Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
— Claro, obrigada. —
— O que é isso?
— O conselho aprovou.
— Quem?
— Camden Conti.
— O filho do Sr. Conti?
O Sr. Conti foi o amigo mais próximo do meu pai durante anos.
Eu me lembrava vagamente de seu filho com cabelo loiro branco e
olhos verdes de caçador. Lembrei-me de que ele não sorria muito,
e quando o fazia, nunca chegava aos seus olhos, mas ele parecia
educado. Todos nós parecíamos neste mundo.
— Tudo sendo...
— Papa...
— Eu era mais velho que sua mãe. — Ele disse sem nenhuma
preocupação comigo.
Mas ele viu a dor que, assim como sua raiva, apagou sua luta
também. Suas pálpebras se fecharam e ele balançou a cabeça,
recostando-se na cadeira.
— Eu também te amo.
Nova: E eu não posso fazer uma noite das meninas. Estou fora
da cidade
Nova: Ew.
Eu: ....
— Melhor ainda.
Santa merda.
— Jesus...
— Certo? Deus, o que eu não faria para sentir essa barba entre
minhas coxas.
Eu ri, observando sua mão arrastar por seu cabelo preto. Seus
longos dedos percorrendo os fios grossos. Quando ele se virou o
suficiente para eu ter uma visão mais direta, derreti um pouco
mais em seus lábios carnudos. A barba os fazia ficar em contraste.
Como pode um homem parecer tão incrivelmente masculino com
lábios assim?
— Uhhh...
— Eu aposto. — Eu ri.
— Hmm... Barrone?
Eu não me importei.
Eu culpei o champanhe.
— Eu sei.
— Obrigado, Ryan.
— Obrigado, cara.
— Beth. — Eu resmunguei.
Ser desejado pelo meu dinheiro não era nada novo, mas eu
odiei ainda mais porque fodeu com meu negócio... Fodeu com
meus planos, e isso ultrapassou os limites. Minha vida se
concentrou em tornar esta empresa bem-sucedida o suficiente
para conseguir o que eu queria.
Adicione a minha repulsa por qualquer um que usa de trapaça
para chegar ao topo, e eu a demiti instantaneamente.
— Talvez não. Mas estou bem sem isso. Mulheres são uma
distração, e eu tenho muitas que estão perfeitamente bem com
encontros ocasionais.
— Obrigado, cara.
— A qualquer momento.
Com isso, desliguei meu telefone e o empurrei, clicando no
interfone para falar com Ryan. — Mande-os entrar, por favor.
Assim que ele dobrou a esquina, caí para trás em uma das
cadeiras em frente à mesa de Ryan.
— Não, mas ele me pediu para avisá-lo para ligar de volta mais
cedo ou mais tarde.
Sua risada suave não tinha humor quando ele baixou o olhar
e reajustou os óculos antes de erguer os olhos com um sorriso
forçado. — Não. Sou Ryan Saunders, assistente pessoal do Sr.
Rush.
— Compreendo.
— Claro.
Mais para provar que eu poderia ter um, do que qualquer outro
motivo, mas eu ainda queria.
— Vejo que você se formou Magna Cum Laude na Wharton
School of Business. — Suas sobrancelhas se ergueram acima da
borda dos óculos pretos. — Uau. Isso é impressionante.
Cobrindo meu quase bufo com sua pergunta com uma risada
suave, respondi: — Não. Não que eu não queira. Só que agora não
é a hora.
Meu olhar caiu de seus olhos, para a ponte forte de seu nariz
para estabelecer em seus lábios carnudos.
Foi um sinal?
Ele quis dizer Raelynn? Ou eu? Ele quis dizer que éramos
difíceis de ignorar porque Raelynn dominava um ambiente e podia
ser barulhenta? Ou ele realmente me notou? — Podemos ter
notado você também. — Eu admiti, me sentindo ousada.
Certo?
— Não.
Deus, quem sou eu? Eu não era essa mulher dominante que
exigia o que queria. Eu não era dócil de forma alguma, mas
geralmente, Raelynn ocupava o papel de sedutora que não hesitava
em pedir o que queria.
— Senhorita Barrone.
Porra, ela exalava sexo de uma forma tão inocente. Suas calças
justas e sua blusa de botões com pérolas me imploraram para
rasgar tudo para encontrar o que havia por baixo. Suas covinhas
e a forma como a esquerda era um pouco mais profunda do que a
direita me incitara a mergulhar minha língua na dobra e descobrir
se ela tinha um gosto tão bom quanto parecia.
Por que não? O que doeria? Fazia muito tempo desde que eu
transava, e seu sorriso prometia pecado embrulhado no céu.
— Ok, Vera.
— Com licença?
— Domenic. Felizmente. — Seus olhos se arregalaram. — Só
no caso de você querer flertar com outro homem responsável para
subir na empresa.
— Eu não estava...
O que quer que haja entre nós, qualquer influência que ela
tivesse sobre mim e minha atenção, precisava acabar.
Eu: Um idiota.
Nova: Nojento.
Raelynn: Então, ele fala baixo com você apenas para curvá-la
sobre a mesa dele mais tarde.
Nova: Jesus.
Eu: Não.
Eu: Por mais que esteja gostando disso, tenho que ir.
Nova: Ew.
Raelynn: Droga.
Nova: Diz: — olhe para o que você não pode ter e prefiro morrer
a dar a você.
Eu: Pronto. Eu vou deixar você saber como foi. Amo vocês.
Nova: Também te amo.
Okay, certo.
— Então por que você se casou com ele? Você não poderia ter
contado para seus pais, não?
Posso não amar Camden agora, mas meu pai não escolheria
um homem mau para me casar. Eu precisava ter confiança na
convicção de minha mãe nessas palavras.
Ai credo.
— Porra.
