, mas sobre tudo ao seu redor.”

Desde que Violet chamou minha atenção, pareço reparar um


monte de coisas. Principalmente as coisas que afetam diretamente
a ela, mas ela parece tocar tudo ao seu redor, o que significa que
reparo essas coisas também.

“Violet me faz melhor,” digo a ele, com confiança no meu


tom.

Ele sorri. “Posso ver isso. Posso ver que ela está interessada
em você.”

“Ela é minha”, digo-lhe distraidamente como se essa é a


razão pela qual ela não é mais fria comigo.

“Ela sabe disso?” Ele pergunta, com diversão em sua


voz.
“Eu disse a ela uma ou duas vezes.”

Ele bufa e esfrega a parte de trás do pescoço. “Claro que você


fez. Ela sabe que você é uma porra de um perseguidor?”

Descarto-o e ele ri.

“Sério. Ela sabe as profundezas de sua obsessão?”

“Eu lhe disse que faria qualquer coisa por ela,” ressoo. “Até
mesmo matar aquele fodido do Vaughn.”

Seus olhos se arregalam com surpresa. “E ela não fugiu para


as montanhas?”

“Não.”

“Bem, Jesus Cristo, Hawk, acho que você achou a mulher


perfeita”, ele brinca.

“Pode ter certeza que encontrei.”

“Bom para você”, diz ele com uma risada. “Não estrague
tudo. Talvez deixe essa merda de perseguidor agora que ela está
na sua.”

Mas há muito mais para aprender sobre ela...

“Hmph.”

Ele bufa de novo. “Não seja preso, psicopata.”

“Vou tentar não ser, idiota.”

Ele me presenteia com um sorriso quando sai. Eu folheio a


pasta e leio o cadastro do Vaughn. Ele é a porra de um perseguidor
também. O cara tem mais ordens de restrição contra ele do que já
vi qualquer pessoa ter. Isso poderia funcionar ao meu favor...

Fecho a pasta e escondo na minha gaveta. Uma vez que


a gaveta está trancada, pego o meu casaco e vou procurar a
minha mulher. Quando a encontro inclinada sobre o vaso de
violetas que comprei para a sua mesa vazia, inalando seu
perfume doce, não posso deixar de sorrir para ela.
Ela é a mulher mais linda que já vi.

“Está pronta?”

Ela gira e sorri para mim. “Deixe-me ir ao banheiro, em


seguida nós podemos ir.”

Eu amo como ela está ansiosa para passar mais tempo


comigo. Quando ela se vai, eu me sento em sua cadeira. O seu
celular vibra.

Sean: Que tal um almoço algum dia desta semana para


discutirmos alguns negócios? Mesmo lugar de sexta-feira?
Prometo ser um perfeito cavalheiro.

Raiva borbulha no meu peito. Estou morrendo de vontade


de escrever para ele e dizer que ele é um idiota, mas o estalido de
seus saltos me diz que ela está de volta. Com raiva, coloco o celular
de volta no lugar.

“Tentando roubar minha cadeira já?” Ela brinca, enquanto


pega sua bolsa.

“A cadeira não é a única coisa por aqui que vou roubar.”


Quando sorrio, ela ri, mas depois seu sorriso desaparece quando
pega seu celular para ler a mensagem. Com uma careta, ela digita
uma resposta. Estou morrendo de vontade de saber o que ela disse
a ele, mas sei que posso dar uma espiada mais tarde, quando ela
estiver dormindo.

“O que vamos fazer?” Questiona quando saímos do prédio.

Eu a guio para onde o meu carro está estacionado. “Bem”,


digo, abrindo a porta para ela “primeiro vamos comer.” Ela puxa o
lábio inferior entre os dentes quando me olha. “E depois vou levá-
la para sua casa e fodê-la.” Seus olhos se arregalam, mas fecho a
porta antes de ir para o outro lado.

“Gray”, ela sussurra assim que sento e ligo o carro. “E


se eu não quiser foder?”
Dou um sorriso de derreter calcinha — não que ela esteja
usando uma. “Eu convenço você.”

Ela está trancada em seu banheiro por uns bons quarenta


minutos. Depois de comermos um bife saboroso num dos meus
restaurantes favoritos, eu a trouxe para sua casa. E, assim como
tinha prometido, suas fechaduras foram substituídas. Pedi ao
serralheiro para deixar a chave extra debaixo do capacho. Eu a
peguei quando ouvi o chuveiro ligado.

Enquanto ela leva uma eternidade no banheiro, uso o tempo


para mexer no armário que estive pesquisando na noite passada.
Casacos suspensos em cabides, e caixas alinhadas nas prateleiras.
Eu estava no processo de verificar os bolsos quando ela acordou.

Localizei uma carta no bolso de um casaco dirigida a


“Mamãe.” Não está selada, mas já está endereçada. Com o meu
celular, tiro uma foto dela para investigar mais tarde. Eu abro e
leio rapidamente quando ouço o secador de cabelo funcionando.

Mamãe,

Eu sinto sua falta. Um dia, talvez as coisas possam ser


diferentes. Você sabe que te amo. Tudo ficou tão ruim, e eu
precisava ficar longe. Você sabe disso. Claro que você sabe
disso. Eu digo a mesma coisa há anos. Espero que o dinheiro
ajude. É tudo que posso dar ao luxo de enviar, mas espero
que seja o suficiente para que você não tenha que quebrar
as suas costas todas as noites no restaurante.

Te amo sempre.
Ela não assinou a carta nem adicionou um endereço de
retorno. O dinheiro que ela envia — a razão que ela vive neste
buraco de merda — faz mais sentido agora. Eu dobro a carta
novamente e coloco no bolso do casaco. Estou fechando a porta do
armário quando seu celular começa a tocar no quarto. Achando
que é Sean, eu corro para lá. O número é desconhecido.

Eu atendo, mas não falo.

Alguém respira pesadamente na outra linha e meus pelos


levantam.

“É você, Letty espaguete?” Uma voz profunda rosna.

Posso rosnar também porra.

Mas não o faço.

“Acho que você ligou para o número errado”, mordo, minha


raiva mal controlada. Mas serei amaldiçoado se deixar
transparecer que este é o seu celular.

Clique.

Bloqueio o número e apago o registo da chamada do seu


celular. Eu tinha acabado de colocá-lo para baixo quando a porta
do banheiro se abriu.

Violet sai do banheiro, um olhar nervoso em seu rosto. “Você


estava falando com alguém?”

“Número errado,” asseguro-a. Meus olhos examinam seu


corpo perfeito que seu robe de seda mal cobre. Seus mamilos estão
duros sob o tecido, e posso dizer que ela está completamente nua
por baixo. Toda a raiva e fúria de saber que o cara fodido tem seu
número desaparece à medida que calor corre para o meu pau.
“Uau”, rosno. Muito uau.”

Um sorriso puxa o canto dos seus lábios. “Oh, essa


coisa velha”, ela brinca, enquanto gira em círculo. Meu pau
estremece quando vejo sua bunda deliciosa sob o robe.
“Venha aqui,” ordeno.

Ela endurece e me lança um olhar inseguro. “Gray…”

“Só quero te beijar.” Não é inteiramente uma mentira. Quero


beijar cada parte dela. Minhas palavras parecem acalmá-la,
porque ela caminha até mim e inclina a cabeça para cima como se
estivesse esperando por esse beijo prometido.

Minhas mãos agarram a sua bunda linda, e puxo-a para


mim para que possa sentir o quão duro estou por ela. Um suspiro
escapa dela.

“Alguém já te falou que você é a mulher mais bonita na porra


deste planeta?”

Ela ri, mas estou falando sério.

Aperto a bunda dela quando dou um beijo em seus lábios


macios. Nosso beijo é doce no início, mas logo ela está me
ajudando a despir meu paletó. As mãos dela vagueiam pelo meu
peito e, em seguida, ela está trabalhando freneticamente com o nó
da minha gravata. Eu puxo as cordas do seu robe e ela balança
para fora dele até que está completamente nua diante de mim.
Agarrando seus ombros, afasto-a até que ela esteja à distância do
comprimento de um braço para que possa vê-la corretamente.
Claro, já a vi nua muitas vezes ao longo dos últimos dias, mas
nunca assim.

“Você é tão bonita, porra,” elogio e passo a língua ao longo


do meu lábio inferior.

Ela morde os lábios e parece desconfortável sob o meu olhar


examinador. Deixo o meu olhar deslizar em cada bela curva do seu
corpo perfeito, enquanto me livro da minha gravata e camisa.
Quando meus olhos disparam até os dela, ela está olhando para
o meu peito.

“Você tem tatuagens”, ela sussurra.

Franzo a testa. “Tenho.”


“Gosto delas.” Seus olhos castanhos estão derretidos com
luxúria. “Eu gosto muito delas.”

Sorrindo, olho para o meu peito colorido. Meu pai me


educou para ser estruturado e focado, mas Bull ajudou a me
rebelar. Ele esteve lá, solidário comigo em cada tatuagem pintada
no meu peito e braços. Eu desaperto o cinto e levanto uma
sobrancelha para ela. “Você está pronta para isso?”

Ela ri. “É um pau não uma apresentação ao presidente.”

Deixo minha calça cair no chão e saio dela. Seus olhos


gananciosos encontram meu pau que está atravessando a minha
boxer preta. “É Sr. Presidente para você.”

“Hmmm”, diz ela, com diversão em seu tom. “Vamos vê-lo.”

Dou-lhe um sorriso perverso quando tiro minha boxer.


Quando começo a acariciar meu pau grande, ela solta mais um
daqueles sons sexys, carentes, que aprendi a amar.

“Merda”, ela suspira. “Nós vamos realmente fazer isso.”

Eu levanto uma sobrancelha. “A menos que você não


queira.”

“Oh”, diz ela com um olhar selvagem em seus olhos, “Eu


certamente quero.”

Liberando meu pau, ando em direção a ela e pego seu rosto


em minhas mãos. Eu trilho beijos ao longo de seus lábios macios
e mandíbula até que ela está me agarrando. Meu pau está quente
e latejante e oh-tão-porra faminto entre nós. Quando a sua mão
alcança entre nós e aperta o meu pau, deixo escapar um gemido
gutural de prazer.

Ela é minha fantasia que ganhou vida.

Um sonho tornado realidade.

A cada golpe de sua mão, me sinto mais perto de


gozar. Então, depois de outro momento egoísta de ter sua
pequena mão em volta de mim, me afasto e olho para ela
avidamente. “Vá para a cama e me mostre sua buceta.”

Seus olhos se arregalam com as minhas palavras


descaradas, mas ela se senta na beira e se inclina para trás.
Quando se deita e seu corpo está pronto para a minha degustação
visual, pego seus joelhos e os abro. Sua buceta brilha com
excitação, e não posso esperar para ter meu nariz enterrado nela.
Eu quero chupar seu sabor até que ela não possa falar ou pensar.

“Toque seus mamilos,” rosno.

Ela solta um gemido, mas me obedece. Eu rastejo em


direção a ela e inalo seu perfume doce. Quando arrasto minha
língua ao longo de sua buceta, ela sacode na cama.

“Grayyyy...”

Sorrio e pressiono um beijo em seu clitóris. “Mmmmm?”

“Oh, merda”, ela suspira. “Isso é demais.”

Eu subo uma sobrancelha e desafio. “Quando sussurro


contra o seu clitóris?”

“Sim.” Seus olhos estão selvagens e frenéticos enquanto ela


aperta os mamilos.

“Bom”, murmuro antes de capturar o seu clitóris entre meus


lábios. Eu aplico pressão com os lábios e solto um som gutural
que, sem dúvida reverbera no seu pacote de nervos sensíveis,
porque ela grita. Lentamente, empurro um dedo em sua entrada
encharcada. Ela é tão apertada, e não posso esperar para sentir o
seu corpo perfeito agarrando o meu. Nós fomos feitos para ficar
juntos. Tudo entre nós é bom. Ela não sabe ainda, mas vou torná-
la minha esposa. Minha parceira. A maldita mãe dos meus filhos.

Minha.

“Mais,” ela geme.


Enfio outro dedo dentro dela e ela começa a tremer. Com
círculos firmes, começo a dar prazer ao seu clitóris que está quente
debaixo da minha língua. Meus dedos deslizam facilmente dentro
e fora dela porque ela está muito molhada para mim. Quando
começo a empurrar um terceiro dedo dentro, ela perde o controle.
Um orgasmo rasga através dela rapidamente e com força. Seu
canal apertado agarra meus dedos à medida que ela se torna
selvagem na cama. No momento em que ela para de estremecer,
deslizo os dedos para fora e rastejo sobre ela. Meu pau desliza
contra os lábios encharcados da sua buceta, mas não deixo entrar
nela.

“Gray”, ela implora, com os olhos escuros com luxúria e


necessidade. “Por favor.”

Enfio a ponta do meu pau, mas não deixo ir mais longe.


Quero sua excitação me encharcando da ponta para a base. Os
outros homens com quem o Vaughn obrigou ela a dormir não
merecia sua perfeição. Ela sempre foi minha.... eu simplesmente
não tinha a encontrado ainda.

“Quero foder com você sem proteção,” digo a ela


atrevidamente, meus olhos fixos nos seus. “Eu quero sentir cada
parte quente de você ao meu redor. Quero jogar meu orgasmo
dentro de você. Quero vê-lo escorrer da sua buceta dorida quando
terminarmos.”

Ela solta um gemido. “Deus, por que isso soa tão sexy?”

“Porque é,” asseguro e a provoco um pouco mais, puxando


a ponta para fora e correndo ao longo de seu clitóris antes de
empurrá-lo levemente dentro dela novamente.

“É irresponsável.”

Leva cada grama de autocontrole para não bater com


força. “Vou te foder sem proteção,” rosno novamente. “Nós
dois queremos. Tudo o que estamos esperando é que você
admita isso.”
Seu corpo se mexe como se ela estivesse tentando me fazer
deslizar todo o meu comprimento. Quando os seus calcanhares
cavam na minha bunda para me puxar para mais perto, leva tudo
em mim para lutar contra ela. Eu quero ouvir as malditas
palavras.

“Vou gozar dentro de você”, murmuro e me abaixo para


beliscar seu lábio inferior. “Tão, porra, profundo, Violet.”

“Isto é... oh, Deus...” Seu corpo treme com a necessidade.

“Implore por isso, baby. Eu quero te dar prazer. Tudo que


você tem a fazer é pedir.”

Minha garota teimosa morde o lábio inferior. “Não sei com


quem você esteve... e meu passado é... nós mal nos conhecemos...
esta não sou eu...”

Nossos olhos travam quando penetro mais profundo dentro


dela. Meu pau está a meio caminho em sua buceta apertada. Eu
quase desmaio de prazer. Alcanço entre nós e prendo seu clitóris
entre o polegar e o dedo, torcendo-o apenas o suficiente para
alcançar a linha entre a dor e o prazer.

“Gray” ela geme, suas unhas arranhando minha cintura. Ela


está perdendo o controle. Esta mulher geralmente é tão tensa, mas
agora ela está se desvendando rápido e só para mim.

“Vou cuidar de você”, asseguro com um grunhido feroz.


“Deixe-me cuidar de você.”

Eu deslizo o resto do caminho para dentro e meu pau pulsa


quase dolorosamente. Nunca estive dentro de uma mulher sem
proteção antes. É como se pudesse sentir cada parte dela. Seus
olhos estão selvagens e aqueles lábios carnudos dela estão
abertos.

“Você gosta disso? Eu dentro de você assim?” Pergunto,


meu nariz arrastando de encontro ao dela.

“S-Sim”, ela engasga. “Muito.”


“Você quer que eu te foda tão duro que você vai gritar?” Eu
trilho beijos para sua orelha e belisco a pele logo abaixo. “Hmmm?”

“Sim”, ela lamenta. “Foda-me com força.”

“Vou gozar dentro de você, Violet.”

Suas unhas agarram em mim quando ela se torna


positivamente maníaca. “Pare de falar e me fode. Quero sentir você
todo dentro de mim.”

Com um sorriso malicioso, deslizo para fora só para bater


nela violentamente. O grito que escapa dela é puro céu. Impulso
após impulso, dirijo-me para dentro dela. Não negligencio seu
clitóris necessitado também. Eu massageio em uníssono com a
velocidade com que estou batendo nela. Nossas bocas se
encontram para um beijo descoordenado que faz os nossos dentes
baterem. Nenhum de nós se preocupa, no entanto. Estamos muito
envolvidos no nosso momento.

Consigo tirar mais um belo grito dela quando outro orgasmo


a percorre. No momento em que ela aperta sua buceta, perco o
controle. Meu esperma jorra dentro dela, marcando-a.

Ela é minha.

Minha, porra.

Eu abrando até que estou completamente imóvel dentro


dela. Suas pálpebras estão pesadas, e amo como sua boca está
vermelha onde minha barba raspou nela. Ela está completamente
saciada e tranquila. O olhar suave e pacífico em seus olhos é um
que eu poderia me acostumar a ver todos os dias.

“Venha tomar um banho comigo”, murmuro enquanto


pressiono beijos na sua boca aberta. “Eu quero tê-la novamente
no chuveiro.”

Ela choraminga e a tensão familiar que sempre parece


ter seus tentáculos ao redor dela aperta o cerco. “O que nós
acabamos de fazer... Gray, não estou no—”
Eu a silencio com um beijo. No início, ela protesta, mas
depois a sua boca se junta. Nossas línguas não estão interessadas
no que é certo ou errado ou a porra de irresponsável. Nossas
línguas só querem foder uma à outra.

Meu pau começa a endurecer novamente, mas quero tê-la


quando os seus seios ensaboados e escorregadios estiverem sob o
meu aperto. Então, ao invés de foder com ela mais uma vez,
escorrego para fora e me deleito com a forma como o meu gozo
escorre pela fenda da sua bunda, ensopando a cama. Pergunto-me
se isto é como Bull se sente com Sadie. A esmagadora necessidade
de consumi-la de todas as formas.

Eu me afasto em direção ao banheiro. Ela solta uma


respiração afiada, mas não fico para ver porquê e ligo o jato quente
do chuveiro. Eu entro e, segundos depois, ela se junta a mim.
Estou sorrindo para ela, mas suas sobrancelhas estão franzidas
com tristeza.

“O que há de errado?” Exijo saber, preocupação escorrendo


em minha voz.

Ela me vira para a parede. Em seguida, as palmas das suas


mãos patinam sobre as cicatrizes de queimaduras nas minhas
costas. Fico tenso, o que faz com que ela hesite. “Será que isso
dói?”

“Não mais.”

As palmas das suas mãos continuam a pairar sobre a minha


pele mutilada. Sei que é horrível e arruinada. Espero que ela não
se afaste.

“O que aconteceu?” Ela sussurra, seus lábios beijando a


pele. Um arrepio ondula direto para o meu pau, fazendo-o saltar.

“Eu era um franco-atirador na Marinha durante a


Guerra do Golfo. Uma bomba quase me pegou”, digo com um
suspiro. “A explosão fez um número em mim.”
Seus braços me envolvem e seu rosto repousa contra a
minha pele marcada. “Eu sinto muito. Isso deve ter sido
apavorante.”

Dou de ombros e cubro seus braços com as mãos. “Eu não


me lembro da explosão. Tudo que lembro é de acordar no hospital
deitado na minha barriga e estar com uma dor excruciante. Levou
muitos enxertos de pele e meses de recuperação. Foi um momento
muito sombrio na minha vida.”

Ela funga. “Acho que todos nós temos momentos sombrios...


eles são apenas diferentes. Não menos aterrorizantes.”

Eu me viro para trás para que possa abraçá-la. O que quer


que aquele filho da puta fez com ela deve ter sido ruim se ela está
comparando com a explosão de uma bomba e queimaduras de
terceiro grau. Sob o jato quente do chuveiro, seguro-a e acaricio o
seu cabelo.

“Quero levá-la para o resort em alguns dias. Vamos perder


alguns dias de trabalho e ficar durante o fim-de-semana. Quando
foi a última vez que você deu uma escapada?” Eu questiono.

“Estive de férias nos últimos seis anos, desde que vivo aqui”,
ela diz com uma risada sem humor.

Eu pego seu queixo e inclino sua cabeça para cima.


“Trabalhar para mim não foram férias.”

“Mas eu estava livre de...” Ela para e seu lábio inferior treme.
“Dele.”

“Sim”, concordo e pressiono um beijo no seu lábio trémulo.


“Mas quando foi a última vez que você se surpreendeu e mimou a
si mesma?”

“Nunca.”

“E é exatamente por isso que vamos na quarta-feira.”


Ela não chega a discutir mais, porque pego sua pequena
bunda e levanto-a. Minha boca cobre a dela em um beijo quente
enquanto meu pau desliza para dentro dela.

Vou mostrar-lhe uma e outra vez o que significa ser mimada.

Contagem decrescente: Faltam onze dias ...


Capítulo 17

Estremeço quando me sento na minha nova cadeira


confortável. A cadeira pode ser confortável, mas não faz nada para
aliviar a dor entre as minhas pernas. É tudo culpa de Gray. Na
noite passada, ele me fodeu até que o expulsei. Eu precisava
dormir, e se ele ficasse na minha cama, nenhum de nós iria
conseguir.

Deus, como ele me fodeu.

