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Série Os Cafajestes ●Livro 2 ● Parte 1

Copyright © 2020 Juliana Souza

Todos os direitos reservados


1º Edição

Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais,
vivas ou falecidas, é coincidência e não é intencional por parte do autor.

Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação, ou
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou
outro, sem a permissão expressa por escrito da editora.

Design da capa por: Magnifique Design


Diagramação: Thamires Silva
Revisão do texto: Claudyanne Ferreira, Isa Oliveira, Thaynara Rodrigues e Keyti Santos

ISBN-13: 9781234567890
Número de controle da Biblioteca do Congresso: 312239995
Com todo meu amor, dedico este livro a todas minhas
leitoras e todas as pessoas envolvidas que decidiram me
dar a mão sem pedir nada em troca, graças a elas
cheguei aqui.

∞∞∞
"Estou me apaixonando pelos seus olhos, mas eles
ainda não me conhecem
E com esse pressentimento de que esquecerei, agora
estou apaixonado "

Ed Sheeran
Aviso

Esta obra contém situações perturbadoras, conteúdo maduro, linguagem


forte . Pode conter gatilhos para vítimas de abuso.
Não recomendado para menores de 18 anos.

Nesta obra de ficção, os personagens e acontecimentos são


frutos da imaginação da autora ou são utilizados de forma totalmente
ficcional.
Prólogo
— sso é pra você entender, que eu vou beijar você quando eonde eu
quiser... — Sussurro perto do seu rosto. — Porque você é minha
I esposa, por um maldito contrato, que nos mantém presos por um
maldito ano.
A cerco com meus braços, a prendendo no armário.
Sorrio.
Deliciosa.
— Saia. — Sua voz soa baixa e lascivamente esfrego minha ereção em seu
quadril, vendo seus olhos se arregalarem.
Tolinha inocente.
— Com prazer, querida esposa.
Eu não sei se minha surpresa maior foi eu ter ficado de pau duro, ou saber
que Diana nunca tinha beijado ninguém!
Ela tinha 18 anos!
Meu Deus!
Capítulo 1
Lorenzo
eposito o copo sobre a mesa devagar assim que meu pai entra na
D sala, cruzo os meus braços e automaticamente o meu semblante se
fecha quando o encaro revirando os meus olhos.
Christopher está ao meu lado direito, enquanto Patrick ocupa a outra
cadeira. Ambos sérios.
Agora fodeu tudo!
O velho senta à minha frente e me jogo na cadeira fazendo uma carinha de
paisagem. Ele estava aprontando.
Sabia disso no exato momento em que ligou falando que precisava
conversar com nós três, nem queria vir. Sabia que era mais um dos sermões
que ele iria dar e blá...blá...blá.
— Onde está a mamãe? — Chris pergunta estudando atentamente a
fisionomia do nosso pai.
— Estou aqui meus amores. — Mamãe entra sentando em seguida,
esfregando uma mão a outra.
Meu pai está me encarando sério e o encaro entortando o nariz.
Nunca nos demos bem e isso não é novidade alguma, e quer saber? Eu
também não faço a menor questão de mudar isso.
O orgulho do senhor Patrício González sempre foi Christopher e Patrick.
— Vocês são meus únicos herdeiros e sabem que o que eu mais quero, é
vê-los bem. — Papai começa e continuo do mesmo modo. — Quero dizer
que estou com planos para um de vocês.
Um silêncio se instala na sala.
Mamãe está me olhando fixamente, o que faz um arrepio passar pela minha
espinha.
— É algo com a empresa papai? — Chris mexe em seu paletó, fitando-o.
— Está acontecendo alguma coisa? — Patrick se manifesta e me olha.
Apenas nego com a cabeça. Dando a entender que não sei de nada.
Reunião chata dos infernos!
Quero é beber e transar.
— Não é nada relacionado com a empresa. — Ele cruza os dedos em cima
da mesa e para nos olhando. — Um grande amigo entrou em contato comigo
há alguns meses, dizendo que estava passando por uma grande crise
financeira. E eu ofereci uma quantia, como um empréstimo. Ficou acordado
que assim que sua situação melhorasse, ele iria me devolver.
Apenas o observo falar e encaro mamãe que suspira pesadamente, nos
fitando. Até agora eu só entendi que o velho emprestou dinheiro para uma
pessoa necessitada.
E daí?! O que eu tenho haver com isso?
— Papai...
Chris tenta falar, mas papai o interrompe com a mão estendida a sua frente.
— Começamos a conversar e infelizmente a situação dele não melhorou,
pelo contrário ele encontra-se mais afundado em dívidas, por este e outros
motivos acabamos elaborando um novo acordo. — Me remexo na cadeira e
ponho a mão sobre o queixo. — Eu perdoei a dívida, em troca da mão da
filha dele em casamento....
Arregalo os olhos.
— Meu Deus! — Me manifesto horrorizado com a mão no peito. — O
senhor vai... Vai casar?
E a gargalhada escapa da minha garganta sem eu conseguir me conter, o
olhar de reprovação de mamãe me fez calar no mesmo instante.
— Não, Lorenzo. Eu não irei me casar... — Afirma sério e
encaro Patrick.
— Estaria bem doidão se fosse. — Solto um sorriso e ele me fita.
— Porque a mão da filha dele está prometida a você.
Sinto um nó se formando em minha garganta e não consigo engolir a
minha própria saliva. Meus músculos estão tensos não sou capaz de me
mover na cadeira.
Fodeu. Fodeu. Fodeu.
Pisco algumas vezes tentando encontrar palavras para falar.
Mas nada sai. Nem um pio. Nem um sopro.
A minha garganta fica seca, meu coração parece que vai saltar para fora a
qualquer momento, batendo freneticamente.
Estava tento um ataque! Não sentia minhas mãos!
— Lorenzo? Lorenzo?
— O senhor fez O QUE? — Pergunto me erguendo com os punhos
cerrados e um ódio dentro do meu coração. — O senhor está brincando, só
pode. Isso é uma merda de brincadeira de péssimo gosto!
Era isso mesmo, uma brincadeira de péssimo gosto.
— Em primeiro lugar, você me respeite, eu sou seu pai, moleque! — Vejo
seu dedo em riste e cerro a mandíbula trincando os dentes com raiva.
— Lorenzo, meu filho... Escute seu pai. — Mamãe põe a mão em
meu braço para me fazer sentar, mas continuo de pé.
— EU NÃO VOU ME CASAR!
— Lorenzo, sente-se aqui. — Ouço a voz de Patrick e me solto
bruscamente.
— Me deixe... — Digo entre os dentes cerrados.
Minha respiração estava pesada, me fazendo arfar. Eu não quero casar nem
com quem eu conheço, quem dirá com uma desconhecida e pobre coitada!
— Que ideia estúpida do caralho é essa... — Divago soprando o
ar.
— Sente-se Lorenzo, e me ouça... — Diz me olhando e solto os braços.
— Eu vou ficar de pé! — Digo o olhando sério.
Chris nem se mexe com os olhos arregalados, Patrick que estava mais
disposto a me socorrer está mais pálido do que eu.
— A garota acabou de completar 18 anos e é a filha mais nova de três
irmãos. — Reviro os olhos.
Pronto. Para completar.
— É uma garota simples, Lorenzo. De boa família e excelente
educação. Tem pouco conhecimento. O pai tem uma empresa, porém se
atolou em dívidas e poderiam perder tudo. — Explica e o meu foda-se já
estava ligado na velocidade máxima.
— Não.vou.me.casar! — Repito pausadamente o olhando.
— Como ele não pode me devolver o dinheiro no momento, eu juntei o útil
ao agradável. — Diz com uma voz serena que me deixa com mais ódio ainda.
— Você assinou os papéis há mais de um mês, passando suas ações para o
meu nome novamente, praticamente foi deserdado, mas terá de volta assim
que se casar.
Eu simplesmente gargalho, mais gargalho tanto que fico com as bochechas
doendo.
Chris me fita e se remexe na cadeira, já Patrick está sério como nunca,
mamãe mexe nas mãos nervosamente enquanto termino de gargalhar.
— Isso foi magnífico papai... Tudo bem, pode começar a falar o real
motivo da minha presença aqui. — Digo me recompondo e ficando sério.
Eu sabia que ele não seria capaz de fazer tal coisa, eu não queria acreditar.
E ele me encara.
— Lorenzo.... — Mamãe começa e ergo a mão no ar.
— Me chamou aqui para dizer que vou casar com uma pobre coitada e que
o senhor me fez assinar um maldito papel onde eu próprio me deserdo?! —
Pergunto o olhando. — Pelo amor de Deus! Interna esse velho!
Aponto para ele.
— Interna ele!
— Lorenzo, meu amor... — Mamãe se aproxima me olhando.
— Você vai se casar, Lorenzo. Sei o quanto é imaturo e inconsequente, o
único modo de pôr sua cabeça no lugar é o casando!
— Não caso! — Digo rápido o olhando — Fico pobre de
esmola. MAS EU NÃO ME CASO!
— O jantar de noivado vai ser daqui a uma semana!
— Não CASO! — Berro novamente e encaro Chris. — Vocês sabiam
disso? Até você mãe?
— A gente não sabia de nada, Lorenzo! — Chris fixa o seu olhar em mim
negando veementemente.
— Patrício por Deus... Esqueça isso. — Mamãe o fita e ele se afasta me
olhando.
— Eu não aceito que você cogite a ideia de brincar de faz de conta com a
minha vida! — Bato com as mãos na mesa arfando.
— Irá casar ou não me chamo Patrício Lourenço Gonzáles! — Diz
batendo no próprio peito.
O encaro de cima a baixo, o fuzilando.
— É isso que a gente vai ver...
Saio batendo a porta com toda a força possível, sentindo a raiva pulsar nas
minhas veias. Ele pode querer controlar a vida dos meus irmãos, a empresa
ou o caralho a quatro. Mais a mim não.
Se ele acredita que me casando irá me mudar, está muito enganado.
— Lorenzo! — Viro o pescoço olhando Patrick correr em minha direção.
— Me deixe, Patrick! — Peço descendo as escadas com pressa.
Eu só desejo sair desta casa.
— Chris está tentando falar com papai...
— Falar o que?! Olha o que ele fez, que inferno! O velho está armando
meu próprio funeral! — Digo sério, fechando os olhos por um segundo.
— Se você se acalmar, nós podemos tentar convencê-lo, Lorenzo!
Passo a mão pelo rosto, suspirando e fito Patrick.
— Diga ao velho, que... Ele nem ouse armar jantar de noivado, ou qualquer
coisa relacionada a essa merda de casamento ou juro, Patrick... Juro que
deixo a noiva plantada na porta da igreja.
Capítulo 2
Lorenzo
orrindo a observo soltar um gemido sôfrego enquanto termino de
S enfiar a língua no buraquinho da sua boceta, mordiscando os pequenos
lábios da ruiva quente que estava sentada na minha cara.
Isso é o paraíso. Eu nasci pra isso.
Enquanto chupo lascivamente a ruiva que geme descontroladamente, olho
para Lana com a bunda empinada, abocanhando meu pau com uma fome
descomunal. A sua língua passeando pela cabeça robusta, enquanto a sinto
engolir o meu pau batendo em sua garganta.
Lana é conhecida por me proporcionar os melhores Ménages, ela é uma
tremenda profissional do sexo. Daquelas de deixar o pau acabado depois de
uma bela trepada.
— Hora de cavalgar, meu amor... — Sussurro batendo na bunda dela.
Ela sorri e arranha meu peito batendo em meu rosto se acomodando pronta
para sentar na oitava maravilha do mundo.
Mais conhecido como meu pau.
Lana solta um sorriso, pegando o preservativo e o colocando na boca.
— Uhhhhh... — Solto um gemido quando ela começa a pôr a camisinha
com a bela boca aveludada. — Que caralho em, Lana...
Termina de encapar o meu pau e já começa a dar uma bela chupada nos
seios da menina que delira.
É demais para o meu coração.
É nada. Pode vir quente que eu estou fervendo.
Lana sorri se ajeitando na cama, arranha meu peito e estala um beijo de
língua na ruivinha. Dou umas batidas na boceta que pulsa, enquanto a ruiva
começa a quicar com maestria. Aperto as bochechas da bunda, acertando um
tapa em cheio.
Arfo tirando e colocando o pau, e estocando novamente com toda a força.
Interrompo apenas para Lana tirar o meu pau para fora, o levando todo a boca
e colocando novamente naquela boceta gulosa.
Sento as duas na poltrona com as bundas para cima intercalando uma
chupada em cada boceta.
Eu amo essa vida!
O silêncio do quarto é preenchido pelos sons dos gemidos que se tornam
cada vez mais altos, eu deixei até de sentir minhas pernas enquanto estocava
com força em Lana, que sorria brincando com os peitos maravilhosos da
menina.
— Enzo... — Ela sussurra e geme ao mesmo tempo, me deixando
totalmente fora de controle.
— Você, vem cá... — Seguro nos cabelos ruivos a puxando até ficar
deitada de barriga para cima. Lana logo senta no rostinho dela, esfregando a
boceta. — Você é malvada em neném....
Enquanto meu pau entra e saí da boceta gulosa, uma chupa a outra.
Esta é a porra da visão mais gostosa do mundo.
Merece palmas! Eu sou muito pica!
Mais pica do que minha pica!
Não. Exagerei, reconheço.
Mais vamos combinar né?!
Eu sou gostoso pra cacete! Se eu fosse uma mulher, eu ia querer dar para
mim, iria dar muito, por sinal.
Então sim, eu sou o pica das picas!
Eu sou um Picasso!
Flexiono as pernas enquanto realmente a fodo com força, os gemidos se
embaralham e eu já não sei mais quem está gemendo. Encaro Lana quicando
selvagem e me curvo para frente, beijando sua boca com volúpia.
Solto o ar devagar quando encaro as duas bocas famintas engolindo meu
pau completamente, vejo a porra descendo pelo canto da boca de Lana e logo
a ruiva passa a linguinha nervosa pelo mesmo lugar, limpando-a.
É porra que dava para encher uma garrafa de um litro. Doeu até meu saco.
Caio morto, suado e acabado na cama. Porém mais feliz que pinto no lixo.
Lana dispensa à ruivinha e me encaminho para a varanda do meu quarto.
Ainda bem que ela mesma fazia isso.
Entro no chuveiro, tomando um banho rápido e saio enrolado na toalha,
indo direto para a varanda. Pego o isqueiro acendendo um cigarro.
Fazia uns meses que eu não sentia a nicotina do tabaco em meu organismo.
O que é péssimo, eu sei. Mas precisava relaxar.
— Achei que não fumasse mais. — Lana diz, pegando o cigarro e
colocando entre os lábios avermelhados, sorrindo.
Ela está completamente nua ainda e encostada na varanda do meu quarto.
— E não fumo. Só estava precisando relaxar. — Digo tomando o cigarro
de suas mãos e levando até minha boca.
Sopro a fumaça e mordo o lábio. Lana era uma parceira incrível, bem
incrível por sinal. Ela não falava demais, não me cobrava nada.
E por isso mantínhamos isso que temos há tempos, odiava tudo que me
prendia.
Ela sabia quando não queria falar mais que o necessário, então
simplesmente tomava banho, jogava um beijo e saía.
E foi isso que fez.
Estava impaciente e não conseguia parar de pensar na maldita conversa que
eu tive com o meu pai. Inferno!
Jogo o que restou do cigarro no chão, soltando uma risada amarga.
Eu não iria me casar nem pintado de ouro!

Esfrego os olhos me espreguiçando e abro um olho, ouvindo o despertador


tocar. Viro para o outro lado, apenas batendo com a mão no mesmo.
Minha cabeça está doendo pra cacete. Merda.
Retiro o cobertor quente e me sento bocejando.
Observo a bagunça que meu quarto se encontra. Um litro de vodca vazio e
várias garrafas de cervejas espalhadas, fora as embalagens de camisinhas.
Faziam exatamente três dias da conversa mirabolante com o meu pai, não
quis ver o velho e evito qualquer contato com ele.
Acho que Deus tocou no coração do velho para deixar essa loucura do
caralho de lado.
Ajeito o pau dentro da cueca, indo para o banheiro, tomo um banho frio e
só aparo a barba rapidamente.
O bom de morar sozinho é ter zero preocupação, mas morrer de fome às
vezes. Admito. Mas responsabilidades? Nenhuma.
Desço as escadas e paro olhando minha mãe sentada com as pernas
cruzadas.
—Ah não... — Me viro pronto para subir novamente.
— Acho melhor você não subir essas escadas novamente, Lorenzo. Quero
conversar com você. — Dona Clarisse se ergue e a encaro.
Pensei em desconsiderar e subir as escadas, mas não o fiz. Tinha amor a
minha vida, ainda.
Cruzo os braços indo direto para a cozinha, ouvindo seus passos logo atrás
de mim. Estava sim, evitando meus pais de todas as formas possíveis e
impossíveis que se pode imaginar. Passo longe de onde moram.
— Você está bebendo meu filho? — Pergunta me olhando.
— Não mamãe, não bebi. — Sorrio mostrando os dentes.
Mentira. Tenho ficado bêbado igual a um gambá.
Ela se aproxima e segura em meu rosto.
— Eu sabia que você estava se alcoolizando, Lorenzo!
— É o único modo de esquecer o que meu próprio pai fez comigo! — Me
desvencilho e abro a geladeira, pegando o suco e bebendo direto da garrafa.
Mamãe me olha e a encaro.
— Mãe, ele passou de todos os limites agora.... Inventar um ca-ca...
Apenas cogitar a ideia de falar a maldita palavra com C, eu sinto minhas
mãos trêmulas, uma taquicardia, minha boca se seca.
Uma coceira se espalha por todo meu copo, junto com o caroço que se
forma em minha garganta.
Meu pai não entende que eu sofro de uma doença rara, eu tenho Altarfobia!
Medo do caralho de me CASAR!
É uma coisa que dá no meu peito que, me faz faltar até o oxigênio do meu
cu!
— Eu sei que não tínhamos esse direito meu filho, mas, por favor... Eu não
quero ver você deserdado, Lorenzo.
— Prefiro ficar pobre, a me casar! Tenha certeza! — Disparo pegando uma
fatia de torta de pêssego e enfiando na boca de uma única vez.
Só torta de pêssego para me acalmar.
Depois de boceta, outra coisa que mais amo no mundo é torta de pêssego!
Meu Deus! É uma maravilha!
Chupo o dedo com calda que escorria e minha mãe me encara de cenho
franzido.
— Daqui a dois dias será o jantar de noivado....
— Cancele.
— A menina é um doce, Lorenzo. Ela não tem culpa de nada meu filho....
— E eu tenho? — Coloco as mãos na bancada a olhando. — Mãe, eu
não vou me casar!
Mães tinham aquelas coisas de querer filhos perfeitos e fazer o que elas
queriam. Minha mãe era um anjo. Só que no meu caso, a pessoa que mais
pegava no meu pé era o meu pai.
Eis o ponto de interrogação.
Por quê?????
Não era possível que ele gostasse tanto de me ver na fossa. Tinha
Christopher e Patrick! Certo que meu irmão mais velho já era casado, bem
casado, diga-se de passagem. Ágata é maravilhosa.
Em todas as formas.
— Por que ele não tentou casar o Patrick, então?
— Seu pai só quer te ver bem, Lorenzo.
— Eu estou muito bem, levando a vida que eu tenho. — Abraço sua
cintura enquanto ela afaga meus cabelos. — Patrick está lá solteiro e
doido para se enconchar em alguém.
— Não fale assim do seu irmão, Lorenzo.
Mas era verdade mesmo. Até hoje não pegou ninguém.
Mas não, o velho tem que vir com essas tramoias e tentar me casar.
Inferno!

Me sento na cadeira massageando minhas têmporas que parecem que iam


explodir a qualquer instante, no mesmo instante que Arthur abre a porta
escancarando-a enquanto me analisa com uma cara nada boa.
Eu estava tendo uma síncope.
— Olhou os papéis?
— De cabo a rabo, Lorenzo. Tio Patrício fez tudo de caso pensado, ou você
se casa ou você perde tudo. — Joga a merda dos papéis na mesa e minha
vontade é de amassar todos e socar no cu do primeiro que me aparecer!
Me ergo empurrando a cadeira com tanta força que ela cambaleia de um
lado para o outro.
— Mais que inferno do cacete! — Disparo encostando os braços na
mesinha e enchendo o copo com uísque — Ele quer me enlouquecer, não
quer? Quer me ver fodido e amarrado!
— Tem outra coisa... — Arthur começa e viro o copo, tomando o restante
do líquido que desce rasgando pelas minhas entranhas. — Todas as suas
contas estão bloqueadas.
Cuspo o restante do líquido e Arthur limpa a camisa que acabou
respingada.
— Ah demônio, Lorenzo! Me cuspiu, caralho!
— Não é possível... Não é possível...
O velho quer me encurralar de todas as formas, mas isso não vai ficar
assim. Passo a mão na testa, saindo pela porta como um foguete, enquanto
Arthur berra me chamando.
Quer me deserdar tudo bem, agora bloquear a minha conta com o meu
dinheiro, aí já é sacanagem! Saio em disparada até o restaurante da empresa,
tirando o cartão da carteira olhando Raquel com cara de paisagem.
Era gostosa e tinha uns peitos...
— Passe esse cartão para mim, Raquel....
— Você sabe que tudo que consomem aqui é pago pela empresa, Senhor
Lorenzo.
— É que quero tirar uma dúvida... Só passe qualquer valor, por favor! —
Ela vai até a máquina e sem relutância passa o cartão, onde digito a senha
rapidamente.
Se meu pai queria me ver puto e fodido, ele estava conseguindo!
Ah, Patrício! Velho safado!
— Lorenzo...
— O que foi?
— O cartão está bloqueado. — Pego o mesmo de suas mãos. Pegando mais
quatro cartões diferentes.
E adivinhem?
Os cinco estavam totalmente bloqueados!
OS CINCO!
Recolho todos, indo direto para o estacionamento, pego meu bebê potente e
saio com fúria. Aperto o volante xingando em quatro idiomas diferentes.
Paro o carro freando bruscamente, vendo Rita de braços cruzados me
olhando.
— Cadê o meu pai?
— Está lá em cima. O que aconteceu, Lorenzo? — Pergunta me olhando
enquanto subo os degraus de dois em dois.
— Aconteceu, não. Está para acontecer! Uma catástrofe, Rita! O mundo
vai despencar! A guerra vai começar!
Passo pelo enorme corredor, a casa onde nasci e cresci com meus irmãos e
primos. Mas que não trazia tantas lembranças boas.
Abro a porta do quarto dos meus pais com um solavanco, o encontrando
sentado na poltrona enquanto folheia um jornal calmamente.
— Posso saber o que deu em você, para bloquear todas as minhas contas?
Ele apenas me encara sob os óculos, fazendo a maior cara de paisagem.
Odiava admitir, mas nós somos muito parecidos fisicamente.
— Me diga onde foi que você conseguiu esse dinheiro? Há... Trabalhando
na minha empresa. Então minha empresa, meu dinheiro. — Volta sua atenção
para o jornal e assinto com a cabeça, mordendo o lábio.
— Eu trabalhei, então o dinheiro é meu senhor Patrício! Isso é golpe sujo e
baixo até para o senhor! — Minhas narinas inflam tamanho meu ódio.
Cerro o punho o olhando sério.
— Tire essa ideia da cabeça. Pode arrancar tudo de mim... Dinheiro,
apartamento, meus carros... O caralho que quiser! — Coloco o dedo em riste.
— Mas eu não me caso!
Ele se ergue, deixando o jornal de lado e travo o maxilar no mesmo
instante.
— Tem certeza? — Solta um sorriso que eu juro pelo amor que tenho pela
minha vida, que se ele não fosse o meu pai, eu quebraria os dentes dele um
por um!
— Só me diga qual é o seu problema?! Meu Deus! Christopher já está
casado!
— Christopher é outra coisa! Você que não quer nada com a vida, Lorenzo.
É só farra, bebidas, mulheres, dinheiro! Você tem que ter controle de sua
vida...
Cerro o maxilar, tremendo de ódio.
— E acha que me casando irá mudar isso? — Pergunto molhando os
lábios com um sorriso sem humor.
— Eu tenho certeza.
Podemos ser parecidos fisicamente, mas na personalidade, não temos
absolutamente nada em comum.
Mamãe entra no quarto e nos encara.
— Patrício... Desista disso enquanto tem tempo. — Ela me fita e continuo
parado, o olhando.
— Depois de amanhã é o jantar de noivado, Lorenzo. Ao menos uma vez
na vida me dê uma alegria.
— Quer que eu me case à força para te dar alegria? — Pergunto incrédulo.
— Quer fazer da minha vida um inferno? Se toca pai! Não vou me casar!
Ele para colocando as mãos nos bolsos me olhando fixamente, eu apenas
me viro, porque estava com vontade de quebrar tudo no soco.
— Por um ano, então... — Me viro rápido, enquanto ele mantém o queixo
erguido.
— Como é?!
— Se mantenha casado por um ano, eu prometo que ao final, você terá sua
herança e tudo mais. — Diz em um sussurro e mamãe sorri me olhando.
— Por um ano, Lorenzo... Eu sei que parece ser muito meu filho, mas não
é. — Ela diz segurando em meu rosto e a encaro.
— Eu farei novos contratos e darei a Diana um bom dinheiro depois do
divórcio. — Ele prossegue e franzo o cenho.
Estava mesmo arriscando minha preciosa liberdade?! Desgraça. Caralho.
Cerro o maxilar suspirando e o fito.
— 365 dias. Nem um dia a mais, e nem um dia a menos. — Digo lhe
apontando o dedo — Eu quero o contrato amanhã antes de ir para a forca e
Arthur vai ler tudo antes.
Ele solta um sorriso, que me faz ficar com mais ódio ainda.
Ele não perdia por esperar.
— Meu amor... — Mamãe segura em minhas mãos e nego com a cabeça, a
olhando enquanto saio.
— Lorenzo? — Ele me chama quando estou com a mão na maçaneta e me
viro o olhando por cima do ombro.
— Patrício... — Mamãe começa e ele estende a mão, a fazendo parar.
— E se no final desse ano você se apaixonar por ela?
Dou uma mini gargalhada vendo-o sério e me aproximo o olhando.
— Nem nos seus melhores sonhos, papai. — Digo com ênfase. —
Me chamo Lorenzo Gonzáles, eu não me apaixono.
E saio batendo a porta com um estrondo sinistro, minhas mãos tremem e o
punho cerrado. Desço as escadas olhando Rita me encarar com um sorriso de
dar medo.
— Você aceitou? — Ela pergunta me olhando.
— O velho não me deu oportunidade, Rita.
— Ah Lorenzo... Você irá se casar meu amor... Eu não acredito!
— Infelizmente, vou.
— Não fale isso... Eu tenho certeza que essa menina vai...
Estalo a língua, olhando-a.
Essa fulaninha vai comer o pão que eu vou amassar e pisar.
— Tenha certeza que ela irá preferir ficar pobre de esmola a passar
esse ano casada comigo. Se meu pai acha que vai me prender. — Sorrio
balançando a cabeça. — Eles vão se arrepender... E ela que me aguarde.
Capítulo 3
Diana
— manhã você vai abrir um lindo sorriso e falar sim, quando ele a
pedir em casamento. Está me ouvindo, Diana? — Encaro meu
A pai que está com o dedo em riste, me olhando furiosamente. —
Não me traga este desgosto.
Abaixo a cabeça fixando o meu olhar em meus pés no mesmo instante em
que ele sai, batendo a porta logo atrás de si. Eu não estava sabendo lidar com
o assunto do meu casamento, ainda mais com um desconhecido. Ainda estava
custando acreditar que iria me casar.
— Você não vai aceitar essa palhaçada, não é Diana?! — Ergo meu
olhar, encarando Enrique parado no meio do quarto.
Meu irmão estava furioso, e eu entendia bem a sua revolta. Sabíamos da
situação financeira do nosso pai, sabia o quanto estávamos atolados em
dividas.
Ele tinha me explicado o acordo que tinha feito com um amigo, e iria me
casar com o filho mais novo dele para então a dívida ser perdoada.
— Para de falar bobagens, Enrique. Eu me casei e estou muito feliz. —
Eudora dispara, sentando-se na minha frente. — Ouvi mamãe falando que ele
é lindo, Diana. Um verdadeiro príncipe.
Ela sorri acariciando meus cabelos. Minha irmã vivia em seu mundo
perfeito e cor de rosa, como Enrique sempre falava.
— Lorenzo Gonzáles é um devasso, um tremendo de um devasso e cretino!
Eu sempre sonhei com um casamento perfeito assim como nossa mãe nos
ensinou, com um marido dos sonhos e sempre achei que deveríamos casar
por amor.
O que eu sabia sobre o amor?
O que lia em livros. Eu era diferente da minha irmã, amava passar horas
lendo histórias de romances apaixonantes, de tirar o fôlego e me apaixonar
pelos mocinhos. Lia por incontáveis horas, mas sempre escondida do meu
pai. Para ele, livros são coisas de mulheres fúteis e não servem para nada.
Me ergo esfregando uma mão na outra e mordendo o lábio inferior.
— E se ele gostar de mim? — Pergunto, olhando Enrique de sobrancelhas
erguidas e braços cruzados.
— Diana, qual foi a parte do devasso, que você não entendeu? — Diz
jogando os braços para o ar enquanto me encara. — Não aceite essa ideia
estúpida.
— Ele vai adorar você, Diana. E você vai ser tão feliz quanto eu sou com o
Hugo. — Eudora sorri, vindo até mim.
Enquanto Enrique lança um olhar de reprovação em sua direção, o
temperamento forte do meu irmão sempre foi sua marca registrada.
Esse Lorenzo era tão devasso assim?
Eu estava com medo. Muito medo, na verdade.
Eudora e Enrique saíram do quarto assim que ouviram papai os chamando.
Meu coração estava apertado como um caroço de ervilha. Eu já tinha até
ouvido falar sobre ele, mas não o vi.
É pra isso que serve a internet, ok?
Mas não serve se não posso usar.
Enrique, Eudora e eu, tivemos uma criação muito rígida para crianças. Meu
irmão passou a infância em um internato muito rigoroso, enquanto eu e
minha irmã não podíamos ter amigos, pois papai acreditava que eles podiam
nos influenciar negativamente.
Não podíamos ter namorados, para permanecermos virgens até o
casamento.
Fomos criadas para ser do lar e para amar.
Era sempre:
“Diana conserte a sua postura”
“Uma verdadeira dama, jamais fala palavras de baixo calão Diana.”
“Você tem que concordar e fazer tudo que o seu marido diga, Diana.
Nunca deve contrariar um Homem”
O que daria errado se eu me casasse então?!
Além do mais, eu jamais deixaria meu pai perder tudo o que nossa família
conquistou durante anos, a empresa passou de geração em geração até chegar
a suas mãos. Eu não posso deixar tudo isso se ruir.
Eudora é casada com um grande advogado de uma família bem sucedida.
O seu casamento tinha sido por amor, como ela mesmo dizia. Papai também
fez um grande negócio.
Eu não me casaria por interesse, mas sim para salvar minha família. Meu
pai jamais iria ter como pagar a dívida ao senhor Gonzáles.
Me sento na cama esfregando uma mão na outra e me levanto depois de
uns segundos, com a cabeça erguida. Abro a porta do meu quarto andando
pelo corredor e entro no escritório.
Minha mãe me encara, enquanto meu pai larga o copo de bebida na mesa.
Era sempre tão sério e centrado.
— O que aconteceu? — Papai indaga, fitando-me intensamente. — Não vá
me dizer que Enrique colocou asneiras em sua cabeça....
— Seu filho é um caso perdido, Luttero.
— Não papai. Eu vou me casar. Eu jamais seria capaz de sujar o nome da
nossa família e deixar o senhor perder tudo. — Digo em um fio de voz,
ouvindo-o soltar um longo suspiro.
Dá a volta na mesa e vem em minha direção, me abraçando.
Demoro um pouco mais para reagir, porque é estranho, ele nunca me
abraçava.
— Não sabe o quanto eu fico feliz, minha filha... — Diz me dando um
beijo na testa, enquanto o encaro.
O que poderia dar errado?!

Não tinha pregado o olho um segundo sequer durante aquela noite, rolei de
um lado para o outro e não consegui dormir. Era um misto de ansiedade e
nervosismo que estava tomando conta de mim.
Impaciência também me tomava.
Desço as escadas olhando meu pai conversar com um senhor quase da
mesma idade, os dois estavam meio alterados e se calam no exato momento
em que me veem.
— Mas ela é muito linda, Luttero. — O senhor diz me olhando. — Muito
prazer, Diana. Me chamo Patrício.
— Seu futuro sogro, minha filha. Ela está nervosa para o jantar de hoje à
noite, mas eu já disse que Lorenzo está tão ansioso quanto ela... Não é
Patrício? — Papai sorri, passando o braço em meus ombros.
Sorrio de leve o olhando, era um senhor muito bem vestido. Os cabelos
grisalhos, mas muito bem penteados.
— Mais é claro. Lorenzo não vê a hora.
Lorenzo. Repito em pensamento, sorrindo. Realmente era um nome forte.
E que me causava arrepios só de pensar.
Enrique estava em pé perto da soleira da porta, com o semblante fechado.
Ele odiava estar aqui em casa, já que tinha seu próprio apartamento e sua
independência. Mas ele era homem.
Me aproximo enquanto o encaro e levemente o sinto pegar em minha mão.
Eu sempre tive uma ótima relação com meu irmão mais velho. Enrique era
meu defensor e melhor amigo.
— Não cometa essa loucura com sua vida, minha irmã... — Diz
baixo, beijando minha testa. — Não faça isso, Diana.
— Enrique, por favor. — Peço o olhando. — Vai ficar tudo bem. Eudora já
passou por isso...
— Não se espelhe no casamento de fachada que Eudora vive com Hugo.
Na realidade, tudo aquilo não passa de uma grande pintura fantasiosa da
mente de nossa irmã. Você acabou de fazer 18 anos, Di. Tem que estudar,
conhecer o mundo...
— Mas o papai... — Começo a falar e ele me interrompe.
— Você tem a mim, Diana. Tem meu apartamento... Eu jamais iria te
deixar desamparada.
— Enrique... Eu... É a nossa família.
— Papai só se importa com o dinheiro, Diana! Ele vendeu a Eudora e está
fazendo o mesmo com você.
— É diferente, Enrique...
— Diana... — Minha mãe sussurra enquanto me puxa para longe de
Enrique. — Pode subir para o seu quarto, não quero você com olheiras perto
do seu noivo.
Mamãe diz me olhando e fuzila Enrique, que a encara.
— Deixe a vida de suas irmãs de lado. Diana vai se casar, quer você queira,
quer não! É o nome da nossa família. Ou esta vida requintada que você
ostenta vai...
— Eu tenho o meu trabalho, Carllota. Não sou encostado como você. —
Dispara e me encara. — É só o que importa para eles, Di... O dinheiro!
— Não ligue para as asneiras que seu irmão diz, esse menino sempre foi
perturbado. — Ela me encara e nego com a cabeça. — Vai ser a noiva mais
linda do mundo, meu amor...
As horas custaram para passar, o que estava me deixando inquieta. Passei
quase o dia todo em meu quarto, andando de um lado para o outro.
Estou uma pilha de nervos.
Me olhei pela milésima vez no espelho ajeitando os meus longos cabelos
castanhos, meu rosto está corado e não é por causa da pouca maquiagem, eu
estou nervosa e ansiosa.
E se ele não gostar de mim?!
— Eles chegaram. — Eudora diz abrindo a porta do meu quarto
exibindo um lindo sorriso, com seu vestido azul. — Papai mandou te
chamar.
— Como eu estou? — Pergunto dando uma voltinha, fazendo o vestido de
cor creme, girar.
Mamãe optou que eu usasse um modelo simples e delicado, com pedrinhas
na parte de cima e uma saia rodada.
— Está linda. Passe esse gloss aqui. — Vou até ela que passa um pouco em
meus lábios. — Homens acham vulgar mulheres com batons escuros.
Assinto rapidamente, sorrindo.
Eudora vai à frente e solto o ar pesado dos meus pulmões lentamente, meus
pés pareciam que não queriam andar, fui quase me arrastando até as escadas.
A casa estava toda arrumada, com flores espalhadas por todo o local. Ouvia
o murmúrio das conversas. Meu coração bate acelerado e engulo em seco,
descendo os últimos degraus com cuidado.
Eu iria conhecer o homem que vou me casar.
Eu queria correr.
Mas não correr dele, correr de nervosismo.
E se ele me achar fútil?
Há meu Deus!
Encaro meu vestido que chega até os joelhos, eu estava mostrando demais
as pernas.
Certo que Enrique me falou que ele era um devasso. Mas o que era um
devasso mesmo?
Ah. Alguém sem pudor e sem filtro algum.
Mordo o lábio inferior olhando quatro homens bem vestidos, parados me
encarando. Os três estacam de frente para mim, e falaram algo para o quarto
rapaz que estava de costas.
Os ombros eram largos. E era extremamente alto.
— Diana, meu amor... — Papai diz me olhando e me conduzindo até os
rapazes.
— Lorenzo, meu filho. Essa é Diana. — O senhor Patrício diz enquanto ele
se vira me olhando.
Sinto meu corpo tremer assim que os olhos pousam nos meus. As
sobrancelhas grossas estão franzidas, deixando-o com uma expressão
fechada. Os lábios estavam semicerrados. Sério.
Ele era incrivelmente lindo. Como os mocinhos dos livros em que eu lia.
— Prazer, Diana. — Diz pegando em minha mão, dando um aperto forte.
— Finalmente...
— Esses são meus filhos, Patrick e Christopher. E meu sobrinho, Arthur.
— Senhor Patrício me apresenta ao restante dos rapazes.
— Muito prazer. — Digo em um sussurro olhando uma loira se aproximar
de um deles sorrindo.
O vestido extravagante vermelho com uma fenda enorme na perna.
— Essa é minha nora, esposa do meu filho mais velho. Ágata.
— Olá Diana. — Ela me cumprimenta e sorrio. — Muito prazer.
— Bom, Clarisse está conversando com sua mãe e logo estará aqui. Vamos
conversar no escritório agora? — Papai os chama, e sai me olhando.
— Oh meu Deus! — Me viro no exato momento em que uma mulher se
aproxima com as mãos no rosto. — Essa é a Diana, certo? Como eu esperei
para conhecer você..
Sorrio enquanto ela me abraça. Era uma mulher incrivelmente bonita.
— É um prazer conhecer a senhora. — Digo em um fio de voz.
— Ela é tão linda, parece uma boneca. — Diz me olhando. — Não é,
Lorenzo?
Ele apenas sorri sem mostrar os dentes.
Eu queria procurar Eudora e pedir por socorro.
— Desculpe meu irmão. Lorenzo é uma boa pessoa... Ele só está meio fora
de órbita. — Encaro o rapaz que sorri me olhando. — Sou Patrick.
Os olhos de um azul tão profundo me fitam e sorrio o olhando.
— Prazer, Patrick.
Eu via alguns dos meus parentes conversando animadamente. Olho para
Eudora que fica acuada enquanto Hugo sussurra algo em seu ouvido.
Tiro a vista rapidamente. Todos estavam sorrindo, e eu deveria estar feliz.
— Boa noite a todos... — Papai começa logo depois de tintilar uma taça.
— Muitos de vocês não sabem o motivo desta reunião, mas hoje é uma noite
muito especial.
Ele me encara e abaixo a cabeça.
— Lorenzo, gostaria de falar algumas palavras?
— Não. — Ele sussurra e é levemente empurrado pelo seu irmão mais
velho. — Mas é claro...
Ele solta um pigarro forte e me encara.
— Bem... Eu não sei como... É... Vamos lá né?! — Vejo-o afrouxar a
gravata e dar algumas tossidas de leve.
— Ele está nervoso de amor, Diana. — Eudora sussurra parando ao meu
lado.
— Você acha? Passou quase a festa inteira me encarando como se me
odiasse. — Digo em sussurro, vendo meu pai falar.
— Eu vi o olhar dele para você, Diana. Está louco por você.
Franzo o cenho olhando Eudora sorrir.
— Estou aqui hoje... Para.... Porque eu... — Ele pigarra várias e várias
vezes. — Me desculpem, eu estou nervoso.
— Nem consegue se pronunciar de tão emocionado que está Diana. — Ela
continua.
— Para pedir a mão da... Diana (Atchim) em ca-ca-casa..... (Atchim) Diana
você aceita se ca...ca...casar comigo?
O encaro coçar o nariz insistentemente e me olhar.
Fito meu pai e digo um singelo:
— Sim, eu aceito.
Ele solta um sorriso meio forçado, procurando algo em seu bolso e me
olhando.
— Você esqueceu as alianças no meu bolso. — O pai dele se aproxima
tirando uma pequena caixa aveludada do bolso. — Está muito nervoso.
— Isso acontece. — Papai diz me olhando.
Ele abre a pequena caixa e me encara, deslizando o anel em meu dedo
anelar. E se vira, saindo rapidamente.
Eu estava com uma enorme vontade de chorar, eu sei o modo como tudo
aconteceu. Sabia que não seria um casamento por amor, mas não esperava
essa frieza de sua parte.
— Olhe para esse anel.... Ele é lindo, Diana — Eudora diz sorrindo.
— Não é, mamãe?
— Acho que merecia um brilhante maior. — Mamãe torce o nariz
encarando a pedra em cima do anel.
Era um belo anel de noivado, e pelo tamanho da pedra, parecia valer sim
uma fortuna.
— Com licença... Eu posso falar com você, Diana? — Sobressalto olhando
Lorenzo parado ao meu lado. — A sós.
Mamãe me encara e sai puxando Eudora pelo braço, que sorri. O encaro,
piscando várias vezes seguidas.
— Me desculpe se... Meu pai o fez passar vergonha... Eu sinto muito. —
Me adianto o olhando.
— Essa sua pose de menina inocente que não sabe de nada, não cola
comigo, ok?! Eu sou bem vívido, Diana. Então tira essa máscara, porque eu
sei que você não passa de uma golpista como o restante da sua família.
Abro a boca o olhando fixamente.
— Então, querida noivinha, sugiro que retire essa máscara ou eu mesmo
vou arrancá-la.
Engulo seco o encarando.
— E-eu não.... Eu não....
— Se quiser desistir disso, desista agora. Porque eu juro que vou fazer da
sua vida um inferno. — Ele sorri quando seu pai se aproxima nos olhando.
— Estão se entendendo? — Me encara e abaixo a cabeça no mesmo
instante. — Lorenzo?
— Estamos em perfeita sintonia, papai. Até mais.
— Onde você pensa que vai, Lorenzo? — Seu Patrício pergunta enquanto
o mesmo me encara sério.
— Curtir os meus últimos dias de felicidade...
Engulo em seco assim que o mesmo me olha de cima a baixo.
— Até breve, Diana
Capítulo 4
Diana
— como ele é?
— Um estúpido. — Digo soltando um suspiro, enquanto
E Bianca me encara de braços cruzados. — E muito bonito
também.
— Eu daria um rim para ter vindo, mas minha gastrite atacou.
Tento esconder o sorriso olhando Bianca, mas era impossível. Ela é
sobrinha do meu pai e apenas um ano mais velha do que eu.
Ao contrário de mim, Bianca era livre, fazia o que bem entendia,
trabalhava e estudava.... O que para minha mãe era um absurdo sem tamanho.
— Pelo menos tio Luttero, arrumou um noivo bonito para você!
— Mas ele não vale nada, Bianca. — Me sento, soprando o ar.
— Mas você pode tirar boas vantagens disso, Diana. — Ela arqueia a
sobrancelha com um sorriso perverso. — Qual o nome dele mesmo?
— Lorenzo Gonzáles. — Digo olhando ela puxar o celular da bolsa e
digitar algo e me encarar de boca aberta.
Não queria contar as coisas terríveis que ele me falou. Ele é um idiota da
pior espécie.
— Lindo? Meu Deus! Esse homem e uma catástrofe na camada de ozônio!
Diana do céu... Já prevejo seus orgasmos alucinantes... Ele deve ter um pau
enorme... Olha essa boca.... Meu Deus....
Eu estava boquiaberta e horrorizada.
— Bianca! Você é uma safada! — Digo me erguendo enquanto balanço a
cabeça.
Paro em frente à janela do meu quarto e esfrego a mão no meu braço,
sentindo um leve arrepio percorrer o mesmo, eu ainda sentia os olhares dele
me encarando com um ódio tremendo.
Mas tinha que admitir: Ele é lindo.
— Por mais que ele seja um tesão de homem, eu não me conformo de tio
Luttero ter feito isso com você. — Viro de costas olhando-a mascar o
chiclete e torcer o nariz. — Gente... Ele age como se estivesse no século
passado...
— Enrique está uma fera...
— Também né?! Olha a loucura. Papai vai ficar bravo quando eu contar o
que ele...
Nos calamos bruscamente quando mamãe abre a porta olhando Bianca
sentada em minha cama. Mamãe não era do tipo que falava muito. Ainda
mais com minha prima, que ela julgava ter uma vida fútil.
Mamãe é jovem ainda, mas muito séria. E sempre nos ensinou o mesmo,
dizia que Eudora era o seu retrato, ela sempre foi mais apegada a minha irmã
do que a mim.
— Oi Tia Carlotta... — Bianca sorri, provocando enquanto minha mãe a
ignora completamente.
— Desça daqui a vinte minutos, Diana. Iremos à loja de noivas escolher
seu vestido. — Ela sai batendo a porta.
— Velha chata. — Sorrio olhando Bianca sussurrar. — Já marcaram uma
data?
— Acho que será daqui a dois meses... O noivado aconteceu ontem,
então papai quer esperar a notícia correr. — Digo me deitando na cama e
Bianca repete o mesmo gesto. — O que vou fazer, Bia?
— Não dá para fugir? — Pergunta, levantando a cabeça e me olhando. —A
ilha de Manhattan não é o fim do mundo, Diana... São só algumas horas até
lá...
A distância não era a única coisa que estava me preocupando. Eu não iria
falar isso para Bianca, é claro. Mas o que estava me deixando bem
preocupada, era ele.
Era como se toda vez que eu fechasse os olhos ouvisse aquela voz grossa.
Meu coração parecia que ia sair pela boca.
Bianca se despede, saindo em seguida e aproveito para tomar um banho,
demorado e relaxante. Dividia meu quarto com Eudora, como ela se casou
acabei ficando com ele só para mim.
Ainda sentia falta da minha irmã, nos afastamos bastante depois de seu
casamento. Me enrolo em um roupão, secando meus longos cabelos com uma
toalha.
Me viro assim que a porta se abre e sobressalto olhando Hugo, parado me
fitando.
— Achei que Eudora estivesse aqui. — Diz cruzando os braços, me
olhando de cima a baixo.
— Achou muito errado. — Dou um passo para trás o fitando sorrir de lado.
— Você realmente está ficando uma mulher linda, Diana... — Sussurra
com um sorriso de canto.
Eu odiava o marido da minha irmã com todas as minhas forças, odiava o
modo como ele me olhava. Hugo é bem mais velho que Eudora. E um
canalha.
Ele dá um passo à frente e o encaro franzindo o cenho.
— Mais um passo, Hugo e eu juro que grito.
— Bobinha.... — Balança a cabeça sorrindo. — Sua mãe está esperando
por você lá embaixo.
Ele diz antes de me dar uma última olhada, fechando a porta atrás de si. Me
aproximo trancando-a e solto o ar preso. Hugo era um cretino descarado. Não
entendo como Eudora o suporta.
Coloco um vestido solto rodado e desço as escadas, saindo rapidamente
com Eudora e mamãe que já me esperavam ansiosas.
E eu achando que esse dia iria ser feliz, aliás, que mulher não sonha o tão
esperado dia de comprar seu vestido de noiva?
Parecia que era minha mãe a se casar, empolgada com cada detalhe. Estava
olhando os vestidos sem perguntar se eu estava gostando ou não. Eudora
sentada ao meu lado balançando as pernas enquanto olhava uma revista.
— Esse é um modelo novo, acabou de chegar da Europa. — A moça loira e
esbelta diz nos olhando.
— Esse está magnifico. — Mamãe sorri me mostrando o vestido branco.
Ele era realmente perfeito.
— Podemos tirar a medida da noiva?
Vou até o provador colocando o vestido e me olhando no enorme espelho,
o mesmo caiu como uma luva em meu corpo.
— Está parecendo uma princesa, minha filha... — Mamãe sorri e Eudora
junta às mãos me olhando.
— Está linda, Diana.
— Vai ser esse. — Mamãe fala toda em empolgada e faço que sim com a
cabeça, sorrindo de leve.
Dedilho o teclado do piano enquanto os acordes da música começam a
tocar, era o único passatempo que eu podia ter e que eu realmente gostava.
— Eu amo essa música. – Olho para a porta, encarando Enrique que se
aproxima começando a cantarolar ao meu lado baixinho.
Sorrio o encarando dedilhar o piano me olhando. Por muitas vezes eu
pensei em me mudar para a casa dele. Mas eu sabia que mamãe iria fazer da
vida dele um verdadeiro inferno. E ela nunca aceitaria.
Ele e minha mãe nunca se deram bem. Enrique era muito pequeno quando
perdeu sua mãe. E nunca aceitou o fato de mamãe ocupar o lugar da sua. Eu
até entendia ele.
— Estava com saudades. — Digo e o vejo abrir um sorriso sútil. Enrique
estava em uma de suas viagens quando ocorreu o jantar.
— Desculpa não ter vindo ao jantar de noivado, eu não aguentaria ver
aquilo. — Diz apoiando o queixo na mão dobrada.
— Tudo bem, você não perdeu muita coisa. — Digo com um sorriso
fraco.
— Ele não veio aqui depois disso? — Nego com a cabeça vendo-o soltar
um longo suspiro.
— Já escolhi o meu vestido... — Digo batendo em seu ombro.
— Já marcaram a data?
— Humrum. — Assinto levemente.
— Para quando?
— Daqui a uma semana.
— Como assim, Diana? Vocês noivaram o quê? Há um mês! — Diz se
erguendo.
Papai tinha marcado a data logo após a festa de noivado. Foi tudo tão
rápido, não tive como entrar em contato com meu próprio irmão.
— Meu Deus... Diana... — Ele se ergue me olhando.
A campainha toca e olho para entrada, ouvindo os murmúrios de
conversas.
— Diana, meu bem.... — Papai entra na sala de estar sorrindo. — Seu
noivo está aqui.
— Por que não me disse que Diana iria se casar daqui a uma semana? —
Enrique indaga o olhando.
— E isso vai mudar em que, Enrique?
— É minha irmã! Eu tenho direito de saber!
— Enrique, está tudo bem. — Digo o olhando.
— Não, Diana. Não está tudo bem. Você não tem ideia da burrada que está
fazendo. — Dispara com os punhos cerrados.
E passa pelo meu pai como um furacão.
— Seu irmão não sabe o que diz. Venha.
Me encaminho para a sala de entrada e então meu coração salta do peito
quando o vejo de braços cruzados, junto ao seu pai que me encara com um
sorriso aberto.
— Oi Diana, como vai?
— Eu... Eu vou bem. — Digo para o pai dele, que sorri me olhando.
Abaixo os meus olhos quando percebo ele me encarar. As sobrancelhas
franzidas e o rosto sério.
As minhas pernas chegam a tremer.
— Luttero, viemos aqui para acertar os últimos detalhes do contrato.
Arthur, como você já sabe é meu sobrinho e além de sobrinho é o advogado
da nossa família — O rapaz de olhos azuis se ergue, entregando uma pasta
ao meu pai. — Acho que se conheceram no jantar...
— O contrato diz aqui... Casados por um ano? — Papai indaga e ergue o
olhar os fitando.
— Foi uma condição que eu impus. — Aquela voz rouca invade meus
ouvidos, fazendo com que meu corpo trema. — É pegar ou largar.
— Lorenzo. — Seu pai toma a frente o olhando.
— E a minha filha? Não vou ficar com uma filha de 19 anos, divorciada.
— Papai suspira se sentando. — Não posso aceitar!
Contrato de um ano?! Oh Deus.
— Então, senhor Luttero, quando esse ano se passar... O casamento será
totalmente anulado. — Arthur diz ignorando o que meu pai disse.
Ergo o olhar com a voz presa em minha garganta.
— Mas que maravilha. — Enrique diz saindo da cozinha sério. — Não
fomos apresentados ainda... Eu sou Enrique.
— Enrique, por favor... — Papai começa e ele nos encara.
— Muito prazer. — Todos respondem menos Lorenzo que está parado.
— Então o casamento será anulado daqui a um ano? — Enrique diz com
um sorriso presunçoso.
— Como se nunca tivéssemos nos casados. — Lorenzo diz com um
sorriso me olhando.
— Perfeito. Coloquem uma cláusula aí também... — Enrique pede e o
encaro.
— Que cláusula?
— Que não vai encostar um dedo na minha irmã. Se é que me entende.
Sinto meu rosto ruborizar e pisco algumas vezes querendo sair daquela sala
o mais rápido possível.
Lorenzo me encara e parece se divertir com aquela situação.
— Não precisa de cláusula nenhuma. Eu não vou tocar na sua irmã.
— Mas não vai mesmo, acha que vai fazer o que bem entender e depois
anular o casamento? — Enrique dispara.
— Acha que estou me importando com essa mer...
— Lorenzo, por favor!
— Podem parar de decidir o que vão fazer com minha vida! — Me ergo de
repente, vendo todos os olhares sendo voltados para mim.
— Oh, ela fala... — Ele sorri cruzando os braços.
— Sim, eu falo. Mas ao contrário de você Lorenzo, eu sei a hora. —
Respondo-o, olhando fechar o semblante. — Não quero cláusula nenhuma,
porque eu jamais me entregaria a um homem grosso, estúpido e tosco
como você!
Ele me encara e ergo o queixo. Meu pai me fita e engulo em seco.
— Eu estou no meu quarto!
— Diana, volte aqui!
Que Deus me perdoe, mas pela primeira vez na vida não obedeço ao meu
pai. Fecho a porta, sentindo minhas mãos tremerem e todo meu corpo se
arrepia.
Eu nunca me entregaria a um homem idiota como ele.
Jamais.
Lorenzo
— Viu ela colocando as garras de fora? — pergunto jogando alguns
M&Ms na boca, enquanto Arthur dirigia até a empresa. — Safada!
Aproveitadora!
— Lorenzo imagina como essa pobre garota deve estar se sentindo? Todo
mundo querendo mandar nela...
Fico sério encarando Arthur que me olha, dando de ombros.
— Pelo menos é bonitinha... — Digo estalando a língua.
— Se você encostar um dedo nela, o irmão dela vai castrar você. — Arthur
desce do carro e eu desço em seguida.
Eu queria gargalhar bem alto na cara dele.
— Arthur, olha para mim. — Pego em seu ombro enquanto ele me encara.
— O que você vê?
Abro os braços e dou uma voltinha sorrindo.
— Vejo um homem alto, com o ego maior que o pau. — Diz colocando os
óculos de sol.
— Isso... É disso que estamos falando. Eu tenho a mulher que eu quero, na
hora que eu quero.... Eu não vou comer ela, porque ela não me dá tesão.
Tá. Exagerei um pouco.
Ela é bonita!
E tem uma carinha de ninfeta que fez meu pau subir na hora que eu a vi
descendo aquelas escadas. Mas é só isso. Tesão de pica.
Eu em.
Entro no prédio, indo direto para a minha sala assim que Arthur entra na
sua.
Me jogo na cadeira passando as mãos pelos cabelos, ainda não estava
acreditando que eu ia ca...ca...
(Atchim)
Palavra do demônio!
Há um mês quando eu fui à casa dela, juro que quase sai correndo e decidi
ir para debaixo da ponte, só para não ter que fazer aquele pedido idiota.
Naquela casa idiota. Com aquela ninfeta idiota!
Menina estúpida.
Mal tinha dormido a noite depois que cheguei da sua casa, revisar os
últimos detalhes daquela merda de contrato.
Como se eu fosse querer aquela idiota.
Pego o tablete olhando as notícias e cerro o punho, mordendo o mesmo
olhando a porra da notícia de destaque.

O herdeiro mais novo do Império Gonzáles, se


casará daqui uma semana... O casamento está sendo o
mais comentado.
Jornal idiota.
Essa manchete não serve nem para limpar meu cu!
Uma semana! Meu Deus!
Estava tendo crises de pânico e ansiedade.
— Pode olhar esses contratos para mim? — Chris pergunta, enquanto joga
uns papéis na mesa.
Continuo parado com vontade de chorar.
— O que foi?
— Essas merdas noticiando para o mundo inteiro que vou amarrar o meu
pau. — Digo o vendo sorrir. — Mal sabem eles que não vou amarrar meu
pau, caralho nenhum! Não vou!
— Papai disse que foram lá ontem, como foi? — Se senta desabotoando o
blazer.
— Fomos assinar o contrato, depois de um ano o casamento será
totalmente anulado... Lorenzinho vai ficar livre, leve e solto como sempre foi.
— Me sento colocando as pernas na mesa e Chris me encara.
— Cuidado Lorenzo. — Ele me fita e fecho o semblante.
— Se vier me rogar praga, vai se foder e saia da minha sala! — Me ergo
impaciente.
Eu conhecia Chris muito bem, antes de se casar ele tinha o pau mais
chupado de Nova York. Agora que a loirinha deu uma surra de xota nele, ele
vem querendo ser santo. Ah vá pra casa do caralho!
Eu estava passando muito mal, mas muito mal. Meu coração doía e meu
peito ardia.
Não venham pensar que é porque não vejo a hora de me... de me...me...
aquela palavra lá, porque nem em cem anos eu iria querer isso.
Eu tinha pesadelos horrendos.
Eu cheguei até a sonhar que a ninfeta corria com uma faca querendo
arrancar meu precioso, acordei chorando como um bebê.
".... Porque eu jamais me entregaria a um homem grosso e tosco como
você"
Grosso é a cabeça do meu Picasso!
Nem que você fosse à última mulher do mundo eu comeria você neném.
Coitada.

É amanhã.
O dia em que o mundo da putaria iria perder uma alma boa e genuína.
Eu.
Não fui à empresa. Só queria curtir a porra das últimas horas de liberdade
que eu ainda tinha. Abro a geladeira e tiro uma garrafa de cerveja, bebendo
no gargalo mesmo.
Limpo o canto da boca com as costas da mão, tinha sido uma semana do
inferno. E não sei o que era pior, o dia de casar que estava chegando, ou
trazer alguém para meu cafofo... Meu canto sagrado.
Como iria dividir meu apartamento com aquelazinha?!
Eu odiava visitas.
Estava estressado e raivoso.
E o que tirava meu stress? Um belo par de tetas e pernas.
Alugamos uma boate de stripper para despedida de solteiro, óbvio que
tinha sido ideia minha e de Arthur. A noite seria regada a muita putaria e
bebida.
Tomo um banho demorado, fazendo a barba e passando uma loção bem
gostosa no corpo.
Hoje eu ia comer boceta como se não houvesse amanhã.
Pego meu carro sabendo que Arthur, Patrick e Chris iriam estar na boate
me esperando. Eu amava uma farra, era minha segunda casa.
Paro o carro algumas horas depois, vendo as luzes ofuscantes. Sorrio
olhando a casa cheia.
Que saudades.
— Meninas... O nosso noivo chegou! — Arthur grita, gargalhando
enquanto ergue um copo na minha direção. — Olé, Olá... Lorenzo vai
amarrar o pau e amanhã vai se casar....
Olé, Olá...Lorenzo vai amarrar o pau e amanhã vai se casar... — Os
picas finas dizem em um coro só.
Franzo o cenho estirando o dedo do meio para cada um deles.
— Dar o cu vocês não querem né? — Digo pegando um copo cheio de
vodca e virando.
Chris está sentado na mesa, bebendo de boas junto com Patrick enquanto
sorri me olhando.
— Eu juro que só acreditei que você vai se casar porque eu recebi o
convite. — Me viro, olhando Leon parado.
— Leôncio. Seu pica fina! — Disparo o abraçando.
— Desencosta veado! — Rebate e gargalho.
— Foi mal. É que você está muito gostoso nessa roupa. — Digo
olhando-o estender o dedo do meio.
Leon é um dos nossos poucos amigos, ele e seu irmão Otávio. Ambos são
engenheiros renomados, mas infelizmente estavam na ala dos escravocetas.
Assim como meu irmão.
Eu sentia a adrenalina correndo em minhas veias quando as doses de
tequila servidas nos peitos das dançarinas desciam rasgando em minha
garganta.
— Se Liana souber que estou nesse cabaré, eu nunca mais durmo em casa.
— Leon diz bebericando o uísque
— Espero que Ágata também não saiba, Ou adeus casamento. — Chris diz
com um suspiro.
— Deixem de ser boiolas! — Arthur dispara sorrindo, quando estala um
tapa na bunda de uma morena deliciosa. — Amanhã iremos perder um
grande membro da putaria...
Ergo o copo enquanto acabo de beijar a loira peituda que está bem sentada
em meu colo com a mão apalpando meu pau.
— Eu vou me casar à força... Mas não vou deixar de curtir. Que fique
claro. — Sorrio a olhando.
— Não acha que já bebeu demais, Lorenzo? — Patrick diz me
encarando.
Eu simplesmente gargalho!
— Eu só saio daqui em coma alcoólico!
...Aêêêê — os demais gritam enquanto viro o restante do copo.
— A noivinha é bonita? — Leon pergunta me olhando.
— É arrumadinha.
— Ela tem belos peitos. — Arthur diz e viro o meu pescoço o olhando.
— Por que estava olhando pros peitos dela? — Pergunto vendo-o
sorrir.
— Tá com ciuminho, Lorenzinho?
— Meu pau no seu cu!
Ciúmes?!
Kkkkkkkkkkkkkk
Meu interior estava gritando de gargalhar.
Era o álcool.
Sorrio quando à mesma loira se senta no modo cavalgada em meus quadris
e esfregando os belos peitos na minha cara. Arthur se divertia como nunca.
Patrick estava sendo dopado pela bunda de uma outra dançarina... Bela
bunda diga-se de passagem.
Leon apenas conversava sobre fraldas com o meu irmão e Otávio.
Quem em plena despedida de solteiro com várias gostosas, fala sobre
preço de fraldas minha gente?
— Eu juro que vou te filmar amanhã. — Otávio dispara sorrindo.
— Tenha certeza que não perco esse casamento por nada.
Eu até queria prestar atenção no que eles estavam falando, mas encarei
Arthur, que disparou um sorriso perverso junto com as duas mulheres em seu
colo. Seguro no queixo da morena mordiscando-o.
Arthur era minha alma gêmea da putaria. Já tínhamos dividido tantas
mulheres que tínhamos até perdido as contas. Era uma tremenda suruba.
E éramos muito bons nisso.
Ele sorri enquanto encara as duas e o fito.
— Acho que vamos subir... — Ele me encara e já sorrio me erguendo.
— Eu... Você e as três? — Sorrio e Arthur bate em meu ombro.
— Achei que não ia perguntar.
Conexão do caralho.
Até pensamos em chamar Patrick para a festinha, mas meu irmão era
certinho demais.
A putaria já começa na porta do quarto, enquanto a morena já começa a
chupar minha língua arrancando minha roupa.
Arthur já estava sendo chupado pelas duas mulheres, que se dividiam com
fome.
A vida da putaria é magnifica.
Já partimos para o abate. Arthur por baixo na boceta, enquanto a loira no
meio gemia e eu lascivamente vou por cima colocando no buraquinho
apertado.
Um sanduíche de boceta e cu.
Mas a porra da fricção que dava era surreal, tínhamos que estar em total
sincronia para não relar um pau no outro.
Eram gemidos, chupadas, as metidas bruscas que faziam meu pau latejar.
Arthur intercala as investidas nas duas gostosas, enquanto a outra me chupa
com força quase arrancado meu pau pelo tronco.
Elas se chupavam ao mesmo tempo, e depois vinham nos beijar.
Ele sorri e balanço a cabeça o olhando.
Eu morreria se me tirassem dessa vida.
Capítulo 5
Lorenzo
— orenzo... Lorenzo, acorde!
— Será que ele está vivo?
L — Ele está respirando, ao menos...
Abro um olho e sinto minha cabeça pesar, fecho-o novamente sentindo
algumas mãos me cutucarem.
— Lorenzo, acorde seu pau no cu! — A voz de Chris perto do meu ouvido
me faz o encarar.
Patrick estava de braços cruzados, me olhando sério.
— Há, vão tomar no cu! — Digo colocando o travesseiro no rosto, me
virando para baixo.
Minha cabeça pesava e meu corpo doía muito.
— Seu casamento vai ser daqui algumas horas e você ainda está com
cheiro de álcool e sexo! — Chris puxa o travesseiro e resmungo.
Abro os olhos de repente, sentindo minha garganta fechar. Eu realmente
não me lembrava de porra nenhuma, e quando eu digo porra nenhuma, era
porra nenhuma mesmo!
Tinha sido um apagão da putaria.
Eu apenas lembro que subi para o quarto, junto com Arthur e mais três
garotas. Solto o ar e me remexo, sentido meu pau roçar no colchão e aperto
meu saco, fazendo uma careta.
— Meu pau tá esfolado! — Digo sentando bruscamente, segurando o
mesmo.
Eu ainda estava na merda do quarto da boate.
— Cadê o Arthur?! — Pergunto com a mão na cabeça.
— Tá morrendo dentro do banheiro. — Patrick diz, jogando minhas roupas
em minha cara.
— Papai vai te matar! — Chris tira o celular do bolso, suspirando.
Minha cabeça estava rodando e meu estômago embrulhado como uma
bomba prestes a explodir.
— Você tem quatro horas pra estar naquela igreja, Lorenzo. — Patrick diz
olhando no relógio de pulso. — Vocês passaram a noite inteira transando?!
Um sorriso perverso se apossa dos meus lábios quando assinto com a
cabeça. Estava com a rola dolorida, foi à noite inteira de foda, deixaram
minhas pernas até bambas.
— To morrendo... — Arthur aparece na porta do banheiro com a mão na
barriga e o rosto pálido. — Acho que chegou minha hora... Adeus mundo!
— Vocês dois são... — Chris nos fita sério e sorrio.
— Eu também estou mal... — Digo sentindo o gosto ruim na boca.
— Mal você vai ficar quando mamãe souber... — Patrick assente e reviro
os olhos.
— Deixem para conversar depois do casamento. Papai está louco atrás de
você, Lorenzo! — Christopher diz, estalando um tapa na minha nuca.
— Ai, arrombado!
— Eu o levo para o apartamento dele, e você leva o Arthur. —
Patrick diz me olhando. — Vamos Lorenzo!
— Não. — Me deito na cama enquanto Arthur cai do meu lado. — Quero
morrer aqui.
— Você vai morrer... Mas depois de casar! — Chris puxa pela minha perna
e Patrick pelo braço.
Saio xingando os dois paus mandados do meu pai. Estava puto, dolorido e
com dor no saco. Mal vesti a roupa, deixei até a camisa aberta quando sai do
quarto, ainda meio cambaleante pelo efeito do álcool e do sexo fodástico.
Meus olhos ardiam pelo sol escaldante das quatorze horas. Pego o óculos
de sol da gola da camisa de Patrick, colocando em meu rosto.
— Imagina se papai sonha que você estava em uma boate desde ontem a
noite junto de Arthur... Ele vai querer te matar!
Paro olhando meu irmão e bato em seu ombro sorrindo.
— Qual a possibilidade dele me matar e eu não casar? — Entro no carro e
me ajeito na cadeira fechando os olhos.
Patrick começa a discursar um de seus textos feitos, onde dizia que o
casamento era importante para um homem e blá blá blá...
Casamento é meu pau!
Meu pau não, meu Picasso!

Abro a porta da minha casa, me jogando no sofá.


— Rita, pode trazer o kit ressaca pro Lorenzo? Ele tem que ficar restaurado
em... — Olha no relógio. — Três horas, 20 minutos e 55 segundos.
Eu sentia vontade de socar o, Patrick!
— Bebe isso menino, vai ficar desidratado. — Rita diz me entregando uma
xícara.
— O que é isso? — Pergunto, cheirando o líquido quente e franzindo o
nariz.
— Chá de ervas, levanta até um cavalo. — Rita diz me olhando e sorri,
juntando as mãos no rosto. — Não acredito que meu menino irá se casar...
— Nem eu acredito. — Digo engolindo o líquido, fazendo uma careta. —
Qual a chance disso me matar, Rita?
— Nenhuma Lorenzo. — Ela balança a cabeça e entrego a xícara de volta.
— Me trás o veneno. Eu quero morrer. A vida vai perder o sentindo. — Me
deito no sofá, fechando os olhos.
— Larga de drama, Lorenzo! — Patrick me fita e abro apenas um olho,
estirando o dedo do meio para ele.
— Bom, eu vou comer esse bolo enquanto fico olhando você. — Patrick
senta na minha frente apoiando os pés na mesa de centro.
— Eu não preciso de segurança, Patrick...
— Ordens da mamãe, ela acha que você vai fugir e deixar a noivinha
plantada no altar.
Hahhh, aquilo não era uma má ideia, ver aquela bruxinha com cara de
tacho lá na igreja. Sim, eu iria me casar na igreja.
Eu insisti para o meu pai fazer algo reservado, como foi o casamento do
Chris... Mas não, papai disse que como eu sou a ovelha negra, todo mundo
tinha que acreditar que eu estava completamente apaixonado.
Pode isso?
Lorenzo Gonzáles, apaixonado?
Era de doer a barriga pra passar mal.
Gente, a última vez que gostei de alguém, eu tinha cinco anos e foi pela
minha professora de francês.
Lembro que ela tinha uns peitos que me faziam ficar hipnotizados, era
maravilhosa e gostosa.
Mas eu nem tinha pau na época, o Picasso estava em fase de crescimento.
Mas 20 anos depois reencontrei a gostosa e adivinhem?
Isso mesmo!
Taquei o pau nela, foi um sexo que me deixa arrepiado só de falar. Não
tivemos lance nenhum, eu só quis matar meu desejo infantil de comer a
professora.
Tomo um banho demorado na banheira, enquanto um filme passa na minha
cabeça e de repente eu começo a suar frio e me dá uma tremedeira sem
tamanho.
Não pira, Lorenzo. Não pira.
Acho que já pirei.
Era só entrar naquela igreja e fingir que estava tudo bem.
Não. Não ia ficar porra nenhuma bem!
Era doloroso saber que eu iria dividir meu apartamento, e o pior. Dividir
minha vida com alguém. E se ela pensa que vai mandar no meu cafofo, ela
está muito enganada.
Que ódio do meu pai. Dela. De todo mundo.
O contrato estava bem detalhado, teria minhas ações e todo meu dinheiro
de volta em um ano. Depois era só partir para os braços da vida de solteiro.
E já deixei claro para o velho, que não vou abandonar minha antiga vida
por conta daquela criatura. É cada um por si.
Saio do banho com a barba feita e os cabelos ainda molhados. Desfilo com
um copo de uísque, enquanto encaro o terno cinza em cima da cama.
Sinto o líquido descer rasgando por minhas entranhas.
Eu nunca fui de namorar e pensar em casar. Ao contrário, fugia de
casamento como o diabo foge da cruz. E nunca achei que iria chegar o meu
dia. Eu estava com raiva, com muita raiva na verdade.
O desejo de correr e gritar como uma criança estava me tomando por
completo.
— Meu filho... — Mamãe entra no quarto enquanto começo a abotoar o
colete. — Me deixe te ajudar...
Ela estava magnífica com um vestido azul turquesa, da cor de seus belos
par de olhos. Estava feliz. E mesmo sabendo que ela compactou com isso
tudo, eu não conseguia sentir raiva dela.
O velho sabia manipular tudo e todos.
— Sei que é difícil meu filho... Mas é só um ano, meu amor. Vai passar
rápido. — Ela diz ajeitando minha gravata.
Doze meses. Trezentos e sessenta e cinco dias. Oito mil, setecentas e
sessenta horas. Um ano.
— Seu pai está tão eufórico, Lorenzo... Está tudo lindo, você precisa ver...
A decoração... Seu pai esta tão ansioso.
— Então pede pra ele casar no meu lugar.
Ela me encara enquanto balança a cabeça.
— Desculpa mãe. Eu não... Não estou sabendo lidar com essa... Merda de...
Situação. — Digo beijando suas mãos.
— Eu entendo que você esteja nervoso... Mas é só um ano, Lorenzo.
Apenas um ano... — Diz rápido enquanto me abraça.
Desço as escadas alguns minutos depois, com mamãe ao meu lado. Meu
pai estava lá em baixo junto com ,Patrick.
— Vamos fazer um brinde. — Ele sorri se erguendo.
— Só você está vendo motivo para brindar. — Rebato enquanto ele pega as
taças.
— Patrício... Apenas pare. — Mamãe o encara.
— Ao futuro. — Mas ele apenas sorri erguendo a taça.
Eu só queria que aquele pesadelo horroroso acabasse.
Isso é um daqueles sonhos, sabe? Que você pensa que está acordado, mais
você esta lá dormindo de boas.
Era um pesadelo do inferno.
Quando o carro para bruscamente em frente à igreja eu começo a ter um
ataque de espirros que parecem que não vão mais parar.
Não vou chorar. Não vou chorar. Não vou chorar.
— Vamos descer. — Papai diz esperando Alfred abrir a porta com um
sorriso.
— Descemos em um minuto. — Patrick diz me encarando.
Esfrego as mãos sentindo calafrios por todo o meu corpo, eu sentia minha
garganta fechar e um bolo formando-se nela.
Não vou chorar. Não vou.
— Eu não consigo Patrick... Eu não consigo. — Digo o olhando.
— Lorenzo...
Sopro o ar devagar e minha respiração parece travar, é como se meus
pulmões não estivessem trabalhando.
Eu vou morrer.
Eu estou morrendo!
— Lorenzo... Lorenzo, pelo amor de Deus se acalme!
— Não tem como eu me acalmar, Patrick... — Suspiro, sentindo a voz
sumir. — Eu não vou conseguir entrar nessa igreja, eu não vou conseguir ca-
ca...(Atchim) Casar!
Ele me encara e já não consigo mais me controlar. Começo a chorar de
desespero. Patrick tenta me acalmar, mas meus ombros sacolejam forte.
— Olhe pra mim meu irmão. — Diz me encarando. — Isso é mais fácil
do que você imagina Lorenzo. Casar não é um bicho de sete cabeças...
Limpo o rosto.
— Nunca vou perdoar... O velho... Nunca.
Eu me lembro da minha infância, enquanto Chris e Patrick temiam o bicho
papão e se escondiam com medo quando o bocó do Arthur contava histórias
assustadoras, eu ficava rindo deles por serem tão idiotas.
Enquanto eles temiam correndo, eu corria quando eles se juntavam e
ficavam cantando a marcha nupcial.
Aquele:
Tamtamrantam... tamtamrantam... tamtamrantam..
Eu corria e me escondia no meu armário até eles pararem.
E agora eu tomei no meu cu. Porque agora não tinha para onde correr, meu
armário estava distante. Por isso encarei Patrick, que sorriu me olhando. E
por mais que eu não tivesse prestando atenção no que ele falava, eu senti que
meu irmão era minha espécie de armário nesse momento.
Ele apenas bate em meu rosto de leve sorrindo.
— Eu estou aqui meu irmão... Vai dar tudo certo. — Ele me conforta e
limpo o nariz passando em seu terno. — Ah Lorenzo!
Sorrio e então abro a porta do carro olhando aqueles jornalistas e
convidados me olhando.
Estava chegando a hora.
Diana
— Você está tão linda, Di... Estou emocionada. — Eudora diz enquanto me
viro a encarando.
— Está magnífica. — Bianca diz com as mãos nos olhos.
— Só falta você, Bianca. — Eudora diz enquanto ela fecha o semblante
sorrindo.
— Joga essa praga pra longe de mim, Eudora!
Volto a olhar para o espelho enquanto a maquiadora termina de colocar o
véu em minha cabeça. O vestido está perfeito, tinha ficado do jeito que eu
imaginei.
Era meu vestido dos sonhos. Com um casamento de fachada.
— Estão pron... Ah Diana, como você esta linda! — Enrique diz abrindo a
porta do quarto do hotel que estamos hospedados, caminha em minha direção
e segura minha mão me fazendo girar enquanto me equilibro nos saltos altos.
Dona Clarisse preferiu que nos arrumássemos em um hotel próximo a
Catedral onde a cerimônia será realizada. No início fiquei ressentida por não
poder me arrumar em meu quarto, mas a viagem de Staten Island até
Manhattan seria um pouco longa e preferimos não dar sorte ao azar, caso
algum contratempo ocorra.
O meu dia foi repleto de mimos e pequenas delicadezas proporcionados
pela minha futura sogra, e eu tinha adorado.
E agora me olhando no espelho eu percebo meus olhos brilhando.
— Como você esta? — Ele pergunta me fitando.
— Estou bem... Bom, estou nervosa. — Digo sorrindo.
— Esse vestido não é a oitava maravilha desse mundo?... — Eudora
sorri e Enrique apenas a fita sério.
Ele olha por cima do ombro enquanto Bianca se aproxima sorrindo, apenas
eu sabia do caso amoroso que eles tinham, como ela mesma gostava de dizer:
Era só sexo!
Mamãe entra no quarto segurando a pequena bolsa nas mãos, o vestido
discreto, porém elegante.
— Você está linda minha filha, que orgulho...
— Orgulho. — Enrique revira os olhos. — Deve olhar pra Diana e
lembrar-se dos milhões que vai cair na sua conta bancária, não é Carlotta?
— Enrique não fale assim com a mamãe! — Eudora diz franzindo o cenho.
— Sua mãe deveria ter dado umas boas lições em você... — Minha
mãe ergue o queixo o olhando.
— Lave sua boca pra falar da minha mãe!
— Por favor, parem de brigar! Ao menos hoje... — Digo indo até Enrique,
que me olha. — Por mim...
Meu irmão apenas me encara e beija minha testa, passando o polegar pela
minha bochecha.
— Eu encontro você lá. Eu te amo. — diz baixo baixinho.
— Também te amo, Enrique. — Sussurro vendo-o sair como um furacão
pela porta.
— Garoto insolente. — Mamãe diz revirando os olhos. — Sempre
mal criado.
Eudora se aproxima enquanto mamãe começa a falar e apenas me viro,
voltando a me observar no espelho. A cada minuto que se passava, meu
nervosismo apenas aumentava mais e mais.
Eu não sabia o que iria me aguardar depois do Sim...
Ando de um lado para o outro segurando na saia do vestido, minhas mãos
tremendo e o suor frio passando por todo o meu corpo.
Minha mãe desce com Eudora e continuo esfregando uma mão a outra.
— Oi Docinho. — Papai entra no quarto me olhando. — Está na hora,
Diana...
Aperto sua mão enquanto entramos no elevador, as minhas pernas
trêmulas, mal me sustentado.
Bianca sorri assim que me vê e vasculho a recepção à procura de Enrique.
Eu sabia que ele estava sofrendo em me ver casando, ele sempre me falou
que queria uma vida diferente do que a da nossa irmã para mim.
Enrique e eu sempre fomos unidos e eu amo o meu irmão com todas as
forças, mas precisava ajudar o nosso pai.
— Ele foi à frente. — Bianca diz, percebendo meu embaraço.
A frente do hotel estava repleta de jornalistas apontando câmeras para cada
passo que eu dava.
— O que estão fazendo? — Pergunto ao meu pai que sorri.
— Tentando registrar o casamento mais comentado de Nova York.
Apenas engulo em seco enquanto pego o buquê de flores cor de rosa,
olhando-o sorrir.
Um arrepio sobe pela minha espinha e solto o ar devagar. Entramos na
limusine branca que estava parada nos fundos do hotel. A paisagem era
realmente de tirar o fôlego, a cidade é maravilhosa.
Mamãe conversa animadamente com Eudora, Hugo e papai, enquanto
aperto a mão de Bianca que sorri ao meu lado.
— Está nervosa?
— Estou. — Digo em um sussurro.
— Não fique. Pense que tem um pau enorme e lindo te esperando. —
Bianca sussurra dando uma piscadela.
Eu acho que isso apenas aumenta meu nervosismo. Mesmo sabendo que
não teríamos uma relação de marido e esposa.
Nunca fiquei com um homem em minha vida.
Que inferno!
— A igreja está cheia. — Eudora diz entrelaçando seu braço no de Hugo
que está ao seu lado.
O nosso casamento acontecerá na Catedral de São Patrício, olho pela janela
do carro a imponente arquitetura histórica neogótico, localizada perto da
quinta avenida. Ela tem todas suas paredes revestidas de mármores brancos e
duas torres majestosas, que devem ter aproximadamente 100 metros de
altura. O seu contraste com os prédios modernos e tecnológicos que tem ao
seu redor é gritante. Dona Clarisse, me disse que a Catedral comporta mais de
2.000 pessoas e que é muito difícil conseguir uma data disponível para
celebrações, tem pessoas que chegam a esperar anos em uma fila, mas como
o sr: Patrício, é devoto do santo com o mesmo nome que ele, moveu céus e
terra para conseguir essa brecha, segundo ela, ele fazia questão que o seu
filho mais novo se casasse ali, assim como eles.
— Vamos entrar Diana, você vem logo atrás. — Mamãe diz sorrindo.
Eudora acena, saindo do carro junto de Hugo e papai, só ficando eu e
Bianca.
— Respira e solta, Di vai dar tudo certo.— Diz suspirando. — Mas se
quiser fugir...
Nego sorrindo.
— Eu estou com medo, Bia. Muito medo. — Digo fechando os
olhos e tornando a abrir.
— Eu estou aqui, Diana...
Assinto a abraçando enquanto ela sai depois de meu pai pedir.
Eu não tinha tido nenhum ensaio para o casamento, acabei treinando
sozinha para não tropeçar nos meus próprios pés.
Fiquei por cinco minutos pedindo para Deus não me deixar desmaiar. Papai
abre a porta do carro, e segurando minha mão me ajuda a descer.
— Está pronta?
Assinto rapidamente, mas a minha mente me pedia para correr dali.
Subo os degraus com cuidado, apoiando em meu pai como se fosse cair a
qualquer momento. Vejo um fotógrafo disparando vários flashs em minha
direção. A dama de honra era a sobrinha de Lorenzo, Clhoe. Que estava linda
num vestido balão cor de rosa.
Ela sorri ficando a minha frente.
Aperto o antebraço do meu pai quando a marcha nupcial começa a soar.
Então as portas se abrem.
Clhoe entra espalhando pétalas de rosas pelo longo tapete vermelho.
Então eu o encaro de longe.
A expressão de surpresa e ao mesmo tempo pavor era nítida até mesmo
para quem não enxergava.
Lorenzo afrouxa a gravata e continuo. Um passo de cada vez.
Todos aqueles olhares virados pra mim, eu estava quase correndo dali o
mais rápido possível.
Caminho com lentidão enquanto meu pai sorri, olhando cada convidado
presente. O irmão mais velho dele estava no altar junto com sua esposa como
padrinhos dele. Eudora e Hugo do lado direito também ocupavam o lugar de
meus padrinhos.
Bianca sorria ao lado de Enrique, que estava nos primeiros bancos.
— Cuide bem dela. — Meu pai sussurra quando deposita minha mão sobre
a mão de Lorenzo, que estava mais fria do que a minha, entrego o buquê para
minha mãe e nos ajoelhamos em frente ao padre.
— Estamos aqui hoje reunidos, para celebrar a união entre Diana Gouveia
Martín e Lorenzo Fernandez Gonzáles. — O encaro e ele parece estar em um
tipo de transe que não me encara em nenhum momento.
Entendia que ele não queria estar ali. Eu também não.
Mas ao menos fingisse.
O padre começa a falar e olho para o lado encarando minha mãe que sorri
junto de Eudora, os pais dele estavam sorrindo também.
As únicas pessoas que não estavam sorrindo éramos nós dois.
Eu via o suor descendo do rosto de Lorenzo, ele limpando com as costas da
mão quando o padre pediu para repetirmos os votos matrimoniais.
Clhoe trás uma almofada vermelha nas mãos com um par de alianças
douradas.
Eu podia ouvir meu coração batendo furiosamente.
— Diana Martín, você aceita Lorenzo como seu legítimo esposo... Para
amar e respeitar, na saúde e na tristeza Para ser fiel até o fim dos seus dias?
Engulo em seco o olhando e Lorenzo franze o cenho. Olho para o meu pai
que assente com a cabeça.
— S-sim... Eu aceito.
— Lorenzo Gonzáles, você aceita Diana Martín como sua legítima
esposa... Para amar e respeitar, na saúde e na tristeza... Para ser fiel até o fim
dos seus dias?
Ele me encara e vejo a mandíbula cerrar. Ele estava vermelho. Como se
fosse desmaiar a qualquer momento.
Por favor... Por favor, diga sim.
Por favor.
— Lorenzo. — O pai dele sussurra, mas ele não encara ninguém além de
mim.
— Lorenzo, meu filho.
— Eu irei perguntar novamente. Lorenzo Gonzáles, você aceita Diana,
como sua legítima esposa, Para amar e respeitar, na saúde e na doença, na
alegria e na tristeza, Para ser fiel até o fim dos seus dias?
Encaro-o sentindo meu corpo tremer da cabeça aos pés.
— E-eu...
— Lorenzo!
— Eu aceito....
Solto um suspiro de puro alívio quando ele diz e fecha os olhos.
— Podem trocar as alianças. — O padre diz e pego a grossa aliança, vendo
Lorenzo vermelho. A mão dele estava trêmula. Coloco a aliança em seu dedo
anelar sorrindo.
Ele pega a outra aliança colocando em meu dedo rapidamente.
— Parabéns! Eu vós declaro marido e mulher, Pode beijar a noiva.
Lorenzo me encara e fecho os olhos quando ele se aproxima, beijando
minha testa rapidamente.
Pronto. Estava feito.
Capítulo 6
Diana
ncaro a grossa aliança dourada em meu dedo anelar e suspiro me
E mexendo no banco, enquanto ele me encara com o cenho franzido
sentado a minha frente.
As pernas bem abertas ocupando quase todo o banco, ele estava
incrivelmente bonito no terno. A cara estava fechada e os lábios cerrados.
Ele solta um pigarro e ergo os olhos, o encarando arquear as sobrancelhas
enquanto pousa a mão em sua perna esquerda. A gravata estava frouxa e
alguns botões da camisa abertos mostrando o peito largo.
Engulo seco.
Não trocamos uma palavra sequer desde que saímos da igreja. Estávamos a
sós na espaçosa limusine.
Observo a mão grossa e grande subir para a coxa e o fito enquanto ele
lascivamente coloca a mesma no meio das pernas apalpando descaradamente
o seu...
O seu...
O seu negócio.
— Pouco espaço para muita bagagem.
O encaro semicerrando os olhos. Que cretino.
— Como é? — Digo enquanto ele sorri, balançando a cabeça.
— Nada, querida esposa. — O sarcasmo escorre de sua boca quando
pronuncia a última palavra.
O carro estaciona e observo o enorme prédio da New York Public Library,
com suas escadas iluminadas estrategicamente com pequenas velas e ao
centro um corrimão decorado com folhagens e algumas flores fora instalado
juntamente com um carpete vermelho, dando um ar mais glamoroso e
romântico ao local. Não tinha participado em nenhuma das escolhas dos
detalhes sobre o meu casamento, tudo ficou a cargo de minha sogra e
algumas pequenas coisas de mamãe, por acaso havia escuto uma conversa
onde falavam que o local da festa era de tirar o folego, mas não tinha
imaginado que chegaria a ser assim.
— Lá vamos nós para mais uma atuação. — Ele apoia os cotovelos nos
joelhos e me encara. — Para você não deve ser tão difícil assim... Atuar...
Engulo em seco o olhando fixamente.
— Você é sempre mal educado assim? — O vejo soltar um sorriso de lado.
— Está explicado então... Porque o seu pai teve que arrumar uma noiva para
você.
De repente ele se move e fica muito próximo de mim, me esquivo enquanto
minhas costas se colidem com o encosto do banco.
Ele sorri, passando a língua pelos lábios enquanto o encaro.
— Eu tenho a mulher que eu quero e na hora que eu quero. — Sussurra os
olhos pousando em meus lábios. O fito sentindo minha respiração travar. —
Meu pai é um idiota... E mais ainda é você... Está se achando muita coisa,
não é?
Ele sorri de lado presunçoso enquanto se ajeita em seu banco, o motorista
abre a porta sorrindo.
— Bastardo. — Sussurro vendo-o me encarar.
— Bruxa. — Dispara, saindo do carro rapidamente. Ele oferece a mão e
ignoro, levantando enquanto ajeito o vestido.
Saio do carro com a cabeça erguida e vendo muitos jornalistas e alguns
convidados ainda do lado de fora, que sorriem ao notar a nossa chegada,
alguns dizem até palavras de felicitações para nós.
Meu Deus.
As únicas pessoas que não estavam sorrindo somos nós.
— Que desgraça. — Ele pragueja baixo.
Ele coça a testa e me olha sério, soltando um sorriso de canto logo após.
— Sorria bruxinha... Temos que convencê-los que somos um casal
apaixonado.
— Nem se eu quisesse, conseguiria fingir. — Digo em um sussurro,
abrindo um sorriso sem graça o olhando.
— Ótimo. Nem eu. Mas é preciso. — Diz de repente e abro a boca
enquanto ele enlaça minha cintura, me prendendo ao seu lado.
Sinto meu coração falhar uma batida e começar a bater forte novamente, a
mão grande me rodeando.
O que era aquilo?!
O encaro com os olhos saltados e ele apenas sorri.
— Não tenha medo de ficar perto de mim, bruxinha... Eu não mordo. —
Dá uma piscadela e sinto meu rosto queimar no mesmo instante. — Aliás, eu
mordo sim. Mas só se você pedir...
Minha boca quase despenca pela ousadia dele. Pisco algumas vezes quando
uns flashs disparam em nossa direção.
Entramos no corredor muito bem decorado com alguns arranjos de flores,
ele termina no topo de uma escadaria que nos leva diretamente para o salão
onde estão os convidados. Todo o local está decorado com grandes mesas
retangulares com arranjo de flores que não dão para identificar e alguns vasos
baixos com velas, a iluminação do local é de um tom azul com alguns pontos
de luz claro, que remete a um céu estrelado.
Uau, isso é lindo é delicado!
Lorenzo entrelaça os seus braços aos meus e vamos descendo aquela
enorme escadaria, enquanto o DJ anuncia a nossa chegada, os convidados
ficam de pé e começam a nos saudar com uma salva de palmas.
— Ah minha filha, você está tão linda — Dona Clarisse diz me abraçando
assim que chegamos ao final da escadaria. — Seja muito bem vinda à
família!
A abraço gentilmente e Lorenzo entra a frente enquanto a beija.
— Não esqueça que é por apenas um ano. — Lorenzo diz sorrindo e me
olha. — Vou aproveitar a festa. Divirta-se também!
Observo-o sair, se perdendo no meio da multidão.
— Me perdoe, Diana...
— Está tudo bem, Dona Clarisse. — Sorrio levemente enquanto ela se
retira indo atrás do filho.
— Ah Diana... Finalmente casada! — Eudora diz me abraçando. — Estou
tão feliz por você!
Abraço minha irmã sorrindo e fecho o semblante olhando Hugo parado ao
seu lado.
— Felicidades, cunhadinha...
O ignoro completamente e aperto as mãos de Eudora entre as minhas.
— Viram Bianca? — Pergunto olhando por todo salão.
— Esqueça sua prima, Diana. Hoje é seu dia. — Mamãe se aproxima e
ergue meu queixo. — Coloque um sorriso no rosto. Hoje é um dia muito
especial.
— Posso cumprimentar a noiva?
Me viro olhando Enrique parado sorrindo, mas não um sorriso aberto como
ele costumava me dar, o abraço apertado enterrando o rosto em seu peito
— Que bom que está aqui. — Sussurro o apertando.
— Não te deixaria sozinha nesse covil de cobras. — Pega em meu queixo e
assinto levemente.
— Eu também não te deixaria. — Bianca diz logo atrás, me apertando.
Sorrio a olhando.
Estava ao menos me sentindo um pouco melhor com os dois aqui.
Christopher e Ágata se aproximam e ambos me cumprimentam com abraços.
— Seja bem vinda à família, Diana. — Ele sorri enquanto abraça a esposa.
— Obrigada. — Sorrio gentilmente.
Eles formavam um belo casal, e tinham filhos lindos. Clhoe era um amor
de criança, e Henry roubava toda a atenção com seu charme e mini terno.
Chris era o mais velho e sua semelhança com a mãe é muito nítida, junto
de Patrick que não ficava atrás no quesito beleza... São uma bela família.
Fito meu pai falar com seu Patrício, os dois estavam bem sérios. Porém,
por agora eu não iria me preocupar com esse contrato, nem com os problemas
do meu pai.
Ágata sorri enquanto me oferece uma taça de água, ela é um amor de
pessoa, é bem jovem e incrivelmente linda. Clhoe era sua mini versão.
— Vai precisar de força para encarar esse cafajeste, Diana. — Ela sorri
enquanto me encara.
— Será um ano bem difícil... — Engulo em seco, sorrindo apertando a taça
nas mãos.
E eu tinha certeza que seria, peço licença enquanto paro ao lado de Bianca,
que sorri segurando uma taça de champanhe nas mãos.
— Meu Deus...! Você viu aquele primo deles? O tal Arthur? Minha nossa!
— Diz batendo em meu ombro. — Um tesão! E os olhos então... Azuis como
o céu.
Ela se abana enquanto sorri. Realmente o charme era algo de família, a
beleza do primo não ficava atrás.
Sorrio e meus olhos varrem todo o salão, tinha tantas pessoas... Paro
olhando para o lado, vendo uma mulher parada perto da escada com um
sorriso aberto nos lábios vermelhos, os cabelos são longos com mexas que se
fundiam em um tom de loiro com castanho.
Estava em um vestido muito curto e justo colado em seu corpo enquanto
ela desfilava até a roda de homens, onde Lorenzo estava sorrindo.
— O que foi, Di? — Tiro a atenção olhando Bianca.
— Na-da. — Sussurro e pigarreio. — Nada.
Encaro, tirando os olhos rapidamente.
Não era uma convidada qualquer.
Conversei com todos e mamãe sempre ao meu lado pedindo sorrisos e mais
sorrisos. Até que o senhor Patrício pede para começar a valsa, para
dançarmos como um casal apaixonado.
A parte mais difícil com toda certeza.
Lorenzo dançava com sua mãe enquanto seu Patrício me guiava pelo salão.
Depois dancei com meu pai, com seus irmãos e com Enrique.
Até que paro nos braços de Lorenzo, que me aperta forte, colando meu
corpo ao dele.
Engulo seco o olhando.
— Não precisa me apertar. — Digo baixo, vendo que mesmo com saltos
um pouco altos, eu batia em seu peito. — Não sabe dançar de longe?
Ele sorri e me afrouxa um pouco e então percebo ele me apertar mais
ainda.
— Às vezes penso que tem medo de mim, Diana... — Diz, me soltando pra
girar e me pegar novamente me apertando.
— Por que eu teria medo de você? — Pergunto seria o encarando.
Ele era tão lindo, Mas um cretino.
Ele me encara, olhando dentro dos meus olhos como se conseguisse ler a
minha mente. E sorri largo.
— Porque você fica vermelha quando me aproximo. — Sussurra em meu
ouvido e sinto um arrepio na alma.
Os acordes da música acabam e ele me guia, me levando até onde nossos
pais estão.
A loira está parada bem a nossa frente, com uma taça nas mãos e sorri
assim que nos vê.
— Sua namorada? — Pergunto baixo, olhando-o encarar a loira e me
encarar de volta.
— Primeiro, eu não namoro. Segundo, minha vida pessoal não é da sua
conta. — Pega em meu queixo e me desvencilho rápido.
Ele apenas se vira, saindo rapidamente.
Bastardo. Cretino e desgraçado.
O xingo mentalmente. Seguro a saia do vestido, girando nos calcanhares e
saindo.
Apenas o vejo de longe enquanto ele se aproxima de Arthur e fala algo em
seu ouvido e os dois sorriem cúmplices e logo depois arrancam o blazer,
ficando apenas de colete, a peça fica girando nos dedos deles.
E não demora muito para os outros dois estarem do mesmo modo e mais
dois se juntam.
Eram seis homens dançando sensualmente.
Minha boca se abre quando os seis ao mesmo tempo tiram o colete,
mostrando a blusa fina branca rasgando-a enquanto sorriem sexualmente.
— Uau... — Ouço Bianca falar e pisco algumas vezes.
Algumas não. Muitas.
Minha boca estava aberta. Não conseguia falar nada.
— To passada... — Bianca continuava a falar. Porém meus olhos estavam
presos. Não conseguia parar de olhar aquela cena.
Era mais do que eu tinha visto a minha vida inteira. Tantos homens quase
pelados.
— Que barbaridade é essa? — Eudora diz se aproximando com a mão na
boca.
— Isso se chama homens gostosos da porra! — Bianca diz sorrindo,
batendo palmas.
Senhor Patrício se aproxima de Lorenzo dizendo algo sem ouvido, ele fica
sério por um segundo e depois sorri, voltando a dançar fervorosamente.
Ele continua e apenas me fita sério, voltando a dançar enquanto tira a
gravata a jogando para longe.
Onde fui me meter, meu Deus?!