Eu precisava sair dali. Naquele momento, não me importei se
Camden pensasse que eu estava com diarreia; se significava
escapar, então que fosse.
— Merda.
— O quê?
Calma, Verana.
— Sim, mas esta sou eu. Eu visto merda assim o tempo todo.
Você é mais como cardigã de cor suave e pérolas.
Nunca beba muito nesses grandes eventos. Você não quer ser
conhecida como a mulher bêbada sobre a qual todos falam mal. Mas
sempre tenha um copo para manter as mãos ocupadas. Uma
senhora não se inquieta.
— Pai.
Eu cobri minha risada com uma tosse falsa, meio que amando
sua irritação flagrante com ele. Especialmente porque Camden não
percebeu nada. Meu pai percebeu, no entanto. Seus olhos foram
de Raelynn para Camden e, finalmente, para mim, alargando-se
como se implorasse para eu controlar minha amiga. Quase quis
mandar um de volta para ele, para controlar o funcionário.
— Aí credo.
— E se...
— O quê? — Eu perguntei quando ela não continuou.
— Eu diria que você estar tão ansiosa para vir hoje à noite faz
muito mais sentido.
— Um pervertido.
— Você não tem que fazer nada que não queira. É apenas uma
maneira de experimentar outra pessoa fora de Camden, sem o
incômodo de realmente procurar por ela.
Meus olhos correram ao redor da sala, observando todos os
homens mascarados, me perguntando se eu fizesse isso, se um
deles seria com quem eu estaria.
Eu olhei para o resto da sala antes de olhar para trás para Rae
quando Camden chamou minha atenção e ergueu o copo,
oferecendo uma piscadela. Minhas bochechas se contraíram, mas
nunca formaram um sorriso. Eu poderia me casar com ele sabendo
que nunca tinha realmente experimentado nada? Sempre me
arrependeria de ser uma senhora perfeita quando tive a chance de
não ser? Eu queria ser celibatária até nos casarmos? Ele estava
sendo celibatário?
Pensei em todas as vezes que ela foi para casa para assistir a
uma festa de gala com a família ao longo dos anos. — Droga, Rae.
— Nenhum mesmo.
— Não se vire.
Nico
— O quê?
— Não se vire.
Verana.
Em breve.
Meu ego cresceu. Eu sabia que tinha um pau grande, mas tê-
la esticada, ofegante por tê-lo esticando-a tanto que doía, mas
ainda querer que eu a fodesse me fez querer bater no meu peito e
bater contra ela como um animal.
1
Vixen: Significa raposa em inglês, mas no sentido do livro ele quer dizer “mulher sedutora”.
— Você pode tentar conter seus gemidos, mas nada pode
esconder o som de como sua boceta apertada está molhada.
— Deixe-os ouvir.
— O que foi?
— Sr. Rush? Aqui é Anthony, da Beckett Homes. — Ele me
irritou com suas apresentações inúteis.
— Sim senhor.
— OK. Te amo.
Eu não tinha ideia de que poderia ser feito com tanta paixão e
desespero entre dois estranhos. Eu não tinha ideia de que gostaria
tanto, que me transformaria na Vixen que ele continuou me
chamando. Foi descuidado, impetuoso e ousado, indiferente a
quem ouvisse meu prazer. Eu não teria me importado se todos
abaixo assistissem e ouvissem, desde que ele nunca parasse.
E embora eu possa não saber quem ele era, minha mente
evocou uma imagem. Eu conhecia seu tipo de corpo. Assim que vi
o flash de sua máscara de prata com o canto do meu olho, eu soube
que era o estranho sexy que eu não consegui parar de olhar a noite
toda. Mas quando inalei sua familiar colônia picante e amadeirada,
o estranho mudou rapidamente para Nicholas. Minha mente tinha
gaguejado com o pensamento, freneticamente juntando os
vislumbres que vi dele, tentando decidir se era realmente ele.
Então me lembrei dele falando sobre ir para Charleston neste fim
de semana, e rapidamente me afastei.
— Aí está você.
— Sim, eu estudei!
Ele soltou uma risada baixa. — Acho que mal passei na aula
dele.
— Droga.
— Sim. Droga.
— Me diga mais.
Por mais que odiasse chegar tarde, faria tudo de novo para ver
meu avô se iluminar quando eu entrasse no quarto.
— Eu pesquisei a Troy Shipping. — Ryan começou entrando
imediatamente. — É uma empresa menor com muito potencial de
crescimento. Eu posso ver porque você está interessado.
A Troy Shipping era uma boa empresa, mas seu potencial era
um aspecto secundário do meu desejo de combiná-los com a Rush
Shipping.
Claro, a fusão não era seu plano. Nunca foi. Mesmo esperando
a notícia, meus punhos ainda cerraram quando ele disse o nome.
Mariano Shipping.
— Sim senhor.
— Sim.
Não.
Ela sabia que era eu? Ela havia planejado a coisa toda? Isso
era mais do jogo dela?
— Sr. Rush...
Ela não bateu a porta como eu esperava, mas nada sobre sua
reação foi a esperada. Agora que ela não estava bem na minha
frente com a energia de uma bomba entre nós, pensei em suas
reações que pareciam muito honestas para serem falsificadas.
Meu chefe.
Não era como se eu tivesse que enfrentá-lo; era que ele teria
que me enfrentar e a percepção de que eu conquistaria esse
trabalho sozinha. Eu subiria na hierarquia e continuaria
apresentando minhas idéias, até que ele fosse forçado a reconhecer
que obtive sucesso em sua empresa por conta própria.
Posso ter que passar minhas ideias para outra pessoa, mas
todos naquela reunião sabiam de quem elas vieram e eu
continuaria aparecendo com mais. Nicholas não conseguiu me
bloquear completamente. Eventualmente, alguém solicitaria
minha presença em uma equipe por causa do que eu trouxe para
a mesa. A consistência sempre venceu.