A vida após Vaughn foi fria e difícil. Mas na noite passada,


eu fiquei em chamas. Tudo foi tranquilo. Pela primeira vez em
muito tempo, relaxei e me diverti muito.

Um pouco demais.

Com um grunhido de frustração, procuro dentro da minha


bolsa para pegar a pílula do dia seguinte que comprei no caminho
para o trabalho esta manhã. Estou orando a Deus que ele esteja
limpo, porque fizemos sexo de forma descuidada quatro vezes sem
preservativo. Eu rapidamente tomo a pílula com a minha garrafa
de água e guardo a bolsa.

Calor sobe pelo meu pescoço enquanto dou uma olhada


para o seu escritório. A porta está fechada, e posso ouvir a voz
profunda de Jeff ressoando do outro lado. Seja do que for que
eles estão falando não parece que seja bom.

Uma vez que o meu computador está finalmente


ligado, descubro que tenho dois e-mails esperando por
mim. O primeiro é de Clint e o segundo é de Gray. Ignoro Sr. Fodo-
Muito e abro o importante. Clint me enviou um documento do
Word, listando todas as minhas novas funções. Eu já faço tudo na
lista diariamente, além de gerenciar pessoas. Depois de lhe
responder que recebi e guardá-lo para um acesso fácil, abro o e-
mail de Gray.

Violet,

A noite passada foi incrível. VOCÊ é incrível. Quero levá-


la para almoçar.

Gray

Sorrio porque ele é bastante incrível também. Depois do meu


ex, eu deveria estar hesitante em mergulhar em algo com alguém
-nada menos que meu chefe — tão rapidamente, especialmente
tendo em conta que ele é extremamente atencioso, mas não posso
me conter. Seu magnetismo me atrai.

Vaughn era assim também...

Esmago esse pensamento porque me recuso a deixar que


meu passado dite o meu futuro. Gray é generoso, amável e doce.
Ele não é psicótico. Trabalho para ele há seis longos anos, e
embora tenha sido apelidado de Mad Max por suas maneiras
excêntricas, não pensei uma única vez que ele fosse uma má
pessoa.

Ele é apenas hiper focado.

Obcecado com sua empresa.

Orientado para ter sucesso.

Mas não um lunático possessivo.

Ainda estou tentando me convencer, quando a porta do


escritório de Gray é aberta, e Jeff sai. Seu olhar se dirige para
o meu. Culpa brilha em seus olhos. Minha frequência
cardíaca acelera, e franzo a testa para ele. Ele me dá um
rápido aceno como saudação antes de seguir para o seu
escritório. Ainda estou olhando para ele quando Gray sai. Ele está
de cara feia até que me vê. Toda irritação derrete da sua expressão
quando seu rosto se ilumina. E caramba, sinto meu rosto se
iluminando também. Amo como minha presença parece animá-lo.

“Bom dia” digo com um sorriso.

Ele se aproxima da minha mesa e se senta na beira. Quando


chega com as mãos para brincar com uma mecha do meu cabelo,
meus olhos se fecham e exalo um pequeno suspiro. As pontas dos
seus dedos escovam ao longo da minha mandíbula e da minha
garganta. Abro os olhos quando ele toca o colar de pérolas que
minha mãe me deu como presente de formatura no colegial.

“Eu gosto deste colar em você”, ele elogia, suas sobrancelhas


escuras juntas enquanto ele inspeciona a minha joia. Este colar
foi a única coisa que consegui trazer comigo quando fugi de
Vaughn, porque por acaso estava usando naquele dia.

Meu coração está trovejando porque, Deus, ele tem um


cheiro delicioso e está me tocando intimamente, apesar do nosso
ambiente de trabalho. Os sinos de advertência estão batendo
dentro da minha cabeça, porque tudo o que preciso é a pessoa
errada ver nossa troca para me dar o inferno. Infelizmente para
mim, eu nunca lidei muito bem com advertências e tenho
tendência a flutuar fundo sem uma jangada.

Gray vai me salvar.

Uma vez, pensei que Vaughn o faria.

Um polegar áspero passa no meu lábio inferior e meus olhos


disparam para os seus. Seus olhos azuis gélidos estão estreitos
enquanto ele me examina. Segundos passam — tique, taque, tique
— enquanto permaneço sob seu escrutínio. A coisa com Gray é, é
quase como se ele pudesse ver dentro da minha cabeça. Como
se soubesse exatamente o que está passando pela minha
mente. Sinto-me nua e exposta ao seu redor.
“Você está dolorida?” Ele questiona, sua voz está rouca.
Seus olhos piscam com calor que queima seu caminho direto para
a minha buceta.

Olho ao redor do escritório, mas ninguém está prestando


atenção. “Sim”, admito com um sussurro.

Um sorriso maroto curva sua boca bonita. “Bom. Eu gosto


da ideia de você pensar sobre o meu pau grande cada vez que você
se sentar.”

“Gray!” Silvo e mais uma vez faço uma busca visual no


escritório por colegas de trabalho intrometidos.

Ele dá de ombros. “O que? Só estou sendo honesto. Quão


ocupada você está agora?”

Esta parece uma pergunta capciosa, e como a menina


ingênua que sou, sigo-o direto para a proverbial van branca onde
ele promete doces e filhotinhos. “Não muito ocupada.”

“Bom”, ele diz com um sorriso de lobo que faz a minha


calcinha ficar molhada entre minhas coxas. “Preciso da sua ajuda
no meu escritório.”

Ele se levanta e vira-se para caminhar de volta para o seu


escritório. Meu olhar percorre seu corpo em forma, que parece
perfeito demais num terno. É uma coisa boa que estou deixando
esta empresa em breve, porque ter que olhar para ele todos os dias
parecendo bom o suficiente para comer é bastante perturbador.

Vou embora em breve.

Alguns dias atrás, eu teria ficado emocionada.

Mas isso tudo foi antes de Gray finalmente ter me notado.

Culpa e indecisão brigam dentro de mim. Ele já fez tanto


por mim. Nós passamos de colegas de trabalho para amigos e
amantes numa questão de dias. Grayson Maxwell é tão
intenso que fui facilmente puxada para seu vórtice.
Como vou me sentir quando finalmente rastejar para minha
saída?

Será que vou ser a mesma?

Levantando-me de minha cadeira, afasto esses


pensamentos por enquanto à medida que entro em seu escritório
e fecho a porta atrás de mim.

“Tranque.”

Seu comando áspero envia arrepios pelo meu corpo. Tranco


a fechadura e olho para ele com as mãos nos quadris.

“Precisa de ajuda com o quê?” Questiono, minha voz rouca


e trêmula.

Ele tira seu casaco e pendura-o na parte de trás da cadeira.


A camisa azul que ele está usando hoje molda perfeitamente o seu
corpo. Posso ver suas tatuagens através do tecido e isso envia
outra onda de emoção através de mim.

“Gray” tento novamente, minha voz subindo. “O que você


precisa?”

Ele arqueia a sobrancelha para mim e me prende com um


olhar ardente. “Você sabe o que eu preciso.”

Enquanto engasgo com minhas palavras, ele desabotoa a


camisa no seu pulso e começa a arregaçar a manga. As veias em
seu antebraço incham e os músculos flexionam com seu
movimento. Olho fixamente para o seu pulso, de todas as coisas,
e me encontro com a boca salivando de vontade de provar. Ele
continua do outro lado. Em seguida, ele começa a trabalhar no nó
em sua gravata azul escura.

Meu corpo está prestes a entrar em combustão. Entre as


minhas coxas, minha calcinha está encharcada. Mamilos
endurecidos arranham contra o meu sutiã. E um fogo interno
desmonta minha carne de dentro para fora. Ele tira a gravata
e desfaz os dois primeiros botões antes de colocar as mãos nos
quadris para imitar a minha posição.

“Preciso que você olhe alguns contratos comigo. Quero


alguns conselhos” ele diz, enquanto caminha para se sentar em
sua cadeira. Estou tão aturdida pela rápida sucessão de eventos
que leva um segundo para minha mente alcançar suas palavras.

“Contratos?” murmuro.

Sua sobrancelha escura arqueia para cima novamente, e ele


sorri torto para mim. “Contratos.” Então seu olhar se estreita
quando ele percorre meu corpo. “Você não acha que nós iriamos
foder aqui, não é? Com todo mundo ouvindo?”

Engulo e balanço a cabeça antes de correr até a cadeira em


frente à sua mesa. Pegando a pasta mais próxima na sua mesa,
abro e olho para as palavras em uma página. Meu cérebro está
correndo a duzentos quilômetros por hora. Nada na página faz
sentido.

Ele chega do outro lado da mesa e puxa meu pulso. Solto


um grito quando ele puxa minha mão para o seu rosto. Então,
num movimento chocante, suga o meu dedo médio. Disparo meu
olhar para o seu olhar ardente, meus lábios abertos com surpresa.
Sua língua brinca com a parte inferior do meu dedo como ele fez
no meu clitóris, o que faz escapar um gemido baixo.

“Baby”, ele rosna e dá mordidas brincalhonas na minha pele


antes de se afastar. “Definitivamente quero te foder. Aqui mesmo
nesta mesa. Quero fazer você gritar. Eu quero a sua buceta
escorrendo sobre todos esses arquivos e manchando a tinta. Violet,
quero meu pau enterrado tão profundamente em sua buceta
dolorida que você vai me pedir para parar.” Outro rosnado. “Mas
essa é a coisa, linda, não seria capaz de parar. Iria te foder todo
o dia uma e outra vez. Você ficaria fraca de todos os orgasmos,
e eu ficaria inútil para dirigir esta empresa. Juntos, somos
explosivos.” Ele beija a ponta do meu dedo. “É por isso que
os fogos de artifício têm que ficar do lado de fora do edifício.”
Engulo e aceno. “Você me deixa louca com seu jeito de
falar...”

“Eu sei.” Ele pisca e me dá um sorriso conhecedor antes de


me liberar.

Agora que sei que não serei espalhada sobre a mesa e


banqueteada como um jantar de Ação de Graças, posso me
concentrar. Foco. Foco.

Violet, foco.

“Eu tive um pássaro de estimação uma vez”, ele murmura,


sua voz suave.

Meus dedos estavam acariciando círculos em seu peito nu.


“Mmm?” Olho para cima para encontrá-lo olhando para o teto do
meu quarto, perdido em pensamentos. Depois de um dia produtivo
no trabalho, ele me levou para jantar saquê e sushi. Então,
acabamos na minha cama onde ele me fez gozar tão forte que
quase esqueci meu nome.

Mas não esqueci o preservativo.

Consegui jogar um para ele e até mesmo ignorei seus


gemidos de queixa.

O sexo foi incrível.

Essa coisa de carinho, porém, é ainda melhor. Senti falta


desta conexão humana. Simplesmente beijar e tocar.

“Tinha ido à caça de codornas com o meu pai. Nós


matamos uma mãe. Ela deixou para trás um pássaro filhote
gritando. Meu pai ficou chateado quando lhe falei que iria
mantê-lo como um animal de estimação” ele me diz
rispidamente. “Quase nunca agi contra o meu pai. Mas queria
aquilo, Violet. Eu precisava. Algo sobre esse pássaro mexeu
comigo.”

Sorri porque ele ter se preocupado com um pequeno pássaro


é doce. “Quantos anos você tinha?”

“Nove.” Sua mão cobre a minha em seu peito e esfrega o


polegar ao longo da minha pele. “Eu o levei para casa. Chamei-o
de Wail the Quail4.” Nós dois rimos. “Wail era barulhento e carente.
Mas o amava. Eu ia até a biblioteca e consultava todos os livros
que podia encontrar sobre codornas. Aprendi sobre sua
alimentação, ninhos, hábitos de sono. Tudo o que havia para saber
sobre Wail, dediquei-me em aprender.”

“Isso é tão doce” digo, inclinando-me para beijar sua


mandíbula.

Ele fica quieto por um momento antes de falar. “Eu amava


aquele pássaro. Meu pai sabia disso.” Sua voz se torna mais fria,
enviando fragmentos de gelo sobre mim. “Um dia, mamãe cozinhou
um jantar agradável. Quando estávamos comendo, papai de forma
não muito gentil, informou que estávamos comendo a mãe de
Wail.”

Fico tensa e olho para ele. Seus olhos estão cerrados e suas
narinas dilatadas com fúria. Eu o beijo novamente, na esperança
de acalmá-lo, mas não funciona. Uma onda de tremores de raiva o
atravessa.

“Quando me levantei da mesa e disse a ele que não iria


comer a mãe do meu animal de estimação, ele ameaçou matar Wail
se eu não comesse a carne. Com lágrimas nos olhos, engoli aquele
pássaro. Mamãe tinha se ausentado mentalmente, olhando para o
seu prato e sem tocar a carne que ela tinha preparado.” Sua voz
falha o que faz com que lágrimas cheguem nos meus olhos.

“Sinto muito”, sussurro.

4 Lamento da Codorna.
Ele engole. “Quando terminei, voltei para o meu quarto.
Senti-me tão culpado e queria pedir desculpas para o meu
pássaro, mas...”

Meu coração bate no meu peito. “O quê?”

“Ele não estava lá,” ele engasga fora. “Wail desapareceu.”

Uma lágrima escapa do meu olho e me sento. A minha mão


acaricia seu rosto barbado. “Onde ele foi?”

Seus olhos estão duros quando encontram os meus. “Meu


pai disse que o meu pássaro fazia nossa casa feder. Ele matou o
meu pássaro. Papai arrancou as penas e limpou sua carcaça.
Entregou a minha mãe e fez ela cozinhá-lo.”

“Não…”

“Ela não sabia”, ele murmura. “Sempre fazia o que ele lhe
pedia. Não comi a mãe de Wail. Comi Wail.”

Pressiono um beijo na sua boca. Beijos suaves. Beijos


reconfortantes. Uma e outra vez, porque não quero que ele pense
sobre seu pai idiota. Ainda estamos no início, mas quando o monto
para beijá-lo com mais intensidade, ele abre a boca para encontrar
minha língua com a dele. Seus dedos pegam no meu cabelo para
guiar o nosso beijo.

Um gemido escapa quando seu pau duro esfrega contra a


minha bunda. Quando ele alcança entre nós, levanto o meu corpo
e o deixo entrar em mim novamente. Meu corpo dói de todo o sexo
que tivemos, mas isto é diferente. Não é apenas foder. É algo mais.
Deslizo, subindo e descendo em seu comprimento grosso enquanto
o meu olhar encontra o seu. Seus olhos continuam tristes, mas a
fome que ele sempre parece ter por mim fica na vanguarda. Seus
dedos fortes encontram os meus quadris. Ele os agarra quase ao
ponto de dor quando os levanta para conduzir para dentro de
mim.

“Gray”, gemo enquanto minha cabeça se inclina para


trás. Uma de suas mãos desliza para o meu peito enquanto
a outra começa a massagear meu clitóris. Monto ele de forma
selvagem até que um orgasmo me rasga, fazendo com que cada
músculo em mim derreta. Estou tentando encontrar o bom senso
para deslizar para fora dele antes que goze, mas ele está segurando
meus quadris novamente. Com impulsos duros e medidos, ele
busca o seu próprio clímax. E com um gemido, sinto a sua onda
de calor em mim.

Porra.

Por que sou tão descuidada com ele?

Ele me puxa para si, e caio com força contra o seu peito. Os
nossos batimentos cardíacos estão trovejando um contra o outro
através de nossos peitos. Seus dedos emaranham no meu cabelo
enquanto sussurra palavras doces na minha orelha, através do
meu cabelo bagunçado.

Você é minha.

Quero você para sempre.

Deixe-me mantê-la.

Minha.

Deixe-me te amar.

Para sempre.

As palavras são intensas e faladas rapidamente, mas eu as


bebo. Tomo-as avidamente como se não tivesse autocontrole em
torno de homens como ele. Eles oferecem intensidade e eu devoro
como se isso me nutrisse de alguma forma. Vaughn me alimentou
deste mesmo modo. É o que me atraí.

Esta atração foi, num momento, quase fatal.

Á medida que meus olhos se fecham, meus pensamentos


derivam para a noite que fugi e nunca mais olhei para trás.
“Por aqui, Letty Spaghetti,” Vaughn resmunga enquanto me
arrasta pelo meu pulso no corredor decadente do prédio onde
viemos.

Puxo a bainha curta do meu vestido, mas é tão apertado que


mal se move. Contento-me em passar os dedos pelas pérolas que
pertenceram a Mamãe de forma nervosa. Vaughn e eu temos jogado
este jogo por meses. A parte sã do meu cérebro que sobrevive
quando os comprimidos deixam de fazer efeito me diz que sou uma
prostituta. Este não é o meu namorado. Ele é o meu cafetão. Mas
prostitutas recebem pagamento, não é? O que isso me torna se ele
me obriga a ter relações sexuais e não levo nada em troca?

Uma escrava.

Isso me faz sua maldita escrava sexual.

A fúria começa a borbulhar dentro de mim. Mais cedo, quando


ele empurrou o comprimido na minha boca, enfiei-o para o lado da
minha boca entre os dentes e bochecha. Ele está tão acostumado
comigo engolindo, sem queixa, que quando olhou, ele não olhou
realmente. Bastou um simples olhar. Eu consegui retirá-lo na
caminhada até o carro e joguei no mato.

Meu cérebro está lúcido.

Meu coração está com raiva.

A minha alma está quebrada.

Ele para na frente de uma porta e bate alto. Um homem negro


enorme responde à porta vestindo uma camiseta branca apertada,
um gorro na cabeça, e um jeans folgados que pende vários
centímetros abaixo dos seus quadris mostrando sua boxer
azul.
“V, meu chapa”, ele cumprimenta com uma voz profunda.
“Tenho o seu dinheiro, cara.” Puxa um maço de notas juntas numa
tira de borracha, conta e entrega para Vaughn.

Vaughn balança a cabeça e bate o punho com o cara. “Eu


sabia que você era bom para isso, Fuzz.”

O cara chamado Fuzz deixa seu olhar vaguear sobre mim.


“Sua namorada? Maldição, ela é boa.”

“Poderia ser sua para a noite, se tiver mais dinheiro”, Vaughn


diz a ele.

O ar descontraído de Fuzz endurece quando me inspeciona e


eu me acovardo atrás de Vaughn. Ele solta um assobio de
apreciação. “Merda, V, ela tem belas pernas. Sua buceta é
apertada?”

Tremo com suas palavras grosseiras. Normalmente, estou


completamente drogada no momento em que chegamos a estes
homens a quem me vende. Eu tomo consciência. Gostaria de estar
fodida agora.

“A mais apertada”, Vaughn se gaba, um leve traço de


possessividade em seu tom.

“Quanto?” Pergunta Fuzz enquanto descaradamente fode


meus seios com os olhos.

“Quanto você tem?”

Fuzz ri. “Você levou todo o meu dinheiro, cara.”

“Você tem alguma heroína aí?” Pergunta Vaughn.

“Tenho uma grama ou duas,” diz Fuzz, seu olhar nunca


deixando a forma como meu vestido abraça meus seios.

“Preciso disso.”

Engulo e olho para ele. Certamente ele não está


vendendo meu corpo por algumas gramas de metanfetamina.
“Entre, homem, a merda está ali”, Fuzz diz e aponta para o
sofá.

Vaughn me arrasta pelo pulso para dentro do apartamento


sujo e sombrio. Meu terror aumenta. Não gosto desse Fuzz nem da
maneira como ele olha para mim como se quisesse me machucar.

“Você tem vinte minutos com ela”, Vaughn diz enquanto se


senta no sofá irregular e pega a bandeja de drogas. “Sem anal.”

Fuzz solta um assobio antes de me agarrar por trás. Grito


quando sou levantada do chão e levada para o quarto. A risada de
Vaughn envia gelo em minhas veias. Este é o ponto mais baixo para
ele. Ele já me machucou tantas vezes, mas essa traição é mais
profunda.

Uma vez dentro do quarto que cheira o odor corporal, sou


atirada para o chão. Fuzz fecha a porta atrás dele e começa
rasgando sua camisa. Ele tem músculos gigantes e sólidos. É o
brilho maligno em seus olhos que me faz fugir. Estou a meio caminho
em direção à janela, quando ele me agarra pelos cabelos e me puxa
para a cama. Os gritos rasgando de mim são de outro mundo
enquanto ele me empurra sobre a borda do colchão manchado e
fedido. Puxa meu vestido acima dos meus quadris expondo minha
bunda nua para ele.

“Sem anal”, ele imita quando começa desabotoar suas calças.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto e mais uma vez tento fugir
para longe dele. Ele é forte quando pressiona a parte de trás da
minha cabeça contra o colchão com sua mão enorme. Estou me
contorcendo, mas isso não o impede de empurrar sua ereção em
minha buceta seca. Soluço e enfio minhas garras no colchão sujo,
mas sem sucesso. Ele entra em mim brutalmente. Seus grunhidos e
gemidos são como álcool em um corte, ferindo-me de fora para
dentro.

“Esta bunda é tão gostosa”, ele me diz enquanto bate


em mim. “Vou bater nela também.”
Começo a gritar por Vaughn. Implorando para me salvar.
Fuzz puxa para fora da minha buceta e começa a empurrar a cabeça
do seu pau contra minha bunda. O fogo queima através de mim pela
pequena intrusão. Estou com medo de quando ele conseguir entrar
todo o caminho.

