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Conteúdo adulto.
Proibido para menores de dezoito anos.
Sumário
Título
Sinopse
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Final
Ela acreditou que ele a tinha abandonado. Ele acreditou na mentira
que haviam lhe mostrado.
Capaz de tudo para proteger seu filho, Bruna acaba se vendo obrigada
a voltar para casa e pedir ajuda a sua única amiga — Monique — para salvar
seu filho. Depois de ter sido rejeitada por Samuel, Bruna havia decidido ir
embora logo após receber ameaças que acreditava serem dele.
Falar é fácil, quero ver o que ela faria se estivesse em meu lugar.
Mas alguns minutos se passaram e nada, o bebe não quer sair de jeito
nenhum e eu já estou esgotada, sem forças.
Não existia mais dor, não existia mais sofrimento e muito menos
humilhação. Tudo o que eu passei até aqui, valeu a pena cada segundo. Valeu
a pena ter lutado pelo meu filho, pela vida dele, então eu soube nesse exato
momento que eu faria tudo novamente por ele, se fosse preciso.
Meu bebê.
Mas também não importa mais, ele fez sua escolha, nos deixando.
Se ele acha que eu vou deixar essa história por isso mesmo, ele está
muitíssimo enganado. Não foi homem para enviar dinheiro até minha casa,
pedindo para que eu abortasse? Agora ele vai ser homem para me escutar
sim, e não vai ser pouco!
Dei dois passos para trás, surpresa. Afinal, o que ela faz aqui vestida
deste jeito?
— Não posso.
Cruzei os braços.
— Ah, é? E por que? Tem algo aí dentro que queira esconder? — Dei
mais um passo, ficando cara a cara com ela.
Me afastei, lembrando dele ter feito o mesmo por mim a dez dias
atrás.
Ele mal esperou que eu saísse e já colocou outra na casa, ele é bem
rápido pelo visto.
Ela sorriu.
Calma,
Respira,
Ela está fazendo isso de propósito para que você perca o controle —
digo a mim mesma, respirando fundo — Você está grávida, não pode surtar
agora, e isso é tudo o que ela quer.
Uma sensação boa me invadiu, quando coloquei os pés para fora desta
casa.
— Ainda bem que ele caiu em si a tempo, afinal, quem seria louco de
assumir o filho de uma puta? — De onde estava, ouvi sua risada.
Ele me conhecia.
Se levantou.
— Você ainda não viu nada. — Tentei ir até ela novamente, mas o
segurança me carregou pelo quadril.
— Tirem essa puta daqui, Samuel foi bem claro com vocês quando
ordenou que pegassem essa ordinária, olha o que ela fez comigo. — Passou a
mão pelos cabelos, choramingando com raiva.
Ele havia dado ordens para me pegar? Eu devo ter ouvido errado.
— É sério que você me colocou para fora? — Olhei para ele, com
ódio.
O quê?
— Não, não é. A senhora precisa sair daqui, antes que eles cheguem.
Pessoas que não deveriam saber da sua gravidez, sabem e querem sumir com
você e a criança.
Foi tudo tão rápido, eu ainda estava digerindo tudo o que ele havia me
dito, quando um carro arrastando pneu, do outro lado da pista, correu na
nossa direção com o farol alto.
O taxista estava correndo, por sorte não havia muitos carros na rua
uma hora dessa. O outro carro por sua vez, ainda nos seguia e mantinha a
velocidade.
Tudo o que a Mia e o segurança haviam dito, bateram de uma vez só.
Samuel havia dado ordens para se livrarem de mim e da criança. Diante
dessas circunstâncias eu não podia acreditar no contrário. Eu não podia
acreditar que uma coisa assim estava acontecendo. Minhas mãos tremiam
demais e o medo só aumentou quando o outro carro avançou e bateu na
traseira do táxi, me fazendo gritar.
Ele assentiu.
Ele concordou.
— Então vamos.
Estava tão nervosa com o que acabamos de passar, que só fiquei bem
quando conseguimos entrar no lugar.
Dias atuais
Nojo definia o que eu sentia por todas as vezes que abria e lia sempre
a mesma coisa digitada bem ali: Procedimento realizado com sucesso.
Precisei vender minha alma ao diabo, para que ela continuasse bem e
viva, e esse foi o preço que eu paguei.
A solidão.
Os planos que o Enzo tem com o Gabriel são tão grandes, que ele
chegou a oferecer sua própria filha para o meu irmão, como prêmio. Por
sorte, Gabriel havia recusado a oferta.
— Eu já estava de saída.
Ela piscou.
— Sabe que tudo o que eu fiz, não é nada comparado ao que você fez
por mim e pela minha família.
— Vamos deixar isso pra lá, vem, estamos atrasados — Lhe estendi o
braço e ela aceitou.
— Claro, vamos.
Abrir a porta para entrar, antes da Mia entrar no carro da frente e sair
com suas amigas.
Pelo menos, por essa noite eu não tinha que ficar de olho nela.
Ele gargalhou.
Bufei.
— Fala logo o que você quer, Enzo. Não tenho o dia todo.
— Hoje à tarde, achei que você tivesse me dito que seu irmão havia
sossegado. Uma amante agora, arruinaram meus planos de colocar ele na
presidência da república. Como você não previu isso? — resmungou algo,
após bater com força o punho sobre sua maleta — Você precisa agir, ou eu
agirei.
— Enzo, pode ter sido um mal entendido. Meu irmão não seria capaz
de trair a mulher dele, Gabriel é louco por ela. A informação pode estar
errada.
Assenti, nervoso.
— Hoje. — Concordo.
— Se tudo o que eu soube hoje for verdade, vamos ter que eliminar a
mulher, se seu irmão ainda quiser meu apoio político.
Quis correr até ela, morrendo de saudade da minha amiga. Mas parei
quando o olhar dela foi até mim e em seguida, desceu até minha barriga, já
arredondada, no auge dos meus sete meses.
— Oi.
Mas por amor ao meu filho, sou capaz de tudo, até mesmo de vir aqui
e pedir ajuda a eles, já que esse era o verdadeiro propósito por eu ter voltado.
— Amiga? — A chamei.
— Você não sabia? — Neguei com a cabeça — Ele não pode ter
filhos.
— Sua amiga disse ao meu irmão há meses atrás que havia abortado o
filho dele, chegou até a falsificar o exame, já que eu mesmo o li para o
Samuel. — Explicou ele, a ela — Só que parece que ela mentiu sobre isso, já
que pelo tamanho de sua barriga, deve estar entre 6 e 7 meses.
Dei dois passos para trás quando minha amiga me olhou preocupada.
Não aguentaria ficar aqui por muito tempo mentindo para ela, eu sei
que a mentira que eu iria inventar, duraria pouquíssimo tempo, mas seria
tempo suficiente até o Arthur nascer e eles descobrissem tudo.
— Me solta. — Exigir.
— O que está acontecendo? Por que você está fugindo desse jeito?
— Você está sim, conheço você. Você foi embora do nada, sumiu por
meses e voltou assim, grávida. Por que eu não sabia dessa história de aborto
sua com Samuel? — ela segurou minha mão — Não me diga que ele te
obrigou.
Abaixei a cabeça, tentando novamente me conter. Eu não podia expor
eles ao perigo também.
— Sim, para qual pergunta? Preciso que você diga, para a gente poder
entender toda a situação. Eu prometi te ajudar e irei.
Concordei.
— Você se lembra da noite que você apresentou? — ela fez que sim
— Eu descobri naquele dia que estava grávida, e resolvi contar ao Samuel —
os olhos da minha amiga se arregalaram — Sim, o bebe é dele, mas apenas
no sentido biológico. A criança não podia mesmo ser do Kleber, já que
sempre usava proteção com ele — engoli em seco, continuando — Na
semana seguinte, Samuel me enviou uma mensagem, rejeitando a criança,
disse que ele não iria conseguir ser um pai para ela, e então sumiu. Ele me
ignorava de todas as maneiras possíveis, até que eu desisti. Resolvi ter meu
filho sozinha.
Ela me abraçou novamente enquanto eu chorava, colocar toda essa
história para fora doía tanto quanto guardar ela aqui dentro. A pior parte não
era contar, era lembrar.
— Eu não sabia dessa parte, sinto muito. — Ele parecia sincero, mas
custei a acreditar.