— Nada.
— Eu não sei.
— Ele não existe, e seu pênis não existe... mesmo sendo muito
grande. Quão grande de novo? — Rae perguntou, segurando suas
mãos separadas como se ela estivesse adivinhando o comprimento.
— Tem certeza que tem que parar de foder com ele? — Raelynn
perguntou, apenas parcialmente brincando.
— Abra.
Festa de noivado.
Noivado. Festa.
Noivado.
Mais tempo? Este não era o tempo a mais que pensei que teria.
Eu pensei que tinha um ano. Achei que tinha pelo menos seis
meses. Eu pensei que tinha... mais.
A irritação fervilhava em minhas veias, esquentando o gelo que
me congelou. — Você nem falou comigo.
Por sua vez, ele espalmou meu peito. — Tão inocente. Uma
virgem, eu me pergunto?
Esse não era o homem que meus pais disseram que queriam
para o meu futuro. Esse não era um homem que mudaria e se
comprometeria com uma esposa.
Ele deve ter sido o homem charmoso da festa de gala para meu
pai. De jeito nenhum meu pai sabia quem era o verdadeiro Camden
e esperava que eu me casasse com ele. Ele sempre quis o que era
melhor para mim. Ele e minha mãe prometeram.
Eu poderia ter rido do jeito que ele quase escorregou para fora
da porta de seu escritório, seus óculos empoleirados acima de
olhos chocados, uma pilha de papéis agarrada em seu punho. Eu
poderia, se este dia já não tivesse minado todo o humor de mim.
— Verana?
— Não me faça ser esse homem com você, Verana. Não me faça
ser mau.
— Por que você está fazendo isso? — Algo devia estar errado.
Alguma coisa o estava forçando a ser este homem comigo.
Eu estava errado.
Sentir a perda de seu apoio tirou mais fôlego das minhas velas
do que qualquer outra coisa. Incapaz de detê-los, as lágrimas
queimaram a parte de trás dos meus olhos e escorregaram.
Não foi isso que foi prometido. Não foi isso que foi explicado na
hora de dormir. Isso não acabaria com a gente dançando na
cozinha um dia. Isso era me vender por qualquer coisa, e em
qualquer lugar na esperança de que ele talvez me permitisse
alguma decência básica.
Permitir.
Permitir.
Permitir.
Cada vez que eu pensava na palavra, o fogo crescia dentro de
mim. Ela explodiu como uma bomba, aquecendo cada centímetro
até que eu tivesse certeza de que iria entrar em combustão.
Com Nicholas.
Porra.
Era uma coisa para imaginar e outra coisa para saber. Agora
minhas fantasias vinham com um sentimento que estava gravado
tão profundamente na minha memória que eu sabia que estaria
comigo no dia da minha morte. Seu calor, sua pele macia, seus
gemidos vibrando em seu pescoço contra meus lábios, suas mãos
agarradas a mim.
— Archer, — respondi.
— Filho da puta.
— Obrigado.
E com isso, ele desligou, me deixando com minha decepção e
derrota. Cravei meus dedos em meus olhos, tentando aliviar a dor
de cabeça que eu não conseguia controlar.
— Olá?
Olhei para o relógio, vendo que já passava das nove. Para onde
diabos o tempo foi?
— O que foi?
— Obrigado.
Que diabos?
2
Cooks: Marca barata de champagne.
entre agora e nosso encontro? Ela lidou com o conhecimento que
era eu na festa muito melhor antes. O que mudou?
— Ah não. Não é por sua causa. — Ela disse isso como se fosse
a coisa mais louca que eu já disse a ela, e minha irritação rugiu de
volta. — Meu futuro marido não me deixa trabalhar. Então, com
meu noivado iminente, sobre o qual eu não tinha nenhuma palavra
a dizer, eu achei que deveria desistir agora.
— Isso é bárbaro.
— Eu sei, certo? Mas é o que é. — Sua energia caiu e seu
humor desapareceu, seus ombros caindo em derrota. — Achei que
ia ficar tudo bem, como o casamento dos meus pais. Eu pensei que
daria certo. Pelo menos até ele aparecer e ser um idiota gigante.
— Verana...
Mariano.
Puta merda.
— Porque aqui?
— Case comigo.
Deus, foi tão louco. Mas era uma loucura com uma chance de
vitória, para repor a oportunidade que acabei de perder. E não
tinha chegado tão longe sem aproveitar todas as oportunidades
que tive.
Eu: Quem é?
Eu: Não.
— Obrigada.
— Bela vista.
— Claro.
— Não.
— Oh. É apenas uma grande mesa.
— Oh.
— Vinho?
— Isso é fenomenal.
Com o pôr do sol atrás dele, seus olhos escuros não tinham
nenhum dos reflexos de avelã que eu tinha visto antes. Eles
pareciam tão profundos que eu poderia me perder neles se fosse
longe demais.
— Sim.
— Obrigado.
— Sorte minha.
— Justo.
— Por quê?
— É mármore.
— Só estou dizendo que pode não ser perfeito, mas você pode
fazer o que precisar. No mínimo, mais um passo para o futuro —
disse ele, encolhendo os ombros. — Então, o que vai ser, Verana?
Você quer se casar comigo?
— O que? — Eu suspirei.
— Você é a dona?
— Sim.
Eu não pude deixar de pensar que ele quis dizer comigo. Ele
pensou que ficaria feliz comigo. A ideia era maluca. Nós mal nos
conhecíamos - quase não gostávamos um do outro. Na verdade,
não. Eu diria que nos toleramos. Mesmo assim, do jeito que ele
olhou para mim agora, não pude deixar de torcer para que nosso
futuro fosse o que mamãe descreveu.