“V-Vaughn, p-por favor,” soluço.

Dor, excruciante e que consome tudo, explode dentro de mim


quando Fuzz empurra todo o caminho dentro de mim. Eu perco a
energia, mas o fogo não me deixa ir. Mantém-me à beira do risco de
perder a consciência. Algum jogo de tortura doente.

Obrigo-me a pensar em outra coisa que não a brutalidade,


mas não posso. Tudo o que posso pensar é no pau gigante de Fuzz
na minha bunda enquanto meu namorado ignora meus gritos.

Eu começo a realmente desmaiar quando ouço uma batida.


Em seguida, um grunhido. A dor parece diminuir no momento em
que Fuzz puxa para fora.

Crack! Crack! Crack!

Consigo me virar para rolar para o meu lado, fazendo uma


careta de dor. Vaughn pega Fuzz pela garganta enquanto bate seu
punho uma e outra vez no rosto do homem.

“EU. Disse. Sem. Anal,” Vaughn ruge, agarrando Fuzz pelo


pescoço e, em seguida, batendo sua cabeça na extremidade de um
armário.

Pop! Pop! Pop!

Sons repugnantes de ossos triturados e carne perfurada me


fazem vomitar. Bile espalha sobre todo o colchão enquanto lágrimas
borram a cena à minha frente. Vaughn não para pelo que parece
ser para sempre.

Ele larga Fuzz que bate no chão com um baque. Quando


os olhos de Vaughn encontram os meus, estão dilatados e
selvagens por causa das drogas. Ele pisca para mim antes
de sair do quarto. Estou tremendo muito, mas consigo sentar.
Quando olho para fora da sala, fico horrorizada ao ver Vaughn
preparando outra seringa. Eu arrasto o meu olhar para o chão. Fuzz,
ou o que sobrou dele, está de cara para o teto. Seu rosto está
esmagado e ele não está respirando ou se movendo.

Vaughn o matou.

Ele vai me matar algum dia em breve também.

Sei que isso é verdade com cada parte do meu ser. E sem as
drogas me confundindo, sou capaz de agir. Saio da cama e fico de
pé sobre pernas bambas. Tudo dói, especialmente a minha bunda,
mas consigo puxar meu vestido de volta para baixo para me cobrir.
Sangue vermelho brilhante desce pela minha coxa abaixo do meu
joelho.

Oh Deus.

Balanço com a visão de sangue, mas disparo meu olhar para


a janela. Com urgência recém descoberta, caminho até a janela e
começo a mexer com o bloqueio. Eu abro e puxo a janela para cima.
É preciso algum trabalho, mas consigo colocá-la alto o suficiente
para me espremer através dela. A escada de incêndio fornece a
saída que preciso. A cada segundo que passa, sinto mais clareza.

Tenho que fugir.

Preciso me assegurar que ele nunca vai me encontrar


novamente.

Abandonando meus saltos para que possa correr mais


rápido, desço a escada de incêndio o mais rápido que posso.
Quando chego ao final, desço o resto do caminho diretamente numa
poça. O beco do prédio está vazio, mas no final de um lado há uma
rua movimentada. Eu arranco, correndo através dos carros que
continuam passando.

“Hey, baby, fique um pouco,” um cara fumando grita


para mim.
Ignoro-o e corro mais rápido, diretamente para o meio do
tráfego. Um carro bate em seus freios. Eu cruzo os olhos com uma
mulher em torno da idade da minha mãe no momento que a frente
de seu carro colide com meu quadril. Ela tem uma adolescente no
lado do passageiro com ela, que tem uma reação de espanto
parecida com a dela.

“Por favor,” imploro através das minhas lágrimas. “Preciso de


ajuda.”

Ela ainda olha boquiaberta para mim quando contorno o lado


do seu carro. Outros veículos desviam em torno do seu carro, que
está parado no meio da rua, e buzinam. Eu bato em sua janela
enquanto terror ameaça me consumir. Um rápido olhar sobre meu
ombro me diz que ele não está atrás de mim ainda.

“Por favor”, imploro mais uma vez, “Acabei de ser estuprada.”

Isto parece sacudi-la para agir. Com a mão trêmula, ela atinge
o botão de desbloqueio do seu carro. Vou para o banco de trás e me
deparo com uma criança de olhos arregalados em um assento de
carro.

“A-Aonde quer que eu vá?” A mulher pergunta.

“Em qualquer lugar longe daqui”, grito. “Só se apresse.”

Ela arranca e desce a rua. O bebê na parte de trás começa a


chorar. Quando olho para a menina no banco da frente, sua pele
está pálida enquanto olha pelo para-brisa. Ela agarra a mão da
mãe, a ponto dos nós dos dedos ficarem brancos.

“Você está bem?” A mulher pergunta, seus olhos em pânico


encontrando os meus no espelho.

Engulo e aceno. Alívio me invade quando tomo consciência.


Eu escapei. Finalmente escorreguei das garras da morte de
Vaughn.

“Estou agora.”
“Baby”, uma voz profunda murmura, arrastando-me do
pesadelo do meu passado. “Sou eu, Gray.”

Dou uma olhada e fico grata de ver seus olhos azuis


preocupados sobre mim. Meu rosto está embalado em suas mãos
fortes, enquanto ele me olha.

“Fale comigo, Violet,” murmura, num tom preocupado.


“Você me assustou pra caralho.”

Com lágrimas quentes brotando dos meus olhos, conto a


memória da noite que escapei. Cada detalhe assustador. Não paro
até terminar. A sala fica em silêncio por alguns instantes antes de
eu dar uma olhada nele.

As feições de Gray estão loucas com ódio e fúria. Ele está


apertando tanto sua mandíbula que é uma maravilha que ela não
quebre em duas. Mas a maneira como arrasta seu polegar sobre
meu lábio inferior é suave e reverente.

“Vou destruir o seu maldito crânio em mil pedaços”, ele


ferve. “Essa é a minha promessa a você.”

Novamente estas declarações intensas — declarações que


deveriam me assustar, mas que me aquecem até a alma. Eu quero
que ele machuque Vaughn. Quero Vaughn eliminado desta terra
para que não machuque outras mulheres.

“Estou fodida”, digo franzindo a testa, minha voz vacilante.


“Você é a primeira pessoa a quem já contei essa história. Minha
terapeuta sabe o essencial e nos abrigos para mulheres por onde
andei no início têm uma ideia. Mas ninguém sabe, com detalhes,
o que aconteceu.” Mordo meu lábio inferior e franzo a testa.
“Talvez devesse ter te poupado dos detalhes gráficos.”

Seu aperto é firme no meu queixo e ele balança a


cabeça. “Preciso saber todos os detalhes sobre cada coisa
que já aconteceu com você. Quero roubar essas memórias
horríveis e vesti-las como as cicatrizes de queimaduras nas
minhas costas para que você não tenha que carregá-las nunca
mais. Por favor” ele pede, seus lábios pressionando os meus. “Dê-
me todas. Deixe-me levá-las e substituí-las com algo bom. Nós
podemos ser bons juntos. Você não sente isso, Violet?”

Aceno e sorrio porque posso sentir isso.

Sua presença me esmaga com segurança e calor.

Um cobertor de segurança gigante.

Tenho tremido com o frio do meu passado por tempo demais.


Já é mais do que hora de confiar em alguém para me ajudar a
carregar esse fardo.

Ele começa a me beijar febrilmente mais uma vez até que


seu celular toca. Um grunhido lhe escapa. “Esse é o toque de
Gwen.”

Sinto falta do seu corpo pressionando o meu no momento


em que ele se afasta. Seu corpo é magro, com músculos definidos
escondidos debaixo de uma pele tatuada e cheia de cicatrizes. Ele
é lindo — como se Deus tivesse criado uma obra-prima especial e
chamou-a de Gray. Mas Gray está longe de ser entediante, ele é
cheio de cor, brilhante e encantador.

“Merdaaaaa”, ele sussurra ao celular. “Estarei lá.”

“O que foi?” Pergunto quando ele joga o celular na cama e


começa a se vestir rapidamente.

Tristeza aparece em seus olhos. “Mamãe. Ela caiu. Os


paramédicos já não entram na casa dela por isso, se ela se
machuca ou cai, Gwen ou eu temos que ajudá-la.” Ele passa os
dedos pelo cabelo. “Estarei de volta quando puder.”

Tropeço para fora da cama e corro para minha cômoda


para procurar uma calcinha. “Vou com você.”
Ele chega até mim e me abraça por trás. Sua calça está de
volta, mas ele ainda está sem camisa. O calor irradiando dele me
chama. Canta para acalmar as partes profundas dentro de mim.

“Baby”, ele murmura contra o meu cabelo. “Ela é pior do que


Gwen. Você precisa ficar.”

Torço em seu aperto para encará-lo. Minhas mãos


encontram suas bochechas com barba por fazer e balanço a
cabeça para ele. “Sem chance. Ignorei a doença da sua família
antes. Mas agora...” Paro e fico na ponta dos pés para beijar seus
lábios. “Quero ajudar. Você me ouviu descarregar meu passado. É
o mínimo que posso fazer.”

Emoção brilha em seus olhos. “Sério?”

“Sério” asseguro com um sorriso. “Vamos ajudar a sua mãe.”


Capítulo 18

Ainda estou fervendo de raiva enquanto dirigimos para


mamãe. As coisas que Vaughn fez com ela são... doentes. As coisas
que vou fazer com ele são... mais doentes. No banco do passageiro,
Violet rói nervosamente sua unha. Ela se parece comigo na
maneira como ela é limpa e ordenada. Por causa do seu passado,
ela foi obrigada a manter sua vida organizada. Odeio ter que levá-
la a mamãe, mas ela parece tão disposta a ajudar.

Isso me comove, porra.

Soube na sexta-feira quando travei os olhos com ela que


tinha condenado nos dois à morte. Depois de uma vida de amor é
claro. Mas ela seria minha até o fim. Um pedaço torcido dentro de
mim pareceu endireitar no momento em que ela se tornou a
principal fixação da minha vida.

Estou tentando desesperadamente não mover muito rápido.


A última coisa que quero fazer é assustá-la. Quero manter a minha
pequena Violet em seu pedestal em minha frente que é o seu lugar.
Quero adorá-la para sempre.

Chego mais perto e agarro sua coxa através do seus jeans.


A sua mão cobre a minha, dando um aperto reconfortante. Esta
mulher é o recheio para o vazio que está alojado no meu peito
desde que me lembro. Sinto minha vida completa agora. Vou
chegar tão profundo no seu coração, que ela nunca mais vai
querer me deixar.
Enquanto dirigimos, não posso deixar de me sentir
desapontado quando ela quis usar um preservativo mais cedo. Ela
não sabe que quero colocar meu esperma dentro dela? Que quero
ela grávida do meu filho? Sugeriria que nos casássemos amanhã,
se não achasse que ela iria me mandar embora. Violet é como um
cachorro abusado. Levará tempo para ganhar sua confiança.
Quero mimá-la e colocar um colar em volta do seu pescoço que
diga que ela é minha.

“O que você está pensando?” Ela pergunta, seu polegar


acariciando as costas da minha mão.

Como você me deixa louco.

Como meu coração bate só para você.

Como meu cérebro não vai deixar seu rosto sair da sua
presença.

Como vou deixar escapar que eu te amo muito antes do


tempo socialmente aceitável, porque os incêndios que ardem
dentro de mim por causa de você estão fora de controle, porra.

“Como você é linda,” digo a ela com um sorriso.

Ela ri. “De alguma forma sinto que há mais, mas vou deixar
passar já que você é tão doce.”

Ela não tem ideia do quanto mais há...

“Chegamos” digo a ela, meu sorriso desaparecendo à medida


que a ansiedade se instala quando estaciono ao lado do Camaro
da minha irmã.

“Esta é uma casa agradável”, murmura.

É mais do que agradável no exterior. Minha casa de infância


fica no final da rua num bairro caro. As casas na área são
vendidas por milhões.

O gramado perfeitamente bem cuidado e o trabalho de


pintura fresco escondem os segredos terríveis que se
encontram no interior. O caos e desordem. A loucura absoluta. O
gramado cuidado por profissionais ajuda a manter a farsa.

“Você quer ficar no carro?” Questiono.

Ela já está saindo. “Não. Consigo lidar com isso. Sua mãe
precisa de você.”

Esfrego meu rosto com a palma da mão e inalo uma


respiração fortificante. Isso vai ser difícil. A última vez que vim aqui
foi quando uma das prateleiras da mamãe caiu sobre ela. Minha
pele ainda se arrepia de ter tido que puxar toda aquela merda para
fora dela.

Salto para fora do carro e passo pelo gramado até a porta da


frente. Atrás de mim, Violet está tranquila, mas sei que ela vai me
proteger. Estou envergonhado, mas ela já viu Gwen e foi avisada.

“Respira pela boca” murmuro enquanto abro a porta.

Um dos poucos quartos limpos nesta casa é o vestíbulo, mas


posso dizer que isso vai mudar em breve. Sua bagunça está
começando a sair fora das portas para este espaço. Logo, não
poderá esconder isso das pessoas. Eu tremo de pensar sobre o dia
em que um carteiro ou vizinho intrometido espalhará a notícia
sobre o que acontece nesta casa.

Um odor que é fezes e parte de lixo apodrecendo me sufoca


imediatamente. Apesar de respirar pela boca, não posso evitar me
engasgar com o cheiro nojento. Violet não deixa transparecer seu
desgosto porque ela está quieta.

“Gwen?” Eu chamo.

“No porão”, ela grita de dentro da casa.

“Foda-se”, silvo sob a minha respiração. “O porão é o pior.”

Sigo pelo corredor até chegar a sala de jantar que leva


para a cozinha, onde a porta do porão fica. Assim que a sala
de jantar aparece, estremeço. Há um pequeno caminho, mas
lixo e sacos de compras e caixas estão empilhadas até a
altura da cintura. Não se pode ver a mesa da sala de jantar, a
mesma mesa onde meu pai me fez comer Wail. A sala inteira é um
mar de tralha e lixo.

“Por aqui” digo, agarrando a mão de Violet. Eu a guio atrás


de mim, para que ela não caia.

“Oh”, ela sufoca ao chegar à cozinha. Mais do mesmo aqui.


Lixo e uma pilha de pratos fedorentos estão abarrotando a pia. Há
uma pequena passagem para a geladeira e mais uma para a porta
do porão que foi aberta. Pego a alça e abro mais um pouco para
que eu possa me espremer através dela. Luz ilumina a escadaria,
mas há tanta porcaria empilhada nas escadas que não é de
admirar que ela caiu. Na parte inferior da escada, Gwen se senta
em uma pilha de lixo com a cabeça da mamãe no colo.

“Mãe,” chamo. “Você está bem?”

Ela acena com a mão para mim com desdém. “Claro,


querido. Só fui desajeitada novamente. Disse a sua irmã para não
chamá-lo e que quando recuperasse minha respiração voltaria
para cima.”

“Bobagem,” resmungo. “Eu tiro você daí.”

“Precisa de ajuda?” Pergunta Violet, sua respiração apenas


um sussurro.

Olho por cima do ombro e balanço a cabeça. “Basta manter


a porta aberta quando eu voltar aqui para cima.” Uma vez que ela
consente, eu me espremo através da porta e começo a minha
descida.

“Protege-a de qualquer coisa que caia”, Instruo Gwen.

Minha irmã se coloca de pé e se move para a frente da nossa


mãe. “OK. Pronta.”

Sou maior do que as duas então quando começo a


descer, caixas e sacos de lixo começam a desabar para o
fundo. Quase derrubo uma pilha de revistas, mas endireito a torre
antes dela tombar.

O cheiro fica pior quanto mais desço. Fede a esgoto bruto.


Porra. Não sei o que fazer quando se trata de mamãe e Gwen. Uma
vez, tentei trazer pessoas aqui para limpar e ambas ficaram tão
perturbadas, que parei imediatamente. Mas o pensamento de
mamãe ficar doente por causa de tubos gotejantes criando fungos
ou algo, me preocupa.

Quando chego ao fundo, Gwen me abraça apertado.


“Obrigada por ter vindo, irmão mais velho.”

Beijo o topo de sua cabeça e solto grunhido. “Você só me usa


pelos meus músculos”, brinco.

Mamãe ri. “Oh parem, vocês dois. Como está o trabalho,


querido?”

“Bem”, digo a ela enquanto deslizo meus braços debaixo do


corpo frágil da minha mãe. “Acabei de fechar negócio em uma
propriedade recentemente. Vou sair da cidade por alguns dias para
vê-la.”

“Que maravilha”, ela diz sorrindo para mim. “Você está tão
bonito. Como seu pai.” Seu sorriso desaparece e seus olhos e
tornam distantes. “Como ele está, afinal?”

Não vou cair nessa toca de coelho.

Nem agora. Nem nunca.

“Está bem. Ele me disse para dizer olá” minto.

Seus olhos azuis piscam com luz. “Ah, como sinto falta dele.
Diga a ele que vou visitá-lo na cidade na próxima semana para
almoçarmos.”

Concordo com a cabeça e sorrio para ela. Nós dois


mentimos um para o outro. Ela nunca deixará esta casa,
exceto em uma maca. Ele nunca pergunta sobre ela.
Eu tropeço sobre algo e bato na parede. Meu ombro atinge
a parede, mas é melhor do que a sua cabeça. Com mais esforço e
grunhidos, consigo subir a montanha de lixo até chegar ao topo. A
porta está escancarada, e entro pelo caminho estreito.

“Você precisa se deitar. Onde você está dormindo agora?”


Questiono. O quarto no andar de cima foi cheio e abandonado faz
tempo.

“Na sala de lavanderia ao lado do banheiro da frente”, ela


me diz.

Estremeço. “Para a sala de Lavandaria então.” Torço o corpo


para olhar para Violet. “Mãe, esta é Violet. Minha namorada.”

“Oh...” Mãe engasga, a vergonha fazendo-a ficar tensa.


“Oh...”

“Violet?” Gwen guincha de surpresa quando emerge da


escada do porão. “O que você está fazendo aqui?” O terror em sua
voz faz meu o ritmo cardíaco acelerar.

“Estávamos juntos quando você ligou”, digo a Gwen


suavemente. “Ela queria ajudar.”

As feições de Gwen endurecem e ela me empurra


desaparecendo para fora da cozinha. Dou a Violet um olhar de
apologético.

“Desculpe as minhas maneiras,” Mamãe diz para Violet. “E


as da Gwen. Nós apenas não estamos acostumadas a visitas. Se
soubesse que você estava vindo, teria arrumado um pouco.”

“Violet não se preocupa com um pouco de desordem,”


asseguro a mamãe. “Importa-se, baby?”

Violet balança a cabeça. “Não. Sua casa é linda. Eram


begônias que vi na varanda da frente?”

Mamãe assente e sorri para ela. “Enrique plantou


essas. Estou completamente apaixonada por elas.”
“Elas são lindas”, murmura Violet.

Pisco-lhe um olhar de gratidão antes de percorrer meu


caminho através da horda de lixo para a lavanderia. Uma vez lá
dentro, fico irritado ao descobrir que minha mãe dobrou um monte
de cobertores para fazer uma cama improvisada em cima da
máquina de lavar e secar roupa. Mesmo a lavanderia está cheia de
lixo. Há muito tempo superei o fato de que mamãe não lava roupa
ou louça ou qualquer coisa. Pago à prefeitura para pegar o lixo
duas vezes por semana, mas meu instinto me diz que mamãe
nunca tem nada para colocar na lixeira.

Violet passa por mim entrando na sala de lavanderia e


suaviza os cobertores e ajeita os travesseiros. Eu coloco mamãe
em sua cama e Violet começa a cobri-la. Mãe, que já não está
constrangida, olha para Violet como se ela fosse a coisa mais linda
que já viu.

Olho para a minha mulher.

Ela com certeza é a coisa mais linda que eu já vi.

“Estou indo ver como está Gwen. Você pode ficar e se


certificar de que ela fique bem?” Pergunto a Violet.

Quando ela sorri e assente, eu me inclino para a frente e


beijo sua testa. “Obrigado, baby.”

Posso ouvir a mamãe conversando com ela quando saio da


sala de lavanderia. A simples ideia de subir as escadas me faz
tremer, mas sei que Gwen está lá em cima no meu antigo quarto.
É o único lugar na casa que por algum motivo elas não encheram
com lixo. Sempre que digo a mamãe que deveria dormir lá, ela
apenas abana a cabeça e diz que está guardando o quarto no caso
de eu precisar voltar.

Leva vários minutos e alguns momentos de ânsia de


vomito até que eu passe por um dos banheiros, mas
finalmente chego no meu quarto. Quando entro, respiro
profundamente. Está tudo exatamente como deixei. Pai,
aquele idiota, tinha razão. Eu precisava fugir. Deixei mamãe
cuidar de mim até ficar curado, após minhas queimaduras
extensas, mas no momento que fiquei curado, fui embora.

Gwen está na cama, de costas para mim. Com um suspiro,


rastejo para o lado dela e a abraço. “Não fique zangada, irmã.”

Ela funga. “Ela vai pensar que somos nojentos. Como você
pôde trazê-la aqui?”