— Já sabe onde vai ser a lua de mel? — Eudora indaga e a encaro.


Estávamos na parte de cima do salão e a festa já estava acabando. Eu subi
apenas para trocar o vestido por um mais confortável.
— Não faço ideia. — Respondo séria.
Realmente eu não fazia ideia. Eu só sabia que iríamos para um hotel apenas
para passar a noite, e depois partiríamos para um destino, até então
desconhecido por mim.
Enrique pega a minha pequena mala e descemos as escadas. Lorenzo
estava parado com um copo de bebida nas mãos.
— Lorenzo está na hora de vocês irem. — Seu Patrício diz enquanto ele o
encara sério.
Ele revira os olhos e pega o blazer, jogando sobre os ombros.
— Vamos, querida esposa... — Debocha sorrindo.
Passo direto por sua mão estendida e me despeço dos meus pais e abraço
Enrique que não cansa de me pedir pra tomar cuidado. Lorenzo apenas abraça
a mãe e os irmãos enquanto entra no carro.
— Eu fiz sua mala. Boa viagem, Di! Aproveite esse gostoso do cacete... —
Sussurra em meu ouvido e sorrio.
— Beijos, Bianca.
Eu sabia que depois dali não os veria mais com tanta frequência, iria me
mudar para o apartamento de Lorenzo.
E estava com medo.
Ele foi um estúpido comigo na frente de todos, como seria quando
estivéssemos a sós?!
Ele está encostado no banco do carro, balançando o líquido no copo pra lá
e pra cá. Me olha fixamente e desvio o olhar, enquanto ele solta uma
gargalhada baixa.
— Isso vai ser muito divertido. — Diz quando o carro para e descemos em
frente ao hotel.
Era enorme e luxuoso.
— Temos uma reserva aqui. — Lorenzo diz ao homem parado na recepção.
— Claro. A suíte presidencial para o senhor e senhora Gonzáles. —
Entrega um cartão e Lorenzo o pega rapidamente, virando as costas enquanto
me deixa ali parada.
O cheiro ainda exalava a álcool. Entramos no elevador enquanto ele se olha
no espelho, passando as mãos pelos cabelos.
— Sou muito gostoso. — Diz me encarando.
— Sua inteligência é maior que seu ego? — Rebato o fitando.
Ele tira o blazer com um sorriso descarado, jogando o mesmo sobre os
ombros.
Meus olhos se arregalam quando sinto seu corpo se aproximar do meu
meio me encurralando contra a parede.
— Meu pau é tão grande quanto o meu ego, Diana...
Abro a boca, tornando a fechar. Enquanto ele lança um sorriso perverso.
Cafajeste!
Filho de uma cacatua!
As portas se abrem e ele sai como se não tivesse dito nada, me mexo
enquanto saio do elevador, vendo-o abrir a porta do quarto.
Estava mais para casa, do que para um quarto.
É uma suíte gigante... Tem um pequeno espaço que serve como cozinha
particular, um ante sala com alguns sofás e duas mesas e finalmente a suíte
principal, possui uma enorme cama, duas mesinhas de cabeceira, uma enorme
cômoda com um jarro de flores, uma porta francesa que dá acesso a uma
pequena varanda e perto dela um pequeno sofá em forma de divã. Volto o
meu olhar para cama notando ela toda decorada com pétalas de rosas
vermelhas espalhadas e um enorme coração ao centro.
Uma cama...
— Eu amo esse luxo...
— Só tem uma cama aqui. - Digo em um fio de voz.
Ele abre a champanhe que estava em uma mesa, enche uma das taças e
bebe rapidamente.
— Isso é um paraíso! Que maravilha! — Diz sorrindo.
Continuo parada sem me mover.
— Só tem uma cama aqui... — Torno a repetir e ele parece nem me ouvir,
ou nem se importar com o fato de que teremos que dividir uma cama.
— Eu sei, Diana! — Diz me encarando de repente. — Já percebi!
Um rapaz chega minutos depois com nossas malas. Lorenzo abre a carteira,
entregando algumas notas enquanto ele sai rapidamente.
— Eu vou tomar um banho, fique a vontade. — Diz sorrindo batendo a
porta.
Me sento no sofá suspirando. Eu queria correr dali.
Fugir.
Ando de um lado para o outro, suspirando enquanto mexo nas mãos
nervosamente. Espero por algumas horas no sofá, quando finalmente Lorenzo
sai do banheiro.
Apenas enrolado em uma toalha branca.
Apenas uma toalha.
Meu Deus!
Meu Deus!
Eu nunca vi um homem seminu na minha vida.
Engulo seco olhando aquele abdômen trincado, enquanto algumas
gotículas de água descem pela pele bronzeada.
Ergo os olhos enquanto ele sorri, me encarando com um sorriso de lado.
— Eu disse que eu era muito gostoso...
Me ergo rapidamente.
— Babaca! — Rebato o fitando.
— Pode apreciar a visão! — Grita assim que passo por ele fechando a porta
com um estrondo.
Idiota. Idiota. Idiota. E filho de uma mãe.
— Eu... Ah Deus! — Me encosto na porta, colocando as mãos sobre o
rosto suspirando.
Convencido! Arrogante e prepotente!
Meu coração bate forte no peito como se tivesse acabado de correr uma
maratona. Apoio às mãos na bancada da pia e me encaro no espelho. Meu
rosto vermelho, e minha respiração ofegante.
Me sento na borda da banheira abrindo minha mala.
— Ah meu Deus! — Digo revirando todas as peças. — Cadê as minhas
roupas?
Só tinham peças íntimas ali. Camisolas de renda. Calcinhas...
Pego uma peça vermelha a olhando.
Isso nunca foi meu!
De onde tinha surgido aquilo?
— Não...Não...Não... — Sussurro pegando um pedaço de papel no meio
das roupas.

Espero que se divirta bastante com seu gostosão.


Deixei apenas um vestido para você poder viajar...
Eu sei que iria preferir suas roupas sem graça (sem
ofensa, Di. Te amo) porém preferi fazer essa
surpresinha... Divirtam-se!
Um beijo, Bianca.
Capítulo 7
Lorenzo
e espreguiço na cama confortável, abrindo os braços enquanto me
M viro de um lado para o outro.
Estava exausto.
Tinha demorado no banho para ver se o álcool saia um pouco do meu
organismo, tinha bebido mais que um carro velho.
Coloco o braço em meus olhos querendo apagar e esquecer esse dia do
terror, inacreditável. Encaro minha mão olhando a aliança em meu dedo, e a
tiro rapidamente, colocando-a na mesa de cabeceira.
Não sou obrigado a usar esse caralho!
Mentira, sou sim.
Mas não vou por agora!
Ainda estava traumatizado e puto com tudo isso, só a festa do casamento
para me alegrar e tirar aquela sensação de pós-morte que estava caindo sobre
mim.
Ainda dei uns pegas na Lana que apareceu de última hora. Quis ver com os
próprios olhos o que eu tinha feito. E como ninguém podia saber do caralho
do contrato, omiti algumas coisas.
—Morreu ai dentro, Diana?—Pergunto depois de algum tempo. —Se
morrer também... Vai ser um favor!
Berro com a mão sobre a boca e o silêncio prevalece.
Não que eu estivesse preocupado.
Fazia mais de duas horas que ela não dava sinal de vida.
—Já começou a dar trabalho. — Me ergo irritado.
Coço o saco parando na porta, e nada acontece, encosto o ouvido.
Silêncio total.
—Diana, inferno! — Bato na porta com raiva.
Giro a maçaneta e a porta está trancada. O que não é surpresa.
Reviro os olhos.
Já não bastava eu ter casado, virei babá também!
Que inferno!
Eu estava me sentindo preso, em uma caixa apertada sem uma fresta de luz
sequer.
—Eu estou bem... — Sussurra depois de alguns segundos.
Para a minha raiva, ela estava viva.
Não falo mais nada, só volto a me deitar na cama, analisando a merda que
meu pai tinha me obrigado a fazer. Eu estava muito puto. Muito.
E agora estou aqui de toalha, deitado em uma cama, querendo esganar
Diana de tanta raiva que estou. Eu poderia estar bebendo com meus amigos
uma hora dessas. Poderia estar colocando meu Picasso pra namorar, beijando
umas bocas, poderia até está dando umas belas chupadas em alguns peitos.
Mas não, eu estava preso nesse quarto de hotel com uma maluca!
— Lorenzo...
A porta se abre e me sento na cama, olhando Diana sair do banheiro.
Pisco algumas vezes tentando assimilar o que eu estava vendo.
E pisco de novo e de novo...
Ela estava vestida... Não, não posso dizer que estava vestida com esse
pedaço de pano.
A camisola branca de renda colada ao corpo.
E que corpo era aquele?!
As coxas eram grossas, a cintura fina e os seios médios delicados... Que
iriam caber perfeitamente na...
DEMÔNIA! XÔ SATANÁS!
— E-eu posso pegar uma camisa sua? Eu estou sem roupa alguma...
Que Jesus não te conceda roupa nenhuma por um bom tempo!
Qual é Lorenzo?!
Para! Você estava acostumado com mulheres mais sexys, com
lingeries muito mais atraentes.
Mentira. Não desse jeito.
— Se quiser ficar sem roupa... — Alfineto olhando-a fechar o semblante.
— Tá, tá...
Me ergo pegando uma camisa na mala, a entregando. Ela me encara por
um segundo e desço os olhos pelo corpo, voltando a fitá-la.
Os cabelos soltos caindo como uma cortina, eu não queria olhar, mas era
um bagulho muito mais forte que eu.
— O que está olhando? — Pergunta e nem espera minha resposta enquanto
entra no banheiro e bate a porta.
Diana é bonita. Muito por sinal.
Tinha uma boca em formato de coração, as bochechas sempre rosadas e os
olhos de uma cor muito bonita. E quem diria que com essa carinha de
menina, escondia um corpo de uma quase mulher.
— Ainda está parado aí, Lorenzo? — Indaga me tirando dos meus
pensamentos.
Apoio o braço na parede me colocando a sua frente. Minha camisa já
estava em seu corpo, quase como um vestido, a cobrindo por completa.
Ela engole seco enquanto me encara.
— Você acha mesmo que vou cair nesse papo que não tem roupa? —
Alfineto sério. — Já vi mulheres mais sexy... E gostosas que você.
— Não estou pedindo pra você cair em nada... — Sussurra. — Eu só
pedi sua camisa, porque... Porque... Eu não vou ficar de roupas íntimas
perto de um homem como você!
Sorrio de lado, olhando-a de cima a baixo.
— Um homem como eu? — Indago — Que tipo de homem eu sou?
Eu estava de pirraça. Adorava vê-la nervosa.
A boquinha ficava entreaberta e a respiração começava a ficar
entrecortada.
— Um homem arrogante e prepotente! — Cruza os braços me olhando.
— Aposto que você adoraria beijar esse homem prepotente e arrogante,
bruxinha... —Fixo os olhos em sua boca e sorrio.
— Não conte com isso! — Diz passando por mim rapidamente.
Cruzo os braços, olhando-a de costas. Minha camisa parecia até um vestido
nela.
— Você acha que todas as mulheres querem beijar você? — Desdenha
se virando.
— Tenho certeza. — Sorrio.
— Pois saiba, que eu não! Eu não sinto vontade de beijar você, nem de
estar perto de você! Você... você... É um idiota! Cretino... E muito... muito...
— Uiii... Ela é bravinha!
Me aproximo em passos rápidos como se fosse um leopardo, ela dá um
passo para trás enquanto paro com o rosto a centímetros do seu.
— Por que está vermelha? — Sussurro enquanto ela me fita.
Passo a língua pelos lábios olhando aqueles belos olhos cravados no
movimento da minha boca, a centímetros da sua. Fecho os olhos deixando
aquele cheiro de banho recém tomado me invadir.
— O...o que está fazendo?
A vontade de gargalhar me domina, porem me contenho.
Pobrezinha...
— Não estou fazendo, Diana. Eu vou fazer.
Enlaço a cintura fina, puxando o corpo macio pra junto do meu.
Meus dedos se emaranham em seus cabelos e ela me fita ofegante.
— Lorenzo...
Minha língua lutando contra a resistência de sua boca, que logo é vencida.
Chupo os lábios com volúpia e abocanho com uma fome absurda. Ela nem se
move.
A inexperiência de Diana era nítida.
Porém minha ânsia só aumentava.
Minha língua lutando com a sua, a chupo lascivamente. A encosto na porta
do armário afastando as pernas com meus quadris roçando nos seus.
Seguro em seu rosto, afundando minha língua na boca carnuda e gemo
entre seus lábios quando sinto as mãos delicadas pousarem no meu peito.
Tal movimento inocente me faz arder por inteiro, meu pau reage e apenas
esfrego-o em sua cintura.
Caralho. Puta que pariu, porra!
Sugo um dos lábios com fome, mordiscando-os, atiçando-o...
Eu havia sido o primeiro...
Me afasto rapidamente, olhando os olhos doces me encarando. Um sorriso
satisfeito se apossa dos meus lábios e sinto aquele gosto de pecado.
Passo o polegar pelos meus lábios, olhando-a com a respiração ofegante.
— Isso é pra você entender, que eu vou beijar você quando e onde eu
quiser... — Sussurro perto do seu rosto. — Porque você é minha esposa, por
um maldito contrato, que nos mantém presos por um maldito ano.
A cerco com meus braços, a prendendo no armário.
Sorrio.
Deliciosa.
— Saia. — Sua voz soa baixa e lascivamente esfrego minha ereção em seu
quadril, vendo seus olhos se arregalarem.
Tolinha inocente.
— Com prazer, querida esposa.
Eu não sei se minha surpresa maior foi eu ter ficado de pau duro, ou saber
que Diana nunca tinha beijado ninguém!
Ela tinha 18 anos!
Meu Deus!
Como alguém com 18 anos nunca beijou na boca?!
Eu com 18, comia mais mulheres que meus irmãos!
Entro no banheiro, arrancando a toalha e me jogando embaixo do chuveiro
de uma única vez. Isso que dava ficar tanto tempo sem transar!
Cinco horas de abstinência!
Eu não iria me masturbar, não mesmo. Não fazia isso desde os 9 anos. Não
era agora que iria fazer!
Ainda mais por uma adolescente!
Nem morto!
Mas o banho frio iria me acalmar, era só porra acumulada. Apenas. Nada
mais que isso.
Abro a porta, vendo-a deitada na cama enrolada no cobertor, apenas a
cabeça do lado de fora. E me olha séria. Retiro a toalha ficando apenas de
cueca boxer, já me preparando para deitar.
— Você não vai dormir aqui! — Diz se erguendo rápido com o lençol
cobrindo o corpo.
— Como é que é? — Puxo o lençol a olhando.
— Vá dormir no sofá, Lorenzo! Não vai dormir aqui!
Encaro-a. Ela só podia tá de sacanagem com a minha cara.
— Nem morto que vou dormir no sofá! Eu vou dormir aqui, sim! —
Me deito rapidamente enquanto ela me encara. — Dorme você no sofá!
— Você... Você.... É um estúpido!
— E você uma bruxa!
— Grosso!
— Bobona!
Me viro de lado, puxando o lençol enquanto me deito. Ela resmunga e logo
depois percebo que acabou de se deitar. Fecho os olhos e mesmo estando
cansado e puto, não consigo dormir.
E não. Não era por que estava dividindo minha cama, porque dormia com
alguém de boas... Nunca tive esses problemas, adorava transar na madrugada.
Mas o problema era a pessoa com quem estou dividindo a cama.
Me viro colocando o braço atrás da cabeça e olho o teto, suspirando
enquanto me remexo na cama devagar.
Franzo o cenho olhando-a se virar de lado com a respiração bem mais
lenta. Então percebo que acabou dormindo.
Calada era uma benção.
Os cabelos espalhados no travesseiro e o rosto tranquilo...
Balanço a cabeça rápido.
Oh maldição. Sai fora. Euheim.
Viro de costas, suspirando.
Só o que me faltava.

Desço da lancha em um pulo enquanto o barqueiro ajuda Diana a descer.


Chegamos ao nosso destino depois de longas e cansativas horas de um voo do
caralho.
Acordamos cedo e já saímos com toda a bagagem para o aeroporto. E
como sempre, o silêncio reinava entre nós. Não nos falamos mais depois do...
Do beijo. E também não fiz esforço para isso.
Olho ao redor suspirando. Estávamos nas ilhas Maldivas, o paraíso e sonho
de qualquer casal recém casados.
Menos o nosso.
O bangalô era da minha mãe, um presente que ela ganhou do velho. Casais
normais davam carros e joias. Ao menos o velho tinha bom gosto. Isso eu
tinha que admitir.
Ele ficava isolado dos outros, mais afastado e ficava flutuando nas águas
claras, tinha uma piscina particular e uma grande escada dava acesso direto
para o mar.
— Isso é tão... Tão... - Sorri abismada e me encara. — Perfeito.
— Precisando, é só telefonar. - O rapaz diz acenando enquanto sai.
Tiro os óculos, enganchando na gola da camisa. Entro na pequena sala que
tinha um sofá gigante em forma de L que cobria toda parede. Estava tudo
impecavelmente arrumado.
A cama de casal ficava no meio do quarto e tinha uma vista incrível para o
mar.
Era um paraíso.
Eu preferia estar com uma gostosa, mas tudo bem.
Cada um tinha a mulher que merecia.
—Vai ficar ai fora? - Coloco a cabeça para fora olhando Diana em pé,
sorrindo.
— Poderia passar o dia inteiro olhando essa paisagem! —Me encara e
balança a cabeça. — Minha irmã iria adorar isso... Olhe, Lorenzo.
Aponta para a água cristalina onde peixes aparecem. Ela solta uma pequena
gargalhada.
Parecia uma criança boba.
E ela fica linda sorrindo.
Nego com cabeça. Passaríamos uma semana totalmente isolados ali, não
era uma má ideia. Só que eu estava em um lugar deserto, poderia estar
trepando até no teto se eu quisesse.
Mas não.
Estou preso com uma virgem. Gostosa.
Sim. Ela é gostosa.
— Diana? — Ela vira o pescoço me olhando.
— Hum... — Diz ainda sorrindo.
— Vou procurar algo pra comer. — Entro rapidamente, indo direto para a
cozinha.
Não que eu soubesse cozinhar, porque não sabia. Nem ovo frito eu
arriscava, credo. Eu sabia que minha mãe não iria me deixar morrer de fome
aqui.
Quase solto um grito quando abro a geladeira olhando a quantidade de
comida que tinha ali. Pego uma garrafa de suco e uma torta, colocando tudo
sobre o balcão.
Retiro uma fatia de torta enorme sentindo a massa derreter na minha boca.
Meu Deus!
Eu amo torta de pêssego.
— Lorenzo... - Olho pra porta, vendo Diana entrar e se sentar.
— Não vou dividir essa torta com você, abre a geladeira e pega outra! —
Trago a bandeja para mim enquanto ela estreita os olhos me olhando.
— Não estou com fome. — Sussurra.
A encaro percebendo que ela não tinha tomado café da manhã, nem
comido nada no avião.
Ah pronto.
— Quando foi a última vez que você comeu?
— Antes do casamento. — Sussurra e a encaro com os olhos arregalados.
— Você enlouqueceu, Diana?! Quer morrer? Você precisa comer! Que
droga! — Solto o prato no balcão, abrindo a geladeira e pegando todas as
embalagens de comida que eu encontrava pela frente.
— Mas não estou com fome...
— Você comeu ontem, maluca! Você pode desmaiar!
Menina doida! Credo!
— Por que se importa? —Viro o pescoço olhando-a.
— Eu não me importo com você! Eu me importo comigo! Porque se
voltarmos pra Nova York e você estiver fraca, vão colocar toda a culpa em
mim! — Solto o ar enquanto ela arregala os olhos.
E iriam mesmo. O irmão dela parecia um cachorro louco querendo proteger
a irmã, e eu seria acusado de não ter alimentado ela.
— Eu sei muito bem, Lorenzo... — Diz se erguendo.
— Então trate de comer, porque não tenho a menor intenção de virar babá!
— Ela me encara e suspiro, pegando queijo e presunto enquanto coloco em
duas fatias de pão a entregando.
Ela continua parada me olhando.
— Acha que eu queria estar aqui? Não, Diana! Eu não queria! Acha que eu
queria me casar? Não! Eu preferiria estar em uma bela boate agora! Só queria
minha vida de volta!

Minhas mãos chegam a ficar trêmulas quando ela ergue os olhos


lacrimejantes para mim e eu não sabia o que estava sentindo naquele
momento.
Raiva, Ranço, Ódio,Culpa.
Ela apenas se ergue, afastando os cabelos e me encara.
— Eu também preferiria estar em qualquer lugar que não fosse perto de
você, Lorenzo.
Sai da bancada e ouço a porta do banheiro se fechar.
Solto o ar devagar.
Seria uma incrível semana.
Capítulo 8
Diana
ncosto a cabeça no acento do sofá, passando a página do livro.
E Tinha passado quase o dia inteiro lendo e era fantástico não precisar
me esconder para ler. Meu pai surtaria se visse.
Tinha o encontrado em uma das gavetas do roupeiro, e perguntei a Lorenzo
se podia ler. Apenas deu de ombros e entendi aquilo como um sim. Amo
livros de romance e aquele estava tirando o meu fôlego.
Diário de uma Paixão.
Estava deitada com as pernas cruzadas na altura do tornozelo, vestindo
uma das camisas de Lorenzo. Era isso ou ficar de biquíni o dia inteiro.
Ia esganar Bianca com minhas próprias mãos.
Olho por cima do livro Lorenzo passar desfilando enquanto abocanha um
pedaço de torta, chupando os dedos. Comia feito um urso. Também, olha o
tamanho do homem. Volto à atenção para a leitura, fingindo indiferença.
— Já comeu? — Sobressalto o olhando cruzar os braços enquanto se apoia
na soleira da porta.
Meus olhos descem pelo abdômen trincado e musculoso, igual aqueles
modelos de revista. Ainda estava molhado, por que algumas gotículas de
água desciam pelo mesmo.
Engulo seco.
Poderia ouvir a Bianca perversa sussurrar ao meu lado:
Socorrooooooo... Não comi, porém poderia ser sua comida!
Abaixo os olhos sentindo meu rosto queimar de vergonha, cobiçando esse
cretino. Que coisa feia. Mas ainda sentia o gosto do beijo em meus lábios, o
corpo junto ao meu como se quisesse entrar em mim.
E ele estava excitado. E Jesus amado, era tão duro.
Eu sabia como era, mas não daquele modo. Bianca sempre me contava
algumas coisas, mas quando se passa pela experiência é diferente, aquilo
nunca ia caber dentro de mim.
Claro que não, por que não ia. Porque eu não iria para a cama com ele.
Nunca. Nunca.
Mas que ele beijava bem e me deixou molinha igual gelatina, ele me
deixou.
Foi o melhor beijo da minha vida.
Você nunca beijou queridinha...
— Não, não comi. — Respiro fundo depois de um tempo.
— Não sei como ainda está viva. — Rebate e se vira, saindo.
Ergo o pescoço olhando-o de costas. Largas e definidas. Lorenzo tinha um
bumbum tão lindo.
Imagina o pacotão na frente...
Sorrio escondendo o rosto no livro, Meu rosto queima pelos meus
pensamentos indecentes.
Eu não era assim!
Convivência. Meu interior grita.
Balanço a cabeça e mordo o lábio, voltando à atenção para a minha leitura
que com certeza estava muito melhor e mais animada do que ficar sendo
ignorada.

Sinto um mal estar assim que me ergo e sinto uma leve tontura me invadir,
tinha passado quase o dia inteiro deitada lendo e não, não tinha comido nada
durante todo o dia.
Um suor frio me toma e pisco algumas vezes para tentar firmar meus olhos.
Me ergo rapidamente sentindo o mundo dar um giro e cambaleio, sentindo
meu corpo tropeçar.
— Ei... — Abro os olhos devagar, olhando Lorenzo que me segura firme.
— Eu...eu...
— Ia beijando o chão. — Franzo o cenho, o encarando enquanto balança a
cabeça. — Vou te colocar no sofá.
Assinto levemente sentindo os braços me erguerem do chão, enquanto sou
levada até o sofá. Engulo em seco o olhando se afastar e indo até a pequena
cozinha, volta poucos segundos depois com um copo e me entrega.
— Eu disse que você ia passar mal. — Beberico a água o olhando por cima
da borda do copo.
Tínhamos passado o dia inteiro sem nos falar. Era apenas o necessário do
necessário e mal.
Eu também odiava aquela situação. Não queria estar aqui.
— Como se você se importasse comigo. — Sorrio sem humor enquanto ele
me encara sério.
— Não. Não me importo nem um pouco com você, porém não quero ser
acusado de estar matando a pobre e indefesa garota, de fome. — Ele diz me
olhando enquanto vai até a cozinha, e traz um prato com frutas e pão. —
Come.
Coloca o mesmo perto do sofá e o encaro.
— E come logo, Não vou me transformar em babá! — Aponta o dedo em
minha direção.
— Você não manda em mim, Lorenzo. — Disparo engolindo em seco.
Ele sorri cruzando os braços, e continuo o fitando.
— E nem quero mandar em você, só quero que coma!
— Quando eu tiver fome, eu como!
— Está com essa conversinha fiada desde ontem, e só belisca! — Ele
rebate enquanto passa as mãos pelos cabelos arfando e para, enquanto me
fita.
O encaro de cima a baixo e franzo o cenho.
— Escuta aqui... Eu não vou ficar te mimando e paparicando, está
ouvindo?
— O único mimado e paparicado aqui, é você! — Apoio as mãos no sofá o
olhando.
— Isso, põe essas garrinhas para fora... Põe! — Sorri abrindo os braços. —
Se você quiser comer, coma! Se não quiser, fique com fome!
— Você é muito boçal... É um idiota, Lorenzo! — Arfo enquanto ele me
encara.
Ele é um cretino desgraçado.
— Se quiser morrer, O problema é seu! Eu estou comendo, e muito por
sinal!
Sinto minhas mãos tremerem. Eu não era assim, não era essa pessoa que
brigava e que desafiava um homem. Mas Lorenzo conseguia me tirar do
sério. Era como se ele despertasse algo dentro de mim e esse algo me deixava
muito, Mas muito fora do comum.
— Talvez seja isso que eu esteja tentando fazer. — Disparo e ele me
encara. — Me matar para não ter que passar esse ano com você!
Me ergo passando por ele como um furacão.
Não tinha muito lugar para ir, infelizmente. Estávamos isolados naquela
ilha e naquele bangalô. Me aproximo da pequena varanda do lado de fora,
olhando a noite linda que estava fazendo.
A lua iluminava todo o local, e era incrível o quanto deixava tudo ali mais
lindo do que já era.
Abraço meu corpo enquanto sinto as lágrimas descendo pelo meu rosto e as
limpo rapidamente, fungando baixo.
E eu que sempre sonhei com uma vida de casada, o quanto imaginei que
seria perfeito e tudo lindo. Estava em um terrível pesadelo. Séria cômico, se
não fosse trágico.
Ouço os passos atrás de mim e não me movo, limpo o rosto rapidamente e
o encaro de soslaio. Ele se aproxima e apoia as mãos no metal.
— Eu nunca quis me casar. Acho uma burrice e idiotice.
Continuo sem o encarar.
— Meu pai colocou a arma em minha cabeça e você é a ferramenta,
Diana... — Ele suspira pesadamente e fungo baixo, o olhando virar o pescoço
e me encarar. — Se não fosse você, seria outra pessoa. E eu estaria tendo essa
mesma reação.
O fito dar de ombros e franzo o cenho.
— Porque eu odeio tudo que me prende, que me deixa sufocado... Eu odeio
essa situação... odeio...
— Me odeia tanto assim também, Lorenzo? — Pergunto em um sussurro e
ele para de repente me olhando.
Passo a língua pelos lábios e ele me encara, pisca e entorta a boca.
— Não pergunte uma coisa da qual não vai gostar da resposta. — Diz
apenas e sinto uma reviravolta em meu interior. — Mas continuar desse
modo, não vai fazer esse ano passar mais rápido.
Assinto levemente, olhando para os meus próprios pés.
— Vamos fazer uma trégua. — Diz alto e o encaro.
— Uma... trégua? — Gaguejo e ele assente, suavizando o semblante.
— Ao menos até sairmos daqui. Você promete se alimentar melhor.
— E você promete parar de ser tão idiota? — Rebato o olhando arquear a
sobrancelha.
— Esse sou eu sendo legal, bruxinha... — Sorri de lado e balança a cabeça
de leve, enquanto o fito. — Ok... Fechado. Uma trégua.
— Uma trégua, então. — Estendo a mão a sua frente, ele a encara e me
olha.
Sinto apenas uma corrente forte quando a mão enorme aperta a minha, que
quase se perde na sua. Ele estava sério novamente e apenas dá um sorriso de
canto.
— Vamos jantar, então. — Diz soltando minha mão e assinto.
— O que vamos comer?
— Tem torta... E algumas comidas congeladas.
Mordo os lábios, cruzando os braços e sorrio, não era acostumada a comer
comida congelada. Mamãe sempre fazia tudo fresquinho e nos ensinava que
deveríamos fazer o mesmo, quando casássemos.
Acho que aprendi a cozinhar antes mesmo de falar.
— Posso fazer o jantar? — Pergunto e sorrio o olhando.
— A cozinha é toda sua. — Diz sério, me dando espaço para passar.
Entro e vou direto para a cozinha, abro a geladeira pegando alguns
ingredientes e colocando tudo sobre a bancada. Pego postas de peixe,
temperando-os. Corto alguns legumes e verduras e coloco tudo no forno.
Faço arroz e preparo uma salada também.
Eudora era mais prendada que eu na cozinha, eu ainda estava no grau
iniciante. Mas o cheiro está incrível.
— Isso está cheiroso. — Me viro enquanto Lorenzo se senta na bancada,
apoiando os braços. Estava há quase uma hora sem falar absolutamente nada.
— Você não me disse dos seus dotes culinários, bruxinha.
Sentia uma arrepio quando ele me chamava assim.
— Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, Lorenzo.
Ele sorri e me encara.
— Seu nome é Diana Gouveia Martín, tem 18 anos... Signo de gêmeos...
Estudou em três escolas, também teve professores particulares em casa. Sabe
tocar piano, fala francês fluentemente. Tem também uma cicatriz no joelho
esquerdo causado por uma queda. — Se apoia na bancada, pegando uma
azeitona e a joga na boca. — Então sim, eu sei tudo sobre você.
Pisco algumas vezes.
— É Gonzáles... — Sussurro e ele me fita sério.
— O quê?
— Me chamo Diana Martín Gonzáles, agora. — Vejo sua garganta subir e
descer, percebendo que ele acabou de engolir em seco.
Estava carregando o sobrenome da família dele agora e isso era tão
estranho quanto à expressão de Lorenzo, agora. Parece que a ficha caiu de
vez.
— Tanto faz. — Diz brincando com os talheres. — Mas não achou que eu
iria casar sem saber nada sobre você? Achou?
Nego com a cabeça o olhando.
— Existe uma coisa, chamada comunicação, e perguntas também.
— Não quis saber da sua boca. Você pode mentir, como o seu pai. — Ele
dá de ombros e bufo irritada.
— Eu não sou como o meu pai, Lorenzo!
— Como vou saber? — Me olha com desdém.
— Se você me perguntasse e quisesse me conhecer mesmo, iria saber
disso.
— Mas eu não queria conhecer.— Ele diz e para de repente. — Olha esse
assunto já deu. Estamos em trégua, tá?!
Não conseguíamos conversar sem discutir, quando menos esperávamos,
estávamos lá batendo boca. Mas ele não podia me investigar e querer saber
coisas de mim como se eu fosse uma criminosa! Eu não sabia absolutamente
nada sobre ele!
— Quem começou foi você. — Disparo me virando enquanto abro o forno
e o cheiro do peixe sobe.
— Trégua, Diana! Trégua! — Repete e sorri, se debruçando sobre a
bancada. — Isso está muito cheiroso, parece gostoso também.
— Tudo que eu faço é gostoso. — Sorrio encarando o peixe e sinto-o me
encarar.
Ergo os olhos e me arrependo no mesmo instante em dizer tal frase,
Lorenzo estava com uma sobrancelha arqueada e um sorriso de lado.
— E-eu... Eu falei do... Que... — Balanço a cabeça tentando me explicar e
não me atrapalhar nas palavras.
Ele apenas se ergue e me encara de cima a baixo. E eu odeio quando ele
faz isso.
Eu me sentia um gnomo.
Ele era mais alto. Muito alto e forte. E eu, eu ficava batendo na altura de
seu peito. E isso era muito intimidador.
— Relaxa, Diana. — Diz apenas, enquanto pega um garfo e espeta no
peixe.
Continuo parada o olhando levar um pedaço à boca, ele fecha os olhos
fazendo um barulhinho de Hummmmm...
Engulo em seco quando ele abre os olhos me fitando.
— É, Tudo que você faz é gostoso mesmo!

Lorenzo
Sorvo um gole de cerveja direto do gargalo e Diana, segura à taça de suco,
enquanto come em silêncio. Estávamos jantando pela primeira vez juntos,
depois que chegamos aqui.
Sem farpas e sem piadinhas. Que progresso, em Lorenzo.
Tinha que admitir que ela cozinhava bem para caralho, comi quase todo o
peixe. Estávamos na bancada lado a lado, afasto o prato e ela me encara e
desvia o olhar rapidamente.
Era difícil resistir ao papai aqui, gostoso para cacete e lindo de morrer, Não
a julgo.
Ela também é meio bonitinha. Minto, ela é bonita mesmo.
Ela coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha e franzo o cenho.
Não sei se ela sabia, ou se fingia de desentendida, mas quando fazia aquela
carinha de inocente que não sabia de nada.
Me dava uma contração nas bolas, subindo e se estendendo por todo o meu
pau.
Resumindo, uma ereção filha da mãe.
— Vou colocar na máquina de lavar louças. — Diz se erguendo e
recolhendo os pratos.
Apenas assinto a fitando se virar de costas, ainda usava minha camisa que
parecia um vestido, de tão grande, Mas mesmo assim deixava muito à mostra.
Senhor tire esses pensamentos horrendos da minha mente... - Digo em
pensamento, rindo de puro desespero.
Eu era como um leão faminto, preso em uma jaula.
— Vou lá fora. — Digo me erguendo, colocando uma das mãos no bolso
do short.
Eu poderia estar transando agora.
Poderia estar beijando.
Mas não, estou trancado nesse caralho com essa menina que exala pureza e
virgindade.
Ai que raiva.
Aperto a long neck nas mãos, bebendo todo o líquido de uma única vez e
fico ali por não sei quantos minutos tentando acalmar a pulsação do meu pau.
Entro depois de uns minutos e Diana, estava sentada no chão, as costas
apoiadas no sofá e balançando os pés de lá para cá enquanto lia um livro.
Vou até a cozinha, pegando uma garrafa de vinho, que era quase do mesmo
preço que um carro. Iria entornar o vinho do velho só de ruim.
Pego uma taça e me sento ao seu lado e ela apenas me fita.
— Está gostando do livro? — Pergunto colocando o líquido na taça a
olhando.
— É perfeito. — Ela sorri, balançando a cabeça de um lado para o outro.
— Está em qual parte? — Pergunto bebericando o vinho.
— Voltei algumas partes. — Diz fechando o livro e morde o lábio inferior.
— Leia um trecho para mim então. — Peço e ela me fita.
— Você nunca leu?
— E eu tenho cara de quem lê romances, Diana? — Disparo a olhando
sorrir.
— O empresário playboy não pode ler um livro?
A encaro e não consigo conter a gargalhada que escapa da minha boca.
— Obrigado pela parte que me toca. — Sussurro a olhando. — Quer
vinho?
Ela me fita e estendo a taça em sua direção.
— Eu nunca bebi... — Diz me olhando e paro com a mesma a caminho dos
lábios.
— Nunca bebeu vinho? — Pergunto sério.
Ela nega com a cabeça, sorrindo.
— Você nunca beijou, Nunca bebeu, Que vidinha mais chinfrim essa sua,
hein. — Digo rápido e ela me encara abrindo a boca. — Foi mal.
Ela dá de ombros e sorri, meio que triste.
— Meu pai não nos deixava fazer muita coisa.
— Seu pai é tão merda quanto o meu... . — Digo e ela me fita. — Pega,
Experimenta.
— E se eu ficar bêbada? — Pergunta de imediato.
Balanço a cabeça sorrindo e seguro em sua mão, que estava fria e meio
trêmula, colocando a taça entre elas.
— Isso não vai te deixar bêbada. Sente o cheiro primeiro. — Balanço
a taça e ela põe o nariz. — Agora prova.
Ela me fita e beberica devagar, passa a língua pelos lábios e engole
devagar.
— É diferente... — Diz sorrindo e franze o nariz. — Não gostei, não.
Solto uma pequena gargalhada.
— Irei dizer a meu pai que a safra dele de 1887 não é muito boa. — Sorrio
enquanto viro todo o líquido da taça de uma só vez. — Patrick, meu irmão do
meio, dizia odiar vinho... E ele sempre foi o que mais se apegou a cultura
italiana dos nossos avós.
Explico e ela me olha, prestando atenção em cada palavra.
— Patrick nunca foi de beber, mas acabou sendo influenciado e em um
belo dia acabou com três garrafas de vinho francês do meu pai... O velho
estava guardando pra uma ocasião especial e ele acabou tomando todas.
— E seu pai? O que fez quando soube?
— Ficou uma fera, primeiro porque as garrafas tinham sido caríssimas, por
serem de uma safra especial. Segundo por que Patrick ficou pior que um
gambá.
Gargalho a olhando, só em lembrar a cena... Meu irmão sempre correto,
jogado na sala bêbado.
— Aprontamos muito na adolescência. — Sorrio. — Até hoje eu diria...
Saudades.
Ela morde o lábio levemente e a encaro.
— E você? Me conte algo que aprontou... — Peço cruzando as pernas, a
imitando.
Ela bate os dedos no livro e nega com a cabeça.
— Eu nunca aprontei. — Sorri dando de ombros.
A encaro incrédulo.
— Ahhh... A princesinha e filhinha do papai nunca aprontou. — Zombo
enquanto ela revira os olhos.
— Quando eu tinha 15 anos eu e Bianca costumávamos tomar banho em
um riacho peladas. — Diz cobrindo o rosto com as mãos. — E Eudora
sempre me dizia para não ir, porque se mamãe soubesse iria me pôr de
castigo até completar a maior idade.
— E ela descobriu?
Ela assente sorrindo.
—Um bichinho acabou picando o meu bumbum, me causou uma alergia
terrível. Acabei contando onde estava.
Ela para e sorri. E eu volto a encará-la.
— E o que ela fez?
— Me colocou de castigo e contou ao meu pai... Que me bateu. — E o
sorriso se desfaz enquanto ela suspira balançando a cabeça. — Foi a maior
aventura que já tive.
Franzo o cenho a encarando e suspiro pesadamente.
Olha para ela e ficamos por alguns minutos sérios, nos olhando.
O silêncio ensurdecedor sendo quebrado apenas pelo barulho da água, suas
mãos meio trêmulas.
— E-eu... Vou... Dormir. — Balbucia se erguendo.
Apenas assinto levemente a olhando.
— Boa noite, Lorenzo. — Sorri timidamente e a encaro se erguer.
— Boa noite, bruxinha...
Pego o livro que está caído no chão, olhando o marcador em uma das
páginas. Era um dos livros preferidos da minha mãe.
Abro o mesmo e o encaro, lendo um trecho de onde estava marcado.

“...Você já amou alguém até chegar a sentir que já


não existe? Até que não importa o que aconteça? Até
o ponto em que estar com ela já é suficiente. E,
quando você olha pra ela, seu coração para por um
instante?”
NÃO. — Respondo para eu mesmo.
Fecho o caralho do livro o empurrando para bem longe de mim.
Vai quebrando SENHOR. Vai quebrando.
Capítulo 9
Diana
bro os olhos devagar tentando me acostumar com a luz do sol
A entrando pelas janelas, viro de lado e paraliso no mesmo instante.
Engulo em seco olhando Lorenzo que ainda dorme, desço o olhar por todo
o seu corpo que estava relaxado e bem à vontade. Um dos braços dobrados na
cabeça e só então, observando detalhadamente a tatuagem que tinha. Era um
lobo na parte de dentro do braço, não muito grande, mas bem chamativo.
O abdômen trincado. Fecho os olhos bem rápido enquanto ele se mexe.
Depois volto a abrir um olho devagar, vendo que ainda dormia. Sorrio,
percebendo que o lençol saiu de sua cintura.
A cueca boxer branca fica aparente, e engulo em seco. Lorenzo sempre
dormia apenas de cueca. Era promíscuo, indecente e imoral.
Ao menos não estávamos mais brigando, mas também não viramos amigos.
Só es Me ergo, indo direto para o banheiro. Tomo um banho e escovo os
dentes. Pego uma camisa de Lorenzo e visto rapidamente enquanto abro a
porta do quarto o olhando se espreguiçar na cama.
— Bom dia. — Sussurro, o olhando coçar os olhos e me fitar.
— Bom dia. — Abre a boca e se ergue. — Já tomou café?
Nego o olhando.
— Acabei de acordar também. — Digo enquanto ele assente.
Vou direto para a cozinha enquanto ele vai para o banheiro. Apenas pego
algumas coisas para preparar o café da manhã. Estávamos assim, falando o
necessário, sem brigas pelo menos.
Me sento na bancada enquanto mordo o sanduíche e sinto um entalo na
garganta no mesmo instante. Estava sentindo essa coisa estranha em meu
peito, me apertando.
E um soluço se rompe da minha garganta me fazendo chorar
compulsivamente, as lágrimas descendo pelo meu rosto enquanto fungo
baixo.
— Diana? — Limpo o rosto rapidamente, me virando de costas para
Lorenzo. — O que houve?
— N-nada... — Suspiro fungando.
— Como nada? Está chorando por quê? — Indaga, segurando em meu
ombro, me fazendo virar para encará-lo. — Está se sentindo mal de novo?
Nego com a cabeça devagar e abaixo os olhos.
— E por que está chorando?
— Estou... Sufocada. — Suspiro pesadamente.
E estava. Não achei que tudo seria assim, também não achava que seria o
conto de fadas e um casamento perfeito. Mas achei que seria mais fácil.
— Sei como é... — Lorenzo se senta ao meu lado, dando de ombros. —
Também quis chorar.
Passo a língua pelos lábios enquanto pego o copo com suco, bebericando
levemente.
— Mas daqui a um ano estaremos livres disso, finalmente. — Ele suspira
e o encaro.
Assinto e fixo o olhar no copo.
— O que vai fazer quando esse ano acabar? — Pergunto e me arrependo no
mesmo instante de ter feito.
Ele sorri de lado e balança a cabeça.
— Fazer o que sempre fiz: seguir a porra da minha vida. — O encaro
pegar um morango e morder enquanto me olha de lado. — Voltar a ser
livre.
Fixo o olhar no copo e assinto de novo.
— E você?
— Eu, o quê? — Pergunto enquanto ele me fita.
— Vai fazer o que, quando esse maldito ano acabar?
Ainda não tinha parado para pensar nisso, ainda tinha tanto pela frente.
Mas eu não iria fazer muita coisa diferente do que já fazia. Nada.
— Não sei... — O encaro franzir o cenho enquanto me olha sério.
— Estudar? Trabalhar? Conhecer o tal marido dos seus sonhos? —
Percebo o deboche escorrer em suas palavras e reviro os olhos, o encarando.
— Talvez.
Sempre tantos talvez.
Talvez eu pudesse morar com Enrique. E quem sabe tentar fazer alguma
coisa. Mesmo sabendo que meus pais jamais permitiriam tal ato, já que
sempre nos falaram que o único trabalho da mulher é o seu lar e seu marido.
Eudora é meu exemplo de esposa dedicada que só vive para duas coisas:
Hugo e sua casa. Nada de trabalho, nada de estudos e nada que a tire do foco.
Bianca dizia que isso era coisa de gente do século passado e que Hugo
merecia um belo par de chifres. Mais fácil o inferno congelar, do que minha
irmã fazer uma coisa dessas.
Acabo não respondendo a pergunta de Lorenzo, que se ergue alguns
minutos depois. Termino meu café rápido e arrumo a cozinha enquanto o
observo parado perto da piscina, observando o mar à frente.
Óbvio que sua vida era completamente diferente da minha. Era de farras,
bebidas e com certeza muitas mulheres. Era nítido. Lorenzo era livre. Eu fui
criada apenas para servir ao meu marido, e sonhar com o príncipe encantado.
Nunca fui a uma festa, nunca bebi. Não que isso fosse de exímia
importância, mas era o que eu era.
E o que seria de mim depois desse ano?

Lorenzo
Apoio os braços no chão, saindo da piscina rapidamente, o sol estava
escaldante. Mesmo o lugar sendo incrível e lindo, não tinha nada para fazer,
e passar horas na piscina estava sendo o meu passatempo preferido.
Dou uns pulinhos para a água sair do meu corpo escultural e gostoso pra
cacete e puxo a toalha enquanto enxugo meus cabelos. Diana estava em uma
espreguiçadeira enquanto folheava mais um livro que ela tinha encontrado.
Tínhamos almoçado macarrão com queijo que ela preparou, ao menos
cozinhava bem para um cacete. Abano a cabeça enquanto ela abaixa o livro e
me encara.
— O que foi? — Indaga com o cenho franzido.
— O que foi o quê? — Rebato sério.
Ela pisca algumas vezes e franze o nariz.
Estava com os cabelos soltos meio bagunçados e vestia uma de minhas
camisas que ela tinha se apossado. Deveria deixá-la nua.
Espera aí, não, Não deveria. Credo, Que horror.
— Vou furar meus belos olhos para não olhar pra você princesinha. —
Debocho e sorrio para quebrar o clima.
Estávamos em trégua por enquanto, decidimos não brigar apenas para
aquela tardia e fadigada semana pau no cu, passar rápido. E até que estava
funcionando.
Estava um tédio do caralho.
Sem internet. Sem celular. Sem transar.
Certo que nunca fui muito bem das ideias, mas dessa vez era bem pior.
Eu estava louco. E sem transar então...
Queria chorar de desespero porque meu pau começava a ralar no tecido da
sunga preta.
Ótimo. Meu corpo estava em surto para foder.
Viro rápido enquanto entro no bangalô, pego um pedaço de bolo de
chocolate, já que minha torta tinha acabado. Pego uma cerveja, sorvo o gole
direto do gargalo.
Odiava o fato de estar preso e sufocado.
Olho de relance enquanto Diana entra, deixando o livro no sofá. O que eu
pensava sobre ela não mudou em nada. Tá, talvez um pouco. Bem pouco.
Mas ainda tinha um ranço instalando dentro de mim.
— Acabei o livro. — Diz pousando as mãos no balcão me fitando.
E eu com isso? — Meu interior grita.
— Gostou? — Sussurro bebendo um generoso gole. Ela apenas assente
rápido, sorrindo.
Eu ficava muito chocado o quanto ela parecia viver na idade média, mas a
culpa era dos pais, com toda certeza. A menina não bebia, não saía, não
beijava e o pior... Não transava.
Tá, ela tinha acabado de fazer 18 anos. Mas mesmo assim. Parecia não
saber nada da vida...
Tudo bem, cada um faz com seus filhos o que bem entender. Mas privá-los
dos prazeres da vida era terrível.
— Eu amei. — Dou espaço enquanto ela me fita, indo até a geladeira
pegando uma garrafinha de água.
— Quer cerveja? — Ofereço e ela me encara, negando com a cabeça.
— Eu não bebo.
— Deveria. É ótimo. — Sorrio dando mais um gole na bebida.
— Parece ser mesmo... Vive bebendo. — Sorri se sentando na banqueta.
— Uma das coisas que mais amo. Beber. — Ergo a garrafa e ela para, me
encarando por alguns segundos. — Por que não pula na piscina?
— O que?
— Não vi você entrando nenhuma vez sequer, o que foi? —
Pergunto a olhando.
E realmente era verdade, ela ficava apenas na espreguiçadeira e ponto. Ou
ficava balançando os pés na borda e só.
Ela abaixa os olhos, olhando para os próprios pés rapidamente.
Diana, tinha uma timidez absurdamente linda. Não era daquelas mulheres
que fingiam ser tímidas, ela era. As bochechas ficavam rosadas e vermelhas,
e abaixava a cabeça rapidamente.
Ah vai tomar no cu, Lorenzo! Desde quando você acha isso bonito?!
— Eu não sei nadar... — Diz em um fio de voz. — Muito bem...
— Você é a mesma menina que nadava pelada com sua prima? —
Provoco-a enquanto ela me encara e sorrio.
— Bianca ficava perto de mim o tempo todo... E e-eu...
— Coloca um biquíni. E vêm. — Engulo em seco enquanto as palavras
saem da minha boca rapidamente sem eu ao menos ter controle.
Que porra! Que caralho! Que cu!
Eu não era muito solidário na maioria do tempo, só que vou ajudar ela.
Era uma boa causa.
Era uma boa ação e eu iria pro céu por causa disso.
Os anjos gritam aleluia.
— E-eu não sei... Lorenzo... — Diz mordendo o lábio.
— Ao menos deixa de ser careta, Diana. Estamos só nós dois aqui. —
Rebato a olhando me fitar e assentir.
Aperto a long Neck nas mãos enquanto vou pra área externa, a esperando.
Ela era tão careta que meus olhos reviravam automaticamente. Depois de
uns minutos, pulo na piscina dando um mergulho profundo e passo as mãos
pelos cabelos, me viro no exato momento em que ela se aproxima.
Estava enrolada em uma toalha, os cabelos presos em um coque
desgrenhado enquanto me fita.
— Não sei se vou conseguir. — Diz colocando um pé em cima do outro.
— Nadar ou tirar a toalha? — Sorrio e ela me fita. — Relaxa. Entra.
Aponto com o queixo pra piscina, e ela assente suspirando.
— E-eu vou tirar a...
Assinto olhando-a abaixar a cabeça e tirar a toalha lentamente.
Engulo seco.
Jesus! Imploro por misericórdia!
Que corpo projetado pelo demônio era aquele???
O biquíni não tinha nada de extravagante. Ao contrário, era um modelo
mais simples... Mas deixava o corpo...
Como explicar o que diabos era aquilo?!
Os seios médios e altos, as pernas grossas e...
Perfeita. Tudo na medida.
Solto o ar e engulo seco Percebendo que alguém ali tinha ficado alerta.
Meu pau dizia baixinho: "Estou aqui e estou com fome... Muita fome"
Ela continua parada no mesmo local me olhando.
— Entra, Diana.
Ela se senta na borda e começa a balançar os pés dentro da água, e só então
encaro a parte de baixo do biquíni cobria apenas o necessário.
O necessário pra eu querer arrancá-lo!
Meu Deus! Meu Deus!
Isso era feitiço?
Eu estava enfeitiçado!
Ela era uma bruxa, eu sempre desconfiei.
A observo se segurar na escada, descendo lentamente.
— O que faço agora? — Diz perto da mesma.
Só me chupa com essa boca!
Pisco, balançando a cabeça.
Foco, Lorenzo. Caralho. Foco.
— Pode soltar devagar... — Sorrio de leve.
Estou sorrindo, mas é de desespero.
Ela se solta e me encara. A água esta batendo em sua barriga...
— Sente o chão sob seus pés? — Pergunto e ela assente.
Ótimo. Porque eu não.
— Estou com medo de me afogar. — Diz sorrindo e me aproximo.
— Só relaxa... — Sussurro me aproximando e segurando em sua mão.
Ela demora um pouco para segurá-la, mas acaba aceitando.
— Agora flutua. Deixa seu corpo leve...
Ela obedece e sorri, apertando minhas mãos nervosamente. Fito o sorriso
largo no rosto e a encaro.
— Não me solte Lorenzo.
— Não confia em mim? — Pergunto, vendo-a ficar séria.
A fito, franzindo o cenho.
— Não. — Diz sorrindo.
— Olha que eu te solto em, Diana.
— Você não ousaria... — Me olha.
Ameaço soltar e ela rapidamente pega impulso e pula, parando com o
corpo grudado ao meu. Engulo seco a olhando e sinto as batidas frenéticas
do meu peito disparar.
— E-eu... Acho... Que... — Se afasta e assinto quase a empurrando.
— Fica bem longe. — Disparo e ela segura firme na borda da piscina.
Merda. Meu pau estava duro para um caralho e acho que ela percebeu.
Desgraça. Cu. Caralho.
Quase ponho uma fita métrica para medir a nossa distância, e não sei o que
me deixava mais desnorteado, se era a minha cabeça ou meu pau pulsando
feito uma peste.
Passamos um bom tempo na piscina. Mesmo distante, pois tentei deixá-la
bem longe de mim. Até que ela aprendia as coisas bem rápido. Só era
medrosa.
Saímos depois de quase uma hora, que parecia uma eternidade. Ela foi à
frente, pegando a toalha e eu apenas fiquei observando aquela bunda
magnífica rebolar inocentemente dentro daquela peça íntima.
Eu só queria uma única coisa:
QUE A PORRA DO MEU PAU BAIXASSE!
Mas não... Ele não baixava!
O destino queria colocar no meu cu e com gosto.
Eu não iria partir para os cinco a um. Nem morto.
Não iria me masturbar. Isso nunca! Não era mais um adolescente e não iria
fazer isso por uma!
Eu resisto. Eu sou forte.
Eu resisto. Eu sou forte.
A única explicação dessa minha ereção filha da puta era a porra da minha
falta de sexo. Apenas isso. Ela nem era gostosa.
Era sim. Só um pouco, Bem pouco.
Só porque tinha dezoito anos e exalava pureza e sexo.
Homens são um perigo. Eu estava um perigo.
E isso explicava o porquê de eu estar aqui parado, olhando a mala dela
entre aberta com todas aquelas peças íntimas, todas com o maldito cheiro.
Não seja idiota, Lorenzo.
Me viro assim que a porta do banheiro se abre, ela sai do mesmo enrolada
em um mísera toalha. Os cabelos soltos molhados, algumas gotas de água
descendo pelo rosto e ela me fita piscando algumas vezes.
O destino estava me testando.
Não. Era o meu delírio.
— Eu... Achei que ainda estava lá fora... — Segura a toalha no corpo e a
fito.
A garganta. seca. A boca treme.
— Eu... Vou me... Vestir...
Merda!
Encaro os lábios meio avermelhados de tanto que ela morde e o meu
instinto me força, apenas percebo que estou sendo arrastado quando me
aproximo.
— Lorenzo... — Sussurra entre abrindo os lábios.
Passo o polegar pelos mesmos, afastando-os. Ela fecha os olhos soltando
um suspiro pesado e engulo seco. O cheiro do pós banho me invade.
— E-eu... — Suspiro pesadamente a encarando.
Fecho os olhos tornando a abri-los. Suas mãos segurando a toalha com
força, as gotículas de água descendo de seus cabelos, passando pelo pescoço
delicado.
— Diana.— Afasto seus cabelos e nos encaramos por segundos, sem falar
nada.
Apenas as respirações quebrando o silêncio ensurdecedor. Meu pau se
contorce na cueca, enquanto ela me fita meio assustada e meio...
Ela fecha os olhos e me viro rapidamente, querendo sair correndo dali o
mais rápido possível.
— Vai se trocar, Diana. — Digo saindo sem nem olhar para trás.
CARALHO!
Chuto a cadeira com força, praguejando em três idiomas diferentes.
CARALHO!
CARALHO!
MIL VEZES CARALHO!
Eu estava pensando com a cabeça da rola, só podia!
Isso era uma armadilha. Óbvio que era. Estava na cara.
Demônio. Caralho. Porra. Cu.
Você não vai ganhar essa não, Patrício. Mas não vai mesmo. Me mandou
pra casa do caralho com essa menina, achando que ia o quê?
Me apaixonar?!
Me poupe.
Assim que eu chegasse a Nova York iria beber e matar esse tesão
desenfreado em qualquer uma que me aparecesse, isso iria passar. Era apenas
isso.
Não volto para dentro do bangalô e fico apenas no deck, o sol estava se
pondo mesmo. O movimento lá dentro estava em total silêncio, ela também
não saiu e muito menos apareceu na minha frente.
Me deito na espreguiçadeira, colocando a mão sobre o rosto. Queria gritar
de desespero e angústia, junto com um tesão do caralho. Apenas me contenho
e fico por incontáveis horas olhando para o céu. E sem nem me dar conta,
acabo pegando no sono ali mesmo.

Me remexo sentindo uma dor terrível nas costas e um vento frio se instala
enquanto me sento. Esfrego os olhos e meus braços, que estavam frios para
cacete.
Ótimo.
Entro no bangalô e tudo em total silêncio, ainda estava com a sunga
molhada. Entro no banheiro, trocando por um calção de flanela.
Abro a porta devagar e encaro o relógio no aparador.
Três da manhã.
Diana estava dormindo tranquila virada de bruços, coberta pelo fino lençol.
Era proposital! Só Podia!
Vou direto para a cozinha, perdendo o sono completamente.
Falta de sexo dava insônia??
De pau duro, às três da manhã era uma puta falta de sorte do caralho. Eu
nasci com o cu virado para uma calçada bem quente. Só podia!
— Lorenzo?
Me viro, vendo Diana me encarar. Enrolada ainda no lençol.
— Dormiu lá fora? — Pergunta esfregando os olhos e assinto. — Eu...
Tive um pesadelo...
— E eu perdi o sono. — Assumo.
— Quer que eu prepare um chocolate quente? — Sussurra me olhando e
demoro um pouco para entender.
Chocolate quente??
Eu sempre tive mulheres ardorosas que me ofereciam bebidas requintadas,
caras e extremamente alcoólicas. Mas nada tão delicado quanto isso.
— Enrique, sempre me fala Que chocolate quente é ótimo para insônia.
A encaro de costas e sem pestanejar, me aproximo. Diana para no mesmo
instante e ouço o suspiro baixo assim que cheiro seu pescoço. Inebriante.
— Lorenzo?— Indaga virando-se e a encaro ofegar.
— Foda-se os papéis! Foda-se todos!
Ela solta um gemido baixo assim que ponho as mãos em sua cintura,
erguendo-a e colocando sobre a bancada da cozinha.
Tomo seus lábios em um beijo feroz e casto. Chupo sua língua, abrindo
suas pernas e ficando no meio, roçando meus quadris ao seu. Gemo entre a
boca que se abre, vencida pelo desejo.
Seguro a coxa firme, apertando enquanto coloco-a em meu quadril, meu
polegar roçando no meio delas.
— Desgraçada, gostosa do caralho!
Capítulo 10
Diana
rfo sentindo a língua me invadindo com volúpia, fico tonta de
A desejo sentindo gosto dos lábios dele sobre os meus, não sabia
decifrar ao certo o que estava sentindo dentro de mim.
O gosto de seus lábios eram viciantes.
— Ah, bruxinha... — Entre abro os lábios, sentindo o polegar roçar nos
mesmos. Ele suspira, gemo baixinho enquanto ele mordisca, puxando-os
levemente.
Só conseguia ouvir as batidas do meu coração.
Era uma sensação única que nunca tinha experimentado. Um misto de
nervoso com ansiedade. Um incômodo entre minhas pernas fazia eu abri-las
sem que eu tivesse noção do que estava fazendo.
Ele geme baixo e a mão pousa em minha coxa, apertando-a. A língua
circulando entre a minha boca, chupando-a com força. Sinto-o segurar em
minhas pernas, puxando-as para o seu quadril.
Ofego enquanto sinto o membro duro entre suas pernas encostar tão forte.
Meu Deus!
— Lo...Lorenzo... — Sussurro sentindo a boca quente em meu pescoço,
descendo para meus ombros chupando a carne macia do mesmo.
Ele tateia a camisa que estava em meu corpo. Minha cabeça dando várias e
várias voltas, entorpecida de sensações. Minha feminilidade pulsando e gemo
baixinho, era uma ansiedade por uma coisa que eu ainda não sabia.
Ele tira a camisa rapidamente e o fito enquanto cubro meus seios com
ambas as mãos. Lorenzo para, retirando-as gentilmente e abaixo os olhos
engolindo em seco.
— Como... Você é linda. — Pisco algumas vezes e ergo os olhos, tranco a
respiração assim que uma das mãos grandes se fecham sobre meus seios.
O polegar roçando em um bico enrijecido e no outro... Sua língua suga a
minha com tanto desejo e fome, que estava me assustando. Era um beijo
avassalador.
Solto um gemido baixo e um arrepio passa por todo meu corpo.
— Ah bruxinha!!— Sinto sua mão abrindo minhas pernas e travo a
respiração.
— Lo-Lorenzo... — O chamo sentindo a mão passear pelo tecido da minha
calcinha. — Eu...estou...com...
Os dedos afastam-na e enfinco as unhas em seus ombros. Estavam tão
perto de lá... Poucos centímetros...
— Lorenzo... Eu nunca... Nunca fiz isso... — Digo em um murmúrio o
olhando abrir os olhos de repente.
Ele se afasta e me olha como se estivesse acabado de acordar.
— Que merda eu ia fazer? Meu Deus! — Ele sussurra virando de costas e
passando as mãos pelos cabelos nervosamente.
Pego a camisa cobrindo meus seios, o olhando apoiar as mãos em cima da
pia. Estava respirando ofegante.
— Meu Deus! o que iríamos fazer?! — Diz ainda de costas. — Isso não vai
mais acontecer, Diana. Não vai mais!
O encaro ainda de costas apertando a camisa.
— E-eu... Lorenzo...
Então ele se vira e o rosto fechado, transformado. Olho para seus olhos e
ele tinha voltado a ser o Lorenzo hostil e grosso de antes.
— Isso. Foi. um erro., Diana! — Diz pausadamente com uma frieza que
dói até minha alma.
Ele apenas fixa os olhos nos meus, e me sinto tão pequena, tão Usada.
— Foi. — Digo baixo sem conseguir o encarar.
Estava tremendo, sentia todo meu corpo tencionar. Ergo os olhos enquanto
ele suspira passando as mãos pelo rosto.
— Tudo isso é um erro! — Diz colocando o dedo em riste. — Isso não
existe, Diana.
Engulo em seco sentindo um nó formado na garganta, o choro querendo
sair a todo custo.
— Eu e você não existe e nunca vai existir! Você entendeu?
Junto toda a coragem que me resta, desço da bancada apertando a roupa em
meu colo. Algumas lágrimas descem copiosamente e limpo o rosto com uma
das mãos.
— Não vai mesmo. Você é um idiota! Um... um estúpido! — Berro
ofegante o olhando me fitar sério. — Você acha que sou o que? Não sou
as mulheres... As mulheres que você está acostumado a... a...
— A foder? — Diz em um modo rústico. — Não é mesmo!
— Qual é o seu problema, Lorenzo? — Rebato. — Em um momento me
beija... E no... no outro você se transforma nesse... Nesse ser horrendo!
Ele para por uns segundos e balança a cabeça.
— Porque esse sou eu! — Diz abrindo os braços me fitando e suspira
pesadamente. — Entenda que o que aconteceu aqui, não vai mais acontecer,
Diana nunca mais. — Diz sôfrego e meu queixo treme descontroladamente.
Não vou chorar na frente dele. Afirmo para mim mesma.
— Você não vai encostar mais um dedo em mim. — Disparo e ele me
encara de lado, as narinas infladas e os punhos cerrados enquanto me encara.
— Eu que não quero que chegue perto de mim!
Passo como um foguete ao seu lado, e me viro assim que sua mão segura
em meu antebraço me fazendo o encarar.
— O sentimento é recíproco. — Diz me olhando.
— Me solte. — Digo sem pausa, me desvencilhando com brusquidão.
E saio rapidamente ouvindo os passos se afastarem, vendo que ele saiu dali
também. Arfo e todo meu corpo treme enquanto me sento na cama, jogando
sua camisa para longe de mim.
Pego meu vestido, colocando-o e me deito na cama puxando os lençóis.
Um choro absurdo toma conta de mim, junto com uma raiva enorme.
Eu iria deixar ele ir até o final.
Burra, Idiota.
Eu senti meu corpo vivo e nunca tinha sentido isso na minha vida. E ao
mesmo tempo em que ele me fez sentir viva, ele me afastou e jogou para
baixo.
Ele nunca mais vai encostar um dedo em mim!
Soluço tão forte que meus ombros sacolejam, abraço meus joelhos e choro.
Choro de raiva, De medo, De angústia. Choro até sentir a exaustão me tomar.
Abro os olhos devagar me sentando na cama, estava sozinha. Afasto os
lençóis e me ergo, o banheiro estava vazio e o deck do mesmo jeito.
Não estava em lugar nenhum.
Ele tinha me deixado sozinha.
Me sento na cama segurando as lágrimas que teimavam em descer e respiro
fundo.
Ele teria coragem de ir embora e me deixar aqui nesse lugar?
Ele era um cretino.
Ouço um barulho de barco se aproximar e me mantenho em silêncio até
que ouço sua voz bem longe. Continuo no mesmo lugar até que os ouço os
passos de Lorenzo se aproximar.
O fito vestindo uma camisa e uma bermuda, apenas vai até o armário
abrindo enquanto pega a mala.
— Arrume suas coisas. — Diz sem me olhar, jogando a mesma na cama e
abrindo-a. — O voo sai daqui a pouco.
Não respondo, bato a porta do banheiro e me encosto na mesma, sentindo
as batidas frenéticas em meu peito. Estava aliviada e ao mesmo tempo
temerosa.
Entro no chuveiro não querendo pensar muito no que iria me aguardar em
sua casa, se aqui já tinha sido o começo do inferno.
Saio meia hora depois e as malas já estavam prontas ao lado da cama.
Lorenzo já estava no deck. Pego minhas bolsas e suspiro, olhando ao redor do
ambiente em que por meros segundos esquecíamos o porquê de estarmos ali.
Idiotice.
Nós entramos na lancha e saímos rumo às docas para poder pegar um carro
e ir até o aeroporto. Não trocamos uma palavra sequer, nada. Ele não falou
durante as 24 horas de voo, e também não facilitei.
Quando chegamos a Nova York já era quase cinco horas da tarde, um
motorista já nos esperava na porta do aeroporto e saímos direto para o
apartamento dele.
Era melhor está de volta do que no meio do nada com esse... Esse...
Brutamontes filho de uma égua!
— Esse é o prédio. — Diz assim que o carro estaciona em uma enorme
garagem.
O encaro, assistindo-o pegar as malas.
Provavelmente todas as minhas coisas deveriam estar na casa dele.
— Faça o favor de avisar ao meu pai que já estou aqui. — Fala
com o rapaz que nos encara e dá apenas um leve aceno de cabeça.
Subimos no elevador enorme e lindo, e quando o mesmo para em frente a
uma enorme sala de estar, minha boca se abre.
— Esse é o meu apartamento. — O encaro entrar enquanto arrasta as malas
para fora.
Não era um simples apartamento de solteiro, era uma cobertura enorme e
deslumbrante. A sala era bem maior que da minha casa, com toda certeza.
Um sofá em forma de L estava em frente a um aparelho de TV, tinha jogos
que estavam em uma estante magnífica.
— Como é bom estar em casa! Meu Deus! — Lorenzo diz, tirando os
sapatos e se jogando no sofá.
Estava me sentindo um peixe fora da água.
Deveria me sentir em casa?
Pois não estava, de forma alguma.
— Antes que esqueça,seu quarto é o segundo a direita. — Diz sério e
apenas assinto.
Giro nos calcanhares pronta para sair quando ouço-o me chamar, apenas o
encaro por cima do ombro. Estava com a boca em linha reta, as sobrancelhas
juntas.
— O que aconteceu no bangalô, fica no bangalô.
— Eu nem sei do que você está falando. — Rebato e subo as escadas.
Ando pelo corredor e observo as três portas, uma bem em frente que
deveria ser seu quarto. Ótimo. Iriamos ficar lado a lado.
Abro a porta devagar de onde seria o "meu quarto", estava tudo bem
arrumado. Uma cama grande, deixo as malas em um lugar qualquer e abro os
armários, vendo que todas as minhas roupas já estavam arrumadas.
Deixaram tudo pronto, com todos os cuidados e detalhes.
Mas aquela casa estava distante de ser chamada de lar.

— Como foi à lua de mel?


— Ele te levou para o paraíso, não foi?
Aperto as mãos entre as minhas e mordo o lábio, as perguntas que Eudora e
mamãe faziam ficavam me rodeando a todo instante desde que cheguei aqui.
Estava em meu antigo quarto, sentando na minha antiga cama e sentindo
tanta falta disso tudo. Mal descansamos da viagem e já viemos até a casa dos
meus pais.
Subi assim que cheguei e o deixei conversando com papai.
— Ele disse que ama você?
Olho para Eudora, me contendo para não soltar uma gargalhada daquelas
que doem a barriga.
Minha irmã e seu mundo de conto de fadas.
— É um casamento por contrato Eudora, não por amor.
— O meu com Hugo foi assim Diana, mas olhe hoje.
— Cabe a você tomar as rédeas disso minha filha. — Mamãe cruza os
braços e me olha. — Agora me diga, Por que voltou cedo da viagem?
Não consigo encarar minha mãe.
— Nada, mamãe!Eu... Eu só quero que isso acabe logo. — Digo em
um fio de voz, suspirando.
— O que será que ele está falando com papai, em? — Eudora pergunta.
Eu também estava me fazendo essa pergunta desde a hora em que saímos
do apartamento dele, mas no fundo, bem no fundo, eu sabia o que era.
Estava tentando reverter o caso e iria me devolver.
No fundo eu queria, de verdade
Mas como ele mesmo sempre joga na minha cara: estamos preso por um
maldito contrato, por um maldito ano!
Eu odiava chamar palavrão, mas eu teria que falar mesmo sendo em
pensamento!
Vá se foder, Lorenzo Gonzáles!
E eu ainda diria isso em voz alta, ou não me chamo Diana.
Fito minha mãe assim que Eudora sai do quarto. Estava encostada na mesa,
de braços cruzados e me olhando.
—Se lembra por qual motivo se casou, não é Diana? — Assinto levemente.
— Então não preciso dizer mais nada. Nosso nome e tudo que seu pai
construiu estão nesse seu casamento.
Mordo o lábio a olhando.
— Ele me odeia, mamãe, e como posso manter um casamento sem...
— O que mantém um casamento é a mulher servir ao marido, submeter-se.
Se ele gritar, se cale, Se ele pedir faça, Diana.
Ela se aproxima e me encara arrumando os cabelos loiros.
— Assim como Hugo faz com Eudora, mamãe? — Pergunto incrédula.
— Sua irmã vive um casamento feliz e estruturado. Não seja uma idiota,
Diana, se seu marido mandar você pular, não pergunte a altura ,Pule.
Ela anda de um lado para o outro e não era a primeira vez que tínhamos
essa conversa. Ela sempre comentava o quanto uma mulher deve obedecer ao
marido e etc...
Desço as escadas e meu pai se ergue, me olhando. Lorenzo estava de pé
com os punhos cerrados a o maxilar travado.
— Espero que essa conversa esteja encerrada. — Papai o fita enquanto
volta a me encarar. — Agora vão.
Não me despedi de Eudora que já tinha partido, mas me despeço da minha
mãe que apenas sorri e meu pai me encara. Apenas dá um leve aceno de
cabeça, parecia tão bravo.
Lorenzo se vira, batendo a porta enquanto sai, ando em passos lentos até
abrir a porta do carro e me acomodar no banco de trás do mesmo.
— Seu pai é meio duro na queda. — Sussurra me olhando pelo retrovisor
do carro
— Não deu certo, não é? — Pergunto em um murmúrio.
— Você ainda está aqui, não é? — Rebate e percebo-o apertar o volante
entre os dedos.
Finco as unhas na palma das mãos e suspiro pesadamente.
— O que ele disse?
— No fundo você sabe a resposta para sua própria pergunta, Diana. Não
sei porque está me perguntando. — Dá de ombros e sorri sem humor.
— Ao menos poderia ser sincero e falar na minha cara. — Disparo,
o olhando frear o carro de repente.
— Olha aqui, bruxinha, Passamos mais de 24 horas em um voo filho da
puta, que deixou a minha bunda dormente, meu pau está dolorido e eu estou
cheio. Então pegue essas indiretas e engula calada! Ouviu?
Arregalo os olhos o encarando.
— Engula você suas piadas sem graça!
— Não tem como fugir inferno! Estamos presos nesse maldito ano! Presos!
— Soca o volante, passando as mãos pelos cabelos exasperado.
Apenas o fito fechar os olhos e dar partida no carro, saindo rápido.
Onde fui me meter?!