— Sou eu.
— Está feito?
Eu faria funcionar.
— Srta. Barrone?
— K. Rush Shipping.
— Verana Mariano, juro por Deus, eu... vou tirar tudo de você.
— Ainda não consigo acreditar que ele vai se casar com alguém
da empresa, — sussurrou uma das garotas.
— Obrigada.
Nós duas rimos, e Raelynn nos deu um olhar arrogante que foi
arruinado por seus lábios se contraindo.
— Sim?
— Claro que sim. Nicholas vai estar babando.
— O que?
— Se Nova diz para fazer isso, então você sabe que tem que
fazer. — Rae afirmou.
— Não.
3
Naughty: Significa “Danadinha” ou “Atrevida” mas como no livro rima com o nome da amiga delas decidi
deixar no original.
Eu ri. Raelynn e eu pensamos em um nome para quando Nova
se libertasse de seu estado normal e relaxado. Dando de ombros,
cedi à luta perdida e fiz uma pose.
— Posso entrar?
Antes que ele passasse pela porta, agarrei sua mão por
impulso e apertei. — Obrigada novamente pelos brincos. Eles são
realmente lindos.
— Posso ficar com ele? Se você não o quiser, posso ficar com
ele? Só para foder uma ou duas vezes?
Eu ri da enxurrada de perguntas. — Vocês. Parem. Lembre-se,
não gostamos dele. Ele estava me humilhando e ainda meio que
está.
— Eu não.
Abri a boca para negar que queria, mas não saiu. Talvez eu
pudesse viver em negação sozinha, mas nunca fui muito boa em
mentir para minhas amigas.
Às vezes.
Mais e mais, ele agia como meu futuro marido, e isso meio que
me assustou pra caralho.
Meu sangue gelou com seu tom bajulador. Ela ouviu como era
falso? Ela acreditou nele? E se ela fez? Eu queria diminuir a
distância entre nós, parar mais das mentiras vomitadas por
Lorenzo, mas meus pés me seguraram colado no local, me
perguntando como Vera reagiria.
— E Camden?
Ela recusou.
— Obrigada.
Apesar de não ter crescido com todo mundo, fiz um nome para
mim mesmo nos últimos anos. Eu abri meu caminho de volta e,
desta vez, planejava excluir Lorenzo.
— Senhoras. — Eu cumprimentei.
— Este lugar é lindo. Não acredito que você está morando aqui,
— disse Nova.
— Cadela sortuda, — acrescentou Raelynn. — É sempre tão
difícil encontrar bons imóveis em torno do Central Park. E um com
espaços para eventos disponíveis? Uma agulha em um palheiro.
— Boa.
— É preciso tudo de mim para não foder você aqui neste canto.
Todo esse branco, toda essa pureza quando sei a diferença, eu
adoro isso. Como nosso segredinho, como você gosta de ser suja.
— Abaixando-me, encostei meu nariz no dela, respirando em suas
exalações rápidas. — Ou você só é suja para mim?
— E é por isso que, se não nos casarmos, meu nome não vai
estar no prédio. Ele não vai investir tanto quanto combinou
inicialmente se o nome Conti não estiver ao lado de Mariano.
Camden.
— Uma filha que você estava vendendo para mim para salvar
sua empresa. — Camden atirou de volta, ligeiramente
estrangulado.
— Fiz isso com o interesse de que você cuidasse dela. Não ser
algum idiota egoísta que a fez correr. Não olhe para mim como se
eu tivesse arruinado isso quando sua personalidade de merda a
empurrou.
— Mas não uma causa perdida. Meu pai ainda vai investir
enquanto estou trabalhando para chegar ao topo. Tudo o que
precisamos é de outro investidor. Vou jogar o jogo, e quando a
Verana terminar com aquele idiota arrogante, estarei lá para pegá-
la. Casaremos e o nome Conti será acrescentado ao Mariano.
Precisamos apenas de paciência.
Foder com a família de outra pessoa era uma coisa. Mas fazer
isso com o seu próprio sangue era outra.
— Já reparei.
O único?
Nico
— Claro, vovô.
— Boa. Agora, você disse que o trabalho estava mantendo você
aqui. Fale-me sobre o negócio. O que está acontecendo que o
mantém tão ocupado?
Foi uma decisão difícil trazer meu avô para cá. Nós dois
amávamos muito Charleston. O oceano, o sol, o conforto do sul, a
falta de lembranças do que foi tirado de nós a cada passo. Mas
quando expliquei por que queria movê-lo, ele concordou sem
hesitar.
— Não me venha com essa cara. Sei que minha mente não está
tão afiada como costumava ser, mas ensinei tudo o que você sabe
e você pode agradar um velho falando sobre negócios. Então, e
quanto ao trabalho, você está voltando em tempo integral para o
lugar que disse que não gostava tanto?
Cinco.
Quatro.
Três.
Dois.
Um e meio.
Um e um quarto.
— Não é ...
— O que eu penso?
— E como ela vai lidar sabendo que ela foi a chave para o
colapso da empresa da sua família?
Em algum ponto.
Não a machuque.
— Porque eu quero.
— Quando?
Impressionante.
— Isso é tudo.
— Sim, senhor.
Eu estava louca?
O quarto de hóspedes.
Dizer que Nico não ficou feliz quando voltou para casa seria
um eufemismo.
— Aqui.
Tudo o que tive como aviso final foi seu rosnado profundo. Em
seguida, aqueles braços fortes e grandes mãos agarraram minha
bunda enquanto ele se abaixava e me erguia por cima do ombro.
Mas nunca tive a chance porque ele não fez nada disso.
Rae revirou os olhos. — Você sabe que meu motorista vai nos
levar para casa. Basta um pequeno toque no meu telefone e puff,
ele nos leva embora em uma carruagem.