Culpa dispara através de mim. “Violet é diferente. Ela vai ser


parte desta família um dia. Não quero começar algo com segredos.
Tudo está muito claro.”

Ela rola para ficar de costas e me olha com um rosto


manchado de lágrimas que me lembram de quando era mais
jovem. “Ela sabe o que está no baú?”

Eu franzo a testa. “São apenas coisas lá dentro.”

“Que tipo de coisa?”

“Nada importante,” resmungo.

Suas narinas inflam. “Ela não deve ser tão importante,


então.”

Quando Gwen fica chateada, vai para a ofensiva e diz coisas


para machucar. Felizmente, já joguei estes jogos mil vezes com ela.

“Você está bem?” Pergunto, mudando de assunto.

“Mamãe apenas me assustou”, ela admite, com um soluço


sufocado. “Quando ela me ligou, estava desorientada.” Uma
lágrima vaza do seu olho. “Ela está caindo muito ultimamente,
mas principalmente parece estar esquecendo as coisas.” Outra
lágrima sai. “Pessoas.”

“O que você quer dizer?” Exijo, a preocupação rastejando


dentro de mim.

“Ela não me reconheceu duas vezes.”


Franzo a testa e olho acima dela pela janela escura.
“Gwen...”

“Eu sei.”

“Vou ligar amanhã.”

Ela funga. “Não sou como ela.”

Oh, irmãzinha, mas você é exatamente igual.

“Eu sei.” Mentiras.

“Sou apenas bagunceira. Artistas são desorganizados”, ela


me assegura. “Posso limpar tudo quando quiser.”

Sorrio. “Claro que pode.”

Seus olhos se fecham. “Talvez eu deva ir ver a Dra. Ward


novamente.”

Esperança floresce no meu peito. “Ela foi uma das poucas


pessoas que você gostou.”

“Mas ela me deixou com raiva”, ela sussurra, seus olhos se


abrindo.

Sorrio para ela. “Eu te irrito o tempo todo e você não me


demite.”

“Eu gostaria de poder, às vezes” ela brinca, diversão


cintilando em seus olhos.

“Vou chamar a Dra. Ward e marcar.” Inclino-me para a


frente e beijo sua testa. “Obrigado.”

Ela balança a cabeça e funga novamente. “Não posso


enfrentar Violet agora, no entanto.”

“Está tudo bem,” asseguro. “Você pode cuidar da mamãe


hoje por mim? Eu gostaria de ir para casa e terminar o que
comecei com a minha namorada.” Sacudo minhas
sobrancelhas para provocá-la.
Um gemido escapa dela. “Nojento. E namorada?” Sua
sobrancelha levanta de forma divertida. “Isso foi muito rápido.”

Dou de ombros enquanto saio da cama. “Desde quando sou


lento com alguma coisa?”

“Desde nunca.”

“Pode ter certeza.”

“Tem certeza?” Pergunto enquanto embrulho uma das


minhas toalhas felpudas em torno do corpo perfeito de Violet.

Ela ri. “Estou aqui, não estou?”

“Acho que gosto de você aqui na minha casa,” digo a ela com
um sorriso. “Minha cama é maior de qualquer forma. Mais espaço
para foder com você.”

“Honestamente, Gray!” ela chia. “Você é sempre tão bruto.”

“Você gosta disso,” discuto enquanto desfilo a minha bunda


do banheiro para o quarto. Estou puxando as cobertas quando
vejo ela parada na frente do baú.

“O que está lá dentro?”

Toda a felicidade e diversão desaparecem. “Nada


importante.”

Seus olhos estreitam para mim. “Eu me preocupo com


coisas sem importância também.”

“Não importa,” digo a ela, franzindo o cenho. “Confie em


mim. Não importa.”
Mágoa surge nos seus olhos. Por mais que eu queira me
abrir para ela, não quero falar sobre isto. Pelo menos não tão cedo.

“Abra-o,” ela sussurra.

“Não.”

Fogo aparece em seus olhos enquanto ela se ajoelha e


começa a mexer com a fechadura.

“Pare,” rosno. Se ela se esforçar, vai descobrir a combinação.


É o mesmo que seu número PIN do cartão de débito. Sei disso
porque fiz com que fossem os mesmos.

Ela começa a girar o mostrador, me ignorando.

“Maldição, Violet,” estalo. “Não é da sua maldita conta.”

Minhas palavras fazem com que suas costas fiquem tensas.


A toalha se solta e desliza, caindo das costas para os seus quadris.
Sua pele suave me atrai, mas rapidamente fica vermelha com sua
raiva. Ela me olha por cima do ombro.

“Quero ir para casa.”

Meu coração afunda e caio de joelhos atrás dela. “Não”, digo


a ela enquanto a abraço e puxo suas costas nuas contra o meu
peito limpo. “Fique.”

“Vou ficar se você me disser o que está dentro.”

Eu rosno quando ela joga fora a toalha e esfrega sua bunda


nua contra o meu pau endurecido. “Não.”

“Por favor” ela implora, com a voz ofegante.

“Nada dentro daquele baú importa”, respondo enquanto


minhas mãos vagueiam pelo seu corpo sedoso. “Tudo o que mais
importa para mim é você.”

Para provar meu ponto, guio meu pau dentro dela. Ela
agarra o baú e solta um gemido necessitado. Enrolo meus
dedos em seu cabelo molhado, puxando sua cabeça para trás,
enquanto penetro com força dentro dela.

“Gray”, ela sussurra.

Minhas bolas batem contra sua buceta com cada impulso.


Ela é apertada e limpa e minha. Enquanto fodo com ela, enfio meu
polegar na boca para molhá-lo. Quando o empurro contra o seu
traseiro apertado, ela solta um gemido.

“Toque seu clitóris” ordeno, minha voz baixa e rouca.

Ela obedece, mas sua bunda aperta. “Vai doer.”

“O que aconteceu foi há muito tempo,” asseguro-lhe, meu


tom suave. “Vou fazer você se sentir bem.”

Confiança — um pássaro tão bonito — é libertado de sua


gaiola. Ela relaxa e me permite o acesso. Como prometido, enfio
meu polegar dentro da sua bunda apertada. Meu impulso diminui
até que meu polegar está todo dentro dela.

“Você está bem, pirralha?”

“Sim…”

“Sim, mas?”

“Ainda estou com medo.”

Começo deslizando meu polegar lentamente dentro e fora


dela em uníssono com o meu pau que está dentro de sua buceta.
Logo, ela está balançando contra mim, dentro do nosso pequeno
jogo de bunda.

“Quando se trata de mim, você não tem nada a temer.


Nunca” juro. “Cada pensamento. Cada maldita ação gira em torno
de você. Acho que você não entende o quanto está dentro de
mim.”

Ela geme em resposta. “Gray…”


“Ninguém nunca mais vai ter você, porque é minha,” eu
mordo quando o prazer iminente começa a se estabelecer em
minhas bolas. “Diga isso, baby. Diga a quem você pertence.”

“Você”, ela sussurra sem hesitação.

Orgulho me invade. Não sou o cara mais normal no bloco.


Sou obsessivo ao ponto de ser uma falha e possessivo como a
porra. Não entendo muito bem sua rapidez ao ceder a mim, mas
me alimento disso.

“Vou protegê-la, e quando permitir, vou te amar. Vou marcar


o seu coração e sua buceta. Você vai usar o meu anel e receber o
meu sobrenome. Por que, Violet?”

Ela grita quando eu bato na bunda dela. “Porque sou sua.”

“Pode ter certeza que é. Vou gozar dentro da sua pequena e


bonita buceta. Nada mais de malditos preservativos.” Eu rosno.
“Por quê, Violet?” Quando ela não responde, bato em sua bunda
novamente.

“Porque sou sua.”

“Boa menina,” louvo. “Não há mais pílulas do dia seguinte.”

Ela estremece quando um orgasmo ondula através dela. Seu


corpo parece apertar o inferno fora do meu pau. Estou grunhindo,
meus impulsos irregulares e desiguais, quando tento
desesperadamente não gozar tão rápido. “Como você sabia-”, ela
começa.

“Não há mais pílulas do dia seguinte”, assobio,


interrompendo-a. “Por que, Violet?”

“P-Porque sou sua” ela murmura, todo o seu corpo ainda


tremendo.

“Se você ficar grávida, vai ficar tudo bem. Por quê,
Violet?”
Quando ela não responde, alcanço e golpeio a sua mão para
que eu possa massagear o seu clitóris. Ela começa a tremer
descontroladamente da overdose de prazer.

“Por quê, Violet?”

“Porque sou sua.”

Suas palavras me enviam ao limite, e gozo com um rugido


feroz. Isto parece excitá-la novamente porque grita o meu nome
enquanto o seu corpo convulsiona descontroladamente com
prazer. Eu retiro meu polegar da sua bunda e admiro como seu
buraco aperta de novo. Um dia vou mostrar-lhe como será bom me
sentir inteiro dentro dela. Meu pau expulsa o resto do meu gozo.
Assim que lhe dou tudo o que tenho, deslizo para fora e assisto
com alegria quando o meu esperma branco escorre de sua buceta
vermelha brilhante. Ele escorre, fazendo uma poça entre seus
joelhos.

“Jesus fodido Cristo, você é sexy,” digo a ela, orgulho


escorrendo de minha voz.

“Quando você fala sujo, é muito sexy também”, admite ela,


olhando para mim por cima do ombro. Seus olhos estão nublados
e suas bochechas estão rosadas pelo esforço. Dou a ela um olhar
sério.

“Eu quis dizer cada palavra, baby.”

Seus lábios carnudos se abrem. Ela começa a dizer algo,


mas, em seguida, fecha a boca. “Estou cansada.”

Pego a toalha e a limpo. Quando a puxo em meus braços,


ela me encara com um olhar suave que me faz querer entrar dentro
da sua cabeça.

“Isso está acontecendo,” digo a ela, minha testa


descansando contra a dela. “Nós estamos acontecendo. Eu
quero isto.” Seus olhos permanecem ligeiramente cautelosos,
mas vejo o brilho de esperança.
Ela quer isto também.
Capítulo 19

“Não posso acreditar em como é bonito aqui” murmuro


enquanto saboreio o meu vinho. Ainda estou com a roupa de
banho de mais cedo, mas meus pés estão apoiados na beira da
varanda enquanto olho para o oceano sem uma preocupação no
mundo. Isto era para ser trabalho, mas nos últimos quatro dias,
nós não fizemos nada, a não ser nos divertirmos.

“Com certeza é” Gray responde, sua voz rouca.

Quando me viro para olhar para ele, vejo-o me olhando. Meu


corpo começa a aquecer de dentro para fora. Temos visto um ao
outro durante um pouco mais de uma semana. Ele é um turbilhão
e perco a noção do tempo e da realidade. Sinto como se fosse há
muito mais tempo.

“Sempre sonhei em ter um lugar como este. Um lugar para


levar a minha família um dia. Um lugar onde a mãe estivesse
envolvida e o pai não fosse um grande idiota. Um lugar onde as
crianças estivessem ansiosas para visitar em cada verão.” Ele corre
os dedos atrás da cabeça enquanto olha para o oceano. Seu cabelo
escuro está confuso e flutua ao vento. Eu me fixo no modo como
seus bíceps incham nessa posição. “Agora tenho um lugar assim.”

“Você tem”, digo-lhe, uma pitada de devaneio na minha


voz.

Ele vira o seu olhar ardente, intenso para mim. “Tudo


que eu preciso é a família.”
Mais uma vez, minha garganta e bochechas aquecem.
Quando ele diz essas coisas poderosas para mim, eu apenas caio
mais profundamente em um buraco que ele cavou para mim. Só
espero que ele não me enterre um dia.

“Um dia, talvez você tenha”, ofereço e engulo o resto do meu


vinho.

“Venha aqui.”

Ele dá um tapinha na coxa e me dá um sorriso que parece


bom demais nele. Apesar de ser muito mais velho do que eu, ele
permanece em forma e tem um ar jovem, vulnerável, sobre ele que
me atrai. Sua intensidade, porém, é a de um deus antigo.
Inabalável e dominante.

Eu levanto da poltrona e, em seguida, escarrancho no seu


colo. Ele está vestindo apenas um calção de banho, assim, no
momento em que me sento sobre ele, seu comprimento duro
pressiona contra o lugar onde mais o quero.

“Quero fazer disto a nossa coisa”, ele diz, quando chega por
detrás de mim para puxar a corda do top do meu biquíni. O
material escorrega nos meus seios. “Isto” — ele assinala o resort e
a praia — “deve ser a nossa coisa.”

Suas palavras.

Suas implicações.

É tudo demais.

Desesperadamente, eu me apego a elas. Por muito tempo,


desejei justamente o que ele está oferecendo. Mas não parece real.
Um conto de fadas. Um sonho que ele está tecendo para mim
enquanto me fode além da sanidade. O que acontecerá quando
tudo desaparecer em um passe de mágica? Onde isso me
deixará?

“Você percebe que só descobriu que existo há uma


semana. Agora você está pronto para me fecundar e fugir
para o pôr do sol. Você não vive no mundo real.” É por isso que o
chamam de Mad Max. “Estamos apenas nos divertindo.”

Seus olhos azuis escurecem para um tom marinho quando


ele puxa a corda por trás do meu pescoço. Meu top cai entre nós
me expondo a ele. “Vivo no mundo que eu crio”, ele me diz, suas
palavras ardentes com necessidade. “E no meu mundo, somos você
e eu.”

Eu mordo meu lábio inferior e olho esse homem bonito. Foi


assim com Vaughn no início? Não me lembro dele sendo tão
dedicado ou consumidor. Intenso e possessivo, sim. Mas nunca...
doce e apaixonado. Gray é apenas... diferente.

“Estamos indo muito rápido” tento, embora a luta tenha me


deixado no momento em que ele puxa meu biquíni para o lado e
desliza a ponta do dedo ao longo do meu clitóris.

Ele se inclina para a frente para capturar meu seio entre os


dentes. Seus olhos sobem para encontrar os meus. Eles estão
ardendo com emoções que quero descascar e descobrir. A verdade
é que amo o jeito que ele olha para mim como se eu fosse a única
coisa em sua vida que importa. Com sua língua arremessando
contra minha pele e seus dentes me mordendo, estou esmagada
com a necessidade. Ele nunca pareceu tão sexy como neste
momento, com seu cabelo bagunçado e olhos selvagens. Seu dedo
habilidoso me acaricia ao ponto de estar praticamente pingando
de desejo.

“Oh, Deus...” choramingo.

Ele chupa a dor da sua mordida e, em seguida, respira


contra mim. “Diga o que preciso ouvir.”

Agarro o seu cabelo e inclino a cabeça para trás. A varanda


é privada, tendo em conta que é a suíte da cobertura, então jogo
a cautela ao vento e me liberto.
“Eu sou sua”, digo a ele enquanto balanço contra o seu dedo
que me massageia apenas do lado de fora, apesar da minha
necessidade de tê-lo no interior.

“Diga-me que isso é mais do que diversão”, ele rosna,


beliscando minha pele. “Diga-me que este é o nosso mundo e você
quer ele tanto quanto eu.”

Quando ele fala assim comigo, perco todo o senso de certo e


errado. Não há nenhuma realidade com ele.

“Sim”, asseguro, meu corpo tremendo com prazer. “Nosso


mundo.”

Seu dedo acelera o seu movimento até que eu me perco. O


mundo escurece em torno de mim à medida que um orgasmo
explosivo me atravessa, destruindo todas as terminações nervosas
do meu corpo. Ainda estou tremendo quando ele puxa sua mão de
minhas profundezas para puxar seu pau do seu calção de banho.
Uma vez que está fora e em pé entre nós, ele levanta meus quadris
e mais uma vez empurra meu biquíni para o lado. Desta vez, ele
me empala com o seu pau. Suas mãos fortes em meus quadris
controlam o nosso ritmo. Tudo o que posso fazer é colar meus
lábios no dele e desfrutar do passeio.

Nosso beijo me consome e é poderoso.

Nós nos beijamos como se o outro fosse a chave para o nosso


futuro e felicidade.

Eu seria uma mentirosa se dissesse que não queria o que


Gray está oferecendo. Estou morrendo de vontade de deixá-lo me
puxar em sua tempestade e nunca sair. Quando ele me possui, no
meu íntimo, a resposta é sempre sim.

“É isso aí, baby”, ele geme contra a minha boca. “Tome este
pau grosso porque ele é seu.”

Maldito seja ele e suas palavras sujas, loucas, que me


deixam selvagem.
Como a boa menina que sou, eu o monto como se o
possuísse. Uso o seu pau para tirar o prazer que anseio e
necessito. Arqueando as costas, me posiciono para que ele bata
contra o meu ponto G. Ondas de felicidade pulsam através de mim.

“Implore-me para gozar dentro de você, Violet. Porra, me


implore para colocar um bebê dentro de você”, ele rosna, seus
dentes beliscando meus seios. “Implore.”

Suas palavras são insanas. Um jogo de fingir.


Aparentemente, gosto desses jogos.

“Sim”, imploro. “Quero isso. Eu quero tudo isso.”

“Você vai carregar o meu filho em sua pequena barriga sexy,


não é?” Ele exige.

“Mmmhmmm.”

“Diga as palavras, Violet.”

“Eu quero o seu bebê.”

Ele belisca em mim novamente. “Nós vamos ser uma família.


Prometa.”

“Sim”, choramingo enquanto o meu corpo aperta com outro


orgasmo iminente. “Eu prometo.”

No momento em que o meu clímax me faz estremecer, ele


perde o controle. Sua mordida no meu peito me faz sentir como se
ele rasgasse a minha a pele, mas nem me importo, porque o seu
calor ondula em mim carregando todas as suas promessas.

Estou tão fodida da cabeça por este homem.

Ele vai rasgar meu mundo em pedaços. No fundo, sei disso.


Posso sentir isso da cabeça aos pés.

No entanto…

“Não me deixe,” imploro, meus lábios encontrando a


concha de sua orelha. “Por favor, não me deixe.”
Ele me abraça apertado e rosna sua proclamação feroz que
eu quero tanto acreditar. “Não vou te deixar. Porra, nunca mais.”

“Em dois meses, tenho que ir para Hong Kong para


negócios,” Gray diz, seu dedo traçando suavemente, subindo e
descendo na minha barriga nua no escuro.

“Estou com ciúmes,” brinco e sorrio.

“Quero que você venha comigo”, ele me diz com uma risada.
“Você é a Vice Presidente, afinal de contas.”

Endureço. “Não vou estar trabalhando para você, nessa


altura. Só me resta uma semana.”

Sua mão para de se mover e estou feliz que não posso ver
sua expressão. “Mas eu pensei…”

“Que só porque estamos vendo um ao outro agora que iria


desistir dos meus compromissos anteriores?”

Ele se afasta e acende a lâmpada. Quando ele se vira, suas


narinas dilatam com raiva. “Eu promovi você. Presumi que você
ficaria.”

O dinheiro é muito melhor do que o que Sean está


oferecendo.

E estaria fazendo o que sei.

Mas estaria passando todo o tempo com toda a atenção de


Gray focada mim. O que acontece quando essa sua chama
ardente se apagar? Será que serei deixada de lado e esquecida
de novo? Se assim for, e eu escolher ficar na Maxwell, teria
perdido uma oportunidade para uma mudança de carreira.
“Gray,” começo, mas sou interrompida quando ele sai da
cama.

“Preciso fazer uma ligação”, ele rosna antes de bater a porta


do quarto.

Sento-me e puxo o lençol sobre meu peito nu. Ele não levou
isso nada bem. Borboletas levantam voo na minha barriga à
medida que meus nervos ameaçam me consumir. Pego meu celular
da mesa e envio uma mensagem a Sean.

Eu: Está tudo como combinamos?

Apesar de ser perto de meia-noite, ele responde.

Sean: Eu pensei que você tinha mudado de ideia. Sabe,


depois de tudo que aconteceu. Depois que você nunca
respondeu. Está tudo bem?

Minha mente esteve distraída a semana passada, mas não


pensei que tinha ignorado nenhuma de suas mensagens.

Eu: Tudo está bem. Ansiosa para começar em breve.

Ele responde de volta imediatamente.

Sean: Ah bom! Estou em contagem decrescente. Se você


quiser passar aqui qualquer dia na sua hora de almoço, vou lhe
mostrar onde o seu escritório será. Podemos almoçar no meu
escritório.

Eu: Informarei um dia em que estiver livre. Falaremos


em breve.

Eu tento não olhar para o relógio, mas segundos se


transformam em minutos e, em seguida, minutos se transformam
em horas. Gray não volta. Estou quase adormecendo quando ouço
a lâmpada ser desligada e a cama afundando com o peso dele.
Ele enrola seu corpo maciço ao redor do meu e me abraça.
Sinto como se tivéssemos tido a nossa primeira discussão.
Não é difícil entender seu ponto. Ele me promoveu e
despediu vários funcionários por causa de como eles me
trataram. Nós estamos dormindo juntos e passamos cada
momento acordados um com o outro. Posso ver como ele iria
presumir que eu estava ficando.

Mas…

Não posso arriscar tudo por merecer sua atenção durante


uma semana.