— Não, descobri quem era uma semana depois, quando a Mia veio
até mim, a pedido do Samuel e me entregou um envelope de dinheiro,
pedindo que eu retirasse a criança ou ele resolveria tudo de outro jeito.
— Ei, olhe para mim — fiz o que ela me pediu — Não vamos deixar
que nada aconteça com vocês dois. Nem que para isso, eu tenha que arrancar
as bolas dele, ouviu bem?
Ficamos assim por um bom tempo, enquanto eu lhe contava por onde
eu estive por todos esses meses, sozinha.
Ignorei também o medo em sua voz, que gritou, quando puxei os dois
braços dela de vez e agarrei o lençol da cama, rasgando em diversos pedaços
e prendendo sobre os pulsos dela.
— Ai! — gritou, quando agarrei seu corpo firme e a levei para cima
da cama, prendendo seus pulsos na cabeceira.
A ignorei.
— ... E agora eu tô em outra, tô nem aí, tô nem aí... pode ficar com
seu mundinho, eu não tô nem aí, TÔ NEM AÍ... ��
Ela me encarou.
A raiva subiu por todo meu corpo, imaginando diversas coisas que
podiam ter acontecido com ela. As marcas que eu havia registrado em seu
belo rosto, não saía da minha cabeça e depois do incidente hoje no bar, com
aquele cara colocando uma droga em sua bebida. Vi que eu precisava fazer
alguma coisa.
— Você não tem mesmo noção do que está acontecendo, né? — ela
assentiu, me olhando. — Eu não consigo mais ficar parado vendo as pessoas
te machucarem, garota. Me deixe fazer isso por você, quem te machucou
merece pagar pelo que fez. — As palavras simplesmente saíram da minha
boca.
Eu não sabia mais que inferno que estava acontecendo com meu
corpo, ele respondia tão bem com ela. Fechei os olhos por apenas alguns
segundos, e percebi meu erro.
Isso, na vovó.
Vovó de lingerie,
Vovó de biquíni...
— Samuel? — chamou.
— Bruna… — Resmunguei.
Meu olhar recaiu em sua boca, quando a vi passar a língua entre eles.
Resiste Samuel...
Gemi alto quando sua mão guiou meu pau até o centro da sua
calcinha. A vontade de rasgar aquele pequeno pedaço de pano e me enterrar
bem fundo nela, bateu forte.
Mas perdi o pouco de sanidade que tinha, quando ela gemeu alto,
próximo ao meu ouvido.
Forcei meu pau em sua entrada pequena e mordi os lábios quando sua
boceta resistiu a mim.
Meu foco voltou para sua boceta, que aos poucos se abriu para mim.
Precisei tomar algumas respirações profundas, para não meter tudo de vez.
Desgraça de mulher.
Ela assentiu.
Mas foi rápido, meu pau saiu da sua boceta quando ela se esforçou
para se levantar. Mas a visão da vermelhidão em sua entrada, me fez sorrir
orgulhoso. Além do meu pau latejar.
A danada me surpreendeu quando ficou de joelhos e retirou toda a
roupa bem na minha frente.
Seus seios saltaram para fora e minha boca encheu de água com a
visão deles, cheios.
Mal tive tempo de apreciar seu corpo, quando ela se virou e ficou de
quatro em minha frente. Meu pau latejou com força, com a visão do contorno
da sua boceta, melada.
Por sorte, ela gozou primeiro, quando eu estendi a mão entre sua
barriga e manipulei seu clitóris, desesperado. Eu sabia que não ia aguentar
muito.
Meu irmão.
Droga.
Corri feito louco por todo apartamento procurando por ela, mas o
único vestígio em que eu tinha dela e da noite passada, foi com o que sobrou
da sua calcinha. Que não dava mais para chamar isso de calcinha, já que
agora eram apenas retalhos.
Será que foi por causa da noite de ontem? Não, não podia ser...
Isso significa que algo muito sério havia acontecido para que ela
perdesse sua casa assim, às pressas.
Quando finalmente pude pôr os pés na casa dos meus pais, foi aí que
eu percebi que meus problemas só haviam começado. Gabriel não parava
quieto, e eu sabia que ele só iria se aquietar quando conseguisse o que tanto
queria. Mas para minha surpresa, eles se deram bem, mesmo quase matando a
pobre Monique no caminho. Mas o importante é que deu tudo certo.
Foi aí que pirei, agarrei às pressas a chave do carro e dirigi até minha
casa, em busca dela.
— Tudo bem.
Olhei para o seu rosto por mais alguns minutos, antes de me virar.
Meu peito parecia que ia explodir, só por vê-la. Que sensação é essa?
Ela é apenas uma mulher qualquer. Eu me recuso a acreditar que meu corpo,
gosta dela. Ela tem namorado!
Lhe encarei.
Ela ainda permanecia do mesmo jeito, perto de mim, exceto pelo seu
olhar preocupado.
— Era urgente demais para resolver com apenas uma ligação. E por
favor, não diga isso, eu quero que se sinta em casa. Prometi proteger vocês.
— Espera. — Eu parei.
— O que foi?
— Você disse que era urgente e se você veio aqui a uma hora dessas
só para me verificar mesmo com toda essa segurança ao redor da casa. É por
que algo grave realmente aconteceu, tem certeza que foi apenas uma invasão?
— Sim, ela está. Você está mais em perigo do que ela, então não se
preocupe. Meu irmão não vai permitir que nada aconteça com a mulher dele.
Mas que inferno estava acontecendo comigo? Por que eu não parava
de olhar o corpo dela?
Eu não vim até aqui apenas para verificar se ela estava bem. Podia
fazer isso com uma simples ligação para os seguranças, mas eu sabia que se
não viesse e verificasse eu mesmo, não me sentiria bem.
Com quantas mulheres você já fez isso? Então relaxa, ela é apenas
mais uma. Digo, a mim mesmo, tentando acalmar as reações do meu corpo.
Pela janela do carro, ainda pude ver quando a luz do abajur do quarto
se apagou. É provável que esteja tentando voltar a dormir, depois da minha
interrupção no meio da madrugada. Girei a chave e fui embora daqui o
quanto antes, precisava chegar em casa a tempos da festa, ou meus pais não
me perdoariam nunca por ter faltado a renovação dos votos deles.
Dias atuais
No próprio prédio.
— Sim?
Fiz o que pediu, ela gentilmente me levou até uma das salas de
reunião do edifício e abriu a porta para mim. Os responsáveis já estavam
dentro, todos sentados me aguardando. Eles se levantaram às pressas quando
me viram entrar.
— O próprio. — Confirmei.
— O quê?
— Como assim?
— Seu irmão esteve aqui hoje à tarde com a sua esposa e a esposa
dele, em busca de um apartamento para vocês dois morarem.
Me levantei às pressas.
— É a assinatura do senhor?
Atirei sem jeito, os papéis sobre o meio da mesa, com raiva. Agora
tudo faz sentido.
O registro que o Enzo recebeu, era apenas uma notificação dos gastos
de uma conta em que o Gabriel havia autorizado, mas a grana não era dele,
era minha. O desgraçado comprou um apartamento para sua amante usando
não apenas meu nome, como meu dinheiro também.
A mulher se aproximou.
— Então, não foi o senhor que realizou a compra? — Olhei para ela,
notando agora o quão essa situação poderia acabar mal.
— Não, está tudo bem, eu só estou frustrado com o valor. Mas foi eu
sim, me desculpem — Digo aos demais na sala.
Eles não dizem nada, apenas voltam para seus lugares, enquanto eu
tento me acalmar.
— Vocês disseram que meu irmão estava aqui com a esposa dele e a
minha?
Eles assentiram.
Mordi meu punho, louco para ir atrás do Gabriel e socar sua fuça.
— Sabem me dizer onde que fica esse apartamento, ao menos?
Eu estava furioso, Gabriel não podia ser mais irresponsável que agora.
Uma amante.
Ainda saiu por aí, comprando coisas para sua amante, ao lado da sua
esposa. Essa história não ficaria assim.
O homem me empurrou.
— Ei, tá maluco? — Fui em cima dele.
— Meu irmão está aí dentro e eu vou falar com ele — tentei de novo.
Parei muito em cima, quando ele retirou uma arma de sua cintura e
apontou para mim.
— Eu já falei que a dona da casa não está, se deseja vê-la, basta ligar
para ela e pedir autorização. Tenho ordens de não deixar ninguém entrar.