Nova e eu rimos.
— Eu. Não. Estou. Apaixonada — ela tossiu, ou pelo álcool
ainda em seus pulmões ou porque Raelynn tendia a engasgar com
a palavra quando não era conosco. — Não é assim entre Austin e
eu.
— Não foi isso que aconteceu entre você e Camden? Não foi
isso que seus pais planejaram o tempo todo?
Eu fingi amordaçar.
— Isso é um sim.
— Não!
— Eu te amo tanto que quero te levar para casa antes que você
se odeie.
— Nós a alimentamos com tequila. Por que ela não sai para
brincar? — Raelynn perguntou, olhando para mim com um
beicinho.
— Você gostou.
Lembrei-me de Nico me carregando para o quarto contra a
minha vontade e batendo na minha bunda. Lembrei-me do calor
que floresceu, e me lembrei de como eu tinha gostado. O mesmo
calor voltou com força, não por causa de Raelynn, mas porque toda
vez que eu pensava nele, meu corpo suavizava como se estivesse
se preparando para ceder.
— Vamos, Nova. Temos que deixar essa noiva tão bêbada que
ela deixe de ser uma vadia teimosa e finalmente salte sobre o noivo
como um pula-pula.
— Você poderia, por favor, apenas foder com ele. Por nós. Nós
sabemos que você quer.
Ele olhou por cima do meu ombro e eu segui seu olhar para
uma Nova estremecida.
— Claro que tenho. — Ela nos virou para encarar Nico. — Para
onde, senhor?
Nossa.
— Sim.
Merda.
— Às quatro?
— Merda. Desculpa.
— Ha-ha-ha.
— OK.
Certo.
Mas eu fiz.
Porra.
Oh meu Deus.
Que tola.
Esse era seu plano o tempo todo? Que eu cedesse apenas para
me recusar?
Raiva.
Pelo menos até que sua risada baixa rastejou pelas sombras
como minha fantasia mais sombria, abrindo buracos em minha
fraca confiança.
— Certo. Vera, você sabe que estou sempre com você se quiser
fugir, — disse ela, a amiga que me apoiava perfeitamente. Então
ela focou suas sobrancelhas franzidas de volta em Raelynn. —
Ainda assim.
E embora ela parecesse uma estranha, ela era eu. Ela era
apenas uma versão mais recente que eu não tinha percebido que
esteve adormecida todos esses anos.
— Estou pronta.
— Então vamos.
Com uma última respiração profunda, fui enfrentar meu
futuro.
Ele podia ser um idiota, mas algo latente sob a superfície que
me instigou a ir mais longe. Não, eu não precisava fugir. Ainda
melhor, eu não queria.
Eu estava pronta.
— Bem.
— Ambos.
— Ambos.
— Ele olhou?
Parte de mim não queria que meu pai me levasse até o altar,
nosso relacionamento rasgado em pedaços que eu não reconhecia
mais. Mas lá estava ele, principalmente pelas aparências, e pela
mamãe. Ela teria ressuscitado dos mortos para gritar com nós dois
se ele não estivesse lá para mim hoje.
Ele se parecia com aquele homem, mas eu sabia que não era,
e a verdade doía.
— Eu quero.
Meu pai ligou seu braço ao meu e eu desliguei tudo que havia
perdido, me concentrando em respirações lentas e profundas,
esperando a marcha nupcial.
— Claro, pai.
Nico.
Eu não o parei.
E eu faria.
— Claro.
Apesar de o olhar não ter calor por trás disso, Nico ainda
esfregou a mão na barba e desviou o olhar. Eu poderia imaginá-lo
como um garotinho, se metendo em problemas e chutando a terra.
— Nah, eu o criei para ser um bom homem e sei que você pode
cuidar de si mesmo.
— Que estou levando minha noiva para nossa suíte, para que
eu possa tirar você deste vestido e foder você como seu marido.
Suas palavras dispararam direto para o meu núcleo e eu me
contorci em seus braços. Sua risada profunda retumbou como
uma promessa de coisas sujas.
— O que?
— Vera, — eu rosnei.
— De um passo.
Boa.
— Acho que você vai ter que esperar para ver, — ela zombou.
Ela nunca olhou para cima diretamente, mas eu senti a
maneira como ela me rastreou ao redor da beira da cama. Ela
queria me torturar. Bem, dois podem jogar esse jogo.
Assim como foi difícil não notar na noite passada, quando ele
se masturbou na minha frente.
Poder.
Eu queria desistir.
Mas ele não fez. Ele tinha sido arrogante e exigente, mas ainda
respeitoso.
Eu seria capaz de ser tão forte quanto ontem à noite com meu
corpo em chamas? Quanto tempo eu poderia queimar quando ele
se oferecesse para apagar o fogo? Eu seria forte o suficiente?
— Bom Dia.
A voz matinal de Nico sempre me atingiu de forma diferente. O
som áspero profundo soou como sexo - duro, áspero, intenso.
Escorregou em meus ouvidos e desceu do meu corpo até o meu
núcleo. Droga.
— Dia.
Não sei por que ele se lembrar como gosto do meu café da
manhã me afetava tanto, mas afetava, e me lembrei que meu pai
nem lembrava que eu só gostava de panqueca de banana. Uma
gota de calor, ao contrário do calor que se espalhou como um
incêndio ao vê-lo nu, espalhou-se como uma gota de corante
alimentar em um oceano. Quase não muda a cor da água, nem é
perceptível, mas altera as coisas.
Raelynn: Entããão...
Nova:...
— Apenas as meninas.
— Umm... ok?
— Por quê?
— Eu tenho Ryan.
— Seu assistente?
— Oh sim?
Ele me olhou como se tivesse visto algo que nunca tinha visto
antes, e eu esquentei sob sua inspeção.