“Sinto muito”, ele murmura em meu ouvido, seu polegar


deslizando ao redor do meu umbigo.

Quando finjo que estou dormindo, ele relaxa e me beija


suavemente na cabeça. Lágrimas vêm aos meus olhos porque
Vaughn nunca foi carinhoso assim. Faz-me sentir culpada por
sequer compará-lo ao meu ex psicopata.

Sua respiração se equilibra. Tão quente como o sinto


enrolado contra mim, acho que nós precisamos de espaço. Estou
me perdendo de vista sendo arrebatada por ele. Não posso passar
pelo que passei com Vaughn novamente. Não sou capaz
mentalmente.

Amanhã vou tentar desembaraçar-me de Grayson Maxwell.

Até então, vou ficar quente em seus braços por mais uma
noite.

“Parabéns,” uma senhora chamada Deb diz quando passa


pela minha mesa. “Que conquista.”

Sorrio, até que ela se afasta. Porque diabos está todo


mundo me parabenizando? Ela é, pelo menos, a quinta
pessoa a fazê-lo hoje. Pensei que minha promoção fosse
notícia velha. Meus olhos pulam para a porta de Gray, mas
está fechada. Após a estranheza de sábado, no resort, ele
me levou para casa no domingo, onde me deixou. Não o convidei
para ficar. A viagem para casa foi educada, mas principalmente
tranquila. Eu podia praticamente ver as engrenagens girando em
sua cabeça, mas ele teve o cuidado de não dizer nada para não me
assustar ainda mais.

E, rapaz, estou assustada.

Eu tomei uma decisão horrível após a outra desde que


entreguei o meu aviso.

Meu celular vibra e estou surpresa de ver que é Gwen.

Gwen: Hei garota! Deveríamos almoçar um dia. Eu queria


me desculpar pessoalmente de como me comportei na semana
passada.

Quando penso na casa da mãe de Gwen e Gray, eu me


arrepio. Ela é uma mulher agradável, mas ela foi definitivamente
um pouco distante. Fiquei feliz quando Gray me disse que fez
arranjos para ela ir para um lar. Foi Gwen, quem foi com ela e
organizou tudo, mas foi ele que encontrou a instalação de melhor
qualidade e tirou o dinheiro. Uma vez que ela esteja instalada, ele
disse que vai pagar algumas pessoas para limpar a casa. Ele me
confidenciou que esperava que poderia fazer a Gwen limpar sua
bagunça também, mas que só iria lidar com um problema de cada
vez.

Eu: Não tem problema. Você estava estressada. Almoço


soa muito bom.

“Parabéns, Letty,” outra pessoa fala enquanto passa por


minha mesa. “Primeira página. Inacreditável.”

Isso prende a minha atenção. “Com licença? Do que está


falando?”

O cara bate o New York Times na minha mesa. Na


primeira página está a minha cara. Pestanejo uma vez em
estado de choque. Então, pestanejo mais uma vez quando
horror se instala. Minha idade. Minha localização. O meu
maldito nome completo. Todos estampados na primeira página. O
artigo continua não falando apenas sobre a minha promoção
numa das maiores empresas de aquisição do país, mas também
fala sobre a minha superação do assédio sexual e ascensão
profissional. Mas é o que está no final do artigo que faz o meu
sangue gelar.

Maxwell Subsidiárias comprou Slante Hipotecas.

Uma frase simples, presa no final.

Mas me faz ver vermelho. Tanto, que ofusca o momento que


meu anonimato desapareceu. Eu arrebato o jornal e ando até a
porta de Gray. Quando entro e bato a porta atrás de mim,
encontro-o sentado em sua mesa com os dedos juntos como se
estivesse esperando por mim. Mesmo Jeff está com um olhar de
expectativa.

“Como você pôde?” Eu fervo, meu tom baixo e mortal.

Seu olhar é afiado quando desliza sobre a minha blusa e


saia antes de regressar até meus olhos. “Como pude o quê?”

Bato o jornal em sua mesa. “Você sabe o que fez?” Minha


voz é estridente.

“Fui eu, na verdade,” Jeff assobia. “Entrei em contato com o


meu amigo no The Times e lhe contei a história.”

“Você não sabe o que fez,” digo a ele, um ligeiro tremor na


minha voz. Quando penso em Vaughn vendo o jornal e sabendo
onde estou, meus joelhos se dobram e caio contra a mesa. Jeff
tenta me endireitar, mas Gray já contornou a mesa. Sou arrastada
para o seu poderoso aperto.

Seu cheiro.

Seu toque.

Sua presença avassaladora.


Sou vítima do seu toque suave por um momento e deixo que
ele me proteja das repercussões. Mas só por um momento. Então,
a fúria se instala.

“Você não quer que eu vá embora, então você comprou a


Slante Hipotecas?” Eu guincho.

Ele esfrega minhas costas. “Há muito mais nesta história


que você não sabe.”

“Então. Me. Conta.” Eu levanto meu queixo e olho para ele.

Sua mandíbula endurece e ele acena para Jeff que sai do


escritório, sem outra palavra. Então, seus traços suavizam quando
ele me olha. Tento me esquivar, mas o seu aperto aumenta.

“Sean tem uma história ruim”, ele solta, raiva


transformando suas feições.

“Uma história ruim porquê?!”

“Por foder suas empregadas.” Suas palavras são rosnadas,


ciúme agarrando-se a cada uma.

Zombo. “Você fode sua empregada.”

Isto me rende um grunhido. “Não, eu só fodo você.”

Constrangimento faz meu pescoço aquecer. Este pobre


indivíduo acaba de perder sua empresa porque meu novo
namorado é ciumento e não quer que eu me despeça?
Inacreditável.

“Essa era a sua empresa”, murmuro, desgosto escorrendo


no meu tom. “Você só fez algumas ligações e comprou a empresa
dele?”

“Não chamaria vinte milhões de um mau negócio. Eu


dobrei sua cotação de venda.” Sua voz é presunçosa e isso me
irrita.

“Quando?” Eu silvo. “Quando você fez isso? Depois da


nossa discussão no sábado?”
Suas feições endurecem. “Ele ficou satisfeito com a minha
oferta. Depois que te deixei, encontrei com ele e nossos advogados.
Tudo correu bem. Esta manhã, fiz a transferência bancária. Ele
vai ficar para gerir, no entanto. Mas…”

Ele não tem que dizer isso.

Eu sei.

“Mas a ressalva era que ele não poderia me ter.”

Ele tem o bom senso de parecer envergonhado. “Violet.”

“Não”, murmuro. “Tudo isso é horrível, e estou furiosa com


você. Mas estampar o meu rosto e nome na primeira página do
maior jornal do país, quando você sabe que estou me escondendo
do meu ex psicótico e abusivo? Isso é imperdoável.” Desta vez,
quando me afasto, ele me libera. Ele parece ferido.

“Você não entende.”

“Aparentemente não.” Engulo as lágrimas. “Vou pegar o dia


de folga. Não estou me sentindo bem.”

Ele vê através da minha mentira, mas assente. “Deixe-me te


levar para casa, pelo menos.”

Balanço a cabeça e mantenha minhas mãos para cima.


“Você já fez o suficiente.”
Capítulo 20

Odeio ter que morder minha língua, mas não posso lhe falar
a verdade. Não posso deixá-la saber que pedi a Jeff para fazer esse
artigo para que Vaughn saia do seu esconderijo. Dusty ainda está
tentando encontrar o filho da puta escorregadio. Usar Violet como
isca parecia ser o caminho mais rápido para fazê-lo sair.

Fui incapaz de trabalhar o dia todo. Não sem Violet por


perto. Em vez disso, me sentei no meu carro em frente ao seu
prédio vigiando idiotas assustadores que possam estar rondando
o lugar. Quando já passa da meia-noite, saio do carro e estico as
pernas. Não comi ou me movi em horas.

Quando chego no seu andar e minha testa está pressionada


contra a porta, escuto. O apartamento está silencioso. Ela
provavelmente está dormindo, mas preciso falar com ela.

Eu: Eu sinto muito.

Ela responde imediatamente o que faz a minha frequência


cardíaca acelerar.

Violet: Eu também.

Eu: Posso vê-la?

Violet: Estou uma bagunça.

Eu: E se eu lhe dissesse que estou esperando na sua


porta da frente?
Violet: Eu estive te observando da janela durante todo o
dia. Vou deixá-lo entrar.

Endireito meu corpo e deslizo meu celular no bolso. Poucos


minutos depois, ouço as fechaduras desengatarem. No momento
em que ela abre a porta, não posso esperar mais. Eu a puxo em
meus braços, onde é o seu lugar e beijo o topo da sua cabeça.

“Sinto muito.”

Ela funga, mas seu aperto em mim é forte. “Também sinto


muito.”

Eu me afasto para trancar as portas antes de agarrar o seu


corpo frágil em meus braços. Ela repousa a cabeça no meu ombro
enquanto a levo pelo apartamento escuro para o seu quarto. Chuto
meus sapatos e coloco-a sobre a cama.

O abajur ao lado da cama lança sombras em seu rosto,


destacando as olheiras sob os olhos. Seu rosto está inchado e
vermelho de tanto chorar. Eu a alcanço e retiro uma mecha
marrom brilhante de cabelo do seu rosto. Ajoelhado na frente dela,
abraço sua cintura e descanso minha bochecha na sua coxa. Seus
dedos acariciam meu cabelo. Tocá-la acalma meu coração. Espero
consertá-la do jeito que ela me conserta.

“Não sei o que fazer”, ela murmura, com a voz vacilante. “Ele
virá para mim.”

Beijo o interior de sua coxa. “Vou mantê-la segura, como


prometi.”

Quando me levanto para olhar para ela, lágrimas correm


pelo seu rosto inchado. Não gosto de vê-la chorar. Quero colocar
sorrisos no seu rosto. E uma vez que aquele filho da puta estiver
morto, ela nunca terá que temer por sua vida novamente.

Sento-me sobre meus joelhos e dou um puxão em sua


camiseta. Ela levanta os braços, permitindo-me tirar-lhe a
roupa.
“Deite-se, baby”, instruo quando começo a retirar as minhas
roupas.

Ela vai para trás e, em seguida, tira sua calcinha. Jogo o


resto das minhas roupas antes de apagar a luz. Uma vez que a
escuridão nos encobre, reivindico minha mulher. No momento em
que a nossa pele nua se toca, a ligação que nós costumamos
partilhar parece reacender com uma sacudida. Nossas bocas se
encontram para um beijo desesperado. Ela envolve suas pernas
suaves em torno de mim, e no instante seguinte, estou enterrado
profundamente dentro dela. Em vez de me mover, simplesmente
embalo sua bochecha com uma mão e beijo-a até que ela está sem
fôlego.

Trilho beijos ao longo de sua bochecha até seu ouvido onde


sussurro para ela todas as coisas que preciso que ela ouça.

Sou obcecado por você.

Não posso viver sem você.

Eu morreria sem você.

Minhas palavras a excitam porque ela mexe e geme e


implora por mais. Lentamente, balanço contra ela. Seu corpo é
apertado e receptivo. Caloroso. Meu. Continuo a murmurar as
palavras que ela claramente precisa ouvir também.

Você é minha.

Vou fazer o que for preciso para mantê-la.

O que for preciso.

Minha.

Ela choraminga de prazer. Meu impulso se acelera. Estou


tão dominado pela minha necessidade por ela que meus
movimentos são descoordenados e irregulares.

Eu não posso passar mais um dia como os últimos dois


dias longe de você.
Preciso vê-la e estar com você.

Você é minha, porra.

“Sua”, ela concorda, sua voz presa quando seu orgasmo se


aproxima.

Você me consome.

Você me possui.

Não sou nada sem você.

Eu te amo.

Ela goza com um guincho e seu corpo sacode debaixo de


mim. Estou tão perdido em nosso amor que gozo como a porra de
um adolescente virgem. Rápido e explosivo. Eu marco a minha
mulher de dentro para fora.

Seus dedos enfiam no meu cabelo e ela suspira. “Você é tão


intenso. Não sei o que pensar.”

Esfrego meus lábios ao longo da concha de sua orelha. “Não


pense. Sinta. Não me importo sobre regras ou normas. Tudo que
sei é que fui completamente enfeitiçado por você desde o momento
em que você bateu o seu aviso na minha mesa.”

“Ainda estou chateada com você”, admite ela, com a voz


trêmula. “Eu me sinto tão fora de controle em torno de você.”

Levanto-me e roço meus lábios nos dela. “Então retome o


controle.”

“Como?”

Embalando seu rosto, esfrego meu nariz contra o dela.


“Vamos definir algumas regras básicas. O que faz você sentir que
não tem o controle?”

Ela solta um suspiro irregular. “Devemos usar


preservativos. Não posso pensar em ter um bebê agora.
Minha vida é muito confusa.”
Dói-me fazê-lo, mas concordo. “Feito. O que mais?”

“Você não pode simplesmente explodir a minha vida e tomar


decisões financeiras ou da minha carreira por mim pelas minhas
costas”, ela murmura. “Comprar a Slante e roubar essa
oportunidade de mim, não importa quais foram suas intenções, foi
errado. Eu não confio facilmente, e fazer coisas assim me farão não
confiar em você.”

Meu coração aperta. “Quero que você confie em mim.”

“Quero confiar em você também.”

Beijo o seu nariz. Meu pau que tinha amolecido dentro dela
já está endurecendo novamente. Pergunto-me se ela quer que eu
o tire fora e envolva o meu pau. “O que mais?”

“Preciso de algum espaço”, ela sussurra, mas, em seguida,


geme quando balanço contra ela.

“Quanto espaço?”

“Hoje à noite, preciso dormir sozinha. Preciso de espaço para


pensar e resolver tudo o que aconteceu na minha cabeça. É muito
difícil quando você está enrolado em volta de mim e em mim.”

Empurro novamente e belisco o seu lábio inferior. “Onde


estão seus preservativos?”

Seus lábios curvam em um sorriso contra os meus. “Preciso


comprar um pouco mais.”

“Devo parar?” Murmuro enquanto deslizo lentamente para


dentro dela de uma maneira provocante. “Não quero quebrar a
regra número um, cinco minutos depois.”

“Não pare, Gray.”

Ela fez valer a regra número três. Depois que fizemos


amor e conversamos até tarde da noite, ela me expulsou.
Docemente, é claro, mas ela me obrigou a sair.

Felizmente, para mim, tenho uma chave.


E uma vez que tenho certeza que ela está provavelmente
adormecida, entro de novo.

Abro a cortina em seu quarto para que possa vê-la


corretamente. Ela parece positivamente angelical dormindo
profundamente e enrolada na cama. Seu braço está envolvido em
torno do travesseiro onde eu estava deitado.

Estou completamente consumido por ela.

Eu permiti que certas coisas na minha vida assumissem o


controle.

Violet controla todos os meus pensamentos e ações. Tudo o


que faço agora leva em conta qual será o impacto sobre ela. O
artigo de jornal não foi um acidente. Nada, quando se trata de ela,
é um acidente.

Eu não estava mentindo quando disse a ela que quero que


o meu último nome apague o dela.

Quero o meu diamante raro e cuidadosamente escolhido –


assim como ela — pesando em sua pequena mão.

Apesar da nova regra do preservativo, vou usá-lo até que ela


me permita colocar bebê atrás de bebê dentro do seu corpo.

Ela é minha.

Nós precisamos estar juntos.

Aquele filho da puta do Sean Slante não teria tratado ela


melhor do que os imbecis que despedi de minha própria empresa.
No início, quando liguei para ele no domingo, foi resistente. Mas
quando suspendi uma quantia ímpia na frente dele, ficou tonto
pra caralho para vender. Ela é excelente no seu trabalho em minha
empresa. Em uma empresa que um dia será dela também
quando levar o nome Maxwell.

Eu me inclino para a frente na cama e escovo o cabelo


de seus olhos enquanto ela dorme. Ela é adorável como o
inferno e estou orgulhoso que é minha. Só tenho que eliminar toda
a merda que está entre nós.

Sean Slante já foi.

Vaughn Brecks é o próximo.

Eu deveria estar dormindo, mas estou excitado com sua


presença. Ela é tão revigorante como o café que ela costumava me
trazer. Tenho orgulho de dizer que agora o faço sozinho. Depois
que ela me mostrou como, é claro. Violet me fez uma pessoa
melhor. Até mesmo Bull reparou isso.

Eu retiro as cobertas e franzo a testa ao ver que ela vestiu


uma camiseta depois que saí. Com movimentos cuidadosos,
removo ela e sua calcinha. Quando ela aceitar plenamente a nossa
relação, vou insistir que ela durma nua todas as noites. No tempo
que passamos no resort, ela não teve problema em dormir com
nossos corpos nus pressionados juntos. Foi perfeito.

Depois que deposito suas roupas no cesto, remexo em seu


armário um pouco e inspeciono suas joias. Faço um inventário
mental, para que eu saiba o que comprar para ela. Esta merda
falsa será jogada fora e vou substituí-las por peças de alta
qualidade que devem estar envoltas nela. Uma vez que catalogo
tudo o que ela possui no que diz respeito a joias, verifico os
tamanhos de seus sapatos e roupas. Quando ela se mudar para
minha casa em breve, vou banhá-la com presentes, incluindo um
novo guarda-roupa.

Deparo-me com a caixa escondida e retiro a imagem de sua


mãe. Após pesquisar, Dusty localizou sua mãe e foi capaz de
escavar em suas finanças por mim. Ela, de fato, recebe o dinheiro
que Violet envia. A mulher já não trabalha no restaurante, porque
estava doente, segundo Dusty. Montanhas de contas hospitalares
escoam de sua caixa de correio a cada dia. Eu pedi para me
enviar os totais e os credores para que pudesse pagá-las
imediatamente.

A família de Violet é a minha família.


Seus fardos são meus fardos.

Um dia vou eliminar seu ex para que possa reuni-la com sua
mãe. Esse é o último presente que eu me comprometo a dar a ela.
Quero que Violet seja feliz. Vou fazê-la feliz.

Guardo tudo no armário e saio. Ela ainda dorme


profundamente. Seus peitos cheios são lindos sob o luar. Meu pau
desperta na calça. Rapidamente, removo todas as roupas e sapatos
antes de chuta-los para debaixo da cama. Então, deslizo ao lado
dela.

Deus, ela é linda.

Eu pressiono beijos ao longo da sua garganta até os seus


seios. Minha língua desliza em cima de um de seus mamilos,
fazendo-o endurecer. Sou viciado em tocá-la e beijá-la. Nunca vou
me saciar. Escovo beijos ao longo de sua barriga. Estou morrendo
de vontade de a espalhar e comê-la até o sol nascer, mas me
contenho. Em vez disso, pressiono um beijo suave no seu clitóris
antes de deslizar para fora da cama. Ajoelhado ao lado dela,
empunho meu pau. Eu preferiria estar dentro dela novamente,
mas isso terá que servir. Sufoco meus gemidos enquanto a venero
com meus olhos. Com cada impulso, me imagino dentro de sua
buceta apertada que é só minha. Imagino-me gozando nela tantas
vezes que finalmente a engravido. Imagino-a deitada na minha
cama em casa com a barriga inchada com o nosso filho e seu anel
de casamento brilhando à luz do sol que entra pela janela.

Tão bonita.

Com um gemido que mal posso conter, gozo forte. Meu


sêmen quente se espalha sobre seus seios perfeitos, marcando-a
como minha. Deveria limpar o meu gozo que escorre no seu corpo,
mas não posso. Não posso apagar a minha marca.

Ela é minha.

E sou dela.
Um suspiro escapa dela e congelo. Não posso deixá-la
acordar comigo gozando sobre ela enquanto dorme. Isso
provavelmente pareceria assustador pra caralho.
Cuidadosamente, deslizo para fora da cama, meu pau pingando ao
longo do caminho e, em seguida, ajoelho-me no chão. Então,
deslizo para debaixo da cama. O tapete sujo arranha minhas
costas e irrita a minha pele cicatrizada. Eu preferia estar na cama
com ela. Mas o amor faz você fazer coisas malucas.

Eu me mexo até localizar minha calça. Uma vez que pego o


meu celular, verifico meus e-mails e faço mais pesquisas.
Enquanto caço por mais pistas sobre Vaughn, não posso deixar de
pensar em como minha vida melhorou desde que Violet entrou em
foco.

Limpei o lixo na minha empresa e promovi alguém digno.

Fiz desse alguém minha amiga e acabarei por torná-la


minha esposa.

Sua presença deu o pontapé de saída a algo com a minha


mãe e irmã. Minha mãe voluntariamente foi para o lar, sabendo
que ela precisava de ajuda. Agarrou-se por muitos anos ao fato de
que papai iria voltar. Papai nunca voltará. Eu sei que isso é um
fato. E Gwen? Ela ficou envergonhada o suficiente para querer
fazer algo sobre seu problema. Sei que ela não quer acabar como
nossa mãe. O fato de que ela quer ver Dra. Ward é um enorme
feito.

Violet e eu atingimos algo que a maioria das pessoas nunca


tem.

Amor. Um futuro. Felicidade.

É nosso para ser tomado.

E vamos levá-lo, porra.

