Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Duologia Imprudente 2
JAS SILVA
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos
descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência. Esta obra segue as
regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.
LUCAS
— Eu desisto.
— Irmãs?
— Sim... do internato.
— Eu moro sozinha.
— Não há ninguém.
— Como?
ZOE
Boa pergunta.
— Sem chances!
— Nem pense nisso!
~
Uma semana depois.
— De ônibus?
LUCAS
— Luc...
LUCAS
ZOE
“Lucaas!”
— Sim?
— Que tal conversamos sobre a Lia? — ela
arriscou, a voz soando insegura.
LUCAS
Se eu precisava de prova da loucura dessa
garota, eu tinha acabado de encontrar. Desviei por
um segundo o meu olhar da lista de coisas que eu,
denominado como Motoqueiro malvado, não
gostava, e encarei a garota, vermelha como um
pimentão, que mordia o interior de sua bochecha
claramente envergonhada.
— O que?
— Ok.
ZOE
Respirar? Checado.
— Lia...
— Eu não, eu...
ZOE
~
Indo na contramão das últimas semanas, essa
noite eu cheguei em casa antes que o jantar fosse
servido e, por consequência, que Martha estivesse
fora do meu apartamento. Não vou negar, era
estranho lidar com esse repentino silêncio que o
lugar havia adquirido. Mais precisamente desde que
Lia e eu nos atracamos em meu quarto, com a
pequena freirinha bem ao lado, correndo o risco de
escutar os gemidos e sons de prazer da minha
menina.
— Sim.
O melhor!
LUCAS
LUCAS
— Então não haverá mais beijos, não é?
ZOE
— O que foi?
ZOE
LUCAS
LUCAS
ZOE
LUCAS
LUCAS
LUCAS
~
Acordei na manhã seguinte com a cabeça
explodindo. Não de ressaca, mas de consciência
pesada. Passei a noite em claro pensando na
freirinha emburrada na porta ao lado da minha. Na
evidente raiva que ela estava sentindo e cheguei à
conclusão de que precisava me redimir de alguma
forma com a Zoe. Era isso, ou eu me tornaria um
ser indesejado em minha própria casa.
— E?
— Sim?
— Você sabe se Zoe está precisando de
alguma coisa? — Martha me analisou, o olhar quase
incrédulo.
ZOE
LUCAS
~
Assim que chegamos em casa, Zoe
desapareceu para o quarto, arrastando Martha com
ela. Ansiosa para mostrar todos os presentes que
havia ganhado. Vendo-a se afastar, eu pensei no
que ela havia me dito no carro no caminho para
casa e senti minha garganta fechar.
— Mas... eu te beijei.
— Não, beije-me de verdade, freirinha. — ele
pediu com a voz rouca, arrastada. Causando
arrepios por toda a minha pele.
— Isso... é normal?
— E?
“Gosta mesmo?”
ZOE
ZOE
LUCAS
E parou.
Zoe não pediu para que eu parasse, como
deveria ter feito. Minha freirinha ofegou e apenas
retribuiu.
— Dormir?
LUCAS
— Mas é diferente.
— Eu posso sentir?
ZOE
— Relaxa, freirinha.
LUCAS
Zoe choramingou baixinho ao sentir meu dedo
percorrer suas costas, sonolenta, ela manteve seus
olhos fechados, deixando-me acariciá-la. Eu
conhecia a peça, sabia que dentro de poucos
minutos ela estaria dormindo.
ZOE
Dois dias depois
LUCAS
Droga!
ZOE
E agora?
— Zoe...
LUCAS
— Atenda!
ZOE
~
— O que você aprontou dessa vez, Sr. Baker?
— Escutei a voz da Martha resmungando ao longe.
Atrapalhando a porcaria do meu sono. Como ela
nunca me chamava assim, isso acabou por ser
motivo suficiente para entreabrir meus olhos e fitá-
la.
ZOE
LUCAS
— Eu não me importo.
— Eu estava errado.
— Eu não posso.
LUCAS
— Me desculpe, eu...
— Fora da cidade.
ZOE
— O que?
— Foi assim que eu me senti quando te vi
sair... Como se estivesse perdendo a minha melhor
parte.
FIM
Contato
Entre em contato com a autora:
E-mail: jassilva.escritora@gmail.com
Site: www.jassilva.com.br