Lorenzo
— Cadê o Chris? — Abro a porta e encaro Ágata que se ergue, me
olhando.
— Bom dia, cunhado. Como você está? — Ela sorri cruzando os braços e a
encaro. — Você não deveria estar em uma lua de mel?
— Deveria. Mas agora estou aqui. Cadê o Chris? — Pergunto de novo a
olhando cruzar os braços. — É assunto de vida ou morte, Ágata!
— Nossa, Lorenzo. Ele está lá em cima com as crianças. — Minha
cunhada franze o cenho me olhando. — Está tudo bem? E a Diana?
— Eu espero que ela tenha se explodido! — Digo enquanto subo as
escadas.
Não era problema com Ágata, até porque amava minha cunhada. Não
como Patrick, é claro. Enfim, isso era outra coisa. Minha irritação estava fora
de controle, depois da pequena discussão que tivemos no carro.
Chegamos em casa e ela subiu para o quarto e se trancou. Eu queria ter
dormido, mas a noite foi um inferno. Estava de pau duro e sedento por sexo.
Eu não fazia sexo a um tempão!
— Quero falar com você! — Abro a porta do quarto e Chris me encara
como se eu fosse uma assombração.
Meu pai sabia que eu estava de volta, mas não deve ter contado a ninguém.
Era bem do feitio dele esconder as coisas para parecer que estava tudo as mil
maravilhas.
Uma porra que estava!
Henry e Clhoe estavam tão distraídos brincando que não notam minha
presença e olha que eram loucos por mim.
— Não, não estou nas Maldivas, cheguei ontem! — Digo assim que Chris
ergue as sobrancelha me olhando.
— Vamos lá para o escritório. — Diz se erguendo e vou para o corredor.
— Você bebeu? — Ele indaga, se sentando.
— Eu vou enlouquecer, Christopher! Eu estou ficando louco! — Digo
apoiando as mãos na mesa, o olhando arregalar os olhos. — Eu achei que era
fácil, que eu iria conseguir... Mas eu não consigo! Não consigo! Eu vou
enlouquecer, Chris...
— Lorenzo, pelo amor de Deus! Se sente e me diga, o que está
acontecendo? — Meu irmão mais velho estava com cenho franzido, me
olhando.
— Aquela bruxa está acontecendo! — Digo me virando de costas. — Ela é
uma peste, Chris. Ela tem aquela cara de santa, mas ela não passa de uma
ninfeta por trás daquele rostinho.
Chris me encara como se eu estivesse louco, mas era isso que estava
realmente acontecendo. Eu estava louco. Maluco. Pirado.
— Lorenzo, você está casado a menos de uma semana.
— E quando tiver com meses? Eu vou estar como? — Pergunto o olhando.
— Chris eu fui até a casa do pai dela ontem,conversei e disse que daria tudo
para ele levar ela de volta para casa!
E não me arrependo, ofereci uma conta recheada para o velho babão.
Mas o que infeliz me disse me deixou com vontade de socá-lo.
— Não é dinheiro, Lorenzo. É o status. É o nome que Diana tem.
— Você é baixo igualzinho ao meu pai, estão brincando com a vida de
duas pessoas Luttero!
— É minha filha e eu quero o melhor para ela, e você faria a mesma coisa.
— Vai se foder, seu velho pau no cu! — Apontei com meu dedo em riste e a
respiração ofegante. — Acha que vai acontecer o que quando esse ano
acabar?
— Só saberemos no final dele, Lorenzo. Mas até lá... Diana terá um nome
e uma bela poupança depois disso.
Quis socar o velho.
— Lorenzo, você enlouqueceu? — Chris se ergue me olhando assim que
digo tudo.
— Eu to pouco me fodendo, Chris! Eu quero a minha liberdade de volta!
Fale com Arthur, Por favor, Por favor, Chris.
— Você sabe que não dá, Lorenzo.— Chris diz em um fio de voz negando
com a cabeça. — Por falar nisso, nós precisamos conversar.
Passa a mão na testa me olhando.
Já sinto minha alma sair do corpo, conhecia Chris e cada expressão que ele
fazia quando a coisa era feia.
— O que foi dessa vez?
O que era mais sério do que meu casamento?
Porque depois da tramoia do meu pai, eu poderia esperar o que agora?
Minha castração? Iriam arrancar meu pau?
Vou até o aparador enchendo meu copo de vodca e bebendo de uma só vez.
— Arthur fez uma viagem rápida e está chegando daqui a pouco. — Chris
diz em um sussurro.
— É pra ficar preocupado? Porque nada que venha do papai me surpreende
mais! — Digo o olhando negar com a cabeça.
— Diana ficou em casa?
— Ela não sai do quarto para nada, Chris. — Ofego baixo. — Ela
nem come.
— Ela é uma vítima dessa história tanto quanto você.
Estava prestes a mandá-lo tomar no cu quando papai entra no escritório de
Chris me olhando.
— Fiquei surpreso quando me falaram que já estava de volta. — Diz
entrando e o fito.
— Fiquei surpreso quando meu próprio pai armou um casamento forçado
para mim. — Disparo dando um sorriso amarelo em sua direção.
— Pai...
— Eu quero falar com seu irmão, Christopher.
— Eu e o Arthur vamos falar com ele pai! Por favor! — Chris diz me
olhando.
Agora eu tinha ficado puto, virado no samurai! No caralho!
— O que foi pai? Achou pouco me deixar preso por um ano? Quer mais o
quê? — Abro os braços. — Vamos lá, senhor Patrício.
— Eu não vim aqui para discutir com você, Lorenzo. E não vou. — Diz
ajeitando o paletó. — Luttero me falou que você foi até lá para conversar
com ele. Esse casamento só vai ser anulado daqui um ano, pode tentar
contratar quem quiser, você assinou um contrato, deu sua palavra. Então a
cumpra, Lorenzo.
Ele não entendia que se eu passasse mais um mês ao lado de Diana, eu iria
desgraçar a vida dela, era o que iria acontecer se eu não tivesse parado de
beijá-la naquela noite.
Eu nunca me importei com mulher nenhuma, sempre foi sexo. Só que
virgem... Meu Deus!
Virgem era o cão. Uma invenção de satanás.
Eram emocionadas e tinham aquela ideia tola de que se o homem tirar o
cabaço vai ter que ser o príncipe para o resto da vida!
Haaaaaa vá lavar a casa da cachorra!
Diana exalava pureza e tinha um letreiro gigante em sua testa me avisando:
FOGE OU TU TOMA NO CU!
Tinha uma carinha de... De anjo.
Mas não me enganava, aquela cara de santa era disfarce.
— Eu estou cansado. — Passo pelo meu pai o olhando ficar em minha
frente.
— Um dia você vai me agradecer por ter colocado Diana em sua vida,
Lorenzo. — Me olha sério.
Solto um sorriso com uma gargalhada do fundo da garganta.
Agradecer?
— Não espere que esteja vivo para isso. — Digo passando por ele.
Se meu pai acha que um dia eu iria perdoar ele, estava tão enganado. Mas
tão enganado.
Percebi que era uma armadilha quando, naquela madrugada lá no bangalô,
quando quase não consegui me conter, foi difícil parar, tirei força da raiz do
meu saco ou eu tinha... Eu nem sei o que teria acontecido.
Sabia sim.
Eu estava há um passo de rasgar aquela calcinha, os seios médios com os
bicos rosados e convidativos implorando para serem tocados e explorados.
OLHA ISSO. É O SATANÁS AGINDO DE NOVO!
Por isso fui até às docas que não ficavam tão longe do bangalô e disse para
Charlie que eu precisava sair dali o mais rápido possível. Era questão de vida
ou morte.
Já sinto meu pau dar sinal de vida, tadinho estava tão faminto.
— Papai vai te trazer alimento. — Puxo o celular discando o número de
Lana, que atende na primeira chamada, miando como uma gata no cio.
— Olhe quem lembrou de mim...
— Eu acabei de chegar, vou esperar Arthur ,para conversar, quero ver você
mais tarde.
— Humm... Meu gatinho estava com saudades?
— Gatinho não, Lana. Isso broxa, tigrão para ser mais sexy. — Sorrio
enquanto ela dá uma gargalhada do outro lado da linha.
— Então tá, tigrão... Prepara esse pauzão, então... — Desligo dando uma
mini gargalhada.
Meu pai desce uns minutos depois e viro as costas indo para a cozinha,
olhando Ágata dar comida para Clhoe, enquanto Henry sorri batendo palmas
ao me ver. Ela larga o prato no mesmo instante, correndo para os meus
braços.
— Sentiu saudades? — questiono, beijando Clhoe, que me fita.
— Trouxe presentes, titio? Ai eu digo se senti saudades ou não.
— Clhoe! — Ágata a encara.
— Te trouxe uma caixa bem grande de cosquinhas, quer vê? — Sorrio a
erguendo enquanto ela gargalha.
— Cosquinhas não titio.
Clhoe tinha sido o nosso primeiro amor, logo a gente que tivemos pouco
contato com crianças nos vimos encantados assim que ela chegou. Não só
mudando a vida do meu irmão, mas a de toda a família.
— E você mini puto? Titio estava morrendo de saudades. — Pego
Henry no colo e ele me encara sorrindo. — Esse menino está cada dia
mais lindo. Minha cara, né cunhada?
Ágata sorri e assente.
— Super! sua cara.
— E você mini puto? Sentiu saudades do titio mais lindo que você tem?
— Shimmmm. — Henry diz sorrindo.
— Mentira, eles nem perguntaram por você. — Chris diz entrando na
cozinha e beijando Chloe. — Amor, nós vamos no apartamento do Arthur
resolver um problema.
— Não vão encher a cara não, né? — Ágata fita Chris que sorri a olhando.
— Não minha loira, Prometo.
— Vamos ficar loucos e comer umas...
— Umas o que titio? — Chloe pergunta me olhando.
— Umas pizzas. — Digo beijando sua bochecha. — Voltamos já, loira do
cão.
Chris se despede de sua musa e saímos rumo ao apartamento de Arthur.
Meu irmão era o retrato do homem fiel e apaixonado. Deveria ser o suficiente
para o velho ficar feliz, mas não.
NÃO.
O apartamento de Arthur não ficava tão distante assim, mas dizíamos que
ele não morava, se escondia. Saudades de me esconder com ele lá.
Chris estava em silêncio, assim que entramos na cobertura do filho da mãe
que, já estava na sala junto de Patrick.
— O boiola já está aqui. — Encaro Chris que entra e cruza os braços.
— Hummm... Chegou cedo da viagem. — Patrick diz me olhando.
— O que foi Chuchu.., Lá não estava agradável? — Arthur me entrega um
copo de uísque e o encaro.
— Estou de mau humor, então adiante aí para eu poder foder a Lana, Antes
que minhas bolas explodam. — Digo dando um gole generoso na bebida.
Arthur entre olha Patrick, que olha para Chris, que me encara.
— O que foi? — Pergunto os olhando.
Odiava quando faziam isso.
— Senta aí, Lorenzo. — Patrick diz sério. — Quer beber um café? Um
suco? Água?
— Eu quero é beber seu sangue se você não me contar que desgraça está
acontecendo aqui! — Aponto o dedo e Patrick abaixa minha mão.
— Calma, Lorenzo.
— Eu quero que você entenda que tentamos reverter, viajei para consultar
uns amigos meus... — Arthur diz me olhando e esfregando as mãos umas nas
outras.
— Deixa de enrolação, Arthur!
— O contrato de casamento que você assinou... Bom... Você não leu
direito...
— Claro que li, Arthur. Você estava comigo, esqueceu? — Digo
sorrindo. — Era só isso? Gente... Pelo amor de Deus! Eu preciso
ir...
— Você não pode ir, Lorenzo. — Chris diz me olhando sério.
Muito sério.
O encaro gargalhando.
— Está me dizendo que eu não posso ir transar? Ou que eu não posso sair?
— Você não pode transar! — Patrick diz, jogando os braços para o alto.
Só sinto as minhas pernas fraquejarem e caio estatelado no sofá, com os
olhos arregalados.
— O que?! E por que não posso? Ficaram doidos?
— Lorenzo... Você não pode...
— Você não pode ter relações extraconjugais. — Arthur diz em um
murmúrio e temo não ter ouvido direito.
Pisco uma. Duas. Três vezes.
Meu coração começa a bater descompensado.
— Fala na minha língua, Arthur! Fala como meu primo e não como meu
advogado!
— Você não pode foder outra pessoa a não ser a Diana, Lorenzo! Você não
pode traí-la ou perde tudo!
távamos na "trégua". Fazia três dias que estávamos aqui, presos longe de
tudo e todos.
Estava com saudades de casa, não tinha tanta coisa para fazer lá, Mas o dia
era tedioso. Estamos em um lugar paradisíaco, que muitos queriam conhecer.
Mas de nada adiantava, se não estávamos felizes.
Capítulo 11
Lorenzo
— erá que ele morreu? — Ouço a voz de Arthur um pouco mais
distante que o normal. — Não olha pra a luz, irmão!
S — Deixa de ser idiota, Arthur! — Ouço Chris rebater
— É pra chamar a samu? — Ouço Patrick sussurrar.
Minha cabeça estava pesada como se um elefante tivesse passado por cima
dela e a esmagado. E doendo para um caralho.
Sinto um líquido em meu rosto e me ergo, arregalando os olhos e vendo
Arthur com um copo de água nas mãos.
— Ele tá vivo, Chris! — Ele diz me olhando e sorri. — Graças a Deus,
meu amor!
Arthur vem me abraçar e segura em minha cabeça.
— Minha cabeça está explodindo! — Digo, me erguendo meio
cambaleante.
Chris aparece na porta da sala com o celular nas mãos e desliga assim que
me vê. Patrick para com os braços cruzados me olhando.
Aliás, os três estavam me olhando.
— Estão olhando o quê? — Pergunto esfregando os olhos.
— Nada... Você só desmaiou aí! — Patrick diz em um sussurro. — Tá tudo
bem?
Na verdade eu estava sentindo como se eu estivesse me esquecendo de
algo.
— Tá, tá tudo bem! — Digo limpando o rosto. — Você jogou água em
mim, arrombado?! To todo molhado...
— Você não ia se levantar!
— Tive um sonho estranho... — Digo massageando as minhas têmporas.
— Muito fodido, pra falar a verdade.
Que sonho sinistro. Horripilante. Senti por um instante a alma sair do meu
corpo.
— Não foi sonho , Lorenzo. — Giro o pescoço olhando Chris.
— O quê?
Então como um soco no estômago eu despertei. Não era a merda de sonho
não.
— Ele tá ficando vermelho! — Patrick sussurra enquanto ofego rápido o
olhando.
— Me digam que isso é brincadeira! Pode falar, eu vou aguentar, é sério!
— Digo com a mão espalmada no peito.
Patrick abaixa a cabeça e Chris imita o gesto dele. Arthur nega com a
cabeça e me sento com as mãos na cabeça.
Eu tinha aguentado tudo. Tudo. Mas isso não. Isso era demais pra mim.
— Lorenzo... Ninguém sabia dessa cláusula até depois do casamento.
— Vá tomar no cu, Arthur. No cu! — Me ergo com o dedo em riste. —
Você tem ideia do que tá acontecendo com a minha vida? Tem ideia?!
— Gritar agora não vai resolver nada, Lorenzo! — Patrick diz me olhando.
— Preste atenção e raciocine!
— Raciocinar?! Você quer que eu raciocine? Vá se foder, Patrick! Eu to
amarrado por um ano com aquela ninfeta e agora eu não vou poder mais
transar com ninguém? Você sabe o que é deixar de transar por um ano? Não!
Você não sabe!
Eu estava prestes a explodir e meu pai tinha acabado de acender o pavio.
O ódio nesse momento era maior do que qualquer coisa que tinha dentro de
mim. Meu sangue parecia borbulhar em minhas veias, meu coração galopava
no peito como se eu tivesse acabado de correr uma maratona.
Parabéns Patrício Gonzáles, você fodeu com a minha vida! Com tudo.
— Preste atenção, Lorenzo...
— Enfia o discurso no cu, Christopher!
— Enfia no seu, então! A gente não tem culpa, Lorenzo. Nem Arthur,
nem Patrick e muito menos eu! — Chris me encara. — Só que tentar
atingir a nós, não vai mudar o que está escrito aí!
— E o que vai mudar, então? — Rebato sério. — Você sabe o quanto eu
amo essa vida de puteiro! Chris, eu não nasci pra ser homem de família.
Estava quase chorando de desespero ali na frente deles.
— Ai Lorenzo... — Arthur segura em meu ombro e o encaro. — Calma
cara.
— O que vou fazer Arthur? Eu tomei no meu cu.
— Ninguém está pedindo pra você ser um homem de família, Lorenzo. Só
que haja com a razão...
— Eu quero que a razão se foda!
Eu não iria passar um ano sem sexo nem que a vaca tossisse, cuspisse ou
tomasse no cu! Se meu pai queria transformar a minha vida em um inferno,
ele estava conseguindo.
Mas eu não iria facilitar.
Me ergo suspirando só na força do ódio.
— Pra onde você vai, Lorenzo?
— Eu vou sair por aquela porta e foder a Lana até eu perder a consciência.
E sugiro que nenhum dos três tentem me impedir. — Digo pegando meu
blazer.
— Você vai arriscar perder tudo, Lorenzo?
— Isso é burrice cara!
— Burrice foi ter aceitado essa merda, desde o início! Eu perco tudo, a
grana, tudo... Mas não vou passar um ano sem foder, nem por um caralho!
Entro elevador vendo os três parados, me olhando. Soco o painel com toda
a força, soltando um gemido de dor assim que ouço os ossos dos meus dedos
estralarem.
— Inferno do caralho!
Eu queria me rasgar de tanto ódio que estava sentindo. Queria socar algo
ou alguém apenas pra diminuir o desconforto que estava dentro do meu peito.
Arranco com o carro, dirigindo em toda velocidade possível. Eu seria capaz
de matar qualquer ser humano que me olhasse feio.
Solto o ar devagar, sentindo minha garganta fechar.
Não vá agir com a emoção, Lorenzo.
Eu nunca acreditei que tínhamos um lado bom, digamos que aquele anjinho
do bem que fica do lado no nosso ombro dizendo:
— Ah, Lorenzo... Pense direito e volte pro seu lar aconchegante, com a sua
esposa e dê todo orgulho do mundo pro seu pai!
Ai perguntem:
Você fez isso, Lorenzo?!
Não!
NÃO!
NÃOOOOOOOOOO!
Eu me chamo Lorenzo Gonzáles! O dono da porra toda! O fodão! O pica
das galáxias!
O Picasso!
— Oi tigrão... Como você demorou! — Lana diz, pegando em minha
gravata assim que abre a porta da casa.
— Ajoelha amor... Tem alguém ansioso por você. — Digo olhando-a soltar
um sorriso que arrepia até o meu saco.
Fecho a porta com um pé, empurrando-a enquanto ela segura na braguilha
da minha calça tirando o cinto com toda a pressa possível.
Eu estava precisando punir alguém, mas como não podia... Por que não
punir a boceta dela, né?
Eu mereço!
Passo a língua pelos lábios enquanto ela ajoelha pronta pra abocanhar meu
pau. E meu Deus! Como era gostoso a boca quente e deliciosa da Diana no
meu pau.
Uepaaaaaaa!
Balanço a cabeça tentando me concentrar no ato, erro de nomes acontecem,
né mesmo?!
Caralho. Cu. Porra.
Claro que acontecem, relaxa aí.
To relaxado.
Não relaxa, inferno! É claro que não acontece! Porque diabos estava
pensando na bruxinha?
— Lorenzo... Meu Deus! — Lana se ergue e guardo o pau apressado assim
que Patrick entra no apartamento, junto de Arthur que me encara.
— Uau... Não me disse que iria ter convidados, Enzo. — Lana diz
sorrindo.
— Olha minha surpresa, eu também não sabia que tinha convidado vocês.
— Digo olhando-os. — Então podem ir embora. Os dois.
— Lana, me desculpa atrapalhar o acasalamento de vocês, mas temos um
assunto muito sério para tratar com o "Tigrão" aí. — Arthur diz sarcástico. —
É melhor você vir, Lorenzo.
— Arthur, vá tomar no olho do meio do buraco do centro do seu cu!
— Irei fazer isso mais tarde. Porque agora você vem comigo!
Ajeito a calça fuzilando Arthur e Patrick, que caminhavam ao meu lado. Eu
só queria foder! Foder!
Era pedir demais?!
Estacionamos o carro ao lado de um bar perto do apartamento da Lana, que
também estava no escuro, sem saber de porra nenhuma. Além de casado e
manipulado, eu também não podia contar nada pra ninguém, a não ser os
demais que já sabiam.
— Você tem noção do que você iria fazer se nós não tivéssemos
interrompido? — Patrick diz, estalando o dedo pro garçom e pedindo uma
garrafa de tequila.
— Ela iria chupar meu pau e depois eu iria fodê-la. Então sim, eu sabia o
que estava fazendo. — Digo, sorrindo sem humor.
Arthur me encara e retira uns papéis colocando em cima da mesa, o encaro
sem humor nenhum.
Estava puto. Tremendo.
— Tio Patrício trocou os papéis pra você assinar e não ver essa cláusula.
— Ele começa a falar e para quando o garçom traz a garrafa. — Ele sabia que
você iria se opor se tivesse visto isso aí...
— Ohhh, jura?! — Finjo surpresa com a mão no peito.
— Se você parasse de agir como um virjão, iria entender que nem tudo está
perdido! — Patrick diz, me entregando um copo cheio, o qual dou um gole
generoso.
— Nem tudo está perdido? Olha onde eu estou, Patrick! — Aponto
para o meu próprio peito.
— Será que não consegue segurar esse pinto dentro dessa cueca por alguns
meses?
— Não são alguns meses, Arthur. São doze meses! — Bato a mão na mesa
e abaixo o tom quando alguns olhares se voltam para mim. — Eu não consigo
passar nem doze dias sem molhar o ganso. Aí você vem com essa de doze
meses! Arthur, eu não consigo ficar sem foder!
Pego os papéis, olhando aquela cláusula do Caralho.
Não poderia haver traição ou eu perderia tudo e Diana ainda ganharia uma
indenização gritante. A cabeça do meu pau, que ia ganhar!
— Eu não falei doze meses, cara de cu! Eu não posso entrar em detalhes
agora, mas estou tentando pedir anulação desse contrato e só posso fazer isso
se você prometer que não vai comer ninguém.
— Anulação? — Digo o olhando assentir. — Sem comer ninguém?
— Aqui diz que não pode haver traição no casamento...
— Nem morto que eu fodo a bruxinha.
NEM SOB TORTURA.
Arthur me olha e sorri de lado.
— Quantos meses?
— Talvez dois, Lorenzo. Até Arthur conseguir resolver isso.
— Heitor vai chegar amanhã da Austrália. Então pelo amor de Deus, não
caia em tentação e jogue tudo pro alto. Sabe como Heitor gosta de uma
putaria não é?!
— Ele é seu irmão, Arthur. É claro que ele gosta de putaria.
— Promete que vai ficar com o pau de resguardo até eu resolver essa
situação?
Franzo o cenho e emburro a cara no mesmo instante.
— Lorenzo? — Patrick indaga e fecho o semblante.
O que tinha a perder? Nada! Não tinha mais nada!
— Tá bom inferno! Eu prometo!
Encaro Arthur empurrar o copo em minha direção e o seguro, estávamos
apenas nós dois em seu apartamento já que Patrick teve que sair para resolver
uns assuntos.
Arthur era muito mais que meu primo, era meu melhor amigo e alma
gêmea da putaria.
— Você precisa ficar frio, Lorenzo...
— Ficar frio, Arthur? Você não sabe o quanto é terrível ficar ao lado dela...
— Digo choroso enquanto ele me encara.
— Vai passar logo, Lorenzo. — Diz sentando ao meu lado, passando os
braço pelos meus ombros. — Vai passar tão rápido que nem vai sentir...
Agora dá um sorriso lindo.
— Não quero sorrir.
— Vai Lorenzo... Faço qualquer coisa para você sorrir.
O encaro piscar os olhinhos azuis.
— Bem que você poderia ficar de resguardo comigo, né? —
Disparo e Arthur se afasta rapidamente, com o cenho franzido. — Para
eu não ficar nessa sozinho...
— Vai dar esse cu, Lorenzo! Tu que está casado, não eu!
— O que um faz o outro faz, esqueceu?
— Olha aqui meu filho, sai da minha casa! Fica com esses papos sinistros
para o meu lado.
Só Arthur para me fazer gargalhar uma hora dessas. E por uns instantes a
angústia e a raiva se esvai do meu corpo.
Mentira. Ainda estava aqui.
Diana
— Esse apartamento é enorme, Diana. Não precisa ficar sempre em seu
quarto. — Dona Clarisse diz e a fito colocar a mão sobre a minha.
— É que não tenho muita coisa para fazer, dona Clarisse.
— Só Clarisse, meu amor... — Diz delicadamente e me fita. — Quer
comer algo?
— Não estou com fome, obrigada.
Estava em meu quarto quando ela chegou ao apartamento, trazendo
algumas compras. Fiquei feliz com sua visita, ao menos ver um rosto
conhecido e gentil.
Nem vi que Lorenzo tinha saído, apenas quando ela que chegou e foi olhar
no quarto dele. Não me dava satisfações de suas saídas.
— Como foi de viagem? — Clarisse sorri me olhando. — Aquele
bangalô me trás lembranças ótimas...
A encaro enquanto ela solta um sorriso carinhoso em minha direção. Eu
não queria ser rude com ela, não iria falar que seu filho mais novo era um
prepotente, mal educado e desgraçado.
— Foi tudo bem. Lá é um lugar lindo. — Digo em um sussurro.
Ela cruza os braços e me encara por alguns segundos. Eu via nos olhos dela
que ela sabia que eu estava mentindo. Eu nem sabia o que falar, na verdade.
— Diana, meu amor... — Diz se aproximando enquanto me abraça
gentilmente. — Eu sei que é difícil, mas...
— Eu só estou... Confusa e...
— É normal, minha filha. Mas... eu não sei nem o que te falar nesse
momento, mas posso te dar todo meu carinho e proteção.
Sorrio timidamente a fitando. Dona Clarisse tinha um ar puro de carinho.
Era perceptível que era sempre assim, com seus filhos e seu marido.
Mas eu estava assustada ainda e ficava trêmula só de lembrar do beijo na
cozinha, me dava uma coisa estranha... Algo que parecia querer explodir, mas
ao mesmo tempo tão leve que me assustava.
Clarisse desce e sorri, pedindo para eu descer logo em seguida. Abro as
cortinas do quarto olhando o movimento da cidade, era de encher os olhos de
tão linda e movimentada.
Tão liberta e tão presa ao mesmo tempo. Era assim que me sentia.
Mesmo tendo tudo que não tinha em meu antigo quarto. E esse era tão
grande.
— Espero que esteja aí pensando no sexo com aquele gostoso. — Me viro
olhando Bianca de braços cruzados, sorrindo.
— Como você... Eu nem ouvi a campainha. — Digo a abraçando enquanto
ela gargalha.
— Eu tenho entrada vip, Di. Entenda isso.
— Sua cadela! — Bato em seu braço enquanto ela esfrega o mesmo, me
olhando.
— Ai, vaquinha!
— O que você tinha na cabeça quando colocou aquelas camisolas na minha
mala, Bianca?
— Nossa, Diana! Eu achei que você ia me agradecer e você me trata
assim? Mal agradecida! — Finge indiferença enquanto se senta na cama,
cruzando as pernas.
— Agradecer, Bianca? Você praticamente me jogou para os leões! —
Acuso enquanto ela sorri.
— Leões, não. Leão. — Me corrige com um sorriso sacana. — E que
leão, diga-se de passagem, em prima!
Sorrio balançando a cabeça e sentando ao seu lado.
— Mas me diz os detalhes sórdidos, pelo amor de Deus! Eu estava em
cólicas, Di... Perdeu o cabaço?
Eu nem me sentia mais horrorizada com as coisas que Bianca falava.
Lorenzo falava coisas bem piores e bem mais pesadas.
— Não, Bianca. — Reviro os olhos e ela franze o cenho.
— Não?! Por que não?! Meu Deus! — Diz deitando na cama de barriga pra
cima. — Tudo bem que é um casamento de fachada. Mas gente... Sexo é de
graça e faz bem pra saúde!
— Lorenzo não aguenta ficar perto de mim um minuto sequer, Bia... —
Digo me deitando, soltando a respiração. — E quer saber, prefiro que ele nem
fique!
— Opa... Opa... — Bianca se ergue me olhando. — Senti a tensão de
longe... Aconteceu alguma coisa?
Nego com a cabeça, vendo-a soltar um sorriso.
— Pare de me olhar assim... — Me sento sobre as pernas, brincando com a
barra do meu vestido. — Assim que chegamos de viagem ele foi à casa do
papai e os dois meio que discutiram.
— Era de se esperar, né Di. Mas ele foi bruto com você? Porque se ele
for... Eu chuto o saco dele. E com a minha bota.
Sorrio a abraçando e suspiro pesadamente.
— Ai Di,não fica assim, lembra do que eu te falei? Você não precisa fazer
nada forçada para agradar seu pai.
— Mas eu já fiz Bia. Não tem como voltar atrás agora. — Dou de ombros
meio angustiada. — E mamãe ficou me falando aquelas coisas de que as
mulheres devem obedecer seus maridos... E se ele pedir para pular de um
prédio, não perguntar a altura... É pra pular.
Bianca me encara e se ergue com as mãos na cintura, os cabelos negros
como a noite estavam soltos.
— Você tem que pular mesmo. Mas é em cima do infeliz e derrubar ele de
lá. — Ela diz e me encara séria. — Estou falando sério em, Diana. Se esse
Lorenzo se meter a besta com você... Eu arranco o pau dele!
— Meninas, desçam... Fiz um lanche para vocês. — Dona Clarisse aparece
sorrindo.
— Oba, lanche. — Bianca bate palmas e me encara.
— Viu o Enrique? — Pergunto enquanto descemos as escadas.
— Falei com ele ontem à noite, acho que ele vai vim te ver quando chegar
de viagem.
Bianca para em frente ao aparador da sala, repleto de fotos de Lorenzo com
alguns amigos e seus irmãos. Fotos da mãe e dos sobrinhos.
— Minha nossa! Esses homens não foram paridos, foram esculpidos!
Seguro um porta retrato, olhando Lorenzo sorrindo em uma foto.
— São meus tesouros. — Dona Clarisse diz e nos encara. — São
meio sem juízo, mas eles têm coração enorme.
— E que tesouros... — Bianca diz se sentando.
A encaro enquanto ela dá de ombros sorrindo. Ficamos conversando na
sala enquanto beberico meu suco de laranja. Deposito o copo quando a porta
se abre e Lorenzo entra com Arthur, sorrindo.
Ele vai até dona Clarisse a beijando.
— Não sabia que viria.— Ela se ergue enquanto o abraça.
— Oi titia. — Arthur cumprimenta a beijando e nos encara. — Olá,
Diana... Bianca.
Sorrio o olhando e Bianca abre a boca o encarando.
— Oi Arthur.
— Estava sem nada pra fazer e acabei vindo ver Diana, aliás, meu filho...
Não a deixe tão sozinha em casa.
Me encolho sobre o olhar que ele me lança e Bianca o encara de cima a
baixo.
— Eu tenho que ir agora. — Dona Clarisse diz, se erguendo enquanto pega
a bolsa. — Arthur meu amor, não esqueça do jantar para a chegada de Heitor.
— Mamãe já deve ter passado as listas. — Arthur diz sorrindo.
— Duas listas. Mas estou com tantas saudades daquele pervertido.
— Quem é Heitor? — Bianca sussurra em meu ouvido.
— Eu não faço ideia.
— Até mais, Diana. Até logo minha querida. — Diz me beijando e se
despede.
— Vamos subir, Bianca? — Digo olhando-a encarar Lorenzo.
— Eu adoraria ficar, Di. Mas eu tenho aula daqui a meia hora. — Bianca se
ergue e me abraça. — Juízo. Te amo.
— Também te amo. — Digo olhando-a se despedir e sair.
— Até mais, Arthur. — Ela o fita e volta a olhar Lorenzo. — Eu estou de
olho em você.
Lorenzo me encara e Arthur sorri amarelo nos olhando.
— Er... Bom... Vou pegar uma bebida.
Arthur vai para a cozinha e encaro Lorenzo, que cruza os braços me
olhando sério.
— Já comeu? — Diz em um sussurro.
— Só tomei um suco. — Digo em um fio de voz.
Ele continua me encarando e engulo em seco.
— Eu vou pro meu quarto.

Acordo sentindo minha testa suada e vejo o quarto totalmente escuro, tinha
deixado as janelas abertas e o quarto ficou mais frio. Lembro apenas de ter
me deitado, não de pegar no sono.
Olho no relógio do aparador vendo que ainda eram duas da manhã. Abro a
porta do corredor vendo tudo escuro e em total silêncio.
Não queria ir à cozinha, mas estava com tanta fome e minha barriga
roncava como um trator velho.
Desço as escadas com cuidado na ponta dos pés, indo até a cozinha. Paro
estática no mesmo lugar, vendo Lorenzo segurar uma garrafa de cerveja em
uma das mãos.
— Acho que as nossas madrugadas estão sendo movimentadas demais. —
Diz me olhando e viro de costas pronta para sair.
— Espera. Está com fome, não é?! — Me viro o encarando e assinto.
— Senta aqui.
Sento na mesa de vidro olhando-o passar um prato com dois sanduíches e
um copo de suco na minha direção. Eu não iria o encarar, por mais que ele
estivesse vestido. Eu não conseguia encará-lo.
Tá. Vestido não seria a palavra. Estava apenas de calça moletom.
— Foi você que fez? — Digo dando uma mordida generosa no sanduíche
de atum.
— Sou o rei dos sanduíches. — Diz me olhando fixamente.
Dessa vez eu não estava com nenhuma de suas camisetas e nenhuma das
camisolas indecentes que Bianca tinha colocado na minha mala. Estava com
uma calça fina e uma blusa cor de rosa.
— Pare com isso, Lorenzo. — Digo me erguendo.
— Eu fiz o quê?
— Você fica me olhando assim... Eu não... Não gosto! — Disparo vendo-o
sorrir de lado.
— Eu só estou olhando, Diana. — Revira os olhos.
— Pois não me olhe!
O olhar dele era algo desconcertante, que me deixava sem saber o que falar
ou fazer, mas eu sabia o que era isso, ele estava tentando me intimidar.
— Será que podemos passar um dia sem discutir? — Diz em um sussurro,
tomando um gole da cerveja.
Abro a boca tornando a fechar assim que ele me encara.
— Brigar não vai fazer esse ano passar mais rápido...
— Acho que você está bêbado. — Disparo o olhando negar com a cabeça.
— Você já disse isso uma vez pra mim e não funcionou...
— Porque você me tira do sério, bruxinha. — Diz com uma voz mais
mansa que o normal.
— O que eu faço Lorenzo? —Digo baixo.
E ficamos em total silêncio. Apenas nos encarando.
Percebo-o engolir em seco e ele desce o olhar para os meus seios, coloco o
braço cobrindo-os e ele me fita.
— Termina aí... Eu vou subir. — Vira as costas e sai.
— Idiota. — Sussurro suspirando.
Essa convivência vai acabar com nós dois.

Capítulo 12
Diana
e sento no sofá da sala assim que acabo de tomar o meu café da
M manhã. Comi um pedaço de bolo junto de um copo de suco. Não
estava com tanta fome assim e é até normal para mim.
Acordei mais cedo do que esperava, já que demorei uma eternidade para
pegar no sono depois que fui para o meu quarto. Só ouvi a correria de
Lorenzo para ir à empresa, enquanto falava ao telefone sobre o tal jantar de
hoje.
Iria passar o dia inteiro e provavelmente a noite aqui sozinha, e não tinha
ideia do que fazer. Sobressalto assim que a campainha toca e me ergo, abro a
porta e vejo Ágata que sorri me olhando.
— Desculpa vir tão cedo... Mas Clarisse me pediu pra vim ver você, ela
disse que você não sai do quarto.
— Eu estou acordada a um tempão. — A abraço e fico até sem jeito.
Ágata exalava um poder apenas em olhá-la. E por incrível que pareça, não
aparentava ser mãe de dois filhos. Estava sempre bem vestida das duas vezes
que a vi, e eu gostava do sorriso sincero que ela me dava.
— É Difícil se acostumar aqui, não é? — Diz soltando a bolsa e se
sentando no sofá.
— Muito. — Digo olhando-a sorrir. — Quer beber alguma coisa?
— Não, acabei de vir da casa dos meus pais. — Me sento ao seu lado
enquanto ela me fita. — Lorenzo te contou que vai ter um jantar na casa da
Clarisse?
— Eu ouvi por alto... — Digo dando de ombros.
Realmente ele não tinha me chamado e eu não esperava que o fizesse.
— Diana... Se você ficar trancada no quarto calada e triste, não vai poder
dar o troco no Lorenzo. — Ergo meu queixo a olhando. — Ele é meu
cunhado, mas convenhamos que ele é pervertido até o último fio de cabelo...
— Ele é um grosso. E um idiota.
Ela franze o cenho com um sorriso no rosto, me olhando de um jeito
estranho. Acho até que é o mesmo olhar que Bianca me lançou quando esteve
aqui ontem.
— Você gosta dele. — Dispara com o dedo em riste.
— O que?! Não! — Me ergo a olhando. — Não gosto, não.
— Gosta sim. Você ficou vermelha. — Ágata sorri enquanto balança a
cabeça.
Ah Deus.
Eu realmente tinha ficado sem palavras.
E se eu gostasse um pouquinho dele, era errado?
Não. Era só burrice.
— Você já ia no jantar, obviamente. Mas agora vai aconselhada por mim.
— Diz de repente e arregalo os olhos.
— O que?!
Ela rapidamente pega o enorme celular e sorri, enquanto o coloca sobre o
ouvido.
— Chris... Avise a Lorenzo que vou levar a Diana para sair e ela vai lá pra
casa... Não amor, diga a ele que iremos encontrar vocês na casa da sua mãe.
Sim amor, tá... Um beijo.
Ela desliga o celular sorridente e a encaro por uns segundos, não
entendendo o que ela estava fazendo ou tentando fazer.
Mas apenas segura em minha mão enquanto me arrasta para fora, sorrindo
de lado.
Eu estava assustada.
Um carro enorme está estacionado na garagem e só percebo que é o seu
quando ela entra no mesmo.
— Se quer deixar Lorenzo no chinelo... Vai precisar acordar um pouco,
Diana. — Ágata diz me olhando. — Homens odeiam mulheres bem
resolvidas. E Lorenzo é um deles.
— Não conseguimos ficar sem brigar um minuto. — Digo em um sussurro
olhando-a dirigir com tranquilidade.
— Você o afronta, isso é bom. Mas seja mais ousada nas palavras e
atitudes, Diana. — Ela sorri e depois de alguns minutos estaciona o carro em
frente a uma enorme casa.
Casa seria um apelido bem singelo para o que estava a minha frente. Era
uma mansão com três andares e uma piscina enorme. Jesus amado.
— Temos muito trabalho pela frente, Diana... E poucas horas. — Ágata
sorri enquanto entramos na casa.
Bianca sempre me falava que homens odiavam mulheres que batiam de
frente e demonstravam poder. Mas eu não conseguia demonstrar esse poder
quando Lorenzo se aproximava de mim com aquele tamanho e arrogância
toda.
Ágata me olha com um sorriso.
— Clhoe e Henry estão na casa dos meus pais. Então tenho um tempo livre
para fazermos umas coisinhas. — Diz me encarando enquanto me sento no
enorme sofá.
— Não foi fácil ficar com Chris no começo, Diana. A arrogância dele me
tirava do sério. — Ela revira os olhos e sorri de lado. — Ele tinha um ar de
superioridade... Que Jesus, eu queria bater nele!
Tinha ficado boquiaberta com tudo que ela me contou, nas coisas que
passaram para ficar juntos. E até a minha surpresa quando ela me falou que
Clhoe não era filha biológica do Chris. E deu até para perceber um pouco o
porquê Patrick ficava um pouco desconcertado em sua presença.
— Acho que é de família então... A arrogância e prepotência. — Sussurro
enquanto ela assente.
— Mas eu o dobrei. — Diz me olhando enquanto segura em minhas mãos.
— Eles amam estar no poder, mas mal sabem que nós que os deixamos
pensar que estão com ele.
Mordo o lábio e franzo o cenho sorrindo.
— Lorenzo é uma boa pessoa, apenas está chateado com tudo isso. Mas
isso não dá o direito dele te magoar, Diana... — Ela diz depois de um tempo.
— E muito menos você de aceitar tudo isso. Você tem que mostrar pra ele
que você é mais você, que você é linda e independente.
— Meu pai iria me matar se soubesse que eu quero ser independente. —
Digo a olhando.
— E acha que meu pai deixou? Tive que enfrentar muitas coisas, Diana...
Mas você precisa abrir sua mente. — Ágata diz e se ergue. — Você é maior
de idade... Linda e sexy para um cacete.
Ela para de repente e sorri estalando o dedo enquanto em encara.
— Espere aí, eu sei de alguém que pode nos ajudar. — Ela pega o
celular digitando o número e coloca o mesmo no ouvido.
Mordo o lábio apreensiva, com medo fora do normal dentro de mim. Meu
pai sempre ensinou eu e a Eudora a assentir quando um homem falasse mais
alto, ou até mesmo a pedir desculpa quando brigávamos.
Eu nunca levei tudo ao pé da letra como Eudora levava, mas eu não
conseguia bater de frente desse modo.
Descemos para sala e logo a campainha começou a tocar, e Ágata correu
para abrir. Me ergo vendo uma ruiva entrar, tirando os óculos de sol e me
olhando.
— Meu Deus, Ágata. Ela é linda. — Diz me beijando no rosto. — Muito
prazer, Mikaella Perrot.
— Diana. — Aperto em sua mão a olhando.
— Cadê as crianças? — Ágata pergunta olhando em volta enquanto a
abraça.
Meu queixo quase caiu no chão quando eu soube que ela era mãe de três e
esposa de um engenheiro famosíssimo de Nova York. Era realmente aquelas
mulheres de capa de revista, os cabelos cor de fogo soltos, realçando mais
ainda a pele alva.
— Estamos com um problema, Mia. E só pensei em você pra descascar
esse abacaxi. — Ágata suspira. — Uma mente maligna trabalha bem, mas
duas mentes malignas pensam muito melhor.
— Me chamou em uma ótima hora, Ágata. Deixei as crianças com a minha
tia e corri pra cá. — Diz se sentando e me olhando. — Confesso que fui no
seu casamento e me deu dó ver você jogada pra escanteio lá menina...
— Eu estava falando com ela sobre isso agora, Mikaella.
— Eu sei do contrato. —Diz assentindo. — Pobrezinha... Lorenzo é um
ogro, né?
— Dos piores.
Ela encara Ágata que sorri e balanço a cabeça.
— Você e ele... Já... Já...
— Não. — Nego com a cabeça enquanto ela semicerra os olhos. — Bom...
Nós nos beijamos duas vezes.
Ágata abre a boca me olhando.
— Por isso ele chegou todo nervoso aqui em casa... Vocês se beijaram!
— Nervoso? — Pergunto e ela assente.
Porque essa informação me deixou tão alegre e estranha ao mesmo tempo?
Ágata começa a relatar tudo que está acontecendo e a cara de terror que
Mikaella faz enquanto me analisa, denunciava a mesma cara que Bianca me
lançava quando mamãe falava algo.
— Lorenzo é o tipo de homem arrogante e machista. Meu cunhado Leon
era desse jeito, até que a minha amiga Liana colocou o lobo mau na coleira e
pense em um homem arrogante com o ego do tamanho do mundo. Pois bem,
agora ele é pai de família. — Ela diz me olhando. — Eu vou te dar três
conselhos básicos, Diana...
Ela para me analisando e sorri.
— Primeiro: nunca abaixe a cabeça para um homem. Nunca. Segundo: seja
mais você em primeiro lugar. Terceiro: homens odeiam mulheres poderosas
demais. Entendeu?
Assinto com a cabeça sorrindo.
— Bata de frente com ele, provoque-o até o limite. — Ágata pisca de leve.
Elas começaram a falar sobre a vida, o quanto cada uma teve que tomar a
frente e lutar por aquilo que queriam. E aquilo era tão interessante que em
poucas horas de conversa eu via a velha Diana se escondendo em um lugar
no meu corpo e uma outra estava surgindo.
Estava rindo por dentro com todas as coisas que elas estavam me falando.
E ensinando também.
— Provocar e não abaixar a cabeça. — Assinto as olhando.
— Que orgulho! — Ágata diz batendo palmas.
— Ótimo. Devolva e saia. Provoque e saia.
— Agora precisamos de um vestido escandaloso, daqueles de deixar os
homens babando de desejo... Principalmente o Lorenzo. — Mikaella diz
sorrindo. — Minha cunhada Lúcia é expert em moda, preciso mesmo de
compras... Vamos Ágata?
— Eu não tenho um cartão de crédito.
— Você não tinha, Diana. Acabei de mandar uma mensagem para o Chris
e pedi pra ele falar com Lorenzo pra liberar um cartão para você. — Ágata
diz sorrindo.
Esse mundo era muito novo para mim, para elas tudo se resolvia em um
estalar de dedos. Ágata entra com seu carro no estacionamento do shopping
The Shops at Hudson yards, o estacionando em uma vaga bem estratégica
segundo ela, na qual não precisava fazer manobras para sair. Mia sugeriu este
shopping porque de acordo com ela tinha todas principais lojas que
necessitávamos no momento, tais como: Cartier, Van Cleef & Arpels, Fendi,
Dior, Gucci, Louis Vuitton e victoria’s secret.
Fomos em cada uma das lojas selecionadas por elas, me fizeram
experimentar uma dezenas de vestidos, blusas, jaquetas, saias, calças e
sapatos. Mesmo eu insistindo que não precisava, as meninas me fizeram
escolher tudo ao meu gosto e pela primeira vez em minha vida eu estava
comprando peças sem a interferência de mamãe.
Quando entramos na victoria’s secret o meu rosto deve ter transparecido o
total espanto por ver aquelas peças de roupas intimas, não que eu nunca
tivesse visto peças assim, até porque na minha lua de mel, Bianca tinha
separado algumas peças bem indecentes para mim, mas ali tinha peças ainda
mais minúsculas e transparentes. Ágata e Mia ficaram em êxtase diante da
nova coleção, ambas escolheram modelos bem sensuais para elas, Mia disse
que o segredo de um bom casamento é sempre manter a chama do desejo
acessa, e que por mais que muitos homens digam que não reparam nessas
coisas de lingerie, ela faz parte de todo um ritual de sedução, e acabou
confessando que seu marido ficava louco quando a via com peças brancas de
renda e vermelhas. Já Ágata confidenciou que Chris gosta muito quando ela
usa aqueles corpetes trabalhados e calcinhas fio dental. Ambas me auxiliam
na escolha de algumas peças e saio da loja com os conselhos e confidências
girando em minha mente.
Após as compras, paramos em um dos cafés do shopping para um lanche
rápido e de lá seguimos para um salão de beleza, que ficava naquele
complexo. Fomos recepcionadas por uma senhora bem simpática, que logo se
incumbiu dos meus cuidados, me direcionando inicialmente para uma
massagem com óleos, depois à área de depilação e por fim unhas e cabelos.
Nunca havia feito qualquer procedimento químico em meus cabelos, mas
nesse momento, não sei a razão, quis mudar, fazer algo novo em meus fios,
conversei com a senhora sobre as ideias que tinha, e então decidimos fazer
algumas mechas no tom de mel para realçar a cor castanha, aproveitei e pedi
um corte novo que, trouxe volume e movimento aos meus fios.
Estava admirando a nova tonalidade das ondas perfeitas que caiam sobre os
meus ombros quando vejo um rapaz sorridente se aproximar.
— Meus Deus! Mais você é muito linda! — diz todo eufórico — Tem
carinha de uma boneca. — Você é Diana, certo? — faço que sim com a
cabeça um pouco tonta com a rapidez com que ele fala. — Prazer sou o Paul,
a sua cunhada Ágata me pediu para vim maquia-la. Vocês tem uma festa do
babado hoje né?
— Sim... Mas não precisa me maquiar, apenas um gloss é o suficiente. —
Vejo ele dar uma grande gargalhada.
— Bobinha, a sua cunhada já previa que você ia me dizer isso. Mas deixa
eu te dar uma dica, Diana né? — assinto — Você é realmente muito linda,
não precisa de uma maquiagem carregada, mas ela nos pontos certos vai
realçar ainda mais a sua beleza. Mia me contou que querem deixar um macho
de queixo caído, pois então bobinha aproveite disso ao seu favor. Quando
uma mulher se sente deslumbrante e forte, ninguém pode com ela Diana,
muito menos um macho metido a garanhão. — me da uma piscadinha. —
Vejamos: você tem olhos bem expressivos e marcantes, e uma boca carnuda.
Menina muitas mulheres se matariam para ter uma assim. Tem algo que
gostaria de realçar?
— Não, deixo nas suas mãos...
Paul me coloca sentada em uma cadeira que se inclina levemente, passa
alguns produtos em meu rosto e sinto que o tempo não passa, a ansiedade e
curiosidade me corroem por dentro, quero ver o que ele está aprontando. Será
que vou ficar com o rosto muito carregado? Parecendo uma velha? Senhor,
Não!
— E voilà — sinto ele passando pincel pela ultima vez na maça do meu
rosto. — está magnífica Diana, mas só vai pode ver depois que colocar o
vestido e a sandália que sua cunhada já deixou separados para você. Vem eu
vou te levar até o quarto da noiva, lá poderá se trocar com mais calma.
Todos os vestidos e sapatos que compramos eram realmente magníficos, eu
não saberia qual escolher, ficaria um pouco perdida, acho que Ágata e Mia
adivinharam e agiram como minhas fadas madrinhas me poupando deste
impasse. Eu nunca pensaria em usar um modelo tão curto em toda minha
vida. Mas apenas de imaginar Lorenzo me encarando como um predador, eu
sentia até minhas pernas tremendo.
Só que dessa vez eu não iria recuar, nem correr pra chorar em meu quarto.
Eu não queria ter casado desse modo. Mas não tinha culpa, tanto quanto ele.
E Lorenzo não iria mais me colocar pra baixo.
— Você está tão linda. — Ágata diz sorrindo entrando no quarto em um
vestido magnífico dourado, curto e justo.
— Não acredito que estou usando esse vestido. — Me encaro no espelho já
completamente pronta.
O vestido era de ombros caídos cheio de pedrarias na parte de cima, tinha
uma saia rodada que deixava um pouco justa realçando os meus quadris.
Minhas costas estavam nuas.
Minha boca se abre enquanto me encaro de todos os ângulos.
— Você está linda, Diana. — Ágata sorri me olhando.
E pela primeira vez eu realmente estava me sentindo linda. A maquiagem
era simples, porém sofisticada, os meus olhos continham um esfumado
marrom, uma sombra dourada com um leve brilho, um delineado gatinho,
mascara de cílios e um lápis marrom na linha d’agua esfumado. Minhas
sobrancelhas estão bem desenhadas. O que realça bem os meus olhos claros.
Já os meus lábios estão bem contornados e pintados em uma cor rosa
queimado. As minhas bochechas estão levemente coradas devido à
maquiagem, reconheço alguns pequenos pontos de luz.
Uau, realmente Paul tinha razão. Devo reconhecer.
— Se Bianca me visse, ela não acreditaria. — Solto um suspiro balançando
a cabeça.
— Por isso tive que vir ver com meus próprios olhos.
Me viro e a encaro parada na soleira da porta.
— V-você... — Me aproximo a abraçando.
— Mia foi para casa com o meu carro. Então o motorista vai vir nos buscar
daqui a 20 minutos, vou esperá-las na recepção do salão, não demorem. —
Ágata diz saindo assim que cumprimenta Bianca.
— Não acredito que está aqui. — Seguro em suas mãos a olhando.
— Eu não acredito que essa é a Diana que eu conheço. — Bianca diz
sorrindo enquanto segura em minha mão, me fazendo girar. — Meu Deus!
Você está gostosa pra cacete, Diana.
A encaro em seu vestido tubinho preto que só Bianca teria audácia para
vestir. Os cabelos soltos e o batom vermelho destacando-se.
— Olha só quem fala, você vai comigo?
— Acha mesmo que eu iria perder um jantar cheio de homens
maravilhosos? Nem morta. — Diz sorrindo. — Ágata me ligou e conversou
sobre a situação...
Me sento enquanto ela balança a cabeça, revirando os olhos.
— Sabe que se precisar eu quebro o Lorenzo na porrada, né?! — Sorrio
assentindo.
— Eu sei que sim. Amo você. Obrigada por estar aqui.
— Também amo você, bobinha.
— E Enrique, você viu ele? — Pergunto olhando-a sorrir levemente.
O relacionamento de Bianca e Enrique era algo que até hoje não conseguia
entender, eles não se desgrudavam e juravam que não tinham mais nada um
com o outro. Até por que papai nunca tinha aceitado muito bem a situação.
— Ele deve vir amanhã te ver. — Diz em um sussurro. — Teve que fazer
uma viagem rápida.
— Vamos meninas. — Ágata aparece na porta, mordendo o lábio. — Chris
já foi, falei que não precisava passar aqui porque íamos juntas.
Pego a bolsa de mão descendo com Bianca, que sorria alegremente. Eu
estava com um misto de nervosismo e ansiedade, que estava me deixando
com ânsia de vômito.
Aquela sensação que parece congelar a alma.
— Tiro meu chapéu para você, Ágata. E essa Mikaella também, só vocês
para tirar essa mente de mulher das cavernas de Diana. — Bianca diz
sorrindo.
— Pelo visto você também é bem resolvida, não é Bianca?
— Graças à Deus.
— Mas agora, Diana é uma nova mulher... — Ágata diz me olhando.
— Eu não sei se isso está me assustando ou me deixando feliz.
Acho que era mistura de tudo e mais um pouco. O caminho foi feito entre
sorrisos de nós três. Mordo o lábio apertando a bolsa entre as mãos assim que
o carro estaciona em frente à mansão dos pais de Lorenzo.
Tinha vários seguranças que se aproximaram do carro, abrindo a porta.
Solto o ar devagar assim que Ágata sobe os pequenos degraus.
— Não vai cair dura e seca pra trás não, hein
Diana! — Bianca fala pegando em meus ombros. —Respira e se solta,
passarinho...
— Vamos...
Um segurança assente nos olhando e as portas se abrem, meu coração
começa a bater forte no peito.
Instantaneamente eu percebi os olhares voltados para nós. Ágata sorri e
Bianca arqueia a sobrancelha. Apenas ergo o queixo levemente.
Clarisse e Patrício param me olhando e vejo os meninos reunidos bem
próximos. Arthur, Chris e Patrick param.
Lorenzo estava de costas conversando e rindo, apenas percebo Arthur o
fitar e ele se vira.
— Pelo visto essa noite vai ser maravilhosa. — Bianca diz sorrindo.
Os olhos libertinos voam para cima de mim e um misto de surpresa e
incredulidade se apossam de seu rosto.
Chris se aproxima de Ágata a beijando e me olhando com um sorriso
enorme.
Lorenzo continua no mesmo lugar, com o copo parado nas mãos, a
caminho da boca.
Eu não conseguia decifrar o olhar que ele estava me lançando.
Eu só sabia que era o mesmo olhar de quando nos beijamos na cozinha.
Ele se aproxima a passos lentos, parando na minha frente e eu o fito.
— Bruxinha...
— Lorenzo...

Capítulo 13
Lorenzo
u nunca entendia esse ato de possessão que eu tinha com minhas
E coisas. Quando eu era pequeno, por exemplo, odiava quando Patrick
ou Arthur queriam tomar meus carrinhos pra brincar com os meninos mais
velhos.
Se os carrinhos eram meus, eram meus e ponto final.
Até que eu peguei o vídeo game de Patrick e fui brincar, ele ficou furioso e
disse que nunca mais pegaria nos meus brinquedos. Aí comecei a sentir
possessão pelos meus carros importados, pelo meu apartamento...
Eu só nunca pensei que em toda minha vida, no auge dos meus trinta anos,
eu iria me sentir puto de possessão por uma garota!
Mas não é puto de ódio, não é aquele modo puto que você sente vontade de
matar a pessoa. Se existisse um modo de matar a Diana, eu queria matá-la...
Mas de prazer!
— Não vai me apresentar às donzelas, primo? — Viro o pescoço vendo
Heitor encarar Diana e Bianca com um sorriso estampado no rosto.
A fito, descendo o olhar pelo corpo bem desenhado pelo vestido que caiu
como uma luva em seu corpo. As curvas pareciam mais evidentes.
— Você eu não conhecia. — Bianca diz semicerrando os olhos.
— Heitor.
— Bianca.
— Você deve ser a...
— Diana. — A bruxinha diz estendendo a mão para Heitor, que a beija. —
Muito prazer.
Meus olhos descem pelas pernas torneadas que chamaram a atenção de
imediato. Retiro a parte que o vestido era um luva. Ele era um manto do
pecado.
Senhor eu imploro por misericórdia!
— Já vi que o sangue de cafajeste corre nas veias de todo mundo. —
Bianca diz sorrindo para Heitor, que arqueia a sobrancelha.
— Especialmente em um ponto estratégico. — Heitor rebate a olhando
sorrir.
— Acho que o sol da Austrália deve ter queimado os miolos do meu irmão.
— Arthur diz sorrindo. — Querem beber algo meninas?
— Diana não bebe. — Digo rápido olhando-a fixamente.
Ela me fita e dá um sorrisinho do caralho de lado.
— Eu adoraria uma bebida, Arthur. Se nos der licença, Lorenzo. — Diz
pegando no braço de Bianca e desfilando para bem longe de mim.
E meu queixo estava aonde?!
No chão!
— Onde está mesmo aquela menina fofa e doce? — Patrick diz me
olhando.
— Ágata. — Chris diz em um sussurro.
— Não... Eu não... Eu não fiz nada. — Minha cunhada ergue as mãos e
semicerro os olhos.
— Se eu não te conhecesse, eu até acreditaria, loira do satanás! — Rebato
enquanto ela sorri, olhando as unhas.
— Viram a amiga dela? Meu Deus! A mão da punheta chega tremeu. —
Heitor diz sorvendo um gole da bebida.
— É prima, Heitor.
— Pode ser o escambau! Por que você não me disse que sua esposa era
uma ninfeta gostosa?
Fulmino Heitor com o olhar e ele sorri.
Estava tremendo igual um pinscher raivoso. Viro o pescoço olhando meu
pai se aproximar de Diana, falando algo em seu ouvido que a faz sorrir,
mamãe logo se aproxima também, pelo visto está a elogiando.
Sinceramente, ela estava merecendo todos os elogios.
— Quer um babador? — Chris diz e bate em meu queixo.
— Vai tomar no cu, Christopher! — Pego o copo de bebida que estava em
sua mão, tomando todo o líquido.
— Relaxa, Lorenzo. Você está parecendo o maníaco do parque. — Patrick
rebate sorrindo e Chris solta uma pequena gargalhada.
— Vocês dois, vão se foder! — Saio em disparada.
O que merda eu estava sentindo que mudou meu humor por inteiro? Eu
estava feliz para um caralho, tinha passado um dia leve e feliz. E agora estava
aqui, soltando fumaça pelo cu!
Heitor conversava com mamãe, sobre o quanto tia Catarina estava com
saudades. E meus passos promíscuos me levavam até Diana, que estava do
outro lado do salão conversando com Ágata e Bianca.
As encaro e as três param de conversar no mesmo instante.
Estavam falando de mim. Óbvio.
— Quero falar com você, Diana. — Digo olhando-a morder o lábio e
sorrir.
— Não tenho nada para falar com você, Lorenzo.
— Eita, Ágata... Acho que...
— É, eu também. Licencinha... — Ágata diz puxando Bianca pela mão e
saindo.
Estávamos em um lugar mais afastado da sala.
Ela brinca com o drink enquanto me fita, engulo em seco suspirando.
— Vai ficar parado aí, me olhando?
— Não me provoque Diana... Seja qual for o seu...
— Acha que tudo gira em torno de você, não é Lorenzo? — Sorri e
nega com a cabeça. — Vou tomar um ar.
Diz pronta para sair, mas seguro em seu pulso a encarando. Os olhos claros
semicerram me olhando e desvencilhando da minha mão.
Cruza os braços na altura do peito, me olhando fixamente.
— Eu sei muito bem o que você está fazendo, Diana. E sugiro que pare
agora mesmo. — Digo olhando-a sorrir de lado.
— O que eu estou fazendo então, Lorenzo? — Rebate descruzando os
braços.
— Está tentando me tirar do sério... — Solto o ar devagar e a fito. — Ah
bruxinha... Você não vai querer me ver fora de mim.
A encaro se aproximar de mim, mesmo com saltos enormes ela mal
chegava a bater no meu peito.
Tão baixinha a bichinha...
— Meu mundo não gira em torno de você, Lorenzo. Então sugiro que você
baixe essa sua bola, junto com sua arrogância e as coloque entre as pernas. —
Dispara pegando uma taça no aparador bebericando o líquido e se vira...
— Eu vou te mostrar o que está entre as... — Me calo assim que observo
meu pai se aproximar.
— Vou encontrar minha prima. — Diana diz saindo rapidamente.
Covarde! — Meu interior grita.
Mas quem essa fedelha acha que é para falar comigo nesse tom?
— Está tudo bem?
O fito, nem me dando o trabalho de responder, apenas me viro saindo. Nós
não tínhamos conversado desde o dia em que descobri da surpresa naquele
maldito contrato.
Aperto a taça entre as mãos, me aproximando de Arthur, Patrick e Chris
que conversavam. A volta de Heitor seria um jantar para a família, e
provavelmente uma puta farra mais tarde.
Ai que ódio. Que ódio.
Ela acha mesmo que vai ficar assim? Diana não sabe com quem está
lidando.
— Patrick, sabe me dizer se a casa dos fundos está desocupada? —
Pergunto olhando-o tossir várias vezes seguidas.
Chris dá uma batidinha em suas costas e ele me fita.
— O que você vai fazer?
— Sabe dizer ou não?
— Quem vai comer quem? — Heitor diz se aproximando.
— Ninguém vai comer ninguém, não é Lorenzo? — Patrick diz me
olhando e reviro os olhos.
— Calma gente, Não vamos esquentar o cu com rola fina. — Arthur diz
colocando as mãos para cima. — Deve estar Lorenzo,...Quer bater umas
punhetas?
Estiro o dedo do meio em sua direção enquanto ele dá um sorriso de lado.
Estava impaciente e com uma coisa dentro de mim que parecia crescer a cada
vez que eu respirava.
E não era só o meu pau.
— Lorenzo, eu fiquei sabendo do contrato, poxa cara, você tomou no cu
sem cuspe. — Heitor diz me olhando. — Me lembra de não deixar papai ficar
conservando com tio Patrício... Imagina se ele tem essa ideia e manda a gente
se casar, Arthur?
Arthur começa a tossir e abanar as mãos e dou um tapa bem forte em suas
costas.
— Ai arrombado! Esse caralho vem lá da caixa prego pra falar bosta, vire
essa boca pra lá Heitor! Bate na madeira.
— Bate no meu pau! — Heitor sorri.
Arthur dá três batidinhas na mesa onde estão as bebidas e sorrio.
— Vamos raciocinar com a cabeça, não com o pau. — Chris diz me
olhando. — Você tá pensando em fazer o quê?
— To pensando em falar com a Diana,Em particular.
— Eita caralho.
— Vai rolar o bate quadril.
Empurro a cara de Arthur e nos calamos rapidamente, quando Bianca
aparece nos olhando.
— Christopher, Ágata pediu pra você ligar para a mãe dela. — Bianca diz
nos olhando. — Só para saber das crianças.
— Onde ela está?
— Foi até o jardim com a Diana. Eu já estou indo pra casa. — Diz me
olhando.
— Tenho interesse de ir para lá. — Heitor diz sorrindo enquanto ela o
encara com desdém. — Por que não me convida pra ir?
— Acho que não.
— Hum... Adoro mulheres difíceis. — Heitor diz sorrindo, fazendo um
biquinho.
Estava quase gargalhando da cara patética dele.
— Que pena, eu odeio homens fáceis.
— Tomaaaaaaaaaa! — Arthur grasna explodindo em uma gargalhada
sonora.
— Tomou no cu! — Disparo o olhando.
— Pelo menos eu posso comer outra. — Ele rebate.
— Tá, acabou a brincadeira. — Volto a ficar sério e é a vez deles
gargalharem de mim.
Ai que ódio.
— Tá... Isso foi muito fodido. — Patrick diz limpando os olhos depois de
gargalhar.
— A casa tá ou não desocupada? — Torno a perguntar enquanto Patrick e
Arthur assentem com a cabeça.
— Mamãe sempre deixa aquilo dali impecável. — Patrick diz e bate em
meu ombro.
— Volto em um minuto. — Saio às pressas, indo em direção ao jardim.
— Meu filho. — Paro olhando mamãe que sorri.
— Oi mamãe.
— Chame Diana, por favor, quero apresentar uma amiga para ela.
— Ela está meia ocupada, mãe. Mas assim que for liberada, eu aviso. — A
beijo e saio quase correndo para o jardim.
Eu não costumava correr atrás das mulheres, mas Diana, estava começando
a colocar as garrinhas de fora e se eu não tivesse cuidado, iria acabar
arranhado.
Se é que já não estava.
— Ágata, o Chris está te chamando. — Digo em um fio de voz, olhando
Ágata me encarar.
— Acabei de pedir para ele ligar pra minha mãe. O que foi?
— Não sei. — Digo olhando-a me lançar um olhar mortal antes de falar pra
Diana que voltava logo.
Ela arqueia a sobrancelha e a encaro assim que Ágata entra em casa.
— Vem comigo. — Digo olhando-a negar com a cabeça.
— Não.
— Diana, venha comigo. Agora. — Digo ríspido olhando o rosto lindo
criar uma máscara de raiva.
— Eu não vou com você, Lorenzo. Você pode achar que manda em mim,
Mas não manda!
— Você vai vir comigo, nem que eu tenha que te pôr sobre os ombros e te
carregar porta a fora.
Ofego sentindo as batidas frenéticas do meu peito disparar.
— Você não se atreveria...
— Ok. — Viro de costas e volto novamente, a pegando e colocando em
meus ombros.
Ela se debate furiosamente e sorrio a levando, não pesava nada. As mãos
batendo em minhas costas enquanto as pernas se movimentam.
— Lorenzo, seu filho... De uma lhama! Me ponha no chão! Agora!
A carrego enquanto sorrio sorrateiramente, alguns convidados nos encara e
taco o foda-se mesmo. Me afasto, passando pela piscina e indo direto para a
casa dos fundos.
Abro a porta com um solavanco, a colocando no chão sem nenhum tipo de
delicadeza. A casa era sempre ocupada por hóspedes de mamãe. E ela sempre
fez questão de deixá-la arrumada. Era pequena e confortável.
Fecho a porta, trancando-a. Olho para Diana com enormes olhos saltados
me encarando.
— O que foi, bruxinha? Perdeu o medo de me enfrentar? — Digo em
um sussurro, me aproximando dela.
— Acha que tenho medo de você? — Diz pausadamente, se encostando na
porta.
— Por que está tremendo então, bruxinha? — Digo em um sussurro
encostando meu corpo ao seu.
Meu coração bate descontrolado no peito, minha boca seca. Meu pau
parecia que iria rasgar o tecido da cueca e da calça, e saltar para fora.
Controle, Lorenzo. Não perca o controle.
— Eu estou louco pra mostrar algo grande e feroz pra você. — Passo a
língua pelos lábios, olhando os olhos capturar os movimentos. — E não
estou falando do meu ego, bruxinha...
— Me deixe sair, Lorenzo... — Pede me empurrando.
Se vira de costas girando a maçaneta e não obtém sucesso algum, giro as
chaves nos dedos a olhando.
— Lorenzo, me deixe sair daqui! Agora!
Começa a bater na porta e suspiro espalmando a mão sobre a sua barriga, a
trazendo para mim. Percebo a sua respiração acelerar.
Esfrego o nariz em seu pescoço, deixando o cheiro me inebriar e sorrio.
— Perdeu a coragem, bruxinha? — Sussurro a virando.
O rosto a centímetros do meu. Engulo seco olhando os lábios cobertos pelo
batom escuro, e automaticamente minha língua vai de encontro a eles,
passando-a por toda a sua boca ainda fechada.
Então como na velocidade de um raio a boca dela suga minha língua, meus
lábios prendem os delas em um círculo vicioso de desejo e volúpia.
Uma das minhas mãos apertando a cintura firme, enquanto a outra pousava
a coxa em minha cintura, e aquele contato íntimo demais foi a gota da
perdição.
Meu sangue começa a ferver e perco o caralho do raciocínio.
— Lorenzo... — Diana sussurra enquanto sugo um dos seus lábios pra
dentro da minha boca.
Interrompo o beijo, vendo-a me encarar, os olhos estavam dopados. A boca
avermelhada e o batom todo borrado, deixando o vestígio do beijo selvagem.
— Ah, bruxinha... — Passo o polegar pelos seus lábios, olhando-a me
encarar. — Se você soubesse o quanto... O quanto eu luto para encontrar
forças pra não me enfiar em cada buraco do seu corpo.
Ergo o vestido, passando os dedos pela tela da calcinha.
— Não... Lorenzo... — Diz segurando em minhas mãos e solto um sorriso
fraco.
Seguro em seu queixo e engulo em seco.
— Eu jamais iria machucar você, bruxinha... Por mais que meu desejo...
Os olhos cravados nos meus, um misto de pânico e agonia foram
ligeiramente substituídos por um gemido que ecoou como música para os
meus ouvidos.
Meus dedos estavam brincando com a boceta, massageando-a
delicadamente... Apenas a calcinha atrapalhando sentir a carne macia.
Tomo seus lábios em um beijo furioso, sem deixar de massageá-la um
segundo sequer. Era como se minhas mãos tivessem vontade própria. Meu
corpo não obedecia mais aos meus comandos.
— Bruxinha... — A ergo rapidamente, tateando a mesa jogando algumas
coisas no chão e a colocando ali na borda.
— Meu Deus, que inferno... — Afasto as pernas sem deixar de beijá-la.
Ela paralisa no mesmo instante em que afasto a calcinha para o lado, e só
de pensar que nunca tinha sido tocada intimamente ali... Me causava arrepios.
— Lo-Lorenzo... — Ela tomba a cabeça para trás quando começo o
movimento de círculos sobre o clitóris.
Eu sentia meus dedos deslizando de tão molhados que estavam, era a visão
do paraíso.
— Lo... Lorenzo... — Diz com a voz entrecortada.
— Está doendo? — Pergunto esfregando um dedo apenas.
Passando o polegar pela entrada molhada e subindo novamente.
— N-não... Eu... — Ela sussurra baixo e tiro os dedos completamente
molhados pelo seu desejo, levo ao nariz fechando os olhos.
E porra.
O cheiro que era como uma droga que estava me deixando fora de
controle!
Levo os dedos molhados até os meus lábios, sugando-os sob o olhar
curioso e perdido que ela me lançava.
As pupilas dilatadas e as bochechas coradas. Meu pau se retorce na cueca.
— Eu preciso... Eu quero... — Digo olhando-a. — Tira essa...
— Eu não... Sei... Eu não quero... Eu... Lorenzo... — Diz segurando em
minhas mãos.
— Confia em mim, bruxinha... — Colo a testa na sua enquanto suspiro. —
E eu juro que nós nunca vamos esquecer dessa noite.
Ela fecha os olhos e beijo sua testa sorrindo.
— Tire a calcinha.
— Lorenzo...
— Tira a calcinha, bruxinha... — Digo como em um sussurro. — Por
favor...
— Nós não... Não vamos... Eu...
— Eu só vou te fazer gozar, apenas isso. Se apoia em mim...
Ela afasta os quadris e não sei que diabos eu estava fazendo, eu só não
conseguia dominar o que eu estava sentindo. Coloco as mãos no elástico da
calcinha, olhando-a me encarar com aquele rosto perfeitamente esculpido.
As minhas mãos encostam nas coxas grossas e sinto os pelos se eriçando
ao simples toque das minhas mãos. Meu pau doía de tão duro que estava.
Mas eu pouco me importava comigo.
Eu só precisava ver aquela cena ou eu nunca iria me perdoar.
Seguro a peça com a ponta dos dedos, fazendo descer pelas magníficas
pernas.
A meia luz tinha me impedido de vê-la. E a porra do autocontrole que tive
que usar pra não enfiar minha língua entre suas pernas, tinham vindo dos
céus.
O rosto dela estava tão corado. Os cabelos caindo na testa, a deixando mais
linda do que já era.
— Lorenzo... Eu... Eu estou... — Sugo seus lábios, a olhando fechar os
olhos.
— Eu não vou machucar você.
Eu nunca tinha dito algo com tanta certeza em toda a minha vida.
A puxo novamente enquanto ela se abre, se encostando em meus quadris.
Queria rasgar a calça e fodê-la até perder o juízo.
Sugo os lábios entreabertos e desço as mãos até encontrar novamente
aquele ponto inchado de puro prazer, meus dedos a dedilhavam sem medo de
explorar.
Minha boca capturava a dela para que sua mente relaxasse. As pernas iam
abrindo, vencida pelo desejo. E meu autocontrole estava indo pra puta que
pariu!
Intensifico os movimentos no clitóris, usando sua própria lubrificação para
esfregá-lo de cima a baixo, mexendo-o.
— O que é... Eu... Oh meu Deus.
Um sorriso aparecia em meu rosto, um misto de orgulho e tesão. Os
movimentos cada vez mais precisos e seus gemidos me faziam saber que ela
estava chegando tão perto.
— Goza, bruxinha... Goza. — Digo olhando-a fechar os olhos e trincar os
dentes, estremecendo em meus dedos.
E eu não paro.
— Ah... Ah Lorenzo...
As mãos agarradas na lapela do meu blazer, enquanto os espasmos daquele
orgasmo ainda saíam, lambuzando meus dedos. Ela abre os olhos e me
encara.
Tiro a mão do meio de suas pernas e sorrio enquanto ela deita a cabeça em
meu peito, soltando um suspiro cansado e longo.
Fecho os olhos tentando entender que merda estava acontecendo.
— Pode ir embora agora... Eu sei que vai fazer isso. — Diz em um
sussurro inaudível.
Mordo o lábio, piscando algumas vezes.
A afasto gentilmente, passando os dedos sobre seus lábios, erguendo o
queixo com o dedo indicador.
— Vamos voltar pra festa. — Digo ajudando-a descer da mesa.
Parecia assustada, enquanto se apoia em mim.
— Eu... Eu... Eu estou sem calcinha. — Diz rapidamente me olhando. —
Não posso ficar... Sem...
Sorrio enquanto seguro a peça entre meus dedos, olhando-a. Pego a mesma
e coloco a delicada peça branca no bolso do meu blazer.
— O que... O quê?
— Eu sou um canalha, mas eu jamais iria te deixar depois de um momento
como esse, bruxinha. — Digo olhando-a piscar algumas vezes. — A calcinha
é um brinde.
— Lorenzo... — Indaga me encarando enquanto a fito.
— Devem estar nos procurando.


Capítulo 14
Lorenzo
lho de um lado para o outro, enquanto Arthur me encara. Está me
O cercando desde quando cheguei aqui na empresa. Estamos na
lanchonete tomando café da manhã, já que sai de casa bem cedo.
— O que foi? — O encaro franzir o cenho.
— Porque saiu do jantar daquele jeito? — Arthur sussurra me olhando
sobre a borda da xícara.
— Diana não estava bem. Já disse.
Arthur dá uma mordida generosa no sanduíche e continua me olhando.
— E ela não estava bem por quê?
Semicerro os olhos, querendo jogar o restante do líquido no meio da
cabeça de Arthur. Tudo bem que eu tinha fugido da festa como o próprio
diabo foge da cruz.
O motivo?
Eu não queria encarar meus irmãos e nem meus primos depois de... De ter
feito Diana se desmanchar em meus dedos. Porra. O simples pensamento faz
meu pau querer rasgar o tecido da calça.
Saímos de mãos dadas, com Diana meio cabisbaixa. Porra, eles nem
disfarçaram enquanto nos olhavam. Ágata cutucou o braço de Chris, que me
encarou como se fosse uma aberração da natureza, me lançando um olhar de:
"Eu sei o que vocês fizeram"
Na verdade acho que estava escrito em nossos rostos. Eu era puto, devasso,
mais rodado do que pneu de caminhão velho! Mas eu não poderia deixar a
bruxinha sozinha... Não depois de ver o medo da rejeição naqueles belos
olhos.
Por isso ergui a cabeça e saí com ela. De longe vi o peito do meu pai inflar
de orgulho e um quase sorriso brotar em seus lábios. E isso me fez sair da
festa correndo.
Nos despedimos de todos e saímos, fomos o caminho inteiro em um longo
silêncio. Ela calada no banco da frente, enquanto eu a encarava de relance,
esfregar as mãos.
A olhei subir para o quarto e fiquei na sala sentado, estava meio
desesperado porque sabia que tinha feito merda. E merda das grandes.
Fito Arthur que continua parado me olhando.
— Quer perguntar alguma coisa, pergunte logo, Arthur! — Rebato
olhando-o soltar uma mini gargalhada. — Odeio meio termo.
Ele se apoia na mesa e sorri.
— Por que demorou tanto a voltar pra festa depois que foi atrás de Diana?
— Aponta o dedo em minha direção. — E não me diga que estava a
procurando.
Olho para os lados, vendo a lanchonete cheia de funcionários e suspiro
afastando o prato com panquecas.
— Estávamos conversando. — Digo baixo.
— Conversando? — Assinto com a cabeça enquanto ele gargalha. —
Lorenzo, convenhamos, por favor... Você não conversa com uma mulher
desde que tinha onze anos!
— Arthur, vá tomar no cu! — Rebato balançando a cabeça.
— Qual é, Lorenzo?! Sou eu porra!
— Estou cheio. Vêm. Temos uma reunião e não quero Chris enchendo a
porra do meu saco. Que já está bem cheio por sinal.
Arthur se cala por alguns minutos e nos erguemos, saindo para o elevador
Fui obrigado a ouvir aquelas malditas piadinhas até chegar à sala dele.
Queria socá-lo.
Por mais que eu estivesse pronto para responder todas as indiretas que ele
me lançava, meu pensamento estava mais longe do que eu queria.
Estava naquela bruxinha devassa, maldita!
Meu Deus, me ajude por favor! Eu sempre fui um bom menino...
Parei. Tá... Exagerei, reconheço. Mas eu não mereço ficar nessa. Eu
preciso de sexo. E ficar perto dela, não está me ajudando.
— Analisa esses contratos e assina, depois mande para o Patrick rever. —
Arthur diz me entregando uma pasta.
Pego no automático suspirando.
— Lorenzo? Lorenzo, pau no cu! Está me ouvindo?
— Oi... Tá, entendi. — Digo pegando a mesma, estalando a língua. —
Levar direto para o Chris assinar, né?
O olhar que Arthur me lançou era como se fosse me esquartejar. Bato com
a pasta em minha testa o olhando.
Eu estava delirando de pura loucura.
— Lorenzo, o que está acontecendo com você?
Passo a mão na testa e pelos cabelos. Coloco a pasta em cima da mesa ,e
desabo na cadeira.
— Eu estou louco, Arthur. Estou pirando, eu sinto que estou
enlouquecendo! — Disparo, vendo-o me encarar enquanto arregala os olhos.
— Se eu passar mais um dia com ela me olhando daquele jeito... Arthur, eu
não quero ficar perto dela!
— Desde quando você tem medo de mulher, porra?!
— Não é qualquer mulher, Arthur. É a porra de uma adolescente que exala
pureza e ao mesmo tempo sexo! Ela está me deixando louco, Arthur. Louco!
Louco! Louco!
Arthur arregala os olhos caindo em uma gargalhada estrondosa, mas tão
estrondosa que ele estava até chorando.
E eu queria chorar também.
Na verdade acho que já estou chorando.
— Pimenta no cu dos outros é refresco, né? Seu arrombado! — Limpo o
rosto rapidamente.
— Lorenzo... Por Cristo! — Arthur diz entre os sorrisos. — Como
você pode ter medo da Diana?! Jesus!
— Porque eu não tenho medo dela, eu tenho medo é de mim! Medo que eu
não consiga parar e desgrace a vida dela!
Então ele para, ficando sério de repente, me olhando.
Olhar para Diana tremendo em meus dedos fez uma coisa dentro de mim
acordar de um jeito que me trazia medo, e uma excitação sem tamanho. Era
ansiedade. Tesão. Luxúria.
Diana é frágil. Eu sei que por trás daquela menina de língua afiada, tem
uma criança assustada.
E eu estava me sentindo um canalha por isso.
Mas eu sempre fui...
Mas por que estava me sentindo...
— Ai meu peito! — Arthur se senta com a mão no mesmo. — Eu estou
sentindo uma coisa estranha...
— O que você está sentindo?! — Digo o olhando. — Arthur?
Ele fica calado, me olhando com aqueles enormes olhos azuis. E pálido.
Tão pálido quanto uma folha de papel.
— Arthur?
— Você gosta dela! — Diz me olhando com o dedo em riste.
Agora era minha vez de gargalhar como uma hiena possuída.
— O quê? Você tá doido?!
— Não, não estou! Você gosta da Diana!
Me ergo pegando a pasta com brusquidão de cima da mesa.
— Vá se foder! — Bato a porta, saindo rápido como um foguete.
Arthur era um idiota do caralho!
Gostando da bruxinha?
Eu?!
Jogo a pasta em cima da mesa, me sentando na cadeira enquanto a mesma
gira de um lado para o outro.
Gostar, a gente gosta, é normal.
Só que tem dois tipos de gostar... Gostar, gostar... E gostar pra casar. E eu
não iria.
Então Deus me livre de casar.
Espera aí!
Inferno de vida do caralho!
Eu já estava casado!
Cu. Caralho. Porra.
Chuto a perna da cadeira com raiva, querendo não só me matar, mas matar
todo mundo!
Ligo o computador deixando de pensar naqueles assuntos por alguns
segundos, enquanto tentei me concentrar no meu trabalho. E por incrível que
pareça, estava mais difícil do que eu pensava.
Por isso sai com a cara fechada, indo direto para a sala de reuniões logo
depois do almoço. Chris como CEO era uma chatice do caralho. E Patrick
estava sério, analisando os slides com atenção enquanto Arthur me encarava
com um olhar acusador.
— Chegaram que horas ontem? — Arthur pergunta a Patrick que abre a
boca constantemente. — Heitor quis ir para uma boate depois do jantar...
— Não sou mais dessa vida. — Chris diz nos olhando.
— Escravoceta. — Arthur franze o nariz o olhando. — Eu transei tanto
ontem que meu pau tá assado. — Arthur diz rindo. — Pior foi Patrick,
sendo usado pelo álcool...
— Fazia séculos que eu não bebia daquele jeito. — Patrick defende-se
bocejando. — Só faltou você, Lorenzo.
Aperto a caneta entre meus dedos, vendo os três me encarando.
— Pena que nosso pai me tirou os privilégios da vida. — Falo rindo sem
humor.
Chris arqueia a sobrancelha e sorri bebericando o café.
— Mas ontem foi legal. Alguém sumiu por quase uma hora e voltou bem
levinho... — Meu irmão mais velho me cutuca e Arthur sorri. — Eu ainda
estou espantado como você e Diana saíram ontem...
Encaro Chris que arqueia as sobrancelhas.
— Vocês três não tem outro assunto para falar, não? — Digo me erguendo.
— Que saco do inferno! Vão tomar no cu de vocês!
— Calma, Lorenzo. Estávamos apenas comentando. — Patrick diz me
olhando.
— É Lorenzo, não faz mal comentar. — Chris diz sorrindo.
Reviro os olhos dando de ombros.
— Dar o cu ninguém quer!
— Acredita que Arthur levou um maior toco de uma beldade lá na boate?
— Patrick diz gargalhando.
— Não creio.
— Não foi um toco, Patrick. Ela que apenas não sabe o que perdeu. —
Arthur diz com o ego ferido. — Gostoso, rico e pauzudo.
— Ela teve foi sorte de ter se livrando do mala que você é. — Digo
sorrindo batendo em seu braço e ele me encara sério.
— Sabe onde é o seu cu? Pois vá tomar nele!
Levantamos e saímos da sala gargalhando. Logo o sorriso morre na minha
garganta, quando encaro Lana vindo em minha direção com um vestido mais
curto que a minha paciência.
— Tigrão... Eu senti sua falta. — As mãos pousam na minha camisa e
antes que ela cole os lábios avermelhados nos meus, Arthur puxa o meu
braço. — Não me ligou mais...
Patrick me pega pelo outro braço enquanto Chris contém uma gargalhada.
— Lana, ele não pode falar com você agora...
— Por que não?! — Diz pousando as mãos na cintura. — Lorenzo!
— Porque nós vamos... Nós vamos rezar! Tchau, Lana! — Arthur diz me
colocando para dentro da sua sala fechando.
— Se papai sonha que Lana está vindo aqui, Lorenzo... Eu não quero nem
pensar no que ele vai fazer!
— Não vai fazer nada, Patrick. Não acha que ele já desgraçou minha vida o
suficiente? — Passo a mão na camisa vendo Arthur olhar pela fresta da porta.
— Falta pouco para Arthur conseguir anular o contrato, Lorenzo...
Paciência. Paciência. — Patrick diz me olhando.
— Ela já foi. — Arthur diz me olhando, se encostando na porta enquanto
dá um longo suspiro. — Não quero pensar no que ela faria com você, até
você pegar ela... Lana é traiçoeira.
Eu já estava sem sexo há uma semana, acho que minhas bolas já estavam
roxas. Eu evitava até olhar para elas de tanto desgosto que eu estava.
Murchinhas, tadinhas.
Os dois começam a conversar e nem presto atenção direito, estava triste e
angustiado.
— Mas a Diana estava linda ontem, não é? — Arthur começa. — Percebi
que ela têm belas pernas.
Ergo o olhar o encarando.
Era provocação de satanás.
— Ela tem belos lábios também... — Arthur diz sorrindo.
— Realmente. Muito linda. — Patrick confirma. — Não sente vontade de
beijá-la, Lorenzo?
— Eu sinto vontade de virá-la do avesso e desmontar aquele corpo
projetado para o pecado.
Abro a boca e fecho no mesmo instante em que só então, percebo que falei
alto!
Caralho!
Patrick está com a boca aberta e Arthur com a mão no peito me olhando.
Pronto.
Caí na armadilha. Eu estava fodido! E agora era oficial!

Diana
— Eu estava com saudades.
— Eu também. Achei que tinha esquecido de mim. — Digo olhando
Enrique segurar em minhas mãos. — Como foi à viagem?
Ele dá de ombros e dá um sorriso sem humor nenhum.
— Foi cansativa. Mas estou bem. E você?
— Estou bem, também. Só estava com muitas saudades.
— Está meio pálida. Esta se alimentando bem, Diana? E Lorenzo? Está te
tratando bem? Ele não te fez nada, não é?
Enrique me bombardeia com suas perguntas e nego com a cabeça
rapidamente.
— Lorenzo não me fez nada, Enrique... E eu estou bem.
Digo rápido, temendo corar a qualquer momento em que minha mente
imaginasse a cena de ontem à noite.
Abano a cabeça olhando meu irmão me fitar.
— Eu não me sinto bem aqui. — Diz olhando todo o ambiente. — Ao
menos seu quarto é longe do dele?
Sorrio assentindo.
— Não se preocupe com isso, Enrique. Eu e Lorenzo mal nos falamos... —
Digo sorrindo. Percebo o alívio se formar em seu rosto e o fito. — E a
Eudora? O papai? Falou com eles?
Vejo a tensão se apossar dos olhos dele e ele nega com a cabeça. A
péssima relação de Enrique com papai e Eudora não era algo que me
chocava, não mais.
Enrique sempre viajou muito, até para administrar a fortuna que herdou de
sua mãe, que morreu quando ele tinha sete anos.
Mas mesmo entre todas as viagens, ele sempre me visitava e era disso que
sentia mais falta... Porque mesmo não se dando bem com minha mãe, ele
sempre me amou e ia me ver.
— Vi sua foto em uma revista... Estava linda, eu realmente demorei alguns
segundos para reconhecer você. — Diz me olhando enquanto sorri.
— Você precisa conhecer a Ágata. Ela é incrível... Bianca também me
ajudou.
— Ela me disse.
— Olhe pra você. — Ele estende a foto no celular e me olha. — Deixou
de ser Diana Martín, para ser uma Gonzáles...
— Eu sempre vou ser uma Martín.. Sempre. — Sorrio o abraçando.
Olho para o elevador que se abre e Lorenzo nos encara.
Podia ouvir as batidas do meu coração batendo descontrolado.
— Enrique. — Lorenzo diz olhando meu irmão que o encara sério. —
Como vai?
— Lorenzo. Muito bem.
Ficamos os três em silêncio e ele me encara.
— Como está?
— Eu... Eu estou bem. — Digo baixo.
— Eu apareço amanhã pra te ver. Tenho umas coisas para resolver. Te
amo. — Enrique beija minha testa rapidamente.
— Eu também te amo. — Sussurro olhando-o se despedir do Lorenzo e
sair.
Quando a porta se fecha encaro Lorenzo, que me olha de volta.
E não falamos nada.
Absolutamente nada.
Ficamos ali parados encarando um ao outro.
Eu sentia minhas bochechas corarem, mas Ágata tinha me dito que por
mais que eu estivesse me sentindo intimidada por um homem.
Nunca demonstrasse.
Mas eu não estava intimidada.
Eu estava com uma vergonha fora do normal.
Eu nunca tinha ficado pelada para outro homem. E meu Deus! Por que toda
vez que eu olhava para aquelas mãos eu sentia minhas pernas fraquejarem?
Minha boca ficou seca e de repente eu sinto minha calcinha molhar.
— Não ligou o aquecedor? — Pergunta me olhando e nego com a cabeça.
— Já comeu?
— Comi. Agora a pouco.
Digo tão rápido que as palavras saem atropelando tudo.
Ele retira a camisa, jogando-a no sofá e continuo parada no mesmo lugar.
— Eu vou comer alguma coisa. Volto já.
— Eu vou tomar um banho. — O olho assentir e ir para a cozinha.
Subo as escadas e fecho a porta do quarto, indo para o enorme e espaçoso
banheiro, me encaro no espelho e meu rosto estava vermelho como um
tomate.
Meu coração disparado como se eu tivesse corrido uma maratona. Passo as
mãos pelo rosto e tiro a roupa, entrando embaixo do chuveiro, tomando um
banho demorado.
Fico por quase meia hora tentando em vão fazer aquela água baixar o calor
que eu estava sentindo no meio das minhas pernas.
Meu Deus eu vou para o inferno!
Pego o roupão e me visto, saindo ainda com as cabelos úmidos, segurando
a escova nas mãos.
E fico andando de um lado para o outro suspirando. Paro estática assim que
a porta se abre.
— Diana...
— Lorenzo...
Falamos juntos e ele me encara, parando na porta.
— Eu... Eu queria falar com você.
Já estava preparada para o embate.
Os olhos cravam nos meus e engulo em seco.
Minhas mãos começam a tremer, cruzo os braços o olhando.
— O que aconteceu ontem...
— Eu entendo que foi um erro, Lorenzo. Não precisa jogar na minha cara.
Aquilo não vai mais se repetir. — Digo rápido.
— O que?! Não... Não...
— Eu entendo de verdade, você não falou comigo ontem... E está...
Ele se aproxima e engulo em seco quando ele segura em minhas mãos.
— Bruxinha... Me desculpe se eu te machuquei ou...
— Não me machucou. — Digo olhando-o de repente.
E ele para com o rosto a centímetros do meu, umedeço os lábios descendo
os olhos pelo seu corpo e minha boca saliva no mesmo instante, o abdômen
trincado deixa meus olhos hipnotizados.
— Diana...
Espalmo a mão em seu peito, sentindo seu coração disparado e sua mão
pousa junto da minha.
— Eu não quero acabar com sua vida quando isso acabar, bruxinha... Eu
não vou me perdoar... — Ofega baixo esfregando o nariz ao meu. — Por que
você faz isso, Diana?
— Isso o quê? — Pergunto com a boca a centímetros da sua.
— Diana...
— Eu sei que você... Me odeia, Lorenzo... E...
— Você não faz ideia do controle que eu tenho que ter para não perder a
cabeça. —Diz enlaçando minha cintura e prendo a respiração. — Quero fazer
coisas com você que até o diabo dúvida, bruxinha.
Sinto um arrepio subir da minha espinha e meus pelos se eriçando.
O incômodo gostoso no meio das minhas pernas me fazem esfregar uma a
outra.
O que era aquilo, meus Deus?!
Meus olhos se prendem em seus lábios e percebo sua garganta subir e
descer, denunciando que ele acabou de engolir em seco.
— Pare de me olhar assim, — Pede segurando em meu queixo. — Eu
passei o maldito dia só lembrando de você gemendo baixinho em meu
ouvido, em súplica... Eu tive que tirar forças de onde não tenho, Diana.
— Lorenzo...
— Passei o maldito dia ansiando por você.
Sinto ele apertar minha mão e levar até o abdômen, descendo... Sentia a
ponta dos meus dedos na pele macia e colocando-a...
Ah ,Deus!!!
Minha boca fecha e abre quando meus dedos encontram o ponto pouco
mais abaixo da sua cintura. O membro duro em meus dedos enquanto ele me
encarava com a mandíbula cerrada. A respiração ofegante e lenta ao mesmo
tempo.
— Não sabe a vontade que tenho de enterrá-lo dentro de você...
Minha mão se fecha sobre o membro duro e o encaro, sentindo a boca
quente tomar a minha em um beijo devorador.
Parece que a minha mente não trabalhava mais. Eu só queria sentir aquilo.
Jesus. Eu queria muito sentir.
— Bruxinha... — Sussurra afastando meus cabelos e beijando meu
pescoço.
Colo minha testa no seu peito, enquanto sinto-o desatar o nó do roupão e o
mesmo cai sobre meus pés, fazendo um amontoado no chão.
Estava completamente nua.
Abaixo a cabeça quando seu olhar me penetra.
Vergonha. Medo. Pânico. Tudo junto.
— Jamais sinta vergonha do seu corpo, bruxinha. — Ergue meu queixo
com o dedo e o encaro. — Você é linda... Você é muito linda.
Quase perco o pouco de ar que restava em meus pulmões quando ele se
ajoelha ali mesmo. Minhas mãos cobrem minhas partes íntimas e sinto o
coração bater forte.
Fecho meus olhos quando ele afasta minhas mãos, não consigo encará-lo.
— Olhe para mim, Diana. — Diz com a voz rouca.
Paro de controlar meus impulsos e o encaro.
Lorenzo estava sério. Não como se estivesse com raiva, mas como se
hipnotizado. O observo sorrir e colocar os dedos nos lábios, umedecendo-os.
E esfregar em minha feminilidade em uma massagem torturante e
incrivelmente deliciosa.
— Lembra que eu não vou machucar você? — Pergunta e assinto devagar.
Só que ele se ergue e me fita.
— Deita.
Paraliso e ele segura em uma das minhas mãos, me fazendo deitar na cama
de barriga para cima. Ajeita minhas pernas dobrando-as e as deixando
abertas.
Meu rosto queimava. Minha pele se eriçava.
— Haaaa bruxinha... — Os olhos cravados no meio das minhas pernas. —
Sua boceta é tão convidativa quanto a sua boca...
Não soube responder a esse elogio, mas eu senti uma coisa crescer dentro
de mim. Engulo seco o olhando morder os lábios e depositar um beijo úmido
no meio das minhas pernas.
Arqueio as costas quando sinto a língua molhada serpentear e eu não sabia
o que fazer, nem o que falar...
Eu só sabia sentir.
— Lo...ren...zo... — Eu mal conseguia pronunciar o nome dele direito.
Arqueio as costas abrindo a boca enquanto a língua ávida passeia por toda
aquela extensão. Tateio e agarro o lençol, fechando os olhos.
— Oh... Eu... — Encontro seus olhos cravados nos meus e sinto-o sugar o
botão para dentro de sua boca.
Iria desfalecer em sua boca. Ele sugava, beijava... Era uma tortura que
jamais saberia descrever.
— Eu... Eu pre...ci...so... ir... ir....
Algo queria sair de dentro de mim, sentia que precisava ir ao banheiro, mas
era como se ele não ouvisse. Na verdade ele não me ouvia.
Meu corpo se arrepiou por completo e um grito rompeu em minha garganta
quando ele aumentou o ritmo da língua, meus olhos fechados com tanta força
que as lágrimas desciam sem eu nem perceber.
Um tremor de cima a baixo faz um grito fino escapar da minha garganta.
Olho Lorenzo com o queixo e os lábios todo molhado me encarando.
— Ah Diana...
Olho para suas mãos vendo-o movimentar o membro enorme e duro
E meu Deus!
Era tão diferente do que eu pensei...
Ele cola a testa na minha sugando meus lábios, enquanto solta um gemido
forte, despejando um líquido viscoso e quente sujando toda minha barriga,
chegando até a sujar o meu pescoço.
E fico ali parada o olhando respirar ofegante.
— Desculpa. — Sussurra me olhando.
O encaro beijar meus lábios rapidamente.
— E-eu... — Ele me fita se erguendo e fico ali, parada tentando entender o
que aconteceu.
Meu coração batendo forte e ofego enquanto ele se ergue, a calça meia
abaixada em suas pernas e a cueca boxer branca amostra.
— Você precisa de um banho... — Diz em um sussurro enquanto me sento
na cama. — Vem.
Tento pegar o roupão que ainda estava no chão e ele apenas nega com a
cabeça, me estende a mão e vamos para o banheiro.
Tudo isso em um total silêncio.
— Posso? — Sussurra enquanto liga o chuveiro pegando o frasco de
sabonete líquido.
— O que? — Digo em murmúrio o olhando.
— Te dar um banho.
Pisco algumas vezes sentindo meu rosto queimar, mas concordo o olhando
colocar uma quantidade nas enormes mãos e me fitar.
— Abre as pernas... — Pede e afasto-as. Ainda estavam trêmulas.
Fecho os olhos enquanto ele começa a me ensaboar, delicado e sem pressa
alguma. Os dedos esfregando gentilmente, passa água e coloca mais
sabonete, passando por todo o meu corpo. Sem falar nada. Absolutamente
calado.
Ele ainda estava de calça e todo molhado, ainda com o cinto desfivelado e
o zíper aberto.
Lorenzo para enlaçando minha cintura enquanto dou uma fraquejada.
Ele acaba o banho e pega o roupão, me vestindo e saímos. Me senta na
cama enquanto enxuga minhas pernas e meus cabelos.
— Lorenzo...
— Vai chegar um dia em que eu não vou conseguir parar... — Sussurra me
olhando. — E você vai ter que me fazer parar, Diana.
— E se eu não conseguir?
Ele se vira e vai até as cortinas, fechando-as.
— Você precisa descansar. — Me encara.
— Vai me deixar sozinha? — Pergunto olhando-o negar com a cabeça.
— Vou tomar um banho. E não, não vou deixar você sozinha.
Me ajeito na cama e ele puxa o lençol indo para o meu banheiro, ouvi tirar
as peças de roupas molhadas. E tentei manter meus olhos abertos, mas o sono
foi batendo.
O cansaço vencendo...
Senti apenas os dedos acariciando meu rosto e um sussurro inaudível me
invadir:
— Boa noite, bruxinha...
Capítulo 15
Diana
— sso é um absurdo! — Bianca exclama me olhando enquanto
segura seu copo nas mãos. — Você fez isso tudo com aquele
I homão e só está me contando agora, Diana?! Agora?
Olho de um lado para o outro, vendo algumas pessoas na lanchonete
conversando sem ao menos prestar atenção na nossa conversa.
— Dá para falar baixo, Bianca! — A repreendo enquanto ela dá um gole
generoso na bebida. — Eu nem iria te contar, exatamente por causa dessa
sua reação.
— Se você não me contasse, eu arrancaria essa informação da sua língua,
Diana! Meu Deus... Estou muito chocada! Minha prima está a um passo de
perder o cabaço e não iria me contar!
Eu sinto minha pele queimar apenas pelo simples fato de lembrar. Eu sinto
que vou queimar no inferno e Lorenzo era o próprio diabo.
Como ele podia me deixar daquele jeito usando apenas a língua e os
dedos?
Como??
Ainda estava trêmula e chocada.
Acordei sozinha na enorme cama, sentindo os espasmos me tomarem. Vi
que ele tinha saído para trabalhar, e fiquei por incontáveis segundos ali,
sentada observando e tentando entender as reações do meu corpo.
Tomei um banho demorado, depois do meu café da manhã liguei para
Bianca, que veio correndo me buscar. Não conhecia a cidade ainda tão bem,
então aproveitamos que ela trabalha em uma livraria aqui no shopping e
viemos passear.
Só que a minha prima era péssima para guardar segredos, agora mesmo ela
estava me olhando com uma cara de quem estava esperando eu contar todos
os detalhes. E quando eu digo todos os detalhes, quer dizer todos mesmo.
— Você gozou, Diana? — Sou pega de surpresa com tal pergunta. Bianca
era direta. Sem papas na língua.
— Bianca!
— Gozou, ficou vermelha! — Diz sorrindo. — Você viu o pau dele? Por
favor, me diz que é grande! Um homem daquele tamanho com um pau
pequeno é desperdício demais, senhor!
Mordo o lábio a olhando, não conseguindo conter o sorriso que se apossa
de mim.
Minha primeira reação ao ver aquele membro foi medo, depois espanto,
depois desejo.
Como podia um negócio tão grande caber dentro de uma coisa tão
pequena?!
— Eu nunca vi algo daquele tamanho... — Digo em um sussurro enquanto
Bianca tomba a cabeça em uma gargalhada sonora.
— Você nunca viu de tamanho nenhum, Di.
Fecho o semblante, sorrindo logo depois.
Eu ainda sentia aquela boca me beijando. Minhas pernas começavam a
ficar inquietas só de pensar. Bianca se ergue ainda tomando seu suco
enquanto eu, seguro alguns livros nas mãos.
Eram todos de romances que ela tinha me indicado.
— Eu acho que o sangue dos cafajestes corre nas veias daqueles homens.
— Bianca diz pensativa. — Viu que filhos da puta gostosos do caralho...
— Acho que Heitor gostou de você. — Paro olhando-a sorrir. — E sua
implicância com ele também é estranha...
— Não é implicância. Ele é gostoso, mas é convencido! — Ela estala a
língua fazendo um barulhinho e revira os olhos.
Me calo bruscamente enquanto encaro a vitrine a minha frente, era uma
daquelas lojas com lingeries sexys nos manequins.
— Hummm... Já está pensando em fantasias, Diana! — Bianca alfineta
batendo em meu ombro me olhando.
— Não seja tola, Bianca.
— Admiro o auto controle do Lorenzo. Porque você pelada na frente dele...
Você estava pelada, né?
— Dá pra você manter a sua língua dentro da sua boca! — Solto
um pigarro a olhando.
— Se fosse a do Lorenzo, você queria dentro da sua perseguida, né safada!
Reviro os olhos enquanto ela gargalha sonoramente. Bianca me tirava do
sério e ao mesmo tempo era a única pessoa que me fazia sorrir do caos em
que minha vida estava.
Sempre foi minha melhor amiga, a única que tinha e podia.
Estava até feliz porque eu e o Lorenzo estávamos naquela sintonia boa,
mas ainda estava travada.
— Eu disse que me inscrevi em um curso de fotografia? — Nego com
a cabeça a olhando. — Você deveria se inscrever também, Diana Passar o
dia naquele apartamento sem fazer nada é uma lástima.
— Papai vai enlouquecer se souber... — Descemos as escadas e ela para.
— Ah, pelo amor de Deus! Você não mora mais com tio Luttero, Diana.
Eu vou colocar seu nome e iremos entrar no curso no mês que vêm!
Até penso em recusar, mas talvez fosse uma boa ideia. Estudar algo e
ocupar um pouco a mente não era uma má ideia, os dias eram mesmo
entediantes sozinha no apartamento.
Entramos no táxi e acabamos indo para o apartamento de Bianca, ela
morava sozinha e nunca podia visitá-la sem mamãe ficar no meu pé. Era
pequeno, mas tão aconchegante que não dava nem vontade de ir embora.
Mentira. Sentia sim.