Fomos juntos até a sala de jantar, onde ele já havia posto todo nosso
jantar sobre a belíssima mesa. Olhei para ele emocionada.
— Você acha que ele era algum suspeito? — Minha mão foi até
minha barriga, alisando-a.
— Não o conheço, mas posso ter visto ele por aí, em algum lugar.
— Avisou ao Gabriel?
— Vai ficar tudo bem, vou proteger você e seu filho com a minha
vida, se precisar.
Não sei como a mão do André acabou vindo parar em meu ombro,
mas aceitei o conforto e a segurança que ele me ofereceu, nesse momento tão
difícil para mim.
— Agora vamos comer, você precisa alimentar esse moleque, para ele
sair daí logo. — Ele afastou a mão, me deixando aliviada.
Não estava acostumada com tal gesto, mas fiz o que ele pediu.
Destampei meu prato e gemi com o cheiro da comida.
Parecia delicioso.
Para minha sorte, o André foi discreto e terminou seu jantar sem dizer
uma palavra, ao meu lado. Se levantou apenas para lavar nossos pratos e
voltou logo em seguida para uma nova verificação no apartamento.
Fechei a porta do quarto assim que ele me deu ok e fui direto para o
banho. Eu precisava me acalmar um pouco antes de dormir, o dia de hoje foi
repleto de grandes surpresas. Começando pelo casamento da minha amiga.
— Creme.
— De quê?
Quando tive a certeza de que ele não estava mais por perto, fui até o
banheiro lavar os dedos.
Precisava ainda hoje prestar contas ao Enzo sobre a tal mulher, eu não
sairia daqui até que o Gabriel me explicasse essa história direitinho. Ainda
mais, depois do que os responsáveis pela construtora me disseram, que ele
havia levado minha "esposa" com ele e minha cunhada, para comprar o lugar.
Mas depois de passar quase três horas esperando por eles, em sua
porta, eu resolvi ir para casa e descansar um pouco, antes de enfrentá-los.
Provavelmente terei que dar ao Enzo alguma desculpa, por não ter resolvido
o problema antes.
Meu canto.
Gabriel entrou e foi direto até a cozinha para buscar algo, na volta,
sentou-se ao lado de sua esposa. Mas era a Monique quem tinha um olhar
diferente, como se quisesse me dizer algo.
— Recebemos seu recado ainda a pouco, viemos direto para cá, já que
era urgente.
Olhei para ele, confuso, antes de olhar para ela. Espero que ele não se
arrependa depois.
— Não acredito que você fez isso, Gabriel. — Comentou ela, rindo,
depois de ler os papéis.
— Ué, o dinheiro precisava sair do bolso de alguém, por que teria que
ser do meu?
Eles gargalhavam.
— Você é terrível!
Olhei para meu irmão, que a essa altura apenas enxugava as lágrimas
antes de tentar recuperar a postura.
— Então, deixa eu explicar para você uma coisa — ele puxou o ar,
ficando sério agora — A minha mulher, se chama Monique, não Bruna.
— Bruna?
Ele riu.
— Não, não é.
Assenti.
— Claro que sei.
Monique não sabia do que havia acontecido entre mim e sua amiga,
ou já teria me castrado. Aquele exame era a última coisa na qual eu queria
pegar agora.
— Você quer saber? — Fiz que sim — Vamos lá, me diga então, por
que eu compraria para sua mulher e seu filho, um apartamento com meu
dinheiro? Sabendo que você é tão rico quanto eu.
Sua pergunta me deixou confuso, desde que eu não tinha nenhum dos
dois, nem mulher e muito menos filho.
Minha mulher?
Meu filho?
Bruna.
Por tantas noites sonhei com o dia em que lhe implorava perdão, por
ter sido um crápula, em um momento que era para ter sido especial para nós
dois. Mas agora, com a notícia vindo do meu próprio irmão, eu me sinto
péssimo.
Eu fui péssimo.
Eu não cuidei dela o suficiente, e isso fez ela fugir com meu filho em
sua barriga.
Estou desesperado.
— Você não pode encontrar ela assim, neste estado, vai acabar
deixando-a nervosa, assustada. Não se esqueça de que ela está grávida e
vulnerável agora. Se acalme.
Não deu tempo desviar, o objeto bateu forte contra meu braço e eu me
afastei. Gabriel rapidamente correu até ela, e a pegou nos braços, evitando
que ela viesse até mim.
— O que eu fiz?
— Ficou louco?
— Eu confesso que vacilei feio com ela, mas nunca a abandonei. Por
meses, procurei como um louco por ela, mas ela sumiu, desapareceu! Então
não me culpe por isso, me culpe por ter sido um canalha, egoísta. Mas por
favor, me deixe falar com ela!
Ela bufou.
— Como não culpar você, se foi você o motivo dela ter ido embora
sem se despedir de todo mundo? O que mais você vai querer justificar agora?
E as ameaças, vai querer tirar sua culpa também? Ah, me poupe. Minha
amiga teve que vir escondida até mim, pedindo ajuda.
Fui tomado pela raiva, depois de ouvir isso. Não bastasse ter fugido
de mim, nada justifica ela ter ido embora sem falar comigo antes. Agora
descobri que, além de estar carregando meu filho sozinha, ainda tem algum
desgraçado por aí ameaçando ela?
Me aproximei deles.
— Não é da sua conta, por caso acha que eu sou tão idiota, a ponto de
dizer a você o lugar onde minha amiga está agora?
Neguei.
— Não é isso, eu preciso falar com ela, Monique. E eu sei onde ela
está. Sinto muito se você desaprova, lamento mesmo, mas preciso vê-la.
Tentei ir até ela, mas meu irmão me parou. Ele soltou os braços de
sua mulher e segurou firme em meu ombro.
Dei uma última olhada em sua mão em meu ombro e afastei. Olhei ao
redor, antes de encontrar a porta.
Olhei até ela, que parecia tão perdida na situação que não sabia o que
fazer.
Ela foi a única pessoa que teve contato com a Bruna, na época.
Eu havia aceitado trabalhar com Enzo, apenas para que ele mantivesse
a história do aborto em segredo. A última coisa que eu queria era que isso
prejudicasse ainda mais a carreira do meu irmão.
Olho para o meu irmão, tentando amenizar a dor que eu sinto neste
momento.
— Você acreditou mesmo que eu faria algum mal à uma criança?
Me levantei às pressas.
— Eu teria tirado satisfações com você, você não podia ter escondido
algo assim de mim. Ela havia mandado uma carta pra mim, avisando que
tinha tirado a criança, como eu iria imaginar uma coisa assim? Você mesmo
leu o exame.
— Ela teve que fugir para outra cidade, escondida para proteger a
criança, Samuel. Não me julgue por ajudá-la. — Olhei para meu irmão.
Mesmo ele tendo as razões dele em ter ajudado Bruna, ele é o meu
irmão, me conhecia. Como pode acreditar que eu faria uma coisa assim?
Lhe encarei.
Ele parecia satisfeito com minha resposta, pois apertou firme meu
ombro, positivamente.
— Sim, quero estar bem para poder vê-la, estou indo para casa agora,
descansar.
Ele concordou.
Havia ido hoje cedo até lá, achando que meu irmão estava lá com uma
amante, quando na verdade, quem está lá esse tempo todo é ela. Por isso o tal
segurança na porta, provavelmente foi ideia do meu irmão, para me impedir
de entrar. Mas agora é diferente.
Por sorte, o trânsito estava livre e eu pude dirigir com mais calma até
seu apartamento.
A essa altura, sua barriga já deve estar bem grande, talvez até já
consiga saber o sexo ou sentir os chutes do bebê.
Acredito que seja apenas um, já que meu irmão falou no singular. Um
bebê, isso mesmo, foi exatamente o que falou.
Ele revirou os olhos, antes de ficar atento a mim. Esse homem não
dormia?
Limpei a garganta.
— Não tenho ordens para permitir que alguém entre. Volte, por favor.
— Agora você tem, pode chamar sua patroa aqui? Ela resolverá esse
assunto em dois tempos.
— Qual a graça?
Principalmente eu?
Ele assentiu.
— Principalmente!
— Desgraçado. — Me empurrou.
— Droga. — Esbravejo.
Por sorte, hoje ele havia me confirmado logo cedo sobre o nosso
encontro, então simplesmente aconteceu como o combinado.