Eu pouso o meu celular e agarro o meu pau. Estou


sempre duro em torno de Violet. Seu perfume faz o seu
caminho dentro de mim, afastando todos os meus sentidos.
É como se ela fluísse pelas minhas veias tão naturalmente como o
meu sangue. E como o meu sangue, ela flui direto para o meu pau
a cada vez.

Com seu cheiro doce me dominando e sabendo que ela


dorme profundamente acima de mim, agarro o meu pau,
deleitando-me com o prazer. Estou esmagado com a necessidade
de jorrar meu gozo em todo o maldito lugar. Parte de mim anseia
em sair de debaixo da cama e afastar os seus joelhos e aliviar o
meu pau dentro do seu corpo apertado. O pensamento de estar
dentro dela sem proteção novamente me faz perder o controle. Não
posso segurar meu gemido quando disparo minha carga sobre
minha barriga. Ainda estou voando alto com o meu coração
batendo no meu peito quando meu sangue fica gelado.

“Quem está aí?”

Porra.
Capítulo 21

Afasto a sonolência com um pestanejo e forço meus ouvidos.


Eu ouvi alguma coisa. Uma voz. Era alta o suficiente para me
acordar. Se o meu coração não estivesse trovejando no peito, seria
capaz de ouvir melhor.

“Quem está aí?” Chamo de novo enquanto pego minha arma


de dentro do colchão. Eu olho para a cabeceira da cama e aperto
os olhos na escuridão. O meu olhar viaja até a janela.

Alguém abriu a cortina.

Não estou ficando louca.

Antes de ir para a cama, lembro de fechá-la. Eu me senti


exposta, como se Vaughn estivesse assistindo do outro lado da
rua. Senti a necessidade de me esconder dele se estivesse lá.

Uma consciência fria escorre através de mim.

Estou nua.

Estou nua, porra.

Terror sobe até a minha garganta junto com um grito que


mal sufoco. Alguém me despiu. Das outras vezes, embora tenha
me convencido do contrário, não fui eu. A realidade que escolhi
ignorar porque não poderia lidar mentalmente com ela sendo
verdade. Estive apavorada demais para admitir isso, assim
empurrei para o fundo da minha mente.
Engulo quando alcanço para o abajur. A pele no meu peito
está tensa. Como se algo pegajoso secou em minha pele. Uma
lágrima corre pelo meu rosto e pinga do meu maxilar. Viro a
lâmpada e os meus pensamentos são confirmadas quando olho
para os meus seios nus.

Porra.

Eu tenho o gozo de alguém secando nos meus seios.

Vaughn está brincando comigo.

“V-Vaughn?” Choramingo.

Discretamente, alcanço meu celular e disco rapidamente


para Gray. Responda por favor. Por favor, responda, porra.

Buzzzzz.

Buzzzzz.

Buzzzzz.

Eu congelo quando percebo que os sons estão vindo de


debaixo da minha cama. É como se eu fosse a estrela de um filme
de terror. Em lágrimas, limpo a face quando ele não responde.
Deixo cair meu celular na cama me apoio sobre a beirada para
olhar. A ponta de um sapato preto espreita para fora.

Não.

Não.

Porra nenhuma!

Eu salto da cama, tão longe quanto posso e aponto o cano


da arma para a sombra entre o chão e a estrutura da cama.

“Saia,” silvo. “Saia!”

Um grunhido — um grunhido familiar — ressoa de


debaixo da cama. Terror faz com que todo o meu corpo
trema. Estou nua e morta de medo, mas não me atrevo a
tirar a minha arma do monstro debaixo da cama.
“SAIA!”

A mão de um homem desliza para fora das sombras, forte e


poderosa. Eu quase disparo no local. Agora o meu celular está
preso no outro lado desta mão. Estúpida! Mais lágrimas caem, mas
pestanejo rapidamente para que possa focar. Lentamente, um
homem desliza seu corpo muito nu para fora de debaixo da minha
cama. Seu peito tonificado e tatuado brilha com o que parece ser
seu orgasmo. Nojo sobe na minha garganta. No momento em que
realmente vejo quem está emergindo da minha cama, sou
esmagada com a traição.

“Como você pôde?” Silvo, a arma na minha mão balançando


descontroladamente. “Seu fodido psicótico!”

“Violet”, ele murmura enquanto lentamente desliza o resto


do caminho para fora e se levanta. Seu impressionante pau está
mole e pingando entre suas poderosas coxas. Horas atrás, este
homem estava dentro de mim. Possuindo e amando meu corpo. Eu
confiava nele.

“Foi você. Tudo isso foi você”, soluço.

“Abaixe a arma, baby”, ele sussurra.

“EU NÃO SOU SUA BABY!”

Ele estremece com meu tom e avança para mim. “Escute-


me.”

“Afaste-se ou vou atirar no seu pau,” ameaço através das


lágrimas. Como se reagisse ao ser mencionado, seu pau endurece
e sobe.

“Eu te amo”, ele me diz como se isso resolvesse tudo.

“Você é um perseguidor!” Guincho. Meu coração está


confuso, porque o ar de devastação esmagadora no seu rosto
pesa sobre mim. Mas minha mente está me dizendo para
descarregar a arma inteira em seu peito psicótico.
“Violet.” Seus olhos azuis estão ternos enquanto ele me olha.
“Não posso ficar longe de você. Sou viciado em você.”

“Isso é loucura, Gray. Isso é ilegal!”

Ele passa os dedos pelo cabelo e cerra sua mandíbula. Eu


odeio como brutalmente bonito ele é. Odeio tudo sobre ele. Isto é
pior do que Vaughn de alguma forma. Vaughn me destruiu direto
no meu rosto. Gray fez isso nas minhas costas.

Um soluço incapacitante ondula através de mim borrando o


mundo ao meu redor. É um erro terrível, porque perco ele de vista.
Quando meus olhos ficam claros, ele está em mim. Sua força
domina a minha, e, juntos, lutamos com a arma. Ele consegue me
derrubar no chão. Quando minha cabeça bate no chão com um
baque, o quarto gira. A arma é arrancada do meu aperto.

“Ouça-me”, ele insiste, sua voz suave, mas comandando. Eu


grito e luto, mas ele pega meus pulsos acima da minha cabeça.
Meu corpo inteiro convulsiona de medo. Seu corpo está pesado
contra o meu, sua ereção grossa e dura entre nós. Terror borbulha
dentro de mim, e sou transportada para as noites com Vaughn.
Mas, em vez de me machucar, ele beija meu pescoço. Uma e outra
vez. É quase pior do que o abuso de Vaughn, porque gosto de beijos
de Gray. Cada um é como um lembrete doloroso do que
poderíamos ter tido.

“Eu odeio você”, soluço. “Eu te odeio.”

Ele trabalha o corpo dele entre as minhas coxas separadas.


Sua respiração está quente contra a concha da minha orelha.
“Mentirosa.”

Sua única palavra faz meu coração apertar. “Você arruinou


tudo.”

Um gemido me escapa quando seu pau esfrega contra o


meu clitóris. Ele suga a pele abaixo da minha orelha. Apesar
dos meus medos e estar incapaz de mover minhas mãos,
meu corpo me trai. Estou molhada e desesperada por seu toque.

Esta é a sua tempestade.

Nunca foi previsto eu escapar dela.

Sou sua para eliminar e destruir.

Ele está fazendo isso suavemente com beijos e amor.

“Eu te odeio,” tento novamente, mas meu corpo está


balançando com a necessidade. “No momento que eu escapar, vou
correr para longe de você.”

Ele levanta e me encara com um olhar feroz enquanto me


tortura com impulsos provocantes contra o meu clitóris. “Vou
segui-la até os confins da terra, Violet. Você não vê? Comprometi
meu coração com você e nada, porra, vai ficar no meu caminho.”

Porque é que eu atraio psicopatas?

Além disso, por que o amo também?

“Por favor...” Nem sequer sei o que estou implorando neste


momento. Nas sombras da minha mente, eu sei. Minha sanidade
se recusa a admitir. “Por favor…”

“Por favor, fique?” Ele pergunta, seu pau deslizando para


longe do meu clitóris e em direção a minha abertura. Ele não entra
em mim, apenas esfrega contra mim.

“Eu te odeio.”

“Eu te amo.”

Sua provocação e declarações de amor me deixam tão


confusa. Meu coração está trovejando no meu peito. Quero fugir
com ele e nunca olhar para trás. Minha mente está em guerra, no
entanto. Não posso envolver minha cabeça em torno do que ele
fez. É torcido. Porra, insano.

“Deixe-me fazer amor com você”, ele respira contra os


meus lábios. Perdi sensação em minhas mãos, onde ele as
agarra apertado. O pensamento dele empurrando dentro de mim
traz um gemido na minha garganta. Tudo pulsa por ele, apesar da
raiva que explode através de mim. “Diga as palavras, que você é
minha novamente. Tem sido tudo sobre você desde o momento que
pus os olhos em você. Não consigo tirar você da minha cabeça. A
única coisa que vai me impedir de te amar e consumir você é uma
bala no meu crânio. É isso que você quer?”

Choramingo e assobio para fora, “Sim.”

“Mentirosa”, ele rosna, seu pau mal pressionando em mim.


“Você quer meu pau para esticá-la. Você odeia que não pode me
odiar. Você odeia que quer que eu te foda. Você ama que sou
obcecado por você. Você quer os meus filhos e o meu sobrenome.
Porra, admite isso, Violet.”

“Eu não posso,” Engasgo. “Não posso admitir isso.”

“Você é linda, mesmo quando está em negação.”

Eu tremo e imploro mais uma vez. “Por favor.”

“Isto?” Ele questiona. A ponta do seu pau desliza mais


dentro mim.

Não posso respirar. Ele é demais. Ele é esmagador. “S-Sim.”

Um grito rasga de mim, porque antes de ter cuspido a


palavra, ele entra em mim com força suficiente para me rasgar em
duas. Gray é um tornado F-5 me destruindo a cada toque. E ainda
assim não posso sair do seu caminho. Permito que ele me
consuma.

“Eu te amo”, ele me diz uma e outra vez como se fosse uma
oração.

Tudo o que posso fazer é enfrentar a tempestade. Meu


orgasmo zomba de mim e me provoca. Lembra-me que se eu
ceder, ele vai me dar tudo.
Ele não é como Vaughn, é pior. Minhas tentativas
implacáveis para me convencer não estão funcionando porque, no
fundo, eu sei. Ele não é pior. Ele não me machuca.

Gray cria nuvens ao meu redor com sua neblina intoxicante


até que estou embriagada com seu perfume inebriante e
promessas sussurradas. Estou tão perdida nele que não percebo
que ele liberou minhas mãos até que meus dedos agarram seu
cabelo. Desta vez, quando seus lábios roçam contra os meus, ele
continua com um beijo exigente. Tanta emoção e poder vêm com o
beijo que caio, vítima dele. Quero sua atenção avassaladora e seu
afeto. Quero o seu amor suave, mas quero que faça amor áspero.
Quero que ele me persiga até os confins da terra.

Isso significa que estou doente também.

“Goze para mim, baby”, ele respira contra a minha boca


enquanto seus dedos escorregam entre nossos corpos molhados
de suor. No momento em que ele toca meu clitóris, perco a noção
do tempo e da razão. Meu mundo sai fora do eixo quando o prazer
estala através de mim. Gozo tão forte que meus ossos parecem que
estão chacoalhando dentro de mim. “Oh, merda”, ele geme quando
seu orgasmo derrama dele. “Meu Deus, você é perfeita.”

Fecho os olhos enquanto seu esperma derrama em mim e


meu corpo fica mole. Estou exausta das lágrimas e das emoções
que estavam explodindo através de mim. A adrenalina que foi
subindo através de mim foi lentamente drenada de mim, assim
como o seu gozo que vaza do meu corpo.

“Deixe-me cuidar de você”, ele murmura quando desliza


para fora de mim.

Já não tenho nenhuma luta em mim. Ele é um perseguidor.


O homem rastejou para dentro da minha casa, masturbou-se em
cima de mim, provavelmente me tocou enquanto eu dormia,
passou por minhas coisas, e mentiu para mim.

E ainda assim de alguma forma ainda me sinto segura


com ele.
Não faz absolutamente nenhum sentido.

“Não sei o que pensar”, murmuro quando ele me leva para a


cama.

Ele beija minha testa. “Eu sei. Por isso, não pense. Apenas
me deixe cuidar de você, como sempre cuidarei.”

Enrolo-me em uma bola quando ele me coloca na cama. Ele


sai e vários momentos depois volta. Respeitosamente, ele enfia a
arma debaixo do colchão e liga meu celular de novo. Então, usa
um pano molhado para limpar minha barriga e entre as minhas
pernas. Uma vez que a luz é desligada, ele desliza para a cama
atrás de mim. Eu tremo até que ele me envolve com seu calor. Meu
coração disparado abranda, à medida que minhas pálpebras ficam
pesadas.

Estou cansada, e verdade seja dita, gosto dele embrulhado


em mim.

Sei o que é certo e errado, mas aqui estou eu, escolhendo o


errado, porque parece certo.

“Eu amo você, Violet”, ele murmura contra o meu cabelo.

Tremo novamente. “Eu também te amo.” Porque é verdade.


Fodido, mas tão verdadeiro.
Capítulo 22

“Isso é fodido”, Bull rosna no celular.

Belisco a ponta do meu nariz e aceno. “Eu sei, mas é a


realidade.”

“Como ela está hoje?”

Olho para o banheiro. A porta está fechada enquanto ela


seca o cabelo.

“Contemplativa, mas receptiva.”

Ele resmunga. “Afinal, o que isso quer dizer?”

“Isso significa que ela está mais silenciosa do que o habitual,


mas não discutiu quando fui com ela esta manhã para o chuveiro.”

Um longo suspiro desapontado lhe escapa. “Onde é que


vocês vão a partir daí? Odeio soar como um idiota, mas por que
ela ainda está com você?”

O celular vibra sobre a mesa. Ignorando-o por um momento,


deixo escapar uma respiração profunda que eu estava segurando
no momento que vejo que é Gwen.

Gwen: Podemos almoçar de hoje?

Meu coração infla.

“Olá?” Pergunta Bull.


“Desculpe,” resmungo. “Vejo você na reunião desta manhã.
Falaremos depois.” Desligo de repente, e me foco em algo novo.

Eu: É Gray. Violet está secando o cabelo. Tenho certeza


que ela adoraria ir para o café da manhã em vez de almoço.
Tenho uma reunião com um cliente de Londres às nove. Você
pode pegá-la no escritório?

Gwen: Claro.

O secador para, e um segundo depois, a porta do banheiro


se abre. Violet está absolutamente deslumbrante hoje. Seu cabelo
castanho sedoso foi bem secado e amo como fios de ouro brilham
sob a luz do sol que entra pela janela. Uma toalha permanece
enrolada em seu corpo que tem marcas vermelhas — marcas que
fiz nela por toda a noite e manhã.

“A quem você está enviando mensagens de texto?” Ela


questiona.

“Gwen. Ela quer que você tome café da manhã com ela.”
Procuro o seu olhar. Depois de tudo o que passou na noite
passada, sinto que ela está frágil. Preciso deixá-la novamente sob
controle se ela começar a quebrar novamente.

Ela pega o seu celular e lê através dos textos. “OK.”

Eu acabei colocar minha calça, mas ainda estou sem


camisa. Seus olhos percorrem meu peito antes dela virar as costas
para mim. Pego seus quadris e puxo-a para o meu colo. Meus
braços envolvem sua cintura.

“Está se sentindo bem?” Questiono enquanto pressiono


beijos ao longo da parte de trás do seu ombro.

“Surpreendentemente, sim”, ela diz com um suspiro,


relaxando contra mim. “Eu deveria estar um monte de coisas,
mas não contente.” Seus ombros caem. “Não deveria estar
feliz.”
Puxo a toalha e, em seguida, peço-lhe para escarranchar em
mim para que eu possa ver seu rosto. Meus dedos pairam sobre a
sua cintura de ambos os lados, quando olho para ela, meu olhar é
feroz. “Você deve ser feliz pra caramba, baby”, argumento,
pressionando beijos no oco de sua garganta enquanto aperto sua
bunda.

As suas mãos encontram minhas bochechas e ela franze a


testa. “Isso não é normal, Gray. Nada sobre isso é normal. Nós
estamos doentes.”

Deslizo minha mão até a parte de trás do pescoço dela e


puxo-a para mais perto. Nós nos beijamos suavemente. Nossos
beijos são delicados e cheios de promessas. Eu me afasto um
pouco e descanso minha testa contra a dela. “Não temos de seguir
as regras. Nós apenas temos que estar juntos.”

Ela parece suavizar e relaxar. “Você faz parecer fácil.”

Sorrio para ela, o que faz seus olhos brilharem em resposta.


“É assim, bem fácil. Deixe-me cuidar de você como eu quero.
Depois de tudo o que passou, você merece. Eu com certeza não
mereço você, mas vou ter de qualquer maneira.”

Seu polegar roça ao longo da minha mandíbula. “Você é


sempre tão intenso?”

“Só quando se trata de você”, digo com um sorriso.

Ela sorri, mas em seguida, o sorriso desaparece. “O que você


fez não foi certo.”

Vergonha enche meu peito, e aceno. “Eu sei. Faria isso mil
vezes, no entanto. Acho que não entende o nível da minha
necessidade de você.”

“Acredito que agora já entendo”, diz ela em tom irônico.


“Depois de Vaughn, isto me pegou de surpresa. Se não tivesse
passado por uma relação tão tóxica com ele, nunca seria
capaz de aceitar isto.”
Estudo suas feições. Seus lábios estão pressionados juntos
numa linha firme e as sobrancelhas estão juntas.

“Não vou te machucar como ele fez,” prometo. “Você tem que
perceber isso.”

Ela sorri. “Eu sei disso. Mas...” o sorriso dela cai novamente.
“O que acontece quando a intensidade desaparecer? Depois de seis
meses? Depois de seis anos na estrada? O que acontecerá então,
Gray?”

Beijo sua boca. “Isso não vai acontecer. Se qualquer coisa,


a cada segundo que passa, eu fico pior. Meu cérebro está
embaralhado com você. Não consigo pensar direito. Não posso
trabalhar. Não consigo dormir. Não quando estou preocupado com
você. Quando você está dormindo em meus braços ou ao meu lado,
minha vida parece nivelar. A maneira que eu hiper foco nas
merdas parece desaparecer. Sim, estou completamente focado em
você, mas de alguma forma também vejo o mundo em torno de
mim pela primeira vez. Você me faz melhor.”

Suas bochechas coram ligeiramente. “Quero que você seja


melhor.”

“Eu sou melhor com você.”

Ficamos em silêncio por um momento, satisfeitos de


simplesmente segurar o outro.

“O que você quer fazer? Sei que não é hipotecas.” Olho para
ela questionando com uma sobrancelha levantada.

Ela diz com uma pequena risada. “Na verdade, vou fazer
isso. Adoro as coisas que faço na Maxwell. Especialmente agora
que o meu trabalho não gira em torno de fazer café. Adoro analisar
todos os aspectos das propriedades e negócios que você deseja
adquirir. É como um quebra-cabeça que tenho que juntar para
ter certeza que é um bom ajuste para a empresa.”
Olho para ela. “Você é quase tão boa quanto eu nisso,”
brinco. “O que você gosta de fazer por diversão? Sabe... quando
não estou me encaixando em cada segundo de sua vida?”

Ela fica pensativa e olha para a janela. “Adoro assistir


aqueles shows no HGTV. Sabe... aqueles onde transformam casas
antigas e espaços. Nunca tive uma casa para fazer esse tipo de
coisa. Eu amo a ideia de pegar algo velho e arruinado e, em
seguida, transformá-lo em algo moderno e bonito.”

“Vou comprar uma casa para você consertar,” digo a ela,


meu tom feroz. Vou comprar-lhe mil casas.

Ela sorri e dispara seus olhos para mim. “Você é literalmente


louco. Sabe disso, certo?”

“Há coisas piores que eu poderia ser do que seu


perseguidor.”

Seus olhos se fecham enquanto ela balança a cabeça. “Ainda


estou tentando absorver em minha cabeça tudo isso. Se tivesse
alguma amiga, estaria me dizendo para correr para as
montanhas.”

“Eu iria segui-la para lá.”

“Louco. Você é louco.”

Sorrio. “Eu sei.”

Bull está no meio de uma frase explicando sobre um novo


cliente quando o meu celular vibra no bolso. Violet está fora no
café da manhã com Gwen, então realmente fui capaz de me
concentrar no trabalho desta vez. Presumindo que é ela
quem enviou mensagem, pego o celular para me certificar
que está tudo bem.
Dusty: Encontrei o sacana escorregadio.

Dou um olhar a Bull que o faz silenciar. Com um aceno, ele


sabe o que fazer. Ele se levanta de sua cadeira e sai do meu
escritório.

Eu: Aqui ou lá?

Dusty: Lá. Você não vai gostar disso.

Eu coço a barba crescendo em meu queixo. Com Violet,


parece que nunca tenho qualquer tempo ou meios de fazer a barba.
Quando a tiver em minha casa indefinidamente, posso estabelecer
uma rotina normal que não requeira que passe a noite debaixo da
cama.

Eu: Desembucha.

Dusty: Vi ele e dois homens entrando na casa da mãe


dela. Em seguida, o alvo saiu sozinho. Estou em perseguição
agora. Ele está indo nessa direção.