— Parece bom.
— Que porra é essa, Nico? — ela gritou e lutou para cobrir seu
corpo.
— Você pode fugir Verona, mas nós dois sabemos que você
quer tanto quanto eu.
— Ok.
— Sim. — Eu murmurei.
— Muito. — Ele disse, seu olhar caindo. Quando ele olhou para
trás, ele tinha uma pequena inclinação nos lábios, mas com um
toque de tristeza. — Sempre viajamos juntos. Meu pai disse que só
porque o trabalho o afastou de casa, não tinha que afastá-lo de
sua família. Ele era um bom homem.
— Até você.
— Sim e não.
Ele se virou para mim e sorriu. Deus, seus lábios eram tão
carnudos. Deveria ser feminino, mas a barba escura e as bordas
afiadas de seu rosto os esculpiam em qualquer coisa, menos
feminina. Nico era totalmente homem, e naquele momento, minha
mente inundou com todas as vezes que seus lábios estiveram nos
meus. Uma dor começou no meu estômago ao senti-los
pressionados contra os meus novamente, e eu lutei para afastá-lo.
— Um pouco.
— Hum, claro.
— Ok!
— Sobre o que?
— Tenho certeza.
Ela olhou para o iate de luxo, depois de volta para mim, então
para o iate e novamente de volta para mim, seu queixo caindo um
pouco mais a cada voleio. — Nico. Tem dois andares inteiros. Em
um barco.
— TRÊS?
— Isso é insano.
— Champanhe para os noivos? — um mordomo perguntou
quando entramos a bordo. Ele ganhou toda a gorjeta por não
estremecer com o grito de excitação de Vera. Ela agarrou o copo e
saiu correndo, enfiando a cabeça em cada porta.
— Eu amo isso.
Eram negócios.
— OK. Obrigada.
— Não é verdade.
— Okay, certo.
— Talvez...
— Eu vou fazer.
Meu.
Eu... me importava.
— Dance Comigo.
— É uma surpresa.
Queria ter certeza de que não valia a pena voltar correndo para
o iate e continuar de onde a dança terminava. Ele me deu um
tapinha no nariz e eu ri do gesto brincalhão.
— Tão impaciente.
— Não se atreva.
— Verana...
— Chupe.
— Você nunca...?
— Eu não sei, mas é melhor você parar. Não foi uma coisa de
uma vez, Verana.
Com uma energia que eu não sabia como ele tinha, ele se
levantou, me pegando, rindo do meu grito de surpresa.
— Perfeito.
Vera
Eu amei.
— Soa perfeito.
— Sim.
— Dificilmente.
—Idiota.
Ele grunhiu uma não resposta ao meu elogio. — Não, ela não
era uma artista. Mais como uma colecionadora e apreciadora. Ela
desempenhou seu papel de anfitriã de eventos e instituições de
caridade, mas era muito esperta. Ela era a caixa de ressonância
do vovô. Ela era dura quando ele não podia ser e suave quando ele
não sabia como.
Mais uma vez, seu dedo congelou e percebi que este tópico
pode não ser melhor do que o anterior.
— Agora você sabe por que me ofereci para comer você todos
os dias?
— Isso também.
Eu o amava.
A cada dia ele me desafiava, e eu chamava isso de ódio, mas
também me pressionava mais e me obrigava a crescer. Ele fez isso
por mim como ninguém mais fez, e eu o amei.
— E...eu não...
— Droga. — Eu murmurei.
— Oh sim?
O calor que veio e se foi quando começamos tudo isso não era
nada comparado ao inferno de fogo que empurrou os limites do
meu controle. Ele queria ser livre, e eu não sabia por quanto tempo
mais poderia negar sua existência.
Eu a amava.
— Porra, Verana.
— Você gosta de me ver chupar suas bolas entre os lábios? —
Nós dois sabíamos que sim, mas eu gostava de provocá-lo com
palavras tanto quanto ele me provocava. — Você gosta de saber
que minha boceta está ficando mais molhada a cada segundo
porque eu gosto disso também?
O jeito que ele empurrou meu rosto contra sua virilha foi tudo
menos o que uma boa garota faria.
— Boa menina.
Ele não tinha ido até o fim e já estava sem fôlego. Sua cabeça
empurrou contra a abertura apertada da minha garganta, e eu
imediatamente engasguei. Em vez de se afastar como costumava
fazer, ele esperou minha garganta relaxar entre as mordaças e
empurrou ainda mais.
— Você é linda pra caralho. Cada vez que você luta contra meu
pau dentro da sua garganta, você me aperta com mais força. Tudo
que eu quero fazer é ficar aqui até que eu inunde você com meu
esperma.
Cada vez foi tão difícil quanto a anterior, e quando ele puxou
pela última vez, eu não sabia se estava chorando de desejo ou
engasgo. Toda a minha maquiagem havia sido removida, e eu só
podia imaginar como estava uma bagunça. Pelo menos para
qualquer outra pessoa. Nico elogiou o quão bagunçada eu parecia,
deixando-me saber o quão perfeita eu estava.
— Agora, Verana. Isso foi lento. Isso será rápido e duro. Você
é minha para usar e eu quero usar você. Mantenha a boca aberta
e as mãos nos mamilos.
Tentei erguer meus quadris contra sua mão, mas não tinha
para onde me mover. Finalmente, eu abri meus olhos para
encontrar os dele colados no meu rosto, ofegando tão forte quanto
eu. Seu braço se moveu furiosamente. — Nico. Eu não posso.
— Você pode.
Meu corpo queria reagir ao jeito que ele disse — fazer amor—
em vez de foder, mas eu estava exausta demais para pensar, muito
menos mover minha boca e perguntar a ele. Eu o guardei para
mais tarde e me enrolei mais forte.