Saio do elevador e jogo as chaves no aparador. Tiro meu casaco, dobrando


e colocando no sofá. Já estava perto da hora do jantar e Lorenzo deveria estar
quase chegando.
Tinha passado o dia inteiro com Bianca, há tempos não ria tanto.
Almoçamos juntas e era uma das coisas que mais amava. Só faltava Eudora,
mas sabia que isso era impossível.
Subo para o meu quarto e vou direto para o banheiro. Tomo um banho,
passo um hidratante no corpo e assim que saio escolho um vestido soltinho.
Faço um coque solto e deixo alguns fios caindo sobre meu rosto.
Já estava descendo os últimos degraus da escada quando Lorenzo sai do
elevador, o blazer dobrado no antebraço e o celular na mão. Ele me fita e o
encaro.
— Oi... — Solta um pigarro baixo e logo depois, um quase sorriso.
— Oi. — O imito, mordo o lábio e ficamos parados encarando um ao
outro. — E-eu estava indo preparar... O jantar...
— Não precisa fazer nada. — Coloca o blazer no sofá enquanto tira a
gravata.
Começa a desabotoar a camisa e assinto, ainda ficava estupefata com o
tamanho dele. Os cabelos negros bem arrumados, a barba estava bem feita.
— Eu vou pedir algo para comermos... Tem preferência? — Diz
pegando o telefone e nego.
— O que pedir, está ótimo. — Me sento no sofá esfregando as mãos nas
pernas.
Ele me encara e assente enquanto pega o celular, colocando entre o ouvido
e o ombro. Continuo sentada o observando de costas, falar ao telefone. Ele se
vira rapidamente, me olhando.
— Daqui a pouco está chegando. Vou tomar um banho. Vai escolhendo um
filme para assistirmos...
Assinto enquanto ele sobe as escadas.
— Meu Deus... — Passo a mão na testa, me erguendo. — O que esse
homem está fazendo comigo?
Só a sua presença me deixava desnorteada, apenas em encará-lo sentia meu
interior queimar por dentro. Volto a me sentar no sofá, escolho um filme,
deixo em pause e depois de alguns minutos ele desce.
Os cabelos molhados, estava sem camisa e com um short meio solto,
Apenas o encaro de relance. Em um dia estava me beijando e... No meio das
minhas pernas, no outro eu mal conseguia encará-lo direito.
Ele vai para a cozinha e volta logo depois, segurando umas garrafas de
cerveja nas mãos, coloca as mesmas na mesinha e joga umas almofadas no
chão e me olha.
— Vamos comer aqui. — Diz abrindo a garrafa e sorvendo um gole. —
Tudo bem pra você?
— sim. — Assinto, me sentando no chão no meio do monte de almofadas.
Ficamos ali sentados com as costas apoiadas no sofá.
— Quer cerveja? — Pergunta estendendo a garrafa.
— Não bebo, Lorenzo. — Digo em um fio de voz.
— Deveria. — Sorri de lado e tento não o encarar.
Estava tentando focar no filme que passava, mas estava difícil. Altamente
difícil. O vejo me fitar, e engulo seco quando seus olhos cravam-se aos meus.
— Diana... — Diz em um murmúrio. — Ontem à noite... Eu...
Meu coração estava batendo descontrolado, ele estava me olhando de um
jeito estranho.
Ele abre a boca e torna a fechar assim que a campainha toca e ele se ergue
rapidamente, solto o ar dos meus pulmões.
Lorenzo era imprevisível e nunca dava para saber se ele iria agir como um
ogro, ou como o homem normal que demonstrava poucas vezes. Ele volta
logo depois com algumas sacolas, colocando sobre o tapete.
— Pedi comida italiana. Risoto e espaguete. Espero que goste. — Diz
abrindo algumas embalagens.
— Eu gosto. — Digo sorrindo. — Enrique sempre amou comida italiana.
— Chris e Patrick também. Aliás, nosso avô era italiano. — Ele sorri
e balança a cabeça. — Patrick herdou mais o dom da culinária da
família, eu só gosto mesmo é de comer.
Ele enrola a massa no garfo, abocanhando. Abro a embalagem e o cheiro
delicioso me invade. É risoto. E está incrivelmente delicioso.
Ficamos sentados jantando, olhando o reflexo da TV, era um filme de
comédia romântica. E estava um total silêncio. Lorenzo se ergue pegando as
embalagens vazias, indo direto para a cozinha.
Observo-o voltar com uma embalagem menor, se senta bem em minha
frente.
— Deixei o melhor para o final. Sobremesa. — Era algo como se fosse um
creme branco e com muita calda de morango, além de vários pedaços da
fruta. — É um dos meus doces preferidos.
— Depois de torta de pêssego? — Sorrio enquanto ele me entrega a colher.
— Depois da torta de pêssego. — Ele balança a cabeça sorrindo.
Levo a colher a boca fechando os olhos.
— Hummmm... Isso é muito bom!
E realmente é delicioso. Passo a língua pelos lábios, sentindo a calda
descer no canto da minha boca. E só então ouço a respiração longa que
Lorenzo solta, me fazendo o encarar.
— Inferno, Diana! — É a única coisa que ouço antes de sentir os lábios
tomarem os meus.
As mãos segurando firme em meu rosto enquanto a língua afunda dentro da
minha boca, um beijo quente e violento ao mesmo tempo que macio.
Espalmo as mãos em seu peito, sentindo cada batida frenética.
Gemo contra sua boca, enquanto ele aperta minhas coxas levando-as para
seu quadril. Ele se senta no chão enquanto monto em suas pernas. As mãos
grandes pressionando meus quadris, enquanto ele chupa meu queixo,
descendo para o pescoço.
— Você é quente como um inferno, Diana... — Lorenzo ofega e o encaro.
Acaricio seu rosto sentindo a aspereza da barba tocar os meus dedos. Seu
polegar contorna meus lábios entreabrindo-os. Sorrio o olhando enquanto
tento controlar as batidas do meu próprio coração.
Ele segura uma das minhas mãos, que tremem e a beija rapidamente.
— Está tremendo... — Suspira e assinto.
— Não sei como agir... Perto de você, Lorenzo. — Digo vendo franzir o
cenho.
— Ah bruxinha... — Espalma a mão em minha perna, rodeando-a com o
polegar.
Meus pelos se eriçam rapidamente com seu toque e sinto um incômodo no
meio das pernas. Sinto a ereção que parecia querer rasgar o tecido do short.
Ele beija meu ombro, puxando a alça do vestido para cima.
E ficamos ali por incontáveis minutos, calados sem falar absolutamente
nada.

Paro em frente à porta do meu quarto enquanto Lorenzo faz o mesmo.


Ainda estávamos em silêncio quando nos erguemos do tapete da sala e
subimos, ele me fita e me encosto na parede.
— Eu... — Falamos em uníssono e ele sorri.
— Vou dormir. Tenho uma... Reunião amanhã bem cedo. — Diz e
assinto levemente. — Boa noite, bruxinha.
— Boa noite, Lorenzo. — Sussurro engolindo em seco.
Ele sorri e se aproxima, segurando em meu queixo.
— A vontade que eu tenho é de te rasgar ao meio e deixar essa boceta
tão vermelha, quanto um delicioso morango. — Ele suspira e me beija.
— E eu juro que um dia farei isso.
Engulo em seco, ele morde meus lábios delicadamente.
— Boa noite!
Continuo parada enquanto ele se vira, entrando em seu quarto. Fecho a
porta do meu e suspiro pesadamente, me encostando na mesma.
— Você é louco... E está me deixando louca também. — Passo os dedos
em meus lábios, balançando a cabeça.

Lorenzo
Giro na cadeira apertando a caneta entre meus dedos. Encaro Patrick que
entra em minha sala, segurando uns papéis.
— Arthur me enviou esses relatórios de carga. — Ele coloca os mesmos na
mesa e assinto.
— Ele viajou? — Pego os mesmos dando uma rápida olhada.
— Volta hoje à tarde. — Meu irmão do meio se senta a minha frente e o
fito.
Patrick e eu sempre nos demos bem, aliás, nós três. Eu, ele e Chris sempre
fomos unidos. E tinha Arthur e Heitor pra fechar o quinteto fantástico. Só que
diferente de nós quatro, Patrick era o mais quieto e reservado.
Ainda teve aquela parada com a Ágata que deu uma estremecida na relação
dele com o Chris, mas o amor de irmão sempre prevalece.
— Tá olhando o que, Patrick?! — Pergunto largando a caneta enquanto ele
mexe no blazer sorrindo.
— Nada. Está estranho. E a Diana?
Franzo o cenho o olhando.
— Está bem. — Volto a atenção para os papéis.
E estava bem mesmo.
Maravilhosamente bem.
Deliciosamente bem.
Para o meu desespero.
Eu estava com uma dor no saco do inferno, e estava pensando seriamente
em partir para os cinco a um. Não. Me recuso a bater punheta.
Mas porra. Diana era um caralho de tentação.
Além de linda, sexy e gostosa para um inferno.
Ainda poderia sentir o gosto de seu orgasmo em minha língua, os gemidos
baixos e sôfregos.
Respira, Lorenzo. Respira.
Você não é o maníaco do parque. Não é.
Você é forte. Você é forte.
Ai eu quero chorar.
Dou uma desconversada em Patrick e assino uns papéis, avisando que vou
sair mais cedo, estava com dor de cabeça e não queria ter que ficar vendo
meu irmão e primos saindo para a diversão.
Pego o carro, saindo em disparada enquanto ouço meu celular tocar. Ignoro
as chamadas do mesmo, colocando no silencioso.
Estava puto com o mundo.
Entro em casa percebendo o silêncio reinar. Diana deve estar com a prima,
e por um minuto lembrei o quanto era magnífico estar sozinho. Tudo bem, ela
mal falava. Mas invadia meu espaço.
Tomo um banho, visto apenas uma calça de moletom e desço para comer
algo. Abro a geladeira pegando queijo e peito de peru, colocando dentro de
duas fatias de pão. Abro uma cerveja e começo a degustar meu lanche, só que
a maldita campainha começa a soar.
— Ah caralho! — Afasto o prato e saio andando, ainda de boca cheia.
Como o porteiro não avisou, só podia ser alguém de casa. E eu odiava
visitas.
Abro a porta com a cara fechada e logo arregalo os olhos.
— Lana?
— Sentiu saudades, tigrão? — Sorri colocando a mão em meu peito.
Merda. Merda. Merda.
— O que está fazendo aqui? Ficou maluca? — Rebato enquanto ela entra,
mordendo a unha do polegar.
Estava sexy como um inferno em um vestido justo. Tinha acabado o lance
com Lana desde que essa merda de casamento começou.
— Lana, eu...
— Eu sei que está acontecendo alguma coisa, Tigrão. E eu quero saber o
que é! Porque não consigo me convencer que você está casado e é fiel a sua
esposinha...
Ela arranha meu peito e solto um suspiro baixo.
Estava sentindo minha morte.
— Lana, por favor... Como diabos entrou aqui?! — Seguro em seu braço a
olhando.
— Lorenzo... eu estou com saudades. Muitas. Ao invés de estarmos
batendo papo... Vamos subir, meu gostoso...
A empurro e a fito.
Em outra época estaria me acabando nesses peitos maravilhosos, mas
estava sentindo uma coisa estranha.
— Lana, você tem que ir embora!
Seguro na porta enquanto ela fecha a mesma e sorri, se inclinando para me
beijar.
Era o diabo me testando, eu sabia. Pois Lana não sabia do meu casamento
de fachada, mas mesmo assim estava aqui. Tomei no meu cu.
— Lana, eu estou casa...
Ela sorri enquanto me beija lentamente.
Oh merda!
Ouço a porta se abrir e afasto Lana rapidamente. Me viro, encarando Diana
parada na porta e com um sorriso morto nos lábios.
— Diana. — Solto um pigarro a olhando.
Ela pisca alguma vezes e engulo em seco, enquanto Lana passa a minha
frente.
— Essa é... Uma amiga minha, Lana.
Ela continua parada, enquanto Lana estende a mão a sua frente.
— É um prazer finalmente conhecê-la, Lorenzo fala muito de você.
— Que pena, pois ele nunca me falou nada sobre você. — Diana
diz alto a olhando. — O prazer é meu.
A voz estava estranha e a expressão mais ainda.
— Acho que já falamos tudo, não é Lana? — A encaro, falando entre os
dentes enquanto ela assente com a cabeça rapidamente.
Lana dá uma piscadela e nem levo ela até o elevador, já vou fechando a
porta e trancando-a em seguida. Diana estava no mesmo lugar, parada
esfregando uma mão a outra.
— Diana...
— Eu vou tomar um banho. — Diz se virando e passo a sua frente.
— Eu e Lana... Não é nada disso...
— Não se preocupe, Lorenzo. — Diz séria. — Não é você mesmo que diz
que a única coisa que nos mantém juntos é o maldito contrato, que nos
mantém presos por um maldito ano?
Franzo o cenho sentindo o impacto das palavras sobre mim, ela dá de
ombros enquanto continua subindo.
— É, é isso mesmo! É a única coisa que nos mantém presos é esse
contrato! — Digo a olhando parar e me encarar.
Com os olhos marejados, ela assente.
— Você é um idiota, Lorenzo! Um idiota... — Volta a subir rapidamente.
Eu estava pouco me importando.
— Idiota é você!

— Lana foi à sua casa? — Assinto com a cabeça, vendo Chris me encarar.
— Você não tinha proibido a entrada dela lá, Lorenzo?
— Eu proibi! Eu não sei como aquela peste entrou lá! — Rebato o olhando
se erguer. — Tomei no meio do meu cu!
— Você já tomou no cu, Lorenzo! Imbecil! — Arthur diz batendo em meu
pescoço.
— Ai arrombado! — Acaricio onde ele bateu, fechando o semblante.
— Cara, eu não queria estar na sua pele. — Heitor diz se erguendo. —
Você é a pessoa mais azarada do mundo, Lorenzo.
Eu iria mandar Heitor tomar bem no meio do cu dele, mas ele tinha razão.
Graças ao meu amado pai, eu tinha me tornado a pessoa mais azarada do
mundo inteiro. Eu não podia transar com outra mulher porque senão perderia
tudo. Tinha que passar um ano casado, porque se quebrasse o contrato, iria
perder tudo.
Então recapitulando... Ou eu iria ficar pobre, ou iria me foder mais do que
garota de programa.
Vim para a empresa cedo e porra, como eu estava com ódio. E nem sabia
dizer o porquê. Ou sabia. Diana.
Ela não desceu nem para comer, nem para nada. E se ela achava que eu iria
atrás dela, estava muito enganada.
Giro a cadeira encarando os meninos sentados na sala de reunião, não era
nada sobre trabalho. Vínhamos aqui às vezes para fofocar.
— E a esposa, como está? — Heitor diz me olhando.
— Não está falando comigo. — Digo em um fio de voz e dou de ombros.
— Bem na hora que Lana estava tentando colocar a língua na minha goela,
Diana entrou.
— E a prima dela estava?
— Por que esse interesse, Heitor? — Arthur rebate o olhando.
— Porque ela é gostosa! — Heitor diz como se fosse à coisa mais natural
do mundo.
— Achei que você não suportasse a Diana, Lorenzo... — Ergo o olhar
encarando Chris, que sorri. — Pelo visto está triste pela Diana não estar
falando com você.
Eu iria gargalhar. Mas a porra da gargalhada ficou presa em minha
garganta. Apenas encarei meu irmão me olhar como se estivesse me
analisando.
Eu não estava triste. Estava me sentindo culpado.
E eu não deveria me sentir culpado.
É, não deveria! Porque não foi culpa minha!
Isso iria passar, era só questão de tempo, eu sei.
Ela não iria passar a eternidade sem falar comigo.
Há primeira semana passou e Diana não trocava mais que quatro palavras
comigo. Na terceira, a mesma coisa. Na quarta, ela só falava três.
E hoje faz exatamente um mês, cinco dias e treze horas, que Diana não
falava comigo direito.
Eu sempre chegava em casa e ela não estava, enquanto eu ficava na sala
esperando, ela entrava e subia direto para o quarto, se trancando. Eu sabia
que ela estava com Bianca, mas eu estava preocupado!
Preocupado seria exagero, eu estava me sentindo sozinho...
Que inferno!
Abro a porta e entro na sala, olhando tudo ao redor e parecia que mais uma
vez ela tinha passado o dia fora. Tiro a gravata, jogando-a no sofá e vou
direto para a cozinha pegar uma garrafa de cerveja.
Além dela bagunçar minha casa, minha rotina... Quer bagunçar a minha
vida?! Aí não, bruxinha... Mas aí não mesmo!
Pego o celular discando o número de Heitor, que atende no segundo toque.
— Fala viado!
— Tá onde? — Pergunto, dando uma golada na cerveja.
— Eu, Arthur e Patrick estamos no bar... Não me diga que vai vir para cá
também?
— Vou tomar banho e chego em quinze minutos. — Digo rapidamente,
desligando.
Eu não iria ficar preocupado com ela, não mesmo!
Nem me importava com ela mesmo.
— Lorenzo... — Ouço a voz um pouco mais fraca me chamando e me viro,
dando de cara com Diana, que se segura na soleira da porta, mais branca que
o normal.
Corro até ela a olhando.
— Eii... O que você tem?
— E-eu... Não... Estou... — É só o que ouço antes de vê-la cair em meus
braços.
— Bruxinha... Eii... Bruxinha, acorde... — A ergo indo para o sofá, a
colocando deitada sobre o mesmo. — Diana, fale comigo...
Mas ela nem responde. Só sentia as mãos geladas demais, os lábios sem
uma gota de sangue. Um pânico filho da puta começa a me invadir enquanto
disco o número da minha mãe, sem saber o que fazer.
— Mãe... Diana desmaiou e não tá acordando...
— O que aconteceu, Lorenzo?! Oh meu Deus! — Ela dispara do outro
lado.
— Mãe, o que eu faço? Ela não acorda...
— Calma, filho. A leve para o hospital. Estou indo para lá.
A encaro enquanto coloco o celular no bolso e a ergo nos braços com todo
o cuidado do mundo, descendo no elevador. A coloco no banco de trás do
meu carro, arrancando e saindo com pressa.
Estava com medo. Com um medo de um filho da puta.
Uma equipe se forma assim que entro com ela carregada, a colocam na
maca e ela abre os olhos, me fitando ainda meio grogue.
— Onde... Eu... Onde estou?
— Vai ficar tudo bem, bruxinha... — Digo, a beijando na testa. — Vai ficar
tudo bem.
E a levam para dentro, me deixando ali. Olho para o lado, vendo minha
mãe entrar na sala de espera.
— Você não tem nada haver com esse desmaio dela, não é Lorenzo?
— Acha que eu fiz o quê, mamãe? — Digo olhando meu pai se aproximar,
falando ao telefone.
Provavelmente era com os pais de Diana, eu sabia que eles iriam demorar
mais de um século para poder chegarem aqui. Então liguei para Bianca avisar
a Enrique em que hospital estávamos e pela voz histérica eu sabia que ela
estaria aqui logo, logo.
— Ela desmaiou do nada? — Arthur pergunta enquanto assinto com a
cabeça .
— O que diabos você fez com a minha irmã? — Enrique me encara, vindo
em minha direção e Bianca segura em seu braço.
— Sua irmã desmaiou, Enrique. Não foi culpa minha! — Disparo olhando-
o enquanto ele me fuzila com o olhar.
— Não foi culpa dele. — Arthur diz o olhando.
— Reze para que minha irmã esteja bem, Lorenzo. Só reze! Porque a culpa
por ela está aqui é do meu pai, por ter deixado ela casar com você. E a culpa é
sua, por culpar ela!
— Meninos, por favor... Isso é um hospital! — Mamãe diz nos olhando. —
Calma. Diana vai ficar bem.
Nos calamos rapidamente enquanto o médico para com alguns papéis nas
mãos.
— Diana está se recuperando e tomando um soro, mas vamos precisar
fazer uns exames...
— Que tipo de exames? — Meu pai pergunta.
— Qual a possibilidade dela está grávida?
Dou umas tossidas enquanto Arthur bate de leve em minhas costas e todo
mundo que estava presente naquela sala de espera, estava me encarando.
Se Enrique tivesse visão a laser, eu não estaria mais aqui. Papai me
olhando e mamãe com um fio de esperança no olhar. Bianca de olhos
arregalados e Heitor só observando.
— Eles nem consumiram o ato! — Heitor diz. — Ainda...
— Heitor!
— Não! Não! Não! — Digo quase sem voz. — Zero. Nenhuma.
— Ótimo. Voltarei daqui algumas horas.
Respirei fundo depois que todo mundo tomou seu devido lugar e pararam
de me encarar.
Senti uma contração no ovo, que me fez arrepiar.
Jesus não me deixaria ser pai. Amém.
Só estava preocupado com aquela bruxinha. Muito, na verdade.
Algumas horas depois, o médico se aproximou e foi um suspiro de alívio
pelo resultado dos exames, era uma anemia leve.
Eu quase chorei de alívio.
Mentira. Não chorei não.
Esperei todo mundo visitá-la para só depois eu poder ir vê-la. Enrique
estava querendo pular em meu pescoço e dou a língua assim que ele se vira.
Pau no cu.
Entro no quarto e encaro Diana, que estava dormindo. Sorrio me
aproximando.
— Você é dura na queda, bruxinha... — Acaricio o cabelo fino enquanto
ela ressona baixinho.
— Lorenzo... — Sussurra baixo e a encaro.
— Além de estragar minha vida... Ainda estragou minha noite. — Digo
sorrindo enquanto ela pisca pesadamente.
— Que pena. — Diz sorrindo.
— E como está se sentindo? — Pergunto baixinho.
— Vou sobreviver. — Suspira.
— Que pena. — Volto a sorrir, apertando os dedos entre os meus.
E paro por alguns segundos a olhando.
— Pode ir curtir sua noite.
— Você não manda em mim, Diana. Vou ficar aqui. — Digo enquanto ela
me fita. — Sempre vou estar, bruxinha.

Capítulo 16
Diana
bservo Henry e Clhoe pularem na cama enquanto Ágata, entra no
O quarto os olhando.
— Olha a bagunça. — Ela fala segurando um copo nas mãos. — Trouxe
pra você. E trate de beber tudo, em Diana.
Sorrio assentindo.
Tinha saído do hospital há mais ou menos dez dias, e estava me
recuperando bem da anemia. Estava tomando os remédios nas horas certas e
Ágata estava sendo uma amiga incrível.
Bianca, vinha sempre que podia e Enrique, também. Mas, Ágata e Clarisse
estavam aqui a maior parte do tempo, junto das crianças.
E eu amava.
Meus pais vieram apenas uma vez me ver, se certificando que eu estava
bem.
— A senhora já está bem, tia Diana? Não vai precisar mais ir para o
médico? — Clhoe se senta me olhando com os enormes olhos azuis.
Ela era a cópia de Ágata assim como Henry era a pequena cópia de
Christopher.
— Eu já estou melhor sim, Clhoe.
— Tio Lorenzo ficou preocupado, eu ouvi ele falando com meu papai...
Não foi, mamãe? — Ela sorri enquanto Ágata assente, se sentando ao meu
lado.
— Nunca vi Lorenzo tão preocupado. — Ela confirma e sorrio.
Henry começa a bater palmas e aponta para a porta, onde Lorenzo está
parado.
— Titio!
Henry e Clhoe saltam correndo enquanto ele os pega no colo sorrindo.
— Minha princesa e meu mini puto. Titio estava com saudades. — Ele
abraça os dois.
Ao menos deixava o Lorenzo hostil longe e parecia uma criança gigante
com os sobrinhos, era nítido o amor dele por eles e vice versa.
— Papai também não ganha abraço? — Chris sorri aparecendo atrás de
Lorenzo.
— Papai!
Ambos descem do colo do tio, indo em direção ao pai.
— Traidores. — Lorenzo resmunga os olhando. — Não gosto de vocês
mesmo.
— Invejoso. — Chris sorri, os beijando.
— Seu digníssimo marido chegou, já posso ir para casa. — Ágata se
ergue, pegando a bolsa.
— Obrigado, Ágata. Mas já estou melhor e não quero atrapalhar. —Sorrio
a olhando se aproximar enquanto beija minha bochecha.
— Eu amo vir aqui, boba. Até mais casal.
Ela sorri enquanto acena e Chris me encara, sorrio o olhando. Me despeço
de Henry e Clhoe que pulam na cama, me beijando e saem logo em seguida
com Lorenzo.
Coloco o copo vazio na mesa de cabeceira e me ergo, suspirando. Ouço a
porta se abrir depois de alguns minutos enquanto Lorenzo me fita.
— Como passou o dia? — Pergunta me fitando.
— Como todos os outros, bem melhor. Estou me alimentando e tomando
os remédios. — Observo um pequeno sorriso surgir.
Nessa semana que se passou, ele esteve ao meu lado. Era o Lorenzo fofo e
gentil novamente. Só não sabia quando ele iria embora.
— Vamos ver um filme? Vou tomar um banho... Faço uma pipoca ou peço
algo para comermos. — Diz, soltando um pigarro.
Os olhos descem pelo meu corpo e mordo o lábio.
Estava com um vestido fino e sem sutiã, o que provavelmente deu para ver
meus mamilos eriçados.
— C-claro. — Concordo.
Ele balança a cabeça e sorri.
— Desço já. — diz virando-se e saindo do quarto.
Continuo parada no mesmo lugar enquanto me sento, esfregando meus
braços e pernas, e choro. Sinto as lágrimas descendo copiosamente pelo meu
rosto.
Fungo baixinho e suspiro pesadamente enquanto continuo a desabar. Era
horrível esse sentimento que se apossava de mim. Era como se algo quisesse
sair rasgando meu peito.
Era ver o quanto minha vida mudou, o quanto eu mudei.
— Você não vai descer... — Limpo meu rosto e me viro, ouvindo a voz de
Lorenzo. — O que houve?
Nego com a cabeça, sentindo-o se aproximar.
— Diana, está se sentindo bem? O que aconteceu?
Ele segura em meus ombros me fazendo virar para encará-lo. Os cabelos
desgrenhados caindo sobre o rosto, os respingos de água descendo pela testa.
— Bruxinha... O que aconteceu?
Ergo o olhar encontrando o seu, e balanço a cabeça.
— Você aconteceu, Lorenzo. — Sussurro, e vejo-o franzir o cenho.
— O-o que?!
— Eu não sei mais lidar com isso, Lorenzo. Não consigo mais... — Solto
um suspiro enquanto ele passa o polegar, limpando as lágrimas que descem.
— Você me confunde... Em um momento é o Lorenzo gentil, no outro você é
hostil e...
— D-Diana... — Sua voz é um sussurro sôfrego enquanto ele me encara
fixamente.
Encosta a testa na minha enquanto segura em meu rosto.
— Eu não sei como agir perto de você, Diana. E eu juro que tento. Mas
eu... Merda garota! O que você fez comigo?
E sinto os lábios violentamente esmagando os meus, um beijo que me
desestrutura por completo. Uma das mãos seguram em meu pescoço,
arqueando-o enquanto a língua vai descendo de encontro a carne arrepiada.
— Eu sei que sou um filho da mãe desgraçado. E odiei essa situação mais
do que ninguém. — Ele ofega baixo me olhando.
— Lorenzo...
— Bruxinha... — Desenha o contorno dos meus lábios com a ponta dos
dedos e entreabro os mesmos. — Eu não vou conseguir parar se começarmos,
Diana...
Fecho os olhos enquanto ele suga meus lábios e sinto a cabeça rodopiar.
— É por isso que sou o hostil e idiota! Porque eu não vou conseguir parar,
bruxinha...
— Então não pare, Lorenzo. — Digo em um sussurro o olhando.
— Eu não posso, Diana... Eu não posso fazer isso com você. —
Rapidamente o vejo com o rosto distorcido.
Fico ali o olhando sair do quarto batendo a porta. Meu coração aos pulos e
minha intimidade latejando.
Me aproximo da porta, abrindo-a e ele me encara enquanto os olhos
descem pelo meu corpo.
— Eu confio em você. Não sei se devia... Mas eu confio em você, Lorenzo.
— Diana... Não faça isso.
— Eu... Eu acho...
Em um minuto ele se aproxima, enlaçando minha cintura.
— O que você acha, bruxinha? — Pergunta enlaçando a minha cintura e
me encurralando na parede.
— Que eu... Eu quero que... Faça amor comigo. — Digo em um sussurro
quase inaudível.
Ele para por uns segundos e me olha sem parar.
— Eu vou fazer com você, o que eu nunca fiz com mulher nenhuma...
Amar cada pedacinho do seu corpo, bruxinha.
— Lore...nzo... — Gemo enquanto ele mordisca meus lábios.
— Hoje a gente vai honrar o papel de marido e mulher.

Lorenzo
— Vem comigo. — Entrelaço os dedos frios entre os meus, sorrindo.
Diana me encara enquanto a puxo para frente do meu quarto, abro a porta
em um solavanco. Queria agir depressa antes que a minha consciência me
impedisse de prosseguir com aquilo.
E onde estava o meu autocontrole?
Na puta que pariu!
Que se fodesse o autocontrole!
— Se quiser ir, Diana... Vá. Porque eu não vou conseguir parar. — Digo
vendo-a me encarar.
A respiração estava baixa, olho a porta entre aberta do quarto e vejo os
olhos perdidos dela. A inocência de Diana era o que mais mexia com minha
cabeça.
Minha respiração trava quando vejo-a descer a alça do vestido, os seios
altos e alvos se revelam.
Meu coração parece que vai saltar.
A puxo para os meus braços, desejando sugar cada parte do corpo dela. Era
loucura, eu sei. Chamem do que quiser. Eu só a queria.
Queria com força. Como nunca quis ninguém.
Venço o espaço que nos separa, tomando seus lábios em um beijo que
sufocou a minha alma. Meu pau trincado. Minha cabeça rodando. Eu iria
enlouquecer.
Desço a língua, mordendo o pescoço delicado enquanto ela gemia tão
baixinho que mal dava para ouvir.
— Lorenzo... — A mão espalma em meu peito enquanto a encaro.
— Nunca vou machucar você, lembra? — Pergunto enquanto ela assente
rapidamente, me fazendo sorrir. — Confia em mim?
— Confio. — Diz baixinho. — Confio...
Sorrio enquanto aperto os seios em minhas mãos, passo o polegar roçando
no bico enrijecido e sinto a pele se arrepiar sob meu toque.
Ela abaixa os olhos e a encaro.
— Não sinta vergonha, bruxinha... Você é a coisa mais linda que eu já vi
na vida.
Sugo a sua língua em um beijo, mordisco os lábios enquanto uma das
minhas mãos se fecham em um seio.
E ela geme.
Ela soltava uns gemidos que desgraçava a minha sanidade mental!
— Ah, bruxinha...
Sorrio enquanto beijo o vale entre os seios, ouço seu gemido quando sugo
um bico enrijecido para dentro da minha boca. Serpenteio com a língua e
aperto a cintura firmemente enquanto abocanho os seios que pareciam ter
sido feitos especialmente para mim.
Por que era isso.
Aquela bruxinha tinha sido feita para mim.
— Senta aqui... — A puxo vendo-a sentar na cama.
As bochechas levemente rosadas, lábios avermelhados e os olhos
totalmente dopados de desejo.
— Eu jamais... Jamais... Vou machucar você, Diana. — Digo passando o
polegar pelos lábios macios. — Eu juro...
Paro com o dedo em seus lábios, enquanto ela me encara, sugando o meu
dedo para dentro daquela boca macia e quente.
ELA SUGA O MEU DEDO!
SUGAAAAAA!
Ela não sabe a contração que isso deu no meu pobre pau, que deu uma
contorcida e quase que eu esporrava ali mesmo, na cueca.
Puta que pariu! Puta que pariu!
Como ela podia ser tão inocente e tão devassa ao mesmo tempo?
— Abre as pernas... — Sussurro vendo-a deitar com os joelhos dobrados.
Me deito por cima, passando a língua pela barriga, vendo os pelos se
eriçando. O caminho vai ficando molhado até que paro em frente à calcinha
de renda.
E meu psicológico é abalado quando aquele cheiro inebriante me invade.
Obrigada meu Deus, por ter me feito homem!
Seguro a renda com a ponta dos dedos, tirando a peça e levando até o nariz.
O cheiro me deixa tonto de tanto tesão.
Eu juro que se Diana não fosse mais virgem, eu já estava fodendo-a como
um louco.
Mas ela era!
Obrigada mais uma vez, Deus!
Ou não.
Que contradição.
— Eu... Lore...nzo...
Sorrio de lado enquanto esfrego o dedo naquela boceta maravilhosa, a
excitação escorrendo tão delicada e tão linda quanto ela. Alguns pelinhos a
deixavam mais suculenta ainda.
E meu orgulho de homem me invade, quando percebo que nenhum outro
esteve ali. Minha boca saliva, abro os lábios devagar, vendo tão vermelhinha
como um morango maduro.
Passo a língua deliberadamente, ouvindo o gemido rouco que escapa da sua
garganta. O gosto começava a espalhar pela minha boca, me deixando
completamente alucinado.
Era um gosto de desejo. De pecado. De luxúria.
Minha língua chupando cada dobrinha, sugo os lábios e volto a contorná-
la. As pernas abertas, e sentia ela querendo fechá-las quando eu realmente
comecei a sugar com fome.
— Seu gosto é tão viciante, quanto você bruxinha. — A encaro, vendo a
cabeça pendida para trás, as costas arqueadas enquanto ela tateia o lençol da
cama.
Era a visão do paraíso.
Sugo o clitóris inchado, passando a língua de um lado para o outro. Já
começo a me despir, ficando apenas de cueca.
Aliás, o meu Picasso estava querendo pintar na tela em branco da bruxinha.
— Eu quero que você grite... Grite meu nome. — Sussurro com a boca
ainda no meio de suas pernas, seguro seus tornozelos e sorrio. — Fica
assim... E esfrega na minha cara meu anjo...
Serpenteio a língua pelo buraquinho intocado, sentindo-a tensionar para
trás. Volto minha atenção para o clitóris, beijando, sugando, querendo sentir
aquela explosão novamente em minha boca.
Esfrego o nariz, o rosto, querendo deixar todo meu corpo com aquele
cheiro, que Jesus... Era a coisa mais maravilhosa do mundo.
E não demorou tanto para ver Diana se contorcer na cama, e eu sem
desgrudar um segundo sequer.
Nem se eu quisesse.
A encaro com a respiração ofegante enquanto os espasmos do gozo saem.
Ela geme, se contorce, balança a cabeça de um lado para o outro, me fazendo
surtar de tesão.
Sorrio e abro a gaveta da cabeceira, pegando três preservativos e um gel.
Não iria precisar, tamanha lubrificação, mas não iria arriscar machucá-la.
Ela me encara e olha para os pacotinhos laminados.
— Eu... Eu estou com medo. — Diz me olhando.
— Eu também. — Digo acariciando seu rosto com a ponta dos dedos. —
Não é só a sua primeira vez, Diana.
Era boiolagem do cacete o que eu tinha dito, mas era a verdade! Eu nunca
tinha feito amor com uma virgem antes, tinha feito uma vez, admito. Mas ela
era totalmente diferente da bruxinha.
— Você não... É virgem, Lorenzo. — Sorrio de lado, a olhando.
— Eu nunca amei uma mulher antes. — Ela arregala os olhos e balanço a
cabeça. PORRA. — Nunca fiz amor... assim.
Conserto rapidamente, a olhando.
— Mas eu prometo que vou ter todo o cuidado do mundo com você, minha
bruxinha.
Ela se senta enquanto fico de joelhos na cama, rasgo o preservativo a
olhando.
— Quer fazer isso? — Pergunto enquanto ela desce os olhos pelo meu pau.
Abro suas mãos, colocando o material emborrachado enquanto abaixo a
cueca e meu pau salta. Grande e duro.
Confesso que meu ego cresceu quando os olhos arregalados se puseram no
meu pau.
Era um belo pau, diga-se de passagem!
— É só segura na pontinha, E desenrolar o restante. — Digo com a voz
rouca, só de sentir aquelas mãos pequenas bem ali.
Eu estava há muito tempo sem sexo... Qual é! Era crueldade comigo!
Ela começa a desenrolar e ajudo, as mãos descendo por todo o
comprimento, me fazendo gemer baixo.
— Se não couber em mim? — Diz me olhando.
A deito na cama, beijando seus lábios com volúpia.
Sugo a carne macia do seu pescoço, a beijando com todo carinho e desejo
que estavam dentro de mim.
Tiro uma mexa de seus cabelos quando o mesmo cola em sua testa suada.
Senti um aperto no peito tão grande que quis me sufocar.
— Eu... Eu...
— Shiii!!! Deixa eu olhar para você, bruxinha... Deixa eu sentir você. —
Sussurro, sorrindo enquanto me apoio no braço, ficando meio de lado. —
Deixa eu ficar olhando você.
Encaro ela pôr a mão no meu peito, bem onde meu coração batia
desenfreado.
— Por que seu coração está disparado?
Beijo sua testa demoradamente.
— Por você.
Ela para por uns instantes, me beijando, termina de fazer meu coração
saltar.
— Eu amo você, Lorenzo!
Sinto um soco no estômago, é o suficiente para me fazer rolar por cima
dela e a observo, vendo uma lágrima descer pelo seu rosto.
— Por quê está chorando, bruxinha?
— Eu... Eu não sei...
A beijo novamente, dessa vez sentindo as pernas se abrindo, totalmente
vencida pelo desejo. A boceta estava tão molhada, que meus dedos
deslizaram facilmente.
Seguro na base do pau, esfregando na mesma, sentindo as unhas sendo
curvadas em meus ombros.
— Olhe para mim... — Peço vendo ela abrir os olhos. — Só para mim...
Só... olha... Para mim.
Ela me olha.
Que perfeição eram aqueles olhos...
A boca se abre e o cenho se fecha.
Passo a glande na entrada da boceta e sinto a carne macia e fechada se
abrindo aos poucos, vou empurrando tentando não forçar demais.
Só que o desejo de me enterrar dentro dela, estava me tirando o controle.
Sentia a entrada se abrir, o que causava a porra de uma fricção filha da puta
no meu pau, que latejava.
— Lorenzo... — Ela sussurra e a encaro.
— Eu te machuquei? — Pergunto e vejo-a negar com a cabeça. — Oh meu
amor... Calma...
Um gemido de dor tão baixinho sai de sua garganta, e sinto como se
estivesse me quebrando por dentro.
— Desculpa... Desculpa... — Sussurro contra sua testa.
Me retiro de dentro dela e coloco novamente, devagar. Sinto finalmente
aquela barreira ser rompida.
Diana para estática embaixo de mim. Não se move. Os olhos se fecham
com força.
— Já foi... — Sussurro. — Olha para mim, anjo...
As pálpebras se abrem e percebo os olhos marejados de água.
— Vamos parar... — digo, a olhando.
— Não. Eu... Estou bem. — Sussurra me olhando.
A beijo, tirando e entrando novamente, sentindo a carne macia abrir
espaço.
— Onde é que você estava esse tempo inteiro, bruxinha? — Pergunto
olhando-a fechar os olhos quando começo a me movimentar.
Aquela boceta apertada era meu fim.
Era isso. Porra.
Eu comecei a me movimentar devagar, meus quadris indo levemente de
encontro ao seu. As unhas cravadas em meus ombros.
O gemido que ela solta faz quase eu me enterrar dentro dela com força.
Paro bruscamente, colando minha testa junto a sua.
— Se você continuar me puxando assim... Eu vou machucar você e eu não
quero fazer isso... — Digo pausadamente.
— Desculpa...
— Não se preocupe, bruxinha... Eu que tenho que me desculpar. Mas eu
não consigo manter o controle... — Me movimento devagar, fechando os
olhos para não virá-la de costas e fodê-la.
Calma, Lorenzo. Calma.
Minha cabeça estava uma confusão.
— Devagarinho, tá bom? — Digo, olhando-a assentir.
Então eu começo novamente, o vai e vem começa lento. Mas era como
pedir a um viciado em doce, de comer apenas uma fatia de torta!
Diana era a coisa mais linda do mundo, de olhos fechados delirando.
A camisinha era ultra sensível. Então sim. Eu sentia cada aperto que a
boceta dava no meu pau, eu sentia ela se contorcer de dor e prazer ao mesmo
tempo.
E sabendo que era eu quem estava causando tudo aquilo nela, me deixa
extasiado.
Chupo seus lábios, descendo pelo pescoço. Tomo sua boca em um beijo
demorado e quente. Desço para um dos seios, o prendendo entre meus lábios
apenas para tentar fazê-la esquecer.
— Ohhh... Eu...
Ela me fita e sorrio, sinto seus músculos enrijecendo, a boca entre aberta e
as mãos em meus ombros, sentia que uma explosão estava se aproximando.
Os quadris deram uma erguida e me contenho, já que meu pau parecia que
iria explodir quando ela se contorce lindamente, tremendo e gemendo, o suor
descendo por sua pele.
Foi demais para mim.
Minha mandíbula cerrou no mesmo instante e controlei, sentindo o jato
farto de porra.
Era morrer e padecer no paraíso.
A puxo para meu peito, sentido o cheiro dos seus cabelos me invadindo,
meu coração ainda batia descontrolado.
— Machuquei você? — Pergunto vendo ela negar com a cabeça. — Olhe
para mim, bruxinha.
Ela vira o pescoço no mesmo instante e a encaro.
— Desculpa se fui rude...
— Não foi. Foi perfeito.
Sorrio apertando-a em meu peito.
— Meu Deus como eu a... Como você é linda!
E ficamos ali parados. Queria ter desmontado ela? Queria. Mas não era o
momento ainda.
Me ergo e vou descartar o preservativo no lixo do banheiro. Encho a
enorme banheira e vou até a cama, olhando Diana sentada, enrolada no
roupão.
Uma mancha de sangue estava no lençol. Era bem aparente.
Aperto sua mão, a olhando sorrir meio envergonhada.
A puxo para os meus braços, apertando-a entre eles.
E o meu único desejo era que, ela não saísse dali nunca.
— Promete que vai ficar aqui?
Engulo seco, beijando seus cabelos.
— Eu prometo, bruxinha. Não vou sair daqui.

Capítulo 17
Diana
e mexo na cama, abrindo os olhos lentamente. Passo a mão pelo
M lençol e sinto meu coração bater descontrolado assim que vejo a
cama totalmente vazia.
Me sento bruscamente, olhando os lençóis emaranhados. O quarto estava
meio escuro pelas cortinas fechadas.
Eu nunca tinha entrado no quarto dele. Era tão deslumbrante quanto o
restante da casa.
Seguro o lençol sobre meus seios e mordo o lábio.
— Achei que iria dormir mais um pouco. — O encaro, encostado no
batente da porta.
Estava só de calça cinza e sem camisa. Se aproxima e o fito.
— E-eu acabei de acordar. — Digo em um sussurro.
Ele dá um meio sorriso, que começa a mexer com minhas estruturas
psicológicas. Me remexo sentindo o incômodo entre minhas pernas. Abaixo a
cabeça quando as memórias da noite anterior invadem a minha mente.
— Eii bruxinha... Não precisa ficar com vergonha. — O encaro quando ele
apoia um joelho na cama e ergue meu queixo com um dedo. — Nunca sinta
vergonha...
— E-eu... Lorenzo... — Me segura enquanto fico de joelhos o olhando.
— Foi incrível, Diana. E eu... — Ele sorri e o encaro.
— Quando a gente vai fazer de novo?
Ele arregala os olhos levemente e só então percebo que falei aquilo em voz
alta!
Meu Deus!
Ele iria achar que eu sou uma maníaca!
— E-eu quis dizer... Que... Que...
— Vamos fazer várias e várias vezes... Mas por agora, eu vou deixar essa
bocetinha maravilhosa descansar. — Sussurra contra meus lábios. — Você é
tão deliciosa, Diana... Que não tem noção.
Então ele toma meus lábios em um beijo lento e demorado, a mão tira o
lençol que cobre meu corpo e me deixa ali, completamente despida em sua
frente.
— Como você é linda, bruxinha... Mas você precisa comer. — Diz me
beijando rapidamente. — Vêm...
Saio da cama completamente nua, e me viro bruscamente quando sinto a
mão enorme estalar um tapa no meu bumbum.
— Não resisti. — Sorri de lado.
Sinto a mesma queimar, mas não doeu. Ao contrário. Eu queria aquela mão
grande novamente.
De todas as vezes que imaginei minha primeira vez, eu nunca pensei que
seria tão perfeita. Acho que era essa a palavra que se enquadrava. Perfeita.
Lorenzo era um cafajeste devasso, mas naquele momento ele tinha saído e
tinha se tornado um Lorenzo que só tinha visto duas vezes.
Meu sorriso se expande assim que entro no banheiro espaçoso, tomando
um banho relaxante. Ele tinha descido para preparar o café da manhã. Encaro
a banheira em que tomamos banho ontem a noite.
Passamos um bom tempo na mesma. O banheiro é enorme, assim como seu
quarto. A cama gigante em frente a enormes janelas de vidro com uma
varanda incrível.
Saio do banheiro e visto uma camiseta, que estava em cima da cama. Não
coloco calcinha.
Depravada. — Minha consciência grita e sorrio.
Desço as escadas o olhando na bancada da cozinha com uma xícara nas
mãos, tão lindo que chegava a doer só de olhar.
Amar era assim?
Perder a noção do tempo quando está com a pessoa, desejar nada mais do
que passar todas as horas do dia ao seu lado. Ficar com a garganta seca
quando ele olhava por segundos.
Então... Eu estava apaixonada por Lorenzo.
— Deve estar faminta... — Fala enquanto me sento na cadeira.
Desço os olhos pelo seu corpo sem ele perceber enquanto enche um copo
com suco e me entrega.
— Estou mesmo. — Digo olhando-o. — Não vai trabalhar hoje?
— Essa é a vantagem de ser um dos donos da empresa. — Diz dando de
ombros. — Hoje estou de folga... Digamos assim.
Mordo o pedaço de sanduíche enquanto ele continua me olhando. Encaro-o
depositar a xícara na mesa e se erguer como um animal que vai atacar a presa.
E quem é a presa?
Eu mesma.
— Me diz que você não está dolorida... Porque eu não vou aguentar... —
Sussurra, beijando meu pescoço ao mesmo tempo que beija meus lábios.
As mãos segurando minhas pernas, apertando-as e sorrio.
— Eu... Eu não... Eu estou bem. — Digo pausadamente entre seus lábios.
As mãos enormes seguram minha cintura, me colocando em cima do
balcão e tirando a camisa às pressas e o sorriso brota assim que ele me olha.
— Está sem calcinha...
— E-estou... — Assinto sorrindo.
Meu corpo entrando em total combustão, minha boca se abre enquanto ele
segurava meus seios com as duas mãos. Paro por um segundo, o olhando com
a respiração acelerada.
— Vamos lá para cima... — Sussurra com as mãos entre minhas pernas e o
encaro sorrir.
— Eii... Loren... Vixiiiiiiii!
Lorenzo se põe a minha frente assim que Heitor entra na cozinha.
Coloco as mãos sobre o rosto, ouvindo ele berrar.
— Existe porta para se bater, Heitor! — Lorenzo grunhi para Heitor que
me encara. — Inferno! Sai daqui!
— Desculpa, caralho! Você que não ouviu o elevador!
Continuo parada no mesmo lugar enquanto ele me fita.
Lorenzo pega a camisa e me veste rapidamente. Desço do balcão enquanto
Lorenzo pragueja baixinho.
— Me espera lá em cima. — Diz me beijando. — Vou levar esse fresco
para fora!
Contenho um sorriso assim que ele sai da cozinha, xingando Heitor. Ouvi a
porta se abrir e fechar em seguida. Subo as escadas rapidamente, entrando em
seu quarto.
Me sento na cama pegando o seu travesseiro e me deitando. Passa alguns
minutos e ouço a porta se abrir e encaro Lorenzo se deitar ao meu lado e me
puxar para perto.
— Está tudo bem? — Pergunto contornando seu peito enquanto ele
assente.
— Está... Só Heitor que tem a boca maior que o mundo. — Diz segurando
em meus dedos.
Engulo em seco, erguendo os olhos enquanto o fito.
— Sobre ontem a noite... — Começo sentindo ele ficar tenso do meu lado e
me calo assim que assente.
— Eu lembro de cada palavra... — Sussurra me olhando. — Mas eu só
quero ficar aqui com você, bruxinha.
Me vira rapidamente, sugando meus lábios em um beijo que me deixa
desestruturada.
A euforia tomando conta de mim novamente, meu coração disparado pelo
simples fato de ter aquele corpo inteiro sobre mim.
Tira a camisa, descartando em algum canto do quarto enquanto o beijo,
segurando em seu pescoço.
Ele morde meus lábios me fazendo gemer e sorrir ao mesmo tempo, já
sinto a garganta fechar quando as mãos me apertam.
— Prometo ser tão cuidadoso quanto ontem... — Sussurra passando a
língua entre meus lábios.
Escondo o rosto em seu ombro quando sinto a língua passear pela minha
barriga e parando para sugar o meu seio. Vejo a língua quente brincar com
meu mamilo e gemo baixo, ele o suga e brinca ao mesmo tempo que
mordisca, me deixando sem ar.
Suspiro o olhando descer a mão, brincando com meu clitóris que latejava
ansioso, meu Deus. É como se uma corrente elétrica passasse pelo meu
corpo, sentindo seu toque se aprofundar.
— Eu quero foder essa boceta com tanta força... — Lorenzo suspira entre
meus lábios. — Quero te ver rebolando no meu pau, Diana. Sentando...
Gemendo....
Abro a boca quando ele se deita sobre mim, me fazendo o encarar. Ele
toma meus lábios segurando em meus quadris.
— Lorenzo...
— Quero me enterrar em você. Fundo.
Ele geme contra meus lábios enquanto tateia a mesinha de cabeceira, e abre
o papel laminado do preservativo. Ainda me assustava o tamanho, é algo
surreal e que minha mão nem fechava direito. Mas era macio ao mesmo
tempo.
Percebo segurar o membro na base enquanto pincela em minha entrada,
minhas pernas bem abertas, minha testa colada a sua.
— Devagar, amor... — Sussurra e assinto.
E então começa a deslizar para dentro de mim. Fecho os olhos, sentindo a
carne se abrir causando um tipo de queimação, não saberia explicar.
— Ah... — Gemo contra seus lábios enquanto ele sorri.
— Abre as pernas... Me deixa entrar fundo em você. — Toma minha boca
em um beijo sôfrego e ansioso.
Sinto cada centímetro se enterrar dentro de mim, me abrindo. Gemo baixo
tentando não pensar na dorzinha fina, não era nada comparado a de ontem.
Estava mais suportável. Mas ainda estava ali.
— Essa boceta apertada me mata, Diana... — Lorenzo solta um grunhido
baixo e sorrio.
Seus quadris se movem e fecho os olhos, deixando a sensação me tomar.
Era incrível.
Estava no paraíso de um desejo inexplicável.
Puxo seu pescoço enquanto sou movida pela ânsia do desejo e me esfrego
deliberadamente em seu quadril. Lorenzo cerra o maxilar me beijando.
Eu estava sendo dele por inteira.
— Eu tinha esquecido completamente que as aulas de fotografia vão
começar hoje. — Digo olhando-a me encarar séria.
— Se você tivesse atendido o telefone, saberia. Liguei mais de quarenta
vezes e nem você, nem o senhor garanhão tesudo atenderam. — Ela diz
parando o carro em frente ao enorme prédio azul.
Ainda não tinha dito para Bianca o que tinha acontecido, não que eu não
fosse contar. Mas ontem passamos o dia inteiro como nunca tínhamos
passado desde o dia em que nos casamos.
Fizemos amor por três vezes durante o dia e foi uma luta para ele poder
acordar. Mas estava trabalhando em casa, e também lutei para sair de lá. Só
que eis que surpresa, quando Bianca aparece falando que as aulas
começariam hoje.
Me despedi dele rápido e sai com minha prima.
— Por que decidiu se inscrever em um curso de fotografia mesmo? —
Pergunto para Bianca enquanto descemos do seu carro. — Você nem gosta de
fotografar, Bia.
Ela para bruscamente, me olhando.
— É claro que eu gosto.
— Não gosta, não.
— Tá, não gosto. Mas Alana falou que o professor é um gostoso filho da
mãe que acabou de chegar da Austrália... Austrália, Diana! Austrália! - Diz
eufórica enquanto usa as mãos para abanar.
— Só por isso?
— E pra passar o tempo também... Não mereço ficar naquela livraria o
tempo inteiro, vamos combinar.
Abano a cabeça, revirando os olhos quando entramos no corredor repleto
de salas cheias de alunos. Paramos em frente a uma sala e todo mundo nos
encara.
— Heitor? — Pergunto olhando o primo de Lorenzo com um sorriso
perverso no rosto enquanto encara Bianca. — Nós não sabíamos que iria ter
aula...
— Eu sou o professor, Diana. — Diz nos olhando. — Sejam bem vindas.
— Ah que merda! É sério isso? — Bianca diz e acerto seu braço enquanto
ela passa a mão pelo mesmo.
Entro na sala olhando um rapaz ao lado de Heitor que mantém os olhos
cravados em mim.
— Aquele lindo não tira os olhos de você. — Bianca diz enquanto me
sento ao seu lado.
— Eu sou casada, Bianca.
— E nem consumou o casamento ainda... Então é a mesma coisa que nada.
— Diz forçando um sorriso assim que Heitor se aproxima.
Ah se você soubesse, priminha.
— Haaa... Quero que você conheça meu assistente e também professor,
Caleb... Ele vai auxiliar vocês. — Heitor diz, apresentando o rapaz alto.
— Prazer.
— O prazer é meu, Diana.
Sorrio o olhando enquanto Bianca troca farpas com Heitor apenas com o
olhar. Caleb era um rapaz bonito, não tanto quanto Lorenzo, é claro. Que
nesse momento estava tomando conta de todos os meus pensamentos.
Começamos a aula e mesmo não entendendo muito, eu estava amando.
Mesmo com o fato de que Heitor e Bianca ficavam a todo tempo se
cutucando.
Mas, era incrível conhecer um pouco do mundo da fotografia.
Mordo a ponta do lápis, não conseguindo conter o sorriso que escapa dos
meus lábios, estava ansiosa para voltar para casa. Para ele...
Bianca insistiu para irmos tomar algo depois da aula, mas inventei uma
desculpa e ela me deixou em casa entre xingamentos que só ela sabia me dar.
O elevador se abre e olho Lorenzo em pé perto da varanda. Estava sério,
segurando um copo de bebida nas mãos.
— Oii... — Digo em um sussurro, o olhando se virar com um sorriso meio
forçado
O encaro depositar o copo na mesa e quebrar a distância enquanto me
aperta forte.
— O que houve, Lorenzo? — Pergunto enquanto ele apoia o queixo no
topo da minha cabeça sem falar nada.
— Só me abraça, bruxinha... Só me abraça...
Me calo, enterrando o rosto em seu peito enquanto ficamos em um enorme
silêncio.
Estava com medo. Com tanto medo e não sabia nem o porque.
— Eu amo...
— Não diga isso, bruxinha... Eu não mereço seu amor, Diana. — Diz em
um sussurro tão baixo que mal dá para ouvir.
— Você merece sim, Lorenzo... — Ergo os olhos o encarando.
— Não, Diana. Eu não mereço. — Trava o maxilar me encarando. — Você
tem um ar de inocência e eu não quero arrancar isso de você... Eu não posso...
Quando isso tudo acabar, você tem que ser feliz...
Abaixo a cabeça, mordendo os lábios.
— Eu não sou passarinho que vive preso, Diana... Eu não sou assim!
— Desculpa...
Junta as mãos em meu rosto beijando minha testa, meus lábios e a ponta do
meu nariz.
— Você sentiria medo de mim se eu fizesse tudo que tenho vontade com
você... — Diz contra os meus lábios.
Meu coração galopava no peito.
— Eu não tenho medo de você.
Ele apenas me aperta em seu corpo, me olhando nos olhos e me beijando
ferozmente.
Não tinha como voltar atrás.
Eu o amava.
Amava com tudo de mim. 
Capítulo 18
Lorenzo
asso as mãos pelo rosto e me ergo da cadeira, ficando de pé perto do
P aparador. Eu tinha chegado mais cedo do que o comum na empresa. O
que era um milagre, como diz Patrick.
Mas preferi sair antes que Diana acordasse, porque se eu ficasse, iria perder
mais um dia de trabalho. E isso iria rolar repercussão entre meus queridos
irmãos e primo.
Já tinha faltado dois dias e as ligações não paravam de chegar.
Fofoqueiros.
— Caiu da cama ou foi empurrado? — A porta se abre e Arthur entra em
minha sala me olhando.
— Nem um, nem outro. Só vou sair mais cedo. — Digo pegando a pasta de
suas mãos, abrindo-a rapidamente. — É para assinar?
— Nem veio ontem. Estava doente? — Arthur indaga cruzando os braços.
Paro com a pasta nas mãos, o olhando.
Os olhos azuis atentos. Arthur era um péssimo mentiroso.
— Se eu não conhecesse, Heitor. E se não conhecesse você tão bem,
Arthur... Eu poderia jurar que essa pergunta é inocente. — Disparo,
assinando os papéis rapidamente. — Aquela puta fofoqueira já foi espalhar
para você?
— Então era verdade! — Arthur me fuzila, abrindo os braços. — Você
transou com ela?
Engulo seco o olhando. Passando a mão pelo queixo e ouvindo um baque.
Arthur está sentado na cadeira com os olhos extremamente arregalados.
— Há... Meu... Deus! Há meu Deus! Há meu Deus! Há meu Deus! Há meu
Deusssss....
O encaro com desdém enquanto ele pega o telefone encima da minha mesa
e fala rapidamente, sem pausa.
— Chris sala do Lorenzo. Agora. PeloAmorDeDeus!
Eu estava me sentindo um daqueles adolescentes infratores que é pego no
flagra. Arthur é um poço de drama e desespero.
— O que aconteceu agora? — Chris entra disparado e me olha.
— Arthur enlouqueceu. — Digo e me sento calmamente.
Estava tocando o foda-se com os dois parados a minha frente. Ambos com
uma cara de terror.
— Eu!? Eu enlouqueci? — Arthur se ergue e aponta para mim, enquanto
encara Chris. — Aconteceu, Christopher... Lorenzo tirou a virgindade da
Diana! Pode me levar Jesus... Eu to preparado!
Chris abre a boca, fechando-a novamente enquanto me olha fixamente.
— Você e ela... Lorenzo?
Eu não iria negar. Não iria dizer que é coisa da cabeça de Arthur.
Porque eu estava estranho.
Esses dois dias estavam acabando comigo de uma forma que, meu Deus,
porra e caralho! Era foda.
— Aconteceu. — Digo em um sussurro, me erguendo. — Tirei a
virgindade dela.
Dou de ombros suspirando.
— Há meu Deus! Isso soa pior, com ele falando.
— E eu não me arrependo. — Completo os olhando e erguendo o queixo.
E era verdade. Eu não me arrependia de absolutamente nada, não poderia
me arrepender de ver a confiança nos olhos dela. De saber que confiou em
mim.
Era fodido, mas era a porra da verdade!
— Você sabe que entrou em um caminho sem volta, não sabe? — Chris
pergunta me encarando. — Ela é uma menina, Lorenzo! Ela só tem 18 anos!
Ela não conhece nada do mundo...
— Eu a ensino. — Digo o encarando. — Quer queira, quer não... Nós
somos casados!
Disparo sério.
— Me leva, Cristo. Pelo amor de Deus! ME LEVA SENHOR, POR QUE
EU NÃO AGUENTO MAIS! — Arthur berra com a mão no peito.
— Por um ano, Lorenzo! Por um contrato! — Chris joga os braços para
cima, passando as mãos pelos cabelos. — Raciocine e pense, pense! Você vai
mostrar um mundo diferente para ela e vai arrancá-lo quando esse ano
acabar! Acha que ela vai suportar? Acha mesmo?
Me calo bruscamente, olhando-o me encarar. Eu senti uma pontada forte
no peito, daquelas que faz arder até a alma. Eu queria parar. Mandar Diana ir
para o quarto dela, mas era mais forte do que eu.
Era como se meu corpo não entendesse o que minha mente ordenava!
Que merda é essa???
Que caralho do inferno era isso que estava em meu peito?!
— Quando esse ano acabar... Não vai ter amarras. — Digo em um
sussurro. — Vai cada um para um lado e pronto.
— Você só transou com ela porque está há tempos sem transar com
ninguém, não é? — Arthur me encara arqueando a sobrancelha.
Não.
Eu não tinha transado com Diana só porque não transei com mais ninguém,
óbvio que homem não passa tanto tempo sem sexo assim. Mas meu corpo a
queria muito mais que meu pau.
Perigoso? Perigosíssimo!
Mas eu não controlava.
— Vai se foder! Saíam da minha sala! — Me ergo colocando o dedo em
riste no mesmo instante em que Heitor entra, segurando um copo enquanto
me encara.
— Gente... Qual a necessidade disso? — Diz sorrindo.
— Lorenzo quebrou o lacre da Diana. — Arthur diz em um sussurro.
— Haaaaaa vá! Já não era sem tempo, né!? Gostosa pra caralho, linda e
virgem! Se ele não pegasse, quem pegaria era eu!
— Sai da minha sala, Heitor! Sai agora! — O empurro em direção à porta
enquanto ele sorri.
— Calma aí cuzão, não é porque você virou o descabaçador que vai falar
assim comigo não! — Diz entrando e encarando o Chris. — Por que vocês
ainda estão com essas caras de pica fina?
— Eu não to com cabeça para sermão. — Digo revirando os olhos. —
Querem ouvir o que de mim?
— Se tá gostando da Diana, ou se está só a usando! — Solto um pigarro
quando Chris fala, cruzando os braços.
— Não estou pronto para ouvir isso. — Arthur sussurra.
Esfrego os olhos com a ponta dos dedos.
— Eu gosto dela. — Sussurro baixinho.
— Já chega! Estou indo me enforcar... Me leva, Jesus! Me leva!
— Leva nada, fica aqui para ver se isso é real! Lorenzo González, o pica
master, está arriado por uma mulher! — Heitor diz de boca aberta. — Eu vivi
vinte e um anos, para ouvir isso.
— Você falou pica master?
— Vão tomar no cu de vocês, bem lá dentro! Se fodam! — Digo ríspido.
Só que nenhum dos três se movem. Chris fica me encarando com um olhar
esquisito. Arthur de boca aberta. E Heitor abismado. Seria cômico, se não
fosse trágico.
— Diana não é as mulheres que está acostumado a foder e descartar no
outro dia. — Chris suspira e me encara.
— Não quero ouvir seus sermões, Christopher.
— Mas vai. Sou seu irmão mais velho e estou falando isso para o seu bem,
Lorenzo!
— E você quer eu que faça o que, caralho?! — Me viro, passando as mãos
pelos cabelos. — O seu pai me colocou nessa armadilha!
— Nosso pai! — Chris me corrige e percebo sua mandíbula cerrar.
Arthur e Heitor estão calados, sérios nos olhando.
— Só cuidado para não magoá-la, achando que vai estar ferindo nosso pai.
Chris sai batendo a porta com força atrás de si, chuto a cadeira praguejando
bem alto uns palavrões em três idiomas diferentes.
— Vou é sair daqui. — Não me viro para ver Heitor saindo, continuo no
mesmo lugar parado.
— Lorenzo...
— Agora não, Arthur. Por favor. — Peço, passando as mãos pelo rosto.
— Sabe que vou estar aqui quando quiser desabafar.
Apenas assinto, ouvindo seus passos se afastarem, denunciando que ele
saiu. Estava puto de raiva, com muita raiva, na verdade.
De uma certa forma, no começo eu estava punindo Diana e descontando
toda raiva que sentia, nela. Mas agora não, agora era diferente. Porque vendo
o quanto ela é inocente, a menina educada em casa e criada para servir. Os
pais dela eram uns malucos alienados.
O que merda estaria me esperando, quando esse ano acabasse?
Eu e Diana iriamos anular essa porra de casamento... E tudo seria
esquecido.
Seria isso.
Sem amarras. Sem nada.
Passei o dia trancado na sala enfiado em relatórios e planilhas. Com Patrick
viajando, o meu trabalho aumentava e pela primeira vez não iria reclamar.
Queria mesmo me manter bem ocupado.

A porta do elevador se abre e saio. Cheguei mais tarde que o costume e


observo o silêncio em todo o ambiente.
— Oi... — Diana sussurra, vindo da cozinha.
Desço os olhos pelo corpo coberto por um vestido solto e curto.
— Oi, bruxinha. — Sussurro indo até ela e a beijando nos lábios
demoradamente, segurando o rosto entre minhas mãos.
— Chegou tarde hoje... Eu fiz o jantar e... — Diz entre os meus lábios
enquanto a fito.
— Eu estou sem fome. — Digo a olhando morder a porra do lábio. — Tive
que ficar até mais tarde, Patrick foi viajar.
Ela assente e me encara. Os olhos brilhando lindamente, e a vontade de
rasgar aquele vestido e me enfiar no meio daquelas pernas me tira de órbita.
— Eu vou para o escritório, estou com alguns relatórios para reler pra
amanhã. — Balanço a cabeça e percebo o misto de decepção passar em seus
olhos.
— Tudo bem. Eu vou... Ler alguma coisa. — Diz esfregando as mãos.
Ela dá um meio sorriso, enquanto subo as escadas. Eu não tinha relatório
nenhum para reler, foi uma desculpa covarde para não levá-la para a cama.
Ela tinha dito aquelas palavras.
Aquelas três palavrinhas que faziam faltar o oxigênio do meu cu.
Minha cabeça estava uma confusão do inferno.
Abro a porta, me encostando na mesma. É uma sala pequena que eu fazia
de escritório. Tinha uma mesa com vários papéis espalhados e uma poltrona.
Era o lugar que eu me refugiava, depois do meu quarto.
Vou até o mini bar perto da poltrona, enchendo o copo de uísque. Viro o
mesmo, depois mais um, e depois mais um.
Balanço o líquido de um lado para o outro e fecho os olhos, deixando o
mesmo descer rasgando por minhas entranhas.
Giro a cadeira de um lado para o outro, suspirando.
— Lorenzo... — Olho por cima do ombro enquanto Diana me chama.
Estava parada me encarando.
— Aconteceu alguma coisa? Está calado e...
Deposito o copo na mesa enquanto ela se aproxima.
Me ergo em um pulo e a cadeira cambaleia para trás.
— O que você está fazendo com minha cabeça? bruxinha... — Sussurro
colando sua testa a minha.
Ela me encara com um olhar assustado e cheio de desejo, é como uma
faísca que cai sobre um tonel de combustível.
Ele explode!
A ergo no colo enquanto as pernas se fecham em minha cintura, agarro em
seus cabelos e vou andando cambaleante até sentá-la na mesa.
Afasto os papéis enquanto a encaro ofegante.
— Eu quero explorar cada pedacinho do seu corpo... — Passo o polegar
pelos seus lábios, que se abrem e ela me olha.
Acaricio suas coxas grossas por baixo da saia do vestido, a pele se arrepia
sob meu toque e ela geme em um sussurro. Ergo o vestido tirando-o pela sua
cabeça e jogo em um lugar qualquer daquele ambiente.
— Você é tão deliciosa, bruxinha. — Abro o sutiã e vejo os seios saltarem
para fora. Perfeitos. Lindos.
— Lorenzo... — Ela sussurra e tiro a peça, a deitando sobre a mesa.
Passo as mãos pelo vale dos seios e passo a língua por um dos seios, rodeio
o mamilo, depois o outro e desço indo para a barriga.
— É um inferno ficar longe de você...
— Senti... Sua falta. — Ela fecha os olhos e sorrio beijando seu ventre.
— Sentiu? — Sorrio e ela assente. — Então mostre que sentiu meu anjo...
Me encara sem entender e beijo o vão entre as coxas. Diana abre as pernas
e sorrio.
— Eu vou adorar chupar essa bocetinha... Mas antes você vai fazer uma
coisa. — Sussurro a puxando para ficar sentada.
— O... O que? — Pergunta engolindo em seco.
Aperto suas mãos entre as minhas, beijando o pescoço e os ombros. Retiro
sua calcinha e, encaixo suas pernas em meu quadril, erguendo seu queixo
com um dedo indicador.
— Suas mãos vãos ser às minhas mãos... — Sussurro beijando uma mão de
cada vez. — Eu quero que você explore seu corpo, como se fosse eu...
— O que?! — A sua voz soa preocupada e era inevitável não sorrir.
— Seja uma boa menina. — Mordo os lábios me afastando enquanto pego
o copo. — E sinta o prazer te arrebatar, Diana.
Queria ouvi-la gemer usando as próprias mãos, queria que aquela
ingenuidade fosse embora. Que ela se conhecesse.
Me sento na cadeira abrindo os botões da camisa. Cruzo uma das pernas,
olhando-a me encarar, uma mecha dos seus cabelos cai sobre a testa
deixando-a mais linda do que já é.
— O que vou... fazer? Como?
— Comece pelos seios... — Sussurro bebericando o líquido. — Aperte-
os... Sinta-os...
As mãos delicadas começam a passear pelo pescoço e a descer pelo colo,
ela estava tímida, é nítido. Ela para uma das mãos em um dos seios,
apertando-os.
— Use a outra mão. Aperte o bico dos seios.... Sinta a corrente elétrica
passear pelo seu corpo, sinta como se minha língua tivesse o mordiscando...
Minha voz sai rouca enquanto a observo.
Um leão observando à presa.
— Aperte-os, Diana...
Ela o faz, prendendo o bico entre os dedos macios. Os olhos se fecham e a
cabeça pende para trás quando ela geme, apertando um dos seios firmemente.
Desço um pouco da cadeira desfivelando o cinto e descendo a braguilha da
calça, seguro meu pau pela base. Duro feito pedra. A glande brilhava.
Ela morde os lábios enquanto geme manhosa.
— Agora desça as mãos lentamente amor... Por essa barriga linda. —
Sussurro olhando ela fazer com o desespero em seu olhar. — Devagar...
— Ohh... — A boca se abre em um O perfeito.
— Agora abra as pernas e coloque esses dedinhos bem de leve nessa
boceta. — Digo rígido, olhando-a fechar os olhos e descer as mãos.
— Lorenzo... — Meu nome sai em forma de gemido e sorrio.
— Abra essa boceta pra mim, Diana... E toque-se como você gostaria que
eu fizesse... — Meu pau retorce e não consigo mais conter a mão que começa
um vai e vem filho da puta.
Esfrego o polegar na cabeça do pau que baba e suspiro a olhando.
— Ahhhh, Lorenzo... — Sussurra enquanto dedilha os dedos levemente e
ao mesmo tempo com rapidez.
Eu via o brilho viscoso escorrer por aquela maravilha, os dedos
escorregadios e melados na caricia. A boceta vermelha, clamando por
atenção.
— Para. — Ordeno colocando o corpo ao seu lado.
Seguro os dedos melados, levando-os até a boca. Chupo cada um
lentamente. Meu corpo iria explodir.
O gosto do prazer era inebriante.
— Ah... — Ela me encara, ainda dopada de desejo.
— Deixa eu ver se você fez um bom trabalho, bruxinha... — Falo e
levo os dedos até a boceta latejante.
Penetrando um dedo rapidamente. A carne macia o prende, ao mesmo
tempo que escorrega. Meus dedos pareciam ter vontade própria, porque
começaram a esfregar, entrar e sair com rapidez, enquanto ela geme
descontrolada.
— Isso, anjo. Rebole em meu dedo. — Peço em seu ouvido e ela o faz.
Dois dedos dentro daquela maravilha, os movimentos circulares do quadril
me faziam gemer junto dela.
— Inferno. — Praguejo baixinho enquanto ela aperta meus braços com as
suas mãos.
— Eu vou... Eu vou... — Sussurra me olhando. Os dentes trincados.
— Fala... Fala, bruxinha... — Beijo seu pescoço quando sinto-a tremer em
meus dedos.
— Eu estou... Ah Lorenzo... — Diz ofegante assim que os espasmos do
gozo ainda se mantém presente.
Poderia passar o resto da minha noite aqui e não me cansaria.
— Eu preciso foder você, agora... — A encaro.
— E eu quero... — Ela engole em seco olhando para o meu pau.
Estava ereto e doido para estar dentro dela. Abro a gaveta da mesa, rasgo
um preservativo com os dentes e encapando o pau rapidamente.
— Eu vou te virar do avesso, bruxinha. — Pego em seus cabelos, puxando-
os cuidadosamente só para o belo pescoço ficar arqueado, enquanto passo a
língua por toda a extensão.
A ergo da mesa, a colocando sobre o sofá.
— Sei que está cedo e você precisa se acostumar... Porque vou te foder
assim. — Digo a olhando assentir.
Estava de costas e de joelhos dobrados.
Ela era uma recém ex-virgem e eu não iria ser tão bruto como costumava
ser, seguro em seu quadril e pincelo o pau na entrada pulsante.
— Lorenzo...
— Devagar amor... — E vou entrando.
Meus olhos reviram com o tamanho do prazer que me golpeia, a boceta
apertada me sugando.
Afago as costas e ela geme.
A penetro, demorando um pouco mais para movimentar-me.
— Está doendo? — Pergunto enquanto ela nega. — Você é tão
pequenininha, amor...
Ela se mantém parada e sorri por cima do ombro.
— Devagar... Eu prometo. — Digo entrando e saindo.
As carnes abrindo espaço enquanto começo as estocadas. Começam leve,
apenas para ela se acostumar com o tamanho. A penetro fundo, ouvindo o
gemido sair de suas entranhas.
Parecia música para os meus ouvidos, me deixando completamente
desnorteado. Meu corpo ligado ao duzentos e vinte.
— Porra de boceta gostosa de um caralho... — Gemo mordendo seu
pescoço enquanto ela se joga para trás.
Meu quadril em um vai e vem... Seguro em um seio enquanto a penetro e
ela se joga para trás, empinando a bunda para o meu completo delírio.
Acerto um tapa em cheio na nádega e a aperto.
— Ai... — Ela geme em forma de sorriso e estalo outro tapa.
— Há bruxinha... — Sussurro por cima dos seus lábios enquanto a viro
para cima, deitando-a no sofá.
Sugo um dos seus seios olhando-a me encarar com as pupilas dilatadas de
desejo. O rosto totalmente corado. Os lábios avermelhados.
—Você é tão linda, minha menina... — Passo o polegar pelos seus lábios o
sugando em seguida. — E gostosa.
— Eu... Eu quero você.
Passo o nariz pelo seu pescoço, e a beijo enquanto a fodo com força,
sentindo-a gemer e se contorcer de prazer.
As pernas rodeadas em meu quadril, meu coração galopa no peito quando
meu nome sai rouco de sua garganta, enquanto ela explodia em um orgasmo
alucinante.
Sorrio glorioso, sentindo os músculos do meu corpo se enrijecer, colo
minha testa na dela quando sinto os espasmos do gozo se esvaírem. Ficamos
por uns segundos sem falar uma palavra, ela deitada sobre meu peito
enquanto eu tentava acalmar as batidas do meu próprio coração.
— Vou te levar para o quarto... — Sussurro alguns segundos depois.
Estávamos nus e suados. Ela me encara e assente.
A ergo nos braços e sinto a cabeça apoiar em meu ombro enquanto a
carrego pelo corredor.
Abro a porta do meu quarto com o pé, a colocando sobre a cama.
— Vamos tomar um banho... — Sussurro olhando-a rir e a beijo. — Eu
vou colocar a banheira para encher.
Entro no banheiro, molhando meu rosto com água fria e me encarando no
espelho.
A cara pós sexo era ótima.
Oooh sensação gostosa para um caralho.
Entro na banheira assim que ela se senta, os cabelos presos em um coque
frouxo. Me aconchego em suas costas e a puxo enquanto ela se deita, a água
morna relaxava.
Faço uma concha com a mão jogando a água sobre os ombros, os seios e a
barriga. Minhas pernas relaxadas enquanto todo seu corpo estava sobre o
meu.
— Nunca pensei que iríamos ficar assim. — Engulo em seco enquanto ela
me encara sobre o ombro.
— Eu também não pensei. — Sorrio puxando um canto do lábio e fico
sério de repente.
— O que foi?
— Quero que vá ao médico.
— Ao médico?
— É. Ao ginecologista. Tomar anticoncepcional. — Digo assim, rápido. —
Não quero ter... Acidentes.
— Ah... Claro. — Assente rápido. — Eu... Também não quero.
— Posso falar com Ágata ou você pode pedir a Bianca para ir, ou sua
mãe...
Ela assente sorrindo.
— Tudo bem.
Beijo seu ombro.
— Quero te foder sem nada e sem correr o riscos de... Você sabe. — Ela
sorri, balançando a cabeça.
Tal ideia faz um arrepio muito filho da puta passar pelo meu corpo, um
filho estava fora de cogitação. E um filho com Diana, mais ainda.
Deus me livre! Deus me livre! Deus me livre!
Quando esse ano acabasse, não iríamos ter nada que nos prendesse.
Nada.

Saio do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e secando meus


cabelos com outra. Paro estático, olhando Diana com os olhos fechados, toda
encolhida na cama.
Sorrio puxando o cobertor a cobrindo. Os cabelos soltos espalhados na
cama. Respirando baixinho e ainda nua.
— Bruxinha... — Sussurro beijado seu ombro.
Ela não se mexe e eu não iria acordá-la.
Ligo o aparelho de som, conectando na playlist do celular. Encho um copo
com bebida e vou para a varanda. O som estava ambiente e calmo.
Me aproximo, olhando as luzes piscantes enquanto beberico o líquido
devagar.
Como a vida de alguém podia mudar de uma hora para a outra?
Quando a minha tinha mudado e eu nem percebi?
Como essa bruxinha estava tomando conta dos meus pensamentos?
Encaro meu celular quando a música começa a soar.
...E eu preciso que você saiba que nós estamos caindo muito rápido
Nós estamos caindo como as estrelas
Nós estamos nos apaixonando
E eu não tenho medo de dizer essas palavras
Com você eu estou seguro
Nós estamos caindo como as estrelas
Nós estamos nos apaixonando...
Sorrio balançando a cabeça, tomando o restante do líquido.
...Oh, eu estou apaixonado
Oh, eu estou apaixonado
Oh, eu estou apaixonado...
Eu estava ficando louco.
Fecho as portas de vidro e me sento devagar na cama, olhando-a se mexer
e voltar a dormir novamente.
Encaro a aliança dourada em seu dedo anelar e aperto a mão em meus
dedos e passeio a outra pelos longos cabelos.
Solto o ar devagar, passando os dedos por suas bochechas rosadas.
— Ah, bruxinha... — Deposito um beijo demorado em sua testa e fecho os
olhos.
— Eu sei que é errado bruxinha. Eu não quero acabar com sua vida quando
tudo isso acabar... Não posso... Só que... Eu sou louco por você. Eu estou
louco por você, Diana.

Capítulo 19
Diana
— le falou que estava louco por você? — Bianca abre a boca e me
encara, perplexa. — Ah Deus! Como assim?
E — Fala baixo, Bianca! — Seguro em sua mão a olhando sorrir.
— Ele achou que eu estava dormindo.
— E porque ele estava te olhando dormir, Diana?
Porque a gente tinha feito amor de um jeito que deixou minhas pernas
trêmulas.
Óbvio que eu não disse isso em voz alta. Eu conheço Bianca o suficiente
para saber que ela ia abrir a boca e causar um caos. Me controlei e mordi o
lábio, sorrindo e mexendo o canudo no suco.
Estamos na lanchonete do curso, faltava algumas horas para a aula começar
e mesmo cedo, algumas pessoas já circulavam dentro do prédio.
Nunca tinha dormido tão bem em toda minha vida e confesso que quis
abrir os olhos no exato momento em que aquelas palavras saíram da boca
dele. Mas ao mesmo tempo senti medo, conheço o Lorenzo.
E tive medo. Medo de não ser aquilo que eu estava pensando.
Bianca ainda me encarava com olhos semicerrados, os longos cabelos
presos em rabo de cavalo.
— Se eu te contar uma coisa... Você promete não fazer um escândalo? —
Sussurro, olhando-a sorrir enquanto mexe na pequena franja.
— Diana, eu sou um poço de descrição.
Eu quase gargalhei na frente dela.
Se tinha uma coisa que não combinava com a minha prima, era a tal da
descrição.
— Eu e Lorenzo... — Solto um pigarro baixo e sorrio. — Bom, nós... Eu e
ele...
— Vocês?? — Ela me encara e solta um grito fino, fazendo todos os
olhares se voltarem para nós, ela tapa a boca com as mãos — Você perdeu a
virgindade? Oh meu Deus!
— Fala baixo, Bianca!
— Isso aconteceu ontem?
Nego com a cabeça, olhando-a abrir a boca e fechar no mesmo instante.
— Você só está me contando isso agora por quê?! Meu Jesus! Eu não
acredito que você perdeu o cabaço e só está me contando agora! Diana, sua
pervertida! Eu quero saber de tudo... Tudo!
— Bianca...
— Eu sou sua prima! Eu esperei uma vida por esse momento...
Sorrio sentindo meu rosto queimar, sabia que Bianca não iria me deixar em
paz até que todos os detalhes tivessem sido ditos e relatados, por isso
passamos mais tempo que o esperado na lanchonete.
Acordei naquela manhã e fiquei olhando Lorenzo dormir ao meu lado.
Estava como sempre, lindo. Senti meu peito doer por vê-lo tão tranquilo.
Eu o amava.
Amava tanto que meu peito se apertava com tamanha força. Ele sorriu, me
apertando contra o peito assim que abriu os olhos e ficamos ali, calados.
Saiu para o trabalho e eu tive que esperar Bianca me buscar, ainda estava
extasiada com tudo que estava acontecendo.
Paramos na sala, Heitor e Caleb nos encaram, nos sentamos em nossos
lugares e Bianca se debruça sobre minha mesa e sussurra:
— Você chupou o pau dele?
Arregalo os olhos a encarando.
— Não... — Sussurro de volta, olhando ela sorrir.
Nem caberia na minha boca.
— Quando chupar, você vai me contar?
Contenho o sorriso, olhando Heitor parar a nossa frente
— Olá, Diana... Olá, Bianca...
— Olá, Heitor.
— Está atrapalhando a conversa. — Bianca diz sorrindo e Heitor balança a
cabeça, a fitando.
Os olhos dos dois se encontram e percebo uma tensão no ar.
— Que língua venenosa, Bianca. — Heitor morde o lábio, a encarando de
cima a baixo.
— Eu sei, obrigada. — Minha prima rebate.
Mordo o lábio encarando os dois e ergo o olhar quando Caleb para na
minha frente.
— Diana, você pode vir até aqui, por favor? É rápido. — Diz me olhando.
— É sobre o trabalho que você fez ontem...
— Tem alguma coisa errada? — Pergunto me erguendo. Bianca e Heitor
mal perceberam que saí.
Me aproximo de sua mesa, olhando as fotografias espalhadas pela mesma.
— Seu trabalho está ótimo, Diana. — Ele sorri e o encaro, surpresa. —
Você já tinha pegado em uma câmera antes?
Pego uma fotografia de um vaso de flores, admirando-a.
— Não... Nunca. — Volto a sorrir e ele me fita sério.
— Estão perfeitas. — Sussurra.
Os olhos de um tom verde esmeralda me encaram. Caleb é bonito. Muito.
Não tanto quanto Lorenzo, é claro. Mas é.
O encaro sorrindo.
— Obrigado. Você é um ótimo professor...
— Você quer tomar um suco depois da aula? — Diz rápido me pegando de
surpresa.
— Caleb, eu...
— Para falar sobre as fotos, é claro. Você tem um ótimo futuro na
fotografia. E eu sei que você é casada, Heitor me falou. É só sobre o trabalho.
Eu prometo.
— Hoje eu não posso... — Digo, vendo-o entortar a boca com um sorriso
sem graça. — Eu vou precisar ir para casa, mas eu digo quando puder.
— Tudo bem. Eu vou esperar.
Volto para a cadeira, vendo Bianca sorrir mostrando todos os dentes.
— Eu acho que o Caleb está te querendo.
— Ele é nosso professor. — Ela semicerra os olhos. — Assim como
Heitor...
— Que não deixa de ser gostoso para cacete. — Diz sorrindo. — Ele me
chamou para tomar uma bebida, qualquer dia desses...
A encaro, arregalando os olhos.
— Sabe que ele só vai querer... Transar, né?
— Ainda bem, né Diana?! O ruim seria se ele quisesse casar!
Bianca era totalmente uma cafajeste de saia.
Tento ao máximo me concentrar na aula e nos trabalhos que estavam nos
esperando.

Jogo as chaves no aparador da sala assim que saio do elevador, olho o


apartamento totalmente vazio. Lorenzo ainda não havia chegado. A aula
acabou um pouco mais tarde do que o de costume.
Subo as escadas, olhando a porta do seu quarto entreaberta, entro no
mesmo sorrindo, vendo a camisa jogada no chão. Pego a mesma levando até
o nariz, sentindo aquele cheiro que me deixava completamente maluca.
Como era possível gostar tanto de alguém em tão pouco tempo?!
E o que me deixa mais aliviada, é que ele também sentia o mesmo por
mim. Me deito na cama, olhando para o teto suspirando e volto a balançar a
cabeça sorrindo.
Vou para o meu quarto e decido ligar para Enrique. Como sempre, está
viajando, mas prometeu vir assim que possível. Estava com saudade da
minha irmã também, mas falar com Eudora era mais complicado.
Coloco o telefone no lugar assim que ouço o elevador parar e abrir as
portas. Desço e vejo Lorenzo jogar a pasta de lado e me encarar.
Meu coração dá uma parada e volta a bater frenético, enquanto pulo em
seus braços. As mãos me apertando firmemente e me beija.
Um beijo casto, faminto e repleto de desejo.
— Estava com saudades, bruxinha... — Sussurra, tirando uma mexa do
meu cabelo que cai sobre minha testa.
— Também senti. — Sussurro o beijando.
— Muita?
— Muita.
— Vem tomar um banho comigo... — Aperta minha mão e mordo o lábio.
— Se você soubesse como eu fico quando você morde esse lábio...
— Então me mostre. — O encaro sorrindo.
Sua boca chupa meu queixo e sinto um arrepio se apossar do meu corpo.
— Com todo prazer, bruxinha...

Me sento na cama ainda enrolada no roupão enorme de Lorenzo.


Acabamos de sair do banho, juntos. Onde mais uma vez fizemos amor de um
jeito alucinante.
Ele volta com uma garrafa de água nas mãos, só de cueca boxer preta.
Deito o pescoço o encarando.
Gostoso.
— Amanhã tem um almoço na casa do Chris. — Ele me encara sorrindo e
o fito. — Ele nos convidou...
Engulo em seco e franzo o cenho.
Ele abre a garrafa e toma a água.
— Se não estiver afim, tudo bem... A gente pode ficar aqui.
— Não. Eu quero... — Ele se senta ao meu lado me olhando. — Achei
que...
— Eu fosse te deixar aqui? — Pergunta sorrindo.
— Também. — Dou de ombros.
Ele estava parado me encarando e solta a respiração devagar. Seria a nossa
primeira aparição juntos depois do jantar na casa dos pais dele. E pode ser
por isso sua expressão meio fechada.
— Mas se quiser ficar... — Digo baixo o olhando me puxar para o seu
peito.
— Eu quero muito ir com você. — Diz sorrindo e foi impossível conter o
sorriso que me toma também.
Mesmo estando feliz, sentia que ele estava um pouco tenso, ou era coisa da
minha cabeça. Jantamos no quarto enquanto ele me contava sobre seu dia,
apenas falei que estava indo bem na aula de fotografia.
Deitei em seu peito, as suas pernas estavam entrelaçada nas minhas e
acabei adormecendo, ouvindo as batidas do seu coração.