Minha frequência cardíaca atinge um pico. Eu sabia que ia


atrair o pequeno filho da puta.

Eu: Olhos nele. Dê-me a localização da casa da mãe dela.


Preciso de fotos. Envia um dos seus homens para fazer o
esboço. Preciso saber tudo, até o fodido clima.

Dusty: Estou nisso, Hawk.

É difícil manter a calma, mas preciso. Vaughn tem sido


escorregadio até agora, mas não vou deixá-lo escapar de mim. Ele
acha que pode usar sua mãe para encontrá-la agora que sabe onde
ela vive e trabalha. Serei amaldiçoado se ele a machucar
novamente.

Rapidamente disparo um texto para ela. Não há nenhum


tempo para eu intervir. Tudo o que posso fazer é seguir o
plano.

Foco.
Ajusto.

Esperando que ela veja o meu texto antes que seja tarde
demais, disparo uma mensagem.

Eu: Seja corajosa por mim. Estou indo buscar sua vida
de volta, mas preciso que você seja corajosa. Eu te amo.

Quando ela não responde, eu me preocupo que seja tarde


demais. Saio do meu escritório ao mesmo tempo que Bull está
caminhando na minha direção. Juntos, levamos nossas bundas
para fora.

Temos um plano.

Foco.
Capítulo 23

Olho confusa para o meu celular.

Seja corajosa?

As palavras enigmáticas de Gray enviam sinais de alarme


através de mim. Com ele, esqueço-me de estar sempre alerta sobre
o meu arredor. Eu me senti protegida de Vaughn, mesmo que Gray
estivesse me perseguindo como uma aberração.

Uma aberração sexy.

Oh meu Deus, tenho problemas.

“Então, de qualquer maneira, a Dra. Ward pensa que eu


deveria assumir a tarefa com uma amiga ou membro da família.
Gray sempre se ofereceu para ajudar quando estivesse pronta,
mas meio que gostaria que fosse você”, Gwen diz enquanto ela
mexe seus ovos. “Quero dizer, se você quiser.”

Olho para ela e sorrio. “Adoraria ajudá-la. Você sabe disso.”

“Sei que você pensa que sou repugnante”, murmura,


lágrimas brilhando em seus olhos. “Isso só saiu do meu controle.”

Alcanço o outro lado da mesa e agarro a mão dela.


“Juntas podemos ultrapassar isso. Adoro limpar e organizar
coisas. Quando dei uma olhada, vi algumas coisas úteis e
recuperáveis. Aposto que você poderia doar um monte de coisas
para pessoas que precisam.”

Seus lábios curvam de um lado. “Acho que gostaria disso.


Dra. Ward diz que preciso me conectar com as pessoas, não com
as coisas. Ela acha que eu deveria pedir a algumas igrejas locais
para nos ajudarem a limpar o lixo.”

“Acho que é uma ótima ideia,” digo a ela suavemente. “E


basta pensar, uma vez que você tenha esvaziado seus quartos,
talvez você possa ajudar sua mãe com a casa dela.”

Gwen funga e puxa sua mão da minha para limpar uma


lágrima. “Gray disse que uma vez que a casa estiver limpa,
poderemos buscar mamãe de volta para casa e que podemos
contratar uma enfermeira para cuidar dela. E com ele estando
sério com você...” ela para. “Pensei que poderia voltar para cuidar
dela.”

“Acho que ela gostaria disso,” asseguro-a. “Então talvez


pudéssemos consertá-la. Redecorar e torná-la agradável.”

Ela balança a cabeça. “Você acha que papai iria voltar para
casa, então?” Seus olhos suavizam e ela me encara com um olhar
tão inocente que faz meu coração doer. Tudo o que posso pensar é
na forma como ele forçou Grey a comer o seu animal de estimação.
A raiva incha dentro de mim, mas não a deixo perceber.
Aparentemente, ela era muito jovem para saber quão idiota seu pai
foi com seu irmão.

“Talvez”, digo para acalmá-la.

Ela começa a balbuciar sobre uma das pinturas que ela está
trabalhando. Eu aceno e me envolvo, mas meu olhar continua indo
para fora da janela.

Seja corajosa.

Tudo o que Gray faz e diz tem uma razão. Tudo que ele
faz gira em torno de mim.
Gwen continua a divagar. Meus olhos continuam vagando
pela rua quando aterram em algo que faz o meu sangue gelar. Do
outro lado da rua, um homem inclina-se contra um veículo
elegante. Ele está usando um boné de beisebol e sua cabeça está
abaixada, escondendo seu rosto, mas algo em sua postura é
familiar. Seu corpo está maior e mais musculoso, como se ele
passou seis anos treinando.

Sei exatamente como ele me encontrou também.

O artigo de jornal. Minha promoção foi estampada num dos


maiores jornais do país. Claro como o dia, ele foi informado onde
eu trabalhava. Tudo o que seria necessário seria um telefonema.
Eu informei a recepcionista mais cedo que esta manhã estava indo
para um café da manhã com Gwen na melhor casa de waffle na
cidade. A nossa recepcionista fala muito e provavelmente
mencionou isso. Tantos descuidos levaram a isso.

Quando ele levanta a cabeça e bloqueio os olhos com os


familiares olhos maléficos que conheço, percebo que tenho que dar
o fora daqui. Afastar-me de Gwen. Vaughn iria destruí-la como
uma vez ele me destruiu.

“Gwen, querida”, digo, olhando de volta para o dela. “Preciso


ir. Você tem que ficar aqui por mim. OK?”

Seu nariz franze com confusão. “Por quê? O que está errado?
Está branca como um fantasma.”

“Diga a Gray que preciso dele.”

“Violet”, ela se queixa. “Você está me assustando.”

Meus olhos disparam para fora da janela e vejo Vaughn


atravessando a rua com um olhar decidido. “Só prometa que vai
chamá-lo logo depois que eu sair e fazê-lo me encontrar.” Enfio o
meu celular em meu sutiã e trêmula entrego minha bolsa.
“Guarde isso para mim, por favor.”

Não espero por uma resposta. Eu corro para fora do


restaurante, empurrando as pessoas passando ao longo do
caminho. No momento em que saio e a brisa suave chicoteia em
torno de mim, sou congelada por uma voz.

“Letty Spaghetti”, ele repreende. “Você sabe que odeio


Esconde e Esconde.”

Terror invade a minha garganta, mas não luto com ele


quando agarra meu cotovelo. De bom grado, ando com ele para o
outro lado da rua. Ele abre a porta do passageiro e fecha atrás de
mim quando estou sentada. Meu olhar voa para o outro lado da
rua e fico grata de ver Gwen em seu lado da rua com o celular
pressionado contra a orelha. Vaughn desliza para o banco do
motorista e não perde tempo entrando no tráfego intenso.

O silêncio é ensurdecedor.

Estou com muito medo de olhar para ele ou falar com ele.
Quando finalmente dou uma olhada, ele está segurando o volante
com tanta força que os nós dos dedos estão brancos. Sua
mandíbula está tensa e os grossos músculos do pescoço estão
tremendo.

Isso é ruim.

Isso é tão ruim.

Respiro freneticamente, mas tento me acalmar. Preciso


pensar e planejar. Ele ainda não sabe que tenho o meu celular,
por isso, se o meu namorado perseguidor está me seguindo — que
não tenho nenhuma dúvida de que está — então talvez ele me
encontre.

“Procurei por você por um longo tempo”, ele me diz, com a


voz tão fria quanto me lembro. “Seu estilo mudou desde que te vi
pela última vez.” Seu olhar percorre as minhas pernas nuas
quando ele observa a minha saia lápis elegante e a blusa rosa
brilhante de cashmere. “Você se parece com uma maldita
bibliotecária safada.”
Olho para o meu colo, mas não falo. Estou com muito medo
de chateá-lo. Ele está calmo agora, mas sei que seu monstro vai
elevar sua cabeça feia mais cedo do que eu gostaria.

“Sabe”, ele diz. “Fiquei muito chateado quando descobri que


você me abandonou naquela noite. Quero dizer, eu entendo. Não
deveria ter lhe emprestado para aquele imbecil. Mas, anjo”, diz ele
enquanto sua mão forte repousa sobre minha coxa. “Eu o matei
para você. Você deveria ter me visto como um herói.”

Meu corpo começa a tremer e como uma resposta fisiológica


para esse monstro, minha perna começa a ficar dormente onde ele
me toca. Houve um tempo, em que eu era capaz de entorpecer
tudo. Mesmo minha mente.

“Você sempre foi tranquila, Letty Spaghetti, mas nunca tão


quieta. O que deu um aperto em sua garganta?” Ele rosna. “Sei
que com certeza não sou eu. Mas serei em breve.”

O meu celular vibra contra o meu peito, e rezo para ele não
ouça. É claro que minhas preces caem em ouvidos surdos, porque
ele definitivamente ouve. Com um empurrão áspero, ele agarra a
minha blusa e puxa até que os botões saltam. Em seguida, ele pega
o meu celular do sutiã. Não fico nada surpresa quando ele o atira
para fora da janela.

“Seus peitos parecem tão bons quanto me lembro”, ele elogia


enquanto põe as mãos no meu peito por cima do sutiã. “Aposto
que sua buceta continua perfeita também.”

Fecho os olhos e tento bloquear seus toques. Ele aperta o


meu seio com tanta força que engasgo, abrindo os olhos de novo.

“Sua mãe diz oi”, ele me diz com uma risada dura quando
puxa a frente do meu sutiã para baixo. Seus dedos mergulham
sob o tecido onde ele aperta meu mamilo.

“Deixe minha mãe fora disso,” silvo, com lágrimas nos


olhos.

Ele bufa. “Ela fala! Ela fala, porra!”


“Por favor, Vaughn.”

Ele puxa o meu sutiã até que estou no meio do console e


quase em seu colo enquanto ele continua a dirigir. “Adoro quando
você implora.”

Tento girar o corpo para longe dele, mas ele torce seu pulso
e meu sutiã aperta em torno de mim, fazendo com que as minhas
costelas gritem de dor. Quando penso que não posso aguentar
muito mais, o fecho nas costas se parte e me liberta.

“Sente-se e desfrute do passeio”, resmunga antes de me


empurrar para trás sobre o meu assento. Meu sutiã está solto
envolta dos meus seios. “Dê-me sua blusa e sutiã.”

Lembro muito bem o que significa para mim ignorar ou


combater Vaughn, imediatamente eu me sacudo para agir. Talvez
se alguém me vir seminua na estrada, vai chamar a polícia. Uma
pessoa pode ter esperança. Com as mãos trêmulas, lentamente
removo minha camisa e meu sutiã quebrado. Uma vez que ele tem
isso em seu aperto, atira-os para fora da janela também.

“O que é isso?” Ele berra, seu olhar em chamas em meus


seios nus.

Deixo cair meus olhos para todos os chupões com que Gray
me marcou. A memória quente me atravessa fazendo meus
mamilos endurecerem em resposta. Depois de todo o inferno que
passamos na noite passada, ainda terminamos fodendo.

Gray pode ser um perseguidor assustador, mas me sinto


segura com ele. Ele não me machuca. Se qualquer coisa, ele me
ama quando não deveria. Fui ferida e aterrorizada, mas não
consegui afastá-lo. Minha mente e coração estavam em desacordo,
mas meu coração ganhou. Estou obcecada por ele também. Ele
preenche vazios em mim que não sabia que existiam. Grey me
preenche em cada poro. Ele ocupa espaço em todas as partes
do meu ser.
“Você ainda se prostitui?” Ele exige e bate o punho no
volante.

Não quero irritá-lo, dizendo que o meu namorado as fez. Mas


não posso evitar, provoco-o. “Aprendi com o melhor.”

Sua mão voa através do carro tão rápido, que nem sequer
vejo ela chegando. Nódulos duros batem na minha bochecha,
fazendo milhões de estrelas explodirem na minha frente. Minha
cabeça pende para o lado enquanto luto para ficar consciente após
o golpe na face.

“Vejo que você se transformou numa pequena cadela


enquanto estava se escondendo”, ele rosna. “Hora de derrubá-la
alguns degraus.”

Algo afiado pica minha perna, acordando-me. Olho para


baixo com horror para a seringa saindo da minha coxa.

“O que você acabou de fazer?” Eu sufoco.

Ele dá de ombros, mas seu corpo relaxa. “Eu me tornei


muito melhor em manter minhas meninas submissas, isso é certo.
Durma, Letty. Você vai ver a mamãe em breve.”

Escuridão me envolve à medida que um milhão de


pensamentos nadam na minha cabeça. Ele disse meninas. Existe
mais do que eu. Sempre soube que, no fundo, não seria apenas
eu.

E então penso em minha mãe.

Vou conseguir vê-la.

Eu desperto quando estou sendo levada para dentro


da minha casa de infância. Mesmo estando tonta e confusa,
os cheiros familiares da casa permeiam meus sentidos e aquecem
meu coração. Meu Deus, senti falta desta casa e da minha mãe.
Lágrimas rolam com vontade própria. Abro minhas pálpebras
pesadas para que possa olhar para Vaughn. Ele não está mais
usando o boné de baseball e o cabelo loiro comprido paira em seus
olhos. Houve um tempo, que pensei que ele era muito bonito.

Agora, estou morrendo de medo dele.

“O-Onde está minha mãe?” Eu coaxo.

Ele sorri para mim. Eu odeio seus sorrisos de lobo. Foram


feitos para me intimidar e sempre funcionam. “Ela está dormindo
em seu quarto. Você vai vê-la mais tarde, quando ela acordar. Por
agora, temos que recuperar algum atraso.”

Um soluço está alojado na minha garganta. Cada um dos


meus membros parece como se não tivessem peso. Seja o que for
que ele me deu faz com que eu não possa sentir muito. De certa
forma, isso é uma bênção. Quando ele me machucar, não vou
sentir.

Quando chegamos no meu velho quarto, começo a chorar


mais. Mamãe deixou tudo exatamente como estava quando fugi
com Vaughn. Meu coração quebra em um milhão de pedaços. Eu
nunca deveria ter ido a nenhum lugar com ele. Entrei diretamente
em um pesadelo.

Ele me deita na cama e, em seguida, paira sobre mim. Tento


mexer meus braços e pernas, mas parecem não estarem ligados ao
meu corpo. Então, quando ele abre o zíper do lado da minha saia
e começa a puxar para baixo, não posso fazer nada, a não ser olhar
para ele. Ele a puxa, junto com minha calcinha. Meus sapatos há
muito tempo desapareceram. Estou nua e à sua mercê. Assim
como todos aqueles anos atrás.

Gray, estou tentando tanto ser corajosa...

Outra lágrima sai quando ele põe a mão na minha


coxa. Seus dedos sobem pela minha pele lentamente até
que atinge o meu sexo. Ele bate forte e, felizmente, não sinto isso.
“Isto não é seu para simplesmente dar, Letty Spaghetti.”

“Eu n-não d-dei”, sussurro.

“Então você trocou por algo?” Ele questiona, uma


sobrancelha loira levantada questionando.

“N-n-não e-estou para venda ou para t-troca.”

Ele ri. O som escuro, sinistro rasteja o seu caminho através


de mim e se instala em meus ossos. “Ela pertence a mim. Posso
fazer o que diabos quiser com ela. Se quiser trocá-la ou seu maldito
traseiro por alguma metafetamina, vou fazer isso. Compreende?”

Quando ele tira a camisa, fecho os olhos para não ver o meu
nome tatuado em seu peito. Não quero ver nenhuma parte dele.
Meus pensamentos derivam para Gray. Fiquei tão magoada ao
encontrá-lo debaixo da minha cama. Tudo o que tínhamos criado
juntos em tão pouco tempo parecia uma fraude. Eu tinha toda a
intenção de empurrá-lo para fora da minha vida para sempre.

Mas ele me consumiu.

Atravessou meu coração como ele sempre parece fazer.

Fez amor comigo no chão do meu quarto e me fez perdoá-lo


tão facilmente.

Olhando para trás, fui muito dura com ele. Gray é nada
como Vaughn. Louco, sim. Esmagador, definitivamente.
Obcecado, pode apostar.

Mas mau?

Nunca.

Dedos fortes beliscam o meu queixo e abro os olhos.


Vaughn está nu e seu pau está duro com uma borracha em
torno dele balançando entre nós. Graças a Deus não vou
sentir isso.
“Você vai voltar para casa, para mim, Letty”, ele me diz
enquanto libera meu queixo para agarrar o seu pau.

Olho para ele. “Não.”

Fúria incendeia seus olhos. “Você se lembra da primeira vez


que me disse não?”

E assim, sou lançada em um passado que é pior do que o


presente.

“Não estou pronta”, digo ao meu novo namorado. Mamãe


sempre me deu palestras sobre como os caras só querem sexo. Que
você não deveria dar a eles, porque simplesmente vão deixá-la
quando conseguem o que querem. Eu gosto do Vaughn. Não quero
que ele me deixe.

“Por favor”, ele implora, seus dentes mordiscando meu lábio


inferior. Ele me fode com o dedo dentro da minha calcinha sob o
vestido. É uma sensação boa — demasiadamente boa.

“Eu gosto do que estamos fazendo”, gemo. “Só isto.”

Ele trilha beijos até a minha garganta. Quando ele morde a


minha pele, grito. “Quero mais. Puxe o meu pau para fora “.

Suas palavras me aquecem. Chego mais perto e


desesperadamente puxo seu jeans. Uma vez que seu pau
impressionante é libertado, acaricio como fiz muitas vezes.

“Venha sentar-se nele”, ele murmura, o dedo deslizando


duramente dentro e fora de mim.

“Vaughn,” choramingo. “Nada de sexo.”

Ele arranca o dedo de mim. “Por que diabos não?”


“Porque. Não estou preparada”

“Bem, estou além pronto”, resmunga, sua mão me atacando


como uma cobra. Fico chocada quando ele agarra minha garganta.
Seu aperto é tão forte que deixo de tocá-lo para tentar agarrar seu
pulso para que pare de me sufocar. Estou chocada com seu
comportamento agressivo. Ele sempre foi tão bom para mim.

Seu aperto aumenta quando me empurra em seu sofá. Todo


o meu foco está no fato de que ele está cortando o meu suprimento
de ar. Dou um tapa em seu rosto para fazê-lo parar. Escuridão está
no limite da minha visão. Meu mundo se inclina e gira.

E então a dor explosiva.

Fico completamente fora quando minha mente é desligada.

Ele está dentro de mim.

Esse é o meu único pensamento quando começo a perder a


consciência.

Sou despertada por um tapa no rosto. Ele não está mais me


sufocando, mas está me fodendo. A dor é intensa, mas não sei o
que fazer. Estou à sua mercê. Este homem — por quem eu estava
me apaixonando rápido e forte — me estuprou.

Ele começa a me beijar, mas estou mole. Não posso participar.


Eu rastejei tão profundamente dentro de mim que sou apenas uma
concha. Isto é, até que ele alcança entre nós. Seu dedo começa a
massagear o meu clitóris de uma forma que pensamentos confusos
ondulam através de mim. Prazer ondula através de mim, apesar de
minhas lágrimas que não param de rolar. O que eram minúsculos
choques logo se transformam em completas ondas de prazer.

Estou gostando disso.

Isso é bom.

Uma auto aversão começa a apodrecer dentro de mim.

Quem gosta de ser estuprada?


Desta vez, quando ele me beija, eu o beijo de volta. Estou me
perdendo dentro dele. Este mundo dele. Sua escuridão.

“Lá está ela”, ele ronrona. “Tão bonita. Você é minha agora,
querida.”

Suas palavras parecem me lançar ao limite. Estou fora de


controle. O prazer que ele está me dando supera o mal, e eu
avidamente aceito. Gemo e imploro como uma prostituta.

Já não imploro que não.

Tudo o que sai da minha boca é, “Não pare.”

Não pare.

Lágrimas de vergonha vazam dos meus olhos enquanto


egoisticamente agarro meu orgasmo. Eu monto as ondas de prazer
com o seu nome num grito em meus lábios. E antes que desça da
minha viagem, ele desliza para fora e goza em toda a minha barriga.

“Sabia que você ia adorar”, diz ele em tom de brincadeira, que


costumava ser sexy. Agora faz o meu sangue gelar.

“V-Você não deveria ter feito isso”, murmuro. “Isso foi


estupro.”

Ele retira o cabelo da minha testa suada e franze a testa.


“Quando você goza assim e implora para isso, não é estupro.
Desculpe estourar sua bolha, querida.”

Confusão me inunda.

Eu realmente gostei no final.

Eu gozei.

“Oh.”

“Hora de levá-la para casa”, ele diz. “Não vou ser


acusado de ser a porra de um estuprador.”
Lágrimas vêm nos meus olhos, e balanço a cabeça. Talvez
esteja sendo louca. “Eu quero ficar com você,” digo a ele
corajosamente apesar do tremor em minha voz.

Sua mandíbula aperta. “Nunca me diga não novamente,


porra.”

Sou puxada da minha memória quando ouço um estalo.

Vaughn, que ainda paira sobre mim, pronto para tomar o


que ele pensa que lhe pertence, arregala os olhos em confusão. No
momento em que ouço outro estalo, ele está pulando para fora da
cama e puxando as roupas.