Mas para minha surpresa, não era o Kleber que estava sentado à
minha frente. O olhar da dona Lúcia desceu até minha barriga, antes de levar
a mão até a boca, emocionada.
O Homem que estava ao seu lado, não fez diferente, os olhos dele
brilharam ao encarar minha barriga.
Não tinha me dado conta que havia fechado os olhos, os abri quando
uma mão tocou meu ombro.
— Você está bem? — abrir os olhos para ver a Lúcia parada bem na
minha frente.
A mãe do desgraçado.
— Escuta Lúcia, eu não sei até onde a senhora está ciente da situação,
não acho que esse seja um bom momento para isso. — Voltei a me afastar,
mas a voz do Kleber me parou.
Lúcia abraçou o marido e isso fez eu me sentir mal, afinal, eles não
tinham culpa alguma sobre o que aconteceu.
— Posso? — Seu pedido era claro, ela quer sentir o bebê. Olhei até o
Kleber em busca de algum apoio, não sabendo lidar sozinha com minhas
emoções em um momento como esse.
Isso me surpreendeu.
A pressão que ele fazia em minhas costelas diminuiu, e eu o sentir
mais calmo.
Isso é como um tapa na minha cara. Nunca, nessa vida, iria imaginar
que meu filho seria tão querido assim por alguém, além de mim.
Eu até podia odiar ele, mas não podia negar o quão medo eu estava
sentindo do meu filho ser rejeitado por eles no futuro. E me vendo agora,
chorando abraçada a vó do meu filho, eu nunca havia me sentido tão
vulnerável assim, em toda minha vida. Eu, que passei a gravidez inteira
sozinha, sem apoio e me escondendo dos meus amigos, até mesmo da minha
única amiga, por medo de que algo pudesse prejudicar o meu filhos de
alguma forma.
— Obrigada.
Volto minha atenção a Lúcia que a essa altura já estava mais calma ao
lado do marido. Apontei para os sofás atrás deles e eles não hesitaram em me
seguir. Quando eu me senti mais confortável, encarei eles, mas foi o Roberto
quem falou primeiro.
— Viemos até aqui pedir ao Kleber para nos ajudar a chegar até você,
mas não precisou de muito para esse encontro acontecer. Queremos te ajudar
de todas as maneiras possíveis, incluindo a financeiramente.
— Olha só, não acho que esse seja o momento e nem mesmo o lugar
ideal para discutirmos isso. Eu prometo pensar com calma sobre a proposta
de vocês, mas em relação a fazer parte da vida do Arthur, eu não vou me opor
a nada, então fiquem tranquilos.
Eles sorriram.
Ela bufou.
Se essa história das ameaças fossem verdade, Mia havia mentido para
mim.
Ela negou.
Lhe dei as costas quando me virei sobre o sofá e deitei nele, cobrindo
parte do meu corpo com a coberta que estava dobrada na mesinha de centro.
Ouvi a Mia bufar atrás de mim, antes de ouvir o som dos seus saltos e
então a porta bater com força, sendo fechada. A parede chegou a estremecer.
Aquela foi a nossa primeira e única noite juntos, e foi naquela noite
também, que fizemos a criança na qual eu havia passado meses sofrendo, por
achando que estava morta por minha causa.
Eu tinha direito de ao menos tocar em sua barriga, né? Nem que pra
isso eu precise por meu diploma de direito em ação, e pedir a algum juiz para
que eu pudesse participar da vida do meu filho, se caso ela me negasse isso.
Isso mesmo, eu estou disposto a fazer isso se for necessário.
Meus pais vão ficar tão felizes em saber da criança. Minha mãe então,
vai ficar tão babona, principalmente se for uma menina, ela ficará muito
apegada a criança ao lembrar da minha irmã desaparecida.
Eu preciso resolver minha situação com ela o quanto antes, estou tão
nervoso.
Quando o carro entrou, não esperei por mais e fui até a portaria levar
um papo sério com o porteiro.
Minha grande sorte foi eles terem dito que ela era minha esposa, ou
eu jamais teria conseguido tal coisa.
É agora.
Meu olhar desceu até sua barriga e fiquei aqui, paralisado, tamanha
emoção.
Corri até ela e a carreguei em meus braços, sob seus protestos. Mas
não liguei, ela acabou se machucando por minha causa, é a minha obrigação
cuidar dela.
Sua barriga se mexeu e eu fiquei alarmado.
Olhei em volta da casa novamente, me lembrando da última vez que
estive dentro dela. As lembranças não podiam ser piores.
Ela assentiu.
Mas não pude ficar muito, como queriam. Deu o horário e o André já
se adiantou de ir me buscar. Eu não via a hora de chegar logo em casa e
descansar.
Meu coração acelerou quando o carro passou por nós, mas não fez
nada.
— Estou.
Mas por que dessa vez não fizeram nada? Eu estava muita mais
vulnerável dessa vez.
Por sorte, a luz do abajur já estava acesa, e pude claramente olhar por
todo lugar, antes de depositar ela com segurança no meio da cama. Puxei com
cuidado também, alguns travesseiros que estavam ao redor dela e os ajustei
em suas costas. Ela sentou confortavelmente, antes de me encarar.
Ela ainda mexe demais comigo e não faz a mínima ideia disso.
Meu olhar caiu sem vacilar na sua barriga, grande, bonita e redonda.
Com meu filho crescendo dentro. Uma sensação quente me invadiu quando
minhas mãos começaram a tremer, ansioso.
— Você não me parece bem. — Tentei tocar sua testa, mas ela se
afastou do meu toque.
— Eu disse que não precisa, vou ficar bem quando você for embora.
— Seu tom frio e distante, não me impressionou.
Eu merecia mesmo esse tipo de tratamento vindo dela, mas meu filho
não tem culpa.
— Pense na criança, me sinto mal por ter assustado você. Não quero
que nada aconteça a ela.
— Não sabe o número dela? Apenas me diga onde ela trabalha, se for
o caso, eu mesmo ligo atrás dela.
— Não é isso.
— O que é então?
Cruzei os braços.
— Não estou, apenas faço meus exames por conta própria, já que eu
estava sempre me mudando com frequência.
As ameaças.
— Entendo — abrir o aparelho e começo a procurar pelo contato do
médico da minha família, para examiná-la — Pronto, resolvido.
— Eu não posso, não depois de ter deixado você assim com dor.
Deixe apenas que o médico chegue e eu prometo que vou deixar você
descansar.
Mas apenas em saber que ela está mal assim por minha causa, me faz
querer agora apontar uma arma em minha cabeça e puxar o gatilho.
O quê?
Será que ele está esperando o momento certo para se livrar de mim e
do Arthur? É bem provável!
Passei uma aflição absurda durante todos esses meses, sozinha. Não é
justo que acabasse logo assim. Todos os meus esforços para proteger o meu
filho dele foram em vão, já que ele está agora bem aqui, parado na minha
frente, com a autorização do Gabriel ainda.
Não, eu precisava agir. Não faço ideia de que tipo de médico ele
chamou aqui, pode até ser um mau caráter, capaz de prejudicar meu filho.
— Samuel? — O chamei.
Não tirei os olhos dele, nem por um segundo. Até que passou pela
porta do quarto.
Os últimos dias têm sido tão difíceis para mim, que meu corpo está se
sobrecarregando de tanto estresse. Eu tinha medo, que tudo isso prejudicasse
meu filho, então tratei de tomar algumas respirações profundas tentando
acalmar.
— Ele entrou aqui para machucar você, me deixe acabar logo com
isso.
— Não faça isso, por favor, ligue para que o Governador venha
buscar o irmão dele e só, apenas faça isso. — Pedi, nervosa.
— Tudo bem.
E foi o que eu fiz, por sorte, eu carregava sempre um kit comigo, esse
kit eu tinha montado para cuidar do umbigo do Arthur quando nascesse. Isso
tudo graças às longas horas assistindo vídeos na Internet e pesquisando tudo
sobre cuidados com um recém-nascido em casa.
Ele se contorcia toda vez que eu pedia que ele virasse um pouco mais
o rosto. Afinal eu não sabia se além dos machucados, André pudesse ter
quebrado algum osso dele.
Engoli em seco.
— Eu não sabia que o André iria fazer uma coisa assim com você —
me levanto — Peço desculpas por isso, não foi culpa dele. Ele só estava
cumprindo ordens para me proteger… de você. Por favor, não faça nada
contra ele.
Me afastei ainda mais.