Mordo o lábio assim que Lorenzo estaciona o carro em frente a mansão do


irmão. Estava um dia ensolarado para a felicidade de um almoço ao ar livre.
— Está nervosa? — Pergunta enquanto retira o cinto.
Esfrego uma mão na outra, olhando Chris e Ágata abraçados. Arthur e
Heitor sentados conversando e olhando na direção do carro.
Fito Lorenzo, que me encara um pouco mais sério e pega em minha mão.
— Está tremendo, bruxinha... Por quê? São meus irmãos... A Ágata...
— Qual Lorenzo você vai ser hoje? — Pergunto em um sussurro, o
olhando franzir o cenho.
— Diana... — Ele me encara e abaixo os olhos no mesmo instante. — Olhe
para mim.
Demoro um pouco mais para o fitar, mas acabo o fazendo. Ele retira os
óculos de sol, me olhando fixamente.
Tinha pensando seriamente em não vir, estava sendo um pouco tola. Mas
temia que o Lorenzo hostil e grosso voltasse novamente.
— Acha que eu iria te trazer até aqui se não quisesse, Diana? — Segura em
minha mão, apertando-a. — Vamos ser o que somos... Ok?!
— E o que somos, Lorenzo? — Pergunto o olhando franzir o nariz.
— Eles estão vindo para cá. Vem bruxinha. — Diz abrindo a porta
rapidamente.
Solto a respiração, o olhando dar a volta e me encarar. Ele está lindo em
uma camisa regata branca, bermuda creme e óculos escuros. Estende a mão e
a pego, saindo do carro.
Estou usando um vestidinho amarelo solto e coloquei um biquíni por baixo,
percebo os olhares em nossa direção e fito Lorenzo.
Entrelaça os dedos aos meus e o vejo sorrir de lado.
— Achei que não iriam mais sair do carro. — Arthur abre os braços,
sorrindo.
— Arthur é discretíssimo. — Ágata chega perto e me abraça. — Está linda,
Diana.
Sorrio a olhando.
— Obrigada.
Me sentia uma criança perto de Ágata, sempre tão linda. Está usando um
maiô vermelho, realçando as curvas.
— Diana. — Chris sorri e me cumprimenta.
Ele era extremamente intimidador. Dou um sorriso de leve e Heitor se
aproxima, me beijando na bochecha.
— Já somos íntimos, né Di?! — Diz sorrindo enquanto dá uma piscadela.
— Sai fora, Heitor! — Lorenzo grasna me encarando e sorri, franzindo o
cenho. — Cadê meus pestinhas?
Pergunta, fingindo não ver Clhoe e Henry escondidos atrás da cadeira.
— Eles estavam aqui agora mesmo, acredita? — Chris entra na brincadeira
e ouvimos as risadinhas.
— Poxa... Vou ter que levar o presente de volta para casa. — Lorenzo
estala a língua, me encarando.
De repente, dois vultos loiros aparecem correndo e gargalhando.
— Titio, eu to aqui! — Clhoe aparece sorrindo, junto do irmão que bate
palma.
— Interesseiros.
— Ela veio! Oi, tia Diana! — Clhoe sorri e abraço.
— Como vai, Clhoe?
— Eu estou feliz... Tio Lorenzo disse que viria. Vai tomar banho de piscina
comigo? Eu sei nadar, mas o meu papai me comprou boia para eu não
afundar. — Ela dispara e mal respira para falar. — Vamos brincar?
— Amor... Deixe a tia Diana descansar um pouco. Vá brincar com seu
irmão. — Chris diz, a beijando enquanto ela assente.
— Vem, Henry... Tio Lorenzo, ela é linda. E que bom que o senhor gosta
dela, porque eu também gosto.
Ela sai puxando o irmão, sorrindo.
Lorenzo apenas me encara e Arthur e Heitor fazem o mesmo.
— Almoços em família. — Chris dá de ombros e mordo o lábio, o
encarando.
— Vou pegar gelo. — Ágata me encara e estende a mão. — Vamos
comigo, Di?
Assinto e encaro Lorenzo sorrir segurando uma garrafa de cerveja nas
mãos.
Saio com Ágata, que entrelaça o braço ao meu.
— Pode me contar que tensão é essa que está exalando de vocês dois? —
Ela me fita assim que paramos na sala. — Cadê o clima de guerra? Só sinto o
tesão exalando de vocês.
Ela sorri cruzando os braços e balanço a cabeça.
— Demos uma trégua. — Ágata franze o cenho me olhando. — O que?
— Eu sei muito bem o que você deu, Diana... — Diz com um sorrisinho.
— E não foi uma trégua.
Passo a mão pelo tecido do sofá, me sentando enquanto ela faz o mesmo,
começo a conversar sobre tudo que aconteceu nos últimos dias e sobre o que
fizemos.
Ágata estava com a boca aberta me fitando, os olhos levemente
arregalados.
— Sabia que tinha acontecido algo... Christopher mente muito mal. — Ela
me fita e a encaro.
— Eles sabem?
Ágata sorri, suspirando.
— Acredite em mim, eles são inseparáveis e sempre sabem algo, por mais
que não contem. Dizem que é ligação de irmãos. — Ela balança a cabeça me
olhando.
— Ele quer que eu vá ao médico... Mas... Eu não...
— Isso é verdade. Porque se tem uma coisa que os Gonzáles são, é fértil. E
uma gravidez seria... — Ela dá uma pausa e a encaro.
Nego com a cabeça sorrindo.
— Posso marcar uma hora para você com minha ginecologista.
— Faria isso?
Ela segura em minhas mãos, apertando-as.
— Você ganhou não só uma concunhada, mas uma irmã também.
A abraço sorrindo, a olhando se erguer e me encarar.
— Agora vamos tirar esse vestidinho, mostrar esse biquíni maravilhoso
que eu vi que está ai embaixo...
— Você não existe, Ágata

Lorenzo
— O velho não vem, né?!
— Você já perguntou isso três vezes desde que chegou, Lorenzo. — Chris
leva a Longneck a boca, bebendo a cerveja.
— É sério, porra! Se ele vier vai, ficar enchendo o caralho do meu saco...
— Ele não vem, demônio! — Arthur me entrega outra garrafa e nego com
a cabeça. — Já parou de beber? Por quê? Está doente?
Reviro os olhos e Heitor me encara.
— Virou homem de família. — Zomba sorrindo.
— Vai tomar no cu, Heitor!
Reviro os olhos, me sentindo meio tenso. Chris tinha me prometido que
papai não vai aparecer. E para o bem dele, eu contava que o velho não
aparecesse mesmo. Até relutei para aceitar o convite.
E por quê?
Porque sabia que se meu pai me visse com Diana, ia colocar aquele
sorrisinho estampado na cara, escrito: Está dando certo!
Por isso estava aqui, tenso e parado como um dois de paus.
— Deveria ter trazido à prima gostosa da sua esposa. — Heitor franze o
cenho me olhando.
— Patrick não vem? — O ignoro e Chris dá de ombros.
— Deve estar ocupado.
Encaro Arthur, que me olha no mesmo instante.
Sabíamos bem que Patrick evitava ao máximo estar na casa do Chris. E não
o julgava. O passado era bem tenso ainda, por mais que o assunto fosse
proibido e ambos tentavam ao máximo passar uma borracha. Foi uma fase
tensa.
— E você e a Diana? Como estão? — Arthur sorri e o fito.
— Bem. Por quê?
Ele bate em Heitor, que dá uma gargalhada pequena.
— Ele quer saber se estão transando como se não houvesse amanhã.
Reviro os olhos enquanto os três colocam a mão no queixo, sorrindo.
— Parecem umas putas fofoqueiras! — Franzo o nariz os olhando.
— Olha a cara dele, de quem está se acabando... — Heitor sorri.
— Os olhinhos brilhando... — Arthur morde o lábio.
— Está até mais bem humorado... — Chris completa.
— Vão tomar no cu de vocês! Idiotas! — Tomo a garrafa de Arthur, que
me encara.
— Sabe nem onde botei a boca.
Sorrio o olhando.
— Não é a primeira que vez que compartilhamos uma coisa, Arthurzinho...
— Pervertidos. — Heitor dispara e olha para o lado, soltando um sorriso.
— Se quiser compartilhar a Diana comigo...
Estava pronto para pegar a garrafa e enfiar no...
Só que meus olhos ficam cravados em Diana, que se aproxima.
Cadê a porra do vestidinho?!
Ela e Ágata vinham conversando e sorrindo.
Porra eu ama...
Adorava aquele sorriso de lado
Engulo em seco, olhando o biquíni cobrindo apenas o essencial do
essencial. Tinha esquecido o quanto ela ficava deliciosamente gostosa
seminua desse jeito.
— Que peit...
Bato na cabeça de Heitor, que acaricia no mesmo instante e me fita.
Minha nossa, nossa, nossa...
Caralho. Caralho. Caralho.
Vai ser linda assim lá na puta que pariu.
E foi impossível conter o sorriso que me toma assim que ela se aproxima,
me olhando. Desço o olhar descaradamente para o corpo.
Era toda minha.
— Senta aqui, Diana. — Heitor sorri e se ergue.
— Heitor... — Puxo em seu braço o fazendo se sentar e me ergo.
Só ouço a risadinha de Arthur e Chris e toco o foda-se e seguro na mão de
Diana.
— Com licença. — Digo apenas, a levando para Deus sabe onde.
Estava sentindo um desejo fora do comum e Diana apenas me encara
sorrindo, paramos a alguns metros de onde eles estavam.
— O que foi? — Sorri enquanto seguro o rosto nas mãos.
— Deu vontade de te beijar...
— E o que está esperando? — Morde o lábio e balanço a cabeça.
Estava fodido de mil e uma maneiras diferentes.
Abro a porta do quarto, tirando a camisa e jogando no chão. Diana me
encara com os cabelos bem desgrenhados pelo banho de piscina. Passamos
quase o dia inteiro na casa de Chris e acabamos por ficar mais tempo do que
pretendíamos.
Não me senti tão preso, até me senti um pouquinho feliz.
Diana era uma miragem do paraíso.
Me aproximo a encarando e coloco o dedo no cós do biquíni, descendo-o.
— Lembra da promessa que fiz quando estávamos na piscina? — Sussurro
em seu ouvido.
Ela me encara e assente levemente.
— Qual foi, Diana?
Ela engole em seco e passeio os dedos pelo tecido da peça ainda úmida.
— Que vai arrancar... Meu biquíni com os dentes. — Diz pausadamente e
sorrio.
Estava fora de controle e não foi diferente quando entramos na porra da
piscina e ela rodeou as pernas em meus quadris.
— E eu cumpro todas as minhas promessas, meu anjo... — Enlaço a
cintura, tomando os lábios em um beijo violento.
Entramos no banheiro aos tropeços, arqueio o pescoço, beijando-a
enquanto a coloco sobre a pia. Os seus dedos passeiam pelo meu tórax e
sorrio.
Afasto a parte de cima do biquíni olhando o bico do seio se arrepiar no
mesmo instante e meu dedo o circula.
Tiro minha roupa rapidamente sob o olhar descarado que ela me lança, a
ergo, entrando no box. Puxo o laço do biquíni olhando os seios saltarem.
Beijo um, depois o outro, prendendo um dos bicos em meus lábios.
Mordisco de leve, sentindo seu desespero e sorrio.
Seguro em sua mão enquanto ela me encara e puta merda. Engulo em seco
sentindo a mão pequena se fechar em meu pau.
Meu maxilar dá uma enrijecida e a fito.
— Ele está completamente louco para se enfiar em cada buraquinho do seu
corpo... — Sussurro contra os lábios, ajudando-a a movimentar as mãos
nervosamente.
— Em... Em todos? — Indaga me olhando e sorrio.
Assinto sorrindo e fecho os olhos sentindo o vai e vem da mão.
E puta que pariu... Que mãos...
Passo o polegar pelo lábio e ela me fita.
— Colocar nessa boquinha... — Diana fecha os olhos quando desço a mão,
afastando a calcinha para o lado. Meu dedo passeia pela boceta quente e ela
ofega. — Depois aqui..
Sorrio apalpando o bumbum e ela se tensiona, parando.
Ok. Era completamente viciado em cu.
E vou deixá-la viciada em dar para mim.
Credo, que delícia.
— E, por fim... — Sopro em seu ouvido, abrindo as bochechas do seu
bumbum. — Ahhh Diana, como eu quero foder seu cuzinho.
Os olhos se arregalam rapidamente e sorrio.
— Vou preparar você para isso... E com muita paciência... —
Apalpo os seios e seu nervosismo me faz sorrir.
Seguro em seu rosto com ambas as mãos, a beijando. Tateio a parede e ligo
o chuveiro. A água morna começa a descer e a encosto na parede. Diana me
fita enquanto flexiono as pernas, descendo a língua pelo pescoço.
— Quietinha, bruxinha... — Desço por um dos seios.
Chupo até perder o controle. Os barulhos de sucção misturando-se aos
gemidos que escapam da sua boca. Beijo a barriga, descendo até ficar de
joelhos.
E então cumpro a promessa.
Arranco a porra do biquíni com os dentes, vendo o laço se desfazer de
ambos os lados e a peça cair. Beijo aquela oitava maravilha do mundo,
erguendo a perna levemente e apoiando em meu ombro.
Sinto suas mãos em meus cabelos e sorrio enquanto passo a língua pela
boceta latejante. Chupo cada dobrinha, sentindo o gosto se apossar das
minhas papilas gustativas.
— Lorenzo... Ai...meu...Deus... — Suas palavras são desconexas enquanto
enfio a língua pelo buraquinho que clama atenção, volto prendendo os lábios
vaginais, sugando-o com todo o desejo.
Diana começa a gemer descontrolada, as mãos agarradas em meus cabelos
enquanto a fodo com a língua. Brinco com o clitóris inchado, voltando a
chupá-lo e sinto os espasmos se aproximarem e paro.
— Lorenzo... — Ela geme em protesto assim que limpo o canto da minha
boca.
Prendo os braços acima da sua cabeça e passo levemente o nariz por sua
bochecha, sua boca...
— Eu quero que você peça para eu foder você. — Sussurro a olhando
enquanto esfrego o corpo ao seu. — Quero que saia dessa boquinha linda,
que você quer tanto quanto eu...
Ela fecha os olhos enquanto desço a mão por sua barriga, sorrindo e
parando no meio de suas pernas.
— Tá sensível, amor? — Sussurro baixinho.
— Muito... — Diz com a respiração ainda entrecortada.
A viro de costas a olhando me encarar sobre os ombros, os cabelos
molhados caindo em cascatas sobre as costas. Acerto um tapa firme da bunda
empinada.
Eu queria muito me enterrar ali dentro daquela maravilha.
Pincelo o pau na boceta e o mesmo desliza, inferno do caralho! O mundo
podia parar nesse momento.
— Fala... — Sussurro, mordiscando o lóbulo da orelha. — Fala que você
quer que eu foda você...
Ela para, apoiando os braços na parede e me encarando.
Apalpo um seio enquanto ela geme esfregando-se em mim.
— Estou louco, Diana... — Prendo a respiração e ela sorri.
Era a porra do sorriso mais lindo do mundo.
— Me foda, Lorenzo... Agora!
Sou tomado por uma avalanche de sentimentos quando ouço a frase
pervertida.
— Essa é a minha bruxinha... — Aperto a cintura firmemente e ela encosta
o corpo ao meu. — Não vou ser gentil, Diana... Você já aguenta uma boa e
deliciosa surra de pau.
Ouço-a prender a respiração enquanto a penetro fundo. Forte e firme.
Diana geme descontrolada e a cada estocada aquilo só aumentava.
Seguro em seus cabelos, prendendo-os em meu pulso fazendo meu quadril
se chocar ao seu, o barulho dos corpos se misturando aos gemidos. E a fodo,
sem parar.
Fazendo-a engasgar a cada metida.
Minhas bolas batendo firmes, e puta merda. Vê-la empinada, me recebendo
com toda a força. Era a minha mais nova religião.
— Ai... Lorenzo... — Ela pende a cabeça para trás, chupando meus lábios e
continuo sem parar. — Eu vou...
— Vai meu amor... Eu sei que vai... — Solto um grunhido baixo enquanto
ela se contorce e aumento as investidas bruscas.
Cada centímetro sendo engolido pela carne macia e quente da boceta
latejante de Diana.
E quando sinto-a pressionar e se jogar para trás, a porra do gemido sai
rouco e colo a testa na sua nuca, ouvindo a respiração acelerada.
Porra.
— A camisinha... — Sussurro enquanto ela se vira com olhos levemente
arregalados.
— O-o que?!
— Esqueci... Amanhã você vai ao médico. Sem falta. Ok?! — Disparo,
segurando em seu rosto enquanto ela assente.
— Lorenzo...
— Vai tomar uma pílula. E pronto. Tá?
Ela assente levemente e sorrio, beijando os lábios.
Que burrice do caralho.
Isso que dá pensar com a cabeça do pau.
Caralho e caralho.
Não. Uma pílula do dia seguinte vai resolver.
Seria muito azar. Meu Deus.
Não.
— Você não sabe cortar nada? — Me viro, olhando Diana segurar uma
faca nas mãos.
Sorrio enquanto tomo o suco direto da garrafa, ela estava preparando o café
da manhã. Eu preferiria pedir, mas ela ama cozinhar.
— Nunca precisei cozinhar, bruxinha. Rita sempre vinha aqui em casa
duas vezes por semana e preparava a comida. — Digo dando de ombros,
me sentando no banco da cozinha. — Depois que Chris casou e Ágata
teve Henry, ela fica lá direto para ajudar com as crianças.
— Mas cortar, Lorenzo... É só cortar assim... — Diz picando os tomates e
franzo o nariz.
— Gosto de picar outras coisas. — Pisco e beijo seu ombro.
Estava usando uma das minhas camisas, e enfio a mão por baixo, apertando
o bumbum.
— Lorenzo...
— Deixa eu pegar... — Afasto os cabelos, beijando a sua nuca.
— Estou com fome.
— Eu também estou... Morrendo de fome. — Mordo o lóbulo da orelha e
sorrio.
— Então me ajude a acabar e depois fazemos outras coisas. — Diz se
afastando e a encaro.
— Quer que eu faça o quê?
— O que você sabe fazer, Lorenzo?
— Sei foder! — Dou de ombros, sorrindo.
— Como você é cafajeste! — Me encara sorrindo e gargalho a puxando.
— Ouvi dizer que tem gente que ama os cafajestes. — Sussurro a virando
de frente para mim. — Vamos dar uma trepadinha aqui no balcão?
— Lorenzo!
— Uma metidinha só... Eu fico de pau duro só olhando esse teu corpo... —
Subo a camisa, apalpando a frente da calcinha. Puta merda. — Você me
enlouquece...
Tomo os lábios beijando-a e ouço um barulhinho estranho.
— O elevador, Lorenzo...
— Deve ser os meninos... Ninguém vem uma hora dessas, a não ser eles.
— Sorrio a olhando fazer uma carinha de quem está implorando pra ser
fodida.
— Já os encontrei, Clarisse.
Me viro, parando estático enquanto meu pai sorri, me olhando.

Capítulo 20
Diana
— stá fazendo o que aqui? — A voz de Lorenzo sai firme e
percebo-o fechar os punhos.
E — Que bom ver você também, meu filho. — Sr: Patrício sorri
e me encara.
— Olá, Diana. Como está?
— Olá, Sr: Patrício. — Digo baixo, não querendo o encarar. — Eu...
Estou bem.
Sentia meu rosto queimar de vergonha.
Lorenzo nem se mexe, continua parado no mesmo lugar, olhando o pai.
— Ah meu bebê! — Dona Clarisse aparece sorridente e abre os braços,
beijando Lorenzo que continua estático. — Como você está, meu amor? Me
desculpem vir aqui assim... Nunca mais foram me visitar... A mamãe está
com saudades. Como você está, Diana?
— Eu estou bem. — Sorrio a abraçando.
— Seus pais me ligaram hoje, nos pediram para ver como você está. —
Sr: Patrício sorri olhando entre mim e Lorenzo. — Pelo visto estão ótimos.
— Estamos sim. — Respondo, engolindo seco.
Fito Lorenzo, que não me olha de volta.
— Existe telefone, pai. Não precisa fazer visitas.
— Não posso vir visitar vocês?
— Diana, meu bem... — Dona Clarisse me encara.
Estava um clima mais que pesado e eu não sabia onde enfiar a minha cara.
— Querem um café? Eu acabei de passar... — Digo
— Sobe pro seu quarto, Diana. Eu subo daqui a pouco. — Lorenzo diz,
ainda sem me olhar.
Mas pelo tom de voz usado, dá para perceber que está muito bravo.
— Pode ficar, Diana. Eu realmente só vim saber como você está. Seu pai
está preocupado. — Sr: Patrício sorri e assente. — Não precisa nos
expulsar Lorenzo.
— Foi um erro vir sem ligar, amor...
— Não um erro seu, mamãe.
— Eu vou tentar ligar para o meu pai amanhã, acabou que... Esqueci. —
Digo rápido.
Meus pais também mal ligavam para mim.
— Você precisa de uma celular, é até melhor para se comunicar. — Dona
Clarisse diz me olhando
Mordo o lábio, encarando Lorenzo passar as mãos pelos cabelos com o
semblante fechado.
— Bom... Eu... Fiquem a vontade. Eu vou subir. — Digo olhando-os.
— Até mais, querida.
— É sempre muito bom te rever, Diana. — Sr: Patrício sorri e assinto,
sorrindo.
Subo as escadas esfregando uma mão na outra.
Dava para sentir a raiva de Lorenzo só em olhar para o pai dele, não sei
qual tinha sido o motivo e também não teria coragem de perguntar.
Mas senti a frieza que ele me encarou... E me doeu de uma certa forma.
— Será que vocês não podem ficar no mesmo ambiente sem brigar?
A voz de dona Clarisse ecoa e dá para ouvir do corredor. Volto, ficando
perto das escadas, ouvindo as vozes alteradas, incluindo de Lorenzo.
— O que quer arrancar de mim agora, papai? Pelo amor de Deus!
— Está gostando dela, não está?!
Arregalo os olhos, tapando a boca.
— Patrício, deixe-o! Vamos para a casa, eles estão bem e é isso que
importa!
— Clarisse, por favor! Eu conheço o Lorenzo... Você está gostando dela!
— Não fale asneiras, pai! — Lorenzo dispara. — Está esclerosado!
— Eu sou seu pai, Lorenzo! Mereço respeito!
— Eu só dou o que recebo, senhor Patrício! Você fode com a minha vida,
me mantém preso nesse caralho de casamento! E quer o que? Que eu solte
fogos de artifício de felicidade? Ou quer que eu me ajoelhe aos seus pés, em
agradecimento?
Mordo o lábio, sentindo as batidas do coração acelerar.
— Pois não terá nem um, nem outro! Você transformou minha vida em um
inferno...
— Não foi isso que pareceu há poucos minutos atrás...
— Patrício, basta! É nosso filho e a privacidade dele!
— Eu deixo transparecer o que eu quiser, senhor Patrício! Eu não sinto
nada pela Diana! Então tire esse seu sorriso do rosto... E saia daqui! Por que
eu sinto informar, mas não foi dessa vez que o senhor conseguiu o que tanto
almejava.
Engulo seco, sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto com o impacto
das palavras que caem sobre mim. As limpo rapidamente, entrando no meu
quarto e fechando a porta.
Encosto a testa na mesma, sentindo um aperto sufocante.
Que idiota.
— Que grande e estúpida idiota é você, Diana! — Sussurro para mim
mesma.
Giro a chave trancando a porta e ouvindo os burburinhos ainda no andar de
baixo, não me movo e continuo sentada na cama.
Eu não vou chorar dessa vez. Repito para mim mesma e logo ouço os
passos se aproximarem e a maçaneta virar.
— Diana... — Ouço-o bater na porta levemente. — Diana...
Continuo calada, o ouvindo bater estrondosamente.
— Diana, eu sei que ouviu... Mas me ouça...
Balanço a cabeça e continuo no mesmo lugar.
Só que as batidas começam a ser mais insistentes e fortes, era como se
fossem socos agoniados.
— Eu vou contar até três, Diana...ABRA ESSA MALDITA PORTA DO
CARALHO, INFERNO!
Ele poderia quebrar a porta, mas eu não ia abrir!
— Diana...1...2...3! Abra essa porta!
Não movo um músculo sequer.
Era fácil me tratar de um modo quando estávamos apenas nós dois e pelas
costas me tratar como um objeto, sem valor algum.
Dessa vez não, Lorenzo.
— Acha que vou passar o dia inteiro aqui? Acha mesmo? Se enganou,
Diana! Não vou mesmo!
Ele berra e ouço algo como um chute na porta e me encolho, ouvindo o
silêncio logo em seguida.
Estou com raiva. Estou com tanta raiva, que não consigo me mexer. Então
fico no mesmo lugar, sem mover um músculo sequer. Me deito na cama e a
respiração pesada sai devagar.
— Por favor, bruxinha... Vamos conversar, meu pai não me deixa em paz!
Você entendeu errado... — Ouço socar a porta e praguejar baixinho. —
Mulher da cabeça dura do cacete! Por favor... Me ouça...
Não sei por quantos minutos ele ainda bateu na porta ou ficou ali parado,
só parei de ouvi-lo aos poucos, até que não ouvi mais nada.
Ele saiu.
Meu coração estava apertado, tão apertado que faltava a respiração.
Puxo o travesseiro e o abraço, deitando.
Estava com uma raiva dentro de mim, as palavras ecoando em minha
mente. Idiota. Um babaca. Era isso que ele era.
Mas a raiva vinha de mim também. Achou o que, Diana? Que ele iria dizer
que te amava? Que iriam ser o casal perfeito?
Burra.
Me ergo da cama depois de boas horas deitada, não me movi e não ouvi
movimentação alguma no corredor, e nem no quarto ao lado. Denunciando
que talvez Lorenzo possa ter saído.
Seguro a maçaneta enquanto me aproximo da porta, abrindo-a. Sinto
apenas a mesma ser forçada e espalmo a mão em uma tentativa inútil de fazê-
la se fechar novamente.
— Saia do meu quarto, Lorenzo! — Vocifero o olhando negar com a
cabeça.
— Você vai me ouvir...
— Claro. Todo mundo já foi, não é mesmo?! Estamos sozinhos agora!
— Diana, não seja idiota! — Ele se aproxima e me afasto. — Você
não entende nada...
— E nem quero. Não quero mesmo entender o porquê eu tenho que ser o
seu segredinho, que precisa ser escondido sempre que sua família está por
perto!
— Você não é meu segredo! — Ele passa as mãos pelos cabelos,
bagunçando-os.
Nego com a cabeça o olhando.
— Diana, por favor...
— Você só deixa transparecer o que quer! Não é mesmo? — Sorrio sem
humor, o olhando engolir seco. — Você deixou transparecer o idiota e
mimado que você é, Lorenzo!
— Diana...
— Saia daqui! Me deixe sozinha... — Peço em um suspiro, o olhando
parado no mesmo lugar.
Me aproximo, tentando empurrar ele para fora.
— Saia, Lorenzo... — Encaro os olhos brilharem e ele apenas assente de
leve.
— Como quiser. — E sai, fechando a porta atrás de si.

Tamborilo os dedos na mesa sorvendo um gole generoso de suco. Olho


para cima, vendo o relógio esfregar o atraso de Bianca em minha cara.
Ela não ligou e também não atendeu as inúmeras ligações que deixei em
seu celular. Acordei cedo, tomei meu café antes de Lorenzo e corri para pegar
um táxi.
— Onde você se meteu, Bianca... — Resmungo para mim mesma, olhando
para a entrada.
— Posso sentar? — Sobressalto erguendo a cabeça e vejo Caleb me
encarar sorrindo.
Assinto com a cabeça.
— Esperando a Bianca?
— É... Está atrasada. — Sorrio, mexendo no canudo e sentindo-o me
observar.
— Você está bem? Está meio pálida. — Ergo os olhos, encontrando os
seus e ele estava sério.
— Eu estou bem... Só cansada. — Solto o ar enquanto ele sorri de lado.
Caleb tinha um ótimo hábito de me deixar constrangida. Como estava
fazendo agora.
O meu cansaço estava sendo mental, passei o fim de semana em meu
quarto. Eu e Lorenzo mal trocamos duas palavras nesses dias.
Somos muito bons nisso.
— Me desculpe pelo que vou perguntar agora, Diana... Mas você é jovem,
linda, recém casada praticamente... Só que... Nunca está com um sorriso de
felicidade no rosto.
Me remexo desconfortável enquanto mordo o lábio inferior, apertando o
copo de suco entre as mãos.
— Está infeliz?
— Decepcionada. — Sorrio de lado. — Tudo foi um erro. Um grande e
tremendo erro, Caleb.
Observo sua mão apertar a minha por cima da mesa e o fito séria.
— Ele te magoou, não foi?
Assinto levemente.
— Ele é um idiota. — Ele sorri e balanço a cabeça. — Você é linda
demais, para ficar com esse rosto distorcido e essa expressão triste.
Solto um sorriso de lado e ele pisca sorrindo.
— Esse sorriso ilumina meu dia...
Arqueio as sobrancelhas e não consigo mais conter o sorriso que se apossa
de mim.
Só que minha mente vai mais para longe.
— Homens são todos iguais. — Sorrio o olhando franzir o cenho.
— Eu posso mostrar que sou diferente, se você deixar.
— Caleb...
— Eu sei... Eu sei... Que é casada, eu sei. Mas podemos ser amigos. Me
deixa ser seu amigo. Me deixa colorir sua vida...
O fito com a mão estendida em minha direção.
— Só amigos, Diana... Apenas, bons amigos.
Sorrio de lado, sentindo o aperto firme da sua mão sobre os meus dedos.
— Amigos, então... — Sussurro, vendo-o abrir os dentes e estampar um
sorriso enorme no rosto.
Balanço a cabeça, voltando a tomar meu suco enquanto ele me encara.
Meu pai teria um infarto se me visse com um homem que não fosse meu
marido. E agora, aos poucos, posso ver o quanto isso é uma coisa idiota.
Me sento na cadeira, vendo a sala quase vazia. E pelo visto, Bianca tinha
me dado um bolo tremendo. Heitor também não tinha vindo, o que deixou
Caleb dar a aula sozinho.
— Você bem que podia ir comigo, lá no centro fazer uns trabalhos... —
Caleb diz me olhando enquanto se senta a minha frente.
Arrumo as coisas em minha bolsa enquanto alguns alunos estão saindo da
sala.
— Eu não po...
Paro por um segundo.
Por que eu não podia mesmo?
— Prometo te deixar em casa assim que acabar. — Caleb suspira. —
Preciso fotografar uns quadros de uma exposição. Heitor me deu um bolo
enorme... Vou precisar de uma ajuda.
— Tudo bem.
— Sério?
— Não vou ter nada para fazer o restante do dia mesmo. — Dou de
ombros o olhando.
— Obrigado, Diana. Você vai amar a exposição.
Assinto com a cabeça, sorrindo.
Eu não queria voltar para aquela casa tão cedo, ainda estou com raiva e
possessa pelas atitudes infantis de Lorenzo.
Mesmo sentindo meu coração disparar quando chegava perto dele, o
quanto o amava, meu coração doía de tão apertado.
No fundo eu queria ter escutado que ele gostava, nem que fosse um
pouquinho de mim. Idiota.
Mas se ele não gostava nem dele mesmo... Como iria gostar de mim?!
— Eiii, sorria... — Caleb diz enquanto entro no pequeno carro, vendo-o
fazer a curva e sair em linha reta. — Sei pouca coisa sobre você...
— Sabe mais do que eu, sobre você.
— Minha vida não é tão cheia de aventuras como a sua... — Paro o
olhando enquanto ele sorri. — Tá... Tá... Me apaixonei por fotografia
aos dezesseis anos, consegui me formar depois. Sou solteiro. E acabei
de vir da Austrália de uma excursão de encher os olhos...
— Eu sempre quis conhecer esses lugares...
— Eu já conheci metade dos lugares que eu gostaria. — Diz me encarando.
— Quero ir para Dubai... Conhecer as praias... E acredite, eu tiro as melhores
fotos nesses lugares.
— Claro que tira.
Ele para o carro alguns minutos depois e descemos em frente a uma
enorme galeria de artes, pego a bolsa com alguns equipamentos, entrando na
mesma.
O lugar era perfeito.
Ponho a mão em frente ao rosto, quando um flash invade meus olhos.
— É para tirar fotos das esculturas, Caleb... Não minhas! — Digo
sorrindo.
— É que você é mais linda que as esculturas que estão aqui hoje.
Escondo um sorriso enquanto começamos a fotografar algumas, eram
peças raras de colecionadores. Vasos, quadros, estátuas.
E por um instante, eu acabei esquecendo de toda realidade que me
esperava.
Jantamos em uma lanchonete perto da galeria e nunca ri tanto em minha
vida como hoje. Caleb era divertido e fazia as melhores combinações de
sanduíches que se pode imaginar.
Já estava um pouco tarde quando Caleb me deixou na portaria do prédio,
me despedi e o observei sair com o carro.
Sorrio entrando no elevador, olhando os números passarem no painel e as
portas se abrem.
Arregalo os olhos quando Lorenzo pula como uma fera, me olhando.
— Onde você se meteu, Diana? Você enlouqueceu? Pirou? — Grita e
joga o celular no sofá.
Jogo as chaves no aparador, cruzando os braços em seguida.
Estava apenas de calça social, sem camisa e descalço.
— Eu ia chamar a polícia, Diana! A polícia! Onde diabos você se meteu,
inferno? Quer me matar do coração? É isso? É esse o modo de vingança?!
— Acabou o drama? Vou tomar banho e ir dormir.
Ele franze o cenho, me olhando.
— Liguei pra Bianca e ela não sabia onde você estava! Como diabos você
some desse jeito? Está maluca?
— E desde quando eu devo satisfação da minha vida a você?
Ele para, me encarando.
— Eu sou seu marido! — Berra com o dedo em riste.
E foi impossível conter a gargalhada que escapou do fundo da minha
garganta.
— Nossa, Lorenzo... Parabéns. Você incorpora muito bem o papel de
marido preocupado. — Reviro os olhos me virando.
— Eu vou perguntar só mais uma vez... ONDE INFERNO VOCÊ
ESTAVA?
Sorrio o encarando.
— Não interessa a você, Lorenzo! Não é você mesmo que diz que só
estamos unidos por um contrato, que nos mantém presos, por um maldito
ano? — Jogo os braços o olhando suavizar o rosto.
— Bruxinha... — Segura em meu pulso me fazendo o encarar. — Eu quase
morri de preocupação, Diana...
Me solto, dando de ombros.
— Vou subir.
— Não vai jantar? — Pergunta enquanto subo as escadas.
— Já jantei.
Subo as escadas e paro o olhando por cima dos ombros, ele está de costas
chutando o sofá enquanto pragueja baixo.
Lorenzo
— Inferno. Filho da puta, desgraçado do caralho de asa. Arrombado!
— Eu sou de Jesus! Calma amigos! — Arthur ergue os braços assim que o
fuzilo com o olhar. — A Diana ainda está de mau humor?
— Ela chegou tarde e Lorenzo quase pariu de preocupação. — Chris sorri
enquanto aperta a caneta nas mãos.
Desabotoou os botões no meu pulso, sentindo meu peito inflar só de
lembrar da raiva que eu passei.
Não só raiva.
Preocupação. Medo. Angústia.
Pensamentos terríveis se apossando de mim e da minha mente.
Se estivesse perdida?! Com frio? E com raiva de mim?
Senti como se estivessem arrancado meu coração com uma mão repleta de
garras. Eu não sei descrever o alívio que eu senti quando a vi sair do
elevador.
— Pelo visto você ficou preocupado, né irmão?! — Patrick diz, jogando
umas pastas sobre o peito de Arthur.
Os três estavam me testando e cheios de piadinhas idiotas desde que
cheguei, quero sair socando todo mundo.
— Você também, né Lorenzo! Tinha que abrir a boca pra falar merda pro
papai.— Chris dispara me olhando sobre a borda da caneca.
— Você cagou tudo! — Arthur diz me olhando. — Tivesse enrolado o
velho...
— E falar o que? Que ele tinha razão? — Digo jogando os braços pro alto.
— E ele tem? — Chris indaga sério.
— Não responda, pelo amor de Deus! — Arthur estende a mão em minha
direção. — Meu coração não aguenta...
— Vai se foder, Arthur!
Eu preferia arrancar minha perna ou braço, do que assumir que meu pai
tinha razão.
Me jogo na cadeira, encarando os três me encaram com um olhar curioso.
Eu sabia o que eles estavam planejando, era me fazer confessar que o velho
tinha razão.
E merda. Eu tinha feito uma merda grande pra caralho.
— Eu vou voltar pra minha sala, vamos almoçar mais tarde? — Chris nos
encara. — Preciso de algo calórico.
— Eu sempre preciso. — Arthur sorri.
— Eu vou para a minha sala reler uns contratos. — Patrick diz se erguendo
e me encara. — Acho que não precisa assumir para o papai o que está escrito
em seu rosto, Lorenzo.
Chris sorri e dou o dedo do meio para os dois, que saem batendo a porta.
Encaro Arthur, que me encara de volta, sério.
— O que é? está me olhando com essa cara de cu porquê?
— Conseguiu quebrar o contrato de fidelidade? — Pergunto, passando as
mãos pelos cabelos e girando a cadeira.
— O con... Contrato? — Arthur diz sorrindo. — Sim... Aquele contrato!
Pois, então... Eu não obtive resposta... Por quê? Quer transar com alguém?
Não quer mais transar com a Diana?
— Não, imbecil!
— Não quer mais transar com a Diana?
— Não, Arthur... Eu quero! Claro que eu quero!
E quero muito.
Quero tanto que dá desespero.
Quero sentir Diana se entregando para mim novamente. E não. Não era só
pelo sexo...
Era a porra de uma coisa que estava dentro de mim, que doía. Doía muito.
— Há meu Deus! — Arthur passa a mão pela testa me olhando.
— Se vier com boiolagem para cima de mim, cai fora! — Digo,
vendo ele se erguer e me encarar.
— Só você não enxergou ainda, Lorenzo... Ou está se fazendo de cego!
— Vá se foder! — Disparo.
— Você está se fazendo de cego!
— Arthur, eu mandei você ir se foder!
— Não quero, agora. Talvez mais tarde. — Ele dá de ombros e volta a me
encarar.
Me ergo, abro a porta pego ele pelo braço.
— Sai daqui!
— Lorenzo, você está...
— Saia daqui! — Bato a porta enquanto Arthur sorri do outro lado.
— Te espero no restaurante, arrombado!
Me viro indo até o mini bar e encho um copo com uísque, bebo aos poucos.
Olhando pela janela aberta e suspiro.
Pego o celular e disco o número de casa.
Chama... Chama... E ninguém atende.
Ótimo.
Grito, chamando minha secretária, que alguns minutos depois aparece.
— Posso ajudar, senhor? — Ivana me encara e assinto com a cabeça.
— Compre um celular, peça para vir deixar aqui.
— Claro.
— Um modelo delicado e simples. — Digo me virando e olhando-a me
encarar. — E faça uma reserva naquele restaurante francês. Para duas
pessoas. Na melhor mesa.
— Sim, senhor. Com licença.
Mordo o lábio me sentando na cadeira e relaxando as costas.
Minha mente estava focada na mágoa daqueles belos olhos, a decepção. E
porra. Era horrível. Solto o ar devagar e, ligo o computador tentando focar no
trabalho.
Desci para o restaurante e estava um pouco atrasado, mas como o mesmo
ficava do outro lado da rua, em frente a empresa saí a pé. De longe eu vi
Patrick, Chris, Arthur e Heitor, sentados conversando.
Estavam sérios, o que era estranho. Porque quando estávamos nós cinco,
parecíamos crianças no pré.
— Fala aí seus putos... — Me sento, observando todos os quatros me
encararem. — O que foi?
— Nada não. — Chris diz sorrindo. — Vai querer o que?
Tinha uma coisa nessa vida que eu não sou: trouxa!
— Não devia estar no trabalho? — Pergunto olhando Heitor sorrir e coçar
a cabeça.
— Ele está com gases. — Arthur diz apertando a mão de Heitor que o
encara.
— O teu cu! — Heitor rebate, sério.
— Tá bom, que merda é essa aqui? — Pergunto desconfiado.
— Nada, Lorenzo. Heitor que tem a língua maior que o pau! — Patrick diz
entre os dentes, fuzilando nosso primo que o encara.
— Essa língua faz horrores numa xoxota, viu?!
Coloco o cardápio sobre a mesa, olhando-os.
— Vão me contar ou eu vou ter que descobrir sozinho? — Pergunto,
fingindo uma calma inexistente dentro de mim. — Foi o papai? Ele aprontou
o que dessa vez?
— Não foi o papai, Lorenzo... — Chris diz baixo.
— Se a gente te contar, você promete não pirar? — Solto o ar pela boca
devagar enquanto Arthur sorri.
— Arthur, cala a boca!
— Fala cacete!
— Vai pirar? — Heitor sorri.
— Não, Heitor! Fala!
— Você já está pirando!
— Não estou, cacete! Fala, demônio! — Disparo, batendo com a mão na
mesa.
— O assistente do Heitor está de olho na Diana! E ontem ela chegou tarde
porque foi a uma galeria com ele e jantaram fora!
— Arthur! — Chris e Patrick disparam enquanto engulo em seco.
Eu não acredito muito em possessão, não.
Melhor, não acreditava...
Porque agora, eu estou sentindo como se meu corpo estivesse sendo
possuído por mil espíritos malignos.
— Ele está ficando vermelho!
— Ele vai explodir!
Meu olho começa a piscar nervosamente.
— Lorenzo... — Encaro Heitor e estalo o pescoço de um lado para o outro.
— Como é o nome dele?!
— Caleb. — Heitor diz em um sussurro. — Arthur está dramatizando as
coisas, Lorenzo... Ele não está querendo pegar a Diana...
— Se você esconder alguma coisa de mim.. Eu tapo seu cu com o osso do
seu pescoço! — Digo com o dedo em riste.
— Caralho! — Afasto a cadeira, saindo do restaurante em direção ao meu
carro como se fosse um foguete.
— Lorenzo! Lorenzo, imbecil!
Eu estava louco demais para responder aos chamados deles.
Entro no estacionamento, pego meu carro e saio arrancando com toda a
velocidade. Eu sou uma bomba relógio, prestes a explodir.
Então aquele sorrisinho no rosto dela era por causa de um assistente de
fotografia?!
Pelo amor de Deus!
Pelo amor de Deus!
PELO AMOR DE DEUSSSS!
Paro em frente ao prédio e vejo Bianca conversar com alguns rapazes, bato
a porta do carro e ela me encara, vindo em minha direção.
— Onde está Diana?
— Veio até aqui vê-la? Por quê? — Pergunta, colocando as mãos sobre a
cintura.
— Eu quero vê-la. Agora.
— Ela está ali, garanhão...
Olho para onde ela aponta e sinto meu corpo sendo possuído por avalanche
de espíritos novamente.
Ele falou algo para ela, que a fez abrir um sorriso enorme e lindo.
E não era para mim!
Vou matá-lo.
Me aproximo em passos largos, e ela para estática ao me ver se
aproximando.
— Diana.
Capítulo 21
Lorenzo
erro o maxilar encarando o rosto apático e ela não se move, me
C olhando.
— Não vai me apresentar? — Digo, tirando o óculos de sol e o coloco na
gola da camisa.
O professorzinho me encara e ergo as sobrancelhas.
Destilando ironia.
Cabelinho seboso esse dele.
— Esse é Caleb, meu professor. — Diana o encara e volta os olhos pra
mim. — Esse é Lorenzo, meu...
— Lorenzo Gonzáles. O marido. — Me apresso o olhando.
— Caleb Mendonça. O professor. — Ele estende a mão a minha frente e o
encaro, apertando sua mão depois de um longo tempo.
Eu vou te matar, colega.
— Está surpresa, meu amor? — Sussurro a olhando.
— Você nem imagina o quanto, Lorenzo.
— Eu amo fazer surpresas pra você. — Digo enlaçando sua cintura.
Caleb deixa os lábios em uma linha curva, nos olhando.
Se fode aí, mané.
— Lorenzo, você não é homem de surpresas... —- Diz tirando meu braço
de sua cintura.
A fito se afastar de leve.
Olho para o professorzinho e ele parece entender que já estava mais que na
hora de picar a mula.
Vaza.
Alma sebosa.
— Bom, Diana. Eu vou ter que ir. Vejo você amanhã? — Diz sorrindo
E se debruça, a beijando na bochecha.
A BEIJA NA BOCHECHA!
— Até amanhã, Caleb. — Sussurra sorrindo.
— Foi um prazer, Lorenzo. — Me encara e franzo o cenho.
— O prazer foi todo meu... Você nem imagina o prazer que eu estou tendo
em conhecer você. Nem imagina...
Alma sebosa!
Ele se afasta e sobe na moto que também é sebosa igualzinho a ele, cruzo
os braços e Diana faz o mesmo me olhando.
— Poderia ter sido menos falso, Lorenzo. Senti o seu sarcasmo daqui.
— Meu sobrenome é sarcasmo, bruxinha. — Seguro em seu queixo e ela
rapidamente afasta a minha mão.
— Achei que fosse menos cara de pau. — Rebate tirando minha mão. — O
que está fazendo aqui?
— Vim ter levar pra casa. — Digo o óbvio e ela sorri.
Diana cruza os braços e maneia a cabeça de um lado para o outro,
mordendo aqueles lábios carnudos que me matavam de desejo e paixão.
— E quem disse que vou pra casa com você? — Me encara fixamente.
Passo a língua pelos lábios, olhando-a.
— Há vai... Nem que eu te ponha no ombro e te carregue para dentro do
carro.
— Você não ousaria...
— Quer pagar pra ver?
Ela me fuzila com o olhar e sai, marchando na frente com raiva. A calça
jeans bem colada ao corpo realça suas curvas.
Bianca nos encara e se despede com um aceno de Diana. Ela entra rápido
no carro, batendo a porta com força.
Ela ficava linda zangada.
— Não venha mais aqui, Lorenzo! Não tente dá uma de marido dedicado,
porque esse papel não combina em nada com você! — Dispara assim que
entro e coloco o cinto.
— Não quer que eu venha aqui, por que não quer que eu me preocupe ou
não quer por causa desse professorzinho metido de merda?
— Você não se preocupa nem com você mesmo, Lorenzo!
Eitaaaaaaaaa!
Abro a boca, a encaro e torno a fechá-la.
Saio com o carro e passamos o caminho inteiro soltando farpas um para o
outro. Eu até poderia me calar, mas Diana, estava tentando tirar a minha
paciência.
Ela estava me testando.
— Aquela merdinha está afim de você? — Pergunto entrando na sala de
estar e ela retira a bolsa do ombro, jogando-a no sofá.
— E se ele estiver? O que você tem a ver com isso?
— Eu sou seu marido! Tenho tudo a ver com isso! — Grito, e vejo ela dar
uma risadinha debochada.
Eu agora estava com essa paranoia de gritar essa palavra.
— Por um CONTRATO! C-O-N-T-R-A-T-O!
Essa fala é minha!
— Por merda de contrato ou não, eu sou! — Digo vencendo a distância que
nos separa e a encaro. — Preste atenção, porque só vou falar uma vez!
Seguro em seus braços a trazendo para perto enquanto ela se debate.
— Sou toda ouvidos, Lorenzo! Mas fale de longe!
— Você é minha, Diana. E eu não vou aceitar que ninguém mude isso.
Você entendeu?
Queria ter dito isso gritando?
Queria.
Saiu como um berro ?
Não.
Saiu como um sussurro baixo e sôfrego.
Ela pisca algumas vezes e desce o olhar pela minha boca. Meu pau nesse
momento dá uma bela de uma contorcida.
— Eu não quero ser sua, Lorenzo!
Passo a ponta da língua pelos lábios, vendo os olhos marotos capturarem
cada movimento.
Não!? É mais uma briga de egos.
Seguro seu rosto com ambas as mãos, capturando a boca em um beijo casto
e avassalador. Sentindo o gosto de cereja dos lábios invadir a minha boca.
Suas mãos avançam para o meu blazer, arrancando-o e a fito sorrindo.
— Seu corpo me diz o contrário, bruxinha...
Ergo-a no colo, as pernas rodeiam minha cintura e subo a escada aos
tropeços, sem parar de beijá-la um momento sequer.
Os olhos ofuscantes me encarando, entorpecida de desejo.
— Você é gostosa da cabeça aos pés, Diana... — Chupo seus lábios
entreabertos, sorrindo.
Retiro a blusa, jogando-a no chão do quarto, olhando a bela peça do sutiã e
arrancando de seu corpo. Morreria por aqueles peitos magníficos.
— Ahhh, Lorenzo... — Geme enquanto a deito na cama, tirando a calça
jeans em um tempo recorde.
Já vou tirando a minha camisa rapidamente e logo faço a mesma coisa com
a calça e a cueca. Apalpo os seios com as duas mãos, enquanto observo-a se
contorcer na cama. Minha língua quente, sai roçando por um dos seios,
rodeando-o com toda a calma do mundo. Sem pressa...
— Loren... Oh meu...
Mordisco o bico enrijecido e encontro o outro, apertando com a ponta dos
dedos enquanto ela geme descontrolada.
— Ohh cacete...
— Ele ainda vai entrar em ação, amor... — Sussurro, dando uma piscadela
e descendo pelo ventre liso.
Passo a ponta do nariz, sentindo aquele cheiro que me deixa dopado de
desejo, estou atraído.
Passo a língua pela carne macia.
A língua serpenteando pela boceta macia e úmida. Me deixando
desesperado.
— Ohhhhhh....
Aperto o clitóris entre meus lábios, voltando a sugá-lo com toda força e
delicadeza ao mesmo tempo.
Diana se segura nos lençóis, quando as costas se arqueiam enquanto minha
língua passa de lá pra cá, de cima para baixo...
— Ahhh, bruxinha... — Digo, vendo-a se contorcer e agarrar em meus
cabelos. Sorrio contra os lábios carnudos terminando de chupá-la.
Ela treme convulsivamente em um gozo que chega a revirar os olhos.
Passo a língua pelos lábios, sorvendo o líquido do seu prazer, enquanto ela
ainda tremia pelos espasmos do orgasmo.
— Você ainda vai me enlouquecer... — Sussurro, rasgando o
preservativo com os dentes e encapando o pau rapidamente.
— É essa a intenção... — Sussurra, pendendo a cabeça para trás assim que
a penetro.
Fundo. Rápido. Duro.
Meu corpo entra em pura combustão.
Acaricio o rosto, distorcido pelo desejo que sai por todos os poros, ela
geme alucinadamente.
As estocadas firmes a fazendo arfar em cada metida brusca.
— Você é a coisa mais linda... Que a vida me deu... — Sussurro
entre uma estocada e outra. Colo a testa na dela, descendo a língua
pelo pescoço e sugando o suor que descia. — Eu sou...
— Não é, não! — Sussurra, segurando o meu rosto entre as mãos
delicadas. — Cala a boca, Lorenzo... — Murmura sobre meus lábios.
— Você é tão linda, bruxinha...
Tiro o pau rapidamente e a afasto, me sentando enquanto a puxo, vendo-a
montar em cima de mim.
— Ahhh, filha da mãe... — Mordo o lábio, sorrindo.
As mãos espalmam em meu peito, apertando-os enquanto ela começa a
rebolar alucinadamente.
Santo Cristo!
Diana estava possuída pelo espírito da safadeza.
— Ah, puta que pariu! — Sussurro, pegando na parte de trás dos seus
cabelos puxando-os levemente. Aperto as coxas grossas enquanto ela
selvagemente começa a esfregar aquele corpo de ninfa ao meu.
Puta que pariu!
Puta que pariu!
PUTA QUE PARIUUUUU!
Caralho!
Os quadris roçando no meu. Aperto a bunda, batendo em uma das nádegas
enquanto ela sorri endiabrada.
Seguro em seu queixo, aumentando as investidas, meu pau sendo sufocado
por aquela maravilha quente, pequena e fogosa.
— Bruxinha...
Diana pende a cabeça para trás, os cabelos caem como uma cascata e a
mágica acontece.
O urro sai da minha garganta e meus olhos se fecham, enquanto o jato de
gozo faz eu me contorcer por completo.
Era porra pra matar.
Ela cai sobre o meu corpo, totalmente suada. A respiração ainda ofegante,
se controlando.
Continuo parado e a encaro se sentar. Ainda suada e o corpo trêmulo.
— Bruxinha? — A chamo, olhando-a se abaixar.
— Hum? — Me encara, ainda nua segurando um amontoado de roupas nas
mãos.
— Para onde vai? — Pergunto franzido o cenho.
— Estava esperando flores e dormir de conchinha? — Dispara me olhando
séria.
Que?
Oi?
Como?
— Hã? — Disparo incrédulo. Ela se vira e para, segurando a porta.
— Lorenzo, sexo é bom. Fantasiar é horrível!
Espera aí, deixa eu dar um passo para trás pra não pisar na minha cara que
está no chão!
Eu tinha sido usado!
Eu fui usado!
MEU DEUS, EU FUI USADO!
U-S-A-D-O!
Socorro!
Ainda estava embasbacado quando ela saiu, batendo a porta do quarto.
Junto o resto que sobrou da minha dignidade e vou pro banheiro, jogando a
camisinha no lixo. Tomo um banho, pego um calção, vestindo-o rapidamente
e indo até o quarto dela.
Meu Deus.
Giro a maçaneta e estava trancada.
Ótimo.
Além de ter sido usado, ela ainda tinha trancado a porta!
Filha de uma mãe, gostosa e ruim do caralho!
Eu estava em estado de choque.
Tão em choque que não queria brigar.
— Você me paga, Diana.

Encaro Arthur e Patrick explodindo em uma gargalhada sonora. Os dois se


debruçam na mesa de tanto que riem da minha cara.
Precisava desabafar, eu quase chorei de tanta raiva. Cheguei cedo na
empresa depois dessa noite frustrante e ainda era obrigado a ouvir aquelas
hienas inúteis rindo da minha desgraça.
— Você tomou bonito no seu cu! — Arthur diz gargalhando e batendo em
Patrick, que ri.
Fecho a cara o encarando.
Diana mal sabia trepar e agora estava me usando.
Me usando!
— Criei um monstro! — Digo pensativo e com desgosto.
E realmente eu tinha criado!
— Me senti um objeto sexual. — Digo olhando Patrick limpar os olhos,
ainda rindo.
— Eu nunca imaginei que ia ouvir isso de você, irmão... — Diz
entre gargalhadas.
— Por uma menina que aprendeu o que é foder agora! — Arthur grasna
enquanto o fuzilo com o olhar.
— Vão ficar rindo da minha cara? — Disparo os olhando ficar sérios.
— Vamos! — Dizem em uníssono.
Aí voltam a gargalhar
Eu estava tentando controlar a minha possessão. Eu estava muito puto.
Tão puto. Mas tão puto.
Mas muito puto!
Mas tão putooooooooooo!
— Diana me paga! — Digo entre dentes, cerrando o punho e batendo na
mesa.
— Cuidado, Lores... Às vezes o feitiço vira contra o feiticeiro.
— Há há há há... Vou guardar sua risada pra rir mais tarde, Arthur.
— Deixa pra guardar depois, quando a Diana te der outro pé na bunda.
Otário!
Mandei os dois tomarem no cu e saírem da minha sala.
Sorte que Chris não tinha chegado ainda, ou seria os três a tripudiarem da
minha cara linda e maravilhosa.
Já não bastava a noite fodido, não era obrigado mesmo a aguentar os dois.
Tinha perdido a reserva no restaurante e não pedi pra remarcarem, estou
com ódio.
Senhor, tire essa raiva de mim pelo amor desse caralho!
Não. Tá errado.
Senhor, tire essa raiva do caralho de...
Ainda tá errado, porra.
Senhor, tire essa raiva de mim, por favor, amém.
Fecho os olhos, encarando a caixinha do celular em minha mesa. Ia
entregar para ela e acabei esquecendo.
Séria ótimo para ela se comunicar comigo ou com a prima.
Mas se comunicar com aquele arrombado filho de uma puta, não!
Há não! Com ele não ia mesmo!
Solto o ar, chamando uns palavrões e mordo meu punho.
Não desci para almoçar com os meninos, não estava disposto a ouvir a
zoação. Aí já era demais.
Meu ego estava ferido.
Eu estava ferido, tadinho de mim.
Eu poderia ser um cafajeste, com diploma em putaria. Mas eu nunca
distratei a Diana depois de uma trepada. Nunca.
E se ela estiver mesmo gostando daquela alma sebosa?
Não! Não está.
Eu só queria guardar aquela bruxinha teimosa dentro de um potinho, para
que ninguém ousasse magoá-la.
Só que eu mesmo a magoei.
Torço o nariz, suspirando.
Pego o celular e sorrio assim que ela atende no primeiro toque.
— Oi, amor...
— Ai, mamãe... Não aguento mais.

Arfo assim que as portas do elevador se abrem. Já passava das dezoito


horas. Estava tudo um silêncio.
Já sinto faltar o oxigênio do meu cu e meu coração dispara.
Entro na cozinha, que está totalmente vazia, assim como o resto da casa.
Se Diana estivesse com aquele...
Subo as escadas de dois em dois degraus, indo até o quarto dela. Empurro a
porta que estava entre aberta.
— Ficou doido? — Ela estava meio deitada na cama, concentrada em um
livro qualquer, os cabelos soltos como uma cascata.
Obrigado Deus.
— O que foi?
— Já jantou? — Pergunto, tentando fingir indiferença.
— Não.
— Ponha uma roupa. Vamos jantar fora.
— Vá sozinho. Eu não vou. — Sussurra voltando a atenção para o livro.
Suspiro devagar.
Calma, Lorenzo. Calma.
Ergo as sobrancelhas indo até ela e tirando o livro de suas mãos em um
solavanco.
— Está lou...
— Vai ter troco, bruxinha... Não esqueci de ontem e sugiro que seja muito
boazinha hoje... Porque não irei pegar leve com você! — Ergo seu queixo,
depositando um beijo leve em seus lábios.
Viro nos calcanhares, saindo do quarto. Porém, paro em seguida, assim que
a ouço dizer:
— Não conte com isso. — Dispara.
Ensaio um sorriso perverso, me virando.
— Bruxinha... Quando eu sou bom, eu sou ótimo. — Sussurro vencendo o
espaço que nos separava. — Mas quando eu decido ser mau... Eu sou
maravilhoso.
Ela engole seco, me olhando.
— Esteja pronta em vinte minutos...
Você vai me pagar, Diana... Com juros e correção. Vai me pagar caro,
bruxinha...

Aperto o copo de vidro entre as mãos assim que vejo Diana descer as
escadas.
Continuo a encarando e um sorriso toma conta dos meus lábios enquanto a
dispo mentalmente.
— Estou pronta. — Sussurra e percebo ela apertar a pequena bolsa entre as
mãos.
O vestido tinha um belo decote cavado, mostrando os seios firmes. A parte
de baixo era rodada. Fazendo-a parecer uma boneca. Tudo caía como uma
luva sobre seu corpo.
— Tira a calcinha. — Sussurro, vendo-a arregalar os olhos e me encarar.
— O quê?
— A calcinha. Tire-a.
— Eu não vou tirar a minha calcinha! — Dispara e percebo-a engolir em
seco.
— Ótimo. Eu mesmo tiro. — Deposito o copo no aparador e quebro a
nossa distância com passos largos.
— Você... Você enlouqueceu, Lorenzo?
Me ajoelho e meus dedos passeiam de leve pelo seu tornozelo, subindo
delicadamente e sentindo cada centímetro de pele arrepiar sob meu toque.
Eu realmente tinha enlouquecido.
— Você vai sem calcinha pro restaurante e vai se comportar muito bem,
bruxinha... Tenho tanta coisa em mente pra hoje à noite.
Vejo-a engolir seco e me levanto, erguendo a saia do vestido junto.
— É uma... Vingança? É isso? — Sopra o ar levemente.
Mordo os lábios, encarando-a.
— Jamais, não sou um homem vingativo. Sou justo. — Sussurro e enfio a
mão dentro da calcinha.
Diana arqueia o pescoço assim que meus dedos começam a dedilhar a
boceta com rapidez e delicadeza ao mesmo tempo.
Junto força de onde nem sabia que existia dentro de mim e paro
bruscamente, a vendo com o rosto vermelho.
Eu vou punir Diana. Usando todos os golpes baixos de sexo que eu
conhecia.
E não são poucos!
Seguro o elástico fino da peça íntima, tirando-a lentamente e observo a
mesma escorregar pelas coxas roliças. Deposito um beijo na testa da boceta
completamente lisa, sentindo o ar de Diana ficar pesado.
— Ohh... — Sussurra e me ergo, encarando-a.
Entrelaço os dedos finos aos meus e entramos no elevador. Saímos calados
até entrar no carro, ela senta no banco ao meu lado, enquanto acelero.
Eu estava puto e com tesão.
Encaro-a morder os lábios e deposito a mão em sua coxa. Meu polegar
acariciando-a enquanto um sorriso de pura satisfação aparece em meu rosto.
— Eu não vou entrar sem calcinha, Lorenzo... — Diz séria me fitando.
Tiro o cinto assim que estaciono em frente ao restaurante e selo nossas
bocas, em um beijo sôfrego. Minhas mãos apalpam os seios fartos.
Meu pau já dando sinal de vida entre as calças.
Eu queria fodê-la.
Chupo a língua e uma mão vai para o meio de suas pernas, estava úmida e
pronta. Sugo um dedo rapidamente, o colocando no meio das pernas de novo
e sorrio, enquanto ela segura na lapela da minha camisa.
— Lorenzo... — Geme baixinho e esfrego o dedo de cima a baixo, tento a
penetrá-la, mas paro no exato momento.
— Agora sim está parecendo minha mulher. — Sussurro, olhando-a. —
Descabelada, sem calcinha e com a boceta latejante. Vamos, bruxinha.
Abro a porta do motorista e logo abro a do carona. Diana me fita e ajeita os
cabelos que estavam desgrenhados pelos amassos.
As enormes portas de vidro se abrem e entramos juntos. Encaro o Maitre,
que sorri assim que me reconhece.
— Senhor Gonzáles, é uma honra o rever.
— A honra é minha. Quero uma mesa reservada.
— No mesmo lugar, senhor? — Me encara e olho pra Diana, que morde os
lábios nervosamente.
— Isso. No mesmo lugar.
Era um dos meus restaurantes preferidos, ele rapidamente nos leva ao
segundo andar, onde é totalmente reservado e composto por três mesas. As
paredes de vidro deixam o ambiente mais sofisticado.
— Lorenzo... — Diana sussurra e aperta a minha mão.
— Comporte-se, bruxinha... Ou todo mundo vai perceber que está louca
pra dar pra mim.
Assumo novamente a postura séria e nos sentamos na mesa mais afastada
que tem. Apenas duas mesas estavam ocupadas, deixando o ambiente mais
reservado ainda.
— Pode trazer uma garrafa do vinho la tâche grand cru 2000. — Digo ao
Maitre, que assente e se retira. — Você fica linda quando se morde por
inteira, sabia?
— Você é louco! — Sussurra baixo. — Louco de pedra!
— Por você. — Digo a encarando.
Diana é a única mulher no mundo que me deixa louco de desejo e raiva ao
mesmo tempo. A vontade de arrancar a roupa dela e fodê-la é maior que
qualquer coisa.
Até mesmo, maior que a raiva.
Observo ela esfregar as coxas uma na outra na tentativa de esconder o
desejo.
— Quando chegarmos em casa, eu vou devorar você, Diana. Como eu
nunca devorei antes. — Sussurro, me calando quando o garçom se aproxima,
deixa a garrafa de vinho na mesa e anota os pedidos.
— Por que não o faz logo? — Diz assim que o garçom se retira do
ambiente. — Quer me punir?
— Porque eu quero admirar você se contorcendo aí e imaginando as mil e
uma coisas que vamos fazer quando chegarmos lá. — Dou uma pausa e
mordo os lábios. — E quando chegarmos lá... Eu vou surpreender você.
Ela suspira e me encara.
— Estou faminta. — Desconversa e sorrio.
— Eu vou acabar com a sua boceta, Diana.
Ela me encara e já não contém o sorriso que escapa ao me olhar, quase me
faz perder o foco, mandar tudo pra puta que pariu e fodendo com ela aqui
mesmo.
Ficamos nos encarando, sem falar uma palavra.
Só de saber que ela estava úmida e sem calcinha, fodia com meu
psicológico.
— Lorenzo... — Sussurra me olhando.
— Oi bruxinha...
— O que você sente por mim, de verdade?
A encaro sério. Poderia inventar mil e uma coisas naquele momento, podia
dizer que não sentia nada por ela.
Mas seria mentira.
Eu gosto dela. Mais do que deveria. Mais do que eu podia.
Eu gosto dessa bruxinha, que treme de amor em meus braços, que acha que
me desafia e que pela primeira vez na vida, tinha me deixado puto de ciúmes.
— Eu gosto de você, Diana. Muito. — Sorrio dando de ombros.
— Então por que falou o contrário pro seu pai? — Diz em murmúrio e a
voz carregada de mágoa me invade.
— Porque eu não quero que ele ache que tem algum poder sobre mim. Eu
errei, Diana... Errei e peço perdão. — Aperto sua mão entre a minha. — Se
meu pai souber que meu ponto fraco é você...
— Eu sou seu ponto fraco? — Sussurra me olhando e assinto.
— É, Diana. Você é meu ponto fraco.
E ela é mesmo. É a porra do meu ponto fraco.
Perdi o raciocínio quando aquelas palavras saíram da minha boca, e vejo
ela se erguer e dar a volta na mesa, ela fica séria e se senta no meu colo ali
mesmo.
O casal da outra mesa nos encarou, ergui as sobrancelhas e sorri.
TOMEM NO CU BABACAS!
A minha Deusa estava no meu colo atiçando meu pau com um
microvestido e sem calcinha!
Puta que pariu, meu pai!
Perdão vovó!
— Me dê um bom motivo pra não ir pra casa agora e foder você até perder
os sentidos. — Sussurro afastando uma mecha de seus cabelos.
Ela sorri lindamente e meu coração falha uma batida.
O peito dói.
— Não tem motivos, Lorenzo... Mas o jantar está chegando. —
Sussurra me beijando e sai do meu colo assim que o garçom se aproxima.
— Foda-se a porra do jantar! — Digo entre os dentes. Me ergo e estendo a
mão, a olhando. — Vem?
Ela sorri e se ergue.

Encaixo Diana em meus quadris assim que as portas do elevador se abrem.


— Eu vou arregaçar a sua boceta. — Sussurro e sugo seus lábios enquanto
subimos as escadas, entre beijos, amassos, roupas sendo jogadas em cada
canto do meu apartamento.
A coloco no chão, olhando-a morder os benditos lábios.
— Como eu quero sentir essa boca no meu pau... — Passo o polegar em
seus lábios, os belos olhos brilham.
— Me ensine...
— Ah Diana... — Sussurro tomando seus lábios com fúria.
As mãos seguram meu quadril e a fito.
— Se ajoelha, amor... E não vai ser pra rezar... — Sussurro, vendo-a se
ajoelhar lentamente.
Retiro a camisa com a rapidez de um felino. Desço o zíper da calça na
mesma velocidade.
A vejo me encarar com aqueles olhinhos famintos.
— Eu nunca... Nunca fiz...
— Eu iria ficar tão puto se você me dissesse que já tinha feito... — Sorrio
acariciando a boca com o polegar em seus lábios, vendo-a sorrir.
Travo a respiração quando sinto sua mão passar por minha cueca
lentamente, o volume extenso e duro.
Ah caralho!
— Como... Como eu faço? — Sussurra me encarando.
— Divirta-se, bruxinha... Meu pau é todo seu.
Ela me encara mordendo o lábio enquanto desce a cueca, e porra, meu pau
ficou mais duro ainda sob o olhar faminto que ela lança.
Diana segura meu cacete e começa a passar a língua de uma ponta até a
outra, arrancando meu juízo pelo pau.
Engulo seco e pendo a cabeça para trás, no mesmo instante em que ela
suga a cabeça do meu pau, como um picolé. A sucção faz meus olhos
revirarem.
A boca é pequena, mas a fome é grande, né minha filha.
— Puta que pariu, Diana. — Digo entre os dentes.
— Como... Como você gosta? — Pergunta, depositando um beijo bem na
glande robusta e vermelha.
— Faça... Faça do seu modo, bruxinha... Mas faça!
— Eu quero fazer do seu... — Sussurra, fazendo movimentos de vai e vem
com a mão pequena.
— Puta que pariu. — Gemo entre os dentes.
Ela segura o pau pela base, passando pelos lábios úmidos, a boca
entreaberta.
E a inexperiência é surreal.
Ela não tem necessidade em mostrar o que sabia e isso me deixa fora de
controle.
— Eu gosto rápido, forte, como se meu pau fosse se desmanchar na sua
boca... Quero que você me chupe com toda a ânsia e desejo que tem dentro
de você... — Digo, esfregando a glande que já estava babando em seus
lábios.
Seguro o mesmo, dando uma batidinha no rosto e ela sorri.
— Até o fundo, Diana... Da garganta.
Ela me encara antes de abocanhar meu pau com uma fome desgraçada.
Eu vou morrer aqui. Eu estou sentindo.
Sinto minhas pernas dando uma bela de uma fraquejada quando ela acelera
os movimentos da boca, sugando meu pau com desejo.
E eu?!
Bom, eu estava no céu.
— Eu preciso foder sua boca... — Digo olhando-a me encarar com os olhos
lacrimejantes, tirando-o da boca.
Amarro seus cabelos em meu pulso.
— Só abra a boca... Respire pelo nariz.
Afasto as pernas e soco meu pau até sentir sua garganta, é uma perdição.
Morrer e ir ao paraíso ao mesmo tempo.
Ela obedece rapidamente e praguejo baixo, sentindo a boca quente em toda
a volta, eu vou gozar.
Tento sair, mas Diana continua a me chupar, segurando firme em minhas
coxas enquanto a boca me engole, meu pau lateja e gemo sentindo os
esporros sair.
— Caralho!
Ela limpa o canto dos lábios e arfo, suspiro e respiro novamente.
— O que você... Fez? — Pergunto a erguendo em um solavanco, a
beijando ardorosamente.
A encosto na parede, passando a língua por um dos bicos enrijecidos.
— Gostosa da porra... — Beijo a curva do seu pescoço, ouvindo-a gemer
baixinho.

Diana
Gemo, sorrindo quando sinto aquele membro duro me invadir por
completo, tirando meu fôlego, minha consciência.
O suor misturando-se ao meu, nos tornando um só.
— Minha bruxinha... — Sussurra, tomando meus lábios em um beijo
demorado.
Beijo seu ombro enquanto acaricio as costas másculas com as pontas dos
meus dedos.
Ele suga a carne do meu pescoço me deixando desnorteada, segura em
meus cabelos enquanto começa a me penetrar fundo.
Arqueio as costas, sentindo-o me preencher por completa.
— Lorenzo... eu... oh... oh meu... eu...
Ele apenas acelera o movimento enquanto sinto as batidas frenéticas do
meu peito, meus músculos se retesam, começo a tremer e sinto-o entrelaçar
seus dedos aos meus, me beijando.
Lorenzo para por um segundo, depois de finalmente ter chegado ao limite
junto comigo, encosta a testa junto à minha, me olhando fixamente.
— Gostosa.
— Bobo.

Ouço os passos atrás de mim e encaro Lorenzo se aproximar, estava na


varanda olhando a noite movimentada daquela cidade.
Ele estava apenas com uma toalha enrolada na cintura. Os cabelos ainda
úmidos, respingando água pelo rosto. Beija meu ombro e aperta minha
cintura.
— Está calada.
— Pensando. — Sussurro mordendo o lábio.
— Em quê? — Me viro, olhando-o fixamente.
Seguro em seu rosto, sentindo os pelos da barba sob meus dedos, queria
poder odiá-lo e não ser traída pelo meu próprio corpo e coração.
— Eu ia deixar tudo... — Sussurro, vendo-o franzir o cenho.
— Ia me... Deixar?
Assinto levemente.
Pensei em falar com Enrique e pedir para me levar dali, estava cansada de
lutar contra o que estava sentindo.
— Lorenzo... Eu estou cansada. — Digo baixo o olhando me encarar
fixamente. — Eu não quero mais brigar com você, ou bater de frente...
— Diana...
— Eu pensei em ir embora...
— Você teria coragem de me deixar, Diana? — Sinto a voz cortar e sorrio.
— Se sentiria aliviado, não?
Ele nega, ainda me encarando e sinto o entalo na garganta.
— Diana, eu sou um idiota!
— Eu sei...
Tantas coisas invadindo a minha mente... O medo, a raiva...
— Fico pensando se a qualquer momento não vai entrar uma mulher aqui e
se deitar com você em seu quarto... E eu... Vou...
Desmoronar.
— Diana, eu não sou tão baixo a esse nível.
— A sua fama de mulherengo sempre te acompanhou, Lorenzo. — Dou de
ombros o olhando.
Eu preciso por tudo para fora.
— Diana...
— Eu posso te fazer uma pergunta?
— Faça. — Diz sério.
— Porque depois que você se casou, você não saiu com mais ninguém?
Vejo-o coçar a cabeça e me encarar. Dá a volta e se apoia nos pilares da
varanda, ainda sem me olhar.
Isso estava rodando em minha mente há tempos.
Lorenzo tinha uma longa lista de amantes e isso não era segredo.
— Nunca imaginei que me casaria, Diana. Nem com você, nem com
ninguém. — Sussurra mais pra si do que para mim. — E tudo mudou em
questão de segundos...
Ergue os olhos, encontrando com os meus.
— E aquela sua amiga? Lara... Lana...
— Lana e eu tivemos um caso por um tempo, Diana. Não vou negar.
Mas depois que nos casamos... — Ele para e solta o ar. — Eu não fiquei
com mais ninguém.
Não consigo conter o sorriso que toma meu rosto.
Alívio. Surpresa.
— E o seu professor? — Me pega de surpresa, me fazendo o encarar.
— Caleb é um amigo. — Sussurro olhando-o ficar rente a mim e enlaçar a
minha cintura. — Eu sei que o que temos nem chega a ser um casamento de
verdade...
Ele me encara e acaricia meus lábios.
— Mas você só transou comigo porque me deseja... Ou só... Só porque...
— Porque eu não tenho olhos pra mulher alguma a não ser você, Diana.
Por isso. — Me interrompe e me beija. — Só você, minha bruxinha...

O sol entra pela fresta das cortinas e as abro, vendo o dia lindo lá fora.
Rodo sorrindo e suspiro.
Estava em um sonho. E não queria acordar nunca mais.
Desço as escadas, olhando Lorenzo em pé, tomando café. Sorrio e encaro
Enrique que se ergue assim que me ver.
— Enrique! Que saudades! — O abraço e ele me aperta em seus braços.
— Você não sabe o quanto eu senti a sua falta... — Sussurra me olhando.
— Você está ótima, Diana... Está tão linda.
Encaro Lorenzo, que sorri nos olhando.
— Eu disse que ela está bem.
— Ao menos palavra, você tem. — Enrique sussurra o olhando enquanto
me abraça. — Obrigado por estar cuidando bem da minha irmã.
— Não é um desafio. Bom... Eu tenho que ir pra empresa agora, fique à
vontade cunhadinho.
— Não exagera. — Enrique sussurra enquanto sorrio. — Ainda não
gosto de você.
Enrique e seu humor negro.
Encaro Lorenzo, que me fita e sorrio quando ele aproxima e me dá um
beijo demorado na testa.
— Até mais tarde. — Sussurra e assinto.
— Até...
— Hum... Pra quem não aguentava ficar no mesmo ambiente, vocês estão
se saindo muito bem, não é? — Enrique fala, me encarando assim que
Lorenzo sai sorrindo.
Meu irmão estava mais lindo do que de costume, a barba cerrada e como
sempre estava de terno preto.
— Não seja tolo, estamos nos entendendo... — Aperto suas mãos entre as
minhas. — Senti saudades.
— Você não sabe o quanto senti saudades suas também.
— E Eudora? Estou com saudades da nossa irmã.
Enrique se remexe e suspira pesado, sabia bem que depois que saí de casa,
ele não foi mais na casa dos meus pais. Bianca mesmo me contou e até que
esperava por tal ato.
Mas estava com tanta saudade de Eudora, queria saber dela.
Passar horas e horas conversando com Enrique tinha me dado um alívio
enorme para amenizar toda a saudade que estava em meu peito.
Meu irmão sempre foi sério e de falar pouco, mas estava com uma
expressão estranha, de quem estava me analisando. Fico aliviada por ele não
fazer certos tipos de perguntas.

Já era tarde quando a campainha soou pela sala de estar. Enrique saiu logo
após o almoço e me prometeu não demorar muito para voltar a me ver.
Estava vendo um filme já que não fui para a aula. E como o porteiro não
avisou, é alguém de casa.
Abro a porta com um sorriso e o mesmo morre no rosto.
— Diana...
— Senhor Patrício...

Bônus
Patrício
— ão precisa ficar com medo de mim, Diana. Não sou o bicho
papão que todos falam.
N Ela me encara e assente meio tímida, me dando espaço para
passar. Não sou um homem de muitos sorrisos e simpatia, como Clarisse
sempre falou.
— Vim conversar com você. — A Observo esfregar uma mão na outra e
engolir em seco.
Diana era realmente encantadora, isso foi uma das coisas que me chamou
atenção quando a vi alguns anos atrás.
Sim. Diana estava prometida a Lorenzo desde os quinzes anos de idade. E
ninguém mais sabia, a não ser eu e seu pai.
Diana foi criada desde o berço para servir ao lar e ser uma ótima esposa,
mas não tinha sido esse o motivo pelo qual, digamos, que a escolhi.
Foi pela doçura, timidez.
Sempre gostei de ter todo o controle, e isso incluía ver os meus filhos
estabilizados em todos os sentidos. Profissional e pessoal.
— O senhor quer tomar alguma coisa?
— Um café, por favor. — Peço, olhando-a assentir enquanto vai até a
cozinha.
Diana volta uns minutos depois com uma bandeja e xícaras. Estava tensa e
é perceptível, o que me fez sorrir.
— Seu pai ligou pra mim ontem, eu disse que você estava bem. — Começo
com um longo suspiro. — Mas como vocês não se falam desde que foi parar
no hospital, Clarisse insistiu para fazermos um jantar na próxima semana.
— Eu falei rapidamente com a minha mãe.
Ela aperta a xícara nas mãos.
— E como você e Lorenzo estão? — Pergunto a fitando morder o lábio e
piscar diversas vezes.
— Estamos levando, senhor Patrício.
— Sabe, Diana... Quando eu resolvi propor um acordo como o contrato de
casamento com seu pai, eu nunca imaginaria que Lorenzo fosse realmente se
casar. — Admito a olhando.
Solto um suspiro e a encaro franzir o cenho.
— Mas o senhor não fez aquilo tudo para isso? — Sorrio levemente.
— Fiz. Mas ele é mais duro e forte do que eu pensei.
— Seu filho tem um coração bom, senhor. — Diana abaixa os olhos e a
encaro.
— Todos eles. — Abro um sorriso orgulhoso.
E isso era realmente meu orgulho maior, todos os três tinham um coração
gigante. Mesmo com defeitos, Chris sempre foi o meu braço direito, centrado
e focado. O que mais parecia comigo de uma certa forma. Patrick era
detalhista, o perfeccionista. Ele é idêntico a Clarisse, calma e pacífica.
E Lorenzo... Lorenzo é um furacão que veio diferente dos dois irmãos.
Audacioso, impulsivo, teimoso... Igualzinho a mim no passado.
Fito Diana me olhar e disparo:
— Você o ama, Diana? — Pergunto rápido a encarando. — Ama o
Lorenzo?
Ela me fita e pisca algumas vezes, mordendo o lábio. Ela assente
rapidamente com a cabeça e foi inevitável não sorrir.
— Eu sabia que tinha feito à coisa certa! — Digo ainda sorrindo.
— Por que o senhor e o Lorenzo não se dão bem? — Diana pergunta e o
sorriso morre em meu rosto. Mais uma vez o passado vindo à tona, e doía
falar sobre. — Me desculpe fazer essa pergunta, mas eu não tenho coragem
de perguntar isso a ele.
Me ergo e paro no aparador da sala, segurando um porta retrato nas mãos.
Eram os cinco, abraçados.
Chris de lado com a mão no queixo, Patrick ao seu lado sorrindo, Arthur
abaixando mostrando os músculos, Heitor nas costas do irmão e Lorenzo
abaixado com um sorriso largo no rosto.
— Eles sempre foram muito unidos. Os cinco. — Sorrio passando os dedos
pela foto. — Eles costumam dizer que não são primos, mas irmãos. Filhos de
gêmeas e de dois irmãos, são como se fossem um só. Não é?
Diana assente sorrindo.
E eram.
Me sento novamente, suspirando pesadamente.
— Me casei com Clarisse por um contrato. O pai dela e o meu armaram
tudo e nos casamos sem nos conhecer direito.
— Eu sei como é... — Diz sorrindo.
— Não sabíamos nada um do outro. Sabe, Diana... No começo foi difícil
abandonar a vida que eu tinha, só que depois eu enxerguei que se não fosse
esse casamento arranjado, eu não teria encontrado a mulher da minha vida. A
mulher que me deu tudo.
— Eu era um Lorenzo da vida, Diana... — Confesso baixo a olhando me
fitar.
— Mas o senhor fez a mesma coisa com o Lorenzo, por quê?
— Porque eu precisei fazê-lo enxergar a vida com outros olhos, Diana.
Nem tudo é farra, bebidas, baladas e dinheiro. — Sopro o ar devagar,
sorrindo sem humor. — Eu sei que pode ser que Lorenzo não mude, como
eu mudei.
Era um grande risco que estava correndo, mas fiz a minha parte como pai.
Sinto meus olhos marejarem e abano a cabeça.
— Meu filho me odeia, Diana...
— Ele não o odeia... Lorenzo é... Impulsivo e...
— Odeia sim... E o pior é que a razão, sou eu mesmo.
Doía falar sobre aquilo, doía tanto que eu não tinha coragem de falar em
voz alta.
— Pra tudo na vida há perdão, senhor Patrício...
Abaixo a cabeça, limpando o rosto rapidamente. Como Thomas mesmo
falava, eu não era muito fácil de demostrar minhas emoções. Tinha chorado
poucas vezes em minha vida, uma delas foi quando Chris nasceu. Meu
primogênito. Depois Patrick.
E quando achei que fosse perder a Clarisse.
— Eu reneguei a gravidez do Lorenzo.
Diana me encara e continuo de cabeça baixa.
— Chris e Patrick eram crianças ainda. Eu e Clarisse estávamos passando
por uma crise. Na verdade, eu estava. — Dou de ombros a olhando. — Não
estava dando atenção a minha mulher, como deveria. A empresa sofreu um
golpe e perdemos uma carga milionária.
O passado estava vindo a tona e retomo o ar devagar.
— Eu fui estúpido. Clarisse sempre foi um anjo. Paciente. Só que o ciúmes
me fez ver coisas onde não tinha.
E não tinha mesmo.
— Estava doente de ciúmes e pensei que Clarisse havia me traído e que
Lorenzo seria fruto dessa traição. — Sinto a pontada do remorso me tomar.
— E ai ela foi embora de casa com os meninos e grávida do Lorenzo. Eu
demorei mais tempo que o necessário para cair a ficha... Ela jamais faria uma
coisa dessas comigo.
Solto um fungado baixo.
Odiava falar sobre aquilo, me odiava ao ponto de pensar que Clarisse tinha
me traído. Logo ela, logo ela que sempre esteve ao meu lado.
— Tentei me redimir, mas Clarisse estava irredutível, não tiro sua razão
também. — Sorrio sem humor e Diana me encara. — Tentei ao máximo fazê-
la me perdoar, mas ela não o fez.
Perdi o nascimento de Lorenzo, perdi muitas coisas por conta do meu
egoísmo e idiotice. Era fato.
— Tempos depois Clarisse voltou para casa... Lorenzo se apegou muito ao
meu pai, ao ponto de só querer o colo dele. — Sorrio e sinto o remorso
novamente me atingir. — Mas aquilo era culpa minha, Lorenzo amava bater
de frente comigo. E ali eu vi... sempre achei que Chris era minha cópia. Mas
não. Era Lorenzo.
Personalidade e Fisionomia.
— Quando ele tinha 10 anos... Ouviu uma discussão minha com o avô.
Meu pai jogou em minha cara o que pensei de Clarisse, e sobre a época em
que achei que Lorenzo não fosse o meu filho.
Limpo o rosto, balançando a cabeça.
— Só que olhar para Lorenzo era como ver o passado, e ver que falhei
como o pai que ele... Merecia que eu fosse, mas eu não fui. Eu não fui, Diana.
Meu filho me odeia e a culpa é toda minha.
Ela estava parada, me encarando com os olhos brilhando.
— É horrível, mas eu sou humano, eu errei e tento me redimir todos os
dias. — Fecho os olhos. — Não só com ele, mas com Clarisse também...
Éramos jovens e imaturos, pai de dois filhos... E...
— Senhor Patrício... — Ela segura em minha mão apertando-a e sorrio.
— Eu sei que pode ser que Lorenzo nunca me perdoe, tanto por renegá-lo
na gravidez... Quanto por tê-lo casado a força.
Me remexo e encaro Diana.
— Mas não desista do meu filho, não desista de Lorenzo... Se existe uma
pessoa nesse mundo capaz de fazê-lo enxergar uma vida, esse alguém é você,
Diana.
Ela sorri, limpando o rosto e me encarando.
— Eu o amo... Eu amo o meu filho.
— Diga isso a ele, senhor... Deixe ele sentir esse amor que o senhor tem ai
dentro. — Ela me olha sorrindo. — Meu pai também nunca foi de demostrar
sentimentos. Nem por mim, nem pelos meus irmãos.
Franzo o cenho a olhando.
Luttero sempre me disse que os filhos eram a vida dele.
— Mas eu o amo e ele sabe disso. — Ela continua sorrindo.
— Obrigado por entender esse velho. — Digo a encarando e sou pego de
surpresa quando ela me abraça apertado.
— Ele vai perdoar o senhor. — Sussurra sorrindo.
— Obrigado, Diana.
Ela me acompanha até a porta, onde me encara com belos olhos doces.
— Até mais. — Assinto, olhando-a sorrir.
Desço olhando o motorista abrir a porta do carro onde entro rapidamente.
Estou me sentindo menos sufocado e angustiado.
O carro para e minha entrada é liberada. Rita abre a porta sorrindo ao me
olhar.
— Patrício? — Ágata aparece sorrindo enquanto me encara.
— Como vai, Ágata? — A abraço rapidamente. — Vim ver meus netos.
— Está tudo bem? — Ela pergunta sorrindo e assinto.
— Deu saudade deles.
— Estão lá em cima com o Chris.
Apenas me viro e a encaro sorrindo.
— Ágata, se nunca te agradeci, estou fazendo isso agora. — Digo
baixo a olhando. — Obrigado.
Ágata tinha chegado em nossas vidas de paraquedas, trazendo um pouco de
confusão. Abalando um pouco a estrutura familiar de dois irmãos.
Mas também trouxe o amor, a união de volta.
E as duas melhores coisas que já tive em minha vida.
Meus netos.
Ela sorri e assente me olhando e volto a subir as escadas, parando perto da
porta entreaberta. Chris ainda estava de terno e gravata, no chão repleto de
brinquedos, com Henry e Clhoe.
Deveria ter feito isso com eles quando menores.
— Pai?
— Vovô! — Clhoe salta correndo para me abraçar, junto de Henry e beijo
os dois.
— Está tudo bem? — Chris franze o cenho me encarando.
— Vim brincar com eles um pouco. — Digo me sentando no chão
enquanto meu filho me fita.
Poderia não ter muito tempo ainda, mas iria tentar fazer as coisas diferentes
do que fiz no passado.
Capítulo 22
Diana
inda sentia as fortes batidas do meu coração no peito, por causa da
A visita do pai de Lorenzo. Ainda estava absorvendo as coisas que ele
me contou. Por isso toda a raiva que Lorenzo expressa quando fala do pai.
E agora vejo também que não é só raiva, é mágoa e rancor. Talvez pelo Sr:
Patrício ter se doado mais para Chris e Patrick. É estranho, mas estava com
uma sensação esquisita dentro de mim.
Sei o que é ser meio deixado de lado pelos pais. Enrique passou uma parte
da infância e a adolescência em um internato. Eu e Eudora sempre tivemos
mais atenção dos nossos pais, ela um pouco mais do que eu. Sempre foi
regrada igual a minha mãe, dizia que eu era mais liberta por conta de Enrique
e Bianca. Ele sempre foi contra tudo e todos.
— Eii, bruxinha... — Me viro e vejo Lorenzo entrar na sala.
Estava carregando umas sacolas e as coloca no sofá devagar. Engulo em
seco e me aproximo, o abraçando muito forte, ele me aperta de volta e eu
pouso a cabeça em seu peito. A camisa branca de botões estava um pouco
aberta. Lorenzo afaga meus cabelos e deposita um beijo em minha testa.
Depois um beijo de leve em meus lábios e sorrio.
— O que foi, minha pequeninha ?
— Nada. Estava com saudades. — Encontro os olhos negros enquanto ele
segura em meu queixo, sorrindo.
— Também senti.
— Mentiroso. — Sorrio voltando a abraçá-lo..
Estou com vontade de apertá-lo e não soltá-lo nunca mais, imagino o que
se passa em sua cabeça e o porquê dessa revolta toda.
— Trouxe o jantar... Vamos ficar grudados e assistir a um filme? — Diz
sorrindo e eu assinto.
— Você pedindo assim. — Fico na ponta dos pés e beijo seus lábios.
— Vou subir e desço já já... — Sorrio enquanto ele sai subindo as escadas,
com uma das sacolas pequenas nas mãos.
Mordo o lábio, balançando a cabeça. Não quero contar de imediato que seu
pai esteve aqui e também não teria coragem de contar sobre o teor da
conversa.
Pego as sacolas com a comida e levo para a cozinha, abro as embalagens
sorrindo.
É um exagero de comida.
— Seu pai esteve aqui. — Sussurro e limpo os dedos no guardanapo.
Percebo o maxilar de Lorenzo enrijecer no mesmo instante.
Ele beberica a cerveja e coloca a garrafa no tapete.
Eu não estou com muito apetite, diferente de Lorenzo, que comeu como
um urso.
— O que ele queria? — Solta um pigarro me olhando.
— Avisar que meus pais virão jantar semana que vem. — Ele semicerra os
olhos. — E é pra irmos.
— Só isso?
— Só isso o quê? — Pergunto enquanto ele se remexe no chão, me
olhando.
— Meu pai saiu da casa dele, veio até aqui, só para dizer que temos que ir
em um jantar? — Diz cruzando os braços e assinto. — Essa alma quer reza...
Me aproximo, descruzando os braços e me sento em seu colo, suas mãos se
espalmam em minha cintura e ficamos um tempo assim, nos encarando.
— Ele não veio aqui querendo saber sobre nossa vida? Ou algo do tipo?
Nego o olhando.
— Pare de ver maldade em tudo, Lorenzo.
— Eu conheço meu pai... O velho é tinhoso...
Beijo seus lábios, o calando rapidamente. O ouço sorrir enquanto acaricio o
rosto, beijando a ponta do seu nariz, olhos, queixo e boca.
— Você usou um golpe muito baixo. — Sopra o ar me apertando e sorrio.
— Aprendi com você. — O encaro fixar os olhos aos meus.
Lorenzo exala sexo. Gostoso. Quente.
— Criei um monstro sexual... — Sussurra e grito no mesmo instante,
sentindo uma leve ardência no meu bumbum, causada pelo tapa que ele me
deu.
— Isso doeu. — Sorrio sentindo-o acaricia-lo.
Estava sério me encarando e dá um de seus sorrisos perversos de lado.
— Tenho uma surpresa!
— O que é?
— Vêm comigo... — Diz me erguendo.
— E essa bagunça? — Encaro o chão com algumas louças e embalagens de
comida.
— Depois arrumamos. Agora vêm... — Me puxa, indo em direção as
escadas.
— O que é? — A pergunta sai mais como um gemido, assim que paro no
quarto.
Lorenzo solta um sorriso que faz meu estômago revirar. Me beija
demoradamente, sugando minha língua e me solta gentilmente. Vejo-o entrar
no closet e voltar logo após, com uma caixa vermelha triangular.
Franzo um cenho, o olhando sorrir.
— É apenas um brinquedo...
Diz abrindo a tampa da caixa.
Encaro a peça de metal pontiaguda, um pouco grossa e parece com uma
bala de revólver, só que maior.
— O que... O que é isso? — Indago e vejo-o sorrir.
Estava com uma expressão estranha.
— Lorenzo... — O encaro e tento tocar, mas ele fecha a caixinha e sorrio.
— O que é isso? É pra pôr na boca?
Ele nega com a cabeça, sorrindo.
— Mais embaixo...
Oh meu Deus!
— Na... Na minha...
— No cu, Diana.
— AI, MISERICÓRDIA....
Ele solta uma mini gargalhada enquanto eu não conseguia nem o encarar.
Jesus.
Não. Chamar Jesus para isso, é pecado.
— Vamos exercitar esse cuzinho lindo, amor! — Diz sério e o fito.
— H-hoje? — Sussurro e Lorenzo começa a tirar minha blusa rapidamente.
— Agora, bruxinha...
Fico sem reação enquanto sinto suas mãos descendo pelo meu corpo
vagarosamente. Lorenzo puxa minha saia para baixo e me encara, mordendo
os lábios. Observo-o sentar na cama enquanto me puxa pra si, retirando
minha calcinha lentamente.
Engulo seco quando suas mãos param entre as bochechas do meu bumbum,
abrindo-as.
— Não sabe o quanto desejo foder você... —Sussurra, passando a língua
por um dos meus seios e segurando-os com ambas as mãos.
— Coisa linda! — Geme sorrindo e travo a respiração quando sua boca
toma a minha, os lábios sugando os meus, as línguas em uma batalha
frenética.
— Oh... — O encaro se erguer.
— Fica de quatro! — Fala me encarando. — Coloca essa bunda
maravilhosa pra cima...
Pisco algumas vezes, sentindo as batidas frenéticas do peito, estava
tremendo de excitação e medo.
— Confia em mim? — Pergunta e assinto sorrindo. — Essa é minha
bruxinha...
Dobro os joelhos na cama, ficando na posição que ele pede. A língua
começa a percorrer minha nuca e sinto o arrepio me tomar.
O que era aquilo, meu Deus?!
As mãos apalpando meu bumbum, abrindo-o e sinto a língua passear por...
Misericórdia! Era uma sensação entranha... Boa, mas entranha.
A língua tentando invadir aquela entrada e...
— Lorenzo... — Gemo em pânico e ao mesmo tempo, prazer.
— Lembra que eu disse que nunca iria machucar você? — Afasta os
meus cabelos, sussurrando em meu ouvido
— S-sim... Lembro. — Balbucio, sentindo um dedo me rodear.
Ai, tadinho do meu...
Do meu...
Ai, tadinho do meu cu.
— Então, eu não vou machucá-la.
Ouço os passos e ele pega o pequeno objeto, passa entre os lábios
molhando-o e sorri quando passa o mesmo pelos meus lábios, me fazendo
suga-los.
— Escolhi o menor... Só para acostumar você. — Diz beijando meu ombro
e mordiscando de leve. — É só relaxar... Depois você nem vai lembrar que
ele está aqui.
Sorrio de nervoso.
Impossível não lembrar que ele ia enfiar uma coisa no meu cu!
Ah, meu Deus...
— Só relaxa, bruxinha...
Fecho os olhos, sentindo aquela coisa fria e molhada, entrando lá. Agarro
as mãos no lençol e gemo, sentindo o apetrecho abrindo espaço.
— Eu poderia passar a noite inteira só olhando essa cena...
Sussurra com os lábios no meu pescoço.
— Gostosa!

Lorenzo
Sorrio, vendo Diana me encarar com o rosto ainda vermelho, as bochechas
rosadas, a respiração ofegante. Puta merda! Morreria olhando aquela visão do
paraíso, o buraquinho virgem e intocado abrindo espaço para o plug.
Sorrio de puro deleite, olhando-a.
— Está doendo? — Sussurro enquanto ela nega levemente.
Desço a mão, sentindo toda boceta melada de desejo, passo os dedos
enquanto Diana chama um palavrão baixinho, em forma de gemido.
— Fala alto, amor... — Peço em seu ouvido e enfio um dedo perverso
dentro dela.
O giro, voltando a meter e novamente, em um ciclo vicioso.
— Porra... Lorenzo...
— Isso, meu amor.
Merda. Meu pau lateja em minha mão e rasgo o preservativo, colocando-o
rapidamente.
— Lo...renzo...
Diz como um gemido, apertando as coxas assim que me enterro dentro dela
por completo. Olho o plug anal e sorrio, tinha ficado a coisa mais linda e
mais fodida do universo.
Se eu a quero? Quero!
Daria até meu rim pra comer aquele cu. Mas calma, Lorenzo... O cu tem
que ser conquistado.
— Minha bruxinha! — Enlaço os cabelos de Diana em meu pulso,
socando-a firmemente, desejando que aquilo não acabasse nunca.
A boceta fazendo uma contração indescritível por conta do plug enterrado
no cu. E puta merda, é sensacional.
Os gemidos ecoando pelo ambiente, só me fazia querer me enfiar dentro
dela como um animal feroz. E o faço.
Cada estocada fazendo-a gemer e gritar de prazer, apoio uma perna na
cama e a puxo. As socadas se tornam brutas e Diana só se joga para trás, me
fazendo ir mais fundo.
— Ah, Diana... — Me deito, e a puxo pra cima de mim com as pernas bem
abertas.
Sentando em mim, eu olhando aquela cena de encher os olhos e meu pau.
Santo Cristo!
Ela começa devagar, sentando e subindo novamente. Os quadris se
remexem e vejo meu pau ser engolido por aquela maravilha de boceta.
Chupo seus lábios ferozmente, enquanto sinto meus músculos enrijecendo.
Diana goza descontrolada, chamando meu nome.
Chupo os seios e seguro em seu rosto, fico por cima dela rapidamente, a
penetrando fundo.
— Ah...meu...Deus...
Sussurra contra meus lábios e um urro forte sai da minha garganta.
— Puta que pariu! — Digo entre os dentes, sorrindo. — Você vai me
matar... — Colo minha testa à dela e acaricio sua pele com o polegar.
Sinto uma coisa dentro do meu peito, uma coisa estranha. Tão estranha.
— Nem lembrava do plug, não é? — Indago, olhando-a sorrir.
— O nome disso é plug?
Pergunta, enquanto a deito de bruços.
Beijo as bochechas da bunda e abro-as.
— Tem que relaxar pra sair, também... — Sussurro, puxando
devagarzinho, acaricio e sorrio, olhando aquele buraco intacto.
Esse cu ainda seria meu!
— O que é isso... Essa pedra verde...
Pergunta, olhando o objeto em minhas mãos.
— Esmeralda, feito exatamente pra você! — Ela abre a boca, fechando-a
em seguida.
— Está me dizendo que eu estava com uma fortuna, enfiada no meu...
— Ah, estava... — Digo a beijando. — Com uma mini fortuna, enfiada
nesse cu lindo.
Eu era viciado em dar joias pra esses lugares.
— Você é louco, Lorenzo!
Bate em meu peito de leve e sorri.
— Espera só pra ver o de diamantes que eu comprei. — Digo mordiscando
seu ombro. — Você vai fazer uma coleção de plugs com as joias mais caras.
Ela balança a cabeça, me olhando e sorrindo.
Eu sei que a maioria dos homens dão joias para as mulheres colocarem no
pescoço. Mas como eu não sou um homem normal, eu dou pra usar no cu
mesmo, não que eu chegasse pra qualquer uma e dissesse:
Ei, pega essa joia e enfia no cu!
Claro que não!
Era pra momentos especiais. Eu nunca tinha dado nenhum plug anal com
joias para outra mulher. Não custando o valor de um apartamento. Mas Diana
é especial.
É a minha bruxinha...
— Seu idiota!
Fala e se ergue.
— Você não pode gastar uma fortuna em uma joia, para...
— Uma joia, para a minha joia! — Digo me erguendo também.
A coloco sobre os ombros enquanto a gargalhada de Diana preenche o
quarto.
— Vou dar um banho em você, agora. — Falo dando um tapa em sua
bunda.
— Menina levada!
— Você enlouqueceu, Lorenzo? Só pode...
A coloco no chão, a olhando.
— Acho que estou louco mesmo.
Sussurro, tirando de seu rosto uma mecha de seu cabelo.
Como alguém pode ser tão linda, tão devassa e tão inocente ao mesmo
tempo?!
— Louco por você, Diana. Completamente, alucinadamente, louco por
você.