Até que ele se afastou apenas alguns metros, ele agia como se
nem me visse. Mas então sua ira se direcionou para mim e eu dei
um passo para trás, nunca tendo sentido tanta raiva dirigida a
mim.
— Que porra você fez?
Nico
— Papa. EU-
Eu a amava.
— Eu não sei do que você está falando. Não dei minhas ações
a ele. E não é sua empresa. Era da mamãe.
— Não faça isso. — Ele voltou sua ira para mim. — Não pense
que eu não sei quem você é. Posso não ter feito isso a princípio,
mas seu advogado fez questão de agradecer a empresa em nome
de K. Rush Shipping— Knightly- Rush Shipping.
Ele abriu a boca, mas uma voz suave cortou toda a raiva
machista derramando ao nosso redor.
— Vingança?
— Vera—
— Oh, é para lá que você foi? Isso foi antes ou depois de você
dar a ele os detalhes internos de nossa empresa? Ele sabia
exatamente onde nos atingir, Verana. Ele sabia exatamente como
contornar as cláusulas que sua avó colocou naquele contrato
idiota. Você revelou os segredos de boa vontade ou ele os roubou
também?
— Você ca...
Então ela me deu meu desejo. Ela escovou o cabelo para trás
e me nivelou com um último olhar angustiante. Nossos olhos se
encontraram por apenas um momento antes de ela sair
furiosamente, mas isso iria me assombrar para sempre.
Ela nos mudou para o sofá e, quando nos sentamos, ela estava
chorando junto comigo.
— Eu sinto muito.
— Não fisicamente.
— Jesus, Rae.
— Soa perfeito.
Ela passou furiosa, seu longo cabelo ruivo flutuando atrás dela
como uma cachoeira de fogo. — Sim, porra de Nova. Quem você
esperava?
— Ummm... claro.
— Linda garota.
— Droga. — Eu sussurrei.
— Não sei, porque agora tudo está colorido com essa mentira.
Cada conversa de negócios, cada pergunta que ele fazia, cada vez
que me perguntava sobre mim, agora me faz ver como uma forma
de ele conseguir informações para roubar a empresa da minha
família. A viagem para a França quando eu pensei que ele só queria
mais tempo a sós? Agora eu vejo o que era, apenas uma estratégia
para me manter longe. Tudo isso era mentira, e eu fui a idiota que
começou a acreditar nisso.
Liguei para meu avô para ver como ele estava, mas ele estava
tendo um dia ruim e usei isso como desculpa para não visitá-lo.
Mas quatro dias se passaram e eu sabia que precisava ir até ele. O
problema é que eu sabia que ele me faria me olhar no espelho. Ele
me faria enfrentar o que eu fiz. Ele sempre fez. Quando eu
costumava me imaginar dizendo a ele que finalmente venci por
nós, imaginei seu olhar de repreensão por segurar a vingança, mas
também o brilho de orgulho em seus olhos por saber que uma
dívida havia sido paga.
— Ele uh... não foi o melhor dia para tê-la com ele.
— Jesus.
— Oh, foda-se.
— Sim. Ela está bem, e Charlie se desculpou pelo menos um
milhão de vezes. Pediu flores e chocolates e abaixa a cabeça como
um cachorro chutado sempre que ela aparece.
Não, eu fui deixado com o que já tinha e sem nada para fazer
a não ser enfrentar, e isso simplesmente doeu de maneira direta.
Agora, eu sabia como era ter tudo. Eu sabia que tirar a companhia
de Lorenzo dele não consertaria meu avô, mas esperava que sim -
não sei. Que tivesse aliviado qualquer peso sobre mim. Talvez fosse
mais fácil gerenciar - entender e aceitar. Em vez disso, eu ainda
queria me enfurecer e fazer tudo ir embora. Eu ainda estava
chateado por ela estar escapando de mim, escorregando por entre
meus dedos como areia.
— Ni—
Ele riu sem jeito antes de me ver. Sua cabeça inclinada para o
lado, e suas sobrancelhas brancas franzidas juntas. — O que há
de errado, Nicholas?
— Você a ama?
— Como?
— Vovô...
Eu estraguei tudo.
Me liga.
Posso te ligar?
Eu sinto falta do seu corpo.
Eu te amo.
Raelynn: Foda-se.
Eu: Eu estraguei tudo com ela. Não com você. Felizmente, vou
implorar para ela.
Raelynn: O código feminino afirma que se você foder com ela,
você fode com as amigas. Honestamente, eu teria mais medo de
Nova do que de mim agora.
Eu: Vou compensar todas vocês, mas não posso, se ela nem
me ouvir.
Eu: Jesus.
Eu: Mas eu não posso fazer isso se ela não falar comigo.
Raelynn:...
Eu: Anotado.
— Porra. — Eu sussurrei.
— Archer. — Eu cumprimentei.
Divórcio.
Como ela ousa tomar essa decisão sem nem mesmo me dar
uma chance.
— Definitivamente não.
— Você sabe por que ele fez isso? Você conversou com ele?
— Eu não sei.
— Talvez.
— Posso, e vou.
— Anotado.
Nico
— Foda-se, Nicholas.
— Verana...
— Por que você acha que seu pai estava empurrando você para
Camden? Porque ele precisava do dinheiro do pai de Camden para
manter a empresa funcionando. E o contrato que seus avós
escreveram afirmava que a empresa precisava ser repassada para
um homem com o nome de Mariano. É por isso que seu pai mudou
de nome quando se casou com sua mãe. Ele prometeu ao pai de
Camden que se ele comprasse a empresa, Camden poderia se
casar com você, e eles hifenizariam o nome.
Eu te enxergo.
Eu te amo.
Mas a realidade é que ela estava certa. O que foi feito, foi feito.