— Bruna? — me chamou
— Você vai ficar bem, quando o médico chegar, peça então que
examine você, e então vá embora por favor. Eu estou bem, foi apenas um
susto e eu preciso descansar. Vou ficar deitada em meu quarto um tempo,
passar bem Samuel.
Tentei afastar ele, mas foi em vão, ele havia me imobilizado inteira,
com exceção apenas da minha barriga.
Será que é agora que ele vai fazer mal a mim e ao Arthur?
Eu não sabia o que dizer, pela primeira vez cá estava eu, muda e
dividida.
— Eu…
— Só me deixa cuidar disso, por favor. Por tudo o que a gente não
conseguiu viver. É o meu dever e obrigação cuidar de vocês dois.
— Não, não é. Eu acabei de descobrir que você fugiu por minha causa
e que meu filho está vivo. Me deixa provar isso a vocês.
— Você já faz mal a ele só por estar aqui. No momento em que você
colocou os pés dentro desse apartamento só tem me feito mal. Não percebe
isso?
— Eu precisava ver você.
— Você pode dizer o que quiser, me xingar até, mas eu não vou sair
daqui. Pelo menos, não enquanto você não me escutar e acreditar em mim.
Vou provar pra você que não sou mais o moleque que você conheceu a oito
meses atrás e eu vou conseguir conquistar sua confiança de novo.
Revirei os olhos.
— O quê?
— Isso mesmo, mentirosa. Você diz uma coisa, mas seu corpo diz
outra.
— Meu corpo?
— Me solta agora!
"Me solta agora!"
A cama ficava a três passos à sua direita, e foi para lá que a levei,
ainda lhe beijando. Mordi seus lábios, quando ela se agarrou em meu pescoço
e roçou o corpo delicioso dela, em mim.
Ela estava sem calcinha esse tempo todo? Bom, ela me explicaria essa
história depois, agora… eu precisava domar a fera.
Sua boceta vibrou quando a toquei, meus dedos não foram nada gentis
quando encontraram umidade na minha parte favorita do seu corpo.
Não esperei por mais, e entrei nela, cheio de tesão e desejo. Dessa vez
foi mais fácil do que a última, então eu pude ficar bem mais relaxado e meter
bem gostoso dessa vez.
Por mais que eu tentasse me controlar, estava ficando cada vez mais
difícil, com a boceta dela super molhada, me tomando inteiro com seus
gemidos.
Agarrei firme cada uma de suas coxas e as abri mais, entrando todo e
lhe fodendo com força.
Bruna gozou forte em meu pau, enquanto eu ainda lhe comia sem
parar.
Afastei os dedos do seu clitóris, para bombear meu pau com força em
sua boceta, louco por gozar.
Olhei para a porta, vendo-a ser arrombado e meu irmão passar por ela
ao lado de mais seguranças.
Me assustei quando ele veio até mim e socou o meu rosto, parando
bem na minha frente, com raiva.
— Vista uma roupa agora, vamos embora daqui antes que eu mate
você!
Engoli em seco.
Olhei para trás apenas para me certificar de que ela estaria bem, mas
ao ver seu corpo coberto com lençol, fiquei mais tranquilo e aliviado por
nenhum deles a ver.
— Gabriel, eu…
— Governador! Para você agora é só governador! Estou mandando
você sair de perto dela, Samuel.
Ele negou.
Agarrei minhas roupas com raiva e as vesti aqui mesmo, sem deixar
de encarar meu irmão. Eu não fazia ideia de que inferno ele estava fazendo,
mas que isso não ficaria barato.
Meu irmão fez sinal para fora do quarto e eu o segui. Para minha
surpresa, quando mal havia chegado à sala, ele me empurrou novamente
— Não tem motivo algum para ela ter medo de mim, eu já expliquei,
eu não sou o responsável pelas ameaças.
— Até que eu investigue toda essa história, quero você longe dela! —
Ordenou.
— Tenho e vou! Esse é meu último aviso. Fique longe dela, Samuel.
Desejada.
Apesar de Samuel estar fodendo com meu corpo, seus olhos
transmitiam outra coisa, muito além de todo esse tesão momentâneo. Eu me
agarrei nele, como se estivesse me agarrando à vida.
Mas foi apenas eu fechar os olhos por dois segundos, e tudo acabou.
Pra minha sorte, eles saíram do quarto assim que minha amiga entrou.
— Resolveu? Que merda é essa — ela apontou para meu corpo — ele
te forçou?
— Como deixar pra lá? Você acha que eu vou permitir que ele chegue
perto de você, depois dessa? — nervosa, ela se levantou. Segurei sua mão
para impedi-la.
— Ata, vou fingir que acredito. Ele tá muito diferente, Gabriel não
tem certeza ainda, mas ele acredita que não é ele que está fazendo ameaças a
você. Tem alguém por trás disso, a gente tem quase certeza. Mas é difícil
quando Samuel age irracionalmente desse jeito, isso acaba deixando a gente
confuso e te colocando em perigo de qualquer jeito.
— Não, a outra coisa. Sobre ele não ter nada a ver com as ameaças.
Acha mesmo que não é ele?
— Acho, Gabriel mandou mensagem para Mia, ele não gostou nada
de saber do envolvimento dela nisso tudo. O depoimento dela vai ser
fundamental para que a gente chegue a algum lugar ou encontre alguma pista.
Mas Gabriel insiste em defender o irmão, ele não acha que o irmão faria uma
coisa assim.
Respirei fundo.
— Eu o entendo — olhei para ela — Eu faria qualquer coisa para
defender você.
Me abraçou.
— Você está bem? Desculpe pela gritaria, meu irmão só está tentando
proteger você, de mim, aparentemente. — Ele depositou um beijo suave em
minha testa — A gente já está acabando, eu vou deixar você descansar.
Se afastou rapidamente.
— Não vá.
Pela reação dele, nem ele esperava por isso, nem eu mesmo esperava
isso de mim, na verdade.
Mordi os lábios, quando discretamente sua mão foi até minha bunda e
apertou com gosto.
— Já? — Olhei para ela, que jogou uma piscadela para mim.
— A gente se fala amanhã, é melhor. Hoje estamos todos cansados e
vocês precisam conversar
Concordo.
Eu sabia que com a fome que ele está agora, essa noite eu não
dormiria.
Um toque suave em meus ombros me fez abrir os olhos bem devagar.
— Ah, Samuel. — Gemi segurando seu braço, mas ele não parou
quando supliquei, pressionou com mais rapidez ainda.
Minha mão livre foi até o seu cabelo, puxando-o, quando um calor
subiu pelo meu corpo no momento em que consegui gozar. Samuel ainda me
tocava, mas não demorou muito para que seus dedos fossem substituídos pelo
pau, quando ele entrou em mim, devagarinho.
Ele parecia não ter problemas com sua nudez, e não era para ter
mesmo, o contrário, ele parecia sentir até orgulho já que colocou as mãos
sobre a cintura e estufou o peito ao me encarar
Fingiu drama.
— Agora, vem.
— Para onde?
Mas é verdade, com tudo o que aconteceu nas últimas horas, eu havia
esquecido desse assunto. Ainda tínhamos muito o que conversar antes de
mais nada. E esclarecer muitas coisas.
— Tem razão.
Ele sorriu quando tirou do meu corpo o lençol e me abraçou por trás,
de frente ao espelho. Olhando juntos o reflexo um do outro, sua mão
delicadamente envolveu minha barriga, e um nó ficou preso em minha
garganta.
Engoli em seco.
— Me deixe ficar aqui, com vocês. — Sua mão voltou para minha
barriga.
Assenti, envergonhada.
— Muita fome! — Segurei uma risada quando meu estômago roncou
de novo.
Ele se aproximou para me dar outro beijo, mas mordi seus lábios com
força, fazendo-o gemer e se afastar.
Pelo tom eu sabia que ele estava irritado, mas eu não podia fazer
nada.
— Ele é meu amigo, ele cuida de mim, já que eu não sei fritar um
ovo. — André tenta puxar a cadeira para mim, mais Samuel é mais rápido e
acaba puxa primeiro para mim sentar. — Obrigada, hum que delicia
Ela não sabe cozinhar? Tudo bem, cozinho eu então, mas aquele
homem não entra mais aqui.
— Precisamos conversar.
Assenti, nervoso.