Seguro em sua perna, massageando os pés repleto de espuma. Diana está


deitada na banheira com as pernas de frente para mim. Os cabelos presos em
um coque frouxo.
— Você é bom em massagens. — Diz enquanto aperto seu pé e ela fecha
os olhos.
Nunca havia mimado uma mulher desse modo, antes.
Lorenzo Gonzáles, fazendo massagem nos pés de uma mulher nua, em uma
banheira de espuma... Nunca...
Não é apenas Diana que estava tendo primeiras vezes.
— Você está muito mal acostumada. — Aperto os dedos e ela sorri.
— Que culpa eu tenho, se você faz a melhor massagem nos pés. — Ela me
fita enquanto brinca com a espuma.
A observo pegar um pouco nas mãos e assoprar, sorrindo.
É o sorriso mais lindo do universo.
— Eu amava tomar banho de espuma quando era criança. Eu e Eudora
brincávamos tanto... — Ela diz ainda sorrindo.
— Sente saudades da sua irmã, não é? — Pergunto e ela assente.
— Nos afastamos muito, depois que ela se casou. — Sorri meio triste e
beijo a ponta dos dedos dos seus pés. — Hugo não deixa ela fazer muita
coisa.
— É igual ao seu Pai... — Deduzo e Diana me fita. — Desculpa...
— Não. É verdade. — Ela sorri e dá de ombros. — Não tive uma infância
muito feliz. Enrique me poupou de muita coisa... Mas algumas eu lembro
bem.
Franzo o cenho, a olhando encarar o nada e balançar a cabeça em seguida,
como se afastasse os pensamentos.
— Meu pai sempre foi de gritar muito, eram brigas e mais brigas se mamãe
não colocasse a mesa do jeito que ele gostava. — Ela diz baixo e a fito. — E
assim ela nos ensinou... Tudo tinha que estar perfeito. Sempre.
— Isso é uma idiotice. — Engulo em seco, abaixando sua perna e me
aproximo, segurando em sua mão.
Entrelaço os dedos aos meus e Diana sorri, assentindo. Os olhos fixam
nos meus, o tom azulado de seus olhos me faziam faltar o ar.
— Seus pais são uns idiotas. — Bufo enquanto observo os dedos juntos aos
meus. — E lembranças ruins e boas sempre vamos ter... Independente de
qualquer coisa, Diana. Às vezes nem são nada...
— E só o que nos resta... As lembranças, Lorenzo... Tudo se vai, e ficam
apenas os momentos bons. — Ela sussurra e segura em meu rosto. — E vai
ser assim quando esse ano acabar, só vai nos restar as lembranças.
Sinto uma pontada no peito enquanto ela me encara.
— E são as melhores, de toda minha vida. — Ela sussurra e sorri, fechando
os olhos.
A puxo para os meus braços apertando o corpo delicado ao meu, é como se
nada no mundo pudesse me tirar daqui..
— Você me deu...
— Shiii... — Coloco os dedos nos lábios, a silenciando enquanto a beijo.
A beijo com todo carinho, segurando o rosto e a apertando firme. A mão
em minha nuca fazendo nossos lábios se colarem, assim como nossos corpos,
se unindo em um só.
Fito-a sorrir de leve e desgrudo nossas bocas. Colo a testa levemente a sua
e vejo uma lágrima rolar pela face rosada.
— Por que esta chorando, bruxinha?
— Não sei... — Beijo seu rosto delicadamente e sorrio.
— Você é a melhor coisa que aconteceu em minha vida, Diana... — Limpo
o canto dos olhos e ela me encara.
— Você também, Lorenzo.
Esfrego o nariz ao seu, apertando o corpo junto ao meu.
A tiro da banheira, enrolando-a no roupão, a ergo e coloco sobre a cama,
meu coração está disparado e doendo de uma forma estranha.
— Eu te amo, Lorenzo... Eu te amo... — Paro estático e sorrio. — Eu te
amo tanto, que dói...
Fecho os olhos, sentindo as mãos espalmarem em meu peito.
— Dói tanto, que sufoca... — Ela continua e me deito ao seu lado, ela
pousa a cabeça em meu peito, se encolhendo.
E chora. Chora baixinho, me fazendo afagar os cabelos enquanto as
lágrimas molham meu peito. Não consegui pronunciar mais nada.
Estava paralisado.

Fito a aliança dourada em meu dedo anelar, enquanto giro a cadeira de um


lado para o outro. Passo as mãos pelos olhos, suspirando. Tinha sido uma
semana estranha, mal conseguia dormir direito.
Impaciente e inquieto, durante aqueles sete dias que se passaram.
As noites eram apenas para observar
Diana dormindo em meu peito, depois que nos amávamos... Nos
entregávamos um ao outro. E depois dormia em sono leve. Ficava por horas a
observando.
Meu peito estava apertado e me sentia sufocado, de uma forma surreal.
Me ergo em um pulo, saindo em passos largos. Vou direto para a sala de
Chris, no fim do corredor, abro a porta rapidamente o vendo de costas,
falando no telefone.
Franze o cenho e espalma a mão, apenas assinto me virando. Sorrio,
olhando a enorme foto que estampava sua sala.
Ele, Ágata, Clhoe e Henry sentados no jardim da casa dos nossos pais.
Estavam sorrindo. A família comercial de TV.
— O que foi? — Ele pergunta e se senta na enorme cadeira.
Nego veemente e me sento a sua frente.
— Nada. Só vim ver você.
Chris cruza os braços e me encara sério.
— O quê?
Eu mentia mal para um caralho.
— Tá bom, Lorenzo. Vamos pular a parte em que eu finjo que você
veio aqui pra me ver, só porque estava com saudades... — Ele suspira e
encara o Rolex no pulso. — Agora desembucha, pois temos uma reunião
em 20 minutos...
Me ergo, indo até o mini bar e encho um copo com uísque. Precisava de
coragem pra perguntar aquilo.
Pigarreio, o olhando arquear as sobrancelhas.
— Chris... Eu estava pensando aqui...
— Hum...
Tomo outro gole da bebida, o olhando fixamente.
— Como foi que você descobriu que estava apaixonado pôr Ágata?
Solto assim, na lata.
Ter chamado Chris de boiola teria sido menos impactante do que a
pergunta que eu tinha acabado de fazer pra ele.
— Se vier com piada, não precisa nem responder. — Digo, espalmando a
mão em sua frente.
— Calma, Lorenzo. Me deixa processar o fundamento dessa sua pergunta.
Fala me encarando sério.
— Não tem fundamento. CARALHO! É só uma pergunta! — O encaro.
Eu tinha tomado muito gostoso no meu cu.
— Eu não soube, Lorenzo.
Fala soltando um sorriso besta no rosto.
— A gente não sabe quando está apaixonado. A gente só sente.
Isso era tão... Idiota.
— Sente como? — Indago, vendo-o revirar os olhos.
— Você tem trinta anos e está me perguntando como é se sentir
apaixonado, Lorenzo?
— Você tinha quase quarenta e não sabia, Chris! — Rebato encarando-o.
Ele balança a cabeça de um ladro para o outro, me encarando de volta.
— Você sente uma coisa boa, Lorenzo. Um medo de perder, um frio na
barriga só de pensar no sorriso dela. Você sente, seu coração sente. — Ele
sorri, balançando a cabeça. — Nada mais importa, é só ela... Na sua vida, na
sua cama... É só ela. Entende?
— Nossa... Que profundo! — Digo depois de um longo suspiro.
— Satisfeito, agora?
Dou de ombros, o olhando. Ele queria que eu confessasse, eu estava
sentindo nos olhos dele.
— Quer conversar? — Meu irmão me encara e nego lentamente..
— Não sei, Chris... Não sei... — O encaro suspirar, dar a volta na mesa e
segurar em meu ombro.
— Você sabe o que está sentindo, só é cabeça dura demais para admitir a si
mesmo. — Bate em meu peito e sai da sala.
— Chris? — O chamo e ele se vira, parando na porta.
— Eu... Estou com medo. — Franze o cenho, me fitando com curiosidade.
— Medo de perdê-la.
Parece que tirei um peso gigante das minhas costas. Puta merda, que medo
do caralho de perdê-la.
— Não a perca... Você sabe o que fazer, Lorenzo.
Minha cabeça estava com um peso enorme, aquela coisa rodeando a mente,
não deixando eu me concentrar em absolutamente nada.
Estou com saudades!
Digito rápido a mensagem e envio para ela. Coloco o celular na mesa,
vendo ele acender alguns segundos depois.
"Também estou. Vou almoçar com Ágata, agora. Um beijo."

Sorrio para a tela do celular, como um bocó.


"Um beijo, bruxinha."

Engulo seco, digitando a mensagem, olhando os caracteres piscando como


se fossem uma alma atormentada.
"Te amo."

Balanço a cabeça e apago no mesmo instante, digitando apenas beijo.


— Ei, arrombado!
Olho para Arthur, parado na porta, sorrindo.
— Parece uma alma penada! Avisa antes de entrar!
— Por quê? Ia bater punheta uma hora dessas?
— Tomar no cu, Arthur!
Arthur me encara, cruzando os braços na altura do peito.
— Eu, Heitor e Patrick vamos para um barzinho amanhã à noite. Estou
avisando, caso você queira ir. — Dá de ombros me olhando. — Mas como
você e Chris são escravocetas, eu sei que não vão.
— Você está um poço de sarcasmo. — Digo me erguendo. — Talvez eu
vá, não sei...
— Dou me cu por cem dólares, se você for!
Sorrio o olhando.
— Agora eu vou só de ruim. Mesmo sabendo que ninguém quer seu cu,
nem de graça, Arthur. — Digo gargalhando enquanto andamos pelo longo
corredor.
— Você que pensa...
Entramos na sala de reuniões e eu sabia que seria uma eternidade de
chatice ali dentro. Eu odeio reuniões. Patrick está ao meu lado e Chris falava
com outras três pessoas na sala.
Bocejo, por que já tinha dado altos cochilos ali.
— Ótimo, terminamos amanhã. — Chris diz sorrindo.
— Bando de pau no cu! — Arthur esbraveja, assim que a porta se fecha.
— Meu pau pra eles!
— Vocês são uns amores, né? — Patrick nos encara.
— Eu odeio reuniões. Me sinto sufocado. — Digo afrouxando a gravata.
Uma das chatices de se formar em administração. Devia ter feito igual a
Heitor e viver da minha arte.
Ai eu pergunto... Que arte?
Meu Picasso.
— Você se sentia sufocado por várias coisas, Lorenzo. — Arthur fala me
encarando.
Semicerro os olhos, sorrindo.
— Não vou nem mandar, por que você já sabe onde tomar, né Arthur?
— Falando em tomar no cu, como vai você e a Diana, Lorenzo? — Viro o
pescoço o olhando.
— Vamos bem. — Digo olhando e desconversando rapidamente.
Não sei mentir para eles. Foi sempre assim.
A cara de desconfiança de Arthur, Chris e Patrick dava pra ser notada a mil
quilômetros de distância.
Bando de arrombados!
— Podem chegar logo ao ponto! Odeio quando vocês ficam comendo pelas
beiradas. — Disparo sério.
— Tá apaixonado pela Diana? Sim, ou não?
— Não estou preparado pra ouvir isso! — Arthur exclama de volta. — Pelo
amor de Deus, me prepara primeiro!
— Eu não sei... — Digo em um sussurro após, um longo suspiro. — Não
sei... Se fosse em outra ocasião, eu diria não. Mas eu não sei...
— Jesus amado!
Mordo o lábio, encarando-os.
— No começo foi fodido! A raiva me cegou, veio casamento, veio aquela
merda de contrato dizendo que eu não podia foder ninguém!.
— E se isso não for amor, Lorenzo? E se você só estiver sentindo isso
porque não pode se relacionar com mais ninguém? — Patrick me fita e eu
nego com a cabeça.
— E se não for, Patrick? E se eu estiver...
— Responde rápido, Lorenzo. — Arthur diz, me encarando com o dedo em
riste.
Engulo seco enquanto ele se ergue.
— Você só transou com a Diana por que assinou o contrato de fidelidade?
Paraliso o olhando.
A resposta estava na ponta da minha língua.
— Lorenzo... — Chris me encara e Arthur abre a boca.
Patrick me fita, olhando para um ponto específico atrás de mim.
Meus olhos rapidamente encontram os de Diana.
Capítulo 23
Lorenzo
— iana... — Digo em um sussurro inaudível, olhando-a virar as
costas e sair da sala. — Diana!
D Merda. Merda. Merda. Merda.
— Que boca amaldiçoada essa sua, em Arthur! — Ágata rebate, fuzilando
ele que a encara.
— Como eu ia imaginar que ela ia aparecer aqui uma hora dessas?! —
Abre os braços, suspirando.
Saio da sala com a velocidade de um raio, mas mal consigo chegar na
porta.
— Não, Lorenzo. Eu vou atrás dela. — Me viro assim que Arthur segura
meu antebraço. — Eu fiz a burrada, eu mesmo vou concertar!
Meu peito parece que está se rasgando em vários pedacinhos.
— Ela não vai ouvir você, Arthur! — Disparo balançando a cabeça. — Ela
não vai...
— Ninguém vai atrás da Diana. — Ágata diz, vindo como uma fera ao lado
de Christopher. — Eu vou falar com ela! Fiquem aqui!
Passo as mãos pelo cabelo, exasperado.
Eu nunca tinha sentido aquela coisa dentro de mim. Uma mistura de
angústia e medo.
MERDA DE CONTRATO DO CARALHO!
— Ela vai me deixar. — Digo em um fio de voz, convicto . — Ela vai
me deixar!
— Lorenzo... Pare com isso. — Patrick diz. — Foi um mal entendido!
— Eu menti para ela, Patrick! — Digo com a mão no peito. — Sabe o
que é mentir para alguém que se...
— Você precisa por a sua cabeça no lugar, Lorenzo! — Chris rebate,
entrando na sala. — A mentira nunca é a melhor opção. Pare!
Giro a cabeça, o olhando.
— Tira isso por experiência própria, não é? — Rebato vociferando.
Minhas narinas inflam e Chris me fita.
— Eu disse a você que a única pessoa que ia sair magoada disso, era a
Diana! — Ele me encara se aproximando.
— Vá tomar no seu cu, Christopher!
Arthur estava em silêncio, me olhando.
— Preciso sair... — Me aproximo da porta, seguro a maçaneta, minhas
mãos estão trêmulas, a respiração parecia não vir, me fazendo ofegar mais
que o normal.
— Para onde você vai, Lorenzo?
— Eu vou atrás dela! — Rebato sufocado. — Vou atrás da Diana!
— Lorenzo, deixe Ágata conversar com ela.
Travo o maxilar, fechando os olhos.
— Mentira é a pior das coisas, mas aja com cautela. — Patrick diz em um
sussurro.
— Agir com cautela?! — Disparo sorrindo, o encarando. — Você agiu
com cautela quando descobriu que Chris pegava a Ágata? Patrick, por
favor!
Um silêncio ensurdecedor se estabelece na sala.
Chris me fita e Patrick paralisa.
Eu estava tremendo de raiva. Um ódio filho da puta me consumindo.
— Se você quiser ferir alguém nessa sala, Lorenzo. Faça isso comigo! —
Arthur diz me olhando. — Foi eu que falei...
— Eu estou pouco me fodendo, Arthur. Pra quem foi que abriu a boca, ou
não! — Disparo, sentindo minha garganta arranhar.
Chris se põe a minha frente, o olhando.
— Ele não pode ferir ninguém, Arthur. Se a única pessoa que está
sofrendo, é ele mesmo.
Eu queria socar todo mundo.
Mas é apenas para disfarçar o que eu estou sentindo. O ódio é de mim.
— Eu menti pra ela! — Digo encarando-os.
— Porque foi burro!
— Porque não contou pra ela, Lorenzo?!
Abaixo a cabeça, mordendo os lábios.
— Porque o medo de perder ela é maior! Porque no começo foi por
abstinência...
Encaro Patrick que me olha de volta.
— E depois?
Engulo seco.
Sinto minha garganta fechando e as palavras querendo sair rasgando.
— Eu escondi por burrice, por idiotice... Porque é melhor fingir, do que
demonstrar!
Arthur ergue os olhos e me encara. Chris ergue o queixo. E Patrick apenas
assente.
— Eu fui burro em tentar negar que eu... Que eu... A amo...
Era isso. Meu Deus. Eu amo essa bruxinha com todas as minhas forças e
com toda a certeza do mundo.
Eu a amo.
— Eu vou atrás dela e sugiro que nenhum de vocês tentem me impedir. —
Pego as chaves do carro e saio em disparada.
Limpo o rosto e saio quase correndo, entro no carro socando o volante com
toda a força. Piso no acelerador, saindo em alta velocidade.
Conecto o celular no carro, as ligações chegando.
Disco o número de Ágata e cai em caixa postal. Diana não atende.
— Por favor, bruxinha... Por favor... Você tem que me perdoar...
Tinha mentido por idiotice, seria mais honesto ter falado que tinha assinado
aquela porra.
Prendo a respiração quando o celular vibra e atendo em seguida.
— Ágata, me diga que ela está com você... Por favor!
— Ela pegou um táxi, Lorenzo. Ela quer... Ficar sozinha.
Fecho os olhos, querendo esmagar o celular entre os meus dedos.
— Ágata...
— Deixa-a esfriar a cabeça.
Desligo o aparelho, jogando no banco do carro.
Não.
Não ia deixá-la.
Preciso falar com a Bianca. É a única pessoa que ela iria correr. Dou a
volta no carro, seguindo até o prédio onde elas estudam. Subo rapidamente as
escadas, olhando a moça me encarar.
— A sala de aula de... Heitor Gonzáles... Onde fica? — Pergunto,
esfregando a testa e vendo ela me fitar.
— Essa daqui da frente, senhor... Mas ele deu uma...
Não deixo a criatura terminar, abro a porta em um solavanco, olhando o
professorzinho de alma sebosa me encarar.
— Onde está Heitor? — Pergunto o olhando se erguer.
— Ele deu uma saída. — Diz me encarando.
Semicerro os olhos, o encarando.
—Aconteceu alguma coisa?
— E se acontecesse, seria da sua conta? — Disparo olhando ele soltar a
caneta na mesa.
— Me desculpe pela intromissão. Mas achei que tinha acontecido algo com
a Diana...
Trinco o maxilar, me aproximando dele.
Alma sebosa!
— Eu vou dar um aviso à você. Chame de conselho, se quiser! — Digo
ríspido, com o dedo em riste, quase esfregando em sua cara. — Fique longe
da Diana, ou eu faço você e essa sua carreira de merda afundar!
— Eu não tenho medo de você, Gonzáles. — Diz em um sussurro. — Eu
conheço a Diana a pouco tempo e consigo ver de longe o mal que você faz
para ela...
— Fique longe dela, ou eu vou fazer mal para você, seu professorzinho de
merda!
— Suas ameaças não tem fundamento, senhor Gonzáles. Diana e eu somos
só amigos...
— Se passar desse patamar, eu juro que te enforco. — Vocifero alto, quase
pulando na jugular do infeliz.
— Opa... O que está acontecendo aqui? — Me viro, olhando Heitor se
aproximar.
— Quero falar com você. — Olho para o professor, o fuzilando. — A sós,
Heitor.
— Eu volto em um instante.
Eu ainda arrancaria o coração desse seboso, pelo cu!
Arrombado filho da puta!
— Por que você está com essa cara de maníaco assassino?
— Eu preciso que você me diga o endereço da Bianca.
— E por que você acha que eu teria o endereço dela? Eu em! Claro que eu
não tenho... Por que eu teria?
Semicerro os olhos, olhando Heitor se explicar demais.
— Heitor, você é o professor delas! Na ficha de inscrição tem o endereço,
não? — Disparo, olhando-o sorrir.
— Claro... Isso mesmo! — Ele estala o dedo e me encara. — E por que
você quer o endereço dela?
— Heitor, eu não estou para brincadeiras! Eu preciso! Por favor!
Escuto meu primo disparar um "vá se foder" e procurar na ficha de
inscrição.
Pego a mesma das mãos de Heitor, saindo em disparada feito um louco
enquanto ele grita, me chamando. Passo como um foguete perto de Caleb,
que me encara.
Vai tomar no cu!
Saio como um louco, parando em frente ao apartamento de Bianca. Chamei
três, quatro, cinco... Quatorze vezes e ninguém saia.
Eu tinha passado do estado de louco para completamente louco.
O apartamento está vazio, é óbvio. Porque pelos berros que dei, todo
prédio tinha ouvido. Estou desesperado.
Havia várias ligações de Arthur e Patrick em meu celular. Ignorei todas,
voltando para casa. Ela ia aparecer. E vai voltar.
Passo as mãos pelos cabelos, exasperado bufando.
Pego o celular e pela milésima vez, ligo para ela.
— Bruxinha, por favor... Por favor, me ouça... — Sussurro quando cai em
caixa postal. — Volta para casa. E vamos conversar. Por favor.
Porque eu fui burro demais, egoísta demais...
Por que não falei logo para ela?!
No começo, pode ter sido por egoísmo, medo de dar a razão para o meu
pai.
E ele tinha. Tem, toda razão.
Só que no dia que ela falou que me amava e chorou, dormindo em meu
peito... Eu descobri que havia me apaixonado por Diana muito antes.
Tentei negar, brigar com meus sentimentos. Sendo infantil. Mimado e
egoísta.
Me apaixonei por Diana no jantar de Heitor, na casa dos meus pais.
Quando a toquei pela primeira vez e não foi apenas ela a se entregar
naquela noite.
Fechei os olhos, apertando o copo de vidro entre minhas mãos, o vidro sai
rasgando a minha pele, o sangue escorrendo pelos meus dedos até cair no
tapete da sala. Jogo o restante do que sobrou do copo na parede, e um grito
saí de dentro da minha alma.

Os raios de sol daquela manhã refletiam no meu rosto, me fazendo esfregar


os olhos. Seguro o copo de uísque vazio na mão ensanguentada, com sangue
seco.
Passei a noite inteira olhando pela janela, esperando a qualquer hora ou
momento que ela ia entrar por aquele maldito elevador e gritar comigo. Me
chamar de egoísta.
Mas ela não voltou para casa.
Ela não voltou.
Me viro e salto da cadeira assim que as portas do elevador se abrem e ela
aparece.
Solto o ar pela boca, olhando-a.
— Diana...
Ela para bruscamente, me encarando. E dou um passo a frente.
— Não dê um passo, Lorenzo. — Diz me olhando.
Paro estático no mesmo lugar, olhando aqueles olhos que sempre estavam
iluminados. Foscos e duros.
— Diana por favor... Precisa me ouvir....
— Agora é você que vai me ouvir, Lorenzo! — Diz ríspida, me olhando
friamente.
— Onde... Estava?
—Não interessa aonde. Não mais. — Nega com a cabeça e a fito.
Os cabelos estavam soltos, caindo nos ombros. O rosto transformado em
uma carranca dura e fria.
— Eu assinei o contrato sem saber. — Digo em um sussurro. — Eu não
fazia ideia que merda...
— Quando você soube? — Diz entre os dentes.
Abaixo a cabeça, sem conseguir encará-la.
— Quando você soube, Lorenzo? — Torna a perguntar e ergo os olhos, a
fitando.
— Quando voltamos de viagem.
Ela sorri balançando a cabeça.
— Então, soube antes da festa? — Diz alto, jogando os braços. — Você já
estava louco para foder, não é? E eu fui o lanche!
Me calo a olhando. Fecho os olhos.
— Olhe para mim! — Grita. — Você lembra? Lembra o que eu te
perguntei, Lorenzo? Se você com essa fama de cafajeste tinha escolhido logo
a mim!
Engulo em seco enquanto ela dispara
ofegante.
— Mas você mentiu, Lorenzo! Mentiu, por que você sempre pensou em
você!
— No começo eu pensei! No começo eu estava revoltado! — Digo
baixo, me aproximando. — Eu não queria casar, nem com você nem
com ninguém! No começo eu estava me fodendo, Diana...
— Você é egoísta demais, Lorenzo! — Diz, passando a mão pelo rosto
com lágrimas.
Meu coração está doendo.
Eu estou sufocando.
— Você sempre teve tudo nas mãos... Sempre foi o centro das atenções!
Você nunca ligou para ninguém, a não ser você mesmo! — Diz me olhando,
assim que venço a distância que nos separa — E eu... Eu acreditei, que no
fundo você tinha algo bom...
— Diana... Me ouça... Tudo mudou.
— Claro que mudou! Você estava em abstinência, Lorenzo... Eu só fui...
Mais uma pra você.
— Não, Diana...
— Você assinou um contrato... E nele dizia que não podia me trair. — Para
bruscamente e tento segurar em suas mãos, mas ela se afasta. — O que você
perdia se me traísse, Lorenzo?
Ergo os olhos, sentindo meu rosto queimar.
Abro-os, sentindo uma lágrima rolar pelo meu rosto.
— O que você perdia? Hã? O que perdia?
— Eu perdia tudo. — Digo em um sussurro inaudível.
Ela apenas assente, me olhando e sinto os olhos cravados.
— Claro. Sempre tem dinheiro. Tudo por dinheiro!
— Mas hoje não, Diana... Eu estou pedindo por favor... Me perdoa...
— Isso faz parte do contrato, também? — Diz me olhando enquanto sorri
sem humor.
— Não tem nada haver com contrato, Diana! É entre eu e você!
— Não existe eu e você, Lorenzo! — Rebate, apontando o dedo entre mim
e ela. — Nunca existiu!
— Existe sim! É claro que existe eu e você! Tudo que tivemos...
— O que tivemos? Umas boas noites de sexo! Foi isso? Você é homem,
Lorenzo. Tem suas necessidades. — Ela enfatiza e continua sorrindo.
— Diana. — Seguro em seu braço, a olhando se afastar.
— Saia de perto de mim! — Diz com a mão espalmada. — Isso começou
com um acordo entre nossos pais. Um acordo idiota e estúpido! Mas isso...
Ela solta o ar, soluçando baixo.
— Isso acaba aqui, Lorenzo!
— O... O que? — Sinto como se um soco certeiro tivesse sido diferido com
toda a força, me fazendo perder o ar.
— Eu estou cansada de ser seu saco de pancadas, Lorenzo! — Diz com
a voz alterada. — Eu estou cansada! Desde o começo, você sempre me
culpou por esse casamento! E você não via que eu fui tão vítima, quanto
você nisso... Eu sempre desejei um casamento por amor, um casamento
repleto de amor...
Engulo seco, olhando-a limpar o rosto com as costas das mãos.
— Meu pai armou tudo isso... Ele me fez assinar o contrato...
— Não culpe seu pai pelas suas mentiras, Lorenzo! — Rebate me olhando.
— Você é um covarde! Você mente o tempo inteiro... E isso não é culpa do
seu pai!
— Bruxinha... — Digo com a voz embargada.
As lágrimas rolavam pelo meu rosto e eu as sentia queimado minha pele.
— Não me chame assim! — Pede balançando a cabeça. — Eu pedi uma
cópia do contrato de casamento, temos que viver sobre o mesmo teto.
Infelizmente. Quem desistir, perde tudo.
Ela para e ergue o queixo.
— Mas se tiver que ficar entre esse casamento de merda e fazer meu pai
perder tudo. — Ela dá uma pausa, me olhando. — Eu prefiro que ele perca.
Nego com a cabeça, absorvendo as palavras que me batem.
— Diana... Não faça isso! Você não pode fazer isso... — Digo em um
sussurro, a olhando se virar. — Diana, não faça isso...
Ela para no primeiro degrau da escada.
— Eu não consigo, Lorenzo. Eu não consigo mais... — Diz sem me
encarar. — Isso começou errado... E não tem jeito de terminar de outra
forma. Não deveríamos ter aceitado isso...
— Faça o que você quiser, Diana! Bata em mim... Grite... Chore... Mas não
me deixe! Por favor!
Fecho os olhos, negando com a cabeça e abro os mesmo, a olhando se
virar.
— Hoje eu sou alguém que eu não conheço mais. Ontem eu senti um
medo que eu nunca senti em toda a minha vida. — Digo em um sussurro,
olhando-a. — Eu quis voltar no tempo e...
— Nunca ter casado comigo... — Completa, sorrindo entre as lágrimas.
— E nunca ter te deixado saber daquilo.
Ela balança a cabeça de um lado para o outro.
— Eu sou um idiota e grosso, Diana! Sou um mimado e um tremendo de
um babaca! — Digo olhando-a. — Mas por você eu mudo... É só você
pedir... Eu mudo.
Ela nega veemente.
— Você tem que mudar por você, Lorenzo...
— Por favor... Não me deixe! Por favor... — Peço a olhando.
Ela nega com a cabeça.
— Para não perder você... Eu faço tudo, Diana. Tudo... Não me deixe.
— Acabou, Lorenzo. — Diz me encarando, pronta para subir as escadas.
— Diana... — É o único som que sai da minha boca quando caio sobre seus
pés, de joelhos.
Abraçando suas pernas a olhando.
— Lorenzo...
— Eu amo você, Diana. Eu amo você. Meu Deus, como eu amo você,
minha bruxinha. — Digo entre soluços volúveis, que escapam da minha
garganta.
Abaixo a cabeça.
Eu estou rendido.
— Lorenzo... — Ouço-a sussurrar. — O que...
— Me perdoa... — Encontro seus olhos sob a névoa de lágrimas que
descem pelos meus olhos. — Eu te amo, Diana. Eu sou... Completamente...
Louco por você. Eu te amo...
Diana
Prendo a respiração, olhando-o de joelhos ainda no chão.
Eu não posso acreditar que era o mesmo Lorenzo que conheci. O
sarcástico, o devasso, o impulsivo, o homem que me tirou do sério estava de
joelhos bem ali, na minha frente.
As mãos cobriam o rosto, que está abaixado. Uma das mãos cobertas de
sangue.
Lorenzo falou que me ama.
Prendo a respiração, o encarando.
— Levante, Lorenzo... — Digo baixo enquanto ele nega, me olhando.
— Você vai me deixar?
O rosto que até então estava cabisbaixo, se ergue me encarando. Uma
lágrima caí pelo seu rosto.
— Eu... Eu sei que não mereço você, Diana... — Diz em um sussurro, me
olhando.
— Você construiu a mulher que me tornei. — Digo o encarando séria.
Engulo seco, o vendo tão frágil.
Mas esta doendo dentro de mim também. Muito.
— Mas também me destruiu, Lorenzo...
— Me perdoa... — Diz soltando o ar pela boca. — Por favor...
A minha cabeça está uma confusão. É como se meu coração já soubesse o
que fazer, mas a minha mente não.
Saber que Lorenzo só tinha ido para a cama comigo, porque não podia
transar com mais ninguém, doeu. Muito. Me senti usada e enganada ao
mesmo tempo.
Misto de sensações indescritíveis.
— Eu perdoo você. — O encaro, soltar um suspiro sôfrego. — Mas eu
preciso de um tempo, Lorenzo.
Passo as mãos pelos meus cabelos, o encarando assentir com a cabeça
levemente.
— Preciso entender onde isso vai nos levar.
Ele assente novamente, limpa o rosto e engole seco, mordendo o lábio.
Me viro, indo até a cozinha, abro a porta do armário e pego uma maleta de
curativos e remédios. O corte não é tão profundo, mas está horrível. Pego o
frasco de soro, lavando as suas mãos em um silêncio mortal.
Termino de fazer o curativo em sua mão, o olhando ainda de cabeça baixa,
sentado no sofá.
O apartamento revirado, ele ainda usava o terno de ontem, com a camisa
completamente aberta. Minha mente ainda está processando aquilo tudo.
Aquela noite turbulenta e aquela manhã exaustiva.
— Eu amo você, bruxinha. — O encaro passar o polegar pela minha
bochecha, em um círculo imaginário.
Engulo seco, o olhando.
Encolho a cabeça enquanto ele me puxa, enterrando a cabeça em meu
peito. Percebo as lágrimas descendo pelo meu rosto e choro como eu nunca
havia chorado em toda a minha vida.
Estou chorando nos braços do homem que causou tudo aquilo.
Soluço baixo, quando sinto os braços me rodeando e me apertando forte.
— Tá doendo tanto... Tanto, Lorenzo...
É uma mistura de desespero, raiva e mágoa.
— Me perdoa, meu amor... — Sussurra baixo. — Diana...
Agarro a lapela de sua camisa que já está toda aberta e é a única pessoa em
que eu podia descontar o que estava sentindo.
Mas ao mesmo tempo em que eu quero bater nele, eu quero que ele não me
solte nunca mais.
— Eu prometi uma vez, que nunca ia magoar você... — O encaro limpar o
meu rosto com as pontas dos dedos. — E eu falhei, minha bruxinha.
Assinto, o olhando.
— Por que você mentiu, Lorenzo? Por que nunca fala a verdade?
— Porque eu sou burro, Diana. Burro! — Segura em minhas mãos,
apertando-as. — Mas por favor... Não me deixe... Me deixe consertar isso...
Mordo o lábio inferior, o encarando. Meu peito batia descontrolado. Sua
mão aperta a minha e abaixo a cabeça.
— Eu só preciso de um tempo para pôr a cabeça no lugar, Lorenzo. — O
fito e me levanto. — Eu... Eu vou para o meu quarto.
— Eu amo você, bruxinha... — Lorenzo se põe em minha frente e beija
minha testa demoradamente.
Fecho a porta e me encosto na porta do quarto. Meu corpo parece ter um
peso enorme, me colocando para baixo. A noite tinha sido mal dormida. Um
inferno. Fui dormir no apartamento de Bianca, não o que ela morava. Mas o
que meus tios pagavam, apenas para manter a privacidade dela.
Ter ouvido aquela conversa foi como receber um balde de água fria,
daquelas que tem mil e uma pedras congeladas, que te fazem tremer de dor...
Mas que te acordam.
E é como me sinto. Eu acordei.

— Esperei a senhora me ligar para ir buscar você e suas malas. Só que foi
o mesmo que esperar pelo papa, Diana! — Bianca grasna ao meu lado, me
olhando.
Termino de beber o suco de laranja e a olho.
— Eu te mandei uma mensagem, Bianca. — Sussurro enquanto ela franze
o cenho.
— Falando: "A gente conversa amanhã, vou dormir. Beijos." — Revira os
olhos. — Quase fui lá bater no Lorenzo. Mas ai... Vai que ele tivesse usado
as medidas de baixo calão para você ficar.
A encaro dar de ombros.
— Bianca!
— O que um pau não fizer nada mais faz nessa vida.
Estávamos na cantina do curso, onde Bianca tentava arrancar a todo custo
qual tinha sido a medida drástica que Lorenzo tinha usado para eu não sair de
casa.
— Você só pensa em sexo, Bianca?
— Sexo é vida! Sexo é sexo! — Diz me olhando. — Mas mudando de pau
para cacete, como é que vocês estão?
Solto o ar devagar. Passamos o dia inteiro sem nos falar. Lorenzo passou a
tarde inteira trancado no seu quarto e eu no meu. De noite comi um sanduíche
no quarto mesmo, que ele me trouxe.
— Pedi um tempo para ele, às vezes precisamos pôr a cabeça no lugar. —
Digo em um sussurro, balançando o copo de um lado para o outro.
— Sabe que estou do seu lado para o que der e vier, não é? — Bianca diz,
segurando minha mão e me olha. — Se quiser bater nele, eu bato. Com
força.
Sorrio apertando sua mão.
— Ah, papai me disse que hoje vai ter um jantar na casa dos pais do dito
cujo...
— Há merda! Me esqueci completamente do jantar... — Coloco a
mão na testa, a olhando.
— Não se preocupe, vou estar lá para segurar a sua mão, caso você queira
chutar a canela deles.
Sorrio internamente e me levanto, indo em direção da sala de aula e Heitor
está na porta, nos olhando.
— Olá... Como vai, Diana? — Heitor me encara, dando um sorriso de lado.
Óbvio que ele já sabe o que tinha acontecido.
— Indo... — Respondo baixo.
— Bianca. — Sussurra, olhando-a.
— Heitor.
Encaro os dois e peço licença, saindo daquele meio de olhares intensos.
— Diana... — Olho para Caleb, que me encara. — Está tudo bem?
— O-oi... Tudo.
— Não veio ontem. — Diz pegando algumas fotografias sobre a mesa.
— Tive um imprevisto.
— Está tudo bem, mesmo?
— Caleb, meu garoto. Sugiro que se você quiser continuar com seu
pescoço... Deixe Diana se sentar e assistir a aula. — Heitor diz,
batendo em seu ombro enquanto ele sorri.
Me sento ao lado de Bianca, que contém um sorriso no rosto. Eu não estou
no clima para assistir aula, ainda mais sabendo que daqui a algumas horas eu
ia ver meus pais.
Vou direto para casa, assim que a aula acaba. Bianca me deixa na porta do
prédio, saindo logo em seguida.
Entro no elevador e assim que as portas se abrem, vejo Arthur que se ergue
me olhando.
— Arthur?
— Desculpa ter esperado aqui dentro, mas eu queria falar com você. —
Diz sério e assinto.
Deixo as chaves no aparador, o olhando.
Eu não estou com raiva de Arthur, nem de nenhum outro. A única
decepção realmente foi por Lorenzo ter me escondido o fato.
Arthur tinha os olhos tão azuis quanto o céu, além de ser enorme. E não era
só de altura. Parecia um armário gigante.
— Eu não vim defender Lorenzo, Diana. Porque não tem defesa. — Diz
dando de ombros. — Eu só posso dizer que ele está muito, mas muito
arrependido...
— Lorenzo tem que entender que, tem atitudes que machucam, Arthur...
Muito.
— Eu o conheço a minha vida inteira, Diana. Por trás daquela armadura,
existe um menino ainda. — Diz em um sussurro, me olhando. — Você
começou a sua vida agora...
Ele me encara por uns segundos e balança a cabeça de um lado para o
outro.
— Eu conheci uma mulher uma vez e eu sei exatamente o que você está
passando, Diana. — Diz sorrindo. — Você se sente enganada. É como se
tudo que viveu não tivesse passado de uma mentira absurda...
Semicerro os olhos, procurando um traço de brincadeira no rosto de
Arthur, mas ele estava sério demais.
— Você a perdoou? — Digo, olhando ele balançar a cabeça.
— Foi totalmente diferente, Diana. Você mostrou a Lorenzo o amor... —
Ele nega e percebo-o engolir em seco e torcer o rosto para o lado. — Nós
cafajestes, temos coração... Estão bem guardados e bem trancados... Mas
temos.
— Imagino. — Cruzo os braços assentido.
— Ele está arrependido. Tio Patrício consegue ser persuasivo quando quer,
não funcionamos sob pressão.
— Mentir também não é uma boa uma saída, Arthur.
Ele sorri e assente.
— Ele ama você, Diana. Te vejo no jantar dos velhos.
Fico calada ali, observando Arthur, sair.
Mordo o lábio, soltando o ar pesado de dentro dos meus pulmões.
Por mais que eu estivesse com toda aquela mágoa, eu não ia negar que amo
Lorenzo com todas as minhas forças. E eu não ia desistir disso.
Mas era melhor dar um tempo. Precisávamos disso.
Capítulo 24
Lorenzo
ntro na sala de Arthur, vendo-a completamente vazia. Pego a pasta
E em cima da mesa, que ele havia pedido mais cedo e saio rapidamente.
— Para onde Arthur foi? — Entro na sala de Patrick, que me encara.
— Deve ter ido resolver alguma coisa. — Diz voltando sua atenção para o
computador, me ignorando.
Mordo o lábio, o olhando.
— Desculpa. — Digo em um sussurro e ele volta a me encarar. — Por ter
falado aquelas coisas aquele dia. Sobre você e a Ágata...
Patrick era o lado bom que a gente não tinha. Meu irmão do meio é o mais
sensato de todos nós. E o que tinha acontecido entre ele e a Ágata no início...
Bom, deveria ficar lá trás.
— O que aconteceu no passado, Lorenzo, tem que permanecer lá. — Diz
me encarando sério. — Você estava com raiva e queria descontar a sua ira no
primeiro que aparecesse... Tudo bem. Mas cuidado, Lorenzo. Cuidado ao
usar certas palavras.
— Você sabe que o que eu mais quero é que você seja feliz, não sabe? —
Digo torcendo o rosto e sorrio. — Foi mal Patrick... Eu realmente não queria
ter dito aquilo.
— Tudo bem, Lorenzo. Esquece isso. — Ele sorri meio triste e engulo em
seco.
— Eu quero muito sua felicidade, Patrick. Você sabe, né seu cabeção?! —
Sorrio o olhando assentir.
— Eu também quero que você seja muito feliz, Lorenzo. Teimoso e cabeça
dura!
Sorrio assentindo.
— Me beija?
— Não. Agora volta para sua sala e vá trabalhar. — Diz sorrindo.
— Vai para o jantar dos velhos hoje? — Paro na porta o olhando se sentar
na cadeira.
— Não perco um pato ao molho de laranja da mamãe, nem morto. —
Suspira e me fita. — E você?
Não quero ir nem por um caralho. Mas sei que mamãe ia me buscar, se
fosse o caso. Aperto a mão que ainda está com curativo, o ferimento está bem
feio ainda.
— Sou obrigado a ir. Nos vemos lá. — Fecho a porta de sua sala
Fecho a porta, dando de cara com Lana, que sorri diabolicamente assim
que me ver.
— Ag não... — Engulo seco, a encarando
— Eu vim em paz, Enzo. Vim conversar com você. — Diz se aproximando
em passos lentos e segurando em minha gravata.
Ela me puxa, fechando a porta da minha sala enquanto me encara de cima a
baixo. Os lábios vermelhos, desenhado em um sorriso perverso e maldoso.
Ela queria meu corpo nu.
Confesso que se fosse há uns meses atrás, eu já a teria carregado até minha
mesa e a fodido até esquecer meu nome.
Mas não.
Meu pau não tinha dado nem uma erguidazinha.
— A gente não tem nada para conversar, Lana. — Digo fechando a porta,
olhando-a passar o dedo na tampa da mesa e sorrir. — Então adianta esse
assunto que você acha que temos...
A encaro ficar de frente para mim e começar a desabotoar a espécie de
sobretudo sobre o corpo esguio.
— Lana, não comece!
Vejo quando a peça cai no chão, a deixando completamente nua a minha
frente.
— Eu quero realmente ver, Enzo. Se essa sua fidelidade é só fachada... Que
você nunca deixou de ser meu cafajeste preferido.
Ergo as sobrancelhas, a encarando.
Lana era aquela espécie de cobra que rasteja e pensa que a presa não está a
observando, para só depois ela dá o bote.
— Vamos lá, Enzo... Você não vai ficar só me olhando, né?
Coloco a mão sobre a testa, demoradamente.
— Ou esse monumento entre suas pernas não funciona mais?
— Tá ferindo meu ego. — Sussurro, olhando-a se aproximar de mim e me
afasto.
— Qual é, Enzo... Uma hora dessas já estaríamos rolando pelo chão...
Seguro em suas mãos, quando a mesma começa a descer a braguilha da
minha calça.
— Agora você chegou ao ponto que eu queria. — Sussurro olhando-a.
Ela morde os lábios, sorrindo.
— Sou toda sua, Enzo... — Abre os braços, fazendo os seios fartos
saltarem.
— Não é não, Lana. Você é de qualquer um. — Digo, pegando seu braço e
a peça de roupa que ela mesma jogou no chão. — Preste atenção no que eu
vou te falar... Mas preste atenção mesmo.
Minha respiração estava entrecortada.
— Você não passa de uma mulherzinha vulgar, que não sabe aceitar um
não como resposta! Eu sou casado! C-A-S-A-D-O!
Ela arregala os olhos, me encarando.
— O que é uma surpresa e tanto... Eu sei que tem mais coisa nisso aí,
Lorenzo...
— Coisa que não diz respeito a você e nem a ninguém, Lana!
Ela me encara, passando a língua pelos lábios e me olhando.
— O que aconteceu com você, Lorenzo? É como se fosse você e ao mesmo
tempo não...
— Só se veste e vai embora de vez, Lana...
— Eu te dei esse tempo e é assim que você me trata? Desde que você e
aquela mosca morta se casaram, você...
— Lana, saia da minha sala! AGORA!
Me viro de costas, ouvindo-a resmungar alguma coisa e bater a porta uns
segundos depois.
Acabei de dar um esporro e não foi de leite, em Lana. É. Mudei mesmo.
E está na cara.
Lana não tem o olhar inocente estampado no rosto, não é curiosa para
descobrir o que é sexo de verdade, não treme em meus braços tentando
descobrir as reações do próprio corpo.
Lana não me encara assustada quando eu dou presentes para enfiar em
certos lugares, é apenas preocupada demais em só dá prazer, não em
descobrir o que realmente era o prazer.
A verdade é que Lana não chega aos pés da minha bruxinha.
Estou com uma saudade de beijá-la e apertá-la em meus braços. Estávamos
em total silêncio, cheguei mais cedo em casa já que hoje iríamos sair. Ela está
no quarto se trocando e vim direto para o meu.
Tomei um banho demorado, vesti a camisa branca de botões e dobrei as
mangas até o cotovelo. Fiquei perto da janela, com as mãos nos bolsos da
calça.
— Estou pronta. — Me viro rápido.
Diana desce as escadas com um vestido vermelho justo ao corpo, os
cabelos estão de lado, a deixando mais linda do que já é.
Cerro o punho, tentando não vencer aquela maldita distância e mandar
aquele jantar para a puta que pariu enquanto eu perdia a noção do tempo
dentro dela.
— Está linda. — Sussurro, a vendo sorrir.
Meu pau dá aquela apertada na calça.
— Vamos? — Vejo-a pegar a bolsa e seguir para o elevador.
Aperto o botão e ela continua no canto do mesmo, parada. A olho de
relance e sinto o cheiro doce do perfume me invadir por completo.
A ida até a casa dos meus pais foi feita em total silêncio. Desço do carro,
dando a volta e abrindo para Diana, que me fita.
— Vai me ignorar até quando? — Pergunto e ela suspira.
— Eu pedi um tempo. Um tempo quer dizer pensar e pensar quer dizer...
— Me deixar?
— Lorenzo, estamos atrasados. — Ela sussurra e assinto. —
Vamos.
Me calo no mesmo instante e subimos os pequenos degraus para entrar em
casa.
Estou subindo para a jaula dos leões.
Seguro em sua mão, sabendo que ela ia se desvencilhar, mas apenas
entrelaço os dedos aos seus a olhando me encarar.
Mamãe abre a porta no mesmo instante, sorridente e me apertando em um
abraço sufocante. Faz o mesmo com Diana, que logo depois corre para
abraçar seus pais e sua irmã.
— O que foi isso em sua mão, meu filho? — Ela puxa a minha mão,
olhando-a.
— Quebrei um copo em minha mão. Está tudo bem. — Digo beijando-a.
— Está linda.
Passo pelo meu pai, que me encara com um sorriso.
— Como vai filho?
O encaro de cima a baixo, sorrindo sem mostrar os dentes.
— Cansado.
— Lorenzo... Que prazer rever você. — Luttero sorri, apertando a minha
mão.
Pena que eu não podia dizer o mesmo.
Velho do meu ódio.
Observo a irmã de Diana com um homem um pouco mais velho. Franzo o
cenho olhando o infeliz, que comia Diana com os olhos.
— Oh Lorenzo, como vai? — A mãe de Diana me cumprimenta.
— Vou bem. E a senhora?
— Estou bem. Ah, antes que eu me esqueça... Esse daqui é Hugo, marido
de Eudora.
Dou uma olhada da cabeça aos pés no abutre, com um sorriso falso
estampado no rosto.
Alma sebosa.
— Um prazer revê-lo.
O fito de cima a baixo e meu pai me encara.
— Hugo é advogado. — O velho se intromete, sorrindo.
Não perguntei nada.
Diana está conversando com a irmã, que parece acuada, abraçando os
braços. Eudora, diferente de Diana, tinha longos cabelos dourados. Mas os
olhos são quase do mesmo tom.
Me aproximo de Arthur, que está com uma mão cheia de salgadinhos.
— Eu não fui com a cara desse homem. — Sussurro e Arthur franze o
cenho, mastigando.
— Também não, cara de vigarista. Ele não me é estranho. — Diz
estalando a língua. — Odeio ele, de algum lugar.
Chris se aproxima segurando Henry em sua mão.
— Cadê o mini puto mais lindo do tio? — Sussurro, me abaixo e pego o
mini puto no colo.
— Vocês estão parecendo àquelas velhas que chegam para falar da roupa
alheia. — Patrick diz entre mim e Arthur.
Olho para Diana, que falava alguma coisa para sua mãe e parecia ser
repreendida ao mesmo tempo.
— A irmã de Diana até que é gostosinha. — Heitor aparece, com um copo
de bebida na mão.
— Você não consegue ficar em um ambiente sem colocar seu RadarCeta
para funcionar?
— Aprendi com você, querido irmão. — Heitor rebate para Arthur, que
balança a cabeça de um lado para o outro sorrindo.
— Eu que te ensinei. Bate aqui caralho!
— Vocês podem vir até aqui? Queremos falar sobre uns assuntos da
empresa. — Papai sussurra nos olhando.
— Patrício, eu achei que esse jantar seria apenas para conversar. — Mamãe
diz, o olhando.
— Um jantar de família sem assuntos de trabalho? Não estaríamos
falando do papai, não é? — Debocho sorrindo. — Tempo é dinheiro, né
Patrício?
— Luttero que quer falar, Lorenzo. — Papai me encara, se sentando.
Reviro os olhos quando o pai de Diana começa a falar. Tanto que nem
presto atenção sobre o que estão falando.
Chris começa a debater com ele e eu me ergo sem pedir licença, olhando
para Bianca que segura uma taça entre as mãos.
Está séria, com olhos semicerrados.
— Seu tio é sempre receptivo assim? Ou estamos tendo sorte? — Digo,
olhando ela me encarar.
— Sorte não seria bem a palavra. — Diz sorrindo.
Mordo o lábio inferior, olhando o tal Hugo arrastar os olhos pelas pernas
de Diana e parar ao lado de Eudora, sorrindo.
— Não tire os olhos de Hugo. Ele não é confiável. — Bianca sussurra, me
encarando.
Ergo as sobrancelhas, a olhando.
— Como é?
— Hugo é um aproveitador de quinta categoria. Ele não tem escrúpulos,
Lorenzo.
Foco no infeliz, que sorri diabolicamente assim que percebe que o encaro.
Diana
— Como está a vida de casada? — Eudora pergunta me tirando dos meus
devaneios, assim que Hugo se retira.
Sorrio, olhando minha irmã com olhos brilhantes.
— Está bem. — Aperto suas mãos nas minhas.
Eudora é reservada demais para falar de algum assunto comigo. Olho por
cima de seu ombro, vendo Lorenzo conversar com Arthur. O semblante está
fechado.
— E você, Eudora? — Pergunto, vendo-a sorrir sem sentimento nenhum.
Eu sei que o casamento dela com Hugo é puramente aparência. Só que
minha irmã é trancada a sete chaves e sempre jurou que vive em um conto de
fadas.
Eu também seria assim, se não tivesse me casado com o depravado do
Lorenzo.
— Mamãe comentou que você está fazendo um curso, fiquei boquiaberta
em saber... — Me encara séria. — Seu marido não diz nada? Não brigou com
você?
— Lorenzo? — Digo sorrindo. — Claro que não, Eudora.
— E como você cuida dos afazeres da casa, Diana? Sabe que uma boa
mulher deve cuidar do lar... — Ela me fita, passa as mãos pelos cabelos e
seguro em seu braço.
— O que é isso? — Pergunto, vendo uma mancha roxa.
— N-nada... Eu...
— Eudora... Hugo bateu em você? — Minha voz sai entrecortada e ela
nega.
— Não, Diana. Claro que não.
Sempre desconfiei da moral de Hugo sobre traições.
— Eudora, você está machucada. Foi o Hugo? Ele te bateu?
— Hugo é um homem incrível, Diana. Claro que não. E se tivesse batido,
foi porque mereci e...
— Eudora! Não...
— É inacreditável como em pleno século XXI tem pessoas que a mente é
tão pequena como a sua, Eudora. — Bianca diz, encarando minha irmã que
ergue as sobrancelhas.
— Pessoas como eu, tem um relacionamento saudável e ótimo.
— Oi?
— Vou onde está o meu marido. Com licença. — Diz e sai rapidamente.
Estalo a língua, olhando Eudora sair disparada.
— Ela está mesmo defendendo o tapado do Hugo? Meu Deus. Que mente
pequena a da Eudora.
— Eu também pensava assim como ela, Bianca.
— Não pensa mais. Graças a Deus — Deposita a mão em meu ombro. —
Eudora está precisando de um P.A...
Franzi o cenho, a olhando.
— P... O quê?
— Pau amigo.
Seguro uma gargalhada, olhando Bianca soltar um longo suspiro.
— Olha a cara de cuzão do Hugo. Você acha que ele enfia a cara na xoxota
dela? Você acha que ele fode ela com vontade? — Indaga me olhando. —
Gente, ela precisa de um homem que mostre a ela o que é sexo de verdade...
Um arrepio sobe pela minha espinha, apenas de lembrar o que Lorenzo faz
comigo.
Passo a língua pelos lábios, olhando-o de longe. Ainda conversava com
Arthur e Heitor. Está sério como de início. Chega a doer, olhar para ele tão
lindo e com aquele olhar tão triste.
Esfrego uma perna na outra, de ansiedade.
— Tio Luttero, Hugo e o senhor Patrício estão em uma conversa bem
animadora, não é? — Olho para onde Bianca aponta com o queixo, onde meu
pai e os demais estão.
— Já mandei pôr a mesa. — Dona Clarisse diz sorrindo, segurando na mão
de Chloe, que corre assim que me vê e vem me abraçar.
— Oi pequenina... — Beijo sua bochecha e ela sorri.
— Mamãe disse que estou parecendo uma princesa da Disney... Só faltou
meu príncipe, né Tia Diana?
— A gente não precisa de príncipe. — Bianca sorri e me olha. — Ela é
muito fofa.
— Filha? — Me viro e meu pai segura em meu braço e sorrio. — Posso
conversar com você?
— Claro, papai. — Encaro Bianca nos fitar e ele sorri, me encarando.
Passa o braço por minha cintura, me levando para a varanda da casa. É
mais reservado.
— Patrício me contou que você e Lorenzo estão se dando muito bem. —
Diz sorrindo e abrindo o paletó. — Fico muito feliz por estar lutando pelo
casamento, minha filha.
Ele sorri abertamente, me encarando e aperto uma mão a outra.
— Lutar? Daqui a um ano estaremos divorciados papai... Esqueceu? —
Digo o óbvio e ele suspira.
Meu pai sempre foi um homem sério e de poucas palavras, sempre.
— Não seja tão radical, filha. Se vocês se acertarem, isso pode não
acontecer. — Solta um pigarro e sorrir. — Os Gonzáles tem muito prestígio
e poder, Diana... Tem muito...
— Dinheiro. — Cruzo os braços, sorrindo enquanto ele assente.
— Isso também, filha...
— Isso que conta, não é papai? Dane-se a felicidade, o amor! — Dou de
ombros, o encarando. — Sempre dinheiro...
— Olhe o tom, Diana. Nunca falou comigo desse modo. Ainda sou seu pai.
— Diz ríspido e engulo seco, enquanto ele me encara. — Sua felicidade é
importante...
Sorrio sem humor.
— E se eu quiser desistir agora? Desistir do contrato, por que estou infeliz?
Ele para como se tivesse acabado de receber um tapa no rosto, os olhos
saltam para fora enquanto sinto sua mão rodear meu braço.
— Preste atenção, Diana... Não vou tolerar sua rebeldia! Muita coisa está
em jogo nesse contrato e você vai cumprir até o final. Você entendeu? — Diz
baixo e as narinas inflam.
— Minha felicidade só não está acima do dinheiro, não é pai? — Vocifero
me desvencilhando.
— Não venha com idiotices e não me faça perder a cabeça com você,
Diana! — Sua voz muda rapidamente, me fitando. — Por que não é igual sua
irmã? Não consegue ser obediente igual a Eudora.
— Que apanha do Hugo, igual à mamãe apanha do senhor, meu pai? —
Disparo e vejo ele se aproximar, estava prestes a cortar o ar com a mão, mas
se afasta no exato momento em que a porta se abre e Lorenzo aparece, nos
olhando.
— Está tudo bem? — Viro de lado e meu pai se recompõe, sorrindo.
— Tudo ótimo.
Lorenzo franze o cenho e me encara enquanto assinto rapidamente.
— Vamos, filha... — Diz se aproximando e ando na frente, não
conseguindo o encarar.
Estou com umas coisas entaladas em minha garganta. Que meu pai só se
preocupava com o dinheiro, era muito nítido, mas agora eu tenho total certeza
disso.
— Está tudo bem, mesmo? — Lorenzo pergunta e assinto.
— S-sim.
Sentamos a mesa e o observo sentar-se ao meu lado e me olhar fixamente.
— Estou morto de fome. — Heitor diz sorrindo.
— Novidade é se você não estivesse, Heitor. — Seu Patrício diz sorrindo e
olha para Lorenzo. — Mandei fazer a sua sobremesa preferida, Lorenzo.
Torta de pêssego
— Não estou comendo doce. — Diz se apoiando na cadeira. — Engorda
e faz mal para o coração.
Aquele clima tenso começa a pairar pelo ar.
Meu pai está sério, me encarando e evito o olhar.
— Eu adoro torta. — Chris diz sorrindo. — Todo mundo gosta, não é
mesmo?
Jantamos entre uma conversa e outra. Olho para Lorenzo, que parece se
sentir sufocado com aquilo tudo, meu pai está mais falante junto com seu
Patrício. Minha mãe faz um sinal para eu sorrir e forço.
Sinto os olhos pairando sobre mim e Hugo lança um olhar do qual eu não
estou gostando nada.
Verme!
Nos erguemos da mesa assim que o jantar acaba. Bianca conversa com
Heitor em um lado mais reservado da sala. Lorenzo, Patrick, Arthur e Chris
estão conversando.
— Vou tomar um ar. — Olho para Ágata que sorri com Henry adormecido
nos braços.
— Vou pôr Henry na cama e vou com você.
Assinto, saindo pela cozinha sem ser percebida.
O vento sopra sobre o meu rosto e solto o ar devagar. A noite está linda. É
um enorme jardim, que rodeia toda a casa, cheio de arbustos e árvores com
luzes piscantes.
Cruzo os braços, me encostando na parede.
Estou inquieta e com uma raiva dentro de mim, que sufocava. Enrique tem
razão em ter tanta raiva do nosso pai, que mal conseguia conversar com ele.
Ouço os passos se aproximando e fecho os olhos.
É Lorenzo.
Prendo a respiração quando a mão enorme rodeia a minha cintura, mas é o
perfume barato que invade meu nariz.
Sobressalto, enquanto Hugo me encara, de cima a baixo.
— Ficou louco? — Me encosto na parede, assim que ele se aproxima me
olhando.
— Você está linda nesse vestido, Diana... Está realçando cada parte desse
corpo lindo. Engulo seco, o olhando apoiar os braços em cada lado de minha
cabeça.
— Está uma bela mulher.
— Hugo... Me solte! — Sussurro o olhando sorrir enquanto fita meus
seios.
Hugo me dá nojo.
— Me solte... Ou vou começar a gritar, agora! — Disparo com a respiração
ofegante. — E todo mundo vai saber o baba...
— Você está tão gostosa... Ainda mais agora que já é uma mulher, Diana...
— Sua mão aperta minha cintura e me encolho. — Aposto que deve foder
muito com aquele idiota, não é? Porque esse corpo está delicioso, nesse
vestidinho...
Não consigo me mover com o corpo dele totalmente colado ao meu, estou
paralisada.
— Me solte... Eu vou gritar, Hugo!
Sua mão segura em meu rosto e fecho os olhos.
— Vai? E vai dizer o que? Hum? Essa carinha de putinha nunca me
enganou, sabia que ia dar para ele... — Sussurra contra meus lábios. — Eu
estou louco para sentir esse corpo... Essa boca...
O empurro, me soltando e tentando correr, só que ele é muito mais rápido
ao me pegar pelo braço.
— Socor... — Solto um grunhido assim que a mão tapa a minha boca.
— Shiii. Caladinha, Diana... Não quer fazer um escândalo, não é? — Diz
me puxando enquanto me debato furiosamente. — Seu pai odeia escândalos!
Hugo me arrasta para um canto mais escuro do jardim e o pânico começa a
tomar conta de mim quando minhas costas se colidem com a parede, repleta
de galhos e folhas.
— Olhe para você... Para esse corpo... — Me aperta, a mão sob minha
boca, tapando-a enquanto a outra vai passeando pelo meu corpo.
Soluço, quando sinto a mão se fechar em meu seio.
— Sempre desejei tomar você, Diana. Ver essas pernas lindas se abrindo
para mim...
Fecho os olhos e tento desferir tapas desconexos em seu peito.
— Ver essa bocetinha se abrindo... — Reprimo um grito, quando sinto sua
mão erguer a saia do meu vestido. — Diana, eu quero arregaçar você...
Os lábios grudam aos meus e o nojo me toma. A língua entrando em minha
boca e fecho os dentes sobre a mesma. Mordo seu lábio, o empurrando no
mesmo instante.
— Seu imundo! Verme! — Ele leva a mão aos lábios e me encara.
— Sua putinha! Prefere do modo selvagem, né?!
Berra e a mão corta o ar e acerta em cheio o meu rosto. Meu rosto queima e
sinto o aperto em meu braço quando sou puxada. Ouço o tecido do meu
vestido ficar preso no arbusto, rasgando-o.
— Eu vou te mostrar o que... — Segura em meu pescoço e engulo em seco,
me debatendo.
— Socorro! — Grito, me debatendo e mordo sua mão que estava prestes a
ir para a minha boca. Dobro o joelho, acertado o meio de suas pernas e Hugo
se afasta, gemendo.
— Ah Deus! — E saio cambaleando enquanto corro pelo jardim.
Tento segurar a saia rasgada do vestido e soluço, tropeçando nos meus pés
e caindo no chão úmido do jardim.
— Socorro... — Me ergo novamente e um grito fino sai da minha garganta,
quando sinto os braços me seguraram.
— Diana? — Arthur me encara e paraliso. — Lorenzo! Ela está aqui...
Diana? O que houve?
— O... O... — Minhas mãos tremem e apenas vejo Lorenzo se aproximar,
me encarando.
— O que aconteceu, Diana? Ei... Fale comigo. — Ele se aproxima e nego
com a cabeça e as lágrimas vão descendo.
Lorenzo me fita de cima a baixo e os olhos se arregalam, meu rosto
avermelhado e meu vestido rasgado foi o suficiente para ele entender.
— Lorenzo... — Arthur o chama.
— Foi... Foi o Hugo... — Sussurro entre soluços, o olhando.
Capítulo 25
Diana
orenzo me encara e percebo-o engolir em seco, vejo todo mundo
L correr em direção pra onde estávamos e paraliso.
— Eu vou matá-lo! — Me encolho o olhando. — Eu vou matar ele!
— Lorenzo, o que houve? Diana? — Dona Clarisse aparece e nada saía da
minha boca, a não ser um choro compulsivo.
Meus pais aparecem e os fito, enquanto Eudora corre em nossa direção.
— Oh Deus!
— Seu filho de uma puta! — Lorenzo dispara e voa para cima de Hugo,
como um felino feroz.
— Oh, meu Deus. O meu marido! — Eudora grita e é segurada por Bianca.
— Lorenzo, pelo amor de Deus!
— O que está acontecendo aqui? — Seu Patrício diz, nos olhando.
Lorenzo acerta socos e mais socos em Hugo. E sinto apenas os braços de
dona Clarisse me rodearem.
— Esse verme! Olhe o que ele fez com ela! — Lorenzo diz bufando
enquanto Patrick e Arthur seguram em seus braços. — Me soltem! Vou matar
você, seu merda!
— Ele... Ele está louco! — Hugo diz, o olhando com a mão no queixo. —
Seu psicótico! Ele me agrediu do nada...
— Do nada? Diana estava fugindo de você, seu filho da puta! — Arthur
rebate.
Todos os olhares se voltam para mim e me encolho.
— Eu não fiz nada!
— Você me agarrou! — Grito o encarando. — Você sempre tentou fazer
isso! Sempre... Me beijou...
— Me solte, Patrick! — Lorenzo bufa, tentando se desvencilhar.
— Cala a boca, Diana! — Meu pai diz, me olhando. — Agora!
O encaro e fito Eudora ir para a frente de Hugo.
— Hugo jamais faria uma coisa dessas... — Mamãe vai até Hugo que a
encara. — Jamais!
— Mãe... — A fito enquanto Bianca se aproxima, me abraçando.
— Ele quebrou meu nariz! — Hugo suspira, com a mão no rosto.
— Eu vou quebrar é a sua cara, seu arrombado! Seu filho da puta! Eu vou
matar você!
— Pai... Ele me encurralou... Me... Disse coisas horríveis... — Soluço,
os olhando.
— Eu mandei você calar a sua boca, Diana! — Meu pai para na minha
frente, me olhando furiosamente.
— Tio Luttero! — Bianca se põe a minha frente, o olhando. — O
senhor está defendendo esse... Esse abutre, ao invés de ficar ao lado da
sua filha?!
Meu pai se cala e olha para Lorenzo, que ainda está tremendo de raiva.
— Você com toda certeza, deve ter provocado ele! — Eudora rebate, me
olhando. — Sempre teve inveja do meu casamento e do meu marido!
— Eudora! — A encaro com os olhos lacrimejando.
— Inveja desse verme encostado? — Bianca diz a olhando. — Só você
mesmo, para achar isso!
— Cale a boca, Bianca! Agora!
— Eii coroa! — Heitor o encara. — Maneira aí...
— Me solta, Patrick! — Lorenzo pede e se solta parando ao meu lado.
Ainda estou encarando os meus pais, que nem me olham direito. Eudora
está socorrendo Hugo e eu a fito.
— Você é um verme! Um verme! — Berro o encarando.
— N-não...
— Eu vou acabar com você! — Lorenzo põe o dedo em riste, olhando
Hugo. — Vou acabar com você! Seu verme, pau no cu!
— Temos que conversar, Diana! Agora! — Meu pai diz me olhando.
Lorenzo me aperta em seus braços enquanto seu pai e Chris ficam ao nosso
lado.
— Diana não vai falar com ninguém! — Diz apertando as minhas mãos
firmemente. — Com ninguém!
— Eu sou o pai dela! — Meu pai diz sério.
— E eu o marido! — Lorenzo rebate alterando a voz e seu pai o encara. —
Se você prefere acreditar nesse verme, do que na sua própria filha, eu sugiro
que você saia daqui imediatamente!
— Vamos para dentro, Diana. — Bianca diz enquanto Ágata me olha.
— Vem, Diana..
— Lorenzo... — Sr: Patrício diz o olhando.
— Se quiser ficar do lado dele...
Seu Patrício o encara, erguendo o queixo.
— Por favor, se retire da minha casa Luttero. E leve esse abutre com você.
— Sr: Patrício diz, olhando meu pai sorrir.
Solto a respiração enquanto sinto os braços de Lorenzo me rodeando por
completo.
— Você está bem, amor? — Sussurra, acariciando o meu rosto. — Diga
que está tudo bem, meu amor.
— Eudora... — Chamo minha irmã, que nem me encara. — Eudora...
— Eii... Eu estou aqui. Olhe para mim. — Lorenzo segura em meu rosto e
o fito. — Você está bem? Olhe para mim, Diana...
— E-estou... — As palavras não saem e desabo, sentindo o mundo
escurecer.
— Diana... — Só ouço Lorenzo falar, antes de cair em seus braços.
Forço os olhos a abrirem, sentindo todo meu corpo pesar, me remexo assim
que observo o quarto que estou. Lorenzo está sentado, segurando em minha
mão fortemente.
— Você desmaiou...
Me sento com um pouco de dificuldade e o abraço.
O arrepio de nojo e repulsa me tomam, quando penso nas mãos nojentas de
Hugo sobre meu corpo. A boca em meus lábios, passo a mão pelos lábios e
Lorenzo me encara.
— Ele sempre me olhou... Sempre... De um jeito asqueroso... E-ele... Ele
me agarrou... Me fez... Ele...
As palavras saem atropeladas pelo choro e balanço a cabeça.
— Enquanto eu viver... Você nunca, nunca vai estar sozinha... Entendeu
bruxinha? — Diz me olhando. — Nunca.
Enterro o rosto em seu peito, sentindo-o afagar meus cabelos.
— Eu estou aqui, agora. Passou meu amor... Eu estou aqui.
Estou com mais raiva, do que triste.
Raiva porque os meus próprios pais não acreditaram em mim e não era
para eu ficar surpresa. Mas estou. Fecho os olhos, sentindo os dedos frios de
Lorenzo erguer o meu queixo e me encarar.
— Ver você assim acaba comigo, bruxinha. — Eles não merecem que você
chore...
Engulo seco, sentindo meu coração apertar e me encolho.
— Tome isso, minha querida. — Dona Clarisse diz, me entregando uma
xícara grande. — Tem certeza que não quer ir ao médico?
— Deve ter sido a pressão dela que ficou alterada. — Bianca se senta ao
meu lado, me abraçando.
— Eu posso levar vocês em casa. — Arthur diz nos olhando.
— A gente pode é ir lá quebrar a cara daqueles hipócritas, sangue sugas do
demônio. — Bianca diz com a voz alterada.
— Violência não é a melhor opção. — Heitor diz sério e sorri. — Mas a
gente abre uma pequena exceção pra eles.
— Eu só quero ir para casa. — Digo em um fio de voz e Lorenzo se ergue,
mordendo os lábios.
Eu sabia que ele estava quase explodindo. O rosto dele estava transformado
em uma carranca de ódio.
— Leve-a para casa. Tem certeza que está melhor, Diana? Podemos levá-la
ao hospital. — Sr: Patrício me encara e assinto levemente.
— Sabe que estou aqui para qualquer coisa, não é? — Ágata sorri e a
abraço.
— Eu vou pegar o carro. — Lorenzo diz me olhando e beija minha testa.
— Vamos para casa...
— Vou com você. — Arthur o encara e os dois saem.
— Vou ligar para o Enrique. — Bianca diz me olhando. — E ele vai
quebrar o Hugo!
— Você tem o contato do seu ex? — Heitor rebate a olhando.
— Vamos resolver esse assunto. — Ouço Chris cruzar os braços e Patrick
o encara.
— Concordo.
Não demora muito para Lorenzo aparecer e me ajudar a levantar.
— Vamos, bruxinha... — Enlaça a minha cintura rapidamente.
Abraço Bianca e me despeço de todos ali na sala. Entro no carro,
encostando minha cabeça na janela e minha mente vaga para bem longe.
De todas as coisas que eu tinha guardado, aquela tinha sido a pior de todas.
Ver o ódio na cara dos meus pais. Como se a culpa tivesse sido minha.
Hugo é uma espécie de manipulador, doente. Os olhares que ele sempre me
lançou eram doentios e abusivos.
— Isso não vai ficar assim. — Lorenzo me encara, assim que entramos em
casa. Me sento no sofá o olhando andar de um lado para o outro e parar na
minha frente. Dobra um joelho e me encara. — Ele não...
Nego rapidamente, não deixando-o completar a frase.
— Amanhã vamos processar ele por tentativa de estupro! Eu vou foder
com a vida dele! — Diz alterado e o fito. — Quem ele pensa que é para tocar
em você? Quem, Diana?
O encaro, balançando a cabeça.
— Você não faz ideia do que eu quero fazer com ele! — Diz afrouxando a
gravata e se afastando. — Não faz ideia o quanto seu pai vai pagar por isso...
— Eles não acreditaram em mim... Preferiram acreditar nele... Do que em
mim... — Dobro os joelhos no sofá, os abraçando.
Lorenzo me encara, vindo em minha direção. Me puxa e me aninha em
seus fortes e reconfortantes braços.
— Você tem a mim e eu tenho a você. — Sussurra, colando a testa na
minha. — Ouviu? Você tem a mim, agora! Você não está mais sozinha, meu
amor...
— Lorenzo... — Sussurro e ele esfrega o nariz ao meu.
O polegar limpa uma lágrimas que desce rolando pelo meu rosto.
— Eu dou a minha vida, bruxinha... Eu me viro do avesso, se
preciso for. Mas eu nunca mais quero ver você chorar... — Fala e eu
fecho os olhos. — Eu nunca pensei, Diana... Que no auge dos meus
trinta anos... Que uma... Uma menina como você, fosse me fazer ver
um lado meu, que nunca tinha visto... Eu amo você. — Sussurra. Abro
os olhos e o vejo sorrir de lado. — Eu amo tanto você.
Aperto seus braços, o olhando.
— Eu me refaço, para não ver você me deixando, Diana. E eu juro que me
refaria todos os dias.
Enlaço seu pescoço, sentindo o corpo colar ao meu. Deito minha cabeça
em seu peito, ouvindo as batidas do coração acelerado.
— Eu te amo, Diana. Te amo tanto, que sufoca aqui dentro.
Um das mãos apertam minha cintura e a outra afaga meus cabelos. O
silêncio volta a tomar conta do ambiente quando entro em meu quarto.
Lorenzo se ajoelha assim que me sento, tirando a meia calça que estava
rasgada ele desce o zíper do vestido, caindo em amontoados no chão. Estava
completamente despida.
Mas diferente das outras vezes, ele está fazendo não por desejo, mas por
cuidado. Está cuidando de mim.
Entro no banheiro, olhando-o tirar a roupa rapidamente, ligar o chuveiro e
sentindo a temperatura da água enquanto me olha fixamente, sem falar uma
só palavra.
E de leve, começa a ensaboar meu corpo, pelos meus ombros... Meus
braços... Meus seios... Alguns arranhões estavam espalhados pela minha pele.
Ele não me encara, apenas continua me dando banho.
— Por que está tão calado? — Sussurro, olhando-o esfregar uma mão na
outra e passar pelo meu pescoço lentamente.
— Porque eu não sei o que falar... — Dá de ombros, jogando água em meu
corpo, tirando todos os resíduos de sabão.
As mãos fortes envolvem meu corpo no roupão e o encaro vestir outro.
— Lorenzo, fale comigo! — Peço, me sentando enquanto ele começa a me
secar.
— Eu só tive dois medos nessa vida, Diana. — Diz soltando um longo
suspiro. — E nenhum deles se comparou ao medo...
Dá uma pausa, suspirando baixo.
As mãos frias envolvem as minhas e Lorenzo solta um sorriso sem humor.
Como ele pode ser tão lindo?
— Ao medo de perder você. Ao medo de que aquele homem pudesse fazer
alguma coisa...
Fecha os olhos e suspira pesadamente.
— Eu estou com tanto ódio, Diana... Tanto ódio... — Me encara e nego
com a cabeça. — Olhe as marcas em seu corpo... Olhe o...
— Mas ele não fez, Lorenzo...
— Mas ia, Diana! Ele ia... — Ele para e seguro em suas mãos. — Eu vou
matá-lo só por ter tocado em você.
Ele fica alguns minutos em silêncio, me olhando e deita a cabeça em meu
colo. Brinco com as mechas de seus cabelos. Lorenzo se ergue alguns
minutos depois.
— Vou deixar você descansar. — Diz baixo e dá um beijo em minha testa
demoradamente.
— Não vá. — Sussurro o olhando e seguro em sua mão. — Fique
aqui comigo...
Em silêncio, ele apenas vira as costas, meu coração se aperta, até ver que
ele se aproximou do interruptor, apagou a luz e se deitou ao meu lado.
Me puxa para o seu peito, afagando os meus cabelos.
— Te amo tanto, bruxinha... — Me aperta e sorrio.
— Eu também te amo, Lorenzo...

Lorenzo
— Como vamos fazer para foder com aquele bastardo, mesmo? — Indago,
olhando Chris e Arthur me encararem.
— Lorenzo, vamos tomar as devidas providências. — Patrick diz com uma
calma que me dá vontade de colocá-lo de cabeça para baixo e socar a cara
dele. — Arthur vai abrir o processo...
— Vou indiciá-lo por tentativa de estupro. Vou tomar as providências
cabíveis, Lorenzo.
— Devidas providências, é o meu pau! — Digo ríspido, me erguendo. —
Eu quero é sangue! Soco! Nariz quebrado! Arrancar o pau dele e colocar
dentro do cu do infeliz!
Fecho o punho, focalizando toda a minha raiva.
Eu estou tão puto, mas tão puto. Que eu quero ir até lá, só para ter o prazer
de quebrar a cara daquele arrombado com socos e pontapés. A raiva está me
consumindo.
Ver Diana do jeito que estava, cheia de marcas, o rosto avermelhado e a
roupa rasgada... Eu quis sair de mim e quebrar o Hugo em mil e um
pedacinhos.
— Precisa se acalmar, Lorenzo. — Patrick diz baixo.
Encaro Chris, que me fita cruzando os braços.
— Você, mais do que ninguém sabe como estou me sentindo, não é Chris?
— O fito e ele assente.
Por ter passado por uma situação igual a essa, que ele estava calado me
olhando. Chris mandou o ex da Ágata para o inferno só com pancadas. E eu
estou quase fazendo o mesmo.
— Eu sei, Lorenzo.
— Você ligou para o irmão troglodita da Diana? — Heitor cruza os braços,
me olhando.
— Ele é irmão dela, não é? — Chris diz dando de ombros. — Precisa
saber.
— Era ele que namorava com Bianca? — Arthur pergunta sério.
— Quem te deu o número dele? — Heitor ignora as perguntas e me encara.
— A própria Bianca. Por quê? — Indago o olhando.
Arthur semicerra os olhos e bate no ombro de Patrick, que balança a cabeça
de um lado para o outro.
— Tá com ciúminho da Bianca, Heitorzinho? — Arthur debocha, olhando
Heitor pegar nas partes íntimas.
— Ciúminho, é o meu pau no seu rabo!
Eu não falei com Enrique sobre o que realmente era o assunto. Só disse que
preciso falar com ele e é urgente.
Sair de casa e deixar Diana sozinha não foi fácil. Mas ou eu resolvia o
assunto, ou eu não ia ter paz. Ágata e Bianca foram ficar com ela.
Foi uma noite infernal. Diana se encolheu durante toda a noite. Assustada.
Se remexendo na cama. Só se acalmava quando eu rodeava meus braços ao
seu redor, a apertando.
— Heitor tá com medo da concorrência... — Arthur debocha, o olhando
fechar o semblante.
— Não me chamo Arthur. — Heitor rebate o olhando. — Quer que eu diga
o nome daquela pessoa aqui?
Arthur estira o dedo, revirando os olhos.
— Ele está subindo. — Chris diz me encarando.
— Alma sebosa. — Heitor diz em um sussurro.
Me ergo assim que Enrique entra na sala. Certo, minha relação com meu
cunhado não é das melhores, mas tínhamos uma coisa em comum: o amor
por Diana.
Enrique está todo de preto, como sempre. E sério. Tão sério quanto eu.
— Confesso que fiquei surpreso quando você disse que queria conversar
comigo. — Diz apertando a minha mão e a dos demais na sala. — Aconteceu
alguma coisa com a minha irmã?
— Aconteceu. — Ele me encara franzindo o cenho.
A semelhança entre ele e Diana são nítidas.
— Ontem tivemos um jantar na casa dos meus pais. — Chris adianta o
olhando. — E convidamos os seus pais...
— Meu pai. Carllota não é minha mãe. — Enrique diz sério, se sentando.
— Bom, e teve um episódio, no qual... — Chris se adianta.
— O marido da sua irmã, agarrou e tentou... — Solto o ar. — Ele
agarrou a Diana no jardim. Só Deus sabe do que ele seria capaz, se ela
não tivesse conseguido se livrar das garras dele e corrido.
Digo, o olhando empalidecer enquanto se ergue afastando a cadeira.
— Hugo? Hugo agarrou a Diana?
— E seu pai não acreditou nela. Todos preferiram acreditar naquele
bastardo de merda! — Aponto com o dedo. — Eu vou entrar com um
processo contra o Hugo! E vou matá-lo...
Enrique passa a mão nos cabelos, negando com a cabeça.
— É bem o tipo do meu pai. — Ele passa a mão no queixo. — Como
está... Como está a Diana?
— Mal, Enrique. Tive que deixar minha cunhada e Bianca com ela hoje.
Mas ela vai ficar bem. Só não vou garantir que seu cunhado vai ficar.
— Vou acabar com o infeliz! Eu mesmo me encarregarei disso.
— Eu vou com você. — Digo, pegando meu blazer e as chaves do carro o
olhando.
— Lorenzo! — Chris diz me olhando.
— Deixe ele, Chris. — Arthur me fita. — Vai, que vou atrás pra preparar a
defesa.
Dou um sorriso de lado e saio, junto de Enrique. Vamos em seu carro e ele
dirige em alta velocidade. O fito de lado, o olhando com o maxilar cerrado.
Enrique era muito na dele, além de sério e de poucas palavras.
— Por que se preocupou com a minha irmã? — Vira o pescoço, me
olhando.
— Achou que eu faria o quê? — Reviro os olhos e ele franze a testa.
— Você odeia a Diana...
— Nunca a odiei. Eu odiava a situação. — Explico, vendo-o entortar o
rosto e me encarar com um certo desdém.
— Lorenzo, eu conheço homens como você.
Ele é gay?
Não é hora para piadas, eu sei.
— E como são homens como eu?
— Se deslumbram com o novo. E Diana não é sua válvula de escape. —
Diz sério. — Estou avisando.
— Eu amo sua irmã, Enrique. — Digo rápido e ele me analisa em silêncio.
Dá para ver o quanto ele protege e ama Diana.
Estaciona o carro bruscamente no enorme jardim da casa de seus pais e eu
vou ao seu alcance. Ele nem toca a campainha e já vai entrando,
escancarando as portas.
— O que está fazendo aqui? — Carlotta o encara e me fita.
— Saia da minha frente. Agora!
— Mas o que diabos está acontecendo aqui? — Luttero desce as escadas e
Enrique o encara.
— Ouça o que vou te dizer, Luttero. — Enrique ergue o queixo com o dedo
em riste.
Tragam a pipoca porque o bagulho vai ficar muito louco!
— Eu nunca tive você como pai e você nunca foi um para mim... — Sua
voz treme e se torna um grunhido de raiva. — E mesmo não te suportando, eu
te respeito como pai. Mas isso muda, quando o assunto é a minha irmã!
— Olhe o modo que fala comigo, seu moleque insolente! O que aconteceu
ontem...
— Foi uma tentativa de estupro! — O encaro, parando em sua frente. —
Aquele merda quase abusou da Diana!
— Ele não fez isso! Diana foi à culpada, por estar se vestindo como uma...
— Olhe aqui, minha senhora. Muito espanta você como mãe e
principalmente uma mulher, dizer uma tolice dessas.
— Você se surpreenderia com ela. — Enrique diz entre dentes.
— Saiam da minha casa! — Luttero berra nos olhando.
— Eu vou te dá um aviso, papai... Eu vou acabar com o Hugo. E se você
for defendê-lo... Vai junto!
— E vai fazer o que comigo, Enrique?
— Ele, eu não sei. Mas eu, vou te falar uma coisa. — Encaro o velho e me
aproximo, segurando em seu colarinho. — Diana tem a mim, agora! E se
tiver que mandar um para o inferno, para protegê-la, eu mando! Até mesmo o
senhor. O recado está dado...
Estou pronto para me virar, mas volto e acerto o queixo do velho com um
soco certeiro.
— E isso aqui é por não ter ficado do lado da sua filha... Seu bosta!
Saio como um foguete da sala enquanto Enrique berra algumas coisas.
Caralho, bati no velho.
Bati mesmo.
Foda-se se é uma múmia matusalém do inferno!
Faria tudo de novo ou pior, para defender Diana. E agora entendia quando
Chris dizia que amor é quando você não consegue explicar o que sente, você
apenas sente.
Enrique está com sangue nos olhos para foder com Hugo. Mas soube por
alto que o infeliz quebrou o nariz com os socos que dei. Queria ter destruído
a cara de cu dele.
Mas isso não ia ficar assim, não mesmo. Ele que me aguardasse.

Diana corre para os braços do irmão assim entramos na sala, eles tinham
apenas um ao outro. E isso é de se admirar.
— Enrique...
— Estou aqui, meu amor. — Diz beijando sua testa enquanto acaricia seu
rosto sorrindo.
— Socaram a cara do verme de novo? — Bianca diz séria. — Falei
para o papai e ele disse que ia ter uma conversa muito séria com o tio
Luttero.
— Acho que para aquele velho, só nascendo de novo. — Sussurro,
dando de ombros.
— Nem nascendo de novo.
— Quero saber como está. Quer ir ao médico? Precisa de algo?
Diana nega delicadamente e me encara.
— Eu estou bem, Enrique. Lorenzo está cuidando bem de mim...
Sorrio e Bianca me fita com a sobrancelha arqueada.
— Aposto meu rim, que sim.
— Bianca!
Enrique passa algumas horas e ficamos até um pouco mais íntimos. Ele foi
embora junto com Bianca. Pego meu celular, falando com Arthur, que já
estava dando entrada em um belo processo no verme.
Diana me encara sorrindo e a aperto em meus braços fortemente.
— Obrigada. — Sussurra baixinho.
— Pelo que?
—Por proteger a minha esposa, por proteger a mulher que eu amo?
— Fala de novo?. — Percebo-a engolir seco me encarando.
— Proteger a mulher que eu amo? — Digo, olhando-a sorrir.
Nega, mordendo o lábio.
— A parte da esposa.
Vejo os lindos olhos brilhando e afasto as mexas de cabelos, sussurrando
baixo em seu ouvido.
— Minha esposa...
Sorrio, sentindo os lábios cobrirem os meus em um beijo lento. Minhas
mãos entrelaçam nos fios de seus cabelos, a puxando mais e mais, afundando
nossas bocas.
As línguas entrando em uma luta frenética, em um entra e sai, sugando
uma a outra. Me afasto a olhando com os olhos dilatados.
— Bruxinha...
— Lorenzo...
E os lábios sorriram, como um convite silencioso para me perder entre eles.
Retiro seu vestido, o jogando perto do sofá e olho os seios alvos,
apertando-o entre minhas mãos. Humedeço meus lábios, beijando a curva de
seu pescoço enquanto Diana solta um gemido baixo. Minha língua traçando
uma linha imaginária, do pescoço até o vale dos seios.
— Oh, Lorenzo...
Aperto um dos mamilos pontudos com os lábios e aperto o outro com a
ponta dos dedos.
— Como eu estava com saudades, bruxinha... Desses peitos... Dessa pele...
— Eu também... Estava...
— Com saudades de que minha, bruxinha? — Sussurro com a boca colada
em seu pescoço.
Uma de minhas mãos descem para dentro da calcinha e sorrio, ao encontrá-
la deslizando de prazer.
— Eu quero... — Ofega baixo. — Eu preciso...
— Do que meu amor? — Sussurro contra seus lábios.
Diana arranha meu peito levemente e trinco os dentes, olhando-a fechar os
olhos.
— Da sua... Boca...
Meu pau parece que vai explodir dentro da calça.
E porra. Que misto de saudade e desespero do caralho.
— Aonde, bruxinha? — Pergunto enquanto dedilho a carne macia da
boceta, esfregando os dedos levemente.
— Na minha...
Mordo o lábio inferior, a olhando.
— Na minha boceta...
— Ah Deus! — Sussurro com um sorriso, vendo seu rosto corar e beijo as
bochechas. — Nunca, em hipótese alguma, se envergonhe do que vamos
fazer entre quatro paredes...
Ela assente e sorrio.
— Nosso amor não é algo do qual precise se envergonhar... Entendeu?
Você é minha mulher e eu sou seu marido.
A deito sobre o sofá da sala, observando o corpo com desejo. E que corpo.
Afasto as pernas e beijo entre suas coxas. Passo a língua, sentindo a pele se
arrepiar enquanto ela se abre mais e mais para mim.
— Seu pedido é uma ordem, minha menina...
Beijo-a tão intimamente, sentindo seu gosto em minhas papilas. O que me
faz soltar um gemido entre os lábios vaginais. Sugando cada dobra, enquanto
minha língua serpenteia.
— Lo...ren...zo.
Seguro os lábios grandes, passando a língua por dentro enquanto sentia as
costas de Diana arqueando-se do sofá. As mãos apertando com força
enquanto minha língua invade o buraquinho quente.
— Eu ia adorar passar a noite inteira chupando você. Mas a pressa que
tenho de estar aqui dentro.— Digo ainda com a boca colada boceta.
— Então não perca tempo.
Me ergo e mordo os lábios, sorrindo e sugo a carne de seu pescoço.
— Que bruxinha safada.
Abaixo a cueca junto com a calça, jogando-a bem distante de mim.
Pincelo o pau na boceta, gemendo entre os dentes enquanto Diana morde
meu ombro.
— Como você está molhada, bruxinha... — Sussurro, enfiando a língua em
sua boca.
Arfo, sentindo o pau sendo apertado quando começo a estocar devagar. As
pernas rodeadas em meus quadris. Aperto a sua coxa firme e a beijo.
Era aquele misto de saudades, desejo e amor...
Meu Deus, como eu a amo.
— Diana... — Digo entre os dentes, olhando-a. — Vire de costas.
A encaro fazer o que mando rapidamente e estalo um tapa forte na bunda,
vendo a marca da minha mão estampada na pele clara.
— Haaaa... — Ela sorri, e me olha de lado.
Acaricio a nádega, voltando a bater, e me enterro novamente, sentindo-a
por inteiro.
Beijo o dorso de sua espinha, sentindo a pele se arrepiar contra meus
lábios.
Meu coração batendo tão forte no peito, tanto quanto meus quadris aos
seus.
— Eu... Eu te amo...
Sorrio, beijando seu pescoço e apertando-a.
E ali eu vi, que não era mais dois... Éramos um só.
Capítulo 26
Lorenzo
— amos sair para tomar uma bebida hoje à noite. — Patrick diz,
jogando uns papéis na minha mesa.
V Tiros os olhos do computador, o encarando.
— Quem vai? — Pego os mesmos, dando uma olhada rápida.
— Chris, Patrick, Heitor... Ágata e companhia. — Arthur diz invadindo a
minha sala e se sentando na minha frente.
Coloca os pés na mesa, pegando o vidro de M&M's e jogando uns na boca.
O fito, enquanto sorri piscando.
— Na boate?
— Mas é claro! Bebidas e depois sexo! — Arthur joga as mãos para o alto.
— Poderia ser só a noite dos homens... Mas Chris quer levar a Ágata.
— Eu vou. Eu e Diana. — Digo rápido, o olhando franzir o nariz.
— Virou escravoceta, agora?
— Cala a boca, Arthur! — Patrick balança a cabeça, sorrindo. — As oito,
Lorenzo. Eu vou revisar uns contratos agora.
Arthur me encara e empurro suas pernas.
— Me dá meu pote, pra cá! — Pego o mesmo de suas mãos jogando uns
M&M's na boca enquanto ele continua me olhando. — O que foi,
arrombado?
— Como vai você e a Diana? — Indaga depois de um tempo em silêncio.
O sorriso que se abriu em meu rosto foi à resposta.
Acho que nunca imaginei em toda a minha vida sentir uma felicidade sem
tamanho e sem explicação. Já tinha se passado três semanas desde aquela
confusão imensa e aquilo só tinha nos aproximado mais e mais.
Diana está bem e se recuperando dos últimos acontecimentos. Foram dias
difíceis, mas conseguimos passar por aquilo. Ainda está assustada e nervosa,
o que é normal. E o processo para foder o Hugo está a todo vapor.
— Não dá esse sorrisinho de macho alfa escravoceta não, hein... — Arthur
entorta o nariz, me encarando.
— Eu estou feliz, Arthur. E você também deveria...
— Odeio essa coisa, que quando um se apaixona, querem que o resto do
bando caíam na lábia! — Ele se ergue me encarando e dando uma banana pra
mim. — Amor é o meu cacete! Meu pau grande e grosso!
Reviro os olhos e giro na cadeira, de um lado para o outro.
— Sabe o que tá rolando entre Bianca e Heitor? — Pergunto, olhando
Arthur soltar uma gargalhada.
— Eu acho que o Heitor tá quase tomando no cu bonito. Sem cuspe e com
areia.
— Vivi pra ver o Heitor tomando no cu. — Gargalho olhando Arthur me
olhar sério.
— E eu vivi pra ver você tomando no cu. Que perca gigante para as nossas
noitadas de ménage, regado a putaria e sexo selvagem.
Arthur suspira, com uma voz melancólica e sorrio. Estiro o dedo do meio
pra ele, que rompe em uma gargalhada sonora.
— Vai tomar no teu cu!
— Te amo, porra. Mas às vezes quero te socar. Te vejo a noite, ursinho. —
Dispara sorrindo e bate a porta da sala quando sai.
Olho o celular, que vibra e sorrio vendo a mensagem de Diana.
"Estou saindo do curso agora. Estou indo para casa
Beijos te amo."