“O que você fez?” Ele rosna. Seu brilho é cruel o suficiente


para que eu quase me sinta ferida por ele.

Seja corajosa, Violet.

Seja corajosa.
Capítulo 24

Olhos no alvo.

Sempre.

Não tenho que cuidar das minhas costas porque Bull está
lá.

Sempre.

Atirador e observador.

Dois melhores amigos desde a sétima série.

“Os dois homens dele caíram. Você ainda tem os olhos em


sua garota?” Pergunta Bull enquanto mastiga o seu chiclete.

Eu não respondo, mas tenho os olhos nela. Meus olhos


nunca a deixarão se puder evitar. O alvo, que estava posicionado
para violar a minha mulher, salta para fora da cama. Ele
rapidamente puxa a calça e está apontando para ela
acusadoramente.

Tapa. Tapa. Tapa.

Uma brisa fresca desliza atrás do meu pescoço. O suor


escorre para o lado da minha têmpora, mas não me atrevo a
mexer. Em vez disso, calculo o vento não apenas da minha
posição aqui no topo de uma colina, mas também onde meu
alvo está. O vento aumenta e trovões rugem à distância.

Clique.
Faço um ajuste para a torre de vento.

“Elevação?” Pergunta Bull como se eu tivesse esquecido.


Nunca esqueço.

Verifico a torre de elevação outra vez, mas está onde precisa


estar. Bull não requer uma resposta. Ele sabe como nós
trabalhamos. Quando estou em posição, não falo. Não me movo.
Mal respiro, porra. Qualquer movimento pode afetar o meu tiro.
Não posso absolutamente me dar ao luxo de falhar. Eu não vou
falhar.

Tapa. Tapa. Tapa.

O alvo continua se movendo. Eu continuo ajustando.

Clique. Clique. Clique.

Ajuste.

Minha visão muda ligeiramente para enquadrar o meu alvo.


Um alvo que está quase claro.

Foco.

Tapa. Tapa. Tapa.

“Fique quieto filho da mãe-” Bull começa.

Quando a minha doce menina nua levanta o queixo e diz-


lhe algo que o faz tremer de raiva, dou o meu tiro.

Apesar do supressor no meu rifle, o estampido ecoa pelas


casas ao redor de mim no momento em que puxo o gatilho.

“Temos que ir”, rosna Bull.

Pestanejo uma vez e vejo o rosto o alvo cair sobre a cama.


Ele está imóvel, com uma ferida mortal na cabeça que faz sangue
escorrer do seu crânio.

Alvo eliminado.
Capítulo 25

“Que foi que você fez?” Vaughn acusa novamente.

Ele está com uma raiva descontrolada que uma vez teria me
assustado, mas não tenho mais medo. Gray me pediu para ser
corajosa. Gray sabia que isto iria acontecer.

“A resposta era sempre não”, silvo para ele. “Você nunca foi
autorizado a tirar nada de mim. E agora você vai pagar.”

Outro estalo.

Meus olhos se fecham por apenas um momento, e depois


Vaughn está me atacando. Eu guincho e me contorço, mas paro
meus movimentos no momento em que sangue quente jorra sobre
o meu peito nu. Quando reabro os olhos, estou ao mesmo tempo
horrorizada e exultante em uma única respiração.

Ele está morto.

Vaughn Brecks, o monstro dos meus pesadelos e da


realidade, nada mais é do que um crânio explodido num corpo
imóvel. Confunde-me como num momento o quarto está
ondulando com o mal e no momento seguinte ele está
completamente extinto.

Ele é pesado, mas consigo empurrá-lo de cima de mim.

Minha mãe grita com voz rouca no fundo do corredor.


Com as pernas trêmulas, com gotas de sangue descendo no
meu corpo nu, caminho para o quarto dela. Tristeza me
invade no momento em que vejo sua forma frágil encolhida na
cama. Quando me vê, estende a mão para mim como se ela
estivesse tentando agarrar um sonho que está rapidamente
deslizando através de seus dedos.

“Mamãe,” choro quando oscilo até ela. Rastejo para a cama


ao lado dela enquanto nós freneticamente abraçamos uma à outra.

“V-Você está realmente aqui”, ela chora. “Ele me disse que


você estava vindo, mas que eu não viveria o suficiente para ver
você. Oh, minha pequena menina.”

“E-Ele disse que iria matá-la. P-Por i-isso fui embora todos
esses anos a- atrás,” gaguejo através das minhas lágrimas.

“Shh, querida. Shh. Você está aqui agora. Isso é tudo o que
importa”, ela murmura.

Ainda estou abraçando-a quando dois braços fortes me


agarram por trás. Começo a gritar como um demônio selvagem,
mas depois caio mole quando sinto o cheiro dele.

Gray.

Ele veio por mim.

Ele matou o monstro tal como prometeu.

“Estou aqui, Violet”, ele murmura, seus lábios pressionando


beijos por toda parte. Ele me cobre com um cobertor e me abraça
apertado. “Estou sempre aqui.”

“E-Eu fui c-corajosa,” tagarelo.

“Eu sei que você foi. Nunca tive dúvida.”


A semana passada foi um turbilhão. Policia. FBI. Lidar com
a minha mãe se mudando para a cidade. Tenho andado num
nevoeiro. Se não fosse por Gray, teria deixado todo o estresse me
engolir.

Mas Gray é mais do que a tempestade.

Ele também é a calma dentro dela.

Com a paciência de um santo e a língua mansa de um


pecador, ele criou um conto em que acreditaram. Seu investigador
particular, Dusty, tinha todos os tipos de informações sobre
Vaughn. Depois de Grey ter baleado os homens, Bull levou a arma
e munições com ele. Não havia nenhuma evidência para a polícia
encontrar. Não que eles estivessem verdadeiramente preocupados
com Vaughn e seus capangas. Uma vez que descobriram que era
alguém na lista de procurados do FBI, seus esforços mudaram de
querer encontrar o assassino para encontrar as mulheres
desaparecidas que se acreditava terem sido escondidas por
Vaughn em algum lugar. Falei o que sabia sobre seu antigo
esconderijo e residências passadas. E com a informação que
tinham de Dusty, foram capazes de encontrar alguns locais. No
mesmo dia que Vaughn foi assassinado, o FBI descobriu o
armazém onde dezessete meninas e mulheres entre as idades de
quinze e trinta foram encontradas. A maioria estava drogada.
Muitas foram estupradas além da razão. Todas foram resgatadas
e devolvidas às suas famílias.

“Feliz aniversário”, murmura Grey, a palma da mão


cobrindo meu peito quando ele começa a beijar o meu pescoço.
“Você ainda está se demitindo, pirralha?”

Eu rolo em minhas costas na sua cama e encaro seu belo


rosto. Uma vez que Vaughn se foi de verdade, livrei-me de cerca de
cinco quilos de stress. Minha vida começou a ter cor de novo. A
minha favorita é cinza5.

5 Trocadilho com o nome Gray = cinza.


“Acho que meu aviso prévio de duas semanas chegou no fim,
huh?”

Ele desliza sua ereção contra minha coxa. “Você pode


sempre pedir uma prorrogação.”

Começo a rir tão alto que tenho que cobrir minha boca para
que ninguém ouça. Minha mãe veio para ficar com Gray e eu em
sua casa. Gwen tem sido tão boa para nós duas. Senti tanta falta
de Mamãe e poder vê-la todos os dias tem sido a cereja no topo do
bolo.

“Estou feliz,” deixo escapar, lágrimas quentes rapidamente


enchendo meus olhos. “Estou feliz por sua causa.”

Um grunhido soa baixo em sua garganta e ele ataca minha


boca. Nossos beijos são necessitados e fervorosos. Não foram
necessários muitos movimentos para que ele estivesse dentro de
mim. Ele devora os meus lábios para abafar meus gemidos, para
não acordarmos toda a casa.

Enquanto ele me fode, levanta-se para me encarar. Seus


olhos azuis frios estão afiados e focados em mim. É a minha coisa
favorita sobre ele. A maneira como ele me observa como um falcão.
Como se eu fosse a única coisa que ele vê.

Mas ele não é como Vaughn.

Gray é bom para mim.

Ele me ama.

E eu o amo também.
Seis meses depois…

“Aqui?” Gwen franze seu nariz questionando.

Eu franzo a testa e balanço a cabeça. “Só mais um pouco.”


Minhas costas doem de todo o trabalho que venho fazendo. Minha
cunhada cumpriu sua promessa de lidar com seus problemas de
armazenamento. Com terapia intensa e ajuda não só minha e de
Gray, mas também da minha mãe, ela foi capaz de limpar todos os
seus quartos. A igreja perto da casa da sua mãe tem nos ajudado
com as doações. Tem sido um monte de trabalho, mas estou feliz
de ver Gwen trabalhando através dos seus problemas.

“Você acha que ele vai perceber?” Ela questiona uma vez que
o quadro está pendurado.

Sorrio. “Ele percebe tudo.”

Nós duas admiramos a pintura que ela está trabalhando há


semanas. Ela combina perfeitamente com a decoração do quarto.

“Eu amo isso”, digo a ela com um suspiro. “O que vem a


seguir na nossa lista?”

Ela balança a cabeça. “Não tão rápido, senhorita. Precisa


descansar. Prometi a Gray que não iria trabalhar até a morte. Você
sabe como ele se preocupa.”

“Ele se preocupa demais”, digo com uma careta. A verdade,


porém, é que a sua preocupação me faz sentir segura. Se não fosse
por ele ser obcecado com meu bem-estar, não estaríamos aqui
hoje. Eu provavelmente estaria drogada, fora da minha mente em
algum armazém, mais uma vez sob o polegar de Vaughn.

“Eu tenho dois para me preocupar agora,” uma voz


profunda murmura por trás de mim, ao mesmo tempo que
seus braços fortes me envolvem. Eu me inclino para trás
contra o peito sólido. Ele coloca as mãos na minha barriga
inchada e beija o lado do meu pescoço.
“Como correu a pintura?” Questiono.

“Bull não pode pintar uma merda”, ele fala. Nosso filho rola
na minha barriga. “Ops, acho que acordei o homenzinho.”

Sorrio e Gwen solta um bufo. “Umm, Olá? Reparou em


alguma coisa?”

“O que? Você cortou o cabelo? Gray brinca com ela. Sei que
ele viu a pintura na parede, mas gosta de provoca-la.

“Você é um idiota”, ela diz e aponta com exagero a pintura


do falcão.

“Parece bom”, diz a ela em um tom ausente. “Vou


inspecioná-lo mais tarde, uma vez que eu assegure que minha
esposa está cuidada.”

Gwen finge vomitar. “Bruto. Vá embora. Tchau.”

Sou levada nos braços fortes de Gray e, finalmente, dou uma


boa olhada em seu rosto. Manchas de tinta branca cobrem a sua
testa e bochechas. Há até manchas em seu cabelo. Ele parece
francamente adorável.

“Você está uma bagunça”, brinco enquanto ele me leva para


o quarto.

Ele sorri e chuta a porta fechada. “E você está linda.”

Quando me coloca na cama, ele não perde tempo em tirar


minhas roupas. Uma vez que estou nua, ele recua e deixa escapar
um gemido.

“Caramba, você parece sexy com a barriga redonda com o


meu filho”, observa ele, lançando-me um sorriso ardente.

Deito-me para que ele possa apreciar a vista. Ele estava


certo sobre tudo. Ser sua esposa preenche um desses buracos
que eu tinha dentro de mim. Carregar seu filho preenche
outro buraco. Esta vida que ele forjou para nós é algo que
não quero perder nunca.
“Tão linda”, ele elogia quando se ajoelha no chão e começa
a beijar minhas coxas. Gray é tão meticuloso. Ele dificilmente
passa um dia em que não está adorando cada parte do meu corpo.
Sua respiração faz cócegas ao longo da minha pele enquanto ele
segue para a parte de mim que pulsa por ele. Uma vez que chega
ao seu destino, ele beija meu clitóris. Suavemente primeiro. Em
seguida, ele começa a chupar e me lamber até que estou me
contorcendo de prazer.

Eu mal tenho tempo para me recuperar antes que ele esteja


puxando meus quadris para o final da cama. Ele entra em mim
suavemente no início, mas, em seguida, empurra para dentro de
mim com força como se fosse morrer se não tiver o suficiente de
mim.

Não se preocupe, querida, vou te dar tudo.

Não é até que ele goza com um gemido alto e cai ao meu lado
que meu olhar cai sobre o baú do outro lado da sala. A minha
pergunta é sempre a mesma. Sua resposta é sempre a mesma.

“O que há no baú?”

Sua palma encontra minha bochecha e vira minha cabeça


para olhar para ele. Sua boca paira sobre a minha. “Não importa.”

E honestamente, não importa.

O que importa é o homem que agora está me beijando e o


menino rolando na minha barriga.

O que importa somos nós. Eles são o que eu reparo.

Todo o resto está fora de foco.


Epilogo

Quinze anos mais tarde...

Thomas é diferente da maioria das crianças de sua idade.


Pensativo e introspectivo. Ele abriga pensamentos escuros, mas
nunca age sobre eles. Não perco a tempestade que atormenta seus
olhos azuis que são exatamente iguais aos meus. Uma tempestade
sobre a qual ele precisa de ganhar controle.

Suas três irmãs mais novas são todas barulhentas,


brincalhonas e engraçadas.

É como se ele se destacasse como uma ferida no polegar na


sua própria família com suas carrancas e mau humor.

Sei que isso incomoda Violet, mas ela não o entende. Sou o
único que entende o que se passa na mente dele. E já é hora de
ajudá-lo a ter controle sobre isso.

“Papai! Papai!” Minha filha mais nova Emily grita à medida


que vem correndo solta pelo corredor. Pego a minha filha de quatro
anos de idade e aperto com força.

“Onde está o seu irmão?” Questiono com um sorriso.

Seu lábio faz beicinho. “Escondendo-se em seu quarto.


Ele me falou para ir embora.”

Beijo sua testa. “Thomas está começando a ser um


menino grande. Ele gosta de fazer coisas de gente grande.
Por que você não vai brincar com suas irmãs? Mais tarde vamos
caminhar até o riacho atrás da casa.”

“Yay!”, ela grita. “Eu quero pegar um vaga-lume.”

Coloco-a de pé e agito seus cabelos. “Talvez Thomas possa


ajudá-la a pegar um.”

Seu nariz franze como se ela não acreditasse em mim. Então


ela muda de assunto rapidamente como está acostumada a fazer.
“Quando podemos ir à praia de novo? Quero construir um castelo
de areia.”

As crianças adoram o resort. Passamos pelo menos três


semanas lá durante o verão. É um lugar onde minha família pode
rir e brincar sem uma preocupação no mundo. A mãe está
envolvida e o pai é amável. É o que eu sempre quis.

“Vamos logo”, prometo.

Ela caminha pela casa para procurar suas irmãs. Viro-me e


caminho na direção oposta para o quarto de Thomas. Quando viro
a maçaneta e entro, uma pontada familiar instala-se em meu peito.
Seu quarto é impecável. Ele me lembra muito do meu enquanto
crescia. Ele está sentado em sua cadeira, debruçado sobre uma
caixa de sapatos em seu colo.

“O que está fazendo, garoto?”

Ele olha para cima da caixa e encolhe os ombros. “Eu achei


isto.”

Caminho até ele e caio de joelhos para olhar na caixa.


Quando vejo um velho crânio de esquilo, sorrio para ele. “Você
achou na floresta?”

“Sim. Posso ficar com ele?”

“Claro.” Encontro seu olhar afiado. “Como você acha


que ele morreu?”
Algo cintila em seus olhos. Curiosidade. O fato de que
qualquer coisa cintila nele me surpreende. Ele anda tão sem
emoção o tempo todo. “Eu não sei. Foi comido por um puma
talvez?”

Sorrio. “Talvez ele comeu uma avelã podre ou morreu de


fome.”

“E se um cão mordeu a sua cauda e ele sangrou até a


morte?” Ele pergunta quando pega o pequeno crânio.

Ele o entrega para mim e eu o viro na palma da mão. “Sabe,


Thomas, você é muito parecido comigo.”

Seus ombros ficam tensos. “Eu acho.”

“Eu fico obcecado com as coisas. Pessoas. Coisas. Ideias.


Isso já aconteceu com você?”

Nossos olhos se encontram, e por um momento, ele parece


tão vulnerável e perdido. Isso me esmaga.

“Talvez, às vezes.”

“Pode ser um pouco assustador. Pensar em algo ao ponto de


exaustão, hein?” Pergunto.

Ele balança a cabeça e leva o crânio da minha mão antes de


colocá-lo de volta na caixa. “Sim.”

“Quero te contar uma história.”

Pelos próximos trinta minutos, meu filho se transforma de


um menino pensativo para alguém que, mais uma vez, tem luz em
seus olhos. As obsessões secretas que ele estava abrigando foram
libertadas. Com certeza faz a diferença ter alguém com quem
partilhar. Eu sempre tive Bull. Agora tenho Violet. E Thomas me
tem.

“Eu o odeio”, ele rosna, sua voz surpreendentemente


profunda. Mais alguns anos e meu filho vai estar crescido.
Vai se transformar em um homem diante dos meus olhos.
“Eu o odeio também.”

Meu pai era um homem terrível. Depois de passar todo


aquele tempo no hospital e uma vez que fui cuidado por minha
mãe amorosa, fui vê-lo na cidade. Eu o segui e observei. Meu pai
se tornou minha obsessão.

Ele era um monstro.

Não apenas para mim, mas para todos.

Um mentiroso. Um traidor. Um ladrão.

Descobri como ele desviou de sua empresa. Como dormia


com qualquer coisa que fosse do sexo feminino. E seu computador
que estava cheio de merda doente que meus olhos não deveriam
ter visto.

Eu não gostava de vê-lo através da janela, mas o vi.

Odiava o jeito que ele se tocava ao olhar para fotos da minha


irmã.

Por isso, tomei conta do problema.

Fixei minha vista sobre ele.

“Quer ver?” Pergunto a Thomas.

Ele balança a cabeça ansiosamente. Juntos vamos para o


meu quarto e ficamos na frente do baú. Digo-lhe a combinação.
Uma vez que abre o bloqueio, ele levanta a tampa com um rangido.

“Este deve ser Wail”, ele aponta para um saco de plástico


com zíper cheio dos ossos do meu animal de estimação.

“Esse é ele.”

Seus dedos passam através do plástico e ele sorri


tristemente para mim. “Sinto muito, papai.”

“Está tudo bem.”


Ele se recusa a tocar o outro. Enrolado em posição fetal está
um esqueleto completo em bom estado. Exceto pelo buraco no
crânio. Um crânio humano. Meu pai.

“Como você fez isso?”

Ajoelho-me ao lado dele e passo o meu dedo ao longo do


buraco irregular. “Eu o matei no seu local de caça favorito, num
terreno que possuía no interior do estado.”

Eu eliminei o meu alvo.

“Ele mereceu”, ele me assegura, apertando o meu ombro.


Por uma vez no que se parece anos, estou conectando com o meu
filho novamente. É como se ele encontrasse um caminho para fora
de sua escuridão e me descobrisse.

Nós somos iguais.

Somos especiais.

“Eu nunca vou dizer a uma alma”, ele promete, com o olhar
sério. Ele sabe como é importante manter este segredo de sua avó,
tia Gwen, e sua mãe. “Mas, pai?”

“Sim, amigo?”

Ele sorri para mim, um sorriso que me lembra exatamente


de Violet. “Você vai me ensinar a atirar?”

Sorrio em resposta enquanto fecho o baú. “Você quer ser um


atirador um dia?”

“Talvez”, diz ele quando pendura o bloqueio e o encaixa para


fechar. “Mas, principalmente, eu só quero ser como você.”
Playlist
Ouça no Spotify Aqui.

“Obsession (Cover)” by Golden State


“Violet” by Hole
“The Devil Within” by Digital Daggers
“Bad Intentions” by Digital Daggers
“The Monster” by Eminem
“I Will Possess Your Heart” by Death Cab for Cutie
“Six Underground” by Sneaker Pimps
“Stand By Me” by Ki:Theory
“Sweet Dreams (Are Made of This)” by Marilyn Manson
“Tainted Love” by Marilyn Manson
“The Red” by Chevelle
“Even Though Our Love is Doomed” by Garbage
“(Don’t Fear) The Reaper” by Blue Oyster Cult
“Every Breath You Take” by The Police
“Afraid” by The Neighbourhood
“Black Sun” by Death Cab for Cutie
“Pony” by Genuwine
“What’s Up?” by 4 Non Blondes
“S&M” by Rihanna
“Demons” by Imagine Dragons
“Motel” by Meg Myers
“Oh My” by Big Wreck
“Madness” by Muse
“Supermassive Black Hole” by Muse
“Psycho” by Muse
“Wild Horses” by Bishop Briggs
“Stressed Out” by Twenty One Pilots
“Way Down We Go” by Kaleo
“Uninvited” by Alanis Morissette
“River” by Bishop Briggs
“Are You Alone Now?” by Dead Sea Empire
“I Put A Spell On You” by Annie Lennox
“Life Like Mine” by Welles
“Deficiency” by Bad Pony
“Bringing Me Down (feat. Ruelle)” by Ki:Theory

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