Eu sabia que era uma questão de tempo para que ela iniciasse o
assunto. Minha única preocupação no momento era arrumar um jeito em que
eu pudesse prová-la que estou falando a verdade, referente ao que aconteceu
com ela, principalmente as ameaças.
Mas não podíamos adiar algo assim, mesmo que eu não estivesse
preparado. Principalmente depois de ter visto a quão íntima ela é do guarda-
costas.
Ela bufou.
— O André sem camisa? — Fiz que sim e ela estalou a língua no céu
da boca — Eu nem reparei, que besteira. Estava mais focada no que ele tinha
colocado na mesa de jantar, no que no peitoral musculoso dele e na barriga
sarada. — Vi quando ela mordeu os lábios tentando esconder o sorriso —
estava muito ocupada, para notar esse tipo de coisa e eu nem gostei muito da
tatuagem dele abaixo do umbigo. Era algo com chifres, talvez um touro ou
um demônio, não sei, afinal quem liga?
Olhei para ela com atenção, tentando entender o que ela queria
insinuar.
— Ele será dispensado quando nosso filho nascer? — por mais que eu
tentasse contar, ficou claro a animação em minha voz.
Emoção é a palavra.
A meses atras eu havia feito a pior coisa que um ser humano poderia
fazer, e me pergunto até hoje, como eu tive a coragem de rejeitá-lo.
Depois que a Bruna foi embora durante todos esses meses, não houve
um só dia em que eu não me arrependesse do que havia feito, eu me senti um
monstro, um bicho, por ter rejeitado o meu filho.
Era tudo demais para mim, tudo havia acontecido tão de repente que
eu mal tive tempo de assimilar tudo. Estava tão vazio por dentro que só em
saber que ela estava de volta e com meu filho vivo, em seu ventre, que eu
fiquei completamente louco e corri para cá, para eles.
Sem que eu esperasse, ela puxou sua mão do meu peito rapidamente.
— Mia? — ficou pálida — O que ela tem a ver com isso? — ela
tentou sair do meu colo, mas não a deixei, segurei ainda mais firme.
Assentir.
Olhei para ela com atenção, procurando entender tudo o que estava
dizendo, mesmo não fazendo sentido algum a mim.
— Tem certeza?
— Eu não sou muito boa com nomes, mas eu lembro dele, ele
trabalha com o Kleber. Foi ele que me salvou ao me empurrar com tudo
dentro daquele táxi.
Táxi?
— Você não sabe? — sua cor havia melhorado, mas ela ainda estava
pasma — Seu segurança me salvou depois da Mia ter gritado para alguns
deles me pegar.
A ideia é realmente boa, meus pais iam gostar disso, muitos netinhos.
Depois de comer, ela acabou caindo no sono, isso me fez ficar menos
preocupado com ela, já que eu não havia permitido que ela dormisse muito
bem, durante a noite toda. Isso tirou de mim um sorriso travesso no rosto.
Avaliei a situação antes de sair da porta e lhe dar passagem até a sala,
com a arma ainda apontada na direção dela.
— Comece.
— Enzo me obrigou a vir aqui, tá bem? Ele disse que você está
diferente e não o respondeu. Ele fez exatamente o que você está fazendo
comigo agora — apontou para a arma em minhas mãos — Eu tinha que vir
aqui e ver o que ele queria, me desculpe.
Acreditei nela, é mesmo a cara do Enzo fazer uma coisa assim, e essa
não seria a primeira vez.
Ela bufou.
— E o Enzo descobriria, tá maluco? Meu primo pode ser tudo, menos
otário.
Ela assentiu.
— O que seria?
— Encontrei a Bruna.
— Encontrou?
Confirmei.
— Encontrei.
Isso eu tinha que concordar com ela, agora eu podia ter paz. Mas
ainda tinha algumas coisas a resolver antes.
— Ainda não, preciso tirar uma história a limpo com você, Mia.
Rapidamente, ela tentou correr até a porta, mas eu fui mais rápido e a
impedi. Joguei a arma no meio do tapete da sala e a agarrei pelos braços,
prendendo-a contra a porta.
— O que você disse a ela Mia? O que você disse? — Fui brusco.
A joguei no sofá.
Lhe encarei.
— Quando ela apareceu em sua casa, igual uma maluca, eu fiz o que
pude para expulsá-la de lá, para você não ter que encontrá-la. Vai me culpar
por isso? Tive até que levar uma surra. Não se lembra dos meus arranhões?
A confissão da Mia me fez lembrar exatamente do dia. Eu realmente
havia notado que algo errado havia acontecido ali, havia tufos de cabelo pela
casa e uma marca de bala no muro, chamaram minha atenção.
— Você pediu para alguém dar um fim nela? — caminhei até ela
novamente, com a arma na mão.
Abaixei a arma e fui para longe da Mia. Mesmo de costas, pude ouvir
seu soluço. Estou tão cego de raiva, pelo que fizeram com a Bruna que não
me dei conta do modo áspero em que a tratei.
Mia não é uma qualquer na minha vida. Ela foi meu primeiro amor e
não só isso. Tínhamos construído uma boa relação nos últimos meses, apesar
do meu pé atrás em tudo com ela, em relação ao seu primo.
Minhas últimas lembranças naquela casa não eram das melhores, mas
eu tinha que admitir, a casa dele era incrivelmente linda, nos poucos dias em
que passei nela, eram como se fosse um sonho.
O designer da casa já era perfeito, agora então que ele estava disposto
a preparar ela para a gente morar lá com o Arthur, aposto que ficaria ainda
mais bonito.
Depois de ter que pedir um outro carro para poder levar todas as
coisas do Arthur que seu pai havia comprado, subimos juntos para o elevador
de casa, cansados.
— Vocês conversaram?
— Sério?
Assenti, afinal era nisso que eu preferia acreditar, mas apesar de tudo,
apesar dos ciúmes do Samuel em relação a presença do André aqui em casa,
eu me sentia segura com ele ainda, ainda não estava pronta para dispensar o
André, com o Samuel aqui, não enquanto não ter certeza sobre as ameaças,
eu não podia ser idiota o suficiente e confiar nele não só com minha vida,
mas a do meu filho também.
O som do coração do Arthur soou por toda sala, deixando todos tão
emocionados quanto eu estava, Samuel tentava enxugar minhas lágrimas,
mas não foi capaz de conter as próprias.
— Para Gabriel — O tapa que minha amiga deu em seu marido, fez
todos rirem ainda mais —, fica aí dizendo essas besteiras na frente de sua
família.
— Não sei como vocês ainda não estão cheios de filhos, de acordo
com o que eu ouvia do meu quarto na casa dos meus pais.
Roberto gargalhou.
Eu não queria falar nada a Bruna, para não a deixar triste, mas a
criança é minha cópia fiel. O olhar dos meus pais se arregalou, quando
olharam para mim, assim que viram o rostinho do Arthur, sorri orgulhoso,
óbvio. Minha mãe correu para me abraçar e agradecer pela vida dele, estava
tão emocionado que não consegui contar a verdade inteira a ela, verdade a
qual me dói profundamente só em lembrar.
Ela sorriu pra mim ao aceitar, mas quando ela terminou de comer, me
certifiquei de carregá-la para o banho, depois de passar todo o filme me
provocando, mordendo meu pescoço.
— Você é louco, eu não fiz isso. — Mente descaradamente, quando
eu a acusei de me provocar quando a peguei no colo.
— O quê?
A puxei mais perto para mim, tomando cuidado para não esmagar sua
barriga.
Nem com minha ex-namorada era assim, e olha que passei anos com
ela, só para pegá-la com outro cara, num beco nos fundos da festa beneficente
e ainda assim não me fez sentir nada. O contrário, o beijo que a Bruna havia
me roubado minutos antes na casa da Monique no dia em que nos
conhecemos, é que havia mexido comigo. Eu não conseguia tirar aquele beijo
da cabeça, que só de pensar que se não fosse aquele beijo, hoje não
estaríamos aqui, juntos, com um pedacinho meu crescendo dentro dela.
Amantes…
A Mia…
Estou tão nervosa, em estado de choque, que mal notei quando ele de
repente apareceu na sala de jantar e me abraçou por trás, me assustando com
sua aparição repentina.
Engoli em seco.
É ela de novo…
Assenti já me levantando.
— Fico pronta em vinte minutos.
Sorriu.