Olho a tela do celular e o sorriso se expande.


"Vamos sair hoje pra uma boate, compre uma roupa que a deixe
mais linda do que você já é!
Te amo. Beijo.
Minha bruxinha..."

Se é ridículo sorrir para a tela de um celular? Sim é!


Mas eu estou pouco me fodendo para o que era ou não, ridículo.
Volto à atenção para o documento no computador. A empresa está com
uma carga importante de petróleo para ser distribuída. Sem contar que uma
nova plataforma fixa está sendo construída, o que demandava muito mais
tempo para estudar cada relatório e contrato que chega.
Chris está afundado, já que tudo tinha que ser resolvido e conversado com
ele. Patrick, como vice presidente está no mesmo barco. Eu e Arthur não
ficávamos atrás também.
Está tudo uma loucura do caralho.
Meu pai parou de encher a porra do meu saco, o que é muito satisfatório.
Saio da empresa, com tempo apenas para tomar um banho e sair com Diana,
depois de uma semana cansativa e exaustiva.
Estou trazendo trabalho para casa. E fico até mais tarde lendo contratos
enquanto ela fica ao meu lado. Estávamos precisando distrair a mente um
pouco.
— Vamos para uma boate? — Diana pergunta, assim que tiro a roupa a
jogando no chão do banheiro.
— Vamos para uma noitada. — Digo sorrindo, olhando-a sentada na
bancada da pia, ainda de roupão.
Me aproximo, ficando no meio de suas pernas a beijando.
— Se você não tomar banho, vamos nos atrasar. — Sussurra agarrando em
meu pescoço. — Eu nunca fui a uma boate.
— Vai hoje. Por que não toma um banho comigo? — Peço olhando ela
sorrir.
— Eu acabei de tomar banho, Lorenzo!
— Foder no banho?
— Não!
— Foder na pia?
— Lorenzo!
— Só uma rapidinha, amor... — Beijo seu pescoço, ouvindo-a gemer
baixinho. — Por favor... Estou tão tristinho...
E o placar foi:
Picasso 1 Bruxinha 0
Foi uma foda rápida, ali mesmo, em pé no balcão. Eu tinha realmente
virado um escravoceta.
E meu Deus. Eu estava gostando para um caralho.
— Estamos atrasados. — Diana diz e me viro para encará-la.
A saia rodada do vestido curto deixava as belas pernas a amostra, o decote
é simples, mas ela está tão linda.
— Não gostou do vestido?
— Está linda. — Sussurro, terminando de abotoar a camisa. — Vamos,
amor.
Pego as chaves do carro, saindo rapidamente. Estávamos mais de uma hora
atrasados. E porra. Arthur já tinha ligado mil e quinhentas vezes.
A boate fica a trinta minutos do prédio, Então não tinha porque correr.
Estaciono e vejo os carros de Arthur e Chris parados.
Entrelaço os dedos ao de Diana e entramos. A boate está movimentada
para cacete, olho pra cima e logo ouço a risada escandalosa de Arthur e
Heitor.
— Chegaram os pombinhos! — Heitor diz se erguendo.
— Que demora do cacete, Credo! — Arthur finge estar bravo e sorrio.
— Estávamos fodendo. — Disparo e vejo Diana ruborizar ao meu lado.
— Seu idiota! — Ágata diz sorrindo. — Diana ficou envergonhada!
— Ah prima, fica não... Todo mundo aqui faz isso! — Bianca diz sorrindo.
— Senta aí, amor.
Estavam todos na mesa. Chris com um dos braços ao redor de Ágata.
Patrick com um copo de uísque na mão, ao lado de Arthur. E Heitor com
Bianca.
Me sento ao lado de Diana, olhando Heitor se erguer.
— Caleb! Estamos aqui!
O fuzilo com o olhar.
— Quem chamou essa alma sebosa pra cá?
— Maneira aí, Lorenzo! — Heitor rebate. — Ele é meu sócio e amigo!
— Amigo de cu, é rola!
Caleb se aproxima, abrindo um amplo sorriso assim que vê Diana.
Ainda o faria engolir esse sorriso pelo cu!
— Como estão? — Diz sorrindo.
— Estávamos melhor. — Disparo sorrindo e Diana me encara.
— Lorenzo. — Sussurra me olhando.
— Senta ai. Toma alguma coisa com a gente.
— Tem veneno.
— Meninas, eu estou esperando minha amiga chegar. Ai Deus, ela acabou
de chegar de viagem e está vindo pra cá. — Ágata diz se erguendo e beijando
Chris. — Amor, nós vamos lá embaixo ver se Helena chegou.
Diana me beija e saem rapidamente, nos deixando sozinhos na mesa
redonda.
— Então, Caleb... Você é professor das meninas junto com Heitor, né? —
Patrick diz e ele assente sorrindo.
Sorriso seboso!
Reviro os olhos, vendo Arthur tentar controlar uma gargalhada.
— Estou prestes a fazer uma viagem para o Brasil.
— Que Jesus te leve e esqueça aonde!
Digo em alto e bom som, o olhando me encarar.
— Então... Eu vou pegar uma bebida, volto em um minuto. — Caleb diz se
erguendo.
— Não sei o que é pior... Lorenzo com ciúmes, ou Patrick tentando
amenizar o clima. — Arthur diz, gargalhando.
— Ciúmes é o meu pau! Já viu como essa alma sebosa olha pra Diana?
— Meu Deus, Lorenzo! Que exagero!
— Ela voltou! — Ágata dá um grito fino, puxando Helena pelo braço e
sorrindo.
— Meu Deus, Helena. A solteirice te caiu bem, em garota. — Arthur diz a
abraçando.
— Você é um cafajeste, Arthur! — Rebate sorrindo.
— Sentiram saudades? — Helena sorri e a abraço.
— Ágata não é a mesma, sem você. — Chris a encara enquanto ela abraça
a amiga.
Helena passou uma temporada fora, depois que terminou com Magno.
Tinha sido algo bem pesado, já que os dois estavam estabilizados e morando
juntos. Mas também não entramos em detalhes.
Arthur está sorrindo enquanto aperta o copo nas mãos e empalidece de
repente, se aproximando de mim falando em um sussurro:
— Não olha agora, não. Mas Lana tá bem atrás de Diana, com um sorriso
mais diabólico, do que setenta satanases juntos.
Engulo em seco e foco atrás do ombro de Diana, que sorri com Bianca
falando algo. Olho Lana com um sorriso diabólico no rosto, balançando a
taça de um lado para o outro.
— Lorenzo, ela é linda... — Helena diz me olhando. — Parece uma
boneca! Fiquei em choque quando Ágata me contou que está casado.
— Realmente é a coisa mais linda. — Digo sorrindo e olhando-a. — Foi
um choque para mim também. Acredite.
— Mas o casamento te fez bem.
Diana se aproxima, se sentando com Bianca e logo começam a conversar.
Fito Arthur e me ergo.
— Aonde vai? — Diana indaga me olhando.
— Vou ao banheiro. — Digo a beijando rapidamente. — Volto logo.
— Eu vou também.
— Pronto... Um vai segurar a rola do outro agora, é? — Heitor diz nos
olhando.
— Pode ficar Arthur. Eu volto num segundo.
— Tem certeza?
Assinto com a cabeça rapidamente.
Eu conheço Lana muito bem. Conheço até demais, para saber que ela é
bem doida pra fazer um escândalo. Não que eu esteja preocupado comigo.
Diana é quem realmente me preocupa.
Passo por Lana, a pegando pelo braço e levando-a para o corredor.
— Aiii... Não precisa apertar! — Diz me olhando assim que a solto. —
Está bravo assim, por quê?!
— O que diabos você está fazendo aqui, Lana?
— A boate é para todos, não? — Diz me encarando com um sorriso. — O
que sua esposa vai dizer quando souber que me arrastou até aqui?
Solto o ar pela boca, fuzilando-a com o olhar.
— Eu conheço você muito bem, Lana.
— Se me conhece tão bem... Porque não entra em uma dessas salas comigo
e me mostra que o Lorenzo que eu conheci, ainda está aí... — As mãos
acariciam meu peito por cima da camisa. — Estou com saudades, poxa! Faz
meses que não me liga, nem me procura!
Retiro as mãos com brusquidão, olhando-a.
— Preste atenção, Lana. Nunca houve nada entre nós dois...
— O sexo que fazíamos...
— Não passou de sexo. — Digo em um sussurro olhando-a. — E acabou.
Ponto.
— Acha mesmo que aquela menina vai dar conta de você, Lorenzo? —
Sorri mordendo os lábios avermelhados.
— Isso não é da sua conta, Lana!
Ela sorri me olhando, molhando os lábios.
— Eu quero você!
Gargalho sonoramente, a encarando.
— Você precisa se tratar, Lana. Urgente. Aceite que acabou. Ponto.
— Vamos ver até quando ela vai ficar com você, Lorenzo! Vamos ver!
Que tipo de lavagem cerebral fizeram em você? Fugia de compromisso,
relacionamento e tudo mais... E agora... Virou essa versão horripilante de
marido devoto e fiel a esposinha.
— Sabe o que aconteceu, Lana? Me apaixonei! Diana aconteceu! E se
ainda não entendeu... Entenda de uma vez por todas!
Diana:
— Você viu eles conversando? — Bianca me encara quando assinto com a
cabeça rapidamente. — O que eles falavam?
— "Se me conhece tão bem... Porque não entra em uma dessas salas
comigo e me mostra que o Lorenzo que eu conheci, ainda está aí..." — Repito
as mesmas palavras com desdém, sentindo uma raiva fora do comum.
— Vaca safada!
Estou trêmula de tanta raiva daquela cobra loira. Vi ela de longe, assim que
chegamos.
Me calo bruscamente quando Caleb se aproxima, sorrindo.
— Não quer dançar?
— Não, obrigada. — Diga rapidamente.
— Nem beber algo?
Bianca olha para o lado, fingindo beber um drink e só estava faltando ela
assobiar para disfarçar.
— Caleb sabe que só somos amigos e não vai passar disso... — Digo
olhando-o sorrir.
— Amigos dançam.
— Humm... Dançam. — Lorenzo se aproxima, para ao meu lado e encara
Caleb, que o encara de volta. — Posso ajudar, Calebinho?
— Caleb só veio me oferecer uma bebida. — Bianca diz o olhando e
sorrindo. — Vamos balançar o esqueleto, Caleb... Não fique parado aí...
Vamos...
Bianca sai o arrastando para a pista de dança e Lorenzo me encara.
— Está tudo bem?
— Está. — Digo o olhando. — Vamos voltar pra mesa?
Ele assente e voltamos a sentar na mesa, onde todos gargalhavam enquanto
Arthur falava sem parar.
— Patrick sempre teve mais juízo do que todos nós. — Arthur diz o
olhando.
— Isso é perceptível, Arthur.
Mordo o lábio, olhando Lorenzo gargalhar ao lado de Chris.
— Quem será a dama que irá roubar o coração do nosso nobre cafajeste
Patrick. — Arthur diz com uma voz fina, batendo os olhos teatralmente.
— Espero que seja uma para tirá-lo de órbita. — Chris diz sério.
— E quem será que irá fazer a cabeça do devasso Arthur? — Helena
indaga, sorrindo.
— Bem que poderia ser você, né Helena?
— Nem morta, Arthur. Conheço muito bem você. — Helena rebate
sorrindo. — E estou fora de encrenca. A última me deixou desestabilizada o
suficiente.
— Mas a cabeça do meu maninho já foi feita e enfeitada, não foi? —
Heitor diz com um sorriso e todos param.
Encaro Arthur fitar o irmão sério
— Pegou pesado, Heitor! — Lorenzo diz, em um sussurro.
— Enfeitada é meu cacete no teu cu, seu arrombado!
Sorrio os olhando.
Eram sempre tão sérios quando estavam na empresa, mas quando se
juntavam as gargalhadas eram escandalosas.
— Está com sono, bruxinha? — Lorenzo pergunta, me olhando.
— Não, estou bem. — Digo o beijando e percebo Bianca voltar com Caleb.
Eu não estou com raiva de Lorenzo, só estou insegura. E é normal pelo
histórico dele.
Mas não quero pensar nisso. Não ia estragar a nossa noite.
— Lorenzo já foi enfeitiçado pela bruxinha.— Heitor diz sorrindo.
— Só quem a chama de bruxinha, sou eu. Retira essa intimidade que você
acha que eu te dei. — Lorenzo rebate sério.
— Aíii, ele é bravinho!
— Né, minha bruxinha? — Sussurra me olhando.
— Alguém trás um balde, pra eu vomitar essa foleragem! — Arthur grita
enquanto Lorenzo manda um singelo:
"Toma no seu cu"
— E Bianca já enfeitiçou você, Heitor? — Lorenzo rebate, o olhando.
Bianca sorri enquanto ele enlaça sua cintura, beijando seu pescoço.
— A gente tá se curtindo, né? — Heitor diz sorrindo.
— Se pegando, Heitor.
— E os cafajestes estão virando homens de família.
Sorrio olhando Bianca dar uma piscadela em minha direção. Até que
Lorenzo resolve me chamar para dançar e acabamos indo para a pista de
dança.
— Sou péssima dançando.
— Sou um ótimo professor, bruxinha, não sei se percebeu.
Me enrosco em seu corpo quando a música começa a soar, os braços ao
redor da minha cintura me levando de um lado para o outro.
— Sabia que sou louco por você?
— É bom ouvir. — Digo quando sinto os lábios tocando os meus.
A música vai nos envolvendo e é uma sensação única de liberdade. As
mãos de Lorenzo em minha cintura me guiando a dançar e sorrio, escondendo
o rosto em seu peito.
— Vai rebolar no meu pau quando chegarmos em casa. — Beija meu
pescoço e sorrio.
— Sou uma ótima aluna. — Seu cheiro me invade e o beijo.
— Licença casalzinho lindo. Mas vou roubar sua esposa por alguns
segundos, Lorenzo.
Sinto as mãos de Bianca em meu braço e sorrio enquanto dou vários
selinhos nele, que me encara com um bico lindo.
— Volto já.
— Desgruda, caralho!
Sorrio, subindo com Bianca para o banheiro e me encosto na pia, vendo
Bianca me encarar com um sorriso amarelo.
— O que aconteceu, Bianca? — Pergunto, percebendo que estava
diferente.
— Heitor aconteceu, Diana. — Suspira em lástima, com a mão na testa.
A encaro sem entender absolutamente nada.
— Hã?!
— Ele é gostoso pra cacete, beija bem... E nossa... Tem um pau que é um
manjar dos deuses. — Diz enquanto passa batom nos lábios.
— Isso é um problema?
— É uma catástrofe, Diana. Homem bonito, gostoso, perfeito demais, é
armadilha de satanás!
Prendo a risada, olhando-a.
Bianca é uma espécie de cafajeste feminina. Daquelas que foge de
compromisso, como o diabo da cruz. Não sei como ela passou um ano com
Enrique.
— Bianca, você é muito louca, mas curta o momento. — Digo, depois de
um tempo em silêncio. — Heitor, pelo visto não quer compromisso, você
também não, então.
Ela torce o nariz, me encarando.
— Não é tão fácil, Di...
— Você que está complicando, Bianca.
Ela para e sorri.
— É... Nossa... Estou mesmo. — Balança a cabeça e suspira. — Ah, que se
dane então! Vou pro apartamento dele hoje à noite. — Ela bagunça os
cabelos e sorri. — Você está dando ótimos conselhos.
Balanço a cabeça sorrindo.
— Vamos dançar agora?
— Eu vou bem atrás de você. — Sussurro, sentindo minha boca secar. —
Vou usar o banheiro.
Bianca assente, jogando um beijo e sai.
Limpo o rosto com papel toalha, me olhando no espelho. Estou um pouco
suada e ofegante.
A porta se abre e fito pelo espelho Lana, que está parada, me olhando de
braços cruzados.
— Estava ansiosa pra falar com você. — Diz me encarando e leva a taça
aos lábios vermelhos.
— Eu não. — Disparo.
— Ouça bem, garota...
— Ouça bem, você! Pare de ser tão oferecida ao ponto de chamar Lorenzo
para ir pra cama com você, eu sei bem qual é o seu tipo... — A fito sorrir e a
fuzilo com o olhar.
— Uau... — Ela bate palmas, equilibrando a taça nas mãos. — Você não
passa de uma aproveitadorazinha de quinta categoria... E eu nem sei o que fez
para Lorenzo casar-se com você, mas eu vou descobrir... Garanto que vou.
— Não perca seu tempo... — A olho de cima a baixo.
— Você não é mulher pra ele. Nunca vai ser, garota.
— Eu tenho mais o que fazer, do que perder meu tempo com você. —
Digo, me virando para sair e ela segura em meu braço.
— Uma vez cafajeste... Sempre cafajeste, menina... Lorenzo não vai mudar
nunca o que é... Nem por você, nem por ninguém.
— Diz isso por experiência própria, né? — Disparo puxando meu braço
com brusquidão, olhando-a. — Você é baixa demais pra eu conversar
qualquer coisa com você.
Dou as costas, sem olhar para trás, sentindo minhas mãos trêmulas de ódio.
Saio do banheiro e tomo o ar que falta dos meus pulmões.
— O que aconteceu? — Lorenzo pergunta, me olhando sério.
— Eu quero ir para casa, por favor. — Sussurro, olhando-o assentir
rapidamente.
— Está tudo bem, amor?
— Só quero ir para casa e ficar com você. Por favor!
***
Cruzo os braços, encarando Lorenzo soltar um sorrisinho convencido nos
lábios e me encarar.
Estávamos no meio do quarto e não consegui mais conter o que estava me
deixando impaciente. Não quero mentir para Lorenzo de jeito nenhum.
— Minha bruxinha está com ciúmes? — Pergunta, enlaçando minha
cintura.
Encaro o peito despido.
Como eu odeio ser pequena.
O corpo de Lorenzo é como uma montanha de músculos sobre mim.
— Você acha mesmo que eu ia deixar você, minha pequena bruxinha...
Pela Lana?
Dou de ombros, o olhando.
— Você sempre teve muitas amantes, Lorenzo...
— Eu amo você, Diana. E nem Lana, nem ninguém, vai mudar isso. —
Pisco algumas vezes, o olhando.
Por que ele tem que ser tão lindo?!
— Não confia em mim, bruxinha?
— Não confio nela. — Disparo o encarando. — Aquela mulher é uma
cobra, Lorenzo! Eu vi nos olhos dela.
— Então olhe nos meus olhos, Diana. — Segura em meu rosto com uma
das mãos. — Acredita em mim?
Mordo o lábio, o encarando.
Lorenzo é um homem vívido, completamente lindo e pode ter a mulher que
quiser aos pés dele.
"...Uma vez cafajeste, sempre cafajeste..."
Aquelas palavras não saíam da minha mente.
E é terrível essa sensação.
— Promete pra mim que nunca vai me enganar? — O encaro beijar minhas
mãos enquanto sorri me olhando. — Nem com Lana, nem com mulher
alguma, Lorenzo.
— Eu prometo, eu juro... Eu faço o que você quiser. — Sussurra entre
meus lábios. — Lana não é uma ameaça, Diana!
Decido encerrar o assunto, não ia deixar aquela mulherzinha estragar o
restante da minha noite.
— Vou encher a banheira e vamos tomar um banho bem gostoso juntos.
Assinto e ele sai sorrindo.
Me sento na cama, tirando meus sapatos e desfazendo o penteado em meu
cabelo. Lorenzo volta alguns minutos depois, já sem roupa e com a mão
estendida em minha frente.
Desço os olhos, voltando a subir lentamente.
— Tudo seu, meu amor... — Abre os braços. — Sou gostoso para um
caralho, pode dizer.
— Que ego grande, senhor Gonzáles.
— Aqui é tudo Grande, não sei se percebeu. — Sorri e grito quando ele me
ergue do chão, me levando para o banheiro.
— Lorenzo, idiota!
— Calada, bruxinha maldita!
Entro na banheira, me deitando de costas sobre o peito de Lorenzo, as
pernas rodeando a minha cintura, enquanto uma das mãos jogava água em
meu pescoço.
— Estão maiores.— Sussurra enquanto segura meus seios entre as mãos
enormes.
— Exagerado. Não estão nada, olhe só o tamanho de suas mãos. — Cubro
as mãos com as minhas e eram realmente enormes.
— Você fica mais gostosa a cada dia que passa. — Sorrio, sentindo a
respiração entre cortada em meu ouvido. — Mas que estão maiores, estão...
Isso se chama efeito Lorenzo.
— Efeito o que?
O encaro sobre o ombro, olhando-o sorrir, balançando a cabeça.
Eu nunca imaginei que um dia ia amar com tanta intensidade. Como nunca
imaginei também, que ia amar o homem que se casou comigo por um
contrato.
— Quem diria que estaríamos aqui hoje... — Digo olhando-o me encarar.
— Assim... Bem...
— Também não imaginaria. — Diz com a voz longe e sorri. — Lembro
quando vi você pela primeira vez... Meu Deus, você tremia por inteira.
— Claro! Você me olhou com um ódio enorme. — Digo e ele beija meu
ombro e sorrir. — E também... Todo idiota e estúpido.
— Era tesão reprimido.
— Seu perverso! — Disparo sorrindo. — Então assume que sentia tesão
por mim?
— Desde o primeiro momento, essa boquinha linda e esses olhos me
chamaram atenção de imediato. — Segura em meu rosto e me beija. — Só
que você também me olhou com muita raiva. E disse que... Como foi que
você disse mesmo? — Me encara com desdém. — Ah, lembrei... "porque eu
jamais me entregaria a um homem tosco e grosso, como você".
— Você lembra? — Pergunto sorrindo.
— Eu quis te deitar em meu colo e encher você de palmadas, Diana. — Diz
me virando, repentinamente e me encaixando em seus quadris.
Passo a mão pelo rosto, sentindo os pelos da barba roçar em minhas mãos.
Esfrego o polegar sobre seus lábios, o olhando depositar um beijo na ponta
do mesmo.
— Na verdade, eu me apaixonei desde o dia primeiro dia em que te vi. —
Digo o olhando sorrir. — Todo lindo e um pouco grosso também.
Espalma minha coxa e sorrio.
— Quando te vi na festa de noivado, eu odiei, Odiei por ser tão linda e
pensei: tomei no cu! — Gargalho, apertando o rosto entre minhas mãos. —
Eu te amo bruxinha!
Assinto, esfregando o nariz ao seu, beijando os olhos, as bochechas. Beijo
o queixo e o encaro me fitando sério.
— Sou louco por você.
— Eu também sou louca por você!
Capítulo 27
Lorenzo
ogo o braço ao lado da cama, sentindo o corpo quente ao meu lado.
J Sorrio e
a abraço, quando o cheiro adocicado invade meu nariz.
— Bruxinha... — Resmungo ainda sonolento, olhando-a abrir os olhos
lentamente.
Meu peito parece ter virado de cabeça para baixo, só pelo simples fato dela
me encarar com aqueles olhos maravilhosos.
Eu sou incondicionalmente e fodidamente apaixonado por Diana.
— Estamos atrasados. — Sussurra se espreguiçando.
— Eu posso chegar a hora que eu quiser... — Dou de ombros, me virando e
agarrando-a com pernas e braços.
— Eu vou me atrasar para a aula! — A aperto, quando tenta se
desvencilhar e afundo o rosto em seu pescoço.
Beijo as bochechas demoradamente e beijo a carne macia do seu queixo e
Diana empurra meu peito lentamente.
Está nua. Sexy feito o cão.
— Lorenzo...
— Não, Diana! Deixa eu ficar aqui... — Acaricio a barriga, beijando seu
queixo.
— Você faz o café e eu tomo banho. Sem discussão, amor! — Ela
escapa dos meus braços rapidamente e a encaro.
— Você me chamou de amor? — Pergunto a olhando.
— Você é o meu amor! — Rebate e corre para o banheiro, me deixando
com uma visão deliciosa da bunda empinada.
Gemo, sorrindo e abraçando o travesseiro.
— Você também é o meu amor, bruxinha!

Diminuo a intensidade da cafeteira enquanto Diana me fita impaciente,


porque está atrasada para a aula do seboso.
Não estou com a menor pressa.
— Está fazendo de propósito, Lorenzo. — Diana diz sorrindo.
Viro, a olhando com uma cara de desentendido.
Eu sou um ótimo ator.
— Não, bruxinha, só estou fazendo o café. — Digo com a voz mais doce
que consigo fazer. — A cápsula é grande, demora.
Ela semicerra os olhos, me encarando.
— Eu te conheço, Lorenzo. Está fazendo isso pra eu não ir à aula do Caleb.
Cerro o maxilar, a olhando.
— Você pode ter ciúmes... Eu não?— Rebato, olhando-a sorrir e cruzo os
braços.
— Eu tenho direito de ficar com ciúmes, você não!
— Posso saber o motivo, a razão e a circunstância, Diana Gonzáles? — Me
encosto na bancada e ela me encara de cima a baixo.
— Você já teve um caso com aquela cobra. Eu sou apenas aluna do Caleb e
ponto!
Me calo bruscamente, a olhando.
Bruxinha 1 x Lorenzo 0!
— Ai daquela alma sebosa, se ele quiser passar desse patamar! — Digo,
olhando ela pegar uma maçã e sorrir. — Não vai tomar café?
— Vou comer no curso. — Diz me olhando. — Vou pegar um táxi.
Torço o nariz, olhando-a virar de costas e se virar novamente, correndo pra
me abraçar.
— Eu te amo. — Sussurra me beijando.
— Eu sei, bobinha. — Aperto seu nariz olhando revirar os olhos. —
Também amo você!
Saio logo após Diana pegar um táxi, pensando seriamente, que tenho que
resolver logo o problema dela de não saber dirigir e ter um carro.
Mas está sendo um avanço grande ela sair sozinha, depois de tudo.
Não estou tão atrasado assim para chegar à empresa. Então fui dirigindo na
calma e até fiquei surpreso quando vejo Patrick e Arthur comendo na
lanchonete da empresa.
— Tem trabalho pra vocês, não? — Disparo, sorrindo e me sentando entre
os dois.
— Estamos dando uma pausa pro lanche. — Patrick sorri, me encarando.
— Você que parece não estar trabalhando... Por que você tá chegando essa
hora?
— Olha para a cara desse arrombado! — Arthur rebate, apontando o dedo
para o meu rosto. — É claro que com esse humor e esse sorriso de pós foda.
— Ele estava fodendo. — Patrick completa, gargalhando.
— Ah, meu Deus, Patrick! Você falou a palavra fodendo! — Digo
fingindo surpresa, com a mão na boca.
Patrick faz uma risada sem humor e Arthur continua comendo seu
sanduíche.
— E você, Arthur... Ainda não me falou o motivo de chegar tão cedo aqui,
hoje. — Vejo Patrick rebater parar Arthur.
— O apartamento de Heitor só vai ficar pronto daqui a três meses. — Diz
revirando os olhos, larga o pão e pega uma rosquinha.
— E daí?
— E daí, que o pica fina fica levando a Bianca pra dormir no meu apê!
— Arthur joga o guardanapo na mesa, nos olhando. — Imagina você
acordar com gemidos!
— Você ouve os dois transando? — Patrick franze o cenho.
— E desde quando isso é problema pra você, Arthur?
— Desde quando só da pra ouvir os gemidos do Heitor! Ele geme mais do
que a garota.
Explodo em uma gargalhada sonora.
A pior coisa do mundo é você ouvir seu irmão, ou seja, lá quem diabos for
gemendo como um virjão que nunca comeu ninguém.
— Estou traumatizado.
— Eu estou me traumatizando. — Digo sorrindo, olhando os dois se
erguerem.
— Eu to falando. Se Heitor continuar gemendo feito um virgem
desesperado, eu bato na porta daquele quarto e o mato de vergonha! —
Aperto o botão do elevador enquanto Arthur grasna do nosso lado. — É
tenebroso!
— Joga água gelada nele, Arthur! — Rebato e Patrick me fita.
— Meu Deus, Lorenzo!
— Ué... Faz isso, Arthur.
Subimos juntos enquanto eu ainda gargalhava. Heitor é uma peste e sempre
foi escandaloso. Arthur segue para sua sala, falando ao telefone e eu vou para
a minha, junto de Patrick.
— Ah, antes que eu esqueça... A Poliana do RH disse que chegou uma
estagiária nova de administração. — Diz me olhando e paro.
— E eu com isso?
— E você com isso, é que você irá ficar encarregado de mostrar tudo pra
ela.
— Eu, por que? Eu não! — Rebato o olhando. — Sabe que eu odeio
estagiárias, Patrick!
Não que eu odiasse realmente, eu não tinha paciência alguma para
iniciantes.
— Vai ter que ser você, Lorenzo. Chris não pode e nem tem tempo, eu
muito menos.
— Pau no cu! — Digo o olhando revirar os olhos e bater no peito.
— Relaxa, que a Poliana disse que ela não é tão nova assim.
— Vou ter que estagiar velha, agora? — Rebato sério.
— Você já comeu uma senhora. Ensinar é o menor dos problemas,
Lorenzo! Tenha respeito!
Queria colocar o dedo na boca e vomitar.
Me jogo na cadeira e ligo o computador. Pego o telefone e ligo no
departamento de transito de NY, após me informar dos procedimentos
necessários para a obtenção da carteira de motorista, noto que nada mudou
desde a época em que tirei a minha. Fico pensando em lugares desertos em
que posso levar minha bruxinha para ensiná-la dirigir, enquanto isso abro
uma página na internet olhando a loja de carros e escolhendo um modelo
novo para ela.
Minha bruxinha merece.
Olho pra porta, vendo Poliana entrar sorrindo.
— A estagiária já está aqui, Lorenzo.
Reviro os olhos.
Mas já?!
Que demônio.
Não ela. A situação.
— Pode mandar entrar.
Encaro a mulher com enormes cabelos negros entrar na sala, a calça justa
marcando o corpo esguio. Subo os olhos, a fitando.
Me ergo e ela sorri.
— Keyla. Keyla Sampaio. — Estende a mão em minha direção e aperto.
Se ela tivesse trinta anos, é muito. E é muito bonita, por sinal.
Não tanto, quanto a minha bruxinha, é claro
— Você deve ser o Lorenzo González. — Diz me encarando. —
Desculpe... Senhor Gonzáles.
— Lorenzo está bom. O senhor, da impressão que sou velho demais. —
Digo sorrindo e me sento. — Então, senhorita Sampaio...
— Me chame apenas de Keyla. — Sussurra, apertando o bloco nas mãos.
— Então, Keyla. Por que quis fazer administração?
Ela começa a relatar e apenas assinto. Estou encarregado de mostrar toda a
empresa e é isso que faço. Parece bem interessada no que eu falo, a maioria
das estagiárias não estavam nem aí.
Troquei algumas mensagens com Diana durante o almoço, que avisou que
vai sair para almoçar com Bianca.
Fiquei com o dedo coçando pra perguntar se o alma sebosa ia, mas ia
parecer psicótico demais.
— Assina isso, que tenho que levar para o Chris. — Arthur diz jogando
umas folhas em cima da minha mesa.
Keyla saiu mais cedo, o seu contrato vai ser de dois meses, mais ou menos.
A empresa tem um ótimo programa de estagiários.
— Estagiária gostosa, né. — Arthur coça o queixo, me olhando. — Ainda
bem que seu pau e você estão amarrados.
— Não há perigo, Arthur. — Digo, vendo-o sorrir.
— Estou tão orgulhoso do meu bebezinho.— Se aproxima, me beijando.
— Vai tomar no teu cu! — Limpo o rosto sorrindo.
Ele gargalha, segurando os papéis nas mãos e acena, saindo.
Nem em falta de consciência, Keyla representa algum tipo de ameaça para
mim.

Diana
— Você precisa ler esse daqui. Ah, esse também... São magníficos. —
Bianca me entrega uns livros enquanto organiza mais alguns na enorme
prateleira.
— Falam sobre o que? — Indago, olhando a capa de um.
— Romance antigo, é magnífico. — Vira de frente, me olhando com um
sorriso. — E você sabe que odeio coisas melosas. Mas a autora é incrível.
Dou de ombros, segurando os livros. Estamos na livraria onde Bianca
trabalha. Resolvi passar a tarde com ela, depois do curso.
Amo o emprego dela. Vive rodeada de livros e ainda pode pegar quantos
quiser, emprestado. Me aproximo de uma prateleira, vendo um livro de capa
grossa e escura.
— Enrique estava lendo esse livro um dia. — Pego o livro, olhando Bianca
saltar os olhos. — Fala sobre o que?
Ela dá um sorriso meio forçado.
— Não queira nem saber.
Semicerro os olhos, sorrindo.
— Por quê?
— Está curiosa, hein Diana... Credo.
Bianca sai andando até parar em frente do caixa e fico a sua frente, a
olhando.
— Por falar nisso, você bem que podia me contar porque você e ele
acabaram de uma hora pra outra, né? — Peço, tamborilando os dedos no
balcão. — Você e ele fogem como ratos, quando pergunto.
Bianca torce a boca e sorri, olhando para frente, onde um cliente se
aproxima.
— Vou atender o urso panda, ali. Quando eu voltar conversamos.
Eu sei da personalidade forte de Bianca. E meu irmão também não fica
atrás. Os dois não são de demonstrar afeto em público e é bem estranho. Meu
pai sempre foi contra e talvez tenha sido por isso que Enrique resolveu
namorar Bianca, sempre gostou de enfrentar nosso pai.
Meu pai, não tive mais notícias, desde o jantar. Também não liguei, e nem
ia. Sei que Hugo está sendo processado pelo que fez comigo. E só de pensar
em estar frente a frente com ele daqui a alguns dias, meu coração quase para
de bater, por alguns segundos. Quero falar com minha irmã também, mas sei
que Eudora, também acredita em Hugo.
Pego o celular assim que ele vibra, olhando a mensagem de Lorenzo.
"Bruxinha vou sair um pouco mais tarde hoje, mas prometo que
te recompenso amanhã
Te amo."

Quase sorri.
"Tudo bem. A gente se vê em casa.
Também te amo."

Bloqueio o celular e fecho os olhos.


Essa semana que se passou, Lorenzo está trabalhando como um louco,
culpa de um estagiário novo que tinha entrado na empresa e está deixando-o
sobrecarregado.
Está chegando sempre mais tarde, mas ainda é o mesmo Lorenzo. Fogoso e
devasso.
Olho de lado e vejo Bianca voltar com o homem e três livros nas mãos, ela
sorri assim que ele passa pela porta, feliz pela compra.
— Vai me contar, agora? — Pergunto, olhando-a abrir uma latinha de
refrigerante, encher o meu copo e tomar o restante.
— É complicado demais, Diana.
Arqueio as sobrancelhas, a encorajando a continuar.
— Enrique tem gostos... Como posso dizer... Estranhos. — Ela fica séria e
depois dá um sorriso. — Ele é ótimo, mas Enrique não se abre com ninguém.
Ele é daqueles que não nos deixa ultrapassar um certo ponto.
Eu realmente tenho que concordar.
Enrique sempre foi fechado demais, mas eu não o culpava. Ele perdeu a
mãe cedo demais, teve que morar com minha mãe pouco tempo depois. Eu
não era nascida e não é um assunto que meus pais e ele me falavam.
— Só por isso, não deu certo? — Insisto, olhando-a torcer os lábios de uma
lado para o outro.
— Outras coisas, também.
Ponho a mão no queixo, olhando ela como se dissesse: pode contar, tenho
todo o tempo do mundo.
— Outras coisas que você não precisa saber, dona Diana. — Diz séria,
se levantando.
— Eu te conto tudo sobre a minha vida, Bianca! Até os detalhes sórdidos.
— Quer saber como o seu irmão trepa?
A encaro, horrorizada.
— Não! Meu Deus! Não! Não!
Ela pende a cabeça para trás, em uma gargalhada sonora. Balança a cabeça
de um lado para o outro, se contorcendo sobre a mesa.
— Ia te recomendar um livro, mas você é inocente demais para esse
mundo. — Bianca destila seu sarcasmo
— Sou casada com um devasso, Bianca. Minha inocência se foi. — Digo,
olhando-a abrir a boca e fechar novamente.
— Sua perdida! — Rebate sorrindo. — Vai na sessão sete, lá tem vários
livros pecaminosos.
Sorrio, me encaminhando para as prateleiras, são livros eróticos. Passo os
dedos, pegando na capa de alguns.
— Esse daqui é pra aprender a ter orgasmo? — Pergunto pra Bianca, que
assente sorrindo.
— Você não precisa disso, né? Aposto que Lorenzo te faz ter um orgasmo
apenas com os dedos.
— Faz mesmo. — Digo séria.
— Vadia!
Submissão.
Ergo o livro, olhando Bianca me encarar séria.
— Submissão? O que é isso?
Ela entorta a boca e me encara, pegando o livro e olhando a contra capa.
— Dominação, homens que gostam de mulheres submissas a eles. —
Explica, devolvendo o livro a prateleira.
— Submissas em todas as coisas?
— Entre quatro paredes, principalmente. — Diz com uma voz distante.
Arregalo os olhos e Bianca sorri, de lado.
— Explique melhor. — Sussurro, olhando ela respirar longamente.
Bianca revira os olhos e me puxa pela mão, vamos até o caixa onde ela
retira seu notebook da bolsa e digita umas palavras lá.
Vira a tela para mim e meu queixo vai ao chão, quando olho as imagens.
Eram mulheres presas com cordas, chicotes, marcadas por cintos,
palmatória e sabe lá Deus mais o que.
— Eles amarram as mulheres? — Pergunto boquiaberta. — Por quê?
— Porque precisam de controle sobre tudo. — Bianca me encara séria.
Torno a olhar a imagem na minha frente, perplexa.
— Isso existe, mesmo? Meu Deus, Bianca! Isso é uma barbaridade!
— Nem é tanto, chega a ser gostoso na hora do sexo... Às vezes, é claro,
quando você faz o que o dominador manda.
Tiro os olhos da tela, encarando Bianca.
Se eu não conhecesse minha prima e não conhecesse a personalidade forte
que ela tem, eu provavelmente diria que Bianca tinha batido a cabeça com
força.
Mas muita força.
— Você já foi... Já foi...
— Diana, você não tem que ir para casa, não? — Ela fecha o aparelho e
solto o ar pela boca.
— Lorenzo vai chegar mais tarde em casa, hoje. Está atolado de serviço na
empresa.
— E por que você não vai lá fazer uma surpresa para o seu maridinho? —
Sorri diabolicamente. — Tipo um sexo fodástico, na mesa, deixar aquela
empresa de cabeça pra baixo.
Mordisco meu lábio inferior, a olhando.
— Não tive uma boa recepção da última vez que fui lá. — Digo
com a voz arrastada, lembrando da primeira vez em que fui e ouvi a
conversa deles.
— Isso ficou no passado, Di. Todos nós sabemos que Lorenzo está de
quatro por você. — A encaro suspirar.
— Eu que estou! — Sorrio perversa.
— Vaca safada!
— Sério, Di. Ergue essa bunda daí e vá pegar o seu homem!
Me ergo, pegando as chaves e minha bolsa.
— Eu adoraria te levar, mas não vim de carro Heitor, está vindo me pegar
pra fazermos um sexo selvagem!
— Idiota! Eu vou chamar um táxi. — Jogo um beijo no ar, saindo da
livraria.
Por fim, ia dá uma pausa naquele assunto. Mas que Bianca está escondendo
algo de mim, ela está!
Era um finalzinho de tarde meio frio, coloco o sobretudo por cima do
vestido e pego um táxi rapidamente. Tento ligar, mas o celular dele só dava
fora de área.
Desço do táxi, olhando o enorme prédio e passo pelas portas de vidro.
Parece que todos os funcionários viraram o rosto para me encarar. Sorrio de
leve, parando na recepção e a mulher já libera minha entrada. Pego o
elevador, parando no último andar e dando de cara com Chris e Arthur, que
conversavam.
— O que os bons ventos trazem, meu Deus?! — Arthur diz sorrindo e
abrindo os braços.
— Vim fazer uma surpresa. — Digo os cumprimentando.
— Lorenzo está se esforçando, — Chris diz sorrindo. — Arthur te leva até
a sala dele, eu já estou indo.
— Vai pra onde? Ainda temos trabalho, senhor manda chuva!
— Aniversário de casamento dos meus sogros. Patrick pode muito bem
assumir na minha ausência. — Chris diz, batendo no ombro de Arthur. —
Até mais, Diana.
— Até mais, Chris.
Arthur fecha o semblante, me olhando.
— Vamos lá fazer uma surpresa pro seu maridinho. — Reviro os olhos,
indo ao seu lado. — Mal saiu da sala hoje, cheio de trabalho.
— Coitadinho. — Sorrio enquanto Arthur me encara, balançando a cabeça.
— Ah, o amor é lindo. — Suspira pesadamente. — Vida de casado é boa,
só perde pra de solteiro.
Arthur pisca e sorri, e continuo ao seu lado. Nunca tinha entrado na sala de
Lorenzo. Mas parece ser bem grande. Arthur bate na porta e a voz grossa
responde "O que é inferno?"
O jeito de Lorenzo de ser.
— Trouxe uma surpresa pra você. — Arthur fica na minha frente, tapando
completamente a minha visão.
— É de comer? To oco de fome! — Ouço ele resmungar e sorrio.
— Bom... É de comer sim.
Belisco Arthur e prendo uma gargalhada.
— O que é, Arthur?
— Sou eu. — Digo o olhando se erguer.
Ele abre um sorriso amplo e entro na enorme sala.
— Eiii, bruxinha! — Entrelaço o braço em seu pescoço e ele cola os lábios
rapidamente nos meus.
— Vim te fazer uma...
Me viro no instante em que a mulher se ergue, com um sorriso mais falso
que o cabelo que estava preso em um grande rabo de cavalo.
— Keyla, eu quero que você conheça minha esposa. — Lorenzo diz, nos
olhando. — Keyla, essa é Diana. Diana, essa é Keyla.
— É realmente um prazer conhecer você. — Diz apertando minha mão.
— O prazer é meu.
Colo meu corpo ao lado de Lorenzo, sentindo-o enlaçar minha cintura
enquanto a encaro.
— Amor, senta aqui... Só estou terminando de revisar um relatório. — O
encaro e assinto. — E vamos para casa.
Me sento na enorme cadeira e empurro meu pé, a fazendo girar. Ele está ao
lado da tal Keyla, olhando para a pasta que ela segura nas mãos.
— Acho que por hoje é só. — Ela me encara e sorri, pegando a bolsa. —
Me desculpe por ficar alugando o seu marido, senhora Gonzáles.
Os olhos dela me analisam e sinto que a conheço de algum lugar. Ela não
me é tão estranha, assim.
— Não está alugando, é o dever dele dá assistência pra uma estagiária.
As palavras saem da minha boca sem eu ter o controle das mesmas, ela me
fita e sorrio de leve.
— Até segunda então, Lorenzo. — Ela acena rapidamente e sai da sala.
Sorrio enquanto Lorenzo vai até a porta, fechando-a e me encara sorrindo.
— Por que está tão séria? — Diz se aproximando e me ergue, se
encostando na mesa e puxando-me para os seus braços.
— Você não me falou que é uma estagiária. — Rebato com o dedo em seu
peito. — E aquele decote?! É um local de trabalho aqui!
— Eu falei sim, agora se você estava brigando com um sanduíche, que nem
menos prestou atenção no que eu falava, não posso fazer nada! — ele beija
minha bochecha e o olho. — Eu já falei que você fica linda quando está com
ciúmes?
— Quem disse que estou com ciúmes, Lorenzo?
— Não está?
— Você acha ela bonita?
— Você está com ciúmes?
— Você acha ela bonita, Lorenzo?
— Você é mil vezes mais bonita do que ela e do que qualquer mulher que
há nesse planeta. — Seguro em sua camisa e ele cheira meu pescoço.
Coloco a testa em seu ombro, suspirando.
Não queria parecer uma louca psicótica de ciúmes.
— Não gostei dessa mulher. — Sussurro e ele me fita. Faço um bico e
Lorenzo sorri, juntando as mãos em meu rosto.
Abre meus lábios com a língua, me beijando fervorosamente.
— Ahh, desculpa atrapalhar! — Arthur entra de repente na sala e Lorenzo
se vira. — Vim só pegar um documento e ir pra casa. Podem continuar com o
sexo aí.
— Ninguém tava trepando, Arthur, ainda! — Lorenzo rebate.
Nem consigo olhar para a cara de Arthur. Mas o olho de relance, com as
mãos sobre o os olhos.
— Eu não estou vendo nada! Juro!
— Pode sair agora, seu pau no cu!
— Fechem a porta! Não quero cegar meus olhos vendo Lorenzo pelado!
Lorenzo revira os olhos, indo até a porta e fechando-a com a chave dessa
vez. Balanço as pernas, ainda em cima da mesa e sorrio o olhando afrouxar a
gravata e passar a língua pelos lábios.
— A gente nunca fez sexo selvagem aqui, né? — Pergunta, beijando meu
queixo e parando nos lábios.
— A gente vai fazer sexo na sua mesa? — Fica no meio de minhas pernas
e eu rodeio sua cintura.
— Eu nunca fiz sexo em um escritório antes. — Sussurro, o olhando
franzir o cenho.
— Eu ia ficar tão puto, mas tão puto se você já tivesse feito, bruxinha.
Escondo um sorriso assim que Lorenzo começa a desenhar um círculo
imaginário em uma de minhas coxas, com o polegar. Seguro na lapela da
camisa, o puxando.
O beijo com um desejo enorme, um desejo fora do normal. Que já fazia uns
dias que estava me consumindo. Todos os meus poros ansiavam por Lorenzo,
é anormal, insano e quente.
— Bruxinha... — Segura em meu queixo e sorrio.
— Lorenzo...
— Vamos fazer esse prédio tremer, meu amor.
Sorrio, puxando a camisa com força, vendo os botões voarem. Ele sorri e
esmaga meus lábios com um beijo violento e quente.
A mão aperta minha cintura firmemente. Lorenzo chupa meus lábios,
minha língua, mordisca ao mesmo tempo que beija. Abro os olhos, olhando-o
sugar o meu lábio. A boca de repente vai para o meu pescoço, descendo até a
curva do meu ombro e lambe o mesmo sem pudor.
— Eu vou te foder, Diana... Vou te deixar dopada. — Sussurra, tirando
meu vestido com uma pressa absurda.
— Vai... Vai o que? — Pergunto sorrindo e puxo-o pelo cinto, agarrando a
cintura com minhas pernas.
Eu já sinto o vulcão se formar em minha boceta.
— Vou te foder, bruxinha... Vou te mostrar que não sou apenas eu que sou
apaixonado por você... Mas como meu pau, também é. — Sussurra, abrindo
minhas pernas.
Travo a respiração, o olhando sorrir me encarando.
Eu praticamente virei manteiga perto da chama.
Me desmanchei por completo.
— Pode ficar quietinha, bruxinha... — Sussurra, segurando em minha
cintura e me tirando de cima da mesa. — Não tire os sapatos... Quero te ver
assim.
Travo a respiração, apoiando as mãos na mesa. Viro de costas, mordo o
lábio quando sinto as mãos em meus tornozelos, subindo lentamente. Sinto a
língua começar a subir pelas minhas pernas e temo fraquejar.
— Que visão mais sensacional, Diana.— Grito sorrindo quando sinto os
dentes mordendo a carne do meu bumbum e ele sorri. — Essa bunda me
mata!
Ele começa a me apalpar, beija minhas costas, minha nuca... Suspiro
sentindo os dedos puxando o elástico da minha calcinha e ergo os pés
enquanto ele passa a pequena peça pelos mesmos.
Os sapatos são as únicas coisas em meu corpo.
— Minha menina.
Arqueio as costas quando uma das mãos fica entre o meio das minhas
pernas. Os dedos massageando meu clitóris enquanto outro me penetrava
fundo.
— Haaaa... Lorenzo!
— Calma, anjo. — Sussurra em meu ouvido. A carne do meu pescoço é
sugada e a boca vai descendo, cada vez mais ágil e quente. Ele suga cada
parte do meu corpo.
Meu cérebro não funciona mais, com tamanho desejo.
— Ia esperar chegar em casa... Mas não vou aguentar. — Diz passando
para o outro lado da mesa, abre a gaveta e pega uma caixinha pequena.
O sorriso denunciava o que era.
— Esse é maior que o outro... Mas vai aguentar, por que é uma ótima
menina, não é amor? — Diz se aproximando e sinto um arrepio intenso.
É uma sensação estranha, saber que estou com uma pequena fortuna
enfiada em meu bumbum.
— Vamos fazer uma coleção de joias em plugs... De todos os tamanhos e
modelos.— Diz em meu ouvido, me encostando ainda de costas em seu
corpo. — Quero te deixar bem aberta.
— Homens normais dão joias para colocar em... Outros lugares. — Ofego,
ouvindo aquela risada baixa.
— Eu não sou normal, Diana. Agora arrebita essa bunda linda para cá, meu
amor.
As mão aperta minha cintura e me jogo para trás. Traz o apetrecho para os
meus lábios e o sugo. Realmente é um pouco maior que o outro.
E por incrível que pareça, não me assusta.
— Relaxa.— Lorenzo sussurra, espalmando a mão em minhas costas, me
fazendo debruçar sobre a mesa. — Relaxa, amor... E abre a boquinha.
— O-o que? — Viro o pescoço e ele sorri.
— Faz o que peço, Diana... Relaxa a musculatura, com a boca aberta.
Respiro devagar.
Lorenzo é expert em cu.
Deixo a boca apenas um pouco aberta e sinto o plug começar a invadir
devagar. Está bem molhado e porra... É bem maior.
— Que coisa linda... — Lorenzo sussurra e engulo em seco, sentindo
aquela parte preenchida. — Está toda molhada, meu amor... Só vou parar de
chupar você... Quando você gozar, entendeu?
Assinto rapidamente, o olhando.
Tento me concentrar com a sensação de estar sendo invadida, junto de um
tesão sem tamanho.
— Fala, Diana!
— Eu... Entendi. — Sussurro e solto um gemido.
Lorenzo se ajoelha e abre minhas pernas novamente. A língua molhada,
misturando-se com minha carne, que lateja. Eu ia desfalecer.
Meu clitóris é sugado fortemente. É como se eu fosse me desmanchar em
vários pedacinhos na boca dele. Aperto a mesa e sinto-o mordiscar cada
dobrinha.
— Tão deliciosa!
Sinto-o passar o dedo em minha boceta, como se estivesse passando em um
bolo repleto de cobertura. Só ouço a sucção de seus lábios.
— Oh, Lorenzo... — Sussurro entre gemidos.
— O que foi, minha Bruxinha?
— Eu... Eu preciso...
— Precisa? — O dedo me penetra fundo e gemo.
Oh porra!
— Eu preciso gozar...
Ouço-o sorrir e afundar novamente o rosto entre minhas pernas.
— Seu pedido, é uma ordem. — E ele praticamente me devora.
Sugando-me com fome. Os estalos forte de sua língua entre meu clitóris,
faz um grito romper-se da minha garganta. Um desespero formando dentro de
mim.
— Lorenzo! — Trinco os dentes, quando as mãos firmes seguram em meu
bumbum abrindo-o, me fodendo com a língua e eu explodo de desejo em sua
boca.
Minhas pernas tremem, a respiração ofega e engulo em seco.
— Meu Deus! — Sussurra me olhando e limpa a boca com as mãos.
— Você vai me matar!
— Ainda não. Mas vou fazer isso agora.
Sinto o tapa forte em meu bumbum e sorrio, o olhando por cima do ombro.
— Eu ainda vou foder esse rabo, Diana... — Sussurra me apertando e
descendo as mãos até às bochechas do meu bumbum, abrindo-a. — Juro que
vou comer seu cu.
Misericórdia.
É a coisa mais estranha e mais prazerosa de toda a minha vida.
— Afasta as pernas, Diana. — Obedeço no mesmo instante, afastando as
pernas. Colo a cabeça em seu peito.
— Eu vou te foder bem forte! Se for demais pra você, me pede pra parar.
— Diz sussurrando. — Entendeu?
— Tá!... Entendi!— Sussurro, assentindo rapidamente.
A mão espalma nas minhas costas, deitando apenas minha cabeça na mesa,
minhas pernas afastadas enquanto o sinto por trás de mim, segurando em
minha cintura.
— Me pede pra parar, se for demais... — Diz novamente, introduzindo o
membro devagar.
Eu já não consigo pronunciar mais nenhuma palavra. Minha mente foi
tomada apenas pela sensação de prazer, que se apossa do meu corpo quando
eu sinto cada centímetro dele dentro de mim.
Só que não é como das outras vezes. Lorenzo está socando rápido e duro
demais, uma das mãos apertavam o meu pescoço, enquanto a outra apertava a
minha cintura com força.
O barulho dos nossos corpos se chocando um contra o outro e ele não
parava nem um segundo sequer.
— Caralho, Diana! — Grunhi entre os dentes enquanto me penetra fundo,
sem dó alguma.
Os gemidos tinham sido substituídos por gritos finos, que escapam da
minha garganta. Ergo meu tronco, ficando apoiada apenas nas mãos e me
jogo para trás.
Olho de relance Lorenzo e seu rosto está transformado. As pupilas
dilatadas, o suor descendo pelo pescoço. Fecho os olhos, colocando meu
corpo completamente ao dispor dele enquanto o sentia entrar e sair com uma
força, que se eu não me segurasse ia cair ali mesmo.
— Lorenzo... Oh porra!
Gemo descontrolada, sentindo as mãos em meus seios. E então ele me vira
com uma rapidez fora do normal, me sentando na mesa novamente. A altura
dos quadris ficando proporcional com a minha.
Então ele se enfia novamente, me fazendo soltar um gemido de desespero e
desejo.
— Eu te amo!— Sussurra em um entra e sai, me devorando.
O suor escorrendo pelos meus seios enquanto a língua dele passeia pelo
mesmo local, bebendo-o.
— Eu preciso gozar, bruxinha...
— Goza. — Gemo, o olhando me puxar e me encaixar em seu quadril
Ouço um urro forte vindo da garganta dele e os músculos se enrijecem ao
mesmo tempo.
Fecho os olhos, sentindo os espasmos se aproximando e nos levando ao
ápice juntos.
As mãos se entrelaçam, juntas. As alianças douradas brilhando.
Sorrio em seu peito, beijando a pele lisa e cheirosa.
— Você está muito devassa, bruxinha. — Ele diz sorrindo.
Capítulo 28
Lorenzo
— o aniversário do seu pai, Lorenzo. — Diana me encara através
do espelho do banheiro enquanto faço a barba. Deixo o aparelho
É sobre a pia, ainda com espuma pelo rosto.
— É só um dia comum.
Estamos em uma pequena discussão. O final de semana passou como um
foguete. É domingo de manhã, aniversário do meu pai. E como todos os anos,
mamãe fazia um dia todo especial, do qual nunca quis participar e nem faço
questão.
— Por favor...
Termino de lavar o rosto e seco com a toalha. Olho para Diana ainda de
roupão, me encarando.
— Eu não participo de um almoço em família no aniversário do meu pai...
Há tempos, Diana. Há muito tempo. — Desabafo, suspirando.
— Não acha que isso tem que mudar? Você não pode odiar seu pai para
sempre, amor. — Entorto o rosto quando ela se aproxima, me abraçando. —
Pela sua mãe, Lorenzo.
A encaro morder os lábios e me olhar fixamente.
— Por mim... Por favor!
Reviro os olhos impaciente. Que raiva.
Diana usa de golpes baixíssimos para me fazer aceitar, piscar os olhos
claros e fazer um bico é o suficiente para me desarmar.
— Algumas horas, apenas. — Digo olhando-a abrir um sorriso. — Apenas
isso. Estou falando sério.
Franzo o cenho e ela pula em meu colo, me beijando.
— Te amo, seu bobo.
Fecho o semblante, a olhando.
Se ela pensa que eu vou fazer tudo que ela quiser, está muito enganada.
Muito mesmo.
Entramos em meu carro meia hora depois. Diana parece que está indo para
a Disney de tão feliz, com um sorriso estampado no rosto. Eu estava pronto
para passar o dia em casa, dando umas belas palmadas na bunda de Diana.
Ou até mesmo nos peitos, que estão enormes.
Mas não. Estou indo para a festa do velho.
— Estou bem do seu lado. — Diz assim que estaciono o carro no jardim da
casa dos velhos, soltando o ar pela boca. — Não solta a minha mão.
Viro o pescoço, olhando-a.
— Prometo que só vou soltar sua mão, pra apalpar a sua bunda. — Disparo
a beijando.
— Eu te amo.
— Também te amo, bruxinha. Muito!
Eu vi os carros de alguns parentes estacionados e de longe consegui ver
minha mãe parada com olhos saltados, ao lado de Ágata. Bato a porta do
carro e Diana entrelaça os dedos nos meus.
— Meu filho... Que felicidade ver você aqui. — Mamãe diz e me abraça.
— Diana, meu amor! Entrem.
Entro na sala, já vendo todos me encararem.
— Que bom que você veio. — Patrick diz batendo em meu ombro e sorri
me abraçando.
— Não sou o aniversariante. — Resmungo sério.
Ágata já está arrastando Diana para a cozinha aos risos, junto com Helena.
— Não vim por ele. — Digo, negando com a cabeça.
— Mas veio. Lembra quando vovô te fazia vir? — Chris se aproxima, se
metendo na conversa e lembra, sorrindo. — Meu Deus, nunca vou me
esquecer da sua cara.
Eu também não conseguia esquecer. Até aquela data, eu achava que meu
pai não gostava de mim por eu não ser tão calmo quanto Patrick, ou tão
responsável quanto Chris.
Nunca fiz questão de agradá-lo mesmo, como os dois sempre faziam.
— Mamãe está rondando Bianca para saber quando irá sair casamento! —
Arthur se aproxima, dando um gole generoso na bebida.
— Vai sair casamento? — Pergunto, tomando o copo de suas mãos.
— Não toma no meu copo, passei a noite inteira chupando uma boceta
deliciosa...
— Se fosse um pau, aí eu ficaria surpreso.
Sorrio o olhando.
— Vai se foder!
— Lorenzo. — Me viro, olhando meu pai se aproximar com Clhoe
agarrada em suas mãos. — É bom ver você aqui.
— Titio! Sabia que hoje é aniversário do vovô? Ele está fazendo... —
Clhoe mexe nos dedos e me encara. — Não sei contar nos dedos... São
muitos dedos, né vovô?
— Olá princesinha do titio... — A pego no colo, apenas assentindo com a
cabeça pra ele.
Queria mesmo era virar as costas e ir embora.
— Está linda, meu amor... Sentiu saudades do titio?
Clhoe sorri, me beijando.
— Muito?
— Mas que muito. Muito, muito.
— Eu quero conversar com você. — Meu pai diz me olhando sério.
Chris pega Clhoe no colo e sai, disfarçando junto com o restante dos
meninos.
— Não acho uma boa ideia. — Cruzo os braços, sério.
— É só por um instante. Por favor!
Olho para o lado e sorrio, assim que Tia Catarina vem em minha direção.
— Cadê minha tia preferida e mais linda do mundo? — A beijo enquanto
ela sorri.
— Diz isso apenas por que sou a cara da sua mãe.
— As duas mulheres mais lindas do mundo. — Completo, beijando sua
mão.
E na verdade eram sim. Gêmeas idênticas.
— Te encontro no escritório, Lorenzo. — Ele diz e apenas assinto, o
olhando se afastar.
— Não ligue para o seu pai. Sabe que ele sempre foi meio rabugento. —
Tia Catarina sorri e reviro os olhos.
— Meio?
— Bastante, né?! — Tia Cat sorri e volta a me abraçar. — Sabe que amo
você.
Ela beija minha testa e aperta meu nariz, o mesmo gesto que fazia quando
eu tinha sete anos. Tia Catarina sempre nos mimou muito. Ela e tio Thomas,
que é irmão do meu pai, são nossos melhores e únicos tios.
Só queria ficar no meu canto nessa festa. Sem ter que ficar falando do
passado. Subo as escadas devagar e entro no escritório. Fico em pé, o
observando sentado.
— Eu fiquei muito surpreso quando Clarisse me disse que você veio.
— Não deveria. Não vim por você! — Digo rápido, o cortando.
— Eu sei, mas fiquei feliz mesmo assim... Há anos você não vem em
uma comemoração do meu aniversário em família. — diz tentando não
deixar transparecer suas emoções pela voz.
Mordo o lábio, o olhando.
— Só queria te falar que daqui a menos de sete meses, o contrato de
casamento acaba e vocês vão ter que assinar a anulação. — Ele para por uns
segundos e sorri. — Não sei se vai querer anular, ou não... Já que estão bem...
— Isso é um assunto que só cabe a mim e a Diana resolver, pai. Não a
você.
— Claro, eu sei... Eu só queria falar que os papéis da anulação, em breve
estarão comigo.
Anulação de casamento era a cabeça do meu pau.
— Era só isso?
Ele apenas nega com a cabeça e o encaro.
— Quando você vai me perdoar, Lorenzo?
Sorrio e solto o ar pela boca.
— Perdoá-lo exatamente pelo quê? — Abro os braços jogando-os sobre o
corpo. — Eu não quero ter essa conversa com você de novo! Porque sempre
acaba em uma única coisa : briga!
— Lorenzo... Você é meu filho.
— Tem certeza, senhor Patrício?! Eu posso ser filho do jardineiro! Ou do
motorista. — Digo, sorrindo sem humor algum, vendo-o parar estático.
— Lorenzo... — Diz me encarando.
— Você acha que um simples pedido de desculpas vai apagar tudo, não é?
— Engulo seco, o olhando.
— Atitudes mostram mais, Lorenzo.
— Mas eu não quero ver nem suas atitudes e muito menos escutar suas
desculpas. Talvez Christopher e Patrick, eles são seus filhos perfeitos e
incríveis. Eu não sou nada pra você. Então por favor, senhor Patrício, não me
trate como se eu fosse importante pra você.
Solto o ar devagar e o encaro.
O odeio apenas por pensar no passado, odeio o fato dele ter desconfiado da
minha mãe. E se ela resolveu perdoá-lo, problema dos dois. Eu que não vou.
Pareço estar escutando os berros do meu avô, gritando com ele por ter ido
reclamar que eu estava ficando mimado demais.
— Você é meu filho!
Sorrio balançando a cabeça.
— Agora eu sou, né? Agora! Porque eu me lembro muito bem de você...
— Eu fui imaturo e inconsequente. Mas eu amo você, tanto quanto Patrick
ou Christopher.
— Ama, é? — Minha voz destila sarcasmo.
— Eu errei no passado, Lorenzo. E deixei você se apegar mais ao meu pai,
do que a mim... Errei em não ter te visto nascer.
— E continua errando até hoje.
— Está doendo muito em mim agora...
— É pouco, pai... É pouco. — Sussurro o encarando. — Agora, se me der
licença, vou voltar pra festa.
Bato a porta com toda a força, soltando o ar pelo nariz.
Meu pai sempre teve o dom de estragar tudo.
Amava meu avô e isso nunca foi segredo para ninguém. Ele sempre tentou
suprir a ausência do meu pai. E nunca senti muita falta dele também, tinha
mamãe, meu tio...
A raiva e angústia maior era saber que ele achava que eu não fosse seu
filho, que eu seria o segredo sujo da minha mãe.
Aí vem com esse papinho de perdão.
Meus ovos!
— Lorenzo! Lorenzo! — Olho pro lado e vejo Heitor correr em disparado,
ofegante.
— O que foi?!
— Lana está lá embaixo, no jardim! Apareceu igual ao satanás. Do nada!
— Quem diabos deixou essa desvairada entrar aqui? — Berro,
passando por Heitor e desço as escadas com pressa.
— Lana tem pacto com o demônio, só pode! — Heitor diz ao meu lado.
Não precisei dar mais passos pra poder vê-las. A gritaria chegava até a
China, de tão alta.
— Eu só saio daqui, depois de falar com o Lorenzo! — Lana cruza os
braços, ralhando e me encara assim que entro na frente de Diana, que está
quase espumando pela boca.
— Pelo amor de Deus, criatura. Você sai lá do quinto dos infernos e acha
que tem moral pra exigir alguma coisa? — Bianca a encara de cima a baixo.
— Não ponha lenha na fogueira, Bianca!
— Eu quero é tacar a lenha na cara dela! — Bianca grita para Heitor.
— Leva a Diana pra dentro, eu quero ter uma conversa particular com ela.
— Digo olhando Lana me encarar com um sorriso convencido no rosto.
— Acha mesmo que vou deixar você sozinho com essa mulher? — Diana
me fita e me viro, a olhando morder os lábios.
— Não confia no seu maridinho, Diana?
— Escuta aqui, Lana. Eu confio no Lorenzo, mais do que em qualquer
pessoa... — Diana dispara fuzilando-a. — Agora, se seu despeito é maior que
essa sua cara de pau, a culpa já não é minha!
— Tomaaaa! — Arthur diz em um sussurro.
— Daleeeeee, Diana! — Heitor grasna.
— Quanto mais sobe, maior é o tombo, garotinha. — Lana zomba e já
perco a paciência.
A pego pelo braço, indo com ela pra fora. A raiva está consumindo todo o
meu corpo.
— Lorenzo... Lorenzo... — Ela me encara assim que a solto bruscamente
em frente ao portão.
— Ouça novamente, Lana. O que tínhamos acabou, e acabou mesmo! Pare
de me perseguir, pare de perseguir a Diana!
— Eu descobri tudo. — Ela sussurra me olhando.
— Descobriu o que? Você está louca?
— Não! Louco foi você! Você não a ama, Lorenzo. Só está com ela pra
não perder a herança, não é? Seu pai ameaçou tomar tudo de você... Por isso
aceitou esse casamento de fachada!
Paro estático, olhando-a passar as mãos pelos cabelos.
— Acaba com esse teatro de marido apaixonado, porque isso não combina
com você! — Sussurra e sorri abertamente.
— Acabe você com essa perseguição! — A voz de Diana surge e percebo-a
tremer de raiva.
— Não deu pra segurar ela! — Heitor diz, dando de ombros. — Ela é
pequena, mas tem força!
— Você acha mesmo que ele está realmente apaixonado por você, menina?
Um homem como Lorenzo merece uma mulher como...
— Como você? — Diana rebate com um sorriso. — Nós casamos sim, por
um contrato. Mas nos amamos!
Seguro Diana pelo braço enquanto Lana gargalha sonoramente.
— Ama você e mais outras, né? Meu bem... Conheço Lorenzo há anos...
— Já chega, Lana! Vai embora, inferno!
— Conhece tão bem que não vê que ele não quer mais nada com você!
— Bruxinha, já chega. — Encaro Diana empalidecer ao meu lado.
— Você acha que ele vai se contentar com você? Acha mesmo, Diana?
— Arthur, faça o favor de tirar essa mulher da minha frente, antes que eu
desgrace a minha vida! — Digo, olhando-o caminhar com Chris enquanto
entro com Diana, soltando mil e um desaforos pra Lana.
— Eu odeio essa desgraçada! Mulherzinha ordinária! — Vejo seu queixo
tremer e seguro ela em seus braços.
— Diana! — A vejo empalidecer e se encostar em meu peito. —
Bruxinha... Bruxinha...
— Ah meu Deus, ela vai desmaiar! — Ágata diz assim que abro a porta.
Praticamente todos que estavam na cozinha, correram pra sala.
— Será que a pressão dela abaixou? — Bianca pergunta séria.
— Diana... — Sussurro enquanto ela ainda está meio trêmula.
— Não... Acho que foi a raiva. — Chris diz me encarando e franze o
cenho.
Meu coração parece que vai sair pela boca, tamanho o medo.
— Diana? — A chamo enquanto seus olhos entreabertos me encaram. — O
que está sentindo, meu amor?
— Acho melhor levar ela pro quarto! — Arthur diz se aproximando.
— Uma hora dessas? Espera ao menos a noite!
— Não fale besteira, Heitor! — Tia Catarina fala, batendo no braço dele.
— Meu Deus!
— Eu... Eu estou bem... — Diana se senta e me encara.
— Tem certeza? Não acha melhor irmos ao médico? — Pergunto,
segurando em sua mão.
— Beba essa água. — Ágata lhe entrega um copo de água.
— Não precisa, eu já estou bem. Só uma tontura.
Sopro o ar, aliviado.
— A última vez que você sentiu tontura, estava com anemia. — Seguro em
sua mão, que está fria e pálida.
— Anemia. — Ágata diz com a voz arrastada, me olhando.
— Ágata. — Chris a encara e ela sorri.
— Vamos ao médico, bruxinha. Só vou me sentir melhor quando souber
que está bem.
— Eu estou bem. Juro. Só um mal estar.
— Se você quiser, a gente bate naquela imunda. — Bianca diz encarando
Diana soltar um sorriso meio fraco.
Mordo o lábio assim que meu pai aparece na sala, dizendo que estava tudo
sob controle, ou ao menos parecia que estava.
Me afasto junto com eles para a cozinha e Arthur bate em meu ombro junto
de Patrick e Chris e os encaro.
— Como diabos a Lana descobriu do contrato? — Chris me encara,
sorvendo um gole de uísque.
— E você vem perguntar pra mim? — Abro os braços, o olhando. — Eu
nunca abri a minha boca pra falar nada pra ela... Aliás, ela seria a última
pessoa que eu falaria uma coisa dessas!
— Não sabemos quem falou, mas que falaram... Falaram. — Patrick
me encara sério.
— Mas quando tudo tá entrando nos eixos, vem um terremoto pra bagunçar
tudo. — Bato com as mãos na mesa, soltando o ar devagar.
— Calma, não vamos esquentar o cu com rola fina. — Arthur diz com a
mão espalmada em meu peito.
— A questão é: como Lana ficou sabendo?
— Lana é traiçoeira, ela deve ter jogado um verde.
— Ela parecia bem convicta do que estava dizendo, Arthur. — Digo e
passo a mão pelo cabelo.
— Lorenzo, Mulher quando quer descobrir uma coisa é pior do que setenta
demônios juntos.
Olhamos para a porta, onde Heitor está dando de ombros.
— Sua bruxinha quer ir pra casa.
— Heitor, chama ela de bruxinha de novo e eu arranco o osso do seu
pescoço e coloco no seu cu!
— Aiiii, ele é ciumento! — Heitor sorrir me olhando.
— Diana está bem mesmo? — Chris me olha por cima do ombro.
— Está. Sabe que Diana se alimenta mal. E agora deu pra comer besteira.
Sabe que não pode. To saindo. — Digo dando um aceno de cabeça.
Me despeço rapidamente da minha mãe, que insistiu para ficarmos. Só que
nem tinha mais clima e Diana não está legal. O caminho foi feito em total
silêncio, o que está me incomodando pra caramba.
— Você realmente está bem, amor? Não quer ir ao médico?
Ela nega com a cabeça assim que entramos no apartamento.
— Diana, olhe pra mim! — Peço, olhando-a de costas, parada no meio da
sala. — Bruxinha.
— Até quando vamos viver assim, Lorenzo? — Indaga, virando para me
encarar com o rosto coberto por lágrimas.
— Eu não faço ideia de como Lana entrou lá, Diana, Não faço...
— Não é culpa sua, tá bom?! Eu só... Só estou me sentindo exausta! —
Diz, jogando os braços ao lado do corpo. — Você não faz ideia do quão ruim
é para mim ouvir aquela mulher falar todas aquelas coisas.
— E por que está chorando, meu amor?
— Não sei! Eu não sei... Eu... — Ela chora copiosamente e fico parado.
A encaro negar com a cabeça e a aperto em meus braços.
— Eu te amo, bruxinha!
Eu sei que aquilo é exaustivo, tanto para mim, quanto para ela. Mas eu
infelizmente estou desarmado.
— Desculpa. Estraguei o aniversário do seu pai.
— Não estragou nada, Diana. Pare com isso. — Beijo sua testa enquanto
ela funga.
— Quero sorvete. — Resmunga e sorri de leve.
— O que você não me pede chorando, que eu não faço sorrindo, Diana?
Só espero que o dia seguinte, seja um pouco melhor.

Deixo Diana no curso e sigo para a empresa. Passei direto para a minha
sala, abrindo a porta em um solavanco e vendo Keyla se erguer, com o rosto
cheio de lágrimas.
— Me... Me perdoe...
— Está tudo bem? — Indago e ela nega com a cabeça rapidamente.
Coloco umas pastas na mesa e a fito.
— Não, mas vai ficar. Tem que ficar. — Soluça e logo enxuga os olhos. —
Não estou em uma fase muito boa com o meu namorado... Ele não confia em
mim. — Diz em um sussurro e dá um sorriso fraco.
— Ciúmes? Nós homens temos disso. — Digo, dando de ombros. —
Converse com ele, tudo tem conserto, Keyla. Mostre que o ama.
Nossa. Estou muito conselheiro.
— Muito obrigada. — Se ergue e sorri limpando o rosto. — Irei
conversar com ele hoje mesmo.
Sou pego de surpresa quando ela cola os lábios na minha bochecha,
sorrindo.
— Vou pegar uns relatórios para o senhor assinar. — Diz e sai
rapidamente, sem parecer a mulher que estava aos prantos há poucos
instantes.
Ué?!
Me sento na cadeira e bocejo. Vejo Arthur abrir a porta segundos depois,
jogando uma pasta em cima da mesa.
— O que é isso? — Indago o olhando.
— Lembra daquele contrato que impedia você de transar com outra
pessoa? — Assinto rapidamente, o olhando. — Foi anulado.
O encaro sério.
Ali estavam os papéis que seriam o motivo de soltar fogos de artifício
alguns meses atrás, mas agora não significavam nada.
Nada.
Na verdade, senti um pânico, uma espécie de medo, com esse contrato
quebrado.
— Papai não tinha descoberto tudo? — Pergunto, folheando algumas
páginas do contrato.
Eu tinha descoberto por acaso, que meu digníssimo pai tinha mandado o
seu advogado entra com um recurso contra a anulação. Mas como Arthur era
o advogado do diabo, conseguiu driblar o velho.

Em caso de traição de qualquer parte dos cônjuges, o


contrato de casamento será anulado, implicando assim
na perda de todos os bens matérias e uma multa
rescisória por quebra de contrato será aplicada a parte
lesada.
— Agora é tarde demais pra você usar isso. Está apaixonado pela sua Bru...
Pela Diana. — Diz sorrindo e arqueando a sobrancelha.
Fecho a pasta e suspiro.
Aquilo não vale mais nada para mim.
— Queima isso. — Devolvo a Arthur, que assente.
— Foi o que pensei, tanto trabalho para nada. Oh, vida cruel, meu Deus!
Oh vida! — Arthur sai marchando e sorrio, revirando os olhos.
Aperto a caneta em meus dedos, mordendo o lábio. Estalo a língua. Atendo
o telefone que me faz sobressaltar assim que toca.
— Lorenzo?
— Oi, Chris. — Suspiro sentindo sua voz um pouco mais alterada que o
normal.
— Deu problema em uma das cargas em Seattle. Chama o Patrick e o
Arthur e vem pra minha sala, agora!.
Capítulo 29
Diana
— eitor teve que dá uma saída, então eu assumirei a aula de hoje.
— Caleb diz e me encara. — Pode me ajudar hoje, Diana?
H Me ergo e assinto, parando em sua frente. Separei a máquina
fotográfica para tirar algumas fotos da escultura que Caleb segura em cima da
mesa.
Minha mente está um pouco mais longe daqui. Bianca por sinal, me
abandonou e eu tenho quase certeza que essa saída de Heitor foi para o
apartamento da minha querida prima.
— Como você está? Parece estar tão longe daqui hoje. — Olho para Caleb
quando ele me tira dos devaneios e dou de ombros.
— Só um pouco com dor de cabeça. — Minto, dando de ombros.
Fora o embrulho em meu estômago e a ânsia de vômito que me tomou
durante toda a manhã.
Ele sorri de lado e pego minha bolsa.
— Diana... — Me viro o olhando. — Será que pode me ajudar? Fico
completamente enrolado quando Heitor não está aqui.
— Tudo bem. — Coloco a bolsa de volta na cadeira, olhando algumas
pessoas sair da sala.
— Eu ganhei uma bolsa de um ano para Savanah. — Sorri de lado, com a
câmera nas mãos.
— Que maravilha, Caleb! — O encaro com um sorriso. — Fico feliz por
você.
Ele sorri e fecha o zíper da capa, me olhando.
— Você bem que poderia vir comigo.
— Caleb... — Digo, negando com a cabeça.
— Você sabe que gosto de você, Diana.
— Você sabe que sou casada e amo o Lorenzo. — Digo em um fio de voz,
olhando-o abaixar a cabeça. — Somos só amigos, Caleb...
Caleb é quase como se fosse um irmão pra mim. Gosto dele, mas não como
uma mulher gosta de um homem, é um sentimento só de amizade.
— Diana. — Engulo seco, olhando-o se aproximar de mim.
— Caleb, pare por favor... — Digo em um sussurro, vendo-o segurar em
meus braços sem fazer força alguma, apenas colando o corpo ao meu. —
Caleb, pare!
— Me desculpe... — Sussurra me olhando. — Não tenho o direito de fazer
você gostar de mim.
— Não, não tem. — Pego minha bolsa o olhando. — Acho que nem
amigos podemos ser mais. Até logo.
Saio da sala com a rapidez de um raio. Caleb está enlouquecendo, só pode.
Se Lorenzo ao menos sonha com isso, o mataria com requintes de crueldade.
Sinto uma vertigem forte e abano a cabeça enquanto pego um táxi, indo
direto pra casa, sinto minha cabeça rodar e uma ânsia de vômito me invade.
Abro a porta de casa, tiro os sapatos e saio correndo para o banheiro.
Me debruço sobre o vaso, onde toda a comida do meu estômago sai.
Respiro e acabo vomitando novamente. E passo quase vinte minutos com
forte ânsia.
Jogo água no rosto, me vendo pálida no reflexo do espelho.
— Amor? — Encaro Lorenzo, na porta do banheiro. — O que houve?
Fito Lorenzo e me debruço sobre o vaso novamente, sinto as mãos grandes
segurarem meus cabelos e massagearem minhas costas.
— O que houve? — Pergunta de novo, me encarando quando me sento no
chão frio do banheiro.
— Acho que comi alguma coisa que me fez mal... — A voz sai arrastada.
— Muito mal, por sinal.
Lorenzo pisca algumas vezes, me encarando enquanto tira uma mecha de
cabelo que cai sobre a minha testa.
— Há quanto tempo está aqui nesse banheiro?
— Desde que cheguei do curso. — Encosto a cabeça em seu ombro.
— Você precisa comer alguma coisa. — Sussurra, se erguendo e me
fazendo levantar. — Toma um banho e vou vê se preparo alguma coisa.
— Não pode me dar um banho? — Digo com a voz arrastada, olhando-o
sorrir.
— Aí você não ia comer, ia virar a comida. — Segura em meu queixo e
beija meu nariz. — E não está em condições de fazer isso. Volto em um
segundo, minha bruxinha.
Sorrio, tirando minha roupa rapidamente e me jogando embaixo do
chuveiro na água fria. Minha boca amarga e passo as mãos pelo meu rosto
novamente. Saio minutos depois, secando o cabelo e enrolando a toalha em
meu corpo.
— Lorenzo? — Abro a porta do banheiro, saindo e olho o quarto vazio.
— Subo em um segundo, bruxinha! — Grita do andar de baixo.
Olho para a mesa de cabeceira onde o celular dele vibra, acendendo.
Franzo a testa, olhando a mensagem.
Isso é espionagem, Diana. — Meu subconsciente alfineta.
Deslizo a tela rolando os olhos pela mensagem.
"Você não sabe o quanto me ajudou hoje, saiba que pode sempre
contar comigo. Obrigado por me entender.
Um beijo e uma ótima noite.
Keyla."

— Trouxe um sanduíche pra você. — Coloco o celular no lugar


rapidamente, assim que Lorenzo entra no quarto me olhando.
Engulo seco, sorrindo.
Respire, Diana.
Foi apenas uma mensagem.
— Já passou a ânsia? — O encaro sorrir, me olhando. — Ainda acho que
devemos ir ao médico, bruxinha.
— Já estou melhor. — Digo em um fio de voz, dando uma mordida no
sanduíche.
— Isso pode ser a anemia voltando, Diana.
— Prometo marcar uma consulta. — Digo, bebericando o suco.
Não tenho motivos para me sentir insegura e nem vou.
— Tá tudo bem na empresa? — Pergunto de relance, olhando-o se deitar
ao meu lado.
— Tudo normal. — Dá de ombros, me olhando. — E como foi a aula hoje,
com a alma sebosa?
— Foi boa. — Deposito o copo na mesa de cabeceira e sorrio, quando
Lorenzo me puxa para cima de seu corpo. — Enlouqueceu, Lorenzo?
— Enlouqueci te vendo assim... Tava morrendo de saudades. — Sussurra
contra os meus lábios..
O beijo avassalador deixa toda aquela insegurança passar. As pernas
entrelaçadas nas minhas enquanto uma das mãos faz o caminho pela minha
espinha, parando no bumbum e apertando-o.
— Você me deixa louco, bruxinha!
— Eu te amo. — Sussurro, acariciando seu rosto.
Ele beija a ponta dos meus dedos, um por um. Me vira para ficar por baixo
enquanto afasta minhas pernas com os quadris.
— Eu também te amo,bruxinha... Te amo muito...muito...muito! Escondo
meu rosto na curva do seu pescoço e tento não pensar mais em nada enquanto
ele me abraça.