E se eu me importasse com ela, daria a ela a verdadeira liberdade
que ela merecia.
Eu vejo você.
Empatia pelo que ele passou misturada com raiva por ter sido
usada. Eu balancei como um pêndulo de um lado para o outro,
lutando para acompanhar e processar tudo. Eu entendia sua raiva
- eu estava com raiva por ele. Eu entendia sua necessidade de
vingança.
Eu só não entendia por que ele tinha que me fazer apaixonar
por ele para que isso acontecesse.
Raelynn: Eu te amo.
Nova: Não vou fingir que sei o que você está passando, mas
vou sugerir não tomar nenhuma decisão até que suas emoções se
acalmem. Provavelmente me sentiria um pouco violenta se alguém
me carregasse também. Mas dê-se permissão para assimilar as
palavras dele sem que sua raiva questione tudo. Sim, ele mentiu,
e devemos fazê-lo sofrer por isso..., mas talvez dar a ele uma
chance de explicar.
Nova: Não deixe sua raiva fazer sua explicação cair em ouvidos
surdos. Não deixe sua raiva fazer todas as escolhas. É normal ouvir
e levar algum tempo para processá-lo. É normal acreditar que nem
tudo foi mentira. Dê a si mesma permissão para pensar sobre isso.
Falando por experiência própria, às vezes uma vez que uma
decisão é tomada - especialmente na raiva - ela não pode ser
desfeita. Portanto, tenha 100% de certeza de que é o caminho
certo.
Mas por que ele iria começar a deixar suas barreiras caírem
depois que nos casamos? Ele já tinha conseguido o que queria. Por
que ele teria sido mais respeitoso e aberto em nossa lua de mel
quando não precisava?
Ele tirou informações de você. Ele fez você acreditar que queria
férias longas porque queria estar com você.
Nova: Tudo bem dar a ele uma segunda chance. Se ele mentir
de novo, todos nós sabemos que Raelynn vai bater pra valer nele.
Nova: E eu também.
Sua voz soava tão áspera quanto ele parecia - não a voz sexy
da manhã que tinha sido minha parte favorita ao acordar. Não,
essa voz áspera parecia exausta até os ossos. Essa voz parecia
pesada, arranhando suas cordas vocais como uma caixa com
excesso de peso contra o concreto.
Tão simples, mas tão doce. Essas foram às maneiras com que
Nico me destruiu em nossa lua de mel. Não foi a sedução sexual.
Foram os gestos simples e doces que ele fez porque sabia que eu
gostava deles. Não porque eu disse a ele que gostei deles, mas
porque ele me observou. Ele não teve que me comprar copos de
shots porque sabia que eu os colecionava para sua vingança. Ele
não precisava deixar meu bacon ainda mais crocante, embora
gostasse de crocante. Ele não tinha que pedir um creme especial
de abóbora quando eu não dei nenhuma indicação de que voltaria.
Ele quer dizer eu? Não, ele só usou você. Nada mais.
Mas a dúvida foi ficando cada vez mais silenciosa. Seus olhos
suavizaram, a luz do sol fluindo para trazer à tona os verdes
profundos que se escondiam nas profundezas do marrom escuro.
Ele se sentou diante de mim, permitindo-me ver por mim mesma
se ele poderia ser honesto.
— Meu plano era separá-la, para que ele pudesse sofrer como
fez meu avô. Mas não é minha para fazer o que quisesse. É o seu
legado, e você é mais do que inteligente o suficiente para executá-
la. Definitivamente melhor do que Lorenzo. Vou ajudá-la a
reconstruí-la até o topo, e então ela é todo sua. Eu tinha feito isso
enquanto estávamos na França. Eu planejava te contar quando
chegássemos em casa. Eu deveria ter contado tudo a você então,
mas não queria estragar nossa semana extra. Possivelmente
minha última semana com você.
Nicholas pode ter usado minhas emoções contra mim, mas ele
nunca usaria negócios. Ele trabalhou muito duro.
— Vera, eu-
Sua voz falhou, e eu olhei para baixo a tempo de ver sua
garganta balançar em um gole, e me perguntei se suas emoções
eram tão extremas quanto as minhas.
— Eu. Amo. Você. Você me viu quando ninguém mais viu. Você
me apreciou além do que você poderia obter de mim. Levei um
tempo para ver - para você mostrar, mas quando o fez, nunca me
senti mais forte - com mais certeza. E eu nunca recebi isso de
ninguém. — Ele contornou a ilha, se aproximando de mim. — Nico,
eu te amo e não quero aqueles papéis idiotas do divórcio. Eu não
queria...
Nunca consegui terminar. Ele me puxou para seus braços e
bateu sua boca na minha. Eu não hesitei. Afundei em seu corpo
rígido, relaxando em seus braços como se estivesse voltando para
casa. Eu me perdi na suavidade de seus lábios, jurando nunca
ficar tanto tempo sem beijá-lo novamente.
— Prove. — Eu desafiei.
— O que?
Eu estive tão perdido nela que perdi minha deixa, mas não
precisei ouvir duas vezes.
Envolvendo meus braços em volta de sua cintura, eu fechei
meus lábios nos dela e a puxei contra meu peito. Seus braços em
volta do meu pescoço, sua boca sorridente pressionada na minha,
me prendendo no abraço mais seguro que eu temia nunca mais
ter.
— Acho que não. Eles podem fazer o que quiserem, mas estou
pensando em duas horas no máximo.
— Uau, impressionante.
— O quê? — Eu perguntei.
— Deus, eu te amo.
— Eu também te amo.
— Oh vamos lá.
Assim como toda vez que seu nome aparecia, meu coração
acelerava como um trem de carga imparável. A foto de uma
abóbora esculpida e dedos longos e fortes segurando-a no lugar
acompanhava uma mensagem de texto.
Fim...