Meu peito apertou, querendo chorar muito por ter me permitido ser
tão cega e burra! Como eu não havia entendido tudo antes? Por isso eles
queriam tanto se livrar do meu filho. Agora tudo faz sentido, a verdade estava
esse tempo todo bem na minha cara e eu não conseguia ver. A intensidade
dos sentimentos que eu tenho por ele, me cegaram esse tempo todo.
Por sorte, senti que algo tinha acontecido, pois ele estava nervoso
durante todo o caminho até o restaurante. E o fato dele ter ficado no celular o
tempo inteiro, aliviou a angústia que eu sentiria se ele me tocasse.
Depois de uma noite agradável ao lado da minha família, me despedi
de todos e fui levar minha mulher para casa, já que havia notado que durante
todo o jantar, ela ficou reclamando de dores.
— Vem amor.
Estendi a mão para ela, ajudando-a a sair do carro com muito cuidado
antes de entrar no elevador e subimos em nosso andar. André nos olhou
atravessado quando passamos por ele, com minha mão apoiada na bunda
dela.
Isso me preocupou.
— O que aconteceu?
chorou.
Enzo só podia estar ficando louco, sequestrando ela desse jeito! Mas
isso não ficaria assim. Eu não vou ficar de braços cruzados vendo-o agir de
maneira suja para conseguir o que quer. Ele não vai passar por cima das
pessoas que eu amo assim, não mesmo.
Esperei que ela aliviasse o aperto em meu pescoço para descê-la dos
meus braços, antes de encará-la, preocupado.
— Você está bem? — avaliou ela, vendo que estava bem fisicamente
— Onde o Enzo está?
A olhei, em choque.
Afastei dela o quanto antes, sem entender sua atitude. Ela apenas ria
para algo atrás de mim, virei o rosto e meu sangue gelou no momento em que
vi Bruna ali, sozinha, parada a alguns passos de nós, com os olhos
transbordando em lágrimas.
Desgraçada!
Atrás dela, o Enzo olhava para nós, sem entender metade da missa.
Eu sei que se eu não conseguir conversar com ela agora, nunca mais
terei uma chance novamente de me explicar para ela. Eu apenas desejava que
a Mia fosse um homem agora!
Assenti, preocupado.
Olhei até onde a Mia estava, ela parecia estar bem divertida, até a
Gabi aparecer e empurrar com vontade. Mia tentou revidar, mas ao perceber
de quem se tratava, recuou. Seu olhar recaiu no Enzo, furiosa.
— Eu vi tudo! idiota…
— Dá licença.
— Eu não faço ideia de quem seja essa mulher, mas olha o estado
dela. — Fiz o que ele pediu e a avaliei — Ela está grávida e muito nervosa,
ela não está em condições de conversar com ninguém, use a lógica, vai
acabar fazendo-a mal.
Assim que ele passou pela porta, eu fui atrás. André me ajudou em
tudo, seguindo-o sem ter sido notado. Escondemos o carro na rua traseira da
casa, antes de eu entrar.
Sem que eu falasse algo, o segurança do portão o abriu para mim, sem
dar uma palavra. E antes que eu lhe perguntasse algo, pude claramente avisar
a Mia nos braços do Samuel. O olhar dela encontrou o meu e eu entrei, pronta
para atacá-los.
A dor que eu sinto nesse exato momento não podia ser pior, eu não
mereço uma coisa assim.
Senti quando braços firmes seguraram meu corpo. Alguém mais forte
ainda, conseguiu me pegar nos braços e me depositar em algo macio, depois
de me carregar. Aos poucos, a tontura foi passando, fui abrindo os olhos
lentamente, olhando tudo à minha volta.
— Gabi.
Ela sorriu.
Pode até ser que tenha feito de propósito para que eu veja, mas isso
não anularia o fato de ambos terem um caso às escondidas e Samuel ter
mentido para mim.
— Está tudo bem, de qualquer forma eu não quero mais falar disso.
Você entende? — ela assentiu quando me levantei — Foi um prazer te
conhecer, mas eu preciso ir.
— Não por isso, Bruna. Se quiser, posso ligar para alguém vim buscá-
la ou poderia passar a noite comigo em meu quarto, é o mais seguro no
momento. Provavelmente ele não sairá do portão tão cedo.
Suspirei, nervosa.
— Sei que a gente mal se conhece, mas confie em mim. Passe a noite
aqui, descanse, converse, desabafe e amanhã meu pai dará um jeito de levá-la
para casa em segurança. Otto é muito foda, com um soco dele, teu namorado
voa longe.
— O que é isso?
— Sim, quando eu era mais nova eles tentaram remover, mas ela
voltava, então desistiram e desde sempre eu costumo cobri-la. Já estou
acostumada, não se preocupe.
— Sim, é.
Engoli em seco.
— Obrigada.
— É muito importante?
— Sim, muito.
— Chega! Sobe já, que sua mãe vai ter uma conversa séria com você!
— Ela está grávida meu pai, tenha dó, ela já passou estresse demais
hoje — a mão dela foi até meu montinho —, pobre merece um pouco de
respeito e descanso.
Meu coração acelerou vendo minha amiga passar correndo pela porta
e vim até mim, desesperada.
Não consegui agradecer a Gabi pelo que fez por mim, quando Gabriel
se aproximou de nós e arrancou os braços dela de mim e puxou a gente para
fora da casa.
Tem algo errado com eles, eu sinto. Mas fiquei aliviada por Gabriel
ter ido me buscar, ele entendia o quanto eu estou assustada e queria proteger
o sobrinho a todo custo.
— Droga!
Quando as coisas estavam começando a se encaixar na minha vida,
acontece isso, desmoronando tudo. E mesmo comigo lutando para entender
como eu cheguei a esse ponto, eu não conseguia. Eu estraguei tudo com ela,
TUDO.
Dessa vez eu não vou fazer isso. Não vou desistir da minha mulher
por nada nesse mundo, em pouco menos de dois meses, nosso filho nascerá e
até lá, eu pretendo tê-la de volta, eu não aceitarei menos que isso.
— Abre!!!
Bato novamente.
— André? — o chamou
— Te dou mil reais para jogar meu irmão caçula no olho da rua e
defecar em cima dele.
— André? - o chamou
— Não faço ideia onde que a Mia esteja, talvez na casa ou na cama de
alguém mais importante que você. — Sorriu falsamente — Dá o fora daqui
antes que eu lhe mate.
Tentei virar o corpo para pegá-lo, mas parei quando ele me atingiu
novamente com outro soco.
Olhei para todos ali presente, que sequer tiraram os olhos de mim.
— Que bom que está todo mundo aqui, assim eu digo logo de uma só
vez, espero que fique claro.
Continuaram em silêncio,
— Não importa, nada vai me fazer sair do seu lado agora. — Lhe
garanti.
Mas não poderei culpá-lo por me negligenciar, por que isso ele não
fez.
Que loucura.
— Gente…
Falar é fácil, quero ver o que ela faria se estivesse em meu lugar.
Mas alguns minutos se passaram e nada, o bebe não quer sair de jeito
nenhum e eu já estou esgotada, sem forças.
Não existia mais dor, não existia mais sofrimento e muito menos
humilhação. Tudo o que eu passei até aqui, valeu a pena cada segundo. Valeu
a pena ter lutado pelo meu filho, pela vida dele, então eu soube nesse exato
momento que eu faria tudo novamente por ele, se fosse preciso.
Meu bebê.
Mas também não importa mais, ele fez sua escolha, nos deixando.
— Meu menino.
Estava quase conseguindo o que tanto queria, quando recebi a
notificação que a ratinha — maldita — está entrando em trabalho de parto.
Idiota.
Samuel estava tão alheio que não notou minha presença no lugar. Eu
tirei o boné da cabeça enquanto aguardo ansiosa, observando-o levar o copo
até a boca, diversas vezes, apreciando a bebida.
Ela já havia passado por muito, não merecia sofrer por mais, ainda
mais agora que está no finalzinho da gravidez.
Engoli um nó, lembrando do quão difícil foi para mim vê-la todos os
dias né ignorar e não poder fazer nada, sendo que tudo o que eu quero é ela e
o meu filho.
Foi duro passar esses últimos dois meses respeitando a "distância" que
ela colocou entre a gente. Mas isso acabou hoje. Eu já saí de casa
completamente cheio de esperanças, tão animado que não consegui não a
tocar quando a vi usando um pijama fofo.
Gabriel.