— Eu acho que estou vendo coisas onde não tem Bianca. — Solto o ar
pela boca, olhando-a se virar e me encarar.
— Primeiro me diz o que está vendo, aí eu digo pra você se tem, ou não.
Eu estava guardando toda aquela insegurança há quase dois meses. Não
diariamente, é claro. Mas aquela mensagem que li no celular de Lorenzo não
tinha sido a última.
Ele era o mesmo, não tinha mudado em absolutamente nada. Eu só não
conseguia falar o que estava sentindo pra ele, por isso optei por desabafar
com Bianca.
— Então faz quase dois meses que aquela bisca anda mandando mensagens
pra ele? — Assinto e olho Bianca franzir a testa. — E por que está me
contando isso somente agora, Diana?
— Porque tenho medo de estar sendo paranoica, Bianca! — Digo me
erguendo. — Lorenzo é o mesmo comigo... E as mensagens são só
dizendo o quanto ele é um amigo especial pra ela.
— Amigo de cu é rola, Diana!
Fecho os olhos, me debruçando sobre o balcão.
— Presta atenção, priminha. Você tem que sentar e conversar com o
Lorenzo, Dizer que toda essa situação está enlouquecendo você. — Bianca
segura em meu ombro e a encaro. — Ficar calada é mais do que burrice,
Diana.
Eu queria falar pra Bianca que na verdade, bem no fundo, eu tenho medo.
Não sei explicar do que exatamente, mas eu estava com medo.
Foram os dois meses mais intensos e felizes que tive. Saímos para jantar
quase todas as noites. Lorenzo me levou para conhecer a cidade, passeamos
pelo Central Park de carruagem, ele programou este passeio depois que
comentei enquanto assistíamos um filme que sempre quis fazer aquele
passeio, ele também me levou para ver uma peça na Broadway. E como
sempre nos amávamos ardorosamente no final de cada noite.
Mas a insegurança está batendo com força.
Ia falar com Lorenzo assim que ele chegasse em casa. Não vou mais
guardar isso para mim. Não desse modo. Está me fazendo muito mal, dores
de cabeça, enjoos, sem contar na fome absurda que ando sentindo.
— Diana!
Me viro assim que desço do táxi, olhando meu pai parado onde o carro está
estacionado.
— O que está fazendo aqui? — Pergunto, olhando-o com o coração aos
pulos.
— Precisamos conversar. — Ajeita o blazer e o encaro.
— Eu não tenho nada para falar com o senhor. — Digo, erguendo o queixo
o olhando se aproximar de mim.
— Não tem, mas vai falar. Vamos tomar um café. — As mãos rodeiam
meu braço e o encaro.
— O que está fazendo? Me solte! — O fito e ele praticamente me joga
dentro do carro onde, o motorista sai pisando fundo.
— O que quer comigo, pai?
Ele me analisa de cima a baixo e nego com a cabeça.
Tínhamos nos visto há duas semanas. Onde Hugo saiu ileso do processo.
Uma raiva me tomou ao ver o sorriso aberto na cara dele e meus pais sendo
suas testemunhas de defesa.
Mas conhecia meu irmão e Lorenzo muito bem, para saber que isso não ia
acabar assim.
— Precisamos esclarecer umas coisas... — Começa com um sussurro. —
Você precisa sair daquela casa, Diana. Lorenzo pediu a anulação do
casamento e você vai sair com uma mão na frente e outra atrás.
Paro estática, o olhando.
— Você está louco! — Digo o olhando e negando com a cabeça.
— Me ouça, filha, Lorenzo nunca mudou, ele continua o mesmo cafajeste
de sempre, o mesmo!
Nego com a cabeça, o fitando.
— O que?! Ficou louco? O senhor está confundindo-o com Hugo, papai.—
Digo o encarando.
— Diana, eu pedi pra um advogado seguir os passos dele.
— O senhor fez o quê?!
— Fiz para o seu bem, minha filha!
— Para o meu bem? Alguma vez você pensou no meu bem? —
Disparo, sem entender bem o que ele estava falando.
Ele para por um segundo, me olhando fixamente.
— Não acredita no seu pai, né?
— Preciso responder? Meu Deus! Olhe o que fez há algumas semanas, pai
,Por Deus!
Ele assente com a cabeça e abre uma pasta, me entregando alguns papéis.
— Está aqui, o contrato que ele mandou anular,aquele mesmo que o
impedia de ter relações extraconjugais.
Engulo seco, olhando os papéis em minhas mãos trêmulas.
— Ele está prestes a te dar um belo pé na bunda, minha filha.
— Você está louco! — Disparo, enfiando os dedos na trava da porta, que
não abria de jeito algum.
— Não seja tola, Diana! — Ele segura em meu pulso, me encarando. —
Lorenzo nunca amou você e prova disso é esse contrato...
Engulo o nó que está preso em minha garganta.
Não pode ser. Não pode ser verdade.
— Vai deixar de acreditar no seu pai? Olhe você mesma minha filha, Olhe.
Eu sentia meu estômago revirar e uma ânsia de vômito rasgando minhas
entranhas. Meus olhos turvos pelas lágrimas, que teimavam em descer.
— Olhe você mesma, Diana.
Minhas mãos tremiam enquanto encaro as folhas do contrato anulado. O
mesmo que o impedia de me trair.
E só consigo ouvir as batidas frenéticas do meu coração.
— Acredite no seu pai, Diana. Eu só quero o seu bem, minha filha. O
contrato de anulação já está com Patrício, ainda faltam alguns meses para
acabar, mas Lorenzo é esperto, Diana! E vai dar um jeito de anular esse
casamento mais cedo do que imagina!
Ergo os olhos, encarando-o.
— Quer que eu acredite em você? — Sussurro, vendo-o sorrir enquanto
limpa uma das minhas lágrimas.
— Eu sou seu pai, amor...
— Não. — Balanço a cabeça, o olhando. — Você é um monstro, do qual
nunca se importou comigo! Um monstro que preferiu acreditar naquele
cretino do Hugo, do que em mim!
Me desvencilho de suas mãos, jogando os papéis em seu colo.
— Não tente culpar o Lorenzo. Os seus erros são bem piores, senhor
Luttero!
— Sua tola! — Segura em meu antebraço, me olhando furiosamente. —
Você prefere acreditar naquele merdinha, a acreditar no seu próprio pai?
Engulo seco, o olhando.
— Acho que temos cometido os mesmos erros, papai!
Me desvencilho de seus braços, abrindo a porta em um solavanco forte.
— Ele vai te trocar, Diana! — Diz de dentro do carro, me olhando. — Com
esse contrato anulado, é questão de tempo, até ele trocar você! E vai sair com
uma mão na frente e outra atrás!
O carro saiu, arrancando me deixando ali, parada no meio de uma avenida
movimentada.
Chamo um táxi, entro rapidamente no mesmo, com a mão na boca
reprimindo um soluço.
— Está tudo bem? Moça? Deseja ir ao hospital?
— Eu quero... Eu só quero ir pra minha casa. — Sussurro e digo o
endereço.
Um soluço escapa da minha garganta assim que entro no apartamento,
desabando em lágrimas. Eu sinto um buraco no lugar do coração.
Lorenzo não tinha feito aquilo.
Ele não pode, ter feito aquilo.
Repetia comigo mesma enquanto discava o número do seu celular, que cai
direto na caixa postal.
— Lorenzo... Lorenzo, eu preciso. — Contenho um soluço. — Ligue
pra mim por favor. Deixo a mensagem entre lágrimas, jogando o celular
no sofá e me sento.
Milhões de coisas rondavam minha mente.
Não pode ser.
— Que não seja verdade, Deus. Por favor, não seja verdade! —
Sussurro pra mim mesma. — Não seja verdade... Não seja.
E todas as mensagens de Keyla no celular dele?!
Seguro minha cabeça com ambas as mãos.
Ele pediu a anulação de tudo?
Passo as mãos pelo cabelo, pegando o celular e ligando para empresa.
— Grupo González, boa tarde em que posso ajudar? — A voz feminina
ecoa do outro lado.
Era a secretária.
— Eu quero... Quero falar com Lorenzo... Por favor... É Diana, a...
— Senhora Diana... Claro, o senhor Gonzáles precisou resolver um
problema em Seattle de última hora e só voltará mais tarde.
Solto um soluço agoniado.
— A senhora está bem?
Desligo rapidamente, me encostando no sofá novamente. O sufoco em
minha garganta me apertando, é como um pesadelo. Mas parece que não vai
embora quando eu acordar.
Porque é real.
Ele vai me deixar.
Lorenzo
— Já foi resolvido? — Pergunto para Patrick, que estende a mão me
pedindo pra esperar enquanto falava ao telefone.
Inferno do cacete!
— Toma esse café, porque só Jesus sabe quando vamos sair daqui hoje. —
Arthur diz me olhando enquanto estende uma xícara.
— Isso é uísque, Arthur. — Digo, sorvendo um gole de bebida que desce
rasgando.
— Eu sei. Uísque tem o mesmo efeito do café. — Dá de ombros, me
olhando.
— Idiota. — Reviro os olhos e viro o copo.
Estou impaciente porque odeio essas malditas viagens de última hora,
principalmente quando não tinham hora para acabar.
Ligo o celular e vejo que está sem bateria. Merda, praguejo baixo.
Era só o que o me faltava.
Saí da empresa na velocidade da luz quando Chris ligou, avisando que
tinha dado um baita problema em uma carga que, teria de ser enviada ainda
hoje para o Brasil.
— Me empresta seu celular? — Indago pra Arthur.
— Deixei o maldito na empresa. — Diz revirando os olhos.
— Preciso falar com a Diana, pra ela não ficar preocupada.
— E aí, conseguiu? — Arthur se vira, olhando Patrick que se aproxima.
— Acabei de falar com Chris e ele está resolvendo lá. Temos apenas que
assinar o contrato e mandar direto pra ele.
— Então foi viagem perdida? — Abro os braços, jogando-os sobre o corpo.
— Maldição!
— Vamos voltar pro escritório, mandamos o relatório por e-mail e
voltamos. — Patrick diz, batendo em meu ombro.
Reviro meus olhos enquanto entro no carro.
— Hoje é o último dia da Keyla lá, né? — Arthur sussurra depois de uma
longa pausa em silêncio.
Já estávamos no escritório em Seattle, a pequena sala está bem arrumada e
giro a caneta nas mãos, terminando de assinar uns contratos.
— Graças a Deus! — Digo o olhando.
— Ela até que é pegável... — Arthur analisa os papéis assim que o entrego.
— Tem belas tetas.
— Pega ela, então.
— São só tetas. — Diz dando de ombros. — Vamos tomar alguma coisa
quando chegarmos?
— Quero ir direto pra casa. — Suspiro pesadamente. — Estou com
saudades da minha bruxinha.
E estou mesmo. Tinha saído cedo de casa e passei o dia inteiro sem falar
com ela, só quero passar a noite colado naquele corpo magnífico.
— Deixa de ser cuzão, arrombado. É só uma bebida! — Arthur me encara,
batendo em meu ombro com uns papéis. — Se Diana for te bater, eu entro na
sua frente e apanho por você!
Arqueio a sobrancelha, o olhando.
— Não.
— Um golinho, caralho! Faz meses que não saímos, porra!
— Vou pensar Arthur... Vou pensar.
Não estou com um pingo de vontade de sair, pra lugar nenhum. Passar um
dia longe dela me deixa totalmente desmotivado
Enviamos os contratos e os relatórios corrigidos que liberam o envio da
carga e pegamos o jatinho direto para Nova York. Já estou com a cabeça
explodindo e o cansaço tomando conta do meu corpo.
Tentei ligar pra casa, mas ninguém atendeu e não deu tempo de ligar para o
celular de Diana, já que tínhamos que pegar o jatinho do mesmo modo que
chegamos.
Poderia ter pedido o celular de Patrick? Poderia. Mas ele não largava o
bendito, porque precisava manter contato com o comprador.
Inferno.
— A gente vai tomar uma quando chegar lá. Vai com a gente, né? —
Arthur pergunta para Patrick, que o encara.
— Estou realmente precisando relaxar. — Patrick estala o pescoço de um
lado para o outro e me olha. — Você vai?
— Eu falei pra ele que se ele chegar tarde, eu prometo que apanho da
Diana no lugar dele.
— Uma bebida cairia muito bem. — Digo em um sussurro.
— Então não vai arregar não, viu seu arrombado... Ou te pego pelos ovos!
— Arthur aponta o dedo em minha direção e sorrio, balançando a cabeça.
Olho pela janela do jatinho e a noite já tinha caído. Assim que chegasse à
empresa, ia ligar para minha Bruxinha e explicar esse imprevisto de viagem
que aconteceu.
— Acho que os novos documentos chegarão amanhã. — Arthur diz me
olhando e largo o sorriso no rosto.
— Quem diria que Lorenzo ia pedir pra casar de livre e espontânea
vontade.
Realmente, quem diria.
Estava há umas semanas planejando tudo sozinho. Com ajuda de Patrick,
Arthur e Chris, é claro. Heitor tinha ficado de fora, porque ele virou um
escravoceta da Bianca e poderia contar tudo pra Diana.
A anulação do nosso casamento forçado sairia daqui alguns meses,
incrível.
Mas iríamos sair de lá com um novo contrato de casamento, mas sem
estipular data, nem nada. Apenas com um único intuito:
Viver juntos o resto de nossas vidas.
Vai ser uma surpresa.
Não me arrependo de nada, talvez há alguns meses atrás eu clamaria por
essa data de anulação. Mas hoje eu queria que chegasse logo, apenas pra ter
Diana para mim pro resto da minha vida.
Assim que o jatinho pousa em Nova York, respiro fundo. Fomos direto à
empresa para pegar o restante das coisas. Está quase tudo fechado.
— Eu só vou pegar minha carteira e celular. Sem eles, sinto como se não
tivesse pau. — Arthur diz me olhando.
— Coisa que você não tem, né Arthur? — Dou de ombros enquanto Patrick
gargalha ao meu lado.
— vinte e três centímetros de pica aqui! — Coloca as mãos entre as pernas
— É pau pra mais de metro, quer ver?
— Não, Arthur. Você não faz meu tipo. Obrigado. — Patrick sussurra
assim que o elevador se abre.
— Deixa eu pegar minha lupa aqui... — Sussurro, olhando-o estender o
dedo médio em minha direção.
— Olha, vamos te esperar lá embaixo! — Arthur dispara, me encarando e
assinto rapidamente. — Não no inferno, lá na garagem.
Minha vez de dar o dedo do meio para Arthur.
— Só vou ligar pra Diana, é rápido. — Digo entrando em minha sala.
Está tudo em um silêncio total. Jogo o blazer na cadeira, pego o telefone
pronto para discar o número de Diana quando fito Keyla parada na porta, me
olhando.
— O-oi... Ainda está aqui? — Indago, olhando-a e devolvo o telefone pro
gancho.
— Eu vim pegar uma pasta que esqueci. — Diz me olhando. — Chegaram
agora? Já resolveram o problema da carga?
— Graças a Deus, sim. — Digo me erguendo.
Ela dá um sorriso aberto e me encara.
— Na verdade, eu não queria ir embora sem me despedir de você.
— Sem problemas... Foi um prazer trabalhar com você.
— O prazer foi todo meu.
Sorri e ela me fita enquanto me abraça rapidamente. Me afasto e vejo ela
me encarar.
— Não vai agora?
— Não, vou tentar ligar pra Diana. Vou dar uma saída com os meninos.
Keyla sorri e estala a língua.
— Ah, Lorenzo. Ela ligou para sua secretária e eu disse pra ela avisar que
você tinha ido pra uma viagem de última hora... Ela pediu pra avisar que ia
pra casa da prima, Bruna.
— Bianca. — Completo sorrindo. — Meu celular acabou a bateria.
— Não se preocupe, então. Ela está bem. — Sussurra me olhando.
— Pode fazer um favor para mim? Arthur está lá embaixo, pode avisar
para ele que desço em um segundo. — Peço, olhando-a assentir rapidamente.
— Vou apenas pegar uma camisa... Coisa de segundos.
— Claro.
Entro no banheiro, troco a camisa suada por uma nova, apenas jogo uma
água no rosto, e saio fechando a porta. Ia falar com Diana pelo celular de
Arthur. Pego o elevador e desço.
— Lorenzo? — Me viro, olhando Keyla vir em minha direção, com a bolsa
nas mãos. — O senhor Arthur disse que ia te esperar no La Bar. Ele e o
senhor Patrick estavam impacientes...
— Em outro bairro? Ainda esfolo Arthur vivo! — Praguejo baixo.
— Ia até pedir uma carona para você, meu apartamento é bem na esquina.
Mordo o lábio, olhando-a.
Ia matar Arthur de mil e uma maneiras diferentes. Eu vou me arrepender
disso depois, eu sei.
Devia deixá-los esperando até criarem raízes. Assinto levemente e entro no
carro. O silêncio prevaleceu durante todo o percurso. O bar não ficava tão
longe assim, apenas alguns minutos de distância da empresa, mesmo sendo
em outro bairro.
— Você é uma pessoa boa, Lorenzo. — Ela diz quando paro o carro no
estacionamento. — Foi um prazer trabalhar com você.
— Digo o mesmo. — Assinto levemente. — Seu prédio é aquele ali?
Aponto para o prédio cor de marfim e ela assente rapidamente.
— Bom... Então, até mais. — Sussurra abrindo a porta do carro.
— Até. — Sussurro, me despedindo.
Vou até deletar o número dela do meu celular. Até por que, zero motivos
de tê-la em meus contatos agora. Ela sempre mandava mensagens a noite e
isso de certa forma, poderia fazer Diana pensar que tinha algo onde não tinha.
Fito a aliança em meu dedo e sorrio enquanto paro o carro no
estacionamento do bar. Vasculho rápido e não vejo nenhum sinal do carro de
Arthur. Mas como ele e Patrick iam encher a cara, é bem provável e correto,
que tivessem vindo de táxi.
Ia fazer o mesmo.
Entre no bar, onde tem poucas pessoas, em mesas separadas.
Olho de um lado para o outro e mais uma vez nem sinal dos dois.
Me sento na banco, me debruçando sobre a bancada e olhando o barman
me encarar.
— Eu quero um uísque duplo, com gelo. — Tamborilo os dedos no balcão,
observando-o virar as costas.
— Com prazer.
Olho para os lados, desconfiado.
O bar era requintado, mas suspeito também.
Sai daí.
— Lorenzo? — Olho para Keyla, que aperta a bolsa entre as mãos. — Me
desculpe atrapalhar... Eu só...
— Aconteceu alguma coisa? — Indago a olhando.
Ela senta ao meu lado e pego o copo de bebida assim que o garçom o
deposita no balcão.
— Eu só... Arthur deve demorar um pouco, será que posso te pagar um
drink?
A encaro, desconfortável.
— Keyla... Você é uma ótima pessoa, uma ótima profissional...Mas eu sou
casado. — A corto de imediato.
— Eu sei... Oh, meu Deus! — Ela põe a mão na testa e sorri embaraçada.
— Eu juro que é só um drink... Como amigos?
A fito sorrir.
Assinto olhando-a. É só um drink, como amigos.
Burro! Meu subconsciente alfineta.
Viro de lado, novamente desejando que Arthur ou Patrick chegasse logo,
de uma vez por todas.
— Eu vou querer o de sempre. — Ela sussurra sorrindo e me encara. — Eu
acho incrível a sua relação com Diana... Ela é tão jovem e cheia de vida...
Sinto enorme admiração por ela.
Mas ela nem sente por você.
— Diana é realmente um anjo. — Digo sorvendo um gole da bebida e
olhando novamente para porta de entrada.
Mas que inferno!
Cadê aqueles arrombados?!
— Estou atrapalhando você? — Pergunta me encarando.
Está!
— Só essa demora de Arthur. Por insistência dele é que estou aqui. —
Digo me erguendo.
Olha para o relógio e ele já deveria estar aqui há quase meia hora.
Me viro e vejo Keyla se remexer na cadeira.
— Eu vou embora, Keyla.
— Termine de tomar sua bebida, prometo que deixo você ir embora. —
Diz, me entregando o copo.
Ela vira sua taça, enquanto sorvo um gole generoso de uísque. O final
amarga em minha boca e a encaro me olhar de volta.
— Eu... O que é isso? — Pergunto, me sentindo sufocado.
Keyla se ergue me olhando e puxando meu braço enquanto sento na
cadeira do balcão, sentindo tudo rodar, minha cabeça parece que tem um peso
enorme. A visão fica turva.
— Keyla... O Arthur...
— Está tudo bem. — Ouço-a dizer enquanto a encaro.
Minha visão fica embaçada e sinto o suor descer pelo meu rosto.
Eu quero me erguer, mas não tenho forças, não consigo me mover.
— Keyla... — Sussurro olhando-a. — O-oque... O que... Vo-você fe-fez?
— Eu sinto muito. — Ela sussurra e sinto as mãos acariciando meus
cabelos, ouço sua voz distante e tento me manter acordado. — Hugo... Peça
ajuda para tirá-lo daqui.
Foi a última coisa que eu ouvi antes de apagar completamente.
Diana
— Lorenzo não pode ter sumido de uma hora para outra, assim! — Ágata
me encara e olha pra Christopher, que está ao telefone.
Passei a noite inteira esperando, sem pregar o olho uma hora sequer. Um
misto de raiva e preocupação me atormentando sem parar.
Foi a pior noite da minha vida.
Fiquei na janela, esperando apenas um sinal, com o celular nas mãos,
apertando-o com força.
Mas ele não apareceu.
Ágata anda de um lado para o outro e eu não consigo me mover do lugar
em que estava. Olho para a porta assim que Arthur entra, ao lado de Patrick.
— Me diga que viram Lorenzo? — Ágata diz, olhando-os.
— Nós íamos pra um bar assim que chegamos de Seattle. Mas ele disse
que ia pra casa porque estava falando com Diana e ela não estava bem. —
Patrick diz e me encara.
— Ele disse isso? — Pergunto, me erguendo com a mão no peito.
— Não... Na verdade, quem falou foi a K...
Patrick encara Arthur, que se cala no mesmo momento.
— Quem falou? — Chris pergunta, os encarando. — Já entrei em contato
com a polícia e papai já está sabendo. Temos que saber onde ele está...
— Keyla falou. — Arthur diz e caio sentada no sofá.
— Calma, Diana... Pode ter sido uma mentira daquela mulher. — Ágata
diz, me olhando.
Não meu Deus...não...não...não...
— Eu não o procurei, porque achei que estivesse em casa!
— Vamos encontrá-lo.
O celular de Christopher apita e ele nos encara, desbloqueando a tela do
mesmo e percebo os olhos se arregalarem no mesmo instante.
— O que aconteceu? — Patrick pergunta, o olhando.
— Chris? O que aconteceu?
— Não saiam daqui. — Aponta em nossa direção. — Arthur e Patrick,
venham comigo. Agora! — Chris diz e me encara. — Não saía daqui,
Diana... Por tudo que é mais sagrado, espera a gente voltar.
Os três saem quase correndo.
Já sei o que está acontecendo. Eu estou sentindo.
Encaro Ágata, me erguendo.
— Diana...
— Eu preciso... Ágata! Eu... Eu passei a noite inteira pensando em tudo,
pensando que ele tinha ficado preso em algum lugar...
— Não, Diana...
— Se não for comigo, eu... Vou sozinha! Eu juro... Bianca vai estar aqui
e...
— Helena! — Ágata grita e Helena desce as escadas, nos olhando com
Henry no colo — Olhe as crianças pra mim... Por favor...
Vejo-a pegar as chaves do carro e descemos rapidamente. Meu coração
acelerado e minhas pernas tremem tanto, que mal consigo andar. Estou em
desespero.
— Ali... O carro do Chris. — Ágata aponta pro carro de Christopher, que
está logo a frente, em disparada.
Enxugo o rosto com ambas as mãos, pedindo a Deus para que não fosse
aquilo que eu estava pensando, por mais eu já soubesse.
Meu coração está apertado.
Anulação do contrato.
A voz sussurra em meu ouvido e controlo um soluço.
Ágata freia rapidamente, quando o carro de Chris para, logo os três descem
e entram no prédio rapidamente.
— Aquele é o carro de Lorenzo. — Aponto com o dedo, vendo o carro dele
estacionado logo a frente.
— Espera aí... Como é que eles sabiam onde ele estava? — Ágata
indaga, me olhando e seu celular toca. — Ah, meu Deus! É a dona
Clarisse. Me espere aqui, Diana!
Ágata vira de costas, atendendo o celular e ando até a frente do prédio,
encarando o porteiro que me fita.
Era um prédio pequeno e simples.
— Você veio junto com os rapazes?
— Como? — Pergunto, o olhando tirar os fones de ouvidos e me encarar.
— Pro apartamento da dona Keyla... Acho que eles vieram buscar o rapaz
que dormiu com ela ontem.. eu bem que desconfiei que tinha.
Sinto o impacto das palavras e engulo em seco.
— Qual o número do apartamento dela? — Pergunto, com um nó formado
na garganta.
— Não sei se... — Ele olha de um lado para o outro. — É o 314... Eu odeio
fofocas mas... Moça! Moça!
Passo direto, subindo as escadas com o coração aos pulos. Minha cabeça
rodava e meu estômago parece revirar-se a cada porta que eu passo. Encaro a
porta entreaberta, olhando a sala ao redor.
A voz esganiçada de Arthur é ouvida do corredor.
— Puta merda, Lorenzo. Acorde! — Ouço a voz de Chris vir de um
cômodo e paro estática, vendo Patrick parado.
— O que está fazendo aqui, Diana? — Indaga, me olhando e pegando em
meu braço.
— Patrick... — Digo em um fio de voz. — Ele está aí?
— Volte pra casa, Diana... Por favor.
O encaro e me desvencilho de seus braços.
Chris me encara, ao lado de Arthur que puxava Lorenzo pelo braço.
As roupas espalhadas pelo quarto.
A névoa de lágrimas nublando a minha visão.
Não enxergo mais nada a minha frente, a não ser aquela cena que vai ficar
pra sempre em minha memória.
Keyla sai do banheiro, usando uma fina camisola enquanto Lorenzo está
adormecido na cama, com apenas um lençol fino cobrindo a nudez.
Minhas pernas fraquejam e o mundo escurece.
— Diana... — Ouço Arthur me chamar, mas sou tomada pela escuridão.
Capítulo 30
Lorenzo
eva ela, Arthur!
— — Eu vou levar ela pra onde?
L — Faz assim... Patrick, leva a Diana pra casa e quando ela
acordar... Quando ela acordar, manda ela esperar! Eu fico com
Arthur e tento arrumar essa bagunça.
— Vocês dois vão embora do meu apartamento!
— Primeiro, cala a sua boca, Keyla! Você está muito encrencada!
As vozes se misturam em minha cabeça. Sem falar que ela dói feito o diabo
cutucando. Quero abrir meus olhos, mas era como se um peso de mais de
cem quilos estivesse sobre os mesmos.
Eu escuto Arthur falar, Chris também.
As vozes distantes e estranhas.
— Ouça o que eu vou te falar, Keyla. Chame de aviso, se quiser... Eu sei
que você deu alguma coisa pro meu irmão...
— Está enganadíssimo, senhor Gonzáles.
— Chris é um CEO muito respeitável, Keyla. E eu sou conhecido como
advogado do Diabo.
— Está me ameaçando?
— Estou avisando. E sugiro que fique com medo.
Eu sinto minhas pernas duras e meu corpo reclamar, mas quero me mover.
Quero que essa dormência vá embora. Tentei o máximo abrir os olhos mas
fui dominado pelo sono novamente.
— Põe ele no sofá, Arthur!
— Ele pesa! Pesa feito um elefante grávido!
O mundo gira e as imagens embaçam. Forço os olhos, abrindo-os devagar e
fito Chris, que me encara com a mão em meu ombro.
— Lorenzo? Está me ouvindo?
A voz presa na garganta e só consigo resmungar.
— Acordou, seu arrombado filho de uma puta! — Arthur aparece me
olhando.
— Ele tá drogado, Arthur. — Chris diz. — Vamos dar um banho nele e
levar ele pro hospital.
— Eu não vou tirar a roupa dele! Já arrastei esse desgraçado até aqui.
— Vamos levar ele até o banheiro.
Meu corpo é arrastado até que eles param no banheiro, eu conheço essa
casa, é a de Arthur.
Mas como diabos eu vim parar na casa do Arthur?!
Estou confuso e com sono. Com tanto sono.
— Eu vou pegar uma cadeira na cozinha.
— Não vou tirar sua cueca. — Arthur me olha fixamente e estende uns
dedos quase esfregando-os no meu rosto. — Quantos dedos tem aqui?
— S-seis... — Digo batendo em sua mão, afastando-os. — D-Di...a...ana...
— Senta ele aí... Ligue esse chuveiro no frio.
Sou rapidamente empurrado pra uma cadeira e o chuveiro é aberto bem em
cima da minha cabeça, quero reagir e mandar Chris e Arthur me soltarem
porque a água está fria para um cacete.
Mas eu não tenho forças. Eu não consigo.
— Se o pau dele relar em mim, eu mesmo o mato, com minhas próprias
mãos!
— A gente precisa ligar pra um médico.
— A gente precisa é ligar pra um pai de santo, pra tirar aquela demônia da
Keyla desse mundo!
Sou enrolado na toalha, sentindo minha cueca completamente encharcada
de água fria. Eu estou tremendo, olhando Arthur e Chris andar de um lado
para o outro, ambos com seus telefones nas mão.
Sou tomado pelo sono e cansaço e caio novamente.

Balanço minha cabeça e meus olhos se abre. Pisco várias e várias vezes
tentando acostumá-los com a claridade.
— Ótimo. A Bela Adormecida acordou.
Encaro Arthur, que põe a cabeça para dentro do quarto e logo Chris
aparece.
— Merda... Merda... Minha cabeça. — Coloco uma das mão em minha
testa, sentindo um peso enorme sobre a mesma. - Po-por que eu estou aqui?
— Não lembra de nada, Lorenzo? — Chris pergunta, parando na minha
frente e cruza os braços.
— Pega essa toalha, que não sou obrigado a ver seu pau. — Arthur
joga uma toalha, que acaba batendo em meu rosto.
— Lembro... Lembro que chegamos de viagem e... Íamos nos encontrar no
bar. — Uns flashes de memórias invadem minha mente, mas são como
borrões.
E a cabeça dói. Dói muito.
— E depois? Não lembra de nada?
Nego com a cabeça, rapidamente sentindo uma dor fina, como se uma
agulha furasse o meu cérebro.
— Não, é como se minha mente tivesse sido... Apagada. — Solto o ar
pesado, suspirando.
Realmente eu sentia como se tivesse perdido a memória, eu não consigo
lembrar de nada.
— Como cheguei aqui? Eu... Onde está Diana?
Chris espalma a mão a minha frente e Arthur me encara com olhos
arregalados.
Tem um curativo em meu braço e passo a língua pelos lábios, que estavam
totalmente ressecados.
— Vou pegar um café pra você.
— Traga realmente o café, Arthur. — Chris diz, o olhando revirar os olhos.
— O que diabos está acontecendo? - Pergunto com a voz arrastada.
Chris põe a mão no queixo e logo passa as mãos pelos cabelos. Me ergo
enrolando a toalha sobre meu corpo, ainda sentindo o mundo girar.
— Toma isso aqui. — Arthur deposita a xícara de café sobre a mesa de
cabeceira.
Sorvo um gole do líquido, que desce rasgando e queimando minha
garganta.
— Essa desgraça tá sem açúcar!
— É pra curar essa ressaca! — Chris rebate, me olhando. — Se veste aí, a
gente vai te esperar na sala!
Os dois saem, batendo a porta logo em seguida. Pego uma roupa de Arthur,
que estava separada em um canto do quarto.
Eu não encontro meu celular em lugar nenhum.
Preciso falar com a minha Bruxinha.
— Me empresta seu celular? — Olho pra Chris, que arregala os olhos
assim que entro na sala.
— Pra?
— Pra jogar na parede! — Rebato o olhando.
— A gente pode matar ele agora, já parece bem. — Arthur diz me olhando.
— Eu quero falar com a Diana! — Digo sério. — Que saco!
Os dois me encaram e a porta se abre de repente. Heitor entra com o rosto
transformado pra cima de mim.
— Eu vou matar você Lorenzo, filho da mãe! — Arthur o segura pelo
braço enquanto ele me fita com o dedo em riste.
— Ficou maluco? Enlouqueceu?
— Heitor!
— Heitor é um cacete! Ele apronta e quem paga o pato sou eu! — Heitor
ofega e o encaro.
— De que merda você tá falando? — Digo, me soltando quando suas mãos
agarram em meu pescoço.
— A gente vai conversar com ele... — Chris começa, mas Heitor dispara.
— Vá se foder, Lorenzo! Você trepa com a Keyla e eu que tomei no cu
com a Bianca!
Meus olhos se arregalam no mesmo instante em que o encaro.
— O quê?!
E como um raio partindo na minha mente, me faz acordar. Lembro de
Keyla na empresa me pedindo pra ir até o bar, lembro da bebida...
— Ele não lembra de nada, imbecil!
— Toma no cu!
Passo as mão pelo cabelo, me virando e soltando o ar devagar.
— Keyla me disse que vocês pediram pra eu ir direto pro bar... — Digo
com a voz arrastada. — Eu fui... Eu fui tentar ligar pra Diana...
— Aquela vadia de quinta armou tudo. — Arthur me encara. — Ela
apareceu dizendo que você ia pra casa, porque a Diana não estava se sentindo
bem...
Me ergo, tendo flashes de memórias. Mas eram apenas flashes, não me
lembrava de nada com nitidez.
— Ela drogou você, Lorenzo. — Chris diz em um sussurro.
Minha boca abre, fecha e eu não conseguia emitir som algum.
O ódio e a raiva me consumindo.
O que diabos Keyla ganhou com isso?
— Você tem quantos anos, seu imbecil? Quinze? — Heitor abre os braços,
me encarando. — Você já tem trinta anos nesse cu, Lorenzo! Trinta! Como
diabos não percebeu que a mulher colocou remédio na sua bebida?
Nego com a cabeça, o olhando.
— Cala a boca, Heitor!
— Cair no conto do boa noite cinderela é o cúmulo!
— Eu vou pra casa... Eu preciso falar com a Diana e explicar... Explicar
tudo. — Digo, tateando os bolsos a procura das chaves.
Inferno!
— Lorenzo... — Chris segura em meu braço, me olhando.
— Não contaram pra ele?
Encaro Heitor, que olha pra Arthur que dá de ombros, abaixando a cabeça
logo em seguida.
— Você precisa se acalmar....
— Fala, inferno! — Disparo ríspido, sentindo um bolo formado na minha
garganta.
— Diana chegou pela manhã lá em casa, desesperada. O pai dela a
procurou e mostrou a quebra de contrato que impedia você de traí-la...
— Não... — Passo as mãos pelo cabelo, suspirando.
— Ela estava desesperada. — Chris começa e dá de ombros. — Achamos
que você estava com ela... Já que...
— Já que aquele demônio disse que você iria pra casa! — Arthur completa.
— Então eu recebi essa mensagem no celular.
Chris estende o aparelho celular e pego-o.
— Quem mandou essa foto? — Pergunto com os olhos vidrados na tela do
aparelho.
É uma foto minha, deitado na cama e coberto apenas pelo lençol. Uma
mensagem com o endereço logo abaixo.
— Diana viu isso? — Pergunto com a garganta fechada.
— Lorenzo...
— Ela viu isso, inferno?!
— Eu e Chris saímos em disparada, Lorenzo. Diana nos seguiu no carro de
Ágata até o apartamento...
Não... Não... Não....
Eu repito milhares de vezes para mim mesmo.
Passo as mãos pelo cabelo, sentindo meu coração batendo descontrolado
no peito, que chega a doer.
— Eu preciso falar com ela!
— Não acho uma boa ideia, não. — Heitor diz balançando a cabeça. —
Bianca está uma fera e me acusou de esconder o seu "caso amoroso". A alma
sebosa do seu cunhado está com dois quentes e três fervendo.
— Que se dane! — Disparo sério. — Foi tudo um mal entendido... Ela vai
acreditar em mim...
— Diana vai precisar de um tempo pra processar isso.
— Quanto tempo? É meu casamento que está em jogo, Christopher! —
Engulo seco o olhando. — Eu vou falar com Diana, agora!
Passo pelos três, ouvindo os passos logo atrás de mim. Minha cabeça
rodava e eu ainda sentia a merda do sono querer me invadir.
Eu estou em um pesadelo. Só pode ser um pesadelo.
— Eu vou no carro com você, a gente se encontra no apartamento do
Lorenzo. — Chris diz abrindo a porta do seu carro.
Ele sai arrancando com o carro logo em seguida, várias coisas passando
pela minha mente ao mesmo tempo. O medo e desespero me tomam.
Pulo do carro antes de Chris estacionar, apertando os botões do elevador
como se aquilo o fizesse andar mais depressa.
Meu coração aos pulos quando a porta do elevador se abre. Minha mãe se
ergue do sofá, vindo em minha direção.
— Lorenzo, meu filho...
— Onde ela está? — Pergunto, procurando qualquer vestígio dela pelo
apartamento.
Subo as escadas as pressas, abrindo a porta do quarto e encontrando tudo
vazio. A respiração trancada na garganta.
Eu procuro respirar, mas não consigo.
Abro a porta do seu antigo quarto e vejo tudo intacto.
Arrumado como se ninguém nunca tivesse passado por ali.
Só que um pequeno detalhe me chamou atenção.
Minhas pernas não se moviam do lugar, eu só conseguia encarar a aliança
dourada na cama.
— Lorenzo...
— Eu não traí ela, mãe... — Digo em um fio de voz, olhando minha mãe
segurar em meus braços e me encarar. — Eu juro que não fiz...
— Eu sei, meu amor... E Diana vai saber também, ela só está confusa e
magoada.
— Eu nunca iria traí-la... — Digo em um fio de voz.
— É difícil, Lorenzo... Mas ela vai entender tudo.
A abraço forte, sentindo meus joelhos cederem. Eu estou me sentindo
aquele garotinho de dez anos novamente.
— Ela me deixou, não foi? Diana foi embora?
— Vai ficar tudo bem, meu amor... Vai ficar tudo bem.
Não. Não iria ficar tudo bem.
Ela me abraça e engulo em seco.
— Ela não pode me deixar! — Saio rápido do quarto e olho Arthur e
Heitor parados, me encarando.
— Eu preciso falar com a Keyla! — Disparo os encarando. — Ela acha
que pode acabar com minha vida assim? O que ela ganhou com isso?
— Ela é a amante do cunhado da Diana, Lorenzo. Luttero e Hugo que
armaram isso tudo. — Chris diz em um sussurro. — Descobrimos tudo
ontem.
— Ontem?! — Pergunto horrorizado. — Fiquei apagado por...
— Quase dois dias.
— Tio Patrício e Patrick já estão tomando as providências de tudo...
Fizemos o exame e o resultado deu Positivo. Você foi dopado.
Me sento estático no sofá.
Eu vou enforcar todos eles. Um por um. Esmagar como um inseto.
— Você precisa ter calma, Lorenzo.
— Calma, mamãe? Diana foi embora! Me deixou por uma armação suja e
imunda!
— Acha que de cabeça quente você vai resolver o que, Lorenzo?
— Para o inferno com cabeça quente! — Digo jogando os braços para o
alto exasperado. — Ela me deixou! Diana foi embora! Ela me deixou...
— Ela precisa de um tempo pra ela...
Eu queria rir de desespero e raiva, ao mesmo tempo em que eu queria
matar todo mundo.
Não quis conversar com mais ninguém, subi as escadas e tranquei a porta
do quarto. Jogo uma garrafa de vidro contra a parede, vendo os estilhaços se
espalharem pelo chão.
Eu só queria que ela olhasse em meus olhos. Eu jamais iria fazer isso com
ela. Jamais.
— Abra essa porta, Lorenzo! — Ouço minha mãe bater
descontroladamente na porta.
Eu precisava ficar sozinho.
Ouvi a campainha tocar e eu sabia que meu pai tinha chegado com Patrick.
Fecho os olhos, massageando as têmporas.
Eu não consegui pregar o olho uma hora sequer. A noite passou se
arrastando em um inferno astral dentro de mim, que me punia a cada minuto.
Doía. Doía tanto que me impedia de respirar.
Tomei um banho frio, trocando de roupa rapidamente, sabia que minha
mãe tinha dormido no quarto ao lado, por isso sai sem que ela percebesse.
— Aonde você vai? — Heitor se ergue assim que desço as escadas.
— Vou atrás de Diana. — Digo passando por ele como um foguete. — Eu
sei que na casa dos pais, ela não está. Com Bianca também não, porque seria
o primeiro lugar onde eu a procuraria...
— Ela está na casa do alma sebosa. — Heitor torce o nariz.
— Eu preciso falar com ela, Heitor. Eu tenho que falar!
— Eu vou com você. — Ele me encara e assinto.
Pego meu carro, nem sabendo ao certo como o trouxeram para cá. Mas em
vinte e cinco minutos, eu estava estacionando em frente ao prédio de Enrique.
Eu queria gritar de desespero.
Entro como um furacão, sentindo que iria desfalecer.
— Diana! — Bato na porta com toda a força. — Diana, eu sei que você
está aí dentro!
— Aposto que aquele merdinha tá aí.
— Diana! — Soco a porta novamente, vendo-a se abrir em um solavanco
forte.
Encaro Enrique, que me olha e fecho os olhos no mesmo instante em que
seu punho acerta o meu nariz com toda a força.
Cambaleio para trás, sentindo minha cabeça girar e o gosto de sangue
invadir minha boca.
— Seu filho de uma puta, desgraçado!
— Acha que você é quem? — Heitor diz o olhando. — Não bate nele não
em seu... Seu...
— Você fica na sua! — Enrique olha pra Heitor e me fuzila. — Como ousa
vir aqui depois do que fez com minha irmã, seu verme?!
— Eu não fiz nada! — Digo limpando meu nariz com as costas da mão. —
Foi tudo um mal entendido, Enrique... Eu jamais faria tal coisa...
— Deixa ele falar com ela! — Heitor diz o encarando.
— Enrique... Eu a amo... Eu nunca iria... Foi o seu pai...
— O que iria ou não fazer, não me interessa, Lorenzo. — Ele me encara.
— Quero que você vá para o inferno! Diana não merecia aquilo.
— Me deixe falar com ela... Por favor... Seu pai e seu cunhado armaram
tudo aquilo, Enrique... Eu nunca faria nada que a magoasse....
— Nem se eu quisesse, eu deixaria você falar com ela, Lorenzo.
— Por quê?
— Diana está bem longe de você. Ela foi embora, Lorenzo.
— O que?!
— Saia daqui! O pior erro da minha vida, foi ter permitido seu
envolvimento com ela! — Enrique cospe as palavras em meu rosto e suspiro.
— Você nunca mais vai vê-la em sua vida.
A porta se fecha com um estrondo e nego com a cabeça pesadamente.
Meu coração se aperta e engulo em seco, virando de costas enquanto saio
sentindo minha garganta se fechar e o ar não passar direito.
— Quer que eu chame o samu? — Heitor indaga assim que coloco as mãos
sobre o capô do carro.
Diana tinha ido embora.
Ela tinha me abandonado.
— Lorenzo, não inventa de desmaiar aqui, pelo amor de Deus! Você é
pesado!
— Ela foi embora... — Sussurro baixo.
— Eu ouvi. — Encaro Heitor que torce o rosto e bate em meu ombro. —
Vai ver ele está blefando.
No fundo eu queria acreditar que Enrique estivesse blefando de verdade.
Que Diana ia sair por aquela porta e desferir todos os tipos de palavrões ou
me encher de tapas.
Mas não o fez.
Ela preferiu ir embora.
Me deixar.
— Ela foi com aquela alma sebosa, não foi Heitor? — Digo o olhando
negar com a cabeça.
— Não cara. Eu vi Caleb ontem!
— Era ele que ia sair do país, não lembra? — Altero a voz o olhando.
— Onde você pensa que vai, em Lorenzo? — Heitor segura em meu
antebraço e me encara sério. — A gente vai pra casa e resolve isso lá.
Eu ia contestar, já estava com 3 palavrões engatilhados na garganta. Entro
no carro, batendo a porta com toda a força. Heitor faz o mesmo e assim saio
arrancando com o carro em disparada.
— É, a gente tá indo pro apê dele... Advinha, Arthur? Estamos chegando.
Heitor desliga o telefone e não o encaro hora alguma.
As portas do elevador se abrem e Chris e Arthur se erguem no exato
momento. Patrick estava no sofá do lado, sentado e calado.
— Você não deveria ter ido até o apartamento do Enrique. — Chris diz
em um fio de voz.
— Ela não está lá. — Digo em um sussurro, o olhando.
Um silêncio ensurdecedor se instala na sala. Engulo seco sentindo o nó
formado na garganta.
— Ela foi embora?
Assinto com a cabeça lentamente, me virando.
— Ela nem ao menos esperou eu me explicar...
— Lorenzo...
— Eu sinto muito, mas eu vou ter que falar. — Olho para Ágata, que sai da
cozinha com Henry no colo e me encara.
— Amor, por favor. — Chris começa enquanto a Ágata o entrega Henry.
— Amor, por favor, nada, Chris. Eu estou com umas verdades bem presas
na minha garganta e eu vou falar!
Me sento, balançando a cabeça enquanto passo as mãos pelo rosto.
— Eu acho que vocês homens devem ter merda na cabeça. — Ágata
diz e viro os olhos, a encarando. — Vocês tem que parar de pensar com a
cabeça de baixo e agir com a de cima.
— Eu sempre penso com as duas. — Arthur afirma.
— Eu já não posso dizer o mesmo. — Heitor dá de ombros.
— O problema é que eu não pensei com nenhuma das duas, Ágata. Eu
jamais iria trair Diana.
— Eu sei, você sabe, o mundo inteiro sabe. — Ágata gira o dedo ao redor e
me encara. — Vocês começaram de uma forma errada, Lorenzo. Você não
foi o príncipe encantado que Diana tanto esperou... Ela foi criada de um
modo bem antigo...
— Custava ela ter ao menos esperado eu falar com ela? Não confiar em
mim! Em mim caramba! — Me ergo, colocando o dedo sobre o meu peito.
— Seu currículo não é lá essas coisas de confiança, né Lorenzo?
— Ágata! — Chris a encara.
— Aliás, o currículo de nenhum de vocês é lá essas coisas.
— Obrigado pela parte que me toca, Ágata. — Arthur diz com a mão sobre
o peito.
— Acha mesmo que depois do que Diana viu, ela ia esperar para
conversar? — Ágata crava os olhos em mim, me encarando.
No fundo, eu sabia daquela resposta, eu só não queria ouvi-la.
— Que mulher, em sã consciência ia esperar o homem que você ama sair
da cama de outra mulher, para conversar? — Ela balança a cabeça dando de
ombros. — Depois de tudo que ela passou, Lorenzo, tudo... Acha mesmo que
ela iria esperar para você se "explicar"?
Balanço a cabeça em negativa, olhando-a.
— Nenhuma mulher, Lorenzo. E sorte a sua que Diana, é mais forte do
que você pensa.
— Fiquei até sem voz. — Arthur sussurra.
Aquilo está doendo mais do que mil socos. Está doendo tanto, mas tanto,
que a respiração trava na garganta, fica presa como se mil pregos estivessem
me rasgando.
Fecho os olhos, soltando o ar devagar.
— Papai vai processar o pai dela. — Patrick se pronuncia.
— Acho mais do que justo. — Ágata diz, cruzando os braços.
Me ergo, mordendo os lábios.
— Ele pode ser processado. Mas antes, quem vai processar vai ser meu
punho no queixo dos dois.
— Se você fizer isso vai perder sua razão, Lorenzo! — Patrick diz me
encarando sério.
— Deixe ele liberar essa raiva em alguém.
— Nada mais justo, do que no causador dela.
— Eu já perdi ela, Patrick. O que eu perder agora não faz mais sentido,
mesmo. — Dou de ombros saindo pelo elevador com Chris e Arthur logo
atrás de mim.
Eu queria sufocar aquela raiva de algum modo. Mais do que isso, eu queria
sufocar a jugular do pai da Diana.
Entender como aquele ser humano poderia tramar para desgraçar a
felicidade da própria filha.
Chris desce na frente, assim que paro com o carro em frente ao prédio do
velho.
— Acho melhor você se controlar... — Chris solta o ar, me olhando.
Entramos no hall e a recepcionista nos encara, com enormes olhos saltados.
— Gostaríamos de falar com o senhor Luttero. — Arthur debruça sobre o
balcão.
— Quem gostaria?
— Avise pra ele que o genro querido dele está subindo. Até mais. — Passo
por ela rapidamente e Chris segura em meu braço.
— Lorenzo.
— Me deixe. Por favor. — Peço entre os dentes, me soltando rapidamente
e entrando em uma sala.
Luttero se ergue no exato momento, junto de Hugo que salta os olhos assim
que me ver.
— Não esperava o ver tão cedo. — Luttero me encara com um sorriso de
canto.
— Como está Lorenzo? Está meio pálido. — Hugo diz se erguendo.
O pego pelo colarinho, acertando o seu queixo em cheio, ele cambaleia
para trás e o seguro de novo desferindo vários socos seguidos em seu rosto.
— Seu verme! — Digo olhando-o cuspir sangue e partir para cima de mim.
— Chamem os seguranças! — Lutero grita e o encaro, o socando no nariz.
— Chame até o diabo, se preferir!
— Já chega, Lorenzo! — Arthur me segura de um lado e Chris do outro.
— Me soltem!
— Que tipo de pai é você, que destrói a felicidade da própria filha,
Luttero? Que merda de pai é você!
Ele me encara, fingindo total indiferença.
Via em seus olhos a frieza.
— Você é um merda! Um verme, que nem deve ser chamado de pai!
— Quem é você pra falar de moral pra mim?
Tento me soltar bruscamente, mas é em vão.
— Você não merece uma filha como a Diana!
Hugo me encara e um dos seguranças fica a sua frente.
O meu ódio triplica apenas de encará-lo.
— Eu vou pisar em você como um inseto.
— Está revoltadinho... — Hugo diz sorrindo, ainda cuspindo sangue. —
Soltem ele... Deixem ele...
Outros seguranças chegam de repente e Chris espalma a mão, os
impedindo de se aproximar.
— Eu vou acabar com vocês dois, com essa merda de empresa! — Disparo
rasgando de ódio.
— Vai fazer o quê?
— Vocês mexeram com a família errada, meus caros. — Arthur diz em um
sussurro.
— Eu acabo com a de vocês primeiro! — Hugo diz limpando o rosto com
as costas da mão. — Como acabei com o seu casamento!
— Eu vou acabar com a sua vida! — Digo entre os dentes. — Vou
acabar com a sua vida! Escreve o que estou te falando...
Sou arrastado para fora daquela imundice de empresa e me encosto no
carro, respirando ofegante.
— Vou entrar com ações e processos e deixá-los na sarjeta. — Artur
diz, pegando o celular e digitando rapidamente.
Eu consegui limpar minha alma, quebrando a cara daquele cretino. Mas
nada fazia aquele vazio passar.
Chegamos no meu apartamento bem tarde. Arthur vai até o aparador, enche
dois copos com whisky e me entrega um, sentando-se ao meu lado.
Sorvo um gole generoso, deixando o líquido descer rasgando pela minha
garganta. O silêncio se estabelece no local. Chris tinha ido embora logo após
sairmos daquele cabaré, todo mundo tinha ido embora, menos Arthur.
O encaro cruzar as pernas enquanto continua a beber.
— Eu sei que não sou o exemplo de conselheiro, mas eu já passei por
isso. — Diz estendendo o copo em minha direção. — Claro que foi
diferente, mas passei por essa mesma fossa.
Eu estou surpreso por dois motivos. Primeiro, por Arthur está falando do
passado. Segundo por ele estar querendo me aconselhar.
— Foi difícil? — Pergunto em um sussurro, o olhando assentir.
— Foi como ir no inferno, Lorenzo. — Ele diz com a voz arrastada. — E
voltar... E ir novamente.
Engulo o restante do líquido de uma vez só, o olhando.
— Nos primeiros dias, era como se facas se enterrassem dentro do meu
peito. — Ele sorri e me encara sério. — Lembro de cada coisa, Lorenzo. Mas
quando eu lembro que foi tudo por culpa dela... Eu sinto raiva de mim
mesmo, por não ter percebido antes.
Ergo os olhos, vendo-o sorrir com tristeza.
— Você ainda a ama?
Arthur pende a cabeça para trás, soltando uma sonora gargalhada, mas não
tinha humor. Ele fica sério de repente.
— Acho que nunca foi amor. Camille me traiu, Lorenzo.
Eu não lembro de tudo que aconteceu direito. Só me lembro que Arthur
quase enlouqueceu na época.
— Só quem sente a dor, sabe o que ela causa, Lorenzo. — Diz em um
murmúrio. — Só entende de lágrimas, quem já chorou.
Ele se ergue e me encara, depositando o copo sobre a mesa.
— Você vai ficar bem?
Assinto com a cabeça rapidamente, o olhando. Encaro-o entrar no elevador
e assentir com a cabeça.
Me sento no sofá novamente, olhando o apartamento completamente vazio
e silencioso. Me ergo de repente, desejando que tudo aquilo não passasse de
pesadelo.
Subo as escadas, entrando no meu quarto e sentindo um vazio enorme no
peito, quando olho para o closet e ele está vazio.
Diana levou tudo. Roupas. Sapatos.
Meu coração.
Pego meu celular, que até então estava desligado e olho várias mensagens
antigas dela.
Engulo seco, assim que coloco o aparelho no ouvido.
— Lorenzo... Lorenzo, eu preciso... Ligue pra mim, por favor...
Ela chorava copiosamente na mensagem de áudio que estava na caixa
postal.
— Ah minha bruxinha.
Então perco o controle. Jogo o aparelho contra a parede, vendo o mesmo
espatifar-se no chão.
As lágrimas já desciam, molhando meu rosto. A raiva e a solidão em uma
luta frenética dentro do meu peito.
Está doendo. Como nunca tinha doído antes.
Eu estou enlouquecendo. Vou enlouquecer.
Desço as escadas, pegando a chave do carro e saindo rapidamente. As
lágrimas embaçavam a visão e eu só queria que aquela dor sufocante
passasse.
Para o carro em frente a casa dos meus pais, com o coração aos pulos. Os
seguranças abrem os portões rapidamente.
Limpo o rosto, soltando um soluço esganiçado, parando na sala de estar.
O velho se ergue, abaixando o jornal.
— Lorenzo?
Nego com a cabeça, o olhando.
— Onde... Onde está a mamãe? — Digo, tentando controlar as lágrimas
que teimavam em descer.
— Clarisse acabou de subir.
Eu não ergui o olhar para encara-lo. Não queria que ele me visse naquele
estado.
— Lorenzo...
Ouço os passos se aproximando e nego com a cabeça.
— Me poupe do seu sermão, pai. Me poupe. — Digo soltando a respiração
devagar e erguendo o olhar para encará-lo.
Ele está parado a centímetros de mim.
— Acha mesmo que eu sou tão cruel, ao ponto de te dar sermão em um
momento em que está sofrendo? — Indaga e passa as mãos pelos cabelos.
— Acho. — Digo em um fio de voz. — O que esperar de um homem que
renega o filho, não é papai?
A minha voz sai arrastada, todas as emoções misturadas.
Aquela mágoa que sinto dele, nunca vai passar.
Viro as costas, subindo as escadas e batendo na porta do quarto da minha
mãe.
— Meu filho... — Ela se ergue da cama assim que me vê. — Meu
amor...
Então eu simplesmente não consigo segurar o soluço que vem
acompanhado de uma tempestade.
Eu desabo. Desabo, agarrado a ela.
— Eu ia ficar com você meu amor... Mas não quis me deixar ficar.
Choro e me agarro em seu colo.
— Eu não vou aguentar, mãe... Eu não vou... Ela me deixou. Ela foi
embora e me deixou...
Capítulo 31
Lorenzo
Eu estou sentado, com os olhos bem abertos
Dentro destas quatro paredes, esperando que você ligue
É um jeito muito cruel de viver
Como se não houvesse sentido nenhum em ter esperança

Entorno o copo, sentindo o líquido descer rasgando pela minha garganta


enquanto olho para o chão, vendo as três garrafas de uísque espalhadas pela
sala.
O nó formado em minha garganta. O som ecoava por toda a sala.

Amor, amor, eu me sinto como se estivesse louco


Acordado a noite toda, a noite toda e todos os dias
Peço que me dê alguma coisa
Oh, mas você não diz nada
O que está acontecendo comigo?
Eu estou ficando louco.
Era isso que está acontecendo comigo.
Eu estou vivendo em um inferno durante essas oito semanas. Com um
buraco enorme no peito, que nada o preenchia. Absolutamente nada.
Há oito semanas eu não durmo direito. Ou ao menos entrava em meu
quarto. Porque tudo, exatamente tudo naquele ambiente me lembrava ela.
Sorvo um gole generoso e deixo o copo de lado novamente, meu coração
faz questão de lembrar do vazio. O que me faz quase sair quebrando tudo que
eu vejo pela frente.
Raiva. Ódio. Saudade. Preocupação.
Eram todos os sentimentos juntos e misturados.
— Há bruxinha! — A palavra sai arrastada, em forma de uma súplica
agoniante.

Eu só quero continuar chamando o seu nome


Até você voltar pra casa
Eu só quero continuar chamando o seu nome
Até você voltar pra casa

Passo as mãos pelos cabelos, exasperado. Um desejo tomando conta de


mim.
É uma vontade de gritar o nome dela, até ela ouvir e ver o quanto eu estava
desesperado e maluco, e me tirasse desse inferno que eu mesmo estava me
colocando.
Olho para o celular, que toca pela milésima vez.
É Arthur.
Fecho os olhos, deslizando o dedo na tela do aparelho e colocando sobre o
ouvido.
— Fala, Arthur.
— Até que enfim! Achei que ia mandar arrombar essa porta! — Reviro
os olhos. — Estou aqui batendo a mais de meia hora e só to ouvindo uma
choradeira do cão!
Passo as mãos pelos olhos, soltando o ar pesado.
— Abra essa porta, seu arrombado!
Afasto o celular, ouvindo o berro que Arthur deu.
Jogo o aparelho no sofá, abro a porta e dou de cara com Arthur, que me
olha sério.
Ele entra, olha tudo ao redor, como se estivesse escaneando o local. Me
jogo no sofá, olhando-o balançar a cabeça.
— Te demos dois meses, pra você se erguer, não se afundar. — Diz se
sentado no sofá, ao meu lado.
— Pra que eu vou me erguer? — Digo, dando de ombros.
Eu não estava ao menos me esforçando. Isso é nítido.
— Porque é burrice, Lorenzo! Você deve reagir! — Arthur esbraveja se
erguendo. — Você vive trancado nesse apartamento, bebendo como um cu de
álcool... Essa barba enorme!
— Esse é o menor dos meus problemas, Arthur...
Ele me encara, erguendo as sobrancelhas.
— Acha que ficar assim vai resolver algo?
O encaro, abaixando a cabeça logo em seguida. Eu não quero resolver
nada. Eu quero apenas, que esse buraco sumisse de dentro do meu peito. Que
essa angústia acabasse.
Me ergo rapidamente, me aproximando da janela. Um nó formado na
garganta que me impedia até de respirar.
— Está doendo, Arthur... Está doendo tanto que nada faz passar. — Digo
em um fio de voz, sem me virar. — É como se uma mão gigante invadisse o
meu peito e cravasse unhas gigantes em mim. E o desespero de não saber
onde ela está, ao mesmo tempo uma raiva por ela ter me deixado.
— Acha que não sei o que está sentindo?
Me viro para encará-lo, olhando Arthur pela primeira vez sem qualquer
traço sarcástico em seu rosto.
— Camille fez pior, Lorenzo! Ela me fez acreditar em um amor que não
existia, que foi pura falsidade e egoísmo... E na primeira oportunidade o que
ela fez?!
Ele sorri.
— Ela me mostrou o céu e o inferno, ao mesmo tempo. E eu só pedia para
ser mentira. — Balança a cabeça. — Eu implorei para ser mentira...
Camille era um assunto proibido para todos nós, era aquele assunto
intocado que todos faziam questão de deixar guardado, a sete chaves.
— Eu demorei pra me recuperar, Lorenzo. Não foi fácil... Mas eu quis sair
daquela fossa, eu quis ser uma nova pessoa... Não por ela, mas por mim!
Nego com a cabeça, o olhando.
— Se pudesse voltar atrás? O que faria? — Indago o olhando dar de
ombros.
— Nunca teria me envolvido demais.
Um silêncio se estabelece na sala e Arthur continua em pé, me encarando.
— Mas Camille, não era como Diana.
— O que eu faço, Arthur? — Caio no sofá, passando as mãos pelo rosto e
cabelos.
— Saia desse sofá, pare de encher a cara e volte a fazer o que fazia antes.
Mas não desista, Lorenzo... Não desista, sem lutar antes. Eu te amo. É por
isso que estou aqui.
O abraço e ele me aperta forte.
Era um inferno. Um tremendo e grande inferno.
Me jogo embaixo do chuveiro soltando um longo resmungo assim que a
água fria bate em todo o meu corpo. Faço a barba rapidamente, apenas
aparando.
Estava perto da hora do almoço quando eu saí de casa para ir até a
empresa, eu não aparecia lá desde todo o acontecido. Estaciono o carro
depois de alguns minutos, chego no hall de entrada e todos os olhos se viram
para mim. Disfarçadamente, é claro.
— Senhor González.
— Olá. Os meninos estão no restaurante?
— Não, senhor. O senhor Christopher pediu para levar o almoço para a
sala de reuniões.
— Ótimo. Peça mais um. — Digo e vou rapidamente na direção do
elevador.
Eu estava praticamente me arrastando. Abro a porta da sala, olhando
Arthur e companhia me encarar.
— Estou tendo uma visão? — Chris diz, me olhando.
Nego com a cabeça rapidamente.
— Meu neném voltou. — Arthur diz, abrindo os braços e me olhando. —
Me abraça?
— Para de boiolagem! — Disparo e me sento.
— É, ele voltou. — Arthur diz sorrindo.
— Sentimos sua falta — Patrick bate em meu ombro.
Sorrio. Eu sei que aquele momento era difícil.
— Então é só pedir pra transferir a carga, nada mais que isso. — Chris diz
enquanto abrem a porta, deixando o carrinho com o almoço.
— Estou morto de fome! — Patrick diz se erguendo.
— Por que você tá comendo mato? — Arthur dispara para Chris, que come
salada e frango.
— Isso é salada, imbecil.
— Continua sendo mato. O que foi? Ágata está reclamando do tamanho da
sua pança?
Disparo em uma gargalhada sonora e Patrick me acompanha.
Chris se ergue, levanta a camisa mostrando o abdômen trincado para
Arthur, que tapa os olhos imediatamente.
— Tá vendo pança aqui?
— Estou cego! Estou cego! Há meu Deus, eu estou cego!
E parecia que tudo ia voltar ao normal.
Ou estamos fingindo bem.
Almocei pouco e ficamos conversando por alguns minutos, até que saio e
vou para a minha sala, e parece que tudo está como deixei, desde a última vez
em que entrei aqui.
Me sento na cadeira, sentindo um peso no peito, pegando o porta retrato
em cima da mesa.
É Diana. O sorriso capaz de iluminar mil céus escuros.
— Está tudo bem? — Ergo o olhar e Chris entra e se senta na cadeira a
minha frente.
— Está. — Solto um pigarro, o olhando.
Ele assente e me olha, enquanto me ergo.
— Como estão as coisas?
— Sob controle. — Chris me encara por um longo tempo, com a mão sobre
o queixo. — Arthur falou que o processo está em andamento?
Nego com a cabeça.
— Agilizamos tudo. Papai quebrou todos os contratos que tínhamos com
eles. — Me sento o olhando. — O único que você vai precisar assinar, vai ser
a anulação do casamento.
— Quem diria que essa data seria um martírio pra mim... — Solto um
longo suspiro, mordendo os lábios.
— Enrique está cuidando de tudo pela parte da Diana.
Assinto com a cabeça levemente.
Doía ouvir aquilo.
— Nenhuma notícia dela, né? — O fito negar.
Diana havia sumido do mapa.
— Bianca apareceu ontem para entregar uns papéis, mas como até Heitor
ela tem evitado... Não sabemos de absolutamente nada.
Era como se Diana tivesse desaparecido da face da terra.
Como um furacão ela entrou na minha vida, como um furacão ela se foi.
E só me restou o enorme vazio em meu peito.

— Eu ainda acho que não devemos cutucar a onça... — Heitor dá de


ombros e Arthur o encara.
— Ninguém mexe com a gente e fica por isso mesmo. Então, eu sou a
favor de não só cutucar a onça, como dar uma paulada.
Encaro Arthur por cima da borda do copo.
— Acha mesmo que Keyla vadia, vai falar algo? — Heitor joga os braços.
— Me deixa responder essa: não vai!
— Não é falar, seu imbecil. A gente só precisa que ela abra a boca para
falar que tudo foi uma armação e pronto! Tomam no cu!
— Mas isso já é falar.
— Como você é tapado, Heitor! — Chris diz o olhando.
— Xinga meu irmão não, em! Só quem xinga ele, sou eu! — Arthur
diz sério e encara Heitor! — Você é tapado, moleque! Misericórdia!
— Não é melando o plano não.,mas acha mesmo que ela vai abrir a boca
para um de nós? — Patrick indaga.
Eu apenas observo calado.
— É aí que Ágata entra. — Chris diz, olhando para Ágata que está em pé,
ao lado de Helena.
— Ela vai falar pra Ágata? —Heitor diz com desdém.
— Mulher gosta de passar na cara de outras mulheres o que ela fez de mal,
entende? — Chris diz sorrindo.
Ágata ergue as sobrancelhas e nos encara, sentando ao lado de Chris.
— Consigo arrancar daquela perua. — Diz com convicção.
— Se ela não falar, a gente arranca a língua dela fora. — Helena diz
sorrindo. — Sou ótima nisso.
— Heleninha, você é a perversidade em pessoa.
— O que você acha? — Arthur bate em meu braço, me olhando sério.
Eles estão meio obcecados com o fato de fazer Keyla abrir a boca para
falar algo. Iriam provar pra quem?
A pessoa que eu mais queria que acreditasse em mim, não estava aqui.
Mesmo tendo a prova do exame, eles estavam tentando fazer Keyla
confessar ou entrar em um acordo.
Depois que voltei para empresa, eu só sabia me afundar no trabalho para
fugir daquilo. Fugir daquele fantasma que fica rondando minha mente. A
culpa me corroendo, por uma coisa que nem tinha feito.
— Não sei... — Me ergo, jogando os braços ao redor do corpo. — A única
pessoa que eu queria provar isso tudo... Não está dando a mínima pra saber o
que aconteceu.
Em um momento, todos se calam na sala e me olham.
Ágata se ergue e me encara.
— Eu juro que entendo seu lado... Mas nenhuma mulher ia aguentar ver o
homem que ama, com outra.
Nego com a cabeça.
— Entende o meu lado, desse jeito? — Coloco um dedo sobre o peito. —
Eu não prestava. Mas a partir do momento que eu falei que a amava... Eu
deixei tudo e todas para trás! Eu sempre... Sempre fiquei ao lado dela... E no
momento em que eu mais precisei que ela acreditasse... Acreditasse em mim,
ela foi embora sem ao menos tentar saber a verdade!
Fecho os olhos, sorrindo sem humor algum.
— Eu, mais do que ninguém quero que todos saibam que eu não fiz nada,
mas eu não posso esfregar a verdade, em quem não quer ver.
A campainha soa por todo o ambiente e Helena se ergue para abrir a porta.
Me viro no exato momento em que Enrique a encara.
— É... Hum... Pois não? — Helena pigarra, o encarando.
— Enrique? — Digo, o olhando entrar na sala sério.
— Já prestou. — Heitor resmunga baixo.
— Me desculpem vir assim, mas era com você mesmo que eu queria falar.
— Diz olhando para Helena e voltando a me encarar.
Meu coração salta do peito batendo descontroladamente, com fúria.
— Pode entrar, Enrique. — Chris diz sério.
Helena se afasta, cruzando os braços e corando repentinamente.
— Estão todos reunidos? Que maravilha. — Bianca diz, entrando na sala
de repente. — Todos os cafajestes.
— Bianca? — Heitor diz, se erguendo.
Bianca lança um olhar frio em minha direção.
— Você tá com essa alma sebosa? — Heitor dispara, a encarando.
— Sem crises de ciúmes agora, irmão. — Arthur diz, batendo em seu
ombro.
— Faça-me o favor, Heitor. — Bianca responde, erguendo o queixo.
— Eu vim apenas pedir que você gentilmente, assine esses papéis. —
Enrique empurra uma pasta preta em minha direção, me olhando friamente.
Engulo seco o encarando.
— O que seriam esses papéis? — Arthur rebate.
— A anulação do casamento.
Um nó se forma em minha garganta.
Ela tinha desistido de vez.
— Assim que assinar isso... Diana fica livre de você pro resto da vida.
Meu coração aperta e o olho.
— Vocês entraram com o pedido de anulação? — Arthur pergunta, sério.
— Diana faz questão de agilizar isso. O mais rápido possível.
— Não assino. — Jogo os papéis sobre a mesa, o olhando. — Se ela quer
anular tudo, que ela mesma me diga isso.
— Acha mesmo que ela ainda precisa dizer algo pra você? — Bianca
suspira, me olhando. — Assina logo isso...
— Não assino.
— O que você quer, mesmo? Já destruiu a vida da minha irmã! Agora quer
que ela fique presa a você?
— Presa a ele, ela já está né... — Bianca sussurra.
Ágata a encara e Bianca rapidamente abaixa a cabeça.
— Eu apenas quero que ela me diga isso... Olhando em meus olhos! —
Digo, olhando Enrique negar com a cabeça.
— Você teve todas as oportunidades do mundo para fazê-la feliz, mas
preferiu traí-la!
— Eu não a traí! Foi uma armação suja, daquele seu cunhado imbecil e do
seu pai.
Enrique para por um segundo, me olhando.
— Eles podem até ter ajudado nisso, Lorenzo. Mas quem se deitou com
Keyla, foi você!
— Eles doparam o Lorenzo! — Patrick diz sério. — Deram uma grande
quantidade, pra ele cair como um urso.
Bianca nega com a cabeça e me olha.
— Eles doparam você também, quando ela te enviava mensagens? —
Encaro-a. — Porque não foi apenas uma vez que Diana pegou mensagens
dela em seu celular.
— Que mensagens? — Digo com a voz arrastada.
E como um golpe certeiro, lembro de todas as vezes que Keyla me
mandava mensagens, agradecendo por tê-la ajudado. Mas é claro que tudo
aquilo não passava do plano asqueroso.
Que burro. Burro.
— Eu não... Não fiz...
— Claro, que não fez. — Bianca diz sorrindo.
— Assine os papéis e acabe com isso, Lorenzo!
Encaro Arthur, que olha para Chris abaixando a cabeça.
— Onde ela está? — Digo em um sussurro.
— Em um lugar, bem longe de você. — Enrique dispara com desdém.
— Peça para o advogado de vocês entrar em contato comigo para
podermos entrar em concessão para os dois lados. — Arthur diz, entrando em
minha frente. — Lorenzo não vai assinar nada. Vai ser tudo em concessão
pelo juiz.
— Diana não pode ficar se estressando... O estado dela é... — Enrique
se cala quando Bianca o encara.
— O que Diana tem? — Pergunto com o coração aos pulos.
— Por favor, Enrique. Vamos resolver esse assunto nos termos legais. —
Arthur se adianta.
Ele encara Bianca e assente rapidamente.
— Espere o contato do nosso advogado, então. Vamos Bianca.
— Você vai com ele? — Heitor diz olhando-a. — Bianca, volta aqui!
Bianca!
Me sento no sofá, tentando controlar as batidas frenéticas do meu coração.
Me ergo em um pulo, rapidamente ouvindo os chamados de quase todo
mundo.
Mas eu estou cego.
Desesperado.
Pego o carro, arrancando com rapidez. A névoa de lágrimas tapando minha
visão, um soluço preso na garganta e assim saio, dirigindo como um louco.
— Lorenzo? — Rita me encara, parando no meio da sala assim que a vê.
— Onde... Onde está meu pai? — Pergunto, limpando o rosto rapidamente.
— Ele está lá em cima... Está tudo bem?
Subo os degraus com toda pressa possível.
Abro a porta do escritório, parando estático na entrada.
— Clarisse, meu bem... Eu estou indo. — Ele se vira me olhando.
Fecho a porta devagar e solto a respiração.
— Aqui mesmo, nessa sala... Você me falou que se eu não casasse com
Diana, ia me tirar tudo. — Digo com a voz entrecortada.
— Meu filho...
Estendo a mão a sua frente, não conseguindo segurar as lágrimas que
descem rolando.
— Então... Pai... Eu vim aqui... Eu vim pedir como seu filho, se quiser tirar
a minha herança, tire! — Um soluço escapa da minha garganta enquanto o
encaro. — Me tire tudo, pai... Tudo... Mas não deixe a Diana se divorciar de
mim...
Ele me encara por uns segundos e sai de trás da mesa.
Não era o temido Patrício que estava ali na minha frente.
Era o meu pai.
O pai que eu precisava nesse momento.
Ele me abraça tão forte, que chega a me sufocar. Mas era o sufoco mais
reconfortante que eu havia sentido em um abraço seu.

Capítulo 32
Lorenzo
— enhor Lorenzo, me desculpe... Ela precisa falar com o Senhor
e... Foi entrando... — Encaro a minha secretária tagarelar assim
S que piso no andar da minha sala.
— Quem é? — Pergunto, mas ela dá de ombros, fazendo uma cara de
assustada.
Ótimo. Desgraça no café da manhã. Era tudo que estava me faltando.
Abro a porta em um solavanco.
—Keyla?
— Lorenzo.
Um ranço forte toma conta de mim apenas em olhar para cara dela.
Ela se ergue e percebo uma marca vermelha imensa estampada em seu
rosto. Marca de Ágata, é claro.
— Lorenzo, eu sei que pediu para sua cunhada vir falar comigo.
— Sabe é? — Me sento e a encaro. Minha voz destilando sarcasmo de
tanta raiva.
— Tem todo direito de estar com ódio! Mas eu não posso ser processada
junto com Hugo e o Luttero! — Ela se senta, mordendo os lábios. — Eles que
me fizeram fazer aquilo, Lorenzo! Eu não tive culpa!
Pendo a cabeça pra trás em uma sonora gargalhada.
— Claro que não teve culpa, Keyla... Claro! Meu Deus! Achou mesmo que
eu ia pensar que você tem culpa? — Me ergo colocando as duas mãos sobre a
mesa. — Você entra na minha empresa, você se faz de coitada, você me leva
para um bar, me droga, me leva para aquele seu apartamento de merda,
chama a minha mulher... E você acha mesmo que não teve culpa de nada?
Ela engole seco me olhando e não diz mais nada. Eu realmente achei que
Keyla era uma pessoa de caráter, nem que fosse um pouco.
Ledo engano.
— Não me envolva nisso, Lorenzo... Por favor...
— Você mesma se envolveu, quando decidiu compactuar com tudo isso!
— Eu não tive escolha. — Rebate pondo as mãos sobre o peito, ofegante.
Dou de ombros, dando a volta sobre a mesa.
— Lorenzo... Eu sei que está sofrendo... Eu sei...
Me viro bruscamente, encarando-a.
— Sabe?! Você sabe?! — Disparo, negando com a cabeça. —
Você não sabe o inferno que eu venho passando, Keyla. Você não faz
ideia!
— A gente não plantou a discórdia na Diana, ela foi embora porque ela
quis. — Dispara me olhando. — Ela preferiu fugir, a saber, a verdade!
— Não fale o que você não sabe! Não ouse abrir sua boca para falar o que
não sabe!
Seguro seu antebraço e de repente a porta se abre. Chris me puxa pelo
braço, me encarando
— Acabou a palhaçada! — Chris rebate enquanto Keyla esfrega o braço
com uma das mãos. — O que diabos você tá fazendo aqui?
— Ela quer terminar o trabalho que começou! — Heitor diz cruzando os
braços.
— Eu sugiro que você saía da minha sala, Keyla!
— A sua esposa veio atrás de mim. — Ela dispara, olhando Chris. — Eu só
vim pedir para Lorenzo não me colocar no meio do processo.
— É a mesma coisa que pedir para o inferno congelar. — Heitor diz
sorrindo.
— Todos os envolvidos serão responsabilizados, Keyla! — Chris
diz calmamente. — Agora pode se retirar.
Ela me encara, pegando a bolsa e saindo como um foguete da sala. Ajeito a
lapela do meu blazer, indo até o bar e enchendo um copo de uísque e
engolindo tudo de uma vez.
— Mas que cara de pau de uma figa! — Heitor rebate, se sentando.
— Isso se chama estratégia. — Chris suspira baixo.
— Que cabaré foi esse? — Arthur exclama, entrando na sala.
— Keyla piranha, veio falar com Lorenzo pra não meter o processo nela
também!
Engulo seco, passando as mãos pelo cabelo exasperado.
— Eu vou para a minha sala. — Chris me encara e assinto rapidamente. —
Qualquer coisa me chamem!
Mordo o lábio inferior enquanto Heitor e Arthur começam a falar
disparadamente.
Só que minha mente tinha se desligado daquele ambiente. Estava
acontecendo isso há um tempo. Não sei se era a preocupação de não saber
nada sobre Diana.
Passei mais uma semana de cão depois que fui conversar com meu pai. E
não brigamos dessa vez. Mas estava ficando pior, de acordo com as semanas
que se passavam.
Lembro do surto que tive e corri até onde Bianca trabalhava, já não estava
mais aguentando aquele tempo inteiro sem saber absolutamente nada.
— Lorenzo, eu não sei onde ela está inferno! Eu já disse! — Bianca
me encara furiosamente.
— Bianca, a Diana nunca iria embora sem dizer nada pra você... —
Encaro-a passando as mãos pelo rosto. — Bianca, eu imploro se for preciso...
Eu imploro...
Ela olha de um lado para o outro e me encara por uns segundos.
— Ela está bem. Pronto. — Diz me encarando.
Aquilo não tinha acalmado nem um por cento do meu coração, parece que
foi até pior.
— Lorenzo? Lorenzo, seu arrombado do caralho, presta atenção! A voz de
gralha sendo esganada de Arthur, me faz sair dos meus pensamentos
— Esse fresco!
— O que é agora? — Digo me erguendo e encaro Heitor. — Você
não tem que dar aula, não?
Ele revira os olhos.
— A minha turma já foi encerrada, a outra começa mês que vem e olhe lá...
Caleb já foi embora pra Savanah, então estou à procura de outro professor
assistente.
Para no meio da sala, me virando para Heitor lentamente.
— Ele foi embora faz tempo?
— Não vem colocar paranoia na cabeça não, Lorenzo. Pelo amor de Deus!
— Arthur diz me olhando. — Não vem esquentar o cu com rola fina, não!
Era impossível não colocar paranoia na cabeça. Impossível!
— Por que não coloca Bianca como assistente? — Arthur diz olhando para
Heitor.
— Porque não estamos em uma boa fase. — Ele diz estalando a língua. —
Fui lá no apê dela tentar uma reconciliação, fizemos sexo e depois ela me
chutou.
Arthur explode em uma gargalhada enquanto os encaro.
— É difícil demais gostar dessas mulheres bandidas. Quanto mais a gente
corre atrás, mais elas pisam... Pisam como se fossemos uma barata. — Heitor
diz batendo uma mão na outra, nos olhando.
— Você nem parece meu irmão, velho... Muito pau no cu. — Arthur
rebate. — Correndo atrás de mulher.
Encaro Arthur.
— Está esquecendo que você passou dois anos numa fossa, pior do que
essa que o Lorenzo está passando?
— Me coloca no meio não, em. Me deixa na minha fossa! — Disparo
rápido.
— Está esquecendo que você corria atrás...
— Heitor, pega essa garrafa e enfia no buraco, do meio, do centro do olho,
do seu cu! — Arthur dispara, sorrindo mostrando todos os dentes.
Balanço a cabeça de um lado para o outro, sorrindo.
Tentei voltar ao trabalho assim que Arthur e Heitor foram embora, mais
tarde iríamos nos encontrar na casa dos meus pais. Era mais um daqueles
jantares que mamãe adorava fazer para comemorar alguma data especial, que
eu não fazia ideia.
Ou uma falha tentativa de tentar me reanimar.
E era muito mais complicado trabalhar com a mente perturbada, do que eu
imaginava. Entreguei todos os relatórios em tempo recorde. Patrick fez uma
viagem a negócios e vai passar uma semana fora. Recapitulando, o único que
tinha um pouco mais de juízo do que todos nós, não estava.
Cheguei na casa dos meus pais e subi direto pro "meu quarto", estava
praticamente morando lá.
Não conseguia ficar no meu apartamento sem me embebedar e ficar
andando de cuecas como um zumbi louco.
Tomo um banho demorado e saio enrolado na toalha, quando ouço o
celular tocar insistentemente.
Só podia ser aquele arrombado do Arthur.
Pego o celular, mas não tinha número, era restrito.
— Alô? — Digo impaciente, não obtendo resposta alguma.
Passo a mão pelo rosto.
— Arthur, seu desgraça...
Paro por um instante, ouvindo uma respiração lenta. Meu coração para de
bater por um segundo e depois volta a bater freneticamente.
O seu nome saiu mais como sussurro inaudível...
— Diana?
O silêncio ensurdecedor do outro lado da linha só aumenta as minhas
certezas.
— Diana, é você?
Não precisou falar mais nada, eu sabia, eu sentia que era ela.
— Diana, eu sei que é você... — O barulho da ligação encerrada me fez
parar no mesmo instante.
Praguejo baixo, tentando retornar a ligação, mas é impossível.
Inferno!
Desço as escadas enquanto Chris me encara junto de Arthur.
— Parece que viu um fantasma! — Chris balança a cabeça.
— Tenho medo de fantasma, papai! — Clhoe diz, parando na porta com
copo de suco nas mãos.
— É só modo de dizer, meu amor. — Chris diz sorrindo, olhando-a.
— O titio mais gato e corajoso desse mundo não ia deixar um fantasma
qualquer te assustar, meu amor. — Arthur diz a pegando no colo.
— Jura, tio Arthur?
— O fantasma iria correr quando olhasse para cara do Arthur! — Ágata diz
sorrindo e entra na sala.
Clhoe gargalha sonoramente.
— Vou guardar essa sua piada para rir depois, Ágata.
— Acabaram de ligar pra mim e não falaram nada. — Digo em um fio de
voz.
— Acha que foi a Diana? — Chris se ergue e dou de ombros.
— E por que ela iria ligar e não iria falar nada? — Arthur pergunta
— Por isso mesmo, que não faço ideia.
— Mulher é bicho esperto! — Heitor se aproxima, se jogando no sofá com
Henry.
— O que foi, amor? — Ágata o pega no colo enquanto Henry resmunga
baixo.
— Ele deve tá querendo um chocolate. — Heitor diz pensativo. — Tia
Clarice tem mãos de fada para sobremesas.
— Não se come sobremesa antes do jantar, Henry!
Sorrio vendo Chris tentar repreender Henry, que abre um sorriso e olhos
enormes.
— Não faz mal dá só um pouquinho pra ele, né amor? — Chris diz
sorrindo.
— Ele precisa jantar. — Ágata diz, vendo Clhoe a encarar. — Vou
levar Clhoe no banheiro.
Espero Ágata subir as escadas com Clhoe e pego Henry no colo.
— Eu levo ele pra comer, não vai fazer mal só uma vez, né? — Digo
o pegando no colo olhando Ágata me fuzilar.
— Volto rápido, antes que ela desça.
— Se Ágata desce e Henry não tiver aqui, ele vai ficar sem a dosagem de
sexo! — Heitor diz gargalhando e Chris manda ele ir se foder.
Coloco Henry na cadeira, abrindo a geladeira e pegando a travessa de
pudim de chocolate, ele começa a bater palmas eufórico e sorrio.
— Essa é a sua primeira paixão. Quando provar uma mulher pelada, vai
saber que existe coisa melhor que pudim de chocolate. — Digo o olhando. —
Não conta pra sua mãe que eu te falei isso.
— Cocolate titio. — Aponta para travessa sorrindo.
Pego dois pratos e corto dois pedaços.
— O menor é pra você, porque você é pequeno. E o maior é pra mim,
porque sou grande.
— Titio, eu quelo o glande...
— Um mini pedaço pra você e dois pedaços grandes pra mim. — Digo,
entregando o pratinho. — Se não aceitar, eu conto pra sua mãe.
— Você vai ser um péssimo pai! — Arthur diz invadindo a cozinha junto
de Chris que me encara.
— Deixou o moleque comer o menor pedaço, Lorenzo? —
Heitor diz perplexo.
— Alguém isola aí, que eu não vou ser pai tão cedo. — Rebato me
erguendo.
Ágata entra na cozinha e me fuzila.
— Eu disse que não era pra dar sobremesa pro Henry antes do jantar,
Christopher!
— Mulher quando chama pelo nome dói até o saco! — Arthur se senta, me
encarando.
— Falei pro Lorenzo não dá, amor... Ele levou o Henry que eu nem vi!
— Que arrombado desgraçado! — Digo o encarando.
— Eu conheço você como a palma da minha mão! — Ágata pega Henry no
colo, que estava completamente sujo de chocolate. — Você vai dar banho
nele agora!
— Se fosse eu, não iria... — Arthur diz, provocando.
Prendo a gargalhada e Ágata nos encara.
— Vão se foder, vocês! — Ela rebate séria.
— Eu vou dar banho nele! — Chris diz, saindo rapidamente e Ágata vai
atrás, resmungando.
Arthur balança a cabeça enquanto Heitor digita no celular.
— Não me vejo cuidando de criança não. — Arthur diz pensativo. — Eles
choram, fazem cocô e ainda atrapalham a nossa vida sexual.
— Acho que vou fazer uma vasectomia. — Heitor completa, me
encarando.
Encho um copo com água bebericando e os encarando.
— Imagina se for filha mulher? — Arthur diz espantado.
— Bate na madeira pra isolar! — Heitor diz, batendo com as duas mãos
sobre o armário.
— Fazer com a filha da gente, o que fazemos com a filha dos outros!
— Tá amarrado em nome de Deus pai, todo poderoso!
— Vocês são os homens mais sem vergonha que eu já vi na vida. — Ágata
diz, aparecendo na porta da cozinha.
— É a realidade, Ágata. — Heitor se defende. — Eu uso três camisinhas
para prevenir, uso até em boneca inflável.
Paro por um segundo, o olhando.
— Você usa boneca inflável? — Ágata, Arthur e eu falamos em uníssono.
— Modo de dizer, né! Tenho a mulher que eu quiser, na hora que eu quiser
e como eu quiser.
— Não tem nada. Eu ouvi você implorando por telefone pra Bianca sair
com você! — Arthur diz sério e eu e Ágata explodimos em uma gargalhada.
— Toma no cu, otário! — Disparo ainda sorrindo.
— Enfia no cu! Não fala de mim, não. Que você também não está em uma
situação das melhores, Lorenzo. Vai morrer na punheta!
— Morro seco, mas não bato punheta! — Relaxo os ombros.
E era verdade, fazia meses que eu não sabia o que era sexo. Mas bater
punheta eu não batia mesmo. Para falar a verdade, eu não andava mais
pensando nisso.
Jantamos assim que mamãe e papai desceram do quarto, depois fui direto
para o meu quarto, me jogando na cama e logo apaguei

Me levantei cedo, vesti uma calça de moletom, uma camisa qualquer e fui
correr. A tempos eu não fazia isso. E foi como se descarregasse todas aquelas
coisas que estavam presas dentro de mim.
Já estava descendo as escadas. Tomado banho e pronto para ir para a
empresa. Meu pai estava lá com o celular parado na mão, enquanto Arthur
falava ao celular.
— Quem é? — Indago apontando com queixo.
— Enrique. — Papai diz em um sussurro.
— Certo. Sem problemas. — Arthur me encara. — Estaremos lá.
Desliga o celular, mordendo os lábios enquanto me encara.
— O que foi?
— O advogado de Diana já marcou a data da audiência de anulação do
contrato.
Arregalo os olhos, me sentando no sofá.
— Será daqui a oito semanas.
— Quem é o advogado? — Digo em um sussurro.
— Enrique não quis entrar em detalhes, apenas falou que a data está
marcada. A intimação de comparecimento deve chegar amanhã para você.
Assinto com a cabeça, lentamente.
A ansiedade se apossou de mim por todos os dias que se passaram. Na
primeira semana meu apetite tinha ido embora.
Então se passou o primeira semana e só aumentava ansiedade de vê-la.
Contei os 60 dias que se passaram, olhando cada minuto no relógio e cada
dia no calendário. Novamente, aquele desespero tinha se apossado de mim.
O choro preso na garganta.
Chris estava ao meu lado assim que desci do carro, em frente ao prédio do
fórum de Nova York. Arthur, Heitor e Patrick desceram logo em seguida.
Estávamos parecendo MIB - Homens de Preto ou aqueles gangsters de
filmes.
— Não fica nervoso. — Patrick diz.
Subimos pelo elevador, entrando em uma sala. Ágata, Helena e mamãe
estavam sentadas e se ergueram assim que nos viram entrando.
— Como a sala do juiz está fechada, teremos que ficar aqui. — Arthur
explica nos olhando.
— Por que tá todo mundo aqui, mesmo? — Heitor indaga, se sentando.
— Sabem que só vão entrar duas pessoas, né?
Minha cabeça estava longe demais pra pensar em quem iria entrar, ou não.
Arthur pede licença, saindo rapidamente da sala, tornando a fechar a porta
em seguida.
— Seu pai foi conversar com Luttero. Creio que daqui a pouco ele está
chegando. — Mamãe diz, pegando em minhas mãos. — Fique calmo, meu
amor... Vai dar tudo certo.
Engulo seco, sorrindo enquanto ela ne beija demoradamente.
Ando de um lado para o outro, com a ansiedade tomando conta de mim por
completo. Arthur estava demorando mais do que o normal.
A porta se abre em um solavanco e ele entra, pálido e com os olhos
arregalados, me olhando.
— O que aconteceu? — Chris se ergue o olhando.
— Arthur? — Chamo, indo até ele. — O que houve?
— Ah, meu Deus! Pegue uma água, Heitor.
— O que que aconteceu, Arthur? — Ágata diz o encarando.
Ele apenas fica lá me encarando.
— Fala, Arthur!
— Diana... Ela está... Diana, ela...
— Ela chegou? — Pergunto engolindo seco. — Eu preciso ir até lá!
Chris me segura e Arthur abre os braços, encostando na porta.
— Não vai, não! Você vai esperar ser chamado, Lorenzo!
— Eu preciso vê-la!
— Eu não acho que seja uma boa ideia... — Arthur sussurra, sorrindo.
— Dá pra me falar que merda está acontecendo? — Digo abrindo os
braços.
— Senta lá, que daqui a pouco vamos ser chamados! — Patrick diz me
olhando.
— Eu não vou me sentar!
— Calma, Lorenzo!
Ando de um lado para o outro, o nervosismo e a ansiedade de vê-la depois
de meses estavam tomando conta de mim.
Sinto a minha garganta seca, o meu coração disparado, minhas mãos
tremulas e suada.
Deus! Eu estava tendo um ataque.
Passo as mãos pelos cabelos, desesperado de agonia.
Estava chegando a hora de vê-la.
Cadê esse Juiz que não nos chama?!
Os segundos se transformam em horas...
Afinal o que Arthur viu que o deixou naquele estado?
Será que Diana estava acompanhada?
Será que estava com aquela alma sebosa do Caleb?
Não, não, a minha Bruxinha jamais iria fazer isso comigo. Ou Iria?
— Vai furar o chão desse jeito. — Encaro Chris saindo dos meus
devaneios.
Estou agoniado e nervoso, afrouxo a gravata e mamãe se ergue, me
olhando.
— Calma, meu amor... Vai dar tudo certo. Estou aqui. — Ela me beija e a
aperto.
Iria ser uma audiência por conta do divórcio litigioso e pelo contrato. Meu
pai me encara e franzo o cenho quando alguns minutos se passam, até uma
moça vir nos chamar. Beijo minha mãe novamente e saio com Chris e Arthur.
Entro na sala, procurando-a com olhar. Mas ela estava vazia a não ser pelo
juiz sentado.
Nos sentamos de frente para porta. Chris do meu lado direito e Arthur do
esquerdo, a enorme mesa de vidro estava cheia de vários papéis.
Estava nervoso. As mãos suando.
— Podem chamar à senhora González. — O juiz diz a moça ao seu lado,
que sai rapidamente.
Fecho os olhos por demorados segundos, até que ouço a porta se abrir e
meu coração acelera, quase me sufocando.
Um rapaz jovem que conhecíamos muito bem entra na frente. Prendo a
respiração, olhando Enrique entrar ao seu lado.
Me ergo no exato momento em que Diana aparece.
Mas não tinha sido a palidez dela que me tomou atenção, nem os cabelos
que estavam curtos, na altura do pescoço.
Estava amparada em Enrique e anda devagar, desço o olhar pela barriga
aparente demais, marcando no vestido.
Arthur me encara. E Chris fica tão petrificado quanto eu.
Não.
Não.
Não.
Não era possível.
— Lorenzo... — Arthur segura em meu antebraço.
Meu Deus.
Meu Deus.
A barriga estava enorme.
Ah, meu Deus!
AH, MEU DEUS!
AHHHHH, MEU DEUSSSSS!!!
A barriga...
Eu não podia crer no que os meus olhos estavam vendo.
Ela me encara e franzo o cenho, o ar falta na minha garganta e a fito.
Diana está grávida!
Continua Em Perigosa Redenção Parte 2...
Livros dessa Série
Perigosos Cajafestes
∞∞∞

Perigosa Sedução
Ágata Mendes é dançarina de uma das maiores boates de Nova York, arranca suspiros e deixa
uma longa lista de pretendentes aos seus pés! Mas ela tem uma regra: Jamais misturar prazer com
negócios.
Christopher é CEO da empresa da família, um empresário renomado e conhecido pelo temperamento
forte.
Não é adepto a relacionamentos, e nunca teve o desejo de se casar e constituir uma família, diferente do
seu irmão do meio
Em uma noite 2 caminhos se cruzam e a atração entre ambos é mutua.
Ela carrega segredos que a mantém presa ao passado.
Ele está determinado a conquista-la e irá passar por cima de qualquer um... Incluindo seu irmão!
Será que nesse Jogo de sedução, haverá ganhador?
Sobre a Autora
∞∞∞

Juliana Souza
Juliana Souza nasceu em 1997, é natural de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Sempre foi
apaixonada por histórias de enredos envolventes. Aos seus 17 anos, sentiu um forte desejo de ingressar
no mundo da escrita, o seu primeiro livro foi Proibido desejo, que deu origem a trilogia “ Os irmãos
Perrot” , em 2016 querendo alçar novos voos, escreveu naquele ano o livro Perigosa Sedução que mais
tarde se tornou o primeiro livro da série “ Os cafajestes” que conta com 8 livros.
Agradecimentos
∞∞∞
Meu Deus como passou rápido!
A sensação de dever cumprido é enorme com um misto de gratidão
inexplicável. Minha eterna gratidão a todas vocês que chegaram até aqui
juntas comigo, que imensa felicidade!
As lágrimas que descem agora são de alívio... Quem me acompanha desde
o aplicativo de leitura, sabe que tive o meu primeiro perfil denunciado, e que
infelizmente ou felizmente, ainda não sei precisar, me fez recomeçar do zero
com a cabeça erguida.
Os meus mais sinceros Obrigada! Por não terem desistido, por terem
esperado com paciência e todo amor do mundo!
A palavra que me define em relação á este livro é gratidão, se ele está aqui
hoje é graças a Lais que reescreveu alguns capítulos, a Thamires que foi
reescrevendo o inicio, a Jessica e a Damarys que reescreveram alguns
capítulos e a Claudyanne que finalizou. A vocês de todo o meu coração, o
meu mais sincero, Muito Obrigada!
Não posso deixar de agradecer as minhas adm’s: Thamires, Andressa,
Thaynara, Claudyanne, Isa e Keyti que embarcaram comigo nesta nova
jornada. Obrigada pela amabilidade, pela paciência e pelas longas horas que
passaram trabalhando comigo. Sempre serei grata por tudo o que vocês fazem
por mim.
E claro as meninas que fazem parte do nosso grupo de whastapp, vocês
são mais que leitoras, são parte da minha família!
Isso daqui não seria possível sem vocês! È por vocês, minhas leitoras
incontroláveis!

∞∞∞
Elogios ao Autor
∞∞∞

Sobre nosso Amado Lolo e a Bruxinha, e entre Amor e Odeio.. quem vence é a Paixão, e também nos
ensinou que o orgulho nao nos leva a Nada e nos deixa cego.. esse foi o Livro q me marcou Bastante..
e pode ter certeza que o lugar dele esta garantido no meu espaço Literário..
- JULIANA

Perigosa redenção é uma história em que vc ver a luta do mocinho a se render aquilo q tem mais
pavor, Casamento! que mesmo sendo uma arranjo entre suas famílias não tem opção ao não aceita
esse louco arranjo, Lorenzo tem até toque ao mero pensamento sobre essa palavra kkkk mas quando
Diana entra em sua vida a coloca de cabeça pra baixo , é uma garota inocente que não sabe nada
sobre a vida, devido a criação dos pais mas q amolece o coração do cara mais safado e pervertido q
conheceu Lorenzo Gonzales enfim descobre o que é o amor!
- JESS

Perigosa Redenção!
Bom foi um dos primeiros livros que li, foi o início da minha paixão por leitura, comecei esse caminho
pela primeira série da minha querida Autora e amiga Juliana Souza, e assim q comecei a ler a série
Perigosos Cafajestes me apaixonei ainda mais, mas foi em Perigosa Redenção, com Lorenzo e Diana
que meu amor e admiração nasceu, acompanhava cegamente era uma emoção atrás da outra, Lorenzo
aprendendo que nem sempre é a razão que fala e sim o coração, chorei, sofri, briguei nos comentários
por eles e Diana sempre com sua doçura me mostrou que mesmo sendo difícil as vezes precisamos ir
atrás de nossos sonhos...
Toda a Série mas em específico esse livro me trouxe vários aprendizados e por isso se tornou um de
meus favoritos...
- ANDRESSA RIBEIRO

Perigosa Redenção é um dos livros que me jogou no chão, o propósito que a autora trouxe nessa
escrita é incrível e harmonioso. Um Lorenzo cheio de si que acredita que tudo irá acontecer da
maneira que ele planeja, uma Diana bem princesinha que nem ela mesmo esperava se tornar a nova
mulher que ela se transforma no decorrer da história. Fiquei com raiva, me emocionei, chorei e me
apaixonei ❤
- KEYTI
A o que fala do Lorenzo e Diana não tenho nem palavras tudo o que eles passarão a união que depois
eles tiveram foi muito contagiante que as vezes o que nos passar por dias ruim é só pra lá na frente
fortalecer a gente ver a mulher guerreira madura e doida um pouco que a Diana se tornou como o
Lorenzo se arrependeu do que ele fez pra bruxinha o amadurecimento dele pra correr atrás de quem
ele amava valeu muita para de ler e volta desde do começo com gargalhadas choro raiva e no final
com muito amor e felicidades
Parabéns Juliana vc e a melhor
- LETÍCIA

Nem sei por onde começar... Diana e Lorenzo é uma mistura de sentimentos, onde vemos claramente
que o amor sempre vence e qndo ele chega n tem essa de bater no peito e falar não estou preparado, li,
reli, fiquei com ódio, amor tudo ao msm tempo, mais um livro que vai muito além do que podemos
esperar de você, vc brilha e muito, voa longe minha autora preferida.
- CLÁUDIA

Sem dúvida esse casal foi o meu preferido da série, até o momento .
O mesmo livro eu dei muiiiiiitas Gargalhadas, mas também passei por momentos de raiva, amor e
emoção. E a leitura além de ter um Hot maravilhoso também traz lições de vida nos mostrando que as
vezes a dor, a decepção que podemos passar vem para nos fortalecer , fazer com que crescemos e
sejamos fortes com o poder do Amor, vi Diana virar uma mulher incrível e o nosso Picasso
amadurecer e descobrir sentido diferente na vida !! Enfimmmm....Como valeu a pena cada palavra
lida.
- MAURA

Bom Lorenzo e Diana foi aquele livro q me arrematou, lembro-me que estava lendo e quando do nada
KD o livro, tinham te derrubado e após mto custo vc voltou e voltou com força...
O Picasso e Bruxinha são um casal que passou por poucas e boas... E foi lindo de ver a Redenção do
Lorenzo.
- THAY

Perigosa redenção é uma história que falar sobre: amor, perdão, amizade, união. Uma história com
personagens reais, que erram mais também acertam. Que lutam para encontra a felicidade, apesar de
todos as adversidades em seu caminho.
Diana e Lorenzo, vão conquista seu coração desde a primeira página desse livro.
- ISA

O livro do Lorenzo me surpreendeu muito, uma hora ele era cafajeste engraçado e apaixonado pela,
na outra já era um homem casado, amava sua bruxinha e era feliz. Sofri junto com ele quando Diana
sumiu.
- LILIAN

Nessa primeira parte vamos ver o Lorenzo e a Diana mudarem... De cafajeste, à apaixonado e
protetor. E de inocente, à uma mulher forte, que sabe se impor e dar voz ao que quer. Juntos eles vão
descobrir o amor e o verdadeiro prazer.
- ANNE

Bom como falar de um dos piores cafajeste e da linda bruxinha que conseguiu fazer o nosso cafajeste
arriar os quatro pneus por ela, Essa redenção do Lorenzo pela Diana foi uns dos meus livros que me
fez, xinga, chorar e rir muito com as tramóias dele de nunca irei me apaixonar ou nunca tirarei uma
virgindade, o pior erro dele foi falar nunca e o segundo nós já sabemos
.Então meu sentimento por esse livro não tem palavras suficiente, se começar posso não consegui
parar. Amo de mais
- ALINE
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