— Você teve uma reação alérgica a droga que batizaram sua bebida,
retardado. Poderia ter morrido se eu não o encontrasse a tempo.
— É surpresa.
Dei de ombros, afinal, ele salvou minha vida. Acho que eu podia
confiar nele por mais alguns minutos e conhecer quem quer que seja.
PEDIATRIA.
Paramos em frente a uma porta branca, com dois adesivos nela. Meu
peito apertou, me obrigando a encarar o Gabriel, antes dele bater na porta.
— O que você…
Só podia ser uma miragem, a miragem mais linda que um dia eu pude
ver.
— Veja…
Ela acabou de ter uma criança, como pode estar tão linda assim?
— Claro, toma.
Soltei a mão dela apenas para ver a mãozinha dele se fechar em volta
do meu dedo e apertar.
— Ele é forte!
Além das provas contra o Enzo, eu agora tinha o meu filho nos
braços, o meu novo amor.
Iludida eu, acreditando que pelo Arthur ser um bebê tranquilo, eu teria
um resguardo tranquilo e calmo. Mas acordar todos os dias com Samuel
recém tomado banho, de toalha, trazendo café da manhã na cama para mim
todos os dias, já está mexendo gravemente com meu psicológico e com
minha piriquita.
— Eu vou trocar de roupa e venho ficar com ele, para você tomar seu
banho em paz.
Olhamos juntos para o nosso filho, que dormia tão quietinho ao meu
lado.
Ele negou.
— Desculpe, é que eu o entendo. Mas pensei que poderia ser isso, por
isso não quis entrar no quarto.
E diante dos meus olhos, vi quando o olhar dele desceu até minha
camisola, curioso. Peguei a coberta e a suspendi até o topo dos meus seios,
cobrindo o restante do decote, envergonhada.
Não quero que ele me veja assim, com os seios vazando.
— Obrigada por não ter entrado, eu não estou nos meus melhores
dias. — Abaixei a cabeça, envergonhada por admitir tal coisa.
Deu uma última olhada no Arthur quando sorriu até mim antes de
fechar a porta, me fazendo voltar a respirar novamente.
Assenti.
— E vai sozinha?
— Vou.
— E como a consulta?
— O médico me liberou.
— Isso é bom, agora você já pode sair, conhecer gente nova. Você
passou por momentos muito difíceis para ter esse garoto, merece beijar na
boca de vez enquanto. Eu super apoio.
Bufei.
— Diz isso agora, quero ver depois, quando a vontade bater. você está
praticamente virgem. Não tem nem curiosidade em dar uma chance ao
André? ele ficou mal por você tê-lo dispensado, ele gostava de você.
Ela estalou.
— Agora não posso — Apontei para o Arthur em meu peito, caso ele
não tenha visto, já que estava muito nervoso — É muito urgente?
Assenti.
— Samuel, pare!
engatilho para o outro lado da cama tentando escapar, mas ele não
deixou, puxou meu tornozelo com força, me fazendo cair de bunda na cama e
me deitando nela. Ele aproveitou a oportunidade para subir em mim.
Arfei, quando ele lambeu o topo do meu peito, antes de afastar o sutiã
para o lado e puxar levemente o bico na direção da sua boca.
— Samuel…
Meu corpo tremeu de prazer, quando seus dedos desceram até minha
calcinha, esfregando com força contra minha boceta.
Ele soltou meu peito e desceu pelo meu corpo, parando em frente à
minha calcinha, cheirando-a. Seu olhar dizia exatamente o que ele queria de
mim. Assenti, não consegui responder.
Com a boca em minha boceta, senti ele sorrir com a minha ousadia.
Eu não me importei. Já que a vítima dele sou eu.
Desde o início eu sabia que minha relação com ela não seria fácil,
ainda mais depois de tudo o que passamos. Ela estava ferida, machucada, e
eu precisava ter muita paciência para conquistar ela novamente. Eu estava
quase conseguindo isso, até descobrir que ela já estava me colocando como
um mero AMIGO.
Mesmo que ela não tenha dito nada, eu sei da vergonha que sente pelo
inchaço dos seus seios, então fui dar atenção primeiro para eles, antes de cair
de boca em sua boceta.
Pela reação, eu sei que está perto de gozar, então continuei comendo-a
com força. Ela gritou em seguida, gozando. Afastei meu rosto de sua boceta,
alisando-a, inchada e vermelha, depois dos meus chupões.
Minha boca procurou pela dela, enquanto eu lhe fodo com força,
mostrando a ela que eu sou seu homem e mais ninguém!
— Cala a boca!
— Quero que veja quem está te comendo! Não é André aqui.
— Você… — A calei.
— Isso mesmo, quero que você veja quem é o seu macho! Você é
minha, ouviu bem, sugar baby?
Enzo tentou alcançar o pen drive, mas eu não permiti. Uma ideia
melhor me ocorreu.
— Gabriel?
— Hum?
Enzo tentou alcançá-lo, mas eu não permiti. Gabriel foi até o aparelho
da sala e o colocou para reproduzir. Fiquei parado vendo e ouvindo todas as
gravações do Enzo serem assistidas por quinze pessoas importantes, entre
elas, o meu irmão, sua maior vítima.
— Gabriel, vaaaaai!!!!
Ele olhou para mim, incerto, mas acabou assentindo, indo atrás deles!
Agarrei meu ombro com força, antes de tirar o celular do bolso e ligar para a
polícia.
Acordei com uma sensação estranha, ao olhar ao meu redor e não
encontrar nenhum dos dois. O notebook do Samuel estava aberto na
banquinha, me fazendo ir até ela e olhar.
Havia duas coisas bem ali, um aviso de onde ele estaria agora e uma
gravação repentina. Dei o play curiosa, assistindo com clareza o pai da Gabi
planejar seus crimes, bem diante de mim, com a Mia ao seu lado.
— Entra!
Eu não fazia ideia do que estava fazendo, mas agir no impulso, pois
eu não consegui ficar parada vendo aqueles desgraçados fugirem.
— Não vou perguntar o porquê, mas quando isso tudo acabar, vamos
ter uma conversa.
— Achei, SE SEGURA!
Neguei.
— A polícia chegou!
— E não vai mudar nada, a gente está perto deles, só temos que
derrubá-los.
Ele assentiu.
— BRUNA!
— MERDAAAAA!
A dor no rosto deles, dava para ser sentida. Meu peito apertou,
pensando no meu filho.
— Já estive melhor, mas acho que vai precisar de muito mais que isso
para você se livrar de mim.
— Fiquei sabendo que vai se recuperar na casa dos seus pais, estou
feliz por você.
— Seus pais embalaram suas coisas lá de casa, disseram que você vai
pra casa deles a partir de hoje.
— Não brinca.
Merda.
Fui até o quarto, depositando as sacolas de presentes lá, para que ela
pudesse ver assim que entrasse nele.
— Estamos grávidos!!!
Não esperei por mais, caminhei até eles e o abracei. Eles merecem
esse presente!
Nos afastamos, apenas para minha Sugar Baby começar a chorar nos
braços da amiga.
As duas tão emocionadas quanto nós todos. Meus pais vieram até nós
dois em seguida, chorando feito dois bebês com a novidade. Mauro se juntou
a nós, distribuindo champanhe a todos, exceto a irmã.
Mas eu não aguentei vê-lo e não lembrar dela. Ela ficaria tão linda,
completamente nua usando um, com a carinha de safadinha que tem.
Minha safadinha.
Ajudei ela a caminhar com ele até nossa cama e colocar a barreira de
proteção, assim evitamos tocar ele num momento de sono.
— Samuel? — Me chamei.
Ela riu.
— Não!
Parei, surpreso.
— O quê?
— Eu te amo, tá?
TÁ?
SE TA?
Meu peito acelerou. É a primeira vez que ela me diz isso. Eu estava
que nem um louco, esperando por um momento assim. Eu apenas tive mais
certeza ainda que ela é a mulher da minha vida, a mãe dos meus filhos e
muito em breve minha esposa.
— Eu te amo muito, meu amor, muito mesmo! Desculpa não ter dito
antes, caso fosse importante para você. É que eu esperei muito por isso.
— Eu também.
Meus créditos de hoje vão para minhas colegas, que puxaram muito a
minha orelha para liberar esse livro, vocês são incríveis. Sugar baby é o
segundo livro de uma trilogia, para quem ainda não conhece, eles tem uma
continuação.